Tipografia Lobão – Impressão offset

IMPRESSÃO OFFSET
A Heidelberg 74 em produção
Quando Johanes Guttenberg revolucionou a comunicação
com a invenção da impressão com tipos móveis, há mais de
500 anos, o processo que usou consistia em organizar as letras tridimensionais e gravuras na configuração da página.
Essas letras e gravuras eram tintadas e a tinta depositada no
relevo era transferida para o papel.
A página funcionava como um grande carimbo em relevo e
toda ela era espelhada, para que a imagem transferida aparecesse correta. Com algumas inovações, esse processo dominou as artes gráficas desde o tempo de Gutenberg até aos
anos 60 do século vinte, quando a generalidade das gráficas
se equipou com o sistema de impressão offset.
Antes de imprimir o impressor controla cuidadosamente a cor
e a qualidade da impressão, num painel de comando. Cada
novo exemplar impresso é examinado até satisfazer. Mesmo
depois de iniciada a impressão, um exemplar é periodicamente retirado para controlo.
Na verdade, ainda temos máquinas de impressão com letras
de chumbo, muito velhinhas, mas só elas permitem fazer certos trabalhos como a impressão a ouro quente, relevos e até
corte e vinco. Nem o offset nem a impressão digital apresentam soluções para estas técnicas.
Como funciona o offset
Antes de imprimir o impressor controla cuidadosamente a
cor e a qualidade da impressão, num painel de comando.
Cada novo exemplar impresso é examinado até satisfazer.
Mesmo depois de iniciada a impressão, um exemplar é
periodicamente retirado para controlo.
O sistema offset baseia-se no facto de que a água e as gorduras se repelem. Se houver uma superfície em que certas zonas
estão engorduradas, ao ser molhada, a água tenderá evitar essas zonas. Igualmente, se uma chapa estiver molhada, ao ser
coberta de um líquido gordo, este tenderá a evitar as zonas
que estão molhadas.
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Assim, neste sistema começa por se obter uma chapa metálica com uma imagem da página a imprimir, obtida por um
processo fotográfico ou gravada por um laser às ordens de
um computador. As zonas de imagem repelem a água, mas a
superfície metálica não.
Depois de se montar a chapa no rolo primário da impressora
offset, dois sistemas concorrentes procuram impregná-la: um
sistema de molha, com água, e um sistema de tintagem, em
que a tinta de impressão é gorda.
A água vai aderir à chapa metálica nas zonas sem imagem, ficando essas zonas molhadas e repelentes à tinta; a tinta vai
aderir às zonas com imagem, ficando essas zonas gordurosas e
repelentes à água.
A tinta existente na chapa é transferida para um cilindro de borracha, chamado cauchu pelos profissionais da arte. É esse cilindro
que, finalmente, transfere a imaNa quadricromia,
gem tintada para o papel, em que
os pontos das cores
cada folha é comprimida contra
primárias criam a
cor composta (rede
o cauchu ao passar pela zona de
de impressão em
impressão.
quadricromia muito
ampliada).
O processo de impressão offset permite uma
qualidade de impressão muito grande, bem
como uma grande velocidade de produção.
A tecnologia tem vindo As tintas Pantone correspondem
a ser aperfeiçoada cons- exatamente aos tons mostrados
no seu catálogo.
tantemente, com a mistura de uma percentagem de álcool na água da molha e com
a informatização das operações. Hoje, com o processo CTP
(computer to plate), os dados de cor analisados no ficheiro
inicial são transmitidos à impressora, que afina a tintagem de
forma automática.
As cores
Um offset só imprime uma cor de cada vez. Para obter imagens e gráficos coloridos, cada trabalho tem de ser impresso
sucessivamente por cada nova cor. Ao contrário de um pintor,
que mistura na paleta as tintas para obter cada tom desejado,
na impressão a composição de cortes obtém-se imprimindo
redes de pontos de densidade variável. Ao sobrepor essas
redes coloridas, consegue-se imprimir quase todos os tons
naturais. Mas as redes têm que ser dispostas de forma exata,
para que as redes não causem interferência umas nas outras.
Habitualmente, um trabalho de cor é separado nas suas cores primárias, que na arte gráfica são o ciano, o magenta, ,
o amarelo e o preto. Estas cores primá­rias, sobrepostas em
redes de densidades variáveis, permitem obter quase todos os
tons. Este tipo de trabalho impresso a quatro cores chama-se
uma quadricromia.
Mas há tons que fogem à gama do que é possível obter numa
quadricromia. Nesses casos, usam-se as cores diretas. A cor
usada na impressão tem um tom conhecido que pode ser
consultado num catálogo. O catálogo mais usado é o da Pantone®. Outras vezes, cores diretas podem ser criadas expressamente para uma impressão, misturando outras cores, tal
como faz o pintor. As cores diretas usam-se quando é difícil
ou impossível obtê-las numa quadricromia, quando o Cliente exige uma precisão muito grande na cor, por exemplo no
seu logotipo, ou quando as cores estão fora dos tons naturais,
como é o caso das cores metalizadas e do ouro e prata.
Máquina mais humilde mas sempre necessária, a Heidelberg
GTO imprime a uma só cor, mas pode numerar. Por isso
especializou-se nos formulários.
Outra impressão que se faz no offset, sem ser uma cor, é o
verniz, para dar brilho ao trabalho. O verniz pode ser geral ou
incidir sobre certos pontos como títulos ou gravuras, e nesse
caso chama-se verniz localizado.
Nas máquinas offset simples, para imprimir a cores é necessário fazer tantas impressões quantas as cores usadas, normalmente quatro. Mas, por exemplo, um trabalho a cores com
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uma parte a prata e ainda verniz terá, para um gráfico, seis
cores.
Rapidez e qualidade
Ter que reimprimir um trabalho quatro ou mais vezes é naturalmente moroso. Para evitar isso, existem as impressoras de
várias cores, que são essencialmente vários offsets sucessivos
com uma alimentação e uma saída de papel comuns. A nossa
impressora maior, a Heidelberg 74, tem oito cores, ou seja oito
corpos de offset sucessivos. Pode imprimir na mesma passagem as quatro cores da frente de um trabalho e as quatro do
verso. É também a que tem o maior tabuleiro de impressão
– cerca de 52×74 cm – e a mais rápida, chegando aos 14 000
exemplares por hora. A outra Heidelberg, a 52, tem cerca de
metade do tabuleiro de impressão, 37×52 cm e cinco cores.
Pode assim imprimir quatro cores mais dourado, quatro cores
mais verniz ou quatro cores mais um Pantone, mas o verso
exige nova impressão.
Por vezes, documentos têm que ser numerados, nomeadamente os formulários contabilísticos. Uma das formas de o
conseguir é incorporar numeradores na impressora. Outro dos
offsets, uma GTO de uma cor, tem essa funcionalidade.
A impressão offset continua a ser rainha das grandes tiragens
e da qualidade. Eventualmente, como tudo nas artes gráficas,
será substituída por uma tecnologia mais avançada, mas essa
substituição não está iminente.
Entretanto, continuaremos a difundir
A SUA MENSAGEM POR TODOS OS MEIOS
05/12/2015
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