- Agir e Calar

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- Agir e Calar
CONGREGAÇÃO DE SÃO JOSÉ
JOSEFINOS DE MURIALDO
Ano XXXVII - Nº 2 - Edição 102
Dezembro de 2011
Viver e não ter a
vergonha de ser feliz
Entrevista:
Pe. Carlos Paludo
Visita Canônica do
Superior Geral
é ordenado bispo e assume no Equador
50 Anos do Colégio Murialdo POA
Entrevista
Leonel Wasem dos Reis
Cotidiano
Editorial
PARA E COM OS JOVENS POBRES
Caro leitor!
Os josefinos, e depois toda a família de Murialdo,
nasceram para serem discípulos missionários de Jesus a
serviço da educação cristã dos jovens. Atentos aos sinais
dos tempos procuram dar respostas adequadas à situação
dramática dos jovens no seu tempo e contexto.
Para e com os jovens é o tema do encontro mundial (Capítulo Geral)
da Congregação dos Josefinos de Murialdo que, em junho, irá eleger as
novas diretrizes e os novos dirigentes para os próximos seis anos. No dizer
do superior geral da congregação, trata-se de um convite para voltar ao
“primeiro amor”, o que nos colocou no caminho, nesta família, para estar
nos e com os jovens, especialmente pobres, buscando neles o rosto de
Jesus.
O sonho é manter a proximidade e convivência, pessoal, comunitária
e institucional com os jovens, para compreendê-los mais profundamente
e sermos percebidos por eles como amigo, irmão e pai, dizendo-lhes, com
grande paixão e generosidade, vem, aqui há lugar para você.
Amigo leitor! Nesta edição da revista você vai encontrar diferentes
respostas dos josefinos do Brasil que procuram responder com fidelidade
à missão de evangelizar os jovens:
Mereceu atenção especial o tema da mística do educador murialdino,
desenvolvido pelo Superior Geral, durante o Seminário da Criança e do
Adolescente, que teve como objetivo qualificar os agentes e fortalecer a
rede da ação social; ligada ao mesmo tema, confira a reflexão emergente,
Pedagogia do Amor, do afeto aos limites.
Para continuar com os jovens e preparando-os para o futuro, nasceu
a Faculdade Murialdo, sonho acalentado há mais de dez anos.
Agir & Calar traz uma entrevista com um líder leigo, voluntário, identificado
com a espiritualidade e missão de Murialdo.
Para tratar dos assuntos dos e para os religiosos foi criada a Organização
Religiosa Josefinos de Murialdo; Encantador é o artigo da Teologia da
Vocação, em que trata daqueles “deixam tudo e o seguem”; conheça o
grande número de jovens que ainda hoje, com coragem, seguem Jesus
pelos caminhos de Murialdo.
Não deixe de ler as conclusões do Mês Murialdino, realizado no México;
o Seminário de Estudos sobre o Servo de Deus Pe. João Schiavo e o
Encontro Nacional das Mães Apostólicas que reuniu mais de 900 associadas.
Outro tema desta edição é o Segredo das Relações Humanas e os
preparativos para a celebração do centenário da Paróquia de Ana Rech.
Os jovens pobres também têm grandes sonhos, venha conosco e
sejamos os guardiões dos seus sonhos.
Pe. Raimundo Pauletti
Provincial
Revista da Província Brasileira
Josefinos de Murialdo
Revisão
Thaís Nascimento
Ano XXXVII - Edição 102 - Número 2
Dezembro de 2011
Editoração, Pré-impressão (CTP) e Impressão
Gráfica Murialdo
[email protected]
Fone: (54) 3221.1422
Provincial
Pe. Raimundo Pauletti
Equipe Técnica
Pe. Joacir Della Giustina
Pe. Marcionei M. da Silva
Nosso Endereço
Casa Provincial - Rua Hércules Galló, 515
Centro - 95020.330 - Caxias do Sul (RS)
Fone: (54) 3221.4711
www.josefinosdemurialdo.com.br
Jornalista Responsável
Bernardete Chiesa - MTb 10187
Atendimento ao Leitor
[email protected]
Projeto Gráfico
Júlio César Rodrigues
Bernardete Chiesa
Encontro Nacional da AMA
X Seminário da Criança e do Adolescente
Mês Murialdino no México
Pe. João Schiavo é tema de estudos
Nasce a ORGMUR
Formação
Faculdade Murialdo
Por uma Teologia da Vocação
Capa
A Mística do Educador Murialdino
Marcas do que se foi
Ana Rech - A trajetória histórica
Ponto de Vista
Pedagogia do Amor - do afeto aos limites
O Segredo nas relações humanas
O pinheiro
Notícias
Capítulo Geral
ANALAM realiza Congresso Nacional
Josefinos terão dois novos Sacerdotes
Primeiros Votos
Galeria de Fotos
Pe. Ernesto conclui MBA
10º ENPJ
Campanha da Fraternidade 2012
Na Casa do Pai - Ir. Augusto Rossi
Dicas
Dica de Filme
Dica de Livro
Curiosidades
Você Sabia?
Reflexão
O pote rachado
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Tiragem
2.500 exemplares
O conteúdo dos artigos publicados são de
inteira responsabilidade de seus autores.
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Foto: Adriano Wizer
Leonel com a esposa Rosinha e os filhos Daniel e Talita
“Sonho com um dia
não ter mais necessitados entre nós”
Nesta edição, a Equipe de redação da revista Agir&Calar entrevistou o presidente da Associação
Nacional dos Leigos Amigos de Murialdo – ANALAM, Sr. Leonel Wasem dos Reis. Ele falou de sua vida,
sua família, engajamento comunitário, sonhos, mas, de maneira toda especial, de sua caminhada na
Família de Murialdo.
A&C: Leonel, fale sobre sua família e
sua infância, o que mais marcou sua
vida?
Venho de uma família muito
simples. Meu pai trabalhava muito para
nos dar o sustento e foi uma pessoa que
buscou oferecer o melhor para todos
nós. Minha mãe não trabalhava fora e
cuidava da casa. Eles sempre mantiveram o nosso lar em perfeita harmonia.
Somos apenas dois irmãos. O que mais
me lembro da minha infância foi a
liberdade e as amizades que possuía. O
que me traz saudade são as brincadeiras
de infância que hoje já não existem mais.
Brincávamos de esconde-esconde, jogávamos bola, bolinha de gude e tantas
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outras brincadeiras em meio à natureza,
e que faziam nossos pais nos verem na
hora da refeição e novamente só no final
do dia. O que me marcou muito foi a
forma como minha mãe construiu a nossa
responsabilidade e o nosso caráter: só
estávamos liberados para brincar após
acabar os deveres de casa.
A&C: Conte um pouco sobre sua
família.
Sempre sonhei em construir uma
família. Este foi um desejo alimentado
desde a juventude. Hoje sinto que realizei
este sonho e vivo num ambiente onde
se constroem diariamente as relações
familiares e se alimenta a valorização do
ENTREVISTA
com Leonel Wasem dos Reis
outro. Nossa família é bastante unida e
nos respeitamos mutuamente. Os meus
filhos, Talita e Daniel, sempre me deram
muitas alegrias na relação comigo e na
forma como conduzem sua vida escolar
e pessoal. Minha esposa, Rosinha,
sempre foi um complemento em minha
vida e acreditamos que só tem sentido
vivermos juntos se um completar o outro.
Assim, para mim, voltar para casa é
voltar para um lugar de harmonia,
aconchego e amor, onde recarrego as
baterias.
A&C: E o Leonel da Escola Primária,
do Ginásio, do 2º Grau, da Faculdade? Como foi sua vida escolar?
Como disse, meu pai sempre
buscou proporcionar o melhor para que
pudéssemos ter um futuro promissor.
Lembro que ele nos matriculou na
melhor escola que havia na cidade onde
nasci (Canela – RS), e sempre dizia: “a
única herança que poderei deixar para
vocês é o estudo”. Assim, ele se privou
de algumas coisas para poder pagar
nosso estudo. Por reconhecer todo este
esforço, eu sempre valorizei e me esforcei muito em toda minha vida escolar.
Lembro que, possivelmente, a maior
surpresa que tenha vivido foi quando,
na primeira série do ensino fundamental,
os alunos foram levados ao salão da
escola para receberem uma premiação
pelo desempenho escolar. Na ocasião,
fui chamado como primeiro aluno da
sala. Deste modo, sempre me dediquei
aos estudos, primeiro porque reconheci
o esforço de minha família e segundo
porque preciso desfrutar da herança
que meu pai me deixou.
A&C: Você, em sua infância e
juventude, teve alguma ligação com
a Igreja?
Como fiz toda a formação básica
em uma escola Marista, tenho uma
influência católica muito grande em
minha vida. Quando terminei o ensino
fundamental mantivemos, com alguns
colegas, um grupo de jovens que
resolveram se dedicar, nos finais de
semana, a proporcionar recreação às
crianças de um bairro pobre da cidade.
Esta ação nasceu dos encontros
mensais que os Maristas promoviam
chamado de “Manhãs de Formação”
em que rezávamos, meditávamos e nos
comprometíamos com quem mais
necessitava. Eu fui o líder deste grupo
de jovens por alguns anos e contribuíamos para que o bairro que poderia
virar uma favela se transformasse em
um local onde as pessoas colaboravam
umas com as outras. Participamos, do
que, na época, eram as sementes das
Comunidades Eclesiais de Base.
A&C: Como os Josefinos de Murialdo
apareceram em sua vida?
Quando vim morar em Caxias do
Sul procurei manter minha ligação com
a igreja local. Passei a residir perto da
paróquia Murialdo e comecei a me
identificar bastante com a forma que os
religiosos conduziam aquela comunidade.
Todo cristão
batizado tem a
obrigação de
propagar e anunciar
o Reino de Deus
Assim, mantive sempre a
participação nas missas da paróquia
Murialdo. Depois de casado fiz o
Cursilho e conheci um amigo que
participava dos Leigos Amigos de
Murialdo e ele me convidou para
conhecer mais os religiosos Josefinos
e o trabalho com as crianças e adolescentes empobrecidos do Centro Técnico
Social. Depois que mantive contato com
eles e com o trabalho com as crianças,
me identifiquei com seus valores e,
desde então, sinto que fazem parte de
minha vida e de minha família.
A&C: Como você descreve a
experiência de participar das
Colônias de Férias e dos passeios a
Bombinhas (SC) com as crianças e
adolescentes empobrecidos? Dizem
que você costuma dar prioridade a
essas convivências.
Para mim sempre foi uma
experiência sem preço poder participar
destes momentos de convivência com
as crianças e adolescentes atendidos
no Centro Técnico Social. São momentos em que nos sentimos úteis e
podemos passar um pouco de valores
e princípios, mas, com eles, aprendemos
muito mais e eles nos ensinam lições
muito grandes de bondade, desapego,
partilha, perdão... Participei durante
muitos anos das Colônias de Férias,
dedicava uma semana para participar
de uma turma na Fazenda Estrela como
juiz e acompanhar cada passo da
gincana realizada com os meninos
daquela época. Foram situações
inesquecíveis em termos de vida e de
diversão. Até hoje dou rizada com fatos
acontecidos e me emociono com lições
que aqueles que, sem possuir nada,
são capazes de compartilhar com os
demais. No entanto, de alguns anos
para cá, a empresa onde trabalho
deslocou o período de férias para uma
época do ano em que me impede de
participar das colônias de férias. Como
tenho a certeza de que Deus alimenta
nossa missão, também já faz quase dez
anos que participo do passeio para
Bombinhas (SC) onde passamos cinco
dias entre viagem e passeios com as
crianças e adolescentes. É um momento
que dou toda prioridade, pois os dias
que uso para fazer esta atividade não
fazem parte de férias e as horas em
que falto ao trabalho tenho de pagar
para a empresa. Mas isto não tem peso
nenhum para mim porque distribuo e
recebo belas lições de vida.
A&C: Sua participação na Associação
Nacional dos Leigos Amigos de
Murialdo faz com que você se sinta
Igreja, apóstolo? Como é essa relação com o compromisso cristão?
Todo cristão batizado tem a obrigação de propagar e anunciar o Reino
de Deus. Minha ação na ANALAM é
parte de um objetivo maior onde
buscamos fazer com que as pessoas
se sintam amadas por Deus e, como
consequência, façam alguma coisa para
que o mundo seja melhor. Quando buscamos tornar os leigos amigos de
Murialdo uma comunidade que reza e
que tem no ensinamento de Jesus suas
bases de sustentação, estamos ampliando a Igreja povo de Deus. Minha
vivência de ANALAM demonstra que,
ao sentirmos o amor de Deus e o seu
chamado, passamos a nos preocupar
e nos movimentar para fazer algo,
principalmente pelas crianças, conforme
o legado deixado por São Leonardo
Murialdo para que cumpramos o que
se falava nas primeiras comunidades
cristãs: “Tinham tudo em comum e não
havia necessitados entre eles”.
A&C: Diga algo sobre sua visita à
Itália, o encontro com o papa, a ida
à cidade a ao museu de Murialdo. Foi
muita emoção?
ENTREVISTA
com Leonel Wasem dos Reis
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Estar na liderança de
uma instituição como
a ANALAM é fazer um
exercício de doação
e voluntariado
Entretanto, como é preciso ter
alguém que vá à frente e incentive os
demais, falando deles estou prestando
uma homenagem a todos que
construíram esta história. Atualmente,
na ANALAM, é um trabalho de
manutenção e de incentivo para que o
trabalho não pare. Porém, o maior
pagamento é o ato como o da
manutenção de um grupo de Amigos
de Murialdo sem presença física de
religiosos (Castelo Branco - PR) em seu
meio e outros que na maior pobreza
econômica são ricos de coração e se
preocupam com aquelas crianças que
não têm o que comer, vestir ou calçar,
mas que são o rosto de Cristo entre
nós.
A&C: Leonel, qual seu sonho que
podemos revelar?
Sonhos é que não me faltam!
Também, se não fosse um sonhador já
teria desistido de tudo e ido buscar o
que o mundo oferece de maneira fácil.
Tenho um grande sonho que sinto que
começa a se tornar realidade. Sempre
quis formar uma família e poder ver
meus filhos lutando para que a vida seja
melhor para todos, especialmente aos
mais necessitados. Atualmente, já vejo
minha filha de 16 anos assumindo
compromissos em nossa Associação.
Meu filho de 12 anos também vem nas
pegadas e demonstra preocupação com
os desprovidos. Contudo, meu maior
sonho ainda não se realizou e o levo
comigo diariamente: um dia não haverá
mais necessitados entre nós, um dia as
cercas cairão e viveremos em um mundo irmão. Meu sonho é ver acontecer
na prática os versos do poeta que diz:
“vai ser tão bonito ouvir a canção,
cantada de novo, no olhar do homem a
certeza do irmão, reinado do povo”.
Assim poderei dizer que meu sonho
tornou-se realidade!
Foto: Adriano Wizer
A&C: Leonel, você foi eleito
presidente da ANALAM pelo segundo
m a n d a t o . Va l e a p e n a e s s e
voluntariado?
Com certeza vale a pena! Estar
na liderança de uma instituição como a
ANALAM é fazer um exercício de
doação e voluntariado. Não se recebe
nada financeiramente, pois, o que
fazemos é por amor a Deus e à causa
das crianças. Porém, hoje, se torna fácil
estar à frente desta instituição, pois ela
está sólida e organizada. Tenho muito
respeito, admiração e dívidas com quem
começou este trabalho. Posso citar os
senhores Dirceu de Souza e Tadeu
Zulian, que foram os primeiros
presidentes e através deles é que esta
instituição se alicerçou. Claro que não
foram apenas eles que fizeram esta
história. Tudo é fruto de um trabalho em
equipe que vai desde nossas famílias
até àqueles que doaram suas vidas para
a ANALAM e hoje se encontram na casa
do Pai.
Foto: Poliana Molon
A ida para a Itália foi uma experiência muito especial. Primeiro
porque nunca tinha viajado para a
Europa, e segundo porque estava
participando de um evento mundial onde
estavam reunidos pessoas das mais
diferentes realidades, mas que buscavam um mesmo fim: reunir-se como
FAMÍLIA DE MURIALDO. Fui representando toda a ANALAM que proporcionou minha viagem e minha
estadia. Senti-me responsável por
absorver cada gota daquela oportunidade e vivenciar cada relato nunca
antes presenciado. Foram sentimentos
que ficarão para sempre em meu
coração e imagens que estarão sempre
em minha mente. A ida até a Praça de
São Pedro e a presença do Papa
naquele evento foi de uma grandeza
imensa. Sabendo que estava diante
daquele que foi instituído aqui em nosso
meio como o representante de Jesus
fez-me entender que nossa Igreja se
mantém viva até hoje porque uma força
divina rege e guia cada passo que
damos neste mundo. A visita aos locais
onde Murialdo viveu também foi muito
gratificante: pude conhecer sua realidade e a forma como ele se converteu.
Nada de mágico, tudo de Deus. Para
mim, o momento mais forte foi na visita
à Capela de São José no colégio dos
Artigianelli, local onde Murialdo fundou
a Congregação. Naquele local estava
testemunhando uma ação que foi o
início de tudo o que vivi nestes anos
junto com os Josefinos e com a Família
de Murialdo. O gesto de coragem de
Murialdo foi responsável por uma série
de ações em vista do bem a crianças e
adolescentes pobres no mundo todo.
Sua fé instituiu uma família a qual
pertencemos em seu carisma. E minha
presença lá também foi fruto da opção
de Murialdo feita naquela capela.
Realmente, foi muita emoção!
COTIDIANO
Foto: Marcelino Pauletti / Volga
Pe. Ricardo Testa
Celebração Eucarística na Igreja Matriz Nossa Senhora da Saúde
Encontro Nacional da AMA
reúne centenas de pessoas
FAZENDA SOUZA - RS
o dia 30 de outubro, no distrito de Fazenda
Souza (Caxias do Sul – RS), aconteceu o
Encontro Nacional das Mães Apostólicas –
AMA, que contou com 930 participantes de
diversas partes do Brasil, além de dezenas
de sacerdotes e religiosos. Para a preparação do evento
foram visitados mais de 25 municípios e diversas dioceses.
O evento teve como tema “Mães Apostólicas
Gerando Vocações. Rezai ao Senhor da Messe...” e
contou com o Pe. Antônio Lauri de Oliveira Souza, dos
Josefinos de Murialdo, e a Irmã Regina Mânica, provincial
das Murialdinas de São José, como palestrantes.
Após a acolhida das caravanas e palestras, o
Provincial, Pe. Raimundo Pauletti presidiu, a Santa Missa,
concelebrada por dezenas de sacerdotes, na igreja matriz
Nossa Senhora da Saúde. Após o almoço, organizado
pela diretoria da paróquia de Fazenda Souza, os
participantes se dirigiram ao túmulo do Servo de Deus,
Pe. João Schiavo. Lá, foi rezado o terço e, em seguida,
aconteceu o envio das Mães Apostólicas. Na oportunidade,
cada mãe recebeu um botão de rosa, simbolizando um
vocacionado que está em suas mãos.
Obrigado a todos os participantes e aos que se
dedicaram para que o encontro fosse um sucesso e um
grande momento de fé e renovação do compromisso
com a causa vocacional da Igreja, especialmente do
carisma de São Leonardo Murialdo.
Pe. Ricardo Testa
Coordenador da AMA
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“Filhos do Mundo são eles em busca de paz” foi o tema do X Seminário da Criança
e do Adolescente. Coordenado pela Equipe da Criança e do Adolescente dos Josefinos
de Murialdo, contando com a participação das Irmãs Murialdinas, aconteceu no Centro
de Eventos Murialdo – Fazenda Souza, Caxias do Sul, de 23 a 25 de setembro. No objetivo
se desenhava o desejo de qualificar os agentes e fortalecer essa rede de serviços.
s 110 participantes do evento
foram contemplados, na
palestra de abertura, com a
maravilhosa exposição do
Superior Geral dos Josefinos
de Murialdo, Pe. Mário Aldegani, que
abordou o tema “Mística, à luz de Murialdo,
de quem trabalha com crianças e adolescentes”.
Após breve análise do contexto
histórico, apresentando São Leonardo
Murialdo, Pe. Mário destacou a dupla e
simultânea experiência da vida do Fundador:
a plena e clara consciência da sua fragilidade e a certeza do amor misericordioso
de Deus. Definiu a mística como “o motor
que move”. Disse que ela tem 5 fundamentos: sentir-se amados, a energia educativa (paixão), empatia, capacidade de
acompanhar e saber orientar-se. Por fim, o
Superior Geral lembrou dos sonhos. Afirmou
que os pobres também têm grandes sonhos
e que nós somos os guardiões de seus
sonhos. O desafio é o de transformar tais
sonhos em conquistas. A mística do educador conduz o trabalho na linha da
“pedagogia da esperança”, onde o educando é ajudado a memorizar os sucessos para
sanar as feridas. Disse ainda que na esfera
política é importante atuar na “pedagogia
da aliança” tecendo teias de relações com
os que se comprometem com os pequenos.
Crianças e
Adolescentes no foco
A agenda do segundo dia do Seminário pautou as crianças e adolescentes no
cenário nacional. O Pe. Marcionei da Silva
refletiu sobre a condição de vulnerabilidade
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em que se encontram crianças e jovens.
Tanto no mundo quanto no país, os jovens
se deparam com requintados cenários de
oportunidades, bem como, com a fria e
desoladora mola da exclusão social. Existem
muitas vidas que vêm sendo construídas
sobre a fragilidade e, aliás, o contexto
sociocultural em que vivemos é altamente
fortalecedor disso, basta ver a expressão
de liquidez. Tudo é fruitivo. As falas são
frágeis, os encontros fugazes, os amores
inconstantes, as famílias no horizonte da
incógnita. Diante dessa realidade de
vulnerabilidade, todos correm riscos. São
20,12% os jovens brasileiros que se
encontram na faixa etária dos 15 aos 24
anos de idade, isto é, mais de 34 milhões
de cidadãos. É nesta faixa etária que a
situação de vulnerabilidade social atinge
boa parte da população jovem brasileira:
desemprego, evasão escolar, homicídio,
criminalidade, uso abusivo de álcool e
drogadição.
Falando sobre as novas gerações
presentes na sociedade, a Prof. Poliana
Carla Molon mostrou que geração é espaço
de tempo que separa cada grau de filiação;
considera-se como período de tempo de
cada geração cerca de 25 anos; a tecnologia
é decisiva para marcar épocas de tempo!
Pessoas nascidas entre 1946 e 1964
são da Geração Baby Boomers. O Baby
Boomer tem padrão de vida mais estável,
possui renda mais consolidada, sofre pouca
influência da marca no momento da compra;
prefere qualidade à quantidade, não se
influencia facilmente por outras pessoas e
é firme e maduro nas decisões.
Pessoas nascidas entre 1965 e 1980
fazem a Geração “X”. Essa é a Geração
COTIDIANO
Foto: Bernardete Chiesa
Pe. Joacir Della Giustina
Participantes aprofundaram a missão junto às crianças
Coca-cola, flexibilidade, facilidade com
a tecnologia, busca da individualidade
sem a perda da convivência em grupo,
mulheres no mercado de trabalho, busca da segurança financeira.
Os nascidos entre 1980 e 2000
formam a Geração “Y”. Estão sempre
conectados, preferem computadores
a livros, digitam ao invés de escrever,
preocupam-se com a ecologia e respeito
ao meio ambiente, necessitam de reconhecimento positivo periódico, precisam se sentir “fazendo parte do time”.
A Geração “Z” é formada pelos
nascidos após 2000. Também conhecida como a geração digital, ligados à
alta tecnologia, precisam aprender a
selecionar e separar o “joio do trigo”.
Tem problemas de interação social,
apresentam traços de comportamentos
das gerações anteriores aliados a uma
forte responsabilidade ambiental e
preocupação com a sustentabilidade
do planeta.
O desafio dos educadores está
no detalhe: captar a força de cada
geração e apostar nela para a construção do caminho do bem.
A Ex-Ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome do
Governo Lula tratou da Lei Orgânica
de Assistência Social. Deu destaque
para a inserção necessária dos
serviços de atendimento às crianças
e adolescentes em vulnerabilidade
pessoal e social à legislação pertinente,
de modo especial, às Políticas Públicas.
Os pobres também
têm grandes sonhos
e nós somos os
guardiões de
seus sonhos
Esclareceu sobre o novo marco
da legalidade e a gestão de descentralização política e administrativa.
Chamou a atenção para a necessidade
de inserção nos Conselhos Setoriais
e Fóruns de Direitos. É necessário um
trabalho articulado e em rede da
sociedade civil, bem como, que essa
interaja com a administração pública
e suas políticas.
O Seminário reservou espaço
para a troca de experiências dos congressistas através das seis oficinas
temáticas: Elaboração de Projetos,
Trabalho em Rede, Aprendizagem
Profissional e Adolescente Aprendiz,
O Cotidiano de nossas Ações, Mística
e Espiritualidade e Gestão Integrada.
As avaliações desse momento foram
positivas especialmente pelo fato de
marcarem o desafio da necessidade
de construção de um perfil pedagógico
e uma metodologia que sejam a marca
do apostolado josefino ou murialdino.
Construindo Compromissos
O último dia do Seminário foi
reservado para a construção de compromissos. Trabalhando em grupos,
os participantes do Seminário sugeriram a continuidade dos Seminários
Nacionais a cada três anos. O tema
para o próximo evento será “Projeto
Educativo da Ação Social Murialdo”.
No espaço intermediário deverão
acontecer os Seminários Regionais:
Regional 1 – RS e SC; Regional 2:
PR, SP e RJ, Regional 3: DF e BA;
Regional 4 – CE, MA e PA. Os
próximos Seminários Regionais terão
a tarefa de contribuir na elaboração
do Projeto Educativo. Caberá à Equipe
da Criança e do Adolescente traçar as
diretrizes, articular e elaborar a
proposta metodológica de construção
desse Projeto.
9
COTIDIANO
Pe. Joacir Della Giustina
A plenária do Seminário propôs também a ampliação
da participação das obras na formação da Equipe da Criança
e do Adolescente; ou seja, de cada obra um representante
leigo que atua nessa pastoral.
A Aprendizagem Profissional ganhou força entre as
prioridades escolhidas para o próximo triênio. Tendo em
vista a crescente busca do mercado pela mão-de-obra
especializada e comprovada a experiência de que a
profissionalização é a porta para a empregabilidade e sua
estabilidade, as obras sociais buscarão aumentar a
organização em rede para a elaboração de projetos e de
ações eficazes.
Firmou-se a necessidade de manter, ampliar e cultivar
práticas da mística e espiritualidade através da formação
continuada, que expressem e manifestem a presença carinhosa do amor misericordioso de Deus.
Sentiu-se a necessidade de investir na qualificação
de educadores nas instituições com reconhecimento
financeiro para evitar a rotatividade de profissionais. Também
mereceu destaque a proposta da busca de recursos
financeiros atuando-se em rede com o apoio da Central
Murialdo de Projetos Sociais como captadora desses
recursos.
Na bagagem de retorno os participantes carregaram
um sonho: mais vida para os pequenos. Nos corações um
compromisso: qualificar-se sempre mais e fortalecer a rede
para que mais crianças e adolescentes tenham vida digna.
Pe. Joacir Della Giustina
Diretor do Centro Técnico Social e
membro da Equipe da Criança e do
Adolescente da Província Brasileira
TREM DA HISTÓRIA DOS SEMINÁRIOS
MURIALDINOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
I - O desafio do menor desassistido no Brasil
de hoje - perspectivas de uma resposta:
26-28/07/83 - Araranguá (SC)
II - O menor: uma exigência de ações
transformadoras: 21-23/07/86
CTS, Caxias do Sul (RS)
III - Menor: direitos e inserção comunitária:
17-19/07/89 - CTS, Caxias do Sul (RS)
IV - Pedagogia de Direitos: 30.07 - 01.08/92
CTS, Caxias do Sul (RS)
V - Identidade e Mística: 27-29/07/95
CTS, Caxias do Sul (RS)
VIII - Protagonismo infanto-juvenil: 09-11/10/2004
Fazenda Souza, Caxias do Sul (RS)
VI - Projeto político no apostolado da
Família de Murialdo: 23-26/07/97
CTS, Caxias do Sul (RS)
IX - Mística e Apostolado: 01-03/05/2008
Fazenda Souza, Caxias do Sul (RS)
VII - Mística, carisma e relações: 27-29/04/2001
CTS, Caxias do Sul (RS)
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X - Filhos do mundo são eles em busca de paz:
23-25/09/2011
Fazenda Souza, Caxias do Sul (RS)
COTIDIANO
Mês Murialdino
Pe. Gilberto da Câmara
MÉXICO
uma experiência inesquecível
Mês Murialdino aconteceu de 25 de julho a 10
de agosto, no México – Cidade do México.
Relatamos aqui experiências vividas por oito
brasileiros. Os participantes foram um casal de
Brasília, Sr. José Heliton e Rosa (trabalham no
CEMEC – Planaltina - DF), o Sr. Valter Susin e sua esposa
Isabel (Leigos de Murialdo em Ana Rech – Caxias do Sul) e
suas irmãs, Elídia e Elmira Susin (Caxias do Sul), Irmão
Valderes Gonçalves (Fazenda Souza) e eu, Pe. Gilberto da
Câmara (Porto Alegre).
Chegamos na quinta-feira, 21 de julho, na Cidade do
México, à noite, pois levamos mais de 14 horas para chegar
ao destino. Fomos acolhidos pelo Provincial Pe. José Rainone
e Pe. Valdir Susin (brasileiro que se encontra no México, no
Estado de Hermosillo) que também participou do encontro.
Os brasileiros ficaram hospedados em casas de família nos
dias em que antecedia o Mês Murialdino. Foi uma envolvente
experiência poder falar com famílias mexicanas, ou pelo
menos tentar se comunicar, pois houve dificuldade no começo.
Este foi o primeiro dia.
No dia seguinte a Irmã Cecília Dall’Alba (brasileria no
México) ficou encarregada de fazer um tour na Capital com
os brasileiros e demais estrangeiros, totalizando 21 pessoas
andando pelo centro da Capital. Antes do tour, fomos bem
recebidos pelas crianças e adolescentes que estavam fazendo
um encontro de férias escolares nas obras Josefinas e tivemos
a alegria de encontrá-los. Depois dessa acolhida, nossa anfitriã
Irmã Cecília nos fez andar de metrô em direção ao Centro
Histórico Museu Belas Artes. Foi divertido e cansativo, pois
o sol estava quente e tivemos que andar toda manhã. Tiramos
muitas fotos da Catedral e museu. Fomos almoçar às 15
horas. Esse horário para almoço é comum no México. A irmã
escolheu um restaurante chinês, porém, barato.
No começo estranhamos a língua espanhola e a comida,
mas aos poucos fomos entendendo o que falavam e
experimentamos todo tipo de comida. Eles gostam de pimenta
na comida, da qual fazem molho e até utilizam esse tempero
em algumas balas e pirulitos. Retornamos no final da tarde
para missa na paróquia São Jorge, e, depois, janta.
No sábado saímos novamente para visitar o principal
museu da Cidade do México: Museu Nacional de Antropologia
e Castillo de Chapultepec. Repetimos a aventura de ir de
metrô, quase uma hora de viagem, depois complementada
a pé até chegar ao museu. Este museu conta a história do
México, fazendo ligação com outros povos: aborígenes,
astecas, maias... A Capital mexicana é repleta de descendentes
indígenas, já em outras cidades encontramos descendentes
de espanhóis e várias misturas de outras raças. À noite
visitamos o Centro da Cidade para assistir aos Mariaches
(grupos que cantam na praça a pedido das pessoas, que
pagam por isso).
No domingo saíamos cedo para assistir ao Show de
Ballet Folclorico Amalia Hernández (nome da diretora da
peça). Foram apresentadas várias danças mexicanas no
Palácio Belas Artes, bem no centro da Capital. Retornamos
e almoçamos na Paróquia São Jorge, onde trabalham os
Josefinos e Murialdinas. No final da tarde nos dirigimos ao
local do encontro, uma casa chamada Água viva, dos Padres
Dominicos. Antes de chegar ao local, visitamos a cidade
Amecameca. Ali, tivemos tempo para comprar algumas
lembranças e apreciar comidas típicas do local.
11
Fotos: Gilberto da Câmara
Chegamos à noite na casa dos Dominicos, rezamos
um pouco com todo grupo e fomos jantar. Na janta estavam
quase 80 pessoas reunidas para participar da primeira
semana de encontro.
O tema do Mês Murialdino: nossa Missão carismática
de cara com os desafios da cultura atual. O dia iniciava
cedo, às 7h30min. Fazíamos as Laudes e a Leitura Orante
da Bíblia, com livreto preparado pela equipe. Às 9 horas era
o café da manhã e às 10h a primeira conferência. No primeiro
dia, o conferencista foi o jornalista Roberto O´Farril, falando
sobre os desafios da evangelização nos dias de hoje e as
dificuldades que a Igreja católica tem para atualizar algumas
práticas para melhor evangelizar o mundo hodierno.
O dia terminava com a missa, às 18h30, e em seguida
janta. Após a janta havia filmes de santos atuais da igreja
para quem quisesse assistir. Um em cada noite. O horário
da casa exigia silêncio após as 22h. Os participantes da
primeira semana eram comportados e obedientes.
No segundo dia de encontro, precisamente 26 de
julho, tivemos como conferencista o Sr. Eduardo Sastré de
La Riva, também jornalista católico. Ele chamou atenção
para os desafios e resistências no caminho eclesial para
uma nova evangelização. Minha opinião é que o jornalista
tinha uma linha carismática. Nada contra esta linha. Há
espaço na Igreja para todos. Ele falou da necessidade da
confissão semanal, do catecismo e nos presenteou com um
livro de uma Irmã que recebeu a revelação de Deus Pai. A
Igreja, depois de 10 anos analisando a revelação, aprovou
a publicação da mesma. Depois desse dia, a equipe do
evento propiciou em cada semana um dia para confissão.
Nada como alguém chamar atenção para tal sacramento.
Quarta-feira, 27, terceiro dia, quem nos falou foi o
antropólogo Dr. Alfredo Nateras Dominguez. O assunto foi
sobre o mundo juvenil hoje, entre luzes e sombras; fraquezas
e forças dessa juventude. Ainda, no mesmo dia, iniciou outro
conferencista, Padre Benjamin Bravo, muito conhecido na
Diocese mexicana e professor na Pontifícia Universidade
do México. Abordou o assunto: Aspectos pastorais, Buscando
novos métodos de evangelização aqui e agora. Foi o padre
que mais falou. Dois dias e meio de conferência sobre
métodos de evangelização que dão certo. Métodos
experimentados na Diocese e com resultados positivos.
Como se trata de grandes centros urbanos pode ser que dê
certo também no Brasil. De qualquer forma, comprei um de
muitos livros.
Enfim sábado, dia de passeio. Visitamos a cidade
chamada Teotihuacan, onde tem duas pirâmides, do Sol e
da Lua. Conseguimos subir na do Sol e tirar algumas fotos.
Foi um passeio muito interessante, dia bonito e de muito
12
sol. À tarde, depois do almoço, nos dirigimos para o Santuário
de Guadalupe, onde participamos da missa, às 18 horas.
Retornamos à comunidade São Jorge, na Capital, para a
Noite Mexicana e janta. Foi a despedida de muitos que
vieram somente para a primeira semana do Mês Murialdino.
Já tarde, retornamos à Casa de Encontro Água Viva.
No domingo, 31, saímos novamente para visitar a
cidade de Puebla. Chegando lá, pegamos um ônibus que
faz um tour nos pontos importantes da cidade. Conseguimos
ver muitos locais e tirar muitas fotos. Na volta, participamos
de uma missa em uma comunidade. A Igreja estava lotada
e todos os padres Josefinos concelebraram, ao todo uns
15. Após, retornamos para Casa de Encontro Água Viva.
Iniciamos a segunda semana, com quase 100
participantes, entre eles, muitos jovens. Dois dias seguidos
nos falou o Irmão Hector Dessavre, marista. Ele chamou
atenção sobre o local onde trabalhamos com jovens; como
trabalhamos com eles, com quem trabalhamos. Ele perguntou
o que queremos ou o que buscamos nos jovens. Na quartafeira, 3 de agosto, à tarde o Padre Jesus Berrizbeitia,
Josefino, falou do itinerário e perspectiva de trabalho com
jovens na Congregação. Apresentou um livreto chamado
Linhas Interprovinciais de Pastoral Juvenil. Livreto dividido
por assuntos: Sonho sobre a juventude. Critérios de formação
da juventude: desafio do paradoxo, lógica da atividade para
ponte e discernir o essencial. Finalizando com os dez
elementos importantes para trabalhar com jovens e 15 linhas
operativas. Este livreto foi lido em grupo e foram apresentadas
sugestões sobre o que não contribui mais no trabalho com
jovens. A partir disso, será feito outro livreto por outra
comissão, levando em conta as sugestões dos participantes
do Mês Murialdino. Parece que esta comissão já terminou
o trabalho e o livreto será aproveitado na reflexão do XXII
Capítulo Geral.
Ainda na quarta-feira à tarde, tivemos a presença de
outro conferencista, este até o final do encontro. Pe. Emilio
Lavaniegos da Congregação Obreiros. Ele permaneceu
conosco até o final do encontro falando sobre as vocações
e o carisma eclesial das congregações. Temas como a
comunhão de vocações: ponto de vista eclesiológico e
pastoral. Muito interessante e, embora tenha falado de modo
geral do carisma Josefino, nos fez refletir sobre o assunto.
Chegamos ao final do Mês Murialdino. É sábado, dia
6 de agosto, fizemos uma celebração pela manhã antes de
todos voltarem para suas casas. Os estrangeiros continuariam
visitando algumas cidades onde os Josefinos e Murialdinas
estão presentes. Saímos às 11h em direção a Aguascalientes.
A viagem durou mais de 6 horas, devido a paradas em dois
lugares durante o percurso. Chegando lá, fomos
COTIDIANO
Pe. Gilberto F. da Câmara
recepcionados pelos Josefinos, Murialdinas e comunidade
local. O local foi a paróquia São José, onde também jantamos.
Após, alguns foram hospedados em famílias, outros no
Seminário Josefino e alguns na casa das Irmãs Murialdinas.
No domingo nos reunimos para fazer um tour em
Aguascalientes, a partir das 9h30min. Retornamos para a
missa, às 13h na Paróquia Josefina, e em seguida, almoço.
Aqui o grupo era apenas dos estrangeiros, 17 pessoas e o
pessoal do local fazendo companhia. Após o almoço fomos
visitar a obra Josefina (um colégio de cursos técnicos e término
do Ensino Médio, para estudantes que pararam de estudar),
o Seminário Josefino (estudantes de filosofia) e a casa das
Irmãs Murialdinas (formandas, onde se encontra a Irmã
Terezinha Militz). No final do dia tivemos a chamada noite
mexicana, com apresentações artísticas, janta e bebida típica
da região. Foi uma noite bem divertida.
Dia 8 de agosto (segunda-feira) fomos visitar Guadalajara.
Não temos casa lá, apenas para conhecer. Retornamos no
final da tarde e voltamos às famílias. Preparávamos-nos para
voltar à Cidade do México no dia seguinte. Na terça-feira pela
manhã fizemos a despedida do pessoal que nos acolheu
(Josefinos, Murialdinas e pessoas da comunidade). Tiramos
fotos e seguimos viagem. Novamente umas seis horas de
viagem. À noite na casa das Irmãs Murialdinas uma irmã
renovou os votos. Participamos da missa todos juntos
(estrangeiros e convidados) na casa das irmãs. Ali mesmo nos
despedimos, pois no dia seguinte (quarta-feira) o vôo estava
marcado para 12h30min. Uma longa viagem de volta ao Brasil.
O encontro do Mês Murialdino nos fez experimentar
realidades diferentes. Talvez a maior experiência seja perceber
a mesma fé em Cristo. Em cada igreja e obra Josefina visitadas
percebemos nos leigos e leigas o mesmo amor e vivência do
carisma Josefino. Experiências são subjetivas, percepções
também. São riquezas de dons partilhados. Uma experiência
inesquecível.
Pe. Gilberto da Câmara
Diretor do Colégio Murialdo de Porto Alegre - RS
13
Pe. João Schiavo
é tema de estudos
De 30 de setembro a 02 de outubro, aconteceu, no Centro de Eventos Murialdo, Fazenda Souza,
Caxias do Sul (RS), o Seminário de estudos sobre o Servo de Deus, Pe. João Schiavo.
O evento, coordenado pelo Postulador Geral da Causa de Beatificação, Pe. Orides Ballardin,
buscou aprofundar o conhecimento da vida e ação do Pe. João no contexto de seu tempo.
O evento contou com mais de 70 participantes do Brasil, Argentina e Itália, entre confrades
Josefinos, Irmãs Murialdinas, Instituto Secular, ex-alunos do Pe. João, amigos e devotos. Contou
também com a presença do Superior Geral dos Josefinos de Murialdo, Pe. Mário Aldegani.
Durante o evento foram proferidas quatro conferências:
1. Pe. João Schiavo na sociedade do Rio Grande do Sul no Século XX e devoções. Assessor:
Pe. Álvaro Pinzetta
2. A santidade de Igreja, a vocação à santidade e a experiência de santidade do Pe. João
Schiavo. Assessor: Pe. Geraldo Hackmann
3 . Pe. João Schiavo, fundador e formador da Província Brasileira dos Josefinos de Murialdo.
Assessor: Pe. Geraldo Boniatti
4. Pe. João Schiavo e as Murialdinas de São José. Assessora: Irmã Enedina Smiderle (vicepostuladora)
Foram apresentados também cantos, DVDs, e CDs com a vida e virtudes do Pe. João. Igualmente,
foram distribuídos cartazes e material devocional. No final foi lançado um novo livro (Suplemento 2)
de graças alcançadas pela intercessão do Servo de Deus Pe. João.
CONHECENDO PE. JOÃO SCHIAVO: Pe. João Schiavo veio da Itália
ainda jovem sacerdote, em 1931, e se santificou em 35 anos de trabalho
apostólico nas Obras dos Josefinos de Murialdo na Diocese de Caxias
do Sul.
A sua fama de santidade era grande já em vida. Sempre disponível
a todos, era homem de intensa oração e fé na Providência de Deus,
de delicada e atenta escuta de todas as pessoas.
Foi educador de milhares de jovens pobres e órfãos, formador
de gerações de sacerdotes, de irmãos Josefinos de Murialdo e de Irmãs
Murialdinas de São José, de quem foi fundador no Brasil.
Morreu santamente dia 27 de janeiro de 1967. Sua causa de
Beatificação tramita em Roma desde 02 de outubro de 2001.
Una-se aos milhares de devotos que visitam seu túmulo, em Fazenda
Souza (Caxias do Sul) no dia 27 de cada mês, onde é rezado o terço e
celebrada uma missa.
Mais informações sobre o Servo de Deus podem ser acessadas:
http://www.youtube.com/user/tvcnroma#p/a/u/1/Q8NYBC5aiQ4
Pe. Orides Ballardin
Postulador Geral em Roma
14
COTIDIANO
Pe. Orides Ballardin
CARTA-COMPROMISSO
Nós confrades da Congregação dos Josefinos de Murialdo, Irmãs Murialdinas de São
José, Membros do Instituto Secular Murialdo, Leigos Amigos de Murialdo, Mães Apostólicas
e devotos do Brasil, Argentina e Itália, reunidos no histórico “I Seminário de Estudos sobre
o Pe. João Schiavo”, realizado em Fazenda Souza nos dias 30/09 a 02/10/2011, assumimos
unânimes os seguintes empenhos:
1 – Tendo aprofundado mais o conhecimento do exemplo virtuoso do Pe. João Schiavo,
queremos viver com gratidão e alegria nossa existência e buscar com novo alento nossa
santificação pessoal, encarnando as propostas e verdades do Evangelho nas circunstâncias
históricas e concretas da vida como fez o Pe. João Schiavo.
2 – Propomos promover e divulgar o conhecimento de sua vida e virtudes, imitá-lo em
nosso proceder e invocar sua poderosa intercessão em nossas necessidades espirituais
e materiais.
3 – Procuraremos informar, acompanhar e apoiar, com todos os meios, o Processo de
Beatificação e Canonização do Pe. João Schiavo que tramita em Roma na Congregação
das Causas dos Santos.
Convidamos a todos para unirem-se a nós nesse empenho.
Que o Servo de Deus Pe. João Schiavo interceda junto a Deus, Pai Bondoso e
Misericordioso, para cada um de nós, nos alcance a graça de usar os meios de santificação
que ele nos oferece, obtenha santas vocações para a vida cristã, religiosa e sacerdotal.
Cristo Senhor e o Espírito Santo, a proteção de Nossa Senhora, São José e São
Leonardo Murialdo nos sustentem no compromisso para a glória de Deus e o bem da Igreja
e a construção do Reino de Deus.
Foto: Marcelino Pauletti / Volga
Fazenda Souza, 02 de outubro de 2011.
Os participantes
15
Nasce a
ORGANIZAÇÃO
RELIGIOSA JOSEFINOS
DE MURIALDO
Foto: Ivo Ballardin
| ORGMUR |
Fundadores da Organização Religiosa Josefinos de Murialdo
16
COTIDIANO
Geraldo Loch Necker
direito brasileiro tardou, mas reconheceu a personalidade jurídica das
congregações religiosas, que já de fato existiam, mas não de direito. As
Organizações religiosas são entidades que, no Estado democrático de direito,
cingem-se na garantia constitucional da liberdade de culto e de associação
(CF/88, art. 5º XVII e VI, respectivamente) para defender-se.
Quaisquer que sejam as normas internas destas entidades e seus procedimentos
em relação aos direitos e deveres de seus membros, todas elas estão sujeitas às
garantias constitucionais básicas, tais como o contraditório e a ampla defesa, a dignidade
da pessoa humana, a igualdade, entre outras.
Com as mudanças advindas pelo novo Marco Regulatório das Pessoas Jurídicas
de Direito Privado, Sem Fins Lucrativos, que teve seu início com o novo Código Civil
de 2002, e depois normatizada pela Lei nº 10.825 de 22 de dezembro de 2003, a qual
definiu e reconheceu as entidades religiosas não mais como associações, mas sim
como Organizações Religiosas, ficando esta Pessoa Jurídica contemplada no Art. 44
do Código Civil Brasileiro, a Organização Religiosa, no Brasil, passa a ter seu direito
assegurado como Pessoa Jurídica. As Organizações Religiosas são livres à criação,
à estruturação interna e ao funcionamento, sendo vedado ao poder público negar-lhes
reconhecimento ou registro dos Atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento.
Esta é a razão primordial da criação da pessoa jurídica Religiosa.
Selando ainda a nova conjuntura legislativa, pactuou-se o Acordo entre o Governo
da República Federativa do Brasil e a Santa Sé, ratificado pelo Decreto Federal nº
7.107/2010, onde as Congregações Religiosas, reconhecidas como Instituições
Eclesiásticas, passam a ter sua estrutura organizada pelo Direito Religioso e pelo
Direito Canônico.
Os religiosos brasileiros da Congregação de São José Josefinos de Murialdo,
indo de encontro ao que já dizia seu fundador São Leonardo Murialdo, “devemos estar
atento aos sinais do tempo”, corajosamente assimilaram o novo marco legal e no dia
19 de outubro de 2011 fundaram a Organização Religiosa Josefinos de Murialdo
(ORGMUR). Esta vem atender às necessidades dos religiosos como religiosos e, seu
nascimento traz à tona a finalidade real da existência do Josefinos de Murialdo que é
a vivência do seu carisma. O Estado agora reconhece e respeita o religioso como
religioso. Agora o religioso consagrado tem sua entidade (empresa) voltada para seus
interesses e fins, é a segurança jurídica reconhecida aos religiosos. Assim,
todos os religiosos pertencentes à Congregação de São
José, automaticamente, são membros dessa nova
entidade.
Agora teremos duas entidades bem definidas:
uma que trata dos assuntos dos religiosos e para os
religiosos, que é a ORGMUR, sem certificação; e outra
que trata da educação e assistência social, que é a
entidade filantrópica certificada, o ILEM.
Daqui para frente, o Instituto Leonardo Murialdo
(ILEM) tem o desafio de se reorganizar estruturalmente
no intuito de seguir cumprindo suas finalidades, de
acordo com as políticas públicas de governo na área
da educação e assistência social. Enquanto que a
ORGMUR tem o desafio de se organizar para atender
todas as necessidades de seus membros, dando suporte
para sua melhor atuação no campo carismático, que
é o sentido de ser do Religioso.
Geraldo Loch Necker
Contador e Assessor Jurídico
do ILEM e da ORGMUR
17
FACULDADE
Preparar as pessoas
A
educação ocupa lugar especial na missão da
Congregação dos Josefinos de Murialdo por
acreditar que ela é um grande meio para
evangelizar os jovens.
Em quase todos os países onde estão presentes,
os josefinos mantêm escolas de educação básica e
Profissional. No Brasil, um ano depois de sua chegada na
Serra Gaúcha (1929), fundou o Colégio Murialdo de Ana
Rech. Posteriormente, foram fundados colégios em Caxias
do Sul (1947), em Araranguá - SC (1955) e na capital
gaúcha (1960).
Atenta aos sinais dos tempos, na década de 90, sob
a coordenação da Equipe de Educação, a Província
Brasileira, para responder às necessidades e exigências
no setor educacional, corajosamente, iniciou um processo
de modernização nas pesadas e envelhecidas estruturas
físicas dos colégios, qualificação do corpo docente e
administrativo, profissionalização das rotinas, atualização
do Projeto Educativo. O Planejamento Estratégico, iniciado
em 2003, consolidou a Rede Murialdo de Colégios. Os
novos ambientes, o clima familiar, a disciplina, o comprometimento dos educadores, a gestão profissional, a vivência
da Pedagogia do Amor, bem como, a Educação do Coração
e a responsabilidade social geraram crescimento, confiança
e maior visibilidade da marca Murialdo. É a credibilidade
18
que vem do passado e presente da educação praticados
na Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio dos
Colégios Murialdo.
É nesse contexto que nasce a Faculdade Murialdo,
1ª da congregação fora da Itália, fruto do crescimento,
credibilidade e maturidade da Pedagogia de Murialdo.
Nasce com mais de 80 anos de experiência. Trata-se,
portanto, de uma instituição de ensino com tradição que
cresceu, agregando em sua história o Ensino Superior, para
atender as novas demandas educativas.
A nova faculdade foi sonhada há mais de dez anos
e aprovada em assembleia capitular da província em 2006.
No ano seguinte, a faculdade Murialdo foi criada e registrada
como filial do ILEM. Em 2008 foi elaborada a documentação
básica exigida: Projeto Pedagógico da Instituição (PPI),
Plano de Desenvolvimento da Instituição (PDI), Regimento,
Projetos dos Cursos, Corpo Docente. No final do ano foram
encaminhados ao Ministério da Cultura (MEC) quatro
processos, um para o credenciamento da instituição e três
para a autorização dos primeiros cursos. No ano de 2009
iniciaram as adequações do espaço físico Colégio Murialdo
de Caxias do Sul para abrigar a biblioteca da faculdade.
No mesmo ano foi definido e adquirido o acervo bibliográfico.
No ano de 2010 as atenções foram voltadas para os
preparativos finais para receber as visitas das quatro
MURIALDO
FORMAÇÃO
Pe. Raimundo Pauletti
é construir o futuro
comissões do MEC que aconteceram entre os meses de
julho e setembro.
Dia 17 de abril de 2010 a presidência do ILEM
nomeou a diretoria da Faculdade Murialdo: Diretor, Pe.
Joacir Della Giustina; Vice-diretor, Pe. Ernesto Camerini;
Secretário, Pe. Marcionei Miguel da Silva; Tesoureiro, Pe.
Renato Fantin; para assessor jurídico e contábil foi
destacado o sr. Geraldo Loch Necker.
Nas diferentes etapas de criação e implantação da
faculdade a diretoria buscou assessoria em profissionais
especialistas do setor e manteve constante sintonia com
as forças vivas das organizações governamentais e
particulares ligadas ao ensino.
Depois de três anos de tramitações a Faculdade
Murialdo foi credenciada pelo MEC, Portaria nº 1257 de
19 de setembro de 2011. No dia 23 de setembro foi
autorizado o Curso Superior de Tecnologia em Agronegócio
(3 anos) e Sistema para Internet (2,5 anos), Portaria nº
387 e, dia 24 de outubro foi autorizado o curso de
Administração (4 anos), Portaria nº 429.
A partir do final de setembro a diretoria retomou e
agilizou os preparativos para a divulgação e apresentação
da nova faculdade na região de Caxias e entorno, prevendo
o processo seletivo (vestibular) para dezembro e início
das atividades acadêmicas em março de 2012. A sede da
faculdade é o Colégio Murialdo de Caxias do Sul, e o de
Ana Rech será o núcleo que abrigará as atividades práticas
(laboratórios) do curso de Agronegócio e, num futuro próximo, outros cursos ligados às ciências naturais.
Inicialmente serão oferecidos os três referidos cursos.
Porém, em breve, outros cursos, já contemplados do PDI,
serão disponibilizados. Concomitantemente, serão
oferecidos cursos de Pós-graduação, focados na missão
da congregação, nas dependências das obras da Província
Brasileira, presente em dez Estados do Brasil. Mais tarde,
serão abertos Cursos à Distância.
A Faculdade Murialdo, além de atender a demanda,
resgatará uma das características marcantes do Colégio
Murialdo de Ana Rech que é a oferta de cursos ligados
às ciências naturais. Durante boa parte da sua longa
trajetória educativa, o colégio foi pioneiro na atenção e
formação dos agricultores da região, sobretudo através
do Curso Normal Rural e do Curso Técnico Agrícola.
Otimizando a excelente estrutura física (colégio e terras)
do Colégio Murialdo, a faculdade, além do CST em
Agronegócio, em breve quer oferecer à região o curso de
Medicina Veterinária, Gestão Ambiental, Enfermagem
Veterinária e outros.
Pe. Raimundo Pauletti
Provincial dos Josefinos de
Murialdo da Província Brasileira
A marca “MURIALDO” ganha um novo adereço
Trata-se de dar continuidade ao trabalho qualificado e
reconhecido pela comunidade no campo educacional. Sem deixar
de lado a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e Médio, a
instituição alarga seu campo de atuação para oferecer uma
oportunidade superior: isso mesmo, o Ensino Superior.
Nossa logomarca se mantém, suas cores são sua
dinamicidade. Atinge agora uma nova esfera: a do saber
universitário. Essa esfera é seu sol, seu destino: o saber.
Junto à logo “Murialdo” se soma um grande sol. Esse sol se
desponta como uma nova luz: o conhecimento. Ele aparece num
novo amanhecer, brilhante, em tons de amarelo avermelhado.
Esse sol ilumina o universo. Sua luz desvela, ou melhor,
abre as cortinas de um palco onde se revelam 4 novos horizontes:
O horizonte vermelho da educação do coração, do conhecimento comprometido com a humanização das pessoas.
O segundo horizonte em amarelo, para resplandecer num
saber enraizado em princípios e valores que valem ouro, como
são aqueles da ética e da justiça.
O azul do terceiro horizonte indica o conhecimento conectado
ao cuidado com as coisas do nosso planeta. A ciência e seus
avanços, a descoberta e suas novas tecnologias caminham sob
a luz do meio ambiente equilibradamente sustentável.
Por fim, no quarto horizonte, da cor prata, se refletem as
luzes de um conhecimento que se alia à nobreza humana da
responsabilidade social. É o conhecimento que eleva a qualidade
de vida e os seus serviços para todos.
Escolhemos o slogan “confiança é seu futuro” porque
sabemos que quando você confia em nossa instituição, você
está confiando em nossos resultados. Esse é o nosso novo
compromisso: queremos ajudá-lo a confiar em você e no futuro
que se descortina à sua frente.
19
A
MÍSTICA DO EDUCADOR
MURIALDINO
A presente reflexão é uma síntese realizada por Bernardete Chiesa da equipe de
redação do Agir&Calar. Trata-se da palestra que o Superior Geral dos Josefinos de
Murialdo, Pe. Mário Aldegani, proferiu na abertura do Seminário da Criança e do
Adolescente, que aconteceu em Fazenda Souza, de 23 a 25 de setembro de 2011.
A presente oportunidade me
oferece a ocasião de lhes
dizer algo mais sobre o
nosso sonho que se realiza
no mundo e de reafirmarlhes que queremos continuar
sonhando juntos.
O próximo XXII Capítulo Geral, que
acontece em Buenos Aires, de 04 a 22 de
junho de 2012, tal como preanuncia, quer
construir o programa do novo sexênio
fundamentado na missão compartilhada,
na paixão educativa que nos irmana e é
base da nossa espiritualidade, e enfim,
em nossa "consagração", porque, embora
de formas diferentes, consagra a esta
missão todos aqueles que compartilhamos
da obra educativa murialdina.
Por isso, penso que este seminário
pode ser uma valiosa contribuição para a
"temporada capitular" que os Josefinos
estão vivendo, em preparação do Capítulo
Geral: "Com os jovens e para os jovens
pobres, renovamos a nossa consagração
de Josefinos, para ter vida em Cristo”.
Portanto se fala da missão (os jovens
e os jovens pobres), da mística que a
sustenta (renovamos a nossa consagração) e do "sentido" que a motiva (ter
a vida em Cristo). Que maravilhoso!
MURIALDO NOS FALA
O texto de Murialdo mais conhecido
sobre a juventude pobre, aquele que
contém as famosas palavras "pobres e
abandonados, eis os dois requisitos que
constituem um jovem como dos nossos”
(Escritos, V, p. 6) nos leva a pensar na
“mística” do educador murialdino. Ele foi
20
escrito para uma conferência aos assistentes e docentes do Colégio Artigianelli
em 1869 e, mais tarde, foi re-proposto a
eles em 1872. A expressão “pobres e
abandonados" deve ser entendida na sua
forma original, isto é, destinada a explicar
quais eram os meninos acolhidos pela
Associação de Caridade e, em particular,
no Colégio Artigianelli. Foi inserida no
Regulamento da Congregação de São
José de 1873, entrando assim no carisma
josefino, e com o tempo, na Família de
Murialdo.
A atualidade do texto daquele apelo é
realmente surpreendente! Escutado hoje,
é um convite a abrir os olhos, antes de
tudo para ver as crianças e os jovens pobres, porque talvez o primeiro truque das
sociedades e culturas é tentar torná-los
invisíveis ou camuflá-los.
Vejamos alguns fundamentos da
mística do educador murialdino:
1. SENTIR-SE AMADOS:
Exatamente a partir da experiência de
Murialdo, aprender a amar profundamente,
e acima de tudo, sentir-se amado. Aliás,
sentir-se amado por Deus e perdoado por
Ele foi a experiência espiritual fundamental
da vida de Murialdo.
Penso que o segredo misterioso da
espiritualidade de Murialdo consiste nessa
simultânea percepção: a sua fragilidade
e a misericórdia de Deus. Esta percepção
de sua fraqueza e do amor de Deus é o
fundamento das atitudes espirituais
características da vida de Murialdo, que
é a mística que sustenta a sua pedagogia.
O primeiro alicerce é o que podemos
chamar de "entrega a Deus" ou "confiança
em Deus."
O segundo é deixar-se guiar pela sua
Providência. Se observarmos isso,
Murialdo em sua vida realmente deixouse guiar pelas circunstâncias, pelas
“chamadas” da vida cotidiana: quase nada
do que ele fez partiu de projeto seu.
Assim também, a expressão que
atribuímos a Murialdo e repetimos tantas
vezes, porque também gostamos dela e
nos anima, "Estamos nas mãos de Deus
e, portanto, estamos em boas mãos",
realmente foi para ele muito mais do que
um lema ou um programa de vida; foi o
tema fundamental da sua vida, consequência do núcleo de sua experiência
espiritual.
2. A ENERGIA EDUCATIVA (A
“PAIXÃO”)
Não é fácil hoje falar com profundidade
de educação. Supõe um conceito de homem em um tempo no qual a pessoa
humana fragmentou-se e tornou-se "líquida". Envolve a capacidade de cultivar a
"consciência do fim" numa época em que
tudo se reduz à técnica, exige um empenho longo no tempo e oculto na diuturna
ação enquanto em tudo prevalece a
rapidez, o passageiro e o show.
Ao mesmo tempo, é impossível desinteressar-se da educação, quando nos
preocupamos com o crescimento do humano e das novas gerações.
Um primeiro problema, que desejo
destacar, é a falta de energia educativa.
Parece haver uma tendência de desistir
CAPA
Pe. Mário Aldegani
do empenho educativo sério. No fundo,
temos medo de nos tornar conscientes de
que nos falta energia educativa, que só a
possuiremos se primeiros nos deixarmos
educar verdadeiramente.
Passemos para um segundo problema.
Para realizar esta capacidade de libertação
humana são necessários adultos, adultos
verdadeiros, adultos apaixonados. Quem
é realmente adulto? Por um lado, de fato,
precisamos nos tornar adultos, porém,
precisamos permanecer fundamentalmente "como crianças" para não
cristalizar a mente e o coração.
Onde estão hoje os adultos? Há uma
preocupante carência de pessoas capazes
de manter a palavra, capazes de disciplina
(para si e para os outros), dotadas de
sabedoria e coragem.
Um terceiro problema decorre do fato
de que, sendo adultos, nos deixamos
vencer facilmente pela tendência ao
ativismo, privilegiando o que é exterior,
imediato e fácil.
O Padre Pino Puglisi, um pároco de
um bairro de Palermo (Itália), morto pela
Máfia, denunciou: "A maioria dos jovens
rompeu com as velhas certezas e, fazendo
saltos mortais, estendem os braços em
busca de quem os acolha. Se as duas
mãos suplicantes não encontrarem duas
mãos prontas a agarrá-lo, o trapezista
precipita no solo. É por isso que o nosso
tempo requer grande empenho: Sendo
que a comunidade eclesial tem seus ritmos
e seus problemas a serem resolvidos, há
o grande risco de que os jovens não
encontrem as mãos prontas a agarrá-los
e a acolhê-los. Não há mais tempo a
perder, existe o perigo de que os jovens
se esfacelem".
Educa verdadeiramente uma comunidade de educadores quem sabe
enfrentar as dificuldades, ir a fundo dos
problemas e desafios e converter-se,
sintonizando-se com Deus que educa com
energia e que continua a enviar-nos,
sobretudo aos pobres.
3. A EMPATIA
Para explicar a empatia do educador
murialdino, inspiro-me no ícone evangélico
do "Bom Samaritano". Conhecemos o
desenrolar da parábola e não a repito aqui.
Detenho-me só na atitude do Samaritano
em relação ao homem atacado por ladrões
e abandonado meio morto à beira do
caminho, porque é esta a imagem da
parábola sobre o qual quero refletir.
Nele eu vejo o que cada um de nós é
para os jovens pobres e abandonados:
aquele que vai ao encontro, aquele que
se acerca. Não com a atitude de quem,
do alto de sua segurança ou da solidez
de sua posição, se aproxima de quem jaz
na necessidade, mas com o espírito do
indigente e do necessitado.
Por que o samaritano parou? Porque,
tal como o homem jogado à beira do
caminho, se sentia um pobrezinho, um
infeliz: é a consciência de suas próprias
limitações que o aproxima daquele
homem. É a consciência de sua própria
fraqueza e pobreza que desencadeia o
amor no sentido evangélico, que nos
aproxima do outro, como possível complemento de nossa pobre humanidade.
Quem se sente completo em si
mesmo, forte e rico, e não precisa de nin-
guém, se acercará do outro de forma
errada: com a atitude daqueles que deixa
cair a esmola do alto.
A proximidade evangélica, que para
nós se torna manifesta na relação educativa, nasce do sentimento vivo que o
nosso ser se completa nos outros. Quando
amamos, nós não damos, mas recebemos.
Quando ajudamos, somos ajudados a ser
nós mesmos, a realizar-nos como pessoas.
Mas a revolução é feita primeiro no coração: eu preciso do outro e aquele ao qual
eu restituo a vida é quem me dá vida.
4. A CAPACIDADE DE
ACOMPANHAR
Murialdo costumava dizer que o
verdadeiro mal e o maior problema de
muitos jovens não era aquele manifestado
pelo seu comportamento, mas aquele,
talvez não muito evidente, de não ser
aceito, de não ter nunca podido viver uma
verdadeira experiência de "sentir-se amado".
Murialdo tinha certeza de que os jovens
muitas vezes se tornam "infratores" por
"não ter encontrado alguém capaz de
devolver ou compensar a falta de ternura
da mãe e a perda da orientação do pai".
A característica da nossa presença de
educadores no meio dos jovens é a de
ser para eles “amigos, irmãos e pais”.
As atitudes que melhor manifestam
este estilo pedagógico de acolhida e de
acompanhamento são:
• A familiaridade: significa que na
relação educativa deve haver comprometimento afetivo. Compartilhar sere-
21
namente a vida com os jovens, com uma
presença vigilante e preventiva. Isso é
algo que se pode compreender e vivenciar
unicamente no contexto de um amor forte
e maduro, puro e sincero.
• Simplicidade, afabilidade, firmeza:
são o eixo central do conjunto de atitudes
que estão subjacentes à pedagogia
murialdina. A serenidade da relação, o
calor humano, o clima de confiança, a
escuta, o respeito mútuo, o bom humor
são geralmente as condições de "normalidade" que proporcionam ao jovem a
vontade de abrir-se, encontrando um
espaço próprio na relação e podendo
contar com adultos dispostos a ajudá-lo a
sair de situações de dificuldades pessoais
e sociais.
• A vida cotidiana: é fundamental na
relação educativa. Na verdade, é através
de uma gestão cuidadosa e equilibrada
das coisas ordinárias de todos os dias que
se pode estabelecer uma relação positiva
com os jovens e que se pode torná-los
participes da vida real, para que amadureçam progressivamente no sentido de
responsabilidade consigo mesmos, com
os outros e com a sociedade.
• Tempos de espiritualidade, de
oração, de convivência fraterna em que
haja partilha: promovem o crescimento
dos nossos centros educativos e de suas
atividades, não tanto como estruturas de
serviço, mas como realidades capazes de
dar atenção a todas as modalidades
carismáticas murialdinas.
5. SABER ORIENTAR-SE
A vida é um caminho feito de percursos,
às vezes difíceis, outras fáceis, muitas
vezes, alternativos. Ao longo deste caminho é importante pôr sinais significativos,
que nos ajudem a não perder o horizonte,
especialmente quando surge a escuridão
e a confusão, que anuviam os objetivos e
a meta.
Quero deixar aqui alguns desses sinais
proféticos, inevitáveis e essenciais, para
o educador.
O primeiro sinal é a pessoa. A pessoa
é um mundo a ser descoberto, um projeto
em contínua evolução, um ser harmonioso
que expressa unidade e diversidade. A
pessoa é o outro, em contínuo diálogo e
devir. É a interação e a troca, a centralidade
de cada interesse global, portanto sujeito
e objeto de crescimento mútuo. Daí a
centralidade da pessoa. Sempre!
Portanto, é necessário que a pessoa
encontre em nossos ambientes educativos
o próprio espaço emocional, afetivo,
intelectual, cultural e político. Um lugar
onde cada um é ele mesmo e é valorizado
pelo que é, e não por aquilo que dá ou
consegue dar.
O segundo sinal é a humanidade. Isso
significa: eu sempre tive respeito, eu
sempre pensei com minha cabeça e
ensinei a fazer o mesmo. Tentei me libertar
e livrar os outros do conformismo, busquei
ser crítico, portanto, aberto ao confronto,
22
ao diferente, ao debate e à busca do
melhor.
O terceiro sinal é a solidariedade.
"Abra caminho aos pobres sem abrir-te
caminho" é o slogan que fez história na
Itália há algumas décadas. Continua atual!
Os outros não são instrumentos para que
eu chegue a algo, mas devo ser instrumento para que os outros cheguem a ser
alguém. O problema dos outros é idêntico
ao meu. Solucioná-lo junto é a estratégia
política. A solidariedade também é justiça.
Não há nada que seja tão injusto como
fazer partes iguais entre desiguais.
O quarto sinal: a política. Este termo,
no entanto, assume um significado diferente e mais nobre de como normalmente
é entendido. Em um escrito do Padre Milani
(“Carta a uma docente”), encontrei uma
passagem brilhante: "Aquele que ama as
criaturas que estão bem, permanece
apolítico e não quer mudar nada. Conhecer
as crianças dos pobres e amar a política
é uma coisa só. Não se pode amar
criaturas marcadas por leis injustas e não
pleitear leis melhores: porém para todos
e não só para si mesmo”.
O quinto sinal: os educadores. Quem
é o educador? O Padre Milani escreveu
(desculpem se eu cito autores que conheço
e que me marcaram): "Os docentes são
como os sacerdotes e as prostitutas. Eles
se apaixonam rapidamente das criaturas.
Se depois as perdem, não têm tempo para
chorar". É uma frase de extrema amargura!
Ele ainda dizia aos docentes, e pareceme perceber o eco do que Murialdo falava:
"Lutareis para a criança mais necessitada
deixando de lado a mais afortunada, como
acontece em todas as famílias? Acordareis
com o pensamento fixo nela, para buscar
uma nova forma de dar aula, adaptada a
ela? Ireis procurá-la em casa, se ela não
voltasse para a escola? Não perderíeis a
paz, porque a escola que perde o João
não é digna de ser chamada de escola?”.
O educador doa para a criança tudo o
que ele acredita, ama e espera. E a criança
nos oferece algo que ela tem em si, daquilo
que com nossa ajuda conseguiu "puxar
para fora" (e-ducere).
Educar significa acompanhar, orientar.
Um autor diz: "O educador é aquele que
sabe auto educar-se, como educar e
educar ao belo. É uma finalidade que nao
se propõe eficiência, por isso é eficaz".
Educar é propor a si e ao outro, é busca
para si e para o outro, é uma visão diferente pela qual se possa dizer: a vida pode
ser bela.
O educador é aquele que sabe educarse e educar para o difícil. No campo da
vida nos deparamos com muitos obstáculos: é preciso enfrentá-los sozinhos e
junto com outros. É aquele que sabe auto
educar-se e educar para a aventura, vista
como o ir além do já dado e do já feito;
aquele que tem sempre a bússola na mão,
para ir mais longe.
É difícil educar sem julgar, sem esperar
resultados, mas o educador é aquele que
dá a fundo perdido. Doa incansável e
prontamente a todos, sem qualquer
interesse, pensando apenas em fazer o
bem ao outro.
Os jovens precisam de pais. Infelizmente, jamais como hoje, os jovens
vivenciam experiências de orfandade de
mãe e de pai. Esta ausência marca seus
corações, que não se cansam, porém, de
acalentar desejos e aspirações como os
de todos os demais. Eles precisam de
amor e de atenção. A característica deles
é ser extremamente carinhosos, altruístas
e generosos: são capazes de arriscar no
bem e no mal, mas quando eles conseguem empreender o caminho do bem,
podem até se tornar santos!
CONCLUSÃO
Até mesmo os "pobres e abandonados"
têm sonhos! Nós somos guardiões de seus
sonhos. Mas como transformar seus
sonhos em realidade?
Penso que, em resumo, poderíamos
responder que é necessário fazer um
trabalho educativo, um trabalho cultural
e um trabalho político.
Um trabalho educativo que poderia
ser chamado de "pedagogia do
reconhecimento".Sabemos que nas crianças e nos jovens faltando a confiança, não
há educação: Isso no-lo ensina Murialdo.
Em cada jovem há uma potencialidade,
um ponto de alavancagem, talvez pequeno, mas sempre existente.
Os ambientes educativos Murialdinos
levam a sério esse desafio: "Vem, aqui
há lugar para você".
O trabalho cultural consiste na
“pedagogia da esperança". Pedagogia da
esperança significa ajudar o jovem a
"memorizar o sucesso", porque ele tende
a memorizar mais a derrota que o sucesso.
Memorizar o sucesso quer dizer, de
alguma forma, oferecer-lhe a capacidade
de acreditar em si mesmo e de capitalizar
as coisas bem sucedidas.
O trabalho político consiste na
"pedagogia da aliança", ou seja, num
compromisso de tecer uma teia de relações
com todos os que de qualquer modo
querem e procuram realmente o bem das
crianças e dos jovens. Educar para a
responsabilidade cívica e política nas cidades, promover o voluntariado, a captação
de recursos educacionais que estão
conosco e à nossa volta, e transformá-los
em recursos políticos. Bossuet escreveu:
"Há paixões sem grandeza, mas não há
grandeza sem paixão".
Enfim, eu creio que na mística do
educador murialdino há uma grande
paixão, isto é, um grande amor, altruísta
e generoso, para com nossos jovens.
Pe. Mario Aldegani
Superior Geral dos Josefinos
de Murialdo, em Roma
FORMAÇÃO
Pe. Carlos Alberto Wessler
Por uma Teologia
da Vocação
“...deixaram tudo e o seguiram”
(Lc 5, 11)
esus convida “avance para águas mais
profundas, e lancem as redes para a
pesca” (Lc, 5,4). Simão Pedro responde
“Mestre, tentamos a noite inteira, e não
pescamos nada. Mas em atenção à
tua Palavra, vou lançar as redes” (Lc. 5,5). Em
atenção e obediência à Palavra de Jesus lançaram
e o milagre aconteceu. Se não houver confiança
em Deus e não houver obediência à sua Palavra,
nada se pesca. Se a confiança é só em si mesmo
com suas limitações, esquecendo-se de Deus, ficase nas margens. É preciso ousadia em lançar as
redes mais uma vez, em atenção à Palavra de
Deus e os olhos fixos no Mestre. O importante é
lançar as redes, mas quem realiza o milagre é Ele.
Essa cena é simbólica. Jesus chama seus
primeiros discípulos, mostrando-lhes qual a missão
reservada a eles: fazer com que os homens
participem da libertação trazida por Jesus e que só
pode realizar-se no seguimento dele, mediante a
união com ele e sua missão. Eles deixaram tudo
e seguiram a Jesus. Largaram as barcas na margem
e começaram a viver por uma causa maior, a causa
do Reino de Deus. São convidados a doarem-se
totalmente. Eles deixaram tudo, inclusive suas
limitações. Quando se olha muito para as limitações,
esquecendo-se de contemplar a beleza do poder
magnífico de Deus, a vocação é enfraquecida.
Aquele que não confia em Deus, que não dá
“atenção à tua palavra”, não lança as redes, não
colhe os peixes, não experimenta o milagre. Está
na hora de sair da margem e partir para “águas
mais profundas”. É preciso ter coragem, sair e
superar as limitações.
Retratarei abaixo alguns pontos fundamentais
teológicos da vocação de seguimento a Cristo - as
“águas profundas” contidas em suas dimensões
(antropológica, política, cristã e específica):
1. Sem renúncia não se pode seguir Cristo,
porque ela, mesmo em todas as dificuldades que
comporta como renúncia, não é um valor negativo,
mas eminentemente positivo, porque permite seguir
Cristo e consagrar-se totalmente ao Pai. O
seguimento de Cristo, portanto, é uma experiência
de desapego de todo aquele tipo de vida baseada
em seguranças humanas, feitas de lugares,
pessoas, bens, tradições, papéis, tarefas, hábitos,
mentalidades, modos de viver... para apoiá-la
exclusivamente sobre ele. É necessário, então,
superar medos e defesas instintivas e decidir-se
por escolhas coerentes com a radicalidade do
evangelho, colocando toda a nossa segurança no
Senhor. Deixaram redes... barcos...
2. Vocação é fruto da fascinação: O
seguimento é fruto de uma fascinação que responde
ao desejo de realização humana, ao desejo de vida
plena. O discípulo é alguém apaixonado por Cristo,
a quem reconhece como o mestre que o conduz e
acompanha. Nesse processo destacam-se cinco
aspectos fundamentais: encontro com Jesus Cristo,
conversão, discipulado, comunhão e missão. Toda
vocação tem origem em Deus, tem base teologal.
3. A origem da Vocação é Trinitária: Toda
vocação tem base teologal. A origem de toda
vocação está na comunhão trinitária. “Cada vocação
está ligada ao desígnio do Pai, à missão do Filho,
à obra do Espírito Santo. Cada vocação é iluminada
e fortalecida a luz do mistério de Deus”. O Deusrelação, no qual cada uma das pessoas procura
manifestar a outras seu amor: no qual cada pessoa
ama as demais e ao mesmo tempo é amada. O
segredo de nossa vocação está na relação, isto é,
no encontro da Trindade com a humanidade.
4. A vocação é relacionamento: Existe ligação
entre a vocação, a vida e consequentemente a
espiritualidade. A vocação passa a ser entendida
como relacionamento pessoal com Deus vivido no
interior de uma comunidade bem concreta. Deus
chama para um encontro com Ele, a partir das
solicitações de um povo que sofre (cf. Êx 3,1-10;
Jr 11,4-10). A vocação é, pois, uma “sedução” (Jr
20,7), uma “conquista do coração”(Os 2,16) por
parte de Deus, para uma vida de intimidade, de
comunhão com Ele. É um convite para ficar com
Ele, para participar da sua vida (cf. 1 Ts 4,17; Jo
23
17,24; 1 Pd 5,1). A vocação primeira e originária do
6. É preciso capacidade de ouvir e entender o
chamado de Deus através das mediações – o pobre
Cristão tem como fundamento a comunhão e a
poderá tornar-se “sacramento do chamado divino:
participação na Trindade:
Deus se manifesta muitas vezes por mediações: “Eu
* Com o Pai, temos uma relação filial, que é o
vi a opressão que os egípcios fazem pesar sobre eles.
primeiro elemento de nossa vocação cristã. Sem buscar
E agora vai, que eu te envio ao Faraó para que libertes
a Deus como Pai, o ser humano fecha-se em si mesmo,
meu povo, os israelitas do Egito” (Ex 3,9-10). Se
em sua autossuficiência, e destrói também a comunhão
permitirmos que o submundo dos pobres entre em nós
com seus irmãos e irmãs.
e nos questione, então ele poderá tornar-se
* Com o Filho temos a comunhão e a participação
“sacramento” do chamado divino. Se, pelo contrário,
em Deus, isto é, Cristo é o ponto de encontro da relação
permanecermos insensíveis e indiferentes, nada será
da Trindade com a humanidade, e vice-versa. Aí está
capaz de nos comunicar a voz daquele que nos chama
o ponto fundamental da teologia da vocação: o
para a comunhão com Ele.
seguimento a Jesus Cristo. O seguimento a Jesus
Cristo é, acima de tudo, uma relação profunda e pessoal
7. A Vocação tem uma Dimensão Eclesial: A
com Ele que implica uma corajosa ruptura com o
resposta ao chamado da Trindade não acontece de
passado e o misterioso começo de uma existência
maneira isolada, individualista, fechada, mas de forma
radicalmente nova.
comunitária, já que também a convocação divina é
* Com o Espírito Santo temos o “veículo” de
dirigida à pessoa humana por meio da comunidade.
comunhão com o Pai e o Filho. O Espírito Santo é fonte
Por isso toda vocação possui necessariamente uma
dimensão eclesial, e a Igreja é considerada o lugar de
das vocações, doador de carismas e aquele que suscita
comunhão com a Trindade,
nossa comunhão e participação. Do
expressão do desejo da Trindade
Espírito procedem todos os dons de
Toda
vocação
implica
de se encontrar com a humanidade.
serviço e consagração.
Essa Igreja foi definida no Vaticano
necessariamente uma
II como “o povo reunido na unidade
“missio”, um serviço
5. A vocação como comunhão
do Pai e do Filho e do Espírito
com a Trindade tem uma dimensão
Santo” (LG, 4). Para que a Igreja
concreto em favor da
sacramental, e tem como mediação
seja realmente o lugar do encontro
evangelização e,
o amor. Na primeira carta de João
da Trindade com a humanidade, e
afirma-se: “Se alguém disser: Amo
vice-versa, é preciso que seja
consequentemente,
a Deus mas odiar o irmão, é
“constituída em estado de vocação
da humanidade
mentiroso. Pois quem não ama o
e de missão” (2º CIV, n.8). Para ser
realmente lugar de plena realização
irmão, a quem vê, não pode amar a
da vocação cristã, a Igreja terá de ser imagem ou
Deus, a quem não vê” (1Jo 4,8.20). A vocação é um
expressão da comunidade trinitária. A visibilidade da
chamado ao amor, é um chamado ao serviço (1Jo 4,7comunhão e participação se concretiza especialmente
21; Mc 10,45).
na opção preferencial pelos pobres.
Tinha então razão quando Murialdo, em seus
Manuscritos Autobiográficos, escrevia: “O amor é
um contínuo voltar a Deus. É um amor ardente a Deus,
8. A Vocação é um chamado universal à
santidade: Sendo convite para um relacionamento de
a ao próximo por amor a Deus. É fazer o que Deus
intimidade com a Trindade, a vocação aparece também
quer... É zelar pela salvação dos irmãos... É construir
como chamado à santidade, isto é, à plenitude da vida
o Reino de Deus nas almas e sobre a terra. É a união
cristã e à perfeição da caridade. Vocação é, pois,
nossa com Deus. Quem pode unir os extremos? O
comportar-se como o Pai se comporta (Mt 5,48). Nós
Amor... Um amor afetivo, terno, generoso, operativo e
sabemos que a santidade é uma prerrogativa exclusiva
dinâmico” (Testamento Espiritual).
de Deus (1Sm 2,2). Deus é santo porque é totalmente
Esta visão de vocação como chamado à comunhão
diferente das pessoas humanas e do mundo (Os 11,9;
e participação nos leva a descobrir, como elemento
Is 55,8-9). Ele é santo, diferente, porque ama e acolhe
essencial do chamamento, a vida de fraternidade, de
as pessoas, especialmente os pequenos, os excluídos
sororidade. Isto quer dizer que faz parte da essência
e excluídas (Is 41,14). Mas a pessoa humana é
da vocação o desejo, a vontade, o compromisso de
chamada a participar da santidade divina (Lv 19,2; 1Pd
“reproduzir” na Igreja e no mundo o tipo de
1,15-16; 2,9-10). A santidade consiste em ser perfeito
relacionamento que existe no seio da Trindade. A
no amor (Ef 1,4). O amor é o distintivo dos cristãos e
participação na comunhão trinitária exige a comunhão
cristãs (Jo 13,34-35; 15, 12-13.17). Ser santo ou santa
fraterna entre nós. Não pode ser sincero um
significa fazer a diferença, ou seja, responder aos
relacionamento de comunhão com Deus quando ele
desafios de cada época com um amor sem medidas
não se repercute também no relacionamento com os
(Jo 15,14-15; Gl 3,25-29). Esta mesma santidade é
irmãos e irmãs. Nossa vocação é um chamado para
vivida por caminhos diferentes em razão da diversidade
dos carismas (1Cor 12,7; Rm 12,4-8; Ef 4,7) dos serviços
amar a Deus, mas não ama a Deus quem não ama o
e ministérios (1Cor 12,14-21; Ef 4,11-12).
seu próximo (1 Jo 4,20).
24
FORMAÇÃO
Pe. Carlos Alberto Wessler
9. O carisma e a missão estão ligados
intimamente ao dinamismo da vocação: Os
carismas, segundo a teologia paulina (1Cor 12,4-31)
são dons diferentes, serviços diferentes, diferentes
modos de agir, suscitados pelo Espírito, e destinados
à edificação da comunidade cristã. Sem os carismas
não pode existir comunidade cristã, não pode existir a
Igreja. Poderíamos então dizer que os carismas são
dons do Espírito que tornam o cristão apto para o
exercício da própria vocação em favor de toda a
comunidade (LG, 12). Os carismas são dons para a
execução de serviços concretos, atividades concretas,
que possibilitam a vivência de uma determinada vocação
específica. Alguns carismas, com o passar do tempo,
perdem seu significado, desaparecem, para dar lugar
a outros mais atuais, de acordo com a realidade de
cada tempo e lugar. Nem tudo é carisma ou, ainda,
nem todos os carismas são autênticas manifestações
do Espírito de Deus. Podemos ter situações nas quais
certos “carismas” chegam a contribuir para que a Igreja
se instale um clima de ruptura da verdadeira unidade
e autêntica comunhão. Para averiguar a autenticidade
do carisma segue-se alguns critérios: se é para
edificação da comunidade e se é profético. Uma das
funções específicas do Serviço de Animação Vocacional
é ajudar o vocacionado ou vocacionada a perceber os
carismas que o Espírito está suscitando em sua vida,
a fim de que possa descobrir o seu verdadeiro lugar
na Igreja.
Vocação e carismas não são fins a si mesmos.
Existem para a missão. Por isso toda reflexão sobre a
vocação requer também algo sobre a missão. Dentro
deste contexto de uma teologia da vocação é
indispensável destacar a questão da missionariedade
da Igreja. Precisamos insistir muito ainda sobre a
verdade de que a Igreja inteira, toda ela, todos os
batizados e batizadas, são sujeitos da missão. Além
disso, é preciso dizer que esta missionariedade deve
ser vivida em toda parte, em todos os níveis e em todos
os tempos. Sendo serviço à humanidade, a missão,
como a vocação, possui uma dimensão comunitária e
uma dimensão pessoal. Comunitária porque ela é antes
de tudo confiada à Igreja, enquanto ekklesía, isto é,
comunidade convocada e reunida pela Trindade.
Pessoal, enquanto cada fiel tem o seu jeito de vivenciar
a missionariedade da Igreja.
10. Vocação é serviço, é missão: Toda vocação
implica necessariamente uma “missio”, um serviço
concreto em favor da evangelização e,
consequentemente, da humanidade. A missão está
ligada ao envio: “ide, pois, fazei discípulos meus todos
os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e
do Espírito Santo, ensinando-os a observar tudo quanto
vos ensinei” (Mt 28,19-20). A evangelização é o núcleo
central da missão da Igreja. Por isso todo o Serviço de
Animação Vocacional também deve ser atividade
missionária. Isto é, não basta despertar as pessoas
para o chamado, é preciso motivá-las para que concre-
tizem a resposta a ele assumindo uma missão da
comunidade. A grande missão da Igreja concretiza-se
na preocupação com a pessoa humana em sua
totalidade. É preciso que o cristão e a cristã levem mais
a sério sua missão política, que não se omitam! A Igreja
não pode limitar-se à proclamação de doutrinas, de
enunciados teóricos, de programas ideológicos e nem
mesmo à publicação de uma espécie de manifesto
ético, mas deve ser realização na história e
desenvolvimento de todas as potências contidas no
fato narrado: uma “sequella Christi” que não está
somente na ascese e na espiritualidade de cada crente,
mas que se torna substância de toda a existência da
própria Igreja. A defesa dos direitos humanos, da
dignidade da pessoa, não é oportunismo ou comodismo,
mas sinal de fidelidade e de autenticidade da missão
evangélica da Igreja. Os excluídos são os primeiros
destinatários da Igreja.
Algumas indicações práticas para
os Serviços de Animação Vocacional
- A necessidade de aprofundar o conceito teológico
de vocação, avaliando sempre que tipo de teologia
sustenta a nossa prática. “Uma correta impostação da
proposta deve fundar-se necessariamente numa sólida
teologia da vocação e das vocações, em sintonia com
a eclesiologia do Vaticano II”.
- A p r e s e n ta r s e m p r e a v o c a ç ã o c o m o
relacionamento, como comunhão, dando muito valor
à experiência e à espiritualidade (Jo 1,39; Mc 3,14).
- Trabalhar bem o humano e o cristão antes de partir
para a questão das vocações específicas.
- Dar mais atenção à questão da inculturação e da
pós-modernidade (nossa sociedade passa por
transformações rápidas e profundas).
- Envolver os leigos na Animação Vocacional.
- Usar uma metodologia e linguajar juvenil.
- Entender o específico de cada vocação, evitar o
“reducionismo vocacional”.
- Trabalhar para que o Serviço de Animação
Vocacional não seja mais uma “pastoral setorial”, mas
a coluna vertebral de toda a pastoral de uma Igreja
particular, buscando interação principalmente com a
Pastoral da Juventude, a Pastoral Catequética e a
Pastoral Familiar.
- E, enfim, preparar os(as) animadores(as)
vocacionais, não podendo ser improvisados e nem
improvisar.
Bibliografia:
- Teologia da Vocação, José Lisboa de Oliveira
Edições Loyola, São Paulo,1999
- Testamento Espiritual de S. L. Murialdo
Pe. Carlos Alberto Wessler
Diretor da Epesmel e mestre
dos teólogos - Londrina - PR
25
ANA RECH
A trajetória histórica de sua espiritualidade
1. Imigrantes / tropeiros
A comunidade de Ana Rech pode festejar uma
história construída de bravura, trabalho e muita
fé, pilares de uma realidade que distingue, não
apenas em Caxias do Sul, município a que pertence,
mas em toda a Serra Gaúcha. E tem motivos para
se orgulhar de uma trajetória que nasceu no distante
abril de 1877, quando os primeiros moradores se
estabeleceram na então 8° Légua da Colônia de
Caxias. Entre eles estava Anna Maria Pauletti Rech,
que deixara uma lição de vida e de fé nas páginas
da imigração italiana do Rio Grande do Sul.
Ana Rech (a ortografia foi alterada em 1930)
partiu de Pedavena, Itália, em 12 de outubro de
1876, em direção ao Brasil. A aparente aventura
era, na verdade, a opção que restava a uma viúva
com 48 anos e sete filhos. Depois de quatro meses
de viagem para cruzar o Atlântico, em abril de 1877,
Ana Rech se fixava no lote 104 do Travessão
Leopoldina, na Colônia de Caxias.
2. Pe. Mariano Rossi - Reitor
A religiosidade sempre foi uma característica
do anarrequense. Em 1881, quando apenas
algumas famílias estavam instaladas, a fundadora,
Ana Rech, doou um lote para que fosse construída
a primeira capela. Nesta saga dos imigrantes atuaram
o Pe. Giovanni Argenta (1888 a 1893) e o Pe.
Ferdinando Manente (1897 a 1900). Vinte anos
depois, um novo projeto começou a mobilizar a
comunidade: a construção de uma nova igreja. No
dia 28 de maio de 1901 o Pe. Mariano Rossi
abençoava a pedra fundamental da atual igreja
Matriz. Dela se teria uma ampla visão dos Campos
de Cima da Serra. A execução da obra foi cercada
de muitas dificuldades. Os trabalhos chegaram a
parar com a morte de Pe. Mariano Rossi, em abril
de 1905.
3. Monges Camaldulenses
Em 1907, porém, chegaram em Ana Rech os
Monges Camaldulenses (Padres Brancos), que
passaram a organizar a construção, agora com o
auxílio de especialistas (Frei Roberto D’ Apprieu).
O primeiro projeto de Pe. Mariano Rossi sofreu
várias alterações e ganhou um novo estilo romano.
Fotos: Marcelino Pauletti / Volga
26
MARCAS DO QUE SE FOI
Pe. Bruno Barbieri
Surgiu, assim, um segundo projeto com
as formas arquitetônicas apresentadas
hoje pelo templo atual, com duas torres
(Pórtico de Ana Rech).
Lê-se no livro Tombo da Matriz: “Em
27/07/1912 o Curato de Ana Rech é
elevado à categoria de Paróquia por D.
Claudio José Gonçalves Ponce de Leão,
Arcebispo de Porto Alegre”. Isso tudo
graças ao zelo e à atuação dos monges
Camaldulenses, tendo como primeiro
pároco, D. Timóteo Chimenti. Foi um
grande acontecimento para a história
do povo de Ana Rech. Praticamente
uma distinção – glória ao mérito – pelo
esforço e sacrifícios ingentes e
extraordinários em que monges e povo
venceram as provas e dificuldades,
tantas vezes, contra a execução desta
grande obra – a Igreja Matriz. Continuaram os trabalhos nas torres. Era belo
ver aos domingos, 100 a 200 em fila
passando de mãos em mãos os tijolos
até o alto do morro ou sobre os andaimes. Muitos chegavam na missa carregando sacos de areia. Houve muitas
doações. O templo, concluído por D.
Timóteo Chimenti, foi solenemente
inaugurado em 10/12/1917 por Dom
João Becker.
Nos atos solenes da inauguração da
matriz. D. Timóteo Chimenti mandou
pintar na frente da igreja estas palavras
em latim: “Virgini Deiparae título a
Caravaggio dicatum” (este templo é
dedicado a Virgem Mãe de Deus sob o
título de Caravaggio). E acrescentou
mais estas palavras: “Templum hoc –
p.p. camaldulenses – ex informi
lápidum acervo – ut DIU iacuerat –
Antoni Cremonesi pictoris, - Francisci
Meneguzzo, Architecti, Aloysse
Segalla, constructoris opera, - necnon
admirabili populi cooperatione, hanc
adduxerunt forma”. (Os padres
camaldulenses, de um informe acervo
de pedras, como permanecerá por muito
tempo, por obra do pintor Antonio
Cremonesi, do Arquiteto Francisco
Meneguzzo, do construtor Luís Segala,
e pela admirável cooperação do povo,
levaram a esta forma). Em 1921 os
Camaldulenses de Ana Rech haviam se
constítuido na sociedade civil a que
deram o nome de Sociedade dos
Campos Experimentais.
4. Pe. Ângelo Gialdini - Doação
Em 1926 os Monges Camaldulenses, com dificuldade de conciliar sua
vida eremítica em Ana Rech, decidiram
regressar à Itália. A saída, em 9 de março
de 1926, deixou Ana Rech com atendimento religioso esporádico, feito por
sacerdotes de Caxias do Sul.
A vinda do Pe. Ângelo Gialdini, para
assumir a paróquia, teve a perspectiva
de iniciar as buscas para a presença de
uma Congregação Religiosa que, além
de atender a paróquia, se dedicasse à
educação. Com esta finalidade foram
consultadas diversas congregações.
5. Dr. Celeste Gobatto Mediador
Diante da impossibilidade das
congregações consultadas virem para
Ana Rech, Dr. Celeste Gobatto, intendente de Caxias do Sul, mantém contato
com os Josefinos. Ele os tinha conhecido
na Colônia Agrícola de Quinta, em Rio
Grande. Em novembro de 1927, Gobatto
escreve uma carta ao Pe. Humberto
Pagliarini, Pároco de Jaguarão e superior
da missão, fazendo o convite para
assumir a Paróquia de Ana Rech.
Em 11 de fevereiro de 1928, Dr.
Celeste Gobatto escreve novamente ao
Pe. Humberto dizendo que em breve
uma comissão irá propor ao Arcebispo
a vinda dos Josefinos de Murialdo. Com
a autorização do Arcebispo, trocam-se
frequentes cartas e telegramas entre o
Dr. Celeste Gobatto e os Josefinos.
Envia-se consulta à Roma. Enquanto
isto, em 9 de março de 1928, Pe. Agostinho Gastaldo vem tomar conhecimento
de Ana Rech, com um questionário a
responder. Em 13 de março ele envia
um relatório à Itália, onde ressalta:
“negócio convém. Doação incondicional,
renda suficiente, lugar de grande fé e
prática religiosa. Lugar futuroso em si
por eventuais vocacionados”.
O Padre Geral dos Josefinos em
Roma, Girolamo Apolloni, responde
positivamente: “Sim, aceitem. São José
e Murialdo vos acompanhem na nova
fundação”.
6. Pe. Agostinho Gastaldo
Em agosto de 1928, Pe. Agostinho
chega a Caxias, ficando hospedado na
casa de Canônica do Monsenhor João
Meneguzzi. Uma semana depois, no dia
16 de agosto, na carreta de Agostinho
Tonella, sentado sobre baús e em
sobressaltos pelos atoleiros da estrada
Caxias - Ana Rech, chega na vila, às 17
horas. No domingo seguinte, Pe.
Agostinho é apresentado aos paroquianos e toma posse em 7 de outubro.
No dia 20 de janeiro de 1929
chegaram da Itália os Josefinos, Pe.
Girolano Rossi, Irmão Hermenegildo
Schiavo e Irmão José Gasparini que
vieram para assumir a abertura do
Colégio Murialdo.
Em 1928 Pe. Agostinho Gastaldo
veio substituir os Monges
Comaldulenses. Desde então, os
Josefinos dirigem a Paróquia Nossa
Senhora de Caravaggio. Em 1° de março
de 1929 aconteceu a abertura do Colégio
Murialdo. Em 1931 chega em Ana Rech
o servo de Deus, Pe. João Schiavo,
tornando-se Provincial em 1946.
Atualmente a Paróquia Nossa
Senhora de Caravaggio se compõe de
23 comunidades subdivididas em quatro
núcleos. O local se destaca pelo
desenvolvimento industrial, atrativos
turísticos, valores artísticos e a
religiosidade de seu povo. Ana Rech
cresce aceleradamente, integrando os
aspectos da cultura da imigração italiana
com as mais puras tradições gaúchas.
Ela é popularmente conhecida como
Vila dos Presépios.
Do território paroquial de Ana Rech
se formaram mais duas Paróquias:
Paróquia Nossa Senhora da Saúde Fazenda Souza - 25/12/1959 e Paróquia
Menino Deus – Bairro Serrano 10/11/1999.
Os Josefinos de Murialdo já estão
em Ana Rech há 84 anos, dirigindo a
Paróquia Nossa Senhora de Caravaggio
e o Colégio Murialdo.
Deus determina. O homem cumpre.
A história registra. Por tudo demos
graças a Deus.
Pe. Bruno Barbieri
Pároco da Paróquia Nossa
Senhora de Caravaggio de Ana Rech
27
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o
g
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Pe
...
r
o
m
A
do
omos seres dotados de afetividade e de
necessidade de limites. Essa máxima
corresponde à condição humana desde
sua existência. Alunos e professores
interagem através de limites cognitivos,
emocionais e afetivos; procurando uma simbiose
perfeita de ações. A afetividade, tanto na teoria como
na prática, deve levar à formação integral da pessoa.
Quando falamos ou discursamos acerca da pedagogia do amor, estamos nos remetendo a um jeito
peculiar de educar, proposta vivenciada e categorizada por São Leonardo Murialdo através da educação do coração. Essa premissa educacional tem o
caráter de “humanizar o humano”.
No Projeto Educativo da rede de Colégios
Murialdo, tal relação é pautada na dimensão de
favorecer para que a pessoa se transforme e
desenvolva suas potencialidades, assuma valores,
abra-se para a solidariedade e comprometa-se como
cidadã na construção de sua comunidade. Educar
através e pelo coração não nos exime de sermos
educadores com autoridade, autonomia e construtores de ambientes em que a disciplina (disciplina
não enquanto silêncio, mas como condição e postura
favorável para o aprender), o respeito, a confiança
e a sociabilidade sejam marcas significantes de uma
boa e sincera convivência. As professoras e professores têm a responsabilidade de inspirar no aluno
o desejo de aprender, a confiança e, fundamentalmente, a cidadania e os verdadeiros valores
28
humanos.
O poeta Antonio Porchia salienta que “estar
em companhia de alguém, não se deve estar com...
mas estar em alguém”. É ver o outro no outro, é
estar no outro. Numa relação aluno e professor
deve-se procurar entender o aluno por meio da ótica
do aluno e sentir que ele é dotado de possibilidades
e atitudes, ou seja, um educador que vislumbre e
vivencie essa dimensão educacional é um mestre
da educação do coração. Como já foi salientado, o
afeto é uma marca humana. Se é uma marca, é
sinal visível de postura e de possibilidades. Sendo
“detentores”, enquanto educadores e simpatizantes
da pedagogia do amor (apresentada por Murialdo),
implica uma série de responsabilidades e atitudes.
No Projeto Educativo no item dos princípios
e práticas / tema 1- Pedagogia do amor no princípio
2 - salienta que a educação do coração é uma ação
de diálogo que atinge as emoções dos educandos
e compromete todos os educadores. Comprometerse com a educação do coração é acreditar que o
educando é o centro do nosso pensar e agir. Nossa
ação deve ser alicerçada em práticas que invistam
na formação cognitiva, emocional, afetiva, mas que
não abram mão da disciplina, que seja possibilidade
de aprendizagens de diferentes saberes. Novos
tempos exigem das escolas novos jeitos de ensinar
e despertar nos alunos o anseio pela descoberta de
novos saberes.
PONTO DE VISTA
Alecson Marcon
. . . d o a fe t o
ao s l imi tes
Vivenciar a prática da pedagogia do amor favorece a educação na
construção de educandos equilibrados no que tange o afeto, o conhecimento,
a emoção e a espiritualidade. Uma escola que trata os alunos de forma
segmentada e condiciona ou prioriza um princípio ou outro está sujeita a
formar “monstrinhos treinados”, salienta o pedagogo Hamilton Werneck.
Murialdo dizia: educar pelo coração é acreditar na potencialidade e
possibilidade de cada criança, adolescente e jovem. Então, se o cerne de
toda nossa ação como herdeiros da pedagogia do amor e promotores da
educação do coração são as crianças e adolescentes, nada mais justo e
humano do que ouvir deles o que eles entendem e conceituam como afeto
e limites. Conforme apresentação desses dois termos a um grupo de 25
educandas e educandos da Educação Infantil e Ensino Fundamental I do
Colégio Murialdo de Porto Alegre, buscou-se entender o que essas crianças
sentem e vivenciam na prática esses princípios e atitudes, tanto enfatizados
pelos educadores. Eis alguns relatos:
“Afeto é ter amizade. Limites é não passar do limite que se tem.”
“Afeto é ter fé. Limites é não fazer o que bem entende.”
“Afeto é uma coisa muito importante.
Limites é não bater nos colegas, não chutar.”
“Afeto é uma coisa que ama. Limites é não passar daquilo...”
“Afeto é dar abraço, carinho.
Limites é respeitar as pessoas, ser amigo.”
“Afeto é ter uma amiga ou amigo que nunca brigou contigo e
nunca te desprezou. Limites é pedir muito e a pessoa não colabora.”
“Afeto é carinho, respeito. Limites é quando
a pessoa diz que pode fazer é porque pode e quando
a pessoa diz que não pode é porque não pode.”
“Afeto é uma pessoa que tem alegria em ajudar os outros.
Limites é uma linha, só que você não pode passar.”
“Afeto é confiança e amor. Limites é ter regras.”
“Afeto é tipo amor. Limites é tipo ir até onde você pode ir.”
“Afeto é se adaptar. Limites tudo tem fim.”
Denota que nossas crianças também acreditam e entendem o que é
ser educado através da pedagogia do amor. Seus relatos (puros, sinceros
e com uma conotação lúdica e de caráter poético, extraído do “coração”)
nos ensinam o quanto a pedagogia que Murialdo tanto elencava faz-se
necessária na transformação de uma sociedade que prima pela indiferença
e frieza nas relações. Continuamos acreditando e apostando na pedagogia
do coração, pois ela é a mola que deve impulsionar toda nossa prática e dar
suporte para novos paradigmas nas relações sociais fundamentados na ética
e na equidade.
Alecson Marcon
Especialista em Supervisão e Gestão Escolar
Coordenador Pedagógico do Colégio Murialdo de POA
29
PONTO DE VISTA
Pe. Marcionei Miguel da Silva
vida expressa a força de sua história na
interatividade das relações humanas. O
nosso papel é desconstruir o paradigma
individualista imposto pela sociedade,
que tanto nos oprime. As pessoas estão
com saudades de abraços e sedentas de afetos
profundos, serenos e verdadeiros. Humanizar é
romper o abismo do preconceito, abrir-se para o
amor de Deus, “gastar” tempo para escutar o outro,
cultivar a paciência na velocidade do mundo e erguer
os nossos olhos para os horizontes de paz.
O segredo das relações humanas está pautado
na liberdade de nossa espiritualidade. Quanto mais
cultivamos uma vida de oração, colocando Deus no
centro de nosso coração, mais significativa será
nossa personalidade. Queremos nos encontrar com
pessoas que nos passam segurança, confiança, paz,
alegria e entusiasmo pela vida, não obstante as
dificuldades que encontramos em nosso cotidiano.
Damo-nos conta de que não precisamos imitar os
outros para sermos felizes, mas precisamos, cada
vez mais, buscar nossa própria identidade com
orgulho e determinação.
A humildade desarma as defesas do outro e a
caridade nos aproxima dos menos favorecidos.
Quando colocamos o outro no centro, somos mais
incluídos, compreendidos e ouvidos. Aceite seus
limites, tenha boa autoestima, faça um colóquio com
30
Deus ao amanhecer, agradeça o dia que lhe foi
brindado antes de repousar e acredite nos seus
sonhos. Os grandes Projetos de Vida são feitos de
“rabiscos” teimosos que se transformam em páginas
de ouro ao longo do trajeto, enquanto vamos
decifrando a mediocridade de nossas inconstâncias.
As relações humanas revelam a força de nossa
maturidade, o equilíbrio de nossas atitudes e a nossa
capacidade de interagir com a outra pessoa com
respeito e dignidade. Somos aprendizes de sonhos,
construtores de pontes e incansáveis trabalhadores.
Ao invés de fugirmos das multidões, evitar os
encontros e cancelar as reuniões, nós convocamos
as pessoas para formar lideranças, organizar a
sociedade e fortalecer os horizontes de esperanças.
Não perdemos quando ajudamos o outro a ser mais,
mas ampliamos a nossa capacidade de inclusão e
revelamos a maturidade de nossa personalidade. O
outro, por mais simples e humilde que seja, sempre
tem algo a nos dizer. Preste atenção na expressão
de seu rosto, na singularidade de seu sorriso e na
força de suas convicções. Isso será suficiente para
que o mundo volte a lhe ensinar a viver.
Pe. Marcionei Miguel da Silva
Conselheiro Provincial, escritor,
compositor e poeta
PONTO DE VISTA
Pe. Harry Yung
O PINHEIRO
(poema dedicado ao Pe. Cornélio Dall’Alba)
Da janela do meu quarto, contemplo um pinheiro.
É ainda jovem.
Um ofertório que não cessa de subir ao céu.
O frio o faz tremer.
Temporais, granizos o castigam.
Sonha com as estrelas.
Fala com a lua e o silêncio.
Joga ciranda com as nuvens.
Toma seu banho de sol.
E carrega nos ombros
A canção dos passarinhos.
Está escrito em suas asas
O sonho das alturas.
Em sua alma, o sonho das estrelas.
E o pinheiro sobe.
E tu, por que não sobes?
E o pinheiro sobe.
Bate a chuva em seus braços.
Açoita-lhe o corpo, o vento.
Pe. Harry Yung
Josefino de Murialdo. Autor de vários
livros de Poesias. A presente é da obra
“Vozes do Silêncio”, lançado em 2011.
31
NOTÍCIAS
CAPÍTULO GERAL:
Novas diretrizes e novos dirigentes
De 04 a 20 de junho de 2012, acontecerá, em Buenos
Aires na Argentina, o XXII Capítulo Geral da Congregação
dos Josefinos de Murialdo. Pela segunda vez fora da Itália,
em 2006 aconteceu no Brasil. A Província Brasileira será
representada pelo provincial, Pe. Raimundo Pauletti e os
delegados, Pe. Antônio Lauri de Oliveira de Souza, Pe. Juarez
Murialdo Dalan e Pe. Ernesto Camerini.
Trata-se do evento maior, uma vez que, além de avaliar
os caminhos percorridos nos últimos seis anos (2006-2012),
serão traçadas as novas diretrizes para o próximo sexênio.
Também será eleito o Superior Geral e seu Conselho que irão
animar e coordenar a missão da congregação fundada por
São Leonardo Murialdo, hoje presente em 16 países, atuando
em centenas de comunidades e obras.
O atual Superior Geral da Congregação, Pe. Mário Aldegani,
sintetiza o grande momento da congregação:
“Com os jovens e para os jovens pobres renovemos nossa
consagração de Josefinos para ter vida em Cristo” foi o tema
escolhido para nortear os trabalhos de preparação e realização
do Capítulo Geral. O tema incide sobre o carisma fundacional
(os jovens e os jovens pobres) como o princípio unificador da
vida e da consagração do Josefino e que retrata claramente
o “fim” da ação educativa, o “ne perdantur” de Murialdo (“para
ter vida em Cristo”), que é a maneira de estar na linha de
frente da nova evangelização.
“Filho, teu pai e eu, angustiados, te procurávamos" (Lc 2,
48), foi o ícone bíblico
escolhido para inspirar
e guiar o aprofundamento, a articulação
e a reflexão dos trabalhos,
referindo-se a um particular
momento na vida de São José
que, além de patrono, é modelo
de como ser educado e de se consagrar a
vida no cumprimento da vontade de Deus.
O logotipo do XXIICG, além das indicações da data, local
e evento, apresenta uma mão grande sobre a qual repousa
uma mão pequena (a mão dos jovens/pobres): o gesto
representa seja o estar juntos (“com”) seja o servir (“para”),
logo, tanto a presença, quanto os cuidados e a educação.
As duas mãos cruzadas e enlaçadas pela cruz de Cristo,
significam que Ele é o Único capaz de dar a esta união de
mãos e vidas, o sentido da consagração e da verdadeira vida.
O círculo no fundo representa a Congregação dos Josefinos
no mundo, que se sente unida a tantos irmãos e irmãs que
compartilham do carisma na Família de Murialdo. O gradiente
em tons de azul e branco é uma referência à Argentina, o
país anfitrião do Capítulo 2012.
O desafio é manter fidelidade à missão, respondendo aos
desafios do mundo e da Igreja, buscando equilíbrio dinâmico
entre a espiritualidade e o apostolado.
ANALAM realiza Congresso Nacional
Foto: Pe. Adelar Francisco Dias
De 29 a 31 de julho de 2011, na Casa de Encontro dos
Freis Capuchinhos, Bairro Santo Antônio, em Porto Alegre –
RS, aconteceu o Congresso-Assembleia da Associação Nacional
dos Leigos Amigos de Murialdo – ANALAM. “Numa sociedade
individualista a espiritualidade é o caminho” foi o tema, a partir
do subsídio 11, elaborado pelo Conselho Formativo. Os
presentes mostraram-se sedentos por discutir e pensar a
respeito do assunto, enquanto membros da Família de Murialdo.
O Congresso teve como objetivo “analisar a espiritualidade
e a inserção do Leigo Amigo de Murialdo na sociedade, para
superar o individualismo egoísta, a fim de propor um novo
enfoque de realização humana”.
Votadas pela Assembleia, o Setor Financeiro/Coresponsabilidade, Comunicação e Formação e Promessa foram
as três prioridades eleitas para a ANALAM, gestão 2011-2013,
sendo que Leonel Wasem dos Reis foi reeleito como presidente.
Rio de Janeiro foi escolhido como local para o próximo
Congresso-Assembleia, que acontece em 2013, com o tema
“FELICIDADE: muito além do horizonte”.
32
NOTÍCIAS
Josefinos terão dois novos Sacerdotes
Dois diáconos Josefinos serão ordenados sacerdotes: dia 21 de janeiro,
na Paróquia Mulaló, em Latacunga, Equador. Dom Celmo Lazzari ordenará
presbítero o diácono Edison Fustillos.
No dia 24 de março, José Bispo de Souza, pela imposição das mãos
de dom José Valmor César Teixeira, será ordenado sacerdote, em Bom
Jesus da Lapa, BA. Ambos concluíram o Curso de Teologia, no PUC/PR,
Campus de Londrina.
Votos Perpétuos
No dia 07 de janeiro de 2011, os seis noviços
farão o ingresso oficial na Congregação, emitindo
os primeiro votos; quatro deles farão o curso de
Filosofia na UCB, em Brasília.
Foto: Marcelino Pauletti / Volga
Além da renovação de votos de vários jovens
religiosos, três deles emitirão votos perpétuos na
Congregação. Trata-se de Antônio Oliveira Dju,
Cristian Paredes e Deivison Pereira Ribeiro.
Primeiros Votos
Foto: Marcelino Pauletti / Volga
Noviciado
Na 2ª quinzena de janeiro cinco
postulantes (quatro brasileiros e um
argentino) iniciarão o noviciado em Fazenda
Souza, Caxias do Sul, com a duração de
um ano. O Pe. Antônio Lauri de Oliveira
Souza será o novo mestre de noviços. Por
sua vez, um bom número de vocacionados
ingressará no postulado em Londrina, PR.
“Um dia uma criança chegou diante de um pensador e perguntou-lhe: ‘Que tamanho
tem o universo?’ Acariciando a cabeça da criança, ele olhou para o infinito e respondeu:
‘O universo tem o tamanho do seu mundo’. Perturbada, ela novamente indagou: ‘Que
tamanho tem o meu mundo?’ O pensador respondeu: ‘Tem o tamanho dos seus sonhos’.”
Augusto Cury
33
NOTÍCIAS
Fotos: Pe. Raimundo Pauletti
BELÉM - PA
O pároco, Pe. Irineu Roman com líderes da Paróquia Santa Edwiges. Lá, os jovens recebem grande apoio
dos Josefinos e lideranças da paróquia. Na foto, à direita, catequizandos com o provincial, Pe. Raimundo Pauletti,
por ocasião de visita à comunidade.
Foto: Marcelino Pauletti / Volga
Foto: Pe. Raimundo Pauletti
FORTALEZA - CE
Sob coordenação do Pe. Roberto Mossi, o Centro Social Murialdo acolhe centenas de crianças, adolescentes
e jovens da periferia.
Foto: Divulgação A&C
SÃO LUÍS - MA
“A vida não é a que a
gente viveu, e sim a que
a gente recorda,
e como recorda
para contá-la.”
Gabriel García Márquez
Fr. Leonardo Lopes com jovens na paróquia
Nossa Senhora de Fátima, periferia maranhense.
34
NOTÍCIAS
Pe. Ernesto conclui MBA na FGV
No dia 12 de novembro de 2011, Pe. Ernesto Camerini concluiu
o Curso de MBA em Gestão Financeira, Controladoria e Auditoria,
com certificado de Pós-graduação Lato Sensu, concedido pelo Centro
de Ensino Empresarial de Caxias do Sul e promovido pela Fundação
Getúlio Vargas (FGV).
Parabéns pela conquista!
Pe. Marcionei Miguel da Silva participará, em Maringá (PR), do 10º Encontro
Nacional da Pastoral da Juventude (ENPJ).
O evento acontece de 8 a 14 de janeiro. As
atividades, além de celebrações, incluem
palestras e tarefas em grupo. O Encontro
Nacional é um momento em que a Pastoral
da Juventude (PJ) se reúne em uma diocese
para refletir, partilhar e celebrar a vida e a
caminhada dos grupos de jovens. O encontro é realizado a cada três anos e pela
primeira vez acontece em uma cidade da
região sul do Brasil.
CF 2012
Prioridade à Saúde
Com o tema “Fraternidade e Saúde Pública” e o lema “Que
a saúde se difunda sobre a terra!” (Eclo, 38, 8), a Campanha
da Fraternidade de 2012 visa chamar a atenção para uma
questão que afeta diretamente a vida de todos os habitantes.
O objetivo principal é promover uma ampla discussão sobre
a realidade da saúde no Brasil e das políticas públicas da
área, para contribuir na qualificação, no fortalecimento e na
consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS), em vista da
melhoria da qualidade dos serviços, do acesso e da vida da
população.
Assumida em 1964 pela Conferência Nacional dos Bispos
do Brasil (CNBB), a Campanha da Fraternidade (CF) busca,
a cada ano, jogar luzes sobre temas importantes para a
sociedade. A ideia nasceu em 1962, a partir de uma iniciativa
de padres da diocese de Natal, no Rio Grande do Norte, que
desejavam depender menos de ajudas internacionais para
seu trabalho social.
35
NOTÍCIAS
82 anos de idade e 61 de religioso josefino,
foi um dos primeiros confrades irmãos da província
Augusto Rossi nasceu na 5ª Légua, Santa Corona, Caxias
do Sul, no dia 01 de dezembro de 1928. Foi o 5º dos seis filhos
de João Baptista Rossi e Maria Madalosso e gêmeo de Francisco.
Com apenas 41 dias de vida ficou órfão de pai e com sete anos
perdeu também a mãe. A partir de então, foi educado pela família
do tio Carlos Rossi, no Travessão Cremona em Ana Rech.
Formação: Depois de conhecer e admirar o trabalho dos
Josefinos começou a ajudar o Ir. Ângelo Argenta, no Colégio
Murialdo de Ana Rech, nas lidas da roça, parreirais e animais. Um
ano após, em 1941, com menos de 12 anos, ingressou no convento
Della Santissima Trinitá, 1ª casa dos Josefinos de Murialdo em
Ana Rech.
Em 1942 foi para o seminário de Fazenda Souza, onde foi
recebido pelo Pe. João Schiavo, mais tarde seu confessor e diretor
espiritual. Um ano depois, por motivos de doença, suspendeu os
estudos, mas continuou sendo o ofice boy do Pe. João e fac-tótum
do seminário. Ainda seminarista, com 17 anos, de 1946 a 1947,
trabalhou como assistente dos alunos internos no recém-fundado
Colégio São José, administrado pelos Josefinos, em Canela, RS.
Em 1949 fez o noviciado em Conceição da Linha Feijó, Caxias do
Sul. No dia 22 de fevereiro do ano seguinte emitiu os primeiros
votos e os votos perpétuos emitiu no Seminário de Fazenda Souza,
no dia 15 de janeiro de 1956.
Apostolado: 1950 a 1956 - Abrigo de Menores São José,
hoje Centro Técnico Social, Caxias do Sul: Lá trabalhou na
limpeza e manutenção geral; ajudou na implantação da gráfica e
aprendeu e ensinou o ofício das artes gráficas. Nos anos de 1955
e 1956 a instituição viveu momentos muito difíceis, precisando
pedir ajuda nas casas e empresas para a manutenção dos meninos
pobres internos. 1957 a 1969 - Obra Social de Porto Alegre: Em
1º de março de 1957 foi transferido para a Obra Social de São
José de Murialdo de Porto Alegre, RS. Na capital gaúcha, uma
das suas primeiras atividades foi colaborar na abertura de uma
nova gráfica da congregação, onde, segundo ele, ensinava o ofício
da encadernação aos meninos pobres da obra; entre estes estava
o atual jornalista Caco Barcelos, com o qual sempre manteve
estreita amizade. Durante os 12 anos naquela obra, completou os
estudos do Ensino Médio, fez os cursos de Enfermagem, Técnico
em Contabilidade e se aperfeiçoou em Artes Gráficas.
Em 1963 participou, em Roma, da beatificação de São
Leonardo Murialdo e, em 1998, voltou para Itália para um período
de formação permanente.
1969 a 2004 - Araranguá, SC: Durante quase 36 anos
trabalhou no Colégio Nossa Senhora Mãe dos Homens de
Araranguá. Lá, por 27 anos foi tesoureiro e incansável batalhador
na busca de recursos nos órgãos públicos para que o colégio
pudesse oferecer bolsas de estudos aos alunos pobres. Também
exerceu a função de arquivista; nos finais de semana exercia a
função de Ministro da Palavra e da Eucaristia. Segundo ele, o
longo período vivido em Araranguá foi o mais significativo em sua
vida. No dia 25 de novembro de 2004, em reconhecimento pelos
seus esforços na instalação do Campus da Universidade do Sul
Catarinense (UNISUL), recebeu o título de “cidadão benemérito”
de Araranguá.
Em 1970, durante um mês, junto com outros dois Josefinos,
participou como enfermeiro no projeto missionário chamado
“Diáspora”, em diversas localidades de São Geraldo do Araguaia
e agrovilas da Transamazônica.
2005 a 2011 - Casa provincial: Desde março de 2005 Ir.
Augusto estava na Casa Provincial, em Caxias do Sul, onde era
36
arquivista e bibliotecário.
Em 2006, ele e o colega,
Ir. Valdomiro Tadiello,
reuniram os confrades,
familiares e amigos para
celebrar as Bodas de
Ouro de Profissão
Perpétua.
Doença: Nos
últimos seis anos lutou
contra um câncer da
próstata. Os tratamentos, sobretudo da radioterapia, deixaram-no
muito vulnerável. Além das suas atividades normais dedicou-se
à coleta de informações para escrever a história da família
Madalosso (materna). Anualmente participava e estimulava os
encontros dos descendentes da referida família. Jamais deixou
de visitar e consolar confrades e amigos enfermos; quando não
podia se fazer presente, mandava recados ou telefonava. Devese registrar que o Ir. Augusto, não obstante à idade, estava
ingressando nas redes sociais.
Sua vontade de viver superou as limitações físicas e as
previsões da medicina. Seguia à risca as orientações médicas.
Não poucas vezes, diante dos poucos resultados dos tratamentos
prescritos, questionava a eficácia da medicação e exigia alternativas.
Nos últimos dois anos, quase que diariamente, tinha compromisso
marcado, ora com os médicos, ora com os laboratórios e farmácias.
A internação hospitalar começou a ser frequente. Enquanto pôde
deslocava-se sozinho, depois, quando as forças começaram a
faltar, não se constrangia em exigir pontualidade dos confrades
que o conduziam às consultas, exames e outros.
Para Ir. Augusto, 2011 foi marcante. A precariedade de suas
funções fisiológicas exigia uma verdadeira liturgia matinal para
poder se deslocar, e outra noturna para o repouso. Para surpresa
dos profissionais da saúde inventou uma engenharia própria para
suprir as necessidades e sem exigir a presença de auxiliares.
Porém, a partir do mês de abril, precisou da presença e ajuda
durante a noite. Em julho passou a contar com cuidadores
diuturnamente.
Hospitalizado desde 31 de agosto, no Hospital Saúde de
Caxias do Sul, continuou sendo assistido por confrades, cuidadoras
e equipe médica até o dia 24 de setembro, às 23h55min, quando
veio a falecer, serenamente, com 82 anos. Seu corpo foi velado
na Igreja Matriz de Ana Rech e o sepultamento aconteceu no
Jazigo da Congregação dos Josefinos de Murialdo, no Cemitério
de Ana Rech, Caxias do Sul, RS.
Ir. Augusto Rossi, amigo, irmão e pai dos pobres, soube fazer
e cultivar boas amizades; incentivava
os vocacionados à vida religiosa e
sacerdotal; nutria grande amor pela
vida e pelas atividades que exercia.
Desafiava as doenças porque gostava
de viver; grande devoto de Nossa
Senhora, não descuidava das orações
diárias.
Deus o recompense por tudo o
que fez para a Congregação, para a
Igreja, e o acolha no seu coração e
braços misericordiosos.
DICAS
Dica de Filme
O LIVRO DE ELI - o filme
mostra um mundo sem leis, onde
pessoas devem matar ou ser
mortas. Eli (Denzel Washington)
é um homem pacífico, mas,
depois da guerra, é guiado para
um livro escondido e lhe é dada
uma missão especial.
Em seu poder está a
última cópia de um livro que
carrega a única esperança para o futuro.
A partir dessa
nova aventura, Eli se
torna um guerreiro com
habilidades incríveis e passa
a guardar o livro como a sua
própria vida. Apenas Carnegie,
um senhor da guerra que se
auto-proclamou chefe de uma
cidade de ladrões e pistoleiros,
entende o poder que Eli possui, e, por isso, pretende se apossar dele.
Eli tem a missão de cumprir o seu destino e trazer ajuda a uma
humanidade desolada, e nada conseguirá detê-lo.
Dica de Livro
CAMINHOS DE MUDANÇA (Eugenio Mussak, Editora Integrare, 2008)
Seja no campo pessoal ou no profissional as mudanças fazem
parte do percurso. É necessário aprender, inovar e modificar atitudes
para encontrar o equilíbrio que leva à felicidade.
Neste livro, dividido em quatro partes, Eugenio Mussak - um dos
principais pensadores da atualidade nas questões relativas ao
comportamento humano nos oferece reflexões e considerações que nos
permitem percorrer a ponte entre as crenças, atitudes e sentimentos. Os
insights do autor proporcionarão a você fôlego e coragem para trilhar os
caminhos das transformações, necessários para seu aperfeiçoamento,
seja no âmbito corporativo ou em sociedade.
37
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Fonte: www.curiosidades10.com
38
Um carregador de água na Índia
tinha dois grandes vasos que
colocava nos extremos de uma vara
que ele levava acima dos ombros.
Um dos vasos tinha uma rachadura,
enquanto que o outro era perfeito e
entregava a água completa ao final
do largo caminho a pé desde o riacho
até a casa de seu patrão.
Quando chegava, o vaso rachado
só continha a metade da água. Por
dois anos completos isto foi assim
diariamente. Desde logo o vaso
perfeito estava muito orgulhoso de
seus resultados, perfeito para os fins
para o qual fora criado.
Um vaso
carregador
de água na Índia tinha dois grandes
Porém, o pobre
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estava muito envergonhado
de sua nos extremos de uma vara que ele
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levava acima
dos ombros. Um dos vasos tinha uma
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ao final do largo caminho a pé desde o
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anos
falou de
ao seu patrão.
riacho
a casa
aguador dizendo-lhe: "Estou
Quando
chegava,e o vaso rachado só continha a metade
envergonhado de
mim mesmo
da água.
Por dois anos
quero me desculpar
contigo"...
Por completos isto foi assim diariamente.
Desde logo
vaso perfeito estava muito orgulhoso de seus
quê? Lhe perguntou
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resultados, perfeito para os fins para o qual fora criado.
Porque devido às minhas
Porém,
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metade de minha
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minhas rachaduras,
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supunha
fazer.ODepois de dois anos falou ao aguador
aguador ficou muito
enternecido
pelo
dizendo-lhe:
"Estou
envergonhado de mim mesmo e quero
vaso e com grande
compaixão
lhe
me desculpar contigo"... por quê? Lhe perguntou o aguador.
disse: "quando regressarmos a casa
Porque
do patrão quero
que devido
notes aasminhas rachaduras, só podes entregar
a metade
de minha
belíssimas flores
que crescem
aocarga. Devido a minhas rachaduras,
só obténs a metade do valor do que deverias. O aguador
largo do caminho.
ficou muito enternecido pelo vaso e com grande compaixão
Assim o fez
com "quando
efeito, viu
lhee,disse:
regressarmos a casa do patrão quero
muitíssimas flores
belas
ao
longo
de
que notes as belíssimas flores que crescem ao largo do
todo o caminho, porém de todo modo
caminho.
se sentiu muito triste porque ao final
só levava a metade
de sua
carga.
O efeito, viu muitíssimas flores belas
Assim
o fez
e, com
aguador lhe disse:
Te deste
conta
ao longo
de todo
o de
caminho, porém de todo modo se sentiu
que flores só crescem
no lado
do teuao final só levava a metade de sua
muito triste
porque
caminho? Sempre
tenho
sabido
carga. O aguador de
lhe disse: Te deste conta de que flores
tuas rachaduras
e
quis
obter
só crescem no lado do teu caminho? Sempre tenho sabido
vantagem delas,
semeei
sementese quis obter vantagem delas, semeei
de tuas
rachaduras
de flores ao longo
de
todo
o
sementes decaminho
flores ao longo de todo o caminho por onde
por onde tu vais
e
todos
os
tu tu as têm regado. Por dois anos eu
tu vais e todosdias
os dias
as tem regado.
Porpodido
dois anos
eu estas flores para decorar o altar de
tenho
recolher
tenho podido meu
recolher
estas
mestre.
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não fosse exatamente como és, Ele não
para decorar o altar de meu mestre.
teria tido essa beleza sobre a sua mesa.
Se não fosse exatamente como és,
Ele não teria tido Cada
essa beleza
um desobre
nós tem suas próprias rachaduras. Todos
a sua mesa. somos vasos rachados...
Cada um de nós tem suas
próprias rachaduras. Todos somos
vasos rachados...
Autor desconhecido
Autor desconhecido
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Padres e Irmãos a serviço das crianças, adolescentes e jovens
em obras sociais, colégios, paróquias e missões.
Serviço de Animação Vocacional
Rua Dante Marcucci, 5335 - Cx. P. 584 - Fazenda Souza - Caxias do Sul (RS)
CEP: 95001.970 - Fone (54) 3267.1146 - www.josefinosdemurialdo.com.br

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