serpentes para a população
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serpentes para a população
ESTADO DE SANTA CATARINA SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DIRETORIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA GERÊNCIA DE VIGILÂNCIA DE ZOONOSES Serpentes As serpentes podem ser classificadas em dois grupos diferentes: as peçonhentas, que inoculam veneno, e as não peçonhentas. As serpentes peçonhentas encontradas em SC se incluem em 3 gêneros: Bothrops (jararaca, jararacuçu, urutu, caiçaca), Crotalus (cascavel) e Micrurus (coral verdadeira). - Vale ressaltar que os filhotes de cobra possuem veneno desde o nascimento. 1) Como diferenciar uma cobra peçonhenta de uma não peçonhenta? As Serpentes peçonhentas possuem a fosseta loreal (buraco localizado entre o olho e a narina), que é um órgão sensorial termorregulador pra perceber modificações de temperatura a sua frente e possibilitar o movimento e a caça noturna, mesmo sem a visão normal(fig.1). Elas também são providas de dentes inoculadores bem desenvolvidos e móveis, situados na parte superior do maxilar (fig.2). Como exceção de serpente peçonhenta, a serpente coral verdadeira não possui fosseta loreal (fig.3) apresentando dentes inoculadores pouco desenvolvidos e fixos na região anterior da boca (fig.4). Fig.1 (Fonte: Funasa, 2001) Fig. 3 (Fonte: Funasa, 2001) Fig. 2 (Fonte: Funasa, 2001) Fig. 4 (Fonte: Funasa, 2001) O reconhecimento das cobras peçonhentas, segundo o gênero a que pertencem, pode tornar-se mais simples, utilizando-se o esquema abaixo. Pergunta1: A cobra tem anéis coloridos (vermelho, preto (cinza) e branco (amarelo)) em qualquer combinação de cores? Respostas: a) SIM Conclusão: pode ser uma coral verdadeira e deve ser considerada como venenosa. Não precisa perguntar mais. b) NÃO Conclusão: Pode ser outra cobra venenosa. Prosseguir indagando. Pergunta 2: Tem fosseta loreal? Respostas: a) NÃO b) SIM Conclusão: Não é venenosa. Não precisa perguntar mais. Conclusão: É venenosa. Falta averiguar a que gênero ela pertence. Fazer a pergunta 3. Pergunta 3: Tem chocalho (passar o mouse em cima da palavra chocalho, para aparecer o desenho) na ponta da cauda, além de ter fosseta? Respostas: a) SIM b) NÃO Conclusão: É cascavel. Não precisa perguntar mais. Conclusão: É outra gênero de cobra venenosa. Pergunta 4: Tem rabo com cauda lisa (passar o mouse em cima de cauda lisa, para aparecer o desenho), além de fosseta? Respostas: a) SIM Conclusão: Só pode ser jararaca. 2) Como prevenir acidentes com cobras? • Uso de botas de cano alto ou de perneiras de couro com botinas, pode evitar ate 80% dos acidentes, porque as cobras, em sua maioria, dão botes de até 1/3 do tamanho do seu corpo; • Uso de um graveto ou pedaço de pau para remexer em buracos, folhas secas, vãos de pedras, ocos de troncos e nas caminhadas pelos campos ajuda a evitar acidentes. Nunca se deve usar a mão para apanhar objetos ou pequenos animais nesses locais; • Uso de luvas longas, de roupa de couro, de calças compridas e camisa de mangas longas protege contra picadas de cobra; • A limpeza das áreas ao redor da casa, paiol ou plantações eliminando montes de entulho, acúmulo de lixo, folhagens altas e fechadas, alimentos espalhados no ambiente evita a aproximação de ratos. Rato atrai cobras; • Os buracos de portas, janelas e muros devem ser tapados. Nas soleiras das portas é necessário colocar uma tábua para vedá-las e nas janelas colocar telas; • Não segurar as cobras com as mãos mesmo que estejam mortas, pois a serpente tem veneno em suas glândulas e a pessoa ao ferir-se em suas presas pode se envenenar. Capturar cobras exige treinamento e autorização legal. Uma cobra capturada de qualquer maneira tem pouco valor cientifico e pode ocorrer desperdício de material valioso; • Antes de calçar sapatos, chinelos e botas, examiná-los bem. Os animais peçonhentos podem entrar dentro deles. Além desses cuidados, outros ainda precisam ser tomados em situações de acampamentos, piqueniques e pescarias. • As portas dos carros devem ser mantidas fechadas; • Antes de se instalar examinar bem o local, evitando acampar junto às plantações, pastos ou matos sujos. Não encostar-se em barranco antes de examiná-lo com cuidado; • À noite evitar andar descalço; • Na zona rural, devem ser protegidos os predadores naturais de serpentes: emas, seriemas, gaviões, gambás e a conhecida cobra muçurama, que se alimenta de cobras. É importante, ainda, estar atento às mudanças de hábitos dos animais em época de chuvas com enchentes ou desmatamentos e queimadas, pois eles fogem para lugares mais seguros e podem buscar a proteção em casa, paióis e celeiros. É necessário saber, também, que o acidente com cobras pode ocorrer dentro da água. Assim, é importante verificar o local antes de entrar ou tomar banho em rios e lagoas. 3) Quais as medidas a serem tomadas em caso de acidentes? Mesmo adotando os cuidados de prevenção, podem ocorrer acidentes com cobras. Como medida de primeiros socorros, até que chegue a uma unidade de saúde mais próxima para tratamento, recomenda-se: • Ficar deitado, evitar fazer movimentos, para não favorecer a absorção do veneno; • Se a picada for na perna ou no braço, mantenha-os em posição mais elevada; • Não fazer torniquete ou amarrar. Impedindo a circulação do sangue, poderá causar gangrena ou necrose; • Não cortar, sugar e/ou furar o local da picada, e nem aplicar folhas, pó de café ou terra sobre ela para não provocar uma infecção; • Não tomar querosene, álcool, urina e fumo, pois além de não ajudar, pode causar intoxicação; • Levar a vítima imediatamente ao serviço de saúde para receber o soro (antiveneno). Obs.: O soro específico aplicado em um menor tempo possível, em uma quantidade suficiente, é o resultado para uma cura eficaz. Toda pessoa que sofre acidente com cobra peçonhenta, tem direito ao soro antiofídico. Veja a relação de hospitais e unidades de saúde de aplicação de antivenenos em Santa Catarina. (http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/hospitais_antiofidicos_santacatarina.pdf) Conheça algumas Serpentes de importância médica de Santa Catarina: Micrurus corallinus (coral verdadeira) Micrurus altirostris (coral verdadeira) Fonte: CIT/SC Fonte: CIT/SC A cobra coral verdadeira é de extrema importância médica no Estado de Santa Catarina, pois provocam muito acidente, principalmente em animais e crianças por andarem descalças. Essas cobras não são consideradas agressivas, tem hábitos diurnos, se escondem em buracos, montes de lenha e troncos de arvore e só atacam quando são tocadas. Possuem uma coloração bem característica, com anéis de cores vivas e contrastantes, como vermelho, amarelo (ou branco) e preta, a pupila do olho é redonda e as escamas dorsais são lisas. Oxyrhopus sp. (falsa coral) Fonte: CIT/SC A coral falsa tem padrões de coloração muito parecidos com as corais verdadeiras, diferenciando-se principalmente pelo tipo de dentição. Crotalus durissus terrificus (cascavel) Fonte: CIT/SC Não ocorre em florestas e no Pantanal. Não tem por hábito atacar e, quando excitadas, denunciam sua presença pelo ruído característico do guizo ou chocalho. Bothrops jararacussu (jararacussu) Fonte: CIT/SC Bothrops jararaca (jararaca) Fonte: CIT/SC Essas serpentes habitam principalmente zonas rurais e periferias de grandes cidades, preferindo ambientes úmidos como matas e áreas cultivadas e locais onde haja facilidade para proliferação de roedores (paióis, celeiros, depósitos de lenha). Tem hábitos predominantemente noturnos ou crepusculares. Podem apresentar comportamento agressivo quando se sentem ameaçadas, desferindo botes sem produzir ruídos.
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