Disciplina VIII (, 657 KB) - Ações Inclusivas
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Disciplina VIII (, 657 KB) - Ações Inclusivas
“Gestão do Desenvolvimento Inclusivo da Escola” Módulo IV Rio Grande, 2014 Módulo IV – DEFINIÇÕES E CARACTERÍSTICAS SOBRE DEFICIÊNCIAS, TGD E ALTAS HABILIDADES. Objetivos do módulo: Aprofundamento sobre quem são os sujeitos da educação especial, conceituando os diferentes quadros de deficiência (auditiva, física, intelectual, visual, múltipla, surdocegueira), altas habilidades transtornos globais de desenvolvimento - Autismo Clássico, Síndrome de Asperger, Síndrome de Rett, Psicose Infantil. Noções sobre conceitos, métodos e estratégias didático pedagógicas para contribuir com o processo de ensino e aprendizado. DISCIPLINAS QUE INTEGRAM O MÓDULO IV: Disciplina VI - Deficiência intelectual (15h); Disciplina VII- Deficiência física (10h); Disciplina VIII - Deficiência auditiva e surdez (15h); Disciplina IX - Deficiência visual (15h); Disciplina X - Deficiência surdocegueira (10h); Disciplina XI - Pessoas com transtornos globais de desenvolvimento (15); Disciplina XII - Altas Habilidades/Superdotação (15h). Módulo IV – DISCIPLINA VIII - Deficiência auditiva e surdez (15h) Aline Wartner Lucas Almeida ________________________________________________________ Neste momento do curso iremos tratar da surdez. Para tanto, quero convidá-lo (a) a fazer um exercício de imaginação. Vamos lá? Você já se imaginou em qualquer situação diária sem conseguir se comunicar oralmente com as pessoas, com seus familiares e amigos? Pois bem, agora feche os olhos e imagine uma situação dessas, imagine-se, por exemplo, numa loja, num hospital, no teatro ou no banco. Vamos! Só levará uns minutinhos! Para reforçar essa proposta, te convido a assistir esse vídeo, no endereço eletrônico que segue https://www.youtube.com/watch?v=Tray9oS3Jsg A proposta deste capítulo é apresentar a você professor aspectos sobre a surdez e como podemos atender as necessidades do surdo nos diversos ambientes da escola. Para atender esta proposta vamos conhecer um pouco mais sobre a surdez? Garanto que você ficará surpreso com algumas informações! 1 O que você sabe sobre a surdez? Surdez é a terminologia utilizada à impossibilidade e dificuldade de ouvir, sua causa está associada a fatores relacionados ao período antes (pré-natal), durante (perinatal) e após (pós-natal) o nascimento do indivíduo. Dentre os fatores mais comuns relacionados ao período pré-natal estão a herança genética, toxoplasmose e rubéola, no período peri-natal estão anoxia e traumatismos e no pós-natal estão as infecções, febres eruptivas, caxumba, meningite, otites, intoxicações, traumatismos por acidentes e perda por ruído. Segundo o MEC, deficiência auditiva é “a diminuição da capacidade de percepção normal dos sons, sendo considerado surdo o indivíduo cuja audição não é funcional na vida comum, e parcialmente surdo, aquele cuja audição, ainda que deficiente, é funcional com ou sem prótese auditiva.” Regulamenta a Lei no 7.853, de 24 de outubro de 1989, dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as normas de proteção, e dá outras providências. Art. 4º É considerada pessoa portadora de deficiência a que se enquadra nas seguintes categorias: II - deficiência auditiva - perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas frequências de 500HZ, 1.000HZ, 2.000Hz e 3.000Hz; (Redação dada pelo Decreto nº 5.296, de 2004) Acesse: http://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/109697/decreto-329899#art-4--inc-II Pelo decreto Nº3.298 De 20 de dezembro De 1999, Art.4º é considerada pessoa portadora de deficiência aquela que se enquadrar em uma das seguintes categorias: A) De 25 a 40 Decibéis – Surdez Leve. Essa perda impede que o indivíduo perceba igualmente todos os fonemas das palavras. Além disso, a voz fraca ou distante não é ouvida. Em geral, esse indivíduo é considerado desatento, solicitando, frequentemente, a repetição daquilo que lhe falam. Essa perda auditiva não impede a aquisição normal da língua oral, mas poderá ser a causa de algum problema articulatório na leitura e/ou na escrita. B) De 41 a 55 Decibéis - Surdez Moderada, é necessária uma voz de certa intensidade para que seja percebida, ao telefone não escuta com clareza, trocando muitas vezes a palavra ouvida por outra foneticamente semelhante (pato/rato). Nesse caso é frequente o atraso da linguagem. C) De 56 a 70 Decibéis - Surdez Acentuada. Não escuta sons importantes do dia-adia (o telefone tocar, a campainha, a televisão). Esses limites se encontram no nível da percepção da palavra, sendo necessário uma voz de certa intensidade para que seja convenientemente percebida. É frequente o atraso de linguagem e as alterações articulatórias, havendo, em alguns casos, maiores problemas linguísticos. Esse indivíduo tem maior dificuldade de discriminação auditiva em ambientes ruidosos. Em geral, ele identifica as palavras mais significativas, tendo dificuldade em compreender certos termos de relação e/ou frases gramaticais complexas. Sua compreensão verbal está intimamente ligada à sua aptidão para a percepção visual, Necessitando deste apoio visual para entender o que foi dito. Tem dificuldade de falar ao telefone, com a possibilidade de troca da palavra ouvida por outra foneticamente semelhante (pato/gato, cão/não, céu/mel). A perda acentuada não permite ouvir o telefone, a campainha e a televisão, tornando necessário o apoio visual para a compreensão da fala. D) De 71 a 90 Decibéis - Surdez Severa. Este tipo de perda vai permitir que o indivíduo identifique alguns ruídos familiares, Se a família estiver bem orientada pela área educacional. Percebe, mas não entende a voz humana, não distingue os sons (fonemas) da fala. A compreensão verbal vai depender, em grande parte, de aptidão para utilizar a percepção visual (leitura labial) e para observar o contexto das situações. Nesse nível de surdez é possível escutar sons fortes, como o de caminhão, avião, serra elétrica, mas não é possível ouvir a voz humana sem amplificação. É comum atingir os 4 ou 5 anos de idade sem ter aprendido a falar e necessita de um atendimento especializado para adquirir a linguagem oral. E) De Acima de 91 Decibéis - Surdez Profunda. A gravidade dessa perda é tal, que priva a pessoa das informações auditivas necessárias para perceber e identificar a voz humana, impedindo-o de adquirir naturalmente a linguagem oral. As perturbações da função auditiva estão ligadas tanto à estrutura acústica, quanto à identificação simbólica da linguagem. Um bebê que nasce surdo balbucia como um de audição normal, mas suas emissões começam a desaparecer à medida que não tem acesso à estimulação auditiva externa, fator de máxima importância para a aquisição da linguagem oral. Assim também, não adquire a fala como instrumento de comunicação, uma vez que, não a percebendo, não se interessa por ela, e não tendo "feedback" auditivo, não possui modelo para dirigir suas emissões. A construção da linguagem oral no indivíduo com surdez profunda é uma tarefa longa e bastante complexa, envolvendo aquisições como: tomar conhecimento do mundo sonoro, aprender a utilizar todas as vias perceptivas que podem complementar a audição, perceber e conservar a necessidade de comunicação e de expressão, compreender a linguagem e aprender a expressar-se. Neste nível de audição só são audíveis sons graves que produzam vibração (trovão, avião). Assim sendo, se uma criança já nasce com ou adquire uma surdez severa ou profunda antes de ter acesso à língua oral de sua comunidade, vai ter muitas dificuldades de se integrar ao “mundo dos ouvintes”. Embora seja absolutamente necessário dominar a língua de sua comunidade, mesmo que somente na modalidade escrita, sabe-se que a língua de mais fácil acesso para os surdos é a de sinais. É por meio dela que esses indivíduos constroem sua identidade e desenvolvem-se nos aspectos afetivo, cognitivo e social. Logo, faz-se necessário que, desde cedo, a criança surda seja exposta a esta língua e que a família e a escola a utilizem como meio de comunicação e instrução. F) Anacusia, é a falta total de audição, deve ser trabalhado e estimulado o mais precocemente possível, tendo como conduta pedagógica o mesmo da surdez profunda. Curiosidade 1.1 Histórico do reconhecimento surdo. 1.1.1 No Mundo 1520 a 1584 – Espanha: Pedro Ponce de Leon inicia a educação dos surdos através do uso da Língua de Sinais e do alfabeto manual (essencial do método ponce), este se baseava na aprendizagem das palavras começando pela leitura e escrita. 1613 – Espanha: Juan Pablo Bonet atribuiu grande importância à existência de um ambiente linguístico rico, além de priorizar o uso do alfabeto manual juntamente com a escrita para o ensino da fala. Defende que o treino da fala seja iniciando precocemente. 1616 a 1698 – Inglaterra: Holder defende que a reeducação deveria começar pelo ensino da escrita e utiliza o alfabeto de duas mãos para apoiar o treino da fala. 1620 – Espanha: Foi publicado o Livro Reduccion de las letras y artes para enseñar a hablar a los mudos, que falava da invenção do alfabeto manual de Ponce de Leon, por Juan Martin Pablo Bonet. Já em 1644 e 1648 foram publicados respectivamente, os livros: Chirologia e Philocopus, de J. Bulwer. Ambos eram acerca da língua de sinais. No entanto, o primeiro acreditava na universalidade da língua e o segundo afirmava que a língua de sinais tinha a capacidade de expressar os mesmos conceitos que a língua oral. 1648 – Inglaterra: John Bulwer é o autor do 1º trabalho sobre leitura labial da língua inglesa, de cuja aprendizagem faz depender a posterior aquisição da fala. 1616 a 1703 – Inglaterra: O matemático e educador de surdos John Wallis dedica pouca atenção à leitura labial e procede ao treino da fala independentemente do apoio no alfabeto manual. Inicia a reeducação através de gestos naturais usados pelos alunos para depois passar à escrita. 1626 a 1687 - Inglaterra: Jeorge Dalgarno atribui grande importância à educação precoce e ao ambiente linguístico em que a criança surda deve ser educada. Defende o uso contínuo da datilologia desde o berço para permitir ao bebê o desenvolvimento da linguagem. 1715 a 1780 – Portugal: Jacob Rodrigues Pereira utiliza o alfabeto manual como apoio do ensino da fala. 1712 a 1789 – França: O abade l'Epée (Charles-Michel de l'Epée: 1712 -1789) defende que a mímica constituiu a linguagem natural ou materna dos surdos. Conclui que a linguagem dos gestos é um verdadeiro meio de comunicação e de desenvolvimento do pensamento”. 1750 – Alemanha: O Oralismo foi fundado por Samuel Heinicke, que adotou uma metodologia conhecida como o “método alemão”. 1750 – França: Charles-Michel de L´Epée envolveu-se com a comunidade surda, aprendeu a língua e acabou fundando em 1775 uma escola pública em sua própria casa, onde professores e alunos usavam os chamados “sinais metódicos”. 1760 – França: l'Epée iniciou o trabalho de instrução formal com duas surdas a partir da Língua de Sinais que se falava pelas ruas de Paris, datilologia/alfabeto manual e sinais criados e obteve grande êxito, sendo que a partir dessa época a metodologia por ele desenvolvida tornou-se conhecida e respeitada, assumida pelo então Instituto de Surdos e Mudos (atual Instituto Nacional de Jovens Surdos), em Paris, como o caminho correto para a educação dos seus alunos. 1817 - Estados Unidos: Thomas Hopkins Gallaudet e Laurent Clerc fundam a primeira Escola de Surdos em Harttord o AMERICAM ASYLUM FOR THE EDUCATION OF THE DEAF AND DUMB. Desde 1864 Gallaudet University. 1850 – Estados Unidos: A ASL, e não o inglês sinalizado passa a ser utilizada nas escolas, assim como ocorria na maior parte dos países europeus. Nesse período, houve uma elevação no grau de escolarização dos surdos, que podiam aprender com facilidade as disciplinas ministradas em língua de sinais. 1860 – Estados Unidos: O método oral começa a ganhar força. 1869 – Estados Unidos: Surgiram então opositores à língua de sinais, que ganharam força a partir da morte de Laurent Clerc. 1880 – Itália: Em Milano, o Iº CONGRESSO MUNDIAL DOS SURDOS considera que o uso simultâneo da fala e dos gestos mímicos tem a desvantagem de impedir que o desenvolvimento da fala da leitura labial e da precisão das ideias. E declara que o método oral puro deve ser preferido de forma definitiva e oficial. Das 164 representantes presentes, apenas os cincos dos EUA não votam em favor do ORALISMO. 1851 a 1990 – Gallaudet University – EUA: Gallaudet tem a história de luta. Força e poder em prol de defesa dos direitos dos surdos e da Língua de Sinais. Na educação. Utiliza forma radical a Língua de Sinais. Seu progresso e desenvolvimento resultam na Universidade com conhecimento mundial, num trabalho que começa com e estimulação precoce e vai até os cursos de PHD E Academia Superior de surdo; preconiza que não é necessária a educação especial para os surdos, bastando apenas que, na comunicação, o direito à Língua de Sinais seja respeitado. Juntamente com Laurent Clerc e sob a influência de L’Epee, Gallaudet nunca aceitou a imposição do Congresso de Milão e não concordou com a mudança para uma metodologia oral. 1960 – Estados Unidos: É implantada a filosofia da Comunicação Total. William Stokoe prova que a linguagem gestual, de natureza visual-especial, tem estrutura e aspectos próprios, como qualquer língua. 1.1.2 No Brasil 1855 – Primeira iniciativa de educação de surdos quando o professor francês surdo Ernest Huet, a convite de D. Pedro II, veio ao Brasil e preparou um programa que consistia em usar o alfabeto manual e a Língua de Sinais da França. Apresentou documentos importantes para educar os surdos, mas ainda não havia escola especial. Solicitou então ao imperador D. Pedro II um prédio para fundar uma escola. 1857 – No dia 26 de setembro, através da Lei 839, assinada por D. Pedro II, fundouse o então Instituto Nacional de Educação dos Surdos-Mudos, atualmente Instituto Nacional de Educação dos Surdos (INES) no Rio de Janeiro. Huet foi Diretor do Instituto de Surdos de Paris e do INESM. 1862 – Huet deixa o Rio de Janeiro e retorna à França sem motivo conhecido. (Problemas particulares? Problemas políticos? Problemas educacionais?) 1873 – Surge a publicação do mais importante documento encontrado até hoje sobre a Língua Brasileira de Sinais, o “Iconographia dos Signaes dos SurdosMudos”, de autoria do aluno surdo Flausino José da Gama, ex-aluno do INSM com ilustrações de sinais separados por categorias (animais, objetos, etc). Esta linguagem não é mais usada atualmente. 1880 – I Congresso Mundial dos Surdos, ocorrido na Itália para discussão sobre o uso da língua “gestual”, onde acarretou forte influência em todo o mundo, principalmente no Brasil. 1913 – Em 24 de Maio, é fundada por João Brasil Silvado Jr. a Associação Brasileira dos Surdos-mudos (ABSM), cuja cultura obteve um grande desenvolvimento. 1911 - O Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES) passou a seguir a tendência mundial, utilizando o oralismo puro. 1930 a 1947 – Dr. Armando Paiva Lacerda ex-diretor do INES. Exige que os alunos não usem a Língua de Sinais: podendo apenas utilizar o alfabeto manual e um bloco de papel com lápis no bolso para escrever as palavras que quisessem falar. 1950 – Os surdos não conseguem adaptar-se a essa imposição do oralismo e continuam a usar a Língua de Sinais e o alfabeto manual. Os professores e inspetores burlam as ordens na comunicação com os alunos surdos. 1957 - Proibida totalmente a utilização da língua de sinais no INES. Década de 1950 – O poder do método oralista francês cresce em todo o Brasil sob a responsabilidade da Profª. Alpia Couto, que, dentro do Centro Nacional de Educação Especial, realiza projetos na área de DEFICIÊNCIA AUDITIVA. O desconhecimento e a falta de convivência com os surdos provocam prejuízos na cultura da comunidade surda, o empobrecimento da Língua de Sinais e a falta de acesso às informações sociais. As questões da Educação Especial se tornam apenas vinculadas a interesses político-econômicos. 1975 - Chega ao Brasil a Comunicação Total. 1977 - Criado no Rio de Janeiro a Federação Nacional de Educação e Integração dos Deficientes Auditivos, FENEIDA, com diretoria de ouvintes. 1980 - Chega ao Brasil o Bilinguismo, porém de fato em 1990. 1981 - Início das pesquisas sistematizadas sobre a Língua de Sinais no Brasil. 1982 - Lucinda Ferreira Brito inicia seus importantes estudos linguísticos sobre a Língua de Sinais dos índios Urubu-Kaapor da floresta amazônica brasileira, após um mês de convivência com os mesmos, documentando em filme sua experiência. A idéia para a pesquisa, segundo a própria autora (1993), adveio da leitura de um artigo publicado no livro acima citado de Umiker-Sebeok (1978), de autoria de J. Kakumasu, Urubu Sign Language. No estudo, a Língua de Sinais dos Urubu-Kaapor se diferenciaria da PSL por constituir um veículo de comunicação intratribal e não como meio de transação comercial. Lucinda Brito, porém, constatou que a mesma se tratava de uma legítima Língua de Sinais dos surdos, pelos mesmos criada. 1982 - Elaboração em equipe de um projeto subsidiado pela ANPOCS e pelo CNPQ intitulado "Levantamento linguístico da Língua de Sinais dos Centros Urbanos Brasileiros (LSCB) e sua aplicação na educação". A partir desta data, diversos estudos linguísticos sobre LIBRAS são efetuados sobre a orientação da linguista L. Brito, principalmente na UFRJ. A problemática da surdez passa a ser alvo de estudos para diversas Dissertações de Mestrado. 1983 - Criação no Brasil da Comissão de Luta pelos Direitos dos Surdos. 1986 - O Centro SUVAG (PE) faz sua opção metodológica pelo Bilinguismo, tornando-se o primeiro lugar no Brasil em que efetivamente esta orientação passou a ser praticada. 1987 - Criação da Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (FENEIS), EM 16/05/87, sob a direção de surdos. 1991 - A LIBRAS é reconhecida oficialmente pelo Governo do Estado de Minas Gerais (lei nº 10.397 de 10/1/91). 1994 - Brito passa a utilizar a abreviação LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), que foi criada pela própria comunidade surda para designar a LSCB (Língua de Sinais dos Centros Urbanos Brasileiros). 1994 - Começa a ser exibido na TV Educativa o programa VEJO VOZES (out/94 a fev/95), usando a Língua de Sinais Brasileira. 1995 - Criado por surdos no Rio de Janeiro o Comitê Pró-Oficialização da Língua de Sinais. 1996 - São iniciadas, no INES, em convênio com a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), pesquisas que envolvem a implantação da abordagem educacional com Bilinguismo em turmas da pré-escola, sob a coordenação da linguista E. Fernandes. 1998 - TELERJ - do Rio de janeiro, em parceria com a FENEIS, inauguraram a Central de atendimento ao surdo - através do número 1402, o surdo em seu TS, pode se comunicar com o ouvinte em telefone convencional. 1999 - Em março, começam a ser instaladas em todo Brasil telessalas com o Telecurso 2000 legendado. 2000 - Closed Caption, ou legenda oculta. Após três anos de funcionamento no Jornal Nacional ela é disponibilizada aos surdos também nos programas Fantástico, Bom Dia Brasil, Jornal Hoje, Jornal da Globo e programa do JÔ. 2000 - TELERJ: Telefone celular para surdos com a opção de SMS. 2002 - É promulgada a lei 10.436 em 24 de abril, reconhecendo a Libras como língua oficial das comunidades surdas do Brasil. 2005 - O Decreto 5626 em 22 de dezembro veio regulamentar a lei 10436. 2006 - Exame de Certificação Tradutor Intérprete de Libras – Prolibras, instrutor de Libras e o Curso de Letras-Libras Bacharelado e Licenciatura EaD. 2006 - Curso Superior de Letras-Libras Licenciatura, na modalidade em EAD - UFSC 2008 – Curso Superior de Letras-Libras Bacharelado, na modalidade em EAD UFSC 2010 - Promulgada a lei 12.319 em 01 de Setembro, que regulamenta o exercício da profissão de Tradutor e Intérprete da Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS. Leia também: Educação e Surdez: Um Resgate Histórico pela Trajetória Educacional dos Surdos no Brasil e no Mundo. Por Katia Regina Conrad Lourenço e Eleni Baran Acesse: http://editora-arara-azul.com.br/novoeaa/revista/?p=591 2. Dicas de como identificar alunos com possíveis problemas de audição Fique atento se o (a) aluno (a) apresentar as seguintes atitudes: Não se assusta com estímulos sonoros intensos , por exemplo, batida de porta, fogos de artifício. Não apresenta mudança de comportamento frente a estímulos sonoros significativos ( sinal para o intervalo). Aproxima a orelha ou aumenta o volume de fontes sonoras como TV e rádio. Mãos em concha, para ouvir melhor. Só responde a chamados ou ordens quando a pessoa fala de frente para ele (a). Pede para que repitam o que lhe foi dito, perguntando o quê? Como? Apresenta problemas de concentração. Ora responde, ora não responde a estímulos sonoros. Apresenta atraso no desenvolvimento de linguagem. Pode apresentar problemas comportamentais como isolar-se, e demonstrar irritabilidade. Curiosidade 3. Direito dos alunos surdos 3.1 Quais são os direitos dos alunos surdos nos ambientes da escola? a) Adaptações nos conteúdos; b) Adaptações no desenvolvimento das aulas; c) Uso de recursos para concretizar as adaptações, como tecnologias assistivas; d) Tempo adicional para realização de atividades e avaliações; e) Adaptação nas avaliações; f) Recursos que viabilizem os processos comunicacionais em sala de aula e de mais ambientes institucionais; g) Serviço de apoio ao ensino como atendimentos individuais com os docentes, h) Serviço de apoio com tradutores e interpretes para auxilio dos alunos surdos na compreensão de textos, vídeos, realização de redação de textos adequandoo ao português; i) Espaço físico específico para desenvolver a prova, de acordo com suas necessidades; j) Apoio durante as aulas, atividades e avaliações: Intérprete de LIBRAS, Ledor, transcritor, recursos tecnológicos, entre outros recursos; k) Adaptações nas instalações físicas. 3.2. Onde estão assegurados os direitos dos alunos surdos? Na Constituição Federal – 1988 Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola [...]; Na Lei de Diretrizes e Bases- LDB – (Lei 9394/1996) Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais. Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais: I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específica, para atender as suas necessidades; IV - educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora; No Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005 Capítulo IV- do uso e da difusão da libras e da língua portuguesa para o acesso das pessoas surdas à educação Art. 14. As instituições federais de ensino devem garantir, obrigatoriamente, às pessoas surdas acesso à comunicação, à informação e à educação nos processos seletivos, nas atividades e nos conteúdos curriculares desenvolvidos em todos os níveis, etapas e modalidades de educação, desde a educação infantil até à superior. 4. Você conhece a Libras? Antes de estendermos esta conversa é necessário esclarecer dois conceitos que são: língua e linguagem. Saussure (1997) afirma que a língua não se confunde com a linguagem, pois ela é somente uma parte determinada, essencial dela, sendo ao mesmo tempo um produto social da faculdade de linguagem e um conjunto de convenções necessárias, adotadas pelo corpo social para possibilitar o exercício dessa faculdade nos indivíduos. Por sua vez, Goldfeld (1997) refere que a linguagem é tida como tudo que envolve significação e não se limita a apenas uma forma de comunicação e ainda afirma que é na linguagem que o pensamento do indivíduo é constituído. Esclarecido esses termos, seguimos adiante! Considerando no caso da criança ser ouvinte, desde o seu nascimento ela é exposta à língua oral, sendo assim considerada sua língua natural. Você já parou para pensar: e no caso da criança ser surda. É dada a mesma oportunidade para a criança surda possa adquirir a sua língua própria e assim construir a sua linguagem? Passando por esse questionamento, partimos para o entendimento da língua própria dos surdos no nosso país. A Libras é a língua oriunda da comunidade de surdos do Brasil, é uma língua gestual, tem estrutura própria e está em constante atualização. A língua de sinais não é universal, conseguimos observar isso dentro do próprio país através dos dialetos regionais, por exemplo: pode ser utilizado um determinado sinal no Rio Grande do Sul, e a mesma palavra na língua portuguesa, utilizando-se um outro sinal em São Paulo. Sinal de “PESSOA” no EUA Existem variáveis da Língua de Sinais, nos EUA tem ASL (Língua de Sinais Americana), em Portugal a LSP (Língua de Sinais Portuguesa), na Espanha (Língua de Sinais Espanhola), e assim por diante. A Libras ainda tem um reconhecimento muito novo, são apenas 9 anos. Com influência Francesa ainda temos a seguinte citação: “[...] por ser uma língua de modalidade gestual visual, a mesma não teve sua origem da língua portuguesa; que é constituída pela oralidade, portanto considerada oral-auditiva; mas em uma outra língua de modalidade gestual visual, a Língua de Sinais Francesa, apesar de a Língua Portuguesa ter influenciado diretamente a construção lexical da Língua de Brasileira de Sinais, mas apenas por meio de adaptações por serem línguas em contato.” (ALBRES 200 - p 01) Por ter seu campo em modalidade visual, ainda há resquícios e influência da língua portuguesa, isso não podemos negar, pois a Libras difunde no Português. No entanto, o professor deverá atentar-se a essas particularidades da língua dos surdos adequando seu método de ensino em classes onde se faz presente alunos surdos respeitando sua identidade surda ( leia as dicas para os professores a seguir). Para que você entenda um pouco mais sobre a língua dos surdos os convido a conhecer a Lei no 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais. Acesse http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10436.htm Também conheça o decreto nº 5.626, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2005, que regulamenta a Lei no 10.436, de 24 de abril de 2002. Acesse: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/decreto/d5626.htm Acesse: http://www.scielo.br/pdf/es/v26n91/a14v2691.pdf 5. Tenho um aluno surdo na minha sala de aula, e agora? Tenha calma, educador! Ele é surdo, isso quer dizer que há uma necessidade de adequar o método de ensino para que se possa atender a necessidade específica deste estudante. Salientamos que podemos contar com a contribuição de um grande aliado nesta situação, o profissional tradutor e intérprete da LIBRAS (TILS). A seguir, montamos algumas dicas para os educadores (parte deste conteúdo é cópia do Manual para o professor: Orientações para o exercício da docência em sala de aula regular com alunos surdos inclusos, 2014. Este manual foi elaborado pelo Instituto Federal De Educação, Ciências E Tecnologia Do Rio Grande Do Sul Câmpus Rio Grande e encontra-se no link http://www.riogrande.ifrs.edu.br/site/midias/arquivos/201462410356orientacoes_para _docentes_sobre_inclusao_de_surdos_em_turma_regular.pdf) Averiguar quais os tipos de linguagem que o aluno surdo utiliza (oral, escrita, língua de sinais, gestos padronizados, leitura labial, entre outros), para facilitar a comunicação entre docente e aluno; O conteúdo e materiais referentes à disciplina podem ser entregues ao aluno e aos Tils, pelo professor no inicio de cada bimestre/ semestre, ou com antecedência para que possa se organizar antecipadamente, se familiazar com o material, com o vocabulário e receber uma sinalização mais especifica, com sinais próprios, criados ou até mesmo pesquisados pelo grupo; Realizar antecipadamente as anotações importantes na lousa, incluindo comunicação externa e interna (datas das provas, entrega de trabalhos, cursos, outros cronogramas, etc.); Explanar as aulas de forma expositiva utilizando recursos gráficos e visuais, como: cartazes, gravuras, fotos e outros. A visão é considerada a principal via de aprendizado e informação do aluno surdo e o uso de materiais concretos facilitaram o aprendizado, uma vez que conteúdos abstratos dificultam o processo; Procurar incluir o aluno surdo sempre que houver trabalhos em grupos, pois, ele se sente, muitas vezes, envergonhado e rejeitado perante os demais; Elaborar provas diferenciadas dos demais alunos utilizando perguntas sucintas e objetivas com vocabulário claro e com sinônimo de palavras (ou dicionário) que facilitem a compreensão, porem não alterando o conteúdo; No processo de avaliação, respeitar a forma de escrita do aluno surdo, levando em consideração a não adequação dos verbos, artigos, pronomes, concordância, entre outros e considerando o conteúdo existente, ex. na frase “O uso de instrumentos adequados, favorece a compreensão e facilita a aprendizagem”, é de se esperar que o surdo escreva:” Instrumentos o uso compreensão e aprendizado”, pois possuí um entendimento diferenciado da língua portuguesa, pois a língua materna é a Libras; Criar estratégias diferenciadas para avaliar proporcionando ao aluno surdo expressar por meio de sinais, gestos, mímicas, LIBRAS, desenhos, escrita, entre outros. A avaliação pode ser diferenciada dos demais alunos ouvintes, sendo necessário aumentar o número de questões dissertativas e diferenciando o peso das questões, visando uma melhor explicação do que se é pedido, sem, contudo alterar o conteúdo, buscando adequar “necessidade do aluno surdo”; Procurar demonstrar interesse pela sua dificuldade, porém, jamais facilitar, dispensar das atividades ou não cobrar suas obrigações; O intérprete/tradutor atuará como mediador entre o docente e o aluno, tanto na comunicação oral quanto na escrita. O intérprete é importante para o acompanhamento do aluno surdo, porem, a comunicação entre o docente e o aluno surdo sempre deverá ocorrer; Quando não entender o que um surdo está expressando, solicitar repetição se for preciso. Para uma melhor comunicação, utilizar expressão facial e corporal significativas; Integrar o aluno surdo nas atividades acadêmicas juntamente com os demais alunos; Observar se o aluno surdo está atento antes de iniciar uma comunicação oral com ele, caso contrário chame sua atenção, tocando-ó levemente; O professor ministrante da aula/palestra ou reunião não deverá iniciar sua fala enquanto os intérpretes não estiverem posicionados, pois desta forma a pessoa surda fica excluída do que foi dito no início (a não ser quando as pessoas surdas chegarem no local, após o horário marcado); Quando em uma sala de aula tiverem alunos surdos, é importante dar prioridade a estes para a escolha das acomodações, para que possam escolher os lugares em que esteja favorecida a luminosidade, a visualização dos intérpretes e dos materiais apresentados pelo professor. Salienta-se aqui que para os surdos a comunicação e aprendizado são visuais. Assim, os estímulos visuais podem interferir tanto positiva ou negativamente na concentração destes alunos, se não planejados adequadamente; Evitar trocas repentinas das ações planejadas, por exemplo, locais marcados para aula. As pessoas surdas se organizam previamente e mudanças podem deixá-los perdidas; Quando as aulas forem ministradas em laboratórios, e na turma tiverem mais de um aluno surdo, precisa-se organizar a localização dos alunos e dos TILs, visto que não é ofertado um TIL para cada aluno e sim uma dupla de TILS por turma, e todos os alunos surdos precisam ter assegurado a visibilidade dos TILs, para participarem em igualdade da aula como os ouvintes; Não falar e escrever no quadro ou mostrar conteúdo em apresentação multimídia ou outra forma de exposição visual ao mesmo tempo pois a aprendizagem e a comunicação da pessoa surda é visual espacial, portanto ou olha para o tils para compreender a explicação do docente, ou olha para o material, ou copia (não é possível olhar para o intérprete, ver uma imagem e copiar ao mesmo tempo). Lembre-se o aluno surdo usa apenas o sentido da visão para operacionalizar o recebimento das informações, diferente do ouvinte e também vidente que tem os dois sentidos funcionais para captarem as mensagens visuais e faladas ao mesmo tempo; Adequar o conteúdo didático a realidade da pessoa surda. A linguagem precisa ser simples, direta, completa e se possível na estrutura de LIBRAS. Este público tem um vocabulário reduzido da língua Portuguesa, visto que sua língua materna é LIBRAS e o entendimento do português funciona para como uma língua estrangeira; Ao falar, direcionar-se ao aluno surdo, e não ao intérprete, pois o TILs pode ser comparado a um canal de transmissão ou meio para efetivar a comunicação entre o professor e o aluno; Utilizar recursos visuais para elaborar as aulas, sempre que possível, pois os alunos surdos aprendem através do visual. A visão é o canal de comunicação destes sujeitos, alem de facilitar a compreensão, pois o conteúdo passa do campo do abstrato para o concreto; Todos são iguais: ao elaborar e ministrar sua aula, a faça de um modo geral com todos os alunos, evitando isolamentos de um grupo ou outro, sem fazer distinção aos surdos dos ouvintes, porém, sabendo e respeitando as diversidades linguísticas, como qualquer outra diversidade deve ser considerada e promovendo quebra de paradigmas e preconceitos, promovendo uma inclusão verdadeira; Ao usar filmes, vídeos ou material com áudio é importante lembrar que estes alunos não escutam, e considerar que os alunos surdos precisam que o material seja legendados com tamanho, cor e estilo de fonte de fácil visibilidade, para que tenham acesso ao material. Sendo necessário nesta proposta deixar alguma iluminação para os alunos surdos visualizarem a legenda e o intérprete, pois pode ocorrer alguma discussão no decorrer da atividade e eles enquanto alunos precisam saber do que estão falando para poderem participarem. Outra estratégia que ajuda e enviar aos alunos surdos com antecedência um resumo escrito do filme, sucinto, se possível com linguagem em estrutura de LIBRAS, para conseguirem entenderem melhor o contexto do filme e também da atividade; Quanto a ditar conteúdos: textos ou parágrafos extensos não é indicado esta metodologia quando existirem alunos surdos em classes regulares com ouvintes, uma vez que a libras possui uma estrutura diferente do português, e estes não conseguem acompanhar os demais. Assim se faz necessário que os conteúdos sejam escritos no quadro ou entregues já impressos. O aluno surdo não terá como olhar o intérprete enquanto o professor dita, e copiar o conteúdo ao mesmo tempo (diferente dos ouvintes que escrevem e escutam ao mesmo tempo). Assim a igualdade de oportunidades entre pessoas ouvintes e surdas estará afetada; O responsável pelo ensino do surdo é o docente e não o profissional tils, assim as duvidas dos alunos surdos em relação aos conteúdos, são de responsabilidade do professor e não do TILs. As duvidas sobre a compreensão da mensagem repassada, do vocabulário são de responsabilidade do TILs; Na elaboração de materiais para uso de multimídia, precisa ser avaliado a cor do fundo, das imagens, das letras, visto que não é possível ficar com a sala de aula com grande redução da iluminação, pois o aluno surdo precisa manter a visão do interprete para receber as informações que estejam sendo passadas pelo professor e traduzidas pelo TILs. Com este cuidado de cores e nuances do material visual se estará respeitando os direitos de todos alunos da sala, sem excluir um grupo para atender a outro; Atentar para que as adaptações de condições de aula contemplem também os alunos ouvintes, evitando que estes se sintam prejudicados pelas necessidades dos surdo. Estes detalhes evitam constrangimentos e isolamentos entre os alunos, colaborando por uma melhor aceitação do diferente e promovendo inclusão, socialização. 6. Tradutor e Intérprete de Libras – Contexto de sala de aula As modalidades de tradução-interpretação compreende intermediar um processo comunicacional entre ouvinte e surdos ou vice versa e também fazer a transição entre textos em português para a estrutura de libras vice versa. - língua brasileira de sinais para português oral, sinais para escrita, português para a língua de sinais oral, escrita para sinais - Uma tradução sempre envolve uma língua escrita. Assim, poder-se-á ter uma tradução de uma língua de sinais para a língua escrita de uma língua falada, da língua escrita de sinais para a língua falada, da escrita da língua falada para a língua de sinais, da língua de sinais para a escrita da língua falada, da escrita da língua de sinais para a escrita da língua falada e da escrita da língua falada para a escrita da língua de sinais. A interpretação sempre envolve as línguas faladas/ sinalizadas, ou seja, nas modalidades orais-auditivas e visuaisespaciais. Assim, poder-se-á ter a interpretação da língua de sinais para a língua falada e vice-versa, da língua falada para a língua de sinais. O tradutor e intérprete de língua de sinais é um profissional com formação específica, com competência (conhecimento) e habilidades (técnica) para esta função. É uma profissão que exige esforço físico e mental, assim como aprimoramento e atualização constantes, visto que se trata de línguas em constantes modificações, sujeitos bi/multiculturais e suas subjetividades, uma língua viva exigindo que o profissional domine as línguas exigidas, gramática e estrutura. Desse modo, é fundamental que o profissional tenha conhecimento aprofundado da linguística das línguas envolvidas, dos aspectos culturais, técnicas e estratégias tradutórias a fim de realizar traduções e interpretações as mais fiéis possíveis aos contextos discursivos, que compreenda as ideias presentes nos discursos, as contextualizando, com o momento, com a cultura, com as questões sociais, políticas, emocionais, portanto envolve conhecimento amplo. A interpretação simultânea e tradução oral é realizada em curto espaço de tempo e envolve processos mentais complexos, já a tradução consecutiva e a tradução escrita, tem um tempo maior de escolhas tradutórias. A tradução/interpretação na modalidade simultânea, que no ambiente educacional é a mais utilizada, envolve processos mentais muito complexos, por isso é fundamental que os TILS trabalhem em dupla (apoio), para o devido revezamento afim de manter a saúde dos intérpretes e a qualidade do trabalho prestado (AGILS, 2013). O perfil que se busca é de profissionais capazes de realizem a interpretação simultânea entre a língua brasileira de sinais e o português e vice versa, com fluência e coerência em diferentes espaços, como eventos, relacionamentos comerciais e de trabalho, aulas, atendimento ao público, entre outros. Traduzam publicações em português escrito para vídeos em língua brasileira de Sinais. Traduzam vídeos em Língua Brasileira de Sinais para o português escrito. Analisem as traduções realizadas. Vale-se dos referenciais visuais, identitários e linguísticos da Comunidade Surda ao interpretar e traduzir do Português para a LIBRAS, como também, verte esses referenciais para o português. Sua atuação seja pautada na ética profissional do intérprete e a cultura surda. O tradutor e intérprete de língua de sinais deve ser proativo, ter humildade e empatia com as pessoas envolvidas na interpretação. Formação exigida para o exercício da profissão A formação exigida para o exercício legal da profissão esta assegura pela Lei 10.436/2002; no decreto 5.626/2005 e na Lei 12.319/2010. Qualificação conferida por graduação em instituição reconhecida pelo Ministério da Educação. Qualificação conferida por curso educação profissional promovido por organização da sociedade civil representativa da comunidade surda reconhecido (convalidado) por instituição credenciada em secretaria de educação ou por instituição credenciada em secretarias de educação (curso técnico em tradução e interpretação de LIBRAS). Capacitação em LIBRAS através de curso de extensão, por cursos de educação continuada certificados por instituições de ensino superior e instituições credenciadas por secretaria de educação. É uma formação formal, em que TILS assistiu aulas direcionadas a capacitação de indivíduos para este fim, porem com carga horaria inferior ao exigido por lei para certificação de nível técnico. Certificação de proficiência (Prolibras) - Exame Nacional para Certificação de Proficiência no uso e no ensino de Libras e/ou para Certificação de Proficiência na tradução e interpretação de Libras/Português/Libras, realizado anualmente pelo Ministério da Educação. Certifica pessoas surdas ou ouvintes fluentes em Língua Brasileira de Sinais (Libras) que já concluíram o ensino superior ou o ensino médio. Significa que o individuo tem fluência da LIBRAS, sendo a menor formação exigida para o exercício da profissão. OBS: pela falta de profissionais qualificados no mercado o decreto 5.626 assegura o direito até 2015 de pessoas aprovadas no exame de proficiência promovido pelo ministério de educação atuarem como TILs em diferentes níveis. Sendo que: Para atuar em nível fundamental precisa ter no mínimo a aprovação no exame de proficiência promovido pelo MEC e ensino médio completo; para atuar em nível médio e superior, precisa ter no mínimo a aprovação no exame de proficiência promovido pelo MEC e preferencialmente ensino superior ( Decreto 5.626//22 de dezembro de 2005, Capitulo V, Art 18 e 19). Muitos especialistas na área de LIBRAS, inclusive profissionais surdos, atestam a confiabilidade no Prolibras, preferindo TILS que tenham esta certificação, mesmo que possuam outras. Este assunto é muito divergente e gera duvidas, pois o Prolibras só apenas certifica, e mas não capacita. Para que os profissionais TILS sejam qualificados é necessário formação teórico-prática em curso específico que capacite o profissional não somente nas técnicas e estratégias tradutórias no uso das duas línguas (Libras/Português), mas também no conhecimento teórico dos aspectos linguísticos, culturais, históricos e políticos, condutas éticas inerentes a profissão, conscientização política e social, entre outros aspectos que envolvem surdos e ouvintes. Ou seja, capacitação essa não garantida pela certificação no exame de proficiência. REFERÊNCIAS ALBRES, Neiva de Aquino. História da Língua Brasileira de Sinais em Campo Grande – MS. Disponível em: http://www.editora-arara-azul.com.br/pdf/artigo15.pdf Decreto 3298/99 | Decreto nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999. Em http://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/109697/decreto-3298-99#art-4--inc-II. Acesso em 29 de junho de 2014. GOLDFELD, M. A criança surda: linguagem e cognição numa perspectiva sócio-interacionista. São Paulo: Plexus, 1997. BRASIL, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul Câmpus Rio Grande. Manual para o professor: Orientações para o exercício da docência em sala de aula regular com alunos surdos inclusos. Agosto 2014. Disponível em: http://www.riogrande.ifrs.edu.br/site/midias/arquivos/201462410356orientacoes_para _docentes_sobre_inclusao_de_surdos_em_turma_regular.pdf. Acessado em; 15 de setembro de 2014. BRASIL, Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, Câmpus Rio Grande. Orientações para a atuação dos profissionais tradutores/interpretes de LIBRAS no IFRS - Câmpus Rio Grande. Disponível em; http://www.riogrande.ifrs.edu.br/site/midias/arquivos/20143179192991orientacoes_p ara_a_atuacao_profissional_dos_tils.pdf. Acessado em: 10 de setembro de 2014. SAUSSURE, F. de. Curso de lingüística geral. São Paulo: Cultrix, 1987 Trabalho de Pesquisa - História da Educação de Surdos no Brasil e no Mundo. Em http://pt.scribd.com/doc/96739772/Trabalho-de-Pesquisa-Historia-da-Educacaode-Surdos-no-Brasil-e-no-Mundo. Acesso em 29 de Junho de 2014. ANEXO I Lista de filmes que abordam a Surdez. Com essa lista você terá várias opções de escolha para trabalhar com o tema, conforme o objetivo da sua aula. 11 de Setembro 100 Girls 2001 – Uma Odisseia no Espaço A Broadway dos Meus Sonhos A Corrente do Bem A Hora da Estrela A Maçã A Missão A Música e o Silêncio Alpine Fire Amour Secret Amy – Uma Vida pelas Crianças (Tv Film) Anatomie D´Un Miracle And Now Tomorrow Ao Mestre Com Carinho I e II Babel Beethoven – Um Grand Amour de Beethoven Beyond Silence Big Little Person Black Blue Rodeo (Tv Film) Bonanza – Trovão Silencioso Bridge to Silence (Tv Film) Budbringeren Cegos, Surdos E Loucos Cenas da Praia Cine Gibi City of Sadness Compensation Congo Cop Land Corpo a Corpo Country of The Deaf (Tv Film) Crazy Moon Crianças Invisíveis Dead Silence Deaf Smith And Johnny Ears Deafula – Drácula Destination : Graceland Do Luto à Luta Dobermann Dot Dummy (Tv Film) E Seu Nome é Jonas Egypt Entre os Muros da Escola Eu, Christiane F. Drogada e Prostituta Fernão Capelo Gaivota Filhos do Silêncio Fome de Amor Gestos de Amor Gigot Hear No Evil Helen – A Raposinha Helen Keller And Her Teacher Helen Keller: The Miracle Continues Histórias de Princesas da Disney Intimate Portrait: Helen Keller John Lennon – Imagine Judement L´Abbe de L´Épée La Mélodie du Silence La Trompette Magique Lágrimas do Silêncio Le Bateau de Mariage Les Innocents Les Mots Blues Les Nuit Claire Les Silencieuses Lettre D´Mour Zoulou Little House Prairie Los Amigos Meu Pé Esquerdo Mr. Holland, Adorável Professor Neel No Silêncio do Amor O Céu De Lisboa O Cisne Apaixonado O Enigma de Kaspar Hauser O Filme Surdo De Beethoven O Garoto Selvagem O Martírio do Silêncio O Milagre de Ann Sullivan O Milagre na Rua 34 O Óleo de Lorenzo O País dos Surdos O Passado O Pássaro Azul O Piano O Poder da Esperança O Silêncio Old Boy Os Cinco Sentidos Paciente 14 Palavras do Silêncio Paranoid Pequeno Milagre Points de Rupture Pollyanna Professor, Aqui quem Fala é Seu Aluno Surdo Quatro Casamentos e um Funeral Quem Somos Nós I e II Querido Frankie Ritmo Acelerado Savage Streets Ser e Ter Silêncio do Amor Sob Suspeita Sobre Meninos e Lobos Sobre meus Lábios Som e Fúria Terra do Silêncio e da Escuridão Terre Et Cendres The Dancer The Unconquered (Helen Keller In Her Story) Till Human Voices Wake Us Tortura Silenciosa Tudo em Família Velocidade Máxima 2 Xuxa e o Tesouro da Cidade Perdida Xuxa e os Duendes 2 - No Caminho Das Fadas