O `coração` dos recifes de coral do Brasil

Transcrição

O `coração` dos recifes de coral do Brasil
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J
-
Setembro de 2014
O ‘coração’ dos
recifes de coral do Brasil
Pesquisa do Coral Vivo descobre formação inédita em Santa Cruz Cabrália (BA)
Existe uma formação recifal no Sul da
Bahia semelhante a um coração e
voltada para o mar aberto. Por anos,
ela passou despercebida, mas acaba
de ser descoberta nos estudos
preliminares para o mapeamento
físico do Parque Municipal Marinho da
Coroa Alta, em Santa Cruz Cabrália,
pelos pesquisadores do Coral Vivo. O
biólogo
marinho
e
coordenador
executivo do Projeto, Gustavo Duarte,
avaliava imagens de satélite de alta
precisão quando a percebeu. E ele
brinca: “É o ‘coração’ dos recifes de
coral do Brasil”. (continua nas
páginas 4 e 5)
Imagem de satélite
de alta precisão
com a formação
recifal semelhante
a um coração
Copatrocínio
1
Patrocínio Oficial
Sr. Milton: o líder da criação da Resex do Corumbau
Milton Deocleciano do Carmo mora no Corumbau, que significa na língua Pataxó: “longe de tudo e perto do
paraíso”. Trata-se de distrito de Prado, no Sul da Bahia. De ascendência Pataxó e com 65 anos de idade, ele
começou a pescar aos 10. Ele é o líder da criação da Reserva Extrativista do Corumbau (Resex), e nos conta na
entrevista a seguir sobre as ações iniciais:
Arquivo de família
Sr. Milton Deocleciano
Vila de pescadores
Como
o
senhor
tomou
conhecimento sobre a possibilidade de criar a Resex?
O conhecimento veio do que a
gente vive, porque o pessoal de
fora estava chegando e tirando
tudo. Não tinha mais a fartura de
antigamente.
- Quais são as suas
principais lembranças
sobre as ações iniciais
para a criação da
Resex?
FICHA TÉCNICA
Associação Amigos do Museu
Nacional (SAMN)
Projeto Coral Vivo, uma parceria Museu
Nacional/Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ), Núcleo de Educação Ambiental/Instituto
de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de
Janeiro/Ministério do Meio Ambiente (MMA) e
Departamento de Geologia/UFRJ.
Editoras Responsáveis: Débora
Pires e Mercia Ribeiro.
- Quais foram
as
maiores
dificuldades
que enfrentaram?
Enrico Marone
Recife Itacolomis
coisa. Aí, conseguimos o apoio do
Dr. Júlio (César Freire Brandão),
que era juiz aqui em Prado e um
grande
ambientalista,
que
já
faleceu. Ele nos ajudou a enviar a
documentação
para
Brasília.
Demorou 3 anos nessa luta para
criar a Resex.
“Não é
bem
assim.
Pescar
tudo
bem,
agora
destruir
é outra
coisa”
A primeira providência foi
reunir a comunidade e, na
época, eu fui o ‘cabeça’
do trabalho. Toda a
comunidade tomou as
providências para criar a
Resex
e
conseguir
segurar
mais
esse
pescado
que
estava
acabando. Entendi que
não poderia deixar a
situação como estava, e pensei que
poderia dar certo a gente procurar
os órgãos. Primeiramente, procurei
a FUNAI porque eu sou pataxó.
Fomos também à Marinha, mas
eles falaram que a gente não
poderia fazer nada porque é mar
aberto e o pessoal de fora podia
pescar em qualquer lugar. Eu
disse: “Não é bem assim. Pescar
tudo bem, agora destruir é outra
Coordenação Geral: Clovis Castro.
Enrico Marone
deixar de lutar, não.
- Estão preparando algo para
comemorar os 14 anos da
Resex, em setembro?
A festa é natural, a gente tem
sempre. Eu vou lá e ajudo no que
for possível, porque tem que ter
essas lembranças. Tenho
“Antes,
prazer de ir. Tem muitas
típicas como o
chegavam comidas
peixe assado na patioba,
que é do índio mesmo, da
uns 25
cultura da gente. E tem
barcos e
música. Esse pessoal aqui
da região gosta muito de
depois
forró, e
também as
danças indígenas.
uns 50,
A dificuldade era
muito gran- de
porque o povo
de
fora
não
e s t a v a
- Como é para o senhor
r e s p e i t a n d o , 60 e
a participação do seu
porque eles não
filho
Bit
(Ednilson
acreditavam que ameaçaConceição do Carmo)
ia ser criada a vam o
no Projeto Coral Vivo?
Resex.
Antes,
chegavam
uns pessoal”
A participação dele é
25
barcos
e
muito bem apoiada porque ele
depois uns 50, 60 e ameaçavam o
aprendeu muito mesmo. Ele faz
pessoal. Eu mesmo fui ameaçado
palestra com a comunidade daqui,
várias vezes. Eles queriam a minha
com os jovens, explica como é que
cabeça de qualquer maneira, só
podem tratar a natureza, o meio
que não tenho medo mesmo. Não
ambiente, essas coisas todas. Ele
deixei de lutar pelos meus direitos
também leva o pessoal daqui para
porque eu estava certo. Vinha
trabalhar lá. A juventude precisa
barco com as pessoas armadas.
de orientação e o povo está
Três anos nessa luta não foi fácil.
gostando.
Não gosto de ver destruição, e
enquanto eu estiver aqui não vou
Projeto Coral Vivo – Ano VI, número 27, Julho a Setembro de 2014
Colaboraram nesta edição: Ana Gabriela D’El Rei, Clovis Castro, Edinilson Conceição, Enrico
Marone, Gustavo Duarte, Iracema Deocleciano, José Carlos Seoane, Maria Teresa Gouveia,
Matheus Deocleciano, Michelle Luz, Milton Deocleciano, Rita Kelly dos Santos, Sandra Ratzlaff.
Design gráfico/Diagramação: Walter Moreira.
Rio de Janeiro: Associação Amigos do Museu Nacional, Quinta da Boa Vista, s/n, São
Cristóvão, Rio de Janeiro, CEP 20940-040, telefone (21) 2254-1228. E-mail:
[email protected].
Bahia: Estrada da Balsa km 4,5, Praia de Araçaípe, Arraial d’Ajuda, Porto Seguro, CEP
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Equipe Coral Vivo no
Rio de Janeiro:
Cláudio Almeida, Emiliano Calderon,
Genivaldo Teixeira, Gustavo Duarte,
Mercia Ribeiro, Ruth Saldanha e Sandra
Vargens.
Equipe Coral Vivo na Bahia:
Adejane Silva, Bruniele Gondim, Bruno
Tapagiba, Cleisiane Gonçalves,
Cristiane Brito, Cristiano Pereira,
Edinilson Conceição, Gabriele Lopes,
Márcio da Silva, Matheus Deocleciano,
Romário Guedes, Tárcio Mangelli.
Ponto para a Conservação
Gincana Ambiental gera aprendizado pela
emoção com passeio ao Recife de Fora
Fotos: Projeto Coral Vivo
‘Recifes de coral’ foi o tema deste ano
S
ete equipes, mais de
300 estudantes, mais de
200 kg de alimentos
arrecadados e doados.
Esses números, assim soltos,
poderiam ser o resultado de
mais uma gincana escolar.
Entretanto,
este
ano
foi
realizada a Gincana Ambiental,
no Colégio Estadual Antônio
Carlos Magalhães (CEACM),
com o tema recifes de coral e a
equipe vencedora irá passear
no Parque Municipal Marinho
do Recife de Fora. O lugar é
muito conhecido pelos turistas
que visitam o Sul da Bahia,
mas
desconhecido
pela
maioria dos moradores – o que
torna a iniciativa ainda mais
especial. Com o apoio de
educadores, ela foi organizada
por alunos do 4º ano do Curso
Técnico
em
Lazer,
que
mobilizaram um número maior
de participantes do que nas
três edições anteriores.
avaliar conhecimento, além de
outras atividades. Com o
patrocínio da Petrobras por
meio do Programa Petrobras
Socioambiental, o passeio será
oferecido
pelo
Projeto
e
especialistas irão acompanhar
o
grupo
para
transmitir
informações
que
irão
enriquecer a experiência: a
primeira para alguns deles. É o
caso de Rita Kelly Pires dos
Santos, de 16 anos: “Será uma
ótima oportunidade. Além de
sair com meus colegas, vou
poder nadar e admirar o Recife
de Fora com seus peixes
coloridos, lindos e raros”, diz.
Ela conta que o grupo estava
muito unido, com reuniões
diárias, para conquistar o
primeiro lugar.
De acordo com a coordenadora
de Educação Ambiental do
Projeto Coral Vivo, Teresa
Gouveia,
a
concepção
de
ambiente deve ser considerada
na sua totalidade, na qual está
também
presente
a
interdependência entre o físico
e o espiritual. “Atividades
como essa gincana permitem o
aprendizado
com
emoção,
especialmente por propiciar
para os estudantes a visitação
pela primeira vez ao Recife de
Fora. Um aprendizado que
O Coral Vivo participou, por
exemplo,
com
palestras
preparatórias
sobre
conservação
dos
ambientes
recifais e o conteúdo serviu de
base
para
os
estudantes
elaborarem um quiz – jogo de
perguntas e respostas para
Gincana mobiliza colégio em Arraial d’Ajuda
Estudantes empenhados para ganhar
agrega
a
interação
e
a
contextualização do aprendizado sobre os ambientes
encontrados lá e a relação com
a
conservação
ambiental”,
avalia.
Para a pedagoga e professora
do
colégio
ACM,
Sandra
Jaqueline Machado Ratzlaff, foi
uma construção complexa, um
exercício que possivelmente
ficará
registrado
nesses
jovens para sempre, tendo
influenciado
inclusive
o
autoconhecimento, a crítica e
ampliado
habilidades
de
trabalho em equipe: “São
aspectos
que
considero
essenciais para formação de
bons cidadãos”. E ressalta que
esses
jovens
são
multiplicadores naturais na
comunidade
e
que
o
aprendizado
devidamente
estimulado e associado à
realidade cotidiana tende a se
solidificar
como
prática
permanente.
A
professora
Michelle Luz completa que,
quando o reconhecimento do
próprio território é aliado à
ecologia
e
a
educação
ambiental,
alcança-se
um
patamar muito maior na luta
da educação pública brasileira.
Continuação da matéria de capa
O ‘coração’dos recifes de coral do Brasil
Instituto de Geociências da UFRJ
AL
SE
BA
Salvador
MG
ES
SP
2km
RJ
Distrito de
Santo André
Recife
Araripe
À esquerda, o geólogo José
Carlos Seoane
Instituto de Geociências da UFRJ
Parque
Municipal
Marinho da
Coroa Alta
Paisagem vista da
lancha Iamany
Projeto Coral Vivo
A formação recifal semelhante a um coração fica
localizada ao Sul do complexo de recifes, na região
conhecida como Alagados. Duarte mergulhou na piscina
e ficou impressionado com os paredões verticais com
grandes colônias do coral casca-de-jaca (Montastraea
cavernosa). “Os paredões são recobertos por algas
calcárias, que têm a coloração rosada”, relata.
O estudo faz parte da Rede de Pesquisas Coral Vivo, que
conta com o patrocínio da Petrobras por meio do
Programa Petrobras Socioambiental. “A curvatura
desses paredões é praticamente vertical, muito
Montastraea cavernosa
Reprodução
diferente das encontradas nos demais recifes de coral
da região”, diz o geólogo José Carlos Seoane,
coordenador do mapeamento, professor do Instituto de
Geociências da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ) e pesquisador associado do Projeto Coral Vivo.
Nesta fase atual, os pesquisadores estão fazendo o
levantamento batimétrico e avaliaram que a parte mais
profunda da piscina tem mais de dez metros e a mais
rasa tem no máximo três metros. De acordo com
Seoane, o Parque Municipal Marinho da Coroa Alta
possui três grupos de recifes e cada um deles tem o
tamanho do Recife de Fora, então serão mapeados
aproximadamente 75 km². “Andamos com a lancha por
cima do recife na maré alta a 6 km/hora, para
conseguirmos melhor definição das profundidades
devido ao menor ruído gerado pelo motor da
embarcação. Os equipamentos medem e registram a
profundidade e a morfologia – as formas dos recifes da
região”, explica. Como eles são mais modernos do que
os usados no mapeamento do Recife de Fora, permitem
maior agilidade para finalizá-lo do que na ocasião
daquele mapeamento.
A lancha Iamany - que significa Senhora das Águas na
língua Pataxó - foi construída pelo estaleiro Mastro
D'Ascia, de Santa Catarina, com adaptações para
facilitar as pesquisas no mar e, ao mesmo tempo,
primando por proporcionar mais conforto, incluindo
cobertura para proteção da chuva e do sol, além de
cabine para descanso. Como a estrutura da lancha fica
pouco dentro d’água, é possível passar mais perto dos
recifes para maior precisão do levantamento
batimétrico e garantir segurança para todos. “A lancha
é mais estável para conduzir, o que facilita o trabalho
dos pilotos Márcio Silva e Leones Lopes, o Léo, que
precisam navegar em linha reta para os equipamentos
fazerem os registros”, avalia o geólogo. Estão sendo
usados ecossonda, que é um equipamento de sonar, e o
Strata Scan, que registra o fundo como se fosse um
scanner diferenciando onde fica areia, lama, corais e
rochas, por exemplo.
Previsão de divulgação do
mapeamento da Coroa Alta
Está prevista para 2015 a publicação do mapeamento
físico do complexo de recifes da Coroa Alta. Ele será
distribuído nas prefeituras próximas à região, a pessoas
que trabalham na área e disponibilizado no site do Coral
Vivo (www.coralvivo.org.br), assim como está o Atlas
do Parque Municipal Marinho do Recife de Fora.
Atlas do Recife de fora
Instituto de Geociências da UFRJ
Alunos de Geociências da UFRJ
Instituto de Geociências da UFRJ
Bela paisagem como
recompensa
Estão envolvidos na pesquisa de campo um aluno de
mestrado e três alunos de graduação que irão fazer o
Trabalho de Conclusão do Curso (TCC) a partir desse
mapeamento físico. “Os bolsistas irão apresentá-lo na
Jornada de Iniciação Científica e em setembro irei
apresentá-lo no Congresso Brasileiro de Geologia”, conta
Seoane. Como se trata de uma área ainda desconhecida,
essa é a primeira etapa do trabalho e servirá de base
para outros estudos, já que ela irá trazer um panorama
sobre como é o recife e o que está exatamente em cada
ponto. “A partir dos resultados preliminares, iremos
definir as programações para as amostragens detalhadas
por meio de mergulho, por exemplo”.
Com os resultados, outros pesquisadores poderão usá-lo
como parâmetro para a realização de experimentos
específicos, até porque terão disponíveis a localização
exata das áreas mais fechadas e as mais abertas no mar.
Além do mapeamento físico da Coroa Alta, os integrantes
da Rede de Pesquisas Coral Vivo irão ampliar os estudos
já realizados no Recife de Fora.
Apesar das dificuldades tais como: enfrentar o mau
tempo, ter de esperar a maré alta e se adaptar aos
equipamentos novos, o geólogo José Carlos Seoane
garante que é recompensador o visual do lugar: “Toda a
equipe está encantada e feliz porque a região é
lindíssima”. Um ponto que ainda será mapeado é o
recife Araripe, que as pessoas da região têm informado
como o local mais bonito de todos e os pesquisadores
estão motivados a conhecer o quanto antes os detalhes
sobre ele.
Serão mapeados 75km², incluindo
arredores dos recifes de coral
CAPES Ciências do Mar contempla
série de estudos sobre recifes de coral
Foto: Projeto Coral Vivo
A
Rede de Pesquisas Coral Vivo foi
beneficiada com projeto aprovado no
Edital Ciências do Mar 2013 da CAPES,
fundação do Ministério da Educação
(MEC).
Com
o
título
“Capacitação
Transdisciplinar para Estudos do Efeito de
Estresses Ambientais em Recifes de Coral”,
conta com cinco subprojetos que servirão de
núcleo para as ações de pesquisadores e
estudantes em nível de pós-graduação. O
intuito é aprofundar o conhecimento sobre os
ambientes recifais do Brasil e os impactos
humanos
diretos
e
indiretos,
e,
consequentemente, gerar dados relevantes
para sua conservação e uso sustentável.
Até 2017, serão gerados conhecimentos
mediante
o
desenvolvimento
de
teses,
dissertações
e
trabalhos
científicos
em
pesquisas conjuntas realizadas no Parque
Municipal Marinho do Recife de Fora, em Porto
Seguro (BA). Com a liderança da Universidade
Federal do Rio de Janeiro, participam também
a Universidade Federal do Rio Grande (RS), a
Universidade Estadual de Santa Cruz (BA), com
seus diferentes institutos e programas, além de
pesquisadores
colaboradores
de
outras
instituições. Esse conjunto de estudos também
poderá servir de base para o acompanhamento
de possíveis alterações futuras no lugar.
De acordo com os coordenadores do Projeto
Coral Vivo, a iniciativa será uma oportunidade
para trocas de experiências, discussão de
pesquisas sobre temas correlatos na mesma
área geográfica, assim como avaliação conjunta
de resultados e discussão sobre o uso das
informações junto à sociedade local. E mais:
haverá um fortalecimento da Rede de Pesquisas
Coral Vivo. É uma tendência nas principais
universidades do mundo o uso de estudos
transdisciplinares, visto ser um modelo de
grande potencial para responder a demandas da
sociedade e ajudar na compreensão e solução de
problemas.
Conhecimento
sobre ambientes
recifais do Brasil
será aprofundado
QUIZ CORAL VIVO
Assinale a opção correta:
1 - Qual é o animal marinho mais rápido?
3 – O que é o cavalo-marinho?
(a) Golfinho
(a) Um peixe
(b) Peixe agulhão-vela ou agulhão-bandeira
(b) Um camarão
(c) Tubarão
(c) Uma lesma marinha
2 - O coral é...
4 – Qual é o maior mamífero
do planeta Terra?
(a) Uma rocha
(b) Uma planta
(c) Um animal marinho do grupo dos cnidários
(a) A baleia
(b) O elefante
(c) O hipopótamo
5 – Qual animal marinho nas
alternativas abaixo não é mamífero?
(a) Foca
(b) Golfinho
(c) Tubarão
2 (c)
-
3 (a)
-
4 (a)
-
5 (c)
Vista da travessia de balsa para Arraial d'Ajuda
-
O Rio Buranhém tem 148 quilômetros desde a Serra
dos Aimorés, em Minas Gerais, até desaguar no
Atlântico.
Esse trecho com a mistura das
propriedades da água do rio com a marinha é um
estuário de 12 quilômetros – com manguezais e
espécies estuarinas características. Vale destacar
que a sua localização é responsável também pela
beleza e rica biodiversidade dos recifes de coral da
região. O nome vem do tupi por meio da junção
“ybyrá” (árvore) e “e’em” (doce) e é o nome popular
da árvore Pradosia lactescens.
1 (b)
N
a maré baixa, percebe-se nitidamente ele
invadindo o mar. Quando a maré sobe, o mar
alastra-se por ele. Essas idas e vindas diárias
podem ser apreciadas na foz do Rio
Buranhém, com suas correntes de águas ora mais
escuras ora mais claras, ora mais doces ora mais
salgadas. Vale ficar de olho na tábua de marés e
conhecê-lo além da bela paisagem da travessia de
balsa de Porto Seguro para Arraial d’Ajuda. Um ponto
privilegiado em Ajuda é a Praia do Apaga-Fogo. Já
quem estiver em Porto Seguro, consegue avistar
esse encontro a partir do cais na Passarela do
Descobrimento – mais conhecida como Passarela do
Álcool -, e ainda aproveitar para admirar o casario do
século XVII do outro lado.
RESPOSTAS:
O vai e vem de águas, pessoas
e histórias pelo Rio Buranhém
Projeto Coral Vivo
Apoio do Coral Vivo permite
aulas com vivência da
biodiversidade de Porto Seguro
Fotos: Projeto Coral Vivo
C
omo trabalhar a educação ambiental de forma
dinâmica e integrada? A professora de Biologia
Ana Gabriela D’El Rei faz parte da Rede de
Educação Coral Vivo e desenvolve com seus
alunos do 2º ano do ensino médio do Colégio
Estadual Antônio Carlos Magalhães (CEACM), em
Porto Seguro, uma série de atividades para
aproximar a teoria da prática.
Estudantes
reunidos na
entrada do
Espaço
Coral Vivo
Mucugê
Para 2014, o título do projeto é “Educação Ambiental na
Praia”. A turma participou, por exemplo, de palestras
voltadas para a conservação de recifes de coral e ambientes
de praia, visitou o Espaço Coral Vivo Mucugê - que
apresenta exposição de esqueletos de colônias centenárias
de corais - e a Base de Pesquisas e Centro de Visitantes do
Coral Vivo no Arraial d’Ajuda Eco Parque. Após as visitas,
fotos e relatos foram compartilhados no ambiente escolar e
nas redes sociais.
Atividades como essas permitem o contato com a realidade
local. “Os alunos sentiram-se satisfeitos com a oportunidade
de vivenciar e perceber a importância de estudar e preservar
os ambientes coralíneos”, avalia Ana. E ressalta:
“Vivemos numa cidade com rico valor histórico e
alto grau de biodiversidade e esses jovens são
elementos de transformação social”.
Ela é uma das professoras da Costa do
Descobrimento que tem contrato com o Coral Vivo
para aprofundar seus conhecimentos e levar aos
alunos a importância da conservação marinha. Todos
os professores de escolas públicas da região podem
levar seus alunos para visitas monitoradas gratuitas.
Marcações: (73) 3575-2353.
Alunos do CEACM no
Centro de Visitantes e
Base de Pesquisas do
Coral Vivo no Arraial
d’Ajuda Eco Parque
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Cadastre-se no site:
www.coralvivo.org.br
Visita
monitorada com
o biólogo
Gustavo Duarte
Conhecimento
de espécies
vivas de
corais