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2010
Revista Multidisciplinar de Iniciação Científica e Engenharia do Conhecimento dos
Seminários Eniac
Anais dos:
Seminários Multidisciplinares das Faculdades ENIAC /Guarulhos SP/Brasil
Encontro da Engenharia do Conhecimento das Faculdades ENIAC /Guarulhos SP/Brasil
Encontro de Iniciação Científica
Fábrica de Artigos
R
IS
O 9001
ISO
ENIAC
9001
Educação Básica e Superior
Anais do
II Seminário Multidisc iplinar E NIA C 2010, V ol. 1, Nº 2
www .e n iac.c o m. br
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A Revista Caleidoscópio - Revista Acadêmica Multidisciplinar de
Iniciação Científica e Engenharia do Conhecimento é uma publicação anual da
Faculdade ENIAC
Tem a Missão de proporcionar reflexões acerca de temáticas acadêmicas relevantes e
principalmente ser um veículo de comunicação da iniciação científica para dar publicidade às ideias e
pesquisas do mundo atual; ser, de fato, um espaço para publicação de professores pesquisadores e
alunos de iniciação científica divulgarem seus estudos e pesquisas.
Sem prejuízo de acolhimento e difusão de contribuições da engenharia do conhecimento,
este veículo acolhe todos os campos do conhecimento acadêmico e não elege nesta Edição, uma
área temática preferencial. Privilegia a multidisciplinaridade e compõe os temas em dossiês - artigos,
resenhas e similares, nacionais e internacionais, contribuindo para o debate intelectual.
Dentre os objetivos da Revista Caleidoscópio - Revista Acadêmica Multidisciplinar de
Iniciação Científica e Engenharia do Conhecimento se destacam: estabelecer-se e consolidar-se
como uma referência dos veículos de comunicação e divulgação da Produção de Iniciação Científica
da Faculdade ENIAC. Publicar os resultados dos temas previstos e debatidos nas linhas de pesquisa,
divulgar informações específicas das diversas áreas da engenharia do conhecimento para alimentar
corpo docente e discente da instituição e o publico em geral.
A partir dos debates levantar dados estruturais do ambiente acadêmico e empresarial para os
quais as pesquisa são direcionadas no processo da formação – a instituição forma para o mercado,
seja acadêmico, comercial, industrial, de serviços e outros. Aplicar a teoria na prática - que é o foco
do PI – Projeto Integrador da faculdade. Reunir docentes da engenharia do conhecimento,
interessados nas linhas de pesquisas pré-estabelecidas em suas áreas, e em desenvolver ideias com
os alunos, nas fábricas de artigos, seja presencial em sala de aula, biblioteca ou orientação virtual
dos trabalhos acadêmicos. Consagrar-se como ponto de encontro para integrar as áreas da
engenharia do conhecimento e evoluir como o próprio sistema ENIAC.
Anais do
II Seminário Multidisc iplinar E NIA C 2010, V ol. 1, Nº 2
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A II Revista Caleidoscópio 2010
Revista Acadêmica Multidisciplinar de Iniciação Científica e Engenharia do
Conhecimento dos Seminários ENIAC publica os:
Anais do
II Seminário Multidisciplinar 2010 das Faculdades ENIAC /Guarulhos SP/Brasil
II Encontro da Engenharia do Conhecimento das Faculdades ENIAC /Guarulhos SP/Brasil
II Encontro de Iniciação Científica ENIAC
II Fábrica de artigos ENIAC
EDITORA: Profa. Dra. Monica Maria Martins de Souza
COEDITOR: Prof. Dr. João Carlos Lopes Fernandes
EDITORIAL
A II Revista Acadêmica Caleidoscópio 2010, considera que apresentar um trabalho em um
seminário, encontro, simpósio ou congresso é uma oportunidade de se mostrar, expor pensamentos e
publicar seja em revista, jornais ou anais impressos e/ou eletrônicos.
A realização deste segundo Seminário ENIAC consolidou a resposta a uma chamada para
que professores a alunos aproveitassem a oportunidade revissem os melhores trabalhos, mesmo
aqueles do semestre anterior e realinhassem as ideias transformando-as em artigos. A partir desta
atitude professores e alunos incorporaram-se ao grupo de Pesquisa, Iniciação Científica e a Fábrica
de Artigos que iniciou os trabalhos oficialmente em 2009. Os pesquisadores se reúnem todas as
quintas feiras a partir das catorze horas até dezessete na biblioteca, espaço acadêmico reservado da
instituição para os estudos e desenvolvimento de trabalhos.
Este encontro coroa de êxito o esforço coletivo dos pesquisadores desta instituição de ensino
que deseja ver o seu trabalho valorizado e publicado. Este evento representa a vocação natural do
corpo docente e discente para a pesquisa e iniciação científica, que aqui sempre existiu, sem se dar
conta deste fazer, pois, não era pensada como tal. Sempre esteve inserida na metodologia de ensino
e presente no planejamento das aulas - no projeto integrador, multidisciplinar, que instiga aluno e
professor a pesquisar, elaborar ideias e construir textos.
Este evento acontece anualmente para que as produções intelectuais possam ser
compartilhadas principalmente com os pares. As apresentações acontecem no auditório de manha e
a noite e as produções em forma de banners ficam expostas no hall da faculdade.
As apresentações demonstram o desenvolvimento e a habilidade de alunos e professores em
transarem ideias e se comunicar com o público interno e a comunidade do entorno.
Como todo evento traduz um esforço coletivo esse não é diferente e contou com o apoio
administrativo, acadêmico e esforço pessoal de muitos profissionais convidados. O Professor
Francisco Lameiras coordenador do curso de engenharia contou com vários alunos no evento.
Parabéns ao mantenedor, Ruy Guérios, pelo plantio de uma semente tão fértil e pela sua
equipe que dentre muitos conta com o esforço incondicional dos Diretores: Prof. Daniel José Lopes Jr.
e Prof. José Antonio Dias Carvalho, Prof. José Antonio Siqueira Ribeiro e a representante da
mantenedora: Neide Oliveira. Homenageados pela comissão organizadora.
A Editora e Coeditor
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COORDENAÇÃO:
Profa. Dra. Monica Maria Martins de Souza (PUCSP) Jornalista e Coordenadora de iniciação
científica
COMISSÃO ORGANIZADORA, DE EDIÇÃO, REVISÃO, DIAGRAMAÇÃO E EDITORAÇÃO
ELETRÔNICA 2010
Prof. Me. Claudinei Senger Jornalista, Advogado, Administrador do Sistema OJS e Diagramador
Profa. Rose Delpino coordenadora da Pós-graduação
Prof. Mestranda: Neide Oliveira Assessora da mantenedora
Profa. Me. Cimara Apostólico (PUC-SP) Revisora
Profa. Me. Maria Helena Veloso (USP) Orientadora
Profa. Esp. Fátima Sanches (USP) Orientador Revisor
Prof. Esp. Mauricio Pedro da Silva (UNG) Revisor e Administradora do Sistema OJS.
Prof. Mestrando: Bruno Cesar
Prof. Mestrando: Celso Jacubavicius (USP) coordenador técnico e Administrador do Sistema OJS.
Prof. mestranda: Janaina Macedo Calvo: Orientadora da Pós-graduação
Prof. Me. Ricardo Araujo Camargo (USP) Orientador
Profa. Dra Nanci Geroldo (USP) Revisora
Profa. Dra. Laura Cruz (USP) Revisora
Prof. Dr. Marcos Roberto Celestino (USP) Revisor e Parecerista
Prof. Dr. Fernando Almeida (PUCSP) Parecerista
Prof. Dr. Marcelo Eloy (PUCSP) Parecerista
Prof. Dr. Osmildo Sobral (PUCSP) Parecerista
Profa. Dra. Monica Maria Martins de Souza (PUCSP) Jornalista Coordenadora do Grupo de Pesquisa,
Iniciação Cientifica e Fábrica de artigos. Administradora do Sistema OJS.
Leonardo da Costa Simão - Diagramador
COMISSÃO DE ORGANIZADORES ADMINISTRATIVOS
Prof. Me. Walter Costa
Prof. Me. José Antonio Dias Carvalho
Prof. Me. José Antonio Siqueira Ribeiro
Elizabete Sella Figueroa
Tiessa Vilela Sanchez
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MESTRE DE CERIMONIAS:
Prof. Esp. Mauricio Pedro da Silva (UNG)
Prof. Mestrando: Bruno Cesar (UNIP)
Prof. Me. Ricardo Araujo Camargo (USP)
Prof. Me. Reginaldo
ORGANIZAÇÃO GERAL DO EVENTO
Profa. Dra. Monica Maria Martins de Souza
TRABALHOS APRESENTADOS
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SUMÁRIO
Projeto Coleta Seletiva e Inclusão Social
Alan Alan
5-9
Projeto botoeira automatizada para deficiente visual
Sebastião Garcia Junior
10-19
Retenção de jovens talentos nas empresas modernas - quem são
esses profissionais e o que os motiva a permanecer nas organizações
Vânia de Souza Nascimento, Erika Santos, Maria Aparecida
20-28
Campos
Análise
da
participação
do
colégio
ENIAC
em
competições
internacionais de robótica
Michelle Martins, José Antonio Dias de Carvalho
29-36
Transitando pelos transistores: a emergência da SulAmérica Trânsito
nos rádios paulistanos
Bruno César dos Santos
37-44
A influência dos controles internos para melhoria da administração de risco.
Edvaldo Campos Mesquita, Ivone Fernanda da Costa, Josenalva Araujo
45-52
de Oliveira, Rogério de Paiva Silva
A gestão do tempo na elaboração de trabalhos acadêmicos: oito
passos para desenvolver uma pesquisa
Itamar Bezerra dos Santos, Ivo César Bonfim
53-58
Avaliação de atendimento ao cliente na prestação de serviços de
concretagem
Vanessa Abreu Ramos
59-64
Releitura da “Governança Corporativa” no conceito da “Auditoria”
Elenilton Rodrigues Guimarães, Leonice Aparecida Savi, Tatiane
65-78
Kaufmann de Moraes, Vanessa de Abreu Ramos
Motivação em busca do sucesso: criatividade, você tem?
Shimizu Adriano
79-80
Mulheres empreendedoras
Claudete Moura da Gama Santos
81-86
Reciclagem e meio ambiente: Pré-requisito para a sustentabilidade
Claret Barbosa, Edna Messias, Mônica Maria Martins de Souza
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87-93
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Debate sobre a documentação da evidência e os programas de auditoria
Edilson de Souza Barbosa, Ronaldo Araújo da Silva, Silvio Luiz da
94-107
Silva Bassoto, Wesley Souza Santos
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Anais do
II Seminário Multidisciplinar ENIAC Pesquisa 2010
II Encontro Da Engenharia Do Conhecimento Eniac
II Encontro De Iniciação Científica Eniac
II Fábrica de Artigos
PROJETO COLETA SELETIVA E INCLUSÃO
SOCIAL
SELECTIVE COLLECTION AND SOCIAL INCLUSION PROJECT
______________________
Alan Alan
Alan Alan é Pesquisador da Iniciação Cientifica da Engenharia do Conhecimento ENIAC. O Projeto Coleta
Seletiva e inclusão social é desenvolvido na Equipe ENIAC.
Orientador: Prof. Douglas Reis
______________________
ABSTRACT
RESUMO
The advancement of current technology allows
O
avanço
da
permite
constant evolutions in the creations, and the
constantes evoluções nas criações, e a
trend is to improve the value added to the
tendência é melhorar o valor agregado à
quality of life of people with disabilities. From
qualidade
com
this, this paper proposes the development of
deficiência. A partir disso, este trabalho propõe
differentiated dumps for the visually impaired,
o desenvolvimento de lixeiras diferenciadas
i.e. the project may be viable, presenting
para os deficientes visuais, ou seja, o projeto
performance and functionality.
de
tecnologia
vida
das
atual
pessoas
pode ser viável, apresentar desempenho e
funcionalidade.
Palavras-chave::
visuais, lixeiras.
5
tecnologia,
deficientes
Keywords:
dumpsters.
ALAN, A . Projet o Colet a S eletiv a E Inc lus ão Social .
technology,
visually
impaired,
produtos que auxiliam a se locomover, a
INTRODUÇÃO
comprar produtos, a ler livros e até no mundo
O termo deficiência visual refere-se a uma
virtual.
situação irreversível de diminuição da resposta
Depois da criação do braile grande parte de
visual, em virtude de causas congênitas ou
produtos no supermercado já se encontram
hereditárias, mesmo após tratamento clínico e/
com este tipo de escrita, facilitando assim os
ou cirúrgico e uso de óculos convencionais.
deficientes visuais.
A diminuição da resposta visual pode ser leve,
Mesmo
moderada, severa, profunda (que compõem o
tecnologias essas pessoas, têm dificuldades
grupo de visão subnormal ou baixa visão) e
em certos momentos, um deles abordados
ausência total da resposta visual (cegueira). A
neste artigo, em relação ambiental, é a coleta
população vem crescendo muito nos últimos
seletiva.
anos, e com proporção a este crescimento
Os cegos não têm como identificar os
vem aumentando também o número de
símbolos das lixeiras com relação às cores.
deficientes visuais, segundo o IBGE (Instituto
Para os deficientes, jogar objetos no lixo é um
Brasileiro Geografia e Estatística) dentre a
ato tão normal quanto o de qualquer outra
população total brasileira (pouco mais de 191
pessoa, mas colocá-los nas cestas das cores
milhões)
milhões
certas é um problema. Se houvesse um meio
apresentam deficiência visual, e dentro deste
que os auxiliasse a identificar as lixeiras, com
número 150 mil já se declaram totalmente
certeza seria muito bom, tanto para a sua
cegos.
autoestima, quanto na ajuda ao meio ambiente
Esta deficiência dentre as outras vem tendo
e a reciclagem.
estima-se
que
16,6
com
todas
essas
novidades
e
durante os anos muitas melhoras em seu
suporte, hoje já existem inúmeros produtos no
O gráfico a seguir mostra a produção de lixo
qual são especialmente para este público,
no Brasil com dados coletados do IBGE.
A população total brasileira produz em média
responsável por 6,5% da produção de lixo
45 milhões de toneladas de lixo por ano. O
mundial. Desta população que produz o valor
país concentra 3% da população mundial e é
total de 45 milhões de toneladas de lixo, uma
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parte possui algum tipo de deficiência visual.
fixar na parte superior ou lateral das lixeiras.
Aproximadamente 8% desse lixo, ou seja,
Este é um método de sinalização pensado,
quase 4 milhões de toneladas, é produzido por
para que os deficientes visuais possam
essas pessoas.
identificar as lixeiras.
Refletindo acerca desses números é que
Eles deverão posicionar a mão sobre a chapa
surgiu a ideia de adaptar lixeiras para
metálica escrita em braile para identificar a cor
deficientes visuais. A ideia consiste em
da lixeira e o tipo de material que pode ser
escrever em uma chapa metálica, os nomes
descartado ali.
de cada tipo de lixo e das cores das lixeiras,
As chapas escritas para serem fixadas nas
em braile. Pegar essa chapa metálica, furar e
lixeiras teriam os seguintes dígitos.
Essas chapas metálicas seriam produzidas
lixo deve ser descartado. A ideia da chapa
através
metálica
de
prensamento.
Depois
de
escrita
em
braile
tem
várias
prensadas, elas seriam fixadas nas lixeiras
vantagens. Além de possuir menor custo, as
das empresas, das próprias casas e das ruas
lixeiras não precisam ser trocadas por lixeiras
onde elas já existem. Em geral, são colocadas
novas. Elas podem ser fixadas às lixeiras já
em transportes coletivos e paradas de ônibus.
existentes.
Além de possuir vários benefícios, essas
Essa
chapas metálicas podem ser produzidas a
fabricação como de fixação, é simples e de
partir de materiais reciclados, diminuindo ainda
fácil execução. Não possui muitas etapas, a
mais os seus custos.
construção não é demorada e o custo não é
Uma equipe do curso de engenharia ambiental
tão alto.
em Belo Horizonte criou uma lixeira que
Assim, o projeto pode ser viável, apresentar
detecta a presença de pessoas e “fala” qual
desempenho e funcionalidade.
7
tecnologia,
ALAN, A . Projet o Colet a S eletiv a E Inc lus ão Social .
e
processo,
tanto
de
Equipes de alunos de outras instituições já
tendência é melhorar o valor agregado à
criaram vários instrumentos e produtos que
qualidade
auxiliam e facilitam a vida dos deficientes
deficiência, propiciando-lhes um direito que é
visuais.
deles.
O
avanço
da
tecnologia
atual
de
vida
das
pessoas
com
permite
constantes evoluções nas criações, e a
Fonte: imagem produzida no laboratório Eniac elaborado pelo aluno do curso de mecatrônica sob a orientação do
Professor Douglas Reis. 2010.
1. Considerações parciais
com todos os processos sociais. Como essa
população vem crescendo muito nos últimos
Relato de pesquisa em desenvolvimento -
anos, e com proporção a este crescimento
Embora a diminuição visual seja uma condição
vem aumentando também o número de
comum entre os brasileiros seja uma realidade
deficientes visuais, segundo o IBGE, mais de
seja leve, moderada, severa, profunda (que
191 milhões.
compõem o grupo de visão subnormal ou
apresentam deficiência visual, e dentro deste
baixa visão) e ausência total da resposta
número 150 mil já se declaram totalmente
visual (cegueira) Essas pessoas convivem
cegos, não existe outra alternativa para
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Estima-se que 16,6 milhões
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sociedade empresas e sistema governamental
que transformar o mundo para que essas
pessoas
convivam
da
melhor
maneira
possível.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
WWW.abnt.com.br, acesso em 05/08/2010.
WWW.ibge.com.br, acesso em 05/08/2010.
www.lerparaver.com/, acesso em 05/08/2010.
WWW.deficienciavisualsp.com/,
acesso
em
05/08/2010.
WWW.weg.com.br, acesso em 05/08/2010.
www.schmersal.com.br
acesso
em
05/08/2010.
9
ALAN, A . Projet o Colet a S eletiv a E Inc lus ão Social .
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II Seminário Multidisciplinar ENIAC Pesquisa 2010
II Encontro Da Engenharia Do Conhecimento Eniac
II Encontro De Iniciação Científica Eniac
II Fábrica de Artigos
PROJETO BOTOEIRA AUTOMATIZADA PARA
DEFICIENTE VISUAL
KEYPAD FOR AUTOMATED PROJECT VISUALLY IMPAIRED
______________________
Sebastião Garcia Junior.
Sebastião Garcia Junior. é Pesquisador da Iniciação Cientifica da Engenharia do Conhecimento ENIAC. Curso
Tecnologia Mecatrônica. ENIAC. O Projeto botoeira automatizada para deficiente visual é desenvolvido na
Equipe ENIAC GREEN.
Orientador: Prof. Ms. Douglas Reis
equipamento
______________________
com
esta
interface
homem
máquina capaz de indicar todas as etapas de
funcionamento e enviar sinais vibratórios
RESUMO
através de uma botoeira adaptada de tal forma
Um
sistema automatizado para controlar
processos de funcionamento de máquinas e
que o deficiente visual possa ter total controle
sobre este equipamento com segurança.
equipamentos, para possibilitar a inclusão de
um deficiente visual em uma planta industrial,
Palavras-chave:
de
tecnologia, deficiente visual.
forma
segura
e
prática
dotada
de
equipamento,
sistema,
tecnologia acessível e de baixo custo baseado
na troca de informações da máquina ou
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deficiência. Os resultados do Censo 2000
ABSTRACT
mostram que, aproximadamente, 24,6 milhões
An automated system for control of processes
de pessoas, ou 14,5% da população total,
functioning of machines and equipment, to
apresentaram algum tipo de incapacidade ou
facilitate the inclusion of a visually impaired in
deficiência. São pessoas com ao menos
an industrial plant, safely and practice with
alguma
accessible and low-cost technology based on
locomover-se ou alguma deficiência física ou
the exchange of information of the machine or
mental.
equipment with this human machine interface
Entre 16,6 milhões de pessoas com algum
able to indicate all operating steps and send
grau de deficiência visual, quase 150 mil se
vibrating signals through a buttonhole adapted
declararam cegos. Já entre os 5,7 milhões de
in such a way that the visually impaired can
brasileiros com algum grau de deficiência
have complete control over This equipment
auditiva, um pouco menos de 170 mil se
safely.
declararam surdos. É importante destacar que
a
dificuldade
proporção
de
de
enxergar,
ouvir,
pessoas portadoras de
Keywords: equipment, system, technology,
deficiência aumenta com a idade, passando de
visually impaired.
4,3% nas crianças até 14 anos, para 54% do
total das pessoas com idade superior a 65
anos. A medida que a estrutura da população
INTRODUÇÃO
está
Com o crescimento da população nos últimos
anos, esta aumentando também o número de
deficientes visuais, conforme aponta o IBGE
(Instituto Brasileiro Geografia e Estatística)
dentre a população total brasileira (pouco mais
de 191 milhões) estima-se que 16,6 milhões
apresentam deficiência visual, e dentro deste
número 150 mil já se declaram totalmente
cegos. Esta deficiência dentre as outras vem
tendo durante os anos muitas melhoras em
seu
suporte,
hoje
já
existem
inúmeros
produtos no qual são especialmente para este
público, produtos que auxiliam a se locomover,
a comprar produtos, a ler livros e até no
mundo virtual. Depois da criação do braile
grande parte de produtos no supermercado já
se encontram com este tipo de escrita,
facilitando
assim
os
deficientes
visuais.
Segundo o IBGE No Brasil, 14,5% da
população
11
são
pessoas
portadoras
de
mais envelhecida,
a proporção
de
pessoas com deficiência aumenta, surgindo
um novo elenco de demandas para atender as
necessidades específicas deste grupo.
Os dados do Censo 2000 mostram, também,
que os homens predominam no caso de
deficiência mental, física (especialmente no
caso de falta de membro ou parte dele) e
auditiva. O resultado é compatível com o tipo
de atividade desenvolvida pelos homens e
com o risco de acidentes de diversas causas.
Já
a
predominância das mulheres com
dificuldades
motoras
(incapacidade
de
caminhar ou subir escadas) ou visuais é
coerente com a composição por sexo da
população idosa,
com
o predomínio de
mulheres a partir dos 60 anos.
O conceito ampliado utilizado no Censo 2000
para caracterizar as pessoas com deficiência,
que inclui diversos graus de severidade na
capacidade de enxergar, ouvir e locomover-se,
GARCIA , S , J unior. P r ojet o B otoeira A ut omat izada Para D ef icient e Vis ual
é compatível com a Classificação Internacional
proporção de ocupadas varia entre 27% e
de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde
37%. O tipo de deficiência que dificulta mais a
(CIF), divulgada em 2001 pela Organização
inserção
Mundial de Saúde (OMS).
deficiência
mental:
pessoas
que
no
deficiência
mercado
de
trabalho
somente
19,3%
declararam
mental
é
a
das
apresentar
permanente
estão
1. Os estimados 9 milhões de pessoas
ocupadas. As outras incapacidades permitem
portadoras de deficiência trabalham
uma inserção maior no mercado de trabalho:
ativamente
incapacidade
física
ou
motora
(24,1%),
dificuldade na audição (34,0%) e dificuldade
Quando se trata da inserção de pessoas
para enxergar (40,8%). Para quem não
portadoras de deficiência no mercado de
apresenta nenhuma destas deficiências, a
trabalho,
proporção de pessoas ocupadas sobe para
verifica-se
uma
proporção
de
pessoas ocupadas menor neste grupo que no
49,9%.
das pessoas sem nenhuma das deficiências
Com todas essas novidades e tecnologias
investigadas. Das 65,6 milhões de pessoas de
ainda sim essas pessoas têm dificuldades em
10 anos ou mais de idade que compõem a
certos momentos, o que abordarmos neste
população ocupada no País, 9 milhões são
artigo, é inclusão de um deficiente visual em
portadoras
uma linha de produção industrial em geral.
de
alguma
das
deficiências
pesquisadas.
Conforme a Lei de Cotas (Nº 8.213/91) existe
A taxa de escolarização das crianças de 7 a
desde 1991, e obriga as empresas a reservar
14 anos de idade, portadoras de deficiência é
uma parcela de suas vagas para a inclusão de
de 88,6%, portanto seis pontos percentuais
pessoas com deficiência. A Lei exige que em
abaixo da taxa de escolarização do total de
estabelecimentos comerciais que tenham de
crianças nesta faixa etária que é de 94,5%.
100 a 200 funcionários 2% das vagas sejam
Em relação à instrução, as diferenças são
reservada para pessoas com deficiência. Para
marcantes: 32,9% da população sem instrução
as que têm de 201 a 500 empregados, a cota
ou com menos de três anos de estudo é
é de 3% e, para as que têm de 501 a mil
portadora de deficiência. As proporções de
cooperados,
portadores
quando
companhias não devem ter menos de 5% de
aumenta o nível de instrução, chegando a 10%
inclusões. Seu descumprimento pode resultar
de portadores de deficiência entre as pessoas
em multas, que podem ultrapassar os cem mil
com mais de 11 anos de estudo.
reais, com embasamento nesta necessidade
A proporção de pessoas ocupadas de 10 anos
de inclusão social pela empresa, este artigo
ou mais de idade é de 51,8% para os homens
demonstrara um dispositivo no qual seja
portadores de deficiência e de 63,0% para os
possível incluir o deficiente visual em uma
homens que declararam não possuir nenhuma
área de produção industrial.
de
deficiência
caem
de
4%.
Acima
disso,
as
das deficiências investigadas, ou seja, uma
diferença
maior
que
10%.
Diferença
semelhante é observada entre as mulheres: a
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2. Metodologia
do processo que estará sendo executado de
forma rápida e segura.
As pessoas portadoras de deficiência têm os
Metodologia
mesmos
liberdades
funcionamento desta botoeira se dará no
fundamentais que outras pessoas e que estes
principio da vibração e sinalização sonora,
direitos,
para poder orientar o deficiente visual quando
direitos
humanos
e
inclusive o direito de não
ser
de
funcionamento:
submetidas à discriminação com base na
o processo estiver sendo executado.
deficiência, emanam da dignidade e da
Esta botoeira possuirá os seguintes botões:
igualdade que são inerentes a todo ser
Liga botoeira
humano.
Bi-manual
É sabido que pela falta da visão, o deficiente
Emergência
visual tem como principal característica a
Homing (voltar à posição inicial)
potencialização dos outros quatro sentidos,
Ativação de alerta sonoro.
este
artigo
verificará
a
importância
O
de
utilizarmos os outros sentidos que o deficiente
Todos os botões estarão com sua identificação
possui em todo seu processo de operação,
em Braille, em uma posição ergonômica
utilizando uma botoeira automatizada, com
correta e segura, a máquina será dotada de
interface de ligação com o equipamento a ser
proteção tipo barreira de luz, onde isentara a
operado.
possibilidade de inserção de partes do corpo
Isso será possível através de uma Botoeira
em áreas de risco. As denominações de cada
integrada a um micro (CLP) que irá se
botão serão feitas em chapa de aço prensada
comunicar com a máquina e emitir sinais de
com as inscrições em Braille pertinentes a
retorno de tal forma que seja possível o
cada um, como descrições abaixo as mesmas
deficiente visual identificar todas as operações
ficarão a frente de cada botão.
Dispositivo de controle programável (CLP) WEG
Fonte: Imagem produzida pelo autor nos laboratórios das Faculdades Eniac, (2010)
13
GARCIA , S , J unior. P r ojet o B otoeira A ut omat izada Para D ef icient e Vis ual
Normas de segurança (aplicadas no Brasil)
NBR 14153
Estas normas são aplicadas para o correto
Segurança em máquinas - partes de sistemas
funcionamento do dispositivo com segurança.
de comando relacionados à segurança princípios gerais para projeto.
DIN 31001
Configuração
técnica
de
segurança
de
NBR 14152
produtos técnicos - medidas técnicas de
Segurança em máquinas - dispositivos de
segurança em locais de perigo.
comando bimanuais - aspectos fundamentais
e princípios para projeto.
ZHI/456
Regras de segurança para chaveamentos
bimanuais em prensas de processamento de
metais, acionados mecanicamente.
Segurança do dispositivo de acionamento (circuito interno do dispositivo)
Anais do
II Seminário Multidisc iplinar E NIA C 2010, V ol. 1, Nº 2
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Botoeira
Modelo de identificação dos botões
Liga botoeira
15
GARCIA , S , J unior. P r ojet o B otoeira A ut omat izada Para D ef icient e Vis ual
Acionamento bi-manual
Emergência
Anais do
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Voltar à posição inicial
Ativar alerta sonoro
3. Fluxograma de funcionamento
que
está
acontecendo
com
a
máquina
enquanto esta estiver em produção, esta
Este
sistema
será
possível
através
de
vibração acontecerá através de um motor com
respostas do processo a ser executado com
uma polia desbalanceada fixada em seu eixo.
frequências vibratórias geradas na botoeira,
O processo de funcionamento da interface de
onde
comunicação
serão
estipuladas
as
etapas
do
homem
está
para
exemplificado
o
processo, onde cada uma terá uma frequência
deficiente
de pulsos vibratórios diferentes, tornando
fluxograma de funcionamento do programa
possível para o deficiente visual identificar o
que será inserido no CLP da botoeira.
17
visual
/máquina
GARCIA , S , J unior. P r ojet o B otoeira A ut omat izada Para D ef icient e Vis ual
no
B
Acionar botão
homing
Homing
executado
início
A
Posicionamento
Para trabalho
Emitir
frequência de
vibração 3
Alimentadores
em posição
inicial
sim
nã0
A
Confirmado
final de ciclo
Detectou
vibração 3
Emitir
frequência de
vibração 6
Não
B
Alimentador
Posicionado
Emitir sinal
sonoro de
alerta e
retornar a
posição inicial
não
sim
Acionar
vibração 1 de
inicio de
trabalho
não
Dispositivo em
ciclo de
trabalho
não
Acionar
vibração 1 de
inicio de
trabalho
Ciclo de
trabalho
terminado
Detectou
vibração 1
Emitir
frequência de
vibração 4
Não
B
Reiniciar ciclo
de alimentação
FIM
Sim
Detectou
vibração 1
não
Detectou
vibração 6
Alimentar
dispositivo
sim
Iniciar ciclo
não
Detectou
vibração 4
sim
B
Retirar péça
não
Emitir sinal
sonoro de alerta
e para na
posição atual
Dispositivo
alimentado
corretamente
NÃO
Retirou péça
Sim
Emitir
frequência de
vibração 2
SIM
Ciclo de
trabalho
terminado
PEDIR
AJUDA
Detectou
vibração 2
Emitir
frequência de
vibração 5
Sim
Inicio de
operação
não
Detecou
vibração 5
sim
B
A
Em
todo
o
processo
de
funcionamento
A
deficiente
visual
nunca
fique
sem
uma
exemplificado no fluxograma acima, foram
informação do que está acontecendo no
tomados os devidos cuidados para que o
processo, seja ele de forma contínua e sem
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falhas ou com problemas no decorrer da
operação do equipamento.
Esta relação de informações de processo se
dará com seis tipos de frequências vibratórias
distintas e pré-determinadas e um alerta
sonoro de emergência para adaptação do
deficiente visual ao processo com segurança.
4. Considerações parciais
Através do estudo mostrado neste artigo, é
possível verificar a viabilidade da unificação de
todos os dispositivos e conceitos citados
acima para elaborar um dispositivo de controle
eficiente e seguro.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
WWW.abnt.com.br, acesso em 05/08/2010.
WWW.ibge.com.br, acesso em 05/08/2010.
www.lerparaver.com/, acesso em 05/08/2010.
WWW.deficienciavisualsp.com/,
acesso
em
05/08/2010.
WWW.weg.com.br, acesso em 05/08/2010.
www.schmersal.com.br,
acesso
em
05/08/2010.
19
GARCIA , S , J unior. P r ojet o B otoeira A ut omat izada Para D ef icient e Vis ual
Anais do
II Seminário Multidisciplinar ENIAC Pesquisa 2010
II Encontro Da Engenharia Do Conhecimento Eniac
II Encontro De Iniciação Científica Eniac
II Fábrica de Artigos
RETENÇÃO DE JOVENS TALENTOS NAS
EMPRESAS MODERNAS - QUEM SÃO ESSES
PROFISSIONAIS E O QUE OS MOTIVA A
PERMANECER NAS ORGANIZAÇÕES
RETENTION OF YOUNG TALENTS IN MODERN COMPANIESWHO ARE THESE PEOPLE AND WHAT MOTIVATES THEM TO
REMAIN IN ORGANIZATIONS
______________________
Vânia de Souza Nascimento
Erika Santos
Maria Aparecida Campos
Vânia de Souza Nascimento Formada em Gestão de Recursos Humanos no Centro Universitário Santanna
(UniSant’anna), São Paulo, SP. Especialização em curso na Universidade Cidade de São Paulo (UNICID), em
Gestão Estratégica de Pessoas para Alta Performance. Contatos: [email protected] (11) 24213898 e (11) 9357-4685.
Erika Santos (UNICID) é Formada em Administração Geral, com certificação em Gestão de Pessoas, pela
Faculdade Flamingo, São Paulo/SP. Especialização em curso na Universidade Cidade de São Paulo (UNICID),
em Gestão Estratégica de Pessoas para Alta Performance. Contatos: [email protected] (11) 2042-2867
e (11) 9558-8880.
Maria Aparecida Campos (UNICID/ENIAC) ENIAC Guarulhos 2010 é Docente em Psicologia e Gestão de
Pessoas, pela Universidade Cidade de São Paulo (UNICID) e pela Faculdade Eniac (ENIAC), Guarulhos/SP para
cursos de graduação, tecnologia e pós graduação. Mestre em Psicologia Social, especialista em recursos
humanos na gestão de negócios e graduada em psicologia. Contatos: [email protected], (11) 84414361,
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in order of importance for satisfaction and
______________________
personal fulfillment and professional with 31
young. The result found points the favorable
RESUMO
environment, the remuneration, the democratic
Acompanhando a evolução do mercado, as
leadership and autonomy as the factors most
empresas estão buscando a melhor maneira
valued by this generation.
de investir nas pessoas, especialmente nos
jovens talentos, encontrando dificuldades na
Keywords:
atração
achievement, leadership.
e
retenção
denominado
valores e
Geração
desse
Y,
atitudes muito
novo
por
perfil
strategy,
professional
possuírem
diferentes das
INTRODUÇÃO
gerações anteriores. A finalidade deste estudo
é conhecer estes valores para o alinhamento
“... Criamos a época da velocidade, mas nos
de interesses mútuos. Para isso, foi realizada
sentimos
enclausurados
dentro
dela.
A
máquina, que produz abundância, tem-nos
uma pesquisa quantitativa com a aplicação de
deixado
em
penúria.
Mais
do
que
questionário com dez estratégias para serem
máquinas,
classificadas em ordem de importância para
(CHAPLIN, 1940 - O último discurso).
precisamos
de
de
humanidade”
satisfação e realização pessoal e profissional
com 31 jovens. O resultado encontrado aponta
A partir dessa ideia até os dias de hoje, muita
o ambiente favorável, a remuneração, a
coisa já mudou na configuração do homem-
liderança democrática e a autonomia como os
máquina.
fatores mais valorizados por esta geração.
retomou o direito de máquina pensante e, por
Esta
conseguinte,
Palavras chaves:
estratégia, realização
máquina
antes
transformou-se
na
alienada
máquina
essencial para explorar os novos horizontes
que o mundo capitalista desbravou.
profissional, liderança.
E neste novo cenário percebe-se claramente o
quanto a humanidade é determinante para o
ABSTRACT
funcionamento das máquinas, não apenas a
Following
the
evolution
of
the
market,
companies are seeking the best way to invest
in people, especially in young talent, finding
difficulties in attraction and retention of this
new profile called Generation Y, because they
have very different attitudes and values of
previous generations. The purpose of this
study is to know these values for the alignment
of mutual interests. For this, a quantitative
research was carried out with the application of
a questionnaire with ten strategies to be sorted
21
máquina no sentido literal, mas a que
movimenta a economia, a política e, também,
os negócios e os bons resultados. É o homem
quem conquista o sucesso e influencia o ritmo
do progresso.
Diante
do
exposto,
começamos
a
compreender o porquê da preocupação com a
atração e a retenção de talentos tornou-se
uma questão tão discutida no atual cenário do
mercado de trabalho. A tecnologia trouxe não
apenas a evolução, mas o resgate e a
NASC I MEN TO, V. S. ;SA NTO S, E. ; C AMPOS , M. A. R et e nçã o D e J ove ns Ta l en tos
Nas E mpr esas Moder nas - Quem S ão Ess es Pr of issionais E O Q ue Os Mot iva A
Per manec er N as Or ganizaç ões .
valorização do homem que foi chamado à
técnicas e comportamentais, mantendo a
reflexão por Chaplin, num outro contexto, mas
empresa
com o mesmo objetivo: libertar-se do julgo
desenvolvimento e competitividade.
dominante. De maneira gradativa o homem
Para isso, a área de recursos humanos
vem conquistando o seu posto de ser
estratégica tem um papel fundamental neste
pensante e, quanto mais ele toma consciência
processo, pois é sua a responsabilidade de
da sua potencialidade, mais ele assume o
traçar
papel que por direito, jamais deveria lhe ter
organização busca, assim como, adequar as
sido tirado, sendo hoje disputado como um
suas políticas e práticas às necessidades da
talento que se deve conquistar e valorizar
empresa e do talento que está contratando.
adequadamente.
possamos
Neste sentido, há algum tempo, já existe a
entender esta evolução, daremos um pulo na
preocupação para a adequação das práticas
história para conhecer o novo perfil do homem,
capazes de atrair e reter talentos, pois como já
agora não mais máquina e, sim, capital
dizia Chiavenato (2003, p. 186):
humano em constante processo de ascensão
“os
social e profissional, para o qual os olhares
organização
estão
remuneração,
E
para
voltados,
imprescindíveis
como
para
o
que
engrenagens
sucesso
das
organizações.
em
o
um
perfil
processos
ritmo
do
de
crescente
profissional
manter
focalizam
que
pessoas
de
a
na
fundamentalmente
benefícios,
condições
de
trabalho e gestão de conflitos. Na base está a
busca contínua e constante de transformar a
organização no melhor lugar para se trabalhar.
1. O Talento e a Importância da
Qualidade de vida é fundamental”.
Retenção.
Chiavenato traz um referencial relevante para
Dentre os autores pesquisados, ficou evidente
o tema em questão, pois trata especificamente
que encontrar o significado de talento não é
das estratégias do subsistema de manutenção
algo tão simples, porém encontramos em
dos recursos humanos, que necessitam ser
Michaelis, Handfield e Axelrod (2002 apud
reavaliadas e reestruturadas, em harmonia
Silva 2006, p. 21), um significado abrangente
com as mudanças relacionadas ao capital
do termo: “talento é o conjunto de habilidades
intelectual,
de uma pessoa. Os dons, conhecimento,
profissional da nova era. Cinco anos depois,
experiência,
discernimento,
Pedrosa (2005, p. 101 apud FERREIRA, 2008,
atitude, caráter e impulsos inatos, e que inclui -
p. 74), fundamentado na mesma preocupação,
ainda - a capacidade de aprender”.
aponta para a importância do RH neste
A partir desta compreensão fica mais fácil
processo de retenção de talentos ao afirmar
encontrar o significado de talento para o
que:
mundo
consequentemente,
“o desafio para a empresa é cuidar do
entender que a retenção de talentos para a
paradoxo de contratar profissionais com perfil
organização está diretamente ligada à busca
mais aderente à sua cultura, mas que, ao
do perfil ideal, ou seja, do profissional que
mesmo tempo, possam contribuir para injetar
reúna o maior número de competências
sangue novo, provocando a revisão das
inteligência,
corporativo
e,
Anais do
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que
determina
o
valor
do
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práticas em vigor e a busca por práticas
em
cargos
estratégicos
de
liderança,
inovadoras consistentes com os constantes
garantindo a perpetuidade das organizações.
desafios que as empresas enfrentam”.
Diante destas referências, supõe-se que a
importância da retenção de talentos está
Este novo perfil profissional é o que as
diretamente
organizações
competências que estes jovens profissionais
denominam
talento,
cujas
relacionada
ao
conjunto
de
características, segundo Dreher et al. (1999,
apresentam, pois:
apud FERREIRA, 2008, p. 65) abrangem:
“... todo profissional apresenta um perfil de
“a capacidade de agregar valor e fazer a
competências que compreende competências
diferença
organizacional
técnicas e comportamentais. Se no passado o
complexo e imprevisível, (...) mudar e se
mercado só tinha olhos para competências
adaptar
técnicas,
em
a
um
novos
mundo
ambientes,
consistente
hoje
as
competências
formação acadêmica, ampla visão de mundo,
comportamentais tem sido foco de muita
cultura geral, capacidade de liderança e de
atenção. Antigamente, se o profissional fosse
alta performance, sólido conhecimento técnico,
tecnicamente competente,
além de sensibilidade, intuição, integridade,
requisitos para ocupar seu lugar no mercado
harmonia consigo mesmo,
de trabalho.
habilidade de
já
possuía
os
Hoje por sua vez, muitos
relacionamento, capacidade para trabalhar em
profissionais, de todos os níveis, considerados
equipe,
para
exímios tecnicamente, têm sido desligados de
adequar-se a um ambiente pluricultural, além
suas empresas, porque não perceberam a
do bom-humor, do entusiasmo, do prazer, do
importância
otimismo, da imaginação e da energia para
comportamentais e não se adéquam em
atuar e fazer acontecer em ambientes de
tempo hábil (RABAGLIO, 2001, p. 04)”.
confiança
e
credibilidade
das
competências
negócios competitivos e estressantes”.
A
empresa
que
souber
valorizar
estes
Encontrar esses profissionais não é tarefa fácil
profissionais terá como parceiro um captador e
e o investimento que a empresa precisa
provedor de conhecimentos, tendo dentre
realizar para conquistar a confiança e o
outros benefícios, a diminuição da rotatividade
comprometimento destes novos talentos, hoje,
e, consequentemente, a redução de custos
denominados Geração Y é bem alto e se dá
com desligamentos e constantes processos de
por meio das perspectivas proporcionadas
recrutamento e seleção.
pela organização. Perspectivas estas que têm
um
forte
apelo
demonstradas com
quando
implantadas
e
2. Geração Y
clareza a partir dos
programas de trainees que, de acordo com
Para entender este novo perfil pertencente à
Ferreira (2008, p. 13), “... se apresentam como
Era do Conhecimento, cabe um breve resumo
uma das atuais práticas da gestão de
sobre a divisão das gerações. Segundo Viana
pessoas...”, capazes de despertar o interesse
e o comprometimento desses jovens talentos,
23
NASC I MEN TO, V. S. ;SA NTO S, E. ; C AMPOS , M. A. R et e nçã o D e J ove ns Ta l en tos
Nas E mpr esas Moder nas - Quem S ão Ess es Pr of issionais E O Q ue Os Mot iva A
Per manec er N as Or ganizaç ões .
1
análise for comparativa, pode-se considerar
foi uma geração orientada a preservar o
que foram justamente estes pontos fracos, os
emprego e garantir a estabilidade. A geração
motivadores de novas perspectivas para o
X (1965-1978) foi marcada pela entrada das
mercado de trabalho e de tornar esta nova e
mulheres no mercado de trabalho, mas ainda
intrigante personalidade um grande desafio.
seguindo
a
A insubordinação tende a romper um círculo
permanência era o principal objetivo, até que
de ações viciadas; a impaciência tende a gerar
momentos instáveis da economia causaram a
soluções rápidas; o imediatismo tende a
quebra desse paradigma. E, por fim, a geração
agilizar tomadas de decisão e a infidelidade...
Y (1979-1992), que acostumada a viver a
Esta
ausência dos pais, foi criada por babás ou em
organização. Segundo Capelli (2003, p. 94),
creches
escolas,
“os trabalhadores mais jovens, principalmente
tornando-se desde cedo independentes e
aqueles na faixa dos vinte anos, trazem
exigentes, tanto em relação ao seu futuro
energia,
profissional, como em relação à manutenção
conhecimentos técnicos para a força de
da sua qualidade de vida.
trabalho
A fim de conhecer mais detalhadamente a
particularmente interessados em definir suas
personalidade
vem
carreiras e em conseguir empregos que os
abalando o conservadorismo do empresariado
ajudem a avançar para os próximos empregos,
mundial, sintetizamos abaixo os pontos fortes
(...) sentem-se mais à vontade com mudanças
e os pontos fracos destes novos talentos.
rápidas...”.
(2008), a geração baby boomer (1946-1964)
o
e,
modelo
na
anterior,
sequência,
destes
onde
nas
jovens
que
sim
é
um
frescor
de
grande
e
uma
os
risco
para
mais
empresa,
a
recentes
(...)
estão
Quadro 1 - Características da geração Y
Pontos fortes
Pontos fracos
Estas características denotam um grau de
Flexíveis
Inovadores
Inteligentes
Autoconfiantes
Boa aceitação de
diversidades e
mudanças
Insubordinados
Impacientes
Imediatistas
Infiéis
exigência e flexibilidade com os quais, no
passado,
as
organizações
não
se
defrontavam, o que as faz verem-se obrigadas
a encontrar as melhores estratégias para a
atração e a permanência desses talentos que
Fonte: Desenvolvido pelas autoras a partir de Amaral
podem, como descreveu Amaral (2008, p. 25),
(2008, p. 25).
“ser leais e quase fanáticos às pessoas e
instituições
Analisando
este
quadro,
surge
o
questionamento sobre qual a vantagem de
reter pessoas insubordinadas, impacientes,
imediatistas e infiéis? Se a análise for feita
somente do ponto de vista negativo, realmente
que
atendam
às
suas
necessidades de significado e propósito.”
Diante do exposto, quais seriam os motivos
que levam os jovens talentos a permanecer ou
a deixar as organizações? No quadro a seguir
apontamos algumas possibilidades:
não haveria qualquer interesse, porém se a
1
Cabe ressaltar que existem divergências
em relação ao ano de nascimento correspondente a
cada geração, porém são mínimas e não alteram as
suas características peculiares.
Anais do
II Seminário Multidisc iplinar E NIA C 2010, V ol. 1, Nº 2
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Quadro 2 Motivos que levam as pessoas a permanecerem ou a deixarem as organizações
Permanecer na organização
Deixar a organização
Orgulho da organização
Mudança no comando da empresa
Um supervisor respeitado
Conflito
com
superiores
imediatos
Remuneração justa
Amigos íntimos
Associação (a oportunidade de
trabalhar com colegas respeitados e compatíveis)
Uma mudança desfavorável de
responsabilidade do cargo
Trabalho significativo
Fonte: Desenvolvido pelas autoras a partir de Capelli (2003, p. 99 e 101).
A partir deste levantamento obtido por meio da
benefícios que os atraem e retêm em uma
análise de uma ínfima parcela dos estudos
organização, achamos por bem optar pela
relacionados
o
pesquisa quantitativa para obtenção dos
influencia positiva ou
aspectos mais representativos da população
ao
assunto,
2
quanto a liderança
percebemos
negativamente no comprometimento destes
em questão.
jovens
pertinente
Os sujeitos da pesquisa não pertencem a uma
observar a postura da organização em relação
organização ou a um segmento de mercado
aos seus gestores, pois, segundo Silva (2006,
específico, pois foi levado em conta apenas a
p. 61), “torna-se desafiadora e estimulante à
faixa etária correspondente à geração Y,
implementação da cultura empresarial que
considerando os nascidos a partir de 1980. Foi
favoreça
com
utilizado como instrumento de coleta de dados
orientação cooperativa e participativa entre os
um questionário desenvolvido pelas autoras,
líderes e liderados”.
apontando dez políticas e práticas como
Sendo este estudo direcionado aos jovens
estratégias para a retenção de talentos. Estas
talentos, suas características e seus anseios,
escolhas tiveram como referência a vivência
o fator liderança não será abordado de
prática
maneira mais abrangente,
estudados, optando-se por dez sugestões
talentos,
a
tornando-se
supervisão
nutritiva,
nos limitamos
e
a
adaptação
dos
conceitos
apenas a ressaltar a importância do papel do
consideradas mais simples e aplicáveis.
líder para a implantação e o sucesso de um
Nesta pesquisa também foi deixado um
programa
espaço para que a população pesquisada
de
retenção
de
talentos
nas
organizações.
pudesse acrescentar outras estratégias que
considerassem relevantes. Foram distribuídos
3. Metodologia
60 questionários, tanto diretamente quanto por
e-mail,
no
qual
o
pesquisado
deveria
Tendo em vista que o objetivo deste estudo,
classificar as estratégias de acordo com o grau
além de conhecer as características da
de importância que elas representassem para
Geração Y, é também identificar a percepção
a
desses jovens talentos com relação aos
profissional.
sua
satisfação
pessoal
e
realização
Esta classificação foi representada por uma
2
Por esta razão as referências feitas à
liderança aparecem em negrito no quadro.
25
escala de 1 a 10, em que o número 1
demonstrava a política mais representativa; o
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Nas E mpr esas Moder nas - Quem S ão Ess es Pr of issionais E O Q ue Os Mot iva A
Per manec er N as Or ganizaç ões .
2, uma política menos representativa e, assim,
aproximadamente 52%, ou seja, 31 pessoas
sucessivamente
devolveram o questionário respondido.
representava
até
a
o
número
política
10,
de
que
menor
representatividade para ele.
O resultado a seguir parte da apuração
efetuada com base no maior número de votos
em cada classificação (1, 2, 3, até o 10),
4. Apresentação e discussão dos
determinando em que ordem de prioridade as
resultados
políticas e práticas sugeridas são eficientes
para atrair e reter esses jovens talentos:
Na pesquisa realizada,
questionários,
do total
obtivemos
um
de 60
retorno
de
Quadro 3- Tabela de resultados da pesquisa
Classificação
1ª
2ª
3ª
4ª
5ª
6ª
7ª
8ª
9ª
10ª
Políticas e Práticas para Retenção
Talentos
Ambiente favorável
Salário e liderança democrática
Autonomia
Salário
Treinamentos, Benefícios e Feedback
Projetos desafiadores
Feedback e Premiações
Projetos desafiadores
Premiações
Premiações
de
Quantidade de votos
13
7
7
6
5
6
5
7
7
8
Fonte: Desenvolvido pelas autoras.
Gostaríamos de fazer constar que, dentre as
evidente que os anseios desta geração são
políticas apresentadas neste quadro, constava
muito
também “plano de carreira” que, apesar de
classificação está representada por 42% dos
não aparecer na apuração dos resultados, não
respondentes,
significa que deixou de ser votada, porém o
ultrapassam os 26%.
número de votos que recebeu em diversas
Diante disto, indicamos como ponto de partida,
classificações (10 votos na 1ª; 5 votos na 2ª,
quatro
3ª e 4ª; 4 votos na 5ª; e 1 voto na 7ª e 8ª
(2003), pois, segundo ele, poderão satisfazer
classificação) não superou o número de votos
os anseios desses jovens talentos e reter os
de outras políticas equivalentes a estas
melhores: a primeira é adaptar o trabalho à
mesmas classificações.
formação educacional e à experiência deles; a
Apesar de representar uma minúscula parcela
segunda
da Geração Y, estes resultados permitem uma
profissional para este grupo; a terceira é
percepção dos desafios que as organizações
liderar por meio do aprendizado e, a quarta é a
precisam
gestão
vencer,
começando
pelo
alinhamento de interesses mútuos, pois ficou
Anais do
II Seminário Multidisc iplinar E NIA C 2010, V ol. 1, Nº 2
diversificados,
enquanto
estratégias
é
já
as
sugeridas
incluir
participativa,
que
o
a
primeira
demais
por
não
Capelli
desenvolvimento
permitindo
que
eles
expressem as suas opiniões.
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Enfim, dentro da primeira sugestão, o autor
a
propõe
sugestões para que a subjetividade das
que
os
líderes
conheçam
profundamente as qualificações da sua equipe
forma
como
foram
redigidas
essas
autoras não alterasse o seu significado.
para tornar estimulantes as tarefas que lhes
5. Considerações Finais
são confiadas; na segunda, ele propõe que se
dê
o
suporte
desenvolvimento
adequado
de
suas
para
o
carreiras;
na
Neste estudo em busca da identidade de uma
terceira, incentiva o treinamento e programas
nova
de estágios que propiciem o conhecimento dos
ameaçadora para as gerações anteriores
propósitos da empresa, o que permitirá ao
percebe-se como apontado na discussão dos
jovem
a
resultados, que na verdade, ela é um grande
da
desafio para as organizações, pois pode
organização; e, por fim, ele confirma a
tornar-se ameaçadora se for contrariada em
importância da aprendizagem organizacional,
seus interesses.
a partir da troca de informações, aproveitando-
Trata-se
se da tecnologia para disseminar os diferentes
determinada,
conhecimentos.
conforme apontado por Rabaglio (2001), o
E, para finalizar, cabe deixar registrados
perfil do profissional da era do conhecimento
outros interesses
esta
deve apresentar não apenas competências
população respondente, são eles: simpatia em
técnicas, mas também comportamentais e,
caso de problemas; trabalho interessante;
das habilidades apontadas por ela, podemos
clareza
materiais
dizer que a grande maioria desses jovens
necessários para executar o trabalho (bom
talentos possui a maioria e, por possuí-las,
computador, telefone, material de escritório...);
estão ditando as regras da empregabilidade.
acesso à liderança; a segurança de não ser
No
demitido; valorização de suas ideias; colegas
apresentadas algumas sugestões para a
de trabalho capazes e amigáveis; a empresa
eficácia da implantação de um programa de
respeitar o horário do funcionário; cuidado com
retenção de talentos, portanto, cabe às
meio ambiente; tempo para relaxar/exercícios
organizações
(10 minutos); troca de função (promoção);
necessidades e até que ponto estão dispostas
palestras, reciclagem; organização no setor;
a alterar suas políticas, pois não pode existir o
tolerância de horário para quem estuda e
faz de conta na relação com a Geração Y, ou
ajuda de custo para treinamentos.
seja, o que foi prometido tem de ser cumprido.
Nota-se que, em alguns casos houve uma
Diante disso, vale reforçar que de nada
redundância do que já havia sido sugerido,
adianta oferecer treinamentos e projetos
mas achamos por bem fazê-los constar, por
desafiadores, sem oferecer desenvolvimento e
considerar a colocação como uma afirmação
ascensão profissional, pois se isto ocorrer
daquilo que foi considerado representativo,
acarretará
acreditando também não ser adequado corrigir
comprometimento
conhecer
importância
27
da
na
o
sua
posicionamento
equipe
apresentados
comunicação;
dentro
por
e
geração
que,
de
a
uma
parecia
personalidade
ousada
desenvolvimento
e
estudo
quais
desmotivação,
e,
forte,
corajosa,
deste
analisar
em
princípio,
mas,
foram
as
falta
suas
de
consequentemente,
NASC I MEN TO, V. S. ;SA NTO S, E. ; C AMPOS , M. A. R et e nçã o D e J ove ns Ta l en tos
Nas E mpr esas Moder nas - Quem S ão Ess es Pr of issionais E O Q ue Os Mot iva A
Per manec er N as Or ganizaç ões .
desligamento do jovem talento. Lembrando
CHIAVENATO,
também que toda e qualquer estratégia
Benefícios e Relações de Trabalho: Como
oferece oportunidades e ameaças, pontos
Reter Talentos na Organização. 3 ed. São
fortes
Paulo: Editora Atlas, 2003. 200 p.
e
pontos
fracos.
Conhecê-los
é
Idalberto.
Remuneração,
essencial para a segurança das ferramentas
que serão empregadas.
FERREIRA, A. M. Dissertação de Mestrado
Sem dúvida, a valorização do capital humano
Profissional em Administração - Políticas e
é uma conquista justa e legítima, porém a
práticas de gestão de pessoas como fatores
expectativa é que ela continue numa escalada
de retenção de jovens talentos: um estudo
segura de progresso e, pensando nisso,
com trainees de empresa brasileira do setor
sugerimos
siderúrgico. PUC. MG. BH, 2008.
que
nas
políticas
e
práticas
adotadas para a retenção de jovens talentos,
esteja sempre previsto um programa de
RABAGLIO, M. O. Seleção por Competências.
coaching, que possa ajudá-los a se tornar não
5ª.ed. ampl. São Paulo: Educator, 2001. p.126
somente
grandes
profissionais,
mas
principalmente grandes pessoas, incentivando
SILVA,
E.
na descoberta de valores que os estimulem a
Profissionalizante em Administração - Os
vencer, não pelo domínio e pela arrogância,
Efeitos da Liderança na Retenção de Talentos
mas sim, pela sabedoria.
um
estudo
rotatividade
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
M.
Dissertação
sobre
numa
de
Mestrado
comprometimento
Indústria
e
Petroquímica.
Faculdade de Economia e Finanças Ibmec.
Rio de Janeiro, 2006. 140
AMARAL,
Elizabeht.
Geração
Y,
2008.
Disponível
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VIANA, Fernando. Os novos tempos:
das
gerações
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X
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Disponível
Y
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CAPELLI, Peter (org); tradução de Nivaldo
Montingelli.
Melhores
Contratando
Pessoas.
e
Mantendo
Harvard
de junho de 2010.
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CHAPLIN, Charles. O Último Discurso do filme
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http://www.miniweb.com.br/artes/artigos/charle
s_chaplin.html
Anais do
II Seminário Multidisc iplinar E NIA C 2010, V ol. 1, Nº 2
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ojs .e n iac.c o m. br
Anais do
II Seminário Multidisciplinar ENIAC Pesquisa 2010
II Encontro Da Engenharia Do Conhecimento Eniac
II Encontro De Iniciação Científica Eniac
II Fábrica de Artigos
ANÁLISE DA PARTICIPAÇÃO DO COLÉGIO
ENIAC EM COMPETIÇÕES INTERNACIONAIS
DE ROBÓTICA
ANALYSIS OF COLLEGE PARTICIPATION
INTERNATIONAL COMPETITIONS OF ROBOTICS
ENIAC
IN
______________________
Michelle Martins
José Antônio Dias de Carvalho
Michelle Martins é estagiária líder da equipe de robótica, pelo Colégio ENIAC (ENIAC); Estudante de Tecnologia
Mecatrônica Industrial, pela Faculdade (ENIAC) Guarulhos/SP. Contatos: [email protected] (11)
2497-3991 e (11)9796-9459.
José Antônio Dias de Carvalho é professor e Coordenador da Faculdade ENIAC; Engenheiro Eletricista pela
EFEI; Mestre em Engenharia Eletrônica e Computação pelo ITA; Doutorando em Engenharia Mecatrônica pelo
ITA. Contatos: [email protected].
______________________
descrever
quais
minimizados
e
problemas
quais
podem
benefícios
ser
são
alcançados ao inserir nas instituições de
RESUMO
ensino a robótica com fins educacionais.
O objetivo do artigo é mostrar como a robótica
Palavras
chaves:
educacional pode tornar o aprendizado de
aprendizado.
robótica,
educação,
alunos do ensino médio mais significativo com
a utilização de kits de montagem. Serão
ABSTRACT
apresentados os equipamentos utilizados, o
desafio proposto e a participação da equipe de
The objective of this article is to show how the
robótica do Colégio ENIAC no campeonato
educational Robotics can make learning of
mundial realizado pela empresa VEX Robotics.
middle
Através do histórico e planejamento das
significant use of mounting kits. Will be
atividades exercidas pelos alunos é possível
presented the equipment used, the challenge
29
school
students
with
the
most
MA RT INS , M. ; CAR VA LHO , J.A.D .; A n ál ise D a Pa rt ic ip aç ão D o Co lé g io E n iac E m
Competiç ões I nt er nacionais D e Robót ica .
and the participation of high-school robotics
Hoje, através de estudos e aplicação
team ENIAC at the World Championships
prática
do
hosted by VEX Robotics company. Through
protótipos robóticos podem assumir diversas
the history and planning of the activities carried
formas
out by the students it is possible to describe
auxiliam no melhoramento da qualidade de
which problems can be minimized and what
vida humana. A robótica surge para trazer
benefits are achieved when inserting in the
benefícios, mesmo que remotamente, para a
robotics education institutions with educational
vida humana e, dentre esses benefícios, os
purposes.
que se referem à educação ganham a cada
Keywords: Robotics, education, learning.
dia
e
conhecimento
desempenhar
mais
espaço
por
adquirido,
atividades
gerar
os
que
relevantes
contribuições.
O objetivo da robótica educacional é tornar o
1. INTRODUÇÃO
aprendizado mais significativo, através de seu
A robótica com fins educacionais é uma das
uso
novas possibilidades da inserção do uso da
conhecimento e competências. Por meio dos
tecnologia
que
kits de montagem e softwares especializados,
proporciona a modificação da forma de
os alunos terão a oportunidade de adquirir
transmissão de conteúdos, a aprendizagem do
meios de solucionar problemas constantes,
aluno e a relação entre os responsáveis pelo
além de que, o professor poderá demonstrar
processo educativo. Antes de ser inserida em
na prática muitos conceitos teóricos, até os de
instituições educacionais, a robótica atravessa
difícil
fases evolutivas, oferecendo contribuições
envolvidos na atividade.
diversas para a sociedade, e perpassando
A oferta de kits didáticos de robótica no
pela educação.
mercado
A palavra robô é uma contribuição tcheca ao
montagem de sistemas e experimentos que
vocabulário universal, significa escravo e se
desenvolvam as competências básicas e
popularizou depois do sucesso do livro Robôs
forneçam as bases tecnológicas necessárias
Universais, de 1920, do autor tcheco, Karel
ao
Capek. Ele lançou em 1923 a ideia de criação
Normalmente, estas ferramentas são utilizadas
do “Homem Mecânico” como obra de ficção,
no ensino fundamental, médio e técnico para
há indícios também de referência ao “Homem
introdução
Mecânico” construído por relojoeiros com a
incluindo assuntos relacionados a sistemas de
finalidade de exibição em feiras. Encontramos
transmissão
vestígios na história de animações mecânicas,
cinemática, energia, sensores e lógica de
como foi o caso do leão animado de Leonardo
programação [2].
Da Vinci e todos os seus esforços para
No Colégio e Faculdade ENIAC, os alunos
construir máquinas que reproduzissem o voo
começam a se interar com a robótica desde o
dos pássaros, porém tais dispositivos eram
ensino fundamental através das aulas com kits
limitados, pois não podiam realizar mais de
LEGO® e participando da equipe ENIAC
uma tarefa. [3]
Challengers Junior, no qual se envolvem em
no
universo
escolar
o
Anais do
II Seminário Multidisc iplinar E NIA C 2010, V ol. 1, Nº 2
pedagógico
e
compreensão,
proporciona
aprendizado
aos
e
da
diferentes
tipos
motivando
todos os
condições
Robótica
conceitos
de
movimento,
de
para
em
a
geral.
Mecânica,
equilíbrio,
www .e n iac.c o m. br
ojs .e n iac.c o m. br
competições
regionais
voltadas
mínimos de participação, sendo um deles a
exclusivamente para o uso desses kits. Assim
utilização dos sistemas VEX® Robotics.
que o aluno passa para o ensino médio ele
Uma vez por ano ocorre o VEX® Robotics
pode fazer parte da equipe ENIAC Challengers
World
High School e logo em seguida ao ENIAC
equipes formadas por estudantes do mundo
Challengers
forma,
todo se reúnem para competir com seus robôs
gradualmente o aluno vai se aperfeiçoando e
montados segundo o desafio proposto. A
aprendendo cada vez mais o que é importante
equipe
na área de robótica como mecânica e
grande evento realizado na cidade de Dallas,
programação. Após a utilização dos kits
Texas – EUA representando o Brasil e a
didáticos LEGO® e VEX®, o aluno consegue
cidade
elaborar
consecutivo. Cerca de 400 equipes de todo o
College.
projetos
Desta
utilizando
recursos
eletrônica e qualquer material
da
disponível
Championship
ENIAC
de
mundo
onde
Challengers
Guarulhos
estiveram
as
melhores
esteve
pelo
neste
terceiro
presentes
no
ano
Dallas
devido aos anos de prática. Esse processo faz
Convention Center and Arena durante os dias
com que o aluno se desenvolva rapidamente,
24, 25 5 26 de abril de 2010 para a
contribuindo para o seu ingresso no mercado
participação
de trabalho.
Championship.
Este artigo tem como objetivo mostrar as
competições é estimular o aprendizado dos
possibilidades
as
jovens em áreas que envolvem robótica,
realizadas pela
ciência e tecnologia de uma maneira fácil e
de
competições de
aprendizado
robótica
que
empresa VEX oferecem aos alunos através
no
VEX®
O
Robotics
objetivo
World
principal
das
prática.
dos kits educacionais oferecidos pela empresa
e do histórico de planejamento do robô da
2.2. Material Utilizado
equipe de robótica do Colégio ENIAC.
O VEX® Robotics Design System oferece aos
alunos uma plataforma interessante para
2. DESENVOLVIMENTO:
aprender sobre robótica, com oportunidades
de carreira de ciência, tecnologia, engenharia
2.1. Competições VEX
O material utilizado pela equipe de robótica
ENIAC Challengers está disponível no kit
“Vex®
Robotics
Design
System”,
comercializado no Brasil pela empresa Index®
Robotics. Todos os anos a empresa realiza
competições regionais de robótica em várias
partes do mundo. Essas competições têm o
intuito de estimular estudantes a ingressar no
mundo da robótica utilizando os kits didáticos
oferecidos pela VEX® através de um desafio
proposto que abrange regras e requisitos
e matemática. Estas são apenas algumas das
muitas áreas que os alunos podem explorar,
criando com o sistema VEX® Robotics. Além
da ciência e dos princípios de engenharia, o
projeto VEX® Robotics incentiva o trabalho em
equipe, liderança e resolução de problemas
entre os grupos. Ele também permite que os
educadores facilmente personalizem projetos
para atender o nível de habilidades dos
alunos. A
plataforma
VEX®
está
se
expandindo rapidamente e agora é encontrada
em escolas de ensino fundamental, escolas de
31
MA RT INS , M. ; CAR VA LHO , J.A.D .; A n ál ise D a Pa rt ic ip aç ão D o Co lé g io E n iac E m
Competiç ões I nt er nacionais D e Robót ica .
ensino médio e laboratórios de universidades
ao
redor
apreciam
do
mundo. Hobistas
as capacidades
2.3. Desafio 2009/2010
também
avançadas do
2.3.1.
sistema VEX®. [1]
Competição Clean Sweep
O sistema consiste basicamente de peças
estruturais; motores e engrenagens; conjunto
opcional de tração; esteiras e correntes;
sensores como: chave de limite, sensor de luz,
chave
de
ultrassom;
pressão,
codificador
microcontrolador
entradas/saídas
digitais,
de
eixo,
com
16
16
entradas
analógicas, 8 saídas PWM; receptor de RF e
transmissor de rádio controle; software de
programação em ambiente EasyC® com
Anualmente o jogo do VEX Robotics World
Championship apresenta um novo desafio com
intuito
de
explorar
ao
máximo
conhecimentos dos alunos no
ramo
os
da
robótica. Em 2010 o desafio foi o Clean
Sweep.
O VEX® Clean Sweep é jogado em
um campo de 12'x12' quadrado configurado
como mostrado na figura 3. [4]
interface USB-Serial RS232C.
A figura 1 mostra os componentes de um
sistema VEX® Robotics, enquanto a figura 2
ilustra em detalhes o microcontrolador, peça
fundamental
da
montagem
do
sistema
robótico.
Figura 3 – Arena do desafio Clean Sweep.
Duas alianças - uma vermelha e uma azul composta de duas equipes cada, competem
em jogos que consistem em um período de
vinte segundos de movimentação autônoma
do robô seguido por dois minutos de jogo
Figura 1. Partes integrantes de um kit de projeto de
comandado pelo piloto. O objetivo do jogo é
sistemas robótico
VEX.
atingir uma pontuação mais elevada do que
aliança do seu oponente movendo tantas
bolas quanto possível para o seu lado do
campo e colocar pequenas bolas verdes nas
metas triangulares. Ganha a aliança que tem o
maior número de pontos ao final do período
autônomo e dos dois minutos comandados
pelo piloto.
Figura 2. Microcontrolador Vex® com detalhes dos
sinais disponíveis.
Há um total de cinquenta (50) bolas verdes
pequenas, (21) bolas laranja médias e (2)
bolas brancas grandes disponíveis como
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objetos de pontuação no jogo. O campo é
robôs podem colocar as bolas verdes. Existem
dividido ao centro por uma parede acrílico de
duas ranhuras na parede que os robôs podem
11,5 '' de altura. Esse muro separa as duas
empurrar as bolas verdes através delas. No
alianças de dois robôs em lados opostos do
início da partida as bolas pequenas e médias
campo. Cada robô (não maior do que 18" x18
estão posicionadas no centro da parede, e ao
"x18") começa o jogo do seu lado do campo e
redor do campo. Cada aliança tem uma bola
toca a parede mais distante da parede do
branca que devem ser introduzida para o jogo
centro. A parede possui 18" de altura e caixas
com menos de trinta segundos restantes.
triangulares fixadas na parede no qual os
Tabela 1 – Pontuação
VEX® Clean Sweep
Pontos Clean Sweep
Cada Bola Verde
Cada Bola Verde no Triângulo
Cada Bola Média Laranja
Cada Bola Branca
Período Autônomo
2.3.2.
1 ponto
3 pontos
5 pontos
10pontos
5 pontos
VEX Robotics Design Challenge
pontuados pelos membros registrados. Os
Para participar do desafio de melhor vídeo é
vídeos são avaliados numa escala de 50
necessário levar em consideração pelo menos
pontos. A votação da comunidade determinou
uma ou qualquer combinação da lista a seguir:
os dez finalistas para serem julgados para o
Mostrar a experiência da equipe em
premio final. Três finalistas foram escolhidos
toda a temporada atual ou passada em
pelo Conselho Consultivo dentre os dez
Competições VEX Robotics, incluindo cenas
finalistas que forem para a última rodada de
da competição, construção do robô e todo o
julgamento.
processo e desenvolvimento do mesmo.
julgados
Os
vídeos
levando-se
finalistas
em
foram
consideração
a
Promover a forma como a VEX
pontuação da votação da comunidade, as
Robotics Competition atua sobre os alunos, na
pontuações dadas pelo Conselho Consultivo
comunidade local ou escolas / clubes que
VEX Robotics e
participam do evento.
representantes
Promover
aprendizado
dos
as
experiências
alunos
em
todas
de
competição
as
Championship.
participações no VEX Robotics Competition.
Criar um anúncio de entretenimento ou
2.3.2.1 Julgamento
15 Pontos
exibidos
www.RobotEvents.com/Challenge
33
no
e
site
foram
VEX
A
Robotics
pontuação
da
World
combinada
Tabela 2 – Escala de pontos.
20 pontos
são
patrocinadores
de melhor Vídeo 2010.
VEX Robotics.
vídeos
dos
determina o vencedor do Prêmio Promocional
um filme curto destacando a importância da
Os
pontuações dadas por
15 pontos
Clareza e poder de persuasão;
mostrar / promover a dinâmica da
equipe descrito nos detalhes
acima.
Entretenimento e diversão para
quem está assistindo o vídeo.
Qualidade do vídeo; técnica de
vídeo, incluindo a composição,
iluminação, roteiro, som, imagem e
edição de título.
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Competiç ões I nt er nacionais D e Robót ica .
desenhos e montagem
2.4. Projeto
do robô,
já os
estudantes do técnico em informática se
O
sistema
do
robô
da
Equipe
ENIAC
com a divisão da equipe, em alguns momentos
Challengers é composto por subsistemas:
Tração – executado por 4 rodas
omnidirecionais,
permitindo
agilidade
dedicaram a parte de programação. Mesmo
e
os alunos tiveram a oportunidade de trocarem
informações entre si, o que possibilitou um
aprendizado maior a todos.
liberdade nos movimentos laterais.
Cesta – capaz de armazenar até 5
3. RESULTADOS
bolas laranjas e 3 verdes.
Braço Móvel – para o basculhamento
das bolas a serem jogadas na cesta.
3.1.Clean Sweep
O robô foi construído com perfis de alumínio
para que se tornasse mais ágil durante o jogo.
Assim a tração distribuiu igualmente a força
A competição foi dividida em quatro divisões
dos motores o suficiente para que fosse
de
possível percorrer toda a arena em busca das
TECHNOLOGY, ENGINEERING e MATH. No
bolas. Foram utilizados quatro motores na
total, 400 equipes de todo o mundo estiveram
tração, três motores na cesta e três motores
presentes com seus robôs representando seus
no braço móvel totalizando dez motores. A
países e colégios. O Brasil foi representado
utilização das redes de proteção foi essencial
por quatro equipes:
para uma maior diminuição no peso total do

robô, diminuindo a quantidade de perfis de
Porto Alegre, RS
ferro.

O planejamento das atividades da equipe
Guarulhos, SP
foram divididas em:

Layout
do
robô
–
onde
foram
Montagem do robô – após o desenho
equipes
cada:
SCIENCE,
Equipe #7002 (Powerfull Team) –
Equipe #7011 (ENIAC Challengers) –
Equipe #7020 (XC274) – Porto Alegre,
RS

elaborados vários protótipos em desenho.
100
Equipe
#7008A
(EREM)
–
Porto
Alegre, RS
escolhido, as peças a serem utilizadas foram
A equipe brasileira melhor colocada ficou em
separadas para a montagem.
Programação – com a estrutura do
sexto lugar e a equipe ENIAC Challengers
robô pronta, foram executados testes com a
obteve a quadragésima quarta colocação das
programação
100 equipes da divisão ENGINEERING.
de
acordo
com
o
desafio
proposto.
Testes
–
a
análise
geral
do
3.2.VEX Robotics Design Challenge
comportamento do robô foi necessária para
realizar pequenos ajustes de programação e
Dentre os vinte e oito vídeos participantes a
também na parte estrutural.
equipe ENIAC Challengers ganhou o prêmio
Os alunos do ensino médio/técnico em
de melhor Vídeo Promocional pelo segundo
mecatrônica
ano consecutivo. O vídeo postado com o tema
ficaram
responsáveis
pelos
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“What’s the Meaning to be a VEX Team?” foi
os
feito com o intuito de mostrar os novos
desempenhando
projetos da equipe e o significado de ser um
raciocínio rápido diante de situações adversas.
conhecimentos
funções
já
adquiridos
que
exigiram
“Challenger” através de depoimentos dos
membros da equipe. A produção e edição
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
foram feitas em parceria com a equipe da TV
ENIAC, responsável pela edição do vídeo e
Após o término da competição, algumas fases
também pela cobertura e registro em vídeo de
do processo de elaboração do projeto foram
todo
reavaliadas para que se obtenha um melhor
o
evento
VEX
Robotics
World
Championship 2010.
aproveitamento no trabalho executado pelos
Tabela 3 - Resultados Desafio Melhor Vídeo
Promocional 2010.
alunos. As estratégias de jogo, a programação
1st Place: #7011 (ENIAC Challengers) – Brasil
Vídeo: “What’s the meaning to be a VEX Team?”
2nd Place: #2243B – Nova Zelândia
Vídeo: “A Journey into VEX”
3rd Place: #2012 (Discobots) – EUA
Vídeo: “Enter the Discobots”
do autônomo, o uso de sensores e a
realização dos testes em arenas iguais aos
ambientes de competição foram alguns dos
assuntos abordados para se obter um melhor
desempenho nos próximos desafios.
3.3.Projeto ENIAC Challengers
De maneira geral, a equipe colocou
em prática boa parte dos conhecimentos
Durante
os
testes
realizados,
o
robô
adquiridos nas disciplinas escolares, além de
apresentou um ótimo desempenho, porém não
ter a oportunidade de se trabalhar em grupo e
se levou em consideração o fato de que os
aprender a lidar com situações onde foram
testes não foram feitos na arena onde seria
necessárias ações rápidas para a resolução
realizado o desafio. Percebeu-se que essa
de problemas.
situação seria um problema ao colocar o robô
A competição VEX é um meio de
na arena de testes do evento, pois os
aprendizado prático para os alunos que
resultados foram totalmente diferentes dos
desejam ingressar no ramo da robótica e
obtidos em primeira instância. A tração não
automação. Durante todo o processo de
respondeu de forma adequada devido ao
construção e programação dos robôs foi
maior atrito, o que consequentemente, levou a
possível observar a evolução de todos os
um consumo maior das baterias, afetando as
alunos. No Brasil a utilização dos kits didáticos
outras funções do robô. Após os ajustes
de robótica como disciplina escolar ainda está
necessários na tração a programação também
no começo, porém o que ficou bem claro é que
teve que ser readequada, porém como o
outros países em especial os Estados Unidos
tempo necessário para testes era escasso
da América e Canadá já aderiram a este
alguns acertos tiveram que ser realizados
recurso durante as aulas o que torna o
entre os intervalos das partidas, prejudicando
aprendizado mais dinâmico e divertido aos
o desempenho da equipe.
estudantes.
Ao se deparar com situações em que foram
necessárias tomar decisões e ações rápidas,
os alunos tiveram a oportunidade de aprimorar
35
MA RT INS , M. ; CAR VA LHO , J.A.D .; A n ál ise D a Pa rt ic ip aç ão D o Co lé g io E n iac E m
Competiç ões I nt er nacionais D e Robót ica .
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II Seminário Multidisciplinar ENIAC Pesquisa 2010
II Encontro Da Engenharia Do Conhecimento Eniac
II Encontro De Iniciação Científica Eniac
II Fábrica de Artigos
TRANSITANDO PELOS TRANSISTORES:
A EMERGÊNCIA DA SULAMÉRICA TRÂNSITO
NOS RÁDIOS PAULISTANOS
TRANSITING BY TRANSISTORS: THE EMERGENCE OF THE SUL
AMÉRICA TRANSIT THROUGH RADIOS PAULISTANOS
______________________
Bruno César dos Santos
Bruno César dos Santos apresentou o presente trabalho como parte do projeto de pesquisa de Mestrado “A
notícia em tempo real: o ressurgimento do jornalismo allnews em emissoras de rádio na cidade de São Paulo”
(nome provisório), orientado pela Profa. Dra. Anna Maria Balogh (ECA/USP e UNIP) e co-orientado pelo Prof. Dr.
Antonio Adami (UNIP).
sentidos da palavra). A partir deste cenário,
______________________
decidiu-se observar a grade de programação,
como
RESUMO
também
os
recursos
jornalísticos
utilizados para construir sentidos e divulgar
De forma ligeira e esboçada, este trabalho
notícias, na possibilidade em compreender
busca tentar traçar alguns dos caminhos
este fenômeno, tanto da quantidade de
percorridos pela Radio SulAmérica Trânsito,
ouvintes, como também a circulação dos
localizada na cidade de São Paulo. Em
sentidos, via ondas radiofônicas.
apenas dois anos, a emissora praticamente
dobrou a quantidade de ouvintes por minuto,
Palavras-chave:
consolidando
comunicação.
as
práticas
e
imaginários
programação,
jornalismo,
relacionados ao rádio, veículo de comunicação
considerado por muitos como veloz, prestativo
e colaborativo (empregamos aqui os dois
37
SAN TOS,
B.C .
Tr ansitando
Pelos
Trâns it o N os Rádios P aulis tanos
Tr ans ist or es:A
Emer gênc ia
Da
S ulamér ica
maneira a sua leitura é na verdade uma
ABSTRACT
reescritura”. A comunicação não foge a essa
Lightly and outlined, this job search trying to
sutileza da realidade ficcional que é uma
trace some of the paths traversed by Radio
hibridização carregada de características de
SulAmérica traffic, located in the city of São
dupla criação. No processo desta pesquisa
Paulo. In just two years, the station practically
que a fabricação do meio de comunicação
doubled the amount of listeners per minute,
observa-se que o receptor e o emissor tecem
consolidating related practices and imaginary
vínculos com imagens mentais. Falam do
radio communication vehicle, considered by
transito a partir do imaginário, uma liberdade
many to be fast, helpful and collaborative (we
criativa. Assim, ancoras recompõe o texto com
employ here the two senses of the word). From
o seu provocando imagens invisíveis ao olhar
this scenario, it was decided to observe the
do ouvinte, adequando-o ao seu mundo,
programming grid, as well as journalistic
dentro da sua possibilidade (Sfez 1994: 98).
resources used to build senses and report the
Com apenas dois anos de existência – sua
news,
this
fundação foi no início do primeiro semestre de
phenomenon, both the amount of listeners, as
2007 –, a sua proposta busca informar o
well as the circulation of the senses, via
motorista (ou aquele que está num transporte
airwaves.
coletivo terrestre, como o ônibus) que se
the
possibility to
understand
encontra nos emaranhados de ruas e avenidas
Keywords:
programming,
journalism,
que formam a malha viária da cidade de São
Paulo, bem como demais acessos que fazem
communication.
parte da Região Metropolitana do município.
A ação pode ser considerada inédita, pois
INTRODUÇÃO
além da SulAmérica ser a única emissora em
1.
APERTANDO
OS
CINTOS
E
ACIONANDO O DIAL: CONTEXTO
DE PESQUISA E DO OBJETO DE
rádio FM da Grande São Paulo (mais
vinte
e
oito
estações
radiotransmissoras em atividade e 40 licenças
concedidas pelo Governo Federal), a Radio
Trânsito
America
localidades
do
Latina
mundo,
–
nas
apenas
demais
Shangai
(China), Nova Iorque (Estados Unidos) e
news similar – que tem uma programação
Dentro do vasto espectro de emissoras de
SulAmérica
a
Londres (Inglaterra) tem emissora de radio all
ANÁLISE
precisamente
toda
é
considerada
uma
estação caçula, mas com atributos que a
tornam diferente das demais. SFEZ, Lucien
Sfez encontra uma citação de Sartre e
Barthes, que ilustra esse processo ao dizer
que: “o receptor ao ler o texto o refaz, e a sua
Anais do
II Seminário Multidisc iplinar E NIA C 2010, V ol. 1, Nº 2
estritamente voltada para o fluxo de trânsito da
cidade, como também a segmentação do radio
paulistano, com a criação de emissoras que
atendam a públicos específicos.
A
comunicação
que
“regulamenta
os
movimentos internos e externos à emissora
que determinam o percurso dos corpos que
nestes espaços, representam papéis. Nessa
representação
verbalmente
os
atores
governados
contracenam
pela
imaginação
(Souza 2005)”. deve ser feito um parêntese:
www .e n iac.c o m. br
ojs .e n iac.c o m. br
nos dois últimos anos, três emissoras de radio
como no campo. As músicas e vinhetas
nasceram sob o signo da segmentação no dial
empregadas na grade da emissora visam
paulistano, sendo todas associadas a uma
fortalecer a rádio em questão, como também a
marca ou produto. Basta analisar o espaço
marca veiculada ao ser utilizada. É possível
aberto e trilhado pela Radio SulAmérica
notar a criação e o estabelecimento de uma
Trânsito (92,1 FM) percorrido em seguida
experiência
pelas emissoras Mitsubishi FM (92,5 FM) e OI
aspecto explorado apenas superficialmente ao
FM (94,1 FM).
longo deste trabalho em função do seu foco.
Cada
uma
estabelecer
das
uma
rádios
citadas
intimidade
sonora
em
cada
emissora,
busca
É necessário pontuar que o nascimento
seus
dessas emissoras ocorre crucialmente em São
entre
produtos oferecidos e sua identidade de
Paulo,
marca, a partir de um conjunto de objetos
possibilidades que a cidade oferece. Contudo,
radiofônicos transmitidos, inseridos em uma
cidades como o Rio de Janeiro, Porto Alegre e
grade de programação específica. Vislumbra-
algumas capitais brasileiras e outras cidades
se, a partir deste contexto, a possibilidade em
economicamente importantes (Campinas é um
transformar o radio como forma de fidelizar um
exemplo) recebam, aos poucos, rádios que
provável cliente, por meio de um produto
atendam a públicos específicos e existentes
ofertado gratuitamente, de forma repetida e
em suas respectivas localidades.
ampla.
Deve-se ressaltar ainda que tanto a Mitsubishi
Basta notar a quantidade de vezes que uma
FM (ou MIT 4X4), como a SulAmérica Trânsito
pessoa irá dizer o nome da emissora, como
ambas fazem parte do conjunto de emissoras
“coloque na rádio X, pois vamos saber se está
do Grupo Bandeirantes de Radio, cujo foco de
congestionada a Vinte e Três de Maio”, ou
mercado reside em atingir diversos públicos de
ainda “quando eu pego estrada, escuto a rádio
ouvintes, sendo estes os mais massificados e
Y para esquecer-se de tudo”.
alcance nacional, como também aqueles que
Exemplos das situações descritas acima
sejam mais segmentados e específicos, com
seriam
traçados locais.
os
referentes
à
seguradora
Sul
devido
ao
amplo
mercado
de
América, que decidiu ampliar sua exposição
Dentro da situação descrita inicialmente, é
enquanto marca, por meio do produto “seguro
possível notar que a SulAmerica preenche
para automóveis”, materializado na emissora
uma lacuna no cotidiano da cidade de São
de radio all news SulAmérica. O mesmo ocorre
Paulo e assume importante posição no dial,
com a operadora de telefonia celular Oi, cuja
visto que a maior parte das pessoas que
intenção principal reside em ser reconhecida
moram na região metropolitana paulistana
como empresa diferenciada em relação às
necessita das informações publicadas pela
suas concorrentes. Assim, sua programação
radio, para poder organizar seu cotidiano ou,
musical consiste em propiciar ao ouvinte algo
como é dito na radio, “o seu caminho”.
que não seria ouvido em outra estação.
Para fomentar essa necessidade incessante
Por sua vez, a Mitsubishi fortalece sua
de informações, que pode ser considerada
imagem a partir da versatilidade dos seus
vital
veículos, os quais servem tanto na cidade,
massacrante, emerge a necessidade de um
39
SAN TOS,
B.C .
Tr ansitando
Pelos
Trâns it o N os Rádios P aulis tanos
à
sobrevivência
Tr ans ist or es:A
Emer gênc ia
do
Da
cotidiano
S ulamér ica
emissor de informações preciso, rápido e “que
conseguiram
ajuda você no trânsito de São Paulo” (sic). É
informativo a respeito.
com esse lema que a radio Sulamerica se
Sob este cenário – o de participação coletiva e
estabelece como referencia no dial paulistano,
colaborativa (algo em voga nos dias atuais) –,
quando o assunto é trânsito.
é que este trabalho está calcado. Assim, para
Na tentava de evitar com que seu ouvinte –
poder traçar um possível percurso de análise,
seja ele motorista, passageiro ou mesmo
serão
algum
interessado
–
transforme
seus
sequer
produzir
mobilizados
conceitos
de
algum
funcionalmente
jornalismo
os
colaborativo
e
caminhos em seu habitat, devido ao tempo
sincronização. Contudo, alguns autores serão
que é desperdiçado, a SulAmérica emprega
destacados ao longo do trabalho, no intuito de
diversos recursos para poder informar o
implementar o cenário aqui desejado.
cidadão e, ao mesmo tempo, criar a atmosfera
incessante de uma radio al lnews. É claro,
2.
DAS ROTAS A SEREM TRILHADAS
especializada em notícias do trânsito da
AO DESTINO A SER ALCANÇADO:
cidade de São Paulo.
OS
Além de sua equipe de Jornalismo, composta
PERCORRIDOS
por vinte e três profissionais, sendo que oito
SURGIMENTO DA SUL AMERICA
pessoas estão in loco nas ruas de São Paulo
TRÂNSITO
utilizam
os
canais
oficiais
como
DIVERSOS
CAMINHOS
PARA
O
CET
(Companhia de Engenharia de Trafego), DER
Mitsubishi FM apresenta uma série de músicas
e DERSA (Departamento de Estradas de
– em geral, classificadas como Rock, com o
Rodagem e Desenvolvimento Rodoviário S.A,
emprego de destinada aqueles que gostam de
respectivamente), SMT (Secretaria Municipal
aventuras off-road, seja ela ouvida no interior
de Transportes), Concessionárias de Rodovias
de uma pick-up da Mitsubishi, ou não. Família
Estaduais e Federais (ViaOeste – Rodovia
Sanzone,
Castelo Branco e Rodoanel; AutoBAn –
Paulista,
Rodovias Bandeirantes e Anhanguera; Auto
funcionando o AM 1070kHz, muito popular na
Pistas OHL – Rodovia Fernão Dias; Ecovias –
região do Alto Tietê. Mas nunca soube o que
Rodovias
e
fazer com a concessão FM, em 92,1MHz.
Imigrantes; Nova Dutra – Rodovia Presidente
Antes da emissora ser “arrendada” para a
Dutra, e outras) dentre outras autarquias
Igreja Pentecostal Deus É Amor, ali funcionou
públicas e empresas privadas que estão
durante algum tempo a Líder FM (também da
validadas e
família Sanzone) e, por menos tempo ainda, a
Anchieta,
Trabalhadores
autorizadas a
pronunciar
a
dona
de
Mogi
Rádio
Metropolitana
das Cruzes,
Emoção
Soma-se ainda a participação diversificada
emprestada para a Record (lembram disso?).
dos ouvintes – ou colaboradores – da radio, os
Pois uma excelente jogada publicitária deve
quais podem utilizar diversos canais de
popularizar os 92,1 ao menos entre os cinco
comunicação, relatando como está o trânsito
milhões de veículos que circulam na capital
em um determinado local em que tanto os
paulista.
jornalistas como as entidades oficiais não
Propaganda, a seguradora SulAmérica e o
II Seminário Multidisc iplinar E NIA C 2010, V ol. 1, Nº 2
A
quando
família
a
mantém
respeito de transportes e trafego de veículos.
Anais do
FM,
da
frequência
Sanzone,
a
foi
MPM
www .e n iac.c o m. br
ojs .e n iac.c o m. br
Grupo Bandeirantes trabalharam e negociaram
conseguiam identificar as razões de um
durante um ano, formatando um tremendo
congestionamento, um ouvinte ligou para a
canal de comunicação para o motorista: a
rádio e relatou tudo. Estava inaugurada a era
Rádio SulAmérica Trânsito. O primeiro entrou
do “ouvinte-repórter” na emissora.
com a concessão; o segundo elaborou a ideia;
A iniciativa tem prós e contras. A grande
o terceiro entrou com a marca e a grana; por
maravilha do rádio é seu posto de pioneira em
último, mas não menos importante, o quarto
participação do público – esse negócio que
entrou com a credibilidade jornalística. A nova
hoje a Internet banalizou, já que qualquer
emissora entrou no ar no último dia 12 de
fórum meia-boca é batizado de “interação”. Ao
fevereiro.
será
mesmo tempo, colocar o espectador no lugar
desvinculada da arte, da mitologia, das
do jornalista pode legitimar uma redação
religiões, das lendas e das manifestações
enxuta (portanto, mais barata). Sem falar no
arcaicas GEBAUER, & WULF, 2004.
risco de ouvir o Seu Zé, direto da Rua Rei dos
comunicação
nunca
Cocos, dizendo que “aqui a coisa está
impressionante”. E a gente fica sem saber se
2.1. O ouvinte-repórter
está bom ou não.
A grande novidade “editorial”, digamos assim,
3.
é uma cobertura maciça da movimentação nas
COMO FUNCIONA
ruas da cidade, entre as cinco da manhã e às
nove da noite – há décadas, esse serviço já
Como faço parte (claramente, diga-se) do
existe nas outras emissoras jornalísticas da
público-alvo da emissora, já me habituei a
capital, mas para o dia todo, só em outras
ouvi-la desde o momento que saio de casa,
duas metrópoles, Xangai e Londres. Aliás,
até chegar à Marginal Tietê – como a rádio
abre parênteses. O mais inovador entre os
pertence à Metropolitana, a antena deve ficar
formatos do gênero foi usado por um tempão
na Serra do Itapeti, entre Mogi e a Ayrton
na finada 89 FM. O Giro 89, durante o horário
Senna. Assim, a recepção fica horrível no
de pico à tarde, soltava pérolas sensacionais
centro
como “o trânsito na Avenida Tiradentes está
experiência feita sem qualquer referência
enforcadaço, enquanto a Doutor Arnaldo
anterior
segue doente nos dois sentidos”. Fecha
funcionando. O locutor no horário que costumo
parênteses.
sair é o ótimo Flávio Siqueira, conhecido de
Em São Paulo, isso não inclui apenas os oito
qualquer aficcionado por rádio. Imagino que,
repórteres, os seis âncoras e as dez viaturas
tanto ele quanto os demais âncoras, adorariam
circulando. Mas especialmente os ouvintes,
ter que “filosofar” menos a respeito da
que ligam para 3743-2475 e entram no ar ao
importância dessa iniciativa, do quanto estão
vivo. Isso também não é novidade. Em 1983, o
felizes em ajudar o paulistano e proporcionar
atual vice-presidente da Band Marcelo Parada
uma
estava na Rádio Eldorado. E num momento
“papagaiada” imposta por quem manda (ou
em que nem o repórter na rua e nem o
talvez uma tentativa de amenizar esse assunto
helicóptero (outra invenção da Eldorado)
chato), mas meio desnecessária para quem se
41
SAN TOS,
B.C .
Tr ansitando
Pelos
Trâns it o N os Rádios P aulis tanos
expandido.
passa
vida
Além
por
melhor…
Tr ans ist or es:A
disso,
muitos
ajustes
Certamente
Emer gênc ia
Da
qualquer
é
já
uma
S ulamér ica
propõe a falar sempre sobre o que realmente
4.
BENESSE DA PROPAGANDA
me interessa. Então ele coloca alguns trechos
de músicas voltadas para o público adulto
Não existe “graça divina” de graça, óbvio.
(mistura de Antena 1 com Nova Brasil). Mas
Essa brincadeira toda vai custar, segundo
só trechos curtos, já que a programação
consta, R$ 30 milhões. A grande sacada não
cultural, sempre alternadas com dicas para os
está no auxílio ao pobre coitado preso no
motoristas e informações gerais sobre a
engarrafamento durante o horário de pico. O
cidade, é depois das nove. Antes mesmo do
negócio atende pelo nome de marketing de
refrão, entram os repórteres do horário:
conteúdo.
Daniela Florenzano, Isabel Campos e Álvaro
Toda a concepção foi da MPM propaganda,
Bufarah.
que teve a brilhante ideia de associar a
Mas o grosso mesmo da programação é o
imagem da seguradora a uma informação
“você repórter”. Flávio Siqueira chama o
absolutamente relevante. Mais do que isso: a
ouvinte pelo nome – o que pressupõe uma
marca do patrocinador está no próprio nome
triagem
da
prévia,
para minimizar
possíveis
emissora.
Associação
mais
direta,
avacalhações. E a coisa funciona: se o âncora
impossível.
percebe que o cidadão pode acrescentar algo
Para
mais, ele pergunta: “e no sentido contrário,
frequência da nova emissora em boa parte dos
como está indo”? Caso contrário, ele corta
relógios de rua da cidade. A novidade também
rapidamente e agradece, dizendo “ligue mais
foi anunciada na Veja São Paulo, jornais de
vezes”.
onde
grande porte e em outras emissoras – não só
comunicação fracassa, a própria comunicação
na Rede Bandeirantes de Rádio, mas em
estabelece algo em comum que ele esclarece,
algumas concorrentes. Quem mora em São
valendo-se de uma citação de Baudrillard:
Paulo e anda de carro com certeza já ouviu
“Todos nós somos prisioneiros da espiral
falar nessa emissora.
comunicativa, e dela não podemos escapar”.
Dessa forma, eu e você fixamos a marca da
Em duas semanas, foram ouvidas poucas as
SulAmérica não só através da publicidade,
informações contraditórias – o primeiro: “a
digamos, tradicional. Mas praticamente graças
Marginal tá toda parada, um horror” e, logo
ao seu conteúdo informativo gerado por uma
depois, “olha, também estou na Marginal, mas
empresa de credibilidade,
tá tudo andando, viu”? Faltou dizer é em qual
conversar sem ruídos mesmo com quem não é
local. Até mesmo os fiscais da CET costumam
cliente da empresa. Aliás, este certamente vai
entrar ao vivo para esclarecer algo – “olha, nós
associar a marca com coisas boas, positivas.
não multamos quem anda com engate fora de
E como qualquer veículo de comunicação,
especificação, isso é trabalho da polícia
outras empresas poderão anunciar ali e
militar”.
embarcar
Aqui
Além
se
observa
que
de toneladas de ouvintes
completar,
na
a
agência
ideia
agradecendo por essa graça divina em forma
evidentemente,
não
de prestação de serviços (GASSET, 2002).
seguradora. Genial, não?
–
espalhou
a
que consegue
desde
concorra
que,
com
a
Inicialmente, o projeto tem duração prevista de
três
Anais do
II Seminário Multidisc iplinar E NIA C 2010, V ol. 1, Nº 2
anos.
Até
lá,
dificilmente
outras
www .e n iac.c o m. br
ojs .e n iac.c o m. br
alternativas a uma emissora 100% trânsito
GIRO DE REPORTAGEM
poderiam ser mais úteis – o que mais se
Processo de sincronização
aproxima disso chama-se Traffic Message
Construção da notícia
Channel, um protocolo de transmissão digital
Espaço Sonoro
capaz de transmitir informações (em texto)
Elaboração do espelho.
sobre condições de trânsito (não confundir
Pesquisa: SANTOS, Bruno Cesar. São Paulo,
com GPS, que só informa a localização).
pós-graduação UNIP, 2010.
Funciona tanto via satélite quanto associado
ao FM.
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pode muito bem ter superado a Porto Seguro,
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atualmente
domina
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mercado
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acontece, vamos saudar sua existência e
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ANTIGAS DO QUE SE IMAGINA
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Images
et
Symboles.París:
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Dentro do vasto espectro de emissoras de
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rádio FM da Grande São Paulo (mais
Uma história dos costumes apresentação
precisamente
Renato J. Ribeiro. São Paulo: Ed. Jorge Zahar,
vinte
e
oito
estações
radiotransmissoras em atividade e 40 licenças
2000.
concedidas pelo Governo Federal), a Radio
GASSET, José Ortega y. A rebelião das
SulAmérica
uma
massas; tradução Marylene Pinto Michael, 2a.
estação caçula, mas com atributos que a
ed., São Paulo: Martins Fontes. (Título original:
tornam diferente das demais. Fazer um
La rebelión de Las masas, 1a. ed. 1937, ed.
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Trânsito
é
considerada
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GEBAUER,
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43
SAN TOS,
B.C .
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Pelos
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Anais do
II Seminário Multidisc iplinar E NIA C 2010, V ol. 1, Nº 2
www .e n iac.c o m. br
ojs .e n iac.c o m. br
Anais do
II Seminário Multidisciplinar ENIAC Pesquisa 2010
II Encontro Da Engenharia Do Conhecimento Eniac
II Encontro De Iniciação Científica Eniac
II Fábrica de Artigos
A INFLUÊNCIA DOS CONTROLES INTERNOS
PARA MELHORIA DA ADMINISTRAÇÃO DE
RISCO.
THE INFLUENCE OF INTERNAL CONTROLS FOR IMPROVED
RISK MANAGEMENT.
______________________
Edvaldo Campos Mesquita
Ivone Fernanda da Costa
Josenalva Araujo de Oliveira
Rogério de Paiva Silva
Orientador: Prof. Ms. Ricardo Camargo
Edvaldo Campos Mesquita é graduanda da Faculdade Eniac. Curso Administração financeira
Ivone Fernanda da Costa é graduanda da Faculdade Eniac. Curso Administração financeira
Josenalva Araujo de Oliveira é graduanda da Faculdade Eniac. Curso Adm. financeira
Rogério de Paiva Silva é graduando da Faculdade Eniac. Curso Administração financeira
Ricardo Camargo é Mestre, professor da Faculdade UNIP e Eniac e ENIAC em Guarulhos 2010.
______________________
riscos, avaliar o sistema e os controles
internos.
RESUMO
Palavras chaves: gerenciamento, liderança,
A presente investigação trata dos Controles
avaliação.
Internos e suas funções de Gerenciamento de
riscos. Para isso se faz necessário entender o
negócio, esclarecer objetivos, identificar os
45
ME SQUI TA , E. C.; et al . A I nf lu ê nci a Dos C o ntr o les Int er n os Pa ra Mel h ori a D a
Administr aç ão D e R isco.
temos que estabelecer controles rígidos que
ABSTRACT
envolvam cada operação. Para o caso de uma
The present investigation deals with the
probabilidade de ocorrência elevada, porém
internal
management
com potencial de perda baixa, devemos
functions. For this it is necessary to understand
estabelecer controles no processo de forma a
the business, clarify objectives, identify risks,
administrar a probabilidade. Por último, para
evaluate the system and internal controls.
probabilidade de perda baixa e potencial de
controls
and
risk
perda
Keywords:
management,
leadership,
baixo,
é
desnecessário
o
desenvolvimento e controles.
evaluation.
2.
Para o Gerenciamento de Riscos é necessário
INTRODUÇÃO
1.
CONTROLES
GERENCIAMENTO DE RISCOS
INTERNOS
E
SUAS
desenvolver a seguinte estrutura de controles:
2.1. Entender o negócio
FUNÇÕES
É função da administração de uma empresa
Qual a natureza do negócio?
estabelecer
Qual a cultura e estilo de operação do
controles que
mantenham
e
operem uma estrutura de controle do negócio
negócio?
de forma a melhor contribuir para que o
Existem restrições internas?
negócio alcance os seus objetivos, incluindo
Existem restrições externas?
obrigações com os acionistas, funcionários,
A
1º Passo: Entender qual é o contexto e quais
abrangência deve incluir todas as atividades
são os limites do Negócio, e em que ambiente
da empresa sejam elas operacionais, técnicas,
ele opera.
comerciais, financeiras ou administrativas.
A estrutura de controles deverá levar em
É função dos controles a administração de
consideração: A natureza do negócio: quais os
riscos que
produtos
clientes,
governos
neste
e
a
contexto
sociedade.
significa que
e
serviços,
tamanho,
clientes,
eventos ou transações possam causar perdas,
condições da indústria, competição, entre
danos, ferimentos para a empresa, sua
outros. A cultura e estilo de operação dentro
reputação ou imagem, seus funcionários seus
do negócio específico: crenças, valores, tipos
ativos, seus estoques, e terceiros.
de organização, atitudes, entre outros. A
Para estabelecer um aparato de controles
cultura e estilo de operação no ambiente onde
eficaz, temos que classificar os riscos segundo
o negócio opera: crenças e valores, a maneira
sua probabilidade de ocorrência e potencial de
como
provocar perdas. Para o caso de probabilidade
consistência
de ocorrência elevada e potencial de perda
acionistas e outros interessados no negócio.
a
sociedade
das
leis,
opera,
clareza
expectativas
e
dos
grande, o correto é parar a operação e rever o
processo do negócio de forma administrar o
2.2 Esclarecer objetivos. Para tanto é
risco de perda ou probabilidade de ocorrência.
preciso que eles sejam:
Para o caso de probabilidade de ocorrência
Mensuráveis;
baixa, porém com perda potencial elevada
Específicos;
Anais do
II Seminário Multidisc iplinar E NIA C 2010, V ol. 1, Nº 2
www .e n iac.c o m. br
ojs .e n iac.c o m. br
2.3.1 Avaliar Riscos
Estejam alinhados;
Sejam realísticos;
Mapear os riscos;
Tenham prazos definidos.
Identificar os impactos;
Estimar a probabilidade de ocorrência;
2º Passo: Entender e clarificar o que o
Responder às seguintes questões
Negócio espera obter.
sobre os riscos:
Observando os pontos abaixo obteremos
Tomar o risco?
clareza nos objetivos:
Transferir o risco?
Seja específico: quanto mais nebuloso for o
Terminar com o risco?
objetivo maior será a chance de ser mal
Tratar o risco?
interpretado.
Estabelecer
objetivos
mensuráveis: qual o ponto que se quer chegar
4º Passo: Quais os riscos são mais relevantes.
e como saber se atingimos este ponto?
Usando a matriz de risco, avaliar os riscos
Objetivos
alinhados:
dentro
e
fora
da
segundo sua probabilidade e potencial de
organização, de cima para baixo da estrutura.
causar perdas.
Assegurar-se
Fazer uma avaliação base-zero facilita na
que
não
existam
objetivos
desalinhados ou incompatíveis.
Objetivos
realistas:
avaliação
objetivos
desafiantes
dos
existentes podem
riscos,
pois
prejudicar
avaliações
ao levar
a
estimulam as pessoas ao passo que objetivos
conclusões enganadoras, a não ser que
impossíveis de serem alcançados provocam
tenham sido avaliadas e testadas.
alienação e desestímulo.
Prazos: qual o tempo que dispomos para
5º Passo: O que fazer com os riscos?
alcançar os objetivos? Nenhum objetivo dura
Com a possibilidade de ocorrência dos riscos
para sempre. Caso as condições mudarem,
o que fazer?
revisar os objetivos.
Tomar
2.3 Identificar riscos
Aceitar e adotar a exposição ao risco;
Quais são os riscos principais?
3º
Passo:
Identificar
oportunidades
ou
Definir níveis de perdas toleráveis;
quais
restrições
são
que
as
podem
impactar no processo de atingir os objetivos.
Fazer uma lista de riscos prováveis para os
processos da organização onde abranja: País,
Operações, Pessoas, Tecnologia, Sistemas,
Integridade dos ativos, Reputação, Fraudes,
Parceiros,
Eventos
Clientes,
naturais,
Riscos
Riscos
ambientais,
Financeiros,
Competição Mercados, Organização.
47
Adotar margem compatível com o risco;
Definir contingências;
Definir planos de recuperação;
Adotar ações de acompanhamento;
Desenvolver ações de reavaliação;
Mensurar os riscos de perdas financeiras.
Tratar
Ajustar a organização para atingir os
objetivos;
ME SQUI TA , E. C.; et al . A I nf lu ê nci a Dos C o ntr o les Int er n os Pa ra Mel h ori a D a
Administr aç ão D e R isco.
Pessoas e relacionamentos: valores e
- Investimentos (aplicações financeiras)
ética, competência, motivação compromisso,
-
Exigibilidades
trabalho em equipe;
empréstimos e financiamentos,...)
com quantos bancos operar.
orientar ações e decisões;
garantam
Com
segurança proteção e controles de acesso,
características.
operacionais
garantidas,
Números de Bancos em operação:
Princípios e guias gerais claros para
Processos
(contas
que
Bancos
Operar:
Quem pode abrir contas: Somente
limites de transação, segregação de funções,
procedimentos, e sistemas de contingência;
quais
sócios conforme Contrato Social.
Recebimento
Monitorar o desempenho.
ou
ingresso
de
recursos:
Transferir
- Omissão de lançamentos;
Fazer seguro;
- Manipulação de registros;
Dividir através de alianças e parcerias;
- Manipulação de documentos;
Diversificar;
- Desvios de procedimentos de controle;
Restringir.
- Valores recebidos e não depositados;
- Proteção inadequada dos valores não
depositados;
Terminar – Cessar o risco
Cessar a atividade;
- Conciliação bancária, Contas a Pagar;
Sair do mercado;
- Conciliação bancária, Contas a receber;
Desinvestir;
- Cheques assinados em branco, em poder do
caixa;
Reavaliar os objetivos;
- Recebidos de caixa assinados ou mantidos
Rever os processos;
por outras pessoas que não o caixa;
Reduzir a escala.
-
3.
O SISTEMA DE CONTROLES
INTERNOS
usados
pelo
caixa
inadequadamente controlados;
- Recebimentos de vendas a vista sem
identificação com a transação original. Sem
3.1 Controles Internos em Tesouraria
Caixa:
Recebidos
restringir
ao
suficiente
rastreabilidade;
para
- Recebimentos não registrados diariamente;
pagamento de pequenas despesas diárias.
- Não envio de extratos de contas aos clientes;
Fundo Rotativo: recomposto por emissão de
- Não conciliação do razão geral com o auxiliar
cheque.
de contas de clientes;
Fundo Fixo: Valor mínimo necessário, sendo
- Não conciliação/ análise de contas a receber
reposto periodicamente.
de clientes;
Bancos:
Operações
Ativas
e
Passivas
- Disponibilidades imediatas (saldos bancários
- Recebimentos de cheque pré ou pós-datados
sem controle.
Pagamentos
ou
e valores em caixa)
recursos:
- Créditos (cobrança)
- Manipulação de registros;
Anais do
II Seminário Multidisc iplinar E NIA C 2010, V ol. 1, Nº 2
saídas
de
www .e n iac.c o m. br
ojs .e n iac.c o m. br
- Manipulação de documentos;
-
- Desvios de procedimentos de controle
funcionário autorizado.
Cheques e recibos de caixa em branco,
Requisição
de
compras,
emitida
por
- Tomada de preços aos fornecedores da lista
apropriada.
sem proteção ou controle.
Cheques assinados e não cancelados/
- Prepara e aprova OC com todas as
informações da transação.
destruídos.
Lançamentos para cancelar cheques sem
Contas a Pagar:
vínculo com original.
Cheques pendentes e não cancelados
Nenhum
documento
sem
a
evidência
documental.
(expirados).
Emissão
-
de
cheques
sem
seguir
Cada
empresa
precisa
desenvolver
adequadamente seus controles internos para a
procedimentos previstos.
Cheques em branco ou obsoletos não
Área de Compras.
É necessário observar:
destruídos.
Cheques não datados e lançados na
Preço de venda sabendo a aplicação
de quais clientes.
emissão.
Cheques
pagáveis
a
procuradores
sabendo quem autoriza a venda.
assinados pelo próprio.
Documentos de pagamentos cancelados
Controle s/ cheques prontos e ainda não
Numerar, codificar, definir cota. (definir
procedimento)
enviados ao favorecido.
conciliação
Padronizar pedidos internos. (definir
procedimento)
inadequadamente.
Falta
Recebimento de pedidos dos clientes
dos
extratos
dos
fornecedores x saldos de CAP.
Aprovar crédito, classificar. (definir
procedimento)
Atualizar inventários.
Atualizar programas de produção.
Geral:
- Extratos bancários e cheques cancelados
acessíveis ao caixa.
Emissão
de
notas
fiscais
de
expedição.
- Pessoas não autorizadas em contato com
Conhecimentos de fretes.
bancos.
Emissão de Faturas.
- Conta bancária aberta sem a devida
Custeio de vendas.
aprovação.
Observar informações à contabilidade de
- Não confirmações diretamente de Instituições
todas as operações.
financeiras.
- Acesso restrito as senhas ou terminais.
3.3 Controles Internos na Área de Pessoal e
3.2 Controles Internos em Compras e
Folha de Pagamentos:
Contas a Pagar:
3.4.1 Admissão de empregados:
Compras:
- Procedimentos de compras.
49
Métodos de desvio ou fraude na admissão de
empregados. Preparação de documentos
ME SQUI TA , E. C.; et al . A I nf lu ê nci a Dos C o ntr o les Int er n os Pa ra Mel h ori a D a
Administr aç ão D e R isco.
falsos e cadastros na folha. Cadastramento
em duplicidade no sistema da Folha.
3.4.2 Férias:
Falta de controle específico poderá gerar
pagamento em duplicidade, ou até dobrar
mapa de controle de período aquisitivo.
3.4.5 Folha de pagamento (Métodos de
desvios ou fraudes):
Aumento
salarial
superior
ao
percentual estipulado.
Promoções e/ ou méritos que não
condizem à realidade.
Trabalhos em horários extras sem
3.4.3 Demissão – principais fraudes:
necessidade ou objetividade.
Empregado depois de demitido ainda
constando da Folha.
Horas extras sem autorização dos
responsáveis pelo depto.
Empregado demitido durante o mês e
constando na folha e/ ou adiantamento.
Erro na contagem das horas-extras
realizadas.
Recibo falso.
Erro no percentual utilizado para
Pagamento com cheque endossado à
cálculo das horas extras.
mesma pessoa.
Faltas injustificadas ao trabalho não
Pagamento de verbas excessivas,
descontadas.
além do que o empregado teria direito.
Idem descanso semanal remunerado.
FGTS e salário desemprego.
Idem sobre férias.
Instituir solicitação do depto para a
demissão de pessoal - formulário próprio.
Vales transporte, refeição ou cesta
básica sem controle.
Controle dos empregados por depto.
Criação de procedimento de dupla
Pagamentos
dos
encargos
ou
impostos com cheque ao portador.
conferência.
Falsificação de autenticação bancária
Utilização de cheques ou depósitos
em guias de recolhimento.
em C/C.
Parceria de informações entre as
chefias e a área de pessoal.
Controles
internos
em
Área
de
Pessoal:
3.4.4 Processos Trabalhistas – principais
fraudes:
Definição quanto à cultura organizacional
Políticas de RH:
Seleção de Pessoal – atribuições
Na maioria das vezes trata-se de falta de
organização e não te fraude. Tais como:
Arquivo
3.4.6
indevido
da
citação,
extraviando-a.
Falta de entrega de documentos em
período hábil para defesa.
Perda de prazo para defesa.
Preposto não comparece a audiência.
Falta de preparo, desconhecimento da
causa.
Anais do
II Seminário Multidisc iplinar E NIA C 2010, V ol. 1, Nº 2
técnicas, pessoais e gerenciais.
Definição de Promoção Pessoal – Jobrotation, treinamento...
Salarial e remuneração variável.
Motivacionais e de desempenho.
De Comunicação.
De Benefícios – saúde, farmácia,
restaurante, transporte, segurança,...
De vestuário.
De comércio interno.
www .e n iac.c o m. br
ojs .e n iac.c o m. br
De empréstimos financeiros.

De recreação e lazer.
funcionamento do sistema.
De uso de ativos da empresa –

Controle de qualidade.

Controle dos serviços – Mão de Obra.

Controle de custo.
veículos, laptops, celulares,...)
De
uso
de
estacionamento
da
Conservação
e
regularidade
de
empresa.
De uso de telefones fixos da empresa.
Custos – Matéria-Prima:
De uso de internet na empresa.

De confidencialidade de informações.
mediante autorização.
De
presentes
oferecidos
por
uso
de
cartão
de
crédito

De mobiliário.
De despesas de viagem.
De grau de parentesco no trabalho
entre Outros.
Outros
serviços
terceirizados,
Atenção às legislações específicas, caso a
Representantes
Comerciais,
Prestadores de Serviços autônomos, outros.
Enfatizando a necessidade de consulta a
Advogados.
longo prazo:
Escolha e projeto dos produtos e ou
serviços.

Seleção
do
equipamento
de
produção
e
do
processo.

Projeto
de
itens
fabricados.

Delineamento.

Localização.

Instalação dos equipamentos.
De curto prazo:

51
rastreabilidade
das
Contagens físicas dos estoques.
Custos – Processo:

Programação
da
capacidade

Controle dos estoques em processo.

Avaliação das operações.

Funcionamento das ordens de serviço
ou de produção.

Requisição dos materiais.

Controle de produção acabada.

Estamos oferecendo aquilo que o
consumidor quer.
3.4.8 Controles Internos em Produção: De

Garantir
necessária por CR.
autônomos e estagiários:
caso.

informações.
corporativo.
3.4.7
Cumprimento de rotina de transito de
material, identificação e sua estocagem.
vendedores ou clientes.
De

Controle de movimentação sempre
Controle da produção e dos estoques.

Cliente x consumidor.

Pesquisa de satisfação do cliente.
3.4.9 Controles internos em Estoques e
transferências: Guarda de ativos:

Acompanhamento e manutenção da
eficiência operacional.

Garantia da eficácia do sistema de
informações.

Garantia do cumprimento de normas
administrativas.
Operacionais:

Características
serviços.
dos
produtos
ou
ME SQUI TA , E. C.; et al . A I nf lu ê nci a Dos C o ntr o les Int er n os Pa ra Mel h ori a D a
Administr aç ão D e R isco.

Tipos de produtos e procedimentos de
produção.

Quantidade de produtos pouco usuais.

Quantidade de produtos homogêneos.

Materiais de valor elevado.

Rotação do estoque e obsolescência.

Possibilidade
de
transporte
ou
mobilidade do produto.

Relação materiais, com o custo de
estoque.

Sazonalidade
dos produtos
ou
padrões de produção.

Características perigosas ou danosas
ao meio ambiente.

Natureza do processo de produção.

Existência e negociabilidade dos
subprodutos.

Subcontratação de fases do processo
produtivo.

Características do processo produtivo:
encomenda ou contínuo.

Duração do ciclo de produção x de
custos coerentes.

Condições econômicas, concorrências
e tendências do negócio.
a) Estabelecimento de padrões.
b) Avaliação de desempenho.
c) Correção dos desvios.
4.2 Abrangência:
De acordo com Chiavenato, (1994, p. 435-495)
o controle pode ocorrer em três níveis:
Estratégico:
nível
institucional
temos o controle estratégico;
Tático: ao nível intermediário temos o
controle tático;
Operacional:
ao
nível
operacional
temos o controle operacional.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, M. C. Auditoria: um curso moderno
e completo. São Paulo: Atlas, 1996.
ANTHONY, Robert N.. Sistemas de Controle
Gerencial. São Paulo: Atlas, 2002.
KOONTZ,
Administrativos:

Extensão no uso de orçamentos para:
- previsões de vendas (sinergia comercial x
produção x finanças)
- níveis de estoques (definir regularmente)
- atividades de produção, mão de obra e
custos indiretos

Acompanhamento dos resultados
realizados e orçados.

Procedimentos de acompanhamento
de estoques e custos.

Relatórios quantidade em estoque,
ao
H.
O'DONNEL.
Princípios
de
administração. 11.ed. São Paulo: Pioneira,
1978.
Apostila Controladoria do curso de MBA em
Gestão Financeira, Controladoria e Auditoria.
FGV de 2010.
Apostila
Controladoria:
Planejamento,
Controles Internos e Avaliação da Gestão. IOB
Educação
Corporativa.
Instrutor:
Clayton
Roberto Moraes. 2010.
custos padrão, preços de compra, margens.

Quanto aos controles contábeis:
- existência física
- cálculos (valores aceitos, comprováveis)
- Avaliação
- Contabilização
4.
CONTROLES INTERNOS
4.1 Fases:
Para Koontz & O'Donnel (1978, p.226) as
fases do controle são três:
Anais do
II Seminário Multidisc iplinar E NIA C 2010, V ol. 1, Nº 2
www .e n iac.c o m. br
ojs .e n iac.c o m. br
Anais do
II Seminário Multidisciplinar ENIAC Pesquisa 2010
II Encontro Da Engenharia Do Conhecimento Eniac
II Encontro De Iniciação Científica Eniac
II Fábrica de Artigos
A GESTÃO DO TEMPO NA ELABORAÇÃO DE
TRABALHOS ACADÊMICOS: OITO PASSOS
PARA DESENVOLVER UMA PESQUISA.
TIME MANAGEMENT IN THE PREPARATION OF SCHOLARLY
WORKS: EIGHT STEPS TO DEVELOP A RESEARCH
______________________
Itamar Bezerra dos Santos
Ivo César Bonfim.
Itamar Bezerra dos Santos é Especialista e Tutor da Faculdade Eniac em Guarulhos 2010
Ivo César Bonfim é Especialista e Tutor da Faculdade Eniac em Guarulhos 2010
______________________
ABSTRACT
RESUMO
Este artigo tem como foco direcionar as
pessoas das organizações que vão as
academias buscarem formação para elaborar
de forma prática a criação dos trabalhos
acadêmicos
profissionais,
pois,
como
professores do nível superior observaram,
muitos discentes têm dificuldades na hora
formar um banco de dados consistente para
fazer as pesquisas acadêmicas com viés
profissional.
Palavras-chave:
pesquisa,
acadêmico, organização do tempo.
53
This article focuses on direct people
organisations will seek to elaborate training
academies in a practical way the creation of
scholarly works, as professional teachers of
upper level observed, many students have
difficulties in time form a consistent database
to make academic research with professional
bias.
Keywords:
research,
scholarly
organisation of working time.
work,
trabalho
SAN TOS, I. B.; BONF I M, I .C . A G est ã o Do Te mp o Na E la b or açã o D e Tr a ba l hos
Acadêmicos : O it o Pas s os P ar a Des envolver U ma Pes quis a.
INTRODUÇÃO
O tempo é sem dúvida o recurso mais
precioso e escasso que nós temos, para
algumas pessoas o tempo é um fator decisório
nas suas vidas. Pense numa corrida de
fórmula um e como décimos de segundos
podem separar o 1º colocado do 2º colocado,
para uma pessoa que está em cárcere um
simples minuto pode se transformar numa
eternidade.
No ambiente corporativo o tempo é um fator
primordial para a ascensão ou queda de uma
organização. Em 1990 o Brasil passou por
uma transformação em termos econômicos,
até o início da década de 90 o mercado de
produtos e serviços era protegido, ou seja,
havia uma espécie de monopólio das
empresas brasileiras, adquirirem um produto
importado era um privilégio para poucos.
Quando assumiu a presidência da república
Fernando Collor de Melo adotou medidas que
abriram as fronteiras do mercado do Brasil
para empresas estrangeiras que por sua vez
puderam situar-se em novos nichos de
mercado.
A partir daí as organizações do país tiveram
que se adequar ao novo cenário e com isso
buscaram
alternativas
para
ganhar
competitividade
frente
aos
produtos
importados, deu-se inicio então aos estudos e
práticas empresarias que visavam à busca da
qualidade total. Com a vinda das empresas
estrangeiras para o Brasil, trouxeram consigo
as práticas de gestão mais avançadas,
principalmente ferramentas de gestão de
empresas do Japão que buscam justamente a
redução do tempo de produção e redução de
custos operacionais, métodos de gestão que
existem há dezenas, centenas de anos,
práticas como JUST IN TIME – JIT, KANBAN
entre outras.
O sucesso dessas ferramentas envolve o
elemento que norteia a confecção deste artigo
o tempo, para os orientais milésimos de
segundo podem fazer a diferença, o
desempenho destes métodos de trabalho está
atribuído aos seguintes fatores:
. Tempo de planejamento: O povo
oriental tem na sua cultura a disciplina como
base para o seu cotidiano e planejar faz parte
do dia a dia.
Anais do
II Seminário Multidisc iplinar E NIA C 2010, V ol. 1, Nº 2
. Redução dos desperdícios: Na
cultura oriental não é permitido desperdícios,
sejam materiais e/ou humanos, todo o trabalho
é feito da forma certa no tempo certo na
quantidade certa. No período pós-guerra o
Japão foi reconstruído com poucos recursos
materiais e humanos.
. Busca da qualidade em todas as
fases de elaboração do trabalho: Na cultura
nipônica, todas as pessoas recebem
treinamento, são educadas para entender
todas as fases de um trabalho.
1.
O
BRASIL
E
O
RACIONAMENTO DOS POSTOS DE
TRABALHO
A partir da eleição de Fernando Collor as
empresa brasileiras sofreram um choque de
gestão, o mercado até então era estável, não
havia concorrência. No setor automobilístico,
por exemplo, apenas quatro montadoras
dominavam o mercado, Collor na ocasião
afirmou que os veículos nacionais eram
carroças.
Com os novos concorrentes a empresas do
Brasil tiveram que adotar práticas que
pudessem proporcionar competitividade frente
às empresas estrangeiras. Foi então que as
organizações passaram a adotar o downsizing
que é uma prática que consiste no
achatamento dos niveis hierárquicos de uma
organização, um trabalho que era feito por
uma equipe de quatro pessoas, por exemplo,
passou a ser desempenhado por apenas uma.
“Trata-se de um projeto de racionalização
planejado em todas as suas etapas, que deve
estar
consistente
com
Planejamento
estratégico do negócio cuja meta global é
construir uma organização o mais eficiente e
capaz possível, privilegiando práticas que
mantenham a organização mais enxuta
possível
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Downsizing).”
O novo modelo de gestão que levou as
organizações do Brasil a achatarem os seus
níveis hierárquicos fez com os sobrevivessem
nas empresas apenas os colaboradores que
agregassem valor ao negócio, sob este novo
olhar dos gestores, os colaboradores foram
levados a buscar formação.
www .e n iac.c o m. br
ojs .e n iac.c o m. br
O Brasil e a nova geração de
empregados:
Com
o
advento
das
multinacionais e o achatamento dos níveis de
hierarquias das empresas, surgiu também um
novo tipo de colaborador, os funcionários da
geração “y”. Esta nova gama de pessoas
inseridas nas empresas surgiu mediante aos
avanços da tecnologia, a prática do
“downsizing” fez com que as empresas
mantivessem no seu quadro apenas as
pessoas que realmente fizessem a diferença,
e com isso os colaboradores remanescentes
se tornaram mais exigentes uma vez que
estavam acumulando uma carga maior de
atribuições às empresas tiveram que dar uma
contrapartida para essas pessoas.
A característica que é marcante nas pessoas
da geração “y” é justamente o fato de não
querer esperar muito tempo para alcançar os
seus objetivos, a geração “y” busca
constantemente atingir as suas metas em
pouco tempo. O desafio das organizações é
alinhar o modelo de gestão enxuto, ou seja,
apenas com pessoas que agreguem valor ao
negócio, com os objetivos da geração “y”, uma
vez que pessoas desta geração buscam atingir
as suas metas em pouco tempo. A partir desse
novo contexto foi que as pessoas que desejam
manterem-se atrativas no mercado de trabalho
passaram a buscar formação profissional a fim
de suprir as necessidades das organizações e
ao mesmo tempo, atender as expectativas da
geração “y” e assim surgiram os cursos com
foco na formação profissional, universidades,
faculdades e cursos técnicos tem o propósito
de suprir as empresas com mão de obra
qualificada e agregar valor para as
organizações e as pessoas.
A formação de mão de obra competitiva: A
partir da necessidade das empresas terem em
seus quadros de colaboradores com
conhecimento tácito que agreguem valor aos
negócios é que cresceu substancialmente a
oferta de ensino profissionalizante seja nas
universidades, faculdades e cursos técnicos, é
justamente nesse ponto que é o foco deste
artigo, que é direcionar as pessoas das
organizações que vão as academias buscarem
formação para elaborar de forma prática a
criação
dos
trabalhos
acadêmicos
profissionais, pois como professores do nível
superior observaram que muitos discentes têm
55
dificuldades na hora formar um banco de
dados consistente para fazer as pesquisas
acadêmicas com viés profissional.
Definindo estratégias de trabalho: Para ter um
trabalho consistente os discentes têm de
trabalhar com metas claras e principalmente
prazos definidos, podemos dividir a construção
do trabalho em diversas etapas: Objetivos,
problemática, hipótese, justificativa, corpus,
referencial teórico e por último e não menos
importante a disciplina.
Objetivos ao se começar a coleta dados para a
pesquisa cientifica, o discente deve ter claro,
qual é o objetivo da sua pesquisa, ou seja,
qual é problema em questão, é fundamental
que a natureza do trabalho esteja bem definida
para o aluno, só a partir daí que é possível
definir quais os meios de pesquisa irão nortear
a confecção do seu trabalho.
A definição da problemática comumente
apresenta dificuldade para os discentes que
têm dificuldades para encontrar um tema
adequado as suas expectativas pessoais, bem
como as expectativas e determinações do
curso. A busca do assunto/tema a ser focado
na pesquisa deve ser direcionada de forma
que o discente sinta-se atraído pelo o objeto
de estudo, é dispensável investir diversas
horas para leitura de trabalhos correlatos. Para
Martins (2007:7) o aluno deve escolher um
tema ligado a sua área de atuação e/ou que
faça parte da vivencia pessoal do estudante o
que torna o trabalho mais interessante e
coeso.
A coesão só é possível assim, porque o
estudante já tem conhecimentos prévios do
assunto, além facilitar a compreensão de
termos técnicos e jargões da área em questão.
Isso facilita a busca de referencias escritas e o
contato com profissionais especializados como
aponta descartes: “Para principiar mais vale
que nos sirvamos das que se apresentam
espontaneamente aos nossos sentidos do que
procurar outras mais raras e complicadas...”
Para o autor “parecia que se poderia encontrar
muito mais verdade no raciocínio, que cada
um forma sobre os assuntos que consideram
importantes.” Para formar a problemática da
pesquisa o discente deve buscar dentro de si
e/ou dentro da organização em que está
inserido um problema que pode e deve ser
resolvido e ter a ciência que uma vez que o
SAN TOS, I. B.; BONF I M, I .C . A G est ã o Do Te mp o Na E la b or açã o D e Tr a ba l hos
Acadêmicos : O it o Pas s os P ar a Des envolver U ma Pes quis a.
problema foi definido há uma ou várias
hipóteses de solução.
Hipótese: Uma vez que o problema foi
estabelecido o discente trabalhará na busca
de soluções para a questão, durante a fase de
coleta de informações para a pesquisa ele
pode se deparar com caminhos que podem
fazê-lo dispersar do tema original. É
fundamental que o aluno faça uma pesquisa
com alcance delimitado, ou seja, ele deve
cercear a quantidade de assuntos a serem
discutidos na pesquisa. Um único problema
pode diversas hipóteses de solução, o fato
interessante em relação esse contexto é que
uma pesquisa pode servir de base para outras,
uma pergunta que foi respondida pode gerar
outras perguntas que por sua vez geram
outras pesquisas.
Na Justificativa, como o próprio o nome diz - é
o ato de justificar a pesquisa. A justificativa é
ponto onde o aluno estabelece as razões que
fundamentam a sua pesquisa, ou seja, de
forma consistente traz a tona quais são as
razões que o fizeram falar sobre determinado
tema, que é complementada pelo problema,
que é uma questão sem resolução, é a
vontade do aluno em preencher uma lacuna
existente no objeto de estudo. A justificativa da
pesquisa visa esclarecer a relevância do tema
abordado dessa forma os fins de pesquisa
podem justificar o meio, ou seja, quais serão
os passos a serem seguidos para a conclusão
da pesquisa. Por exemplo: Se um aluno quer
trabalhar um tema de pesquisa sobre gestão
de estoques na cadeia de suprimentos ele
deve procurar quais são os problemas que
existem na gestão de estoques e pontuar as
principais causas do problema e buscar
material consistente que possa trazer a
solução para o problema em debate.
A construção da pesquisa se a partir de uma
busca minuciosa seja nas referências
bibliográficas e/ou na busca de informações
junto aos profissionais mais experientes da
área e da empresa, essa busca por
referencias que vão ditar os caminhos da
pesquisa é definido como “corpus”.
Anais do
II Seminário Multidisc iplinar E NIA C 2010, V ol. 1, Nº 2
2.
CONSTRUINDO
CONSISTENTE
MATERIAL
Conforme afirmado por Martins (2007:7) para
desenvolver
uma
pesquisa
acadêmica
profissional o aluno não necessita investir um
tempo considerável na leitura de livros sobre o
tema proposto, ele deve, porém, ter definido
claramente quais serão as fontes que ele irá
coletar as informações para elaboração do seu
trabalho. A formação do banco de dados é
definida como corpus. Corpus este que se
resume em todas as informações que o
discente busca para formar uma pesquisa
coesa, independente de quais sejam as fontes,
sejam escritas, digitais ou até mesmo faladas.
A compilação de todos os dados para a
formação da pesquisa origina-se os “corpora”,
só coma formação do corpus/corpora é que o
aluno pode se perguntar qual é o caminho que
deverá ser seguido, por exemplo: a partir da
formação dos “corpora” é que o aluno sabe
quantas pessoas deverá entrevistas, quantas
perguntas deverá fazer, qual a linha de
raciocínio a ser seguida. Com a linha de
pensamento bem definida o acadêmico pode
justificar a sua pesquisa.
O Referencial Teórico tem como papel
principal apresentar e debater os assuntos que
envolvem a pesquisa, o referencial é
importante, pois é exposto o ponto de vista
dos autores que norteiam a pesquisa e serve
como base para responder possíveis
perguntas que pode surgir durante a pesquisa.
A partir do referencial teórico é que o leitor
sabe quais foram as fontes que o discente uso
para responder a questão em debate.
3.
DISCIPLINA
Para seguir todas as etapas abordadas
anteriormente, o discente deve ter o elemento
básico para qualquer desenvolvimento de
trabalho: Disciplina, a construção de um
trabalho científico demanda foco, o aluno tem
que ter claro que desenvolver um projeto de
pesquisa requer um esforço considerável,
esse esforço resulta em um grande
investimento de tempo. Como objeto central
deste artigo é justamente a gestão do tempo
vamos definir algumas regras a ser seguida,
segundo Miranda (2008) existem doze passos
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a ser respeitados para se ter uma boa gestão
do tempo. Porém vamos abordados oito
passos que são fundamentais na construção
de uma pesquisa cientifica.
Reconhecer e eliminar os desperdiçadores de
tempo: para construir uma pesquisa coerente,
o discente deve saber reconhecer e eliminar
quaisquer entraves que possam atrapalhar a
elaboração do seu projeto. Para Miranda
(2008:43) é preciso ter o ambiente de trabalho
ordem, neste caso os materiais de pesquisa
organizados.
Além do senso de organização o discente
deve ter consciência que se há alguma
atividade que precisa de sua atenção, esta
deve ser feita o quanto antes, não se deve de
forma alguma postergar, procrastinar as suas
tarefas. As tarefas mais simples podem ser
administradas imediatamente e assim se
ganha tempo para as tarefas mais complexas.
Planejar e definir as prioridades: Ao construir a
sua pesquisa o aluno já tem em mente qual
tema quer abordar, embora algumas
informações mais simples estejam em mente,
é importante o discente tenha uma pauta que
contenha todas as suas atividades. Para
Miranda (2008:67) a relação das atividades a
serem desempenhadas deve ser dividida
numa escala de prioridades da seguinte forma:
As prioridades são as atividades que
dependem do momento presente para serem
executadas, sob o risco de não conseguir o
mesmo resultado esperado se for executada
depois.
Prioridade 1: Consistem nas atividades que
estão no limite do adiamento, ou seja, já foram
adiadas diversas vezes e devem ser
executadas assim que forem feitas as
atividades com prioridade zero.
Prioridade dois: resume-se nas atividades de
menor importância, devem ser executadas
logo após a execução das atividades zero e
um, tais atividades não interferem diretamente
no processo de elaboração da pesquisa e
podem ser postergadas.
Uma vez feito o planejamento que define as
prioridades, o discente poderá ter a relação
das atividades e algumas podem até ser
delegadas a terceiros.
Realizar uma tarefa de cada vez: O discente
tem que ter todas as suas atividades definidas,
anotadas em uma agenda, ter uma pauta das
57
tarefas faz com o discente estabeleça as
metas, tarefas a serem executadas. Miranda
(2008:71) afirma que é necessário ter foco, a
falta de foco pode fazer com que o aluno perca
o seu objetivo inicial, fazer o TCC.
Otimizar o tempo de pesquisa: Ao desenvolver
a sua pesquisa é necessário que o aluno saiba
aproveitar os inshigts, ou seja, é recomendado
que se tenha sempre a mão um bloco onde
possa fazer anotações de possíveis ideias que
possa ter. Para quem não dispõe de tempo
para ler, por exemplo, pode aproveitar o tempo
de deslocamento para ir de casa ao trabalho e
vice versa para ler os livros que compõem a
bibliografia da sua pesquisa. Miranda
(2008:76) define que também é importante que
o discente peça a opinião de terceiros sobre o
andamento dos seus trabalhos, pois que está
de fora pode descobrir eventuais falhas que
passam despercebidas ao aluno.
Delegar tarefas: Criar um grupo de estudos é
uma forma interessante que o discente pode
trabalhar a elaboração de uma pesquisa,
partindo do pressuposto do trabalho em
equipe é fundamental que o discente faça uma
troca de informações com os demais
acadêmicos.
Com o grupo de estudos
formados os discentes podem delegar tarefas
entre o grupo, de acordo com os talentos da
equipe
cada
membro
assume
uma
responsabilidade, delegar é uma forma
inteligente tempo.
Aprenda a dizer não: A cultura do Brasil tem
enraizado o hábito de deixar tudo para o último
dia, ou seja, o podemos definir como o ato de
postergar/procrastinar. Ao desenvolver um
trabalho acadêmico acontece a mesma coisa
com os discentes, é importante que o aluno
saiba gerenciar as suas tarefas para que lhe
sobre tempo para desenvolver outras
atividades que não estão ligadas ao meio
acadêmico. Dizer não para atividades que não
condizem com a confecção do seu trabalho é
fundamental para não perder o foco.
Reconhecer os momentos produtivos: Miranda
(2008:90) diz que cada indivíduo tem o seu
momento onde é mais produtivo, ou seja, há
uma determinada parte do dia que nós temos
um pico na produção individual, ou seja, numa
determinada parte do dia somos mais
produtivos. É importante que o aluno saiba
reconhecer esses momentos e que faça as
SAN TOS, I. B.; BONF I M, I .C . A G est ã o Do Te mp o Na E la b or açã o D e Tr a ba l hos
Acadêmicos : O it o Pas s os P ar a Des envolver U ma Pes quis a.
suas atividades nesses momentos, dessa
forma o discente aperfeiçoa a sua pesquisa.
Não ser perfeccionista e/ou detalhista: Ao
buscar informações para construir a sua
pesquisa, o discente corre o risco de depararse com diversas outras questões além da
problemática inicial da sua pesquisa, é nesse
momento que o aluno tem que ter a ciência de
que nem todas as questões poderão ser
resolvidas, isso, porém, não quer dizer que o
aluno conduzir a sua pesquisa de maneira
relapsa.
Monitorar as ações e buscar a melhoria
contínua: Nenhuma atividade está isenta de
falhas, seja no ambiente empresarial ou
acadêmico, partindo deste pressuposto o
aluno pode fazer uso de algumas ferramentas
da qualidade, que são denominadas
ferramentas kaizen. A filosofia kaizen parte da
ideia da melhoria contínua, qualquer atividade
pode ser melhorada o discente pode usar
diversas ferramentas, o ciclo PDCA é uma
delas.
O ciclo PDCA consiste em P- Planejar, como
citado anteriormente o discente deve planejar
as suas atividades e definir quais são as
prioridades. DO – É a fase de execução do
planejamento estabelecido. CHECK – É a
fase de monitoramento das atividades
propostas que estão sendo executadas. DO –
É parte final do ciclo, consiste em por em
andamento possíveis melhorias.
4.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conforme citado no inicio deste artigo a
procura por cursos de nível superior aumentou
consideravelmente nesta década, tal fato está
ligado a crescente demanda por parte das
empresas de profissionais capacitados que
agreguem valo ao negócio. Por outro lado o
downsizing fez as empresas reduzir a mão de
obra, sob este novo olhar as pessoas inseridas
nessas organizações foram obrigadas a voltar
para a sala de aula. Porém, como boa parte
dos colaboradores destas organizações são
pertecentes a geração “y” essas pessoas
busca resultados a curto prazo, a confecção
de um TCC demanda um tempo considerável
em todas as suas fases, é muito comum os
discentes buscarem resultados instantâneos .
Anais do
II Seminário Multidisc iplinar E NIA C 2010, V ol. 1, Nº 2
Se fossemos resumir tudo o que foi abordado
até aqui em relação a gestão do tempo para
construir um trabalho acadêmico, podemos
afirmar que é fundamental que o discente
elimine por completo os disperdiçadores de
tempo que podem limitar a sua pesquisa. Ao
seguir os oito passos citados neste artigo o
aluno conseguirá desepenhar as suas tarefas
com agilidade e formar um trabalho coeso.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARROS, A. J. Fundamentos de Metodologia:
Um guia para a iniciação científica – 2° Edição
Ampliada. São Paulo: Markon books, 2000.
GIL, A Carlos. Como elaborar projetos de
pesquisa. 4 Ed. – 11. – São Paulo: Atlas,
2008.
MARTINS, Gilberto de A. Guia para
elaboração de monografias e trabalhos de
conclusão de curso. São Paulo: Atlas, 2007.
MIRANDA, J. Os 12 mandamentos da adm do
tempo. São Paulo: LCTE Editora, 2008.
http://revistagalileu/Revista/Galileu/EDG871657943-219,00-GERACAO+Y.html acesso 21/
09/ 2010 às 13:h.
http://www.tudosobreconcursos.com/content/vi
ew/122/36/ acesso 19/09/2010 as 11h00min.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Corpus
acessado
dia 17/09/2010 as 09h30min.
http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/met05.htm
acessado dia 12/09/2010 as 15h00min.
http://monografandoufrgs.wordpress.com/tag/c
orpus/ acessado dia 10/09/2010 às 13h45min.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gera%C3%A7%C3
%A3o_Y acessado dia 11/09/2010 as 12:h.
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Anais do
II Seminário Multidisciplinar ENIAC Pesquisa 2010
II Encontro Da Engenharia Do Conhecimento Eniac
II Encontro De Iniciação Científica Eniac
II Fábrica de Artigos
AVALIAÇÃO DE ATENDIMENTO AO CLIENTE
NA
PRESTAÇÃO
DE
SERVIÇOS
DE
CONCRETAGEM.
CUSTOMER
SERVICES
SERVICE
ASSESSMENT
ON
CONCRETING
______________________
Vanessa Abreu Ramos
Vanessa Abreu Ramos é pós-graduanda do curso de Estratégias de Recursos Humanos da Faculdade ENIAC
Guarulhos 2010
Orientadora: Monica Maria Martins de Souza
Monica Maria Martins de Souza é Psicóloga CRP: 10263MG/ES, Jornalista MTE: 0067950SP, Doutora em
Comunicação e Semiótica PUCSP. Mestre em Administração. Especialista em Docência, Adm de RH, Docência
em EAD e Tecnologia Educacional. Editora da Revista Acadêmica: Augusto Guzzo. Avaliadora INEP. desde
2006.
serviços, com aplicações práticas, análise e
______________________
resultados, metas, indicadores e tomadas de
ações para melhoria contínua. A metodologia
utiliza
RESUMO
técnicas
estatísticas,
técnicas
de
pesquisa de mercado, técnicas de análise de
O presente trabalho consiste em apresentar a
decisão
de
metodologia para avaliação da satisfação de
concretagem.
uma
empresa
serviços
de
clientes em uma cadeia logística com foco na
prestação de serviço de concretagem, que
Palavras-chave: avaliação,
visa a melhoria dos serviços logísticos. Estuda
logística.
o
método
existente
de
avaliação
gerenciamento,
de
atendimento ao cliente nessa prestação de
59
RA MOS, V .A. Av al iaç ã o D e At en d i me nt o A o C li e nt e Na Pr est açã o D e Se rviç os D e
Concret agem.
Este método de avaliação de atendimento ao
ABSTRACT
cliente será focado na pontualidade de entrega
The present work consists in presenting the
do serviço que influencia diretamente outros
methodology for assessment of customers '
processos dentro da cadeia produtiva de uma
satisfaction in a logistics chain with a focus on
obra. O resultado do trabalho será avaliar o
the provision of concrete services, aimed at the
método utilizado pela empresa de prestação
improvement of logistical services. Study the
de serviço de concretagem
existing method of valuation of customer
indicadores utilizados, se condiz com a
service in the provision of services, with
realidade da percepção dos clientes, além de
practical applications, analysis and results,
desenvolver
targets, indicators and actions taken for
método e os motivos que os tornem funcionais
continuous improvement. The methodology
para qualquer tipo de prestação de serviço.
uses statistical techniques, market research
A justificativa do trabalho considera o bom
techniques, techniques of decision analysis of
entendimento
a concrete services company.
fundamental para a qualidade do atendimento
soluções
do
para
quanto aos
aplicação
processo
do
logístico
é
de concreto. A gestão da cadeia logística pode
Keywords:
assessment,
management,
logistics.
resultar em um incremento no valor percebido
pelo cliente com relação ao serviço oferecido
pela organização. O valor percebido pelo
INTRODUÇÃO
cliente pode ser definido como a maneira
como o cliente percebe o que a organização
O presente trabalho consiste em estudar o
método existente de avaliação de atendimento
ao cliente na prestação de serviços de
concretagem, com aplicações práticas, análise
se resultados, metas, indicadores e tomadas
de
ações
para
melhoria
contínua.
As
bibliografias sugeridas para o estudo serão
baseadas em logística aplicada à prestação de
serviços, satisfação de clientes, o valor do
atendimento percebido pelo cliente, métodos
oferece. A percepção do cliente abrange as
dimensões
de:
conformidade
com
suas
exigências, preço e marca e serviços que
acrescem valor. A habilidade de oferecer o
que o cliente quer e precisa é uma exigência
básica. A gestão da cadeia logística pode
contribuir para isso determinando estratégias
que atendam as expectativas do mercado e
comparando as características do serviço
oferecido com as necessidades do cliente.
de avaliação de atendimento ao cliente de
empresas prestadoras de serviço que envolva
logística ou não no processo.
Anais do
II Seminário Multidisc iplinar E NIA C 2010, V ol. 1, Nº 2
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Requisitos que a Concreteira precisa melhorar - Obras
90
80
70
60
50
40
30
20
10
Qualidade do
concreto
Infra estrutura
Atendimento
Técnico
Atendimento
Comercial
Atendimento
Operacional
Atendimento
Telefônico
Pontualidade
Disponibilidade
para
atendimento
diário
0
Figura 2: Pesquisa de satisfação de clientes (fonte: 5W1H Consultoria – 12/2008).
O prestador de serviços tem a necessidade de
quão satisfeito o cliente está com relação aos
se antecipar em relação aos processos em
serviços prestados, visto que cada (obra)
que existe maior probabilidade de haver erros,
cliente
e principalmente no setor de concreto o
atendimento diferente.
bombeamento do concreto, e assim criar
No serviço de concretagem cada empresa do
medidas
de
setor tem uma característica de atendimento
preservar a confiança do cliente, que sofre
que se aplica aos clientes menores, médios e
com o erro. O trabalho fará uma análise do
grandes. Cada nicho de mercado, tamanho
atendimento prestado pela concreteira às
das obras, tem necessidades diferentes e por
obras, avaliando horário de chegada do
isso as empresas se especializam em atuar
caminhão na obra. Será comparando o horário
nas principais necessidades destes clientes
programado pelo cliente com o horário real do
tão distintos.
corretivas
atendimento.
do
clientes maior será o de retenção. A satisfação
na própria empresa e nos clientes.
deve ser analisada duas situações: Existem
concretagem:
empresas
do
A
cliente
maior
setor
de
deste
qualidade
identificar possibilidades de melhorias e ações
do
partir
objetivo
de
Quanto maior o grau de satisfação dos
satisfação
a
o
percepção
indicador
A
E
com
tem
no
serviço
preocupação
concreto
é
de
aqueles “clientes perdidos” que não compra
das
mais porque está insatisfeito, passando a ser
a
atendido
pela
concorrência,
e
o
outro
pontualidade no atendimento, ou seja, ter um
momento de análise é durante o atendimento
diferencial
horários
se o cliente tem ou não reclamação do
programados sem onerar a produtividade
atendimento. Medir o número de reclamações
(meta principal) para continuar competitiva e
é a melhor maneira de identificar o nível de
aumentar a sua participação no mercado.
satisfação dos clientes, além do que evidência
E como é medida a satisfação dos clientes
a percepção para o cliente do atendimento
neste setor? Não é uma tarefa fácil medir o
prestado. O indicador de satisfação do cliente
61
no
cumprimento
de
RA MOS, V .A. Av al iaç ã o D e At en d i me nt o A o C li e nt e Na Pr est açã o D e Se rviç os D e
Concret agem.
é fundamental para definir a longevidade desta
preso em outra obra, onde não pode sair até
parceria, mas não é garantia, pois esse
que finalizasse a concretagem.
indicador é apenas uma pista limitada da
Na obra, todas as etapas são pré-requisito
capacidade de retenção dos clientes em
para uma etapa seguinte. Quando atrasa uma
mercados
altamente
As
concretagem, o atraso se espalha para etapas
empresas
de
com
subsequentes, além de haver a perda do
regularidade algum percentual de clientes
próprio dia, porque se fica com uma equipe de
satisfeitos.
operários parados, esperando a primeira
O
impacto
competitivos.
concreto
do
perdem
atendimento
na
obra:
viagem de concreto chegar.
Construtoras reclamam de atrasos na entrega
Na Capital paulistana, onde a situação não
do concreto e contam como estão lidando com
poderia ser distinta, há um motivador peculiar
a
do
para os atrasos: o trânsito caótico da cidade.
aquecimento do setor vêm atingindo, com
Muitas vezes a programação da concreteira é
incômoda assiduidade, um dos componentes
cumprida à risca, o caminhão sai da Central na
mais demandados no canteiro: o concreto
hora certa, mas não consegue chegar à obra
dosado em central.
A observação parte de
no horário. Uma concretagem de estaca
construtores de vários pontos do Brasil, que
hélice, situação que requer um horário bem
reclamam
atendimento
definido e rigoroso, muitas obras acabamos
capazes de prejudicar o cronograma físico das
enfrentando algumas dificuldades, pois o
obras
atraso pode ser causado por falta de matéria-
situação.
Os
de
e
efeitos
gargalos
a
negativos
no
programação
diária
dos
operários. Nesse sentido, a queixa
prima,
atraso
de
bomba,
quebra
de
mais recorrente aponta para atrasos no
equipamento entre outros fatores. Outras
fornecimento do produto pelas concreteiras.
obras adiam as concretagens para o dia
As empresas ficam de começar a concretagem
seguinte, pois o atraso do dia faria com que a
num determinado horário e não cumprem. Ou
obra começasse às quatro da tarde, e este
seja, nem sempre uma concretagem que inicia
fato leva a obra entrar noite adentro, além do
no horário vai finalizar o horário previsto e vice
problema do barulho, teria que pagar as horas
versa, uma concretagem que começa atrasado
extras dos funcionários.
pode também finalizar antes do horário
O método de análise crítica da concretagem:
combinado. Isso acontece porque o que
Para medir o índice de satisfação do cliente
determina o bom atendimento é o sincronismo
são utilizados os indicadores: Número de
entre o carregamento na Central igual ao
reclamações / volume (m3) entregue (mensal)
intervalo da descarga da obra, por isso que o
e a pontualidade número de pedidos atendidos
intervalo
pontualmente / número total de pedidos.
de
fundamental
descarga
no
estudo
é
uma
de
variável
logística
e
A análise de pontualidade da entrega aponta
programação de concreto.
que o indicador mais adequado para medir
A maior reclamação das obras não são
satisfação do cliente é o método de análise
apenas casos isolados, os atrasos acontecem
crítica da concretagem, como se pode ver no
com
Relatório a seguir. Na análise do resultado da
frequência,
e
normalmente
as
concreteiras alegam que o equipamento ficou
Anais do
II Seminário Multidisc iplinar E NIA C 2010, V ol. 1, Nº 2
aplicação do método:
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Verificou-se que o emprego do diagrama de
que estas, devem fazer parte da cultura da
análise critica da qualidade da concretagem
empresa, ser vivenciada a todo o momento e
possibilitou:
em qualquer situação, seja ela em relações
• levantar os diversos tipos de falhas possíveis
entre os clientes internos ou com os clientes
de
da massa ativa do mercado. Todos devem
acordo
com
a
tabela
“Principais
ocorrências”.
“comprar a ideia”, insistir para que a qualidade
• analisar a ocorrência das falhas e o impacto
seja contínua e
no atendimento e satisfação do cliente.
percepção que o cliente tem da empresa,
• correlacionar às anomalias (reclamações dos
influencia diretamente na sua avaliação quanto
clientes) com as principais causa de falhas.
á qualidade do serviço e ter uma percepção
• correlacionar um evento de topo com as
positiva é o ideal de todas as relações de
causas primárias e intermediárias;
negócios.
• selecionar a falha mais comum, relacionando
Vários fatores influenciaram para que os
os efeitos, as causas, os mecanismos de
clientes adotassem a postura atual e embora
prevenção e a priorização das ações, com
as empresas saibam que a qualidade seja um
base na ocorrência.
diferencial o atendimento ainda é o principal
• monitorar a melhoria nos índices ao longo da
motivo para que os clientes deixem de utilizar
implantação do Plano de Ação.
os serviços da empresa.
O uso do método para avaliar o atendimento
Existem diversos tipos de clientes e cada qual
pode se tornar uma ferramenta realmente
possui seu estilo, sua percepção, enfim o seu
fundamental
numa
comportamento sobre tudo o que os acerca.
conjuntura onde as falhas inerentes ao
Entender o comportamento dos clientes e
processo de produção sejam antecipadas.
saber lidar com suas reações, emoções, é
Reduzindo-se
falhas
uma ferramenta que pode ser utilizada e que
bom
traz benefícios à relação empresa-cliente. As
uma
ações de melhoria sugeridas neste trabalho,
atuação proativa junto as suas principais
como trazer ao cliente a realidade do serviço
causas, estaremos diminuindo o número de
prestado pela empresa e suas interferências,
reprogramações, reduzindo os custos da obra
agregou muito valor no resultado positivo do
e ainda, tornando o nível de satisfação do
método, o que evidencia a maturidade da
cliente muito superior. O uso do método e
relação e a credibilidade da empresa para com
técnicas da qualidade, conforme apresentado
o cliente, além de possibilitar r criar empatia
neste trabalho, mostrou-se capaz de auxiliar
com o ele e cada vez mais estreitar o
sobremaneira o gerenciamento de obras de
relacionamento.
construção civil, haja vista a eficiência e
Encantar o cliente é fundamental no mundo de
facilidade de aplicação encontrada durante o
hoje e o diferencial. Portanto, para se obter
estudo.
uma vantagem competitiva sobre as demais
A conclusão da análise apontou que quando
empresas no ramo em que se atuam, as
as organizações decidem adotar medidas para
organizações precisam ainda mais investir em
se atingir a qualidade, é importante lembrar
qualidade. Este investimento pode muitas das
quando
o
realizado
número
das
potencialmente
prejudiciais
andamento
serviços,
63
dos
ao
mediante
se torne
excelente.
A
RA MOS, V .A. Av al iaç ã o D e At en d i me nt o A o C li e nt e Na Pr est açã o D e Se rviç os D e
Concret agem.
vezes não ser alto em relação a custos, mas
ASSUMPÇÃO, J. F. P. Gerenciamento de
com certeza será alto em relação ao valor
empreendimentos
agregado para seus clientes.
Modelo para planejamento estratégico da
em
Construção
Civil:
produção de edifícios. São Paulo. 206p. Tese
(Doutoramento) – Poli –USP.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se que a introdução do modelo de
BARBOSA, c. Gerenciamento de custos –
controle
Série Gerenciamento de Projetos – FGV
de
qualidade
na
empresa
de
prestação de serviço de concretagem, tornou
EDITORA. 2007.
muito eficaz e assertiva o resultado de
avaliação do atendimento. Este método além
PERFORMANCE RESEARCH ASSOCIATES.
de apresentar os dados e o indicador de
Atendimento nota 10. Tradução de Cíntia
atendimento
Braga. Rio de Janeiro: Sextante, 2008. 190p.
ao
cliente,
ainda
fornece
informações de como a obra está recebendo o
concreto, ou seja, se a obra pode mudar
ALVES, J. B. Gestão de clientes: arte da
algum item como acessos liberados para
conquista e manutenção do cliente. Rio de
receber o caminhão, grua disponível para
Janeiro: Q ark, 2004. 128 p.
subida da tubulação entre outros. Este método
resume a eficácia do início das concretagens
LEBARBENCHON, A. F. et al. A qualidade no
pela empresa como um todo dia a dia. O
atendimento ao cliente no setor de serviços.
indicador da pontualidade é bem representado
2001. Monografia (Pós-graduação em gestão
pelos dados estudados neste trabalho, pois
da qualidade e da produtividade) – Fundação
indica o número de obras do tipo bombeado
E. Sociais do Paraná, Curitiba, 2001.
que foram atendidas no horário programado
Disponível
pelo cliente. Isto representa o controle da
<www.observadordaqualidade.com.br>.
empresa e as chances de direcionar as ações
Acesso em: 20/04/2010
em:
de melhoria para as obras ou Centrais
identificadas como as mais problemáticas.
MARQUES,
F.
Guia
prático:
conquistar
clientes, aumentar os lucros e viver melhor.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SIMCHI-LEVI
desdobramento
et
da
AL.
Introdução
qualidade.
BH
SP: Nobel, 2006. 120p.
ao
MG:
Fundação Christiano Ottoni, 1996.
5W1H
JUNIOR,
mercadológica.
5.
Harper
Ed.
W.
Rio
de
Pesquisa
de
satisfação de clientes – 12/2008. Associação
Brasileira das empresas prestadora de serviço
de
BOYD
CONSULTORIA,
Pesquisa
concretagem.
Disponível
em:
<www.abesc.org.br/> Acesso em 10/05/2010
Janeiro:
Fundação Getúlio Vargas, 1991.
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II Seminário Multidisc iplinar E NIA C 2010, V ol. 1, Nº 2
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II Seminário Multidisciplinar ENIAC Pesquisa 2010
II Encontro Da Engenharia Do Conhecimento Eniac
II Encontro De Iniciação Científica Eniac
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RELEITURA DA “GOVERNANÇA CORPORATIVA” NO CONCEITO DA “AUDITORIA”.
RE-READING OF "CORPORATE GOVERNANCE" ON THE
CONCEPT OF "AUDIT"
______________________
Elenilton Rodrigues Guimarães
Leonice Aparecida Savi
Tatiane Kaufmann de Moraes
Vanessa de Abreu Ramos
Elenilton Rodrigues Guimarães é Pós-graduanda da Faculdade Eniac. Curso Administração Financeira
Leonice Aparecida Savi é Pós-graduanda da Faculdade Eniac. Curso Administração Financeira
Tatiane Kaufmann de Moraes é Pós-graduanda da Faculdade Eniac. Curso Administração Financeira
Vanessa de Abreu Ramos é Pós-graduanda da Faculdade Eniac. Curso Administração Financeira
Orientador: Prof. Me. Ricardo Camargo Araújo
Ricardo Camargo Araújo é Mestre, professor da Pós-graduação da Faculdade UNIP e Eniac em Guarulhos 2010.
relacionados
______________________
desempenho
aos
demonstrativos
empresarial,
cujo
do
resultado
busca a agregação de valor da companhia
RESUMO
para os acionistas e investimentos. É sabido
Governança
Corporativa
é
assunto
cujo
que cada empresa deve possuir objetivos
interesse e impacto na gestão empresarial tem
próprios
sido crescente. Trata de políticas e práticas
governança
com
exigências
65
influência
sobre
diversos
aspectos
ao
utilizar
alguma
corporativa,
legais
prática
embora
e
de
existam
corporativas
GUI MAR ÃES , E.R .; e t a l. Re l ei tu ra D a “Gov er n anç a Cor p or at iv a” N o C o nce it o D a
“Audit or ia”.
estabelecendo regras gerais, é comum essas
seus recursos”, de tal forma que reflitam, com
organizações contratar e colocar em pratica as
fidedignidade, a sua real posição perante o
auditorias seja ela Interna ou Externa com foco
mercado, já que precisam pleitear recursos
na transparência e no acompanhamento dos
junto a credores, em especial, bancos e
controles das mesmas.
investidores. Tais credores aplicam seus
recursos baseando-se na situação econômico-
Palavras-chave:
Auditoria;
Investimento;
Governança.
financeira das empresas, obtida pela análise
dos demonstrativos contábeis. Por isso a
importância de se ter esses documentos com
dados verdadeiros, para não induzirem o
ABSTRACT
usuário a tomarem decisões de maneira
Corporate governance is a subject whose
equivocada.
interest and impact on business management
A governança corporativa das companhias
has been growing. Comes to influence policies
vem sendo objeto de vários estudos nacionais
and practices on various aspects related to
e internacionais e é considerado como um
business
whose
fator essencial para o acesso das empresas
outcome seeks added value for shareholders
ao mercado de capitais. Para determinar o
and company investments. It is known that
valor de qualquer negócio, o administrador
every company must have own objectives
deve
when
investimentos (aplicação de recursos) e de
performance
using
any
statements,
practice
of
corporate
tomar
decisões
adequadas
de
governance, although there are legal and
financiamento (captação de recursos).
De
corporate requirements establishing general
acordo
de
rules, it is common to these organizations hire
Governança Corporativa” - IBGC (2006) é: “o
and put into practice the audits be it internal or
sistema pelo qual as sociedades são dirigidas
external with a focus on transparency and
e
monitoring of controls of the same.
relacionamentos entre Acionistas / Cotistas,
com
“Instituto
monitoradas,
Conselho
Keywords: audit; Investment; Governance.
o
de
Brasileiro
envolvendo
Administração,
os
Diretoria,
Auditoria Independente e Conselho Fiscal. As
boas práticas de Governança Corporativa bem
INTRODUÇÃO
como o auxilio das Auditorias Interna e
Externa, têm a finalidade de aumentar o valor
No mundo capitalista contemporâneo, cada
vez mais as entidades necessitam de créditos
para financiar as suas operações. Dessa
forma, têm necessidades de apresentar os
seus demonstrativos contábeis, que segundo
Almeida (2003, p. 36) correspondem “a
posição patrimonial e financeira, o resultado
de suas operações, as mutações de seu
patrimônio líquido e as origens e aplicações de
Anais do
II Seminário Multidisc iplinar E NIA C 2010, V ol. 1, Nº 2
da sociedade, facilitar seu acesso ao capital e
contribuir para a sua perenidade".
O objetivo é aprofundar o conhecimento na
relação entre os conceitos na forma de
Auditoria Interna e Externa e as boas práticas
da Governança Corporativa, na busca do
entendimento
do
processo
de
Gestão
Empresarial, no momento em que as grandes
empresas através de seus acionistas têm
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requerido transparência e prestação fidedigna
parâmetros e a partir deles mostrar suas
de contas, com o intuito de obter confiabilidade
tendências. Assim, partindo da obtenção dos
e segurança nos negócios.
resultados,
A
justificativa
é
a
transparência
de
discuti-se
Governança
o
Corporativa
fenômeno
e
sua
da
real
informações tem um papel fundamental no
importância de agregação do reforço das
funcionamento
Auditorias.
do
mercado
de
capitais.
Segundo, Bushman e Smith (2003) afirmaram
A governança corporativa é uma expressão
que a transparência é essencial para a
empregada desde o início dos anos 90, no
avaliação das oportunidades de investimentos
qual segundo (IBGC) “Instituto Brasileiro de
em uma economia, em seu papel de auxiliar
Governança Corporativa”, é designada para
os investidores a alocarem seus recursos de
abranger os assuntos relativos ao poder de
forma mais eficiente entre as diferentes
controle e direção de uma empresa, bem
opções disponíveis no mercado.
como as diferentes formas e esferas de seu
Sob essa ótica, a transparência torna-se uma
exercício e os diversos interesses que, de
ferramenta
alguma forma, estão ligados à vida das
importante
das
empresas
se
diferenciarem das demais em termos de
sociedades comerciais.
apresentarem
suas
A preocupação da Governança Corporativa é
estratégias, visão de mercado, diferenciais
criar um conjunto eficiente de mecanismos,
competitivos,
de
tanto de incentivos quanto de monitoramento,
investimento, tudo isso no contexto da Boa
a fim de assegurar que o comportamento dos
Governança Corporativa.
executivos esteja sempre alinhado com o
seu
desempenho,
novos
A metodologia
do
programas
presente
se
interesse dos acionistas. A boa Governança
enquadra, então no formato de revisão da
proporciona aos proprietários (acionistas ou
bibliografia
O
cotistas) a gestão estratégica de sua empresa
delineamento do estudo configura-se como
e a monitoração da direção executiva. As
exploratório, utilizando-se de fontes primárias,
principais ferramentas que
com abordagem lógica dedutiva. Gil (1995)
controle da propriedade sobre a gestão são o
afirma
conselho
pertinente
que
as
trabalho
ao
pesquisas
tema.
exploratórias
de
asseguram
administração,
a
o
auditoria
objetivam desenvolver, esclarecer e modificar
independente e o conselho fiscal.
conceitos e ideias, visando à formulação de
Com crescimento das corporações, a abertura
problemas
de capital e a expansão dos mercados,
mais
precisos
ou
hipóteses
pesquisáveis para estudos posteriores.
tornaram as atividades de auditoria cada vez
De acordo com Oliveira (2002, p.119) “a
mais importantes como fator de apoio à
pesquisa
finalidade
tomada de decisão de administradores e
conhecer as diferentes formas de contribuição
investidores. Com a expansão dos negócios,
científica que se realizaram sobre determinado
as empresas passaram a necessitar de uma
assunto ou fenômeno”. Sendo assim, este traz
estrutura interna mais forte, com normas e
uma análise acerca do tema Governança
procedimentos internos para alinhar a prática
Corporativa, bem como sua relação com a
empresarial, pois o administrador já não podia
Auditoria,
67
bibliográfica
com
intuito
tem
de
por
discutir
seus
GUI MAR ÃES , E.R .; e t a l. Re l ei tu ra D a “Gov er n anç a Cor p or at iv a” N o C o nce it o D a
“Audit or ia”.
mais
supervisionar
pessoalmente
as
operações de uma organização, ajudando-a a
atividades dos empregados.
atingir
O órgão (IIA 2008) - The Institute of Internal
abordagem sistemática e disciplinada de
Auditors, define a auditoria interna como uma
avaliação e melhoria da eficácia da gestão de
atividade independente, objetiva, segura e
riscos e controles e dos processos de
consultiva que adiciona valor e melhora as
governança.
Para Bergamini
p.149) “a
incentivadas, envolvendo os relacionamentos
governança é a expressão utilizada, de forma
entre proprietários, conselho de administração,
ampla, para denominar os assuntos relativos
diretoria e órgãos de controle.
ao poder de controle e direção de uma
As boas práticas de governança corporativa
empresa,
convertem
princípios
em
governativa no contexto internacional ou de
objetivas,
alinhando
interesses
uma
(IBGC)
finalidade de preservar e otimizar o valor da
Governança Corporativa é o sistema pelo qual
organização, facilitando seu acesso ao capital
as organizações são dirigidas, monitoradas e
e contribuindo para a sua perenidade.
1.
ou
nação”.
Júnior (2005,
mesmo
Ainda
da
capacidade
conforme
seus
objetivos
através
de
uma
recomendações
com
a
LINHA DO TEMPO DA GOVERNANÇA CORPORATIVA.
Comparativo entre Brasil X Mundo” de 1992 / 2009 (IBGC).
Ano
1992
Governança
no
Brasil 1.1.1.1
Governança no Mundo
Não houve registro sobre governança neste período.
Publicação do Relatório Cadbury, considerado o
primeiro código de boas práticas de governança
corporativa. O documento, elaborado por uma comissão
coordenada por Sir Adrian Cadbury, surgiu como
resposta aos escândalos registrados no mercado
corporativo e financeiro da Inglaterra no final dos anos
1980. O Relatório influenciou as publicações dos futuros
códigos de diversos países.
GM divulga suas
"Diretrizes de Governança Corporativa", considerado o
primeiro código de governança elaborado por uma
empresa.
Ano 1995 - Governança no Brasil
1.1.1.2
Governança no Mundo
Fundado o (IBCA) Instituto Brasileiro de Conselheiros Publicação do Relatório Vienot, marco da governança
Anais do
II Seminário Multidisc iplinar E NIA C 2010, V ol. 1, Nº 2
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de Administração, atual IBGC Instituto Brasileiro de
Governança Corporativa.
Ano 1996 - Governança no Brasil
O primeiro evento público do IBCA, no Museu de Arte
Moderna, abre ciclo de debates inédito no País sobre
conselheiros de administração e governança
corporativa.
Ano 1997 - Governança no Brasil
É aprovada a Lei 9.457, reformando a Lei das
Sociedades Anônimas original (Lei 6.404/1976). A Lei
revoga o Tag Along de 100% para ordinaristas, sendo
considerada um retrocesso na questão do direito dos
acionistas minoritários.
Ano 1998 - Governança no Brasil
Primeiro fundo voltado para a governança (Dynamo
Puma), no programa de Valor e Liquidez do
BNDESPar. IBCA realiza primeiro curso para
conselheiros.
Ano 1999 - Governança no Brasil
Lançado o primeiro código brasileiro sobre governança
corporativa, o "Código das Melhores Práticas de
Governança Corporativa", de autoria do IBGC. (Instituto
Brasileiro
de
Governança
Corporativa).
CVM lança Instrução 299, sobre ofertas públicas, e
rodízio de auditorias. Condições econômicas gerais
como flutuações nas taxas de câmbio ou inflação.
Ano 2001 - Governança no Brasil
Bovespa cria o Índice de Governança Corporativa
(IGC) cujo objetivo é medir o desempenho de uma
carteira composta por ações de empresas que
apresentem bons níveis de governança. A Lei das SAs
é reformada, sendo promulgada a Lei 10.303/2001,
apresentando avanços, embora tímidos em relação ao
projeto inicial.
Ano 2002 - Governança no Brasil
Em junho, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM)
lança sua cartilha sobre governança: "Recomendações
da CVM sobre Governança Corporativa", voltada para
as
companhias
abertas.
A autarquia lança ainda as instruções 358 e 361 sobre
informações relevantes e fechamento branco,
respectivamente.
CCR e Sabesp ingressam pioneiramente no Novo
Mercado.
Ano 2003 - Governança no Brasil
1ª edição do Prêmio IBGC de Monografias.
Lançada a pesquisa Panorama Atual da Governança
Corporativa no Brasil, objeto de parceria entre o IBGC
(Instituto Brasileiro de Governança Corporativa) e a
69
na França.
1.1.1.3
Governança no Mundo
Criado o sistema “BSC” (Balanced Scorecard) por
Norton e Kaplan.
Segundo Kaplan e Norton (1997, p.25), o Balanced
Scorecard reflete o equilíbrio entre objetivos de curto e
longo prazo, entre medidas financeiras e não
financeiras, entre indicadores de tendências e
ocorrências e, ainda, entre as perspectivas interna e
externa de desempenho.
1.1.1.4
Governança no Mundo
Criação do novo mercado (Neuer Markt) da Bolsa de
Frankfurt, Alemanha. No mesmo ano, a Federação
Japonesa das Organizações Econômicas lança relatório
com recomendações sobre governança corporativa.
Em setembro, ocorre a crise asiática, fomentada, entre
outras coisas, por más práticas da governança.
1.1.1.5
Governança no Mundo
O Comitê de Governança Corporativa, estabelecido
pelo Fórum de Governança Corporativa do Japão,
elabora "Os Princípios de Governança Corporativa Uma Visão Japonesa". O documento baseou-se no
relatório britânico, porém com diretrizes mais modestas.
No mesmo ano, a OCDE cria o Business Sector
Advisory Group on Corporate Governance.
1.1.1.6
Governança no Mundo
O grupo de governança corporativa da OCDE abre
caminho para a consolidação dos Principais of
Corporate Governance, divulgado em maio, contendo
diretrizes e recomendações sobre as boas práticas de
governança.
1.1.1.7
Governança no Mundo
Em novembro, é divulgado ao mundo os problemas de
fraude contábil na Enron. Na sequencia, diversas
empresas norte-americanas são obrigadas a refazer
suas demonstrações financeiras. Como uma das
consequências, a empresa de auditoria norte-americana
Arthur Andersen cessa suas operações, após ser
acusada de obstruir os trabalhos da justiça.
1.1.1.8
Governança no Mundo
As sempre citadas fraudes contábeis e financeiras de
2000 e 2001 envolvendo grandes empresas do país,
como Enron, Worldcom e Tyco, entre outras.
Com isso o congresso norte-americano aprova à edição
da Lei (SOX) Sarbanes-Oxley nos Estados Unidos, em
1º de julho de 2002, cujo propósito foi o de reerguer a
credibilidade do combalido mercado de capitais norteamericano.
1.1.1.9
Governança no Mundo
Em maio, a Nasdaq anuncia normas semelhantes à
Bolsa de Nova York. Em dezembro, ocorre um
escândalo corporativo na Parmalat, sendo o primeiro de
muitos problemas de governança corporativa com
GUI MAR ÃES , E.R .; e t a l. Re l ei tu ra D a “Gov er n anç a Cor p or at iv a” N o C o nce it o D a
“Audit or ia”.
Booz Allen Hamilton. CVM lança instrução 381 sobre
serviços oferecidos pelas auditorias.
Ano 2005 - Governança no Brasil
É realizada a oferta de ações da primeira companhia
brasileira de capital amplamente disperso (Lojas
Renner), uma inovação no modelo brasileiro de
governança corporativa. O IBGC (Instituto Brasileiro de
Governança Corporativa) completa 10 anos e lança o
livro "Uma década de Governança Corporativa História do IBGC, marcos e lições da experiência".
grandes empresas da Europa Continental.
Ano 2006 - Governança no Brasil
1ª edição do Prêmio (Instituto Brasileiro de Governança
Corporativa) IBGC / Itaú de Jornalismo.
Bovespa amplia regras para os níveis diferenciados de
listagem.
Neste mesmo ano, um caso de insider trading ocorrido
durante a tentativa pioneira de aquisição hostil da
Perdigão pela Sadia causa grande repercussão no
mercado, aumentando a atenção do órgão regulador
em operações similares.
Ano 2008 - Governança no Brasil
1.2
O recente escândalo da Agrenco (empresa que
atua no agronegócio) traz à tona a vulnerabilidade de
quem exerce o papel de conselheiro na organização.
IBGC lança a primeira Carta-Diretriz, se posicionando
sobre o tema: Independência dos Conselheiros de
Administração - Melhores Práticas e o Artigo 118 da Lei
das Sociedades Anônimas.
Ano 2009 - Governança no Brasil
Em iniciativa inédita no Brasil, Usiminas divulga
remuneração dos administradores em seu relatório
anual de 2008. IBGC lança a quarta versão do Código
das Melhores Práticas de Governança Corporativa.
CVM lança a instrução 480, trazendo como uma das
principais mudanças o aumento no nível de
informações prestadas pelas companhias.
1.1.1.11 Governança no Mundo
Mais um problema de governança corporativa é
anunciado no mercado norte-americano: mais de 130
empresas são acusadas de manipular as datas de
concessão dos planos de opções de ações dos seus
executivos, visando aumentar seus ganhos pessoais. O
escândalo, conhecido como options backdating, causa
a demissão de mais de 50 CEOs (Chief Executive
Officer) e conselheiros.
1.1.1.10 Governança no Mundo
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE) lança documento contendo
diretrizes de boa governança para empresas de
controle estatal. ICGN lança seu código de melhores
práticas de Governança Corporativa: Global Corporate
Governance Principles.
1.2.1.1
Governança no Mundo
Crise financeira expõe problemas de gestão de riscos e
o papel dos conselhos de administração.
1.2.1.2
Governança no Mundo
Ostrom e Williamson levam Nobel de Economia por
estudos relacionados à governança. Em janeiro, o
fundador e presidente do Conselho de Administração da
companhia indiana de tecnologia da informação Satyam
admitiu ter manipulado os balanços da empresa: 94%
do caixa não existia.
Fonte: (IBGC) Instituto Brasileiro de Governança Corporativa.
Como a Governança pressupõe Auditorias,
Com a expansão dos negócios, as empresas
elas podem ser: internas e externas. As
passaram a necessitar de uma estrutura
auditorias internas conforme, Attie (1998,
interna
p.110) equivale a um trabalho organizado de
procedimentos internos para alinhar a prática
revisão e apreciação dos controles internos,
empresarial, pois o administrador já não podia
normalmente
executados
mais
departamento
especializado
organização.
Com
por
um
dentro
da
crescimento
das
mais
forte,
supervisionar
com
normas
pessoalmente
e
as
atividades dos empregados. De acordo com
Silveira
(2004),
informações
mais
corporações, a abertura de capital e a
transparentes e seguras aumentam o grau de
expansão
dos
as
governança corporativa e, assim, promovem
atividades
de
mais
maior alinhamento entre os contratos que
mercados,
auditoria
tornaram
cada
vez
importantes como fator de apoio à tomada de
vigoram no ambiente empresarial.
decisão de administradores e investidores.
Anais do
II Seminário Multidisc iplinar E NIA C 2010, V ol. 1, Nº 2
www .e n iac.c o m. br
ojs .e n iac.c o m. br
O órgão (IIA 2008) - The Institute of Infernal
relacionadas às exigências da (Lei Sarbanes-
Auditors, define a auditoria interna como uma
Oxley),
atividade independente, objetiva, segura e
avaliações do desenho e da execução dos
consultiva que adiciona valor e melhora as
controles
operações de uma organização, ajudando-a a
financeiras, o apoio consultivo às áreas
atingir
uma
responsáveis pelos controles na elaboração de
abordagem sistemática e disciplinada de
planos de ação para solução de hiatos entre a
avaliação e melhoria da eficácia da gestão de
estrutura
riscos e controles e dos processos de
demandada pela lei norte-americana.
governança.
A Lei Sarbanes-Oxley - É uma lei criada nos
Além do IIA, diversos autores apresentam
EUA, assinada em 30 de julho de 2002.
suas definições sobre a atividade de auditoria
Motivada
interna. Porém, em vários deles, como Attie
corporativos (dentre eles o da Enron, que
(2008),
ideias
acabou por afetar drasticamente a empresa de
características do cenário em que a área se
auditoria Arthur Andersen), essa lei foi redigida
desenvolvia anos atrás. Dentre os objetivos da
com o objetivo de evitar o esvaziamento dos
auditoria,
investimentos financeiros
e
realmente contribuam para a execução da
investidores
pela
estratégia empresarial, como verificar se os
insegurança
riscos existentes estão sendo mitigados de
adequada das empresas.
seus
objetivos
são
não
através
de
apresentadas
são
citados
fatores
que
que
podem
internos
de
incluir,
sobre
controles
por
respeito
das
demonstrações
existente
escândalos
causada
a
além
da
e
a
financeiros
a
fuga
dos
aparente
governança
modo a serem compatíveis com o apetite de
risco da empresa e as atividades consultivas
realizadas pelas áreas de auditoria.
Diferentes
procedimentos
compõem
as
atividades de auditoria. Além dos trabalhos
planejados com vistas a avaliar a gestão de
riscos empresariais específicos, atualmente
muitas
71
auditorias
realizam
atividades
GUI MAR ÃES , E.R .; e t a l. Re l ei tu ra D a “Gov er n anç a Cor p or at iv a” N o C o nce it o D a
“Audit or ia”.
A auditoria externa, segundo Attie (1998,
interna em suas estruturas de gestão, e o
p.25), “é uma especialização contábil voltada a
assunto, até há bem pouco tempo, era
testar a eficiência e eficácia do controle
completamente ignorado nos códigos de
patrimonial implantado com o objetivo de e
governança corporativa do país.
expressar uma opinião sobre determinado
O código do Instituto Brasileiro de Governança
dado”. É um exame independente, objetivo e
Corporativa – (IBGC, 2004), nos capítulos
competente de um conjunto de demonstrações
referentes ao conselho de administração e
financeiras de uma entidade, sendo conduzido
conselho fiscal da terceira versão do Código
com o objetivo de exprimir uma opinião sobre,
das
se as Demonstrações Financeiras apresentam
Corporativa,
de forma verdadeira e apropriada a posição
disposições sobre a auditoria interna, definindo
financeira da empresa. Observe que o parecer
que
deve ser emitido por um profissional, o mais
funcionamento dos controles internos e se os
independente possível da empresa auditada.
regulamentos, instruções e políticas estão
Um banco, por exemplo, para conceder um
sendo observados”.
empréstimo
a
ter
Os Tipos de Auditoria de acordo com alguns
segurança
de
demonstrações
autores que descrevem os vários tipos de
financeiras apresentadas são confiáveis. O
auditorias, como por exemplo, auditoria de
banco teria dúvidas caso a opinião fosse
sistemas, auditoria fiscal, auditoria tributária,
emitida por um
entre outras. No que se refere ao tema aqui
uma
sociedade,
que
as
profissional
quer
que tivesse
Melhores
sua
Práticas
publicada
de
Governança
em
competência
2004,
“é
inseriu
verificar
o
vínculos com a empresa.
tratado serão dois tipos - financeiras ou de
As demonstrações financeiras, que para as
gestão
e
quais o auditor deve emitir seu parecer,
(2004)
demonstrações financeiras ou
segundo a lei das S/A são:
gestão e operacional são dois tipos de
- Balanço Patrimonial.
auditoria que
- Demonstração dos Lucros ou Prejuízos
auditoria externa (ou independente) e auditoria
Acumulados ou Demonstração das Mutações
interna,
do Patrimônio Líquido.
então, saber o significado de cada uma dessas
- Demonstração das Origens e Aplicações de
duas modalidades de auditoria para melhor
Recursos.
compreender os aspectos que envolvem este
- Demonstração do Resultado do Exercício.
procedimento de avaliação das empresas.
- Notas Explicativas.
Para Almeida (2003, p. 26), a auditoria externa
A auditoria é a boa prática de Governança
das demonstrações contábeis é:
Corporativa conforme Barros (2008).
Ela
[...] “Aquela que examina as demonstrações
desempenha papel importante no sistema de
contábeis de uma empresa e emite sua
governança corporativa. A regulação no Brasil,
opinião
exceto para as instituições financeiras e para
fundamental, vista como uma medida de
as sociedades controladas pelo governo, não
segurança, na opinião dos investidores, que
impõe a obrigatoriedade de as empresas
passaram a exigir que as demonstrações
manterem os departamentos de auditoria
contábeis
Anais do
II Seminário Multidisc iplinar E NIA C 2010, V ol. 1, Nº 2
operacional.
Segundo
também
se
respectivamente.
sobre
estas,
fossem
o
Crepaldi
traduzem
É
de
por
interessante,
que
examinadas
a
tornou
por
um
www .e n iac.c o m. br
ojs .e n iac.c o m. br
profissional independente da empresa e de
propósito do trabalho, os parâmetros para a
reconhecida capacidade técnica”.
sua
Enquanto
isso,
a
auditoria
a
preocupação
com
os
e
controles internos, a dependência profissional,
operacional para Oliveira & Diniz Filho (2001,
a forma de relatórios e os principais usuários.
p. 16) “constitui o conjunto de procedimentos
Apesar
técnicos que tem por objetivo examinar a
ressaltar
que
integridade,
(externa)
e
adequação
e
interna
execução,
eficácia
dos
dessas
diferenças
a
a
auditoria
auditoria
é
importante
independente
interna
se
controles internos e das informações físicas,
complementam, para que haja sempre um
contábeis,
trabalho confiável na visão dos investidores de
financeiras e
operacionais
da
entidade”.
uma determinada empresa, bem como de
Essas duas modalidades de auditoria citadas
seus próprios gestores.
podem ser confundidas muitas vezes, por isso,
torna-se
diferenças
necessário
básicas
esclarecer
entre
elas:
algumas
como
o
Quadro 1: Diferença entre Auditoria Interna e Auditoria Externa
2.
O Comitê de Auditoria X Conselho
Fiscal
(II) verificar o cumprimento dos seus deveres
legais e estatutários;
(III) denunciar aos órgãos da administração ou
KPMG Business Magazine (2009). O Conselho
à Assembleia Geral os erros, fraudes ou
Fiscal é um órgão criado pela legislação
crimes
brasileira em 1976, com a edição da Lei das
providências.
Sociedades Anônimas (Lei nº 6.404).
A principal característica que diferencia de
De forma geral, a Lei estabelece que compete
modo definitivo o conselho fiscal do comitê de
ao Conselho Fiscal:
auditoria é a autonomia. O conselho fiscal é
(I) fiscalizar os atos da administração;
um órgão sem relação de subordinação à
73
que
descobrirem
e
sugerir
GUI MAR ÃES , E.R .; e t a l. Re l ei tu ra D a “Gov er n anç a Cor p or at iv a” N o C o nce it o D a
“Audit or ia”.
diretoria ou ao conselho de administração. O
mercado
de
capitais
Comitê de Auditoria se tornou um requisito no
conforme tabela abaixo.
norte-americano
Brasil após ter se tornado uma exigência no
Diferenças
Comitê de Auditoria
Conselho Fiscal
Base Legal
Auto-regulação
Lei 6.404/76
Independência
Dependente
Independente
Público Alvo
Conselho de Administração
Acionistas
Composição
Membros
do
Comitê
de Mínimo de 3 e de preferência
Administração
Independentes.
Fonte: KPMG Business Magazine (2009).
3.
O PAPEL DAS AUDITORIAS NO
capital aberto. A figura a seguir apresenta
PROCESSO
essa estrutura:
DE
GOVERNANÇA
CORPORATIVA DAS EMPRESAS.
Conforme William J. (consultor FGV/SP), para
entender
esse
papel
é
fundamental
compreender a estrutura de uma empresa de
A
s
s
e
m
b
lé
iaG
e
ra
ld
o
sA
c
io
n
is
ta
s
C
o
n
s
e
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od
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d
m
in
is
tra
ç
ã
o
P
re
s
id
e
n
te
D
ire
to
re
s
Fonte: William FGV/SP
A instância superior de mando de uma
assembleia de acionistas de uma empresa
empresa é a sua Assembleia Geral de
com capital bastante pulverizado tentando
Acionistas. É ela que tem o poder maior e uma
deliberar sobre a estratégia da empresa. Seria
das suas principais funções é a de indicar o
uma discussão sem fim e sem consenso.
Conselho de Administração. Esse conselho,
O Conselho de Administração não deve se
que nas empresas consideradas de boa
envolver nas questões do dia a dia. Para isso
governança deve ter elementos externos a ela,
ele indica o Presidente da companhia e seus
é quem vai definir os rumos da empresa. Até
diretores. Eles sim vão ser os responsáveis
por uma questão de praticidade há que existir
pela gestão do dia a dia da empresa. Assim
um Conselho de Administração. Podemos
surge a auditoria. Ela tem como papel principal
imaginar
garantir que o presidente e a diretoria ajam em
a
confusão
que
seria
uma
Anais do
II Seminário Multidisc iplinar E NIA C 2010, V ol. 1, Nº 2
www .e n iac.c o m. br
ojs .e n iac.c o m. br
consonância com os objetivos dos acionistas.
da
Mas para que esse papel seja cumprido com
administrativo/ financeiro e gente & gestão,
eficiência há que se considerar como será a
nas
inserção da empresa de auditoria na estrutura
contabilidade, materiais, vendas e distribuição,
de governança da empresa. Como ela está lá
produção, manutenção, projetos, qualidade e
para vigiar o presidente e a diretoria, é lógico
de
que sua contratação seja feita pelo Conselho
Governança da Pioneiros se apoia em três
de Administração. Só assim a auditoria terá a
pilares, o estratégico, o gerenciamento da
necessária isenção para atuar de forma
rotina e o crescimento das pessoas, que são
eficiente
dos
sustentados por doze processos de gestão,
acionistas. Mas em muitas empresas não é
dentre os quais merecem destaque. Gestão
isso que ocorre, quem contrata a auditoria é a
Sistêmica;
diretoria,
de
Processo de Informação e Documentação;
interesses que vai de encontro aos interesses
Processo de Desenvolvimento de Políticas e
dos acionistas.
Planejamento; Processo de Gerenciamento
Para o aperfeiçoamento dos mecanismos de
Geral Efetivo; Processo de Cobertura e
governança das empresas e, sobretudo, de
Atuação junto ao Mercado; Processo de
proteção aos acionistas minoritários não basta
Definição de Produto Adequado; Processo de
que o conselho de administração tenha
Produção Enxuto; Processo de Envolvimento
membros externos, ou que os mandatos
das Pessoas; Processo de Ambiente Propício
tenham prazo fixo, é fundamental que as
ao
relações entre os diversos agentes envolvidos
Habilidades;
no processo de gestão e governança atendam
Processo de Auditorias, através do uso de
claramente aos interesses desses acionistas
técnicas e ferramentas mundialmente testadas
conforme a Fonte: William FGV/SP.
e aprovadas.
na
defesa
gerando
dos
um
interesses
claro
conflito
empresa,
como
operações
recursos
o
agroindustrial,
essenciais
humanos.
Processo
Desenvolvimento
Processo
O
de
de
finanças,
Modelo
Política
o
de
Básica;
de
Talentos
e
de
Liderança;
e,
Os pilares de sustentação utilizados antes de
4.
O MODELO DE GOVERNANÇA – UM
qualquer outra coisa são: missão, princípios e
CASO REAL
valores da empresa. A Pioneiros entende que
estes aspectos são primordiais e acabam por
A empresa “Pioneiros Bioenergia SA” produz
nortear todas as relações humanas que são
etanol anidro e hidratado. Para solidificar sua
estabelecidas em seu dia a dia.
missão e fazer jus ao Pioneirismo que vem de
A missão é “Contribuir para o suprimento
seu
S.A.
energético global, utilizando energia renovável
canaliza esforços na implementação de um
dentro de um modelo sustentável econômica,
“Modelo de Governança” que tem como
ambiental e socialmente.” Desta forma, a
fundamento primordial a sobrevivência e o
empresa se coloca a serviço da nação
crescimento da organização, numa constante
brasileira de forma a contribuir para a geração
busca
A
de energia, através de fontes alternativas, no
implantação deste Modelo teve início em
caso, a biomassa. Essa disponibilidade é
14/11/2006 e abrange todos os departamentos
muito importante, haja vista que, a falta de
75
nome,
de
a
Pioneiros Bioenergia
inovação
e
melhorias.
GUI MAR ÃES , E.R .; e t a l. Re l ei tu ra D a “Gov er n anç a Cor p or at iv a” N o C o nce it o D a
“Audit or ia”.
energia impede um país de crescer e se
perpetuação, gerando aos acionistas uma
desenvolver.
rentabilidade superior às oportunidades do
A empresa compromete-se a crescer e a
mercado. Sempre respeitando os aspectos
contribuir para o crescimento nacional, com
legais e a conservação do ecossistema. A
responsabilidade,
empresa
preservando
o
meio
retribui
o
apoio
comunidades
o desenvolvimento econômico e social de seus
progresso econômico e social da região,
parceiros, colaboradores e das comunidades
influindo de modo a diminuir as barreiras
onde tiver atuação.
sociais, respeitando a pluralidade cultural e
Os princípios e valores da empresa estimula
difundindo
uma relação de parceria de longo prazo com
acredita.
sues clientes e fornecedores, numa relação
A Empresa estimula seus colaboradores ao
ganha-ganha, com o intuito de gerar a máxima
treinamento
efetividade
valor.
humano integral, promovendo o espírito de
e
equipe
Respeitam-se
sua
cadeia
os valores
de
humanos
a
os
e
atua
das
ambiente e promovendo ações que garantam
em
onde
recebido
valores
contínuo
o
promovendo
éticos
e
nos
o
quais
desenvolvimento
compartilhamento
do
aplicação de práticas de desenvolvimento
conhecimento. A atração e retenção de
sustentável;
talentos é um de seus maiores objetivos,
e
buscam-se
parceiros
que
adotem os mesmos princípios de ética e
visando à valorização do potencial humano.
confiança. A Empresa entende os obstáculos
como oportunidades de crescimento e persiste
em
seus propósitos de
garantir a
sua
Estrutura Organizacional - Pioneiros Bioenergia S.A. Conselho de Administração
Presidência
Conselheiros
Cícero Junqueira Franco
Arnaldo Shigueyuki Enomoto
Celso Toquato Junqueira Franco
Diretoria Executiva
Diretor Administrativo/Financeiro
Eugênio Falanghe Bertini
José Angelo Stafuzza
Diretor Administrativo/Financeiro
Diretor Agroindustrial
Diretor Gente & Gestão
Luiz Gustavo Scartezini Rodrigues
Manoel Moreira
Fonte: Pioneiros Bioenergia.
5.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
pesquisas bibliográficas pertinentes ao tema.
Percebe-se com os estudos apresentados que
O presente estudo avaliou a influência e as
as boas práticas de governança corporativa,
atribuições da
desde
auditoria no
contexto
da
seu
surgimento,
vêm
buscando
governança corporativa, tanto interna como
proporcionar melhoras significativas na gestão
independente, para as empresas que aderiram
das empresas, além de mais proteção aos
aos
governança
investidores.
através
minoritários como para os majoritários, as
níveis
corporativa,
diferenciados
foi
de
desenvolvida
de
Anais do
II Seminário Multidisc iplinar E NIA C 2010, V ol. 1, Nº 2
Tanto
para
os
acionistas
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práticas dos preceitos da boa governança
BARROS, J. S. Auditoria interna no contexto
corporativa resultam em uma redução no risco
da governança corporativa. Dissert, UFC 2007.
do investimento efetuado, devido à maior
confiabilidade das informações divulgadas ao
DIAS, Sérgio V. S. Auditoria de processos
mercado.
organizacionais. São Paulo: Atlas, 2006.
Assim, observou-se que existe influência da
auditoria, tanto interna como externa, no
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de
alinhamento
pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1995.
governança
com
as
boas
corporativa.
práticas
Diversos
de
autores
consideram que a auditoria é um instrumento
JENSEN, M. C; MECKLING, W. H. Teoria da
de proteção aos investidores e fornecedora de
firma: comportamento dos administradores,
informações sobre a situação patrimonial atual
custos de agência e estrutura de propriedade.
das empresas, além de avaliar a gestão de
Revista de Administração de Empresas. V. 48,
riscos e controles internos associados à
n. 2, abr/jun 2008, p. 87-125.
preparação e à divulgação das demonstrações
financeiras.
MARTIN, Nilton C; SANTOS, L. R; DIAS, F. M.
Considerando as normas do (IBGC), que
Governança empresarial, riscos e controles
estabelece que a propriedade da empresa
internos: a emergência de um novo modelo de
deva apresentar regras que visam eliminar o
controladoria.
distanciamento
entre
Finanças. N. 34, jan/abr 2004, p. 7-22.
controladores,
prevendo
minoritários
o
e
Revista
Contabilidade
e
tratamento
equânime entre todos os acionistas, sócios ou
OLIVEIRA, L M; DINIZ FILHO, André. Curso
quotistas,
Básico de Auditoria. São Paulo: Atlas, 2001.
verifica-se
que
a
auditoria
independente, em conjunto com o Conselho
de Administração e Conselho Fiscal, assegura
PAXON, D; WOOD, D. (Org). Dicionário
a confiança dos investidores de que o capital
enciclopédico de finanças. São Paulo: Atlas,
que eles estão investindo será protegido de
2001.
utilização indevida por parte dos diretores,
RICHARDSON,
conselheiros ou acionistas controladores.
Roberto
Jarry.
Pesquisa
Social: métodos e técnicas. São Paulo: Atlas,
1999.
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IBGC
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DE
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em: www.ibgc.org.br. Acesso em 17-set.2010
às 17h01.
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disponível
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em:
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comcontent&view=article&id=48&Itemid=18
Acesso em 24-set.2010 às 23h02.
Anais do
II Seminário Multidisc iplinar E NIA C 2010, V ol. 1, Nº 2
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Anais do
II Seminário Multidisciplinar ENIAC Pesquisa 2010
II Encontro Da Engenharia Do Conhecimento Eniac
II Encontro De Iniciação Científica Eniac
II Fábrica de Artigos
MOTIVAÇÃO EM BUSCA
CRIATIVIDADE, VOCÊ TEM?
DO
SUCESSO:
MOTIVATION IN SEARCH OF SUCCESS: CREATIVITY, YOU
HAVE?
______________________
Adriano Shimizu
Adriano Shimizu é professor da Faculdade Eniac em Guarulhos 2010
______________________
RESUMO
ABSTRACT
Observe que todas as pessoas que a tem, são
pessoas que estão bem perto do sucesso.
Afirmo isto porque a criatividade é cada vez
mais exigida no mercado de trabalho, ou ainda
não notou que as empresas ficam loucas a
procura de pessoas criativas que é muito difícil
de encontrá-las disponíveis e ficam felizes só
de identificar pessoas que tem simples sinais
da tal criatividade e as rotulam pelo chamando
Note that all the people who have it are people
who are very close to success. I say this
because creativity is increasingly required in
the labor market, or hasn't noticed that
companies go crazy looking for creative people
it is very difficult to find them available and are
happy just to identify people who have simple
signs of such creativity and the label by calling
creative profile.
perfil criativo.
Keywords: Creativity, success, happiness.
Palavras-chave:
Criatividade,
sucesso,
felicidade.
79
SHI MI ZU , A . Mot ivaç ã o E m B usca D o S uc esso: Cr i at iv id a de , Voc ê T em?
INTRODUÇÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Existe uma lógica, para a motivação em busca
Henry Ford é um exemplo de uma pessoa
do sucesso, a criatividade. Pessoas criativas
criativa. Pode-se observar que ao criar o
estão bem próximas de serem bem sucedidas
modelo para linha de montagem de veículos
e são super procuradas para trabalho. Você
foi inovador e criou também um novo modelo
quer ser uma pessoa criativa? Porque eu crio
no mercado de veículos o Ford T com suas
esta simples reflexão sempre quando comento
características únicas que fez sucesso sem
de criatividade, bom para que além do querer
precedentes por 50 anos sem concorrentes.
que todos óbvios que querem uma boa
Seja Criativo e Inove!
oportunidade de trabalho, para que possam
ser bem aceito, ter sucesso entre outras
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
virtudes, temos que entender e procurar
potencializar o desejado.
Fonte:
Basicamente criatividade é fazer de
maneira diferente algo que já existe ou é feito
http://www.adrianoshimizu.com.br/artigo_04_4
3.html
de determinada maneira. Agora ser criativo
não está tão difícil não é? Porém não caia na
ilusão que todos após descobrir o real
significado ficam pensando dias e noites para
mudar tudo aquilo que já esta sendo feito em
nossas vidas. Não basta nos dias atuais, só
sermos criativos precisamos criar uma fusão
de criatividade com a inovação. Com isto sim,
podemos ser profissionais diferenciados no
mercado,
além
de
estarmos
a
poucos
centímetros de um grande sucesso.
Veja no caso do conhecido Henry Ford,
criador da linha de montagem de veículos da
Ford e da inovação com o modelo Ford T.
Você sabe como isto foi possível?
Simples, ele ao observar em um
matadouro
os
açougueiros
desmontando
literalmente um boi imaginou aquela situação
aonde o boi vinha pendurado sobre ganchos
até os açougueiros que ficavam posicionados
e esperando o boi passar para desmontá-lo
em cortes que compramos hoje com o nome
de acém, picanha, maminha, contrafilé etc.
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II Seminário Multidisciplinar ENIAC Pesquisa 2010
II Encontro Da Engenharia Do Conhecimento Eniac
II Encontro De Iniciação Científica Eniac
II Fábrica de Artigos
MULHERES EMPREENDEDORAS
WOMEN ENTREPRENEURS
______________________
Claudete Moura da Gama Santos
Claudete Moura da Gama Santos é graduanda em Administração da faculdade Eniac
Orientador: Prof. Itamar Bezerra dos Santos
Itamar Bezerra dos Santos é Professor de Administração da faculdade Eniac em Guarulhos 2010
______________________
RESUMO
O
objetivo
da
pesquisa
“mulheres
empreendedoras” e fazer um levantamento
sobre as suas conquistas para compreender
as modificações que ocorreram ao longo dos
séculos. Na sociedade patriarcal as mulheres
eram meras coadjuvantes nos casamentos. A
mulher era o “sexo frágil” impossibilitada de
assumir a sua família.
Palavras-chave:
sociedade, mulher.
empreendedorismo,
ABSTRACT
The goal of the survey "women entrepreneurs"
and make a survey about their conquests to
understand the changes that have occurred
over the centuries. In the patriarchal society
81
women were merely adjuncts at weddings. The
woman was the "weaker sex" unable to
assume his family.
Keywords: entrepreneurship, society, woman.
INTRODUÇÃO
Nas sociedades matriarcais as mulheres eram
mães, esposas e filhas, mas como matriarcas
de suas famílias. “Matriarca foi um termo
cunhado no século XIX, no âmbito dos estudos
antropológicos, para indicar uma figura da
mulher e mãe que assume uma posição
dominante (Publicado em 26/07/2010, por
Christina Stephano de Queiroz, Wikipédia). Ao
longo dos séculos as matriarcas se mostram
capazes de assumir responsabilidades que
antes eram lugares ocupados apenas pelos
homens. Elas participam ativamente da
política, decidem quantos filhos ter, com quem
casar e assumem negócios próprios, sem que
SAN TOS, C .M.G; Mulher es Empr eendedoras .
haja a necessidade da autorização de seus
maridos ou pais. Elas tornam-se proprietárias
e empreendedoras contribuindo com a
economia do país. participam ativamente das
organizações como intra-empreendedoras,
empreendedora social e empreendedora
individual.
Na idade da pedra, a mulher no período
neolítico, 12 mil e 4 mil AC, a sociedade
neolítica era nômade e dividia-se em clãs no
qual as mulheres eram apresentadas diante da
sociedade como meras coadjuvantes na forma
de genitoras, cuidadoras do lar, o trabalho na
agricultura
enquanto
os
homens
se
responsabilizavam
pela
segurança
e
manutenção do grupo, caça e pesca. Mas
alguns grupos deixaram de ser nômades e
fixaram suas famílias em lugares seguros.
Tornam-se tribos e formaram aldeias.
Na sociedade pré-capitalista o modelo familiar
tornou-se
multigeracional
onde
todos
executavam as mesmas funções dentro de
uma sociedade patriarcal, a mulher continuou
subordinada ao marido e considerada frágil e
incapaz para assumir a chefia familiar. A
mulher era propriedade do homem, servia para
que
ele
pudesse
perpetuar
a
sua
descendência. A função da mulher era
conceber e cuidar da prole e a sua função era
restrita ao mundo doméstico.
No decorrer século XX na época da guerra os
homens se foram para as trincheiras e as
mulheres tomaram os seus lugares nas
fabricas e assumiram o lugar de chefes de
família. Depois da guerra quando eles não
voltaram ou voltaram mutilados, sem
condições de trabalhar, o seu lugar ficou
estabelecido, mas sempre com cargos
submissos na hierarquia organizacional.
A revolução industrial trouxe muitos benefícios
à mulher das camadas populares. Ela
conquistou o direito à jornada trabalho
remunerada nas fabricas, mas em contra
partida açulou a função na jornada familiar o
cuidado domestico e o cuidado com os filhos.
Mas ainda no século XX elas se organizaram
em defesa dos direitos da mulher contra
formas de opressão na sociedade capitalista e
machista. Esse movimento foi denominado
feminismo. Havia muitas dificuldades entre as
próprias mulheres porque as conservadoras
viam as feministas como inadequadas para
sociedade da época.
Anais do
II Seminário Multidisc iplinar E NIA C 2010, V ol. 1, Nº 2
Os desafios se acumulavam e vidas foram
perdidas. Um grupo de 129 mulheres que
reivindicaram menor jornada de trabalho, e
salário compatível com o seu trabalho, foram
trancadas e queimadas vivas na fábrica de
tecidos em Nova Iorque, em 8 de março de
1857. Isso motivou o estabelecimento do dia
internacional da mulher a partir de 1970. Estas
mulheres buscavam o direito de trabalhar a
uma jornada de trabalho digna. Desde os anos
50 as mulheres vêm lutando pelo direito
escolher seus parceiros para casar, de
escolher ter ou não ter filhos, o direito ao
divórcio, ao voto, ao direito de participar de
atividades esportivas, de votar e se eleger na
política.
Desde então tem estudado e se feito presente
em todos os setores econômicos. Com a era
digital e os avanços tecnológicos, a mulher
ganhou tempo e priorizou e suas atividades
com as compras por internet, lavadoras, microondas e outros. O setor farmacêutico com a
pílula anticoncepcional permitiu ampliar a sua
revolução com o poder sobre o seu corpo, de
gerar quando desejasse e não todas as vezes
que copulasse.
Em pleno século vinte a sociedade machista
ainda existe e resiste a aceitar que as
mulheres são seres pensantes. Continuam
desafiando o equilíbrio nas relações humanas
entre os sexos. Ditados populares ainda são
cantados por muitos que ainda defendem que
a mulher deve “esquentar a barriga no fogão e
esfriar no tanque” e que “a mulher tem o pé
pequeno para ficar mais perto do fogão”, entre
muitos outros. Mas, nada as faz desistir da
busca pelos seus direitos e tornam-se
professoras,
advogadas,
engenheiras,
militares, motoristas de ônibus, profissionais
da construção civil, e até presidentas. Elas
deixam de ser coadjuvantes obedientes aos
seus senhores, e assumem-se como donas
das suas escolhas. Suas conquistas são
infinitas, e como empreendedoras desafiam o
mercado antes masculino e por eles são vistas
ainda com certa desconfiança.
Na idade contemporânea as mulheres se
emanciparam, embora, cerca de dez mulheres
morram diariamente no Brasil, vítimas do
próprio parceiro, mas as reivindicações
continuam.
Desde as conquistas do século XIX, na
Revolução Industrial que empregou um grande
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número de mulheres elas têm enfrentado
muitas dificuldades. Na busca de tornarem-se
gestoras de empresas ou do seu próprio
negócio, as mulheres arregaçaram as mangas
e saíram à luta enfrentando todo tipo de
dificuldades. A desconfiança de uma
sociedade machista e até mesmo de outras
mulheres. Muitas mulheres, mesmo aquelas
sem formação acadêmica, que eram apenas
do lar empreenderam negócios em casa
utilizando as suas habilidades, tanto na área
de alimentos quanto das artes manuais,
artesanais ou negócios e prestação de
serviços. Criaram oportunidade de emprego
contribuindo com a economia do país.
Independente do nível social, mulheres de
todas as idades, buscam o reconhecimento
profissional. Hoje a profissão de modelo tem
dado às mulheres jovens, grande vantagem
sobre os homens, porque a procura por
modelos femininas tem porcentagem e salário
superior ao dos homens. Atualmente a mulher
trabalha 35 horas em suas funções fora do lar
e mais 20 horas em serviços domésticos.
Porém, continua ganhando 10% menos que o
homem.
As mulheres mais escolarizadas que tem entre
12 anos de estudos ou mais, a inserção no
trabalho e mais intensa na atividade de
educação.
No ranking das mulheres
empreendedoras a brasileira é a sexta mais
atuante do mundo, com taxa de 10.8%,
ficando abaixo apenas de 5 países:
Venezuela, Tailândia, Jamaica, Nova Zelândia
e china. Deste percentual 63% empreendem
por necessidade. Entre os homens que se
tornam empreendedores, 38% empreendem
por necessidade (IBGE 2006:34).
As diferenças no percentual de mulheres
trabalhando com rendimento de até um salário
mínimo ainda são maiores que a dos homens
com o mesmo rendimento. Mas as faixas de
renda de dois salários mínimos ainda e maior
no caso dos homens. O rendimento das
trabalhadoras com nível superior é 60% do
recebido pelos homens com a mesma
escolaridade. As mulheres tinham 59,9% em
11 anos ou mais de estudo em janeiro de
2008, contra 51,9% dos homens (IBGE
2006:34).
Enquanto o percentual
de
trabalhadoras com carteira assinada em 2008
era de 37,8%, entre os homens ele já atingia
48,6%.
83
As transformações no mundo Feminino as
características das mulheres que se tornaram
provedoras
do
lar
mudaram,
foram
aperfeiçoadas em sua essência. Enquanto
cuidavam dos seus afazeres domésticos, não
avaliavam
a
sua
importância
como
companheira preocupada com a economia e a
administração do salário dos maridos. A
Mulher tem aperfeiçoado seu conhecimento
diante desta grande fatia do mercado,
tornando-se competidoras no mercado aos
homens. A mulher com sua visão holística por
natureza precisa trabalhar o comando, para
mudar o mundo dos negócios. Atualmente,
empreendem, enquanto realizam sonhos.
O economista Antônio Marcos Ambrozio,
secretário de assuntos econômicos, atribui a
desigualdade salarial “robusta” entre mulheres
e homens, às dificuldades e restrições que o
sexo feminino encontra para escolher entre a
família e os cargos de chefia. Para ele, a
disparidade salarial entre homens e mulheres
se reduziu de forma “muito tímida” ao longo
dos últimos dez anos. “A persistir essa
tendência, seriam necessários mais de 75
anos para eliminar completamente a
desigualdade salarial por sexo”.
A liderança feminina - A partir do momento
que a mulher assumiu a posição de gestora,
teve que provar duplamente a sua capacidade
em pé de igualdade com o homem. A mulher
atua com cuidado e responsabilidade para
transmitir confiança aos seus subordinados.
Evita comportamentos feministas e para
provar sua competencia desenvolve uma
conduta com estilo de liderança servidora.
Os obstáculos no século XXI - Quando a
mulher decidiu tornar-se dona do seu próprio
negócio enfrentou vários obstáculos. Luiza diz
que “Para tornar-se empreendedora teve que
matar o desejo dos meus pais de torna-la uma
profissional de odontologia e de um noivo com
um relacionamento duvidoso. Mas, o ímpeto
do seu coração a tornou empreendedora
mesmo enfrentando a indiferença de muitos”.
A mulher atual, que está entrando no mundo
dos negócios precisa desenvolver inovação e
visão macro para os negócios no mundo de
concorrências, conhecimento do negócio que
deseja e capacitar-se na tecnologia sempre a
frente do tempo. Pensar a globalização e a
geração de novas oportunidades no mercado
de trabalho. Ingressar no mercado de trabalho,
SAN TOS, C .M.G; Mulher es Empr eendedoras .
e ocupar este espaço exige superação de
obstáculos sociais, econômicos, familiares,
culturais e políticos.
As mulheres guerreiras que abriram
oportunidades com visão proativa enfrentou
todo tipo de preconceito, e aproveitou
oportunidades. Faz parte da história do país,
estuda e conquista posições que antes eram
de privilégio dos homens. As mulheres
iniciaram empreendimentos próprios, buscam
compatibilizar o trabalho no lar, com atividade
que gere renda para família.
A mulher venceu os obstáculos e entrou no
mundo dos negócios com atuação inovadora e
visão macro para que o negócio e no mundo
de
concorrências.
Desenvolveram
conhecimento de negócios e em tecnologia
para enfrentar a globalização e novas
oportunidades no mercado de trabalho.
Ingressaram no mercado de trabalho,
ocupando cada vez mais espaço superando
obstáculos sociais, econômicos, familiares,
culturais e políticos.
Mulheres guerreiras abriram oportunidades
com uma visão de futuro, enfrentou todo tipo
de preconceito, criou oportunidades para fazer
parte da história estudaram e conquistaram
posições que antes eram de privilégio dos
homens. Com a globalização desenvolveramse
financeiramente
e
iniciaram
empreendimentos
próprios,
buscaram
compatibilizar o trabalho no lar, com atividade
que gere renda para família.
As conquistas de longo prazo – de acordo com
o “Jornal Agora” nos últimos 30 anos as
mulheres conquistaram profissões que antes
eram apenas masculinas, mas com salário
menor em
cargos de liderança.
A
pesquisadora Regina Matarazzo comparou
cargos e salários de homens e mulheres com
a PNAD - Pesquisa nacional da Amostra de
Domicílios, do IBGE- e observou que elas
conquistaram 21 ocupações do domínio
masculino de 1978 e 2008. Assumiram as
profissões e executam os mesmos trabalhos
inclusive construção civil com conhecimento,
capacidade e liderança porem as pesquisas
prospectaram que só em 2081 alcançarão
igualdade salarial. A pesquisa aponta que
dentre os médicos e advogados a metade é
composta
por
mulheres,
dentre
os
engenheiros 5% são mulheres, e 11% dos
motoristas profissionais são mulheres. Um
Anais do
II Seminário Multidisc iplinar E NIA C 2010, V ol. 1, Nº 2
universo ainda pequeno, o crescimento de
1978 a 2008 foi de 0,2% para 1,4%.
A mulher avançou cronologicamente ao longo
da história:
Em 1827 surgiu a primeira legislação relativa à
educação das mulheres, lei que admitia
meninas apenas para as escolas elementares.
Em 1899, Primeira mulher admitida no tribunal
de justiça Myrthes de Campos, para defender
um cliente. Em 1918 Bertha Lutz, constitui no
Rio de Janeiro a federação pelo progresso
feminino. Em 1939 Maria Lenk bate dois
recordes mundiais, nos 200m 400m nado
peito. Em 1951 OIT Aprovação pela
Organização Internacional do Trabalho, em 19
de junho, convenção de igualdade de
remuneração entre trabalho masculino e
feminino. Em 1857 129 operarias têxteis
queimadas vivas, depois de reivindicarem
seus direitos na carga horária. Em 1910 em 8
de março declarado dia Internacional da
mulher. Em 12 de Janeiro de 1996 Lei
Planejamento familiar Lei que Mulheres e
Homens optam para o direito esterilização. Em
2006, Punição para agressores de Mulheres
(Lei Maria da Penha em 22 de Agosto de
2006).
No mercado de trabalho as mulheres
enfrentam problemas para competir com os
homens nas empresas. Com este avanço
onde as mulheres conquistam cada vez mais
as oportunidades no mercado de trabalho à
competição aumentou muito mais as mesmas
vagas em disputa de promoções. Especialistas
em coaching informam que devido aos fatores
internos as mulheres esperam ter seu trabalho
reconhecido. Os homens em contra parida
buscam demonstrar a importância no serviço
executado por eles. Para muitos profissionais
quando uma mulher e firme e considerada
agressiva. Desta maneira muitas tem que
dosar sua autoridade sobre seus subordinados
sabendo lidar com criticas externa para que
não sejam manipuladas, mas com sabedoria
criar soluções para está forma de visão.
A presença da mulher no percurso histórico do
empreendedorismo no Brasil - a década de 80
foi marcada por crises econômicas, políticas e
sociais que deixaram um rastro de ceticismo
as altas taxas de inflação. A crise do petróleo
provocou transtornos econômicos, houve
aumento nas taxas de juros internacionais em
1982 e moratória Mexicana no mesmo ano. No
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campo político e social o povo lutava contra a
inflação, o desemprego, e direito da abertura
política. O Brasil desenvolveu planejamentos
Nacionais de Desenvolvimento sem sucesso,
voltados à política econômica (monetária e
fiscal). O Plano Cruzado em (1986), Plano
Bresser e verão (1987), Plano feijão e Arroz do
Ministro da Fazenda Sr. Marcílio Marques
Moreira.
Antes dos anos 90 o empreendedorismo era
pouco falado no Brasil a economia do país
estava em baixa e a importação e exportação
eram pouco significativas, os empreendedores
encontravam dificuldades em iniciar negócios
em micro e pequenas empresas, devido à
burocracia e a falta de capital financeiro e de
política econômica.
O povo provocou a mudança e buscou o
conhecimento e se tornou empreendedor,
aplicando o conhecimento no mercado
financeiro. A partir dos anos 90, no Brasil, o
empreendedorismo abriu novas oportunidades
na economia do país. Iniciou-se um transito de
produtos nos portos e importados e aos
poucos foi se acomodando. A mudança tanto
trouxe sucesso quanto problemas, pois muitas
empresas não conseguiram competir com os
importados depois da globalização inclusive
empresas de brinquedos e de confecções.
Os empreendedores visionários começaram a
mudar e provocar mudanças para competir no
mercado econômico mundial. O governo criou
várias reformas para controlar a inflação e
ajustar a economia. Assim no novo milênio um
milhão de novos postos de trabalho cresceram
e novos investidores de começara a aplicar
seu dinheiro no Brasil. As importações e
exportações aumentaram e o país tornou-se
um polo econômico, interno e externamente.
Com a ajuda e participação do SEBRAE as
técnicas do empreendedorismo se difundiram
e as micro e pequenas empresas empregaram
40 milhões de trabalhadores sendo mais da
metade da mão de obra, feminina. A
participação das mulheres empreendedoras
emergentes foi significativa na economia do
País. Diferente de reivindicações feministas ou
guerra dos sexos, as mulheres assumiram
empresas se desenvolveu na tecnologia,
Educação, política, e ajudaram a vencer a
crise conquistando certo equilíbrio em 2008 no
Brasil.
85
Este movimento positivo para economia
apontou para as mulheres como consumidoras
de produtos de alto valor em função da sua
nova situação. Kate Sayre da consultoria da
Boston Consulting Group (BCG) Autora da
pesquisa diz que as mulheres lideraram na
crise e vão liderar no pós-crise. Elas
aumentaram a renda familiar contribuindo com
o produto interno bruto (PIB). Na economia
mundial as mulheres foram protagonistas e
responsáveis pela mudança econômica
mundial em 2009.
As famílias mudaram as decisões que eram
apenas dos homens hoje são tomadas em
conjunto, pois, elas colaboram na economia
doméstica quando não são as únicas
mantenedoras. A Universidade Harvard em
uma pesquisa afirma que os homens ainda
dominam 70% dos postos de comando nas
maiores companhias. Mas as mulheres atuais
têm conquistado posições profissionais
superiores, se comparadas com as mulheres
do passado (Revista Exame 2009:18 a 30). As
mulheres tem poder de influenciar o consumo
e conquistam cada vez mais as decisões de
compra. Elas escolhem, negociam e decidem,
são
empreendedoras
e
ajudam
na
administração do orçamento da casa. De
acordo com o PIB americano as mulheres
injetam parte da sua renda na economia. Uma
pesquisa de 2003 (BCG) ressalta que uma
fatia mundial de crescimento salarial, em
média 8% ao ano depende delas.
No Brasil cento e cinquenta mil brasileiras
conquistam o mercado de trabalho conforme
dados do IBGE entre 2003 e 2008. O salário
delas cresceu 42% no país em comparação de
26% da remuneração dos homens. Elas
deixam de consumir produtos, apenas
doméstico e participam da aquisição de carros,
reforma e compra de casas, o que era ação
dos homens há pouco tempo atrás. Elas são
competitivas e provam que não se preocupam
apenas com a aparência, são inteligentes e
preocupam com a qualidade são exigentes
querem conforto, praticidade de utilização e
valor. As empresas mudaram a visão de
apresentação dos seus produtos e locais
adequados para recebê-las tendo como
referencia o publico alvo que são as mulheres
Elas são as compradoras e são exigentes,
criticas e para conquistar esta consumidora
estão mudando as características do ambiente
SAN TOS, C .M.G; Mulher es Empr eendedoras .
como: espaços mais claros, Centros de
beleza, salas de ginástica e pilates incluindo
salas de lazer para os filhos, valem tudo em
qualidade na apresentação para elas que são
exigentes e observadoras.
As empresas estão mudando com referência a
suas consumidoras - preocupados em
conquistá-las pesquisam sobre o que quer
uma mulher. A visão anteriormente voltada
para o público masculino, hoje preocupa cada
vez mais as mulheres casadas, solteiras,
aquelas que possuem pequenas ou grandes
famílias. Aos poucos começaram a dominar o
mercado. O capitalismo Mundial buscou novos
mercados que sustentem o crescimento dos
negócios nas empresas e enxergaram essa
parcela significativa em vários segmentos da
sociedade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Tanto os homens quanto as mulheres
lutam por coisas que acreditam, por um país
livre em que todos tenham oportunidade de
torna-se alguém. A mulher sempre fez parte
da historia mesmo quando o seu papel era
uma de mera coadjuvante na história. A
mulher através dos tempos passou a ter o
papel principal dentro de uma sociedade
machista. Ao não se calar mais provam que
pensam e ter vontade própria, ou seja, são
capazes de liderar e comandar os setores
econômicos
e
sociais.
Tornaram-se
empreendedoras capazes de colocar um
negócio em destaque. Ainda são vistas por
muitos com desconfiança quando transmitem
ordens nas grandes empresas, um estereótipo
que tende a mudar com o tempo. Está visão
tende a transformar favoravelmente, quando
todos se despirem de pré-conceitos.
http://www.mulherecidadania.al.gov.br/artigos/
a-luta-pela-emancipacao-da-mulher/
22/12/2009 ás 15h13minhs.
Htt:/www.portaleducação.com.br/gestao-eliderança/artigos/2097/empreendedorismo-nobrasil 19/2/2010 15:19
Revistas e Jornais: Exame Edição 968 Nº. 9
19/05/2010 Ano 44
Época data edição 30/11/09’Editor Globo
Jornal Agora 2010-05-27 Manual SEBRAE
Bezerra, Itamar. Trabalho de Conclusão de
Curso Tutor: O coaching acadêmico a serviço
da educação Um estudo de caso da
Faculdade Eniac de Guarulhos.
Dolabela, Fernando C. Chagas. Segredos de
Luisa Culturas Editoras Associadas, 1999.
Hunter, James C.O Monge e o executivo: uma
história sobre a essência da liderança / James
C. Hunter tradução de Magalhães, M. C. F. Rio de Janeiro: Sextante, 2009. H922m.
Autoestima Trad: The servant ISBN 978-857542-467-4. 2. Liderança Aspectos morais e
éticos. Título. II. Série.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Sites:
http://www.suapesquisa.com/pesquisa/neolitic
o.htm
http://luciaconde.blogspot.com/2009/02/mulher
es-na-politica-i.html
Anais do
II Seminário Multidisc iplinar E NIA C 2010, V ol. 1, Nº 2
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Anais do
II Seminário Multidisciplinar ENIAC Pesquisa 2010
II Encontro Da Engenharia Do Conhecimento Eniac
II Encontro De Iniciação Científica Eniac
II Fábrica de Artigos
RECICLAGEM E MEIO AMBIENTE: PRÉREQUISITO PARA A SUSTENTABILIDADE
RECYCLING AND
SUSTAINABILITY
ENVIRONMENT:
PREREQUISITE
FOR
______________________
Benedito Claret Barbosa
Edna Messias
Monica Maria Martins de Souza
Claret Barbosa, Benedito é engenheiro e empresário Pós-graduado em sistema e Docência em EAD.
Edna Messias é administradora graduada pela FICS – Faculdades Integradas Campos Salles.
Monica Maria Martins de Souza é Psicóloga CRP: 10263MG/ES, Jornalista MTE: 0067950SP, Doutora em
Comunicação e Semiótica PUCSP. Mestre em Administração. Especialista em Docência, Adm de RH, Docência
em EAD e Tecnologia Educacional. Editora da Revista Acadêmica: Augusto Guzzo. Avaliadora INEP. desde
2006.
______________________
RESUMO
Reciclagem e Sustentabilidade é um dos
temas que circula nos quatro cantos do mundo
a sustentabilidade do planeta, a sua
manutenção depende do comportamento
humano dentro das suas possibilidades de
considerar as suas ações éticas universais. As
pessoas precisam adotar mudanças no
cotidiano, evitando desperdícios, descartes
irresponsáveis e exageros desnecessários.
Destacando a importância da adoção destas e
de outras condutas, lance um olhar nas
cidades e verifique como administram a sua
relação com o meio ambiente. As "metas do
87
milênio", estimulam às nações, as empresas e
as pessoas, a adotarem condutas mais
adequadas, oferecendo maior qualidade de
vida ao planeta e consequentemente às
pessoas que Nele vivem garantindo assim
condições de vida para a população futura. Os
aterros sanitários demonstram a destruição e
degradação consequente do ato impensado
da população sobre o destino dos resíduos do
consumo. A pesquisa de campo em visita ao
"Aterro Sanitário Bandeirantes" – forneceu
importante informação sobre a produção de
gás no aterro, atualmente em operação em
São Paulo é uma referência de sucesso em
sustentabilidade. A observação in loco
constatou que a Sustentabilidade e a
Reciclagem são lições de cidadania e que tais
BARB OSA , B .C .; ME SS IAS , E .; SOU ZA, M. M. M. R ecic l ag e m E Mei o A mb i en te : Pr é Requisito P ar a A Sus tent abilidade
temas podem
ser
tratados
oportunidades de negócios.
Palavras-chave:reciclagem,
tecnologia.
como
produção,
ABSTRACT
Recycling and sustainability is one of the
themes that circulate in the four corners of the
Earth the sustainability of the planet, its
maintenance depends on human behavior
within its possibilities to consider its actions
universal ethics. People need to adopt
changes in everyday life, avoiding waste,
discard
irresponsible
and
unnecessary
exaggerations. Highlighting the importance of
the adoption of these and other conduits lance
a look at cities and check how to administer its
relationship with the environment. The
"Millennium Goals", stimulate to the Nations,
businesses and people, to adopt more
appropriate conduct, offering better quality of
life to the planet and consequently people
living on it thus ensuring living conditions for
the population in the future. Landfills
demonstrate the destruction and degradation
resulting from the leak of the population about
the fate of the waste in consumption. Field
research in visit to "Bandeirantes Landfill" –
provided important information about the
production of landfill gas, currently in operation
in São Paulo is a benchmark of success in
sustainability. On-the-spot observation found
that sustainability and recycling are lessons of
citizenship and that such topic can be treated
as business opportunities.
Keywords: recycling, production, technology.
INTRODUÇÃO
Os objetivos gerais da pesquisa é
investigar de forma concisa a questão do lixo
na sociedade contemporânea, mostrando que
existe um mercado a ser explorado neste
segmento, e se for bem desenvolvido o lucro
será de todos, buscando a atingir a
consciência das pessoas com relação a esta
questão, e revelando a sua importância no
aspecto social e econômico. Os objetivos e
Anais do
II Seminário Multidisc iplinar E NIA C 2010, V ol. 1, Nº 2
metas basicamente estão focado na geração
de emprego, renda e na Economia. Os
objetivos específicos se concentram em:
conscientizar a sociedade da problemática do
lixo; Identificar os tipos de resíduos, sua
classificação
e
característica;
Definir
reciclagem e como trabalhar com este
segmento; Identificar a importância, quanto à
questão
socioeconômica;
desenvolver
parcerias justas entre a sociedade e o sistema.
A hipótese A hipótese é que a conscientização
da preservação da natureza e da manutenção
dos recursos naturais para a sobrevivência é
um pressuposto básico de que a reciclagem
pode melhorar as condições de vida das
pessoas e do planeta. A responsabilidade
social compartilhada, pessoas físicas e
jurídicas, com o poder público, pode solucionar
a problemática do inadequado cuidado com a
adequada seleção, destinação e tratamento
dos produtos descartados – lixo, que tanto
afeta o meio ambiente.
Referencial teórico: utilizando as normas da
ABNT – Associação Brasileira de Normas
Técnicas (1987) esta investigação explora os
conceitos da resíduos sólidos, as pesquisas da
CEPAM - Centro de Estudos e Pesquisas de
Administração Municipal 2010. Coleta Seletiva
de Eigenheer (1998). Que aborda as
experiências brasileiras. E o desenvolvimento
sustentável como modelo analítico integrado e
adaptativo de Christian Silva (2008). Equilíbrio
ambiental & Resíduos na Sociedade moderna
de Brasil, Santos & Simão (2004) E os bilhões
perdidos no lixo de Sabatai Calderoni (1997).
1. METODOLOGIA
DA
PESQUISA
RECICLAGEM E MEIO AMBIENTE
A metodologia utilizou a pesquisa bibliográfica
e pesquisa de campo com observação in loco
na cidade de São Paulo. Considerando que se
pode ampliar o rol dos fatores e pontos de
vista da reciclagem em função da viabilidade
econômica. Duas metodologias distintas para
mensuração dos ganhos decorrentes da
reciclagem do lixo, das quais são também
apresentadas algumas críticas a estas
formulações, sendo sugerida uma nova
formulação. A formulação inicial: a primeira
das metodologias encontradas na literatura
(Duston,
pp.
41-63)
frequentemente
apresentada em debates e publicações. De
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acordo com essa metodologia, a viabilidade
econômica da reciclagem é avaliada pela
comparação entre, de um lado, o montante
alcançado com a venda dos materiais
recicláveis e, de outro, o custo envolvido na
coleta e separação de tais materiais. Esta
metodologia seria a seguinte equação: G = V –
C Onde: G = Ganho. V = Venda dos materiais
recicláveis; e C = Custo do processo de
reciclagem.
O processo de reciclagem abrange a coleta
(seletiva ou não), a triagem (realizada na
calçada, antes da coleta, ou após, em Centros
de Triagem / Reciclagem) e o processamento
dos materiais (prensagem, enfardamento,
trituração e outros), além de situação
diferenciada de transporte. O item V (Venda
dos Materiais Recicláveis) é apresentada com
o sinal positivo nesta formulação. É válido se a
análise se refere ao ponto de vista de quem
vende: a Prefeitura, os sucateiros, os
carrinheiros e os catadores. Para quem
compra, o sinal é negativo, como da indústria
e dos sucateiros (que compram de
carrinheiros). A visão do processo de
Reciclagem considera o ponto de vista de
todos os agentes envolvidos, a Prefeitura, as
indústrias, os sucateiros, carrinheiros e
catadores, os governos federal e estadual, a
população. Essa visão de conjunto, o item V,
(venda dos matérias recicláveis), é receita
para uns e, ao mesmo tempo, despesa para
outros, Apresentando uma segunda vez na
mesma equação, com sinal negativo. Onde: G
= (V-V) – C. O item C, custo do processo de
reciclagem, é definido, como custo de
transporte,
de
armazenagem,
de
enfardamento - caso do papel e dos metais, de
trituração - caso do vidro -, de lavagem – caso
do vidro e do plástico -, além de outras
possíveis modalidades de beneficiamento,
adotadas ou não, conforme as circunstâncias
que especificam o fornecimento.
Adicionalmente, considerando os custos
administrativos envolvidos. Os custos de
coleta e de triagem são representados pela
receita dos carrinheiros e catadores. O custo
para sucateiro é receita para o carrinheiro e
acatador. No ponto de vista para sociedade,
trata-se de mera transferência de renda
interna ao conjunto dos agentes envolvidos.
Não havendo, custo, ganho a sociedade. O
89
lucro do sucateiro trata-se de despesas para a
indústria e receita para o sucateiro, havendo, e
a sociedade, apenas uma transferência de
renda interna ao processo de reciclagem. O
custo de oportunidade da atividade do
sucateiro, de difícil mensuração, poderá
equivaler, ou não diferir muito, do custo de
oportunidade
negativo
mencionado
anteriormente com relação aos carrinheiros e
catadores. As transações de recicláveis são
realizadas no mercado de forma tal que C
(custo da reciclagem), preço dos recicláveis.
Quando as indústrias compram recicláveis dos
sucateiros, estes auferem receita suficiente
para garantir sua permanência no mercado. O
pagamento dos carrinheiros e catadores a
quantia é suficiente para que se mantenham
nesta atividade. O peso de C, ou mesmo de V,
encontra-se muito aquém dos ganhos
proporcionados pela reciclagem do lixo. Sendo
assim, pequenas diferenças referentes à
magnitude dos custos de oportunidade não
estarão perto de afetar as conclusões da
pesquisa. Com relação ao cronograma da
Pesquisa: a pesquisa durou oito meses - de 25
de fevereiro a 30 de setembro de 2009.
2. A RECICLAGEM COMO EXERCÍCIO DE
CIDADANIA
A vida da população mundial vem sofrendo
com problemas ambientais de difícil solução,
tais como o aquecimento global e poluição
ambiental. As soluções para essas questões
dependem tanto do poder publico, como da
população que contribui com uma significativa
parcela. O poder público por falta de leis e de
atitudes e a população por falta de cultura e
educação básica ou desinformação sobre os
problemas
decorrentes
da
falta
de
envolvimento com a gestão do meio ambiente.
Partindo dessas premissas observa-se que a
educação tem um papel importante no
desenvolvimento
de
conhecimentos,
habilidades e valores relacionados à questão
ambiental. A conscientização não é somente
saber o que é certo ou errado, mas assumir o
papel de responsável pela mudança de
hábitos. Compreender que é difícil tomar
pequenas
atitudes
e
iniciar
novos
comportamentos como fator decisivo para
BARB OSA , B .C .; ME SS IAS , E .; SOU ZA, M. M. M. R ecic l ag e m E Mei o A mb i en te : Pr é Requisito P ar a A Sus tent abilidade
multiplicá-los coletivamente a fim de melhorar
a qualidade de vida de todos.
O objetivo da investigação é conscientizar as
pessoas acerca das consequências da
produção do lixo pela sociedade humana e os
impactos deste para o meio ambiente,
denunciando a necessidade de se utilizar
meios que diminuam a produção do lixo e
promovam o reaproveitamento e a reciclagem
deste. Para atingir a profundidade necessária
a questão precisaria passar pela educação
como o veículo de aplicação em colégios,
residências e empresas a fim de construir uma
consciência primária do meio ambiente como
fator que de sobrevivência humana e seus
impactos sobre a vida e a natureza.
A
justificativa da preservação da natureza como
forma de sobrevivência humana e do planeta
resvala a economia brasileira que cresceu
muito nos últimos anos.
A justificativa é que os resultados da
reciclagem são expressivos tanto no campo
ambiental, como nos campos Econômico e
Social. No aspecto Econômico a reciclagem
contribui para a utilização mais racional de
recursos naturais e reposição daqueles
recursos
que
são
passíveis
de
reaproveitamento.
3. RECICLAGEM E SUSTENTABILIDADE
Poucos temas são tão importantes e ao
mesmo tempo tão menosprezados como o
tratamento do lixo na sociedade. Lixo é “tudo
que não tem mais serventia”; o conceito de lixo
está associado às coisas descartadas e que
deixa de ter utilidade (AUTOR, 2008:793).
Este tema tem recebido crescente atenção da
sociedade,
dos
todos
ambientalistas,
simpatizantes, e é um assunto de interesse da
população. No entanto, este tema vem eivado
de alguma complexidade marginal e falta de
informação
adequada,
gerando
vários
problemas para a sociedade e também ao
meio ambiente. É essencial abrir esse debate,
e conscientizar a todos sobre a gravidade do
problema que afeta a maioria das metrópoles
e médias cidades. É fundamental desenvolver
atividades de educação ambiental, motivando
o cidadão sobre a sua responsabilidade
acerca da limpeza municipal, e as
consequências ambientais, econômicas e
sociais.
Anais do
II Seminário Multidisc iplinar E NIA C 2010, V ol. 1, Nº 2
Para minimizar os problemas pertinentes ao
tema é importante praticar atos simples no
cotidiano.
Dentre
eles:
o
correto
acondicionamento
dos
resíduos,
a
observâncias dos horários de coleta, não jogar
lixo nas ruas, varrer e conservar limpas as
calçadas. Estas medidas são incentivadas, há
décadas, sem grande sucesso. Com no modo
de vida atual, incentiva-se o excesso de
consumo, há probabilidade de se gerar maior
volume de lixo prejudicando e acentuando,
ainda mais a gravidade do problema em
questão. Este é um tema que necessita da
atenção do poder público e da colaboração da
sociedade
As
consequências
destes
procedimentos geram acúmulo de resíduos e
envolvem
aspectos
culturais;
políticos;
econômicos; sociais e ambientais. recursos
naturais; produção; distribuição; consumo;
descarte; coleta; tratamento e disposição de
lixo.
O combate a tal comportamento merece
especial atenção, e uso adequado dos
serviços, considerando mudança de atitude da
população e dos órgãos competentes para a
correta destinação e tratamento do lixo. A
análise do tema leva à percepção de que na
realidade os produtos descartáveis são
provenientes de recursos não renováveis. A
produção destes provoca custos financeiros,
que causam impactos negativos à economia e
ao meio ambiente. A gravidade do problema
alerta para a conscientização do consumo
racional e redução na produção do lixo. Esta
mudança de atitude requer reeducação das
pessoas e incentivo à reciclagem. Esse novo
comportamento promoverá geração de renda
que impactará diretamente na economia dos
municípios, estado e do país, minimizando o
impacto ambiental.
A pesquisa investiga os tipos de cuidados
e os tratamentos adotados aos resíduos.
Observa a adequada seleção e destinação,
para que o lixo não prejudique o meio
ambiente e os que nele vivem. Identifica os
impactos que o seu acúmulo provoca na
economia. A necessidade da conscientização,
e responsabilidade social das organizações, e
dos governos para ações mais eficazes. A
aplicação de métodos de maior viabilidade
operacional, financeira e econômica.
O processo de eliminação do lixo passou a
ser motivo de preocupação de todos em
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função da poluição que provoca. A solução
para o caso depende do exercício de
cidadania.
A administração, destinação e
tratamento do lixo necessita de organização,
discussão e envolvimento da sociedade, para
implementação de projetos simples e viáveis,
adequados à situação e locais, que possam,
por meio desta ação, gerar emprego e renda.
A sua presença provoca sérios problemas
sociais e danos ao meio ambiente.
A solução depende de aporte financeiro
público e educação ambiental para incutir nas
comunidades o hábito da reciclagem. O
procedimento
adequado
poderá
gerar
emprego e renda para a sociedade. A
reciclagem é uma atividade que pode ajudar a
diminuir os problemas, ambientais, sociais e
econômicos. Isso beneficia a inclusão de
pessoas no mercado de trabalho e iniciação
de novos negócios. Tem se revelado eficaz
com resultado concreto em diversos lugares
do Brasil e do Mundo. Há grupos que
assumem toda a responsabilidade para si,
como os catadores e coletores autônomos,
mas esta não é uma responsabilidade só da
sociedade, e sim governamental.
As metrópoles são as grandes geradoras de
resíduos e consequentemente os ocupantes
do seu entorno, os que mais sofrem com as
consequências. A solução poderia se dar pela
conscientização de todos para a seleção dos
resíduos, e esta seria a parte destinada à
comunidade, mas, precisaria do poder público,
na
coleta
sistemática
e
destinação
responsável a unidades de reciclagem. A
classificação adequada dos resíduos quanto a
sua natureza e composição física, química e
orgânica, para não prejudicar o meio ambiente
e as pessoas depende da responsabilidade
social. O tratamento correto dos resíduos, o
reaproveitamento e reciclagem, é papel do
governo. A parceria responsável com a
sociedade cumprindo a sua parte na seleção,
e o sistema criando usinas de aproveitamento
em substituição aos rudimentares aterros
sanitários que comprometem o solo, entopem
bueiros que provocam enchentes e polui
córregos que putrefatos poluem o ar,
resolveriam o problema. O cumprimento
rigoroso das tarefas de cada uma das partes
colaboraria na redução de desperdício de
materiais e com a reciclagem do lixo. Fatores
91
fundamentais para o crescimento social e
econômico.
É
dever
das
pessoas,
organizações e estado, desenvolver pesquisas
para auxiliar na resolução dos problemas e
ampliar a geração de serviços.
Houve um aumento considerável em tamanho
e numero de habitantes sendo que o motivo
que leva a esta questão são os fatores do
âmbito econômico, como as fontes geradoras
de emprego e renda, além da expectativa de
melhor qualidade de vida. No âmbito social, a
reciclagem não só proporciona melhor
qualidade de vida para as pessoas, através
das melhorias ambientais, como também tem
gerado muitos postos de trabalho e
rendimento para as pessoas que vivem nas
camadas mais pobres. No Brasil existem os
carroceiros ou catadores de papel, que vivem
de renda de sucatas, papeis, latas de alumínio
e outros recicláveis. Também trabalham na
coleta ou na classificação de materiais para
reciclagem. Como é uns serviços penosos,
pesados e sujos não tem grande poder atrativo
para as pessoas mais qualificadas da
população. A quantidade de entulho gerado
nas construções nas cidades brasileiras
demonstra grandes desperdícios de materiais,
sendo que o entulho deve ser visto como fonte
de materiais de grande utilidade para
construção civil, como também pode
transformar
em
matéria
prima
para
componentes de construção, de qualidade
comparável aos materiais tradicionais. Os
principais
resultados
produzidos
pela
reciclagem do entulho são benefícios
ambientais,
econômicos,
sociais,
possibilitando muitas vantagens como, por
exemplo, o custo e a mão de obra mais barata,
o emprego de habitação popular trazendo
bons resultados para alguns municípios
brasileiros, na construção de casas populares.
A reciclagem e o reaproveitamento do entulho
são, portanto, de fundamental importância
para o controle e minimização dos problemas
ambientais causados pela geração de
resíduos. A reciclagem pode proporcionar
elevados ganhos econômicos, os benefícios
econômicos são vários, as considerações
econômicas tem sido importante nas decisões
quanto à questão da reciclagem de materiais.
BARB OSA , B .C .; ME SS IAS , E .; SOU ZA, M. M. M. R ecic l ag e m E Mei o A mb i en te : Pr é Requisito P ar a A Sus tent abilidade
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O que por um lado denuncia melhora de
condições econômicas pelo aumento do
consumo, por outro e descarte dos produtos
demonstra a degradação da educação e a sua
consequência - a destruição dos recursos
naturais resultado desse aumento de produção
e descuido com o descarte. De acordo com o
IBGE a quantidade de lixo produzido
diariamente nos centros urbanos é de 228.413
toneladas estimando que a população em
torno de 180.000.000, isso daria 1,27 kg de
lixo per capta. A coleta e o armazenamento
aleatório geram problemas ambientais, sociais
e econômicos.
O montante é monstruoso, mas se seletivo,
poderá ser reciclado facilmente por empresas
e indústrias estudado vantagens no processo.
Isso justificaria a importância de um estudo
para conscientizar a população como um todo,
mas com foco principal nas crianças, que
educariam jovens, adultos e idosos, acerca da
importância da coleta seletiva e do impactos
positivos da reciclagem no exercício da
cidadania.
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2010
93
BARB OSA , B .C .; ME SS IAS , E .; SOU ZA, M. M. M. R ecic l ag e m E Mei o A mb i en te : Pr é Requisito P ar a A Sus tent abilidade
Anais do
II Seminário Multidisciplinar ENIAC Pesquisa 2010
II Encontro Da Engenharia Do Conhecimento Eniac
II Encontro De Iniciação Científica Eniac
II Fábrica de Artigos
DEBATE SOBRE A DOCUMENTAÇÃO DA
EVIDÊNCIA E OS PROGRAMAS DE AUDITORIA
DISCUSSION ON THE DOCUMENTATION OF EVIDENCE AND
AUDIT PROGRAMS
______________________
Edilson de Souza Barbosa
Ronaldo Araújo da Silva
Silvio Luiz da Silva Bassoto
Wesley Souza Santos
Edilson de Souza Barbosa é graduando da Faculdade Eniac. Curso Administração financeira
Ronaldo Araújo da Silva. é graduando da Faculdade Eniac. Curso Administração financeira
Silvio Luiz da Silva Bassoto é graduando da Faculdade Eniac. Curso Administração financeira
Wesley Souza Santos. é graduando da Faculdade Eniac. Curso Administração financeira
Orientador: Ricardo C. de Araújo
Ricardo Camargo é Mestre, professor da Faculdade UNIP e Eniac e ENIAC em Guarulhos 2010.
______________________
a auditoria é uma das especificidades do
contador, porém suas técnicas não são de
RESUMO
conhecimento de muitos profissionais. Diante
da complexidade desta atividade, surgem
Certamente o “mundo da auditoria”, é fonte de
muitas dúvidas, dentre as quais destacamos a
curiosidade de muitas pessoas, pois assim
seguinte:
como cada área tem as suas funções
resumir de forma lógica e transparente, toda a
específicas, também na área de contabilidade,
complexidade dos exames que envolvem
Anais do
II Seminário Multidisc iplinar E NIA C 2010, V ol. 1, Nº 2
Como
uma
pessoa
consegue
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trabalhos de auditoria? E parte desta grande
INTRODUÇÃO
indagação o desenvolvimento deste artigo,
onde
iremos
abordar
como
se
dá
a
1. O PROGRAMA DE AUDITORIA E A
organização sistemática da tarefa do auditor
DOCUMENTAÇÃO DA EVIDÊNCIA
no Programa de auditoria, enfatizando o
conjunto de documentos gerados por ele,
O objetivo do presente trabalho é apresentar
denominado de papéis de trabalhos (PT ou
aspectos relevantes sobre o Programa de
PTA).
Auditoria e a Documentação da Evidência,
bem como a sua importância e fazer com que
Palavras-chave: Auditoria, papéis de trabalho,
tal assunto se torne mais acessível ao público
programa de auditora.
em geral. Este trabalho se baseará em
bibliografia especifica do tema para ser
ABSTRACT
utilizado como complementação da mesma.
Nas empresas voltadas para o lucro, as
Certainly the "world of audit", is a source of
demonstrações financeiras formam a base
curiosity for many people, as well as each area
para a avaliação do desempenho de tais
has its specific functions, also in the area of
organizações. Avaliando tais demonstrações,
accounting, auditing is one of the specificities
a auditoria tem por finalidade emitir um
of the counter, but his techniques are not
parecer
aware of many professionals. Given the
refletem ou não a situação do patrimônio da
complexity of this activity, there are many
entidade
doubts,
the
resultado das suas operações, de acordo com
following: how a person manages to sum up
os Princípios Fundamentais da Contabilidade.
logically and transparent, all the complexity of
As demonstrações financeiras precisam ser
tests involving audit work? And part of this
corretamente
great quest the development of this article,
adequada
where we will address how the systematic
obediências a preceitos técnicos oriundos da
organization of the task of the auditor in the
doutrina contábil e órgãos legais reguladores e
Audit
of
a coleta de informações dos acontecimentos
documents generated by him, called the work
ocorridos em cada segmento da empresa.
papers (PT or PTA).
Portanto todo o trabalho da auditoria estará
among
Program,
which
we
emphasizing
highlight
the
set
revelando
em
se
uma
as demonstrações
determinada
elaboradas,
metodologia
data,
precisam
que
permita
o
de
a
voltado, por consequência, nos fatores que
Keywords:
program.
audit,
working
papers,
audit
influenciam tais demonstrações e que acabam
no setor contábil, que é responsável pelo seu
preparo.
2. O PROGRAMA DE AUDITORIA
Toda empresa deve contar com um programa
de
95
auditoria,
pois
com
o
grande
BARB OSA , E.S .; SI LV A, R.A .; BA SSO TO, S .L.S .; SAN TOS, W .S .S . D ebate S obr e A
Document ação D a Ev idência E Os Pr ogr amas De A uditor ia
desenvolvimento
consequentes
tecnológico
as
o programa de auditoria podemos estabelecer
das
técnicas
a forma adequada de realização dos trabalhos,
empresa
evolui,
bem como controlar o tempo de realização dos
adaptações
administrativas,
a
e
necessitando acompanhar sempre as novas
trabalhos e sua sequência lógica.
técnicas praticadas, bem como manter sob
controle a vida interna da organização.
2.3. Planejamento da auditoria
Dá-se o nome de Programa de Auditoria a
ação voltada para orientar e controlar a
execução
dos
exames
O
A auditoria deve ser planejada conforme as
programa de auditoria serve de planejamento
Normas Brasileiras de Contabilidade e de
para os trabalhos a serem realizados bem
acordo com os prazos e demais compromissos
como evidenciar os trabalhos já concretizados,
acordados com
visa controlar o tempo despendido no trabalho
planejamento é a etapa fundamental para o
e também fazer um possível exame com o
sucesso do trabalho do auditor. Todo o tempo
alcance previsto da auditoria. Com o decorrer
usado para a sua realização será de extrema
dos trabalhos realizados no programa de
importância. Tal etapa exige um adequado
auditoria
se
nível de conhecimento sobre o ramo de
documentar tais evidências. Como objetivos
atividade, negócios e práticas operacionais da
adicionais, podem ser apontados: Planejar,
entidade. Devem ser considerados todos os
coordenar as fases da auditoria, construir um
fatores relevantes para a execução dos
registro histórico da informação contábil e dos
trabalhos, em especial:
procedimentos empregados.
a. o conhecimento detalhado do sistema
faz-se
a
de
auditoria.
necessidade
de
a empresa auditada.
O
contábil e de controles internos da entidade
2.2. Vantagens
do
programa
de
auditoria.
bem como seu grau de confiabilidade;
b. os riscos de auditoria, que segundo ATTIE
(1998) é a possibilidade de o auditor vir a
O Programa de Auditoria é a forma escrita e
emitir uma opinião tecnicamente inadequada
ordenada de uma série de procedimentos de
sobre
verificação a serem aplicados durante o
significativamente incorretas;
trabalho de auditoria, de modo que sejam
c. a natureza, oportunidade e extensão dos
obtidas as melhores evidências e provas das
procedimento de auditoria a serem aplicados;
áreas investigadas. Não se deve adotar um
d. a existência de entidades associadas, filiais
programa pré-fabricado, que seja aplicável a
e partes relacionadas; e.
todas as empresas. Alterações necessárias
e.
devem ser feitas de acordo com as atividades
externos, especialistas e auditores internos.
e
da
Todo o planejamento deve ser documentado
entidade auditada. Todas as informações
por escrito, detalhando o que for necessário à
disponíveis
ser
sua compreensão dos procedimentos que
contempladas pelo programa de auditoria para
serão aplicados. Para a correta elaboração de
que haja o desenvolvimento do trabalho. Com
um programa de trabalho deve-se levar em
outras
características
e
necessárias
específicas
deverão
Anais do
II Seminário Multidisc iplinar E NIA C 2010, V ol. 1, Nº 2
as
demonstrações
contábeis
o uso do trabalho de outros auditores
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consideração a definição dos objetivos da área
quer
individualmente
quer
ou tarefa auditada, bem como uma avaliação
agregada com outras distorções.
do controle interno como base para a extensão
Importância
e profundidade do trabalho a ser realizado.
significado da evidência no conjunto de
Relativa
(IR)
ou
quando
refere-se
ao
informações, tem peso e é comprobatória. Um
2.3.1.
Planejamento
de
auditoria
baseado no modelo de risco
programa pode ser resumido da seguinte
maneira:
a. selecionados os objetivos.
Tal planejamento é realizado primeiramente
b. estudadas as variavéis.
com a obtenção da informação inicial, que
c. analisados os procedimentos.
permitirá a definição dos objetivos da auditoria
Em outras palavras: o que, quando e quanto.
em seguida a determinação da Importância
Relativa e dos riscos em nível geral, inerentes
2.4. Divisão das contas
e a avaliação dos riscos de controle, e finalizase com um plano de auditoria e um programa
Segundo
de auditoria.
processo identificando as contas que serão
Faz-se saber que:
verificadas
Risco em nível geral considera-se todas as
vinculadas entre si. Esse enfoque exige que as
observâncias contábeis
operações sejam consideradas em ciclos, tais
tomadas no
seu
AVALOS
em
(2007)
conjunto
iniciamos
por
o
estarem
conjunto, bem como as atividades, qualidade
como:
da
sistema
Ciclo de receitas – o fluxo de operações que
contábil e de controles internos e a situação
geram as receitas e seus recebimentos, e
econômica e financeira da entidade. Risco
também suas atividades.
inerente
de
Ciclo de compras – é o fluxo das operações
incorreção no saldo de uma conta em função
relacionadas com as compras, recepção de
da inexistência dos controles internos. Nesse
mercadorias, contas à pagar, salários e outros
caso a falha decorre dos controles. Risco de
desembolsos à vista.
controle é o risco de que a incorreção no saldo
Ciclo de produção – é o fluxo das operações
de uma conta não seja evitada ou detectada
relacionadas com a produção de mercadorias,
oportunamente pelo sistema de controles
bens e serviços, as atividas e os controles de
internos.
estoques.
administração,
consiste
Mesmo
avaliação
na
que
do
possibilidade
haja
controles
adequados, existe a possibilidade de falha
Após certas divisões, são selecionados os
humana na sua aplicação. Risco de detecção
objetivos da auditoria, sempre considerando
é o risco de a aplicação dos procedimentos de
que as afirmações individuais formam, no seu
auditoria levar o auditor a concluir pela
conjunto, os relatórios contabéis, e que cabe
inexistência de incorreção que de fato existe.
aos auditores opinar se estes mostram de
Pode ser definido como o risco resultante de
forma razoável o que pretendem mostrar.
os procedimentos do auditor não conduzirem à
detecção de uma distorção que exista numa
asserção e possa ser materialmente relevante,
97
BARB OSA , E.S .; SI LV A, R.A .; BA SSO TO, S .L.S .; SAN TOS, W .S .S . D ebate S obr e A
Document ação D a Ev idência E Os Pr ogr amas De A uditor ia
2.5. Avaliação dos riscos inerentes e de
2.6. Procedimentos
controle
de
auditoria
aplicáveis
Existe uma relação inversa entre o risco e a
Os procedimentos aplicáveis serão decididos a
quantidade de evidência necessária para
partir das análises do risco e são compostos
suportar a opinião do auditor, portanto se o
por:
risco de auditoria é baixo, exige grande
a. natureza: “que procedimentos”, decisão
quantidade de evidência.
O mesmo ocorre
dependente do juízo do auditor ao avaliar se
com o risco de detecção, por exemplo, se o
as provas de cumprimento são suficientes ou
auditor está disposto a suportar um risco de
não.
detecção baixo para uma afirmação em
substantivas se sabe que existem deficiencias
particular,
b. momento: “quando se aplicarão”, é preciso
deverá
obter
uma
grande
O
auditor
decidirá
aplicar
provas
quantidade de evidência.
decidir em que momento serão aplicados os
A base para avaliação dos riscos consiste nas
procedimentos. A intensidade e o momento da
informações relacionadas com os diversos
aplicação de determinados procedimentos
aspectos do cliente e seu negócio, obtidas de
serão definidos pelo controle interno.
diversas fontes como informações referentes
c. alcance: “comque intensidade”, e nesse
ao
caso é o risco da área que detemina a
ramo
dos
financeiras
negócios,
recentes,
os
informações
resultados
da
intensidade, ajudado pela importância relativa.
auditória do ano anterior e os conhecimentos
das normas de contabilidade e auditoria.
Portanto os riscos inerentes provêm tanto das
2.7. Modelo teórico de um programa de
auditoria
condições que não estão sob controle da
empresa
como
operações
e
das
dos
características
saldos
das
das
contas
Segundo Avalos (2007), um programa de
auditoria segue o seguinte fluxo de processos:
correspondentes. Como decorrência dessas
análises, surge um enfoque substantivo onde
o auditor compila toda ou a maioria da
2.7.1.
Seleção
dos
objetivos
de
auditoria
evidência mediante as provas substantivas,
É, primeiramente, a definição dos objetivos.
pois confia pouco ou nada no controle interno,
Para isso, são estruturados com as funções
ou seja, o risco de controle interno é
principais de controle interno:
considerado máximo, e um enfoque de baixo
a. objetivos relacionados com os saldos de
risco de controle, onde o auditor confia de
clientes/ contas à receber.
forma moderada ou de forma consideravel nos
b. objetivos relacionados com o recebimentos
controles e, portanto, projeta poucas provas
dos clientes/ contas à receber.
substantivas.
c. objetivos relacionados com as vendas.
Anais do
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2.7.2.
Estudo
das
variáveis
que
determinam os procedimentos
tesouraria ou os bancos.
São, principalmente, os riscos, inerentes e de
controle.
O
risco
inerente
avaliará
consistir na inspeção desses valores com a
3. A DOCUMENTAÇÃO DA EVIDÊNCIA
(PAPÉIS DE TRABALHO)
a
quantidade de clientes novos, a alteração de
preços dos produtos vendidos, bem como
3.1. Afinal o que são papéis de trabalho
em auditoria?
todos os processos que estão envolvidos nos
setores de vendas e entrada de caixa. O risco
de controle avaliará a existencia do controle
Segundo ATTIE (1998) os papéis de trabalho
interno para as funções de recebimento/
formam
faturamento e controle sobre os saldos finais.
documentos que contêm as informações e
Temos também a Importância Relativa, que
apontamentos obtidos durante seu exame,
será definida com relação aos clientes, valores
bem como as provas e descrições dessas
em carteira e devedores, levando-se em conta
realizações. São através destes documentos
se o lançamento é ou não significativo.
que a auditoria demonstra o que foi executado,
o
conjunto
de
formulários
e
quais foram os itens examinados, qual foi a
2.7.3.
Análise dos procedimentos de
data de execução dos trabalhos, quem os
auditoria aplicaveis
executou,
dentro
outras
informações
importantes. São documentos extremamente
São os objetivos relacionados com os saldos
importantes, sem os quais a auditoria não
de clientes/ contas a receber, onde se é
existe,
realizada
sistematizados os papéis de trabalho, é
a
confirmação
procedimento
importância.
da
É
auditoria
Efetuada
dos
de
saldos,
maior
mediantra
uma
vez
que
se
não
forem
impossível demonstrar o que foi examinado.
a
circularização, quando o exame das contas
por si só não garante uma plena explicação
3.2. Objetivos da emissão dos papéis
de trabalho
dos saldos ou o sistema de controle interno
não opera como se deseja, esse procedimento
Conforme ensinamentos de ALMEIDA (2003)
torna-se ainda mais útil.
os principais objetivos dos papéis de trabalho
são os seguintes:
2.7.4.
Objetivos relacionados com os
recebimentos
de
clientes
e
contas a receber
atender às normas de auditoria
emitidas por entidades de classe;
acumular as provas necessárias
para suportar a opinião do auditor;
Para essa evidência, estão previstas duas
provas, a confirmação de valores, que utiliza o
auxiliar
o
auditor
durante
a
execução de seu trabalho;
mesmo procedimento de circularização de
facilitar a revisão por parte do
clientes, e a contagem fisica, que deve
auditor responsável, a fim dele assegurar-se
99
BARB OSA , E.S .; SI LV A, R.A .; BA SSO TO, S .L.S .; SAN TOS, W .S .S . D ebate S obr e A
Document ação D a Ev idência E Os Pr ogr amas De A uditor ia
de que o serviço foi executado de forma
os mesmos trazem informações obtidas da
correta;
empresa.
servir como base para avaliação
De acordo com resolução emitida pelo CFC –
Conselho Federal de Contabilidade, o auditor
dos auditores;
ajudar no trabalho da próxima
deve conservar seus papéis de trabalho em
auditoria, uma vez que uma auditoria bem
boa guarda, pelo prazo de cinco anos
executada em um exercício serve de base
contados a partir da emissão de sua opinião
para que no outro seja conduzida de uma
sobre determinada transação.
forma mais eficiente;
apresentar na justiça as evidências
do trabalho realizado, caso seja movido uma
3.4. Regras de estruturação dos papéis
de trabalho
ação contra o auditor;
para defesa da conduta éticaprofissional junto a sua entidade de classe.
De acordo com CREPALDI (2002), quando da
elaboração dos papéis de trabalho, o auditor
deverá levar em consideração alguns aspectos
3.3. Finalidades dos papéis de trabalho
relativos à forma da estrutura, a saber:
Concisão: os papéis de trabalho
Os papéis de trabalho têm como finalidade
devem ser concisos, de forma que todos
colher elementos comprobatórios suficientes
entendam sem a necessidade de explicações
para evidenciar o trabalho realizado pelo
por parte da pessoa que os elaborou.
auditor e dar fundamento em sua opinião
Qualquer pessoa com conhecimento razoável
sobre
de auditoria deve ser capaz de interpretar a
as
atividades
e
os
processos
examinados. Por trabalhar com documentos
maneira com que foi conduzido o trabalho;
originais da empresa, e pelo fato de haver um
Objetividade: os papéis de trabalho
grande volume de transações e informações,
devem ser objetivos, de forma que se entenda
seria inviável, além de oneroso para o auditor
aonde o auditor pretende chegar. Não se deve
comprovar a realização de seus trabalhos
divagar nas conclusões e observações obtidas
através de cópias dessa documentação. Para
no decorrer da auditoria, para que se possível
isso, ele utiliza os papéis de trabalho onde
manter a objetividade do trabalho;
registra as descobertas realizadas e pode
Limpeza:
os
papéis
de
trabalho
assim, comprovar o trabalho executado.
devem ser limpos, de forma a não prejudicar o
Embora, os papéis de trabalho tenham origem
entendimento
dos documentos que são de propriedade da
informações, fontes de pesquisa, ao invés de
empresa eles pertencem exclusivamente ao
demonstrar a profundidade dos exames, pode
auditor, devido ao fato de que neles está
transparecer falta de planejamento, o que
fundamentada a sua opinião. Os papéis de
pode prejudicar o entendimento do trabalho
trabalho são de natureza confidencial e não
realizado;
destes.
Excesso
de
podem em hipótese alguma ser utilizados em
Lógica: os papéis de trabalho devem
benefício próprio ou de outrem, uma vez que
ser elaborados de forma lógica de raciocínio,
na sequência natural do objetivo a ser
Anais do
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atingido. A “abertura” de papéis de trabalho
claramente para qual empresa está prestando
com rigor lógico, desencadeamento de etapas,
o
favorece a revisão e entendimento do que foi
documentos, além de indicar a área que está
executado pelo auditor;
sendo verificada.
serviço,
arquivar
corretamente
os
Completos: os papéis de trabalho
Os papéis de trabalho não podem ter seu
devem ser completos por si só, evitando assim
verso utilizado, os números assim como, as
que o revisor destes tenha que recorrer a
informações devem ser colocados na parte
novas informações para fundamentar o que foi
superior do papel de trabalho, enquanto que
executado pelo auditor.
as
explicações
advindas
do
trabalho
executado devem ser colocadas na parte
3.5. Técnicas de elaboração dos papéis
inferior. Esta recomendação é para que haja
um padrão de apresentação, e que o auditor
de trabalho
concentre em um local as explicações dos
Assim como, em qualquer área, na auditoria
exames realizados.
existem técnicas para a elaboração dos papéis
As referências, tiques ou símbolos, são
de trabalho para que os mesmos cumpram
apostos ao lado do número auditado e devem
com seus objetivos e também para que haja
ser explicados na parte inferior do papel de
uma padronização.
para
trabalho, servindo como evidência do trabalho
confecção dos papéis de trabalho auxiliam na
realizado. Os tiques são marcações que
padronização da própria equipe de auditores,
servem para mostrar que os trabalhos foram
bem como para que estes atendam a regras
executados e de onde estão vindo às
de aceitação em várias partes do mundo, pois
informações. Estas marcações agilizam a
estas
consagradas
indicação do que efetivamente foi analisado, e
internacionalmente. Em conformidade com
facilitam a revisão dos trabalhos, considerando
ALMEIDA (2003) sempre que possível o
que o revisor conseguirá identificar que tipo de
auditor deve fazer a anotação de seus
exame foi procedido pela auditoria. O auditor
trabalhos
nosso,
deve evitar o excesso de tiques em uma
facilitando as possíveis alterações durante a
mesma folha, pois pode “poluir” o documento e
execução do serviço, principalmente quando
dificultar consultas e revisões dos papéis de
da
trabalho. Os tiques devem ser anotados com
As
técnicas
a
revisão
técnicas
são
lápis
feita
(preto).
por
Grifo
auditores
mais
lápis de cor (normalmente vermelho), de modo
experientes.
encontra
a identificar claramente o trabalho executado e
justificativa quando os papéis são elaborados
também a fim de facilitar as revisões dos
manualmente, e estes não podem conter
papéis de trabalho. Os tiques de auditoria não
rasuras. Na parte superior do papel de
podem ser iguais para explicações diferentes,
trabalho devem ser anotados o nome da
pois perderia a função de agilidade e clareza
empresa auditada, a data-base do exame e a
da informação, assim como não podem ser
área
excessivamente extensos, de modo a ter
A
escrituração
que
está
a
lápis
sendo
preto
examinada.
Esta
recomendação é para que o auditor identifique
101
muitos dados na mesma explicação.
BARB OSA , E.S .; SI LV A, R.A .; BA SSO TO, S .L.S .; SAN TOS, W .S .S . D ebate S obr e A
Document ação D a Ev idência E Os Pr ogr amas De A uditor ia
3.6. Exemplos de tíquetes de auditoria
Existem outras técnicas para a elaboração dos
necessários. Assim, como os comentários
PTA quando o desejo do auditor for o de dar
devem conter uma redação clara e de fácil
uma
sobre
compreensão. Os papéis de trabalho devem
determinada informação auditada. O auditor
ter sua apresentação e o seu conteúdo de
pode também se utilizar do sistema de notas
modo a permitir que uma pessoa que não
para que possa dar todas as explicações que
participou do trabalho possa compreendê-los
achar necessárias nos papéis de trabalho,
de imediato. E no final, os papéis de trabalho
prestando uma informação mais completa que
devem indicar as conclusões alcançadas.
os próprios tíquetes.
Existe uma codificação dos papéis de trabalho
explicação
mais
prolongada
para que as informações anotadas pelo auditor
3.7. Exemplos de notas em auditoria
sejam
facilmente
encontradas.
Essa
codificação pode ser feita através de sistema
Nota 01: Não foi possível a constatação da
numérico ou alfabético, ou pela combinação
aplicação da convenção coletiva de trabalho,
dos dois. A codificação deve ser feita com
considerando que a mesma não estava
lápis de cor azul e aposto na parte direita
arquivada no escritório regional, e não foi
superior do papel de trabalho.
localizada em outra sede.
Todos os papéis devem ser codificados. Esta
Nota 02: A realização do inventário físico foi
codificação
impraticável de ocorrer na data programada,
“amarração” das informações que constam
devido ao fato da empresa ter participado de
nos PTA, de modo que sempre seja indicada a
licitação e ter sido escolhida, o que gerou
origem de determinada informação/número, e
demanda
para onde esta informação está indo. Os
de
serviço
no
período
da
auxilia
no
arquivamento
e
programação do inventário.
papéis de trabalho normalmente iniciam com a
Os papéis de trabalho que são montados
“folha/cédula líder”, ou “folha/cédula mestra”
devem ser aqueles que somente trarão uma
que é aquela que recebe a primeira letra
utilidade para o auditor, e as informações que
indicadora, e onde constam os dados ou
neles irão conter devem se limitar aos dados
valores sintéticos.
Anais do
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As folhas seguintes, conhecidas por folhas/
A posição da referência com
cédulas subsidiárias, ou folhas/ cédulas de
relação ao no referenciado indica sua direção,
desdobramento receberão a letra indicadora
a saber:
da folha líder, precedida de uma numeração
A referência de um número
sequencial, demonstrando que os valores ou
que “vai para.” coloca-se do lado direito ou
dados serão abertos analiticamente.
abaixo do No.
A referência de um número
3.8. Exemplo de codificação/amarração:
Folha/cédula lide
que “vem de...” coloca-se do lado esquerdo.
A
Auditoria na tesouraria
Folha/cédula subsidiária de A
3.10. Exemplo de referências cruzadas
A1
Relação
analítica dos bancos
Folha/cédula líder
B
Auditoria em vendas
Folha/cédula subsidiária de B
B1
Relação
analítica de clientes
Folha/cédula líder
C
Auditoria em compras
Outro exemplo de referências cruzadas
Folha/cédula subsidiária de C C1
Solicitações de compras
Dentro do item de amarração, é importante
mencionarmos
a
técnica
correta
para
referências cruzadas, as quais são utilizadas
para “ligar” um PTA de auditoria a outro, ou
evidenciando números dentro do mesmo PTA,
Como última técnica da elaboração de papéis
demonstrando a correlação existente entre os
de trabalho, vamos abordar o item que recebe
dados.
o nome de exceção, a qual normalmente pode
ser constatada pela auditoria na execução dos
3.9. Regras
básicas
para
cruzar
cruzar
cifras
referências
Somente
testes de observância feitos para verificar
como estão funcionando os sistemas e,
idênticas;
consequentemente
representa
o
descumprimento de algum passo ou item do
O cruzamento das referências
de ser preferencialmente na cor azul;
O cruzamento deve ser feito
em ambas as direções.
sistema. As exceções recebem a simbologia
de uma “letra argolada” de cor azul, e são
indicativos nos PTA de que algo não está
correto na sistemática de controles internos da
empresa,
portanto
o
auditor
não
está
concordando com o procedimento adotado.
103
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Document ação D a Ev idência E Os Pr ogr amas De A uditor ia
Toda
exceção
deverá
ser
efetivamente
documentada nos papéis de trabalho, e
posteriormente abordada detalhadamente em
relatório.
3.11. Exemplos da representação das exceções
De acordo com instruções emitidas pelo
A
IBRACON, Instituto Brasileiro dos Auditores
evidenciada nos papéis de trabalho e não nas
Independentes
folhas de pendências onde foram levantadas;
abordaremos
aspectos
relativos à custódia dos PTA e sua revisão.
eliminação
das pendências
deve
ser
A promoção dos auditores dentro da hierarquia
da organização encontra como um dos itens
3.12. Aspectos relativos à custódia dos
de avaliação, a clareza e objetividade com que
são “abertos” e desenvolvidos os PTA.
papéis de trabalho
São de propriedade exclusiva do
3.14. Tipos de papéis de trabalho
departamento de auditoria;
Não devem ser entregues a terceiros,
Há uma padronização dos papéis de trabalho
ou com estes discutidos sem a autorização do
para que facilite o seu uso, entendimento,
gerente de auditoria;
arquivo e sobre tudo para demonstrar a
As informações constantes nos papéis
evidência do exame praticado. Citamos três
de trabalho nunca devem ser discutidas fora
papéis de trabalho: o memorando, o papel de
do departamento de auditoria;
trabalho de sete colunas e o programa de
Devem ser conservados em local
auditoria.
ou
O memorando é utilizado quando o auditor
arquivos fechados, tanto durante o almoço,
precisa relatar alguns procedimentos adotados
como ao final do expediente;
pela empresa no momento, por exemplo, que
seguro,
preferencialmente em
cofres,
estiver realizando um trabalho de contagem
3.13. Revisão dos papéis de trabalho
física. Os papéis de trabalho sete ou quatorze
colunas são utilizados quando o auditor realiza
Os papéis de trabalho estão sujeitos à revisão
um exame mais apurado, como por exemplo,
do sênior, que prepara uma folha de “pontos
uma conciliação ou análise, onde além de
pendentes”;
expressar o objetivo ele relatará os exames e
A revisão representa um comentário crítico do
sênior sobre o trabalho do assistente;
evidências praticadas.
O
programa
de
auditoria serve como roteiro básico de todas
as etapas que o auditor tem que cumprir para
Anais do
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a realização do seu trabalho. De acordo com
é fundamental, pois serão estas que darão
LOPES DE SÁ (2002) existem duas categorias
consistência e formalização aos trabalhos,
de papéis de trabalho que podem ser divididos
contribuindo para que estes sejam executados
em:
de forma racional, lógica e livre de erros.
contém
Para a execução das atividades os auditores
informações utilizadas em mais de um trabalho
se utilizam de modelos padronizados de
ou exercício social. Esses papéis devem
papéis de trabalho, onde os mais comuns são
conter informações importantes que tenham
os de sete colunas, quatorze colunas e
interesses permanentes e que possam ser
memorando. Embora atualmente os papéis de
utilizados em bases recorrentes.
trabalho
Papéis
permanentes,
que
sejam
executados
de
forma
utilizados
eletrônica, à formatação e disposição dos
somente para o trabalho em curso, ou melhor,
campos segue mais ou menos àqueles papéis
dizendo do próprio exercício social.
de trabalho físicos, preservando os elementos
Papéis
correntes
são
essenciais consagrados pelas doutrinas em
auditoria. A utilização dos papéis de trabalho
Exemplos de papéis de trabalho permanente:
os
manuais
de
procedimentos
de sete e, quatorze colunas normalmente é
quando o auditor necessita a demonstração de
internos;
o Estatuto ou Contrato Social;
cálculos e informações numéricas, ao passo
plano de contas;
que o papel de trabalho memorando é mais
documentos de planejamento de longo
utilizado
na
redação
de
sugestões
e
descrições de atividades.
prazo.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Exemplos de papéis de trabalho correntes:
o
programa de auditoria;
o
anotações
dos
ajustes
e
Os trabalhos executados por profissionais de
reclassificações;
auditoria ganham importância na medida em
o
que
questionário de controles internos;
são
executados
com
clareza,
profissionalismo e transparência, servindo de
Para comprovar a realização dos trabalhos, o
subsídios para muitas pessoas interessadas
auditor deve documentar as atividades através
nas informações que estes transmitem.
da abertura de papéis de trabalhos (PT ou
Quando
PTA),
para
realização dos trabalhos pelo auditor, menor
representar os auditores na justiça ou diante
será a possibilidade de sua atividade incorrer
de defesa em órgãos de classe quando forem
em erros, ou falhas graves, evitando assim
questionados. Na elaboração de papéis de
que sua imagem seja “arranhada”. Pois o
trabalho são utilizadas palavras que fazem
maior ativo que um profissional a área de
parte do linguajar dos auditores, tais como
auditoria pode ter é seu nome, sua marca, pois
tiques, amarrações, exceções, referências
se assim não for, poderá perder a credibilidade
cruzadas, entre outros. Na elaboração dos
de uma hora para a outra.
os
quais
servem
inclusive
maior
rigor
técnico
houver
na
papéis de trabalho o respeito a estas técnicas
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Como esquecer o caso emblemático da
AVALOS, J. M. A. Auditoria e Gestão de
empresa de auditoria Arthur Andersen (AA)
Riscos. Inst. Chiavenato. São Paulo. Saraiva,
que em 2002 auditou vários balanços de
2007.
empresas americanas, como a Enron, Word
Com, entre outras, onde estas manipularam os
CORDEIRO,
números, e estes haviam sido auditados pela
“Auditoria Interna: Qual é a sua postura em um
AA, que não informou sobre estes problemas.
ambiente globalizado e competitivo?" Artigo
Como consequências, a Arthur Andersen, uma
técnico publicado na Revista do Conselho
empresa centenária, que na época estava
Regional de Contabilidade do Paraná - nº 122
entre as cinco maiores empresas de auditoria
– página 17. Curitiba: 1998.
do mundo ruiu, desapareceu.
Cláudio
Marcelo
Rodrigues.
Aqueles que
militam na área sabem como o trabalho de
CORDEIRO,
auditoria é complexo, regulamentado, e se não
abordagem sobre a ética no desenvolvimento
for executado com todos os cuidados, a
de trabalhos de Auditoria e de Perícia
responsabilidade pela não informação aos
Contábil" Artigo técnico publicado na Revista
usuários,
do Conselho Regional de Contabilidade do
sobre problemas relevantes da
empresa auditada, poderá levar a prisão do
C.
M.
Rodrigues.
"Uma
Paraná - nº 123 - página 10. Curitiba: 1999.
auditor, e a mácula na imagem de toda uma
organização desta natureza.
CORDEIRO, C. M. R. "Auditoria Contábil,
Em contra partida, os auditores muitas vezes
Analítica
são pressionados pelo tempo, pela péssima
semelhanças?" Artigo técnico Revista CR. de
qualidade
Contabilidade do Paraná - nº 125 - pág 40.
da
informação
prestada,
pela
excessiva quantidade de documentos para
e
da
Qualidade,
quais
as
Curitiba: 1999.
avaliar e não rara às vezes pela Direção da
CORDEIRO, Cláudio M. R. “Segurança de
própria companhia que o contratou.
Dados em Meios Eletrônicos” Artigo técnico
pub.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Revista
Conselho
Regional
de
Contabilidade do Paraná - nº 127 - pág 38.
ALBUQUERQUE,
J.
Celso
Veloso
de.
Curitiba: 2000.
Auditoria Contabil. São Paulo. Rumo Editora.
CORDEIRO,
2002.
C.
M.
R.
“Auditoria
como
Instrumento de Gestão”. Artigo técnico publ.
ALMEIDA, M. C. Auditoria: Um curso moderno
Revista
do
Conselho
Regional
de
e completo. 6ª ed. São Paulo: Atlas, 2003.
Contabilidade do Paraná - nº 130 - página 28.
Curitiba: 2001.
ATTIE,
Willian.
Auditoria:
Conceitos
e
Aplicações. 3ª edição. São Paulo: Atlas, 1998.
CREPALDI, S. A. Auditoria Contábil Teoria e
Prática. 2ª edição. São Paulo: Atlas, 2002.
Anais do
II Seminário Multidisc iplinar E NIA C 2010, V ol. 1, Nº 2
www .e n iac.c o m. br
ojs .e n iac.c o m. br
FRANCO, H e MARRA, Ernesto. Auditoria
Contábil, 4ª edição. São Paulo: Atlas, 2001.
LOPES DE SÁ, Antônio. Curso de Auditoria,
Curso de Auditoria, 10ª edição. São Paulo,
Atlas FERREIRA, Ricardo J. Auditoria. – 3. ed.
Rio de Janeiro. Editora Ferreira. 2004.
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BARB OSA , E.S .; SI LV A, R.A .; BA SSO TO, S .L.S .; SAN TOS, W .S .S . D ebate S obr e A
Document ação D a Ev idência E Os Pr ogr amas De A uditor ia