Newsletter - GETH – Grupo de Estudos de Tumores Hereditários
Transcrição
Newsletter - GETH – Grupo de Estudos de Tumores Hereditários
Volume 3 Número 09 09 de abril de 2005 GBETH Newsletter de Tumores Hereditários de Estudos o r i e l i s Uma o Bra publicação semanal do Grup Publicação semanal distribuída aos sócios do Grupo Brasileiro de Estudos de Tumores Hereditários Sede R José Getúlio, 579 cjs 42/43 Aclimação São Paulo - SP CEP 01503-001 Site http://www.gbeth.org.br E-mail [email protected] Editor Erika Maria M Santos Diretoria Presidente Benedito Mauro Rossi Vice-Presidente Gilles Landman Diretor Científico Jose Cláudio C da Rocha Secretário Geral Fábio de Oliveira Ferreira Primeira Secretária Erika Maria M Santos Tesoureiro Wilson T Nakagawa Conselho Científico Beatriz de Camargo Maria Aparecida Nagai Maria Isabel W Achatz Paulo Eduardo Pizão Samuel Aguiar Jr Conselho Fiscal Titulares André Lopes Carvalho Gustavo Cardoso Guimarães Stênio de Cássio Zequi Suplentes Fábio José Hadad Mariana Morais C Tiossi Milena J S F L Santos Mutações no TP53 em famílias brasileiras com síndrome Li-Fraumeni ou Li-Fraumeni-Like: amplo espectro tumoral em portadores da mutação R337H Maria Isabel W Achatz Departamento de Oncogenética - Hospital do Câncer A.C. Camargo A síndrome de Li-Fraumeni está associada à mutação germinativa no gene TP53. Até o momento foram descritas 264 mutações germinativas em 261 famílias. As mutações germinativas no TP53 foram encontradas em 77% das famílias com síndrome Li-Fraumeni (LFS) e, em 40% das famílias com síndrome Li-Fraumeni-Like (LFL). As mutações estão depositadas no banco de dados da Agência International para Pesquisa do Câncer (IARC). O espectro tumoral da LFS é amplo. Dentre os tumores mais comuns estão o carcinoma de mama, sarcomas de partes moles e ósseos, tumores cerebrais, leucemias, linfomas, tumores da glândula adrenal e de estômago. A idade de diagnóstico dos tumores nos portadores de mutação no TP53 é inferior a média de idade dos indivíduos sem a mutação. Os tumores da glândula adrenais e sarcomas são diagnosticados, em maioria, na infância. Oliver et al. (2003) verificaram que a média de diagnóstico do câncer de mama, em indivíduos portadores de mutação no TP53 é 34,6 anos, inferior a média nos não portadores (42,3 anos). Esta diferença é estatisticamente significativa. O gene TP53 é um gene supressor de tumor, considerado o “guardião do genoma”. Está localizado no cromossomo 17p13.1, e possui 11 Exons, com tamanho aproximado de 20kb. Codifica um fator de transcrição, a proteína nuclear p53, que possui 393 aminoácidos. Liga-se em tetrâmetros à seqüências específicas de DNA e atua como fator de transcrição dos genes reguladores da proliferação celular. A proteína p53 atua na resposta celular a danos ao DNA. Promove a transcrição do gene p21, que é inibidor da via das ciclinas, proporcionando parada no ciclo celular (fase G1). Atua também no reparo do DNA danificado Mutações no TP53 em famílias brasileiras e ativa a via de apoptose. A primeira mutação no TP53 em um indivíduo com câncer foi relatada em 1989. Foram descritas mais de 18.000 mutações pontuais no TP53: 97% são somáticas e 3% são germinativas. Aproximadamente, 50% dos tumores apresentam perda de função no p53. As mutações são, em maioria, missesse, mas também podem ocorrer mutações non-sense, deleções frameshift ou inserções de seqüências repetidas. Birch et al. (1998) identificaram correlação genótipo-fenótipo: tumores de mama foram associados à mutações no Codon 133; tumores do sistema nervoso central foram associadas à mutações no Codons 175, 245 e 248; e câncer adrenocortical foi associado à mutações nos Codon 151, 152, 219, 220, 337. Ribeiro et al. (2001) investigaram 25 famílias na periferia de Curitiba, e identificaram que, dos 37 indivíduos com câncer adrenocortical na infância, 36 apresentavam mutação no Codon 337. No Hospital do Câncer está sendo conduzido um estudo com o objetivo geral de identificar mutações no gene TP53 em famílias brasileiras com diagnóstico clínico de LFS ou LFL. O estudo tem como objetivos específicos correlacionar a presença e localização da mutação germinativa no TP53 com o fenótipo; e comparar o genótipo-fenótipo das famílias brasileiras com o de outras famílias descritas previamente no banco de dados de TP53 da IARC. Foram selecionadas 44 famílias, brasileiras, sem parentesco; 11 preenchiam critérios para LFS e 33 para LFL. Do total, 31 famílias foram selecionadas no Hospital do Câncer; 10 famílias no Serviço de Genética Médica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre; e 3 foram selecionadas no Instituto Nacional do Câncer, na Divisão de Genética Médica. 2 Foi concluída a análise do TP53, e no momento, ocorre a análise estatística. As famílias serão convocadas para acompanhamento e detecção de mutação e polimorfismos. Contribuíram para este estudo: Laboratório de Genética de Câncer do Instituto Ludwig, Hospital do Câncer, Hospital de Clínicas de Porto Alegre, INCA e IARC. BIBLIOGRAFIA Birch JM, Blair V, Kelsey AM, Evans DG, Harris M, Tricker KJ, Varley JM. Cancer phenotype correlates with constitutional TP53 genotype in families with the LiFraumeni syndrome. Oncogene 1998;17:1061-8. Olivier M, Goldgar DE, Sodha N, Ohgaki H, Kleihues P, Hainaut P et al. Li-Fraumeni and related syndromes: correlation between tumor type, family structure, and TP53 genotype. Cancer Res 2003;63:6643-50. Ribeiro RC, Sandrini F, Figueiredo B, Zambetti GP, Michalkiewicz E, Lafferty AR. An inherited p53 mutation that contributes in a tissue-specific manner to pediatric adrenal cortical carcinoma. Proc Natl Acad Sci U S A 2001;98:9330-5. GBETH Newsletter 2005; v 03 n 09
Documentos relacionados
Newsletter: Vol. 01 – # 28 – Síndrome Li-Fraumeni
mutações no gene TP53 ou por ação de proteínas virais.
Leia maisavaliação da ressonância magnética de corpo
Daniele Paixão Pereira , Marcos Duarte Guimarães , Amanda França de Nóbrega , Rubens Chojniak ,
Leia mais