painel abril13
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Editorial Rua João Penteado, 2237- Ribeirão Preto - SP- Tel.: (16) 2102-1700 Fax: (16) 2102-1700- www.aeaarp.org.br / [email protected] Wilson Luiz Laguna Roberto Maestrello Presidente Vice-presidente DIRETORIA OPERACIONAL Diretor Administrativo: Roberto Maestrello Diretor Financeiro: João Lemos Teixeira da Silva Diretor Financeiro Adjunto: Antônio Rounei Jacometti Diretor de Promoção da Ética de Exercício Profissional: André Saretta Zanferdini DIRETORIA FUNCIONAL Diretor de Esportes e Lazer: Wilson Roberto Baldin Diretora Social: Luci Aparecida Silva DIRETORIA TÉCNICA Engenharia Agrimensura e Afins: Argemiro Gonçalves Agronomia, Alimentos e Afins: Marcos Villela Lemos Arquitetura, Urbanismo e Afins: Maria Teresa Pereira Lima Engenharia Civil, Saneamento e Afins: José Roberto Hortêncio Romero Engenharia Elétrica, Eletrônica e Afins: Carlos Eduardo Epaminondas França Engenharia Mecânica, Mecatrônica, Ind. de Produção e Afins: Emilson Antônio Martinez Roveri Engenharia Química e Afins: Patrícia Butarello Cassini Engenharia de Segurança e Afins: Luís Antônio Bagatin Computação, Sistemas de Tecnologia da Informação e Afins: Giulio Roberto Azevedo Prado Engenharia de Meio Ambiente, Gestão Ambiental e Afins: Paulo Purrenes Peixoto DIRETORIA ESPECIAL Universitária: José Antônio Lanchoti Da mulher: Maria Inês Cavalcanti De Ouvidoria: Henrique Victorazzo Halack CONSELHO DELIBERATIVO Presidente: José Alfredo Pedreschi Monteiro Caetano Dallora Neto Luiz Eduardo Lacerda dos Santos Carlos Alberto Palladini Filho Luiz Gustavo Leonel de Castro Cecílio Fraguas Junior Manoel Garcia Filho Dilson Rodrigues Cáceres Marcos A.Spínola de Castro Edes Junqueira Maria Cristina Salomão Ericson Dias Mello Pedro Ailton Ghideli Francisco Carlos Fagionato Ronaldo Martins Trigo Hideo Kumasaka Ruth Cristina Montanheiro Paulino Hugo Sérgio Barros Riccioppo Sylvio Xavier Teixeira Júnior José Walter Figueiredo Silva CONSELHEIRO TITULAR DO CREA-SP REPRESENTANTE DA AEAARP Câmara Especializada em Engenharia Civil: Ericson Dias Mello REVISTA PAINEL Conselho Editorial: Roberto Maestrello, José Alfredo Pedreschi Monteiro , Wilson Luiz Laguna, Paulo Purrenes Peixoto, José Aníbal Laguna, Maria Inês Cavalcanti, Giulio R. A. Prado, Ericson Dias Mello, Hugo Sergio de Barros Riccioppo , André Saretta Zanferdini e Luci Aparecida Silva Coordenação Editorial: Fonte Assessoria de Imprensa - Rua Soares Romeu, 224 - Rib. Preto -SP - Fone: (16) 2111-7200 - e-mail: [email protected] Editores: Ricardo Carvalho – MTb 24.667 e Paulo Viarti - MTb 26.493 Departamento Comercial: Editora CM - Rua Castro Alves, 402 - Rib. Preto - SP Fone/Fax: (16) 3610-6244 Tiragem: 5.500 exemplares Fotos capa: Cedro Construtora Locação e Eventos: Solange Fecuri (2102-1718) Projeto Gráfico e Diagramação : Romulo Ramazini Felicio (9153-3528) Impressão e Fotolito: São Francisco Gráfica e Editora Ltda. Painel não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados. Os mesmos também não expressam, necessariamente, a opinião da revista. Em agosto de 2006 foi discutido, no Fórum Ribeirão Preto do Futuro, o problema dos resíduos sólidos oriundos da construção civil em Ribeirão Preto. O resultado não poderia ser outro. Entregamos às mãos do prefeito Welson Gasparini, em 9 de fevereiro de 2007, o resultado do trabalho, com uma proposta bastante abrangente e que enfoca desde o diagnóstico do problema até os benefícios esperados, que certamente serão atingidos com a implantação do Programa de Gestão. Engº Wilson Luiz Laguna Após o primeiro debate sobre o assunto, realizado na sede da AEAARP, e que contou com a presença do convidado especial, o arquiteto Tarcísio de Paula Pinto, de técnicos de São José do Rio Preto, engenheiros, do presidente da AEAARP, do ex-presidente da entidade José Batista Ferreira, representante do Sinduscon da regional de Ribeirão Preto, de muitos associados desta entidade e diversos munícipes. A presença de muitos participantes enriqueceu o processo de discussão, pois várias questões foram levantadas pela platéia, após a apresentação de todos os debatedores que compuseram a mesa, sendo todas elas devidamente anotadas e esclarecidas. Após a constituição de Comissão específica para tratar do assunto, ficou designado o engenheiro civil José Alfredo Pedreschi Monteiro como o coordenador da Comissão, que realizou um trabalho bastante árduo e providenciou a visita de muitos membros da comissão a São José do Rio Preto, cidade que vem apresentando ótimos resultados na gestão dos resíduos sólidos decorrentes da construção civil. Foi o ponto de partida bem escolhido, pois, além de engenheiros, havia também proprietários de empresas transportadoras de entulho de construção constituindo a comitiva visitante. O que vimos impressionou a todos, pelo controle municipal exercido e pela qualidade dos serviços de destinação final daqueles resíduos. Aproveitamos a oportunidade e visitamos também a Usina de Compostagem, que opera na área das instalações do Aterro Sanitário da cidade. Mais uma vez a comitiva impressionou-se, pois dos procedimentos adotados vimos o produto final de muito boa qualidade. O sistema operacional utilizado naquela cidade não apresenta muita diferença do modelo parcialmente implantado em nossa cidade, em 1996, e que funcionou por quatro anos seguidos, sendo posteriormente interrompido por dificuldades de manutenção. Trouxemos todas as leis criadas para dar suporte ao programa e, após revisão feita pela advogada, membro da Comissão e representante da OAB, Mariel Silvestre, sugerimos a utilização dos mesmos procedimentos para nosso modelo a ser adotado. Outros procedimentos foram abordados visando ao envolvimento de toda a sociedade, bem como os benefícios esperados de ordem social, econômica e ambiental. O esforço do trabalho traz grandes resultados. AGRONOMIA Programa de olericultura urbana Fotos: Divulgação P ara os próximos anos, devido às mudanças climáticas que estão ocorrendo no planeta, cada vez vão ser mais necessárias ações para retenção de água no solo, tanto nas áreas rurais quanto urbanas. A impermeabilização do solo urbano vem sendo combatida pela sociedade e cada vez se valoriza mais os espaços ajardinados e hortas caseiras, essenciais para aumentar a retenção de água urbana, diminuindo seu escoamento para galerias pluviais, avolumando as águas dos córregos, sujeitos a provocar enchentes. Hortas caseiras são essenciais para aumentar a retenção de água urbana A impermeabilização do solo urbano vem sendo combatida pela sociedade Esses espaços caseiros, tão ecologicamente posicionados, devem ser planejados tecnicamente para atingir sua função. Na construção deve-se conhecer o solo, levando em consideração que pode ficar encharcado e prejudicar sua própria construção e a dos vizinhos. Dessa forma, o muro de arrimo destes locais deve ser preparado para tal, com impermeabilização adequada e drenos, no caso de encharcamento. Também o custo da água de irrigação deve ser dimensionado. Providenciar um sistema de captação de água de chuvas (telhado) com reservatório pode compensar o investimento. Ainda a escolha das espécies hortícolas (hortas) e ornamentais (jardins), bem como outras ações (gramado, nutrição mineral, utilização de estercos, etc) nestes espaços demandam técnicas de recomendação agronômica. Diante disso, a AEAARP tem tudo a ver com um programa deste tipo, e não é só função do arquiteto, engenheiro ou agrônomo estar apresentando soluções, mas um trabalho conjunto da classe. Engº Agr. José Roberto Scarpellini APTA Regional Centro Leste. SAA Ribeirão Preto – SP Revista Painel 3 AGRONOMIA Diagnóstico hortícola na região de Ribeirão Preto Divulgação R ibeirão Preto é um município tipicamente urbano e suas principais atividades estão centradas no comércio e na prestação de serviços. No entanto, o dinamismo dessas atividades sofre grande influência das atividades produtivas que se desenvolvem ao seu redor. Neste sentido, a agricultura ganha um papel de destaque na região como um todo, sendo a principal atividade econômica em uma série de municípios vizinhos. Ao considerar apenas a atividade agropecuária de Ribeirão Preto correm-se os riscos de subdimensionar a sua importância para a economia municipal e não captar as recentes tendências e transformações ocorridas na agricultura regional recentemente. A maior parte da área agrícola do município e da região é utilizada para o cultivo de lavouras temporárias. Devido ao posicionamento geográfico da cidade e à grande quantidade de usinas sulcroalcooleiras na região, a cultura da cana-de-açúcar se expandiu. Além da cana, outros produtos merecem destaque na região, em relação à produção nacional, como amendoim, manga, limão, abóbora, tomate, entre outros. Devido às mudanças ocorridas nos últimos anos, surgiu o interesse em uma análise da situação atual da cadeia produtiva olerícola da região de Ribeirão Preto, verificando suas principais demandas, visando a atender às necessidades na elaboração e desenvolvimento das pesquisas básicas e 4 AEAARP aplicadas adaptadas à região. Para tanto, um diagnóstico foi realizado pela Apta Regional Centro Leste, Instituto da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio da elaboração e distribuição de um questionário aos engenheiros agrônomos, ou responsáveis pela área de olericultura das Casas de Agricultura (unidades mais representativas da assistência e da extensão rural), dos 15 municípios que fazem parte da regional agrícola de Ribeirão Preto. O questionário continha 13 perguntas, sendo oito na forma de múltipla escolha e cinco discursivas. Setenta e três por cento dos questionários distribuídos tiveram retorno, sendo esses referentes aos municípios de Cajuru, Cravinhos, Jardinópolis, Luis Antônio, Cássia dos Coqueiros, Ribeirão Preto, Serra Azul, São Simão, Brodowski, Santa Rita do Passa Quatro e Santa Cruz da Esperança. As principais olerícolas apontadas pelos entrevistados como cultivadas nesses municípios foram as culturas da alface, totalizando as respostas de 100% dos entrevistados; almeirão e abobrinha, com 60%; chuchu, jiló e rúcula, com 50%; e chicória, tomate, berinjela e cheiro verde, com 40%. Em relação à área plantada com olerícolas, os três principais municípios foram Brodowski, com 126 ha., representando 1% da área cultivável no município, contendo a maior diversificação de culturas, sendo as principais abobrinha, jiló, brócolis, couve-flor, pimentão, berinjela, tomate-salada e folhosas de modo geral; Ribeirão Preto, com 150 ha. de folhosas e 130 ha. de legumes e frutos; e Cravinhos, com 200 ha. representando 0,66% do município, tendo o tomate como a principal cultura. Os demais municípios apresentam somente cerca de 20 ha. de cultivo. Esses resultados mostram o que se observa na prática, caracterizando a olericultura na região por meio de pequenos produtores e uma olericultura diversificada a cada ano. Com relação ao nível tecnológico dos produtores da região, 55% dos entrevistados consideraram-no regular e 45% bom. Entre os principais problemas citados na olericultura do município, a falta de organização na comercialização e as dificuldades na distribuição dos produtos foram os que mais se destacaram, com 28% e 24%, respectivamente, das respostas dos entrevistados. Muitas vezes por se tratarem de pequenos produtores, suas produções não alcançam um mínimo necessário, dificultando a venda dos produtos em hipermercados e também no CEASA. Tentando fortalecer o setor e minimizar esses problemas, em 2002 foi criada, em Ribeirão Preto, a Associação de Produtores Hortifrutigrangeiros, que reúne 130 produtores. Por meio da associação, eles conseguem vender seus produtos a preços mais justos. Com relação ao manejo da cultura, os principais problemas citados foram as pragas-doenças e irrigação, contemplando 35% e 30% das opiniões, respectivamente. Dentro do manejo da irrigação foi questionada qual a principal dificuldade técnica. As respostas apontaram problemas no volume de água aplicado, ocorrendo em 64% dos municípios. É interessante destacarmos que estes dois fatores estão extremamente relacionados, uma vez que o encharcamento do solo, proveniente do excesso de água aplicado, ocasiona o aumento das doenças do solo, principalmente as bacterianas e fúngicas, como manchas bacterianas, rizoctoniose, fusariose, entre outras. As respostas obtidas com relação à utilização da rotação de cultura pelos produtores mostraram que menos de 20% desses a fazem, representando 50% dos entrevistados. Segundo 70% dos engenheiros agrônomos, esses produtores que aplicam a rotação de cultura baseiam-se, para a escolha da cultura, única e exclusivamente na rentabilidade econômica a ser obtida. Essa baixa adoção da rotação de cultura pode estar atribuída às dificuldades para comercialização das hortaliças recomendadas como aptas à rotação. Em relação à porcentagem de produtores que procuram pela assistência técnica, 60% dos entrevistados afirmaram que em seus municípios menos de 20% dos produtores procuram pela orientação do profissional e que essa procura é feita raramente (70% das opiniões), em média, uma vez por mês. Essa situação é preocupante, uma vez que principalmente o engenheiro agrônomo extensionista da Casa da Agricultura é o profissional mais indicado no auxílio da resolução dos problemas encontrados pelos produtores. Os entrevistados apresentaram também as principais prioridades de pesquisa em olericultura. Nessa questão, alternativas para agregação de valor ao produto contemplaram 24% das respostas, e a identificação e controle de pragas e doenças, 16%. Finalmente um último questionamento sobre o interesse da instituição em colaborar com a implantação de um programa de ‘olericultura urbana’ foi feito obtendo-se praticamente um consenso afirmativo (80%), demonstrando o interesse nessa parceria. Essa integração entre os setores de pesquisa, ensino e assistência técnica oficiais é extremamente necessária e benéfica para o fortalecimento do setor produtivo. Sally Ferreira Blat Pesquisadora Científica da APTA Regional Centro Leste. Ribeirão Preto – SP ACESSIBILIDADE Prefeituras têm prazo curto para cumprir exigências da lei A s estatísticas mostram que cerca de 10% da população brasileira tem algum tipo de deficiência. Já o contingente de idosos não pára de crescer, alargando cada vez mais o topo da pirâmide etária no país. Embora correspondam, juntos, a uma significativa parcela dos cidadãos que contribuem com seus impostos, muitas vezes eles não têm o tratamento necessário para que possam usufruir dos seus direitos e se locomover com facilidade por ruas e estabelecimentos. No Brasil, iniciativas isoladas para permitir que todos tenham acesso a prédios e locais públicos começaram a tomar fôlego a partir do final da década de 80. Mesmo assim, e apesar da boa vontade de alguns profissionais, as ações eram quase sempre insuficientes, principalmente quando comparadas a outros países, sobretudo aos europeus, nos quais o assunto é tratado com seriedade. Atualmente, o que era uma expectativa está se tornando, de fato, uma determinação. As prefeituras e os governos estaduais e federal têm até 3 de junho para proporcionar total condição de acesso às pessoas com dificuldades de locomoção às repartições públicas. Aprovado em 2004, o Decreto-Lei Federal 5296 garante e assegura a aplicação da chamada Lei da Acessibilidade. Editado para regulamentar outras duas leis, lançadas em 2000, o decreto determina prazo para sua execução e pressiona os administradores públicos. Segundo o arquiteto José Antonio Lanchoti, o rebaixamento de calçadas, obra mais visível a que as administrações se propõem a fazer, é a parte mais imediata na resolução desse tipo de problema. A acessibilidade, no entanto, deverá ser tema de debate entre empresários, comerciantes, representantes de agências bancárias, construtores, engenheiros, arquitetos e demais cidadãos. Lanchoti, que é membro da AEAARP e Carlos Bolfarini O Theatro Pedro II está preparado para receber os deficientes físicos, pois conta com elevadores em suas dependências 6 AEAARP um dos integrantes do grupo de trabalho do governo federal, que avalia e estuda a acessibilidade no Brasil, está envolvido com o tema há 14 anos. Ele participou da elaboração do Decreto, promulgado em dezembro de 2004, pela Casa Civil, que se baseou na norma 9050 da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) para direcionar o texto, tratando de todas as questões de acessibilidade no país. Segundo ele, o texto legal prevê duas situações distintas, em que órgãos públicos, de todas as esferas da administração, deverão estar adaptados até 3 de junho. Locais de uso público coletivo, como shopping centers e cinemas, terão até dezembro de 2008 para se adaptar. Embora haja uma brecha no prazo para adaptação dos demais estabelecimentos de uso coletivo, qualquer ação movida por uma pessoa que tenha sido prejudicada nesses locais poderá ser acatada pela Justiça. “Esse é o tempo limite para que todos possam fazer suas adaptações”, diz Lanchoti. “Entretanto, a lei está em vigência e vale para efeito legal e judicial. O direito é imediato”. De acordo com a lei, nada mais poderia ser projetado, ou executado, desconsiderando as questões de acesso. No caso das prefeituras, a lei exige dupla fiscalização. Cabe a estes órgãos fiscalizar tudo o que é construído no município e, além disso, adequar seus próprios prédios à legislação. A partir de agora a emissão dos alvarás de habite-se passará por uma fiscalização mais rigorosa, que vai avaliar os projetos que estão sendo aprovados. As obras que já estão em andamento deverão executar as adequações que ainda são possíveis. O mesmo vale para os prédios que foram construídos há mais tempo. Para Lanchoti, construtores, engenheiros e arquitetos precisam ter em mente que é muito mais barato incluir em seus projetos detalhes de acesso a pessoas com deficiência ou idosos do que refazer as obras. Embora ele tenha notado um maior comprometimento destes profissionais nos Cedro Construtora Escola Alfeu Luis Gasparini, localizada na avenida Dom Pedro I, possui rampas para o acesso de deficientes físicos últimos anos, o arquiteto considera que ainda não se chegou a um nível aceitável. “Muitos profissionais, por desconhecimento, preferem ignorar esses conceitos e simplesmente não o incorporam em seus projetos”, afirma. “Eles terão trabalho dobrado, pois terão de refazê-los. As prefeituras não vão mais aceitar projetos com esse tipo de falha”. Em 2006 e 2007, o trabalho de difusão do conceito de acessibilidade está focado na notificação das prefeituras, pelo Crea, para que se lembrem dos prazos para adequação à lei. Nesta tarefa, o Ministério Público Federal também estará ajudando na fiscalização. O decreto não prevê multas ou qualquer punição pecuniária. Os prefeitos estarão sujeitos à lei de improbidade administrativa, caso cumpram as determinações em tempo hábil. Uma saída encontrada pelos prefeitos é a assinatura de termos de ajuste de conduta, assinados entre as prefeituras e o MP, ampliando o prazo para as adequações. Para Lanchoti, ações isoladas já estão sendo colocadas em prática para minimizar os problemas de acessibilidade. Em Ribeirão Preto não faltam bons e maus exemplos, assim como em outras cidades. A escola municipal Alfeu Luis Gasparini na avenida Dom Pedro I, possui rampas para o acesso de deficientes físicos. Para prefeituras que ocupam imóveis alugados para suas repartições, a saída seria solicitar aos proprietários a reforma dos prédios ou efetuar a desocupação dos locais. De acordo com ele, nem mesmo os prédios históricos devem ficar fora do alcance da lei. Estudos revelam que é possível dar condições de acessibilidade a qualquer usuário, mesmo em prédios antigos ou tombados, desde que as adequações sejam feitas com base técnica apropriada. Exemplo disso é o Teatro Pedro II, no Centro de Ribeirão Preto, bem como em outros teatros localizados na cidade de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. “É possível garantir a adequação sem ferir, comprometer ou descaracterizar o imóvel”, afirma Lanchoti. “A Europa, com seus prédios centenários, tem ótimos exemplos de projetos de acessibilidade”. Em Ribeirão Preto, uma obra necessária, mas que sempre foi vista com maus olhos por profissionais ligados à engenharia e à arquitetura é o Palácio Rio Branco, sede da Prefeitura. Embora não seja tombado, o prédio tem valor arquitetônico e qualquer mudança em sua linha original sempre foi vista com receio. “Mas dá para realizar as mudanças necessárias. Basta solicitar a ajuda de um profissional que estude o prédio e chegue à melhor solução”, pondera Lanchoti. Uma rampa aqui, outra ali O conceito de acessibilidade vai muito além da simples construção de rampas, Revista Painel 7 ACESSIBILIDADE Fotos: Carlos Bolfarini embora ela tenha se traduzido na imagem mais conhecida desses projetos. A lei que determina o direito das pessoas em se locomover pelas cidades, ou locações públicas, abrange os idosos, deficientes físicos, visuais e auditivos, pessoas com muletas, obesos e anões. Não se trata de garantir apenas o acesso, mas a mobilidade. Por isso, banheiros adequados, largura das portas, piso tátil e inclinação correta das rampas são apenas alguns dos itens que devem ser observados. O Crea, segundo Lanchoti, vem cobrando os profissionais para que eles elaborem seus projetos corretamente, levando em conta as exigências da lei. A resposta, de acordo com ele, tem sido satisfatória. Mas o surgimento de uma nova cidade não depende apenas da edição de leis. Os conceitos de inclusão vão muito além disso, ao envolver toda a sociedade e exigir que todos os cidadãos tenham consciência do problema. Exemplos não faltam. Desde as portas giratórias das agências bancárias, telefones públicos e mobiliário disposto nas calçadas irregulares, o problema está visível por todos os lados. “A participação deve ser coletiva. O comerciante precisa estar pronto para receber seu cliente com obesidade ou em cadeira de rodas. Não podemos esquecer dos bancos e suas inúmeras senhas para acesso às contas”, diz Lanchoti. “Nesses casos, é fácil perceber que um cego, ou idoso, não consegue ser usuário de um caixa eletrônico”. Questões como essas fazem parte de um conceito ainda mais abrangente, chamado de ‘barreiras atitudinais’. É preciso, segundo o arquiteto, que a sociedade mude sua postura em relação aos deficientes e idosos, para que eles sejam plenamente incluídos na sociedade de forma natural. Por isso, a semântica entrou em jogo para desmistificar o termo ‘integração social’, que foi substituído por ‘inserção social’. Para especialistas, enquanto o primeiro definia que as pessoas com deficiência deveriam se adaptar ao meio em que vivem, a fim de utilizar os espaços comuns, o segundo dá meia volta e diz que tudo deve ser feito para que estas pessoas tenham o meio A Prefeitura precisa se adequar à lei de acessibilidade adaptado às suas necessidades. Esse movimento de conscientização soa com Deficiência, embalada aqui pela existe há, no máximo, duas décadas no campanha nacional por doação de Brasil. Em 1981 ficou mais forte quando a córneas, realizada pela Rede Globo. “Hoje ONU criou o Ano Internacional da Pesqueremos que uma mesma sala de aula atenda a todas as crianças, que o teatro possa receber todas as pessoas, independente de suas limitações, e que na mesma calçada possam caminhar todas as pessoas”, explica Lanchoti. Neste momento os esforços se voltam para outro conceito: o do desenho universal, que prega que todas as estruturas e equipamentos sejam capazes de atender a qualquer ser humano. “Quando vemos um telefone público feito para o anão, ou para o cadeirante, temos dois gastos pagos pelo contribuinte. Se fosse apenas um aparelho adaptado ao uso de qualquer pessoa, além da economia, teríamos um exemplo claro de inserção social”, exemplifica Lanchoti. A corrida pelo reconhecimento desses cidadãos e dos seus direitos, não à toa, foi iniciada pelos shopping centers, que reconheceram nessas pessoas, consumidores potenciais. “Enquanto isso, prefeitos e governadores parecem não ver essas pessoas como cidadãos que pagam A topografia de algumas calçadas impede o acesso aos deficientes físicos seus impostos”. 8 AEAARP TURISMO Turismo Regional: ótima opção para o final de semana Divulgação N ão é preciso ir muito longe para conhecer belezas naturais, históricas, culturais e transformar uma curta viagem em um momento de diversão ou tranqüilidade. Viagens de turismo a lugares mais distantes, ou mais próximos, contribuem para desvincular as pessoas de seus afazeres diários e profissionais. Curtas ou longas, a opção é sua! Entretanto, uma rápida viagem pode ser uma ótima opção para aqueles que têm pouco tempo para liberar o estresse do dia-a-dia. Associar o turismo regional como forma de descanso e relaxamento contribui para uma qualidade de vida melhor. Mas se você gosta de aventuras e diversão também encontra muitas opções. A região de Ribeirão Preto possui uma grande diversidade de opções de turismo, que podem ser exploradas em um único dia, ou em um final de semana. Você pode ouvir boa música, explorar lindos rios e cachoeiras, apreciar obras de arte respeitadas internacionalmente, fazer compras de uma infinidade de tipos de artesanatos. Pode, ainda, conhecer uma tribo indígena, se divertir em uma propriedade rural, visitar lindas igrejas, conhecer lendas e costumes, se aventurar por passeios na área rural, ou simplesmente contemplar uma bela paisagem. Isso tudo, não esquecendo as saborosas opções das delícias gastronômicas da região. Opções existem, e são muitas, para toFundação Cultural Cachoeira Alexandre, em Santa Rosa de Viterbo dos os gostos e idades. Entretanto, como profissional da área, devo lembrar que os turistas curiosos, em busca de seu tipo de lazer, devem sempre procurar informações sobre o destino que irão visitar. Estas informações são preciosas para se aproveitar o passeio com segurança e tranqüilidade. Você pode utilizar a internet para acessar o site oficial do município que pretende visitar e, assim, entrar em contato, via e-mail ou telefone, com as Secretarias de Turismo ou de Cultura ou os centros de informações turísticas. Em busca da melhor oferta para o turismo, algumas cidades da região têm se dedicado em profissionalizar sua diversiDivulgação Maestro Plácido Bertocco – homenageado pela Escola de Música de Santa Rosa de Viterbo dade turística, a fim de garantir uma ótima experiência de lazer aos visitantes. Estes municípios têm trabalhado seus atrativos turísticos, por meio do empenho de seus prefeitos e secretarias, com o objetivo de planejá-los estrategicamente com o auxílio de diversos profissionais. É neste momento que os especialistas ligados ao turismo e ao desenvolvimento civil de infra-estrutura e meio ambiente podem trabalhar em conjunto e propiciar maior segurança para a exploração turística destes municípios. Este é o caso de uma pequena cidade da região de Ribeirão Preto, que desde o início do ano tem focado seus esforços no planejamento estratégico de seu turismo. Você já ouviu falar na Estação da Cultura, na Banda Filarmônica, na Fazenda Estação da Cultura, antiga ferroviária, está sendo reformada para abrigar as apresentações musicais da cidade Matarazzo? Não, e no Café Maravilha, no Puerto Escondido Bar (Chiqueirinho), na Caça ao Tirisco? Também não? Então também não deve conhecer as Delícias da Panela da Dona Elza ou a Cachoeira do Wessel? Pois então, tudo isso está a 75 km de Ribeirão Preto, em Santa Rosa de Viterbo. Uma cidade acolhedora, com 23 mil habitantes e apelos turísticos culturais, históricos e naturais, que fazem desta pequena cidade um ótimo local para se visitar. Vale ressaltar ainda que Santa Rosa de Viterbo, desde o início do ano, conta com esforços de profissionais especializados em diversas áreas do turismo. A equipe trabalha para reformar atrativos e criar novos, organizando a história e a cultura da cidade, e planejando sua exploração natural, para direcionar, estratégica e sustentavelmente, seu turismo na oferta de ótimas opções de lazer e diversão para a região ou todo o país. Você que está buscando uma rápida e fácil opção de lazer e descanso visite algumas das nossas cidades próximas. Você não irá encontrar uma bela praia, mas, com certeza se surpreenderá com a variedade de lugares e as maravilhas do interior. Prof. Mestre Leonardo B. Barbieri Consultor em Planejamento Turístico [email protected] Revista Painel 9 SAÚDE Saúde bucal do trabalhador A odontologia do trabalho é uma especialidade odontológica, criada pela II Assembléia Nacional de Especialidades Odontológicas em 2002, que visa a prevenir e diagnosticar doenças do complexo bucomaxilofacial, provocadas pela atividade laboral, e a evitar acidentes do trabalho por causas odontológicas, contribuindo, assim, para a saúde integral do trabalhador . Não se pode falar em atenção integral à saúde dos trabalhadores sem inserir as ações de saúde bucal, que devem ser conduzidas tão somente por cirurgiões-dentistas devidamente capacitados e preparados para isso. A boca é, sem dúvida alguma, uma porta de entrada para muitos males que afetam a saúde de uma pessoa. Tal fato, no entanto, tem sido historicamente negligenciado. Muitas empresas e, conseqüentemente, a nação, perdem com trabalhadores impossibilitados de trabalhar devido a males que afetam a boca. Tal fato representa um prejuízo bastante elevado para as empresas, tanto no ponto de vista financeiro, como humano. O absenteísmo é um motivo de interesse crescente, visto o atual contexto econômico de competitividade, fazendo com 10 AEAARP que as empresas procurem meios para diminuir sua ocorrência, aumentando sua rentabilidade para que, com isto, possam crescer de forma sustentada. As condições de saúde bucal afetam a produtividade de funcionários, mas o empresariado brasileiro ainda não acordou para os benefícios da Odontologia do Trabalho. A má condição de saúde bucal pode provocar absenteísmo ou queda de produtividade em uma empresa. O trabalhador que sofre com uma dor de dente, por exemplo, não só perde a concentração, facilitando a ocorrência de acidentes e erros técnicos, como também altera seu humor e comportamento. Irritadiço, o funcionário fica mais propenso à intolerância e à discussão, prejudicando o relacionamento interpessoal. A automedicação tende a piorar a situação. Além de ocultar os sintomas e agravar a patologia, também concorre para acidentes do trabalho, devido aos diversos efeitos colaterais dos medicamentos, dentre eles a depressão do sistema nervoso central. No entanto, tais problemas podem ser minimizados, ou prevenidos, com a implantação de um programa de Odontologia do Trabalho. Esta especialidade estuda as relações entre a saúde do complexo bucomaxilofacial e o trabalho. Mas o empresariado brasileiro ainda não acordou para a importância estratégica da especialidade para a saúde dos funcionários e do negócio. Ainda hoje há empresas que recusam atestados odontológicos apresentados por funcionários para justificar atrasos ou faltas. E não cabe ao médico atestar condições odontológicas, nem julgar condições atestadas por um cirurgião-dentista, na esfera de competência do próprio dentista. Se o médico fizer isto, cometerá crime de exercício ilegal da Odontologia, já que estará excedendo seus limites profissionais, segundo o Código Penal, art. 282. A Lei Federal 6.215/75 confere prerrogativa profissional ao cirurgião-dentista para atestar, no setor de sua atividade, os estados mórbidos e outros fatos análogos, a fim de justificar faltas ao emprego. O desleixo para com a importância da Odontologia do Trabalho é patente na falta de estatísticas abrangentes sobre acidentes de trabalho envolvendo traumatismos dentofaciais e na subnotificação deles. Até mesmo o Estado economizaria seus recursos previdenciários, caso os empresários se preocupassem mais em optar por um programa ocupacional odontológico. Tramita no Congresso Federal o Projeto de Lei nº 3.520, de 11 de maio de 2004, que altera os artigos 162 e 168 da CLT. A proposta obriga as empresas a manter serviços especializados em segurança, em medicina e em odontologia do trabalho e também torna compulsória a realização de exames médicos e odontológicos, por conta do empregador. O projeto é de autoria do ex-deputado Vanderlei Assis. Ainda hoje não há indicadores precisos quanto aos números de acidentes laborais que envolvem o complexo maxilo-mandibular. Iisto ocorre devido a muitas causas, uma delas refere-se à elevada subnotificação de acidentes do trabalho, especialmente aqueles que ocorrem na economia informal e nas micro e pequenas empresas. Também podemos somar a este motivo o elevado desconhecimento técnico da caracterização de um acidente do trabalho, como, por exemplo, o caso do acidente “in itinere” (em percurso), que, muitas vezes, é indevidamente considerado um mero acidente de trânsito. Outra causa bastante freqüente de subnotificação são as ocorrências ditas de ‘menor gravidade’, as quais, muitas vezes, são muito graves, mesmo sem ter a aparência para tal, como as fraturas da coroa dentária e outras lesões conseqüentes de traumas incidentes, que, em geral, são solucionadas a expensas do próprio acidentado. Infelizmente só temos evidências dos traumatismos mais complexos, que envolvem as bases ósseas alveolares, a mandíbula, ou a maxila, que requeiram cuidados mais complexos, caros ou de- morados. Uma outra causa comum de subnotificação decorre da ausência de perícia especializada, procedida pelo cirurgião-dentista. No preenchimento da Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT) é freqüente omitir-se a menção às áreas efetivamente atingidas, bem como deixar de referir a gravidade das lesões. Isso acaba por prejudicar o acidentado, o empregador e a sociedade. Não apenas casos de acidentes podem ser evitados em uma empresa, com o emprego de um programa de Odontologia do Trabalho, mas, por exemplo, boa parte do diagnóstico precoce das neoplasias malignas, que podem ter origem a fatores laborais, deixa de ser realizada por falta de exames odontológicos periódicos. Sendo assim, queremos mostrar que a Odontologia do Trabalho contribui muito, não apenas para a saúde bucal do trabalhador, mas também com a saúde do ‘bolso’ do empresário, minimizando custos extras e fazendo com que seus trabalhadores estejam sempre saudáveis, em todos os aspectos, e não apenas no âmbito médico. Dra. Isamara G. Cavalcanti Caputo Odonto-Legista CROSP – 57412 Bibliografia 1. Odontologia do Trabalho – Uma visão multidisciplinar – MELLO; ed. Rubio – 2006. 2. http://www2.camara.gov.br – acessado em 14/02/2007. 3. http://www.cfo.org.br – acessado em 14/02/2007. 4. Código Penal – Mini e constituição Federal – 13ªed. – 2007. Editora Saraiva Em abril, Monteiro deixará a presidência do Conselho Deliberativo O engenheiro José Alfredo Pedreschi Monteiro deixará o cargo em virtude da renovação do quadro do Conselho O Conselho Deliberativo da AEAARP renovará um terço de seus integrantes até o final de março. As eleições, marcadas para a última semana do mês, farão com que sete novos conselheiros assumam seus lugares. Entre os que saem, está o atual presidente do órgão, José Alfredo Pedreschi Monteiro. Alçado ao cargo em novembro de 2005, após a demissão voluntária de seu antecessor, Monteiro avalia que deixará o órgão com a consciência de, com o apoio dos demais conselheiros, tê-lo tornado mais forte e atuante. A eleição, após a qual o engenheiro sairá com outros seis conselheiros, faz parte do processo de renovação do quadro do Conselho Deliberativo, cujos membros cumprem mandatos com durações diferentes. Em 2005, simultaneamente à votação que definiu o engenheiro Wilson Laguna como presidente da AEAARP, o Conselho Deliberativo, por sua vez, passou pela demissão de seu presidente. Chamado a ocupar o cargo, José Alfredo Pedreschi Monteiro deveria ficar à frente do órgão por um período determinado, mais precisamente até março de 2006, quando novas eleições para escolher os conselheiros foram realizadas. “Era um mandato tampão, para o qual fui chamado a fim de não deixar o Conselho com a presidência vazia”, comentou. Mais durante o pleito, em que sete dos 21 conselheiros foram eleitos, Monteiro foi novamente escolhido para ficar mais um mandato no Conselho, que se encerra agora. Apesar de dizer que viu muitos avanços em sua gestão, Monteiro não quer mais ocupar nenhum cargo no Conselho ou na AEAARP. Ele afirma que é preciso dar lugar para ou12 AEAARP tros sócios que poderão contribuir com a AEAARP. A seguir, os principais trechos da entrevista concedida à revista Painel. Painel – Em sua opinião, como se comportou o Conselho Deliberativo da AEAARP nesses últimos 15 meses? Monteiro – Eu diria que o Conselho se reestruturou e se organizou. Foram adotadas práticas que ajudaram a padronizar alguns procedimentos e a definir regras dentro do órgão e na própria AEAARP. José Alfredo Pedreschi Monteiro que nosso trabalho de fiscalização fosse realizado com rigor. “Saio com a consciência de que, com este Conselho Deliberativo e esta diretoria, presidida pelo amigo Wilson Luiz Laguna, a AEAARP ficou mais forte e participativa” Painel – Como foi a relação com a diretoria da Associação nesse período? Monteiro – Mantivemos uma gestão autônoma, mas de aproximação e apoio à presidência, durante todo o tempo. Entretanto, essa proximidade não impediu Painel – A fiscalização das contas e gastos da Associação é uma das funções do Conselho Deliberativo, mas não a única. O que mais cabe ao órgão? Monteiro – O Conselho Deliberativo existe para que a Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto cumpra o seu estatuto, em todas as cláusulas a que está subordinada. Além disso, qualquer tipo de iniciativa externa que leve o nome da entidade precisa ser aprovada pelo Conselho, assim como os nomes de seus membros para compor grupos de trabalho ou outras atividades. Painel – Em 2006, a possibilidade da mudança do aeroporto Leite Lopes, de Ribeirão Preto, para outra área, movimentou muito o Conselho e a AEAARP. Qual a sua análise sobre esta situação? Monteiro – Esse é um exemplo do envolvimento que sempre defendemos dentro do Conselho e da Associação. Arquivo Painel CONSELHO DELIBERATIVO Precisamos colaborar mais para a sociedade e participar mais de debates que atingem nossa cidade. O que fizemos nessa ocasião foi enviar à Prefeitura uma moção pedindo a manutenção do aeroporto no local. Painel – Que outra iniciativa do Conselho, em 2006, pode ser destacada? Monteiro – O apoio dado pelo Conselho na criação do Fórum Ribeirão Preto do Futuro, criado pelo presidente Laguna, no dia de sua posse. O Fórum está debatendo os problemas atuais do município, apresentando soluções e sugestões para as próximas décadas. Apoiamos amplamente a sua criação, porque queríamos que nossas idéias chegassem ao maior número possível de pessoas, contribuindo com as soluções dos problemas da cidade. Painel – Voltando à questão do papel fiscalizador do Conselho, qual resumo que o senhor faria da atuação do Conselho Fiscal? Monteiro - O Conselho Fiscal teve papel fundamental em muitas questões, aprovando contas e recomendando mudanças na administração. Nos últimos meses, a demonstração da forç a de atuação do Cons elho esteve no trabalho de fiscalização d o s g a s t o s d a A E A A R P. A normatização de alguns procedimentos permitiu, após um período de adequação, que a área administrativa da Associação passasse a, sistematicamente, prestar contas de todos os gastos que envolvessem recursos da entidade. Elogio todo o Conselho Fiscal pelo excelente trabalho, cumprimentando-os, por meio de se us dois pres identes , Cecílio Fraguas e Hideo Kumassaka. Painel – Como foi esse processo de adequação às exigências do Conselho? Monteiro – Posso dizer que o ritmo de trabalho implementado deve ter desagradado a alguns, mais foi benéfico à Associação. A pressão exercida no início sobre os conselheiros e membros da entidade teve como objetivo a lisura dos procedimentos. Afirmo que deu resultado. Painel – Há algum exemplo pratico da ostensividade das medidas tomadas pelo Conselho? Monteiro - Sou enfático ao afirmar que tudo o que se compra hoje, dentro da Associação, passa pela aprovação do Conselho. Menor preço, melhor custo-benefício e três cotações de valores são apenas algumas das regras que se tornaram definitivas para a vida financeira da entidade. Precisávamos fazer com que todos entendessem que o Conselho Fiscal tem o dever de fiscalizar todas as contas. Com isso, conseguimos que as ações fossem sendo padronizadas, passando de um começo tempestuoso para algo mais tranqüilo hoje em dia. Revista Painel 13 CONSELHO DELIBERATIVO Painel – A partir do próximo mês, sete outros profissionais estarão atuando no Conselho. A princípio, qual a tarefa mais imediata que eles terão? Monteiro – Estudarem o estatuto da Associação e se colocarem à disposição para ajudar no engrandecimento desta entidade. Painel – Além de questões óbvias do exercício do cargo, outras, mais subjetivas, como o relacionamento com os demais conselheiros, permitem algum tipo de avaliação? Monteiro - Eu não faria comentários pessoais. Sem dúvida que se houve avanços, eles devem ser creditados ao trabalho de todos os conselheiros, uns com mais disponibilidade de tempo que outros, mas todos com o mesmo empenho. Em alguns momentos, acho que a participação foi mais efetiva. As pessoas devem ver que aqui não pode existir lado A, nem B. Devemos ser um conjunto, que pense e tome ações conjuntas. Hoje somos milhares aqui dentro e deveríamos trabalhar para ter uma Associação forte e questionadora. O Conselho Deliberativo procurou dar todo o apoio ao presidente e à diretoria, no ‘ombro a ombro’, em todos os setores, na alegria e na tristeza, sempre pensando no bem da AEAARP. Painel – Uma preocupação constante da AEAARP é manter seu associado bem informado e próximo às realizações da associação. O Conselho também procurou atuar nesse sentido? Monteiro – As idéias propostas pelo Conselho Deliberativo também impactaram a forma como o associado vê sua entidade de classe hoje. Com a realização de cursos ligados às mais diversas áreas, a AEAARP conseguiu atrair de volta seus integrantes, que estavam distantes. Isso foi um ponto muito positivo, porque fizemos o associado redescobrir a Associação, por meio das discussões do Plano Diretor, dos resíduos sólidos da construção civil, das enchentes, entre outros. Muitas reuniões e debates ocorreram neste período. 14 AEAARP Painel – O senhor continuará exercendo alguma função no Conselho? Monteiro – Entendo que neste momento, como conselheiro não deverei estar mais presente. Minha contribuição continuará sendo dada, como associado, à AEAARP. Estarei à disposição da Associação, como sempre fiz, mas não quero mais cargo algum. Esse apego à posição é prejudicial, pessoal e profissionalmen- te. É preciso reconhecer o momento de sair e dar espaço para que outras cabeças também possam pensar e trabalhar. Aproveito a oportunidade para agradecer a todos os conselheiros, diretores e ao presidente Wilson Luiz Laguna pelo apoio, lealdade e amizade. Foi uma honra estar em tais companhias. A todos, o meu muito obrigado. Aos sócios, peço desculpas pelas falhas que temos e reforço meu pedido para participarem desta querida AEAARP. Conselheiros que saem “ A experiência vivida nesse período dentro do Conselho foi muito positiva. É importante participar de um processo que se solidifica cada vez mais dentro da AEAARP” José Walter Figueiredo “ A função do conselho não é fazer, é dar base para que a Associação faça. Nosso trabalho foi importante nesse sentido, pois o Conselho se fortaleceu em um momento de crescimento da AEAARP. Sempre houve e sempre haverá divergências, mas até elas foram benéficas para a atuação do Conselho” Luiz Gustavo Leonel de Castro “ Para mim, pessoal e profissionalmente, foi uma experiência muito salutar. Para a Associação e para o Conselho, acho que o mesmo. Estamos participando mais da vida e do cotidiano da sociedade de Ribeirão Preto. Foi bastante válido” Francisco Carlos Fagionato “ Minha avaliação não poderia ser melhor. Foi uma experiência diferente daquela técnica a que estava acostumado. Principalmente depois da fase de transição entre diretores, o trabalho no Conselho Fiscal foi ótimo. Aproveitando, gostaria de enfatizar a atuação do conselheiro Cecílio Fraguas Junior, que coordenou o Conselho Fiscal, com profissionalismo e muita competência. Sinto estar saindo, mas outras cabeças virão para renovar e arejar” Pedro Ailton Ghideli “Acho importante os associados participarem de conselhos, para poderem contribuir nas reformas e eventos promovidos pela Associação. Os associados que podem participar têm função muito importante para colaborar com o crescimento da entidade” Ruth Cristina Montanheiro Paulino INFORMATIVO DO CREA-SP SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Sâo Paulo CREA-SP EDITAL DE CONVOCAÇÃO PARA RECADASTRAMENTO PROFISSIONAL CREA-SP O CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA, ARQUITETURA E AGRONOMIA DE SÃO PAULO, por determinação prevista na Resolução nº 494, do Confea, de 26/07/2006, convoca os profissionais registrados em seus quadros, cujos nomes se iniciam com as letras “A”, “B”, “C” e “D”, que estejam com o seu registro ativo, e cujas carteiras tenham sido emitidas pelo CreaSP antes de 18/12/2006, a procederem seu recadastramento no período de 16 de fevereiro a 30 de março de 2007, de segunda a sexta-feira, nos horários de atendimento de uma das Seccionais mais próxima de sua residência (consultar site), os quais deverão agendar o dia, horário e o local em que se dará seu atendimento. Isto poderá ser feito pelo site Crea-SP (www.creasp.org.br). O presente recadastramento não abrange os profissionais cujos títulos se encontram para consulta prévia devidamente relacionados no site do Crea-SP ou nas Unidades de Atendimento. Os profissionais convocados deverão seguir as seguintes orientações: 1ª) Comparecer munido dos seguintes documentos (original e cópia): - RP (Requerimento de profissionais) preenchido e assinado (disponível no site); - carteira de identidade emitida na forma da lei, se brasileiro; - cédula de identidade, com indicação de permanência no país, expedida na forma da lei, se estrangeiro; - cartão do cadastro de Pessoa Física – CPF; - título de eleitor, se brasileiro; 2ª) duas fotografias atuais, de frente, em cores, com fundo branco, nas dimensões 3 cm x 4 cm, sem data; 3ª) diploma (s) frente e verso, caso o registro tenha sido efetuado após 30/06/1992; 4ª) Opcional: comprovante laboratorial ou atestado medido de tipo sanguíneo e fator Rh. (Obs: os documentos originais serão devolvidos no ato do atendimento, após a conferência) Importante: Não será possível o recadastramento fora dos prazos estipulados pelo Conselho. Os demais profissionais deverão aguardar futuras convocações pelo site do Crea-SP e pelos jornais de grande circulação no Estado de São Paulo, de forma a garantir a organização e o melhor atendimento; • Mais informações poderão ser obtidas pelo Call Center: 0800-171811, com o fornecimento do número de seu registro profissional; • A nova carteira definitiva com Registro Nacional Profissional ficará pronta em até 90 (noventa) dias após o recadastramento; • Os profissionais que não comparecerem no prazo agendado, mas se recadastrarem até 31/12/2007, estarão sujeitos ao pagamento da taxa de carteira no valor de R$14,50; • Após 31/12/2007, as carteiras de modelo antigo perderão sua validade legal, e o profissional que não tiver se recadastrado não poderá ter acesso aos serviços prestados pelo Crea-SP, inclusive ao registro de anotação de Responsabilidade Técnica – ART (§ único art.13 – Resolução n.494/2006). São Paulo, 14 de fevereiro de 2007. Eng. Civil José Tadeu da Silva Creasp nº 0600536263 Presidente Revista Painel 15 ARTIGO Os escorpiões D as 1.500 espécies de escorpiões no mundo apenas 20 produzem o veneno em quantidade suficiente para provocar a morte de uma pessoa adulta. Ainda assim, o desenvolvimento do processo dependerá sempre das condições de saúde da vítima e da capacidade de resistir às toxinas. Esses mesmos escorpiões são especialmente perigosos para crianças e pessoas idosas que não possuem a mesma resistência. Os escorpiões perigosos produzem sempre o mesmo tipo de veneno, independentemente do local onde são encontrados, sejam eles do norte da África, Tityus serrulatus (escorpião amarelo) México ou Brasil. Por essa razão, convencionou-se chamá-los de neurotóxicos, porque agem especialmente sobre o sistema nervoso e a morte é causada por asfixia: os comandos do corpo que controlam a respiração ficam bloqueados. Por esta característica, um único soro pode socorrer a vítima da picada de quaisquer escorpiões e até existe acordo entre países produtores do soro para que apresentem sempre características semelhantes e eficientes para qualquer caso de acidentes. Segundo a literatura, o Brasil foi um dos primeiros países do mundo a se preocu16 AEAARP par com o problema do escorpionismo, tendo Vital Brasil lançado, já em 1905, as bases para a fabricação de um soro anti-escorpiônico, mais tarde produzido em escala pelos institutos Butantã, em São Paulo, Ezequiel Dias, em Belo Horizonte, e Vital Brasil, no Rio de Janeiro. Estes institutos, hoje, são responsáveis pela produção do soro no país. Toda produção é comercializada pelo Ministério da Saúde, que repassa gratuitamente para todos os municípios que têm equipe técnica deFotos: Divulgação vidamente treinada para prestar assistência médica aos acidentados. Estes municípios são denominados de Ponto Estratégico, e o soro fica estocado em um único local, normalmente em hospitais, santas casas ou prontos-socorros, de acordo com a realidade de cada município. A determinação da implantação do Ponto Estratégico e a reposição do soro ocorrem de acordo com a notificação e o registro dessas informações. As secretarias de saúde devem manter atualizadas as informações de acidentes e a ocorrência de escorpiões nos domicílios (notificação). Quando o paciente consegue identificar o animal que causou o acidente, o médico utiliza o soro antiescorpiônico para o tratamento. Para os pacientes que procuram ajuda médica, mas não sa- Tityus Bahiensis (escorpião preto) bem identificar o animal que os picou, os médicos aplicam o soro antiaracnídeo, que neutraliza a ação do veneno tanto para escorpiões quanto para aranhas. A existência desses animais na terra registra-se há mais de 400 milhões de anos e eram bem maiores, mas sofreram algumas mudanças com o passar dos anos. Quase nada se sabe da anatomia interna dos pré-históricos. Os restos fossilizados daqueles animais mostram que mediam quase um metro de comprimento. O maior escorpião que existe atualmente é o Pandinus imperator, que vive na África Equatorial. Possui couraça negra e luzidia, mede quase 20 cm e brilha à noite. O gigante se alimenta de ratos, baratas e lagartixas, mas, no entanto, não causa nenhum dano sequer a uma criança. Mesmo assim, o Pandinus imperator provoca verdadeiro pânico entre os nativos da região. Quando são localizados numa aldeia, é impiedosamente morto à paulada e queimado. No Brasil, temos quatro espécies de escorpiões que causam acidentes de importância médica: Tityus serrulatus (escorpião amarelo) Além de ser a mais numerosa no Brasil, causa o acidente mais grave, responsável pelo maior número de óbitos registrados no país. É encontrado na Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Goiás. Mede de sete a oito centímetros, e só existem fêmeas, que, com um ano, já começam a se reproduzir: no mínimo, oito, e no máximo, 30 filhotes. Tityus Bahiensis (escorpião preto) xas alternadas escuras e claras no dorso. A ação do seu veneno é fraca e raramente provoca acidentes graves. Existem machos e fêmeas. Possuem hábitos noturnos, vivem em lugares úmidos e quentes, em amontoados de pedras, tijolos, frestas, bocas de lobo, etc. Alimentam-se somente de animais vivos: baratas, cupins e aranhas de pequeno porte. No Estado de São Paulo é possível desenhar as Tytius costatus manchas dessa invasão, que começa no chamado Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais, em uma área de 260 km ao redor de Belo Horizonte, cresce em direção a São Paulo e atinge a região de Ribeirão Preto. Estende-se por Típico das regiões urbanas. É encontrado em Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Mede de sete a oito centímetros e possui macho e fêmea, bastando apenas um acasalamento para que a fêmea tenha um parto por ano; sua ninhada pode ser superior a 20 filhotes. Tityus stigmurus São encontrados no Nordeste: Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí. São encontrados Tityus stigmurus freqüentemente dentro das moradias e causam graves aciPiracicaba e Campinas, envolve a capital dentes. Possui macho e fêmea e distine a grande São Paulo e caminha pelas cigue-se do Tytius serrulatus por apresendades do Vale da Paraíba. tar um triângulo negro na cabeça, seguiNa região de Ribeirão Preto, registrado de uma faixa de manchas escuras sose a ocorrência de escorpiões desde 1929. bre os seguimentos do tronco. Consta que a região foi construída sobre um solo escorpiônico. A cidade já foi conTytius costatus siderada, na década de 50, uma das áreas São encontrados no leste de Minas Gede estudo por vários pesquisadores perrais e na faixa litorânea que se estende do tencentes ao Serviço de Profilaxia da MaEspírito Santo ao Rio Grande do Sul. Aprelária (hoje Sucen – Superintendência para senta quase as mesmas características do Controle de Endemias). Tytius bahiensis, porém, possui três fai- Nessa época registrava-se grande número de acidentes e ocorrências desses animais nos domicílios. Hoje registram-se, em média, 600 acidentes anuais, atendidos na Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, procedentes dos vários municípios da região, o que demonstra ser uma preocupação regional. O número de notificações por ocorrência de escorpiões vem crescendo a cada ano, havendo necessidade de desenvolver uma ampla campanha educativa junto à população, visando a reduzir o número de acidentes e ocorrências desses animais por meio da notificação. A população deve ser estimulada a colocar em prática as medidas preventivas, que são as mais recomendadas. Nos dias de hoje, os técnicos da área dominam totalmente tudo o que está relacionado com a biologia deste animal, porém, há necessidade de aprofundar-se mais sobre os conhecimentos teórico e prático relativos ao controle químico. Lúcia Taveira Educadora de Saúde Pública Fonte: Manual de Diretrizes para Atividades de Controle de Escorpiões Revista Painel 17 RESÍDUOS SÓLIDOS Resíduos Sólidos da Construção Civil: regulamentação e responsabilidade quanto ao gerenciamento, tratamento e disposição final A questão do gerenciamento, tratamento e destinação final de resíduos sólidos, no geral, é uma problemática antiga. Não se tem uma Política Nacional de Resíduos Sólidos que apresente princípios e fundamentações que servirão de base para as legislações estaduais e municipais sobre o assunto. Em âmbito estadual, a Política de Resíduos Sólidos foi apresentada somente em 16 de março do ano passado, pela Lei 12.300, e deverá ser regulamentada dentro do prazo de um ano. Diante da falta de legislação sobre o assunto e da necessidade imediata de regulamentação para algumas espécies de resíduos, tal regulamentação está sendo apresentada por resoluções de autoria do Poder Executivo Federal. No caso específico dos resíduos provenientes da construção civil, diante da importância em se estabelecer diretrizes para a efetiva redução dos impactos ambientais gerados por tais resíduos, sendo que estes representam significativo porcentual dos resíduos sólidos produzidos nas áreas urbanas, não se aguardou a iniciativa do Poder Legislativo e se regulamentou a matéria por meio de ato do Poder Executivo: a Resolução CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente, n° 307, no ano de 2002. Esse instrumento normativo apresentou o que é considerado resíduo sólido da construção civil, bem como, elencouo em classes, devendo-se tomar tratativas diferentes para cada classe de resíduo. São Francisco Laboratório está mais amplo e moderno Com o objetivo de oferecer o melhor atendimento aos seus clientes, o Laboratório São Francisco recebeu investimentos e agora está mais amplo e moderno. Esta reestruturação faz parte da filosofia da empresa de investir continuamente em infra-estrutura, recursos humanos e técnicos para melhorar a cada dia a qualidade dos serviços prestados. Entre as mudanças implementadas para proporcionar maior conforto e comodidade, estão a ampliação e modernização da recepção e salas de espera, oito novos box de coletas, sala especial para coleta infantil, sistema de resultado via Web para paciente e médico e mesma senha para todos os exames realizados. Em relação ao atendimento, foi adotado um sistema de controle por senhas, que garante maior agilidade nos serviços, além de local exclusivo para atender idosos, gestantes, lactentes e portadores de deficiência. De acordo com Paulo Ricardo Goes, gerente administrativo do Hospital São Francisco, por dia são realizadas cerca de 250 coletas. O laboratório realiza mais de 700 tipos de exames diferenciados nas áreas de bioquímica, imunologia, hormonal, microbiologia, sorologia, urinálise, parasitologia e hematologia. “Realizamos exames simples até os mais complexos como os exames de biologia molecular através de convênios com os mais modernos centros de medicina diagnóstica do país, por meio de metodologias e instrumentos diferenciados na área diagnóstica laboratorial” afirma Paulo Ricardo. 18 AEAARP Um dos objetivos da Resolução CONAMA 307/02 é justamente a implementação de uma política pública, com parcerias entre Poder Público, particulares envolvidos e população em geral. Tudo para se alcançar a redução na geração de tais resíduos, bem como, em não havendo possibilidade de se reduzir a geração, dar-se uma adequada destinação final, garantindo, contudo, a defesa e a preservação do meio ambiente. Para que os dispositivos do mencionado ato normativo sejam efetivamente implementados, é fundamental a estruturação dos municípios, pois se determinará a implementação do Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, que incluirá o Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil e os Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil. O primeiro de obrigação da Prefeitura Municipal, e o segundo, dos geradores dos resíduos. O município de Ribeirão Preto possui legislação que regulamenta o assunto, inclusive criando mecanismos práticos para a implementação de uma Política de Gerenciamento de Resíduos Sólidos da Construção Civil. A princípio, a Lei Ordinária n. 8.675/99, que não foi regulamentada pelo Poder Executivo. O Código Municipal de Meio Ambiente, Lei Complementar 1.616, de 19 de janeiro de 2004, dispõe sobre o assunto resíduos sólidos, em sua seção II, entre os artigos 243 e 259. Mas é a Lei Complementar n. 1.704, de 06.07.2004, que dispõe especificamente sobre resíduos sólidos da construção civil. Tal diploma legal, em conformidade com o que dispõe o Código Municipal de meio ambiente, institui o licenciamento ambiental para as atividades relacionadas ao manejo de resíduos sólidos de construção civil. O procedimento é muito parecido ao licenciamento ambiental estadual para quaisquer atividades, estando composto por três licenças: a prévia, de instalação e a de operação. Tal procedimento terá trâmite perante a Secretaria do Planejamento e Gestão Ambiental Municipal. Neste caso, importante esclarecer que, em havendo processo municipal de licenciamento da atividade, isso não elimina a necessidade do transcurso do processo estadual de licenciamento ambiental perante os órgãos ambientais estaduais competentes. O licenciamento referido acima é previsto para as atividades de manejo de tais resíduos, no entanto, no que se refere à geração de resíduos sólidos da construção civil, o mecanismo necessário apresentado pela lei municipal para a viabilidade da obra, reforma, enfim, atividade que gerará tal resíduo, é o plano de destinação e deposição de resíduos. A Política Estadual de Resíduos Sólidos, em seu artigo 57, elenca os responsáveis pelo gerenciamento de tais resíduos, sendo o proprietário do imóvel ou do empreendimento, o construtor ou empresa construtora, bem como qualquer pessoa que tenha poder de decisão na construção ou reforma, e as empresas e/ou pessoas que prestem serviços de coleta, transporte, beneficiamento e disposição de resíduos da construção civil. A Lei Estadual define que o gerador será responsável pelas ocorrências que coloquem em risco o ambiente e a saúde pública, podendo, dependendo do caso, serem co-responsáveis, o transportador, quanto a eventos ocorridos durante o transporte de tais resíduos, e o gerenciador de unidades receptoras, quanto a eventos ocorridos nas instalações das unidades. No aspecto de responsabilidades, o art. 23 da lei municipal difere-se da Política Estadual de Resíduos Sólidos, que é posterior à municipal. De qualquer forma, pelo nível hierárquico de competência legislativa, permanecerá o dispositivo previsto no artigo 49, da Política Estadual de Resíduos Sólidos. Por ser responsável pelos resíduos gerados é de suma importância que o gerador de resíduos provenientes da construção civil possua conhecimento das empresas que contratará para fazer o transporte e que efetuará a disposição final. Pois em ocorrendo evento que coloque em risco o meio ambiente e a saúde pública, quando do gerenciamento, transporte e destinação final, o gerador arcará, juntamente com a empresa prestadora de serviços, com as conseqüências resultantes do evento. Aconselha-se aqui que se insira nos contratos de prestação de serviços cláusulas que esclareçam quais as responsabilidades da empresa contratada, bem como o detalhamento acerca dos serviços contratados. Tal medida se faz necessária para possibilitar ao contratante a delineação de sua responsabilidade e a do prestador de serviço. Nesse sentido, caso seja atribuída alguma responsabilidade ao gerador dos resíduos, este poderá convocar o seu prestador a responder conjuntamente por possíveis danos causados pela má prestação de serviço. Importante salientar que para se obter a eficácia na implantação de uma política de resíduos sólidos é fundamental a efetiva participação da Administração Pública, dos envolvidos do setor privado e da população em geral. Mariel Silvestre Advogada da área ambiental do escritório Brasil Salomão e Matthes Advocacia, professora do Centro Universitário Barão de Mauá e membro da Comissão de Defesa Civil e Meio Ambiente da 12ª subsecção OAB Ribeirão Preto Revista Painel 19 RIBEIRÃO PRETO DO FUTURO AEAARP entrega estudo sobre destinação de resíduos sólidos ao prefeito de Ribeirão Preto Assim que recebeu a proposta, Gasparini se dispôs a examinar o documento para uma próxima reunião sobre o assunto M ais um passo no sentido de soSob o título “Ribeirão Preto do Fudestinação de resíduos sólidos é lucionar o problema de coleta e turo: Fórum Permanente de Debates: preocupante, o prefeito declarou que o deposição de resíduos sóliGestão de Resíduos da Construção estudo chegou em suas mãos em um momento importante, oportuno. dos da construção civil em Ribeirão Civil”, o estudo propõe que a PrefeiAlém de Laguna, estiveram presentes Preto foi dado na primeira quinzena de tura organize e seja o órgão à entrega do estudo ao prefeito o presifevereiro, quando o presidente da fiscalizador da coleta do entulho da AEAARP, Wilson Laguna, entregou construção civil junto às construtodente do SindusCon, José Batista Ferreira; o presidente do Conselho Deliberativo da nas mãos do prefeito Welson ras e às construções em geral. AEAARP e coordenador do trabalho, José Gasparini um estudo sobre o assunto, Assim que recebeu o documento, Alfredo Pedreschi Monteiro; a advogada bem como a proposta de cronograma Gasparini se comprometeu a analisar a Mariel Silvestre, membro da Comissão de de atuação na cidade. proposta da AEAARP e marcar um seA questão sobre a falta de um local gundo encontro para discutir as etapas Meio Ambiente da OAB-RP, engenheiros adequado para destinar os entulhos é do trabalho. Ciente de que a questão da e técnicos. considerada de suma imporArquivo Painel tância, pois a maioria desses resíduos é jogada clandestinamente às margens de vias públicas e córregos, principalmente em locais sujeitos a inundações. Diariamente, Ribeirão Preto produz 1.100 toneladas de entulhos. Dentro do cronograma entregue por Laguna, que também é secretário municipal de Planejamento e Gestão Ambiental, está prevista a assinatura de um acordo de cooperação técnica entre a Prefeitura e o SindusCon (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo), tendo em vista a efetivação da Política Municipal de Resíduos Sólidos. Este acordo já está previsto na resolução 307 do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente), em vigor desde janeiro de 2003, que obriga as construtoras e as prefeituras a disciplinarem a destinação dos resíduos de construção em todas as suas Comitiva da AEAARP entregou estudo sobre destinação de resíduos sólidos ao prefeito Welson Gasparini etapas. 20 AEAARP NOTAS Agenda Cursos, palestras, seminários e eventos Seminário Internancional Manquelipe I Objetivos: descobrir, recuperar e manejar o poder pessoal natural, seu verdadeiro potencial ilimitado; assumir a liderança consciente e reativar a habilidade de sobreviver em tempos difíceis, com técnicas de vanguarda e ensinamentos ancestrais Público-alvo: profissionais que fazem a diferença em seu mercado de trabalho. Pós-graduação lato sensu em Geoprocessamento competências e habilidades necessárias à preservação ambiental e à implementação do desenvolvimento sustentável. Objetivos: atualizar os profissionais que atuam na área, oferecendo ao aluno condições para compreender e criticar um sistema de informações geográficas, suas aplicações, seu potencial de análises e sua modelagem. O objeto de estudo é o meio urbano; entretanto, abordamse, também, outras aplicações, tais como o meio ambiente e empresarial. As aulas teóricas e práticas serão oferecidas em salas e laboratório com recursos audiovisuais e de informática. Público-alvo: Portadores de diploma de curso superior, que sejam profissionais envolvidos na assessoria de atividades ambientais, profissionais que militam ou desejam militar na área ambiental e funcionários cujas funções estão ligadas à área ambiental. Público-alvo: engenheiros, arquitetos, geógrafos, geólogos. Vagas: 30 (este curso somente será oferecido com mais de 25 vagas preenchidas). Horário: sexta-feira, das 18h30 às 22h; sábado, das 8h às 12h e das 13h30 às 17h Coordenação pedagógica: Engº Sergio Rhöm Datas: 16 a 18 de março Certificados: O certificado de especialização em geoprocessamento será emitido e registrado pela Pró-reitoria de Extensão da Universidade Federal de São Carlos. Local: Hotel JP – Ribeirão Preto Certificado: Expedido pela Organização Condor Blanco Internacional. Horário: aulas quinzenais. Sexta-feira, das 18h30 às 22h; sábado, das 8h às 12h e das 13h30 às 17h Carga horária total: 386 horas/aula Coord.pedagógica:EngºNemesioN.B.Salvador Inscrição: www.ibeas.org.br Carga horária total: 444 horas/aula Vagas: 30 Horário: sexta-feira, das 18h às 22h; sábado, das 9h30 às 21h; e domingo, das 10h às 18h Vagas: 30 (este curso somente será oferecido se preenchidas mais de 25 vagas). Inscrição: www.aeaarp.org.br Segurança em serviços e instalações elétricas a distância Objetivos: Adequaçãoàpropostadealteraçãona norma brasileira (NR-10), cuja meta é a redução de acidentes envolvendo a energia elétrica. Público-alvo: interessados com formação em níveis técnico e superior Inscrição: [email protected] Pós-graduação lato sensu em Gestão Ambiental – turma 2007 Infra-estrutura básica do aluno: internet banda larga Próximos eventos para 2007: 27 a 29 de abril; 15 a 17 de junho; 27 a 29 de julho; 31 de agosto e 1º e 2 de setembro; 26 a 28 de outubro. Objetivos: O objetivo deste curso é propiciar condições para que os participantes, tomando como referencial os principais conceitos e ferramentas jurídico-ambientais, desenvolvam Certificados: O certificado do curso é emitido pela Universidade de São Paulo. Inscrição: www.aeaarp.org.br ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Além do engenheiro agrônomo Marcos Villela Lemos, diretor da AEAARP, que foi eleito em janeiro para o cargo de diretor administrativo do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de São Paulo, outros sócios da AEAARP assumiram importantes cargos na atual gestão do presidente José Tadeu da Silva. O engenheiro civil Ericson Dias Mello, membro do Conselho Deliberativo da AEAARP e coordenador do Fórum Ribeirão Preto do Futuro, foi eleito para a coordenação da CLN – Comissão de Legislação e Normas do Crea; o engenheiro agrônomo Glauco Eduardo Pereira Cortez assumiu a coordenação da Câmara Especializada de Agronomia; o arquiteto Eder Roberto da Silva foi eleito para a coordenação da Câmara Especializada de Arquitetura e terá na coordenadoria adjunta, o arquiteto José Antonio Lanchoti, diretor universitário da AEAARP e também coordenador do GT acessibilidade do Crea. Já o engenheiro civil Antonio Carlos Tosetto foi eleito para a Coordenadoria Adjunta da Câmara de Engenharia Civil, que terá como coordenador, para um segundo mandato, o engenheiro José Galdino da Cunha Júnior, também sócio da AEAARP. ○ Sócios da AEAARP assumem cargos no Crea-SP Carga horária total: 40 horas/aula Novos associados Aline Alves Silva Carina Andrea Lehn Maria Paula Faleiros Moura Danielle Lobato Fernandes Neiva Paula Mendonça Masson Jose Alberto Monteiro Filho Mario Ikeda Antonio Carlos Agostinho Mauro Wejnger Roberto Astolpho Perez Rodrigo Zavarize Pretel Adriano Mendonça Masson Adriano Sassaki Dagmar Antonio Tahan Caio César Sita Eduardo Neves Costa Walter Seite Minami.B Amanda Marim de O. Marinho Fátima Ap. Silva P. Guimarães José Cássio de Abreu Patricia Carvalho Silvia Yumi Yamada Tatiana de Oliveira Mitre Arquiteta e Urbanista Arquiteta e Urbanista Arquiteta e Urbanista Engenheira Civil Engenheira Química Engenheiro Agrônomo Engenheiro Agrônomo Engenheiro Civil Engenheiro Civil Engenheiro Civil Engenheiro Civil Engenheiro Eletricista Engenheiro Eletricista Engenheiro Eletricista Estudante de Agronomia Estudante de Agronomia Estudante de Agronomia Estudante de Arq. e Urbanismo Estudante de Arq. e Urbanismo Estudante de Arq. e Urbanismo Estudante de Arq. e Urbanismo Estudante de Engenharia Civil Estudante de Engenharia Civil ○ Informações: www.manquelipe.com Revista Painel 21 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Caminhada A AEAARP está organizando a Caminhada da Fé, que acontecerá em julho, entre Borda da Mata (MG) e Aparecida (SP). Quem quiser participar deste evento ou obter mais informações, basta entrar em contato com Solange, na AEAARP, pelo telefone (16) 2102-1718. ○ ○ ○ A AEAARP solicita aos associados e à comunidade que, caso tenham livros técnicos, documentos, fotos ou imagens sobre engenharia, arquitetura e agronomia, os doem à Associação para que possam fazer parte da nova biblioteca da entidade. Mais informações podem ser obtidas com Solange, pelo telefone 2102-1718. ○ ○ Doação de livros ○ ÍNDICES ACOMPANHE AS REUNIÕES DA AEAARP Março 5– Conselho 12 – Diretoria 26 – Plenária (Diretoria e Conselho) ESTATÍSTICA DE DEZEMBRO/2006 SECRETARIA DE INFRA-ESTRUTURA DEPARTAMENTO DE OBRAS PARTICULARES RIBEIRÃO PRETO TIPO DA CONSTRUÇÃO OBRAS LICENCIADAS ÁREA LICENCIADA QUANTIDADE POR CATEGORIA 56 8 22 20 0 1 2 1 6 32 0 16 2 0 166 8.195,68 503,28 5.877,28 4.055,25 0,00 1.565,60 21.006,31 15.118,31 846,40 4.977,49 0,00 2.841,40 118,13 0,00 65.105,31 RESIDÊNCIA TÉRREA CASA PRÓPRIA RESIDÊNCIA 02 PAV. SALÃO COMERCIAL EDIFÍCIO C/02 PAV. EDIFÍCIO 03 e 04 PAV EDIFÍCIO + DE 04 PAV. CONJUNTO RESIDENCIAL CONSTRUÇÃO MISTA LEGALIZAÇÃO SUBSTITUIÇÃO REFORMA E AMPLIAÇÃO PROMORE CONJ. HABITACIONAL TOT AL GERAL TOTAL CAIXA DE ASSISTÊNCIA DOS PROFISSIONAIS DO CREA Associe-se à Mútua Central de Atendimento 0800-610003 site: www.mutua.com.br Portal: www.comunitec.com.br Procure a Caixa de Assistência junto ao CREA do seu estado 22 AEAARP OBRAS LICENCIADAS P/MÊS MÉDIA DE OBRAS LICENC. P/DIA MÉDIA DE CONSTR. POR DIA ALVARÁS DE LICENÇA HABITE-SE CERTIDÕES ALVARÁS DE DEMOLIÇÃO 166 8,74 3.426,60 166 120 33 4 58.402,42
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Colaboração: Bruna Zanuto – MTb 73044 Publicidade: Departamento de eventos da AEAARP - 16 2102.1719 Angela Soares - [email protected] Tiragem: 3.000 exemplares Locação e Eventos: Solange Fecuri ...
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