Come now my child if we were planning to harm you would we be

Transcrição

Come now my child if we were planning to harm you would we be
Editorial
É com muita satisfação que apresentamos a primeira edição
da Revista Terror Interessante. Acreditamos que nossa publicação venha
ser um entretenimento diferente e que buscará mostrar sempre o lado
interessante de diversos assuntos que aterrrorizam muitas pessoas.
A nosssa proposta é levar até você histórias de terror com
muita qualidade....
Editores: Frederico Stefani | Guilherme Reis | Rosemberg Braga | Renato Audrey | Eduardo Carceroni
Reportagem:
Produção: Frederico Stefani
Colaboração: Eduardo Carceroni
Design/Diagramação: Guilherme | Fred..
Projeto Gráfico: Frederico Steffane
Fotografia:
Papel capa: Couche 230g laminação brilhante
Papel miolo: Couche 80g
Fontes: Futura, ITC Garamond
Impressão: Aster Graf ltda
Tiragem: 01 exemplar
Terror Magazine |3
Joshua Hoffine
Terror Magazine |5
O mestre da “horror photograph”
A Terror Magazine fez uma entrevista exclusiva com
o mestre da horror photograph. Conheça um pouco dos seus
métodos de trabalho e sua equipe de produção.
Seu trabalho
ainda não é
muito conhecido no Brasil.
Você pode falar
um pouco sobre sua carreira,
sobre como
ela começou,
quando surgiu
o interesse pela
fotografia, se
investe somente
em trabalho
autoral ou também faz algum
outro tipo de
fotografia, seja
jornalística ou
publicitária, e
sobre quais são
suas influências?
Comecei a fotografar logo depois de me
graduar na faculdade. Meu principal interesse sempre foi fotografia de arte, mas já fiz
vários outros tipos de trabalho.Trabalhei
para o Hallmark Cards, que fica aqui na
minha cidade natal, Kansas City. Depois
disso, comecei um negócio de fotografia
para documentos e casamentos. Fotografei
mais de duzentos casamentos durante os
quatro anos em que mantive o negócio.
Atualmente, além do meu trabalho pessoal
com o Horror, também fotografo para bandas e músicos.
Minhas duas maiores influências são Nick
Vedros e Rich Grosko. Nick Vedros é o
fotógrafo “comercial” mais famoso em
Kansas City. Fui estagiário dele antes de ir
pro Hallmark. Aprendi técnicas de iluminação com Nick, que é um gênio no assunto.
Também tive a oportunidade de trabalhar
em várias produções de fotos com Nick,
que foi uma experiência única. Rich Grosko
foi meu mais importante mentor. Ele foi
fotojornalista e me ensinou como ganhar a
vida como fotógrafo. Sempre me incentivou
a seguir minhas idéias, não importa o quão
grotescas elas possam ser. Sem o seu apoio,
nunca seria o fotógrafo que sou hoje. Meu
trabalho se direcionou ao Horror há cinco
anos, logo depois de ler um poema de Kenneth Patchen:
“Come now
my child
if we were planning
to harm you
would we be
lurking here
beside the path
in the very darkest part
of the forest?”*
De onde surgiu sua
fascinação pelo
horror? Fotografar
o horror é mais estético do que, digamos, a felicidade?
Eu queria criar imagens que exalassem
essa aura do poema. E, obviamente, isso
tem muito mais força imagética do que
fotografar algo alegre, pelo menos para
mim.
Como se dá a
escolha do tema,
da montagem,
da história que
você quer reinventar em suas
imagens.
Eu batalhei para criar imagens que tocassem medos universais. Quanto mais comum
o medo, mais eu queria criar uma imagem
dele. Com “After dark, my sweet”, tendo a
mostrar imagens com a gramática visual de
uma criança, que incluem o imaginário de
contos de fada. Eu acredito que os filmes de
Horror são os contos de fadas modernos.
Seu ensaio
trabalha ao
extremo com
o imaginário
infantil. O terror
infantil é mais
poderoso que
o adulto? Só
à menção do
horror infantil,
os adultos ficam,
Minhas fotografias lembram aos adultos
de coisas que eles costumavam temer e
ainda não esqueceram. Ao recuperar essa
memória, você redescobre o medo. Há uma
capacidade metafórica no gênero de Horror
que pode comportar idéias complexas de
uma maneira direta e formatada. O monstro
representa a feiúra do mundo, como a brutalidade e a depravação. A pequena menina
representa nossa inocência perdida. Ver a
depravação atacando a inocência, mesmo
então, mais horrorizados?
Seu trabalho também reflete o imaginário tipicamente
norte-americano,
com o porão, o palhaço, a estética da
dona-de-casa da década de 1950. Seria
correto afirmar que
os norte-americanos
têm certa forma
familiar de Horror
aprisionada o tempo
todo no imaginário
coletivo do país?
em termos metafóricos.
Essa é uma pergunta interessante.
Muito dos elementos em meus sets,
como os padrões dos papéis de parede
e o mobiliário vêm das décadas de
1940 e 1950. Nos Estados Unidos, há
um sentimento de nostalgia por esse
período. Para a nossa cultura, representa um período de relativa inocência.
Enquanto o Horror explora questões
fundamentais e universais sobre a
existência humana, também lida com as
ansiedades e tabus de uma cultura em
tempos específicos. No Horror contemporâneo japonês, por exemplo, há uma
preocupação com fantasmas, algo mais
raro no Horror americano. Isso porque
a cultura japonesa é preocupada com o
espírito de seus ancestrais, e a América,
não. Sem dúvida, o Horror americano se
ocupa das inquietações americanas.
É impossível ver o
seu trabalho e não
pensar em literatura.
Você tem fortes influências literárias?
Uma das maiores funções do Horror é
definir os tabus culturais. A experiência
do Horror reside nessa confrontação
com o que é tabu. O que é ou não bom
gosto nunca é considerado.
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Indo além, para
onde caminha
o trabalho de
Joshua?
Por enquanto, mais Horror. Agora estou
começando a trabalhar a segunda parte de “After dark, my sweet”. Quando terminar, tenho
dois projetos, um chamado “The grand Guignol” e o outro “The culture of fear”. Esses três
projetos foram criados para ser vistos juntos.
“After dark, my sweet” lida com os medos universais das crianças.“The grand Guignol” lidará
com as preocupações adolescentes com sexo
e morte. E “The culture of fear” terá os medos
reais adultos, como terrorismo e holocausto
nuclear, como foco.
No Brasil, a fotografia narrativa,
como as de Sebastião Salgado,
atinge um nível
mítico fora do comum. Como um
trabalho autoral
forte como o seu
pode transgredir
esse status quo,
de que fotografia
narrativa deve ser
necessariamente
de cunho social?
Atualmente, nos Estados Unidos, estamos
vivendo a Era do Terror. Estou interessado em
explorar a natureza de nossos medos e o papel
que eles desempenham em nossa cultura. Meu
trabalho pode ser mais repugnante do que
místico, mas espero que tenha algum mérito
social. Um artista é um contador de histórias;
acho que tudo é um jogo. Morte é um assunto
tão importante quanto vida.
* “Venha minha criança se estamos planejando
feri-la. Estaríamos aqui observando
ao lado do caminho na parte mais escura
da floresta?”
Estas imagens são parte da minha
série baseada em medos da infância. Eu
fiz um pequeno conjunto no meu porão
de um colchão e cobriu-o na sujeira e folhas. A mãe morta / figura da bruxa era tocada pelo meu amigo de Zoe. Perguntei
Zoe para o papel por causa de maçãs do
rosto acentuadas. Camisola vintage veio
de um shopping de antiguidades. Usei
farinha de continuar a branquear os cabelos, e crepitação Halloween make-up
para sua pele. Suas unhas eram feitas de
Lee-prima em pregos, cimento de borracha, e um Sharpie preto. Eu não podia
real lentes de contato especiais FX, então eu já iluminou seus olhos azuis no
Photoshop. As aranhas são as aranhas de
plástico preto que eu encontrei no Hal-
loween Superstore. Meu amigo Felix e
eu passei mais de uma hora a atravessar o
barril de aranha, escolhendo os melhores
e colocando-os em uma pilha separada.
Os trabalhadores adolescentes no Halloween Superstore achou que fôssemos
loucos. O bebê da foto é meu sobrinho
Matt. Ele dormia nos braços de Zoe’s em
toda a foto inteira.
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Humor Negro
Menina fria
Concentrada, Aninha tentava furar o olho de um canário
com uma agulha. De repente, seu irmãozinho mais novo
entra correndo na sala:
- Mana, mana, aconteceu uma tragédia! A vovó estava fazendo tricô na varanda e alguém esbarrou na sua cadeira
de rodas. Ela caiu pela escada e foi parar no meio da rua.
Aí veio um caminhão enorme e passou por cima dela...
não sobrou nada da velhinha!
- Puxa, Pedrinho! Não faz eu rir, senão eu erro o olho do
canário!
Terror Magazine |13
Elizabeth
Bathory
A maior das vampiras Parte I
Sem dúvida Elizabeth Bathory pode
ser considerada uma legítima
vampira devido à sua “fascinação”
por sangue e sua busca para nunca
envelhecer. Era de uma crueldade indescritível. Certamente se Elizabeth tivesse
conhecido o nosso famoso Conde Vlad
Tepes(Drácula),eles seriam almas gêmeas
e a época teria perdido muitas vidas vítimas de suas crueldades.” A família Bathory era uma das mais ricas e poderosas
famílias protestantes em toda a Hungria.
Nela existiam dois dos mais importantes
príncipes reinantesna Transilvânia, um
vasto número de heróis de guerra, oficiais da igreja na Hungria e até mesmo um
grande construtor de impérios, Stephen
Bathory,príncipe da Transilvânia e rei
da Polônia. Foi nessa família que nasceu
Elizabeth Bathory, no ano de 1560.Uma
mulher conhecida por sua beleza, uma
das mais belas da época. Também tivera
um ótima educação, era inteligente, falava
alemão,
latim
e
húngaro fluentemente, chegava a ser mais inteligente que muitos homens e até
príncipes de seu tempo. Mas como diz o
ditado, quem vê cara não vê coração. Elizabeth era uma mulher cruel, cometeu inúmeras atrocidades. Suas atitudes desumanas são atribuídas a traumas de infância.
Por volta dos 6 anos, Elizabeth teria visto
um cigano, que foi acusado de vender crianças, ser colocado por soldados dentro
da barriga de um cavalo, depois a barriga
foi costurada e o cigano lá ficou para morrer. Outro fato seria de que ela Elizabeth
viu suas duas irmãs sendo mortas e estupradas durante um ataque ao castelo. Um
verdadeiro massacre de onde poucos escaparam. Em 1571, Elizabeth ficou noiva
de Ferenc Nadasdy, de uma famíla prestigiada, mas não tão rica quanto a Bathory.
N a
época do
noivado
Ferenc tinha 16
anos, e Elizabeth 11.
Casou-se em
1575, em um
grande acontecimento onde até mesmo o
Santo Imperador Romano Maximian II foi
convidado. Elizabeth e Ferenc tiveram 4
filhos, três meninas e um menino depois
de 10 anos de casamento. Ferenc era um
grande guerreiro, por isso precisava ficar
longos períodos longe de casa deixando
o castelo e os criados aos cuidados de sua
esposa. Os métodos de disciplinar os criados eram atos de extrema tortura. Elizabeth espetava alfinetes nos lábios e unhas
das criadas.Costumava tambémarrasta-las
pela neve onde ela ou suas aias jogavam
água fria nas moças até que morressem
congeladas. Durante a ausência do marido, Elizabeth começou a desenvolver outros gostos.Visitava freqüentemente uma
tia lésbica muito conhecida de nome
Klara. Esta sempre tinha a disposição
muitas belas garotas e influenciada pela
tia,Elizabeth participava sempre de suas
orgias. Em 1604 faleceu o Conde Ferenc
Nadasdy. Não se sabe se ele tinha conhecimento das atrocidades que sua esposa
cometiia, mas sim de que ele também participava das elaborações de tortura, nunca chegando a ponto de matar os criados
como Elizabeth costumava fazer.
ANGEL EIN SOF
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Espaço publicitário
Elizabeth Bathory
A maior das vampiras - parte II
Em cartas de Elizabeth para a família notase que era extremamente carinhosa com
os filhos e marido, o contrário do que
acontecia com os seus criados. Segundo
historiadores, a morte do Conde fortaleceu mais o lado sanguinárioda Condessa.
A uma lenda que diz que durante um passeio Elizabeth insultou uma senhora idosa
dizendo que sua aparência era repulsiva.
A senhora respondeu:
“Cuidado, ó vaidosa, em
breve ficarás como eu e
depois, o que farás?” Esta
foi outra razão apresentada
para justificar a obsessão
de Elizabeth com a idade e
envelhecimento, apesar de
não haver evidências em
nenhum documento que
comprove este evento. Segundo a história,a prática
sanguinária de Elizabeth
começou quando uma criada acidentalmente puxou
o cabelo da Condessa enquanto o estava a pentear.
Elizabeth instintivamente
bateu na moça com tanta força que a
mesma começoua sangrar, fazendo com
que o sangue espirrasse para a mão da
Condessa. A princípio Elizabeth ficou
enraivecida e apanhou uma toalha para
limpar o sangue, mas subitamente reparou que à medida que o sangue ia secando a sua pele parecia ter retomado
a mesma brancura e jovialidade da pele
das jovens camponesas. Embora pareça
que ela nunca tomou banho em sangue
de raparigas, vários relatos mostram que
ela as torturava de tal maneira que ficava
ensopada no seu sangue e tinha que trocar de roupa antes de poder prosseguir.
Elizabeth poderia ter continuado com
esta moda de torturar criados até à morte,
à sua vontade e indefinidamente, porque
até os clérigos naquele tempo consentiam que os nobres tratassem os seus criados da maneira que quisessem, por mais
cruel que essa fosse e legalmente não
diziam nada. A Condessa não estava só
em suas maldades, junto a ela existia um
sevo, Ficzko a ama dos seus filhos, Helena
Jô, Dorothea Szentos (Dorka) e Katarina
Beneczky, uma lavadeira. Entre os anos de
1604 e 1610 uma misteriosa mulher de
nome Anna Darvulia, que provavelmente
era amante de Elizabeth, juntou-se a ela
e ensinou-lhe novas técnicas de tortura.
Este é o relato de uma das atrocidades
cometida por esse grupo:
“...uma rapariga de 12 anos chamada Pola
conseguiu escapar do castelo, mas Dorka,
ajudada por Helena Jo, apanhou a assus-
tada rapariga de surpresa e levou-a à força
para o castelo de Csejthe.A Condessa recebeu a rapariga no seu retorno. Estava
furiosa, novamente. Avançou para a rapariga e forçou-a a entrar numa espécie
de jaula. Esta jaula foi construída com a
forma de uma grande bola, demasiado estreita para ser possível uma pessoa sentar-se e demasiado baixa para se poder
permanecer em pé. Uma vez posta a rapariga lá dentro a jaula era erguida por
uma roldana e dezenas de espigões ressaltavam de dentro dela. Pola tentou não
ser apanhada pelos espigões, mas Ficzko
manuseou as cordas de modo a que a
jaula oscilasse para os lados. A carne de
Pola ficou desfeita. Com a morte de Darvulia, por volta dos 40 anos de Elizabeth,
esta tornou-se ainda mais descuidada. Era
Darvulia que se certificava que as vítimas
seriam apenas camponesas e
que nenhuma rapariga da nobreza era levada, mas com a
sua morte e também com as
dúvidas das camponesas acerca das maravilhas do castelo
Csejthe, Elizabeth começou
então a escolher raparigas da
baixa nobreza. Sentindo-se
sozinha, a Condessa juntouse à viúva de um fazendeiro
da cidade vizinha de Miava. O
nome dela era Erzsi Majorova.
Aparentemente foi ela que encorajou Elizabeth a ir atrás de
raparigas de berço nobre para
além de continuar a sua busca
entre as camponesas. Elizabeth teve de vender dois de seus castelos
já que uma não foi paga a ela uma dívida
pendente.Isso chamou a atenção do seu
primo, o Conde Thurzo que reuniu o restante dos Bathory para exilar Elizabeth, só
que isso não deu certo. Em 1610 alguns
camponeses avistaram os criados de Elizabeth jogando os corpos de suas vítimas
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das muralhas do castelo. Este ato foi informado aos oficiais do rei e Thurzo obrigado a fazer algo a respeito da situação.
A 29 de Setembro de 1610 foi efetuado o
ataque ao castelo Csejthe. Não houve necessidade de fazer um ataque noturno e
de surpresa, pois ao longo dos anos, as evidências dos crimes de Elizabeth foram-se
acumulando. Quando o grupo de ataque
chegou à mansão senhorial de Elizabeth,
encontraram um corpo de uma criada espancada logo na entrada. Elizabeth e os
seus cúmplices não se tinham preocupado em enterrar o corpo. Dentro da casa,
os nobres depararam-se ainda com os
corpos de mais duas raparigas, pelos vistos muito marcadas pelas torturas e uma
delas encontrava-se ainda viva. Os cúmplices de Elizabeth foram julgados e cada
um teve sua sentença no ano de 1611. As
testemunhas haviam dito que o número
de mortes executadas pela Condessa girava em torno de 30 a 60. Porém uma nova
testemunha surgiu e revelou uma lista
ou registro , feita pela Condessa onde a
própria revelava o número de garotas
mortas até então. Foram 650. Elizabeth
foi a única a não ser levada a corte, sua
sentença foi dada pelo próprio Thurzo:
“Tu, Elizabeth, és como um animal” - disse
ele - “estás nos últimos meses da tua vida.
Não mereces respirar o ar nesta terra,
nem ver a luz do Senhor. Irás desaparecer deste mundo e nunca mais irás aparecer. As sombras irão encobrir-te e terás
tempo para te arrependeres da tua brutal
vida. Condeno-te, Senhora de Csejthe, a
seres aprisionada perpetuamente no teu
próprio castelo.” Trabalhadores foram
chamados para tapar as janelas de cima a
baixo com tijolos e a porta do quarto de
Elizabeth no castelo de Csejthe onde ela
passaria o resto da sua vida. Existiria apenas um pequeno orifício por onde passaria a comida e ainda algumas fendas para a
ventilação. Adicionalmente, quatro forcas
foram construídas nos quatro cantos do
castelo para demonstrar aos camponeses
que justiça havia sido feita. Em agosto de
1614, um dos carcereiros da condessa, sabendo da reputação da mulher, quis ver
se ela ainda continuava sendo a tão bela
Elizabeth, foi então que espremendo-se
pelo orifício na parede, ele a encontrou
no chão, morta aos 54 anos de idade.
Esse foi o fim de Elizabeth Bathory, a
Condessa Sanguinária.
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Resident Evil 4
Resident Evil é uma dos jogos e
posteriormente seqüência cinematográfica mais famosa do mundo, desde o lançamento, muitas pessoas já jogaram o
game, violência extrema, clima pesado
e a grande trama por trás de tudo colocam Resident Evil como o maior jogo do
seguimento terror/ação já feito para videogames. Resident Evil não é apenas mais
um jogo divertido, mas a definição de um
novo gênero, o survival horror (horror de
sobrevivência), assim como uma das melhores coisas que aconteceriam na indústria em muito tempo.
Pela primeira vez que um jogo
de videogame me deixava tenso por sua
atmosfera. Os becos escuros, os sons
ecoantes de seus próprios passos, o vazio
caótico do cenário, a irrefreável sensação
de impotência, os uivos, choros, gemidos
e gritos, as criaturas – tudo no jogo eram
peças que se juntavam e criavam uma atmosfera incrivelmente opressora e assustadora.A famosa mansão vista em Resident
Evil era terrível, mas a simples idéia de
voltar para o negrume fantasmagórico da
floresta era suicídio. Desde os primeiros
instantes, o jogo me fazia sentir como em
um pesadelo psicológico, daqueles em
que acordar para uma realidade segura,
simplesmente não é uma opção. Aquele,
definitivamente, não era um jogo para
jogar sozinho no meio da noite.
Lançado originalmente em 1995
para os consoles da geração 32bits, Resident Evil foi o estopim necessário pra
que aquela geração enfim empolgasse.
A jogabilidade mudou completamente,
nos primeiros jogos, a câmera era fixa e
você controlava seu personagem de uma
forma bastante confusa, que exigia um
pouco de experiência do jogador para se
acostumar, aquela câmera já deixou gente
nervosa, pois, por exemplo, focava uma
lareira onde o jogador tinha que encaixar
uma jóia assim destravando uma porta
que levava a um quebra-cabeça, enquanto
uma horda de zumbis raivosos tomava a
sala. O jogo recebia a classificação como
“Adventure”, já que situações como essa
correspondiam a praticamente 80% do
tempo de jogo. Em Resident Evil 4, tudo
mudou, agora você tem uma câmera em
terceira pessoa, colocada logo acima do
ombro do personagem. O modo de mira,
que antigamente era quase como um tiro
teleguiado, agora funciona praticamente
como um FPS: apertando o R1, uma mira
laser aparece e você a controla, além disso, o jogo deixou de ser um Adventure e
assumiu as vertentes dos jogos de Ação/
Tiro.Você passa muito menos tempo procurando as pedras e engrenagens do que
nos jogos anteriores.
Vamos a uma breve história,
bastante resumida, o T-Virus não é o
grande responsável pela proliferação de
zumbis como nos jogos anteriores, mas
sim por contaminar moradores dos vilarejos que são chamados “Gañados” e por
uma seita Espanhola acusada de raptar a
filha do presidente. Leon S. Kennedy, que
protagonizou Resident Evil, 2 tem a missão de descobrir o que se passa por trás
dessa seita, destruir o T-Virus e, claro, resgatar a filha do presidente.
No lugar dos zumbis, fomos
agraciados com os já citados GAÑADOS,
os zumbis espanhóis, a diferença é que,
ao invés dos sempre divertidos zumbis,
os gañados são fortes e inteligentes. Então fique sabendo que, ao invés de arrancar pedaços de carne, os gañados correm
atrás de vocês com armas como foices,
garfos de feno, dinamites e serras elétricas.
Logo no começo, você é apresentado
aos gañados. Depois de umas garrafas de
cerveja, umas rodadas de truco e alguns
palpites sobre a escalação da seleção, você
descobre que eles não são tão amigáveis
quanto nossos amigos zumbis.
Eles não apenas são mais inteligentes, são
mais durões também. Nos tempos áureos
de Resident Evil 2, um tiro na cabeça era
o suficiente pra acabar com qualquer
zumbi, que caía imediatamente no chão e
seu corpo ficaria ali até o fim dos tempos.
Aqui, dois ou três tiros na cabeça não são
suficientes pra matar um gañado. Mesmo
você tendo a opção de mirar exatamente
no meio da cabeça do individuo, um tiro
certeiro o deixa apenas tonto, permitindo
que você se aproxime e então o elimine.
Outra opção que se tem é o chute, mas
apenas o derruba você então teria tempo de 1- descarregar sua arma; 2- correr
como uma mocinha; 3- usar a faca e retalhar o sujeito.
resto do jogo. Uma curiosidade é que a
maioria dos gañados deixa cair munição
quando morrem, eles apenas podem te
atacar com foices e machados, mas carregam consigo munição e pistola. É divertido sair atirando como um louco, mas lembre-se que as balas que você desperdiça
agora podem faltar quando você está cara
a cara com um inimigo muito mais forte
que o normal.
Agora vamos parar para tomar uma água,
usar uma Green Herb e raciocinar. Você
está lá, no meio de uma vila cheia de zumbis quando encontra uma porta aberta, ao
adentrar a casa,“uma cena de filme” te informa de que um gañado está vindo atrás
de você com uma serra elétrica. Você é
obrigado a morrer umas duas vezes antes de descobrir que pode ganhar tempo
empurrando o móvel até a porta, morre
mais três ou quatro vezes até descobrir
que deve subir a escada da casa, e morre
mais duas até encontra a prova definitiva
de que existe uma saída: uma shotgun
emoldurada no segundo andar. Para sua
surpresa, a shotgun vem carregada com
três tiros.
Pra melhorar sua situação, a munição
do jogo é escassa, portanto, cada tiro
que você der durante o jogo é um peso
na consciência a mais para carregar pro
Além do cara da moto serra, a casa ainda é
invadida por algumas dezenas de zumbis
por todos os cantos. Mas relaxa, tudo vai
dar certo.
Jogabilidade
Como se não fosse o suficiente, a faca
de Resident Evil 4 é uma das armas mais
medíocres da história dos videogames.
Tudo bem, para os experientes ela até
consegue ser útil. Para os que não sabem
jogar, serve apenas pra quebrar barris. Ao
segurar o L1, seu personagem entra numa
espécie de modo faca, onde ele é capaz
apenas de balançar a faca de um lado para
o outro, num raio de 30 centímetros além
do seu corpo.
Em suma, pra surtir algum efeito, você
deve surpreender o gañado assim atingindo com uma facada certeira. Para piorar,
os caras ainda fazem um Leon com habilidades limitadas, que só consegue realizar
dois tipos de movimentos com uma arma
de tamanha destreza. Ao invés de poder
fazer investidas, cortar pescoços ou movimentos mais bruscos com o objeto cortante, Leon é capaz apenas de balançar a
faca vinte centímetros de seu rosto.
Som
Resident Evil sempre me deu medo com
sons assustadores, a atmosfera sombria
do game é agravada por uma trilha sonora pesada. Não é raro, do nada, gritos e
berros sinistros vindos do NADA.
Com
inimigos
que
são
capazes de se comunicar, ao invés de
Bããããããããhh,Grrroooooorrrrr e Brrrooooaarrrrrr, os gañados usam frases
como Detras de tí, imbécil, e, claro, Mierda. Imagino como seria se o jogo se passasse no México. Seria divertido ver uma
vila de gañados mariachis com sombreros, bigodes e violões.
Gráficos
Não se pode comentar muito esse quesito pois o jogo foi lançado originalmente
para o Gamecube, que tem uma capacidade gráfica maior que o console da Sony.
Houve uma grande perda de texturas, os
cenários ficaram um pouco menos detalhados, mas nada que atrapalhe na qualidade do jogo. Como sempre, a Capcom
se virou bem e soube trabalhar e deixar
aceitável esse quesito.