Baixe aqui o livro "Todos por um trânsito mais seguro / 1º Fórum
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Maiores informações: www.transportes.sp.gov.br/cedatt TODOS POR Um trÂnsito mais seguro ÍNDICE Prefácio Governador Apresentação CEDATT Década Mundial de Segurança no Trânsito 2011-2020 (OMS) Apresentação Fórum Depoimentos Painelistas Depoimentos Patrocinadores A Visão dos Especialistas Consideração Final Fichas Técnicas Expediente 06 08 13 33 41 55 77 119 121 156 Prefácio Geraldo Alckmin GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO TODOS POR Um trÂnsito mais seguro As discussões sobre medidas para diminuição de acidentes de trânsito têm ganhado importância cada vez maior em nossa sociedade e em todo o mundo. Prova disso foi a Organização das Nações Unidas ter decretado o período de 2011 a 2020 como a Década de Ação por Segurança no Trânsito. Segundo a ONU, 1,3 milhão de pessoas morrem todos os anos vítimas de acidentes nas estradas. Pelo menos outros 20 milhões são feridos. Atualmente, esse é um dos três tipos mais frequentes de mortes para pessoas entre 5 e 44 anos de idade no mundo. Para debater soluções para esse grave quadro foi realizado, em agosto de 2011, o 1° Fórum Paulista de Prevenção de Acidentes de Trânsito e Transportes, importante evento promovido pelo CEDATT – Conselho Estadual para a Diminuição dos Acidentes de Trânsito e Transportes, órgão vinculado à Secretaria de Logística e Transportes. O CEDATT, criado em 2004, surgiu num cenário rico em ações na área, que inclui a elaboração do Manual de Segurança do DER, concluído em novembro de 2000, e o Plano Estadual de Segurança Rodoviária, editado em setembro de 2001. Em relação aos programas desenvolvidos pelo Governo do Estado destaco a Operação Direção Segura, responsável por evitar acidentes envolvendo motoristas que consomem álcool. Nos últimos 10 meses, mais de 1,1 mil pessoas foram detidas. As blitzes da Polícia Militar tiveram seu horário estendido e passaram a atuar até as 6 horas da manhã. Fizemos ainda uma nova lei proibindo não só a venda, mas o consumo de álcool por jovens e adolescentes. Sobre a situação da malha rodoviária paulista, pesquisa de 2011 da Confederação Nacional do Transporte (CNT) informa que São Paulo tem 78,7% das rodovias consideradas ótimas ou boas e que das 20 melhores estradas do Brasil, 19 estão no Estado. É fundamental esse debate contínuo realizado pelo CEDATT em parceria com a sociedade civil e diversos órgãos do poder público. Toda e qualquer medida voltada para a diminuição nos acidentes de trânsito tem a mais nobre das expectativas: salvar vidas. Parabéns pelo trabalho desenvolvido e que tenhamos cada vez mais êxito nessa missão que precisa do comprometimento diário de todos nós. Geraldo Alckmin Governador do Estado de São Paulo 7 APRESENTAÇÃO CEDATT Fabio Racy SECRETÁRIO EXECUTIVO do CEDATT TODOS POR Um trÂnsito mais seguro Harmonização e liderança pelo trânsito seguro As dificuldades em implantar de uma maneira definitiva e efetiva o Código de Trânsito Brasileiro, um dos melhores do mundo, exigem que os estados auxiliem a sua implantação e adequação às características regionais, promovendo a redução de acidentes e, por consequência, de mortos e sequelados pelo trânsito. A formação de conselhos que debatam o assunto e desempenhem papel protagonista na proposição das políticas públicas para o setor, como o Cedatt, iniciativa pioneira do governo do estado de São Paulo, é um exemplo disso. O Cedatt, ancorado na competência de seu corpo técnico – representantes do governo estadual, de associações e das entidades civis engajadas no tema trânsito –, nasceu em 2004, por iniciativa do então governador Geraldo Alckmin, em seu primeiro mandato, com uma perspectiva desafiadora: ser o braço consultivo da gestão estadual no mapeamento da real situação do trânsito brasileiro e na elaboração de propostas para cada um dos players dessa cadeia, em três pilares: segurança veicular, segurança viária e, sobretudo, segurança dos pedestres, ingredientes fundamentais para uma necessária mudança de paradigma. Braço influente Uma das frentes em que o Cedatt atua é na proposição de manifestos e apoios a projetos de lei e resoluções que tenham alguma relação com a prevenção de acidentes de trânsito não só em São Paulo, mas no Brasil, visto que os sintomas são generalizados por todo o país. Em 2008, o conselho encabeçou ampla campanha em apoio à Lei 11.705 – Lei Seca, de autoria do deputado federal Hugo Leal, tema recorrente em nossas reuniões, que contam com representantes do Comando da Polícia Rodoviária para contribuir com os importantes debates acerca da fiscalização. A legislação existe para nos resguardar de possíveis excessos que possamos cometer e o nosso CTB cumpre bem essa função. A legislação de forma isolada, 9 porém, não irá resolver todos os problemas no âmbito da mobilidade viária. É preciso fiscalizar com rigor, conscientizar, educar para o trânsito e agir preventivamente. A consolidação desse processo de aculturamento só terá sucesso quando despertarmos, todos, para a necessidade de agir em conjunto, de forma estruturada e organizada. Um bom sinal nessa direção é o alinhamento da Década Mundial de Segurança no Trânsito 2011-2020, iniciativa encabeçada pela Organização das Nações Unidas e que conta com a colaboração dos órgãos competentes em cada uma das nações para atingir as metas de redução de mortes no trânsito que, no caso do Brasil, chegam a 40 mil por ano. O Cedatt, nessa nova frente, foi incumbido de liderar o processo pelo governo paulista e de contribuir ativamente com a autoridade federal de trânsito, o Denatran, na construção do documento brasileiro para a ONU. Orientação multidisciplinar O conselho paulista reúne representantes dos principais setores que compõem a estrutura de trânsito e transportes: o governo estadual, por meio de suas secretarias, o Ministério Público, as associações que representam as concessionárias de rodovias, as montadoras de veículos e de motocicletas, as transportadoras de cargas, os pedestres, além das entidades técnicas especializadas em trânsito e segurança. Congrega e se propõe a harmonizar, portanto, diferentes interesses e faz convergir esse esforço para iniciativas próativas pela redução dos acidentes nas ruas, estradas e rodovias que, no nosso país, custam em média R$ 35 bilhões por ano aos cofres públicos, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Por trás de cada cifra, milhares de vidas que enchem as estatísticas ano a ano. A segurança no trânsito deve, portanto, pautar nossas decisões diárias, quer seja como governo, empresas privadas ou associações, e ser um tema transversal no conteúdo oferecido pelas escolas desde o ensino fundamental – outro tema que integra nossa militância no conselho. A comunicação eficiente para o jovem também esteve no centro de nossas preocupações nos últimos anos. Em 2010, o Cedatt promoveu uma campanha por todo o estado, em parceria com a Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (USP), que alertava para o risco da perigosa combinação entre direção veicular e os componentes álcool, 10 TODOS POR Um trÂnsito mais seguro sonolência e velocidade, todos eles interligados. A iniciativa contou com a sensibilização de parceiros para divulgação em suas mídias e impactou cerca de 20 milhões de pessoas com as veiculações. Em mais um exemplo de sua atuação multidisciplinar, em 2009, o conselho paulista se manifestou a favor da aprovação do PL n.° 2660/1996, de iniciativa do Poder Executivo, que trata do tempo de direção do motorista caminhoneiro, estabelecendo tempo máximo de direção ininterrupta e períodos de descanso obrigatórios. Esta foi uma das recomendações que surgiram de estudo elaborado pelo grupo temático de acidentes com caminhões, formalizadas em um documento com propostas de ações emergenciais e de longo prazo para melhorias neste segmento, apresentadas ao Secretário Estadual de Logística e Transportes. Evolução Acompanhando as comemorações do Ano da França no Brasil, o Cedatt realizou, também em 2009, o Seminário Internacional de Segurança e Proteção no Trânsito e nos Transportes, trazendo o case do programa francês de segurança e proteção. Inédito, o evento revelou como são as ações de combate a acidentes de trânsito no país europeu. O objetivo foi trazer experiências de quem conseguiu, de fato, concretizar práticas de redução de acidentes em seu país – um benchmark importante para estabelecer premissas e parâmetros, pautar ações futuras e traçar metas adaptadas à realidade brasileira. Nesse sentido, o I Fórum Paulista de Prevenção de Acidentes de Trânsito e Transportes, mais uma realização do Cedatt, em agosto de 2011, revelou a maturidade conquistada nesses últimos anos pelo nosso estado como referência nacional no tema trânsito. O evento lotou um auditório para 300 pessoas na capital e contou com importantes parcerias do meio, entre elas a da Organização Mundial da Saúde (OMS), que luta a nosso lado desde o início. Por outro lado, a desarticulação do trânsito no estado de São Paulo reflete uma situação bastante delicada. Entre os pontos críticos, a fiscalização deficiente, vias em precário estado de conservação, sinalização ruim, falta de respeito ao pedestre e a grande quantidade de automóveis em circulação. Esses fatores, somados à falta de programas coordenados específicos para segurança, prevenção e educação, fecham o diagnóstico de impasse para o nosso trânsito – consequência direta da ausência de uma política estadual para o setor e que enfatize o transporte público. Já assentamos algumas pedras na construção deste caminho, mas ainda há muito por fazer. A proposta de um novo trânsito deve representar um serviço público destinado a garantir a mobilidade, de forma segura, um direito fundamental da pessoa humana. Temos confiança de que esta meta passa pela responsabilidade deste valoroso grupo de voluntários que, acima de suas instituições, são pessoas que se sensibilizam verdadeiramente pela causa. *Fabio Racy Médico especialista em Medicina de Tráfego, Diretor de Assuntos Institucionais da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet) e Secretário-Executivo do Conselho Estadual para Diminuição dos Acidentes de Trânsito e Transportes – Cedatt (SP) 11 DÉCADA MUNDIAL de SEGURANÇA NO TRÂNSITO 2011-2020 (OMS) DÉCADA MUNDIAL DE SEGURANÇA NO TRÂNSITO O CEDATT, em sua reunião do dia 24 de março de 2011, organizou-se para contribuir com a Organização Mundial de Saúde - OMS - em virtude da Década Mundial. PROPOSTAS 1 Composição dos Grupos de Trabalho I – Educação Membros: Fernando Celio de Brito Nogueira Ministério Público de São Paulo (Coordenador) Maria da Penha Pereira Nobre Instituto de Engenharia (Coordenadora) Adile Manfredini Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência Alberto Branco ABRAMET – Associação Brasileira de Medicina do Tráfego Ana Lucia B. P. Furquim Secretaria Estadual de Educação Breno S. Magro ABRAMET – Associação Brasileira de Medicina de Tráfego 14 TODOS POR Um trÂnsito mais seguro José Paulo Biagioni SEST/SENAT – Serviço Social do Transporte/Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte Silvio Patente – ABTLP Associação Brasileira de Transporte e Logística de Produtos Perigosos Maria Cecília Travain Camargo Secretaria Estadual de Educação III – Infraestrutura Mario Luiz Sarrubbo Ministério Público de São Paulo II – Fiscalização Membros: Tenente Carlos Henrique Muniz Polícia Militar Rodoviária (Coordenador) Carlos Alberto Felizola Freire ABCR – Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias Carlos Campos ARTESP – Agência de Transporte do Estado de São Paulo Membros: Roberto Antonio Farah Instituto de Engenharia (Coordenador) José Luiz Pereira NTC – Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística Antonio Lauro Valdívia Neto NTC – Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística José Vitor Mamede FIESP – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo Edson Ferreira Costa Junior e Paulo Eto DER - Departamento de Estradas de Rodagem Moacyr Paes ABRACICLO – Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas Horácio Augusto Figueira ABRASPE – Associação Brasileira de Pedestre José Edison Parro AEA – Associação Brasileira de Engenharia Automotiva Maira Maciel Leite Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos Maria de Fátima Fernandes Dantas – Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos Mario Imura Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional do Estado de São Paulo Paschoal Vargas Sobrinho DERSA – Desenvolvimento Rodoviário S.A 15 IV – Saúde Membros: José Costa Montal – ABRAMET – Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Coordenador) Adile Manfredini – Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência José Daros – Abraspe – Associação Brasileira de Pedestre José Oka V - Segurança Veicular Membros: José Edison Parro – AEA – Associação Brasileira de Engenharia Automotiva Andre Luis Horta Silva – Cesvi – Centro de Experimentação e Segurança Viária Breno S. Magro – Coordenador das Propostas Década mundial de segurança no trânsito: todos unidos para tornar ainda mais humana as ações das pessoas que vivem no Brasil. 16 TODOS POR Um trÂnsito mais seguro Propostas dos Grupos de Trabalho GT EDUCAÇÃO Coordenadores: Fernando C. Nogueira e Maria da Penha Pereira Nobre Propostas: 1) Introduzir a temática “Dificuldades de mobilidade e acessibilidade” como conteúdo programático da educação formal e estimular a constante realização de campanhas educativas que levem as pessoas, em geral, a respeitar os pontos de acessibilidade para utilização com segurança e autonomia (deixando livre a passagem em guias rebaixadas, rampas, piso podotátil, linha guia, e outros) e vagas de estacionamento, destinadas às pessoas com deficiência, em locais públicos e privados de uso coletivo. Considerações Apresentadas: O material deve conter temas transversais, projetos e atividades, com ênfase na mobilidade e acessibilidade da pessoa com deficiência. 2) Elaborar material didático de apoio, sobre o tema Trânsito, conforme normas de acessibilidade de comunicação, para distribuição às escolas públicas e privadas e aos organismos e entidades que desenvolvam atividades educacionais para tratar do tema trânsito de forma transversal e nas disciplinas Português, Matemática, Física, Cidadania, Ética, Física e outras. Considerações Apresentadas: O material deverá ser produzido em parceria com entidades privadas e outras e distribuído às escolas para ampliar a cobertura da divulgação do tema trânsito, inclusive com abordagem transversal. 3) Elaborar material didático de apoio, sobre educação para o Trânsito, conforme normas de acessibilidade de comunicação, por faixa etária para distribuição aos órgãos do Sistema Nacional de Trânsito, para utilização nas atividades educacionais obrigatórias. Considerações Apresentadas: O material deverá ser produzido e distribuído às escolas para ampliar a cobertura da divulgação do tema trânsito. 4) Revisão do processo de concessão da Habilitação, incluindo vivências sobre Direção Defensiva e Preventiva, além dos atendimentos práticos de Primeiros Socorros em situações de emergências e acompanhamento das atividades dos motoristas profissionais, como, transporte de escolares, motoristas de ônibus e caminhões e outros. Ademais, o CEDATT ressalta neste aspecto, que: (a) menção específica sobre a necessidade do aumento do número de aulas práticas, visando o efetivo 17 treinamento do candidato a motorista; (b) alteração no procedimento do exame de habilitação que comprove o atendimento do candidato às exigências rotineiras do trânsito (prova de ladeira, manobra em faixas, tráfego em ruas movimentadas etc.). Considerações Apresentadas: A observação do cotidiano demonstra que os indivíduos precisam receber maior instrução prática, tanto ao receber sua primeira habilitação como ao efetuar suas renovações periódicas. O limitado preparo prático, mas com maior ênfase na parte teórica, põe em circulação motoristas com poucas condições de desempenhar-se no trânsito, em especial nas grandes cidades e nas rodovias. 5) Criar a Semana Estadual de Trânsito de 8 a 14 de maio (incluindo dia 11 de maio referente ao lançamento da Década Mundial de Segurança no Trânsito), nos moldes da Semana Nacional de Trânsito que ocorre do dia 18 ao dia 25 de setembro. Considerações Apresentadas: Embora as questões relacionadas ao trânsito devam ter uma atenção perene e ao longo do ano, recomenda-se a criação de uma Semana de Trânsito no Estado de São Paulo, em maio, como reforço da Semana Nacional, visando fortalecer a importância do tema junto à população e, de maneira específica, junto às empresas, prefeituras, escolas, legislativo, judiciário, ou seja, despertando para o estabelecimento de uma cultura de paz e cidadania no trânsito. 6) Divulgar e envolver organismos públicos, como o Ministério Público, nas questões relativas ao trânsito do Brasil, demonstrando o alto grau de importância e comprometimento que o tema exige. Considerações Apresentadas: O envolvimento do Ministério Público é fundamental para a colaboração no sentido de lograr o cumprimento dos aspectos previstos no Código. 7) Criar Programas Nacionais de Educação para o Trânsito para os diversos públicos-alvo com e sem deficiência: crianças de faixas etárias diferentes, jovens, adulto jovem, adulto de média idade, terceira idade, pedestres, ciclistas, patinadores e “skatistas” de rua, cavaleiros, charreteiros, motoristas, passageiros, motoqueiros e outros. Considerações Apresentadas: O Código de Trânsito Brasileiro (CTB), que passou a vigorar a partir de 22 de 18 TODOS POR Um trÂnsito mais seguro janeiro de 1998, contém capítulo exclusivo à educação, determinando que a educação para o trânsito deve ser implementada em todos os níveis de ensino. A criação de Programas Nacionais de Educação para o Trânsito deve destacar a importância da adequação da sinalização de trânsito no entorno das escolas e no itinerário dos alunos e da realização de atividades específicas como Concursos Nacionais, Estaduais e Municipais que incentivem a discussão do tema TRÂNSITO. Nesse sentido, os órgãos do Sistema Nacional de Trânsito devem ser estimulados a realizar as atividades obrigatórias previstas no CTB com relação à Educação para o trânsito, orientando-as quanto às atividades pedagógicas adequadas à sua situação específica. O conhecimento dos termos do CTB deve haver por todos os envolvidos com o trânsito – tanto usuários, como pedestres, bem como as autoridades para que o Código possa ser cumprido. 11) Introduzir o tema Trânsito como conteúdo dos cursos superiores relativos às áreas de: Engenharia, Arquitetura, Direito, Pedagogia, Medicina, Psicologia, Ciências Sociais, Gestão e Administração Pública, entre outros, estudando o CTB e suas implicações em cada área de estudo. Considerações Apresentadas: Reitere-se os comentários inseridos no item 7, acima. 8) Ampliar o alcance da Res. 351/10 do CONTRAN, introduzindo a veiculação de propagandas pela internet na obrigatoriedade de introduzir verbetes sobre 12) Tornar obrigatória a disponibilidade de exemplares do CTB, conforme as normas de acessibilidade de trânsito, ampliando a abrangência dos temas anuais. comunicação, em locais estratégicos, como: locadoras, concessionárias, hotéis, locais de uso público, entre outros. Considerações Apresentadas: Todo esforço deve ser feito no sentido de ampliar a divulgação sobre a segurança no trânsito dirigida a toda a população. 9) “Descontingenciar” as verbas arrecadadas pelo Fundo Nacional de Segurança e Educação para o Trânsito-FUNSET e criar mecanismos para aplicação dos recursos financeiros em Programas Nacionais de Segurança e Educação para o Trânsito, incluindo os recursos do DPVAT e outros. Considerações Apresentadas: O conhecimento do CTB poderá ter efeito positivo para todos os usuários do trânsito no Brasil. 13) Envolver os líderes da sociedade, sejam religiosos e comunitários, assim como os das associações de bairros e os conselhos municipais de segurança, na divulgação dos conceitos de trânsito e cidadania em suas campanhas e atividades, rotineiras ou não. Considerações Apresentadas: É preciso valer-se dos recursos que existem para que os programas de segurança e educação para o trânsito sejam utilizados de maneira a maximizar os esforços em prol dos benefícios da sociedade. 14) Propor a implementação de cursos de capacitação de técnicos de segurança no trânsito, em níveis de extensão universitária e de pós-graduação em segurança no trânsito, a fim de preparar profissionais aptos a atuarem na gestão do trânsito e nas ruas, e 10) Divulgar de forma permanente o conteúdo também prepará-los como ‘educadores’ de trânsito, do Código de Trânsito Brasileiro - CTB, reforçando tendo em mira os mais variados públicos que se as normas e regras de comportamento e suas relacionam com eles nas vias. consequências, com a observação de que todo material impresso seja acompanhado e/ou disponibilizado em Considerações Apresentadas: O fator motivador dessa proposta é permitir a inclusão versão acessível às pessoas com deficiência visual. Considerações Apresentadas: das pessoas com deficiência para que possam usufruir da 19 segurança no trânsito nas mais diferentes situações com que se deparam. 15) Criar uma comissão voltada ao estudo permanente da legislação de trânsito em sua inteireza, no âmbito do CEDATT, visando propor seu constante aprimoramento e formulando, efetivamente, proposições nesse sentido, para encaminhamentos ao Governo do Estado, Secretaria de Estado de Logística e Transportes e às Casas legislativas pertinentes, lideranças parlamentares e outras, encaminhando sugestões de Resoluções ao Conselho Nacional de Trânsito – CONTRAN, quando for o caso. Considerações Apresentadas: Comissões nesse sentido podem ser implantados com a criação de Conselhos Estaduais para a Diminuição dos Acidentes de Trânsito e Transportes em todos os estados e com a competência para contribuir para a segurança viária. 16) Articular iniciativas entre entidades públicas voltadas à problemática do trânsito e à busca, também, de parcerias com empresas privadas, a fim de que haja, de forma permanente, em rádios, TVs, jornais, revistas, ‘outdoors’ e na Internet, campanhas educativas e preventivas em matéria de trânsito e transportes. Buscar sensibilizar e chamar à assunção de sua responsabilidade social nesse tema as entidades representativas de fabricantes de veículos automotores em geral e afins. Considerações Apresentadas: Conforme já mencionado anteriormente, deve haver a busca de uma situação de atenção à segurança no trânsito de forma perene, e não apenas na Semana do Trânsito e em algumas esporádicas ocasiões durante o ano. 17) Todo material impresso para divulgação e fomento das ações de educação no trânsito deve observar as normas legais de acessibilidade de comunicação, proporcionando assim a utilização de outros padrões como letra ampliada, Braille ou áudio, conforme o que for mais pertinente, objetivando o alcance das informações à população com deficiência. Considerações Apresentadas: Inclusive com respeito às situações das pessoas com deficiência. 18) Mapear e reforçar a sinalização no entorno das escolas públicas estaduais e municipais do Estado, com vistas a prover maior 20 TODOS POR Um trÂnsito mais seguro segurança às crianças e aos jovens. 19) Estimular a criação de escolas vivenciais de trânsito, por meio de parcerias com instituições especializadas ou prefeituras, visando atender regionalmente as escolas e seus alunos. 20) Criar banco virtual de ideias e práticas bem sucedidas, sobre o tema Trânsito, onde se possa disponibilizar vídeos, cartilhas, textos em vários formatos e níveis, fotos, estatísticas e etc. para que estudantes e professores de todos os níveis previstos no CTB, bem como jornalistas possam obter conhecimento e referências sobre o tema. 21 GT FISCALIZAÇÃO Coordenador: Tenente Carlos Henrique Muniz Propostas: 1) Construir uma Política de Estado com envolvimento de toda a sociedade organizada. 2) Criar selo de qualidade na fiscalização de trânsito. Considerações Apresentadas: Atualmente, não há nenhuma previsão de incentivo aos bons condutores. 3) Priorizar campanhas fiscalizatórias no âmbito nacional. Considerações Apresentadas: Sugere-se implementação de campanhas pela mídia e cobertura nacional da atividade de policiais, não só fiscalizando alcoolemia, mas também operações policiais voltadas a todos os tipos de fiscalização (motociclistas, controle de velocidade, saneamento etc), vez que são muito significativas para aumentar a probabilidade percebida nos condutores. 4) Elaborar diagnóstico da fiscalização exercida pelos agentes. 5) Padronizar procedimentos fiscalizatórios no âmbito nacional e incluir obrigatoriedade de maior número de fiscalizações “in loco” – efeito demonstração – multando infratores no ato do cometimento da transgressão. 6) Fortalecer a capacidade de gestão do Sistema Trânsito. Considerações Apresentadas: Propõe-se o aumento de infrações possíveis de serem fiscalizadas por meio de equipamentos não metrológicos e assim potencializar a capacidade de monitoramento do trânsito. Porém, não basta apenas propor o “aumento de infrações possíveis de serem fiscalizadas por meio de equipamentos não metrológicos”, mas sim, descrever quais seriam estas infrações. 22 TODOS POR Um trÂnsito mais seguro 7) Criação de programa de transferência de jurisdição de trechos urbanos de rodovias (desafetação) para os municípios. 8) Promover a fiscalização quanto aos fatores de risco de acidentes na condução veicular. 9) Priorizar a fiscalização das condutas infracionais com maior potencial de vitimização. GT INFRAESTRUTURA Coordenador: Roberto Antônio Farah I-POLÍTICO: Propostas 1) Estruturação organizacional do órgão máximo do Sistema Nacional de Trânsito (SNT) – Denatran, para atender a demanda mínima de infraestrutura de suporte aos órgãos do SNT necessária para a implantação de ações. Considerações Apresentadas: Existe projeto no congresso nacional desde 2004 para criação da Autarquia e quadro de pessoal para atendimento e auditoria aos quase 1200 Órgãos integrados ao SNT. 2) Reconhecimento da importância da causa e vontade política dos segmentos legislativo, executivo e judiciário, inclusive com apoio explícito da Presidência da República para assegurar os programas, ações, convênios, para a redução de acidentes. Considerações Apresentadas: Países que tiveram sucesso, onde envolvimento maciço de todos os segmentos inclusive de Presidente da República. 3) Incentivo a utilização de Transporte Publico; Ex.: Apoio ao projeto em tramitação na câmara do REITUP (regime especial de incentivo ao transporte público). Considerações Apresentadas: O transporte coletivo, além de melhorar a fluidez, diminui em muito o risco de acidentes. 4) Premiação aos órgãos integrados ao SNT que tenham atingido metas, demonstradas através de indicadores padronizados(vide item no tópico gestão). Considerações Apresentadas: O FUNSET contingenciado pelo governo Federal poderia através do artigo 320 do CTB incentivar os órgãos do SNT. 5) Incentivo à criação de Conselhos Estaduais para Diminuição de 24 TODOS POR Um trÂnsito mais seguro Acidentes de Trânsito, representando os mais diversos pela responsabilidade delegada. segmentos da sociedade, para participação em Fóruns, grupos para elaboração de Projetos e Audiências 5) Incentivar a celebração de convênios entre os órgãos do SNT e em especial em trechos urbanos de Públicas. Ex.: CEDATT- SP rodovias (item contido no material do Denatran). Considerações Apresentadas Os CEDATTs ( Estaduais), poderiam auxiliar o governo Considerações Apresentadas: federal, participando de fóruns onde atualmente Devem existir modelos para convênios onde o município, participam órgãos do SNT levando demandas dos o estado e a federação tenham conflitos na manutenção segmentos envolvidos com trânsito, tendo assim sua e fiscalização. representatividade. 6) Marketing para divulgação nas diversas mídias de programas e ações a serem executados. II- GESTÃO Considerações Apresentadas: 1) Padronização Nacional das estatísticas de Deverá existir um grupo especializado de marketing acidentes de transito. dentro do Denatran que deverá estar focado nas ações e na melhor maneira de divulgação. Considerações Apresentadas: Este é um dos itens mais importantes, necessários para 7) Auditoria do DENATRAN nos órgãos do SNT para o tomada de qualquer ação e definição de prioridades. cumprimento das Resoluções do CONTRAN. 2) Fóruns Nacionais / Estaduais/ Municipais contínuos e Considerações Apresentadas: permanentes para definições de políticas e ações. Atualmente, encontramos a grande maioria dos órgãos do SNT não cumprindo suas resoluções. Considerações Apresentadas: O calendário tem que ser fixo, contínuo e divulgado no 8) Literatura / elaboração de manuais /estudos inicio do ano com reuniões ordinárias do ano, para um referenciais para divulgação e aplicações para planejamento mínimo. os órgãos do SNT facilitando assim a evolução e desempenho dos mesmos. 3) Capacitação / profissionalização dos funcionários dos Ex1: Elaboração / implantação de planejamento órgãos do SNT inclusive administradores e gerentes. estratégico de mobilidade em órgãos de trânsito. Ex2: Utilização de indicadores para órgãos de trânsito. 4) Fornecer diretrizes e acompanhar os CFCs em Considerações Apresentadas: suas atividades principalmente no aprendizado dos motoristas. Sem indicadores não existirá sistema de avaliação que sobreviva para melhoria de qualidade. Considerações Apresentadas: O que tem sido feito é ínfimo, tudo começa pela capacitação, 9) Criação de indicadores padronizados em todas as para que se obtenha engajamento e retorno. As atividades devem ser rigorosamente fiscalizadas, áreas de trânsito para acompanhamento de pro- 25 gresso do órgão. Considerações Apresentadas: A fiscalização e operação de trânsito necessitam de legislação com relação às condições de trabalho dos agentes, necessidades mínimas com relação as condições para exercício de suas atividades. 10) Prover retaguarda de infraestrutura (recursos matérias e pessoais) para a fiscalização e operação para o cumprimento mínimo das atividades. 11) Aumento na Fiscalização e implantação de locais para balanças. III - VIÁRIO / TÉCNICO Propostas: 1) Aumento na Fiscalização e implantação de novos locais para balanças. Considerações Apresentadas: A falta de fiscalização permite acidentes com os veículos de carga. É preciso que haja Fiscalização mais intensa nos veículos de carga. 2) Educação de trânsito para as comunidades lindeiras às rodovias. Considerações Apresentadas: As concessionárias e órgãos de trânsito devem fazer ações conjuntas para a diminuição de acidentes. Este momento é único para aproveitar e melhorar o conhecimento e a educação dos motoristas. Os projetos devem ser submetidos a especialista de tráfego, correção posteriores serão mais difíceis de serem feitas. 3) Apoio nas estradas aos caminhoneiros com filmes e palestras educativas de trânsito e cidadania. Considerações Apresentadas: Os projetos devem ser submetidos a especialista de tráfego, correções 26 TODOS POR Um trÂnsito mais seguro posteriores serão mais difíceis de se procederem. 4) Projetos: Devem conter filosofia/diretriz sobre sua concepção. Serem concebidos à luz da engenharia de tráfego, evitando pontos críticos, em potencial, prevendo a circulação segura e continua dos diversos atores do trânsito. Considerações Apresentadas: O condutor nacional deve estar condicionado a aprendizado único de interpretações. 5) Geometria: Exigência de análise para aprovação, implantação e fiscalização para prédios, loteamentos, novas vias e obras de arte. Considerações Apresentadas: O projeto deve ser acompanhado na implantação evitando riscos. 6) Sinalização: A Sinalização Nacional deve ser única em todo o país, sem variações e de acordo com a legislação em vigor para evitar interpretações dúbias pelos condutores e pedestres. Considerações Apresentadas: As vias sem manutenção aumentam sobremaneira os acidentes de trânsito. GT SAÚDE Coordenador: José Costa Montal Propostas: 1) Visar uma mobilidade sustentável e segura (considerando critérios do Desenho Universal), que preserve a qualidade de vida e a própria vida e integridade dos usuários das vias, com especial atenção a aqueles mais frágeis (pedestres, ciclistas e motociclistas). Considerações Apresentadas: Integração da Saúde, no que couber, na elaboração de políticas e ações de prevenção relativas ao controle dos já identificados grandes fatores contribuintes: álcool e direção, limite de velocidade, universalização do uso de recursos de proteção aos ocupantes (cintos de segurança, capacete e dispositivos de transporte de crianças) e sono e fadiga na direção. 2) Elaborar políticas e ações que visem a segurança, priorizando esses usuários mais frágeis. Considerações Apresentadas: Elaboração de política e ações de comunicação que visem prevenção, com estratégias e orientações específicas para cada público-alvo (faixas etárias, tipos de vítimas mais frequentes, pessoas com deficiência, pessoas fazendo uso de medicação em tratamentos médicos etc.). 3) Priorizar o transporte coletivo público frente ao individual, considerando também as necessidades de mobilidade dos atores dos serviços sociais básicos (saúde, segurança pública, bombeiros etc.). Considerações Apresentadas: Aperfeiçoamento contínuo dos sistemas de resgate, pronto atendimento, tratamento hospitalar e reabilitação física e psíquica das vítimas trânsito, incluindo atendimento aos familiares. 4) Considerar que o tema é multidisciplinar/multifatorial, exigindo ações coordenadas por órgão com nível hierárquico, dotação orçamentária, infraestrutura e recursos humanos adequados para exercer essa coordenação. 28 TODOS POR Um trÂnsito mais seguro Considerações Apresentadas: Estabelecimento de resolução sobre a obrigação dos profissionais de saúde realizarem a devida orientação aos seus pacientes sobre os efeitos do tratamento e medicação que possam contribuir para ocorrência de acidentes, que preveja também o registro da ciência pelo cliente sobre a orientação realizada. 5) Considerar a necessidade de sistema que gere e disponibilize as estatísticas periódicas e atualizadas necessárias, que fundamentem o planejamento, elaboração, implantação e avaliação de políticas e ações, servindo também para realização de pesquisas e análises sobre os diversos fatores contribuintes para ocorrência de vítimas e acidentes de trânsito. Considerações Apresentadas: Fortalecer a intersetorialidade entre os órgãos de saúde e trânsito. 29 GT SEGURANÇA VEICULAR Coordenador: José Edison Parro Propostas: 1) Implementar cintos retráteis de três pontos em todas as posições dos bancos traseiros dos veículos M1. Considerações Apresentadas: Diante de todas as limitações dos cintos estáticos, sejam sub abdominais ou de 3 pontos atualmente utilizados nos bancos traseiros, sejam na posição central (sub abdominal) e nas posições laterais (estáticos de 3 pontos), de vários veículos da frota brasileira, recomendam-se revisões na resolução CONTRAN 48/98, visando tornar obrigatório o uso dos cintos retráteis de 3 pontos em todas as posições do banco traseiro dos veículos de passeio. 2) Programa de inspeção veicular – implementar a inspeção técnica de segurança veicular; implementar veículo seguro – verificar ABS, air bags, sensores e outros pontos de segurança, por meio das resoluções. 3) Rever condições de fabricação de cadeirinhas para crianças. Considerações Apresentadas: As cadeirinhas para o transporte de crianças precisam de ajustes em relação à sua fixação nos bancos traseiros . Ademais, deve ser adequado o tamanho da cadeira em relação ao tamanho do veículo (ex., modelos sedãs pequenos x modelos grandes ou utilitários). 4) Avaliar maneiras de restringir os animais domésticos transportados em veículos e que podem causar acidentes. Considerações Apresentadas: As distrações ao volante representam a elevada taxa de 8 para cada 10 acidentes de trânsito em todo o país. E os animais domésticos levados a bordo, sem uma política de restrição definida, representam sérios riscos de acidentes. Propostas do Relator: Sr. Breno S. Magro 1) Reavaliar a proposta de legislação parlamentar para a regulamentação das horas de trabalho dos caminhoneiros que se encontra “em análise” 30 TODOS POR Um trÂnsito mais seguro no Congresso Nacional” há cerca de dez anos. 2) Estudar a questão da impossibilidade de leitura da placa traseira dos caminhões pelos radares nas rodovias. Observação: Esta é uma questão muito séria que deve ser debatida, pois a impossibilidade de leitura das placas traseiras dos caminhões pelos radares cria a possibilidade de evasão nos casos de transgressões. 3) Considerar a questão relativa ao cumprimento do capítulo referente à educação no Código de Trânsito Brasileiro (CTB) que determina que a educação para o trânsito deve ser implementada em todos os níveis de ensino. O CEDATT considera que as determinações do CTB devem ser cumpridas com todo esforço nesse sentido e que o Ministério Público deve colaborar no sentido de fazer com que haja comprometimento de todos os órgãos e instituições com responsabilidades sobre o tema Trânsito. 4) Encontrar maneiras de reavaliar a questão de punição para as transgressões no trânsito. Este Conselho acredita que Fiscalização sem condições adequadas de punição torna-se um sistema inócuo que precisa ser reconsiderado. 31 Apresentação Fórum O CEDATT atua desde 2004 na prevenção de acidentes de trânsito e transportes. E esse Fórum somase aos esforços da entidade, juntamente com a secretaria que nos abriga. CEDATT realiza I Fórum Paulista para debater prevenção de acidentes de trânsito Reunindo especialistas, entidades, empresas, mídia e público em geral, evento foi pautado pelo debate e a troca de ideias e conhecimentos para uma mudança eficaz no cenário atual do trânsito no estado de são Paulo. A Construção de um Trânsito mais Seguro e Humano. Esse foi o tema que norteou o I Fórum Paulista de Prevenção de Acidentes de Trânsito e Transportes, realizado em agosto de 2011, em São Paulo, pelo Conselho Estadual para Diminuição de Acidentes de Trânsito e Transportes, o CEDATT. “O CEDATT vem atuando desde 2004 na prevenção de acidentes de trânsito e transportes. E esse Fórum soma-se aos esforços da entidade, juntamente com a secretaria que nos abriga, em propor ações que resultem no aprimoramento das questões relativas à segurança, e, assim, nortear o estabelecimento de uma política pública estadual de prevenção de acidentes de trânsito e transportes”, ressalta Alberto Branco, coordenador do Fórum do CEDATT. Há sete anos atuando como Conselheiro, Alberto Branco é um dos idealizadores desde Fórum, enxergando neste uma oportunidade de ampliar as discussões do CEDATT sobre segurança e prevenção no trânsito para além dos limites da entidade, envolvendo, assim, de forma ativa e atuante, todos os atores sociais relevantes para a efetividade desse projeto, unindo forças e agregando valor juntos. O coordenador do Fórum detalha a iniciativa e as motivações que levaram à sua criação. 34 TODOS POR Um trÂnsito mais seguro Quando e em que âmbito se deu a iniciativa do Fórum? A iniciativa em que se fez o Fórum ocorreu em meados de março, por conta da sugestão de um membro do CEDATT, Lauro Valdivia, da Associação Nacional de Cargas e Logística – NTC, sobre a possibilidade de se propor alguma ação relativa à comunicação ou comunicar fatos, enfim, atuar nesse sentido. Foi então que rapidamente nos veio a ideia de se organizar isso em formato de fórum, até porque, após sete anos de atividade do CEDATT, ainda não tínhamos feito nenhuma atividade pública do ponto de vista de sair dos limites das nossas reuniões mensais internas. E como foi pensado o planejamento do Fórum? Primeiramente levamos ao Conselho, formatando a ideia do Fórum em si e alguns desdobramentos, ressaltando a intenção de reunirmos especialistas e elencar um tema importante no contexto da prevenção de acidentes. A partir daí, juntamente com uma comissão formada para este fim, elegemos três pilares de atuação: a relação existente entre consumo de bebidas e acidentes de trânsito envolvendo o jovem e o papel dos meios de comunicação como que em uma linha de responsabilidade social. Orientamos essas atividades no sentido de estimular aí o diálogo entre os vários públicos de interesse. E por que foi pensado um fórum em si, e não uma palestra ou seminário, por exemplo? A ideia inicial era a de um chamamento, já que o CEDATT, na forma em que está configurado, tem representatividade. Entendíamos que era importante começar a levar nossas preocupações, constatações e propostas para além dos limites do conselho. Assim, formatamos a ideia de um Fórum nos moldes em que as pessoas tivessem tempo e minimamente condição de participar tal como fonte, pois ninguém dispõe mais de tempo para eventos além de suas agendas. Então, o melhor formato que o CEDATT encontrou foi o de um fórum mesmo, que sintetizasse esse conjunto de elementos e informações em um único dia, de maneira focada e direta. Resumidamente, como ficou estruturado o Fórum ao longo do dia em que ocorreu? Na parte da manhã nós tivemos uma concentração de temas relacionados à mídia, à questão da comunicação, enfim, vários representantes dessa área, que tornaram bastante dinâmico e interessantes os assuntos por eles contemplados. Na parte da tarde entramos em um ambiente mais técnico, de trânsito e transportes, com a participação de várias entidades com assento no CEDATT. O que o CEDATT espera, em um primeiro momento, como desdobramento desse projeto? O trânsito está na vida de todas as pessoas: hora somos pedestres, hora ciclistas, hora somos motoristas, enfim, de qualquer forma o trânsito é uma atividade presente diariamente em nossas vidas. Em função disso, o que esperamos das pessoas e empresas ali representadas nesta ocasião é a possibilidade de internalizarem um pouco do que foi discutido nesta ocasião – sinalizar para a necessidade de participação efetiva por meio da adoção de medidas preventivas conjuntas nos diferentes meios de transporte. E como isso é feito hoje ou como será feito? Isso poderá ser feito de algumas maneiras. Primeiro, fortalecendo o objetivo da comunicação interna que comentávamos acima. Este objetivo, a nosso ver, foi atingindo com o Fórum se efetivando, reunindo o público que reuniu, sendo bem divulgado e prestigiado como foi. Essas pessoas voltam para os seus ambientes falando o que ouviram e o que viram no Fórum, inclusive alguns até pontuaram isso nos seus sites, no dia seguinte ao evento. Também estamos nos organizando para disponibilizar informações no site do CEDATT. Contemplamos também a confecção de um livro com DVD, para permitir com que boa parte das informações trocadas durante o Fórum possa ser também acessada por outros públicos. Esse material, aliás, vamos destinar a um público amplo, diversificado e formador de opinião, disponibilizando-o em formato impresso e eletrônico. E assim, contando com as mesmas entidades parceiras participantes do evento, além da imprensa toda que conseguimos mobilizar, vamos solicitar mais uma vez o apoio deles para que esse material seja replicado em seus vários mecanismos de comunicação. Este é o nosso objetivo estratégico na questão 36 TODOS POR Um trÂnsito mais seguro do desdobramento: a disseminação do conhecimento. A partir disso, observando os indicadores de resultado, nos atentaremos à maneira de mantê-los engajados, procurando envolvê-los permanentemente em nossas futuras ações e na causa comum da prevenção de acidentes. E o futuro? Bem, neste contexto motivador relativo à realização das ações aqui descritas e suas consequências positivas, é importante também destacar a adesão e participação do CEDATT à iniciativa da Organização Mundial de Saúde que, a partir do dia 11 de maio, lançou a Década Mundial de Segurança no Trânsito. Podemos falar de mais uma etapa concluída com sucesso e pensar no planejamento futuro do CEDATT para 2012. Mas em se tratando de futuro, esta ação serviu-nos como um divisor de águas para o CEDATT, já que, juntamente com a Secretaria Estadual de Logística e Transportes – que nos abriga – observamos de que maneira podemos seguir dentro de um cronograma viável de ações que possam resultar no aprimoramento das questões relativas à segurança viária, prevenção e diminuição dos acidentes. Oxalá, que a somatória destes esforços coletivos contribua definitivamente para o estabelecimento de uma política pública estadual de prevenção de acidentes de trânsito e transportes. 37 TODOS POR Um trÂnsito mais seguro 39 DEPOIMENTOs Painelistas Carlos Alberto Ferraz Campos Gerente de Fiscalização e Segurança Agência Reguladora de Transportes do Estado de São Paulo - ARTESP. A iniciativa do CEDATT em realizar o I Fórum Paulista de Prevenção de Acidentes de Trânsito e Transporte foi muito feliz e renderá avanços nas discussões e ações para a Década de Segurança Viária. Isto porque, para nós que atuamos no setor e trabalhamos diariamente pela segurança dos usuários das rodovias concedidas, foi de significativa importância a troca de experiências e informações entre representantes de órgãos governamentais, iniciativa privada, organizações não governamentais e sociedade civil presentes. Para a ARTESP, o Fórum foi uma oportunidade importante para compartilhar a experiência adquirida nos últimos anos. Apresentamos os trabalhos estruturados que vem sendo realizados pelas concessionárias desde o ano 2000, direcionados para atingir metas concretas de redução de mortes nas rodovias concedidas. O índice de mortes no sistema concedido reduziu 38,3% de 2000 até junho de 2011 e tem sido cada vez mais difícil diminuí-lo. Por isso, procuramos sempre ressaltar que a continuidade de sua redução é um complexo processo. Ele envolve não só investimentos em infraestrutura como depende cada vez mais de ações conjuntas do governo e da sociedade que levem a mudança de comportamento do usuário. 42 TODOS POR Um trÂnsito mais seguro Carlos Alberto Felizola Freire Secretário Executivo Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias - ABCR. Foi muito oportuna a iniciativa do CEDATT ao realizar o 1.º Fórum Paulista de Prevenção de Acidentes de Trânsito e Transportes: “Diálogo com as partes interessadas para a construção de um trânsito mais seguro e humano”, dentro do programa “Década de Ação para Segurança Viária, promovida pela ONU”. Em primeiro lugar, por apresentar à opinião pública o esforço que o Governo do Estado de São Paulo desenvolve no sentido de mobilizar os agentes públicos e privados envolvidos com a questão de transporte e de trânsito, com o objetivo de debater e construir caminhos para a redução de acidentalidades. Em segundo lugar, por abrir um espaço, que se supõe permanente, para discutir suas propostas com a sociedade e com os meios de comunicação, condição essencial para o êxito de políticas públicas. Não se pode aceitar, de braços cruzados, o que vem acontecendo em nosso País, com relação a acidentes de trânsito. 36 mil vítimas de acidentes morrem a cada ano, entre elas milhares de crianças, jovens e adultos, elevando o País à condição de campeão mundial nessa categoria. E a um custo social exorbitante. A sociedade, como um todo, tem que sensibilizar-se e mover-se para dar um “BASTA” a esse quadro aterrorizante. 43 Cássio Belvisi Superintendente Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado de São Paulo - SETPESP. Entendo que a realização deste primeiro Fórum foi de fundamental importância. Faço parte do CEDATT, representando o SETPESP e essa foi uma das minhas colocações. Entendo que a gente tem que falar para fora, para os outros, conversa muito, ter muitas ideias e ações. As campanhas têm que ser perenes, não adianta você fazer campanha do dia do motorista, campanha do dia da moto, não, elas têm que ser perenes, constantes, e todo mundo tem que participar, aliás, essa foi uma sugestão minha. Acho que é fundamental a preparação do motorista. Nós temos um programa de capacitação, nossa diretoria entendeu, isso há 10 anos, que a preparação, a capacitação das empresas é fundamental para que seja prestado um serviço melhor e mais seguro, aliás, o transporte coletivo é uma das premissas. Ele tem que ter modicidade tarifária, tem que ser rápido e seguro, proporcionar segurança aos passageiros, então, dentro desse nosso programa de capacitação, nós temos vários treinamentos de direção defensiva, condução econômica, preparação do atendimento às pessoas, do próprio motorista, e independentemente disso as empresas desenvolvem, todas elas têm os seus programas de treinamento. Incentivamos cada vez mais esse tipo de atividade, porque isso nós entendemos de fundamental importância porque a responsabilidade do transportador com relação ao seu cliente, ao seu passageiro é objetiva, ou seja, ele tem a responsabilidade e a obrigação de levar o seu cliente da origem ao destino incólume, sob qualquer coisa que possa acontecer. 44 TODOS POR Um trÂnsito mais seguro Sérgio Albuquerque Jr. Apresentador Programa SOB NOVA DIREÇÃO da emissora ALLTV. Ao participarmos deste primeiro, de muitos, assim esperamos, fórum paulista que traz à tona um dos assuntos de relevância não somente ao transporte, mas toda saúde pública, pois já ultrapassa em grande escala os números, tantos em valores como que pessoas que, anualmente perdem suas vidas nas ruas e estradas do país, sentimos que o empenho tem que vir de toda sociedade, começando claro, pelos organismos competentes. Entendi que toda a cadeia, a partir do momento que tenha bons planos e estratégias bem traçadas, seja na hora de comunicar, através das modernas formas, como são as redes/mídias sociais, através da mobilização social e empenho de toda sociedade, terá o sucesso alcançado com as metas já estabelecidas e propostas pela OMS, com a conscientização, educação e imposição de normas severas de controles de bebidas. Todos os painéis apresentaram um alto nível de profissionalismo, demonstrando o real interesse dos palestrantes em trazer, além de informações e estatísticas, soluções pontuais e que devem ser iniciadas com bons projetos e uma estratégia bem definida para que se possa reduzir drasticamente os acidentes no Brasil, por isto, o Primeiro Fórum Paulista de Prevenção de Acidentes e Transportes foi o estopim de um grande projeto para as ruas e estradas matarem menos. 45 Diza Gonzaga Presidente Fundação Thiago de Moraes Gonzaga. A iniciativa dos organizadores do I Fórum Paulista de Prevenção de Acidentes de Trânsito e Transportes em chamar para o diálogo instituições com diferentes formas de atuação e até interesses - como o Conar, agências de publicidade, organizações não governamentais, setores da iniciativa pública e privada trouxe para o debate do trânsito formas de combater esta epidemia silenciosa que tem ceifado a vida de milhares de brasileiros. Durante o encontro tivemos a oportunidade de discutir, debater e mostrar propostas efetivas para a redução da mortalidade no trânsito. A participação da Fundação Thiago de Moraes Gonzaga foi no sentido de levar sua experiência de 15 anos com programa Vida Urgente, mostrando nossa forma de atuação junto à sociedade brasileira. A que o trânsito não é só uma questão de secretarias de transporte e polícia rodoviária. É, antes de mais nada, uma questão de educação e mudança de comportamento, pois sabemos que na grande maioria dos acidentes a falha é humana. Temos a certeza de que a questão do trânsito envolve a melhoria das condições de nossa malha viária, sinalização, fiscalização eficiente e punição exemplar, pois a impunidade também é responsável por essa violência em nossas ruas e estradas. Mas é através da educação que vamos garantir que no futuro tenhamos um trânsito mais humano e menos violento. Neste sentido, o I Fórum Paulista de Prevenção de Acidentes de Trânsito e Transportes cumpriu com seu objetivo, reunindo diversos segmentos da sociedade interessados em colaborar para a diminuição dos acidentes e a preservação da vida. 46 TODOS POR Um trÂnsito mais seguro Geraldo Alonso Filho Presidente em Exercício Primeiro Vice-Presidente do Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária - CONAR. Seguramente, o primeiro Fórum é extremamente relevante, primeiro por discutir essa questão que nos aflige diariamente, e segundo por ser o primeiro. Então, a sociedade brasileira precisa em todos os aspectos. que tocam no dia a dia, estar preparada para discutir com todos os elementos da sociedade. Há 30 anos, os publicitários fizeram um código de autorregulamentação. E o que é a autorregulamentação? Os players, as principais funções das entidades e da indústria de comunicação, particularmente os anunciantes, os veículos que carregam a mensagem e as agências que a produzem concordaram em sentar e fazer o Código Brasileiro de Autorregulamentação. Em cima de vários princípios éticos, como honestidade, responsabilidade, manutenção ou preservação do meio ambiente, e um desses itens era exatamente acidentes, como mote geral. Todavia, isso não é suficiente porque cada indústria, cada segmento tem a sua especificidade na comunicação. Se de um lado o varejo tem a questão de preço, a indústria da construção tem o problema do prazo, da planta etc., evidentemente a indústria automotiva faz parte da sua essência veicular, a potência do motor, a capacidade que ele tem de atingir determinada velocidade em determinado momento etc. A comunicação tem o papel de estimular o consumo porque faz parte da natureza humana querer/precisar do transporte, mas, por outro lado, o Conar faz a autorregulamentação, é um instrumento que a sociedade tem para que, uma vez que o consumidor, as associações ou quem quer de direito achar que determinada comunicação comercial infringe o seu direito ou estimula uma velocidade excessiva etc., ela possa entrar com uma representação. Nós julgamos exclusivamente conteúdo publicitário. 47 José Augusto Rodrigues da Silva Presidente Executivo Associação Brasileira de Bebidas - ABRABE. A promoção do 1.º Fórum Paulista de Prevenção de Acidentes de Trânsito e Transporte certamente representou mais um importante passo no sentido da construção de um trânsito mais seguro e humano, como foi proposto pelo Conselho Estadual para a Diminuição dos Acidentes de Trânsito e Transportes (CEDATT), responsável pela organização. A Associação Brasileira de Bebidas – ABRABE acredita que espaços colaborativos, como o que se vivenciou no auditório do Instituto de Engenharia no dia do evento, são fundamentais para a construção de soluções efetivas. O diálogo é essencial para apontar caminhos e compartilhar as respostas entre Governo e autoridades públicas, a indústria dos diversos setores envolvidos e, claro, a sociedade. Tivemos a satisfação de integrar o painel em que se debateu o consumo de bebidas alcoólicas, especialmente, entre os jovens, e as ações pró-ativas na cadeia de bebidas, juntamente com a deputada estadual Célia Leão, a presidente da Fundação Thiago Gonzaga, Diza Gonzaga, e o diretor de criação da agência de publicidade Ogilvy, Rubens Filho. As discussões e apontamentos contribuíram para solidificar uma das convicções que há mais de três décadas norteia o trabalho da ABRABE: iniciativas foco em educação e prevenção são cruciais para a instauração de uma cultural comportamental pautada pela moderação. De longo prazo, o desafio não é pequeno e, por isso, demanda um esforço conjunto. 48 TODOS POR Um trÂnsito mais seguro José Guedes Pereira Presidente Sindicato das Auto Moto Escolas e Centro de Formação de Condutores no Estado de São Paulo - SINDAUTO. Nós entendemos e encaramos como fundamental esse Fórum, já que o CEDATT é uma organização voltada a discutir as questões de acidentes de trânsito e transporte, e esse Fórum vem agregar mais valores, mais entidades à sociedade que está presente a ele para que possamos fazer um trabalho em conjunto e minimizar essa questão da acidentalidade de trânsito e transporte. Acho fundamental nós entendemos que o Código de Trânsito Brasileiro precisa ser urgentemente implantado conforme reza o capítulo sexto, que é educação para o trânsito, onde a criança deve ter educação na pré-escola, o adolescente no ensino fundamental e ensino médio para que ele seja um cidadão e na hora da sua formação essa educação somar para que ele seja um condutor bem comportado no trânsito, então, a nossa função é formar, mas nós entendemos que um cidadão bem educado na formação logicamente ele vai ser um condutor cidadão após habilitado. Nós queremos formar o cidadão com qualidade. Nós temos sim que procurar melhorar a formação do condutor, mas é necessário também que as autoridades deixem de agir com esse assistencialismo ou paternalismo achando que toda vez que ele impõe para o cidadão se formar melhor uma regra, ele está penalizando o cidadão financeiramente. Mas é óbvio que se ele quisesse ter uma boa formação, ou então o estado assuma isso e faça da melhor maneira possível, mas, o nosso papel é fazer de acordo com aquilo que a legislação nos impõe, e nós estamos falando das empresas, das autoescolas, dos centros de formação de condutores sérios. Eu acredito que a maioria o é, e aqueles que não o são devem com certeza saírem mercado. 49 Marcus Vinicius Aguiar Presidente Comissão de Assuntos Técnicos da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores ANFAVEA. Acho que é muito interessante este primeiro Fórum porque é uma oportunidade de agregar conhecimento de vários profissionais e várias entidades ligadas ao trânsito, aqui em São Paulo você tem profissionais de todo o Brasil que acabam dando sugestões e acaba se criando um diálogo entre as partes dentro do Fórum, sem ninguém atacar ninguém, mas cada entidade, cada setor do trânsito abordou as expectativas e os problemas, e algumas soluções foram colocadas à mesa para futuras discussões e ações da sociedade e ações do governo. A ANFAVEA, que é a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, compreende montadores de veículos com sede no Brasil, então nós temos algumas comissões técnicas dentro da ANFAVEA, onde são discutidos entre cada montadora propostas de melhorias sobre a implementação de itens de segurança nos veículos, seja automóvel, caminhonete, ônibus e até caminhões. A ANFAVEA também participa no Denatran dentro de uma câmara temática de assuntos veiculares, onde são discutidos com outras entidades, com o Inmetro, com o DETRAN, com entidades de trânsito, Polícia Rodoviária Federal, o que se pode agregar no sistema trânsito e nos veículos de modo que eles se tornem mais seguros, e a ANFAVEA tem feito proposições também de atualizações legislativas, de modo que em um curto período de tempo o Brasil possa se equiparar com os mercados europeus e americanos. 50 TODOS POR Um trÂnsito mais seguro Mário Luiz Sarrubbo Procurador de Justiça Diretor do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional Escola Superior do Ministério Público CEAF-ESMP. Os acidentes de trânsito custam anualmente ao Brasil mais de R$22 bilhões, ou o equivalente a 1,2% do PIB. Trata-se, sem sombra de dúvida, de Custo Brasil dos mais significativos, na medida em que estamos tratando de vida e bem estar do ser humano. Quais as razões para este alto índice de acidentes? Quais as soluções para alcançarmos um índice de acidentes equivalente ao dos países de primeiro mundo? A primeira questão a ser enfrentada é necessidade de imediata mudança na cultura de trânsito do povo brasileiro. A introdução concreta do tema Educação no Trânsito na grade escolar (já prevista em lei, mas sem notícia de efetivo cumprimento), um trabalho intenso e efetivo de fiscalização com a punição administrativa e penal como medidas essenciais à ressocialização dos infratores e o comprometimento da mídia com a ideia de um trânsito seguro através do efetivo exercício da cidadania são singelas medidas que, por certo, contribuiriam, e muito, para um trânsito mais seguro. Se, na próxima década, fizermos essa primeira lição de casa, teremos, sem dúvida alguma, dado um grande salto para um trânsito mais seguro. 51 Wilson Kenji Yasuda Coordenador Comissão de Segurança Viária da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares Abraciclo. Primeiramente gostaria de agradecer à coordenação do Fórum, acho que é muito importante estarmos participando e dando a nossa contribuição, principalmente em uma tema bastante importante que é a diminuição de acidentes, porque o Brasil, a partir destes ano, faz parte dos países da ONU, que vai buscar, nesses 10 anos, diminuição de acidentes em termos gerais. A gente tem algumas coisas que a indústria já realizou, que o governo já realizou, mas com pouca eficiência. Nós temos que buscar propostas que possam ser eficientes, uma das propostas, por exemplo, é que a gente possa ter dentro da cadeira de ensino uma cadeira de educação no trânsito que hoje a gente não tem. Seria importante a gente falar de trânsito nas escolas, para os adolescentes e no fundo procurar integrar essas pessoas que têm pouco acesso a essa informação sobre como se comportar no trânsito. Mudar o comportamento dos usuários da via, da rua, na verdade a gente tem dentro do trânsito motoristas de automóvel, de caminhão, motociclistas, enfim, nós temos vários usuários que têm na verdade que mudar o comportamento e cada um ocupar o seu espaço, porque na verdade não existe um espaço segregado para cada um. Procurar implementar dentro do que já existe hoje, por exemplo, uma mudança na legislação dos exames, ter mais rigor, pois os exames são muito importantes para a formação. Esperamos que todo o fórum traga um resultado, traga uma conclusão desses especialistas que participaram, que cada um possa dar sua contribuição, para que a gente possa ao final desse Fórum ter um documento que vai ser enviado aí para as autoridades para que elas possam ver a preocupação que todos têm em relação ao ponto importante que você falou, quer á diminuição de acidentes em geral. 52 TODOS POR Um trÂnsito mais seguro 53 DEPOIMENTOs Patrocinadores TODOS POR Um trÂnsito mais seguro INVESTIMENTOS PRIVADOS EM RODOVIAS *Moacyr Servilha Duarte O planejamento dos investimentos para melhorar a infraestrutura do país deve ser prioridade dos governos, pois disso depende o aumento da competitividade de nossa economia, a futura geração de empregos e a continuidade no crescimento da renda. Nos últimos anos o país foi muito beneficiado pela grande expansão econômica asiática, exigindo mais alimentos e matérias primas que temos condições de fornecer, mesmo com altos custos de transporte, mas essa pressão positiva, que deve continuar, não é suficiente para garantir boas condições de trabalho e renda para toda a nossa população. Os investimentos em infraestrutura vêm sendo feitos em grande parte pela iniciativa privada, que substituiu o poder público em muitas atividades anteriormente estatais, como decorrência da crescente demanda por recursos públicos pelas áreas sociais: educação, saúde, justiça, segurança e aposentadoria, como está ocorrendo em quase todos os países. Essa realidade impõe uma nova dinâmica e novos conceitos, uma vez que ao contrário do poder público, que investe independente dos resultados econômicofinanceiros, a iniciativa privada só é atraída por projetos que tragam retorno, ou seja, onde os custos sejam menores que as receitas ao longo do tempo. No setor rodoviário, como em geral na infraestrutura, há dois custos bastante diferenciados: o de implantação – que envolve projeto, engenharia, construção, sinalização – e o de operação, incluindo a gestão, a manutenção e a modernização. Historicamente, no Brasil como no resto do mundo, as rodovias foram quase sempre financiadas e operadas pelo poder público, com recursos tributários, geralmente incidentes sobre os combustíveis. O desenvolvimento da tecnologia nos motores e a expansão dos gastos sociais se somaram para inviabilizar o modelo de financiamento das rodovias por tributos em todo o mundo. De um lado, aumentou muito o dispêndio dos governos com as áreas sociais, impactando fortemente o caixa tributário geral. 57 Boa parte dos recursos está sendo provida por empresas de capital aberto, cujo acionistas querem ter retorno igual ou superior. Do outro, os avanços tecnológicos reduziram substancialmente o consumo de combustível por quilômetro, tornando insuficiente o imposto sobre combustíveis para cobrir a construção e a operação e manutenção de rodovias, nos países em que ele tem essa destinação específica. Entre nós esse segundo aspecto foi ainda piorado pela determinação constitucional que impossibilitou a destinação definida dos recursos arrecadados com impostos – todos entram no caixa geral. O resultado vem sendo, internacionalmente, a busca por trabalhar com rodovias total ou parcialmente auto-sustentáveis, por meio da cobrança de quem as utiliza. Embora esse processo esteja sendo implantado de forma crescente em mais de 50 países, ele oferece alguns desafios e dúvidas ainda não claramente respondidos. A primeira dúvida, se a cobrança e gestão devem ser privadas ou estatais parece já ter resposta consolidada: resultados melhores são obtidos pela concessão a empresas, pela maior agilidade, transparência e eficiência. Assim, a principal questão que hoje começa a ser colocada é como resolver a oposição entre os objetivos dos governos e dos usuários e aqueles dos investidores. Trata-se da busca de um equilíbrio difícil e que precisa ser mantido durante longo período. Enquanto os primeiros querem a menor tarifa possível, os investidores querem ter remuneração adequada pelo seu capital e pelo risco empresarial que assumem em projetos de grande duração. Essa diversidade de objetivos implica inicialmente a discussão dos parâmetros de qualidade, obras de ampliação, modernização, segurança, serviços. Temos visto no Brasil duas opções diferentes em função do foco dos governos, como poderes concedentes, estar mais voltado para a baixa tarifa ou para a visão de futuro, exigindo maiores investimentos – o que implica mais custos e, portanto, em tarifas superiores. Parece claro, que num país em crescimento, como o nosso, é preciso pensar em ampliar bastante a rede rodoviária – a menor proporcionalmente entre as 20 maiores economias do mundo – e melhorá-la substancialmente, tanto do ponto de vista da engenharia com novas faixas, ampliações, duplicações, etc., como das condições de operação e segurança. Se isso for feito com recursos das tarifas, elas serão necessariamente mais altas e vão exigir mais recursos dos investidores-operadores. Uma solução que tem sido adotada, no mundo – e agora também no Brasil, é a concessão patrocinada, aqui chamada PPP, em que o governo entra com parte dos recursos para possibilitar os desembolsos necessários às obras ou à manutenção e operação, mitigando o custo para os 58 TODOS POR Um trÂnsito mais seguro usuários. Esta também não é uma equação simples, uma vez que ao longo dos 20, 30 ou mais anos da concessão é preciso ter certeza de que os contratos serão respeitados e os valores provenientes do poder público vão ser efetivos. A dúvida seguinte é quem são esses investidores e de onde provém seu capital, o que determina o nível de retorno desejado. Internacionalmente, e também no Brasil, boa parte dos recursos está sendo provida por empresas de capital aberto, cujos acionistas querem, de modo geral, ter retorno igual ou superior a outras alternativas, o que é natural para quem aplica em ações. Bons resultados geram satisfação dos acionistas e garantem a continuidade do empreendimento, mas por outro lado, levam a reclamações dos que são contra concessões, particularmente num país como o Brasil em que a maior parte das pessoas tende a considerar que as empresas não devem ter lucro. por trazerem resultados quase constantes todos os anos. Mas é preciso que haja também a segunda segurança: a de que os governos vão cumprir e manter os contratos ao longo do tempo. Com isso, a aplicação de recursos vai ser também atraente para os fundos de pensão, que se tornam cada vez mais os grandes investidores em todo o mundo. Entre nós ainda não existe essa plena segurança, como temos visto em várias concessões cujos contratos os governantes tentam alterar unilateralmente por motivos eleitorais. Essa é uma condição sine qua non para que tenhamos os crescentes investimentos privados em infraestrutura que o desenvolvimento do país exige. O problema da remuneração não se limita ao caso das empresas privadas, como mostra o que está acontecendo na China, que detém o maior programa do mundo de estradas pedagiadas. Lá as prefeituras estão construindo boa parte desse sistema de rodovias e vêm estabelecendo tarifas consideradas abusivas pelos usuários, o que tem gerado fortes reclamações. Qual a remuneração justa? Esse é um parâmetro difícil de determinar, pois depende da possibilidade de aplicação de recursos em outras alternativas. Se é possível obter melhor retorno e ter menor risco em outras atividades, nenhuma empresa ou acionista vai colocar seus recursos em infraestrutura. Como maximizar o retorno vai contra o interesse dos usuários, a maior atratividade do investimento em infraestrutura é a segurança de correr menor risco, que tem dois componentes: o primeiro é o de mercado, que oscila muito menos que em outros setores – por isso, as ações de infraestrutura, principalmente de energia eram, no passado, chamadas de ações de viúva, *Moacyr Servilha Duarte Presidente da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias - ABCR. TODOS POR Um trÂnsito mais seguro SEGURANÇA RODOVIARIA *Sergio Ray Santillán Cheguei ao Brasil no final de janeiro de 1998 com o objetivo de estruturar e colocar em operação uma nova concessionária de rodovias com sede em Ribeirão Preto/ SP, a qual foi batizada de Vianorte, correspondente ao lote 5 de concessão paulista. Tínhamos cinco semanas para estruturar a companhia e começar a operar uma das principais rodovias do país, como é a Via Anhanguera, já que o contrato seria assinado no dia 6 de março e a partir das 0hs do dia seguinte e os serviços de atendimento aos usuários deveriam ser prestados pela concessionária. Naquele momento as rodovias estavam com algumas praças de pedágio operadas pelo DER e DERSA, porém os serviços de atendimento aos usuários não eram objeto dessa gestão. Contudo o desafio era grande, já que o mercado de prestação de serviços de atendimento rodoviário era inexistente, seja por meio de empresas de guinchos, seja por meio de atendimento pré-hospitalar. Até esse momento a PMR - Polícia Militar Rodoviária devia, além das funções de policiamento, operar a rodovia e acionar os recursos por meio dos famosos ``guincheiros``. Hoje muitas empresas, ainda que familiares, se profissionalizaram, fortalecendo-se no setor e prestando um excelente serviço, tanto para concessionárias como para as seguradoras. O mesmo fato ocorria no atendimento pré-hospitalar, que era realizado pelo Corpo de Bombeiros acionado pela PMR. Quando assumimos aquelas rodovias, as condições eram precárias, com falta de investimentos em manutenção. Não se percebia o limite da faixa de domínio e, muitas vezes, os veículos desgovernados que saiam das pistas eram difíceis de serem localizados em decorrência do mato alto no canteiro central e lateral. Na região de Ribeirão Preto as poucas defensas metálicas eram cobertas por cana de açúcar e as deformações do pavimento, com alguns buracos, eram testemunhas da carga pesada que trafegava por ela, bem como da falta de intervenções programadas. Após os primeiros investimentos do chamado PII - Plano Intensivo Inicial, uma nova rodovia nascia. A faixa de domínio já era identificável, o mato tinha sido convertido em gramado, as intervenções no pavimento realizadas e efetivadas as trocas das defensas metálicas, que estavam 61 Ações simples e baratas podem ter uma eficácia significativa, muito além dos grandes investimentos muitas vezes aplicados. totalmente danificadas. Por fim, uma revitalização de toda a sinalização estava acontecendo e, com isso, era notável a sensação de segurança ao se trafegar pela rodovia. Contrariamente as nossas expectativas, o número de acidentes crescia e infelizmente tínhamos alguma responsabilidade ao respeito, pois só trabalhamos na infraestrutura. Começamos a entender que, em todo acidente, além da infraestutura rodoviária, existem outros fatores que congregam, como o fator humano, o veículo e o meio ambiente. Nesse último, em particular, a nossa ação era quase inexistente, mas tínhamos que compensá-lo com uma boa gestão operacional e tecnológica para minimizar o seu efeito. Iniciamos então o registro dos acidentes, porém, o mais importante, foi que começamos a entender esses dados, convertendo-os em riquíssimas informações. Houve a necessidade de chamar os especialistas de segurança como o prestigioso Dr. Adriano Murgel Branco, que nos ajudou na identificação da implantação das defensas metálicas, assim como na eliminação de obstáculos entre pistas e faixas de domínio (guias) - que tinham sido colocadas na fase de construção das rodovias e que não garantiam uma saída segura para os veículos fora da pista. Eram em obstáculos ou rampas que propiciavam capotamentos. Começávamos a falar de ``pontos críticos``. Foi fundamental o apoio do consultor de segurança viária, Jose Carlos Figueireido, que teve um grande conhecimento e dedicação. Trabalhamos na caracterização desses pontos críticos, criando para cada um deles um plano de ação composto por ações operacionais, coercitivas, educativas e de engenharia. A partir de aqui muitas concessionárias começaram a implantar seus programas de segurança no trânsito com foco na educação, nas condições de saúde dos motoristas e na revisão veicular (pit stop). No meu caso, participei na Vianorte de alguns programas de educação como: Projeto Vida (Premio IBTTA 2001); Bom de Nota Bom de Bola; e Pit Stop Vianorte. Nesse último, começamos o primeiro evento oferecendo somente o controle de pressão arterial e de glicemia para o motorista, enquanto fazíamos uma revisão das lanternas dos veículos, das condições dos pneus e dos amortecedores. No último que participei chegamos até ter um``Poupa Tempo`` para que os serviços, muitas vezes inalcançáveis pelos profissionais do transporte no seu dia a dia, tivessem condições de serem realizados. Também disponibilizamos o controle de acuidade visual, audiometria, fisioterapia, recomendações sobre a utilização de fármacos ministrados pela Faculdade de Farmácia, além ministrar exercícios físicos pelos alunos da Faculdade de Fisioterapia. Os programas de educação no trânsito para crianças foram bem 62 TODOS POR Um trÂnsito mais seguro reconhecidos pela sociedade. Apostávamos contribuir para a formação dos motoristas do futuro e logo percebíamos o efeito imediato - já que as crianças eram os fiscais dos seus próprios pais policiando-os nas eventuais infrações. Depois de ter trabalhado fortemente sobre os pontos críticos da rodovia visualizamos que, em muitos casos, os acidentes tinham natureza recorrente sobre alguns agentes de trânsito - os quais denominamos de ``agentes críticos`` - como era o caso dos veículos canavieiros, motos e andarilhos. Estudamos em particular esses agentes e criamos ações voltadas à orientação para reduzir os acidentes por eles provocados. A ARTESP, preocupada pela segurança nas estradas concessionadas, formalizou metas para redução dos acidentes e acompanhou periodicamente os dados instituindo o chamado``Prêmio Vida``, oferecido as concessionárias que atingiam as metas do período em avaliação. Para nós foi altamente gratificante quando ganhamos o prêmio, principalmente no quesito referente ao índice de mortalidade - que ficou abaixo da meta dos 20 anos (Im=2,5) já no sexto ano de concessão. Muitas dessas ações foram levadas para as outras concessionárias em que tive a honra de participar desde o primeiro dia de constituição. O que me resta, como uma rápida conclusão, é que ações simples e baratas podem ter uma eficácia significativa - muito além dos grandes investimentos. Para exemplificar, lembro que no início da nossa concessão na Rodovia Anhanguera existia um ponto crítico de atropelamentos de pedestres e a solução imediata foi a implantação de uma passarela. Porém, os atropelamentos continuavam a ocorrer. Estudamos a frequência, os horários e resolvemos deslocar um veículo de apoio operacional que estava alocado em um SAU, a menos de dois quilômetros de onde aconteciam os atropelamentos. Ele se posicionou em um local seguro e com o giroflex ligado. Para o usuário que se aproximava do local imediatamente houve a associação de que poderia ser a PMR. Ele então diminuía a velocidade e ficava atento. Eliminamos os atropelamentos naquele local. Outro caso que lembro foi o tratamento que demos aos atropelamentos de andarilhos, que nessa região eram significativos. Fizemos parcerias com instituições das cidades lindeiras a rodovia para que, quando nos deparássemos com alguns deles trafegando pelo acostamento, no caso de concordância, termos condições de oferecer assistência, abrigos onde pudessem tomar banho, dormir em local limpo e seguro, comer e seguir viagem no dia seguinte. Aqueles que se negavam a receber apoio entregávamos um colete X refectivo para aumentar a sua segurança. Tivemos uma forte redução de atropelamentos nesses casos. Pergunto-me: o que é que nós temos pela frente a fazer? Ainda há muito caminho para ser percorrido. Penso que a partir de agora a tecnologia, a legislação e a responsabilidade social devem percorrer juntas e de forma acelerada. A implantação de radares tem contribuído para reduzir acidentes em pontos específicos, porém tais equipamentos são facilmente identificados pelos GPS. E, o que acontece, é o abuso na velocidade fora da área coberta pelo radar, desrespeitando a legislação que sinaliza os limites de velocidade. Isso não aconteceria se fosse implantado o sistema de monitoramento de velocidade ao longo da via. O que significa não mais medir a velocidade pontual e sim a velocidade média de percurso. Tal tecnologia está pronta, disponível e já tem mostrado na Europa significativa eficiência com a redução de mortes nas estradas. As defensas metálicas que vemos nas nossas rodovias respondem a uma norma técnica da ABNT, a qual especifica o produto. Mas, quem nunca viu algum acidente em que a defensa metálica ou, pior ainda, o guarda corpos - que simulam proteção nas pontes -, totalmente amassados e o veiculo, normalmente comercial, capotado em ribanceiras, 63 rios, etc.? Ou seja, a defensa não cumpriu seu papel de absorver a energia do veículo e devolvê-lo sem maiores danos. Entretanto, se a defensa fosse desenhada para uma função específica e o fabricante tivesse que homologar o produto e responder com uma ação, caso ela não tivesse se comportado conforme homologação de funcionalidade, sem dúvidas teríamos produtos mais adequados a nossa realidade e que ofereceriam maior segurança nas rodovias com a consequente redução de mortes. Tal fato já acontece em países como a Itália, onde é significativo o número de defensas homologadas para cada uma das condições de tráfego nas rodovias. Outro aspecto importante de ressaltar é a necessidade imperiosa de implementação do controle veicular obrigatório que retirariam de circulação um grande número de veículos sem condições de trafegar e, consequentemente, um risco iminente de acidente. Além da legislação a ser desenvolvida, deveria ser criado um modelo operacional para sua correta implantação. Em trechos urbanos ou perimetrais considero necessário a implementação de iluminação noturna. Hoje a tecnologia a leds permite ter uma eficiência superior no que diz respeito à iluminação com um consumo menor. Esse sistema de iluminação poderá integrar-se ao sistema de monitoramento de trafego (ITS) o qual, e em função das condições de tráfego e atmosféricas, adequará sua intensidade, reduzindo o consumo. Por último, mais como elemento preponderante para uma sociedade mais justa, é a inserção dos princípios de responsabilidade social dentro das concessionárias, das entidades governamentais, das ONGs etc. Deveriam existir dentro do seu plano de negócio, de governo etc., programas formais e continuados sobre segurança no trânsito, a fim de que a educação e o respeito possam ser arraigados no mais profundo da nossa consciência. *Sergio Ray Santillán Engenheiro e Presidente da SPmar. 64 TODOS POR Um trÂnsito mais seguro 65 TODOS POR Um trÂnsito mais seguro Transitando pela educação para a vida *José Guedes Pereira A cada notícia envolvendo violência no trânsito, as Autoescolas/CFCs são questionadas por parte da sociedade, por autoridades e pela mídia em geral sobre o fato de os condutores não terem educação na condução de veículos. Invariavelmente, somos cobrados e nos é atribuída uma responsabilidade que não podemos ter. É imprescindível que se diga aqui que a função das Autoescolas/CFCS é de formar condutores e não de educá-los, como nos cobram. Convém lembrar que é impossível educar para o trânsito uma pessoa com apenas 45 aulas teórico-técnicas e 20 aulas de prática de direção veicular, considerando também que é cultura do cidadão brasileiro procurar uma Autoescola/CFCs para “tirar a carteira” e não para aprender a dirigir e, consequentemente, conquistar a CNH. Para mim é na pré-escola, no ensino fundamental e médio que as autoridades deveriam tratar desse tema de uma maneira mais responsável, além é claro da educação oriunda do berço familiar. A questão também está prevista no capítulo 6.º do Código Trânsito Brasileiro que trata da Educação para o Trânsito. Certamente com um cidadão bem educado e com uma formação de qualidade teremos um condutor-cidadão com comportamento adequado e, principalmente, respeitando os demais usuários do espaço a ser compartilhado no trânsito. Vale lembrar que até mesmo na questão de formação – no caso das aulas práticas de direção – a exigência mínima de 20 horas de aula mal forma um condutor, o que dirá educá-lo. Porém, temos consciência que embora nossa função precipua seja a formação de condutores não podemos nos eximir da responsabilidade de contribuir, participar, bem como desenvolver projetos e campanhas voltadas para a educação para o trânsito. O nosso Sindicato desenvolve ações concretas nessa linha, como por exemplo o Prêmio Sindautoescola, que foi criado com o objetivo de premiar os trabalhos voltados para este tema. Mais recentemente nossa entidade firmou parceria com a prefeitura paulistana para participar do “Programa de Proteção ao Pedestre”, além dos trabalhos que a categoria já vem desenvolvendo pontualmente nas diversas regiões do Estado. Seria importante se os que criticam as Autoescolas/ CFCs, também direcionassem parte de seus esforços para essa área, certamente poderíamos ter avanços significativos na questão da Educação para o Trânsito e numa melhor formação de condutores. *José Guedes Pereira Presidente Sindicato das Auto Moto Escolas e Centros de Formação de Condutores no Estado de São Paulo. 67 TODOS POR Um trÂnsito mais seguro Uma atividade de alto risco * Paulo de Tarso Martins Gomes. O Transporte de Produtos Perigosos é uma atividade de alto risco que requer equipamentos específicos, procedimentos bem estruturados e recursos humanos adequadamente selecionados e treinados. A atividade do transporte de produtos perigosos é exercida por uma grande gama de empresas especializadas que, via de regra, são selecionadas e contratadas pelos usuários dos produtos químicos e/ou petroquímicos classificados como sendo de alto risco. A atividade de transporte de produtos perigosos, em todos os seus modais, é bem regulamentada e encontra-se balizada por diversas normas técnicas de uso obrigatório, por estarem mencionadas explicativamente em diversos diplomas legais. Visando congregar as empresas de transporte de produtos perigosos, foi criada em 1998, a Associação Brasileira de Transporte e Logística de Produtos Perigosos – ABTLP. A ABTLP congrega atualmente mais de 50 (cinquenta) empresas que operam cerca de 16.000 (dezesseis mil) equipamentos. A ABTLP foi fundada com os seguintes objetivos principais: • Promoção do desenvolvimento do mercado de transporte e logística. • Desenvolvimento de estudos e do tratamento de problemas estruturais, po líticos, econômicos, sociais, tributários, legislativos e jurídicos do segmento de transporte e logística. • Promover o incentivo a pesquisa, desenvolvimento, aplicação de novas tecnologias e adequação que assegurem a contínua eficácia e eficiência dos serviços prestados pela área de transporte e logística. • Realização ou patrocínio de seminários, congressos, conferências e cursos relacionados ao segmento de transporte e logística. • Desenvolver ampla colaboração com os poderes públicos, assessorando-os nos estudos para normatização (Projetos de Leis, Decretos, Regulamentos, Portarias, Instruções, Resoluções etc.) relacionados ao mercado de Transporte e Logística de Produtos Perigosos. • Representação de seus Associados perante outras Associações e Órgãos Públicos e/ou Privados em assuntos de interesse comum. Atualmente, a ABTLP tem presença constante em diversos fóruns que desenvolvem estudos ligados ao setor. 69 A ABTLP pretende ser “O Melhor Representante do Segmento, Sendo Voz, Visão e Ouvidos dos Transportadores de Produtos Perigosos”. Para desenvolver suas atividades cumprindo a missão definida para a Associação foram assumidos os seguintes valores: ÉTICA, TRANSPARÊNCIA, APARTIDARIA, RESPEITO AO MEIO AMBIENTE, TRABALHO EM EQUIPE, INOVAÇÃO E PARCERIA. Visando cumprir sua missão, a ABTLP vêm promovendo continuamente encontros, seminários “workshops” etc. congregando seus Associados, associações afins, clientes, autoridades, entidades técnicas etc. Atualmente, a ABTLP tem presença constante em diversos fóruns que desenvolvem estudos e/ ou regulamentações ligadas ao setor da movimentação de produtos perigosos. Dentre os organismos nos quais a ABTLP se faz presente estão: • • • • • • • • Secretaria de Transporte – SP Agência Nacional de Transporte Terrestre - ANTT ABIQUIM/SASSMAQ ABICLOR INMETRO Prefeitura Municipal de São Paulo/COMDEC Comissão de Estudo de Prevenção e Análises de Acidentes no Transportes de Produtos Perigosos no Estado de São Paulo DENATRAN/CONTRAN Assim, a ABTLP, em conjunto com as empresas e entidades responsáveis pelo segmento de manuseio de produtos perigosos, vem contribuindo positivamente no aprimoramento da forma com que vem sendo desenvolvidas atividades que requerem “know how”, segurança e responsabilidade no trato de produtos de alto risco. * Paulo de Tarso Martins Gomes Presidente da Associação Brasileira de Transporte e Logística de Produtos Perigosos - ABTLP. 70 TODOS POR Um trÂnsito mais seguro 71 TODOS POR Um trÂnsito mais seguro AÇÕES DE SEGURANÇA RODOVIÁRIA * Cassio Belvisi As estatísticas não deixam dúvidas. Os cerca de 350 mil acidentes com vítimas por ano, resultando em mais de 33 mil mortos, 400 mil feridos e gerando 100 mil pessoas com algum tipo de deficiência, colocam o trânsito brasileiro entre os mais violentos do mundo. Paralelamente, apesar de se estimar que esse verdadeiro massacre cause um prejuízo social da ordem de R$ 36 bilhões por ano, os traumas psicológicos impostos às famílias, tanto de vítimas como de causadores são, na verdade, intangíveis. Fazendo parte desse universo, as empresas associadas ao SETPESP – Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado de São Paulo, operadoras dos serviços de transporte coletivo regular rodoviário, suburbano, metropolitanos e urbanos do interior do Estado de São Paulo, também sofrem as consequências desse trânsito caótico, basicamente, pela sua exposição ao risco. Um eventual acidente de trânsito, com ou sem culpa, gera uma série de impactos negativos para a empresa envolvida representados, principalmente, pelo abalo moral e psicológico dos seus funcionários e dirigentes, prejuízos à imagem, inclusive do próprio setor, perda de clientes, ações judiciais e elevação dos custos com prêmio de seguro e reparos, dentre outros. Por esse motivo, as empresas associadas ao SETPESP desenvolvem, tradicionalmente, um extenso conjunto de ações preventivas, de conscientização e de treinamentos de seus profissionais, inclusive da área de manutenção que, apesar de muitas vezes não ser escrito, é rigorosamente obedecido. Basicamente, consistem na verificação dos processos de trabalho para identificação e análise dos riscos envolvidos, visando a adoção de ações de prevenção no campo das suas responsabilidades diretas, ou seja, comportamento humano e condições dos veículos. No que se refere ao comportamento humano, as empresas adotam rigorosos critérios de seleção na contratação de profissionais, realizam exames médicos periódicos, promovem treinamentos constantes de direção preventiva e, 73 inclusive, de prevenção ao consumo de álcool e drogas. Quanto às condições dos veículos, as empresas utilizam programas de manutenção preventiva e corretiva, de gestão de pneus e de controle de emissões, além de ações de inspeção periódica da frota pelas próprias empresas e pelos órgãos gestores. No que se refere ao comportamento humano, as empresas adotam rigorosos critérios de seleção na contratação de profissionais. Os resultados dessas ações refletem, sem dúvida, o baixo índice de acidentes envolvendo empresas operadoras de transporte coletivo regular, considerando a sua grande exposição diária ao risco, pois na área sob jurisdição da ARTESP somente 0,9% dos acidentes envolvem ônibus do sistema regular, em comparação com os 2,7% registrados para todos os tipos de ônibus no Estado de São Paulo e com os 3,1% contabilizados, na mesma base, em todo o País. * Cassio Belvisi Superintendente do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado de São Paulo - SETPESP. 74 TODOS POR Um trÂnsito mais seguro 75 A VISÃO DOS ESPECIALISTAS A realidade do trânsito no Estado de SP * Cel. Jean Charles Oliveira Diniz Serbeto No intuito de atender as demandas crescentes nas vias estaduais, a estrutura do policiamento rodoviário sujeitou-se a um contínuo aprimoramento. 1. INTRODUÇÃO Buscando o que existe na história, verifica-se que o homem, para se deslocar, utilizou-se de seus membros, porém, usando de sua capacidade e inteligência, por meio de invenções, conseguiu criar máquinas sofisticadas, que influíram não só no seu progresso material, mas também na mudança de seu comportamento. Possivelmente, quando foram dados os primeiros passos rumo à criação do automóvel, o homem não imaginou que, no futuro, este objeto seria transformado em um instrumento de transporte, trabalho, lazer e o que é pior, um grande causador de vítimas fatais, quando utilizado por pessoas descomprometidas com a segurança. O Brasil ainda vive um caos, devido ao elevado número de vítimas e o prejuízo social resultante dos acidentes. Ressaltamos que a evolução da consciência do condutor não caminhou na mesma velocidade que o crescimento da frota de veículos. Embora todos tenham conhecimento da necessidade de abdicar de interesses individuais em prol do interesse coletivo, são raras as atitudes neste sentido. Ao contrário, os veículos são utilizados para satisfazerem os desejos de liberdade, e ainda, a luta pelo espaço do outro e o desrespeito pelo direito do próximo é enorme, onde impera a conhecida “Lei de Gerson”. Corroborando este raciocínio, a socióloga Alessandra Olivato, em defesa de dissertação de mestrado na Universidade de São Paulo - USP, após entrevistar usuários do trânsito, de diversas categorias, chegou a três conclusões principais: a. Não há noção clara de espaço público no trânsito, onde as pessoas tratam o que é público da mesma forma como o privado; b. Há uma expressão forte do individualismo, possivelmente advindo da luta individual pela sobrevivência. Isto contribui para dificultar a compreensão do que é do outro e; c. Não há ideia de direção defensiva, o que justifica a ausência de responsabilidade pelo coletivo. Tais comportamentos conduzem a condutas inadequadas e, consequentemente, acidentes de trânsito que, por sua vez, geram danos 78 TODOS POR Um trÂnsito mais seguro materiais e vítimas de todo gênero, colocando o país no topo do pódio, quando o assunto é acidentes e vítimas de trânsito. Por meio do Policiamento Rodoviário, a Polícia Militar do Estado de São Paulo é responsável pelo registro dos acidentes de trânsito em milhares de quilômetros lineares de rodovias, interligando os seiscentos e quarenta e cinco municípios do Estado de São Paulo. 2. HISTÓRICO DO POLICIAMENTO RODOVIÁRIO Em 10 de janeiro de 1948, foi criado o Grupo Especial de Polícia Rodoviária, com um efetivo de 60 homens, alguns ex-combatentes da Força Expedicionária Brasileira, comandados pelo 1.º Tenente José de Pina Figueiredo, da então Força Pública, destacados para atuar, à época, na recém inaugurada SP 150 – Rodovia Anchieta. A partir de 16 de novembro de 1962 o policiamento rodoviário passou a constituir uma fração da Milícia Paulista. Desde então, com intuito de atender as demandas crescentes nas vias estaduais, seja na área de trânsito e transportes, ou no campo da prevenção criminal, a estrutura do policiamento rodoviário sujeitou-se a um contínuo crescimento. Na busca constante do aperfeiçoamento e da adequação às necessidades impostas pela complexidade da malha rodoviária paulista, em Setembro de 1987 foi criado o TOR - Tático Ostensivo Rodoviário, cuja missão é atuar como Força Tática nas rodovias, empregando equipamentos, armamentos, técnicas e táticas específicas para as atividades de polícia ostensiva e de preservação da ordem pública. No ano do seu cinquentenário, o Policiamento Rodoviário abriu as portas para a mulher brasileira, inicialmente com 40 Policiais Femininos que atuavam exclusivamente no sistema Anchieta/Imigrantes. Meses depois, a atuação da mulher nas rodovias foi ampliada para as demais Unidades do Estado. Atualmente o Comando de Policiamento Rodoviário, como segmento especializado da Polícia Militar do Estado de São Paulo, é responsável pelo policiamento ostensivo de trânsito e pela preservação da ordem pública em toda a malha rodoviária paulista, perfazendo aproximadamente 22.000 KM de rodovias, onde homens e mulheres, diuturnamete, lutam pela segurança dos usuários das rodovias com o mesmo afinco dos pioneiros da década de 40, materializando o compromisso organizacional com a defesa da vida, da integridade física e da dignidade da pessoa humana, com o objetivo de prevenir e reprimir atos que atentem contra a segurança pública, bem como garantir obediência às normas relativas a segurança do trânsito, assegurando a livre circulação e evitando acidentes. O Policial Militar Rodoviário está presente diuturnamete nas rodovias e é a quem poderemos recorrer quando necessitarmos de auxílio, informações e tudo aquilo que se relacione com o trânsito e a segurança nas rodovias estaduais. Checando as condições dos veículos, a documentação, as condições físicas e emocionais dos condutores, o Policial Militar Rodoviário cuida para que os usuários da via tenham uma viagem tranquila e segura. Para capacitar o policial nesta atividade especializada o Policiamento Rodoviário, desde a sua criação, primou pela formação, especialização e aperfeiçoamento dos seus integrantes. Essa preocupação é motivada pela necessidade imperiosa e incontrolável do constante avanço tecnológico da engenharia rodoviária, veicular, das ferramentas de controle, além da dinâmica da legislação de trânsito. Desta forma, o Policiamento Rodoviário sempre contou com uma estrutura dedicada exclusivamente ao ensino, treinamento e pesquisa com o escopo de preparar o profissional para agir não só com rigor e domínio técnico-legal, mas, principalmente, com cortesia, premissa maior que deve nortear todo policial rodoviário. 3. O GABINETE DE TREINAMENTO DO CPRv Ao longo da sua existência, mesmo com denominações diferentes, o Gabinete de Treinamento do Comando de Policiamento Rodoviário não mudou nunca a sua filosofia de possibilitar ao policial rodoviário a instrução necessária para que este desenvolva as suas atividades de policiamento ostensivo 79 de preservação da ordem pública, ostensivo de trânsito e a fiscalização de trânsito e transporte, observando os princípios de legalidade, moralidade, impessoalidade, publicidade e eficiência que devem reger os atos praticados pela Administração Pública. O Gabinete de Treinamento ao longo dos anos propiciou centenas de Cursos e Estágios a policiais transferidos para esta atividade policial militar, a dezenas de Oficiais e Praças de outras polícias militares do Brasil e de outros países, tais como Colômbia e Uruguai; visto que a capacitação aqui desenvolvida foi, por décadas, o única específica para as atividades de policiamento rodoviário e, dada à complexidade da malha rodoviária paulista - a maior do Brasil e até mesmo de alguns países da América do Sul. Uma verdade indiscutível é a de que a segurança no trânsito, por suas características, deve merecer um tratamento especial, com a especialização dos profissionais envolvidos. Quando se trata de trânsito rodoviário os cuidados devem ser redobrados, até porque, a malha rodoviária é considerada mundialmente como um sistema autônomo por possuir características próprias e que deve ser tratada de modo diferenciado. Assim também é o trânsito rodoviário que, por ser um componente que integra esse sistema, apresenta comportamentos e produz efeitos particulares no fenômeno trânsito, muitas vezes totalmente distintos dos gerados nas vias urbanas. Apesar de responder pela maior parcela do transporte de cargas e pessoas em grande parte dos países, o modal rodoviário detém os piores índices de segurança em todo o mundo. Essa realidade não é diferente quando voltamos nossos olhos para a questão dos acidentes de trânsito, cujos efeitos nos aspectos sociais e econômicos são incomparáveis, motivo este, mais que suficiente, para que o trânsito rodoviário tenha um tratamento adequado às suas especificidades. O crescimento do tráfego exige um sistema rodoviário moderno e em contínua evolução, bem como um policiamento mais adequado a esta realidade. Desta forma é de extrema importância a presença física do policiamento rodoviário viatura e policial militar -, aumentando a sensação de segurança dos usuários, bem como o emprego de ferramentas tecnológicas visando melhorar o gerenciamento, supervisão e fiscalização, fatores importantes para que a ordem seja mantida. 4. AVANÇOS TECNOLÓGICOS É pacífico o entendimento de que o recurso humano é imprescindível para uma efetiva fiscalização ao longo das vias, porém, ainda que bem capacitado, não pode prescindir de equipamentos de proteção individual, bem como dos equipamentos 80 TODOS POR Um trÂnsito mais seguro tecnológicos hoje à disposição no mercado mundial. Desta forma, movidos pela moderna gestão e pelo pensamento sistêmico, podemos afirmar que consta de nossa estratégia organizacional, a condição de antever o futuro e de se preparar para todas as possibilidades de ascensão e de crescimento institucional, apresentadas como previsíveis no limiar das mudanças futuras. Com as mudanças tecnológicas, políticas, econômicas e sociais ocorridas nas últimas décadas, novas formas de se operar e novas tecnologias, foram criadas, para atender as necessidades das organizações e em especial aos usuários, estabelecendose um padrão de qualidade as suas atividades. O Policiamento Rodoviário do Estado de São Paulo tem empenhado esforços no sentido de equipar sua força de trabalho com os equipamentos necessários ao bom desempenho de suas atividades, dando-lhes a proteção adequada e compatível com o trabalho que deve executar, bem como, colocando à disposição tudo o que é possível para facilitar a fiscalização nas rodovias estaduais. Neste diapasão foram implantados os populares “radares inteligentes”, cuja tecnologia permite consulta, em fração de segundos, de toda irregularidade conhecida nos bancos de dados à disposição do estado, permitindo controle de velocidade, bem como de veículos e cargas. Avançando um pouco mais, o policiamento rodoviário, em breve, instalará em suas viaturas, equipamentos que permitem uma supervisão geral da sua movimentação e operação, possibilitando o registro das atividades desenvolvidas eletronicamente, garantindo a execução do planejamento de emprego do policiamento, e de forma mais clara, que as metas pretendidas sejam atingidas. Paralelamente, o policiamento rodoviário está preocupado em contribuir e proporcionar condições para que haja uma mudança de comportamento dos usuários de nossas vias, pelo que, se faz necessário ampliar fiscalizações voltadas às condutas irregulares de circulação – excesso de velocidade, ultrapassagens indevidas, uso do celular ao volante, ingestão do álcool antes de dirigir, uso de corredores pelos motociclistas, uso de faixa imprópria, não uso do cinto de segurança pelos passageiros do banco traseiro, bem como, abusos e excessos de todo gênero. 5. CONCLUSÃO Por todo o exposto é que a atividade de policiamento preventivo nas rodovias do estado de São Paulo necessita de um tratamento que seja adequado às suas especificidades, com unificação de doutrina e padronização de procedimentos, a fim de obtermos níveis de segurança cada vez mais aceitáveis na malha rodoviária paulista. Quando uma organização de serviços decide agregar um maior padrão de qualidade as suas atividades, ela também precisa assegurar que essas demandas e padrões, uma vez estabelecidos, sejam devidamente atendidos, assegurandose da prevenção de erros, da garantia da qualidade e do ajustamento cultural da organização. Desta forma, um policiamento rodoviário que acompanha os avanços tecnológicos e que busca a qualidade dos serviços a todo instante, capacitando e aperfeiçoando seu efetivo policial, e que tem como compromisso a defesa da vida, da integridade física e da dignidade da pessoa humana, é de suma importância para a segurança do cidadão, dos transportes de pessoas e bens pelas rodovias paulistas. Profissional especializado, como o próprio nome diz, exige especialização própria para se alcançar resultados eficientes e eficazes. * Cel. Jean Charles Oliveira Diniz Serbeto, Comandante Geral do Policiamento Rodoviário do Estado de São Paulo. Acidentes nos Transportes * Adriano Murgel Branco 1. DIMENSÕES DO PROBLEMA Compulsando o “Balanço Anual” da Secretaria de Estado dos Transportes, referente ao ano 2009, verificamos que, no período 2000 a 2009, a frota de veículos no Estado de São Paulo cresceu 80,3%, enquanto o total de acidentes caiu 31,9% e o de vítimas fatais regrediu 47,6%. Também verificamos que, de 2008 para 2009, o índice de acidentes regrediu 6,2%, o de vítimas declinou 7,9%, sendo que o índice de mortos reduziu-se em 4,9%. Ainda se constata que, de 2000 para 2009, o número de acidentes a cada 100.000 veículos desceu de 604,9 para 411,7, enquanto o número de “vítimas fatais” a cada 100.000 veículos reduziu-se de 22,7 para 11,9, no mesmo período. Sem dúvida alguma as medidas de segurança no Estado de São Paulo, principalmente nas rodovias de grande tráfego, surtiram efeito nada desprezível. Mas fica a pergunta: estamos bem, no tocante à segurança nos transportes, comparativamente com outros países? Infelizmente , a resposta é não, pelo que se depreende do fato de termos, por exemplo, um índice de vítimas fatais da ordem de 3,62, em 2009, enquanto nos países onde se melhor pratica a segurança estão entre 1 e 2. Por outro lado, olhando as estatísticas de acidentes na cidade de São Paulo (CET), verificou-se que, de 2005 para 2009, o número de acidentes declinou de 1.435 para 1.347 (-3,8%) e, melhor ainda, o “índice de mortes por 10.000 veículos” descreu de 2,8, em 2005, para 2,1, em 2009 (-25%). Contudo, técnicos e a própria sociedade reconhecem que esses números são insatisfatórios, razão porque as recentes campanhas pela redução de acidentes tem alcançado resultados bastante bons. Entretanto, as estatísticas deixam de lado alguns dados relevantes, como o número de mortes pós-acidentes (nos hospitais e em casa), bem assim o número de pessoas incapacitadas, em razão dos acidentes. Na busca de explicações para o quadro apresentado, nos deparamos com muitas delas: 1.1. Deficiências das vias (projeto e conservação) e da sinalização. 1.2. Problemas comportamentais: 82 TODOS POR Um trÂnsito mais seguro • Escassa educação no trânsito. • Desobediência às normas e à sinalização do trânsito. • Falta de fiscalização e de punições dos infratores. O esforço feito pelo Governo do Estado no tocante à redução dos acidentes rodoviários foi muito grande nos últimos anos, principalmente a partir do concurso da iniciativa privada na construção, sinalização e operação das rodovias. Alguns indicadores de qualidade e de resultados chegam a ultrapassar índices de países mais avançados como, por exemplo, o tempo médio de atendimento aos acidentados, que se situa em torno de 7 minutos, sendo considerado satisfatórios 10 a 12 minutos. Não obstante, o índice de mortes se mantém elevado, revelando mesmo a existência dos problemas comportamentais já identificados. Mas observa-se que os motoristas em geral vivem num estado de ansiedade permanente em razão dos frequentes e longos congestionamentos que enfrentam quotidianamente, o que contribui para a insegurança e o comportamento inadequado. Revela-se aí uma sobrecarga emocional, que afeta o comportamento, cujas causas examinaremos a seguir. 2. CAUSAS INDIRETAS DOS ACIDENTES Ao longo de tantos anos em que me dedico aos assuntos do transporte e do trânsito, não tenho dúvida hoje de que a causa principal dos problemas de segurança é o uso excessivo dos modos de transportes de baixa eficiência e que dependem fundamentalmente da permanente habilidade e atenção do condutor dos veículos. Isso ocorre nas rodovias e nas cidades, em razão do excesso de caminhões e de automóveis. O quadro representativo da distribuição modal dos transportes de carga no Brasil, no Estado de São Paulo e nos Estados Unidos fala por si mesmo. uma rede de 40.000km de ferrovias (o Brasil tem 29.000, com apenas 10.000 em funcionamento efetivo), o que fez com que o transporte rodoviário de cargas respondesse por apenas 25% do total, enquanto o modo ferroviário responde por 38%. No estado de São Paulo, maior centro produtor e consumidor do Brasil, esses números são, respectivamente, 76% e 10%. Nos deslocamentos urbanos os fenômenos se assemelham, dada a enorme utilização dos automóveis em detrimento do transporte público, ocupando espaços viários absolutamente desproporcionais, consumindo energia em proporções espantosas, poluindo dramaticamente o ambiente e concorrendo decisivamente para o congestionamento e a insegurança urbanos. Uma simples olhada para o quadro de distribuição modal referente à Região Metropolitana de São Paulo nos induz às conclusões enunciadas. Embora tenham sido os maiores produtores de veículos automotores do mundo por décadas a fio e possuam a maior rede de rodovias pavimentadas de longa data, os norteamericanos tiveram o juízo de manter em eficiente operação 83 Fica claro no quadro anterior que há um excesso gigantesco de viagens por automóveis (45% do total motorizado) e de deslocamentos a pé (33 % do total de deslocamentos), sendo inevitável um grande número de conflitos, até porque a habilidade de dirigir não é a mesma em cada cidadão. No transporte de cargas, vários fatores tem concorrido para o elevado uso de caminhões, a começar pela ilusão de que o custo do transporte rodoviário é mais baixo do que os dos demais modos, de que o caminhão transporta de porta-a-porta e o faz em menor tempo. Esta ilusão vem do fato de que nesses cálculos se omitem as externalidades negativas do transporte rodoviário (poluição, consumo exagerado de energia, acidentes, custos de implantação por conta do poder público, etc.) assim como se esquecem as externalidades positivas dos demais modos, que aliviam a sociedade dos encargos antes mencionados. Mas uma das externalidades negativas mais graves diz respeito ao emprego de motoristas pouco habilitados e muitas vezes portadores de problemas cardíacos, diabetes etc. (pesquisa feita em São Paulo mostrou que 40% dos pesquisados estavam nessas condições), aos quais se atribuiu a tarefa de dirigir horas a fio, sem descanso, para que a carga chegue rapidamente ao seu destino. Por outro lado, o sistema de transporte rodoviário conta com expressivo número de transportadores autônomos, que vivem da mão para a boca, para usar uma expressão popular, sem condições de assegurar a manutenção dos seus veículos e, muito menos, de tê-los novos ou com baixa quilometragem. Por fim, a ilusão do transporte de porta-a-porta, que já se tornou impossível, principalmente por depender da circulação em grandes cidades congestionadas. O futuro está na conjugação das virtudes dos vários modos de transporte, através da intermodalidade assegurada por centros de distribuição e terminais intermodais estrategicamente concebidos. Para se ter uma ideia do que pode significar uma distribuição modal mais econômica e eficaz, façamos a hipótese de os deslocamentos urbanos por automóveis, que hoje representam 45% das viagens motorizadas, se reduzam a 30%, transferida a diferença para corredores de ônibus eletrificados ou modos de maior capacidade (metrô e trem metropolitano). Cálculos ligeiros mostram que o espaço viário desocupado é da ordem de 15 milhões de m2, enquanto a construção de corredores de média capacidade, em superfície, só exigirá 3 milhões de m2, para transportar os egressos do automóvel. Está aí a mágica do descongestionamento, que beneficiará a circulação dos ônibus e a dos próprios automóveis, reduzindo ainda mais a poluição e, certamente, os acidentes. Beneficiará também as pessoas 84 TODOS POR Um trÂnsito mais seguro em trânsito, no que concerne ao estresse urbano, hoje de grande dimensão. Mais uma rápida comparação: a transferência desses passageiros de automóveis para corredores especiais de ônibus elétricos propiciará uma economia diária de 44 milhões de kWh de energia, equivalente ao consumo de 3.000.000 de habitações, com demanda unitária de 300 kWh/mês. Semelhantes resultados, enfim, podem ser colhidos em outras re-distribuições modais, como, por exemplo, a transferência de cargas rodoviárias em todo o Brasil para o modo hidroviário. Recentemente, o Ministério dos Transportes elaborou estudo mostrando que, para elevar a participação do modo hidroviário na matriz nacional dos transportes, de 14% para 30%, seria necessário investir cerca de 16 bilhões de reais. Embora pareça muito elevado o investimento, ele retorna em 25 meses, graças à redução dos custos diretos e indiretos do transporte. Mas não se economiza só dinheiro com tais correções de rumo: no Estado de São Paulo, enquanto se registram acidentes vitimando um número aproximado de 40.000 pessoas por ano, (com os caminhões representando 5% da frota geral no Estado, mas envolvendo-se em 23% dos acidentes), o sistema hidroviário só tem registro de uma vítima de acidente, no período de 1995/2009. 3. CONCLUSÃO Todo o esforço que se fizer em prol da redução de acidentes de trânsito é bem vindo. Mas não tenhamos ilusões: sem uma profunda revisão das matrizes de transportes, progredir-se-á muito pouco. * Adriano Murgel Branco. Ex-Professor na escola de Engenharia da Universidade Mackenzie e na Escola de Engenharia Mauá. Ex-Secretário de Estado dos Transportes e da Habitação. Personalidade nos Transportes de 2006 – Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo. Eminente Engenheiro do Ano de 2008 – Instituto de Engenharia de São Paulo. Uma união a favor da segurança no trânsito * Prof. Dorinho Bastos A Medicina de Tráfego ainda é pouco conhecida como uma especialidade médica. Isso é assumido pela Associação Brasileira de Medicina de Tráfego / ABRAMET. Porém, quando temos um contato maior com essa área e conhecemos as atribuições e possibilidades profissionais do médico especialista, é muito fácil perceber sua importância. Principalmente quando se vive num país onde o deslocamento de pessoas, o trânsito, gera números de guerra em relação a acidentes com vitimas fatais. Meu contato com a ABRAMET é antigo. Meu estúdio é responsável pelo projeto gráfico da Revista ABRAMET. O contato com artigos e matérias, escritos por especialistas e profissionais multidisciplinares, que discursam sobre o assunto, nos fez colocar o problema permanentemente em nossa mente. Basta se interar dos princípios básicos dessa especialidade, para chegarmos a conclusão que a “prevenção” é uma de suas metas fundamentais. Ao longo de sua existência, foram inúmeras as ações e lutas da ABRAMET nas propostas junto aos governos que se sucederam, para a implementação e apoio às leis que buscam a prevenção de acidentes e segurança no trânsito de nossas cidades. E “prevenção” está diretamente ligada a “comunicação”. É incentivando uma mudança de comportamento através da comunicação, que se “constrói” a prevenção. E esse discurso é sintetizado na missão da ABRAMET: Expandir, divulgar e incentivar, em todos os níveis, o conhecimento sobre questões relacionadas a medicina e segurança de tráfego, desenvolvendo campanhas educativas, isoladamente ou em conjunto com o poder público e com outras entidades e associações. E fruto desse raciocínio, nosso contato com a especialidade Medicina de Tráfego, através da ABRAMET, acabou se estendendo até nossa disciplina Arte Publicitária, no Curso de Propaganda da Escola de Comunicações e Artes, da Universidade de São Paulo. A ECA/USP. Estabelecido por mim na disciplina há muitos anos, o trabalho prático com o 86 TODOS POR Um trÂnsito mais seguro “cliente real”, tem grande importância na formação de nossos alunos. com frequência em campanhas públicas. E buscando sempre temas institucionais e de interesse público, vimos as necessidades de comunicação da ABRAMET como excelente oportunidade para o exercício criativo dos alunos, um ótimo tema de trabalho e a própria ABRAMET como o “cliente ideal”. Já realizado por dois anos, em 2009 e 2010, o resultado desse trabalho é sempre surpreendente. Com várias propostas, com diferentes conceitos e abordagens, torna-se difícil a escolha do melhor trabalho. Mas a escolha tem que acontecer, mesmo que deixemos outras tantas boas ideias para trás. E isso é feito sempre na esperança que no próximo ano surjam idéias ainda melhores. Assim, com o objetivo de tornar o trabalho o mais próximo possível de uma situação real, em 2009 os amigos Dr.Flavio Adura e Dr.José Montal , diretores da ABRAMET, “brifaram” nossos alunos, apresentando argumentos, pesquisas e números, que geraram um “alto grau de sensibilização” nas turmas da manhã e da noite, do 3.º ano do nosso Curso de Propaganda. Divididos em grupos/agências, os alunos desenvolveram propostas de campanhas de comunicação com estratégias e ações diversas, com foco principal no público jovem. Esses trabalhos estão dentro do conceito da comunicação de risco, que é como, tecnicamente, deve ser chamada esse tipo de comunicação. Uma forma de comunicação que acontece Aqui apresentamos anúncios para revistas, que são parte dos dois trabalhos que foram aprovados em 2009 e 2010, já que as campanhas completas contemplam outras peças de mídia impressa, além de mídia eletrônica, como “filme” para TV e ações utilizando as redes sociais da WEB. Com um pequeno atraso, as peças deste ano deverão ser veiculadas nos próximos meses. Vamos acompanhar as veiculações e torcer para que surjam manifestações positivas sobre a campanha escolhida. E mais ainda, torcer para que nosso trabalho como um todo colabore um pouco com a redução de acidentes nas nossas cidades. * Prof. Dorinho Bastos Escola de Comunicação e Arte - ECA/ USP. 87 O desafio das estatísticas para uma efetiva governança da segurança viária na década de ações da ONU * Jakow Grajew e José Antonio Oka O Código de Trânsito de Brasileiro, vigente desde 1998, trouxe importantes avanços, tanto em termos de atribuições, com responsabilidades definidas os três níveis federativos, assim como em regras, introduzindo mecanismos de controle de infrações para os habilitados (pelo sistema de pontuação), isso para ficar apenas com dois. Essas e outras novidades trouxeram um forte efeito, como pode ser visto no gráfico abaixo, com queda de 19% entre os anos de 1997 e 2000, intervalo em que essa tendência perdurou. Para ilustrar o impacto dessa mudança, considerando em relação às fatalidades de 1997, foram mais 17 mil vidas poupadas em nossas estradas e ruas nesse período de três anos, além das dezenas de milhares de feridos. A partir do ano de 2000, a situação se inverteu novamente, iniciando uma fase de aumento de vítimas que se manteve até 2008. Nesses anos, o CTB e suas novidades não foram suficientes para fazer frente aos novos desafios, como o crescimento econômico com o forte aumento da taxa de motorização do país (a frota foi multiplicada por dois). Em geral, o desenvolvimento de um país proporciona um declínio das fatalidades causadas por doenças e outros fatores, mas esse não é o caso daquelas provocadas por acidentes de trânsito. Mesmo sabendo que sem o CTB a situação teria certamente sido pior, a insuficiência da governança dessa questão no país provocou um altíssimo impacto nesses oito anos. Considerando agora em relação ao ano de 2000, e somando até 2008, foram quase 48 mil pessoas mortas acima do patamar atingido no início desse período, sem falar das centenas de milhares de 88 TODOS POR Um trÂnsito mais seguro incapacitados por ferimentos. O ano de 2008 trouxe um novo alento, a chamada Lei Seca, que ao introduzir mudanças no controle de condutores sob o efeito de álcool, fez a tendência voltar a ser a favor da vida. Porém, assim como somente as mudanças do CTB não foram suficientes para conter as vítimas no trânsito, essa nova regra muito provavelmente também não será. O esforço para aperfeiçoar as regulamentações deve ser contínuo, mas não é obviamente suficiente. O imperativo atual, para não repetir erros do passado, é a necessidade urgente de um choque de decisão e gestão coordenadas. Só assim teremos uma efetiva governança da segurança viária, que leve em conta a diversidade de fatores que contribuem para as ocorrências, mobilizando os recursos necessários para a elaboração e implantação de políticas, programas e medidas de diferentes naturezas (educacionais, fiscalização e técnica, entre outras), todas orientadas para uma nova realidade nas vias, mais segura para todos os usuários (em especial os mais vulneráveis) e que permitam reduzir a quantidade de vítimas de forma consistente e duradora. Tal governança tem uma necessidade básica para sua fundamentação: estatísticas e informações relativas aos acidentes e vítimas que suportem políticas e ações de resultado. Para que tenham utilidade efetiva, essas estatísticas devem ser padronizadas, suficientes, precisas, atualizadas e acessíveis na forma de séries históricas, além de complementadas por análises agregadas e individuais. Infelizmente estamos deficientes neste requisito. Alguns exemplos das deficiências nas estatísticas brasileiras podem ser vistos no quadro acima. Até 2006, havia grande diferença entre os números divulgados pelo DENATRAN e o do Ministério da Saúde. De 2005 a 2009, o sistema do Ministério da Saúde registrou 185.635 mortes, enquanto o sistema DPVAT indenizou no mesmo período 295.806 vítimas fatais. Uma diferença de 110.171. Pode-se justificar esta grande diferença pela massiva divulgação neste período das indenizações do DPVAT, desconhecidas por boa parte da população. Mas a diferença ainda assim é muito significativa para ser ignorada. É preciso trabalhar nestas bases já existentes. Necessitamos de estatísticas e informações dos índices de vítimas por frota e por habitantes (e idealmente, por distâncias viajadas) e essas por localidade, por período, por condições ambientais, por perfil e comportamento dos envolvidos, por veículos envolvidos, por tipos e características das vias, entre outras. Assim é possível identificar, por exemplo, locais críticos (quantidade de vítimas) e fatores contribuintes para ocorrências devido às características das via, do ambiente, dos veículos e do comportamento dos envolvidos (como envolvimento de álcool, excesso de velocidade e falta do uso de recursos de proteção). O desafio para gerar essas estatísticas e informações exige, entre outras ações, aperfeiçoar a coleta de dados de acidentes (captando os elementos necessários de forma mais padronizada e controlando a subnotificação), os sistemas informatizados (além de processar os dados, realizando análises agregadas e de forma integrada com outros sistemas - veículos, condutores, etc.) e as entidades que atuam nesse processo (com poder de decisão, recursos e estrutura adequados). Assim seremos capazes de gerar as estatísticas e informações necessárias, podendo fazer uso delas no momento adequado para elaborar, implantar, avaliar e aperfeiçoar, de forma contínua, as políticas, programas e ações que visem à prevenção ou à mitigação da gravidade dos acidentes. Esse é um dos passos efetivos para a verdadeira década de segurança viária. Muitas vidas e o sofrimento de muitas famílias poderão ser evitados. Mão à obra! * Jakow Grajew Engenheiro de produção, professor da FGV de São Paulo e consultor em tecnologia da informação. * José Antonio Oka, Engenheiro mecânico, consultor especialista em Trânsito, Mobilidade e Segurança Viária. Comissão de estudos e prevenção de acidentes no transporte terrestre de produtos perigosos * Eng.º Antonio Galvão Álvares de Abreu Há uma extensa lista de leis, decretos, portarias, deliberações, normas e instruções que regulamentam o transporte de produtos perigosos, mas Decreto Lei n.º 96.044, de 18 de maio de 1988, que aprovou o Regulamento para o Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos, abrange praticamente todos itens importantes, como condições de transporte, procedimentos em caso de emergência, acidentes ou avarias, deveres, obrigações e responsabilidades de fabricantes, importadores, expedidores, distribuidores, transportadores e órgãos fiscalizadores. As estatísticas mostram que acidentes com produtos perigosos acontecem em menor número em relação aos demais embora, via de regra causarem consequências mais significativas e mais trágicas, causando vítimas fatais, feridos com muita gravidade, intoxicações, contaminações, explosões, danos a usuários e ao patrimônio público e privado, e principalmente, ao meio ambiente. O atendimento de acidentes com produtos perigosos causam necessariamente a interdições mais demoradas das rodovias, pois as providências saneadoras nas vias e no entorno são na maioria das vezes complicadas podendo levar até um mês para serem concluídas. O respeito às regras e condições segurança, nos vários estágios de atividades, são pontos fundamentais a serem seguidos e fiscalizados. Irregularidades no treinamento e na documentação de motoristas, carga transportada em condições inadequadas ou em desacordo com as características do veículo utilizado, veículos sem condições de segurança por falta de manutenção e desobediência ou desconhecimento da legislação são apenas alguns causadores de acidentes. No início de 1998, a Secretaria dos Transportes assumiu a Coordenação de um Grupo que passou a reunir-se para tratar de acidentes que vinham ocorrendo com 90 TODOS POR Um trÂnsito mais seguro frequência no sistema Anchieta - Imigrantes na circulação de caminhões com produtos perigosos entre o Porto de Santos e o planalto paulista. Os resultados obtidos nessas discussões, que incluíram a realização de algumas blitzes, evidenciaram a necessidade da participação efetiva do Governo do Estado em questões fundamentais para a garantia de maior segurança neste segmento de transporte. Rapidamente o Grupo identificou, selecionou e debateu inúmeros casos de acidentes e fez um diagnóstico inicial dos problemas existentes e das medidas necessárias a tomar: • Levantamentos de trechos mais perigosos das rodovias envolvidas. • O engajamento de empresas envolvidas em ações que influenciavam de algum modo a segurança do transporte de produtos perigosos, como fabricantes, transportadores, embarcadores, fornecedores, motoristas, distribuidores etc.. Estado e Órgãos Públicos e Entidades e Associações privadas representativas da indústria, do transporte e da distribuição de produtos área química, de modo a permitir um diálogo e entrosamento produtivo entre os integrantes. Em reuniões mensais e grupos trabalho específicos, a Comissão vem atuando com as seguintes atribuições: • Discussão de problemas gerados pelo transporte rodoviário e ferroviário de produtos perigosos; • Encaminhamento de sugestões aos órgãos competentes sobre as medidas preventivas e corretivas a serem adotadas para o aprimoramento da segurança no transporte rodoviário e ferroviário de produtos perigosos; • Análise das causas e consequências dos acidentes no transporte de produtos perigosos com o foco nas leis e na regulamentação existente; • Avaliação dos procedimentos e do atendimento eficaz das emergências; • Estudos para o atendimento de emergências ao longo das rodovias; localização de indústrias químicas e de produtos perigosos, postos policiais e de bombeiros, localização de hospitais, mananciais, reservatórios e corpos d´água, áreas de refúgio, de rotas de fuga e, finalmente, das condições das estradas e seus pontos críticos. • Realização de operações conjuntas de fiscalização no transporte de produtos perigosos, com a participação das instituições e integrantes da Comissão; • Apuração e análise das causas dos acidentes. • Participação em “blitzes” de fiscalização junto com os órgãos responsáveis; • Elaboração de recomendações e de medidas adequadas para reduzir o número de acidentes e das consequências dos mesmos. • Urgente elaboração de planos de emergência. Face da importância dos problemas levantados, o Secretário dos Transportes decidiu instituir a Comissão de Estudos e Prevenção de Acidentes no Transporte Terrestre de Produtos Perigosos através da Resolução ST – 5, de 28 de abril de 1999. Coordenada desde então pela Secretaria de Logística e Transportes, é integrada por representantes de Secretarias de • Elaboração de propostas para a implantação de planos regionais preventivos e de resposta aos acidentes no transporte de produtos perigosos; • Promoção de simulados, seminários e workshops para aperfeiçoamento dos procedimentos, ampliação e divulgação de conhecimentos; A Comissão pode chamar, sempre que necessário, outras entidades públicas ou privadas para participar das reuniões mensais com a finalidade de tratar de assuntos pertinentes ao transporte de produtos perigosos. Pode, ainda, solicitar documentos dos envolvidos em acidentes, de modo a facilitar 91 a análise das causas mesmos e possibilitar a elaboração de relatórios conclusivos acompanhados de respectivas recomendações. Através das informações do SIIPP – Sistema Integrado de Informações para o Atendimento de Ocorrências no Transporte de Produtos Perigosos, gerido pelo DER e da ARTESP sobre as rodovias concedidas é possível o acompanhamento de estatísticas detalhadas. As reuniões são realizadas mensalmente na sede do CR 4 - Conselho Regional de Química da Quarta Região que também faz parte da Comissão Central. Nestes 12 anos de atuação, a Comissão implantou Subcomissões Regionais que atuam com as mesmas atribuições em regiões onde o transporte de produtos perigosos se presente de modo significativo. Os resultados obtidos levaram ao estabelecimento da meta de implantar um total de 12 (doze) Subcomissões no Estado de São Paulo. Já foram implantadas e estão em funcionamento 9 (nove) Subcomissões: Baixada Santista, Paulínia, Sorocaba, Região Metropolitana de São Paulo, São José do Rio Preto, Ribeirão Preto, Vale do Paraíba, Vale do Ribeira e Alto Tietê. * Eng.º Antonio Galvão Álvares de Abreu Gabinete do Secretário / Assessor Técnico Coordenador da Comissão de Estudos e Prevenção de Acidentes no Transporte Terrestre de Produtos Perigosos Conselheiro do CEDATT- Conselho Estadual para a Diminuição de Acidentes de Trânsito e Transporte. 92 TODOS POR Um trÂnsito mais seguro 93 Associação Brasileira de Pedestres/ ABRASPE * Eduardo J. Daros Éramos pouco menos de trinta profissionais liberais, quase todos engenheiros, porém alguns médicos, advogados e professores universitários, também, quando aprovamos o Estatuto de criação da ABRASPE. Nenhum dos fundadores, reunidos no Instituto de Engenharia de São Paulo em sua antiga sede junto ao viaduto Da. Paulina, tinha dúvida sobre a necessidade de se reverter a triste condição do cidadão em nosso país quando anda a pé face à crescente presença de automóveis em nosso País nas ruas e também estacionados irregularmente nas calçadas. Haviam dúvidas, porém, sobre o fato dela envolver toda a população brasileira, já que andar a pé é condição natural do ser humano. A ABRASPE teve uma calorosa recepção. O núcleo da Cidade do Rio de Janeiro que se tentou organizar logo depois de sua fundação mereceu uma crônica de Carlos Drummond de Andrade dando-lhe boas vindas. Ela surgiu como uma organização não-governamental tomando a si o trabalho de aglutinar ideias e propostas visando a humanizar o trânsito e lutando pelos direitos dos pedestres, particularmente dos mais frágeis. A ABRASPE não foi rejeitada por ninguém. O que parecia à primeira vista um bom sinal, na realidade revelava o grande desafio que encontraria pela frente por não representar interesses de grupos específicos da sociedade, de maneira a trazer resultados ou serviços palpáveis aos membros da organização, como o fazem as entidades de classe, sindicatos, organizações religiosas, esportivas, culturais ou de bairros, por exemplo. Perdura, até hoje, a dúvida sobre seu poder aglutinador que lhe garanta sustentação financeira e de pessoas interessadas em participar ativamente na busca da consecução de seus objetivos e do cumprimento de sua missão de lutar pelos direitos do cidadão de andar a pé com segurança e conforto; em especial daqueles que têm mobilidade reduzida, sofrendo de restrições permanentes ou temporárias em sua capacidade plena de andar a pé. Não se pode continuar privando crianças, idosos, portadores de deficiência física, gestantes, dependentes de cadeira de rodas, de andadores e outros aparelhos que lhe garantem mobilidade, ainda que reduzida, do Direito de Ir e Vir a Pé. Ao atenderem-se as necessidades decorrentes dessa expressiva parcela de nossa população, não só estaremos libertando-a de verdadeiro cárcere privado 94 TODOS POR Um trÂnsito mais seguro a que está hoje submetida, como melhorando o conforto e a segurança dos demais pedestres sem restrições físicas próprias. Estes últimos também sofrem restrições externas impostas pelas péssimas condições de nossas calçadas, pelos elevados riscos de atropelamento e de assalto, sem mencionar o desconforto gerado por outros fatores que infernizam a vida de quem anda a pé, como o excessivo ruído, a poluição atmosférica, a imundície das vias públicas e mau cheiro prevalecente em muitas áreas das cidades brasileiras. A diferença entre os dois grupos de cidadãos não é visível, ainda, publicamente, simplesmente porque os que sofrem de restrições próprias à mobilidade estão encarcerados pelo trânsito; e os que estão em condições naturais de usar e abusar de sua mobilidade sem restrições estão impedidos por fatores externos que lhe tiram a liberdade de fazê-lo. O número de mortos por atropelamento e nos próprios veículos automotores, bem como os que perdem mobilidade permanentemente em acidentes de trânsito é estarrecedor. Se for somado o número de feridos em quedas nas calçadas e dos furtados e assaltados no trânsito, motorizados ou não, entende-se o estresse a que nossa população está submetida nas cidades, principalmente nas mais populosas. Um exemplo de melhoria na segurança e conforto do pedestre de caráter universal, isto é, que não discrimina entre os que têm e os que não têm plena mobilidade é o uso de elevador em passarelas cobertas protegendo os usuários contra as intempéries. O oposto são as passarelas urbanas sem essas características. Se cumprida a legislação sobre garantia de acessibilidade a todos, iremos avançar, também, na consolidação do valor da igualdade na diversidade, bem como do espírito democrático cujo pilar de sustentação maior é o princípio da liberdade e do pleno exercício dela por todos os cidadãos indistintamente. O direito de ir e vir e as condições para exercê-lo precedem e condicionam o nosso direito e capacidade de expressar nossas ideias e pensamentos no processo de crescimento e desenvolvimento humano a partir do nascimento. Para o bebê, a liberdade de se movimentar e engatinhar para depois andar na primeira infância e brincar e socializar-se com outras crianças na segunda, com segurança e conforto, constituem o núcleo central de seu sentimento de liberdade que se completa, posteriormente, com o direito de expressar ideias. O tempo demonstrou que o fato da ABRASPE ter-se originado no meio de profissionais ligados a transporte e trânsito, onde muitos deles atuavam ou atuaram em órgãos públicos, mas que não tinham vez e voz para defenderem com liberdade ideias novas e propostas que melhorassem a segurança do trânsito, em geral, e, especialmente a do pedestre, garantiulhes a conquista de um pequeno espaço técnico-profissional com poder de criticar e propor medidas nessa área fora do setor público, normalmente sujeito a injunções políticopartidárias. Isso lhe proporcionou papel importante junto à mídia, empresas privadas conscientes de seu papel social, como as de consultoria e engenharia, e associações afins, destacando-se, entre elas, a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego – ABRAMET. E até mesmo junto a entidades de governo, como sendo capaz de participar de avaliações, identificar erros e problemas e buscar meios para se melhorar a segurança no trânsito com soluções ambientalmente sustentáveis. Outro aspecto que ficou claro em seus 30 anos de existência foi a quimera de se tornar uma entidade nacional com representações regionais, estaduais, e até municipais. Esse desejo se tornou impraticável pelo fato de que o problema do trânsito tem aspectos gerais, normalmente de caráter técnico, e locais, quase sempre de ordem político-administrativa. Os primeiros exigem discussões e debates sobre propostas técnicas de melhoria das condições de trânsito, meio em que a ABRASPE germinou. As lutas locais se referem a pressões, reivindicações junto ao setor público e ações na justiça para que os direitos do pedestre sejam respeitados. As atividades daí decorrentes estão mais ligadas às 95 associações de bairro. Contudo, dada a dimensão continental de nosso País e a descentralização, ainda tímida, de poderes normativos na esfera estadual e especialmente no município com poder constitucional de regular o uso e ocupação do solo, existe amplo espaço para outras entidades atuarem tecnicamente nessas esferas como a ABRASPE o faz em nível nacional. Aqui na cidade de São Paulo surgiu a PedestreSP formada por técnicos e profissionais, quase todos ligados à ABRASPE e à prefeitura municipal. Restou, portanto, à ABRASPE, seu papel de identificar, com isenção e profissionalismo, em nível nacional, os problemas e soluções que melhor atendam os interesses dos não motorizados, sem deixar de reconhecer o papel da motorização no transporte público, na movimentação de cargas e na execução de serviços públicos essenciais. Nesse trabalho a ABRASPE tem de permanecer continuamente atenta em relação à legislação federal e a decisões que surgem no âmbito do Sistema Nacional de Trânsito que regula e completa o Código de Trânsito Brasileiro, manifestando-se a respeito, se necessário. Isso foi feito, por exemplo, relativamente à Resolução 214 do CONTRAN sobre a qual a ABRASPE manifestou restrições sérias, solicitando providências do CONTRANDENATRAN e informando o Ministério Público Federal a respeito disso. A ABRASPE também reconhece como socialmente válido o trânsito seguro e confortável de motoristas e passageiros realizados em veículos particulares, desde que estes apresentem características físicas e operacionais adequadas e sejam conduzidos de maneira civilizada e compatível com a saúde e bem estar da população que transita em espaço público e a conservação da natureza. E, acima de tudo, que cubram todos os custos indiretos de sua circulação. Infelizmente, nem as características do veículo automotor e sua operação se harmonizaram com a saúde e a segurança das pessoas que estão dentro e fora dele, exercendo o seu direito natural de andar a pé, tampouco conservam o meio ambiente. As poluições sonora e atmosférica continuam e a destruição de gigantescos espaços verdes utilizados para sua circulação e guarda se torna cada vez maior. Por outro lado, os proprietários dos veículos automotores, em que as motocicletas são automóveis de duas rodas, não pagam os elevados custos de construção e manutenção de vias públicas, sinalização, operação e fiscalização do trânsito, muito menos o de educação de todos habitantes para se manterem vivos e saudáveis no meio de contínuos conflitos e acidentes que os veículos motorizados geram entre si e com os não motorizados. Pedestres e ciclistas, assim como os usuários de transporte público, que nada mais são que pedestres 96 TODOS POR Um trÂnsito mais seguro embarcados para cobrir distâncias impossíveis de serem andadas a pé no dia a dia, sofrem com os congestionamentos e pela indisciplina que reina no ambiente de trânsito. A tecnologia proporcionada em rastreamento via satélite de veículos permite que se pense em sistema de tarifação da circulação de veículos automotores, de maneira a distribuir de forma justa e eficiente os custos acima citados entre as diferentes classes de usuários motorizados. Esse rastreamento é extremamente importante, também, para eliminar o anonimato presente na circulação de automóveis e motocicletas, considerados hoje equipamentos indispensáveis em pequenos, médios e grandes assaltos. Nosso País poderia desenvolver tecnologias próprias na identificação clara e rápida de veículos envolvidos em atividades criminosas desde que se aceite que não há invasão de privacidade do cidadão ao se identificar o veículo que circula nas ruas. Basta lembrar que não existe nenhum dispositivo constitucional que garanta privacidade aos que se movimentam dentro de veículos automotores. Ao contrário, a proibição de uso de vidros opacos por razão de segurança de trânsito vem sendo desobedecida sem repressão. Em consequência disso, automóveis circulam pelas ruas em que passageiros e motoristas, bem como condutores e passageiros de motos utilizando viseiras, veem e identificam suas possíveis presas de assaltos livremente sem mostrarem seu rosto. E podem, se quiserem, estacionar e circular em frente das residências e outros locais frequentados por suas futuras vítimas quanto tempo quiserem, anotando horários e fotografando quem entra e sai dos imóveis. Espera-se que este assunto possa ser debatido de forma séria e profissional, sem demagogia e politicagem como prevalece em manifestações político-partidárias contra o pedágio urbano identificando-o como mais um imposto. constituem o custo fixo de se ter e se dispor do veículo, cujo pagamento independe dos quilômetros percorridos; e dos que incidem sobre combustíveis, óleo e demais materiais e serviços consumidos em função dos percursos feitos. A tarifação se refere somente ao uso do veículo e não a sua propriedade. E o pagamento seria feito da mesma forma que os demais serviços públicos tradicionais. Neste caso, em função de quilômetros percorridos pelas vias públicas, urbanas e interurbanas. Se isso não aconteceu e não se discutiu antes é porque não havia tecnologia disponível para identificar trajetos percorridos pelos veículos. Em país como o nosso, em que necessidades sociais básicas estão sendo mal atendidas por falta de recursos, é injusto, para dizer pouco, que pessoas que utilizam intensamente veículos automotores em todos seus deslocamentos sejam subsidiadas pelo setor público obrigando-o a subtrair recursos destinados à educação fundamental e profissionalizante, à saúde pública e saneamento, bem como ao transporte público e à segurança pública. A ABRASPE mantém um site www.pedestre.org.br e dois grupos de discussão: o primeiro, ligado ao trânsito de pedestres; e o segundo, sobre educação para o trânsito. Seus endereços são: http://br.groups.yahoo.com/group/pedestre/ e http://br.groups.yahoo.com/group/transitoeducado/. Além desses dois grupos mantidos pela ABRASPE há um terceiro, criado pelo Eng. Osias Baptista de Belo Horizonte, que trata de transporte e trânsito do qual o presidente da ABRASPE participa http://br.groups.yahoo.com/group/transporte-transito/ * Eduardo J. Daros Presidente da Associação Brasileira de Pedestres - ABRASPE. Na realidade, teria de ser feita uma ampla análise dos impostos que incidem sobre a propriedade do veículo e 97 ARTESP e o Programa de Prevenção de Acidentes nas estradas paulistas * Karla Bertocco Trindade Nos últimos dez anos no sistema concedido do Estado de São Paulo, apesar de ter havido um decréscimo no índice de acidentes nas rodovias, os números apresentados ainda precisam ser diminuídos. Nos cerca de 5,4 mil quilômetros de rodovias sob administração privada foi registrada uma redução de 38,3% no índice de acidentes com mortos, passando de 5,32 em 2000 para 3,32 até junho de 2011. O índice de acidentes diminuiu, por sua vez, 20,8% no mesmo período; saltou da marca de 1,54 para a de 1,27. A meta da Agência Reguladora de Transportes do Estado de São Paulo (ARTESP), da Secretaria de Logística e Transportes e das concessionárias é que o índice de mortos no sistema concedido seja menor que 2,5 até 2020. Olhando friamente os números, a tarefa parece ser fácil. Mas não é. A ocorrência de acidentes numa rodovia é algo complexo, em função de vários fatores que atuam ao mesmo tempo. Compõem essa equação a infraestrutura da rodovia, as condições do fluxo e da estrutura dos veículos, as condições físicas e emocionais do condutor, a situação climática do momento, o meio ambiente, além do comportamento dos demais condutores e usuários da via. Para minimizar a incidência dos acidentes é necessário atuar em quatro frentes: engenharia, fiscalização, serviços operacionais e educação. É através delas que se procura eliminar ou minimizar os vetores geradores de acidentes, transformando as rodovias em locais cada vez mais seguros. O sistema concedido está pensado para caminhar ao encontro disso. A busca para dar maior conforto e segurança ao usuário é incessante. Nos últimos anos foram construídos 130 quilômetros de novas pistas e prolongamentos das já existentes, 357 quilômetros de faixas adicionais, 160 de marginais e outros 2.058 de acostamentos. Também foram duplicados 752 quilômetros de pistas e recapeados 5.073 quilômetros de vias em todo o Estado. Trata-se de um trabalho contínuo de engenharia que criou uma imensidão de faixas de rolamento em melhores condições de tráfego. O que torna as rodovias paulistas 98 TODOS POR Um trÂnsito mais seguro sob concessão campeãs de qualidade segundo pesquisas de opinião pública. Mas todo esse trabalho não visa apenas os motoristas de longo percurso, que cruzam o Estado rumo a outras regiões do País. A preocupação envolve também a população vizinha às rodovias concedidas, que as utiliza para ir trabalhar, ir à escola e para todas as atividades cotidianas. Foram construídos 388 novos acessos e/ou retornos, 151 passarelas, 115 passagens superiores e inferiores e 78 novas pontes e viadutos. Tudo isso foi completado ainda com o início de operação de 18 pátios de recolhimento de animais e seis áreas de descanso para os usuários de veículos pesados. Junto a essas melhorias na malha rodoviária há um programa de redução de acidentes elaborado anualmente por cada uma das concessionárias. A ARTESP não só estabelece as metas que devem ser atingidas por elas, mas também faz um acompanhamento minucioso das ações. A lupa da fiscalização aponta para todos os lados: engenharia, operação, educação e coerção - e não deixa passar o menor desrespeito aos contratos. Não se admite imperfeições e muito menos inconsistências quando o assunto é segurança do usuário. Para além das ações de engenharia obras de ampliação, construção de baias de ônibus, passarelas e áreas de descanso para caminhoneiros, implantação de sinalização e iluminação etc. - os usuários das rodovias sob concessão em São Paulo contam para sua segurança com 643 câmeras que monitoram diuturnamente as vias e 4.690 telefones de emergência conectados a 18 centros de controle operacional que dão suporte 24 horas por dia a todos os motoristas. São esses equipamentos que possibilitam que um motorista que enfrente algum problema na estrada seja atendido em menos de 20 minutos AP parar seu veículo no acostamento. Mas não é somente o controle remoto da tecnologia em ação nas rodovias paulistas que aumenta a segurança dos usuários. Existem 248 painéis de mensagens fixos e móveis que fazem a comunicação on line com os motoristas. Nesses painéis os usuários são informados em tempo real sobre a situação climática que enfrentarão nos próximos quilômetros a serem percorridos e recebem outras informações úteis para prosseguir viagem. São boletins constantes sobre o clima obtidos através do trabalho desenvolvido em 47 estações meteorológicas. No dia a dia no chão da rodovia, nos 19 lotes de vias concedidas, estão em operação 131 veículos de atendimento pré-hospitalar. Os usuários recebem suporte de 147 postos de atendimento ao usuário e bases operacionais. O atendimento é realizado por 186 guinchos leves, médios e pesados, 128 viaturas de inspeção de tráfego e 41 veículos para fazer a apreensão de animais soltos nas pistas. As 19 empresas concessionárias já disponibilizaram 454 veículos para a Polícia Militar Rodoviária patrulhar as rodovias. São automóveis e motocicletas que atuam na segurança constante. O excesso de velocidade, preocupante fator que eleva a cada dia o número de acidente e consequentemente de vítimas, tem como fiscalizadores 245 radares fixos e estáticos em operação. Há também 107 balanças móveis para controlar o excesso de carga em caminhões. Anualmente são desenvolvidas inúmeras campanhas educacionais e de saúde. Todas com foco nos motoristas e outros usuários das rodovias como ciclistas, motociclistas e pedestres. Nos 12 meses do ano passado, foram aplicadas 6 mil vacinas, realizado 44 mil avaliações e exames médicos, 3,8 mil atendimentos odontológicos. Os ciclistas receberam cerca de 2,9 mil orientações, os pedestres foram alvo de 18 mil ações educativas e 13 mil motociclistas passaram pelas atividades desenvolvidas pelas concessionárias. Os caminhoneiros tiveram 3,9 mil atendimentos exclusivos em postos fixos e móveis de serviço. Nas escolas de ensino fundamental dos municípios cortados pelas rodovias concedidas, aproximadamente 169 mil alunos tiveram oportunidade de participar de cursos e outras ações voltadas à educação no trânsito e segurança. Até mesmo os funcionários de empresas localizadas à margem das vias tiveram oportunidade de participar de palestras educativas. Essas ações 99 atingiram 9,8 mil pessoas dentro de indústrias e estabelecimentos comerciais em todo o Estado. Para os usuários de ônibus que fazem o transporte intermunicipal em linhas normais e de fretamento, a ARTESP faz estreito acompanhamento da situação da frota de cerca de 16 mil veículos em todo o Estado. É importante ressaltar que todas essas ações nas rodovias e na fiscalização dos ônibus ainda não é suficiente para evitar novos acidentes, o que nos aponta para um desafio ainda maior. A própria Organização das Nações Unidas (ONU) está promovendo a Década de Ação pela Segurança Viária. Esse programa estabelece metas para diminuição e prevenção de acidentes até 2020. Todos os governos do mundo se comprometem a tomar medidas para prevenir acidentes de trânsito, uma das principais causas de mortalidade em todos os países. Não é diferente aqui. Em São Paulo está sendo elaborado o Plano Estadual de Redução de Acidentes. Trata-se de um grande desafio pela frente. Todo o trabalho já desenvolvido precisará ser reformatado, ampliado e potencializado. Vai exigir um trabalho muito mais intenso. É um grande desafio pela frente, tornar a cada dia as ações do programa de prevenção de acidentes mais eficazes, claras e simples de executar. A ARTESP acredita cada vez mais no trabalho conjunto e na parceria entre órgãos governamentais, empresas e a sociedade civil organizada nesse incessante trabalho de prevenção de acidentes. O desafio para o futuro é ter nas rodovias um número crescente de pessoas que zelem por sua própria segurança e pela de seus companheiros de via. Esperamos que todas as ações que estão sendo idealizadas para a Década de Ação pela Segurança Viária levem a esse resultado. A ARTESP compromete-se a fazer a sua parte. * Karla Bertocco Trindade Diretora Geral da Agência Reguladora de Transportes do Estado de São Paulo (ARTESP). 100 TODOS POR Um trÂnsito mais seguro 101 Ética no trânsito * J. Pedro Corrêa Durante os 25 anos em que atuo na área sempre me incomodou a maneira como os brasileiros se habituaram a culpar os outros pelos problemas no trânsito. Na verdade, não é só no trânsito que isto acontece pois o nosso cotidiano é cheio de exemplos nos quais responsabilizamos os outros pelos nossos problemas. Como não pretendo desenvolver aqui qualquer tese de psicologia sobre o tema vou me concentrar objetivamente na questão do trânsito. Quando comecei a estudar o trânsito brasileiro, em 1987 para lançar o Programa Volvo de Segurança no Trânsito, o cenário nacional era muito diferente do que vimos no início da segunda década deste século. A estrutura governamental para gerenciar o sistema, basicamente, era a mesma de hoje (Contran, Denatran, Detrans, Cetrans, Ciretrans), mas ganhou reforço considerável quando o CTB de 1998 determinou a municipalização do trânsito dando autonomia e autoridade do gerenciamento às prefeituras. O que vimos, então, foi uma reação inusitada: o que era para ser a solução ideal, sonhada por tantos acabou se revelando um presente de grego para muitos prefeitos. A tão esperada gestão municipal do trânsito, com recursos gerados pela arrecadação das multas, impunha também a organização do sistema completo no âmbito local, o que significava vários encargos financeiros, além de incômodos políticos que, definitivamente não estavam nos planos dos prefeitos. Esta parece ser uma das boas razões pelas quais muitos prefeitos não adotaram a municipalização preferindo continuar com controles externos usando apoios do Detran e da Polícia Militar do seu estado. No final de setembro de 2011, dos mais de 5600 municípios brasileiros, apenas 1094 faziam parte do Sistema Nacional de Trânsito. Como não tínhamos (nem temos ainda) uma cultura de segurança e nem uma educação básica de qualidade, até há algumas décadas muitos brasileiros acreditavam que trânsito “era assim mesmo” creditando acidentes e fatalidades a crendices como “vontade de Deus” ou a “coisas do destino”. Felizmente boa parte desta crença absurda foi extirpada do cotidiano brasileiro, mas, de alguma forma, ainda persiste em alguns cantos do País. Como segurança no trânsito nunca foi uma prioridade brasileira, o lado governamental sempre colocou grande parte da culpa dos acidentes em cima da 102 TODOS POR Um trÂnsito mais seguro imprudência dos usuários, notadamente motoristas. Boa parte da sociedade – sem informação suficiente (ou sem procurar saber com mais profundidade) - aceita pacificamente e repete a explicação sem exercer seu direito de checar e fiscalizar. É impressionante e ao mesmo tempo surpreendente que os meios de comunicação também “comprem” a desculpa e a repitam em seus noticiários sem se aprofundar na análise. Assim, como uma bola de neve, isto virou uma verdade. Da mesma forma a sociedade aceita como natural a explicação lógica de que “se a cidade cresce, a população cresce e a frota cresce, é lógico que as mortes no trânsito também cresçam!” Mesmo no meio da comunidade de trânsito este argumento é repetido sem restrições. Parece faltar um pouco mais de curiosidade, de interesse na averiguação de evidências nas duas explicações. Vamos ver. A imprudência. É óbvio que em um grande número de acidentes de graves proporções a imprudência, a imperícia e até mesmo a irresponsabilidade dos motoristas tenham papel relevante na sua explicação. Contudo, culpar apenas o motorista não é ético porque procura esconder uma grande parte da responsabilidade que cabe a outros atores do sistema trânsito – neste caso não me refiro unicamente ao lado governamental mas aos vários setores que gravitam em torno da segurança no trânsito e que incluem fabricantes de produtos, componentes, peças, serviços etc. Em países líderes da Europa, notadamente na Suécia, observa-se um empenho extraordinário da indústria da segurança no trânsito para salvar vidas em vez de culpar pessoas, empresas ou serviços. No caso brasileiro, com tantos problemas nas vias, nos veículos e nos usuários, é inaceitável culpar apenas o motorista, embora, óbvio, ele tenha sua parcela de contribuição para a consecução do acidente. Aumento das fatalidades. Se o crescimento das cidades, da população e da frota fosse acompanhado do aumento das fatalidades no trânsito, Estados Unidos e Europa estariam hoje com centenas de milhares de mortos e não é isto que acontece. Os Estados Unidos registraram há cerca de 60 anos mais de 55 mil mortes no trânsito. Foi nesta época que o então Presidente Eisenhower foi alertado de que morriam mais cidadãos nas estradas americanas do que nas guerras em que o País participava. Daí nasceu a decisão de tomar medidas concretas para atenuar o problema. Resultado: em 2010 os Estados Unidos registraram 32 mil mortes, apesar de 310 milhões de habitantes e mais de 200 milhões de veículos na sua frota. Outro exemplo: A Comunidade Europeia, hoje com 27 países membros, registrou em 1991 mais de 75 mil mortos no trânsito; em 2010 este número passou pouco de 38.000 e o desafio de baixar ainda mais continua. O que pretendo, assim, levantar neste artigo é a necessidade e a importância de mudar o discurso verde-amarelo a partir de agora e propor a adoção de uma atitude de responsabilidade compartilhada em relação à acidentalidade no trânsito. Se quisermos realmente baixar o número de mortos, feridos graves e mesmo de acidentes de maiores consequências, é indispensável adotar postura mais honesta, mais conseqüente e, notadamente mais ética. É essencial fazer um mea-culpa pelos acidentes de trânsito e assumir posição coerente com a importância do papel que cada um dos atores neste quadro lamentável. Que não nos enganemos: temos um sistema trânsito altamente falho no Brasil e, pior que isto, sem perspectivas de melhora imediata. A esperança é que surja uma liderança disposta a bancar uma reação. É preciso deixar claro de quem são as responsabilidades não assumidas por tantas perdas no trânsito: • Ausência de prioridade do Governo para com o tema; • Inexistência de programas concretos de redução da severidade dos acidentes; • Estrutura governamental inadequada para gerenciar tamanho desafio; 103 • Falta de programas consistentes de educação/informação; • Precariedade do estado geral das estradas não pedagiadas; • Falta de fiscalização; • Má qualidade da formação dos motoristas; • Falta de monitoramento rigoroso dos Detrans sobre os serviços prestados pelos CFCs; • Ausência da tão esperada inspeção veicular; • Falta de assistência/orientação às prefeituras para desenvolver programas municipais; • Despreparo de prefeituras sobre como implementar programas locais; • Desinteresse das lideranças empresariais, políticas, sociais, religiosas de mobilizar seus públicos para enfrentar o problema; • Envolvimento modesto do setor privado em programas internos; • Maior capacitação/informação dos que atuam na área (engenharia de tráfego, educação de trânsito são exemplos de setores onde precisamos progredir muito); • Maior capacitação de profissionais da comunicação (imprensa/propaganda); • Mais informação de qualidade à sociedade sobre mudança de comportamento; • Excesso de jeitinhos. É importante reconhecer que ao longo das últimas décadas, em algumas áreas, o Brasil progrediu bastante mas em um patamar muito aquém do desejado e sobretudo muito distante do progresso social e econômico alcançado. Por isso, agora a necessidade urgente de recuperar. Devemos aprender com os que já chegaram mais perto do desejado. Países líderes do primeiro mundo redesenharam seus modelos e praticam programas de trânsito que, hoje, representam verdadeiros desafios aos brasileiros. Começa pela questão ética de encarar os acidentes. Lá o consenso é que, apesar de todo o desenvolvimento tecnológico em termos de produtos, serviços, legislação, fiscalização ao serviço da segurança, o homem continuará sempre a cometer erros no trânsito. Contudo, não deve pagar com a morte ou sequela permanente para o resto da vida pelo erro cometido. Assim, o “sistema trânsito”(Governo, fabricantes de produtos, peças, componentes, serviços) fará o possível para acomodar/atenuar o erro humano de forma a poupar-lhe a 104 TODOS POR Um trÂnsito mais seguro vida. Cada fatalidade no trânsito é analisada sob a ótica do que o sistema trânsito como um todo poderia ter feito para evitar aquela morte. Esta é a responsabilidade compartilhada de que falei anteriormente e que no Brasil é olimpicamente ignorada. Outro ponto essencial e que faz enorme diferença em relação a nós brasileiros: europeus trabalham com planos claros e transparentes de redução do número de vítimas fatais. Cada país tem clareza de quais são os seus números e quanto precisará reduzi-los (e quando) para ficar dentro das metas fixadas pela União Europeia. pronta para apoiar no que for necessário. O importante será o primeiro passo. Como dizia Willian Shakespeare “onde houver vontade, haverá um jeito”. Aqui no Brasil, cada um trabalha com um número, sacado de fontes diferentes sem a preocupação de fazer com que a sociedade saiba que ela é parte fundamental do esforço para diminuí-lo. De verdade a quase totalidade dos órgãos públicos que trabalha com o trânsito não divulga os números mais confiáveis, como os da Saúde, preferindo outras estatísticas porque dão a impressão de que a situação é menos crítica que a realidade. Isto simplesmente é uma maneira simples de enganar a si mesmo e levar a sociedade a uma compreensão equivocada do problema. Assim, se realmente pretendemos fazer parte da elite mundial – seremos em breve a 5.ª economia do mundo, diz o governo – temos de melhorar muito nossos indicadores de trânsito para sermos aceitos como parceiros. O desafio de alterarmos este estado de coisas passa por uma necessária e radical mudança no quadro de gestão do trânsito brasileiro, com novos papéis, novas missões e certamente nova estrutura organizacional, o que pressupõe mais autonomia e muito mais autoridade. * J. Pedro Corrêa Especialista em programas de trânsito. Com um novo órgão gestor, um plano de ação bem definido e recursos adequados não tenhamos dúvidas de que este país pode, sim, ter um trânsito à altura do que a sociedade espera há tanto tempo. Tudo começa com a vontade política de agir. Não creio em falta de recursos e muito menos de conhecimento. Se esta “Primavera do Trânsito” começar, a sociedade brasileira estará 105 Envolvimento do setor saúde com as questões do trânsito: Impacto no setor saúde * Mercedes Maldonado Banks de González Cabello 1. O envolvimento da Organização Mundial da Saúde – A OMS e suas representações regionais com a prevenção e controle das lesões no trânsito remota os anos 60 do século passado, por meio do relatório: ¨Road traffic accidents¨: epidemiology, control and prevention (Norman, 1962). Já nesta publicação, o Dr. Leslie Norman enfatizava o fato de que os danos relacionados aos referidos acidentes excederem o de todas as demais enfermidades a que se tinha notícia (ao menos em países com altas taxas de motorização), pois raramente se reconheciam as lesões advindas de incidentes no transporte de pessoas e bens como um problema sanitário. Em 1974, na Resolução WHA 27.5, a OMS assumiria os acidentes de trânsito como importante questão de saúde pública, sugerindo o entendimento do problema como tal. No ano de 2004, pela 1.ª vez, o Dia Mundial da Saúde é dedicado à Segurança no Trânsito. Esse dia fora marcado pela publicação do Relatório Mundial Sobre Prevenção de Lesões Causadas no Trânsito, envolvendo especialistas e instituições nas áreas de saúde, transporte, engenharia, segurança pública, educação e outras. Nele há uma descrição do impacto global, fatores de risco, intervenções conhecidas e recomendações, tendo como objetivo o de chamar a atenção para a magnitude e a previsibilidade do problema e apresentar estratégias de intervenção. No dia 14/04/2004, aconteceu uma inédita Sessão Plenária da Assembleia Geral das Nações Unidas, voltada ao tema, seguida de uma resolução da ONU conclamando os países membros a uma ação mais vigorosa em relação à questão da morbimortalidade no trânsito. A partir desse dado momento, uma serie de resoluções e relatórios foram emitidos, como se pode ver: 106 TODOS POR Um trÂnsito mais seguro Resoluções: • UN General Assembly passes second resolution on the Global road safety crisis (05 Nov 2003) • United Nations General Assembly passes resolution on improving global road safety (14 Apr 2004) • 57th World Health Assembly adopts resolution on road safety and health (22 May 2004) • World Health Assembly resolution on disability, including prevention, management and rehabilitation (25 May 2005) • United Nations General Assembly resolutions on improving global road safety (28 Oct 2005) • Ministers of Health call for strengthening of emergency trauma care systems (23 May 2007) • UN General Assembly calls for Ministerial meeting on road safety (31 Mar2008 ); • UN General Assembly resolution proclaims a Decade of Action for Road Safety (2 Mar 2010); Relatórios • UN General Assembly passes second resolution on the Global road safety crisis (5 Nov 2003) • UN Secretary-General issues report on the global road safety crisis (1 Aug 2005 ) • UN General Assembly calls for Ministerial meeting on road safety (20 Sep 2007 ) • UN Secretary-General releases new report on road safety (4 Sep 2009) 2. Magnitude e Impacto das lesões e mortes no trânsito A OMS estima que para cada acidente há 70 atendimentos de emergência e 15 internações, produzindo uma sobrecarga nos prontos-socorros, nos setores de radiologia, na fisioterapia, na reabilitação e cerca de 50% de ocupação nos centros cirúrgicos. Como também, uma média 20 dias de permanência em uma internação, o que causa um grande impacto no setor saúde. Além disso, é necessário considerar os custos menos tangíveis, como: sofrimento humano, impacto nos círculos de convivência direto e indireto. De acordo com um estudo feito pela FEVR , 85-90% das famílias de falecidos/ incapacitados por acidentes de trânsito tiveram suas condições de vida bastante deterioradas. Com distúrbios de saúde, físicos e psicológicos, sem melhorias significativas ao fim de três anos. De acordo com o Relatório Mundial sobre Prevenção de Lesões no Trânsito, as bases das preocupações da OMS estimam 1,2 milhões de mortos e 50 milhões de feridos/ano no trânsito no mundo. Nesse contexto, sendo os acidentes a 3.ª causa de mortes na faixa etária de 3044 anos; 2ª na faixa de 5-14 e 1ª na faixa de 15-29. Os custos desses acidentes ficam entre 1-2% dos PIBs (TRL-UK: custo global US$ 518 bi/ano), os quais, também, apresentam uma estreita relação com aumento dos índices de motorização dos países em desenvolvimento (com mais desigualdades, limitações infraestruturais e institucionais). Os principais atingidos são os usuários mais vulneráreis das vias (nos países mais pobres representam até 70% dos óbitos); os países mais pobres, com menores condições de arcar com os custos da morbimortalidade no trânsito e os segmentos sociais menos favorecidos, os quais são as populações com menor acesso a atendimentos emergenciais e pós-traumáticos; O Informe Global sobre o Estado de Segurança no Trânsito do ano 2009 mostra novamente a situação preocupante nos países em desenvolvimento, em que 90% das mortes ocorrem em países de média e baixa renda, que detém menos da metade da frota, mas possuem taxas entre 19 e 21 óbitos por 100 mil habitantes. Ocompartilhamentodosespaçosdecirculaçãodosmodosmotorizados com pedestres e ciclistas potencializa as colisões e os atropelamentos, sendo, portanto, os jovens e adultos jovens de sexo masculino as vítimas mais frequentes. Mas também, com menos acesso aos serviços de saúde e, consequentemente, um retardo na recuperação e retorno ao trabalho. Assim os acidentes são um problema social grave. 107 3. A particularidade do quadro da Região das Américas O Desdobramento do Informe Global, ao destacar a Situação Trânsito nas Américas em 2009 (Resultados de 32 países da Região das Américas: 99% da população da Região), reforça que os acidentes são uma das primeiras causas de morte na Região, sobretudo, na população de 5 a 44 anos e o trânsito responde por cerca de 140 mil mortes e 5 milhões feridos por ano nas Américas. Estima-se, na Região, uma taxa ajustada de 15,8 mortes por 100.000 habitantes. Mas, há uma diferença entre os países, com variações de 4,3 a 21,8 por 100 mil habitantes. Onze países (incluindo o Brasil) possuem uma taxa mais elevada do que a média para a região. De acordo com este informe “As Américas constituem uma Região onde se observa claramente que o aumento da complexidade no sistema social e tecnológico está produzindo modificações no ambiente, principalmente o urbano”. Isso se deve ao modelo de desenvolvimento fortemente alicerçado no transporte individual motorizado, da desestruturação dos sistemas de transporte público e da maior facilidade de aquisição de transporte individual. Além da explosão da venda e do uso de motocicletas. 4. Estatísticas do Brasil Na seguinte tabela pode-se observar a faixa motorizada e a taxa de mortalidade do Brasil: 5. Década de ação pela segurança no trânsito Em Novembro de 2009 na 1ª Conferência Ministerial Mundial sobre Segurança no Trânsito, emerge a Declaração de Moscou, em que se estimula a aplicação das recomendações dos Informes Mundiais de 2009 e convida a Assembleia Geral da ONU a declarar a “Década de Ação para a Segurança Viária 2011-2020”, visando estabilizar e reduzir a mortalidade no trânsito. O Plano de Ações para a “Década” foi recomendado a partir de intervenções baseadas em Cinco Pilares. Além de várias estratégias, que podiam orientar as recomendações a serem desenvolvidas em cada região. São os pilares: 1. Gestão da Segurança no Trânsito. 2. Infraestrutura Viária Adequada. 3. Segurança Veicular. 4. Comportamento/Segurança do Usuário. 5. Atendimento Pré/Hospitalar/Pós. 108 TODOS POR Um trÂnsito mais seguro 6. Recomendações para se estabelecer um plano de Segurança Viária: • Criar uma Comissão multisetorial nos níveis nacional, regional e local; • Desenvolver um plano nacional, regional e local; • Definir planos de ação com base em indicadores e resultados; • É necessário que as primeiras negociações devam ser feitas diretamente com as autoridades locais; • Identificar a instituição de liderança em nível local e a divisão do trabalho entre as instituições envolvidas. • Identificar capacidades e definir responsabilidades; • O Setor de Saúde deve participar das políticas de segurança no trânsito; • Para legislação – compartilhar experiências com outros países, adaptando e preenchendo as lacunas, fortalecendo o cumprimento das leis e avaliando sua adequação; • Prever nos orçamentos ações de prevenção, tratamento e reabilitação das vítimas; • Integração dos sistemas de informação de saúde e melhorada qualidade das informações; • Utilização das informações para as políticas públicas; • Envolver os meios de comunicação; • Apoiar estudos de investigação; • Compartilhar metodologias de pesquisa; • Troca de informações e experiências; • Obter cooperação internacional; • Avaliar as intervenções; • Realizar/Reforçar parcerias com organizações que trabalham com os governos; • Criar legislações específicas e aplicar as leis; • Uma direção sob baixos efeitos de álcool. Para uma povoação, o limite de concentração de álcool no sangue (CAS), deve ser de 0.05/dl ou menos. Porém, menos de 50% dos países possuem esse limite. • O limite de velocidade nas vias urbanas não deve ultrapasar 50 Km/h. Apenas 29% dos países possuem esse tipo de lei. • Usar o cinto de segurança, o qual reduz em 40%-50% o risco de morte entre passageiros dos acentos dianteiros do veículo e em 25%-75% a mortalidade dos ocupantes dos acentos traseiros. É necessário destacar que em apenas 57% dos países isso é obrigatório. • Usar adequadamente o capacete em uma bicicleta pode reduzir o risco de morte em quase 70%. Todavia, só 40% dos 109 países contam com leis compreensivas e padrões. • Usar dispositivos de retenção de crianças pode reduzir a mortalidade de bebês em 70% e os de crianças pequenas entre 54% a 80%. Porém, menos de 50% dos países possuem leis de retenção de crianças. • Melhorar a atenção pré-hospitalar e o cuidado com as vítimas dos acidentes de trânsito: • Fortalecer os sistemas de atendimento de emergência; • Padronizar as normas e os protocolos de atendimento prehospitalar; • Aprimoramento da informação aos cidadãos (acesso aos cuidados de emergência, número de telefone de urgência etc.); • Qualificação de recursos humanos, com a criação de vários níveis de competências com certificação; • Estabelecimento de um bom sistema de comunicação (rádio etc.) e; • O sistema deve ser avaliado (uma sugestão é avaliar a tempo-resposta e a mortalidade). Diante do exposto podemos concluir segundo palavras do Diretor do Departamento de Lesões e Prevenção de Violência da OMS- Dr. Etienne Krug: “Não se pretende obrigar que todos os países elevem a Saúde Pública à condição de coordenadora de políticas nacionais mais amplas na área de segurança no trânsito. Cada país deve decidir qual a área institucional mais preparada para assumir esse posto. Parece-me ideal se a coordenação se dê em nível do gabinete de Primeiro-Ministro, Presidente ou similar, o que asseguraria a transversalidade no enfoque do problema. Afinal, uma boa coordenação não é aquela que dá conta da consecução de todas as ações, senão a que estimula iniciativas e ações cuja execução é de responsabilidade de cada um dos participantes de um programa de atividades segundo o que lhe compete, tanto no plano nacional quanto no * Mercedes Maldonado Banks de González Cabello Representante da Organização Mundial da Saúde (OMS) no Brasil. 110 TODOS POR Um trÂnsito mais seguro 111 Só depende da sensibilidade do político e determinação política * Mauro Augusto Ribeiro O padrão de mobilidade humana nos últimos cem anos foi profundamente modificado. Essas modificações trouxeram consigo fatores de risco até então não imaginados, produzindo situações hostis e agressivas, como traumas graves e mortes. A comunidade do trânsito domina o conhecimento e tecnologia, portanto dispõe de competência para o controle destes fatores de risco, porém não consegue deflagrar um movimento amplo, não mobiliza a sociedade nem a classe política neste sentido, talvez pelo discurso tecnicista e voluntarista. H colocar de modo compreensível a todos porque o trânsito é desumano e o que precisa ser feito para humanizá-lo. “A mobilidade é um direito fundamental da pessoa humana”. Artigo XIII da “DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS” A política pública voltada a assegurar este direito fundamental em segurança chama-se ou deveria chamar-se trânsito. A mobilidade motorizada utiliza um volume de energia maior que outras modalidades, assim como o modelo que opta pelo transporte de massa em veículos particulares e individuais provocam uma infinidade de deslocamentos veiculares. Estes veículos são operados por seres humanos e mesmo que a evolução da tecnologia e o investimento adequado gerem veículos e vias seguras, os erros inerentes à condição humana continuarão causando acidentes. Além disso, pouco se evoluiu no sentido de modificar a vulnerabilidade humana. Sabemos que pedestres não dispõem de qualquer equipamento de proteção individual, afora àqueles que a natureza providenciou ao longo da sua evolução – a calota craniana e o gradeado costal, por exemplo, que se tornaram insuficientes com o aumento da aceleração proporcionado pelos veículos automotores - assim como os ciclistas e os motociclistas dispõem, como equipamento de proteção individual obrigatório, do capacete e também são muito vulneráveis no trânsito, enquanto que os ocupantes dos veículos já 112 TODOS POR Um trÂnsito mais seguro dispõem obrigatoriamente de equipamentos de retenção bastante eficazes. Também sabemos que no caso de atropelamento, se o impacto ocorrer a uma velocidade de trinta quilômetros por hora a chance de sobrevivência gira em torno de noventa por cento e se a velocidade de impacto for de cinquenta quilômetro por hora a chance de sobrevivência cai para dez por cento (figura abaixo). Da mesma forma o ocupante de veículo utilizando corretamente os sistemas de retenção, seja o cinto de segurança de três pontos ou o sistema de retenção de criança adequado ao seu peso e altura, tolerarão, sem fatalidades e sem traumas graves, impactos transversais de até cinquenta quilômetros por hora e impactos frontais de até setenta quilômetros por hora. É imprescindível comunicar com sabedoria estas informações para evitar interpretações equivocadas da população quanto aos limites de velocidade estabelecidos para as diversas vias de circulação de veículos. Pequenas variações na velocidade média produzem variações significativas na ocorrência de colisões com trauma grave, sobretudo na ocorrência de colisões com lesões fatais. Considerando os diversos fatores envolvidos na escolha da velocidade; o limite de tolerância humana ao impacto deve determinar esta velocidade, que são de trinta, cinquenta e setenta quilômetros por hora diante da possibilidade de atropelamento, colisão transversal e colisão frontal respectivamente. Portanto atentando para as características do uso da via estes são os limites de velocidades admissíveis, pois são os limites da tolerância humana ao impacto caso ocorra acidente de trânsito. O limite de velocidade assim determinado deve ser respeitado em toda a extensão do trecho viário a que se refere e ser passível de fiscalização da forma que melhor atender a este objetivo. Abrindo um pequeno parêntese sobre a contribuição pedagógica gerada pela obrigatoriedade da forma ostensiva e identificada do aparato fiscalizador questiono: que ensinamento pode ser produzido por um controle rigoroso realizado pontualmente associado se ao mesmo tempo se faz vistas grossas em todo o resto da via? Se alguém quer para utilizar o poder pedagógico da autuação que o faça respeitando. Não se pode prescindir do respeito à inteligência e à lei. Esta, inclusive, já prevê que todo condutor que não tenha sido autuado nos últimos doze meses e que cometa uma infração leve ou média seja punido com advertência. Aí sim estaremos educando e de quebra ainda seria desmontado o cínico argumento da “indústria da multa”, já que boa parte das autuações além nem gerariam arrecadação e possibilitaria a necessária intensificação da fiscalização. O álcool é uma substância que produz depressão do sistema nervoso central, que induz dependência física e psíquica, é a principal causa de mortes relacionada a suicídios, homicídios, incêndios, afogamentos e violências em geral, agressões, estupros, dezenas de doenças físicas e mentais, além das rupturas sociais, profissionais, familiares etc. O álcool é o maior problema de saúde pública do mundo e como fator de risco é o de maior destaque no trânsito. Droga legalizada socialmente, aceita e estimulada, usualmente consumida para facilitar relacionamentos sociais, de absorção e ação rápida que prontamente produz a depressão de sistemas de autocrítica e autocontrole, o que facilita a comunicação e aumenta a coragem e a insensatez. No condutor, o efeito é o mesmo: deprime centros que regulam funções cognitivas, sensitivas e motoras, usualmente utilizadas com destaque na operação de veículos; estas funções são prontamente prejudicadas e muito antes da existência de sinais evidentes de embriaguez o usuário já apresenta rebaixamento da atenção concentrada e difusa, da capacidade de critica de análise de risco, relaxamento com os cuidados com a auto preservação ou com a preservação de terceiros, dificuldades em acatar limites e regras, comportamento mais agressivo, audacioso e hiper reativo, com redução da visão funcional: redução do campo visual, da visão noturna e da capacidade de acompanhar objeto em movimento no espectro visual, 113 do cálculo de profundidade e velocidade de aproximação. As colisões com envolvimento de álcool são frequentes e ocorrem mais à noite e nos finais de semana e geralmente estão associadas à desobediência à sinalização, ao excesso de velocidade e à não utilização de equipamentos de proteção individual. A gravidade e a diversidade do trauma no acidente associado à condução sob influencia do álcool, assim como a frequência de fatalidades, justifica a necessidade de controle efetivo através de fiscalização intensa e aleatória da alcoolemia. A lei, para cumprir o papel a que se detina, e fazer justiça social, deveria ser democrática e tratar a todos igualitariamente, porém é falha e feita com a finalidade de assegurar a punição à plebe e impunidade à aristocracia tão somente aos socialmente desfavorecidos. A retirada da expressão “sob suspeita de dirigir sob a influência de álcool” do artigo 277, e o acréscimo de um § no artigo 306 que determine que“ Serão aplicadas as medidas penais estabelecidas no caput deste artigo, ao condutor que se recusar a submeter-se a qualquer dos procedimentos previstos no artigo 277”. Estas modificações, combinadas com a implantação da fiscalização de velocidade em local aleatório, com a abordagem aleatória de trinta por cento dos condutores anualmente, com verificação da alcoolemia, do uso de cinto de segurança, do sistema de retenção de criança e do uso do capacete pelos motociclistas terão grande repercussão, em função da redução de sinistros que certamente aconteceria, na segurança da mobilidade rodoviária no Brasi,l suficiente para reduzir o índice de mortalidade em pelo menos cinquenta por cento, segundo como previsto pela Organização Mundial de Saúde. Para que tudo aconteça, dependemos da conscientização da sociedade, o que passa pela vontade e determinação política dos detentores do poder decisório lideranças políticas, para que façam valer a autoridade que lhes foi legada pelo sistema democrático e invistam nos órgãos gestores, fiscalizadores, administradores, julgadores e executores das penas de trânsito, delegando-lhes a necessária autoridade. Instituições de trânsito dotadas de autonomia administrativa, recursos financeiros, humanos e infraestruturas compatíveis à importância da segurança viária serão fundamentais neste processo de preservação da saúde e da promoção da qualidade da vida. As orientações da OMS fortalecem o nosso entendimento, enquanto associação de médicos do tráfego, de que, sem este compromisso político, estaremos fadados a conviver com o papel de destacado matador no trânsito. 114 TODOS POR Um trÂnsito mais seguro Regulamentação atual da direção sob influência de álcool e as alterações sugeridas. Art. 165. Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência: (Redação dada pela Lei nº 11.705, de 2008) Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei nº 11.705, de 2008) Penalidade - multa (cinco vezes) e suspensão do direito de dirigir por 12 (doze) meses; (Redação dada pela Lei nº 11.705, de 2008) Medida Administrativa - retenção do veículo até a apresentação de condutor habilitado e recolhimento do documento de habilitação. (Redação dada pela Lei nº 11.705, de 2008) Parágrafo único. A embriaguez também poderá ser apurada na forma do art. 277. Art. 276. Qualquer concentração de álcool por litro de sangue sujeita o condutor às penalidades previstas no art. 165 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 11.705, de 2008) Regulamento Parágrafo único. Órgão do Poder Executivo federal disciplinará as margens de tolerância para casos específicos. (Redação dada pela Lei nº 11.705, de 2008) Art. 277. Todo condutor de veículo automotor, envolvido em acidente de trânsito ou que for alvo de fiscalização de trânsito, sob suspeita de dirigir sob a influência de álcool (SUPRIMIR) será submetido a testes de alcoolemia, exames clínicos, perícia ou outro exame que, por meios técnicos ou científicos, em aparelhos homologados pelo CONTRAN, permitam certificar seu estado. (Redação dada pela Lei nº 11.275, de 2006) § 1o Medida correspondente aplica-se no caso de suspeita de uso de substância entorpecente, tóxica ou de efeitos análogos.(Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 11.275, de 2006) § 2o A infração prevista no art. 165 deste Código poderá ser caracterizada pelo agente de trânsito mediante a obtenção de outras provas em direito admitidas, acerca dos notórios sinais de embriaguez, excitação ou torpor apresentado pelo condutor. (Redação dada pela Lei nº 11.705, de 2008) § 3o Serão aplicadas as penalidades e medidas administrativas estabelecidas no art. 165 deste Código ao condutor que se recusar a se submeter a qualquer dos procedimentos previstos no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008) Art. 306. Conduzir veículo automotor, na via pública, estando com concentração de álcool por litro de sangue igual ou superior a 6 (seis) decigramas, ou sob a influência de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência: (Redação dada pela Lei nº 11.705, de 2008) Regulamento Penas - detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. Parágrafo único. O Poder Executivo federal estipulará a equivalência entre distintos testes de alcoolemia, para efeito de caracterização do crime tipificado neste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008) § 2o Serão aplicadas as penalidades e medidas penais estabelecidas no caput deste artigo ao condutor que se recusar a se submeter ao teste de alcoolemia. * Mauro Augusto Ribeiro Presidente da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego - ABRAMET. 115 Sociedade civil e poder público: um pacto sinistro * Ailton Brasiliense Pires Todos os dias ocorrem milhares de infrações de trânsito e, por decorrência, temos 100 mortes, 1000 feridos e um custo total de R$ 80 milhões. Por maior que seja a dor envolvida, temos mantido um comportamento de entender que as ocorrências de trânsito resultam de fatalidades, independentes da vontade humana. Tanto é assim que chamamos estas ocorrências de acidentes, termo igualmente utilizado para as manifestações da natureza, tais como: terremotos, furacões e tormentas diversas. Apesar de nossa convivência com o fato, mantemos esta postura. Mesmo antes do advento do automóvel, quando nos utilizávamos exclusivamente dos animais, já classificávamos tais fatos como acidentes. Talvez quando os animais eram o meio de uso disponível, isto se justificasse, dado que estes poderiam ter reações adversas pelo caminho. Porém, animais e cavaleiros mal cuidados e mal preparados eram apenas parte do problema. Os responsáveis por eles tinham, evidentemente, maior parcela de culpa. Na era dos veículos auto propulsores e, principalmente nas primeiras décadas, os veículos eram altamente inseguros e os condutores, além de mal preparados, desde então, tinham maiores dificuldades de monitorá-los. As falhas mecânicas eram recorrentes, as vias mal projetadas, mal sinalizadas e, quando sinalizadas, eram mal mantidas. Tudo, enfim, concorria para o enorme número de ocorrências (acidentes). Mas, à medida que a engenharia de veículos, engenharia de vias, e engenharia de tráfego foram evoluindo, as ocorrências deste tipo de natureza foram diminuindo. O que se manteve foi a inabilidade, fruto do mal preparo dos condutores. As sociedades e os poderes públicos de diversas culturas foram restringindo os espaços da fatalidade e atribuindo ao ser humano maior responsabilidade. Desta forma, cresceu a necessidade de capacitar mais adequadamente os condutores, manter os veículos segundo normas pré estabelecidas, assim como as vias e as sinalizações viárias. Uma a uma as diversas culturas foram ganhando maturidade para interferir no processo. Há poucas décadas atrás, muitos povos mudaram radicalmente a maneira de 116 TODOS POR Um trÂnsito mais seguro entender a ocorrência de trânsito. Revisaram seus Códigos de Trânsito, requalificaram as engenharias envolvidas, implantaram a operação de trânsito, assim como a fiscalização e o policiamento ostensivo, com equipamentos e pessoas. Todos que assim fizeram obtiveram enormes reduções nas ocorrências de trânsito. A sociedade brasileira, bem como o poder público, ainda não têm esse entendimento. Insistem em classificar de acidentes as consequências da péssima habilitação, do excesso de velocidade, de beber antes de dirigir, de tentar subornar o agente de trânsito, de negociar a pontuação. Quanto ao poder público, apesar dos números aqui apresentados, teimam em tratar o assunto de forma marginal. O CTB está em vigor há 13 anos e mesmo assim, quase não ocorreram mudanças significativas. Por comodismo, aceitam que com o tempo tudo se ajustará, só não dizem qual a referência do ajuste. Conformam-se passivamente com os fatos. Não se comprometem. O Código de Trânsito é um código de valores. A ele devem ser agregados valores culturais, educacionais, de cidadania. Habilitar não pode ser tão somente colocar uma máquina em operação. O processo não se resume apenas ao condutor de veículo, é urgente incluir a cidadania plena. O uso do espaço público exige um regramento para todos, pedestres ou não. A necessidade de manter em plenas condições vias, sinalizações, veículos , é uma exigência primária. Trânsito é uma questão multidicisplinar que envolve educação, engenharia, medicina, psicologia, entre outras áreas. Não basta ter um código de boa qualidade, é fundamental que tanto a sociedade civil, quanto o poder público compreendam suas responsabilidades. É imprescindível entender que as ocorrências de trânsito não são acidentes/fatalidades, mas sim, ações previstas/planejadas. Precisamos mudar alguns paradigmas: do pacto da impunidade, que hoje praticamos, pelo pacto da responsabilidade. * Ailton Brasiliense Pires Presidente da Associação Nacional de Transportes Públicos - ANTP. 117 Consideração final A necessidade da união A sociedade busca respostas para que o trânsito se torne efetivamente mais seguro, mas é preciso arregimentar parceiros para tornar esse objetivo concreto. O caminho para atingi-lo passa pelo debate do tema em suas diversas frentes, envolvendo todos os entes da cadeia, conciliando diferentes interesses em prol de um bem comum. Seguindo essa premissa, o 1.º Fórum Paulista de Prevenção de Acidentes de Trânsito e Transportes foi idealizado e concretizado com o intuito de formalizar a parceria entre setor privado e governo para colocarmos em marcha, com o sentido de urgência que se faz necessário, ações pela diminuição dos acidentes de trânsito, tendo como pressuposto a união de esforços para que seja possível romper a inércia e defender o direito à vida. 120 TODOS POR Um trÂnsito mais seguro Fichas Técnicas 121 Diretoria Moacyr Servilha Duarte Diretor-Presidente Institucional Histórico Com sede na cidade de São Paulo, a ABCR, entidade sem fins lucrativos, foi criada em 28 de junho de 1996, com a missão de congregar as empresas do setor, promovendo a defesa de seus interesses, sempre em consonância com o interesse nacional, bem como a de contribuir para o desenvolvimento tecnológico e operacional de suas associadas e do setor de infraestrutura rodoviária como um todo. Sua missão é oferecer rodovias em condições adequadas de segurança, fluidez e conforto para os usuários e para o escoamento da produção nacional. Produtos e Serviços A ABCR representa o setor de concessão de rodovias, formado por 55 concessionárias que administram 15.365 quilômetros de rodovias em nove estados do País. Tel. 11 5105-1190 www.abcr.org.br TODOS POR Um trÂnsito mais seguro Diretoria Yoshio Akiyama Presidente Hilário Kobayashi Vice-Presidente Creso Franco Vice-Presidente Claudio Rosa Junior Vice-Presidente Moacyr Alberto Paes Diretor Executivo Institucional Histórico Entidade sem fins lucrativos fundada em 1976 em São Paulo pelo Sr. Bruno Antonio Caloi, representa hoje os interesses dos principais fabricantes de bicicletas e motocicletas instalados no país. Sua missão é divulgar, apoiar e defender as atividades e os interesses relacionados ao setor nas áreas de política econômica, social e técnica, atuando fortemente na consolidação da boa utilização desses meios de locomoção e lazer. Produtos e Serviços Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares. Tel. 11 5181-0222 www.abraciclo.com.br Diretoria Mauro Augusto Ribeiro Presidente José Heverardo da C. Montal 1.º Vice-Presidente Flavio Emir Adura Diretor Científico Fabio Ford Feris Racy Diretor de Relações Institucionais Armando Albano Diretor Financeiro Institucional Histórico Fundada em 1980, a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego(ABRAMET) é a entidade que congrega os especialistas em Medicina de Tráfego. Sua missão é representar os médicos especialistas em Medicina de Tráfego, área que atua na prevenção dos acidentes e diminuição de suas consequências colaborando nas ações educacionais e legais do trânsito. Produtos e Serviços Publicação de revistas, folhetos educativos, cartilhas, livros técnicos, manuais temáticos, campanhas sociais dentre outras inúmeras ações para a valorização da medicina de tráfego. Tel. 11 2137-2700 www.abramet.org.br TODOS POR Um trÂnsito mais seguro ABRASPE Diretoria Eduardo José Daros Presidente Horácio A. Figueira Vice-Presidente Ivan M. Whately Vice-Presidente Francisco L.B. da Costa Vice-Presidente Institucional No início de 1981, o atual Presidente da ABRASPE, consciente de que andar a pé se integra na estrutura de transportes de passageiros como modo próprio de deslocamento e complemento imprescindível nos sistemas motorizados de transporte público, reuniu um grupo de profissionais interessados em garantir conforto e segurança para o trânsito de pedestres. A missão da ABRASPE é lutar pelos direitos dos pedestres, particularmente dos mais frágeis. Produtos e Serviços Análises, pesquisas, avaliações e debates sobre regulamentos, ideias e propostas visando a melhoria do trânsito de pedestres. Tel. 11 3213-0097 11 5543-7993 www.pedestre.org.br Diretoria Paulo de Tarso Martins Gomes Presidente José Maria Gomes Vice-Presidente Silvio Patente Secretário Executivo Institucional Histórico A ABTLP foi fundada em 1998 para congregar os transportadores e operadores logísticos que atuam na movimentação de Produtos Perigosos. Atualmente a ABTLP conta com mais de 50 associados em nível nacional. Sua missão é propor voz, visão e ouvidos dos transportadores rodoviários de Produtos Perigosos, representando-os perante órgãos públicos e a sociedade civil. Produtos e Serviços Os associados da ABTLP movimentam Produtos Perigosos de todas as 9 (nove) classes de risco. Desta forma, a ABTLP pretende permanecer atualizada em tudo aquilo que se refere à legislação e normas relativas ao assunto. Tel. 11 2967-7433 www.abtlp.org.br TODOS POR Um trÂnsito mais seguro Diretoria Antonio Megale Presidente Sidney Oliveira Vice-Presidente Nilton Monteiro Diretor Executivo Alfredo Castelli Diretor de Eventos Henry Joseph Jr Diretor Financeiro Institucional A participação do governo no desenvolvimento das atividades econômicas da indústria brasileira iniciadas na era Vargas foram particularmente incrementadas na gestão do presidente Juscelino Kubitschek, com a implantação da indústria automotiva no Brasil e a criação do GEIA - Grupo Executivo da Industria Automobilística. O amadurecimento do complexo industrial gerou inúmeros órgãos reguladores e de estudos nos diferentes ministérios, havendo grande estímulo, por parte do governo, para que representantes das empresas da área automobilística, tanto produtores de veículos como de autopeças, investissem na criação de uma associação que congregasse indústria automotiva, órgãos de pesquisa, órgãos governamentais e até usuários. Em 24 de julho de 1984 foi constituída a Associação Brasileira de Engenharia Automotiva, durante reunião no Auditório da Fundação Centro de Formação do Servidor Público, em Brasília, DF. Desde então, a AEA vem desenvolvendo seus trabalhos, estruturada na harmonização entre os segmentos - Governo, Indústria e Universidades - dentro do espírito de qualidade, produtividade e competitividade. Produtos e Serviços Subsídio ao governo, à indústria, o comércio, instituições de ensino e de pesquisa, categorias profissionais e público em geral, na solução de problemas afetos ao campo técnico através de nossas comissões técnicas. Colaboração com órgãos governamentais, universidades, institutos de pesquisa, na elaboração de normas técnicas, regulamentos, pareceres, laudos técnicos e estudos especiais. Manutenção do intercâmbio e colaboração com entidades similares estrangeiras e nacionais. Contribuição para o desenvolvimento da engenharia e da tecnologia em todas as suas formas e modalidades. Tel. 11 5575-9043 www.aea.org.br Diretoria Cledorvino Belini Presidente Institucional A Anfavea é a entidade de representação das empresas fabricantes de veículos (automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus) e máquinas agrícolas automotrizes (tratores de rodas, colheitadeiras, outros) com instalações industriais no Brasil. Produtos e Serviços A entidade, fundada em 1956, tem como objetivos permanentes a coordenação e defesa dos interesses da indústria automobilística brasileira; o estudo de assuntos referentes à indústria de veículos e máquinas agrícolas automotrizes; o patrocínio e a realização de feiras, exposições, seminários e demais eventos da referida indústria; e a divulgação sistemática à sociedade de informações referentes à indústria automobilística, tais como produção, mercado interno, exportações, emprego e outras, de relevância econômica e social (site e publicações). Mantém também aberto ao público o Centro de Documentação da indústria automobilística (Cedoc). Tel. 11 2193-7800 www.anfavea.com.br TODOS POR Um trÂnsito mais seguro Diretoria Ailton Brasiliense Pires Presidente Institucional A ANTP é uma entidade civil criada em 1977, voltada ao setor de transporte público e do trânsito urbano do Brasil e que tem por objetivo desenvolver e difundir conhecimentos visando seu contínuo aprimoramento. A ANTP possui mais de 300 associados, entre órgãos públicos - gestores de transporte público e de trânsito, empresas operadoras públicas e privadas, sindicatos patronais e de empregados, fabricantes e prestadores de serviço, consultores e universidades. A Assembleia Geral, constituída pelos seus sócios efetivos é o seu órgão máximo de deliberação. Sua missão tem por objetivos promover ações que contribuam para a garantia do direito ao transporte público de qualidade, à cidadania no trânsito e à mobilidade urbana sustentável, estudos e difusão de conhecimento especializado sobre questões referentes à mobilidade urbana, transporte, trânsito e saúde, abrangendo as dimensões técnico-científicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, ambientais e urbanísticas, incluídas ações de pesquisa, preservação e comunicação. Produtos e Serviços Promove, bienalmente, o Congresso Brasileiro de Transporte e Trânsito e, periodicamente, seminários, cursos e outros eventos destinados ao debate e busca de soluções para os problemas da mobilidade nas cidades brasileiras. Edita a “Revista dos Transportes Públicos”, os “Cadernos Técnicos da ANTP” e boletins eletrônicos periódicos como o “Informativo ANTP”, “Semanal ANTP”, “ANTP Brasília”, etc. Todos com a mesma finalidade de difundir estudos e as experiências mais importantes realizadas no transporte urbano no Brasil e na América Latina. Administra várias Comissões Técnicas permanentes e Grupos de Trabalho formados para analisar questões específicas de transporte público e trânsito urbano. Tel. 11 3371-2299 www.antp.org.br Diretoria Karla Bertocco Trindade Diretora Geral Theodoro de A. P. Júnior Marcos Martinez Diretor de Investimentos Diretor de Procedimentos e Logística José Valney de Brito Diretor de Controle Econômico e Financeiro Marco Antonio Assalve Diretor de Operações Paulo Henrique E. Sanchez Vargas Diretor de Assuntos Institucionais Institucional Histórico A Artesp é uma autarquia do Governo do Estado, dotada de autonomia orçamentária, financeira, técnica, funcional e administrativa. Foi criada em 2002 com o objetivo de assegurar o cumprimento de normas que regulamentam os serviços públicos delegados de transporte e garantir a execução de contratos firmados entre o Estado e a iniciativa privada. Hoje, a Agência regula e fiscaliza 5,4 mil quilômetros das principais rodovias de São Paulo e mais de 1.130 linhas do transporte intermunicipal de passageiros. Sua missão é promover e garantir a prestação de serviços de transporte de excelência, seguro e sustentável, compatível com as necessidades coletivas. Produtos e Serviços Implementar a política estadual de transportes; elaborar modelos de concessões, permissões e autorizações; exercer poder regulador e fiscalizador para garantir adequada execução de serviços para os usuários e comunidades lindeiras; oferecer aos usuários prestação dos serviços públicos de transporte com níveis crescentes de conforto, segurança e qualidade; zelar pela preservação do equilíbrio econômico-financeiro dos contratos. Tel. 11 3465-2365 www.artesp.sp.gov.br TODOS POR Um trÂnsito mais seguro Diretoria Fernando Cammarota CEO Fundador da empresa Rosina Cammarota Contry Manager - CEPA do Brasil Institucional Fundado em 1987 pelo renomado piloto uruguaio Fernando Cammarota, em parceria com um grupo de engenheiros, técnicos e especialistas em segurança viária, o CEPA (Centro de Prevenção de Acidentes) desenvolve, implanta e administra programas de controle e gestão de riscos gerados por acidentes de trânsito. Os serviços oferecidos permitem a obtenção de melhores índices de segurança da frota, por meio da disseminação de conhecimento e reforço da conscientização daqueles funcionários que operam veículos a serviço da empresa. Referência mundial em sua área de atuação, o CEPA já desenvolveu programas práticos para redução de acidente para mais de 250 empresas, em 5 continentes, totalizando mais de 110 mil participantes em programas de veículos leves e médios, 80 mil em programas de transportes de cargas e passageiros e 420 mil motoristas capacitados e avaliados. Com sede no Uruguai, a empresa conta ainda com escritórios no México e Colômbia. No Brasil, a atuação teve início há 11 anos. Sua missão é auxiliar e fornecer, aos clientes, sistemas, métodos e programas que permitem um controle adequado das perdas diretas causadas por acidentes de trânsito, envolvendo frota própria ou terceirizada. Servir a comunidade onde desenvolvemos nossas atividades, auxiliando instituições públicas e privadas focadas na prevenção de acidentes de trânsito. Produtos e Serviços Treinamentos de direção preventiva e defensiva (BTW), treinamento eletrônico de direção segura (e-BTW), análise e administração da frota (Datacenter), telemática, consultoria e investigação de acidentes. Tel. 12 2139-1979 www.cepasafedrive.com Diretoria Almir Fernandes da Costa Diretor Executivo Institucional Fundado em 1994, o CESVI BRASIL (Centro de Experimentação e Segurança Viária) é o único centro de pesquisa brasileiro dedicado à segurança viária e veicular e à disseminação de informação técnica para o setor e também para a sociedade. Foi o primeiro centro da América Latina e é membro do RCAR (Research Council for Automobile Repairs), um conselho internacional de centros de pesquisa com os mesmos objetivos. Sua missão é prover soluções para a qualificação do setor automotivo, por meio de pesquisas, treinamentos e publicações, contribuindo decisivamente para a redução da sinistralidade e a evolução dos trabalhos de reparabilidade automotiva e segurança viária, gerando, desta forma, benefícios para toda a sociedade. Produtos e Serviços Certificação de oficinas e sistemas de rastreamento e bloqueio; pesquisas nas áreas de segurança viária e segurança veicular; Treinamentos na área de reparação automotiva. Tel. 11 3948-4838 www.cesvibrasil.com.br TODOS POR Um trÂnsito mais seguro Diretoria Marcelo Cardinale Branco Eduardo Macabelli Presidente Diretor de Operações Luís Alberto dos Reis Diretor Administrativo Financeiro Adelmo Vanuchi Irineu Gnecco filho Diretor de Representação Diretor de Segurança e Educação Institucional Histórico A CET foi criada em 1976 como empresa responsável pela gestão do trânsito em São Paulo, combinando segurança, educação, engenharia e desenvolvimento tecnológico. Possui atualmente 4.700 empregados, dos quais 2.700 são agentes operadores de trânsito, presentes em cerca de 16.000 km de vias da cidade. O trânsito de São Paulo apresentou em 2010 a taxa de 1,97 mortos por 10.000 veículos, uma redução de 30% em relação a 2005. Sua missão é prover mobilidade com segurança no trânsito, contribuindo para a cidadania e a qualidade de vida. Produtos e Serviços Operação do trânsito 24 horas; planejamento da circulação viária; avaliação do impacto de grandes empreendimentos; autorização e acompanhamento de eventos na via pública; fiscalização do trânsito; instalação e manutenção da sinalização viária vertical, horizontal e semafórica; educação de trânsito para estudantes, condutores e população em geral. Tel. 11 3396-8008 (PR) 11 3396-8306 (DP) 11 3396-8308 (SES) www.cetsp.com.br Diretoria Cel. PM Hervando Luiz Velozo Comandante Institucional Histórico O Comando de Policiamento de Trânsito teve suas raízes históricas em março de 1947, quando em uma reunião, o então Governador Adhemar Pereira de Barros anunciou: “vou tratar de medidas decisivas que implicarão a participação da força pública”. Menos de três meses depois, em 14 de julho de 1947, saía à rua o primeiro contingente da Força Pública destinado ao Policiamento de Trânsito da cidade de São Paulo, foi o pelotão sob o Comando do então 1.º Tenente José de Pina Figueiredo. Já em março de 1973 o Comando de Policiamento de Trânsito foi implantado em caráter definitivo, pelo Boletim Especial n.º 01/73, tendo como primeiro comandante o Cel PM Ubirajara Spinola Bravo. O CPTran foi extinto em 2001, na época com 4 (quatro) Batalhões de Trânsito e efetivo de 2.800 (dois mil e oitocentos) Policiais, ficando aproximadamente 9 anos desativado, retornando em 27 de abril de 2010 para dar continuidade ao excelente trabalho que realizava. Hoje com dois Batalhões de Trânsito, 1384 (mil trezentos e oitenta e quatro) Policiais realiza a plenitude das ações de trânsito na capital, tendo como maior objetivo a segurança da população, através da visibilidade, fluidez de trânsito e fiscalização. Produtos e Serviços O Comando de Policiamento de Trânsito da Capital possui 172 (cento e setenta e duas) viaturas do tipo automóveis; 314 (trezentos e quatorze) viaturas do tipo motocicleta; 4 (quatro) Bases Comunitárias Móveis; 2 (dois) micro-ônibus; 4 (quatro) Guinchos, 12 (doze) sedes e 3 (três) Pátios de remoção de veículos; 82 (oitenta e dois) etilômentros. Tel. 11 3291-6500 www.ssp.sp.gov.br TODOS POR Um trÂnsito mais seguro Diretoria Cel. PM Jean Charles Oliveira Diniz Serbeto Responsável atual pela entidade Institucional O Comando de Policiamento Rodoviário é o segmento especializado da Polícia Militar do Estado de São Paulo incumbido da Polícia Ostensiva e da Preservação da Ordem Pública em atividades de Policiamento de Trânsito Rodoviário, atuando em toda a extensão da malha Rodoviária do Estado de São Paulo, com o objetivo de prevenir e reprimir atos relacionados com a segurança pública e de garantir obediência às normas relativas à segurança do trânsito, assegurando a livre circulação e evitando acidentes. O Policial Militar Rodoviário está presente diuturnamente nas rodovias é a ele que você pode recorrer quando necessitar de auxílio, informações e tudo aquilo que se relacione com o trânsito e à segurança pública. Checando as condições dos veículos, a documentação, as condições físicas e emocionais dos condutores, o Policial Militar Rodoviário esta cuidado para que você e sua família tenham uma viagem tranquila e segura. Desde sua criação, em meados de 1948, o Policiamento Rodoviário tem por missão principal o policiamento ostensivo de trânsito, a preservação da ordem pública e a garantia da segurança dos usuários nos 18.000 Km de rodovias que compõem a malha rodoviária paulistana. Para tanto, conta com a abnegação de mais de 4.000 Policias, entre homens e mulheres, especialmente treinados para exercerem suas atividades através das radiopatrulhas, das bases operacionais fixas e móveis. Produtos e Serviços Atualmente é responsável pelo policiamento ostensivo de trânsito e pela preservação da ordem pública em toda a malha rodoviária paulista, perfazendo um total de mais de 20.000 KM de rodovias, onde atuam cerca de 4.000 homens e mulheres que, diuturnamente, lutam pela segurança dos usuários das rodovias com o mesmo afinco dos pioneiros da década de 40, materializando o compromisso organizacional com a defesa da vida, da integridade física e da dignidade da pessoa. Tel. 11 3327-2727 www.polmil.sp.gov.br Diretoria João Cláudio Valério Flávio S. Simões Inez Brustolin Mansueto H. Lunardi Estanislau Marcka Rubens Cahin Diretoria de Administração Diretoria de Operações Diretoria Coordenadoria Diretoria Diretoria de Engenharia de Planejamento de Operações Financeira Institucional Histórico O DER/SP, como Órgão Executivo Rodoviário do Estado de São Paulo e integrante do Sistema Nacional de Trânsito, é o responsável pelo cumprimento das obrigações previstas no Código de Trânsito Brasileiro. Para cumprir as suas obrigações de Órgão Executivo Rodoviário do Estado de São Paulo, visando maiores reduções de mortos e feridos em acidentes de trânsito nas rodovias do Estado de São Paulo, o DER investe em ações, voltadas a minimizar os riscos de acidentes, sobre os três elementos que compõe o trânsito: humano (condutores e pedestres), veículo e a via. Produtos e Serviços O DER investe em ações, voltadas a minimizar os riscos de acidentes, sobre os três elementos que compõe o trânsito: humano (condutores e pedestres), veículo e a via. Tel. 11 3331-1782 11 3311-1400 (Ramal 4004) www.der.sp.gov.br TODOS POR Um trÂnsito mais seguro Diretoria Laurence Casagrande Lourenço Diretor Presidente Benjamin V. de M. Junior João Henrique Poiani Pedro da Silva Diretor de Operações Diretor de Engenharia Diretor Administrativo e Financeiro Silvia C. A. Menezes Diretora Jurídica Institucional Histórico A Dersa - Desenvolvimento Rodoviário S.A. é uma empresa de economia mista, vinculada à Secretaria Estadual de Logística e Transportes, instituída em 1969 para projetar e implantar a Rodovia dos Imigrantes. Cumpriu a sua missão e foi além, construindo as modernas autoestradas Bandeirantes, Ayrton Senna e Governador Carvalho Pinto e duplicando outros 270 quilômetros de rodovias, como a Dom Pedro I e Pe. Manoel da Nóbrega. Incumbida pelo Governo de São Paulo, a Dersa assumiu a administração de todas as travessias litorâneas por balsas: de Santos - Guarujá, São Sebastião - Ilhabela, Guarujá - Bertioga, Iguape - Jureia, Iguape - Ilha Comprida, Cananeia - Ilha Comprida, Cananeia - Continente e Cananeia - Ariri. Em 1998 a Dersa iniciou a construção do Rodoanel. Responsável por interligar as principais rodovias que chegam à capital, o projeto foi dividido em quatro trechos: Oeste, Sul, Leste e Norte. O Trecho Oeste foi concluído em 2002, e o Trecho Sul em 2010. Ainda em 1998, dentro do Programa Estadual de Desestatização e Parcerias com a Iniciativa Privada do Governo de São Paulo, as rodovias Anchieta, Imigrantes, Anhanguera e Bandeirantes passaram a ser administradas por concessionárias privadas. Em 2008 foi a vez do Trecho Oeste do Rodoanel e, em 2009, das rodovias Dom Pedro I, Ayrton Senna e Carvalho Pinto. Já em 2011, o Trecho Sul do Rodoanel e a construção do Trecho Leste também passaram para concessão privada. Por meio de convênio entre a Prefeitura e o Governo de São Paulo, a Dersa também gerencia e executa empreendimentos, tal como Adequação Viária da Marginal Tietê e Implantação da Avenida Jacu Pêssego Sul, (entre a Av. Ragueb Chohfi e Av. Papa João XXIII ). Tel. 11 3702-8000 www.dersa.sp.gov.br ESMP Diretoria Fernando Grella Vieira Procurador-Geral Institucional Histórico Procuradoria-Geral de Justiça, além de suas atribuições administrativas, também exerce funções de órgão de execução. A Constituição Federal, artigo 129, ao delinear as funções institucionais do Ministério Público, já prevê algumas consideradas próprias de órgão de execução. As Leis Orgânicas Federal e Estadual do Ministério Público disciplinam as funções de execução da Procuradoria-Geral de Justiça, respectivamente no artigo 29 (Lei n.º 8.625, de 12-2-1993) e no artigo 116 (Lei Estadual n.º 734, de 26-11-1993). Funções de Execução: art. 29 da Lei n.º 8.625, de 12 de fevereiro de 1993 e art. 116 da Lei Complementar Estadual n.º 734, de 26 de novembro de 1993. Produtos e Serviços ÁREAS DE ATUAÇÃO: Cível, Consumidor, Criminal, Direitos Humanos, Educação, Eleitoral, Infância e Juventude, Patrimônio Público, Saúde Pública, Urbanismo e Meio Ambiente. Tel. 11 3119-9000 www.mp.sp.gov.br TODOS POR Um trÂnsito mais seguro Diretoria Paulo Skaf Presidente Benjamin Steinbruch 1.º Vice-Presidente João Guilherme S. Ometto 2.º Vice-Presidente Josué Christiano G. da Silva 3.º Vice-Presidente Carlos Cavalcanti Diretor do Departamento de Infraestrutura Institucional Histórico Caixa de ressonância dos principais acontecimentos do País e principal interlocutora do setor produtivo, a FIESP defende a iniciativa privada e a economia de mercado. Missão Transformar o Brasil em uma grande potência econômica, uma nação próspera e socialmente justa. Tel. 11 3549-4499 www.fiesp.com.br Diretoria Aluizio de Barros Fagundes Presidente Arlindo Virgílio M. Moura Vice-Presidente de Administração e Finanças Miriana P. Marques Vice-Presidente de Assuntos Internos Rui Arruda Camargo Vice-Presidente de Atividades Técnicas Amândio Martins Vice-Presidente de Relações Externas Nelson Aidar Vice-Presidente da Sede de Campo Institucional Missão Promover a engenharia, em benefício do desenvolvimento e da qualidade de vida da sociedade. Promoção do desenvolvimento e valorização da engenharia. Promoção da qualidade e credibilidade de seus profissionais. Prestação de serviços à sociedade promovendo fóruns e debates sobre problemas de interesse público, analisando e manifestando-se sobre políticas, programas e ações governamentais e elaborando estudos, pareceres técnicos e propostas para o poder público e para a iniciativa privada. Prestação de serviços aos associados. Produtos e Serviços A comunidade em geral, os órgãos públicos e organizações não governamentais, as empresas do setor industrial, comercial e de serviços. As empresas de engenharia, engenheiros e profissionais de nível superior em geral, os Institutos de Pesquisas e Escolas de Engenharia, Estudantes de Engenharia. Tel. 11 3466-9200 www.institutodeengenharia.org.br TODOS POR Um trÂnsito mais seguro Diretoria Flávio Benatti Presidente Institucional Fundada em 1963, a NTC&Logística é entidade de classe sem fins lucrativos que aglutina e representa o empresariado brasileiro de transporte de cargas e logística. Contando com um quadro de aproximadamente 3500 sócios no Brasil e em países da América do Sul, é referência técnica nacional e internacional. Entre seus objetivos principais está o de buscar a redução do número de acidentes no trânsito através da difusão de boas práticas. Entre as muitas iniciativas nessa área é possível destacar o Fórum Nacional de Segurança que em suas seis edições teve esse assunto como tema recorrente e também a série de seminários COMJOVEM CoNvida, um programa voltado para jovens empresário de transportes que, desde 2009, ano de sua criação levou a questão da segurança no trânsito a aproximadamente vinte cidades brasileiras. Tel. 11 2632-1500 www.portalntc.org.br Diretoria Dr. Giovanni Guido Cerri Secretário Dr. Marcos Boulos Coordenadoria de Controle de Doenças Dra. Ana Freitas Ribeiro Diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica Dr. Marco Antonio de Moraes Diretor da Divisão de Doenças Crônicas Não Transmissíveis Dr. José Raimundo Sica Médico Sanitarista e Representante SES no CEDATT Institucional Histórico A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo é responsável pela formulação da Política Estadual de Saúde e de suas diretrizes, norteada pelos princípios do SUS, que tem como propósitos promover a saúde priorizando as ações preventivas, democratizando as informações relevantes para que a população conheça seus direitos e os riscos à sua saúde. A SES-SP é também responsável pela articulação e pelo planejamento de ações desenvolvidas pelos 17 Departamentos Regionais de Saúde (DRS) distribuídos pelo Estado, além de administrar três fundações: a do Remédio Popular (FURP), que pesquisa, desenvolve, fabrica e distribui medicamentos; a Oncocentro de São Paulo (FOSP), que constitui-se basicamente na instância de apoio à SES-SP para assessorar a política de câncer no Estado; e a Pró-Sangue Hemocentro de São Paulo, que além do desenvolvimento de pesquisas fornece hemocomponentes e serviços hemoterápicos. Produtos e Serviços Instituições vinculadas à Secretaria de Estado da Saúde São Paulo. Centro de Referência e Treinamento DST AIDS - CRT/AIDS. Centro de Vigilância Epidemiológica - CVE. Centro de Vigilância Sanitária - CVS. Fundação Oncocentro de São Paulo - FOSP. Fundação para o Remédio Popular - FURP. Fundação Pro Sangue Hemocentro de São Paulo. Instituto Adolfo Lutz - IAL, dentre outros. Tel. 11 3066-8000 www.saude.sp.gov.br TODOS POR Um trÂnsito mais seguro Diretoria Dr. Antônio Ferreira Pinto Secretário Institucional A Secretaria de Estado dos Negócios da Segurança Pública é a responsável pela administração das polícias em todo o Estado de São Paulo. A chefia geral da organização policial é competência do secretário da Segurança Pública – escolhido e nomeado pelo Governador do Estado. Como titular da pasta, o secretário da Segurança Pública é a mais alta autoridade policial na escala hierárquica, estando subordinados a ele as polícias Civil, Militar, Técnico-Científica e o Detran. Desde 1987, o secretário da Segurança Pública conta com um secretário-adjunto, função estabelecida por meio de decreto estadual, para, além das atribuições legais e regulamentadas, responder pelo expediente nos impedimentos legais, temporários e ocasionais do titular da pasta. Além disso, tem a incumbência de representar o secretário junto às autoridades e órgãos públicos, e coordenar o relacionamento entre o titular da pasta e os dirigentes dos órgãos da Secretaria da Segurança Pública e das entidades descentralizadas a ela vinculadas. Produtos e Serviços Delegacia Eletrônica: a Delegacia Eletrônica de Polícia Civil do Estado de São Paulo foi criada pela Portaria DGP de 04/02/2000 e destina-se ao registro de alguns tipos de boletins de ocorrência pela internet. Denúncias: seja por telefone ou pela internet, a sua ajuda é fundamental. Pessoas desaparecidas: saiba como agir ao notar o desaparecimento de alguém. Procurados pela Justiça: veja como proceder ao identificar um procurado da Justiça. 190 Emergência: este é mais um canal para solicitar atendimento emergencial. Unidades Policiais: mapas completos com endereços. Atestado de Antecedentes: em poucos minutos você pode tirar seu documento pela internet. [email protected] www.ssp.sp.gov.br Diretoria Paulo Alexandre Barbosa Secretário Institucional A Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (SDECT) trabalha para promover o crescimento econômico sustentável, aprimorar os ensinos superior, técnico e de graduação tecnológica e estimular a inovação no Estado de São Paulo, com políticas públicas voltadas à geração de emprego e renda e ao aumento do empreendedorismo e da competitividade do setor produtivo. Criada em 1965, a pasta passou por diversas mudanças, até que, em janeiro de 2011, a então Secretaria de Desenvolvimento deu lugar à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia. Com a reformulação de sua estrutura, a pasta passou a fortalecer o apoio ao micro e pequeno empreendedor, a atração de investimentos, o incentivo à pesquisa científica e tecnológica e a expansão do acesso aos ensinos superior e profissionalizante. A Secretaria tem como seus principais eixos de atuação a atração de novos investimentos nacionais e internacionais para o Estado; ações em ciência, tecnologia e inovação; implantação de parques tecnológicos; iniciativas de fomento a Arranjos Produtivos Locais (APLs); instalação de incubadoras de empresas e espaços empresariais, dentre outras. Produtos e Serviços Resumo das ações. Qualificação da mão de obra com a expansão dos ensinos técnico e tecnológico. Apoio à pesquisa e à inovação tecnológica, promovendo a aproximação dos centros de conhecimento com a iniciativa privada. Ampliação das atividades de ensino, pesquisa e extensão. Estímulo à cultura do empreendedorismo e à desburocratização, apoiando micro, pequenas e médias empresas; Investimentos em incubadoras, espaços empresariais, Arranjos Produtivos Locais (APLs) e parques tecnológicos; Apoio tecnológico aos municípios, dentre outros. Tel. 11 3218-6000 www.desenvolvimento.sp.gov.br TODOS POR Um trÂnsito mais seguro Diretoria Davi Zaia Secretário Institucional A missão da Secretaria Estadual do Emprego e Relações do Trabalho é aproximar o trabalhador das novas oportunidades do mercado, fomentando a geração de trabalho e renda. A Secretaria desenvolve suas atividades por meio dos programas e serviços de intermediação de mão de obra, de qualificação e requalificação profissional e atendimento ao trabalhador pelo Sistema Público de Emprego – Sert/Sine. Gera ocupação ao desempregado e insere o jovem no mercado de trabalho, além de estimular o desenvolvimento de atividades empreendedoras, por meio de qualificação e concessão de microcrédito. Produtos e Serviços Comissão Estadual do Emprego. Objetivo: 1. Participar da definição das políticas que compõem o Sistema Público de Emprego do Estado de São Paulo, acompanhando e avaliando a sua implementação. 2. Estimular e aprovar em parceria com a SERT (Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho) a criação de Comissões Municipais de Emprego nos Municípios do Estado de São Paulo, para colaborar no desenvolvimento de políticas públicas locais de emprego e renda. Como funciona: A Comissão Estadual de Emprego é organizada de forma tripartite e igualitária, com representantes do Poder Público Estadual, dos Trabalhadores e dos Empregadores. A Comissão reúne-se periodicamente com o intuito de buscar soluções coletivas para o desemprego no Estado de São Paulo. Tel. 11 3241-7000 www.emprego.sp.gov.br Diretoria Herman Jacobus Cornelis Voorwald Secretário Institucional A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (SEE) tem por objetivo planejar, dirigir, executar e avaliar as ações setoriais a cargo do Estado relativas à garantia e à promoção da Educação, com a participação da sociedade e com vistas ao pleno desenvolvimento da pessoa e a seu preparo para o exercício da cidadania e para o trabalho. A Pasta possui a maior rede de ensino do Brasil, com 5,3 mil escolas, 230 mil professores e mais de quatro milhões de alunos. Até 2011, a SEE esteve organizada em sete órgãos centrais e dois órgãos vinculados. Neste ano, teve início a reestruturação de sua estrutura básica, que contará agora com três órgãos vinculados, sendo eles o Conselho Estadual de Educação (CEE), a Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE) e o Comitê de Políticas Educacionais, além da Escola de Formação e Aperfeiçoamento de Professores – “Paulo Renato Costa Souza” e cinco coordenadorias: de Gestão da Educação Básica; de Informação, Monitoramento e Avaliação Educacional; de Infraestrutura e Serviços Escolares; de Gestão de Recursos Humanos; de Orçamento e Finanças. O novo modelo foi instituído por decreto assinado pelo governador Geraldo Alckmin, publicado no Diário Oficial do dia 20 de julho de 2011, e deverá ser implantado até o final deste ano. Produtos e Serviços Ler e escrever. O programa auxilia na formação, elaboração e distribuição de materiais pedagógicos às crianças das primeiras séries da Rede Estadual. Agita galera. O programa promove o estilo de vida ativa e levanta a discussão sobre a importância das atividades corporais e motoras. Escola de tempo integral. Ampliação da jornada escolar com atividades curriculares. Redefor. Oferece diversos cursos gratuitos de pós-graduação aos docentes da rede estadual, dentre outros serviços. Tel. 11 3218-2000 www.educacao.sp.gov.br TODOS POR Um trÂnsito mais seguro Diretoria Profa. Dra. Linamara Rizzo Battistella Secretária Institucional Missão: garantir o acesso das pessoas com deficiência no Estado de São Paulo a todos os bens, produtos e serviços existentes na sociedade. Visão: tornar-se referência mundial em articulação, implementação e monitoramento da inclusão social de pessoas com deficiência até 2015. Valores: foco em Resultado, Ética, Protagonismo e Sinergia. resultado: toda ação empreendida em nossa Secretaria deve conduzir a RESULTADOS PRÁTICOS que melhorem a Qualidade de Vida da pessoa com deficiência. Ética: para gerar bons resultados devemos RESPEITAR TODAS AS PESSOAS IMPACTADAS pelas decisões tomadas. Protagonismo: temos que ser pioneiros e criativos em nossas ações para que as pessoas com deficiência exerçam o seu DIREITO DE ESCOLHA. Sinergia: as PARCERIAS internas e externas viabilizam a pluralidade e agilidade necessárias para a tomada de decisão. Produtos e Serviços Os principais objetivos da Secretaria são: garantir que as pessoas com deficiência tenham seus direitos assegurados por meio de uma efetiva articulação com as demais pastas promovendo uma real melhoria da qualidade de vida dessas pessoas. Além disso, a Secretaria pretende garantir que as oportunidades para este segmento sejam ampliadas e a diversidade respeitada. Com a intenção de promover uma ação conjunta e realmente eficaz a Secretaria dos Direitos das Pessoas com Deficiência assinou protocolos em parcerias com outras Secretarias de Estado nas áreas da Educação, Habitação, Saúde, Emprego e Relações do Trabalho e Economia e Planejamento, além de acordos de cooperação com entidades ligadas à pessoa com deficiência e empresas privadas. Tel. 11 5212-3700 www.pessoacomdeficiencia.sp.gov.br Diretoria Emanuel Fernandes Secretário Institucional Articulação dos Instrumentos de Planejamento. A Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional, a partir da progressiva integração entre os três instrumentos de planejamento público, o Plano Plurianual - PPA, a Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO e a Lei Orçamentária Anual - LOA pretende contribuir para a evolução e aperfeiçoamento da gestão pública. Produtos e Serviços Plano Plurianual - PPA. O PPA pode ser considerado a consolidação de uma visão unificada em relação aos problemas, prioridades e estratégias do Governo do Estado de São Paulo, embutindo uma proposta de trabalho conjunto de todas as suas instâncias, para o período de quatro anos. Mapeia os objetivos estratégicos de cada pasta, bem como a definição de suas prioridades e metas ao longo desse período. Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) feita para o período de um ano, aponta as prioridades na alocação dos recursos. Lei Orçamentária Anual - LOA. A Lei Orçamentária, também anual, define os valores para as ações por grupos de despesas e controla o valor total por programas. Tel. 11 2575-5000 www.planejamento.sp.gov.br TODOS POR Um trÂnsito mais seguro Diretoria Saulo de Castro Abreu Filho Secretário Institucional A Secretaria Estadual de Logística e Transportes tem sob sua responsabilidade o Departamento de Estradas de Rodagem (DER), o Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (DAESP), o Departamento Hidroviário (DH), a Dersa Desenvolvimento Rodoviário S.A., a Companhia Docas de São Sebastião e a Artesp - Agência Reguladora de Transporte do Estado de São Paulo. Cada unidade desempenha um importante papel para que a integração dos transportes seja um trabalho contínuo e eficiente. Suas macro atividades estão claramente definidas no PDDT Vivo - Plano Diretor de Desenvolvimento dos Transportes. Missão Desenvolver um sistema de transportes seguro, rápido, econômico, integrado, confortável e abrangente que assegure a mobilidade de bens e de pessoas e estimule o desenvolvimento econômico, social e ambiental sustentáveis para o Estado de São Paulo. Produtos e Serviços Coordenar os meios de transporte de responsabilidade do Estado; Promover a organização, as operações e o reaparelhamento de órgãos ou sistemas de transporte de propriedade do Estado; Analisar, propor e fiscalizar as alterações tarifárias dos vários meios de transportes; Aprovar, controlar e executar planos técnico-econômicos, financeiros e administrativos correspondentes aos diversos sistemas de transporte. Tel. 11 3702-8000 www.transportes.sp.gov.br Diretoria Bruno Covas Rubens Naman Rizek Junior Antonio Vagner Pereira Denilson Gonçalves da Silva Chefe de Gabinete Secretário Secretário Adjunto Diretor do Departamento de Administração Institucional Celso Aguilera Santoro Diretor do Núcleo de Transportes A Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo surgiu para promover a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental, coordenando e integrando atividades ligadas à defesa do meio ambiente. Três anos mais tarde, novas atribuições foram conferidas à pasta, que foi a responsável pela elaboração da Política Estadual de Meio Ambiente e pela sua implantação em 1997, que estabeleceu o Sistema Estadual de Administração da Qualidade Ambiental, Proteção, Controle e Desenvolvimento do Meio Ambiente e Uso Adequado dos Recursos Naturais - SEAQUA, do qual a SMA é o órgão central. Em 2008, a SMA teve a sua estrutura reorganizada, conforme decreto estadual. Desde então, além de coordenar a formulação, aprovação, execução, avaliação e atualização da Política Estadual de Meio Ambiente, a secretaria também ficou responsável por analisar e acompanhar as políticas públicas setoriais que tenham impacto ao meio ambiente, bem como articular e coordenar os planos e ações relacionados à área ambiental. Dessa maneira, as questões ambientais deixaram de integrar apenas a pasta de Meio Ambiente, para estarem presentes em diferentes órgãos e esferas públicas do Estado de São Paulo, que trabalham de maneira integrada com a SMA. A secretaria também é responsável por executar as atividades relacionadas ao licenciamento e à fiscalização ambiental, além de promover ações de educação ambiental, normatização, controle, regularização, proteção, conservação e recuperação dos recursos naturais. Para isto, departamentos, coordenadorias e Fundações atuam vinculadas à SMA para exercer as atividades competentes à pasta. Para agilizar a gestão ambiental no Estado, em 2007, foram criados 21 Projetos Ambientais Estratégicos, que trabalham agendas ambientais em diferentes áreas, como lixo mínimo, esgoto tratado, qualidade do ar e das águas superficiais e subterrâneas, ecoturismo, educação ambiental, a descentralização da política ambiental em parceria com os municípios paulistas, a redução da queima da palha da cana de açúcar, a recuperação das matas ciliares e o licenciamento ambiental unificado. Tel. 11 3133-3000 www.ambiente.sp.gov.br TODOS POR Um trÂnsito mais seguro Diretoria Jurandir Fernandes Secretário Institucional Histórico A necessidade de um órgão que cuidasse especificamente do transporte metropolitano resultou na Lei Estadual nº 7.450, de 16 de julho de 1991, que criou a Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos com sua organização fixada pelo Decreto Estadual nº 34.184, de 18 de novembro de 1991, estabelecendo seus campos funcionais que eram, basicamente, a execução da política de transportes na Região Metropolitana de São Paulo, seu sistema viário metropolitano e os assuntos correlatos. Inicialmente, estavam vinculadas a esta pasta a Companhia do Metropolitano de São Paulo - Metrô e a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos - EMTU/SP. Posteriormente, foram integrados à Secretaria de Transportes Metropolitanos - STM, a Empresa de Planejamento da Grande São Paulo S.A. - Emplasa (atual Empresa Paulista de Planejamento S.A.) e o Fundo Metropolitano de Financiamento - Fumefi, pelo Decreto Estadual n.º 39.895, de 1.º de janeiro de 1995. A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos - CPTM foi criada pela Lei Estadual n.º 7.861, de 28 de maio de 1992, já vinculada à STM. A Emplasa e o Fumefi permaneceram vinculados à STM até 2003. Atualmente, a Secretaria dos Transportes Metropolitanos é responsável por uma das áreas de infraestrutura do governo do Estado: o transporte urbano metropolitano de passageiros nas três regiões metropolitanas paulistas - de São Paulo (RMSP), da Baixada Santista (RMBS) e de Campinas (RMC) - as duas últimas incorporadas como área de atuação por ocasião de sua criação, respectivamente em 1996 e 2000. Permanecem vinculadas à STM três empresas: a CPTM, a EMTU/SP e o Metrô. Tel. 11 3291-7800 www.stm.sp.gov.br Diretoria Flávio Benatti Presidente do CRSP - CONSELHO REGIONAL DE SÃO PAULO Institucional O Serviço Social do Transporte (Sest) e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat) são entidades civis sem fins lucrativos criadas com o objetivo de valorizar os trabalhadores do setor de transporte. As instituições surgiram em 14 de setembro de 1993, pela Lei 8.706, a partir de um processo de conscientização do setor e das entidades sindicais. A Confederação Nacional do Transporte, com o apoio legal, ficou responsável pela criação do Sest Senat e, desde então, organiza e administra a instituição. Na área social, o Sest Senat é responsável por gerenciar, desenvolver e apoiar programas que prezam pelo bem-estar do trabalhador em áreas como saúde, cultura, lazer e segurança no trabalho. Na área educacional, o foco se volta a programas de aprendizagem, que incluem preparação, treinamento, aperfeiçoamento e formação profissional. Sua missão é desenvolver e disseminar a cultura de transporte, promovendo a melhoria da qualidade de vida e do desempenho profissional do trabalhador, bem como a formação e a qualificação de novos profissionais para eficiência e eficácia dos serviços a serem prestados à sociedade. Produtos e Serviços SEST: Assistência Médica e Odontológica, Segurança no Trabalho, Esporte, Lazer, Recreação e Cultura, Ações voltadas à preservação do meio ambiente. SENAT: Formação Profissional, Treinamento, Aperfeiçoamento e Reciclagem, Segurança no Trabalho e no Trânsito, Ações voltadas à preservação do meio ambiente. Tel. 11 2983-2232 www.sestsenat.org.br TODOS POR Um trÂnsito mais seguro Diretoria Gerson Oger Fonseca Presidente Cláudio Nelson C.R. de Abreu Vice-Presidente Robson Rodrigues Tesoureiro Belarmino Ascenção marta Júnior Secretário Institucional Fundado em 15 de maio de 1941, o SETPESP, representa as empresas de transporte de passageiros por ônibus que operam os sistemas públicos rodoviário, suburbano, metropolitanos de São Paulo, Baixada Santista e Campinas e os urbanos do Interior do Estado de São Paulo. Os sistemas contam com uma frota total de aproximadamente 15 mil ônibus, atendem a quase todos os 641 municípios do Estado de São Paulo, percorrem em torno de 1,2 bilhão de quilômetros/ano e transportam mais de 1,6 bilhão de passageiros/ ano com qualidade, segurança, pontualidade e eficiência. Sua missão é prestar serviços para as associadas, e colaborar com o poder público e a comunidade, na busca da solidariedade social na área de sua representação (Transporte Regular de Passageiros por Ônibus). Produtos e Serviços Condução das negociações tarifárias e coletivas trabalhistas de data-base do setor; disponibilizar às suas associadas completa assessoria técnica, administrativa, jurídica e judicial, por meio de seu corpo funcional interno e de consultores contratados; aperfeiçoar a gestão empresarial por meio de um a mplo Programa de Capacitação das Empresas de Transporte, composto por cursos e treinamentos que atendem desde a operação até a alta direção das empresas tendo, inclusive, implantado, em parceria com a Universidade, um MBA específico para as empresas de transporte de passageiros. Tel. 11 3179-1077 www.setpesp.org.br sp.sindautoescola.org.br Diretoria José Guedes Pereira Moisés Martins Bicalho Aldari Onofre Leite Diretor Administrativo Presidente Vice-Presidente Institucional Alfredo Oliveira Filho Diretor Financeiro Lourival Alves de Araújo Diretor Administrativo Adjunto O SINDICATO DAS AUTO MOTO ESCOLAS E CENTROS DE FORMAÇÃO DE CONDUTORES NO ESTADO DE SÃO PAULO, pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos, com sede e foro na cidade de São Paulo, Capital. Constituído para fins de estudo, coordenação, proteção e representação da categoria econômica de empresas de Auto Moto Escolas e Centros de Formação de Condutores (C.F.C. “A”; C.F.C. “B”; e, C.F.C. “A/B”) de veículos automotores englobando todos os estabelecimentos de ensino teórico técnico e de prática de direção veicular, para primeira habilitação de condutores, renovação de CNH e reciclagem de condutores infratores, bem como os de reciclagem profissional para a formação de condutores de veículos automotores, sediados na base territorial de todo o Estado de São Paulo, nos termos das disposições legais e constitucionais sobre a matéria e com o intuito de colaborar com os poderes públicos e as demais associações de classe no sentido da solidariedade social e sua subordinação aos interesses nacionais. Produtos e Serviços Oferece aos seus representados, livros, apostilas e materiais para a otimização das atividades em Autoescolas/CFC’s, assistência jurídica e apoio administrativo para obtenção de soluções em decorrência de problemas advindos do exercício da atividade. Promove várias ações de Responsabilidade Social, como a REATECH (Feira Internacional de Tecnologia em Reabilitação, Inclusão e a Acessibilidade), Curso de LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), Prêmio Sindautoescola que em sua 5ª edição possui como tema “Qual o papel das Autoescolas/CFC’s na Educação para o Trânsito?”, além do Congresso das Autoescolas. Tel. 11 3929.5779 [email protected] www.sindautoescola.org.br TODOS POR Um trÂnsito mais seguro Expediente Compõem o CEDATT representantes dos seguintes órgãos públicos e entidades privadas: ABCR – Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias ABRACICLO – Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares ABRAMET – Associação Brasileira de Medicina de Tráfego ABRASPE - Associação Brasileira de Pedestres ABTLP – Associação Brasileira de Transporte e Logística de Produtos Perigosos AEA – Associação Brasileira de Engenharia Automotiva ANFAVEA – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores ANTP – Associação Nacional de Transportes Públicos ARTESP- Agência de Transporte do Estado de São Paulo CESVI /Brasil – Centro de Experimentação e Segurança Viária CET – Companhia de Engenharia de Tráfego CPRv –Comando de Policiamento Rodoviário CPTRAN – Comando do Policiamento de Trânsito DER – Departamento de Estradas de Rodagem DERSA – Desenvolvimento Rodoviário S/A FIESP – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo Instituto de Engenharia Ministério Público do Estado de São Paulo NTC – Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística Secretaria de Estado da Educação Secretaria de Estado do Emprego e Relações do Trabalho Secretaria de Estado da Saúde Secretaria de Estado dos Negócios da Segurança Pública Secretaria de Estado de Economia e Planejamento Secretaria de Desenvolvimento do Estado de São Paulo Secretaria do Estado do Meio Ambiente Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos Secretaria de Estado de Logística e Transportes Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência SEST/SENAT – Serviço Social do Transporte/ Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte SET – Secretaria Estadual de Logística e Transportes SETPESP – Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado de São Paulo SINDIAUTO – Sindicato das Auto Moto Escolas e Centros de Formação de Condutores no Estado de São Paulo 156 TODOS POR Um trÂnsito mais seguro Comissão Organizadora Fórum CEDATT Todos por um trânsito mais seguro 1.º Fórum Paulista de Prevenção de Acidentes de Trânsito e Transporte Coordenação Geral do Evento Alberto Galvão Branco - Associação Brasileira de Medicina de Tráfego - ABRAMET Coordenação Operacional Celina Ribeiro - Conselho Estadual para a Diminuição dos Acidentes de Trânsito e Transportes - CEDATT Comissão Organizadora Antonio Lauro Valdívia Neto - Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística - NTC e Logistica Carlos Alberto Felizola Freire - Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias - ABCR Cássio Belvisi - Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado de São Paulo - SETPESP José Edison Parro - Associação Brasileira de Engenharia Automotiva - AEA José Oka - Consultor em Transportes Maria de Fátima Fernandes Dantas - Secretaria Estadual dos Transportes Metropolitanos Moacyr Alberto Paes - Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares - ABRACICLO Conselho Editorial Alberto Galvão Branco - Associação Brasileira de Medicina de Tráfego - ABRAMET Antonio Galvão Alvares de Abreu - Secretaria Estadual de Logística e Transportes - SET Cel. Alberto Silveira Rodrigues - Secretaria Estadual de Logística e Transportes - SET Fabio Ford Feris Racy - Associação Brasileira de Medicina de Tráfego - ABRAMET Ivan Francisco Pereira Agostinho - Secretaria Estadual de Logística e Transportes - SET Agradecimentos Especais Associação Brasileira de Medicina de Tráfego - ABRAMET - Alex Sander Camargos; Blue Comunicação - Ricardo Chachá; Conselho Estadual para a Diminuição dos Acidentes de Trânsito e Transportes - CEDATT - Celina Ribeiro; Desenvolvimento Rodoviário S.A - Dersa - Emilio Carlini; Secretaria Estadual de Logística e Transportes - SET - Armando Augusto Martins Filho, Carlos Alberto Silva, Marisa de França Cardoso, Rosangela Modesto Salvador, Rosemary Santos, Solange Guarino, Armando Thiago Turbian, Vanderleia de Vargas Tarantelli; Mariana Ribeiro – Assessoria de Imprensa. Edição Edição BB Editora Direção Geral: Baroni Neto Direção de Criação: Marcelo Souza Edição e Revisão: Rafael Silvestre TODOS POR Um trÂnsito mais seguro