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8 de março Dia Internacional de Luta das Mulheres Pelos Seus Direitos Publicação especial do SISMMAR - Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Araucária - Março de 2015 História do Dia Internacional das Mulheres “A realização da revolução das mulheres é um dos meios mais eficazes para a revolução de toda sociedade” Comitê Nacional da Mulher do Partido Socialista - EUA, 1909 Na data de 8 de março comemora-se o Dia Internacional das Mulheres. A tradicional referência a esta data se dá em homenagem a uma suposta greve das trabalhadoras em 1857, numa fábrica têxtil, em Nova Iorque. O relato conta que 129 operárias foram queimadas vivas pelos patrões. A primeira menção este acontecimento aparece num boletim publicado em Berlim pela Federação Internacional Democrática das Mulheres. O boletim fala da tragédia ocorrida durante a greve e de que Clara Zektin, dirigente do Partido Social Democrata Alemão propôs o dia 8 de março como o Dia Internacional da Mulher, durante a 2ª Conferência da Mulher Socialista, realizada em 26 de agosto de 1910, em Copenhague. Reneé Cote, pesquisadora canadense, contesta a origem da data, afirmando que se trata de uma confusão entre datas marcantes da luta das mulheres, nos EUA entre 1909 e 1911, e a greve na Rússia, em 1917. Em 22 de novembro de 1909, deflagrava-se uma greve longa de costureiras que perdura cerca de 4 meses, em Nova Iorque. Em 1911 é registrado no dia 25 de março um incêndio causado pelas péssimas condições de trabalho nas fábricas têxteis e morrem 146 pessoas, na maioria mulheres. As portas estavam fechadas para impedir a dispersão na hora do almoço. Em 1917, na Rússia, em meio à Guerra Mundial e à opressão czarista, as mulheres socialistas realizaram seu Dia da Mulher, no dia 23 de fevereiro, pelo calendário russo, o que corresponde, no calendário ocidental, aos 8 de março. Foi nesse dia que explodiu uma greve de tecelãs e costureiras de Petrogado. Apesar da confusão entre a greve de 1910, nos EUA, a de 1917, na Rússia e o incêndio de 1911, em Nova Iorque, mesmo assim a data se consolidou e ficou marcada e reafirmada pelos congressos e conferências das mulheres socialistas. Mais tarde, em 1975, a ONU, e em 1977, a UNESCO reconhecem oficialmente a data. O mito passa a ser fixado, firmado e repetido. Outro símbolo é o uso da cor lilás, que também surge de um pano tecido durante a greve, mas que nunca existiu. A cor lilás se dá a partir da retomada do feminismo nos anos 60 e da necessidade de dissociar do vermelho, cor da bandeira comunista, devido ao pouco apoio dado às mulheres e da necessidade de auto-organização do movimento. Neste sentido foi adotada a cor síntese entre o azul e o rosa, o roxo. A bandeira vermelha das mulheres socialistas ficou esquecida. Clara Zektin em 1890, iniciara o debate acerca da necessidade de organização e luta das mulheres nos partidos e sindicatos. Outro movimento importante se deu a partir do movimento sufragista. Sobretudo nos EUA e Inglaterra, em que as mulheres reivindicavam o direito de participar das eleições pelo voto direto. No Brasil, o 8 de março é comemorado pela primeira vez em 1945. As manifestações de mulheres são proibidas e retomadas em 1950, pela Federação das Mulheres do Brasil. Fonte: Gianotti, Vito. O Dia 8 de Março Nasceu das Mulheres Socialistas – Núcleo Piratininga de Comunicação. O 8 de março ficou marcado e reafirmado pelos congressos e conferências das mulheres socialistas 8 de março - Dia Internacional de Luta das Mulheres Pelos Seus Direitos Participação social e política das mulheres nos espaços de poder Atualmente a participação das mulheres pode se dar de várias formas: nas organizações de mulheres da sociedade civil, em sindicatos, partidos políticos, bem como na ocupação de cargos e de mandatos eletivos. No entanto, a depender do espaço de poder que se ocupa, esta participação pode acontecer de forma mais ampla ou mais restrita. A luta pelo direito ao voto representou um marco na participação das mulheres na política. Desde as antigas civilizações da Grécia e de Roma às democracias surgidas na Europa após a Revolução Francesa (1789), o voto feminino nunca fora permitido. No século XIX, o movimento sufragista tem início com origem na urbanização e industrialização. Quando as mulheres mudam do campo para as cidades, para trabalhar nas fábricas, passam a se conscientizar mais de seus direitos. Apesar do movimento ter sido mais forte na Inglaterra e nos Estados Unidos, o primeiro país a aprovar o voto feminino foi a Nova Zelândia, em 1883. No Brasil, apenas em 1932 o voto fe- minino foi permitido, após 43 anos de instituição do regime republicano. Nos partidos políticos, as mulheres lutam pela representação com a instituição das contas de 30%. Apesar de uma mulher ocupar o mais alto posto do Poder Executivo, Dilma Roussef tem nos 39 ministérios apenas 6 mulheres ministras. A política de cotas ainda precisa ser aperfeiçoada, pois muitas vezes, as mulheres acabam por se candidatar apenas para cumprir a obrigatoriedade, pois as figuras públicas ou quadros partidários são na maioria homens. Nos sindicatos também não há muita diferença. Como a cultura do espaço privado destinado às mulheres e os espaços público destinados aos homens, as mulheres acabam por ter pouca participação. No Sismmar, apesar de representar uma categoria eminentemente feminina, apenas três mulheres ocuparam a presidência da entidade em quatro gestões, com maior representação nos últimos anos. Mulheres no comando no Sismmar Ana Lúcia Ribeiro dos Santos Sou professora há 30 anos e pedagoga em Araucária desde 1994, ano em que me filiei ao SISMMAR. Por convite da pedagoga Angela Satler iniciei minha participação na diretoria do sindicato, tendo o desafio de ser a primeira presidente mulher num novo milênio (20002002). Considero que foram múltiplas as aprendizagens, na convivência e relação com pessoas, buscando exercitar a nada simples construção de consensos a favor da escola pública e de seus profissionais. Giovana Piletti Ocupei a direção geral do Sismmar por dois mandatos, o que me causa orgulho pessoal e profissional. Aprendi muito e me tornei uma mulher mais forte. Apesar de ter enfrentado alguma desconfiança por ser, além de mulher, professora dos anos iniciais, não me intimidei. Segui com o apoio dos demais membros da direção e acredito ter conquistado meu espaço. Coragem nunca me faltou. Sei que muitas companheiras se intimidam, pela opressão que uma sociedade machista exerce sobre as mulheres, mas só a luta muda a vida. Eloísa Helena Grilo Sabemos que eleger e reeleger uma mulher para a Presidência da República foi um avanço histórico. Mas, num país onde somos a maioria da população, a nossa participação política ainda é pequena. Na organização sindical de Araucária temos o reflexo dessa situação: numa categoria predominantemente feminina, poucas companheiras ocuparam a presidência do Sismmar. Por isto, contribuir com a história de lutas do Magistério me dá muito orgulho, pois somos um conjunto de mulheres e homens que lutam pela igualdade de direitos. EXPEDIENTE - 8 de março - Dia Internacional de Luta das Mulheres - Março de 2015. Publicação Especial do Sismmar - Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Araucária. Av. Beira Rio, 31, Araucária. Pesquisa e redação: Giovana Piletti. Edição e editoração: Luiz Herrmann (DRT-2331). Tiragem de 1500 exemplares. Gráfica World Laser 8 de março - Dia Internacional de Luta das Mulheres Pelos Seus Direitos Mulheres em luta Revolucionárias de Kobani Kobani é uma cidade síria, na fronteira com a Turquia, que há mais de dois anos resiste à invasão do Estado Islâmico (ISIS). As mulheres de Kobani pegaram em armas para defender o seu povo. Os curdos são a maior etnia sem país do mundo e vivem na Síria, Iraque, Turquia e Irã. As mulheres curdas são essenciais na defesa de Kobani contra o Estado Islâmico. Lutam para não serem submetidas às leis da sharia, ou aprisionadas e escravizadas. Protagonista em uma região marcada pela opressão às mulheres, as heroínas curdas têm escrito um novo capítulo na história do Oriente Médio, pois os jihadistas acreditam que caem em desgraça e vão para o inferno se forem mortos por uma mulher. Guerreiras de Daomé Também eram conhecidas como as guerreiras Mino. Foram soldados valentes e disciplinadas. A voracidade em sua forma de lutar as colocava a frente no campo de batalha contra os colonos brancos europeus. Este exército de mulheres foi criado no início do século XVII e por quase 200 anos dominou e prevaleceu invicto. As Amazonas do Daomé são um dos poucos exércitos de mulheres documentado da história moderna. Mercedes Soza Foi uma árdua defensora do Panamericanismo e da integração dos povos da América Latina. Argentina de descendência ameríndia e uma das maiores expoentes da Nueva Canción Latinoamericana, fez de seu canto a voz dos povos oprimidos, uma resistência às ditaduras que dominaram a América do Sul no século XX. Sojouner Truth Nascida Isabella Baumfree (17971883), na condição de escrava. Foi empregada doméstica e palestrante estadunidense. Tornou-se oradora famosa na defesa do abolicionismo e dos direitos das mulheres, sendo especialmente lembrada pelo célebre discurso “Ain’t I a Woman?”. Patrícia Rehder Galvão foi escritora, poeta, diretora de teatro, tradutora, desenhista e jornalista. Teve grande destaque no movimento modernista, embora não tenha participado da Semana de Arte Moderna de 1922. Militante comunista, foi a primeira mulher presa no Brasil por motivações políticas. Rompeu os padrões esperados para uma mulher, pois cometia “extravagâncias” como fumar na rua, usar blusas transparentes, manter os cabelos bem cortados e eriçados e dizer palavrões. Seu comportamento não era compatível com a origem familiar tradicional. Frida Khalo Angela Davis É uma professora e filósofa socialista que alcançou notoriedade na década de 1970 como integrante do Partido Comunista dos EUA, dos Panteras Negras, por sua militância pelos direitos das mulheres, contra a discriminação social e racial e por ser personagem de um dos mais polêmicos julgamentos criminais. Nasceu no Alabama, um dos estados mais racistas dos EUA e desde cedo conviveu com humilhações. Leitora voraz, aos 14 anos participou de um intercâmbio colegial, que a levou a estudar em Nova Iorque, onde conheceu o comunismo e o socialismo teóricos. Pagu Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderon (1907-1954) teve uma vida cheia de percalços. Aos seis anos contraiu poliomielite, a primeira de uma série de doenças, acidentes, lesões e operações que sofreu ao longo da vida. Militante comunista e agitadora cultural, Frida procurou na sua arte afirmar a identidade nacional mexicana, por isso adotava com muita frequência temas do folclore e da arte popular. Clara Zektin Clara Josephine Zetkin (1857-1933) é uma figura histórica do feminismo. Entre 1891-1917 editou o jornal de mulheres do Partido Social Democrata Alemão “Die Gleichheit” (Igualdade). Na Conferência Internacional de Mulheres Socialistas, em 1910, lançou a ideia de criar o Dia Internacional da Mulher. Foi deputada alemã durante a República de Weimar (19201933). Em 1932, como presidente do Reichstag por antiguidade, convocou todos a lutar contra o nacional-socialismo. No ano seguinte Hitler chegou ao poder e ela se exilou em Moscou, onde morreu. 8 de março - Dia Internacional de Luta das Mulheres Pelos Seus Direitos Gênero na escola O machismo por trás do bullying Não é de hoje que a educação é vista como poderosa arma para conquistar a igualdade de direitos entre mulheres e homens na sociedade. A educação deve dar a meninas e meninos a possibilidade de se desenvolverem da forma que desejarem. Mesmo com todo o avanço no protagonismo feminino, a igualdade de gêneros, na escola e na sociedade, não é algo resolvido e conquistado plenamente. Transformações profundas precisam acontecer para que a escola seja mais um lugar onde meninas e meninos possam desenvolver ao máximo seus potenciais. Quando a criança chega na escola, a família e os programas de televisão já ensinaram a ela que o enxoval de bebê menino é azul e de bebê menina é rosa. Já foram ensinados quais são os “brinquedos de menino” e quais são os “brinquedos de menina”. Meninas e meninos devem receber incentivo para compartilhar as São esses mesmas experiências e desenvolver todos os seus potenciais valores que impedem que as pessoas possam viver de sejam tratados/as igualmente e encorajamodo mais livre, sem preconceitos e, pordos/as a explorarem completamente seu tanto, com um pouco mais de paz e felipotencial, respeitando a liberdade de pencidade. Embora não seja possível eliminar samento, de consciência, de religião e de totalmente esses elementos negativos na crença. escola, é possível lutar para que ela não Nesta proposta, as tarefas e brincacontribua para aumentar a discriminação deiras promoveriam imagens de homens e os preconceitos contra as mulheres, e e mulheres diferentes daquelas que tancontra outros grupos, como os negros e to vemos nas novelas e nas revistas, por homossexuais. Que fazer então para que exemplo. O resultado efetivo disso poa escola não seja fermento para o bolo da deria ser a eliminação da discriminação desigualdade? contra as mulheres e de desigualdades O Relatório da 4ª Conferência Munentre as mulheres e os homens. Profesdial sobre a Mulher (China, 1995) indica soras/es são muito importantes para um caminho interessante. O documento criar essa educação e essa sociedade em aponta como necessária uma escola onde que mulheres e homens têm os mesmos homens e mulheres, meninos e meninas direitos. Dicas para promover a igualdade e superar o preconceito 1. Evitar fazer divisões por sexo nas atividades. 2. No pátio da escola e na Educação Física, estimular as meninas para que tenham atividades movimentadas como os meninos. 3. Estimular nas meninas valores como coragem, curiosidade e inteligência. Nos meninos, afetividade, respeito e organização. 4. Evitar criticar e dar bronca nos meninos dizendo “você parece uma menina”. Com as meninas evitar frases como “você é bagunceira como um menino”. Esse tipo de humilhação reforça características negativas sobre os sexos. 5. Estimular na sala e no pátio o trabalho e brincadeiras de meninas e meninos em conjunto. 6. Encorajar meninas e meninos igualmente a serem líderes em grupos de tarefas e brincadeiras e a falarem em público. 7. Discutir e eliminar piadas racistas e com preconceitos contra mulheres e homossexuais. 8. Intervir em situações em que estudantes sejam preconceituosos. 9. Fazer as mesmas perguntas e usar o mesmo tom de voz para se dirigir tanto aos meninos quanto às meninas. 10.Desencorajar a competição entre meninos e meninas e estimular a cooperação. 11.Fazer rodízio de atividades, para que os meninos também sirvam o lanche e as meninas também carreguem livros e caixas. 12.Pesquisar e destacar mulheres importantes na História. 13.Incentivar igualmente meninas e meninos para as práticas esportivas e para atividades de ciências, matemática, arte e música, por exemplo. 14.Incentivar, igualmente, meninos e meninas brincar de boneca, cozinhar, fazer marcenaria, costura e trabalhos manuais. 15.Estimular meninas e meninos a conhecer e a gostar do próprio corpo. 16.Orientar e esclarecer, sem ameaças e terrorismo, sobre gravidez indesejada e doenças sexualmente transmissíveis. 17.Ensinar o respeito às diferentes orientações sexuais. 18.Encorajar meninos e meninas a expressarem afeto com colegas do mesmo sexo e do sexo oposto, sem fazer piadas maliciosas. Manifestações de carinho entre crianças (e entre adultos) do mesmo sexo e do sexo oposto não são erros e, portanto, não precisam ser reprimidos. 19.Propiciar o conhecimento da existência de outras formas de amor entre pessoas de sexos opostos e do mesmo sexo. Saber que homossexualismo existe e deve ser respeitado não fará com que a criança escolha ser homossexual quando for adulta. 20.Explorar e construir a ideia e o sentimento de que as pessoas são diferentes e a diferença deve ser cultivada e respeitada.