efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de
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efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de
LARISSA ALVES RIBEIRO DE OLIVEIRA MACÊDO EFEITO ANTINOCICEPTIVO DAS FRAÇÕES HEXÂNICA E CLOROFÓRMICA DE Selaginella convoluta (SELAGINELLACEAE) EM CAMUNDONGOS Dissertação apresentada à Universidade Federal do Vale do São Francisco, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em Recursos Naturais do Semiárido, para obtenção do título de Mestre em Recursos Naturais. Orientador: Prof. Dr. Jackson Roberto Guedes da Silva Almeida PETROLINA 2014 LARISSA ALVES RIBEIRO DE OLIVEIRA MACÊDO EFEITO ANTINOCICEPTIVO DAS FRAÇÕES HEXÂNICA E CLOROFÓRMICA DE Selaginella convoluta (SELAGINELLACEAE) EM CAMUNDONGOS Dissertação apresentada à Universidade Federal do Vale do São Francisco, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em Recursos Naturais do Semiárido, para obtenção do título de Mestre em Recursos Naturais. Aprovada em: 07/03/2014. Prof. Dr. Jackson Roberto Guedes da Silva Almeida - UNIVASF (Orientador) Prof. Dr. Lucindo José Quintans Júnior – UFS (Examinador externo) Prof. Dra. Xirley Pereira Nunes – UNIVASF (Examinador interno) Macêdo, Larissa Alves Ribeiro de Oliveira M141e Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella convoluta (Selaginellaceae) em camundongos / Larissa Alves Ribeiro de Oliveira Macêdo. – – Petrolina, 2014. 202f. : il. 29 cm. Dissertação (Mestrado em Recursos Naturais do Semiárido) – Universidade Federal do Vale do São Francisco, Campus Petrolina. Petrolina-PE, 2014. Orientador: Prof. Dr. Jackson Roberto Guedes da Silva Almeida. 1. Selaginella convoluta (Selaginellaceae) - Química vegetal. 2. Efeito antinociceptivo. 3. Matéria Médica Vegetal. 4. Plantas Medicinais. I. Título II. Universidade Federal do Vale do São Francisco. CDD 581.192 Ficha catalográfica elaborada pelo Sistema Integrado de Biblioteca SIBI/UNIVASF Bibliotecário (a): Maria Betânia de Santana da Silva CRB4-1747. Dedico esse trabalho aos meus amados pais, Visêldo e Sônia, ao meu irmão, Hélio e ao meu esposo, Carlos Henrique, pelo amor incondicional, incentivo durante esta trajetória. e compreensão AGRADECIMENTOS Primeiramente agradeço a Deus por toda proteção e saúde, por guiar os meus passos e por me presentear com pessoas maravilhosas em minha vida. Aos meus pais, Visêldo Ribeiro de Oliveira e Sônia Maria Alves Ribeiro de Oliveira, pelo dom da vida e principalmente por todos os ensinamentos. Os grandes espelhos da minha vida. Exemplos de sabedoria e honestidade. Obrigada por todo amor, dedicação, incentivo e paciência em todas as horas. Ao meu irmão Hélio, que apesar das brigas bobas, a gente sempre acaba se entendendo. Palavras sempre serão muito pouco para demonstrar-lhes meus sinceros agradecimentos. Amo muito vocês! Ao amor da minha vida, Carlos Henrique Vieira Macêdo, quem lutou todos os dias comigo, quem sempre esteve ao meu lado. Por sacrificar nossos finais de semana e principalmente por ter muita paciência e me amar cada dia mais. Obrigada por cada minuto. Hoje concretizo o meu sonho e a partir de agora vamos lutar pra realizar o nosso. O seu amor me alimenta. Eu te amo muito! À minha família que tanto me orgulho: primos, primas, tios, tias e minhas vozinhas amadas que tanto rezam por mim! Muito obrigada pela presença em minha vida. Pela confiança, amor, amizade, enfim, obrigada pela existência de cada um. Ao meu sogro Aluísio e minha sogra Vânia por serem tão importantes e por torcerem pelo meu sucesso. Ao Prof. Dr. Jackson Roberto Guedes da Silva Almeida, por me aceitar como orientanda, por buscar o melhor em mim. Obrigada pelo incentivo, por todos os conhecimentos compartilhados, conselhos, confiança e essencial contribuição durante este trabalho. A quem devo o sucesso dessa trajetória. Aos professores do Programa de Pós-graduação em Recursos Naturais do Semiárido, por todos os ensinamentos compartilhados. Em especial à Profa. Xirley Pereira Nunes, por ser uma pessoa incrível, acreditar em mim e ser acima de tudo, muito amiga. Os meus sinceros agradecimentos! À Profa. Rosemairy Luciane Mendes, por ceder seu laboratório para realização dos meus experimentos e principalmente por toda paciência, atenção e ensinamentos durante meus períodos de aperreio. Aos componentes da banca, Prof. Raimundo Palheta, por ser tão compreensivo e dedicado e ao Prof. Lucindo Quintans-Júnior, pela aceitação e principalmente por me ajudar com sugestões durante os encontros em congressos. Ao Núcleo de Estudos e Pesquisas de Plantas Medicinais (NEPLAME), grupo que tenho maior orgulho de fazer parte e que se tornaram grandes companheiros do dia a dia. Agradecimento especial para os meus amigos de laboratório, Ana Paula, Amanda, Sarah Raquel, Juliane Cabral, Camila Araújo, Tâmara Diniz, Grasielly Rocha, Raimundo Júnior, Suzana Rabêlo e Alessandra Pacheco. Cada um teve sua importância e sua participação, obrigada a todos por terem tornado esse trabalho possível. Ao Professor Dr. Emiliano de Oliveira Barreto e todos do Laboratório de Biologia Celular e Molecular, da Universidade Federal de Alagoas que com muita hospitalidade me receberam e ofertaram seu tempo e material para a realização dos testes de atividade anti-inflamatória, meu respeito e admiração! Aos amigos que lá fiz, Fernanda Aquino, João Noé, Samário Lino, Almair Araújo, Laís Agra e Rafael Vital. Agradeço-os pela amizade, auxílio nos experimentos, conhecimentos compartilhados diariamente e momentos de descontração. Em especial, à minha amiga de longas datas, Jamylle Ferro, pela colaboração extremamente importante no desenvolvimento deste trabalho e, com certeza, de muitos que estão por vir. Obrigada por tudo! A Henrique Saraiva, Érica Lavor e Mariana Gama pela disposição e principalmente, parceria na realização dos meus experimentos. Ao pessoal do biotério Leonardo, Euda, Helenildo e Jean, pelo carinho de sempre e por me receberem tão bem a cada visita. Aos Técnicos: Silvio Alan, Roniere A. Oliveira e Fernando pela ajuda e compreensão. A todos os servidores da UNIVASF, em especial Francisca, João Paulo, Sr. Cícero, Geralda, Juliana, Maria e Neide por toda atenção e momentos de descontração nos intervalos dos experimentos. Aos colegas de turma pelos momentos de estudo juntos e por toda amizade. Em especial Anne, pelo carinho e por compartilhar momentos de aflição. Aos órgãos de fomento, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (FACEPE) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pelo apoio financeiro. Por último, não menos importante, a todos os animais utilizados, por terem dado a vida para a realização deste trabalho, dedico todo o meu respeito e agradecimento. Agradeço, dessa forma, a todos que de alguma forma contribuíram para a realização deste trabalho, fazendo parte deste caminho de crescimento profissional e pessoal. Muito obrigada! “Que os vossos esforços desafiem as impossibilidades, lembrai-vos de que as grandes coisas do homem foram conquistadas do que parecia impossível”. (Charles Chaplin) RESUMO Larissa Alves Ribeiro de Oliveira Macêdo. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. Petrolina, Pernambuco, 2014. Selaginella convoluta (Arn.) Spring (Selaginellaceae), é uma planta medicinal conhecida na região Nordeste como “jericó” e utilizada na medicina popular como antidepressivo, diurético, afrodisíaco, analgésico e anti-inflamatório. Este trabalho teve como objetivo avaliar a atividade antinociceptiva e anti-inflamatória das frações hexânica (Sc-Hex) e clorofórmica (Sc-CHCl3), obtidas por partição do extrato etanólico bruto (Sc-EEB) de Selaginella convoluta em camundongos. Para tanto, foram utilizados camundongos Swiss machos (n=6 por grupo, 25-35 g). Os animais foram tratados 30 ou 60 minutos antes com as frações nas doses de 100, 200 e 400 mg/kg, via i.p, veículo (solução salina 0,9% + tween 80 0,2%; i.p) ou droga padrão (i.p). Foram utilizados modelos murinos: teste de contorções abdominais induzidas por ácido acético, teste da formalina e teste da placa quente, visando à avaliação da atividade antinociceptiva. Além disso, foi realizado o teste do rota-rod para verificar alguma interferência no desempenho motor. Os modelos de pleurisia induzida por carragenina com quantificação de proteínas totais e edema de pata induzido por carragenina foram utilizados para avaliar a atividade anti-inflamatória. A fim de contribuir com a segurança do uso, foi realizado o estudo toxicológico conduzido durante 14 dias, realizando administração única das frações nas doses de 400 e 2000 mg/kg, via intraperitoneal (i.p). Ao final do estudo, os animais foram eutanasiados para avaliação de parâmetros bioquímicos, hematológicos e histopatológicos. Foi realizado também o ensaio de viabilidade celular por MTT. No teste de contorções abdominais, as frações induziram inibição significativa (p < 0,05). No teste da formalina, as duas frações foram ativas na fase inflamatória. Já no teste da placa quente, nenhuma das frações aumentou de maneira estatisticamente significativa o tempo de permanência do animal sobre a placa aquecida. Por outro lado, no ensaio de pleurisia induzida por carragenina, somente os animais tratados com Sc-CHCl3 apresentaram redução da migração celular bem como o extravasamento de proteínas na cavidade pleural. Entretanto, o tratamento com as frações não foi capaz de diminuir o edema de pata. Não houve interferência na coordenação motora dos animais. Houve redução da viabilidade celular a partir da dose de 250 µg/mL para Sc-Hex e 1 µg/mL para Sc-CHCl3. A administração das frações no ensaio de toxicidade não provocou morte em nenhum dos grupos tratados. Entretanto, alterações histopatológicas foram vistas nos rins e fígado dos animais tratados com a maior dose. Conclui-se que Selaginella convoluta possui atividade antinociceptiva, corroborando em parte seu uso na medicina popular. Adicionalmente, outros estudos de toxicidade devem ser feitos com o intuito de melhor caracterizar o perfil de segurança das frações. Palavras-chave: Antinociceptivo, Anti-inflamatório, Plantas Medicinais, Selaginella convoluta. ABSTRACT Larissa Alves Ribeiro de Oliveira Macedo. Antinociceptive effect of the hexane and chloroform fractions of Selaginella convoluta (Selaginellaceae) in mice. Petrolina, Pernambuco, 2014. Selaginella convoluta (Arn.) Spring (Selaginellaceae), is a medicinal plant known in the Northeast of Brazil as ’jericó’ and it is used in folk medicine as an antidepressant, diuretic, aphrodisiac, analgesic and anti-inflammatory agent. This study aimed to evaluate the antinociceptive and anti-inflammatory activities of the hexane (Sc-Hex) and chloroform (Sc-CHCl3) fractions, obtained from the crude ethanol extract (ScEEB) of Selaginella convoluta partition in mice. For this purpose, Swiss mice (n=6 per group, 25-35 g) were used. Animals were treated 30 or 60 minutes prior to the fractions at the doses of 100, 200 and 400 mg/kg, ip, vehicle (0.9% saline solution + 0.2% Tween 80, ip) or standard drugs (i.p.). Murine models were used: writhinginduced by acetic acid, formalin and hot plate tests, in order to evaluate the antinociceptive activity. In addition, the rota-rod test was performed to check for interference with motor coordination. The model of carrageenan-induced pleurisy to quantitation of total protein and paw edema induced by carrageenan, were used to assess the anti-inflammatory activity. To contribute to the safety of the use, the toxicological study conducted for 14 days, performing only fractions of administration at doses of 400 and 2,000 mg/kg, intraperitoneally (ip) was performed. At the end of the study, the animals were euthanized for evaluation of biochemical, hematological and histopathological parameters. The cell viability assay by MTT was also performed. In the writhing test the fractions induced a significant inhibition (p < 0.05). In the formalin test, the two fractions were active in the inflammatory phase. Already in the hot plate test, none of the fractions increased in a statistically significant way the latency time of the animal on the hot plate. Moreover, in the the test of carrageenan-induced pleurisy, the animals treated only with Sc-CHCl3 had reduced cell migration and extravasation of protein in the pleural cavity. However, treatment with the fractions was not able to reduce paw edema. There was no interference with motor coordination of animals. There was a reduction in cell viability from the dose of 250 mg/mL for Sc-Hex and 1 mg/mL for Sc-CHCl3. The administration of the fractions in the toxicity test did not cause death in any of the treated groups. However, histopathological changes were seen in the kidneys and liver of animals treated with the higher dose. We conclude that Selaginella convoluta has antinociceptive activity, supporting in part its use in folk medicine. In addition, toxicity studies should be made in order to better characterize the safety profile of the fractions. Keywords: convoluta. Antinociceptive, Anti-inflammatory, Medicinal plants, Selaginella LISTA DE FIGURAS Figura 1. Transmissão do estímulo doloroso. ........................................................... 33 Figura 2. Processamento sensorial no corno dorsal da medula espinal. .................. 35 Figura 3. Ilustração dos 5 sinais da inflamação: calor, rubor, edema, dor e perda da função. ...................................................................................................................... 36 Figura 4. Etapas do recrutamento de leucócitos para o sítio da inflamação.............38 Figura 5. Comportamento de Selaginella convoluta (Arn.) Spring (Selaginellaceae) em período seco (A) e chuvoso (B). .......................................................................... 47 Figura 6. Tapete formado por Selaginella convoluta durante os primeiros dias de chuva ........................................................................................................................ 47 Figura 7. Exsicata de Selaginella convoluta coletada em Petrolina-PE.. .................. 50 Figura 8. Material vegetal seco e pulverizado. ......................................................... 51 Figura 9. Processo de obtenção das frações de S. convoluta: A) Destilação do solvente em evaporador rotativoà pressão reduzida B) Extrato etanólico bruto C) Partição líquido-líquido. ............................................................................................. 52 Figura 10. Contorção abdominal induzida por ácido acético.. .................................. 54 Figura 11. Teste de nocicepção induzida por formalina ........................................... 55 Figura 12. Teste da placa quente ............................................................................. 56 Figura 13. Modelo de pleurisia induzida por carragenina ......................................... 57 Figura 14. Edema de pata induzido por carragenina ................................................ 58 Figura 15. Avaliação da coordenação motora no teste do rota-rod. ....................... ..59 Figura 16. Avaliação diária do peso corporal, consumo de alimento e água no teste de toxicidade aguda. ............................................................................................... ..60 Figura 17. Efeito antinociceptivo da fração hexânica de Selaginella convoluta (ScHex 100, 200 e 400 mg/kg), indometacina (20 mg/kg) e morfina (10 mg/kg), no teste de contorções abdominais em camundongos.. ......................................................... 66 Figura 18. Efeito antinociceptivo da fração clorofórmica de Selaginella convoluta (Sc-CHCl3 100, 200 e 400 mg/kg), indometacina (20 mg/kg) e morfina (10 mg/kg), no teste de contorções abdominais em camundongos .................................................. 67 Figura 19. Efeito antinociceptivo da fração hexânica de Selaginella convoluta (ScHex 100, 200 e 400 mg/kg), ácido acetilsalicílico (150 mg/kg) e morfina (10 mg/kg) na primeira e segunda fase do teste da formalina em camundongos.. ..................... 68 Figura 20. Efeito antinociceptivo da fração clorofórmica de Selaginella convoluta (Sc-CHCl3 100, 200 e 400 mg/kg), ácido acetilsalicílico (150 mg/kg) e morfina (10 mg/kg) na primeira e segunda fase do teste da formalina em camundongos. .......... 68 Figura 21. Efeito antinociceptivo da fração hexânica de Selaginella convoluta (ScHex 100, 200 e 400 mg/kg) e morfina (10 mg/kg) no teste da placa quente em 30, 60, 90 e 120 minutos após sua administração em camundongos... .......................... 69 Figura 22. Efeito antinociceptivo da fração clorofórmica de Selaginella convoluta (Sc-CHCl3 100, 200 e 400 mg/kg) e morfina (10 mg/kg) no teste da placa quente em 30, 60, 90 e 120 minutos após sua administração em camundongos.. ..................... 69 Figura 23. Efeito anti-inflamatório da fração hexânica de Selaginella convoluta (ScHex 100, 200 e 400 mg/kg) e indometacina (10 mg/kg) no modelo de pleurisia induzida por carragenina em camundongos.. ........................................................... 70 Figura 24. Efeito anti-inflamatório da fração clorofórmica de Selaginella convoluta (Sc-CHCl3 100, 200 e 400 mg/kg) e indometacina (10 mg/kg) no modelo de pleurisia induzida por carragenina em camundongos.............................................................. 71 Figura 25. Efeito da fração hexânica de Selaginella convoluta (Sc-Hex 100, 200 e 400 mg/kg) e indometacina (10 mg/kg) sobre o extravasamento de proteínas plasmáticas no modelo de pleurisa induzida por carragenina em camundongos...... 72 Figura 26. Efeito da fração clorofórmica de Selaginella convoluta (Sc-CHCl3 100, 200 e 400 mg/kg) e indometacina (10 mg/kg) sobre o extravasamento de proteínas plasmáticas no modelo de pleurisa induzida por carragenina em camundongos...... 72 Figura 27. Efeito anti-inflamatório das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella convoluta (Sc-Hex e Sc-CHCl3, 200 e 400 mg/kg) e indometacina (10 mg/kg) no modelo de edema de pata induzido por carragenina em camundongos. . 72 Figura 28. Efeito da fração hexânica de Selaginella convoluta (Sc-Hex, 100, 200 e 400 mg/kg, i.p) e diazepam (2,5 mg/kg) no teste do rota-rod em camundongos ...... 74 Figura 29. Efeito da fração clorofórmica de Selaginella convoluta (Sc-CHCl3, 100, 200 e 400 mg/kg, i.p) e diazepam (2,5 mg/kg) no teste do rota-rod em camundongos.. .......................................................................................................... 74 Figura 30. Dados do consumo de água dos animais tratados com a fração hexânica de Selaginella convoluta (Sc-Hex 400 e 2000 mg/kg) e solução salina 0,9% durante 14 dias (n= 12 por grupo). ......................................................................................... 76 Figura 31. Dados do consumo de ração dos animais tratados com a fração hexânica de Selaginella convoluta (Sc-Hex 400 e 2000 mg/kg) e solução salina 0,9% durante 14 dias (n= 12 por grupo).. ........................................................................................ 76 Figura 32. Dados da variação de peso corporal dos animais tratados com a fração hexânica de Selaginella convoluta (Sc-Hex 400 e 2000 mg/kg) e solução salina 0,9% durante 14 dias (n= 12 por grupo). ............................................................................ 77 Figura 33. Dados do consumo de água dos animais tratados com a fração clorofórmica de Selaginella convoluta (Sc-CHCl3 400 e 2000 mg/kg) e solução salina 0,9% durante 14 dias (n= 12 por grupo). ................................................................... 77 Figura 34. Dados do consumo de ração dos animais tratados com a fração clorofórmica de Selaginella convoluta (Sc-CHCl3 400 e 2000 mg/kg) e solução salina 0,9% durante 14 dias (n= 12 por grupo).. .................................................................. 78 Figura 35. Dados da variação de peso corporal dos animais tratados com a fração clorofórmica de Selaginella convoluta (Sc- CHCl3 400 e 2000 mg/kg) e solução salina 0,9% durante 14 dias (n= 12 por grupo). ................................................................... 78 Figura 36. Fotomicrografias representativas do histopatológico hepático dos animais tratados com veículo (salina + tween 80) e extratos da fração hexânica de Selaginella convoluta (Sc-CHCl3 400 e 2000 mg/kg, i.p), respectivamente. Coloração Hematoxilina-Eosina (H.E).. ...................................................................................... 84 Figura 37. Fotomicrografias representativas do histopatológico hepático dos animais tratados com veículo (salina + tween 80) e extratos da fração clorofórmica de Selaginella convoluta (Sc-CHCl3 400 e 2000 mg/kg, i.p), respectivamente. Coloração Hematoxilina-Eosina (H.E). ....................................................................................... 84 Figura 38. Fotomicrografias representativas do histopatológico renal dos animais tratados com veículo (salina + tween 80) e extratos da fração hexânica de Selaginella convoluta (Sc-Hex 400 e 2000 mg/kg, i.p), respectivamente. Coloração Hematoxilina-Eosina(H.E). ........................................................................................ 84 Figura 39. Fotomicrografias representativas do histopatológico renal dos animais tratados com veículo (salina + tween 80) e extratos da fração clorofórmica de Selaginella convoluta (Sc-CHCl3 400 e 2000 mg/kg, i.p), respectivamente. Coloração Hematoxilina-Eosina (H.E). ....................................................................................... 85 Figura 40. Efeito da fração hexânica de Selaginella convoluta (Sc-Hex 1, 100, 250 e 500µg/mL) sobre a viabilidade celular.. ..................................................................... 85 Figura 41. Efeito da fração clorofórmica de Selaginella convoluta (Sc-CHCl3 1, 100, 250 e 500µg/mL) sobre a viabilidade celular. . .......................................................... 86 LISTA DE TABELAS Tabela 1. Constituintes químicos identificados nas fases de Selaginella convoluta através de cromatografia em camada delgada. ........................................................ 65 Tabela 2. Parâmetros hematológicos do sangue de camundongos tratados com a fração hexânica de Selaginella convoluta (Sc-Hex 400 e 2000 mg/kg, i.p) e solução salina 0,9% durante 14 dias (n= 12 por grupo). ........................................................ 79 Tabela 3. Parâmetros bioquímicos do sangue de camundongos tratados com a fração hexânica de Selaginella convoluta (Sc-Hex 400 e 2000 mg/kg, i.p) e solução salina 0,9% durante 14 dias (n= 12 por grupo).. ....................................................... 80 Tabela 4. Parâmetros hematológicos do sangue de camundongos tratados com a fração clorofórmica de Selaginella convoluta (Sc-CHCl3 400 e 2000 mg/kg, i.p) e solução salina 0,9% durante 14 dias (n= 12 por grupo). ........................................... 81 Tabela 5. Parâmetros bioquímicos do sangue de camundongos tratados com a fração clorofórmica de Selaginella convoluta (Sc-CHCl3 400 e 2000 mg/kg, i.p) e solução salina 0,9% durante 14 dias (n= 12 por grupo). ........................................... 81 Tabela 6. Peso dos órgãos de camundongos tratados com a fração hexânica de Selaginella convoluta (Sc-Hex 400 e 2000 mg/kg, i.p) e solução salina 0,9% durante 14 dias (n= 12 por grupo). ......................................................................................... 83 Tabela 7. Peso dos órgãos de camundongos tratados com a fração clorofórmica de Selaginella convoluta (Sc-CHCl3 400 e 2000 mg/kg, i.p) e solução salina 0,9% durante 14 dias (n= 12 por grupo). ............................................................................ 83 LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS Aα: Fibras do tipo A - alfa Aβ: Fibras do tipo A - beta Aδ: Fibras do Tipo A - delta AA: Ácido araquidônico AAS: Ácido acetilsalicílico ACTH: Corticotropina AINES: Anti-inflamatórios não esteroidais ALT: Alanina aminotransferase AMPc: Adenosina monofosfato cíclico ANOVA: Análise de variância ANVISA: Agência Nacional de Vigilância Sanitária ASIC: Canais iônicos sensíveis ao ácido AST: Aspartato aminotransferase CEUA: Comissão de Ética no Uso de Animais CHCM: Concentração de hemoglobina corpuscular média COX: Ciclooxigenase COX 1: Ciclooxigenase 1 COX 2: Ciclooxigenase 2 COX 3: Ciclooxigenase 3 C5a: Fator quimiotático 5a do sistema complemento CRAD: Centro de Recuperação de Áreas Degradadas da Caatinga DMSO: Dimetilsulfóxido EDTA: Ácido Etilenodiaminotetraacético EEB: Extrato Etanólico Bruto EMA: European Medicines Agency Enos: Óxido nítrico sintase endoltelial E.P.M: Erro Padrão da Média FDA: Food and Drugs Agency HCM: Hemoglobina corpuscular média H.E: Hematoxilina-Eosina HVASF: Herbário Vale do São Francisco IASP: Associação Internacional para o Estudo da Dor IL: Interleucinas IL 1: Interleucina 1 IL1β: Interleucina 1 beta IL1Ra: Antagonista do receptor de Interleucina 1 IL 4: Interleucina 4 IL 6: Interleucina 6 IL 8: Interleucina 8 IL 10: Interleucina 10 INDO: Indometacina iNOS: Óxido nítrico sintase induzível i.p: Via intraperitoneal i.t: Via intratorácica LOX: Lipooxigenase LT: Leucotrieno LTB4: Receptor de leucotrieno B4 LTC4: Receptor de leucotrieno C4 LTD4: Receptor de leucotrieno D4 LTE4: Receptor de leucotrieno E4 MOR: Morfina MTT: Brometo de 3-(4,5-dimetiltiazol-2-il) -2,5-difeniltetrazólio NEPLAME: Núcleo de Estudos e Pesquisas de Plantas Medicinais NF-κB: Fator nuclear κB NGF: Fator de crescimento do nervo nNOS: Óxido nítrico sintase constitutiva NO: Óxido Nítrico NOS: Óxido Nítrico Sintase OMS: Organização Mundial da Saúde PAF: Fator de ativação plaquetária PBS: Tampão fosfato salino PG: Prostaglandina PGD2: Prostaglandina D2 PGE2: Prostaglandina E2 PGI2: Prostaglandina I2 PGF2α: Prostaglandina F2α PLA2: Fosfolipase A2 ROS: Espécies Reativas de Oxigênio Sc-EEB: Extrato etanólico bruto de Selaginella convoluta Sc-Hex: Fração hexânica de Selaginella convoluta Sc-CHCl3: Fração clorofórmica de Selaginella convoluta SNA: Sistema Nervoso Autônomo SNC: Sistema Nervoso Central SNP: Sistema nervoso Periférico s.p: Via subplantar SP: Substância P TGO: Transaminase glutâmico oxalacética TGP: Transaminase glutâmico pirúvica TNF-α: Fator de Necrose Tumoral alfa TRPV1: Receptor de Potencial Transitório Vaniloide 1 Tx; Tromboxano TxA2: Tromboxano A2 UFS: Universidade Federal de Sergipe UNIVASF: Universidade Federal do Vale do São Francisco VCM: Volume corpuscular médio SUMÁRIO 1.INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 24 2. OBJETIVOS .......................................................................................................... 28 2.1. Objetivo geral ..................................................................................................... 28 2.2. Objetivos específicos ......................................................................................... 28 3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................ 30 3.1. Considerações sobre dor ................................................................................... 30 3.1.1. Dor e nocicepção ............................................................................................ 30 3.1.2. Nociceptores e fibras nociceptivas .................................................................. 32 3. 2. Inflamação ......................................................................................................... 35 3.3. Produtos naturais ............................................................................................... 42 3.3.1. Considerações sobre a família Selaginellaceae e o gênero Selaginella ......... 44 3.3.2. Considerações sobre a espécie Selaginella convoluta ................................... 46 4. PARTE EXPERIMENTAL ..................................................................................... 50 4.1. Material vegetal .................................................................................................. 50 4.1.1. Coleta e obtenção das frações hexânica e clorofórmica de S. convoluta ....... 50 4.2. Triagem fitoquímica preliminar dos constituintes químicos de Sc-Hex e Sc-CHCl3 ................................................................................................................................... 52 4.3. Animais............................................................................................................... 52 4.4. Testes de atividade antinociceptiva .................................................................... 53 4.4.1. Teste de contorções abdominais induzidas por ácido acético......................... 53 4.4.2. Teste de nocicepção induzida por formalina ................................................... 54 4.4.3. Teste da placa quente ..................................................................................... 55 4.5. Testes de atividade anti-inflamatória .................................................................. 56 4.5.1. Modelo de pleurisia induzida por carragenina ................................................. 56 4.5.1.2. Quantificação de proteínas totais ................................................................. 57 4.5.2. Edema de pata induzido por carragenina ........................................................ 58 4.6. Avaliação da coordenação motora (teste do rota rod) ........................................ 59 4.7. Toxicidade aguda ............................................................................................... 60 4.7.1. Triagem farmacológica comportamental ......................................................... 60 4.7.2. Análise de parâmetros bioquímicos e hematológicos ..................................... 61 4.7.3. Análise histopatológica dos órgãos ................................................................. 61 4.8. Ensaio de viabilidade celular por MTT ................................................................ 62 4.9. Análise Estatística .............................................................................................. 62 5. RESULTADOS ...................................................................................................... 65 5.1. Triagem fitoquímica ............................................................................................ 65 5.2. Resultados da atividade farmacológica das frações obtidas de Selaginella convoluta ................................................................................................................... 65 5.2.1. Atividade antinociceptiva das frações obtidas de Selaginella convoluta ......... 65 5.2.1.1.Teste de contorções abdominais induzidas por ácido acético ....................... 65 5.2.1.2. Teste de nocicepção induzida por formalina ................................................ 67 5.2.1.3. Teste da placa quente .................................................................................. 68 5.2.2. Atividade anti-inflamatória das frações obtidas de Selaginella convoluta........ 70 5.2.2.1. Modelo de pleurisia induzida por carragenina .............................................. 70 5.2.2.1.2. Quantificação de proteínas totais .............................................................. 71 5.2.2.2. Edema de pata induzido por carragenina ..................................................... 73 5.3. Avaliação da atividade motora no teste do rota-rod ........................................... 73 5.4. Toxicidade aguda das frações obtidas de Selaginella convoluta ....................... 74 5.4.1 Triagem farmacológica comportamental .......................................................... 75 5.4.2. Consumo de água, ração e variação do peso dos animais ............................. 75 5.4.3. Parâmetros hematológicos e bioquímicos ....................................................... 78 5.4.4. Análise macroscópica, histológica e peso dos órgãos .................................... 82 5.5 Ensaio de viabilidade celular por MTT ................................................................ 85 6. DISCUSSÃO ......................................................................................................... 88 6.1. Triagem fitoquímica. ........................................................................................... 88 6.2. Atividade antinociceptiva e anti-inflamatória das frações obtidas de Selaginella convoluta. .................................................................................................................. 88 6.3. Toxicidade aguda. .............................................................................................. 94 7. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 98 REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 100 APÊNDICE .............................................................................................................. 124 ANEXOS ................................................................................................................. 200 1. INTRODUÇÃO MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. 24 1. INTRODUÇÃO Durante o processo de seleção natural, o homem desenvolveu diversos mecanismos fisiológicos que permitiram sua sobrevivência. A dor, certamente ocupa um lugar de destaque, já que é um dos sintomas que faz com que o indivíduo tenha consciência de que sua integridade está sendo ameaçada ou que há alguma disfunção em seu organismo (CUNHA, 2009). Entre as diversas fontes para o desenvolvimento de fármacos com potencial analgésico e/ou anti-inflamatório, os produtos naturais são de particular importância. O uso desses produtos está bem documentado ao longo da história humana e sua contribuição na indústria farmacêutica vem sendo mostrada ao longo dos anos em diversos trabalhos (BUTLER, 2008; HARVEY, 2008; NEWMAN; CRAGG, 2007). Dessa forma, o uso de plantas medicinais para o tratamento da dor tem sido a opção mais econômica para a população de baixa renda (LIMA-SARAIVA, 2012a). O manejo da dor é um aspecto essencial da medicina moderna e para a qualidade de vida, entretanto, existe a limitação apresentada pela indústria farmacêutica dos fármacos disponíveis no mercado quanto aos efeitos colaterais e sua eficácia (BOURINET et al., 2005; RIBEIRO; SCHMIDT; SCHMIDT., 2002). A terapia farmacológica ainda é o recurso clínico mais eficaz no tratamento da dor. Dentre os medicamentos mais utilizados, têm-se os opioides, anti-inflamatórios não esteroidais (AINES), analgésicos periféricos, miorrelaxantes e os antidepressivos (DIONNE, 1997). No entanto, cerca de 40 a 60% dos pacientes não respondem a farmacoterapia, pois alguns tipos de dor podem ser resistentes à analgésicos comuns (XU et al., 2012; CLAUW; ARNOLD; MCCARBERG., 2011). Por essa razão que a descoberta de novas terapias para o tratamento da dor é necessária, especialmente para tratar a proporção de pacientes que não respondem aos analgésicos disponíveis. O uso de plantas medicinais e fitoterápicos compõem uma fonte de tratamento em expansão mundial. No ano de 2000, cerca de 25% de todas as prescrições médicas nos Estados Unidos incluem substâncias naturais como princípio ativo, obtidas de plantas de regiões temperadas e tropicais, o que corresponde ao valor estimado de 900 milhões de dólares na circulação comercial (BRAZ-FILHO, 2010). Do total de 19 medicamentos baseados em produtos naturais aprovados pela Food and Drugs Agency (FDA) e European Medicines Agency MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. 25 (EMA) entre os anos de 2005 a 2010, 7 correspondem a produtos naturais, 10 são produtos naturais semi-sintéticos e 2 são drogas derivadas de produtos naturais, o que remete a grande importância dos produtos naturais diante da farmacêutica mundial (BRITO, 2013). No Brasil, temos como exemplo recente o anti-inflamatório tópico Acheflan®, do laboratório Aché, produto produzido totalmente em território nacional e originado a partir do óleo essencial da espécie Cordia verbenácea, sendo registrado pela Agência de Vigilância Sanitária (ANVISA) em 2004 e lançado no mercado em 2005, onde, desde então, passou a ser o anti-inflamatório tópico mais prescrito pela classe médica brasileira, correspondendo a cerca de 44% das prescrições (CALIXTO; SIQUEIRA JUNIOR, 2008). O Brasil é detentor da maior biodiversidade mundial, abrigando cerca de 50 mil espécies de plantas, distribuídas em grandes biomas (Mata Atlântica, Amazônia , Cerrado, Caatinga, Pampas, Pantanal e Ambientes costeiros ) com características distintas que confere uma riqueza e diversidade de vegetação (SKORUPA; VIEIRA, 2005; BIOMAS DO BRASIL, 2012). Desta forma, o Brasil é considerado um país com uma enorme biodiversidade vegetal e com diversas plantas com alto valor alimentício e medicinal (SOUZA; FELFILI, 2006). Nesse contexto, a região Nordeste brasileira ocupa aproximadamente 1.600.000 Km2, o equivalente a cerca de 18% da superfície do Brasil, estando nesta área, a região semiárida, que ocupa uma área que abriga 63% da população nordestina, com cerca de 900 mil Km2, correspondendo a aproximadamente 70% da região Nordeste e 13% do território brasileiro. A existência de um bioma único torna essa região importante ecologicamente. Esse bioma, peculiar e exclusivo, recebeu dos índios locais o nome de Caatinga, “a mata branca”, em virtude do aspecto da vegetação na estação seca, quando as folhas caem, e apenas os troncos brancos e brilhosos das árvores e arbustos permanecem (PRADO, 2003). O bioma Caatinga é o principal ecossistema dessa região brasileira, ocupando os estados da Bahia, Ceará, Piauí, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraíba, Sergipe, Alagoas e Minas Gerais (BRASIL, 2008). Algumas espécies endêmicas desse bioma possuem atividade antinociceptiva, como Neoglaziovia variegata (LIMA-SARAIVA et al., 2012b) e Amburana cearensis (OLIVEIRA et al., MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. 26 2009). Além disso, outras espécies coletadas na região Nordeste também possuem efeito antinociceptivo e anti-inflamatório (ANDRADE et al., 2012; LIMA et al., 2012). O bioma Caatinga é ainda a região menos estudada. Portanto, merece destaque, por ser um bioma exclusivamente brasileiro e possuir uma proporção expressiva de plantas endêmicas, que são rotineiramente utilizadas pela população por suas propriedades terapêuticas (LEAL et al., 2005). Considerando a biodiversidade da região semiárida e a sua ampla extensão territorial contrastando com os baixos níveis de condições de vida da população, principalmente no que se refere ao acesso a medicamentos da flora regional e de baixo custo, a espécie escolhida para o estudo, Selaginella convoluta (Arn.) Spring, pertencente à família Selaginellaceae, é encontrada na região do Vale do São Francisco e mesmo existindo vários estudos com plantas do gênero (HIRAI; PRADO, 2000; ANTHONY; THOMAS, 2011; NALLAIYAN; DORAISWAMY, 2011; SETYAWAN, 2011) pouco se conhece acerca de suas propriedades farmacológicas. A fim de contribuir e dar continuidade ao trabalho realizado com o extrato etanólico bruto de S. convoluta por Sá et al (2012a), o objetivo desse estudo foi avaliar a atividade antinociceptiva e anti-inflamatória das frações obtidas por partição de S. convoluta, bem como o perfil de toxicidade da espécie, para assegurar seu uso e servir de parâmetros para o desenvolvimento de futuros medicamentos. 2.OBJETIVOS MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. 28 2. OBJETIVOS 2.1. Objetivo geral Investigar a possível atividade antinociceptiva e/ou anti-inflamatória das frações hexânica (Sc-Hex) e clorofórmica (Sc-CHCl3) obtidas por partição de Selaginella convoluta (Arn.) Spring em camundongos. 2.2. Objetivos específicos - Realizar a triagem fitoquímica nas frações Sc-Hex e Sc-CHCl3 para a identificação das principais classes de constituintes químicos; - Avaliar o potencial antinociceptivo e anti-inflamatório das frações Sc-Hex e ScCHCl3; - Verificar possível alteração motora induzida pela administração das frações Sc-Hex e Sc-CHCl3; - Avaliar o perfil de segurança das frações, através do estudo de toxicidade aguda; - Verificar o efeito das frações Sc-Hex e Sc-CHCl3 sobre a viabilidade celular por MTT (brometo de 3-(4,5-dimetiltiazol-2-il)-2,5-difeniltetrazólio); - Contribuir para o estudo farmacológico da família Selaginellaceae. 3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. 30 3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 3.1. Considerações sobre a dor 3.1.1 Dor e nocicepção O significado da palavra “dor”, na língua portuguesa, vem do latim: dolore, que denota sofrimento; e “pain” na língua inglesa, do grego: poiné, punição (FEIN, 2011). O organismo humano possui diversos mecanismos e sinais responsáveis pelo controle da homeostasia, dentre eles a dor desempenha papel fisiológico importante, uma vez que ela é um dos principais sintomas clínicos de alerta para a detecção de algo que ameace a integridade física do organismo (CHAPMAN; GAVRIN, 1999; JULIUS; BASBAUM, 2001). Esse mecanismo de proteção pode ser definido como sendo uma experiência consciente influenciada por memórias emocionais, patológicas, genéticas e fatores cognitivos (ROY et al., 2009; ALLAN et al., 2009; NOEL et al., 2012;). Assim, a dor é um evento altamente subjetivo, como ilustrado pela definição dada pela Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP): ''uma experiência sensorial e emocional desagradável associada a dano tecidual real ou potencial, ou descrita em termos de tal dano'' (TRACEY; MANTYH, 2007). Desta forma, a dor, além da experiência emocional, está associada a um componente sensorial, denominado nocicepção, o qual depende da ativação de receptores específicos e vias neuroanatômicas que fazem a comunicação entre o Sistema Nervoso Periférico (SNP) e o Sistema Nervoso Central (SNC) (RUSSO; BROSE, 1998; JULIUS; BASBAUM, 2001; MENSE, 2009). Sherrington (1906) denominou nocicepção, como sendo percepção de estímulos nocivos, entretanto, isso não significa o mesmo que a sensação de dor. Assim, enquanto a nocicepção refere-se às manifestações neurofisiológicas geradas pelo estímulo nocivo, a dor é a desagradável experiência emocional que normalmente acompanha nocicepção (LOESER; TREEDE, 2008). Sendo assim, os animais não são capazes de verbalizar os componentes subjetivos da dor, neles não se avalia dor, mas nocicepção. Logo, termos como dor e analgesia são empregados para estudos em humanos, enquanto que nocicepção e antinocicepção são mais MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. 31 utilizados para estudos pré-clínicos, envolvendo animais de laboratório (KANDEL; SCHWARTZ; JESSEL, 2003). A dor pode ser classificada de diversas maneiras, sendo a duração da sensação dolorosa o critério mais utilizado. Dessa forma, a dor pode ser transitória, aguda ou crônica (FUCHS; WANNMACHER; FERREIRA, 2006). Na dor do tipo transitória, os nociceptores da pele ou de outros tecidos do corpo podem ser ativados sem necessariamente ocorrer injúria tecidual, sendo sua função, proteger o organismo de um possível dano. Segundo Loeser & Melzack (1999) a dor aguda é caracterizada pela ativação dos nociceptores locais após injúria substancial de um tecido (traumas, intervenções cirúrgicas e algumas doenças), estando associada à estimulação direta de nociceptores, conexões nervosas no SNC e sistema nervoso autônomo (SNA). Apesar dos propósitos protetores, a dor pode tornar-se crônica e perpetuar por meses ou anos (PARK; VASKO, 2005) sendo característica de situações em que o organismo não é capaz de produzir resolução da lesão ou quando são estabelecidos mecanismos adaptativos inadequados (D’MELLO; DICKENSON, 2008). Por isso, apresenta-se como um grande desafio na atualidade, ocasionando reações emocionais negativas, debilitante, redução da qualidade e expectativa de vida, custos socioeconômicos, além de estar associada com comorbidades como distúrbios de sono e depressão (GRIFFIS; COMPTON, DOERING, 2006; TRACEY; DICKENSON, 2012). A dor pode ainda ser classificada quanto à sua fisiopatologia em neurogênica, quando ocorre lesão do tecido neuronal; neuropática, quando ocorre a disfunção de um nervo; psicogênica, que ocorre por fatores psicológicos; nociceptiva, quando ocorre por estimulação excessiva dos nociceptores ou inflamatória, que resulta basicamente da interação entre o tecido danificado e os neurônios sensoriais nociceptivos periféricos, por meio da participação de mediadores inflamatórios que induzem modificações funcionais na excitabilidade neuronal (MILLAN, 1999; RANG et al., 2007; BESSON, 1999). Tais mediadores são liberados diretamente pelas células danificadas pelo trauma tecidual ou pelo reconhecimento de um elemento estranho ao organismo por células residentes, como, por exemplo, os macrófagos (CUNHA, 2009). MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. 32 Apesar dos avanços nas áreas de conhecimento relacionadas à dor, os resultados dos tratamentos bem como a prevenção de queixas recorrentes ainda não são satisfatórios. Assim, a analgesia efetiva para síndromes dolorosas ainda é um desafio, e o entendimento da neuroanatomia das vias de condução, da fisiopatologia da dor e da farmacologia é fundamental na busca de novas alternativas terapêuticas (ROCHA et al., 2007; TEIXEIRA, 2006). 3.1.2 Nociceptores e fibras nociceptivas O termo nociceptor é uma abreviatura de “nocirreceptor” e significa um receptor para estímulo nociceptivo (RANG et al., 2012). Descrito por Sherrington (1906), foi introduzido como sendo terminações livres de neurônios aferentes primários, que podem ser despolarizados por estímulos mecânicos, térmicos ou químicos (KRESS; ZEILHOFER, 1999). Inervam o sistema cutâneo, músculos, vísceras e outros órgãos, e sua função é de transmitir informações aos neurônios de ordem superior sobre a lesão tecidual ocasionada por estímulos nocivos (FEIN, 2011). Pois, esses neurônios são ativados apenas por estímulos nocivos que excedem um limite considerado fisiológico, sugerindo que eles possuem propriedades biofísicas e moleculares que lhes permitem detectar e responder seletivamente a estímulos potencialmente lesivos. Quando ativados, os nociceptores sofrem alterações na membrana, permitindo a deflagração de potenciais de ação que serão transmitidos até o SNC através da medula espinal, o que pode ser interpretado como sensação dolorosa no córtex cerebral (TRACEY; DICKENSON, 2012; MEYER et al., 2008). São conhecidas quatro classes de nociceptores: mecânicos, térmicos, polimodais e silenciosos. Os nociceptores mecânicos respondem à pressão intensa, enquanto os nociceptores térmicos respondem às temperaturas extremas, quentes (>45 °C) ou frias (<5 °C). A maioria dos nociceptores são polimodais, ou seja, respondem aos diferentes tipos de estímulos mecânicos, térmicos ou químicos, e os nociceptores silenciosos são ativados por estímulos químicos, mediadores inflamatórios, respondendo a estímulos mecânicos e térmicos somente depois de serem ativados (FEIN, 2011). MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. 33 As fibras nociceptivas possuem duas extremidades: a primeira detecta sensações e se projeta para regiões periféricas onde inerva pequenas porções de tecido; já a segunda estende-se até o interior do corno da medular espinhal dorsal. Entre esses dois segmentos ficam os corpos celulares dos nociceptores, localizados em uma estrutura fora da medula espinal. A lesão tecidual e liberação de mediadores químicos locais como substância P (SP), histamina, bradicinina e prostaglandinas (PG), desencadeiam um processo de transmissão do estímulo doloroso até níveis centrais, como ilustrado na Figura 1 (BASBAUM; JULIUS, 2006). Figura 1. Transmissão do estímulo doloroso (Adaptado de Oaklander, 2011). Os nociceptores estão associados a fibras aferentes de pequeno diâmetro, que podem ser do tipo mielinizadas (fibras tipo A) ou amielinizadas (fibras tipo C). MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. 34 Essas podem ser classificadas de acordo com sua estrutura, diâmetro e velocidade de condução em três tipos: fibras C, fibras Aβ e fibras Aδ (RANG et al., 2012). Em função da presença da bainha de mielina, as fibras Aδ e Aβ, transmitem o estímulo doloroso de maneira rápida. Entretanto, as fibras Aδ de diâmetro médio, transmitem a dor rápida e bem localizada, ou sinais de dor aguda pulsátil, enquanto as fibras de maior diâmetro Aβ respondem a estímulos mecânicos inócuos como um leve toque. Já as fibras C de pequeno diâmetro são responsáveis pela transmissão lenta da dor (queimação) (ROCHA et al., 2007; CUELLAR et al, 2010). Na última década, muitas moléculas de transdução da nocicepção têm sido identificadas e o maior grupo de detectores de estímulos nocivos é a família dos receptores de potencial transitório (TRP) (CHENG; JI, 2008; PATAPOUTIAN; TATE; WOOLF, 2009). O receptor de potencial transitório vaniloide 1 (TRPV1), originalmente chamado de receptor vaniloide 1 e comumente referido como receptor da capsaicina, foi o primeiro descrito como receptor polimodal ativado por três estímulos dolorosos; compostos vaniloides (capsaicina, resiniferatoxina), calor nocivo (> 43 °C) e pH baixo (< 5,9) (CATERINA; JULIUS, 2001, TOMINAGA, 2007). Outros receptores que participam da transdução da nocicepção são os canais iônicos sensíveis ao ácido (ASICs), que são canais de cátions insensíveis à voltagem (PETROFF et al., 2008). Os ASICs são ativados por prótons extracelulares e alguns estudos demonstraram que a sua expressão é aumentada por mediadores pró-inflamatórios, como fator de crescimento do nervo (NGF), serotonina, interleucina 1 (IL-1) e bradicinina (MAMET et al., 2002; VOILLEY et al., 2001). Diversos são os mediadores inflamatórios que, quando liberados por macrófagos, mastócitos, células endoteliais ou nervos traumatizados, ativam as fibras nervosas tipos Aδ e C, facilitando a transmissão dolorosa e as alterações inflamatórias periféricas (KRAYCHETE; CALASANS; VALENTE, 2006). Dentre os mediadores inflamatórios (também denominados algogênicos) incluídos neste grupo estão a acetilcolina, bradicinina, histamina, serotonina, leucotrieno (LT), fator de ativação plaquetário (PAF), íons potássio, PGs, tromboxanos (TBx), interleucinas (ILs), fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), NGF e recentemente serino proteases (VERGNOLLE, 2008). Esses neurotransmissores ativam neurônios de segunda ordem e o sinal nociceptivo ascende para regiões do sistema límbico para o tálamo, pelo feixe MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. 35 espinotalâmico. No tálamo ocorre a somatização do estímulo nocivo onde existe o componente emocional que discrimina a dor (Figura 2). O tálamo e o córtex são regiões finais das projeções das vias de nocicepção, o tálamo informa que existe sensação nociceptiva e o córtex discrimina o tipo de sensação (ROY et al., 2009). Em resposta à estimulação nociceptiva ascendente, ocorre ativação de algumas vias descendentes de controle da nocicepção, culminando na liberação de substâncias como noradrenalina, serotonina e encefalinas na região do corno dorsal medular, modulando assim o sinal nociceptivo (BASBAUM et al., 2009). Figura 2. Processamento sensorial no corno dorsal da medula espinal (Adaptado de Oaklander, 2011). 3. 2. Inflamação A inflamação é uma resposta do tecido vivo e vascularizado às agressões de diversas naturezas (física, química ou biológica) que induz a liberação de uma gama MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. 36 de mediadores exógenos e endógenos. A inflamação deve conter e isolar à lesão, destruir os microrganismos invasores e as toxinas inativas e preparar o tecido para o reparo. Essas respostas de defesa do hospedeiro são controladas ou moduladas por um grande número de mediadores químicos, extravasamento de líquidos, migração celular, lesão tecidual e reparação (VANE; BOTTING, 1996; RANG et al., 2007). A inflamação só acaba quando o agente agressor for eliminado e os mediadores secretados inativados (MITCHELL et al., 2006). Uma resposta tecidual inflamatória aguda é caracterizada pelos famosos sinais cardinais: rubor, calor, edema e dor, descritos por Cornelius Celsus, um médico romano do século I d.C. Esses sinais, de fato, justificam o termo “inflamação”, derivado do verbo latino inflammare, o que significa incendiar. Já a perda da função, quinto sinal clínico da inflamação, foi adicionada posteriormente por Rudolph Virchow em 1858 (ALLER et al., 2007; SERHAN; SAVIL, 2005). A Figura 3 ilustra os cinco sinais característicos da inflamação. Figura 3. Ilustração dos cinco sinais da inflamação: calor, rubor, edema, dor e perda de função (Adaptado de Dunder, 2009). MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. 37 A inflamação pode ser dividida em duas fases: aguda e crônica. A primeira, de duração relativamente curta, podendo durar minutos, horas ou mesmo alguns dias. Sua principal característica é a presença de exsudato rico em proteínas plasmáticas e a migração de leucócitos, principalmente os neutrófilos. Já a inflamação crônica tem duração maior e está relacionada com alterações histológicas, como a presença de linfócitos e macrófagos, proliferação de vasos sanguíneos, fibrose e necrose tecidual (COLLINS, 2000; RANG et al., 2007). Na reação inflamatória aguda predominam os eventos vasculares/exsudativos, que são fenômenos inespecíficos, isto é, constituem a fase inicial de qualquer tipo de resposta inflamatória. São mediados principalmente por Óxido Nítrico (NO) e PGs, e caracterizam a vasodilatação que envolve primariamente as arteríolas, levando à abertura de novos capilares e aumento do fluxo sanguíneo para a região, justificando os primeiros sinais cardinais: calor e rubor (SHERWOOD; TOLIVER-KINSKY, 2004; VERGNOLLE, 2008). De forma simultânea, mediadores químicos como histamina, bradicinina, fator de agregação plaquetária (PAF) e LTs provocam aumento da permeabilidade das vênulas, que permitem a passagem de um fluido rico em proteínas plasmáticas (exsudato) para o espaço extravascular, provocando um aumento da pressão oncótica e retenção de água no interstício, justificando o edema. O exsudato formado facilita a liberação de outros mediadores que amplificam a resposta inflamatória (GILROY et al., 2004). A dor, outro sinal característico da inflamação, pode decorrer de diversos fatores: aumento da pressão sobre tecidos e terminações nervosas, lesão das fibras nervosas, irritação por substâncias produzidas por células lesadas ou microorganismos e, também, pela ação de alguns mediadores inflamatórios que intensificam a dor associada à inflamação (BHANDARI et al., 2005; ROTH et al., 2009). A função dos eventos vasculares descritos acima é a eliminação de substâncias tóxicas geradas no local, a fim de facilitar a chegada de células inflamatórias, que atraídas pelos mediadores quimiotáticos, fagocitam (neutrófilos e macrófagos) e/ou liberam substâncias citotóxicas, presentes em grânulos, contribuindo para a destruição do agente lesivo (SCHOR; BOIM; SANTOS, 2003). Alinhado aos eventos vasculares, diferentes tipos de células participam do processo inflamatório, desempenhando funções distintas, mas muitas vezes MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. 38 sobrepostas. Na fase celular ocorre a transmigração de leucócitos ao longo de um gradiente químico, esse evento celular é denominado de quimiotaxia (MEDZHITOV, 2008). Essa transmigração ocorre através da marginação (movimentação do neutrófilo do centro para a periferia do vaso), rolamento (desaceleração do neutrófilo através da ligação com moléculas de adesão chamadas selectinas), adesão e diapedese (o neutrófilo atravessa o endotélio através de junções entre as células) (Figura 4) (MARSHALL et al., 2003). Quando os leucócitos atingem o sítio da lesão, tornam-se ativados e tentam eliminar o patógeno liberando o conteúdo tóxico de seus grânulos, espécies reativas de oxigênio e nitrogênio (ROS), proteinases, catepsinas, elastases, mieloperoxidase, dentre outros (MEDZHITOV, 2008). Tanto substâncias endógenas como exógenas podem agir como agentes quimiotáticos. Dentre as substâncias endógenas estão os componentes do sistema complemento como o C5a; produtos da via da lipoxigenase (LOX), em especial o LTB4; PAF; e as citocinas, principalmente as da família das quimiocinas. Ou seja, inúmeros mediadores químicos que se originam de proteínas plasmáticas ou de células (SHERWOOD; TOLIVER-KINSKY, 2004). Figura 4. Etapas do recrutamento de leucócitos para o sitio da inflamação (Disponível em: http://www.gluegrant.org/chemotaxis.htm) O tipo celular predominante nesta fase pode variar em função do tempo e do tipo de lesão: nas primeiras 24 horas após o estímulo, há a predominância de células polimorfonucleares (neutrófilos, eosinófilos e basófilos), que são MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. 39 progressivamente substituídos pelos monócitos nas próximas 24-48 horas. Entretanto, os linfócitos podem ser as primeiras células a chegar, nas infecções virais, e, em alguns tipos de reações de hipersensibilidade, os eosinófilos são desde o início o principal tipo celular. Células endoteliais, macrófagos, mastócitos e plaquetas também podem estar envolvidas (LAMANO, 2008; SCHMID-SCHONBEIN, 2006). Essas células quando ativadas iniciam um processo de sinalização de vias intracelulares, culminando na síntese de mediadores que participam diretamente do processo inflamatório. Os mediadores inflamatórios são substâncias formadas e liberadas, concomitante ou sequencialmente, no local da lesão. Atuam nos vasos sanguíneos e células inflamatórias modulando os principais eventos relacionados à inflamação: vasodilatação, opsonização, quimiotaxia para células inflamatórias, obstrução tecidual e dor, como também febre e mal estar (SIQUEIRA; DANTAS, 2000). Além disso, podem, inclusive, estimular a liberação de outros mediadores (MEDZHITOV, 2010; ZHOU et al., 2007). Dentre os mediadores mais descritos da inflamação aguda, encontram-se histamina, bradicinina, metabólitos do ácido araquidônico (PGs, TBxs e LTs), PAF, óxido nítrico (NO), neuropeptídeos e citocinas (PASSOS et al., 2007). Em resposta a estímulos mecânicos, químicos, físicos ou por meio de outros mediadores, como a bradicinina, os fosfolipídios de membranas liberam o ácido araquidônico, através da ativação da enzima fosfolipase A2 (PLA2). O ácido araquidônico livre pode ser metabolizado por duas classes principais de enzimas: cicloxigenases (COXs), sendo a isoforma COX-2 envolvida na inflamação, iniciando a biossíntese de PGs e TBxs (prostanoides) e pelas LOXs, originando a biossíntese de LTs (BOTTING, 2006). Dentre as COXs, a COX-1 é constitutivamente expressa, ou seja, está presente nas células em condições fisiológicas, principalmente nos vasos sanguíneos, plaquetas, estômago e rins, sendo uma das responsáveis por manter as condições de homeostase no organismo. A COX-2, por outro lado, é geralmente ausente na maioria dos tecidos normais, mas pode ser induzida por inúmeros estímulos, IL-1, TNF-α e demais mediadores inflamatórios. É ainda responsável pela produção de concentrações elevadas de prostanoides durante a inflamação. Entretanto, existe uma terceira isoforma de COX, a COX-3, que se encontra MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. 40 distribuída principalmente no córtex cerebral, medula espinal e coração. Alguns estudos sugerem que a inibição da COX-3 poderia representar o mecanismo central primário pelo qual os fármacos analgésicos e antipiréticos, como os antiinflamatórios não esteroidais (AINEs), desenvolveriam suas atividades de redução da dor e da febre (CHANDRASEKHARAN; DAI; ROOS, 2002; HIKIJI et al., 2008). Os prostanoides mais importantes na inflamação são: PGE 2, PGD2, PGF2α, PGI2 (prostaciclina) e a Tromboxano A2 (TBxA2). As prostaglandinas PGE2, PGD2 e PGF2α também são vasodilatadoras, além de exacerbarem o edema. Além disso, as PGs também estão envolvidas na patogenia da dor e da febre durante a inflamação, como a PGE2, que torna a pele hipersensível a estímulos dolorosos. A prostaciclina possui ação vasodilatadora, além de potencializar os efeitos quimiotáticos e aumentar a permeabilidade de outros mediadores (PECCHI et al., 2009). Os LTs, por sua vez, são substâncias produzidas a partir do ácido araquidônico, por ação da enzima 5-LOX, encontrada preferencialmente nos pulmões, plaquetas, células endoteliais, monócitos, mastócitos, eosinófilos e linfócitos B (MONTUSHI et al., 2007). Dentre os LTs, o LTB4 exerce potente atividade quimiotática para neutrófilos, eosinófilos e monócitos, promovendo a migração destes tipos celulares para o local afetado. Uma vez no sítio, os LTs ativam os leucócitos, promovendo a degranulação e a produção de superóxidos, que contribuem para os danos teciduais característicos da inflamação. Alguns LTs como LC4, LD4 e LE4 aumentam a permeabilidade vascular (COUTINHO; MUZITANO; COSTA, 2009; WIENECKE et al., 2008). Outro mediador importante na vasodilatação é o NO, que é um gás solúvel derivado do metabolismo da L-arginina por da ação da enzima óxido nítrico sintase (NOS), que pode ser encontrada em três isoformas:, endotelial (eNOS) e neuronal (nNOS), que são constitutivamente expressas, e a forma induzida (iNOS), que é produzida em condições inflamatórias (VALLANCE; CHAN, 2001). O NO está envolvido no relaxamento vascular, na inibição da agregação plaquetária e adesão leucocitária, na neurotransmissão e nas atividades antimicrobiana e antitumoral dos macrófagos (ZOCCALI, 2007). A histamina, mediador armazenado e liberado por mastócitos e basófilos, exerce ação sobre células musculares lisas e células endoteliais, provocando vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular. É encontrado em vários MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. 41 tecidos, destacando-se os pulmões, pele e trato gastrointestinal. Na pele, a histamina acarreta uma resposta tripla, ocasionando vermelhidão, edema e dilatação associada à vasodilatação indireta via estimulação por reflexos axonais. Já no trato gastrointestinal a histamina é essencial para a secreção ácida (THURMOND; GELFAND; DUNFORD, 2008). A bradicinina, outro mediador importante no processo inflamatório, é um peptídeo vasoativo que provoca vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular. Entretanto, exerce outros efeitos, como a indução da liberação de mediadores inflamatórios como os prostanoides, a partir de diversos tipos celulares, citocinas (IL-1 e TNF-α) de macrófagos, além do NO liberado das células endoteliais vasculares (ELIIS; FOZARD, 2002). Trata-se, também, de um potente mediador álgico, ação que é potencializada pelas PGs (LEEB-LUNDBERG et al., 2005). As citocinas são liberadas por uma variedade de células envolvidas na resposta inflamatória, incluindo macrófagos, neutrófilos e células endoteliais, possuindo diferentes efeitos dependentes do tipo de citocina liberada e da célula envolvida. De um modo geral, as citocinas influenciam a ativação, divisão, apoptose e quimiotaxia celular (PECCHI et al., 2009; HANADA; YOSHIMURA, 2002). As citocinas são classificadas em subgrupos, como: ILs, fatores de crescimento, quimiocinas, interferons e fatores estimuladores de colônia, ou ainda, podem ser classificadas conforme sua atividade biológica como, por exemplo: pró-inflamatórias (IL-1, IL-6, IL-8 e TNF-α) e anti-inflamatórias (IL-1Ra, IL-4 e IL-10) (WONG; FISH, 2003). Alguns exemplos importantes de citocinas incluem a IL-8, que atua como fator quimiotático em atrair o neutrófilo e outras células para a o local da inflamação. Estão também envolvidas nesse processo, as quimiocinas, que são fundamentais para os leucócitos, pois atuam em seu crescimento, diferenciação e ativação, imprescindíveis para que ocorra quimiotaxia (TOWNSEND; MCKENZIE, 2000). Outro fator bastante importante é o TNF-α, que inibe a apoptose do neutrófilo, elevando sua sobrevida no sítio de ação. Adicionalmente, citocinas pró-inflamatórias, como TNF-α e IL-1β, são importantes no processo da dor por aumentarem a excitabilidade neuronal e a força sináptica (STELLWAGEN; MALENKA, 2006). Considerando a complexa relação existente entre a lesão e o aparecimento da dor, não é surpreendente que o controle farmacológico efetivo ainda seja um MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. 42 desafio para a comunidade médico-científica, uma vez que esta síndrome mostra-se resistente a uma série de fármacos com propriedades analgésicas marcadas em quadros de dor aguda (ATTAL et al., 2010). Diversas pesquisas vêm sendo realizadas ao longo dos últimos anos para o estudo dos mecanismos e dos mediadores envolvidos na inflamação e dor (NAPIMOGA et al., 2007; TRACEY; MANTYH, 2007; BITENCOURT et al., 2008; BASBAUM et al., 2009; QUINTANS-JÚNIOR et al., 2013; BRITO et al., 2012; ALENCAR et al., 2010; GRIS et al., 2010; HUA; CABOT, 2010; MEDZHITOV, 2010; MELO et al., 2010; ALMEIDA et al., 2013). Embora existam diversos produtos, de origem natural ou sintética, utilizados para o tratamento desses processos, até o momento, não foi identificado ainda o anti-inflamatório ou analgésico ideal, devido à limitação de sua eficácia ou até mesmo pela amplitude dos seus efeitos adversos (GRIS et al., 2010). Assim, diversos modelos in vivo têm sido utilizados na pesquisa de compostos com atividade anti-inflamatória/antinociceptiva (VERGNOLLE, 2008). Dessa forma, a pesquisa de substâncias que possam intervir na complexidade das injúrias citadas, é de grande valor, uma vez que essas são oriundas de produtos naturais que são de fácil acesso e baixo custo. 3.3. Produtos naturais Ao longo dos anos, o homem buscou na natureza meios para atender suas necessidades básicas, muitos dos quais serviram de remédio para o tratamento de várias doenças. Os primeiros registros documentam o uso de aproximadamente 1000 preparações derivadas de plantas na Mesopotâmia. No Egito, o Papiro de Ebers, datado de 1500 a.C., documenta mais de 700 medicamentos, a maioria oriunda de plantas. Existem evidências que praticamente todos os povos utilizavam preparados à base de plantas para assegurar sua sobrevivência (LORENZI; MATOS, 2002; NEWMAN; CRAGG; KINGSTON, 2008). Durante a Idade Média, a propriedade terapêutica das plantas era atribuída à existência de substâncias presentes nelas. Com o desenvolvimento e o avanço da química orgânica, houve a possibilidade de isolamento e purificação, a partir de extratos brutos, da(s) substância(s) responsável (eis) pelo(s) efeito(s) biológico(s) MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. 43 predominante(s). Esse grupo de substâncias, derivado do metabolismo secundário, denominou-se “princípios ativos” (LORENZI; MATOS, 2002; NORTON, 2005; ITOKAWA et al., 2008). Dessa forma, os estudos dessas substâncias auxiliam principalmente na compreensão da fisiologia das plantas, da quimiotaxonomia e na investigação de protótipos para novos fármacos (GABIUS et al., 2002) Por ser ainda o único recurso terapêutico de muitas comunidades e grupos étnicos, as plantas medicinais são encontradas em feiras livres, mercados populares e em quintais residenciais nas regiões mais pobres do país e até mesmo nas grandes cidades brasileiras (MACIEL et al., 2002). Muitas destas plantas são usadas baseadas apenas no conhecimento popular e repassado de uma geração para outra (CUNHA et al., 2003). Esse conhecimento popular deu origem aos fitoterápicos, que foi posteriormente definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e em documento publicado recentemente pela ANVISA como sendo medicamentos obtidos com emprego exclusivo de matérias-primas ativas vegetais, cuja eficácia e segurança são validadas por meio de levantamentos etnofarmacológicos, de utilização, documentações técnico-científicas ou evidências clínicas. São caracterizados pelo conhecimento da eficácia e dos riscos de seu uso, assim como pela reprodutibilidade e constância de sua qualidade (CALIXTO, 2003; BRASIL, 2010). Assim, a OMS estipula que devido à pobreza e a falta de acesso a medicamentos industrializados, cerca de 80% da população mundial dependem da atividade terapêutica das plantas no que se refere à atenção primária à saúde, e 85% dessa parcela utiliza plantas ou preparações à base de vegetais. Ressalte-se ainda que 67% das espécies vegetais medicinais do mundo são originadas dos países em desenvolvimento (BRASIL, 2006). Os medicamentos apresentam, em sua quase totalidade, um único princípio ativo que é responsável pelo seu efeito farmacológico, já os extratos vegetais são constituídos por misturas multicomponentes de substâncias ativas, parcialmente ativas e inativas, que, muitas vezes, atuam em alvos farmacológicos diferentes (FERREIRA; PINTO, 2010; ULRICH-MERZENICH et al., 2010). Os extratos vegetais servem ainda como ponto de partida para a obtenção de compostos sintéticos ou biossintéticos. Existem aqueles que exibem uma atividade biológica maior ou diferente de seus componentes isolados (VILLAS-BÔAS; GADELHA, 2007). MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. 44 É importante mencionar que a disponibilidade de princípios ativos quimicamente puros, aliada aos avanços obtidos na fisiologia experimental no século XIX, possibilitou a descoberta e investigação de várias substâncias que ainda hoje são utilizadas na prática clínica, bem como a descrição de seus mecanismos de ação. Por exemplo, a atropina, princípio ativo isolado da planta Atropa belladona, que contribuiu para a fundamentação da neurotransmissão colinérgica e para a teoria dos receptores farmacológicos; a reserpina, princípio ativo extraído da planta Rauwolfia serpentina, que propiciou o embasamento da neurotransmissão adrenérgica, serotoninérgica e dopaminérgica. Outros princípios ativos que seguem a linha da atropina e reserpina são: o curare (isolado de Chondodendron tomentosum), nicotina (espécies de Nicotiana), ergotamina (espécies do Ergot), cocaína (espécies de Erythroxylum), morfina (Papaver somniferum), glicosídeos cardíacos (espécies de Digitalis), efedrina (Ephedra sinica); além de uma diversidade de outros princípios ativos isolados de plantas (FARNSWORTH, 1966; GILANI; RAHMAN, 2005; NEWMAN; CRAGG; KINGSTON, 2008). O Brasil, detentor da maior floresta tropical equatorial e tropical úmida do planeta, constituído de uma grandeza de seu litoral e de sua flora, não pode abdicar de sua vocação para os produtos naturais (PINTO et al., 2002). 3.3.1 Considerações sobre a família Selaginellaceae e o gênero Selaginella A família Selaginellaceae Willk é uma família distinta, incluindo um único gênero, Selaginella. São conhecidas cerca de 750 espécies (TRYON; TRYON, 1984; JUDD et al., 1999), mas com distribuição mundial. Espécies do gênero estão amplamente distribuídas nas Américas, África e Europa, a leste até o estreito de Bering, Kamchatka e Japão na Ásia, Nova Guiné e Austrália na Oceania. Ocorrem também no leste do Pacífico até as ilhas do Havaí, Marquesas, Tahiti e Rapa. Nas Américas, os limites de distribuição são, ao norte, o Alasca, a leste a Groenlândia e ao sul Mendonza e Buenos Aires na Argentina, e também na Ilha Cocos da Costa Rica. Certamente estão mais bem representadas na bacia Amazônica com 31 espécies (TRYON; TRYON, 1984). No Brasil, poucos trabalhos envolvem a família Selaginellaceae. O primeiro deles foi realizado por Spring (1840) e está incluído na “Flora Brasiliensis”. As 23 MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. 45 espécies descritas pelo autor são tratadas em duas seções, sendo Homoeophyllae com folhas monomorfas dispostas em várias fileiras, com uma única espécie Selaginella rupestris (L.) Spring e Heterophyllae com folhas dimorfas dispostas em quatro fileiras, compreendendo as demais espécies (HIRAI; PRADO, 2000). Os membros da família Selaginellaceae são principalmente terrestres, plantas herbáceas e perenes e variam muito em tamanho. Algumas pequenas espécies têm hastes de aproximadamente 3 cm de comprimento, enquanto as espécies maiores têm hastes de 50 cm a cerca de 1 m de comprimento, mas com menos de 2 cm de altura (TRYON; TRYON, 1984; JUDD et al., 1999). Estas plantas geralmente crescem em ambientes mesófilos de florestas sombreadas, são terrestres, mas também podem ser encontradas sobre rochas úmidas, próximas de rios ou cachoeiras, ou sobre penhascos úmidos e sombreados. Algumas espécies crescem em turfeiras no ártico alpino, rochas de desertos ou arbustos de ambientes xerófilos; outras crescem ainda em matas de bosques secos, locais pantanosos ou florestas secundárias (TRYON; TRYON 1984). Segundo Anthony & Thomas (2011) várias espécies do gênero Selaginella são utilizadas como alimento (vegetais crus), plantas ornamentais e materiais para artesanato. Entretanto, a utilização de Selaginella como planta medicinal é muito limitada em comparação com o número de espécies e os benefícios potenciais da medicina, por isso exige mais pesquisas etnobotânicas e fitoquímicas. Os metabólitos secundários de Selaginella podem variar a depender de fatores climáticos, localização e solo, bem como a colheita e procedimento de extração (NAHRSTEDT; BUTTERWECK, 1997). Estudos anteriores envolvendo algumas espécies de Selaginella revelou que este gênero é uma rica fonte de esteroides, biflavonoides, alcaloides, secolignanas, neo-lignanas e derivados cafeoil. Outros compostos, tais como alcaloides glicosídeos, fenilpropanonas e lignanas, também foram relatados em algumas espécies do gênero (SÁ et al., 2012b). Diferentes atividades de preparações obtidas de Selaginella spp. têm sido relatadas: anti- inflamatória (HAN et al., 1972), antiespasmódica (ITOKAWA et al, 1983), atividade antimutagênica (MENG et al., 1990), atividade citotóxica, imunoestimulante e agente inibidor da RNA transcriptase reversa (ONO et al., 1989; LIN et al., 1994), potente atividade antiviral (MA et al., 2001), atividade anti-hemorrágica (WINTER; JANSEN, 2003); atividade antioxidade (SAH et al., 2005). Ainda em 2005, MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. 46 Dai e colaboradores observaram a diminuição da expressão de histamina após indução alérgica em animais tratados com S. tamariscina. E, mais recentemente, um estudo publicado por nosso grupo, demonstrou efeito antinociceptivo do extrato etanólico bruto (EEB) de Selaginella convoluta (SÁ et al., 2012a) em camundongos. Várias espécies de Selaginella são utilizadas de forma tradicional em vários países para o tratamento de uma variedade de doenças como o câncer, problemas cardiovasculares (LIN et al., 1994), diabetes (DARIAS et al., 1989), gastrite (HAN; LEE; LEE,1984), hepatite (LIN; KAN, 1990) , doenças da pele (MACFOY; SAMA, 1983) e infecções do trato urinário (WINKELMAN, 1986). No entanto, apenas alguns estudos sobre os componentes bioativos de espécies deste gênero foram realizados. Setyawan (2011), em trabalho recente, estudou a diversidade de compostos de Selaginella, especialmente biflavonoides e compostos de trealose. 3.3.2 Considerações sobre a espécie Selaginella convoluta Selaginella convoluta (Arn.) Spring é popularmente conhecida na região do Vale do São Francisco como "jericó", e em outras localidades do Nordeste brasileiro como “mão-fechada” ou “mão-de-papagaio” (SÁ et al., 2012b). Citada em alguns trabalhos ao longo das décadas (RAWITSCHER et al., 1952; BARROS; SILVA; SILVA, 1989; AMBRÓSIO; DE MELO, 2001) S. convoluta é sempre destacada como uma das plantas mais bem adaptadas ao clima semiárido da região da Caatinga, especialmente pela sua capacidade evidente de padrão sazonal poiquilohídrico, sendo facilmente reconhecida pelo seu hábito em roseta, enrolando suas folhas no período seco e assim protegendo-se da dessecação (Figura 5A) e nos primeiros sinais de chuva reaparece verde entre as demais plantas da Caatinga (Figura 5B). Dessa forma, se torna a pteridófita mais representativa do cenário nordestino (XAVIER, 2007). MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. 47 A B Figura 5. Comportamento de Selaginella convoluta (Arn) Spring Selaginellaceae em período seco (A) e chuvoso (B). Porembski (2007) descreveu que, ao contrário de outras espécies da família Selaginellaceae, S. convoluta é, geralmente, rupícola, crescendo sobre uma fina camada de solo nas encostas de morros e paredões rochosos, formando “tapetes” (Figura 6). Figura 6. Tapete formado por S. convoluta durante os primeiros dias de chuva. (Disponível em: http://fatosefotosdacaatinga.blogspot.com.br/2011/11/o-verde-do- jerico-na-caatinga-seca.html). Um estudo realizado por Agra e colaboradores (2007a, 2007b) sobre informações etnomedicinais de plantas do Cariri Paraibano revelou que S. convoluta MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. 48 é utilizada na forma de chá através do decocto ou macerado da planta inteira como afrodisíaco, distúrbios da amenorreia e também como diurético, três vezes ao dia. Já Roque e colaboradores (2010) afirmam que, na comunidade de Laginha, no município de Caicó, no Rio Grande do Norte é feito o chá das folhas por infusão para tratamento de icterícia. A fim de contribuir com a descoberta de fármacos, a busca contínua do nosso grupo com plantas da Caatinga já rendeu bons resultados, como a comprovação dos efeitos antinociceptivos do extrato etanólico de Amburana cearensis em camundongos (OLIVEIRA et al., 2009), atividade antinociceptiva de Neoglaziovia variegata (LIMA-SARAIVA et al., 2012b), atividade antiulcerogênica do extrato etanólico de Encholirium spectabile em roedores (CARVALHO et al., 2010), atividade antinociceptiva do extrato etanólico de S. convoluta (SÁ et al., 2012a) e mais recentemente, atividade antinociceptiva e anti-inflamatória de Annona vepretorum (SILVA, 2013). . 2. PARTE EXPERIMENTAL MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. 50 4. PARTE EXPERIMENTAL 4.1. Material vegetal 4.1.1. Coleta e obtenção das frações hexânica e clorofórmica de S. convoluta O material vegetal foi coletado e identificado pelo Engenheiro Florestal Dr. Visêldo Ribeiro de Oliveira em março de 2012 (período seco) no Campo Experimental da Embrapa Semiárido, município de Petrolina (09º 03’ 54.2” S, 40º 19’ 11.7” W), Estado de Pernambuco, Brasil. Uma exsicata da espécie foi codificada sob o número #19203 (Figura 7) e depositada no Herbário Vale do São Francisco (HVASF) no Centro de Referência para Recuperação de Áreas Degradadas (CRAD) na UNIVASF. Figura 7. Exsicata de S. convoluta coletada em Petrolina-PE. Foto: Larissa A. R de Oliveira Macêdo. MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella 51 convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. Após coleta e identificação, o material vegetal foi lavado e separado de outras espécies. Em seguida, foi dessecado em estufa com circulação e renovação de ar à temperatura média de 40 °C durante três dias. Após a secagem, o material vegetal foi pulverizado (Figura 8). Figura 8. Material vegetal seco e pulverizado. Foto: Larissa A. R de Oliveira Macêdo. O material vegetal seco e pulverizado (1935 g) foi submetido à maceração exaustiva com etanol 95% em um recipiente de aço inoxidável. Foram feitas várias extrações num intervalo de 72 horas entre cada extração até esgotamento da droga. A solução extrativa obtida passou por um processo de destilação do solvente em evaporador rotativo à pressão reduzida a uma temperatura não superior a 50 °C (Figura 9A). Após este processo de evaporação do solvente, obteve-se o Extrato Etanólico Bruto (EEB- Figura 9B). E a partir desse, foi feita uma partição líquido-líquido (Figura 9C) com solventes em gradientes de polaridade crescente (hexano e clorofórmio) para obtenção das respectivas fases Sc-Hex (21,2591g) e Sc-CHCl3 (15,142g), as quais foram utilizadas para estudo das atividades farmacológicas. Estes procedimentos de preparação e obtenção das frações foram realizados no Núcleo de Estudos e Pesquisas de Plantas Medicinais (NEPLAME). MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella 52 convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. A B C Figura 9. Processo de obtenção das frações de S. convoluta: A) destilação do solvente em evaporador rotativo à pressão reduzida, B) Extrato etanólico bruto e C) Partição líquido-líquido. Fotos: Larissa A. R de Oliveira Macêdo. 4.2. Triagem fitoquímica preliminar dos constituintes químicos de Sc-Hex e Sc-CHCl3 A triagem fitoquímica procura rastrear os principais grupos de constituintes químicos que compõem um extrato vegetal. É um exame rápido e superficial através de reagentes de coloração ou precipitação que irão revelar ou não a presença de metabólitos secundários em um extrato. A triagem fitoquímica preliminar, com vistas ao estabelecimento da possível natureza química dos compostos existentes foi realizada com as fases obtidas através do particionamento do EEB. As frações foram avaliadas em placas cromatográficas de sílica gel com suporte de alumínio, aplicados com micropipeta e eluídos em diferentes sistemas de solventes segundo metodologia descrita por Wagner & Bladt (1996). Os testes foram realizados de acordo com as classes de metabólitos secundários compreendidas pelo gênero (alcaloides, antocianinas, cumarinas, derivados antracênicos, flavonoides, lignanas, mono/diterpenos, naftoquininas, saponinas e triterpenos/esteroides). 4.3. Animais Foram usados camundongos Swiss, machos (25-35 g), provenientes do Biotério Setorial da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF). Os animais foram mantidos em grupos de seis, em gaiolas de polipropileno, à MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. 53 temperatura ambiente controlada (22 ± 2 ºC) com comida e água ad libitum, acondicionadas em estantes isoladoras. Os animais foram transferidos e aclimatizados 48 horas antes do início dos experimentos para o laboratório experimental de Fisiologia da mesma Universidade. Durante este período, os animais foram manipulados apenas para limpeza das caixas. Quando necessário, os animais foram privados de alimento 12 horas antes dos experimentos. Todos os experimentos foram realizados às 6 h da manhã. Os protocolos experimentais e procedimentos foram aprovados pela Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA) da UNIVASF sob o protocolo de n° 0003/17072012. Os experimentos foram conduzidos de acordo com as normas internacionais para estudo com animais de laboratório (ZIMMERMANN, 1983). 4.4 Testes de atividade antinociceptiva 4.4.1 Teste de contorções abdominais induzidas por ácido acético O protocolo experimental utilizado nesse ensaio foi semelhante ao proposto originalmente por Collier e colaboradores (1968), com pequenas modificações. Nesse método, a nocicepção foi induzida por ácido acético 0,9% via intraperitoneal (i.p) em um volume de 0,1 mL/10 g. A resposta do animal ao estímulo é representada por uma sequência de contrações da musculatura abdominal juntamente com a extensão dos membros inferiores (Figura 10). Os animais (n = 6 por grupo) foram tratados com as frações Sc-Hex ou ScCHCl3 (100, 200 e 400 mg/kg), ou com veículo (salina + tween 80) administrados via i.p 30 minutos antes do estímulo álgico. Indometacina (20 mg/kg) e morfina (10 mg/kg) foram usadas como drogas padrões, sendo administradas por via i.p 30 minutos antes do agente indutor da dor. Cinco minutos após a administração do agente álgico foi registrado o número de contorções abdominais produzidas pelo animal durante 10 min. MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. 54 Figura 10. Contorção abdominal induzida por ácido acético. Fotos: Larissa A. R. de Oliveira Macêdo. 4.4.2 Teste de nocicepção induzida por formalina O protocolo experimental utilizado nesse ensaio foi semelhante ao proposto originalmente por Hunskaar & Hole (1987). Para isso, os camundongos receberam uma injeção subplantar (s.p) de 20 µL de formalina - formaldeído diluído em solução salina (2,5%) na face dorsal da pata direita traseira. Esse ensaio é considerado um modelo de dor persistente e caracterizado por duas fases distintas: uma fase neurogênica (1ª fase) e outra inflamatória (2ª fase). Os animais (n = 6 por grupo) foram tratados com as frações Sc-Hex ou ScCHCl3 (100, 200 e 400 mg/kg), ou com veículo (salina + tween 80) administrados via i.p 1 hora antes do estímulo álgico. Ácido acetilsalicílico (150 mg/kg) e morfina (10 mg/kg) foram usados como drogas padrões, sendo administradas por via i.p 30 minutos antes do agente indutor da dor. MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. 55 Os camundongos foram observados em uma câmara com um espelho montado em três lados para permitir a visão das patas, e o tempo (em segundos) gasto lambendo e mordendo a pata injetada foi medido como um indicador de dor (Figura 11). Esta resposta foi mensurada durante 5 minutos (primeira fase, dor neurogênica) e entre 15 - 30 minutos após a injeção da formalina (segunda fase, dor inflamatória) (ALMEIDA et al., 2011). Figura 11. Teste de nocicepção induzida por formalina. Fotos: Larissa A. R. de Oliveira Macêdo. 4.4.3 Teste da placa quente A atividade antinociceptiva central das frações foi avaliada utilizando o modelo da placa quente, descrito por Kuraishi e colaboradores (1983). Os animais (n = 6 por grupo) foram pré-selecionados no aparelho de placa quente (Insight®, Brasil), na MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. 56 temperatura de 55 ± 0,5 °C. Animais que apresentaram um tempo de reação (definido como latência para levantar ou lamber as patas) maior que vinte segundos foram excluídos para proteger o tecido da pata e também por indicar completa analgesia. Os animais selecionados foram pré-tratados com Sc-Hex ou Sc-CHCl3 (100, 200 e 400 mg/kg, i.p), veículo (salina + tween 80) ou morfina (10 mg/kg, i.p). Cada animal foi colocado sobre a placa quente mantida a 55 ºC (Figura 12) e a latência foi medida nos tempos de 30, 60, 90 e 120 min após a administração das frações, veículo ou morfina (ALMEIDA et al., 2011). Figura 12. Teste da placa quente. Fotos: Larissa A. R. de Oliveira Macêdo. 4.5 Testes de atividade anti-inflamatória 4.5.1. Modelo de pleurisia induzida por carragenina O protocolo experimental utilizado foi semelhante ao proposto originalmente por Moore (2003), com pequenas modificações. Os animais (n = 6 em cada grupo) foram pré-tratados por via intraperitoneal (ip) com Sc-Hex ou Sc-CHCl3 (100, 200 e 400 mg/kg) 30 minutos antes da indução da pleurisia. A inflamação foi induzida pela injeção intrapleural (i.t) de 100 µL de uma solução de carragenina a 1%. Uma agulha especialmente adaptada de 13x5 mm foi introduzida no lado direito da cavidade MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. 57 torácica dos camundongos para injetar a solução de carragenina (Figura 12) e um volume igual de solução salina estéril, foi injetado nos controles. Às 4 h após o estímulo, os animais foram sacrificados numa câmara de gás de CO 2 e a cavidade torácica foi aberta e lavada com 1 mL de PBS contendo EDTA (10 mM). As amostras da lavagem pleural foram diluídas em fluido Turk (ácido acético a 2%) para a contagem total de leucócitos, utilizando câmara de Neubauer. Indometacina (10 mg/kg) foi utilizada como droga de referência. Figura 13. Modelo de pleurisia induzida por carragenina. Fotos: Fotos: Larissa A. R. de Oliveira Macêdo. 4.5.1.2 Quantificação de proteínas totais Os fluidos recuperados a partir da cavidade pleural dos animais tratados com Sc-Hex e Sc-CHCl3 (100, 200 e 400 mg/kg) foram centrifugados durante 10 min a 1500 x g, e o teor total de proteína foi quantificado no sobrenadante, em 640 nm, utilizando a técnica de Folin-Lowry (STAUFFER, 1975). MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. 58 4.5.2. Edema de pata induzido por carragenina A atividade anti-inflamatória das frações foi avaliada através do modelo de edema de pata induzido por carragenina 1% (Figura 14), administrada no volume de 0,1 mL na região subplantar (s.p) da pata de cada animal (n = 6 por grupo) (WINTER; RISLEY; NUSS, 1962). A inflamação foi mensurada medindo o volume da pata imergindo-a até a altura do tornozelo, utilizando o aparelho pletismômetro (PanLab, Itália) 4 horas após a indução do edema. Os extratos de Sc-Hex e ScCHCl3 (200 e 400 mg/kg), dexametasona (DEXA 1 mg/kg) e o controle (solução salina) foram administrados via i.p 30 minutos antes do estímulo. Os resultados foram expressos através da porcentagem de inibição do edema, sendo determinada pra cada grupo experimental. Figura 14. Edema de pata induzido por carragenina. Fotos: Larissa A. R. de Oliveira Macêdo. MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. 59 4.6 Avaliação da coordenação motora (teste do rota-rod) O protocolo experimental foi semelhante ao proposto originalmente por Dunham & Miya (1957), com algumas modificações. O aparelho do rota-rod (Insight®, Brasil) é constituído de uma barra, subdividida em quatro compartimentos. Esse teste permite avaliar se os tratamentos promovem incoordenação motora nos animais por sedação e/ou relaxamento muscular (LAPA et al., 2003). Os animais (n = 6 por grupo) foram pré-selecionados antes do teste (24 horas) e foram escolhidos aqueles que permaneceram na barra por 60 segundos em pelo menos uma de três tentativas (Figura 10) (ALMEIDA et al., 2006). Grupos de 6 animais receberam veículo (salina), diazepam (2,5 mg/Kg) e as frações Sc-Hex e ScCHCl3 nas doses de 100, 200 e 400 mg/kg em relação ao peso corporal dos animais. Os extratos foram administrados por via i.p assim como a droga de referência 30 minutos antes da observação. Após a administração, os animais foram colocados individualmente na barra giratória (sentido contrário ao movimento da barra) e foi registrado o tempo de permanência do animal na barra (SANTOS-JUNIOR et al., 2005). Os animais foram observados em diferentes intervalos de tempo (30, 60 e 120 minutos) após a administração. Figura 15. Avaliação da coordenação motora no teste do rota-rod. Fotos: Larissa A. R. de Oliveira Macêdo. MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. 60 4.7. Toxicidade aguda Na investigação da toxicidade aguda, os camundongos foram divididos em três grupos de 6 machos e 6 fêmeas (n = 12). O grupo controle recebeu veículo (salina + tween 80). Os demais receberam o pré-tratamento em dose única de 400 mg/kg e 2000 mg/kg por via intraperitoneal de ambas as frações, SC-Hex e Sc-CHCl3. Em seguida, os animais foram observados durante 14 dias para avaliar a presença de morte e sinais de toxicidade. Outros parâmetros tais como: peso corporal, consumo de alimento e água foram avaliados diariamente, durante todo o estudo. Figura 16. Avaliação diária do peso corporal, consumo de alimento e água no teste de toxicidade aguda. Fotos: Larissa A. R. de Oliveira Macêdo. 4.7.1. Triagem farmacológica comportamental A triagem comportamental (Anexo B) dos camundongos foi realizada seguindo o protocolo descrito por Almeida et al. (1999). Foram analisados alguns parâmetros específicos, como, piloereção, ptose palpebral, contorções abdominais, convulsões, catatonia, tremores, paralisia das patas dianteiras, sedação, ambulação aumentada, resposta ao toque diminuída, movimentação intensa das vibrissas, agressividade, estereotipia e analgesia, após a administração em dose única de 400 MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella 61 convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. mg/kg e 2000 mg/kg por via via intraperitoneal de ambas as frações. O grupo controle recebeu veículo (salina + tween 80). No primeiro dia, tais parâmetros foram avaliados nos tempos de 30, 60, 120, 180 e 240 minutos após o pré-tratamento. A avaliação comportamental foi feita diariamente até o último dia da toxicidade aguda. 4.7.2. Análise de parâmetros hematológicos e bioquímicos Para a avaliação dos parâmetros hematológicos e bioquímicos do sangue, foi utilizada a metodologia descrita por Vasconcelos et al. (2007) e Araújo et al. (2008) com modificações. O sangue foi retirado através do plexo braquial para análise laboratorial dos parâmetros hematológicos: contagem de eritrócitos (106/mm3), hemoglobina (g/dL), hematócrito (%), volume corpuscular médio (VCM, μ 3), hemoglobina corpuscular média (HCM, g), concentração de hemoglobina corpuscular média (CHCM, %), leucócitos (103/mm3), linfócitos (%), monócitos (%) e plaquetas (103/mm3). Os parâmetros bioquímicos analisados em amostras de soro foram glicose (mg/dL), colesterol (mg/dL), triglicérides (mg/dL), AST/TGO (U/L), ALT/TGP (U/L) e creatinina (mg/dL). Para a determinação dos parâmetros hematológicos foi utilizado analisador de hematologia (Horiba, ABXPentra 60), já para os parâmetros bioquímicos foi utilizado um analisador semiautomático Bioplus (BIO-200). 4.7.3 Análise histopatológica dos órgãos Após a coleta do sangue, com os animais ainda em anestesia profunda, foram feitas análises macroscópicas (forma, tamanho, coloração e consistência) dos seguintes órgãos: pulmão, coração, rim, baço, fígado, pâncreas e estômago e comparados aos órgãos do grupo controle. Logo após, foram lavados em solução fisiológica e mergulhados em solução de formol a 10%, (tampão fosfato, 0,1 M, pH 7,2) por 18 horas. Decorrido esse tempo, os fragmentos foram lavados em água corrente e em seguida imersos em álcool a 70% e transportados para o Laboratório de Imunologia da UNIVASF. Posteriormente, os órgãos foram desidratados em ordem crescente de álcool (80, 90, 95 e 100%,) seguida de diafanização em xilol, MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella 62 convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. impregnação e inclusão em parafina para a formação dos blocos histológicos. Cada bloco foi submetido à microtomia e as secções tissulares de 5 µm de espessura foram estiradas em banho histológico e em seguida montadas em lâminas de vidro. Foram analisadas as alterações histopatológicas somente nos fígados e rins dos camundongos sob tratamento agudo com as frações. Assim, as lâminas foram coradas com Hematoxilina e Eosina (H.E) e examinados em microscópico óptico (Olympus®, Modelo BX41, Japão). 4.8. Ensaio de viabilidade celular por MTT Para verificar o efeito das frações Sc-Hex e Sc-CHCl3 sobre a viabilidade celular, foi utilizado o ensaio de viabilidade in vitro por MTT (brometo de 3-(4,5dimetiltiazol-2-il)-2,5-difeniltetrazólio) utilizando macrófagos peritoneais (MOSMANN, 1983). Macrófagos peritoneais foram coletados com PBS/EDTA 10 mM, centrifugados em centrifuga refrigerada (Herolab®, Modelo Unicer MR, Alemanha) e ressuspensos em 1 mL de meio RPMI/SFB 10%. Em seguida, as células viáveis (verificadas utilizando-se o método de exclusão por azul de Tripan, que cora em azul as células não viáveis) foram plaqueadas na densidade de 2,5 x 105 células/poço, em placas de 96 poços e incubadas em estufa de dióxido de carbono (CO2) por 37 °C por 2 horas para adesão dos macrófagos. As frações Sc-Hex e Sc-CHCl3 foram incubadas em diversas concentrações (1, 100, 250 e 500 µg/mL) por 24 h. Como grupos controles, foram utilizados apenas células e meio de cultura ou células tratadas com Tween (0,2%). Decorridas as 24, horas as células foram incubadas com MTT por 4 horas. Após a incubação, os poços foram lavados e adicionou-se 150 µl de DMSO (Dimetilsulfóxido) por 15 minutos, e foi realizada a leitura em espectrofotômetro (Thermo Plate, Modelo RS 232) no comprimento de onda de 540 nm. 4.9. Análise estatística Os resultados foram expressos como média ± erro padrão da média (e.p.m), conforme indicado nas legendas das tabelas e figuras e as diferenças estatísticas entre os grupos experimentais e controle foram verificadas por Análise de Variância MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. 63 (ANOVA) seguida pelo teste de Dunnet ou teste t, conforme exigência do protocolo experimental. Os valores foram considerados significativos quando *p < 0,05. As análises foram realizadas no tutorial GraphPad Prism® versão 5.0. 3. RESULTADOS MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. 65 5. RESULTADOS 5.1. Triagem fitoquímica A análise fitoquímica preliminar (Tabela 1) demonstrou reação positiva para a presença de derivados antracênicos, flavonoides, naftoquinonas e triterpenos/esteroides. Tabela 1. Constituintes químicos identificados nas fases de Selaginella convoluta através de cromatografia em camada delgada. Constituintes químicos Sc-Hex Sc-CHCl3 Alcaloides - - Antocianinas - - Cumarinas - - Derivados antracênicos + + Flavonoides ++ ++ Lignanas - - Mono/Diterpenos - - Naftoquinonas + + Saponinas - - Triterpenos/Esteroides ++ +++ (-): ausência do constituinte, (+) leve presença do constituinte, (++): moderada presença do constituinte, (+++): intensa presença do constituinte. 5.2 Resultados da atividade farmacológica das frações obtidas de S. convoluta 5.2.1 Atividade antinociceptiva das frações obtidas de S. convoluta 5.2.1.1 Teste das contorções abdominais induzidas por ácido acético MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. 66 No modelo de nocicepção induzida por ácido acético, ambas as frações estudadas de S. convoluta (Sc-Hex e Sc-CHCl3), administradas nas doses de 100, 200 e 400 mg/kg, via i.p induziram redução significativa no número de contorções abdominais (* p < 0,05). O grupo controle de Sc-Hex, tratado apenas com o veículo, apresentou 25,67 ± 3,31 contorções abdominais e 20,33 ± 3,42 para Sc-CHCl3, enquanto os grupos tratados apresentaram 9,00 ± 1,46 (64,94%); 5,66 ± 1,99 (77,95%) e 0,16 ± 0,16 (99,38%) para 100, 200 e 400 mg/kg de Sc-Hex com as respectivas porcentagens de inibição. Aqueles tratados com Sc-CHCL3 nas mesmas doses reduziram em 2,00 ± 1,12 (90,16%); 2,00 ± 0,51 (90,16%) e 0,83 ± 0,40 (95,92%) o número de contorções abdominais. A indometacina (INDO), reduziu o número de contorções com porcentagem de inibição de 90,92% para Sc-Hex e 88,54% para Sc-CHCl3, enquanto os animais tratados com morfina (MOR) houve redução de 100% quando comparado ao No de contorções abdominais controle. Estes resultados são mostrados nas Figuras 17 e 18. 40 30 20 10 * * * * 0 Controle 100 200 400 * INDO MOR Sc-Hex (mg/kg) Figura 17 - Efeito antinociceptivo da fração hexânica de S. convoluta (Sc-Hex 100, 200 e 400 mg/kg), indometacina (INDO, 20 mg/kg) e morfina (MOR, 10 mg/kg), no teste de contorções abdominais em camundongos. Valores são expressos em média ± erro padrão da média, n = 6. * p < 0,05 significativamente diferente do grupo controle (ANOVA seguido pelo teste de Dunnet). No de contorções abdominais MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. 67 25 20 15 10 5 * * * * 0 Controle 100 200 400 * INDO MOR Sc-CHCl3 (mg/kg) Figura 18 - Efeito antinociceptivo da fração clorofórmica de S. convoluta (Sc-CHCl3 100, 200 e 400 mg/kg), indometacina (INDO, 20 mg/kg) e morfina (MOR, 10 mg/kg), no teste de contorções abdominais em camundongos. Valores são expressos em média ± erro padrão da média, n = 6. * p < 0,05 significativamente diferente do grupo controle (ANOVA seguido pelo teste de Dunnet). 5.2.1.2 Teste de nocicepção induzida por formalina O tratamento com as frações Sc-Hex e Sc-CHCl3 nas doses de 100, 200 e 400 mg/kg (i.p) produziu uma atividade antinociceptiva significante comparada ao grupo controle na segunda fase deste teste (p<0,05). Sc-Hex (100, 200 e 400 mg/kg.) reduziu em 64,51; 67,79 e 73,90%, respectivamente, o tempo de lambida de pata dos animais (Figura 19). Houve redução desse tempo na primeira fase, com porcentagem de inibição de 35,46% apenas na dose de 100 mg/kg dos animais tratados com Sc-CHCl3 (Figura 20). Já na segunda fase esses percentuais foram 82,06, 74,96 e 92,77%. A droga de referência utilizada nesse teste foi o ácido acetilsalicílico (AAS) que reduziu somente na segunda fase do teste, enquanto a morfina inibe ambas as fases de estímulo da dor (p<0,05). MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. 68 Primeira Fase Segunda Fase 150 40 20 * Tempo de lambida (s) Tempo de lambida (s) 60 0 100 50 * * * * * 0 Controle 100 200 400 AAS MOR Controle 100 Sc-Hex (mg/kg) 200 400 AAS MOR Sc-Hex (mg/kg) Figura 19. Efeito antinociceptivo da fração hexânica de S. convoluta (Sc-Hex 100, 200 e 400 mg/kg), ácido acetilsalicílico (AAS,150 mg/kg) e morfina (MOR,10 mg/kg) na primeira e segunda fase do teste da formalina em camundongos. Valores são expressos em média ± erro padrão da média, n = 6. *p < 0,05 significativamente diferente do grupo controle (ANOVA seguido pelo teste de Dunnet). Primeira Fase Segunda Fase 150 40 * 20 * 0 Controle 100 200 400 AAS Sc-CHCl3 (mg/kg) MOR Tempo de lambida (s) Tempo de lambida (s) 60 100 50 * * * * 400 AAS * 0 Controle 100 200 MOR Sc-CHCl3 (mg/kg) Figura 20. Efeito antinociceptivo da fração clorofórmica de S. convoluta (Sc-CHCl3 100, 200 e 400 mg/kg), ácido acetilsalicílico (AAS, 150 mg/kg) e morfina (MOR, 10 mg/kg) na primeira e segunda fase do teste da formalina em camundongos. Valores são expressos em média ± erro padrão da média, n = 6. * p < 0,05 significativamente diferente do grupo controle (ANOVA seguido pelo teste de Dunnet). 5.2.1.3 Teste da placa quente No teste da placa quente o tratamento com as frações de S. convoluta, nas doses de 100, 200 e 400 mg/kg via i.p, não aumentou o tempo de permanência do MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. 69 animal sobre a placa quente (Figura 20 e 21). Entretanto, a morfina (10 mg/kg), utilizada como fármaco padrão, foi ativa de maneira significativa (p < 0,05) no tempos de 60, 90 e 120 minutos. Tempo de Latência (s) 20 * * 15 * 10 Controle Sc-Hex 100 mg/kg Sc-Hex 200 mg/kg Sc-Hex 400 mg/kg Morfina 10 mg/kg 5 0 30 60 90 120 Tempo (min) Figura 21. Efeito antinociceptivo da fração hexânica de S. convoluta (Sc-Hex 100, 200 e 400 mg/kg), morfina (10 mg/kg) no teste da placa quente em 30, 60, 90 e 120 minutos após sua administração em camundongos. Valores são expressos em média ± erro padrão da média, n = 6. *p < 0,05 significativamente diferente do grupo controle (ANOVA seguido pelo teste de Dunnet). Tempo de Latência (s) 20 * * 15 * 10 Controle Sc-CHCl3 100 mg/kg Sc-CHCl3 200 mg/kg Sc-CHCl3 400 mg/kg Morfina 10 mg/kg 5 0 30 60 90 120 Tempo (min) Figura 22. Efeito antinociceptivo da fração clorofórmica de S. convoluta (Sc-Hex 100, 200 e 400 mg/kg), morfina (10 mg/kg) no teste da placa quente em 30, 60, 90 e 120 minutos após sua administração em camundongos. Valores são expressos em média ± erro padrão da média, n = 6. *p < 0,05 significativamente diferente do grupo controle (ANOVA seguido pelo teste de Dunnet). MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. 70 5.2.2 Atividade anti-inflamatória das frações obtidas de S. convoluta 5.2.2.1 Modelo de pleurisia induzida por carragenina No modelo de pleurisia, somente os animais tratados com Sc-CHCl3 na dose de 200 mg/kg (i.p) apresentaram redução significativa na inibição da migração celular induzida por carragenina (*p < 0,05). Os animais estimulados com carragenina apresentaram um aumento no influxo de leucócitos para a cavidade inflamada de 6,53 ± 1,45 x 106 células. Apenas o pré-tratamento na dose de 200 mg/kg com a Sc-CHCl3 foi capaz de reduzir esse infiltrado para 1,19 ± 0,25 x 106 células (81,78% de inibição – Figura 23). A indometacina, utilizada como fármaco padrão, inibiu em 89,89% a migração celular para a cavidade pleural. Leucócitos totais (106 células/cavidade) 15 Controle Carragenina (Cg) Sc-Hex (mg/kg) Indometacina (mg/kg) 10 5 * 0 - Cg 100 200 400 10 Carragenina 1% (300 g/cavidade) Figura 23. Efeito anti-inflamatório da fração hexânica de S. convoluta (Sc-Hex 100, 200 e 400 mg/kg) e indometacina (10 mg/kg) no modelo de pleurisia induzida por carragenina em camundongos. Valores são expressos em média ± erro padrão da média, n = 6. *p < 0,05 significativamente diferente do grupo controle (ANOVA seguido pelo teste de Dunnet). MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. 71 Leucócitos totais (106 células/cavidade) 10 Controle Carragenina(Cg) Sc-CHCl3 (mg/kg) 8 6 Indometacina (mg/kg) 4 2 * * 0 - Cg 100 200 400 10 Carragenina 1% (300 g/cavidade) Figura 24. Efeito anti-inflamatório da fração clorofórmica de S. convoluta (Sc-CHCl3 100, 200 e 400 mg/kg) e indometacina (10 mg/kg) no modelo de pleurisia induzida por carragenina em camundongos. Valores são expressos em média ± erro padrão da média, n = 6. * p < 0,05 significativamente diferente do grupo controle (ANOVA seguido pelo teste de Dunnet). 5.2.2.1.2 Quantificação de proteínas totais A quantificação de proteínas totais confirma os dados no modelo anterior, onde somente os animais tratados com Sc-CHCl3 na dose de 200 mg/kg (i.p) apresentaram redução significativa do extravasamento de proteínas para a cavidade pleural (p < 0,05). Os animais estimulados apresentaram 1,22 ± 0,18 μg/mL enquanto o pré-tratamento reduziu esse valor para 0,32 ± 0,06 μg/mL (73,77%) (Figura 25) assim como o fármaco dexametasona com porcentagem de inibição de 86,88%. MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. 72 Proteínas totais (g/mL) 1.5 Controle Carragenina (Cg) Sc-Hex (mg/kg) Indometacina (mg/kg) 1.0 0.5 * 0.0 - Cg 100 200 400 10 Carragenina 1% (300 g/cavidade) Figura 25. Efeito da fração hexânica de S. convoluta (Sc-Hex 100, 200 e 400 mg/kg) e indometacina (10 mg/kg) sobre o extravasamento de proteínas plasmáticas no modelo de pleurisa induzida por carragenina. Valores são expressos em média ± erro padrão da média, n = 6. * p < 0,05 significativamente diferente do grupo controle (ANOVA seguido pelo teste de Dunnet). Proteínas totais (g/mL) 10 8 Controle Carragenina (Cg) Sc-CHCl3 (mg/kg) 6 Indometacina (mg/kg) 4 2 * * 0 - Cg 100 200 400 10 Carragenina 1% (300 g/cavidade) Figura 26. Efeito da fração clorofórmica de S. convoluta (Sc-CHCl3 100, 200 e 400 mg/kg) e indometacina (10 mg/kg) sobre o extravasamento de proteínas plasmáticas no modelo de pleurisa induzida por carragenina. Valores são expressos em média ± erro padrão da média, n = 6. * p < 0,05 significativamente diferente do grupo controle (ANOVA seguido pelo teste de Dunnet). MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. 73 5.2.2.2 Edema de pata induzido por carragenina No modelo de edema de pata induzido por carragenina, o tratamento com as frações de S. convoluta (Sc-Hex e Sc-CHCl3), nas doses testadas 100, 200 e 400 mg/kg via i.p, não foi capaz de diminuir de maneira significativa o exsudato formado após o estímulo álgico. Entretanto, a indometacina (10 mg/kg), utilizada como fármaco padrão, foi ativa de maneira significativa (p < 0,05) após 4 horas da sua administração, reduzindo o edema em 74,45%. A figura 27 expõe os dados na forma de % de inibição do volume da pata, sendo o volume do edema da pata dos animais tratados com carragenina (controle) aqueles que exibiram 100% de edema. % Inibição do volume ( L) 150 Carragenina (Cg) Indometacina (mg/kg) Sc-Hex (mg/kg) Sc-CHCl3 (mg/kg) 100 50 0 1% 10 200 400 200 Tratamento (mg/kg) 400 Figura 27. Efeito anti-inflamatório das frações hexânica e clorofórmica de S. convoluta (Sc-Hex ou Sc-CHCl3; 200 e 400 mg/kg) e indometacina (10 mg/kg) no modelo de edema de pata induzido por carragenina em camundongos. Valores são expressos em média ± erro padrão da média, n = 6. * p < 0,05 significativamente diferente do grupo controle (ANOVA seguido pelo teste de Dunnet). 5.3. Avaliação da atividade motora no teste de rota-rod No teste do rota-rod, os animais tratados com as frações Sc-Hex e Sc-CHCl3 não apresentaram alteração significativa no desempenho motor nas doses de 100, 200 e 400 mg/kg. Entretanto, como já esperado, o diazepam, fármaco depressor do SNC, reduziu o tempo em que os animais permaneceram no rota-rod quando comparado ao grupo controle (Figuras 28 e 29). MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. 74 Tempo (s) no rota-rod 200 150 * * * 100 Controle Sc-Hex 100 mg/kg Sc-Hex 200 mg/kg Sc-Hex 400 mg/kg Diazepam 2,5 mg/kg 50 0 1h 0.5 h 2h Figura 28. Efeito da fração hexânica de S. convoluta (Sc-Hex, 100, 200 e 400 mg/kg, i.p) e diazepam (2,5 mg/kg) no teste do rota-rod. Valores são expressos em média ± erro padrão da média, n = 6. * p < 0,05 significativamente diferente do grupo controle (ANOVA seguido pelo teste de Dunnet). Tempo no rota-rod (s) 200 150 * * 100 * Controle Sc-CHCl3 100 mg/kg Sc-CHCl3 200 mg/kg Sc-CHCl3 400 mg/kg Diazepam 2,5 mg/kg 50 0 0.5 h 1h 2h Figura 29. Efeito da fração clorofórmica de S. convoluta (Sc-CHCl3, 100, 200 e 400 mg/kg, i.p) e diazepam (2,5 mg/kg) no teste do rota-rod. Valores são expressos em média ± erro padrão da média, n = 6. * p < 0,05 significativamente diferente do grupo controle (ANOVA seguido pelo teste de Dunnet). 5.4. Toxicidade aguda das frações obtidas de S. convoluta A administração das frações de S. convoluta nas doses de 400 e 2000 mg/kg, por via intraperitoneal em dose única não ocasionou mortes, indicando baixa toxicidade do extrato. Em relação ao peso corporal, consumo de água e ração, MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. 75 houve diferença estatística quando comparados com o grupo controle. Neste experimento foi observado que, tanto Sc-Hex quanto Sc-CHCl3 têm DL50 > 2000 mg/kg quando administrado por via intraperitoneal. 5.4.1. Triagem farmacológica comportamental A triagem comportamental dos camundongos foi realizada nos tempos de 30, 60,120, 180 e 240 minutos após a administração via intraperitoneal das frações ScHex e Sc-CHCl3 nas doses de 400 e 2000 mg/kg. Os animais demonstraram aumento no número de grooming (comportamento característico de auto limpeza) e contorções abdominais. 5.4.2. Consumo de água, ração e variação do peso dos animais O consumo de água pelos camundongos tratados com as fração Sc-Hex nas doses de 400 e 2000 mg/kg não mostrou alterações significativas, assim como no consumo de ração por esses animais. Ao final do experimento, o consumo de água foi de 61,43 ± 1,07 mL para o grupo controle de Sc-Hex, enquanto os animais tratados com 400 mg/kg foi de 71,21 ± 1,14 mL e 67,71 ± 1,92 g para aqueles tratados com 2000 mg/kg. O consumo de alimento para os mesmos grupos foi de 54,79 ± 1,62 g, 54,36 ± 1,02 g e 57,50 ± 0,87g, respectivamente. Já em relação ao ganho de peso dos animais, apenas aqueles tratados com a maior dose demonstraram menor ganho de peso, mas não o suficiente para detectar diferenças significativas quando comparados ao grupo controle. No final do experimento, a média do grupo controle foi de 34,77 ± 0,13 g, enquanto para os animais tratados com a dose de 400 mg/kg foi de 35,10 ± 0,20 g e 33,89 ± 0,19 g para os animais tratados com a maior dose. O consumo de água e ração pelos animais tratados com Sc-CHCl3 mostrou alterações significativas (p < 0,05), principalmente nos 5 primeiros dias daqueles tratados com a dose de 2000 mg/kg. Assim, ao final do experimento, a quantidade de água consumida pelos animais do grupo controle de Sc-CHCl3 foi de 68,14 ± 0,97 mL de água e os animais tratados com 400 mg/kg 61,00 ± 2,39 mL e 49,43 ± 2,51 mL para aqueles tratados com 2000 mg/kg. O consumo de alimento para os mesmos grupos foi de 50,57 ± 1,20 g, 48,43 ± 2,44 g e 42,29 ± 3,00 g, respectivamente. Entretanto, essas diferenças não afetaram no ganho de peso dos MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. 76 animais, não sendo possível observar diferenças significativas. A média de peso do grupo controle foi de 33,33 ± 0,15 g, 31,79 ± 0,22 g para os animais tratados com 400 mg/kg e 31,01 ± 0,18 g para os animais tratados com 2000 mg/kg. Consumo de água (mL) 125 Controle Sc-Hex 400 mg/kg i.p. Sc-Hex 2000 mg/kg i.p. 100 75 50 25 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 Dias Figura 30. Dados do consumo de água dos animais tratados com a fração hexânica de S. convoluta (Sc-Hex 400 e 2000 mg/kg) e solução salina 0,9% durante 14 dias (n= 12 por grupo). Consumo de ração (g) 70 Controle Sc-Hex 400 mg/kg i.p. Sc-Hex 2000 mg/kg i.p. 60 50 40 30 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 Dias Figura 31. Dados do consumo de ração dos animais tratados com a fração hexânica de S. convoluta (Sc-Hex 400 e 2000 mg/kg) e solução salina 0,9% durante 14 dias (n= 12 por grupo). MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. 77 Peso corporal (g) 37.5 Controle Sc-Hex 400 mg/kg i.p Sc-Hex 2000 mg/kg i.p 35.0 32.5 30.0 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 Dias Figura 32. Dados da variação de peso corporal dos animais tratados com a fração hexânica de S. convoluta (Sc-Hex 400 e 2000 mg/kg) e solução salina 0,9% durante 14 dias (n= 12 por grupo). Consumo de água(mL) 125 Controle Sc-CHCl3 400 mg/kg i.p. Sc-CHCl3 2000mg/kg i.p. 100 75 50 25 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 Dias Figura 33. Dados do consumo de água dos animais tratados com a fração clorofórmica de S. convoluta (Sc-Hex 400 e 2000 mg/kg) e solução salina 0,9% durante 14 dias (n= 12 por grupo). MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. 78 Consumo de ração (g) 60 Controle Sc-CHCl3 400 mg/kg i.p. Sc-CHCL3 2000 mg/kg i.p. 40 20 0 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 Dias Figura 34. Dados do consumo de ração dos animais tratados com a fração clorofórmica de S. convoluta (Sc-CHCl3 400 e 2000 mg/kg) e solução salina 0,9% durante 14 dias (n= 12 por grupo). Peso corporal (g) 37.5 Controle Sc-CHCl3 400 mg/kg i.p. Sc-CHCL3 2000 mg/kg i.p. 35.0 32.5 30.0 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 Dias Figura 35. Dados da variação de peso corporal dos animais tratados com a fração clorofórmica de S. convoluta (Sc-CHCl3 400 e 2000 mg/kg) e solução salina 0,9% durante 14 dias (n= 12 por grupo). 5.4.3 Parâmetros hematológicos e bioquímicos É possível observar que os resultados dos parâmetros hematológicos (eritrócitos, hemoglobina, hematócrito, volume corpuscular médio (VCM), hemoglobina corpuscular média (HCM), concentração de hemoglobina corpuscular média (CHCM), leucócitos, linfócitos, eosinófilos e plaquetas) após a administração MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. 79 de 400 mg/kg e 2000 mg/kg i.p, de Sc-Hex e Sc-CHCl3 não apresentaram diferenças significativas. Os resultados estão expressos nas Tabelas 2 e 3. Em relação aos parâmetros bioquímicos, os resultados mostraram um aumento em todos os parâmetros do grupo tratado com Sc-Hex, entretanto essas diferenças não foram consideradas estatisticamente significativas quando comparadas com o grupo controle. Da mesma forma, os animais tratados com ScCHCl3 apresentaram um aumento nos mesmos parâmetros, mas sem diferenças significativas quando comparadas ao grupo controle, exceto o parâmetro transaminase glutâmico oxalacética AST/TGO. Tabela 2. Parâmetros hematológicos do sangue de camundongos tratados com a fração hexânica de Selaginella convoluta (Sc-Hex 400 e 2000 mg/kg, i.p) e solução salina 0,9% durante 14 dias (n= 12 por grupo). Parâmetros Sc-Hex Sc-Hex 400 mg/kg 2000 mg/kg Controle Hemácias (mm3) 8,31 ± 0,2 8,75 ± 0,18 8,37 ± 0,34 Hemoglobina (g/dL) 13,89 ± 89 15,13 ± 0,22 14,08 ± 0,50 Hematócrito (%) 40,73 ± 1,25 43,32 ± 0,72 41,16 ±1,50 VCM (fL) 48,91 ± 0,8 49,64 ± 0,88 49,17 ± 0,79 HCM (pg) 16,78 ± 0,26 17,35 ± 0,32 17,08 ± 0,25 CHCM (g/dL) 34,25 ± 0,27 34,94 ± 0,17 34,76 ± 0,22 Leucócitos totais (mm3) 8,77 ± 1,41 11,85 ± 0,73 10,79 ± 0,86 Linfócitos (%) 92,25 ± 0,65 93,33 ± 0,52 92,38 ± 0,53 Eosinófilos (%) 0.06 ± 0,02 0,07 ± 0,04 0,08 ± 0,04 685,00 ± 76,90 665,00 ± 58,29 672,40 ± 66,41 Plaquetas (mm3) Valores são expressos em média ± erro padrão da média. Teste t de Student *p< 0,05, comparado ao controle. MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. 80 Tabela 3. Parâmetros hematológicos do sangue de camundongos tratados com a fração clorofórmica de Selaginella convoluta (Sc-CHCl3 400 e 2000 mg/kg, i.p) e solução salina 0,9% durante 14 dias (n= 12 por grupo). Parâmetros Sc-CHCl3 Sc-CHCl3 400 mg/kg 2000 mg/kg Controle Hemácias (mm3) 8,47 ± 0,16 8,32 ± 0,14 7,96 ± 0,17 Hemoglobina (g/dL) 13,89 ± 0,59 13,82 ± 0,33 13,99 ± 0,34 Hematócrito (%) 40,77 ± 1,59 39,39 ± 1,59 39,57 ± 1,51 VCM (fL) 49,91 ± 0,64 48,73 ± 0,64 50,40 ± 0,37 HCM (pg) 17,04 ± 0,22 16,90 ± 0,22 17,39 ± 0,23 CHCM (g/dL) 34,07 ± 0,28 34,60 ± 0,19 34,69 ± 0,20 Leucócitos totais (mm3) 9,87 ± 1,11 9,87 ± 0,89 9,78 ± 1,28 Linfócitos (%) 92,08 ± 0,91 92,33 ± 0,76 91,41 ± 0,97 Eosinófilos (%) 0.18 ± 0,07 0,12 ± 0,05 0,14 ± 0,06 742,30 ± 74,27 752,50 ± 66,15 769,60 ± 84,16 Plaquetas (mm3) Valores são expressos em média ± erro padrão da média. Teste t de Student *p< 0,05, comparado ao controle. MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. 81 Tabela 4. Parâmetros bioquímicos do sangue de camundongos tratados com a fração hexânica de Selaginella convoluta (Sc-Hex 400 e 2000 mg/kg, i.p) e solução salina 0,9% durante 14 dias (n= 12 por grupo). Sc-Hex Sc-Hex 400 mg/kg 2000 mg/kg 89,73 ± 8,89 94,10 ± 10,37 89,75 ± 6,33 Colesterol (mg/dL) 130,00 ± 13,51 132,5 ± 14,79 126,70 ± 11,81 Triglicerídeos (mg/dL) 203,80 ± 38,43 210,00 ± 18,03 222,50 ± 19,42 AST/TGO (U/L) 139,90 ± 9,13 145,30 ± 9,04 147,00 ± 11,55 ALT/TGP (U/L) 42,63 ± 5,04 45,20 ± 10,21 47,68 ± 8,43 Creatinina (mg/dL) 0,83 ± 0,09 1,01 ± 0,18 0,85 ± 0,13 Parâmetros Glicose (mg/dL) Controle Valores são expressos em média ± erro padrão da média. Teste t de Student *p< 0,05, comparado ao controle. Tabela 5. Parâmetros bioquímicos do sangue de camundongos tratados com a fração clorofórmica de Selaginella convoluta (Sc-CHCl3 400 e 2000 mg/kg, i.p) e solução salina 0,9% durante 14 dias (n= 12 por grupo). Sc-CHCl3 Sc-CHCl3 400 mg/kg 2000 mg/kg 93,22 ± 7,13 85,91 ± 4,06 92,11 ± 5,94 Colesterol (mg/dL) 130,00 ± 14,14 179,00 ± 10,89 135,00 ± 11,55 Triglicerídeos (mg/dL) 195,80 ± 9,95 198,3 ± 15,90 192,00 ± 27,41 AST/TGO (U/L) 154,40 ± 9,19 155,70 ± 19,08 162,50 ± 23,75* ALT/TGP (U/L) 48,00 ± 8,39 31,01 ± 6,21 47,64 ± 7,39 Creatinina (mg/dL) 0,87 ± 0,12 1,05 ± 0,13 0,98 ± 0,09 Parâmetros Glicose (mg/dL) Controle Valores são expressos em média ± erro padrão da média. Teste t de Student *p< 0,05, comparado ao controle. MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. 82 5.4.4 Análise macroscópica, histológica e peso dos órgãos Não foram identificadas alterações macroscópicas ou histológicas nos grupos tratados com o veículo (controle) em ambos os sexos e frações de S. convoluta. A avaliação hepática revelou estrutura e coloração lobular preservadas e nos rins, arquitetura normal com corpúsculo renal e túbulos contorcidos distais e proximais regularmente distribuidos. O córtex apresentou glomérulos regularmente distribuídos (Figuras 36A e 38A). Entretanto, para os animais tratados com Sc-Hex na dose de 400 mg/kg, os fígados apresentaram processo inflamatório difuso. Normalmente, os infiltrados apresentaram maior densidade celular próxima às veias centro-lobulares, mas não houve destruição do parênquima hepático. Já aqueles tratados com a maior dose (2000 mg/kg) apresentaram hepatócitos com múltiplas vesículas no citoplasma, sugestiva de esteatose além de um aumento no número de células inflamatórias (Figuras 36B e 36C). Nos animais tratados com Sc-CHCl3, na dose de 400 mg/kg os fígados apresentaram pequenos focos inflamatórios e vasos hiperêmicos (Figura 38B) . Entretanto, na maior dose, foram observadas extensas áreas de fibrose e discretas regiões de necrose (Figura 38C). Em relação à avaliação renal, não houve alterações dignas de nota, nos animais tratados com Sc-Hex (Figura 37B e 37C).. Aqueles animais tratados com a maior dose de Sc-CHCl3 apresentaram um pequenoprocesso inflamatório ao redor dos túbulos contorcidos (Figura 39C). Na análise macroscópica, não houve observação quanto à coloração ou consistência dos órgãos dos animais tratados com a fração hexânica (Sc-Hex) nas doses de 400 e 2000mg/kg via i.p. Entretanto, aqueles tratados com a fração clorofórmica na maior dose (Sc-CHCl3, 2000mg, i.p), apresentaram fígado com lóbulos fundidos, consistência alterada com pontos. Em relação ao peso dos órgãos, não foram constatadas alterações significativas entre os grupos tratados com Sc-Hex quando comparados ao controle (Tabela 6), somente nos animais que receberam a maior dose de Sc-CHCl3 apresentaram aumento significativo no tamanho do baço e diminuição no tamanho do estômago dos animais tratados com as duas doses em relação ao grupo controle (Tabela 7). MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. 83 Tabela 6. Peso dos órgãos de camundongos tratados com a fração hexânica de Selaginella convoluta (Sc-Hex 400 e 2.000 mg/kg, i.p) e solução salina 0,9% durante 14 dias (n= 12 por grupo). Parâmetros Controle Sc-Hex Sc-Hex 400 mg/kg 2000 mg/kg Pulmão (g) 0,22 ± 0,01 0,24 ± 0,00 0,24 ± 0,02 Coração (g) 0,15 ± 0,01 0,17 ± 0,01 0,17 ± 0,01 Rim (g) 0,21 ± 0,01 0,21 ± 0,02 0,21 ± 0,01 Baço (g) 0,14 ± 0,03 0,14 ± 0,01 0,16 ± 0,02 Fígado (g) 1,63 ± 0,11 1,59 ± 0,12 1,53 ± 0,09 Pâncreas (g) 0,13 ± 0,02 0,21 ± 0,02 0,21 ± 0,01 Estômago (g) 0,41 ±0,03 0,40 ± 0,02 0,42 ± 0,02 Valores são expressos em média ± erro padrão da média. Teste t de Student *p< 0,05, comparado ao controle. Tabela 7. Peso dos órgãos de camundongos tratados com a fração clorofórmica de Selaginella convoluta (Sc-CHCl3 400 e 2.000 mg/kg, i.p) e solução salina 0,9% durante 14 dias (n= 12 por grupo). Parâmetros Controle Sc-CHCl3 Sc-CHCl3 400 mg/kg 2000 mg/kg Pulmão (g) 0,25 ± 0,01 0,23 ± 0,00 0,23 ± 0,02 Coração (g) 0,16 ± 0,01 0,15 ± 0,00 0,16 ± 0,00 Rim (g) 0,19 ± 0,02 0,18 ± 0,01 0,18 ± 0,01 Baço (g) 0,13 ± 0,00 0,14 ± 0,01 0,17 ± 0,02* Fígado (g) 1,47 ± 0,09 1,45 ± 0,08 1,41 ± 0,07 Pâncreas (g) 0,24 ± 0,02 0,21 ± 0,01 0,25 ± 0,02 Estômago (g) 0,45 ±0,03 0,37 ± 0,01* 0,35 ± 0,02* Valores são expressos em média ± erro padrão da média. Teste t de Student *p< 0,05, comparado ao controle. MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. 84 B A C Figura 36. Fotomicrografias representativas do histopatológico hepático dos animais tratados com veículo (salina+ tween 80) e extratos da fração hexânica de S. convoluta (Sc-Hex 400 e 2000 mg/kg, i.p), respectivamente. Coloração Hematoxilina-Eosina (H.E), C B A Figura 37. Fotomicrografias representativas do histopatológico renal dos animais tratados com veículo (salina+ tween 80) e extratos da fração hexânica de S. convoluta (Sc-Hex 400 e 2000 mg/kg, i.p), respectivamente. Coloração Hematoxilina-Eosina (H.E), Aumento 200x. A C B Figura 38. Fotomicrografias representativas do histopatológico hepático dos animais tratados com veículo (salina + tween 80) e extratos da fração clorofórmica de S. convoluta (Sc-CHCl3 400 Hematoxilina-Eosina (H.E). e 2000mg/kg, i.p), respectivamente. Coloração MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. 85 A B C Figura 39. Fotomicrografias representativas do histopatológico renal dos animais tratados com veículo (salina + tween 80) e extratos da fração clorofórmica de S. convoluta (Sc-CHCl3 400 e 2000mg/kg, i.p), respectivamente. Coloração Hematoxilina-Eosina (H.E). 5.5. Ensaio de viabilidade celular por MTT Após a incubação dos macrófagos com Sc-Hex, houve uma redução significativa da viabilidade das células a partir da concentração de 250 μg/mL para 27,07 ± 0,9%. Já a incubação com Sc-CHCl3 provocou uma redução de 74,32 ± 4,2% já na concentração de 1 μg/mL. Entretanto, o uso do diluente reduziu por si só a viabilidade das células. Já as células tratadas apenas com salina se mantiveram viáveis (100%). % Células viáveis 150 Controle Sc- Hex + Tween 0,2% 100 50 * * 0 - 1 100 250 500 Sc-Hex (g/mL) Figura 40. Efeito fração hexânica de Selaginella convoluta (Sc-Hex 1, 100, 250 e 500 µg/mL) sobre a viabilidade celular. Valores são expressos em média ± erro padrão da média, * p < 0,05 significativamente diferente do grupo controle (ANOVA seguido pelo teste de Dunnet). MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. 86 % Células viáveis 150 Controle Sc-CHCl3 + tween 0,2% 100 * * 50 * * 250 500 0 - 1 100 Sc-CHCl3 (g/mL) Figura 41. Efeito fração clorofórmica de Selaginella convoluta (Sc-CHCl3 1, 100, 250 e 500 µg/mL) sobre a viabilidade celular. Valores são expressos em média ± erro padrão da média, * p < 0,05 significativamente diferente do grupo controle (ANOVA seguido pelo teste de Dunnet). 4. DISCUSSÃO MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella 88 convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. 6. DISCUSSÃO 6.1. Triagem fitoquímica preliminar das frações obtidas de Selaginella convoluta. Os dados reportados nesse estudo indicam, pela primeira vez, que as frações obtidas de Selaginella convoluta, apresentam perfil de resposta antinociceptiva frente a diferentes modelos que utilizam estímulos químicos e térmicos. Esse padrão de atividade provavelmente está relacionado com a presença de constituintes químicos que foram identificados na análise fitoquímica preliminar (Tabela 1, página 63). Dentre os produtos de origem vegetal, os terpenos, quinonas, catequinas, alcaloides e flavonoides destacam-se por apresentarem potencial farmacológico no tratamento de inflamações (KHANNA et al., 2007). Os flavonoides são compostos da família dos polifenóis abundantes no reino vegetal e estão presentes em vários alimentos. Em relação às suas propriedades anti-inflamatórias, os flavonoides atuam na inibição da enzima 5-lipoxigenase, conversora do ácido araquidônico em leucotrienos, que são mediadores da asma, alergias e inflamação, bem como causam a inibição da via da COX. Adicionalmente, estudos têm mostrado que flavonoides exercem um efeito inibitório na exsudação de proteínas e na migração de leucócitos para o sítio inflamatório, bem como sua ação na liberação de ácido araquidônico dos fosfolipídeos, presentes nas membranas celulares, por ação da PLA2 (LANDOLFI; MOWER; STEINER, 1984). Além do potencial anti-inflamatório, os flavonoides também apresentam atividade gastroprotetora (CARVALHO, 2004). 6.2. Atividade antinociceptiva e anti-inflamatória das frações obtidas de Selaginella convoluta. Diversos modelos de nocicepção e inflamação são utilizados em animais de laboratório para avaliar a possível atividade analgésica e anti-inflamatória de extratos e compostos obtidos de fontes naturais (BASBAUM; JULIUS, 2006). Embora mensurar o nível de dor em animais não seja fácil, quando submetidos a um estímulo nociceptivo os animais são capazes de exibir respostas comportamentais MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella 89 convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. motoras e fisiológicas semelhantes às observadas em humanos. Assim, essas respostas quando estudadas e comparadas na presença de fármacos reconhecidamente analgésicos que interferem no processo fisiológico da dor, permitem inferir que o animal está experimentando uma resposta álgica (LAPA et al., 2003; PERAZA et al., 2007). Para avaliação da atividade antinociceptiva, foram utilizados modelos clássicos de nocicepção: contorções abdominais induzidas por ácido acético (COLLIER et al, 1968) e nocicepção induzida por formalina (HUNSKAAR; HOLE, 1987), bem como por estímulo térmico como o teste da placa quente (KURAISHI et al., 1983). Esses métodos foram selecionados com base em sua capacidade de avaliar a resposta analgésica tanto em nível central como periférico. O modelo de contorções abdominais induzidas por ácido acético é descrito como um modelo de nocicepção simples, pouco específico, mas com boa sensibilidade, permitindo avaliar a atividade de várias substâncias que atuam tanto em nível central como periférico (IKEDA et al., 2001; PARVEEN et al., 2007). Nesse modelo, a administração de um agente irritante, como o ácido acético, quando injetado por via intraperitoneal induz nocicepção característica de espasmos, redução e incoordenação da atividade motora que são traduzidos em contorções (LAPA et al., 2003; CUNHA et al., 2003; MIRANDA et al., 2008). Estes movimentos são considerados reflexos e evidenciam a dor inflamatória visceral (LE BARS; GOZARIUM; CADDEN, 2001). Isso ocorre porque o ácido acético atua de forma indireta, causando a liberação de mediadores endógenos que estimulam neurônios nociceptivos sensíveis tantos a anti-inflamatórios não esteroidais como analgésicos opioides (FISCHER et al., 2008). A sensibilização de nociceptores ocorre por liberação e/ou produção de mediadores como histamina, serotonina, bradicinina, citocinas, NO e, principalmente, prostaglandinas. Nesse modelo há também indução da liberação de TNF-α, IL-1β e IL-8, por macrófagos e basófilos residentes na cavidade peritoneal (VERRI et al., 2006). Além de ser influenciada por esses mediadores inflamatórios, a nocicepção promovida pelo ácido acético também pode ser mediada pela dissociação dos prótons presentes nesse agente, que estimulam os canais TRPV1 e ASICs localizados nos neurônios aferentes primários (JULIUS; BASBAUM, 2001). MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella 90 convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. Entretanto, as PGs são os principais mediadores inflamatórios causadores da algesia, por tornar as fibras aferentes nociceptivas potencialmente sensível aos diversos mediadores, resultando em contorções abdominais nos animais (SANTOS; VEDANA; FREITAS, 1998). Dessa forma, esse modelo está associado à liberação de prostanoides de maneia geral, ao aumento dos níveis de PGE2 e PGF2α nos fluidos peritoneais, assim como, produtos da via das lipoxigenases (PARVEEN et al., 2007), podendo relacionar a atividade nesse modelo a uma maior inibição da COX periférica, como demonstrado por diversos autores (BALLOU et al., 2000). Dessa forma, a estimulação dos nociceptores periféricos e neurônios sensitivos, por esses mediadores, possibilitam a deflagração do potencial de ação, caracterizando a sensação dolorosa (LE BARS; GOZARIUM; CADDEN, 2001). Os resultados obtidos nesse teste mostraram que as frações Sc-Hex e ScCHCl3 (100, 200 e 400 mg/kg, i.p), apresentam atividade antinociceptiva no teste de contorção abdominal induzida por ácido acético em camundongos. Os resultados apresentados nas Figuras 17 e 18 demonstram que o grupo controle apresentou 25,67 ± 3,31 contorções 10 minutos após a aplicação do ácido acético. Quando os animais foram tratados com 100, 200 e 400 mg/kg de Sc-Hex, o número de contorções abdominais foi reduzido de maneira estatisticamente significante (p < 0,05), cujos percentuais de inibição foram de 64,93, 77,91 e 99,35%, respectivamente. De maneira similar os animais tratados com Sc-CHCl3 (100, 200 e 400 mg/kg) o grupo controle apresentou 20,33 ± 3,42, as porcentagens de inibição foram 90,16, 90,16, e 95,92%, sugerindo que Sc-Hex e Sc-CHCl3 provavelmente apresentem em sua constituição substâncias com propriedades antinociceptivas. Após a primeira triagem para saber se as frações possuíam ou não atividade, foi realizado o teste de nocicepção induzida por formalina para distinguir entre ação periférica ou central. O teste de nocicepção induzida por formalina é um modelo químico de nocicepção que fornece uma resposta mais específica quando comparado ao modelo de contorção abdominal induzida por ácido acético (SHIBATA, 1989). A formalina administrada pela via sub plantar produz dor intensa, revelada por respostas motoras bem caracterizadas (vigorosas lambidas, mordidas e batidas na pata), cuja quantificação permite que se avalie a intensidade da resposta nociceptiva (DUBUISSON; DENNIS, 1997; TJØLSEN et al. 1992). MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. 91 A vantagem desse método em relação aos outros é a possibilidade de avaliar dois tipos diferentes de dor ao longo de um período prolongado de tempo e, assim, permite avaliar agentes antinociceptivos com diferentes mecanismos de ação (LE BARS; GOZARIUM; CADDEN, 2001; RANDOLPH; PETERS, 1997). Esse teste possui uma característica marcante por possuir duas fases distintas. A primeira é chamada de fase neurogênica, a qual se inicia imediatamente após a injeção de formalina, dura cerca de 5 min e, provavelmente, resulta do efeito irritante direto sobre os nociceptores, ativando as fibras aferentes primárias (principalmente C), acarretando na liberação de neuropeptídeos como a substância P (SP) entre outros em terminais centrais e mediadores periféricos como a bradicinina em terminações periféricas (GONÇALVES et al., 2008, MURNO, 2009). Após a primeira fase, há um período de 5 a 10 min no qual os animais apresentam um reduzido comportamento sugestivo de nocicepção, devido à ativação da via inibitória descendente (SWEITZER et al., 2004). A segunda fase, dita inflamatória, é iniciada aproximadamente 15 min após a injeção de formalina e dura cerca de 15 min. Nessa fase tardia, são formados os mediadores inflamatórios nos tecidos periféricos, induzindo mudanças funcionais nos neurônios do corno dorsal que, ao longo do tempo, promovem sensibilização da transmissão em nível espinal (OLIVEIRA; SOUZA; ALMEIDA, 2008). Nesse teste, Sc-Hex não foi ativo na fase neurogênica, enquanto Sc-CHCl3 teve resultado significativo apenas na dose de 100 mg/kg com percentual de inibição de 35,46%. Por outro lado, tanto Sc-Hex, quanto Sc-CHCl3 reduziram o tempo de lambida da pata na fase inflamatória do teste. Sc-Hex nas doses de 100, 200 e 400 mg/kg inibiram em 64,51, 67,79, e 73,90%, respectivamente, enquanto Sc-CHCl3 nas mesmas doses inibiu 82,06, 74,96 e 92,77% esse tempo. Assim, é possível sugerir que o efeito das frações Sc-Hex e Sc-CHCl3 na fase inflamatória pode estar relacionado à inibição de COX e/ou da produção de serotonina, de citocinas inflamatórias ou outros mediadores inflamatórios. Para proceder com a avaliação do efeito antinociceptivo, o teste da placa quente foi realizado. O modelo experimental foi descrito inicialmente por Woolfe & Macdonald (1944) como modelo específico para a detecção de substâncias analgésicas de efeito central. Um dos principais motivos para essa busca é o objetivo de se chegar a um fármaco com propriedades terapêuticas semelhantes às MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. 92 da morfina, mas sem os efeitos adversos indesejáveis que limitam seu uso na terapêutica, como a tolerância e a dependência (GRIS et al., 2010; WILLIAMS et al., 2004). O ensaio de placa quente é usado para avaliação de dor em nível supraespinal (MARCHIORO et al., 2005). A reposta produzida pelo estímulo nocivo é rápida, sendo mediada pela ativação dos nociceptores, o impulso é conduzido ao corno dorsal da medula espinal e posteriormente para os centros corticais, da mesma forma agem os agentes opioides que exercem efeitos analgésicos via receptores espinal e supra espinal (NEMIROVSKY et al., 2001). A resposta observada neste ensaio resulta da ativação direta de nociceptores térmicos cutâneos que transmitem informação nociceptiva aguda a regiões específicas no SNC. A integração do estímulo ocorre devido à estimulação de fibras C não mielinizadas de condução lenta, produzindo uma resposta nociceptiva organizada. No ensaio de placa quente, o estímulo térmico induz dois tipos de comportamento no camundongo: retirada ou lambida da pata. Ambos são resultantes da ativação direta dos nociceptores pelo calor, que irão conduzir o estímulo doloroso ao corno dorsal da medula espinal e posteriormente aos centros corticais (LE BARS; GOZARIUM; CADDEN, 2001). Nesse teste nenhuma das frações foi capaz de aumentar de forma estatisticamente significativa o tempo de permanência do animal sobre a placa quando comparado ao grupo controle, tratado apenas com veículo, ao contrário da morfina (10 mg/kg, i.p), utilizado como fármaco padrão que causou um aumento significativo nos tempos de 60, 90 e 120 minutos, como já era de esperar se tratando de um analgésico opioide. A fim de avaliar se o efeito analgésico das frações de S. convoluta provocam sedação e/ou incoordenação motora, foi realizado o teste do rota-rod. Os testes de coordenação motora são métodos utilizados na triagem de fármacos com possível atividade miorrelante/neurotóxica, pois são testes adaptados para detectar o efeito relaxante muscular e incoordenação motora de agentes com propriedades farmacológicas (PULTRINI; GALINDO; COSTA, 2006). Nesse teste foi verificado que o tratamento dos animais com as frações não alterou a coordenação motora, eliminando-se assim, a possibilidade de existência de um efeito relaxante muscular inesperado (BRITO, 2012). MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. 93 Uma vez que as frações de Selaginella convoluta apresentaram atividade significativa na fase inflamatória do modelo de nocicepção induzida por formalina foi investigada também a atividade anti-inflamatória dos mesmos utilizando o modelo de pleurisia induzida por carragenina. Esse é um modelo experimental de inflamação aguda, bem caracterizado pela presença de exsudato rico em proteínas e infiltração de leucócitos polimorfonucleares na cavidade pleural (MIKAMI; MIYASAKA, 1983). A carragenina é uma mistura de polissacarídeos extraída de algas marinhas do gênero Rhodophyceae que, quando injetada na cavidade pleura,l induz uma resposta inflamatória caracterizada por intensa exsudação plasmática e migração de células, particularmente de neutrófilos. Essa migração é decorrente da grande estimulação e liberação de mediadores inflamatórios como as prostaglandinas, histamina, bradicinina, neuropeptídeos e NO (DI ROSA, 1972; PAULINO et al., 2008). Nesse experimento, os animais estimulados com carragenina apresentaram um aumento no influxo de leucócitos para a cavidade inflamada de 6,53 ± 1,45 x 10 6 células e apenas o pré-tratamento na dose de 200 mg/kg com Sc-CHCl3 foi capaz de reduzir esse infiltrado para 1,19 ± 0,25 x 106 células (78,56% de inibição). Assim, procedeu-se a avaliação das frações sobre o extravasamento de plasma para a cavidade estimulada através da quantificação de proteínas totais. Verificamos que, de maneira semelhante ao recrutamento de células, apenas a dose de 200 mg/kg de Sc-CHCl3 foi capaz de reduzir esse extravasamento de 1,22 ± 0,18 para 0,32 ± 0,06 μg/mL, quando comparado ao grupo controle. Entretanto, esse resultado não é suficiente para afirmar uma atividade anti-inflamatória das frações obtidas de S. convoluta. Outro modelo utilizado foi o edema de pata induzido por carragenina. Éste é um modelo experimental amplamente utilizado para triagem de substâncias ou extratos vegetais de caráter anti-inflamatório e tem sido frequentemente utilizado para avaliar o efeito antiedematogênico de produtos naturais, como plantas medicinais, exibindo um elevado grau de reprodutibilidade (THOMAZZI et al., 2010). A injeção subcutânea de carragenina na pata de camundongos provoca um aumento agudo e progressivo do volume da pata injetada. Este edema é proporcional à intensidade da resposta inflamatória, sendo um parâmetro útil na avaliação da atividade anti-inflamatória de novos compostos (SILVA, 2013). O edema produzido a partir da administração intraplantar da carragenina é um evento bifásico, que é avaliado durante 1-5 horas. A primeira fase (1 ou 1,5 horas) é predominantemente MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella 94 convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. caracterizada pela formação de um edema não fagocítico, enquanto que a segunda fase (2-5 horas) é caracterizada por um aumento da formação do edema, que permanece por até 5 horas (KHAN et al., 2009). Entretanto, após o tratamento dos animais com as frações não houve diferenças significativas da diminuição do edema formado após o estímulo com carragenina. Portanto, nesse modelo nenhuma das frações foram ativas. Esse resultado corrobora com os anteriores obtidos no modelo de pleurisia, indicando a ausência de efeito anti-inflamatório das frações obtidas de S. convoluta. 6.3. Toxicidade aguda A fim de avaliar o perfil de segurança, a toxicidade aguda das frações Sc-Hex e Sc-CHCl3 foi avaliada durante 14 dias após a administração em dose única nas doses de 400 e 2000 mg/kg. Embora seja amplo o uso de plantas medicinais para o tratamento de várias doenças, pouco é conhecido sobre a toxicidade e segurança (JOTHY et al., 2011). Assim, para determinar a segurança dos medicamentos e dos produtos vegetais para uso humano, a avaliação toxicológica é realizada em vários modelos experimentais para prever a toxicidade e fornecer diretrizes para a seleção de uma dose segura (OLSON et al., 2000). Durante a fase pré-clínica em modelos com animais de experimentação, a toxicidade pode ser avaliada através da realização de estudos histopatológicos, para determinação de lesões celulares e teciduais. Esse estudo é de fundamental importância, pois caracteriza os efeitos deletérios decorrentes da administração em concentração capaz de provocar efeitos tóxicos (EATON; KLAASSEN, 1996). Nos estudos com finalidade farmacotoxicológica, o fígado e os rins são órgãos constantemente avaliados, pois além de serem vitais, são órgãos envolvidos na metabolização e excreção da maioria dos compostos experimentalmente administrados, sendo assim, alvos de toxicidade induzida por xenobióticos. Os modelos animais são necessários para identificar as possíveis lesões provocadas pela ação direta ou de produtos gerados por biotransformação após administração dessas substâncias (FOLGUEIRA; BRENTANI, 2004). Além disso, esses estudos toxicológicos têm a finalidade de avaliar a ideia errônea de que produtos de origem MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. 95 natural, como os fitoterápicos, são isentos de efeitos tóxicos ou adversos (LAPA, 1999; LAPA et al., 2001; CRAVEIRO et al., 2008; MARLIÉRE et al., 2008). O presente estudo mostra que a administração em dose única das frações Sc-Hex e Sc-CHCl3 administrado por via intraperitoneal provocou alguns sinais de toxicidade, como contorções e aumento no grooming até 4 horas depois da administração. Entretanto, ambas as frações não ocasionaram mortes durante os 14 dias de tratamento. Uma vez que as alterações no peso corporal têm sido utilizadas como um indicador de efeitos adversos de fármacos e produtos químicos (TOFOVIC, JACKSON, 1999; RAZA et al., 2002, TEO et al., 2002), todos os dias foi feita a análise do peso corporal, não havendo diferença estatística quando comparados com o grupo controle. Entretanto, houve alterações significativas no consumo de água e ração nos grupos tratados com Sc-CHCl3 quando comparados ao controle principalmente nos primeiros dias após o tratamento. O sistema hematopoiético é um dos sistemas mais sensíveis para avaliar a toxicidade das drogas em seres humanos e animais (RAHMAN; SIDDIQUI; JAMIL, 2001). É possível observar que os resultados dos parâmetros hematológicos (eritrócitos, hemoglobina, hematócritos, HCM, CHCM, VCM, eosinófilos, leucócitos, linfócitos, e plaquetas) após a administração das frações Sc-Hex e Sc-CHCl3 não apresentaram variação significativa. Em relação aos parâmetros bioquímicos, somente os animais tratados com a maior dose de Sc-CHCl3 mostraram diferenças significativas nos níveis de AST/TGO em relação ao grupo controle. A avaliação desses parâmetros é indispensável, uma vez que resultados elevados de ALT/TGP e AST/TGO no sangue indicam alterações nas funções hepáticas, sendo o primeiro sinal de lesões no fígado, a concentração de ALT aumentada no soro (HILALY; ISRAILI; LYOUSS, 2004). As enzimas AST e ALT podem indicar dano celular em curto ou longo prazo. ALT, uma enzima citoplasmática, é mais prevalente na fase aguda e é liberada principalmente em situações de lesão hepatocelular leve (LIMA et al., 1985; GELLA,1994; KEW, 2000). Por outro lado, a AST, que está predominantemente localizada na mitocôndria (KEW, 2000), prevalece na fase crônica tóxica e a sua liberação é provocada por um dano grave, elevando a relação de AST/ ALT (LIMA et al., 1985). A avaliação histopatológica evidenciou alterações morfológicas em maior grau nos animais tratados com a maior dose experimental (2000 mg/kg). Essa dose MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella 96 convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. corresponde a 5 vezes a maior dose terapêutica do estudo de Sá et al. (2012a). Tal fato aponta para um significado clínico que pode ser compreendido mais como resultado de uma sobrecarga dos órgãos que como consequência de uma ação tóxica significativa do extrato. Dessa forma, as frações de S. convoluta podem ser utilizados em doses inferiores a 400 mg/kg devido ao menor grau e extensão das lesões em fígado e rins. Ainda assim, ressalta-se a importância de estudos toxicológicos de longa duração com as frações de S.convoluta para melhor caracterizar o perfil de segurança dessa espécie. Em relação ao peso dos órgãos, só foram evidenciadas alterações nos animais tratados com Sc-CHCl3. Houve diminuição do estômago dos dois grupos tratados quando comparados ao controle, esse dado pode ser explicado pelo consumo de comida que foi menor para os mesmos grupos, entretanto, isso não ocasionou alteração no ganho de peso dos animais. Outra alteração foi o aumento do baço (esplenomegalia) dos animais tratados com a maior dose. A esplenomegalia geralmente é secundária a uma doença sistêmica, mas poder ser um dado isolado, sem causa conhecida. O baço tem quatro funções principais: filtração dos elementos indesejados contidos no sangue, resposta imunitária, produção de células linfo-hematopoéticas e reservatório sanguíneo. A filtração do sangue é a mais importante função do órgão, eliminando substâncias estranhas da corrente circulatória, incluindo células do sangue obsoletas e lesionadas, materiais particulados como bactérias, restos celulares e macromoléculas provenientes de erros inatos do organismo. Também participa da resposta imune contra antígenos provenientes do sangue. É um importante reservatório de células fagocíticas na polpa vermelha e da série linfoide na polpa branca (SOARES; VASSALO; PAES, 2006). Esse dado ainda está sendo investigado, pois não houve relação com os parâmetros hematológicos. Adicionalmente, foi realizado o ensaio de viabilidade celular por MTT, que consiste na verificação da atividade e integridade mitocondrial, interpretada como uma medida de viabilidade celular (MOSMANN, 1983). Assim, esse ensaio avalia o potencial citotóxico in vitro, onde os macrófagos peritoneais dos animais normais têm contato direto com as frações. Nesse ensaio, foi verificado que as células peritoneais são sensíveis ao potencial das frações testadas, sendo que a sensibilidade varia com a concentração das amostras, demonstrando um caráter mais tóxico para a fração Sc-CHCl3. MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella convoluta (Selaginellaceae) em camundongos. 97 O mais importante axioma da toxicologia é “a dose faz o veneno”, ou seja, qualquer substância química pode ser tóxica se a dose ou exposição se tornar suficientemente altas, de modo que as alterações observadas foram atribuídas às altas doses utilizadas (SIPES; DART, 1997; DINIZ, 2000). Em resumo, nossos resultados mostram que as frações obtidas por partição de Selaginella convoluta possuem atividade antinociceptiva e não afetam os eventos da inflamação aguda, justificando, em parte, o uso dessa espécie pela medicina popular no tratamento da dor. 7. CONCLUSÃO 7. CONCLUSÃO MACÊDO, L. A. R. O. Efeito antinociceptivo das frações hexânica e clorofórmica de Selaginella convoluta (Selaginellaceae) em camundogos. 99 7. CONCLUSÃO É possível concluir que os resultados obtidos no presente trabalho demonstram que as frações Sc-Hex e Sc-CHCl3 de Selaginella convoluta apresentam atividade antinociceptiva periférica. Tais atividades podem ser mediadas por inibição da COX periférica e/ou inibição direta de mediadores inflamatórios. É possível atribuir essas atividades à presença de metabólitos secundários presentes nesses extratos, que possivelmente estão atuando de forma sinérgica. Algumas classes desses metabólitos já foram identificadas e algumas de suas atividades biológicas já foram descritas, como visto anteriormente. Entretanto, nos modelos de inflamação as frações obtidas de Selaginella convoluta não foram efetivas significativamente. Adicionalmente, foi verificado que as frações, nas doses testadas, não provocam incoordenação motora nos animais. Em relação ao perfil de segurança de S. convoluta, dados obtidos na investigação de toxicidade aguda, demonstraram que nos camundongos Swiss, as doses máximas evidenciaram exigidas alterações, nos experimentos, principalmente não induziram histopatológicas, mortes, mas provavelmente decorrentes da administração de doses suficientemente altas para tal (5 vezes maior). O resultado da viabilidade celular por MTT revelou um maior potencial citotóxico da fração Sc-CHCl3. Ainda assim, ressalta-se a importância de estudos toxicológicos de longa duração com as frações de S. convoluta para melhor caracterizar o perfil de segurança das frações. Essa espécie pode ser considerada, a priori, de baixa toxicidade, o que respalda a continuidade de estudos farmacológicos, toxicológicos e fitoquímicos. Todos os resultados apresentados nesse trabalho são inéditos para a espécie em estudo, destacando-se a contribuição do mesmo para o estudo farmacológico e toxicológico de plantas do bioma Caatinga, em especial às espécies da família Selaginellaceae. Além disso, os resultados apresentados nesse estudo corroboram, em parte, a utilização da espécie na medicina popular, no entanto, outros estudos são necessários para identificar os mecanismos de ação desses extratos. REFERÊNCIAS 101 REFERÊNCIAS AGRA, M. F. Medicinal and poisonous diversity of the flora of “Cariri Paraibano”, Brazil. Journal of Ethnopharmacology, v. 111, n.2, p. 383–395, 2007a. AGRA, M. F.; FREITAS, P.F; BARBOSA-FILHO, J.M. Synopsis of the plants known as medicinal and poisonous in Northeast of Brazil. Brazilian Journal of Pharmacognosy. v.17, n.1. p.114-140, 2007b. ALLAN, I. et al. Cellular and Molecular Mechanisms of Pain. Cell, v. 139, n. 2, p. 267-284, 2009. ALENCAR, N. M. 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A number of species have been traditionally used for medicinal purposes in the whole world, and the phytochemistry of some has been investigated. For this review, the search was carried out using Web of Sciences, Chemical Abstracts and the data bank NAPRALERT (acronym for NAtural PRoducts ALERT), updated to October 2012. The references found in the search were then studied in detail. This review refers to 32 species and 130 compounds isolated from plants of the genus Selaginella, which are classified in appropriate chemical groups. The compounds isolated have been identified belonging to the classes of alkaloids, benzenoids, carbohydrates, chromones, coumarins, flavonoids, lignans, oxygen heterocycle, phenylpropanoids, pigments, quinoids and steroids. Some aspects of bioactivity of the secondary metabolites produced are discussed. For this purpose 75 references were consulted. Keywords: Selaginellaceae, Selaginella, phytochemistry, review. 126 INTRODUCTION The family Selaginellaceae Willk. is a distinctive family including the single genus Selaginella. Selaginella is a nearly worldwide genus of about 700 species (Tryon and Tryon, 1982) or 750 species (Judd et al., 1999), with about 270 of them in America. This genus is widely distributed in America, Africa and Europe, east to the Bering Straits, to Kamchatka, Japan, and to New Guinea and Australia also in the Pacific east to the Hawaiian Islands, the Marquesas, Tahiti and Rapa. In America, Selaginella occurs from northern Alaska east to Greenland, and south to Mendoza and Buenos Aires in Argentina. It is certainly better represented in the Amazon basin, for 31 species are known from that region (Tryon and Tryon, 1982). Members of the Selaginellaceae occurs mostly terrestrial, herbaceous and perennial plants under 2 cm tall. Roots dichotomously branching; rhizophores usually produced from the stem, dichotomously branching. Stems erect or creeping. Leaves about 0.5-1 cm long, spirally arranged and often 4-ranked on the secondary and ultimate branches. Distribution of these plants is mainly tropical regions, with a few species extending into arctic regions of both hemispheres, occupying a wide range of habitats. The family has a nearly cosmopolitan distribution, but is not significant economically (Judd et al., 1999). Plants of Selaginella vary greatly in size. Some small species have stems about 3 cm long, while larger ones have stems 50 cm to ca. 1 m long (Tryon and Tryon, 1982). Several Selaginella species are used in traditional medicine in various countries to treat a variety of diseases such as cancer, cardiovascular problems (Lin et al., 1994), diabetes (Darias et al., 1989), gastritis (Han et al., 1984), hepatitis (Lin and Kan, 1990), skin diseases (McFoy and Sama, 1983) and urinary tract infections (Winkelman, 1986). Extracts from some Selaginella species have shown activity as 127 antinociceptive (Sá et al., 2012), anti-inflammatory (Han et al., 1972), antimutagenic (Meng et al., 1990), antispasmodic (Itokawa et al., 1983), cytotoxic, imunnostimulant and RNA reverse transcriptase inhibitory agents (Ono et al., 1989). Previous studies involving some species of Selaginella revealed that this genus is a rich source of steroids, biflavonoids, alkaloids, secolignans, neo-lignans and caffeoyl derivatives. Other compounds, such as alkaloidal glycosides, phenylpropanones and lignans, were also reported in some Selaginella species (Sá et al., 2012). However, only a few studies on the bioactive components of species in this genus have been performed. In a recent work, Setyawan (2011) studied the diversity of natural products from Selaginella, especially biflavonoid and trehalose compounds; and biological activity of Selaginella’s biflavonoid in modern medication. The present study is a compilation of recent literature reports on phytochemistry and pharmacological importance of plants of the Selaginellaceae family. MATERIALS AND METHODS With the objective of contributing to these studies, a literature search on the natural products from the genus Selaginella was carried out. The keywords used for the literature search for this review were Selaginella, Selaginellaceae, natural products, phytochemistry and medicinal plants. The search was carried out using Web of Sciences, Chemical Abstracts, and the data bank of the University of Illinois in Chicago NAPRALERT (acronym for NAtural PRoducts ALERT), updated to October 2012. The references found in the search were then studied in detail. RESULTS AND DISCUSSION 128 Consultation of various literature sources resulted in the elaboration of a list of natural products that have been grouped into appropriate chemical classes, as well as a list of species where these compounds were isolated (Table 1). It should be noted that most of the references cited are not first-hand observations, but compilations copied from other sources. For details, the original references should be consulted. In this review is reported the study of 32 species of the genus Selaginella. We founded 130 chemically defined natural products reported in the literature from species of this genus. The compounds isolated have been identified belonging to the classes of alkaloids (14), benzenoids (4), carbohydrates (3), chromones (3), coumarins (3), flavonoids (60), lignans (13), oxygen heterocycle (1), phenylpropanoids (8), pigments (9), quinoids (4) and steroids (8). Phytochemistry of the genus Selaginella The extensive use of species in this genus to treat a variety of diseases in traditional medicine in several countries, coupled with the fact that only limited literature information on the pharmacological activity of its constituents was available, had suggested the phytochemical investigation of species of this family (Silva et al., 1995). Bioactivity of metabolites In this section, the biological activities of the metabolites from species of the Selaginellaceae are considered. The intention is to compare these properties attributed to the medicinal plants to determine the degree of correspondence and, possibly, provide leads for biological testing, on the one hand, and to individuate 129 species whose phytochemistry could be investigated further, on the other. Chemical structures of some bioactive compounds are shown in Figure 1. Chromones Uncinoside A (1) and B (2) showed potent antiviral activities against respiratory syncytial virus (RSV) with IC50 value of 6.9 and 1.3 μg/ml, moderate antiviral activities against parainfluenza type 3 virus (PIV 3) with value of 13.8 and 20.8 μg/ml, respectively (Ma et al., 2003). Lignans A previous investigation on S. doederleinii demonstrated that its cytotoxic activity against L929 murine carcinoma cells was correlated to its lignan constituents (Lin et al., 1994), although several biflavones also isolated from this species were found to be inactive in this same assay. Thus, the folkloric use of many of these species to treat cancer may not be entirely explained by the presence of lignans, since such compounds have been isolated thus far from only the above-mentioned Selaginella species. Flavonoids Selaginellaceae is a family rich in biflavonoids, these compounds shows potent activity such as antimalarial, anti-inflammatory, antibacterial, antioxidant and antiviral. The biflavonoids isolated from S. delicatula were tested against a panel of human cancer cell lines according to established protocols. With the exception of compounds 4’-methylether-robustaflavone (3) and 2”,3”-dihydro-4’,7-dimethyletherrobustaflavone (4), no inhibitory activity on tumor cells whose IC50 values higher than 130 100 μM. Both the compounds significantly inhibited Raji and Calu-1 cell growth in a concentration-dependent manner. By contrast, the compounds had no supressory activity on K562, HeLa, Vero and Wish tumor cell lines. These results show that S. delicatula biflavonoids possess mainly the C-3’-C-6” interflavonoid linkage instead of the C-3’-C-8” interflavonoid linkage, which is common for most of the biflavonoids in the genus of Selaginella. S. delicatula, similar to other Selaginella species, contained biflavonoid substances that exhibited the cytotoxic activities against cancer cells in cultures (Sun et al., 1997; Silva et al., 1995). Among the active and inactive biflavonoids obtained from Selaginella willdenowii was the novel compound 2”,3”-dihydro-isocryptomerin (5), the cytotoxic biflavones 4’,7”-di-O-methyl-amentoflavone (6) and isocryptomerin (7), bilobetin (8), 7”-O-methyl-robustaflavone (9), amentoflavone (10), robustaflavone (11). All of the isolated biflavonoids were tested against a panel of human cancer cell lines according to established protocols. Although the biflavonoid 2”,3”-dihydro- isocryptomerin was inactive, the parent molecule, isocryptomerin (7), displayed significant activity against the HT-1080 and Lu1 cell lines. Among the remaining biflavone isolates, amentoflavone was found to be inactive, consistent with previous assay data, and bilobetin displayed only marginal activity against the HT-1080 cell line (Silva et al., 1995). However, the presence of two methoxyl groups, as in 4’,7”-diO-methylamentoflavone was observed to enhance the cytotoxicity of the compound, as in case of the Col2 and U373 cell lines. Although there was a tendency to increase the activity with increasing numbers of methoxyl groups in the molecule, 7,7”-di-O-methylamentoflavone (12) and 7,4’,7”,4’”-tetra-O-methyl-amentoflavone (13) have been found by others to be inactive against L929 murine cells (Lin et al., 1994). Only two compounds of the robustaflavone series were isolated and tested. 131 Consistent with earlier literature (Lin et al., 1989), robustaflavone showed a lack significant cytotoxicity, but its monomethyl derivative, 7”-O-methylrobustaflavone was found to be a potent cytotoxic agent against the HT-8080, Lu1 and U373 cell lines. Its in vitro potency is comparable to that of calycopterone, a new type of biflavonoid isolated by Wall et al. (1994). Amentoflavone is a dimmer of apigenin, has several known pharmacological activities which includes anti-inflammatory (Kim et al., 1994) and antioxidative effects (Huguet et al., 1990). Amentoflavone also inhibits phospholipase C1 (Lee et al., 1996) and cAMP-dependent phosphodiesterase (Saponara and Bosisio, 1998), which could be associated with its diverse physiological activities. Amentoflavone inhibited the production of nitric oxide in a concentration-dependent manner and also blocked the lipopolysaccharide (LPS)-induced expression of inducible nitric oxide synthase (iNOS). These findings suggest that the inhibition of LPS-induced NO formation by amentoflavone is due to its inhibition of NF-κB by blocking I-κBα degradation, which may be the mechanistic basis of the anti-inflammatory effects of amentoflavone (Woo et al., 2005). Bioassay-directed fractionation of an ethanolic extract of S. moellendorfii has led to the isolation of a known biflavone, ginkgetin (14). A dose-dependent inhibition was observed on the growth of OVCAR-3 (human ovarian adenocarcinoma) cells with 50% inhibition occurring at 1.8 μg/ml. Nonbioactive fractions yielded four additional known biflavones, 7,4’,7”,4’”-tetramethylether-amentoflavone, kayaflavone, podocarpusflavone A and amentoflavone (Sun et al., 1997). An ethyl acetate-soluble extract of S. tamariscina was found to exhibit distinctive vasorelaxant activity. Further purifications of the extract as guided by in vitro vasorelaxant assay afforded an active biflavonoid, amentoflavone. 132 Amentoflavone induced concentration-dependent relaxation of the phenylephrineprecontracted aorta, which disappeared by removal of functional endothelium. Amentoflavone-induced relaxations were also markedly attenuated by addition of tetraethylammonium (TEA) or verapamil. However, the relaxant effect of amentoflavone was not blocked by pretreatment with indomethacin, glibenclamide, atropine, or propranolol. Incubation of endothelium-intact aortic rings with amentoflavone increased the production of cGMP, but this effect was blocked by endothelium-denudation or pretreatment with L-NAME or ODQ. These results suggest that amentoflavone relaxes vascular smooth muscle via endotheliumdependent nitric oxide-cGMP signaling, with possible involvement of non-specific K+ and Ca2+ channels (Kang et al., 2004). CONCLUSION The present work shows that species of the genus Selaginella are a rich source of bioactive compounds. The flavonoids are the major compounds isolated from these species. In particular, the chemical constituents belonging to class of biflavonoids, such as amentoflavone, ginkgetin, isocryptomerin and robustaflavone presented several biological activities in experimental models. More research is needed to further explore the actions of these compounds. Selaginella research exhaustively needs to be conducted to explore all natural products constituents and their bioactivities (Setyavan, 2011). 133 ACKNOWLEDGEMENTS The authors wish to express their sincere thanks to the College of Pharmacy, The University of Illinois at Chicago, Chicago, Illinois 60612-7231, U.S.A., for helping with the computer-aided NAPRALERT search and Brazilian agencies CNPq and FACEPE for financial support. REFERENCES Aguilar MI, Romero MG, Chávez MI, King-Díaz B, Lotina-Hennsen B (2008). Biflavonoids isolated from Selaginella lepidophylla inhibit photosynthesis in spinach chloroplasts. J Agric Food Chem. 56(16): 6994-7000. Bi YF, Zheng XK, Feng WS, Shi SP (2004). Isolation and structural identification of chemical constituents from Selaginella tamariscina (Beauv.) Spring. Yao Xue Xue Bao 39(1): 41-45. Cao Y, Tan NH, Chen JJ, Zeng GZ, Ma YB, Wu YP, Yan H, Yang J, Lu LF, Wang Q (2010a). Bioactive flavones and biflavones from Selaginella moellendorfii Hieron. 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Chemical Compounds Class Species References Hordenine Alkaloid S. doederleinii Chao et al., 1987 Alkaloid S. doederleinii Chao et al., 1990 Alkaloid S. doederleinii Chao et al., 1987 Hordenine-O-α-L-rhamnopyranoside Alkaloid S. doederleinii Chao et al., 1987 N-methyltyramine-O-α-L-rhamnoside Alkaloid S. doederleinii Chao et al., 1987 Selaginellic acid Alkaloid S. moellendorfii Wang et al., 2009 5-Hydroxyselaginellic acid Alkaloid S. moellendorfii Wang et al., 2009 5-Hydroxy-N8,N8-dimethylpseudophrynaminol Alkaloid S. moellendorfii Wang et al., 2009 N-Selaginelloyl-L-phenylalanine Alkaloid S. moellendorfii Wang et al., 2009 N-(5-Hydroxyselaginelloyl)-L-phenylalanine Alkaloid S. moellendorfii Wang et al., 2009 Neoselaginellic acid Alkaloid S. moellendorfii Wang et al., 2009 N-(5-Hydroxyneoselaginelloyl)-L-phenylalanine Alkaloid S. moellendorfii Wang et al., 2009 Hordenine-[6-O-(4-hydroxy-cinnamoyl)-β-D-glucosyl]-(1,3)α-L-rhamnoside Hordenine-O-(6”-O-trans-cinnamoyl)-4’-O-β-Dglucopyranosyl-α-L-rhamnopyranoside Table 1 - continues 143 Table 1 - continued Adenosine Alkaloid S. tamariscina Zheng et al., 2004b Guanosine Alkaloid S. tamariscina Zheng et al., 2004b Arbutin Benzenoid S. tamariscina Zheng et al., 2004 4-Hydroxy-benzoic acid Benzenoid S. pulvinata Zheng et al., 2001 Vanillic acid Benzenoid S. tamariscina Bi et al., 2004 Syringic acid Benzenoid S. tamariscina Bi et al., 2004 Selaginose Carbohydrate S. adunca Fischer and Kandler, 1975 S. asperula Fischer and Kandler, 1975 S. epirrhizos Fischer and Kandler, 1975 S. galeotti Fischer and Kandler, 1975 S. geniculata Fischer and Kandler, 1975 S. kraussiana Fischer and Kandler, 1975 S. marginata Fischer and Kandler, 1975 S. parkeri Fischer and Kandler, 1975 S. plumosa Fischer and Kandler, 1975 Table 1 - continues 144 Table 1 - continued S. sanguinolenta Fischer and Kandler, 1975 S. stellata Fischer and Kandler, 1975 S. sulcata Fischer and Kandler, 1975 2-Carboxy-arabinitol Carbohydrate S. mertensii Moore et al., 1993 Mycose Carbohydrate S. pulvinata Zheng et al., 2001 8-Methyl-eugenitol Chromone S. uncinata Ma et al., 2002 ; Ma et al., 2003 Uncinoside A Chromone S. uncinata Ma et al., 2002 ; Ma et al., 2003 Uncinoside B Chromone S. uncinata Ma et al., 2002 ; Ma et al., 2003 Isopimpinellin Coumarin S. doederleinii Chen et al., 1995 S. moellendorfii Che and Yu, 1986 Umbelliferone Coumarin S. tamariscina Bi et al., 2004 3-(4-Hydroxyphenyl)-6,7-dihydroxy coumarin Coumarin S. tamariscina Liu et al., 2010 Amentoflavone Flavonoid S. braunii Ma et al., 2001 S. davidii Ma et al., 2001 S. delicatula Lin et al., 2000a Table 1 - continues 145 Table 1 - continued S. denticulata Lopez-Saez et al., 1994a S. kraussiana Qasim et al., 1985 S. moellendorfii Sun et al., 1997 S. pulvinata Ma et al., 2001 S. rupestris Chanravarthy et al., 1981 S. sanguinolenta Huneck and Khaidav, 1985 S. selaginoides Lopez-Saez et al., 1994b S. sinensis Ma et al., 2001 S. stauntoniana Ma et al., 2001 S. tamariscina Lee et al., 1992 S. uncinata Ma et al., 2003 S. willdenowii Silva et al., 1995 2,3-Dihydroamentoflavone Flavonoid S. bryopteris Kunert et al., 2008 2”,3”-Dihydroamentoflavone Flavonoid S. bryopteris Kunert et al., 2008 Table 1 - continues 146 Table 1 - continued Tetrahydro-amentoflavone Flavonoid S. bryopteris Kunert et al., 2008 Amentoflavone-7,4,7,4-tetramethylether Flavonoid S. moellendorfii Cao et al., 2010a 4’,7”-Di-O-methyl-amentoflavone Flavonoid S. sinensis Ma et al., 2001 S. willdenowii Silva et al., 1995 7,7”-Di-O-methyl-amentoflavone Flavonoid S. doederleinii Lin et al., 1994 4’,4”’,7,7”-Tetra-O-methyl-amentoflavone Flavonoid S. doederleinii Lin et al., 1994 S. moellendorfiii Sun et al., 1995 7,4’,7”,4”-tetramethylether-amentoflavone Flavonoid S. moellendorfii Sun et al., 1997 Apigenin Flavonoid S. doederleinii Chen et al., 1995 Apigenin-7-O-β-neohesperidoside Flavonoid S. moellendorfii Feng et al., 2011 Apigenin-8-C- β-D-glucopyranoside Flavonoid S. moellendorfii Feng et al., 2011 6,8-Di-C-β-D-glucopyranosyl-apigenin Flavonoid S. moellendorfii Zhu et al., 2008 6-C-β-D-Glucopyranosyl-8-C-β-D-xylopyranosyl-apigenin Flavonoid S. moellendorfii Zhu et al., 2008 6-C-β-D-Xylopyranosyl-8-C-β-D-glucopyranosyl-apigenin Flavonoid S. moellendorfii Zhu et al., 2008 6-(2-Hydroxy-5-acetylphenyl)-apigenin Flavonoid S. tamariscina Liu et al., 2009; Liu et al., 2010 Table 1 - continues 147 Table 1 - continued 6-(5-Carboxyl-2-methoxyphenyl)-apigenin Flavonoid S. uncinata Zheng et al., 2008 2’,8”-Biapigenin Flavonoid S. tamariscina Lee et al., 2008 2”,3”-Dihydro-3’,3”’-biapigenin Flavonoid S. labordei Xu et al., 2009 Bilobetin Flavonoid S. willdenowii Silva et al., 1995 Chamaecyparin Flavonoid S. difusa Meurer-Grimes et al., 1999 S. jungermannioides Meurer-Grimes et al., 1999 S. stellata Meurer-Grimes et al., 1999 Chrysoeriol Flavonoid S. moellendorfii Cao et al., 2010a Cryptomerin B Flavonoid S. denticulata Lopez-Saez et al., 1994a S. tamariscina Shin and Kim, 1991 Delicaflavone Flavonoid S. delicatula Lin and Chou, 2000b Genistin Flavonoid S. sinensis Dai et al., 2001 Ginkgetin Flavonoid S. moellendorfii Sun et al., 1997 S. sinensis Dai et al., 2001 S. doederleinii Lin et al., 1994 Heveaflavone Flavonoid Table 1 - continues 148 Table 1 - continued Hinokiflavone Flavonoid S. lepidophylla Qasim et al., 1985 S. denticulata Lopez-Saez et al., 1994a Lopez-Saez et al., 1995 S. kraussiana Qasim et al., 1985 S. selaginoides Lopez-Saez et al., 1994b S. uncinata Ma et al., 2003 2,3-Dihydrohinokiflavone Flavonoid S. bryopteris Kunert et al., 2008 2”,3”-Dihydrohinokiflavone Flavonoid S. bryopteris Kunert et al., 2008 Tetrahydro-hinokiflavone Flavonoid S. bryopteris Kunert et al., 2008 Tetra-O-methyl-hinokiflavone Flavonoid S. bryopteris Kunert et al., 2008 Isocryptomerin Flavonoid S. denticulata Lopez-Saez et al., 1994a S. tamariscina Shin and Kim, 1991 S. willdenowii Silva et al., 1995 2,3-Dihydro-isocryptomerin Flavonoid S. delicatula Lin and Chou, 2000b 2”,3”-Dihydro-isocryptomerin Flavonoid S. willdenowii Silva et al., 1995 Table 1 - continues 149 Table 1 - continued Kayaflavone Flavonoid S. moellendorfii Sun et al., 1997 Sun et al., 1995 Lanaroflavone Flavonoid S. bryopteris Kunert et al., 2008 Podocarpusflavone A Flavonoid S. moellendorfii Sun et al., 1995 Sun et al., 1997 Robustaflavone Flavonoid S. delicatula Lin et al., 2000 S. denticulata Lopez-Saez et al., 1994a S. lepidophylla Qasim et al., 1985 S. selaginoides Lopez-Saez et al., 1994b S. sinensis Ma et al., 2001 S. willdenowii Silva et al., 1995 2,3-Dihydro-robustaflavone Flavonoid S. lepidophylla Aguilar et al., 2008 2,3-Dihydro-5-methylether-robustaflavone Flavonoid S. lepidophylla Aguilar et al., 2008 2”,3”-Dihydro-4’,7,7”-trimethylether-robustaflavone Flavonoid S. delicatula Lin et al., 2000 Table 1 - continues 150 Table 1 - continued 2,3-Dihydro-4’,7,7”-trimethylether-robustaflavone Flavonoid S. delicatula Lin and Chou, 2000b 2”,3”-Dihydro-4’,7,-dimethylether-robustaflavone Flavonoid S. delicatula Lin et al., 2000 4’,7-Dimethylether-robustaflavone Flavonoid S. delicatula Lin et al., 2000 4’-Methylether-robustaflavone Flavonoid S. delicatula Lin et al., 2000 S. doederleinii Lee et al., 2008 S. sinensis Ma et al., 2001 S. willdenowii Silva et al., 1995 7’’-O-Methyl-robustaflavone Flavonoid 2,2'',3,3''-Tetrahydro-4',7,7''-trimethylether-robustaflavone Flavonoid S. doederleinii Lee et al., 2008 4,7,7''-Trimethylether-robustaflavone Flavonoid S. doederleinii Lee et al., 2008 Sciadopitysin Flavonoid S. bryopteris Kunert et al., 2008 Sequoiaflavone Flavonoid S. bryopteris Kunert et al., 2008 Sotetsuflavone Flavonoid S. denticulata Lopez-Saez et al., 1994a Sumaflavone Flavonoid S. tamariscina Yang et al., 2006 Flavonoid S. labordei Xu et al., 2009 2,3-Dihydro-5,5”,7,7”,4’-pentahydroxy-6,6”-dimethyl-[3’-O4”’]-biflavone Table 1 - continues 151 Table 1 - continued 2”,3”-Dihydroochnaflavone Flavonoid S. labordei Xu et al., 2009 Flavonoid S. moellendorfii Zhu et al., 2008 Taiwaniaflavone Flavonoid S. tamariscina Lee et al., 2008 5-Carboxymethyl-4′,7-dihydroxyflavone Flavonoid S. moellendorfii Cao et al., 2010a Flavonoid S. moellendorfii Cao et al., 2010a Flavonoid S. moellendorfii Cao et al., 2010a Lignan S. tamariscina Zheng et al., 2004b (-)-Lirioresinol A Lignan S. doederleinii Lin et al., 1994 (-)-Lirioresinol B Lignan S. doederleinii Lin et al., 1994 (+)-Matairesinol Lignan S. doederleinii Lin et al., 1994 Moellenoside A Lignan S. moellendorfii Zheng et al., 2008 5-Carboxymethyl-4’-hydroxyflavone-7-O-β-Dglucopyranoside [7-Hydroxy-2-(4-hydroxy-phenyl)-4-oxo-4H-chromen-5yl]-acetic acid ethyl ester [7-Hydroxy-2-(4-hydroxy-phenyl)-4-oxo-4H-chromen-5yl]-acetic acid butyl ester 5-Acethyl-dihydro-2-(3’,5’-dimethoxy-4’-hydroxy-phenyl)-7methoxybenzofuran Table 1 - continues 152 Table 1 - continued Moellenoside B Lignan S. moellendorfii Feng et al., 2011 (-)-Nortracheloside Lignan S. doederleinii Lin et al., 1994 Pinoresinol diglucoside Lignan S. sinensis Dai et al., 2001 Sinesiol A Lignan S. sinensis Wang et al., 2007 Syringaresinol Lignan S. tamariscina Bi et al., 2004 Tamariscinoside B Lignan S. tamariscina Zheng et al., 2004b Tamariscinoside C Lignan S. tamariscina Zheng et al., 2004b (+)-Wilkstromol Lignan S. doederleinii Lin et al., 1994 2,4-Dihydroxy-3-methylenehydroxy-5-methoxy- Oxygen S. lepidophylla Perez et al., 1994 tetrahydrofuran heterocycle Caffeic acid Phenylpropanoid S. tamariscina Bi et al., 2004 Ferulic acid Phenylpropanoid S. tamariscina Bi et al., 2004 Isochlorogenic acid A Phenylpropanoid S. delicatula Lin et al., 2000 Isochlorogenic acid B Phenylpropanoid S. delicatula Lin et al., 2000 Isochlorogenic acid C Phenylpropanoid S. delicatula Lin et al., 2000 Table 1 - continues 153 Table 1 - continued 3-Hydroxy-1-(3,5-dimethoxy-4-hydroxyphenyl)-propan-1-one Phenylpropanoid S. doederleinii Lin et al., 1994 3-Hydroxy-1-(3-methoxy-4-hydroxyphenyl)-propan-1-one Phenylpropanoid S. doederleinii Lin et al., 1994 Tamariscine ester A Phenylpropanoid S. tamariscina Bi et al., 2004 Selaginellin Pigments S. sinensis Zhang et al., 2007 Selaginellin A Pigments S. tamariscina Cheng et al., 2008 Selaginellin B Pigments S. tamariscina Cheng et al., 2008 Selaginellin C Pigments S. pulvinata Tan et al., 2009 Selaginellin D Pigments S. pulvinata Cao et al., 2010b Selaginellin E Pigments S. pulvinata Cao et al., 2010b Selaginellin F Pigments S. pulvinata Cao et al., 2010b Selaginellin G Pigments S. pulvinata Cao et al., 2010c Selaginellin H Pigments S. pulvinata Cao et al., 2010c Chrysophanic acid Quinoid S. stauntoniana Liu et al., 2004 Emodin Quinoid S. stauntoniana Liu et al., 2004 1-Methoxy-3-methylanthraquinone Quinoid S. tamariscina Liu et al., 2010 Table 1 - continues 154 Table 1 - continued Physcion Quinoid Cholesterol Steroid S. stauntoniana Liu et al., 2004 S. delicatula Chiu et al., 1988 S. doederleinii S. delicatula 22-Dehydrocampesterol Steroid Chiu et al., 1988 S. doederleinii 3β-16α-Dihydroxy-(5α)-cholestan-21-oic acid Steroid 24α-Ethyl-cholest-5-en-3β-ol Steroid S. pulvinata Zheng et al., 2007 S. delicatula Chiu et al., 1988 S. doederleinii S. delicatula 24α-Methyl-cholest-5-en-3β-ol Steroid Chiu et al., 1988 S. doederleinii S. delicatula 24β-Methyl-cholest-5-en-3β-ol Steroid Chiu et al., 1988 S. doederleinii S. delicatula 24α-Ethyl-cholesta-5,22-dien-3β-ol Steroid Chiu et al., 1988 S. doederleinii β-Sitosterol Steroid S. doederleinii Chen et al., 1995 Table 1 - continues 155 Table 1 - continued S. moellendorfii Che and Yu, 1986 S. pulvinata Zheng et al., 2001 156 CH3 R2O O H3C OR1 O (1) R1= H; R2= Glc (2) R1= Ac; R2=Glc OR3 4' R2O O OR4 2 O 5'' 7 3'' 3 5 OR1 R5O O 7'' O 2'' 4''' OR6 (3) R1= H; R2= H; R3= CH3; R4= H; R5= H; R6= H (9) R1= H; R2= H; R3= H; R4= H; R5= CH3; R6= H (11) R1= H; R2= H; R3= H; R4= H; R5= H; R6= H OCH3 4' H3CO O OH 2 5'' 7 3'' 3 5 OH O 7'' HO O 2'' O 4''' OH (4) OH 4''' H3CO O 2'' 7'' 4' HO O 2 O OH 1' 7 3 4 5 OH O (5) 3'' 5'' O 1''' 157 4' R2O O 2 OR3 OR6 1' 4''' 7 R5O 3 OR1 O 2'' 7'' 4 5 O 1''' 3'' 5'' OR4 O (6) R1= H; R2= H; R3= CH3; R4= H; R5= CH3; R6= H (10) R1= H; R2= H; R3= H; R4= H; R5= H; R6= H (12) R1= H; R2= CH3; R3= H; R4= H; R5= CH3; R6= H (13) R1= H; R2= CH3; R3= CH3; R4= H; R5= CH3; R6= CH3 (14) R1= H; R2= CH3; R3= CH3; R4= H; R5= H; R6= H OH 4''' H3CO O 2'' 7'' 4' HO O 2 O 3'' 5'' OH 1' 1''' O 7 3 4 5 OH O (7) 4' HO O 2 OCH3 OH 1' 4''' 7 3 4 5 OH HO O 2'' 7'' O 1''' 3'' 5'' O (8) Figure 1. Chemical structures of some bioactive compounds in Selaginella. 158 APÊNDICE A – Artigo 2 Artigo 2: SELAGINELLA CONVOLUTA (SELAGINELLACEAE) ATTENUATES THE NOCICEPTIVE BEHAVIOR BUT NOT THE ACUTE INFLAMMATORY EVENTS IN MICE Submissão: BMC Complementary & Alternative Medicine Fator de impacto: 2.08 159 Selaginella convoluta (Selaginellaceae) attenuates the nociceptive behavior but not the acute inflammatory events in mice Larissa Alves Ribeiro de Oliveira Macêdo1, Alessandra Gomes Marques Pacheco2, Sarah Raquel Gomes de Lima-Saraiva3, Juliane Cabral Silva1, Raimundo Gonçalves de Oliveira-Júnior1, Grasielly Rocha Souza1, Jamylle Nunes Souza Ferro4, Emiliano Barreto4, Visêldo Ribeiro de Oliveira5, Jackson Roberto Guedes da Silva Almeida1,* 1 Núcleo de Estudos e Pesquisas de Plantas Medicinais (NEPLAME), Universidade Federal do Vale do São Francisco, 56.304-205, Petrolina, Pernambuco, Brazil. 2 Laboratório de Fitoquímica, Universidade Estadual de Feira de Santana, 44.036900, Feira de Santana, Bahia, Brazil. 3 Laboratório de Produtos Naturais, Universidade Federal de Pernambuco, 50.740521, Recife, Pernambuco, Brazil. 160 4 Laboratório de Biologia Celular, Universidade Federal de Alagoas, 57.072-970, Maceió, Alagoas, Brazil. 5 Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), 56.302-970, Petrolina, Pernambuco, Brazil. *Correspondence: [email protected] 1 Núcleo de Estudos e Pesquisas de Plantas Medicinais, Universidade Federal do Vale do São Francisco, 56.304-205, Petrolina, Pernambuco, Brazil. Tel/Fax + 55-87-21016863 Full list of author information is available at the end of the article. Abstract Background: Selaginella convoluta is a medicinal plant popularly known in Northeastern Brazil as “jericó”, and is used in folk medicine as analgesic and antiinflammatory. This study aimed to investigate the antinociceptive and antiinflammatory activities of the fractions obtained by partition of crude ethanol extract from S. convoluta in mice using experimental models of pain and inflammation. Methods: The hexane (Sc-Hex) and chloroform (Sc-CHCl3) fractions from S. convoluta were used at doses of 100, 200 and 400 mg/kg. Antinociceptive activity was evaluated by writhing, hot-plate and formalin tests. Anti-inflammatory activity was evaluated using carrageenan-induced pleurisy in mice. Additionally, the rota-rod test was used to evaluate motor coordination. 161 Results: Inhibition of writhing was observed for fractions tested. The Sc-Hex at all doses tested was effective in reducing the nociceptive behavior produced by formalin only in the second phase. However, the Sc-CHCl3 decreased the paw licking time in the first and second phases of this test. In the hot plate no significant effect was observed for any fraction. Using the rota-rod test, mice treated did not demonstrate any significant motor performance changes, while diazepam significantly increased the number of falls. In carrageenan-induced pleurisy, both fractions did were not able to reduced cell migration to the pleural cavity. Conclusion: These results reveal the antinociceptive properties of S. convoluta, which support, in part, its traditional use, since the fractions did not presented significant activity in the inflammatory response profile. We further verify that this antinociceptive effect showed linked with activation of nociceptive peripheral pathway. Keywords: Selaginella convoluta; Selaginellaceae, pain, inflammation, nociception Background Pain and inflammation is a body defense reaction, in order to eliminate or limit the spread of injurious organisms, toxic chemical substances, and physical injuries from living mammalian tissues [1, 2]. Narcotic drugs, non-steroidal anti-inflammatory drugs (NSAIDs), steroidal and immunosuppressant drugs have been usually used in the relief of pain and inflammatory diseases by the people of the world for a long time [3]. Furthermore, these drugs may have various and severe adverse side effects, such as gastric lesions caused by NSAIDs, tolerance and dependence induced by opiates, use of these drugs as anti-inflammatory and analgesic agents have not been successful in all cases [4-6]. 162 Medicinal plants have been used since ancient times as medicines for the treatment of diseases and still play a key role in world health [7]. According to Kumara (2001), plant based drugs in traditional medicine are being paid much attention because of their minimal side effects, cheapness and also the fact that 80% of the world population still rely on them [8]. The chemical diversity of plants has made them one of the main sources for the isolation of bioactive organic compounds [7]. Brazil is privileged because it ranks first among the richest countries in biodiversity in the world, accounting for 22% of the higher plant species on the planet [9]. The family Selaginellaceae Willk. is a distinctive family including the single genus Selaginella which is a nearly worldwide genus of about 700 species [10] to 750 species [11], with about 270 of them in America. Members of the Selaginellaceae occurs mostly terrestrial, herbaceous and perennial plants. Vary greatly in size, some small species have stems about 3 cm long, while larger ones have stems 50 cm to aproximatelly 1 m long, under 2 cm tall [11]. Pharmacological and phytochemical studies on genus Selaginella led to identification of numerous bioactive molecules, including alkaloids, phenols (flavonoids, tannins, saponins), and terpenoids (triterpenes and steroids) [12, 13], with broad biological activities, including antivirus, antifungal, antibacterial, cytotoxic, anticancer, antioxidant, antiplasmodial, leishmanicidal and anti-inflammatory properties [14-25]. Selaginella convoluta is a medicinal plant found in Northeastern Brazil commonly know as “jericó”, “mão-de-sapo” and “mão-fechada” and it is used in folk medicine as antidepressant [26, 27], aphrodisiac, diuretic, against amenorrhea [28], 163 cough, bleeding, increases female fertility [29] as well as analgesic and antiinflammatory [30]. In our continuing search of the pharmacological properties of S. convoluta, in the present paper we demonstrate the antinociceptive and anti-inflammatory effects of the fractions obtained by partition of the crude ethanol extract of S. convoluta in experimental models in mice. Previous study carried out by our research group demonstrated the antinociceptive effect of ethanolic extract in mice [31]. Methods Plant material Selaginella convoluta was collected in the city of Petrolina (Coordinates: S 09º03’54”; W 40º19’12”) State of Pernambuco, Brazil, in March of 2012. A sample was identified by Viseldo Ribeiro de Oliveira, a researcher from Embrapa Semiárido. A voucher specimen (19203) was deposited at the Herbarium Vale do São Francisco (HVASF) of the Federal University of San Francisco Valley (UNIVASF). Preparation of plant extract The dried and pulverized plant (1935 g) was macerated with ethanol 95% at room temperature for 72 h. The extractive solution was filtered and concentrated under reduced pressure in a rotatory evaporator at 50 °C, producing 146.55 g of crude ethanol extract (Sc-EEB). The Sc-EEB was suspended in a mixture of MeOH: H2O (3:7) and extracted successively with hexane and chloroform in crescent order of polarity to obtain the fractions Sc-Hex (21.26 g) and Sc-CHCl3 (15.14 g), respectively. 164 Animals Male adult albino Swiss mice (25-35 g) were used in this study. The animals were randomly housed in appropriate cages at 22 2 oC on a 12 h light/ dark cycle with free access to food and water. When necessary, animals were deprived of food 12 h prior to the experiments. They were used in groups of six animals each, according to the experiments realized. Experiments were performed during the light phase of the cycle. All tests were carried out by the same visual observer. Experimental protocols and procedures were approved by the Universidade Federal do Vale do São Francisco Animal Care and Use Committee by number 0003/17072012. Pharmacological tests Acetic acid-induced writhing test This test was done using the method described by Koster et al. [32]. Mice (25-35 g) were divided into six groups of six mice each. Acetic acid (0.9% v/v) was administered i.p. in a volume of 0.1 ml/10 g. Vehicle (saline), morphine (MOR, 10 mg/kg), Indomethacin (INDO, 20 mg/kg) and fractions (100, 200 and 400 mg/kg), were administered i.p. 30 min before acetic acid injection. The number of abdominal constrictions produced in each group for the succeeding 10 min was counted and compared to the response in the control group. Antinociceptive activity was calculated as the percentage inhibition of abdominal constriction. Formalin test The method used was similar to the described by Hunskaar and Hole [33] and Vianna et al. [34]. 20 µl of 2.5% formalin (in 0.9% saline, subplantar) was injected subcutaneously into the right hind paw of mice. The time (in seconds) spent in licking 165 and biting responses of the injected paw was taken as an indicator of pain response. Responses were measured for 5 min after formalin injection (first phase, neurogenic) and 15-30 min after formalin injection (second phase, inflammatory). Vehicle (saline), morphine (MOR, 10 mg/kg), acetylsalicylic acid (ASA, 150 mg/kg) and fractions (100, 200 and 400 mg/kg), were administered i.p. 60 min before formalin injection. Mice were observed in the chambers with a mirror mounted on three sides to allow view of the paws. Antinociceptive activity was calculated as the percentage inhibition of licking time. Hot plate test Mice were divided into five groups of six mice each. Mice were pre-selected on the hot plate at 55 ± 0.5 oC. Licks on the rear paws were the parameters of observation. Animals showing a reaction time (latency for licking the hind feet or jumping) greater than 20 s were discarded. The animals were then treated with vehicle (saline, 0.1 ml/10 g), morphine (MOR, 10 mg/kg) and fractions (100, 200 and 400 mg/kg) via i.p. Latency time (in seconds) for each mice was determined on the hot plate during the maximum period of 20 s, at intervals of 30, 60, 90 and 120 min after the administration of the vehicle, extract and morphine [35]. Carrageenan-induced pleurisy The animals (n=6 in each group) were pre-treated by intraperitoneal route (i.p.) with fractions (100, 200 and 400 mg/kg) 30 min prior to the induction of pleurisy. Pleurisy was induced by the intrapleural injection (i.t.) of 100 μl of a 1% (v/v) carrageenan solution. A specially adapted 13×5 syringe was introduced into the right side of the thoracic cavity of mice to inject the carrageenan solution, and an equal volume of sterile saline was injected into the controls. At 4 h after the i.t. injection, the animals 166 were sacrificed in a CO2 gas chamber and the thoracic cavity was opened and washed with 1 ml PBS containing EDTA (10 mM). These pleural washes were recovered and their volume measured. Pleural wash samples were diluted in Turk fluid (2% acetic acid) for total leukocyte counts using Neubauer chambers. Indomethacin was used as reference drug. Thus, parallel groups of animals were pre-treated (30 min before pleurisy induction) with indomethacin (10 mg/kg, i.p.) and 4 h later the same inflammatory parameters were evaluated [36] Measurement of total protein content The fluids recovered from the pleural cavity of the animals treated with the fractions Sc-Hex and Sc-CHCl3 at 100, 200 and 400 mg/kg were centrifuged for 10 min at 1,500 × g, and the total protein content was quantified in the supernatant, at 640 nm, using the Folin-Lowry technique [37]. Motor coordination test (rota-rod test) A rota-rod treadmill device (Insight, Brazil) was used for the evaluation of motor coordination [38]. Initially, 24 h before the test, mice capable of remaining on the rota-rod apparatus longer than 180 s (7 rpm) were selected. Thirty minutes after the administration of fractions (100, 200 and 400 mg/kg, i.p.), vehicle (saline, 0.1 ml/10 g); control group) or diazepam (2.5 mg/kg, i.p.), each animal was tested on the rotarod apparatus at 30 min, 1 and 2 h post-treatment, and the time(s) the mice were able to remain on top of the bar was (were) recorded for up to 180 s. Statistical analysis The data were expressed as mean ± S.E.M. and the statistical significance was determined using an analysis of variance (ANOVA) followed by Dunnett’s test. 167 Values were considered significantly different at p < 0.05. All analysis was performed using by GraphPad Prism 4.0 program. Results Acetic acid-induced writhing test The intraperitoneal administration of Sc-Hex (100, 200 and 400 mg/kg) showed dose-dependent antinociceptive effect and decreased significantly (p < 0.05) the number of writhing movements induced by the i.p. administration of the acetic acid compared with the control group. The percentages of inhibition were 64.93, 77.91 and 99.33 %, respectively (Figure 1). The Sc-CHCl3 produced inhibition of the abdominal writhing response by 90.16, 90.16 and 95.92% (Figure 2). Indomethacin caused a 90.92 and 88.53% reduction in writhing movements for animals treated with Sc-Hex and Sc-CHCl3, respectively. Morphine abolished all of the nociceptive responses in all treated groups. INSERT FIGURE 1 INSERT FIGURE 2 Formalin test The results of the formalin test are shown in Figures 3 and 4. Sc-CHCl3 showed a significant antinociceptive effect to inhibit the licking time in both phases (neurogenic and inflammatory pain) of the test, but the result was most significative in the second 168 phase. Sc-CHCl3 (100 mg/kg, i.p.) decreased by 35.46%, the paw licking time in the first phase, as well as 82.06, 74.96 and 92.77%, respectively, in the second phase of the formalin test. However, the Sc-Hex decreased the paw licking time only the second phase by 64.51, 67.80 and 73.90%. The reference drug acetylsalicylic acid was effective only in the second phase for both fractions (87.63% - Sc-Hex and 88.89% - Sc-CHCl3). Morphine decreased the licking time during the two phases. INSERT FIGURE 3 INSERT FIGURE 4 Hot plate test In this test, no significant effect was observed for any fraction. The effect of morphine (10 mg/kg) was significantly higher. Figures 5 and 6 show these results. INSERT FIGURE 5 INSERT FIGURE 6 Carrageenan-induced pleurisy Treatment with the Sc-CHCl3 only at dose of 200 mg/kg (i.p), caused a significant decrease the volume of the exudates to 1.19 ± 0.25 x 106 cells ml/cavity compared with the control group (6.53 ± 1.40 x 106 cells ml/cavity) and in total protein extravasations when it was administrated 30 min before carrageenan (Fig. 7 and 8). As expected, the reference drug, indomethacin caused a significant inhibition of volume of the exudates to 0.66 ± 0.14 ml/cavity. 169 INSERT FIGURE 7 INSERT FIGURE 8 Motor coordination test (rota-rod test) In this test, the fractions did not impair motor coordination at 0.5, 1 and 2 h post administration. Diazepam (2.5 mg/kg) caused a significant decrease in time that the animals remained on the rota-rod apparatus, compared to the control group (Fig. 9 and 10). INSERT FIGURE 9 INSERT FIGURE 10 Discussion The present study reported for the first time the evaluation of antinociceptive and anti-inflammatory effects of S. convoluta it different extractive fractions employing various experimental models. Although the plant is widely used in the folk medicine in the semi-arid region of Brazil, no report about this activity is recorded in the literature. Furthermore, current treatments used to fight pain and inflammation are usually insufficient for having severe side effects and limited effectiveness [39]. Therefore, the continuous search for new molecules that are more effective with reduced side adverse is needed. The antinociceptive activities of fractions, all given intraperitoneally at the doses of 100, 200 and 400 mg/kg, were evaluated using chemical (acetic acid and formalin) and thermal (hot plate test) stimuli. The writhing test has long been used as a screening tool for assessing the analgesic properties of new substances [40]. Intraperitoneal administration of acetic acid induce abdominal writhing and involves 170 the increase in cyclooxygenase (COX), lipoxygenase (LOX), prostaglandins (PGs), histamine, serotonin, bradykinin, substance P, IL-1β, IL-8, TNF-α in the peritoneal cavity [41]. These agents provoke a very stereotyped behavior in the mice which is characterized by abdominal contractions, movements of the body as a whole and twisting of dorso-abdominal muscles. However, it is a non-specific method for evaluation of pain [42]. Sc-Hex and Sc-CHCl3 significantly reduced the acetic acid-induced writhing in mice. The results support the hypothesis that the extracts have antinociceptive effect on the abdominal constrictions. Additionally, different flavonoids have been found to be antinociceptive and anti-inflammatory agents due to their ability to inhibit the arachidonic acid metabolism [43-45]. The presence of flavonoids in the fractions of S. convoluta (data of preliminary phytochemical screening not shown) may be responsible for the antinociceptive effect. In order to extend the studies on the antinociceptive and anti-inflammatory effects, we used the model of nociception induced by formalin. The formalin-induced paw linking test is a model comprising two distinct phases. The first phase (neurogenic pain) occurs about 3 min after the injection, and then after a quiescent period, a second phase (inflammatory pain) between 20 and 30 minutes [46]. The first phase results essentially from chemical stimulation of nociceptive afferent fibers, particularly C-fibers, which can be suppressed by opiates like morphine [47]. However, the involvement of substance P and bradykinin has also been reported. The second phase (inflammatory pain) is induced due to action of inflammatory mediators such as prostaglandins, serotonin and bradykinin in peripheral tissues and functional changes in the dorsal horn of the spinal cord [48, 49]. The Sc-Hex demonstrated that the number of paw licking was significantly reduced only in second 171 phase (p < 0.05) in a dose-dependent manner. However, the Sc-CHCl3 showed significant effect in both neurogenic and inflammatory pain phases (p < 0.05). In this experiment, Sc-CHCl3 decreased the licking time in both phases, but the effect was more significant in the second phase. The inhibition in both phases is characteristic of drugs that act centrally, and indicates a possible interaction with opioid receptors. Opioid analgesics seem to be antinociceptive for both phases, although the first is more sensitive to these substances. In contrast, non-steroidal anti-inflammatory drugs such as indomethacin and acetylsalicylic acid seem to suppress only the second phase [33]. In order to confirm the antinociceptive activity and to investigate the involvement of the central mechanisms of the effects of the fractions, the hot plate test was used. In this test, the intraperitoneal administration of fractions didn´t affect mice´s reactivity at the thermal stimulus, demonstrating that the antinociceptive effect in the abdominal constriction (writhing) test do not involve central mechanisms. To evaluate the anti-inflammatory effect of the fractions, the model of carrageenan-induced pleurisy in mice was used. The pleurisy induced by phlogistic agents is a widely accepted model for the evaluation of the anti-inflammatory effect of compounds from plants. Inflammation is a protective process that is essential for the preservation of the integrity of the organism in the event of chemical, physical and infectious damage. Often, the inflammatory response to severe lesions erroneously damages normal tissue [36]. Recruitment of cells to inflammatory sites is dependent on the release of vasoactive and chemotactic factors that increase the local blood flow and 172 microvascular permeability and promote the migration of leukocytes from the intravascular space into the tissues [36]. In this study, intrapleural injection of carrageenan induced an acute inflammatory reaction, characterized by marked accumulation of exudates rich in protein and intense migration of polymorphonuclear in the pleural cavities. Treatment of the animals with 200 mg/kg of Sc-CHCl3 attenuated the number of total leukocytes and total protein concentration in the exudate after carrageenan stimulus [50]. However, this result is not sufficient to affirm that the plant has anti-inflammatory activity, because this effect was observed only in one dose of fractions. Finally, to assess whether fractions produces a loss of motor coordination in animals, the rota-rod test was performed. The result revealed that the extract did not produce changes in motor coordination of treated animals. Conclusion In conclusion, this study indicates that the hexane and chloroform fractions of Selaginella convoluta exhibit antinociceptive activity. Our results support previous claims of its traditional use. The mechanism of action these fractions showed linked with activation of nociceptive peripheral pathway. In addition, we have demonstrated that the fractions from S. convoluta have not any anti-inflammatory effect in the pleurisy model induced by carrageenan. Further studies are necessary to identify the biologically active constituents and to define the underlying of molecular mechanisms of the inhibitory effects of these fractions. 173 Acknowledgements The authors are grateful to Brazilian agencies CNPq, FAPEAL and FACEPE for financial support. Author details 1 Núcleo de Estudos e Pesquisas de Plantas Medicinais, Universidade Federal do Vale do São Francisco, 56.304-205, Petrolina, Pernambuco, Brazil. 2Laboratório de Fitoquímica, Universidade Estadual de Feira de Santana, 44.036-900, Feira de Santana, Bahia, Brazil. 3Laboratório de Produtos Naturais, Universidade Federal de Pernambuco, 50.740-521, Recife, Pernambuco, Brazil. 4 Laboratório de Biologia Celular, Universidade Federal de Alagoas, 57.072-970, Maceió, Alagoas, Brazil. 5 Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), 56.302-970, Petrolina, Pernambuco, Brazil. Author’s contributions VRO were responsible for collection and botanical identification of the species. LAROM were responsible for preparation of the extract. LAROM, AGMP, SRGLS, JCS, RGOJ and GRS were responsible for antinociceptive study of the fractions. LAROM, JNSF, JRGSA and EB conducted the anti-inflammatory activity assays, analyze and interpretation of data, and drafted the manuscript. All authors read and approved the final manuscript. Competing interests The authors declare that they have no competing interests. 174 References 1. Nahar L, Nasrin F, Zahan R, and Mosaddik MA: Anti-nociceptive and Antiinflammatory Activities of Wrightia arborea. Pakistan Journal of Biological Sciences 2013, 16: 485-490. 2. Sobota R, Szwed M, Kasza A, Bugno M, Kordula T: Parthenolide inhibits activation of signal transducers and activators of transcription (STATs) induced by cytokines of the IL-6 family. Bioch Biophys Res Comm 2000, 267: 329-333. 3. Lima-Saraiva, SRG, Saraiva, HCC, Silva, JC, Lima, JT, Siqueira Filho, JA, Damasceno, PKF, Branco, CRC, Branco, A, Amorim, ELC, Almeida, JRGS: Antinociceptive effect of the ethanolic extract of Neoglaziovia variegata (Bromeliaceae) in mice. J Med Plant Res 2012, 6:5330-5336. 4. 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Number of writhings 25 20 15 10 5 * * 0 Control 100 200 * * 400 * INDO MOR Sc-CHCl3 (mg/kg) Figure 2. Antinociceptive effect of the chloroform fraction from Selaginella convoluta (Sc-CHCl3), indomethacin (INDO, 20 mg/kg) and morphine (MOR, 10 mg/kg) on acetic acid-induced writhing in mice. Values are mean ± S.E.M, n = 6, *p < 0.05 significantly different from control (ANOVA followed by Dunnett´s test). 182 First phase Licking time (s) 60 40 20 * 0 Control 100 200 400 ASA MOR Sc-Hex (mg/kg) Second phase Licking time (s) 150 100 * 50 * * * * 0 Control 100 200 400 ASA MOR Sc-Hex (mg/kg) Figure 3. Antinociceptive effect of the hexane fraction of Selaginella convoluta (Sc-Hex), acetylsalicylic acid (ASA, 150 mg/kg) and morphine (MOR, 10 mg/kg) on formalin (first and second phase) in mice. Values are mean ± S.E.M, n = 6, *p < 0. 05 significantly different from control (ANOVA followed by Dunnett´s test). 183 First phase Licking time (s) 60 40 * 20 * 0 Control 100 200 400 ASA MOR Sc-CHCl3 (mg/kg) Second phase Licking time (s) 150 100 50 * * * * 400 ASA * 0 Control 100 200 MOR Sc-CHCl3 (mg/kg) Figure 4. Antinociceptive effect of the chloroform fraction of Selaginella convoluta (ScCHCl3), acetylsalicylic acid (ASA, 150 mg/kg) and morphine (MOR, 10 mg/kg) on formalin (first and second phase) in mice. Values are mean ± S.E.M, n = 6, *p < 0.05 significantly different from control (ANOVA followed by Dunnett´s test). 184 Latency time (s) 20 * * 15 * 10 Control Sc-Hex 100mg/kg Sc-Hex 200mg/kg Sc-Hex 400mg/kg Morphine 10 mg/kg 5 0 30 60 90 120 Time (min) Figure 5. Antinociceptive effect of the hexane fraction of Selaginella convoluta (Sc-Hex) and morphine (MOR, 10 mg/kg) on hot plate test in mice. Values are mean ± S.E.M.; *p < 0.05, significantly different from control (ANOVA followed by Dunnett’s test). Latency time (s) 20 * * 15 * 10 Control Sc-CHCl3 100 mg/kg Sc-CHCl3 200 mg/kg Sc-CHCl3 400 mg/kg Morphine 10 mg/kg 5 0 30 60 90 120 Time (min) Figure 6. Antinociceptive effect of the chloroform fraction of Selaginella convoluta (ScCHCl3) and morphine (MOR, 10 mg/kg) on hot plate test in mice. Values are mean ± S.E.M.; *p < 0.05, significantly different from control (ANOVA followed by Dunnett’s test). 185 Total leukocytes (x106 cells/cavity) A 15 Control Sc-Hex (mg/kg) Carrageenan (Cg) Indomethacin (mg/kg) 10 5 * 0 - Cg 100 200 400 10 Carrageenan 1% (300 g/cavity) B Total protein (g/ml) 1.5 Control Carrageenan (Cg) Sc-Hex (mg/kg) Indomethacin (mg/kg) 1.0 0.5 * 0.0 - Cg 100 200 400 10 Carrageenan 1% (300 g/cavity) Figure 7. Effect of the hexane fraction of Selaginella convoluta (Sc-Hex) and indomethacin (10 mg/kg) on total leukocyte (A) and protein extravasation (B) on pleurisy-induced by carrageenan in mice. Values are mean ± S.E.M.; *p < 0.05, significantly different from control (ANOVA followed by Dunnett’s test). 186 C Total leukocytes (x106 cells/cavity) 10 Control Carrageenan (Cg) Sc-CHCl3 (mg/kg) 8 6 Indomethacin (mg/kg) 4 2 * * 0 - Cg 100 200 400 10 Carrageenan 1% (300 g/cavity) D Total protein (g/ml) 10 8 Control Carrageenan (Cg) Sc-CHCl3 (mg/kg) 6 Indomethacin (mg/kg) 4 2 * * 0 - Cg 100 200 400 10 Carrageenan 1% (300 g/cavity) Figure 8. Effect of the chloroform fraction of Selaginella convoluta (Sc-CHCl3) and indomethacin (10 mg/kg) on total leukocyte (C) and protein extravasation (D) on pleurisy-induced by carrageenan in mice. Values are mean ± S.E.M.; *p < 0.05, significantly different from control (ANOVA followed by Dunnett’s test). 187 Time (s) on Rota-rod 200 150 * * * 100 Control Sc-Hex 100 mg/kg Sc-Hex 200 mg/kg Sc-Hex 400 mg/kg Diazepam 2,5 mg/kg 50 0 1h 0.5 h 2h Figure 9. Effect of the hexane fraction of Selaginella convoluta (Sc-Hex) and diazepam (2.5 mg/kg) on rota-rod test in mice. Values are mean ± S.E.M.; *p < 0.05, significantly different from control (ANOVA followed by Dunnett’s test). Time (s) on Rota-rod 200 150 * * 100 * Control Sc-CHCl3 100 mg/kg Sc-CHCl3 200 mg/kg Sc-CHCl3 400 mg/kg Diazepam 2,5 mg/kg 50 0 0.5 h 1h 2h Figure 10. Effect of the chloroform fraction of Selaginella convoluta (Sc-CHCl3) and diazepam (2.5 mg/kg) on rota-rod test in mice. Values are mean ± S.E.M.; *p < 0.05, significantly different from control (ANOVA followed by Dunnett’s test). 188 APENDICE C – Certificado 189 APENDICE D – Certificado 190 APENDICE E– Certificado 191 APENDICE F – Certificado 192 APENDICE G – Certificado 193 APENDICE H – Resumo INFLUÊNCIA DA VIA DE ADMINISTRAÇÃO NO EFEITO ANTINOCICEPTIVO DE Selaginella convoluta (SELAGINELLACEAE) Macêdo LARO1, Barreto VNS1, Gomes LMA1, Sá PGS1, Oliveira-Junior RG1, Silva JC1, Souza GR1, Lima-Saraiva SRG2, Lima JT1, Almeida JRGS1. 1: Universidade Federal do Vale do São Francisco, 56.304-205, Petrolina-PE, Brasil. 2: Universidade Federal de Pernambuco, 50.740-521, Recife-PE, Brasil. Introdução: Selaginella convoluta (Selaginellaceae) é uma planta medicinal encontrada no Nordeste do Brasil, popularmente conhecida como "jericó”, sendo utilizada na medicina popular como antidepressivo, diurético, afrodisíaco, analgésico e anti-inflamatório. Investigações anteriores de algumas espécies de Selaginella revelaram que este gênero é uma rica fonte de esteroides, biflavonoides e alcaloides. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito antinociceptivo do Extrato Etanólico Bruto (EEB-Sc) e das fases obtidas por partição, hexano (Sc-Hex), clorofórmio (Sc-CHCl3) e acetato de etila (Sc-AcOEt), no teste das contorções abdominais induzidas pelo ácido acético em camundongos, através de duas diferentes vias de administração. Método: Foram utilizados grupos de camundongos (n=6) Swiss, machos, pesando entre 30 e 40 gramas. A atividade antinociceptiva do EEB e das fases (100; 200 e 400 mg/kg v.o e i.p) foi avaliada através do teste das contorções abdominais induzidas por ácido acético [1]. Indometacina (20 mg/kg i.p.), morfina (10 mg/kg i.p.) foram utilizadas como drogas padrão. Os grupos controle receberam solução salina. Resultados e Discussões: Após a administração por via i.p dos EEB-Sc, bem como de suas frações, Sc-Hex, Sc-CHCl3 e Sc-AcOEt diminuíram significativamente (p<0,001) o número de contorções abdominais em relação ao grupo controle. Os efeitos foram maiores nas doses de 400 mg/kg (82,23% de inibição), 400 mg/kg (99,4% de inibição), 400 mg/kg (95,17% de inibição) e 200 mg/kg (84,47% de inibição), respectivamente. Com relação à administração v.o, os melhores resultados foram obtidos nas doses de 200 mg/kg (56,56% de inibição), 100 mg/kg (48,08% de inibição), 400 mg/kg (36,68% de inibição) e 400 mg/kg (50,82% de inibição), respectivamente. Conclusão: Os resultados obtidos esclarecem que, houve variação na resposta antinociceptiva de acordo com a mudança da via de administração. A diminuição no percentual de inibição pela via oral poderá ser devido a não absorção efetiva do extrato pelo trato gastrintestinal, ou ainda, pela metabolização de seus princípios ativos por vias alternativas do metabolismo. Sendo assim, é necessário que outros estudos sejam feitos para avaliar a possível atividade antinociceptiva do extrato e das fases de Selaginella convoluta quando administrado por via oral ou intraperitoneal [2]. Agradecimentos: CNPq / FACEPE Referências: 1. Almeida JRGS, Lima JT, Oliveira HR, Oliveira MR, Meira PRM, Lucio ASSC, Barbosa-Filho JM (2011). Natural Product Research. 25: 1908-1915. 2. Soares CC, Marques TM, Rigolin GG, Neis E, Friaça AMV, Silva AS, Barreto GS, Lopes L (2009). Revista Brasileira de Farmacognosia. 19(1A): 77-81. Sessão Científica: Etnofarmacologia, Farmacologia e Toxicologia. 194 APENDICE I – Resumo AVALIAÇÃO DO EFEITO ANTI-INFLAMATÓRIO DE SELAGINELLA CONVOLUTA (SELAGINELLACEAE) LARISSA ALVES RIBEIRO DE OLIVEIRA MACÊDO1; JAMYLLE NUNES SOUZA FERRO2; SAMÁRIO LINO DOS SANTOS2; JOÃO PAULO NOÉ DA SILVA2; EMILIANO DE OLIVEIRA BARRETO2; JACKSON ROBERTO GUEDES DA SILVA ALMEIDA1 1 NEPLAME, Universidade Federal do Vale do São Francisco. 2 Universidade Federal de Alagoas Introdução: Selaginella convoluta (Selaginellaceae) é uma planta medicinal encontrada no Nordeste do Brasil utilizada na medicina popular como antidepressivo, analgésico e antiinflamatório. Objetivos: Avaliar o efeito anti-inflamatório das fases hexânica (FH) e clorofórmica (FC) de S. convoluta. Métodos: Foram utilizados camundongos Swiss, fêmeas (n= 6, 25-35 g). Para verificar o efeito das fases FH e FC (100; 200 e 400 mg/kg i.p) sobre o recrutamento de células foi utilizado o modelo de pleurisia induzida por carragenina. O efeito sobre a formação do edema foi avaliado no modelo do edema de pata induzido por carragenina. Adicionalmente, macrófagos peritoneais foram incubados por 24h com as FH e FC (1, 100, 250 e 500 μg/mL) para avaliar a viabilidade celular pelo método do MTT. Resultados: Os animais estimulados com carragenina apresentaram um aumento no influxo de leucócitos para a cavidade inflamada, 6,53 ± 1,45 x 106 células. No entanto, somente o prétratamento com a FC na dose de 200 mg/kg foi capaz de reduzir esse infiltrado para 1,92 ± 0,25 x 106 células. No modelo do edema de pata induzido por carragenina, no entanto, observamos que o pré-tratamento com FH e FC nas doses de 400 mg/kg não foram capazes de reduzir a formação do edema (80,02 ± 8,21 e 83,88 ± 13,21 μL, respectivamente), quando comparado ao grupo controle (88,88 ± 7,03 μL) 4 h após o estímulo. No ensaio de viabilidade celular, FH provocou uma redução significativa da viabilidade das células a partir da concentração de 250 μg/mL (27,07 ± 0,9%), já FC provocou uma redução na concentração de 1 μg/mL (74,32 ± 4,2%), apresentando uma redução de 21,11 ± 0,33% na viabilidade das células na concentração de 250 μg/mL. Conclusões: A fase clorofórmica (FC) obtida de S. convoluta apresentou atividade anti-inflamatória no modelo de pleurisia induzida por carragenina. Sob condições agudas de exposição à FH e FC, os animais apresentaram sinais de toxicidade, dependendo da dose administrada. Dessa forma, mais estudos são necessários para identificar os mecanismos responsáveis pelos efeitos observados. Palavras-chave: Efeito anti-inflamatório; Selaginella convoluta, pleurisia. Apoio Financeiro: CNPq/FACEPE 195 APENDICE J – Resumo ENCONTRO BRASILEIRO II para 3º Encontro Brasileiro para Inovação Terapêutica INOVAÇÃO TERAPÊUTIC ATIVIDADE ANTINOCICEPTIVA DAS FASES OBTIDAS POR PARTIÇÃO DE SELAGINELLA CONVOLUTA I Jornada para (SELAGINELLACEAE) o Desenvolvimento da Economia da Saúd 21 a 25 de novembro de 2011 UFPE Recife1& Mar Hotel L.A.R.O. MACÊDO, 1J.C. SILVA, 1R.G.O.OLIVEIRAJÚNIOR, 1L.M.A. GOMES, Realização Patrocínio 1 2 3 1 Inscrições 1eG.R. Contatos SOUZA, T.C. DINIZ , S.R.G. LIMA-SARAIVA, A.G.M.PACHECO, J.R.G.S. Mi Site: http://www.wix.com/segundoebit/ufpe Programa de Pós-Graduação ALMEIDAem Inovação Terapêutica E-mail: [email protected] 1 Núcleo de Estudos e Pesquisas de Plantas Medicinais, Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF); [email protected] 2 Laboratório de Produtos Naturais, Departamento de Ciências Farmacêuticas, Universidade Federal de Pernambuco; 3 Laboratório de Fitoquímica, Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Introdução: Selaginella convoluta, popularmente conhecida como “jericó”, é utilizada na medicina popular como analgésico e anti-inflamatório. O objetivo do trabalho foi avaliar a atividade antinociceptiva das fases obtidas de S.convoluta, hexano (FH) e clorofórmica (FC). Métodos: Foram realizados os testes de contorções abdominais induzidas por ácido acético (0,9%), formalina (2,5%) e placa quente. Os animais foram tratados com FH e FC (100, 200 e 400 mg/kg), ácido acetilsalicílico (200 mg/kg) e a morfina (10 mg/kg). Utilizou-se camundongos Swiss (n=6, 25-35 g). Adicionalmente foi avaliada atividade motora dos animais. Os protocolos foram aprovados pelo Comitê de Ética sob o número 0003/17072012. Resultados: No teste de contorções abdominais induzidas por ácido acético, as fases reduziram o número de contorções em todas as doses. No teste da formalina, os animais tratados com FH e FC apresentaram resultados significativos na segunda fase. Entretanto, na dose de 100 mg/kg de FC houve redução do tempo de lambida da pata na primeira fase. Em relação a placa quente, os animais tratados com FH e FC não apresentaram, em todas as doses, aumento no tempo de latência. No teste de rota rod não houve interferência motora. Conclusão: As fases demonstraram atividade antinociceptiva em todos os ensaios experimentais. Contudo, novos estudos são necessários para melhor elucidação do mecanismo de ação pelos quais os constituintes químicos presentes nas fases exercem a atividade antinociceptiva. Apoio: CNPq, FACEPE. Palavras-chave: Atividade antinociceptiva, Selaginella convoluta, Selaginellaceae. 196 APENDICE K – Resumo ENCONTRO BRASILEIRO II para 3º Encontro Brasileiro para Inovação Terapêutica INOVAÇÃO TERAPÊUTIC AVALIAÇÃO DAS ALTERAÇÕES HISTOPATOLÓGICAS EM CAMUNDONGOS I Jornada para o Desenvolvimento da Economia da Saúd TRATADOS COM AS FASES OBTIDAS POR PARTIÇÃO DE Selaginella convoluta 21 a 25 de novembro de 2011 UFPE Recife & Mar Hotel 1 L.A.R.O. MACÊDO, 1E.M. LAVOR, 1M.G. Realização SILVA, 1R.L. MENDES, 1J.C. SILVA, Patrocínio 1 2 3 Inscrições H.C.C. e Contatos SARAIVA, S.R.G. LIMA-SARAIVA, A.G.M. PACHECO, 4F.L.T. AQUINO, 4 Mi 1 de Pós-Graduação Site: http://www.wix.com/segundoebit/ufpe Programa J.N.S. FERRO, 4E.O. BARRETO, J.R.G.S. ALMEIDA E-mail: [email protected] em Inovação Terapêutica 1 Núcleo de Estudos e Pesquisas de Plantas Medicinais, Universidade Federal do Vale do São Francisco. [email protected] 2 Laboratório de Produtos Naturais, Departamento de Ciências Farmacêuticas, Universidade Federal de Pernambuco. 3 Laboratório de Fitoquímica, Universidade Estadual de Feira de Santana. 4 Laboratório de Biologia Celular e Molecular, Universidade Federal de Alagoas. RESUMO Foram analisadas as alterações histopatológicas nos fígados e rins dos camundongos sob tratamento agudo com as Frações Hexânica (FH) e Clorofórmica (FC), obtidas por partição de Selaginella convoluta. Foram utilizados 36 camundongos Swiss, para cada fração, subdivididos em 3 grupos, nos quais se administrou por via intraperitoneal (i.p), soro fisiológico à 0,9%, e os extratos nas doses de 400 mg/kg e 2.000 mg/kg. Após 14 dias, os animais foram eutanasiados e os órgãos foram seccionados e processados conforme os métodos habituais. Foram observadas alterações hepáticas e renais caracterizadas por resposta inflamatória e fibrose tissular nos animais tratados. Estes resultados ressaltam a importância de estudos toxicológicos de longa duração com os extratos obtidos da espécie. INTRODUÇÃO Os produtos naturais de origem vegetal são importantes fontes de substâncias potencialmente ativas. Nesse contexto, Selaginella convoluta (Selaginellaceae) é uma planta medicinal encontrada no Nordeste do Brasil, popularmente conhecida como "jericó", sendo utilizada na medicina popular como antidepressivo, diurético, afrodisíaco, analgésico e antiinflamatório. Entretanto, não há estudos que comprovem a segurança de seu uso (ALMEIDA et al, 2013). Durante a fase pré-clínica em modelos com animais de experimentação, a toxicidade pode ser avaliada através da realização de estudos histopatológicos, para determinação de lesões celulares e teciduais. Esse estudo é de fundamental importância pois caracteriza os efeitos deletérios decorrentes da administração em concentração capaz de provocar efeitos tóxicos (EATON; KLAASSEN, 1996). 197 Nos estudos com finalidade farmacotoxicológica, o fígado e os rins são órgãos constantemente avaliados, pois além de serem vitais, são órgãos envolvidos na metabolização e excreção da maioria dos compostos, experimentalmente administrados, sendo assim alvos de toxicidade induzida por xenobióticos. Os modelos animais são necessários para identificar as possíveis lesões provocadas pela ação direta ou de produtos gerados por biotransformação após administração dessas substâncias (FOLGUEIRA; BRENTANI, 2004) OBJETIVOS Com o intuito de conhecer uma eventual toxicidade e contribuir com o perfil de segurança da espécie, o objetivo do estudo foi avaliar histopatologicamente o efeito da administração aguda das frações obtidas por partição (FH e FC) de S.convoluta sobre fígado e rim de camundongos albinos Swiss. MATERIAIS E MÉTODOS O material vegetal foi coletado em março de 2012 (09º 03’ 54.2”S, 40º 19’ 11.7”W) no Campo Experimental da Embrapa Semiárido, município de Petrolina-PE. Uma exsicata da espécie foi codificada (19203) e depositada no Herbário Vale do São Francisco (HVASF) no Centro de Referência para Recuperação de Áreas Degradadas (CRAD) na UNIVASF. O processamento do material vegetal foi feito através de metodologia habitual (OLIVEIRA JUNIOR et al, 2012)para obtenção do Extrato Etanólico Bruto e a partir deste foi feita a partição com solventes em gradientes de polaridade crescente (hexano e clorofórmio). Os animais foram fornecidos pelo Biotério Setorial da Univasf, mantidos sob condições ambientais padronizadas (22 ± 2° C e ciclo claro/escuro de 12 horas) e alimentados com ração e água potável à vontade. Os protocolos experimentais obedeceram aos atuais preceitos éticos e técnicos tendo sido aprovados pela Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA) mediante certidão № 0003/17072012. Foram utilizados 72 camundongos (n=36 para cada fração) subdivididos em 3 grupos (n=6, para cada sexo, 25-35g), nos quais se administrou via intraperitoneal, soro fisiológico à 0,9%, e (FH ou FC) nas doses de 400 mg e 2.000 mg/kg, em dose única, sendo observados durante 14 dias. A coleta das vísceras (fígado e rins) ocorreu no décimo quinto dia após o tratamento e foi feita pela eutanásia de dois dos animais sobreviventes de cada grupo. As secções teciduais foram fixadas em formalina tamponada e após 24 horas, resseccionadas para processamento histopatológico: desidratação com séries crescentes de álcool (70 a 100%) seguida de diafanização em xilol, impregnação e inclusão em parafina. Em micrótomo, os fragmentos tissulares foram seccionados a uma espessura de 5m com subsequente coloração por hematoxilina-eosina para exame microscópico. RESULTADOS E DISCUSSÃO Não foram identificadas alterações histológicas nos grupos tratados com o veículo em ambos os sexos e fases de S. convoluta. A avaliação hepática revelou estrutura e coloração lobular preservadas e nos rins, arquitetura normal com pirâmides medulares recobertas por 198 tecido cortical. O córtex apresentou glomérulos regularmente distribuídos. Nos animais tratados com FH na dosagem de 400 mg/kg, os fígados apresentaram processo inflamatório difuso e com discretas regiões necróticas. Normalmente, os infiltrados apresentam maior densidade celular próximas as veias centro-lobulares, mas não houve destruição do parênquima hepático. Já aqueles tratados com a maior dose (2.000 mg/kg) apresentaram hepatócitos com múltiplas vesículas no citoplasma, sugestiva de esteatose além de um aumento no número de células inflamatórias. Nos animais tratados com FC, na dose de 400 mg/Kg os fígados apresentaram pequenos focos inflamatórios e vasos hiperêmicos. Entretanto, na maior dose, foram observadas extensas áreas de fibrose e discretas regiões de necrose. Em relação a avaliação renal, não houve alterações dignas de nota, nos animais tratados com FH. Aqueles tratados com FC apresentaram processo inflamatório e pequena região de destruição tecidual com infiltrado inflamatório cortical bem como presença de microvesículas no citoplasma das células ao redor dos túbulos contorcidos. A B Figura1: Fotomicrografias representativas do histopatológico de rim e fígado de animais tratados com extratos na dose de 2.000 mg/ Kg. A seta indica um discreto infiltrado inflamatório em corte de rim (A) e fígado (B). CONCLUSÕES A avaliação histopatológica evidenciou alterações morfológicas em maior grau nos animais tratados com a maior dose experimental (2.000 mg/kg). Essa dose corresponde a 5 vezes a maior dose terapêutica do estudo de Sa et al. (2012). Tal fato aponta para um significado clínico que pode ser compreendido mais como resultado de uma sobrecarga dos órgãos que como consequência de uma ação tóxica significativa do extrato. Dessa forma, extratos de S. convoluta podem ser utilizados em dosagens inferiores a 400 mg/Kg devido ao menor grau e extensão das lesões em fígado e rins Ainda assim, ressalta-se a importância de estudos toxicológicos de longa duração com as fases de S.convoluta para melhor caracterizar o perfil de segurança dessa espécie. AGRADECIMENTOS Este trabalho foi financiado pelas agências de fomento CNPq e FACEPE. Os autores desejam expressar seus agradecimentos ao Centro de Referência e Recuperação de Áreas Degradadas (CRAD/UNIVASF) e a Embrapa Semiárido pela coleta e identificação da planta. 199 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, J. R. G. S. ; SA, P. G. S. ; MACEDO, L. A. R. O. ; SIQUEIRA FILHO, J. A. ; OLIVEIRA, V. R. ; BARBOSA FILHO, J. M. . Phytochemistry of the genus Selaginella (Selaginellaceae). Journal of Medicinal Plant Research, v. 7, p. 1858-1868, 2013. EATON, D.L.; KLAASSEN, C.D. Principles of toxicology. In: Klaassen, C.D.; Amdur, M.O.; Doull, J. (eds.). Cesarett and Doull’s Toxicology. The basic science of poisons. 5.ed. New York: McGraw-Hill, 1996, p.13-34, 1996. FOLGUEIRA, M. A. A. K; BRENTANI, M. M. Câncer de mama. In: FERREIRA, C. G.; ROCHA, J. C. Oncologia molecular. Editora Atheneu, São Paulo, p. 135-144, 2004. MIDDENDORF, P.J.; WILLIAMS, P.L. Nephrotoxicity: Toxic Responses of the Kidney. In: WILLIAMS, P.L.; JAMES, R.C.; ROBERTS, S. M. Principles of toxicology: environmental and industrial applications. A Wiley-Interscience Publication, Second Edition. New York, cap. 5, p. 120- 25, 2000. OLIVEIRA JUNIOR, R. G. ; ARAÚJO, C. S. ; SANTANA, C. R. R. ; SOUZA, G. R. ; LIMA-SARAIVA, S. R. G. ; GUIMARAES, A. L. ; OLIVEIRA, A. P. ; SIQUEIRA FILHO, J. A. ; PACHECO, A. G. M. ; ALMEIDA, JACKSON ROBERTO GUEDES DA SILVA . Phytochemical screening, antioxidant and antibacterial activity of extracts from the flowers of Neoglaziovia variegata (Bromeliaceae). Journal of Chemical and Pharmaceutical Research, v. 4, p. 4489-4494, 2012 SA, P. G. S. ; NUNES, X. P. ; LIMA, J. T. ; SIQUEIRA FILHO, J. A. ; FONTANA, A. P. ; QUINTANS, J. S. S. ; QUINTANS-JUNIOR, L. J. ; DAMASCENO, P. K. F. ; BRANCO, C. R. C. ;BRANCO, A. ; ALMEIDA, J. R. G. S. . Antinociceptive effect of ethanolic extract of Selaginella convoluta in mice. BMC Complementary and Alternative Medicine, v. 12, p. 1-7, 2012. 200 ANEXOS ANEXO A – Folha de aprovação do Comitê de Ética 201 ANEXO A – Folha de aprovação do Comitê de Ética 202 ANEXO B – Tabela de triagem comportamental Triagem Farmacológica (Modelo retirado de Almeida et al., 1999) PLANTA UTILIZADA:_______________________ DOSES:_____________DATA:____/_____/_____ VIA DE ADMINISTRAÇÃO:_____________________ANIMAIS:______________________________ RESPONSÁVEL TÉCN.:_______________________________ GRUPOS:________________________ ATIVIDADE FARMACOLÓGICA Quantificação dos efeitos (0) sem efeito, (-) efeito diminuído, (+) efeito presente, (++) efeito intenso até 30` 1h 2h 3h 4h 1 - SNC a - Estimulante Hiperatividade Irritabilidade Agressividade Tremores Convulsões Piloereção Movimento intenso das vibrissas Outras_____________________ b - Depressora Hipnose Ptose Sedação Anestesia Ataxia Reflexo do endireitamento Catatonia Analgesia Resposta ao toque diminuído Perda do reflexo corneal Perda do reflexo auricular c - Outros comportamentos Ambulação Bocejo excessivo Groming Rearing Escalar Vocalizar Sacudir a cabeça Contorções abdominais Abdução das patas do trem posterior Pedalar Estereotipia 2 - SN AUTÔNOMO Diarréia Constirpação Defecação aumentada Respiração forçada Lacrimejamento Micção Salivação Cianose Tono muscular Força para agarrar 3 - MORTE obs.:_________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ___________