faculdade são lucas rosenilde souza cruz faceta direta em resina
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FACULDADE SÃO LUCAS ROSENILDE SOUZA CRUZ FACETA DIRETA EM RESINA COMPOSTA NANOPARTICULADA COMO TRATAMENTO ESTÉTICO DO SORRISO Porto Velho - RO 2016 ROSENILDE SOUZA CRUZ FACETA DIRETA EM RESINA COMPOSTA NANOPARTICULADA COMO TRATAMENTO ESTÉTICO DO SORRISO Artigo apresentado no curso de graduação em Odontologia da Faculdade São Lucas, como requisito parcial para obtenção do título de cirurgião-dentista. Orientador: Prof. Me. Paulo Roberto Marão de Andrade Carvalho Porto Velho-RO 2016 FACETA DIRETA EM RESINA COMPOSTA NANOPARTICULADA COMO TRATAMENTO ESTÉTICO DO SORRISO1 DIRECT FACET COMPOSITE RESIN NANOPARTICULATE AS AESTHECTIC TREATMENT OF SMILE Rosenilde Souza Cruz 2 RESUMO: A busca por tecnologias restauradoras estéticas têm sido cada vez mais crescente em clínicas odontológicas. Profissionais estão procurando aperfeiçoamento e diferentes tecnologias para proporcionar a seus pacientes procedimentos reabilitadores mais sofisticados e menos invasivos. A faceta direta é um procedimento reabilitador que recobre a porção vestibular do dente, em geral, na região anterior, por um material resinoso, que é intensamente unido à um sistema adesivo. É um procedimento vantajoso por ser rápido, ter baixo custo e ser pouco invasivo. Porém possui algumas desvantagens a respeito de suas propriedades mecânicas, e de ser totalmente dependente da habilidade e conhecimento do profissional dentista. A finalidade deste trabalho foi elaborar uma revisão de literatura mostrando a utilização de faceta direta em resina composta como opção de tratamento restaurador estético do sorriso, tendo como base, pesquisa em artigos científicos, literatura, relatos de casos clínicos no Google Acadêmico, LILACS e Scielo, no período de 2002 – 2014. Os resultados obtidos nessa revisão mostram que a utilização da faceta direta em resina composta é uma excelente opção para o tratamento de alterações ligadas a estética do paciente. Palavras-chave: Facetas dentárias. Resinas compostas. Estética dentária. ABSTRACT: The search for esthetics restorative technologies has been increasingly growing in dental clinics. Professionals are looking for improvement and different technologies to provide its more sophisticated rehabilitation procedures patients and less invasive. Direct facet is a rehabilitation procedure as covering the labial portion of the tooth, in general, anterior, by a resinous material, which is strongly attached to the adhesive system. It is an advantageous procedure to be fast, have low cost and less invasive. But it has some disadvantages regarding its mechanical properties, and to be entirely dependent on the skill and knowledge of professional dentist. The purpose of this study was to conduct a review of literature showing the use of direct facet composite resin as an aesthetic restorative treatment option smile, based, research papers, case reports in Google Scholar, LILACS and Scielo as well as research the DeCS (Health Sciences Descriptors). The results of this review show that the use of direct facet composite resin is an excellent option for the treatment of changes linked to the esthetic of the patient. Keywords: Dental veneers. Composite resins. Esthetics dental 1 Artigo apresentado no curso de graduação em Odontologia da Faculdade São Lucas 2016, como pré-requisito para conclusão do curso, sob orientação do prof. Me. Paulo Roberto Marão de Andrade Carvalho, email: [email protected] 2 Acadêmica do curso de Odontologia da Faculdade São Lucas 2016, email: [email protected] 2 1. INTRODUÇÃO A crescente estima por um sorriso esteticamente agradável faz com que as pessoas procurem cada vez mais opções de tratamento para modificar ou restaurar a aparência de seu sorriso. (CONCEIÇÃO et al, 2005) Algumas situações clínicas que antigamente só podiam ser solucionadas com tratamentos protéticos invasivos, hoje podem ser resolvidos com técnica minimamente invasivas, através da utilização de resinas compostas de última geração. (SILVA, 2011) Se considerarmos especificamente os procedimentos restauradores estéticos que visam “imitar” ou simular a aparência de parte ou de toda porção coronária dos dentes naturais, notamos facilmente que a grande maioria dos dentistas tem boa habilidade manual ou coordenação motora para executar as restaurações. Entretanto, nem todos possuem essa capacidade, senso de observação apurada e um protocolo clínico para realizar um check-list dos princípios estéticos que devem ser considerados antes, durante e após a realização desses procedimentos restauradores, e isso faz a diferença no sentido de obter resultados previsíveis, a fim de conseguir uma aparência estética mais favorável do sorriso. (CONCEIÇÃO et al, 2007) Com o objetivo de criar um material restaurador universal indicado tanto para dentes anteriores quanto para posteriores, foi lançado no mercado um novo tipo de resina fotopolimerizável: as nanoparticuladas, que foram desenvolvidas através da nanotecnologia. (MANSO; JUNIOR, 2006) O surgimento da nanotecnologia e a sua aplicação no desenvolvimento de compósitos restauradores permitiram aumentar a concentração de porção inorgânica à matriz resinosa pela diminuição do tamanho das partículas de carga, levando à melhores resultados nas propriedades mecânicas, lisura surperficial, estabilidade de cor e maior durabilidade das restaurações. (FURUSE et al, 2008) Dentre os componentes da resina composta podemos mencionar os principais: a matriz orgânica, inorgânica e um agente de união. (GARCIA et al, 2008). Com o desenvolvimento das resinas compostas, muito estudos foram realizados para que algumas desvantagens iniciais como alto coeficiente de 3 expansão térmica, desgaste excessivo, absorção de água, descoloração e alta contração de polimerização fossem minimizadas. (REIS et al, 2007) A crescente evolução tecnológica desse material restaurador apresentou uma grande variabilidade de produtos e em razão disso o cirurgião-dentista encontra dificuldades em eleger corretamente o tipo de resina composta para cada situação clínica. (JUNIOR et al, 2011) Quando há necessidade de se restaurar dentes com alterações de cor, forma, posição e textura, a execução de facetas em resina composta tem sido uma opção mais conservadora. (BISPO, 2009) A técnica de faceta consiste no recobrimento da face vestibular do elemento dental por um material restaurador, intensamente ligado ao dente por meio de sistemas adesivos (CARDOSO et al, 2011). É um procedimento restaurador estético que pode ser feito em uma única sessão, com baixo custo e menor tempo clínico, porém o profissional precisa dispor de um excelente conhecimento de anatomia dental e destreza manual para devolver a estética perdida. (MONDELLI, 2006) Uma boa relação custo/benefício, tanto para o paciente quanto para o profissional, têm feito com que a realização desta técnica restauradora seja cada vez mais popular, visto que é possível melhorar a estética dental rapidamente, e com uma despesa inferior aos dos tratamentos indiretos. Além disso, as facetas diretas de resina composta proporcionam uma expectativa de longevidade clínica em torno de 4 a 8 anos. (ABERS, 2002) Portanto, planejar esse e qualquer tipo de tratamento é muito importante, mesmo para os profissionais mais experientes. (BARATIERI et al., 2006) A utilização de resinas compostas para o restabelecimento da estética de dentes anteriores, através da técnica do facetamento direto, representa uma alternativa viável de tratamento, restituindo a saúde biológica e psicológica ao paciente. (WANDERLEY E LIMA et al.,2013) Diante ao exposto, o objetivo deste trabalho é fazer uma revisão de literatura a respeito da utilização de faceta direta em resina composta para o tratamento estético do sorriso. 1.1 Faceta direta em resina composta 4 As facetas diretas de resina composta podem ser indicadas genericamente para corrigir alterações de cor, forma ou posição na face vestibular de qualquer dente. No entanto, por se tratar de um método restaurador essencialmente vinculado a uma indicação estética, é geralmente realizado em dentes anteriores. (CONCEIÇÃO et al, 2007). Existem, portanto dois tipos de facetas: as diretas, que são feitas pelo profissional dentista, e as indiretas, que são realizadas pelo protético. (HIRATA, 2012) Segundo Conceição et al 2007, as facetas diretas em resina composta podem ser classificadas quanto a: extensão da faceta (parcial, total e total com recobrimento incisal); cor do dente a ser restaurado (sem alteração de cor, com moderada alteração de cor, com acentuada alteração de cor); profundidade do preparo (sem desgaste dental, desgaste em esmalte, desgaste em esmalte/dentina); e de acordo com a técnica restauradora (sem matriz, com matriz). Relativamente à escolha da resina composta para a confecção das facetas, os nanocompósitos, são considerados de última geração, pois possuem vantagens, das quais podem destacar-se: eles permitem a criação de uma superfície suave, excelente resistência ao desgaste, estética superior, fácil manutenção e polimento, sendo amplamente recomendados em situações onde a estética é imprescindível. (SALGADO et al, 2013; VAN LANDUYT et al, 2013) Certos autores mencionam algumas indicações para a realização da faceta direta em resina composta como: dentes com alteração de cor, dentes conóides, redução ou fechamento de diastemas, dentes com restaurações defeituosas, amelogênese imperfeita, hipoplasia de esmalte, correção de defeitos superficiais, dentes tratados endodonticamente e com alteração de cor, dentes com amplas lesões de cárie envolvendo a face vestibular, etc. (CONCEIÇÃO et al, 2007; SANKETH et al, 2014; VAN LANDUYT et al, 2013; AGARWAL et al, 2013) E por vez, o uso dessa técnica também possui contraindicações descritas nas seguintes situações: em caso de dentes que envolvam grandes restaurações, em áreas suscetíveis a grandes cargas oclusais, em pacientes com bruxismo, em dentes muito escuros, pois se têm a dificuldade em mascarar o fundo da restauração, dentes com severo apinhamento, em pacientes fumantes, em dentes curtos ou com esmalte insuficiente para a realização do condicionamento ácido, 5 dentes vestibularizados e características inerentes à resina composta. (CONCEIÇÃO et al, 2007; RAMOS et al, 2009) Existem grandes vantagens a respeito da técnica do facetamento direto, dais quais é considerável destacar: permite realizar reparações no decorrer do procedimento, como controlar a cor e a forma; rápidas, eficazes e fáceis de confeccionar quando comparadas às faceta de cerâmica; pouco ou nenhum desgaste no dente; baixo custo; não precisa de trabalho laboratorial e utiliza-se poucos materiais, desgaste e preparo mais conservadores; técnica minimamente invasiva; geralmente realizada em sessão única; resistência e estabilidade de cor favorável, porém é inferior quando comparada a faceta indireta; dispensa a confecção de provisório; ótimo resultado estético, etc (CONCEIÇÃO et al, 2007; RAMOS, et al, 2009; VAN LANDUYT et al, 2013; GOMES et al, 2014; FRESE et al, 2013; WOLFF et al, 2010; SOARES et al, 2014) Os autores Higashi et al, 2006; Hirata, 2012; Shinde et al, 2014; Gomes et al, 2014; Sanketh et al, 2014; Conceição et al, 2007; Baratieri et al, 2006, chamam a atenção à algumas desvantagens como: risco de ficarem bolhas de ar sob a área da faceta; propriedade mecânica inferior às das cerâmicas; menor resistência ao desgaste, suscetíveis ao manchamento; perda do brilho superficial ao longo do tempo; pode ocorrer fraturas em zonas de tensões mecânicas; em dentes muito apinhados pois existe a necessidade de fazer um grande desgaste; em dentes com fundo muito escuro, por causa da translucidez das resinas e mesmo com o uso de opacificadores é difícil devolver ao dente sua naturalidade; em pacientes com hábitos parafuncionais; contração de polimerização que pode comprometer o selamento da restauração levando ao aparecimento de manchas marginais e que ainda podem causar sensibilidade pós-operatória; em pacientes com higiene oral deficiente; pacientes fumantes e/ou que ingerem alimentos com substâncias corantes; reprodução de forma, contorno, textura e cor são de total dependência da habilidade e senso artístico do profissional, etc. O relato de um caso clínico realizado por Azevedo et al 2014, observou-se em uma paciente do sexo feminino, 14 anos de idade, a presença de espaços entre os dentes 11 e 21, incisivo lateral conóide (12) e agenesia do dente (22). Mediante as informações, optou-se pela realização de restauração direta em resina composta nos dentes 11 e 21 para fechamento do diastema, em seguida, utilizou-se o mesmo procedimento para reabilitação do elemento dental 12 (conóide) e por fim foi feito a 6 transformação do dente 23 em dente 22 para tentar suprir a ausência do mesmo. Os resultados obtidos foram eficazes para o uso da técnica de faceta direta em resina composta, por ser um procedimento rápido, de baixo custo e conservador, restabeleceu a harmonia do sorriso antes prejudicada por alterações de posição e forma. Figura 1: Foto do sorriso inicial, mostrando a presença de diastemas, dente 12 conóide e agenesia do dente 22. Fonte: AZEVEDO A. et al (2014) Figura 2: Preparação do dente 23, para a transformação do canino e lateral. Fonte: AZEVEDO A. et al (2014) 7 Figura 3: Aplicação do ácido fosfórico. Fonte: AZEVEDO A. et al (2014) Figura 4: Aplicação do sistema adesivo. Fonte: AZEVEDO A. et al (2014) Figura 5: Fotoativação. Fonte: AZEVEDO A. et al (2014) 8 Figura 6: Inserções de resina composta nanoparticulada fechando o diastema e reabilitando o dente 12 (conóide). Fonte: AZEVEDO A. et al (2014) Figura 7: Transformação do canino em lateral. Fonte: AZEVEDO A. et al (2014) Figura 8: Acabamento com pontas diamantadas. Fonte: AZEVEDO A. et al (2014) 9 Figura 9: Polimento com disco de feltro + pasta diamantada. Fonte: AZEVEDO A. et al (2014) Figura 10: Verificação de contatos oclusais. Fonte: AZEVEDO A. et al (2014) Figura 11: Fotografia final. Fonte: AZEVEDO A. et al (2014) 10 2. MÉTODO O presente trabalho de revisão de literatura foi elaborado através de pesquisa em artigos científicos, revistas, relatos de casos clínicos no Google Acadêmico, base de dados no MEDLINE, Scielo, Lilacs, livros da Biblioteca Dom João Batista Costa, período de 2002 – 2014. 3. DISCUSSÃO A busca por tratamentos estéticos em odontologia tem aumentado progressivamente nos últimos tempos, o que levou fabricantes a criar produtos que atendam às expectativas estéticas e funcionais. (PINI et al, 2012) O tratamento apropriado dos defeitos estéticos depende da interação de conhecimentos sobre estética, materiais restauradores e técnicas disponíveis atualmente. (DIETSCHI, 2008) Desde o surgimento das resinas compostas na década de 60, grandes avanços nesse sistema reabilitador estético foram observados. (MANSO; JUNIOR, 2006) Quando se refere à tecnologia das resinas compostas, o tamanho e a quantidade das partículas simbolizam uma informação primordial para se definir qual a melhor indicação do material. A nanotecnologia é capaz de criar resinas com partículas significantemente menores que podem ser dissolvidas em altas concentrações e polimerizadas dentro de um sistema resinoso com moléculas que podem tornar-se compatíveis quando unidas a um polímero, produzindo características físicas, mecânicas e ópticas. (TERRY, 2005) A resina composta é formada por uma matriz orgânica, inorgânica e um sistema de união. A orgânica é formada por monômeros (principal componente), inibidores, modificadores de cor e sistema ativador. Já a inorgânica é constituída por partículas de vidro, quartzo e sílica coloidal. O agente de união é responsável pela ligação das partículas de carga à matriz orgânica, para que essas partículas cumpram a função de reduzir a sorção de água, coeficiente de expansão térmica linear, e aumento da propriedade mecânica. (REIS et al, 2007) A maioria dos autores classificam as resinas compostas quanto ao tamanho médio das partículas (macroparticuladas, microparticuladas, híbridas ou microhíbridas, nanohíbridas e nanoparticuladas), quanto à viscosidade (baixa, média 11 e alta) e quanto à forma de ativação (fotoativadas ou quimicamente ativadas). (REIS, 2007; CASTRO et al, 2002; BECKER et al, 2009; GOUVÊA et al, 2008) Resistência à compressão é uma das propriedades mecânicas mais importantes dos materiais resinosos. As resinas nanoparticuladas (material restaurador universal), devem apresentar resistência suficiente para serem usadas em todas as áreas mastigatórias. Porém, ao serem estudadas por pesquisadores mostraram resultados intermediários às resinas microparticuladas e às resinas microhíbridas, o que não contra-indica o seu uso. (SOUZA et al, 2007) Com o avanço do Odontologia adesiva e dos materiais restauradores diretos, podemos obter tratamentos estéticos que visam corrigir alterações de forma, textura, cor, posição e tamanho permitindo uma maior previsibilidade e um resultado final natural e belo. (SOUZA JUNIOR et al, 2010) A utilização de faceta em resina composta é uma alternativa relevante para tentar reproduzir e desenvolver um sorriso o mais natural possível ao paciente. Um dos benefícios mais destacável nas resinas compostas é a estética, pois, através dela, recria-se um aspecto mais natural nos dentes, além de restaurar a função morfológica, pode-se restabelecer características como cor, matiz, valor, translucidez e croma (NETTO, 2011). A problemática da utilização de resina composta está relacionada aos casos de higienização oral insatisfatória, o que permite a degradação da matriz orgânica da resina e em consequência disso pode ocorrer uma alteração de cor e textura. (WEISS et al, 2008) O planejamento é uma etapa muito importante para o sucesso do tratamento, e deverá levar em conta: se a restauração é viável e qual será o tempo gasto para sua execução, as expectativas do paciente e do profissional quanto ao resultado estético e quanto a durabilidade da restauração de facetas diretas com compósitos que podem ter tempo de vida útil ilimitado, em média se comportam bem por cerca de 10 anos. (BARATIERI et al, 2006) É indispensável realizar um adequado diagnóstico do caso clínico, para então planejar e definir qual o melhor método a ser empregado. Lembrando sempre que o diagnóstico envolve a necessidade de o profissional ter uma visão multidisciplinar e ter sempre como objetivo alcançar resultados positivos quanto à manutenção de saúde e estética. (CONCEIÇÃO et al, 2007) Para a indicação da faceta em resina composta, alguns fatores devem ser analisados durante o exame clínico, a fim de realizar um correto diagnóstico, como: quantidade e condição estrutural do dente 12 remanescente, grau de escurecimento, relação entre a extensão afetada e distâncias biológicas, oclusão e grau de higienização do paciente. (CARDOSO et. al., 2011) A elaboração da faceta direta em resina composta é mais vantajosa, pois apresentam baixo custo e menor tempo de execução quando comparada à técnica indireta. (D’ALTOÉ, 2005) As características do preparo da faceta consistem na, redução vestibular acompanhando a convexidade da face vestibular e com profundidade entre 0,2 a 0,6 mm; o limite gengival estar situado mais ou menos 0,5 mm subgengival; extensão proximal envolvendo metade da distância vestíbulolingual ou o terço vestíbulo-proximal; e o término do preparo em chanfro. (MONDELLI, 2006) Em uma pesquisa sobre alteração de sorrisos com o uso de facetas, constatou-se os melhores percentuais de sobrevivência a longo prazo em dentes cujo preparo foi realizado recobrindo a borda incisal. Porém, a quantidade de esmalte presente no dente para a colocação do sistema adesivo, fatores oclusais e hábitos alimentares, possuem um papel importantíssimo na longevidade da faceta. (SANKETH et al, 2014). Facetas diretas em resina composta estabelecem um bom tratamento para a reabilitação biológica, estética e funcional de dentes anteriores. Devido às constantes atualizações das características físicas e mecânicas das resinas compostas e aos avanços da tecnologia dos sistemas adesivos, é possível alcançar resultados previsíveis e satisfatórios. (D’ALTOÉ, 2005) Entretanto, essa variedade de compósitos e adesivos pode dificultar o trabalho do profissional. (NETTO, 2011) Por serem feitas em sessão única, economizando-se tempo e gastos com laboratório, as facetas diretas em resina composta são passíveis de reparo, além de possuir uma boa relação custo/benefício e, apesar de durarem menos que as facetas de porcelana, proporcionam uma longevidade clínica de quase 10 anos. (MANGANI et al, 2007; BUSSELI et al, 2009). A técnica de faceta direta em resina composta para a reabilitação estética de dentes anteriores com alteração de cor representa uma excelente alternativa de tratamento, tendo como vantagens a preservação da estrutura dental e simplicidade de confecção, porém, como desvantagem exige uma completa habilidade manual do profissional, assim como conhecimentos teóricos/práticos à respeito da técnica e das propriedades dos materiais empregados. (WANDERLEY E LIMA et al, 2013) 13 As resinas compostas atuais mostram uma grande variação de cores e efeitos, o que provoca diversas combinações de translucidez e opacidade. (DIETSCHI, 2008). A grande problemática da utilização de resina composta na elaboração de faceta direta é a dificuldade de se fazer uma superfície absolutamente lisa, irregularidades essas que podem causar problemas como descoloração, fixação de alimentos, acúmulo de placa e prejuízos à saúde periodontal. (VENTURINI et al., 2006) A correta realização do acabamento e polimento proporcionam uma superfície lisa e polida, o que favorece a qualidade e a longevidade das facetas diretas. Alguns autores sugerem que esse procedimento seja feito em outra sessão clínica, pois o cirurgião-dentista encontra-se mais descansado e poderá avaliar melhor as condições de cor, adaptação marginal, tecidos gengivais e sua forma. (CONCEIÇÃO et al, 2007) 4. CONSIDERAÇÕES GERAIS A utilização de faceta direta em resina composta possui algumas vantagens e capacidade de corrigir alterações dentais como: cobrir fundo de dente escurecido, reabilitar dentes com alteração de forma, mal posicionados, e que ao produzir esses diversos efeitos, promove ao paciente um sorriso mais agradável e estético. A faceta direta de resina composta é uma boa opção para o tratamento reabilitador do sorriso em dentes anteriores, ressaltando a importância da realização de um bom planejamento, pois é através dele que alcançaremos o sucesso ou insucesso na técnica. A técnica possui algumas limitações dais quais podemos destacar: os compósitos são mais vulneráveis ao manchamento e ao desgaste, menos resistentes e com menor estabilidade de cor quando comparadas às facetas de porcelana. O uso da resina composta para faceta direta é uma opção de tratamento viável para restabelecimento da estética do sorriso. REFERÊNCIAS ABERS, H.F. Tooth-colored restoratives. 9° ed. 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