Conferência Interamericana de Seguridade Social

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Conferência Interamericana de Seguridade Social Working Paper Series 2015 ¨ A Seguridade Social na América Latina, Gestão de Carteira e Riscos¨ Joaquín Tapia Maruri www.ciss.net •
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A Seguridade Social na América Latina, Gestão de Carteira e Riscos¨ Joaquín Tapia Maruri Gestão de Carteira e Riscos na Seguridade Social Latino-­‐americana: Consequências do futuro, no caso mexicano Introdução Uma das questões mais importantes em políticas públicas ao redor do mundo é a rede de seguridade social, especialmente porque é um direito constitucional, por isso os governos têm de fornecer uma rede de seguridade eficiente para todos os funcionários da empresa. Considerando os elevados custos atuais do governo desta rede, como parte do PIB, não somente em países da América Latina, mas em todo o mundo (ou seja, EUA, União Europeia e países da Ásia-­‐Pacífico), onde estes números abrangem aproximadamente 25% dos possíveis requisitos orçamentais anuais observados. Muitas perguntas surgem, mas a principal é: O que está errado no sistema? Em primeiro lugar, uma abordagem é que, tem de ser exclusivamente proporcionado pelo Estado, mas com certeza a resposta é não. Embora este seja um problema privado, a saúde das famílias no sector doméstico, para cobrir as contas, também é necessária uma elevada porcentagem do rendimento total da família, portanto, novamente a resposta é que não é um assunto exclusivamente privado. Consulte o diagrama 1. Além disso, dado que a maioria dos países da América Latina tem o que tem sido chamado de "bônus demográfico", mas do ponto de vista do Governo, bem como a perspectiva do lar particular, que em ambos os casos significa fornecer saúde, alimentação, educação, habitação, emprego e pensões. Claro que, presume-­‐se 2 A Seguridade Social na América Latina, Gestão de Carteira e Riscos¨ Joaquín Tapia Maruri que todas estas despesas privadas serão cobertas pelas receitas proporcionadas pelo efeito do ciclo de vida1, no entanto, a questão fundamental permanece: O que está errado? Obviamente, a abordagem correta é mista, já que esta é uma questão tanto pública quanto privada. A hipótese principal é a pirâmide populacional, onde os jovens trabalhadores apoiarão os mais velhos; claro que, em outros países, esta pirâmide está invertida e, portanto, o sistema é muito pior. Além disso, outra hipótese é de que geralmente os jovens trabalhadores entram no mercado de trabalho através de empregos de meio período, o que significa menores custos para os empresários, mas cujas contribuições para a seguridade social será muito menor, por isso esta é a segunda melhor opção ou alternativa, porque o efeito de quantidade não é significativo o suficiente para compensar em tudo. E o bônus demográfico não é o único fator que está pressionando a rede de seguridade. Além disso, nos últimos anos, o papel das mulheres no mercado de trabalho, especialmente nos países da América Latina, tem exercido uma pressão crescente sobre o sistema, bem como emprego, renda e serviços, e assim por diante. Como resultado, há mais concorrência do que nunca no mercado de trabalho. Há outros fatores estruturais que também estão colocando pressão sobre o sistema de seguridade social. Estes incluem os custos operacionais desses sistemas, mercados imperfeitos na área da saúde, suprimentos médicos e serviços, entre outros, que representam encargos significativos para o sistema de seguridade social. Por exemplo, o seguro de saúde, os custos elevados associados à saúde, os programas de pensões que demonstram uma falta de profundidade, bem como as consultas médicas. Além disso, as instituições financeiras relacionadas com a gestão dos fundos de pensões operam num contexto de mercados oligopolistas, que cobram por uma renda enorme de pessoas filiadas e prestando alguns serviços para ajudar os trabalhadores e os desempregados. Embora a carga tributária seja assimétrica, uma vez que não está autorizado a dispensar alguns dos custos de medicamentos do Imposto de Renda, reduzindo assim a carga concomitante. Neste contexto, é evidente que a tarefa das várias questões é analisar a rede social em termos de ambos os bens, privado ou público, o Bônus Demográfico, as mulheres nos mercados de trabalho, adicionando pressão para o registro de emprego, a gestão dos Fundos de Seguridade Social ou proporcionar serviços médicos num contexto oligopolistas ou desigualdades fiscais; o que, claro, é muito extensa, isso apenas para citar algumas. No entanto, a partir das perspectivas financeiras das receitas provenientes da gestão de carteiras, proporcionadas em renda fixa, bem como as ações, existem instituições duais essenciais para os fundos de aposentadoria. Neste contexto, esses serviços financeiros são habitualmente prestados por companhias de seguros que fornecem fundos de pensões, assim como empresas AFORES, gestoras de capital de aposentadoria através de fundos de investimento. Neste sentido, há na verdade uma pequena linha entre as carteiras dessas instituições financeiras, tais como firewalls e as muralhas da China, para evitar menos valorizações ou perdas de capital provenientes de um efeito de fogo cruzado ou dominó – ou seja, um risco sistêmico – dada a turbulência nos mercados globais em todo o mundo; como a maior crise financeira de 2008, que ainda estamos vivendo as suas consequências nos dias de hoje. Ver o Diagrama 2. 1
Para mais detalhes, consulte a hipótese do ciclo de vida abordagem de Ando -­‐ Modigliani sobre a teoria do consumo, Dynamic Macroeconomic Theory de Branson William H, McGraw Hill 2006. 3 A Seguridade Social na América Latina, Gestão de Carteira e Riscos¨ Joaquín Tapia Maruri ANTECEDENTES 1) Gestão de Risco e Governança Corporativa No setor privado, bem como no setor público, a assunção de riscos é uma força impulsionada nos negócios e na atividade empresarial, e, em geral, o custo do fracasso da gestão de risco é subestimado; de modo que a governança corporativa deve se concentrar na avaliação de riscos, e é uma tarefa não só para o gerente, mas para o conselho de fiduciários, estabelecer procedimentos formais para evitar uma estrutura que incentive a tomada de riscos excessivos; então, assim, políticas de risco ex ante ajudariam a reduzir o risco, por razões comerciais e operacionais. Ver Shapiro, Alan C. (1990) 2) Os custos OCDE de Seguridade Social em Bem-­‐estar De acordo com as estatísticas da OCDE, a despesa pública social como porcentagem do PIB (ou seja, o total do gasto público social desde o período 2006-­‐2013) alcançou uma média aritmética de todos os países da OCDE de 21,9%. No entanto, os países europeus como a Alemanha, que chegou a 26,6%, Itália 27,9%, Reino Unido 23,8%, enquanto que os países da América do Norte como o Canadá obtiveram 18,5%, EUA 19,7% e Japão 20,3%. Por outro lado, o Chile alcançou 10,1%, Coreia 8,7% e México 6,3%. Estas cifras são significativamente mais baixos do que o resto. Ao parecer, há uma correlação entre o nível de Despesa Pública Social e o estágio de desenvolvimento dos países selecionados, onde o Estado Benfeitor é uma conquista da sociedade, e algumas pessoas acreditam que estas cifras constituem um método para estimar a qualidade de vida. 4 A Seguridade Social na América Latina, Gestão de Carteira e Riscos¨ Joaquín Tapia Maruri Despesa pública social como porcentagem do PIB
Média 2006-2013
30 20 10 0 Canadá Chile Alemanha Itália Japão Coreia México UK EUA OCDE Fonte: Estatísticas da OCDE 3) Sobre o Bônus Demográfico As cifras do México são impressionantes, pois a população idosa, com mais de 65 anos, que vai exigir a seguridade social a longo prazo é enorme; a estimada pirâmide populacional de 2010-­‐2050 para os homens, aumentará mais de 17,0 milhões, enquanto que as mulheres será em torno de 19,5 milhões, de modo que o crescimento total da população até meados do século é cerca de 32%, um fardo bastante significativo para as gerações futuras, que deverão sustentar esta rede de seguridade social. População total de homens e mulheres: 2010-2050
90,000,000 80,000,000 Pessoas
70,000,000 60,000,000 50,000,000 Hombres MenHomens 40,000,000 Mulheres Mujeres Women
30,000,000 20,000,000 0 2010 2012 2014 2016 2018 2020 2022 2024 2026 2028 2030 2032 2034 2036 2038 2040 2042 2044 2046 2048 2050 10,000,000 Fonte: CONAPO E a expectativa de vida ao nascer passará de 71,05 anos em 2010, para 77,34 anos no final do século XXI, enquanto que as mulheres começaram 2010 com 77,03, chegarão à metade do século com 81,60 anos. Na 5 A Seguridade Social na América Latina, Gestão de Carteira e Riscos¨ Joaquín Tapia Maruri verdade, a expectativa de vida mais longa das mulheres irá impulsionar mais as oportunidades de emprego no mercado. 84.00 82.00 80.00 78.00 76.00 74.00 72.00 70.00 68.00 66.00 64.00 Expectancy of Life at
Birthday Men
Homens: Expectativa de vida ao nascer Expectancy of Life at
Mulheres: Expectativa de vida ao nascer BirthdayWomen
2010 2012 2014 2016 2018 2020 2022 2024 2026 2028 2030 2032 2034 2036 2038 2040 2042 2044 2046 2048 2050 Anos
Expectativa de vida 2010-2050
Fonte: CONAPO Por um lado, a mortalidade infantil é reduzida em ambos os casos, mas as mulheres atingirão 6,68 óbitos para cada mil pessoas em 2050, enquanto supostamente os homens irão atingir 8,21. O que significa que, para apoiar esta população, hoje é necessário 10,5% da população total, e que será necessário 29,2% para 2050. Mortalidade infantil
Porcentagem
20.00 15.00 10.00 Mortal Childhood Men
Homens Mortal
Childhood Women
5.00 Mulheres 0.00 Fonte: CONAPO 4) As mulheres no mercado de trabalho Embora a pressão sobre o mercado de trabalho, com a entrada das mulheres, esteja aumentando de forma significativa, não só do ponto de vista da tendência, mas também da estrutura, da média da taxa de 6 A Seguridade Social na América Latina, Gestão de Carteira e Riscos¨ Joaquín Tapia Maruri desemprego dos homens, de 2011-­‐I para 2014-­‐I foi de 4,99%, enquanto que as mulheres ganharam 4,87%, uma redução de 0,10%, e também da variação para os homens durante este período que foi de 0,05%, enquanto que para as mulheres foi de 0,10%. Porcentagem Taxas de desemprego
7 6 5 4 3 2 1 0 Homens Men Mulheres Women Fonte: INEGI. Porcentagem da população economicamente ativa Assim, com a pressão da força de trabalho e dado o fato de que a nova Lei do Trabalho, que incentiva o trabalho de meio período, parece ser um pesado fardo de se manter sobre as reservas da Rede de Seguridade Social no futuro. 5) Seguro de Pensões Além disso, do total do setor de seguros, 22% são adultos e desse total, 79% relaciona-­‐se com seguro de vida e 30,2% de seguro de saúde. De acordo com a CNSF, a participação das pensões caiu acentuadamente, passando de 13% do total do setor no início do século, para 5,9% em 2013. Em 2000, o setor de seguros considera 1,7% do PIB; no entanto, foi de 2,1% em 2013. Pode ser que este crescimento lento seja resultado dos baixos níveis de crescimento nos termos de renda per capita. Poucas empresas de seguros oferecem um Plano de Pensões, e desses, três empresas controlam 76% do setor de Seguros de Pensões, e fazem parte dos grupos Financeiros (Conglomerados). Este tipo de seguro começou em 1977 e até o final de 2013 a proporção foi a seguinte: 78,7% de Deficiência e Vida; 16,3% de Risco ocupacional; 5,0% de Aposentadoria e Idade. 7 A Seguridade Social na América Latina, Gestão de Carteira e Riscos¨ Joaquín Tapia Maruri Seguros de Pensões
Risco
opcupacional
16%
Aposentadoria
Idade
5%
Incapacidade
- Vida
79%
FONTE: CNSF O que está claro é que, nos próximos anos, a expectativa de vida aumentará cada vez mais e a idade oficial de aposentadoria subirá de 60 anos para 65 anos de idade. O aumento na idade de aposentadoria aplica-­‐se, especialmente, nos países da América Latina: uma transição demográfica, caracterizada por uma alta expectativa de vida, mortalidade infantil mais baixa, o que significa mais população adulta, mais anos para apoiar os idosos, aumentando a pressão sobre a rede de seguridade social em termos de saúde, alimentação, educação, trabalho, habitação, etc. Por outro lado, os trabalhos de meio período não serão atraentes para o setor de seguros de planos de pensões. 6) Assimetria bancária e de fundos de pensões, e os mercados disputados De acordo com os dados da Comissão Nacional de Poupança para a Aposentadoria (CONSAR), para o período 2009-­‐2014, este mercado caiu mais de 40% em relação ao número de instituições financeiras; reduzido de 19 para 11, e três deles representam mais de 60% do mercado. Algumas fusões, mergers e aquisições ocorreram. Seguindo essa tendência, os números reais podem ser ainda mais reduzidos, levando ao aumento da concentração do mercado num futuro próximo: um mercado oligopolista, onde os produtos serão mais caros com menor qualidade. De certa forma, a concentração do mercado é maior do que 30%, pelo menos, para um ator; no entanto, ainda não é figura dominante no setor. Alguns atores deixam o mercado porque o regulamento não é flexível; especialmente, porque este tipo de poupança tem de ser principalmente menos arriscada e, por conseguinte, tem menor rendimento. Isto, em comparação com instrumentos mais arriscados com maior retorno. Este é o postulado essencial das finanças: o equilíbrio entre risco e retorno; assim deve ser respeitado o segundo postulado de reduzir o risco sistemático através da diversificação da carteira. Ver o Diagrama 3. 8 A Seguridade Social na América Latina, Gestão de Carteira e Riscos¨ Joaquín Tapia Maruri Há alguns atores que acham que a estrutura de custos é muito pesada para produzir rendimentos de escala, e somente realizam ganhos limitados; de modo que o dilema entre o primeiro e o segundo postulado de finanças continua a ser o ponto de referência. Além disso, num contexto de baixa rentabilidade, os investimentos mais arriscados são muito atraentes. De acordo com os gráficos seguintes, sobre a concentração de ativos em uma amostra da OCDE, o México está acima da média e em termos de eficiência na sua política de competitividade está na parte inferior. Concentraçao banca internacional, por porcentagem de ativos
100 80 60 40 20 0 Índia Rússia EUA Japão China Itália México Brasil Coreia Chile Espanha Alemanha 9 A Seguridade Social na América Latina, Gestão de Carteira e Riscos¨ Joaquín Tapia Maruri Fonte: Banco Mundial, 2011. Os cinco maiores bancos, por ativos de países. Algumas publicações recentes de William Baumol, procedentes de meados dos anos 80, sobre os mercados imperfeitos, conhecidos como Mercados Contestáveis e popularizados por Jean Tirole, especialmente estabelecendo que em determinados mercados existem custos que não são recuperáveis (sunk costs), que não se recuperam ao longo do tempo, quando a empresa deixa o mercado; isto é, quanto maior o investimento, maior será a perda. Além disso, dadas as atividades de colusão, ocorre (1) "um aumento dos custos da concorrência", ou (2) "uma redução do lucro", ou (3) "existem acordos de exclusão." Portanto, há altos custos de entrada (barrier costs) e elevados custos de saída, que são algumas das características desses mercados e que parecem bastante familiares hoje em dia, em todo o mundo, especialmente nestes mercados globais. Além disso, a teoria dos jogos emerge, pois as decisões das empresas afetam todo o mercado e a reação esperada dos outros participantes, presume uma escolha racional que maximiza os lucros como um equilíbrio de Nash postula, outros jogos como o líder ou seguidores de um jogo cooperativo poderiam estar presente ou talvez uma posição Stakelberg, num jogo não cooperativo poderia ser apresentado; de qualquer maneira, o ponto é apresentar as diferentes maneiras em que as decisões são tomadas no mercado. Grau de eficiência nas políOcas de compeOOvidade 6.0 5.0 4.0 3.0 2.0 1.0 0.0 Grade EUA Índia Brasil Espanha Colômbia Itália México Bolívia Venezuela Fonte: Fórum Econômico Mundial. Índice de Competitividad Global de 2013. Um grau mais elevado se correlaciona com uma política de concorrência mais eficaz. Alguns analistas argumentam que existe uma concorrência cada vez maior, mas também existe uma concentração, onde o indicador mais útil é o Índice Herfindahl. Enquanto outros, como o Índice de Lerner, que se refere à margem de preço sobre o custo marginal. Embora os analistas possam se referir à indústria multi-­‐
produto, onde há mais concorrência, um maior grau de concentração é favorável à colusão. O que está claro é que os planos de pensões estão perdendo peso diante das AFORES (administradoras de fundos para a aposentadoria). 7) Uma visão do futuro financeiro. 10 A Seguridade Social na América Latina, Gestão de Carteira e Riscos¨ Joaquín Tapia Maruri Espera-­‐se que a história financeira dos próximos dois anos seja volátil devido, entre outros fatores, à normalização monetária da Reserva Federal nos EUA, e talvez de outros bancos centrais. É esperada uma taxa de juros mais alta, como resultado da eliminação da expansão monetária ou redução do Balanço, que dará lugar a uma gestão ativa das carteiras num contexto de controle de riscos (um aumento nas taxas de juros, depreciação e apreciação da moeda, níveis mais altos e mais baixos de inflação, ou seja, uma recessão econômica, etc.), o que irá restringir os retornos sobre carteiras globais, porque reagem em diferentes velocidades, dependendo da duração e convexidade. Para mais detalhes, ver Tapia Maruri Joaquín (1992). As consequências do futuro Uma alternativa para gerentes ou administradores de carteiras seria atender ou imunizar através de cobertura para os diferentes riscos dos mercados em todo o mundo. Para proteger o desempenho das carteiras serão utilizados produtos de primeira, segunda e terceira geração, chamados derivados. Os de primeira geração relacionam o diferencial da taxa de juros nacional e estrangeira de ativos comparáveis e o diferencial entre a taxa de câmbio corrente e futuro-­‐esperado, que poderiam ser cobertos no mercado através de forwards e/ou futuros, ou diretamente através de warrants e opções. Atualmente, às vezes é utilizada a frase carrying cost (ou seja, os custos associados com o capital de bens inativos) para se referir a este conceito. Ver Tapia Maruri, Joaquín (1990). A segunda geração corresponde aos swap-­‐options, que são opções sobre swaps ou intercâmbio de taxas de juros, a fim de melhorar o perfil de risco; da mesma forma, as opções sobre futuros, ou seja, as opções sobre diferentes instrumentos financeiros. Finalmente, a terceira geração são opções exóticas, asiáticas, barrier e outras estratégias chamadas produtos estruturados, projetados sob medida, do cliente ou da demanda, além de imunização de portfólio via duração e convexidade. As estratégias dos gestores de riscos terão de antecipar as intervenções dos bancos centrais, alguns dos quais utilizam os objetivos de fixação (fixing objectives) -­‐ através de taxas de juros -­‐ para controlar a volatilidade dos mercados; através de uma função de reação do Banco Central ou pode ser uma regra baseada em um agregado monetário estreito ou amplio. Estas intervenções poderiam ser previstas pela análise de cenários plausíveis para uma aterrisagem tranquila da economia dos EUA e outros ao redor do mundo, como as da União Europeia ou Ásia. Isso envolverá cobertura escalonada (Rolling Coverage); ou seja, uma cobertura dinâmica, que, dependendo da velocidade de ajuste dos rendimentos dos ativos financeiros globais, permite a criação de estratégias escalonadas ou de Dominó, etc. Estes irão, sem dúvida, levar a uma nova geração de produtos, após a grande pandemia financeira em 2008-­‐2009. Hoje, a legislação dos EUA, ou da União Europeia, ou de outro lugar do mundo, não está em pleno vigor; como é o caso da Regra Volcker e Basel III. Neste contexto, num mercado, tanto nacional como supranacional, os reguladores devem estar atentos, em termos de controle e vigilância da nova geração de instrumentos estruturados, por um lado, e supervisão por outro. Devem ser cuidadosos com os balanços de Banca e dos intermediários não bancários e, provavelmente, redefinir os limites dos requisitos de capital, bem como seus instrumentos de fixação. 11 A Seguridade Social na América Latina, Gestão de Carteira e Riscos¨ Joaquín Tapia Maruri Também é desejável determinar os limites de contágio entre as instituições e entre os países, tendo em conta a internacionalização da banca, e limites à banca universal entre regiões, considerando os recentes episódios de crises financeiras; assim a cooperação financeira global será um imperativo constante. Por agora, devemos esperar a correção das variáveis-­‐alvo antes do início do processo de correção monetária. É previsto que uma ameaça de liquidez de títulos poderia ser revelada em uma explosão de derivados a partir da perspectiva de um aumento nas taxas de juros. Existe uma possibilidade de que a falta de liquidez pode resultar em investidores colocados no canto, quer dizer contra a parede, o que poderia resultar numa incapacidade de manter posições abertas ou fechadas, para cobrir os riscos. Visão global dos mercados monetários O auge no negócio de derivados de renda fixa está expondo um risco escondido nos mercados de dívida em todo o mundo: a incapacidade dos investidores de comprar e vender títulos, quando os estoques foram reduzidos e a especulação domina o mercado. Às vezes, as políticas macro induzem para uma maior proporção de carteiras com instrumentos de renda fixa, que é o caso atual, seu valor é inferior, e países como Japão e Itália – emissores de dívida –, mais recentemente, China e países árabes – possuidores de dívidas. "Os derivados são um instrumento para transformar o risco" – nas palavras de Mark Rubenstein – para verter liquidez e cobertura de alavancagem reduzida. Alguns analistas estimam que o OTC registrou US$710 bilhões ao longo da última década, com base em dados recentes do Banco de Compensações Internacionais compilado pelo Deutsche Bank AG. Muitos países baixaram as taxas de referência, enquanto que a Reserva Federal, o Banco do Japão, o Banco da Inglaterra e outros, reduziram a oferta através da compra de trilhões de dólares de dívida, levando a uma série de programas de estímulo sem precedentes. Também tem deprimido os rendimentos e tem privado os negociantes da volatilidade que precisam para tirar proveito da compra e venda de títulos. Os rendimentos a nível mundial diminuíram em mais da metade nos últimos cinco anos para uma média abaixo de 2%. Ao mesmo tempo, os regulamentos destinados a interromper esse tipo de suposição de riscos financeiros, tais como a Regra Volcker e Basileia III, estão limitando a flexibilidade que os bancos têm para facilitar as operações de seus clientes nas bolsas. A imagem do futuro é um fenômeno global, onde a paciência é bem-­‐vinda, porque há um risco de que as pessoas não estejam preparadas para assumir. PROPOSTA A primeira parte tenta desenvolver o fluxo de custos de cuidados de saúde, ou fluxo real, que é baseado principalmente nos custos de hospitalização; ou seja, hospitais, intervenções médicas, quartos hospitalares, 12 A Seguridade Social na América Latina, Gestão de Carteira e Riscos¨ Joaquín Tapia Maruri bem como prescrições de receitas, consultas médicas e contas médicas, etc., para completar o ciclo. Observa-­‐
se que os custos da saúde poderiam ser cobertos por seguros e outros, como rendas pessoais descartáveis. Consulte o diagrama 4, abaixo. Uma maneira de acertar o fluxo de mercadorias, para derrubar as barreiras, para promover a concorrência para um grande número de hospitais de alta qualidade; reduzindo o circuito dos custos de cuidados de saúde para levantar os participantes sobre o fluxo do lado da oferta, que seria possível para a criação de opções reais. Perspectivas de opções reais Para analisar as decisões orçamentarias de capital, é proposta a análise de opções reais (AOR) versus o Valor Presente Líquido (VPN) tradicional. Existe um direito e não uma obrigação, para exercer certas iniciativas empresariais, como adiamento, ampliação, preparação ou contratação de um projeto de investimento de capital. Por exemplo, investir em um hospital ou uma fábrica farmacêutica é uma opção para comprar (call option). Os diretores podem influenciar no valor do projeto subjacente através de finanças corporativas pela política de dividendos ou lucros líquidos. Assim, as entradas de valorização são preços spot. O valor atual de inicio do projeto: fluxo de caixa, VPN. Volatilidade: para o primeiro período, estimativa por fluxos de caixa ou simulação Monte Carlo. Dividendos: calculados pelos métodos tradicionais de finanças corporativas. Preço de Exercício: custos de investimento. Prazo de opção (option term): a definir. Tipo: Opção Call estilo americano. Avaliação: um binômio lattice. Surgem alguns comentários, como: 1) o valor subjacente não é comercializável, 2) é ilíquidos, 3) argumentos de arbitragem, permitir a determinação de preços, 4) Hedge Delta Pequena – pequenas mudanças no valor subjacente que não alteram significativamente o Valor do projeto. Consultar o diagrama 7. 13 A Seguridade Social na América Latina, Gestão de Carteira e Riscos¨ Joaquín Tapia Maruri Fundo Financeiro A escritura de um Fundo Financeiro para a Seguridade Social semelhante aos Fundos Soberanos da Noruega, que investem capital de risco neste setor e muitos outros, não só no próprio país, mas também no exterior. O Fundo Mexicano de Petróleo poderia fazer o mesmo e ser usado para divulgar o efeito da riqueza do petróleo através da economia; fornecerá recursos para aumentar a concorrência em toda a cadeia de valor e poderia abrir a porta para a pesquisa em campos relacionados com esta necessidade social, tais como medicina, engenharia e química. Uma pergunta com relação ao capital que surge é: Quem compraria as ações do fundo? Poderia vir das companhias de seguros, fundos de investimento, as Afores para suas Empresas de Investimento que poderiam se especializar por subsetores: hospitais, setor farmacêutico, etc., tal como este último se desenvolve na bolsa Suíça. Isto, apesar do fato de que os recursos do Seguro Popular poderiam se dirigir ao Fundo Financeiro da Seguridade Social, ou para uma restituição de impostos nacionais, como um meio para aumentar a demanda por essas ações ou títulos, conforme explicado no diagrama 6. 14 A Seguridade Social na América Latina, Gestão de Carteira e Riscos¨ Joaquín Tapia Maruri Por outro lado, também poderiam ser incluídos outros participantes no fundo, como mostrado no diagrama 8. ANEXO Um dos pontos críticos é garantir a seguridade, a fim de melhorar a Rede de Seguridade Social e é por isso que as instituições financeiras devem fornecer Governança Corporativa com base na gestão profissional de 15 A Seguridade Social na América Latina, Gestão de Carteira e Riscos¨ Joaquín Tapia Maruri carteiras, controles de risco e operações de derivados para imunizar uma seleção de ações. Consulte o diagrama 3. Além disso, o Fundo Financeiro para a Seguridade Social (FFSS) poderia ser constituído não apenas por ações, mas também por instrumentos de dívida, ou por veículos estruturados, e será essencial contar com várias estratégias e cenários, como os seguintes. Consulte o diagrama 5. 16 A Seguridade Social na América Latina, Gestão de Carteira e Riscos¨ Joaquín Tapia Maruri Em relação à gestão das instituições financeiras, há alguns pontos críticos, como a gestão de ativos e passivos (ALM), que é uma teoria que determina que os ativos devem ser iguais em duração que os passivos; ou seja, que os vencimentos são iguais em ambos os lados do balanço. O risco implícito nesta estratégia é que se as taxas de juros sobem, os ativos de longo prazo experimentarão uma enorme perda de valor. Finalmente, a estrutura intertemporal das taxas de juros, conhecida como a curva de rendimentos, está sujeita a outras hipóteses: a teoria da liquidez, a teoria de habitat preferido, a teoria de segmentação e a teoria das expectativas. E será uma função de expectativa e estrutura intertemporal, bem como o prémio de risco. Para mais detalhes ver Tapia Maruri, Joaquín (2003). BIBLIOGRAFÍA Branson, William H.(2006), Macroeconomic Theory and Policy, Harper and Row. 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