desempenho da argamassa de assentamento de bloco estrutural

Transcrição

desempenho da argamassa de assentamento de bloco estrutural
DESEMPENHO DA ARGAMASSA DE ASSENTAMENTO DE BLOCO ESTRUTURAL
UTILIZANDO AGREGADO MIÚDO DE PEDRA BRITADA
Paulo Hidemitsu Ishikawa *
Resumo
Esta pesquisa constitui-se de ensaios de
verificação do desempenho das argamassas , de
traço misto de cimento e cal , para assentamento de
blocos de concreto simples para alvenaria estrutural ,
empregando os
agregados miúdos de AMPB
(Agregado Miúdo de Pedra Britada) .
Com estas argamassas mistas
foram
determinadas suas características físicas no estado
fresco e endurecido e também determinadas as
resistências de prismas ocos de blocos vazados de
concreto simples, montadas com as mesmas
argamassas .
Nas edificações de prédios com estrutura de
bloco vazados de concreto simples estrutural , é
importante para o projetista da estrutura , a
resistência do conjunto de 2 blocos assentados com a
argamassa utilizada para este fim , denominado de
“prisma oco”.
Foram realizados também , para efeito
comparativo , ensaios em argamassas de
assentamento de blocos e de prismas ocos , de obras
de edifícios residenciais de estrutura de bloco
estrutural , em construção . Nas argamassas e
prismas foram realizados ensaios de resistência à
compressão simples.
Procurou-se com estes ensaios verificar a
utilização do AMPB como material alternativo de
agregado miúdo à areia de rio ou de jazida , na
produção de um de argamassa para assentamento de
bloco estrutural .
Summary
This research is constituted of test of
control of the performance of the mortars, of mixed
line of cement and whitewash, for lay of blocks of
concrete simple for structural masonry, using the
fine aggregate of AMPB (Fine Aggregate of
Crushed Stone).
With these mixed mortars they were certain its
physical characteristics in the fresh and hardened
and also certain state the resistances of hollow
prisms of bored blocks of concrete simple, set up
with the same mortars.
In the constructions of buildings with bored block
structure of concrete simple structural, it is
important for the schemer of the structure, the
resistance of the group of 2 blocks laied with the
mortar used for this aim , denominated of " hollow
prism”.
They were also accomplished, for comparative
effect, test in mortars of lay of blocks and of hollow
prisms, of works of residential buildings of structure of
structural block, in construction. In the mortars and
prisms were accomplished strength test to the simple
compression.
It was sought with these rehearsals to verify the use of
AMPB as alternative material of fine aggregate to the
river sand or of mine, in the production of a mortar for
lay of bloks of concret simple for structural masonry.
1 - Introdução
Esta pesquisa tem como objetivo verificar o
desempenho do agregado miúdo de pedra britada
(AMPB) de granito , na produção de argamassa para
assentamento de blocos vazados de concreto simples
para alvenaria estrutural .
Procurou-se com estes ensaios verificar a
utilização do AMPB como material alternativo de
agregado miudo à areia de rio ou de jazida , na produção
de um tipo de argamassa para uma determinada
finalidade .
As jazidas de areias de rio estão ficando cada
vez mais distante da grande São Paulo , que é o grande
centro consumidor deste material . Desta forma o
transporte deste material tende a ficar cada vez mais
oneroso para o distribuidor e, em consequência , para o
consumidor final.
Ao redor e dentro da grande São Paulo existem
várias pedreiras que produzem o agregado miúdo de
pedra britada (AMPB) . Este material , geralmente , é
produzido indiretamente , ou seja , é separado como
resíduo da britagem da rocha na produção de pedra
britada .
Atualmente já existe uma pedreira na grande
São Paulo aperfeiçoando o processo de obtenção do
agregado miúdo através da britagem da rocha .
Assim sendo , este trabalho procura conhecer um pouco
mais este material na produção de argamassa ,
especificamente , para assentamento de bloco vazado de
concreto simples .
2 -Dosagem das argamassas
CAVALHEIRO (1995) p. 135 , escreve que nas últimas
décadas houve
avanço considerável no trato do
concreto, tanto em relação à composição como na
produção e controle .
* Prof. Associado do Depto. de Edifícios da FATEC-SP/CEETPS- Tecnólogo em Construção Civil- Modalidade
Edifícios pela Faculdade de Tecnologia de São Paulo – FATEC-SP.
33
Com relação às argamassas observa que não
apresenta a mesma evolução. Esta falta de avanço
tecnológico , pode ser devido, principalmente , ao “
desconhecimento de suas funções e das
características necessárias para atendimento das
mesmas “ , isto é , resistência adequada,
trabalhabilidade e durabilidade. Desta forma , esta
falta entendimento tecnológico das argamassas
acarretam , frequentemente, “ patologias de maior ou
menor importância nas alvenarias de vedações , de
reparos onerosos ou convivíveis “e em se tratando
de alvenarias estruturais, a aplicação de argamassas
inadequadas podem trazer consequências mais
danosas . Continuando ,CAVALHEIRO explica que
no concreto a relação a/c é importante controlar para
garantir resistência e trabalhabilidade , e que
caminham em sentidos opostos . No concreto podese substituir, parte da água por aditivo plastificante ,
sem alterar a trabalhabilidade , melhorando a
resistência mecânica, mantendo-se o mesmo traço .
Em relação às argamassas a relação a/c não é tão
importante , visto que a resistência à compressão
simples não é a principal característica exigida , e
sim a trabalhabilidade . Desta forma , a quantidade
de água pode ser determinada pelo próprio pedreiro
e com a cal adicionada no traço , ajuda a plastificar a
argamassa ,
melhorando
sensivelmente a
trabalhabilidade . Portanto , a cal funciona como um
plastificante natural , conclui CAVALHEIRO .
LARA (1995) p.63 , escreve que “o desempenho das
argamassas depende fundamentalmente da correta
escolha dos materiais e de seu proporcionamento na
mistura”.
Para cada finalidade da argamassa deve-se
utilizar os materiais adequados ,principalmente o
agregado miúdo.
LARA (1995) p. 68 , no trabalho “
DOSAGEM DAS ARGAMASSAS” indica que a
definição da quantidade de agregados (m) , isto é , a
proporção em volume , aglomerante / agregado
miúdo , (1 : m) , “para cada finalidade pode basearse na definição do projeto ou na experiência do
construtor”.
Neste estudo LARA conclui que “com
acompanhamento adequado , seleção dos materiais ,
emprego de aditivos e dosagem experimental é
possível otimizar estas proporções para cada
situação específica”.
A NBR –8798 / 1985 , no ítem 4.1.2.2.c , dosagem
experimental , recomenda que “o teor de cal em
relação ao cimento , em volume , não deve
ultrapassar aos limites de 0,25” .
3 -Materiais utilizados
3.1 - Agregados Miúdos
A produção das argamassas mistas de
cimento e cal para os ensaios , foram realizadas no
traço , em massa , de 1 : 0,12 : 4,00 empregando-se
os mesmos agregados miúdos de AMPB , areia de
rio e jazida , apresentados no relatório anterior . As
composições
granulométricas
e
respectivas
características físicas dos agregados estão resumidas na
Tabela 1.
3.2 - Aglomerantes
Foram utilizados o cimento Portland CP- II – F
– 32 e cal hidratada CH – III.
As características físicas do cimento e da cal estão
resumidas na Tabela 2 e Tabela 3 , respectivamente .
3.3 - Blocos Vazados de Concreto Simples para
Alvenaria Estrutural
Os ensaios de resistência à compressão de
prisma oco foram realizados com os blocos coletados
nas obras em andamento . Foram coletados amostras de
blocos de quatro obras , em que as estruturas das
edificações são de blocos vazados de concreto simples .
As características físicas dos blocos , estão
resumidas na Tabela 4.
4 – Metodologia
Após a verificação do desempenho do
Agregado Miúdo de Pedra Britada (AMPB)
em
argamassa de cimento e agregado miúdo , no traço 1 : 3 ,
em massa , cujos resultados foram apresentados no
BOLETIM Nº 7, foram iniciados os ensaios em
argamassa mista de cimento e cal para assentamento de
bloco vazados de concreto simples para alvenaria
estrutural , utilizando-se os agregados miúdos de AMPB
( sete amostra ) , duas areias de rio , uma areia de jazida
e areia normal do IPT.
Estas argamassas foram produzidas no traço
misto de cimento e cal de traço 1 : 0,12 : 4,00 , em massa
, indicado no “Procedimento – Execução e Controle de
Obras em Alvenaria Estrutural de Blocos Vazados de
Concreto – NBR 8798 /1985”, da ABNT, para a
situação em que não se dispõe de um traço de argamassa
estudado e em obras de pequeno vulto .
Devido ao pouco material de AMPB disponível
para um estudo de dosagem , fez-se a opção pelo uso da
dosagem de argamassa retro mencionada .
Argamassa mista de cimento e cal
Como indica a boa técnica na utilização da cal
para produção de argamassas e seguindo as
recomendações dos pesquisadores nesta área , foi
realizado a pré mistura da cal , agregado miúdo e água ,
visando a hidratação total da cal . A quantidade de água
adicionada foi de relação água / cal de 3,306, com
aspecto de argamassa seca .
A proporção de cal e agregado miúdo de 0,12 :
4,00 em relação a 1 do cimento , em massa , representa a
proporção de 1 : 33,333 ( cal : agregado miúdo ) , em
massa .
Esta mistura foi deixada descansar por no
mínimo 16 horas , ensacada em saco plástico e
34
hermeticamente fechada. Após o período de
descanso desta argamassa foi incorporado a esta o
cimento , mantendo-se a proporção , em massa , de 1
: 0,12 : 4,00 , e adição de água até atingir a
consistência de ( 240 ± 10 mm ). Esta consistência
mostrou-se a mais indicada para a argamassa de
assentamento de blocos vazados de concreto simples
para alvenaria estrutural . A homogeneização da
argamassa foi realizada na argamassadeira de
mistura mecânica , em velocidade lenta , no tempo
de 4 minutos . Para cada agregado miúdo foram
produzidas quatro misturas de argamassas identicas ,
sendo uma mistura para determinação das
características físicas no estado fresco e moldagem
de dois prismas ocos , e tres misturas para
moldagem de dezoito corpos de provas para
determinações das características no estado
endurecido .
5 - ENSAIOS REALIZADOS
5.1 – No laboratório
Os resultados obtidos estão na Tabela 5.
a)
Argamassa no Estado Endurecido
b-1) determinação da resistência à compressão
simples – método de ensaio NBR – 7215 / 1996 ;
b-2) determinação do módulo de deformação –
método de ensaio NBR – 8522 / 1984;
b-3) determinação da absorção por capilaridade –
método de ensaio NBR – 9779 / 1995;
b-4) determinação da massa específica aparente –
método de ensaio NBR-13280 /1995 .
Os resultados obtidos dos íten b-1 e b-2 estão na Tabela
6 e os dos itens b-3 e b-4 estão na Tabela 7 .
c) Prisma oco de bloco vazados de concreto simples
Com as mesmas argamassas retro citadas foram
preparados os prismas ocos de blocos vazados de
concreto simples e realizados os ensaios de
determinação da resistência à compressão para
alvenaria estrutural – método de ensaio NBR – 8215
/ 83 .
Os prismas foram preparados com os blocos da
mesma amostragem dos enaiados de blocos
apresentados na Tabela 4.
Os resultados obtidos estão na Tabela 8.
Para todas as argamassas , empregando as
amostras de agregados miúdos estudadas , (AMPB ,
areia de rio , areia do IPT e jazida ) , foram
realizados os seguintes ensaios de caracterização
física :
5.2 – No campo
a) Argamassa no Estado Fresco :
Para comparação do desempenho das
a-1) determinação da consistência ( flow- table )
argamassas produzidas no laboratório com as
– método de ensaio NBR- 13276 / 1995;
a-2) determinação da retenção de água NBR – argamassas produzidas nas obras de edifícios com
estruturas de blocos vazados de concreto simples , foram
13277 / 1995;
a-3) determinação da massa específica aparente e moldados corpos de prova de argamassas e de prismas
teor de ar incorporado - método de ensaio ocos nas obras.
Os resultados obtidos estão na Tabela 9 .
NBR – 13278 / 1995.
Tabela 1 – Agregados miúdos – características físicas
Granulometria -% acumulada-Peneiras # (mm)
Amostra
Nº
4,8
2,4
1,2
0,6
0,3
0,150
< 0,150
↓ máx.
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
00
00
00
00
00
00
00
02
01
00
00
00
11
00
00
00
00
02
06
O2
00
00
18
31
30
26
21
22
21
16
05
25
05
34
46
52
49
42
48
43
43
22
50
12
51
62
67
67
67
67
62
75
63
75
30
71
78
79
82
87
81
77
94
93
100
68
100
100
100
100
100
100
100
100
100
000
100
2,4
4,8
2,4
2,4
2,4
2,4
2,4
4,8
1,2
2,4
1,2
M.F.
γ
(kg/l)
δ
(kg/l)
1,74
2,28
2,28
2,24
2,17
2,18
2,05
2,36
1,86
2,50
1,15
2,70
2,69
2,71
2,65
2,69
2,66
2,73
2,62
2,62
2,62
2,65
1,52
1,52
1,59
1,51
1,52
1,43
1,57
1,47
1,43
1,34
Mat.
Pulv.
(%)
14,4
10,3
08,6
16,6
04,0
11,0
12,4
01,1
01,0
00,0
03,0
C.I.
UCr
(%)
1,36
1,33
1,35
1,37
1,25
1,18
1,26
1,23
-
3,8
4,0
3,7
4,2
3,1
2,7
3,8
4,1
-
Legenda : M.F. = módulo de finura ; γ= massa específica ; δ = massa unitária ;
C.I. = coeficiente de inchamento ; U.Cr. = umidade crítica
Amostra de nº 01 a 07 são agregados miúdos de pedra britada (AMPB) ;
Amostra de nº 08 e 09 são agregados miúdos de areia de rio ;
Amostra de nº 10 é areia normal do IPT ;
Amostra de nº 11 é agregado miúdo de areia de jazida de quartzo .
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Tabela 2 – Cimento Portland CP-II-F-32 – Características físicas
Ensaios
Resultados obtidos
Métodos de ensaios
Resistência à compressão
03 dias
07 dias
28 dias
simples
M = 12,3
M = 24,5
M=36,7
(MPa)
DRM=5%
DRM= 5%
DRM=4%
5,8 %
Finura- Peneira # 200
Finura Blaine
350 kg / m2
Expasibilidade a quente
0,0 mm
Tempo de pega
Início = 03:05 h ; fim = 05:00 h
Massa específica
3,10 g / cm3
Legenda : M = resistência média ; DRM = desvio relativo máximo
NBR-7215/96
MB-3432/91
NBR-NM-76/98
MB-3435/91
MB-3434/91
NBR-NM-23/98
Tabela 3 – Cal hidratada – CH – III - Características físicas
Ensaios
Finura por peneiramento
Massa unitária no estado
solto
Massa específica
Estabilidade
Resultados Obtidos
F30 = 0,05 %
F 200+30 = 24 ,86 %
Métodos de Ensaios
0,84 g / cm3
NBR – 7251 82
2,61 g / cm3
Sem anomalias na superfície
NBR – 6508 / 84
NBR – 9205 / 84
NBR – 9289 /98
Tabela 4 – Blocos vazados de concreto simples para alv. estrut -Características físicas – Idade ≥ 28 dias
Amostra
Nº
(obra)
fbk
(MPa)
01
02
03
04
05
6,0
6,0
8,0
4,5
4,5
Resistência à compressão simples, em relação a área
bruta (MPa)
f bk
Individuais
Méd
est
06,8
07,5
10,7
08,5
06,9
07,2
07,8
11,2
09,8
07,3
05,3
07,1
09,0
10,5
10,6
06,2
07,9
09,2
11,0
11,1
05,9
07,1
11,4
07,6
06,8
06,9
07,2
09,8
09,4
06,5
06,4
07,4
10,2
09,5
08,2
5,0
7,0
8,4
6,7
6,4
Área
Espes.
líq. méd eq. média
(mm2)
(mm/m)
28215
27159
27374
27001
29128
213
203
216
208
240
Umid
Méd.
(%)
Absor.
média
(%)
18,3
16,3
29,3
21,1
41,5
8,9
7,9
6,1
8,5
6,3
Tabela 5 - Característica físicas da argamassa fresca
Argamassa
nº
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
Traço unitário
em massa
1: 0,12: 4,00: 0,97
1: 0,12: 4,00: 1,04
1: 0,12: 4,00: 0,69
1: 0,12 :4,00: 0,85
1: 0,12: 4,00: 0,76
1: 0,12: 4,00 :0,83
1: 0,12: 4,00: 0,78
1: 0,12: 4,00: 0,64
1:0,12: 4,00: 0,85
1: 0,12: 4,00: 0,80
1: 0,12: 4,00: 0,85
Consistência
(mm)
(Média)
250
239
232
248
234
242
242
241
245
241
252
Retenção de
água
(%)
88
89
89
88
85
97
88
89
88
86
87
Teor de ar
incorporado
(%)
3,24
0,47
5,79
4,89
8,36
4,08
5,32
9,86
10,05
6,23
9,50
Massa
Específica
(g/cm³)
2,09
2,12
2,16
2,08
2,06
2,11
2,14
2,05
2,04
2,04
2,00
36
Tabela 6 - Ensaios Mecânicos - Características físicas da argamassa endurecida
Resistência Mecânica
Argamassa nº
Relação
a/c
1
0,97
2
1,04
3
0,69
4
0,85
5
0,76
6
7
0,83
0,78
8
0,64
Argamassa nº
Relação
a/c
8
0,64
9
0,85
10
11
0,8
0,85
Compressão simples (MPa)
3 dias
7 dias
28 dias
6,1
6,0
5,9
6,0
M=6,0
DRM=1,7%
6,4
6,4
6,1
(*) 7,3
M=6,3
DRM=3,2%
10,0
10,9
10,8
(*) 12,3
M=10,6
DRM=5,7%
7,0
6,9
7,0
7,1
M=7,0
DRM=1,4%
8,4
8,0
8,3
8,3
M=8,2
DRM=2,4%
6,6
6,8
6,3
(*) 7,6
M=6,6
DRM=4,5%
8,5
8,6
8,6
9,1
M=8,7
DRM=4,8%
7,1
7,3
8,6
8,9
8,6
9,3
9,3
(*)7,7
M=9,1
DRM=5,5%
9,9
9,5
9,7
9,7
M=9,7
DRM=2,1%
17,3
17,3
17,1
17,8
M=17,4
DRM=2,3%
10,8
11,4
11,7
12,0
M=11,5
DRM=6,0%
11,0
11,4
11,2
13,6
13,4
13,8
14,3
M=13,8
DRM=3,6
10,8
11,1
(*)12,2
11,2
M=11,0
DRM=1,8
19,8
20,0
20,4
14,4
M=20,1
DRM=0,8
12,1
12,3
12,2
12,2
M=12,2
DRM=0,8
13,7
14,0
13,4
13,2
M=13,6
DRM=3,5
15,9
16,7
16,6
15,7
M=16,2
DRM=3,1
14,0
13,1
13,7
13,2
M=13,5
DRM=3,7
15,3
16,5
16,4
(*)14,1
M=11,2
DRM=1,8%
9,7
10,1
11,1
(*) 8,5
M=10,3
DRM=6,8%
10,1
11,1
10,1
(*) 11,6
M=10,4
DRM=4,0%
10,2
9,7
10,3
10,2
Resistência Mecânica
Compressão simples (MPa)
3 dias
7 dias
28 dias
M=8,0
DRM=11,25%
6,2
6,0
6,4
(*) 7,6
M=6,2
DRM=3,2%
11,8
11,6
12,5
11,8
M=11,9
DRM=5,0%
6,1
6,2
5,6
6,0
M=5,9
DRM=5,1%
M=10,1
DRM=4,0%
10,7
(*) 9,2
10,9
9,8
M=10,5
DRM=6,7%
16,5
17,2
16,7
16,2
M=16,6
DRM=3,6%
8,0
7,4
8,2
(*) 9,2
M=7,9
DRM=6,3%
M=16,1
DRM=4,8
13,6
13,7
13,6
14,0
M=13,7
DRM=2,2
20,0
18,9
18,7
19,6
M=19,3
DRM=3,6
11,0
10,2
11,0
14,1
M=10,7
DRM=4,9
Módulo de
Deform.
(GPa)
4,61
4,90
5,01
4,74
4,00
4,57
5,91
5,78
6,19
3,80
4,00
4,27
5,14
4,96
4,80
6,21
5,14
6,43
M=5,93
5,10
5,48
4,93
M=5,17
7,50
7,50
8,18
Módulo de
Deform.
(GPa)
M=7,73
3,69
3,60
3,79
M=3,69
5,33
5,33
5,60
M=5,42
4,35
4,35
5,92
M=4,87
37
Tabela 7- Absorção por Capilaridade e Massa Específica Aparente
Argamassa nº
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
Obra
3 horas
7,06
6,28
6,87
M=6,73
5,77
6,30
6,00
M=6,02
5,60
5,90
6,30
M=5,93
3,90
4,00
4,10
M=4,00
5,20
5,80
5,10
M=5,37
5,90
6,50
5,10
M=5,83
5,80
5,10
5,00
M=5,30
4,40
4,30
4,60
M=4,43
5,30
4,80
5,40
M=5,17
5,70
6,60
5,50
M=5,93
6,30
5,90
6,50
M=6,23
Produção
1
Obra
2
Obra
3
Usinado
4
Obra
5
Obra
Ascensão capilar (cm)
6 horas
24 horas 72 horas
7,40
9,90
6,53
9,76
7,10
10,44
M=7,10
M=10,03
5,77
9,93
6,30
9,94
6,46
9,80
M=6,19
M=9,89
7,00
10,20
7,50
9,80
8,00
10,30
M=7,50
M=10,10
5,20
9,00
9,90
5,40
8,80
9,90
5,30
9,00
9,90
M=5,30
M=8,93
M=9,90
6,30
9,90
6,90
9,80
5,90
9,80
M=6,37
M=9,83
7,00
9,60
7,50
9,60
6,40
10,30
M=6,97
M=9,83
7,00
10,00
6,10
10,00
6,20
10,10
M=6,43 MM=10,03
5,50
7,80
9,70
5,70
7,20
9,80
6,10
7,80
9,80
M=5,77
M=7,60
M=9,77
6,50
9,70
5,70
9,80
7,10
9,90
M=6,43
M=9,80
7,20
9,90
9,00
9,90
6,70
9,80
M=7,63
M=9,87
8,10
9,80
8,30
9,70
8,60
9,70
M=8,33
M=9,73
-
3 horas
0,91
1,17
1,01
M=1,03
1,07
1,12
1,12
1,1
0,97
O,97
1,07
M=1,00
0,81
0,81
0,76
0,79
1,02
1,17
1,02
M=1,07
1,37
1,43
1,17
M=1,32
1,22
1,07
1,12
M=1,14
0,61
0,71
0,51
M=0,61
0,56
0,61
0,36
M=0,51
1,02
1,32
1,12
M=1,15
0,61
0,41
0,46
0,49
Absorção Capilar ( g/cm2)
6 horas
24 horas 72 horas
1,68
2,39
1,43
2,29
1,68
2,49
M=1,60
M=2,39
1,32
2,49
1,53
2,44
1,53
2,44
1,46
2,46
1,17
1,83
1,88
1,17
1,73
1,83
1,32
1,83
1,88
M=1,22
M=1,80
M=1,86
1,07
1,83
2,19
1,07
1,83
2,19
1,07
1,78
2,19
M=1,07
M=1,81
2,19
1,22
1,83
1,99
1,37
1,99
2,04
1,17
1,78
1,88
M=1,25
M-1,87
M=1,97
1,63
2,29
2,34
1,73
2,34
2,43
1,53
2,34
2,59
M=1,63
M=2,32
M=2,45
1,42
2,19
2,29
1,12
2,04
2,19
1,32
2,09
2,19
M=1,29
M=2,11
2,22
0,81
1,02
1,17
0,81
1,02
1,17
0,81
1,12
1,12
M=0,81
M=1,05
1,15
0,81
1,63
1,78
0,87
1,48
1,58
0,71
1,53
1,63
M=0,80
M=1,55
M=1,66
1,27
1,68
1,83
1,63
2,18
2,18
1,43
1,88
2,03
M=1,44
M=1,91
M=2,01
1,07
1,22
1,32
0,61
0,92
0,96
1,02
1,48
1,57
M=0,90
M=1,21
1,28
Massa esp. Apar.
(g/cm³)
1,92
1,88
1,85
M=1,88
1,89
1,88
1,89
M=1,89
2,01
2,11
1,96
M=2,03
1,91
1,87
1,93
M=1,91
1,91
1,90
1,90
M=1,90
2,00
2,07
2,02
M=2,03
1,96
1,95
1,96
M=1,96
1,87
1,87
1,88
M=1,87
1,78
1,89
1,85
M=1,84
1,88
1,89
1,90
M=1,89
1,95
1,94
1,94
M=1,94
Tabela 8 – Argamassas e Prismas Moldados nas Obras
Argamassa
Prisma
fak
Resistência à compressão simples
fbk
Resist. à compressão simples (MPa)
(MPa)
(MPa) - Idade-28 dias
(MPa)
Idade – 28 dias
11,4
M= 11,3
15,8
11,5
11,4
10,0
8,0
11,1
(*)14,1
DRM=0,7%
M = 13,6
04,7
M = 4,6
11,1
4,4
8,9
8,0
8,0
4,6
(*)5,0
DRM=4,3%
M = 10,0
20,7
M = 19,7
9,7
20,0
9,5
9,0
8,0
18,5
(*)21,0
DRM=0,6%
M = 9,6
13,8
M= 13,1
10,4
12,6
13,2
6,0
6,0
13,0
12,8
DRM=5,3%
M = 11,8
9,2
M= 9,0
9,4
8,9
10,1
4,5
4,5
8,7
9,0
DRM=3,3%
M = 9,8
38
(*) = valor fora de média ; DRM = desvio relativo máximo ; M = média
Tabela 9 – Prismas ocos montados no laboratório com argamassas produzidas no laboratório
Argamassa
Nº
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
Blocos da
Obra nº
Resistência média à comp. Simples da argamasa- Média
(MPa) - Idade -28 dias
Resistência média à comp. simples do
prisma oco – (MPa) - Idade- 28dias
2
13,8
11,8
1
11,0
10,8
5
20,1
14,4
2
12,2
14,0
3
13,6
12,1
4
16,2
11,9
3
13,5
12,3
1
16,1
11,4
3
13,7
10,8
4
10,5
12,8
4
10,7
11,6
Tabela 10 – Resistências comparativas de argamassas e prismas ocos moldados nas obras e argamassas
(agregado
miúdo de AMBP e outras) e prismas moldadas no laboratório
Argamassas e prismas ocos - Moldados no laboratório
Resistências médias à comp. Simples (MPa) Idade 28 dias
Argamassas
Prismas ocos
Nº
Resist.
Blocos da obra nº
Resist.
1
13,8
2
11,8
2
11,0
1
10,8
3
20,1
5
14,3
4
12,2
2
14,0
5
13,6
3
12,1
6
16,2
4
11,9
7
13,5
3
7,4
8
16,1
1
11,4
9
13,7
3
10,8
10
10,5
4
12,8
11
10,7
4
11,6
Argamassas e prismas ocos - Moldados nas obras
Resistências médias à comp. Simples (MPa) Idade 28 dias
Argamassas
Prismas ocos
Obra n º
Resist.
Obra n º
Resist.
2
4,6
2
10,0
1
11,3
1
13,6
5
9,0
5
9,8
2
4,6
2
10,0
3
19,7
3
9,6
4
13,1
4
11,8
3
19,7
3
9,6
1
11,3
1
13,6
3
19,7
3
9,6
4
13,1
4
11,8
4
13,1
4
11,8
Conclusões
A seguir apresenta-se as conclusões
obtidas a partir dos resultados obtidos nos ensaios
realizados em argamassa de cimento e cal com
agregado miúdo de AMPB , areia de rio , de jazida
e do IPT , para assentamento de blocos vazados de
concreto simples para alvenaria estrutural .
As conclusões estão divididas em três
partes , ou seja , em argamassa no estado fresco ,
argamassa no estado endurecido e de ensaios de
prismas de bloco vazado de concreto simples .
Argamassa no estado fresco
Consistência
As argamassas para assentamento blocos
tiveram suas consistências fixadas em (240 ± 10)
mm , os quais se apresentaram apropriadas para esta
finalidade , ou seja , não se deformaram com seu
peso próprio e apresentaram facilidade no seu
manuseio e adequadas para assentamento de blocos
vazados de concreto.
Retenção de água
Todas as argamassas apresentaram
retenções de água acima de 75 % , apresentando
pequena variaçào entre elas , de 85 % a 91 % ,
estando ,portanto, acima do mínimo de 75 %
exigido pela NBR – 8798 / 1985 da ABNT
Teor de ar incorporado
Os teores de ar incorporado variaram
bastante entre as argamassas , de 3,24 % a 9,86 % ,
não se encontrando uma correlação que explique
esta variação . A argamassa de AMPB Nº 2
apresentou teor de ar incorporado muito pequeno de
0,47 % , em relação às demais , e que também
apresentou maior relação água / aglomerantes .
Massa específica
As massas específicas das argamassas de
AMPB apresentaram valores um pouco acima das
argamassas com outros agregados . As argamassas
39
de AMPB apresentaram massas específicas de 2,65
a 2,73 g / cm3 , e as outras argamassas de 2,62 a
2,65 g / cm3 .
Argamassas no estado endurecido
Resistência à compressão simples e módulo de
deformação
As resistências das argamassas , todos de
mesmo traço em massa entre aglomerantes e
agregado miúdo , não apresentaram correlações
entre si , relativo a relação água / aglomerantes e
resistências , indicando que para cada agregado
deve ser realizado um estudo de dosagem , como
era de ser esperado , isto é , cada agregado tem
características físicas próprias que determinam
carcterísticas físicas próprias para as argamassas.
O traço utilzado em todas as argamassas foi de 1 :
0,12 ; 4,00 ( cimento : cal : agregado miúdo ) , que é
um traço mínimo recomendado pelo Procedimento
NBR-8798 / 1985 da ABNT . Este Procedimento
indica resistência mínima para argamassa de 9,0
MPa .
Todas as argamassas apresentaram
resistências à compressão simples maiores que 9,0
MPa na idade de 28 dias , indicando que se pode
utilizar este traço quando não se dispõe de um traço
estudado .
As resistências médias das argamassas de
AMPB apresentaram valores identicos ou maiores
em relação às outras argamassas com agregados
tradicionais , indicando que estes agregados
também pdem ser utilizados para produção de
argamassa para assentamento de blocos vazados de
concreto simples para alvenaria estrutural .
Os valores de módulos de deformações
também não se correlacionam-se entre si, pelos
mesmos motivos acim citado. Os valores
encontrados foram de 4,02 a 6,19 G Pa para
argamassas de AMPB e de 3,79 a 7,73 G Pa para
outras argamassas .
Para argamassas de assentamento de
blocos vazados de concreto simples para alvenaria
estrutural é recomendado o emprego de argamassa
com o menor módulo de deformação, com
finalidade de absorver as deformações da estrutura.
Prismas ocos de blocos vazados de concreto
simples para alvenaria estrutural
As resistências à compreessão simples dos
prismas ocos montados com argamassa de AMPB
também não apresentaram diferenças significativas
em relação aos prismas montados com outras
argamassas . Observando os resultados obtidos dos
prismas montados no laboratório e os prismas
montados nas obras com as argamassas das
respectivas obras , não apresentam diferenças
significativas . Já as resistências das argamassas de
AMPB e de outros agregados produzidos no
laboratório e as argamassas produzidas nas obras
apresentam grandes variações . Desta forma
conclui-se que as resistências baixas das argamassas
encontradas não interfere na resistência do conjunto
argamassa e bloco . Isto se explica devido a
espessura da argamassa entre os blocos ser pequena
em relação a sua extensão .Logicamente, deve
existir uma resistência mínima da argamassa em
que isso não deve acontecer.
Observa-se também que as resistências à
compressão simples dos prismas é o dobro da
resistência dos blocos . Isso acontece porque a
resistência do bloco é calculado em relação a sua
área bruta , e a resistência do prisma é calculado em
relação a sua área líquida . E a área líquida é
aproximadamente a metade da área bruta.
Nos ensaios de resistências realizados nos
prismas as rupturas sempre ocorreram nos blocos e
não na argamassa.
Absorção por capilaridade
Devido às características da argamassa de
cimento e cal , as argamassas apresentaram alta
absorção capilar . Os resultados com 3 horas
apresentaram absorção capilar de 40% a 67% da
altura total de 100mm do corpo de prova . Com
24horas a ascencão capilar foi de , praticamente ,
100% da altura total .
Desta forma verifica-se que argamassa
mista de cimento e cal não é recomendado para
ambiente com umidade.
40
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41

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