PDF - Confederação do Turismo Português

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PDF - Confederação do Turismo Português
Turismo
Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
Turismo – Caracterização e oportunidades de negócio
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
Sumário executivo .................................................................... 2
Turismo Outlook ....................................................................... 6
O Turismo mundial ................................................................... 23
Portugal no Turismo Mundial ..................................................... 39
O Turismo na Economia Portuguesa ........................................... 52
Organização Institucional do Turismo e mecanismos de apoio ao
sector ...................................................................................... 61
Mercado turístico nacional ......................................................... 68
Principais players do sector ....................................................... 92
Oportunidades de negócio ........................................................ 109
Comparações internacionais ......................................................140
Impacto do TGV no sector ........................................................ 143
Tendências, políticas e reflexões ............................................... 146
Anexos ....................................................................................157
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
1
1. Sumário executivo (I).
Ao longo das últimas seis décadas, o turismo tem registado crescimentos e diversificação contínuos, tornando-se
um dos sectores de mais rápido crescimento no Mundo. Os 25 milhões de chegadas internacionais de turistas, em
1950, passaram a mais de 920 milhões, em 2008, uma taxa de crescimento médio anual de mais de 6%, cerca de
2.4 milhões de turistas/dia. A Europa é a principal região de destino e emissão de turistas mundiais tendo vindo a
perder peso no total mundial, enquanto as regiões da Ásia e Pacífico e do Médio Oriente evoluíram
significativamente. França é o maior destino turístico mundial, com 79.3 milhões de turistas, em 2008. O aumento
dos níveis de rendimento disponível, em muitos dos chamados países emergentes, levaram a que muitos deles
assumissem posições relevantes no turismo mundial. A China e a Rússia são disso exemplo.
As Contas Satélite (Nações Unidas) estimam que o turismo contribua para o PIB mundial em 5% e para o emprego
em 6/7%1. O turismo tornou-se uma das principais categorias do comércio internacional; globalmente representa a
4ª categoria exportadora, a seguir aos Combustíveis, aos Químicos e aos Produtos Automóveis.
O ano de 2009, com um crescimento negativo de 4%, marcará o pior desempenho de sempre. África foi a única
região a apresentar resultados positivos (crescimento de 5%), a Europa a mais penalizada (-6%) e a Ásia e
Pacífico e o Médio Oriente as líderes da recuperação. A melhoria verificada no último trimestre de 2009
(crescimento de 2%), levou a WTO2 a rever em alta as previsões para 2010, passando do anterior crescimento de
1% para 3/4%, e, mantendo, também, as previsões de longo prazo, que apontam para chegadas internacionais de
turistas de 1.6 mil milhões em 2020 (crescimento de 70% face ao valor de 2008).
O turismo desempenha um papel fundamental na economia portuguesa. Tendo como referência os valores da
Conta Satélite do Turismo de Portugal em 2008, o VAB gerado pelo sector representa 5.1% do nacional, o
Consumo Turístico Interior representa 10.4% do PIB e o emprego no sector representa 8% do emprego na
economia. As Receitas Turísticas constituem a principal rubrica da Balança Corrente, representando mais de 42%
das receitas totais dos serviços, em 2009P, 4.2% do PIB. O turismo é o maior sector exportador do país.
1
Para o WTTC (World Travel & Tourism Council) estes valores são de 9.2% para o PIB e 8.1% para o emprego, porque abrangem efeitos indirectos mais alargados.
2
World Tourism Organization.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
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P
Provisório.
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1. Sumário executivo (II).
O peso do Consumo Turístico Interior na economia portuguesa (10.4%, em 2008) é idêntico ao espanhol, superior
ao francês e inferior ao grego. Se comparado o peso do sector enquanto exportador de serviços, o valor em
Portugal (42.6%, em 2009P) é idêntico ao de Espanha e superior ao de França e da Grécia. As receitas turísticas
portuguesas tiveram uma queda, em 2009P, menos acentuada que as espanholas, as gregas e as francesas.
Um conjunto de medidas conducentes à criação de condições favoráveis ao investimento público e privado foram
lançadas, dispondo o sector de mecanismos e instrumentos de apoio ao investimento, onde se destacam o QREN1,
o PIT2, o PME INVESTE, o Crédito ao Investimento no Turismo – Protocolos Bancários, as Garantias Mútuas, o
Capital de Risco e os Fundos Imobiliários. Entre 2000 e 2006, estima-se que tenham sido investidos cerca de EUR
4 mil milhões no turismo, entre sector público (EUR mil milhões), sector privado com apoios (EUR 2.2 mil milhões)
e Programa PITER II (EUR 0.8 milhões).
Entre 2000 e 2008, a oferta nacional cresceu a uma taxa média de 1.8% em termos hoteleiros (totalizando
2 041 em 2008) e 2.6% em camas disponíveis (274 mil em 2008, mais 51 mil face a 2000). O Algarve concentra a
maior oferta hoteleira3 do país (16% dos estabelecimentos e 36% das camas) e concentrou, em 2009, mais de um
terço das dormidas em Portugal. O turismo doméstico tem assumido um papel fundamental, superando os
objectivos definidos pelo PENT (quer em número de turistas, quer em dormidas). O alojamento nacional atingiu,
em 2008, um volume de negócios de EUR 2.6 mil milhões, representando um crescimento médio anual nos últimos
cinco anos de 4.3%. Os estabelecimentos hoteleiros geraram mais de 62% daquele valor, verificando-se uma
dispersão acentuada no sector (os cinco principais grupos – Grupo Pestana, Espírito Santo Hotéis, Starwood Hotels
& Resorts, Vila Galé Hotéis e Accor Group – representam 20% do volume de negócios).
O rent-a-car atingiu um volume de negócios de EUR 368 milhões, em 2008, traduzindo uma taxa de crescimento
médio anual de mais de 6% nos últimos cinco anos. Num mercado muito competitivo, dominam as principais
multinacionais do sector: Europcar, Hertz e Avis.
1 Quadro
de Referência Estratégico Nacional.
2
Programa de Intervenção do Turismo.
3
Contempla Hotéis, Apartamentos Turísticos, Hotéis-Apartamentos, Aldeamentos Turísticos e Pousadas.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
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Provisório.
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1. Sumário executivo (III).
O sector dos transportes apresentou um crescimento médio anual de 4.1%, entre 2003 e 2008, tendo atingido,
neste último ano, um volume de negócios de EUR 2.5 mil milhões. O transporte aéreo gerou 93% daquele valor e,
embora as companhias tradicionais assumam ainda um valor significativo do mercado (75% em volume de
negócios e 60% em passageiros), foram as low cost as grandes protagonistas dos últimos anos.
As agências de viagens e operadores turísticos geraram, em 2008, um volume de negócios de EUR 2 mil milhões,
que representou um crescimento médio anual de 0.7%, desde 2003. O mercado nacional, em 2008, era dominado
por quatro grupos portugueses – Espírito Santo Viagens, ELOCT, Viagens Abreu e Geostar – que concentravam
53% do volume de negócios, mas apenas 26% dos estabelecimentos a operar no mercado.
O PENT considera que Portugal reune condições e recursos potenciadores do desenvolvimento e consolidação de
dez produtos estratégicos – Gastronomia e Vinho, Cultural, Saúde e Bem Estar, City Breaks, Golfe, Náutico,
Residencial, Natureza, Sol e Mar e MICE1 -, cujo potencial de crescimento (com excepção do Sol e Mar), no
mercado do turismo europeu, se situa acima dos 5% ao ano. O City Break é aquele em que se espera um
crescimento maior (acima de 13%). Os dois produtos referidos, conjuntamente com o Golfe, o Turismo de
Negócios e o Touring Cultural e Paisagístico, continuam a ser a principal motivação dos turistas que chegam a
Portugal, havendo outros que se podem revelar oportunidades, como o Náutico e o de Saúde e Bem Estar.
Existem perspectivas positivas para o turismo nacional: um estudo efectuado pela Euromonitor International, em
Agosto de 2009, prevê que as chegadas de turistas atinjam cerca de 15 milhões em 2013 e as receitas turísticas
cerca de EUR 10 mil milhões, destacando alguns mercados emergentes com potencial de crescimento e como
oportunidade de diversificação para Portugal.
O Turismo, e a constelação de actividades do Turismo, apresentam-se, assim, como um conjunto de actividades
para responder ao desafio de dinamizar a economia e a sociedade portuguesas, nos actuais e futuros contextos de
acelerada transformação.
1 MICE
- Meetings, Incentives, Congresses & Exhibitions.
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Turismo – Caracterização e oportunidades de negócio
1.
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4.
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6.
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8.
9.
10.
11.
12.
13.
Sumário executivo .................................................................... 2
Turismo Outlook ....................................................................... 6
O Turismo mundial ................................................................... 23
Portugal no Turismo Mundial ..................................................... 39
O Turismo na Economia Portuguesa ........................................... 52
Organização Institucional do Turismo e mecanismos de apoio ao
sector ...................................................................................... 61
Mercado turístico nacional ......................................................... 68
Principais players do sector ....................................................... 92
Oportunidades de negócio ........................................................ 109
Comparações internacionais ......................................................140
Impacto do TGV no sector ........................................................ 143
Tendências, políticas e reflexões ............................................... 146
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2. Turismo Outlook.
A relevância de um sector com a relevância que o turismo tem no contexto da economia portuguesa exige, num primeiro
patamar da análise, a identificação precisa dos principais movimentos que, no passado recente, vêm ocorrendo e que se
perfila venham a ocorrer num futuro próximo. É neste contexto que se integram os capítulos 3, “O turismo mundial”, 4,
“Portugal no turismo mundial” e os capítulos 5 e 6 em que se procura evidenciar a actual inserção do sector no quadro da
economia portuguesa.
Ao longo das últimas seis décadas, o turismo tem registado crescimentos e diversificação contínuos, tornando-se um dos
sectores com maior e mais rápido crescimento no Mundo. Os 25 milhões de chegadas internacionais de turistas, em 1950,
passaram a mais de 920 milhões, em 2008, uma taxa de crescimento médio anual de mais de 6%, cerca de 2.4 milhões de
turistas/dia. A Europa é a principal região de destino dos turistas mundiais tendo, contudo, vindo a perder peso no total
mundial (53% em 2008 face a 66% em 1950), enquanto as regiões da Ásia e Pacífico e do Médio Oriente, com
crescimentos médios anuais superiores a 10%, evoluíram significativamente.
Chegadas internacionais de turistas, 1950-2008
(Milhões)
922.0
1 000
684.0
800
600
Europa
Ásia e Pacífico
439.5
Américas
400
Médio Oriente
África
200
0
1950
1960
1970
1980
1990
2000
2008
TCMA = 6.4%
Fontes: World Tourism Organization, ES Research-Research Sectorial.
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2. Turismo Outlook.
França é o maior destino turístico mundial, com 79.3 milhões de turistas, em 2008, seguindo-se-lhe os EUA, a Espanha e a
China, todos com mais de 50 milhões de turistas. Os mercados emissores para o turismo internacional estão ainda
largamente concentrados nos países industrializados da Europa, das Américas e da Ásia e Pacífico, sendo a Europa,
também, a principal região emissora de turistas (representando 55% do total), colocando seis países no top 10 mundial,
liderado pela Alemanha. Ásia e Pacífico responde por cerca de 20% dos turistas e as Américas 16%. Os turistas alemães
lideram o ranking mundial das despesas turísticas, desde 2003, alcançando, em 2008, os USD 91 mil milhões em termos
globais e USD 3 655 por chegada. O aumento dos níveis de rendimento disponível, em muitos dos chamados países
emergentes, levaram a que muitos deles assumissem posições relevantes no turismo mundial. A China e a Rússia são disso
exemplo. Ao longo do tempo, um número crescente de destinos abriram-se e investiram no desenvolvimento do turismo,
transformando-o num driver-chave para o progresso socio-económico, através da criação de emprego, desenvolvimento de
infra-estruturas e das receitas geradas (em 2008, mais de 80 países registaram receitas turísticas superiores a USD mil
milhões). O turismo tornou-se uma das principais categorias do comércio internacional – enquanto sector exportador
representa 30% das exportações mundiais de serviços e 6% das exportações totais; globalmente representa a 4ª categoria
exportadora, a seguir aos Combustíveis, aos Químicos e aos Produtos Automóveis.
Partindo das Contas Satélite, aprovadas pela United Nations Statistics Commission, e com base na informação dos países
com dados disponíveis, estima-se que o turismo contribua para o PIB mundial em 5% e para o emprego em 6/7%1. Em
economias mais avançadas e diversificadas aquela contribuição varia de aproximadamente 2% (em países onde o turismo
é um sector comparativamente mais pequeno) até 10% (em países onde o turismo é um pilar importante da economia).
Em 2008, o turismo internacional contribuiu com mais de USD 3 mil milhões/dia para a economia mundial. O turismo
tornou-se a chave para o desenvolvimento, prosperidade e bem estar para muitos países, sendo um dos seus principais
meios de receitas, de criação de emprego e de oportunidade de desenvolvimento. Nos dois últimos anos, o turismo foi
seriamente afectado pela instabilidade económica e financeira vivida a nível mundial, a que se juntaram também os efeitos
da anunciada pandemia da Gripe A.
1
Para o WTTC (World Travel & Tourism Council) estes valores são de 9.2% para o PIB e 8.1% para o emprego, porque abrangem efeitos indirectos mais alargados.
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2. Turismo Outlook.
O ano de 2009, com um crescimento negativo de 4%, marcará o pior desempenho de sempre, colocando as chegadas
internacionais de turistas em valores ligeiramente acima dos verificados em 2006. África foi a única região a apresentar
resultados positivos (crescimento de 5%), a Europa a mais penalizada (-6%) e a Ásia e Pacífico e o Médio Oriente as
líderes da recuperação, com o registo de crescimentos positivos na segunda metade do ano. As receitas turísticas terão
caído cerca de 6%. A melhoria verificada a nível global, no último trimestre de 2009 (crescimento de 2%), levou a WTO1 a
rever em alta as previsões para 2010, passando do anterior crescimento de 1% para 3/4%, alertando, contudo, para as
dificuldades face à situação económica e social mundial. A Ásia deverá continuar a ser a principal impulsionadora da
recuperação, o crescimento deverá voltar ao Médio Oriente e África deverá manter a tendência positiva, alavancada pelo
Mundial de Futebol na África do Sul. Abalado, temporariamente, ao longo dos tempos, por acontecimentos vários
(atentados terroristas, catástrofes naturais, pandemias), o turismo teve sempre a capacidade de, rapidamente, se refazer e
reorientar, mostrando a sua força, motivo pelo qual, também, a WTO mantém as previsões de longo prazo, que apontam
para chegadas internacionais de turistas de 1.6 mil milhões em 2020 (crescimento de 70% face ao valor de 2008).
Ásia e Pacífico, Médio Oriente e África crescerão a um ritmo superior a 5% ao ano, comparado com a média mundial
prevista de 4.1%. Os mercados emergentes deverão continuar em ascensão, destacando-se a China que deverá ascender a
primeiro destino turístico mundial e quarto mercado emissor de turistas.
Durante uma década, após a realização da Expo 98 que teve impactos muito positivos para o país, e enquanto a Europa
registava um acréscimo de mais de 100 milhões de turistas e a Europa do Sul/Mediterrâneo de mais de 40 milhões,
Portugal registou um incremento de apenas 1.6 milhões, enquanto países como a Grécia e a Turquia assumiam acréscimos
de 6.5 e 15.8 milhões, respectivamente. O desempenho do turismo português, entre 2000 e 2005, ficou aquém da
generalidade dos destinos europeus, registando um crescimento médio anual negativo de 2.2%. O período 2005-2008
representa a melhor performance do turismo português, com o ano de 2007 a atingir um crescimento recorde de 8.8%.
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World Tourism Organization.
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2. Turismo Outlook.
Registando, na referida década, a taxa de crescimento médio anual mais baixa dos países da Europa do Sul/Mediterrâneo
que integram o top 20 mundial, Portugal era, em 2008, com cerca de 12.9 milhões de turistas, o 19º destino turístico
mundial e 11º europeu. Os efeitos da crise internacional no turismo português fizeram-se sentir menos em 2008, com o
país a encerrar o ano em terreno positivo e melhor posicionado que o Mundo e a Europa do Sul/Mediterrâneo, e mais em
2009, apontando as estimativas para um decréscimo das chegadas internacionais de turistas de 8/9% face aos 4% a nível
mundial e aos 5% da Europa do Sul/Mediterrâneo. Para esta realidade muito contribuiu, certamente, o facto de Portugal
estar fortemente dependente de quatro mercados emissores, Espanha, Reino Unido, França e Alemanha, que no seu
conjunto representam cerca de dois terços quer dos turistas entrados no país quer das receitas turísticas. O PENT1,
aprovado em 2007 e que define a estratégia a longo prazo para o sector, definiu objectivos ambiciosos para o turismo do
país, que deveria crescer de forma sustentada, acima da média europeia. A obtenção dos 20/21 milhões de turistas
estrangeiros em 2015 (crescimento de 5% ao ano) e dos EUR 15 mil milhões de receitas (crescimento médio anual
superior a 9%) está comprometida, estando os organismos competentes a proceder à sua revisão.
Apesar de tudo, existem perspectivas positivas para o turismo nacional: um estudo efectuado pela Euromonitor
International, em Agosto de 2009, prevê que as chegadas de turistas atinjam cerca de 15 milhões em 2013 e as receitas
turísticas cerca de EUR 10 mil milhões, destacando alguns mercados emergentes (que têm tido evolução recente relevante)
com potencial de crescimento e como oportunidade de diversificação para Portugal; o WTTC perspectiva uma taxa de
crescimento médio anual do sector de 4% para a próxima década, acima do estimado para a UE-27, e uma contribuição
positiva para o PIB já em 2010 (ainda que de apenas 0.5%); em 2009, o país posicionou-se, pelo 2º ano consecutivo, no
top 20 dos destinos mais competitivos do mundo (em 133 países) para a atracção de investimento no sector, ocupando a
2ª posição se comparado com os destinos seus concorrentes da Bacia do Mediterrâneo; vários prémios internacionais,
publicações e estudos de referência sobre o sector reconhecem Portugal, e as suas regiões, como destino de excelência; a
WTO está a constituir o chamado G20 do sector e endereçou convites a alguns países para se juntarem aquele grupo, um
dos quais é Portugal.
Plano Estratégico Nacional do Turismo.
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2. Turismo Outlook.
O turismo desempenha um papel fundamental na economia portuguesa. Tendo como referência os valores
constantes da Conta Satélite do Turismo de Portugal em 2008, o VAB gerado pelo sector representa 5.1% do nacional, o
Consumo Turístico Interior representa 10.4% do PIB e o emprego no sector representa 8% do emprego na economia. As
Receitas Turísticas constituem a principal rubrica da Balança Corrente, representando mais de 42% das receitas totais dos
serviços, em 2009, 4.2% do PIB. O turismo é o maior sector exportador do país e o saldo da Balança Turística tem
contribuído, positiva e crescentemente, para a redução do défice da Balança Corrente.
Assumindo o turismo como valor estratégico para o desenvolvimento do país, o Governo procedeu, nos últimos anos, à
reforma estrutural, organizacional e do quadro legislativo do sector, concentrando numa única entidade (o Turismo de
Portugal) todas as competências institucionais relativas à dinamização do turismo, desde a oferta à procura, criando as
Entidades Regionais de Turismo e os Pólos de Desenvolvimento Turístico.
Um conjunto de medidas conducentes a criação de condições favoráveis ao investimento público e privado foram lançadas,
dispondo o sector de um conjunto de mecanismos e instrumentos de apoio ao investimento onde se destacam o QREN1, o
PIT2, o PME INVESTE, o Crédito ao Investimento no Turismo – Protocolos Bancários, as Garantias Mútuas, o Capital de
Risco e os Fundos Imobiliários.
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Quadro de Referência Estratégico Nacional.
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Programa de Intervenção do Turismo.
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2. Turismo Outlook.
Entre 2000 e 2008, a oferta nacional cresceu a uma taxa média de 1.8% em termos de estabelecimentos hoteleiros
(totalizando 2 041 em 2008) e 2.6% em camas disponíveis (274 mil em 2008, mais 51 mil face a 2000). Os hotéis foram os
estabelecimentos que mais cresceram (mais de 140), representando cerca de 32% do alojamento em Portugal. O Algarve
concentra a maior oferta hoteleira1 do país (16% dos estabelecimentos e 36% das camas) e o Centro registou a maior
variação no período (mais 46 estabelecimentos2 e mais 18 mil camas). As dormidas em território nacional evoluíram 2.5
milhões, entre 2002 e 2009P, tendo atingido o seu valor mais elevado de sempre em 2007 (cerca de 40 milhões). O
Algarve concentrou mais de um terço das dormidas em Portugal, em 2009P, sendo também a região mais severamente
afectada em termos de dormidas de estrangeiros (queda de mais de 29% face a 2008) dada a sua forte dependência do
Reino Unido. O Norte foi a região que melhor resistiu ao ambiente vivido, com um decréscimo de apenas 3.5% nas
dormidas de estrangeiros. O turismo doméstico tem assumido um papel fundamental, sobretudo em regiões como o Norte
e o Alentejo - refira-se a este propósito que, no final de 2009, o turismo interno superava os objectivos definidos pelo
PENT (quer em número de turistas, quer em dormidas). Os proveitos totais nos estabelecimentos hoteleiros ascenderam,
em 2009P, aos EUR 1.77 mil milhões, um crescimento médio anual de quase 3%, entre 2002 e 2009, uma quebra de
praticamente 10% face a 2008, facto inédito nos oito anos em análise. Algarve e Lisboa registaram os melhores resultados
(a nível global e por aposento) mas, conjuntamente com a Madeira, foram também as regiões mais afectadas em 2009
(quebras de 10.6%, 12.5% e 14.1%, respectivamente). O Centro apresentou a melhor evolução (TCMA02-09=5.5%) e o
Alentejo foi a única região com variação positiva face ao ano anterior. Em 2009P, a taxa de ocupação-quarto3, a nível
nacional, situou-se nos 51.4% e o RevPAR4 nos EUR 32.1 (menos 10% e 13%, respectivamente, face a 2008 – na Europa
do Sul a quebra foi de 9% e 17%, respectivamente). Madeira, Lisboa e Algarve são as regiões com maiores taxas de
ocupação e RevPAR mais elevados. O Centro, sendo a região que mais evoluiu em termos de oferta, é a região com níveis
de ocupação e de RevPAR mais baixos. O Norte foi a única região a aumentar a taxa de ocupação face ao ano anterior
(mais 0.1 pp).
1
Contempla Hotéis, Apartamentos Turísticos, Hotéis Apartamento, Aldeamentos Turísticos e Pousadas.
4
Rendimento por quarto disponível.
P
2
Entre 2002 e 2008.
3
Relação entre o nº de quartos ocupados e o nº de quartos disponíveis.
Valores provisórios.
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2. Turismo Outlook.
Uma análise efectuada pela IMPACTUR1, em 2009, e considerando diversos parâmetros ao nível da oferta e da procura,
considera a Madeira e o Algarve como as regiões de maior risco por via da pressão demográfica e territorial e Lisboa e a
Madeira as regiões mais competitivas.
Entre 2000 e 2006, estima-se que tenham sido investidos cerca de EUR 4 mil milhões no sector do turismo, entre sector
público (EUR mil milhões), sector privado com apoios (EUR 2.2 mil milhões) e Programa PITER II (EUR 0.8 milhões). O
Oeste, o Algarve e o Alentejo são regiões em destaque, nos investimentos em curso ou em projecto, como o demonstra o
conjunto de projectos reconhecidos como PIN (que ascendem a mais de EUR 10 mil milhões a nível nacional), que nesta
última região atingem os EUR 6 mil milhões (mais de 58% do valor global). São reconhecidos como factores críticos de
sucesso, na oferta turística nacional, a qualificação (a níveis elevados), a visão estratégica integrada/global e a
diferenciação e inovação, por forma a que possamos competir em segmentos de maior valor acrescentado. Nos últimos
anos, tem sido feito um esforço nesse sentido, quer pelo aumento do número de unidades hoteleiras de qualidade (mais de
80% dos projectos previstos terão categoria de 4 e 5 estrelas) e de acordo com as novas tendências (Hotéis de Charme,
Design Hotéis, Boutique Hotéis), quer através da entrada no mercado nacional de marcas reconhecidas internacionalmente,
quer através de investimentos de entidades nacionais ou estrangeiras em unidades integradas ligadas ao golfe ou que têm
como âncora algumas das novas tendências turísticas (actividades ligadas à saúde e bem estar, ao mundo rural e outras).
O conhecimento do mercado turístico nacional, tópico desenvolvido no capítulo 7 deste trabalho, obriga à identificação
dos seus principais players, capítulo 8, identificando tendências em termos de áreas e modelos de negócio. O estudo da
Euromonitor International refere que, em 2008, o alojamento nacional atingiu um volume de negócios de EUR 2.6 mil
milhões, representando um crescimento médio anual nos últimos cinco anos de 4.3%. Os estabelecimentos hoteleiros
geraram mais de 62% daquele valor, verificando-se uma dispersão acentuada no sector (os cinco principais grupos –
Grupo Pestana, Espírito Santo Hotéis, Starwood Hotels & Resorts, Vila Galé Hotéis e Accor Group – representam apenas
20% do volume de negócios). O mesmo se verifica ao nível do número de estabelecimentos hoteleiros, das unidades de
alojamento e do número de camas.
1
Parceria entre o Turismo de Portugal e a Universidade do Algarve.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
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2. Turismo Outlook.
O Grupo Pestana lidera o ranking dos Grupos Hoteleiros/Entidades de Management em Portugal, com 5.3% dos
estabelecimentos hoteleiros (64), 4.4% das unidades de alojamento (4 677) e 3.8% das camas disponíveis (9 278), em
2008, apresentando também a maior presença a nível do território nacional. A Starwood Hotels & Resorts lidera em
rentabilidade/cama (EUR 14.8 mil).
Top 10 dos Grupos Hoteleirosa/Entidades de Management
em Portugal segundo as unidades de alojamento, 2008
Estabelecimentos
hoteleiros1
Unidades de
alojamento2
Camas
Nº
(%)
Nº
(%)
Nº
(%)
Grupo Pestana
64
5.3
4 677
4.4
9 278
3.8
Vila Galé Hotéis
14
1.2
3 191
3.0
6 442
2.7
Accor Hotels
28
2.3
2 945
2.7
5 374
2.2
Espírito Santo Hotéis
10
0.8
2 393
2.2
4 912
2.0
VIP Hotels
13
1.1
2 309
2.2
3 414
1.4
Grupo Hotti
14
1.2
1 877
1.8
4 273
1.8
Starwood Hotels
& Resorts
6
0.5
1 789
1.7
4 108
1.7
Lunahotéis
16
1.3
1 693
1.6
4 649
1.9
Grupo Iberotel
5
0.4
1 643
1.5
4 740
2.0
Dom Pedro Hotels
7
0.6
1 399
1.3
2 915
1.2
Outros Grupos
Hoteleiros
370
30.5
42 090
39.2
88 993
36.9
Independentes3
662
54.8
41 165
38.4
102 205
42.4
1 209
100
107 171
100
241 303
100
TOTAL
Fontes: Deloitte, ES Research-Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
13
2. Turismo Outlook.
O rent-a-car atingiu um volume de negócios de EUR 368 milhões, em 2008, traduzindo uma taxa de crescimento médio
anual de mais de 6% nos últimos cinco anos. Num mercado muito competitivo, com a presença de cerca de 70 operadores,
54 mil viaturas e 2.5 milhões de contratos, dominam as principais multinacionais do sector (Europcar, Hertz e Avis). A
Europcar, com mais de 70 estações em todo o território nacional, lidera o mercado português, com uma quota de 24% em
termos de volume de negócios, sendo uma das sete unidades do universo da Europcar Internacional na Europa. Apresenta,
como grande novidade para 2010, a introdução de carros eléctricos na sua frota, fruto de um acordo com a RenaultNissan.
O sector dos transportes apresentou um crescimento médio anual de 4.1%, entre 2003 e 2008, tendo atingido, neste
último ano, um volume de negócios de EUR 2.5 mil milhões. O transporte aéreo gerou 93% daquele valor e, embora as
companhias tradicionais assumam ainda um valor significativo do mercado (75% em volume de negócios e 60% em
passageiros), foram as low cost as grandes protagonistas dos últimos anos. Em 2008 transportaram cerca de 8 milhões de
passageiros (mais 6.1 milhões face a 2003), um share de 30%. Metade destes passageiros foram transportados pelas duas
principais companhias a operar no mercado nacional – a EasyJet e a Ryanair – que registaram crescimentos de 52% e
29% face ao ano anterior. O aeroporto de Faro é o mais relevante neste movimento de passageiros (70%) e o aeroporto
Francisco Sá Carneiro (Porto) tem tido o crescimento mais expressivo de tráfego destas companhias (mais concretamente
da Ryanair que aí investiu mais de EUR 100 milhões numa base de operações) que tem impulsionado o seu assinalável
desempenho dos últimos anos. Refira-se a este propósito que, apesar da generalizada redução de tráfego de passageiros,
em 2009, os aeroportos portugueses registaram quebras menos acentuadas que a média dos aeroportos europeus e
mundiais (3.3% face a 5% e 3.5%, respectivamente), tiveram melhor desempenho que alguns dos seus principais pares
aeroportuários e viram o seu desempenho reconhecido através da sua inclusão em posições destacadas em rankings do
sector (caso da Madeira, do Francisco Sá Carneiro e de Ponta Delgada).
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
14
2. Turismo Outlook.
A TAP Portugal é a companhia aérea portuguesa líder de mercado. Integrando a maior aliança global de companhias de
aviação (a Star Alliance), pretende tornar-se cada vez mais uma referência a nível internacional. Actualmente, disponibiliza
aos seus clientes ligações para a Europa, África, América do Norte e do Sul, onde é líder de operação para o Brasil. Ao
longo dos anos tem reforçado a sua importância na economia portuguesa e para o sector do turismo. A SATA, também
líder player do transporte aéreo em Portugal, conta já com dez anos de internacionalização, num processo de expansão
assente numa operação de vocação atlântica, com bases operacionais em Lisboa, no Funchal e em Ponta Delgada e
representações comerciais nas principais cidades em que opera, do continente europeu ao americano.
As agências de viagens e operadores turísticos geraram, em 2008, um volume de negócios de EUR 2 mil milhões,
que representou um crescimento médio anual de 0.7%, desde 2003. Num sector marcado pela forte e crescente
competição, derivada da queda da procura e ampliada com a entrada no mercado de alguns grupos estrangeiros, algumas
empresas, de menor dimensão, foram obrigadas a reorganizarem-se ou agrupar-se por forma a sobreviver. O mercado
nacional, em 2008, era dominado por quatro grandes grupos portugueses – Espírito Santo Viagens, ELOCT, Viagens Abreu
e Geostar – que concentravam 53% do volume de negócios, mas apenas 26% dos estabelecimentos a operar no mercado.
Uma vez efectuada uma análise da situação actual do sector torna-se necessário compreender quais os eixos estratégicos a
privilegiar para o desenvolvimento futuro do sector do turismo em Portugal. Neste sector o Plano Estratégico Nacional do
Turismo (PENT) constitui um elemento de enquadramento fundamental.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
15
2. Turismo Outlook.
O PENT considera que Portugal reune condições e recursos potenciadores do desenvolvimento e consolidação de dez
produtos estratégicos, cujo potencial de crescimento futuro (com excepção do Sol e Mar), no mercado do turismo
europeu, se situa acima dos 5% ao ano. O City Break é aquele em que se espera um crescimento mais elevado (acima de
13%). Os dois produtos referidos, conjuntamente com o Golfe, o Turismo de Negócios e o Touring Cultural e Paisagístico,
continuam a ser a principal motivação dos turistas que chegam a Portugal, havendo, no entanto, outros que se podem
revelar oportunidades de afirmação para o país, no panorama turístico, como o Turismo Náutico, o de Saúde e Bem Estar,
o de Natureza e a Gastronomia e Vinhos.
Evolução do Turismo no mercado europeu (produtos estratégicos para Portugal)
Crescimento médio anual previsto entre 2004 e 2014
12%
10%
Gastronomia
e vinhos
Turismo Náutico
City Break
Turismo de
Natureza
8%
6%
Golfe
4%
Saúde e
Bem-Estar
Touring Cultural
e Paisagístico
Turismo de
Negócios
2%
Sol e Mar1
0%
0%
1%
10%
Gasto médio (€) por pessoa/dia (estadia + gastos locais)
1
Valores de gasto médio não disponíveis
15%
20%
25%
30%
Peso no total de viagens na Europa
(%) – procura primária
Nota: Para os Resorts Integrados e Turismo Residencial não existe informação sobre o peso no total das viagens na Europa, sabendo-se, no entanto, que
cerca de 3 milhões de europeus têm propriedades de alojamento turístico no estrangeiro e que este mercado tem um crescimento previsto de 8-12%/ano.
Fontes: PENT, ES Research-Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
16
2. Turismo Outlook.
O golfe é um driver de peso do turismo de alta qualidade, aportando valor significativo a um destino e criando sinergias
de sucesso com outros produtos turísticos, importante gerador de receitas para um vasto leque de fornecedores de
produtos e serviços e indutor de investimentos imobiliários significativos. O Turismo de Golfe, que em 2006 gerou na
EMEA1 receitas directas de EUR 2.7 mil milhões, encontra na Península Ibérica um destino muito popular, em especial em
Portugal, que nas duas últimas décadas mais que quadriplicou o número de campos e mais que triplicou o número de
jogadores. O golfe criou no país um mercado que gera cerca de EUR 1.8 mil milhões de receitas, mobiliza 300 mil
jogadores e 1.1 milhões de dormidas. Tendo em conta os aspectos que mais importância têm para os turistas na escolha
de um destino de golfe, Portugal já é hoje reconhecido como um destino obrigatório na oferta mundial de golfe.
Concentrando cerca de metade dos campos de golfe existentes no país, o Algarve é o principal destino de golfe nacional e
um dos principais a nível mundial. Considerando os vários projectos previstos para os próximos anos, que contemplam
campos de golfe, estimam-se significativos investimentos nesta área, sobretudo na região do Alentejo (representa mais de
58% do previsto). No dia 26 de Fevereiro p.p. Portugal oficializou a sua candidatura à organização da Ryder Cup 2018, que
exigirá um investimento de EUR 140 milhões num período de 12 anos.
Embora tendo uma forte ligação histórica e cultural ao mar, e uma posição estratégica em termos geográficos e das
principais rotas marítimas mundiais, Portugal não tem explorado as suas potencialidades no mercado europeu e mundial do
Turismo Náutico. Portugal dispõe de cerca de 30 marinas (12 mil lugares de amarração), metade das quais galardoadas
com bandeira azul, maioritariamente concentradas em Lisboa e no Algarve, onde 50% dos lugares são ocupados por
estrangeiros e onde se encontram as que têm maior sucesso turístico.
1
Europa, Médio Oriente e África.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
17
2. Turismo Outlook.
O PENT define que Portugal deverá ser um destino de referência para cruzeiros na Europa, com os Portos de Lisboa e da
Madeira no top 8 europeu. Lisboa já é uma referência nos destinos turísticos internacionais tendo em conta o volume de
passageiros, escalas e viagens inaugurais – em 2008 foi o 2º maior porto da Europa (em 103 associados da Cruise
Europe). O Porto do Funchal passou a ser, em 2009, o que acolheu o maior número de passageiros de cruzeiros no país,
ultrapassando Lisboa. Nos próximos anos estão previstos cerca de EUR 484 milhões de investimentos públicos e privados
na construção e/ou ampliação de marinas e portos de recreio.
Na área do Turismo de Negócios, em 2008, Portugal posicionou-se no 15º lugar do ranking de países onde se realizam
mais encontros ICCA1, com a organização de 177 eventos, seu melhor registo de sempre e traduzindo uma taxa de
crescimento médio anual de 10.4% face a 2000 (muito superior à média mundial de 4.9%). Concentrando mais de metade
dos eventos ocorridos no país, Lisboa é a cidade portuguesa com mais visibilidade internacional, colocando-se, actualmente
e segunda a ICCA, entre os seis principais destinos mundiais da Meeting Industry. Segundo entidades do sector, o
movimento de passageiros que passa anualmente nos aeroportos portugueses valerá cerca de EUR mil milhões, metade
dos quais vêm do Turismo de Negócios.
Os últimos anos caracterizaram-se por um conjunto de modificações e factores que influenciaram significativamente
alguns segmentos de mercado e o sector do turismo, criando novas procuras e novas oportunidades para atrair clientes
com interesse e potencial acrescido. A Saúde e Bem Estar, e o turismo associado, é um desses casos, abrindo, para
Portugal, novos horizontes, nomeadamente para a revitalização do termalismo (em 3 anos mais cerca de 9 mil pessoas
utilizaram as termas nacionais por motivos de Bem Estar e Lazer) e para a sua afirmação enquanto destino de Saúde e
Bem Estar. Segundo o estudo da Euromonitor International, o volume de negócios esperado para o Turismo de Saúde e
Bem Estar, em Portugal, deverá registar crescimentos médios anuais de cerca de 15% até 2013. Nos últimos anos,
assistiu-se à realização de vários projectos de investimento nesta área (20 dos quais apoiados pelo Turismo de Portugal),
bem como a entrada de marcas de renome internacional no mercado nacional, que potenciam a competitividade do país.
1
International Congress and Convention Association.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
18
2. Turismo Outlook.
Por último, o presente trabalho procura, no capítulo 10, “Comparações internacionais”, 11, “Impacto do TGV no sector”, e
12, “Tendências, políticas e reflexões”, perspectivar o peso do sector do turismo na economia portuguesa,
utilizando a comparação internacional como elemento de relativização. Simultaneamente, discute-se o modo como
investimentos estruturantes, o caso específico do TGV, podem influenciar a concretização, ou pelo contrário prejudicar, de
futuras tendências já hoje identificáveis.
No que concerne ao peso do Consumo Turístico Interior na economia portuguesa (10.4%, em 2008), ele é idêntico ao
verificado em Espanha, superior ao verificado em França e inferior ao verificado na Grécia. Se comparado o peso do sector
enquanto exportador de serviços, o valor em Portugal (42.6%, em 2009P) é idêntico ao de Espanha e significativamente
superior ao de França e da Grécia.
O Turismo na economia de Portugal,
Espanha, Grécia e França.
Portugal
Espanha
Peso do Turismo1 no PIB (2008)
10.4%
10.5%
18.0%
6.4%
Peso do Turismo no emprego (2008)
8.0%
12.6%
16.5%
4.3%a
Peso do Turismo nas exportações totais (2009P)
14.6%
15.3%
24.6%
10.3%
Peso do Turismo nas exportações de serviços (2009P)
42.6%
43.3%
38.5%
34.6%
Grécia
França
Fontes: Eurostat, INE, Turismo de Portugal, INE Espanha, Banco de Espanha, Bank of Greece, Banque de France,
INSEE – Direction du Tourisme, ES Research-Research Sectorial.
As receitas turísticas portuguesas tiveram uma queda, em 2009P, menos acentuada que as espanholas, as gregas e as
francesas. Numa comparação entre as regiões portuguesas e as espanholas salienta-se a melhor performance, na
ocupação hoteleira, das regiões Norte, Centro e Alentejo face às suas congéneres espanholas.
1 Consumo
Turístico Interior.
a
Valores de 2007.
P
Provisório.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
19
2. Turismo Outlook.
A alta velocidade poderá vir a constituir-se um elemento futuro nacional relevante. Recentemente, a Deloitte, em
colaboração com a CTP1 e com o apoio do CISEP2, elaborou para a RAVE3, um estudo cujo objectivo era analisar,
qualitativa e quantitativamente, os impactos do Transporte Ferroviário de Alta Velocidade no turismo nacional. Naquele
referem-se como oportunidades, resultantes da introdução da Alta Velocidade: a ampliação do mercado turístico potencial,
o aumento do número de viagens/visitantes e o aumento da atractividade e da competitividade do destino Portugal. O
Turismo de Negócios e o City Breaks são os produtos em que é expectável um maior impacto e, ao nível das regiões,
destacam-se a Grande Lisboa, o Algarve e o Grande Porto. Numa perspectiva conservadora4, para 2030, e tendo em conta
os valores de partida (2006), os impactos situar-se-ão: ao nível do VAGT – mais EUR 250 milhões; ao nível do emprego –
mais 16.3 mil postos de trabalho e ao nível das dormidas – mais 0.8 milhões. Numa perspectiva optimista5 aqueles valores
passam para: mais EUR 935 milhões, mais 61.1 mil postos de trabalho e mais 3.2 milhões de dormidas.
Elementos aportadores de maior competitividade ao sector sendo decisivos no contexto internacional com que hoje os
operadores se confrontam, os tradicionais destinos turísticos mundiais enfrentam, hoje, um conjunto de novas realidades
(novos destinos, novas exigências dos consumidores, mais alternativas para os turistas) que implicam uma visão para o
futuro assente em aspectos imprescindíveis como a sustentabilidade, a inovação, a flexibilidade, a diversificação, a
formação do pessoal, a Economia Verde ou o online. Vários factores contribuíram para a alteração das tendências e
padrões de consumo que hoje gravitam em torno de aspectos como: menos gastos (sobretudo naquilo que é considerado
acessório), proximidade (destinos mais próximos), optimização de preços (em viagens e alojamento), last minute booking,
escolhas em função das experiências desejadas (tailored packages), lazer-negócio, sensibilidade à opinião, satisfação plena
– sempre com o mesmo factor determinante – QUALIDADE DE SERVIÇO.
1
4
2 Centro de Investigação sobre a Economia Portuguesa.
3 Rede de Alta Velocidade.
Confederação do Turismo de Portugal.
5
Com crescimento da procura portuguesa a 0.1% ao ano e da espanhola a 1%/ano.
Com crescimento da procura portuguesa de 0.5% ao ano e da espanhola a 3%/ano.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
20
2. Turismo Outlook.
O poder das novas tecnologias aplicadas ao sector é uma realidade com impactos relevantes – a internet dá novas
possibilidades aos turistas, oportunidades a novos destinos e negócios e exige soluções inovadoras, novos modelos de
negócio e de oferta por parte dos diversos agentes (entre 2000 e 2005, as receitas do turismo online, na Europa,
multiplicaram-se por dez).
Os chamados mercados emergentes (China, Índia e Brasil) destacam-se, pela performance apresentada nos últimos anos,
com perspectivas de continuidade, quer em turismo doméstico, quer em outbound. Na bacia do Mediterrâneo destacam-se
a Croácia, Marrocos, Egipto e Turquia, a concorrer com destinos mais consolidados como Espanha, Grécia ou Portugal – a
Turquia, que em 2000 tinha menos turistas que Portugal, já tem mais do dobro (em cinco anos duplicou o número de
turistas) e o Egipto também já ultrapassou o nosso país.
A situação económica, financeira e social mundial vivida nos últimos tempos afectaram de forma significativa a actividade
turística em Espanha e Portugal por via da forma mais profunda com que os seus principais mercados emissores foram
atingidos. A aposta no Turismo Interno (alargado à vizinha Espanha), a diversificação de mercados emissores
(nomeadamente para os mercados emergentes) e o plano de apoios financeiros às empresas do sector com condições
especiais foram algumas das medidas adoptadas por Portugal.
Considerando o turismo um dos três eixos da política económica1, o Governo pretende seguir 5 linhas estratégicas para o
sector: criação de uma linha específica para o Turismo no QREN, a captação de grandes investimentos internacionais, a
aposta na qualificação, o reforço da captação turística com apoio a eventos e a aposta na gastronomia e no Turismo
Sénior.
O Turismo, e a constelação de actividades do Turismo, apresentam-se, assim, como um conjunto de actividades
fundamentais para responder ao desafio de viabilizar economica e politicamente a economia e a sociedade portuguesas,
nos actuais e futuros contextos de acelerada transformação, um elemento catalizador e organizador da transformação nos
diferentes segmentos da actividade económica.
1
Os outros são a Floresta e a Energia.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
21
Turismo – Caracterização e oportunidades de negócio
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
Sumário executivo .................................................................... 2
Turismo Outlook ....................................................................... 6
O Turismo mundial ................................................................... 23
Portugal no Turismo Mundial ..................................................... 39
O Turismo na Economia Portuguesa ........................................... 52
Organização Institucional do Turismo e mecanismos de apoio ao
sector ...................................................................................... 61
Mercado turístico nacional ......................................................... 68
Principais players do sector ....................................................... 92
Oportunidades de negócio ........................................................ 109
Comparações internacionais ......................................................140
Impacto do TGV no sector ........................................................ 143
Tendências, políticas e reflexões ............................................... 146
Anexos ....................................................................................157
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
22
3. O Turismo Mundial – evolução histórica.
O significativo crescimento do turismo nas ultimas décadas tornaram-no um dos fenómenos socioeconómicos mais marcantes dos últimos tempos. As chegadas internacionais de turistas passaram, de cerca
de 25 milhões, em 1950, para 922 milhões em 2008, o correspondente a um crescimento médio anual de
6.4%. Neste período, o crescimento foi particularmente forte nas regiões da Ásia e Pacífico (TCMA=12.5%)
e do Médio Oriente (TCMA=10.2%). A Europa continua a ser a principal região de destino dos turistas
mundiais, tendo, contudo, vindo a perder peso no total mundial (66% em 1950 versus 53% em 2008) e,
enquanto região mais “madura”, registou uma evolução mais moderada (6%).
Chegadas internacionais de turistas, 1950-2008
(Milhões)
922.0
1 000
684.0
800
600
Europa
Ásia e Pacífico
439.5
Américas
400
Médio Oriente
200
0
1950
África
1960
1970
1980
1990
2000
2008
TCMA = 6.4%
Fontes: World Tourism Organization, ES Research-Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
23
3. O Turismo Mundial – evolução recente (I).
Entre 2004 e 2008, e depois de um período de alguma dificuldade face aos efeitos, entre outros, dos
atentados do 11 de Setembro de 2001 e dos conflitos do Iraque, o turismo mundial registou crescimentos
médios consecutivos na ordem dos 6% e permitiu a criação de cerca de 27 milhões de empregos. O Médio
Oriente, a África e a Ásia e Pacífico foram as regiões com melhor performance, em oposição aos
“tradicionais” mercados da Europa e das Américas. As economias emergentes, em particular, mostram-se
verdadeiros motores de crescimento do turismo – à medida que o crescimento nas regiões emergentes tem
vindo a aumentar, o share destas nas chegadas internacionais de turistas aumenta também, tendo este
passado de 31% em 1990 para 45% em 2008.
Chegadas internacionais de turistas, 2000, 2004 e 2008
(Milhões)
TCMA00-08 = 2.8%
489.4
424.4
392.6
184.1
128.2
144.2
125.7
110.1
46.7
34.5
2004
África
Américas
TCMA00-08 = 1.7%
55.1 TCMA00-08 = 10.4%
36.3
27.9
24.9
2000
Médio Oriente
147.0
TCMA00-08 = 6.6%
TCMA00-08 = 6.7%
2008
Ásia e Pacífico
Europa
Fontes: World Tourism Organization, ES Research-Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
24
3. O Turismo Mundial – evolução recente (II).
O ano de 2008 representou um crescimento de apenas 2%, face ao ano anterior, para o turismo mundial, muito por força
dos resultados alcançados ainda durante o primeiro semestre (5%), dado que na segunda metade do ano a actividade foi
fortemente afectada pela instabilidade económica e financeira vivida a nível mundial. Embora todas as regiões tenham
registado resultados positivos, a Europa, tendo estagnado, assumiu o pior desempenho, enquanto o Médio Oriente
apresentou um espectacular crescimento de 18% e África de 4%. Em 2009, África foi a região que melhor resistiu aos
efeitos adversos que o sector enfrentou, com o Norte de África e a África Subsariana a serem as únicas subregiões a
registarem crescimentos positivos no primeiro e segundo semestres. No último trimestre de 2009 verificou-se uma
recuperação na maioria das regiões (com excepção da Europa), nomeadamente no Médio Oriente e Ásia e Pacífico. Em
Dezembro, África, Médio Oriente e Ásia e Pacífico registaram variações de 8.5%, 6.6% e 5.7%, respectivamente, face ao
homólogo de 20081.
Chegadas internacionais de turistas, variação em períodos homólogos
(Percentagens)
40
30
20
10
0
-10
-20
2ºTrim08
4ºTrim08
1ºTrim09
2ºTrim09
Jul/09
Ago/09
Dez/092
-30
Médio Oriente
Fontes: World Tourism Organization, ES Research-Research Sectorial.
África
Américas
1
Valor mensal.
Mundo
Ásia e Pacífico
2
Europa
Valor anual.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
25
3. O Turismo Mundial – peso na economia mundial.
De acordo com as previsões do World Travel & Tourism Council (WTTC), em 2010, o sector do turismo
representará cerca de 9.2% do PIB mundial (USD 5 751 mil milhões), 8.1% do emprego total (235 milhões
de pessoas) e 6.1% das exportações totais (USD 1 086 mil milhões). Enquanto sector exportador, o turismo
representa cerca de 30% das exportações mundiais de serviços.
Peso do sector do turismo na economia mundial, 2010P
(Percentagens)
Europa Leste e Central
América do Norte
UE-27
PIB: 9.4
Emprego: 10.8
Exportações: 7.1
PIB: 9.5
Emprego: 10.3
Exportações: 6.2
PIB: 12.3
Emprego: 10.8
Exportações: 15.7
PIB: 9.2
Emprego: 8.1
Exportações: 6.1
Ásia (Nordeste)
Médio Oriente
PIB: 10.1
Norte de África
Emprego: 9.6
Caraíbas
Mundo
PIB: 7.4
Emprego: 6.2
Exportações: 6.5
PIB: 11.0
Emprego: 10.3
Exportações: 12.3
PIB: 9.1
Emprego: 7.8
Exportações: 3.5
Exportações: 6.8
América Latina
PIB: 6.2
Emprego: 6.0
Exportações: 5.3
Oceânia
PIB: 11.2
Emprego: 13.7
Exportações: 14.2
P
Previsões.
Fontes: World Travel & Tourism Council, ES Research-Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
26
3. O turismo mundial – destinos e receitas turísticas.
Ao analisarmos o ranking mundial dos destinos e das receitas turísticas, podemos observar que, em 2008,
oito dos países que fazem parte do top 10 constam em ambos os indicadores. Os três primeiros destinos
turísticos mundiais (França, EUA e Espanha) são também os principais mercados em termos de receitas,
embora ordenados de forma diferente (EUA, Espanha e França). Os EUA recuperaram, em 2008, o lugar
perdido para a Espanha (em 2001) enquanto destino turístico, mas esta continua a ser o segundo mercado
turístico com mais receitas turísticas em todo o mundo e o primeiro da Europa. A China mantém o quarto
lugar conquistado à Itália em 2004. O top 10 das receitas turísticas representa cerca de 49% do total
mundial (USD 944 mil milhões), sendo o seu share nas chegadas internacionais de turistas de 45%.
Top 10 mundial de destinos turísticos, 2000, 2007 e 2008E
(Milhões, percentagens)
Ranking
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
País
2000
77.2
França
51.2
EUA
47.9
Espanha
China
31.2
Itália
41.2
Reino Unido 23.2
Ucrânia
6.4
9.6
Turquia
Alemanha 19.0
20.6
México
Turistas
(Milhões)
Quota TCMA00-08 Var07-08
(%)
(%)
(%)
2007
81.9
56.0
58.7
54.7
43.7
30.9
2008E
79.3
58.0
57.3
53.1
42.7
30.2
8.6
6.3
6.2
5.7
4.6
3.3
0.3
1.6
2.3
6.9
0.5
3.3
-3.2
3.6
-3.2
-3.0
-2.2
-2.2
23.1
22.2
25.5
25.0
2.8
2.7
18.8
12.7
10.3
12.4
24.4
21.4
24.9
22.6
2.7
2.4
3.4
1.1
1.9
5.5
Top 10 mundial das receitas turísticas, 2006, 2007 e 2008E
(USD mil milhões, percentagens)
Ranking
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
País
Receitas
(USD mil milhões)
2006
85.7
2007
96.7
51.1
46.3
38.1
33.9
32.8
57.6
54.3
42.7
37.2
36.0
61.6
55.6
45.7
40.8
40.0
Reino Unido 33.7
17.8
Austrália
16.9
Turquia
16.6
Áustria
38.6
22.3
18.5
18.9
EUA
Espanha
França
Itália
China
Alemanha
Quota Var06-07
(%)
(%)
2008E
110.1 11.7
Var07-08
(%)
12.8
13.9
6.5
5.9
4.8
4.3
4.2
12.7
17.3
12.1
9.7
9.8
6.9
2.4
7.0
9.7
11.1
36.0
3.8
14.5
-6.7
24.7
22.0
21.8
2.6
2.3
2.3
25.3
9.5
13.9
10.8
18.9
15.3
E
Estimativa.
Fontes: World Tourism Organization, ES Research-Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
27
3. O turismo mundial – despesas turísticas.
Os turistas alemães lideram, desde 2003, o ranking mundial das despesas turísticas, apresentando uma quota de
9.7% (USD 91 mil milhões) em 2008. Face ao ano anterior, a única diferença, na referida tabela, é a reentrada no
top 10 da Holanda, após alguns anos de ausência. Merece destaque o forte crescimento registado nas despesas
turísticas de países como a China (que passou da 8ª posição em 2006 para a 5ª em 2007) e a Rússia,
demonstrando, uma vez mais, a boa performance dos países emergentes. O Reino Unido foi o único país do top 10
a registar uma variação negativa face ao ano anterior. Os turistas alemães destacam-se, também, em termos de
despesas por chegada (USD 3 655), conjuntamente com os japoneses (USD 3 321).
Top 10 mundial das despesas turísticas, 2006, 2007 e 2008E
(USD mil milhões, USD, percentagens)
Ranking
Despesas
(USD mil milhões)
País
2006
2007
2008E
Quota
(%)
Var06-07
(%)
Var07-08
(%)
Despesas por chegada
Var07-08
(Valor)
(%)
(USD)
2007
2008E
1
Alemanha
73.9
83.1
91.0
9.7
12.4
9.5
3 402
3 655
253
7.4
2
3
4
5
6
EUA
72.0
76.4
79.7
8.5
6.1
4.3
1 365
1 374
9
0.7
Reino Unido
França
63.1
71.4
68.5
7.3
13.2
-4.1
2 313
2 268
-45
-1.9
31.2
20.5
36.7
29.8
43.1
36.2
4.6
3.8
17.6
45.4
23.1
27.3
30.8
3.3
18.2
17.4
21.5
12.8
448
545
625
544
682
721
96
137
96
21.3
25.2
15.3
26.5
24.7
27.9
26.9
3.0
2.9
-1.5
18.8
5.3
8.9
3 175
1 378
3 321
1 573
146
195
4.6
14.2
China
7
Itália
Japão
8
Canadá
26.9
20.8
9
10
Rússia
18.2
22.3
24.9
2.6
22.5
11.7
1 104
1 251
147
13.3
Holanda
17.0
19.1
21.7
2.3
12.4
13.6
1 735
2 149
414
23.8
E
Estimativa.
Fontes: World Tourism Organization, ES Research-Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
28
3. O Turismo Mundial – perspectivas para o sector (I).
Segundo os dados da WTO1, no ano de 2009, as chegadas internacionais de turistas registaram um decréscimo de cerca de 4% (o pior
desempenho de sempre), devendo estas ter atingido os 880 milhões (ligeiramente acima do valor de 2006). Estes valores reflectem uma ligeira
melhoria, face às previsões, fruto do crescimento de 2% verificado no último trimestre do ano (no 1º, 2º e 3º trimestres do ano verificaram-se
quedas de 10%, 7% e 2%, respectivamente). A Ásia e Pacífico e o Médio Oriente foram os líderes da recuperação, com o registo de
crescimentos positivos na segunda metade do ano. África foi a única região a apresentar resultados positivos em 2009, assumindo um
crescimento de 5% (com os destinos subsaharianos a registarem as melhores performances) e a Europa a mais penalizada (-6%), com os
destinos da Europa Ocidental, Meridional e Mediterrânea a serem menos afectados que os restantes. Para as receitas turísticas, as previsões
são de um decréscimo em torno dos 6%. Em função destes resultados, a WTO reviu em alta as previsões para 2010, passando do anterior
crescimento de 1% para 3/4%, não deixando, contudo, de alertar para o facto de este ser ainda um ano difícil para o sector, dada a situação
económica e social mundial. A Ásia deverá continuar a ser o principal impulsionador da recuperação, o crescimento deverá voltar ao Médio
Oriente e África deverá manter a tendência positiva, alavancada pelo Mundial de Futebol, na África do Sul.
Chegadas internacionais de turistas, variações homólogas 1995-2010P
(Percentagens)
10.0
7.9
*
Taxa de crescimento médio anual prevista para o período 1995-2020.
Fontes: World Tourism Organization, ES Research-Research Sectorial.
1
World Tourism Organization.
08-07
07-06
-1.5
06-05
02-01
01-00
00-99
99-98
98-97
97-96
96-95
0.0
2.0
05-04
2.9
3.0
10-09P
Mundo 1995-2020 = 4.1*
04-03
2.8
3.9
6.1
03-02
4.5
6.1
5.4
09-08P
6.2
-4.0
P
Previsão.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
29
3. O Turismo Mundial – perspectivas para o sector (II).
Apesar dos efeitos que alguns factores têm tido na evolução do turismo, tais como a crise económico-financeira
mundial, a instabilidade geopolítica em algumas regiões do mundo e do preço do petróleo, as pandemias e os
desastres naturais, a WTO mantém as previsões de longo prazo para o sector, acente no princípio de que não
haverá mudanças significativas nas tendências estruturais do mesmo. Assim, as previsões são de que as chegadas
internacionais de turistas atingirão os 1.6 mil milhões de pessoas em 2020 (21% da população mundial), um
crescimento de quase 70% face ao valor de 2008. Ásia e Pacífico é a região onde se espera melhor performance. A
Europa, embora continuando a ser o principal mercado receptor, passará a ter um share abaixo dos 50%.
Chegadas internacionais de turistas, 2008, 2010Pe 2020P
(Milhões)
1 600
9.
Var = 6
1 400
1 200
1 000
3%
TCMA10-20 = 6.7%
TCMA10-20 = 5.1%
TCMA10-20 = 4.0%
1 000
922
1 600
TCMA10-20 = 7.3%
800
600
400
TCMA10-20 = 3.1%
200
0
2008
Europa
Ásia e Pacífico
Previsões.
Fontes: World Tourism Organization, ES Research-Research Sectorial.
P
2020P
2010P
Américas
Médio Oriente
África
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
30
3. O Turismo Mundial – perspectivas para o sector (III).
De acordo com as previsões da World Tourism Organization, no médio/longo prazo, as chegadas
internacionais de turistas na Ásia, no Médio Oriente e em África crescerão a um ritmo superior a 5% ao
ano, comparado com a prevista média mundial de 4.1%. Haverá alterações no ranking dos principais
destinos turísticos mundiais, destacando-se a ascensão da China ao seu topo. As expectativas do China
International Travel Service são de que o país atinja, já em 2015, os 100 milhões de chegadas.
Destinos turísticos mundiais – top 10, 2008 versus 2020P
(Milhões de chegadas)
França
China
79.3
EUA
58.0
França
Espanha
57.3
EUA
China
Reino Unido
42.7
30.2
106.1
102.4
Espanha
53.1
Itália
130.0
73.9
Hong Kong
56.6
Reino Unido
53.8
52.5
Ucrânia
25.5
Itália
Turquia
25.0
México
48.9
Alemanha
24.9
Rússia
48.0
México
22.6
República Checa
44.0
P
Previsões.
Fontes: World Tourism Organization, China International Travel Service, ES Research-Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
31
3. O Turismo Mundial – perspectivas para o sector (IV).
No médio/longo prazo, de acordo com as previsões da World Tourism Organization, a Europa continuará a ser a
principal região emissora de turistas, devendo os seis países europeus que faziam parte do top 10 mundial em
1995, continuar no mesmo em 2020. Haverá, contudo, alterações na posição relativa dos países, com os asiáticos
(Japão e China) a subir dois e seis lugares, respectivamente. Merece, pois, atenção o “despertar da China”
enquanto mercado emissor mundial. As expectativas do China International Travel Service são de que o país atinja,
já em 2015, os 100 milhões de turistas.
Principais países emissores de turistas – top 10, 1995 versus 2020P
(Milhões de turistas)
Alemanha
EUA
Japão
23.0
China
Holanda
22.0
Reino Unido
16.0
Rússia
China
Holanda
19.0
Itália
100.0
94.5
França
21.0
Canadá
123.3
EUA
42.0
França
141.5
Japão
63.0
Reino Unido
152.9
Alemanha
75.0
Itália
12.0
5.0
P
Previsões.
54.6
45.6
35.2
2.9
7.6
2.7
12.7
3.3
3.9
3.0
3.2
Canadá
31.3
2.0
Rússia
30.5
3.9
TCMA1995-2020
Fontes: World Tourism Organization, China International Travel Service, ES Research-Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
32
3. O Turismo Mundial – perspectivas para o sector (V).
Segundo o World Travel & Tourism Council (WTTC), o Turismo continuará a ser um driver dinâmico do crescimento
económico mundial. Historicamente, existe uma clara correlação entre o crescimento do rendimento per capita e os gastos
com viagens, pelo que se espera que, na próxima década, os mercados emergentes, pelo seu forte crescimento em termos
de rendimento per capita, assumam posição relevante enquanto impulsionadores da procura turística mundial. A China
deverá assumir o maior share desse protagonismo, conforme as previsões da Oxford Economics.
China – PIB per capita e gastos com viagens, 1997-2020P
(USD, Preços constantes 2000)
8 000
7 000
6 000
Gastos com viagens no
exterior per capita
5 000
(escala da esquerda)
4 000
3 000
2 000
1 000
0
1997
2000
2004
2008
China – Share nos gastos mundiais com viagens, 1997-2020P
(Percentagens)
90
80
Previsões
70
60
50
40
30
PIB per capita
20
(escala da direita)
10
0
2012
2016
2020
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
1997
Previsões
Contributo da China para o
Turismo Mundial em 2009
2000
2004
2008
2012
2016
2020
Share nos gastos mundiais com viagens, 2008 versus 2020P
Resto do
Mundo
Resto do
Mundo
Economias avançadas
(UE15, EUA, Japão)
2008
Índia
Economias avançadas
(UE15, EUA, Japão)
2020
China
Fontes: World Travel & Tourism Council, Oxford Economics, ES Research-Research Sectorial.
Índia
P
China
Previsões.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
33
3. O Turismo Mundial – perspectivas para o sector (VI).
Os dados mais recentes1 do World Travel & Tourism Council (WTTC) referem que o PIB turístico mundial caiu 4.8% em
2009 e o investimento cerca de 12%. As previsões para 2010 revelam o início da inversão da tendência negativa, com um
crescimento do PIB turístico global de cerca de 0.5%. Para os próximos dez anos, as previsões indicam um crescimento
médio anual na ordem dos 4%. A crise, que atingiu o sector em 2008 e 2009, provocou a perda de 6 milhões de postos de
trabalho, que não deverão ser totalmente recuperados antes de 2012. Ainda assim, espera-se que, em 2020, o turismo
mundial empregue mais de 300 milhões de pessoas face aos 235 milhões actuais.
Crescimento do PIB Turístico
Mundial, 2008-2010P
(Percentagens)
Crescimento do emprego no Turismo
Mundial , 2008-2010P
(Percentagens)
2
3
1
2
0
-1
1
-2
0
-3
-1
-4
-5
-6
-2
2008
2009
2010P
Crescimento do investimento no Turismo
Mundial, 2008-2010P
(Percentagens)
8
6
4
2
0
-2
-4
-6
-8
-10
-12
-14
2008
2009
Fontes: World Travel & Tourism Council, ES Research-Research Sectorial.
2008
-3
1
2010P
Crescimento do emprego no Turismo
Mundial, 2000-2020P
(Postos de trabalho)
2020: 303
315
300
285
270
255
240
225
210
195
180
2010P
2009
Março de 2010.
milhões
2008: 241
milhões
ov os
de n
ões abalho
h
l
i
62 m os de tr
post
2010: 235
milhões
2000
P
2008
2010
6 milhões de postos
de trabalho perdidos
2012P
2020P
Previsões.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
34
3. O Turismo Mundial – perspectivas para o sector (VII).
De acordo com as previsões do World Travel & Tourism Council (WTTC), em 2020, o sector do turismo
representará cerca de 9.6% do PIB mundial (USD 11 151 mil milhões), 9.2% do emprego total (303
milhões de pessoas) e 5.2% das exportações totais (USD 2 160 mil milhões).
Peso do sector do turismo na economia mundial, 2020P
(Percentagens)
Europa Leste e Central
América do Norte
UE-27
PIB: 10.2
Emprego: 11.7
Exportações: 5.3
PIB: 10.1
Emprego: 11.1
Exportações: 5.6
PIB: 12.8
Emprego: 11.9
Exportações: 16.0
PIB: 9.6
Emprego: 9.2
Exportações: 5.2
Ásia (Nordeste)
Médio Oriente
PIB: 11.2
Norte de África
Emprego: 9.9
Caraíbas
Mundo
PIB: 7.4
Emprego: 6.4
Exportações: 5.1
PIB: 11.4
Emprego: 11.1
Exportações: 11.3
PIB: 9.7
Emprego: 10.6
Exportações: 3.4
Exportações: 5.0
América Latina
PIB: 7.0
Emprego: 6.7
Exportações: 5.2
Oceânia
PIB: 12.1
Emprego: 15.2
Exportações: 14.1
P
Previsões.
Fontes: World Travel & Tourism Council, ES Research-Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
35
3. O Turismo Mundial – perspectivas para o sector (VIII).
A evolução verificada nos últimos meses, quer no turismo internacional, quer ao nível de algumas economias relevantes,
bem como as perspectivas para o desempenho das chamadas economias emergentes, melhoraram significativamente as
perspectivas próximas futuras para o sector turístico. Acresce um notável e encorajador aumento do Índice de Confiança
do Painel de Experts da WTO para 2010, apesar de persistirem incertezas quanto ao desempenho da economia mundial e
ao ambiente em que o sector opera. A pontuação atribuída pelo referido painel, para 2010, está próxima do nível da dos
anos de boom, de 2004-2007. Como resultado, 2010 promete ser o que a WTO designou de “ano da transformação”,
oferecendo diversas oportunidades de crescimento, embora não eliminando os riscos de recaída. Assim, identificaram-se as
seguintes oportunidades:
 A confiança das empresas e dos consumidores aumentou;
 As taxas de juro e a inflação em mínimos históricos e com perspectivas de aumentos apenas
moderados, no curto prazo;
 A períodos de crise habitualmente seguem-se períodos de bonança, devido à procura reprimida, e
espera-se que os destinos alavanquem activamente esta oportunidade;
 Há possibilidades de recuperação em mercados emissores fortemente afectados em 2009, como a Rússia e o
Reino Unido;
 Importantes eventos internacionais vão realizar-se na África do Sul (Mundial de Futebol), no Canadá
(Olimpíadas de Inverno) e na China (Expo Shangai), gerando um potencial adicional na procura de
viagens;
Fontes: WTO, ES Research-Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
36
3. O Turismo Mundial – perspectivas para o sector (IX).
 Espera-se que se mantenha o espírito de cooperação e associação gerado pela crise;
 A flexibilidade demonstrada pelo sector em lidar com flutuações bruscas na procura e a instabilidade das
condições de mercado tornou-o mais forte;
 As crises criam a oportunidade para enfrentar as debilidades estruturais e implementar estratégias que
fomentem o crescimento sustentável e a transformação para uma Economia Verde.
Há, contudo riscos de recaída:
 O desemprego – desafio chave. A crise no mercado de trabalho ainda não chegou ao fim, especialmente nas
principais economias avançadas;
 O crescimento económico nos principais mercados emissores, especialmente na Europa e EUA, ainda é frágil;
 O aumento dos déficits públicos implica a provável retirada, ainda que porventura paulatina, das medidas de
estímulo, sendo possível que, em algumas economias avançadas se verifique alguma pressão fiscal, que
implique dificuldades adicionais para os particulares e empresários;
 Os preços do petróleo mantêm-se instáveis;
 As ameaças à segurança mantêm-se e é possível que os incómodos e custos associados representem um
desafio para os viajantes;
 Espera-se uma recuperação das receitas e dos resultados a um ritmo inferior ao do volume de viagens.
Fontes: WTO, ES Research-Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
37
Turismo – Caracterização e oportunidades de negócio
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
Sumário executivo .................................................................... 2
Turismo Outlook ....................................................................... 6
O Turismo mundial ................................................................... 23
Portugal no Turismo Mundial ..................................................... 39
O Turismo na Economia Portuguesa ........................................... 52
Organização Institucional do Turismo e mecanismos de apoio ao
sector ...................................................................................... 61
Mercado turístico nacional ......................................................... 68
Principais players do sector ....................................................... 92
Oportunidades de negócio ........................................................ 109
Comparações internacionais ......................................................140
Impacto do TGV no sector ........................................................ 143
Tendências, políticas e reflexões ............................................... 146
Anexos ....................................................................................157
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
38
4. Portugal no Turismo Mundial (I).
Na década 1998-2008, as chegadas internacionais de turistas a Portugal tiveram um incremento de apenas
1.6 milhões, uma taxa de crescimento médio anual de 1.3%, muito inferior aos 4.1% registados a nível
mundial e ao atingido por alguns dos países que integram também a sub-região da Europa do
Sul/Mediterrâneo: a Grécia (4.8%), a Itália (5.6%) e a Turquia (10.5%). Entre 2000 e 2005, o desempenho
do turismo português ficou aquém da generalidade dos destinos europeus, com um crescimento médio
anual de -2.2% e menos 1.3 milhões de turistas. No período 2005 a 2008, Portugal apresentou uma
performance acima da média europeia e mundial, impulsionado pelo desempenho registado em 2007, seu
melhor ano de sempre no turismo (crescimento de 8.8% face ao ano anterior).
Chegadas internacionais de turistas, Portugal – 1998-2008E
(Milhões, percentagens)
Taxa de crescimento
(Percentagens, escala da direita)
14
11.3
11.6
11.6
11.7
11.6
4.3
10
8
12.2
2.7
10.8
11.3
12.9
4.9
0
-0.9
-2
4
2
0
-4
-4.9
1998 1999 2000 2001 2002 2003
Estimativa.
Fontes: World Tourism Organization, Euromonitor International, ES Research-Research Sectorial.
E
4
2
0.9
6
8
6
4.6
0.9
10
Percentagens
Milhões
12
12.1
8.8
12.3
-6
-6.9
2004
2005
2006
2007
2008E
-8
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
39
4. Portugal no Turismo Mundial (II).
Os resultados registados nas chegadas internacionais de turistas a Portugal, nos primeiros meses de 2008, reflectem ainda
o clima altamente favorável do ano anterior, que apresentou um crescimento recorde. Na segunda metade do ano, os
efeitos da situação económico-financeira mundial fizeram-se sentir mas, ainda assim, Portugal acabou o ano em terreno
positivo e melhor posicionado, face ao quadrimestre homólogo, que a Europa do Sul/Mediterrâneo e o Mundo. Os dados
relativos a 2009, pelo contrário, mostram uma situação mais difícil para o sector em Portugal, com um desempenho
especialmente penalizante no primeiro trimestre do ano (variação de -21.2% face a 2008) e uma menor recuperação da
actividade mesmo na época alta (decréscimo de 6.6% em Julho face a 3.3% a nível mundial e a 3.1% na Europa do
Sul/Mediterrâneo). Segundo as entidades oficiais, Portugal deverá ter registado um decréscimo de 8/9%, no final de 2009,
valor ligeiramente inferior ao inicialmente previsto, contudo, superior ao registado a nível mundial (-4%) e na região em
que se insere (Europa do Sul/Mediterrâneo, -5%).
Chegadas internacionais de turistas, Portugal - variação em períodos homólogos
(Percentagens)
15.0
12.3
10.0
5.0
4.5
4.0
3.0
0.0
-2.3
-5.0
-3.4
-10.3
-10.0
-15.0
-7.3
-3.1
-3.3
-6.6
-12.7
-20.0
-25.0
-6.5
-6.6
-21.2
2ºTrim 2008
4ºTrim 2008
Mundo
1ºTrim 2009
Europa do Sul/Mediterrâneo
2ºTrim 2009
Jul/09
Portugal
Fontes: World Tourism Organization, ES Research-Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
40
4. Portugal no Turismo Mundial (III).
Portugal ocupava, em 2008, a 19ª posição do
ranking mundial de destinos turísticos, com uma
quota de mercado de 1.4%. Ao longo dos últimos
Ranking dos destinos turísticos mundiais, 1998, 2004 e 2008E
(Milhões, percentagens)
dez anos, o país não conseguiu reforçar a sua
posição enquanto destino turístico (em 2008
Ranking
Turistas
(Milhões)
País
registámos apenas mais 1.6 milhões de turistas face
Quota TCMA98-08 Var98-08
(%)
(%)
(Milhões)
1998
2004
2008E
1
França
70.0
75.1
79.3
8.6
1.3
9.3
2
EUA
47.1
46.1
58.0
6.3
2.1
10.9
3
Espanha
47.7
52.4
57.3
6.2
1.9
9.6
4
China
24.0
41.8
53.1
5.7
8.2
29.0
5
Itália
24.8
37.1
42.7
4.6
5.6
17.9
6
Reino Unido 25.5
25.7
30.2
3.3
1.7
4.7
no mundial) e a Grécia (mais 6.5 milhões). Nesse
7
Ucrânia
6.2
15.6
25.5
2.8
15.1
19.2
período, Portugal registou a taxa de crescimento
8
Turquia
9.2
16.8
25.0
2.7
10.5
15.8
9
Alemanha
16.5
20.1
24.9
2.7
4.2
8.4
10
México
19.3
20.6
22.6
2.4
2.5
1.6
3.3
13
Grécia
11.0
13.3
17.5
1.9
4.8
6.5
19
Portugal
11.3
10.6
12.9
1.4
1.3
1.6
Mundo
616.7
761.4
922.0
100
4.1
305.3
a 1998), ao contrário de países como a Ucrânia
(mais 19.2 milhões, subiu 8 posições no ranking
europeu e 11 no mundial); a Turquia (mais 15.8
milhões, subiu 6 posições no ranking europeu e 8
médio anual mais baixa dos países da Europa do
Sul/Mediterrâneo que integram o top 20 mundial
(1.3%) e desceu do 9º para o 11º lugar do ranking
europeu e do 12º para o 19º no ranking mundial.
Destacada é a posição de Espanha, 3º destino
mundial e 2º da Europa.
E
Estimativa
Fontes: World Tourism Organization, Euromonitor International, ES Research-Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
41
4. Portugal no turismo mundial (IV).
Em 2008, tal como nos últimos anos, os espanhóis foram os turistas que mais visitaram Portugal, cerca de
2.6 milhões, um decréscimo de 3.5% face ao ano anterior, naturalmente influenciado pela dimensão da
crise económica naquele país. Também o Reino Unido, tradicional segundo mercado de origem dos turistas
que chegam ao nosso país, registou uma queda de 2.8% face a 2007. Estes dois países, conjuntamente
com a França, representam mais de 54% dos turistas que chegaram a Portugal em 2008. Os turistas destes
três países, em conjunto com os da Alemanha, representaram mais de dois terços das receitas turísticas
portuguesas em 2008, destacando-se os do Reino Unido que realizaram quase um quarto das mesmas. De
referir a evolução, entre 2003 e 2008, do Brasil, quer em número de chegadas quer em receitas.
Top 10 das chegadas de turistas, Portugal, 2003 e 2008E
(Milhares, percentagens)
Ranking
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
País
Top 10 das receitas turísticas, Portugal, 2003 e 2008E
(EUR milhões, percentagens)
Turistas
Quota TCMA03-08 Var07-08
(Milhares)
(%)
(%)
(%)
2003
2008E
Ranking
2 632.3
20.4
2.8
-3.5
1
1 441.8
992.8
439.4
398.8
192.6
324.7
2 287.4
2 076.6
1 178.4
587.4
527.3
446.6
404.2
17.7
16.1
9.1
4.6
4.1
3.5
3.1
4.3
7.6
3.5
6.0
5.7
18.3
4.5
-2.8
8.0
-5.6
10.4
-2.3
35.7
-3.2
2
3
4
5
6
7
203.6
214.2
324.2
277.7
2.5
2.2
9.8
5.3
0.9
-2.7
Espanha
Reino Unido
2 296.7
1 855.2
França
Alemanha
Holanda
Suiça
Brasil
Itália
Irlanda
Bélgica
8
9
10
País
Receitas
Quota
(Euro milhões)
(%)
E
2003
2008
TCMA03-08 Var07-08
(%)
(%)
Reino Unido 1 545.1
919.9
França
897.2
Espanha
753.8
Alemanha
1 932.9
23.8
4.6
-0.7
1 343.2
1 186.9
16.5
14.6
7.9
5.8
8.5
-1.3
952.2
11.7
4.8
-3.4
Holanda
EUA
232.2
289.0
329.4
289.6
4.1
3.6
7.2
0.0
10.9
-11.7
Bélgica
204.9
277.4
3.4
6.2
-2.2
Irlanda
Itália
Brasil
147.2
142.0
85.5
218.6
196.4
179.3
2.7
2.4
2.2
8.2
6.7
16.0
1.4
-2.8
36.3
E
Estimativa.
Fontes: Euromonitor International, ES Research-Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
42
4. Portugal no turismo mundial (V).
Em 2008, dois países fora da UE, os EUA e a Noruega, lideraram as receitas turísticas por chegada a
Portugal (EUR 1 182 e 1 042, respectivamente). Nesse mesmo ano, Lisboa, Albufeira, Porto e Funchal
foram as cidades que mais turistas atraíram, sendo de realçar o papel fundamental das carreiras low-cost
nos seus desempenhos. Em Lisboa, por exemplo, só a EasyJet fazia, no final de 2008, mais de 56 ligações
aéreas/semana com as principais cidades europeias e registou um incremento de 8% face ao ano anterior
em termos de passageiros transportados. Em Faro, estas companhias representam um share de 70%, no
Porto 48% (e um incremento de 51% face ao ano anterior) e no Funchal 22% (a EasyJet começou a operar
no arquipélago apenas em Outubro de 2007). De referir, ainda, o desempenho de Setúbal-Tróia.
Receitas turísticas per capita, Portugal, 2003 e 2008E
(Euros)
Ranking
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
País
EUA
Noruega
Bélgica
Reino Unido
Alemanha
Irlanda
França
Holanda
Itália
Espanha
Receita per capita
(Euros)
2003
2008E
Chegadas de turistas por cidade, Portugal, 2007 e 2008E
(Milhares, percentagens)
Ranking Cidades
1 586
841
957
833
1 182
1
1 042
999
845
759
723
808
674
638
647
528
437
391
561
486
451
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Lisboa
Albufeira
Porto
Funchal
Faro
Lagos
Portimão
Monte Gordo
Setúbal-Tróia
Cascais-Estoril
Chegadas
(Milhares)
2008E
2007
Var07-08
(Milhares) (%)
6.5
1 041.7
983.0
959.5
114.6
21.9
20.6
20.1
526.3
509.9
537.6
520.8
11.3
10.9
2.1
2.1
477.0
487.2
10.2
2.1
427.7
426.8
369.1
436.8
454.1
384.7
9.1
27.3
15.6
2.1
6.4
4.2
1 757.5
1 019.8
962.4
939.4
1 872.1
2.1
2.1
2.1
E
Estimativa.
Fontes: Euromonitor International, ES Research-Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
43
4. Portugal no turismo mundial – perspectivas para o sector - PENT.
O PENT1 define objectivos ambiciosos para o turismo do país, que deveria crescer de forma sustentada,
acima da média europeia, com especial incidência ao nível das receitas. O objectivo era, assim, a obtenção
de 20 a 21 milhões de turistas estrangeiros em 20152 (que compara com 11.3 milhões em 2006 e implicava
um crescimento médio anual de 5%). Ao mesmo tempo, o objectivo fixado para as receitas implicava um
crescimento médio anual até 2015 superior a 9%, por forma a ultrapassar o patamar dos EUR 15 mil
milhões (mais do dobro do valor de 2006).
Objectivos para o número de turistas
estrangeiros em Portugal, 2006-2015P
(Milhões, percentagens)
Objectivos para as receitas turísticas
em Portugal, 2006-2015P
(EUR mil milhões, percentagens)
20.0/21.0
14.5/15.5
17.5/18.0
11.0/12.0
15.0/15.5
8.5/9.5
11.5
6.7
5.3
4.6
9.9
Dormidas
estrangeiros
8.8
2006
2009P
2012P
2015P
25
29
33
38
Previsão. 1 Plano Estratégico Nacional do Turismo (aprovado em 2007).
Fontes: INE, Ministério da Economia e Inovação, ES Research-Research Sectorial.
2006
9.0
2009P
9.6
2012P
2015P
TCMA para o período considerado (Percentagens)
P
2
Este é também a previsão da WTO para Portugal mas apenas no ano 2020.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
44
4. Portugal no turismo mundial – perspectivas para o sector (I).
Um estudo efectuado pela Euromonitor International, em Agosto de 2009, prevê que as chegadas de turistas a Portugal
atinjam os 14.6 milhões em 2013, o que significa um crescimento médio anual de apenas 2.4% face aos 5% previstos no
PENT. Situação idêntica se verifica ao nível das receitas, onde as previsões apontam para um valor de EUR 9.8 mil milhões
nesse mesmo ano, equivalendo a uma taxa de crescimento médio anual de 3.9% (9% é o valor apontado no PENT). De
referir a entrada dos turistas da Rússia e da Polónia para o top 10 das chegadas (em conformidade com a política de
diversificação de mercados levada a cabo pelas entidades governamentais), com crescimentos médios anuais previstos de
26.2% e 17%, respectivamente, bem como a afirmação do Brasil enquanto mercado emissor de turistas e de receitas para
Portugal (crescimento de 8.6% ao ano e subida de dois lugares no ranking).
Previsão das chegadas de turistas a Portugal, 2008, 2010 e 2013
(Milhares, percentagens)
Ranking
País
2008
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
Ranking
Turistas
(Milhares)
2010
2013
2 519.9
2 746.6
18.9
0.9
1
2 326.8
2 312.6
1 232.1
668.8
639.3
533.6
382.4
16.0
15.9
8.5
4.6
4.4
3.7
2.6
0.3
2.2
0.9
2.6
7.4
0.2
-1.1
353.3
339.6
307.2
2.4
2.3
2.1
17.0
0.9
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
Espanha
Reino Unido
2 632.3
2 287.4
França
Alemanha
Holanda
Brasil
2 076.6
1 178.4
587.4
446.6
527.3
404.2
2 251.3
2 143.3
1 165.1
620.0
538.4
490.9
369.6
161.3
324.2
95.8
235.1
304.8
139.9
Suiça
Itália
Polónia
Irlanda
Rússia
Previsão das receitas turísticas em Portugal, 2008, 2010 e 2013
(EUR milhões, percentagens)
Quota TCMA08-13
(%)
(%)
26.2
País
Receitas
(EUR milhões)
2008
2010
2013
Reino Unido 1 932.9
1 343.2
França
1 186.9
Espanha
952.2
Alemanha
Holanda
329.4
289.6
EUA
277.4
Bélgica
Brasil
Irlanda
Itália
Suiça
179.3
218.6
196.4
158.2
1 927.9 2 073.3
1 405.0 1 577.3
1 151.5 1 305.9
955.6 1 053.9
Quota
(%)
TCMA08-13
(%)
21.1
1.4
16.1
13.3
3.3
1.9
10.7
2.1
352.4
227.1
267.2
395.5
342.4
294.4
4.0
3.5
3.0
3.7
3.4
1.2
219.0
208.1
270.6
241.4
2.8
2.5
8.6
2.0
182.0
150.8
195.9
173.2
2.0
1.8
-0.1
1.8
Fontes: Euromonitor International, ES Research-Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
45
4. Portugal no turismo mundial – perspectivas para o sector (II).
Espanha, Reino Unido, França e Alemanha são os principais emissores de turistas para Portugal, concentrando cerca de
63% das entradas de turistas no país e tornando-o muito vulnerável face às oscilações destes mercados. Se atentarmos às
previsões da WTO em relação aos principais mercados emissores em 2020, podemos observar que relativamente a cinco
dos países do top 10 - Japão, EUA, China, Canadá e Rússia - que representarão cerca de 22% do total de turistas
mundiais, apenas representaram 5% das chegadas a Portugal em 2008. Podemos, admitir, que existirá, nestes mercados,
um elevado potencial de crescimento e uma oportunidade de diversificação para o país, como aliás parece ser visível nos
valores previstos no relatório da Euromonitor por exemplo para a Rússia. A este propósito refira-se que as entidades
governamentais iniciaram, em 2006, uma aposta clara na promoção de Portugal em alguns destes mercados emergentes,
como a Rússia, o Brasil e a China, deslocando-se aos mesmos para apresentações aos seus principais players, tendo com
eles firmado alguns acordos de cooperação.
Top 10 dos países emissores de turistas, 2020P
Chegada de turistas a Portugal, 2008
Ranking
1
Espanha
Outros
37%
9%
Alemanha
20%
16%
18%
Reino Unido
França
2
3
4
5
6
7
8
9
10
País
Alemanha
Japão
EUA
China
Reino Unido
França
Holanda
Itália
Canadá
Rússia
Turistas
(Milhares)
Quota
(%)
152.9
9.8
141.5
123.3
100.0
94.5
54.6
45.6
35.2
9.1
7.9
6.4
6.1
3.5
2.9
2.3
31.3
30.5
2.0
2.0
Os 5 mercados representam:
- 22% dos turistas mundiais em
2020
- 5% dos turistas que chegaram
a Portugal em 2008
P
Previsão.
Fontes: Euromonitor International, WTO, ES Research-Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
46
4. Portugal no turismo mundial – perspectivas para o sector (III).
Segundo os relatórios do World Travel & Tourism Council (WTTC), o sector do turismo português deveria
registar, entre 2009 e 2019, uma taxa de crescimento médio anual de cerca de 3.6%, praticamente um
ponto percentual acima do estimado para a UE-27, porém abaixo das estimativas para o Mundo (-0.4 pp) e
para, por exemplo, a Turquia (-0.7 pp).
Estimativas para o crescimento do sector
do turismo entre 2009 e 2019
(Percentagens)
4.3
Mundo = 4.0
3.6
3.5
2.5
Turquia
Portugal
Grécia
Alemanha
UE-27 = 2.7
2.4
França
1.9
1.9
Espanha
Itália
Fontes: World Travel & Tourism Council, ES Research-Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
47
4. Portugal no turismo mundial – perspectivas para o sector (IV).
Na sequência da evolução recente do sector, o WTTC, afirmou que “Portugal está a acompanhar a
tendência mundial”, pelo que o sector do turismo nacional não deverá registar uma retoma sustentável
antes de 2011. Os mais recentes dados da economia e do sector, apesar de melhores que os esperados há
alguns meses, estão ainda longe dos registados antes da crise. O elevado desemprego, os planos de
estímulo às economias, as dificuldades de acesso ao crédito por parte das empresas e a redução dos gastos
em viagens por parte das famílias são factores que influenciarão o desempenho do sector. O ano de 2009
foi um ano no vermelho para o turismo português, mas as previsões do WTTC para o sector foram revistas
em alta recentemente1, esperando-se que o turismo contribua positivamente para o PIB já em 2010, ainda
que em apenas 0.5%, alcançando os 2% em 2011. Já o emprego e o investimento do sector deverão
continuar em contracção em 2010 e assumir valores positivos apenas em 2011.
Contribuição do turismo para o
PIB em Portugal, 2009- 2011P
(Percentagens)
3
2
2
0
0
-1
-5
-2
-10
-3
2009
2010P
2011P
Crescimento do investimento no turismo
em Portugal, 2009- 2011P
(Percentagens)
10
5
1
1
0
-1
-2
-3
-4
-5
Contribuição do turismo para o
emprego em Portugal, 2009- 2011P
(Percentagens)
-4
Fontes: World Travel & Tourism Council, ES Research-Research Sectorial.
2011P
2010P
2009
P
Previsões.
1
-15
2009
2010P
2011P
Previsão de um crescimento do sector em cerca de 2% em 2010.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
48
4. Portugal no turismo mundial – perspectivas para o sector (V).
Em 2009, Portugal posicionou-se, pelo segundo ano consecutivo, no top 20 dos destinos mais competitivos
do mundo (em 133 países) para a atracção de investimento nos sectores do Turismo e Viagens. Ocupando
a 17ª posição, Portugal caiu dois lugares face ao ano anterior, e um no conjunto da UE-27, mas manteve a
posição (2ª) no competitive set1, que nos compara com os destinos nossos concorrentes na Bacia do
Mediterrâneo. O Índice refere em Portugal, pela positiva, a prioridade dada pelo Governo ao sector, a
facilidade de criação de empresas, a hospitalidade dos portugueses e o número de locais e monumentos
classificados como Património Mundial.
Portugal no Índice de Competitividade Viagens & Turismo, 2009
Competitividade Viagens & Turismo
Quadro regulatório
Ambiente empresarial e
infra-estrutura
Recursos humanos,
culturais e naturais
Países
Rank
Geral
Rank
UE-27
Rank Bacia
Mediterrâneo
Pontuação
Rank
Geral
Pontuação
Rank
Geral
Pontuação
Rank
Geral
Pontuação
5.68
1
6.01
1
5.49
2
5.54
Suiça
1
Austria
2
1
5.46
4
5.91
6
5.22
7
5.24
Alemanha
3
2
5.41
13
5.56
3
5.44
9
5.22
França
4
3
5.34
8
5.67
7
5.22
11
5.13
Canadá
5
5.32
23
5.41
4
5.36
10
5.19
Espanha
6
4
5.29
29
5.29
8
5.21
5
5.36
Suécia
7
5
5.28
12
5.57
14
5.04
8
5.23
EUA
8
5.28
57
4.70
2
5.47
1
5.67
Austrália
9
5.24
27
5.31
15
5.01
3
5.42
Singapura
10
5.24
6
5.77
5
5.25
23
4.69
PORTUGAL
17
5.01
15
5.52
24
4.74
16
4.78
1
10
2
Fontes: World Economic Forum, ES Research-Research Sectorial.
1
World Economic Forum.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
49
4. Portugal no turismo mundial – perspectivas para o sector (VI).
Vários prémios internacionais, publicações e estudos sobre o sector reconhecem Portugal e as suas regiões como
destinos de excelência. O guia Lonely Planet, por exemplo, colocou o país no top 10 mundial dos destinos que é
obrigatório visitar em 2010, distinguindo-o como destino inovador, sustentável e moderno. Nos World Travel
Awards 2009 foram-nos atribuídos quatro prémios, dois dos quais a Lisboa, como melhor destino europeu e melhor
destino de cruzeiros. Lisboa integra também o top 20 das cidades a visitar pela revista britânica Condé Nast
Traveller que selecciona o melhor do turismo mundial. O Centro Mundial de Destinos Turísticos de Excelência
(CED), tutelado pela WTO, distinguiu a Madeira como destino turístico de excelência. Recentemente, a WTO
informou que está a mobilizar os países com maior peso em termos de turismo para constituir o G20 do sector,
endereçando convites a alguns países para se juntarem ao grupo, entre os quais se encontra Portugal.
Fontes: World Travel Awards, Lonely Planet, Turismo de Portugal, ES Research-Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
50
Turismo – Caracterização e oportunidades de negócio
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
Sumário executivo .................................................................... 2
Turismo Outlook ....................................................................... 6
O Turismo mundial ................................................................... 23
Portugal no Turismo Mundial ..................................................... 39
O Turismo na Economia Portuguesa ........................................... 52
Organização Institucional do Turismo e mecanismos de apoio ao
sector ...................................................................................... 61
Mercado turístico nacional ......................................................... 68
Principais players do sector ....................................................... 92
Oportunidades de negócio ........................................................ 109
Comparações internacionais ......................................................140
Impacto do TGV no sector ........................................................ 143
Tendências, políticas e reflexões ............................................... 146
Anexos ....................................................................................157
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
51
5. O Turismo na Economia Portuguesa (I).
O conceito de cluster de turismo pressupõe um conjunto de actividades características1, conexas2 e
potenciadas3. Contudo, a evolução deste sector estará, obviamente, dependente da evolução das “outras”
actividades, nomeadamente, no que se refere ao financiamento, promoção, ordenamento do território,
ensino/formação e preservação ambiental, actividades estas quase de exclusiva iniciativa pública.
• Comércio
• Construção
• Indústria
• Vending
• Transportes
Actividades
Actividades
Potenciadas
Turismo
• Serviços fotográficos
Conexas
Actividades contempladas na Conta Satélite do Turismo
• Alojamento
• Ordenamento do território
• Restauração
• Financiamento
• Transporte passageiros
• Aluguer de veículos
Actividades
Características
• Actividades culturais, de recreio e lazer
Outras actividades
• Ensino/formação
• Promoção
• Preservação ambiental
• Agências de viagens e operadores turísticos
1
Actividades cuja produção principal é característica do Turismo e que servem os visitantes, admitindo-se uma relação directa do fornecedor com o consumidor.
Actividades cuja produção principal (bens e serviços) é considerada conexa do Turismo (transportes ferroviários suburbanos, serviços fotográficos).
3
Actividades económicas de fraco cariz turístico (construção, comércio).
Fontes: “O cluster Turismo em Portugal”, 2001 – Merícia Gouveia e Teresinha Duarte, Turismo de Portugal, ES Research-Research Sectorial.
2
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
52
5. O Turismo na Economia Portuguesa (II).
O Turismo desempenha um papel fundamental na economia portuguesa.
Dada a sua cada vez maior importância económica, importa quantificar os seus efeitos directos, indirectos ou induzidos em termos de
criação de valor acrescentado, emprego e receitas. Para o efeito utilizou-se a Conta Satélite do Turismo de Portugal (CSTP)1.
O turismo….
VAB
EMPREGO
 contribui para a
riqueza gerada,
representando
5.1% do VAB em
2008E.
 constitui 8% do
emprego total na
economia, em
2006.
Espanha
12.6%
UE 27
12.0%
Consumo
Turístico Interior2
 equivalente a
10.4% do PIB,
em 2008E.
UE 27
Espanha
11.0%
10.5%
10.4%
8.0%
5.1%
4.7%
2008E
2000
E
10.1%
BALANÇA
CORRENTE
 responsável por
42.6% do total das
receitas da Balança
Corrente (componente
serviços), em 2009E.
RECEITAS
 totalizou receitas de
EUR 6.9 mil
milhões, em 2009E.
58.3%
42.6%
7.1%
2000
2006
2000
2008E
2000
2009E
1A
Estimativa.
CSTP é um instrumento desenvolvido com base na metodologia do Eurostat e das Nações Unidas que afere a importância económica do Turismo.
em turismo efectuado pelos residentes e não residentes, em Portugal, por motivos de lazer, negócios e/ou outros. Divide-se em três componentes: Consumo Turístico Receptor,
Consumo Turístico Interno e Outras Componentes do Consumo Turístico.
2 Consumo
Fontes: INE, Turismo de Portugal, ES Research-Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
53
5. O Turismo na Economia Portuguesa - VAB.
O Valor Acrescentado Gerado pelo Turismo (VAGT) representou 5.1% do VAB da economia, em 2008E.
Peso do VAGT no VAB, 2000-2008E
(EUR mil milhões, percentagens)
VAGT versus VAB nas Actividades do Turismo, 2008E
(EUR mil milhões)
4.2
160
5.2
120
80
4.7
4.9
5.1
2.6
4.8
4.6
4.6
4.0
2.7
2.1
4.6
4.4
1.6
1.4
40
0.3
0.2
0
2000
2001
2002
2003
VAGT (VAB gerado pelo Turismo)
2004
2005
2006
2007E 2008E
VAB da Economia
Peso do VAGT no VAB
Alojamento
VAGT
Restaurantes
Transportes
Agências de
Viagens
Serviços Culturais
VAB Actividades
O Valor Acrescentado Gerado pelo Turismo apresentou uma trajectória crescente a partir de 2004, estimando-se que tenha
totalizado os EUR 7.3 mil milhões, no final de 2008. O seu contributo para o VAB oscilou entre os 4.4% (2003) e os 5.2% (2007),
tendo apresentado uma TCMA00-08 de 4.7%.
Em 2008E, as actividades que geraram maior volume do Valor Acrescentado Gerado pelo Turismo (VAGT) concentraram-se no
Alojamento (em particular os Hotéis e Similares), Transportes e Restaurantes, que no seu conjunto geraram mais de EUR 6 mil
milhões. Estas três actividades foram responsáveis por cerca de 93% do VAB gerado pelo turismo.
Analisando a relação entre o VAGT e o VAB, nas suas actividades core, podemos verificar a importância da riqueza gerada pelo
turismo e a dependência destas face à sua performance. Em 2008E, 98% do VAB gerado pelo Alojamento e pelas Agências de
Viagens foi proveniente da actividade turística.
Estimativa.
Fontes: INE, Turismo de Portugal, ES Research-Research Sectorial.
E
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
54
5. O Turismo na Economia Portuguesa - Emprego.
Em 2006, o emprego no turismo constituiu 8% do total do emprego na economia, cerca de 444 mil
indivíduos.
Importância do Emprego no Turismo, 2000-2006
(Milhões de indivíduos, percentagens)
7
6
5.6
5.5
Transportes
12.5%
8.0
5
7.8
Hotéis e Similares
14.5%
7.6
4
7.4
3
2
Emprego no turismo por Actividade
Característica, 2006
7.1
7.2
7.1
Restaurantes
e Similares
55.7%
1
0
2000
2001
2002
2003
2004
Emprego nas actividades características do turismo
2005
2006
Outras Actividades
17.3%
Emprego na economia
No período 2000-2006, o emprego, nas Actividades Características do Turismo, registou um crescimento médio anual na ordem
dos 2.3%, a que correspondeu um acréscimo de 56.5 mil postos de trabalho. Comparativamente, o crescimento médio anual do
emprego na economia foi de 0.2%, influenciado pelas reduções observadas a partir de 2003.
No que respeita à distribuição do emprego no turismo, a grande maioria dos indivíduos concentravam-se nas actividades
relacionadas com os Restaurantes e Similares (55.7%), seguindo-se os Hotéis e Similares (14.5%).
De referir que, em termos da variação da criação de emprego por actividades económicas, entre 2004 e 2008, o Alojamento,
Restauração e Similares foi aquela que registou o valor mais elevado, aumentou cerca de 153%.
Fontes: IEFP, INE, Turismo de Portugal, ES Research-Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
55
5. O Turismo na Economia Portuguesa – Consumo Turístico Interior.
O Consumo Turístico Interior (CTI) deverá ter ascendido, no final de 2008E, a EUR 17.3 mil
milhões, o equivalente a cerca de 10.4% do PIB pm nesse ano.
Evolução do Consumo Turístico Interior
e suas componentes, 2000-2008E
(EUR mil milhões)
17.3
12.3
4.1
4.4
5.1
5.2
3.2
3.2
4.7
Importância do Consumo Turístico
Interior no PIB, 2000-2008E
(EUR mil milhões, percentagens)
200
160
120
3.8
3.9
3.7
3.8
2.4
2.5
2.5
2.5
2.6
2.8
3.0
6.1
6.5
6.5
6.3
6.7
6.8
7.4
8.8
8.9
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007E
2008E
10.1
10.0
9.4
2002
80
9.1
9.3
9.4
2003
2004
2005
9.7
10.5
10.4
2007E
2008E
40
0
Turismo Receptor1
Turismo Interno2
Outras componentes do Consumo Turístico3
2000
2001
Consumo Turístico Interior
PIB pm
2006
Importância do CTI no PIB
Consumo Turístico Interior
O Consumo Turístico Interior exibiu um bom desempenho no período 2000-2008 (TCMA00-08 de 4%), fortemente impulsionado pelo
Turismo Receptor que apresentou uma TCMA00-08 de 5%. A partir de 2004, assistiu-se a um maior dinamismo do Consumo Turístico
Interior que se reflectiu no incremento do seu peso no PIB, tendo passado de 9.1% (2003) para 10.4% em 2008E, registo
particularmente importante num ano marcado pela grave crise económica que afectou de forma significativa o Turismo Mundial.
1
Turismo efectuado por turistas não residentes.
Turismo efectuado por residentes no interior de Portugal e fora de Portugal (antes de partir e depois de regressar).
3
Despesas efectuadas por residentes e não residentes no âmbito do Turismo de Negócios, bem como a valorização das residências secundárias.
E
Estimativa.
Fontes: INE, Turismo de Portugal, ES Research-Research Sectorial.
2
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
56
5. O Turismo na Economia Portuguesa – Balança Corrente.
As Receitas Turísticas constituem a principal rubrica da Balança Corrente, estimando-se que, no
final de 2009, tenham representado 42.6% das receitas totais dos serviços.
(Compara com 30% a nível mundial e 23% a nível da UE-27 onde Portugal assume o 3º valor mais elevado, só
sendo ultrapassado pela Bulgária (50%) e pela Espanha (43%).
Peso das Receitas Turísticas1 na
Balança de Serviços, 2000-2009E
(EUR mil milhões, percentagens)
Importância do Turismo na Balança
Corrente, 2000-2009E
(EUR mil milhões)
10
8
7
58.3
6
5.7
58.3
55.9
6.9
53.6
52.3
50.6
45.6
5
43.6
5
0
41.5
42.6
-5
4
-10
3
-15
2
-20
1
0
-25
2000
2002
2002
Receitas turísticas
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Peso das receitas turísticas na Balança de Serviços
2009E
-30
2000
2001
2002
2003
Saldo da Balança Turística
2004
2005
2006
2007
2008
2009E
Saldo da Balança Corrente (s/turismo)
Saldo da Balança Corrente (total)
O saldo da Balança Turística2 contribui positivamente para a diminuição do défice da Balança Corrente (Bens e Serviços) tendo
totalizado, em 2009E, EUR 4.2 mil milhões. No período 2000-2009, o saldo da Balança Turística apresentou taxas de crescimento
médio anual na ordem dos 3%, reflectindo o crescimento das receitas do turismo.
1
As receitas turísticas referem-se às receitas exclusivamente geradas pelos estrangeiros em Portugal. Tratam-se de fluxos de entrada na economia nacional. 2 O saldo da Balança Turística
corresponde ao saldo entre as receitas dos turistas estrangeiros que visitam Portugal e as despesas dos turistas portugueses que se deslocam ao estrangeiro. E Estimativa.
Fontes: INE, Turismo de Portugal, Eurostat, ES Research-Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
57
5. O Turismo na Economia Portuguesa – Receitas Turísticas (I).
As receitas turísticas ascenderam a EUR 6.9 mil milhões, no final de 2009E, representando 4.2% do PIB.
Peso das receitas turísticas1 no PIB pm, 2000-2009E
(EUR mil milhões, percentagens)
4.7
5.7
7.4
4.7
6.1
6.1
4.5
5.8
6.2
6.2
6.9
8
7
4.5
4.5
7.4
6.9
6
5
4.3
4.3
4.2
7.4
6.7
Balança Turística Portuguesa, 2000-2009E
(EUR mil milhões)
4.2
4.2
5.8
5.7
4.5
4
3
3.3
2
2.7
4.2
3.7
2.9
2.7
2.1
1
2000
2001
2002
2003
Receitas turísticas
2004
2005
2006
2007
2008
2009E
Peso das receitas do turismo no PIB pm
0
2000
2001
2002
2003
Receitas Turísticas
2004
2005
2006
2007
Despesas Turísticas
2008
2009E
Saldo
Entre 2000 e 2009E, as receitas do turismo apresentaram um crescimento médio anual de 2.1%, que se consubstanciou, em
termos absolutos, num acréscimo de mais EUR 1.2 mil milhões. Esta evolução reflecte, porém, o impacto negativo dos anos 2008
e, sobretudo, 2009, que interromperam um período de crescimentos médios anuais da ordem dos 9% (entre 2005 e 2007).
O peso das receitas do turismo no PIB, situou-se, em 2009E, nos 4.2%, depois de ter estabilizado nos 4.5% em 2007 e 2008, e
de ter atingido o seu máximo em 2000 e 2001 com 4.7%.
O saldo da balança turística ascendeu a EUR 4.2 mil milhões, em 2009E, representando uma redução de 6.7% face ao ano
anterior. Ainda assim, importa sublinhar que o saldo da Balança Turística apresentou um crescimento médio anual na ordem dos
6%, no período 2005-2008.
1 As
receitas turísticas referem-se às receitas, exclusivamente, geradas pelos estrangeiros em Portugal. Tratam-se de fluxos de entrada na economia nacional.
Estimativa.
Fontes: INE, Turismo de Portugal, ES Research-Research Sectorial.
E
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
58
5. O Turismo na Economia Portuguesa – Receitas Turísticas (II).
O Turismo tem sido o sector mais exportador do país.
Posicionamento das Receitas Turísticas nas principais Receitas Externas, 2000-2009E
(EUR mil milhões)
25
20
18.8
17.5
16.5
Viagens e Turismo
6.5%
15
7.9%
10
10.7%
c
5
14.6%
Máquinas e Aparelhos
(Eléctricos e mecânicos)
Material de Transporte
Minérios e Metais
0
2000
2001
Ranking
2002
2003
2004
2005
2006
2000
2004
2008
2009E
Viagens e Turismo
1º
1º
1º
1º
Máquinas e Aparelhos
(Eléctricos e mecânicos)
2º
2º
2º
2º
Material de Transporte
3º
3º
3º
3º
Minérios e Metais
4º
4º
4º
4º
Fontes: INE, Banco de Portugal, ES Research-Research Sectorial.
E
Estimativa.
2007
2008
2009E
Ao comparar os principais sectores exportadores
portugueses, constata-se que, nos últimos anos, o
Turismo foi aquele que mais contribuiu para as receitas
externas totais. Em 2009E, o sector do Turismo gerou
receitas 1.37 vezes superiores ao das Máquinas e
Aparelhos (Eléctricos e mecânicos) e cerca de 1.85 e
2.26 vezes superior ao do Material de Transporte e dos
Minérios e Metais, respectivamente.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
59
Turismo – Caracterização e oportunidades de negócio
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
Sumário executivo .................................................................... 2
Turismo Outlook ....................................................................... 6
O Turismo mundial ................................................................... 23
Portugal no Turismo Mundial ..................................................... 39
O Turismo na Economia Portuguesa ........................................... 52
Organização Institucional do Turismo e mecanismos de apoio ao
sector ...................................................................................... 61
Mercado turístico nacional ......................................................... 68
Principais players do sector ....................................................... 92
Oportunidades de negócio ........................................................ 109
Comparações internacionais ......................................................140
Impacto do TGV no sector ........................................................ 143
Tendências, políticas e reflexões ............................................... 146
Anexos ....................................................................................157
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
60
6. Organização Institucional do Turismo (I).
Integrado no Ministério da Economia e Inovação, o Turismo de Portugal, I.P. é a Autoridade Turística
Nacional responsável pela promoção, valorização e sustentabilidade da actividade turística, agregando
numa única entidade, todas as competências institucionais relativas à dinamização do turismo, desde a
oferta à procura. Com uma relação privilegiada com as outras entidades públicas e os agentes económicos
no país e no estrangeiro, tem como empenho cumprir o desígnio de reforçar o turismo como um dos
motores de crescimento da economia portuguesa. Assim, a sua missão consiste em qualificar e desenvolver
as infra-estruturas turísticas, desenvolver a formação de recursos humanos, apoiar o investimento no
sector, coordenar a promoção interna e externa de Portugal como destino turístico e regular e fiscalizar os
jogos de fortuna e azar.
Apoia o
investimento
Aposta na
formação
Coopera a
nível
internacional
Define
estratégias
Dinamiza
Produtos e
Destinos
Gere programas
de
incentivos
Regula e
fiscaliza o
jogo
Fontes: Turismo de Portugal, ES Research-Research Sectorial.
Promove o
Destino
Portugal
Qualifica a
oferta
turística
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
61
6. Organização Institucional do Turismo (II).
As entidades regionais de turismo asseguram o desenvolvimento do turismo regional no país, funcionam como entidades gestoras,
são pessoas colectivas de direito público de âmbito territorial, dotadas de autonomia administrativa e financeira e de património
próprio. São responsáveis pela valorização e aproveitamento sustentado dos recursos turísticos regionais e os interlocutores
privilegiados das respectivas áreas junto da Autoridade Turística Nacional. As Direcções Regionais dos Açores e da Madeira
contribuem, também, para a definição e execução da política do turismo definida pelos Governos Regionais. As Agências Regionais
de Promoção Turística (ARPT) são associações de direito privado, sem fins lucrativos, constituídas por representantes dos agentes
económicos do turismo, por um número relevante de empresas privadas com actividade turística e de entidades do sector público,
nomeadamente as Entidades Regionais de Turismo, e são responsáveis pelos Planos Regionais de Promoção Turística Externa,
através de modelo contratado com o Turismo de Portugal.
CINCO ÁREAS REGIONAIS
DUAS DIRECÇÕES REGIONAIS
SEIS PÓLOS DE DESENVOLVIMENTO TURÍSTICO
Turismo
Turismo
Turismo
Turismo
Turismo
Turismo
do Douro
da Serra da Estrela
do Oeste
de Leiria-Fátima
Terras do Grande Lago Alqueva - Alentejo
do Alentejo Litoral
SETE AGÊNCIAS REGIONAIS
DE PROMOÇÃO TURÍSTICA
REGIÃO LISBOA: ATL – Associação de Turismo de Lisboa, Visitors and
Convention Bureau
PORTO E NORTE: ADETURN – Associação de Turismo do Norte de Portugal
Turismo
Turismo
Turismo
Turismo
Turismo
do Porto e Norte de Portugal
do Centro de Portugal
de Lisboa e Vale do Tejo
do Alentejo, E.R.T.
do Algarve
Fontes: Turismo de Portugal, ES Research-Research Sectorial.
ALENTEJO: Associação de Turismo do Alentejo
ALGARVE: ATA – Associação de Turismo do Algarve
CENTRO DE PORTUGAL: Associação de Turismo do Centro
MADEIRA: APRAM – Associação de Promoção Regional Autónoma da Madeira
AÇORES: ATA – Associação de Turismo dos Açores
Nota: Informação sobre as entidades regionais de turismo no Anexo 1.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
62
6. Mecanismos de apoio ao sector (I).
O financiamento ao investimento no turismo é preconizado pelo Turismo de Portugal, I.P., tendo por
atribuição prestar apoio técnico e financeiro às entidades públicas e privadas do sector do turismo e gerir os
respectivos instrumentos de apoio financeiro ao investimento. O apoio a projectos de natureza empresarial
e infraestrutural assume como prioridade a concretização dos objectivos do PENT1, destacando-se a
dinamização dos novos pólos turísticos e dos produtos turísticos estratégicos, a promoção de eventos de
projecção internacional, a requalificação de destinos, assim como a promoção da inovação e reforço da
competitividade das empresas. Para isso é possível utilizar os seguintes mecanismos de apoio:
Incentivos financeiros integrados nos diversos Programas Operacionais (fundos
estruturais e Fundo de Coesão) aplicáveis ao investimento em turismo, de natureza
empresarial e infraestrutural. Segundo estimativas do Turismo de Portugal poderão
ser alocados ao sector, por esta via, cerca de EUR 600 milhões.
QREN2
(2007-2013)
Apoio de natureza não reembolsável, estruturado em duas linhas de apoio,
destinado a investimentos de natureza infraestrutural que contribuam para a
concretização da estratégia definida no PENT, cujos projectos contribuam, conjunta
ou alternativamente, para o desenvolvimento de pólos turísticos, o desenvolvimento
ou consolidação dos produtos estratégicos e a requalificação de destinos turísticos,
bem como o apoio a eventos relevantes para a promoção da notoriedade de
Portugal enquanto destino turístico. Inicialmente previsto para o período 2007-2009,
foi prorrogado até 2010; dotação orçamental de EUR 100 milhões.
PIT3
(2007-2010)
1
Plano Estratégico Nacional do Turismo.
2
Quadro de Referência Estratégico Nacional.
3 Programa
de Intervenção do Turismo.
Fontes: Turismo de Portugal, Ministério da Economia e Inovação, ES Research-Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
63
6. Mecanismos de apoio ao sector (II).
PME INVESTE III
Resultante do protocolo celebrado entre o IAPMEI1, o Turismo de Portugal, o
IEFP2, a AGPOFC3, as Instituições de Crédito e as sociedades de Garantia Mútua,
inclui três linhas de crédito específicas aplicáveis às empresas do turismo:
* Linha específica Sector do Turismo – EUR 500 milhões;
* Linha específica Turismo de Habitação e Turismo em Espaço Rural – EUR
10 milhões;
* Linha de Apoio à Tesouraria das Empresas do Turismo – EUR 100 milhões.
PME INVESTE IV
PME INVESTE V
Resultante do protocolo celebrado entre o IAPMEI, a PME Investimentos, as
Sociedades de Garantia Mútua e as Instituições Bancárias, foi criada a Linha
Específica para Micro e Pequenas Empresas, na qual se enquadram todas as
actividades, empreendimentos e estabelecimentos do sector do turismo. São
elegíveis operações de investimentos novos em activos fixos corpóreos ou
incorpóreos e de reforço do fundo de maneio ou dos capitais permanentes.
Montante máximo da linha: EUR 200 milhões.
Resultante do protocolo celebrado entre o IAPMEI, a PME Investimentos, as
Sociedades de Garantia Mútua e as Instituições Bancárias, inclui duas linhas de
crédito, nas quais se enquadram todas as actividades, empreendimentos e
estabelecimentos do sector do turismo:
* Linha Específica “Micro e pequenas Empresas” – EUR 250 milhões;
NOTA: Segundo a informação disponível, já terão sido apoiadas,
com as linhas PME Investe, 3 548 operações na área do turismo,
num total de EUR 475 milhões de financiamento.
1
* Linha Específica “Geral” – EUR 500 milhões.
Instituto de Apoio às Pequenas e Médias empresas.
2
Instituto do Emprego e Formação Profissional.
Fontes: Turismo de Portugal, Ministério da Economia e Inovação, ES Research-Research Sectorial.
3Autoridade
de Gestão do Programa Operacional Factores de Competitividade.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
64
6. Mecanismos de apoio ao sector (III).
Crédito ao Investimento
no Turismo – Protocolos
Bancários
(2007-2010)
Linha de crédito destinada a investimentos de natureza empresarial,
resultante de parceria estabelecida entre o Turismo de Portugal, I.P. e o
sector financeiro, destinada a financiar projectos turísticos, económica e
financeiramente viáveis que, em função das prioridades definidas no
PENT, contribuam para o aumento da qualidade, inovação e
competitividade da oferta do sector turístico nacional. O Turismo de
Portugal disponibiliza o montante máximo de EUR 60 milhões, sendo o
financiamento repartido entre este e a instituição de crédito na
proporção de 60%/40% caso se trate de uma PME ou de 40%/60% caso
tal não aconteça.
Para além dos incentivos financeiros referidos, geridos e co-geridos pelo Turismo de Portugal, I.P.,
destacam-se outros instrumentos de apoio, igualmente aplicáveis a empresas do sector, nomeadamente:
Garantia Mútua
Mecanismo privado, mutualista, de
Apoio às Micro, Pequenas e Médias
Empresas para a prestação de
garantias financeiras facilitadoras
no acesso ao crédito e a apoios
financeiros estatais em vigor.
Capital de Risco
Participação de capital minoritária e
temporária no capital social de
sociedades do sector, como forma
de reforço financeiro associado aos
respectivos negócios.
Fundos Imobiliários
Operações de aquisição e de arrendamento
de imóveis afectos à actividade turística,
permitindo a separação entre a
propriedade dos activos imobiliários e a
gestão hoteleira, de modo a que o esforço
dos empresários se concentre no core
business do negócio.
Fontes: Turismo de Portugal, Ministério da Economia e Inovação, ES Research-Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
65
6. Mecanismos de apoio ao sector (IV).
Iniciativa.pt
Fundo de incentivo
a congressos
Começando em 2007, como um fundo de apoio às rotas aéreas com interesse
turístico, passando depois a ser uma Iniciativa de Desenvolvimento de Rotas
Aéreas de Interesse Turístico e agora transformada em Iniciativa.pt, esta linha
de EUR 17 milhões, cujos promotores são o Turismo de Portugal, I.P., a ANA
– Aeroportos e a ANAM (Aeroportos da Madeira), visa incentivar os mercados
turísticos que são importantes para o país, abarcando também as prioridades
dos operadores aeroportuários nacionais. Até Março de 2010 já tinham sido
apoiadas 40 novas rotas, sendo apoiadas companhias como a EasyJet, Ryanair,
TAP, SATA, SkyEurope e AerLingus. Está previsto que esta iniciativa dure até
2012 podendo, contudo, haver continuidade deste apoio quer em termos
temporais quer em termos de montante disponível.
O Governo lançou um fundo de incentivo a congressos com mais de mil
participantes, com uma dotação inicial de um milhão de euros para três
anos. Trata-se de um fundo disponível para a captação de congressos
realizados quer por empresas portuguesas, quer estrangeiras, em qualquer
ponto do país, desde que assegurem mais de mil participantes. Será um fundo
assegurado pelo Turismo de Portugal, I.P. em parceria com a ANA – Aeroportos
e as Agências Regionais de Promoção Turística (ARPT’s).
Fontes: Turismo de Portugal, Ministério da Economia e Inovação, ES Research-Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
66
Turismo – Caracterização e oportunidades de negócio
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
Sumário executivo .................................................................... 2
Turismo Outlook ....................................................................... 6
O Turismo mundial ................................................................... 23
Portugal no Turismo Mundial ..................................................... 39
O Turismo na Economia Portuguesa ........................................... 52
Organização Institucional do Turismo e mecanismos de apoio ao
sector ...................................................................................... 61
Mercado turístico nacional ......................................................... 68
Principais players do sector ....................................................... 92
Oportunidades de negócio ........................................................ 109
Comparações internacionais ......................................................140
Impacto do TGV no sector ........................................................ 143
Tendências, políticas e reflexões ............................................... 146
Anexos ....................................................................................157
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
67
7. Mercado turístico nacional – PENT – Turistas estrangeiros1.
2006
12.8 milhões
de turistas
estrangeiros
Nos dois últimos anos, o cumprimento do objectivo definido no PENT para o
número de turistas estrangeiros ficou mais distante.
2015
20/21 milhões
de turistas
estrangeiros
O desvio, para o país, no final de 2009, deverá ter-se situado nos 2.5 milhões de turistas
menos. O Alentejo deverá ser a única região apresentar uma situação positiva.
Evolução e situação actual2 face aos objectivos do PENT1
(Milhões de turistas)
0.8
-1.3
10.7
9.8
0.1
10.8
11.5
-1.4
-0.8
12.8
12.7
-2.5
14.3
13.5
12.9
1.4
15.2
12.7
Desvio
0.2
Turistas Estrangeiros
PENT
0.6
2003
2004
2005
2006
2008
2007
1.0
2009
2.2
4.0
Regiões
0.02
0.8
1.8
2007
Milhões
PENT
2008
Real
Desvio
PENT
2009E
Real
Desvio
PENT
Real
Desvio
Norte
0.8
0.8
0.0
0.9
0.9
0.0
1.0
0.9
-0.1
Centro
0.6
0.7
0.1
0.7
0.7
0.0
0.7
0.6
-0.1
Lisboa
2.4
2.4
0.0
2.6
2.4
-0.2
2.8
2.3
-0.5
Alentejo
0.0
0.2
0.2
0.0
0.2
0.2
0.0
0.2
0.2
Algarve
1.9
2.0
0.1
1.9
1.9
0.0
2.0
1.7
-0.3
Açores
0.1
0.1
0.0
0.2
0.1
-0.1
0.2
0.1
-0.1
Madeira
0.8
0.9
0.1
0.8
0.9
0.1
0.9
0.8
-0.1
0.04
1.0
2.4
Os objectivos definidos no PENT, para Portugal, dizem respeito às entradas de turistas no país, para os quais foi definido um objectivo em valor. Para as regiões (NUTS II), dado não existirem dados para os turistas,
os objectivos foram definidos em termos de Hóspedes Estrangeiros em estabelecimentos hoteleiros, tomando o valor do ano 2006 como base (=100) e definindo crescimentos para os anos seguintes.
1
Fontes: Euromonitor International, INE, Turismo de Portugal, ES Research-Research Sectorial.
E
Estimativa com base nos valores de Novembro.
2
Valores Euromonitor International.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
68
7. Mercado turístico nacional – PENT – Dormidas de estrangeiros.
No final de 2009P, o desvio registado nas dormidas de estrangeiros face ao
objectivo definido no PENT era de menos 5.2 milhões de dormidas.
2006
2015
O Alentejo era a única região em linha com os objectivos definidos. O Algarve a que estava
mais distante.
25 milhões de
dormidas de
estrangeiros
38 milhões de
dormidas de
estrangeiros
Evolução e situação actual face aos objectivos do PENT
(Milhões de dormidas)
0.2
1.6
23.6
23.2
23.9
23.0
25.2 25.0
0.6
26.8
26.2
-1.2
26.2
-5.2
28.6
27.4
3.1
23.4
Desvio
Dormidas de Estrangeiros
0.7
1.2
PENT
1.2
2.3
2002
0.3
2005
2006
2007
2007
2008
2009P
2009P
2008
10.4
PENT
Real
Desvio
PENT
Real
Desvio
PENT
Real
Desvio
Norte
1.7
1.8
0.1
1.8
1.8
0.0
2.0
1.8
-0.2
Centro
1.3
1.4
0.1
1.4
1.4
0.0
1.5
1.3
-0.2
Lisboa
6.2
6.2
0.0
6.7
5.9
-0.8
7.2
5.5
-1.7
Alentejo
0.3
0.3
0.0
0.3
0.3
0.0
0.3
0.3
0.0
Algarve
11.1
11.4
0.3
11.4
13.3
1.9
11.6
9.4
-2.2
Açores
0.7
0.6
-0.1
0.7
0.6
-0.1
0.8
0.5
-0.3
Madeira
5.0
5.2
0.2
5.2
5.4
0.2
5.3
4.6
-0.7
Regiões
10.8
2004
Milhões
5.8
4.9
2003
Fontes: INE, Turismo de Portugal, ES Research-Research Sectorial.
P
0.7
6.2
13.8
Provisórios.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
69
7. Mercado turístico nacional – PENT – Receitas turísticas1.
2006
EUR 6.9 mil
milhões
Evolução e situação actual face aos objectivos do PENT
(EUR mil milhões)
$
423.3
183.5
$
5.7
6.1
6.1
5.8
6.2
6.2
6.7 6.9
-2.1
-0.8
-0.1
-0.2
54.2
EUR 14.5/15.5
mil milhões
O Alentejo era a região que se encontrava mais perto do cumprimento dos objectivos
definidos. Lisboa e Algarve as que estavam mais distantes.
$
$
2015
No final de 2009P, as receitas turísticas apresentavam um desvio negativo de
EUR 2.1 mil milhões face ao objectivo definido no PENT.
7.4 7.5
7.4
9.0
8.2
$
Desvio
6.9
Receitas Turísticas
117.9
PENT
163.1
370.2
$
$
2000
498.0
2001
2002
2003
EUR milhões
$
48.3
$
262.7
$
$
532.0
2004
2005
2006
2007
2007
2009P
2008
1 080.0
2009P
2008
PENT
Real
Desvio
PENT
Real
Desvio
PENT
Real
Desvio
Norte
206.4
208.4
2.0
232.2
213.7
-18.5
261.2
209.6
-51.6
Centro
178.9
180.9
2.0
196.2
189.4
-6.8
215.3
181.0
-34.3
Lisboa
551.6
577.1
25.5
611.2
570.5
-40.7
677.2
499.0
-178.2
Alentejo
52.2
59.3
7.1
56.4
56.9
0.5
61.0
60.5
-0.5
Algarve
570.3
581.1
10.8
611.3
581.5
-29.8
655.3
519.7
-135.6
Regiões
Açores
60.4
55.0
-5.4
67.4
54.6
-12.8
75.3
49.2
-26.1
Madeira
281.1
281.8
0.7
300.8
297.8
-3.0
321.8
255.9
-65.9
$
149.8
$
501.5
$
1 038.0
1 Os objectivos definidos no PENT, para Portugal, dizem respeito às receitas turísticas (geradas pelos estrangeiros em Portugal). Para as regiões (NUTS II), os valores referem-se aos Proveitos Totais em
estabelecimentos hoteleiros, dado não existirem valores para as receitas turísticas. Os objectivos para as regiões foram traçados tomando os valores de 2006 como base (=100), e aplicando-lhe crescimentos para os
anos seguintes.
Fontes: INE, Turismo de Portugal, ES Research-Research Sectorial.
P
Provisórios.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
70
7. Mercado turístico nacional – PENT – Turistas e dormidas nacionais.
Turistas nacionais1 – situação actual versus objectivos do PENT
(Milhões)
5.2
2004
5.5
2005
5.9 5.7
2006
6.3
6.3
5.8
2007
6.0
6.5
6.3
6.2
2009P
2008
6.5
2010
6.6
6.8
7.0
7.1
Turistas Nacionais
Objectivos PENT
2011
2012
2013
2014
2015
Dormidas nacionais – situação actual versus objectivos do PENT
(Milhões)
10.6 10.7 11.1
11.6
12.4 12.1
13.0
12.4
13.0 12.7
13.3 13.1 13.4 13.7
14.1
15.1
14.4 14.8
2006
2007
2008
2009P
PENT
5.7
5.8
6.0
6.2
REAL
5.9
6.3
6.3
6.5
DESVIO
0.2
0.5
0.3
0.3
No final de 2009P, quer os
turistas nacionais, quer as
dormidas nacionais,
superavam os objectivos
definidos pelo PENT.
Dormidas Nacionais
Objectivos PENT
2006
2007
2008
2009P
PENT
12.1
12.4
12.7
13.1
REAL
12.4
13.0
13.0
13.3
0.3
0.6
0.3
0.2
DESVIO
2002 2003 2004 2005
2006
2007
2008
2009P
2010 2011 2012 2013 2014 2015
Fontes: INE, Turismo de Portugal, ES Research-Research Sectorial.
P Provisório.
1
Hóspedes nacionais nos estabelecimentos hoteleiros.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
71
7. Mercado turístico nacional – Capacidade de alojamento (I).
Evolução do número de estabelecimentos, 2000-2008
(Unidades)
1 768
1 781
1 890
1 934
1 954
2 012
2 028
2 031
2 041
Estabelecimentos2 por região, 2008
969
Ranking
NUTS II
Estabelecimentos
2002
659
206
132
33
Aldeamentos
Turísticos
Pousadas
Hotéis
Apartamentos
Apartamentos
Turísticos
Hotéis
Outros1
2008
2007
2006
2005
2004
2003
2002
2001
2000
42
2008
Variação
2002-2008
(Unidades)
Peso
(%)
1
Algarve
312
318
6
15.6
2
Centro
139
185
46
9.1
3
Norte
137
166
29
8.1
4
Lisboa
144
166
22
8.1
5
Madeira
115
118
3
5.8
6
Alentejo
51
64
13
3.1
7
Açores
35
55
20
2.7
Entre 2000 e 2008, o número de estabelecimentos hoteleiros em Portugal aumentou a uma taxa de crescimento média anual de 1.8%,
tendo ascendido, no final de 2008, aos 2 041 estabelecimentos (mais 273 face a 2000).
Os hotéis foram o tipo de estabelecimentos que mais cresceu naquele período, registando uma TCMA02-08 de 4%, um acréscimo de 138
novos hotéis. No final de 2008, esta tipologia representava cerca de 32% da oferta de alojamento em Portugal.
Em termos de regiões, destaque para o Algarve, que concentra o maior número de estabelecimentos hoteleiros2 do país, e para o Centro,
que apresentou a maior variação (entre 2002 e 2008), mais 46 unidades, tendo inclusivé ultrapassado Lisboa.
1
2
Inclui: Pensões, Estalagens e Motéis.
Contempla apenas: Hotéis, Apartamentos Turísticos, Hotéis Apartamento, Pousadas e Aldeamentos Turísticos.
Fontes: INE, ES Research-Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
72
7. Mercado turístico nacional – Capacidade de alojamento (II).
Capacidade de alojamento por tipo de
estabelecimento, 2000-2008
(Milhares de camas)
Capacidade de alojamento por região, 2008
Ranking
50.1%
223.0 228.7
239.9 245.8
137.3
264.7 274.0
253.9 263.8 264.0
40.8
36.2
34.8
Peso no total da capacidade de alojamento
2008
2.2
Motéis
2007
2.4
Pousadas
2006
6.1
Estalagens
2005
Aldeamentos
2004
Apar-hotéis
2003
Apartamentos
2002
Pensões
2000 2001
Hotéis
14.3
NUTS II
Capacidade
(Milhares camas)
Variação
2000-2008
Peso
2000
2008
(Milhares
de camas)
(%)
1
Algarve
85.7
98.7
13.0
36.0
2
Lisboa
53.4
51.1
-2.3
18.7
3
Norte
28.8
38.8
10.0
14.2
4
Centro
20.2
38.1
18.0
13.9
5
Madeira
23.4
28.5
5.1
10.4
6
Alentejo
7.4
10.0
2.6
3.7
7
Açores
4.0
8.7
4.7
3.2
Em 2008, a capacidade de alojamento dos estabelecimentos hoteleiros portugueses ascendia a 274 mil camas, uma variação de 23%
face ao ano 2000 (acréscimo de 51 mil camas). Entre 2000 e 2008, a capacidade de alojamento nacional cresceu a uma taxa média anual
de 2.6%, impulsionada, sobretudo, pelo bom desempenho registado pelas regiões Centro, Algarve e Norte.
A oferta de camas está muito concentrada, por tipologia e por região, dado que mais de metade do total de camas disponíveis resulta de
oferta hoteleira e encontra-se distribuída por duas regiões: Algarve e Lisboa.
Entre 2000 e 2008, o Centro foi a região que mais incrementou a sua capacidade de alojamento, mais 18 mil camas, seguida do Algarve,
mais 13 mil. Lisboa foi a única região a registar uma quebra nas camas disponíveis (menos 2.3 mil camas).
Fontes: INE, ES Research-Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
73
7. Mercado turístico nacional – Dormidas.
Dormidas em Portugal, 2002-2009P
(Milhões)
39.8
-29.3%
Variação 2008/2009 dos não residentes
13.0
Residentes
-6.2%
23.0
23.9
25.2
26.8
26.2
23.4
8.0
Não Residentes
5.5
-3.5%
4.3
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009P
Algarve
-7.4%
3.8
-5.0%
1.1
Norte
2002
11.6
13.3
Madeira
11.1
13.0
Lisboa
10.7
13.0
Algarve
10.6
12.4
-13.7%
1.0
2009P,
Entre 2002 e
o número de dormidas em Portugal passou de 34.2 para 36.7 milhões (mais 2.5 milhões),
tendo atingido o seu valor mais elevado em 2007 com 39.8 milhões. Esta evolução foi significativamente
impulsionada pelo comportamento das dormidas de residentes, especialmente entre 2006 e 2008 (ver slide
seguinte).
O Algarve foi a região que concentrou o maior número de dormidas (13 milhões, em 2009P, mais de 35% do total),
seguida de Lisboa (8 milhões). Os Açores, pelo contrário, registaram o menor número de dormidas (1 milhão).
Algarve, Lisboa e Madeira são as regiões que apresentam maior exposição às dormidas de estrangeiros,
representando estas mais de 70% das dormidas totais.
O Reino Unido é o principal mercado emissor para o Algarve e para a Madeira (representando cerca de 30% e
23%, respectivamente, das dormidas destas regiões, em 2009P). Já Lisboa tem como principal mercado emissor
externo a Espanha, com cerca de 15% do total das dormidas.
O Algarve foi a região mais fortemente afectada em 2009P, com as dormidas de estrangeiros a registarem uma
quebra de mais de 29% face a 2008. A Madeira e os Açores também acompanharam esta tendência, embora a
níveis inferiores, 15.3% e 13.7%, respectivamente. O Norte foi a região melhor performante, com um decréscimo
de 3.5% das dormidas de estrangeiros.
Fontes: INE, ES Research-Research Sectorial.
P
Principais Mercados Emissores
(2009P)
-15.3%
Açores
23.2
Centro
23.6
Alentejo
36.7
34.2
Lisboa
Madeira
Norte
Centro
Açores
Alentejo
Dados provisórios.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Reino Unido
29.9%
Portugal
27.7%
Alemanha
9.8%
Portugal
30.6%
Espanha
14.8%
Alemanha
6.2%
Reino Unido
22.6%
Alemanha
22.2%
Portugal
16.3%
Portugal
59.0%
Espanha
13.3%
França
4.6%
Portugal
65.7%
Espanha
12.1%
França
4.1%
Portugal
48.8%
Dinamarca
8.2%
Alemanha
8.0%
Portugal
75.5%
Espanha
6.6%
Alemanha
2.3%
Maio 2010
74
7. Mercado turístico nacional – Hóspedes e dormidas nacionais.
Número de hóspedes e de dormidas do mercado de
residentes, Portugal, 2005-2009P
(Milhões)
Dormidas geradas pelos residentes,
NUTS II, 2005-2009P
(Milhões, percentagens)
2005
11.6
13.3
13.0
13.0
12.4
Dormidas
Hóspedes
5.5
2005
6.3
6.3
5.9
2006
2007
2008
6.5
2009P
Share1
2009P
Share1 TCMA05-09
Madeira
0.81
6.9
0.90
6.8
2.8
Lisboa
2.13
18.3
2.44
18.3
3.5
Algarve
3.16
27.2
3.60
27.0
3.3
Norte
2.16
18.5
2.54
19.1
4.1
Açores
0.48
4.1
0.49
3.7
0.5
Alentejo
0.69
6.0
0.86
6.4
5.4
Centro
2.22
19.0
2.49
18.7
2.9
1
No total nacional.
Entre 2005 e 2009P, o mercado dos residentes em Portugal registou um acréscimo de 1.7 milhões de dormidas e de um milhão de hóspedes nos
estabelecimentos hoteleiros, o que significa uma taxa de crescimento médio anual de 3.4% e 4.3%, respectivamente.
A performance do turismo doméstico foi especialmente relevante nos anos de 2006 e 2007, assumindo crescimentos de 6% e 5% nas dormidas e de
6.4% e 7.7% nos hóspedes. Em 2009P, e depois de um ano de estagnação, este voltou a ser fundamental, assumindo uma variação positiva de 2.2% nas
dormidas face a uma queda de 11% nas dormidas dos não residentes. Nesse ano, 36.3% das dormidas registadas nos estabelecimentos hoteleiros
nacionais foram originadas por hóspedes residentes no país, um valor 3.5 pp. superior ao registado em 2005.
O Algarve é, destacadamente, a região que concentra o maior número de dormidas de residentes, com um share de 27% em 2009P. Nesse ano, o Norte
foi a segunda região com maior número de dormidas de residentes (share de 19.1%), destronando Lisboa que assumiu essa posição nos três anos
anteriores. O Norte e o Alentejo, foram as regiões mais dinâmicas em termos de dormidas de residentes nos últimos cinco anos, assumindo um
crescimento médio anual de 4.1% e 5.4%, respectivamente.
As dormidas de residentes são especialmente relevantes nas regiões do Alentejo e do Centro, onde representam mais de 65% das dormidas totais
(conforme informação no slide anterior).
Fontes: INE, ES Research-Research Sectorial.
P
Dados provisórios.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
75
7. Mercado turístico nacional – Proveitos.
2002
2009
Proveitos totais1 – 2002 versus 2009P, NUTS II
Portugal = EUR 1.47 mil
milhões
Entre 2002 e 2009P, os proveitos totais dos
estabelecimentos hoteleiros passaram de EUR 1.47
mil milhões para EUR 1.77 mil milhões, traduzindo
uma taxa de crescimento médio anual na ordem dos
2.8%. Os valores do final de 2009P, contudo, revelam
uma quebra de 9.7% face a 2008, situação inédita
nos oito anos em análise.
11.0%
2.5%
Portugal = EUR 1.77 mil
milhões -9.7%
-1.9%
11.8%
-10.0%
2.8%
Em 2009P, cerca de 68% dos proveitos totais (EUR 1.2 mil
milhões) respeitavam a proveitos de aposentos2.
8.5%
10.2%
-4.5%
As
26.7%
regiões do Algarve e de Lisboa registaram os melhores
resultados, quer a nível de proveitos totais, quer de
aposento, com destaque para esta última que reforçou a sua
quota no país em 1.4 pp.
3.2%
-12.5%
28.1%
O
Centro e os Açores registaram as melhores evoluções
(TCMA de 5.5% e 4.5%, respectivamente).
Madeira,
Lisboa e Algarve foram as regiões mais
afectadas ao nível desta variável (quebras de 14.1%, 12.5%
e 10.6%, respectivamente).
O
Alentejo foi a única região com variação positiva
(6.2%).
16.2%
32.0%
Proveitos por Aposento
Outros Proveitos
Fontes: INE, ES Research-Research Sectorial.
1
Proveitos por aposento e outros.
2
-14.1%
3.4%
6.2%
-10.6%
14.4%
29.3%
Variação 2008/2009
Compreende os valores cobrados pelas dormidas realizadas por todos os hóspedes nos estabelecimentos hoteleiros.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
P
Provisórios.
Maio 2010
76
7. Mercado turístico nacional – Taxa de ocupação1.
Taxa de ocupação-quarto2, Portugal, 2006-2009P
(Percentagens)
Taxa de ocupação-quarto2, NUTS II, 2006-2009P
(Percentagens)
59.0
57.3
57.1
51.4
2006
2007
2008
2006
2007
2008
Madeira
62.4
64.3
64.4
58.0
Lisboa
63.9
67.8
63.3
57.2
Algarve
63.0
63.3
60.3
51.9
Norte
48.9
50.0
49.3
49.4
Açores
44.6
47.9
49.2
43.2
Alentejo
41.4
43.8
44.4
41.6
Centro
42.2
43.0
41.5
38.9
2009P
2009P
A Taxa de Ocupação-quarto, a nível nacional, situou-se nos 51.4%, em 2009P, o valor
mais baixo da década, uma quebra de 10% face ao ano anterior (na Europa do Sul a
quebra foi de 9%).
O Norte foi a única região a registar, nesse ano, um ligeiro aumento da taxa de ocupação,
nos seus estabelecimentos hoteleiros, face ao ano anterior (mais 0.1 pp).
Madeira, Lisboa e Algarve foram as regiões que apresentaram taxas de ocupação mais
elevadas (58%, 57.2% e 51.9%, respectivamente), tendo, contudo, sido também as mais
afectadas face a 2008 (reduções de 6.4 pp, 6.1 pp e 8.4 pp, respectivamente).
O Centro tem assumido a taxa de ocupação mais baixa do país desde 2007, ano em que o
Alentejo deixou de ocupar aquela posição, recuperando o lugar que tinha deixado de ser seu
em 2003.
1
Não inclui aldeamentos, apartamentos turísticos e pensões.
Relação entre o nº de quartos ocupados e o nº de quartos disponíveis, no período de referência.
Fontes: Turismo de Portugal, ES Research – Research Sectorial.
Taxa de ocupação-quarto2 por tipo de
estabelecimento, 2009P
(Percentagens)
Hotéis
51.2
Pousadas
44.5
Hotéis-Apartamentos
55.4
2
P
Provisório.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
77
7. Mercado turístico nacional – Rendimento médio por quarto disponível (RevPAR)1.
Rendimento médio por quarto disponível (RevPAR),
Portugal, 2006-2009P
(Euros)
35.1
36.9
32.1
28.0
2006
2007
2008
RevPAR, NUTS II, 2006-2009P
(Euros)
2006
2007
2008
2009P
Lisboa
40.7
47.7
49.7
40.9
Madeira
31.7
35.7
39.3
32.2
Algarve
29.3
32.6
40.7
36.8
Açores
25.6
26.7
27.1
24.8
Norte
19.9
22.0
28.2
26.6
Alentejo
19.9
22.2
26.4
25.7
Centro
15.9
17.6
21.3
19.7
2009P
O RevPAR nacional ascendeu a EUR 32.1 em 2009P, traduzindo uma quebra de 13%
face a 2008 (na Europa do Sul a quebra foi de 17%).
Lisboa foi a região que apresentou o RevPAR mais elevado, no período em análise, tendo
registado, em 2009P, um RevPAR de EUR 40.9, um decréscimo de 17.7% face a 2008, só
superado pela Madeira (decréscimo de 18.1%).
RevPAR por tipo de estabelecimento, 2009P
(EUR)
Pousadas
36.9
Hotéis
32.5
O Alentejo, embora registando o segundo RevPAR mais baixo entre as NUTS II, foi a
região que registou, em 2009P, menor variação face ao ano anterior – RevPAR de EUR
25.7, um decréscimo de 2.7%.
Em 2009P, as Pousadas apresentaram o RevPAR mais elevado, EUR 36.9, tendo, contudo,
sido o tipo de estabelecimento que apresentou a maior quebra face ao ano anterior
(-14.6%).
Fontes: Turismo de Portugal, INE, ES Research-Research Sectorial.
1
Não inclui aldeamentos, apartamentos turísticos e pensões.
Hotéis-Apartamentos
30.4
P
Provisório.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
78
7. Mercado turístico nacional – Previsões IMPACTUR (I).
O IMPACTUR é uma parceria entre o Turismo de Portugal e a Universidade do Algarve/Centro Internacional de
Investigação em Território e Turismo, com o objectivo de progredir no conhecimento, explicação e projecção
regionalizada online das principais variáveis da procura e oferta turísticas no território nacional.
Apostando no recurso às novas tecnologias de informação e gestão como instrumento de suporte aos processos de
planeamento e decisão em turismo, o IMPACTUR é um processo dinâmico gerador de um conjunto de relatórios por NUTS
II, online, regulares e regionalizados, os quais contêm: análises trimestrais fixas ou flutuantes (últimos 3 meses de dados
disponíveis); rotinas de análise de risco e de competitividade dos territórios enquanto destinos turísticos; a previsão da
procura turística por mercados emissores (Reino Unido, Alemanha, Países Baixos, Portugal e Espanha) por principais
regiões de destino em Portugal e, por fim, relatórios de caracterização e análise anual.
Tem por base metodologias e recomendações da Organização Mundial de Turismo, e a sua construção e evolução para o
caso português transmite um processo de produção científico, sistémico e dinâmico.
Apresentamos, a seguir, as previsões para o comportamento da procura turística num horizonte temporal de 12 meses
após os últimos dados disponíveis, ou seja, até Dezembro de 2010. É utilizada a taxa média de crescimento das dormidas
(média das doze últimas taxas homólogas), sendo apresentados os resultados, resultantes da combinação de modelos
econométricos e com um intervalo de confiança de 75%, para os principais mercados emissores. Estes resultados
reflectem, em parte, a evolução de variáveis macroeconómicas dos mercados emissores, que podem constituir, com as
devidas reservas, uma indicação do comportamento da procura turística. Aspectos, como a elevada variabilidade das
séries originais, a existência de variáveis que influenciam a evolução da procura turística e que não são passíveis de
quantificação e/ou modelação e a possível ocorrência de acontecimentos inesperados, determinam que a utilização destes
dados possa ter que ser complementada com outros tipos e fontes de informação. Por outro lado, a especificidade das
séries da procura e, em particular a sua elevada variabilidade, em algumas regiões ou mercados emissores de menor
escala, desaconselha a realização de previsões para algumas regiões (casos do Centro, do Norte, do Alentejo e dos
Açores).
Fonte: IMPACTUR – Indicadores de Monitorização e Previsão da Actividade Turística.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
79
7. Mercado turístico nacional – Previsões IMPACTUR (II) - Portugal.
Total
Reino
Unido
Alemanha
Países
Baixos
Limite Superior2
1.5%
-3.3%
-1.9%
-1.2%
5.8%
Limite Inferior2
-3.3%
-9.4%
-11.2%
-7.2%
-0.1%
-
-
-
-
+
PORTUGAL
Irlanda
Espanha
Portugal
TAXA MÉDIA DE CRESCIMENTO DAS DORMIDAS1
Dezembro de 2009 a Dezembro de 2010
Sinal do crescimento
Comparação com o crescimento do período homólogo
Ritmo de crescimento das dormidas3
-
-
*****
*****
***
***
*
**
*****
Dezembro de 2007 a Dezembro de 2008
-1.3%
-3.3%
-3.4%
9.5%
-4.5%
-7.0%
-1.7%
Dezembro de 2008 a Dezembro de 2009
-4.8%
-16.0%
-7.0%
-6.7%
-11.5%
1.5%
1.9%
Crescimento Médio dos últimos 5 anos
1.3%
-4.7%
-2.2%
4.0%
3.3%
6.2%
3.5%
Qualidade da
Previsão4
-
-
+
Comportamento anterior
1
3
2 Limites inferior e superior de um intervalo de confiança a 75%. A amplitude deste intervalo reflecte a variabilidade dos dados.
Média das 12 últimas taxas homólogas.
4 Qualidade relativa à previsão pontual.
Por comparação ao comportamento do período homólogo.
Qualidade da Previsão
*
Insuficiente
**
Reduzida
***
Razoável
**** Boa
***** Muito Boa
+
+
-
+
Crescimento em aceleração
+
Crescimento em desaceleração
-
Decréscimo em recuperação
-
Decréscimo em agravamento
Fonte: IMPACTUR – Indicadores de Monitorização e Previsão da Actividade Turística.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
80
7. Mercado turístico nacional – Previsões IMPACTUR (III) - Lisboa.
LISBOA
Total
Reino
Unido
Alemanha
Países
Baixos
Irlanda
Espanha
Portugal
TAXA MÉDIA DE CRESCIMENTO DAS DORMIDAS1
Dezembro de 2009 a Dezembro de 2010
Limite Superior2
3.8%
6.6%
4.6%
Limite Inferior2
-5.4%
-6.8%
-3.0%
-
-
+
Sinal do crescimento
Comparação com o crescimento do período homólogo
Ritmo de crescimento das dormidas3
Qualidade da
-
Previsão4
-
+
***
**
**
***
*
**
***
Dezembro de 2007 a Dezembro de 2008
-3.7%
-11.8%
0.8%
-1.0%
-11.8%
-14.6%
-0.2%
Dezembro de 2008 a Dezembro de 2009
-4.2%
-20.2%
-8.0%
-3.0%
1.9%
0.3%
-1.9%
Crescimento Médio dos últimos 5 anos
2.7%
-5.6%
0.3%
0.8%
14.2%
2.3%
4.5%
Comportamento anterior
1
3
2 Limites inferior e superior de um intervalo de confiança a 75%. A amplitude deste intervalo reflecte a variabilidade dos dados.
Média das 12 últimas taxas homólogas.
4 Qualidade relativa à previsão pontual.
Por comparação ao comportamento do período homólogo.
Qualidade da Previsão
*
Insuficiente
**
Reduzida
***
Razoável
**** Boa
***** Muito Boa
+
+
-
+
Crescimento em aceleração
+
Crescimento em desaceleração
-
Decréscimo em recuperação
-
Decréscimo em agravamento
Fonte: IMPACTUR – Indicadores de Monitorização e Previsão da Actividade Turística.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
81
7. Mercado turístico nacional – Previsões IMPACTUR (IV) - Algarve.
Total
Reino
Unido
Limite Superior2
2.3%
-0.2%
7.7%
Limite Inferior2
-4.1%
-9.7%
0.2%
-
-
+
ALGARVE
Alemanha
Países
Baixos
Irlanda
Espanha
Portugal
TAXA MÉDIA DE CRESCIMENTO DAS DORMIDAS1
Dezembro de 2009 a Dezembro de 2010
Sinal do crescimento
Comparação com o crescimento do período homólogo
Ritmo de crescimento das dormidas3
-
-
****
****
**
**
*
**
****
Dezembro de 2007 a Dezembro de 2008
-4.5%
-14.5%
-7.3%
5.6%
-1.5%
-6.5%
5.1%
Dezembro de 2008 a Dezembro de 2009
-6.3%
-12.9%
-7.6%
-5.5%
-5.9%
4.5%
0.5%
Crescimento Médio dos últimos 5 anos
-1.0%
-4.9%
-5.7%
4.4%
11.8%
2.1%
Qualidade da
Previsão4
+
Comportamento anterior
1
3
3.0%
2 Limites inferior e superior de um intervalo de confiança a 75%. A amplitude deste intervalo reflecte a variabilidade dos dados.
Média das 12 últimas taxas homólogas.
4 Qualidade relativa à previsão pontual.
Por comparação ao comportamento do período homólogo.
Qualidade da Previsão
*
Insuficiente
**
Reduzida
***
Razoável
**** Boa
***** Muito Boa
+
+
-
+
Crescimento em aceleração
+
Crescimento em desaceleração
-
Decréscimo em recuperação
-
Decréscimo em agravamento
Fonte: IMPACTUR – Indicadores de Monitorização e Previsão da Actividade Turística.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
82
7. Mercado turístico nacional – Previsões IMPACTUR (V) - Madeira.
Total
Reino
Unido
Alemanha
Limite Superior2
2.0%
-3.1%
5.6%
12.8%
Limite Inferior2
-5.4%
-15.1%
-8.8%
2.5%
-
-
-
+
MADEIRA
Países
Baixos
Irlanda
Espanha
Portugal
TAXA MÉDIA DE CRESCIMENTO DAS DORMIDAS1
Dezembro de 2009 a Dezembro de 2010
Sinal do crescimento
Comparação com o crescimento do período homólogo
Ritmo de crescimento das dormidas3
Qualidade da
-
Previsão4
-
-
+
*****
***
****
**
*
*
***
Dezembro de 2007 a Dezembro de 2008
1.9%
17.0%
-9.6%
6.2%
-10.7%
-10.5%
-6.0%
Dezembro de 2008 a Dezembro de 2009
-6.7%
-18.8%
-5.0%
-2.6%
-20.8%
-2.9%
9.0%
Crescimento Médio dos últimos 5 anos
0.0%
-4.9%
-0.5%
4.4%
4.7%
4.9%
2.4%
Comportamento anterior
1
3
2 Limites inferior e superior de um intervalo de confiança a 75%. A amplitude deste intervalo reflecte a variabilidade dos dados.
Média das 12 últimas taxas homólogas.
4 Qualidade relativa à previsão pontual.
Por comparação ao comportamento do período homólogo.
Qualidade da Previsão
*
Insuficiente
**
Reduzida
***
Razoável
**** Boa
***** Muito Boa
+
+
-
+
Crescimento em aceleração
+
Crescimento em desaceleração
-
Decréscimo em recuperação
-
Decréscimo em agravamento
Fonte: IMPACTUR – Indicadores de Monitorização e Previsão da Actividade Turística.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
83
7. Mercado turístico nacional – Análise de risco (I).
A IMPACTUR disponibiliza, nos seus relatórios anuais, uma análise de risco para as regiões NUTS II do país, com
base nos parâmetros aqui referenciados. Em 2009, o risco atribuído para as sete regiões portuguesas é o
decorrente dos valores abaixo apresentados. Madeira e Algarve são as regiões apontadas com maior risco
decorrente da pressão demográfica e territorial.
Análise de risco por regiões NUTS II, 2009
Valor da
região
Mede o peso relativo das dormidas
nos estabelecimentos hoteleiros na
região face ao total de dormidas
nacional; o peso excessivo numa
única região indicia potenciais
situações de saturação e, por
derivação, um acréscimo de risco.
1
Mede a concentração da procura
(dormidas) na categoria hotéis da
região face ao total das dormidas no
conjunto das categorias dos
estabelecimentos hoteleiros na
mesma região; o possível peso
relativo superior em hotéis, se bem
que justificado por algum tipo de
especialização (urbana), não deixa
de abrir espaço a situações de risco
por saturação/dependência de uma
única modalidade.
2
Índice de risco
face ao país
(0-1)
Concentração
Regional1
Valor da
região
Índice de risco
face ao país
(0-1)
3 Mede
Pressão
demográfica3
Norte
11.73%
0.3319
Norte
0.0031
0.0000
Centro
10.30%
0.2914
Centro
0.0043
0.0149
Lisboa
21.74%
0.6151
Lisboa
0.0077
0.0573
Algarve
35.34%
1.0000
Algarve
0.0833
1.0000
Alentejo
3.09%
0.0874
Alentejo
0.0040
0.0112
Madeira
15.02%
0.4250
Madeira
0.0612
0.7244
Açores
2.74%
0.0775
Açores
0.0112
0.1009
Concentração na
hotelaria tradicional2
Pressão
territorial4
Norte
67.74%
1.000
Norte
224
0.3029
Centro
70.82%
1.000
Centro
121
0.1373
Lisboa
77.60%
1.000
Lisboa
266
0.3738
Algarve
33.49%
0.000
Algarve
145
0.1761
Alentejo
48.64%
0.000
Alentejo
37
0.0000
Madeira
54.13%
0.000
Madeira
648
1.0000
Açores
80.18%
1.000
Açores
124
0.1423
a relação entre o número de
dormidas gerado nos
estabelecimentos hoteleiros e as
dormidas da população residente,
traduzindo uma relação diária entre
turistas e população residente. A
interpretação sugere a relação de
turistas por residente a cada
momento. Considera-se que um
número de turistas progressiva e
relativamente crescente face ao
número de residentes, pode originar
situações de saturação social e de
consequente risco para o destino.
4 Mede a relação entre o somatório
do número de dormidas gerado nos
estabelecimentos hoteleiros mais as
dormidas da população residente
(pressão humana) cujo resultado é
ponderado pela área da NUT II não
classificada como Rede Natura 2000;
considera-se que níveis de pressão
humana relativamente crescentes
face ao território podem originar
situações de saturação territorial e
de consequente risco para o destino.
Fonte: IMPACTUR – Indicadores de Monitorização e Previsão da Actividade Turística.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
84
7. Mercado turístico nacional – Análise de risco (II).
Concentração regional
Concentração regional
NORTE
Os gráficos apresentados sugerem a ideia de risco
em relação aos mínimos e máximos verificados no
conjunto das regiões em idêntico período, bem como
a identificação individual do(s) indicador(es) que
mais contribuem para o risco.
Quanto maior a área preenchida maior o risco.
Concentração
na hotelaria
tradicional
Pressão
territorial
CENTRO
Pressão demográfica
Pressão demográfica
Concentração regional
Concentração regional
LISBOA
Concentração
na hotelaria
tradicional
Pressão
territorial
ALGARVE
Concentração
na hotelaria
tradicional
Pressão
territorial
Pressão demográfica
Pressão demográfica
Concentração regional
Concentração regional
ALENTEJO
Concentração
na hotelaria
tradicional
Pressão
territorial
Concentração
na hotelaria
tradicional
Pressão
territorial
Concentração regional
MADEIRA
Concentração
na hotelaria
tradicional
Pressão
territorial
Pressão demográfica
Pressão demográfica
AÇORES
Concentração
na hotelaria
tradicional
Pressão
territorial
Pressão demográfica
Fonte: IMPACTUR – Indicadores de Monitorização e Previsão da Actividade Turística.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
85
7. Mercado turístico nacional – Análise de competitividade (I).
A análise de competitividade apresentada pela IMPACTUR é elaborada com base nos parâmetros aqui
referenciados. Em 2009, a competitividade atribuída às sete regiões NUTS II é a decorrente dos valores abaixo
apresentados. Lisboa e Madeira são as regiões apontadas como mais competitivas. Realce-se, contudo, o
desempenho da região Norte, única a registar um crescimento médio anual das dormidas positivo, nos últimos
três anos (1.37%).
Análise de competitividade por regiões NUTS II, 2009
Valor da
região
Taxa de ocupação-cama nos
estabelecimentos hoteleiros;
considera-se que taxas mais
próximas do máximo são um sinal de
competitividade do destino.
1
Percentagem de dormidas nos
estabelecimentos hoteleiros na NUTS
II geradas pelo conjunto dos países
de residência habitual dos turistas
exceptuando os três principais
mercados da região; considera-se
que a aposta numa crescente
diversificação de mercados traduz
uma maior independência face a
flutuações de mercados específicos,
considerando-se como tal um sinal
de competitividade do destino.
2
Índice de
competitividade
face ao país
(0-1)
Taxa de
ocupação-cama1
Valor da
região
Índice de
competitividade
face ao país
(0-1)
RevPAR3
Norte
40.83%
0.3674
Norte
26.73
0.3753
Centro
32.21%
0.0000
Centro
18.51
0.0000
Lisboa
46.40%
0.6043
Lisboa
40.41
1.0000
Algarve
40.97%
0.3732
Algarve
24.03
0.2523
Alentejo
35.15%
0.1252
Alentejo
24.54
0.2752
Madeira
55.69%
1.0000
Madeira
31.75
0.6049
Açores
34.61%
0.1022
Açores
24.56
0.2761
Crescimento médio anual da
procura (últimos 3 anos)4
Diversificação de
mercados emissores2
Norte
23.08%
0.2385
Norte
1.37%
1.0000
Centro
18.05%
0.0868
Centro
-0.78%
0.7668
Lisboa
48.33%
1.0000
Lisboa
-3.93%
0.4251
Algarve
32.56%
0.5244
Algarve
-5.79%
0.2234
Alentejo
15.17%
0.0000
Alentejo
-0.82%
0.7624
Madeira
38.87%
0.7147
Madeira
-3.92%
0.4262
Açores
35.01%
0.5983
Açores
-7.85%
0.0000
3 Rendimento médio por quarto no
ano de referência e anos anteriores;
considera-se que um valor de
RevPAR progressivamente elevado
traduz um resultado positivo para o
desempenho empresarial do sector e,
por consequência, um factor de
competitividade do destino.
4 Crescimento médio anual das
dormidas nos estabelecimentos
hoteleiros nos últimos três anos;
considera-se que uma taxa de
crescimento progressivamente
crescente é reveladora de
competitividade do destino.
Fonte: IMPACTUR – Indicadores de Monitorização e Previsão da Actividade Turística.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
86
7. Mercado turístico nacional – Análise de competitividade (II).
Taxa de ocupação/cama
Os gráficos apresentados sugerem a ideia de
competitividade da região em relação aos
mínimos e máximos verificados no conjunto
das regiões em idêntico período, bem como a
identificação individual do(s) indicador(es)
que mais contribuem para a competitividade.
Quanto maior a área preenchida maior a
competitividade.
Taxa de ocupação/cama
NORTE
Crescimento
médio
acumulado da
procura
(últimos 3
anos)
Diversificação
de mercados
emissores
CENTRO
Crescimento
médio
acumulado da
procura
(últimos 3
anos)
Diversificação
de mercados
emissores
REVPAR
REVPAR
Taxa de ocupação/cama
Taxa de ocupação/cama
LISBOA
Crescimento
médio
acumulado da
procura
(últimos 3
anos)
ALGARVE
Crescimento
médio
acumulado da
procura
(últimos 3
anos)
Diversificação
de mercados
emissores
Diversificação
de mercados
emissores
REVPAR
REVPAR
Taxa de ocupação/cama
Taxa de ocupação/cama
ALENTEJO
Crescimento
médio
acumulado da
procura
(últimos 3
anos)
Diversificação
de mercados
emissores
Taxa de ocupação/cama
MADEIRA
Crescimento
médio
acumulado da
procura
(últimos 3
anos)
REVPAR
Diversificação
de mercados
emissores
AÇORES
Crescimento
médio
acumulado da
procura
(últimos 3
anos)
REVPAR
Diversificação
de mercados
emissores
REVPAR
Fonte: IMPACTUR – Indicadores de Monitorização e Previsão da Actividade Turística.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
87
7. Mercado turístico nacional – Investimento (I).
Entre 2000 e 2006, o investimento público e privado no sector do Turismo deverá ter ascendido aos EUR 4 mil milhões,
divididos em:
 Investimento privado com apoios (PRIME, Projectos Especiais, Desconcentrados e Protocolos Bancários)
EUR 2.2 mil milhões – com especial incidência de investimentos, em curso ou em projecto, nas regiões do
Oeste e do Alentejo;
 Investimento público – EUR 1.0 mil milhões;
 Programa PITER II – EUR 0.8 milhões.
Segundo os objectivos definidos no PENT, um dos pilares da estratégia de desenvolvimento do Turismo em Portugal é a
qualificação e competitividade da oferta, e, neste âmbito, a requalificação da Região do Algarve deverá merecer uma
atenção particular, potenciando-se resorts integrados com oferta hoteleira de referência internacional. Refira-se, a este
propósito que, durante anos, a modesta presença de cadeias hoteleiras internacionais de referência no mercado
português foi identificada como um dos pontos fracos do país e de alguns dos seus principais destinos turísticos (em
2006 existiriam cerca de 55 hotéis de 5 estrelas – 60% dos quais nas regiões de Lisboa e do Algarve – dos quais um
terço pertenciam a cadeias internacionais). Contudo, nos últimos anos, quer a abertura de unidades construídas de raiz,
quer a reconversão de unidades existentes, têm qualificado a oferta nacional1. Acresce, por outro lado, o interesse,
crescente demonstrado por cadeias hoteleiras reconhecidas internacionalmente em estabelecerem-se no mercado
nacional, nomeadamente através da sua participação em projectos turísticos integrados (projectos que promovem
unidades hoteleiras, campos de golfe e alojamento através da comercialização de segundas residências), potenciando
uma maior penetração e reconhecimento dos mercados internacionais e maior qualidade da oferta do país. Destacamse, nesta situação, regiões como o Oeste (com o Marriott na Praia D’el Rey ou o Westin no Campo Real) ou o eixo
Península de Setúbal-Sines (com a anunciada presença do Park Hyatt na Herdade do Pinheirinho – refira-se que esta
cadeia hoteleira deixou recentemente o mercado espanhol).
1
O Anexo 2 disponibiliza uma listagem de aberturas/remodelações de hotéis disponibilizada pela AHP-Associação da Hotelaria de Portugal, elaborada com base em informação de publicações do sector.
Fontes: Turismo de Portugal, PENT, MaisTurismo, CBRE/Neoturis, ES Research – Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
88
7. Mercado turístico nacional – Investimento (II).
Mas também ao nível da inovação, diferenciação e adequação às novas tendências o mercado nacional se tem
vindo a adaptar e sendo alvo de investimentos, quer nacionais, quer de cadeias internacionais de renome,
projectando a imagem do país para um nível de qualidade e competitividade superior. A presença da Banyan
Tree (no Tivoli Victoria - Algarve, no Hotel Palácio do Estoril- Lisboa ou no projectado Banyan Tree Alqueva Alentejo), da Six Senses (Corte Velho-Algarve), os novos conceitos hoteleiros de resorts no interior algarvio
(Amendoeira Golf Resort, Monte Rei Golf and Country Club ou Longevity Wellness Resort Monchique) ou os
Hotéis de Charme, Design Hotéis, Boutique Hotéis e outros das mais recentes tendências da hotelaria
internacional, em Lisboa, são disso exemplo.
Várias entidades ligadas ao sector reconhecem o esforço significativo que tem sido feito para aumentar o
número de unidades hoteleiras de qualidade, evidenciando-se os projectos de 4 e 5 estrelas que representarão
mais de 80% dos projectos previstos1. Segundo informação do Turismo de Portugal, entre 2007 e Novembro de
2009 foram licenciados 115 novos estabelecimentos, 60 dos quais com 4 e 5 estrelas – cerca de 14.3 mil camas.
A concretizarem-se as diversas intenções de investimento anunciadas, incluindo as classificadas como PIN (slide
seguinte), perspectiva-se o reforço da oferta no médio/longo prazo, principalmente em regiões como o Alentejo,
o Algarve e o Centro, nomeadamente através de projectos que integram vários tipos de infra-estruturas (como
unidades hoteleiras, campos de golfe, centros equestres, alojamento destinado a segunda residência, SPA’s e
outras) ou que têm como âncora algumas das novas tendências como as actividades ligadas ao mundo rural, à
saúde e bem estar ou ao ecoturismo.
1
Só na região do Algarve (que conta com 15 unidades de cinco estrelas) estão previstos abrir,
em 2010, oito novos hotéis desta categoria, um investimento global na ordem dos EUR 500 milhões.
Fontes: Turismo de Portugal, Deloitte, CBRE/Neoturis, ES Research – Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
89
7. Mercado turístico nacional - Investimento – Projectos PIN Turísticos.
Segundo dados da AICEP e
do Turismo de Portugal
existem cerca de 40
projectos, reconhecidos de
interesse nacional, na área
do Turismo, que ascendem
a mais de EUR 10 mil
milhões. A região do
Alentejo concentra mais de
58% do investimento
previsto, EUR 6 mil milhões,
em 19 projectos. Segue-se
o Algarve, com 30% do
total, EUR 3 mil milhões e
12 projectos. Os quatro
projectos previstos para o
Centro representam cerca
de 10%, EUR 1 milhão, do
investimento total.
Projecto
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
Quinta da Agra
Fladgate Partnership
Douro Marina Hotel
Falésia D'El Rey
Royal Óbidos Golf Resort
Bom Sucesso - Design Resort, Leisure, Golf & SPA
Campo Real
Hotel Villa Rica
Aldeia dos Capuchos
Tróia Resort
UNOP 5
Herdade da Comporta
Herdade do Pinheirinho
Herdade da Costa Terra
Herdade dos Almendres
Évora Resort
Royal Évora
Vila Sol - Herdade da Palheta
Parque Alqueva
Herdade do Barrocal
Herdade das Ferrarias
Herdade do Mercador
Herdade Defesa de São Brás
Monte da Rocha
Monte Campanador
Projecto Multiparques - Camping Resorts
Quinta da Barrosinha
Parque Lusolândia
Parkalgar
Baía da Meia Praia
Palmares Resort
Marina de Ferragudo
Benagil
Amendoeira Golf Resort
Hotel Tivoli Victoria
Cidade Lacustre
CONRAD, Palácio de Valverde, Resort & SPA
Terras de Verdelago
Quinta do Vale
Corte Velho
Promotor
Qualidade de Basto, Empresa Municipal
Fladgate Partnership
Douro Azul
Béltico/Crissier
Epic-Mar
Acordo Óbidos
Turcifez
Realtejo
Cantial
Sonae Turismo
Sociedade Imobiliária Tróia B3
Herdade da Comporta
Pelicano
Costa Terra
Sociedade Agrícola de Almendres
Frontino
Royal Luxury Évora Resort
Vila Sol
SAIP
Herdade do Barrocal de S. Lourenço
Guadiana Parque
Sousa Cunhal SGPS
Sociedade Agrícola Defesa de S. Brás
Quinta da Arrábida
GGT - Gabinete de Planeamento
Céu Aberto, Lda.
Grupo Imovia
Pleno espaço
Parkalgar
Ossonoba
Guia Sociedade de Construções e Turismo
Martemple
Benagil - Realizações Turísticas
Morgado da Lameira
Marinotéis
Lusotur
IMOCOM
Verdelago
Quinta do Vale
Corte Velho (Six Senses)
Fase
Concelho
Região
NUTS II
Investimento
(EUR milhões)
(1) ou (2)
Celorico de Basto
Vila Nova de Gaia
Mesão Frio
Óbidos
Óbidos
Óbidos
Torres Vedras
Lisboa
Almada
Grândola
Grândola
Alcácer do Sal
Grândola
Grândola
Évora
Évora
Évora
Redondo
Reguengos de Monsaraz
Reguengos de Monsaraz
Mourão
Mourão
Moura
Ourique
Ourique
Odemira
Alcácer do Sal
Azambuja
Portimão
Lagos
Lagos
Lagoa
Lagoa
Silves
Loulé
Loulé
Loulé
Castro Marim
Castro Marim
Castro Marim
Norte
Norte
Norte
Centro
Centro
Centro
Centro
Lisboa
Lisboa
Alentejo
Alentejo
Alentejo
Alentejo
Alentejo
Alentejo
Alentejo
Alentejo
Alentejo
Alentejo
Alentejo
Alentejo
Alentejo
Alentejo
Alentejo
Alentejo
Alentejo
Alentejo
Alentejo
Algarve
Algarve
Algarve
Algarve
Algarve
Algarve
Algarve
Algarve
Algarve
Algarve
Algarve
Algarve
42
26
62
230
195
398
143
35
152
350
95
1 130
450
578
181
300
125
86
940
90
83
142
350
210
122
30
485
255
155
76
271
54
220
206
48
1 292
89
259
41
328
(1)
(2)
(1)
(1)
(1)
(1)
(2)
(1)
(2)
(1)
(1)
(1)
(2)
(2)
(1)
(1)
(1)
(1)
(1)
(1)
(1)
(1)
(1)
(1)
(1)
(2)
(1)
(1)
(2)
(2)
(2)
(1)
(1)
(1)
(2)
(1)
(2)
(2)
(1)
(1)
10 324
Fontes: AICEP, Turismo de Portugal, ES Research-Research Sectorial.
(1) Em acompanhamento (situação imediatamente decorrente do reconhecimento do projecto como PIN).
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
(2) Em execução.
Maio 2010
90
Turismo – Caracterização e oportunidades de negócio
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
Sumário executivo .................................................................... 2
Turismo Outlook ....................................................................... 6
O Turismo mundial ................................................................... 23
Portugal no Turismo Mundial ..................................................... 39
O Turismo na Economia Portuguesa ........................................... 52
Organização Institucional do Turismo e mecanismos de apoio ao
sector ...................................................................................... 61
Mercado turístico nacional ......................................................... 68
Principais players do sector ....................................................... 92
Oportunidades de negócio ........................................................ 109
Comparações internacionais ......................................................140
Impacto do TGV no sector ........................................................ 143
Tendências, políticas e reflexões ............................................... 146
Anexos ....................................................................................157
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
91
8. Principais players do sector – Alojamento (I).
Segundo um estudo elaborado pela Euromonitor International, o sector do alojamento nacional atingiu, em 2008,
um volume de negócios1 de EUR 2.6 mil milhões, representando um crescimento médio anual de 4.3% nos últimos
cinco anos. Os estabelecimentos hoteleiros geraram 62.5% daquele valor (EUR 1.6 mil milhões). Com uma
dispersão acentuada (os cinco principais grupos têm uma quota de mercado de apenas 20%), este sector tem
assistido, nos últimos anos, à entrada de grandes grupos económicos portugueses (como o GES, a Sonae e o
Grupo Amorim), com projectos mais globais e um número crescente de unidades, tornando a hotelaria portuguesa
mais forte, com mais qualidade e mais competitiva. O Grupo Pestana, que em 2003 passou a integrar na sua
oferta as Pousadas de Portugal, lidera, destacadamente, o mercado hoteleiro nacional, com uma quota de cerca de
7%, tendo atingido, em 2008, um volume de negócios de EUR 104 milhões. Segue-se-lhe a Espírito Santo Hotéis
com uma quota de 4%. Face à evolução mais recente do sector, as previsões para o futuro próximo neste
mercado, são marcadas, sobretudo, por uma aposta na renovação em grande escala e no upgrading das unidades,
com os apoios postos à disposição da indústria turística nacional. Alguns grupos darão sequência à sua estratégia
de entrada no segmento de luxo (casos da Amorim Turismo, da Sonae Turismo e do grupo Pestana, em Tróia).
Volume de negócios1 do sector do alojamento em
Portugal, 2003, 2008 e 2013P
(EUR milhões)
2003
(%)
2008
(%)
2013P
(%)
Hotéis
1 353.9
64.0
1 633.7
62.5
1 657.8
61.9
3.8%
0.3%
Outros
763.0
36.0
978.2
37.5
1 018.9
38.1
5.1%
0.8%
TOTAL
2 116.9
4.3%
0.5%
1 Inclui
2 611.9
2 676.7
TCMA03-08
apenas valores relativos ao alojamento, excluindo os serviços relacionados.
Fontes: Euromonitor International, ES Research – Research Sectorial.
P
TCMA08-13
Previsões.
Top 5 dos grupos hoteleiros em Portugal por
volume de negócios em 2008
Valor
(EUR milhões)
Share
Grupo Pestana
104
6.6
Espírito Santo Hotéis
64
3.9
Starwood Hotels & Resorts
61
3.8
Vila Galé Hotéis
54
3.3
Accor Group
53
3.3
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
(%)
Maio 2010
92
8. Principais players do sector – Alojamento (II).
Numa análise ao portfólio da oferta de alojamento nacional, no
final de 2008, é possível observar, uma vez mais, a dispersão
existente, com os grupos presentes no top 20 a concentrarem
apenas 20% dos estabelecimentos hoteleiros, 33% das
unidades de alojamento e 30% das camas disponíveis. Nesse
ano, mais de metade dos estabelecimentos hoteleiros
pertenciam a operadores independentes. O Grupo Pestana
lidera o ranking dos Grupos Hoteleiros/Entidades de
Top 10 dos Grupos Hoteleirosa/Entidades
de Management em Portugal segundo as
unidades de alojamento, 2008
Estabelecimentos
hoteleiros1
Management em Portugal, concentrando 5.3% dos
estabelecimentos hoteleiros (64), 4.4% das unidades de
alojamento (4 677) e 3.8% das camas disponíveis (9 278), em
2008. Por via da gestão e exploração das Pousadas de Portugal,
que passou a exercer a partir de 2003, é também o Grupo que
apresenta uma maior presença a nível do território nacional. No
2º e 3º lugares surgem, respectivamente, o Vila Galé Hotéis e o
Accor Hotels (que acabou a sua parceria com a Amorim Turismo
e é a cadeia hoteleira estrangeira líder em Espanha). Numa
análise à rentabilidade por cama, surge como líder, o Grupo
Starwood Hotels & Resorts, com EUR 14.8 mil por cama, em
2008, seguindo-se-lhe a Espírito Santo Hotéis com um valor de
EUR 13 mil/cama.
Fontes: Deloitte, ES Research – Research Sectorial.
Unidades de
alojamento2
Camas
Nº
(%)
Nº
(%)
Nº
(%)
Grupo Pestana
64
5.3
4 677
4.4
9 278
3.8
Vila Galé Hotéis
14
1.2
3 191
3.0
6 442
2.7
Accor Hotels
28
2.3
2 945
2.7
5 374
2.2
Espírito Santo Hotéis
10
0.8
2 393
2.2
4 912
2.0
VIP Hotels
13
1.1
2 309
2.2
3 414
1.4
Grupo Hotti
14
1.2
1 877
1.8
4 273
1.8
Starwood Hotels
& Resorts
6
0.5
1 789
1.7
4 108
1.7
Lunahotéis
16
1.3
1 693
1.6
4 649
1.9
Grupo Iberotel
5
0.4
1 643
1.5
4 740
2.0
Dom Pedro Hotels
7
0.6
1 399
1.3
2 915
1.2
Outros Grupos
Hoteleiros
370
30.5
42 090
39.2
88 993
36.9
Independentes3
662
54.8
41 165
38.4
102 205
42.4
1 209
100
107 171
100
241 303
100
TOTAL
1
Foram considerados os Aldeamentos Turísticos, Apartamentos Turísticos, Hotéis,
Hotéis-Apartamentos e Pousadas de Portugal.
2 Número de quartos e apartamentos.
3 Operadores que não estão agregados a um Grupo com mais de duas unidades.
a
Informação sobre os grupos hoteleiros no Anexo 3.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
93
8. Principais players do sector – Alojamento (III).
Em ambas as regiões autónomas se evidencia a forte presença
e peso dos grupos de origem regional no top 5 dos Grupos
Hoteleiros/Entidades de Management, atingindo o seu expoente
máximo nos Açores, representando, em 2008, 54% da oferta de
unidades de alojamento. Só o Grupo Bensaude assume um
quarto daquela oferta. Na Madeira, o Grupo Pestana realiza
cerca de 46% do seu volume de negócios nacional, sendo a
única região em que o grupo desenvolve actividade a registar
um crescimento face a 2007 (+6.5%). Contrariamente, no
Centro e no Algarve, a oferta de unidades de alojamento
disponibilizada pelos grupos do top 5 representam apenas 17%
e 18.5%, respectivamente. No Algarve, região claramente
marcada pela presença de operadores independentes, a
segunda quota de mercado mais importante é a dos operadores
estrangeiros, que ali se estabeleceram motivados pelas
condições naturais e oportunidades de negócio. Na região de
Lisboa destaca-se também, o investimento hoteleiro
estrangeiro, por via das características próprias da região que
inclui a capital do país. Situação semelhante se verifica na
região Norte com a Accor na liderança do respectivo top. Já no
Alentejo assume destaque o Grupo Pestana por via das
pousadas existentes na região.
Fontes: Deloitte, ES Research – Research Sectorial.
a
Informação sobre os grupos hoteleiros no Anexo 3.
Top 5 dos Grupos Hoteleirosa/Entidades de
Management por NUTS II, 2008
NORTE
9%
74%
6%
5%
3%
3%
LISBOA
Accor Hotels
Hotéis Fénix
Hotéis Arco
Grupo Pestana
Grupo Hotti
Outros
8%
6%
6%
VIP Hotels
Accor Hotels
Sana Hotels
Continental Group
Vila Galé Hotéis
Outros
5%
4%
71%
CENTRO
5% 3%
3%3%
3%
83%
Grupo Hotti
AA Iberian Natural Resources & Tourism
Lena Turismo
Natura IMB Hotéis
Cristal Hotels Group
Outros
ALENTEJO
12%
6%
5%
6%
3%
68%
ALGARVE
4%4%
Grupo Pestana
Grupo Fernando Barata
M’AR De AR Hotels
Évora Hotel
Santarém Hotel
Outros
81%
67%
6%
5%
5%
4%
Grupo Pestana
Porto Bay Hotels
Savoy Hotels
Cardoso M. Hotels
D. Pedro Hotels
Outros
Vila Galé Hotéis
Grupo Iberotel
Lunahotéis
Grupo Pestana
Espírito Santo Hotéis
Outros
R. A. AÇORES
R. A. MADEIRA
13%
4%
4%
3%
25%
46%
12%
4% 6%
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
7%
Bensaude Turismo
Investaçor Hotel & Resorts
Grupo Ciprotur
VIP Hotels
The Lince Azores Great Hotel
Outros
Maio 2010
94
8. Principais players do sector – Alojamento - Grupo Pestana (I).
Durante os últimos 30 anos, o Grupo Pestana impôs-se como uma presença inquestionável e de grande sucesso na
indústria da hotelaria e do lazer. Conseguiu desenvolver o seu excelente desempenho no sector hoteleiro,
diversificando a sua actividade, numa estratégia assente em três eixos: Integração Horizontal – crescimento
sustentado no seu core business (hotelaria), quer em território nacional, quer pela internacionalização, a partir de
áreas geográficas delimitadas; Integração Vertical – crescimento noutros subsectores da actividade turística,
apostando quer a montante quer a jusante por forma a apresentar produtos completos ao mercado; Negócios na
indústria do Turismo e Lazer diversificados e adaptados a cada uma das áreas onde está presente.
Reconhecendo a importância crucial da mudança e da inovação, que os seus clientes estão mais bem informados,
têm maior escolha e são mais exigentes, o Grupo recorre à experiência, especialização e grande variedade de
serviços de que dispõe para com eles estabelecer relações de longa duração, conseguir a consolidação do negócio,
a expansão internacional e a garantia de crescimento sustentado.
Áreas de negócio e empresas do Grupo
Áreas de negócio
Empresas
Hotéis
Pestana Hotels & Resorts; Casino da Madeira
Pousadas de Portugal
Pousadas de Portugal
Habitação periódica
Pestana Holiday Ownership Resorts; Pestana Holiday Club
Viagens
Euro Atlantic Airways; Atlantic Holidays; Intervisa Travel Solutions; TerraÁfrica; TerraBrasil
Golfe & Imobiliária
Pestana Golf Resorts Beloura; Pestana Golf Resorts Carvoeiro; Pestana Golf Resorts Silves; Pestana Residences
Indústria
Empresa de Cervejas da Madeira
Centro Internacional de Negócios
SDM – Sociedade de Desenvolvimento da Madeira
Fontes: Grupo Pestana, ES Research – Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
95
8. Principais players do sector – Alojamento – Grupo Pestana (II).
Referência da internacionalização portuguesa no sector do turismo, o Grupo Pestana é o único grupo hoteleiro português a
fazer parte do top 100 mundial de cadeias hoteleiras (segundo o “Corporate 300 Ranking” publicado pela revista norte
americana “Hotels”, apresenta-se na 44ª posição, tendo em conta o número de unidades hoteleiras, e na 93ª em número
de quartos). Para além do crescimento em números, o Grupo, que inaugurou o seu 1º hotel em 1972 na Madeira, tem
crescido na expansão geográfica da sua rede, contando actualmente com 42 hotéis de 4 e 5 estrelas em 3 continentes:
Europa, África e América do Sul. Em 1999, reconhecendo o enorme potencial do turismo no Brasil, o Grupo iniciou a sua
estratégia de internacionalização com a aquisição do Rio Atlântica Hotel, em Copacabana. A expansão na América do Sul
(que representa 30% do volume de negócios) continuou com o Pestana Buenos Aires, na Argentina, em finais de 2004, o
Pestana Caracas, na Venezuela, em Maio de 2008 e o Pestana Bariloche, na Patagónia Argentina em Dezembro de 2009,
primeira unidade do grupo localizada numa estância de ski. Recentemente, foi anunciada a construção do Pestana
Montevideu Hotel, no Uruguai. Prosseguindo a sua estratégia de crescimento através da actividade em destinos lusófonos,
o grupo possui também unidades hoteleiras na África do Sul (1), Cabo Verde (1), Moçambique (3) e S. Tomé e Príncipe
(2). A expansão nas principais capitais europeias é, também, uma prioridade para o Grupo1 pelo que, ao Pestana Chelsea
Bridge (aberto em Março 2010) está previsto juntarem-se unidades em Berlim, Bruxelas, Amesterdão, Paris e Madrid.
Pestana Caracas, Venezuela
Pestana Londres, Reino Unido
Pestana Rio Atlântica, Brasil
Pestana Angra, Brasil
Pestana Natal, Brasil
Pestana Bahia, Brasil
Pestana São Paulo, Brasil
Pestana Curitiba, Brasil
Pestana S. Luís, Brasil
Pousadas de Sauipe, Brasil
Pousada do Convento do Carmo, Brasil
Pestana Buenos Aires, Argentina
Pestana Bariloche, Argentina
Fontes: Grupo Pestana, ES Research – Research Sectorial.
Pestana Equador, S. Tomé e Príncipe
Pestana Miramar, S. Tomé e Príncipe
Pestana Rovuma, Moçambique
Pestana Inhaca Lodge, Moçambique
Pestana Bazaruto Lodge, Moçambique
Pestana Kruger Lodge, África do Sul
Pestana Trópico, Cabo Verde
1
A estratégia definida é de 10 hotéis em 10 anos.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
96
8. Principais players do sector – Rent-a-car.
Segundo a Euromonitor, o sector do rent-a-car em Portugal terá atingido um volume de negócios de EUR 368.3 milhões em
2008, representando uma taxa de crescimento médio anual de 6.2% nos últimos cinco anos. O Lazer foi o principal motivo
de aluguer de uma viatura (55%), num mercado dominado pelas principais multinacionais mundiais do sector que
concentraram cerca de 53% do volume de negócios. Num mercado muito competitivo, com a presença de cerca de 70
operadores, 54 mil viaturas para alugar e 2.5 milhões de contratos, é importante estabelecer parcerias com os outros
intervenientes do sector turístico e focar-se nas novas tecnologias e na inovação por forma a fazer a diferença e atrair
novos clientes e/ou manter os actuais. Neste temática, refira-se a importância da internet, que passou a representar mais
de 25% dos contratos efectuados em 2008, face a 2% em 2003, prevendo-se que, em 2013, possa responder por mais de
45% dos mesmos. Esta ferramenta tornou o sector extremamente sensível ao nível do preço, permitindo aos clientes
comparar preços online e reservar imediatamente. A Budget Portugal é um exemplo, pela positiva, desta realidade, tendo
os contratos realizados online atingido uns expressivos 80% do total. O investimento, em 2008, neste mercado, foi,
segundo a ARAC1, de EUR 547 milhões, mais 12% face ao ano anterior.
Volume de negócios do sector do rent-a-car
em Portugal, 2003, 2008 e 2013P
(EUR milhões)
2003
(%)
2008
(%)
2013P
(%)
TCMA03-08
Top 5 das companhias de rent-a-car em
Portugal por volume de negócios em 2008
TCMA08-13
Valor
(EUR milhões)
Share
(%)
Negócios
108.2
39.6
145.6
39.5
161.2
39.0
6.1%
2.1%
Europcar Portugal
88
23.9
Lazer
147.0
53.9
202.7
55.0
232.6
56.3
6.6%
2.8%
Hertz Portugal
51
13.8
Outros
17.7
6.5
20.0
5.4
19.6
4.7
2.5%
-0.4%
Avis Portugal
38
10.3
6.2%
2.3%
Globalrent2
29
7.9
14.9%
Budget Portugal
20
5.4
TOTAL
272.9
Internet
6.5
413.4
368.3
2.4
93.5
25.4
187.4
45.3
70.4%
P
Fontes: Euromonitor International, ARAC, ES Research – Research Sectorial.
1
Previsões.
Associação dos Industriais de Aluguer de Automóveis sem Condutor.
2
Actualmente integrada no universo da Guérin.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
97
8. Principais players do sector – Rent-a-car - Europcar.
Com uma frota de 11 500 viaturas e 318 mil contratos em 2008, a Europcar, com mais de 70 estações em todo o território
nacional, lidera o mercado português de rent-a-car, uma quota de 24% em termos de volume de negócios. Em actividade
em Portugal desde 1982, enquanto uma das setes empresas do universo da Europcar Internacional1 na Europa, contribuiu,
em 2007, com 3% para os resultados do Grupo (o mesmo que a unidade da Bélgica). Segundo a empresa, depois de um
ano de estagnação, prevê voltar a crescer em 2010 – numa perspectiva conservadora cerca de 2% face ao ano anterior.
Nos planos para 2010 da Europcar Portugal está “um forte investimento na renovação da frota”, sendo certa, também, a
continuidade dos investimentos na renovação da imagem das suas estações iniciada há dois anos (cerca de um milhão de
euros). Em conformidade com a estratégia do Grupo de adaptação às características específicas de cada mercado em que
actua e às necessidades e apelos dos seus clientes, para assim poder continuar a oferecer um serviço de qualidade de top
e a ser líder, a Europcar anunciou como grande novidade para este ano a introdução, a partir do final do ano, de veículos
eléctricos na sua frota fruto de um acordo estabelecido com a Renault-Nissan. Numa primeira fase prevê introduzir no
mercado cerca de 200 a 300 viaturas, tendo como objectivo que estas atinjam, a médio prazo, 20% da frota.
Indicadores de performance do top 5 no rent-a-car em Portugal, 2008
Frota
(Milhares)
Número de
contratos
(Milhares)
Média de
contratos
por viatura
(Nº)
Utilização
(%)
Facturação
média por
contrato
(EUR)
Europcar Portugal
11.5
318.2
27.7
66.7
276.8
Hertz Portugal
6.0
203.6
33.9
56.7
250.0
Avis Portugal
4.2
159.3
38.1
75.0
238.1
Globalrent
3.2
107.0
33.4
57.7
273.1
Budget Portugal
2.0
85.0
42.5
74.5
232.9
1
Líder em aluguer de automóveis na Europa. Em finais de 2008 estabeleceu uma aliança estratégica com a Enterprise Rent-a-car, líder na América do Norte, formando a maior rede mundial
de Rent-a-Car com uma frota de mais de 1.2 milhões de viaturas e 13 mil estações em 162 países.
Fontes: Euromonitor International, Europcar, ES Research – Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
98
8. Principais players do sector – Transporte aéreo (I).
O sector dos transportes1 em Portugal atingiu, em 2008, segundo o estudo da Euromonitor International, um volume de negócios de
EUR 2.5 mil milhões, representando um crescimento médio anual de 4.1% nos últimos cinco anos. O transporte aéreo gerou 93%
daquele valor (EUR 2.3 mil milhões). Embora as companhias tradicionais assumam ainda um valor significativo do mercado (75% em
volume de negócios e 60% em passageiros), foram as low cost as grandes protagonistas dos últimos cinco anos, com crescimentos
assinaláveis, quer em termos de volume de negócios quer, e sobretudo, em termos de passageiros transportados. Os operadores
charter têm sido os mais pressionados. Os sinais de turbulência detectados, recentemente, no sector a nível global, ampliados com a
situação de crise económica e financeira, implicaram mudanças estruturais e operacionais nas companhias aéreas, com
consequências inevitáveis ao nível do negócio aeroportuário. As dificuldades de sobrevivência de algumas companhias, e até mesmo
a falência, e os processos de consolidação tornaram-se uma realidade. Segundo a IATA2, em 2008, a indústria do transporte aéreo
terá atingido um prejuízo da ordem dos USD 5 mil milhões, em 2009, cerca de USD 11 mil milhões, e, em 2010 aquele deverá
ascender aos USD 5.6 mil milhões. As perspectivas dos profissionais do sector apontam para que, no médio prazo, 2 ou 3 grandes
low cost operem na Europa, as maiores companhias de rede se consolidem em 3-4 mega companhias em cada região do globo, e as
de menor dimensão sejam pressionadas para fazer downsizing no seu segmento de longo curso ou mesmo a abandoná-lo.
Volume de negócios do sector dos
transportes1 em Portugal, 2003 e 2008
(EUR milhões)
2003
(%)
2008
Transporte aéreo
1 895.2
91.8
2 346.2
92.7
4.4%
Tradicional
1 495.5
78.9
1 760.9
192.2
75.1
3.3%
8.2
-8.1%
Charter
Low Cost
Outros
TOTAL
1 Inclui
15.5
106.6
5.6
393.0
16.8
29.8%
169.7
8.2
184.2
7.3
1.7%
2 530.4
4.1%
Top 5 das companhias de
transporte aéreo em Portugal
por volume de negócios, 2008
Share
Valor
(EUR milhões)
(%)
2003
(%)
2008
14 663.1
70.5
16 674.0
60.8
2.6%
TAP Portugal
Charter
4 171.9
20.0
2 627.0
9.6
-8.8%
Low Cost
1 972.2
9.5
8 123.9
29.6
32.7%
(%) TCMA03-08
293.1
2 064.9
Passageiros por tipo de transporte
aéreo em Portugal, 2003 e 2008
(Milhares)
Tradicional
TOTAL
20 807.2
(%) TCMA03-08
27 424.9
apenas valores relativos ao transporte usado pelos turistas (com excepção do rent-a-car), excluindo os serviços relacionados.
5.7%
2
1 769
75.4
SATA
275
11.7
Lufthansa
106
4.5
EasyJet Airlines
56
2.4
Monarch
54
2.3
International Air Transport Association.
Fontes: Euromonitor International, ANA, IATA, ES Research – Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
99
8. Principais players do sector – Transporte aéreo (II).
A TAP Portugal domina o mercado nacional do transporte aéreo, com uma quota, em 2008, de 75% em termos de volume de
negócios e de 39% em passageiros transportados. Nos últimos anos, as low cost tiveram um papel significativo no desempenho do
mercado nacional, transportando, em 2008, cerca de 8 milhões de passageiros (mais 6.1 milhões face a 2003, um crescimento
médio anual de 33%), que lhe conferiram um share de 30% do mercado. Metade desses passageiros foram transportados pelas
duas principais companhias a operar no mercado nacional, a EsayJet e a Ryanair, que registaram crescimentos de 52.1% e 29.1%,
respectivamente, face a 2007. É no aeroporto de Faro, segundo mais relevante do país, que este tipo de companhias tem maior
peso, representando mais de 70% dos passageiros transportados. No aeroporto Francisco Sá Carneiro (Porto) tem sido exactamente
o forte crescimento de tráfego destas companhias (51% em 2008, conferindo-lhe uma quota de 48%) que tem impulsionado o seu
assinalável desempenho fazendo com que, nesse ano e pelo 2ª vez consecutiva, tenha sido o aeroporto da ANA com maior
destaque. A Ryanair, que em Setembro de 2009 ali inaugurou uma base de operações, num investimento superior a EUR 100
milhões, tem sido a protagonista deste sucesso, tendo aberto uma base também em Faro1, já em Março 2010. Na Madeira, e apesar
da EasyJet ter começado a voar para o arquipélago apenas em Outubro de 2007, o crescimento das low cost é também assinalável,
com aquela companhia a assumir já a 2ª maior quota de passageiros transportados, logo a seguir à TAP.
Top 5 das companhias de transporte aéreo em Portugal
por passageiros transportados, 2008 e 2009
(Milhões, percentagens)
Passageiros
Variação
2008 2009
07-08 08-09
2
Passageiros nos aeroportos
nacionais, 2008 e 2009
(Milhões, percentagens)
Share
Passageiros
2008
2009
2008 2009
TAP Portugal
9.6
10.2
3.6
5.5
38.8
38.5
EasyJet Airlines
2.6
2.7
52.1
6.2
10.3
5.1
-2.5
-7.1
49.8
20.0
50.2
19.2
4.5
13.7
-0.6
16.6
17.1
2.3
1.2
-4.1
9.0
8.9
1.2
-1.2
-3.3
4.6
4.6
13.6
13.3
10.3
5.4
Porto
4.5
Madeira
2.4
Açores
1.3
1.7
2.0
-2.3
17.2
7.0
7.7
Ryanair
1.4
1.8
29.1
29.7
5.5
6.7
Lufthansa
0.8
0.8
2.9
2.6
3.3
3.2
Somatório da SATA Internacional e da SATA Açores.
Fontes: Euromonitor International, ANA, ANAM, ES Research – Research Sectorial.
Share
2008 2009
1.6
-0.4
Lisboa
Faro
SATA2
Variação
07-08 08-09
1 Adicionando 15 novas rotas às 3 já existentes, prevendo-se que nos próximos cinco anos estas
desembarquem no Algarve cerca de 2.2 milhões de passageiros, oferecendo a região a 27 cidades em 11
países diferentes. Esta base permitirá criar mais de 150 empregos directos e 1 300 indirectos.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
100
8. Principais players do sector – Transporte aéreo (III).
Apesar da redução generalizada do tráfego de passageiros, em 2009, os aeroportos portugueses registaram quebras menos
acentuadas que a média dos aeroportos europeus e mundiais (3.3% face a 5% e 3.5%, respectivamente). Acresce ainda, o seu
melhor desempenho face a alguns dos seus principais pares aeroportuários (Lisboa com melhor desempenho que Dublin ou Roma;
Faro melhor que Palma de Maiorca, Sevilha ou Tenerife; e Porto melhor que Barcelona ou Bordéus). Para o melhor desempenho dos
aeroportos nacionais contribuíram:
 O Programa Iniciativa.pt, para o desenvolvimento de rotas de interesse turístico – até Março de 2010 tinham sido
apoiadas 40 novas rotas, encontrando-se em negociação mais 11;
 A abertura da base operacional da Ryanair no Porto – com 11 novas rotas e a duplicação da frequência da operação
Paris-Beauvais para bi-diária.
Para 2010 estão previstas o mesmo número de aberturas de 2009 (29), a que acrescem as decorrentes da abertura da base da
Ryanair em Faro1 (previstas pelo menos 26). De referir, ainda, que o Aeroporto da Madeira foi considerado o 9º melhor da Europa,
de acordo com o Airports Service Quality-Survey 20092 elaborado pelo Airports Council International (ACI3), apenas a 0.39 pontos
do líder, o aeroporto de Keflavik – Islândia. No mesmo ranking, o aeroporto Francisco Sá Carneiro (Porto) obteve o 3º lugar,
classificação que já havia recebido em 2006 e 2008 e em 2007 na categoria até 5 milhões de passageiros. O aeroporto de Ponta
Delgada recebeu o prémio de maior subida nos Indicadores de Qualidade dos Serviços, entre 2008 e 2009.
O tráfego de passageiros nos aeroportos nacionais, no primeiro trimestre de 2010,
subiu 6.8% face ao período homólogo de 2009. O aeroporto Francisco Sá Carneiro4
(Porto) foi, uma vez mais, o que registou melhor desempenho, com uma subida de
Passageiros nos aeroportos nacionais, 1º
17.5% de passageiros transportados, sob grande influência da base operacional da
trimestre 2010 versus homólogo 2009
(Milhares, percentagens)
Ryanair. Em Lisboa, e para o seu crescimento de 7.7%, contribuiu o aumento de
tráfego da TAP.
Março 2009
Março 2010
Variação
1
Entrou em funcionamento em Março deste ano, com 15 novas rotas e diversos aumentos de frequência.
2
Avalia a satisfação dos clientes através de inquéritos a 200 mil passageiros sobre 34 categorias de serviços dos aeroportos.
O ACI Europa representa 440 aeroportos de 45 países, responsáveis por mais de 90% do tráfego aéreo mundial e pela movimentação de cerca de 1.5
mil milhões de passageiros anualmente.
3
Já em Janeiro deste ano, este aeroporto registou melhor performance que os 3 aeroportos da Galiza juntos (345 mil passageiros – mais 77 mil que os
três referidos, mais 14.2%).
4
Fontes: ANA, ANAM, AICEP, Turismo de Portugal, ES Research – Research Sectorial.
Lisboa
2 620
2 821
7.7
Porto
885
1 040
17.5
Faro
578
580
0.3
Madeira
512
471
-7.9
Açores
208
216
3.6
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
101
8. Principais players do sector – Transporte aéreo (IV) - TAP.
A TAP Portugal, companhia aérea portuguesa líder de mercado, com mais de seis décadas de existênciaa, adoptou, ao longo da sua história,
uma orientação estratégica cuja prioridade é a satisfação das expectativas dos seus clientes, proporcionar-lhes as melhores e mais fáceis
soluções para as suas viagens e agregar cada vez mais valor no produto oferecido. Para tal, a empresa tem estabelecido parcerias, em terra e
no ar, disponibilizando um número alargado de destinos e um diversificado conjunto de vantagens e benefícios. Pretendendo tornar-se uma
companhia de referência na cena internacional, tem sido pioneira em algumas das evoluções verificadas no sector, apostado na utilização das
novas tecnologias e aproveitado oportunidades de negócio em mercados em que compete, diferenciando-se pela sua eficiência operacional e
qualidade de serviços e compromisso com a sociedade e o meio ambiente, factos que lhe conferiram vários prémios internacionais (no Anexo 5
constam alguns dos momentos mais marcantes da história da empresa). Inicialmente constituída como empresa pública, a TAP passou, em
1953, a empresa de capitais mistos detida maioritariamente pelo Estado, voltando novamente à anterior situação na sequência das
nacionalizações pós 25 de Abril. No desenvolvimento da sua estratégia de crescimento foi criado, em 2003, o Grupo TAP, com a holding, TAP
SGPS, SA a agregar as participações em várias empresas que desenvolvem a sua actividade em áreas ligadas aos negócios principais do Grupo.
Empregando mais de 13.8 mil pessoas1 (das quais 4.5 mil afectas ao transporte aéreo), com um volume de negócios superior a EUR 2.37 mil
milhões1 (dos quais 1.5 mil milhões referentes ao mercado externo), um nível de investimento significativo e sendo responsável, no
desenvolvimento das suas actividades, por cerca de 59% do peso da aviação civil na economia, o Grupo TAP tem vindo a reforçar a sua posição
entre os principais exportadores portugueses e a revelar a sua importância na economia nacional e no sector do Turismo2.
Horas voadas
(Milhares)
Passageiros transportados
(Milhões)
Volume de negócios
(EUR mil milhões)
2.37
234
9.6
124
2000
a
1.26
5.4
2008
2001
2008
2003
Momentos marcantes no Anexo 4.
Fontes: Grupo TAP, ES Research – Research Sectorial.
1
No final de 2008.
2008
2 Um estudo efectuado por um banco de investimento britânico considera-a uma das nove companhias
europeias que detêm capacidade para sobreviver no sector da aviação.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
102
8. Principais players do sector – Transporte aéreo (V) - TAP.
Com hub em Lisboa – plataforma privilegiada de acesso à Europa – na encruzilhada com outros continentes, a TAP Portugal oferece,
conjuntamente com os seus parceiros, aos seus passageiros e clientes de carga, o acesso a 166 cidades (59 em avião próprio), das quais 102
se localizam na Europa e as restantes em África, América do Norte e do Sul, região em que a companhia se destaca como líder de operação
para o Brasil. No ano de 2009, a companhia transportou 10.2 milhões de passageiros utilizando uma frota recente, composta por 53 aviões,
unicamente Airbus, 16 dos quais aptos para operações de longo curso. Com a aquisição da Portugália, em 2007, a TAP adquiriu a possibilidade
de captar tráfego regional, criando sinergias e reforçando a sua posição competitiva, a nível internacional, contando com uma disponibilidade
adicional de 16 aparelhos vocacionados para operar em rotas regionais. A renovação e reforço da frota de médio e longo curso (5 Airbus A330200 e 2 Airbus A319), efectuada nos dois últimos anos, garantem a concretização da estratégia de crescimento da empresa, através da
introdução de novos destinos na Rede de Linhas e do reforço da operação já existente, centrada na intensificação das ligações com as
principais capitais europeias, na consolidação das ligações com o Atlântico Sul e no incremento da operação para África. Acresce uma nova
estratégia comercial, segmentando a oferta em cinco produtos, visando diferenciá-la da concorrência, melhorar o serviço prestado ao
passageiro, desenvolver o tráfego de negócios e atrair mais clientes.
Rotas TAP na Europa
Rotas TAP no
resto do Mundo
Fontes: Grupo TAP, ES Research – Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
103
8. Principais players do sector – Transporte aéreo (VI) - SATA.
“Quando em 1941 foi criada a Sociedade de Estudos Aéreos Açoreanos, os seus cinco fundadores tinham por único
objectivo acabar com o isolamento das ilhas açoreanas, acreditando que a impar composição das nove ilhas, únicas no seu
esplendor, seria argumento suficiente para despertar o interesse do resto do mundo”. Em 1947 realizou-se o primeiro voo
e hoje, depois de mais de sessenta anos de voos, sessenta e oito de história e uma década de internacionalização, o
universo SATA assume-se de uma importância capital nas acessibilidades dos habitantes do arquipélago dos Açores, um
instrumento indispensável à consolidação e desenvolvimento do turismo da região e um líder player do transporte aéreo
em Portugal, logo a seguir à companhia de bandeira nacional. Inicialmente constituída como entidade privada, a agora
SATA Air Açores, passou a ser tutelada pelo Governo Regional em 1980 e assumiu a referida designação em 1987, ano em
que recebeu a Medalha de Prata de Mérito Turístico. Em 1994 receberia a Medalha de Honra da ICAO1. Depois de 50 anos
a operar entre as ilhas do arquipélago, iniciou as suas carreiras charter, através da hoje SATA Internacional, dando mais
um passo para a sua internacionalização e permitindo ser a ponte entre a larga comunidade açoreana emigrante e a sua
terra. Ao mesmo tempo cria dois operadores turísticos, a SATA Express (Canadá) e a Azores Express (América do Norte),
com o objectivo de promover os fluxos para o arquipélago. Em 2006, com a constituição da SATA SGPS, o Grupo alterou a
sua lógica de funcionamento e organização por forma a melhor responder aos desafios que se lhe colocam, passando dela
a depender a SATA Air Açores, A SATA Internacional, a SATA Express, a Azores Express e a SATA Gestão de Aeródromos.
Em 2007 alarga os seus serviços à Madeira.
Fontes: Euromonitor International, Grupo SATA, ES Research – Research Sectorial.
1
International Civil Aviation Organization.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
104
8. Principais players do sector – Transporte aéreo (VII) - SATA.
Ao longo da última década, a SATA tem definido uma estratégia de desenvolvimento e crescimento com o
objectivo de aumentar o tráfego para o arquipélago proporcionando novas oportunidades para o seu
desenvolvimento económico, nomeadamente a actividade turística. Um processo de expansão e crescente
internacionalização assente numa operação de vocação atlântica, através da sua rede de lojas de vendas em todas
as ilhas dos Açores, na cidade de Lisboa, Aeroportos do Funchal, do Porto e de Lisboa, bem como das suas bases
operacionais em Lisboa, no Funchal e em Ponta Delgada. A acompanhar a expansão da sua rede de rotas na
Europa e nos EUA, as transportadoras do Grupo estabeleceram representações comerciais nas principais cidades
para onde operam, nomeadamente em França, na Alemanha e em Inglaterra. A SATA Internacional mantém hoje
uma operação regular para destinos como Lisboa, Porto, Funchal, Frankfurt, Londres, Manchester, Dublin, Paris,
Amesterdão, Zurique, Copenhaga, Estocolmo, Boston e Toronto, desenvolvendo ainda uma considerável actividade
charter para destinos como República Dominicana, Cuba, Tenerife, Las Palmas, Lyon, Exeter ou East Midland. No
futuro próximo, a SATA aspira a ser uma referência no panorama das companhias aéreas europeias, projectando o
seu crescimento numa escala ambiciosa, tirando o maior partido possível do seu posicionamento geográfico e do
seu know-how adquirido ao longo de mais de seis décadas de voos sobre o atlântico. Recentemente, e no âmbito
do processo de renovação da sua frota executado em 2009 e 2010, o Grupo viu aprovado um financiamento do
BEI (Banco Europeu de Investimento) de USD 53 milhões para aquisição da nova frota de 4 Bombardier Q400
NextGen para a SATA Açores (um dos quais já apresentado), que, conjuntamente com os dois Dash Q200 já em
operação, vai assegurar a cobertura integral do arquipélago, podendo ainda viabilizar, economicamente, uma
vocação inter-regional no espaço da Macaronésia, regiões atlânticas Açores, Madeira e Canárias.
Fontes: Euromonitor International, Grupo SATA, ES Research – Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
105
8. Principais players do sector – Agências de viagem (I).
Segundo os dados da Euromonitor International, o sector das agências de viagens e operadores turísticos em Portugal
atingiu, em 2008, um volume de negócios de EUR 2 mil milhões, representando um crescimento médio anual de 0.7% nos
últimos cinco anos. Os tradicionais pacotes de férias representaram 43% daquele valor (EUR 862 milhões), apesar da nítida
quebra registada no período em referência (-2.7%). A evolução verificada nas transacções efectuadas através da internet
(crescimento de 50% ao ano), demonstra a sua importância neste mercado, com os seus vários intervenientes a terem que
se adaptar a esta nova realidade e a lançar novas estratégias, como a criação dos chamados pacotes dinâmicos onde se
permite que o cliente faça a escolha das componentes que mais lhe convêm; a inovar, de forma continua, os seus sites e a
oferecer serviços adicionais por forma a manterem os seus shares. A crescente competição no sector, derivada da quebra
da procura, ampliada com a entrada no mercado de alguns grupos estrangeiros (Halcon, Tui e El Corte Inglés por
exemplo), obrigou as empresas de menor dimensão a ter que se reorganizar ou agrupar por forma a poder sobreviver no
mercado. As previsões para os próximos anos são de continuidade deste processo de concentração da oferta, pelo que
mais pequenas e médias empresas irão desaparecer ou ser absorvidas, em conformidade com as previsões abaixo.
Volume de negócios do sector das agências de viagens e
operadores turísticos em Portugal, 2003, 2008 e 2013P
(EUR milhões)
2003
(%)
2008
(%)
2013P (%)
Agências de
viagem1
1 185
94.2
1 504
95.1
1 481
2.2%
Operadores
turísticos
73
3.8%
1.6%
TOTAL
0.7%
2.0%
49.9%
24.8%
P Previsões.
2003
(%)
2008
(%)
2013P
(%)
TCMA03-08 TCMA08-13
Pacotes de férias
989.9
50.8
861.5
42.6
945.5
42.4
-2.7%
1.9%
Transporte aéreo
354.0
18.2
403.3
19.9
449.8
20.2
2.6%
2.2%
Alojamento
284.0
14.6
371.1
18.3
413.2
18.5
5.5%
Outros
322.5
16.5
387.8
19.2
420.5
18.9
TOTAL
Internet
1 950.4
29.6
2 229.0
2 023.7
1.5
223.9
11.1
676.6
30.4
Indicadores do sector das agências de viagens e
operadores turísticos em Portugal, 2003, 2008 e 2013P
(Número)
1 258
1
5.8
78
1 582
4.9
76
Var03-08
95.1
319
-23
4.9
5
-2
324
-25
1 557
Estabelecimentos.
P
Var08-13
Previsões.
Fontes: Euromonitor International, ES Research – Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
106
8. Principais players do sector – Agências de viagem (II).
O mercado das agências de viagens e operadores turísticos em Portugal é dominado por quatro grandes grupos
portugueses que, no ano de 2008, concentraram cerca de 53% do volume de negócios do sector. A Espírito Santo Viagens,
operando com as marcas Top Atlântico (exportação e consultora multi-especialista), Carlson Wagonlit Travel (segmento
empresarial em parceria com a líder mundial), Tagus (especializada no segmento de lazer para jovens, estudantes e
professores) e Netviagens (comércio online) e maior accionista do maior operador turístico do mercado – MundoVip, lidera
com uma quota de mercado de 18%. Seguem-se-lhe a ELOCT, resultante da fusão entre a Eloair e a HCT (que opera com
a marca Go4Travel) e que assim ultrapassou as Viagens Abreu, e a GeoStar, também resultante de um acordo entre a Star
(do Grupo Sonae) e a Geotur (do Grupo RAR). Refira-se que estes quatro grupos representam apenas 26% dos
estabelecimentos a operar no sector, existindo uma imensa maioria (74%, mais de 1 100) que disputa menos de metade
da produção, muitos dos quais apresentam como característica a sua natureza familiar. De salientar que, a Espírito Santo
Viagens possui representatividade internacional significativa com presença em Espanha, França, Itália, Reino Unido, Brasil
e Angola.
Top 5 do sector das agências de viagem
e operadores turísticos em Portugal por
volume de negócios, 2008
Top 6 das agências de viagem em
Portugal por volume de negócios
por estabelecimento, 2008
Share
Valor
(%)
(EUR milhões)
Espírito Santo Viagens
361
17.9
ELOCT
259
12.8
Viagens Abreu
229
11.3
GeoStar
219
10.8
Globália Group
71
3.5
Estabelecimentos
(Número)
(EUR milhões)
Geotur
14
5.6
Top Atlântico
70
2.5
109
2.4
61
2.0
120
1.9
92
0.8
Go4Travel
Star
Viagens Abreu
Halcon
Fontes: Euromonitor International, Espírito Santo Viagens, ES Research – Research Sectorial.
Volume de negócios
p/ estabelecimento
Nota: Informação sobre os grupos de agências de viagens no Anexo 5.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
107
Turismo – Caracterização e oportunidades de negócio
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
Sumário executivo .................................................................... 2
Turismo Outlook ....................................................................... 6
O Turismo mundial ................................................................... 23
Portugal no Turismo Mundial ..................................................... 39
O Turismo na Economia Portuguesa ........................................... 52
Organização Institucional do Turismo e mecanismos de apoio ao
sector ...................................................................................... 61
Mercado turístico nacional ......................................................... 68
Principais players do sector ....................................................... 92
Oportunidades de negócio ........................................................ 109
Comparações internacionais ......................................................140
Impacto do TGV no sector ........................................................ 143
Tendências, políticas e reflexões ............................................... 146
Anexos ....................................................................................157
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
108
9. Oportunidades de negócio (I).
O Plano Estratégico Nacional do Turismo (2006-2015), elaborado pelo Ministério da Economia e da Inovação, e aprovado
em 2007, tem como objectivo tornar Portugal um dos destinos de maior crescimento na Europa, através do
desenvolvimento baseado na qualificação e competitividade da oferta, transformando o sector num dos motores do
desenvolvimento social, económico e ambiental, a nível regional e nacional.
Novos pólos turísticos
Alqueva Litoral Alentejano Oeste
Actuação
Dinamização de clusters regionais
Douro
Serra da Estrela
Porto Santo Açores
Desenvolvimento de planos sectoriais
Acessos e rede de transportes competitivos
“Via rápida” para a implementação de projectos de elevado valor acrescentado
Criação de novo quadro de incentivos
Calendário de animação turística regular
10 produtos
Gastronomia e Vinho
City /Short Breaks
Turismo de Natureza
seleccionados
Touring cultural e paisagístico
Golfe
Turismo Residencial
Saúde e Bem-Estar
Turismo Náutico
Sol e Mar
MICE*
Afirmar Marca
Campanhas em opinion leaders internacionais
Estratégias de internacionalização de marcas
Portugal Turismo
Eventos de projecção internacional
Promoção cruzada de produtos de excelência
Iniciativas culturais
* Meetings, Incentives, Congresses, Exhibitions.
Fonte: Plano Estratégico Nacional do Turismo.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
109
9. Oportunidades de negócio (II).
O PENT considera que Portugal dispõe de condições climatéricas e recursos naturais e culturais potenciadoras do
desenvolvimento e consolidação dos dez produtos turísticos estratégicos enunciados. Estes foram seleccionados tendo em
conta os recursos e factores distintivos do país bem como o seu potencial de crescimento futuro. Com excepção do Sol e
Mar, todos os produtos de Turismo de Lazer assumem uma previsão de crescimento anual, no mercado do turismo
europeu, acima dos 5% entre 2004 e 2014. Aquele produto foi seleccionado pela sua elevada importância no turismo em
Portugal e quota de mercado no turismo mundial. O City Break é o produto onde se espera um crescimento mais elevado
(acima dos 13%), sendo o consumidor tipo britânico, alemão ou espanhol. Lisboa e Porto são as cidades onde este produto
tem um peso mais significativo e com mais recursos para oferecer ao mesmo.
Evolução do Turismo no mercado europeu (produtos estratégicos para Portugal)
Crescimento médio anual previsto entre 2004 e 2014
12%
10%
Gastronomia
e vinhos
Turismo Náutico
Turismo de
Natureza
8%
6%
4%
City Break
Golfe
Saúde e
Bem-Estar
Touring Cultural
e Paisagístico
Turismo de
Negócios
2%
0%
0%
Sol e Mar1
1%
10%
Gasto médio (€) por pessoa/dia (estadia + gastos locais)
1 Valores de gasto médio não disponíveis
15%
20%
25%
30%
Peso no total de viagens na Europa
(%) – procura primária
Nota: Para os Resorts Integrados e Turismo Residencial não existe informação sobre o peso no total das viagens na Europa, sabendo-se, no entanto, que cerca de 3 milhões de europeus têm
propriedades de alojamento turístico no estrangeiro e que este mercado tem um crescimento previsto de 8-12%/ano.
Fontes: Plano Estratégico Nacional do Turismo, ES Research - Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
110
9. Oportunidades de negócio (III).
As linhas orientadoras do PENT, para as regiões, são de desenvolvimento de ofertas distintivas alinhadas com a
proposta de valor do destino Portugal, capitalizando na vocação natural de cada região e desenvolvendo factores
de qualificação, com base nos seus recursos diversificados. Tendo em conta os recursos e factores distintivos de
cada região, o seu desempenho de curto/médio prazo irá estar alavancado num conjunto de produtos específicos.
Os produtos que em cada região menos contribuem para o volume global de receitas têm, contudo, um efeito
positivo ao nível da sazonalidade, diferenciação e qualificação do destino. A curto prazo, os produtos Sol e Mar,
Touring e City Break serão os que mais contribuirão para o crescimento das regiões.
Contribuição dos produtos para cada região
Sol e Mar
Touring
City
Breaks
Turismo
de
Negócios
Turismo
de
Natureza
Golfe
Resorts
Saúde
Gastronomia
e
e
Int./Tur.
Vinhos
Residencial Bem Estar
Turismo
Náutico1
Algarve
Lisboa
Madeira
(Cross Selling)
(Cruzeiros)
(Porto Santo)
(Porto Santo)
(Cruzeiros)
Porto e Norte
(Porto)
1º nível
(Porto)
2º nível
Centro
(Oeste)
(Oeste)
3º nível
Açores
4º nível
Alentejo
Volume de
receitas
(Litoral
Alentejano)
(Litoral
Alentejano)
+
(Litoral
Alentejano)
(Litoral
Alentejano)
-
-
+
Fontes: Plano Estratégico Nacional do Turismo, ES Research – Research Sectorial.
1Inclui
cruzeiros.
Diferenciação
Redução da sazonalidade
Qualificação do destino
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
111
9. Oportunidades de negócio – Turismo de Golfe (I).
O golfe, enquanto driver de peso do turismo de alta qualidade, pode aportar valor significativo a um determinado destino,
criar sinergias de sucesso com outros produtos do turismo, como os negócios, a saúde e bem estar ou a cultura e
património. O Turismo do Golfe é um importante gerador de receitas, não só para os campos de golfe, mas para todos os
fornecedores de serviços relacionados. Em 2006, a indústria do golfe gerou receitas directas de EUR 21 mil milhões na
economia da região da EMEA1, uma contribuição para o PIB de EUR 14.5 mil milhões, o equivalente ao impacto económico
combinado dos seis últimos Jogos Olímpicos (antes de Beijing) na economia dos países anfitriões. Nesse ano, o Turismo do
Golfe, na EMEA, gerou receitas directas de EUR 2.7 mil milhões, das quais se estima que cerca de 82% pertençam à
Europa. Mais de metade de todas as receitas relacionadas com o turismo dentro da EMEA são provenientes da Europa
Ocidental2, em especial de Portugal e Espanha, embora detenham apenas 16% dos campos de golfe existentes.
Contribuição da indústria do golfe para o PIB da
EMEA1 versus Jogos Olímpicos (a preços 2006)
(EUR mil milhões)
Valor da indústria do golfe por cluster, EMEA1, 2006
16
Clusters da indústria
14
do golfe
12
Impacto económico
Receitas
(Impacto directo)
(EUR milhões)
Receitas totais
(EUR milhões)
Contribuição para
Emprego
o PIB
(EUR milhões)
Atenas
10
Facilidades do golfe3
7 321
34.6%
18 528
35.3%
5 267
36.4%
211 100
47.3%
Sydney
Investimentos de capitais4
1 915
9.0%
4 057
7.7%
1 394
9.6%
35 500
8.0%
8
Atlanta
Fornecedores do golfe5
1 949
9.2%
3 820
7.3%
620
4.3%
14 100
3.2%
Barcelona
Torneios
361
1.7%
820
1.6%
413
2.9%
4 100
0.9%
Seoul
Turismo do golfe6
2 737
12.9%
6 533
12.4%
1 935
13.4%
59 800
13.4%
Los Angeles
Imobiliário do golfe7
6 891
32.5%
18 770
35.7%
4 858
33.5%
121 500
27.2%
14 487
100.0%
6
4
TOTAL
2
0
1 Europa,
Golfe
Jogos Olímpicos
Fontes: KPMG, Oxford Economics and Blake.
Médio Oriente e África.
21 174
100.0%
2Integra
52 528
100.0%
446 100 100.0%
a França, a Itália, a Espanha e Portugal.
Green fees, membership fees, restauração, patrocínios e outros.
3
4
6
5 Equipamento e vestuário.
Desenvolvimento de novos campos, expansão dos existentes e outros investimentos.
7
Viagens, alojamento, divertimentos e outros, dos turistas do golfe.
Projectos imobiliários associados a campos de golfe.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
112
9. Oportunidades de negócio – Turismo de Golfe (II).
Numa indústria que, em 2006, valia, na EMEA1, cerca de EUR 53 mil milhões de receitas (totais) e praticamente meio milhão de
empregos, merece destaque o crescimento verificado nos últimos anos, sobretudo, ao nível do Turismo do Golfe e do imobiliário,
que conjuntamente aportam praticamente 50% dos EUR 14.5 mil milhões de contribuição para o PIB da região. Numa análise às
sub-regiões, é possível observar que esta realidade é bem mais acentuada na Europa Ocidental, onde mais de 80% do PIB gerado
pela indústria do golfe é proveniente daquelas áreas. E, é sobretudo em Portugal e Espanha, que este fenómeno é mais notório,
fruto do desenvolvimento verificado nas viagens dos entusiastas do golfe para estes dois destinos, que aí acabam por comprar uma
casa de férias inserida numa comunidade/empreendimento associado a este desporto. Segundo um research da KPMG e da Oxford
Economics, em 2006, existiam mais de 150 projectos imobiliários ligados ao golfe na região da EMEA (que envolviam mais de 17 mil
villas, townhouses ou apartamentos), ¾ dos quais no sul de França, Portugal e Espanha.
Contribuição para o PIB por cluster nas sub-regiões da EMEA1
100%
90%
34%
80%
Imobiliário do golfe2
Turismo do golfe3
70%
60%
13%
50%
3%
4%
40%
10%
Facilidades do golfe4
Investimento de capitais5
Fornecedores do golfe6
Torneios
30%
20%
36%
10%
0%
Grã-Bretanha Benelux
e Irlanda
Fontes: HPMG, Oxford Economics.
Europa do
Norte
Europa
Ocidental
Europa
Central
Europa
Europa Sul
Oriental Mediterrâneo
Europa, Médio Oriente e África.
Projectos imobiliários associados a campos de golfe.
4 Green fees, membership fees, restauração, patrocínios e outros.
Médio
Oriente
1
3
2
5
6
África
do Sul
Resto da
África
EMEA
TOTAL
Viagens, alojamento, divertimentos e outros, dos turistas do golfe.
Desenvolvimento de novos campos, expansão dos existentes e outros investimentos.
Equipamento e vestuário.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
113
9. Oportunidades de negócio – Turismo de Golfe (III).
Evolução do golfe em Portugal, 1998-2008
(Nº de campos, milhares de jogadores)
Evolução do golfe na Europa, 1998-2007
(Nº de campos, milhares de jogadores)
5 600
5 000
4 000
Campos
(escala da esquerda)
3 500
4 400
3 000
Nº de jogadores
(escala da direita)
3 800
2008
2006
2004
2002
2000
1998
1996
1994
1992
Nº de jogadores
(escala da direita)
Evolução do golfe em Espanha, 1998-2008
(Nº de campos, milhares de jogadores)
4 500
6 200
20.0
18.0
16.0
14.0
12.0
10.0
8.0
6.0
4.0
2.0
Campos
(escala da esquerda)
1990
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
1988
A Europa, onde um em cada 150 cidadãos é golfista, com mais de 6.5 mil
campos e 4.3 milhões de jogadores, tem a taxa de participação no golfe
mais elevada das três sub-regiões da EMEA. Entre 1998 e 2007, o
número de campos de golfe e de jogadores federados mais que duplicou.
A Grã-Bretanha e a Irlanda têm, de longe, o maior mercado de golfe da
Europa, com cerca de 3 mil campos e 1.5 milhões de jogadores. A Suécia
também é um importante destino de golfe e um dos países com mais
elevada taxa de participação na Europa. A Península Ibérica é um destino
extremamente popular para os golfistas, destacando-se Portugal, quer
em termos de procura, quer de oferta, mais que quadriplicando o número
de campos (passou de 20 para 89 – só em 2008 abriram 11) e mais que
triplicando o número de jogadores, nas duas últimas décadas.
2 500
350
380
300
330
250
280
Campos
(escala da esquerda)
200
230
150
Nº de jogadores
(escala da direita)
180
2008
2006
2004
2002
2000
1998
1996
1994
1992
1990
1988
30
2006
0
2004
1 000
2002
2 000
2000
80
1998
50
1996
1 500
1994
2 600
1992
100
1990
2 000
1988
3 200
130
Fontes: European Golf Association, ES Research – Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
114
9. Oportunidades de negócio – Turismo de Golfe (IV).
Quer seja como principal motivo de viagem, quer apenas como actividade
secundária, o golfe atrai milhões de turistas em todo o mundo, contribuindo para
a cada vez maior afirmação da indústria do golfe. A procura primária1 de viagens
internacionais de golfe assumia na Europa, em 2004, um valor de
aproximadamente um milhão de viagens (0.4% do total de viagens de lazer
efectuadas pelos turistas deste continente), apontando as estimativas de
referência deste mercado para um crescimento médio anual de 7% no espaço de
10 anos, o que implica uma quase duplicação daquele valor. Reino Unido e
Alemanha são os principais mercados emissores, com quase 50% das viagens de
golfe efectuadas por europeus, e a Suécia é o mercado que apresenta maior taxa
de consumidores de golf travel (1.6%). O significativo crescimento das low cost
na Europa, nos anos mais recentes, foram fundamentais na crescente facilidade
de acesso aos campos de golfe por toda a Europa e, também em Portugal, que
deverá continuar a gozar de um crescente interesse por este produto visto ocupar
posição de destaque junto dos principais mercados emissores.
Melhores destinos de golfe segundo os consumidores, Janeiro 2006
(Percentagens)
Holandeses
Portugal 20.3
França
15.2
Espanha
14.5
Itália
3.6
Britânicos
Espanha
33.3
Portugal 28.3
França
4.2
Franceses
Espanha
8.1
França
8.1
Portugal
4.0
Itália
2.7
Espanhóis
Espanha
10.1
França
5.6
Portugal
3.4
Itália
2.2
Alemães
Espanha
19.8
Portugal
4.1
França
3.7
Italianos
R. Unido 42.0
Espanha
4.0
França
3.4
Itália
1.7
Portugal
1.1
Fontes: IPK, IAGTO, European Golf Association, THR, PENT, ES Research – Research Sectorial.
Viagens de golfe ao estrangeiro,
2004, 2009P e 2014P
(Milhares)
TCMA04-14 = 7%
1 967
1 403
1 000
2004
2009
2014
P
Previsões.
Viagens de golfe ao estrangeiro
por mercado emissor, 2004
Mercados
emissores
Total de
Viagens
Viagens de Golfe
(Milhares)
(Milhares)
245 000
Reino Unido
Alemanha
Viagens de
golfe/total
de viagens
(%)
(%)
1 000
100,0
0.4
39 349
253
25.3
0.6
51 685
229
22.9
0.4
Suécia
12 580
199
19.9
1.6
França
18 493
91
9.1
0.5
EUROPA
1Aquela
em que o golfe é o motivo principal da viagem. A procura secundária
é aquela em que o turista, viajando por outro motivo, ocasionalmente joga
golfe no destino. De acordo com o European Travel Monitor (IPK) serão cerca
de 1.2 milhões de viagens.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
115
9. Oportunidades de negócio – Turismo de Golfe (V).
Tendo em conta os aspectos que mais importância merecem para os turistas de golfe aquando da escolha
de um destino, Portugal foi colocado no topo do ranking dos destinos do Turismo de Golfe dos próximos
anos, num inquérito realizado no âmbito de um estudo elaborado pela KPMG, em 2008. A maioria dos
entrevistados considerou que Portugal era um dos países com mais potencial de crescimento no Turismo de
Golfe, antecipando para este um valor superior ao da vizinha Espanha.
Principais motivos de escolha de um destino de golfe
Não importante (1)
Clima
Qualidade dos campos
Top dos destinos do turismo de golfe nos próximos anos
Muito importante (5)
Procura modesta (1)
Procura forte (5)
Portugal
Espanha
Turquia
Preço
Acessibilidade
Qualidade do alojamento
Dubai
EUA
África do Sul
Escócia
Nº de campos
Irlanda
Gastronomia
África do Norte
Ambientes relaxantes
Entretenimento
Tradição do golfe
Oportunidades para visitas
Tailândia, Malásia e Indonésia
França
México & Caraíbas
Inglaterra
Europa Oriental
Índia
Fonte: KPMG – Golf Tour Operator Survey .
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
116
9. Oportunidades de negócio – Turismo de Golfe (VI).
Tal como visto anteriormente, na escolha de um destino de golfe, para além das condições climatéricas e
acessibilidade do destino, são também importantes a acessibilidade, a qualidade, a imagem e a reputação
dos campos. Estes factores são já hoje reconhecidos no destino Portugal como o comprovam o facto de o
país ter 10 campos na lista dos 100 melhores da Europa (Espanha tem 12 para um total quase 4 vezes
superior a Portugal), os quatro prémios recebidos nos últimos 4 anos e o Portugal Masters,
resultado de um contrato entre o European Tour, o Turismo de Portugal e o Grupo Oceânico, realizado nos
últimos três anos e que, em 2009, atraiu 40 mil pessoas, que ocuparam mais de 10 mil camas por dia, e
teve uma audiência estimada de 500 mil espectadores em 100 países.
Prémios da International Association
of Golf Tour Operators (IAGTO)
Ranking
Ano
Prémio
2006
Established Golf Destination of the Year
ALGARVE
2007
Golf Destination of the Year – Europe
LISBON GOLF COAST
Golf Resort of the Year – Europe
PRAIA D’EL REY GOLF & BEACH RESORT (Oeste)
2009
Ranking dos campos de golfe da
Europa Continental
Golf Resort of the Year – Europe
HOTEL DONA FILIPA & SAN LORENZO GOLF RESORT (Algarve)
Fontes: IAGTO, International Golf Travel Awards, Golf World, CNIG.
Campo
Região
10º
Monte Rei
Algarve
20º
Oitavos
Lisboa
24º
Oceânico (Old)
Algarve
34º
Troia
Lisboa
35º
Praia D'el Rey
Oeste
38º
São Lorenço
Algarve
53º
Furnas
Açores
71º
Oceânico (Victoria)
78º
Quinta de Cima
Algarve
Algarve
90º
Porto Santo
Madeira
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
117
9. Oportunidades de negócio – Turismo de Golfe (VII).
Segundo os organismos oficiais, o golfe criou em Portugal um mercado que
gera EUR 1.8 mil milhões de receitas, mobiliza cerca de 300 mil jogadores
por ano, 1.4 milhões de voltas e 1.1 milhões de dormidas. Importante
produto de combate à sazonalidade induz, ao longo de todo o ano, volumes
consideráveis de receitas noutros produtos/serviços como a hotelaria, a
restauração, a animação turística e outros. Comparativamente a outro tipo
de turistas, estes têm um poder de compra mais elevado, gastam cerca de
60% mais e numa grande variedade de produtos e serviços. Habitualmente
vêm integrados num grupo de amigos que também jogam e fazem despesa,
vêm na época baixa para jogar e regressam na época alta para fazer férias
com a família e muitos acabam por comprar casa (cerca de 25%).
Números do golfe em Portugal
1.1% do PIB Nacional
14% do PIB Turístico
24% das Receitas Turísticas
1 800
Despesas de um turista de golfe
numa estadia longa1 por rubricas
(Percentagens)
Outros
15.0
Golfe
26.0
Restauração
18.0
Viagens
21.0
Alojamento
20.0
1
Entre 7 e 9 dias.
Perfil do consumidor de viagens de golfe
● 40 e mais anos
● Nível de instrução elevado
Gasto médio
diário
EUR 260
● Nível socio-económico médio-alto
1.1
1.4
● Compra pacotes por medida e completos (voo+alojamento+transfers+green fees)
● Compra alojamento em hotéis de 4 e 5* com campos de golfe integrados
0.3
Jogadores
(Milhões)
● Compra 1 a 3 vezes por ano (normalmente na Primavera e Outono – alguns
também no Inverno)
Dormidas
(Milhões)
Voltas de golfe
(Milhões)
Receitas
(EUR milhões)
● Faz actividades ao ar livre, compras, visitas culturais, participa em
competições/torneios, socializa e interage com a natureza e realiza
actividades de bem estar
Fontes: PENT, KPMG – Golf Tour Operator Survey, IAGTO, ES Research-Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
118
9. Oportunidades de negócio – Turismo de Golfe (VIII).
A variedade de campos de golfe e a sua diferenciação paisagística são factores de diferenciação da oferta portuguesa. Portugal
conta com cerca de 90 campos de golfe, maioritariamente distribuídos entre as regiões do Algarve – principal destino de golfe do
país (cerca de 40, em duas décadas mais que multiplicou por cinco o número de campos) e de Lisboa1 (cerca de 25), consideradas
também as que têm maior capacidade competitiva, e largamente inseridos em resorts (73%). A Madeira e o Alentejo são também
regiões consideradas de bom potencial de desenvolvimento. Alemanha, Reino Unido, Escandinávia, Itália e França são os mercados
emissores considerados estratégicos para Portugal. Numa estimativa feita com base nos projectos PIN turísticos previstos para os
próximos anos (slide 90), que contemplarão campos de golfe, prevê-se que mais de 25 novos campos possam surgir (mais de 68%
dos quais no Alentejo), num investimento que deverá superar os EUR 190 milhões. Recentemente2, Portugal oficializou a sua
candidatura à organização da Ryder Cup 20183, competição desportiva bienal disputada entre as selecções da Europa e dos EUA,
considerada 3º maior evento desportivo mundial a seguir aos Jogos Olímpicos e ao Campeonato do Mundo de Futebol. França,
Alemanha, Holanda, Espanha e Suécia são os adversários de Portugal nesta candidatura, que exigirá um investimento superior a
EUR 140 milhões, num período de 12 anos, comparticipados pela Ryder Cup Europa4, Turismo de Portugal e parceiros privados.
Localização de campos de golfe em Portugal
versus outros países da Europa, 2008
4%
12%
14%
3%
34%
73%
23%
47%
22%
25%
20%
8%
Portugal
5%
14%
7%
França
17%
27%
24%
20%
Espanha
Itália
1%
1
Park/Open space
Resort
Área residencial
Country Club
Fontes: CNIG, AICEP, Universidade do Algarve, ES Research-Research Sectorial.
Outros
3
Área geográfica gerida pela Região de Turismo de Lisboa e Vale do Tejo. 2 No dia 26 de Fevereiro 2010.
O campo escolhido para o efeito é o da Herdade da Comporta. A organização estima que o evento traga ao país 150 mil
visitantes, dois mil jornalistas de todo o mundo e venda cerca de 300 mil bilhetes ao longo dos sete dias de competição.
4 Detentora dos direitos comerciais da prova.
Em 2006, o impacto económico deste evento foi de EUR 240 milhões.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
119
9. Oportunidades de negócio – Turismo Náutico (I).
A criação e promoção de um produto turístico associado ao mar que integre várias actividades lúdicas e
desportivas (cruzeiros, náutica de recreio, vela, remo, canoagem, mergulho, pesca desportiva, surf, windsurf, caça
submarina), a exploração das infra-estruturas de apoio (marinas e portos de abrigo) e a promoção do
ordenamento do território e a qualidade urbanística, paisagística e ambiental da orla costeira poderá contribuir
para o aperfeiçoamento do nosso principal produto turístico (Sol e Praia), bem como ajudar a combater a
sazonalidade, captando novos fluxos turísticos. Segundo alguns estudos sobre este mercado, a náutica movimenta,
no mundo, cerca de USD 71 mil milhões/ano, 25 milhões de embarcações de recreio (destacando-se os megaiates, que nos últimos 10 anos terão duplicado) e é um dos mercados que geram mais postos de trabalho por cada
dólar investido. Estima-se que o Atlântico seja atravessado anualmente por cerca de 10 a 15 mil embarcações.
Náutica no Mundo …
• Cerca de USD 71 mil milhões movimentados/ano;
• Cerca de 25 milhões de embarcações de recreio;
• Está entre os segmentos que geram mais postos de
trabalho por dólar investido;
• Cada barco acima de 25 pés gera de 3 a 5 empregos
directos em serviços (turismo) e 7 em produção (indústria) e
comércio;
• Um barco gasta em média entre 5% e 8% do seu valor de
compra em manutenção anual.
Fontes: PENT, Bohm & Walter Garcia, (Portos de Galicia, 2008), ES Research-Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
120
9. Oportunidades de negócio – Turismo Náutico (II).
O mercado europeu e mundial da náutica depara-se com alguns constrangimentos, nomeadamente o facto de a procura
exceder largamente a oferta, com o número de embarcações construídas por ano bastante superior ao número de lugares
de amarração criados, e a dificuldade em viabilizar novos projectos de marinas (devido por exemplo a restritivas
legislações ambientais). No contexto europeu, a Finlândia, a Noruega e a Suécia são os países que apresentam o maior
rácio de embarcações por mil habitantes. Os países do Sul da Europa (e em especial Portugal) apresentam um rácio
bastante reduzido quando comparado com a realidade dos países do Norte, o que demonstra a diferença, no
desenvolvimento desta actividade, entre as duas regiões. Apesar de a tendência actual, nos países europeus em que esta
actividade é mais desenvolvida, ser de reconversão/adaptação de antigas infra-estruturas portuárias para a náutica de
recreio, assim como de construção de infra-estruturas mais ligeiras (pequenos portos de recreio por exemplo), continua a
verificar-se uma situação de saturação. Segundo Phil Draper, num artigo em 2006, França é o maior mercado de náutica
de recreio da Europa e o segundo do Mundo, a seguir aos EUA.
Rácio de embarcações de recreio por
mil habitantes, Europa, 2007
Marinas e lugares de amarração na Europa, 2006
País
País
Costa
(Km)
Nº de
marinas
Lugares
França
5 500
370
180 000
Holanda
1 150
Nº de
Rácio
embarcações embarcações de
de recreio
recreio/1 000 hab
Noruega
4 681
793 000
169
Finlândia
5 277
731 200
139
Suécia
9 113
753 000
83
Croácia
4 442
105 000
24
Espanha
7 880
320
107 000
Holanda
16 570
280 000
17
Reino Unido
12 429
180
56 000
Grécia
10 964
130 522
12
Itália
57 900
592 000
10
Reino Unido
60 210
541 560
9
França
61 538
483 823
8
Alemanha
2 400
Portugal
2 830
30
Apenas 30 000 são localizados em zonas costeiras.
Os restantes são em canais e bacias interiores.
1
180
0001
População
(Milhares)
12 000
Irlanda
4 062
25 830
6
Alemanha
82 400
441 530
5
Portugal
10 586
55 000
5
Fontes: Martinho Fortunato (APPR), João Figueira de Sousa (IDE), André Fernandes (IDE), Ana Carpinteiro (IDE), ES Research-Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
121
9. Oportunidades de negócio – Turismo Náutico (III).
A saturação verificada em vários países da Europa “obriga” à procura de infraViagens de Turismo Náutico ao
estruturas em regiões com disponibilidade de lugares, qualidade, conforto e
estrangeiro, 2004, 2009P e 2014P
segurança. Em 2004, a procura primária1 de viagens de Turismo Náutico
(Milhões)
assumia, na Europa, um valor de aproximadamente três milhões de viagens
TCMA
= 8/10%
(1.1% do total de viagens de lazer efectuadas pelos turistas deste continente),
6.5/7.8
apontando as estimativas de referência deste mercado para um crescimento
4.4/4.8
médio anual entre 8% e 10% no espaço de 10 anos, o que implica mais que a
3.0
duplicação daquele valor. Alemanha e Escandinávia são os principais mercados
emissores, com cerca de 40% das viagens de turismo náutico efectuadas pelos
2004
2009
2014
europeus, sendo este último o mercado que apresenta maior taxa de
Previsões.
consumidores de turismo náutico (2.3%). Entre as actividades náuticas mais
consumidas destacam-se o mergulho e a vela (com mais de um milhão de
Viagens de Turismo Náutico ao
praticantes com licença federativa na Europa), sendo esta última, em todas as estrangeiro por mercado emissor, 2004
suas vertentes, apontada como a actividade de maiores oportunidades. A
Viagens de
diversidade de possibilidades pessoais, económicas e desportivas, tornam a
Mercados
Total de
Viagens de Turismo TN/total de
viagens
emissores
Viagens
Náutico
náutica de recreio um mercado de grande potencial.
04-14
P
Perfil do turista náutico
Consumidores de desporto náutico
Consumidores de charter náutico
● Entre 26 e 35 anos
● Entre 30 e 50 anos
● Profissional médio
● Hotéis de 3 estrelas
Gasto médio dia
entre 80 e 500 €
● Empresário/Profissional liberal
● Hotéis de 4 a 5 estrelas
(Milhares)
(Milhares)
(%)
(%)
EUROPA
245 000
2 800
100,0
1.1
Alemanha
51 685
679
24.3
1.3
Escandinávia
18 571
423
15.1
2.3
Grã-Bretanha
39 349
249
8.9
0.6
Holanda
17 763
200
7.1
1.1
● Utilizadores das estâncias náuticas
● Utilizadores das estâncias náuticas
França
18 493
178
6.4
1.0
● Lazer e entretenimento
● Transporte aéreo para chegar ao destino
● Viajam nos meses mais apropriados para o desporto escolhido
● Actividades culturais
● Transporte aéreo ou embarcações próprias para
chegar ao destino
● Viajam na Primavera e Verão
Espanha
9 103
65
2.3
0.7
Fontes: PENT, THR, ES Research-Research Sectorial.
1Aquela
em que o actividade náutica é o motivo principal da viagem. A procura
secundária é aquela em que o turista, viajando por outro motivo (normalmente
Sol e Praia), pratica actividades náuticas no destino. De acordo com o
European Travel Monitor (IPK) serão cerca de 7 milhões de viagens.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
122
9. Oportunidades de negócio – Turismo Náutico (IV).
Portugal tem uma forte ligação histórica e cultural ao mar, que de espaço de abertura para as descobertas passou a
espaço de actividades económicas e mais recentemente a espaço de lazer. Os seus 2 830 km de costa e 620 km de bacias
interiores dispoem de condições climatéricas e de navegabilidade excelentes, ampla diversidade paisagística e biológica,
que permitem atrair milhares de turistas náuticos de recreio mas que, por vezes não conseguimos reter devido à falta de
infra-estruturas de apoio. Ademais, é uma porta de entrada para a Europa para quem vem do continente americano. As
marinas (tal como os portos de recreio) são uma infra-estrutura importante não só enquanto base de apoio à actividade
náutica e de uma variedade de outras actividades que complementam este produto, mas também pelos seus impactos
económicos e sociais. Em Portugal, estas devem ascender a cerca de 30, disponibilizando 12 mil lugares de amarração. A
sua maioria encontram-se nas regiões de Lisboa e do Algarve (onde 50% dos 2 700 lugares são ocupados por estrangeiros
e onde se encontram as marinas nacionais com mais sucesso turístico) e metade foram galardoadas com bandeira azul.
Impactos económicos e sociais das marinas
• Criação de emprego;
• Emprego de valor acrescentado elevado;
• Aumento da venda de embarcações e consumo na indústria náutica;
• Efeito significativo sobre o valor dos imóveis;
• Impactos no turismo local (atracção turística, animação);
• Aumento da qualidade do destino turístico;
• Proporcionam as chamadas estâncias náuticas1;
• Melhoria da qualidade de vida dos residentes.
Onde o turista pode comprar, num só pacote, cursos e actividades náuticas, o equipamento necessário, o alojamento e outras
actividades complementares.
1
Marinas e portos de recreio com
bandeira azul, NUTS II, 2009
Açores
5
Sul
4
Lisboa
2
Madeira
2
Alentejo
1
Norte
1
Centro
0
Fontes: Martinho Fortunato (APPR), João Figueira de Sousa (IDE), André Fernandes (IDE), Ana Carpinteiro (IDE), Associação Bandeira Azul da Europa, ES Research-Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
123
9. Oportunidades de negócio – Turismo Náutico (V).
Nos próximos anos deverão estar operacionais em
Portugal mais 12 a 14 marinas, um investimento
público e privado orçamentado em cerca de EUR 484
milhões. Grandes grupos, como o Lena, a Sonae, a
MSF/Marlagos ou a Temple (Vasco Pereira Coutinho),
deverão operar esta verdadeira “revolução” no sector,
colmatando uma lacuna de oferta na costa nacional e
respondendo ao desígnio da política do turismo, que
aponta esta área como um objectivo prioritário. Dado o
valor envolvido (EUR 200 milhões), destaca-se o
projecto da Marina da Barra (Ílhavo, Aveiro) que inclui
diversas componentes imobiliárias e cujo promotor é
uma empresa detida pela SLN (que já gere a Marina de
Albufeira). Os terminais de cruzeiros, outra das
grandes apostas do turismo nacional, têm também
projectados ou em curso, investimentos da ordem dos
EUR 110 milhões, destacando-se a construção de
novos terminais em Santa Apolónia (Lisboa) – EUR 55
milhões – e em Leixões (EUR 21 milhões).
* Inclui reabilitação da área marginal. ** Valores sem IVA.
*** Não inclui valores relativos ao
investimento para a instalação de uma infra-estrutura de apoio à náutica de recreio na Praia do
Gaio , no concelho da Moita. **** Não inclui o investimento na expansão, não especificado.
Fontes: MOPTC, IPTM, Diário Económico, ES Research-Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
124
9. Oportunidades de negócio – Turismo Náutico (VI).
O PENT define que Portugal deverá ser um destino de referência para
cruzeiros na Europa, com os Portos de Lisboa e da Madeira no top 8
europeu. Lisboa é já uma referência nos destinos turísticos
internacionais, tendo em conta o volume de passageiros, escalas e
viagens inaugurais. Actualmente com três terminais de cruzeiros, o 2º
maior porto da Europa em 2008 (dos 103 portos associados da Cruise
Europe), irá passar a ter apenas um – o Terminal de Cruzeiros de
Santa Apolónia - que permitirá uma melhoria significativa dos seus
serviços. A Gare Marítima Internacional do Funchal é um
projecto para um porto dedicado ao turismo (navegação turística e de
recreio). Em 2009, com um crescimento de 7.5% face ao ano anterior,
o Porto do Funchal, passou a ser o que acolheu o maior número de
passageiros de cruzeiros, ultrapassando Lisboa, 1º até então. A
requalificação do Porto de Ponta Delgada e a construção do Terminal
Marítimo para Cruzeiros e Ferries foi uma aposta do Governo Regional
dos Açores para revitalizar o turismo e tornar a região e o arquipélago
um ponto de referência, em pleno Oceano Atlântico, das principais
rotas internacionais. O projecto, denominado Portas do Mar, foi
premiado na categoria “Novo Projecto Público” nos Prémios do
Turismo de Portugal 2009 e já havia sido eleito em 2008 como 3º
melhor Porto de Cruzeiros da Europa pela Sea Trade em Veneza.
Fontes: Administração do Porto de Lisboa, Administração dos Portos da Madeira, Administração dos Portos das Ilhas de S. Miguel e Santa Maria, ES Research-Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
125
9. Oportunidades de negócio – Turismo Náutico (VII).
A realização de grandes eventos associados ao mar é uma das formas de o país conquistar projecção turística internacional
associada a actividades sustentáveis, de valorização do ambiente, da cultura e património local e de utilização de novas
formas de energia, hoje tão relevantes na actividade turística. A Rip Curl Pro Search, uma prova do campeonato mundial
de surf para profissionais, que em 2009 se realizou em Peniche (perante a concorrência de Itália, Espanha e Nova
Zelândia), é um destes exemplos. Nos 11 dias da prova, que tenta transmitir os valores e preocupações da marca,
nomeadamente ao nível ambiental e da responsabilidade social, milhares de espectadores preencheram os areais das
praias de Peniche (e os hotéis da região) e as visualizações através do webcast (internet) bateram recordes. Esta prova
viria a receber o Prémio de Melhor Evento na atribuição dos Prémios do Turismo de Portugal 2009. Outro
exemplo, são as provas de vela e de surf na região do Estoril que, em 2009, geraram receitas de EUR 2.75 milhões e
um acréscimo de 10.5 mil dormidas. Promovida pelo velejador Ricardo Dinis (associado a Brian Hancock, que já participou
em três regatas à volta do mundo) e apoiada pela Marinha Portuguesa, a Portugal Ocean Race, levará sete meses a
cruzar oceanos e pretende ser a regata mais popular a nível mundial. Com saída prevista para 2011, em Portimão, conta
com um orçamento de apenas EUR 1.5 milhões, um mínimo de 20 veleiros (dos quais 12 poderão ser construídos em
Portugal) e o seu percurso será Portugal–África do Sul-Nova Zelândia-Brasil-Portugal. Tem já entre os seus patrocinadores
o Turismo de Portugal, a Martifer, a Nissan, a Taylor’s Port e os Hotéis Tivoli.
Fontes: Turismo de Portugal, Portugal Ocean Race, Expresso, ES Research-Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
126
9. Oportunidades de negócio -Turismo de Negócios (I).
O Meeting Industry (MI), conceito que começou a ser aplicado a partir de Novembro de 2006 para definir todo o tipo de
eventos que de alguma forma estão associados ao Turismo de Negócios, agrega, segundo o PENT, as reuniões,
congressos/conferências, seminários, incentivos, exibições, campanhas de lançamento de produtos e actividades de team
building. O Turismo de Negócios diz respeito a todas as viagens cujo motivo principal da deslocação é assistir e/ou
participar numa reunião, incluindo todas as despesas que estão associadas a viagens de negócios e a eventos do MI
(despesas de deslocação, alojamento, refeições, acreditações, transfers, programas complementares e outras). Em 2008,
realizaram-se 7 475 encontros internacionais ICCA1, mais 2 374 que em 2000, representando uma taxa de crescimento
médio anual de 4.9%. Cerca de 4.9 milhões de participantes estiveram envolvidos nestes encontros (mais 2.3 milhões face
ao ano 2003 – TCMA de 13.5%), gerando receitas estimadas de cerca de USD 12 mil milhões. A Europa é o continente com
mais eventos organizados (56%) e a Medicina o tema com mais ocorrências (28%). Os meses favoritos para a realização
destes eventos são Setembro, Junho, Outubro e Maio.
Evolução de encontros
internacionais ICCA1, 2000-2008
Participantes (milhões)
5 101 5 069
7 147 7 232
Destinos e temas dos encontros
internacionais ICCA1, 2008
7 648 7 578 7 475
Destinos
5 898 5 978
9%
4.9
3%
Temas
2%
28%
42%
Medicina
11%
Europa
2.6
19%
56%
8%
Ásia e Médio Oriente
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Fontes: International Congress and Convention Association (ICCA),ILM/THR.
América Latina
1
América do Norte
Austrália
África
10%
12%
Tecnologia
Ciências
Indústria
Outros
Encontros com mais de 50 participantes, regulares e que já tenham percorrido pelo menos 3 países (encontros governamentais excluídos).
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
127
9. Oportunidades de negócio - Turismo de Negócios (II).
Desde 2004, os EUA e a Alemanha são os países onde se realizam
mais encontros internacionais ICCA. Espanha, Brasil e China
Encontros internacionais ICCA
por país, 2000 e 2008
registaram subidas relevantes no ranking respectivo entre 2000 e
(quota de 2.4%), com a organização de 177 eventos, significando o
melhor registo de sempre e uma TCMA muito superior à média
(10.4%). Um estudo elaborado pela EIBTM1 e a The Right Solution
Limited (The Mood of the Market European Meetings Industry)
colocou Portugal na 9ª posição dos destinos mais utilizados para a
2000
2008
Quota
(%)
1
2
3
4
EUA
Alemanha
Espanha
França
529
328
209
296
507
402
347
334
6.8
5.4
4.6
4.5
-0.5
2.6
6.5
1.5
5
6
7
8
9
10
Reino Unido
Itália
Brasil
Japão
Canadá
Holanda
320
235
119
174
163
188
322
296
254
247
231
227
4.3
4.0
3.4
3.3
3.1
3.0
0.1
2.9
9.9
4.5
4.5
2.4
portuguesa com mais visibilidade internacional neste produto,
80
177
2.4
10.4
..
organização de eventos durante o ano de 2008. Lisboa é a cidade
TCMA00-08
(%)
País
2008. Neste último ano, Portugal posicionou-se em 15º lugar
15
Portugal
concentrando praticamente metade dos eventos realizados no país,
colocando-se no oitavo lugar do ranking (quota de 1.1%). Em 2009,
no Inquérito ao Congressista levado a cabo pelo Turismo de Lisboa, a
Encontros internacionais ICCA
por cidade, 2000 e 2008
cidade foi eleita como sendo a 2ª melhor do mundo para organização
de eventos, logo após Londres, com 98.6% do inquiridos a
recomendá-la para congressos e 99.6% para destino turístico. Nesse
ano, a revista britânica Business Destination atribuiu o prémio de
melhor Bureau europeu ao Lisboa Convention Bureau e o de
melhor espaço de conferências da Europa ao Centro de
Congressos de Lisboa.
1
European Incentive, Business Travel & Meetings Exhibition.
Nota: Informação sobre centros de congressos em Lisboa no Anexo 6.
Fontes: International Congress and Convention Association (ICCA), ILM/THR.
1
1
2
3
4
5
6
6
7
8
9
10
Cidade
2000
2008
Quota
(%)
Paris
Viena
Barcelona
Singapura
Berlin
Budapeste
Amesterdão
Estocolmo
Seul
Lisboa
Copenhaga
São Paulo
112
67
56
63
70
52
63
63
30
45
49
16
139
139
136
118
100
95
87
87
84
83
82
75
1.9
1.9
1.8
1.6
1.3
1.3
1.2
1.2
1.1
1.1
1.1
1.0
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
TCMA00-08
(%)
2.7
9.6
11.7
8.2
4.6
7.8
4.1
4.1
13.7
8.0
6.6
21.3
Maio 2010
128
9. Oportunidades de negócio - Turismo de Negócios (III).
O Porto, com 38 eventos, surge na 40ª posição do ranking, sendo a
2ª cidade com mais visibilidade no segmento. Estoril (8) e Funchal e
Coimbra (7) são as outras cidades portuguesas constantes do referido
ranking. Face à realidade observada a nível nacional para este
segmento, o PENT estabeleceu como mercados prioritários para o seu
desenvolvimento as regiões de Lisboa (1ª prioridade), do Porto e Norte
e do Algarve (2ª prioridade) e da Madeira (3ª prioridade). Tornar o
Algarve num centro de referência para congressos é o objectivo da
recentemente criada Vilamoura Meetings, uma associação entre quatro
dos maiores hotéis de cinco estrelas de Vilamoura – o Tivoli Marina
Vilamoura, o Tivoli Victoria, o Hilton Vilamoura e o The Lake Resort. A
ideia é aproveitar o Centro de Congressos do Algarve (com capacidade
para 1 300 pessoas) e o número de camas que os referidos hotéis
representam (1 300 quartos) para fazer de Vilamoura um one-stop-
shop para os principais compradores e assegurar a realização regular
de congressos. Esta associação conta já com o apoio do Turismo de
Portugal e mantém conversações com a ANA no sentido de definir
novas rotas caso a procura o justifique. Refira-se que, segundo os
dados da ICCA, em 2008, 41.5% dos encontros internacionais
realizaram-se em hotéis.
Fontes: International Congress and Convention Association (ICCA), ILM/THR, ES Research-Research Sectorial.
Nota: Informação sobre centros de congressos no Porto no Anexo 7.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
129
9. Oportunidades de negócio - Turismo de Negócios (IV).
A organização dos eventos deste segmento induz um vasto leque de
actividades geradoras de negócio: aluguer e decoração do espaço,
alojamento, recrutamento de recursos humanos de várias áreas,
catering, viagens e transfers. Um estudo recente efectuado pela
ILM/THR (Meeting Industry Market Survey) indica que o segmento
Meeting Industry representa, no Algarve, entre 12% e 23% do
volume de negócios e gera, em média, 4 442 dormidas por
estabelecimento. Nas DMC’s1 e nas agências de viagens o segmento
representa entre 19% e 37%, sendo nas empresas de animação
que aquele valor é mais representativo assumindo valores desde
44% até aos 84%. A actual era da globalização e vida em sociedade
também tiveram implicações na vivência do Turismo de Negócios,
criando novas necessidades e exigências aos profissionais do
segmento. Segundo o estudo atrás referido, as novas tecnologias,
as questões relacionadas com a responsabilidade social das
Tendências actuais do segmento
Meeting Industry
Relevância das questões
Quantidade de tecnologia
relacionadas com a
Preocupação com as questões
utilizada em reuniões responsabilidade social das
ambientais e desenvolvimento
empresas
sustentável
4.5% 9.1%
18.2%
18.2%
Outros
empresas e com o ambiente, associadas ao desenvolvimento
50.0%
sustentável, e, sobretudo, o factor “experiência única” são temas
Utilização de actividades de lazer
e entretenimento
especialmente relevantes para os consumidores deste segmento.
Fontes: International Congress and Convention Association (ICCA), ILM/THR, ES Research- Research Sectorial.
1
Destination Management Company.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
130
9. Oportunidades de negócio – Turismo de Saúde e Bem Estar (I).
Os últimos anos caracterizaram-se por um conjunto de modificações e factores que influenciaram
significativamente alguns segmentos de mercado e o sector turístico, criando novas procuras e
consequentemente novas oportunidades para atrair clientela com interesse e potencial acrescido. As novas
tendências fizeram emergir um novo grupo de clientes que procuram férias repousantes, contacto intenso com a
natureza e o usufruto de um conjunto de serviços orientados para o cuidado com o corpo, que se podem situar
na fronteira entre a medicina, a estética, o desporto e o lazer. Segundo a ESPA1, o segmento da Saúde e Bem
Estar, na Europa, gera, anualmente um volume de negócios de cerca de EUR 20 mil milhões, emprega mais de
500 mil pessoas e suporta mais de 1.2 milhões de empregos em sectores relacionados. Este segmento é um dos
maiores empregadores, na União Europeia, na saúde e no turismo, sobretudo em regiões com pouca indústria. O
termalismo, enquadrado neste segmento, articulando a vocação terapêutica e lúdica e oferecendo uma gama de
serviços que vão de encontro às novas tendências, afigura-se um recurso turístico de elevado potencial.
Megatendências do Turismo de Saúde e Bem Estar
“Criação de um sentido”
“Relaxamento e lazer”
Abrandar o ritmo
Desfrutar paz e tranquilidade
Recuperar o equílibrio
Sentir-se relaxado, saudável e bonito
Procurar uma nova forma de vida
Ser activo
“Alterações demográficas”
Emergência crescente de séniores com grande
disponibilidade de tempo livre e maiores níveis
de rendimento, com crescente predisposição para viajar
e que se tornam especialistas em viagens
Afinidade à saúde e bem estar
1
“Saúde”
Melhorar e manter a saúde ganha
mais importância
Maior disposição para investir
na própria saúde
European SPA’s Association.
Fontes: ESPA, Joaquim Antunes (ESTIPV), FIT REISEN, ES Research-Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
131
9. Oportunidades de negócio – Turismo de Saúde e Bem Estar (II).
O Turismo de Saúde (aquele cuja principal motivação é a realização de certos
tratamentos), bem como a procura de bem estar, lazer repousante e descanso, têm
ganho cada vez mais adeptos. Em 2004, a procura primária1 de viagens de Turismo
de Saúde e Bem Estar assumia, na Europa, um valor de três milhões de viagens
(1.2% do total de viagens de lazer efectuadas pelos turistas deste continente),
apontando as estimativas de referência deste mercado para um crescimento médio
anual entre 5% e 10% no espaço de 10 anos, esperando-se que estas cheguem
pelo menos aos 6 milhões. A Alemanha é, de longe, o principal mercado emissor,
com cerca de 64% das viagens de Turismo de Saúde e Bem Estar (TSBE)
efectuadas pelos europeus. Estes consumidores são especialmente importantes
dado que têm a possibilidade de integrarem os tratamentos, como modo de
prevenção, nas coberturas do seu sistema de segurança social. Seguem-se a
Escandinávia e a Espanha, com 6.9% e 3.0%, respectivamente. A procura
secundária, neste segmento, é também relevante, dando a possibilidade aos
destinos turísticos de desenvolver e oferecer ofertas mais atractivas que permitam
captar um número elevado de turistas de outros segmentos.
“Target groups” para o futuro
Viagens de Turismo de Saúde e Bem Estar
ao estrangeiro, 2004, 2009P e 2014P
(Milhões)
TCMA04-14 = 5/10%
4.9/7.8
3.8/4.8
3.0
2004
2009
2014
P
Previsões.
Viagens de Turismo de Saúde e Bem Estar
ao estrangeiro por mercado emissor, 2004
Viagens de Turismo de
Saúde e Bem Estar
(%)
(Milhares)
Viagens de
TSBE/total
de viagens
(%)
Mercados
emissores
Total de
Viagens
(Milhares)
EUROPA
245 000
3 000
100,0
1.2
GRUPO 1 – 30 Plus
GRUPO 2 – 50 Plus
Alemanha
51 685
1 907
63.6
3.7
Bons performers, despertos para acções
Utilizadores com indicações médicas
Escandinávia
18 571
207
6.9
1.1
profiláticas no sentido de manter a boa forma
para tratamento de doenças várias
Espanha
9 103
89
3.0
1.0
Reino Unido
39 349
80
2.7
0.2
Itália
16 880
62
2.1
0.4
França
18 493
19
0.6
0.1
e prevenir doenças no futuro. Caracterizados
por um crescente poder aquisitivo e um
interessante grau de fidelização ao binómio
1Aquela
empreendimento/destino
Fontes: PENT, THR, FIT REISEN, ES Research-Research Sectorial.
em que a saúde e bem estar é o motivo principal da viagem. A procura
secundária é aquela em que o turista, viajando por outro motivo, pratica
actividades relacionadas com a saúde e bem estar, no destino. De acordo com
o European Travel Monitor (IPK) serão cerca de 7 milhões de viagens.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
132
9. Oportunidades de negócio – Turismo de Saúde e Bem Estar (III).
O termalismo, enquanto produto turístico, e dada a sua localização,
essencialmente no interior do país, assume importância relevante, podendo
contribuir para atenuar assimetrias e desequilíbrios regionais, pelos
empregos que gera, actividades que arrasta e fluxos de turistas que atrai.
Entre 1998 e 2008, a procura termal no país apresentou uma evolução
irregular – depois de dois anos de crescimento negativo (1998 e 1999),
seguiu-se um período de três anos de resultados positivos, para se voltar
novamente a terreno negativo desde 2003 até 2008. As 74 mil inscrições, em
2008, representam menos 13 mil face ao valor registado em 1998. Já
relativamente às receitas, a situação é completamente diferente,
apresentando estas, nos 10 anos em análise, uma taxa de crescimento
médio anual de 3.6%. O mercado doméstico abarca a quase totalidade da
procura deste produto (98.6%) sendo, contudo, de referir que a população
portuguesa tem uma baixa propensão para a utilização do termalismo,
apenas 0.9% dos portugueses usufruíam do mesmo em 2007, quando países
como a Suiça, a Finlândia ou a Alemanha assumiam valores de 6.5%, 9.6%
e 11.5%, respectivamente. Em 2008, na fraca representatividade estrangeira
no termalismo nacional, destacou-se, contudo, e de longe, a Espanha como
principal mercado emissor de aquistas para Portugal, representando mais de
metade dos estrangeiros que frequentaram as termas nacionais. Seguiramse-lhe a França (13.9%) e o Reino Unido (3.4%). Nesse ano, este sector
gerou receitas de EUR 16 milhões, 1 500 empregos directos, totalizado 11
mil camas de hotelaria e gastos médios por aquista de EUR 216, acrescidos
de EUR 300 em hotelaria e EUR 100 em restauração.
Fontes: DGEG, Turismo de Portugal, Joaquim Antunes (ESTIPV), ES Research- Research Sectorial.
1
Evolução da frequência termal1
portuguesa, 1998-2008
Inscrições
Receitas
Ano
Número
Var.
(%)
103 €
1998
87 054
-7.20
1999
83 548
-4.03
2000
85 226
2001
2002
Receita
por
aquista
Var.
(%)
Euros
11 219
7.50
128.9
10 802
-3.72
129.3
2.01
12 268
13.57
143.9
93 186
9.34
13 684
11.54
146.8
95 586
2.88
16 136
17.92
168.8
2003
91 757
-4.00
16 110
-0.16
175.6
2004
89 827
-2.10
17 893
11.10
199.2
2005
85 841
-4.44
18 036
0.78
210.1
2006
80 508
-6.21
18 437
2.22
229.0
2007
80 018
-1.70
18 892
2.47
236.1
2008
74 074
-7.43
16 006
-15.28
216.1
Ranking da frequência termal1
de não residentes, 2008
2008
Var. face a
2007
Peso
Espanha
537
93
51.8%
França
144
10
13.9%
Reino Unido
35
9
3.4%
Suiça
33
-3
3.2%
Alemanha
31
-27
3.0%
Outros
257
131
24.8%
País
Dados relativos apenas à vertente “termalismo clássico”.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
133
9. Oportunidades de negócio – Turismo de Saúde e Bem Estar (IV).
Apesar do ainda baixo usufruto das estâncias termais pelos portugueses, existem já algumas com relativa
importância. As Termas de S. Pedro do Sul destacam-se, fortemente, no panorama nacional do sector. Com
uma frequência de cerca de 17 mil aquistas em 2008, esta estância já chegou a atingir os 25 mil, entre 2001 e
2004, podendo esta queda ficar a dever-se às obras de remodelação que entretanto foram levadas a efeito (nos
últimos anos foram realizados investimentos públicos e privados na requalificação dos equipamentos termais e da
hotelaria da ordem dos EUR 30 milhões). Segundo informação da autarquia onde se insere, no 1º semestre de
2009, esta estância terá aumentado a sua ocupação em 11%, face ao período homólogo do ano anterior,
fazendo com que passasse a ser a mais frequentada da Península Ibérica. Uma análise mais detalhada, permite
observar que, num universo de 40 estâncias, apenas mais duas, para além das que integram o top 10,
apresentam, em 2008, frequência acima de 2 mil aquistas (Monte Real e Cúria). Em termos de receitas, o valor
médio nacional por aquista, naquele ano, situava-se em EUR 216.1, existindo estâncias com valores claramente
acima daquela média (13, com as Termas da Felgueira a destacar-se) e outras com valores muito abaixo
(conforme mapa do Anexo 8).
Top 10 das termas nacionais
por nº de inscrições, 2008
TERMAS DE S. PEDRO DO SUL
17 017
Top 10 das termas nacionais
por receitas, 2008
(EUR milhares)
TERMAS DE S. PEDRO DO SUL
4 508
CALDAS DE CHAVES
6 374
TERMAS DA FELGUEIRA
1 487
BANHO DE ALCAFACHE
4 723
CALDAS DE CHAVES
1 157
Top 10 das termas nacionais
por receita por aquista, 2008
(EUR)
TERMAS DA FELGUEIRA
329.6
TERMAS DA LADEIRA DE
ENVENDOS
311.0
TERMAS DE S. VICENTE
307.6
TERMAS DO LUSO
285.7
CALDAS DE MONCHIQUE
280.2
TERMAS DA FELGUEIRA
4 511
BANHO DE ALCAFACHE
796
TERMAS DE CALDELAS
3 811
TERMAS DE CALDELAS
766
CALDAS DE S. JORGE
3 655
CALDAS DE S. JORGE
735
TERMAS DO CARVALHAL
3 456
CALDAS DE AREGOS
276.5
TERMAS DE MONFORTINHO
568
TERMAS DE S. PEDRO DO SUL
264.9
TERMAS DO GERÊS
3 443
CALDAS DE VIZELA
505
CALDAS DE VIZELA
253.8
TERMAS DA SULFÚREA
2 731
TERMAS DA SULFÚREA
503
CALDAS DA RAINHA
245.4
TERMAS DE MONFORTINHO
2 358
TERMAS DO CARVALHAL
498
TERMAS DE MONFORTINHO
240.9
Fontes: DGEG, Turismo de Portugal, Joaquim Antunes (ESTIPV), ES Research-Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
134
9. Oportunidades de negócio – Turismo de Saúde e Bem Estar (V).
Factor primordial na avaliação da capacidade competitiva de Portugal neste
segmento é a quantidade e, sobretudo, a qualidade dos recursos existentes.
O país conta com uma grande variedade de estâncias termais,
maioritariamente concentradas no Norte e Centro, devido à riqueza
hidrogeológica destas regiões. Inicialmente constituídas como estâncias de
cura foram, ao longo dos tempos, afectadas pelo desenvolvimento dos
hábitos turísticos, sendo relegadas para segundo plano quer em termos de
clientela quer em termos de investimentos. Porém, nos últimos tempos novos
horizontes parecem ter-se aberto para o termalismo português – a
remodelação de grande parte das infra-estruturas de muitas estâncias
termais veio permitir revitalizar o sector, quer na vertente terapêutica quer
enquanto centros turísticos, permitindo a passagem para um novo conceito:
o Termalismo de Saúde e Bem Estar. Conjugada com a oferta de novos
produtos e serviços relacionados com o bem estar, cada vez mais “exigidos”,
estas acções permitem uma abordagem mais motivante para uma clientela
maior, mais diversificada e interessada pela oferta, como o demonstra a
evolução do quadro abaixo. Em três anos, o Bem Estar e Lazer motivou mais
cerca de 9 mil pessoas a utilizar as termas nacionais, um crescimento médio
anual de 14.2%, passando esta classe de termalistas a representar 28% dos
utilizadores totais (18% em 2005).
Evolução da procura termal em Portugal, 2005-2008
2005
2006
2007
2008
Quota
Var05-08
Termalismo clássico
80 309
76 999
74 539
68 046
72.1%
-12 263
-5.4%
Bem Estar e Lazer
17 730
22 049
24 107
26 385
27.9%
8 655
14.2%
98 039
99 048
98 646
94 431
TCMA05-08
Fontes: Associação das Termas de Portugal, Turismo de Portugal, ES Research-Research Sectorial.
Distribuição geográfica das
termas nacionais1, 2009
1 Melgaço
2 Monção
3 Gerês
4 Chaves
5 Vidago (2)
6 Carvalhelhos
7 Caldelas
8 Taipas
9 Pedras Salgadas (2)
10 Caldas da Saúde
11 Vizela
12 S. Vicente
13 Entre-os-Rios
14 Aregos
15 Longroiva
16 S. Jorge
17 Carvalhal
18 Cavaca
19 Fonte Santa
20 S. Pedro do Sul
21 Vale da Mó
22 Sangemil
23 Felgueira
24 Alcafache
25 Curia
26 Luso
27 Manteigas
28 Cró
29 Unhais da Serra
30 Monfortinho
31 Ladeira de Evendos
32 Monte Real
33 Salgadas
34 Caldas da Rainha
35 Vimeiro
36 Fadagosa de Nisa
37 Monte da Pedra
38 Cabeço de Vide
39 Estoril
40 Monchique
41 Furnas
1
Associadas das Termas de Portugal.
(2) Encerradas em 2008.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
135
9. Oportunidades de negócio – Turismo de Saúde e Bem Estar (VI).
Os SPA’s são outro dos recursos que Portugal pode, e deve, utilizar para competir
no segmento da Saúde e Bem Estar. Constituindo refúgios para, entre outras
coisas, reencontrar estilos de vida saudáveis, e proporcionando experiências únicas
e personalizadas; estas infra-estruturas vão de encontro às tendências actuais do
segmento. A capacidade de surpreender, pela diversidade de programas e técnicas
proporcionadas, e as comodidades/serviços oferecidos, sempre aliadas a elevados
padrões de qualidade, quer das infra-estruturas quer do pessoal, são factores
diferenciadores e que concorrem para a competitividade do destino. O país dispõe
já de instalações modernas, inseridas em hotéis e resorts de categoria superior,
mas ainda muito concentrados nas principais regiões turísticas e insuficientes para
posicionar-se como wellness destination. Segundo a ESPA1, em 2007, Portugal
tinha 34 SPA’s, menos que a Grécia, um terço dos que tinha a Turquia e quase
quatro vezes menos que Espanha. Os desafios que o sector coloca aos seus
investidores (nomeadamente de manutenção dos preços a nível competitivo sem
comprometer a marca, construir excelentes programas com produtos e serviços de
realce e cumprir com a responsabilidade social da empresa, operar optimizando
resultados e ao mesmo tempo respeitar o meio ambiente e habilitar os recursos
humanos) “exigem” uma gestão especializada e experiente, que por vezes implica
a associação a uma marca reconhecida nessa área. É o caso da Banyan Tree2,
marca mundialmente reconhecida neste sector e que surgiu em Portugal associada
ao Angsana SPA do Tivoli Marina Vilamoura e ao Elements SPA by Banyan Tree no
Tivoli Victoria. Agora também reforçada com SPA’s no Hotel Palácio (Estoril) e no
Tivoli Lisboa, a sua presença no país prevê também a abertura, em 2013, do
Banyan Tree Alqueva.
1
Fontes: Turismo de Portugal, THR, Banyan Tree, ES Research-Research Sectorial.
SPA’s na Europa, 2007
Países
SPA’s
Alemanha
Espanha
241
128
França
126
Turquia
100
Grécia
50
Sérvia
40
Portugal
34
República Checa
34
Hungria
32
Suiça
21
European SPA’s Association.
Finalista dos prémios Tourism for Tomorrow (do WTTC), na categoria Prémio Negócio Turístico Global, a atribuir em Maio 2010.
2
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
136
9. Oportunidades de negócio – Turismo de Saúde e Bem Estar (VII).
Com o objectivo de fazer ressurgir as estâncias termais como
modernos pólos turísticos de procura crescente, aproveitando a
grande diversidade de águas termais com fins terapêuticos e a
extensa costa litoral que permite um incremento dos centros de
talassoterapia, com capacidade para proporcionar uma oferta
distintiva de Saúde e Bem Estar, o Turismo de Portugal apoiou
financeiramente, nos últimos anos, cerca de 10 projectos,
inovadores e diferenciadores ao nível da requalificação de estâncias
termais, que envolveram investimentos de cerca de EUR 50
milhões (Anexo 9). Também os SPA’s, integrados em hotelaria de
qualidade superior e associados a marcas mundialmente
reconhecidas e, como tal assumidos potenciais de desenvolvimento
do produto Saúde e Bem Estar, foram incluídos nestes apoios,
tendo sido apoiados 10 projectos, num investimento global de EUR
180 milhões (Anexo 9). Os investimentos realizados nos últimos
anos, quer públicos quer privados, muitos integrados em resorts ou
em espaços de grande envolvente natural, são reconhecidos, por
entidades de referência do sector, como tendo atribuído
capacidade competitiva ao país, nomeadamente a nível europeu.
Exemplos de investimentos realizados
na área da Saúde e Bem Estar
Fontes: Turismo de Portugal, ES Research-Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
137
9. Oportunidades de negócio – Turismo de Saúde e Bem Estar (VIII).
Segundo um estudo elaborado pela Euromonitor International, o Turismo de Saúde e Bem Estar tem grande
potencial em Portugal, sobretudo ao nível dos hotel/resort SPA’s e das termas. Segundo aquela entidade, o
Turismo de Saúde e Bem Estar gerou um volume de negócios de cerca de EUR 270 milhões, em 2008, traduzindo
um crescimento médio anual da ordem dos 7.4%, entre 2003 e aquele ano. Os SPA’s foram responsáveis por
quase 70% do volume de negócios, tendo-se destacado os hotel/resort SPA’s com um incremento de 14.6% ao
ano. A previsões para 2013 apontam para a consolidação desta tendência, com os hotel/resort SPA’s a assumirem
um crescimento médio anual de mais de 41% e a atingirem um valor que representa 35% do volume de negócios
dos SPA’s. O volume de negócios esperado para o Turismo de Saúde e Bem Estar, em 2013, é de EUR 541
milhões, representando um crescimento médio anual de cerca de 15%. A aposta para Portugal, como destino de
Saúde e Bem Estar, parece, assim, passar, também, pela articulação das várias vertentes (terapêutica, lúdica) e
combinação/complementaridade com outros produtos/serviços (golfe, turismo de natureza, cultural, gastronomia e
vinhos), inovando, por forma a atrair e satisfazer os turistas.
Volume de negócios no Turismo de Saúde e Bem
Estar em Portugal, 2003, 2008 e 2013P
(EUR milhões)
SPA’s
Hotel/resort SPA’s
Outros SPA’s
Outros
Turismo de Saúde
e Bem Estar
2003
(%)
2008
(%)
2013P
(%)
TCMA03-08 TCMA08-13
136.2
72.3
185.7
68.8
366.9
67.8
6.4%
14.6%
11.5
8.4
22.7
12.2
128.5
35.0
14.6%
41.4%
124.7
91.6
162.9
87.7
238.4
65.0
5.5%
7.9%
52.3
27.7
84.2
31.2
174.5
32.2
10.0%
15.7%
7.4%
14.9%
188.5
269.9
541.4
P
Previsões.
Fontes: Euromonitor International, ES Research-Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
138
Turismo – Caracterização e oportunidades de negócio
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
Sumário executivo .................................................................... 2
Turismo Outlook ....................................................................... 6
O Turismo mundial ................................................................... 23
Portugal no Turismo Mundial ..................................................... 39
O Turismo na Economia Portuguesa ........................................... 52
Organização Institucional do Turismo e mecanismos de apoio ao
sector ...................................................................................... 61
Mercado turístico nacional ......................................................... 68
Principais players do sector ....................................................... 92
Oportunidades de negócio ........................................................ 109
Comparações internacionais ......................................................140
Impacto do TGV no sector ........................................................ 143
Tendências, políticas e reflexões ............................................... 146
Anexos ....................................................................................157
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
139
10. Comparações internacionais – Turismo na economia de Portugal, Espanha, Grécia e França.
Portugal
Espanha
Grécia
França
Peso do Turismo1 no PIB (2008)
10.4%
10.5%
18.0%
6.4%
Peso do Turismo no emprego (2008)
8.0%
12.6%
16.5%
4.3%a
Peso do Turismo nas exportações totais (2009P)
14.6%
15.3%
24.6%
10.3%
Peso do Turismo nas exportações de serviços (2009P)
42.6%
43.3%
38.5%
34.6%
Receitas turísticas (variação 2008/2009)
-7.1%
-9.0%
-10.6%
-7.6%
4.5
8.6
5.9
4.7
3.7 dias
9.5 dias
9.6 dias
6.7 dias
Gasto médio turista (2008)
EUR 601.6b
EUR 907.3
EUR 730.0
EUR 476.7b
Gasto médio diário turista (2008)
EUR 162.6
EUR 95.5
EUR 76.3
EUR 71.1
Chegadas internacionais de turistas (Variação 2008/2009)
-8/9%
-8.7%
-6.4%
-6.0%
Taxa de ocupação
2008
2009P
57.1%
51.4%
56.6%
51.5%
EUR 36.9
EUR 32.1
EUR 40.9
EUR 35.6
Intensidade turística2 (2007)
Estadia média (2008)
RevPAR (Rendimento médio por quarto disponível)
2008
2009P
Principais mercados emissores (2008)
n.d. – Não disponível.
1 Consumo
Turístico Interior.
b
2
56.7%
n.d.
61.4%
58.1%
n.d.
n.d.
EUR 58.0
n.d.
Espanha: 20.4%
Reino Unido: 27.6%
Alemanha: 13.7%
Reino Unido: 17.3%
Reino Unido: 17.7%
Alemanha: 17.6%
Reino Unido: 12.0%
Alemanha: 14.8%
França: 16.1%
França: 14.3%
França: 8.1%
Bélgica/Luxemburgo: 11.7%
Dormidas/População Residente.
a
Valores de 2007.
P
Provisório.
Estimativa ES Research – Research Sectorial com base nos valores das receitas turísticas.
Fontes: Eurostat, INE, Turismo de Portugal, INE Espanha, Banco de Espanha, Bank of Greece, Banque de France, INSEE – Direction du Tourisme, ES Research-Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
140
10. Comparações internacionais – Ocupação hoteleira em regiões de Portugal e Espanha, 2008 e 2009P.
Dormidas1
2008
2009P
Variação
Valor
(%)
Hóspedes1
2008
Variação
2009P
Taxa de Ocupação2
Valor
(%)
2008
2009P
Variação
RevPAR3
Valor
(%)
2008
2009P
Variação
Valor
(%)
Lisboa
8 410
7 983
-427
-5.1
3 818
3 675
-143
-3.7
63.3
57.2
-6.1
-9.6
49.7
40.9
-8.8
-17.7
Madrid
17 078
16 575
-503
-2.9
9 170
8 868
-302
-3.3
61.0
54.5
-6.5
-10.7
58.0
45.7
-12.3
-21.2
Norte
4 250
4 309
59
1.4
2 413
2 491
78
3.2
49.3
49.4
0.1
0.2
28.2
26.6
-1.6
-5.7
Galiza
7 790
7 449
-342
-4.4
3 533
3 402
-130
-3.7
39.8
36.2
-3.6
-9.0
21.6
19.4
-2.2
-10.1
Centro
3 880
3 784
-96
-2.5
2 104
2 070
-34
-1.6
41.5
38.9
-2.6
-6.3
21.3
19.7
-1.6
-7.5
Castela e Leão
7 611
7 162
-449
-5.9
4 390
4 195
-196
-4.5
39.7
36.4
-3.3
-8.4
23.1
20.9
-2.2
-9.6
Algarve
14 265
12 973
-1 292
-9.1
2 928
2 740
-188
-6.4
60.3
51.9
-8.4
-13.9
40.7
36.8
-3.9
-9.6
Andaluzia
44 172
40 656
-3 516
-8.0
15 769
14 303
-1 466
-9.3
53.1
48.0
-5.1
-9.6
39.4
35.2
-4.3
-10.8
Alentejo
1 086
1 135
49
4.6
664
670
6
0.9
44.4
41.6
-2.8
-6.3
26.4
25.7
-0.7
-2.7
Extremadura
2 094
2 074
-20.0
-1.0
1 139
1 146
7
0.6
37.6
35.1
-2.5
-6.6
23.1
20.9
-2.2
-9.4
Madeira
6 208
5 514
-694
-11.2
1 176
1 060
-116
-9.9
64.4
58.0
-6.4
-9.9
39.3
32.2
-7.1
-18.1
Açores
1 128
1 006
-122
-10.8
353
328
-25
-7.2
49.2
43.2
-6.0
-12.2
27.1
24.8
-2.3
-8.5
Canárias
49 400
45 284
-4 116
-8.3
7 515
6 565
-950
-12.6
72.5
65.1
-7.4
-10.3
54.3
47.3
-6.9
-12.8
Baleares
49 633
46 055
-3 578
-7.2
7 963
7 174
-789
-9.9
62.7
59.0
-3.7
-5.9
40.4
36.7
-3.7
-9.2
1 Milhares.
2
Percentagem.
3 Rendimento
médio por quarto disponível (EUR).
P
Provisório.
Fontes: INE, Turismo de Portugal, INE Espanha, ES Research-Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
141
Turismo – Caracterização e oportunidades de negócio
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
Sumário executivo .................................................................... 2
Turismo Outlook ....................................................................... 6
O Turismo mundial ................................................................... 23
Portugal no Turismo Mundial ..................................................... 39
O Turismo na Economia Portuguesa ........................................... 52
Organização Institucional do Turismo e mecanismos de apoio ao
sector ...................................................................................... 61
Mercado turístico nacional ......................................................... 68
Principais players do sector ....................................................... 92
Oportunidades de negócio ........................................................ 109
Comparações internacionais ......................................................140
Impacto do TGV no sector ........................................................ 143
Tendências, políticas e reflexões ............................................... 146
Anexos ....................................................................................157
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
142
11. Impacto do TGV no Turismo (I).
A Deloitte, em colaboração com a CTP1 e com o apoio do CISEP2, elaborou para a RAVE3, em Janeiro passado, um estudo cujo
objectivo era analisar, qualitativa e quantitativamente, os impactos do transporte ferroviário de Alta Velocidade no turismo nacional.
Para a análise de benchmark efectuada foram identificadas duas linhas de alta velocidade actualmente em actividade na Europa
(Madrid-Sevilha e Paris-Lyon-Marselha), considerando diversos critérios, nomeadamente: de comparabilidade, de relevância no
contexto em que se inserem, informação histórica disponível, estabilização dos efeitos nos territórios em causa. Segunda aquela
consultora, a informação obtida de várias fontes para estas linhas permite afirmar, ainda que com algumas reservas, que em
Espanha e França, no geral, e nas províncias de Madrid e Sevilha e regiões de Paris, Lyon e Marselha em particular, a introdução da
Alta Velocidade contribuiu para aumentar a actividade turística, a competitividade dos destinos, a qualidade das infra-estruturas e o
investimento no sector. Para o nosso país, o estudo aponta como oportunidades resultantes da introdução da Alta Velocidade: a
ampliação do mercado turístico potencial, o aumento do número de viagens/visitantes e o aumento da atractividade
e da competitividade do destino Portugal. O aumento do fluxo turístico nas regiões servidas pela Alta Velocidade e o
surgimento de novos segmentos de mercado com características e necessidades distintas, implicará, entre outros, o
desenvolvimento de novos serviços e infra-estruturas turísticas e a adequação da oferta existente. Em virtude das
características do projecto da Alta Velocidade e da procura que caracteriza o território nacional, é expectável que produza efeitos
mais acentuados no Turismo de Negócios e no City Breaks e, em menor grau, no Touring Cultural e Paisagístico e no
Turismo Residencial. As regiões da Grande Lisboa, do Algarve e do Grande Porto, por serem servidas directamente pela rede
e por se tratarem dos principais pólos de desenvolvimento turístico, serão as mais beneficiadas com o projecto, quer em termos de
VAGT, quer de criação de emprego e de aumento da procura turística. Os resultados obtidos (slide seguinte) tiveram como
pressupostos (para os três cenários): a manutenção do gasto médio diário a preços constantes de 2006, a manutenção da estada
média e da produtividade média dos factores trabalho e capital e dos coeficientes técnicos da Conta Satélite do Turismo, as linhas
Lisboa-Porto, Lisboa-Madrid e Porto-Vigo (parcialmente) em funcionamento em 2015 e as linhas Porto-Vigo (completa), AveiroSalamanca e Évora-Faro-Huelva em funcionamento em 2030. Acresce ainda a existência, em 2015 e 2030, de 8 a 20 circulações
diárias por sentido de comboios de Alta Velocidade.
Fontes: Deloitte, ES Research-Research Sectorial.
1
Confederação do Turismo de Portugal.
2
Centro de Investigação sobre a Economia Portuguesa (ISEG, UTL).
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
3
Rede de Alta Velocidade.
Maio 2010
143
11. Impacto do TGV no Turismo (II).
Cenário conservador1
2015
2030
VAGT em 2006
EUR milhões 6 378.0
1
Crescimento da procura
Portugueses: 0.1%/ano
Espanhóis: 1.0%/ano
Actividades características do turismo
Hotéis e similares
Residências secundárias por conta própria
Restaurantes e similares
Transportes
Transportes aéreos
Aluguer de equipamento de transporte de passageiros
Agências de viagens, operadores turísticos e guias turísticos
Cultura, desporto, recreação e lazer
Actividades não características do turismo
ACRÉSCIMOS - TOTAL
VALOR ESTIMADO PARA O VAGT (EUR milhões)
EMPREGO em 2006
416 790 postos
de trabalho (PT’s)
2
Crescimento da procura
Portugueses: 0.25%/ano
Espanhóis: 2.0%/ano
3
Crescimento da procura
Portugueses: 0.5%/ano
Espanhóis: 3.0%/ano
Actividades características do turismo
Hotéis e similares
Residências secundárias por conta própria
Cenário base2
2015
2030
Cenário optimista3
2015
2030
24.5
7.7
223.1
69.5
51.0
15.9
494.7
154.2
81.0
25.2
836.5
260.7
2.4
5.3
6.4
1.9
0.8
0.7
1.2
2.9
21.9
48.2
58.6
17.0
7.6
6.6
10.7
26.4
5.0
11.0
13.4
3.9
1.7
1.5
2.4
6.0
48.6
106.8
129.9
37.8
16.9
14.6
23.7
58.5
7.9
17.5
21.3
6.2
2.8
2.4
3.9
9.6
82.1
180.6
219.6
63.9
28.5
24.7
40.1
98.9
27.4
249.4
57.0
553.1
90.6
935.4
6 405.4
6 627.4
6 435.0
6 931.1
6 468.5
7 313.4
260
n.a.
2 366
n.a.
541
n.a.
5 246
n.a.
859
n.a.
8 872
n.a.
Restaurantes e similares
1 000
9 084
2 076
20 146
3 298
34 067
Transportes ferroviários
Transportes rodoviários
Transportes marítimos
Transportes aéreos
18
158
9
39
167
1 431
79
355
38
327
18
81
371
3 174
175
788
61
520
29
129
628
5 368
296
1 333
90
16
37
814
141
337
186
32
77
1 805
313
748
296
51
122
3 052
529
1 264
52
116
1 794
469
1 055
16 300
107
241
3 725
1 041
2 339
36 147
170
383
5 918
1 760
3 956
61 126
Serviços auxiliares dos transportes
Aluguer de equipamento de transporte
Agências de viagens, operadores turísticos e guias turísticos
Serviços culturais
Desporto, recreação e lazer
ACRÉSCIMOS - TOTAL
VALOR ESTIMADO PARA O EMPREGO (PT’s)
Acréscimoa
418 584
433 090
420 516
452 937
422 708
477 916
0.04
12.41
0.34
12.72
0.08
12.46
0.77
13.15
0.14
12.51
1.36
13.74
HÓSPEDES em 2006
12.38 milhões
TOTAL ESTIMADOa
DORMIDAS em 2006
37.57 milhões
0.09
0.80
0.19
1.81
0.32
3.18
TOTAL ESTIMADOa
37.66
38.37
37.76
39.38
37.88
40.75
Acréscimoa
TOTAL ESTIMADOa
0.23
11.52
2.07
13.36
0.45
11.74
4.49
15.78
0.68
11.97
7.33
18.62
EXCURSIONISTAS em 2006
11.29 milhões
Fontes: Deloitte, ES Research-Research Sectorial.
Acréscimoa
a
Valores em milhões.
n.a. – não aplicável.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
144
Turismo – Caracterização e oportunidades de negócio
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
Sumário executivo .................................................................... 2
Turismo Outlook ....................................................................... 6
O Turismo mundial ................................................................... 23
Portugal no Turismo Mundial ..................................................... 39
O Turismo na Economia Portuguesa ........................................... 52
Organização Institucional do Turismo e mecanismos de apoio ao
sector ...................................................................................... 61
Mercado turístico nacional ......................................................... 68
Principais players do sector ....................................................... 92
Oportunidades de negócio ........................................................ 109
Comparações internacionais ......................................................140
Impacto do TGV no sector ........................................................ 143
Tendências, políticas e reflexões ............................................... 146
Anexos ....................................................................................157
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
145
12. Tendências, políticas e reflexões (I).
Os tradicionais destinos turísticos mundiais enfrentam, hoje, um conjunto de novas realidades (novos destinos, novas
exigências dos consumidores, mais alternativas para os turistas), que implicam uma visão para o futuro acente
em aspectos imprescindíveis como : a sustentabilidade, a inovação, a flexibilidade, a diversificação, a formação do pessoal,
a Economia Verde e o online.
Face à erosão do seu poder de compra, os turistas alteraram os seus padrões de consumo - continuam a fazer férias mas
tencionam gastar menos sem, contudo, abdicar da qualidade de serviço a que estão habituados. Eventualmente cortarão
em algumas despesas consideradas supérfulas, procurarão destinos mais próximos, procurarão optimizar os preços
das viagens e modalidades de alojamento com preços mais acessíveis (por exemplo o “all inclusive” – que na Thomas
Cook, 2º maior operador europeu, representa cerca de 50% da procura). Isto implica um papel importante dos agentes da
distribuição na construção de pacotes atractivos e competitivos, da adaptação da oferta, procurando soluções
inovadoras que permitam manter a competitividade sem prejudicar a qualidade oferecida, e das empresas
adaptando o modelo de negócio e a oferta às tendências da procura.
O turista, hoje, é, também, mais sensível à opinião dos outros, espera um grau de satisfação de 100% e quando tal
não acontece recorre a ferramentas poderosas (blogues, sites de opinião) que podem afectar significativamente a
actividade dos prestadores de serviços e dos destinos. No futuro, e a nível do alojamento, por exemplo, a tendência poderá
ser para o desaparecimento do sistema de classificação através da atribuição de estrelas por oposição a um sistema
baseado em opiniões e grau de satisfação dos clientes.
O “last minute booking” tem vindo a acentuar-se (cerca de 70% das viagens efectuadas em Dezembro de 2009 foram
compradas nesse mesmo mês), assim como a escolha de um destino em função das experiências desejadas
(importância do “tailored package” por exemplo para segmentos de luxo).
Fonte: ES Research-Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
146
12. Tendências, políticas e reflexões (II).
O poder das novas tecnologias aplicadas ao sector é também uma realidade com impactos relevantes – a internet ou
mesmo os mobile phones dão oportunidades a novos destinos e a possibilidade de os turistas elaborarem os seus próprios
packages (crescimento do DIY – Do It Yourself), dinâmicos, por oposição aos tradicionais standard, já para não falar nas
implicações que provocam ao nível dos preços.
O “lazer-negócio”, passageiros de negócios que aumentam as estadias por mais alguns dias, e que por vezes convidam
outras pessoas para os acompanhar, é uma tendência que se prevê ser para continuar.
As acessibilidades continuam a ser um ponto fundamental na estratégia de evolução dos destinos turísticos,
nomeadamente ao nível da criação de novas rotas para mercados com grande potencial de procura.
Alguns mercados destacam-se, quer pela sua performance nos últimos anos, quer porque as perspectivas próximas
futuras são de continuidade da tendência verificada:
 Os países emergentes (China, Índia, Brasil) que pela sua dimensão e progresso económico e social
crescem a um ritmo superior à média, quer em turismo doméstico, quer em outbound – a que acrescem ainda
os efeitos de grandes eventos internacionais como a Expo Shangai (na China, este ano) e o Mundial de Futebol
de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 no Brasil;
 Os destinos emergentes do Mediterrâneo - Croácia, Egipto, Chipre, Turquia e Marrocos – concorrendo,
em preço e produto, com destinos como Portugal e Espanha. A este propósito refira-se que, em 2009, ano
especialmente adverso para os principais destinos turísticos, quer Marrocos, quer a Turquia, registaram
crescimentos nas chegadas internacionais de turistas (1.7%1 e 1.6%, respectivamente). Acrescente-se ainda, o
facto de o Governo da Turquia ter definido como objectivo colocar o país no top five dos destinos turísticos
mundiais nos próximos 15 anos, atraindo cerca de 63 milhões de turistas em 2023.
Fontes: Exceltur, Deloitte, ES Research-Research Sectorial.
1
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Até Outubro.
Maio 2010
147
12. Tendências, políticas e reflexões (III).
Alguns destinos mais consolidados viram, nos últimos tempos, o desenvolvimento da sua actividade significativamente
afectado, por via da situação económica, financeira e social mundial, vivida, de forma mais profunda, em alguns dos seus
principais mercados emissores – casos de Espanha, Grécia e Portugal.
Nestas circunstâncias, o turismo interno foi uma aposta claramente assumida, quer para Portugal, quer para Espanha,
com campanhas de promoção próprias que, dada a proximidade e importância dos fluxos entre os dois países,
pretenderam também chegar ao mercado vizinho (no caso português ao que parece com sucesso dado o aumento de
5.4% nas dormidas de espanhóis em Portugal, em 2009). Esta é uma estratégia que se irá prolongar no futuro próximo, no
caso de Portugal a campanha “Descubra um Portugal Maior”, com uma dotação orçamental de EUR 4 milhões, vai ter
continuidade em 2010 e estender-se às comunidades emigrantes e luso-descendentes de França, Venezuela e África do
Sul, com especial enfoque neste último mercado, dada a presença da selecção nacional no Mundial de Futebol.
Tendo assumido o Turismo como um vector estratégico para o desenvolvimento do país, com crescente protagonismo na
correcção de assimetrias regionais, no desenvolvimento local, na criação de emprego e na qualificação sustentável do país,
o Governo procedeu, nos últimos anos, a uma reforma estrutural, organizacional e do quadro legislativo do sector. O PENT
(Plano Estratégico Nacional do Turismo), aprovado no início de 2007 e que definiu a estratégia a longo prazo para o sector,
foi o ponto de partida, a que se seguiram a Lei de Bases do Turismo, o lançamento de um conjunto de medidas
conducentes à criação de condições favoráveis ao investimento público e privado (PIT1, Linha de Crédito ao
Investimento no Turismo em parceria com o sector financeiro), a reestruturação do sector público do Turismo
(concentração de todas as competências no Turismo de Portugal, criação das Entidades Regionais e dos Pólos de
Desenvolvimento Turístico), a reforma do relacionamento Estado/Empresas (menos burocracia, melhor fiscalização,
maior responsabilização), a criação de um ambiente de estímulo à inovação das empresas (SII&DT2, SI Inovação3,
SI Qualificação de PME’s4 e a qualificação dos recursos humanos.
Programa de Intervenção do Turismo.
1
Sistema de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico.
Sistema de Incentivos à Inovação.
4 Sistema de Incentivos à Qualificação e Internacionalização de PME’s.
2
3
Fontes: Secretaria de Estado do Turismo, ES Research-Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
148
12. Tendências, políticas e reflexões (IV).
Em 2008, tendo em vista a diversificação dos mercados emissores e a aposta nos mercados emergentes,
nomeadamente os asiáticos, foram desenvolvidas, pelas entidades governamentais, acções de promoção em Seul, Pequim
e Shangai, onde foram estabelecidos acordos com alguns dos principais players e definidas estratégias. Já antes, também a
Rússia e o Brasil, tinham sido alvo de acções de promoção, com resultados positivos, como se pode observar pelos dados
que reflectem a sua evolução. Em 2009, a Polónia e a Finlândia passaram também a integrar este grupo.
Ao mesmo tempo, foram colocados 11 Directores de Turismo nos principais mercados emissores, coordenando a
actividade promocional em 21 países, e aportando conhecimento sobre os respectivos mercados às empresas portuguesas
do sector.
Face à evolução económica e financeira, entretanto surgida, o Governo pôs em prática um plano de apoios financeiros
com condições especiais para proporcionar às empresas melhores condições para fazer face à conjuntura internacional
(Programa + restauração, Linha de Crédito para o Turismo, PME Investe I, II, III, IV e V) – segundo informação das
entidades governamentais mais de 3 mil empresas terão sido apoiadas.
A Sustentabilidade é um dos três princípios1 em que devem assentar as políticas públicas do Turismo, como o define a
Lei de Bases do Turismo Nacional2, que devem fomentar a fruição e utilização dos recursos ambientais com respeito pelos
processos ecológicos e o respeito pela autenticidade sociocultural das comunidades locais, contribuindo para a conservação
da natureza e da biodiversidade e conservação e promoção das tradições e valores.
Recentemente, o ministro da Economia afirmou que o Turismo vai ser um dos três eixos da política económica do
Governo, a par das florestas e da energia, e que pretende seguir cinco linhas estratégicas para o sector: a criação de uma
linha específica para o Turismo no QREN, a captação de grandes investimentos internacionais, a aposta na qualificação, o
reforço da captação turística com apoio a eventos e a aposta na gastronomia e no turismo sénior.
Fontes: Secretaria de Estado do Turismo, ES Research-Research Sectorial.
1
Os outros dois são a Transversalidade e a Competitividade.
2
Decreto-Lei nº 191/2009 de 17 de Agosto.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
149
12. Tendências, políticas e reflexões (V).
Para 2010, o Turismo de Portugal vai ter um orçamento de EUR 300 milhões, dos quais EUR 50 milhões serão afectos
à promoção turística, o que acontece pelo quarto ano consecutivo. Em Janeiro deste ano, as associações do sector e os
grupos turísticos e hoteleiros mais representativos do país, participaram na reunião do Conselho Estratégico para a
Promoção Turística (CEPT1), numa iniciativa do secretário de estado do Turismo, pretendendo recolher os seus contributos
para uma reflexão sobre os objectivos estratégicos, linhas de actuação e actividades de promoção turística para 2010 e
alinhar as prioridades definidas pelo Governo e pelo Turismo de Portugal com as necessidades dos parceiros públicos e
privados.
Durante a referida reunião, analisaram-se também os planos de promoção turística externa regional, para os quais o
Turismo de Portugal tem orçamentada uma verba de EUR 14 milhões, a que se deverão somar mais EUR 7 milhões
de contributos privados e públicos regionais. As verbas contratadas por regiões foram:
 Madeira – EUR 4.7 milhões;
 Açores – EUR 0.7 milhões;
 Centro – EUR 0.6 milhões;
 Lisboa – EUR 5.9 milhões;
 Alentejo – EUR 0.7 milhões;
 Algarve – EUR 6.0 milhões.
Fontes: Secretaria de Estado do Turismo, ES Research-Research Sectorial.
1 Orgão de coordenação e concertação das componentes da promoção turística nacional. É presidido por um membro do Governo com tutela
sobre o Turismo, e constituído por um elemento de cada uma das seguintes entidades: Turismo de Portugal, Direcção Regional do Turismo
dos Açores, Direcção Regional do Turismo da Madeira, Confederação do Turismo Português, Associação Nacional das Entidades Regionais de
Turismo e Agências Regionais de Promoção Turística.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
150
12. Tendências, políticas e reflexões (VI).
O governo espanhol está a trabalhar o sector do Turismo em quatro eixos prioritários:
 Promoção – com uma dotação de EUR 83 milhões para 2010;
 Modernização de infra-estruturas – focando-se na eficiência energética, na inovação, na gestão
sustentável dos recursos e nas acessibilidades;
Apoios disponíveis através do Plano FuturE, Plano Renove Turismo (crédito de EUR 1.5 mil milhões e mais de 5
mil projectos apoiados, fundamentalmente PME’s) e Plano FuturE2010 (dotado de EUR 400 milhões).
 Combate à sazonalidade – projecto Senior Europa (projecto piloto no Inverno 2009/2010, que oferece
bonificações parciais a turistas maiores de 55 anos de 16 países da UE – até Dezembro já tinham sido
realizadas cerca de 5.5 mil reservas que se espera poderem traduzir em cerca de 57 mil dormidas) e aumento
da estadia média através de ofertas turísticas complementares ao Sol e Praia (turismo cultural, turismo de
congressos, gastronomia e outros);
 Eco-turismo – promover novos nichos de mercado em torno do eco-turismo (a WTO estima que este tipo
de turismo, nos últimos três anos, cresceu três vezes mais que o turismo convencional e antecipa que esta
tendência se mantenha no futuro. Destaca-se o Turismo Rural, dada a sua grande relevância económica,
cultural e no meio ambiente, contribuindo para a fixação da população rural, crescimento do rendimento
agrícola, conservação da paisagem e do património, com respeito pelos critérios do meio ambiente e
paisagísticos).
Fontes: Governo de Espanha – Ministério da Indústria, Comércio e Turismo, ES Research-Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
151
12. Tendências, políticas e reflexões (VII).
A SaeR, no âmbito de um conjunto de estudos sobre temas determinantes para a economia portuguesa no primeiro quartel
do século XXI, e na sequência do estudo já por si elaborado em 2005 sob o titulo “Reinventando o Turismo em Portugal.
Estratégia de Desenvolvimento Turístico Português no 1º Quartel do Século XXI”, apresentou, recentemente1, a sua
posição actualizada2 relativamente às questões fundamentais do Turismo português. Segundo aquela entidade, avaliar a
importância do Turismo para a economia portuguesa exige o conhecimento da realidade deste sector que é uma
verdadeira “constelação” de múltiplas plataformas de serviços articuladas entre si. O conceito de constelação deriva do
facto de o turismo ser uma actividade que conjuga um conjunto de serviços prestados através de produtos (tangíveis e
intangíveis) e uma plêiade de agentes económicos, sociais e culturais com implicações muito vastas no conjunto da
sociedade, envolvendo não só unidades de alojamento, unidades de alimentação e transportadores, bem como um
conjunto de indústrias e serviços de âmbito cultural, paisagístico, ambiental, de animação, de comércio, de promoção, de
estudos, de infra-estruturas, de administração pública. Sendo o Turismo uma actividade complexa, multidisciplinar,
constituída por uma multiplicidade de agentes económicos, culturais e sociais, é um campo de actividade económica
global muito vasto, que pode servir de plataforma e de motor do desenvolvimento nacional, se toda a comunidade
nacional, interiorizar a real importância que este sector tem para o crescimento do emprego, para um crescente bem estar
social, para o crescimento da economia. O Governo e os empresários têm um papel fundamental, nomeadamente na
informação, sensibilização e na qualificação dos recursos humanos do país, ou das empresas, no sentido do
reconhecimento da importância deste sector estratégico para Portugal. Ainda segundo a SaeR, se há sectores ou domínios
da actividade económica onde Portugal apresenta condições de vantagens competitivas ao nível global, o Turismo é,
certamente, um dos mais óbvios, constituindo, por isso, um dos domínios estratégicos fundamentais para a economia
portuguesa do futuro.
Fonte: SaeR – A Constelação do Turismo na Economia Portuguesa.
1
26 de Fevereiro 2010.
2
Suportada no seu trabalho continuado de investigação e reflexão, ao longo dos últimos anos.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
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12. Tendências, políticas e reflexões (VIII).
Enquanto articulação complexa de múltiplas plataformas de serviços e actividades económicas com uma gama larga de
qualificações, o Turismo é, para Portugal, uma oportunidade de inovação empresarial, uma oportunidade de
investimento e de construção de equipamentos, uma possibilidade de atracção de capitais e um dos maiores
vectores de criação de emprego para diferentes graus de qualificação e especialização, importando, por isso, que o
país invista nesta actividade em grande crescimento a nível global, assumindo um posicionamento como destino de
qualidade por forma a integrar os fluxos mundiais do turismo.
Refere, ainda, a SaeR, que o sector do Turismo, mesmo com as ligações intersectoriais que permite, não pode responder,
sozinho, aos múltiplos desafios que se colocam à evolução da economia portuguesa, mas o seu contributo será decisivo
tanto pelo seu potencial na Balança Comercial, como pelo efeito multiplicador nas relações intersectoriais e pelo seu
poder de modernização dos comportamentos sociais com relevância económica, contribuindo para a valorização da
imagem de Portugal no exterior. É, contudo, essencial que toda a “constelação”, e sobretudo as empresas directamente
ligadas ao sector, passem por um período de reestruturação e focagem nas novas necessidades do sector e nas exigências
que lhe são postas pelo acréscimo de concorrência no mercado global.
Segundo o estudo em referência, a criação de condições de Competitividade do Turismo Português passa por um conjunto
de políticas e medidas encadeadas, o chamado “Caminho da Excelência para o Turismo Português”, que podem
ser resumidas em:
* Segmentação adequada da Oferta;
* Diferenciação e Qualificação da Oferta;
* Qualificação do País e dos seus Activos Estratégicos;
Fonte: SaeR – A Constelação do Turismo na Economia Portuguesa.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
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12. Tendências, políticas e reflexões (IX).
* Organização e Consolidação da Oferta e dos Actores Estratégicos;
* Gestão de Marcas e promoção;
* Optimização dos Canais de Distribuição;
* Conhecimento e Dinamização da Procura.
A este propósito refere que a segmentação do mercado é essencial, uma vez que o sucesso de uma estratégia de
desenvolvimento turístico passa pela identificação dos segmentos e produtos turísticos a oferecer. A necessidade de se
fazerem opções estratégicas, no sentido de uma melhor utilização dos recursos e activos existentes, torna imperativa a
identificação eficaz dos segmentos-alvo do desenvolvimento turístico português, tornando possível a afirmação e
fortalecimento da posição do país num contexto de luta crescente por uma quota-parte do mercado turístico europeu. De
um conjunto de 13 segmentos estratégicos que a SaeR apresentou como proposta de segmentação para o mercado
turístico nacional, destaca os “clusters” “Sénior/Saúde” e “Negócios/City Breaks”, como os de elevado potencial de
crescimento e de geração de valor. A oferta dominante, que assenta e continuará a assentar no “Sol e Praia”, embora
com crescentes dificuldades em competir com novos destinos emergentes, e sofrendo uma clara tendência para a
degradação das condições competitivas, deverá ser requalificada e, onde necessário e possível, reinventada, por forma a
combater a sazonalidade e a aproveitar sinergias com outros segmentos mais dinâmicos e de maior valor acrescentado.
Por outro lado, e dado que a procura interna não é suficiente para criar massa crítica suficiente para a rentabilização dos
negócios, a noção de mercado interno, dados os elevados níveis de integração e cooperação entre Portugal e Espanha,
deverá ser alargada através do desenvolvimento do chamado “Mercado Interno Alargado Ibérico”.
Fonte: SaeR – A Constelação do Turismo na Economia Portuguesa.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
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12. Tendências, políticas e reflexões (X).
A competitividade e a sustentabilidade do turismo português exigem, segundo a SaeR, um conjunto de opções estratégicas
e linhas de orientação, sendo que o elemento de maior relevância na criação de condições de competitividade para o
sector a nível nacional é a qualificação do país, dos seus activos e actores estratégicos, que passa por um trabalho
conjunto com vista a alcançar a excelência do serviço prestado (cultura de serviço orientada para o serviço e cliente).
A criação e gestão de marcas e da sua promoção é também importante como factor de competitividade e valor
acrescentado, uma vez que a actual padronização e elevada capacidade de substituição da oferta turística internacional
impõe a criação de marcas fortes que permitam diferenciar a oferta de cada destino. É aqui também importante o “viver a
marca”, criando uma identidade nacional ou regional e definindo propostas de valor associadas à marca e associar, como
suas componentes chave, as instituições e os indivíduos que a “entregam” ao turista/consumidor, já que a qualidade da
experiência com a marca deles depende.
Por fim, o estudo da SaeR, destaca a capacidade de se conseguir uma liderança forte, transversal e aceite por todos
os envolvidos, quer do sector público, quer do privado, para o processo como um dos principais factores para o sucesso
do projecto de desenvolvimento do Turismo português.
Fonte: SaeR – A Constelação do Turismo na Economia Portuguesa.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
155
Turismo – Caracterização e oportunidades de negócio
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
Sumário executivo .................................................................... 2
Turismo Outlook ....................................................................... 6
O Turismo mundial ................................................................... 23
Portugal no Turismo Mundial ..................................................... 39
O Turismo na Economia Portuguesa ........................................... 52
Organização Institucional do Turismo e mecanismos de apoio ao
sector ...................................................................................... 61
Mercado turístico nacional ......................................................... 68
Principais players do sector ....................................................... 92
Oportunidades de negócio ........................................................ 109
Comparações internacionais ......................................................140
Impacto do TGV no sector ........................................................ 143
Tendências, políticas e reflexões ............................................... 146
Anexos ....................................................................................157
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
156
13. Anexo1 - Entidades Regionais de Turismo (I).
ENTIDADES REGIONAIS DE TURISMO
Turismo do Porto e Norte de Portugal
Castelo de Santiago da Barra
4900-360 Viana do Castelo
T. 258 820 270 / F. 258 829 798
Turismo do Centro de Portugal
Rua João Mendonça, 8
3800-200 Aveiro
T. 234 420 760 / F. 234 428 326
Turismo do Algarve
Av. 5 de Outubro, nº 18 – 20
8000-076 Faro
T. 289 800 400 / F. 289 800 489
Turismo de Lisboa e Vale do Tejo
Campo Infante da Câmara
Casa do Campino
2000-014 Santarém
T. 243 330 330 / F. 243 330 340
Turismo do Alentejo, E.R.T.
Praça da República, 12 – 1º
Apartado 335
7800-427 Beja
T. 284 313 540 / F. 284 313 550
DIRECÇÕES REGIONAIS DE TURISMO
Direcção Regional de Turismo dos Açores
Rua Comendador Ernesto Rebelo, 14
9900-112 Horta
T. 292 200 500 / F. 292 200 502
[email protected]
www.visitazores.travel
Direcção Regional de Turismo da Madeira
Av. Arriaga, 18
9004-519 Funchal
T. 291 211 900 / F. 291 232 151
[email protected]
www.madeiratourism.org
AGÊNCIAS REGIONAIS DE PROMOÇÃO TURÍSTICA
APRAM – Associação de Promoção Regional Autónoma da Madeira
Rua dos Aranhas, nº 24 - 26
9000-044 Funchal
Tel: 00 351 291 203 420
Fax: 00 351 291 222 167
e-mail: [email protected]
website: www.ap-madeira.pt
ATA – Associação de Turismo dos Açores
Av. Infante D. Henrique, 55 - 3º
9500-150 Ponta Delgada
Tel: 00 351 296 288 082
Fax: 00 351 296 288 083
e-mail: [email protected]
website: www.visitazores.travel
ATA – Associação Turismo do Algarve
Avenida 5 de Outubro, 18-20
8000-076 Faro
Tel: 00 351 289 800 403
Fax: 00 351 289 800 466
e-mail: [email protected] (geral)
website: www.algarvepromotion.pt
Associação Turismo do Alentejo
Av. Jorge Nunes, Lote 1, R/C Esq.
7500-113 Grândola
Tel: 00 351 269 498 680/82
Fax: 00 351 269 498 687
e-mail: [email protected]
webmail: www.visitalentejo.pt
Fontes: Turismo de Portugal, ES Research-Research Sectorial.
Associação Turismo do Centro
Casa Amarela
Largo de Stª Cristina
3 500 - 181 Viseu
Tel : 00 351 232 432 032
Fax : 00 351 232 432 030
e-mail: [email protected]
website: www.visitcentro.com
ATL – Associação Turismo de Lisboa, Visitors and Convention Bureau
Rua do Arsenal, 15
1100-038 Lisboa
Tel: 00 351 210 312 700
Fax: 00 351 210 312 899
e-mail: [email protected]
website: www.visitlisboa.com
ADETURN – Associação de Turismo do Norte de Portugal
website: www.visitportoenorte.com
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
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13. Anexo1 - Entidades Regionais de Turismo (II).
TURISMO DO CENTRO DE PORTUGAL
TURISMO DO PORTO E NORTE DE PORTUGAL
Fontes: Turismo do Centro de Portugal, Turismo do Porto e Norte de Portugal, ES Research-Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
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13. Anexo1 - Entidades Regionais de Turismo (III).
TURISMO DE LISBOA E VALE DO TEJO
TURISMO DO ALENTEJO
Fontes: Turismo de Lisboa e Vale do Tejo, Turismo do Alentejo, ES Research-Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
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13. Anexo1 - Entidades Regionais de Turismo (IV).
TURISMO DO DOURO
TURISMO DA SERRA DA ESTRELA
CONCELHOS:
CONCELHOS:
Alijó
Alijó
Armamar
Carrazeda de Ansiães
TURISMO DO OESTE
Armamar
Carrazeda de Ansiães
Freixo de Espada à Cinta
CONCELHOS:
Freixo de Espada à Cinta
Lamego
Alcobaça
Lamego
Moimenta da Beira
Alenquer
Moimenta da Beira
Mesão Frio
Arruda dos Vinhos
Mesão Frio
Murça
Bombarral
Murça
Penedono
Cadaval
Penedono
Peso da Régua
Caldas da Rainha
Peso da Régua
Sabrosa
Lourinhã
Sabrosa
Santa Marta de Penaguião
Nazaré
Santa Marta de Penaguião
São João da Pesqueira
Óbidos
São João da Pesqueira
Sernancelhe
Peniche
Sernancelhe
Tarouca
Sobral de Monte Agraço
Tarouca
Tabuaço
Torres Vedras
Tabuaço
Torre de Moncorvo
Torre de Moncorvo
Vila Real
Vila Real
Vila Nova de Foz Côa
Vila Nova de Foz Côa
Fontes: Turismo do Douro, Turismo do Oeste, Turismo da Serra da Estrela, ES Research-Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
160
13. Anexo1 - Entidades Regionais de Turismo (V).
TURISMO TERRAS DO GRANDE LAGO - ALQUEVA
CONCELHOS:
Moura
Portel
Mourão
Reguengos de Monsaraz
TURISMO DO ALENTEJO LITORAL
Alandroal
CONCELHOS:
Serpa
Sines
Vidigueira
Alcácer do Sal
Grândola
Odemira
Santiago do Cacém
TURISMO DE LEIRIA FÁTIMA
CONCELHOS:
Batalha
Leiria
Marinha Grande
Ourém
Pombal
Porto de Mós
Fontes: Turismo Terras do Grande Lago-Alqueva, Turismo do Alentejo Litoral, Turismo de Leiria Fátima, ES Research-Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
161
13. Anexo 2 - Abertura e remodelação de hotéis.
Com base em informação de publicações do sector, a AHP – Associação da Hotelaria de Portugal,
elaborou uma lista referente a aberturas/remodelações de hotéis. Informação constante em ficheiro
anexo e organizada conforme exemplo abaixo.
Abertura e remodelação de hotéis por regiões
Abertura/
Remodelação
Hotel
Região
Número
Quartos
Hotel Europa Palace
Lisboa
135
Hotel Hilton Lisboa
Lisboa
Villa Rica Junqueira
Lisboa
Número
Previsto
Camas
200
Ano
Previsto
Abertuta
Mês
Previsto
Abertura
Grupo
Localidade
Grupo 3K
Lisboa
2011
Hilton-Astroimovel
Lisboa
2009
Fibeira
Lisboa
Localização
Classificação
Av. da Républica
(frente Praça de Touros)
5*
Parque da Junqueira
( antiga FIL)
5*
Abertura e
Remodelação de Hotéis
Fontes: AHP – Associação da Hotelaria de Portugal, ES Research-Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
162
13. Anexo 3 – Grupos hoteleiros (I).
Integra o ranking dos 250 maiores grupos hoteleiros
do mundo
Único grupo hoteleiro português a integrar o top 100 mundial
Hotéis em Portugal:
Pestana Palace (Lisboa)
Pestana Cascais (Cascais)
Pestana Sintra Golf (Sintra)
Pestana Beloura Golf (Sintra)
Pestana Porto (Porto)
Pestana Alvor Praia (Algarve)
Pestana Delfim (Algarve)
Pestana Dom João II (Algarve)
Pestana Alvor Atlântico (Algarve)
Pestana Alvor Park (Algarve)
Pestana Levante (Algarve)
Pestana Viking (Algarve)
Pestana Porches Praia (Algarve)
Pestana Palm Gardens (Algarve)
Pestana Carvoeiro Golf (Algarve)
Pestana Carlton Madeira (Madeira)
Pestana Casino Park (Madeira)
Pestana Grand (Madeira)
Pestana Village & Miramar (Madeira)
Pestana Palms (Madeira)
Pestana Bay & Gardens (Madeira)
Pestana Atalaia (Madeira)
Pousadas de Portugal
Fonte: ES Research-Research Sectorial.
Hotéis no estrangeiro:
Pestana Trópico (Cabo Verde)
Pestana Rovuma (Moçambique)
Pestana Inhaca Lodge (Moçambique)
Pestana Bazaruto Lodge (Moçambique)
Pestana Equador (S. Tomé e Príncipe)
Pestana Miramar (S. Tomé e Príncipe)
Pestana Caracas (Venezuela)
Pestana Rio Atlântica (Brasil)
Pestana Angra (Brasil)
Pestana Natal (Brasil)
Pestana Bahia (Brasil)
Pestana São Paulo (Brasil)
Pestana Curitiba (Brasil)
Pestana S. Luís (Brasil)
Pousadas de Sauipe (Brasil)
Pousada do Convento do Carmo (Brasil)
Pestana Buenos Aires (Argentina)
Pestana Bariloche (Argentina)
Pestana Kruger Lodge (África do Sul)
Pestana Chelsea Bridge (Londres – abert.
prev para Fev/Mar 2010)
Pestana Miami (EUA – abert. prev. final
de 2010)
Pestana Montevideu (Uruguai – inicio
construção em Mar 2010)
Pestana Berlim (Alemanha – abert. prev.
para 2012)
Hotéis em Portugal:
Vila Galé Porto (Porto)
Vila Galé Cascais (Cascais)
Vila Galé Ericeira (Ericeira)
Vila Galé Estoril (Estoril)
Vila Galé Ópera (Lisboa)
Vila Galé Albacora (Algarve)
Vila Galé Ampalius (Algarve)
Vila Galé Atlântico (Algarve)
Vila Galé Cerro Alagoa (Algarve)
Vila Galé Lagos (Algarve)
Vila Galé Marina (Algarve)
Vila Galé Náutico (Algarve)
Vila Galé Praia (Algarve)
Vila Galé Tavira (Algarve)
Vila Galé Clube de Campo (Beja –Alentejo)
Vila Galé Santa Cruz (Funchal – Madeira)
Vila Galé Coimbra (Coimbra)
Em projecto:
Vila Galé Tejo (Caxias)
Vila Galé Sintra (Sintra)
Vila Galé Évora (Évora)
Hotéis no estrangeiro:
Vila Galé Ecoresort de Angra (Angra dos Reis – Brasil)
Vila Galé Ecoresort do Cabo (Recife – Brasil)
Vila Galé Mares (Guarajuba – Brasil)
Vila Galé Salvador (Salvador da Bahia – Brasil)
Vila Galé Fortaleza (Fortaleza – Brasil)
Vila Galé Cumbuco (Ceará – Brasil – abert prev. final 2010)
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
163
13. Anexo 3 – Grupos hoteleiros (II).
Presente em mais de 100 países
3 700 propriedades
556 000 apartamentos
Marcas: Hotéis e resorts InterContinental,
Hotéis e resorts Crown Plaza, Hotel Indigo,
Hotéis e resorts Holiday Inn, Holiday Inn
Select1, Resorts Holiday Inn SunSpree2,
Holiday Inn Express3, Staybridge Suites,
Candlewood Suites.
1
2
3
EUA, Canadá, e América Latina.
EUA, Caribe, Canadá, México.
Europa, Médio Oriente, África e Ásia.
Presente em mais de 90 países
Grupo hoteleiro líder na Europa e
estrangeiro líder em Espanha.
Finalista dos prémios Tourism for
Tomorrow (WTTC), na categoria
Prémio Negócio Turístico Global,
a atribuir em Maio próximo.
Mais de 4 000 hotéis
500 000 quartos
Marcas: Sofitel, Pullman, MGallery,
Novotel, Mercure, Suite Hotel, Ibis,
All Seasons, ETAP Hotel, Hotéis F1,
Formule1, Adágio, Motel6.
Vip
Vip
Vip
Vip
Grand (Luxo)
Executive (Classe alta)
Executive Suites (Classe média)
INN (Económico)
Hotéis em Moçambique: 3, em
Maputo e na Beira.
Hotéis em Angola: 2, em Luanda.
Projectos em desenvolvimento:
Portugal – Sacavém
Moçambique – Tete e Nampula
Clube Praia da Rocha
Hotéis em Portugal:
Dom Pedro Palace (Lisboa)
Dom Pedro Golf (Vilamoura)
Dom Pedro Marina (Vilamoura)
Dom Pedro Portobelo (Vilamoura)
Meia Praia Beach Club (Lagos)
Dom Pedro Baía Club (Machico-Madeira)
Dom Pedro Garajau (Madeira)
Clube Alvor Golf
Hotéis no Brasil:
Presente em cerca de 100 países
942 hotéis
285 000 quartos
Marcas: St. Régis, The Luxury
Collection, Whotels, Westin,
Le Meridien, Sheraton,
Four Points, Aloft, Element.
Hotéis em Portugal: 15, em Lisboa,
Sintra e Ponta Delgada.
Iberotel Praia Monte Gordo
Iberotel Alvor
Dom Pedro Laguna (Ceará)
Fonte: ES Research-Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
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164
13. Anexo 3 – Grupos hoteleiros (III).
GRUPO AZINOR
Hotéis em Lisboa:
SANA Capitol Hotel
SANA Executive Hotel
SANA Rex Hotel
SANA Reno Hotel
SANA Lisboa Hotel
SANA Malhoa Hotel
SANA Metropolitan Hotel
Hotéis fora de Lisboa:
SANA Estoril Hotel
SANA Sesimbra Hotel
GRUPO IMOREY
Hotéis em Lisboa:
HF Fénix Lisboa
HF Fénix Urban
HF Fénix Garden
Hotéis em Portugal:
Tivoli
Tivoli
Tivoli
Tivoli
Tivoli
Tivoli
Tivoli
Tivoli
Tivoli
Tivoli
Tivoli
Tivoli
Lisboa (Lisboa)
Jardim (Lisboa)
Oriente (Lisboa)
Sintra (Sintra)
Palácio de Seteais (Sintra)
Coimbra (Coimbra)
Madeira (Madeira)
Lagos (Algarve)
Carvoeiro (Algarve)
Marina Vilamoura (Algarve)
Marina Portimão (Algarve)
Victoria (Algarve)
Hotéis no Porto:
HF Ipanema Park
HF Ipanema Porto
HF Fénix Porto
HF Tuela Porto
Victoria Residences (Algarve)
Hotéis no estrangeiro:
Hotel Turismo São Lázaro (Bragança)
Hotel Aquae Flaviae (Chaves)
Grande Hotel Dom Dinis (Mirandela)
Tivoli Ecoresort Praia do Forte (Salvador da Bahia – Brasil)
Tivoli São Paulo (São Paulo – Brasil)
Hotéis na Marinha Grande:
Hotel Cristal Praia Resort & SPA
Hotel Cristal Vieira Praia & SPA
Hotel Cristal Marinha
Hotéis nas Caldas da Rainha:
Hotel Cristal Caldas
Fonte: ES Research- Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
165
13. Anexo 3 – Grupos hoteleiros (IV).
GRUPO HOTTI
Hotéis em Portugal:
Hotel Eurosol Jardim (Leiria)
Hotéis em Portugal:
Fátima Plaza (Fátima)
Clube do Lago (Estoril)
Esperança Centro (Setúbal)
Luz Bay (Lagos)
Alvor Village (Alvor – Portimão)
Clube Brisamar (Alvor – Portimão)
Alpinus (Albufeira)
Falésia Mar (Albufeira)
Clube Oceano (Albufeira)
Atismar (Quarteira)
Olympus (Vilamoura)
Hotel Eurosol Residence (Leiria)
Hotel Eurosol Seia
Hotel Eurosol Gouveia
Hotel Eurosol Estarreja
Hotel Eurosol Alcanena
Hotel Eurosol Algarve
Vitor’s Plaza (Entre Alvor e Portimão)
Vitor’s Village (Ferragudo)
Hotéis no estrangeiro:
Hotel Eurosol Tibau (Pipa – Brasil)
Pousada das Canoas (Pipa – Brasil)
Hotéis no estrangeiro:
Hotel Praia Mar (Luanda)
Évora Hotel (Évora)
H2otel (Unhais da Serra)
Hotel Turismo da Covilhã
Hotel Covilhã Parque
Clube de Campo da Covilhã
Hotel Vanguarda (Guarda)
Marcas:
Star Inn (Low cost hotel)
Gran Meliá Hotels & Resorts
Meliá Hotels & Resorts
INNSIDE Hotels
TRYP Hotels
SOL Hotels
Sol Meliá Vacation Club
Paradisus Resorts
* Ganharam concurso para
construção de um hotel na
zona do aeroporto da Portela
(previsão de abertura em 2012)
•Vão começar a construir, em 2010,
um 5 estrelas em Luanda (Angola) e
um 3 estrelas em Braga.
M’AR De AR Aqueduto (Évora)
M’AR De AR Muralhas (Évora)
(ex Hotel da Cartuxa)
Santarém Hotel (Santarém)
Fonte: ES Research-Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
166
13. Anexo 3 - Grupos Hoteleiros (V).
Detido pelos Grupos OCEAN ISLANDS
e BLANDY
Hotéis em Portugal:
The Cliff Bay (Funchal – Madeira)
Porto Santa Maria (Funchal – Madeira)
Hotel Porto Mare (Funchal – Madeira)
Suite Hotel Edenmar (Funchal – Madeira)
The Residence (Funchal – Madeira)
Porto Bay Falésia (Olhos de Água - Algarve)
Auramar Beach Resort (Albufeira)
Mónica Isabel Beach Club (Albufeira)
Hotel Sol e Mar (Albufeira)
Residencial Vila Recife (Albufeira)
Residencial Mr à Vista (Albufeira)
Estalagem do Guadiana (Alcoutim)
Hotel Dom Fernando (Évora)
Hotel Sol e Serra (Castelo de Vide)
Hotéis no estrangeiro:
Porto Bay Rio Internacional (Rio Janeiro – Brasil)
Porto Bay Glenzhaus (Búzios – Brasil)
L’hotel Porto Bay São Paulo (S. Paulo – Brasil)
Madeira Classic Savoy Hotel
Madeira Royal Savoy Hotel
Madeira Hotel Savoy Gardens
Hotel Marina Atlântico (S. Miguel)
Hotel Açores Atlântico (S. Miguel)
Hotel Avenida (S. Miguel)
S. Miguel Park Hotel (S. Miguel)
Estalagem dos Clérigos (S. Miguel)
Terra Nostra Garden Hotel (S. Miguel)
Terceira Mar Hotel (Terceira)
Hotel do Canal (Faial)
Hotel Açores Lisboa (Lisboa)
Hotel Ponta Delgada (S. Miguel)
Hotel do Mar (S. Miguel)
Hotel Colombo (Santa Maria)
Antillia Hotel Apartamento (S. Miguel)
Royal Garden Hotel (Ponta Delgada)
Faial Resort Hotel (Horta)
Angra Garden Hotel (Angra do Heroísmo)
Pico Hotel (Pico)
Hotel Baía Azul
Hotel Alto Lido
The Lince Azores Great Hotel,
Conference, Golf & SPA
Fonte: ES Research-Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
167
13. Anexo 4 – Transporte aéreo - TAP (I).
Momentos marcantes de mais de 6 décadas de história …
1945 (Março) – O director do secretariado da Aeronáutica Civil, Humberto Delgado, cria a secção de
Transportes Aéreos, sob a designação Transportes Aéreos Portugueses. São adquiridos os seus primeiros dois
aviões, DC-3 Dakota de 21 passageiros, e admite-se a pioneira das assistentes de bordo portuguesas.
1946 – Realiza-se o Curso Geral de Pilotos criando as condições para a companhia começar a operar. A
primeira linha comercial (Lisboa-Madrid) abre a 19 de Setembro e admite-se o primeiro (e único até 1953)
Comissário de Bordo. Em 31 de Dezembro é inaugurada a “Linha Aérea Imperial” (Lisboa-Luanda-Lourenço
Marques), com 12 escalas e 15 dias de duração (ida e volta).
1948 - Têm inicio as linhas de Paris e de Sevilha. Os TAP tornam-se membros efectivos da IATA1, adoptam
uma nova imagem (tripulação inclui um assistente) e abrem a sua primeira loja de vendas, na Praça Marquês de
Pombal.
1949 – Tem inicio a linha de Londres.
1953 – A TAP passa de serviço público a SARL (Sociedade Anónima de Responsabilidade Limitada) com
capitais mistos, mas com a maioria do Estado. Ao mesmo tempo passa a ter Casablanca e Tânger como
destinos.
1955 – Chega o primeiro quadrimotor de longo curso da TAP – o Lockeed L-1049 G Super Constellation – que
começa a operar para África. Realiza-se a viagem experimental ao Rio de Janeiro, em DC-4, com a participação
do Almirante Gago Coutinho.
1958 – Ano de recordes para a TAP: ultrapassa o milhar de trabalhadores; ultrapassa os 14 mil km de
extensão de rede; ultrapassa as 10 mil horas voadas e ultrapassa os 64 mil passageiros.
Fonte: Grupo TAP.
1
International Air Transport Association.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
168
13. Anexo 4 – Transporte aéreo - TAP (II).
1960 – Primeiro voo Lisboa-Porto Santo. Inauguração do Voo da Amizade2. Viagem inaugural Lisboa-Goa.
1962 – Em Julho recebe o primeiro dos três Caravelle VI-R, entrando na era do jacto.
1964 – Inaugurado o aeroporto de Santa Catarina, no Funchal – a TAP inaugura a linha Lisboa-Funchal e
Lisboa-Sal-Bissau. Atinge um milhão de passageiros transportados. Pela primeira vez entrega a criação da sua
farda a um estilista.
1967 – Passa a operar exclusivamente com aviões a jacto, sendo a primeira companhia europeia a fazê-lo.
2 Voo entre Lisboa e o Rio de Janeiro, destinado a portugueses e brasileiros ou estrangeiros residentes nos dois
países, com tarifas a menos de metade do preço normal da época para uma passagem Lisboa-Rio de Janeiro.
1970 – Recebe a Medalha de Ouro de Mérito Turístico.
1971 – Os serviços da empresa transferem-se para as novas instalações no Aeroporto de Lisboa e são
inauguradas as infra-estruturas oficinais. Inicia as ligações de Lisboa para Ponta Delgada e Terceira.
1972 – Recebe o primeiro dos quatro Boeing 747-200 (os primeiros de grande porte).
1974 – Chega ao 25 de Abril a operar com 32 aviões tecnologicamente avançados, para mais de 40 destinos
em 4 continentes, com inicio do serviço computorizado de reservas, de “load-control” e “check-in” e sendo a
primeira companhia europeia a executar as grandes revisões completas aos reactores JT9-D dos B747. Termina
o ano com mais de 1.5 milhões passageiros transportados, mais de 68 mil horas voadas, 103 mil km de rede e
mais de 9 mil trabalhadores.
1975 – A TAP é arrastada na vaga de nacionalizações transformando-se em empresa pública.
1979 – É implementado um programa de modernização da empresa que altera a sua designação para TAP AIR
Portugal.
1980 – Com nova imagem (que inclui logotipo, uniforme e pintura de aviões) a TAP abre a linha LisboaBarcelona e assina o 1º protocolo com a Ibéria.
1981 – Cria a Executive Class, a revista de bordo Atlantis e inaugura o novo terminal de carga no Aeroporto de
Lisboa.
1984 – Inaugura a loja de vendas no Aeroporto de Lisboa e a Navigator Class. Pela primeira vez transporta
mais de 2 milhões de passageiros num ano.
1985 – Inaugura o seu museu e a linha Porto-Caracas.
1986 – Galardoada, no Rio de Janeiro, com a Ordem de Mérito de D. João VI, atribuída pela Comunidade
Luso-Brasileira.
1988 – É introduzido o sistema automático de emissão de bilhetes e torna-se a primeira companhia aérea a
estabelecer ligações terra-ar via satélite. Primeiro curso de pilotos da TAP inteiramente realizado em Portugal.
1989 – É instalado o simulador de voo. São introduzidos os “voos azuis” (voos para não fumadores) e
é admitida a primeira mulher piloto.
Fonte: Grupo TAP.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
169
13. Anexo 4 – Transporte aéreo - TAP (III).
1992 – A TAP entra na era Airbus, aviões mais económicos e versáteis.
1994 – Chega o primeiro Airbus A340.
1995 – A TAP tem em curso o Plano Estratégico e de Saneamento Economico-Financeiro (PESEF) e o projecto
de modernização TAP 2000.
1996 – Abertura às novas tecnologias: website, simulador de voo Airbus, Electronic Ticketing nos voos
domésticos.
1998 – No âmbito da Expo 98 e do “Dia de Honra” a TAP apresenta um avião alusivo ao evento. Torna-se
membro fundador do Qualifyer Group, alarga a sua rede para o Brasil e vê a Federal Aviation Administration
(FAA) dos EUA renovar a certificação da sua Unidade de Manutenção e Engenharia como Repair Station.
2000 – TAP transporta pela primeira vez mais de 5 milhões de passageiros num ano.
2003 – Assina um acordo de code-share1 com a Portugália, altera a designação da classe Navigator para Top
Executive. Torna-se a primeira companhia europeia a instalar uma nova geração de cadeiras na classe
executive, nos aviões A310 e A340. Surge o Grupo TAP, tendo como holding a TAP SGPS, SA. Airbus atribui-
lhe dois prémios: maior utilização mundial da frota A310 e excelência operacional desta frota entre 2001 e
2003. Pela primeira vez, nos últimos anos, a companhia obtém lucros (EUR 19.7 milhões).
2005 – É apresentada a nova imagem que integra novo logotipo e a nova designação TAP Portugal – é o inicio
de um novo ciclo. Acumula prémios nacionais e internacionais, torna-se case study em Harvard e entra na Star
Alliance (maior associação de companhias de aviação que oferece mais de 18.1 mil voos diários para 975
destinos em 162 países).
2006 – Assume o controlo da VEM (Varig Manutenção & Engenharia), o maior centro de manutenção da
América do Sul. Estabelece acordos comerciais e de code-share com a Aegean Airlines, Croatia Airlines, Turkish
Airlines, Thai e US Airways. Atinge o recorde de 47 frequências semanais directas para o Brasil. O Programa
Victoria é premiado pelos Freddie Awards como melhor do ano e a nova imagem da empresa distinguida com o
prémio Melhor Branding e Re-Branding.
2007 – É considerada a 10ª companhia aérea mais segura do mundo pela edição japonesa da Newsweek.
Passa a deter 90% da VEM. TAP e Egyptair iniciam code-share, com ligação entre Lisboa e o Cairo. O
presidente da TAP (Fernando Pinto) é nomeado presidente da IATA. TAP é eleita, pelo quarto ano consecutivo,
Melhor Companhia Aérea pelo jornal Publituris. Integração operacional da TAP e Portugália. Obtém os lucros
mais elevados da sua história (EUR 22 milhões).
2008 – Responsável pelo Departamento de Qualidade da TAP - Manutenção e Engenharia é eleito Chairman do
Engineering & Maintenance Subcommittee da AEA (Association of European Airlines). Emissão de bilhetes 100%
formato electrónico. Lançamento do conceito “Um voo, cinco formas de viajar” – nova estratégia comercial de
segmentação de produtos. Inauguração do Premium Customer Center (para passageiros de classe Executive,
detentores de cartão Gold do Programa Victoria ou do cartão TAP Corporate).
2009 – Distinguida pela UNESCO e pela União Internacional de Ciências Geológicas com o Prémio Planeta Terra
2010, na categoria “Produto Sustentável Mais Inovador”, em reconhecimento pelo Programa de Compensação
de Emissão de Dióxido de Carbono (CO2) – primeira companhia do mundo a lançar, em Junho de 2009, este
programa, em parceria com a IATA. Eleita Companhia Aérea Líder Mundial para a América do Sul pela World
Travel Awards. Companhia a operar em Espanha com maior quantidade e diversidade de ligações para Portugal
– actualmente conta com um total de 192 voos por semana a ligar os dois países. Reforço da estratégia
de crescimento para África – único sector da rede onde cresceu sempre desde 2001 (passando de 236
mil passageiros para 541 mil) e único a crescer em 2009. Opera semanalmente 55 ligações entre
Portugal e aquele continente, cobrindo uma rede de 10 cidades em 8 países.
Fonte: Grupo TAP.
1 Acordo entre duas companhias a operar em parceria, mediante o qual oferecem serviços no mesmo avião,
mantendo os respectivos códigos IATA, números de voo e marcas.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
170
13. Anexo 5 - Agências de viagens (I).
(Grupo de accionistas)
A TROPICAL - AGÊNCIA DE VIAGENS E TURISMO, LDA
ABA – SOCIEDADE. PORTU. DE AGÊN. DE VIAGEM, LDA.
AGÊNCIA DE VIAGENS E TURISMO LUCAS, LDA
ANGRA 2000 – VIAGENS E TURISMO, LDA.
AVIC – AUTOCARROS E VIAGENS IRMÃOS CUNHA, S.A.
BELETRANS – VIAGENS E TURISMO, LDA.
BETA VIAGENS & TURISMO, LDA.
CLUB TOUR - VIAGENS E TURISMO, S.A.
CLUBE VIAJAR - VIAGENS E TURISMO,LDA.
EUROVIAGENS - AG. DE VIAGENS E TURISMO, LDA.
EXECUTIVO – VIAGENS E TURISMO, LDA.
EXPOVIAGENS - VIAGENS E TURISMO, LDA
FÁTIMA EXPRESSO – AG. VIAGENS E TURISMO, LDA.
INALVA – AGÊNCIA DE VIAGENS, LDA.
INTERCONTINENTAL - AGÊNCIA DE VIAGENS, LDA
INTERNAVITUR TURISMO, LDA
INTERTOURS - TRAVEL CONSULTING
INTERVISA - VIAGENS E TURISMO, SA
LUSANOVA - EXCURSÕES E TURISMO, LDA
MASTER TURISMO PORTUGAL, LDA
NORTRAVEL – AGÊNCIAS DE VIAGENS E TURISMO, LDA.
OÁSIS - VIAGENS E TURISMO, S.A.
OSIRIS - VIAGENS E TURISMO, LDA
PAM TOURS - VIAGENS E TURISMO, LDA
PANEUROPA - VIAGENS E TURISMO, S.A.
PANORAMA - VIAGENS E TURISMO, LDA
PASSEPARTOUT - VIAGENS E TURISMO, LDA
PAXTUR - AGÊNCIA DE VIAGENS E TURISMO, LDA
PLENOTUR - AGÊNCIA DE VIAGENS E TURISMO, LDA
PORTUS - VIAGENS E TURISMO, LDA
REALVITUR - VIAGENS E TURISMO, LDA
SAFTUR - VIAGENS E TURISMO, LDA
SAGA VIAGENS, LDA
SAGRES VIAGENS E TURISMO, LDA
TQ TRAVEL QUALITY - VIAGENS E TURISMO, LDA
TRANSALPINO - VIAGENS E TURISMO, LDA
TURICAMBIO - VIAGENS E TURISMO, LDA
UNIVERSAL - VIAGENS E TURISMO, LDA
VEGA - AG. DE VIAGENS TURISMO INTERNACIONAL, LDA
VTC - VIAGENS E TURISMO CARREIRA, LDA
WIDE TRAVEL
Agências por distribuição geográfica
ALVOR (1)
AMADORA (1)
ANADIA (1)
ANGRA DO HEROÍSMO (1)
ARCOS DE VALDEVEZ (1)
AVANCA (1)
AVEIRO (2)
BARCELOS (1)
BATALHA (1)
BENEDITA (1)
BRAGA (2)
CAMACHA (1)
CAMINHA (1)
CHAVES (1)
COIMBRA (5)
ESPOSENDE (1)
FARO (1)
FÁTIMA (1)
FUNCHAL (7)
GONDOMAR (1)
GUARDA (1)
JOANE (1)
LAGOS (1)
LEÇA DA PALMEIRA (1)
LISBOA (31)
MATOSINHOS (1)
MEM MARTINS (1)
MONÇÃO (1)
PAÇO DE ARCOS (1)
PAÇOS DE FERREIRA (1)
PAREDES (1)
PORTO (19)
RIO MAIOR (1)
SANTAREM (1)
SETUBAL (1)
TORRES NOVAS (1)
TORRES VEDRAS (1)
V. N. FAMALICÃO (3)
VIANA DO CASTELO (1)
VILA DAS AVES (1)
VILA REAL (1)
Nota: Para ver as agências colocar em slide show e clicar em cima das localidades.
Fontes: Go4Travel, ES Research-Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
171
13. Anexo 5 - Agências de viagens (II).
Rede de balcões
Cais do Sodré
Campo Grande
Carnaxide
Lisboa - Sede
Aeroporto de Lisboa
Aeroporto do Porto
Alameda
Albufeira
Algarve Shopping
Aliados
Almada
Alverca
Amadora
António Augusto Aguiar
Antas
Arrábida
Aveiro
Azeitão
Barreiro
Boavista
Braga
Cascais Shopping
Coimbra
Colombo I
Norte Shopping I
Tapada das Mercês
Colombo II
Norte Shopping II
Telheiras
Covilhã
Oeiras
Torres de Lisboa
Dolce Vita Tejo
Oeiras Parque
Torres Novas
Estoril
Paredes
Valongo
Famalicão
Parque
Vasco da Gama
Felgueiras
Praça de Espanha
Viana
Foz
Portimão
Vila Bessa
Gaia Shopping I
Restauradores
Vila Franca de Xira
Gaia Shopping II
S. João da Madeira
Viseu
Guimarães Shopping
Santarém
Vivaci Maia
Leiria
Seixal
Saldanha
Loulé
Setúbal
Madrid - Espanha
Loures Shopping
Loures
Madeira
Mafra
Maia
Matosinhos
Nota: Para ver informações colocar em slide show e clicar em cima das localidades.
Montijo
Fontes: GeoStar, ES Research-Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
172
13. Anexo 6 - Centros de congressos em Lisboa1.
CIUL – Centro de Informação Urbana de Lisboa
ABC – Airport Business Center
Pavilhão Atlântico
Centro Cultural de Belém
Casa Museu Convento do Beato
Culturgest
Faculdade de Medicina Dentária
FIL
Fundação Minerva (Universidade Lusíada)
Centro de Congressos de Lisboa
Lisboa Welcome Center
Casino do Estoril
Oceanário
Fontes: Lisboa Convention Bureau, ES Research-Research Sectorial.
1
Membros da Associação de Turismo de Lisboa.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
173
13. Anexo 7 - Centros de congressos no Porto e Norte.
Fontes: Porto Convention Bureau, ES Research-Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
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13. Anexo 8 – Frequência termal nacional em 2008.
Nº de
ordem
INSCRIÇÕES
TERMAS
Var07-08
Nº
1
2
TERMAS DE S. PEDRO DO SUL
CALDAS DE CHAVES
3
4
Valor por
aquista
RECEITAS
Var 07-08
103 €
17 017
6 374
-1 118
-117
BANHO DE ALCAFACHE
4 723
TERMAS DA FELGUEIRA
4 511
5
TERMAS DE CALDELAS
6
EUR
4 508
1 157
-852
54
264.9
181.5
-467
796
-248
168.5
137
1 487
-177
329.6
3 811
-620
766
-162
201.0
CALDAS DE S. JORGE
3 655
-63
735
-80
201.1
7
TERMAS DO CARVALHAL
3 456
-636
498
-64
144.1
8
TERMAS DO GERÊS
3 443
-430
388
-397
112.7
9
TERMAS DA SULFÚREA*
2 731
-11
503
20
184.2
10
TERMAS DE MONFORTINHO
2 358
-382
568
-96
240.9
11
TERMAS DE MONTE REAL
2 345
-344
314
-240
133.9
12
TERMAS DA CURIA
2 057
-440
441
-367
214.4
13
CALDAS DE VIZELA
1 990
-563
505
-196
253.8
14
CALDAS DA RAINHA
1 683
-18
413
-3
245.4
15
CALDAS DA SAÚDE
1 326
-417
267
-153
201.4
16
TERMAS DE S. VICENTE
1 258
---
387
---
307.6
17
CALDAS DE SANGEMIL
1 214
33
291
-6
239.7
18
TERMAS DO LUSO
1 176
-46
336
-37
285.7
19
CALDAS DE MANTEIGAS
1 115
17
248
-15
222.4
20
TERMAS DE ENTRE-OS-RIOS
1 063
-265
209
-75
196.6
21
TERMAS DA LONGROIVA
1 004
44
148
148
147.4
22
TERMAS DO VIMEIRO
637
12
108
-21
169.5
23
CALDAS DE MONCHIQUE
621
-17
174
-30
280.2
24
CALDAS DE AREGOS
604
-206
167
-43
276.5
25
TERMAS DE ALMEIDA
591
-250
76
76
128.6
26
CALDAS DO CRÓ
574
-16
70
70
122.0
27
TERMAS DA LADEIRA DE ENVENDOS
553
24
172
21
311.0
28
CALDAS DA CAVACA
421
---
55
---
130.6
29
CALDAS DE MOLEDO
392
-89
41
-210
104.6
30
CALDAS DAS TAIPAS
373
-4
81
-2
217.2
31
CALDAS DE MONÇÃO
312
---
6
---
19.2
32
TERMAS DO EIROGO
276
-11
38
-3
137.7
180.6
33
CALDAS DO CARLÃO
216
10
39
-11
34
TERMAS DOVALE DA MÓ
124
-1
4
-3
32.3
35
TERMAS DE MELGAÇO
49
-28
9
-4
183.7
36
CALDAS SANTAS DE CARVALHELHOS
21
-4
1
-6
47.6
37
FADAGOSA DE NISA
n.d.
---
n.d.
---
---
38
UNHAIS DA SERRA
n.d.
---
n.d.
---
---
39
PEDRAS SALGADAS
enc.
---
enc.
---
---
40
TERMAS DE VIDAGO
enc.
---
enc.
---
74 074
-6 286
16 006
-3 112
TOTAL
Fontes: DGEG, Turismo de Portugal, ES Research- Research Sectorial.
*
Anteriormente designada por Cabeço de Vide.
--216.1
n.d. – não disponível. enc. – estabelecimento encerrado em 2008.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
175
13. Anexo 9 - Projectos de investimento em Saúde e Bem Estar apoiados pelo Turismo de Portugal.
TERMAS
Caldelas
Promotor
Empresa de Águas Minero-Medicinais de Caldelas
Localização
Caldelas-Amares
Região/Pólo
Turístico
(EUR)
Porto e Norte
1.617.774
Valor
Chaves
Câmara Municipal de Chaves
Chaves
Porto e Norte
2.251.273
Gerês
S. Vicente
Empresa das Águas do Gerês
Hotel do Monte
Gerês-Terras de Bouro
Pinheiro-Penafiel
Porto e Norte
Porto e Norte
2.178.226
3.499.847
Carvalhal
Câmara Municipal de Castro D'Aire
Mamouros-Castro D'Aire
Centro
2.628.104
Monfortinho
Cª Águas Fonte Santa Monfortinho
Monfortinho
Centro
7.489.914
S. Pedro do Sul
Estoril
Termalistur
Termas do Estoril
S. Pedro do Sul
Estoril
Centro
Lisboa
470.348
20.888.542
Fadagosa de Nisa
Monchique
Câmara Municipal de Nisa
Sociedade das Termas de Monchique
Fadagosa-Nisa
Monchique
Alentejo
Algarve
4.843.481
2.000.486
47.867.995
HOTÉIS COM SPA
Axis Viana
Promotor
Turilima
Localização
Viana do Castelo
Valor
Região/Pólo
Turístico
(EUR)
Porto e Norte
12.000.000
Flôr de Sal
VianaPraia Actividades Hoteleiras
Viana do Castelo
Porto e Norte
7.500.000
Monte Prado
Turicasais Actividades Hoteleiras
Monte Prado-Melgaço
Porto e Norte
5.113.055
Sheraton Porto
Marope Hotelaria
Porto
Porto e Norte
55.897.856
Aquapura Douro Valley
Aquapura Hotels Resort & SPA
Samodães-Lamego
Douro
30.000.000
Mélia Ria
Hotti Aveiro Hotéis
Aveiro
Centro
9.980.230
H2hotel
Sociedade Termal Unhais da Serra
Unhais da Serra-Covilhã
Serra da Estrela
14.862.461
Hotel Praia D'El Rey Marriott
Hotel da Praia Gestão e Exploração de Hotéis
Óbidos
Oeste
17.684.401
Your Hotel
Termas da Piedade
Fervença-Alcobaça
Convento do Espinheiro Heritage
SPPTH Sociedade de Promoção de Projectos Turísticos e Hoteleiros
Évora
Oeste
2.580.582
Alentejo
25.000.000
180.618.585
Fontes: Turismo de Portugal, ES Research-Research Sectorial.
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
Maio 2010
176
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Director Coordenador
Direcção
Research Sectorial
Miguel Frasquilho
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Francisco Mendes Palma
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Susana Barros
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Luís Ribeiro Rosa
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Conceição Leitão
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Patrícia Agostinho
[email protected]
Cristina Marques
[email protected]
Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio
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