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Caminho Inglês
Os Caminhos de Santiago
na Galiza
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O Caminho Inglês
A peregrinação jacobeia contou com grande fama em
toda a Europa medieval. Terras e mares eram sulcados
por caminhos de espiritualidade que conduziam
a Compostela. Escandinavos, flamengos, ingleses,
escoceses e irlandeses utilizaram com grande
intensidade os caminhos do mar para chegar a
Ribadeo, Viveiro, Ferrol ou A Coruña. Estas duas
últimas povoações costeiras, graças à sua
excepcional localização estratégica, são os
pontos de partida das duas alternativas do
Caminho Inglês. A rota A CoruñaSantiago conta com 74 km de trajecto;
os trechos Ferrol-Santiago somam 118 km.
Torre de Menagem do Castelo
dos Andrade. Pontedeume
As peregrinações a partir da
Escandinávia e das Ilhas Britânicas
iniciam-se no século XII. Um dos
episódios mais destacados produz-se em
1147, com a chegada de uma esquadra
cruzada com destino à Terra Santa,
que tomou parte na conquista de Lisboa,
ajudando o primeiro rei de Portugal na
sua luta contra o Islão. Antes do encontro
bélico, os cruzados ingleses, alemães e
flamengos visitaram o túmulo de Santiago.
Textos
Francisco Singul
Coordenação
Ana B. Freire
Rosa García
Documentação:
albergues e serviços
Pilar Cuíña
Rosa Fernández
Ana B. Freire
Rosa García
Coroni Rubio
Fotografia
Arquivo da S.A. de Xestión
do Plan Xacobeo
Xenaro Martínez Castro
Tono Arias
Assistência técnica
Dpto. de Arquitectura da
S.A. de Xestión do Plan Xacobeo
Revisão
Dori Abuín
Carla Fernández-Refoxo
Carmo Iglesias
Alfonso Salgueiro
Tradução para o português
Interlingua Traduccións
Paulo Bandeira Lourenço
Revisão e actualização
Carraig Linguistic Services
Desenho e maquetagem
Permuy Asociados
Impressão
UTE (Unión Temporal de Empresas)
Alva Gráfica, S.L.
Gráficas Anduriña, S.C.L.
Tórculo Artes Gráficas, S.A.
D.L.: X XXXX-XXXX
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Caminho Inglês
Corunha
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Retábulo Goodyear (1456).
Museu da catedral de
Santiago de Compostela
O primeiro itinerário marítimo conhecido, escrito entre 1154-1159
pelo monge islandês Nicolás Bergsson, descreve a viagem da
Islândia até Bergen (Noruega), Aalborg (Jutlândia), Viborg,
passando pelo canal de Kiel (fronteira entre a Dinamarca e
Alemanha). O monge foi a pé até Roma, a caminho da Terra
Santa. Os islandeses e escandinavos que peregrinaram a Santiago
seguiram esta rota marítima até à Dinamarca, continuando a pé
até Roncesvalles ou em barco até ao norte da Península Ibérica.
Durante a Guerra dos Cem Anos travada entre a França e a
Inglaterra ao longo de quase todo o século XIV e primeiro terço
do século XV, os britânicos empregaram o barco para ir a
Santiago. As naves fretadas para tal efeito, com a permissão da
Coroa, partiam de Londres, Bristol, Southampton e Plymouth e
regressavam à Inglaterra com mercadorias carregadas na Galiza.
A presença destes peregrinos em Santiago está sobejamente
provada com as peças de cerâmica e numismática inglesas,
dos séculos XIV e XV, encontradas nas escavações da catedral.
Outras marcas das peregrinações marítimas são as ofertas ao
Apóstolo. A mais importante é o célebre retábulo portátil de
alabastro, sobre a vida de Santiago, doado em 1456 à catedral
compostelana pelo clérigo John Goodyear, reitor da igreja de
Chale, na ilha de Wight (diocese de Winchester). A obra,
conservada no Museu da catedral, mostra em cinco cenas a vida do
Apóstolo: a sua vocação, a sua predicação na Hispânia, o seu
martírio na Palestina e a sua trasladação em barco até à Galiza.
Outra rica oferenda ligada à peregrinação a partir das Ilhas
Britânicas é a “Cruz das pérolas”, peça de ouro, prata, esmaltes,
pérolas e gemas, realizada em Paris por volta de 1375-1400
e doada pelo rei Jacobo IV da Escócia (1475-1513). A ruptura
de Henrique VIII (1509-1547) com a igreja católica, pelo seu divórcio
de Catalina de Aragón, causou o final da peregrinação inglesa.
Príncipes, nobres, eclesiásticos ou simples cidadãos, os peregrinos
contaram com o refúgio dos hospitais do Caminho Inglês. A partir
de Ferrol ou A Coruña a rota tornava-se mais fácil graças à ordem
hospitalária do Sancti Spiritus. A partir do século XIV, a Ordem
franciscana abriu as suas casas em Pontedeume e Betanzos,
sob os auspícios do nobre Fernán Pérez de Andrade, “O Boo”.
Inscrição e escudo da casa
em que se hospedou Filipe II.
Calle
No trecho que parte de Ferrol, os
hospitais do Sancti Spiritus situavam-se
em Ferrol, Neda, Miño, Paderne e
Betanzos. Em Bruma também havia
um hospital de peregrinos dedicado
à vocação de S. Lourenço, fundado
em 1140 e dependente do Hospital de
Santiago desde 1175. No trecho que
parte de A Coruña, os peregrinos
contavam na cidade com os hospitais dos
Ángeles, Santa Catalina e San Andrés,
e com os de Sigrás e Poulo à medida que
avançavam. Alguns dispunham de capela
e cemitério e os seus arquivos dão notícia
de falecimento de ingleses, nórdicos,
alemães, franceses e italianos, dados que
mostram a relevância das peregrinações
jacobeias por esta rota.
Sepulcro de Andrade, O Bo. Igreja de S. Francisco. Betanzos
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Caminho Inglês
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Neda
Sta. María
de Xubia
A Gándara
de Arriba
A-9
1
N-65
O Pereiro
Fene
Barallobre
San Valentín
A Ribeira
Maniños
Ferrol
Ria de Ferrol
A Torre
A-9
Piñeiro
Pumido
Esteiro
Vilar
Cabanas
Limodre O Val
Praia da
Pontedeume
San Martiño Madalena
de Porto
Ria de Ares
Carantoña
Andrade
Campolongo
Centroña
Leiro
Breamo
Vilanova
Boebre
Castro
Perbes
Miño
Bañobre
Pr a i a G r a n d e
Praia
a
de S
da
Ferrol – Miño
Igreja de S. Francisco. Ferrol
Partindo de Ferrol, o Caminho Inglês inicia-se nos cais de
Curuxeiras, no bairro que ocupa o solar do porto medieval cuja
origem remonta ao século XI. Afonso VII (1116-1157) delimitou um
couto para o primitivo Ferrol e outorgou-lhe foros, mas no século
XIV Enrique II deu-o a Fernán Pérez de Andrade,
“O Boo” Pontedeume e Ferrol, como pagamento
dos seus serviços. Ferrol é vila de senhorio até
1733, ano em que regressa à Coroa, para criar uns
estaleiros para a marinha de guerra.
Deixando para trás o passeio da Marina, a rota
leva à igreja de San Francisco, situada entre o
bairro velho e a ordenação neoclássica da
Magdalena. O convento franciscano foi fundado
no século XIV por Pérez de Andrade. Em 1757,
a igreja medieval foi substituída por um templo
renascentista, com planta de cruz latina inscrita num rectângulo,
três naves separadas por pilares, cobertas por abóbadas de
canhão e cúpula sobre trompas no cruzeiro.
Edifício do Quartel Militar
de Instrução. Ferrol
No retábulo maior destacam-se as imagens da Imaculada,
San Francisco e San Domingos, realizadas em 1790 pelo
escultor José Ferreiro.
O ordenamento urbano de Ferrol cresceu com a ajuda do Arsenal,
construído entre 1750 e 1775 com planos de Joseph Petit de la Croix,
Sánchez Bort, Francisco Llobet e Jorge Juan y Santalicia. O Arsenal
consiste numa doca rectangular limitada por diques de pedra
assentes sobre ilhotes e no fundo marinho. Em terra firme estão os
armazéns e instalações militares, destacando a Sala de Armas –hoje
Quartel Militar de Instrução–, desenhada por J. Petit de la Croix com
formato apalaçado de estilo francês. O bairro forma um rectângulo
de seis ruas paralelas, cruzadas em ângulo recto por nove ruas
transversais. Duas praças quadradas acolhem as ruas centrais.
Vista do cais de Curuxeiras. Ferrol
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Caminho Inglês
Porta do Arsenal. Ferrol
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Hospital da Caridade. Ferrol
Um dos edifícios mais significativos para a peregrinação
é o Hospital da Caridade –hoje Centro Cultural “Torrente
Ballester”–, construído em 1780 para auxílio dos doentes,
pobres e peregrinos. E quanto às igrejas, a principal é a
concatedral de San Julián, traçada em 1763 por Sánchez
Bort com planta de cruz grega, organizada em torno duma
cúpula. A fachada apresenta um equilibrado desenho de
paredes e vãos. O interior mostra uma maior relevância
dos elementos arquitectónicos sobre os decorativos.
A Rua Real conduz à Praça de Amboage, onde se encontra
a igreja da Virgem das Dores. Seguindo a mesma rua,
aparece depois a Praça de Armas e os Paços do Concelho,
construídos em 1953. Desce-se até à Praça da Constitución
e Cantón de Molíns para chegar à igreja das Angústias,
outro dos tempos neoclássicos de Ferrol.
O Caminho continua em direcção aos bairros de Recemil
e Caranza. O polígono industrial de A Gândara anuncia a
proximidade
de Narón.
Segue-se pela
avenida do Mar, paralela
à ria, e vira-se em direcção a
Neda. A rua da Pena leva ao
mosteiro de San Martiño de Xubia
(“O Couto”), fundado em finais do século VIII
e reconstruído no século XII, quando foi priorado da abadia
de Cluny (Borgonha). A igreja foi construída por volta de
1132 com planta de três naves, separadas por pilares e arcos
de meio ponto e cabeceira de três absides cobertas por
abóbadas de canhão e quarto de esfera. No exterior
destaca-se a escultura das cornijas: cabeças de monstros,
Concatedral de S. Xulián. Ferrol
Praça de Amboage. Ferrol
Praça de Armas e Paços do Concelho. Ferrol
Moinhos do rio Xubia. Narón
Abside de S. Martinho de Xubia,
“O Couto”. Narón
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bovinos, asnos e outras representações profanas.
A portada do século XII está resguardada por um pórtico
do século XVIII, da mesma época que o campanário.
Hospital de peregrinos
de Sancti Spiritus. Neda
A rota continua até enlaçar com o caminho de O Salto,
passa pelo moinho de maré de As Aceas de Lembeie
e cruza a ponte do rio Xubia para entrar em Neda.
O peregrino conta hoje com um moderno albergue na
margem do rio Xubia. Visita-se a igreja de Santa María,
iniciada em 1721, e o hospital de peregrinos do Sancti
Spiritus (século XV), cujos restos estão adjacentes ao
Conselho. A torre do Relógio é de 1786. Caminha-se
depois pela rua Real, com as suas casas com arcadas,
dos séculos XVII e XVIII, e pela rua do Castro, até às
proximidades da igreja de San Nicolás (s. XIV).
Deixa-se atrás Neda para seguir por O Regueiro,
O Puntal de Arriba e Conces até entrar em Fene,
município industrial célebre pelos seus estaleiros e oficinas
de ASTANO. Saindo da vila, a rota enlaça com o caminho
real, rodeia o polígono industrial de Vilar do Colo e
interna-se em Cabanas. Um desvio prévio leva a um velho
moinho e à igreja de San Martiño do Porto, de bela
portada barroca. Em Cabanas, em pleno estuário do Eume,
o peregrino pode descansar na praia de A Madalena,
antes de continuar pelo passeio marítimo, cruzar a ponte
e entrar em Pontedeume.
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A ponte sobre o Eume foi construída por Fernán
Pérez de Andrade no século XIV, com 600 m de
longitude e 79 arcos. Tinha capela e hospital de
peregrinos com doze camas. Em Pontedeume
destacam-se o convento de Santo Agostiño,
a capela de As Virtudes, a torre de menagem
do castelo dos Andrade (s. XIV), a igreja de
Santiago (s. XVIII), a casa natal de Bartolomé Rajoy,
arcebispo de Santiago entre 1751 e 1752, e os
Paços do Concelho adjacentes à torre Ulloa (s. XVII).
Deixando Pontedeume, pode-se apanhar o desvio
até à igreja românica de San Miguel de Breamo
(finais do s. XII), de planta cruciforme e situada
num lugar elevado, com excelente panorâmica
sobre as rias de Betanzos, Ares e Ferrol.
O caminho leva a Barro, As Pedridas, Cermuzo,
A Xesta, Buíña e passa pelos lugares de Viadeiro
e Bañobre. Após cruzar o rio Baxoi por uma ponte
medieval de um só arco, entra-se em Miño pelo
caminho real até à praça do Mercado. Próximo
do mar está o albergue de peregrinos.
Casa do Arcebispo Rajoy. Pontedeume
Igreja de S. Miguel de Breamo
Igreja de S. Nicolao. Neda
Praia da Madalena. Cabanas
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San Pantaleón Tiobre
San Martiño
de Tiobre
Betanzos
Limiñón
Presedo
Souto
Miño
Ponte Fiobre
do Porco
Carrío
A Infesta
Leiro
Cos
das Viñas
Meangos
Requian
Monte
Mariñas
de Betanzos
Vións
Vizoño
A-9
Bruma
Folgoso
ruña
A Co
Beira
AC
oru
ña
Pad
ern
e
Canedo
Mesón
do Vento
Miño – Bruma
A rota deixa Miño pela Rua Real até à estação de comboios.
Cruza a via férrea e volta à beira do mar, muito presente nos
primeiros trechos do Caminho Inglês. Chega-se assim a Ponte do
Porco, no estuário do rio Lambre, ponte em ogiva do século XIV
construída por ordem de Pérez de Andrade. O caminho interna-se
na zona do monte até chegar ao Paço de Montecelo e à igreja de
San Pantaleón das Viñas, que conserva a portada românica com
arquivoltas de meio ponto sobre dois pares de colunas.
O caminho desce e inicia de novo uma subida no lugar de Barreiro
em direcção a Matacabalos, passando por Porto e Chantada.
Um pouco depois o peregrino alcança o lugar de Souto, onde se
situa uma igreja românica reconstruída no século XIX. O caminho
transcorre por terrenos planos antes de descer em direcção a
Betanzos, trajecto que oferece uma boa panorâmica da ria de
Betanzos e das suas marismas. Na aldeia de Gas há uma antiga
fonte com uma cruz. Depois segue até A Rúa e continua até à igreja
românica de San Martiño de Tiobre; passa pelo Paço de O Barral,
desce a encosta de O Sabugueiro e chega ao lugar de Caraña.
Ponte sobre o rio Baxoi
O itinerário
leva o peregrino até
ao santuário de Nosa
Señora do Camiño
(Os Remedios), paróquia de Tiobre.
É um templo renascentista de planta de cruz latina,
construído entre 1568-99 por García de Velasco.
A fachada mostra uma organização classicista de
três arcos de meio ponto com medalhões nas juntas:
a Virgem com o Menino e Santa Ana. No corpo
superior há uma grande janela e é rematado com um
frontão centrado por um medalhão com a imagem de
Deus Pai. O interior é coberto com abóbadas
estreladas, em capela-mor e transepto, e tecto de
Santuário de Nossa Senhora do Caminho. Tiobre. Betanzos
Praia da Alameda na foz do rio Lambre.
Ponte do Porco
Porta e rua do Cristo. Betanzos
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Esquerda:
Retábulo da capela
de D. Pedro de Ben.
Igreja de Santiago.
Betanzos
Direita:
Portada da igreja
de Santiago.
Betanzos
Praça de García Hermanos.
Betanzos
madeira na nave. Há dois retábulos barrocos no cruzeiro e
pinturas murais de princípios do século XVII no presbitério:
milagres da Virgem que formavam parte de um ciclo pictórico
que cobria toda a superfície da capela-mor.
conjunto de sepulcros senhoriais nas suas absides e cruzeiro.
A terceira igreja gótica é a de Santa María de Azougue
(s. XIV), de três naves e três absides, com um retábulo
barroco no seu altar-mor, no qual se reutilizaram catorze
relevos hispano-flamengos (s. XVI) dedicados à vida de
Maria e à Paixão de Cristo.
O peregrino cruza o rio Mandeo por A Ponte Vella e entra em
Betanzos, antiga capital de uma das sete províncias do Reino
da Galiza, pelo Arco da Ponte Vella, uma das portas da muralha
medieval. A rua Prateiros conduz até à Porta da Vila e à
populosa Praça de García Hermanos.
Na praça dos Hermanos García Naveira, para além da fonte
de Diana, ergue-se um monumento dedicado a estes
benfeitores, representados por meio de um grupo
Igreja de San Francisco. Betanzos
A cidade apresenta um dos conjuntos históricos e artísticos mais
relevantes da Galiza. Do seu passado senhorial, da Baixa Idade
Média, renascentista e barroco, falam as ruas e as praças,
as igrejas, os conventos, os retábulos e as capelas. Entre os
edifícios civis destacam-se o Paço de Bendaña (ss. XV-XVIII)
e o Paço do Concello (s. XVIII). Os templos góticos constituem
um conjunto de referência: a igreja de Santiago (s. XV) foi
patrocinada por Férnan Pérez de Andrade “O Mozo”; tem na
sua portada uma imagem de Santiago Cavaleiro, apresenta uma
planta de três naves e três absides e conta com capelas como
a de don Pedro de Ben, jóia renascentista que alberga um dos
melhores retábulos do renascimento galego, obra do escultor
Cornielles de Holanda (s. XVI).
Outra igreja gótica é a conventual de San Francisco (s. XIV),
onde se encontra o célebre sepulcro de Pérez de Andrade
“O Boo”. Apresenta uma bela cabeceira ogival e notável
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Caminho Inglês
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escultórico. Entre os edifícios destacam-se
a igreja de Santo Domingo (s. XVII)
e o seu campanário barroco construído
entre 1710 e 1714 por Fernando de Casas
Novoa, o Arquivo do Reino da Galiza,
obra de tempos de Carlos III (1775),
e a Biblioteca Municipal (s. XVIII).
Deixando atrás esta praça, a rota segue
pela rua de O Rollo até à ponte velha
de As Cascas, sobre o rio Mandeo.
Abandona o núcleo urbano e segue
até aos lugares de Coto, Campoeiro e
Xan Rozo, para entrar mais adiante no
município de Abegondo. Deixa atrás
Limiñón, cruza a sua ponte, passa diante
da igreja de Santo Estevo de Cos
e avança em direcção à aldeia de
Meangos. A rota passa entre as suas
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casas, muito perto da igreja de
Santiago de Meangos, e continua até à
ponte de Presedo, cruza-a e segue até à
igreja de Presedo. Continua depois pelo
monte e passa pelo lugar de Leiro.
Segue o Caminho Inglês em direcção
a Francos, chega a Boucello, Vilardel,
a velha e abandonada ermida de
San Paio e continua até à igreja
de Santo Tomé de Vilacoba.
Rapidamente alcança o núcleo de
Monte, internando-se num bosque que
conduz até Fontenla, Vizoño e A Malata.
Depois, interna-se no monte até chegar
ao quilómetro 42,702, que é o lugar de
união das duas alternativas: a que
procede de Ferrol e a que parte de
A Coruña.
Igreja de Santa Maria de Azougue. Betanzos
Pormenor do exterior da igreja
de Santa Maria de Azougue. Betanzos
Igreja de S. Domingos. Betanzos
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Caminho Inglês
Ponte Velha das Cascas
e escudo. Betanzos
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AB
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Meixigo
Cañas
Montouto
ACambre
Sarandóns
Andeiro
O Temple
A Telva
Folgoso
Vizoño
Os Campos
Almeiras
A-6
Perillo O Burgo
Calle
Sergude
Anceis
s
Fonteculler
Bordelo
As Xubias
Carral
Beira
Tabeaio
Alvedro
A Rocha
N-550
Sigras
Paleo
Altamira
Herves
Aián
Casanova Palavea Vilaboa
Canedo Mesón
Culleredo
Oza de Eirís
do Vento
Tarrío
Liñares
et a
nz
o
A Coruña
Bruma
A Coruña – Bruma
O porto de A Coruña era um dos pontos de chegada dos barcos
de peregrinos procedentes de Inglaterra e Flandres, orientados
pela Torre de Hércules, farol romano do século II construído pelo
arquitecto lusitano Cayo Servio Lupo, natural de Aeminio (Coimbra),
e restaurado em 1788 pelo engenheiro militar Eustaquio Giannini.
Começa o itinerário na igreja de Santiago, fundada por Alfonso IX
em princípios do século XIII e iniciada por discípulos do Mestre
Mateo. A portada norte, com o cordeiro místico sustendo a cruz
arcebispal, foi realizada por volta de 1220-25. No século XIV foi
reformado o interior para criar uma nave única. A fachada principal
possui uma portada gótica do século XV, com as imagens de
Santiago e S. João nas jambas e um belo rosetão. No átrio
reunia-se o Conselho da cidade na Baixa Idade Média.
No interior destacam-se as imagens da Virgen de la Leche (1783)
e Santiago (1791), obras de José Ferreiro.
Torre de Hércules. A Coruña
Continua-se até à Porta Real, muito perto da Praça de Maria Pita
(1860-1912). Os Paços do Concelho, eclécticos, foram construídos
entre 1908 e 1912 por Pedro Mariño. A rota segue em direcção
a Cantones pela avenida da Marina, com os seus pórticos e
emblemáticas galerias (s. XIX). Segue pelas ruas Sánchez Bregua
e Linares Rivas até Cuatro Caminos e continua pela ruas
Fernández Latorre e Pérez Ardá, até ao bairro de Eirís.
A rota coincide com o caminho real de Castela, deixa o município
de A Coruña e entra em Culleredo pelo lugar de O Portazgo.
Passa pelo Passeio Marítimo do Burgo (antigo porto da Ordem dos
Castelo de Santo Antón. A Coruña
Ponte do Burgo, Culleredo (A Coruña)
Cavaleiros do Templo). O peregrino verá a igreja
românica de Santiago e os moinhos da Acea de
Ama, originariamente construídos pelos monges
de Sobrado no século XII.
Segue depois até A Costa, deixa atrás o rio Valiñas
e chega ao município de Cambre. Atravessa as
paróquias de Sigrás e Anceis. Em Castro de Sigrás
aprecia-se o perfil do povoado pré-romano,
em cujas ladeiras se construiu um hospital de
peregrinos, e a igreja românica de Santiago de Sigrás, reformada em 1600.
Conserva uma abside rectangular medieval, com o arco triunfal de meio
ponto sobre semicolunas justapostas, e as paredes da nave, com
contrafortes prismáticos. Há no seu interior uma imagem de Santiago
sedente (s. XVII) e uma Virgem do Rosário de José Ferreiro (s. XVIII).
Merece a pena tomar um desvio até à capital municipal para ver
a igreja de Santa María de Cambre (de planta de cruz latina,
três naves e deambulatório) concluída por volta de 1200.
Guarda uma “hidra das bodas de Caná”, vasilha importada de
Jerusalém possivelmente por um templário de Santa María del Temple.
A rota conduz a Sobrecarreira e continua até ao Paço de Anceis
(s. XVII), antes de cruzar o norte do município de Carral pela paróquia de
San Martiño de Tabeaio e as localidades de Corpo Santo, Belvís, Sergude
e Cañás. Entra no município de Abegondo, para passar pelos núcleos de
San Xoán de Sarandóns, Desabanda, a igreja paroquial de Santa Maria
de Sarandóns e a localidade de O Rueiro, até desembocar de novo no
município de Carral, onde atravessa os lugares de O Peito e As Travesas.
O caminho continua pelo Mesón do Vento até alcançar o quilómetro
42,702, já no concelho de Mesía. Este trajecto chega até Bruma, onde
existem restos do antigo hospital de peregrinos de origem medieval,
vinculado ao Hospital de Santiago.
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Caminho Inglês
Acima:
Praça de Maria Pita.
A Coruña
Abaixo:
Abside da igreja de
Santa Maria de Cambre
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Albergue de peregrinos
de Bruma. Mesía
A partir da capela de Bruma a rota conduz ao município de Ordes,
passando por Seixo, Cabeza de Lobo, cruza a paróquia de
Ardemil, para seguir até aos lugares de Carreira, Mámoas e
Carballeira. A rota, depois de um caminho pelo monte, alcança
o lugar de A Rúa, com a igreja de San Paio de Buscás.
O peregrino deixa atrás o moinho de Trabe, cruza a ponte
de O Cubo e segue em direcção a Outeiro de Abaixo.
Um caminho entre o arvoredo leva à igreja de San Xiao de Poulo,
em Outeiro de Arriba.
O peregrino percorre Senra e Calle, onde uma placa colocada numa
singela vivenda do século XVI recorda a passagem de Filipe II em
1554. Continua-se até Carballo e chega-se ao lugar de Casanova.
Bruma – Santiago de Compostela
Buscás
Ardemil
Bruma
Mesón
do Vento
Merelle
Castrelos
As Casillas
Ordes
Pereira
Os Carballos
Guindibó A Sobreira
Trasmonte
Santa Cruz
de Montaos
Acima:
Ponte sobre o rio Tambre.
Sigüeiro
C.
Valverde
Deixebre
A Calle
Poulo
O Caminho cruza a ponte de Ponte
Pereira, de possível origem medieval,
introduz-se no bosque e encontra-se no
lugar de Carrás. Nesta zona de prados
há numerosos mananciais, pelo que,
em ocasiões, a rota está impraticável.
Depois continua até ao lugar de Baxoia
e chega a Sigüeiro, vila de origem
medieval (s. XII), capital do município
de Oroso. Nesta localidade há que
seguir pela rua Real para desembocar
na ponte –também de origem
medieval– sobre o rio Tambre.
Gándara
Oroso
Sigüeiro
A Barciela
Vilanova
F ra
A Enfesta
nc
ês
San Marcos
Formarís
Abaixo:
O rio Tambre em Oroso
Santiago de
A Sionlla
de Abaixo
Compostela
Vista Alegre
San Caetano
San Lázaro
21
Caminho Inglês
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Em Santiago
Uma vez superada a ponte de Sigüeiro sobre o rio
Tambre, o peregrino entra no município de Santiago.
A rota segue paralela ao rio e conduz à igreja de
Barciela; continua até à denominada “Fonte do Inglês”
e deixa atrás o polígono industrial do Tambre
passando por via Galileo e a rua do Tambre.
A rota chega a Meixonfrío, ponto onde existia uma
venda onde se refrescavam peregrinos e viajantes.
Muito perto encontra-se o “Cruzeiro da Coruña”,
em cujas proximidades existiu um castro pré-romano
e um humilladoiro onde havia o costume de deixar
uma pedra num montão que ali havia.
Convento de Santa Clara
A rota entra no centro urbano de Santiago, passando
diante do edifício administrativo da Junta da Galiza,
em San Caetano, e o monumento ao peregrino,
representado por uma emotiva estátua de bronze do
escultor José María Acuña. Segue pelas ruas de
A Pastoriza, Basquiños e Santa Clara, deixando atrás
o monumental convento de Santa Clara, cuja fachada
barroca construiu em 1719 o mestre Simón Rodríguez,
contrastando o seu jogo de volumes e claro-escuros
com a sobriedade do convento carmelita, terminado em
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1792 com traça de frei José de los Santos,
construído frente às clarissas.
A rua Loureiros leva até à Porta da Pena,
uma das entradas da cidade amuralhada
desde o século XII ao XIX. Pouco depois
chega-se à praça de San Martiño Pinario,
protagonizada pela fachada da igreja
conventual (s. XVI). Muito perto encontra-se
o Museu das Peregrinações e a igreja de
San Miguel dos Agros (ss. XVIII-XIX).
San Martiño Pinario constitui um colossal
conjunto histórico e artístico (ss. XVI-XVIII),
com importantes retábulos barrocos e
neoclássicos na sua igreja e uma notável
colecção visitável distribuída em várias salas
do antigo mosteiro.
Em seguida, a rota segue pela rua da Troia,
onde se situa a célebre pensão de estudantes
imortalizada na novela de Pérez Lugín
“La Casa de la Troya”, e enlaça com a rua
da Acibechería, que situa o peregrino diante
da fachada norte da catedral de Santiago.
S. Martinho Pinário.
Santiago de Compostela
Fachada da Acibechería
da catedral de Santiago
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A cidade histórica
Depois de ter visitado a catedral compostelana,
ponto de chegada e encontro dos peregrinos,
a cidade de Santiago oferece-se ao visitante em
todo o seu esplendor histórico, em toda a sua
diversidade e dinamismo presentes.
A actual cidade de Santiago de Compostela
nasce como um pequeno núcleo de monges
custódios em torno do sepulcro do Apóstolo
no momento da sua descoberta, por volta do
ano de 820. O desenvolvimento da cidade na
Idade Média é espectacular, graças ao auge
europeu das peregrinações, que a converte,
com Jerusalém e Roma, num dos três grandes
centros da Cristandade.
Paço de Raxoi
Botafumeiro
Desde o s. XV ao XIX a cidade alterna
momentos de dinamismo e de certa decadência,
ao compasso dos vaivéns da história galega,
espanhola e europeia. As peregrinações perdem
peso, mas Santiago consolida-se como centro
cultural, com a criação da Universidade,
e mantém a sua influência religiosa, o que se
reflecte na sua renovação urbana renascentista
e barroca, tão presente e palpitante nos mais
relevantes edifícios históricos da cidade.
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A cidade actual
Santiago vive desde a segunda metade do
s. XX um contínuo período de expansão.
Ao progressivo renascimento das
peregrinações, que mantêm o seu
significado espiritual tradicional, acrescentase o singular e imparável atractivo turístico
e cultural do Caminho de Santiago.
Nos últimos anos, Santiago, capital
administrativa da comunidade autónoma
galega, dotou-se de grandes infra-estruturas
culturais e turísticas e consolidou a sua
projecção internacional como centro
histórico-cultural e europeísta, algo que
confirmam diariamente os milhares de
peregrinos e turistas que, em qualquer
época do ano, a visitam.
Cidade declarada Património da
Humanidade pela UNESCO, quer manter
neste novo século o seu milenário apelo
ao espírito, à concórdia e ao progresso,
através do significado histórico do
Caminho de Santiago.
Na catedral
A catedral de Santiago, cuja construção se
iniciou em 1075, é um dos grandes
monumentos europeus, tanto a nível artístico,
como simbólico. Desde a sua origem românica
evoluiu através dos mais diversos estilos,
especialmente o barroco, que alcançou o seu
cume na fachada de O Obradoiro (1738-1750).
Percorrendo as suas naves e Museu é possível
aceder a um património tão singular como
diversificado nos seus conteúdos e significados.
Durante a visita ao conjunto da catedral, o
peregrino costuma cumprir com um ritual
que o levará à câmara do altar-mor para dar
o tradicional “abraço” ao apóstolo Santiago
–uma escultura de origem românica– e a
visitar seguidamente a cripta na qual se
conservam os seus restos. A visita ao Pórtico
da Glória também forma parte deste ritual,
assim como assistir à missa do peregrino
–12,00h–, na qual é frequente o
funcionamento do “botafumeiro”, o grande
incensário cujo voo, desde o alto da nave do
cruzeiro, surpreende todos os visitantes.
Após ter estado na catedral, o peregrino, se
dispõe já das credenciais que justificam a sua
peregrinação a pé, a cavalo ou de bicicleta,
pode solicitar no Posto do Peregrino a
“compostela”, o documento que credita a
sua peregrinação, concedido pelo Cabido da
catedral. A partir desse momento, abre-se
diante de si, em plenitude, a cidade de
Santiago de Compostela.
Cidade da Cultura
Centro Galego de Arte Contemporânea
25
Caminho Inglês
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Plano do Centro histórico de Santiago
1 Catedral –Porta Santa– Paço de Xelmírez
2 Paço de Raxoi
3 Pousada dos Reis Católicos
4 Colégio de San Xerome
5 Igreja de San Fructuoso
6 Colégio de Fonseca
7 Casa do Cabido
8 Casa da Conga
9 Casa da Parra
10 Convento de San Paio de Antealtares
11 Mosteiro de San Martiño Pinario
12 Igreja de San Martiño Pinario
13 Casa do Deão Posto do peregrino
14 Paço de Vaamonde
15 Paço de Bendaña
16 Igreja de Santa Mª Salomé
17 Convento de San Francisco
18 Convento do Carme
19 Convento de Santa Clara
20 Igreja e antigo hospital de San Roque
21 Casa Gótica. Museu das Peregrinações
22 San Domingos de Bonaval.
Museu do Povo Galego
23 Centro Galego de Arte Contemporânea
24 Faculdade de Geografia e História
25 Igreja da Universidade
26 Igreja de San Fiz
27 Convento e igreja de Madres Mercedárias
28 Colégio de As Orfas
29 Igreja de San Miguel dos Agros
30 Igreja de Santa María do Camiño
31 Igreja de San Bieito do Campo
32 Convento de Santo Agostiño
33 Colégio de San Clemente
34 Capela Geral de Ánimas
35 Capela de Santiago
36 Igreja do Pilar
37 Colegiada de Santa María a Real de Sar
Caminho Inglês
26
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Caminho Inglês
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Rede de albergues
A partir de 1 de Janeiro de 2008, para aceder aos albergues o
peregrino deverá comprar em cada um deles uma senha-albergue
(3 €), que dá direito unicamente ao uso das instalações em que foi
adquirida e na data que figura no verso da mesma. Não será
válida em qualquer outra data nem em qualquer outro albergue.
Só se poderá permanecer uma noite em cada albergue, com
excepção dos do Monte do Gozo e de S. Lázaro, ambos em
Santiago de Compostela, e o número de peregrinos acolhidos por
dia estará limitado às camas de que cada instalação dispuser.
A ordem de preferência é a do costume: peregrinos a pé, a cavalo,
de bicicleta e os que viajam com carro de apoio.
Uma vez adquirida a senha é muito importante conservá-la até se
abandonar o albergue, caso contrário, os albergueiros poderão
pedir ao peregrino que desocupe as instalações. O albergue
deverá deixar-se livre antes das 8 da manhã para permitir a sua
limpeza. Este permanecerá aberto das 13 até às 22 horas.
No caso de chegar algum peregrino com mobilidade reduzida
e o albergue ter a sua capacidade lotada, poderá pedir-se
a colaboração das pessoas já alojadas de forma a acomodá-lo
nas instalações.
Albergues de Neda, Minho e Bruma
Neda
Monte do Gozo
Edifício de nova planta*
O Empedrón, s/n. Neda
28 lugares
Lugares para bicicletas
Próximo albergue, a 23 km (Miño)
Conjunto de nova planta*
Monte do Gozo.
Santiago de Compostela
400 lugares (800 no Ano Santo)
100 lugares para bicicletas
Miño
San Lázaro
Edifício de nova planta*
As Marismas, s/n. Miño
22 lugares
Lugares para bicicletas
Próximo albergue, a 38 km
(Bruma, Mesía)
(residência de peregrinos)
Edifício de nova construção*
Rúa San Lázaro, s/n
Santiago de Compostela
80 lugares
Lugares para bicicletas
Bruma
Restauração de casa rural*
Hospital de Bruma, s/n. Mesía
22 lugares
10 lugares para bicicletas
Próximo albergue, a 43 km
(Monte do Gozo,
Santiago de Compostela)
1. Neda
4. Monte do Gozo
2. Miño
5. San Lázaro
* Dispõe de infra-estruturas
para deficientes físicos.
3. Bruma
Em todo o caso, o peregrino e quantos se acercam ao Caminho
de Santiago dispõem doutras alternativas para o momento do seu
descanso. Diversos centros religiosos e municipais atendem
também o peregrino, sobretudo nos momentos de maior
afluência. Nos últimos anos também tem aparecido, ao longo das
distintas rotas, uma moderna e variada rede de hotéis e casas de
turismo rural que diversificam os serviços e atractivos do Caminho.
28
29
Camiño Inglés
Posto de informação do Caminho
Albergue
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Serviços
Câmaras Municipais
Itinerário desde a cidade
de Ferrol
Ferrol
Praça de Armas, s/n
Tf.: 981-336700
Fax: 981-944028
[email protected]
www.ferrol-concello.es
Narón
Praça de Galicia, 1
Tf.: 981-337700
Fax: 981-388044
[email protected]
www.concellodenaron.com
Neda
Avenida de Algeciras, 34
Tf.: 981-380039
Fax: 981-385600
[email protected]
www.concellodeneda.org
Fene
Avenida do Concello, s/n
Tf.: 981-492707
Fax: 981-492788
[email protected]
Cabanas
Rua do Concello, 3
Tf.: 981-495959
Fax: 981-431944
[email protected]
www.concellodecabanas.com
Pontedeume
Rua Real, 13
Tf.: 981-433054
Fax: 981-433368
[email protected]
Miño
A Carreira, 38
Tf.: 981-782058
Fax: 981-783175
[email protected]
www.concellodemino.com
Urgências
Paderne
Mesía
Urgências médicas
Consistorio, 10
Tf.: 981-797001
Fax: 981-797035
[email protected]
www.concellodepaderne.com
Xanceda, s/n
Tf.: 981-687001
Fax: 981-687069
[email protected]
www.concellodemesia.com
061
Betanzos
Ordes
Praça da Constitución, 1
Tf.: 981-770011
Fax: 981-776529
[email protected]
www.betanzos.net
Rua Alfonso Senra, 108
Tf.: 981-680002
Fax: 981-682221
[email protected]
www.concellodeordes.com
Abegondo
Oroso
Emergências
(de todo o tipo, gratuito e internacional)
112
Informação Jacobeo
Posto de Informação, Santiago
Tf.: 902-33 2010
Rua do Vilar, 30-32, rés-do-chao
[email protected]
www.xacobeo.es
San Marcos, s/n
Tf.: 981-647996
Fax: 981-673050
Praça do Concello, 1
Tf.: 981-691478
Fax: 981-691786
[email protected] [email protected]
www.concellooroso.com
Itinerário desde a cidade
da Coruña
A Coruña
Praça María Pita, 1
Tf.: 981-184200
Fax: 981-184252
[email protected]
www.aytolacoruna.es
Central de Reservas
de Turismo Rural
Santiago de Compostela
Praça do Obradoiro, s/n
Pazo de Raxoi
Tf.: 981-542300
Fax: 981-563864
[email protected]
www.santiagodecompostela.org
Culleredo
Tf.: 902-200432
[email protected]
Oficinas de Turismo
Ferrol
Edificio Administrativo da Xunta de Galicia
Praza Camilo José Cela, s/n
Tf.: 981-311179
A Coruña
Rua Concello, 12. Tarrío
Tf.: 981-677777
Fax: 981-677646
[email protected]
Dársena da Mariña, s/n
Tf.: 981-221822
Santiago de Compostela
Rua do Vilar, 30-32, rés-do-chao
Tf.: 981-584081
Cambre
Adro, 1
Tf.: 981-613128
Fax: 981-675969
[email protected]
www.cambre.org
Turgalicia
Tf.: 902-200432
Fax: 981-542510
www.turgalicia.es
Carral
Campo da Feira, s/n
Tf.: 981-670002
Fax: 981-672282
[email protected]
www.carralconcello.info
30
31
Caminho Inglês
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Os Caminhos de Santiago
A descoberta do sepulcro do apóstolo Santiago
o Maior, a princípios do século IX, gerou de imediato
uma populosa corrente de peregrinação em
direcção a este lugar, no qual hoje está a
cidade galega de Santiago de Compostela.
Esta afluência acabou por formar, desde os mais
diversos pontos de Europa, uma densa rede de
itinerários conhecida, no seu conjunto, como o
Caminho de Santiago, ou a Rota Jacobeia.
Os momentos de maior apogeu da
peregrinação produziram-se nos séculos
XI, XII e XIII com a concessão de determinadas
indulgências espirituais. No entanto,
esta corrente manteve-se, com maior ou menor
intensidade, ao longo dos restantes séculos.
Desde a segunda metade do século XX,
o Caminho de Santiago vive um novo renascer
internacional que combina o seu tradicional
acervo espiritual e sociocultural com o seu
poder de atracção turística e como renovado
lugar de encontro aberto a todo o tipo de
gentes e culturas.
Tradicionalmente, os períodos de maior afluência de
peregrinos e visitantes no Caminho coincidem com
os Anos Santos Compostelanos, que se celebram
cada 6, 5, 6 e 11 anos, mas qualquer ano e momento é
idóneo para realizar algum itinerário desta rota e visitar
a cidade que tem como meta: Compostela.
33
Caminho Inglês
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Bergen
Helsinki
Oslo
Caminho de Europa
Stockholm
O Caminho de Santiago gerou ao longo dos seus doze séculos de
existência uma extraordinária vitalidade espiritual, cultural e social.
Devido à sua existência nasceu a primeira grande rede assistencial da
Europa e foram criados mosteiros, catedrais e novos núcleos urbanos.
Riga
Dublin
Odense
Bristol
Bremen
Amsterdam
London
Plymouth
Utrecht
Dover
Dunkerque
Boulogne
Caen
Lund
Hamburg
Pelo encontro entre gentes de tão diversa procedência que esta
rota propiciou, surgiu uma cultura baseada no intercâmbio aberto
de ideias e correntes artísticas e sociais, assim como um dinamismo
socio-económico que favoreceu, sobretudo durante a Idade Média,
o desenvolvimento de diversas zonas de Europa.
Hannover
Berlin
Bruxelles
Köln
Bonn
Leipzig
Dresden
Reims Luxembourg
Paris
Praha
Stuttgart
Nantes
Angers
Strasbourg
Orléans
München
Limoges
Lugo
Lyon
Oviedo
Santander
Pontevedra
Porto
A marca do Caminho e dos peregrinos a Compostela é reconhecível
numa infinidade de testemunhos públicos e privados, em distintas
manifestações de arte ou, por exemplo, nos mais de mil livros que
nas últimas décadas se ocuparam, em todo o mundo, desta senda,
obra e património de todos os europeus.
Lausanne
Muxía A Coruña
Santiago de
Compostela
Ourense
Braga
Budapest
Milano
León
Roncesvalles
Burgos
Puente la Reina
Salamanca
Coimbra
Liechtenstein
Genéve
Montpellier
Somport
Avignon
Marseille
Gènova
Verona Venèzia
Zagreb
Bologna
Beograd
Zaragoza
Lisboa
Madrid
Barcelona
Toledo
Adrianopel
Roma
Lagos
Faro
Sevilla
Istanbul
Nàpoli
Atenas
bul
As vias principais do Caminho de Santiago foram declaradas
Primeiro Itinerário Cultural Europeu (1987) pelo Conselho de
Europa, Bem Património da Humanidade pela UNESCO nos
seus traçados ao longo de Espanha e França (1993 e 1998,
respectivamente) e Prémio Príncipe de Astúrias da
Concórdia 2004, outorgado pela
Fundação Príncipe
de Astúrias.
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Barreiros
Ferrol
Galiza, o país de Santiago
Xubia
Neda
Fene
Cabanas
Pontedeume
Miño
A Coruña
O Burgo
A Península Ibérica formaria parte, segundo
determinados textos antigos, das terras nas quais
o apóstolo Santiago predicou o cristianismo. Após
morrer decapitado na Palestina, por volta do ano 44 d.C.,
os seus discípulos, segundo a tradição, trasladaram
o seu corpo numa nave até à Galiza, uma das terras
hispânicas incluídas na sua predicação.
Os difíceis tempos dos primeiros anos do cristianismo
e o despovoamento de grande parte do norte peninsular
teriam levado ao esquecimento do lugar de enterro.
No entanto, por volta do ano 820 são descobertos uns
restos que as autoridades eclesiásticas e civis consideraram
como sendo os de Santiago o Maior. Sucede isto num
perdido bosque galego e o acontecimento daria lugar ao
nascimento da actual cidade de Santiago de Compostela.
Caminho do Sudeste–
Via da Prata
Caminho Português
Bruma
Ordes
A Fonsagrada
Miraz
Sobrado
Olveiroa
Sigüeiro
Ponte Maceira
Boimorto
A Igrexa
Negreira
O Pino
Santiago de Compostela
Boiro
Ponte Ulla
Catoira
Rianxo
Caldas de Reis
Vilagarcía
Ribeira Illa de
Vilanova Portas
de Arousa
Arousa
Aguiño
O Grove
Cambados
Barro
Pontevedra
Arcade
Redondela
Mos
Vigo
Tui
Paradavella
O Cádavo
Palas de Rei
Monterroso
Portomarín
Caminho Inglés
Sarria
Triacastela
O Cebreiro
Silleda
Piñor de Cea
Caminho Primitivo
Oseira
San Cristovo de Cea
Vilamarín
Cambeo
Ourense
San Cibrao das Viñas
Augas Santas
O Porriño
Taboadela
Xunqueira de Ambía
Vilar de Barrio
Allariz
Sandiás
A Gudiña Vilavella
Laza
Xinzo de Limia
Campobecerros
Monterrei
Oímbra
Porto da Canda
As Vendas da Barreira
Verín
Chaves
Caminhos jacobeus galegos
O itinerário que alcança uma maior concorrência e relevância,
tanto socio-económica, como artística e cultural, é o denominado
Caminho Francês, que entra em Espanha, a partir de França,
pelos montes Pirenéus, e na Galiza pelo mítico alto de O Cebreiro.
No entanto, outros cinco itinerários conseguiram adquirir, mesmo
assim, o seu lugar na história das peregrinações jacobeias.
37
Caminho Inglês
Caminho do Norte
Samos
Lalín
Castro
Rota do mar de Arousa
e rio Ulla
Caminho de Fisterra-Muxía
Arzúa
Pobra do Caramiñal
Vilaboa
Castroverde
Porto do
Acebo
Melide
San A Lavacolla
Marcos
Rúa de Francos
Padrón
Lestedo
Valga
Vilabade
Lugo
Devido à grande diversidade de procedências dos peregrinos,
irão definindo-se sobre o solo galego seis itinerários principais
de chegada de toda Europa.
36
Caminho Francés
Baamonde
Cualedro
Convertida na atractiva meta de uma peregrinação que
levava ao sepulcro do único apóstolo de Cristo enterrado
em solo europeu, juntamente com São Pedro, em Roma,
a Santiago chegarão, ao longo dos séculos, peregrinos de
todas as procedências e pelos mais diversos itinerários.
Ribadeo
Betanzos
Abegondo
Cee
Corcubión
Fisterra
Arante
Trabada Santiago de Abres
Abadín
Vilalba
Viñas
Cambre
Carral
Muxía
Dumbría
Hospital
Lourenzá
Mondoñedo
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São os Caminhos Primitivo e do Norte, que
alcançaram relevância nos primeiros tempos
da peregrinação, com dois traçados principais
que entram na Galiza pelas Astúrias,
procedentes do País Basco e Cantábria;
o Caminho Inglês, seguido sobretudo pelos
peregrinos que, partindo do norte de Europa
e as Ilhas Britânicas chegavam a portos como
os de A Coruña e Ferrol; o Caminho
Português, que desde o sudoeste da Galiza
utilizavam os peregrinos procedentes de
Portugal; e o Caminho do Sudeste, pelo qual
se dirigiam a Santiago os peregrinos que,
desde o sul e centro da Península, seguiam a
popular Via da Prata, entre Mérida e Astorga,
para continuar, por terras de Ourense,
em direcção a Compostela.
Também se consideram itinerários jacobeus,
pela sua simbologia histórica, outros dois.
São o Caminho de Fisterra-Muxía, utilizado
por determinados peregrinos medievais que,
depois de venerarem a tumba apostólica,
se sentiam atraídos pela viagem até
ao cabo Finisterra, o extremo ocidental
da terra naqueles tempos conhecida,
e a denominada Rota do Mar de Arousa
e rio Ulla, que rememora o itinerário pelo
qual, segundo a tradição, chegaram
de barco à Galiza os restos mortais
do Apóstolo (s. I).
O Cebreiro. Caminho Francês
Oseira. Caminho do Sueste-Via da Prata
“Compostela” e credencial
A Coruña. Caminho Inglês
38
39
Caminho Inglês
Cabo Fisterra.
Caminho de Fisterra-Muxía

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