1 - Colégio Pena Branca
Transcrição
1 - Colégio Pena Branca
JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - JULHO/2011 Página -2 Parte 1 “A Umbanda é uma poderosa Pajelança Urbana” Edmundo Pelizari H á anos venho estudando Xamanismo, procurando estabelecer pontos de semelhanças e diferenças com a Umbanda. Uma das questões que me direcionou a este estudo e sempre fez despertar minha curiosidade por outras culturas religiosas e espiritualidades diversas é o fato de que na Umbanda manifestam-se espíritos de origens diversas, desde um caboclo brasileiro, um negro escravo, um aborígene até um hindu, um inca ou egípcio. Estas entidades, que alcançaram, e agora se manifestam na Umbanda, não foram umbandistas em sua última encarnação, logo nos ensinam que é possível evoluir e ascender por meio de qualquer tradição, desde que encontre um caminho ético e uma proposta virtuosa. Querer conhecê-los, a estes mentores de Umbanda, é mergulhar em universos diferentes e sempre muito ricos culturalmente e espiritualmente. Estas incursões nos permitem dar conta de que há algo de incomum que permeia as várias culturas do sagrado, independente da complexidade ou “evolução” tecnológica a que certo povo tenha com relação ao outro. As experiências de transcendência, a mística, o transe e o êxtase espiritual são inerentes ao ser humano, são antropológicos e encontrados em todos os lugares no espaço e no tempo. E da mesma forma encontraremos na Umbanda estes mesmos fenômenos que a liga e aproxima de todas as outras tradições. Este algo em comum já fez muita gente pensar na provável existência de uma religião primeira e original à qual todas as outras seriam desdobramentos, enquanto evolução e ou degradação da raiz primeva. Assim surgiram muitas teorias cientificistas defendidas por cristãos, ocultistas, esoteristas e até umbandistas que adotaram a idéia do aumbandã, que é uma forma adaptada do conceito de teosofia, ambos como a racionalização de um mito, o mito de uma Religião Pura e Original que permeia e está presente em todas as outras. As experiências comuns em todas as religiões são mais humanas que “religiosas”, mais espirituais que rituais, mais instintivas que metodológicas, mais pertencentes à sensibilidade que à técnica, muito mais poesia que prosa. São experiências que vem de nossas entranhas, são viscerais, “humano demasiado humano”, “existem desde que o mundo é mundo, desde que o homem é homem”, podemos assim buscá-las nas sociedades mais “primitivas”, antigas e simples. Estas experiências em sua forma mais “bruta” (não lapidada), nos mais isolados e remotos grupos sociais que se tem noticia, em toda a sua simplicidade ao lidar com o transcendente é o que se convencionou chamar de Xamanismo. No entanto as mesmas “experiências xamanicas”, boa parte delas, se repetem em culturas mais complexas, consideradas mais evoluídas socialmente ou tecnologicamente falando. O que é Xamanismo afinal? Mircea Eliade, um especialista no assunto, nos afirma que um Xamã pode ser um “feiticeiro”, “mago” ou “sacerdote”, mas nem todo “feiticeiro”, “mago” ou “sacerdote” é um Xamã, inclusive definindo que em muitas tribos, o sacerdote-sacrificante coexiste com o xamã, sem contar que todo chefe de família é também chefe do culto doméstico. O xamã é o grande mestre do êxtase. Que tem por primeira definição desse fenômeno complexo, e possivelmente a menos arriscada: Xamanismo = técnica do êxtase. E por êxtase aqui podemos entender “transe”, “estado alterado de consciência”. [...] O xamanismo é precisamente uma das técnicas arcaicas do êxtase, ao mesmo tempo mística, magia e “religião” no sentido amplo do termo. (p.10) EXPEDIENTE: Diretor Responsável: Alexandre Cumino - Tel.: (11) 5072-2112 E-Mail: [email protected] Endereço: Av. Irerê, 292 - Apto 13 Planalto Paulista São Paulo - SP Diagramação, Editoração e Arte: Laura Carreta - Tel.: (11) 8820-7972 Diretor Fundador: Rodrigo Queiróz Tel.: (14) 3019-4155 E-mail: [email protected] É uma obra filantrópica, cuja missão é contribuir para o engrandecimento da religião, divulgando material teológico e unificando a comunidade Umbandista. Consultora Jurídica: Dra. Mirian Soares de Lima Tel.: (11) 2796-9059 Os artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores, não refletindo necessariamente a opinião deste jornal. Jornalistas Responsáveis: Marcio Pugliesi - MTB: 33888 Wagner Veneziani Costa - MTB:35032 Alessandro S. de Andrade - MTB: 37401 As matérias e artigos deste jornal podem e devem ser reproduzidas em qualquer veículo de comunicação. Favor citar o autor e a fonte (J.U.S.). Desde o inicio do século, os etnólogos se habituaram a utilizar como sinônimos os termos xamã, medicine-man, feiticeiro e mago (Em português, poderíamos acrescentar a essa lista os termos “curandeiro” e “pajé” – nota de tradução da versão 2002) para designar certos indivíduos dotados de prestígio mágico-religioso encontrados em todas as sociedades “primitivas”. (p.15) Vemos na obra de Eliade, em sua tradução para o português, a observação de que “poderíamos acrescentar a essa lista, de xamanismo, os termos ‘curandeiro’ e ‘pajé’”, ao lado de feiticeiro, mago e medicine-man, o que nos leva a pajelança indígena e a pajelança cabocla e suas ramificações e encontros com as culturas afro e européia a qual fez surgir um sem numero de espiritualidades. A pajelança indígena é um xamanismo realizado pelos diversos grupos indígenas, guardando suas semelhanças e diferenças, em sua pluralidade de práticas, sem no entanto nos ater a quaisquer peculiaridades podemos dizer que no geral e especifico seu conjunto de praticas é xamanismo indígena brasileiro. A pajelança cabocla é aquela realizada por grupos populares que tiveram ou não contato com a pajelança indígena e que realizam práticas muito semelhan- Texto de ROBERTO CARQUEJO A revista Veja, edição 2219 (1/06/ 2011), traz uma reportagem chamada “Uma Reserva de Miséria”. Trata-se de um triste relato a respeito de nossos índios de Roraima que juntos com brancos e mestiços sofrem e são praticamente expulsos da reserva Raposa Serra do Sol. O governo federal alega que diversas famílias (brancos e mestiços) ocuparam ilegalmente a terra indígena, mesmo para aqueles que possuíam títulos emitidos havia mais de 100 anos pelo próprio governo. Foi prometido indenização justa, mas, na hora do “vamos ver” a justiça não foi feita. Sem poder cultivar a terra, os antigos proprietários deixaram de empregar os índios que agora não tem o que comer. Os donos desta terra, graças a presença do branco, não têm mais o que caçar e pescar. Inocentes, depois de séculos sem escolha, são dependentes e esquecidos. Para resumir a história e ir direto ao assunto que me leva a escrever- tes nas quais em alguns casos se verifica o praticante justificando sua pratica por meio da explicação de que incorpora o espírito de um pajé (indígena) e que ele é quem realiza a pajelança, na qual o “médium” em questão está em transe de incorporação. Agora trazendo esta reflexão para a Umbanda, temos por parte dos caboclos que incorporam nos adeptos (médiuns) trabalhos mediúnicos que podem perfeitamente se qualificar como pajelança, em muitos casos com a justificativa de que se manifesta um caboclo que em vida (em uma das tantas encarnações) foi um pajé e que agora volta para continuar seu trabalho junto do médium de Umbanda como uma missão assumida. Com relação a esta explicação podemos dizer que aqui quem realiza o xamanismo é o espírito, no entanto, a um observador externo, fora dos conceitos teológicos e doutrinários, o que se vê é aquele homem ou mulher exercendo uma prática xamânica, na qual suas explicações sobre mediunidade e incorporação de espíritos são simples observações do que acontece com ele, o médium, enquanto se realiza o processo que tem em si todas as características xamânicas. Está incorporado de um espírito indígena, pajé e xamã e neste momento está realizando xamanismo, pois o médium em sua constituição física está ali presente, seja consciente ou não deste fato. Se faz uma cura, esta se realizou por meio dele, e se fizer alguma bobagem, a responsabilidade é sua também. Ao incorporar um caboclo que trabalhe com práticas xamânicas, posso não me tornar um caboclo, posso não me sentir um xamã, mas de fato estou sendo o veículo da prática que está acontecendo por meu intermédio, estou praticando xamanismo em parceria com uma força, inteligência, uma outra consciência que toma a frente de meu mental e que identifico como caboclo, uma entidade (espírito) manifestante a qual me considero apenas um instrumento, mas que de fato está em mim realizando a prática xamânica. Talvez por este ou outros aspectos o professor de teologia Edmundo Pellizari afirma que A Umbanda é Uma Poderosa Pajelança Urbana, o que podemos, por associação, expressar como “A Umbanda é um Poderoso Xamanismo Urbano”, não é apenas Xamanismo, mas é também Xamanismo em algumas de suas expressões. lhes, saibam que estão se formando novas favelas na periferia de Boa Vista, capital do Estado. Famílias inteiras de índios, oriundas das aldeias, começaram a erguer barracos em um aterro sanitário da cidade, buscando latinhas de alumínio e comida no lixo, a única forma de subsistência. Estou certo de que o triste caso de Roraima é pequeno perto da realidade indígena no território nacional. Como posso ficar calado e insensível se o índio é meu irmão? Brancos e mestiços também, sem distinção. Mas o ÍNDIO, sua força mística, divina e cultural é parte fundamental da minha religião, a Umbanda - por isso, tornase o caso ainda mais alarmante, tocando-me profundamente. Irmãos de fé, a nossa religião nasceu no início do século passado com a missão, entre outras, de oferecer aos índios desencarnados a oportunidade de se manifestarem e assim nos ensinar, curar e evoluir em conjunto. Então, quando ele, o Caboclo, com sabedoria e humildade bater no peito na próxima vez, vá além do seu pensamento e vibração que deseja o respeito, manifeste-se verbalmente para todos os amigos, conhecidos e irmãos que lhe rodeiam, em voz alta diga que o nosso índio, o índio brasileiro, sofre e padece igual a natureza, largado como os rios e as matas, igualmente caminham para o sufocamento e a morte. Daqui pra frente, faça e pense o que quiser. E se os filhos de Umbanda resolverem levantar a voz agora mesmo, eu estarei no meio para somar, levando a força Oxalá porque temos fé em Olorum, Deus nosso criador; Oxóssi porque somos inteligentes e capazes de atingir o que queremos divinamente; Ogum porque somos protetores, lei e guerreiros; Oxum pelo amor puro ao próximo; Obaluaiê permitirá a saúde, o renascimento e a evolução em paz; Xangô fará de nossos pensamentos, atos e palavras a verdadeira justiça; e a força que chamamos de Iemanjá, a força da Mãe, nos acolherá e permitirá o nascer de uma nova esperança e vida. Fontes Consultadas: ELIADE, Mircea. O Xamanismo e as Técnicas Arcaicas do Êxtase. São Paulo: Ed. Martins Fontes, 2002. CUMINO, Alexandre. História da Umbanda. São Paulo: Ed. Madras, 2010. contatos: [email protected] JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - JULHO/2011 A dúvida que mais incomoda os umbandistas é sobre seu Orixá. Nós sabemos que Orixá ancestral não é o mesmo que Orixá de frente ou ajuntó. O Orixá ancestral está ligado à nossa ancestralidade e é aquele que nos recepcionou assim que, gerados por Deus, fomos atraídos pelo seu magnetismo divino. Todos somos gerados por Deus e somos fatorados por uma de suas divindades, que nos magnetiza em sua onda fatoradora e nos distingue com sua qualidade divina. Observem que não estamos nos referindo ao espírito que “encarnou” no plano material, e sim, ao ser que acabou de ser gerado por Deus e foi atraído pelo magnetismo de uma de suas divindades, que, por serem unigênitas (únicas geradas) transmitem naturalmente a qualidade que são em si mesma aos seus “herdeiros”, aos quais imantam com seus magnetismo divinos e dão aos seres uma ancestralidade, imutável pois é divina e jamais ela deixará de guiá-los porque a natureza íntima de cada um será formada na qualidade que o distinguiu, fatorando-o. Alguém pode reencarnar mil vezes, e sob as mais diversas irradiações, que nunca mudará sua natureza íntima. Agora, a cada encarnação ele será regido por um Orixá de frente (que o guiará enquanto viver na carne) e será equilibrado por outro Orixá que será o auxiliar (o ajuntó) desse Orixá de frente ou da “cabeça”. Usamos o termo “Orixá da cabeça” porque ele regerá a encarnação do ser e o influenciará o tempo todo pois está de “frente” para ele. Sim, o Orixá da cabeça está a nossa frente nos atraindo mentalmente para seu campo de ação e para o seu mistério, ao qual absorveremos e desenvolveremos algumas faculdades regidas por ele. Já o Orixá ajuntó, este é um equilibrador do ser e atuará através do seu emocional, hora estimulando-o e hora apassivando-o pois só assim o ser não se descaracterizará e se tornará irreconhecível dentro do seu grupo familiar ou tronco hereditário, regido pelo seu Orixá ancestral. A dúvida dos “médiuns” e dos umbandistas se explica pela precariedade dos métodos divinatórios usados para identificar o Orixá da cabeça e seu ajuntó. Daí, vemos pessoas reclamarem que a cada Babalorixá ou Ialorixá que consultaram, cada um deu um Orixá diferente a cada consulta, criando uma confusão e levando ao descrédito. Esta queixa é muito comum e não são poucos os médiuns que estão confusos porque uma consulta diz que é filho desse Orixá e outra consulta diz que é filho de outro Orixá. Nós dizemos isto: na ancestralidade, todo ser macho é filho de um Orixá masculino e todo ser fêmea é filha de um Orixá feminino. Na ancestralidade, Orixá masculino só fatora seres machos e os magnetiza com sua qualidade, fatorando-os de forma tão marcante que o Orixá feminino que o secunda na fatoração só participa como apassivadora de sua natureza masculina. E o inverso acontece com os seres fêmeas, onde o Orixá masculino só participa como apassivador dessa sua natureza feminina. Portanto, no universo da ancestralidade dos seres machos, têm sete Orixás masculinos e na dos seres fêmeas, têm sete Orixás femininos. Têm sete naturezas masculinas e sete naturezas femininas, tão marcantes que é impossível ao bom observador não vê-las nas pessoas. Saibam que, mesmo que o Orixá da cabeça ou de frente seja, digamos, a Orixá Iansã, ainda assim, por trás dessa regência poderemos identificar a ancestralidade se observarem bem o olhar, as feições, os traços, os gestos a postura, etc., pois estes sinais são oriundos da natureza íntima do ser, apassivada pela regência da encarnação, mas não Página -3 anulada por ela. Certo? E o mesmo se aplica ao Orixá ajuntó, pois podemos identificá-lo nos gestos e nas iniciativas das pessoas, já que é através do emocional que ele atua. Outra forma de identificação é através do Guia de frente e do Exu Guardião dos Médiuns. Mas esta identificação exige um profundo conhecimento do simbolismo dos nomes usados por eles para se identificarem. E também, nem sempre o Guia de frente ou o Exu guardião se mostram, pois preferem deixar isto para o Guia e o Exu de trabalho. Saber interpretar corretamente o simbolismo é fundamental. Certo? Então, que todos entendam isto: • Orixá ancestral é aquele que magnetizou o ser assim que ele foi gerado por Deus, e o distinguiu com sua qualidade original e natureza íntima, imutáveis e eternas. • Orixá de frente é aquele que rege a atual encarnação do ser e o conduz numa direção na qual o ser absorverá sua qualidade e a incorporará às suas faculdades, abrindo-lhes novos campos de atuação e crescimento interno. • Orixá ajuntó é aquele que forma par com o Orixá de frente, apassivando ou estimulando o ser, sempre visando seu equilíbrio íntimo e crescimento interno permanente. Por isso, também, é que muitos encontram em si qualidades de vários Orixás. A cada encarnação há a troca de regência da encarnação. E, nessa troca, os seres vão evoluindo e desenvolvendo faculdades relativas a todos os Orixás. Afinal, se somos “humanos”, absorvemos energias e irradiações, magnetismo e vibrações de todos eles. Certo? Contatos:www.colegiodeumbanda.com.br JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - JULHO/2011 Página -4 P epe Solario, nosso amigo e irmão cigano que vive na Itália, um grande mestre da arte mágica da Astragalia (veja a edição anterior do JUS), sempre recorre a inúmeros espíritos do astral superior em seu ofício de cura. Grande devoto de Santa Sara e de São Tiago, madrinha e padrinho do povo Roma (ciganos), ele também invoca os santos do cristianismo. Os santos, para Dom Pepe, não são exclusivos de nenhuma religião. Eles são almas luminosas e repletas de misericórdia. Quando necessitamos deles, sempre nos ajudam. A maneira tradicional de buscar o socorro dos santos é através da oração. Na tradição de Dom Pepe existem três tipos de orações invocatórias (má- gicas) para isso: a trezena, a novena e a setena. A trezena são orações que duram 13 dias seguidos. A novena é feita por nove dias seguidos e a setena por sete dias seguidos. Todas as orações são firmadas com velas votivas, nas cores correspondentes ao santo invocado. Para fazer qualquer uma delas é necessário um altar. Pode ser uma mesa coberta com uma toalha clara (branca, amarela ou rosa), uma taça de vidro ou metal com água e sal, a vela do santo e um raminho verde de arruda. O número de velas é igual ao número de dias de oração. Devemos acender uma vela a cada dia. Use a vela comum ou palito. A data melhor para o início das orações é uma Lua Cheia. Tendo arrumado o altar, aquele que vai fazer a oração (de 13, 9 ou 7 dias), acende a vela e ora pedindo a ajuda respectiva (doença material ou espiritual ou qualquer ajuda que necessite). A oração é espontânea e pode ser seguida de um Pai Nosso (ou outra oração da religião de quem vai orar). Depois o raminho de arruda é mergulhado na taça com água e sal e são feitos no ar (na frente da mesa) sete cruzes grandes. Mais uma vez o raminho é mergulhado e são feitos sete pentagramas (estrela de cinco pontas) no ar na direção do Sol (se é dia) ou da Lua (sé é noite). Este ritual é realizado durante todo os dias da oração (13, 9 ou 7 dias). O raminho é guardado durante todo este tempo e no último dia é queimado. O importante é não pular nenhum dia. Se isso acontecer, tudo deve ser reiniciado numa outra Lua Cheia. Abaixo damos uma pequena lista de santos/santas, suas especialidades e a cor da vela correspondente. Quem desejar o auxílio de um santo para uma doença mais específica me envie um email e recomendarei o mais adequado. A maioria dos santos apresentados abaixo é da tradição mágica cristã européia. Os ciganos europeus adotaram os santos mais antigos, que possuem uma forte egrégora espiritual, com seus lugares sagrados de peregrinação, fontes curativas e sepulturas milagrosas. Os ciganos europeus professam a religião católica ou ortodoxa, onde o culto aos santos é muito ativo e vivo. No próximo artigo vou contar um pouco como Dom Pepe trabalha com os Anjos, os mensageiros de Deus. Que a bênção de Santa Sara esteja com todos! Contatos: [email protected] JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - JULHO/2011 S omos eternos e privilegiados aprendizes das Leis Divinas. Foi-nos permitido aprender sempre: na escola e em casa, com erros e acertos; com conhecidos e desconhecidos, na alegria e na dor; com quem menos imaginamos e conosco mesmos; com crianças, velhos e adultos; com animais e plantas; e, com a vivência em sociedade. Por merecimento, reencarnamos neste mundo de expiações e provas, com o objetivo de melhorarmos nossa índole, nossa essência e recebemos a oportunidade de nos conscientizarmos do prejuízo com o tempo perdido, com guerras, disputas e desentendimentos, para revermos nossas atitudes, vigiarmos nossos pensamentos, aprimorarmos nossos sentimentos, aprendermos a amar nossos semelhantes e, ainda, outorgados a dividir com outras pessoas essa maravilhosa experiência de amar, respeitar e honrar todas as formas de vida. Nossa vida pode ser traduzida como capítulos de um livro, escrito sem ensaios nem borrachas, e deve ser conduzida sem pretensões de fartas colheitas no plano terreno. Um livro com histórias bonitas e com finais felizes. Outras com novas histórias, feias e tristes, com batalhas desnecessárias, por motivos fúteis que, às vezes, até interrompem, momentaneamente, nossa evolução, nos desviando de pessoas queridas e do caminho escolhido. Alguns capítulos que nos honram pela felicidade expressada por gestos simples, inesperados e delicados. Há alguns que nos envergonham pela estupidez dos nossos atos impensados e imaturos, mas, todos eles fazem parte do livro que escrevemos, nas páginas entregues a nós, por Pai Olorum, para darmos continuidade a nossa existência nesse plano terreno, utilizando a bagagem trazida durante nosso processo evolutivo. Essa história tem alguns co autores, amigos espirituais que, quando permitimos, nos auxiliam a não repetirmos tanto os erros passados. São como gotas de luzes coloridas e cristalinas que aliviam nossas dores e guiam nossa jornada. São Prepostos do Divino Criador, que recebem a feliz missão de partilhar conosco a nossa caminhada Divina. Encontramos pelo caminho muitas pessoas, que também são parte do Todo e representam, assim como nós, uma centelha Divina. Algumas com muitas perguntas e poucas respostas, muitas verdades e pouca humildade, muita soberba e pouca sabedoria, muito sucesso e pouco conhecimento. Outras buscam o brilho das estrelas sem conhecer a noite, sonham com a luz, sem conhecer o sol, querendo alçar altos vôos, sem saber caminhar. São personalidades distintas: doentes ou saudáveis, delicadas ou cruéis, honestas ou cínicas, amáveis ou abomináveis, sinceras ou maquiavélicas, leais Página -5 ou perversas, mas sempre as encontramos. As personalidades que se farão presentes ao nosso lado, serão frutos do retorno daquilo que conseguimos construir em nossa própria existência, daqueles que atraímos e fidelizamos como nossa companhia. A Lei da afinidade e a Lei do retorno são realidades. Verdadeiras dádivas do Pai Maior que, incentivam nossa evolução através do livre arbítrio, que nos permitem identificar, reconhecer e optar pelas personalidades com quem queremos aprender, conviver e compartilhar a caminhada. A colheita nem sempre é estável, farta e com resultados abundantes e esperados. Às vezes não colhemos frutos saudáveis, saborosos e de fácil degustação, mas sempre são atribuídos a nós, pelas sementes que plantarmos, frutos semelhantes aos que doamos e alimentamos quem se aproxima, muitas vezes, sedento de luz, implorando uma gota de amor, buscando uma fagulha de conhecimento, faminto por um gesto de carinho. Quando as sementes são entregues a nós por Pai Olorum para serem cultivadas, a colheita é certa. O fruto em desenvolvimento deve ser tratado com amor e cuidado. A opção é dele, mas, certamente, terá uma oportunidade real para amadurecer e se tornar salutar para alimentar outros semelhantes com o efeito grandioso dos seus humildes ges- tos de amor, sentimentos reais de fé e caridade, assimilados e vivenciados diariamente. Mas, quando a semente é desprezada e o fruto é mal direcionado ou maltratado, pode não só se perder no meio da plantação, como contaminar outros imaturos, despreparados e sensíveis às ervas daninhas. Aprendemos, com lições muitas vezes duras, a respeitar o limite de cada ser humano, sem exigir crescimento, desenvolvimento ou que aceitem as nossas verdades, sem exigir o que ele não consegue nos conceder. Afinal, o ser humano só consegue doar aquilo que tem e não aquilo que esperamos de cada um. A reencarnação é isso: uma oportunidade de resgates, de reencontros, de crescimento, de culto ao amor ao próximo e nos faz acreditar que sempre é tempo de recomeçar e recuperar espíritos desequilibrados e equivocados, dentro da Lei Maior, da Justiça Divina e do merecimento de cada um, naturalmente, se esses irmãos, em processo de conscientização, se deixarem conduzir pelas luzes Divinas enviadas por Pai Olorum, caso contrário, a colheita para eles, também é certa! Por isso, meus irmãos, filhos amados da Seara de Pai Olorum, não precisamos conviver, mas, necessariamente, deixemo-nos contagiar pela arte de amar ao próximo, independente da condição apresentada por eles, sejam afins ou não aos nossos conceitos de vida, pois, somente assim, estaremos aprendendo e contribuindo verdadeiramente para a evolução do Todo, fortalecendo a corrente de amor, do bem, da caridade, da fraternidade, da justiça e da fé difundidos pela Umbanda Sagrada. É fácil amar quem nos ama, abraçar quem nos abraça, concordar com quem concorda conosco; cuidar, zelar e proteger aqueles que estão sob nossos cuidados; e, ensinar quem silencia diante das nossas palavras. O mérito está em conseguirmos fazer tudo isso com aqueles que estão desequilibrados, discordam, questionam, divergem, provocam e desafiam. Aí sim, estaremos participando ativamente e auxiliando em todo esse processo magnífico de reconstrução astral, de evolução pessoal, crescimento individual que refletirá diretamente na qualidade das relações humanas, permitindo que todos façam sua reforma íntima, se conheçam verdadeiramente, busquem melhoramento contínuo, resgatem seus débitos, não repitam suas falhas e conduzam de maneira equilibrada seus atos, sentimentos e pensamentos. Dessa forma, poderemos nos denominar Umbandistas, mensageiros da fé e semeadores do amor de Pai Oxalá. Isso sim é Umbanda - Semente de Vida e Amor no Universo! Que Pai Oxalá nos abençoe, guie nossa jornada e nos cubra com o Seu manto Sagrado. É com imenso prazer e alegria que a Escola de Curimba e Arte Umbandista Aldeia de Caboclos destaca o grande sucesso que foi a 7ª Homenagem, Louvação e Procissão ao Orixá Xangô - Rei da Justiça, tradicional evento ocorrido no último dia 23/06 no Clube Escola Mooca. Agradecemos de coração a presença de todos vocês, presença fundamental para o êxito deste marcante evento, pois vocês representam de forma magnífica a fé, a união, a beleza, o engajamento, a força e a alegria da nossa amada Umbanda! Seguimos juntos mantendo viva e vibrante essa nossa emblemática procissão! Um forte abraço e axé para todos nós! Pai Engels de XangôPresidente da Escola de Curimba e Arte Umbandista Aldeia de Caboclos JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - JULHO/2011 Página -6 O s tantos campos verdejantes, cortejados por alamedas de rios caudalosos revezando cachoeiras; nas quinas das frondosas palmeiras, nos florescentes pastos, nos pomares de frutas, nos cumes das cordilheiras enfrentando o azul do céu no horizonte, fulgurando o sol a espraiar seus raios nas ondas de mares tão intensos: sois a Terra Abençoada, Brasil, que no teu solo preserva mais riquezas e na pluralidade da tua fauna, equilibra sua pureza. Em ti, povos no amor mestiçam-se expressando novas artes, encantando mensageiros de outros ares, de outros rios e mares de outras terras. Fala-se o idioma da natureza que divinas na língua pátria do Amor, da Fé, da Alegria, da Paz, da Felicidade e da verdadeira Evolução. Europeus que se fundiram com o índio-pátrio, colorindo com a negra tessitura dos povos da África recém libertos, na ginga e nos balangandans. Também, nas inteligências e nas proezas, vinga o povo que o habitais, belos, sadios e joviais. Porque estranham tanta pompa? Porque não se valorizam? Será que não conjugam a gratidão a Deus preferindo outros paraísos dos desertos e semiáridos dogmas europeus? Talvez, en- cantaram-se com outras artes? Mas saiba Brasil, que tu és já artificado com a beleza de tudo o que há no mundo. Para quê dogmas? Suas gentes são mais belas e que descende delas, as que se importam pelos benefícios que lhos ofertam e lhe retiram, e não pelas ficções das ciências que eles lhes impõem. Eles, nossos irmãos que amas também, religam-se com Deus nas Expressões da Tua Natureza, nas tuas gentes, nas tuas artes, pois é o que És. Porque procuram as Coisas Divinas nas Tradições dos Outros? Não vêem que jazem, pois as destruíram? Porque profanais a religação que a Luz Divina lhes reservou e hoje, na sua Inauguração, insistes em remendá-las com coisas e pareceres que te diz respeito somente como parâmetro de busca dos seus ancestrais e antecessores humanos? Pois, tendes de novo em espírito, os profetas, com as mesmas purezas e amor a lhes doar, consoante a Natureza física e dos povos que se põe a vivenciar a Fé Verdadeira. Estão nos seus Pontos de Forças Naturais. Sois, Brasil, o Maior Ponto de Forças Divinas para o mundo, tanto na matéria como no espírito. Tem a Umbanda, religação com o Divino, implícita em teu bojo e explícita em sua gentes que são ligadas a todas as raças do mundo para purificar de tantas inquisições que a ignorância estrangeira podou nas épocas em que lá, nos seus países, as receberam. Contemplativos, se melancólicos, pela lembrança antiga ainda gravada nos seus mentais repetitivos das encarnações passadas? Ouvi-as, então, e aplica-as no presente, neste novo mundo, nessa nova Face Divina de Todos os Mensageiros e Profetas que o mundo teve e que terá. Verás na natureza as mesmas expressões ensinando o que Moisés, Buda, Rá, deuses egípcios, gregos, romanos ilustraram... verás e ouvirás a todos profetizando suas Fé, na doce orientação dos Sagrados Orixás. Assim foi que na minha última encarnação, percebi e louvei pela arte da música, valorizando este dom divino e ofertando para ti, Brasil, o despertar para suas coisas, nas coisas Divinas, para, a partir de ti, iluminar o grande mundo. Sim, pois, ao compor “o trem caipira”, a me inspirarem, caboclos, preto-velhos, crianças, em todas as expressões Divinas dos Orixás, lá estavam. Ah! Como era lindo compor com Eles: na mata, índios de Oxosse davam-me as notas musicais pelos gorjeios dos sabiás; as compassadas do uirapuru e as filigranas expressadas pelos insetos e animais... o colorido das flores e dos pássaros infestavam os “sóis”, enquanto os minerais magnetizavam-me os ritmos e na fortaleza das ondas, energizava as locuções cujo ar, navegava a própria música dando caminho ao trem de ferro representando por Ogum! Extasiado, redesenhavam as composições no equilíbrio das irradiações de Xangô, elevadas pelo Amor de Oxum que, revigoradas em Yemanjá, renovavam-se em Obaluaie, creditando a oração em música enlevando-a as outras dimensões da Luz e da Fé de Oxalá! Assim, a natureza fala e nós, seres humanos encarnados e em espírito, a conjugamos amando-nos pelas nossas expressões e atos em direção às coisas Divinas. Também, o meu povo amado, nas suas artes me inspirava. A cultura negra, do índio e dos miscigenados, como eu, pudemos ser lidos em canções e sinfonias que falavam ao povo hebreu, científico, europeu e oriental, conclamando e ativando aqueles poetas. Mostrava ao mundo todo, que se extasiava ao ouví-las. A música. A Sinfonia despertava e ainda desperta vários povos para as raças do Brasil. Assim foram as “Bachianas” ,”Os chorões”... e , além, outros vários artificadores das coisas brasileiras enlevaram outros povos para a paz, a sabedoria e o amor que, despertados em si mesmos, ativaram a semente Divina em cada um, provocando a euforia do amor, da alegria e da paz. Ainda hoje, daqui, espíritos irmãos recém retirados da vida física, desertam das trevas, ouvindo essas sinfonias e lembrando que em algum momento a sentiram na Terra. Lembraram-se de Coisas do Brasil. Ouviram e sentiram Deus. E despertaram. Sim, Deus que É Olorum! Valorize-o assumindo as suas coisas, na sua religião que é a Umbanda. Valorize teus Orixás, Teus caboclos, Teus preto-velhos, teus ciganos. Valorize o amor que estão em cada um dos que habitais, Brasil, a Terra dos Orixás! Heitor Villa Lobos, um brasileiro, graças a Olorum ! Mensagem recebida em 09/07/2011 Por Douglas Oliveira Elias Contatos: [email protected] JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - JULHO/2011 D ando continuidade ao texto da edição anterior, o Sacerdote se vê extremamente atarefado e as preocupações dos compromissos espirituais assumidos com o Guia que solicitou a abertura do terreiro. Resolver significa Doutrinar e administrar tempo, tarefa e as atividades administrativas e espirituais do terreiro. DOUTRINA: São regras, procedimentos e metodologia. ADMINISTRAR: É a parte organizacional do tempo x atividades. A dificuldade do sacerdote é delegar, é transmitir, ensinar e resolver. O sacerdote precisa preparar-se para delegar as atividades para alguns médiuns de “confiança”, ou seja saber ensinar e preparar médiuns não só espiritualmente como também organizar. Conscientizar os médiuns que a mediunidade não se resume em incorporar, vai muito, além disto. O Sacerdote precisa preparar esses médiuns a colaborar também com o terreiro no dia a dia, que eu costumo dizer que é para se ter um ótimo trabalho espiritual, a parte administrativa tem que estar em plena ordem. Pois essa administração influi no próprio trabalho espiritual. Todo terreiro precisa ter normas e regras espirituais certo? Mas não pode deixar de ter as normas e regras operacionais, aí esta a grande dificuldade do Sacerdote, em montar estas regras operacionais e colocar em papel para que cada médium tenha uma atividade colaborativa no terreiro, nada mais justo, pois, papel higiênico não sai sozinho para ir ao banheiro, o chão do congá não se limpa sozinho, etc.. Isto também é praticar mediunidade, data vista que se não existir terreiro o médium não poderá evoluir e nem ter um acompanhamento espiritual. Página -7 Os médiuns e filhos do terreiro querem que o Sacerdote tenha tempo para eles não é? Agora como o Sacerdote consegue cuidar da mediunidade de seus filhos se ele precisa ficar vendo se tem ou não vela no estoque para firmar a Tronqueira na semana? Essas regras operacionais dos terreiros podem ser desta forma, vou elucidar alguns exemplos: • Limpar o Congá (Nome do Médium) Atividade Semanal • Verificar o estoque e controlar o mesmo, fazer a compra das velas (nome do médium) Atividade semanal • Turíbulo, ervas de defumação, carvão, compra, manutenção e preparar a defumação antes dos trabalhos (nome do médium) Atividade semanal Ao colocar papel afixado no quadro, o Dirigente deve reunir os médiuns, escalar os mesmos e repassar as atividades. Delegar é cobrar as essas atividades. O valor da mensalidade deverá ser estipulado segundo as necessidades do terreiro, e o médium pagará mensalmente o estipulado. Este compromisso existe em todas as religiões como o “dizimo”, “contribuição” é justamente para manter o terreiro aberto e funcionando para que possa atender os consulentes gratuitamente, porque quem mantém o terreiro são os filhos da casa. Não é justo o Sacerdote bancar financeiramente a mesma, pois ele(a) não trabalham sozinhos. Ah! Mãe Monica o meu terreiro é pequeno e estou em um cômodo da minha casa. Os gastos são os mesmos. E você, Sacerdote, precisa mudar a concepção de que o filho não é assistência, o médium é parte da casa necessita colaborar não só com a mensalidade, mas também com alguma atividade “material” da mesma. U m grupo de médiuns Umbandistas, amigos de longa data, se reuniram e foram visitar um Sacerdote que teve papel muito importante no início da trajetória mediúnica deles. Em pouco tempo, a conversa girava em torno de queixas sobre os terreiros que agora estavam frequentando e a “exaltação” dos “seus” Guias Espirituais, que um tinha o cocar assim, o outro um colar tal, assim discorreram valorizando os as proezas, apetrechos e elementos ritualísticos dos Guias... Ao oferecer café aos seus visitantes, o Sacerdote foi à cozinha e retornou com um grande bule e uma variedade de xícaras, porcelana, plástico, vi- O que dizer de quem cospe no prato em que comeu? Ingrato, talvez? E de quem não respeita a casa onde vive? Traidor? E de quem abusa da inocência ou da fraqueza alheia? Covarde? Exu não julga, não condena, não sentencia, não castiga, não persegue. Exu apenas cuida para que a Lei seja cumprida. Ele é o xerife, o guardião das Leis Universais. Exu é o Orixá que faz cumprir a Lei. Ele não cria nem inventa a Lei, ele não faz as Leis. Ele apenas cuida pra que a Lei seja cumprida. Existem outros que se dizem exus por aí que fazem outras coisas, e nós não temos nada com isso. Mas Exu de Lei, Exu Guardião, é sério e cumpridor das Leis. Eu sou Exu Guardião. Sou dono de falange, sou Exu de luz. E não falo isso por arrogância, não! Falo por conquista, porque trabalhei muito para conquistar o que tenho. Nada do que tenho foi de graça! Foi suado, honrado e merecido. E, no meu território, quem não cumpre a Lei, responde pelo que faz. Quem não cumpre a Lei, não respeita a Lei, tem que se ver comigo. A maior Lei é fazer ao outro o que queremos para nós mesmos. Nem mais, nem menos. Simples assim, mas o ser humano complica, e algumas pessoas gostam de complicar a vida dos outros, se esquecendo que complicam primeiro sua própria vida. E depois vêm pra gente perguntar por que nada dá certo, por que as coisas estão tão difíceis, por que tem tanto obsessor, por que dro, cristal; algumas simples, outras caras, outras requintadas; dizendo a todos para se servirem. Quando todos os estudantes estavam de xícaras em punho, o Sacerdote disse: - Se vocês repararem, pegaram todas as xícaras bonitas e caras, e deixaram as simples e baratas para trás. Uma vez que não é nada anormal que vocês queiram o melhor para si, isto é a fonte dos seus problemas. Vocês podem ter certeza de que a xícara em si não adiciona qualidade nenhuma ao café. Na maioria das vezes, são apenas mais caras e, algumas vezes, até ocultam o que estamos bebendo. O que todos vocês realmente que- riam era o café, não as xícaras, mas escolheram, conscientemente, as melhores xícaras... e então ficaram todos de olho nas xícaras uns dos outros. Agora pensem nisso: “Os Guias e a Umbanda são o café, e suas proezas, particularidades, vestimentas, elementos e terreiros são as xícaras. Elas são apenas ferramentas para sustentar e conter a Umbanda e os Guias... E o tipo de xícara que temos não define, nem altera, a qualidade dos Guias e da Umbanda no terreiro que participamos. As vezes, ao concentrarmo-nos apenas na xícara, deixamos de saborear o café que Deus nos deu.” Deus coa o café, não as xícaras... Saboreie seu café! tem tanta energia pesada e negativa na vida... Arah... Quando alguém não cumpre a Lei, Exu apenas entrega para aqueles que julgam, e eles decidem o que fazer. Exu não tem rancor, Exu não tem antipatia, Exu não pratica vingança. Exu tem respeito à Lei e a quem respeita a Lei. Se você está do lado da Lei, Exu está do seu lado. Se você está contra a Lei, Exu está à sua frente, no seu caminho, esperando por você! A maior Lei é sempre fazer ao outro o que se quer pra si mesmo. E não é porque o “barbudo” falou, não! Muito antes dele vários outros já diziam a mesma coisa, com outras palavras. Essa é a Lei desde sempre. Quer a gente goste, quer a gente não goste. Se gostamos, muito que bem. Se não gostamos, muito que bem também. A Lei é uma só e vale pra todo mundo. Quem não cumpre a Lei, Exu entrega pra quem de direito. E quem cumpre a Lei, Exu protege, ampara, orienta, defende. Exu tem muito respeito por quem procura sempre cumprir a Lei. Quem cumpre a Lei mora do lado esquerdo do peito de Exu, no coração de Exu. Exu sabe que ninguém é perfeito. Nem ele mesmo. E por isso não exige perfeição de ninguém. O que ele quer é sinceridade de intenções, seriedade de propósitos, respeito por todos e por cada um. O que Exu quer é que cada um procure ser melhor a cada dia, sem prejudicar ninguém, sem abusar de ninguém, sem hipocrisia, sem falsidade. Apenas fazendo a sua parte. Porque Exu vê muito mais do que você. Exu vê mais longe e, onde você pensa que ninguém sabe de nada, Exu já sabe, e já está agindo para que a correção seja feita. Onde você pensa que pode enganar, Exu já sabe da verdade, e vai fazer com que ela prevaleça. Por isso, não tente enganar Exu. Não tente mentir pra Exu. Não seja hipócrita com Exu, porque, quando você menos esperar, a sua máscara cai e você fica exposto, pra todo mundo ver a sua enganação, a sua mentira. Se você for esperto, corrige o seu rumo depressa, antes que Exu arranque sua máscara. A Lei diz: faça ao outro apenas aquilo que você quer que façam pra você. Se você exige algo dos outros, esteja preparado para exigir a mesma coisa de si mesmo. Se você quer algo para si, esteja preparado para desejar que o outro alcance a mesma coisa. Se você espera alguma coisa do outro, veja se o outro pode esperar a mesma coisa de você. Se você acha que está tudo bem em enganar e usar o outro, esteja preparado para ser enganado e usado. Nem mais, nem menos. O que vai, tem que vir. O que vem, tem que ir. O que se dá, é o que se recebe. Assim é a lei. Exu não dá privilégios, mas privilegia quem privilegia a Lei. Exu não escolhe ninguém, mas gosta de quem escolhe a Lei. Exu não tem preconceitos, não faz diferença, não tem preferências. Exu é Orixá de Lei. Exu trabalha com a Lei e pela Lei e, por isso, é justo! Exu tem mais que amigos, tem parceiros, tem irmãos de fé. E quem tem Exu como parceiro, nunca está sozinho. JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - JULHO/2011 Página -8 É doloroso a um pai e a uma mãe ver seu filho chegar em casa chorando e, ao perguntá-lo o que houve, ouvir de sua boca que ele está sendo perseguido na escola (seja agredido verbalmente, psicologicamente ou fisicamente). Isso causa revolta a família e a uma grande parte da sociedade, ao saber que casos como este existem. Saber que estão ridicularizando seu filho por ele ser magro, gordo, vesgo, muito baixo, muito alto, porque tem um pequeno ou um grande defeito físico, por ser muito inteligente ou por não ser tão inteligente assim, ou, simplesmente, porque ele tem uma crença religiosa, é muito difícil de se lidar. O interessante é que o bullying não se limita somente a escola, mas a toda sociedade N a madrugada do último domingo(26) a 35ª DP (Campo Grande) prendeu em flagrante o pedreiro José Constâncio de Lima, por intolerância religiosa. Segundo relatos, Constâncio, líder evangélico no bairro de Santíssimo, há três anos aterrorizava os membros da Tenda Espírita Caboclo Flecheiro (TECAF). Na noite de sábado, o conflito entre José Constâncio e os umbandistas resultou em agressões físicas. “Este senhor não nos deixava realizar nenhuma festa ou louvação na casa. Além de destruir portões, portas e móveis, ele e seus familiares quebraram várias imagens de santos e orixás. Há três anos que ele nos agredia com xingamentos e insultos”, diz Marco Xavier, sacerdote da TECAF. Esta é a segunda vez que um religioso fundamentalista vai para a cadeia por atacar adeptos de religiões de matriz africana, no Brasil. A primeira ocorreu em agosto de 2009, e deixou um “pastor” e seu discípulo na cadeia por 26 dias. Contra José Constâncio já haviam seis registros de ocorrência realizados por parte dos umbandistas. Em depoimento na delegacia, eles contaram que o problema começou em março de 2008, quando os membros do centro espírita compraram o imóvel localizado na rua Irene Banboxé, em Santíssimo. “Constâncio, que chegou por várias vezes invadir o imóvel para tentar transformá-lo em igreja, não se conformava com as funções religiosas que acon- quando alguém, um grupo, persegue, ridiculariza, maltrata, agride, humilha uma pessoa ou grupo de pessoas. No caso, dão-se outros nomes, como: assedio moral, intolerência religiosa (art. 20 – lei Caó - Lei 7716/89), a ofensa à integridade física (art. 129, Código Penal); injúria (art. 140, Código Penal); calúnia (art 138, Código Penal); difamação (art. 139, Código Penal); ameaça (art. 147, Código Penal) ... Normalmente quando isso acontece com um filho, um parente, há uma comoção, os pais procuram a escola, falam com o diretor, orientador pedagógico, pois querem uma solução para isso e não querem ver seu filho sofrendo esse tipo de abuso. E tudo isso é entendido como um abuso que necessita parar, algo inadmissível. É triste constatar que existe também o bullying religioso ou intolerância religiosa, em que, não só as crianças, mas também seus pais e parentes, são vítimas de preconceito religioso, perseguição e discriminação. E isso acontece no dia a dia duas, na escola, no trabalho, ou seja, em qualquer lugar. A diferença entre o bullying religioso e o bullying escolar é que primeiro é fomentado e estimulado e, o segundo, condenado. No entanto, ambos são práticas ofensivas que não deveriam ser permitidas ou estimuladas em nossa sociedade, pois propagam o ódio e a raiva em virtude das diferenças. Lembrando que podemos ser diferentes em muitas coisas, mas somos semelhantes, pois todos nós somos seres humanos. No âmbito religioso existem setores que trabalham fomentando o bullying religioso através de um artifício chamado proselitismo religioso, ou seja, de acordo com a minha religião (ou o que eu interpreto dela ou o que assumo que outro interprete, seguindo suas palavras sem questionamentos) eu desqualifico, denigro ou demonizo outras religiões, simplesmente porque são diferentes, assumindo que a minha, é a verdade absoluta, a única certa e verdadeira; ou, o meu Deus, é o único caminho de salvação e verdade. Assim, as outras, todas as outras religiões são mentiras, não tendo valor, e não fazem parte da verdade de Deus, pois meu Deus é o único caminho. Outro ponto é que religiões que assim procedem, também estimulam seus fiéis a converterem pessoas de outras crenças a qualquer custo, sem respeitar o direito do outro de ter a sua própria fé e manifestá-la livremente. E, quando não convencem o outro, partem para as agressões, perseguições, difamações, chegando algumas vezes até a agressão física, teciam na casa. Nossa vida virou um verdadeiro inferno. Tivemos muitos prejuízos. Mas agora a justiça foi feita”, desabafa Xavier. Para o delegado Ricardo Viana a prisão de José Constâncio com base no artigo 20 da Lei 7716/89, já deveria ter acontecido. “Está muito claro que os motivos que levavam José Constâncio a agredir e xingar essas pessoas, e inclusive incentivar que moradores depredassem o imóvel, estão baseados no ódio e na discriminação”, argumenta. José Constâncio, que não quis comentar a prisão, continua na carceragem da 35ª DP. O crime por intolerância religiosa é inafiançável e o autor pode pegar de três a cinco anos de detenção. Entenda o caso: p d r e n r fa d f s o p a v is g s g s d B in q — AGOSTO DE 2008 – o sacerdote de umbanda e líder religioso da TECAF, Marco Xavier, adquire o imóvel na rua Irene Banboxé, em Santíssimo, para instalar seu centro espírita; OUTUBRO DE 2008 – durante a inauguração do centro espírita, os umbandistas são xingados, agredidos e ameaçados por José Constâncio – inquilino do antigo proprietário. Ele ocupava uma parte do imóvel comprado por Marco. Começam as agressões. É feito o primeiro registro de ocorrência na 35ª DP; DEZEMBRO DE 2008 – vence o prazo para saída de José Constâncio, feito no ato do registro de compra e venda do imóvel. Marco entra com Ação de Despejo contra José Constâncio. Em novo ataque, os membros da TECAF registram nova ocorrência na 35DP, desta vez como intolerância religiosa (artigo 20, Lei 7716/89); JANEIRO DE 2009 – Portões, portas, janelas, imagens e assentamentos de orixás são destruídos por José Constâncio, que passa a colocar uma potente caixa de som, virada para o centro, durante as sessões. Novo registro de ocorrência é feito; JULHO/2009 A JUNHO/2011 – somados seis registros de ocorrência contra José Constâncio e seus familiares, além de dezenas de aditamentos na 35ª DP. Todos os registros e notificações são muito semelhantes com o primeiro. 26 DE JUNHO DE 2011 – José Constâncio de Lima é preso em flagrante pela equipe da 35ª DP. tr p s e o s s e o o a e s , a o , a o m o m , , JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - JULHO/2011 para, supostamente, tirar o demônio do corpo daquele indivíduo que quer, somente, ser respeitado em sua religião, em sua crença. O fato é que não se admite o bbullying escolar, mas certas crenças estão assumindo, no proselitismo que fomentam, o bullying religioso. E isso é isso é um absurdo e uma grande falta de amor e respeito ao outro. Como é possível dizer amai vós uns aos outros, se existe um fomentar o ódio e a agressão àqueles que, simplesmente, escolheram uma outra fé, uma outra crença, uma outra religião? Já é hora de começar a pensar nisso tudo, pois se aqueles que fomentam o bullying religioso através do proselitismo não acordarem hoje, provavelmente seus filhos e filhas estarão copiando isso e levando para dentro das escolas e perseguindo crianças de outras crenças. Transformando nossa sociedade em uma sociedade de segregados, de pessoas perseguidas e gerando, cada vez mais, ódio nas pessoas e nas crianças, só porque existem pessoas de outras crenças. “Creio na verdade fundamental de todas as grandes religiões do mundo. Creio que são todas concedidas por Deus e creio que eram necessárias para os povos a quem essas religiões foram reveladas. E creio que se pudessemos todos ler as Página -9 escrituras das diferentes “fés”, sob o ponto de vista de seus respectivos seguidores, haveríamos de descobrir que, no fundo, foram todas a mesma coisa e sempre úteis umas às outras.” (Mahatma Gandhi) Um amigo me falou sobre uma passagem do NT, João 14: 6 - “Jesus respondeu: - Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por Mim. Esse amigo me disse que a melhor interpretação, vendo que Jesus sempre professou o amor, que nunca impôs ao curar ou ao ajudar o outro que a pessoa acreditasse nele, é que o maior caminho, verdade e vida que esse grande mestre nos mostrou foi, sem sombra de dúvidas: “Amaras o teu próximo como a ti mesmo”. Mateus 22:39. E que esse é o grande caminho que a humanidade tem que percorrer: amar o próximo, e, por esse amar, alcançar a Deus. A grande verdade é que quem ama não discrimina, persegue, ofende, mas aceita o outro em suas diferenças, mesmo que essas diferenças sejam na escolha de uma religião. Se todas as pessoas se amassem mais, e se respeitassem mais, teríamos um mundo bem melhor, independente da religião de cada um. Um mundo mais em paz e mais próximo de Deus, ou seja, um mundo com muito mais amor. s o r . é a B Contatos: [email protected] ullying é um termo utilizado para descrever atos de violência física e/ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo (do inglês bully, “tiranete” ou “valentão”) ou grupo de indivíduos com o objetivo de intimidar ou agredir outro indivíduo (ou grupo de indivíduos) incapaz(es) de se defender. Recentemente, o termo entrou em evidência com o apoio da mídia e com a declaração das vítimas, que vêm assumindo um papel importante para o controle desta situação. Pois bem! Como Umbandista, procuro enxergar de dentro para fora da religião e percebo, junto a relatos de frequentadores e trabalhadores de casas Umbandistas, que a pratica do bullying é bem clara e tratada de forma distorcida. Boa parte da prática do bullying é endossada ou justificada pelo ‘’Guia’’. O Guia fez, o Guia falou, o Guia mandou...Tudo isso em abraço com a tal da inconsciência. São casos de exposição, de ameaças, de repressão e de medo, fornecidos de forma gratuita. Todo médium que aceita essa condição, não pode ser encarado como vítima, e sim como consorte da situação. Alguns alegam um medo extremo da situação e não têm coragem de dar queixa ou abandonar a casa. Outros, em um devaneio de fé (?), acham tudo normal e totalmente espiritual, o que acaba assim fortalecendo o processo dentro da casa. Entidade ou Guia, orienta, não aponta o dedo. Entidade ou Guia, sabe o que significa o voto de sigilo mediúnico, sendo assim, não expõe a vida do outro como se fosse um palco para alguns rirem e outros se amedrontarem. Entidade ou Guia, não denigre, não ofende, não xinga e nem passa por cima do próximo, faz o bem sem olhar a quem. O processo mediúnico, religioso e espiritual dentro da Umbanda, cria condições, para todos, tratarem os seus excessos e as suas limitações. Há aqueles que abusam deste mecanismo, fazendo da sua sombra interior o coadjuvante perfeito para esta pratica hedionda. Não aceite! Diga não ao bullying! Denuncie! O jovem, com um olhar angustiado, aproximou-se de um sadhu (homem santo) em Varanasi, Índia e, com uma voz tímida e trêmula, perguntou: - Como eu posso superar o medo? - Que tipo de medo? – questionou o sadhu. - Qualquer tipo – disse o jovem. - Por exemplo? – retrucou o sadhu. Então, o jovem baixou a cabeça, fechou os olhos, respirou profundamente e permaneceu em silêncio por alguns instantes, talvez concebendo os possíveis medos que o assolavam com o intuito de entendêlos por meio das respostas. Depois, olhou para o sadhu e disse: - De Deus? - Insensatez – contestou o sadhu. Após esta breve - Dos seres humanos? - Covardia. avalanche de - De falhar? revelações, os - Resignação. olhos do jovem - Dos animais? - Ignorância. esbugalharam-se - Dos elementos? de admiração, mas - Enfrente-os. - De mim mesmo? não de medo. - Conheça tua própria essência. JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - JULHO/2011 Página -10 Contatos: [email protected] A o se falar em perdão, é comum nos remetermos quase de imediato a uma leitura religiosa, ou seja, o perdão sendo visto como unilateral, entendido como algo que doamos a alguém, um ato de desprendimento, generosidade e bondade com o outro, mas é mais do que isso... Quando estamos magoados e feridos, os sentimentos mais presentes são a tristeza, a decepção e a raiva. Neste momento é difícil se pensar em perdão. Primeiramente há o momento de viver a própria dor, senti-la para depois resolve-la. Muitos tentam pular essa fase inevitável e como consequência apenas prorrogam seu próprio sofrimento. A raiva é o mais primário dos sentimentos, pois é gerada pela frustração e pelo sentimento de impotência. Dela nasce o desejo de vingança como uma tentativa de diminuir a própria dor, mas a vingança é um sentimento traiçoeiro, pois se alia a seu adversário no momento em que sua vida passa a ser apenas um instrumento com o objetivo de atingir ou prejudicar aquele que lhe feriu. Facilmente a vingança torna-se seu senhor e você seu escravo. Trata-se de um ciclo vicioso e aparentemente sem fim. Também não podemos esquecer que algumas pessoas são muito mais susceptíveis a mágoas e melindres que outras e possuem limiares diferentes, variando de acordo com sua personalidade, capacidade de percepção, capacidade de tolerar frustrações, entendimento de mundo, sensibilidade, ou seja, de acordo com sua saúde emocional. Uma mesma vivência é sentida , percebida e compreendida de forma diferente até mesmo entre irmãos consangüíneos, que supostamente foram criados sob as mesmas variáveis, o que dirá entre pessoas que possuem crivos diferentes. Desde o nascimento, somos seres carentes de relacionamentos, o ser humano precisa se relacionar para se desenvolver emocionalmente. A família é o berço do desenvolvimento emocional, podemos dizer que é nosso útero social, pois é E m pé ou sentado, posicionar a mão esquerda com a palma virada para baixo (para o chão) e a mão direita com a palma virada para cima (para o alto), olhos fechados e pés separados. Respire fundo por três vezes seguidas e relaxe. Visualize um facho de luz branca que desce do alto e atinge a palma da mão direita, aos poucos sua mão vai absorvendo essa energia e se tornando brilhante - uma mão de luz. Essa luz que preenche sua mão direita lentamente vai se espalhando pelo braço direito e conforme seu braço é preenchido pela luz branca, surge no alto de sua cabeça outro facho de luz que desce e atinge o topo de sua cabeça. Você respira fundo e permite que essa luz entre pelo seu chacra coronário, desça pela sua cabeça alcançando o chacra frontal e depois o la- através dela que recebemos essa carga de crenças, entendimentos e leituras sobre o mundo. Nossas relações passam pelo crivo dessas crenças, pela forma de entender o mundo que nos cerca e de nos perceber enquanto pessoas, nossos direitos e responsabilidades. Cabe a nós em nossa jornada da vida, acessar nossas fontes de saúde que são nossa criatividade e espontaneidade. Elas nos ajudarão a tentar o novo, a perdoar,a reconstruir, a olhar de outra forma a mesma questão, e a nos fortalecer, nos impulsionando para novos movimentos e experiências. Relacionar-se é fácil quando encontramos pessoas que pensam e percebem o mundo como nós, ou seja, utilizam o mesmo foco para avaliar os acontecimentos, mas a grande questão é quando nos deparamos com pessoas que possuem outros parâmetros e valores, neste caso, para que a relação seja possível, é necessária uma carga a mais de respeito ao outro a suas idéias e a seu ponto de vista e obviamente de respeito pessoal. Num processo de autoconhecimento nossa leitura é feita a partir de um entendimento relacional, como sabemos, toda ação gera uma reação. Não nos tornamos vítimas nem tão pouco vilões, apenas humanos conscientes dos reflexos de nossas atitudes. ENTÃO O QUE É PERDOAR? Perdoar é realmente um ato de amor mas, não apenas amor ao outro, mas também ,amor a si próprio. É assumir a responsabilidade sobre os próprios atos e desejos, é perceber-se na dimensão do humano e como tal entender a sua significância. Perdoar é amadurecer emocionalmente é aprender que somos falíveis e imperfeitos, tal qual o outro com quem nos relacionamos e essa é a genialidade do ser humano. Não existem os certos e os errados, existe o olhar a partir de um ponto de vista e cada um tem o seu, portanto não existe A verdade, existem varias verdades á partir de realidades diferentes. O parâmetro é o respeito, o sentimento de cidadania, a ética e o amor. ríngeo, preenchendo toda a sua cabeça de luz branca e brilhante. A luz continua descendo lentamente e alcança seu chacra cardíaco, preenchendo todo seu tronco -seus pulmões estão cheios de luz – e, atinge seu chacra umbilical, depois o sexual e o básico, preenchendo de luz todo eu abdômen e região pélvica. Lentamente preenche suas pernas e agora você é quase um ser de luz, exceto pelo braço esquerdo e mão esquerda. Então, lentamente, você vai preenchendo seu braço esquerdo até chegar em sua mão e projetar a energia luminosa para o chão, formando uma corrente que começa em sua mão direita que recebe energia do alto e termina em sua mão esquerda que projeta energia para o chão. (Resposta a um e-mail com a seguinte pergunta: “Por que algumas pessoas abandonam os estudos espirituais e até mesmos se voltam contra a Luz?”) A h, meu amigo, é difícil explicar porque o ser humano se complica tanto. Às vezes, são as pessoas mais próximas que complicam as coisas. Ninguém espera ser agredido por alguém querido. E, quem espera que alguém da Luz beije as trevas e se degrade espiritualmente? O coração espiritual é um oásis interno. É a morada do Ser. No entanto, seja por orgulho ou teimosia, muitos transformam o oásis em deserto. Em lugar de flores, surgem escorpiões e serpentes, típicos de ambientes áridos. E, com eles, o risco de picadas e acidentes diversos. Fora a sede e a insolação... O mais incrível é que as pessoas fazem isso e nem se tocam dos danos. Parece que o orgulho tolda o raciocínio claro e distorce as percepções. E as emoções ficam estranhas, pois, no calor do deserto, o melhor do Ser resseca. A isso os antigos iniciados chamavam de “noite escura da alma”. É um dos momentos mais perigosos da encarnação - com provas, físicas e psíquicas. Sem um farol espiritual aceso pelo discernimento, muitos sucumbem na jornada. E, os que mais se enrolam nisso são os próprios estudantes espirituais. Conhecem os perigos, mas se deixam levar pela inércia e pelo ego. Quando veem, estão enredados nas malhas escuras de sicários extrafísicos*. A queda espiritual é maior quanto mais profunda for a arrogância. Por isso, o sábio Jesus ensinou: “Orai e vigiai, para não cairdes em tentação!” Ou, melhor dizendo, para não transformar o próprio jardim em deserto. Para não trocar as flores pelas criaturas peçonhentas das trevas. Para não ser vencido pelo ego e nem perder a luz na jornada. Para ter a sabedoria de recuperar a si mesmo das garras do orgulho. Para erguer os Você agora irá começar a pulsar energia, que sairá de todo seu corpo em todas as direções, formando um escudo de energia que lhe cerca, pulsa energia no ritmo de seu coração, como uma batida cadenciada de um tambor batido por um xamã. A cada pulsação você atinge uma distância maior em volta do seu corpo até que preencherá todo o ambiente com luz e sentirá seu corpo que começa a se movimentar dentro dessa luz, como se seu corpo voasse para frente como que puxado por uma força. E sua velocidade aumenta a cada segundo. Você percebe que lá na sua frente distante ainda existe um pequeno ponto de luz violeta que vai se aproximando conforme sua velocidade vai diminuindo. E essa luz violeta vai se expandindo e, então quando você chega nela, ela pensamentos ao Alto, com humildade, e saber se abrir ao Céu. Para não trocar a espiritualidade pelas picadas de seres asquerosos. Portanto, não se espante! Mesmo os melhores erram e podem se complicar. Muitos chutam a Luz e acasalam com as trevas, pagando preço caríssimo. Nos meios espiritualistas, imagine quantas vezes eu já vi esse filme em minha vida... E, na maioria das vezes, a queda não é por falta de aviso ou de estudo. Então, cuide-se, para que tal perda de luz não ocorra também com você. Não julgue nada, mas fique esperto. Não se diminua por bobeira e siga em frente... Não falte às reuniões espirituais e nem se esqueça de baixar a bola do seu ego. Jamais se esqueça do Alto! Não dê mole. Conserve seu oásis. Ligue-se ao Céu. Leia mais sobre temas espirituais. Ore. Medite. Seja responsável com o que sabe. Não se acovarde diante do materialismo e do modismo alienante. Fique firme. Encha sua aura de paz. Sinta-se bem dentro da Luz. E agradeça ao Alto, por tudo. É isso. Transforme o seu rosto em sol e os seus olhos em estrelas. Luz em tudo! E, da próxima vez, envie suas perguntas para o e-mail de Jesus. Ele é quem conhece bem os corações e o que está neles, em espírito e verdade. contatos: www.ippb.com.br o absorve dentro dela e tudo a sua volta e inclusive você se transforma em luz violeta. Nesse momento, começa a perceber novamente seu corpo, em separado da luz que preenche o ambiente, e percebe que não está só. Está acompanhado. Fixa seus olhos nessa companhia e percebe a sua frente um caboclo ancião, um pajé de Pai Obaluayê que balança seu maracá e dança em volta de você. Ele para na sua frente e com um forte abraço envolve-os em energia que se expande para todo o ambiente. Vocês são um só... Caboclo e médium, médium e caboclo. Vocês são um só corpo de luz que dança e canta e vibra. Então, você sente seu corpo tender ao chão e dobra seus joelhos, bate cabeça em reverência, pois percebe que está diante de Poder Maior, está diante do Pai da Evolução, sente-se envolvido pelos braços de Pai Obaluayê que lhe dá as bênçãos. Sente o poder da terra, da transmutação enchendo seu corpo de paz e energia. Atotô, Atotô meu Pai Obaluayê você brada e deixa-se entregar a essa vibração. Lentamente seu corpo começa a movimentar-se novamente, agora retornando ao seu lugar de origem, seu corpo físico e você volta a percebê-lo, suas mãos, seus braços, seus pés, pernas, tronco, cabeça e então fecha suas mãos interrompendo o fluxo de energia e absorvendo a parte que está em você. Respire fundo três vezes e abra seus olhos. Atotô, Atotô meu Pai Obaluayê! [email protected] JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - JULHO/2011 Página -11 JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - JULHO/2011 Página -12 ADRIANO CAMARGO S alve sagrados irmãozinhos e irmãzinhas nas ervas. Que a bênção de Mamãe Natureza seja em vós todos como é em mim. Quantas vezes a gente não tem vontade de desistir de tudo, não é? Há muitos mitos em relação à mediunidade, o sacerdócio religioso, a Umbanda e todas as formas que Ela nos conduz, mas não entrarei nesse detalhe, pois esses assuntos são sempre tratados aqui no JUS de forma direta e profunda. Se minha especialidade é o mundo das ervas, e nela eu baseio todo o meu trabalho, tenho na minha religião, em minha amada Umbanda a base formadora e fundamentadora de todo esse trabalho. Toda a inspiração vem de Mãe Natureza na forma de bênçãos de luz do conhecimento das coisas divinas, e as ervas são as portadoras e mantenedoras dessas bênçãos, trazidas por espíritos preparados para isso, que se apresentam na forma de Caboclos, Pretos Velhos, Exus e Pombas Giras e outros. Sabemos que essas formas plasmadas respeitam seu arquétipo e são a forma “visual” de alcançar nosso íntimo, nosso emocional. Se um caboclo trabalha com as ervas, e na sua forma plasmada as traz em sua mão astral, nos incentiva a ter as ervas necessárias para os trabalhos religiosos, pois as ervas materiais serão as condensadoras e darão permanência à vibração que eles conduzem a partir do etérico. Quando levamos flores ou ervas para o trabalho espiritual, estamos colaborando com os guias e mentores para essa permanência. As flores e ervas facilitam a abertura de portais vivos, por onde transitam energias, vibrações, luzes e cores das mais diversas e essas manifestações a partir desses organismos vegetais, condensam um padrão fluídico capaz de ser assimilado pelo nosso organismo humano. Um maço de ervas na mão dos guias incorporados são ferramentas capazes de dissolver larvas e miasmas astrais, através dos passes energéticos. Esses mesmos passes produzem no campo astral do atendido, uma aura de magnetismo capaz de proporcionar a cura, a prosperidade, a tranqüilidade necessária para o ser alcançar seus objetivos luminosos e permanecer na sua evolução contínua. Uma erva não anula outra e esse mito só é verdadeiro se mudar o propósito. Desde que você se mantenha no propósito luminoso da cura espiritual, as ervas convergirão para a direção indicada. A magia só faz sentido se tiver um motivo, um propósito. Deixe isso muito claro para a erva. Consagre seus banhos e defumações. Isso é feito através de rezas espontâneas em nome de Pai Criador e Mãe Natureza – o Princípio Masculino-Feminino da Criação, o Princípio Pensante e Manifestante do Universo. Nossos Orixás, manifestações do Criador em Mãe Natureza, para nossa natureza humana dos sentidos, estão em vibração latente em todas as ervas. Quando nos servimos dos banhos e defumações, estamos condensando essas vibrações no nosso padrão humano de permanência e entendimento. Recebemos emails com dúvidas freqüentes e pedidos de auxilio para males do dia a dia, como: enfraquecimento da vontade, síndrome do pânico, medos generalizados, etc. Primeiro vença o desânimo acreditando que é um filho do Criador, portanto a bondade, a cura, a perseverança, o ânimo e todas as virtudes divinas são suas também. Fluem de forma incessante no universo e fluem para dentro de você o tempo todo. Aceite que é merecedor de bênçãos divinas e elas lhe serão verdadeiras. Relaxe e esvazie sua mente. Acenda um incenso ou queime um pouco de sálvia num refratário e defume ligeiramente o ambiente. Coloque uma musica suave e faça a reza que quiser. Não esqueça, ESCOLA DE BARALHO CIGANO Carmem Romani Sunacai Curso de Baralho Cigano Templo da Luz Dourada 2302-4087 Dança Cigana Alqamar 3578-9390 2292-8296 / 7874-1060 Prof.Rose de Souza http://carmemromani.com/ Templo UFFAD Formando turma para TEOLOGIA DE UMBANDA Rua Mohamed Ibrahim Saleh, 422 Nova São Miguel Paulista - SP Tel: (11) 2956-4881 por mais simples que pareça, o poder das orações já estabelecidas em nosso meio humano. Pai Nosso, Ave Maria, Salve Rainha entre outras, são preces poderosíssimas quando declaradas com convicção. Se sua vontade e auto estima está em baixa, tome um banho com arruda, picão preto, guiné, hortelã, manjericão, cravo da índia e orégano. Se são os medos que lhe atormentam, use nos banhos – calêndula, hortelã, alfazema, noz moscada, açafrão (cúrcuma), casca de jurema preta e angico. Após esses banhos, para abertura de caminhos e facilidade de compreensão de que também depende de você sua cura, use – louro, carapiá, jasmim, rosas brancas, samambaia ou abre-caminho, pitanga e folhas de goiabeira. Para auxiliar na cura de doenças físicas fortalecendo o espírito, use – assapeixe, sete sangrias, sabugueiro, capim cidreira ou melissa, rosas vermelhas, arruda e casca de alho. Essas receitas são para banhos e defumações. Use-as com propósito firme. Vença os pensamentos negativos e aqueles que insistem em lhe subtrair a fé. Importante: Não parem com seus tratamentos médicos, que são importantes para a cura, mas peça ao tomar seus banhos que sejam encaminhados para sua vidas os médicos da terra que terão discernimento, boa vontade e visão para lhe trazer a cura que precisa. Vamos todos juntos criar uma poderosa egrégora de uso das ervas com consciência e sabedoria, e certeza de que realmente funcionam de forma simples e objetiva. Lembre que os banhos são da cabeça aos pés e que tanto eles como as defumações não exigem mais do que Amor e Bom Senso! Acredite e vença suas dificuldades! Sucesso, saúde e muitas ervas em sua vida! [email protected] www.erveiro.com.br C omo todo, ou quase todo umbandista tenho um canto especial para acender minhas velas e cultuar os amados Orixás e Guias de trabalho. Nesse canto especial, eu e minha esposa, dispensamos a despensa de alimentos da carne, para fazer dele o alimento de nossa alma. Em nosso templo, é assim que chamamos, temos todas as imagens africanas dos Orixás e as respectivas do sincretismo católico. Lá estão imponentes Oxalá, Ogum, Xangô, Oxum, Yansã, Omulu, Yemanja, São Jorge, Santa Barbara, Santa Clara, etc. Também estão lá representados os Guias de Trabalho: Marinheiro, Baiano, Boiadeiro, Pretos-Velhos e Cosme e Damião, etc. Em outro canto temos algumas imagens dos caboclos representados pelo Pai Tupã e outros caboclos de trabalhos, em meio a pedras e plantas. No alto temos os Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael, ladeados pela Nossa Senhora Aparecida, Sagrado Coração de Jesus e Santa Rita de Cássia, onde permanecem acesas as velas dos nossos Anjos da Guarda. No alto, próximo a porta, fica a figura mítica e adorada do Sr. Zé Pelintra, representando a linha dos malandros para nos amparar e nos dar jogo-de-cintura. Embaixo, também próximo a porta temos a representação dos nossos Guardiões e Guardiãs: Exu e Pomba Gira (com imagens dos Orixás africanos) e Exu Mirim com um alguidar com seus objetos de trabalho (moedas e bola de gude). Porém, eu sentia que faltava alguma coisa para concluirmos o nosso templo. Apesar de toda beleza e da energia positiva, faltava algo. Foi quando fui atrás de uma imagem de Exu-mirim, que era o único que não tinha uma representação de imagem no nosso templo, e não é que ao me deparar com ela ficou- TEMPLO DE DOUTRINA UMBANDISTA PAI OXALÁ E PAI OGUM AGENDA DE CURSOS SACERDÓCIO DE UMBANDA TERÇA-FEIRA: Das 20h00 às 22h00 DESENVOLVIMENTO MEDIÚNICO SÁBADO: Das 14h00 às 16h00 MAGIA DOS RAIOS SÁBADO: Das 10h00 às 12h00 Inscreva-se agora para a MAGIA DO FOGO MAGIA DAS SETE CHAMAS SAGRADAS Rua Tietê, 600 - Vila Vivaldi Rudge Ramos - S.B. do Campo Tel. (11) 4365-1108 - à partir das 13h00 me dúvidas atrozes. Nas lojas a imagem era nada mais, nada menos, que um menino com chifres. Aí pensei: oras nunca vi um exumirim, mas sei que eles não são assim, e além do que, esta imagem apenas retrata a ignorância acerca dessa Linha de Trabalho e faz aumentar ainda mais o preconceito para com este mistério da Umbanda. Decidi então não comprar e ao me desculpar com esta entidade por não tê-Lo representado em nosso templo, escutei que não era preciso nenhuma imagem, pois os recursos a ele ofertados eram suficientes para propagar a sua energia. Logo em seguida, após esse banho de água fria acerca da imagem de ExuMirim, pedi uma imagem de uma Pombagira específica: Dona Maria Padilha. O atendente foi correndo e voltou com ela na mão todo sorridente, aqui está, e colocou-a em cima do balcão. Outro balde de água fria, a imagem além de feia em suas feições, trazia a Pombagira de seios de fora e ar vulgar. Pensei novamente, será que quem fez esta imagem acha que numa gira de Pombagira as mulheres ficam com os seios de fora, ou pior, aquele velho e batido conceito de que Pombagiras são vulgares. Concluí que a ignorância das pessoas acerca dessa magnífica linha de trabalho “Pombagira” influi negativamente na feitura de sua imagem, propagando, ainda mais, o preconceito. De minha parte, em atitude de protesto, recuso-me a comprar esse tipo de imagem disforme e distorcida, pois na minha mente e alma sei que são seres maravilhosos que estão a serviço do bem e da caridade. Contatos: [email protected] JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - JULHO/2011 Página -13 CURSO DE ATABAQUE (CURIMBA) TOQUE E CANTO TAMBOR DE ORIXÁ COM SEVERINO SENA, HÁ 14 ANOS FORMANDO OGÃS E INSTRUTORES. NOVAS TURMAS! HOMENS E MULHERES!!! Esta é a sua oportunidade de aprender canto e toque na Umbanda, para guias e Orixás!!! SEM TAXA DE MATRÍCULA: Toques: Nagô, Ijexá, Angola, Congo e Barra Vento A expressão “Os Orixás estão brigando pela minha cabeça” é um termo muito comum e ouvimos com certa freqüência este tipo de definição. Não sei se esta definição foi dada para simplificar o assunto, ou pela falta de entendimento e de conhecimento por parte de quem a disse, ou se realmente existe uma coroa tão importante, na qual os Orixás venham perder a compostura e comecem a brigar por SUA ILUSTRE coroa. O cenário geralmente acontece da seguinte forma: a pessoa está passando por problemas e por dificuldades e, como de costume, um(a) vizinho(a) lhe diz: - Olha, eu conheço um terreiro que resolve tudo, você quer ir comigo? Então a pessoa diz: - Sim, eu quero, estou precisando. No dia e horário marcado todos estão lá, no terreiro. O trabalho inicia-se e chega a sua vez de ser atendido. Então você conta o seu problema e recebe a informação de que a causa deste é porque os Orixás estão brigando por sua Coroa. Aí você pensa: “Nossa ainda mais essa! Já não basta meus problemas carnais, agora tenho mais esse, briga de Orixá!”. Pois é, nasce um desespero e o que estava ruim agora está pior, porque se antes o problema era apenas carnal agora este aumentou, pois agora também há problemas espirituais. Inúmeros são os pensamentos: “Já sei, foi aquela minha ex-mulher, ex-namorada, etc., que fez algo contra mim”, ou “Ah foi àquele cara que me olhou torto ontem quando fui atravessar a rua”, ou então a mais comum “Ah será que a minha sogra faria isso contra mim?”, etc.. Para completar, dizem que você precisa fazer uma oferenda para os Orixás pararem de brigar por sua coroa. Olha só a bagunça. A vida já que não estava fácil antes, agora ficou ainda mais difícil, e o pior: estão brigando em cima de você. Um cenário comum, correto? Agora vamos voltar para a terra, colocar nossos pés no chão e raciocinar um pouco! PERGUNTO: O QUE SÃO OS ORIXÁS? Os Orixás são FORÇAS DA NATUREZA. Deuses, Divindades, seres de uma luz tão intensa, que mantém uma estrutura tão elevada e tão equilibrada, que não temos palavras para descrever o que eles podem ser. Logo, se são seres tão elevados assim e se possuem tanta LUZ, formando uma estrutura de total equilíbrio e força, onde a atuação de um Orixá começa quando a atuação de outro Orixá termina, e que isto funcione todos precisam estar em total harmonia, será que você é tão importante assim, para que eles briguem por sua cabeça ou coroa? Desculpe decepcionar, mas NÃO, realmente não somos tão importantes assim para que forças Supremas e Divinas, como nossos Orixás, que são uma parte da representação de Olorum (Deus) venham a brigar por sua coroa. MAS ENTÃO, POR QUE A MINHA VIDA ESTÁ ASSIM? POR QUE ME FALARAM ISSO? Com relação a sua vida estar do jeito que está, existem vários motivos, podendo ser uma atuação de vidas passadas, problemas cármicos, onde você passará pelo que tem de passar e não adianta chorar; ou está colhendo tudo que plantou durante a sua vida e não adianta fazer carinha de coitado(a) agora; ou então ainda uma “briga dos Orixás”, onde vamos relatar um problema e explicar o processo que supostamente existiria para esta briga. Você é uma pessoa que vem passando por desequilíbrios (emocionais, financeiros, familiares, etc.), e sua cabeça é guiada, por exemplo, pelo Sr. Oxossi (Dono do Conhecimento, da fartura, o Grande caçador, etc.). Quando vai ao terreiro, devido ao seu “problema momentâneo” de desequilíbrios é apresentado para o Guia/Médium a força de Xangô, mas também é apresentada a força de Oxossi, seu Pai de Cabeça ou de Coroa. Então escutamos a célebre frase de que eles estão “brigando por sua coroa”, porque Xangô está se apresentando e Oxossi também e ficam disputando o mesmo espaço em sua coroa. NÃO! Eles não estão brigando por sua coroa, o que está acontecendo é que o MOMENTO de sua vida é de DESEQUILÍBRIO e, portanto, o seu Pai de cabeça, no exemplo, Oxossi, “recolhe-se” temporariamente, deixando a força de Pai Xangô atuar com mais intensidade em sua vida, porque NESTE MOMENTO de sua vida você irá precisar mais de EQUILIBRIO e, sendo assim, Xangô carrega esta qualidade em sua estrutura de Orixá, além da Justiça onde muitos o conhecem. Com isso, Xangô tentará lhe devolver o que mais necessita neste momento: O EQUILÍBRIO. Com relação à oferenda, na verdade você poderá fazer uma oferenda “para você” com elementos na força de Xangô, pedindo a ele que lhe devolva o equilíbrio e que encontre o seu Equilíbrio. AÍ EU PERGUNTO: - Como seres assim poderiam ser motivos para brigas entre os divinos Orixás? Seria muita pretensão de nossa parte, não acham? Portanto, quando ouvir novamente isso “os Orixás estão brigando por sua Coroa”, tente refletir o momento pelo qual estão passando, tentem avaliar o que já fizeram de ruim ao próximo, tentem sentir o que está faltando em vossas vidas e que aquele Orixá que está se apresentando em vossa coroa não está brigando por você, na verdade ele está tentando ajudar a solucionar o seu problema ou tentando suprir a sua necessidade momentânea. SEGUNDAS-FEIRAS, DAS 19H20 ÀS 22H30 CEIE - CENTRO DE EST. INIC. EVOLUÇÃO Pça Joaquim Alves, 1 - Penha - SP SEXTAS, AS 19H00 e SÁBADOS, AS 9H00 INSTITUTO SETE PORTEIRAS DO BRASIL Av. Tiradentes, 1290 - Metrô Armênia ADQUIRA O CD “A Umbanda canta para as Yabás Obá, Oyá e Egunitá” INFORMAÇÕES: 3984-0181/9622-7909 www.tambordeorixá.net.br [email protected] [email protected] ERVEIRO DA JUREMA TEMPLO ESCOLA “VENTOS DE ARUANDA” Cursos Ministrados por Adriano Camargo • Curso de Ervas: Manipulação Ritualística 1, 2, 3, 4 e 5; • Ervas na Umbanda; • Magia Divina das 7 Chamas, das 7 Pedras e das 7 Ervas; • Teologia de Umbanda; • Sacerdócio de Umbanda. Novidade! VENDAS DE ERVAS PELA INTERNET ! www.erveiro.elo7.com.br Pagamentos facilitados. Informações e Inscrições: Av. Senador Vergueiro, 4362 - Sl. 2 Rudge Ramos - São Bernardo do Campo (11) 4177-1178 - 9279-0528 www. ventosdearuanda.com.br CASA 7 LINHAS Artigos Religiosos, Velas, Defumadores, Imagens, etc ... (14) 3232-3876 Rua Gerson França, 2-28 Centro, Bauru - SP CASA SÃO BENEDIT O BENEDITO Sob nova direção O MAIS COMPLETO ESTOQUE DE ARTIGOS RELIGIOSOS (14) 3223-2552 Av. Rodrigues Alves, 3-60, Centro, Bauru Página -14 JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - JULHO/2011 JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - JULHO/2011 U m dos atos mais comuns nessa vida é o de julgarmos o nosso semelhante. Se atentássemos um pouco mais e parássemos para refletir sobre essa máxima bíblica, conseguiríamos enxergar que nada somos para que julguemos alguém. Todos, sem exceção de ninguém, já cometeu alguma falha nessa vida, algum erro do qual não se orgulha, alguma atitude da qual se arrepende. Se não cometeu ainda, com certeza uma hora ou outra, irá cometer. Há vários “tipos e graus” de erros; materiais, espirituais, erros que cometemos contra nós mesmos e/ou contra nossos semelhantes. Mas não quero falar sobre os erros e sim falar sobre o hábito que o ser humano tem em julgar. Hábito esse que acaba por nos meter em situações muito complicadas e desagradáveis; estamos vivendo numa época em que os seres humanos acabam se esquecendo de como é realmente “ser um humano”; época em que temos (na teoria ao menos) o encurtamento das distâncias físicas, graças à televisão, rádio, telefone e internet, formas de comunicação que supostamente aproximam as pessoas, pois não importa se você mora no Brasil e teu amigo está no Japão hoje é muito mais fácil, rápido e prático manter contato com alguém. Mas e o “contato” mesmo? O toque? A convivência? A proximidade? Onde é que nessa vida moderna de hoje de “encurtamento de distâncias”, temos tempo e disposição, para tudo isso? Hoje em dia mal conseguimos conhecer a nós mesmos, uma prova disso é que sempre ouvimos a Espiritualidade nos pedindo que façamos uma reforma íntima, costumo comparar essa reforma à transição da lagarta para borboleta, todos precisamos de nossa crisálida para realmente descobrimos quem somos. E essa crisálida pode ser na forma de um recolhimento pessoal, o amparo dos Guias Espirituais, conselhos de amigos que estão a nossa volta, enfim, há várias maneiras de se tecer a nossa crisálida, basta querer. Pois bem, o que será que reforma íntima tem a ver com julgamento? Eu digo que tudo, tem tudo a ver. Como é que podemos julgar nosso próximo se não conhecemos nem a nós mesmos, para que nos julguemos em primeiro lugar? Como é que podemos julgar nosso irmão, se não sabemos o que se passa no íntimo dele? O que o levou a cometer erros, o porquê e quais foram as circunstâncias no momento? Isso levando em consideração que a ofensa ou erro cometido tenha sido contra outra pessoa e não a nós mesmos, porque se o ofendido somos nós, aí a coisa muda de figura, pois nosso emocional acaba interferindo em nosso julgamento. Não podemos nos esquecer nunca de que há os dois lados numa mesma moeda, certo? Quem garante que amanhã ou depois, não seremos nós a errar? E aí, gostaríamos de ser julgados, apedrejados, humilhados e ofendidos ou gostaríamos de amparo, ajuda e uma segunda chance para retificar o que foi feito de errado? Ninguém é perfeito, se assim fossemos não estaríamos aqui, encarnados, e sim dentro da morada divina do nosso Criador, pois Ele é O PERFEITO. E justamente por ser Ele perfeito e onisciente, criou em Sua sabedoria, divindades que representam Seus sentidos (Fé, Amor, Conhecimento, Justiça, Lei, Evolução e Geração), e no sentido da justiça, para nós que somos umbandistas e seguimos o fundamento da Umbanda Sagrada, a divindade responsável por nos julgar (entre outras atribuições que envolvem esse sentido) é nosso amado Pai Xangô. Se Deus em sua infinita sabedoria, criou um ser para essa tarefa, porque então nós, que somos simples humanos presos a um ciclo reencarnatório evolutivo, somos tão prepotentes a ponto de achar que temos esse direito? Pode parecer extremista a minha opinião pessoal, mas eu digo e repito: Nós não temos esse direito! Se tivéssemos seríamos todos Xangôs e não Julianas, Marias, Josés, Joãos. Não há quem seja capacitado nessa vida em julgar sem cometer injustiças, não tem como, pois uma hora ou outra ao julgarmos alguém cometeremos alguma injustiça, e aí seremos nós aquele que dessa vez errou. Se errei, sou a primeira a me colocar perante a Justiça Divina e a Lei Maior, ajoelho, Página -15 peço por orientação, peço por perdão e oportunidade de retificar meus erros. Se fui eu a injustiçada, a ofendida, eu também ajoelho e coloco nas mãos da Justiça Divina e da Lei Maior, e peço a Eles (que são a própria Justiça e Lei de DEUS) que tomem conta da minha vida e das situações que me afligem, peço aos pais Orixás que me ajudem conforme minha necessidade e meu merecimento e que Eles em suas onisciências divinas, identifiquem cada erro cometido por mim ou contra mim. Cabe somente a eles julgar e executar, não a mim, pois nem sempre o meu erro foi um erro e nem sempre a ofensa cometida contra mim foi uma ofensa, nunca se esqueçam da outra máxima muito famosa de uma das peças de Shakespeare, que nos mostra o quanto somos ignorantes em matéria de conhecimento e sabedoria: “Há mais mistérios entre o céu e a terra, do que sonha nossa vã filosofia”. Daria até para completar um pouco mais essa frase, “há muito mais mistérios entre o céu e a terra, a terra e o embaixo, do que sonha nossa vã filosofia.” O objetivo desse texto é para que atentemos ao fato de que o ato de julgar já se transformou em hábito em nossas vidas, e às vezes fazemos inconscientemente, sem ao menos perceber que estamos julgando alguém. Claro que não estamos livres de realizar julgamentos, estamos sempre nos deparando com situações em nossas vidas que precisamos julgar: qual a melhor decisão a ser tomada, qual melhor caminho a seguir, qual melhor atitude a tomar; mas são “situações” e não “pessoas” a serem julgadas, é “algo” e não “alguém”. Da mesma maneira de que se há erros e há erros, também há julgamentos e há julgamentos, então para simplificar e resumir numa só frase eu digo o seguinte: meus irmãos, antes de julgarmos as atitudes e erros do próximo, paremos para pensar e refletir muito acerca dos nossos próprios erros e atitudes! Contatos: [email protected] - Filha de fé do Núcleo Umbandista e Magia Divina Pai Tomé de Angola, em Americana, - São Paulo. Nossa capa: Estar frente ao impossível, quando mais nada é possível (...)” O aparente paroxismo torna-se irrelevante, quando pensamos em uma experiência de êxtase religioso. Tinta sobre óleo do americano Doug Marsan. Página -16 JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - JULHO/2011
Documentos relacionados
Umbanda: Síntese da Magia Universal
cuja procedência ritualística provêm do Daomé, encontramos o mesmo sistema de invocação de deidades através dos pontos riscados que guardam enorme semelhança com o ritual umbandista. Creio ser nece...
Leia mais