a asfe saúde - Página Exclusiva
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Encarte comercial da responsabilidade de «Página Exclusiva». Não pode ser vendido separadamente. Portugal Inovador A ASFE SAÚDE Com a missão de prestar cuidados de saúde, sociais e de socorro, nasceu a ASFE SAÚDE, na freguesia da Encarnação, em Mafra, no ano de 1987. Inicialmente, dedicada ao transporte de doentes, a instituição cresceu e desde 2007 conta com valências que fazem dela a maior Unidade de Cuidados Continuados Integrados do nosso país. tipologias da Rede, pautando-se por valores como a humanização, responsabilidade social e compromisso para ganhos em saúde e autonomia da pessoa. Serviços “Temos alguma dificuldade em perceber como se avançou tão pouco no desenvolvimento de uma maior proteção a quem necessita de cuidados continuados”, começa por explicar Gil Ricardo, presidente da ASFE SAÚDE. Por considerar as soluções “insuficientes face à realidade”, o presidente acredita que a ASFE SAÚDE vem dar “a resposta”que faltava. “Criámos a instituição, porque sentimos essa necessidade na região e consideramos essencial que existam este tipo de soluções a nível nacional. Não entendemos que uma pessoa com alta hospitalar vá para casa onde não possui condições de recuperação”, afirma. Em novembro de 2007, foram dados os primeiros passos com a inauguração da São Domingos Residência, para as valências de Residência Sénior e Unidade de Cuidados Continuados Integrados, hoje com 199 camas contratualizadas, através de protocolos, com a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI), e que faz da ASFE SAÚDE a única do país com as quatro 4 I Novembro Com quase 250 utentes e 300 profissionais, a ASFE SAÚDE possui uma Unidade de Internamento onde estão inseridos os Cuidados Continuados Integrados. Tendo como objetivo a recuperação ou reabilitação e a manutenção da qualidade de vida para a reinserção da pessoa na comunidade, conta com as diferentes tipologias da RNCCI como a Unidade de Convalescença, Unidade de Média Duração e Reabilitação, Unidade de Longa Duração e Manutenção e a Unidade de Cuidados Paliativos. A Unidade de Internamento encontra-se vocacionada para a prestação de Cuidados Clínicos, Cuidados de Reabilitação e Cuidados Paliativos com uma preocupação com a segurança física e emocional do utente, onde são disponibilizados cuidados de saúde especializados 24 horas por dia. A Residência Sénior pretende dar uma resposta social com a prestação de cuidados individualizados a pessoas idosas ou dependentes, em parceria com as famílias que não os conseguem assegurar no domicílio. A Clínica Médica promove a saúde e o bem-estar da população, a preços reduzidos. Contém serviços como consultas de clínica geral e de especialidade, ações de formação e rastreio, cuidados de enfermagem local e domiciliária e podem ser feitos os Planos ASFE SAÚDE que, para além de descontos em várias áreas, dão acesso a todo o tipo de assistência e a consultas sem marcação a partir de €7,50. No âmbito de transporte de doentes, contam com 31 ambulâncias e quatro carrinhas de apoio domiciliário devidamente equipadas. Os socorristas são formados e certificados em cursos para essa atividade, atualmente, no âmbito de concurso público com publicação internacional, foi celebrado um contrato de prestação de serviços para o transporte de doentes não urgentes com o Centro Hospitalar do Oeste (CHO). Quanto ao apoio domiciliário, a instituição criou a ASFE CARE, em 2013, que pretende dar todos os cuidados personalizados no domicílio, com serviço de refeições, higiene pessoal, apoio social e cuidados de saúde. Ao nível do apoio social, conta com o Centro de Ação Social na prestação de apoio à população desfavorecida onde são disponibilizados serviços de atendimento ao público. “Temos, também, a teleassistência. O utente tem uma pulseira que pode acionar perante um problema, e rapidamente damos resposta”, explica. Neste momento, a teleassistência conta com dez utilizadores. Portugal Inovador O ESTUDASFE, centro de apoio ao estudo destinado a crianças e jovens em especial para o 1.º e 2.º ciclo, pretende potencializar o desempenho escolar. Foi desenvolvido um Gabinete de Apoio em Crise (GAC) para responder a “situações graves, como um acidente ou uma morte súbita”e conta com uma “equipa de emergência para dar apoio psicológico e emocional ao sofredor”. “É bom realçar esse papel que determina a nossa condição de IPSS, a nossa condição solidária”, afirma Gil Ricardo. Para servir com qualidade, a ASFE SAÚDE conta com uma vasta equipa multidisciplinar, dinâmica e qualificada. Sensibilização e apoios É importante “provocar uma maior sensibilização junto das tutelas, para que possa haver uma evolução crescente na área dos cuidados continuados”, uma vez que, “pela experiência, é uma aposta ganha que deve ser promovida e acentuada”. Para a ASFE SAÚDE existem dois apoios nos cuidados continuados: “As tipologias de convalescença e cuidados paliativos que estão vinculadas à ARS, componente de saúde; e as tipologias de média e longa duração que dependem de duas tutelas, uma componente da saúde, a outra da Segurança Social, onde o valor determinado tem em conta o rendimento auferido pelo utente”. Mérito e diferenciação A 9 de maio de 2013, a ASFE SAÚDE foi premiada com a Medalha do Município – Grau Ouro, tendo o reconhecimento pelos serviços prestados na área da saúde, por parte da comunidade. “Conhecemos unidades que têm apenas a componente dos cuidados continuados ou o lar. A nossa abrangência é mais alargada e vai desde esses cuidados, ao transporte de doentes, ao apoio social e à parte clínica”, explica Gil Ricardo que admite ser esse o elemento que torna a ASFE SAÚDE diferente. Há uma vontade de abarcar cada vez mais respostas, para que “as pessoas não necessitem de se deslocar para terem acesso a tudo o que precisam”. Neste sentido, a ASFE SAÚDE proporciona férias escolares às crianças carenciadas da freguesia, de forma gratuita, bem como aulas de Basquetebol, na Escola Básica da Freguesia da Encarnação, a todos os que querem participar, permitindo por um lado a ocupação do tempo livre após as atividades curriculares, por outro leva à melhoria no desempenho intelectual e escolar dos seus alunos. Na promoção da qualidade dos cuidados são desenvolvidos diferentes projetos inovadores, que pretendem a proximidade e inserção na comunidade, levando técnicos da ASFE ao domicílio do utente, antes da alta, para avaliar condições de habitabilidade e acessibilidade e promover ensinos a familiares. Na unidade de internamento foi criada uma equipa de suporte em cuidados paliativos para consultoria e apoio nas ações paliativas que são desenvolvidas em todas as valências conforme a necessidade da pessoa, que não consegue estar inserida numa equipa de cuidados paliativos por limitação de resposta. No âmbito do apoio domiciliário, “fomos inovadores no protocolo que recentemente celebramos com a LInQUE, CoopLInQUE – Cuidados Paliativos em Casa, CRL, com sede em Lisboa, que consiste em promover, tanto quanto possível e até à fase terminal, o bem-estar e a qualidade de vida dos doentes paliativos”. O reconhecimento da aposta na qualidade surge em julho deste ano, aquando da entrega do certificado que faz da ASFE SAÚDE a 1.ª Unidade de Cuidados Continuados, em Portugal, a receber a acreditação pelo modelo ACSA (Agencia de Calidad Sanitaria de Andalucía), adoptado pelo Ministério da Saúde e aplicado pelo Departamento da Qualidade na Saúde da Direção Geral da Saúde, “é mérito dos nossos colaboradores e de toda a equipa”, admite o presidente. visa a criação de um espaço com 29 camas, para responder à procura nesta área. “O plano passa por continuar a aumentar e percebemos que nos devemos aproximar da área da Grande Lisboa, quer no alargamento a outras unidades de cuidados continuados integrados, quer com o apoio domiciliário, porque somos procurados”, confessa. Com um serviço de qualidade e prestando apoio à comunidade a custo reduzido, o presidente da instituição assegura que “nenhum carenciado ficará de fora se precisar dos serviços, porque há sempre uma cama disponível”. “Uma instituição de solidariedade social é isto, é o que nós fazemos. Praticamos a humanitude, o termo adequado ao trabalho que é feito pelos nossos cuidadores e queremos continuar”, termina. Futuro De momento, está a ser realizado um aumento de instalações que Novembro I 5 Portugal Inovador Os Cuidados de Saúde Primários e as Farmácias Nuno Barros Presidente do Conselho Fiscal da ANF Presidente do Conselho Fiscal da Farmacoope Vogal do Conselho de Administração da Farminveste Farmacêutico, gestor e diretor técnico Os Cuidados de Saúde Primários, de acordo com a conferência internacional de Alma Ata, “devem ser colocados ao alcance universal de indivíduos e famílias da comunidade, mediante a sua plena participação e a um custo que a comunidade e o país podem manter em cada fase do seu desenvolvimento, no espírito de autoconfiança e autodeterminação. Fazem parte integrante tanto do sistema da saúde do país, do qual constituem a função central e o foco principal quanto ao desenvolvimento social e económico global da comunidade. Representam ainda o primeiro nível de con- 6 I Novembro tacto dos indivíduos, da família e da comunidade com o Sistema Nacional de Saúde pelo qual os cuidados de saúde são levados o mais proximamente possível aos lugares onde as pessoas vivem e trabalham…”. Nos Cuidados de Saúde Primários, a preocupação deve ser universal, tanto na saúde como na doença, visando proteger e melhorar o estado de saúde de indivíduos doentes e promovendo comportamentos e atitudes saudáveis, acentuando o foco na prevenção, evitando o aparecimento de doenças que possam originar complicações mais profundas na saúde dos indivíduos e na sociedade. Devem contar com o contributo de todos os profissionais de saúde como gestores do processo assistencial, pré e pós assistência hospitalar, promovendo a melhoria do estado de saúde da população e potenciando o envolvimento dos cidadãos enquanto indivíduos, das famílias, da comunidade e suas instituições. Os Cuidados de Saúde Primários devem atingir uma capacidade de resolução dos problemas gerais de saúde numa percentagem muito elevada, induzindo deste modo uma redução substancial da necessidade de recurso a cuidados hospitalares que devem ser direcionados para cuidados mais complexos que requerem tratamentos e tecnologias mais dispendiosas. Ora, no nosso país, gozamos de uma rede privada altamente diferenciada, tecnicamente capaz, tecnologicamente preparada e que, além de garantir o acesso ao medicamento com equidade, eficiência e qualidade, por todo o território, em função de critérios geográficos e demográficos, se tem prontificado, sistematicamente, a integrar a rede de Cuidados de Saúde Primários; as Farmácias. O reconhecimento da população pelo serviço que essa rede vem prestando ao longo dos anos, é evidenciado em diversos estudos realizados por Instituições de caráter e mérito reconhecidos. As Farmácias têm integrado diversas iniciativas de redução de riscos para a saúde pública como a recolha de seringas usadas, medicamentos fora do prazo de validade, inúmeras campanhas de promoção da saúde e prevenção da doença como o Programa de Gestão da Doença na Asma e na DPOC, na Diabetes, na Hipertensão Arterial, na Dislipidémia e no Serviço de Gestão da Terapêutica, modelos aceites no conceito de cuidados farmacêuticos. Podem, ainda, ser prestados pelas Farmácias os serviços de apoio domiciliário, a prestação de primeiros socorros, a administração de medicamentos, a utilização de meios auxiliares de diagnóstico e terapêutica, a administração de vacinas não incluídas no PNV, programas de cuidados farmacêuticos, campanhas de informação e colaboração em programas de educação para a saúde. Dada a convergência entre os objetivos para os Cuidados de Saúde Primários, as necessidades do país e a disponibilidade e características das Farmácias Portuguesas, mau seria que essa rede não fosse aproveitada, com justa remuneração, até ao limite das suas capacidades, a bem da saúde dos portugueses. Portugal Inovador 4 Índice ASFE A ASFE SAÚDE 8 Região das Beiras 38 E.I.T.V. 30 “Uma escola com ética, inovação, tecnologia e valores” 46 “Crescer, produzir e servir” Metalurgia e Metalomecânica Paços de Ferreira 58 Mediação Imobiliária 44 Divercol 48 Adunguem Referência na Metalomecânica 57 APH “Saúde em primeiro lugar” EDIÇÃO, REDAÇÃO E PUBLICIDADE - Morada: Rua Augusto Lessa, nº 251 esc. 13 –4200 – 100 Porto * Telefones: 22 502 39 07 / 22 502 39 09 * Fax: 22 502 39 08 * Site: www.paginaexclusiva.pt * Email: [email protected] * Periodicidade: Mensal * Distribuição: Gratuita com o Jornal “ Público “ * Preço Unitário: 4€ / Assinatura Anual: 44€ ( 11 números ) Interdita a reprodução, mesmo parcial, de textos, fotografias ou ilustrações sob quaisquer meios, e para quaisquer fins sem autorização do editor. 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O que é provável é que, quando já não houver vestígio algum de nada do que hoje é moda, a grandeza pura e simples da Serra 8 I Novembro da Estrela, as Gravuras do Côa, os Penedos de Monsanto ou as Portas de Ródão hão-de permanecer firmes e imperturbáveis. A pouquíssimas horas dos grandes centros, chegamos então ao território da Beira Interior, onde podemos ir à descoberta destes e de muitos outros exemplos da obra que a natureza e o Homem deixaram nesta região, obra essa que é uma peça-chave da identidade nacional. Evidentemente, a Beira Interior não é apenas um catálogo de sítios a visitar. Ao longo de séculos, este território foi cenário para o contínuo aperfeiçoamento de diversas tradições. Hoje, esse aperfeiçoamento tem como resultado a qualidade mundialmente reconhecida do Queijo da Serra, que pontifica entre outros produtos endógenos como o artesanato, os vinhos, a cereja, a maçã, o azeite e os enchidos. A Beira Interior é, claramente, uma região ímpar no contributo que tem prestado à riqueza gastronómica e etnográfica nacional e, também aqui, o que se come, o que se bebe e o que se usa assumem a mesma intemporalidade. A população e os seus intervenientes mais destacados não deixam, contudo, de acompanhar os desafios que o presente lhes impõe. Ainda que procurando preservar a sua autenticidade, é no contexto de um mundo ferozmente competitivo que esta região e esta comunidade têm que apresentar novos argumentos. A posição relativamente equidistante face ao Porto, Lisboa e Madrid é um deles, e é um dos fatores que as instituições locais procuram capitalizar para a atração de novos agentes económicos. Já a qualidade de vida que, na generalidade, estas localidades oferecem, acompanhada dos recentes investimentos em infraes- truturas que as diferentes autarquias têm assumido, procuram combater o desafio demográfico que é, de resto, transversal a todo o Interior do país. Por fim, e visto que há um extenso leque de itens a divulgar e valorizar, as entidades da região têm criado uma dinâmica muito intensa (infelizmente, ainda pouco mediatizada) de novos eventos onde isso é feito. Nas próximas páginas, ficam alguns apontamentos que refletem o esforço de vários destes referidos intervenientes para valorizar esta região. Portugal Inovador Novembro I 9 Portugal Inovador Novas respostas sociais e valorização do território Em conversa com Paulo Langrouva, presidente do município de Figueira de Castelo Rodrigo, fomos conhecer os assuntos que marcam a atualidade do concelho. A temática que maior ênfase mereceu foi a da saúde, grande bandeira deste Executivo, cujo lema de campanha e ação é “cuidar das pessoas”, e objeto de importantes realizações que foram conseguidas recentemente. Uma foi a inauguração do novo Centro de Saúde de Figueira de Castelo Rodrigo, em agosto, o qual já se encontra em pleno funcionamento e mantendo “as valências que já existiam, no10 I Novembro meadamente o SAP – Serviço de Atendimento Permanente”. Esta obra foi acompanhada pela vinda de mais um médico para o concelho para a prestação de cuidados primários, algo que vem ajudar a minimizar a significativa carência de médicos na região. O compromisso obtido junto da ULS Guarda é que “virão ainda mais dois clínicos”. Complementarmente, também desde agosto os munícipes beneficiam do Cartão de Saúde “Figueira Saudável”. É, essencialmente, um seguro de saúde municipal, o que, como nos lembra o nosso interlocutor, constitui “uma iniciativa pioneira no país”: “Muitos vaticinaram que seria um fracasso mas, felizmente, conseguimos implementá-lo. Em mês e meio, conseguimos dar acesso a 333 consultas, o que é verdadeiramente um reflexo do sucesso desta iniciativa. Toda a população com domicílio fiscal no concelho é abrangida e os utentes (já são 4200 cartões emitidos num universo de 6300 residentes) não pagam qualquer taxa pelas consultas nem pelos meios de diagnóstico complementares, estando o transporte incluído. Tudo o que for possível ser feito nas clínicas locais é feito nestas, mas, para algumas consultas mais específicas, a seguradora protocolou com clínicas de grande renome na Guarda e em Salamanca. Sempre que não seja possível a realização de consultas de especialidade e meios complementares de diagnóstico na sede de concelho, o transporte é garantido pela seguradora”. O autarca reitera que o projeto está a ser “um êxito”, a par do Projeto “Estou no Radar”, que contempla seis ações de âmbito social, e deixa a garantia de que o município vai “estar atento e, trimestralmente, vai avaliando a maneira como está a correr e, em função disso, vai-se aprimorando o seu funcionamento”. Frisa, contudo, que esta resposta não substitui as obrigações do SNS, antes as complementa, e que, “independentemente do seu Portugal Inovador sucesso, continua a reivindicar mais médicos para o concelho”. Cultura e património No decurso da conversa, abordámos aquilo que tem acontecido quanto à valorização dos costumes e dos lugares que marcam a identidade deste território. Paulo Langrouva começa por chamar a atenção para a Aldeia Histórica de Castelo Rodrigo como “ponto nevrálgico do património do concelho”, que começa a ter “uma projeção significativa”, bem expressa por uma afluência que anda na ordem dos 200 mil visitantes anuais. Dentro da colaboração com a Associação Aldeias Históricas de Portugal, um projeto digno de destaque foi o acolhimento do Atelier de Cerâmica. Foram criados protótipos para uma linha de cerâmica que entretanto já foi apresentada na Feira do Património, em Coimbra, e espera-se agora que “haja uma validação destes artigos para que possam começar a ser produzidos em escala”. Sem esquecer o património natural, recorda-nos que o concelho integra o Parque Natural do Douro Internacional (PNDI), o Parque Arqueológico do Vale do Côa e a primeira Reserva Natural privada – a Faia Brava, e refere-nos também a inserção deste território na Reserva da Biosfera Transfronteiriça Meseta Ibérica, cuja candidatura à UNESCO foi recentemente aprovada: “Entendemos que este é um passo importantíssimo para a afirmação do nosso concelho. Trata-se de uma mais-valia que passamos a ter na promoção da região junto dos aficionados pela natureza e pelo birdwatching”. Festival A segunda edição do Festival do Borrego, dos Vinhos e outros produtos Marofa vai decorrer durante o mês de novembro, com particular incidência nos dias 14, 15 e 21 de novembro e promete dinamizar a economia local que funciona em torno dos produtos endógenos. A estreia, no ano passado, envolveu cerca de 600 pessoas e as expectativas apontam para que este ano esse número seja ultrapassado. Uma novidade face a 2014 será a “deslocalização para as adegas do concelho”. A edição anterior teve lugar nos restaurantes, enquanto que este ano, nas datas referidas, as adegas locais vão ser envolvidas e é lá que serão feitos os almoços e jantares, com os vinhos das respetivas adegas. “Os visitantes vão ter a oportunidade de degustar o borrego e os produtos Marofa num ambiente diferente do tradicional e, ao mesmo tempo, o festival vai promover a região como um todo, visto que estas adegas estão dispersas por vários pontos do concelho”, indica. Novembro I 11 Portugal Inovador Dinamismo no ensino João Belém, diretor do Agrupamento de Escolas Amato Lusitano, falou connosco acerca da maneira como a sua escola se apresenta para este ano letivo. Remetendo-nos ainda para aquilo que foi 2014/2015, o nosso entrevistado começa por nos fazer um balanço favorável do desempenho desta comunidade estudantil: “Tivemos alunos com médias muito boas (um, por exemplo, concluiu com 20 valores) e, dos que se candidataram, mais de metade entrou na primeira opção. Também nos cursos profissionais, os 30 ou 40% que quiseram apostar no ensino superior ficaram todos colocados. Muitos alunos nossos das áreas da Informática ou Multimédia têm ido para os TeSP (cursos técnicos superiores profissionais) do Politécnico de Castelo Branco e o feedback que temos recebido é que saem daqui muito bem formados. Em geral, a nível da sequência dos nossos alunos, o feedback é positivo”. 12 I Novembro Passando ao presente ano e à oferta educativa com que o Agrupamento está a funcionar, as apostas, no essencial, permanecem as mesmas de sempre, ainda que acompanhadas de novidades no ensino vocacional. Os quatro cursos vocacionais estão repartidos entre Microempresas (um ano) e Empreendedorismo e Desporto e Informática (dois anos) no ensino básico e, no secundário, Eletrotecnia e Design de Moda. “Há aqui a intenção de irmos mudando aos poucos a nossa oferta para que não se esgote e o curso de Design de Moda, por exemplo, contou com uma adesão enorme”, refere. Falando ainda de novidades, João Belém não esquece o 1º ciclo e aponta-nos a adesão ao projeto-piloto de Iniciação à Programação como uma nova experiência. De resto, e como já foi dito, é uma oferta que se mantém semelhante à do ano letivo anterior, com uma “procura muito grande” a verificar-se sobretudo nos Científico-Humanísticos. Nesta via, estão contempladas as vertentes de Ciências e Tecnologias, Ciências Socioeconómicas e Artes Visuais e, na via Profissional, mantêm-se as formações nas áreas de Multimédia, Gestão e Programação de Sistemas Informáticos, Mecatrónica e Apoio à Gestão Desportiva. Como cartão-de-visita para estes cursos e também como fator potenciador destas aprendizagens, está a ligação às atividades dos diversos clubes e projetos que o Agrupamento continua a reforçar e a dinamizar. Destacam-se aqui o CanALTV do Agrupamento, iniciado no ano letivo passado, o clube de Teatro, de Judo, de Informática, de Matemática, Desporto Escolar, Natação, Laboratório de Análise de Águas, Jogos Vídeo, Fotografia, Robótica e Programação e o Clube de Karting. Portugal Inovador Novembro I 13 Portugal Inovador Uma nova atitude no setor imobiliário Situada numa região marcada pela calma e pela proximidade com a natureza, a Mountain Home apresenta-se como uma lufada de ar fresco no ramo imobiliário. Abriu as portas em setembro deste ano, mas apresenta-se ao mercado com uma equipa jovem e dinâmica que promete marcar a diferença. Falamos da Mountain Home Imobiliária, uma empresa sediada no concelho de Seia que nasceu depois de Hermine Duarte se ter apercebido, ao longo do seu percurso profissional, da existência de uma grande oportunidade de mercado nesta região do país. Com uma área de atuação que engloba, neste momento, os concelhos de Seia, Oliveira do Hospital, Gouveia, Celorico da Beira e outras áreas circundantes, a Mountain Home proporciona serviços de mediação e avaliação imobiliária, consultoria, certificação energética, crédito de habitação e reabilitação de imóveis. Relativamente ao ainda curto período de atividade da empresa, Hermine Duarte faz um balanço positivo, salientando a forma como “as pessoas estão recetivas e vêm ter connosco”. O feedback obtido através dos primeiros clientes 14 I Novembro da agência imobiliária leva a crer que a firma está, efetivamente, “no bom caminho”. Enquanto projeto recente que pretende afirmar-se como uma alternativa na região em que atua, a Mountain Home Imobiliária aposta num “acompanhamento e interação constante com o cliente”, na medida em que “tratamos de todas as fases do processo e estamos sempre disponíveis” para atender às solicitações de quem recorre à agência. Mas existem também outras palavras-chave que ajudam a definir a filosofia de atuação dos três elementos que compõem, atualmente, a empresa. São eles “a confiança”, a “seriedade” e a “transparência”, assegura Hermine Duarte. Numa altura em que “as pessoas têm cada vez mais vontade de investir” e em que a procura de imóveis por parte de clientes oriundos de países como o Reino Unido e o Luxemburgo é uma realidade, a Mountain Home Imobiliária não esconde a ambição de aumentar as vendas nos próximos meses, consolidando desta forma o seu ADN no mercado. Já numa fase posterior, Hermine Duarte aponta a ampliação da equipa como outra das metas a alcançar. Tudo isto recorrendo sempre à atitude inovadora, dinâmica e empreendedora que, no espaço de um mês, já definiu a empresa. Portugal Inovador A caminho do centenário Desde 1916 que a José Paulo, Lda. se afirma como uma referência na comercialização do ferro. Paulo, Lda. é também uma empresa fortemente empenhada em “ir ao encontro do que os clientes necessitam” e que, apesar do seu estatuto quase centenário, “tenta também modernizar-se e estar atenta à evolução do mercado”. Referência para a região Falar da José Paulo, Lda. é fazer alusão a uma empresa quase centenária, cuja história e peso se confundem com o próprio percurso do concelho de Castelo Branco. Importa, todavia, salientar que mais do que um exemplo de longevidade, esta firma associada ao setor siderúrgico é, também, um caso de adaptação e resiliência face à conjuntura que lhe bateu à porta. “A José Paulo, Lda. teve de fazer alterações profundas em meados de 2014”, explica Francisco Silva, sócio-gerente. “Até esse ano, a empresa estava em decadência, acompanhando o ramo da construção civil” que, até então, constituía um dos seus principais mercados. Perante esta crise, “tomaram-se novas decisões e fez-se uma abordagem diferente ao mercado, procurando ir ao encontro daquilo que ele estava a pedir”, recorda o empresário. Entre as grandes adaptações encontram-se a aposta no ramo da reconstrução e da remodelação, mas também o investimento mais acentuado noutras áreas como a metalomecânica ou a agricultura. Já no que respeita ao âmbito geográfico, “estendemos um pouco a nossa área de ação, não nos ficámos apenas pela cidade de Castelo Branco, mas também nos aliámos a outros concelhos da Beira Interior”, como Fundão, Covilhã ou Guarda. Já a Sul, “tentámos ir à procura do mercado Norte alentejano”. Uma aposta que, entretanto, trouxe outros resultados para a firma dedicada ao comércio de produtos como chapas metálicas, tubos, barras de aço, ferragens e outros utensílios de ferro. “O ano passado tivemos um crescimento de 25% em relação a 2013 e, agora, a perspetiva é chegarmos ao final de 2015 com um aumento também de 25% em comparação a 2014”, afirma Francisco Silva. Contando atualmente com uma equipa de 11 profissionais, a José Fundada em 1916 pelo empresário que ainda hoje lhe dá o nome, a José Paulo, Lda. não esconde as suas ambições relativamente ao futuro. “Vamos tentar consolidar a nossa imagem de empresa centenária em toda a região da Beira Interior, mas vamos manter-nos enquanto empresa que acompanha as necessidades do dia-a-dia”, assegura o sócio-gerente. A coincidir com a celebração dos 100 anos, a empresa prepara-se para abrir ao público um novo espaço, dedicado à venda de diversos acessórios e utensílios complementares, no início de 2016. Também para esta data especial há um desejo firme: “O de que esse seja mais um ano de crescimento” e que a José Paulo, Lda. continue o seu percurso histórico, servindo como exemplo não apenas para a região em que se insere, mas para o país inteiro. Novembro I 15 Portugal Inovador Porque a qualidade de vida não tem idade O Lar S. Roque surgiu na tentativa de compensar a falta de respostas sociais de elevada qualidade para idosos, sentidas ao nível local e nacional. Foi há sete anos que o Lar S. Roque, situado na Quinta do Lombardo, em Castelo Branco, abriu portas, obedecendo a uma filosofia “que sempre assentou num trabalho de ética, baseado no conceito de excelência”, refere o gerente, Victor Santos. Privilegiando aspetos como “a interação comunicativa entre os colaboradores”, esta é uma casa de repouso para idosos que proporciona “um ambiente o mais calmo possível e liberto de stress”, proporcionando ainda garantias de um envelhecimento ativo, com grande ênfase na qualidade de vida de cada utente. Oferecendo a hipótese de estadia em quarto individual, duplo ou residencial (com sala incorporada), o Lar S. Roque apresenta capacidade para hospedar 43 clientes, a quem são assegurados cuidados médicos e de enfermagem 24 horas por dia, todos os dias. A estes serviços, acrescente-se os diferentes tipos de terapia (nomeadamente a fisioterapia diária) ou os cuidados de imagem – como o tratamento do cabelo ou a manicure 16 I Novembro – e encontre-se a receita para um serviço comunitário de referência em toda a região. Tão importante como a existência de cuidados de saúde e bem-estar, todavia, é a animação sociocultural ou a dinamização de atividades lúdicas. Estas, tal como enumera Victor Santos, “são bastante diversificadas, podendo ir do mais tradicional – como fazer rendas, jogos didáticos, as leituras, a escrita de cartas ou cozinhar – até à realização de videoconferências com os familiares”. Já a assegurar o funcionamento da casa de repouso está uma equipa de 27 colaboradores, em “formação e informação contínua”, capazes de proporcionar um atendimento de qualidade até aos utentes com menores graus de autonomia, como pacientes com a doença de Alzheimer ou outras demências. Nestes casos, é filosofia do Lar S. Roque “promover ou a manter a sua autonomia, estimular as suas capacidades cognitivas, manter a sua interação com o meio e estimular a identidade pessoal e a autoestima”, garantindo, deste modo, a melhor qualidade de vida possível. Embora “ainda em fase inicial”, outra valência desenvolvida por esta instituição é o Serviço de Apoio ao Domicílio, que garante a clientes externos “todo o tipo de serviços existentes na valência do Lar, exceto a dormida”, explica Victor Santos. Iniciativas como esta, aliadas ao percurso traçado desde 2008, permitem ao proprietário da instituição fazer um “balanço positivo” de todo o projeto, pese embora “a grande contenção económica” que se verificou, no seguimento das “políticas sociais atuais”, não só a nível nacional, mas também europeu. Numa conjuntura como esta, em que faltam políticas de investimentos adequadas, “é demasiadamente arriscado ser-se empreendedor”, constata. E é precisamente em contextos como este que respostas sociais como o Lar S. Roque se tornam ainda mais urgentes e reafirmam o seu estatuto de excelência. Portugal Inovador Em nome da solidariedade e qualidade de vida Há mais de 500 anos que a Santa Casa da Misericórdia de Castelo Branco se dedica a prestar apoio aos mais necessitados. “São mais de cinco séculos de uma história com muitas vicissitudes”, introduz José Augusto Alves, atual Provedor da instituição. Num percurso de quase 502 anos, muitos seriam os episódios que se poderiam destacar mas, de entre eles, o porta-voz sublinha o momento em que o Hospital da Misericórdia foi nacionalizado, convertendo-se na atual Unidade Local de Saúde de Castelo Branco. A partir dessa altura, a Santa Casa tornou-se uma “instituição de solidariedade concentrada em dar respostas concretas aos idosos, aos mais necessitados e a todos os que a ela recorriam, fosse para ter apoio alimentar ou cuidados médicos”, recorda José Augusto Alves. Hoje, este é um organismo cuja evolução se evidencia pela quantidade de respostas sociais e de infraestruturas, algumas delas doadas à Santa Casa por beneméritos como Adriano Godinho, Carlos Abrunhosa ou Jaqueline Albert, sem esquecer “o grande impulsionador” da instituição, frei Bartolomeu da Costa. Entre o leque de serviços propor- cionados pela Santa Casa, incluem-se quatro estruturas residenciais para idosos, três centros infantis (creche e pré-escolar), uma Unidade de Cuidados Integrados Continuados (51 camas) ou um Centro de Medicina Física e Reabilitação (equipado com as valências de Fisiatria, Cardiologia, Ortopedia do joelho e Neurologia, estando previstos novos serviços de Pediatria, Obstetrícia ou Ginecologia). Acrescentemos os centros de dia e convívio, a cantina social, o apoio domiciliário, o atendimento 24 horas por dia e o apoio espiritual/religioso e constatemos, assim, o modo como a instituição não se tem alheado a esforços, na tentativa “de melhorar a qualidade de vida dos nossos utentes”, dotando-se “com as especialidades de que as pessoas necessitam”. Apesar de contar com uma equipa de mais de 460 colaboradores (sendo um dos maiores empregadores do concelho) e de prestar auxílio a mais de 1200 utentes, José Augusto Alves garante que a instituição tem novas ambições. Nomeado Provedor no presente ano – e contando com “uma equipa extraordinária, disponível 24 horas” – são vários os projetos que o porta-voz apresenta para o futuro. A curto prazo, por exemplo, haverá serviços de Fisioterapia Domiciliar, disponibilizados através de uma carrinha, a pensar “nos idosos que estão em casa e não se podem deslocar”. Outra das iniciativas passa pelo desenvolvimento de um novo espaço de socialização e de atividades (dotado com parque geriátrico e infantil) num terreno rústico de seis hectares, com o objetivo de estreitar o contacto dos utentes com a natureza. Entretanto, reservados para o futuro, estão também a realização de obras em algumas das infraestruturas da instituição, bem como a planificação de um novo espaço residencial para idosos (embora em regime de suites) ou o desenvolvimento de uma nova infraestrutura, contígua à Unidade de Cuidados Continuados Integrados, a pensar nos utentes que sofrem de demência. Tudo isto em nome da “qualidade de vida das pessoas”, em nome da qual se fazem esforços desde 1514. Novembro I 17 Portugal Inovador Crescer através da qualidade e da inovação A Beira Salgados tem vindo continuamente a ganhar dimensão sem nunca perder a identidade artesanal das suas empadas, que são já uma referência. Conforme nos relata o proprietário, Nuno Dias, esta empresa de Idanha-a-Nova está a crescer 35% face aos números do ano passado. Em 2014, já tinha registado uma faturação superior em 50% em relação à de 2013. Dentro desta dinâmica de crescimento, uma estratégia relevante é a da internacionalização, que o nosso entrevistado considera estar a ser cumprida: “Têm sido dados passos no sentido de aumentar a quota de exportação e, felizmente, estamos a consegui-lo. As quantidades ainda não são relevantes, mas já estamos presentes em oito mercados”. A nível nacional, as empadas da Beira Salgados continuam a ganhar presença nas áreas de serviço e em grupos de distribuição. Razão deste êxito? “Apostamos na qualidade e em termos um produto premium. Estamos a produzir uma grande quantidade, mas sempre com a vertente artesanal. São fechadas à mão, 18 I Novembro o enchimento é feito à mão e o recheio, que é de primeira qualidade, é também desfiado à mão. O processo é feito numa fábrica, mas como se fosse numa cozinha em casa”, explica. Esta autenticidade não invalida, contudo, que tudo seja conduzido com o máximo grau de profissionalismo, comprovado pela atribuição da certificação NP EN ISO 22000:2005. A juntar a esta última, está a FSSC 22000, para a qual a empresa já está a trabalhar. Em simultâneo, a Beira Salgados está também a inovar, trazendo para o mercado diversos novos tipos de empadas, tais como as empadas de alheira, de leitão, camarão, bacalhau com grelos ou com espinafres. Tudo isto está a acontecer numa empresa que é exemplo de como o Interior é um lugar onde se criam mais-valias. Nuno Dias é um defensor de que mais empresas se estabeleçam aqui e aproveita para nos falar a esse respeito: “Isto é tudo uma questão de cultura e de as pessoas começarem a olhar para o Interior de uma forma diferente. Em Idanha-a-Nova estamos a três horas do Porto, duas de Lisboa e três de Madrid. Ao mesmo tempo, uma empresa que fabrique parafusos tanto pode fazer isso aqui como no Porto, com a vantagem de que aqui um terreno custa 20 euros e no Porto pode custar meio milhão. O Interior tem as suas vantagens, falta apenas que haja um melhor trabalho de comunicação na forma como elas são divulgadas e explicadas”. Portugal Inovador Novembro I 19 Portugal Inovador Vinhos de excelência com origem na Beira Interior Há 59 anos que a Cooperativa Agrícola Beira Serra C.R.L. luta pelo sucesso dos seus associados, não se poupando a esforços para auxiliar o escoamento dos seus produtos. Atualmente, são cerca de 600 os agricultores no ativo associados a este organismo com sede em Vila Franca das Naves (Trancoso). Um número em que se incluem “muitos jovens” que, nos últimos anos, têm contribuído para a “reestruturação da vinha, com adaptação a novas castas” e que “veem o mundo do vinho com uma perspetiva mais atualizada e preparada para o futuro”, refere Joaquim Gamboa, membro da direção da Cooperativa. Mas este é apenas um de vários aspetos que ajudam a explicar o “balanço positivo” em torno da colheita de 2014 (cujos vinhos se encontram, atualmente, a ser comercializados). “Aumentámos as nossas vendas em cerca de 20%”, refletindo-se um incremento não apenas no território nacional (equivalente a praticamente 60% do volume de faturação), mas também no mercado francês, o qual “aumentou significativamente”. Estes são resultados favoráveis que surgem apesar da forma como, na opinião de Joaquim Gamboa, “o mercado está saturado e uma série de imposições têm feito com que as pessoas consumam menos vinho”. No que respeita ao leque de vinhos produzidos pela Cooperativa Agrícola Beira Serra, destacam-se marcas premiadas, como é o caso do “Óptima Pergunta” (Touriga Nacional e Tinta Roriz), do “Boa Pergunta” (Touriga Nacional) ou do “Fora de Jogo” tinto (Touriga Nacional, Tinta Roriz e vinhas velhas), “Fora de Jogo” branco (essencialmente com a casta Síria). Mas também dignos de atenção são o Espumante “Sou do Alto” (castas Síria e Malvasia), Maria Moura rosé, e os frisantes “Terras de Bandarra” branco e rosé, ou o novo vinho “Beira Serra – Seleção dos Sócios”, apresentado publicamente no final de outubro e disponível nas variantes de branco e tinto. Já relativamente a 2015, Joaquim Gamboa estima que a produção total de uvas se situará nos 4,5 milhões de quilos, à imagem do que ocorreu no ano passado. “Vamos ter um grande vinho [à venda em 2016], as uvas são sãs e o grau é bom”, acrescenta. Notícias como esta coincidem com o momento em que a Cooperativa Agrícola Beira Serra afirma a ambição de entrar em novos mercados, como a China, e de reforçar a sua presença noutros, como o caso europeu (Alemanha, Suíça e Luxemburgo). Mas, tão importante como estes planos, são a satisfação e o sucesso dos associados. “Para que os nossos agricultores possam continuar a ter incentivos e a gostar de trabalhar na vinha, estamos a tentar fazer melhorias e adaptações”, explica Joaquim Gamboa. Em cima da mesa está, inclusivamente, a preparação de uma candidatura ao Portugal 2020, para aquisição de novas cubas, ampliação de armazéns, bem como para a modernização da linha de engarrafamento. Tudo isto porque, em primeiro lugar, estiveram e continuarão sempre os associados. Não só em 1956, mas também em 2015. Rua das Naves, 2 • 6420-728 Vila Franca das Naves • Tel.: 271 888 200 • Tlm.: 964 187 547 [email protected] • www.cooperativabeiraserra.pt 20 I Novembro Portugal Inovador Novos serviços à população Ivo Monteiro, responsável pelo Centro de Reabilitação do Sabugal, partilhou connosco os projetos que tem em curso. O CRS iniciou a atividade em 2008, assumindo o papel de preencher a lacuna que o concelho tinha na área da Fisioterapia. Foi ganhando relevância à medida que foi celebrando parcerias com um conjunto de IPSS’s da região, trabalhando atualmente com 12, onde se dirige, sobretudo, à terceira idade. Aos poucos, foi conseguindo dar arranque a novas valências e novas abordagens. Falamos, por exemplo, de alguns serviços médicos como Clínica Geral, Medicina Interna, Fisiatria ou Ortopedia. Dentro desse alargamento, a grande novidade nos últimos tempos tem sido a Ictioterapia. “É um tratamento com peixes de origem turca, em que recorremos a um aquário cheio de peixes da espécie Garra Rufa. O que estes peixes fazem é comer a pele seca ou morta e, ao mesmo tempo, têm uma enzima na saliva que ajuda na circulação, fazendo com que a pele cicatrize mais rápido. É um tratamento muito útil para quem sofre de défice circulatório, problemas bacterianos, eczemas, viroses, pé-de-atleta ou psoríase, sem apresentar nenhuma contraindicação”, explica-nos. Presentemente, o Centro de Reabilitação é a única entidade no distrito da Guarda que está certificada para este tratamento, estando equipada com um aquário para membros superiores e inferiores, mas com a expectativa de, futuramente, “evoluir para um aquário de corpo inteiro”. A evolução do CRS passa também pelas perspetivas de desenvolvimento, para 2016, de especialidades como a Psicolo- gia, Terapia da Fala, Nutrição, Psicomotricidade e Acupuntura. Em simultâneo, o Centro está em fase de prospeção para novas instalações, “num espaço maior, com mais gabinetes, um ginásio de reabilitação com mais do dobro da área e capacidade para acolher mais valências”. Novembro I 21 Portugal Inovador Um hotel com tradição, natureza e bem-estar Situado em Vinhó, a cinco minutos da cidade de Gouveia e a 36 km da Torre (ponto mais alto da Serra da Estrela), o Madre de Água é um projeto turístico que propõe uma experiência única em torno de um universo rural e incomparável. Enquanto empreendimento turístico, o Madre de Água é atualmente constituído por uma Quinta de aproximadamente 60 hectares contemplando vinha, olival, pomares, uma queijaria, picadeiro, um hotel com dez quartos e dois apartamentos turísticos, piscina exterior e restaurante. Mas, ao contacto com a natureza, acrescenta-se a riqueza de produtos como o queijo Serra da Estrela, o queijo de cabra, o requeijão, os vinhos e as compotas. A cada momento do ano é proposto um leque específico de experiências em que os hóspedes poderão fazer parte, naquele que é um dos aspetos diferenciadores desta unidade hoteleira. Assim, para além do contacto com os animais da Quinta ou da oportunidade de provar o melhor da gastronomia regional, existem programas de experiências dedicados a períodos específicos – nomeadamente às vindimas, à apanha da azeitona, à época da cereja e elaboração de compotas – mas também à descoberta da Serra da Estrela com a possibilidade de realizar piqueniques em ambiente rural. São experiências como estas que, aliadas ao conforto e bem-estar proporcionados pela beleza natural do espaço, contribuem para fazer do Madre de Água uma referência já merecedora, inclusivamente, de distinções como o Certificado de Excelência Tripadvisor 2015. Mais do que uma unidade hoteleira, o Madre de Água apostou na produção de vinhos tais como: tintos “Touriga Nacional 2011” e “Touriga Nacional 2012”, brancos “Encruzado 2014” e Perpetuum 2014” e ainda, o “Rosé 2014”. Um catálogo que, entretanto, despertou o interesse não apenas de clientes nacionais, mas também de alguns internacionais, nomeadamente Alemanha, Holanda, Estados Unidos, entre outros. Inaugurada em fevereiro, a queijaria é um espaço através do qual os hóspedes poderão assistir a todo o processo de elaboração de queijo artesanal, dotando quer o hotel, quer os espaços de comércio circundantes, de mais um produto tradicional. Reservado para 2016 está a construção de uma adega, projeto através do qual se intensificará o caráter diferenciador e mágico do Madre de Água. QUINTA MADRE DE ÁGUA HOTEL RURAL - Vinhó, 6290-651 Gouveia Coordenadas GPS: Latitude: 40° 29’ 32’’ N (40.492287) • Longitude: 7° 37’ 6’’ W (-7.618268) Reservas: Tel: +351 238 490 500 • [email protected] • www.quintamadredeagua.pt 22 I Novembro Portugal Inovador Ascensão num mercado exigente A J3LP é uma das referências do cluster dos polimentos no Fundão. O responsável, Paulo Nobre, faz-nos um balanço “bastante positivo” dos dez anos que a empresa completa em 2015. A J3LP integra o Grupo J3L, Grupo francês direcionado para a comercialização de artigos para marcas de luxo. Nas suas instalações no Fundão, onde trabalham 212 colaboradores, a empresa dedica-se a serviços como o polimento de peças metálicas para acessórios de moda e também à soldadura e gravação a diamante e laser. Sobre a caminhada de sucesso iniciada em 2005, Paulo Nobre aponta os últimos seis anos como o período em que a empresa realmente conseguiu dar um “salto qualitativo” de grande impacto. Hoje, a J3LP já é vista pelos seus clientes como um importante parceiro de negócios, conforme nos explica o nosso entrevistado: “Quando os clientes desenvolvem um novo produto, somos consultados no sentido de lhes darmos o nosso conhecimento na área. Quem nos procura sabe, de facto, que pode encontrar uma equipa de trabalho que preenche os requisitos da qualidade, do rigor e do comprometimento e é sobretudo graças à experiência dos nossos colaboradores que temos alcançado os nossos objetivos”. Essa credibilidade é especialmente digna de registo se tomarmos em conta a realidade em que a empresa está inserida. “Quando se tem como clientes as maiores marcas de luxo francesas, mais exigentes e rigorosos temos que ser. Num artigo que pode custar quatro ou cinco mil euros, os pequenos detalhes fazem a diferença e a perspicácia, a subtileza e a atenção a todos os pormenores fazem dos nossos funcionários o garante dessa qualidade”, explica. Graças a este trabalho, a J3LP tem então conseguido “um crescimento acima do esperado, com resultados que têm agradado aos investidores”. Agora, os projetos em curso “baseiam-se na diversificação do nosso serviço”, estratégia dentro da qual há negociações com vista à entrada no ramo automóvel. Por último, Paulo Nobre deixa-nos uma palavra acerca do setor e da sua presença na cidade, considerando que “este cluster tem voz e tem a força de quem emprega de forma direta 700 pessoas e faz movimentar mais de 20 milhões de euros anuais na economia local”. Acrescentando, diz “não ver mais nenhum setor de atividade no Fundão com tanto vigor, dinamismo e margem de progressão” e que o cluster, sendo já “conhecido na França e na Suíça, precisa agora de abrir as portas a outros investidores”. Novembro I 23 Portugal Inovador O sabor da Beira Interior A Quinta dos Currais – Sociedade Agrícola, Lda. é uma empresa familiar que produz vinho de alta qualidade, mantendo-se fiel às suas origens. O projeto “nasceu do sonho de criar, na região vitivinícola da Beira Interior, uma exploração em moldes modernos, com castas próprias da região” e que se pudesse traduzir num “vinho de elevada qualidade”, recorda Maria de Fátima Tomás. Acima de tudo, este foi o modo que a proprietária e o marido encontraram de exprimir a sua “ligação à terra e à região”, recorrendo ao uso exclusivo de castas nacionais, nomeadamente às que são típicas da região da Beira Interior. Situada no Fundão, “em plena Cova da Beira, entre as Serras da Gardunha e da Estrela”, a Quinta dos Currais estende-se por uma área de 130 hectares, 30 dos quais dedicados à produção de vinho, onde “procurámos obter o máximo partido da exposição solar Norte-Sul das encostas da Quinta e do solo xistoso com afloramentos de quartzo”, explica Maria de Fátima Tomás. Em funções desde 2001, encontra-se também uma adega, “equipada com a mais moderna tecnologia enológica”. No que concerne às castas, optou- 24 I Novembro -se pela plantação de Arinto, Síria e Fonte-Cal (brancas), bem como por Castelão, Touriga Nacional, Tinta Roriz, Jaen e Rufete (tintas). “Por enquanto, estamos presentes no mercado com uma só referência de vinho, que é precisamente o Quinta dos Currais, disponível nas variedades Branco Colheita Selecionada, Tinto, Tinto Reserva e Branco Síria”, enumera a proprietária. Para breve, no entanto, está o lançamento de um novo produto, “Talabara”, “que será o nosso vinho topo de gama”. Com uma produção anual de aproximadamente 130 mil litros de vinho tinto e 10 mil litros de vinho branco, a Quinta dos Currais conseguiu afirmar-se como “uma das principais referências da região”, estando já disponível em várias lojas e cadeias de supermercados por todo o país. Já no que respeita ao mercado externo (50% do volume de produção), o leque de clientes oscila entre países europeus como Reino Unido, França, Alemanha, Holanda, Polónia ou Suécia, sem esquecer outros mercados como os Estados Unidos, Brasil e Angola. Inserida num setor muito competitivo, a Quinta dos Currais é uma marca que procura a diferenciação através “de uma boa relação qualidade/preço, aliada à excelência dos produtos” que, por sua vez, resulta do “grande grau de exigência em todas as fases do processo produtivo” e se tem traduzido numa diversidade de prémios, alguns dos quais internacionais. Méritos como este, por seu turno, mostram como “os vinhos portugueses, devido à sua elevada qualidade, podem competir com os melhores vinhos ao nível mundial”, à medida que se confirma, também “o enorme potencial da região da Beira Interior para se tornar numa das principais referências vitivinícolas a nível nacional”, salienta Maria de Fátima Tomás. É em nome desse potencial que esta vai ser uma das marcas a estar presente no certame “Beira Interior – Vinhos e Sabores”, a realizar-se nos dias 14 e 15 de novembro, para o qual a expectativa é elevada. Portugal Inovador Aposta na Qualidade e na Formação A juntar à prestação de serviços clínicos, o Consultório Médico Dentário Sampaio e Melo assume o objetivo de ser uma entidade formadora de relevo. A responsável, Sílvia Amaral, formada em Medicina Dentária pela Faculdade de Medicina de Coimbra, fala-nos deste seu projeto. Dezoito anos após o início da atividade, a Sampaio e Melo conta, neste momento, com três espaços: Trancoso, Mêda e Penedono. Oferece ao público um serviço multidisciplinar dentro da Medicina Dentária, sendo que a clínica de Mêda, criada em 2012, diferencia-se pela inclusão de especialidades como Oftalmologia/Optometria, Ginecologia, Ortopedia, Osteopatia, Psicologia e Clínica Geral, Otorrino e Endocrinologia. Enquanto organização, percebe-se, naturalmente, que a Sampaio e Melo tem crescido, estando mais presente junto da população dos três concelhos limítrofes, com uma oferta mais robusta e diversificada, tendo sempre a excelência dos serviços prestados como objetivo. Paralelamente, este crescimento tem-se feito acompanhar por um contínuo aperfeiçoamento dos seus meios e processos, o que, aliás, está expresso com a Certificação na Qualidade NP EN ISO 9001:2008, atribuída em 2012. Com o esforço dirigido à Qualidade, veio a implementação da formação interna e, como nos é dito, “constatou-se que esta poderia ser desenvolvida de forma mais estruturada e como já faz parte da atividade normal da empresa, servir de base para a formação externa”. A formação profissional torna-se, assim, mais uma direção em que a Sampaio e Melo está a crescer. Conforme nos é realçado por Sílvia Amaral, existe aqui a “vontade de radicar gente nas nossas terras, criando postos de trabalho e oportunidades de crescimento pessoal. As pessoas mantêm-se onde há emprego e possibilidades para criarem as suas famílias. Esperamos trabalhar no sentido de criar condições para que os profissionais, que sejam naturais do Interior se possam manter por aqui”. Identificaram-se então três áreas de formação: Ciências Dentárias, Saúde, e Turismo e Lazer. A primeira visa “formar e atualizar o corpo auxiliar e clínico, de modo a serem capazes de responder às necessidades de um mercado de trabalho cada vez mais exigente”. As restantes duas convergem no caso concreto do Turismo de Saúde e Termal, atividade com reco- nhecida importância nesta região. Registe-se que os responsáveis da Sampaio e Melo estão envolvidos também no setor do Turismo, atividade que é, evidentemente, estratégica para a criação de postos de trabalho: “É uma das nossas grandes apostas. Finalmente esta zona do Douro entrou nos mapas do turismo de qualidade. Várias unidades hoteleiras têm aparecido nos últimos anos, mas nem sempre existe pessoal qualificado para fazer face às exigências imediatas. Queremos ajudar nessa lacuna, organizando e reunindo um conjunto de formadores de excelência, que já estão a trabalhar connosco na programação da formação exigida”. Por fim, Sílvia Amaral aponta como fase seguinte a parceria com um Grupo de saúde e a abertura de um novo espaço, desta vez aliando a sua experiência a um nome que está na vanguarda entre a oferta de cuidados de Saúde na zona Centro há vários anos. Novembro I 25 Portugal Inovador Em busca das melhores respostas sociais Depois da inauguração da Unidade de Cuidados Continuados, o Lar Residencial D. Bárbara Tavares da Silva continua a lutar pela qualidade de vida da população local. A história desta instituição remonta-nos ao ano de 1912, data em que Bárbara Tavares da Silva doou o seu património à Câmara Municipal de Penamacor, com o objetivo de ser construído um asilo que auxiliasse os mais necessitados. A estrutura foi entretanto aprovada enquanto lar residencial em 1981 e, desde então, “temos vindo sempre a satisfazer as necessidades dos idosos, das pessoas mais carenciadas e até dos mais jovens”, explica o atual presidente da direção, Domingos Torrão. Fiel ao objetivo de melhorar a qualidade de vida da população são várias as infraestruturas e serviços através dos quais o Lar Residencial D. Bárbara Tavares da Silva divide a sua ação. Assim, para além do lar-sede que dá nome à instituição e se situa na Avenida das Tílias, em Penamacor, há centros de dia espalhados 26 I Novembro por diversas freguesias. Mas, a este conjunto acrescenta-se a Unidade de Cuidados Continuados, situada na Quinta da Senhora do Incenso, que abriu as portas em 2013, para atender às crescentes necessidades de saúde de doentes inscritos na Rede Nacional de Cuidados Continuados e “tentar dar mais apoio aos idosos nas diversas valências”. Entre o leque de serviços proporcionados pela Unidade de Cuidados Continuados, com capacidade para 30 camas, incluem-se a Fisioterapia, a Enfermagem, a Terapia da Fala ou a Nutrição, bem como atividades de Animação Cultural. “Creio que temos estado a fazer um ótimo trabalho relativamente à melhoria da qualidade de vida das pessoas”, salienta Domingos Torrão, destacando que o know-how acumulado pelos profissionais, o reforço da capacidade técnica, bem como o apoio do poder local contribuíram para fazer desta “uma unidade de excelência e de referência”, assim reconhecida pela Administração Regional de Saúde. Com cerca de 123 profissionais e 13 prestadores de serviços a colaborarem nas suas diferentes valências, o Lar Residencial D. Bárbara Tavares da Silva é também “o maior empregador do concelho” de Penamacor, investindo constantemente na formação dos seus quadros, pois só deste modo se torna possível “acompanhar pessoas com os mais variados problemas e doenças”. Esta é, na ótica de Domingos Torrão, a grande luta que as IPSS’s travarão nos próximos tempos: “A capacidade de adaptarmo-nos para conseguirmos dar resposta aos novos problemas que estão a aparecer”, como é o caso da demência. E é de olhos postos no futuro que o ex-autarca promete “uma resposta social ainda mais eficiente e com mais qualidade”. Perspetivada está, de facto, uma parceria com a Faculdade de Medicina da Universidade da Beira Interior que poderá traduzir-se na elaboração de estágios para alunos em final de curso. Também reservada para o futuro está a remodelação e reforço de capacidade da estrutura residencial para idosos, situada na Quinta da Senhora do Incenso, que comporta atualmente 27 utentes. Tudo isto em busca de uma resposta social cada vez mais perfeita. Portugal Inovador “Qualidade, frescura e bom atendimento” Com lojas na Covilhã e no Fundão, a Miminhos da Natureza, Lda. aposta na excelência e na singularidade dos produtos frescos que a região, e Portugal, têm para oferecer. O projeto nasceu em 2008, altura em que Hugo Albino, gerente da Miminhos da Natureza, instalou na Covilhã a primeira loja da empresa, “numa zona da cidade que estava em plena expansão”. Volvidos sete anos de trabalho “e muita dedicação”, o empresário – que sempre foi auxiliado pelo know-how dos pais, proprietários, há mais de 20 anos, de um armazém de frutas – faz “um balanço positivo” do negócio em que apostou. Isto porque, salvo raras exceções, “as vendas têm estado a crescer de ano para ano”, o que se traduz na consolidação do projeto. De facto, foi precisamente o feedback positivo obtido pela comunidade local que levou Hugo Albino a instalar, já em 2010, uma segunda loja da marca, desta vez no concelho do Fundão. Ao todo, são cinco os colaboradores a operar em ambos os espaços da Miminhos da Natureza, nunca faltando, todavia, três elementos chave que, na opinião do gerente, definem que nem uma luva este projeto. São eles “a qualidade, a frescura dos produtos e o bom atendimento”, constantes estas que ajudam a explicar o sucesso da marca, não obstante a “difícil concorrência dos hipermercados”, desabafa o empresário. Abrangendo um leque de clientes relativamente vasto, “que vão desde a classe média-alta à média-baixa”, a Miminhos da Natureza é um espaço onde se comercializam, principalmente, produtos frescos, nomeadamente frutas e legumes. Fazendo jus ao seu nome, este é um projeto que se preocupa em tentar oferecer, a quem visita as suas lojas, os melhores produtos da região, como os pêssegos ou as cerejas, sem esquecer, todavia, os queijos, os vinhos regionais ou os enchidos. De facto, um dos aspetos que também diferencia as lojas da marca está no facto de “se ir buscar os produtos à origem”, não se recorrendo a intermediários. Inserida na cadeia Aqui é Fresco, a Miminhos da Natureza é uma também uma marca que procura estar atenta às necessidades do mercado onde atua, bem como dos seus públicos-alvo, esforçando-se por, de forma contínua, modernizar e adaptar as suas instalações, equipamentos e prateleiras de modo a garantir e melhor preservar a qualidade dos seus produtos. “Neste negócio temos que estar preparados para mudar. Alguns comércios fecham porque não evoluem, porque não sabem que têm que estar constantemente a acompanhar o mercado”, afirma Hugo Albino. E é precisamente em nome dessa adaptação e consolidação que, num futuro próximo, o gerente planeia ampliar as instalações da loja Miminhos da Natureza localizada no Fundão. De fora destes planos não ficará, todavia, a Covilhã, fazendo também parte das ambições de Hugo Albino a instalação de mais uma loja no concelho. Novembro I 27 Portugal Inovador Excelência vinícola do Fundão para o Mundo Com uma vasta gama de vinhos premiados, a Adega Cooperativa do Fundão tem feito da internacionalização dos seus produtos uma forte aposta. Falar na Adega Cooperativa do Fundão C.R.L. é fazer alusão a um organismo com mais de 65 anos, cuja evolução se mistura com a própria história do concelho do Fundão e da região da Cova da Beira. Se em 1949 a Cooperativa nasceu pela iniciativa de 30 sócios, o volume de associados ascende hoje aos mil. E é precisamente a atividade conjunta de todos estes elementos que ajuda a explicar não apenas o sucesso que o organismo tem adquirido ao longo do tempo, como também a qualidade dos seus vinhos, praticamente todos eles premiados. Questionado sobre o balanço que poderia ser feito relativamente ao atual ano vinícola, Albertino Nunes considera que “em termos de qualidade, 2015 foi excelente”, pese embora o facto de, em termos de quantidade produzida, os valores terem ficado um pouco abaixo dos obtidos em 2014. “De ano para ano, nunca temos problemas com a qualidade”, assegura o presidente da direção, antes de acrescentar que uma das vantagens do vinho produzido nesta adega está na “ausência quase total de fitossanitários”. 28 I Novembro Mas a esse acrescentam-se outros argumentos que ajudam a explicar o sucesso e a qualidade dos vinhos produzidos nos cerca de 1500 hectares de área total que compõem a Adega Cooperativa do Fundão. Entre eles, destaca-se, na opinião de Albertino Nunes, “o fator altitude”, que faz com que aqui surjam “dos melhores vinhos brancos do país”. Outro segredo, todavia, encontra-se no saber fazer e na experiência dos associados. Com um volume de produção anual a rondar, em média, os quatro milhões de quilos de uva, a Adega Cooperativa do Fundão tem feito da internacionalização dos seus vinhos uma das suas grandes prioridades. “Neste momento, estamos a exportar quantidades muito razoáveis para países como a França, a Polónia, a Suíça, a China, a Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe”, enumera Albertino Nunes, em alusão a uma aposta que tem proporcionado bons dividendos para o organismo, não fosse o facto de, atualmente, os mercados externos absorverem já cerca de 30% da venda anual. No catálogo da Adega Cooperativa do Fundão encontra-se um grande leque de vinhos premiados, aspeto que comprova a popularidade e qualidade destes produtos, não apenas em solo nacional, mas também noutros países europeus. É neste contexto que, quando questionado sobre que perspetivas reserva para o futuro, e não obstante as dificuldades sentidas no mercado nacional, Albertino Nunes fala no desejo de assistir “à continuação e ao crescimento da cooperativa”, bem como ao prosseguir de uma história feita de muito bom vinho. Portugal Inovador A arte de prolongar o sorriso A A. Domingos Correia, Lda. é uma clínica que agrega um corpo clínico heterogéneo e a experiência de um protésico com mais de 20 anos de experiência. Foi desde muito tenra idade que António Domingos Correia, protésico de profissão, tomou contacto com a área profissional por que haveria de optar, desenvolvendo desde muito cedo o seu know-how e experiência. “O meu avô era médico dentista e eu desde pequeno que o acompanhava e comecei a ir percebendo como é que as coisas funcionavam”, recorda António Domingos Correia, antes de salientar que também o pai se dedica ao fabrico de próteses dentárias. Não admira que uma vez terminada a sua formação, António Domingos Correia tivesse optado por desenvolver o seu próprio espaço de saúde oral, que celebra o vigésimo quinto aniversário no próximo ano. Sediada no Fundão, a A. Domingos Correia, Lda. proporciona aos seus utentes um vasto leque de serviços no âmbito da saúde e bem-estar oral. “Estamos aptos a fazer todos os tratamentos e qualquer tipo de reabilitação oral”, assegura o gerente. A acompanhá-lo está um corpo clínico de 12 médicos especializados em diferentes valências, como, por exemplo, a Ortodontia, a Implantologia, a Cirurgia Oral ou a Periodontologia – “uma valência que nem todas as clínicas têm” e que contribui para fazer da A. Domingos Correia, Lda. um espaço diferenciador que aposta não apenas na qualidade, experiência e profissionalismo do seu corpo clínico, mas também nos serviços de saúde oral mais específicos, à procura das melhores respostas possíveis para os seus utentes. É precisamente a pensar no bem-estar de quem procura a A. Domingos Correia, Lda. que a clínica dentária se faz acompanhar por um laboratório de próteses. Desta forma, “o médico dentista trabalha com o laboratório lado a lado e as informações são prontamente discutidas e analisadas”, sem esquecer o facto de, “em várias vertentes de tratamento protésico, se conseguir dar uma resposta muito mais rápida ao utente”, sublinha. São atitudes como esta que ajudam a explicar o “balanço positivo” que António Domingos Correia faz do percurso da firma que desenvolveu. “Há também outro fator muito importante, que é o facto de a clínica trabalhar com a empresa MedSUPPORT, o que acaba por ser uma grande mais-valia porque nos ajuda a estar sempre na linha da frente”, salienta. Mas são também o know-how, a heterogeneidade de serviços e a seriedade que sempre definiram a A. Domingos Correia que lhe permitem antecipar um vigésimo quinto aniversário pleno de sorrisos. Novembro I 29 Portugal Inovador 30 I Novembro Portugal Inovador A importância do setor da Metalurgia e da Metalomecânica José de Oliveira Guia, engenheiro mecânico e empresário, é presidente da Associação Nacional das Empresas Metalúrgicas e Eletromecânicas (ANEME) há 18 anos. Em entrevista à Portugal Inovador, fala-nos sobre o estado do setor e o papel da associação. O setor da metalúrgia e metalomecânica é o maior da indústria transformadora, responsável por cerca de um terço das exportações e que mesmo em tempos de crise, continua a absorver muita mão de obra, cerca de 200 mil pessoas. São estas as características que fazem da metalurgia e da metalomecânica uma referência na economia do país. A realidade do setor passa, sobretudo, pela exportação para a Europa, África e América do Sul. A ANEME, como representante dos seus associados, parte das diferentes questões que compõem a atividade para percecionar as verdadeiras motivações e interesses dos seus sócios. Na defesa desses direitos existe todo um conjunto de serviços integrantes que disponibilizam: “Como a internacionalização, o apoio tecnológico e a formação profissional. Temos o maior centro de formação profissional do país, de longe, que é o CENFIM”, clarifica o presidente José de Oliveira Guia. Mas essas pontes de contacto não se esgotam na formulação de teorias, há todo um conjunto de objetivos estruturantes que a ANEME defende e consegue captar. O permanente elo de proximidade dos diferentes mercados internacionais vem privilegiar os fortes laços enraizados nos países de língua oficial portuguesa. José de Oliveira Guia acredita que o futuro industrial – no que respeita ao setor da metalurgia e metalomecâni- ca – passará não apenas pela exportação, mas também pela deslocalização aproveitando os recursos e competências que as diferentes nações intercetam. Todas as fontes do saber só terão a possibilidade de crescer, ainda com maior vigor, se presidir no nosso espírito nacional uma cultura de associativismo, e José de Oliveira Guia acredita que “o associativismo no nosso país é sempre olhado como uma fação. A esmagadora maioria das empresas não são associadas, e as associações não são apoiadas. O desafio que eu proponho atualmente é de unidade e participação. Não queiram ter um país perfeito e associações perfeitas se não colaborarem na vida das associações”, finda. Novembro I 31 Portugal Inovador Metalurgia e eletromecânica de sucesso Fundada em 1988, mas existindo em nome individual desde 1981, a A.L. Correia Lda. conta com 34 anos de existência na freguesia do Ramalhal. Um percurso que não tem sido fácil, mas que só é possível devido à perseverança do fundador, Augusto Correia. facto de existir um grande domínio tecnológico da empresa em várias áreas e competência e determinação dos seus colaboradores. Serviços Assim que acabou os estudos, nos anos 70, Augusto Correia começou a sua carreira profissional na Casa Hipólito, uma empresa já extinta, que considera “ter sido uma grande escola”. “Quando enveredei nessa casa, a empresa era um colosso e pensei que ia cumprir as minhas obrigações e manter-me-ia nessa mesma casa”, explica o empresário. Mas, dez anos depois, foi convidado a realizar uma instalação técnica (em nome individual) numa indústria avícola que, ainda hoje, é uma das maiores indústrias nessa área da região de Torres Vedras. Com o declínio da Casa Hipólito, o fundador que já tinha iniciado uma carreira fora da empresa, decidiu retirar-se e lançar-se no mundo empresarial. Depois de muitos altos e baixos, e após uma restruturação interna no ano 2011, a empresa conseguiu atingir uma faturação anual 32 I Novembro em 2014 que rondou os 950 mil euros, “tudo aponta para que a A. L. Correia consiga atingir no presente ano um número muito próximo dos dois milhões de euros em vendas”. Segundo o empresário, este crescimento deve-se a três pontos essenciais: à sua própria persistência, ao A A.L.Correia, Lda disponibiliza um vasto leque de serviços que são executados por técnicos qualificados para o efeito. Tendo como principal a atividade em instalações elétricas intervêm, ainda, em áreas ligadas à Serralharia técnica, Análise de consumo de Energia e sua compensação e à construção de quadros elétricos. “Executamos desde a mais simples à mais complexa e automatizada instalação elétrica em equipamentos e máquinas em fábricas e indústrias nos mais variados ramos.” “Neste momento, a empresa conta no seu quadro técnico com 27 colaboradores formados que Portugal Inovador trabalham em projetos a decorrer no Centro e Sul do país”. Abrangência de mercado “O mercado nacional está coxo”, começa por explicar o empresário, “as empresas que, como a minha, foram à procura de diferentes nichos de mercado especialmente no exterior estão a conseguir salvar-se, enquanto outras não”. As exportações presentemente representam 65% da faturação da empresa que conta com um leque extenso de clientes fora do país, como França e Inglaterra na Europa e Moçambique e Angola em África. Existem ainda perspetivas de conseguir entrar no mercado da Argélia, não descurando o mercado nacional. “No presente ano as exportações têm sido um suporte para a empresa, servindo de alavanca ao nosso crescimento. Se assim não fosse, seria muito difícil assegurar todos os postos de trabalho”, admite. Setor em Portugal Com uma opinião muito vincada, Augusto Correia considera que “a metalúrgica está a passar uma época muito difícil, em parte, devido a algumas decisões mal tomadas”. Sendo este o setor líder de exportações no nosso país, o empresário pensa que “em Portugal as obras estão para- das” e é por isso que as empresas recorrem ao mercado internacional para conseguir sobreviver, sendo um mercado que oferece mais garantias que o nacional. “Ou existe alguém que se lembre da nossa existência e que fazemos parte de 20% do PIB, ou então a maior parte das PME´s continuam a fechar portas”, desabafa. Novembro I 33 Portugal Inovador Equipamento industrial à medida do cliente Há 35 anos no mercado, a Cinta ocupa um lugar de destaque no setor da metalomecânica. Direcionada para equipamentos industriais, projeta, constrói e monta equipamentos standard ou feitos por medida em aço ao carbono e inoxidável para todas as áreas da indústria. fazer frente à crise “há que recorrer a novos mercados, a novos produtos”, mas mais importante que isso “há que estimar um elemento muito importante na vida de qualquer empresa: o cliente”. “É necessário tratarmos bem o cliente, trabalhar com qualidade e é por isso que com 35 anos de existência continuamos no mercado, a lutar”, afirma. Futuro Com um passado sempre ligado à metalomecânica, Manuel Moreira dos Santos fundou a Cinta em novembro de 1980 com a sua esposa, Arlete da Silva Castelão Moreira dos Santos. Inicialmente com 5 funcionários conta, hoje, com 25. A empresa fabrica produtos como cintas transportadoras, transportadores sem-fim, misturadores para pós ou granulados, elevadores de alcatruzes, depósitos e outro tipo de equipamentos sob projeto do cliente. A Cinta oferece ainda assistência e manutenção a equipamentos fabricados ou não por si. Conta para isso com uma equipa técnica especializada para garantir a intervenção no local. Com um conhecimento profundo do negócio, uma carteira sólida de clientes e uma equipa coesa e 34 I Novembro proativa, a Cinta abrange todo o tipo de indústrias desde a alimentar e agroalimentar até à automóvel. No que diz respeito ao mercado, “embora a Cinta fabrique para o mercado nacional, exporta para outros países da Europa (Espanha, França e Bélgica) e África (Angola, Guiné Conacri e Moçambique)”. Com a missão de manter os clientes satisfeitos, a empresa está atenta à constante evolução e necessidades do mercado investindo o lucro em equipamentos e na valorização e motivação dos seus colaboradores. Setor “As empresas vivem umas das outras e a crise veio derrubar algumas delas”, começa por explicar o empresário, admitindo que a empresa atravessa uma época de grande volume de trabalho. Na opinião de Manuel Moreira dos Santos, para Para o futuro, Manuel Moreira dos Santos está confiante e espera que a família que trabalha consigo “tenha garra para levar a Cinta a abraçar novos desafios”, sabendo que “será uma luta difícil mas a vitória é certa”. Portugal Inovador Referência na indústria de rochas ornamentais Fundada por José Catarino Bento com dois sócios, em 1956, a Construal está especializada para a indústria dos mármores e granitos. Hoje, são os filhos, Alcino e Graça Bento, que comandam a empresa. Com 60 anos de existência, a Construal “foi uma empresa que se adaptou constantemente”. Inicialmente a trabalhar apenas na zona de Pêro Pinheiro, em Sintra, onde o setor da pedra era muito forte, “foi obrigada a evoluir com as novas tecnologias, porque o mercado assim o exigiu”. Tendo como missão ajudar a rentabilizar o investimento dos seus clientes, recorrendo a novas tecnologias e soluções mais produtivas, a empresa tem como serviços o apoio na consultoria e conceção de projetos, a assistência técnica aos equipamentos (recuperações e reparações) e todo o processo produtivo é assegurado desde o desenho, passando pela montagem e formação técnica das equipas, até à assistência do equipamento. Com uma vasta experiência e uma rede de contactos abrangente, a empresa está preparada para responder e ajudar os clientes a arranjarem as melhores soluções, distinguindo-se pela qualidade e capacidade dos seus equipamentos. Com 28 funcionários, a Construal tem ajustado a sua estrutura aos processos que atualmente são mais simples e eficientes. No que diz respeito à formação e tecnologia há uma constante atualização. Na parte técnica, a empresa conta com três engenheiros, um de automação e dois mecânicos; na área comercial conta com duas pessoas e na produção tem um responsável. Setor e crise “A crise destruiu muitas empresas e atingiu alguns dos nossos clientes”, começa por explicar Alcino Bento: “Sentimos uma quebra, mas dedicamo-nos ao mercado da exportação para obter melhores resultados e, felizmente, conseguimos”. Com toda a estrutura e tecnologia baseadas na produção para a indústria de rochas ornamentais, o empresário admite que não seria fácil modificar o tipo de fabrico para outros produtos, optando pela internacionalização. Contam com mercados como a América Latina, os Estados Unidos e África. Futuro “Quanto ao futuro é aquilo que o mercado nos deixar fazer, uma vez que vamos sempre atrás daquilo que os nossos clientes pretendem”, explica Alcino Bento, “já que tudo depende do comportamento do mercado”. Novembro I 35 Portugal Inovador “Oferecemos a melhor solução ao cliente” Foi no seio de uma estrutura familiar, em Vila Verde, no concelho de Sintra, que fomos conhecer o trabalho de Albino Pereira e Ana Paula Pereira. Dedicados à comercialização de equipamentos e instaladores térmicos, a Ecoterme interage com diversos setores de atividade, posição que fortifica as suas relações interpessoais com clientes e fornecedores. “Tudo isto começou há 18 anos. Albino Pereira já trabalhava no ramo e optou por enveredar neste projeto, juntamente com Ana Paula Pereira. No início éramos só os dois. Hoje somos seis”, lembra Ana Paula Pereira. Atualmente, a experiência acumulada ao longo do tempo permite-lhes já fazer um resumo do que conseguiram construir e alcançar até chegar aqui: “O balanço é, de facto, positivo, mas reconhecemos que poderia ser melhor, não fosse toda a envolvente económica que o país atravessa. É um desafio. Penso que conseguimos chegar até onde chegamos, porque temos um mercado muito diversificado”. As raízes estabelecidas permitem-lhes hoje dirigir-se a outros locais com um espírito empreendedor, apresentando ao mercado um valor acrescentado. A certificação do produto assegura outras vantagens competitivas que na visão 36 I Novembro dos empresários será sempre uma “mais-valia. Com a certificação conseguimos acompanhar em tempo real o crescimento e desenvolvimento da empresa”, clarificam. Produção internacional O material que aqui encontramos não tem raízes nacionais, e por isso Albino Pereira e Ana Paula Pereira sentem que se houvesse a possibilidades de incrementar o fabrico das peças no próprio país seria uma vantagem não só para os empresários como também para o consumidor final. “Observamos que os grandes negócios estão concentrados na China. O futuro penso que passaria por produzirmos cá dentro esses mesmos produtos para posteriormente exportarmos, no entanto ainda não existe essa indústria em Portugal”, salientam. Os contactos motivados a partir de várias feiras internacionais, como a de Frankfurt e a de Milão, têm permitido à Ecoterme motivar outras relações de proximidade. “Temos seis pessoas a trabalhar connosco e a aposta nos recursos humanos será sempre uma clara estratégia nossa. No que toca ao volume de faturação vimos os nossos objetivos serem atingidos”, reforçam. Futuro A velocidade a que todo o mundo dos negócios se afirma e reinventa faz com que os nossos dois interlocutores pensem e planeiem os seus pontos-chave a curto e médio prazo, baseando-se sempre numa comunicação transparente e consistente nos diferentes setores de atividade. Daqui para a frente, desenvolverão outros projetos com a introdução e conceção de novos produtos, de modo “a oferecer uma solução tecnicamente melhor ao cliente, e crescer nesse rumo”, concluem. Portugal Inovador Qualidade e adaptabilidade na arte de vender Dos componentes eletrónicos aos acessórios de informática, o leque de produtos comercializados na Robert Mauser, Lda. é extremamente vasto. E promete não ficar por aqui. O início da história deste negócio remonta-nos “há cerca de trinta anos”, momento em que o alemão Robert Mauser abriu, em conjunto com a esposa e o irmão, uma pequena loja de reparação de aparelhos de vídeo e televisores no Centro Comercial da Portela, em Lisboa, recorda-nos Marko Mauser, filho do fundador. “Começámos com um pequeno negócio”, num estabelecimento com “cerca de 50m 2” que ainda hoje persiste naquela mesma localização. No entanto, e tal como salienta o atual gerente, as “coisas foram evoluindo”, à medida que, paralelamente aos serviços de reparação, começou a haver uma procura cada vez maior de peças e componentes ligados a este tipo de aparelhos. Posto isto, “começámos a ter uma maior diversidade de produtos e tentámos ter um pouco de tudo”, explica Marko Mauser. Foi precisamente esta flexibilidade perante a necessidade do cliente, bem como a vontade de proporcionar um leque cada vez mais vasto de utensílios e equipamentos, que faz da Robert Mauser, Lda. uma referência na venda de toda uma diversidade de produtos que vão dos componentes para eletrodomésticos ao material elétrico, sem esquecer artigos como pilhas, lâmpadas, acessórios para informática ou aparelhos de vigilância e segurança. Ao todo, a empresa disponibiliza um leque de “quase 25 mil produtos”, sendo uma significativa porção deles importados, essencialmente, da Europa. Somando um total de 27 funcionários, a Robert Mauser, Lda. divide-se por quatro lojas, com localização em Lisboa, Portela, Lousa e Porto. A acessibilidade dos seus produtos está, todavia, assegurada em todo o país através dos serviços de compra online e entrega ao domicílio. Embora hoje o seu grande âmbito de atuação seja a comercialização de produtos (e já não a sua reparação), entre os serviços proporcionados por esta cadeia de lojas inclui-se “a recuperação de baterias (colocação de elementos novos) de diversos tipos de equipamentos, nomeadamente máquinas topográficas, aparadores de relva, aparafusadoras, máquinas de barbear e outros equipamentos”, explica Marko Mauser. Detentora de uma enorme diversidade de produtos, a Robert Mauser, Lda. – que, com o passar dos anos, conquistou já o estatuto de PME Líder – não esconde uma notável ambição para o futuro: alargar ainda mais o seu leque de atuação, chegando às necessidades de um rol cada vez maior de clientes. Tudo isto através do serviço de qualidade, variedade e adaptação que sempre definiu a empresa, bem como do espírito empreendedor que nunca abandonou os seus fundadores. Novembro I 37 Portugal Inovador 38 I Novembro Portugal Inovador Novembro I 39 Portugal Inovador Ao volante da qualidade, inovação e desenvolvimento A Toitorres é um concessionário automóvel de referência que lhe garante soluções de grande qualidade, quer procure um veículo novo ou usado. Sediada em Torres Vedras, a Toitorres-Automóveis, S.A. abriu as portas em 1971 e cedo se revelou uma referência no setor automóvel. A comprová-lo está a sua longa história, na qual se inclui o facto de esta ter sido a primeira empresa nacional e europeia a obter a Cer- 40 I Novembro tificação de Qualidade na área dos serviços. Mas num percurso amplo como este, há espaço para outros méritos, tal como as estratégias de marketing arrojadas ou a qualidade do serviço pós-venda, merecedoras de prémios e indicadoras de um trabalho de excelência, desenvolvido há mais de quatro décadas. “Representamos a Toyota, mas também temos serviços de rent-a-car, vendemos carros usados e efetuamos serviço de pós-venda”, explica António Ferreira Nunes, presidente do conselho de administração. É através de um leque de atividades como este que percebemos o modo como, ano após ano, a empresa se foi posicionando num mercado tão singular como o ramo automóvel. “O setor tem ziguezagueado durante estes últimos anos, já que teve o seu apogeu entre 1999 e 2000 e o seu período mais baixo em 2012, embora se note agora um ligeiro recrudescimento”, salienta o também ex-presidente da ANECRA. Se há, todavia, um aspeto que nunca se alterou foi a ligação entre este concessionário e a Toyota, “uma marca tipicamente de investigação e desenvolvimento que reboca atrás de si todo o setor automóvel mundial”, afirma António Ferreira Nunes. Basta sublinhar que foi através da Toyota que surgiu, na década de 1990, o primeiro carro híbrido (Toyota Prius) ou, já este ano, um veículo movido a hidrogénio (Toyota Mirai). Caso para dizer, por isso mesmo, que falar nesta marca japonesa é fazer-se alusão “a um nome pioneiro na procura de novas soluções para o setor automóvel”. Linhas Mestras Contando, atualmente, com uma equipa composta por 35 colaboradores, a Toitorres pauta a sua atuação por três grandes linhas mestras. Em primeiro lugar, a credibilidade: “Criámos um nome que é respeitado e que não merece discussão”, garante António Ferreira Nunes. Seguidamente, o fator inovação, na medida que “ao longo do tempo, criámos várias estratégias na área do marketing bastante relacionadas com esta região”, explica. Por fim, o perfecionismo: “Fomos pioneiros no sistema de melhoria de qualidade e nunca perdemos de vista a procura pela qualidade e pelo melhor serviço possível”. Já relativamente ao futuro, existe o desejo de que a empresa prossiga o seu longo trajeto de consolidação. “É provável que já tenhamos ultrapassado o período de maior ambição em termos de crescimento no setor automóvel, mas, neste momento, vamos mantendo-nos bastante atentos ao mercado”, concretiza o presidente do conselho de administração da Toitorres. Portugal Inovador Vinhos com sabor a tradição Com mais de 50 anos de história, a Quinta da Casaboa é hoje um nome de referência e inovação na produção e venda de vinho premium. Fazem parte do atual catálogo os vinhos: Tintaboa, Quinta da Casaboa (colheita de 2011), Quinta da Casaboa Alvarinho, Quinta da Casaboa Merlot/ Touriga Nacional e Casaboa Reserva. Está localizada em Runa (Torres Vedras), remonta ao século XVIII, foi adquirida por João Ferreira dos Santos em 1958 e passou, a partir desse momento, a ser um espaço dedicado à produção de vinho. Falamos da Quinta da Casaboa (uma propriedade de 120 hectares), cujo negócio vinícola se encontra, atualmente, na terceira geração. Mas, se em tempos este chegou a ser um lugar onde a produção de vinho era feita em grandes quantidades, hospedando uma centena de funcionários, hoje a filosofia é outra. Com a chegada do milénio, “decidimos fazer algo mais pequeno e direcionado para os vinhos de qualidade, queríamos fazer uma marca”, explica a atual gerente, Joana Paes. Hoje “temos uma pequena produção, mas que é tratada com muito cuidado e que acaba por ser um vinho de Quinta e não de série”, acrescenta. Explorando uma área de 20 hectares, entre as castas de uva utilizadas na produção dos vinhos Quinta da Casaboa encontram-se a Touriga Nacional, Alicante Bouschet, Tinta Roriz, Merlot, Alvarinho e Arinto. “Não estamos apenas a vender e a produzir vinho, levamos às costas toda a nossa história”, afirma Joana Paes. “Isso é algo que queremos transmitir e, por isso, tentamos que estes sejam sempre vinhos muito agradáveis, que tenham estrutura, que reflitam o terroir, porque queremos mostrar que este é um vinho de Quinta e com uma família por detrás”, salienta. Com uma produção anual a rondar os 140 mil litros, é além-fronteiras que a Quinta da Casaboa encontra a porção mais significativa da sua carteira de clientes. Entre os principais mercados constam países europeus como Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Holanda, Polónia, Suiça e Suécia, embora haja também clientes em Angola, Brasil ou Estados Unidos. Já relativamente ao futuro, as intenções deste negócio familiar passam pela tentativa de consolidar o crescimento não apenas internacionalmente, mas também em Portugal. Novembro I 41 Portugal Inovador 40 anos de crescimento e qualidade A empresa surgiu em 1975 na freguesia de São Pedro da Cadeira, Torres Vedras. O que começou numa sociedade entre amigos, tornou-se num negócio familiar. Hoje, 40 anos depois, os irmãos Jorge Alves e José António Alves são os dinamizadores da Pafigal. O negócio entrou na família pouco depois de ter surgido e, desde então, os irmãos sempre trabalharam na indústria de panificação, inicialmente com os pais. Em 1982, compraram a Pafigal e, dois anos depois, começaram as obras no edifício onde hoje se situa a empresa. Tendo o desenvolvimento e a evolução como base, a produção da Pafigal tem vindo a sofrer alterações ao longo dos anos. Com o início marcado pelo pão cozido, a partir de 1998, depois de Jorge Alves ter realizado um curso de pão congelado, a empresa entrou, também, no fabrico de pão pré-cozido congelado, ao qual se dedicou até 2009. Desde essa data, a empresa produz apenas pão pré-cozido e massas refrigeradas. O aumento das encomendas trouxe o aumento dos trabalhadores. Inicialmente com quatro 42 I Novembro pessoas, a Pafigal conta agora com 18 – 10 das quais diretamente ligadas ao fabrico. O restante número divide-se pela manutenção, distribuição (com uma frota de 12 viaturas) e escritórios. Foi necessária, também, a ampliação das instalações e a obtenção de novos equipamentos. Com uma faturação de cerca de 900 mil euros, no ano passado, Jorge Alves acredita que “este ano deverá rondar 1,5 milhões”, fruto de um negócio com um dos principais clientes, o Intermarché. Trabalham com a grande distribuição e, essencialmente, com o mercado nacional, de Norte a Sul, fazendo entregas na Maia e em Paços de Ferreira e têm como clientes a Sonae. Mas existe, ainda, uma pequena percentagem de produção para o exterior com dois clientes no Luxemburgo e um na Bélgica, para quem fabricam um tipo de pão diferente. “O pão que fazemos para esses clientes não vendemos cá, a não ser no Norte. Há uma preferência pelo pão mais leve e adequamos o nosso fabrico para responder às exigências”, explica José António Alves admitindo que “o forte da empresa é o fabrico do pão da região”. No entanto, embora haja uma abertura internacional e vontade de exportar mais, os empresários confessam que ainda não têm reunidas condições para fazê-lo e que o que vendem “é aquilo que tem aparecido”. Pretendem manter a confiança e a preferência dos seus clientes, continuando a exercer um serviço de qualidade e competência que responda às necessidades dos compradores. Portugal Inovador Novembro I 43 Portugal Inovador “Crescer, produzir e servir” Fundada por Rodrigo Pedrosa, há 40 anos, a Divercol direcionou-se desde cedo para o mercado do mobiliário e madeiras. Hoje, depois de muitos altos e baixos, é uma das principais produtoras nacionais de vernizes e afirma-se, cada vez mais, com a entrada em novos mercados, fruto da sua investigação e desenvolvimento. Surgiu em novembro de 1975, depois do regresso de Rodrigo Pedrosa de Angola, para onde partiu com 19 anos. Lá enveredou pela área comercial onde esteve “numa posição de gestão de uma grande empresa que fazia equipamentos de rádio”. A sua atividade profissional em Portugal iniciou-se com a ajuda de um cunhado, engenheiro químico, que se mudou para Paços de Ferreira e o aconselhou a dedicar-se à produção de colas para madeiras, uma vez que o mobiliário era um mercado em crescimento. Com dificuldades no ramo das colas, recomeçou a sua produção com “vernizes para madeira que são, ainda hoje, uma referência nacional no mobiliário”. Atualmente, a Divercol conta com a produção de todo o tipo de tintas, esmaltes, isolantes, diluentes, removedores, entre outros produtos, que se po44 I Novembro dem encontrar em vários postos de venda espalhados pelo país. “Temos grandes empresas como clientes: a Leroy Merlin, a AKI, o Bricomarché, que foi o nosso primeiro parceiro em 2000, Bricor e o E. Leclerc…”, relata Rodrigo Pedrosa. Hoje, a Divercol acolhe 37 colaboradores, entre os quais cinco são engenheiros. Sendo esta a empresa mais conhecida, é importante salientar que o empresário detém outras sociedades, nomeadamente a Trimobiliária, a Lusoprocessos e a Diverpaços, e associadas à Divercol estão ainda a Tintinhas como “empresa de apoio à bricolage”, a Vedeta com os vernizes e tintas decorativas para velas e a Portimpact no fabrico de escadas, escadotes e estendais em alumínio. A mudança A 4 de julho de 1996, o fundador da Divercol, viu a sua fábrica, na altura instalada em Paços de Ferreira, ser “devorada pelo fogo”. Um incêndio que não conseguiu parar a produção da empresa que tinha encomendas e prazos para cumprir. “Quando tivemos o incêndio, ficámos sem nada. Mas tivemos fábricas que nos emprestaram máquinas, os comerciais foram buscar materiais a clientes que tinham em stock e, nesse mesmo mês, arranjei umas instalações e começámos a trabalhar numa propriedade minha. Vendemos pouco menos do que num mês normal”, explica com desgosto pelo incidente, mas orgulhoso pelo trabalho da sua equipa. Porém, já havia o desejo de mudar de instalações antes deste episódio… Em 1995, Rodrigo Pedrosa havia entregue o projeto da nova empresa (a atual) ao seu amigo e arquiteto Vítor Martins que, rapidamente, o apoiou, bem como a Câmara Municipal de Paredes a quem o empresário expressa o seu agradecimento. A nova Divercol, em Lordelo, Paredes, começou a trabalhar em 1998 e em 1999 teve a sua inauguração oficial. Portugal Inovador Filosofia “Tem sido uma empresa que se tem pautado por uma filosofia de trabalho onde não queremos ser os maiores, mas queremos ser dos melhores”, afirma Rodrigo Pedrosa. Mantendo a sua própria visão do mercado, admite não querer sair do seu “habitat” onde tem o controlo e assegura o crescimento da empresa. “Ainda dentro desta filosofia, existe outra: não quero vender preço, quero sim vender qualidade. Porque se vender preço teremos certamente problemas e reclamações. Por isso, prefiro apostar na qualidade”, continua o empresário, explicando que é desta forma que se conseguem manter firmes no mercado. A simpatia, flexibilidade, qualidade e resposta rápida, são quatro pontos que Rodrigo Pedrosa considera muito importantes: “Se o cliente tem necessidade urgente de determinado produto, facilmente damos resposta”, explica-nos, sendo fruto da “versatilidade empresarial” que é “uma das vantagens das empresas de menor dimensão”. A crise e o setor Com a recessão económica veio, a crise no setor onde se insere a Divercol. “As empresas produtoras de tintas estão ligadas à construção e, naturalmente, quando a crise atinge este setor, segue-se de imediato a indústria do mobiliário. Depois destas duas áreas de grande valor acrescentado para a nossa economia, é atingida a área das tintas e vernizes, uma indústria subsidiária da construção e mobiliário. Em traços gerais é este o circuito do nosso setor”, explica. “Eu nunca vi este setor muito pujante, porque há áreas, como a nossa, onde qualquer um pode contactar uma empresa comercializadora de produtos químicos e com muita facilidade lhes são fornecidas umas fórmulas orientadoras, que facilitam o início da produção de tintas e ninguém diz nada. Transparecen- do uma imagem muito negativa da qualidade das mesmas”, desabafa Rodrigo Pedrosa que considera ser este um problema para todos no setor. Sendo a Divercol uma média empresa familiar, este diz sentir-se “emparedado” entre as pequenas e as grandes empresas, ou seja, é “empurrado por baixo e pressionado por cima”. Desta forma, diz não poder vender tão barato e tão fraco, mas também não consegue vender ao preço que vendem as grandes empresas. Tentando estar sempre “na crista da onda”, há uma forte aposta no desenvolvimento e na inovação de produtos. Exemplo disso é o gel para fondue, o único produzido em Portugal. Há, ainda, o investimento na preparação/formação profissional dos comerciais, essencialmente, dos que estão na área do mobiliário, com o objetivo de conseguir uma rápida e eficaz assistência ao cliente. internacional, porque “há sempre perspetivas”, mas admitindo que esse não é o seu caminho, neste momento. Distinção A 29 de junho deste ano, Rodrigo Pedrosa viu o mérito do seu trabalho ser reconhecido pelo Presidente da República, Prof. Dr. Aníbal Cavaco Silva, numa cerimónia onde foi distinguido com o grau de Comendador da Ordem do Mérito Empresarial, Classe do Mérito Industrial. Para além de deter um vasto número de empresas, o comendador foi, também, presidente da Associação Empresarial de Paços de Ferreira e esteve como membro da direção da Associação Portuguesa de Tintas, (APT) durante nove anos. Futuro “Da Divercol podem esperar um crescimento sustentado”, diz-nos o empreendedor que explica ter existido, recentemente, “alterações na estrutura da empresa” que conta com uma equipa mais jovem e dinâmica. Há a crença num “crescimento seguro como tem sido até aqui”, não excluindo totalmente o mercado Novembro I 45 Portugal Inovador 46 I Novembro Portugal Inovador A ciência de fazer contas É no coração de Paços de Ferreira que se encontra a Bruno Taipa Contabilidade. Bruno Taipa chega a Paços de Ferreira com uma prévia experiência nas mãos. Em 2005 criou uma empresa com um sócio da Lixa, no concelho de Felgueiras, inaugurando aí mesmo o seu primeiro gabinete. Neste primeiro contacto empresarial apercebe-se da existência de um mercado mais amplo em Paços de Ferreira, sendo pois uma aposta segura. Uma vez que o crescimento nesta cidade superava a dinâmica empresarial da Lixa, mudam-se para um novo escritório e começam a trabalhar de forma independente. Dada a evidente autonomia de cada um, consideraram que não fazia sentido manter a sociedade e é neste contexto que Bruno Taipa se estabelece a solo em Paços de Ferreira. Como gerente da Bruno Taipa Contabilidade, louva a importância da sua equipa pela competência que culmina em valores como apresentação, atendimento e colaboração com os mais de 170 clientes que tem em carteira. O nosso entrevistado considera que a gestão dos recursos humanos com mestria aumenta, em muito, a sua produtividade. Preza ainda o estatuto pessoal de cada um dos seus membros, entendendo que se sentirem motivadas e lhe seja proporcionada uma melhor qualidade de vida ganham ambas as partes: “Ter pessoas qualificadas e motivadas é o futuro”. Bruno Taipa encara a Contabilidade como uma ferramenta para o empresário, “uma ferramenta se ele souber aproveitar” porque, em termos de atuação no mercado, é o contabilista que organiza os impostos, apura as responsabilidades que o cliente possa ter ao nível da Segurança Social, da Autoridade para as Condições do Trabalho, das Finanças e do Banco de Portugal. Falando como autor destes mesmos encargos, acrescenta que o papel do contabilista em geral passa por prestar assessoria e de cumprir todas as obrigações fiscais das empresas, que passam pelo processamento de salários, pela gestão, organização, criação de projetos de investimento e ainda de consultoria. Admite existir um rigor fiscal e de controlo por parte das entidades responsáveis pelo seu cumprimento e que nesse sentido é impossível fugir por outro caminho que não o certo: “Se a contabilidade mostrar que a empresa é viável, os Bancos apoiam e dão uma qualificação à empresa”. Não só atribui um peso à organização, como considera o marketing o pontapé de saída para a imagem da empresa – é através de um bom plano de marketing que esta se dá a conhecer, cresce e fatura. A comemorar 10 anos de trabalho em Paços de Ferreira, Bruno Taipa e a sua equipa prometem continuar a oferecer aos seus clientes os seus serviços, com profissionalismo e rigor, ajudando a espelhar uma boa imagem das empresas, acreditando no futuro da nova geração. Novembro I 47 Portugal Inovador Referência na Metalomecânica A Adunguem surgiu em 2005 para dar resposta à manutenção de equipamentos industriais. Há três anos lançou-se no fabrico e hoje, com esforço e dedicação, tem a sua marca M&G Steel Machines registada, a primeira marca nacional de linhas de furação e corte. resposta que damos no serviço pós-venda ao cliente, é isso que nos diferencia. Não tenho comerciais, é o nosso nome e o nosso trabalho que vendem”, afirma o empresário. M&G Steel Machines Depois de trabalhar alguns anos no departamento de engenharia da Continental Mabor, na área da manutenção e automação industrial, Manuel Ramos, o fundador da Adunguem, dedicou-se ao seu próprio negócio. Com um vasto conhecimento e tecnologia à sua disposição, o empresário começou por dar os primeiros passos na indústria do mobiliário e metalomecânica com a reparação de equipamentos. Convidado por algumas pessoas, iniciou-se no serviço pós-venda de uma marca, para a qual trabalhou durante alguns anos. Mas, rapidamente, viu o seu trabalho reconhecido e, com a preferência dos clientes, a marca quis a exclusividade dos seus serviços, 48 I Novembro convite que Manuel Ramos preferiu declinar. Assim, começou os seus próprios trabalhos nesta indústria e hoje conta com oito trabalhadores e o sócio, Giani Brito, que iniciou o seu trabalho na empresa como colaborador. Manuel Ramos desenvolveu toda a parte técnica e só depois desse departamento “ter pernas para andar” é que a Adunguem criou o departamento comercial e partiu para a venda. “O processo de fabrico passa pelo desenvolvimento do software, ao controlo CNC, até à parte estrutural” e hoje fazem máquinas “que são as linhas de processamento de perfis metálicos M&G Steel Machines”. “O nosso crescimento e o nosso “know-how” advêm da “Estamos no mercado, somos os únicos fabricantes a nível nacional e fazemos praticamente tudo dentro de portas – desenvolvimento, assemblagem, toda a parte eletrónica e software – só não fazemos o corte da chapa e a pintura”, começa por explicar Manuel Ramos, que atribui esse trabalho a empresas locais. A M&G Steel Machines tem um sistema de furação de três cabeçais e controlo CNC, ideal para empresas que manipulam o aço estrutural com uma grande versatilidade e grandes produções; um sistema de medição mediante empurrador para medições com uma tolerância muito rigorosa; conta com um CNC NUM, uma aplicação desenvolvida pela Adunguem de fácil gestão e simples, compatível com os principais softwares existentes no mercado. Com o constante avanço tecnológico, a empresa considera que a manutenção e a automatização das máquinas são um ponto muito importante na produtividade e pretende por isso prestar um serviço eficaz aos seus clientes, com um acompanhamento de qualidade constante. Portugal Inovador Mercado e Investigação “Somos seis fabricantes a nível mundial deste tipo de equipamentos. É uma área muito específica”, relata Manuel Ramos que trabalha com o mercado nacional e internacional, quer na Europa bem como em África e na América Latina. “No que diz respeito ao desenvolvimento, andamos quase seis anos em investigação e isso é o coração de todo o trabalho e de todo o processo”, admite. A in- vestigação foi feita com recursos próprios e, apesar de não ter sido um percurso fácil, o empresário garante que “foi um risco ponderado” e que “a máquina já está em andamento”. Preparados para tudo e preocupados com a inovação do setor, cedo despertaram a curiosidade e admiração do mercado. “Quando começámos a fazer o primeiro equipamento, até o fabricante da parte eletrónica veio cá para perceber quem éramos. Porque fizemos o maior e mais complexo equipamento que existe nesta área”, conta orgulhoso. “Regra geral, as empresas começam a construir passo a passo os processos manuais, semiautomáticos, automáticos, mas nós não. Partimos logo para a parte mais complexa. Ganhámos a admiração e já nos colocam como referência perante possíveis clientes”. Atualmente, a Adunguem tem parceria com a Tecoi, uma empresa espanhola fabricante de e querem que os clientes acedam à vanguarda da tecnologia. Para o futuro, Manuel Ramos quer procurar parceiros “numa vertente diferente” e conta com alguns contactos já feitos, no sentido de “em vez de ser a empresa a assemblar os materiais, dar esse projeto a parceiros subcontratados” para que sejam eles a fazer a montagem mecânica. Desta forma, quando os equipamentos voltarem à Adunguem será só para “montar a parte electrónica e a mecânica máquinas de corte de plasma, laser, centros de mecanização de chapa, etc. de precisão”, que é “o segredo” da empresa. O objetivo passa por conseguir ter mais capacidade de resposta, em curto prazo, uma vez que o número de encomendas tem aumentado e “uma máquina destas demora, sensivelmente, dois a três meses para ser produzida”. Os equipamentos são personalizados e “não há duas máquinas iguais, são fabricadas à medida do cliente e de acordo com o seu layout”, termina. Futuro Com a ambição de ser uma empresa de referência e continuar a crescer no mercado, a Adunguem coloca o cliente e as suas necessidades em primeiro lugar. Há uma grande preocupação no sentido de apresentar sempre a melhor solução custo/benefício. Pretendem responder com rapidez e eficácia Novembro I 49 Portugal Inovador Serralharia de confiança Foi em 2005 que Carlos Barbosa se lançou na construção da sua empresa. Inicialmente, em sociedade, hoje, sozinho gere a Serralharia Cidade com a colaboração da filha, Diana Barbosa. Com um passado sempre ligado à área da serralharia civil, Carlos Barbosa decidiu criar o seu negócio em parceria com Luís Sousa, quando a empresa onde ambos trabalhavam começou a dar sinais de declínio. A sociedade durou cerca de sete anos e desde 2012, o empresário é o dinamizador da Serralharia Cidade. Com o apoio e colaboração de uma equipa de profissionais competentes, desenvolveu desde o início da sua atividade, o fabrico e montagem de todo o género de trabalhos em ferro (portões, gradeamentos, portas, janelas…); estruturas metálicas (coberturas, escadas e armazéns); revestimentos (em chapa painel sandwich e chapa lacada) e inox escovado e polido (portões, gradeamentos e todo o tipo de acessórios para mobiliário e estofos) tendo este último grande crescimento e destaque na Capital do Móvel. 50 I Novembro “Até hoje não recusei qualquer trabalho”, admite o empresário. E a filha confirma: “Uma das maiores qualidades do meu pai é a sua criatividade. Por maior e mais complexo que seja o problema apresentado, ele sempre encontra uma solução”, afirmando ser esta uma das mais-valias da empresa. Atualmente, com oito funcionários, a empresa tem como objetivo primordial, garantir a satisfação do cliente com base no profissionalismo e honestidade“. Não aceitamos trabalhos que à priori sabemos não conseguir entregar no prazo estipulado”, explica Diana Barbosa. Ao nível de mercado, a serralharia abrange todo o território nacional sendo que o Norte ocupa cerca de 70% da produção e os restantes 30% dividem-se por vários pontos do país e, ainda, pelo mercado externo, essencialmente, o francês. Com um portfólio de clientes bastante diversificado, a Serralharia Cidade orgulha-se de ter colaborado com as obras efectuadas no ano de 2014 no Estádio Capital do Móvel, reforçando assim a parceria de quase nove anos com o clube da terra, o Futebol Clube de Paços de Ferreira. Executaram todo o gradeamento em ferro da bancada nova, portões e revestimento da fachada, sem esquecer os trabalhos em inox nos WC`S (lavatórios e urinóis). São vários os projetos para empresa no futuro. Passam estes pelo investimento ao nível de capital humano, de equipamentos, infraestruturas, bem como a consolidação do alargamento ao mercado internacional, crescimento este baseado “na humildade, no profissionalismo e na honestidade”. Portugal Inovador “Segurança, cuidado e qualidade de serviço” A ideia que nasceu em Figueira de Castelo Rodrigo, na Guarda, em 1999, rapidamente se tornou um projeto com futuro. Em Paços de Ferreira há um mês, a Onidesk apresenta uma variedade de ferramentas atrativas e de confiança. A Onidesk surge inicialmente com o intuito de criar projetos que consistiam em “passar publicidade e conteúdos digitais para ecrãs LCD ligados a um computador, que por sua vez permitia atualizar informações em tempo real”. Começaram depois a surgir outros, mais exigentes, como a criação de um software para “gestão de filas” e, recentemente, em parceria com um laboratório de Engenharia e Geofísica em Lisboa, criaram um software interno para a gestão de processos da empresa. Com uma carteira de clientes maioritariamente empresarial, a Onidesk esteve envolvida, ainda, no desenvolvimento do Saft, “o ficheiro de auditoria das Finanças que regista e lê as informações do cliente quando procede à fatura”, tendo sido uma das primeiras empresas a fazê-lo. Com uma vasta gama de serviços como Design Gráfico, criação e gestão de websites, instalação de câmaras de vigilância, desenvolvimento de aplicações e software, “que valorizem e ajudem as empresas”, a Onidesk conta também com o serviço de reparações de hardware. Este último está entregue a Bruno Rivera que, sendo autodidata, faz uma “pesquisa abrangente” para melhor servir os clientes, uma vez que é uma área em constante inovação. No que diz respeito ao software, é José Franco o responsável. E quando não tem capacidade para responder ao que o cliente pede, recorre a “outsourcing”, ou seja, repartem “os módulos” e entregam a parceiros de confiança. A empresa recorre, geralmente, à tecnologia “opensource”, isto é, ao software livre onde todos podem contribuir para o desenvolvimento e todos podem usufruir dele. É esta vertente que permite à Onidesk ter a capacidade de não cobrar alguns serviços, o que ajuda na angariação de clientes. Com uma abrangência de mercado não só nacional como também internacional, contam com clientes na Europa, Brasil e Austrália. E estando há apenas um mês em Paços de Ferreira, têm já consigo uma carteira de vinte. Para o futuro querem evoluir e existem três projetos em desenvolvimento. Um projeto de uma “aplicação de faturação para vender aos clientes”, outro “ao nível de prospeção de mercado” com “uma aplicação que permite ao cliente que deixa um computador ou um tablet na loja, saber como está a decorrer todo o processo de reparação a partir de casa”, e um terceiro que consiste num “servidor interno para alojar páginas, tanto a parte de registo como alojamento do site, a nível empresarial, com a oferta de um pacote completo de um serviço anual feito internamente”. “Há algo onde invisto muito e é necessário falar sobre isso, no profissionalismo e na qualidade do serviço. Nós lutamos todos os dias para evitar erros básicos, e temos muito cuidado na reparação dos equipamentos, porque a segurança é muito importante”, admite Bruno Rivera, afirmando que é isso que os diferencia. Novembro I 51 Portugal Inovador O último passo que enaltece a obra A Abrelac é uma das empresas pioneiras na prestação de serviços de lacagem na Capital do Móvel. A paixão pela pintura começou no mundo automóvel onde laborou durante 12 anos. Em 1992, Luís Abreu começou, nos tempos livres, a dedicar-se à lacagem e acabamento de mobiliário que “tinha como base o mesmo sistema de pintura utilizado nos carros”. Nesse momento, alguns familiares aconselharam-no a focar-se nessa atividade. “De um hobby passou a um trabalho que consumia muito do meu tempo” e que acabou por trabalhar por conta própria em nome individual até ao ano de 2001, nesse mesmo ano constituiu a empresa Abrelac, em sociedade com a esposa, Laurinda Marques. Com o volume de trabalho a aumentar tornou-se evidente a necessidade de mudar de instalações, “negócio que se propiciou após o fecho da empresa que laborava nesse espaço”. Não sendo necessária a construção de raiz de uma unidade fabril, a mudança, em 2006, fez-se rapidamente para outras instalações na rua de Além nº 49 Eiriz, Paços de Ferreira, permitindo dar continuidade a todo o 52 I Novembro trabalho sem prejuízo para a firma e clientes. Objetivamente, a Abrelac procede à prestação de serviços de lacagem a empresas de mobiliário: “Os clientes trazem os móveis em bruto e nós aplicamos o acabamento consoante o gosto do cliente final”. A evolução também neste setor é constante e a panóplia de materiais é diversa para acabamentos em mobiliário novo ou para restauro, por exemplo, rústico, moderno, decapé, folheado a prata ou ouro (estes dois últimos num sistema mais artesanal), entre outros. Mas Luís Abreu salienta que o mais requisitado é o lacado: “Quando comecei nesta atividade, éramos apenas dois ou três lacadores em Paços de Ferreira e agora o número é muito superior”; prova da crescente requisição deste serviço. Quais as vantagens deste tipo de acabamento? Luís Abreu destaca a facilidade de limpeza, para além de que “se forem bem cuidados são acabamentos de longa duração e/ou caso contrário podem, facilmente, ser novamente pintados adquirindo um ar renovado”. Nesse âmbito, “têm aparecido móveis com mais de uma década que saem daqui como novos; podem ser feitas pequenas alterações à estrutura que após a lacagem são impercetíveis de detetar, também podendo alterar a cor logo o móvel fica como novo, algo que já não acontece com as madeiras pois dificilmente se consegue manter a mesma cor”, destaca. A equipa, composta por 20 profissionais, garante a qualidade exigida pela administração, nesse sentido o número de parcerias é crescente. Trabalhando essencialmente para a região Norte, a Abrelac é um exportador indireto dado que muitos dos seus clientes vendem para vários países como Luxemburgo, França, Espanha, Suíça, Bélgica, Irlanda, Inglaterra, Mónaco, Noruega, USA. Tendo começado a sua atividade no setor automóvel, Luís Abreu pondera o futuro não descartando a possibilidade e ampliar o projeto, no entanto fica a certeza que “a paixão pelos carros não terminou”; quem sabe Luís Abreu não retorna, num futuro próximo, à sua primeira paixão. Portugal Inovador Mecânica com profissionalismo e honestidade São estes os dois valores que José Meireles realça quando fala daquilo que é mais importante na Auto Meireles, empresa na qual veio aplicar toda a sua experiência no ramo da mecânica automóvel. A referida experiência começa em 1976, ano em que ingressa num concessionário Renault. Foi lá que se especializou (chegou a ser mecânico qualificado da marca) e fez o seu percurso até 1998, altura em que a empresa encerrou portas. Confessa que até aí a possibilidade de empreender nunca tinha estado nos seus horizontes, mas arriscou. Apoiado nas habilitações que tinha e na reputação junto dos clientes, conseguiu fazer com que a aposta fosse bem sucedida. O negócio cresceu, as instalações foram ampliadas e novos funcionários foram recrutados. Esclarecendo-nos então acerca do conjunto de serviços que a Auto Meireles oferece, o entrevistado diz-nos que “o forte é a parte da mecânica e eletricidade ligada à mecânica, tendo havido também alguma especialização na parte eletrónica e ainda os serviços de ar condicionado, pneus e alinhamento de direção”. Para outras componentes como serviço de eletricista ou de chaparia e pintura, José Meireles tem “parceiros estratégicos para os quais faz o encaminhamento”. Como nos explica, esta preocupação em ter um serviço completo tem como intuito “a fidelização do cliente” e exige um contínuo esforço de investimento em nova maquinaria que vai surgindo no mercado. Como consequência desse esforço, a Auto Meireles já conseguiu uma ampla rede de clientes na região do Grande Porto e do Vale do Sousa. Agora, para o futuro, José Meireles chama a atenção para a necessidade de se adaptar “às novas tecnologias” e ao enorme desafio que vêm colocar aos mecânicos tradicionais: “Com os automóveis híbridos e elétricos a serem cada vez mais, esta geração de mecânicos tem os dias contados. Neste momento, a ambição é lutar para termos mais domínio da parte elétrica e eletrónica e aí a formação é um ponto muito importante, apesar de ser muito cara para as empresas”. Por fim, pronunciando-se sobre a realidade local, o responsável deixa uma referência para um problema que existe em termos de associativismo: “No geral, as empresas do ramo automóvel, aqui de Paços de Ferreira, relacionam-se mal umas com as outras. Já houve a tentativa de criar uma associação automóvel na nossa zona, mas foi abandonada e seria bom que isso acontecesse”, conclui. Novembro I 53 Portugal Inovador Madeiras de excelência Bernardino Moreira, gerente da Divermadeiras, falou-nos da empresa que fundou em 2013, em Paços de Ferreira, e das perspetivas para o seu futuro. O percurso do nosso entrevistado no setor teve início há cerca de 15 anos. Começou por trabalhar por conta de outrém na venda de madeiras e, graças à vasta carteira de clientes que foi conquistando, sentiu-se confiante para montar o seu próprio negócio. Neste momento, a Divermadeiras é um importante parceiro de muitos produtores de mobiliário da região de Paços de Ferreira e não só. A madeira, que tem proveniência nacional e de França, é comercializada, sobretudo ao nível local, mas Bernardino 54 I Novembro Moreira refere-nos exemplos de clientes de outros pontos como Braga, Vila Nova de Gaia ou Aveiro. As variedades de madeira são diversas, estando incluídos o carvalho, faia, freixo ou pinho. Ajudando-nos a perceber como é que as diferentes etapas se processam na Divermadeiras, o responsável explica-nos que a matérias prima é “comprada em toros, é serrada e metida em tábua. O produto é vendido em tábua e à palete”. Para dar conta deste trabalho, a empresa dispõe de umas instala- ções de seis mil metros quadrados, uma serração em Frazão, Paços de Ferreira. A equipa que aqui labora é composta por quatro pessoas que Bernardino Moreira considera serem de extrema importância para o sucesso da empresa. Até agora, o balanço é positivo e os resultados conseguidos dão-lhe solidez para ambicionar um crescimento ao nível de vendas e da equipa. “Queremos ir com calma, mas as perspetivas são essas”, declara. A estratégia com que a Divermadeiras espera conseguir esse crescimento passa, em grande medida, pela diversificação das espécies de madeira, como as do Brasil e África. Por último, o gerente deixa-nos o seu comentário a respeito da realidade do seu setor. Diz-nos que “tem havido oscilações”, mas que a forte aposta dos criadores de mobiliário na exportação tem ajudado: “Os outros países já são mercados que requerem mais mobiliário à base de madeira e isso faz com que haja mais procura e mais trabalho para empresas como a nossa”. Portugal Inovador Leitão de referência em Paços de Ferreira Desde 2000 e com 30 anos de restauração, António Gonçalves e Tomásia Palma são os donos do restaurante Leitões do Calvário, prezando o profissionalismo e a qualidade do serviço. Inicialmente com três sócios, António Gonçalves começou como gerente. Meio ano depois, adquiriu o restaurante e, hoje, é um negócio familiar que partilha com a esposa, Tomásia Palma, que está encarregue da cozinha. Com quatro funcionários, o restaurante serve, para além da especialidade de leitão assado, cozinha tradicional portuguesa como o bacalhau no forno, à brás, o polvo no forno e bife. “Temos, também, o frango assado com molho de leitão que é feito por encomenda a qualquer hora e o qual recomendamos”, afirma Tomásia Palma. Trabalham por encomenda e têm o serviço take-away. Com clientes todos os dias, admitem que o grosso de trabalho decorre ao fim de semana e aconselham os clientes a efetuarem reserva. De qualquer forma, “há sempre leitão, mesmo sem marcação prévia”. No que diz respeito a eventos, o restaurante faz de tudo dentro da capacidade que tem para 60 pessoas. Desde casamentos a batizados, são muito procurados pelo Futebol Clube de Paços de Ferreira quando o clube procura fazer uma festa. Esta relação de proximidade deve-se ao facto de todos os presidentes e jogadores que passaram pelo clube serem clientes habituais. “A matéria prima diferencia-nos dos outros”, começa por explicar António Gonçalves, “os métodos são iguais, e a diferença passa, se calhar, pelo nosso leitão que é nacional e pelos fornos que são a lenha”. Com o mesmo fornecedor há vários anos, os empresários afirmam que estão bem servidos e não tencionam trocar, uma vez que “nunca houve queixas”. Para além dos pratos já referidos, fazem, ainda, rissóis de leitão. “Para não termos leitão aquecido, quando sobra de refeição para refeição, fazemos os rissóis”, explicam e afirmam “se não somos os primeiros, somos, pelo menos, dos primeiros a fazer este tipo de rissóis no país”. Para além da venda no restaurante, fornecem vários espaços e contam com clientes no Porto e em Ovar. Neste momento, são abastecidos de leitões duas vezes por semana. No entanto, “se houver uma quebra” há sempre a oportunidade de recorrer ao fornecedor em qualquer altura. Para o futuro, António Gonçalves e Tomásia Palma esperam “continuar com a mesma qualidade e melhorar sempre que preciso”, no sentido de manter os clientes. Novembro I 55 Portugal Inovador Quem corre por gosto, não cansa; quem viaja, também não A agência Bestravel está presente em Paços de Ferreira e disponibiliza as melhores ofertas e os melhores preços aos seus clientes. Foi em fevereiro de 2008 que António Brito decidiu dar um novo alento à sua vida profissional, incitando a sua paixão pelas viagens. Formado na área de Engenharia e a trabalhar na indústria, abandonou o emprego que tinha e optou por abrir um negócio próprio. Assim nasceu a agência de viagens Bestravel em Paços de Ferreira, gerida por António Brito e pela sua irmã Margarida Teixeira, a trabalhar desde janeiro de 2012. Com a Bestravel, a maior rede de agências de viagens em franchising, que detém mais de 45 lojas instaladas em todo o país, António Brito deu azo ao seu lado empreendedor e é através do mesmo que sustenta o seu gosto pelas viagens e o deleite em oferecer 56 I Novembro aos clientes os melhores serviços e os melhores pacotes de viagem. É com qualidade nos serviços que oferece, na disponibilidade e com muita dinâmica que António Brito cumpre o seu horário laboral, sem qualquer problema, porque quem corre por gosto, não cansa. “Como costumo dizer, estou 24 horas disponível”, vinca. Embora seja um mercado um tanto sazonal, diz-nos que há sempre trabalho; apesar de no verão as pessoas se dirigirem mais facilmente à agência, no inverno contactam ou fazem os pedidos por correio eletrónico. Não deixa de ser uma circunstância que varia de região para região, mas por norma é um trabalho constante. Consciente da instabilidade do mercado, salienta que “no inverno o que alimenta as agências são as empresas e a imigração”. Conta-nos ainda, em jeito de curiosidade, que as preferências dos destinos do concelho são no mercado nacional, principalmente o Algarve, e internacional, o México, e as Ilhas Espanholas. Relativamente aos empresários de Paços de Ferreira os destinos mais frequentes são o Brasil, Moçambique e Angola. À parte deste espetro, o crescimento, conforme nos diz António Brito, é um fator que se tem verificado desde que abriu em 2008 e por isso perspetiva manter essa condição para o futuro. No dia-a-dia, os dois irmãos, para além do atendimento ao cliente local, respondem aos pedidos por e-mail (que são cada vez mais) ou por telefone, mas o trabalho mais importante e que está por detrás do olhar do público, passa por fazer muitas pesquisas e trabalhos de busca, uma vez que existem muitas ofertas para o mesmo produto. Por fim, António Brito, ciente de que as pessoas são cada vez mais autodidatas, acredita que uma agência tem mais ferramentas e opções para resolver problemas que possam surgir aos clientes e, nesse sentido, espera dar todo o apoio; mais do que vender, procura aconselhar e oferecer ao cliente umas férias de acordo com as suas preferências. Portugal Inovador Novembro I 57 Portugal Inovador Salão Imobiliário de Portugal A Portugal Inovador não poderia deixar de marcar presença no Salão Imobiliário de Portugal (SIL) que decorreu de 7 a 11 de outubro na Feira Internacional de Lisboa (FIL). A exposição reuniu na capital portuguesa 250 expositores no maior salão do setor imobiliário do país. Para além dos grandes Grupos, entidades bancárias e associações ligadas ao setor, os visitantes, particulares e profissionais, tiveram a oportunidade de analisar mais de 200 mil imóveis, 200 mil oportunidades de negócio. A abertura do crédito bancário, os benefícios fiscais concedidos a investidores, a descida e atual estagnação do valor dos imóveis, cativaram este ano um número considerável de interessados na aquisição de imóveis para investimento ou para habitação própria. De salientar que em nota de imprensa a SIL refere a presença de investidores e compradores oriundos de países “como Reino Unido, China, França, Brasil, Angola e Moçambique. De assinalar ainda presenças do Dubai e dos Estados Unidos”. 58 I Novembro Portugal Inovador “É a união que faz o nosso sucesso” São três as agências que compõem a Remax Caparica – Charneca da Caparica, Costa da Caparica e Feijó (sede). Luís Amado e Anabela Rodrigues são os brokers desta família Remax. A Remax Caparica tem sede num espaço com 1000m 2, dispersos por três pisos, “o maior espaço Remax a nível nacional e muito provavelmente ibérico”. Inaugurado em 2008 por Luís Amado e o seu sócio Cândido Carapinha, “numa época em que ninguém esperava o que viria a suceder com a queda da Lehman Brother’s”, muitos consideraram um arrojo a abertura de um espa- ço destas dimensões. A realidade é que a este sucederam-se a abertura das agências da Charneca da Caparica e da Costa da Caparica. Presente no universo Remax há 14 anos, Luís Amado confessa-se agradado com o rumo profissional que tomou: “Somos um dos pioneiros do Grupo, estamos bem e satisfeitos. Temos tido, ao longo dos anos, vários problemas, mas há que saber ultrapassá-los sempre com vontade de trabalhar”. Os brokers, Luís Amado (diretor comercial) e Anabela Rodrigues (diretora financeira), conduzem este projeto. “São três agências, três realidades”, confidenciam-nos: “A Charneca da Caparica é um mercado médio alto; o mercado da Costa da Caparica tem a particularidade de, para além de ser residencial, ter uma vertente de investimento e de habitação para férias; por seu turno, as zonas de Feijó e Sobreda são residenciais, com um produto médio, médio/baixo, composto essencialmente por apartamentos com um valor comercial que dificilmente ultrapassa os 100 mil euros”. Se cada zona tem a sua particularidade, também existem épocas do ano mais propícias à concretização de negócios: “No verão, trabalhamos muito na Costa da Caparica e no inverno marcamos presença mais Novembro I 59 Portugal Inovador “Obviamente, vivemos tempos de maior contenção, mas superámos bem esse período adverso e quem sobreviveu, hoje está a colher os louros”. forte nas outras duas frentes”, revela o broker. E durante o período de crise? Questionámos. “Nesse período, foi a sede, em Feijó, que apresentou um maior volume de negócios, porque surgiram muitos investidores – numa altura em que o mercado do arrendamento subiu em flecha – que compravam para arrendar; muitas famílias que retiraram as suas poupanças da Banca e investiram em imobiliário, obtiveram daí rentabilidade, ficando mais seguros quanto ao futuro, alternando os seus investimentos”. Atualidade “Obviamente, vivemos tempos de maior contenção, mas superámos bem esse período adverso e quem sobreviveu, hoje está a colher os louros”, analisa Luís Amado. “De 2013 para 2014 a Remax Caparica apresentou um crescimento de 50% em termos de volume de negócio, e este ano prevemos um aumento de 40% relativamente ao ano transato. Já ultrapassámos o valor do ano passado e temos ainda cerca de dois meses pela frente para trabalhar”. Os agentes imobiliários são a base deste negócio, e na Remax Caparica “a equipa consolidada” é composta “por 42 elementos, 60 I Novembro sendo que 80% já tem mais de dois anos de casa”. Luís Amado aposta num recrutamento não agressivo: “Vamos vendo quem são as pessoas que querem entrar nesta equipa e pessoalmente tenho que me sentir bem com todas, com problemas não sei viver nem trabalhar. Somos uma equipa unida, divertida, somos muito tranquilos, mas sempre com muita seriedade e honestidade. São esses os nossos valores, assim como a confiança entre todas as partes: os clientes, os agentes e os diversos departamentos”. Os valores empregues no trabalho são os que adquiriu no seio da família “tradicional, onde a palavra valia”. No mundo imobiliário aprendeu “que não se pode confiar apenas na palavra”, mas dentro de portas “a equipa trabalha na base da confiança”. “Queremos que todos estejam motivados, bem-dispostos, confortáveis e felizmente temos um espaço de trabalho que o permite. A direção cumpre o que promete e a equipa também dá tudo de si. Cada um tem os seus objetivos, maiores ou menores, mas é a união que faz o nosso sucesso. Temos uma maturidade de equipa muito grande, com pessoas que sabem o que que- Portugal Inovador rem da vida e isso confere-nos estabilidade e credibilidade”, garante. Essa união começa no topo que gere toda a estrutura quer comercial, na figura de Luís Amado, quer financeira, a cargo de Anabela Rodrigues. “Confio a 200% na direção financeira, completamo-nos e esse é o motor deste projeto”. Boom Imobiliário Com base na sua experiência de 14 anos no ramo, Luís Amado considera que existiram três fatores que permitiram o aumento das vendas: “o facto de o valor dos imóveis não ter aumentado desde 2012; o investimento estrangeiro (chineses, franceses, brasileiros, ingleses) que impulsionou em muito o número de transações, não na Margem Sul diretamente, mas creio que o investimento feito seja no Algarve, em Lisboa ou no Porto, traz retorno para todo o país; e finalmente, a abertura da Banca ao crédito à habitação “se bem que de forma bem mais modera- da e com análises de risco muito mais exigentes. Curiosamente, muitos dos clientes que nos procuram ainda não se aperceberam disso”. Projeto consolidado A equipa da Portugal Inovador esteve presente na sede da Remax Caparica no dia da reunião de planeamento do quarto trimestre. Luís Amado confidenciou-nos que perante a nova realidade local um dos temas em debate foi a angariação: “Hoje o nosso foco centra-se na angariação. Começa a haver alguma dificuldade em angariar dentro dos valores de mercado. O nosso foco para o último trimestre é realmente encontrar soluções para melhorar os nossos índices que sempre foram muito bons”. Dada a maior dinâmica do mercado “as pessoas querem aumentar o valor dos imóveis, mas a realidade é que eles não se vendem, é preciso ter essa consciência. O valor real é a base, quem o decide é o comprador. Se o vendedor não o aceitar, o negócio não se concretiza. Os mediadores imobiliários não “fecham” negócios, simplesmente analisam as necessidades dos clientes e reúnem ambas as partes”, esclarece. Margem Sul: Paraíso Centrados na Margem Sul de Lisboa a equipa da Remax Caparica trabalha uma zona que Luís Amado define como “paraíso”. Destacando o facto de ali existirem as melhores praias da Europa, com a capital tão perto o acesso à cultura torna-se facilitado, assim como a zonas turísticas como Sintra. “Já percorri alguns países e na Europa não há sítio melhor para passar férias!”, assegura. No entanto “a falta de atuação das entidades competentes não nos permite fazer mais. Não veem a mais valia que esta zona, se bem aproveitada, pode trazer para o país. Temos que cativar mais público, turistas e investimento. É possível criar postos de emprego, captar investimentos avultados que iam beneficiar todos e mudar a nossa forma de olhar para o mercado imobiliário. Mas estamos cá e não podemos parar”. É este espírito que incute diariamente na sua equipa: “O mercado é cíclico não vale a pena ficarmos demasiado eufóricos nem demasiado pessimistas. O pessimismo é palavra proibida para quem vende e evidentemente estes valores assimilam-se em família e eu incuto-os na minha equipa. Tudo o que nos dão temos que transformar em algo positivo”, conclui. Novembro I 61 Portugal Inovador Visão global do mercado imobiliário A Habita conta com mais de dois anos de existência, se bem que a ideia que sustenta o projeto seja anterior. José Pedro Pinto e João Ferreira revelam-nos os contornos deste projeto diferenciador assente na mediação imobiliária. europeus, onde o arrendamento supera a habitação própria: a gestão imobiliária, ou substituição do papel do proprietário”, define José Pedro Pinto. Tempo de arrendamento Este surgiu, nas palavras de José Pedro Pinto – licenciado Engenharia Civil pelo IST- ramo de Urbanismo e Planeamento do Território –, “a par de uma reciclagem pessoal que coincidiu com a perceção de um conjunto de circunstâncias que viriam a ocorrer no mercado”. Em 2013, percebia-se que “uma tempestade perfeita” iria implicar grandes alterações no mercado imobiliário. Nesta conjuntura, a aposta na formação, inicialmente no ramo imobiliário – gestão, avaliação imobiliária, por exemplo – e a passagem importante como consultor imobiliário, impulsionaram a sua entrada no setor. “A partir desse momento nasce a Habita”. O trabalho de campo, a leitura que fez do mercado e as perspetivas do futuro conduziram-no, seis meses depois, a encetar um projeto com cunho pessoal. A aposta inicial passou pela tentativa de criar uma resposta “inexistente no mercado, ao contrário do que acontece noutros países 62 I Novembro Segundo o empresário, “o grosso dos proprietários lisboetas que concentram uma grande fatia dos imóveis de rendimento da cidade”, não estando formatados para o conceito “de entrega da gestão dos edifícios”. Porém, a Habita não deixa de trabalhar nesse sentido, fazendo esse papel e criando relações próximas com esses proprietários que “solicitam auxílio em questões que ultrapassam a mera mediação”. Com o decurso do tempo “múltiplos acontecimentos permitiram à empresa crescer em áreas que não estavam estratégicamente planeadas”. Falamos principalmente da procura por parte do investidor estrangeiro “que por incapacidade de desempenhar o papel de proprietá- rio – falta de know-how, desconhecimento da legislação e sistema fiscal portugueses, dificuldades em comunicar com os inquilinos – começou a entregar os edifícios que adquiria à equipa da Habita. “Temos feito a avaliação do potencial de rentabilidade fixa de alguns desses imóveis, garantindo uma margem que absorva o risco das taxas de ocupação, incumprimento, custos de resolução e que lhes agrada, bem mais que a percentagem. Aí, somos, verdadeiramente, gestores de imobiliário, porque temos o domínio total do edificío: colocamo-lo no mercado nacional segundo o valor que consideramos real e consoante o contexto que cremos mais apropriado dentro da vida da cidade – escritórios, habitação para estudantes, habitação familiar, etc. Este acaba por ser um regime de gestão que juridicamente é uma sublocação. Fazemos uma primeira locação com o proprietário e depois sublocamos aos arrendatários”, complementa. Portugal Inovador Tempo de investimento Estando no mercado de forma distinta, a Habita capta a atenção destes investidores, e outros, para soluções de investimento – edifícios, terrenos, apartamentos, etc – para reabilitar (em parceria), comandar todo o processo e proceder à entrega chave na mão. Foi perante esta nova realidade que se reforçou o departamento comercial com a contratação de João Ferreira, diretor comercial, “profissional com grande conhecimento na área da mediação imobiliária, mais especificamente angariação”. Neste negócio, “de uma forma muito inteligente o investidor percebe que ao comprar o edifício à Habita, encarregando-nos da reabilitação, sabe que a rentabilidade que teremos no futuro depende também da qualidade da nossa obra. Nesse sentido, passamos de meros mediadores a efetivos parceiros de negócio. O investidor internacional tem uma visão bem mais estratégica do negócio, em particular o chinês”, esclarece José Pedro Pinto. Mas a realidade da cidade não se esgota neste mercado. “Cada vez mais sentimos a procura de outros públicos, pelos benefícios aos novos residentes, numa primeira fase para arrendamento”, reforça João Ferreira. Apologistas das parcerias com empresas que partilham a mesma identidade, o diretor comercial adianta que “internacionalmente, estão a ser concluídos protocolos com uma empresa parisiense e outra londrina, precisamente na área da mediação imobiliária e do investimento”. Se “Lisboa está na moda”, tal reflete-se na falta de produto face à procura para investimento. Esta procura vai naturalmente repercutir-se na imagem do tecido urbano da capital, “mesmo na estrutura socioeconómica da cidade, na nova oferta de serviços… Curiosamente estes reflexos do trabalho que produzimos agora culminam nos aspetos da minha área de formação (Urbanismo e Planeamento do Território) o que me permite estar na linha da frente, ao invés de estar a montante de todo este processo”, conclui José Pedro Pinto. Apoio total ao investidor A Habita está capacitada para prestar o serviço total que passa pela deteção da oportunidade de mercado, pelo projeto, pela reabilitação, pela promoção e, finalmente, pela gestão, oferecendo o serviço completo de apoio ao investimento imobiliário. Novembro I 63 Portugal Inovador Imobiliário Premium Em plena Avenida António Augusto Aguiar, em Lisboa, Ana Gomes, David Gomes e José Quinteiro, brokers da Remax 4Ever, revelam-nos uma realidade de mediação imobiliária à escala global, que cresce com o mercado interno e externo. A localização geográfica permite à Remax 4Ever manter um contacto de proximidade com os clientes, perceber as suas necessidades, adaptando-se às circunstâncias do local e da procura que tem detetado. Como refere David Gomes, “os negócios golden visa têm um impacto significativo no nosso trabalho”; “ao contrário da estatística, o cliente francês tem, nesta zona, um peso muito grande, até mais que o chinês, porém não estamos dependentes desse mercado”. O aumento do turismo propicia a que um maior número de pessoas queira conhecer Portugal e “opte por cá ficar”. “Temos clientes, nomeadamente, americanos que já deram a volta ao Mundo e escolheram a cidade de Lisboa para morar: pelas condições de segurança, gastronomia, clima, posicionamento geográfico estratégico, etc.”. Sediados na capital, onde a taxa de incumprimento relativamente ao arrendamento “é muito 64 I Novembro reduzida”, esta tem permitido “estabilidade nos processos” e captado “muitos investidores que apostam também nesta via”. Perante a conjuntura apresentada nos últimos meses, à semelhança de outras empresas do setor, a Remax 4Ever “trabalhou bastante esse mercado, com investimentos feitos a pronto pagamento, dado que “a opção dos clientes passou por não manter o dinheiro no Banco, onde o lucro acaba (ainda) por ser reduzido, face ao potencial de mercado imobiliário e à rentabilidade que o arrendamento proporciona em Lisboa”. Todo este investimento culmina em ações de reabilitação urbana. Ana e David Gomes são perentórios: “Não há espaço para nova construção, mas a cidade está em obras constantes e nós, Remax 4Ever, estamos a acompanhar esse processo, os nossos clientes, e a ajudá-los a fazer bons investimentos”. Uma realidade com a qual esta agência se depara “é com a crescente procura de fundos de investimento, que estão de momento concentrados em Lisboa e que têm muito dinheiro para gastar”. Ana Gomes considera que esse fator vai influenciar a aceleração da reabilitação da capital: “Não estamos a viver um pico, esta fase vai ter continuidade”. Acompanhamento Assente no trabalho de uma equipa profissional e devidamente formada “é feito o acompanhamento da tendência de crescimento da cidade, das oportunidades de negócio a 10 anos, da possibilidade de investir, hoje, por valores mais baixos para colher bons resultados a médio prazo”, refere David Gomes. “Basicamente, é este acompanhamento que nos permite fazer várias vendas com o mesmo cliente e ser referenciados, que é o nosso objetivo, superando sempre as expectativas criadas”, valoriza Ana Gomes. Numa cidade que cresce a Portugal Inovador ritmos distintos, em que algumas zonas apresentam já valores bastante inflacionados, outros há que surgem como boas oportunidades de negócio, “tendo em conta a evolução que se prevê”. A Portugal Inovador quis saber a opinião dos nossos interlocutores sobre as zonas onde se antevê um crescimento de procura e oferta a médio prazo: “Falamos, por exemplo, de uma zona central e que acabou por não ser tão valorizada como a Avenida Almirante Reis. Toda essa zona está a ser fortemente reabilitada; bem como a zona ribeirinha entre a Expo e o Cais do Sodré que vai ser reabilitada e cujo valor de mercado vai subir, consideravelmente, a médio prazo. Quem quiser hoje investir para poder rentabilizar e ter uma valorização de imóveis significativa essas são, na nossa opinião, zonas a ter em atenção”. Outras há, “como, por exemplo, o Príncipe Real, o Chiado e a Baixa, que apresentam valores já relativamente inflacionados e cuja margem de rentabilidade, a médio prazo, acaba por não ser tão esperada”. Equipa especializada A Remax 4Ever prima por ter uma equipa especializada, por forma a dar resposta ao público que a procura. “Não colecionamos imóveis, acompanhamos cirurgicamente a tendência de mercado e aquelas que são as oportunidades para venda, de modo a conseguir facilmente captar investidores e compradores, favorecendo a rotação da carteira de imóveis e a satisfação do cliente”. Com esta filosofia os resultados revelam-se excelentes: “Temos um stock muito menor do que as transações efetuadas. Vendemos o nosso produto com bastante rapidez, pois não trabalhamos em volume, mas em qualidade”. Esta eficácia deve-se “ao foco” nas zonas a operar. Trabalhando num registo de muita proximidade quer com os clientes quer com os consultores, a administração da Remax 4Ever não alimenta o objetivo de ter uma equipa volumosa “industrializando o processo”. A filosofia passa por acompanhar “os consultores permitindo-lhes alcançar valores satisfatórios”. Se a retenção dos colaboradores é importante, “a seleção criteriosa é-o ainda mais”, assegura Ana Gomes. “Somos cada vez mais exigentes no recrutamento, no perfil de candidato selecionado”. Toda esta conjuntura, filosofia de trabalho e assertividade permite à Remax 4Ever apresentar um crescimento de 170% relativamente ao ano transato. “Os nossos clientes são os nossos comerciais e o cliente final é cliente deles, é assim que encaramos o negócio e temos obtido enorme sucesso”, concluem. Novembro I 65 Portugal Inovador “Sabemos o que fazemos, e fazemos com honestidade” Em 2008 nasceu a Espaço Reservado na Expo. Hoje, em Alvalade, conta com Graça Bruno e Pedro Antunes, os dinamizadores da imobiliária. Como equipa desde 2012, os empresários admitem que há uma particularidade que os distingue: “O Pedro é expert em informática, e eu sou mais apta para as relações interpessoais”, começa por explicar Graça Bruno. Na prestação de serviços, a Espaço Reservado vai mais longe do que a simples mediação. No último ano, a imobiliária expandiu a sua atuação para outras vertentes que consideram ser “uma mais-valia” para qualquer empresa de mediação imobiliária, como a gestão de património, obras e organização de espaços verdes, contando com a ajuda do arquiteto Ricardo Ramos. No sentido da gestão de patrimómio e obras, os empresários prestam todo o tipo de acompanhamento depois de efetuado o negócio, uma vez que “as pessoas têm os seus trabalhos e, muitas vezes, não têm paciência para continuar a geri-lo”. Esta componente é realizada quer no mercado de venda, quer no mercado do arrendamento. A organização dos espaços verdes surgiu para fazer face a uma realidada sentida no mercado pela imobiliária, uma vez que algumas das vivendas têm jardins. Aqui, a Espaço Reservado mantém par66 I Novembro cerias com outras empresas, com o objetivo de “tirar esse peso dos ombros do proprietário”. “Apresentamos as soluções e o cliente escolhe mediante a equipa e os valores”, afirma Pedro Antunes. “Com isso, poupamos tempo e preocupações ao proprietário”. Os empresários sentem que as imobiliárias perderam credibilidade e defendem a existência de uma legislação que resguarde quer os clientes quer as imobiliárias, no sentido de combater o designado “trata o próprio” que acreditam ser um risco para o proprietário. Mercado e clientes A abrangência da Espaço Reservado não se cinge apenas pelo bairro onde se situa, e tem uma cobertura de mercado por toda a Lisboa. A capacidade de deslocalização na própria cidade faz parte da política da imobiliária, uma vez que o mercado assim o exige. No que diz respeito ao produto, consideram que este está a escassear e “há pouca reabilitação para habitação”, defendendo que esse deveria ser o caminho “para voltar a fixar pessoas no centro da cidade”. Segundo os empresários a reabilitação que tem sido feita destina-se à “transformação dos prédios em hotéis e hostéis” e receiam que “daqui a poucos anos esse mercado entre em declínio”. Com o colapso da Banca, em 2013, “os clientes começaram a procurar o arrendamento” e quando a Banca começou a estabilizar “apareceram investidores a comprar, uns para reabilitar e vender outros para arrendamento”. A partir de 2014, o cliente tem sido o investidor estrangeiro – franceses, suecos, suíços, asiáticos, americanos e um forte investimento vindo do Norte da Europa. Para 2016, Graça Bruno e Pedro Antunes esperam continuar o trabalho que têm feito e que o negócio seja tão bom ou melhor que em 2015. Portugal Inovador Inovação na mediação imobiliária Com dez anos de existência, a Personalmed nasceu em S. Domingos de Benfica pelas mãos de Sílvia Viveiros e Miguel Viveiros. Desde 2007 em Telheiras, a empresa continua a apostar na diferença dentro do setor. lista do profuto final. E contam com todo o tipo de clientes: o comprador de habitação própria, o investidor português ou estrangeiro. Com um crecimento acentuado ao longo dos anos, a empresa vai mudar de instalações brevemente. “Precisamos de espaço e de mais pessoas, porque temos tido uma grande procura”, explicam. Equipa A vontade de fazer algo diferente e a crença de que a área imobiliária “poderia ser melhor servida” e necessitava de “mais rigor e mais informação”, fez com que os empresários se lançassem na criação da mediadora. “Quisemos fazer plantas para todos os imóveis, independentemente do preço”, mesmo trabalhando sem exclusividade, começa por explicar Sílvia Viveiros, “porque, queremos que todos sejam bem servidos”. Tendo este serviço desde o início, foram evoluindo e melhorando a qualidade. Criaram folhetos de todos os imóveis para entregar aos clientes aquando das visitas, com os contactos, a referência de consulta no site, a planta, a descrição, as áreas úteis e as fotografias das assoalhadas. Para além disso, têm um software próprio que ajuda a potenciar e a criar um bom serviço e fazem um acompanhamento regular ao proprietário, registando num relatório todas as visitas feitas ao imóvel com a vantagem de “saber tudo sobre cada um”. Mercado e clientes A Personalmed trabalha toda a cidade de Lisboa, maioritariamente, com imóveis já construídos, usados ou reabilitados sendo que o produto é, na sua maioria de investidores que compram, fazem a reabilitação e depois colocam no mercado de venda. Quanto à área, estão “mais vocacionados para a área habitacional e não tanto para o comércio ou escritórios”. Com a recuperação da Banca, os clientes começam, agora, à procura de habitação própria e a investir. “Há cada vez mais pessoas que querem viver no centro de Lisboa e muitos jovens que não querem saber se tem elevador ou garagem”, afirma Sílvia Viveiros, “ao contrário do que acontecia há uns anos, quando todos queriam a periferia”. Segundo Miguel Viveiros, “os investidores vendem facilmente as casas, assim que as colocam no mercado”, e a maioria dos imóveis é vendida mesmo antes da obra estar feita, com a planta que ajuda o cliente a ter uma noção mais rea- Para além da procupação com o cliente, a Personalmed preocupa-se, também, com a sua equipa. Consideram de extrema importância “sentir que as pessoas estão satisfeitas” e “cada um tem o seu valor e a sua função”. Dentro da equipa todas as pessoas são especializadas em funções independentes: a equipa da angariação; de consultores; e a equipa do tratamento da documentação. Futuro Os empresários esperam que o ano de 2016 seja bom, e sentindo uma retoma do setor imobiliário, Miguel Viveiros admite que se “o próximo ano for como 2015, não terão necessidade de procurar um pico muito maior”. Novembro I 67 Portugal Inovador Medicina Dentária de referência Monção é um dos centros urbanos com maior relevância na relação entre a Galiza e a região Norte de Portugal; assumindo-se como um espaço de crescimento demográfico e económico, no concelho, de acordo com os resultados dos Censos de 2011, residem 19.179 pessoas. Quando tanto se fala dos cuidados a ter com a saúde e a prevenção, fomos conhecer a realidade do concelho de Monção, através da visita a um dos mais reconhecidos espaços: a Policlínica Médica Dentária de Monção (PMDM). O projeto iniciado em 1996 por ação do monçanense, Agostinho Gil, designava-se à data Clínica Dentária Dr. Agostinho Gil. Tendo obtido a licenciatura em Medicina Dentária na Universidade do Porto, dedica-se atualmente mais à Ortodontia, o médico retornou às suas raízes e deu origem a este projeto que teve desde então uma evolução considerável. Nuno Pimenta, formado na Universidade de Coimbra, com ação mais voltada para a Implantologia, também ele natural de Monção, veio em 2005 associar-se ao projeto que, alterada a designação social, passou a Policlínica Médico Dentária de Monção. A mudança para as atuais instalações em 2007, permitiu um crescimento paulatino e adequado às necessidades da população. Como nos revela Agostinho Gil, atualmente a PMDM, “com um espaço recentemente remodelado e modernizado, tem sete gabinetes de Medicina 68 I Novembro Dentária, onde laboram diariamente seis profissionais médico-dentistas, e mais duas salas direcionadas para as especialidades”. Aproveitando as excelentes condições do espaço, as necessidades da população e a parceria com especialistas de diferentes áreas, este dinâmico projeto responde de uma forma integrada às solicitações de um público que se estende de Monção, a Valença, Melgaço, Paredes de Coura, ultrapassando fronteiras a regiões vizinhas, de Espanha. Para além da Medicina Dentária e das especialidades de Ortodontia e Implantologia, neste espaço os utentes podem encontrar resposta às suas necessidades nas especialidades de Pediatria, Oftalmologia, Dermatologia, Audiologia, Podologia, Medicina Estética, Otorrinolaringologia, Ortopedia, Ginecologia - Obstetrícia, Terapia da Fala, Cardiopneumologia, Psicologia e Acupuntura. “Fazemos por acompanhar o que de melhor se faz neste setor em Portugal e no Mundo. Em termos médico-dentários, possuímos exames de diagnóstico como a Ortopantomografia já preparada para 3D, trabalhamos com as marcas mais conceituadas de material de apoio, nomeadamente na Implantologia e Ortodontia, dado serem áreas em permanente evolução e aperfeiçoamento, oferecendo deste modo as melhores garantias de trabalho. Acompanhamos igualmente a formação que surge frequentemente, tanto na parte médica como de assistência”, refere Nuno Pimenta. Relação com a comunidade “Não podemos dizer que existe um esforço de interação com a sociedade, porque nós fazemos, efetivamente, parte dela”. “À exceção de um elemento da equipa, somos todos monçanenses, por isso contactamos diariamente com a população”. No entanto, “evidentemente”, a PMDM faz questão de participar em ações Portugal Inovador de sensibilização, nomeadamente nas escolas do concelho. “Fazemos uma Medicina Dentária de grande proximidade também com os médicos de família, lares e centros de dia. Levamos também a Medicina Dentária à casa das pessoas, fazendo visitas a residências particulares sempre que se justifica, algo que só é possível devido à estreita relação de proximidade que mantemos com a sociedade que nos envolve”. Profissional reconhecido na praça há cerca de duas décadas, Agostinho Gil recorda que no início da sua atividade apenas 10% da população se dirigia ao dentista com o intuito da prevenção, todos os outros recorriam apenas em casos extremos, associados invariavelmente à dor. “Hoje verifico que as mentalidades se alteraram, muito devido ao trabalho de campo feito pelos profissionais que alertam para os cuidados básicos a ter, impulsionando as pessoas a, pelo menos uma vez por ano, fazerem uma avaliação da sua saúde oral”, declara. Durante o tempo passado na PMDM, detetámos uma enorme afluência de pacientes espanhóis. Não deixámos de questionar os nossos entrevistados sobre o motivo que cativa a fidelização deste público. Agostinho Gil esclareceu-nos: “Há uma interação muito grande nesta região ao nível dos serviços e isso é muito notório na nossa área. A relação qualidade vs preço que nos esforçamos por oferecer será um dos principais aliciantes para a elevada procura”. Em final de conversa Agostinho Gil e Nuno Pimenta não deixam de valorizar o trabalho realizado por toda a equipa da PMDM: “A nossa mais-valia é a nossa equipa, abrangemos todas as áreas da Medicina Dentária e esforçamo-nos por fazê-lo da melhor maneira possível. Temos especialistas nas diferentes áreas de modo a dar uma melhor resposta possível, dentro de um mesmo espaço”. Novembro I 69 Portugal Inovador Um Sorriso para o Futuro A Esthetic Smile Melgaço tem como foco principal a saúde dos pacientes e a busca incessante pelas melhores técnicas, que possibilitem a simplificação dos procedimentos, tornando-os mais suportáveis e menos onerosos. A Esthetic Smile Melgaço é baseada na experiência de mais de 25 anos de clínica dos seus fundadores, onde especializações continuadas e aplicações de técnicas próprias, distinguem-na dos seus congéneres. A maioria dos planeamentos de casos é feita a partir de uma análise fotográfica e radiográfica do paciente. Em casos mais complexos, o TAC 3D permite ao médico e ao paciente entenderem claramente as diferenças entre as causas e os sintomas da patologia. E com isso, planeia-se o tratamento, segundo escolhas conscientes do paciente, e não apenas pelo ponto de vista do profissional. Antigamente, ao deparar-se com dentes irregulares, a primeira hipótese apresentada pelo dentista era retirar um ou mais dentes para acomodar os restantes, sem levar em conta o que este procedimento iria causar futuramente aos seus pacientes. “Hoje, já está provado que esta técnica extracionista está ultrapassada, ocasionando as famosas distorções (uma face assimétrica e um perfil desarmônico) e problemas articulares”, afirma Marlene Pereira. Para conseguir evitar as extrações, nestes casos, tem-se utilizado a Ortopedia Funcional dos Maxilares, que é uma especialidade da Medicina Dentária que soluciona desequilíbrios ósseos, musculares e de funcionamento dos 70 I Novembro maxilares, alinhando os dentes e evitando os problemas de articulação. Não descuidando a reabilitação das disfunções neuromusculares na estrutura orofacial relacionadas com a fala, deglutição, mastigação e respiração. É por este motivo que têm chegado à clinica pacientes de inúmeros países com sérios problemas de Disfunções Temporo Mandibulares ou DTM (os famosos “estalidos”, dores de cabeça e de ouvido – muitas vezes erroneamente diagnosticados) que foram ocasionados por tratamentos inadequados. Através da técnica de DSD (Projeto Digital de Sorriso), o paciente tem oportunidade de visualizar o resultado, segundo uma “Proporção Áurea” que irá fornecer uma harmonia, servindo de guia para se obter o sorriso desejado. O diagnóstico correto é apenas a primeira etapa e a mais importante do processo para traçar um plano de tratamento adequado, que é executado e apresentado ao paciente através de programas 3D e CAD (Projeto com ajuda do Computador), conforme nos esclarece Antonino Gomes, diretor clínico da Esthetic Smile Melgaço, sendo este o motivo pelo qual a clinica adquiriu os mais modernos equipamentos de radiodiagnóstico , como o Ortopantomógrafo, Telerradiografia e o TAC facial-3D cone-Beam ct I-CAT, que a clinica disponibiliza aos seus pacientes há mais de um ano. Este importante investimento evita que a população de Melgaço e da Região tenha de deslocar-se até 90 km para conseguir ser atendido em equipamentos similares. Feito o diagnóstico e decidido o tratamento, vem a fase do planeamento e execução dos trabalhos e cirurgias quando necessárias. O médico dentista mostra ao paciente, etapa por etapa, como será efetuada a cirurgia. Desta forma realizando um procedimento cirúrgico minimamente invasivo, que dispensa a utilização de suturas e proporciona um pós-operatório muito confortável, denominado CIRURGIA GUIADA, que é proporcionada pelas técnicas de 3D e CAD. É notório que nem todos possuem o mesmo nível de tolerância à dor e as fobias individuais não deveriam ser desprezadas pelo médico. Assim, a clínica oferece recursos como a SEDAÇÃO CONSCIENTE, onde é mantida a consciência total do paciente garantindo um elevado nivel de relaxamento, sendo por isso a técnica preferencial em diversos países. Em casos mais complexos, o centro cirúrgico da Clinica conta com um anestesista geral. Segundo Diogo Gomes, “a prótese artesanal está com os dias contados.” A integração do TAC-3D com as impressoras e fresadoras tridimensionais Portugal Inovador e as facilidades do CAD permitirão ao protésico trabalhar com os modelos muito mais aproximados da realidade. Também é oferecido aos pacientes da clinica a possibilidade de, ao haver a necessidade de extração dentária, transformá-lo em “BANCO DE OSSOS”, que pode ser armazenado durante anos. Caso o paciente necessite realizar um enxerto, poderá valer-se de sua própria matriz óssea, reduzindo praticamente a zero as chances de rejeição. Para diminuir o tempo de cicatrização todos os recursos foram pensados e oferecidos aos pacientes: a obtenção de Plasma que permite a utilização de tecidos do próprio paciente nos casos cirúrgicos, visando estimular a regeneração mais rápida dos tecidos e também a aceleração na recuperação proporcionada pela Ozonoterapia. Segundo Tiago Afonso, as consequências dos desequilíbrios ósseos resultante de uma estrutura articular desajustada são muito mais profundas do que imaginamos. Atualmente, a Fisioterapia é uma das formas mais rápidas e indolores no auxílio do processo de recuperação, bem como na sintomatologia dolorosa da articulação temporo mandibular (DTM). E é também devido a preocupação com o estado pós-operatório do paciente que a clínica possui uma confortável sala de recobro, onde o paciente e seu acompanhante poderão aguardar até que este se sinta apto a deixar a clínica. Para as crianças, os jogos lúdicos, como a Caça ao Tesouro e o Dragão da Cárie, criados e incentivados por Hebe Marília faz com que o “Club Smile Kids” tenha centenas de seguidores no Facebook, onde as crianças participam ativamente nas atividades da clínica estimulando-as a visitar mais regularmente o dentista. Adicionalmente, a empresa ainda oferece vantagens aos pacientes que vierem encaminhados pelos seus médicos de família e especialistas que veem na Esthetic Smile um parceiro constante na sua função de zelar pela saúde oral que é uma parte importante da saúde geral da comunidade. Este envolvimento com a sociedade é a forma de agradecimento àqueles que reconhecem a excelência técnica destes profissionais e que a prestigia com sua presença constante (já há casos de 4 gerações de pacientes com até 20 anos de fidelidade à clinica). E agora, esta começa a atrair pacientes internacionais, que veem na competência técnica da sua equipa um bom motivo para ficarem em Melgaço por até um mês, podendo ainda fazer turismo enquanto usufruem de tratamento médico-dentários equivalente ao que conseguiriam em centros de referência mundiais, com custos adequados à realidade portuguesa. Mas nada disso seria possível sem a grande equipa que suporta a clínica: Bernardete, Paula, Rosária, Rita e Angelina. Num ambiente de trabalho descontraído e alegre fica mais fácil para os pacientes relaxarem e sentirem-se acolhidos também como membros desta fantástica estrutura. Novembro I 71 Portugal Inovador “Transparência e honestidade intelectual” António Soares Peixoto, Iazalde Lacá Martins e Jorge Barroso são os três sócios do escritório António Marques Mendes e Associados, em Fafe. É com estes valores que definem o legado do seu fundador, António Marques Mendes; legado esse ao qual procuram agora dar continuidade. Dos três, António Soares Peixoto é o que está aqui há mais tempo e foi o que melhor conheceu o fundador. António Marques Mendes faleceu a 15 de junho deste ano e “exerceu advocacia até ao último dia”. Como nos diz o nosso interlocutor: “Lembro-me que no dia 10 de junho, já internado, ainda falou comigo por telefone a perguntar por um processo que estava a decorrer”. Para trás, estava uma carreira ilustre de seis décadas ao serviço da advocacia, agraciada, entre outros reconhecimentos, com a Medalha de Ouro da Ordem dos Advogados. Continuando, António Soares Peixoto refere que trabalhou com António Marques Mendes “durante mais de trinta anos” e reforça a referência à “imagem de grande honestidade intelectual que ele tinha”. 72 I Novembro A relação entre os dois começou na década de 80, quando ingressou no escritório como estagiário, após obter a licenciatura na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. De referir que estagiou em simultâneo com Luís Marques Mendes. Após o estágio, foi convidado a permanecer e foi assumindo responsabilidades no escritório, à medida que o mentor foi ocupando diferentes cargos políticos. Com o recente desaparecimento, passou a ser detentor da sociedade, em conjunto com Iazalde Lacá Martins e Jorge Barroso. Os dois vieram reforçar a referida missão de continuar o legado do fundador. Iazalde Lacá Martins, que tal como Jorge Barroso entrou na sociedade este ano, diz-nos “notar que uma das grandes preo- cupações do Dr. Soares Peixoto é honrar a memória do Dr. Marques Mendes”. Decidiu juntar-se a esta tarefa, continuando assim um percurso na advocacia que teve início em 2002. Já Jorge Barroso é membro efetivo da Ordem dos Advogados desde 1997 e é especialista em Direito Tributário e Fiscal, pela Universidade do Minho. Clara Marques Mendes, filha do fundador e presentemente deputada na Assembleia da República, mantém-se também ligada ao escritório. O escritório, localizado numa zona central de Fafe, tem tido como área de influência o respetivo concelho, a região de Basto, Guimarães e Vila Nova de Famalicão. Para além da mensagem de “homenagem ao Dr. António Marques Mendes”, é também a respeito da região que o seu percursor aproveita para falar, nomeadamente quanto aos efeitos da reforma do mapa judiciário: “Estas medidas são sempre tomadas pelo Ministério, por assessores e demais pessoas que não sabem o que é o dia-a-dia dos tribunais. O resultado é que depois chega-se a situações caricatas, em que as pessoas não têm transportes públicos para irem aos tribunais. Em Lisboa e no Porto é muito fácil fazer essa reforma mas aqui no Interior não”, conclui. Portugal Inovador “A loja de Cinfães é muito especial” Maria Goreta Serralheiro iniciou a sua carreira no Grupo Os Mosqueteiros, em França. Gostou do conceito, veio para Portugal e desde 2001 é responsável pela loja de Cinfães. Com três anos de experiência profissional em França, Maria Goreta chegou a Portugal em 1995 e começou por ajudar um familiar na abertura de um Intermarché, em Bragança. Entusiasmada iniciou o estágio no Grupo em 1997 e abriu a sua primeira loja em 1998, em Baião. Recorda: “Os estagiários tinham uma formação composta por uma parte teórica e outra prática. A prática era feita em lojas e davam-nos muita autonomia, como se estivéssemos a gerir o espaço”. Aqui têm que “passar por todas as secções, desde as caixas até à contabilidade”, sendo a ajuda na abertura de uma loja o projeto final, como forma de preparação para o início da atividade independente. A nossa entrevistada abriu a sua primeira loja em Baião, mas três anos depois surgiu a oportunidade de se instalar em Cinfães. Hoje, passados 14 anos, Maria Goreta admite que “o projeto atravessou momentos bons e momentos difíceis”, mas acima de tudo, e por estar muito no Interior, “é uma loja de grande proximidade que já conhece muito bem as pessoas e onde há muita confiança”. Para além da loja e de uma gama variada de produtos, os clientes podem usufruir da cafetaria ou do serviço de take-away com a vantagem de ter um estacionamento coberto e uma bomba de gasolina com preços mais acessíveis. Fruto da proximidade com a região e defensora dos produtos locais, Maria Goreta tem parcerias com produtores locais: “Temos um produtor agrícola e um peixeiro que trabalham só para nós, e também alguns criadores de bovinos que vendem aqui a sua carne”. “É uma equipa que trabalha comigo há muitos anos, somos como uma família. E tenho a certeza que sem eles não seria nada. Sabem o que têm que fazer e sabem o que o cliente quer e gosta”, admite orgulhosa pela equipa que formou. Futuro De momento, está a ser realizada a reestruturação da entrada da loja para uma receção. Passado esse projeto mais imediato, há outro no sentido de preparar um setor de restauração que Maria Goreta “gostava que funcionasse com um parceiro que tivesse a mesma vontade e dinâmica”. Num futuro mais distante, para 2020, o Intermarché de Cinfães terá um novo conceito, uma nova imagem: “Vamos entrar mais na parte rústica, muito à base de madeira. Mais original e acolhedor, sem a imagem tradicional de um supermercado”, explica. Em jeito de resumo e a pedido da responsável, uma das funcionárias escreveu umas rimas que ilustram aquilo que os clientes podem esperar da loja: “No nosso Intermarché, gostamos de ser ousados. Vendemos os produtos cá dos nossos lados. Servimos com qualidade, simpatia e frescura para dar ao cliente o melhor em qualquer altura”. Novembro I 73 Portugal Inovador PREDIPEREIRA Por lapso na edição 74 da revista Portugal Inovador refere-se que a localização da loja Predipereira fica na “urbanização Colinas do Cruzeiro”, quando deveria constar “urbanização Jardim da Amoreira, Ramada”. 74 I Novembro Portugal Inovador Novembro I 75 Portugal Inovador 76 I Novembro