Seis investidores querem liderar ação contra a Vale nos EUA
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Seis investidores querem liderar ação contra a Vale nos EUA
Imprimir () 11/02/2016 05:00 Seis investidores querem liderar ação contra a Vale nos EUA Por Camila Maia A disputa da liderança de uma ação coletiva movida contra a Vale nos Estados Unidos esta entre seis grupos de investidores, que buscam o ressarcimento de perdas que vão de aproximadamente US$ 300 mil até US$ 15 milhões, no caso de dois fundos de pensão que se uniram em um dos processos. A decisão está nas mãos do juiz americano Gregory Woods, que vai definir se aceita a consolidação de todos os processos em um único e escolher um investidor líder que vai representar todos os outros acionistas membros da "classe". O prazo final para que os investidores manifestassem interesse em consolidar os processos e liderar a ação terminou em 5 de fevereiro. Woods deu a Vale até terçafeira para responder às ações. As réplicas precisam ser ajuizadas até 22 de fevereiro. A mineradora é acusada de ter violado a Securities Exchange Act de 1934, uma das leis que rege o mercado de capitais dos Estados Unidos, devido ao seu envolvimento com o acidente com a barragem de rejeitos da Samarco, em 5 de novembro do ano passado. A Vale, que tem 50% da Samarco, é acusada de ter divulgado comunicados falsos sobre o acidente, pois não informou que ele resultou na contaminação de resíduos tóxicos. A mineradora também não teria informado que tinha um contrato com a Samarco que lhe permitia depositar rejeitos da exploração de minério de ferro da mina Alegria na barragem. Os processos buscam o ressarcimento das perdas com ADRs da Vale compradas entre novembro de 2013 e 30 de novembro do ano passado. Uma primeira ação ajuizada contra a Vale pedia o ressarcimento das perdas entre 21 de março de 2015 e 30 de novembro do ano passado, mas o segundo processo pediu a ampliação do prazo e passou a ser utilizado como base pelos demais. Um dos documentos foi apresentado pelo grupo formado pelos investidores Scott Shen, Vicky Shen, Constantin Tranulis e Sharon Jamie que, juntos, dizem ter perdido cerca de US$ 713,6 mil. Eles defendem ainda que o escritório de advocacia americano Glancy Prongay & Murray represente o investidor líder do processo. O escritório Bottini & Bottini ajuizou um documento pedindo para representar a ação, com o investidor Cristiano Laux, que teria perdido US$ 293,749 mil em ADRs da Vale, como o líder do processo. Os fundos Alameda County Employees' Retirement Association e o Orange County Employees Retirement System acreditam ter os maiores interesses financeiros nas ações, por terem perdido mais de US$ 15 milhões em ADRs da companhia. Eles pedem que os advogados do Bernstein Litowitz Berger & Grossmann liderem o processo. Já os advogados do Levi & Korsinsky pediram que o investidor Walter De Schutter, que perdeu aproximadamente US$ 319,3 mil durante o período, seja o líder da ação movida contra a Vale. O TCAP Real Estate estima que suas perdas com ADRs da Vale somem de US$ 327,2 mil a US$ 354,1 mil, dependendo da metodologia utilizada no cálculo. Eles, porém, calculam apenas as perdas entre março e novembro do ano passado. Se o tribunal aceitar o prazo de dois anos proposto depois, as perdas do TCAP chegam a US$ 682 mil. A última ação ajuizada é de um grupo de investidores liderado por Roberto Carlen, com os escritórios Pomerantz e Bronstein, Gewirtz & Grossman como colíderes. Eles não informaram o valor das perdas.