Santorini – Revista Sexy

Transcrição

Santorini – Revista Sexy
texto e fotos_ V A L É R I A Z O P P E L L O
design_ a d ria n a per u t o
A polivalente
Valéria Zoppello
segue em sua
expedição
Mediterrânea
e aporta nas
ilhas gregas,
em uma viagem
cheia de delícias
e prazeres
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assou! Grécia! Após andar pelo Marrocos, com
direito a acampar no deserto do Saara (veja na
SEXY 347), pisei em terras gregas. Peguei um ferry
de Atenas para Santorini, onde descansei por dez
horas em meu saco de dormir ao lado de outros
mochileiros. E passei a noite acordada para não
perder o nascer do sol.
turquia
atenas
santorini
creta
mar mediterrâneo
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A Grécia é um país especial. As lendas
e a mitologia contam que os deuses
escolheram esse paraíso para dar
inicio a nossa civilização. Com praias
maravilhosas, algumas de nudismo,
águas com tons inacreditáveis e mulheres de todas as idades adeptas ao
topless, tornou-se um dos pontos mais
visitados do mundo. Sem contar sua
historia latente, visível em seus sítios
arqueológicos diferentes em cada uma
das mais de duas mil ilhas.
A primeira visão de Santorini é chocante! Rodeada pelo Mar Mediterrâneo,
com suas casinhas brancas em formato
de cavernas salpicando as rochas, parece de brinquedo . É uma ilha cycladica,
suas ruas são cheias de turistas, e pouco
se ouve o português. A melhor maneira
de se locomover é alugando uma scooter
ou um quadriciclo. Mas é preicos muito
cuidado nas estradinhas sinuosas,
cheias de pedras e lotadas de ônibus e
táxis que correm feito doidos!
Em pleno verão grego, o calor é
imperial! Os termômetros batem fácil
os 40 graus. O ar é seco e nunca chove,
apesar de um forte vento que bate o
tempo todo. Dizem os locais que, no
inverno, amanhecem nublados “uns
dois dias”, chove um pouco e é isso!
Lá se foi a cota do ano. Eu passei mais
de um mês na Grécia, e nada de chuva.
Mas terremoto, sim!!!
nononononon
o nonoon
noono noo on
NA BOCA DO VULCÃO
Acordei na segunda noite em Santorini com tudo tremendo! Sair correndo
da barraca e perceber que o teto não
cairia na minha cabeça foi um alivio e
o inicio de uma reflexão! Pois é, estava
em um vulcão!
Em 1956, um devastador terremoto de 7.8 na escala Richter destruiu
quase toda a ilha, matando a maioria
da população e deixando as casas
em ruínas. Havia aproximadamente
9.000 habitantes, e apenas 5 % deles
se mantiveram na ilha após a tragédia
reerguendo as construções com vista
para a Caldeira.
- Peraí! Caldeira?!
A Caldeira é aquela baía linda, água azul,
cheia de barquinhos... Mas aterrorizante! Assim que desembarquei, percebi
um cercado nas águas. Um navio havia
afundado na cratera do vulcão.
Próximo de 1650 A.C., uma explosão vulcânica (a maior da história do
planeta), originou a Caldeira, que o
oceano tomou conta e se tornou a
única cratera abaixo do mar. A origem
vulcânica deu à ilha novos minerais,
montanhas e areias multicoloridas,
terra fértil e águas de cores impressionantes! A massa de lava estimada
é de 150 bilhões de toneladas. Esse
mesmo vulcão que proporcionou tal
beleza soterrou civilizações inteiras,
como a encontrada nas escavações
em Akrotiri. Infelizmente, esse sítio
DICAS DE VIAGEM
Leve sua carteira de motorista para alugar uma
scooter ou um quadriciclo. Ideais para conhecer as ilhas.
 Faça suas reservas com antecedência.
 Use sempre equipamentos resistentes
e confortáveis para não ficar na mão.
 Não se esqueça de levar seu protetor solar,
chapéu, óculos escuros, alem de um tênis bem
confortável para as caminhadas.
 Caso você queira ver
um check list da Expedição Mediterrânea, dicas de
viagens ou acompanhar minhas andanças acesse o
site www.mulheraovolante.com.br (blog da Lela)

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Para os antepassados gregos, a oliveira é um símbolo de paz, sabedoria
e triunfo. Uma coroa de oliva é usada
ate hoje para simbolizar os jogos olímpicos. Tem sido provado também que
o uso de azeite de oliva na nutrição
ajuda no equilíbrio do metabolismo.
Alem disso, mantém um bom nível de
vitamina E no nosso corpo, com a propriedade de retardar o envelhecimento
das células, alem dos comprovados
benefícios na vida sexual. Portanto,
os gregos têm um poderoso um afrodisíaco no dia-a-dia!
UM BRINDE A DIONÍSIO
arqueológico não está aberto ao público, mas pode-se ter o gostinho de
ver os diversos objetos encontrados
visitando o Museu Pré-histórico de
Thira, no centro de Santorini.
ALÉM DO ARROZ À GREGA
nononononon o nonoon noono noo onConsil viderendacid mandet?
Opiciente culiaet; no. Nihilium sessum audachin intium intente eginatre
videt? Satem, nonvoltorum ressume qui publinveret escerte tricaes
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A característica de terras secas permite o cultivo de parreiras, oliveiras,
figueiras e pés de pistache. A criação de
animais oferece uma grande produção
de leite e demanda de inúmeros queijos
frescos. Os pratos típicos são as favas
secas com cebolas tostadas, as saladas
gregas com muito tomate e queijo feta,
alem de peixes e legumes.
Os tomates merecem uma atenção
especial por serem extremamente saborosos e amplamente utilizados na gastronomia local. Eles nunca são regados,
a única umidade que absorvem vem do ar,
e essa é a razão de seu sabor tão aguçado.
Com eles, são feitos os molhos e os tomatoes balls. Deliciosos! Feitos com hortelã
e fritos, são uma excelente pedida!
Berinjelas brancas é outro produto
típico da região. Muito suaves, podem
ser cozidas com carne de filhote de
cordeiro e muito tomate cereja. Esses
pratos são muito saborosos devido ao
frescor de seus ingredientes.
Na Grécia, o hábito de se “comer
fora” é um estilo de vida. As tavernas
oferecem muito mais que boa comida.
Há bons vinhos, ambientes acolhedo-
res e vistas memoráveis. Curtir uma boa
balada, animada com musica internacional e muito ouzo (bebida típica) é lei
no verão de Santorini. O bairro de Thira
se transforma ao cair do sol com seus
pubs, casas noturnas, restaurantes e
cantinhos para namorar. Perissa e Kamari se destacam por seus restaurantes
e bares animados à beira mar. Tive a
oportunidade de participar de uma
festança em homenagem à lua cheia.
O espetáculo daquela bola vermelha
nascendo no mar é inesquecível!
PRAZER, AFRODISÍACO
DE OLIVEIRA
Praticamente todos os pratos aqui são
regados com azeite. Na Grécia, oliveiras
são parte constante da paisagem. Fosseis de mais de 3.700 anos, encontrados
em escavações na cidade pré histórica de
Akrotiri, provam seu cultivo. Diz a lenda
que Poseidon, deus do mar, e Athena,
deusa da paz e da sabedoria, disputaram
o direito de dar o nome a uma nova cidade construída na ilha de Ática. Para pôr
fim a essa disputa, decidiram que aquele
que oferecesse o mais precioso tesouro
aos governantes nomearia o local.
Poseidon espetou seu tridente em uma
rocha e água salgada começou a brotar.
Athena espetou sua lança no solo e nele
surgiu uma oliveira. Foi julgado que essa
arvore era mais valiosa e a acrópole
passou a se chamar Atenas.
Os vinhos de Santorini são mundialmente famosos e sua historia vem
desde os antepassados da Idade do
Bronze. A descoberta de uvas nos
fosseis e pinturas rupestres revelam
a popularidade da bebida.
Chuva escassa, ar com pouquíssima
umidade, vento severo, calor extremo, luz
solar ampla, solo rochoso... É estranho,
no mínimo, que os vinhos produzidos
nessa ilha sejam magníficos! Os doces
Visantos, feitos com uvas secas ao sol,
podem ser considerados como os melhores vinhos de sobremesa do mundo. Para
se visitar todas as vinícolas, é necessário
separar um bom tempo em sua viagem,
pois são muitas. A maioria delas possui
um tour guiado, mas há também as menores, que valem a pena.
A ÚLTIMA NOITE
No camping que fiquei, fiz duas novas
amigas: Hannah, cantora, e Franze, pianista. Elas são alemãs e divertidíssimas.
Logo nos identificamos e combinamos
de passar o meu ultimo dia juntas.
Tentamos alugar um quadriciclo para as
três, mas estando em altíssimo verão,
não havia nenhum disponível. Pegamos
então um ônibus para Kamari, lotado,
quente, parecia o Marrocos.
Acordamos que teríamos uma típica
noite grega. Fomos a um restaurante
onde comemos pratos gregos e bebemos vinho e licores gregos. Depois,
fomos a um bar... grego! Continuamos
na saga e acabamos em uma bebedeira tipicamente grega!
Já eram seis da manha quando voltamos para o camping, e claro, não dormi.
Desmontei minha barraca, juntei minhas
coisas e me despedi de Hannah e Franze.
Vou sentir falta delas! Mas só ate fevereiro, quando me visitarão no Brasil.
Pude apreciar o nascer do sol e fiz
lindas fotos de despedida. Esse lugar foi
muito especial pra mim. Dez horas até
Atenas. Em nenhum momento da viagem estive tão carregada de bagagens
e tão cansada ao mesmo tempo. Já na
cidade, tive que pegar o trem e trocar
três vezes de linha. Após muito sufoco,
cheguei ao aeroporto. Que alivio poder
alugar um simples carrinho de bagagens! Fui ate a companhia aérea e descobri, infelizmente, que só haveria um vôo,
na manhã seguinte, para meu próximo
destino, Amsterdam. Oh, não!!
Fiquei dando umas voltas pelo
aeroporto, comi uma salada, e logo
reparei nos backpackers estendendo
seus sacos de dormir pelos cantos. Fiz
o mesmo! Escolhi um lugar perto do
posto de policia e la tirei uma soneca
de umas duas horas. Umas quatro da
manhã tivemos que desocupar nossos
“dormitórios” e procurei outro cantinho para descansar mais um pouco.
Bem vinda à vida de mochileira!!
Bye bye, Grécia! Ate à próxima, mês
que vem, em Amsterdam! Kalo taxidi!
Ou boa viagem! 
COMO CHEGAR
As inúmeras ilhas gregas contam com o serviço de transporte dos
ferries. Os tickets custam cerca de 30 euros, e vale a pena compra-los
com antecedência.
A Olympic Airways mantem vôos regulares para a maioria das ilhas.
APOIOS_ Deuter; Elemento Turismo; Proativa 21; Trilhas e Rumos; Student Travel Bureau; Sea to Summit;
Princeton Tec; Cia da Aventura Evoke
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