Domingo XIII TEMPO COMUM – 01 de julho de 2012 JESUS DISSE

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Domingo XIII TEMPO COMUM – 01 de julho de 2012 JESUS DISSE
Domingo XIII TEMPO COMUM – 01 de julho de 2012
JESUS DISSE: “TALITÁ CUM”: MENINA, LEVANTA-TE! – comentário de Pe. Alberto Maggi OSM
ao Evangelho.
Mc 5,21-43
Naquele tempo, 21Jesus atravessou de novo, numa barca, para a outra margem. Uma
numerosa multidão se reuniu junto dele, e Jesus ficou na praia. 22Aproximou-se, então, um
dos chefes da sinagoga, chamado Jairo. Quando viu Jesus, caiu a seus pés, 23e pediu com
insistência: “Minha filhinha está nas últimas. Vem e põe as mãos sobre ela, para que ela sare
e viva!” 24Jesus então o acompanhou. Uma numerosa multidão o seguia e o comprimia.
25
Ora, achava-se ali uma mulher que, há doze anos, estava com uma hemorragia; 26tinha
sofrido nas mãos de muitos médicos, gastou tudo o que possuía, e, em vez de melhorar,
piorava cada vez mais. 27Tendo ouvido falar de Jesus, aproximou-se dele por detrás, no meio
da multidão, e tocou na sua roupa. 28Ela pensava: “Se eu ao menos tocar na roupa dele,
ficarei curada”. 29A hemorragia parou imediatamente, e a mulher sentiu dentro de si que
estava curada da doença.
30
Jesus logo percebeu que uma força tinha saído dele. E, voltando-se no meio da multidão,
perguntou: “Quem tocou na minha roupa?” 3lOs discípulos disseram: “Estás vendo a multidão
que te comprime e ainda perguntas: ‘Quem me tocou’?” 32Ele, porém, olhava ao redor para
ver quem havia feito aquilo. 33A mulher, cheia de medo e tremendo, percebendo o que lhe
havia acontecido, veio e caíu aos pés de Jesus, e contou-lhe toda a verdade. 34Ele lhe disse:
“Filha, a tua fé te curou. Vai em paz e fica curada dessa doença”.
35
Ele estava ainda falando, quando chegaram alguns da casa do chefe da sinagoga, e disseram
a Jairo: “Tua filha morreu. Por que ainda incomodar o mestre?” 36Jesus ouviu a notícia e disse
ao chefe da sinagoga: “Não tenhas medo. Basta ter fé!” 37E não deixou que ninguém o
acompanhasse, a não ser Pedro, Tiago e seu irmão João.
38
Quando chegaram à casa do chefe da sinagoga, Jesus viu a confusão e como estavam
chorando e gritando. 39Então, ele entrou e disse: “Por que essa confusão e esse choro? A
criança não morreu, mas está dormindo”. 40Começaram então a caçoar dele. Mas, ele
mandou que todos saíssem, menos o pai e a mãe da menina, e os três discípulos que o
acompanhavam. Depois entraram no quarto onde estava a criança. 41Jesus pegou na mão da
menina e disse: “Talitá cum” – que quer dizer: “Menina, levanta-te!” 42Ela levantou-se
imediatamente e começou a andar, pois tinha doze anos. E todos ficaram admirados. 43Ele
recomendou com insistência que ninguém ficasse sabendo daquilo. E mandou dar de comer à
menina.
No relato da ressurreição da filha do chefe da sinagoga e da cura da mulher que estava com
uma hemorragia, o evangelista tem a intenção de representar a situação do povo de Israel. O
povo, que está sujeito à lei, está morto e as pessoas que são excluídas pela lei vivem numa
situação de impurezas, representadas pela mulher com hemorragia.
1
O que une os dois episódios é o seguinte:
- O número "doze" que identifica aqui os anos de doença da mulher e os anos de idade da filha
do chefe da sinagoga. O número “doze”, como sabemos, é o número que representa as doze
tribos de Israel e, portanto, indica todo o povo de Israel.
- E o termo "filha", usado por Jesus seja para a mulher curada e seja para a filha do chefe da
sinagoga.
Em ambas as situações acontecem a cura e a recuperação da vida através de uma transgressão!
Jesus toca, toma a mão da menina, do cadáver - e isso, tocar um cadáver, era proibido no livro
do Levítico - e a menina volta à vida; enquanto, na passagem que agora vamos compreender e
examinar, é a mesma mulher que faz esta transgressão.
O evangelista escreve que esta "mulher", anônima - o que significa que é uma personagem
representativa, na qual cada leitor pode se identificar - “estava com uma hemorragia”. O
sangue é vida e, perder sangue significa perder a vida. Uma mulher nessas condições, de acordo
com o Livro de Levítico, é uma mulher em perene estado de impureza.
Uma mulher assim, se não for casada, certamente não vai encontrar alguém que a case, e, se
for casada, não pode e não deve ter relações com seu marido. Portanto é destinada à
esterilidade e, até mesmo, seu marido a pode repudiar! Conclusão: uma mulher que não tem
esperança nenhuma, é impura, não pode entrar no templo, não pode celebrar a Páscoa, é
equiparada e tratada como um leproso.
Então, para a “mulher”, não há esperança: se ela continuar a observar a lei vai encontro à
morte! Mas ela, que certamente ouviu a palavra de Jesus, a mensagem Dele, e havia visto Jesus
purificando o leproso, o Jesus que não olha os méritos das pessoas, mas as suas necessidades,
então a “mulher” tenta. Tenta em segredo, porque uma mulher que, em seu estado, pública e
intencionalmente, tocava num homem, era condenada à morte, porque fazia o homem impuro.
Pois bem, ouvindo falar sobre Jesus, ela sentiu esse amor do qual ninguém se sente excluído,
um Deus que olha para as necessidades das pessoas. “Aproximou-se dele por detrás, no meio
da multidão, e tocou na sua roupa”. Então a “mulher”, segundo o Livro de Levítico, de acordo
com a Palavra de Deus, faz uma transgressão, comete um sacrilégio.
Jesus percebe, sente “que uma força tinha saído dele”, uma força de vida, e pergunta: “Quem
tocou na minha roupa?”. O comportamento dos discípulos é considerar Jesus um quase
irresponsável, e dizem: “Estás vendo a multidão que te comprime e ainda perguntas: ‘Quem
me tocou’?”.
2
O que quer dizer o evangelista? Os discípulos estão ao lado de Jesus, mas não lhe são vizinhos,
eles O acompanham, mas não O seguem! Não basta estar ao lado de Jesus, para perceber e
receber Dele a força da vida.
Mas Jesus “olha ao redor para ver quem havia feito aquilo”. E a mulher trêmula e assustada ...
Trêmula por quê? Ela acabou de fazer uma transgressão que merece a pena de morte e,
portanto, talvez espere a repreensão, o castigo do Senhor.
“Veio e caiu aos pés de Jesus, e contou-lhe toda a verdade”. Eis aqui, o que, aos olhos da
religião, é considerado um sacrilégio, pelo contrário aos olhos de Jesus... “Ele lhe disse: ‘Filha’”
- é o mesmo termo utilizado para a filha do chefe da sinagoga, que indica o povo de Israel – “a
tua fé te curou”.
A tua fé? A mulher transgrediu um preceito religioso. Pois bem, o que, aos olhos da religião é
uma transgressão e um sacrilégio, para Jesus é um ato de fé. Deus não se dá como recompensa
por o bom comportamento, mas como um presente. O prémio depende de quem o recebe, o
presente depende da generosidade do doador. Portanto, ninguém pode sentir-se excluído pelo
Senhor.
E não é só isso. Jesus não envia a “mulher” ao templo para oferecer duas pombas como era
exigido pela lei, mas diz: “Vai em paz”, vai para a felicidade.
É iniciada, assim, uma nova época onde não é mais a pessoa humana que deve oferecer algo a
Deus, mas simplesmente é o homem que deve acolher um Deus que se oferece a ele para que
sua vida seja plena e feliz.
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