Mercado brasileiro adere ao PSI
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Mercado brasileiro adere ao PSI
Group, que foi enfático ao afirmar que o mercado de seguros precisa inovar para manter e ampliar sua penetração na economia. Segundo ele, nos últimos dez anos aconteceu um crescimento da economia mundial, entretanto houve queda na participação de seguros em nível global. Apesar das economias emergentes estarem em franco crescimento, a sua participação ainda não ultrapassa a marca de 15% do mercado de seguros mundial. “Eles estão acertando o passo rapidamente e são responsáveis por metade da arrecadação do seguro mundial”, afirmou Denis Hessler, chairman da Scor, citando um estudo Sigma. Mas os riscos nos mercados emergentes também estão crescendo. De acordo com Hessler, o Brasil está começando a sofrer com catástrofes naturais, como inundações, deslizamentos de terra e até o furacão Catarina, de 2004; a Rússia teve a menor colheita dos últimos anos e sofreu bastante com uma onda de calor; a Índia tem grande potencial para catástrofes como inundação, terremoto e ciclone, com o agravante de pandemias por conta do número de sua população; na China, as catástrofes naturais podem afetar toda a cadeia de suprimentos. Hessler concluiu que um desenvolvimento sustentável da indústria do seguro precisa contemplar a mobilização de recursos para responder a assuntos desconhecidos. “Devemos investir em treinamento e educação para ter capital humano adequado e preparado”, resumiu. Ficou claro também que as maiores oportunidades de negócios estão ligadas às áreas de tecnologia, energia e cadeia de suprimentos. Também há uma preocupação de todos os participantes em relação às mudanças climáticas e aos eventos catastróficos, tanto os provocados pelo homem quanto pela natureza. Nos riscos relacionados à longevidade, a maior preocupação é como pagar benefícios aos aposentados por um período muito maior. “As pessoas estão vivendo mais e com mais qualidade de vida. Em 2050, o mundo poderá ter mais de 4 milhões de pessoas centenárias”, contabilizou Greg Maciag, presidente e CEO da Acord. A expectativa de vida está aumentando rápido, mas as reformas nos sistemas previdenciários não conseguem acompanhar esta evolução. Em uma plenária de resseguradores, os executivos fizeram um ‘mea culpa’ sobre sua atuação. Joseph Consolino, presidente e CFO da Validus Holdins, disse que o mercado precisa investir em comunicação para evitar que as resseguradoras sejam percebidas pela sociedade como entidades que lucram muito e que não tem compaixão num momento de sinistros catastróficos. “Nos preocupamos com esta impressão de que se não há catástrofes, ganhamos rios de dinheiro”. O mercado de seguros e resseguros mundial deverá acompanhar ainda mais de perto as pesquisas científicas. “Temos cada vez mais informações e temos que fazer o link entre a proteção financeira e a subscrição dos riscos”, sentenciou James Vickers, Chairman da Willis Re. Estas pesquisas também contribuem para que cada risco seja precificado corretamente, o que é fundamental em mercados cada vez mais competitivos. Mercado brasileiro adere ao PSI O mercado brasileiro acaba de aderir oficialmente aos PSI – Princípios de Sustentabilidade em Seguros, documento elaborado pela Iniciativa Financeira do Programa das Nações Unidas para a Sustentabilidade. De acordo com o representante da ONU, Achim Steiner, mais de 30 empresas assinam o documento. Ele ratifica que ao longo dos últimos seis anos, a UNEP FI vem explorando a possibilidade de que sejam estabelecidos princípios para a sustentabilidade do mercado de seguros global, que pode catalisar e intensificar uma mudança de comportamento. “Nós precisamos construir uma economia verde, comunidades resistentes, apresentar uma gama mais ampla de resultados sociais e conservar melhor nossas florestas, rios e demais ecossistemas vitais”, complementou. Os investimentos necessários para se colocar em prática os Princípios ainda não foram medidos. Entretanto, Jean Christophe Menioux, executivo da Axa, França, informou que a IIS já investiu US$ 1 milhão em pesquisas. “Existe uma gama enorme de possibilidades de investimentos e as seguradoras devem ter consciência de que vários departamentos serão envolvidos na implantação de estratégias sustentáveis”. O mercado brasileiro pode começar a colocar em prática os PSI imediatamente. Algumas empresas já contam com práticas sustentáveis. De acordo com o presidente da Itaú Vida e Previdência, Osvaldo Nascimento, três pontos são fundamentais: educação, comunicação e produtos adequados. “Temos um sistema de distribuição que inclui 500 mil agências bancárias e 60 mil corretores de seguros. É uma grande possibilidade de começar a transmitir para a sociedade as informações que ela necessita”. O presidente do Conselho da SulAmérica, Patrick Larragoiti, disse que o mercado põe em prática princípios sustentáveis à medida que realiza o gerenciamento de riscos. “O mercado está cada vez mais atento às demandas sociais e deve divulgar mais suas estratégias para os steakholders”. Ele lembrou que a adesão aos PSI também será incentivada pelos órgãos regulatórios, o que aumentara a força e a penetração dos PSI. “Os princípios sustentáveis na área de seguros serão absorvidos pela sociedade de forma natural e gradual”, acredita Eugênio Velasques, diretor executivo da Bradesco. Ele citou como exemplo a adesão ao Código de Defesa do Consumidor: no começo, as pessoas tinham que ser lembradas de seus direitos. Hoje isso acontece de forma natural. Para ele, aos poucos a população começará a entender e a escolher empresas que tenham atitudes sustentáveis. Além do PSI, a Mongeral também aderiu a outros projetos, como o Carbon Disclousure Project (CDP) e a Declaração de Capital Natural. “Acreditamos que a iniciativa é importante como diretriz para a disseminação da Sustentabilidade e sua aplicação no mercado segurador, além de ser um marco na maturidade do mercado em relação ao tema”, comentou Helder Molina, presidente da Mongeral. 47