Edição 56
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Edição 56
Ano XXXVIII • Nº 56 • Agosto a Dezembro • 2008 Ele Morre de amor por Ela Ele a amou antes que ela soubesse que seria a mais feliz de todas as mulheres. + Evangelismo >> De Mulher para Mulher >> Idéia de Trabalho >> Perfil >> Portal de Oração >> Comportamento Editorial Mulheres Santas para o Deus Santo Sabe aquela emoção que sentimos ao rever um amigo muito querido que não encontramos há algum tempo? Deve ser essa a emoção que muitas de vocês estão sentindo, neste momento, ao receberem, em suas mãos, a nossa revista “O Clarim”. É com grande alegria e muita gratidão a Deus que voltamos a publicá-la. A ele, rendemos toda a glória e todo o louvor por esta realização. Cabe também, aqui, o nosso registro de gratidão a Deus por todas as pessoas que, nas gestões anteriores da Fesofap, responsabilizaram-se pelas edições desta revista, levando a cada uma de nós crescimento, orientação, muita alegria e emoção. Nesta edição, queremos compartilhar com vocês, através da matéria de capa, a mais maravilhosa e real história de amor, com a garantia de um final em que os noivos vivem “felizes para sempre”! Em Comportamento, o autor nos traz orientações importantes sobre como sermos prudentes e fiéis em tempos de tecnologia tão avançada. Na seção De mulher pra Mulher, temos um chamado especial para você, que deseja viver para ser benção, e em Missões, um verdadeiro desafio é lançado. No Portal de Oração, encorajamos as mulheres a refletirem e agirem em favor da conversão dos maridos “não crentes”. Além das já conhecidas e amadas seções da revista, como: Vida a Dois, Saúde da Mulher, Nutrição, Idéias de Trabalho e outras, trazemos novas seções com novos desafios. Entre elas: • Perfil, em que, a cada edição, refletiremos, juntas, sobre o perfil de uma personagem bíblica. Para este exemplar, foi escolhida Joquebede, a mãe de Moisés. • A Beleza Ideal abordará, a cada edição, uma ramificação do “fruto do espírito”. • Testemunho, em que glorificaremos, juntas, a Deus pelos milagres que ele continua a realizar em nossos dias. • Doutrina, que nos proporcionará um pouco mais de conhecimento sobre pontos doutrinários de nossa Igreja. • Festas Pagãs: numa atitude de vigilância, somos convidadas a investigar e procurar saber: de onde vêm todas as práticas ligadas a essas festas? Quais as suas origens? Qual é a postura recomendada aos verdadeiros cristãos? A nossa revista está, portanto, recheada de artigos! Esperamos que vocês se alegrem com a leitura. Mas, acima de tudo, esperamos que muitos desses textos nos levem a refletir sobre a necessidade de santificação em nossas vidas. Somos a “noiva” tão amada por nosso Deus. O “noivo”, nosso Senhor Jesus Cristo, vem em breve nos buscar. Que ele nos encontre prontas para as bodas! Boa Leitura! A Redação A Revista da Mulher Promessista O Clarim Ano XXXVIII Nº 5 6 Agosto a Dezembro – 2008 Diretora Editorial Ana Maria Ronchete David Diretor do Departamento de Educação e Cultura Genilson Soares da Silva Editora Assistente Elaine Corrêa Fontana Cunha Jornalista responsável: Genilda Murta – MTb 43.761-SP Conselho Editorial Ana Maria Ronchete David Genilson Soares da Silva Genilda Murta Elaine Corrêa Fontana Cunha Meire Barbosa Corrêa Revisão Eudoxiana Canto Melo Capa, projeto gráfico e diagramação M&W Comunicação Integrada - 11-44930665 Fotografia da capa Estudio Vision Impressão Ipsis Gráfica e Editora Tiragem 8.000 exemplares Distribuição Federação das Sociedades Femininas Adventista da Promessa Diretoria da Fesofap Ana Maria Ronchete David Elaine C. Fontana Cunha Eliane Salvador C. da Silva Jane Goi Victorino Gadara Maria Aparecida Cordeiro da Silva Marinete Gonçalves dos Santos José Meire Barbosa Corrêa Nadir Brás Mendes Nilda Quental Pereira Sandra Eunice Campos Alves Dias Terezinha Marques do Prado Ferreira Colaboradores Alan K. Rocha Aléssio Gomes de Oliveira Aline Isidoro Aynê Sodré Fonseca Cirlene Corrêa Rocha Bonetti Clarice Teodoro Quintal Cláudia Marques Edmilson Mendes Enéias Manoel dos Santos Eudoxiana Canto Melo Fernanda Costa Geni Dias de Carvalho José Lima de Farias Filho Marta Olivía de Oliveira Santos Miriam Figueiredo Beda Oliveira Roberto Oliveira Soares Sueli Corrêa Rocha de Oliveira Valdeci Nunes de Oliveira Virgínia Aparecida Ronchete David Redação Rua Boa vista, 314 – Conj. G – 6º andar 01014-010 – Centro – São Paulo – SP. Fone/ fax: (11_ 3104-7980. www.fesofap.com.br – [email protected] O Clarim é uma publicação periódica da federação das Sociedades Femininas Adventista da Promessa (Fesofap). Os textos publicados são de responsabilidade de seus autores e não refletem necessariamente a opinião dos editores. É permitada a reprodução dos artigos publicados, desde que tenha a fonte citada. www.fesofap.com.br O Clarim 3 PA L AV R A D A D I R E T O R A O Espírito Santo moveu e levantou os pastores para dirigir a igreja, e, certamente, renovou-os no seu entendimento para o lema da gestão: “Uma igreja santa para o Deus santo”. O apóstolo Paulo, em sua carta aos Efésios, iluminado pelo mesmo Espírito coloca-se de joelhos, humildemente, diante do Pai, em oração e pede a Deus que, da riqueza da sua glória Ele, por meio do seu Espírito dê a eles poder para que sejam espiritualmente fortes (Ef 3:16). Querida mulher promessista, quero fazer essa mesma oração por você, pois cada uma de nós é uma igreja, templo do Espírito Santo, e, para que a Igreja Adventista da Promessa seja santa, nós temos de ser santas. Portanto, Peço também que, por meio da fé, Cristo viva no coração de vocês. E oro para que vocês tenham raízes e alicerces no amor, para que assim, junto com todo o povo de Deus, vocês possam compreender o amor de Cristo em toda a sua largura, comprimento, altura e profundidade. Sim, embora seja impossível conhecê-lo perfeitamente peço que vocês venham a conhecê-lo, para que assim Deus encha completamente o ser de vocês com a sua natureza. (Ef 3:17-19) Como o apóstolo, anseio que você conheça o amor de Deus em sua plenitude, que nos leva a saber que não há lugar longe, alto ou baixo demais para ser atingido. Desejo também que ele conceda a você dons espirituais e poder de compreender o seu plano, que ele a estimule e encoraje a viver em santidade. A mulher que é santa conduz seu lar em santidade; seu esposo e seus filhos caminham santos, a família é provida de bênçãos espirituais; assim, todo o corpo - a igreja - fortalecido. Cheia do poder de Deus, você, mulher promessista, terá poder concedido pelo Espírito Santo, conhecimento e sabedoria que vem de Cristo e ultrapassam o entendimento, porque 6 O Clarim Studio Vision Um Convite à Santidade Ana Maria Ronchete David Diaconisa: Diretora da Fesofap Deus dá suprimento abundante. Não há limites para fonte divina, que é a riqueza da sua glória. Assim, você poderá ser capaz de entender o grande chamamento divino para o trabalho cristão. Movida pela força e esperança em Cristo, você ousará fazer a obra de Deus. Você, mulher, precisa de plena intimidade com Deus e do seu poder que produz a iluminação espiritual a qual transcende todo conhecimento humano. Esse poder a levará a fazer o que é preciso ser feito. Amada, precisamos ser fortalecidas, tonificadas com esse poder para a boa obra de Cristo. Sejamos, portanto, transformadas e renovadas em nossa mente, para realizar toda a vontade de Deus, que é boa, aceitável e perfeita. E que o Espírito Santo que habita em nós, nos faça, através da glória de Deus, participantes da natureza e santidade divina para a grande e principal missão de anunciarmos o evangelho por amor aos perdidos, confiados naquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que pedimos ou pensamos. www.fesofap.com.br Po e s i a Quem Sou? Paro para pensar neste instante, Nesta pergunta intrigante: Sou alguém que tem tristeza? Ou alguém que tem incerteza? Sou firme e confiante, Naquele que está conosco a todo instante. Sou alguém que luta para ajudar Um coxo a caminhar... Um cego a enxergar... Uma esposa a se alegrar... Uma mãe a seu filho abraçar... Alguém que tem dentro do peito Um forte e grande desejo: O mundo desbravar... Às vezes, tenho medo, Muitas vezes, insegurança, Mas, no fundo, uma esperança: Que Deus me guiará! Sou filha, esposa e mãe Tudo isso, benção de Deus. Sinto-me fraca... forte... insegura... disposta... triste... alegre... www.fesofap.com.br Sou um ser humano frágil Que deseja ser muito ágil Para Cristo anunciar! Porém, no momento mais difícil, Lembro-me do apóstolo destemido: “Posso todas as coisas Naquele que me fortalece” Na angústia, o salmo 46 Que é, por mim, tão recitado: “Deus é o meu refúgio e fortaleza, Socorro bem presente na angústia.” Mas quem sou? Sou mulher... Promessista... Missionária... Algo que sempre desejei E muitas outras coisas planejei, Mas, o Todo-Poderoso me disse E disso não posso fugir: “Eu te escolhi e a minha obra irás cumprir!” Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim! Eliane Salvador Corrêa da Silva Diaconisa O Clarim 7 Dir etoria Fesofap 8 O Clarim Dsa. Ana Maria Ronchete Diretora Dsa. Elaine C. Fontana Cunha Vice-diretora Maria Aparecida C. da Silva Secretária Eliane Salvador Corrêa da Silva Vice-secretária Terezinha M. do Prado Ferreira Tesoureira Nilda Quental Pereira Vice-tesoureira Meire Barbosa Corrêa Conselheira Marinete ... Departamento Espiritual Nadir Brás Mendes Departamento Social Jane Goi victorino Gandara Departamento Intelectual Sandra Eunice C. Alves Dias Departamento de Evangelismo www.fesofap.com.br www.fesofap.com.br (Da esquerda para direita) •Nilda Quental Pereira - Vice-Tesoureira • Terezinha Marques do Prado Ferreira - Tesoureira• Eliane Salvador Corrêa da Silva Vice-secretária • Maria Aparecida Cordeiro da Silva - Secretária • Meire Barbosa Corrêa - Conselheira • Ana Maria Ronchete David – Diretora • Elaine Corrêa Fontana Cunha – Vice-diretora • Jane Goi Victorino Gandara Departamento Intelectual • Sandra Eunice Campos Alves Dias – Departamento Evangelismo • Nadir Brás Mendes – Departamento Social • Marinete ... – Departamento Espiritual O Clarim Matéria de Capa Ele Morre de Amor por Ela Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito. (Ef 5:25-27) 10 O Clarim www.fesofap.com.br N No início o início, ela era sem formosura, feia. Quando ele a viu pela primeira vez, ela tinha rugas e demonstrava muitos defeitos. Na verdade, quando ele a valorizou, ela não tinha nenhum valor. Um de seus primeiros nomes, “povo de Deus”, era bastante estranho para quem seria a esposa do mais importante noivo da história. Ele a viu, mas ela não o percebeu. Desde a primeira vez, ela insistiu em desprezá-lo (Dt 9:24). Por sua vez, ele insistiu no olhar e continuou a cortejá-la; mas ela não lhe deu guarida. Então, unilateralmente, ele decidiu escolhê-la para ser somente dele (Dt 7:6). Ele a amou antes que ela soubesse que seria a mais feliz de todas as mulheres. Era pequena, mirrada, oculta, desconhecida, sem expressão. Ela nunca foi notada, percebida, desejada. Ela mesma se depreciava, numa atitude típica de quem nunca fora amada. De fato, ela não era a mulher mais bonita do mundo; havia outras infinitamente mais fortes, formosas e belas; mas ele a escolheu, simplesmente porque a amou desde o princípio (Dt 7:7). Quando ela se sentiu a pior das mulheres, quando desceu sua estima ao chão, quando se entregou ao desamor, quando aceitou a solidão como um fato consumado, quando declarou que nunca conheceria o sabor de um amor verdadeiro, ele apareceu e a amou com a sua força, e a livrou do poder das suas frustrações amorosas, das quais era escrava. Ele fez isso para cumprir o juramento que tinha feito aos seus antepassados (Dt 7:8). Ele a tomou nos braços e a amou com o amor que ela julgava impossível. Contudo, ela não fazia idéia da nobreza e da realeza dele; sequer imaginava que seu noivo era incomparável, único, fiel e que mantém a sua aliança. Ela também não fazia idéia de que ele continuaria a amá-la, por mil gerações, e que faria de tudo para que ela o amasse e correspondesse aos seus valores e desejos mais elevados (Dt 7:9). Se ela respondesse livremente e positivamente ao seu amor, teria a satisfação de se sentir amada, abençoada e poderosa. Ele lhe daria muitos filhos, boas colheitas de cereais, uvas e azeitonas e muitas crias de gado e de www.fesofap.com.br ovelhas. Ele lhe daria os melhores presentes da terra. Ela seria a mulher mais abençoada do mundo (Dt 7:14). No meio Ele decidiu casar-se com ela. Ela ainda não demonstrara nenhuma segurança, nem lhe dera sinal de que seria fiel. Mesmo assim, ele decidiu arriscar e casar-se com ela. Ele entendeu que seu amor perfeito a demoveria de possíveis descaminhos. No começo, ela correspondeu inteiramente ao seu amor. Ela parecia contente com o amor dele e ele olhava com otimismo e esperança para o futuro. Como prometera, ele deu a ela o primeiro filho (Os 1:3-4). O casamento chegara ao seu melhor momento, quando ele percebeu que ela começou a mudar. Ele a viu um tanto estranha, distante; ela começou a olhar para ele de forma diferente; um olhar carregado de sensualidade. “As mulheres mudam depois que se tornam mães”, pensou ele, sem fazer idéia do que o aguardava. A cada dia, seu amor por ela ardia intensamente no peito; entretanto, quanto mais demonstrava amor, quanto mais a procurava, mais sentia que ela se esquivava e se afastava. Ele a viu chegar com roupas estranhas, curtas e decotadas; sentiu seus novos perfumes e se espantou com seus novos enfeites. Incrédulo, viu-a fazer o filho dormir, e, em seguida, arrumar-se e sair. Em vão, ele tentou intervir. Ela saía às nove da noite e voltava pelas seis horas da manhã. Ele viu os contatos conjugais irem diminuindo consideravelmente. Foi quando ela engravidou pela segunda vez (Os 1:6). Era uma linda menina. Ele não pôde disfarçar o desconforto, mas seu amor o fez silenciar. Ele se perturbou, mas seu amor supriu-lhe a angústia. O que mais lhe perturbava a alma era sentir que a amava ainda mais. Depois que a filha nasceu, ele constatou que ela se afastava ainda mais; agora, ele tinha de se humilhar para tê-la nos braços, implorar por seu amor, mendigar seu calor. E foi arrebatado de surpresa, quando ela lhe deu a notícia de que seria mãe pela terceira vez, de um menino (Os 1:8). Assim que deixou de amamentar o terceiro O Clarim 11 filho, ela agravou o afastamento e se mostrou rebelde para com o marido. Ele tentou reconquistá-la de todas as formas, mas não conseguiu. No entardecer de um dia triste, ele a viu ir embora definitivamente, deixando-o com as três crianças. Ela se desviou! Ele sempre soube desse risco; perturbou profundamente; agora, tinha certeza de que a menina e o último menino não eram frutos de seu amor; todavia, sua alma sangrava de amor por ela. Os dias tornaramse difí-ceis, duros demais para ele. Desesperado, ele a procura por todos os lugares: ruas, becos e valados (Lc 14:21). Enquanto procura, sua respiração é ofegante; sente seu coração acelerar de amor. Ele a encontra num barraco com um amante, um homem que não 12 O Clarim tinha como sustentá-la. Ele faz de tudo para reconquistá-la, mas ela despreza todas as suas súplicas, exalta o amante e declara que este lhe dará as melhores roupas, perfumes e comida (Os 2:12-13). Ela lhe virou as costas e se foi na escuridão, rumo a um novo homem. Incrédulo, ele vê o desvio consciente dela. Humilhado, volta sangrando para sua casa e para suas crianças. E no fim Muitos anos se passaram. Enquanto ela se prostituía com seus amantes, ele permanecia fiel a ela (II Tm 2:13). Ela continuava sendo a mulher de seus sonhos, o amor de sua vida. Seu amor era tão grande que ele tinha a sensação de que ela o havia abandonado ontem. Certa manhã, quando a primavera enfeitava os campos, ele sentiu seu coração bater muito forte; entendeu que deveria sair, sentiu que algo surpreendente poderia acontecer. Enquanto andava nas ruas, sentia aquela respiração ofegante de novo. Seu coração estava convicto. Ela dá passos firmes. Seus pés param em frente ao mercado central. Ele vê homens iníquos vendendo pessoas. Observa. Vê que é a vez de uma mulher. Ele se estica entre a multidão, procurando um ângulo melhor. Seu coração quase pára ao ver mais de perto. “É ela!”, exclama. Ele está paralisado. Mãos frias, geladas. É ela, mas já não se parece com ela. Está nua, como as escravas eram vendidas. Já não desperta nenhum desejo nos amantes. Está magra, esquelética, amarela. Costelas aparecendo, cabelos brancos, maltratados! “Ela está muito ferida!” Ele se aproxima mais. Quanto mais se aproxima, mais sente o coração bater de amor. Ele vê que, nos olhos dela, parece haver certo brilho de loucura (Jr 51:7) “Os amantes não lhe deram roupa, nem perfume, nem comida!” Ele treme. “Ela está cheia de doenças!” (Dt 7:12-15). www.fesofap.com.br Agora, ele está bem perto do local onde ela está sendo vendida; está molhado por um suor gelado. Não é para menos: está em frente à mulher de sua vida. Ele ouve um lance no valor de treze moedas de prata; depois, outro de quinze. Fazse silêncio. “Quinze moedas de prata e um ômer e meio de farinha!”, grita o marido. “Vendida!” Um valor imenso (Os 3:1-2). Com o que lhe restou, comprou um vestido branco, o mais caro do mercado. Gastou tudo o que tinha. Ele caminha em direção a ela. Mais ofegante está. Lembra-se do dia em que a viu pela primeira vez. Sobe as escadas de pedra e, finalmente, fica frente a frente a sua amada. Ela tem dificuldades de ficar em pé; não consegue olhar nos olhos dele. Ele a toma das mãos do mercador. Com ternura, ele a veste, e lhe diz: Por muito tempo, você vai esperar por mim. Durante esse tempo não se torne prostituta, nem se entregue a um amante. E eu também esperarei por você (Os 3:3) Ela não agüentou o amor dele e desmaiou nos seus braços! Ele a carregou e a levou para casa. Por ser um marido fiel, ele deu um tempo para que ela pudesse se curar e se purificar. Ele a ajudava, cantando com ela a linda música penitencial que Davi cantava, depois que caiu em adultério e se arrependeu (Sl 51). Com o tempo, ela foi curada e purificada; e o que é mais bonito: tornou-se uma esposa fiel! De sua boca, nunca mais se ouviu elogios sobre amantes. Ela olhava para ele e declarava com a boca cheia: “Meu Marido!” Mais uma vez ela me chamará de “Meu marido” em vez de me chamar de “Meu Baal”. (Os 2:16) ISSO TEM A VER CONOSCO? Nós somos a esposa de Jesus. Como mulher dele, infelizmente, muitas vezes, insistimos em flertar com os amantes deste mundo; vamos além: praticamos adultério. Às vezes, adulteramos com uma nova doutrina, uma nova espiritualidade, uma nova moralidade, uma nova adoração, uma nova forma de fazer família. Tudo fora da graça, fora dos pactos, fora da Palavra. www.fesofap.com.br Às vezes, aprofundamo-nos tanto no adultério que chegamos a colocar nosso esposo para fora de casa, e o vemos, humilhando, implorando por nosso amor (Ap 3:20). Embevecidos com as novidades do amante, acreditamos que o outro é quem nos vestirá, nos perfumará e nos alimentará. Iludidos, entregamo-nos aos devaneios e nos desviamos do marido. Ele nos quer no melhor de nossa forma e de nossa vida (Ec 12:1-7). Mas nós entregamos nossa juventude, nosso vigor, nosso melhor aos sedutores encantos do falso amor. Porém, o marido não desiste: quanto mais o humilhamos, mais ele morre de amor por nós. Quando nos vemos sujos, fracos, doentes, amarelos, “costelas aparecendo” e já não causamos nenhuma emoção no amante, Jesus vem e nos encontra, nos veste, nos leva para casa, cuida de nossas doenças, nos purifica e nos recebe como sua esposa. Ainda que o desprezemos, ele morre de amor por nós. Ele ama tanto a sua igreja que ... a si mesmo se entregou por ela, para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito. (Ef 5:25-27) Ele morre de amor por ela para que ela seja uma mulher santa! Ele suporta todas as humilhações dela para que ela seja uma esposa pura. Ele não se cansa de esperar pelo amor dela. Ele acredita que, conforme o tempo passar, ela será curada e purificada de seus pecados. Por causa do amor dele, ela acabará aprendendo a ser fiel. Quando esse dia chegar, ele lhe dirá: Israel, eu casarei com você, e para sempre você será minha legítima esposa. Eu a tratarei com amor e carinho e serei um marido fiel. Então você se dedicará a mim, o SENHOR. (Os 2:19-20). Ele verá a fidelidade dela e se alegrará; ela será santa, não por seus méritos, mas porque seu Marido é santo (I Pe 1:15-16). José Lima de Farias Filho Pastor: Presidente da IAP O Clarim 13 S É R I E : F E S TA S P A G Ã S Halloween ou Dia das Bruxas A s crenças e práticas ocultistas têm ganhado adeptos a cada dia, na atual sociedade, e conquistado simpatizantes, até no meio evangélico. O cristão verdadeiro tem sua ética fundamentada na Bíblia, palavra de Deus. É sua responsabilidade permanecer alerta, num mundo dominado pelo maligno. O homem pósmoderno aceita, com muita facilidade, as coisas. Práticas que comprometem a vida espiritual e contrariam os valores morais ditados por Deus, são tidas com normais. Dentre tantas práticas, vamos aqui considerar o Halloween, prática que parece ser uma diversão simples e inofensiva. No Brasil, o Halloween é chamado de “Dias das Bruxas”, festividade importada dos Estados Unidos. Os imigrantes irlandeses foram os que levaram para os Estados Unidos essa 14 O Clarim comemoração, em meados do Século XIX. É uma festa comemorativa realizada em grande parte dos países ocidentais, celebrada no dia 31 de outubro. É recheada por histórias assombrosas de fantasmas, fantasias e brincadeiras bizarras. Destaca-se, também, devido à mistura de elementos religiosos e seculares. Numa atitude de vigilância, cabe-nos investigar e procurar saber: de onde vêm todas as práticas ligadas ao halloween? Quais as suas origens? Qual é a sua história? Qual é o fundamento dessa tradição? O significado da palavra e a base histórica do halloween A palavra halloween vem de “All Hallows Even”, cujo significado, em inglês, é “Noite de Todos os Santos”. A véspera do “Dia de Todos os Santos” era o “All Hallows Day”. A palavra “Hallow”, no inglês antigo, designava “pessoa santa”. O dia de todos os santos era chamado de o dia de todas as “pessoas santas”. Nesse dia, os católicos homenageavam todos os santos. Com o passar do tempo, começou a ser chamada de “All Hallows Even”, como “Hallowe´em” e, posteriormente, “Halloween”. As celebrações pagãs dos antigos povos celtas deram base para o ”halloween” ou “dia das bruxas”. Os celtas habitavam a Gália e as Ilhas da Grã-Bretanha, nos anos 600 a.C. e 800 d.C. Viveram em uma região da Áustria, perto do sul da Alemanha. A cultura celta valorizava rituais e louvores aos deuses da natureza. O ”halloween” era uma festividade realizada por eles, entre 30 de outubro e 02 de novembro. Marcava o fim do verão, ou início do ano novo, chamada, de www.fesofap.com.br samhain,(sou-em), que significa, na língua celta, “fim de verão”. O samhain era comemorado no dia 1o de novembro, com muita alegria e homenagem aos deuses e aos mortos. Acreditavam que, nessa data, era estabelecida uma conexão entre o mundo dos mortos e o mundo dos vivos; espíritos dos mortos viajavam novamente entre os vivos. Criam que os espíritos saíam dos cemitérios para tomar posse dos corpos dos vivos; por isso, nesse dia, para assustar os fantasmas, colocavam, nas casas, objetos assustadores: caveiras, abóboras enfeitadas, ossos decorados e outros. O Halloween, o Dia de finados e o Dia de Todos os Santos Durante a Idade Média, o halloween foi reconhecido na Europa como festa pagã e proibida. Foi, então, que passou a ser chamada como “Dia das Bruxas”. Para diminuir as influências pagãs na Europa Medieval, a igreja criou o Dia de Finados, estabelecendo o dia 2 de novembro. O halloween foi camuflado nessa data. A incorporação de tradições pagãs em suas festividades foi um meio usado pela igreja para converter pessoas à fé católica. Ainda hoje, o dia de finados é celebrado com missas e festividades www.fesofap.com.br em homenagem aos mortos. Os vivos rezam pelos cristãos que estão no purgatório (estado onde as almas são purificadas pós-vida, antes de irem ao céu). No purgatório, as almas têm de sofrer para serem purificadas de seus pecados. O catolicismo tradicional romano chamava de santos homens e mulheres virtuosos e os canonizava, depois de sua morte. Ainda se crê e se ensina que os santos estão próximos de Deus e são detentores de poderes para realizar milagres na terra. Além de homenageá-los, fiéis católicos pedem a eles direção para suas vidas. Fundamentado nessa crença, o Papa Bonifácio IV, no Século VIII, oficializou 13 de maio como “Dia de Todos os Santos”. Essa data foi, posteriormente, transferida, pelo Papa Gregório III, para o dia 1o de novembro. As tradições do Samhain (fim de verão) foram incorporadas às atividades do dia de todos os santos, o que motivou alguns descendentes dos antigos celtas a se tornarem católicos. Houve uma miscelânea de crenças cristãs (católicas) e pagãs. É interessante buscarmos a visão bíblica da palavra “santo”. Encontramos, no Antigo Testamento, cerca de 116 vezes a palavra hebraica “QADOSH”, que significa “separado”. No novo Testamento, aparece 230 vezes a palavra grega “AGIOS”, que significa “separados pelo O Clarim 15 Senhor como sua possessão peculiar”. Observe um texto que é uma premissa: Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus (I Pe 2:9). Na igreja primitiva, todos os crentes eram chamados de “santos” (At 9:13,32, 26:10; Rm 8:27, 12:13, 15:25-26; Ef 4:11-12). Os perigos do Halloween para o Cristão A Bíblia nos esclarece que o ocultismo está presente em todas religiões e seitas que incluam em suas crenças e práticas: previsões futurísticas, comunicação com os mortos e segredos instigantes. No mundo atual, o ocultismo já não assusta, não repele; pelo contrário, atrai multidões. Mas a Bíblia o considera abominável. O homem do terceiro milênio acredita que “o mal já não parece ser tão mal assim”. A esse respeito, Deus diz: Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; que põem as trevas por luz, e a luz por trevas, e o amargo por doce, e o doce por amargo! (Is 5:20). O halloween, em sua origem, está relacionado à morte e tem como símbolo figuras e elementos assustadores, tais como caveiras, monstros, fantasmas, bruxas, gatos negros e outros. É lamentável que pais ajudem crianças a participarem do halloween. Em todos os contos, as bruxas e feiticeiros apresentam-se como adoradores de demônios, com poderes mágicos e ocultos. Participar do halloween é homenagear os mortos, é crer que eles voltam para se conectar com o mundo dos vivos. Essa crença é condenada na Bíblia. Não podemos concordar com isso, pois servimos a um Deus vivo e verdadeiro. Confira, na Palavra de Deus, sobre práticas ocultistas e abomináveis (Dt 18:9-12; Is 8:19-20). Não tome parte na idolatria! A palavra “EIDOLOLATRIA”, no grego, significa: “culto aos falsos deuses” ou “adoração de ídolos”. Refere-se a ídolos, imagens e tudo que ocupe lugar de Deus no coração dos homens. Leia um grande conselho: 16 O Clarim Antes digo que as coisas que eles sacrificam sacrificam-nas a demônios, e não a Deus. E não quero que sejais participantes com os demônios. Não podeis beber do cálice do Senhor e do cálice de demônios; não podeis participar da mesa do Senhor e da mesa de demônios. Ou provocaremos a zelos o Senhor? Somos, porventura, mais fortes do que ele?” (I Co 10:20-23) Alguém poderia dizer: “Halloween é apenas uma brincadeira; não há mal nenhum”. Em provérbios, encontramos: Tomará alguém fogo no seu seio, sem que os seus vestidos se queimem? Ou andará alguém sobre as brasas, sem que se queimem os seus pés? (Pv 6:27-28). Não podemos agir como ignorantes, ingênuos e imprudentes. Se temos conhecimento de que algo tem relação com o ocultismo, devemos nos abster. Precisamos fugir de todo mal e de toda aparência do mal. Os pais cristãos têm a responsabilidade de ensinar seus filhos e levá-los a entender, desde pequenos, que o cristão faz uma opção de vida cujo estilo tem um preço, mas haverá recompensa. Os pais devem assumir o verdadeiro papel determinado por Deus para o cristão, sem fugir dos padrões bíblicos. Orientemos nossos filhos a respeito do lado oculto dessas festividades. Bibliografia - Bíblia Sagrada - WOODROW, Ralph. Babilônia: a religião dos mistérios. Edição? Editora? Ano? - BENTON, H. Hemingway. Enciclopédia Britânica Barsa. Edição, Editora, ano? - CHAMPLIN, R. N.; BENTES, J. M. Enciclopédia de Bíblia e Filosofia. Edição? Editora? Ano? - GOSPELMAIS. Halloween. Disponível em: <http://www.gospelmais.com.br>. Acesso em: jun 2008. Eneias Manoel dos Santos Pastor www.fesofap.com.br Formação Teológica – Uma Responsabilidade da Fatap Em janeiro de 1994, por ocasião da Reunião do Presbitério Geral da Igreja Adventista da Promessa (IAP) foi criada a Faculdade de Teologia Adventista da Promessa - Fatap. Esta é uma conquista da igreja. Por mais de 13 anos a Faculdade de Teologia contribui para formação pastoral e de outras lideranças da igreja. Hoje, a Fatap está presente nas seguintes regiões: Geral, Paulistana, Paulistana Leste, Sul, Rio de Janeiro, Noroeste Paulista e Paranaense. Neste semestre a Fatap deve alcançar regiões como: Seal, Rondoacre, Mato-Grossense, Goiás, Bahia, Mineira, Rio Grande do Sul, Oeste Paulista, Paulista, Litoral e Leste Paulista, além do Paraguay. Os cursos ministrados pela Fatap são: bacharel em Teologia (4 anos), curso médio em Teologia (2 anos) e curso para Consagrandos (1 ano). A faculdade se prepara para a implantação de cursos à distância. Serão eles: curso médio em Teologia e o curso para consagrados (diáconos, diaconisas e presbíteros) ambos com início previsto para fevereiro de 2009. Mais informações podem ser obtidas nos escritórios regionais ou pelo telefone (11) 3104-6457 ou pelo e-mail: [email protected] www.fesofap.com.br O Clarim 17 Comportamento C Quem Sabe? arlos Gomes foi um grande maestro. Como tal, desfilava sensibilidade, criatividade e talento em todos os concertos que fazia. Por ser filho ilustre de Campinas, a cada ano, a cidade lembra sua obra. Também em sua homenagem, foi construído lá o famoso conservatório Carlos Gomes. Uma de suas mais conhecidas obras é “O Guarani”. Mas existe uma obra para a qual quero lhe chamar à atenção. Ao voltar de uma de suas excursões, em que belíssimas apresentações foram feitas, ele ficou sabendo da traição de sua esposa. Foi no clímax dessa situação que compôs uma música inesquecível para sua época. Parte da letra dizia assim: tão longe, de mim distante, aonde irá, aonde irá teu pensamento? Quisera saber agora, se esquecestes o juramento. Essa composição foi feita em 1860, e seu título era uma pergunta: Quem sabe? Em 1860, como sabemos, não existia internet, e-mail, msn, orkut, blog. Aquela sociedade nem imaginava este momento tecnológico tão avançado. No entanto, os sentimentos do maestro Carlos Gomes demonstram que a dor por uma 18 O Clarim traição era tão aguda quanto hoje. “Quem sabe?” Reflete a angústia das interrogações daqueles que são feridos no coração. O que a outra pessoa pensa longe de mim? Por onde anda sua imaginação na minha ausência? Quem sabe? À exceção da trindade, ninguém sabe. Pensamentos e imaginações são áreas insondáveis por nós, mortais. Nessas áreas, cada um viaja por onde quiser, à hora que quiser e com quem quiser. Os tempos são outros, em relação àqueles de 1860. São mais preocupantes, uma vez que pensamentos, imaginações e desejos ganharam poderosas ferramentas digitais. A traição está dentro de casa, a apenas uma teclada. “A Internet criou uma nova maneira de ser infiel. Começa com mensagens, evolui para confidências; logo entra no reino das fantasias sexuais. Quando menos se espera, o marido ou a mulher já estão teclando sem parar com um desconhecido. Mesmo que nunca se transfira para a vida real, a traição machuca do mesmo jeito”, afirma Daniela Pinheiro (Pinheiro, 2008). Por causa dessa facilidade, muitos casamentos estão em frangalhos, desorientados, arrasados e, em muitos casos, desfeitos. Tanto os consultórios www.fesofap.com.br médicos e de terapeutas quanto os escritórios de detetives especializados em investigação digital estão cada vez mais lotados de homens e mulheres buscando ajuda. O principal motivo para o desespero e a preocupação é que, em 60% dos casos, a infidelidade virtual termina em sexo real, com uma mulher e um homem ao vivo para consumarem tudo aquilo que já haviam permitido no computador (idem). Dependentes virtuais crescem a cada dia. Trata-se de pessoas que ficam horas e horas em frente ao computador, madrugadas inteiras, comprometendo seu rendimento no trabalho, na família, na vida. E mesmo assim, com sinais claros das tragédias que se anunciam, não abandonam a zona de perigo, mas querem continuar nadando, surfando e navegando naquela parte do mar onde as placas avisam: “cuidado; tubarões”. Às vezes, esses até conseguem ficar um tempo longe do teclado e da tela. Mas, de repente, uma vontade incontrolável surge e, o mesmo pensamento que deu início a este terrível hábito vem e domina, “vou dar só uma olhadinha”. Nessa hora, o que fazer? Cristo tem algo a dizer a respeito: A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons todo o teu corpo terá luz; se, porém, os teus olhos forem maus, todo o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz quem em ti há são trevas, quão grandes são tais trevas! (Mt 6:22,23) Esses dois preciosos versículos do sermão do monte formam uma pequenina parábola. Se tivermos o cuidado de olhar os versículos 21 e 24, que cercam os versículos 22 e 23, perceberemos com mais intensidade a mensagem de Cristo sobre a luz que deve representar o nosso olhar. O versículo 21 nos diz que onde estiver nosso tesouro, lá estará o nosso coração. O versículo 24 diz que não podemos servir a dois senhores, porque odiaremos um e amaremos outro. De forma simples, esses dois versículos podem ser aplicados a esta reflexão por meio de duas www.fesofap.com.br nova om a m c iou u omeça ias, r c t e C c tern r infiel. onfidên n i A “ e se i para c antasias o d a lu eir a, sf man ens, evo eino da e esper nsag tra no r enos s o tecla . n e m en om stã ido logo . Quand lher já e sconhec ra pa ais de mu sexu do ou a om um ransfira do i rar c nca se t achuca mar a p em nu ição m do s o que m o.” a tra Mes a real, mo jeit eiro mes la Pinh a vid ie Dan perguntas: Irmã, sua família é seu tesouro? A irmã odeia ou ama o seu marido? Voltemos aos versículos 22 e 23. Esse texto começa dizendo que os olhos iluminam o corpo. A essência desse iluminar que Cristo propõe é a saúde dos olhos. A idéia é simples: o olho saudável capta a luz e guia todos os membros do corpo para suas respectivas ações. Portanto, “olhos bons” são usados para exemplificar a alma que só se permite guiar pela luz espiritual da palavra. O olho saudável também traz consigo a vantagem de enxergar uma imagem limpa, sem duplicidade. Essa imagem limpa deve ser a do nosso testemunho de vida, sem duplicidade de comportamento. Na seqüência, o texto apresenta “olhos maus”, para contrastar com “olhos bons”. “Maus”, aqui, representa olhos doentes, cujo funcionamento é falho, por não captarem uma imagem limpa. Observe bem: Jesus não fala de falta de visão, mas de visão ruim, doente. Se o olho bom nos orienta corretamente, o olho mau, por suas deficiências, fatalmente nos levará por caminhos arriscados e perigosos. Essa interpretação para olho saudável e olho doente é reforçada pelo texto original do versículo 22. Lá, não aparece a palavra “bom”, mas, sim, a palavra grega que significa “sem defeito”. O Clarim 19 Agora que esse texto está claro em nossa mente, temos uma orientação a receber. Não teclarás Algumas coisas na vida são surpresas; outras, por outro lado, já sabemos exatamente onde terminarão. Entre as que sabemos, está o anonimato e o momento secreto na internet. Via de regra, as coisas começam com a frieza, a mesmice e a indiferença que já não se consegue suportar no casamento. Então, por causa da carência, mulheres e homens casados procuram alternativas para resolver sua necessidade de atenção e carinho. A princípio, uma das soluções mais rápidas, fáceis e seguras que se apresenta é a internet. Nesse momento, iniciam-se as tecladas, as conversas. Segundo pesquisas, as salas de bate-papo, independentemente do tema ou da faixa etária do internauta, constituem-se, em 80%, de conversas apimentadas, com duplo sentido e alto teor sexual. Num ambiente assim, as fantasias crescem. Hoje, a Internet leva tudo para dentro dos lares, e, com a aparência de ser segura, cria a falsa impressão de que seus usuários podem brincar à vontade, sem criar nenhum tipo de envolvimento, sem serem descobertos. É hora de repetir as perguntas: Seu lar é seu tesouro? Seu olhar é luz ou trevas para o seu corpo? Você tem dedicado tempo dos seus olhos para a tela de um msn secreto, um orkut proibido? Você tem inventado codinomes, identidades falsas para navegar “sem riscos”? Quem sabe suas respostas? Só você e o Espírito do Senhor. Entendemos que não seja pecado usufruir os benefícios da tecnologia, mas ela deve ser uma escrava, não a senhora de nossas vidas. É nesse ponto que entra o final do versículo 23 (Mt 6), o alerta de Jesus, muitíssimo importante: Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes são tais trevas!. Vamos tentar compreender essa afirmação de Cristo, exemplificando-a com uma descoberta de Albert Einstein. Ele foi o descobridor da Teoria da Relatividade. Sem dúvida, sua descoberta foi uma grande luz para a humanidade. No entanto, 20 O Clarim www.fesofap.com.br logo seria usada para a fabricação de bombas atômicas. Tal situação arrasou o cientista. Quando Hiroshima e Nagasaki experimentaram os estragos atômicos, a história assistia à transformação de luz em trevas. É exatamente isso que Cristo está nos dizendo. Conhecemos a palavra, participamos numa igreja, louvamos, oramos, dizimamos, ofertamos, guardamos mandamentos, mas, num súbito de falta de piedade, pensamos que podemos negar tudo isso e nos entregar a momentos que ninguém pode saber. Afinal, quem sabe? Jesus sabe! E é simplesmente impossível abandoná-lo no templo, pois ele não habita mais em templos feitos por mãos de homens. Ele habita em nós, vê tudo, ouve tudo, conhece todos os nossos pensamentos, sabe absolutamente tudo. É por isso que a vida dupla, embaçada, de quem tem visão enferma é envolta por grandes trevas, maiores que as trevas naturais. A natureza humana sem Cristo já vive em trevas. Mas imaginemos o que é viver em trevas, depois de se ter conhecido e vivido com Cristo. É um estado desesperador, que corrói o coração, consome a alma, arrebenta a consciência, em meio a densas e enormes trevas. Qual a solução? Não dê a primeira teclada. Delete de sua vida esse desejo; jogue essa vontade no abismo, antes que ela jogue você e sua família. Seus olhos não foram criados para conduzilo à destruição, mas para conduzi-lo à vocação em Cristo. Quando for teclar e olhar, perguntese, antes, e tenha certeza da resposta: “O que vou fazer agora glorifica a Deus?” Faça isso! Divida sua vida, de seu cônjuge e de seus filhos com Cristo, aquele que tudo sabe, e para o qual Paulo orou assim: ... tendo iluminado os olhos do vosso entendimento, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação e quais as riqueza da glória da sua herança nos santos (Ef 1: 18). ________________ PINHEIRO, Daniela. Trair e teclar: é só começar. Disponível em: http://veja.abril.com.br/250106/p_076.html. Acesso em 24 jul. 2008. Edmilson Mendes Pastor www.fesofap.com.br O Clarim 21 Vida a Dois Não se Negue um ao Outro “... não se recusem um ao outro, exceto por mútuo consentimento e durante certo tempo, para se dedicarem à oração. Depois se unam de novo, para que Satanás não os tente por não terem domínio próprio” (1 Co 7:5) D urante muito tempo, o assunto ‘sexualidade’ permaneceu trancado a sete chaves, tanto na sociedade em geral, quanto na própria igreja, apesar de a palavra de Deus tratar dele já no primeiro capítulo do Gênesis. Ali, vemos que, ao criar o ser humano, Deus escolheu fazêlo sexuado, pois macho e fêmea os criou (Gn 1:27). Somos, portanto, criaturas literalmente dotadas de sexualidade. Ao nos fazer seres sexuados, o sábio Criador pensou em algo que nos completasse, que nos fizesse felizes, satisfeitos na nossa potencialidade, ou seja, em nossa relação de afeto, companheirismo, proporcionando, também, o prazer físico, a estabilidade emocional, enfim, a segurança no relacionamento entre marido e mulher. Ao reconhecer que Adão não seria totalmente feliz sozinho, e dar-lhe uma companheira, Deus estava cuidando para que aí fosse iniciada a família, a mais importante instituição para o desenvolvimento pleno de um ser humano. 22 O Clarim A sexualidade é essencial para a sustentação da família, não só por ser a forma escolhida por Deus para a procriação, mas por ser dada como uma bênção que pode ser traduzida por intimidade, sentimento de aceitação e conforto. Segundo a definição do Pr. Jaime Kemp, “intimidade é quando a alma se aquieta e se sente em casa” (Lar Cristão, julho/agosto de 2007), algo que nos coloca à vontade. E só no casamento, segundo os padrões divinos, isso é possível. Quando as regras bíblicas são desobedecidas, o que fica é a sensação de insatisfação, algo mais ou menos como a invasão de propriedade alheia. Pensando assim, fica mais fácil compreender o que Paulo quis dizer, quando escreveu: ... a mulher não tem autoridade sobre o seu próprio corpo, mas sim o marido. Da mesma forma, o marido não tem autoridade sobre o seu próprio corpo, mas sim a mulher (I Co 7:4). Assim é a exclusividade que gera segurança, confiança para que o casal se entregue sem medo de rejeição, sem frustrações. www.fesofap.com.br Não existe palavra que expresse maior intimidade do que o verbo “conhecer”, que a Bíblia usa para descrever o sexo matrimonial. Um homem e uma mulher só podem conhecer-se verdadeiramente depois da união sexual, segundo o propósito de Deus para o casamento (Gn 2:24). O sexo conjugal, segundo os padrões divinos, é o maior grau de intimidade física e emocional possível num relacionamento humano; daí o interesse tão grande de Satanás em deturpá-lo e corrompê-lo. Felizmente, hoje, os cristãos já têm recebido orientações saudáveis e satisfatórias à luz da palavra de Deus. Isso tem mudado muitos conceitos errôneos, muitas vezes trazidos através de gerações e que resultaram em muitos pecados seguidos por sofrimento. É preciso dar a devida importância à nossa sexualidade. Ao lermos os conselhos de Paulo, uma palavra nos salta aos olhos: respeito. Quando o amor é presente, o outro cônjuge é que sempre aparece em primeiro lugar. A sua satisfação, seu prazer, não é deixado de lado. Em um mundo tão egoísta, a palavra “defraudar” não aparece tão comumente relacionada à sexualidade. O que importa é o próprio prazer, a superficialidade, o instantâneo, e o resultado disso são consultórios repletos de depressivos, agressivos e candidatos à solidão e à morte. Que Deus nos ajude a lembrar, todos os dias, que o sexo é criação divina. Busquemos a capacitação do Senhor para expressarmos a nossa sexualidade de maneira calma, piedosa, doando-nos mutuamente, sem restrições, dentro dos parâmetros estabelecidos pelo próprio Criador do sexo, na sua mais bela e prazerosa forma e simplicidade. Marta Olívia de Oliveira Santos Diaconisa “Intimidade é quando a alma se aquieta e se sente em casa” Latinstock Brasil Pr. Jaime Kemp www.fesofap.com.br O Clarim 23 Artigo Deficiência Intelectual: Inclusão ou Exclusão Espiritual? A ntes de tudo, gostaria de dizer que tenho profunda admiração por pessoas com deficiência mental, e quero também dizer que elas, com suas famílias, são fonte de inspiração e muito aprendizado. Um dos maiores aprendizados que obtive no contato com essas pessoas foi que existe, na diversidade, uma forma de superar limitações e preconceitos. A sociedade tem se preocupado com a inclusão do deficiente intelectual (termo mais utilizado, atualmente, para deficiência mental), nos diversos âmbitos da vida social, sendo que, aos poucos, ele tem alcançado uma melhoria progressiva na sua qualidade de vida. Temos que refletir sobre suas verdadeiras capacidades e limitações, para, então, possibilitar um melhor respeito. Vamos entender a definição de deficiência. De- 26 O Clarim ficiência mental caracteriza-se por um funcionamento intelectual inferior à média, com limitações associadas a duas ou mais das seguintes áreas de habilidade adaptativa: comunicação, auto cuidado, vida no lar, habilidades sociais, utilização da comunidade, autodireção, saúde e segurança, habilidades acadêmicas funcionais, lazer e trabalho. Há vários fatores que podem levar o sujeito a uma deficiência intelectual, como por exemplo, alterações metabólicas; alterações cromossômicas; malformação do sistema nervoso; lesões cerebrais adquiridas e problemas relacionados a fatores socioculturais. Não se usam mais as terminologias deficiência mental leve, moderada, severa e profunda. Atualmente, procura-se fazer uma avaliação detalhada do indivíduo e dar o apoio específico de que ele necessita. Esse apoio é importante para favorecer a independência ou interdependência, a produtiwww.fesofap.com.br vidade e a participação na sociedade, com o intuito de proporcionar ao indivíduo uma vida pessoal satisfatória. O apoio é classificado dessa forma: intermitente, limitado, extenso e generalizado. Para a família, é muito difícil receber o diagnóstico de que seu filho terá uma deficiência, pois os pais sempre idealizam o bebê. Com o nascimento de um filho que tem deficiência mental, surgem sentimentos muito comuns, de culpa, frustração, vergonha e raiva. Alguns pais sentem que erraram e que foram punidos. Para que não aconteça uma desestruturação na família, os membros devem tomar consciência da nova realidade, e não pensar que essa criança terá, necessariamente, um efeito negativo na família. Assim, haverá crescimento no ambiente familiar, com a conscientização da responsabilidade sobre o cuidado com esta nova criança, através da dedicação e do auxílio mútuo (Assumpção & Sprovieri, 1987). Também é fundamental a ajuda de uma equipe multidisciplinar, composta por médicos, psicólogos, professores, fisioterapeutas etc., de acordo com a necessidade. O tratamento ajudará a família a aceitar as limitações do filho e a tentar desenvolver o máximo de suas potencialidades (Lipp, 1986). Para os que não têm, em suas famílias, pessoas com www.fesofap.com.br algum tipo de deficiência, é muito importante obter informações sobre a realidade dessas pessoas, para saberem como agir e não cometerem erros. Frente a uma pessoa com deficiência, as pessoas devem agir de forma natural, tratando-a com respeito e consideração. Ao dirigir-se a uma pessoa com deficiência mental, considere a idade dela, pois, ao contrário do que muitos pensam, ela não será uma eterna criança. Nunca ignore alguém com deficiência, julgando que não entenderá, mas trate da mesma forma que faria com outra pessoa qualquer. Ouse aproximar-se para uma eventual conversa; você poderá ter uma agradável surpresa. Considere a importância de não subestimar a inteligência de uma pessoa com deficiência intelectual. Observe que cada pessoa tem sua individualidade, e não é por ser deficiente que ela perderá a sua. Imprescindível, também, é abrirmos mão de alguns mitos que cercam a deficiência intelectual. A pessoa com deficiência não é doente, muito menos morrerá cedo, devido a problemas de saúde. Ela pode ter algum problema de saúde como qualquer outra pessoa, mas não necessariamente isso estará relacionado à deficiência. Também não é por ter deficiência que a pessoa será agressiva, ou muito amável. Este é um O Clarim 27 dos erros mais comuns: as pessoas tendem a generalizar comportamentos dos deficientes. Ser mais agressivo ou mais amável está relacionado com a personalidade, com as particularidades de cada indivíduo e não com deficiência. Gostaria de compartilhar, em rápidas palavras, minha breve experiência nessa área, principalmente no que diz respeito à realização do meu trabalho de conclusão do curso de psicologia, que tratou o tema: Casamento entre pessoas com deficiência mental. Por incrível que pareça, alguns chegam a casar-se. Investiguei dois casais de pessoas com deficiência intelectual e obtive resultados muito interessantes com a pesquisa. Observei que esses casamentos podem ser duradouros e que eles podem atingir satisfação conjugal. A participação dos pais é de extrema importância, devido a sua influência na educação dos filhos para uma vida mais independente. Também percebi que, nesse tipo de relação, os cônjuges podem suprimir os déficits um do outro e viver num clima de cooperação. O que é mais importante, na realidade desses casamentos, é a possibilidade de atingirem a inclusão em todos os âmbitos de suas vidas, principalmente na área afetiva. Muitas vezes, a sociedade luta por uma inclusão em escolas e no campo profissional, considerando apenas o déficit intelectual e esquecendo as questões emocionais, deixando de compreender o deficiente como um indivíduo capaz de ter desejos e sentimentos. A inclusão é completa quando pensamos todas as áreas da vida, ou melhor, quando trabalhamos para produzir possibilidades em todos os campos: afetivo, intelectual, etc. Não podemos priválos de usufruir as questões afetivas, porque são características inerentes ao ser humano. É importante proporcionar aos deficientes intelectuais uma vida social, porque através dessas atividades, as pessoas têm a possibilidade de interagir com outras pessoas. Nesses momentos, eles vão adquirindo habilidades sociais e até aprendem a se relacionar com o sexo oposto e com seus pares. Isso produz uma melhora na qualidade de vida. Vimos, na mídia, um casal com deficiência intelectual que tentava registrar sua filhinha. Recentemente, a justiça determinou que eles poderiam registrar a menina, pois conseguiram 28 O Clarim provar serem os pais. Eles ainda lutam pela possibilidade de casar-se legalmente, pois, no nosso país, isso ainda não é permitido. Posto que algumas dessas pessoas possuem capacidade até para se relacionar, ter filhos e sua própria família, o que dizer das questões espirituais? Estamos permitindo que elas cheguem até Deus? Estamos levando a palavra de salvação a elas também ou ainda temos uma visão limitada e preconceituosa sobre que pessoas têm o direito ou capacidade de conhecer a Cristo? Vocês estão lembrados de Mefibosete? Sua história está em II Samuel 9. Ele era filho de Jônatas, neto do rei Saul e, aos cinco anos de idade, sua babá o deixou cair, quando fugia dos inimigos de seu pai. Ele era de uma linhagem real; porém, após adquirir essa deficiência física, devido à queda, passou a viver isolado. Ele se sentia abandonado, tinha uma visão muito negativa de si mesmo. A grande mudança na vida de Mefibosete ocorreu quando Davi, o rei de Israel, dotado de bondade, resolveu restituir tudo o que era de Mefibosete por direito e permitiu que ele participasse, juntamente com sua família, das refeições no palácio. O amor de Davi por Mefibosete traduz o amor de Cristo por nós, mesmo sendo pecadores. Ele usa de misericórdia e graça para conosco. Como conhecedores desse maravilhoso amor, somos encorajados por Jesus a demonstrarmos grande amor às pessoas a nossa volta, independentemente de suas falhas, deficiências e limitações. Bibliografia Assumpção Júnior, F.B. e Sprovieri, M.H.S. Sexualidade e deficiência mental. São Paulo: 1987. Lipp, M.N. Sexo para deficientes mentais: sexo e excepcional dependente e não dependente. 3 ed. São Paulo: Cortez, 1986. _________Valentina, Após dois meses, bebê de mãe com Síndrome de Down e pai com atraso mental é registrado. Disponível em: http://oglobo.globo.com/sp/ mat/2008/06/13/apos_2_meses_bebe_de_mae_com_ sindrome_de_down_pai_com_atraso_mental_registrado546787643.asp Acesso em: 18 de jun. 2008. _________Classificação de deficiência mental - Evolução do conceito na história. Disponível em: http://www. entreamigos.com.br/textos/defmenta/classificacaoDeficienciaMental.pdf Acesso em: 18 de jun. 2008. Virgínia Aparecida Ronchete David Psicóloga www.fesofap.com.br Studio Vision Te s t e m u n h o Deus de Milagres Débora Dias Nascimento Apresentamos o testemunho das irmãs Geni Dias de Carvalho e Clarice Teodoro Quintal (diaconisa), que congregam na Igreja Adventista da Promessa, parque Jandaia, em Guarulhos – SP. É com muito prazer que relatamos esta experiência maravilhosa em nossas vidas. Em junho de 2006, observamos que a pequena Débora Dias Nascimento, na época, com oito anos, apresentava uma excessiva palidez e a levamos ao posto de saúde. Os médicos solicitaram exames de sangue, os quais não apresentaram nenhum problema. Na última semana do mês de agosto, assustadas com o aparecimento de manchas roxas em suas pernas, nós a levamos ao pronto socorro. Imediatamente, foi encaminhada para internação, transferida para outro hospital, submetida a exames mais complexos, que levaram ao diagnóstico de câncer na medula, do tipo “mielóide”, comum em adultos. Os médicos nos colocaram a par da gravidade da situação, uma vez que, para lutar contra essa doença, a menina seria submetida a um trataO Clarim www.fesofap.com.br 29 mento prolongado e com medicamentos muito fortes, além das difíceis sessões de quimioterapia. Eles nos alertavam a respeito de que, possivelmente, sua estrutura fragilizada de criança não resistiria ao tratamento, e só um milagre a curaria. Naquele instante, dissemos ao médico que esperaríamos em Deus esse milagre. Fizemos votos ao Senhor. Toda a igreja uniu-se em oração e clamor a Deus pela vida de Débora. Ela resistiu por longos seis meses ao tratamento, com a boa mão de Deus por ela, e, no dia 13 de fevereiro de 2007, Débora recebeu alta médica. Sua medula estava completamente limpa. Após a alta hospitalar, a pequena Débora recuperou peso e voltou a ter uma vida normal. Testemunhamos sua cura, para honra e glória do nome do Senhor nosso Deus. O Clarim 29 www.fesofap.com.br De Mulher para Mulher Um Chamado Pa D esde a sua criação por Deus, a mulher tem como missão ser uma auxiliadora (Gn 2:18). Na Bíblia, temos exemplos de várias mulheres que foram excelentes auxiliadoras, sempre se colocando à disposição do chamado e da vontade do Senhor. No Antigo Testamento, vemos relatadas histórias de algumas mulheres que se destacaram, sendo um marco no seu tempo: Sara, Miriã, Débora, Hulda, Ana, Rute e Ester. O mesmo se observa no Novo Testamento. Num contexto social em que a mulher não era valorizada, Maria é escolhida para trazer ao mundo o Salvador da humanidade. Com 30 O Clarim prontidão, Maria aceita o chamado , dizendo ao anjo que trouxe as boas novas: Eu sou uma serva de Deus; que aconteça comigo o que o senhor acabou de me dizer! (Lc 1:38). Jesus veio ao mundo, rompeu a tradição e teve um cuidado todo especial com as mulheres. Conversou com a mulher samaritana (Jo 4:630), deu-lhe atenção e ofereceu-lhe a água da vida. Ela entendeu que se tratava de Jesus e, maravilhada, saiu testemunhando. Durante o ministério de Jesus, algumas mulheres o seguiam (Mt 27:55), lhe serviam com seus próprios recursos e o auxiliavam (Lc 8:1-3). Estavam perto da cruz, quando foi morto (Jo 19:25) e foram as primeiras a www.fesofap.com.br ara Você chegar ao túmulo, após a ressurreição. Ele apareceu primeiro a Maria Madalena, depois que ressuscitou. Ela, feliz pelo acontecimento, anunciou aos discípulos: Eu vi o Senhor (Jo 20:1-18). Na igreja irimitiva, existia o trabalho feminino. Lídia recebia as pessoas em sua casa, divulgando o evangelho (At 16:15 e 40). Também Priscila era cooperadora de Paulo. Dedicada ao ensino, oferecia sua casa para o evangelismo (Rm 16:3-5). Dorcas, por sua vez, exercia o dom de ajudar, fazendo assistência social (At 9:36). Desde essa época, a mulher está servindo ao Senhor, colocando em prática os dons e talentos recebidos de Deus. O trabalho feminino na Igreja Adventista da www.fesofap.com.br Promessa (IAP) completa 60 anos em Novembro de 2008, período em que os líderes da igreja têm lhe dado apoio e incentivo. A Sofap – Sociedade Feminina Adventista da Promessa – tem a finalidade de apoiar os trabalhos regulares da Igreja; levar Jesus às pessoas que precisam dele; reunir mulheres para o aprendizado; atender às necessidades espiritual, intelectual e social das sócias; incentivar o crescimento espiritual, tendo a palavra de Deus como orientação e guia, para que tenham firmeza doutrinária e não sejam levadas por ventos de doutrina (Ef 4:14). Este trabalho é realizado num ambiente de cooperação, unindo idéias, competências e talentos. Muitas mulheres estão envolvidas na Sofap, servindo ao Senhor. Se você, mulher jovem, ainda não participa, receba este chamado para servir. A Sofap precisa das qualidades que você tem: disposição, dinamismo, criatividade e entusiasmo. Esse potencial todo, aliado à experiência, à motivação e à garra das mulheres que já fazem parte da Sofap, certamente farão do trabalho feminino nas igrejas uma grande força. Aceite o chamado que é feito a você. Deus a conhece. Ele a criou, e lhe deu dons e talentos para que a obra dele fosse realizada. O Senhor merece seu trabalho, seu tempo e seu talento. Junte-se a essas mulheres que se colocam nas mãos do Senhor, sempre em oração, na meditação da palavra de Deus, sendo instrumentos usados por Ele. A obra é dele, do Pai amoroso. Ele amou o mundo de tal forma que deu seu único filho para morrer também por você (Jo 3:16). Dê a ele sua adoração, seu louvor e seu reconhecimento, com seu trabalho. Assim, como Maria, Lídia, Priscila, Maria Madalena e outras mulheres que serão lembradas para sempre, ou até mesmo como mulheres da IAP, que contribuíram e auxiliaram para que o trabalho feminino tivesse êxito, sendo exemplo para as mais jovens (Tt 2:3-5), que você possa dizer: Usa-me, Senhor! Quero viver para ser bênção! Meire Barbosa Corrêa Diaconisa O Clarim 31 Artesanato Insira a agulha com a fita mais escura no início do primeiro passante. Pegue os 3 primeiros fios livres. Realce com trançado Miriam Figueiredo Beda Oliveira Diaconisa Desça para o segundo passante, pule os 3 primeiros fios e pegue os 3 seguintes. MATERIAL NECESSÁRIO - Tesoura - Agulha para bordar - 1 Toalha de mão branca - 1 fita nº 1 nas cores Rosa e Roxo 32 O Clarim Pegue os 3 fios seguintes. Como desfiar a Étamine: Marque o meio do tecido e pule 5 fios para cima. Desfie 5 fios. Repita o mesmo para baixo do meio do tecido marcado inicialmente. www.fesofap.com.br Suba para os primeiros passantes, pule 6 fios e pegue os 3 próximos. No segundo passante, pegue os 3 Insira a agulha com a fita mais clara no início do segundo passante e pegue primeiros fios livres. os 3 primeiros fios livres. Pegue os 3 fios seguintes. Suba para o primeiro passante e pegue os 3 primeiros fios livres. Pegue os 3 fios seguintes. Desça para o segundo passante, pule 6 fios e pegue os 3 seguintes. Pegue os 3 próximos fios. Suba para o primeiro passante e pegue os 3 primeiros fios livres. Desça para o segundo passante, passando com a agulha por baixo da fita roxa trabalhando na carreira anterior. Pegue os 3 fios seguintes e vá repetindo os passos anteriores até completar a carreira. Pegue os 3 fios seguintes. Suba para o primeiro passante e vá repetindo os passos anteriores até completar a carreira. www.fesofap.com.br O Clarim 33 Cuidando de quem cuida Lembrem-se de Seus Pastores Lembrai-vos dos vossos pastores, que vos falaram a palavra de Deus, a fé dos quais imitai, atentando para a sua maneira e viver (...) Obedecei a vossos pastores, e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossas almas, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil (Hb 13:7,17) V ivemos em uma época marcada por atitudes de desrespeito para com as autoridades, quaisquer que sejam elas. Essas atitudes podem ser constatadas na família, na escola, no trabalho e na igreja. Os filhos já não têm mais a mesma consideração pelos pais; os alunos já não têm mais a mesma consideração pelos professores e o mesmo vem acontecendo também na igreja, em relação à figura pastoral. Ao constatarmos essas coisas, a impressão que temos é a de que não há consciência clara sobre o que o pastor representa na igreja. Por isso, passaremos a tratar, aqui, sobre o pastor, com o propósito de lembrar o papel que esse homem desempenha na igreja para com os fiéis. A figura do pastor. Sob muitos aspectos, o pastor é um crente como qualquer outro, diferente apenas pelo grau de responsabilidade que lhe foi atribuído e pelos inúmeros deveres 34 O Clarim www.fesofap.com.br “De uma coisa porém, não podemos esquecer: o pastor é o homem de Deus encarregado de cuidar da seara ou do rebanho de Deus. Tem necessidades físicas, sociais e espirituais como qualquer outra pessoa”. que essa responsabilidade lhe impõe. Dizemos isto em razão da falsa idéia prevalecente na maioria dos crentes em Jesus, segundo a qual o pastor deve ser uma espécie de super-homem, dotado de fé, santidade, amor, paciência e compreensão acima do normal. Não é ruim que pensem assim, se o desejo maior é o de imitá-lo. Mas é importante saberem que nem sempre o pastor possui todas as virtudes e, em um bom número de casos, possui tantas necessidades como qualquer outro membro do corpo de Cristo. Uma coisa, porém, não podemos esquecer: o pastor é o homem de Deus encarregado de cuidar da seara e de seu rebanho. Tem necessidades físicas, sociais e espirituais, como qualquer outra pessoa. Porém, essas necessidades deveriam ser vistas, pelos fiéis, como decorrentes da função que ele exerce e que o fazem merecedor da compreensão de todos. A luta contra as forças do mal, por exemplo, que é tão comum na vida de qualquer crente, é ainda muito mais intensa na vida do pastor, em razão do seu envolvimento com a causa de Deus. “Lembrai-vos dos vossos pastores”; Diante da recomendação divina, através do escritor da carta aos Hebreus, entendemos que o ser humano é muito esquecido. Até mesmo quando assume compromissos importantes, acaba se esquecendo. Daí a razão de Deus ter procurado chamar-lhe à atenção para certas coisas que jamais deveriam ter sido esquecidas. Desde o princípio, o Senhor vem repetindo: Lembra-te do dia do sábado, para o santificar (Êx 20:8); lembrai-vos da mulher de Ló (Lc 17:32); lembrai-vos dos presos, como se estivésseis presos com eles (He 13:3), e assim por diante. Com a mesma ênfase, Deus nos diz, ainda hoje: Lembrai-vos dos vossos pastores, que vos falaram a palavra de Deus (He 13:7). Cada crente, com www.fesofap.com.br certeza, teve, em sua experiência religiosa, algum que lhe serviu de referência; alguém que foi usado para ministrar-lhe os ensinamentos de Deus. Não podemos negar a contribuição dessas pessoas para o crescimento dos fiéis. Até por isso, estes não devem esquecê-las. Aliás, a recomendação da palavra de Deus, para esses casos, é a seguinte: E o que é instruído na palavra reparta de todos os seus bens com aquele que o instrui (Gl 6:6; cf. Rm 15:27). Portanto, se nada mais puder fazer em favor dessas pessoas, ore pela saúde e pela permanência dos pastores nos caminhos de Deus. Faça-lhes uma ligação telefônica e fale da afeição que tem por eles e do quanto se sente agradecido a Deus pela vida deles. Esqueça as eventuais fraquezas que eles têm; enfatize apenas o seu lado positivo. “... a fé dos quais imitai”. A fé do pastor é demonstrada através de sua dedicação e constância no trabalho, paciência e perseverança. Paulo pode ser considerado o melhor exemplo de fé, dedicação e amor à causa de Deus que poderíamos esperar de um pastor. Por isso, ninguém há melhor que ele para desenhar o tipo de pastor que considera ideal do ponto de vista de Deus. Diz ele: Não dando nós escândalo em coisa alguma, para que o nosso ministério não seja censurado; antes, como ministros de Deus, tornando-nos recomendáveis em tudo: na muita paciência, nas aflições, nas necessidades, nas angustias, nos açoites, nas prisões, nos tumultos, nos trabalhos, nas vigílias, nos jejuns, na pureza, na ciência, na longanimidade, na benignidade, no Espírito Santo, no amor não fingido, na palavra da verdade, no poder de Deus, pelas armas da justiça, à direita e à esquerda, por honra e por desonra, por infâmia e por boa fama; como enganadores, e sendo verdadeiros; como desconhecidos, O Clarim 35 mas sendo bem conhecidos; como morrendo, e eis que vivemos; como castigados e não mortos; como contristados, mas sempre alegres; como pobres, mas enriquecendo a muitos; como nada tendo, e possuindo tudo. (II Co 6:4-10) As circunstâncias aí mencionadas foram as que marcaram o ministério de Paulo. Por isso, ele pode aconselhar: Sede também meus imitadores, irmãos, e tende cuidado, segundo o exemplo que tendes em nós, pelos que assim andam (Fp 3:17). São suas também as seguintes palavras: Sede meus imitadores, como também eu de Cristo. E louvo-vos irmãos, porque em tudo vos lembrais de mim, e retendes os preceitos como vo-los entreguei (I Co 11:1-2). “... atentando para a sua maneira de viver”. Qual a maneira de viver do pastor? De acordo com o texto bíblico que citamos, no parágrafo anterior, fica fácil imaginar a sua maneira de viver: resignado, submisso, inteiramente à disposição de Deus para o que ele determinar, não lhe importando se, para isso, tiver de sacrificar seus interesses e sua vontade. E, se essa é a sua maneira de viver, é para isso que o crente fiel deve atentar. “Obedecei a vossos pastores” (He 13:17). A palavra “pastores”, que aparece em He 13:7,17, serve, também, para designar guias, condutores e superiores. O pastor, considerado do ponto de vista de sua missão, é aquele que guia e conduz o rebanho de Deus. Hierarquicamente, é superior àqueles que estão sob seus cuidados espirituais. Portanto, a palavra de Deus recomenda obediência a essas pessoas: Obedecei a vossos pastores, e sujeitai-vos a eles. A sua palavra deve ser ouvida, seus conselhos, acatados, e seu bom exemplo, seguido. A sujeição recomendada pela palavra de Deus a essas pessoas não deve ser demonstrada por constrangimento, como algo forçado, obrigatório. Ao contrário disso, deve ser espontânea e voluntária, marcada pela alegria. “... porque velam por vossas almas” (He 13:17). O pastor é um vigilante permanente. A missão que exerce exige, de sua parte, todo o cuidado possível. Ele não pode se descuidar, pois um pequeno descuido de sua parte pode redundar em prejuízo, tanto para si como para o rebanho 36 O Clarim de Deus. Assim está escrito: Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra. E, se alguém também milita, não é coroado se não militar legitimamente (II Tm 2:4-5). A principal tarefa do pastor é cuidar desse rebanho e de cada uma de suas ovelhas em particular, com dedicação, ou, como diz o próprio texto, como aqueles que hão de dar conta delas. Para essa atividade, deve, pois, canalizar todas as suas energias. “... para que o façam com alegria e não gemendo”. O pastor deve demonstrar alegria na prestação do seu serviço a Deus. Pastorear o rebanho de Deus é uma das atividades que só deve ser feita por quem tiver absoluta certeza de que foi chamado para fazê-la. Se o pastor não se identifica com essa atividade, é sinal de que não está no lugar certo, e bem faria se deixasse que outra pessoa a realizasse. Lembramos que o pastor não é recompensado somente por realizar a tarefa que a função lhe impôs; é recompensado, principalmente, por fazer isso com dedicação e alegria. Só o trabalho feito com alegria é digno de gratificação. De outra forma, se as ovelhas do rebanho não reconhecem o trabalho do seu pastor, não lhe obedecem e não se sujeitam ao seu comando, este acaba trabalhando sem motivação e até com tristeza. E isso não seria de nenhum modo útil à igreja. Diante do que tratamos aqui, fazemos uma afirmação que já não é novidade para ninguém: nenhum homem é perfeito; todos têm suas fraquezas e imperfeições. Portanto, se não há, entre os humanos, nenhum perfeito, isso significa que o nosso pastor também tem algum tipo de imperfeição. Porém, cada crente precisa admitir que o pastor consciente de sua responsabilidade é uma pessoa que se esforça para fazer o que é certo, de modo a servir de exemplo para o rebanho. Por isso, temos o dever de nos lembrar dos nossos pastores, pois agem como aqueles que têm de dar conta de cada ovelha que lhe foi confiada. Que cada crente ame o seu pastor e o valorize, lembrando-se sempre dele. Por Valdeci Nunes de Oliveira Pastor www.fesofap.com.br Melhor Idade A Alegria de ser Avó Nada é tão sublime quanto ver os anos deslizarem no desfiladeiro do tempo. No passado, o apóstolo Paulo recomendou a seu fiel seguidor Timóteo que ensinasse a palavra de Deus e não se esquecesse da fé sincera que sua avó Lóide e sua mãe Eunice tinham em Deus. Elas passaram para ele a obediência aos preceitos de Deus. Que vitória dessas duas mulheres especiais! Eunice era judia e seu marido, provavelmente, não era cristão. Veja quanto essa mulher se esforçou para ensinar ao filho o caminho verdadeiro! Lóide, avó atuante e fiel serva do Senhor, contribuiu, e muito, na formação do caráter do neto, Timóteo. Será que nós, avós de hoje, estamos realmente ajudando nossos netos a terem uma fé não-fingida? Será que estamos nos esforçando para lhes indicarmos o verdadeiro sentido da vida? Os tempos são outros, e, talvez, as avós de hoje não tenham o mesmo tempo de acesso aos netos, mas uma coisa podemos fazer: orar sempre pelos nossos netos e deixar-lhes um bom exemplo a ser imitado. Ser avó é ser abençoada. É motivo de grande alegria quando os anos vividos foram relacionawww.fesofap.com.br dos com Deus e quando pela estrada da existência, andamos na companhia de Cristo. Muitas vezes, as asperezas e revezes da vida, a doença e a penúria, petrificam o coração. A crueldade dos ímpios, as desilusões do mundo, os falsos religiosos, os fracassos podem apagar a lâmpada da esperança e fazer-nos pensar que nossa jornada foi inútil. Vejo tantas avós desiludidas, espantadas, hipocondríacas, desconfiadas! Nada pensaram de sério. Amaram a tudo: a carne, os prazeres da vida, o dinheiro, o mundo, os vícios, mas se esqueceram do melhor: esqueceram-se de Deus! Estas, sim, são infelizes. Mas as avós cristãs devem ser alegres por terem a consciência do dever cumprido e por conservarem no coração o Espírito Santo de Deus. Precisamos conhecer a arte de viver para sabermos ser avós. Saber agir, amar, andar, pensar, sentir, regrar, renunciar, conquistar, adorar! Ah! Saber adorar é o maior segredo! Adorar a Deus é alegria, paz, ventura, enlevo! Aynê Sodré Fonseca Diaconisa O Clarim 37 NUTRIÇÃO Conheça alguns Transtornos Alimentares: Anorexia e Bulimia stockxpert E stamos no século XXI, e o que as pessoas buscam é qualidade de vida, mas, ao mesmo tempo, lutam contra desafios que o mundo moderno oferece: pânico, estresse, depressão, distúrbios ou transtornos, etc. Dentre os transtornos estão os alimentares. Tratamos, aqui, mais especificamente, da anorexia nervosa (AN) e da bulimia nervosa (BN). Na verdade, a anorexia e a bulimia não surgiram recentemente. Existem relatos de ocorrência no Egito antigo e em Roma, mas a incidência tem sido alarmante, ao longo das últimas décadas. O excesso de preocupação com o peso, com a comida e o medo obsessivo de engordar podem ser as principais causas dos transtornos alimentares. Mulheres entre 14 a 21 anos são o público-alvo. No caso dos homens, a ocorrência se dá em menos de dez por cento dos casos. São vários os fatores que podem desencadear esses distúrbios, entre eles está a ligação entre magreza, beleza, sucesso pessoal, “culto ao corpo” e pressão social. A sociedade espera que as pessoas sejam cada vez mais magras em um ambiente em que a oferta de alimentos é cada vez maior. A pressão profissional, como no caso de modelos, bailarinas, jóqueis e atletas olímpicos também é grande. Indivíduos com comportamento obsessivo, depressivo, com baixa autoestima e estressados também são supostos candidatos. Anorexia Nervosa A anorexia nervosa é um distúrbio alimentar caracterizado pela preocupação exagerada com o peso corporal. A pessoa se olha no espelho e, embora esteja extremamente magra, se vê obesa. O termo anorexia deriva do grego e significa “falta de apetite”, o que, na verdade, é impróprio, já que a falta de apetite é rara, pois a pessoa, muitas vezes, sente fome, 38 O Clarim www.fesofap.com.br mas procura negá-la ou controlá-la, até se tornar comum ao organismo. Geralmente, a pessoa nega a doença, mostrando-se indiferente ao seu péssimo estado nutricional e, na maioria dos casos, sente-se gorda, apesar de todas as evidências contrárias. Há uma distorção de imagem corporal. O alimento se torna o centro da atenção na vida do anoréxico. Muitos escondem alimentos em armários, banheiros e roupas. Às vezes, tornam-se excelentes cozinheiros, elaborando preparações que sequer experimentam, colecionam receitas e são “profundos” conhecedores sobre “dieta” e valor calórico dos alimentos. Têm rituais obsessivos como, na hora da refeição, cortar e selecionar os alimentos para, finalmente, ingerir uma quantidade mínima. Algumas dietas chegam, no máximo, a 200 calorias por dia. Convertendo esse número em alimento, citamos como exemplo três bananas nanicas ou cinco colheres de sopa de arroz cozido. Isso não é suficiente para atender nossas necessidades nutricionais. As conseqüências são gravíssimas. Em pouco tempo, em média, três meses, os sintomas são visíveis: o organismo realiza ajustes fisiológicos, como: grande perda de peso, desnutrição, baixa pressão sanguínea, bradispnéia (dificuldade na respiração), hipotermia (baixa temperatura do corpo), constipação, depressão, desânimo, desidratação, descamação da pele, cansaço, queda de cabelo, amenorréia (ausência da menstruação), laguno (fina camada de pelos sobre a pele), distúrbios do sono, dificuldades de concentração e raciocínio, fragilidade óssea, atrofia dos músculos, podendo até chegar à morte. Bulimia Nervosa O termo bulimia origina-se do grego e significa “fome de boi”. É caracterizado como distúrbio alimentar causado pela ingestão compulsiva e rápida de grande quantidade de alimento (geralmente, com alto valor calórico), seguida de comportamentos compensatórios de eliminação, tais como vômito auto-induzido, abuso de laxantes e diuréticos (classificada como bulimia purgativa). Outros comportamentos são: jejum ou restrição alimentar por longos períodos, exercícios físicos, uso de drogas e remédios (classificada como não purgativa). Veja um exemplo de bulimia: a pessoa come vários pacotes de bolachas, chocolates e bolos em apenas duas horas; depois disso, induz o www.fesofap.com.br vômito, já se sentindo culpada e deprimida. Apesar de toda essa situação ser extremamente desconfortável, cria-se um ciclo vicioso que ela não consegue superar. Com isso, esse padrão caótico de alimentação instala-se e torna-se hábito. Esse distúrbio alimentar acontece, geralmente, com pessoas que estão com o peso adequado ou pouco acima do adequado, ocorrendo oscilações freqüentes. A bulimia, diferentemente da anorexia, não é uma doença com características “visíveis aos olhos”. As pessoas têm, invariavelmente, peso normal e as alterações físicas são – pelo menos no início – sutis e perceptíveis apenas para profissionais que conhecem as características da doença. São três os sinais clínicos da bulimia: crescimento bilateral das glândulas salivares, lesão de pele no dorso da mão, conhecida como “sinal de Russell”, causada pela introdução da mão na boca para estimular o reflexo do vômito e o desgaste dentário provocado pelo suco gástrico dos vômitos. Isso pode levar à descalcificação dos dentes, aumento no desenvolvimento de cáries, perda de dentes, dilatação gástrica, herniações de esôfago e constipação crônica. O tratamento O primeiro passo para tratar esses distúrbios deve ser o reconhecimento da doença por familiares e pelo próprio doente. Depois, deve-se recorrer à ajuda profissional, com equipe multidisciplinar (psiquiatra, psicólogo, nutricionista, entre outros). No caso da anorexia nervosa, a reintrodução dos alimentos deve ser gradativa, para não provocar sobrecarga. Não há medicação específica para este caso. Já para bulimia nervosa, o médico psiquiatra pode indicar o uso de medicamentos antidepressivos, especialmente se ocorrerem distúrbios como depressão e ansiedade. Em ambas as situações, o tratamento exige a atuação de equipe multidisciplinar. Infelizmente, não se conhecem métodos eficazes para prevenir tais doenças. Seria necessário empenho da sociedade na mudança de certos valores estéticos ligados ao culto ao corpo e à magreza. É preciso analisar, com espírito crítico e bom senso, esses valores e não se deixar levar por eles. Fernanda Costa de Souza Nutricionista O Clarim 39 Pe r f i l : J o q u e b e d e A Fé que Produz Justiça Já ouvimos falar ou já lemos a respeito de mulheres importantes que fizeram a história. Podemos mencionar algumas delas: Joana d´Arc, heroína francesa, que lutou na Guerra dos Cem Anos e se tornou mártir; Madre Teresa de Calcutá, missionária católica, que se dedicou a proteger e recuperar os pobres na Índia; Eva Perón, líder política argentina; Margaret Thatcher, ex-primeira-ministra britânica, Hillary Clinton, senadora e atual ex-candidata à presidência dos Estados Unidos. Todas essas mulheres tornaram-se mundialmente conhecidas, por terem feito algo por sua nação, por terem tomado iniciativas em favor da justiça social, por terem assumido cargos políticos que eram reservados unicamente aos homens. Contudo, a história também está cheia de heroínas anônimas, cujos nomes jamais apareceram nas revistas, nos programas de TV ou nos jornais. Elas nunca foram entrevistadas, muito menos homenageadas. Só no Brasil, há um batalhão delas. Quem já leu algo sobre Alceri Maria Gomes da Silva, operária gaúcha que lutou contra a ditadura militar e acabou executada? Quem já ouviu falar de Isabel Dillon, a primeira mulher a se candidatar ao cargo de deputada, na Constituinte de 1891? Alguém sabe quem foi Margarida Maria Alves, que lutou pelos direitos dos trabalhadores rurais do brejo paraibano? A lista não pára por aqui; há um sem-número de anônimas que poderíamos mencionar, sem contar as da atualidade, que estão por aí, fazendo sua parte, nas igrejas, nos hospitais, nos presídios, nas escolas, nos orfanatos, nas casas de recuperação e em tantas ONG’s que há por esse Brasil afora. São mulheres que, de alguma forma, lutaram, ou lutam, pelo bem coletivo, 40 O Clarim inconformadas com a indiferença de quem pode e deve fazer alguma coisa e não faz. A Bíblia também nos apresenta uma mulher pouco conhecida, pouco comentada, mas que fez sua parte e ajudou a construir a história de seu povo. Seu nome é Joquebede. Não é comum lermos algum texto ou ouvirmos alguma mensagem sobre essa quase anônima. Sendo assim, é importante oferecermos algumas informações a seu respeito, para aqueles que não a conhecem: Joquebede era uma israelita da tribo de Levi, esposa de Anrão e mãe de Miriã, Arão e Moisés. Ela viveu no tempo em que o povo de Israel era escravo no Egito e teve de enfrentar, como todas as outras mães israelitas, o decreto de um Faraó que determinara a matança de todos os meninos hebreus, assim que nascessem. Esse fato está relatado em Êxodo 1-2. Mas nem mesmo no relato de sua luta para manter escondido, por três meses, seu filho caçula ela tem seu nome mencionado. Só passamos a conhecê-lo em Êxodo 6:20, na genealogia de Moisés e Arão, e em Números 26:59, no recenseamento da tribo de Levi. Essas são as duas únicas menções ao nome Joquebede. No relato de Êx 2:1-10, ela é mencionada apenas como: “uma descendente de Levi”, “a mulher”, “a mãe do menino”. Porém, esse texto, apesar de não mencionar seu nome, nos diz muito sobre ela. O que faz de Joquebede uma mulher especial? Ela era desfavorecida, por ser escrava e por viver numa época em que ser mulher era um grande desprestígio. Além do mais, não há nenhuma informação bíblica de que as outras mulheres hebréias – à exceção das parteiras, que se negaram a obedecer à ordem do rei – tiveram alguma reação de inconformismo à sentença de morte dada aos www.fesofap.com.br seus bebês. Isso seria motivo suficiente para que ela se resignasse ao decreto injusto do Faraó. Mas, ao invés de simplesmente aceitar a injustiça como algo inevitável, a escrava Joquebede resolveu salvar seu filho. As circunstâncias eram desfavoráveis, mas havia algo que ela podia fazer, e fez: escondeu seu menino por três meses. Joquebede, assim como as parteiras, entendeu que não estava totalmente limitada. Porém, depois desse tempo, ela se deparou com a impossibilidade de manter seu filho escondido. Novamente, apesar das circunstâncias contrárias, Joquebede encontrou uma forma de reagir: calafetou um cesto, para guardar nele o bebê e deixá-lo às margens do rio. Deus estava com aquela mulher e fez não somente que o menino voltasse para ela, mas tornou-o libertador do povo de Israel da escravidão do Egito e o maior legislador que o mundo já conheceu. Sabemos que tanto Joquebede quanto seu marido agiram por fé, em reação à injustiça que lhes era imposta, porque o autor de Hebreus (11:23) diz o seguinte: Pela fé, Moisés, apenas nascido, foi ocultado por seus pais, durante três meses (...) ; também não ficaram amedrontados pelo decreto do rei. Na NTLH, esse texto está www.fesofap.com.br traduzido assim: Foi pela fé que os pais de Moisés, quando ele nasceu, o esconderam durante três meses, (...) e não tiveram medo de desobedecer à ordem do rei. A fé que eles depositaram em Deus moveu-os a lutar pelo direito de criar o próprio filho. É isto que a fé produz em nós: sede de justiça, porque querer a justiça é querer que a vontade de Deus seja feita. A propósito, foi o próprio Jesus quem gritou, no sermão do monte: Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos (Mt 5:6). Se professamos a fé em Cristo, devemos buscar o bem do nosso semelhante, e isso implica uma atitude de coragem para protestar contra leis injustas e sistemas opressores. Segundo o apóstolo Tiago, sem essa atitude, nossa fé é morta (Tg 1:17). Esse ensino é reforçado pelo mesmo apóstolo, nestas palavras: Para Deus, o Pai, a religião pura e verdadeira é esta: ajudar os órfãos e as viúvas nas suas aflições e não se manchar com as coisas más deste mundo. (Tg 1:27 – NTLH) Também, no Antigo Testamento, Deus nos O Clarim 41 alerta no mesmo sentido: Porventura, não é este o jejum que escolhi: que soltes as ligaduras da impiedade, desfaças as ataduras da servidão, deixes livres os oprimidos e despedaces todo jugo? Porventura, não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres desabrigados, e, se vires o nu, o cubras, e não te escondas do teu semelhante? (Is 58:6-7) O cristão não pode se conformar, de maneira alguma, com a injustiça. É da igreja que o mundo precisa ouvir a voz de protesto contra a desigualdade social; contra o desrespeito à criança, ao idoso, ao deficiente físico, ao meio-ambiente; contra a corrupção moral, a desintegração da família, a banalização da vida. O mundo não pode ser digno de nós (Hb 11:38); é ele que precisa da nossa influência, através do evangelho. Deus nos chama a fazermos nossa parte, mesmo que nosso trabalho não seja reconhecido de imediato, mesmo que nosso nome seja esquecido ou até mesmo que outros levem o mérito que seria nosso. Lutar pela justiça é, acima de tudo, ser praticante da justiça, no lar, no trabalho, nos estudos; também é sentir-se responsável pelos desfavorecidos, pelo presente e o futuro da igreja, da nação, do eco-sistema; é tomar as dores dos injustiçados. Não podemos ignorar a mensagem de Provérbios 30:8-9: Abre a boca a favor do mudo, pelo direito de todos os que se acham desamparados. Abre a boca, julga retamente e faze justiça aos pobres e aos necessitados. A vida obscura de Joquebede nos ensina que, mesmo em circunstâncias desfavoráveis, é possível lutar pelo que é justo. Não precisamos de luzes que nos destaquem, de reconhecimento humano, pois este talvez nunca aconteça. O nome Joquebede não foi para a galeria da fé, mas seu significado parece dizer tudo: “Jeová é glória”. A glória não é dela; é de Deus. Isso nos leva a concluir que nossas atitudes de fé estão acima do nosso nome, pois é delas que Deus se lembra e é por elas que ele é glorificado! Dica de Leitura Eudoxiana Canto Melo 42 O Clarim www.fesofap.com.br Po r t a l d e o r a ç ã o Trazendo nosos amados Eu e minha casa serviremos ao Senhor. (Js 24:15) Nós, mulheres promessistas, certamente conhecemos inúmeras irmãs em Cristo que ainda não têm seus maridos compartilhando a mesma fé. Pode ser que esta seja até mesmo a sua situação! Nós temos uma constante preocupação com nossa família. Quando nossos maridos estão distantes, não fisicamente, mas do Senhor, essa preocupação aumenta. É tempo de nos unirmos e clamarmos ao Senhor Jesus pelos maridos não-crentes, a fim de que o grande amor de Deus os alcance e, assim, possamos ver nossas igrejas mais bonitas, com famílias inteiras adorando e celebrando diante do Rei dos reis e fiel Senhor. Propostas: Façamos jejuns para santificação e apresentemos ao Senhor cada marido não-convertido. Propomos que as irmãs se mantenham unidas. Aquelas que têm seus maridos na igreja ajudem aquelas que ainda buscam essa bênção de Deus. Cada irmã fará um jejum de 12 horas (uma seguida da outra), no mesmo dia, com três orações específicas (pela manhã, ao meio-dia e ao pôr-do-sol). Essa prática é apenas para que estejamos num mesmo momento orando ao Senhor. Leitura Bíblica: Propomos que leiam: Efésios 6:10-20. Essa leitura será feita nos dias de consagração, para que possamos nos fortalecer em Deus. Vivendo a Palavra: Portanto deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-á à sua mulher, e serão uma só carne. (Gn 24:2) • Semelhantemente vós, mulheres, sede submissas a vossos maridos; para que também, se alguns deles não obedecem à Palavra, sejam ganhos sem palavra pelo procedimento de suas mulheres. (I Pe 3:1) • Diante desses ensinamentos, oremos com confiança ao nosso Deus, para que, no momento oportuno, ele nos conceda tão preciosa benção. Assim, que o mesmo Espírito que habita em nós habite em nossos amados, também. Vamos levar salvação para nossas casas. Somos “pontes”; por isso, nossos filhos, pais e irmãos poderão ser os primeiros. Unidas, lançaremos a semente, e o Senhor, no tempo oportuno, fará com que essa semente germine, cresça e dê frutos. ... o qual te dirá palavras pelas quais serás salvo, tu e toda a tua casa. (At 11:14) Jane Gói Victorino Gadara Diaconisa www.fesofap.com.br O Clarim 43 A beleza ideal Amor: Essência para a Santidade Quem nunca reparou as lágrimas de uma mãe, no momento do nascimento de um filho, o brilho no olhar de um jovem apaixonado ou, ainda, o sorriso de uma criança, ao entregar um presente ao seu pai? Essas diferentes cenas possuem algo em comum: o amor. Essa palavra de poucas letras, mas de significado tão expressivo, inspira poesias, filmes, músicas e muitas palestras em nossas igrejas. No entanto, às vezes, seu significado não tem merecido valor em nosso dia a dia. O “amor” é usado para outros fins, e não para demonstração de afeto, carinho e tantos outros sentimentos que o envolvem. A Bíblia narra uma história que nos apresenta diferentes formas de amor. Ela se encontra no livro de Gênesis, e seu personagem principal é José. Vejamos alguns pontos da história que demonstram amor. Na primeira parte de Gênesis 37:3 a Bíblia diz: E Israel amava a José. Vemos que o amor de Israel era muito grande por José, e isso era recíproco, pois tudo que seu pai pedia, ele fazia. Isso fica claro nos versículos 13-14: Disse, pois, Israel a José: Não apascentam os teus irmãos junto de Siquém? Vem, e enviar-te-ei a eles. E ele respondeu: Eis-me aqui. E ele lhe disse: 44 O Clarim Ora vai, vê como estão teus irmãos, e como está o rebanho, e traze-me resposta. Assim o enviou do vale de Hebrom, e foi a Siquém. Num primeiro momento, podemos dizer que essa é uma demonstração apenas de obediência, e realmente é. No entanto, aqui, José nos ensina que o respeito ao seu pai também é uma forma de amor. Como um filho obediente, respeitador e que amava seu pai, José, um jovem de apenas dezessete anos, mantinha um relacionamento de cumplicidade, algo que, em nossos dias, parece distante. Embora seu relacionamento com o pai fosse próximo, seus irmãos não tinham a mesma proximidade, nem com o pai, nem com José. Eles não os amavam e tão pouco os respeitavam. Na última parte dos versículos quatro e do versículo oito, a Bíblia diz: Odiaram-no, e não podiam falar com ele pacificamente. Então lhe disseram seus irmãos: Tu, pois, deverás reinar sobre nós? Tu deverás ter domínio sobre nós? Por isso ainda mais o odiavam por seus sonhos e por suas palavras. E os versículos 18-20 dizem: E viram-no de longe e, antes que chegasse a www.fesofap.com.br eles, conspiraram contra ele para o matarem. E disseram um ao outro: Eis lá vem o sonhador-mor! Vinde, pois, agora, e matemo-lo, e lancemo-lo numa destas covas, e diremos: Uma fera o comeu; e veremos que será dos seus sonhos. Vemos, aqui, uma família desestruturada, em que irmãos conspiravam contra seu próprio irmão, e filhos que não respeitavam o pai. Os irmãos de José, ao planejar executá-lo, não pensaram no sofrimento que causariam a seu pai. Em vez de matá-lo, os seus irmãos resolveram vendê-lo por vinte moedas de prata aos mercadores midianitas, que, por sua vez, venderam-no, no Egito, a Potifar. José, mesmo com toda dificuldade e vivendo em terra estranha, não deixou a boa prática e os ensinamentos que recebeu de seus pais. Não se vê nele nenhuma atitude de amargura ou revolta. Continuou amando e temendo a Deus, em seu coração e em sua conduta. Em certa ocasião, quando trabalhava na casa de Potifar, homem temido e oficial de Faraó, José passou por uma situação muito delicada e perigosa. A mulher desse capitão de guarda era muito bela. Ela, porém, parecia não ter atenção e carinho de seu marido, que, por causa de sua função, talvez fosse bastante ocupado e ausente. Assim, ao ver um homem como José dentro de sua casa, aquela mulher desejou-o em seu coração. A sua atração foi tão intensa que chegou a propor-lhe que se deitasse com ela. Não fez isso somente uma vez, mas ficou perturbando-o com suas propostas indecentes, diariamente. José, porém, não lhe deu ouvidos para deitar-se com ela, e estar com ela (Gn 39:10b). Ao notar que José não iria ceder, ela, num certo dia em que ele veio à casa para fazer seu serviço (Gn 39:11a), o agarrou pela roupa, dizendo: Deita-te comigo (Gn 39:12a). Qual foi a reação de José? Ele deixou a sua roupa na mão dela, e fugiu para fora (Gn 39:12b). As circunstâncias se inverteram, literalmente. Irada por ter sido rejeitada, aquela mulher usou a roupa de José para acusá-lo de tentativa de estupro. O seu marido acreditou naquela acusação mentirosa. Como resultado, José foi parar na cadeia! Ser fiel a Deus, muitas vezes, custa www.fesofap.com.br muito caro! José poderia aproveitar-se daquela situação, pois estava diante de uma mulher que, além de encantadora, era muito poderosa! Ele era solteiro e podia pensar que “ficar” com aquela mulher seria lucro. Além do mais, ninguém da sua família estava vendo. Mas José era fiel, mesmo quando ninguém estava olhando! Ele era um homem íntegro; por isso, fugiu! Hoje, precisamos de mais homens e de mais mulheres com o caráter de José! Homens e mulheres que, por amor a Deus, obedeçam de coração a sua palavra, mesmo quando não estão sendo observados! Homens e mulheres que amem o que se deve amar. Aos nossos olhos, parece difícil deixar de amar o que muitas vezes se quer amar. Parece difícil deixar de amar o mundo, mas a palavra de Deus ordena: não ameis o mundo, nem o que no mundo há (I Jo 2:15). Às vezes, deixar de amar a mulher do próximo ou o marido de sua amiga pode parecer complicado, mas a palavra de Deus determina: não cobiçaras a mulher do teu próximo (nem o marido da tua próxima). Por outro lado, também parece difícil amar o que muitas vezes não se quer amar. Parece difícil amar o próximo como a si mesmo, mas esta é uma ordem divina: amarás o teu próximo como a ti mesmo (Mt 22:39). Não é nada fácil amar os nossos inimigos, mas essa é uma ordem de Jesus: ... amai os vossos inimigos (Mt 5:44a). Não é nada fácil amar a Deus, mas Jesus manda amá-lo de todo o nosso coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças (Mc 12:30b). Ainda que seja aparentemente difícil deixar de amar o que não se deve amar e amar o que se deve amar, é preciso lembrar que essa é uma exigência divina. Além disso, quando estamos em Deus, a aparente dificuldade torna-se algo prazeroso, pois, como José, passamos a entender que Deus tem sempre o melhor para nós, pois ele é amor. Ame a Deus, ame a família que Deus lhe deu, ame como Jesus amou; afinal, amar assim é extremamente necessário para que nos tornemos cada vez mais uma igreja santa para o Deus santo. Cirlene Corrêa Rocha Bonetti Diaconisa O Clarim 45 CULINÁRIA [Berinjela] [Picanha Assada] Ingredientes: 6 a 7 berinjelas grandes 1 Kg de Sal grosso 1 garrafa de vinagre 100 gramas de uva passas Ingredientes: 1 picanha Sal grosso Farinha de trigo Modo de preparo: Descasque as berinjelas e corte-as em tirinhas bem finas. Coloque-as em uma vasilha com água e cubra com o sal grosso. Deixe descansar por 2 horas. Após lavar bem, coloque água novamente e despeje todo o vinagre. Deixe descansar novamente por 3 horas. Em seguida, lave e escorra bem a água. Tempere a gosto (bastante azeite, azeitonas verdes cortadas em tiras, cebola, pimenta, orégano e sal, se necessário). Modo de preparo: Limpe bem a picanha, deixando a gordura. Em seguida, passe o sal grosso em toda a carne. Em seguida, envolva toda a picanha com a farinha de trigo. Coloque na forma com a parte da gordura para cima. Leve ao forno, em temperatura mínima, por, aproximadamente, 4 horas. Cardápio para [Empadão de palmito] Ingredientes da Massa: 2 ½ xícaras (chá) de farinha de trigo 1 colher (sopa) de açúcar 1 colher (chá) de fermento em pó ½ colher (chá) de sal 150 gramas de margarina 1 ovo 4 colheres (sopa) de água gelada huuuumm... Dia Especial Ingredientes do Recheio: 1 lata de ervilha 1 vidro de palmito 1 copo de leite 1 colher (sopa) de maisena Tempero a gosto Modo de preparo da massa: Peneire a farinha, o açúcar, o fermento e o sal. Junte a margarina e faça uma farofa. Bata ligeiramente o ovo, junte a água e, aos poucos, os ingredientes peneirados. Bata bem e deixe descansar por 15 minutos. Modo de preparo do Recheio: Pique o palmito e refogue com os demais ingredientes. Depois acrescente a ervilha e por último a maisena dissolvida no leite. Montagem: Divida a massa em duas partes, abra e coloque numa assadeira pequena. Recheie e cubra com o restante da massa. Pincele com uma gema batida e asse em temperatura moderada, por 30 minutos 46 O Clarim Enviado por: Ana Maria Ronchete David Diaconisa [Bombom aberto] Ingredientes: 1 lata de leite condensado 1 lata de creme de leite 250 gramas de chocolate meio amargo 1 colher (sopa) margarina 400 gramas de morangos picados Modo de preparo: Faça um brigadeiro branco (1 lata de leite condensado e 1 colher de sopa de margarina ou manteiga). Leve ao fogo, até começar desprender do fundo da panela) e coloque numa refratária. Pique os morangos e coloque por cima do brigadeiro já frio. Derreta o chocolate no forno microondas ou em banho-maria, acrescente o creme de leite e cubra os morangos. Sirva gelado. www.fesofap.com.br www.fesofap.com.br O Clarim 47 REFLEXÃO À Espera do Tempo Certo Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu. (Ec 3:1) Q uando engravidei do Lucas, meu segundo filho, o filho mais velho, Walter, tinha quatro anos de idade. Passada a euforia inicial da notícia de ter um irmãozinho, a partir do quarto mês de gestação, quando minha barriga já crescia a olhos vistos, o Waltinho passou a viver dias de muita expectativa e ansiedade. Diariamente, ao acordar, corria até mim e perguntava-me: “Mamãe é hoje que meu irmãozinho vai nascer?” E eu lhe respondia: “Não meu filho, hoje não!” Esta cena repetiu-se por vários dias, até que encontrei uma solução: “Filhinho, o bebê vai nascer no tempo certo!”. Ele aceitou a resposta e não mais tocou no assunto. Certo dia, ao fazer a arrumação da casa, ouvia uma rádio gospel. De repente, uma jovem começou a cantar uma música cuja letra dizia: “O tempo certo chegou!”. Ao ouvi-la, imediatamente o Waltinho começou a chorar e dizer em alta voz: “Mamãe chame o papai. O bebê vai nascer hoje!!!” 48 O Clarim Quantas vezes nos deparamos com situações em nossas vidas diante das quais reagimos como o pequeno Walter: “É hoje, Senhor? É hoje, Senhor, que encontrarei o emprego que procuro?”; “É hoje, Senhor, que ‘esbarrarei’ com meu príncipe encantado?”; “É hoje, Senhor, que serei curada dessa enfermidade?” “É hoje, Senhor, que meu filho deixará o caminho errado?”; “É hoje, Senhor, que meu marido se renderá ao Senhor Jesus?”; “É hoje, Senhor, que receberei a notícia da tão esperada gravidez?”. Precisamos entender que o Senhor Criador tudo faz no seu tempo (Ec 3:1). Na sua infantilidade, o Walter nunca compreenderia que Deus estabeleceu um período definido para cada gestação. Ele também não entenderia que, mesmo estabelecendo um padrão (que, no caso da gestação humana, é de, em média, 40 semanas), a última resposta é sempre de Deus. Daí encontrarmos, eventualmente, crianças que nasceram de partos muito precoces e sobreviveram; crianças que, como o meu www.fesofap.com.br “Na ânsia de obtermos respostas rápidas às nossas perguntas, corremos o risco de agirmos por nossa conta e risco e nos submetermos às conseqüências de nossos atos...” filho Lucas, precisaram de 42 semanas completas e, muitos outros casos que fugiram à regra, mas nunca ao controle da soberania de Deus. Quantas gerações se passaram à espera do Messias prometido, desde Eva até Maria? Mas foi apenas quando chegou o tempo certo, que Deus enviou o seu próprio Filho (Gl 4:4). Quantos homens e mulheres tementes a Deus desejaram ter a alegria que foi reservada a Simeão e Ana? (Lc 2:25-37). Na ânsia de obtermos respostas rápidas às nossas perguntas, corremos o risco de agirmos por nossa conta e risco e nos submetermos às conseqüências de nossos atos. A Bíblia registra a história de inúmeras pessoas que, como o Waltinho, que imaginara haver chegado o tempo certo antes da hora, acreditaram erroneamente que o tempo certo também havia chegado para elas. Sara, por exemplo, conhecia a promessa do Senhor a Abraão, de que este teria um filho (Gn 15:4), mas se precipitou, ao querer “ajudar Deus”, oferecendo sua escrava Hagar, para que, com Abraão, tivesse seu filho (Gn 16), e teve de conviver com incontáveis situações de desgaste, provenientes de sua atitude. O Senhor sempre teve o domínio sobre todas as coisas, e continua tendo! Ele sabe o que está fazendo! Certamente, na aparente demora em responder nossas orações ou na permissão de dificuldades que não gostaríamos de passar, Deus tem ensinamentos para nós. É importante sabermos que todas as coisas trabalham juntas para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles a quem ele chamou de acordo com o seu plano (Rm 8:28). Quando estivermos passando por momentos de ansiedade e nos sentirmos tentados a questionar o Senhor, leiamos os capítulos 38 a 42 de Jó, a fim de sermos lembrados da verdadeira posição que Deus ocupa. Elaine C. Fontana Cunha Diaconisa www.fesofap.com.br O Clarim 49 Saúde da mulher O que você precisa saber sobre climatério Fim do período reprodutivo, uma fase natural na vida da mulher C limatério é o momento em que a mulher deixa seu estado fértil e inicia uma fase em que seu organismo não estará mais preparado para gerar uma vida. Esse período é esperado pela maior parte das mulheres com muito temor. Muitas dúvidas giram em torno desse tema e em torno da menopausa. Mas, afinal de contas, o que é menopausa? Menopausa é a última menstruação da vida da mulher. O período que antecede a última menstruação e o período de mudanças após a menopausa é chamado de climatério. No ventre da mãe, milhares de “óvulos” são formados nos ovários do feto feminino, caracterizando uma reserva insubstituível de “óvulos”. Quando a mulher nasce, cresce e chega à puberdade, vários desses “óvulos” são eliminados, mês a mês, a cada menstruação, juntamente com a produção de quantidade considerável de hormônio feminino. Após os 40 anos, essa reserva de 50 O Clarim “óvulos” começa a ficar reduzida e, aproximadamente, entre 47 e 53 anos inicia-se uma irregularidade menstrual, com falhas na menstruação. São os primeiros sintomas de que a menopausa vem aí, nos próximos 1 ou 2 anos. Com a falta de óvulos nos ovários, a produção de hormônios femininos também fica insuficiente e é isso que causa toda a sintomatologia tão temida da menopausa. Mas é bom deixar bem claro que nem todas as mulheres sofrerão desses sintomas. A maioria das mulheres passará pela menopausa sentindo alguns calores irrelevantes ou outras queixas menores. Muitas mulheres não sentirão nada. Para informação e para que todas conheçam os sintomas mais freqüentes, vamos comentá-los, dividindo-os em sinais e sintomas em curto prazo ou agudos, médio prazo e em longo prazo. • Sintomas em curto prazo Surgem nos primeiros meses da menopausa, podendo durar 2 anos ou mais. Podem ser caracterizados por formigamentos nas mãos, insônia e os famosos calores (ou fogachos). Estes fogachos são sensações de calor sentidas na metade superior do tórax, pescoço e face; são acompanhadas de rubor, sudorese e seguidas de calafrios, palpitações e sensação de ansiedade. São rápidas, porém, podem causar bastante desconforto nas mulheres. Ocorrem principalmente à noite. www.fesofap.com.br A menopausa deve ser encarada como uma fase natural da vida da mulher. Não é uma doença, não é o fim da vida; é só mais uma fase da vida, de grandes mudanças, mas que vai passar. Outros sintomas agudos são neuropsíquicos. O estrógeno está relacionado à auto-estima e influencia indiretamente o humor. Déficit de estrógeno, somado a outros fatores, favorece a depressão e a diminuição da libido (desejo sexual). • Sintomas em médio prazo Surgem 3 a 5 anos após a menopausa e estão relacionados à atrofia do sistema genital e urinário. A principal queixa das pacientes nesse período é de secura vaginal, conseqüentemente, dor e sangramento nas relações sexuais. Outras queixas também comuns são de prurido (coceira) vaginal e infecções recorrentes de urina. • Sinais e sintomas em longo prazo Normalmente, surgem após 5 anos da menopausa e o principal deles é a diminuição da www.fesofap.com.br massa óssea, levando a redução de sua resistência, com aumento do risco de fraturas. É a famosa Osteoporose. Não causa dor nas mulheres, porém, os ossos ficam tão fraquinhos que uma fratura pode acontecer a qualquer momento, mesmo sem motivo. As fraturas mais comuns são no quadril, na coluna vertebral e no punho, sendo que mais de 50% das mulheres maiores de 65 anos sofrerão um desses tipos de lesão. É importante repetir que nem todas as mulheres sofrerão desses sintomas. E quanto mais tranqüila você esperar a menopausa chegar, melhor. A menopausa deve ser encarada como uma fase natural da vida da mulher. Não é uma doença, não é o fim da vida; é só mais uma fase da vida, de grandes mudanças, mas que vai passar. Por não ser uma doença, não precisa de tratamento, precisa de acompanhamento. Se O Clarim 51 Você pode me preparar para ter uma menopausa saudável preocupando-se, desde já, com seu estilo de vida, e aí vão algumas dicas: Alimentação Procure controlar a ingestão de alimentos gordurosos (frituras, salgados). Não faça refeições com o saleiro sobre a mesa. Evite o açúcar, doces, refrigerantes e alimentos industrializados. Coma, diariamente, no mínimo, 5 porções de hortaliças e frutas, mantendo um cardápio variado. Procure não comer todos os dias o mesmo tipo de frutas, verduras e legumes. Consuma soja e derivados. Dê preferência a cereais integrais (arroz integral, aveia, cevada, gérmen de trigo, sementes de linhaça). Evite muita carne vermelha; prefira carne branca. Se possível, fique um dia na semana sem comer carne alguma. Aumente o consumo dos alimentos que são fontes de cálcio (leite e iogurte desnatados, queijos magros, verduras escuras). Tome, ao longo do dia, muita água e chás de folhas verdes. você apresentar sintomas que comprometem sua qualidade de vida, não houver contraindicações e seus exames preventivos estiverem em dia, seu ginecologista poderá indicar o uso de um hormônio. Mas lembre-se de que reposição hormonal só poderá ser feita com acompanhamento individual para cada mulher (nem sempre o que é bom para uma é bom para todas) e, se realmente for necessário, já que todo medicamento pode melhorar uma coisa e piorar outra. Não faça uso de medicamentos, mesmo os naturais (Isoflavona, por exemplo), sem acompanhamento de um médico. Mesmo os medicamentos naturais têm contra-indicações. 52 O Clarim Exercício Físico Associados a uma alimentação saudável, os exercícios físicos são essenciais para a diminuição do peso. São ótimos para diminuir o estresse e melhorar a libido. Uma caminhada de 30 min, 3 vezes na sem a sua vida. Separe um tempo do seu dia para ele. Diga-lhe o que está acontecendo, seus medos, seus sonhos, suas alegrias e suas tristezas. Ele a criou e a entende. E seja muito feliz, simplesmente por pertencer a um Deus Magnífico. Cláudia Falcão Marques do Amaral Ginecologista e Obstetra www.fesofap.com.br PRIMEIROS SOCORROS Queimaduras Em nosso dia a dia estamos sujeitos a nos deparar com acidentes de todos os tipos. No ambiente doméstico, alguns dos mais comuns envolvem queimaduras e poderiam ser evitados com alguns cuidados preventivos, como: • Ao cozinhar, não deixe os cabos das panelas para fora do fogão; • Não manuseie líquidos e objetos em temperaturas altas sem proteção; Se você tem crianças pequenas em casa, o cuidado precisa ser ainda maior: • Com a temperatura das mamadeiras: coloque sempre uma gota do leite no dorso da mão antes de levar a boquinha do bebê; • Experimente também a água do banho colocand o o cotovelo na água para saber se a temperatura está adequada, • Não beba líquidos quentes com a criança no colo; • Se for usar o forno, mantenha as crianças afastadas da cozinha; Outro fator que merece nossa atenção é a queimadura provocada pela exposição ao sol: nunca esqueça de usar protetor solar, e quanto mais clara for a pele, maior o risco de prejuízos. Lembre-se que, neste caso, as conseqüências podem não ser imediatas, mas futuras. Porém, como infelizmente, acidentes acontecem, algum conhecimento básico em primeiros socorros com certeza fará diferença, podendo diminuir a dor, evitar seqüelas futuras e até salvar uma vida. Existem três graus de queimaduras: Nas de primeiro grau, o local fica vermelho, inchado e a vitima sente dor. Nas queimaduras de segundo grau, a dor é mais intensa e podem aparecer bolhas na região afetada. As queimaduras de terceiro grau são mais graves, pois atingem todas as camadas da pele, podendo chegar aos músculos e ossos. Geralmente não há dor nesse tipo de queimadura, pois os nervos da região são destruídos, a pela fica escura ou esbranquiçada. O que não se deve fazer: Não fure as bolhas, não use manteiga, creme dental, vina- gre, nem mesmo gelo ou água gelada para resfriar a região. Em casos mais graves onde envolva o corpo todo, não tente desgrudar roupas que estiverem coladas à pele, poderá ferir mais a região. O que fazer: Nas queimaduras mais leves, lave com água corrente fria (não gelada). Nas queimaduras por exposição ao sol, deve-se ingerir muita água e refrescar a pele com compressas frias. Já nas queimaduras de segundo grau, lave também com água e depois seque com uma compressa limpa, ou gaze (de preferência), para que não czontamine a área. Se houver muita dor, dê a vitima um analgésico e não deixe de procurar um médico para dar seqüência aos cuidados. Em casos mais graves por queimaduras de terceiro grau, retire acessórios como relógios e anéis, pois o local vai inchar, e se as roupas estiverem em chamas, não deixe a pessoa sair correndo; cubra-a com um cobertor, tapete ou casaco, ou faça-a rolar no chão, a fim de apagar as chamas, e procure auxílio médico imediatamente. Em qualquer dessas situações manter a calma é muito importante. Preste os primeiros socorros (se tiver segurança nos procedimentos), chame um serviço de emergência ou encaminhe a vítima ao médico. Aline Fernanda Santos Izidoro O Clarim 53 Artigo Filhos Adolescentes: Como Lidar com Eles? U ma das maiores preocupações dos pais, atualmente, é saber como lidar com filhos adolescentes. O que fazer para que o filho consiga êxito nos estudos e no trabalho? Como garantir que, quando estiver sozinho ou longe da supervisão direta dos pais, se comporte da maneira como foi “educado” ou da maneira como se espera? Como educar o filho para que não se envolva com bebidas, sexo, cigarros e até mesmo com drogas? Nos dias atuais, não faltam “técnicas” que ajudam pais “desesperados” a educar seus filhos, a fim de lhes garantir um futuro promissor, tanto do ponto de vista econômico como dos pontos de vista educacional e moral. Mas, quanto ao evangelho, será que se tem estudado, de maneira séria e eficaz, o comportamento de adolescentes, seus antecedentes e suas conseqüências? Será que a igreja do Senhor tem encarado essa questão de maneira madura, fazendo as perguntas certas e tentando responder de maneira 54 O Clarim idônea, sem medo das respostas obtidas? Como os pais cristãos lidam com esse “desafio” de educar seu filho adolescente? Será que utilizam os princípios da palavra de Deus no processo educacional? Citaremos, adiante, alguns exemplos de comportamentos bem característicos (para não dizer estereotipados) de alguns pais, tanto na igreja como na psicologia. É importante salientar que não são rótulos e que não existem pais que agem somente de acordo com um tipo de comportamento aqui citado. Na verdade, os pais, como todo o restante da “humanidade”, apresentam diversas respostas comportamentais em diferentes contextos e contextos diferentes entre si. Nosso objetivo, aqui, é discutir como tais atitudes podem afetar, direta e indiretamente, o comportamento dos filhos, mostrando que, na maioria das vezes, o filho age em reação ao comportamento dos próprios pais. Um comportamento bem característico é a “modernização”. Neste caso, os pais tentam se assemelhar o máximo possível ao filho, para assim www.fesofap.com.br conseguir sua confiança. Usam tênis de marcas famosas, bermudões, mini-saias, calças apertadas, bijuterias, relógios, entre outros acessórios, também utilizados por seus filhos. Quando não, utilizam palavras comuns à sua linguagem. Acreditam que, ao se vestirem como eles, utilizarem as mesmas expressões – até mesmo gírias – e adotarem o mesmo cardápio alimentar, “ganharão terreno”, se tornarão seus confidentes, amigos. Os pais pensam que, assim, saberão tudo sobre o filho e, dessa forma, poderão até intervir, quando julgarem necessário. É possível afirmar que todo esse “esforço”, muito provavelmente, não tenha o retorno esperado. O que pode acontecer a esses pais é “caírem no ridículo” (sem desconfiar disso). Outra conseqüência é o filho tratá-los como mais um de seus amigos e ouvi-los como ouve qualquer amigo. Conselhos ou ordens dos pais podem se tornar facultativos. E, ainda, o filho pode não os ver como pais. Por mais que os pais tentem se parecer com os filhos, eles sempre serão pais, e é importante que o filho os veja como assim. Não defendo a seriedade, a distância ou o rigor. É importante que os filhos vejam e aceitem os pais como são. Com sua moda, sua fala, e, ainda assim, devem confiar neles. A confiança e o respeito dos filhos não são adquiridos com o fato de os pais “entrarem na turma”, mas sim pelo fato de estarem presentes. É necessário que sejam vistos como um porto seguro, alguém de confiança, alguém que os proteja, que faça a diferença, não somente como provedores de bens, mas como verdadeiros amigos. A amizade entre pais e filhos deve partir dos pais e isso é feito com demonstração de amor incondicional, independentemente da situação. Em contrapartida, há pais que tentam fazer do controle sob seus filhos a sua principal forma de educação. Utilizam os mais diversos meios coercitivos e fazem deste controle excessivo a sua marca. Os filhos são mantidos sob um esquema de vigilância constante, sendo que todas as atividades, horários, e até mesmo os amigos são controlados. O filho é mantido sob as mais diversas ameaças (corte de dinheiro, perda de bens, agressão, exposição de defeitos na frente de amigos, etc.). Algunspais,quedizemprofessaraféemCristo,incutem em seus filhos, principalmente, quando adolescentes, um medo extremo do pecado. Nesse contexto, tudo é pecado (na maioria das vezes, conforme a conveniência dos pais), e o controle se dá pela absolvição ou acusação do pecado do filho. A falha está em não mostrar a este que o pecado está no mundo, mas que Cristo veio para nos livrar do pecado, através de sua morte. Para esse caso, devemos explicar um conceito utilizado na psicologia comportamental chamado de contracontrole. Este conceito é bem simples: quando há um controle excessivo sobre um determinado indivíduo, o indivíduo controlado se comporta a fim de evitar esse controle. Esse comportamento pode ser desde uma simples fuga ou esquiva, até a agressão propriamente dita. É comum vermos adolescentes que sofrem esse tipo de coerção dos pais, e, dessa forma, quando se vêem livres, se “soltam”, fazem tudo o que os pais certamente estariam controlando rigorosamente. É nesse tipo de situação que O Clarim 55 podemos ver (e entender) que alguns adolescentes, filhos de pessoas notáveis de nossa comunidade, acabam se envolvendo com drogas, prostituição, álcool, crimes, entre outras coisas. Isso é justamente o contracontrole anteriormente citado. Esses pais que sempre dizem “não pode!” e que tudo controlam, provavelmente, favorecerão que seu filho, ao vir uma brecha de “liberdade” (viagem dos pais, estudo em outra cidade, etc.), faça inúmeras coisas que jamais pensou ser capaz de fazer. Que os adolescentes precisam de um cuidado especial dos pais é fato, mas esse cuidado não tem de ser expresso na forma de controle coercitivo. Deve ser feito, acima de tudo, com amor e sob a luz da palavra de Deus. Não vemos nenhum exemplo, nas Sagradas Escrituras, de controle excessivamente coercitivo do Senhor sobre seus filhos; pelo contrário, Deus deixa clara a condição do livre-arbítrio. Há, também, aqueles pais que são omissos e simplesmente deixam que seus filhos sigam os seus caminhos, “confiando” na educação que lhes deram. Devemos, de fato, confiar na educação dada aos filhos, mas não podemos nos esquecer deles. A educação dada pelos pais não é cem por cento correta e completa; sempre se deixa de falar ou mostrar algo, durante o processo educacional. No entanto, é importante dizer que estamos nos referindo a pessoas, e estas, por sua vez, são hábeis em aprender novos comportamentos, a partir de pequenas situações (modelos) e informações. É preciso verificar que, nos dias atuais, crianças e adolescentes têm acesso a diversos tipos de informações e, por mais eficaz que seja a educação dada pelos pais, não se pode assegurar que os filhos “filtrarão” toda a informação recebida de outras fontes que não sejam os pais ou a igreja. O adolescente tem muitas dúvidas. Acredite! A adolescência é um período complicado. Afinal, além de ser uma fase de mudança no corpo (principalmente nas mulheres), marca o término da infância e o início da vida adulta. A partir de então, o ser humano começa a decidir sobre sua própria vida (como a profissão seguir, por exemplo) e terá de arcar com as decisões tomadas, sem contar que esse é o momento em que tanto o rapaz quanto a garota (também devido às alterações e ao amadurecimento do sistema endócrino) “descobrem o amor”, e se vêem apaixonados facilmente. Obviamente, essas 56 O Clarim mudanças, entre outras, geram grandes dúvidas. Mesmo que não se goste de admitir dúvidas, essas, uma vez presentes, precisam ser sanadas, sempre à luz da palavra do Senhor. Infelizmente, as fontes de informações disponíveis nem sempre são confiáveis, sob a ótica do evangelho. Se ninguém estiver por perto, preferencialmente os pais, quando tais dúvidas aparecerem, os filhos adolescentes certamente procurarão outras fontes de informação (internet, amigos, escola, televisão, etc.) e acabarão tendo suas dúvidas sanadas; provavelmente, não com respostas corretas, mas, sim, com respostas que, certamente, os arrastarão para o mundo. Por vezes, pais se mostram interessados e preocupados com o seu filho adolescente, mas, na verdade, estão tão absorvidos em seus afazeres – seja em casa, no trabalho ou até mesmo na igreja, com seus cargos – que essa preocupação fica apenas na teoria. A adolescência é uma fase maravilhosa da vida. É quando a maioria das descobertas acontecem e a motivação para conquistar o próprio mundo aparece. Mas essa mesma motivação, muito bonita em um jovem, pode se tornar fonte de problemas, quando estiver direcionada para o pecado. Para que isso não aconteça, os pais devem se posicionar, não como uma “agência de controle”, ou como um dos membros da “tribo” do filho, nem deixando que seus filhos caminhem sozinhos, mas, sim, como pais que são, porque, afinal de contas, esses filhos estão deixando de ser crianças e estão se tornando homens e mulheres. Para que possam ter plenas condições para realizar o seu futuro, precisam ser direcionados. Quem deve dar essa direção são os pais, mas sob a orientação do Espírito Santo e através da Bíblia Sagrada. Os pais devem ser companheiros, acima de tudo; não devem ter medo de falar com os filhos, nem de saber o que andam fazendo. Devem participar da vida de seus filhos, mas com amor, amizade (a verdadeira amizade que um pai deve ter), respeitandoos como pessoas e respeitando seu espaço. Tudo isso deve ser feito sob a luz da palavra de Deus. Afinal, os adolescentes são a igreja de hoje. Portanto, se sua energia e motivação forem bem trabalhadas, eles podem fazer com que a única revolução que venham a realizar seja o “Ide por todo mundo”. Roberto de Oliveira Soares Professor de Psicologia www.fesofap.com.br www.fesofap.com.br O Clarim 57 Artigo O Precioso Jejum Bíblico Diante do “evangelho” atual que enfatiza o sucesso e o bem-estar do crente, atitudes ligadas à privação ou autonegação estão fora de moda. Esse é um dos motivos de a prática do jejum estar tão negligenciada atualmente. Vemos, também, que muitos cristãos desconhecem o ensino bíblico a respeito do jejum, não entendem sua eficácia, sua importância e seu propósito, e, por isso, ignoram essa prática. Outros, por terem recebido ensinos distorcidos a respeito do assunto, acabam por exagerar em sua prática. Por isso, muitas dúvidas e confusões surgem, levando pessoas a abandonar essa tão importante disciplina espiritual. 58 O Clarim Cremos que Deus deseja despertar o nosso entendimento sobre esse tema, pois o jejum é um instrumento de vida e vitória para o cristão; a prova disso é que, ao longo da história cristã, vemos importantes homens praticando e dando seu testemunho. O exemplo deles mostra que o jejum é um ato devocional importantíssimo que não pode ser esquecido pela igreja do Senhor. A prática do jejum é um ensino bíblico e está presente tanto no Antigo como no Novo Testamento. Vários personagens bíblicos jejuaram: Moisés, Davi, Elias, Ester, Daniel, Ana, Paulo e o próprio Jesus. A Bíblia tem muito a nos ensinar sobre este tema, e vale a pena examiná-la e tirar as dúvidas. www.fesofap.com.br De acordo com o dicionário da língua portuguesa, jejum é a abstinência ou abstenção total ou parcial de alimentação, em determinados dias, por penitência ou prescrição religiosa ou médica. Mas qual é o significado bíblico para o jejum? A palavra hebraica para jejum é tsom, que significa afligir a alma ou negar-se a si mesmo1. A idéia não é de uma simples abstinência de alimentos, mas de uma disciplina com finalidades espirituais, uma prática devocional sempre ligada à oração, em que abrimos mão de algo que nos agrada, para, então, agradar a Deus. O Mestre dos mestres tinha o jejum como uma prática necessária e fundamental para seus discípulos. Além de jejuar, Jesus ensinou acerca da prática correta do jejum, dizendo: maneira que o Senhor Jesus adotou para jejuar no deserto, como nos informa o texto bíblico: Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi guiado pelo mesmo Espírito, no deserto, durante quarenta dias, sendo tentado pelo Diabo. Nada comeu naqueles dias, ao fim dos quais teve fome. (Mt 4:1-2) Em outra ocasião, ele ainda afirma: Dias virão, contudo, em que lhes será tirado o noivo, e nesses dias hão de jejuar (Mt 9:15). Jesus é o noivo que foi tirado; nós somos os seus discípulos, e, portanto, nos dias em que vivemos, até a volta do noivo, é tempo de jejuar! Aquele que se dispõe a jejuar precisa estar atento aos princípios estabelecidos nas Escrituras Sagradas a respeito da forma e da duração do jejum. Richard J. Foster,2 importante pesquisador sobre disciplinas espirituais, mostra que há, na Bíblia, períodos diferenciados, que pode ser de um dia (Jz 20:26), três dias (Et 4:16), uma semana (I Sm 31:13) três semanas (Dn 10:3) e até quarenta dias (Lc 4:1,2). Existem, também, diferentes tipos de jejum. Há, por exemplo, o que esse autor chama de jejum normal, que é abstinência de alimentos, mas com o consumo de água. Essa prática era comum nos tempos bíblicos. Parece que foi essa Se lermos com atenção esse texto, veremos que não faz nenhuma menção a abstinência de água, bem como não afirma que Jesus teve sede. A ingestão da água, durante o jejum, permitenos alongá-lo por mais dias. Contudo, Elmer L. Tows, alerta que se deve tomar estremo cuidado com jejuns mais prolongados, que só podem ser praticados sob orientação médica.3 Há também diversos exemplos bíblicos do jejum total ou absoluto, que consiste na abstenção tanto de alimento quanto de água. Nos dias bíblicos, esse tipo de jejum era praticado em situações difíceis, extremas e urgentes. A rainha Ester, após saber que estava condenada a morte, juntamente com seu povo, ordenou a Mordecai: Vai, ajunta a todos os judeus (...) e jejuai por mim, e não comais, nem bebais por três dias, nem de noite nem de dia; eu e as minhas servas também jejuaremos (Et 4:16). O apóstolo Paulo fez um jejum total, por três dias, por ocasião de sua conversão (At 9:9). É importante dizer que, segundo os especialistas, o corpo humano consegue resistir até quarenta dias, sem a ingestão de alimentos sólidos; entretanto, não resiste mais de três dias sem o consumo de água.4 Os casos de Moisés e Elias são especiais (Dt 9:9; I Rs 19:8). Eles só conseguiram fazer jejuns totais durante quarenta dias porque estavam no sobrenatural de Deus. Logo, o jejum total ou absoluto deve ser feito em períodos curtos, jamais ultrapassando três dias, para que essa disciplina saudável não passe a ser um risco para saúde. Quanto ao tipo e à duração do jejum que se deve praticar é algo extremamente pessoal, pois diz respeito ao relacionamento da pessoa 1 PENTECOST, J. Dwight. O Sermão da Montanha. São Paulo: Vida, 1988, p.126. 2 FOSTER. Richard J. Celebração da Disciplina. São Paulo: Vida, 1983, p. 41 3 TOWNS, Elmer L. Jejuar, uma revolução na vida espiritual. São Paulo: Atos, p. 24. 4 FOSTER. Richard J. Celebração da Disciplina. São Paulo: Vida, 1983, p. 42. Quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; (...) Tu, porém, quando jejuares, unge a cabeça e lava o rosto, com o fim de não parecer aos homens que jejuas, e sim ao teu Pai, em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará. (Mt 6:16-18) www.fesofap.com.br O Clarim 59 com Deus. Deve ser praticado conforme a necessidade e a capacidade de cada um. O que é mais importante é a motivação que nos leva a jejuar, e, sobre isso, devemos voltar nossa atenção. O jejum não deve ser praticado como um sacrifício para a obtenção de bênçãos de Deus, porque elas já foram garantidas na cruz de Cristo. O jejum pode se tornar um ritual vazio, se não for feito de maneira correta. Isso aconteceu nos dias do profeta Isaías, quando o povo de Deus começou a indagar: Por que jejuamos nós, e não atentas para isto? Por que afligimos a nossa alma, e tu não o levas em conta? (Is 58:3a). O motivo, diz o Senhor, é que eles ignoravam que o modo de jejuar poderia mudar suas vidas: Eis que, no dia em que jejuais, cuidais dos vossos próprios interesses e exigis que se faça todo o vosso trabalho. Eis que jejuais para contendas e para rixas e para ferirdes com punho iníquo; jejuando assim como hoje, não se fará ouvir a vossa voz no alto. (Is 58:3b,4). A devoção deles era falsa e a motivação estava errada. Há muitas pessoas que encaram o jejum como uma forma de “comprar” o favor de Deus. Elas pensam que o ato do jejum faz com que Deus mude e faça o que desejam. Isso não está certo! Deus não é mudado por causa de nosso jejum, pois ele é sempre o mesmo, antes, durante e depois do jejum. Quem precisa mudar, na realidade, é a pessoa que está jejuando, tornando-se mais sensível às coisas espirituais. O objetivo do jejum está voltado para nós, pois visa nos mudar. É nosso caráter que vai sendo moldado e aperfeiçoado, cada vez que praticamos o jejum. Ao jejuarmos, os nossos corpos são colocados sob total dependência do Senhor, enquanto somos alimentados pelo pão espiritual (Jo 6:35). 60 O Clarim O propósito primário do jejum é mortificar a carne e alimentar o espírito. É negar a própria vontade e dar lugar à vontade de Senhor. A palavra de Deus nos mostra que há um constante embate entre a carne e o espírito que acontece dentro de nós, e aquele que estiver mais forte vencerá a batalha. A disciplina do jejum fortalece o noss0o espírito. O princípio é simples: enquanto o estômago descansa, o espírito é alimentado e fortalecido por Deus. Jesus, o nosso maior exemplo, jejuou por quarenta dias e venceu o diabo, expulsando-o de sua presença (Mt 4:1-11). O jejum é um treinamento espiritual em que aprendemos a vencer ou a controlar os impulsos carnais. Ele quebranta e disciplina nossa alma pela aflição (Ed 8:21; Sl 69:10); é meio de buscar ao Senhor (II Cr 20:3,4) e nos prepara para a batalha espiritual (Mt 17:21). Somos impulsionados para a meditação, a adoração, a oração e a leitura bíblica; consequentemente, somos levados ao arrependimento, à purificação, ao refinamento de nosso caráter e a uma grande edificação espiritual. Ele é designado a melhorar o nosso relacionamento com o Senhor, pois nos aproxima deste. A prática do jejum traz vários resultados práticos para a vida daquele que o experimenta: aumento de eficácia na oração intercessora, maior autoridade espiritual, orientação na tomada de decisões, maior concentração, aumento do desejo de orar, bem-estar físico, revelações e assim por diante. Essas coisas ocorrem não por causa do jejum em si, mas por causa da nossa sintonia mais intensa com o Espírito Santo. Em suma, o jejum, aliado à oração, é meio de bênção. Quando corretamente exercitado, promove verdadeiras maravilhas na vida do cristão. Saiba, portanto, como usá-lo, e, dessa forma, o Senhor certamente não se apartará de você. Alan K. Pereira Rocha Pastor www.fesofap.com.br I d é i a d e Tr a b a l h o Um Sonho Realizado A Região Paulista adquiriu uma chácara e construiu nela um grande templo e um refeitório, com o propósito de acolher bem os irmãos, nos eventos regionais. Essa era a realização de um antigo sonho! No entanto, havia ainda muita coisa a ser feita, como, por exemplo, a aquisição de mesas e cadeiras para o refeitório. A Resofap Paulista decidiu cooperar tomando uma atitude. O exemplo é digno de ser compartilhado e seguido. Pensou-se no que poderia ser feito e foi aí que a Resofap Paulista, aproveitando a realização de um Simpósio, em que todas as Sofap’s da Região O Clarim www.fesofap.com.br 61 estavam presentes, entregou-lhes uma pequena quantia em dinheiro, num pequeno bauzinho. Pediu para que usassem seus talentos e trabalhassem para que o valor fosse multiplicado. Como resultado do trabalho, deveriam levar a oferta em seus cestinhos, no dia marcado. Os cestinhos também deveriam ser transformados (decorados), representando a criatividade e dons dados por Deus a cada uma. O prazo dado foi de dois meses. Era tempo suficiente para que trabalhassem com a quantia recebida. As irmãs compraram materiais e fizeram pães, bordados, pinturas, artesanatos, etc., cada uma explorando seus dons e talentos. Com a venda de seus trabalhos, aumentaram várias vezes o valor recebido. Escolheram a data e reuniram-se na própria chácara, que recebeu o nome de Acampamento Canaã, onde realizaram um Culto, que denominaram Culto dos Talentos. O Clarim 61 www.fesofap.com.br Nesse dia, todas levaram suas ofertas, além do louvor e da gratidão ao Senhor. A quantia arrecada foi suficiente para comprar oitenta e cinco jogos de mesas com quatro cadeiras, sendo cinco jogos infantis e mais alguns utensílios para a cozinha. Para a glória de Deus, mais uma vez, foram confirmadas as “obras de nossas mãos”. Texto preparado para ser utilizado no Culto dos Talentos Saí pelo campo à procura de uma flor pequena e singela. Lá, estava ela escondida entre os arbustos. Era perfumada e linda. Perguntei-lhe: Por que se esconde? Ela, sorrindo, me respondeu: Sou pequena e simples. Como posso igualar-me às rosas do seu jardim? Entretanto, sua beleza e perfume me impressionaram e eu a colhi. Ela, sozinha, parece não ter muito valor, mas, somada a tantas outras, que beleza! Que lindo buquê posso formar! Assim somos nós. Às vezes, o que temos parece tão pouco! Mas, se somarmos nossos dons, nossas forças, realizaremos obras dignas de serem confirmadas. É o que está acontecendo hoje, através da COOPERAÇÃO. Todas nós, unidas, trouxemos nossas ofertas com muita alegria a este lugar. Isso nos faz lembrar uma história linda e real: a construção do Tabernáculo (Êxodo,25), lugar de culto e adoração ao Deus vivo.Moisés, na liderança, Bezalel, como mestre de obras, com toda a sabedoria, escolhendo e separando ouro, prata, pedras preciosas, peles de animais e outras coisas mais. Todos podiam contribuir: adultos, jovens e crianças. O povo parecia feliz. Não murmurava, nem se queixava. As mulheres, alegres, usavam suas habilidades nos bordados de ouro dos mantos sacerdotais. Todos trabalhavam de bom grado, ofertando mais do que o necessário. Chega! Diz Moisés, já temos de sobra para a obra do Senhor! Tudo ficou pronto, por dentro e por fora. Os sacerdotes tomaram seus lugares. A glória do Senhor encheu todo o tabernáculo. Assim será com todas as ofertas que trouxemos hoje, impelidas por um coração bem disposto para com Deus. Subirão ao trono da glória, como oferta agradável ao Senhor. Dica de Leitura Suely Corrêa Rocha de Oliveira Diaconisa O Clarim www.fesofap.com.br 62 www.fesofap.com.br Doutrina Nossa Crença Aniquilacionista E aquele que está assentado no trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E acrescentou: Escreve, por que estas palavras são fiéis e verdadeiras”. Ap 21.5. D e acordo com a definição teológica, o aniquilacionismo é a doutrina que afirma que os pecadores serão aniquilados, após a morte, uma vez que, de acordo com esse ponto de vista, o homem não possui imortalidade inata. Sendo assim, os ímpios sucumbirão ao fogo do juízo, a ponto de serem como se nunca tivessem sido (Ob 16), ao invés de passarem a eternidade ardendo nas chamas do inferno. A Igreja Adventista da Promessa também é defensora do parecer de que os ímpios serão exterminados: ... porque o homem vil já não passará por ti; ele é inteiramente exterminado (Nm 1:15). Eles deixarão de existir: (Sl 37:10); Consome-os com indignação, consome-os de sorte que jamais existam (Sl 59:13a). A compreensão dos escritos judaicos das sagradas Escrituras nos dão a entender que esse conceito era favorável à crença de que, morrendo o homem, sua vida permanecia em inconsciência e finitude. Vemos isso nos exemplos relatados por Jó: ... antes que me vá para o lugar de onde não voltarei para a terra da escuridão e da sombra da morte, para a terra escuríssima O Clarim www.fesofap.com.br 63 como a própria escuridão, terra da sombra da morte e desordem, onde a própria luz é como a escuridão. (10:21-22) Isaías também afirma: ... pois não pode louvar-te na sepultura, nem na morte glorificar-te; não esperarão na tua verdade os que descem à cova. Os vivos, os vivos, esses te louvarão como eu hoje faço, o pai aos filhos fará notória da tua fidelidade. (38:18-19) O rumo da história, nesse quesito, é forte e decisivamente influenciado, quando, no quarto século antes de Cristo, os Gregos assumem o controle do mundo. Tanto Alexandre, O Grande, quanto os quatro generais que lhe sucedem no governo do vasto império Grego (Lissímaco, Ptolomeu, Cassandro e Seleuco), quando de sua morte, em 323 a.C., foram constantes disseminadores da cultura Grega, por todo o império, que incluía, sobretudo, a nação de Israel. É nesse período que a religião judaica passa por uma de suas piores crises pós-exílio, pois a forte opressão cultural dos Gregos O Clarim 63 www.fesofap.com.br encontra aliado no sumo-sacerdote Sadoque, que, se tornando simpatizante e defensor de certas crenças gregas, em detrimento dos ensinos judaicos, e encontrando apoio na elite judaica, que não tencionava se indispor contra as forças do Império, cria o partido dos “saduceus” (seguidores de Sadoque). Por outro lado, fazendo frente a essa influência, surgem, no mesmo contexto, os “fariseus” – possivelmente, “separados” ou “separadores” (1), não apenas no sentido de separados das coisas erradas, mas, sobretudo, da influência das crenças e costumes gregos. Era justa a preocupação dos fariseus nessa questão, pois a força da cultura grega se vê em tantas palavras que, ainda hoje, fazem parte de nosso dia a dia, como: democracia (gr. governo do povo), pneu (gr. ar, sopro), pneumonia, cemitério (gr. lugar de dormir) e tantas outras. Na igreja, temos a palavra diácono, que é uma transliteração do grego. O novo testamento foi escrito em grego; diante disso, não é de se admirar que o mundo tenha se rendido à crença grega que ensina “que as pessoas nascem com uma alma imortal” (2), levando-as a acreditarem que “quando seu corpo morre, seu espírito ou alma vai para o céu viver com Deus ou para um inferno de fogo a arder eternamente” (3). No século XIX, o pastor George Storrs, ministro da igreja Metodista, nos EUA, reacende o debate sobre a mortalidade da alma e o aniquilamento. Seus ensinos conquistaram os pioneiros da Igreja Adventista do Sétimo Dia, ampliando a discussão sobre o tema. Mais recentemente, essa questão veio à tona nos diversos centros de educação teológica no Brasil, quando o Dr. James Packer lançou seu trabalho intitulado: Reconsiderando o Aniquilacionismo Evangélico: Uma Análise do Pensamento de John Stott sobre a não-existência do Inferno. O fato de ter se tornado público que um teólogo renomado como John Stott tem tal compreensão sobre o assunto deixou O Clarim www.fesofap.com.br 64 muitos professores da área teológica com certo desconforto. É preciso pontuar algumas questões. A primeira é o entendimento que se possa ter sobre inferno. Originalmente, a palavra inferno significa “lugar inferior”, “sepultura”, “abismo”, etc., e não necessariamente um lugar em chamas, haja vista que Jonas, no ventre do grande peixe, no fundo do Mar Mediterrâneo, diz ter clamado do inferno: Disse ele: Na minha angustia clamei ao Senhor, e Ele me respondeu. Do fundo do inferno gritei e tu ouviste a minha voz (Jn 2.2). Há traduções que trazem ainda: “profundezas da sepultura”, “abismo”, “sheol”. A correspondente grega para “Sheol” é “Hades”, que, segundo a mitologia grega, era um dos seis filhos de Cronos, a quem coube herdar as regiões dos mortos. Encontramos, dessa forma, “Hades” constantemente traduzida por inferno, o que é correto, entretanto, somente quando o sentido estiver relacionado com “o mundo subterrâneo”, “sepultura”. Associar a tradução de “Hades” como lugar de tormento distorce o sentido original da palavra, pois, etimologicamente, a palavra “provém do prefixo a = alfa grego com a idéia de negação, privação e do verbo idein = ver, o que significa “o que não é visto”, “lugar de onde não se vê”. Por isso, é sinônimo de sepultura, habitação dos mortos” (4). Por outro lado, além de Hades, o Novo Testamento emprega, pelo menos, duas outras palavras relacionadas a esse assunto. A primeira é “Geena” e a outra é “Tártaros”. Uma se refere ao vale dos filhos de Hinom, onde havia sempre fogo aceso, haja vista que o povo o abastecia com o seu lixo. Jesus usava essa palavra como símbolo da destruição eterna. A segunda significa um termo clássico para indicar a esfera intermediária onde anjos caídos aguardam o julgamento final, respectivamente. Quando Cristo faz menção ao “Geena”, refere-se a um lugar real, visível e conhecido O Clarim 64 www.fesofap.com.br por todos, um lugar que, obviamente, não existe mais, mas que, em algumas ocasiões, foi usado por Cristo como ilustração da destruição final. Um dia, quando se findar o milênio, os pecadores serão igualmente lançados num lago de fogo, onde serão destruídos. Precisamos ter em mente que, quando as Sagradas Escrituras se referem a fogo eterno apresentam a palavra grega “aiônos”, que traduzimos como “eterno” e que pode significar tanto espaço de tempo ilimitado quanto um “tempo limitado”, “finito”, “muito longo” (4), como encontramos em Jd 7: Assim como Sodoma, Gomorra e as cidades circunvizinhas, que fornicaram com elas e se abandonaram ao prazer infame, foram postas por escarmento, sofrendo a pena do fogo eterno. Temos um caso similar em Jr 17.27b: ... então acenderei fogo nas suas portas o qual consumirá os palácios de Jerusalém, e não se apagará. Entretanto, as Sagradas Escrituras asseguram que os mortos estão inconscientes: ... por que os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tão pouco terão eles O Clarim www.fesofap.com.br 65 recompensa, por que a sua memória jaz no esquecimento. Amor, ódio, inveja para eles já pereceram; para sempre não tem eles parte em coisa alguma do que se faz debaixo do sol. (Ec 9:5) Diante disso, concluímos que o aniquilamento é a única alternativa possível para que o todo bíblico seja harmonioso. Isso se comprova quando a Bíblia também faz referência à promessa de que a morte não mais existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor (Ap 21:4). ________________________ Referências (1) MACKENZIE, John L. Dicionário bíblico. 2 ed. São Paulo: Paulinas, 1983, p. 339. (2) KNIGTH, George R. Em busca de Identidade. 2 ed. São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 2006. p. 73. (3) SOARES M. Bíblia sagrada. São Paulo: Paulinas, 1989. Disponível em: <www.advir.com. br>. Acesso em jun. 2008. (4) GINGRICH, F. Wilbur. Léxico do Novo Testamento. 1 ed. São Paulo: Vida Nova, 1991, p.15. Pr. Aléssio Gomes de Oliveira Pastor: Segundo Diretor Financeiro O Clarim 65 www.fesofap.com.br