Uma história da Biodanza no Rio de Janeiro. Autor

Transcrição

Uma história da Biodanza no Rio de Janeiro. Autor
SISTEMA ROLANDO TORO
ASSOCIAÇÃO ESCOLA DE BIODANZA
ROLANDO TORO DO RIO DE JANEIRO
TITULAÇÃO EM BIODANZA
UMA HISTÓRIA DA BIODANZA
NO RIO DE JANEIRO
RUI LEMOS MARROIG
RIO DE JANEIRO
2015
1
UMA HISTÓRIA DA BIODANZA
NO RIO DE JANEIRO
RUI LEMOS MARROIG
Monografia apresentada à Escola de Biodanza
Rolando Toro do Rio de Janeiro, para obtenção do
grau de professor titular em Biodanza.
Orientadora: Danielle Tavares
RIO DE JANEIRO, 29 DE MARÇO DE 2015
1
Colagem na capa de desenho de Ivan Leão sobre imagem do Rio na Internet
Dedico esse trabalho a todos
que construíram e constroem o
movimento de Biodanza no Rio
de Janeiro: diretores, didatas,
facilitadores e alunos, todos
divulgadores do maravilhoso
sistema criado por Rolando
Toro, e que nos enriquece a
vida a cada vivência.
AGRADECIMENTOS
Às várias pessoas que contribuíram, com conversas, sugestões, documentos,
ideias, na recuperação ou recriação dessa história da Biodanza no Rio.
Em especial agradeço aos que se dispuseram a gravar entrevista com suas
reminiscências e opiniões: Andrea Zattar, Antonio Sarpe, Dalma Campos,
Danielle Tavares, Eliana Almeida, Francisco Trotte, Luciana Pinto, Maria Adela
Cremona, Paulo Lopes, Sergio Barata, Thais de Azambuja e Verônica Swalf.
“Sonho que se sonha só é só um sonho
que se sonha só; sonho que se sonha
junto é realidade.”
(Raul
Seixas,
letra
da
canção
“Prelúdio”, citação ao teólogo belga
Edward Schillebeeck)
“A força que nos conduz é a mesma que
acende o sol, que anima os mares e faz
florescer as cerejeiras. (...) Sob o girassol
da harmonia, todos somos um.”
(Rolando Toro, trecho do poema
“Todos somos um”)
RESUMO
O presente trabalho busca, usando a metodologia da história oral, contar uma
história da Biodanza no Rio de Janeiro, desde sua chegada em 1977, quando ainda
se chamava Psicodança, até os dias atuais. Para tal, foram feitas entrevistas
semiestruturadas com pessoas que participaram com destaque em diversas fases
dessa história, complementando a pesquisa com acesso a documentos das Escolas
de Biodanza do Rio, de arquivos pessoais dos entrevistados e de outros
facilitadores, além de busca no Acervo Digital do jornal O Globo.
Sumário
O COMEÇO ................................................................................................................................................... 9
OS CAMINHOS PARA CONTAR ESSA HISTÓRIA ............................................................................... 10
PRIMEIROS ANOS: DA PSICODANÇA PARA A BIODANÇA ............................................................. 12
ANOS 80: ASSOCIAÇÃO, CONGRESSO, ESCOLA E FACILITADORES .......................................... 17
ATÉ O ANO 2000: A ESCOLA SE ORGANIZA – TURMAS, SEDE E ESTATUTO ............................ 28
SÉCULO XXI: A MARCA BIODANZA E UMA NOVA ESCOLA NO RIO ............................................. 36
O QUE VIRÁ? ............................................................................................................................................. 44
A N E X O S................................................................................................................................................. 48
ANEXO I: QUESTIONÁRIO PARA AS ENTREVISTAS SEMIESTRUTURADAS ........................................................................ 49
ANEXO II: CONTROLE DE ASSISTÊNCIAS, CURSO DOCENTE, MAIO DE 1979.................................................................. 50
ANEXO III: MÓDULOS DE FORMAÇÃO DOCENTE EM BIODANÇA ............................................................................... 51
ANEXO IV: EXCERTOS DO CADERNO DE NOTAS DE THAIS AZAMBUJA (1978) ............................................................... 51
ANEXO V: PROGRAMA TEÓRICO DE FORMAÇÃO EM BIODANZA (ANOS 80) ................................................................. 54
ANEXO VI: CNPJ ASSOCIAÇÃO DE BIODANÇA E QUESTIONÁRIO ESCOLA DE DOCÊNCIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ......... 62
ANEXO VII: CENTRO DE TERAPIA E ARTES DE DALMA CAMPOS ................................................................................ 62
ANEXO VIII: CARTA DE ROLANDO TORO A ALBERTO TAVARES ................................................................................. 64
ANEXO IX: CURRICULUM DOCENTE DE SÉRGIO BARATA ......................................................................................... 66
ANEXO X: CERTIFICADOS DE PARTICIPAÇÃO NA FORMAÇÃO .................................................................................... 67
ANEXO XI: TURMAS DAS ESCOLAS DE BIODANZA DO RIO DE JANEIRO ........................................................................ 68
ANEXO XIII: MARATONAS NAS ESCOLAS DO RIO DE JANEIRO ................................................................................... 86
ANEXO XIII: PROGRAMAÇÃO DE 1993 DA ESCOLA DE BIODANZA DO RIO DE JANEIRO ................................................... 97
ANEXO XIV: ATA E LISTA DE PRESENÇA DA ASSEMBLEIA DE FUNDAÇÃO DA AEBRTRJ ................................................. 101
ANEXO XV: ESTATUTO DA AEBRTRJ .............................................................................................................. 105
ANEXO XVI: ESTATUTO DO CONSELHO REGIONAL DE BIODANZA ............................................................................ 107
ANEXO XVII: DECRETO DE CRIAÇÃO DA ESCOLA DA BARRA ................................................................................... 109
ANEXO XVIII: LIVRO DE OURO DA AEBRTRJ .................................................................................................... 109
ANEXO XIX: SELEÇÃO DE NOTÍCIAS E ANÚNCIOS SOBRE PSICODANÇA ....................................................................... 110
ANEXO XX: SELEÇÃO DE NOTÍCIAS E ANÚNCIOS SOBRE BIODANÇA ........................................................................... 112
O COMEÇO
Maio
de
1977,
bairro
de
Copacabana. Casa na Rua Cinco de
Julho, nº 296. O dono da casa atende
a porta e vê um homem bem magro,
num terno surrado, com uma mala de
viagem, acompanhado de uma mulher
jovem e também bem magra.
“Dr. Alberto Tavares? Eu sou
Figura 1: Rua Cinco de Julho nº 296
Fonte: Google Street View
Rolando Toro, esta é Cecilia Luzzi”.
Entram na casa e, depois das
conversas iniciais, Rolando pede para
trocar de roupa. Volta vestindo um
quimono azul celeste com uma faixa
preta.
Segundo Paulo Lopes, “uma
mudança de Clark Kent para SuperHomem”. Paulo, colega de Alberto nos
tempos de curso de Medicina, era
aluno de um curso 202, de formação
em Análise Transacional, que Alberto
ministrava junto com Dina Frutuoso,
desde o ano anterior.
Ali, nesse dia de maio de 1977,
um sábado, tendo como alunos os
participantes desse curso 202, ocorreu
a primeira aula de Biodanza dada por
Rolando Toro no Rio de Janeiro.
Figura 2: Rolando e seu quimono azul [foto de 1973]
Fonte: Toro, Rodrigo, 2012, p. 84
9
OS CAMINHOS PARA CONTAR ESSA HISTÓRIA
Em linguagem acadêmica, esse trabalho se define como uma pesquisa
qualitativa e exploratória, utilizando a metodologia da história oral, que
consiste em realizar entrevistas gravadas com pessoas que podem
testemunhar sobre acontecimentos, conjunturas, instituições, modos
de vida ou outros aspectos da história contemporânea. (...) As
entrevistas de história oral são tomadas como fontes para a
compreensão do passado, ao lado de documentos escritos, imagens
e outros tipos de registro (CPDOC, 2015).
Nosso objetivo nesse trabalho é resgatar a história da Biodanza no Rio de
Janeiro, analisando suas mudanças e contradições de forma a compreender melhor
as tendências e direções do movimento de Biodanza nessa metrópole.
Assim, buscamos inicialmente elencar pessoas que participaram com
destaque dos diversos momentos desse percurso. Procuramos incluir todos os que
ocuparam a direção de escolas e associações de Biodanza nesses quase 40 anos,
e também aqueles facilitadores, listados na IBF (International Biocentric Foundation,
organização que cuida do sistema Biodanza em todo o mundo) como Formados por
Rolando Toro Arañeda (FRTA) antes da organização por escolas atual.
Primeiramente, conforme as recomendações metodológicas, construímos um
pequeno questionário (Anexo I), que serviu de roteiro para os depoimentos, de
forma a explorar o tema sem muitos desvios, o que a teoria chama de entrevista
semiestruturada. A cada entrevista, procuramos obter também documentos do
arquivo pessoal de cada entrevistado. Coletamos ainda documentação sobre as
associações e sobre as escolas, tanto junto aos entrevistados como com alunos das
turmas antigas.
Completando a pesquisa documental, acessamos os acervos digitais do
jornal O Globo e da revista Veja, com buscas às palavras ‘psicodança’, ‘biodança’ e
‘biodanza’, levantando matérias, notas e anúncios contendo alguma dessas
palavras.
Entretanto, o caminho para chegar a essa história teve muitos desvios,
encruzilhadas e paradas, mas também alguns atalhos.
Passaram-se mais de cinco anos entre a primeira entrevista, no consultório
de Paulo Lopes em Copacabana, e a última, feita com Luciana Pinto em um
10
restaurante em Botafogo. Cada depoimento trazia novas possibilidades, com novos
nomes que poderiam ser contatados. As interrupções na pesquisa, pelo excesso de
afazeres profissionais durante esse período, mas também por dificuldades de
contato com pessoas para nós essenciais de serem ouvidas, de certa forma fizeram
com que os resultados amadurecessem.
Encruzilhadas surgem pelas informações divergentes entre depoimentos
diferentes, ou mesmo entre depoimentos e documentos obtidos. A questão da
memória, das lembranças e esquecimentos, é realmente fascinante. A neurociência
confirmou recentemente que nossas lembranças são flexíveis, “estão mais para
uma peça de teatro, com suas mudanças sutis noite após noite, do que para um
filme. A cada vez que acessamos uma lembrança, podemos moldá-la novamente”
(CORDEIRO, 2013).
Ou seja, a persistência de nossas lembranças não é estável.
O mesmo evento é narrado de maneira diferente, os detalhes e até
mesmo seu significado mudam, como se a memória, em lugar de
corresponder a uma fotografia precisa da realidade, fosse um
pedaço de massa de modelagem, que vai gradualmente mudando
de forma (MALDONATO e OLIVERO).
Por isso preferimos dar a esse trabalho o título de “Uma história da Biodanza
no Rio de Janeiro”. Outras histórias certamente existem, que não foram ouvidas
nem incluídas, que a completariam, que a tornariam talvez mais precisa. Lacunas
ficaram, e em certos casos chamamos atenção para isso no texto. Mas há o
momento de encerrar a pesquisa e transformá-la em documento. Em outra ocasião,
talvez ela possa ser retomada e revista, até mesmo por outras pessoas.
Parte do material dos depoimentos acabou não sendo utilizada no texto,
como as opiniões sobre pontos fortes e pontos fracos do Sistema Biodanza. Os
entrevistados trazem temas importantes e interessantes, como a sexualidade na
Biodanza e as relações e estrutura institucional e de poder. Mas esses temas
merecem um estudo específico, que não caberia na presente pesquisa.
Apresentamos essa história de forma cronológica, fazendo referência aos
depoimentos, documentos e notícias a medida que o texto corre. Ao final, incluímos
uma série de anexos detalhando trechos que julgamos apropriado, além de cópia
dos documentos e notícias mais significativos.
11
PRIMEIROS ANOS: DA PSICODANÇA PARA A BIODANÇA
Aquele grupo de formação em Análise Transacional, que participou da
primeira aula de Rolando Toro no Rio, meses antes já havia experimentado a
Biodanza, que na época ainda levava o nome de psicodança.
Francisco Trotte, que era aluno desse curso 202, é quem lembra:
Alberto e sua prima Edna conheceram Rolando em Buenos Aires,
durante um congresso de Análise Transacional, e fizeram contato
com a psicodança. Na volta, Alberto resolveu fazer uma brincadeira,
depois de um dia de curso 202, no Hotel Intercontinental, e junto
com sua prima, ofereceu uma miniaula para o grupo. Gostamos
tanto que pedimos para ter toda vez.
Ainda segundo Trotte, Alberto então se sentiu seguro para trazer Rolando e
Cecília, pois tinha um grupo de cerca de trinta pessoas para recebê-lo.
E foi assim que começou: Rolando vinha periodicamente, a cada dois ou três
meses. Era um grupo sério, de peso, que começou então um processo de formação.
Algumas pessoas não seguiram, outras foram chegando nos novos encontros.
Thais de Azambuja foi uma das que chegaram. Artista plástica, ainda em
1977 leu no jornal uma entrevista de Rolando falando da “terapia da alegria de
viver”. E convidando para conhecer a psicodança num evento no MAM (Museu de
Arte Moderna do Rio de Janeiro).
Fiquei muito assustada, tinha cerca de sessenta
pessoas, ele logo de saída deu grupo compacto.
As aulas eram à noite. Ele aplicou renascimento
na minha amiga na primeira aula, ela já tinha
tentado suicídio, saiu transformada. Eu também
saí transformada. Da segunda vez, ele me disse:
você tem jeito, quer fazer formação?2
Segundo Thais, no início era um
grupo de cerca de quinze pessoas que
bancava as vindas de Rolando: Alberto
Tavares, Paulo Lopes, Francisco Trotte, Dina
Figura 3: Ao alto, Thais, Paulo Lopes, Trotte e
Rolando. Abaixo, ao centro, Cecilia Luzzi.
Fonte: Thais de Azambuja
Frutuoso,
a
própria
Thais,
mais
Ivanê
Bonhaimer e Rita Vaillé, entre outros.
“Grupo compacto” e “renascimento” são exercícios de Biodanza usados atualmente com grupos de
aprofundamento
2
12
“Saía muito caro pra gente, trazíamos o Rolando de Buenos Aires, tinha
passagem, hospedagem e a parte dele”, diz Thais. Julieta Buoro, que participou das
aulas de Rolando, entre 1978 e 1981, afirma que um dos motivos que a levou a não
continuar foi o custo.
O Curso Docente ainda não tinha o modelo atual. Havia um controle, pela
Associación Latinoamericana de Psicodanza, das horas de assistências de cada
aluno, além de questionários teóricos a serem entregues de tempos em tempos.
Uma autorização provisória para montar grupos era dada por Rolando, a partir de
um determinado número de horas assistidas e questionários respondidos.
Num documento de maio de 1979, podemos ver que Thais tinha já 360 horas
de assistência, Francisco Trotte tinha 326, Ivanê Bonheimer 324, e Alberto Tavares
152 horas (ver Anexo II).
Mesmo
assim,
segundo
Paulo
Lopes,
Alberto foi o primeiro a começar a dar aulas,
montando um grupo às quartas feiras, em sua
clínica na Rua Cinco de Julho. Nesses primeiros
anos, Rolando Toro sempre que vinha ao Rio se
hospedava na casa de Alberto, e tinha por ele um
carinho especial, como comprova o desenho ao
lado, presente de Rolando para Alberto.
Um pouco depois de Alberto, Thais e Trotte
começaram seus grupos.
Pela pesquisa feita no Acervo do jornal O
Globo, podemos ver, que tanto Thais como Trotte,
Figura 4: De Rolando para Alberto
Fonte: arquivo Danielle Tavares
já divulgavam seu trabalho com psicodança ainda
no final da década de 1970.
Em cinco de outubro de 1978, a coluna
Múltipla Escolha, um espaço de divulgação do
Caderno Rio, publica a nota ao lado, a mais
antiga referência encontrada em nossa pesquisa
no Acervo. Apesar da divulgação, Thais informa
Figura 5: O Globo, 05out78, Caderno Rio
13
que seu primeiro grupo formou-se em 1980, em sua casa no Jardim Botânico.
Durante 1979, a coluna As Dicas, do Caderno de Domingo, outro espaço de
divulgação, dá várias notinhas sobre o trabalho de Trotte com a psicodança, e com
títulos sugestivos, conforme abaixo (ver reprodução das notícias e anúncios sobre
Psicodança no Anexo XIX):

em 15 de abril: Psicodança, uma novidade

em 29 de abril: Psicodança, é uma boa para o seu problema

em 27 de maio: Psicodança – a cura em ritmo de alegria

em 12 de agosto: Psicodança – a alegria de viver
Outras
notas,
somente
com
o
título
“Psicodança”, são publicadas na mesma coluna em
18 de novembro e 16 de dezembro daquele ano. Em
22 de setembro de 1979, Trotte faz publicar também,
no caderno Cultura do Globo, o anúncio ao lado, do
Instituto de Psicodança do Rio de Janeiro (IPRJ).
Figura 6: O Globo, 22set79, Cultura
Interessante notar que, ainda em 1979, Trotte faz divulgação na mesma
coluna, nos meses de junho e julho, mas já usando o nome Biodança. Na nota de
17 de junho, inclusive, é informado que “estão sendo dados cursos especiais para
graduação desta técnica para médicos, psicólogos, psiquiatras e analistas”.
Entretanto, a partir de agosto e durante todo o ano de 1980, a divulgação
feita por Trotte volta a usar o termo Psicodança, tanto em notas da coluna As Dicas
como em anúncios do IPRJ. Somente em maio de 1981 Trotte passa a usar
novamente o termo Biodança, abandonando de vez a palavra psicodança.
Mas a primeira aparição da palavra Biodança, no jornal O Globo, ocorre em
matéria com Alberto Tavares, no caderno Cultura de 22 de maio de 1979, sobre o II
Congresso Brasileiro de Análise Transacional, intitulada “Nós não tratamos apenas.
Nós Curamos”. Ao final do texto, de mais de meia página, Alberto fala da vinculação
da Análise Transacional com outras ciências e diz: “Eu, por exemplo, pratico
Biodança, Gestalt, bioenergética e terapia primal” (notícias e anúncios selecionados
no acervo de O Globo, com a palavra Biodança estão no Anexo XX).
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Convém aqui registrar alguns aspectos levantados em nosso estudo, tanto
em depoimentos como em documentação disponível, que são importantes para
buscar compreender tanto a mudança do nome, de Psicodança para Biodança,
como as mudanças na liderança da Biodança no Rio de Janeiro, alguns anos mais
tarde.
Em seus anos iniciais no Brasil, a Psicodança, tinha como principais
incentivadores psicólogos e médicos, grande parte deles ligados à Análise
Transacional, como Roberto Shinyashiki em São Paulo, Roberto Crema em Brasília
e, no Rio, Alberto Tavares e Dina Frutuoso. Entre 1977 e 1982, os conselhos
regionais de psicologia questionaram Rolando e a psicodança, e pressionavam os
psicólogos que a utilizavam, inclusive com perda do registro. Roberto Crema foi por
duas vezes convocado pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) para prestar
esclarecimentos (NOUSIAINEN, 2007).
Isso culminou, em 1981, com a detenção de Rolando Toro em Curitiba, pela
Polícia Federal sob pressão do CFP, com base no Estatuto do Estrangeiro. Nas
palavras de Cezar Wagner, também psicólogo e um dos organizadores da Biodanza
em sua implantação no Brasil, esse ato “fica gravado na história como uma peça do
absurdo e do moralismo. Tentaram expulsá-lo do Brasil, mas fracassaram, foram
vencidos pela lucidez de outros e pela luta dos que defendiam a Biodança” (GÓIS,
2015).
Por outro lado, havia certo movimento, da parte desses profissionais que
atuavam com psicodança, para que sua aplicação só pudesse ser feita por médicos,
psicólogos e terapeutas3, com o que Rolando não concordava.
O fato é que, em meados de 1978, Rolando decide “denominar Biodanza al
sistema que había creado”. Segundo ele, o termo psicodança possuía o grave
defeito de ser dissociativo.
“Psico” provém do grego “psyché”, alma. Dança da alma, aí estava
implícita a dissociação platônica. (...) O prefixo “bio” tem sua origem
no termo grego “bios” = vida. A palavra dança, de origem francesa,
significa movimento integrado, pleno de sentido. A metáfora estava
formulada: Biodanza, Dança da Vida (TORO, 1991, Tomo I, p. 8).
3
Alberto Tavares, Francisco Trotte e Paulo Lopes eram médicos
15
Em fevereiro de 1979, a Associação Latino-americana de Biodança, sediada
em São Paulo, onde então morava Rolando, emite a seguinte nota:
Apesar de amplamente conhecido o nome de Psicodança,
restringimos seu uso à área clínica exercida apenas por profissionais
desse campo, pois esse nome enfatiza uma parcela do
conhecimento do homem. Em nosso ponto de vista, a hierarquia
taxonômica requer o emprego de “bios” como genérico e “psique”
como específico (CREMA, 1979, p. 12).
Note-se que a revista Veja, em fevereiro de 1981, num
quadro sobre terapias alternativas, entre outras cita a
Biodança, explicando que “chamava-se psicodança, mas
seus cultores mudaram o nome para fugir à fiscalização dos
conselhos regionais de Psicologia” (VEJA, Acervo Digital).
Figura 7: Veja, 11fev81, p.
32
A referência mais recente ao termo psicodança, em O Globo, aparece em
abril de 2012, em um anúncio de Cantoterapia, de Sonia Joppert. Interessante que,
bem antes disso, em 1989, a mesma Sonia publicou anúncio usando o termo
Biodança. Sonia foi, durante a década de 1980, aluna de Biodanza no grupo de
Alberto Tavares.
Mas a nota ao lado, plantada por Francisco Trotte
em setembro de 19804, na coluna As Dicas do caderno de
Domingo de O Globo, é a última utilização do termo
Psicodança por aquele grupo de pioneiros da Biodanza no
Rio de Janeiro.
Depois disso, durante as décadas
seguintes, o acervo digital do jornal mostra referências
genéricas e esparsas à psicodança, citadas por pessoas
fora do movimento.
Figura 8: O Globo,
28set1980, Domingo
4
Pudemos determinar quais notas são de Trotte comparando telefones e endereços das diversas
notas e anúncios encontrados
16
ANOS
80:
ASSOCIAÇÃO,
FACILITADORES
CONGRESSO,
ESCOLA
E
Se examinarmos a lista da IBF com facilitadores de Biodanza titulados do
Brasil, veremos que o ano de titulação mais recente é de 1991.
E antes disso, durante os anos 1980, o que ocorria?
No final da década de 70, como dissemos anteriormente, a formação era
conduzido por Rolando, que dava maratonas 5 em lugares diversos do Brasil, e as
horas de participação eram contabilizadas para cada aluno.
Segundo um documento da época, já se referindo à Biodança ao invés de
Psicodança, após 320 horas de treinamento, sendo 70 horas com Rolando, quatro
supervisões, 12 questionários respondidos e a tese entregue e aprovada, o aluno
era submetido a exame prático e teórico pelo próprio Rolando, que então outorgava
o título de facilitador (ver Anexo III).
Thais de Azambuja fala de sua titulação:
Eu me titulei em 1980. Era uma prova do cão, pra se titular! Tinha
um questionário. Naquela época ainda não tinha apostila pra
estudar. Eu li cem livros pra responder esse questionário. Eu
estudava com Francisco Trotte. Eu disse a ele: o que tiver a ver com
ciência, tu tens mais capacidade de me orientar, o que tiver a ver
com arte eu te oriento. Assim fizemos o questionário.
Depois do questionário, tinha a avaliação pessoal. Rolando botava
uma música e você tinha que dizer pra que exercício servia, com o
nome oficial, não podia ser aproximado. Daí, tivemos uma base
muito sólida com a formação toda pelo Rolando. Todos aqueles
assuntos se expandiram na minha vida. Eu tenho quatro publicações
na UERJ graças a isso.
Parte dos livros estudados por ela, conforme seu caderno de estudos cedido
em cópia ao autor, está listada no Anexo IV, junto com dois questionários a que os
alunos tinham que responder em 1978. Dois documentos sem data, mas
provavelmente do início da década de 1980, mostram a amplitude e diversidade do
programa teórico de formação de Biodanza. Fotos dos documentos e uma
transcrição do programa detalhado de formação estão no Anexo V.
Esses primeiros facilitadores são chamados de FRTA – Formados por
Rolando Toro. Na página da IBF, encontramos uma lista com 104 nomes,
5
Maratonas de Biodanza são aulas vivenciais com duração maior, normalmente de um fim de
semana, enquanto as aulas regulares semanais duram cerca de duas horas
17
provavelmente todos da América do Sul – não há identificação de país ou estado,
nem ano de titulação. Mas pudemos identificar que mais de trinta são brasileiros,
sendo dez formados no Rio de Janeiro.
Desses dez, cinco estavam naquele curso 202 da Rua Cinco de Julho:
Alberto Tavares, Dina Frutuoso, Francisco Trotte Filho, Paulo Lopes e Rita Vaillé.
Além deles temos Thais de Azambuja, Dorli Signor (que foi vizinho de Rolando no
pequeno período em que ele morou em Petrópolis, e hoje mora em Santa Maria,
RS, onde realiza maratonas de Biodanza e Argila), Luís Otávio Pimentel (um de
meus primeiros facilitadores, entre 1989 e 1992, hoje diretor das escolas de
Barcelona e Alicante), Iko Medina e Teresinha Mendes.
Alberto, desde o final da década de 1970 até sua morte em 1999, foi sempre
ativo no movimento de Biodanza do Rio. Na Clínica da Rua Cinco de julho, além do
atendimento clínico de Análise Transacional, iniciou logo um grupo de Biodanza, às
4ªs feiras à noite. Com o amadurecimento do grupo, Alberto iniciou um processo de
aprofundamento de vivências e abriu mais um grupo, às 2ªs feiras. Esses grupos
sempre se mantiveram com mais de 20 pessoas, chegando a ter mais de 40 em
alguns momentos.
Rita Vaillé também atuava com Biodanza na Clínica Cinco de Julho, e tinha
um grupo para crianças. Foi ali que Danielle Tavares, filha de Alberto e hoje uma
das diretoras da Escola de Biodanza Rolando Toro do Rio de Janeiro, então com
cinco anos, fez suas primeiras vivências de Biodanza.
A Biodanza sempre teve uma aura meio mágica pra mim, primeiro
por causa do meu pai. Eu adorava aquele pai, eu achava ele o
máximo. Depois sempre tive paixão por dança, fiz balé com três
anos. E participar daquele mundo tão divertido da Biodanza sempre
me encantou. (...). Rolando eu conheci desde pequenininha, era o
amigo do meu pai que falava estranho e ficava lá em casa.
Nesses primeiros anos, em relação à formação, Paulo Lopes lembra que
“não existia uma escola formal, as aulas do grupo de formação foram em hotéis,
Sheraton e outros”. Paulo destaca, nesses primeiros anos, a atuação de Francisco
Trotte:
Trotte tinha atividade aglutinadora e de liderança. Foi ele quem
organizou a Biodanza no Rio. Logo começou a dar aula, tinha dois
grupos. Em 1982, fez praticamente sozinho o 1º Congresso de
Biodanza, no SESI ou SENAI, mérito extraordinário.
18
Em seu depoimento, Trotte confirma que “era muito interessado e ligado à
parte administrativa. Fundei a Associação de Biodança do Rio de Janeiro e fiz o 1º
Congresso Latino-Americano aqui no Rio6, no Riocentro”.
Com CNPJ 30.499.461/0001-11, e sede na Rua Visconde de Pirajá 303, sala
1003, a Associação de Biodança do Estado do Rio de Janeiro foi criada em 3 de
julho de 1981. Esse é o mesmo endereço da Escola de Docência do Estado do Rio
de Janeiro, como se pode ver em documento com questionário referente ao 1º
módulo de formação (ver Anexo VI).
Em paralelo a isso, Trotte divulgava a Biodança no Estado. De abril de 1979
a maio de 1984, pelos arquivos de O Globo, colocou 24 notas de divulgação, além
de oito pequenos anúncios. E organizava jornadas e maratonas para trazer novos
adeptos. É ele quem diz:
Fazíamos maratonas memoráveis. Começávamos às 8 da noite de
6ª feira, íamos até 6 da manhã de sábado, verdadeiras maratonas,
veja como a Biodanza mexe com a vitalidade e o ciclo de energia.
Voltávamos às 8h30 e íamos até 6 da tarde. Depois recomeçávamos
no domingo de 8 da manhã às 6 da tarde. Fazíamos isso com
Ludovina e Chico, em Volta Redonda, que hoje estão em Lorena,
ainda fazendo Biodanza.
Antonio Sarpe, diretor da Escola de Biodanza do Rio de Janeiro entre 2000 e
2008, e atualmente diretor da Escola de Biodanza de Portugal, foi um dos que
começaram com Trotte, numa jornada de um dia no Hotel Marina. Depois foi fazer
grupo em Ipanema.
No inicio tinha um choque entre a sensibilidade da aula, Ipanema, e
depois voltava pra Cordovil. Rio dividido, racismo e classismo, eu
sofri isso. E a Biodanza trazia mensagem de encontro humano, indo
além dessas limitações. Biodanza não era política, mas era política.
Sem partidarismo, sem ideologia, se encaixava com o que eu queria.
Fui movido pela curiosidade, o símbolo da Biodanza era adaptação
do símbolo do Tao, tinha corpo, tinha grupo, tinha música. Isso me
fez ficar, e Trotte me pegou pela consistência do lado cientifico.
Trotte era médico, ele mostrava slides do cérebro, fazia abordagem
científica.
6
Aqui podemos confirmar a instabilidade das lembranças: Trote, em seu depoimento, cita o
Riocentro como local do Congresso, enquanto Paulo Lopes fala do SESI ou SENAI. Em conversa
com Cesar Wagner, em outubro de 2014, falando sobre Trotte, ele lembrou o 1º Congresso, no ano
de 1982, mas citou o Hotel Glória como local do evento. O arquivo de O Globo mostra que Paulo
Lopes estava certo.
19
Já Verônica Swalf, hoje facilitadora e didata7, foi apresentada à Biodanza
num congresso de ioga em Santa Catarina, em 1983, por Ludovina e Chico, aqueles
das maratonas de Volta Redonda. Depois disso, aceitou o convite deles e levou um
pequeno grupo para uma maratona com Trotte em Volta Redonda.
Ele dava o livro pra gente, de manhã teve conteúdo teórico grande e
uma pequena vivência, e à tarde tinha uma vivência maior. No meio
da aula teve um acariciamento de rosto. Eu fiz primeiro na moça que
fez par comigo, na hora de trocar eu disse, “deixa que eu faço de
novo”. Trotte disse: “tem que trocar”. Eu achei que ele tinha posto a
música duas vezes. No domingo teria um novo módulo. O grupo
estava empolgado, fomos e voltamos, adoramos. Depois disso,
comecei grupo com ele na Visconde de Pirajá 303.
O livro a que Verônica se refere é outro fruto do
espírito empreendedor de Francisco Trotte. “Fundamentos
básicos em Biodança”8 foi publicado em 1983, e lançado
em evento no Hotel Glória, em maio de 1984, conforme
nota ao lado.
No prefácio, Rolando considera o livro como uma
contribuição de mérito para o conhecimento do sistema de
Biodanza. “Trata-se de uma contribuição clara e didática
dos conceitos fundamentais desta disciplina”. Ao final,
afirma que Trotte “traz com seu livro uma energia nova ao
crescimento da Biodanza e satisfaz uma necessidade que
há tempos se manifesta entre nossos alunos”.
Figura 9: O Globo,
20mai1984, Jornal da Família
Com Rolando Toro como presidente de honra e Francisco Trotte como
presidente executivo, aconteceu o 5º Encontro Brasileiro e 1º Congresso Latinoamericano de Biodança, de 19 a 23 de julho no SENAI Tijuca, à Rua Mariz e Barros
678. Antonio Sarpe lembra-se bem, foi lá que ele conheceu Rolando, então com 58
anos.
A abertura, conforme lembra Trotte, com a leitura da carta de direitos
humanos, foi feita por Sergio Chapelin, que não cobrou pela participação. Além de
vivências e exposições teóricas sobre a Biodanza, o Congresso contou com a
7
Em Biodanza, facilitador é quem tem a formação para dar aulas regulares; já os didatas se
credenciam, através de curso específico, a dar aulas na formação de facilitadores.
8
Este foi o primeiro texto que li sobre a teoria de Biodanza, em final de 1987, quando iniciei no grupo
de Ecy Ferreira, na rua Barão do Flamengo.
20
presença de conferencistas nacionais e estrangeiros. Entre esses, a argentina Ruth
Fridman falou sobre a expressão musical da criança, o também argentino Charles
Franz expôs seu método de aprendizado veloz em teclado e o chileno Samy Frenk
explicou a técnica de Rolfing (Acervo Digital O Globo, ver no Anexo XX).
Paulo Lopes não esquece, pois foi quando deu a primeira aula de Biodanza
em público.
Eram de 60 a 80 pessoas. Foi muito bom pra mim, pois me levou a
fazer meu grupo. Congresso foi em maio ou junho, meu grupo foi em
setembro de 82. Em outubro Rolando foi lá assistir, interrompeu e
elogiou, “vou muy contento, temos um novo professor”.
Paulo lembra também que mais ou menos nessa época ocorreu um conflito
entre Toro e Trotte. Esse é um ponto em que os depoimentos divergem, tanto em
relação a datas como a motivos para o conflito. Antonio Sarpe levanta a hipótese
de que os diretores da Associação do Rio, todos terapeutas, queriam a Biodanza
restrita a médicos e psicólogos, com o que Rolando não concordava. Outra versão,
citada por Paulo Lopes, Verônica e Maria Adela, liga o conflito à entrada de Trotte
para o Exército, como oficial médico. Isso por um lado diminuiu o tempo disponível
de Trotte, mas teria também contrariado Rolando. Thais de Azambuja se queixa:
“Houve uma política errada e Trotte foi colocado de lado. Fiquei muito
decepcionada. Os antigos foram postos de lado, desqualificados”.
O fato é que, num determinado ano entre 1982 e 1985, Rolando nomeou
Dalma Campos como diretora da Escola de Biodanza do Rio de Janeiro. Outro fato
é que Francisco Trotte se afastou da Biodanza, provavelmente a partir de 1985, pois
a última aparição, nos arquivos de O Globo, da Biodanza ligada ao seu endereço
em Ipanema, é de março de 1985.
Trotte, em seu depoimento, minimiza a questão do Exército: “Realmente fiz
R29 no Exército, na Avenida Brasil. No HCE [Hospital Central do Exército] era meio
expediente. Acabaram com isso. Eu tinha uma clínica boa, acabei deixando o
Exército. Mas não foi por isso que deixei a Biodança”. Sobre a Escola, ele diz:
A associação era escola, era muito bem organizada. Algumas
pessoas permaneceram, outras saíram, acabei ficando sozinho. (...)
Depois tentei passar a direção para outra pessoa, mas ela não quis
9
R2 é um oficial técnico temporário, profissional de nível superior em área de interesse do Exército,
como a saúde, no caso de Trotte
21
se envolver com a parte administrativa. Associação registrada, com
CGC, tinha que fazer IR todo ano.
Trotte conta que se afastou quando se separou: “Foi uma fase ruim da minha
vida, fiquei transtornado e foi quando deixei a biodanza. Mudei radicalmente. Parei
de fazer psicoterapia e psiquiatria, pois não me sentia estável. Foi quando comecei
com nutrição”.
Atuando até hoje com emagrecimento via medicina ortomolecular, cuidou de
corpos famosos, como Claudia Raia, Edson Celulari, Paula Burlamaqui e Rosane
Collor. Mas não esquece a Biodanza. Em setembro de 1988, o Jornal dos Bairros
Barra, de O Globo, noticia uma palestra do Dr. Francisco Trotte Filho, em que ele
“abordará biomovimento, terapia e obesidade, com orientação alimentar”, e
“mostrará que o assunto relaciona-se à prática de movimentos corporais
específicos, ligados a sons e músicas, com enfoque específico”.
Em seu depoimento, ele afirma: “Rolando era um gênio, mas como todo
gênio era meio louco”. Para Trotte, a Biodanza é uma terapia poderosíssima, que
“não tem o lugar que ela merece ter”.
Dalma Campos, também facilitadora FRTA, conheceu a Biodanza em
Goiânia, na academia de ioga de sua irmã Elzi Nascimento, numa aula dada por
Rolando Toro. Ao final, ele a convidou a fazer o curso de didata.
Eu morava em Brasília. Então comecei a seguir o Rolando, fui pra
Argentina, vários outros países, o Brasil inteiro. E me apaixonei pela
Biodanza. Fiquei um ano mais em Brasília e vim pro Rio, onde fundei
no Leblon um espaço, chamado CETA – Centro de Terapia e Artes.
Nós começamos a Biodança no Rio, Francisco Trotte, Alberto
Tavares e eu.
Aqui temos novamente uma dúvida quanto a datas. Em seu depoimento,
Dalma disse que não é boa de datas. Lembra que o CETA durou cerca de seis
anos. Que depois, a convite de parentes que moravam nos Estados Unidos, fechou
a escola e foi para Miami, onde ficou oito anos e mais um ano em Hollywood.
O CETA foi criado em outubro de 1985, como atesta o registro do CNPJ
(Anexo VII), confirmada por matéria, no dia 7 daquele mês, do Jornal de Bairros
Leblon de O Globo, com o título “Em busca de harmonia, Thais e sua mãe criam
centro de terapia”. Thais, no caso, é Thais de Campos, filha de Dalma e atriz, na
ocasião atuando na novela Tititi, da Rede Globo.
22
Mas Dalma chegou ao Rio bem antes disso, como informa outra notícia, da
Revista da TV de O Globo, de 4 de dezembro de 1983, sobre sua filha Thais, que
teria mudado de Brasília para o Rio devido às melhores oportunidades de trabalho
como atriz. Diz a matéria que “a mãe, Dalma Campos, acompanhou Thais na
mudança, há quatro anos”. Informa ainda que “Dalma é também pedagoga, formada
em Belas Artes, pintora e cantora”. E que, na época, era professora de Biodança da
filha e sua colega de curso de teatro no Tablado.
Outro documento, uma carta de Rolando Toro, de agosto de 1980 (Anexo
VIII), para Alberto Tavares, comprova que Dalma já estava no Rio naquele ano. Na
carta, escrita de Belo Horizonte, Rolando diz a Alberto que não pôde se despedir,
pois na última noite foram, ele e Cecilia, a convite de Dalma, ver a peça “Longa
jornada noite adentro”, de Eugene O’Neill.
É provável que Dalma tenha assumido a Escola em 1982. Antonio Sarpe
começou a formação nesse ano, e a diretora era Dalma. Paulo Lopes informa que
“não conhecia Dalma, era de Brasília. Ela não tinha aceitação, não sei por quê (...)
Dalma pegou o touro a unha”.
Antonio Sarpe, em seu depoimento, conta que, nessa época, a formação não
incluía metodologia10, eram 22 maratonas:
Dalma era cantora e eu tocava violão, comecei amizade com ela. Me
convidou pra um intercâmbio, eu fazia escola e prestava alguns
serviços. A escola era meio diferente, não tinha uma turma. As
pessoas iam “a la carte”. Havia muita liberdade, as pessoas ficavam
só parte da maratona, alguns iam só a algumas.
Maria Adela Cremona também começou a formação de Biodanza nessa
época. Em seu depoimento, ela se lembra de Dalma com carinho:
Era uma criatura especial, viajava pela Europa com um violão
cantando em bares, largou o marido que era pessoa importante em
Brasília para abraçar a Biodanza no Rio, se chegou a Rolando, que
tinha brigado com os outros, e aproveitou a chance.
Segundo Antonio e Maria Adela, a escola não tinha um ponto fixo, era uma
escola itinerante. Maratonas aconteceram em clínicas, como a do analista
10
Hoje o currículo das escolas de Biodanza incluem, na parte final da formação, sete maratonas de
Metodologia de Biodanza, incluindo semântica musical, sessão semanal, grupo, critérios de
avaliação e exercícios
23
transacional Ralph Berg, na Rua Barão do Flamengo 11, e em hotéis diversos, cada
mês em um local. “Bem ao temperamento de Dalma, que chegava carregando
almofadas”, lembra Adela.
As maratonas eram dadas por Rolando ou Carlos Garcia12, que vinham de
São Paulo, por Maria Lúcia Pessoa, de Belo Horizonte e por Cezar Wagner e Ruth
Cavalcante, de Fortaleza. Alberto Tavares, Thais de Azambuja, Paulo Lopes e
Francisco Trotte não participavam, estavam, segundo Adela, “brigados com Dalma”.
Paulo Lopes, entretanto, se recorda de que Dalma o convidou, em 1987, para dar
uma maratona de “Doenças da Civilização”.
Mas tanto Antonio Sarpe como Maria Adela não estavam satisfeitos com a
formação na Escola do Rio.
Maria Adela, que tinha clientes em São Paulo, lembra que agendava com
eles em datas que coincidiam com as maratonas da escola de formação paulista, de
forma a aproveitar as viagens para participar das aulas. “Fazia escola duas vezes
por mês, no Rio e em São Paulo. Já era escola como agora, por volta de 1985”.
Antonio conta que “as pessoas iam à praia e voltavam, dormiam na parte
teórica, zona total”. Junto com um grupo de seis pessoas, foi completar a formação
em São Paulo.
Na 6ª feira pegávamos ônibus à meia noite e chegávamos às seis
horas, tomávamos café e íamos pra escola. Rolando morava em
São Paulo. (...) Dormíamos as vezes na sala onde rolavam as
maratonas, era uma casa onde Rolando morava nos fundos. Não
tinha metodologia e não tinha monografia, já tinha supervisão, era
sistema de crédito. Em 84, ganhei diploma de licenciado (podia dar
aula) e em 85 titulação, fechando a formação. Dois diplomas. Crédito
por frequência a maratonas, grupo regular, congressos, minotauros,
somados davam licenciatura e titulação.
Na lista da IBF de facilitadores titulados do Brasil em 1985, em São Paulo,
temos, além de Antonio, Rosa Carvalho, de Niterói, e Jane Mutzinguer.
Rosa aparece em nota de O Globo, de 18 de novembro de 1984, que divulga
palestra sobre “biodança-vivência”, junto com Dalma Campos, no Núcleo Cultural
Moksha, em Niterói.
11
Local onde fiz minha primeira aula de Biodanza, em novembro de 1987, com Ecy Ferreira.
Didata argentino, que residia em São Paulo na época, com importantes aportes teóricos para o
Sistema Biodanza
12
24
Jane, já falecida, foi parceira de Antonio Sarpe em seu primeiro grupo, num
espaço chamado Encontrarte, na Tijuca. Antonio conta que colocaram “um
anunciozinho no Globo, tijolinho, apareceram 25 pessoas. Ficamos três anos dando
aula juntos, Jane é que levava, eu tinha dificuldade para falar”.
Entre 1985 e 1987, no acervo digital do jornal O Globo, a Encontrarte
aparece, ao menos sete vezes, ligada ao nome de Jane e de Antonio, e
promovendo também uma maratona de Rolando Toro no espaço, em 1º e 2 de
agosto de 1986. Outros espaços, nesse período, divulgam cursos de Biodanza com
Antonio Sarpe: a Clínica Imagem, no Humaitá, e o Núcleo Cultural Maha Manu, no
Meier.
Foi na Clínica Imagem que Andrea Zattar, hoje diretora da Escola de
Biodança do Rio de Janeiro, fez seu primeiro contato com a Biodanza.
Não lembro o ano exato, acho que 85, 86. Era publicitária, estava
muito estressada, nervosa, com vários problemas psicossomáticos,
úlcera, enxaqueca, e estava buscando algo pra melhorar minha
qualidade de vida. Vi num jornalzinho do Humaitá o nome Biodanza,
achei que era um jazz. Fui a um instituto no Humaitá, numa 5ª feira à
noite, e encontrei o Antonio Sarpe. Fiz uma aula com ele e fiquei
emocionadíssima. (...) Passou a ser um dia sagrado pra mim.
Antonio diz que eu não queria fazer dança, mas Biodança.
Há também, nesse período, referências a Yara Pia Converso13 no Instituto
Miguel Pedro, um asilo de idosos em Vila Isabel, a Dina Frutuoso, divulgando sua
Maratona das Emoções no Clube Trás-os-Montes, na Tijuca, a Edna Tavares com
um curso de zen-biodança e às aulas de Thais Azambuja na Rua Maria Angélica, no
Jardim Botânico, as três últimas facilitadoras FRTA.
Aparecem ainda os nomes de Nizalva (1985), Paulo Roberto, Lígia Diniz, e
Ecy Ferreira (todos em 1987) promovendo seus cursos de Biodança.
O nome de Paulo Roberto não consta da lista IBF de facilitadores do Brasil,
tampouco está nos registros que obtive da Escola de Biodanza do Rio de Janeiro.
Nizalva Couto e Ecy Ferreira fizeram parte de outra leva de facilitadores que
atuavam no Rio de Janeiro e se titularam em São Paulo, em 1988. Junto com elas
13
Titulada em 1980 em São Paulo
25
estavam Elizabeth Borup e Marlene Figueiredo. Lígia Diniz14 titulou-se somente em
1994. Tanto Lígia como também Ecy, Nizalva, Marlene, Beth Borup e Maria Adela
faziam parte do que se chamou depois a Turma Zero da Escola do Rio de Janeiro
(ver Anexo XI, com as turmas das Escolas de Biodanza do Rio).
Note-se que Nizalva e Marlene já tinham grupos em 1985, três anos antes de
se titularem em São Paulo. Também Ecy tinha grupo em 1987, um ano antes da
titulação, assim como Lígia, que em abril de 1987, sete anos antes de sua titulação,
fala ao Jornal da Família de O Globo sobre as propostas da Biodanza de reforçar o
lado são das pessoas.
Outras pessoas da chamada Turma Zero também aparecem no Acervo
Digital de O Globo, com matérias ou anúncios no jornal nos anos finais da década
de 1980. Verônica Swalf aparece, junto com Luiz Otávio Pimentel, em notícia de
maio de 1989, no caderno de bairros Ilha do Governador, divulgando a Biodança em
seu Núcleo Cultural Bhadra. Também publica diversos anúncios de Biodança e Ioga
durante o ano de 1989. Maria Arminda Teixeira aparece em matéria do caderno de
bairros do Meier, também em maio de 1989, promovendo a Biodança no Núcleo
Cultural Maha Manu, o mesmo em que Antonio Sarpe atuava alguns anos antes.
Marley Rangel fez publicar anúncio sobre grupo de Biodança, em outubro de 1989.
Interessante registrar a mudança de símbolo ligado à
Biodança nesse período. No tempo da Psicodança, como se pode
ver nos livros de Roberto Crema, era usada uma variação do
símbolo do tao, como na figura ao lado.
Alguns anos depois, como no livro de Francisco Trotte e no
material da Escola de Docência do Estado do Rio de Janeiro,
passa-se a usar o símbolo do tao contornado por pétalas, como a
flor da figura ao lado.
Na publicidade de 1988 e anos seguintes, inclusive no
anúncio de Marley Rangel, já passam a aparecer as duas pombas
que depois, em 1992, estariam na capa dos Tomos publicados por
Cezar Wagner.
14
Lígia, arteterapeuta e irmã da famosa Leila Diniz, foi minha facilitadora entre 95 e 96, numa clínica
na rua Martins Ferreira, em Botafogo
26
Somente na virada para o século XXI é que se passa a adotar a garça, no
logo que consta do site da International Biocentric Foundation e na capa desta
monografia.
Foi em 1988 que Sérgio Barata e Verônica Swalf
começaram sua formação, na mesma Turma Zero da Escola do
Figura 10:
Símbolos da
Biodanza no
tempo
Rio de Janeiro.
Sérgio iniciara na Biodanza em março do ano anterior, com Thais Azambuja,
no Jardim Botânico. “Fui porque um colega de trabalho me chamou, e fiquei porque
foi um desafio, tinha dificuldade de olhar nos olhos, cada vez que olhava a
adrenalina subia”.
Verônica, que iniciara com Trotte em 1983, passou, em 1985, para o grupo
de Marlene Figueiredo, na Gávea, onde conheceu Maria Adela. Depois, durante
1987, participou de um Projeto Minotauro com Rita Vaillé e Regina Labarte. Em
dezembro de 1987, Verônica e Sérgio se conheceram, numa maratona de
Criatividade dada por Rita Vaillé e Thais Azambuja.
Em 1988, ao fazerem um trabalho com Rolando Toro, ele lhes falou da
formação, e que era necessário fazer uma aula de avaliação com a diretora.
“Marcamos com Dalma e fizemos a aula na Pereira da Silva [rua de Laranjeiras]. A
formação era em Petrópolis. Começamos (acho que agosto de 88), mas Dalma
estava mais em Miami que aqui no Rio”.
Dalma conta em seu depoimento que tinha parentes nos Estados Unidos.
“Eles me convidaram e eu fui para Miami. Fechei minha escola e fui pra lá, eu sou
assim aventureira”.
27
ATÉ O ANO 2000: A ESCOLA SE ORGANIZA – TURMAS, SEDE E
ESTATUTO
Sérgio Barata recorda que, no início dos anos 1990, a escola estava
abandonada, que ainda faltavam várias maratonas para completar a formação. As
idas e voltas de Dalma eram cada vez mais constantes, o período em Miami era
maior que o tempo no Rio.
“Fizemos então, sob o comando da Lois15, um grupo de coordenação, umas
oito pessoas, entre elas Maria Adela, Délcio Pereira, Beth Borup, Lois, Verônica e
eu, e escolhemos Maria Adela para coordenar”, lembra Sérgio.
Adela se recorda com empolgação:
Decidimos fazer um movimento para a escola se projetar. Era um
momento efervescente no Rio, com a aproximação da ECO-92.
Levamos a Biodanza para a rua. Domingos de manhã no Circo
Voador, biodanza no Parque Lage, em hospitais e postos de saúde.
Alguns achavam que Rolando ia expulsar-nos, pensavam que
Biodanza era dentro de quatro paredes.
Assim, Maria Adela atuava num posto de
saúde próximo à Prefeitura, Sérgio Barata e
Verônica Swalf num asilo na Tijuca, Marlon
Brandão no Circo Voador, enquanto Lois Doria e
Margarete de Souza Coelho lançaram o Projeto
Vivências na Natureza, no Parque Lage, com
Figura 11: O Globo, 04abr93,
2º Caderno
aulas de Biodanza ao ar livre.
Durante a ECO-92, em junho, foi feita, no Aterro do Flamengo, aula aberta de
Biodanza que fez sucesso, levando a que os diversos grupos em atividade no Rio
se enchessem de alunos. A Rede Manchete cobriu, Marlene Figueiredo tinha um
irmão na Rede Manchete, que gravou a aula e preparou uma espécie do
documentário. A divulgação da Biodanza ganhou força, chegando a ter publicidade
no metrô.
Nos primeiros anos da década de 1990 é que são titulados os primeiros
facilitadores pela Escola do Rio de Janeiro. Temos, em 1991, os nomes de
Margarete Joode, Maria Adela Cremona e Marilda Reis, além de Maria Dulce
15
Lois Doria, facilitadora titulada em 1994, hoje vivendo em Prado, Bahia.
28
Matoso em 1992. Mesmo assim, é em 1994 que surge um grupo que possa ser visto
como uma turma, com oito facilitadores titulados, todos da chamada Turma Zero16.
Em maio de 1992, é criada nova turma na Escola, a Turma I. São dessa
turma, entre outros, Eliana Almeida, atualmente diretora da Escola de Biodanza da
Barra da Tijuca, Francisco Goulart, membro da direção da Escola de Vitória, e as
didatas Gladys Trindade, Hedilane Coelho e Kátia Alves.
Dalma continuava definindo as maratonas e os didatas, assinava os cheques,
vinha de três em três meses. Então, em agosto de 1992, durante o II Congresso
Internacional de Biodança, em Fortaleza, Rolando disse a Maria Adela: “A próxima
diretora do Rio será você”. Segundo Adela, Dalma reagiu mal no inicio, mas foi dada
uma solução: Dalma seguiu como diretora honorária e Adela passou a ser diretora
administrativa. Um ou dois anos depois, Dalma conseguiu o green card americano e
se fixou em Miami.
O controle de participação dos alunos na turma Zero era feito através de um
Curriculum Docente, formulário onde eram anotadas todas as maratonas feitas
pelos alunos, assinadas pelo respectivo docente (ver, no Anexo IX, o curriculum de
Sérgio Barata). A partir da turma I, passou-se a fornecer certificados de participação
a cada encontro de formação 17, assinados pelo facilitador-didata e pela diretora da
escola (ver Anexo X). Note-se que o primeiro certificado da turma I, de maratona de
Definição de Biodança, dada por Cezar Wagner, já é assinado por Maria Adela
como diretora, embora Dalma ainda fosse formalmente a responsável pela escola.
Com Maria Adela à frente, antigos didatas, como Alberto Tavares, Paulo
Lopes e Thais de Azambuja, voltam a dar maratonas na Escola.
Thais mantinha seu grupo na Rua Maria Angélica, no Jardim Botânico. Uma
de suas alunas era Neusa Eiras, vice-reitora da UERJ. Em agosto de 1994, a UERJ
criou a UnATI, Universidade Aberta da Terceira Idade, e Neusa convidou Thais para
apresentar a Biodanza. O depoimento de Thais para essa pesquisa foi feito há dois
anos, nas instalações da UnATI, onde pude participar de uma aula.
16
Anthony Sheridan, Délcio Pereira, Isa Freire, Lígia Diniz, Lois Dória, Margarete Coelho, Sérgio
Barata e Verônica Swalf (ver Anexo XI)
17
Esses certificados foram dados até a turma III
29
Vim pra UERJ para uma oficina de criação, com criatividade radical,
em que eu misturava tudo. Mas Neusa disse: quero biodanza, duas
turmas, quero que todos os professores façam. Mas não apareceu
professor nenhum. (...) A aula aqui [na UnATI] não tem as condições
ideais, é barulhenta, sua-se muito. Tem gente mais jovem e gente
mais comprometida. A gente coloca 40 vagas, mas sabe que vão
ficar 20 pessoas. Neila também dá aula aqui. (...) Já vamos fazer 20
anos aqui na UnATI.
A Neila a que Thais se refere é Neila dos Santos, mais uma aluna da Turma
Zero da Escola do Rio. Neila, titulada em 1995, antes da criação da UnATI já atuava
com Biodanza e terceira idade. Em dezembro de 1992, encontramos várias
reportagens no Acervo Digital de O Globo, falando da criação de uma Universidade
da Terceira Idade (UTI) na Universidade Gama Filho, na Piedade. Em uma das
matérias, de 6 de dezembro, com o título “Um convite à vida: Gama Filho cria
Universidade da Terceira Idade, com aulas teóricas e Biodança”18, Neila fala de sua
emoção:
Eu choro mesmo. Cada pessoa aqui tem uma história de vida que se
reflete nos movimentos do corpo. Uns chegaram se sentindo tão
reprimidos que simplesmente não conseguiam dançar. Hoje todos
fazem os exercícios das aulas, que acompanham uma programação
musical.
Antonio Sarpe, anos antes, ainda na década de 1980, havia dado aulas de
Biodanza na Gama Filho, onde cursava Psicologia, mas não para terceira idade.
“Dei aula de Biodanza para os outros alunos, cheguei a propor a Biodanza como
disciplina, eu era o Antonio da Bio”. Antonio conta que frequentou grupos de Reich,
bioenergética e tantra. Houve um momento em que chegou a ter quatro grupos
semanais de biodanza, mas começou a fazer algumas junções da biodanza com
psicodrama, dinâmica de grupo, Reich, Osho. No início dos anos 1990, Antonio,
entre outros espaços, atuava, conforme mostra a divulgação da época, no Núcleo
de Terapias Integradas – Nuhti, em Vila Isabel.
Osvaldo Luís da Silva era aluno de Antonio e iniciou sua formação em 1994,
já na Turma II. É Antonio que recorda:
Oswaldo me procurou e disse que esteve na escola, que disseram
que eu não era ortodoxo. Ele disse que a escola estava mudando,
falou da Adela. Liguei pra ela, ela foi muito receptiva, me convidou
pra ver maratona da Mirtha e acabamos ficando amigos, criando
18
Ver matéria no Anexo XX
30
parceria, fiquei na escola ajudando. Ela disse: A biodanza perde
muita gente boa porque não sabe manter pessoas.
A partir daí, vários alunos de Antonio, incentivados por ele, entram para a
Escola de Biodanza. Engajado e participando de maratonas, Antonio volta à
ortodoxia. “O grupo no início reagiu”, diz ele, “mas depois seguimos juntos”. Maria
Adela nos conta que ouviu de Antonio: “Eu estava misturando Biodanza com Reich
e Osho porque não sabia de todo o poder da Biodanza”.
Em 1995, é realizado em São Paulo o primeiro Curso de Didatas, ministrado
por Rolando Toro. Antonio relembra:
Cada escola indicava alunos, hoje infelizmente não é mais assim.
Daqui do Rio foram dois, eu e Ecy, depois a Nizalva. Eram cinco
dias com Rolando, três módulos de cinco dias em São Paulo. Fui o
único que segui. Didatas antigos, nomeados, também fizeram
reciclagem. Pra ser didata tem que ser bom facilitador, tem que ter
experiência de anos com grupos bons. Adela me convidou pra dar
maratona, escolhi Vivência, pois estava interessado em filosofia.
Essa maratona de Vivência foi dada por Antonio para a turma II em
novembro de 1995. Antonio é o didata que até março de 2015, deu mais maratonas
nas escolas do Rio, num total de 45 nesses vinte anos. O Anexo XII apresenta a
lista de maratonas dadas para as turmas do Rio de Janeiro, com as respectivas
datas e didatas.
Com Dalma, a Escola foi itinerante, embora tenha por algum tempo se fixado
na casa nº 493 da Rua Pereira da Silva, em Laranjeiras. Depois de passar por um
CIEP em Ipanema, Maria Adela levou a Escola para a Praça Serzedelo Correia,
onde alugou algumas salas do prédio pertencente à Igreja de Nossa Senhora de
Copacabana.
Sérgio Barata lembra com saudade desse grupo e dessa época. Ele cuidava
das finanças da Escola.
Eu aplicava em RDB, conseguia taxas melhores, deu trabalho, tirava
de um banco pra outro, a escola ficou com bastante dinheiro.
Chegamos a pensar em comprar uma sala. Tinham duas turmas
paralelas correndo, e podíamos pagar qualquer didata. Tinha didata
que cobrava bem caro. Depois Rolando colocou ordem, criou uma
espécie de tabela, valor a cobrar dos alunos, valor a pagar aos
didatas. Aquela foi a melhor época, mas trabalhávamos muito.
31
As turmas paralelas a que Sérgio se refere foram as turmas II e III, que
correram juntas durante o ano de 1997. Ainda em 1996, em outubro, Maria Adela
abriu a turma II para novos alunos, e foi nessa abertura que chegaram Andrea
Zattar, Luciana Pinto, Marcio Tavares e Geraldo Magela – todos alunos de Antonio.
Andrea recorda desse início:
Estava com uma vontade absurda de aprender a Biodanza, mas já
querendo ser facilitadora, dar aula de Biodanza, não queria
aprofundamento pessoal. Minha turma foi a turma III, mas na
verdade entrei no final da turma II. Entrei na maratona de
seminários, vi os alunos apresentarem, fiquei mais empolgada ainda.
Em fevereiro de 1997, inicia-se a turma III, de que participaram, além de
Andrea e Luciana, as hoje didatas Regina Portugal e Rosimar Girão, e Danielle
Tavares, atual diretora da Escola do Rio de Janeiro, junto com Andrea.
Durante 1997, enquanto a turma III inicia, a turma II completa sua formação.
Entre seus alunos, estavam Denizis Trindade, Laís Araújo, Paulo Botelho, Rosimar
Girão, Solange Barros e Valéria Duarte, todos hoje didatas de Biodanza. Nesse ano
de 1997, a turma fez, entre outras, seis maratonas de metodologia. Isso representou
uma mudança em relação à turma I, que teve três maratonas de metodologia,
enquanto a turma Zero teve somente uma.
O currículo de maratonas a partir da turma II já se parece com o atualmente
em vigor nas escolas de formação, embora o ciclo de metodologias, para as turmas
II e III, tivesse somente seis maratonas, com temas dedicados a posições geratrizes
(metodologia IV) e danças sequenciais (metodologia V). Mas já não incluíam títulos
curiosos que encontramos na turma I, como “Doenças da civilização” e
“Transmutação de energia”. Por outro lado, enquanto as turmas Zero e I tiveram
maratonas sobre “Biodança e Educação”, esse tema não fez parte do currículo das
turmas II e III. Somente na turma IV é que se introduz a maratona de “Educação
Biocêntrica”, presente até hoje.
A escola se manteve durante alguns anos nas salas da Praça Serzedelo
Correa, até ocorrerem conflitos que levaram ao cancelamento do contrato de
aluguel.
Entre 1998 e 1999, a Escola funcionou em Botafogo, na Rua Dezenove de
Fevereiro, nº 157, numa casa intermediada por Marlene Figueiredo. Foi lá que, em
32
20 de janeiro de 1999, foi realizada a assembleia de fundação da Associação
Escola de Biodanza Rolando Toro do Rio de Janeiro, dando natureza jurídica à
Escola, que passa a ter um CNPJ e a possibilidade de, entre outras coisas, manter
uma conta bancária.
Isso, para Maria Adela, coroou um processo que havia começado no início da
década de 1990, com a união do grupo de alunos para alavancar a Escola e a
Biodanza no Rio de Janeiro.
Podemos ver, em documento com a programação da Escola para 1993
(Anexo XIII), a participação de várias pessoas, todos alunos das turmas Zero e I, na
organização da Escola. O documento é assinado por Carlos Joaquim Vieira Neto,
do Departamento de Apoio e Integração. Bete (provavelmente Beth Borup) era
responsável pela biblioteca, Vera Rosane e Zoé cuidavam das inscrições para o
encontro regional da ALAB (Associação Latino-americana de Biodança), Leda
coletava participantes para vivências de transcendência em Machu Pichu e Maria
Dulce, junto com Adela, coordenava as inscrições para um curso com Maria Lucia
Pessoa em Belo Horizonte.
Maria Adela se preocupava com o isolamento dos facilitadores após a
formação. O grupo das turmas Zero e I se titulou sem uma visão metodológica clara.
Adela se recorda:
Queria que estudassem, não existia metodologia, só uma maratona
com tudo, grupo, música, tudo. Carlos Garcia começou com curso
de metodologia na escola de São Paulo, fiz lá e vi como era
importante. Depois da formação, dos 24 que concluíam, 18 se
comprometeram a continuar. Como vamos nos organizar? Aqui na
escola. Uma vez por mês, uma maratona com o facilitador e tema
que vocês sugerirem, a escola realiza.
Para fazer cursos de aperfeiçoamento, Adela usou sua experiência com
conselho de classe e formou uma cooperativa, inicialmente com oito pessoas, que
mais tarde evoluiu para um conselho de classe. Durante 1999, essa cooperativa
realizou maratonas de Biodanza Aquática, com Rolando Toro Acuña, e Relato de
Vivência, com Alberto Tavares. Com a participação dos ex-alunos das turmas I e II,
33
também fizeram Quatro Animais, com Carlos Garcia, Transcendência, com Sanclair
Lemos e Quatro Elementos com Maria Adela19.
Sobre a criação de uma pessoa jurídica, Adela achava que a Escola tinha
que ser reconhecida. Ajudada por Rita Dornelles, de Juiz de Fora, advogada e
contadora que cursava a Turma II, e com o apoio de Katia Alves, da Turma I,
construíram o estatuto, na forma de associação, com diretoria que incluía
presidente, secretário, tesoureiro, e outros membros, mas sem interferir no poder de
Rolando nomear o Diretor Acadêmico e Pedagógico.
A assembleia de fundação ocorreu em 20 de janeiro de 1999, na Rua
Dezenove de Fevereiro, e contou com a participação de 42 pessoas (ver ata e lista
de presença no Anexo XIV). Esse grupo elegeu a primeira diretoria, com Paulo
Lopes como presidente, Marlene Figueiredo na vice-presidência, Regina Portugal
como tesoureira, Beth Borup como secretária, e tendo no Conselho Fiscal Hedilane
Coelho, Andréa Zattar, Nizalva Couto, Danielle Tavares e Verônica Swalf. Maria
Adela, nomeada por Rolando, permanecia como diretora pedagógica. Na ata consta
declaração de Maria Adela de que “se planta com esta Assembleia uma semente
para o reconhecimento da profissão de professor de Biodança; e esta esperança se
instala em todos os corações presentes e se fortalecerá com união, integração e
muito trabalho”.
Em 2000, a Escola deixa a casa da Dezenove de Fevereiro e passa a
funcionar no Centro Comercial de Copacabana, novamente na Praça Serzedelo
Correia, mas do outro lado, na sala 1020 da Rua Siqueira Campos 43, onde ficou
instalada por cerca de oito anos.
Durante o ano 2000, ocorre a fundação do Conselho Regional de
Facilitadores de Biodanza do Rio de Janeiro, que teve, na primeira diretoria, Thais
de Azambuja como presidente, Lois Dória na vice-presidência e Gladys Trindade
como secretária.
Ao menos desde 1999, Maria Adela começou a preparar sua saída. Já tinha
Antonio Sarpe atuando bem junto com ela. Houve alguma resistência, havia outros
postulantes, e mesmo Rolando no início resistiu. Antonio justifica: “Adela viu o
19
Quatro Animais (Tigre, Hipopótamo, Serpente e Garça) e Quatro Elementos (Fogo, Água, Terra e
Ar) são maratonas de extensão da formação de Biodanza,
34
investimento que fiz, os cursos em que entrei. Viu que eu daria continuidade ao
trabalho que vinha sendo feito”.
Assim, em 2000, na virada do século XX, Maria Adela muda-se para sua terra
natal, a Argentina, e Antonio Sarpe assume a direção pedagógica da Associação
Escola de Biodanza do Rio de Janeiro.
35
SÉCULO XXI: A MARCA BIODANZA E UMA NOVA ESCOLA NO RIO
A IBF - International Biocentric Foundation, entidade responsável por regular
a prática da Biodanza e cuidar do registro e proteção da marca em todo o mundo, é
constituída nos últimos anos do Século XX. É a partir de sua criação que o termo
Biodanza, com a grafia em castelhano, passa a substituir a palavra em português,
Biodança.
Essa mudança, hoje consolidada, foi ocorrendo aos poucos. Podemos
observar que o estatuto da Associação Escola (Anexo XV), de 1999, ainda usa o
termo Biodança, enquanto o estatuto do Conselho, de 2000 (Anexo XVI), já utiliza
Biodanza.
Nos acervo de O Globo, a
primeira referência encontrada ao novo
termo é ainda de 1997, num pequeno
anúncio
da
Viamestra,
espaço
de
saúde integral onde Eliana Almeida
Figura 12: O Globo São Conrado, 18set1997
montou seu primeiro grupo.
Eliana, titulada em 1997, formada
pela turma I, recorda, em seu depoimento,
da dificuldade inicial, pois tinha Alberto
Tavares como modelo. “Nunca iria saber
tudo o que ele sabia”. Foi após uma
jornada com Juan Jose Tápia, trazido ao
Rio justamente por Alberto, que ela
conseguiu começar. O trabalho de Tápia
era justamente sobre começar do zero
quando numa nova etapa. “Começar com
humildade, esquecer o antes”, diz ela,
Figura 13: Eliana Almeida e Alberto Tavares
Fonte: arquivo pessoal de Eliana
recordando o espaço Viamestra.
Era em São Conrado, numa casinha no alto, na estrada das Canoas.
Na primeira aula tinha 15 pessoas, depois voltaram cinco homens,
um desafio, fiquei um ou dois meses só com cinco homens. Lembro
que fiz supervisão com a Mirta, que disse que eu tinha que ganhar
36
paciência com as mulheres, recuperar a mãe. Aí as mulheres foram
chegando, já estou nessa há 15 anos.
A Associação Escola do Rio de Janeiro, a partir da turma III, que se iniciou
em fevereiro de 1997, passa a ter uma nova turma a cada três anos, o que vem se
mantendo até a presente data, com o início da turma IX em janeiro de 2015.
O espaço da Siqueira Campos 143, sala 1020, no prédio do Centro
Comercial de Copacabana, se manteve como sede da Escola de Biodanza do Rio
de Janeiro durante nove anos, de 2000 a 2008, abrigando as turmas IV, V e VI.
Antonio Sarpe passa a comandar a Escola com a turma IV, em 2000, contando com
o apoio de Luciana Pinto, formada pela turma III, que atuou como secretária da
Associação Escola durante esses nove anos, inclusive com carteira de trabalho
assinada.
Luciana nos conta que o espaço da Siqueira Campos foi alugado em
conjunto. Inicialmente, Paulo Botelho e Lícia Nepomuceno tinham grupos às 2ªs e
4ªs feiras, Antonio Sarpe, às 3ªs feiras e Maria Adela às 5ªas feiras. Depois, com a
ida de Maria Adela, Luciana, junto com Denizis Trindade, passou a atuar às 5ªas
feiras, e Osvaldo Luís e Ana Rosaura passaram a atuar às 2ªs feiras, quando
Paulinho e Lícia concentraram os dois grupos na 4ªa feira.
“De 6ª feira a domingo, o uso prioritário era da Escola, e nos fins de semana
livres os outros facilitadores podiam usar para jornadas ou maratonas”, recorda
Luciana.
Importante nesses primeiros anos do novo século foi a atuação do Conselho
de Facilitadores. Independente da composição da diretoria, foi Katia Alves a grande
impulsionadora do Conselho. Surgido a partir da cooperativa dos anos 1990, seu
primeiro objetivo, segundo o Estatuto, era “assegura a ortodoxia do Sistema
Biodanza”. Mas também pretendia promover a integração dos facilitadores, defender
seus interesses e estimular estudos e pesquisas, além de divulgar a Biodanza na
cidade e no Estado.
Os facilitadores, titulados ou em titulação, pagavam uma mensalidade e
tinham maratonas de aprofundamento. Luciana Pinto se recorda da parceria entre
escola e conselho:
Foi um espaço muito rico, muito gostoso. Tinha muita gente
associada. (...) As maratonas da escola podiam ter a participação
37
dos associados do conselho. Fizemos Quatro Elementos e
Minotauro com Rolando, Biodanza para Crianças com Cecilia Luzzi
e Biodanza nas Organizações com Carlos Garcia. Mesmo quando
era fora do Rio, só pagávamos o hotel.
Outra iniciativa importante no aperfeiçoamento dos facilitadores de Biodanza
foi o GEM – Grupo de Estudos Metodológicos, criado por Antonio Sarpe por volta de
2003 ou 2004. Foi um grupo particular, não ligado diretamente à escola, que fazia
reuniões mensais, aos sábados, para discussões e aprofundamento metodológico,
também com participação de facilitadores titulados e em titulação. Como fruto do
GEM, Antonio desenvolveu diversos CD’s, um para cada linha de vivência, dois para
Movimento Humano, e também para os Quatro Animais e para as Posições
Geratrizes. O GEM foi a base inicial para atual projeto de formação continuada
desenvolvido por Antonio, que inclui a chamada Radicalização da Progressividade20.
Buscou-se também a regulamentação da profissão, e como passo inicial
pensou-se, através da Associação Escola, em oficializar o curso de formação como
uma pós-graduação. Mas as exigências de ter ao menos cinco didatas com
Doutorado, e uma infraestrutura maior que a existente forma barreiras muito difíceis
de superar. Quando a IBF retirou o requisito de curso superior para fazer a
formação, esse caminho foi abandonado.
O Conselho também tratou do tema regulamentação. Nas conversas com
advogado e contador, muitos parâmetros a atingir. Luciana Pinto, que junto com
Andrea Zattar tinha a missão de divulgação e publicidade, lembra que “eram muitas
pessoas interessadas, muitas atividades a fazer, muitas pessoas cobrando, mas
poucos participando de forma ativa”.
Nas questões sobre divulgação, outro tipo de problema surgiu: qual o nome
que vai sair na frente? Qual o telefone para informação? Enfim, quem vai ter
prioridade para os novos alunos?
Com as extensões já realizadas e os temores de não ter retorno adequado,
começou-se a parar de pagar as mensalidades e o Conselho acabou se esvaziando.
Até o ano passado, Katia Alves ainda cumpria as obrigações para manter o CNPJ
ativo, mas não há mais atividades em andamento.
20
Radicalização da Progressividade é uma tese desenvolvida por Antonio Sarpe, que propõe a
introdução de exercícios aos grupos iniciantes de forma bem progressiva, e que faz parte de um
módulo de formação continuada oferecido pelas escolas do Rio de Janeiro
38
Em paralelo a isso, Rolando articulava a criação de uma segunda escola de
Biodanza no Rio de Janeiro.
Eliana Almeida havia feito a formação de didata com Rolando Toro, em 1998
e 1999, no Chile. Ela decidiu ir porque teve medo de Rolando morrer, ele havia
estado mal, com aneurisma de aorta. Ela se recorda:
Foi lindo, me trouxe muito, ganhei o diploma do Rolando. Concordo
com o Cesar Wagner que didata é uma caminhada, não é um
diploma. Não fiquei ansiosa. Antonio depois me convidou pra dar
maratona na escola, depois outra, aí Rolando me chamou pra dar
uma maratona em Santiago.
Num congresso internacional no Hotel Gloria, organizado por seu filho
Rolandinho, Rolando Toro fez, caminhando pelo congresso, o primeiro convite a
Eliana para a nova escola no Rio. No congresso seguinte, em 2004, ele insistiu. “Ele
disse que ia me nomear meio assim em homenagem ao Alberto. Ele me via como
discípula do Alberto”. Assim, em 1º de março de 2005, por Decreto IBF assinado por
Rolando (ver Anexo XVII), é criada a Escola de Biodanza Sistema Rolando Toro
Rio-Barra, funcionando na sala que Eliana já tinha desde 2003 no Shopping
Downtown.
Mas não começamos logo. Fizemos muitas reuniões, com vários
facilitadores, vendo como melhorar, durante mais de um ano: Anna
Cristina, Ivo, Ecy, Marcos (que se formou comigo), Lícia Barreto,
Hedilane, Othon. Depois foi diminuindo, ficamos eu, Anna Cristina,
Hedilane e Othon, até eu me achar preparada pra iniciar, fazendo
diferente do que foi a minha formação, sem os problemas.
A primeira turma da Escola da Barra só
começou em março de 2009, quatro anos
depois do decreto de criação. Essa turma
completou sua formação em dezembro de
2011. Dos doze alunos que completaram a
formação, sete já se titularam, e todos têm
grupo montado. A segunda turma, atualmente
em andamento, iniciou-se um ano depois, em Figura 14: Turma I da Barra constrói uma
mandala. Fonte; Escola Barra-Rio
janeiro de 2013.
39
Antonio Sarpe, em seu depoimento, recorda um fim de semana com Rolando,
fazendo a Árvore dos Desejos21, ainda nos anos 1990, em que marcou o desejo de
viajar. Após a maratona de Vivência dada na escola do Rio em 1995, ele foi à
escola de Brasília dar Sexualidade. Em 1998, participou de congresso na Suíça e
depois foi à Alemanha dar uma maratona para a escola de Cristina Rieta.
Foi lá que vi que podia ousar, eu sabia mais que eles. Dei uma
vivência no congresso, depois da abertura do Rolando, lotou. Dai me
chamaram pro ano seguinte, e comecei a ir sempre, Alemanha,
França, Espanha, Itália.
Em 2002, recebi uma visita de uma brasileira que vivia em Portugal,
e que cuidava da escola de lá. Ela viu que a escola aqui tinha
estrutura, biblioteca, sala, computador. A partir dai, fui chegando a
Portugal.
Antonio conta de uma aula aberta em que estava Nuno Pinto, que vibrou com
a aula. Daí nasce uma parceria que acaba levando a que Antonio seja,
simultaneamente com a escola do Rio de Janeiro, nomeado diretor da Escola de
Portugal.
Isso fez com que o número de viagens e o tempo de ausência aumentassem,
lembrando a situação vivida com Dalma no início da década de 1990. O grupo
regular das 3ªas feiras começa a ser conduzido pelos facilitadores que faziam parte
do grupo, em revezamento. E havia maratonas da Escola em que o diretor não
estava presente.
Na turma VI, em 2007, outras questões ocorreram. Havia um número
considerável de alunos que eram do grupo de Leonardo Cruz, e um conflito entre
Antonio e Leo acarretou a saída da maior parte dos alunos. Isso, além do efeito na
relação com a turma, trouxe um problema de sustentação financeira para a escola.
Roberto Bicca, que era tesoureiro da Associação na ocasião, recorreu a um
Livro de Ouro para equilibrar as contas (ver Anexo XVIII) e lembra que Antonio
decidiu não cobrar pelas maratonas que deu para a turma.
É nesse momento, em 2008, que se cancela o aluguel do espaço da Siqueira
Campos, e a escola passa a alugar espaço somente para as maratonas,
inicialmente na Rua Sorocaba, em Botafogo. Ao final do ano, antes do término da
21
Árvore dos Desejos é um tipo de maratona que busca conectar os participantes com seus desejos
mais centrais, e promover a busca da realização desses desejos
40
formação da turma VI, Antonio decide mudar-se para Portugal e passar a direção da
escola para outras mãos.
Num primeiro movimento, ofereceu para Eliana Almeida ficar com as duas
escolas. A primeira turma da Barra ainda não havia começado, mas já estava em
final de preparação. Eliana relembra que estava em São Paulo com Rolando. “Ele
me aconselhou a não aceitar, a começar do zero com a escola da Barra”.
Danielle Tavares soube da conversa e ligou para Eliana, dizendo que tinha
interesse em assumir a escola. Eliana confirmou que não tinha aceitado, que já
tinha uma escola. Dani recorda: “Aí disse para Andrea, vamos falar com Antonio que
a gente quer”. Antonio falou com Rolando, que no início relutou, pois não queria
duas pessoas na direção. Mas Antonio insistiu e Rolando concordou. Foi na
passagem de 2008 para 2009.
Andrea e Dani fizeram a formação de didata em 2005, em quatro módulos no
Chile, junto com um grupo do Rio de Janeiro que incluiu Ana Rosaura, Denizis
Trindade, Luciana Pinto, Rosimar Girão e Valéria Duarte, além de Chico Goulart, de
Vitória. Andrea recorda do lado bom e das dificuldades. “Fui de ônibus pro Chile,
junto com o Chico, do Espírito Santo. Foi divertido, estudamos, paramos na
Argentina. Eu ainda trabalhava em agência, difícil o tempo e o dinheiro. Fiquei mais
um ano e pouco pagando essas viagens.”
Como em toda troca de direção, houve resistências, mas foram sendo
superadas. A primeira turma dirigida pelas duas, a turma VII da Escola do Rio,
começou em março de 2009, praticamente junto com a primeira turma da escola da
Barra, e tinha treze alunos, a maioria vinda dos grupos de Andrea e Dani.
Três anos depois, a turma VIII começou com mais de trinta alunos, e a turma
IX, que iniciou em janeiro de 2015, tem perto de quarenta pessoas vindas de
diferentes grupos.
Sob o comando das duas, a Escola mudou-se inicialmente para a clínica da
Rua Cinco de Julho, em Copacabana, onde tudo começou em 1977. Algum tempo
depois, foi criado um espaço na Rua Visconde de Caravelas, em sociedade com
amigos, que ganhou o nome de Instituto Alberto Tavares. Depois de dois anos,
conflitos com os sócios fizeram a escola mudar mais uma vez, passando por alguns
locais em Botafogo, Jardim Botânico e Gávea. Desde o início de 2014, a Escola do
41
Rio funciona na Rua da Passagem 172, em Botafogo, nos mesmos moldes do
aluguel da sala da Siqueira Campos: Filipe Freitas, facilitador originário de Minas,
tem um grupo às 2ªs feiras, Andrea e Dani têm grupos às 3ªs e 5ªs feiras e Paulo
Botelho às 4ªs feiras, ficando a Escola com os fins de semana.
Andrea e Dani encerraram a Associação, pois entenderam que o formato
tolhia a ação dos diretores, que dependiam de assembleias para tomar decisões.
Criaram uma sociedade, em que as duas estão como sócias. “Perdemos algumas
coisas”, diz Andrea, “como impostos que a associação não paga, mas ganhamos
em agilidade”.
Eliana nos conta que a Escola da Barra ainda não tem personalidade jurídica,
mas que pretende também ir por esse caminho, abrindo um CGC para sua escola.
Danielle e Andrea sempre tiveram a ideia de trabalhar o branding, a marca da
Biodanza, com um grupo de pessoas atuando em conjunto. A partir das
experiências de Antonio Sarpe em Portugal, veio o plano de organizar aulas abertas
na praia. Danielle recorda que a primeira tentativa, na praia da Barra, fracassou,
choveu muito.
Depois, eu e Nazaré descendo da Serra, falamos em fazer com
música ao vivo. Deia no inicio ficou na dúvida, mas depois fomos em
frente, já no formato que estamos fazendo na praia do Arpoador. (...)
Alguns facilitadores ficam com medo, “vão roubar meus alunos”. Isso
por questões históricas, que ocorreram antes.
Em
2014,
aconteceram
várias aulas abertas na praia do
Arpoador, a primeira delas em 13
de junho, sempre com música ao
vivo, e conduzidas por um grupo
de
facilitadores
e
didatas,
capitaneados por Andrea e Dani.
O
grupo
coordenado
Voz
por
do
Corpo,
Nazareth
Malafaia, que também atua na
coordenação da Escola do Rio, foi
Figura 15: Aula aberta no Arpoador, 13 de junho de 2014
Foto de Laércio Lourenço
responsável pela música ao vivo. Esses eventos levaram, cada um, de 300 a 400
pessoas à praia, muitas fazendo seu primeiro contato com a Biodanza.
42
Tanto Andrea e Dani como Eliana apostam na integração e na união entre
profissionais e escolas. Andreia conta:
Aprendi com esse evento do Arpoador que juntos somos muito mais.
Tentamos fazer um evento sozinhas e não deu certo. Quando fomos
junto com outros facilitadores, ai o discurso do Rolando fez sentido,
aconteceu na prática. Foi maravilhoso ver 400 pessoas dançando, o
velho sonho do Rolando de a biodanza tomar as ruas. Temos que
deixar de lado a competição, a competição tira alunos, se formos
juntos vai ter aluno pra todos. Quanto mais dermos as mãos, mais a
roda aumenta.
Daniele acrescenta que o objetivo é integrar.
Com a Eliana, procuramos fazer com que as escolas trabalhassem
juntas. Há diferenças na forma de organizar, mas temos trabalhado
muito afinadas. Combinamos de trazer duas formações por ano,
uma promovida por cada escola, e as duas apoiam.
Assim, a turma VII da Escola do Rio e a turma I da Barra tiveram maratonas
conjuntas. Em julho de 2011, Eliana conduziu Metodologia II (Sessão de Biodanza I)
para as duas turmas juntas. Em setembro, as escolas trouxeram Claudete Santana
para apresentar aos dois grupos a maratona de Metodologia IV (Grupo semanal e
maratonas). E em setembro foi a vez de Andrea e Daniele falarem do Grupo de
Biodanza (Metodologia V) para as duas turmas.
Eliana concorda:
Acho que a missão das diretoras das escolas, e a gente se entende,
é fazer a união, pra crescer juntos. Os facilitadores devem se
irmanar, Rolando dizia que o outro facilitador não é seu inimigo.
Acho que a morte do Rolando leva um pouco a separações, mas
começou a se buscar uma união. Acho que a IBF também está
buscando isso pela sobrevivência precisamos recuperar nosso
instinto gregário.
43
O QUE VIRÁ?
Como continuará essa história, da Biodanza no Rio de Janeiro? Nos trinta e
oito anos coberto por esta pesquisa, muito aconteceu. Períodos de euforia e de
trabalho conjunto misturam-se com crises e conflitos.
Foram 340 maratonas nas escolas, 302 alunos que passaram pela formação
ou estão cursando, 82 facilitadores titulados no Rio de Janeiro, afora os sete
titulados em São Paulo na década de 1980 e os dez FRTA.
Concordamos com as palavras de Francisco Trotte, que a Biodanza é um
sistema poderosíssimo e que não ocupa o espaço que merece ter.
Também acreditamos no caminho da união, pregado pelas diretoras das
duas Escolas do Rio.
Caminhos se apresentam. Muitos dos facilitadores titulados não atuam mais,
ou não estão mais no Rio. Mas há um grande número de novos facilitadores que
começam a se movimentar, e outros virão em breve, pois há duas turmas em
andamento, com cerca de 50 pessoas em formação.
Nas entrevistas que fizemos durante a pesquisa, perguntamos ao final o que
o entrevistado diria a um facilitador que está iniciando. Como conclusão desse
texto, apresentamos um apanhado das respostas, e que podem servir de norte para
a continuação dessa história.
Para um novo facilitador, digo que qualquer coisa que você vá
começar, tem que partir de uma certeza. A dúvida, o “pode ser, pode
não ser”, levam ao insucesso. Tem que estudar, mas mais do que
isso tem que ter foco e energia, colocar em ação. (...) E juntos
somos muito mais (...). Quanto mais dermos as mãos, mais a roda
aumenta. [Andrea Zattar]
Um facilitador que se inicia não precisa de mais nada além da
biodanza. Tem que seguir a ortodoxia, acreditar na sua vivência.
Descobrir que seu guia está em você mesmo. (...) Hoje, com a
autoajuda, diz-se que temos que estar sempre felizes. Nós somos
como o tempo: há dias bons e dias ruins. [Thais Azambuja]
A Biodanza reforça muito o ego do facilitador: “você é o máximo!”.
Aula não é pra aplauso, não é performance. (...) Os facilitadores
devem se reunir, sair da egoicidade e ter alguém experiente com
quem discutir critérios, metodologia. [Antonio Sarpe]
Pra quem está começando, eu acho que é preciso ter determinação,
é muito trabalhoso montar um grupo. Mas é prazeroso. É preciso
44
desenvolver a identidade como facilitador, grupos sociais ajudam
muito nisso, o peso é menor sobre o facilitador. [Luciana Pinto]
Para os novos facilitadores, digo que é importante entender a
palavra ortodoxia da forma que Rolando coloca. Os mais criativos
têm dificuldade, mas ortodoxia é que vai garantir o sucesso. Usem
no início só as músicas do elenco oficial, só mais tarde deve
acrescentar alguma coisa. Outra coisa é a progressividade, muito
importante. (...) Olhando cada grupo, diminuindo a ansiedade de
levar a seu grupo regular iniciante as questões do grupo de seu
processo. Tem um caminho a ser seguido: integração motora,
integração afetivo-motora, exercícios de comunicação e comunhão.
Isso é fundamental pra ter grupo. [Eliana Almeida]
Pra um facilitador que está começando, eu digo: calma! Os novos
saem com ânsia, as vezes não se titulam por não se sentirem
capazes. Outros saem com ânsia de novidade, fazendo novidades
antes de adquirir consistência no trabalho. (...) A progressividade, a
formação continuada, o facilitador deve usar isso, os exercícios e as
músicas que estão testadas. Aí você adquire consistência. [Danielle
Tavares]
O que dizer para um facilitador que começa? Primeiro, que em
Biodanza não se trabalha sozinho. Tem que sentir vínculo, grupo.
Vejo muito individualismo aqui. Em Portugal, vejo grupos enormes,
com 50 alunos. Aqui a maioria não consegue ter cinco alunos.
Porque não sentam juntos e combinam algo comum?[Maria Adela]
Termino repetindo as frases que usei na epígrafe, que têm toda a relação
com o que é preciso para buscar os caminhos certos para o movimento de Biodanza
no Rio.
Em primeiro lugar, a expressão final do poema de Rolando Toro, nos
lembrando que “sob o girassol da harmonia, todos somos um”. E, finalmente, a
citação de Raul Seixas, em sua canção “Prelúdio”, ao belga Schillebeeck: “Sonho
que se sonha só é só um sonho que se sonha só; sonho que se sonha junto é
realidade”.
45
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46
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ZANELLA, Liane Carly Hermes. Metodologia de estudo e de pesquisa em
Administração. Florianópolis: Departamento de Ciências e Administração / UFSC,
2012.
47
ANEXOS
48
ANEXO I: Questionário para as entrevistas semiestruturadas
1. Quando começou com Biodanza?
2. Como soube?
3. O que o motivou?
4. O que o fez ficar / sair?
5. Mudanças no estilo de vida? Quais?
6. História da Biodanza no Rio, escola, formação
7. Porque facilitador? Por quê didata?
8. Dá aula hoje? Por quê?
9. Como vê o movimento de Biodanza no Rio?
10. Como vê o movimento de Biodanza em geral?
11. Pontos fortes da Biodanza
12. Pontos a aprimorar na Biodanza
13. Diga o que ainda não disse
14. Quem mais eu devo ouvir?
15. O que diria para um facilitador que se inicia?
49
ANEXO II: Controle de assistências, Curso Docente, maio de 1979
(Fonte: arquivo pessoal de Danielle Tavares)
50
ANEXO III: Módulos de Formação Docente em Biodança
[Fonte: arquivo pessoal de Danielle Tavares, início dos anos 1980)
51
ANEXO IV: Excertos do caderno de notas de Thais Azambuja (1978)
Fonte: Arquivo pessoal de Thais Azambuja
QUESTIONÁRIOS DE 1978 (anotações de Thais de Azambuja)
Controle nº 1 (12/07/78)
1. Definição de Psicodança
2. Nomeie os campos de aplicação da Psicodança
3. Que diferença há entre uma terapia “verbal-cognitiva” e uma “corporalvivencial”?
4. Por que a dança livre não é terapêutica?
5. Nomeie algumas vivências de efeito auto-regulador
6. Defina brevemente o conceito de identidade
7. Defina brevemente o conceito de transe
8. Desenho e modelo neurológico de Rof Carballo, distinguindo o Neo e o
Arquencéfalo
9. Nomeie os quatro níveis de controle do processo terapêutico em psicóticos
(motricidade, anima, comunicação, realidade?)
10. Por quê não se faz interpretação depois da aula de Psicodança?
11. Qual o lugar do cérebro onde se centralizam as “vivências e emoções”?
12. Como é a relação entre o terapeuta e o doente em Psicodança?
13. Por quê se considera importante o contato em Psicodança?
14. Em Psicodança se usam a música e o canto, mas não os sons isolados. Por
quê?
Controle nº 2 (12/07/78)
1. Que funções tem o córtex cerebral?
2. Que efeito tem a estimulação do parassimpático sobre os órgãos?
3. (ilegível...)
4. Desenhe o caminho das vias piramidais e extrapiramidais.
5. Em que nível do cérebro se cruzam as vias nervosas motoras?
6. Por quê se diz que o simpático é adrenérgico e o parassimpático colinérgico?
7. Nomeie as funções principais da hipófise
8. Faça um esquema dos processos neuroendócrinos durante o stress
9. De que órgãos dependem o equilíbrio e a coordenação motora?
10. Que elementos neurofisiológicos determinam o tônus muscular?
11. Que influência tem a área motora do córtex cerebral no movimento?
12. Quais são as vias neurológicas pelas quais uma emoção repercute em
distintos sistemas orgânicos?
13. Dê um exemplo de servomecanismo em fisiologia do movimento
14. Descubra a relação entre emocionalidade, arqui e neoencéfalo segundo Rof
Carballo
52
LISTA DE LIVROS PARA ESTUDO
1. Aspectos do pensamento mágico [Origem e evolução da ideologia] (Otto
Alcides Ohleweiler)
2. Eros e Civilização (Herbert Marcuse)
3. L’homme e ses symboles (C G Jung)
4. A função do orgasmo (Wilhelm Reich)
5. El percepto del cuerpo (Wapner & Werner)
6. Psicomusica y sociodrama (JL Moreno)
7. Eu e tu (Martin Buber)
8. O pensamento selvagem (Claude Levi-Strauss)
9. La danza (Sergio Lifar)
10. Identidade, Juventude e Crise (Erik Erikson)
11. Cuerpo, afecto y lenguage (Luiz A Chiozzo)
12. A incompetência sexual (Masters & Johnson)
13. El mito de la enfermedad mental (Thomas Szasz)
14. El primer año de la vida del niño (René Spitz)
15. El arte de crear danzas (Doris Humphrey)
16. A ordem oculta da arte (Anton Ehrenzweig)
17. Analisis del caracter (Willhelm Reich)
18. El psicodrama (Dalmiro Bustos)
19. A consciência cósmica (Pierre Weil)
20. El devenir de las artes (Gillo Dorfler)
21. O corpo fala (Pierre Weil e Roland Tompakow)
22. Mito e a vida dos índios Carajós (Anton Lukesch)
23. Tratado de psiquiatria (Ey, Bernard & Brisset)
24. Reflexiones sobre el processo creador (Eduardo Pavlovsky)
25. 200 exercícios e jogos para o ator e o não ator... (Augusto Boal)
26. Solidão: o medo do amor (Ira J Tanner)
27. Artaud (Martin Esslin)
28. Maíra (Darcy Ribeiro)
53
ANEXO V: Programa Teórico de Formação em Biodanza (anos 80)
Fonte: Arquivo pessoal de Danielle Tavares
Abaixo são mostradas fotos de dois documentos, do arquivo pessoal de
Danielle Tavares, e a transcrição, traduzida para o português, do documento mais
detalhado. Alguns trechos da transcrição têm lacunas pois as fotos estavam
ilegíveis.
54
BIODANZA
PROGRAMA DE FORMAÇÃO DOCENTE
I MATÉRIAS COMPLEMENTARES
A. BIOLOGIA
UNIDADE 1: A Vida
 A origem da vida. Estruturas primordiais
 A evolução das espécies
UNIDADE 2: A chave genética
 Bases químicas da hereditariedade.
 Os genes. Código genético. Enzimas.
 Controle genético das sínteses de proteínas.
 Mecanismos moleculares da hereditariedade.
 Uma linguagem genética universal.
 Bases da imunologia.
UNIDADE 3: Energia Biológica
 Metabolismo celular. Ciclo de Krebs.
 ATP e Energia Biológica
 Modelos Bioenergéticos e psicoenergéticos
UNIDADE 4: ?
 ....
 Mecanismos da unidade ...
 Sistema neuroendócrino
 Sídrome Geral de Adaptação
 Sistemas ergotrópico e trofotrópico
 Homeostase e ultraestabilidade
UNIDADE 5: Ecosistemas
 Ecosistema edáfico
 Poluição atmosférica
 Criação e destruição de circuitos ecológicos
 A cidade como ninho ecológico
 O lar ecológico
UNIDADE 6: Envelhecimento e Renovação Biológica
 Revalorização do ancião
 Reabilitação biológica
 Aspectos biológicos do envelhecimento
UNIDADE 7: O Ritmo dos Processos Biológicos
 O espectro dos ritmos biológicos.
 Aspectos clínicos
 Aspectos sociais e evolutivos
 Séries cronológicas em Biologia
 Relógio genético e crescimento
55
B. ANATOMIA E ...........
UNIDADE 1: O Sistema Locomotor
 Anatomia do aparato ósseo
 A coluna vertebral
 Anatomia dos músculos
 Regulação postural e do movimento. O ....
 A função do caminhar
UNIDADE 2: Respiração
 Mecânica da respiração
 Transporte de oxigênio
 Bases da espirometria
 Regulação neurológica da respiração
UNIDADE 3: Função cardio-circulatória
 Mecânica do aparato cardio-vascular
 Regulação das funções cardiocirculatórias
 Transtornos cardiovasculares, enfermidades cardíacas
 Hipertensão essecial
 Provas de ergometria em pacientes cardíacos
UNIDADE 4: Função Gastrointestinal
 ...
 ...
 ...
UNIDADE 5: Sistema neurovegetativo
 Anatomia do sistema nervoso
 O cérebro e os sentidos
 Funções do córtex cerebral
 Os hormônios e os mecanismos de autoregulação.
 A regulação neurovegetativa
UNIDADE 6: Fisiologia das emoções
 Regulação límbico-hipotalâmica das emoções
 Expressão das emoções
 Conceitos de instinto, emoção, sentimento...
UNIDADE 7: Fisiologia dos Estados de Transe
 Classificação dos estados de transe
 Aspectos fisiológicos de distintos tipos de transe (?)
UNIDADE 8: Bioquímica do Sistema Nervoso
 Neurotransmissores
 Fatores químicos na depressão e na ...
 Fatores químicos na Esquisofrenia
 Classificação dos Psicofármacos
 Farmacologia das emoções
56
C. PATOLOGIA GERAL
UNIDADE 1: A doença
 Doenças de Civilização
 Estilos de viver e estilos de adoecer
 Doenças da Existência
 A Sociedade enferma
 Nomenclatura das doenças
UNIDADE 2: Doenças Psicossomáticas
 Concepções de Dumbar e Alexander
 Classificação das doenças psicossomáticas
 Hipóteses etiológicas das doenças psicossomáticas
UNIDADE 3: Doenças mentais
 Classificação das doenças mentais
 Etiologia poligênica das doenças mentais
UNIDADE 4: Patologia da Cultura Ocidental
 A crise da medicina
 Breve história da Psiquiatria
 Fontes históricas da Patologia Ocidental (?)
D. ANTROPOLOGIA E SOCIOLOGIA
UNIDADE 1: Origem e evolução do homem
 Evolução do homem segundo a paleontologia
 Teoria de Teilhard de Chardin
 As Raças Humanas
 As sociedades primitivas
UNIDADE 2: Religião e Transcendência
 Teogonias e Cosmogonias
 Apocalipse e Escatologia
 Mito e Realidade
 Totem e Tabu
 A experiência mística
 Esquema das religiões
UNIDADE 3: Tempo de sociologia (???)
 Sistemas de regulação social
 Evolução do conceito de Repressão
 Evolução da família
 Tabu do Incesto
UNIDADE 4: Exploração e Pobreza
 Colonialismo e dominação
 Prejuízos raciais e discriminação
 O controle econômico
 Teorias sobre o Poder e o Estado
57

Geografia da fome
UNIDADE 5: Os Regimes Políticos
 Evolução do conceito de poder
 Análise das ideologias
 Erosão das ideologias
UNIDADE 6: Os Direitos do Homem
 O problema da sobrevivência
 O controle mundial dos Direitos Humanos
 Violação institucionalizada dos Direitos Humanos
UNIDADE 7: Recreação
 Ocupação do tempo livre
 Sentido de recreação
 O homem lúdico
 Recreação e criatividade
E. CIÊNCIAS HUMANAS
UNIDADE 1: Metodologia em Ciências Humanas
 Abordagem experimental e fenomenológica
 Epistemologia genética
 Linguagem, imagem e símbolo
UNIDADE 2: Integração Corpo – Alma
 História da dissociação Corpo – Alma
 Teorias sobre a relação Corpo – Alma
 Integração e dissociação
UNIDADE 3: Vivência
 Conceito de Vivência. Dilthey.
 Instinto e Expressão
 ...
 Fenomenologia das emoções
UNIDADE 4: Imagem Corporal na Arte
 Expressão da imagem corporal em Pintura ...(?)
 Imagem Corporal na Dança
UNIDADE 5: Temas Gerais em Ciências Humanas
 Estudo crítico de alguns Modelos Méd...
Efeitos iatrogênicos colaterais
 Evolução dos Modelos Teóricos em ...
UNIDADE 6: Fundamentos Teóricos da Educação
 Para uma definição de Educação
 A Educação como expressão dos (...) sociais
 A Educação com expressão de um (...)
58
F. FILOSOFIA
UNIDADE 1: Oriente
 Dialética Taoista. Tao Te King.
 Budismo Zen
 Tantrismo. Kama Sutra e Ananga Ranga
 I’Ching
 Princípios de Tai Chi
 Crítica da concepção de desenvolvimento (...)
UNIDADE 2: Os Filósofos Gregos
 Orfeu: Terapêutica musical
 Pitágoras: Harmonia das esferas
 Heráclito e Parmênides
 Sócrates, Platão, Aristóteles: (...)
UNIDADE 3: Teoria do Conhecimento
 Platão: Dualidade do mundo e do homem
 Descartes: Racionalismo causalista
 Kant: Fenômeno e Nôumeno
 Hegel: Dialética
 Merleau-Ponty: Fenomenologia
 Gaston Bachelard: Epistemologia
 Jean Piaget: Epistemologia e Biologia d(...)
 O conceito de Modelo em Ciências
 Evolução do Modelo Atômico
 Evolução do Modelo de Universo
 Evolução do conceito de Harmonia
UNIDADE 4: Axiologia
 Teorias sobre os valores
 Os valores culturais
 Patologia cultural implícita na estrutura de valores
UNIDADE 5: Ser e Existência
 Descartes
 Nietzsche
 Heidegger
 Kierkegaard
 (...)
 Jaspers
 Sartre
UNIDADE 6: Evolução do conceito de Identidade
 O princípio de Identidade clássico
 O princípio de Identidade em Heidegger
59
G. MÚSICA
UNIDADE 1: Semântica Musical
 A Natureza: Maestro de Música
 Música dos 4 elementos
 Ritmo, Melodia, Harmonia
UNIDADE 2: Origens da Música
 Os começos da conduta musical
 Música primitiva
 Desenvolvimento e evolução da música brasileira
 A vos humana
UNIDADE 3: Música Oriental
 Japão
 China
 Índia
 Oriente Médio
UNIDADE 4: Música Medieval
 (...)
 (...)
 (...)
UNIDADE 5: Fuga, Contraponto, Cantata
 Evolução do contraponto desde Frescobladi
 A Arte da Fuga
 A Cantata
UNIDADE 6: Música dos Séculos XVI e XVII
 Vivaldi
 Haendel
 Bach
 Mozart
UNIDADE 7: Beethoven
 Conceito de Sinfonia
UNIDADE 8: Romantismo
 Liszt
 Chopin
 Schubert
UNIDADE 9: Impressionismo
 Debussy
 Ravel
UNIDADE 10: Música Contemporânea
 (...)
 Sibelius. Messiaen. Villa-Lobos.
 Satie. Stockhausen. Cage.
60
UNIDADE 11: Evolução do Jazz
 Negro Spiritual
 Nascimento do Jazz. Marian Anderson, Pau(...)
 Hot Jazz (Louis Armstrong). Dixieland.
 Rock and Roll. Elvis Presley.
 Aparição do beat. The Beatles.
 Jimmy Hendrix. Janis Joplin.
 Pink Floyd
 Dimensões atuais do Jazz
H. HISTÓRIA DA ARTE
UNIDADE 1: Danças primitivas
 Significado ritual da orgia
 Bacanais
 Danças dionisíacas e apolíneas
UNIDADE 2: Renovadores da Dança Moderna
 Isadora Duncan
 Marta Graham
 Rudolf von Laban
 Mary Wigmann
 Sergio Lifar
 Kurt Joss
 Maurice Bejart
 Dança Teatro de Nikolais
UNIDADE 3: A Dança da Vida
 “Dançar sua Vida”, Roger Garaudy
UNIDADE 4: O Teatro Moderno
 Artaud
 (…)
 (…)
 (…)
 (…)
 (…): Teatro Poético
 O’Neil: monólogo interior
 Ionesco e Beckett: Teatro do Absurdo
 Happening e Teatro Pânico
61
ANEXO VI: CNPJ Associação de Biodança e Questionário Escola
de Docência do Estado do Rio de Janeiro
Fonte: Arquivos pessoais Francisco Trotte e Danielle Tavares
62
ANEXO VII: Centro de Terapia e Artes de Dalma Campos
04-dez-1983, Revista da TV
63
07-out-1985, caderno Leblon
64
ANEXO VIII: Carta de Rolando Toro a Alberto Tavares
Fonte: Arquivo pessoal de Danielle Tavares
65
ANEXO IX: Curriculum Docente de Sérgio Barata
Fonte: Arquivo pessoal de Sérgio Barata
66
67
ANEXO X: Certificados de Participação na Formação
Fonte: Escolas e arquivos pessoais de Eliana
68
ANEXO XI: Turmas das Escolas de Biodanza do Rio de Janeiro
Fonte: Escolas e arquivos pessoais de Eliana Almeida, Lais Araujo, Luciana Pinto, Roberto Bicca,
Sérgio Barata e do autor
TURMA ZERO
Nome
Titulação
Registro
Anthony Sheridan
1994
RJ9407
Carlos Rogério Silveira
2005
RJ0562
Damacyr de Freitas Brito
1999
RJ9924
1994
RJ9408
1988
SP8819
1988
SP8820
Isa Freire
1994
RJ9409
Isis Pinto Guimarães
1997
RJ9720
Ligia Diniz
1994
RJ9410
Lois Doria Werneck
1994
RJ9411
Margarete de Souza Coelho
1994
RJ9412
Margarete Joode
1991
RJ9101
Ana Paula Evangelista
Dayse de Lima Medeiros
Délcio Rodrigues Pereira
Denise Magalhães
Denise Nunes Alves Costa
Ecy Ferreira*
Edma Teixeira de Abreu
Eliani Colla Hannam
Elizabeth Anna Borup*
Eva Schneider
Glória Aguirren
Ivan Valpassos
Leia Marcia de Farias
Lucienne Millen
Lygia Maria Gerk da Câmara
Marcia Evaristo C de Souza
69
TURMA ZERO (continuação)
Nome
Titulação
Registro
Maria Adela de Martin Irigoyen
1991
RJ9102
Maria Amélia Marques
2000
RJ0028
Maria Dulce de Queiros Matoso
1992
RJ9204
Marilda Reis Rodrigues
1991
RJ9103
1988
SP8821
Neila Mª dos Santos
1995
RJ9514
Nizalva Couto*
1988
SP8822
Paulo Ignacio de Almeida (advogado)
1997
RJ 9723
Rosani Lourdes Vicentini (Juiz de Fora)
1997
SP 9756
Sérgio Augusto Barata
1994
RJ 9405
1994
RJ 9406
Maria Arminda da Silva Teixeira
Maria Cristina Nogueira
Maria da Salete Artilheiro
Marina Gimenes Boetiger
Marlene Figueiredo*
Marley Rangel
Marli Rosa Cervo de Mello
Marlon José Brandão
Mônica P Valadão Lopes (Petropolis)
Regina Célia Mendes Toledo
Rosângela Andrade Guimarães
Sonia Regina de Araujo
Uwe Peter Kohnen
Vanilda Aparecida Rocha
Vera Rosane Pontes da Silva
Veronica Swalf
Zoé Catarine
*Os
nomes de Ecy Ferreira, Beth Borup, Marlene Figueiredo e Nizalva Couto aparecem
nessa lista porque, embora já tivessem se titulado em 1988 em São Paulo, mantiveram
presença na Escola e na turma
70
TURMA I
Nome
Titulação
Registro
1997
RJ9715
1997
RJ9716
1997
RJ9717
Elizabeth Baptista da Costa Fonseca
2000
RJ0029
Francisco Barros Goulart
1997
RJ9718
Gladys Trindade de Araujo
1997
RJ9719
Hedilane Alves Coelho
1995
RJ9513
Jane Maria Correa
1997
RJ9721
Katia M Tereza Alves Silva
1997
RJ9722
Leda Mariza Costa Carvalho
2000
RJ0030
2000
RJ0028
1997
RJ 9723
Alcenir da Silva Moreira
Amelia Siller
Antonio Durão Guimarães de Souza
Antonio Fernando Ramos Coutinho
Carlos Alberto da Cunha Porto
Carlos Joaquim Vieira Neto
Eliana A. Vieira de Almeida Santos
Elizabete Torres Miigliari
José Mauricio Arca Seda
Josias Honório dos Santos
Jussara Ferreira Alves
Lilia Maria di Mucci Laranjeiras
Maria Amelia Marques
Maria Cristina Nogueira
Mario Pezzi Filho
Norma Leyla Soler Montalvo (Pepita)
Paulo Ignacio de Almeida
Sonia Maria Cruz Silva
71
TURMA II
Nome
Titulação
Registro
2001
RJ0135
Eliana Nunes Ribeiro
2003
RJ0351
Evanir Leite da Silva
2001
RJ0136
Helani Alves Rodrigues Nunes
2001
RJ0137
Jaubert Knust Cardinot
2002
RJ0248
Lais Franca de Araujo
2001
RJ0138
Licia Maria Lopes Barreto
2001
RJ0139
Licia Nepomuceno Pinto
2000
RJ0026
Marcos Antonio Alves de Souza
2002
RJ0249
Maria Beatriz Machado Rubrão
2001
RJ0143
2000
RJ0025
2001
RJ0144
Osvaldo Luis da Silva
2003
RJ 0353
Paulo Cesar Tavares Botelho
2000
RJ 0027
Ana Lucia de Viveiros Batista
Ana Lucia Vasconcelos Abrantes
Arnaldo Waksman
Denise Henriques Assis Trindade
Elber Melo de Matos
Ligia Saboia
Lilian Magalhães de Azevedo
Lorena Asrael
Lucca Braga pereira de Araujo
Mabel Botelho
Maria Cristina Pessoa dos Santos
Maria Estela Arca Seda
Maria Helena Genari
Marilda Azeredo Ferreira de Araujo
Marilene Metran
Marisa Borges Facin
Mônica Neves Desmarais
72
TURMA II (continuação)
Nome
Titulação
Registro
Rosemery Esclauzere
2001
RJ 0146
Rosimar Santos Girão
2003
RJ 0355
2001
RJ 0140
2003
RJ 0356
Paulo Gawryszewsky
Rita de Cássia Dornelles Alves
Rosemary Paiva Soares
Solange Ferreira Pinto Marinho
Solange May Barros
Sonia Mª Coelho Ferreira do Nascimento
Valéria Duarte Barbosa
Vera Lucia de Maia Beltrão
73
TURMA III
Nome
Titulação
Registro
2001
RJ0132
2003
RJ0350
Cristiane Maria Ferraiuoli de Azevedo
2001
RJ0133
Danielle Tavares
2001
RJ0134
2001
RJ0142
2003
RJ0352
Martha Bento Lima
2005
RJ0568
Patrícia Simone Dal Col
2003
RJ 0354
Regina Hesketh Nobre
2008
RJ0875
Regina Maria Portugal Barbosa
2001
RJ 0145
Rosimar Santos Girão
2003
RJ 0355
Tania Torres do Nascimento
2001
RJ 0147
Teresinha Maria Mansur
2005
RJ 0573
Ana Neto
Andrea Lopes Zattar
Angela Ornella Quintella
Anna Rosaura Trancoso
Bernardete Franco Porto
Carlos Eduardo Sicsu Grillo
Dayse Lebreiro Guimarães
Edna Nogueira M de Brito
Eliane Boechat de Faria
Fabiana Barbosa Louzada
Gloria Regina Rasteli Santos
Izabel Cristina Valente
Juliana da Silva Leal
Leila Coelho Nagib
Lilian Gradowski Macedo
Luciana Pinto Oliveira
Marcio Tavares da Silva
Selma Lúcia P Mendes
74
TURMA III (continuação)
Nome
Tereza Cristina Boaventura Serva
Yara Soares da Cunha
Zita Balleste Marques
75
Nome
Nome
2001
RJ 0141
TURMA IV
Nome
Titulação
Registro
Anna Cristina Menezes Peralva
2005
RJ 0570
Arlindo Soutelo Salgado Filho
2004
RJ 0457
Franklin Silva Omena
2005
RJ 0563
Irene Guida Fagin
2005
RJ 0564
Kátia d’Almeida Campos
2005
RJ 0571
Leila Maria Augusta de Almeida
2005
RJ 0565
2005
RJ 0566
Luciana Azevedo Bastos Tavares
2004
RJ 0458
Luiz André Muller Lameira
2005
RJ 0567
2004
RJ 0459
2005
RJ0572
Rosangela das Graças Rocha Vasconcelos
2011
RJ 1179
Sandra Regina de Souza
2004
RJ 0460
Teresinha Maria Mansur
2005
RJ 0573
Vera Lúcia Botelho
2005
RJ 0569
Virgínia Lucia Flach de Araujo Lima
2004
RJ 0461
Carlos Flores Cunha
Dilma Bueno da Silva
Juarez Simões Pinto Jr
Leila Mathias Costa
Leonardo Cruz da Silva
Leopold Robert Lang
Marcia Henriques Anomal
Maria Ines Medina Monnerat
Marilza Aquino Damasceno
Nedjma Mª Murad Tavares
Paulo Fernando de Carvalho Lopes
76
TURMA V
Nome
Titulação
Registro
2008
RJ0874
2008
VITO0808
Lucia Mara da Silva Santos
2011
RJ1180
Marilza Dias da Silva
2011
RJ1179
Nivea Broxado dos Santos Falcão
2008
RJ0876
Otton Teixeira da S Filho
2008
RJ 0877
Daisy Broxado dos Santos
Dorival Precinoto
Eveline Emile Ribeiro
Gianfranco Ronca Jr.
Hortência Consuelo Gomes Silva
Isabela Kahl Garcia
Ivo Alberto Peixoto Fortuna
José Augusto de Freitas
Paulo Renato Araujo
Roberto Bicca de Alencastro
Roxane Carlos Guimarães de Luca
Silvia Maria Ribeiro Lopes
Simone Nunes Motta
2015
Solange Ferreira de Azevedo
Uwe Peter Kohnen
Vera Lucia Teixeira Sampaio
2011
Virgínia Frota de Matos
77
VITO 1115
TURMA VI
Nome
Titulação
Registro
Alessandra Moraes da Silva
Beatriz Lima Câmara
2015
Clarice Perdigão Dias
Eduza Madalena Carlos Gomes
Elaine Teixeira Rabello
Helena Ferreira de Alencar
Idalina Silva Zikan
Izabel Cristina dos Santos Valente
Julia Rodrigues Medeiros
2013
Juliana de Moura Quaresma Magalhães
Lana Oliveira Emmanuel
Manuelle Martins Felix
Mara Cláudia Baptista da Silva
Martha Cardoso Gonçalves
Michael Aslan
Márcio Tavares
Nathalia Massi Pires
2015
Rui Lemos Marroig
2015
Selma Barbosa de Oliveira
Solange Ferreira Pinto Marinho
Viviane Penna Dias
Wallace Wetmaneck dos Santos
* Os nomes em vermelho abandonaram a turma no meio do curso
78
RJ1381
TURMA VII
Nome
Titulação
Registro
Bruno Silveira Martins
2013
RJ1382
Camila Carlos da Silva
2015
Adriana Lopes Zattar
André Ladeira Vianna
Camile Felix Linhares
Danielle Miranda (não completou)
Felipe Tupinambá Werneck Barros
2015
Isabela Garcia
Marina Fagundes Gueiros
2015
Mario Fernandes Gomes
Renata Grieco Motta
Tereza Cristina Orvelin Stelman
Valfredo Souza Santos
79
TURMA BARRA I
Nome
Titulação
Registro
2013
RIOB 1302
Alberto A. Leite
Ana Angélica Guimarães
Ana Beatriz Carvalho Guerra
Ana Luiza Villela Fernandes
Ana Marcela Figueiredo
Annamaria Bruno Riscarolli
Ayrton Briones Borges
Claudia Borges da Costa
2015
Erika Mendel Ferreira
2012
RIOB 1201
2013
RIOB 1303
2013
RIOB 1304
2013
RIOB 1305
Geraldo Magela Monteiro
Gisele
Gleice Marcondes Ferreira
Jorge Gassetti
José Alberto Levy
Maria Carmen Dallalana
Nilcéia Lopes Teixeira
Rafael Alves Coelho de Oliveira
Rafael Travassos
Rosane Almeida Nascimento
Sebastiana Castro
2015
80
TURMA VIII
Nome
Titulação
Registro
2013
RJ1382
Ana Claudia Guedes
Ana Claudia Rangel
Ana Cristina Teodoro Ticom
Ana Rabelo
André Bochetti
Anne Melo
Carlos Felipe Curi
Carolina Manni Buoro
Clarisse Goulart
Diva Cristina Portella
Fabiana Rosito Bercht
Frances Valéria Costa e Silva
Ian Toro
Isabel Contino
Izabel Cristina Santos Valente
Juliana Cabral
Karla Melo Mattos
Katia Oliveira
Larissa Lamas de Oliveira
Leila Mendes Barroso
Leonardo da Silva Gonçalves
Luciana de Araujo Fonseca
Luciene Eineck Silva O’Relly
Marcos José Santarossa
Moisés Clemente Marinho
Moisés Santos Silva
Ricardo Vieira Gondim
81
TURMA VIII (continuação)
Nome
Nome
Roberto Vidigal de Lucena
Rose Mari Costa Avila Lopes
Shizue Tamaki
Simone Maria Nobre da Silva
Simone Neviere Coimbra
* Os nomes em vermelho não completaram a formação
82
Nome
TURMA BARRA II
Nome
Titulação
Ana Cláudia Guedes
Analiza
Claudia Bernardes
Cristina Fernandes Santos
Daniela Cesar da Costa
Fábio Ricardo
José Santiago Fajardo Barbachan
Katherine
Kleber Martins Chaves
Marcia Ometto
Maria Cláudia de Castro Quaresma
Maurício
Neiva Rosane
Simone Oliveira
Telma Villela
Tereza
Vanessa
83
Registro
TURMA IX
Nome
Titulação
Aldenice Sarmento Areias
Ana Silveira
André Bochetti
Aurélio
Brena Marinho
Clarice Goulart
Clarice Perdigão
Cristina Ticom
Daniel Tonacci
Deepta Uozi
Eduardo Saleno
Ely Gonçalves
Elzinea Lucia Moreira
Eugenio Aires
Felipe Aguiar
Gisele Santana
Hercilia Souza Cezar
Izabel Contino
Izabel Vitória Santos Ferreira
Joana da Costa Pinto D'Ávila
Katia Barbosa
Laércio Lourenço
Laura Cristina
Leonardo Gonçalves
Luane Cristina de Souza Bastos
Luisa Toschi
Luiz Eduardo Figueira
84
Registro
TURMA IX (continuação)
Nome
Titulação
Marina Dotti
Nazareth Malafaia
Renata Carpenter
Roberta Cerqueira
Silverio Augusto Souza
Solimar Sobreira
Stephania Suckow
Tereza Ferreira
Waleska Cardoso
85
Registro
ANEXO XIII: Maratonas nas Escolas do Rio de Janeiro
Maratonas Escola de Biodanza SRT Rio de Janeiro
Data
Turma
Maratona
set/88
out/88
dez/88
jan/89
fev/89
mar/89
abr/89
mai/89
jun/89
jul/89
set/89
out/89
nov/89
jan/90
Zero
Zero
Zero
Zero
Zero
Zero
Zero
Zero
Zero
Zero
Zero
Zero
Zero
Zero
mar/90
Zero
abr/90
mai/90
jun/90
jul/90
ago/90
set/90
out/90
nov/90
dez/90
jan/91
jan/91
mai/91
mai/92
Zero
Zero
Zero
Zero
Zero
Zero
Zero
Zero
Zero
Zero
Zero
Zero
I
jun/92
I
jul/92
ago/92
set/92
I
I
I
Aspectos fisiológicos
Fundamentos biológicos
Biodança e reabilitação
Estr. ação política / social
Ciência do movimento
Mecanismos de Ação
Biodança e direitos humanos
Biodanza nas doenças existenciais
Biodança, Ars Magna
Metodologia
Semântica musical
Definição de Biodança
Modelo Teórico
Criatividade
Aspectos clinicos do contato e
carícia
Índices de vitalidade
Afetividade e amnios
Transcendência
Ext. M. teórico poesia / pintura
Biodanza e doenças da civilização
Criatividade
Biodança e educação
Identidade e regressão
Esquema dos instintos
Biodança e ecologia
Sexualidade
Semântica musical
Definição
Encontro de facilitadores e alunos:
"Organização da Escola numa
estrutura participativa"
Fundamentos Biológicos
Modelo teórico
Fisiologia das emoções
86
Didata
Rolando Toro
Carlos Garcia
Edna
Dorli Signor
Rolando Toro
Dalma Campos
Dorli Signor
Carlos Garcia
Rolando Toro
Dalma Campos
Rolando Toro
Dalma Campos
Eliane Matuck
Dorli Signor
Rafael
Dalma Campos
Mirta Schinini
Edna
Silvia Eick
Mirta Schinini
Dalma Campos
Ruth Cavalcante
Mirta Schinini
Maria Lucia Pessoa
Dalma Campos
Rolando Toro
Sérgio Cruz
Cesar Wagner
Equipe da escola
Maria Inês Castanha
Mirta Schinini
Sanclair Lemos
Maratonas Escola de Biodanza SRT Rio de Janeiro (continuação)
Data
Turma
Maratona
out/92
nov/92
dez/92
I
I
I
fev/93
I
Função do toque e da carícia
Doenças da civilização
Avaliação a nível teórico e vivencial
Programa complementar de
formação: videos das mesas
redondas do Congresso de
Fortaleza (ago92) "Princípio
biocêntrico e sexualidade"
mar/93
I
Vitalidade
abr/93
mai/93
jun/93
jul/93
ago/93
I
I
I
I
I
set/93
I
out/93
nov/93
dez/93
dez/93
abr/94
mai/94
jun/94
jul/94
ago/94
set/94
out/94
out/94
nov/94
I
I
I
I
I
I
I
I
I
I
I
Criatividade
Afetividade
Sexualidade
Transe nº 1
Transe nº 2
Uma nova visão dos problemas
sociais e humanos
Método vivencial
Movimento (dança)
A música na Biodança
Transmutação de energia
Grupo (processo grupal)
Biodança e educação
Reabilitação
Área clínica
Leitura postural
Metodologia II
Metodologia III
Definição e Princípio Biocêntrico
Modelo Teórico da Biodança
Fundamentos Biológicos da
Biodança
Aspéctos Fisiológicos da Biodança
Antecedentes Míticos e Filosóficos
Contatos e Carícias
Identidade
Transe
VI Congresso Latino-Americano de
Bio
Grupo Operativo
dez/94
II
II
mar/95
abr/95
mai/95
jun/95
jul/95
II
II
II
II
II
II
ago/95
--
set/95
II
87
Didata
Marina Borges Silveira
Paulo Lopes
Dalma Campos
Equipe da escola
Rolando Toro Acuña &
Sueli Carvalho
Thais Azambuja
Maria Lucia Pessoa
Cesar Wagner
Alberto Tavares
Mirta Schinini
Marina Borges Silveira
Maria Inês Castanha
Sanclair Lemos
Dalma Campos
Rolando Toro
Sueli Carvalho
Maria Inês Castanha
Paulo Lopes
Alberto Tavares
Sérgio Cruz
Maria Dulce Mattoso
Maria Adela
Maria Adela (??)
Maria Adela (??)
Paulo Lopes
Paulo Lopes
Maria Adela
Marina Borges Silveira
Maria Dulce Mattoso
Maria Lúcia Pessoa
não houve maratona
Elena Lucca
Maratonas Escola de Biodanza SRT Rio de Janeiro (continuação)
Data
Turma
out/95
nov/95
dez/95
mar/96
abr/96
mai/96
jun/96
jul/96
ago/96
set/96
out/96
nov/96
dez/96
II
II
II
II
II
II
II
II
II
II
II
II
II
III
Maratona
fev/98
II
II
III
Vitalidade
A vivência
Sexualidade
Ação Política e Social
Criatividade
Afetividade
Metodologia - Revisão
Mecanismos de Ação
Apresentação de Seminários (1)
Transcendência
Apresentação de Seminários (2)
Ars. Magna
Música em Biodança
Introdução
Avaliação
Metodologia I
Definição e princípio biocêntrico
Apresentação de Seminários (3)
Modelo teórico
Metodologia II
Fundamentos biológicos
Aspectos psicológicos
Metodologia III
Aspectos míticos
Metodologia IV
Aspectos fisiológicos
Música, Movimento e Vivência
Identidade
Metodologia V
Transe e regressão
Metodologia VI
Vivência
Extensões da Biodança
Movimento Humano
Sexualidade
mar/98
III
Avaliação
abr/98
III
Vitalidade
fev/97
fev/97
mar/97
mar/97
abr/97
abr/97
mai/97
Mai/97
jun/97
jun/97
jul/97
jul/97
ago/97
ago/97
set/97
set/97
out/97
out/97
nov/97
nov/97
dez/97
II
II
III
II
III
II
III
III
II
III
II
III
II
III
II
III
II
III
88
Didata
Rolando Toro Acuña
Antonio Sarpe
Mirtes Gonzales
Maria Adela
Thais Azambuja
Nélida Perez
Maria Adela
Maria Adela
Alunos
Alberto Tavares
Alunos
Maria Dulce Mattoso
?
Antônio Sarpe
Maria Adela
Ângela Ribas
Maria Dulce Mattoso
Alunos
Orlando Rocha
Maria Paula Brum
Paulo Lopes
Antônio Sarpe
Carlos Garcia
Maria Adela
Nélida Perez
Sérgio Cruz
Sérgio Cruz
Inês Pacífico
Maria Lúcia Pessoa
Alberto Tavares
Mirta Schinini
Antônio Sarpe
Maria Dulce Mattoso
Sanclair Lemos
Carlos Garcia
Antônio Sarpe & Maria
Adela
Rolando Toro
Maratonas Escola de Biodanza SRT Rio de Janeiro (continuação)
Data
Turma
mai/98
III
Afetividade
jun/98
jul/98
ago/98
set/98
out/98
nov/98
III
III
III
III
III
III
Criatividade
Transcendência
Contato e carícia
Mecanismo de ação
Ação política e social
Movimento humano
dez/98
mar/99
abr/99
mai/99
jun/99
jul/99
ago/99
III
III
III
III
III
III
III
III
set/99
out/99
nov/99
dez/99
fev/00
mar/00
abr/00
IV
IV
IV
mai/00
jun/00
jul/00
ago/00
set/00
out/00
nov/00
dez/00
fev/01
mar/01
abr/01
mai/01
IV
IV
IV
IV
IV
IV
IV
IV
IV
IV
IV
IV
III
III
III
Maratona
Música em Biodanza
Voz, música e movimento
Metodologia I - importância da
música
Seminários (história da dança),
avaliação e revisão metodológica
Metodologia II
Seminários: Fractais e História da
música
Metodologia III
Seminários: Teoria do caos e
Hipótese Gaia
Metodologia IV - posições geratrizes
Metodologia V - danças sequenciais
Metodologia VI
Introdução
Definição e Princípio Biocêntrico
Modelo teórico
Inconsciente vital e princípio
biocêntrico
Aspectos biológicos
Aspectos psicológicos
Aspectos fisiológicos
Identidade e integração
Transe e regressão
Fonte de vivências
Maratona de avaliação
Encontro de reinício
Vitalidade
Afetividade
Sexualidade
89
Didata
Raul Terrén & Veronica
Toro
Thais Azambuja
Alberto Tavares
Inês Pacífico
Antônio Sarpe
Maria Adela
Sanclair Lemos
Angelina Pereira & Maria
Luiza Appy (Marlise)
Maria Adela
Maria Dulce Mattoso
Alunos, Antônio Sarpe &
Maria Adela
Carlos Garcia
Alunos
Antônio Sarpe
Alunos
Hedilane Coelho
Inês Pacífico
Maria Adela
Antonio Sarpe
Maria Dulce Mattoso
Orlando Rocha
Antonio Sarpe
Paulo Lopes
Maria Adela
Paulo Lopes
Inês Pacífico
Nélida Perez
Hedilane Coelho
Antonio Sarpe
Antonio Sarpe
Verônica Swalf
Maria Adela
Eliana Almeida
Maratonas Escola de Biodanza SRT Rio de Janeiro (continuação)
Data
Turma
jun/01
jul/01
ago/01
set/01
out/01
nov/01
dez/01
fev/02
mar/02
abr/02
mai/02
jun/02
jul/02
ago/02
set/02
out/02
nov/02
dez/02
fev/03
mar/03
abr/03
IV
IV
IV
IV
IV
IV
IV
IV
IV
IV
IV
IV
IV
IV
IV
IV
IV
IV
V
V
V
mai/03
jun/03
jul/03
ago/03
set/03
out/03
nov/03
dez/03
fev/04
mar/04
abr/04
mai/04
jun/04
jul/04
ago/04
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
Maratona
Criatividade
Transcendência
Contato e Carícias
Movimento humano
Mecanismos de ação
Aspectos míticos e filosóficos
Maratona de avaliação
Reencontro
Ars Magna
Aplicações e extensões
Educação biocêntrica
Metodologia I
Metodologia II
Metodologia III
Metodologia IV
Metodologia V
Metodologia VI
Metodologia VII
Introdução
Definição e Modelo Teórico
Antecedentes míticos e filosóficos
Inconsciente vital e princípio
biocêntrico
Vivência
Aspectos biológicos
Aspectos psicológicos
Aspectos fisiológicos
Identidade e integração
Transe e regressão
Maratona de avaliação
Projeto Evolução II - Conselho e
autogestão
Revisão teórica e incorporação de
novos alunos
Mecanismos de ação
Movimento humano
Vitalidade
Sexualidade
Contato e carícia
90
Didata
Thais Azambuja
Katia Alves
Hedilane Coelho
Sanclair Lemos
Antonio Sarpe
Katia Alves
Antonio Sarpe
Antonio Sarpe
Maria Adela
José Nivaldo Sobral
Gladys Trindade
Antonio Sarpe
Eliana Almeida
Inês Pacífico
Antonio Sarpe
Nélida Perez
Antonio Sarpe
Maria Adela
Antonio Sarpe
Hedilane Coelho
Maria Adela
Rolando Toro Acuña
(Rolandinho)
Orlando Rocha
Paulo Lopes
Antonio Sarpe
Claudete Santana
Inês Pacífico
Eliana Almeida
Antonio Sarpe
Carlos Garcia
Antonio Sarpe
Maria Adela
Sanclair Lemos
Verônica Swalf
Katia Alves
Eliana Almeida
Maratonas Escola de Biodanza SRT Rio de Janeiro (continuação)
Data
Turma
set/04
V
Criatividade
fev/06
mar/06
abr/06
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
V
VI
VI
VI
Afetividade
Transcendência
Maratona de avaliação
Seminários
Educação biocêntrica
Ars Magna
Aplicações e extensões
Metodologia I
Metodologia II
Metodologia III
Metodologia IV
Metodologia V
Metodologia VI
Metodologia VII
Iniciação
Definição e Modelo teórico
Inconc Vital e Princ Biocentrico
mai/06
VI
Aspect biológicos
jun/06
jul/06
VI
VI
Vivência
Antec Miticos e filosóficos
ago/06
set/06
VI
VI
Aspect fisiológicos
Aspec psicologicos
out/06
VI
Identidade e integração
nov/06
dez/06
fev/07
mar/07
VI
VI
VI
VI
Transe e regressão
Avaliação
Criatividade
Educação biocêntrica
abr/07
mai/07
jun/07
jul/07
ago/07
VI
VI
VI
VI
VI
Movimento humano
Vitalidade
Seminários
Contato e carícia
Afetividade
out/04
nov/04
dez/04
fev/05
mar/05
abr/05
mai/05
jun/05
jul/05
ago/05
set/05
out/05
nov/05
dez/05
Maratona
91
Didata
Antonio Sarpe
Sérgio Barata & Verônica
Swalf
Katia Alves
Antonio Sarpe
Alunos
Gladys Trindade
Paulo Lopes
Gladys Trindade
Antonio Sarpe
Maria Adela
Inês Pacífico
Antonio Sarpe
Nélida Perez
Maria Adela
Antonio Sarpe
Antonio Sarpe
Antonio Sarpe
Katia Alves
Solange Barros & Anna
Rosaura
Regina Barbosa &
Rosimar Girão
Maria Adela
Paulo Lopes & Damacyr
Brito
Antonio Sarpe
Luciana Pinto & Denizis
Trindade
Andrea Zattar & Daniele
Tavares
Antonio Sarpe
Antonio Sarpe
Rolando Toro
Sergio Barata & Valéria
Duarte
Veronica Swalf
Antonio Sarpe
Inês Pacífico
Maria Adela
Maratonas Escola de Biodanza SRT Rio de Janeiro (continuação)
Data
Turma
Maratona
set/07
out/07
VI
VI
Transcendência
Árvore dos desejos
nov/07
dez/07
fev/08
mar/08
abr/08
mai/08
jun/08
jul/08
ago/08
set/08
out/08
nov/08
dez/08
VI
VI
VI
VI
VI
VI
VI
VI
VI
VI
VI
VI
VI
Mecanismos de ação
Sexualidade
Avaliação
Ars Magna
Metodologia I
Aplicações e extensões
Metodologia II
Metodologia III
Ação política e social
Metodologia IV
Metodologia V
Metodologia VI
Metodologia VII
Didata
Antonio Sarpe
Antonio Sarpe
Tania Torres & Antonio
Sarpe
Antonio Sarpe
Antonio Sarpe
Paulo Lopes
Antonio Sarpe
Gladys Trindade
Antonio Sarpe
Inês Pacífico
Maria Adela
Inês Pacífico
Maria Adela
Antonio Sarpe
Antonio Sarpe
Maratonas Escolas de Biodanza Rio de Janeiro e Barra da Tijuca
Data
Turma
mar/09
mar/09
VII
Barra I
abr/09
VII
abr/09
Barra I
mai/09
mai/09
VII
Barra I
jun/09
jun/09
VII
Barra I
jul/09
jul/09
VII
Barra I
ago/09
ago/09
VII
Barra I
set/09
set/09
VII
Barra I
out/09
out/09
VII
Barra I
Maratona
Introdução
Definição e Modelo Teórico
Definição e Modelo teórico
Inconsciente Vital e Princípio
Biocêntrico
Inconsciente Vital e Princípio
Biocêntrico
Vivência
Vivência
Aspectos Biológicos
Aspectos Psicológicos
Antecedentes Míticos e Filosóficos
Aspectos Fisiológicos
Aspectos Psicológicos
Aspectos Biológicos
Aspectos Fisiológicos
Antecedentes Míticos e Filosóficos
Identidade e Integração
92
Didata
Andrea Zattar & Danielle
Tavares
Eliana Almeida
Antonio Sarpe
Sanclair
Andrea Zattar & Danielle
Tavares
Hedilane Coelho
Carlos Garcia
Feliciano Flores
Andrea Zattar & Danielle
Tavares
Marlise
Orlando Rocha
Hedilane Coelho
Paulo Lopes
Paulo Botelho
Maria Adela
Hedilane Coelho
Maratonas Escolas de Biodanza Rio de Janeiro e Barra (continuação)
Data
Turma
Maratona
nov/09
nov/09
VII
Barra I
dez/09
dez/09
VII
Barra I
fev/10
VII
Identidade e integração
Transe e Regressão
Avaliação
Contato e Carícia
Contato e carícia
mar/10
VII
Transe e regressão
mar/10
VII
Afetividade
mar/10
Barra I
Afetividade
abr/10
Barra I
mai/10
mai/10
mai/10
VII
Barra I
Barra I
Vitalidade
Movimento humano
Movimento humano
Sexualidade
jun/10
VII
jul/10
jul/10
VII
Barra I
ago/10
ago/10
VII
Barra I
Sexualidade
Criatividade
Criatividade
Transcendência
set/10
set/10
VII
Barra I
Seminários
Mecanismos de Ação
out/10
out/10
VII
Barra I
Transcendência
Seminários I
nov/10
nov/10
VII
Barra I
dez/10
dez/10
VII
Barra I
fev/11
fev/11
VII
Barra I
Mecanismos de ação
Seminários II
Educação biocêntrica
Minotauro
Ars Magna
Aplicações e Extensões
mar/11
mar/11
VII
Barra I
abr/11
abr/11
VII
Barra I
Vitalidade
Bidanza e Ação Social
Ars Magna
Festival do Rio
Ação Social
93
Didata
Andrea Zattar & Danielle
Tavares
Maria Angelina Pereira
Inês Pacífico
Eliana Almeida
Antonio Sarpe
Andrea Zattar & Danielle
Tavares
Andrea Zattar & Danielle
Tavares
Anna Cristina Peralva,
Eliana Almeida e
Hedilane Coelho
Rolando Toro Acuña
Sanclair Lemos
Sanclair Lemos
Eliana Almeida
Andrea Zattar & Danielle
Tavares
Andrea Zattar & Danielle
Tavares
Silvia Eick
Nélida Perez
Sanclair Lemos
Andrea Zattar & Danielle
Tavares
Sergio Rivera
Andrea Zattar & Danielle
Tavares
Alunos
Andrea Zattar & Danielle
Tavares
alunos
Gladys Trindade
Eliana Almeida
Nélida Perez
Hedilane Coelho
Andrea Zattar & Danielle
Tavares
Maria Lucia Pessoa
Antonio Sarpe
Jorge Santos
Maratonas Escolas de Biodanza Rio de Janeiro e Barra (continuação)
Data
Turma
Maratona
mai/11
mai/11
VII
Barra I
jun/11
jun/11
VII
Met I - Semântica musical
Barra I Met I - Semântica musical
VII e
Barra-I Met II - Sessão de Biodanza I
jul/11
ago/11
ago/11
out/11
VII
Barra I
VII e
Barra-I
VII e
Barra-I
nov/11
VII
nov/11
Barra I
dez/11
dez/11
VII
Barra I
set/11
mar/12
abr/12
mai/12
jun/12
jul/12
ago/12
set/12
set/12
nov/12
dez/12
jan/13
jan/13
fev/13
fev/13
VIII
VIII
VIII
VIII
VIII
VIII
VIII
VIII
VIII
VIII
Barra
II
VIII
Barra
II
VIII
Música em Biodanza
Música
Met III - Sessão de Biodanza II
Met III - Sessão de Biodanza II
Met IV - Grupo semanal e
maratonas
Met V - O grupo de Biodanza
Met VI - Critérios de avaliação e
processo evolutivo
Met VI - Critérios de avaliação e
processo evolutivo
Met VII - Elenco oficial
Met VII - Elenco oficial
A vivência
Inconsciente Vital e Princípio
Biocêntrico
Definição e Modelo Teórico
Aspectos Biológicos
Aspectos Psicológicos
Antecedentes Miticos e Filosóficos
Aspectos Fisiológicos
Transe e Regressão
Identidade e Integração
Contato e Carícia
Didata
Andrea Zattar & Danielle
Tavares
Norberto Lopez
Andrea Zattar & Danielle
Tavares
Hedilane Coelho
Eliana Almeida
Andrea Zattar & Danielle
Tavares
Rolando Toro Acuña
Claudete Santana
Andrea Zattar & Danielle
Tavares
Andrea Zattar & Danielle
Tavares
Eliana Almeida e
Hedilane Coelho
Andrea Zattar & Danielle
Tavares
Eliana Almeida
Andréa Zattar & Danielle
Tavares
Andréa Zattar & Danielle
Tavares
Antonio Sarpe
Paulo Botelho
Andréa Zattar & Danielle
Tavares
Maria Adela Cremona
Irene Fagim
Norberto Lopes
Inês Pacifico
Andréa Zattar & Danielle
Tavares
Integração grupal
Sexualidade
Equipe docente Barra
Antonio Sarpe
Definição e Modelo Teórico
Eliana Almeida
Andréa Zattar & Danielle
Tavares
Afetividade
94
Maratonas Escolas de Biodanza Rio de Janeiro e Barra (continuação)
Data
Data
mar/13
Barra
II
mar/13
abr/13
abr/13
mai/13
mai/13
jun/13
jun/13
jul/13
jul/13
ago/13
ago/13
set/13
set/13
out/13
out/13
nov/13
nov/13
dez/13
dez/13
jan/14
jan/14
fev/14
fev/14
mar/14
mar/14
VIII
Barra
II
VIII
Barra
II
VIII
Barra
II
VIII
Barra
II
VIII
Barra
II
VIII
Barra
II
VIII
Barra
II
VIII
Barra
II
VIII
Barra
II
VIII
Barra
II
Data
Data
Inconsciente Vital e Princípio
Biocêntrico
Maratona vivencial: Biodanza,
corporeidade e voz
Augusto Madalena
Aspectos Biológicos
Criatividade
Paulo Botelho
Francisco Goulart
Vivência
Vitalidade
Eliana Almeida
Rolando Toro Acuña
Antecedentes Míticos e Filosóficos
Transcendência
Sanclair Lemos
Sanclair Lemos
Aspectos fisiológicos
Claudete Santana
Andréa Zattar & Danielle
Tavares
Daniele Tavares &
Andrea Zattar
Andréa Zattar & Danielle
Tavares
Movimento humano
Aspectos Psicológicos
Avaliação
Contato e Carícia
Ars Magna
Eliana Almeida
Andreina Acri
Identidade e Integração
Mecanismos de ação
Cesar Wagner
Runa Terren
Transe e regressão
Seminários
Hedilane Coelho
Alunos
Eliana Almeida &
Hedilane Coelho
Myrtes Gonzales
Minotauro
Ação social
Avaliação e escolha de seminários
VIII
Barra
II
Avaliação
VIII
Barra
II
Maratona vivencial: Minotauro
VIII
Hedilane Coelho
Movimento Humano
Vitalidade
Equipe docente Barra
Andréa Zattar & Danielle
Tavares
Hilda Nascimento
Andréa Zattar & Danielle
Tavares
Hedilane Coelho
Andréa Zattar & Danielle
Tavares
Educação biocêntrica
95
Maratonas Escolas de Biodanza Rio de Janeiro e Barra (continuação)
Data
abr/14
abr/14
mai/14
mai/14
jun/14
jun/14
jul/14
jul/14
ago/14
ago/14
set/14
set/14
out/14
out/14
nov/14
nov/14
dez/14
dez/14
jan/15
fev/15
fev/15
mar/15
mar/15
Data
Barra
II
VIII
Barra
II
VIII
Barra
II
Data
Data
Sexualidade
A palavra em Biodanza
Eliana Almeida
Adrian Scalise
Afetividade
Música
Eliana Almeida
Norberto Lopez
Criatividade
Leila Almeida
Andréa Zattar & Danielle
Tavares
VIII
Barra
II
Met I - Semântica musical
VIII
Barra
II
VIII
Barra
II
Met II - Sessão de Biodanza I
Hedilane Coelho
Andréa Zattar & Danielle
Tavares
Seminários
Met III - Sessão de Biodanza II
Alunos
Eliana Almeida
Mecanismos de ação
Met IV - Grupo semanal e
maratonas
Laury de Oliveira
Neurociências
Claudete Sant'Anna
Andréa Zattar & Danielle
Tavares
VIII
Barra
II
VIII
Barra
II
VIII
Barra
II
VIII
IX
Barra
II
IX
Barra
II
IX
Transcendência
Met V - O grupo de Biodanza
Seminários
Met VI - Critérios de avaliação e
processo evolutivo
Ação Social
Met VII - Elenco oficial
Introdução e integração
Ars Magna
Definição e Modelo Teórico
A música em Biodanza
Vivência
96
Luciana Pinto
Alunos
Helene Levy
Eliana Almeida &
Hedilane Coelho
Andréa Zattar & Danielle
Tavares
Andréa Zattar & Danielle
Tavares
Antonio Sarpe
Andréa Zattar & Danielle
Tavares
Norberto Lopez
Andréa Zattar & Danielle
Tavares
ANEXO XIII: Programação de 1993 da Escola de Biodanza do Rio de
Janeiro
Fonte: Arquivo pessoal de Sérgio Barata
97
98
99
100
ANEXO XIV: Ata e Lista de Presença da Assembleia de Fundação
da AEBRTRJ
101
102
103
104
105
106
ANEXO XV: Estatuto da AEBRTRJ
107
ANEXO XVI: Estatuto do Conselho Regional de Biodanza
108
ANEXO XVII: Decreto de criação da Escola da Barra
Fonte: Arquivo da Escola da Barra
109
ANEXO XVIII: Livro de Ouro da AEBRTRJ
Fonte: Arquivo pessoal de Roberto Bicca
110
ANEXO XIX: Seleção de notícias e anúncios sobre psicodança
111
ANEXO XX: Seleção de notícias e anúncios sobre biodança
22-mai-1979, caderno Cultura
11-jan-1981, sessão Dicas
23-mai-1981, caderno Rio
112
01-jul-1979, sessão Dicas
17-jun-1979, caderno Domingo
16-jan-1983, caderno Domingo
20-jul-1982, Tijuca
15-mai-1982, caderno Rio
28-nov-1982, Ilha
113
19-jul-1982, caderno Cultura
11-abr-1983, Ipanema
03-mar-1985, Jornal da Família
23-nov-1980, Rio Show
05-jun-1984, Tijuca
11-jun-1985, Tijuca
114
10-jan-1987, caderno Rio
06-mai-1986, Botafogo
02-abr-1989, Ilha
19-set-1988, caderno Rio
23-nov-1988, Meier
30-out-1989, Ipanema
12-dez-1988, Ipanema
115
26-abr-1987, Jornal da Família
10-abr-1989, Copacabana
116
14-mai-1989, Ilha
24-out-1990, Meier
04-abr-1993, Segundo Caderno
117
12-mar-1990, Vila Isabel
12-jul-1991, Rio
27-nov-1990, Tijuca
118
09-dez-1992, Meier
13-ago-2001, Tijuca
28-ago-2003, Barra
119
12-fev-2004, Tijuca
16-out-2005, Barra
120
27-jul-2004, Centro
31-jul-2008, Revista O Globo
121
27-jun-2010, Barra
08-ago-2014, Rio Show
04-ago-2012, Niterói
122

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