a asfe saúde - Página Exclusiva

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a asfe saúde - Página Exclusiva
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Portugal Inovador
A ASFE SAÚDE
Com a missão de prestar cuidados
de saúde, sociais e de socorro,
nasceu a ASFE SAÚDE, na
freguesia da Encarnação, em
Mafra, no ano de 1987. Inicialmente,
dedicada ao transporte de doentes,
a instituição cresceu e desde 2007
conta com valências que fazem
dela a maior Unidade de Cuidados
Continuados Integrados do nosso
país.
tipologias da Rede, pautando-se por
valores como a humanização, responsabilidade social e compromisso
para ganhos em saúde e autonomia
da pessoa.
Serviços
“Temos alguma dificuldade em
perceber como se avançou tão pouco
no desenvolvimento de uma maior
proteção a quem necessita de cuidados continuados”, começa por explicar Gil Ricardo, presidente da ASFE
SAÚDE. Por considerar as soluções
“insuficientes face à realidade”, o presidente acredita que a ASFE SAÚDE
vem dar “a resposta”que faltava.
“Criámos a instituição, porque
sentimos essa necessidade na região e consideramos essencial que
existam este tipo de soluções a nível
nacional. Não entendemos que uma
pessoa com alta hospitalar vá para
casa onde não possui condições de
recuperação”, afirma.
Em novembro de 2007, foram
dados os primeiros passos com a
inauguração da São Domingos Residência, para as valências de Residência Sénior e Unidade de Cuidados
Continuados Integrados, hoje com
199 camas contratualizadas, através
de protocolos, com a Rede Nacional
de Cuidados Continuados Integrados
(RNCCI), e que faz da ASFE SAÚDE a única do país com as quatro
4 I Novembro
Com quase 250 utentes e 300
profissionais, a ASFE SAÚDE possui uma Unidade de Internamento
onde estão inseridos os Cuidados
Continuados Integrados. Tendo como
objetivo a recuperação ou reabilitação
e a manutenção da qualidade de
vida para a reinserção da pessoa na
comunidade, conta com as diferentes
tipologias da RNCCI como a Unidade
de Convalescença, Unidade de Média
Duração e Reabilitação, Unidade de
Longa Duração e Manutenção e a
Unidade de Cuidados Paliativos.
A Unidade de Internamento encontra-se vocacionada para a prestação
de Cuidados Clínicos, Cuidados de
Reabilitação e Cuidados Paliativos
com uma preocupação com a segurança física e emocional do utente,
onde são disponibilizados cuidados de
saúde especializados 24 horas por dia.
A Residência Sénior pretende dar
uma resposta social com a prestação de cuidados individualizados a
pessoas idosas ou dependentes, em
parceria com as famílias que não os
conseguem assegurar no domicílio.
A Clínica Médica promove a saúde e o bem-estar da população, a
preços reduzidos. Contém serviços
como consultas de clínica geral e de
especialidade, ações de formação e
rastreio, cuidados de enfermagem local e domiciliária e podem ser feitos os
Planos ASFE SAÚDE que, para além
de descontos em várias áreas, dão
acesso a todo o tipo de assistência
e a consultas sem marcação a partir
de €7,50.
No âmbito de transporte de doentes, contam com 31 ambulâncias e
quatro carrinhas de apoio domiciliário
devidamente equipadas. Os socorristas são formados e certificados em
cursos para essa atividade, atualmente, no âmbito de concurso público com
publicação internacional, foi celebrado
um contrato de prestação de serviços
para o transporte de doentes não
urgentes com o Centro Hospitalar do
Oeste (CHO).
Quanto ao apoio domiciliário, a instituição criou a ASFE CARE, em 2013,
que pretende dar todos os cuidados
personalizados no domicílio, com
serviço de refeições, higiene pessoal,
apoio social e cuidados de saúde.
Ao nível do apoio social, conta com
o Centro de Ação Social na prestação
de apoio à população desfavorecida
onde são disponibilizados serviços
de atendimento ao público. “Temos,
também, a teleassistência. O utente
tem uma pulseira que pode acionar
perante um problema, e rapidamente
damos resposta”, explica. Neste momento, a teleassistência conta com
dez utilizadores.
Portugal Inovador
O ESTUDASFE, centro de apoio
ao estudo destinado a crianças e jovens em especial para o 1.º e 2.º ciclo,
pretende potencializar o desempenho
escolar.
Foi desenvolvido um Gabinete de
Apoio em Crise (GAC) para responder a “situações graves, como um
acidente ou uma morte súbita”e conta
com uma “equipa de emergência para
dar apoio psicológico e emocional ao
sofredor”. “É bom realçar esse papel
que determina a nossa condição de
IPSS, a nossa condição solidária”,
afirma Gil Ricardo.
Para servir com qualidade, a
ASFE SAÚDE conta com uma vasta
equipa multidisciplinar, dinâmica e
qualificada.
Sensibilização e apoios
É importante “provocar uma maior
sensibilização junto das tutelas, para
que possa haver uma evolução crescente na área dos cuidados continuados”, uma vez que, “pela experiência,
é uma aposta ganha que deve ser
promovida e acentuada”.
Para a ASFE SAÚDE existem dois
apoios nos cuidados continuados: “As
tipologias de convalescença e cuidados paliativos que estão vinculadas
à ARS, componente de saúde; e as
tipologias de média e longa duração
que dependem de duas tutelas, uma
componente da saúde, a outra da
Segurança Social, onde o valor determinado tem em conta o rendimento
auferido pelo utente”.
Mérito e diferenciação
A 9 de maio de 2013, a ASFE
SAÚDE foi premiada com a Medalha
do Município – Grau Ouro, tendo o
reconhecimento pelos serviços prestados na área da saúde, por parte da
comunidade.
“Conhecemos unidades que têm
apenas a componente dos cuidados
continuados ou o lar. A nossa abrangência é mais alargada e vai desde
esses cuidados, ao transporte de
doentes, ao apoio social e à parte
clínica”, explica Gil Ricardo que admite ser esse o elemento que torna
a ASFE SAÚDE diferente. Há uma
vontade de abarcar cada vez mais
respostas, para que “as pessoas não
necessitem de se deslocar para terem
acesso a tudo o que precisam”. Neste
sentido, a ASFE SAÚDE proporciona
férias escolares às crianças carenciadas da freguesia, de forma gratuita,
bem como aulas de Basquetebol,
na Escola Básica da Freguesia da
Encarnação, a todos os que querem
participar, permitindo por um lado a
ocupação do tempo livre após as atividades curriculares, por outro leva à
melhoria no desempenho intelectual
e escolar dos seus alunos.
Na promoção da qualidade dos
cuidados são desenvolvidos diferentes projetos inovadores, que
pretendem a proximidade e inserção
na comunidade, levando técnicos da
ASFE ao domicílio do utente, antes da
alta, para avaliar condições de habitabilidade e acessibilidade e promover
ensinos a familiares. Na unidade de
internamento foi criada uma equipa de
suporte em cuidados paliativos para
consultoria e apoio nas ações paliativas que são desenvolvidas em todas
as valências conforme a necessidade
da pessoa, que não consegue estar
inserida numa equipa de cuidados
paliativos por limitação de resposta.
No âmbito do apoio domiciliário,
“fomos inovadores no protocolo que
recentemente celebramos com a
LInQUE, CoopLInQUE – Cuidados
Paliativos em Casa, CRL, com sede
em Lisboa, que consiste em promover, tanto quanto possível e até à fase
terminal, o bem-estar e a qualidade de
vida dos doentes paliativos”.
O reconhecimento da aposta na
qualidade surge em julho deste ano,
aquando da entrega do certificado
que faz da ASFE SAÚDE a 1.ª Unidade de Cuidados Continuados, em
Portugal, a receber a acreditação pelo
modelo ACSA (Agencia de Calidad
Sanitaria de Andalucía), adoptado
pelo Ministério da Saúde e aplicado
pelo Departamento da Qualidade na
Saúde da Direção Geral da Saúde, “é
mérito dos nossos colaboradores e de
toda a equipa”, admite o presidente.
visa a criação de um espaço com
29 camas, para responder à procura nesta área. “O plano passa por
continuar a aumentar e percebemos que nos devemos aproximar
da área da Grande Lisboa, quer no
alargamento a outras unidades de
cuidados continuados integrados,
quer com o apoio domiciliário, porque somos procurados”, confessa.
Com um serviço de qualidade
e prestando apoio à comunidade
a custo reduzido, o presidente
da instituição assegura que “nenhum carenciado ficará de fora
se precisar dos serviços, porque
há sempre uma cama disponível”.
“Uma instituição de solidariedade
social é isto, é o que nós fazemos. Praticamos a humanitude, o
termo adequado ao trabalho que
é feito pelos nossos cuidadores
e queremos continuar”, termina.
Futuro
De momento, está a ser realizado um aumento de instalações que
Novembro I 5
Portugal Inovador
Os Cuidados de Saúde
Primários e as Farmácias
Nuno Barros
Presidente do Conselho
Fiscal da ANF
Presidente do Conselho
Fiscal da Farmacoope
Vogal do Conselho
de Administração da
Farminveste
Farmacêutico, gestor e
diretor técnico
Os Cuidados de Saúde Primários, de acordo com a conferência internacional de Alma
Ata, “devem ser colocados ao
alcance universal de indivíduos
e famílias da comunidade, mediante a sua plena participação
e a um custo que a comunidade
e o país podem manter em cada
fase do seu desenvolvimento,
no espírito de autoconfiança e
autodeterminação. Fazem parte
integrante tanto do sistema da
saúde do país, do qual constituem a função central e o foco
principal quanto ao desenvolvimento social e económico global
da comunidade. Representam
ainda o primeiro nível de con-
6 I Novembro
tacto dos indivíduos, da família
e da comunidade com o Sistema
Nacional de Saúde pelo qual os
cuidados de saúde são levados o
mais proximamente possível aos
lugares onde as pessoas vivem e
trabalham…”. Nos Cuidados de
Saúde Primários, a preocupação deve ser universal, tanto na
saúde como na doença, visando
proteger e melhorar o estado de
saúde de indivíduos doentes e
promovendo comportamentos e
atitudes saudáveis, acentuando
o foco na prevenção, evitando o
aparecimento de doenças que
possam originar complicações
mais profundas na saúde dos indivíduos e na sociedade. Devem
contar com o contributo de todos
os profissionais de saúde como
gestores do processo assistencial, pré e pós assistência hospitalar, promovendo a melhoria do
estado de saúde da população e
potenciando o envolvimento dos
cidadãos enquanto indivíduos,
das famílias, da comunidade e
suas instituições. Os Cuidados
de Saúde Primários devem
atingir uma capacidade de resolução dos problemas gerais
de saúde numa percentagem
muito elevada, induzindo deste
modo uma redução substancial
da necessidade de recurso a cuidados hospitalares que devem
ser direcionados para cuidados
mais complexos que requerem
tratamentos e tecnologias mais
dispendiosas.
Ora, no nosso país, gozamos
de uma rede privada altamente diferenciada, tecnicamente
capaz, tecnologicamente preparada e que, além de garantir
o acesso ao medicamento com
equidade, eficiência e qualidade, por todo o território, em
função de critérios geográficos
e demográficos, se tem prontificado, sistematicamente, a
integrar a rede de Cuidados de
Saúde Primários; as Farmácias.
O reconhecimento da população
pelo serviço que essa rede vem
prestando ao longo dos anos, é
evidenciado em diversos estudos
realizados por Instituições de
caráter e mérito reconhecidos.
As Farmácias têm integrado
diversas iniciativas de redução
de riscos para a saúde pública
como a recolha de seringas usadas, medicamentos fora do prazo
de validade, inúmeras campanhas de promoção da saúde e
prevenção da doença como o
Programa de Gestão da Doença
na Asma e na DPOC, na Diabetes, na Hipertensão Arterial,
na Dislipidémia e no Serviço de
Gestão da Terapêutica, modelos
aceites no conceito de cuidados
farmacêuticos. Podem, ainda,
ser prestados pelas Farmácias
os serviços de apoio domiciliário, a prestação de primeiros
socorros, a administração de
medicamentos, a utilização de
meios auxiliares de diagnóstico
e terapêutica, a administração
de vacinas não incluídas no
PNV, programas de cuidados
farmacêuticos, campanhas de
informação e colaboração em
programas de educação para a
saúde.
Dada a convergência entre os
objetivos para os Cuidados de
Saúde Primários, as necessidades do país e a disponibilidade
e características das Farmácias
Portuguesas, mau seria que essa
rede não fosse aproveitada, com
justa remuneração, até ao limite
das suas capacidades, a bem da
saúde dos portugueses.
Portugal Inovador
4
Índice
ASFE
A ASFE SAÚDE
8
Região
das Beiras
38
E.I.T.V.
30
“Uma escola com ética, inovação,
tecnologia e valores”
46
“Crescer, produzir e servir”
Metalurgia e
Metalomecânica
Paços de Ferreira
58
Mediação
Imobiliária
44
Divercol
48
Adunguem
Referência na Metalomecânica
57
APH
“Saúde em primeiro lugar”
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Novembro I 7
Portugal Inovador
O Portugal que vai ser sempre
contemporâneo
Portugal é um país de contrastes. Muitos contrastes para um país tão pequeno, aliás. Esta
nossa singularidade, que não é só vista por nós, é o que tem tornado este nosso exíguo
território um espaço tão vocacionado para a exploração turística. Falando claro e simples,
há opções para todos os gostos.
O Portugal turístico que, desde há
várias décadas, mais presença tem
ocupado na nossa consciência coletiva é o das praias do Algarve. Já nos
últimos anos, o que mais vezes tem
sido objeto de iniciativas é o recente
fenómeno da revolução trendy na
cidade do Porto. Há, em todo o caso,
um Portugal completamente distinto do
agosto em Albufeira ou da guesthouse
junto aos Clérigos. O que é provável
é que, quando já não houver vestígio
algum de nada do que hoje é moda,
a grandeza pura e simples da Serra
8 I Novembro
da Estrela, as Gravuras do Côa, os
Penedos de Monsanto ou as Portas
de Ródão hão-de permanecer firmes e
imperturbáveis. A pouquíssimas horas
dos grandes centros, chegamos então
ao território da Beira Interior, onde
podemos ir à descoberta destes e de
muitos outros exemplos da obra que a
natureza e o Homem deixaram nesta
região, obra essa que é uma peça-chave da identidade nacional.
Evidentemente, a Beira Interior não
é apenas um catálogo de sítios a visitar.
Ao longo de séculos, este território foi
cenário para o contínuo aperfeiçoamento de diversas tradições. Hoje,
esse aperfeiçoamento tem como
resultado a qualidade mundialmente
reconhecida do Queijo da Serra, que
pontifica entre outros produtos endógenos como o artesanato, os vinhos, a
cereja, a maçã, o azeite e os enchidos.
A Beira Interior é, claramente, uma
região ímpar no contributo que tem
prestado à riqueza gastronómica e
etnográfica nacional e, também aqui,
o que se come, o que se bebe e o que
se usa assumem a mesma intemporalidade.
A população e os seus intervenientes mais destacados não deixam,
contudo, de acompanhar os desafios
que o presente lhes impõe. Ainda que
procurando preservar a sua autenticidade, é no contexto de um mundo ferozmente competitivo que esta região
e esta comunidade têm que apresentar
novos argumentos. A posição relativamente equidistante face ao Porto,
Lisboa e Madrid é um deles, e é um dos
fatores que as instituições locais procuram capitalizar para a atração de novos
agentes económicos. Já a qualidade
de vida que, na generalidade, estas
localidades oferecem, acompanhada
dos recentes investimentos em infraes-
truturas que as diferentes autarquias
têm assumido, procuram combater o
desafio demográfico que é, de resto,
transversal a todo o Interior do país.
Por fim, e visto que há um extenso
leque de itens a divulgar e valorizar,
as entidades da região têm criado uma
dinâmica muito intensa (infelizmente,
ainda pouco mediatizada) de novos
eventos onde isso é feito.
Nas próximas páginas, ficam
alguns apontamentos que refletem o
esforço de vários destes referidos intervenientes para valorizar esta região.
Portugal Inovador
Novembro I 9
Portugal Inovador
Novas respostas sociais
e valorização do território
Em conversa com Paulo Langrouva, presidente do município de Figueira de Castelo Rodrigo,
fomos conhecer os assuntos que marcam a atualidade do concelho.
A temática que maior ênfase
mereceu foi a da saúde, grande
bandeira deste Executivo, cujo
lema de campanha e ação é
“cuidar das pessoas”, e objeto de
importantes realizações que foram conseguidas recentemente.
Uma foi a inauguração do novo
Centro de Saúde de Figueira de
Castelo Rodrigo, em agosto, o
qual já se encontra em pleno
funcionamento e mantendo “as
valências que já existiam, no10 I Novembro
meadamente o SAP – Serviço de
Atendimento Permanente”. Esta
obra foi acompanhada pela vinda
de mais um médico para o concelho para a prestação de cuidados primários, algo que vem
ajudar a minimizar a significativa
carência de médicos na região.
O compromisso obtido junto da
ULS Guarda é que “virão ainda
mais dois clínicos”.
Complementarmente, também desde agosto os munícipes
beneficiam do Cartão de Saúde
“Figueira Saudável”. É, essencialmente, um seguro de saúde
municipal, o que, como nos lembra o nosso interlocutor, constitui
“uma iniciativa pioneira no país”:
“Muitos vaticinaram que seria
um fracasso mas, felizmente,
conseguimos implementá-lo. Em
mês e meio, conseguimos dar
acesso a 333 consultas, o que é
verdadeiramente um reflexo do
sucesso desta iniciativa. Toda a
população com domicílio fiscal
no concelho é abrangida e os
utentes (já são 4200 cartões
emitidos num universo de 6300
residentes) não pagam qualquer
taxa pelas consultas nem pelos
meios de diagnóstico complementares, estando o transporte
incluído. Tudo o que for possível
ser feito nas clínicas locais é
feito nestas, mas, para algumas
consultas mais específicas, a seguradora protocolou com clínicas
de grande renome na Guarda
e em Salamanca. Sempre que
não seja possível a realização
de consultas de especialidade e
meios complementares de diagnóstico na sede de concelho,
o transporte é garantido pela
seguradora”.
O autarca reitera que o projeto está a ser “um êxito”, a par
do Projeto “Estou no Radar”, que
contempla seis ações de âmbito
social, e deixa a garantia de que
o município vai “estar atento e,
trimestralmente, vai avaliando a
maneira como está a correr e, em
função disso, vai-se aprimorando o seu funcionamento”. Frisa,
contudo, que esta resposta não
substitui as obrigações do SNS,
antes as complementa, e que,
“independentemente do seu
Portugal Inovador
sucesso, continua a reivindicar
mais médicos para o concelho”.
Cultura e património
No decurso da conversa,
abordámos aquilo que tem acontecido quanto à valorização dos
costumes e dos lugares que marcam a identidade deste território.
Paulo Langrouva começa por
chamar a atenção para a Aldeia
Histórica de Castelo Rodrigo
como “ponto nevrálgico do património do concelho”, que começa
a ter “uma projeção significativa”,
bem expressa por uma afluência
que anda na ordem dos 200 mil
visitantes anuais. Dentro da
colaboração com a Associação
Aldeias Históricas de Portugal,
um projeto digno de destaque foi
o acolhimento do Atelier de Cerâmica. Foram criados protótipos
para uma linha de cerâmica que
entretanto já foi apresentada na
Feira do Património, em Coimbra, e espera-se agora que “haja
uma validação destes artigos
para que possam começar a ser
produzidos em escala”.
Sem esquecer o património
natural, recorda-nos que o concelho integra o Parque Natural
do Douro Internacional (PNDI), o
Parque Arqueológico do Vale do
Côa e a primeira Reserva Natural
privada – a Faia Brava, e refere-nos também a inserção deste
território na Reserva da Biosfera
Transfronteiriça Meseta Ibérica,
cuja candidatura à UNESCO foi
recentemente aprovada: “Entendemos que este é um passo importantíssimo para a afirmação
do nosso concelho. Trata-se de
uma mais-valia que passamos a
ter na promoção da região junto
dos aficionados pela natureza e
pelo birdwatching”.
Festival
A segunda edição do Festival
do Borrego, dos Vinhos e outros
produtos Marofa vai decorrer
durante o mês de novembro, com
particular incidência nos dias 14,
15 e 21 de novembro e promete
dinamizar a economia local que
funciona em torno dos produtos
endógenos. A estreia, no ano
passado, envolveu cerca de
600 pessoas e as expectativas
apontam para que este ano esse
número seja ultrapassado.
Uma novidade face a 2014 será
a “deslocalização para as adegas
do concelho”. A edição anterior
teve lugar nos restaurantes, enquanto que este ano, nas datas
referidas, as adegas locais vão
ser envolvidas e é lá que serão
feitos os almoços e jantares, com
os vinhos das respetivas adegas.
“Os visitantes vão ter a oportunidade de degustar o borrego e os
produtos Marofa num ambiente
diferente do tradicional e, ao mesmo tempo, o festival vai promover
a região como um todo, visto que
estas adegas estão dispersas por
vários pontos do concelho”, indica.
Novembro I 11
Portugal Inovador
Dinamismo no ensino
João Belém, diretor do Agrupamento de Escolas Amato Lusitano, falou connosco acerca da
maneira como a sua escola se apresenta para este ano letivo.
Remetendo-nos ainda para
aquilo que foi 2014/2015, o nosso
entrevistado começa por nos fazer
um balanço favorável do desempenho desta comunidade estudantil:
“Tivemos alunos com médias muito
boas (um, por exemplo, concluiu
com 20 valores) e, dos que se candidataram, mais de metade entrou
na primeira opção. Também nos
cursos profissionais, os 30 ou 40%
que quiseram apostar no ensino
superior ficaram todos colocados.
Muitos alunos nossos das áreas
da Informática ou Multimédia têm
ido para os TeSP (cursos técnicos superiores profissionais) do
Politécnico de Castelo Branco e o
feedback que temos recebido é que
saem daqui muito bem formados.
Em geral, a nível da sequência
dos nossos alunos, o feedback é
positivo”.
12 I Novembro
Passando ao presente ano
e à oferta educativa com que o
Agrupamento está a funcionar, as
apostas, no essencial, permanecem as mesmas de sempre, ainda
que acompanhadas de novidades
no ensino vocacional. Os quatro
cursos vocacionais estão repartidos
entre Microempresas (um ano) e
Empreendedorismo e Desporto e
Informática (dois anos) no ensino
básico e, no secundário, Eletrotecnia e Design de Moda. “Há aqui a
intenção de irmos mudando aos
poucos a nossa oferta para que
não se esgote e o curso de Design
de Moda, por exemplo, contou
com uma adesão enorme”, refere.
Falando ainda de novidades, João
Belém não esquece o 1º ciclo e
aponta-nos a adesão ao projeto-piloto de Iniciação à Programação
como uma nova experiência.
De resto, e como já foi dito, é
uma oferta que se mantém semelhante à do ano letivo anterior,
com uma “procura muito grande” a verificar-se sobretudo nos
Científico-Humanísticos. Nesta via,
estão contempladas as vertentes de
Ciências e Tecnologias, Ciências
Socioeconómicas e Artes Visuais
e, na via Profissional, mantêm-se
as formações nas áreas de Multimédia, Gestão e Programação de
Sistemas Informáticos, Mecatrónica
e Apoio à Gestão Desportiva.
Como cartão-de-visita para
estes cursos e também como fator
potenciador destas aprendizagens,
está a ligação às atividades dos
diversos clubes e projetos que o
Agrupamento continua a reforçar
e a dinamizar. Destacam-se aqui o
CanALTV do Agrupamento, iniciado
no ano letivo passado, o clube de
Teatro, de Judo, de Informática,
de Matemática, Desporto Escolar,
Natação, Laboratório de Análise
de Águas, Jogos Vídeo, Fotografia,
Robótica e Programação e o Clube
de Karting.
Portugal Inovador
Novembro I 13
Portugal Inovador
Uma nova atitude
no setor imobiliário
Situada numa região marcada pela calma e pela proximidade com a natureza, a Mountain
Home apresenta-se como uma lufada de ar fresco no ramo imobiliário.
Abriu as portas em setembro
deste ano, mas apresenta-se ao
mercado com uma equipa jovem
e dinâmica que promete marcar a
diferença. Falamos da Mountain
Home Imobiliária, uma empresa
sediada no concelho de Seia que
nasceu depois de Hermine Duarte
se ter apercebido, ao longo do seu
percurso profissional, da existência
de uma grande oportunidade de
mercado nesta região do país.
Com uma área de atuação que
engloba, neste momento, os concelhos de Seia, Oliveira do Hospital,
Gouveia, Celorico da Beira e outras
áreas circundantes, a Mountain
Home proporciona serviços de
mediação e avaliação imobiliária,
consultoria, certificação energética,
crédito de habitação e reabilitação
de imóveis. Relativamente ao ainda
curto período de atividade da empresa, Hermine Duarte faz um balanço positivo, salientando a forma
como “as pessoas estão recetivas e
vêm ter connosco”. O feedback obtido através dos primeiros clientes
14 I Novembro
da agência imobiliária leva a crer
que a firma está, efetivamente, “no
bom caminho”.
Enquanto projeto recente que
pretende afirmar-se como uma alternativa na região em que atua, a
Mountain Home Imobiliária aposta
num “acompanhamento e interação constante com o cliente”, na
medida em que “tratamos de todas
as fases do processo e estamos
sempre disponíveis” para atender
às solicitações de quem recorre
à agência. Mas existem também
outras palavras-chave que ajudam
a definir a filosofia de atuação dos
três elementos que compõem,
atualmente, a empresa. São eles
“a confiança”, a “seriedade” e a
“transparência”, assegura Hermine
Duarte.
Numa altura em que “as pessoas têm cada vez mais vontade
de investir” e em que a procura de
imóveis por parte de clientes oriundos de países como o Reino Unido
e o Luxemburgo é uma realidade,
a Mountain Home Imobiliária não
esconde a ambição de aumentar as
vendas nos próximos meses, consolidando desta forma o seu ADN no
mercado. Já numa fase posterior,
Hermine Duarte aponta a ampliação
da equipa como outra das metas a
alcançar. Tudo isto recorrendo sempre à atitude inovadora, dinâmica e
empreendedora que, no espaço de
um mês, já definiu a empresa.
Portugal Inovador
A caminho do centenário
Desde 1916 que a José Paulo, Lda. se afirma como uma referência na comercialização do ferro.
Paulo, Lda. é também uma empresa
fortemente empenhada em “ir ao encontro do que os clientes necessitam” e
que, apesar do seu estatuto quase centenário, “tenta também modernizar-se
e estar atenta à evolução do mercado”.
Referência
para a região
Falar da José Paulo, Lda. é fazer
alusão a uma empresa quase centenária, cuja história e peso se confundem
com o próprio percurso do concelho
de Castelo Branco. Importa, todavia,
salientar que mais do que um exemplo
de longevidade, esta firma associada
ao setor siderúrgico é, também, um
caso de adaptação e resiliência face à
conjuntura que lhe bateu à porta.
“A José Paulo, Lda. teve de fazer
alterações profundas em meados de
2014”, explica Francisco Silva, sócio-gerente. “Até esse ano, a empresa
estava em decadência, acompanhando o ramo da construção civil” que,
até então, constituía um dos seus
principais mercados. Perante esta
crise, “tomaram-se novas decisões e
fez-se uma abordagem diferente ao
mercado, procurando ir ao encontro
daquilo que ele estava a pedir”, recorda
o empresário.
Entre as grandes adaptações
encontram-se a aposta no ramo da
reconstrução e da remodelação, mas
também o investimento mais acentuado noutras áreas como a metalomecânica ou a agricultura. Já no que respeita
ao âmbito geográfico, “estendemos um
pouco a nossa área de ação, não nos
ficámos apenas pela cidade de Castelo
Branco, mas também nos aliámos a
outros concelhos da Beira Interior”,
como Fundão, Covilhã ou Guarda. Já a
Sul, “tentámos ir à procura do mercado
Norte alentejano”.
Uma aposta que, entretanto, trouxe
outros resultados para a firma dedicada ao comércio de produtos como
chapas metálicas, tubos, barras de
aço, ferragens e outros utensílios de
ferro. “O ano passado tivemos um crescimento de 25% em relação a 2013 e,
agora, a perspetiva é chegarmos ao
final de 2015 com um aumento também de 25% em comparação a 2014”,
afirma Francisco Silva.
Contando atualmente com uma
equipa de 11 profissionais, a José
Fundada em 1916 pelo empresário
que ainda hoje lhe dá o nome, a José
Paulo, Lda. não esconde as suas ambições relativamente ao futuro. “Vamos
tentar consolidar a nossa imagem de
empresa centenária em toda a região
da Beira Interior, mas vamos manter-nos enquanto empresa que acompanha as necessidades do dia-a-dia”,
assegura o sócio-gerente.
A coincidir com a celebração dos
100 anos, a empresa prepara-se para
abrir ao público um novo espaço, dedicado à venda de diversos acessórios
e utensílios complementares, no início
de 2016. Também para esta data especial há um desejo firme: “O de que esse
seja mais um ano de crescimento”
e que a José Paulo, Lda. continue o
seu percurso histórico, servindo como
exemplo não apenas para a região em
que se insere, mas para o país inteiro.
Novembro I 15
Portugal Inovador
Porque a qualidade de vida
não tem idade
O Lar S. Roque surgiu na tentativa de compensar a falta de respostas sociais de elevada
qualidade para idosos, sentidas ao nível local e nacional.
Foi há sete anos que o Lar S.
Roque, situado na Quinta do Lombardo, em Castelo Branco, abriu
portas, obedecendo a uma filosofia
“que sempre assentou num trabalho
de ética, baseado no conceito de
excelência”, refere o gerente, Victor
Santos. Privilegiando aspetos como
“a interação comunicativa entre os
colaboradores”, esta é uma casa de
repouso para idosos que proporciona
“um ambiente o mais calmo possível
e liberto de stress”, proporcionando
ainda garantias de um envelhecimento ativo, com grande ênfase na
qualidade de vida de cada utente.
Oferecendo a hipótese de estadia
em quarto individual, duplo ou residencial (com sala incorporada), o Lar
S. Roque apresenta capacidade para
hospedar 43 clientes, a quem são
assegurados cuidados médicos e de
enfermagem 24 horas por dia, todos
os dias. A estes serviços, acrescente-se os diferentes tipos de terapia
(nomeadamente a fisioterapia diária)
ou os cuidados de imagem – como o
tratamento do cabelo ou a manicure
16 I Novembro
– e encontre-se a receita para um
serviço comunitário de referência em
toda a região.
Tão importante como a existência
de cuidados de saúde e bem-estar,
todavia, é a animação sociocultural
ou a dinamização de atividades lúdicas. Estas, tal como enumera Victor
Santos, “são bastante diversificadas,
podendo ir do mais tradicional –
como fazer rendas, jogos didáticos,
as leituras, a escrita de cartas ou
cozinhar – até à realização de videoconferências com os familiares”.
Já a assegurar o funcionamento
da casa de repouso está uma equipa
de 27 colaboradores, em “formação
e informação contínua”, capazes
de proporcionar um atendimento
de qualidade até aos utentes com
menores graus de autonomia, como
pacientes com a doença de Alzheimer ou outras demências. Nestes
casos, é filosofia do Lar S. Roque
“promover ou a manter a sua autonomia, estimular as suas capacidades
cognitivas, manter a sua interação
com o meio e estimular a identidade
pessoal e a autoestima”, garantindo,
deste modo, a melhor qualidade de
vida possível.
Embora “ainda em fase inicial”,
outra valência desenvolvida por
esta instituição é o Serviço de Apoio
ao Domicílio, que garante a clientes
externos “todo o tipo de serviços
existentes na valência do Lar, exceto
a dormida”, explica Victor Santos.
Iniciativas como esta, aliadas ao percurso traçado desde 2008, permitem
ao proprietário da instituição fazer um
“balanço positivo” de todo o projeto,
pese embora “a grande contenção
económica” que se verificou, no
seguimento das “políticas sociais
atuais”, não só a nível nacional, mas
também europeu. Numa conjuntura
como esta, em que faltam políticas
de investimentos adequadas, “é
demasiadamente arriscado ser-se empreendedor”, constata. E é
precisamente em contextos como
este que respostas sociais como o
Lar S. Roque se tornam ainda mais
urgentes e reafirmam o seu estatuto
de excelência.
Portugal Inovador
Em nome da solidariedade e
qualidade de vida
Há mais de 500 anos que a Santa Casa da Misericórdia de Castelo Branco se dedica a
prestar apoio aos mais necessitados.
“São mais de cinco séculos de
uma história com muitas vicissitudes”, introduz José Augusto Alves,
atual Provedor da instituição. Num
percurso de quase 502 anos, muitos
seriam os episódios que se poderiam destacar mas, de entre eles, o
porta-voz sublinha o momento em
que o Hospital da Misericórdia foi
nacionalizado, convertendo-se na
atual Unidade Local de Saúde de
Castelo Branco.
A partir dessa altura, a Santa
Casa tornou-se uma “instituição de
solidariedade concentrada em dar
respostas concretas aos idosos, aos
mais necessitados e a todos os que
a ela recorriam, fosse para ter apoio
alimentar ou cuidados médicos”,
recorda José Augusto Alves. Hoje,
este é um organismo cuja evolução
se evidencia pela quantidade de respostas sociais e de infraestruturas,
algumas delas doadas à Santa Casa
por beneméritos como Adriano Godinho, Carlos Abrunhosa ou Jaqueline
Albert, sem esquecer “o grande
impulsionador” da instituição, frei
Bartolomeu da Costa.
Entre o leque de serviços propor-
cionados pela Santa Casa, incluem-se quatro estruturas residenciais
para idosos, três centros infantis
(creche e pré-escolar), uma Unidade
de Cuidados Integrados Continuados (51 camas) ou um Centro de
Medicina Física e Reabilitação (equipado com as valências de Fisiatria,
Cardiologia, Ortopedia do joelho e
Neurologia, estando previstos novos
serviços de Pediatria, Obstetrícia
ou Ginecologia). Acrescentemos os
centros de dia e convívio, a cantina
social, o apoio domiciliário, o atendimento 24 horas por dia e o apoio
espiritual/religioso e constatemos,
assim, o modo como a instituição
não se tem alheado a esforços,
na tentativa “de melhorar a qualidade de vida dos nossos utentes”,
dotando-se “com as especialidades
de que as pessoas necessitam”.
Apesar de contar com uma equipa de mais de 460 colaboradores
(sendo um dos maiores empregadores do concelho) e de prestar
auxílio a mais de 1200 utentes,
José Augusto Alves garante que
a instituição tem novas ambições.
Nomeado Provedor no presente
ano – e contando com “uma equipa
extraordinária, disponível 24 horas”
– são vários os projetos que o porta-voz apresenta para o futuro. A curto
prazo, por exemplo, haverá serviços
de Fisioterapia Domiciliar, disponibilizados através de uma carrinha,
a pensar “nos idosos que estão em
casa e não se podem deslocar”.
Outra das iniciativas passa pelo
desenvolvimento de um novo espaço
de socialização e de atividades (dotado com parque geriátrico e infantil)
num terreno rústico de seis hectares,
com o objetivo de estreitar o contacto dos utentes com a natureza.
Entretanto, reservados para o futuro,
estão também a realização de obras
em algumas das infraestruturas da
instituição, bem como a planificação
de um novo espaço residencial para
idosos (embora em regime de suites)
ou o desenvolvimento de uma nova
infraestrutura, contígua à Unidade de
Cuidados Continuados Integrados,
a pensar nos utentes que sofrem
de demência. Tudo isto em nome
da “qualidade de vida das pessoas”,
em nome da qual se fazem esforços
desde 1514.
Novembro I 17
Portugal Inovador
Crescer através
da qualidade e da inovação
A Beira Salgados tem vindo continuamente a ganhar dimensão sem nunca perder a identidade
artesanal das suas empadas, que são já uma referência.
Conforme nos relata o proprietário, Nuno Dias, esta empresa de Idanha-a-Nova está a
crescer 35% face aos números
do ano passado. Em 2014, já
tinha registado uma faturação
superior em 50% em relação à
de 2013.
Dentro desta dinâmica de
crescimento, uma estratégia
relevante é a da internacionalização, que o nosso entrevistado
considera estar a ser cumprida:
“Têm sido dados passos no sentido de aumentar a quota de exportação e, felizmente, estamos
a consegui-lo. As quantidades
ainda não são relevantes, mas
já estamos presentes em oito
mercados”. A nível nacional, as
empadas da Beira Salgados continuam a ganhar presença nas
áreas de serviço e em grupos de
distribuição.
Razão deste êxito? “Apostamos na qualidade e em termos
um produto premium. Estamos a
produzir uma grande quantidade, mas sempre com a vertente
artesanal. São fechadas à mão,
18 I Novembro
o enchimento é feito à mão e
o recheio, que é de primeira
qualidade, é também desfiado
à mão. O processo é feito numa
fábrica, mas como se fosse numa
cozinha em casa”, explica. Esta
autenticidade não invalida, contudo, que tudo seja conduzido
com o máximo grau de profissionalismo, comprovado pela
atribuição da certificação NP
EN ISO 22000:2005. A juntar a
esta última, está a FSSC 22000,
para a qual a empresa já está a
trabalhar. Em simultâneo, a Beira
Salgados está também a inovar,
trazendo para o mercado diversos novos tipos de empadas, tais
como as empadas de alheira, de
leitão, camarão, bacalhau com
grelos ou com espinafres.
Tudo isto está a acontecer
numa empresa que é exemplo
de como o Interior é um lugar
onde se criam mais-valias. Nuno
Dias é um defensor de que mais
empresas se estabeleçam aqui
e aproveita para nos falar a esse
respeito: “Isto é tudo uma questão
de cultura e de as pessoas começarem a olhar para o Interior de
uma forma diferente. Em Idanha-a-Nova estamos a três horas do
Porto, duas de Lisboa e três de
Madrid. Ao mesmo tempo, uma
empresa que fabrique parafusos
tanto pode fazer isso aqui como
no Porto, com a vantagem de que
aqui um terreno custa 20 euros
e no Porto pode custar meio
milhão. O Interior tem as suas
vantagens, falta apenas que haja
um melhor trabalho de comunicação na forma como elas são
divulgadas e explicadas”.
Portugal Inovador
Novembro I 19
Portugal Inovador
Vinhos de excelência
com origem na
Beira Interior
Há 59 anos que a Cooperativa Agrícola Beira Serra C.R.L. luta pelo sucesso dos seus
associados, não se poupando a esforços para auxiliar o escoamento dos seus produtos.
Atualmente, são cerca de 600 os
agricultores no ativo associados a
este organismo com sede em Vila
Franca das Naves (Trancoso). Um
número em que se incluem “muitos
jovens” que, nos últimos anos, têm
contribuído para a “reestruturação
da vinha, com adaptação a novas
castas” e que “veem o mundo do
vinho com uma perspetiva mais
atualizada e preparada para o
futuro”, refere Joaquim Gamboa,
membro da direção da Cooperativa.
Mas este é apenas um de vários aspetos que ajudam a explicar
o “balanço positivo” em torno da
colheita de 2014 (cujos vinhos
se encontram, atualmente, a ser
comercializados). “Aumentámos
as nossas vendas em cerca de
20%”, refletindo-se um incremento
não apenas no território nacional
(equivalente a praticamente 60%
do volume de faturação), mas também no mercado francês, o qual
“aumentou significativamente”.
Estes são resultados favoráveis
que surgem apesar da forma como,
na opinião de Joaquim Gamboa, “o
mercado está saturado e uma série
de imposições têm feito com que as
pessoas consumam menos vinho”.
No que respeita ao leque de
vinhos produzidos pela Cooperativa
Agrícola Beira Serra, destacam-se
marcas premiadas, como é o caso
do “Óptima Pergunta” (Touriga
Nacional e Tinta Roriz), do “Boa
Pergunta” (Touriga Nacional) ou
do “Fora de Jogo” tinto (Touriga
Nacional, Tinta Roriz e vinhas
velhas), “Fora de Jogo” branco
(essencialmente com a casta Síria).
Mas também dignos de atenção são
o Espumante “Sou do Alto” (castas
Síria e Malvasia), Maria Moura rosé,
e os frisantes “Terras de Bandarra”
branco e rosé, ou o novo vinho
“Beira Serra – Seleção dos Sócios”,
apresentado publicamente no final
de outubro e disponível nas variantes de branco e tinto.
Já relativamente a 2015, Joaquim Gamboa estima que a produção total de uvas se situará nos 4,5
milhões de quilos, à imagem do que
ocorreu no ano passado. “Vamos
ter um grande vinho [à venda em
2016], as uvas são sãs e o grau é
bom”, acrescenta. Notícias como
esta coincidem com o momento
em que a Cooperativa Agrícola
Beira Serra afirma a ambição de
entrar em novos mercados, como a
China, e de reforçar a sua presença
noutros, como o caso europeu (Alemanha, Suíça e Luxemburgo). Mas,
tão importante como estes planos,
são a satisfação e o sucesso dos
associados.
“Para que os nossos agricultores
possam continuar a ter incentivos e a
gostar de trabalhar na vinha, estamos
a tentar fazer melhorias e adaptações”, explica Joaquim Gamboa. Em
cima da mesa está, inclusivamente,
a preparação de uma candidatura ao
Portugal 2020, para aquisição de novas cubas, ampliação de armazéns,
bem como para a modernização da
linha de engarrafamento. Tudo isto
porque, em primeiro lugar, estiveram
e continuarão sempre os associados.
Não só em 1956, mas também em
2015.
Rua das Naves, 2 • 6420-728 Vila Franca das Naves • Tel.: 271 888 200 • Tlm.: 964 187 547
[email protected] • www.cooperativabeiraserra.pt
20 I Novembro
Portugal Inovador
Novos serviços à população
Ivo Monteiro, responsável pelo Centro de Reabilitação do Sabugal, partilhou connosco os
projetos que tem em curso.
O CRS iniciou a atividade
em 2008, assumindo o papel de
preencher a lacuna que o concelho tinha na área da Fisioterapia.
Foi ganhando relevância à medida que foi celebrando parcerias
com um conjunto de IPSS’s da
região, trabalhando atualmente
com 12, onde se dirige, sobretudo, à terceira idade. Aos poucos,
foi conseguindo dar arranque a
novas valências e novas abordagens. Falamos, por exemplo, de
alguns serviços médicos como
Clínica Geral, Medicina Interna,
Fisiatria ou Ortopedia.
Dentro desse alargamento,
a grande novidade nos últimos
tempos tem sido a Ictioterapia.
“É um tratamento com peixes de
origem turca, em que recorremos
a um aquário cheio de peixes
da espécie Garra Rufa. O que
estes peixes fazem é comer a
pele seca ou morta e, ao mesmo tempo, têm uma enzima na
saliva que ajuda na circulação,
fazendo com que a pele cicatrize
mais rápido. É um tratamento
muito útil para quem sofre de
défice circulatório, problemas
bacterianos, eczemas, viroses,
pé-de-atleta ou psoríase, sem
apresentar nenhuma contraindicação”, explica-nos. Presentemente, o Centro de Reabilitação
é a única entidade no distrito
da Guarda que está certificada
para este tratamento, estando
equipada com um aquário para
membros superiores e inferiores, mas com a expectativa de,
futuramente, “evoluir para um
aquário de corpo inteiro”.
A evolução do CRS passa
também pelas perspetivas de
desenvolvimento, para 2016, de
especialidades como a Psicolo-
gia, Terapia da Fala, Nutrição,
Psicomotricidade e Acupuntura.
Em simultâneo, o Centro está em
fase de prospeção para novas
instalações, “num espaço maior,
com mais gabinetes, um ginásio
de reabilitação com mais do dobro da área e capacidade para
acolher mais valências”.
Novembro I 21
Portugal Inovador
Um hotel com tradição,
natureza e bem-estar
Situado em Vinhó, a cinco minutos da cidade de Gouveia e a
36 km da Torre (ponto mais alto da Serra da Estrela), o Madre
de Água é um projeto turístico que propõe uma experiência
única em torno de um universo rural e incomparável.
Enquanto empreendimento
turístico, o Madre de Água é atualmente constituído por uma Quinta
de aproximadamente 60 hectares
contemplando vinha, olival, pomares, uma queijaria, picadeiro,
um hotel com dez quartos e dois
apartamentos turísticos, piscina
exterior e restaurante. Mas, ao contacto com a natureza, acrescenta-se a riqueza de produtos como o
queijo Serra da Estrela, o queijo de
cabra, o requeijão, os vinhos e as
compotas.
A cada momento do ano é
proposto um leque específico de
experiências em que os hóspedes
poderão fazer parte, naquele que
é um dos aspetos diferenciadores
desta unidade hoteleira. Assim,
para além do contacto com os animais da Quinta ou da oportunidade
de provar o melhor da gastronomia
regional, existem programas de
experiências dedicados a períodos
específicos – nomeadamente às
vindimas, à apanha da azeitona, à
época da cereja e elaboração de
compotas – mas também à descoberta da Serra da Estrela com a
possibilidade de realizar piqueniques em ambiente rural.
São experiências como estas
que, aliadas ao conforto e bem-estar proporcionados pela beleza
natural do espaço, contribuem
para fazer do Madre de Água uma
referência já merecedora, inclusivamente, de distinções como o
Certificado de Excelência Tripadvisor 2015.
Mais do que uma unidade hoteleira, o Madre de Água apostou
na produção de vinhos tais como:
tintos “Touriga Nacional 2011” e
“Touriga Nacional 2012”, brancos
“Encruzado 2014” e Perpetuum
2014” e ainda, o “Rosé 2014”. Um
catálogo que, entretanto, despertou
o interesse não apenas de clientes
nacionais, mas também de alguns
internacionais, nomeadamente Alemanha, Holanda, Estados Unidos,
entre outros.
Inaugurada em fevereiro, a
queijaria é um espaço através do
qual os hóspedes poderão assistir
a todo o processo de elaboração
de queijo artesanal, dotando quer o
hotel, quer os espaços de comércio
circundantes, de mais um produto
tradicional. Reservado para 2016
está a construção de uma adega,
projeto através do qual se intensificará o caráter diferenciador e
mágico do Madre de Água.
QUINTA MADRE DE ÁGUA HOTEL RURAL - Vinhó, 6290-651 Gouveia
Coordenadas GPS: Latitude: 40° 29’ 32’’ N (40.492287) • Longitude: 7° 37’ 6’’ W (-7.618268)
Reservas: Tel: +351 238 490 500 • [email protected] • www.quintamadredeagua.pt
22 I Novembro
Portugal Inovador
Ascensão
num mercado exigente
A J3LP é uma das referências do cluster dos polimentos no Fundão. O responsável, Paulo
Nobre, faz-nos um balanço “bastante positivo” dos dez anos que a empresa completa em 2015.
A J3LP integra o Grupo J3L,
Grupo francês direcionado para a
comercialização de artigos para
marcas de luxo. Nas suas instalações no Fundão, onde trabalham
212 colaboradores, a empresa
dedica-se a serviços como o polimento de peças metálicas para
acessórios de moda e também à
soldadura e gravação a diamante
e laser.
Sobre a caminhada de sucesso
iniciada em 2005, Paulo Nobre
aponta os últimos seis anos como
o período em que a empresa realmente conseguiu dar um “salto qualitativo” de grande impacto. Hoje, a
J3LP já é vista pelos seus clientes
como um importante parceiro de
negócios, conforme nos explica o
nosso entrevistado: “Quando os
clientes desenvolvem um novo produto, somos consultados no sentido
de lhes darmos o nosso conhecimento na área. Quem nos procura
sabe, de facto, que pode encontrar
uma equipa de trabalho que preenche os requisitos da qualidade, do
rigor e do comprometimento e é
sobretudo graças à experiência dos
nossos colaboradores que temos
alcançado os nossos objetivos”.
Essa credibilidade é especialmente digna de registo se tomarmos em conta a realidade em que
a empresa está inserida. “Quando
se tem como clientes as maiores
marcas de luxo francesas, mais
exigentes e rigorosos temos que
ser. Num artigo que pode custar
quatro ou cinco mil euros, os pequenos detalhes fazem a diferença e a
perspicácia, a subtileza e a atenção
a todos os pormenores fazem dos
nossos funcionários o garante dessa qualidade”, explica.
Graças a este trabalho, a J3LP
tem então conseguido “um crescimento acima do esperado, com
resultados que têm agradado aos
investidores”. Agora, os projetos em
curso “baseiam-se na diversificação
do nosso serviço”, estratégia dentro
da qual há negociações com vista à
entrada no ramo automóvel.
Por último, Paulo Nobre deixa-nos uma palavra acerca do setor e
da sua presença na cidade, considerando que “este cluster tem voz
e tem a força de quem emprega
de forma direta 700 pessoas e faz
movimentar mais de 20 milhões de
euros anuais na economia local”.
Acrescentando, diz “não ver mais
nenhum setor de atividade no Fundão com tanto vigor, dinamismo
e margem de progressão” e que
o cluster, sendo já “conhecido na
França e na Suíça, precisa agora
de abrir as portas a outros investidores”.
Novembro I 23
Portugal Inovador
O sabor
da Beira Interior
A Quinta dos Currais – Sociedade Agrícola, Lda. é uma
empresa familiar que produz vinho de alta qualidade,
mantendo-se fiel às suas origens.
O projeto “nasceu do sonho de
criar, na região vitivinícola da Beira Interior, uma exploração em moldes modernos, com castas próprias da região”
e que se pudesse traduzir num “vinho
de elevada qualidade”, recorda Maria
de Fátima Tomás. Acima de tudo,
este foi o modo que a proprietária e o
marido encontraram de exprimir a sua
“ligação à terra e à região”, recorrendo
ao uso exclusivo de castas nacionais,
nomeadamente às que são típicas da
região da Beira Interior.
Situada no Fundão, “em plena
Cova da Beira, entre as Serras da
Gardunha e da Estrela”, a Quinta
dos Currais estende-se por uma
área de 130 hectares, 30 dos quais
dedicados à produção de vinho, onde
“procurámos obter o máximo partido
da exposição solar Norte-Sul das
encostas da Quinta e do solo xistoso
com afloramentos de quartzo”, explica
Maria de Fátima Tomás. Em funções
desde 2001, encontra-se também uma
adega, “equipada com a mais moderna
tecnologia enológica”.
No que concerne às castas, optou-
24 I Novembro
-se pela plantação de Arinto, Síria e
Fonte-Cal (brancas), bem como por
Castelão, Touriga Nacional, Tinta Roriz,
Jaen e Rufete (tintas). “Por enquanto,
estamos presentes no mercado com
uma só referência de vinho, que é
precisamente o Quinta dos Currais,
disponível nas variedades Branco
Colheita Selecionada, Tinto, Tinto
Reserva e Branco Síria”, enumera a
proprietária. Para breve, no entanto,
está o lançamento de um novo produto, “Talabara”, “que será o nosso vinho
topo de gama”.
Com uma produção anual de aproximadamente 130 mil litros de vinho
tinto e 10 mil litros de vinho branco,
a Quinta dos Currais conseguiu
afirmar-se como “uma das principais
referências da região”, estando já
disponível em várias lojas e cadeias
de supermercados por todo o país. Já
no que respeita ao mercado externo
(50% do volume de produção), o
leque de clientes oscila entre países
europeus como Reino Unido, França,
Alemanha, Holanda, Polónia ou Suécia, sem esquecer outros mercados
como os Estados Unidos, Brasil e
Angola.
Inserida num setor muito competitivo, a Quinta dos Currais é uma marca
que procura a diferenciação através
“de uma boa relação qualidade/preço,
aliada à excelência dos produtos” que,
por sua vez, resulta do “grande grau
de exigência em todas as fases do
processo produtivo” e se tem traduzido
numa diversidade de prémios, alguns
dos quais internacionais.
Méritos como este, por seu turno,
mostram como “os vinhos portugueses, devido à sua elevada qualidade,
podem competir com os melhores
vinhos ao nível mundial”, à medida
que se confirma, também “o enorme
potencial da região da Beira Interior
para se tornar numa das principais referências vitivinícolas a nível nacional”,
salienta Maria de Fátima Tomás. É em
nome desse potencial que esta vai
ser uma das marcas a estar presente
no certame “Beira Interior – Vinhos e
Sabores”, a realizar-se nos dias 14 e 15
de novembro, para o qual a expectativa
é elevada.
Portugal Inovador
Aposta na Qualidade
e na Formação
A juntar à prestação de serviços clínicos, o Consultório Médico Dentário Sampaio e Melo
assume o objetivo de ser uma entidade formadora de relevo. A responsável, Sílvia Amaral,
formada em Medicina Dentária pela Faculdade de Medicina de Coimbra, fala-nos deste
seu projeto.
Dezoito anos após o início da
atividade, a Sampaio e Melo conta,
neste momento, com três espaços: Trancoso, Mêda e Penedono.
Oferece ao público um serviço
multidisciplinar dentro da Medicina
Dentária, sendo que a clínica de
Mêda, criada em 2012, diferencia-se pela inclusão de especialidades
como Oftalmologia/Optometria, Ginecologia, Ortopedia, Osteopatia,
Psicologia e Clínica Geral, Otorrino
e Endocrinologia.
Enquanto organização, percebe-se, naturalmente, que a
Sampaio e Melo tem crescido,
estando mais presente junto da
população dos três concelhos
limítrofes, com uma oferta mais
robusta e diversificada, tendo
sempre a excelência dos serviços
prestados como objetivo. Paralelamente, este crescimento tem-se
feito acompanhar por um contínuo
aperfeiçoamento dos seus meios
e processos, o que, aliás, está
expresso com a Certificação na
Qualidade NP EN ISO 9001:2008,
atribuída em 2012. Com o esforço
dirigido à Qualidade, veio a implementação da formação interna
e, como nos é dito, “constatou-se
que esta poderia ser desenvolvida
de forma mais estruturada e como
já faz parte da atividade normal
da empresa, servir de base para
a formação externa”. A formação
profissional torna-se, assim, mais
uma direção em que a Sampaio e
Melo está a crescer.
Conforme nos é realçado por
Sílvia Amaral, existe aqui a “vontade de radicar gente nas nossas
terras, criando postos de trabalho
e oportunidades de crescimento
pessoal. As pessoas mantêm-se
onde há emprego e possibilidades
para criarem as suas famílias.
Esperamos trabalhar no sentido
de criar condições para que os
profissionais, que sejam naturais
do Interior se possam manter por
aqui”. Identificaram-se então três
áreas de formação: Ciências Dentárias, Saúde, e Turismo e Lazer.
A primeira visa “formar e atualizar
o corpo auxiliar e clínico, de modo
a serem capazes de responder às
necessidades de um mercado de
trabalho cada vez mais exigente”.
As restantes duas convergem no
caso concreto do Turismo de Saúde e Termal, atividade com reco-
nhecida importância nesta região.
Registe-se que os responsáveis
da Sampaio e Melo estão envolvidos também no setor do Turismo,
atividade que é, evidentemente,
estratégica para a criação de postos de trabalho: “É uma das nossas
grandes apostas. Finalmente esta
zona do Douro entrou nos mapas
do turismo de qualidade. Várias
unidades hoteleiras têm aparecido
nos últimos anos, mas nem sempre
existe pessoal qualificado para fazer face às exigências imediatas.
Queremos ajudar nessa lacuna, organizando e reunindo um conjunto
de formadores de excelência, que
já estão a trabalhar connosco na
programação da formação exigida”.
Por fim, Sílvia Amaral aponta
como fase seguinte a parceria com
um Grupo de saúde e a abertura de
um novo espaço, desta vez aliando
a sua experiência a um nome que
está na vanguarda entre a oferta de
cuidados de Saúde na zona Centro
há vários anos.
Novembro I 25
Portugal Inovador
Em busca das melhores
respostas sociais
Depois da inauguração da Unidade de Cuidados Continuados, o Lar Residencial D. Bárbara
Tavares da Silva continua a lutar pela qualidade de vida da população local.
A história desta instituição remonta-nos ao ano de 1912, data em que
Bárbara Tavares da Silva doou o seu
património à Câmara Municipal de
Penamacor, com o objetivo de ser
construído um asilo que auxiliasse
os mais necessitados. A estrutura
foi entretanto aprovada enquanto lar
residencial em 1981 e, desde então,
“temos vindo sempre a satisfazer as
necessidades dos idosos, das pessoas mais carenciadas e até dos mais
jovens”, explica o atual presidente da
direção, Domingos Torrão.
Fiel ao objetivo de melhorar a
qualidade de vida da população são
várias as infraestruturas e serviços
através dos quais o Lar Residencial
D. Bárbara Tavares da Silva divide
a sua ação. Assim, para além do lar-sede que dá nome à instituição e se
situa na Avenida das Tílias, em Penamacor, há centros de dia espalhados
26 I Novembro
por diversas freguesias. Mas, a este
conjunto acrescenta-se a Unidade de
Cuidados Continuados, situada na
Quinta da Senhora do Incenso, que
abriu as portas em 2013, para atender às crescentes necessidades de
saúde de doentes inscritos na Rede
Nacional de Cuidados Continuados e
“tentar dar mais apoio aos idosos nas
diversas valências”.
Entre o leque de serviços proporcionados pela Unidade de Cuidados
Continuados, com capacidade para
30 camas, incluem-se a Fisioterapia,
a Enfermagem, a Terapia da Fala ou
a Nutrição, bem como atividades de
Animação Cultural. “Creio que temos
estado a fazer um ótimo trabalho relativamente à melhoria da qualidade de
vida das pessoas”, salienta Domingos
Torrão, destacando que o know-how
acumulado pelos profissionais, o
reforço da capacidade técnica, bem
como o apoio do poder local contribuíram para fazer desta “uma unidade
de excelência e de referência”, assim
reconhecida pela Administração Regional de Saúde.
Com cerca de 123 profissionais e
13 prestadores de serviços a colaborarem nas suas diferentes valências, o
Lar Residencial D. Bárbara Tavares da
Silva é também “o maior empregador
do concelho” de Penamacor, investindo constantemente na formação dos
seus quadros, pois só deste modo se
torna possível “acompanhar pessoas
com os mais variados problemas e
doenças”. Esta é, na ótica de Domingos Torrão, a grande luta que as
IPSS’s travarão nos próximos tempos:
“A capacidade de adaptarmo-nos para
conseguirmos dar resposta aos novos
problemas que estão a aparecer”,
como é o caso da demência.
E é de olhos postos no futuro que
o ex-autarca promete “uma resposta
social ainda mais eficiente e com mais
qualidade”. Perspetivada está, de
facto, uma parceria com a Faculdade
de Medicina da Universidade da Beira Interior que poderá traduzir-se na
elaboração de estágios para alunos
em final de curso. Também reservada
para o futuro está a remodelação e
reforço de capacidade da estrutura
residencial para idosos, situada na
Quinta da Senhora do Incenso, que
comporta atualmente 27 utentes.
Tudo isto em busca de uma resposta
social cada vez mais perfeita.
Portugal Inovador
“Qualidade, frescura
e bom atendimento”
Com lojas na Covilhã e no Fundão, a Miminhos da Natureza, Lda. aposta na excelência e
na singularidade dos produtos frescos que a região, e Portugal, têm para oferecer.
O projeto nasceu em 2008, altura
em que Hugo Albino, gerente da
Miminhos da Natureza, instalou na
Covilhã a primeira loja da empresa,
“numa zona da cidade que estava
em plena expansão”. Volvidos sete
anos de trabalho “e muita dedicação”, o empresário – que sempre foi
auxiliado pelo know-how dos pais,
proprietários, há mais de 20 anos,
de um armazém de frutas – faz “um
balanço positivo” do negócio em que
apostou. Isto porque, salvo raras
exceções, “as vendas têm estado a
crescer de ano para ano”, o que se
traduz na consolidação do projeto.
De facto, foi precisamente o
feedback positivo obtido pela comunidade local que levou Hugo Albino
a instalar, já em 2010, uma segunda
loja da marca, desta vez no concelho
do Fundão. Ao todo, são cinco os
colaboradores a operar em ambos
os espaços da Miminhos da Natureza, nunca faltando, todavia, três
elementos chave que, na opinião
do gerente, definem que nem uma
luva este projeto. São eles “a qualidade, a frescura dos produtos e o
bom atendimento”, constantes estas
que ajudam a explicar o sucesso da
marca, não obstante a “difícil concorrência dos hipermercados”, desabafa
o empresário.
Abrangendo um leque de clientes relativamente vasto, “que vão
desde a classe média-alta à média-baixa”, a Miminhos da Natureza é
um espaço onde se comercializam,
principalmente, produtos frescos,
nomeadamente frutas e legumes.
Fazendo jus ao seu nome, este é um
projeto que se preocupa em tentar
oferecer, a quem visita as suas lojas, os melhores produtos da região,
como os pêssegos ou as cerejas,
sem esquecer, todavia, os queijos, os
vinhos regionais ou os enchidos. De
facto, um dos aspetos que também
diferencia as lojas da marca está no
facto de “se ir buscar os produtos à
origem”, não se recorrendo a intermediários.
Inserida na cadeia Aqui é Fresco,
a Miminhos da Natureza é uma também uma marca que procura estar
atenta às necessidades do mercado
onde atua, bem como dos seus
públicos-alvo, esforçando-se por, de
forma contínua, modernizar e adaptar
as suas instalações, equipamentos e
prateleiras de modo a garantir e melhor preservar a qualidade dos seus
produtos. “Neste negócio temos que
estar preparados para mudar. Alguns
comércios fecham porque não evoluem, porque não sabem que têm que
estar constantemente a acompanhar
o mercado”, afirma Hugo Albino.
E é precisamente em nome dessa
adaptação e consolidação que, num
futuro próximo, o gerente planeia ampliar as instalações da loja Miminhos
da Natureza localizada no Fundão.
De fora destes planos não ficará,
todavia, a Covilhã, fazendo também
parte das ambições de Hugo Albino
a instalação de mais uma loja no
concelho.
Novembro I 27
Portugal Inovador
Excelência vinícola
do Fundão para o
Mundo
Com uma vasta gama de vinhos premiados, a Adega
Cooperativa do Fundão tem feito da internacionalização dos
seus produtos uma forte aposta.
Falar na Adega Cooperativa do
Fundão C.R.L. é fazer alusão a um
organismo com mais de 65 anos,
cuja evolução se mistura com a própria história do concelho do Fundão
e da região da Cova da Beira. Se
em 1949 a Cooperativa nasceu pela
iniciativa de 30 sócios, o volume de
associados ascende hoje aos mil. E
é precisamente a atividade conjunta
de todos estes elementos que ajuda a
explicar não apenas o sucesso que o
organismo tem adquirido ao longo do
tempo, como também a qualidade dos
seus vinhos, praticamente todos eles
premiados.
Questionado sobre o balanço que
poderia ser feito relativamente ao atual
ano vinícola, Albertino Nunes considera que “em termos de qualidade, 2015
foi excelente”, pese embora o facto de,
em termos de quantidade produzida,
os valores terem ficado um pouco
abaixo dos obtidos em 2014. “De ano
para ano, nunca temos problemas com
a qualidade”, assegura o presidente
da direção, antes de acrescentar que
uma das vantagens do vinho produzido
nesta adega está na “ausência quase
total de fitossanitários”.
28 I Novembro
Mas a esse acrescentam-se outros
argumentos que ajudam a explicar
o sucesso e a qualidade dos vinhos
produzidos nos cerca de 1500 hectares
de área total que compõem a Adega
Cooperativa do Fundão. Entre eles,
destaca-se, na opinião de Albertino
Nunes, “o fator altitude”, que faz com
que aqui surjam “dos melhores vinhos
brancos do país”. Outro segredo, todavia, encontra-se no saber fazer e na
experiência dos associados.
Com um volume de produção
anual a rondar, em média, os quatro
milhões de quilos de uva, a Adega
Cooperativa do Fundão tem feito da
internacionalização dos seus vinhos
uma das suas grandes prioridades.
“Neste momento, estamos a exportar
quantidades muito razoáveis para
países como a França, a Polónia, a
Suíça, a China, a Guiné-Bissau e São
Tomé e Príncipe”, enumera Albertino
Nunes, em alusão a uma aposta que
tem proporcionado bons dividendos
para o organismo, não fosse o facto
de, atualmente, os mercados externos
absorverem já cerca de 30% da venda
anual.
No catálogo da Adega Cooperativa
do Fundão encontra-se um grande
leque de vinhos premiados, aspeto que
comprova a popularidade e qualidade
destes produtos, não apenas em solo
nacional, mas também noutros países
europeus. É neste contexto que, quando questionado sobre que perspetivas
reserva para o futuro, e não obstante
as dificuldades sentidas no mercado
nacional, Albertino Nunes fala no
desejo de assistir “à continuação e
ao crescimento da cooperativa”, bem
como ao prosseguir de uma história
feita de muito bom vinho.
Portugal Inovador
A arte de prolongar o sorriso
A A. Domingos Correia, Lda. é uma clínica que agrega um corpo clínico heterogéneo e a
experiência de um protésico com mais de 20 anos de experiência.
Foi desde muito tenra idade que
António Domingos Correia, protésico
de profissão, tomou contacto com a
área profissional por que haveria de
optar, desenvolvendo desde muito
cedo o seu know-how e experiência.
“O meu avô era médico dentista e eu
desde pequeno que o acompanhava
e comecei a ir percebendo como é
que as coisas funcionavam”, recorda
António Domingos Correia, antes de
salientar que também o pai se dedica
ao fabrico de próteses dentárias.
Não admira que uma vez terminada a sua formação, António Domingos
Correia tivesse optado por desenvolver
o seu próprio espaço de saúde oral,
que celebra o vigésimo quinto aniversário no próximo ano. Sediada no
Fundão, a A. Domingos Correia, Lda.
proporciona aos seus utentes um vasto
leque de serviços no âmbito da saúde e
bem-estar oral. “Estamos aptos a fazer
todos os tratamentos e qualquer tipo de
reabilitação oral”, assegura o gerente.
A acompanhá-lo está um corpo
clínico de 12 médicos especializados
em diferentes valências, como, por
exemplo, a Ortodontia, a Implantologia,
a Cirurgia Oral ou a Periodontologia
– “uma valência que nem todas as
clínicas têm” e que contribui para fazer da A. Domingos Correia, Lda. um
espaço diferenciador que aposta não
apenas na qualidade, experiência e
profissionalismo do seu corpo clínico,
mas também nos serviços de saúde
oral mais específicos, à procura das
melhores respostas possíveis para os
seus utentes.
É precisamente a pensar no bem-estar de quem procura a A. Domingos
Correia, Lda. que a clínica dentária se
faz acompanhar por um laboratório
de próteses. Desta forma, “o médico
dentista trabalha com o laboratório
lado a lado e as informações são
prontamente discutidas e analisadas”,
sem esquecer o facto de, “em várias
vertentes de tratamento protésico, se
conseguir dar uma resposta muito mais
rápida ao utente”, sublinha.
São atitudes como esta que ajudam a explicar o “balanço positivo”
que António Domingos Correia faz do
percurso da firma que desenvolveu.
“Há também outro fator muito importante, que é o facto de a clínica trabalhar
com a empresa MedSUPPORT, o que
acaba por ser uma grande mais-valia
porque nos ajuda a estar sempre na
linha da frente”, salienta. Mas são também o know-how, a heterogeneidade
de serviços e a seriedade que sempre
definiram a A. Domingos Correia que
lhe permitem antecipar um vigésimo
quinto aniversário pleno de sorrisos.
Novembro I 29
Portugal Inovador
30 I Novembro
Portugal Inovador
A importância do setor da
Metalurgia e da Metalomecânica
José de Oliveira Guia, engenheiro mecânico e empresário, é presidente da Associação
Nacional das Empresas Metalúrgicas e Eletromecânicas (ANEME) há 18 anos. Em entrevista
à Portugal Inovador, fala-nos sobre o estado do setor e o papel da associação.
O setor da metalúrgia e metalomecânica é o maior da indústria
transformadora, responsável por
cerca de um terço das exportações e que mesmo em tempos de
crise, continua a absorver muita
mão de obra, cerca de 200 mil
pessoas. São estas as características que fazem da metalurgia
e da metalomecânica uma referência na economia do país.
A realidade do setor passa,
sobretudo, pela exportação
para a Europa, África e América
do Sul. A ANEME, como representante dos seus associados,
parte das diferentes questões
que compõem a atividade para
percecionar as verdadeiras motivações e interesses dos seus
sócios. Na defesa desses direitos existe todo um conjunto de
serviços integrantes que disponibilizam: “Como a internacionalização, o apoio tecnológico e a
formação profissional. Temos o
maior centro de formação profissional do país, de longe, que é o
CENFIM”, clarifica o presidente
José de Oliveira Guia.
Mas essas pontes de contacto
não se esgotam na formulação
de teorias, há todo um conjunto
de objetivos estruturantes que
a ANEME defende e consegue
captar. O permanente elo de
proximidade dos diferentes mercados internacionais vem privilegiar os fortes laços enraizados
nos países de língua oficial portuguesa. José de Oliveira Guia
acredita que o futuro industrial
– no que respeita ao setor da
metalurgia e metalomecâni-
ca – passará não apenas pela
exportação, mas também pela
deslocalização aproveitando os
recursos e competências que as
diferentes nações intercetam.
Todas as fontes do saber só
terão a possibilidade de crescer,
ainda com maior vigor, se presidir no nosso espírito nacional
uma cultura de associativismo,
e José de Oliveira Guia acredita
que “o associativismo no nosso
país é sempre olhado como uma
fação. A esmagadora maioria
das empresas não são associadas, e as associações não são
apoiadas. O desafio que eu proponho atualmente é de unidade
e participação. Não queiram ter
um país perfeito e associações
perfeitas se não colaborarem na
vida das associações”, finda.
Novembro I 31
Portugal Inovador
Metalurgia e eletromecânica
de sucesso
Fundada em 1988, mas existindo em nome individual desde 1981, a A.L. Correia Lda. conta
com 34 anos de existência na freguesia do Ramalhal. Um percurso que não tem sido fácil,
mas que só é possível devido à perseverança do fundador, Augusto Correia.
facto de existir um grande domínio
tecnológico da empresa em várias
áreas e competência e determinação dos seus colaboradores.
Serviços
Assim que acabou os estudos,
nos anos 70, Augusto Correia começou a sua carreira profissional
na Casa Hipólito, uma empresa já
extinta, que considera “ter sido uma
grande escola”. “Quando enveredei
nessa casa, a empresa era um
colosso e pensei que ia cumprir as
minhas obrigações e manter-me-ia
nessa mesma casa”, explica o empresário. Mas, dez anos depois, foi
convidado a realizar uma instalação
técnica (em nome individual) numa
indústria avícola que, ainda hoje, é
uma das maiores indústrias nessa
área da região de Torres Vedras.
Com o declínio da Casa Hipólito, o
fundador que já tinha iniciado uma
carreira fora da empresa, decidiu
retirar-se e lançar-se no mundo
empresarial.
Depois de muitos altos e baixos,
e após uma restruturação interna
no ano 2011, a empresa conseguiu atingir uma faturação anual
32 I Novembro
em 2014 que rondou os 950 mil
euros, “tudo aponta para que a A. L.
Correia consiga atingir no presente
ano um número muito próximo dos
dois milhões de euros em vendas”.
Segundo o empresário, este crescimento deve-se a três pontos essenciais: à sua própria persistência, ao
A A.L.Correia, Lda disponibiliza
um vasto leque de serviços que
são executados por técnicos qualificados para o efeito. Tendo como
principal a atividade em instalações
elétricas intervêm, ainda, em áreas
ligadas à Serralharia técnica, Análise de consumo de Energia e sua
compensação e à construção de
quadros elétricos. “Executamos
desde a mais simples à mais complexa e automatizada instalação
elétrica em equipamentos e máquinas em fábricas e indústrias nos
mais variados ramos.”
“Neste momento, a empresa
conta no seu quadro técnico com
27 colaboradores formados que
Portugal Inovador
trabalham em projetos a decorrer
no Centro e Sul do país”.
Abrangência de
mercado
“O mercado nacional está coxo”,
começa por explicar o empresário,
“as empresas que, como a minha,
foram à procura de diferentes nichos de mercado especialmente no
exterior estão a conseguir salvar-se, enquanto outras não”.
As exportações presentemente
representam 65% da faturação da
empresa que conta com um leque
extenso de clientes fora do país,
como França e Inglaterra na Europa e Moçambique e Angola em
África. Existem ainda perspetivas
de conseguir entrar no mercado da
Argélia, não descurando o mercado
nacional. “No presente ano as exportações têm sido um suporte para a
empresa, servindo de alavanca ao
nosso crescimento. Se assim não
fosse, seria muito difícil assegurar
todos os postos de trabalho”, admite.
Setor em Portugal
Com uma opinião muito vincada,
Augusto Correia considera que “a
metalúrgica está a passar uma época
muito difícil, em parte, devido a algumas decisões mal tomadas”. Sendo
este o setor líder de exportações no
nosso país, o empresário pensa que
“em Portugal as obras estão para-
das” e é por isso que as empresas
recorrem ao mercado internacional
para conseguir sobreviver, sendo um
mercado que oferece mais garantias
que o nacional. “Ou existe alguém
que se lembre da nossa existência e
que fazemos parte de 20% do PIB, ou
então a maior parte das PME´s continuam a fechar portas”, desabafa.
Novembro I 33
Portugal Inovador
Equipamento industrial à
medida do cliente
Há 35 anos no mercado, a Cinta ocupa um lugar de destaque no setor da metalomecânica.
Direcionada para equipamentos industriais, projeta, constrói e monta equipamentos standard
ou feitos por medida em aço ao carbono e inoxidável para todas as áreas da indústria.
fazer frente à crise “há que recorrer
a novos mercados, a novos produtos”, mas mais importante que isso
“há que estimar um elemento muito
importante na vida de qualquer
empresa: o cliente”. “É necessário
tratarmos bem o cliente, trabalhar
com qualidade e é por isso que com
35 anos de existência continuamos
no mercado, a lutar”, afirma.
Futuro
Com um passado sempre ligado
à metalomecânica, Manuel Moreira
dos Santos fundou a Cinta em novembro de 1980 com a sua esposa,
Arlete da Silva Castelão Moreira
dos Santos.
Inicialmente com 5 funcionários
conta, hoje, com 25.
A empresa fabrica produtos
como cintas transportadoras, transportadores sem-fim, misturadores
para pós ou granulados, elevadores
de alcatruzes, depósitos e outro
tipo de equipamentos sob projeto
do cliente.
A Cinta oferece ainda assistência e manutenção a equipamentos
fabricados ou não por si. Conta
para isso com uma equipa técnica
especializada para garantir a intervenção no local.
Com um conhecimento profundo do negócio, uma carteira sólida
de clientes e uma equipa coesa e
34 I Novembro
proativa, a Cinta abrange todo o
tipo de indústrias desde a alimentar
e agroalimentar até à automóvel.
No que diz respeito ao mercado,
“embora a Cinta fabrique para o
mercado nacional, exporta para
outros países da Europa (Espanha,
França e Bélgica) e África (Angola,
Guiné Conacri e Moçambique)”.
Com a missão de manter os clientes satisfeitos, a empresa está atenta
à constante evolução e necessidades
do mercado investindo o lucro em
equipamentos e na valorização e
motivação dos seus colaboradores.
Setor
“As empresas vivem umas das
outras e a crise veio derrubar algumas delas”, começa por explicar o
empresário, admitindo que a empresa atravessa uma época de grande
volume de trabalho. Na opinião de
Manuel Moreira dos Santos, para
Para o futuro, Manuel Moreira
dos Santos está confiante e espera
que a família que trabalha consigo
“tenha garra para levar a Cinta a
abraçar novos desafios”, sabendo
que “será uma luta difícil mas a
vitória é certa”.
Portugal Inovador
Referência na indústria de
rochas ornamentais
Fundada por José Catarino Bento com dois sócios, em 1956, a Construal está especializada
para a indústria dos mármores e granitos. Hoje, são os filhos, Alcino e Graça Bento, que
comandam a empresa.
Com 60 anos de existência, a
Construal “foi uma empresa que se
adaptou constantemente”. Inicialmente a trabalhar apenas na zona
de Pêro Pinheiro, em Sintra, onde
o setor da pedra era muito forte, “foi
obrigada a evoluir com as novas
tecnologias, porque o mercado assim
o exigiu”.
Tendo como missão ajudar a
rentabilizar o investimento dos seus
clientes, recorrendo a novas tecnologias e soluções mais produtivas,
a empresa tem como serviços o
apoio na consultoria e conceção
de projetos, a assistência técnica
aos equipamentos (recuperações
e reparações) e todo o processo
produtivo é assegurado desde o
desenho, passando pela montagem
e formação técnica das equipas, até
à assistência do equipamento.
Com uma vasta experiência e
uma rede de contactos abrangente,
a empresa está preparada para
responder e ajudar os clientes a
arranjarem as melhores soluções,
distinguindo-se pela qualidade e
capacidade dos seus equipamentos.
Com 28 funcionários, a Construal
tem ajustado a sua estrutura aos
processos que atualmente são mais
simples e eficientes.
No que diz respeito à formação e
tecnologia há uma constante atualização. Na parte técnica, a empresa
conta com três engenheiros, um
de automação e dois mecânicos;
na área comercial conta com duas
pessoas e na produção tem um
responsável.
Setor e crise
“A crise destruiu muitas empresas
e atingiu alguns dos nossos clientes”,
começa por explicar Alcino Bento:
“Sentimos uma quebra, mas dedicamo-nos ao mercado da exportação
para obter melhores resultados e,
felizmente, conseguimos”. Com toda
a estrutura e tecnologia baseadas na
produção para a indústria de rochas
ornamentais, o empresário admite
que não seria fácil modificar o tipo de
fabrico para outros produtos, optando
pela internacionalização. Contam
com mercados como a América
Latina, os Estados Unidos e África.
Futuro
“Quanto ao futuro é aquilo que o
mercado nos deixar fazer, uma vez
que vamos sempre atrás daquilo que
os nossos clientes pretendem”, explica Alcino Bento, “já que tudo depende do comportamento do mercado”.
Novembro I 35
Portugal Inovador
“Oferecemos a melhor
solução ao cliente”
Foi no seio de uma estrutura familiar, em Vila Verde, no concelho de Sintra, que fomos
conhecer o trabalho de Albino Pereira e Ana Paula Pereira. Dedicados à comercialização
de equipamentos e instaladores térmicos, a Ecoterme interage com diversos setores de
atividade, posição que fortifica as suas relações interpessoais com clientes e fornecedores.
“Tudo isto começou há 18 anos.
Albino Pereira já trabalhava no
ramo e optou por enveredar neste
projeto, juntamente com Ana Paula
Pereira. No início éramos só os
dois. Hoje somos seis”, lembra
Ana Paula Pereira. Atualmente, a
experiência acumulada ao longo
do tempo permite-lhes já fazer um
resumo do que conseguiram construir e alcançar até chegar aqui: “O
balanço é, de facto, positivo, mas
reconhecemos que poderia ser
melhor, não fosse toda a envolvente
económica que o país atravessa. É
um desafio. Penso que conseguimos chegar até onde chegamos,
porque temos um mercado muito
diversificado”.
As raízes estabelecidas permitem-lhes hoje dirigir-se a outros
locais com um espírito empreendedor, apresentando ao mercado um
valor acrescentado. A certificação
do produto assegura outras vantagens competitivas que na visão
36 I Novembro
dos empresários será sempre uma
“mais-valia. Com a certificação
conseguimos acompanhar em
tempo real o crescimento e desenvolvimento da empresa”, clarificam.
Produção
internacional
O material que aqui encontramos não tem raízes nacionais, e
por isso Albino Pereira e Ana Paula
Pereira sentem que se houvesse
a possibilidades de incrementar o
fabrico das peças no próprio país
seria uma vantagem não só para os
empresários como também para o
consumidor final. “Observamos que
os grandes negócios estão concentrados na China. O futuro penso
que passaria por produzirmos cá
dentro esses mesmos produtos
para posteriormente exportarmos,
no entanto ainda não existe essa
indústria em Portugal”, salientam.
Os contactos motivados a partir
de várias feiras internacionais, como
a de Frankfurt e a de Milão, têm
permitido à Ecoterme motivar outras
relações de proximidade. “Temos
seis pessoas a trabalhar connosco
e a aposta nos recursos humanos
será sempre uma clara estratégia
nossa. No que toca ao volume de
faturação vimos os nossos objetivos
serem atingidos”, reforçam.
Futuro
A velocidade a que todo o mundo dos negócios se afirma e reinventa faz com que os nossos dois
interlocutores pensem e planeiem
os seus pontos-chave a curto e
médio prazo, baseando-se sempre
numa comunicação transparente e
consistente nos diferentes setores
de atividade. Daqui para a frente,
desenvolverão outros projetos com
a introdução e conceção de novos
produtos, de modo “a oferecer
uma solução tecnicamente melhor
ao cliente, e crescer nesse rumo”,
concluem.
Portugal Inovador
Qualidade e adaptabilidade
na arte de vender
Dos componentes eletrónicos aos acessórios de informática, o leque de produtos
comercializados na Robert Mauser, Lda. é extremamente vasto. E promete não ficar por aqui.
O início da história deste negócio remonta-nos “há cerca de
trinta anos”, momento em que o
alemão Robert Mauser abriu, em
conjunto com a esposa e o irmão,
uma pequena loja de reparação de
aparelhos de vídeo e televisores no
Centro Comercial da Portela, em
Lisboa, recorda-nos Marko Mauser,
filho do fundador.
“Começámos com um pequeno
negócio”, num estabelecimento
com “cerca de 50m 2” que ainda
hoje persiste naquela mesma localização. No entanto, e tal como
salienta o atual gerente, as “coisas
foram evoluindo”, à medida que,
paralelamente aos serviços de
reparação, começou a haver uma
procura cada vez maior de peças
e componentes ligados a este tipo
de aparelhos.
Posto isto, “começámos a ter
uma maior diversidade de produtos
e tentámos ter um pouco de tudo”,
explica Marko Mauser. Foi precisamente esta flexibilidade perante a
necessidade do cliente, bem como
a vontade de proporcionar um leque
cada vez mais vasto de utensílios
e equipamentos, que faz da Robert
Mauser, Lda. uma referência na
venda de toda uma diversidade de
produtos que vão dos componentes
para eletrodomésticos ao material
elétrico, sem esquecer artigos
como pilhas, lâmpadas, acessórios
para informática ou aparelhos de
vigilância e segurança.
Ao todo, a empresa disponibiliza
um leque de “quase 25 mil produtos”, sendo uma significativa porção
deles importados, essencialmente,
da Europa. Somando um total de
27 funcionários, a Robert Mauser,
Lda. divide-se por quatro lojas, com
localização em Lisboa, Portela,
Lousa e Porto. A acessibilidade dos
seus produtos está, todavia, assegurada em todo o país através dos
serviços de compra online e entrega
ao domicílio.
Embora hoje o seu grande
âmbito de atuação seja a comercialização de produtos (e já não a
sua reparação), entre os serviços
proporcionados por esta cadeia de
lojas inclui-se “a recuperação de
baterias (colocação de elementos
novos) de diversos tipos de equipamentos, nomeadamente máquinas
topográficas, aparadores de relva,
aparafusadoras, máquinas de
barbear e outros equipamentos”,
explica Marko Mauser.
Detentora de uma enorme diversidade de produtos, a Robert Mauser, Lda. – que, com o passar dos
anos, conquistou já o estatuto de
PME Líder – não esconde uma notável ambição para o futuro: alargar
ainda mais o seu leque de atuação,
chegando às necessidades de um
rol cada vez maior de clientes. Tudo
isto através do serviço de qualidade,
variedade e adaptação que sempre
definiu a empresa, bem como do
espírito empreendedor que nunca
abandonou os seus fundadores.
Novembro I 37
Portugal Inovador
38 I Novembro
Portugal Inovador
Novembro I 39
Portugal Inovador
Ao volante da qualidade,
inovação e desenvolvimento
A Toitorres é um concessionário automóvel de referência que lhe garante soluções de grande
qualidade, quer procure um veículo novo ou usado.
Sediada em Torres Vedras, a
Toitorres-Automóveis, S.A. abriu as
portas em 1971 e cedo se revelou
uma referência no setor automóvel.
A comprová-lo está a sua longa
história, na qual se inclui o facto
de esta ter sido a primeira empresa
nacional e europeia a obter a Cer-
40 I Novembro
tificação de Qualidade na área dos
serviços. Mas num percurso amplo
como este, há espaço para outros
méritos, tal como as estratégias de
marketing arrojadas ou a qualidade
do serviço pós-venda, merecedoras
de prémios e indicadoras de um trabalho de excelência, desenvolvido
há mais de quatro décadas.
“Representamos a Toyota, mas
também temos serviços de rent-a-car, vendemos carros usados e
efetuamos serviço de pós-venda”,
explica António Ferreira Nunes,
presidente do conselho de administração. É através de um leque de
atividades como este que percebemos o modo como, ano após ano,
a empresa se foi posicionando num
mercado tão singular como o ramo
automóvel. “O setor tem ziguezagueado durante estes últimos anos,
já que teve o seu apogeu entre
1999 e 2000 e o seu período mais
baixo em 2012, embora se note
agora um ligeiro recrudescimento”,
salienta o também ex-presidente da
ANECRA.
Se há, todavia, um aspeto que
nunca se alterou foi a ligação
entre este concessionário e a Toyota, “uma marca tipicamente de
investigação e desenvolvimento
que reboca atrás de si todo o setor
automóvel mundial”, afirma António
Ferreira Nunes. Basta sublinhar
que foi através da Toyota que surgiu, na década de 1990, o primeiro
carro híbrido (Toyota Prius) ou, já
este ano, um veículo movido a hidrogénio (Toyota Mirai). Caso para
dizer, por isso mesmo, que falar
nesta marca japonesa é fazer-se
alusão “a um nome pioneiro na
procura de novas soluções para o
setor automóvel”.
Linhas Mestras
Contando, atualmente, com
uma equipa composta por 35 colaboradores, a Toitorres pauta a sua
atuação por três grandes linhas
mestras. Em primeiro lugar, a credibilidade: “Criámos um nome que
é respeitado e que não merece discussão”, garante António Ferreira
Nunes. Seguidamente, o fator inovação, na medida que “ao longo do
tempo, criámos várias estratégias
na área do marketing bastante relacionadas com esta região”, explica.
Por fim, o perfecionismo: “Fomos
pioneiros no sistema de melhoria
de qualidade e nunca perdemos
de vista a procura pela qualidade e
pelo melhor serviço possível”.
Já relativamente ao futuro,
existe o desejo de que a empresa
prossiga o seu longo trajeto de
consolidação. “É provável que já
tenhamos ultrapassado o período
de maior ambição em termos de
crescimento no setor automóvel, mas, neste momento, vamos
mantendo-nos bastante atentos ao
mercado”, concretiza o presidente
do conselho de administração da
Toitorres.
Portugal Inovador
Vinhos com sabor a tradição
Com mais de 50 anos de história, a Quinta da Casaboa é hoje um nome de referência e
inovação na produção e venda de vinho premium.
Fazem parte do atual catálogo
os vinhos: Tintaboa, Quinta da
Casaboa (colheita de 2011),
Quinta da Casaboa Alvarinho,
Quinta da Casaboa Merlot/
Touriga Nacional e Casaboa
Reserva.
Está localizada em Runa (Torres
Vedras), remonta ao século XVIII,
foi adquirida por João Ferreira dos
Santos em 1958 e passou, a partir
desse momento, a ser um espaço
dedicado à produção de vinho. Falamos da Quinta da Casaboa (uma
propriedade de 120 hectares), cujo
negócio vinícola se encontra, atualmente, na terceira geração. Mas,
se em tempos este chegou a ser
um lugar onde a produção de vinho
era feita em grandes quantidades,
hospedando uma centena de funcionários, hoje a filosofia é outra.
Com a chegada do milénio, “decidimos fazer algo mais pequeno
e direcionado para os vinhos de
qualidade, queríamos fazer uma
marca”, explica a atual gerente,
Joana Paes. Hoje “temos uma pequena produção, mas que é tratada
com muito cuidado e que acaba
por ser um vinho de Quinta e não
de série”, acrescenta. Explorando
uma área de 20 hectares, entre as
castas de uva utilizadas na produção dos vinhos Quinta da Casaboa
encontram-se a Touriga Nacional,
Alicante Bouschet, Tinta Roriz,
Merlot, Alvarinho e Arinto.
“Não estamos apenas a vender
e a produzir vinho, levamos às
costas toda a nossa história”, afirma
Joana Paes. “Isso é algo que queremos transmitir e, por isso, tentamos
que estes sejam sempre vinhos
muito agradáveis, que tenham estrutura, que reflitam o terroir, porque
queremos mostrar que este é um
vinho de Quinta e com uma família
por detrás”, salienta.
Com uma produção anual a
rondar os 140 mil litros, é além-fronteiras que a Quinta da Casaboa
encontra a porção mais significativa
da sua carteira de clientes. Entre
os principais mercados constam
países europeus como Alemanha,
Bélgica, Dinamarca, Holanda, Polónia, Suiça e Suécia, embora haja
também clientes em Angola, Brasil
ou Estados Unidos. Já relativamente ao futuro, as intenções deste negócio familiar passam pela tentativa
de consolidar o crescimento não
apenas internacionalmente, mas
também em Portugal.
Novembro I 41
Portugal Inovador
40 anos de crescimento
e qualidade
A empresa surgiu em 1975 na freguesia de São Pedro da Cadeira, Torres Vedras. O que
começou numa sociedade entre amigos, tornou-se num negócio familiar. Hoje, 40 anos
depois, os irmãos Jorge Alves e José António Alves são os dinamizadores da Pafigal.
O negócio entrou na família
pouco depois de ter surgido e,
desde então, os irmãos sempre
trabalharam na indústria de
panificação, inicialmente com
os pais. Em 1982, compraram
a Pafigal e, dois anos depois,
começaram as obras no edifício
onde hoje se situa a empresa.
Tendo o desenvolvimento e a
evolução como base, a produção
da Pafigal tem vindo a sofrer
alterações ao longo dos anos.
Com o início marcado pelo pão
cozido, a partir de 1998, depois
de Jorge Alves ter realizado um
curso de pão congelado, a empresa entrou, também, no fabrico
de pão pré-cozido congelado, ao
qual se dedicou até 2009. Desde
essa data, a empresa produz
apenas pão pré-cozido e massas
refrigeradas.
O aumento das encomendas
trouxe o aumento dos trabalhadores. Inicialmente com quatro
42 I Novembro
pessoas, a Pafigal conta agora
com 18 – 10 das quais diretamente ligadas ao fabrico. O
restante número divide-se pela
manutenção, distribuição (com
uma frota de 12 viaturas) e escritórios. Foi necessária, também,
a ampliação das instalações e
a obtenção de novos equipamentos.
Com uma faturação de cerca
de 900 mil euros, no ano passado, Jorge Alves acredita que
“este ano deverá rondar 1,5
milhões”, fruto de um negócio
com um dos principais clientes,
o Intermarché. Trabalham com a
grande distribuição e, essencialmente, com o mercado nacional,
de Norte a Sul, fazendo entregas
na Maia e em Paços de Ferreira
e têm como clientes a Sonae.
Mas existe, ainda, uma pequena percentagem de produção para o exterior com dois
clientes no Luxemburgo e um
na Bélgica, para quem fabricam
um tipo de pão diferente. “O pão
que fazemos para esses clientes
não vendemos cá, a não ser no
Norte. Há uma preferência pelo
pão mais leve e adequamos o
nosso fabrico para responder às
exigências”, explica José António
Alves admitindo que “o forte da
empresa é o fabrico do pão da
região”.
No entanto, embora haja uma
abertura internacional e vontade
de exportar mais, os empresários
confessam que ainda não têm
reunidas condições para fazê-lo
e que o que vendem “é aquilo
que tem aparecido”.
Pretendem manter a confiança e a preferência dos seus
clientes, continuando a exercer um serviço de qualidade e
competência que responda às
necessidades dos compradores.
Portugal Inovador
Novembro I 43
Portugal Inovador
“Crescer,
produzir e servir”
Fundada por Rodrigo Pedrosa, há 40 anos,
a Divercol direcionou-se desde cedo para o
mercado do mobiliário e madeiras. Hoje,
depois de muitos altos e baixos, é uma das
principais produtoras nacionais de vernizes
e afirma-se, cada vez mais, com a entrada
em novos mercados, fruto da sua
investigação e desenvolvimento.
Surgiu em novembro de 1975,
depois do regresso de Rodrigo Pedrosa de Angola, para onde partiu
com 19 anos. Lá enveredou pela
área comercial onde esteve “numa
posição de gestão de uma grande
empresa que fazia equipamentos
de rádio”.
A sua atividade profissional em
Portugal iniciou-se com a ajuda de
um cunhado, engenheiro químico,
que se mudou para Paços de Ferreira e o aconselhou a dedicar-se à
produção de colas para madeiras,
uma vez que o mobiliário era um
mercado em crescimento.
Com dificuldades no ramo das
colas, recomeçou a sua produção
com “vernizes para madeira que
são, ainda hoje, uma referência
nacional no mobiliário”. Atualmente,
a Divercol conta com a produção
de todo o tipo de tintas, esmaltes,
isolantes, diluentes, removedores,
entre outros produtos, que se po44 I Novembro
dem encontrar em vários postos de
venda espalhados pelo país. “Temos
grandes empresas como clientes: a
Leroy Merlin, a AKI, o Bricomarché,
que foi o nosso primeiro parceiro em
2000, Bricor e o E. Leclerc…”, relata
Rodrigo Pedrosa.
Hoje, a Divercol acolhe 37 colaboradores, entre os quais cinco são
engenheiros. Sendo esta a empresa mais conhecida, é importante
salientar que o empresário detém
outras sociedades, nomeadamente
a Trimobiliária, a Lusoprocessos e
a Diverpaços, e associadas à Divercol estão ainda a Tintinhas como
“empresa de apoio à bricolage”, a
Vedeta com os vernizes e tintas decorativas para velas e a Portimpact
no fabrico de escadas, escadotes e
estendais em alumínio.
A mudança
A 4 de julho de 1996, o fundador
da Divercol, viu a sua fábrica, na
altura instalada em Paços de Ferreira, ser “devorada pelo fogo”. Um
incêndio que não conseguiu parar
a produção da empresa que tinha
encomendas e prazos para cumprir. “Quando tivemos o incêndio,
ficámos sem nada. Mas tivemos
fábricas que nos emprestaram máquinas, os comerciais foram buscar
materiais a clientes que tinham em
stock e, nesse mesmo mês, arranjei
umas instalações e começámos a
trabalhar numa propriedade minha.
Vendemos pouco menos do que
num mês normal”, explica com desgosto pelo incidente, mas orgulhoso
pelo trabalho da sua equipa.
Porém, já havia o desejo de
mudar de instalações antes deste episódio… Em 1995, Rodrigo
Pedrosa havia entregue o projeto
da nova empresa (a atual) ao seu
amigo e arquiteto Vítor Martins que,
rapidamente, o apoiou, bem como
a Câmara Municipal de Paredes a
quem o empresário expressa o seu
agradecimento. A nova Divercol,
em Lordelo, Paredes, começou a
trabalhar em 1998 e em 1999 teve
a sua inauguração oficial.
Portugal Inovador
Filosofia
“Tem sido uma empresa que se
tem pautado por uma filosofia de
trabalho onde não queremos ser
os maiores, mas queremos ser dos
melhores”, afirma Rodrigo Pedrosa.
Mantendo a sua própria visão do
mercado, admite não querer sair
do seu “habitat” onde tem o controlo e assegura o crescimento da
empresa.
“Ainda dentro desta filosofia,
existe outra: não quero vender
preço, quero sim vender qualidade.
Porque se vender preço teremos
certamente problemas e reclamações. Por isso, prefiro apostar na
qualidade”, continua o empresário,
explicando que é desta forma que
se conseguem manter firmes no
mercado.
A simpatia, flexibilidade, qualidade e resposta rápida, são quatro
pontos que Rodrigo Pedrosa considera muito importantes: “Se o cliente
tem necessidade urgente de determinado produto, facilmente damos
resposta”, explica-nos, sendo fruto
da “versatilidade empresarial” que é
“uma das vantagens das empresas
de menor dimensão”.
A crise e o setor
Com a recessão económica veio,
a crise no setor onde se insere a Divercol. “As empresas produtoras de
tintas estão ligadas à construção e,
naturalmente, quando a crise atinge
este setor, segue-se de imediato
a indústria do mobiliário. Depois
destas duas áreas de grande valor
acrescentado para a nossa economia, é atingida a área das tintas e
vernizes, uma indústria subsidiária
da construção e mobiliário. Em traços gerais é este o circuito do nosso
setor”, explica.
“Eu nunca vi este setor muito
pujante, porque há áreas, como
a nossa, onde qualquer um pode
contactar uma empresa comercializadora de produtos químicos e com
muita facilidade lhes são fornecidas
umas fórmulas orientadoras, que facilitam o início da produção de tintas
e ninguém diz nada. Transparecen-
do uma imagem muito negativa da
qualidade das mesmas”, desabafa
Rodrigo Pedrosa que considera
ser este um problema para todos
no setor.
Sendo a Divercol uma média
empresa familiar, este diz sentir-se
“emparedado” entre as pequenas
e as grandes empresas, ou seja, é
“empurrado por baixo e pressionado por cima”. Desta forma, diz não
poder vender tão barato e tão fraco,
mas também não consegue vender
ao preço que vendem as grandes
empresas.
Tentando estar sempre “na crista
da onda”, há uma forte aposta no
desenvolvimento e na inovação de
produtos. Exemplo disso é o gel
para fondue, o único produzido em
Portugal.
Há, ainda, o investimento na preparação/formação profissional dos
comerciais, essencialmente, dos
que estão na área do mobiliário, com
o objetivo de conseguir uma rápida e
eficaz assistência ao cliente.
internacional, porque “há sempre
perspetivas”, mas admitindo que
esse não é o seu caminho, neste
momento.
Distinção
A 29 de junho deste ano, Rodrigo
Pedrosa viu o mérito do seu trabalho
ser reconhecido pelo Presidente da
República, Prof. Dr. Aníbal Cavaco
Silva, numa cerimónia onde foi distinguido com o grau de Comendador
da Ordem do Mérito Empresarial,
Classe do Mérito Industrial.
Para além de deter um vasto
número de empresas, o comendador foi, também, presidente da Associação Empresarial de Paços de
Ferreira e esteve como membro da
direção da Associação Portuguesa
de Tintas, (APT) durante nove anos.
Futuro
“Da Divercol podem esperar um
crescimento sustentado”, diz-nos
o empreendedor que explica ter
existido, recentemente, “alterações
na estrutura da empresa” que conta com uma equipa mais jovem e
dinâmica.
Há a crença num “crescimento
seguro como tem sido até aqui”,
não excluindo totalmente o mercado
Novembro I 45
Portugal Inovador
46 I Novembro
Portugal Inovador
A ciência de fazer contas
É no coração de Paços de Ferreira que se encontra a Bruno Taipa Contabilidade.
Bruno Taipa chega a Paços
de Ferreira com uma prévia experiência nas mãos. Em 2005
criou uma empresa com um sócio
da Lixa, no concelho de Felgueiras, inaugurando aí mesmo
o seu primeiro gabinete. Neste
primeiro contacto empresarial
apercebe-se da existência de
um mercado mais amplo em
Paços de Ferreira, sendo pois
uma aposta segura. Uma vez
que o crescimento nesta cidade
superava a dinâmica empresarial
da Lixa, mudam-se para um novo
escritório e começam a trabalhar
de forma independente. Dada
a evidente autonomia de cada
um, consideraram que não fazia
sentido manter a sociedade e é
neste contexto que Bruno Taipa
se estabelece a solo em Paços
de Ferreira.
Como gerente da Bruno Taipa
Contabilidade, louva a importância da sua equipa pela competência que culmina em valores como
apresentação, atendimento e
colaboração com os mais de 170
clientes que tem em carteira. O
nosso entrevistado considera que
a gestão dos recursos humanos
com mestria aumenta, em muito,
a sua produtividade.
Preza ainda o estatuto pessoal
de cada um dos seus membros,
entendendo que se sentirem motivadas e lhe seja proporcionada
uma melhor qualidade de vida
ganham ambas as partes: “Ter
pessoas qualificadas e motivadas é o futuro”.
Bruno Taipa encara a Contabilidade como uma ferramenta para
o empresário, “uma ferramenta se
ele souber aproveitar” porque, em
termos de atuação no mercado,
é o contabilista que organiza os
impostos, apura as responsabilidades que o cliente possa ter ao
nível da Segurança Social, da
Autoridade para as Condições
do Trabalho, das Finanças e
do Banco de Portugal. Falando
como autor destes mesmos encargos, acrescenta que o papel
do contabilista em geral passa
por prestar assessoria e de cumprir todas as obrigações fiscais
das empresas, que passam pelo
processamento de salários, pela
gestão, organização, criação de
projetos de investimento e ainda
de consultoria. Admite existir um
rigor fiscal e de controlo por parte
das entidades responsáveis pelo
seu cumprimento e que nesse
sentido é impossível fugir por
outro caminho que não o certo:
“Se a contabilidade mostrar que
a empresa é viável, os Bancos
apoiam e dão uma qualificação à
empresa”. Não só atribui um peso
à organização, como considera
o marketing o pontapé de saída
para a imagem da empresa – é
através de um bom plano de marketing que esta se dá a conhecer,
cresce e fatura.
A comemorar 10 anos de trabalho em Paços de Ferreira, Bruno Taipa e a sua equipa prometem continuar a oferecer aos seus
clientes os seus serviços, com
profissionalismo e rigor, ajudando
a espelhar uma boa imagem das
empresas, acreditando no futuro
da nova geração.
Novembro I 47
Portugal Inovador
Referência na
Metalomecânica
A Adunguem surgiu em 2005 para dar resposta à manutenção de equipamentos industriais.
Há três anos lançou-se no fabrico e hoje, com esforço e dedicação, tem a sua marca M&G
Steel Machines registada, a primeira marca nacional de linhas de furação e corte.
resposta que damos no serviço
pós-venda ao cliente, é isso que nos
diferencia. Não tenho comerciais, é
o nosso nome e o nosso trabalho
que vendem”, afirma o empresário.
M&G Steel Machines
Depois de trabalhar alguns anos
no departamento de engenharia
da Continental Mabor, na área da
manutenção e automação industrial, Manuel Ramos, o fundador
da Adunguem, dedicou-se ao seu
próprio negócio.
Com um vasto conhecimento e
tecnologia à sua disposição, o empresário começou por dar os primeiros passos na indústria do mobiliário
e metalomecânica com a reparação
de equipamentos. Convidado por
algumas pessoas, iniciou-se no
serviço pós-venda de uma marca,
para a qual trabalhou durante alguns
anos. Mas, rapidamente, viu o seu
trabalho reconhecido e, com a preferência dos clientes, a marca quis
a exclusividade dos seus serviços,
48 I Novembro
convite que Manuel Ramos preferiu
declinar. Assim, começou os seus
próprios trabalhos nesta indústria e
hoje conta com oito trabalhadores
e o sócio, Giani Brito, que iniciou
o seu trabalho na empresa como
colaborador.
Manuel Ramos desenvolveu
toda a parte técnica e só depois
desse departamento “ter pernas
para andar” é que a Adunguem criou
o departamento comercial e partiu
para a venda. “O processo de fabrico
passa pelo desenvolvimento do software, ao controlo CNC, até à parte
estrutural” e hoje fazem máquinas
“que são as linhas de processamento de perfis metálicos M&G Steel
Machines”. “O nosso crescimento
e o nosso “know-how” advêm da
“Estamos no mercado, somos os
únicos fabricantes a nível nacional e
fazemos praticamente tudo dentro
de portas – desenvolvimento, assemblagem, toda a parte eletrónica
e software – só não fazemos o corte
da chapa e a pintura”, começa por
explicar Manuel Ramos, que atribui
esse trabalho a empresas locais.
A M&G Steel Machines tem um
sistema de furação de três cabeçais
e controlo CNC, ideal para empresas que manipulam o aço estrutural
com uma grande versatilidade e
grandes produções; um sistema de
medição mediante empurrador para
medições com uma tolerância muito
rigorosa; conta com um CNC NUM,
uma aplicação desenvolvida pela
Adunguem de fácil gestão e simples,
compatível com os principais softwares existentes no mercado.
Com o constante avanço tecnológico, a empresa considera que a
manutenção e a automatização das
máquinas são um ponto muito importante na produtividade e pretende
por isso prestar um serviço eficaz
aos seus clientes, com um acompanhamento de qualidade constante.
Portugal Inovador
Mercado e
Investigação
“Somos seis fabricantes a nível
mundial deste tipo de equipamentos. É uma área muito específica”,
relata Manuel Ramos que trabalha
com o mercado nacional e internacional, quer na Europa bem como
em África e na América Latina.
“No que diz respeito ao desenvolvimento, andamos quase seis
anos em investigação e isso é o
coração de todo o trabalho e de
todo o processo”, admite. A in-
vestigação foi feita com recursos
próprios e, apesar de não ter sido
um percurso fácil, o empresário
garante que “foi um risco ponderado” e que “a máquina já está em
andamento”.
Preparados para tudo e preocupados com a inovação do setor,
cedo despertaram a curiosidade e
admiração do mercado. “Quando
começámos a fazer o primeiro
equipamento, até o fabricante
da parte eletrónica veio cá para
perceber quem éramos. Porque
fizemos o maior e mais complexo
equipamento que existe nesta
área”, conta orgulhoso. “Regra geral, as empresas começam a construir passo a passo os processos
manuais, semiautomáticos, automáticos, mas nós não. Partimos
logo para a parte mais complexa.
Ganhámos a admiração e já nos
colocam como referência perante
possíveis clientes”.
Atualmente, a Adunguem tem
parceria com a Tecoi, uma empresa espanhola fabricante de
e querem que os clientes acedam
à vanguarda da tecnologia.
Para o futuro, Manuel Ramos
quer procurar parceiros “numa
vertente diferente” e conta com
alguns contactos já feitos, no sentido de “em vez de ser a empresa
a assemblar os materiais, dar esse
projeto a parceiros subcontratados” para que sejam eles a fazer a
montagem mecânica. Desta forma,
quando os equipamentos voltarem
à Adunguem será só para “montar
a parte electrónica e a mecânica
máquinas de corte de plasma,
laser, centros de mecanização de
chapa, etc.
de precisão”, que é “o segredo”
da empresa.
O objetivo passa por conseguir
ter mais capacidade de resposta,
em curto prazo, uma vez que o
número de encomendas tem aumentado e “uma máquina destas
demora, sensivelmente, dois a três
meses para ser produzida”. Os
equipamentos são personalizados
e “não há duas máquinas iguais,
são fabricadas à medida do cliente
e de acordo com o seu layout”,
termina.
Futuro
Com a ambição de ser uma empresa de referência e continuar a
crescer no mercado, a Adunguem
coloca o cliente e as suas necessidades em primeiro lugar. Há uma
grande preocupação no sentido de
apresentar sempre a melhor solução custo/benefício. Pretendem
responder com rapidez e eficácia
Novembro I 49
Portugal Inovador
Serralharia de confiança
Foi em 2005 que Carlos Barbosa se lançou na construção da sua empresa. Inicialmente,
em sociedade, hoje, sozinho gere a Serralharia Cidade com a colaboração da filha, Diana
Barbosa.
Com um passado sempre ligado
à área da serralharia civil, Carlos
Barbosa decidiu criar o seu negócio
em parceria com Luís Sousa, quando
a empresa onde ambos trabalhavam
começou a dar sinais de declínio. A
sociedade durou cerca de sete anos
e desde 2012, o empresário é o dinamizador da Serralharia Cidade.
Com o apoio e colaboração de uma
equipa de profissionais competentes,
desenvolveu desde o início da sua atividade, o fabrico e montagem de todo o
género de trabalhos em ferro (portões,
gradeamentos, portas, janelas…);
estruturas metálicas (coberturas,
escadas e armazéns); revestimentos
(em chapa painel sandwich e chapa
lacada) e inox escovado e polido (portões, gradeamentos e todo o tipo de
acessórios para mobiliário e estofos)
tendo este último grande crescimento
e destaque na Capital do Móvel.
50 I Novembro
“Até hoje não recusei qualquer
trabalho”, admite o empresário. E a
filha confirma: “Uma das maiores qualidades do meu pai é a sua criatividade.
Por maior e mais complexo que seja
o problema apresentado, ele sempre
encontra uma solução”, afirmando ser
esta uma das mais-valias da empresa.
Atualmente, com oito funcionários,
a empresa tem como objetivo primordial, garantir a satisfação do cliente
com base no profissionalismo e honestidade“. Não aceitamos trabalhos
que à priori sabemos não conseguir
entregar no prazo estipulado”, explica
Diana Barbosa.
Ao nível de mercado, a serralharia abrange todo o território nacional
sendo que o Norte ocupa cerca de
70% da produção e os restantes 30%
dividem-se por vários pontos do país
e, ainda, pelo mercado externo, essencialmente, o francês.
Com um portfólio de clientes bastante diversificado, a Serralharia Cidade orgulha-se de ter colaborado com
as obras efectuadas no ano de 2014 no
Estádio Capital do Móvel, reforçando
assim a parceria de quase nove anos
com o clube da terra, o Futebol Clube
de Paços de Ferreira. Executaram todo
o gradeamento em ferro da bancada
nova, portões e revestimento da fachada, sem esquecer os trabalhos em inox
nos WC`S (lavatórios e urinóis).
São vários os projetos para empresa no futuro. Passam estes pelo
investimento ao nível de capital
humano, de equipamentos, infraestruturas, bem como a consolidação
do alargamento ao mercado internacional, crescimento este baseado “na
humildade, no profissionalismo e na
honestidade”.
Portugal Inovador
“Segurança, cuidado
e qualidade de serviço”
A ideia que nasceu em Figueira de Castelo Rodrigo, na Guarda, em 1999, rapidamente se
tornou um projeto com futuro. Em Paços de Ferreira há um mês, a Onidesk apresenta uma
variedade de ferramentas atrativas e de confiança.
A Onidesk surge inicialmente
com o intuito de criar projetos que
consistiam em “passar publicidade e
conteúdos digitais para ecrãs LCD ligados a um computador, que por sua
vez permitia atualizar informações
em tempo real”. Começaram depois
a surgir outros, mais exigentes,
como a criação de um software para
“gestão de filas” e, recentemente,
em parceria com um laboratório de
Engenharia e Geofísica em Lisboa,
criaram um software interno para a
gestão de processos da empresa.
Com uma carteira de clientes
maioritariamente empresarial, a
Onidesk esteve envolvida, ainda, no
desenvolvimento do Saft, “o ficheiro
de auditoria das Finanças que regista
e lê as informações do cliente quando
procede à fatura”, tendo sido uma
das primeiras empresas a fazê-lo.
Com uma vasta gama de serviços como Design Gráfico, criação
e gestão de websites, instalação de
câmaras de vigilância, desenvolvimento de aplicações e software, “que
valorizem e ajudem as empresas”, a
Onidesk conta também com o serviço
de reparações de hardware. Este
último está entregue a Bruno Rivera
que, sendo autodidata, faz uma “pesquisa abrangente” para melhor servir
os clientes, uma vez que é uma área
em constante inovação.
No que diz respeito ao software, é
José Franco o responsável. E quando não tem capacidade para responder ao que o cliente pede, recorre a
“outsourcing”, ou seja, repartem “os
módulos” e entregam a parceiros de
confiança.
A empresa recorre, geralmente,
à tecnologia “opensource”, isto é,
ao software livre onde todos podem
contribuir para o desenvolvimento e
todos podem usufruir dele. É esta
vertente que permite à Onidesk ter
a capacidade de não cobrar alguns
serviços, o que ajuda na angariação
de clientes.
Com uma abrangência de mercado
não só nacional como também internacional, contam com clientes na Europa,
Brasil e Austrália. E estando há apenas
um mês em Paços de Ferreira, têm já
consigo uma carteira de vinte.
Para o futuro querem evoluir e
existem três projetos em desenvolvimento. Um projeto de uma “aplicação
de faturação para vender aos clientes”, outro “ao nível de prospeção de
mercado” com “uma aplicação que
permite ao cliente que deixa um computador ou um tablet na loja, saber
como está a decorrer todo o processo
de reparação a partir de casa”, e um
terceiro que consiste num “servidor
interno para alojar páginas, tanto a
parte de registo como alojamento
do site, a nível empresarial, com a
oferta de um pacote completo de
um serviço anual feito internamente”.
“Há algo onde invisto muito e é
necessário falar sobre isso, no profissionalismo e na qualidade do serviço.
Nós lutamos todos os dias para evitar
erros básicos, e temos muito cuidado
na reparação dos equipamentos, porque a segurança é muito importante”,
admite Bruno Rivera, afirmando que
é isso que os diferencia.
Novembro I 51
Portugal Inovador
O último passo
que enaltece a obra
A Abrelac é uma das empresas pioneiras na prestação de serviços de lacagem na Capital do Móvel.
A paixão pela pintura começou
no mundo automóvel onde laborou durante 12 anos. Em 1992,
Luís Abreu começou, nos tempos
livres, a dedicar-se à lacagem e
acabamento de mobiliário que “tinha como base o mesmo sistema
de pintura utilizado nos carros”.
Nesse momento, alguns familiares
aconselharam-no a focar-se nessa
atividade. “De um hobby passou a
um trabalho que consumia muito
do meu tempo” e que acabou por
trabalhar por conta própria em
nome individual até ao ano de
2001, nesse mesmo ano constituiu
a empresa Abrelac, em sociedade
com a esposa, Laurinda Marques.
Com o volume de trabalho a
aumentar tornou-se evidente a
necessidade de mudar de instalações, “negócio que se propiciou
após o fecho da empresa que laborava nesse espaço”. Não sendo
necessária a construção de raiz
de uma unidade fabril, a mudança,
em 2006, fez-se rapidamente para
outras instalações na rua de Além
nº 49 Eiriz, Paços de Ferreira, permitindo dar continuidade a todo o
52 I Novembro
trabalho sem prejuízo para a firma
e clientes.
Objetivamente, a Abrelac procede à prestação de serviços de lacagem a empresas de mobiliário: “Os
clientes trazem os móveis em bruto
e nós aplicamos o acabamento
consoante o gosto do cliente final”.
A evolução também neste setor é
constante e a panóplia de materiais
é diversa para acabamentos em
mobiliário novo ou para restauro,
por exemplo, rústico, moderno,
decapé, folheado a prata ou ouro
(estes dois últimos num sistema
mais artesanal), entre outros. Mas
Luís Abreu salienta que o mais
requisitado é o lacado: “Quando
comecei nesta atividade, éramos
apenas dois ou três lacadores em
Paços de Ferreira e agora o número
é muito superior”; prova da crescente requisição deste serviço.
Quais as vantagens deste tipo
de acabamento? Luís Abreu destaca a facilidade de limpeza, para
além de que “se forem bem cuidados são acabamentos de longa
duração e/ou caso contrário podem,
facilmente, ser novamente pintados
adquirindo um ar renovado”. Nesse âmbito, “têm aparecido móveis
com mais de uma década que
saem daqui como novos; podem
ser feitas pequenas alterações à
estrutura que após a lacagem são
impercetíveis de detetar, também
podendo alterar a cor logo o móvel
fica como novo, algo que já não
acontece com as madeiras pois
dificilmente se consegue manter a
mesma cor”, destaca.
A equipa, composta por 20
profissionais, garante a qualidade
exigida pela administração, nesse
sentido o número de parcerias é
crescente. Trabalhando essencialmente para a região Norte, a
Abrelac é um exportador indireto
dado que muitos dos seus clientes
vendem para vários países como
Luxemburgo, França, Espanha,
Suíça, Bélgica, Irlanda, Inglaterra,
Mónaco, Noruega, USA.
Tendo começado a sua atividade no setor automóvel, Luís Abreu
pondera o futuro não descartando a
possibilidade e ampliar o projeto, no
entanto fica a certeza que “a paixão
pelos carros não terminou”; quem
sabe Luís Abreu não retorna, num
futuro próximo, à sua primeira paixão.
Portugal Inovador
Mecânica com profissionalismo
e honestidade
São estes os dois valores que José Meireles realça quando fala daquilo que é mais importante
na Auto Meireles, empresa na qual veio aplicar toda a sua experiência no ramo da mecânica
automóvel.
A referida experiência começa
em 1976, ano em que ingressa
num concessionário Renault. Foi lá
que se especializou (chegou a ser
mecânico qualificado da marca) e
fez o seu percurso até 1998, altura
em que a empresa encerrou portas.
Confessa que até aí a possibilidade
de empreender nunca tinha estado
nos seus horizontes, mas arriscou.
Apoiado nas habilitações que tinha
e na reputação junto dos clientes,
conseguiu fazer com que a aposta
fosse bem sucedida. O negócio
cresceu, as instalações foram ampliadas e novos funcionários foram
recrutados.
Esclarecendo-nos então acerca
do conjunto de serviços que a Auto
Meireles oferece, o entrevistado
diz-nos que “o forte é a parte da
mecânica e eletricidade ligada à
mecânica, tendo havido também
alguma especialização na parte
eletrónica e ainda os serviços de ar
condicionado, pneus e alinhamento
de direção”. Para outras componentes como serviço de eletricista ou de
chaparia e pintura, José Meireles
tem “parceiros estratégicos para
os quais faz o encaminhamento”.
Como nos explica, esta preocupação em ter um serviço completo
tem como intuito “a fidelização do
cliente” e exige um contínuo esforço
de investimento em nova maquinaria que vai surgindo no mercado.
Como consequência desse esforço,
a Auto Meireles já conseguiu uma
ampla rede de clientes na região do
Grande Porto e do Vale do Sousa.
Agora, para o futuro, José Meireles
chama a atenção para a necessidade de se adaptar “às novas
tecnologias” e ao enorme desafio
que vêm colocar aos mecânicos
tradicionais: “Com os automóveis
híbridos e elétricos a serem cada
vez mais, esta geração de mecânicos tem os dias contados. Neste
momento, a ambição é lutar para
termos mais domínio da parte elétrica e eletrónica e aí a formação é um
ponto muito importante, apesar de
ser muito cara para as empresas”.
Por fim, pronunciando-se sobre
a realidade local, o responsável
deixa uma referência para um
problema que existe em termos de
associativismo: “No geral, as empresas do ramo automóvel, aqui de
Paços de Ferreira, relacionam-se
mal umas com as outras. Já houve
a tentativa de criar uma associação
automóvel na nossa zona, mas foi
abandonada e seria bom que isso
acontecesse”, conclui.
Novembro I 53
Portugal Inovador
Madeiras
de excelência
Bernardino Moreira, gerente da Divermadeiras, falou-nos
da empresa que fundou em 2013, em Paços de Ferreira,
e das perspetivas para o seu futuro.
O percurso do nosso entrevistado no setor teve início há cerca
de 15 anos. Começou por trabalhar
por conta de outrém na venda de
madeiras e, graças à vasta carteira
de clientes que foi conquistando,
sentiu-se confiante para montar o
seu próprio negócio. Neste momento, a Divermadeiras é um importante parceiro de muitos produtores
de mobiliário da região de Paços
de Ferreira e não só. A madeira,
que tem proveniência nacional e de
França, é comercializada, sobretudo ao nível local, mas Bernardino
54 I Novembro
Moreira refere-nos exemplos de
clientes de outros pontos como Braga, Vila Nova de Gaia ou Aveiro. As
variedades de madeira são diversas, estando incluídos o carvalho,
faia, freixo ou pinho.
Ajudando-nos a perceber como
é que as diferentes etapas se
processam na Divermadeiras, o
responsável explica-nos que a matérias prima é “comprada em toros,
é serrada e metida em tábua. O
produto é vendido em tábua e à palete”. Para dar conta deste trabalho,
a empresa dispõe de umas instala-
ções de seis mil metros quadrados,
uma serração em Frazão, Paços de
Ferreira. A equipa que aqui labora
é composta por quatro pessoas
que Bernardino Moreira considera
serem de extrema importância para
o sucesso da empresa.
Até agora, o balanço é positivo e
os resultados conseguidos dão-lhe
solidez para ambicionar um crescimento ao nível de vendas e da equipa. “Queremos ir com calma, mas as
perspetivas são essas”, declara. A
estratégia com que a Divermadeiras
espera conseguir esse crescimento
passa, em grande medida, pela diversificação das espécies de madeira,
como as do Brasil e África.
Por último, o gerente deixa-nos
o seu comentário a respeito da
realidade do seu setor. Diz-nos que
“tem havido oscilações”, mas que a
forte aposta dos criadores de mobiliário na exportação tem ajudado:
“Os outros países já são mercados
que requerem mais mobiliário à
base de madeira e isso faz com que
haja mais procura e mais trabalho
para empresas como a nossa”.
Portugal Inovador
Leitão de referência em Paços
de Ferreira
Desde 2000 e com 30 anos de restauração, António Gonçalves e Tomásia Palma são os donos
do restaurante Leitões do Calvário, prezando o profissionalismo e a qualidade do serviço.
Inicialmente com três sócios,
António Gonçalves começou como
gerente. Meio ano depois, adquiriu
o restaurante e, hoje, é um negócio
familiar que partilha com a esposa,
Tomásia Palma, que está encarregue da cozinha.
Com quatro funcionários, o
restaurante serve, para além da
especialidade de leitão assado, cozinha tradicional portuguesa como
o bacalhau no forno, à brás, o polvo
no forno e bife. “Temos, também, o
frango assado com molho de leitão
que é feito por encomenda a qualquer hora e o qual recomendamos”,
afirma Tomásia Palma.
Trabalham por encomenda
e têm o serviço take-away. Com
clientes todos os dias, admitem
que o grosso de trabalho decorre
ao fim de semana e aconselham
os clientes a efetuarem reserva. De
qualquer forma, “há sempre leitão,
mesmo sem marcação prévia”.
No que diz respeito a eventos,
o restaurante faz de tudo dentro
da capacidade que tem para 60
pessoas. Desde casamentos a batizados, são muito procurados pelo
Futebol Clube de Paços de Ferreira
quando o clube procura fazer uma
festa. Esta relação de proximidade
deve-se ao facto de todos os presidentes e jogadores que passaram
pelo clube serem clientes habituais.
“A matéria prima diferencia-nos
dos outros”, começa por explicar
António Gonçalves, “os métodos
são iguais, e a diferença passa,
se calhar, pelo nosso leitão que é
nacional e pelos fornos que são a
lenha”. Com o mesmo fornecedor
há vários anos, os empresários
afirmam que estão bem servidos e
não tencionam trocar, uma vez que
“nunca houve queixas”.
Para além dos pratos já referidos, fazem, ainda, rissóis de leitão.
“Para não termos leitão aquecido,
quando sobra de refeição para
refeição, fazemos os rissóis”, explicam e afirmam “se não somos
os primeiros, somos, pelo menos,
dos primeiros a fazer este tipo de
rissóis no país”. Para além da venda no restaurante, fornecem vários
espaços e contam com clientes no
Porto e em Ovar.
Neste momento, são abastecidos de leitões duas vezes por semana. No entanto, “se houver uma
quebra” há sempre a oportunidade
de recorrer ao fornecedor em qualquer altura.
Para o futuro, António Gonçalves e Tomásia Palma esperam
“continuar com a mesma qualidade
e melhorar sempre que preciso”, no
sentido de manter os clientes.
Novembro I 55
Portugal Inovador
Quem corre por gosto, não
cansa; quem viaja, também não
A agência Bestravel está presente em Paços de Ferreira e disponibiliza as melhores ofertas
e os melhores preços aos seus clientes.
Foi em fevereiro de 2008 que
António Brito decidiu dar um novo
alento à sua vida profissional, incitando a sua paixão pelas viagens.
Formado na área de Engenharia e a
trabalhar na indústria, abandonou o
emprego que tinha e optou por abrir
um negócio próprio. Assim nasceu
a agência de viagens Bestravel em
Paços de Ferreira, gerida por António Brito e pela sua irmã Margarida
Teixeira, a trabalhar desde janeiro
de 2012.
Com a Bestravel, a maior rede
de agências de viagens em franchising, que detém mais de 45
lojas instaladas em todo o país,
António Brito deu azo ao seu lado
empreendedor e é através do mesmo que sustenta o seu gosto pelas
viagens e o deleite em oferecer
56 I Novembro
aos clientes os melhores serviços
e os melhores pacotes de viagem.
É com qualidade nos serviços que
oferece, na disponibilidade e com
muita dinâmica que António Brito
cumpre o seu horário laboral, sem
qualquer problema, porque quem
corre por gosto, não cansa. “Como
costumo dizer, estou 24 horas disponível”, vinca.
Embora seja um mercado um
tanto sazonal, diz-nos que há sempre trabalho; apesar de no verão as
pessoas se dirigirem mais facilmente à agência, no inverno contactam
ou fazem os pedidos por correio
eletrónico. Não deixa de ser uma
circunstância que varia de região
para região, mas por norma é um
trabalho constante. Consciente da
instabilidade do mercado, salienta
que “no inverno o que alimenta as
agências são as empresas e a imigração”. Conta-nos ainda, em jeito
de curiosidade, que as preferências
dos destinos do concelho são no
mercado nacional, principalmente o
Algarve, e internacional, o México, e
as Ilhas Espanholas. Relativamente
aos empresários de Paços de Ferreira os destinos mais frequentes
são o Brasil, Moçambique e Angola.
À parte deste espetro, o crescimento, conforme nos diz António Brito,
é um fator que se tem verificado
desde que abriu em 2008 e por isso
perspetiva manter essa condição
para o futuro.
No dia-a-dia, os dois irmãos,
para além do atendimento ao cliente local, respondem aos pedidos por
e-mail (que são cada vez mais) ou
por telefone, mas o trabalho mais
importante e que está por detrás
do olhar do público, passa por fazer
muitas pesquisas e trabalhos de
busca, uma vez que existem muitas
ofertas para o mesmo produto.
Por fim, António Brito, ciente
de que as pessoas são cada vez
mais autodidatas, acredita que uma
agência tem mais ferramentas e
opções para resolver problemas
que possam surgir aos clientes e,
nesse sentido, espera dar todo o
apoio; mais do que vender, procura
aconselhar e oferecer ao cliente
umas férias de acordo com as suas
preferências.
Portugal Inovador
Novembro I 57
Portugal Inovador
Salão Imobiliário de Portugal
A Portugal Inovador não poderia deixar de marcar presença no Salão Imobiliário de Portugal (SIL) que
decorreu de 7 a 11 de outubro na Feira Internacional de Lisboa (FIL).
A exposição reuniu na capital portuguesa 250 expositores no maior salão do setor imobiliário do país.
Para além dos grandes Grupos, entidades bancárias e associações ligadas ao setor, os visitantes,
particulares e profissionais, tiveram a oportunidade de analisar mais de 200 mil imóveis, 200 mil
­oportunidades de negócio.
A abertura do crédito bancário, os benefícios fiscais concedidos a investidores, a descida e atual
­esta­gnação do valor dos imóveis, cativaram este ano um número considerável de interessados na
aquisição de imóveis para investimento ou para habitação própria.
De salientar que em nota de imprensa a SIL refere a presença de investidores e compradores oriundos de
países “como Reino Unido, China, França, Brasil, Angola e Moçambique. De assinalar ainda ­presenças
do Dubai e dos Estados Unidos”.
58 I Novembro
Portugal Inovador
“É a união que faz
o nosso sucesso”
São três as agências que compõem a Remax Caparica – Charneca da Caparica, Costa da
Caparica e Feijó (sede). Luís Amado e Anabela Rodrigues são os brokers desta família Remax.
A Remax Caparica tem sede
num espaço com 1000m 2, dispersos por três pisos, “o maior
espaço Remax a nível nacional
e muito provavelmente ibérico”.
Inaugurado em 2008 por Luís
Amado e o seu sócio Cândido
Carapinha, “numa época em que
ninguém esperava o que viria a
suceder com a queda da Lehman
Brother’s”, muitos consideraram
um arrojo a abertura de um espa-
ço destas dimensões. A realidade é que a este sucederam-se a
abertura das agências da Charneca da Caparica e da Costa da
Caparica.
Presente no universo Remax
há 14 anos, Luís Amado confessa-se agradado com o rumo
profissional que tomou: “Somos
um dos pioneiros do Grupo, estamos bem e satisfeitos. Temos
tido, ao longo dos anos, vários
problemas, mas há que saber
ultrapassá-los sempre com vontade de trabalhar”.
Os brokers, Luís Amado (diretor comercial) e Anabela Rodrigues (diretora financeira),
conduzem este projeto. “São
três agências, três realidades”,
confidenciam-nos: “A Charneca
da Caparica é um mercado médio alto; o mercado da Costa da
Caparica tem a particularidade
de, para além de ser residencial,
ter uma vertente de investimento
e de habitação para férias; por
seu turno, as zonas de Feijó e
Sobreda são residenciais, com
um produto médio, médio/baixo, composto essencialmente
por apartamentos com um valor
comercial que dificilmente ultrapassa os 100 mil euros”.
Se cada zona tem a sua particularidade, também existem
épocas do ano mais propícias
à concretização de negócios:
“No verão, trabalhamos muito
na Costa da Caparica e no inverno marcamos presença mais
Novembro I 59
Portugal Inovador
“Obviamente,
vivemos tempos
de maior
contenção, mas
superámos bem
esse período
adverso e quem
sobreviveu, hoje
está a colher os
louros”.
forte nas outras duas frentes”,
revela o broker. E durante o período de crise? Questionámos.
“Nesse período, foi a sede, em
Feijó, que apresentou um maior
volume de negócios, porque
surgiram muitos investidores
– numa altura em que o mercado do arrendamento subiu em
flecha – que compravam para
arrendar; muitas famílias que
retiraram as suas poupanças da
Banca e investiram em imobiliário, obtiveram daí rentabilidade,
ficando mais seguros quanto ao
futuro, alternando os seus investimentos”.
Atualidade
“Obviamente, vivemos tempos de maior contenção, mas
superámos bem esse período
adverso e quem sobreviveu, hoje
está a colher os louros”, analisa
Luís Amado. “De 2013 para 2014
a Remax Caparica apresentou
um crescimento de 50% em
termos de volume de negócio, e
este ano prevemos um aumento
de 40% relativamente ao ano
transato. Já ultrapassámos o
valor do ano passado e temos
ainda cerca de dois meses pela
frente para trabalhar”.
Os agentes imobiliários são a
base deste negócio, e na Remax
Caparica “a equipa consolidada”
é composta “por 42 elementos,
60 I Novembro
sendo que 80% já tem mais de
dois anos de casa”. Luís Amado
aposta num recrutamento não
agressivo: “Vamos vendo quem
são as pessoas que querem entrar nesta equipa e pessoalmente
tenho que me sentir bem com todas, com problemas não sei viver
nem trabalhar. Somos uma equipa unida, divertida, somos muito
tranquilos, mas sempre com muita seriedade e honestidade. São
esses os nossos valores, assim
como a confiança entre todas as
partes: os clientes, os agentes e
os diversos departamentos”.
Os valores empregues no
trabalho são os que adquiriu
no seio da família “tradicional,
onde a palavra valia”. No mundo
imobiliário aprendeu “que não se
pode confiar apenas na palavra”,
mas dentro de portas “a equipa
trabalha na base da confiança”.
“Queremos que todos estejam
motivados, bem-dispostos, confortáveis e felizmente temos
um espaço de trabalho que o
permite. A direção cumpre o que
promete e a equipa também dá
tudo de si. Cada um tem os seus
objetivos, maiores ou menores,
mas é a união que faz o nosso
sucesso. Temos uma maturidade
de equipa muito grande, com
pessoas que sabem o que que-
Portugal Inovador
rem da vida e isso confere-nos
estabilidade e credibilidade”,
garante.
Essa união começa no topo
que gere toda a estrutura quer
comercial, na figura de Luís
Amado, quer financeira, a cargo
de Anabela Rodrigues. “Confio
a 200% na direção financeira,
completamo-nos e esse é o motor deste projeto”.
Boom Imobiliário
Com base na sua experiência
de 14 anos no ramo, Luís Amado
considera que existiram três fatores que permitiram o aumento
das vendas: “o facto de o valor
dos imóveis não ter aumentado desde 2012; o investimento
estrangeiro (chineses, franceses, brasileiros, ingleses) que
impulsionou em muito o número
de transações, não na Margem
Sul diretamente, mas creio que
o investimento feito seja no Algarve, em Lisboa ou no Porto,
traz retorno para todo o país; e
finalmente, a abertura da Banca
ao crédito à habitação “se bem
que de forma bem mais modera-
da e com análises de risco muito
mais exigentes. Curiosamente,
muitos dos clientes que nos
procuram ainda não se aperceberam disso”.
Projeto consolidado
A equipa da Portugal Inovador esteve presente na sede da
Remax Caparica no dia da reunião de planeamento do quarto
trimestre. Luís Amado confidenciou-nos que perante a nova
realidade local um dos temas em
debate foi a angariação: “Hoje o
nosso foco centra-se na angariação. Começa a haver alguma
dificuldade em angariar dentro
dos valores de mercado. O nosso foco para o último trimestre
é realmente encontrar soluções
para melhorar os nossos índices
que sempre foram muito bons”.
Dada a maior dinâmica do
mercado “as pessoas querem
aumentar o valor dos imóveis,
mas a realidade é que eles não
se vendem, é preciso ter essa
consciência. O valor real é a
base, quem o decide é o comprador. Se o vendedor não o aceitar,
o negócio não se concretiza. Os
mediadores imobiliários não “fecham” negócios, simplesmente
analisam as necessidades dos
clientes e reúnem ambas as
partes”, esclarece.
Margem Sul: Paraíso
Centrados na Margem Sul
de Lisboa a equipa da Remax
Caparica trabalha uma zona
que Luís Amado define como
“paraíso”. Destacando o facto
de ali existirem as melhores
praias da Europa, com a capital
tão perto o acesso à cultura
torna-se facilitado, assim como
a zonas turísticas como Sintra.
“Já percorri alguns países e na
Europa não há sítio melhor para
passar férias!”, assegura. No
entanto “a falta de atuação das
entidades competentes não nos
permite fazer mais. Não veem
a mais valia que esta zona, se
bem aproveitada, pode trazer
para o país. Temos que cativar
mais público, turistas e investimento. É possível criar postos de
emprego, captar investimentos
avultados que iam beneficiar
todos e mudar a nossa forma de
olhar para o mercado imobiliário.
Mas estamos cá e não podemos
parar”.
É este espírito que incute
diariamente na sua equipa: “O
mercado é cíclico não vale a
pena ficarmos demasiado eufóricos nem demasiado pessimistas.
O pessimismo é palavra proibida
para quem vende e evidentemente estes valores assimilam-se em família e eu incuto-os na
minha equipa. Tudo o que nos
dão temos que transformar em
algo positivo”, conclui.
Novembro I 61
Portugal Inovador
Visão global do
mercado imobiliário
A Habita conta com mais de dois anos de existência, se bem que a ideia que sustenta o
projeto seja anterior. José Pedro Pinto e João Ferreira revelam-nos os contornos deste projeto
diferenciador assente na mediação imobiliária.
europeus, onde o arrendamento
supera a habitação própria: a gestão
imobiliária, ou substituição do papel
do proprietário”, define José Pedro
Pinto.
Tempo de
arrendamento
Este surgiu, nas palavras de
José Pedro Pinto – licenciado
Engenharia Civil pelo IST- ramo
de Urbanismo e Planeamento do
Território –, “a par de uma reciclagem pessoal que coincidiu com a
perceção de um conjunto de circunstâncias que viriam a ocorrer no
mercado”. Em 2013, percebia-se
que “uma tempestade perfeita” iria
implicar grandes alterações no mercado imobiliário. Nesta conjuntura, a
aposta na formação, inicialmente no
ramo imobiliário – gestão, avaliação
imobiliária, por exemplo – e a passagem importante como consultor
imobiliário, impulsionaram a sua
entrada no setor. “A partir desse
momento nasce a Habita”. O trabalho de campo, a leitura que fez do
mercado e as perspetivas do futuro
conduziram-no, seis meses depois,
a encetar um projeto com cunho
pessoal.
A aposta inicial passou pela
tentativa de criar uma resposta
“inexistente no mercado, ao contrário do que acontece noutros países
62 I Novembro
Segundo o empresário, “o grosso dos proprietários lisboetas que
concentram uma grande fatia dos
imóveis de rendimento da cidade”,
não estando formatados para o
conceito “de entrega da gestão dos
edifícios”. Porém, a Habita não deixa
de trabalhar nesse sentido, fazendo
esse papel e criando relações próximas com esses proprietários que
“solicitam auxílio em questões que
ultrapassam a mera mediação”.
Com o decurso do tempo “múltiplos acontecimentos permitiram à
empresa crescer em áreas que não
estavam estratégicamente planeadas”. Falamos principalmente da
procura por parte do investidor estrangeiro “que por incapacidade de
desempenhar o papel de proprietá-
rio – falta de know-how, desconhecimento da legislação e sistema
fiscal portugueses, dificuldades em
comunicar com os inquilinos – começou a entregar os edifícios que
adquiria à equipa da Habita. “Temos
feito a avaliação do potencial de
rentabilidade fixa de alguns desses
imóveis, garantindo uma margem
que absorva o risco das taxas de
ocupação, incumprimento, custos
de resolução e que lhes agrada,
bem mais que a percentagem. Aí,
somos, verdadeiramente, gestores
de imobiliário, porque temos o domínio total do edificío: colocamo-lo
no mercado nacional segundo
o valor que consideramos real e
consoante o contexto que cremos
mais apropriado dentro da vida da
cidade – escritórios, habitação para
estudantes, habitação familiar, etc.
Este acaba por ser um regime de
gestão que juridicamente é uma
sublocação. Fazemos uma primeira
locação com o proprietário e depois
sublocamos aos arrendatários”,
complementa.
Portugal Inovador
Tempo de investimento
Estando no mercado de forma
distinta, a Habita capta a atenção
destes investidores, e outros, para
soluções de investimento – edifícios,
terrenos, apartamentos, etc – para
reabilitar (em parceria), comandar
todo o processo e proceder à entrega
chave na mão. Foi perante esta nova
realidade que se reforçou o departamento comercial com a contratação
de João Ferreira, diretor comercial,
“profissional com grande conhecimento na área da mediação imobiliária,
mais especificamente angariação”.
Neste negócio, “de uma forma
muito inteligente o investidor percebe
que ao comprar o edifício à Habita,
encarregando-nos da reabilitação,
sabe que a rentabilidade que teremos
no futuro depende também da qualidade da nossa obra. Nesse sentido,
passamos de meros mediadores a efetivos parceiros de negócio. O investidor
internacional tem uma visão bem mais
estratégica do negócio, em particular o
chinês”, esclarece José Pedro Pinto.
Mas a realidade da cidade não
se esgota neste mercado. “Cada vez
mais sentimos a procura de outros
públicos, pelos benefícios aos novos
residentes, numa primeira fase para
arrendamento”, reforça João Ferreira.
Apologistas das parcerias com
empresas que partilham a mesma
identidade, o diretor comercial adianta que “internacionalmente, estão a
ser concluídos protocolos com uma
empresa parisiense e outra londrina,
precisamente na área da mediação
imobiliária e do investimento”.
Se “Lisboa está na moda”, tal
reflete-se na falta de produto face à
procura para investimento. Esta procura vai naturalmente repercutir-se na
imagem do tecido urbano da capital,
“mesmo na estrutura socioeconómica
da cidade, na nova oferta de serviços… Curiosamente estes reflexos
do trabalho que produzimos agora culminam nos aspetos da minha área de
formação (Urbanismo e Planeamento
do Território) o que me permite estar
na linha da frente, ao invés de estar
a montante de todo este processo”,
conclui José Pedro Pinto.
Apoio total ao
investidor
A Habita está capacitada para
prestar o serviço total que passa
pela deteção da oportunidade de
mercado, pelo projeto, pela reabilitação, pela promoção e, finalmente,
pela gestão, oferecendo o serviço
completo de apoio ao investimento
imobiliário.
Novembro I 63
Portugal Inovador
Imobiliário Premium
Em plena Avenida António Augusto Aguiar, em Lisboa, Ana Gomes, David Gomes e José
Quinteiro, brokers da Remax 4Ever, revelam-nos uma realidade de mediação imobiliária à
escala global, que cresce com o mercado interno e externo.
A localização geográfica permite à Remax 4Ever manter um
contacto de proximidade com
os clientes, perceber as suas
necessidades, adaptando-se
às circunstâncias do local e da
procura que tem detetado. Como
refere David Gomes, “os negócios golden visa têm um impacto
significativo no nosso trabalho”;
“ao contrário da estatística, o
cliente francês tem, nesta zona,
um peso muito grande, até
mais que o chinês, porém não
estamos dependentes desse
mercado”.
O aumento do turismo propicia a que um maior número de
pessoas queira conhecer Portugal e “opte por cá ficar”. “Temos
clientes, nomeadamente, americanos que já deram a volta ao
Mundo e escolheram a cidade de
Lisboa para morar: pelas condições de segurança, gastronomia,
clima, posicionamento geográfico estratégico, etc.”.
Sediados na capital, onde a
taxa de incumprimento relativamente ao arrendamento “é muito
64 I Novembro
reduzida”, esta tem permitido
“estabilidade nos processos” e
captado “muitos investidores que
apostam também nesta via”.
Perante a conjuntura apresentada nos últimos meses, à semelhança de outras empresas do
setor, a Remax 4Ever “trabalhou
bastante esse mercado, com
investimentos feitos a pronto pagamento, dado que “a opção dos
clientes passou por não manter o
dinheiro no Banco, onde o lucro
acaba (ainda) por ser reduzido,
face ao potencial de mercado
imobiliário e à rentabilidade que
o arrendamento proporciona em
Lisboa”.
Todo este investimento culmina em ações de reabilitação
urbana. Ana e David Gomes
são perentórios: “Não há espaço para nova construção, mas a
cidade está em obras constantes
e nós, Remax 4Ever, estamos a
acompanhar esse processo, os
nossos clientes, e a ajudá-los a
fazer bons investimentos”.
Uma realidade com a qual
esta agência se depara “é com a
crescente procura de fundos de
investimento, que estão de momento concentrados em Lisboa
e que têm muito dinheiro para
gastar”. Ana Gomes considera
que esse fator vai influenciar a
aceleração da reabilitação da
capital: “Não estamos a viver
um pico, esta fase vai ter continuidade”.
Acompanhamento
Assente no trabalho de uma
equipa profissional e devidamente formada “é feito o acompanhamento da tendência de crescimento da cidade, das oportunidades de negócio a 10 anos, da
possibilidade de investir, hoje, por
valores mais baixos para colher
bons resultados a médio prazo”,
refere David Gomes. “Basicamente, é este acompanhamento
que nos permite fazer várias
vendas com o mesmo cliente e
ser referenciados, que é o nosso
objetivo, superando sempre as
expectativas criadas”, valoriza
Ana Gomes.
Numa cidade que cresce a
Portugal Inovador
ritmos distintos, em que algumas
zonas apresentam já valores bastante inflacionados, outros há que
surgem como boas oportunidades
de negócio, “tendo em conta a
evolução que se prevê”.
A Portugal Inovador quis saber
a opinião dos nossos interlocutores sobre as zonas onde se antevê um crescimento de procura e
oferta a médio prazo: “Falamos,
por exemplo, de uma zona central
e que acabou por não ser tão valorizada como a Avenida Almirante Reis. Toda essa zona está a ser
fortemente reabilitada; bem como
a zona ribeirinha entre a Expo e
o Cais do Sodré que vai ser reabilitada e cujo valor de mercado
vai subir, consideravelmente, a
médio prazo. Quem quiser hoje
investir para poder rentabilizar e
ter uma valorização de imóveis
significativa essas são, na nossa
opinião, zonas a ter em atenção”.
Outras há, “como, por exemplo,
o Príncipe Real, o Chiado e a
Baixa, que apresentam valores
já relativamente inflacionados e
cuja margem de rentabilidade, a
médio prazo, acaba por não ser
tão esperada”.
Equipa especializada
A Remax 4Ever prima por ter
uma equipa especializada, por
forma a dar resposta ao público
que a procura. “Não colecionamos imóveis, acompanhamos
cirurgicamente a tendência de
mercado e aquelas que são as
oportunidades para venda, de
modo a conseguir facilmente
captar investidores e compradores, favorecendo a rotação da
carteira de imóveis e a satisfação
do cliente”.
Com esta filosofia os resultados revelam-se excelentes:
“Temos um stock muito menor
do que as transações efetuadas.
Vendemos o nosso produto com
bastante rapidez, pois não trabalhamos em volume, mas em
qualidade”. Esta eficácia deve-se
“ao foco” nas zonas a operar.
Trabalhando num registo de
muita proximidade quer com os
clientes quer com os consultores, a administração da Remax
4Ever não alimenta o objetivo
de ter uma equipa volumosa
“industrializando o processo”. A
filosofia passa por acompanhar
“os consultores permitindo-lhes
alcançar valores satisfatórios”.
Se a retenção dos colaboradores
é importante, “a seleção criteriosa é-o ainda mais”, assegura Ana
Gomes. “Somos cada vez mais
exigentes no recrutamento, no
perfil de candidato selecionado”.
Toda esta conjuntura, filosofia de
trabalho e assertividade permite
à Remax 4Ever apresentar um
crescimento de 170% relativamente ao ano transato. “Os
nossos clientes são os nossos
comerciais e o cliente final é
cliente deles, é assim que encaramos o negócio e temos obtido
enorme sucesso”, concluem.
Novembro I 65
Portugal Inovador
“Sabemos o que fazemos,
e fazemos com honestidade”
Em 2008 nasceu a Espaço Reservado na Expo. Hoje, em Alvalade, conta com Graça Bruno
e Pedro Antunes, os dinamizadores da imobiliária.
Como equipa desde 2012, os
empresários admitem que há uma
particularidade que os distingue:
“O Pedro é expert em informática,
e eu sou mais apta para as relações interpessoais”, começa por
explicar Graça Bruno.
Na prestação de serviços, a
Espaço Reservado vai mais longe
do que a simples mediação. No
último ano, a imobiliária expandiu a sua atuação para outras
vertentes que consideram ser
“uma mais-valia” para qualquer
empresa de mediação imobiliária,
como a gestão de património,
obras e organização de espaços
verdes, contando com a ajuda do
arquiteto Ricardo Ramos.
No sentido da gestão de patrimómio e obras, os empresários
prestam todo o tipo de acompanhamento depois de efetuado o
negócio, uma vez que “as pessoas têm os seus trabalhos e,
muitas vezes, não têm paciência
para continuar a geri-lo”. Esta
componente é realizada quer
no mercado de venda, quer no
mercado do arrendamento. A
organização dos espaços verdes
surgiu para fazer face a uma realidada sentida no mercado pela
imobiliária, uma vez que algumas
das vivendas têm jardins. Aqui, a
Espaço Reservado mantém par66 I Novembro
cerias com outras empresas, com
o objetivo de “tirar esse peso dos
ombros do proprietário”. “Apresentamos as soluções e o cliente
escolhe mediante a equipa e os
valores”, afirma Pedro Antunes.
“Com isso, poupamos tempo e
preocupações ao proprietário”.
Os empresários sentem que
as imobiliárias perderam credibilidade e defendem a existência
de uma legislação que resguarde
quer os clientes quer as imobiliárias, no sentido de combater o
designado “trata o próprio” que
acreditam ser um risco para o
proprietário.
Mercado e clientes
A abrangência da Espaço Reservado não se cinge apenas pelo
bairro onde se situa, e tem uma
cobertura de mercado por toda a
Lisboa. A capacidade de deslocalização na própria cidade faz
parte da política da imobiliária,
uma vez que o mercado assim
o exige.
No que diz respeito ao produto, consideram que este está a
escassear e “há pouca reabilitação para habitação”, defendendo
que esse deveria ser o caminho
“para voltar a fixar pessoas no
centro da cidade”. Segundo os
empresários a reabilitação que
tem sido feita destina-se à “transformação dos prédios em hotéis
e hostéis” e receiam que “daqui a
poucos anos esse mercado entre
em declínio”.
Com o colapso da Banca, em
2013, “os clientes começaram a
procurar o arrendamento” e quando a Banca começou a estabilizar
“apareceram investidores a comprar, uns para reabilitar e vender
outros para arrendamento”.
A partir de 2014, o cliente
tem sido o investidor estrangeiro – franceses, suecos, suíços,
asiáticos, americanos e um forte
investimento vindo do Norte da
Europa.
Para 2016, Graça Bruno e Pedro Antunes esperam continuar
o trabalho que têm feito e que o
negócio seja tão bom ou melhor
que em 2015.
Portugal Inovador
Inovação
na mediação imobiliária
Com dez anos de existência, a Personalmed nasceu em S. Domingos de Benfica pelas
mãos de Sílvia Viveiros e Miguel Viveiros. Desde 2007 em Telheiras, a empresa continua a
apostar na diferença dentro do setor.
lista do profuto final. E contam com
todo o tipo de clientes: o comprador
de habitação própria, o investidor
português ou estrangeiro.
Com um crecimento acentuado
ao longo dos anos, a empresa vai
mudar de instalações brevemente.
“Precisamos de espaço e de mais
pessoas, porque temos tido uma
grande procura”, explicam.
Equipa
A vontade de fazer algo diferente e a crença de que a área imobiliária “poderia ser melhor servida” e
necessitava de “mais rigor e mais
informação”, fez com que os empresários se lançassem na criação
da mediadora.
“Quisemos fazer plantas para
todos os imóveis, independentemente do preço”, mesmo trabalhando sem exclusividade, começa por
explicar Sílvia Viveiros, “porque,
queremos que todos sejam bem
servidos”. Tendo este serviço desde
o início, foram evoluindo e melhorando a qualidade. Criaram folhetos
de todos os imóveis para entregar
aos clientes aquando das visitas,
com os contactos, a referência de
consulta no site, a planta, a descrição, as áreas úteis e as fotografias
das assoalhadas. Para além disso,
têm um software próprio que ajuda
a potenciar e a criar um bom serviço e fazem um acompanhamento
regular ao proprietário, registando
num relatório todas as visitas feitas
ao imóvel com a vantagem de “saber tudo sobre cada um”.
Mercado e clientes
A Personalmed trabalha toda a
cidade de Lisboa, maioritariamente,
com imóveis já construídos, usados
ou reabilitados sendo que o produto
é, na sua maioria de investidores
que compram, fazem a reabilitação
e depois colocam no mercado de
venda. Quanto à área, estão “mais
vocacionados para a área habitacional e não tanto para o comércio
ou escritórios”. Com a recuperação
da Banca, os clientes começam,
agora, à procura de habitação própria e a investir.
“Há cada vez mais pessoas
que querem viver no centro de
Lisboa e muitos jovens que não
querem saber se tem elevador ou
garagem”, afirma Sílvia Viveiros,
“ao contrário do que acontecia há
uns anos, quando todos queriam a
periferia”. Segundo Miguel Viveiros,
“os investidores vendem facilmente
as casas, assim que as colocam no
mercado”, e a maioria dos imóveis
é vendida mesmo antes da obra
estar feita, com a planta que ajuda
o cliente a ter uma noção mais rea-
Para além da procupação com
o cliente, a Personalmed preocupa-se, também, com a sua equipa.
Consideram de extrema importância “sentir que as pessoas estão satisfeitas” e “cada um tem o seu valor
e a sua função”. Dentro da equipa
todas as pessoas são especializadas em funções independentes: a
equipa da angariação; de consultores; e a equipa do tratamento da
documentação.
Futuro
Os empresários esperam que o
ano de 2016 seja bom, e sentindo
uma retoma do setor imobiliário,
Miguel Viveiros admite que se “o
próximo ano for como 2015, não
terão necessidade de procurar um
pico muito maior”.
Novembro I 67
Portugal Inovador
Medicina Dentária de referência
Monção é um dos centros urbanos com maior relevância na relação entre a Galiza e a região
Norte de Portugal; assumindo-se como um espaço de crescimento demográfico e económico,
no concelho, de acordo com os resultados dos Censos de 2011, residem 19.179 pessoas.
Quando tanto se fala dos cuidados
a ter com a saúde e a prevenção,
fomos conhecer a realidade do concelho de Monção, através da visita a
um dos mais reconhecidos espaços:
a Policlínica Médica Dentária de
Monção (PMDM). O projeto iniciado
em 1996 por ação do monçanense,
Agostinho Gil, designava-se à data
Clínica Dentária Dr. Agostinho Gil.
Tendo obtido a licenciatura em Medicina Dentária na Universidade do
Porto, dedica-se atualmente mais à
Ortodontia, o médico retornou às suas
raízes e deu origem a este projeto
que teve desde então uma evolução
considerável.
Nuno Pimenta, formado na Universidade de Coimbra, com ação mais
voltada para a Implantologia, também
ele natural de Monção, veio em 2005
associar-se ao projeto que, alterada
a designação social, passou a Policlínica Médico Dentária de Monção.
A mudança para as atuais instalações em 2007, permitiu um crescimento paulatino e adequado às
necessidades da população. Como
nos revela Agostinho Gil, atualmente
a PMDM, “com um espaço recentemente remodelado e modernizado,
tem sete gabinetes de Medicina
68 I Novembro
Dentária, onde laboram diariamente
seis profissionais médico-dentistas,
e mais duas salas direcionadas para
as especialidades”.
Aproveitando as excelentes condições do espaço, as necessidades
da população e a parceria com especialistas de diferentes áreas, este
dinâmico projeto responde de uma
forma integrada às solicitações de um
público que se estende de Monção, a
Valença, Melgaço, Paredes de Coura,
ultrapassando fronteiras a regiões
vizinhas, de Espanha.
Para além da Medicina Dentária
e das especialidades de Ortodontia e
Implantologia, neste espaço os utentes podem encontrar resposta às suas
necessidades nas especialidades de
Pediatria, Oftalmologia, Dermatologia,
Audiologia, Podologia, Medicina Estética, Otorrinolaringologia, Ortopedia,
Ginecologia - Obstetrícia, Terapia da
Fala, Cardiopneumologia, Psicologia
e Acupuntura.
“Fazemos por acompanhar o que
de melhor se faz neste setor em Portugal e no Mundo. Em termos médico-dentários, possuímos exames de
diagnóstico como a Ortopantomografia já preparada para 3D, trabalhamos
com as marcas mais conceituadas de
material de apoio, nomeadamente na
Implantologia e Ortodontia, dado serem áreas em permanente evolução
e aperfeiçoamento, oferecendo deste
modo as melhores garantias de trabalho. Acompanhamos igualmente a
formação que surge frequentemente,
tanto na parte médica como de assistência”, refere Nuno Pimenta.
Relação com a
comunidade
“Não podemos dizer que existe
um esforço de interação com a sociedade, porque nós fazemos, efetivamente, parte dela”. “À exceção de
um elemento da equipa, somos todos
monçanenses, por isso contactamos
diariamente com a população”. No
entanto, “evidentemente”, a PMDM
faz questão de participar em ações
Portugal Inovador
de sensibilização, nomeadamente
nas escolas do concelho. “Fazemos
uma Medicina Dentária de grande
proximidade também com os médicos
de família, lares e centros de dia. Levamos também a Medicina Dentária
à casa das pessoas, fazendo visitas
a residências particulares sempre que
se justifica, algo que só é possível devido à estreita relação de proximidade
que mantemos com a sociedade que
nos envolve”.
Profissional reconhecido na praça
há cerca de duas décadas, Agostinho Gil recorda que no início da sua
atividade apenas 10% da população
se dirigia ao dentista com o intuito
da prevenção, todos os outros recorriam apenas em casos extremos,
associados invariavelmente à dor.
“Hoje verifico que as mentalidades se
alteraram, muito devido ao trabalho de
campo feito pelos profissionais que
alertam para os cuidados básicos a
ter, impulsionando as pessoas a, pelo
menos uma vez por ano, fazerem uma
avaliação da sua saúde oral”, declara.
Durante o tempo passado na
PMDM, detetámos uma enorme
afluência de pacientes espanhóis.
Não deixámos de questionar os
nossos entrevistados sobre o motivo que cativa a fidelização deste
público. Agostinho Gil esclareceu-nos: “Há uma interação muito
grande nesta região ao nível dos
serviços e isso é muito notório na
nossa área. A relação qualidade
vs preço que nos esforçamos por
oferecer será um dos principais
aliciantes para a elevada procura”.
Em final de conversa Agostinho
Gil e Nuno Pimenta não deixam de
valorizar o trabalho realizado por
toda a equipa da PMDM: “A nossa
mais-valia é a nossa equipa, abrangemos todas as áreas da Medicina
Dentária e esforçamo-nos por fazê-lo da melhor maneira possível.
Temos especialistas nas diferentes
áreas de modo a dar uma melhor
resposta possível, dentro de um
mesmo espaço”.
Novembro I 69
Portugal Inovador
Um Sorriso para o Futuro
A Esthetic Smile Melgaço tem como foco principal a saúde dos
pacientes e a busca incessante pelas melhores técnicas, que
possibilitem a simplificação dos procedimentos, tornando-os mais
suportáveis e menos onerosos.
A Esthetic Smile Melgaço é baseada na experiência de mais de 25
anos de clínica dos seus fundadores,
onde especializações continuadas
e aplicações de técnicas próprias,
distinguem-na dos seus congéneres.
A maioria dos planeamentos de
casos é feita a partir de uma análise
fotográfica e radiográfica do paciente.
Em casos mais complexos, o TAC
3D permite ao médico e ao paciente
entenderem claramente as diferenças
entre as causas e os sintomas da
patologia.
E com isso, planeia-se o tratamento, segundo escolhas conscientes do
paciente, e não apenas pelo ponto de
vista do profissional. Antigamente, ao
deparar-se com dentes irregulares, a
primeira hipótese apresentada pelo
dentista era retirar um ou mais dentes
para acomodar os restantes, sem levar
em conta o que este procedimento
iria causar futuramente aos seus
pacientes.
“Hoje, já está provado que esta técnica extracionista está ultrapassada,
ocasionando as famosas distorções
(uma face assimétrica e um perfil
desarmônico) e problemas articulares”, afirma Marlene Pereira. Para
conseguir evitar as extrações, nestes
casos, tem-se utilizado a Ortopedia
Funcional dos Maxilares, que é uma
especialidade da Medicina Dentária
que soluciona desequilíbrios ósseos,
musculares e de funcionamento dos
70 I Novembro
maxilares, alinhando os dentes e
evitando os problemas de articulação.
Não descuidando a reabilitação das
disfunções neuromusculares na estrutura orofacial relacionadas com a fala,
deglutição, mastigação e respiração.
É por este motivo que têm chegado
à clinica pacientes de inúmeros países
com sérios problemas de Disfunções
Temporo Mandibulares ou DTM
(os famosos “estalidos”, dores de
cabeça e de ouvido – muitas vezes
erroneamente diagnosticados) que
foram ocasionados por tratamentos
inadequados.
Através da técnica de DSD (Projeto Digital de Sorriso), o paciente tem
oportunidade de visualizar o resultado,
segundo uma “Proporção Áurea” que
irá fornecer uma harmonia, servindo
de guia para se obter o sorriso desejado.
O diagnóstico correto é apenas
a primeira etapa e a mais importante
do processo para traçar um plano de
tratamento adequado, que é executado e apresentado ao paciente através
de programas 3D e CAD (Projeto com
ajuda do Computador), conforme nos
esclarece Antonino Gomes, diretor
clínico da Esthetic Smile Melgaço,
sendo este o motivo pelo qual a clinica
adquiriu os mais modernos equipamentos de radiodiagnóstico , como o
Ortopantomógrafo, Telerradiografia e
o TAC facial-3D cone-Beam ct I-CAT,
que a clinica disponibiliza aos seus
pacientes há mais de um ano.
Este importante investimento evita
que a população de Melgaço e da
Região tenha de deslocar-se até 90
km para conseguir ser atendido em
equipamentos similares.
Feito o diagnóstico e decidido o tratamento, vem a fase do planeamento
e execução dos trabalhos e cirurgias
quando necessárias.
O médico dentista mostra ao
paciente, etapa por etapa, como
será efetuada a cirurgia. Desta forma
realizando um procedimento cirúrgico
minimamente invasivo, que dispensa
a utilização de suturas e proporciona
um pós-operatório muito confortável,
denominado CIRURGIA GUIADA,
que é proporcionada pelas técnicas
de 3D e CAD.
É notório que nem todos possuem
o mesmo nível de tolerância à dor
e as fobias individuais não deveriam ser desprezadas pelo médico.
Assim, a clínica oferece recursos
como a SEDAÇÃO CONSCIENTE,
onde é mantida a consciência total
do paciente garantindo um elevado
nivel de relaxamento, sendo por isso
a técnica preferencial em diversos
países. Em casos mais complexos, o
centro cirúrgico da Clinica conta com
um anestesista geral.
Segundo Diogo Gomes, “a prótese
artesanal está com os dias contados.”
A integração do TAC-3D com as impressoras e fresadoras tridimensionais
Portugal Inovador
e as facilidades do CAD permitirão ao
protésico trabalhar com os modelos
muito mais aproximados da realidade.
Também é oferecido aos pacientes da clinica a possibilidade de, ao
haver a necessidade de extração
dentária, transformá-lo em “BANCO
DE OSSOS”, que pode ser armazenado durante anos. Caso o paciente
necessite realizar um enxerto, poderá
valer-se de sua própria matriz óssea,
reduzindo praticamente a zero as
chances de rejeição.
Para diminuir o tempo de cicatrização todos os recursos foram pensados
e oferecidos aos pacientes: a obtenção
de Plasma que permite a utilização
de tecidos do próprio paciente nos
casos cirúrgicos, visando estimular a
regeneração mais rápida dos tecidos e
também a aceleração na recuperação
proporcionada pela Ozonoterapia.
Segundo Tiago Afonso, as consequências dos desequilíbrios ósseos
resultante de uma estrutura articular
desajustada são muito mais profundas
do que imaginamos. Atualmente, a
Fisioterapia é uma das formas mais
rápidas e indolores no auxílio do processo de recuperação, bem como na
sintomatologia dolorosa da articulação
temporo mandibular (DTM).
E é também devido a preocupação com o estado pós-operatório do
paciente que a clínica possui uma
confortável sala de recobro, onde o paciente e seu acompanhante poderão
aguardar até que este se sinta apto a
deixar a clínica.
Para as crianças, os jogos lúdicos,
como a Caça ao Tesouro e o Dragão
da Cárie, criados e incentivados por
Hebe Marília faz com que o “Club
Smile Kids” tenha centenas de seguidores no Facebook, onde as crianças
participam ativamente nas atividades
da clínica estimulando-as a visitar mais
regularmente o dentista.
Adicionalmente, a empresa ainda
oferece vantagens aos pacientes que
vierem encaminhados pelos seus
médicos de família e especialistas que
veem na Esthetic Smile um parceiro
constante na sua função de zelar pela
saúde oral que é uma parte importante
da saúde geral da comunidade.
Este envolvimento com a sociedade é a forma de agradecimento
àqueles que reconhecem a excelência
técnica destes profissionais e que a
prestigia com sua presença constante
(já há casos de 4 gerações de pacientes com até 20 anos de fidelidade à
clinica). E agora, esta começa a atrair
pacientes internacionais, que veem na
competência técnica da sua equipa
um bom motivo para ficarem em Melgaço por até um mês, podendo ainda
fazer turismo enquanto usufruem de
tratamento médico-dentários equivalente ao que conseguiriam em centros
de referência mundiais, com custos
adequados à realidade portuguesa.
Mas nada disso seria possível
sem a grande equipa que suporta a
clínica: Bernardete, Paula, Rosária,
Rita e Angelina. Num ambiente de
trabalho descontraído e alegre fica
mais fácil para os pacientes relaxarem
e sentirem-se acolhidos também como
membros desta fantástica estrutura.
Novembro I 71
Portugal Inovador
“Transparência e honestidade
intelectual”
António Soares Peixoto, Iazalde Lacá Martins e Jorge Barroso são os três sócios do escritório
António Marques Mendes e Associados, em Fafe. É com estes valores que definem o legado do
seu fundador, António Marques Mendes; legado esse ao qual procuram agora dar continuidade.
Dos três, António Soares Peixoto é o que está aqui há mais tempo
e foi o que melhor conheceu o
fundador. António Marques Mendes
faleceu a 15 de junho deste ano e
“exerceu advocacia até ao último
dia”. Como nos diz o nosso interlocutor: “Lembro-me que no dia 10
de junho, já internado, ainda falou
comigo por telefone a perguntar
por um processo que estava a
decorrer”. Para trás, estava uma
carreira ilustre de seis décadas ao
serviço da advocacia, agraciada,
entre outros reconhecimentos, com
a Medalha de Ouro da Ordem dos
Advogados. Continuando, António
Soares Peixoto refere que trabalhou com António Marques Mendes
“durante mais de trinta anos” e
reforça a referência à “imagem de
grande honestidade intelectual que
ele tinha”.
72 I Novembro
A relação entre os dois começou na década de 80, quando
ingressou no escritório como estagiário, após obter a licenciatura na
Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. De referir que
estagiou em simultâneo com Luís
Marques Mendes. Após o estágio,
foi convidado a permanecer e foi
assumindo responsabilidades no
escritório, à medida que o mentor
foi ocupando diferentes cargos
políticos. Com o recente desaparecimento, passou a ser detentor
da sociedade, em conjunto com
Iazalde Lacá Martins e Jorge
Barroso.
Os dois vieram reforçar a referida missão de continuar o legado
do fundador. Iazalde Lacá Martins,
que tal como Jorge Barroso entrou
na sociedade este ano, diz-nos
“notar que uma das grandes preo-
cupações do Dr. Soares Peixoto é
honrar a memória do Dr. Marques
Mendes”. Decidiu juntar-se a esta
tarefa, continuando assim um
percurso na advocacia que teve
início em 2002. Já Jorge Barroso é
membro efetivo da Ordem dos Advogados desde 1997 e é especialista em Direito Tributário e Fiscal,
pela Universidade do Minho. Clara
Marques Mendes, filha do fundador
e presentemente deputada na Assembleia da República, mantém-se
também ligada ao escritório.
O escritório, localizado numa
zona central de Fafe, tem tido
como área de influência o respetivo concelho, a região de Basto,
Guimarães e Vila Nova de Famalicão. Para além da mensagem de
“homenagem ao Dr. António Marques Mendes”, é também a respeito da região que o seu percursor
aproveita para falar, nomeadamente quanto aos efeitos da reforma do mapa judiciário: “Estas
medidas são sempre tomadas
pelo Ministério, por assessores e
demais pessoas que não sabem
o que é o dia-a-dia dos tribunais.
O resultado é que depois chega-se a situações caricatas, em que
as pessoas não têm transportes
públicos para irem aos tribunais.
Em Lisboa e no Porto é muito fácil
fazer essa reforma mas aqui no
Interior não”, conclui.
Portugal Inovador
“A loja de Cinfães
é muito especial”
Maria Goreta Serralheiro iniciou a sua carreira no Grupo Os Mosqueteiros, em França.
Gostou do conceito, veio para Portugal e desde 2001 é responsável pela loja de Cinfães.
Com três anos de experiência
profissional em França, Maria Goreta chegou a Portugal em 1995 e
começou por ajudar um familiar na
abertura de um Intermarché, em
Bragança. Entusiasmada iniciou o
estágio no Grupo em 1997 e abriu
a sua primeira loja em 1998, em
Baião. Recorda: “Os estagiários
tinham uma formação composta
por uma parte teórica e outra prática. A prática era feita em lojas e
davam-nos muita autonomia, como
se estivéssemos a gerir o espaço”.
Aqui têm que “passar por todas as
secções, desde as caixas até à
contabilidade”, sendo a ajuda na
abertura de uma loja o projeto final,
como forma de preparação para o
início da atividade independente.
A nossa entrevistada abriu a sua
primeira loja em Baião, mas três
anos depois surgiu a oportunidade
de se instalar em Cinfães. Hoje, passados 14 anos, Maria Goreta admite
que “o projeto atravessou momentos
bons e momentos difíceis”, mas
acima de tudo, e por estar muito
no Interior, “é uma loja de grande
proximidade que já conhece muito
bem as pessoas e onde há muita
confiança”.
Para além da loja e de uma gama
variada de produtos, os clientes podem usufruir da cafetaria ou do serviço de take-away com a vantagem
de ter um estacionamento coberto e
uma bomba de gasolina com preços
mais acessíveis. Fruto da proximidade com a região e defensora dos
produtos locais, Maria Goreta tem
parcerias com produtores locais:
“Temos um produtor agrícola e um
peixeiro que trabalham só para nós,
e também alguns criadores de bovinos que vendem aqui a sua carne”.
“É uma equipa que trabalha comigo há muitos anos, somos como
uma família. E tenho a certeza que
sem eles não seria nada. Sabem o
que têm que fazer e sabem o que o
cliente quer e gosta”, admite orgulhosa pela equipa que formou.
Futuro
De momento, está a ser realizada a reestruturação da entrada
da loja para uma receção. Passado
esse projeto mais imediato, há outro
no sentido de preparar um setor
de restauração que Maria Goreta
“gostava que funcionasse com um
parceiro que tivesse a mesma vontade e dinâmica”.
Num futuro mais distante, para
2020, o Intermarché de Cinfães terá
um novo conceito, uma nova imagem:
“Vamos entrar mais na parte rústica,
muito à base de madeira. Mais original
e acolhedor, sem a imagem tradicional
de um supermercado”, explica.
Em jeito de resumo e a pedido da
responsável, uma das funcionárias
escreveu umas rimas que ilustram
aquilo que os clientes podem esperar da loja: “No nosso Intermarché,
gostamos de ser ousados. Vendemos os produtos cá dos nossos
lados. Servimos com qualidade,
simpatia e frescura para dar ao
cliente o melhor em qualquer altura”.
Novembro I 73
Portugal Inovador
PREDIPEREIRA
Por lapso na edição 74 da revista Portugal Inovador refere-se que a localização da loja Predipereira fica na
“urbanização Colinas do Cruzeiro”, quando deveria constar “urbanização Jardim da Amoreira, Ramada”.
74 I Novembro
Portugal Inovador
Novembro I 75
Portugal Inovador
76 I Novembro

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