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HISTÓRIA DA ARTE II DAS REFERÊNCIAS MEDIEVAIS ÀS ORIGENS DO RENASCIMENTO GIOTTO DI BONDONE, 1286-1337 Percursor do Renascimento, ponto de partida. A Capela dos Scrovegni - Juízo final monumental, representado no reverso da fachada, era a última imagem que os fiéis viam. Para que os cristão soubessem o que os espera no fim. - Scrovegni oferece os frescos à capela, na esperança que no juízo final seja salvo. - Nesta altura achava-se que o teto não era para ser visto, por isso não era pintado. - Há 3 bandas, 3 universos narrativos: 1. 2. 3. o História de Jesus História de Maria Juízo final (fim do Mundo) Novidade em Giotto: os panejamentos escondem o volume; consegue-se sentir o volume físico das personagens – sente-se uma presença volumétrica. - Intenso realismo - Panejamentos - Temas Cristãos o Plano de fundo: o artista conhecia o suficiente da arte clássica para criar uma espécie de fundo ilusório, a perspectiva. Em A Lamentação há criação de diferentes planos da paisagem. Comentário [CF1]: Fez a transição do Gótico para o Renascimento. É o percursor. Aproxima-se mais do real do que qualquer outro artista gótico, mas ao mesmo tempo ainda não domina a perspectiva nem a representação naturalista que vai ser visível na arte renascentista. Comentário [CF2]: As inovações de Giotto na luz e no espaço foram acompanhadas por um talento para a narrativa, especialmente nos ciclos de frescos por ele completados. O tratamento dado por Giotto às cenas faz com que o observador se sinta tão perto do acontecimento que tenha a sensação de ser mais um participante do que um espectador. Este efeito é obtido ao colocar a posição do observador dentro da capela ao compor a pintura. Para além disso, Giotto dá às suas formas uma forte tridimensionalidade, ao ponto que elas parecem ter a solidez de esculturas. As formas arredondadas criam a ilusão de espaço, no qual os atores existem. Giotto concede muito pouca atenção ao enquadramento do cenário. As suas formas amplas e simples, o forte agrupamento das figuras e a profundidade limitada do seu palco dão às suas cenas uma coerência notável. A sua influência sobre a seguinte geração de pintores era inevitável e o seu efeito estendeu-se a artistas de toda a Itália. Comentário [CF3]: Comparações com os Renascentistas: - Elementos arquitectónicos perspectivados - Falta de distância: a composição não está organizada segundo as leis da perspectiva - Falta representação mais naturalista da Natureza - Natureza desempenha papel simbólico A prisão de Cristo: o beijo de Judas - Manifestação de Amor - Traição A figura de Judas assume uma enorme volumetria Comentário [CF4]: - Transmissão de sentimentos humanos perante a morte de alguém, ainda que seja pelos anjos. Comentário [CF5]: - Noção de profundidade - As árvores despidas que acompanham a tristeza da morte de Jesus. O APOGEU DE SIENA NO TRECENTO: SIMONE MARTINI Um contemporâneo de Giotto, ligeiramente mais velho que ele, dirigiu outra oficina, muito ativa e influente, na cidade vizinha de Siena. Esta competia com Florença e promoveu uma identidade e uma tradição visual próprias. Comentário [CF6]: ANDREA PISANO, 1290-1349: ESCULTURAS PARA A CATEDRAL DE FLORENÇA OS PISANOS: NICOLA E GIOVANNI, 1258 – 1278 E 1250 - 1314 Comentário [CF7]: Proto Renascimento: origens da nova arquitectura - Fontes Paleocristãs - Românicas e Góticas - Ordens Clássica Características gerais: - Frontão Triangular Comentário [CF8]: - Arcada de volta perfeita - Pilares de origem coríntia - Fachadas com elementos decorativos - Caixotões - Planta centralizada A arte italiana dos séc XIII e XIV teve raízos tanto nas formas bizantinas como nos contactos dos artistas italianos com os seus antecessores romanos e paleocristãos. Foi, com frequência, produto de encomendas de comunidades mercantis e de patriciados urbanos e não tanto de grandes patronos aristocráticos. A actividade das ordens mendicantes inspirou uma nova espiritualidade nestes centros urbanos; os sermões vivo e estimulantes acompanhavam encomendas de imagens narrativas para falar mais directamente a uma audiência laica. Comentário [CF9]: Igrejas à imagem de características romanas. O PRIMEIRO RENASCIMENTO NA ITÁLIA DO SÉC. XV O mundo conheceu grandes mudanças durante o século XV. O advento da imprensa ajudou a divulgar o novo saber humanista e permitiu que filósofos e cientistas desenvolvessem a sabedoria dos seus antecessores, de formas novas e poderosas. O bloqueio das rotas do Mediterrâneo pelas conquistas turcas, a leste, levou países como Portugal e Espanha, a partir do seu litoral Atlântico, procurassem novas rotas comerciais como a Asia, desembocando nas viagens de circum-navegação da africa e de descoberta das Américas. O cisma papal e as personalidades mundanas dos papas do século XV incrementaram o afastamento da cultura face às instituições religiosas e sua subsequente secularização. A competição e o comércio espalharam uma economia que, assente no capital e na moeda, mudou por completo o rosto da sociedade, ao permitir a expansão e o fortalecimento da classe média. Os artistas italianos do séc XV participaram na mudança desenvolvendo novos meios de representação, iniciados com o estudo do passado clássico romano e da sua arte. Escultores, pintores e arquitectos criaram obras de arte em que deram conteúdos contemporâneos a formas da Antiguidade. Sob a influência dos Antigos e dos seus contemporâneos humanistas, estes artistas escreveram tratados teóricos de grande erudição e elevaram, assim, o estatuto social das artes no seio das suas culturas. Os sistemas que criaram para a representação do mundo através da perspectiva, do naturalismo e da forma humana tornaram-se normativos, não só para as suas práticas, mas também para a maioria dos europeus dos séculos seguintes. O Primeiro Renascimento revolucionou profundamente a visão da arte e do trabalho dos artistas. FILIPO BRUNELLESCHI, 1377-1446 - Sugere a conclusão da cúpula da Catedral de Florença. Semi-cúpulas que se encostam aos lados da catedral. Referências do Panteão de Roma. Comentário [CF10]: - Inova na criação de andaimes. O Renascimento utilizou a planta longitudinal e a planta centralizada, baseada num quadrado, num círculo, num octógono. Resumindo: nas formas “perfeitas”. Em 1400, a maior parte das grandes catedrais do período gótico estava concluída. A economia agrária medieval dava lugar a uma economia baseada na manufactura e no comércio, no que foi seguida por mudanças sociais de relevo. Um novo estilo de artes visuais, com ênfase no naturalismo, acompanhou estas mudanças sociais e políticas. Surgiram novos patronos das artes, como a nobreza de corte e os mercadores, para quem os pintores executavam imagens inovadoras recorrendo a um novo meio artístico: a pintura a óleo. Comentário [CF11]: LEÃO BATTISTA ALBERTI, 1404-1472 Comentário [CF12]: Primeiro da História a debruçar-se sobre as 3 artes. Arquiteto, escultor, tratadista e teórico das três artes: Comentário [CF13]: Tratados escritos em latim para serem divulgados. Segundo os Humanistas, o Latim era “a língua da cultura”. De Pintura, 1435 - Apresenta a perspectiva (conhecimentos aprofundados da geometria) - O artista – pintor tem conhecimentos sobre as histórias: conteúdos temáticos da representação: “estória”. - O pintor é um génio incompreendido. Neste tratado, Alberti deu as primeiras definições da perspectiva e da pintura narrativa e salientou o aspecto intelectual da actividade pictórica. Nele, compara o quadro a uma janela aberta para o mundo; afirma que “a perspectiva nos mostra o mundo tal como Deus o fez” e acrescenta ainda: “fixo o ponto de vista onde eu quiser”. Esta liberdade que mostra o homem como princípio de ordem do seu mundo, faz parte do conceito de Humanismo, conceito crucial no Renascimento. Deste modo, pode afirmar-se que foi Alberti que teorizou sobre a perspectiva em primeiro lugar, influenciando não só italianos como flamengos, salientem-se as diferenças em relação à pintura medieval, muito mais idealizada; no Renascimento, em ambos os países, havia a preocupação, agora, de “imitar” o mais fielmente possível a Natureza, em vez de a idealizar. No referido tratado, Alberti dizia que começava por pintar um rectângulo (a janela) e que, consoante o tamanho do rectângulo, seria o tamanho dos homens da pintura. Declarava também que “quanto mais os expectadores são demorados pelas coisas que observam, mais agradecem ao pintor a sua abundância”, por isso, o que se pretendia era prender o olhar do observador e fazêlo, a cada observação, descobrir algo novo, como se, de facto, observasse uma cena por uma janela. De Re Aedificatoria, 1452 - “As coisas construídas”. - Baseado no Tratado de Vitrúvio (os 10 livros da Arquitetura), adaptado às exigências e necessidades dos seus tempos. De Statua, 1464 -A escultura é a estatuária. Os relevos prendem-se principalmente com as regras da Pintura. - Teoria das Proporções do ser humano. - No espaço de meio século, Alberti estuda este programa e transforma-o no essencial do Renascimento. “As artes são artes liberais” – não são mecânicas, mas sim manuais. Requerem conhecimentos profundos. Comentário [CF14]: “Em primeiro lugar, inscrevo na superfície a pintar um rectângulo do tamanho que me aprouver, feito de ângulos rectos, e que é para mim como uma janela aberta, através da qual observo a istoria, e aí determino o tamanho que quero dar aos homens na minha pintura Eu diria que uma istoria é muito abundante quando ela mostrar ao mesmo tempo cada coisa no seu justo lugar, velhos, homens, adolescentes, crianças, mulheres, meninas e criancinhas, animais domésticos, cães, passarinhos, cavalos, carneiros, casas, campos, e louvarei toda essa abundância se ela convier à acção. Com efeito, quanto mais os espectadores são demorados pelas coisas que observam mais agradecem ao pintor a sua abundância “ Comentário [CF15]: A Teoria da Arte limita-se a dizer o que, antes dela, a própria arte já praticava. Comentário [CF16]: “Quadro-janela” - Análise do retábulo de Van Eyck (1432) Negação do quadro enquanto superfície. Janela em oposição de superfície (ver para além em oposição do material da superfície) O IDEAL RENASCENTISTA DE IMITAÇÃO DA NATUREZA E O REGRESSO À ANTIGUIDADE CLÁSSICA O Renascimento contém em si a imagem da cidade ideal. Aquela que responde a todos os problemas e necessidades. MASACCIO, 1401-1428 Alberti, um dos contemporâneos de Masaccio, celebrou o trabalho do jovem pintor no seu tratado Sobre a Pintura. Com a sua grande escala, equilíbrio composicional e volume escultórico, esta obra evoca a pintura de Giotto, que foi o ponto de partida para a obra. No entanto, neste artista os panejamentos acompanham os corpos que as vestem. O enquadramente revela conhecimento do sistema de perspectiva aplicado por Brunelleschi na sua arquitectura. Masaccio utilizou a perspectiva para dar ao espectador todos os dados necessários para medir mentalmente a profundidade deste interior pintado, assim como imaginar a estrutura num plano tridimensional. LORENZO GHIBERTI, 1381-1455 O painel de Ghiberti revela a força da sua composição, o apuro na representação da figura humana e a sua observação dos pormenores da natureza. soluccionou o problema do preenchimento dos quatro lobos do quadrifolio com uma narrativa sucinta e naturalista através da inclusão de pormenores nrrativos nas margens e o ponto focal ao centro. O desenho combina, com êxito, movimento, perspectiva e narrativa. Comentário [CF17]: A grande novidade do Renascimento consiste na passagem de um pensamento Teocêntrico para uma mentalidade que explica as coisas pelas capacidades humanas, “O HOMEM É A MEDIDA DE TODAS AS COISAS”. Tanto na Flandres como na Itália é evidente a tentativa de captar o real. Comentário [CF18]: Só em 1870 é que os Italianos unificaram o seu território. “Qualquer regresso na História da Arte é um novo começo.” DONATELLO, 1389-1466 - 1ª Estátua Equestre de grande dimensões em bronze. Comentário [CF19]: - Representação idêntica à dos romanos, excepto o vestuário. - Padrões típicos: poses e feições romanas, em figuras contemporâneas realistas. O estuque e a terracota na Europa Ocidental permitiam: - Imitar o mármore (estuque) - Uma caracterização mais realista e aproximar as cores próprias da pele (terracota) Santa Maria Madalena Coberta pelos seus cabelos (cobrem a nudez) e representada com a marcação dos 30 anos de penitência. Comentário [CF20]: Donatello trata o corpo humao como uma estrutura articulada, capaz de movimento, e as suas roupagens como elementos separados, mais dependentes das formas que cobrem do que de padroes e formas de imposição externa. RENASCIMENTO ITALIANO E ARS NOVA FLAMENGA Itália: Reinventa a Narrativa “Tipológica” no Renascimento. FRA ANGELICO, 1387-1455, E A HERANÇA DE MASACCIO EM FLORENÇA E EM ROMA A Anunciação: Duas histórias que a pintura relaciona entre si. Eternidade em oposição da Mortalidade Correspondência dos episódios do velho testamento (Génesis) e o novo testamento (Anunciação). O Renascimento recupera a relação entre duas realidades/histórias. A narrativa é continuada por “predela”: fiada de quadros de pequena dimensão com outras narrativas (anteriores e posteriores do quadro principal). Comentário [CF21]: A importância da imagem como instância de comunicação: Na maioria, a população europeia ocidental era iletrada. O acesso à escrita sagrada era restrito ao clero com formação superior e por isso a passagem das mensagens sagradas era feita essencialmente pela imagem. ANTONELLO DA MESSINA, 1430-1479 E A INFLUÊNCIA FLAMENGA Comentário [CF22]: Nápoles era uma cidade com relações comerciais com Aragão e Flandres. As pinturas vindas do Norte da Europa chegam até Antonello que recebe a influência flamenga e divulga a nova tecnologia da pintura: pintura a óleo. Esta técnica permitia cores mais densas e transparências. Preferência de Antonello pelo retrato Flamengo (a 3/4). - Técnica de Close-up Ideia ficcionada de molduras (“Quadro-Janela”) Comentário [CF24]: Comentário [CF25]: Exploração das vantagens da pintura a óleo. AS OFICINAS DE VENEZA: VITORE CARPACCIO, 1460-1525/26 - Forte carga Narrativa: Quotidiano de um santo humanista Comentário [CF23]: O retrato italiano é um retrato de perfil. 11 Mártires Virgens (Santa Úrsula e o Príncipe Conan) GIOVANNI BELLINI, 1430-1516 - Recriação da Praça de S. Marcos: Mensagem do Cristianismo é para todos os Homens”. Comentário [CF26]: A Paisagem enquanto fundo; ocupa a obra quase por completo. Comentário [CF27]: Procura representar a pregação de S. Marcos. Atrás está a população Venezia da época. Veneza: cidade cosmopolita. Representação fantasiosa mas suficientemente realista para se perceber o local pintado. - Trompe l’oeil de um papel assinado “colado” num parapeito pintado (Influência Flamenga). Comentário [CF28]: - Os espelhos que reflectem a figura de modo a mostrar outras perspectivas (aproximação à tridimensionalidade que a escultura permitia). AS OFICINAS DO NORTE: ANDREA MANTEGNA, C. 1431-1506, EM MÂNTUA Tecto onde representa um trompe l’oeil com uma abertura para o céu com os anjinhos (“putti”) em perspectiva. Decoração profana = palácio Comentário [CF29]: São Sebastião: atado a uma ruína romana – conhecimento da estrutura interna dos edifícios clássicos e das esculturas romanas. Escorço de Cristo – Mantegna como pintor escultural. Modela a figura segundo as proporções da escultura – características de desenho na pintura. A pintura de Mantegna caracteriza-se por ser de esculturas clássicas. - Corpos influenciados. Para além das feições especificas das figuras e do naturalismo dos pormenores, o domínio da perspectiva permite uma ligação entre o mundo pintado com o mundo do espectador. Comentário [CF30]: PIERO DELLA FRANCESCA, 1415-1492 A verticalidade das figuras repete o movimento das pilastras ao fundo; uma luz forte entra pela esquerda, projectando sombras amplas à direita que ajudam a definir a profundidade da abside. Emoldurada pelo painel da parede mais recuada, a cabeça da Virgem possui uma forma ovóide tal como o ovo suspenso da vieira na curva da abside. Comentário [CF31]: Piero della Francesca usou a pintura a óleo para descrever os veios do mármores, a suave textura do tapete e a reluzente armadura do Duque. Senhores de Urbino: Frederico da Montefeltre e Battista Sporza Comentário [CF32]: Mulher de cor pálida Paisagem Ampla Comentário [CF33]: BOTTICELLI E BOCCACIO (ESCRITOR QUE DÁ ORIGEM AO ROMANCE MODERNO) Não têm relação com o espaço religioso. Para além do retrato, género profano, surgem outros de tal natureza. Espaços não religiosos. BOTTICELLI, 1445-1510 Comentário [CF34]: A Primavera Záfiro fecunda a Flora. Depois, Flora é metamorfoseada. 300 espécies de flores representadas. 2 figuras centrais: Vénus e Cupido (segundo Estudos de Iconologia de Erwin Panofsky, 1939) Comentário [CF35]: O nascimento de Vénus Ao contrário da Primavera, o espaço atrás das figuras parece abrir-se em direcção ao horizonte, onde o sol e a agua criam tonalidades suaves e de grande frescura. As figuras, no entanto, são de um modelado superficial e a ênfase foi dada aos contornos, produzindo um efeito de pouco relevo e não de formas sólidas e tridimensionais. Os corpos parecem despojados de peso, pelo que parecem flutuar, mesmo quando tocam o chão. A Vénus púdica da Antiguidade Clássica. Botticelli na Capela Sistina – As três tentações de Cristo no deserto Comentário [CF36]: DOMENICO GHIRLANDALO, 1449-1494 ANDREA DEL VERROCCHIO, 1437-1488 PIETRO PERUGINO, 14501523 Truque para disfarçar o nariz, Forma escultórica de tratar a Mestre de Rafael – Dureza desdobrando a atenção do técnica pictórica. dos contornos, da linha. espectador para outros Suavidade de superfícies e de motivos. gestos. O MESTRE DE FLÉMALLE OU ROBERT CAMPIN, 1375-1444: O «TRÍPTICO DE MÉRODE Comentário [CF37]: Pintura Flamenga. Comentário [CF38]: Campin representa os seus corpos, substanciais, num enquadramento reconhecidamente terreno, destinado ao olhar do casal doador: o acontecimento tem lugar no mundo deles e não no céu. A cuidadosa escolha dos pormenores persuadiu muitos especialistas de que Campin terá usado essas formas como símbolos que transmitem mensagens espirituais. Artistas como Campin poderão ter respondido ao apelo da Igreja para que o mundo físico fosse visto como espelho das verdades divinas e para criar imagens comoventes e devotas de acontecimentos sagrados, em cenários do quotidiano. OS GRANDES PROGRAMAS ICONOGRÁFICOS: A revolução visual atingida por pinturas como o Tríptico de Mérode foi reconhecida e admirada não apenas pelos patronos da Flandres como também por patronos em Itália. Os observadores italianos foram responsáveis pelas primeiras avaliações externas das inovações flamengas, ao reconhecerem que as realizações técnicas da pintura a óleo contribuíram para o espantoso naturalismo e para a evocação do sentimento religioso nos pintores flamengos. O RETÁBULO DO CORDEIRO MÍSTICO (1432), HUBERT E JAN VAN EYCK Comentário [CF39]: Catedral de Gand Comentário [CF40]: 1432 – Começo da carreira a solo de Jan Van Eyck Comentário [CF41]: Afirmação do poder do indivíduo (representação realista) – Típico do Renascimento Genialidade de Van Eyck comprovada na pintura da 1ª Paisagem e da 1ª Natureza Morta. Retábulo Fechado. Comentário [CF42]: Retábulo Aberto. Dimensão humana da Humanidade: - A sua grandeza (em cima) - A sua miséria; a sua queda (em baixo) “Quadro-janela” - Análise do retábulo de Van Eyck (1432) Negação do quadro enquanto superfície. Janela em oposição de superfície (ver para além em oposição do material da superfície), Continuidade espacial, realçada pelas sombras projectadas pelas molduras dos painéis. A escala da pintura é considerável mas é ela também chia de cor e de pormenores tirados do natural; a sua técnica de construir a cor a partir de velaturas resultou em tonalidades altamente saturadas, enquanto a aplicação lenta e metódica da tinta fundiu cada pincelada numa superfície lisa e brilhante, como um espelho: é um vislumbre dos Céus como auxílio devocional. O INDIVIDUALISMO E O RETRATO NO SÉCULO XV Afirmação do indivíduo enquanto ser com biografia. Individualismo presente quando o artista se dá a conhecer pela sua obra através da assinatura. A pintura afirma-se num registo realista. Perfeição divina repetida na obra produzida pelo artista: Metáfora da excelência divina Comentário [CF43]: Os esposos Arnolfini Panofsky: Teoria do simbolismo disfarçado. Pintura flamenga que utiliza símbolos disfarçados a partir do realismo renascentista. Dimensão ontológica: representação de um espelho. Representa-se o que está acontecer atrás do espectador. Moralidade em questão – reflexão moral. Metonímia: A parte pelo todo. Figura de estilo muito utilizada nas artes. As feições do homem e da mulher são suficientemente individualizadas para permitirem que seja considerado um retrato. A Madona do Cónego Van der Paele Comentário [CF44]: A Madona do Chanceler Rolin O Homem do Turbante Vermelho Um retrato distingue-se por conter traços que definam o indivíduo. <- Possível auto-retrato <- Assinatura em latim com a expressão flamenga: “O melhor que posso” – “Na medida das minhas possibilidades” – Consciência das suas próprias capacidades e do seu lugar na história. O pintor não explora a personalidade do modelo; porém o seu olhar entra em contacto com o do observador, uma novidade que, com a ligeira tensão em torno dos olhos, levam a crer que a pintura possa ser um auto-retrato. Comentário [CF45]: ROGIER VAN DER WEYDEN, 1399/1400-1464 Comentário [CF46]: O Retábulo da descida da cruz Encomendado como painel central de um retábulo pela guilda dos arqueiros de Lovaina para a sua igreja, Rogier escolheu o momento em que o corpo de Cristo é descido da Cruz, numa composição em que as várias figuras em pranto se amontoam numa caixa quadrada de pouca profundidade. As suas formas são de um modelado cuidadoso que sugere uma presença escultórica, e o pormenor é suficiente para mostrar todas as nuances de textura. Esta pintura realça o impacto emocional da acção sobre os participantes; o desgosto está gravado no rosto das figuras, e as suas poses correspondem à dimensão sentida da perda. Comentário [CF47]: Van der Weyden prescindiu da paisagem de fundo e dispôs a cena num nicho, ou santuário, pouco profundo. A ousadia do artifício obriga a que a atenção do observador incida sobre o prmeiro plano, e permitiu ao artista modelar as figuras num grupo coerente. Os gestos de dor e dos rostos pesados têm a sua fonte na escultura e não na pintura. Retratista O auto-retrato do pintor Tríptico dos Sete Sacramentos A Anunciação <- Representa o interior doméstico, neste caso, a câmara (quarto). Comentário [CF48]: Comentário [CF49]: HUGO VAN DER GOES, 1440-1482 O pecado original e Piétà (Díptico) Comentário [CF50]: A serpente com pernas e representada como uma mulher (figura feminina) Individualização dos rostos, expressões diferenciadas. O Tríptico Portinari Uma vasta paisagem unifica os três painéis num espaço contínuo, em que as árvores descarnadas e o céu sugerem, não a Terra Sagrada, mas a própria Flandres. Os objectos à distância tomaram o azul da atmosfera; este uso da perspectiva atmosférica imbuiu o painel de tonalidades frias. O cenário é preenchido por figuras e objectos pintados em cores profundamente saturadas, com pormenores precisos. Comentário [CF51]: A arquitectura na pintura flamenga nunca é renascentista. HANS MEMLING, 1430-1494 A igreja como espaço museológico exclusivamente de pinturas deste pintor. Muitos valores de iconografia estáveis. Retratos do casal Portinari Comentário [CF52]: A imagem de Memling é indicadora de uma nova tendência no retrato: para além da representação do rosto, o pintor criou um enquadramento para a figura. Em 1550, Giorgio Vasarim, artista e historiador, escreveu sobre os artista do século XV: “Verdadeiramente grandiosos foram os avanços logrados na arquitectura, na pintura e na escultura por estes excelentes mestres…” Do seu ponto de vista, a geração anterior fundara os alicerces que permitiriam aos artistas dos séc XVI ultrapassarem “a época dos Antigos”. GIORGIO VASARI, 1511-1574, PINTOR, ARQUITECTO, AUTOR DAS VITE (1ª EDIÇÃO 1550; 2ª 1569) E FUNDADOR DA ACADEMIA FLORENTINA HIERARQUIA DOS GÉNEROS ARTÍSTICOS SEGUNDO A TEORIA ACADÉMICA: 1) 2) 3) 4) Pintura de História: Cenas da História Sagrada; Mitologia Retrato Paisagem e Natureza Morta Pinturas de cenas de género (quotidiano) Comentário [CF53]: Posteriormente a 1500, os artistas atingiram um grau de perfeição, na sua arte, digna de admiração e imitação. Comentário [CF54]: Galerias e Academias: a fortuna dos géneros artísticos: Atitude de reconhecimento do valor e de querer preservar. Olhar do Passado – Olhar patrimonial. O ALTO RENASCIMENTO NA ITÁLIA E A SUA IRRADIAÇÃO EUROPEIA A MENTE DE UM GÉNIO: LEONARDO DA VINCI, 1452-1519 Para Leonardo era importante que cada artista se familiariza-se não só com as leis da perspectiva mas também com as leis da Natureza. O olho era o meio perfeito para a aquisição de tal conhecimento. Como outros artistas intelectuais do século XV, Leonardo apoiou-se nos textos de autoridades da Antiguidade Clássica para orientar as suas investigações. A Anunciação Dama com Arminho Comentário [CF55]: É verdadeiramente digno de nota neste grupo de artista o domínio da técnica no meio artístico escolhido e nos seus diferentes estilos de expressão. Cada um destes artistas desenvolveu um estilo visual distinto, enraizado nas ideias do século XV, mas que, com a sua visão pessoal, uma consciência das correntes intelectuais da sua época e dedicação ao trabalho aclamaram como sendo superiores às obras da Natureza e da Antiguidade. As obras pictóricas têm, em comum, algumas características: - uma imitação da Natureza que recorre à idealização das formas – ainda que o objectivo dessas formas seja o de reproduzir a Natureza - a compreensão e o uso das formas da Antiguidade Clássica - o equilíbrio e a clareza das composições - a força emocional das mesmas. Comentário [CF56]: Mona Lisa (La Gioconda) A reinvenção do retrato feminino: Leonardo adotou um artificio da pintura do Norte da Europa, o retrato a três-quartos, e representa a senhora em meio corpo, para que as mãos apareçam na imagem e que toda a composição forme uma pirâmide estável. A luz, caindo do alto, chama a atenção para o seu rosto. Os volumes são construídos a partir da sobreposição de camadas de esmaltes, tão finas que o painel parece resplandecer numa luz vinda do interior, apesar do verniz manchado que obscurece a pintura. A figura está sentada tendo por trás uma paisagem evocativa, cujos elementos montanhosos emergem de um fundo em sfumato, enquanto os rios e as pontes serpenteantes repetem as curvas das roupagens. O foco de Leonardo incide sobre a testa alta, segundo a moda da época. O caracter da pintura é-lhe dado tanto pela mestria da execução do véu e das mãos, como pelo famoso sorriso. Comentário [CF57]: CLASSICISMO E GRAÇA EM RAFAEL, 1483-1520 Comentário [CF58]: Considerado o artista perfeito do Classicismo: atinge a PERFEIÇÃO CLÁSSICA. A Arte sem tempo. Não há agitação ou perturbação. Quem queria regressar à arte da perfeição tinha Rafael como referência: Pré-Rafaelistas. Este artista constitui o momento de síntese – Ideal da Arte Clássica Renascentista Comentário [CF59]: PERFEIÇÃO CLÁSSICA Díptico das Três Graças Comentário [CF60]: Rafael nesta altura é responsável pelos monumentos romanos de Roma; e é neste período que é descoberta a Domus – a casa romana, pertencente ao imperador Nero, que continha os frescos romanos. As Stanze – Obra prima de Rafael, 1508-20 Comentário [CF61]: Programa iconográfico da STANZA DELLA SEGNATURA: as 3 dimensões da cultura humana (aquilo que define uma sociedade) Pensamento e Filosofia: A escola de Atenas Nova Basílica de S. Pedro Representação de Leonardo da Vinci (Platão) Representação de Miguel Ângelo (Filósofo da Mudança) - Homenagem aos seus contemporâneos, reconhecendo as suas capacidades artísticas. Fé (crenças – O Cristianismo) Eucaristia: Santíssimo Sacramento Criação Artística e Literária Parnaso: Apolo rodeado pelas Musas Representação dos seguintes ícones literários: - Homero - Dante Alighieri - Bocaccio - Petrarca ~ Comentário [CF62]: A stanza della segnatura foi a primeira da serie de salas que decorou no palácio do Vaticano. Rafael pintou um ciclo de frescos nas paredes e textos que se referem aos domínios do saber; a teologia, a filosofia, o direito e as artes. Em geral, a stanza representa um resumo do humanismo do alto renascimento porque tenta representar a unificação do conhecimento num único e grande esquema pictórico. No primeiro fresco parietal o tema central é a teologia, e terem o nome de “ a disputa sobre o santissimo sacramento”. O seu conteúdo baseia-se na doutrina da transubstanciação, em que a hostia é o vinho da eucaristia se transformaram no corpo e sangue de cristo. Rafael divide a obra em duas metades: o inferior representa uma cena terrena onde os teólogos estão reunidos em volta de um alter e a segunda metade/ superior, uma representação celeste com cristo ao centro rodeado por santos e profetas. Tema da Escola de Atenas, situada á frente das disputa é muito debatido. A primeira vista o fresco representa um grupo de filósofos em torno de Platão e Aristóteles onde cada um se apresenta em pose e actividades características. Esta obra representa as personagens da mais avançada sabedoria da época grega. Platão e Aristóteles, os dois filósofos mais importantes, cujas filosofias foram consideradas complementares por muitos humanistas do renascimento. A mensagem da stanza é de que a filosofia, a erudição e as artes da Antiguidade da clássica são figuras da população que amavam a Deus e conduzira, á verdade da Religião; á qual estão subordinadas. A inclusão de tantos artistas entre filósofos famosos, e alguns ate disfarçados de filósofos, é testemunha do estatuto conquistado- arduamente- pelos artistas como membros respeitados da comunidade erudita. Lei (Regras – A igreja como herdeira do esforço legislativo do Império) Com a morte de Rafael encerra-se o Renascimento. Comentário [CF63]: Giorgio Romano (discípulo de Rafael) torna-se no 1º artista do Maneirismo. DO RENASCIMENTO PARA O MANEIRISMO: MIGUEL ÂNGELO, 14751564 Idealização dos rostos e corpos Desenho de escultor (em comparação com Leonardo e Rafael) Comentário [CF64]: Piétà David: Espaço-tempo figurativo e narrativa Mudança da representação de David ao longo dos tempos: representação do momento: pode estar a decidir ou ser o fim/a ponderação do que aconteceu. “A hora e o Homem são um só.” – Fernando Pessoa Monumento funerário do Papa Júlio II – Destaque para a escultura de Moisés. A CAPELA SISTINA: O TECTO, COM O GENESIS (1508-1512), E O JUÍZO FINAL (1536-1541) Desafio destinado a Miguel Ângelo – onde lhe valeu o reconhecimento por parte de Rafael. Teto medieval pintado no tempo de Giotto. Foi dada uma enorme liberdade de concepção a Miguel Ângelo. - Cenas narrativas enquadradas por outras figuras humanas - Espaço povoado com figuras pequenas (secundárias) - Elementos arquitectónicos fingidos Comentário [CF65]: MUDANÇA DE PARADIGMA DO RENASCIMENTO PARA O MANEIRISMO: Deus criou o Homem à sua imagem e semelhança. A figura de Deus-Pai é transportada no ar por anjos. Nunca até então um artista tinha pensado na criação do Homem desta maneira. O Juízo Final é o tema do último livro da Bíblia – colocado no altar, iria presidir aos destinos de todas as celebrações religiosas. Miguel Ângelo é o patriarca do Maneirismo. O REGRESSO A FLORENÇA: A BIBLIOTECA LAURENCIANA E OS TÚMULOS MÉDICIS Comentário [CF66]: Feitos em memória de Lourenço de Médicis. S. Pedro de Roma Última grande obra que Miguel Ângelo deixou por construir, enquanto arquitecto. A cúpula já não é completamente hemisférica. Comentário [CF67]: VENEZA: GIORGIONE, 1477-1510 E TICIANO, 1490-1576 GIORGIONE , RETRATO DE VELHA, C.1508 Comentário [CF68]: Aprendiz de Giorgione. TICIANO, RETRATO DE HOMEM COM A MANGA AZUL , C.1510 Giorgione cria um novo modelo de representação de Vénus, relacionando o corpo feminino e a Natureza. Comentário [CF69]: Giorgione, Vénus Adormecida, c.1510 Ticiano conclui a obra de Giorgione. Comentário [CF70]: Amor Sagrado e Amor Profano, 1514 Danae, 1553 AS ESCOLAS DO NORTE: GÉRARD DAVID, 1480-1523 Comentário [CF71]: Calvário Q. METSYS, 1465/6-1530 H. BOSCH, 1450-1516 Comentário [CF72]: Jardim das Delícias - Suscitou imensas interpretações - Tudo leva a crer que estas pinturas não eram para espaços sagrados A obra de Bosh chegou a ser alvo de imitações. O artista tirou partido das imagens/notícias dos Descobrimentos: Exploração do mundo dos sonhos. Comentário [CF73]: Foi o primeiro a retratar-se ao longo dos anos. DÜRER, 1471-1528 A Arte como conhecimento da Natureza. - Desejo de observar a natureza para a conhecer. Capturam-se as características gerais para identificar uma espécie. Por exemplo, o desenho de vírus só é possível a partir do desenho científico. Comentário [CF74]: Ilustração científica não pode ser substituída pela tecnologia. “A Lebre” OUTROS PINTORES NÓRDICOS E A EMERGÊNCIA DE NOVOS GÉNEROS: NAS ORIGENS DO GÉNERO “PAISAGEM”: OS COMPLEMENTOS JOAQUIM PATINIR, 1480-1524 Entre as duas imagens surge um rio que divide duas margens: Paisagem não real mas realista. Comentário [CF75]: O azul para dar profundidade atmosférica (longes azulados) – Representação longínqua das paisagens. Representação do poder através da demonstração da paisagem rica: A Paisagem enquanto complemento. PETER BRUEGEL, 1525-1569 Primeiro a fazer uma obra paisagística: Assumir da paisagem como um género e não um fundo - Autonomiza em composições próprias. A Paisagem como tema principal – a história em segundo plano. HANS HOLBEIN, O JOVEM, 1497-1543 Comentário [CF76]: NAS ORIGENS DO GÉNERO “NATUREZA MORTA” Não há acontecimento possível para uma lição moral. Instantes suspensos da vida – still life F LAMENGOS E HOLANDESES NO SÉCULO XVI: NATUREZAS M ORTAS E VANITAS - Vaidades humanas: chamada à meditação moral. Comentário [CF77]: Transformações da Natureza morta no séc XVII: CHARDIN – muito elogiado por Diderot (a crítica de arte debruça-se sobre a arte que está a acontecer). PRINCIPAIS FIGURAS DO MANEIRISMO EM ITÁLIA: PONTORMO, 1494-1557 BRONZINO, 1503-1572 Deposição, c.1528 Alegoria, 1540-45 EM PARMA: CORREGGIO, 1490-1534 PARMIGIANINNO, 1503-1540 Noli me Tangere, 1525 Camera di San Paolo, 1518 Comentário [CF78]: Espelho Convexo O Maneirismo utiliza as figuras como produtos naturais – existência da tolerância religiosa numa Europa em Guerra. Divertimento explorado pelo Maneirismo: Propósito artificioso em oposição do Mundo da Naturalidade do Barroco. GALILEU GALILEI E A CRÍTICA AO ARTIFICIALISMO DO MANEIRISMO EM NOME DE UM REGRESSO AO NATURALISMO “Quanto mais afastado está o meio de representação da coisa representada, mais longe está a realidade.” – Tridimensionalidade. Galileu era contra: As metáforas musicais Imitar a Natureza com figuras humanas feitas com objectos naturais Caracter oficioso das figuras Galileu teria apreciado: Os CARRACI – Radicalismo que recusa a estética anterior e propõe novas soluções. Academia em Bolonha – Objetivo: Regressar ao Classicismo de Rafael; regressar ao equilíbrio e saltar o Maneirismo. A Piétà dos Carracci: - Não é necessário alterar as proporções (como na versão de Miguel Ângelo) - Dramatização da Luz incidente - Autenticação dos modelos - Novo entendimento da luz enquanto facto que molda. MICHELANGELO MERISI DA CARAVAGGIO, 1571-1610 Comentário [CF79]: PROTAGONISTA DO LIMIAR DA NOVA ERA DA HISTÓRIA DA PINTURA. Foi apenas apoiado pela nova geração e alguns patronos. Houve, por isso, uma rejeição quase total. Comentário [CF80]: Deus do vinho Baco Cupido - Instrumentos musicais (Vanitas) - A figura dirige-se ao espectador - Naturalidade na posição - Aproximação à realidade (sentido do Barroco) Caravaggio: instante, luz dramática, contrastes de claro-escuro. - Noção de momento/narrativa já existente - Noção de instante criada por Caravaggio. - Iluminação dirigida (como a luz de um palco de teatro) - Marcas de envelhecimento <- Radicalismo, na figura de Cristo, do gesto da presença da chaga – Surpresa da situação. - Diferentes perfis psicológicos - PLANO AMERICANO (Close-up) – Aumenta a intensidade da narrativa - Sacrifica o acessório pela figura - Efeito de estranheza Comentário [CF81]: David e Golias - Marca da morte - Corpo (posição) altera-se - Diferença de portes físicos (a criança e o gigante) Nova Iconografia da arte Elementos que obrigam a compor a narrativa – os panejamentos: Típico de Caravaggio Pintura de S. Mateus - Figura de Cristo quase tapada - Chamamento de Cristo - Cena de Taberna, à 1ª vista - Atitudes psicológicas diferenciadas - Luz que mergulha e compõe o momento dramático Beijo de Judas - A traição. - Jesus impassível - A luz permite identificar o auto retrato de Caravaggio Comentário [CF82]: Comentário [CF83]: Estrada de Damasco A crucificação de S. Pedro Estes dois últimos quadros de Caravaggio encontram-se na Igreja de Nossa Senhora de Popollo. Curiosamente as duas ultimas peças de Miguel Ângelo tinham o mesmo tema que estes dois quadros de Caravaggio. Caravaggio inova no tratamento da temática. Concentra o tema; procura o essencial; o instantâneo do episódio. A iluminação permite prescindir do fundo. Obras que colocam o espectador no momento, e por isso fazem com que este se questione acerca do seu papel. OS CARAVAGGISTAS: ORAZIO GENTILESCHI, 1563-1639 ARTEMISIA GENTILESCHI, 1593-C.1653 Auto retrato A Aparição - Consciência da sua própria actividade - Temática tipicamente barroca - União do real e do sobrenatural através das - O ato do processo criativo nuvens - Planos que diferenciam a realidades Comentário [CF84]: PETER PAUL RUBENS, 1577-1640 - Inventor de imagens - Ascendeu rapidamente às cortes É influenciado inicialmente por Caravaggio, embora a sua pintura ganhe evolução. “As Academias” – agrupamentos de sábio no século XVII Comparação dos dois quadros de Rubens com, as respectivas, primeira e segunda mulheres: Primeira mulher: - Nitidez dos contornos - Firmeza cromática Comentário [CF85]: Destaca-se pelo tratamento lírico das temáticas mitológicas, pela exuberância e sensualidade dos corpos femininos e pela técnica de pinceladas fluidas e sumptuosas. a pintura privilegia a cor e apela aos sentidos, enquadram se no espirito da ideologia triunfante e propagandística dos reis e da igreja para alem de ter sido influenciado por Caravaggio, foi sobretudo por Ticiano pelo seu brilhante colorido e pela luz translucida que deixou latentes nas suas alegorias, e nas outros géneros era uma altura em que os pintores pintavam praticamente só por encomenda da Igreja e isso, e Rubens foi o primeiro a pintar para si próprio, por puro prazer. Segunda mulher: - Fluidez dos contornos Comentário [CF86]: O galanteio de jovens senhoras: forma típica de convívio. OS TRÍPTICOS E RETÁBULO-MOR PARA A CATEDRAL DE ANTUÉRPIA Influências notáveis de Caravaggio - Contrastes - Invenção da imagem (o momento em que a cruz é levantada) - a força exacerbada - a dor das Santas - a exploração das cenas nocturnas A Descida da Cruz é a imagem mais copiada em gravuras. No retábulo-mor estão duas versões de A Ascensão de Maria Comentário [CF87]: AS TAPEÇARIAS FINGIDAS DAS DESCALZAS REALES: O TRIUNFO DA EUCARISTIA TEMAS DO ANTIGO TESTAMENTO: Sansão e Dália Susana no Banho Salomé e a cabeça de S. João Batista Comentário [CF88]: Judite e a cabeça de Holofernes JUIZO FINAL E O INFERNO: “OS GRANDES ARTISTAS NÃO SE COPIAM: OLHAM, ENTENDEM E ENCONTRAM NOVAS SOLUÇÕES.” Comentário [CF89]: Capacidade inventiva no seu melhor (corpos em cascata) METAMORFOSES DO RETRATO NA ÉPOCA BARROCA Comentário [CF90]: VÉLAZQUEZ, 1599-1660 Fundos difusos Traços Psicológicos (retratos) Las Meninas Comentário [CF91]: Segundo a tradição: a cruz vermelha da ordem de S Tiago foi pintada pelo próprio rei aquando da morte do pintor. – Estatuto social. Liberdade da Pintura: Os pintores podem obter títulos da burguesia. A ARQUITETURA NA EUROPA, DO MANEIRISMO AO BARROCO Comentário [CF92]: O Mosteiro e Palácio do Escorial, arredores de Madrid, mandado construir por Filipe II Comentário [CF93]: A Villa Rotonda, em Vicenza, Norte de Itália, obra de Andrea Palladio (1508-1580) Comentário [CF94]: A Basílica e a Praça de S. Pedro em Roma, obra continuada de arquitectos Renascentistas (Bramante), Maneiristas (Miguel Ângelo e G. Della Porta) e Barrocos (Maderna e Bernini) ao longo dos séculos XVI e XVII Comentário [CF95]: A Catedral de S. Paulo, em Londres, de Sir Christopher Wren, obra do Barroco inglês Comentário [CF96]: A Igreja de S. Carlos, em Viena, obra barroca de Fischer von Erlach A ESCULTURA BARROCA BERNINI, 1598-1680 O ROCOCÓ ARISTOCRÁTICO EM FRANÇA - Acompanha a ocorrência da Revolução de 1789. - Compilação do conhecimento, chamada Enciclopédia. - Temas dos divertimentos da Nobreza nos enormes espaços jardinados em volta dos palácios. BOUCHER, 1703-1770 FRAGONARD, 1732-1806 OS PINTORES INGLESES DE PAISAGEM E RETRATO: CONSTABLE , 1776-1837 GAINSBOROUGH, 1727-1788 O FIM DO BARROCO E DO ROCOCÓ NA ESCULTURA: ANTÓNIO CANOVA, 1757-1822, E O NEOCLASSICISMO A ARTE AO SERVIÇO DA REVOLUÇÃO E DO PODER: JACQUES-LOUIS DAVID, 1748-1825 Comentário [CF97]: Grande líder político assassinado na banheira. A ARQUITETURA NA EUROPA DO ROCOCÓ AO NEOCLASSICISMO: O Neoclassicimo impõe-se como um regresso à arquitectura grega. Comentário [CF98]: A Igreja dos Catorze Céus (1743-1772), na Baviera, obra máxima do rococó da autoria de Balthasar Neumann DO NEOCLASSICISMO AO ROMANTISMO: FRANCISCO DE GOYA, 1700-1836 Comentário [CF99]: Duas faces da mesma moeda. O SUBLIME E O PRÉ-ROMANTISMO: WILLIAM TURNER, 1775-1851 Embarcação prestes a ser engolida pelas águas do mar. Comentário [CF100]: