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Abr 01
CURITIBA CALLING
Postado por
2009
Xanda Lemos | Tags:
SOBRE O FESTIVAL
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Este fim de semana Curitiba me chamou. E, como não poderia atender
pessoalmente, nada melhor para uma roqueira exilada como eu comemorar os 316 anos da
minha cidade acompanhando online o festival. Foram 40 bandas em 3 dias, mas eu confesso
que não consegui assistir a todas. Algumas simplesmente por não me agraderem, outras por
não estarmos em casa no horário em que tocaram. Mas para mim seria indispensável ver a
performance dos meus pupilos da Cosmonave e das minhas ex-companheiras no Gianninis,
que estreiaram sua nova banda Uh La Lá! Também não poderia perder a volta do Mosha, uma
das minhas bandas prediletas da cidade durante os anos 90, que estava há 6 anos sem tocar e
que em 2007 sofreu a perda do baixista Mário Baena, de quem todos nós que tivemos a
oportunidade de conhecê-lo, sentimos falta.
A transmissão pela net foi a grande novidade do festival. Quem não podia (ou não queria)
comparecer, teve a opção de assistir aos shows no conforto de casa. Nem por isso deixei de
cantar, dançar, tomar uma cerveja, exatamente como eu faria se estivesse lá no 92 graus, o
espaço lendário do rock curitibano, que marcou e muito a história de tantas bandas, inclusive
da minha, Criaturas.
O primeiro dia não me agradou tanto. Perdi o show que eu queria ver, do Giovanni Caruso e o
escambau. Das bandas que vi, nenhuma me saltou aos olhos ou aos ouvidos com excessão
talvez do Pão de Hamburger, pois eu realmente não esperava nada de uma banda com esse
nome. Surpreendentemente, o som era bom, as músicas boas, e os músicos competentes,
conseguiram fazer um show conciso. Narciso e nada é a mesma coisa. Easy Players é tão
tosco que a gente até simpatiza. Our Gang tem um som eletrônico dançante muito bom, mas o
show foi comprometido pelo grau de bebedeira de alguns integrantes. Heitor e Banda Gentileza
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não me agradou, embora eu reconheça que os caras conseguiram fazer soar uma big band
mesmo com o som embolado no palco. Mas pop demais pro meu gosto. No geral, me
surpreendeu a quantidade de vocalistas desafinados. Eu até entendo que a concepção do belo
na pós modernidade admite sonoridades dissonantes, mas eu ainda acho que a falta preparo
vocal da grande maioria das bandas curitibanas é algo que compromete, em muito, a qualidade
musical de nossa cidade.
O segundo dia foi melhor. O som que chegava no computador não estava mais rachando nos
alto-falantes, e a quantidade de bandas boas foi bem maior. Uh La Lá! arrazou. Composições
boas, execução quase impecável, sonoridades diversas que não deixaram de conferir uma
unidade sonora à esta banda que foi uma das estreiantes da noite. Nevilton, de Umuarama,
também me agradou. Boa comunicação com o público, músicas legais, vozes afinadas e a
simpatia que só a gente do interior tem. Terribilles, outra estreiante cujos músicos têm entre 17
e 20 anos de idade, muito me surpreendeu. Boas composições em inglês, bem arranjadas e
bem executadas. Ponto para o vocalista, que retrucou um comentário maldoso do público com
uma resposta rápida e afiada. Esta banda foi a vencedora do último concurso promovido pela
Gazetinha, o mesmo que a Cosmonave ganhou em 2007. O que só aumenta a credibilidade do
prêmio.
O Mosha foi um caso à parte. Muita emoção. Embora na minha opinião o som do baixo - que
melhorou no final do show - estava agudo, muito aquém do que a gente costumava ouvir com o
Mário. Mas Mário no céu, Mosha na terra, a reunião após 6 anos de espera só trouxe boas
lembranças. Anacrônica sem dúvidas faz juz ao sucesso na cidade. Suas músicas são
cantadas em coro pelo público e o som é executado com muita pegada. Sandra tem uma
presença de palco excelente, mas pecou pelo figurino. Uma banda do porte da Anacrônica não
pode relaxar nesses quesitos mais bobos. Tocar com moletom amarrado na cintura é só em
ensaio e olhe lá!
Mordida sempre agita e dispensa comentários. A formação baixo, bateria e guitarra deu mais
peso pras canções. E embora, na minha opinião, o teclado tenha feito falta em algumas
músicas, o show foi excelente! Charme Chulo é outra banda famosa da cidade. Apesar de o
som não ser muito do meu agrado, tenho um carinho muito grande por eles e acredito que em
matéria de originalidade, eles são nota 10! A peculiaridade na performance de palco do Igor é
sempre algo a se reparar. Mas cover de Tonico e Tinoco (Moreninha linda do meu bem
querer...) foi demais pro meu gosto. Assim e já com sono, não consegui assistir Dissonantes...
Domingo eu só vi o finzinho do show do Red Tomatoes e, óbvio, Cosmonave. Eu sei que sou
suspeita, afinal sou tia, produtora e muito fã dos meus sobrinhos. E talvez também pelo som
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estar chegando quase perfeito no computador após 2 dias de progressos sonoros na
transmissão, na minha opinião Cosmonave certamente figurou entre as melhores bandas do
festival. Deu saudade. Deu orgulho. Deu aquela sensação de que eu sempre fui acessório, pois
os meninos caminham muito bem sozinhos. Performance de palco cada vez melhor, melhor
comunicação com o público, talento, humildade e simpatia que lhes são característicos. Os
garotos são espertos...
Enfim, como disse em comentários anteriores, nunca me senti tão em casa em terra
estrangeira como neste fim de semana. Deu pra dar uma de comentarista e pra curtir uma
balada curitibana a milhas de distância. Parabéns aos organizadores do festival pela excelente
iniciativa! Sei que vocês deram duro não somente nos 3 dias de festa e infelizmente, sei que
pouco ou nada receberão em troca de tanta dedicação e trabalho. Mas fica aqui o meu
reconhecimento como forma de agradecimento a todos vocês que proporcionaram este
fabuloso e internacional encontro!
Xanda Lemos
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