XVII SemInárIo de AtuAlIzAção em SIStemAS de ColheItA de

Transcrição

XVII SemInárIo de AtuAlIzAção em SIStemAS de ColheItA de
XVII Seminário de Atualização em Sistemas
de Colheita de Madeira e Transporte
Florestal
Anais
Resumos Expandidos
2ª Edição
Organizadores
Jorge Roberto Malinovski
Rafael Alexandre Malinovski
Ricardo Anselmo Malinovski
Giovana Carmine Massetto
19 e 20 de maio de 2013
Campinas – SP – Brasil
Curitiba
2014
XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
XVII Seminário de Atualização em Sistemas de
Colheita de Madeira e Transporte Florestal
2ª edição
Editoração: Artes & Textos
Impressão: Comunicare
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
Bibliotecária Responsável Natália Vicente Teixeira
Seminário de atualização em sistemas de colheita de madeira e transporte florestal
(15. ; 2014, Campinas,SP)
Anais / XVII Seminário de atualização em sistemas de colheita de madeira e transporte
florestal. Org. Jorge Roberto Malinovski, Rafael Alexandre Malinovski, Ricardo Anselmo
Malinovski, Giovana Carmine Massetto. Curitiba, 2014.
134 p. il.
ISBN 978.85.89777-06-3
Bibliografia
1. Madeira- Exploração - Congressos 2. Madeira - Transporte - Congressos 3.
Colheita Florestal - Congressos 4. Máquinas florestais - Congressos. I Malinovski, Jorge
Ricardo. II Malinovski, Rafael Alexandre. III. Malinovski, Ricardo Anselmo. IV. Massetto,
Giovana Carmine. V. Título.
CDD - 634-9
CDU - 634-0
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XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
XVII Seminário de Atualização em Sistemas de
Colheita de Madeira e Transporte Florestal
19 e 20 de maio de 2014
Campinas – São Paulo – Brasil
ANAIS ACTUS
Organização
Malinovski Florestal
Coordenação Técnica
Malinovski Florestal
Apoio Institucional
ABAF - Associação de Produtores de Florestas Plantadas da Bahia
ABRH - Associação Brasileira de Recursos Humanos
ABRH-PR - Associação Brasileira de Recursos Humanos / Integrante
do Sistema Nacional ABRH
ACEF - Associação Catarinense de Engenheiros Florestais
ACR - Associação Catarinense de Empresas Florestais
Agência da Madeira
AMS - Associação Mineira de Silvicultura
APF - Aglomerado Productivo Forestal Missiones y Corrientes
APRE - Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal
Arefloresta - Associação de Reflorestadores de Mato Grosso
ASBR – Associação Sul Brasileira de Empresas de Base Florestal
Embrapa Florestas
PUCPR CAEF - Pontifícia Universidade Católica do Paraná - Centro
Acadêmico de Engenharia Florestal
FUPEF - Fundação de Pesquisas Florestais do Paraná
IPEF - Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais
IUFRO - International Union of Forest Research Organizations
Sistema FIEP/ SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial - Paraná
SFB - Serviço Florestal Brasileiro
UNICENTRO - Universidade Estadual do Centro Oeste
– Campus Irati
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em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
Comissão Organizadora
Jorge Roberto Malinovski - Malinovski Florestal - Coordenador Geral
Edilson Batista de Oliveira - Embrapa Florestas - Coordenador Técnico
Ricardo Anselmo Malinovski - UFPR - Coordenador Técnico
Alessandro Angelo - UFPR
Amaury Paulo de Souza - UFV
Bruno S. Dupczak - IFSC
Carlos José Mendes - APRE
Cleverson de Mello Sant’Anna - UFMS
Dionísio João Parise - SENAI-PR
Eduardo da Silva Lopes - UNICENTRO
Fabio Minoru Yamaji - UFSCAR
Guilherme de Castro Andrade - Embrapa Florestas
Luciane I. Malinovski - UFSC
Luciano José Minette - UFV
Nilton Cesar Fiedler - UFES
Nilton Souza - UFPR
Osvaldo Fernandes - Ibaiti Soluções Florestais
Patricia Povoa de Mattos - Embrapa Florestas
Patricio MacDonagh - Universidade de Misiones
Paulo Torres Fenner - UNESP
Rafael Alexandre Malinovski - Malinovski Florestal
Renato Robert - UFPR
Ricardo Marques Barreirus - UNESP - Itapeva
Susete do Rocio Chiarello - Embrapa Florestas
Vanderley Porfírio-da-Silva - Embrapa Florestas
Vitor Afonso Hoeflich - UFPR
Nota da Comissão Organizadora
Os artigos apresentados nestes Anais são de inteira responsabilidade dos
respectivos autores. As afirmações e opiniões, bem como a menção de
qualquer máquina, equipamento, produto ou técnica não implicam em
sua recomendação por parte da Comissão Organizadora ou pelas instituições envolvidas com a realização do Seminário. Os organizadores não
se responsabilizam pela revisão ortográfica e gramatical, teor e forma
de redação dos artigos ou por eventual ausência de resumo, traduções e
referências.
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em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
Patrocinadores
Argus
ATX
Base Forte
Bruno Industrial
Caterpillar
CBI
Doosan
Grimaldi
J de Souza
John Deere
Komatsu Forest
Librelato
Lippel
Log Max
Logset
Macedo Forest
Marrari
Massey Ferguson
Mill Indústrias
Minusa
New Holland
Nicoletti
Noma
Oregon
Palfinger
Panorama
Penzsaur
Planalto
Ponsse
Referência
Rotobec
Scania
Senai
Siebert
Stihl
Tajfun
Thorco
Timber Forest
TMO
Tracbel
Tree Consultoria
Trelleborg
Valtra
Vermeer
Volvo
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em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
APRESENTAÇÃO
O XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de
Madeira e Transporte Florestal será uma continuidade do evento iniciado
em 1977 e que se tornou referência na difusão de conhecimento e
tecnologia nesta área. Hoje, o Seminário é reconhecido como o maior
evento técnico-científico na área de colheita de madeira na América
Latina.
Durante um desses eventos, em 1984, foi aceito e a partir de então,
difundido o nome “colheita de madeira” para operações em florestas
plantadas, passando assim a ser usada a denominação “exploração
florestal” para atividades em florestas nativas. Esse fato foi bastante
importante, pois marca o conceito da produção sustentável, que engloba
o plantar e posteriormente colher.
Quando se fala hoje em colheita e transporte de madeira
proveniente de florestas plantadas, pode-se dizer que á uma matriz de
produção dentro da cadeia produtiva da Madeira, ou seja, para produzir
madeira é necessário ter: sistemas adequados de implantação e de
manejo, sustentabilidade ambiental, responsabilidade social e viabilidade
econômica do empreendimento. Estes são, inclusive, os pilares das
certificações florestais. é neste contexto que o evento foi concebido.
O Seminário é formado por quatro blocos de assuntos: Gestão
de Pessoas, Logística em Operações Florestais, Novas Tecnologias e
Cadeia Produtiva da Madeira. Todos eles com tópicos de relevância para
as empresas, proprietários de florestas, pesquisadores e acadêmicos. O
Seminário tem como essência apresentar sempre informações atualizadas
e também visualizar o futuro das atividades de colheita e transporte de
madeira no Brasil e no mundo.
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XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
O objetivo é que os temas apresentados possam realmente ser
utilizados pelo setor florestal. É neste ponto, que as apresentações
de renomados palestrantes e as discussões paralelas geradas ganham
relevância, afinal proporcionam momentos de difusão de inovações
tecnológicas do setor e obtenção de conhecimentos.
Com o advento de novos mercados para madeira e a pressão
sobre as florestas nativas, o setor de florestas plantadas deverá
dobrar de tamanho até 2020, segundo a SAE (Secretaria de Assuntos
Estratégicos) da Presidência da República. Já os investimentos previstos
para os próximos quatro anos, de acordo com a ABRAF (Associação
Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas) giram em torno de BRL
2,4 bilhões. Com o conhecimento adquirido até o momento e com as
inovações tecnológicas, que são apresentadas no evento, esperamos estar
contribuindo para o sucesso do empreendimento florestal no país.
Jorge Roberto Malinovski
Coordenador do Evento
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XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
SUMÁRIO
RESUMOS EXPANDIDOS
Análise da qualidade de primeiro desbaste
semimecanizado de povoamentos de Pinus taeda ..................... 17
Franciny Lieny Souza; Jean Alberto Sampietro;
Dailon Joatã Prochnow Gomes; Lucas Rodrigues da Costa;
Gabriel Corso Pellens
Análise do ambiente de trabalho na colheita
semimecanizada de eucalipto .................................................... 21
Nilton Cesar Fiedler; Leandro Christo Berude;
Flávio Cipriano Assis do Carmo; Willian Masioli
Análise do desempenho operacional do Harvester
em floresta clonal de Eucalyptus sp. . ......................................... 23
Gustavo Pereira Castro; Nathan Sganderla Sanches;
Ricardo Anselmo Malinovski
Análise do nível de conhecimento de operadores de
máquinas florestais em relação à simbologia de painel . ........... 26
Maicon Antonio Mosquer Veronez; Eduardo da Silva Lopes;
Emanuel de Andrade; Jailson Crovador; Paulo Candido da Silva
Análise operacional da colheita florestal semimecanizada
em áreas declivosas no sul do Espírito Santo ............................ 30
Jair Krause Junior, Nilton César Fiedler, Weslen
Pintor Canzian, Flávio Cipriano de Assis do Carmo
Análise operacional de um trator autocarregável na
extração e carregamento de madeira de pinus
em primeiro desbaste ................................................................. 32
Dailon Joatã Prochnow Gomes; Jean Alberto Sampietro;
Franciny Lieny Souza; Marcelo Bonazza; Gabriel Corso Pellens
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XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
Análise operacional do corte semimecanizado
em primeiro desbaste de povoamentos de Pinus taeda ............. 36
Franciny Lieny Souza; Jean Alberto Sampietro; Dailon
Joatã Prochnow Gomes; Lucas Rodrigues da Costa;
Gabriel Corso Pellens
Análise técnica e econômica da adequação de
estradas florestais para o transporte de madeira.......................... 39
Arthur Brambilla Barreira;
Edson Figueiredo de Andrade Neto
Avaliação de indicadores de desempenho para
três máquinas de colheita florestal utilizadas
no sistema de árvores inteiras .................................................... 41
Christiene Karine Ferreira; Rogger Miranda Coelho,
Ângelo Márcio Pinto Leite, José Jhones Matuda,
Luiz Carlos Araújo
Avaliação do Forwarder na extração de madeira de
Eucalyptus spp., em diferentes distâncias de extração .............. 43
Guilherme José da Costa Passos; Maria Carolina de Souza;
Ângelo Márcio Pinto Leite; Luiz David Oliveira Rabelo;
Ana Flávia Guimarães Paolinelli
Avaliação do uso de simulador de realidade virtual
Harvester, no treinamento de futuros operadores ..................... 46
Harrison Belico Coelho; Rogger Miranda Coelho; Luiz
Paulo de Sousa Correia; Emilio Gonçalves de Souza;
Ângelo Márcio Pinto Leite
Avaliação ergonômica do ponto de acesso ao posto de
operações em diferentes máquinas florestais de acordo
com a norma NBR ISO 4252 ...................................................... 48
Eduardo Leindecker Steiernagel; Guilherme Casassola Bortolotto;
Thairini Claudino Zavistanovicz; Airton dos Santos Alonço; Catize
Brandelero
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em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
Avaliação operacional do trator florestal
“Chocker Skidder” na extração de madeira
em terrenos declivosos.................................................................. 51
Carlos Cézar Cavassin Diniz; Eduardo da Silva Lopes
Avaliação técnica da extração de madeira de Eucalyptus
spp. com o Forwarder para dois tamanhos de toras .................. 54
Ana Flávia Guimarães Paolinelli; Maria Carolina de Souza;
Ângelo Márcio Pinto Leite; Luiz David Oliveira Rabelo;
Guilherme José da Costa Passos
Avaliação técnica e econômica de três Garras Traçadoras
operando em diferentes comprimentos de toras.......................... 57
Fabrícia Conceição Menez Mota,
Reginaldo Sérgio Pereira; Ailton Teixeira do Vale
Avaliação técnica e econômica do corte de eucalipto
com Feller Buncher em diferentes condições.............................. 61
Fabrícia Conceição Menez Mota,
Reginaldo Sérgio Pereira; Ailton Teixeira do Vale
Carga física de trabalho e análise biomecânica das
operações de colheita florestal em áreas declivosas
no sul do Espírito Santo ............................................................. 64
Weslen Pintor Canzian; Nilton Cesar Fiedler;
Jair Krause Junior; Igor Batista Brinate; Kelly Nery Bighi
Compactação do solo causada pelo tráfego de máquinas
de colheita florestal: estudo de caso ........................................... 68
Denise Andréia Szymczak; Roberto Venturini;
Gustavo Uberti; Douglas Vollmer; Catize Brandelero
Comparação da produtividade entre equipamentos em
dois sistemas de colheita de madeira de eucalipto...................... 71
Felipe Martins de Oliveira; Angelo Luiz Silva Pereira;
Pedro Caldas de Britto
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XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
Comparativo de custo de produção de duas máquinas
utilizadas no corte florestal . ....................................................... 75
Nathália Drummond; Angelo Márcio Pinto Leite; Filipe
Gomes de Lima; Âna Flávia Guimarães Paoliinelli,
Josimar Sebastião de Souza
Compressibilidade de um latossolo vermelho
sob floresta nativa e povoamento de Pinus taeda l. . .................. 77
Denise Andréia Szymczak, Dalvan José Reinert,
Eleandro José Brun, Carlos César Mezzalira, Taciana Frigotto
Custo do abate florestal na amazônia: um estudo de
caso no Projeto de Assentamento Agroextrativista (PAE)
Equador, estado do Acre, 2013-4 ............................................... 80
Sandra Aguiar de Oliveira Pires; Zenobio Abel
Gouvêa Perelli da Gama e Silva; Naele de Sousa Dourado
Custo do arraste florestal no projeto de assentamento
agroextrativista (PAE) – Equador, estado do Acre, 2013 ........... 83
Jéssica Sampaio Gonçalves; Sandra Aguiar de Oliveira Pires
Custo do transporte florestal na Amazônia: um estudo
de caso no Projeto de Assentamento Agroextrativista (PAE)
Equador, Estado do Acre, 2013 . ................................................ 86
Naele de Sousa Dourado; Zenobio Abel Gouvêa Perelli
da Gama e Silva; Jéssica Sampaio Gonçalves
Custos da colheita e transporte florestal da madeira de
seringueira para uso como lenha no Centro-Oeste Paulista. ..... 89
José Jhones Matuda; Luiz Carlos Araujo; Rogger Miranda
Coelho; Angelo Marcio Pinto; Leite; Harrisom Bellico Coelho
Desempenho de operadores de diferentes idades
no treinamento com simulador virtual Forwarder . ................... 92
Millana Bürger Pagnussat; Eduardo da Silva Lopes; Carlos
Cézar Cavassin Diniz; Emanuel de Andrade; Jailson
Crovador; Paulo Candido da Silva
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XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
Desempenho operacional do forwarder em
floresta clonal de Eucalyptus sp. . ............................................... 96
Gustavo Pereira Castro; Nathan Sganderla Sanches;
Ricardo Anselmo Malinovski
Distribuição dos tempos operacionais de
Harvester e Forwarder..................................................................98
Flávio Cipriano de Assis do Carmo, Nilton César Fiedler,
Filipe Santos Tavares, Pompeu Paes Guimarães,
Saulo Boldrini Gonçalves
Efeito do tráfego de máquinas de colheita florestal
na estrutura de um cambissolo háplico . .................................100
Jean Alberto Sampietro; Cedinara Arruda Santana Morales;
José Miguel Reichert; Pedro Henrique Rodrigues Borges;
Elias Frank de Araújo
Estudo de tempos e movimentos no transporte florestal
rodoviário em uma empresa produtora de celulose....................104
Antonio Vitor Rodrigues Tavares;
Adriana Leandra de Assis; Túlio Barroso Queiroz
Extração de madeira de diferentes sortimentos com o
trator florestal Forwarder sob regime de desbaste . ..................106
Carlos Cézar Cavassin Diniz; Eduardo da Silva Lopes
Indicadores de trafegabilidade de solos para
operações de colheita da madeira .............................................109
Jean Alberto Sampietro; Cedinara Arruda Santana Morales;
José Miguel Reichert; Pedro Henrique Rodrigues Borges;
Elias Frank de Araújo
Levantamento de composições veiculares utilizados no
transporte florestal na região de Alta Floresta/MT ..................113
Ivan Cleiton de Oliveira Silva; Clayzi Regiani Dal Bem
de Melo; Jociane Rosseto de Oliveira Silva
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XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
Levantamento de perda de madeira na atividade
de colheita florestal mecanizada ............................................... 116
Guilherme Casassola Bortolotto; Fernando Zancan Pissinin;
Catize Brandelero; Lucas Zancan Pissinin; Douglas Vollmer
Produtividade e custo de três máquinas no
corte florestal de eucalipto.......................................................... 119
Filipe Gomes de Lima; Rogger Miranda Coelho;
Mariana Morena Pereira; Petrônio Henrique Alves;
Ângelo Márcio Pinto Leite
Produtividade em arranque de tocos para
reflorestamento no Brasil............................................................122
Jorge Frazão; Inês Frazão
Proposta metodológica para locais ótimos para alocação
de pilhas de madeira em florestas de produção..........................124
Mariana Peres de Lima; Samuel de Pádua Chaves e Carvalho
Proposta metodológica para rotas ótimas de escoamento
de madeira em florestas de produção..........................................127
Mariana Peres de Lima; Samuel de Pádua Chaves e Carvalho;
Alline Maria do Prado Ferraz
Rendimento de máquinas de colheita florestal para
diferentes produtividades do povoamento..................................130
Andressa Benevides Oliveira; Rodrigo De Oliveira Lara;
Ângelo Márcio Pinto Leite; Ariadne Marques;
Harrison Belico Coelho
Uso de traçadores metálicos para determinar o
efeito do arraste da madeira sobre solo saturado........................133
Ricardo Hideaki Miyajima; Rodrigo Petrongari Tonin;
Paulo Torres Fenner
14
xvii sEMINÁRIO DE ATUALIZAÇÃO
EM SISTEMAS DE COLHEITA DE MADEIRA
E TRANSPORTE FLORESTAL
RESUMOS EXPANDIDOS
Resumos Expandidos
ANÁLISE DA QUALIDADE DE PRIMEIRO DESBASTE
SEMIMECANIZADO DE POVOAMENTOS DE PINUS TAEDA
Franciny Lieny Souza1; Jean Alberto Sampietro2;
Dailon Joatã Prochnow Gomes1;
Lucas Rodrigues da Costa1; Gabriel Corso Pellens3
Graduando em Eng. Florestal da Universidade do Estado de Santa Catarina – Centro de Ciências
Agroveterinárias/ UDESC-CAV ([email protected]; [email protected];
[email protected]); 2Prof. Dr. Departamento de Eng. Florestal UDESC/CAV (jean.
[email protected]); 3Eng. Florestal, MSc., Agroflorestal Paequerê Ltda ([email protected].
br)
1
Introdução e Objetivos
cipal objetivo ao final do ciclo de rotação de
Das atividades de produção florestal, a co- 24 anos, a produção de madeira para lamilheita é a etapa do processo produtivo que nação e serraria.
mais onera o custo total de produção de As áreas apresentavam relevo plano à onmadeira no Brasil; por isso, a implantação dulado, com densidade de cerca de 2200
de um programa de qualidade na atividade árvores/ha, com DAP médio de 18,22 cm,
passa a ter importância significativa, poden- altura média de 13,21 m e volume médio
do-se conseguir retornos consideráveis em individual de 0,1974 m3.
termos de melhoria de processo, redução Nas áreas foram analisadas operações de
dos custos e atendimento ao cliente [1].
desbaste seletivo e sistemático, que eram
Nesse sentido, em operações de desbaste,
que é a colheita de parte do povoamento,
busca-se além de colher de madeira, direcionar o potencial produtivo de sítios
florestais, para que ao final da rotação,
obtenha-se árvores de maior valor comercial. Porém, esta operação muitas vezes
diversas limitações por fatores de ordem
técnica e econômica, acarretando em altos
custos operacionais e baixa taxa de retorno,
sobretudo quando preceitos técnicos não
adotados.
Esta pesquisa teve como objetivo avaliar aspectos técnicos na qualidade da operação do
corte florestal semimecanizado em primeiro
desbaste de povoamentos de Pinus taeda L..
Materiais e Métodos
realizadas em sistema de colheita de toras
curtas. A equipe de trabalho consistia de
um operador de motosserra, mais dois ajudantes (sistema 1 + 2), sendo empregada
uma motosserra Stihl MS 660.
Na operação eram cortadas e extraídas sistematicamente árvores a cada seis linhas
plantio e seletivamente árvores suprimidas,
tortuosas ou bifurcadas, buscando desbastar como padrão, cerca de 30% do povoamento.
Para a avaliação da qualidade, primeiramente, realizou-se um estudo piloto, sendo
em seguida instaladas sete parcelas de 225
m2, onde foi realizado inventário florestal,
coletando-se dados de diâmetro à altura do
peito (DAP) e altura das árvores antes (prédesbaste) e após o desbaste (pós-desbaste).
Posteriormente, foram calculados
O estudo foi realizado nas áreas de uma
empresa florestal na região serrana de SC. o número de árvores por hectare, a área baOs plantios eram compostos por Pinus taeda sal e volume de madeira por árvore e por
com nove anos de idade, tendo como prin- hectare.
17
XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
Nas mesmas parcelas, também foi avaliado
o estado das árvores remanescentes, sendo
consideradas árvores fora do padrão, árvores que apresentaram bifurcação e tortuosidade.
na seletividade de indivíduos a serem retirados na operação de desbaste, uma vez
que um dos objetivos da operação é retirar
indivíduos de classes inferiores (suprimidos), beneficiando, por meio da redução da
Além disso, foi avaliada a madeira rema- competição, o crescimento de indivíduos de
nescente nos tocos das árvores cortadas, estratos superiores.
ou seja, o volume de madeira que ficou no Comparando-se os dados dendrométricampo, acima da altura de corte especifica- cos da condição antes (pré-desbaste) e
da como padrão, sendo adotado pela em- após o desbaste (pós-desbaste) (Tabela 1),
presa o padrão de altura de toco ideal de observa-se uma redução média de 44,2%
5,0 cm acima do solo. E, por fim, supondo do número de árvores por hectare, o que
uma condição de mercado atual com um se encontra acima ao padrão desejado pela
preço da madeira para celulose de R$ 45,00 empresa (30%).
por m3, calculou-se a perda de receita por
hectare.
Resultados e Discussão
Na Figura 1, observa-se que antes do desbaste, a maior frequência de indivíduos
ocorreu nas classes intermediárias de diâmetro (16,85 à 21,54 cm).
Figura 2. Histograma de frequência de indivíduos por classe de diamétrica para condição pós-desbaste.
Em relação ao DAP médio do povoamento, houve incremento na ordem de 11,0%,
assim como, para a altura média e voluFigura 1. Histograma de frequência de indi- me médio individual que foi na ordem de
víduos por classe de diamétrica para condi- 5,7 e 33,3%, respectivamente. Quanto à
ção pré-desbaste.
área basal, a redução média foi na ordem
de 32,8%, o que foi reflexo da colheita de
cerca de 26,1% do volume por hectare do
Após o desbaste, verificou-se que, predopovoamento.
minantemente, foram retirados os indivíduos das classes de menor diâmetro (5,10
à 12,14 cm), ocasionando aumento relativo
de indivíduos de classes com maior DAP
(Figura 2).
Essa resultado, demonstra que houve êxito
18
Resumos Expandidos
Tabela 1. Valores médios de n.º de árvores por hectare, diâmetro à altura do peito
(DAP), altura, volume individual, área basal
(G) e volume por hectare para condição antes e após o desbaste.
Condição
Variável
Prédesbaste
Pósdesbaste
Diferença
(%)
Árv. (árv ha-1)
2191,7
1222,2
-44,2
DAP (cm)
18,22
20,22
11,0
Altura (h)
13,22
13,97
5,7
Vol. (m árv )
0,1974
0,2631
33,3
G (m2 ha-1)
59,98
40,30
-32,8
Vol. (m3 ha-1)
432,59
319,67
-26,1
3
-1
Como o objetivo da empresa é obter madeira para laminação e serraria do ciclo de
rotação do povoamento, no desbaste também devem ser retirados indivíduos tortuosos e com bifurcação no tronco, pois
visa-se obter no futuro árvores de maior
valor comercial, garantindo também maior
qualidade do produto final. Assim, analisando a qualidade das árvores remanescentes (Tabela 2), pode-se observar que após
o desbaste, em média, 2,4% apresentaram
bifurcação e 15,3% tortuosidade, o que no
total representa em torno de 214,8 árvores
por hectare que também deveriam ter sido
retiradas em função do estado destas.
Em relação à altura dos tocos das árvores
colhidas, verificou-se que cerca de 73,6%
dos tocos encontraram-se fora do padrão
desejado pela empresa, que é de 5,0 cm de
altura acima do solo. Esse padrão desejado de altura de tocos, advém da consideração de que no corte com motosserra o
operador tem maior facilidade para fazer a
limpeza ao redor das árvores e, portanto, o
corte pode ser realizado a uma menor altura
comparado ao corte por máquinas, assim,
reduzindo perdas de madeira e aumentando
a produtividade.
Tabela 2. Qualidade das árvores remanescentes.
Parcela
1
2
3
4
5
6
Média
(%)
Bifurcadas Tortuosas
(árvores por hectare)
133,3
222,2
0,0
177,8
44,4
133,3
0,0
177,8
0,0
177,8
0,0
222,2
66,7
185,2
2,4
15,3
Total
355,6
177,8
177,8
177,8
177,8
222,2
214,8
17,7
Na Figura 3, observou-se que a maior parte
dos tocos fora do padrão encontraram-se
na classes menores de altura e, dessa forma,
sendo pequena a frequência de tocos acima
de 8 a 10 cm de altura, o que reforça a necessidade de treinamentos dos operadores
de motosserra visando melhorar a qualidade da operação.
Figura 3. Histograma de frequência de tocos fora do padrão por classe de altura.
Em geral, a quantidade de madeira remanescente nos tocos fora de padrão foi em
torno de 0,5043 m3 ha- 1, resultando numa
perda de receita média de R$ 22,69 por hectare (Tabela 3).
19
XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
Tabela 3. Madeira remanescente nos tocos
fora do padrão de qualidade e perdas de
receita.
Parcela
1
2
3
4
5
6
Média
Madeira remanescente
nos tocos fora de padrão
m3 parcela-1 m3 ha-1
0,0120
0,5350
0,0083
0,3693
0,0124
0,5493
0,0138
0,6155
0,0034
0,1515
0,0181
0,8049
0,0113
0,5043
Perdas
(R$ ha-1)
24,08
16,62
24,72
27,70
6,82
36,22
22,69
Conclusões
Na operação de desbaste foram retirados
os indivíduos de menor porte, favorecendo
o futuro crescimento dos indivíduos porte
superior. Porém, o número de indivíduos
retirados foi superior ao padrão desejado,
sendo que dentre as árvores remanescentes,
cerca 18% apresentaram tortuosidade ou
bifurcação.
A maior parte dos tocos apresentaram não
conformidade quanto à altura, o que sugere que o padrão de qualidade da operação
pode melhorar, evitando o desperdício de
madeira e receita.
Referências
[1] MACHADO, C. C. Colheita Florestal.
2ª edição. atual. e ampl. – Viçosa, MG, Ed.
UFV, 2008.
20
Resumos Expandidos
Análise do ambiente de trabalho
na colheita semimecanizada de eucalipto
Nilton Cesar Fiedler1; Leandro Christo Berude2; Flávio Cipriano Assis do
Carmo3; Willian Masioli4
1
Prof.Dr. Departamento de Ciências Floresitais e da Madeira-UFES ([email protected]); 2Graduando em
Eng. Florestal-UFES ([email protected]); 3Doutorando em Ciências Florestais-UFES(flaviocripiano@
hotmail.com); 4Willian Masioli ([email protected])
Introdução e Objetivos
Resultados e discussão
O objetivo da Ergonomia é assegurar satis- A Figura 1 se refere ao conforto térmico ao
fação, segurança e bem-estar dos trabalha- longo do dia de trabalho.
dores em relação ao trabalho, tarefa, equipamento, ao ambiente e ao comportamento
entre trabalhadores, proporcionando assim,
um maior rendimento e qualidade das operações [1]. Grande fonte de tensão no
trabalho são as condições ambientais desfavoráveis, como excesso de calor, ruídos e
vibrações [2]. Esta pesquisa teve o objetivo
de analisar os fatores ambientais na colheita
semimecanizada de madeira de eucalipto
em áreas declivosas no sul do Espírito
Santo.
Figura 1 – IBUTG na colheita.
Material e métodos
O estudo e a coleta de dados foram de- No período da coleta de dados, a atividade
senvolvidos em áreas de colheita florestal pode ser exercida de forma contínua até às
semimecanizada em uma propriedade rural 11 horas (IBUTG < 25). Após este horário,
no município de São José do Calçado, ex- deve-se parar 15 minutos pra cada hora tratremo sul do Espirito Santo nos meses de balhada.
dezembro de 2013 e janeiro de 2014. Para A Figura 2 se refere a iluminância durante a
a coleta de dados foi utilizado um termô- jornada de trabalho.
metro de IBUTG (dados de conforto térmico), luxímetro (luminosidade), decibelímetro (ruído) e acelerômetro (vibração).
Foi feita uma coleta de dados piloto para
determinar o número mínimo de amostras
em cada fase com o uso da metodologia de
CONAW (1977). Os dados foram analisados com base na Legislação brasileira (NR
15 - conforto térmico e ruído), NBR 541392 (Iluminação) e ISO 5349-1 (2001), ISO
2631 (1978) e Directive 2002-44-EC da
União Européia (Vibração).
Figura 2 – Iluminância (Lux).
21
XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
Os resultados mostram que não há insuficiência na iluminação durante o dia pela
NBR 5413-92. Deve-se atentar para o excesso de luminosidade e proteger o trabalhador.
A operação de corte com motosserra tem
níveis de vibração classificados como fadiga
nas mãos e nos dedos e conforto no antebraço.
Conclusões
A figura 3 se refere ao ruído durante o corte
De acordo com os valores de conforto térflorestal.
mico, a partir das 11 horas a operação deve
parar no mínimo 15 minutos a cada hora
trabalhada;
A iluminação se mostrou acima dos níveis
mínimos aceitáveis;
O ruído é elevado necessitando de melhoria no projeto da máquina ou uso de
protetor auricular;
Os níveis de vibração oferecem fadiga nas
mãos e dedos e conforto no antebraço.
Referências Bibliográficas
[1] FIEDLER, N.C. et. al. Análise da
carga física de trabalho em atividade de
poda de árvores na arborização urbana
de Brasília. Simpósio Brasileiro sobre ErFigura 3 – Níveis de ruído por operação.
gonomia e Segurança do trabalho Florestal
Todas as operações tiveram níveis de ruído e Agrícola. Viçosa, p 287-294, 2005.
muito elevados, necessitando a melhoria no [2] IIDA, I. Ergonomia: projeto e
projeto da máquina ou de forma corretiva o produção. 2.ed. São Paulo: Edgard Blucher,
2005. 360p.
uso de protetor auricular (NR 15).
A Figura 4 se refere a vibração nas mãos [3] FIEDLER,N.C; MARIN, H.B;
(eixo x), nos nós dos dedos (eixo y) e no OLIVEIRA, J.T.S; CARMO, F.C.A.
Análise da vibração no processamento
antebraço (eixo z).
secundário de madeiras com diferentes
massas específicas aparentes. Revista
Floresta, Curitiba,PR, v.43,n.1,p.1-8.
Figura 4 – Vibração no corte florestal.
22
Resumos Expandidos
ANÁLISE DO DESEMPENHO OPERACIONAL DO HARVESTER
EM FLORESTA CLONAL DE EUCALYPTUS SP.
Gustavo Pereira Castro¹; Nathan Sganderla Sanches²;
Ricardo Anselmo Malinovski ³
¹ Eng. Florestal ([email protected]); ² Graduando de Eng. Florestal da UFPR
([email protected]); ³ Prof. Dr. da UFPR de Eng. Florestal ([email protected])
Introdução e Objetivos
O setor florestal tem crescido e se desenvolvido muito nos últimos anos, principalmente quando se trata de área de florestas
plantadas e consequentemente a atividade
de colheita de madeira torna-se extremamente importante dentro deste contexto.
Para especialistas, esta é a parte mais importante do ponto de vista técnico-econômico.
Devido a sua enorme importância, muito
se tem investido nesta operação, a mecanização ganhou investimentos e avançou na
busca por segurança operacional, melhor
qualidade do produto, diminuição dos custos operacionais, maior capacidade produtiva e melhores condições ergonômicas aos
operadores.
O Harvester é composto, em sua essência,
por uma máquina-base automotriz e uma
lança ou braço mecânico/hidráulico com
um implemento (cabeçote) em sua extremidade. Esta máquina pode executar sequencialmente as operações de corte da árvore,
derrubada, desgalhamento, descascamento,
traçamento e formação de pilhas de toras,
conforme Machado (2008),
O presente trabalho teve como objetivo
analisar o desempenho operacional de diferentes operadores de Harvester buscando
otimizar tempo, reduzir atividades improdutivas e, consequentemente, o aumento
da produtividade sem interferir no ritmo de
trabalho dos operadores.
Material e Métodos
Para obter os dados necessários para a realização deste trabalho foi necessário aplicar
o método de Estudo de Tempos e Movimentos de Multimomentos da operação
de colheita florestal mecanizada em uma
empresa localizada no sul do estado da
Bahia. O método de Estudo de Tempos e
Movimentos de Multimomentos consiste
não determinar diretamente o tempo de
cada atividade e sim a frequência que elas
ocorrem em um espaço de tempo. Para
isto, utiliza-se um cronometro constante e
um formulário pré-elaborado para cada atividade, definindo-se um intervalo regular e
observando a cada intervalo a atividade desempenhada pelo Harvester com o objetivo
de analisar, quantificar e qualificar as atividades operacionais. No trabalho dividiu-se
as atividades em: atividades efetivas rotineiras, não rotineiras e causais. As atividades
rotineiras são definidas como, operações
que representam o ciclo produtivo do equipamento, como, aproximação, derrubada,
descascamento traçamento e deslocamento
da máquina. As atividades não rotineiras foram consideradas atividades não produtivas,
como remoção da biomassa, processamento da copa, colocação de selo nas pilhas,
medição de toras, rebaixamento de cepas e
reorganização de pilha, e por fim, as atividades causais caracterizadas por operações
como: manutenção preventiva ou corretiva,
troca de corrente, necessidades fisiológicas,
abastecimento, mudança de talhão e outras.
23
XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
Gráfico 1. Distribuição das atividades.
Nas Atividades Efetivas Rotineiras, 50%
do tempo é gasto para o descascamento,
Foto 1. Harvester Komatsu PC 200 avaliado
seguindo por 22% para traçamento, 13%
durante o estudo
derrubada, 12% para aproximação do cabePara a cronometragem foi utilizado um çote em direção à próxima árvore e 3% do
relógio com graduação em centiminutos e tempo para deslocamento da máquina.
para cada 25 centiminutos era observada a
atividade que a máquina realizava. Para cada
operador de Harvester, o tempo de crono- Gráfico 2. Atividades Efetivas Rotineiras
metragem foi de 2 horas ininterruptas em do Harvester.
um eito normal de colheita.
O terreno onde a operação de colheita foi
realizada era plano e o povoamento florestal tinha as seguintes características: 0,44
m³ de volume médio individual, a espécie
Eucalyptus spp, espaçamento 5,00 m x 2,40
m, DAP de 20,2 cm, altura média de 31,6
m. Os toretes eram cortados com 6 metros
de comprimento e totalmente descascados.
Os operadores amostrados apresentavam o
mesmo nível de capacitação. Para o estudo,
foi desconsiderada a operação de corte de Em relação às atividades efetivas caracteribordadura.
zadas como não rotineiras, pode-se observar no gráfico 2, que o tempo ficou distribuído em: 33% para a atividade de remoção
de biomassa, 26% processamento de copa,
Resultados e Discussão
17% aplicação de selo nas pilhas, 17% meApós 40 horas de avaliação, os resultados dição de toras, 4% rebaixamento de cepas e
obtidos podem ser observados nos gráficos 3% na reorganização de pilhas.
a seguir.
Os dados mostram que 89% do tempo a
máquina está realizando atividades rotineiras, 6% atividades não rotineiras e 5% atividades causais.
24
Resumos Expandidos
Gráfico 3. Atividades Efetivas Rotineiras MACHADO, C.C.; SILVA, E. N.; PEREIdo Harvester.
RA, S. R.; O Setor Florestal Brasileiro e a
Colheita Florestal. In: MACHADO, C.C.
Colheita Florestal. Viçosa: UFV, 2008.
cap. 1, p. 15-42.
Conclusões
Após as observações, pode-se concluir que
a atividade rotineira representa 89% do
tempo em que foi realizado o estudo nas
máquinas. Dentro da atividade rotineira, o
descascamento representa a operação que
despende o maior tempo no ciclo produtivo da máquina, e em seguida o traçamento,
derrubada, aproximação e deslocamento.
Na atividade rotineira, a remoção de biomassa e o processamento de copa representam mais da metade do tempo da atividade
não produtivo da máquina, e o restante está
distribuído em aplicação de selos nas pilhas,
medição de toras, rebaixamento de cepas e
reorganização de pilhas.
MALINOVSKI. R. A. et. al. Análise das
variáveis de influência na produtividade
das máquinas de colheita de madeira
em função das características físicas
do terreno, do povoamento e do planejamento operacional florestal. Florestal,
Curitiba, PR, v. 36, n. 2, mai./ago. 2006.
Referências
BRAMUCCI, M. Determinação e quantificação de fatores de influência sobre
a produtividade de “harvesters” na colheita de madeira. 2001. 65 f. Dissertação
(Mestrado em Recursos Florestais) – Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2001.
CASTRO, G. P. Estudo, revisão e discussão de conceitos e temas abordados na
colheita florestal mecanizada. 2011. 106
p. Tese (Trabalho de Conclusão de Curso) –
ULT- FAJAR, Jaguariaíva, PR, 2011.
25
XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
ANÁLISE DO NÍVEL DE CONHECIMENTO DE OPERADORES DE
MÁQUINAS FLORESTAIS EM RELAÇÃO À SIMBOLOGIA DE PAINEL
Maicon Antonio Mosquer Veronez1; Eduardo da Silva Lopes2;
Emanuel de Andrade3; Jailson Crovador3; Paulo Candido da Silva3
1
Bolsista de Iniciação Científica e Graduando em Eng. Florestal UNICENTRO (meyker8@
hotmail.com); 2Prof. Dr. Departamento de Engenharia Florestal UNICENTRO (eslopes@irati.
unicentro.br) ; 3 Instrutor do Centro de Formação de Operadores Florestais CENFOR
([email protected], [email protected], [email protected])
Introdução e Objetivos
Além disso, um aspecto importante
a ser considerado na capacitação de
operadores de máquinas é a necessidade de
conhecimento dos indicadores de painel,
que são instrumentos que possibilitam ao
operador o total monitoramento e controle
da máquina, evitando quebras, perdas de
produtividade e aumentos dos custos de
produção.
No processo de inovação tecnológica na
colheita de madeira, devem-se destacar os
avanços ocorridos na indústria de máquinas
e equipamentos, com a disponibilidade
de modelos produtivos, confiáveis e
automatizados. Além disso, o avanço da
mecanização trouxe vários benefícios às
empresas florestais, como maior capacidade
de produção, qualidade e segurança Este trabalho teve por objetivo avaliar o
operacional, transformação da mão-de- nível de conhecimento dos operadores
obra e redução dos custos de produção [1]. em relação aos indicadores de painel das
Entretanto, a velocidade de transição máquinas de colheita de madeira.
entre o uso de máquinas de baixa para alta
tecnologia, as diferenças entre as tecnologias
existentes e o nível de conhecimento
dos operadores foram significativos,
gerando um Gap Tecnológico no processo de
mecanização florestal no país [2].
Atualmente, o maior desafio para a
efetivação das novas tecnologias é a
carência de profissionais qualificados,
particularmente de operadores de máquinas
de colheita florestal.
No Brasil, infelizmente, os programas de
capacitação ainda não são considerados
importantes por parte de muitos
empresários, não sendo oferecida uma
capacitação adequada que permita o
máximo aproveitamento tecnológico e
produtividade das máquinas.
Material e Métodos
Este trabalho foi desenvolvido no Cento
de Formação de Operadores Florestais
(CENFOR) da Universidade Estadual
do Centro-Oeste, UNICENTRO, Irati,
PR. Os dados foram obtidos por ocasião
dos treinamentos de aperfeiçoamento
(reciclagens) realizados em algumas
empresas florestais do país.
Foram avaliados uma amostra de 130
operadores de empresas florestais que
atuavam em operações com os tratores
florestais Harvester, Forwarder, Feller Buncher
e Skidder, devendo ressaltar que os mesmos
não haviam recebido anteriormente
treinamento, sendo a maioria formada pela
própria empresa.
Foram avaliados os 14 principais indicadores
26
Resumos Expandidos
c) Nível de Advertência 3: São símbolos
que trazem problemas graves ao operador
e/ou máquina. O operador é alertado por
meio de três indicações sendo: indicação
no painel, luz de advertência e um
alarme sonoro. Deve desligar a máquina
a) Nível de Advertência 1: São símbolos
imediatamente. Segue alguns exemplos:
que não trazem problemas graves ao
operador e/ou máquina. O operador é
alertado somente por meio da indicação no
Pressão do óleo do motor
painel, devendo parar a máquina, investigar
a falha e avisar a equipe de manutenção, e
Pressão óleo do freio serviço
podendo neste caso, continuar a trabalhar
temporariamente com a máquina. Segue
alguns exemplos:
Pressão do óleo de transmissão
do painel considerados importantes da
máquina e que os operadores deveriam
possuir conhecimento, sendo classificados
em três níveis:
Filtro de ar do motor
Nível do óleo hidráulico
Nível de combustível
Filtro do óleo de transmissão
Filtro de combustível
Resultados e Discussão
Indicador da bateria
Na Figura 1 é mostrado o percentual de
acertos dos operadores em relação aos
símbolos que representam os indicadores
b) Nível de Advertência 2: São símbolos
do painel da máquina do primeiro nível de
relacionados às alterações nas temperaturas
advertência.
dos sistemas hidráulicos, transmissão e
arrefecimento. O operador é alertado O indicador da bateria foi o único símbolo
por meio de uma luz de advertência e em que a maioria dos operadores (93%)
o símbolo da respectiva falha, devendo conseguiu identificar com maior facilidade.
mudar o ritmo de trabalho e velocidade da Por outro lado, verifica-se o baixo
operação. Requer manutenção do sistema e percentual de acertos dos operadores (41%)
pode causar danos aos componentes. Segue em relação ao nível de combustível, que é
um símbolo bastante comum. Ao analisar
alguns exemplos:
todos os símbolos deste nível, contatouse um grau de acerto médio foi de apenas
Temperatura do óleo hidráulico 39,7% entre os participantes.
Temperatura do líquido
arrefecedor
Temp. do óleo da transmissão
27
XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
com valor médio de apenas 20,6%. Ao
analisar os indicadores, pode-se destacar os
símbolos do filtro do óleo de transmissão,
filtro do óleo do motor e pressão do óleo
do freio de serviço, com apenas 4, 5 e 4%
de acertos entre os operadores avaliados,
respectivamente.
Figura 1. Percentual de acertos nos
indicadores de advertência do nível 1.
Em relação aos símbolos do nível 2, que
representam as temperaturas dos sistemas
hidráulicos, transmissão e arrefecimento
(Figura 2), foi possível constatar novamente
o baixo nível de acertos entre os operadores
de máquinas (39,7%). O baixo percentual
de acertos é de grande preocupação, pois
tais símbolos quando acesos alertam para a Figura 3. Percentual de acertos nos
existência de problemas sérios na máquina indicadores de advertência do nível 3.
que podem ser agravados, caso o operador
não verifique os mesmos normalizam após
Este resultado pode ser atribuído em
redução da aceleração do motor.
grande parte ao baixo nível de escolaridade
de muitos operadores e ao processo de
formação dos operadores, que na maioria
ocorreu na própria empresa. Neste
aspecto é importante ainda ressaltar que,
após a oferta dos cursos de formação
com o ensinamento da simbologia de
painel, torna-se importante a realização
dos cursos de aperfeiçoamento, devendo
ocorrer em menor intervalo de tempo,
Figura 2. Percentual de acertos nos permitindo a atualização do conhecimento
dos operadores em relação a este e outros
indicadores de advertência do nível 2.
aspectos operacionais.
Na Figura 3 é mostrado o percentual de
acertos dos símbolos de advertência do
nível 3, que são de grande importância
e requerem total atenção por parte dos
operadores durante a jornada de trabalho.
Para todos os indicadores avaliados, o
percentual de acertos esteve abaixo de 50%,
28
Conclusões
O nível de conhecimento dos operadores
em relação aos indicadores de painel foi
muito baixo, podendo comprometer a
disponibilidade mecânica das máquinas,
perda de eficiência operacional e
Resumos Expandidos
produtividade, elevados custos de produção
e acidentes de trabalho.
A oferta de cursos de aperfeiçoamento
em intervalos regulares de tempo é de
fundamental importância para a atualização
dos conhecimentos, devendo o assunto
da simbologia de painel ser abordado em
ambos os cursos.
A necessidade de padronização da
simbologia dos indicadores de painel das
máquinas de colheita de madeira, podendo
contribuir com a interpretação por parte
dos operadores.
Referências Bibliográficas
[1] LOPES, E. S.; OLIVEIRA, D. O.;
SILVA, P. C.; CHIQUETTO, A. L.
Avaliação do desempenho de operadores
no treinamento com simulador virtual
Forwarder. Ciência Florestal, v. 20, n. 1, p.
177-186, 2010
[2] PARISE, D.; MALINOVSKI, J. R.
Análise e reflexões sobre o desenvolvimento
tecnológico da colheita florestal no Brasil.
In: SEMINÁRIO DE ATUALIZAÇÃO
SOBRE SISTEMAS DE COLHEITA
DE MADEIRA E TRANSPORTE
FLORESTAL, 12., 2002, Curitiba. Anais...
Curitiba: UFPR - FUPEF, p. 78-109.
29
XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
Análise operacional da colheita florestal semimecanizada em áreas declivosas no Sul do Espírito Santo
Jair Krause Junior¹, Nilton César Fiedler², Weslen Pintor Canzian¹,
Flávio Cipriano de Assis do Carmo³,
¹Eng. Florestal, UFES, ([email protected]; [email protected]);²Prof. Dr.
Departamento de Eng. Florestal, UFES ([email protected]); ³Doutorando em Ciências Florestais,
UFES ([email protected])
Introdução
Dentre as várias etapas do setor florestal, a
colheita florestal compreende as operações
de derrubada, processamento e extração da
madeira até as margens das estradas (SILVA, 2011). Nesta etapa, é importante verificar as condições do terreno, a finalidade
do uso da madeira e os recursos financeiros
disponíveis para execução das atividades, de
modo a verificar o melhor sistema de colheita em que resulte no menor custo por
volume de madeira. Essa pesquisa objetivou analisar técnica e economicamente as
etapas de colheita, possibilitando um melhor planejamento estratégico para empresas do setor.
cada operação com base nos rendimentos
operacionais dimensionados durante os estudos de tempos (volumes produzidos) por
tempo (metro cúbico por hora). Com base
nos dados de produtividade e nos custos incorridos com a operação, foram analisados
os custos operacionais do sistema de produção. Para calcular os custos foi utilizada
a metodologia da FAO (MACHADO; MALINOVSKI, 1988). Foram analisados os
custos fixos (depreciação, seguros e juros)
e os custos variáveis (combustíveis, pessoal
operacional, manutenção e reparos, lubrificantes e graxas, pneus, administração).
Resultado e Discussão
A Figura 1 apresentada o rendimento em
Material e Métodos
metro cúbico por hora efetiva das operaA pesquisa foi executada em áreas monta- ções de colheita florestal semimecanizada.
nhosas localizada no município de Guaçui,
Sul do Espírito Santo. A espécie plantada
era o clone hibrido de
Eucalyptus grandis com Eucalyptus urophylla
com 7 anos de idade, diâmetro médio de
18,75 cm e altura média de 24 metros. O
sistema de colheita utilizado foi o de toras
curtas com árvores processadas com comprimentos de toras de 2,2 m. A equipe de
colheita era composta por um operador
de motosserra (STHIL modelo MS 361)
que realizava o abate e o processamento
das árvores e de um ajudante que realizava a extração e o empilhamento das toras. Figura 1: Rendimento das operações de
-1
A produtividade das operações foi dimen- colheita florestal semimecanizada (m³.he ).
sionada por fase do ciclo de trabalho em A operação que apresentou maior ren-
30
Resumos Expandidos
dimento foi o de carregamento manual
(com 34 m³.he-1). Esta operação conta
com o trabalho de 6 ajudantes já experientes nesta operação. A operação de
derrubada vem logo a seguir com um rendimento de 33,5 m³.he-1.
Aplicando-se a metodologia FAO segundo Machado (2008), a tabela 2, apresenta
todos os custos operacionais da colheita
florestal.
Em estudo realizado com as mesmas condições de colheita semimecanizada em áreas montanhosas, Barbosa (2010) encontrou
um custo de colheita de R$8,73 por metro
cúbico de madeira, valor este bem próximo
ao encontrado nesta pesquisa (R$8,61.m-³).
Conclusão
De acordo com os resultados obtidos neste
estudo, conclui-se que:
· Os rendimentos do sistema de colheita
Tabela 1: Custos do sistema de colheita
semimecanizada são no geral, baixos,
-1
florestal (R$.he ).
isso mostra que os trabalhadores encontram muitas dificuldades na execuCorte Tomb Emp Carreg
ção das operações.
Custos Fixos
·
Os gastos com mão de obra contriDeprecia0,91
buem muito para o custo final da mação
deira, mostrando a importância do treiL.S.I.
0,04
namento dos trabalhadores.
Juros
0,19
Custos Variáveis
Referências Bibliográficas
Corrente 1,08
BARBOSA, O.P. Fatores operacionais e
Combus3,21
de custos na colheita de pinus em áretível
as declivosas no sul do Espírito Santo.
Oleo 2
Jerônimo Monteiro – ES. UFES. 2010. 78
1,17
tempo
f. Dissertação (Mestrado em Ciência FloOleo
restal)- Universidade Federal do Espírito
1,08
lubrif.
Santo, 2010.
M.R
1,19
MACHADO, C. C.; MALINOVSKI, J. R.
Ciência do trabalho florestal. Viçosa,
Operador 16,31
Ajudante 11,74 22,48 52,9 82,23 MG: Universidade Federal de Viçosa, 1988.
65 p.
Adminis3,69
2,25 5,29 8,23
MACHADO, C. C.; SILVA, E. N. da ; PEtração
REIRA, R. S. O setor florestal brasileiro. In:
C.T
40,63 24,72 58,2 90,46 MACHADO, C. C. (Ed.) Colheita flores1,21
1,71 3,03 2,66
C.m-³
tal. 2. ed. Viçosa, MG: UFV, 2008. p. 15-42.
8,61
C.T.m-³
SILVA, E.N. Avaliação técnica, de cusNota: Tomb= Tombamento manual; Emp tos e ambiental de dois modelos de
= Empilhamento; Carreg = Carregamento; harvester na colheita florestal. Viçosa –
L.S.I. = Licença, Seguros e Impostos; Comb. MG. UFV, 2011. 68 f. Tese (Doutorado em
= Combustível; M.R. = Manutenção e Re- Ciência Florestal)-Universidade Federal de
paros; C.T = Custo total; C.m-3 = Custo por Viçosa, 2011.
m³; C.T.m-³ = Custo Total por m³
31
XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
Análise operacional de um trator autocarregável
na extração e carregamento de madeira
de pinus em primeiro desbaste
Dailon Joatã Prochnow Gomes1; Jean Alberto Sampietro2;
Franciny Lieny Souza1; Marcelo Bonazza3; Gabriel Corso Pellens4
Graduando em Eng. Florestal da Universidade do Estado de Santa Catarina – Centro de Ciências
Agroveterinárias/UDESC-CAV ([email protected]; [email protected]);
2
Prof. Dr. Departamento de Eng. Florestal UDESC/CAV ([email protected]); 3Mestrando
em Eng. Florestal UDESC-CAV ([email protected]); 4Eng. Florestal, MSc.,
Agroflorestal Paequerê Ltda ([email protected])
1
Introdução e objetivos
dulado, com densidade de 2200 árvores/ha,
As operações de desbaste visam direcionar com DAP médio de 18,22 cm, altura média
o potencial produtivo de sítios florestais, de 13,21 m e volume médio individual de
obtendo ao final da rotação, árvores de 0,1974 m3.
maior valor comercial. Porém, esta ope- Foi analisada na operação de desbaste seleração muitas vezes apresenta onerosidade tivo e sistemático, a atividade de extração e
devido a limitação por fatores de ordem carregamento da madeira em sistema de totécnica e econômica, acarretando em altos ras curtas, onde as árvores eram derrubadas
custos operacionais e baixa taxa de retorno. e processadas com emprego de motosserra,
Assim, a análise operacional de sistemas de sendo que em seguida, no interior do talhão,
colheita de madeira, independentemente do um trator florestal carregador, marca Motograu de mecanização utilizado, se torna al- cana, modelo CM 100 F, realizava o carreternativa de ferramenta para se avaliar cor- gamento da madeira no compartimento de
reções e alterações no processo de produ- carga de um trator florestal autocarregável,
ção com o intuito de racionalizar e otimizar marca Valtra, modelo 1580 (especificações
os recursos utilizados.
técnicas na Tabela 1), que, posteriormente,
O objetivo do presente trabalho foi realizar realizava o baldeio da madeira até pátios
analisar operacionalmente um trator Flo- intermediários e, depois, carregava as toras
restal autocarregável nas atividades de ex- em veículos de transporte.
tração e carregamento de madeira de Pinus No desbaste foram retirados cerca de 45%
taeda L. em primeiro desbaste.
do povoamento, sendo cortadas e extraídas
sistematicamente árvores a cada seis linhas
plantio e seletivamente árvores suprimidas,
Material e métodos
tortuosas ou bifurcadas.
O estudo foi realizado nas áreas de uma
A análise operacional foi realizada a partir
empresa florestal na região serrana de SC.
de um estudo de tempos e movimentos,
Os plantios eram compostos por Pinus taeda
utilizando o método de tempo contínuo,
com nove anos de idade, tendo como prinsendo avaliado o ciclo operacional de trabacipal objetivo ao final do ciclo de rotação
lho efetivo tanto no baldeio como no carde 24 anos, a produção de madeira para laregamento. Os elementos do ciclo no balminação e serraria. O relevo era plano à ondeio foram subdivididos em: deslocamento
32
Resumos Expandidos
Tabela 1. Especificações técnicas do trator estudo piloto e, então, calculado o númeflorestal autocarregável.
ro mínimo de observações do ciclo para a
atividade de baldeio e para o carregamento,
Especificação
Descrição Trator
para um erro de amostragem máximo de
10%. Também, determinou-se a disponiMarca
Valtra
bilidade mecânica, eficiência operacional,
Modelo
1580
sendo a produtividade efetiva calculada
Motor
MWM 229
para a operação em geral (baldeio e carrePotência
145 cv (106,6 kW)
gamento), somente para o baldeio, e para o
Tração
4x4
carregamento em dois sortimentos (1,90 e
Tipo de rodado
Pneus Peso - 6.250 kg
2,35 m de comprimento).
Capacidade do
Resultados e discussão
compartimento
de carga
10.000 kg
Tempo de uso
±12 anos
Implemento (grua)
Alcance máximo
na horizontal
7,60 m
Área de abertura
da grua
0,40 m2 Momento
de carga - 110 kNm
Momento de
giro-torque
25,3 kNm
Peso
2.100 kgf
vazio (DLV); manobra e carregamento
(MC); deslocamento carregado (DLC);
preparação para descarregamento (PDP);
deslocamento da grua carregada (DGC);
deslocamento da grua vazia (DGV) e; preparação para baldeio (PB). Para a atividade de carregamento, os elementos do ciclo
foram subdivididos em: preparação para
carregamento (PC); deslocamento da grua
vazia (DGV); deslocamento da grua carregada (DGC); arrumação da carga (AC);
deslocamento entre pilhas (DLVP) e; preparação para baldeio (PB). O horizonte
de amostragem foi determinada conforme
metodologia proposta por Barnes (1977)
[1], sendo, primeiramente, realizado um
Na maior parte do tempo, o trator florestal
autocarregável se encontrou em interrupções (63%). O baldeio correspondeu a 29%
do tempo total. E somente 9% do tempo
foi consumido pela atividade de carregamento (Tabela 2).
Tabela 2. Distribuição percentual do tempo
total operacional do trator florestal autocarregável nas atividades de baldeio, carregamento e interrupções.
Elemento
% de tempo
Atividade de baldeio
29,2
Atividade de carregamento
8,4
Interrupções
64,9
Dentre os elementos do ciclo operacional
da atividade de baldeio (Tabela 3), observou-se que o trator florestal autocarregável
ficou a maior do tempo realizando manobra e carregamento de toras (65,7%). Tal
resultado, foi devido ao trator florestal autocarregável aguardar e deslocar-se no interior do talhão seguindo o trator florestal
carregador, que carregava a madeira em seu
compartimento de carga, sendo necessária
uma grande quantidade de toras para preencher o compartimento de carga, o que
gerava um grande número de deslocamen-
33
XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
tos por parte do trator carregador, resultando em elevado consumo de tempo da operação. Os elementos DLV e DLC, foram
o segundo e terceiro elementos que mais
consumiram tempo, respectivamente. Isso
ocorreu em função dos pátios intermediários de madeira ficarem distante do talhão
aonde ocorria a operação de desbaste, necessitando a máquina fazer longos deslocamentos entre as áreas.
Quanto às interrupções, a maior parte
ocorreram devido às paradas por manutenção corretiva (87,8%) (Tabela 5). Então,
devido ao elevado tempo em interrupções,
a disponibilidade mecânica encontrada foi
de 37,62% e a eficiência operacional de
37,55%, sendo estes valores considerados
baixos. Isso ressalta a necessidade de troca
da máquina, pois, esta apresentava um tempo de uso em torno de 12 anos e, portanto,
apresentando diversos problemas mecânicos decorridos de seu elevado tempo de
Tabela 3. Distribuição percentual dos eleuso.
mentos do ciclo operacional efetivo da atividade de baldeio do trator florestal autocarregável .
Tabela 4. Distribuição percentual dos elementos do ciclo operacional efetivo da atividade de carregamento do trator florestal
% de
Elemento
autocarregável . tempo
Deslocamento vazio
14,6
Manobra e carregamento
65,7
Deslocamento carregado
6,5
Preparação para carregamento
2,5
Preparação para descarregamento
2,7
Deslocamento da grua vazia
42,9
Deslocamento da grua carregada
5,1
Deslocamento da grua carregada
34,4
Deslocamento da grua vazia
4,0
Arrumação da carga
9,6
Preparação para baldeio
1,4
Deslocamento entre pilhas
9,3
Preparação para baldeio
1,3 Dentre os tempos da atividade de carregamento, verificou-se que os elementos
DGV e DGC consumiram a maior parte
do tempo total do ciclo operacional (Tabela
4). Em seguida, foram os elementos AC e
DLVP que mais consumiram tempo. Esse
resultado difere do resultado relatado por
Santos et al. (2009) [2], que verificaram que
a arrumação da carga e arrumação das pilhas ocuparam maior parte do tempo de
um carregador florestal, sendo justificado
em função da baixa qualidade das pilhas
de madeira para carregamento na margem
da estrada, afetando a atividade de carregamento, porém, isso não se verificou no
presente estudo.
34
Elemento
% de
tempo Tabela 5. Distribuição percentual dos tempos das interrupções do trator florestal autocarregável . Interrupção
% de tempo
Manutenção corretiva
87,8
Manutenção preventiva
8,4
Parado devido à chuva
0,5
Auxílio à veículos de transporte
0,6
Acoplamento do compart. de carga
0,5
Pausas do operador
2,3
A produtividade efetiva média geral da má-
Resumos Expandidos
quina, considerando ambas as atividades de
baldeio e carregamento, foi de 6,34 m3cc
he-1. Considerando-se somente a atividade
de baldeio, a produtividade média foi de
3,87 m3cc he-1. E considerando somente
a atividade de carregamento, a produtividade média foi de 14,94 m3cc he-1, sendo
superior a produtividade média carregando
toras de sortimento de 2,35 m de comprimento (16,76 m3cc he -1), do que no sortimento de 1,9 m (12,53 m3cc he-1).
Conclusões
As interrupções foram responsáveis por
maior parte do total do ciclo operacional,
ocorrendo, principalmente, devido à paradas por manutenção, que foram ocasionadas
devido ao elevado tempo de uso da máquina, sugerindo sua troca.
Na atividade de baldeio, a maior parte do
tempo foi consumido realizando manobra
e carregamento, seguido dos deslocamentos
vazio e carregado. Na atividade de carregamento, a maior parte do tempo foi consumido pelos deslocamentos da grua vazia e
carregada, seguido pela arrumação da carga
nos veículos de transporte e deslocamento.
A produtividade da máquina ficou comprometida devido à baixa eficiência operacional,
sendo que o carregamento de sortimento de
maior comprimento mais produtivo do que
menor comprimento de tora.
Referências
[1] BARNES, R.M. Estudos de movimentos e de tempos - projeto e medida do
trabalho.
Americana, São Paulo, Blucher, 1977. 635p.
[2] SANTOS, M.D. et al. Avaliação técnica
de um carregador florestal com diferentes
sortimentos de madeira. Ambiência, v.5,
n.1, p.13-26, 2009.
35
XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
ANÁLISE OPERACIONAL DO CORTE SEMIMECANIZADO
EM PRIMEIRO DESBASTE DE POVOAMENTOS DE PINUS TAEDA
Franciny Lieny Souza1; Jean Alberto Sampietro2; Dailon Joatã Prochnow
Gomes1; Lucas Rodrigues da Costa1; Gabriel Corso Pellens3
Graduando em Eng. Florestal da Universidade do Estado de Santa Catarina – Centro de Ciências
Agroveterinárias/UDESC-CAV ([email protected]; [email protected];
[email protected]); 2Prof. Dr. Departamento de Eng. Florestal UDESC/CAV (jean.
[email protected]); 3Eng. Florestal, MSc., Agroflorestal Paequerê Ltda ([email protected])
1
Introdução e objetivos
A utilização da motosserra está diminuindo
com a mecanização das operações florestais, contudo, para a realização de corte próximo de áreas de preservação permanente,
áreas de difícil acesso e em empresas de menor porte, a mesma ainda continua sendo as
mais viável alternativa como equipamento.
Esta pesquisa teve como objetivo analisar
operacionalmente a atividade de corte semimecanizado em primeiro desbaste de
Pinus taeda L..
Material e métodos
O estudo foi realizado nas áreas de uma
empresa florestal na região serrana de SC.
Os plantios eram compostos por Pinus taeda
com nove anos de idade, tendo como principal objetivo ao final do ciclo de rotação de
24 anos, a produção de madeira para laminação e serraria.
As áreas apresentavam relevo plano à ondulado, com densidade de cerca de 2200
árvores/ha, com DAP médio de 18,22 cm,
altura média de 13,21 m e volume médio
individual de 0,1974 m3.
Foi analisada na operação de desbaste seletivo e sistemático, a atividade de corte semimecanizado em sistema de toras curtas.
A equipe de trabalho consistia de um operador de motosserra, mais dois ajudantes
(sistema 1 + 2), sendo empregado uma mo-
36
tosserra Stihl MS 660, com peso de 7,3 kg,
potência de 7,1 cv, e relação peso/potência
de 1,4 (kg kW-1).
Na operação foram desbastados cerca de
45% do povoamento, sendo cortadas sistematicamente árvores a cada seis linhas
plantio e seletivamente árvores que apresentavam baixa sanidade, tortuosidade ou
bifurcação.
A análise operacional foi realizada a partir
de um estudo de tempos e movimentos, utilizando o método de tempo individual, sendo o ciclo operacional de trabalho efetivo
subdividido nos elementos: deslocamento
entre árvores, derrubada, processamento
e interrupções. O horizonte de amostragem foi determinada conforme metodologia proposta por Barnes (1977) [1], sendo,
primeiramente, realizado um estudo piloto
e, então, calculado o número mínimo de
observações do ciclo, de forma a proporcionar um erro de amostragem máximo de
10% à 5% de significância.
Após, determinou-se a disponibilidade
mecânica e a eficiência operacional da operação, sendo os elementos do ciclo e produtividade efetiva analisada para diferentes
classes de declividade, sendo estas: 0 < 5º;
5 ≤ 10º; >10º.
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado, sendo realizada análise de
variância para os elementos do ciclo operacional e produtividade em função das clas-
Resumos Expandidos
ses de declividade e, então, havendo signifi- Na Figura 2 é mostrada o tempo que cada
cância procedeu-se ao teste de médias por elemento do ciclo levou para realizar a opeTukey a 5% de significância.
ração em cada classe de declividade, desconsiderando as interrupções, e o tempo
total do ciclo por classe. Por meio da anáResultados e discussão
lise de variância, pode-se observar que não
Na avaliação do corte semimecanizado por houve diferença estatística entre elementos
motosserra em primeiro desbaste de pinus, nas três classes de declividade, portanto,
foram avaliados 1038 ciclos operacionais, não se procedeu para teste de médias.
sendo que o número mínimo de observações necessárias foi de 175, considerando Entretanto, em geral o elemento processaum erro amostral de 10% e probabilidade mento é o que leva mais tempo dentro do
ciclo, considerando que o operador, após
de 5%.
desgalhar as árvores, tem que esperar o ajuA partir do estudo de tempos e movimendante fazer a medição das toras para, então,
tos, calculou-se o percentual de tempo de
poder realizar o traçamento das mesmas.
cada elemento do ciclo operacional, que
pode ser visto na Figura 1. O elemento que
consumiu maior tempo foram as interrupções (48%), seguido pelo processamento
(27%), derrubada (16%) e deslocamento
(9%). As interrupções ocuparam o maior
tempo na atividade de desbaste, devido
ao fato de o operador auxiliar em outras
atividades, como empilhamento das toras,
além de paradas para necessidades pessoais,
manutenção da motosserra, abastecimento, Figura 2. Distribuição dos tempos de cada
entre outros. O menor tempo requerido foi elemento e do tempo total, para cada classe
para o deslocamento entre árvores, o que de declividade na operação de corte com
pode ser atribuído ao fato de um menor motosserra em primeiro desbaste de pinus.
espaçamento entre as árvores, e sendo o
primeiro desbaste, a densidade do povoaNa presente operação de desbaste, o sistemento é elevada.
ma de trabalho foi o 1+2, porém, como ressaltado, o operador de motosserra também,
muitas vezes, auxiliava no empilhamento
das toras, sendo uma atividade que não deveria de sua competência, o que acarretou
na demanda de uma grande quantidade de
tempo, como pode ser observado na Figura 3, onde 42% das interrupções foram
devido ao empilhamento. Além disso, o
trabalho com motosserra é uma atividade
Figura 1. Distribuição percentual do ciclo que demanda grande esforço físico para o
operacional do corte com motosserra em operador, sendo necessário paradas para
primeiro desbaste de pinus.
descanso, que ocuparam 25% das interrupções.
37
XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
Figura 3. Distribuição de tempos das inter- Figura 4. Variação da produtividade efetirupções na operação de corte com motos- va em função das classes de declividade e
serra em primeiro desbaste de pinus.
o tempo total efetivo do ciclo para o corte
com motosserra em primeiro desbaste de
A disponibilidade mecânica encontrada foi pinus.
de 97,06%, sendo a eficiência operacional que diminuiu a eficiência e produtividade
de 51,95%, obtendo-se, dessa forma, uma da operação, sugerindo a necessidade de
produtividade efetiva média de 5,43 m3cc planejamento eficiente das atividades, bem
he-1. Em termos de eficiência operacional, o como estabelecimento de medidas visando
presente resultado é semelhante ao relatado à otimização do tempo de trabalho.
por Andreon (2011) [2] para Eucalyptus sp.,
que obteve uma eficiência de 55,26%, po- Dentre os elementos ciclo efetivo, o que
rém, o autor encontrou uma produtividade ocupou mais tempo foi o processamento,
demonstrando a necessidade de melhor
efetiva superior de 7,59 m3cc he-1.
organização do trabalho e de investimento
Na Figura 4 pode-se observar o tempo em treinamento dos operários para buscar
efetivo total médio por ciclo para realizar maior agilidade e eficiência na operação.
a operação completa e a produtividade
efetiva para cada classe de declividade. Foi Para as classes de declividade analisadas,
realizada a análise de variância que foi sig- não houve diferença significativa de pronificativa, porém, pelo teste de Tukey, ao dutividade efetiva, tempo dos elementos do
nível de 5% de significância, constatou-se ciclo operacional e tempo total efetivo do
que não houve diferença significativa na ciclo.
produtividade efetiva do corte com motosserra em desbaste de pinus em função da Referências
declividade.
[1] BARNES, R.M. Estudos de movimentos e de tempos - projeto e medida do
trabalho. Tradução da 6 ed. Americana.
Conclusões
De acordo com a análise e discussão dos São Paulo, Edgard Blucher. 1977. 635 p.
[2] ANDREON, B.C. Análise de custos
resultados conclui-se que:
As interrupções foram responsáveis por do corte florestal semimecanizado em
maior parte do total do ciclo operacional, região declivosas no sul do Espírito
ocorrendo, principalmente, devido o opera- Santo. UFES. Monografia (Graduação em
dor auxiliar em atividades que não lhe com- Engenharia Florestal). UFES, Espírito Sanpetiam, como o empilhamento de toras, o to, 2011, 17f.
38
Resumos Expandidos
ANÁLISE TÉCNICA E ECONÔMICA DA ADEQUAÇÃO DE ESTRADAS
FLORESTAIS PARA O TRANSPORTE DE MADEIRA
Arthur Brambilla Barreira¹; Edson Figueiredo de Andrade Neto²
¹Graduando Eng. Florestal UFPR ([email protected]);
² Eng. Florestal ([email protected])
Introdução e Objetivos
Atualmente, um dos grandes desafios das
empresas de base florestal se relaciona
à construção e manutenção das estradas
florestais. As estradas representam, depois
da floresta, o maior investimento em
um empreendimento florestal além de
representar longo período de depreciação
[1]. Estradas secundárias possuem somente
um revestimento primário de leito, onde o
revestimento é realizado espalhando-se o
material formando uma camada de 15 a 25
cm, em seguida é realizada a compactação
[2].
Sendo assim, o trabalho teve por objetivo
avaliar a variação de produtividade e custo
da adequação de estradas para o transporte
florestal de acordo com o número de
caminhões basculantes utilizados e distância
da jazida trabalhada.
Material e Métodos
O trabalho foi conduzido entre os meses
de Janeiro e Fevereiro de 2014 em dois
povoamentos clonais de Eucalyptus no
município de Fernão /SP, onde foi avaliado
o ciclo das seguintes máquinas: PáCarregadeira, Motoniveladora e Caminhão
Basculante.
A produtividade foi obtida através da
razão entre o total produzido (m³) e
hora efetiva de trabalho; os custos foram
calculados através do método de FAO.
Ambos indicadores foram relacionados
à quantidade de caminhões basculantes
utilizados (3 ou 4) e à distância em que o
trabalho se localizava da jazida.
Resultados e Discussão
Foi observado que ocorreu queda na
produtividade da operação (m²h-¹) de
acordo com o acréscimo da distância em
que se trabalhava da jazida para a atividade
dentro da Condição A (4 basculantes) e
Condição B (3 basculantes). A Condição A
se tornou mais produtiva a partir de 2,49 km
de distância da jazida com produtividade de
523,6 m²h-¹(Figura 1).
Figura 1. Produtividade da atividade (m²/
hora) obtida para cada condição de trabalho
e distância média trabalhada da jazida.
Ao se avaliar o custo de produção, a
Condição A (4 basculantes) se mostrou
mais rentável a partir de uma distância de
operação da jazida de 3,88 km, com custo
de R$ 1,09 por m² trabalhado (Figura 2).
Figura 2. Custos de produção (R$/m²) das
condições A e B em função da distância
média trabalhada da jazida
39
XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
Embora a Condição A tenha se mostrado
mais rentável a grandes distâncias, ao se
manter a Condição B e incluir o custo de
abertura e fechamento de uma nova jazida,
obtivemos uma distância ideal de trabalho
de 1,15 km onde o custo de produção
não ultrapassa R$ 0,67 por m² trabalhado
(Figura 3).
Figura 3. Comparativo dos custos dentro da
condição B com abertura de jazidas a cada
1,15 km de distância
Conclusões
Pode-se notar o decréscimo da
produtividade e aumento do custo
operacional da atividade em função do
aumento da distância de trabalho da
jazida. Esta variação pode ser minimizada
com aumento do número de caminhões
basculantes ou com abertura de novas
jazidas a cada 1,15 km.
Em condições onde se é possível abrir
jazidas a cada 1,15 km, a variação do custo
ao invés de se trabalhar com 4 caminhões a
uma distância de 3,88 km vai de 1,09 para
0,67 R$ m-¹, impactando em uma redução
de R$ 31.237,86 por mês.
Referências
[1] MALINOVSKI, J. R.; CARVALHO, L.
C.; CARVALHO, M. Planejamento de rede
viária. Relatório técnico Klabin. 2004.
[2] POLITANO. W; LOPES, L. R. e
AMARAL, C. O papel das estradas na
economia rural. São Paulo: Nobel, 1989.
78p.
40
Resumos Expandidos
AVALIAÇÃO DE INDICADORES DE DESEMPENHO PARA
TRÊS MÁQUINAS DE COLHEITA FLORESTAL UTILIZADAS
NO SISTEMA DE ÁRVORES INTEIRAS
Christiene Karine Ferreira1; Rogger Miranda Coelho2, Ângelo Márcio Pinto
Leite3, José Jhones Matuda4, Luiz Carlos Araújo5
Graduanda em Engenharia Florestal UFVJM([email protected]);2Mestrando em
Ciência Florestal UFVJM ([email protected]), 3Prof. Dr. Departamento de Engenharia
Florestal UFVJM ([email protected]); 4Mestrando em Ciência Florestal UFVJM (jjmatuda@
yahoo.com.br); 5Mestrando em Ciência Florestal UFVJM ([email protected])
1
Introdução e Objetivo
A colheita florestal corresponde às fases
de corte / processamento, extração, carregamento, transporte e descarregamento
da madeira. O incremento da produtividade nas operações de colheita florestal é de
grande importância, por ser esta atividade
a que mais onera o custo de produção da
madeira no Brasil, requerendo assim otimização de suas etapas para a diminuição
das perdas e minimização dos custos [1].
Neste sentido, objetivou-se com esta pesquisa propor um sistema de indicadores de
desempenho para as fases de colheita florestal corte, extração e processamento de
madeira.
Figura 1: Imagem do Feller-buncher; Skidder
e Garra traçadora.
Procedeu-se a avaliação de desempenho das
atividades de colheita por meio dos indicadores: - Disponibilidade Mecânica (DM%):
tempo em que a máquina está apta a realizar trabalho produtivo, ou seja, não está
em conserto ou manutenção dividido pelo
tempo total da máquina disponível para
Material e métodos
trabalho; - Eficiência Operacional (EO%):
Realizou-se esta pesquisa perante uma
tempo de trabalho efetivo em relação ao
empresa florestal localizada na região
tempo total disponível (Tabela 1).
do Alto Jequitinhonha, sendo os dados
coletados em dezembro de 2011. O sisTabela 1: Indicadores de desempenho
tema de colheita florestal avaliado foi o
de árvores inteiras, no qual o corte da Indicador
Fórmula
madeira é efetuado pelo Feller-buncher, a Disponibilidade
extração pelo Skidder e, o processamento mecânica (DM%)
Eficiência operacional
pela Garra-traçadora (Figura 1).
(EO%)
Onde: - TTE = tempo em que a máquina
realiza trabalho produtivo; - TIM = tempo de trabalho em que a máquina não esta
operando devido às atividades de conserto
41
XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
/ manutenção; - TTP = tempo total do período de avaliação.
Resultados e discussão
A etapa de processamento da madeira com
Garra-traçadora apresentou melhor desempenho médio comparativamente as fases de
corte e extração, com base nos indicadores
Figura 2: Disponibilidade mecânica (DM)
DM e EO (Tabela 2).
e Eficiência Operacional (EO) acumuladas
Tabela 2: Média e desvio padrão dos indi- durante o mês de dezembro de 2011, para
cadores de desempenho DM(%) e EO(%), as três máquinas de colheita avaliadas.
para as três máquinas de colheita avaliadas
Conclusões
A utilização de indicadores na avaliação de
Máquina
DM(%) *SDM EO(%) **SEO
sistemas / fases da colheita florestal mecaFeller-buncher 74,46 13,28 53,63 18,03 nizada mostram-se ferramentas importanSkidder
75,38 9,13
56,09 15,45 tes no sentido
de se melhorar o desempenho operacional
Garra82,20 8,80
70,57 14,23 das máquinas utilizadas e, para reduzir custraçadora
tos. Outros indicadores relacionados a qua*SDM= Desvio padrão da DM(%);** SEO = lidade e custo também podem ser utilizados
na avaliação de máquinas / fases da colheita
Desvio padrão do indicador EO(%).
florestal.
Indicadores de DM acima de 85% e EO de
70% são considerados rendimentos ade- Referências Bibliográficas
quados e, portanto, para as três máquinas / [1] MACHADO, C.C. (coord). Colheita
fases do processo de produção da madeira Florestal. 2 ed. Viçosa: UFV, 2008.
os resultados foram insatisfatórios, com a
etapa de corte apresentando o pior desempenho: DM = 74,46% EO = 53,63%. A explicação para isso se deve a maior complexidade desta etapa, uma vez o Feller-buncher
ter de locomover dentro do talhão para
cortar e acumular árvores.
Estes resultados demonstram necessidade
de melhorias no uso das máquinas avaliadas, ou então, substituição destas por outras mais novas, a fim de aumentar os rendimentos operacionais / produtividade.
A Figura 2 corresponde ao comportamento
dos indicadores DM e EO acumulados para
as três etapas da colheita florestal avaliadas
(corte, extração e processamento).
42
Resumos Expandidos
Avaliação do Forwarder na extração de madeira de
Eucalyptus spp., em diferentes distâncias de extração
Guilherme José da Costa Passos¹; Maria Carolina de Souza2; Ângelo Márcio
Pinto Leite3; Luiz David Oliveira Rabelo2; Ana Flávia Guimarães Paolinelli1
¹Graduandos Eng. Florestal UFVJM ([email protected]; [email protected]); ²Msc
UFVJM ([email protected]; [email protected]); ³Prof. Dr. Departamento de
Engenharia Florestal UFVJM ([email protected])
Introdução e Objetivos
A colheita da madeira no setor florestal
é considerada a fase mais importante
economicamente,
pois
interfere
grandemente no custo final do produto [1].
A atividade de extração da madeira é um
dos pontos críticos da colheita devido a sua
complexidade. Para tanto, um planejamento
adequado é essencial para o aumento da
produtividade dentro das empresas.
O sistema de colheita florestal avaliado
foi o de toras curtas e a coleta de dados
consistiu no acompanhamento de seis (6)
operadores de Forwarder, sendo, operadores
1 e 2 na extração de madeira no projeto
CA1 (Cachoeira Alegre 1) e operadores 3,
4, 5 e 6 no projeto AR (Água Rasa) ambos
no sistema de 6 metros sem casca. Para cada
operador coletou-se 17 ciclos operacionais
do Forwarder.
A avaliação técnica do Forwarder incluiu a
determinação da distância média de extração,
calculada pela média da distância percorrida
com carga e sem carga. A determinação da
produtividade para cada ciclo de extração,
determinada pela razão entre o valor médio
de carga da máquina, 16 m³ e o tempo
total de cada ciclo. Assim, de posse desses
valores foi calculada a produtividade efetiva
considerando a eficiência operacional da
máquina. Posteriormente calcularam-se os
parâmetros β0 e β1 para gerar um modelo
de produtividade em função da distância
Material e Métodos
média de extração para cada operador.
Este estudo foi conduzido em um Conforme o modelo a seguir:
povoamento de clone de Eucalyptus
situado no município de Guanhães/MG,
O Forwarder analisado é da marca John
em setembro de 2012, em espaçamento
Deere, modelo 1910 E, capacidade de carga
3x2 m, pertencente a uma empresa
de 19 toneladas, motor de 9,0 litros e 249
produtora de celulose. A região apresenta
Hp, força de tração de 220 kN e equipado
declividades com até 26º de inclinação
com uma grua CF8, com alcance de 8,5
(aproximadamente 58%). Os talhões
metros e força de rotação bruta de 41 KNm.
analisados foram submetidos ao corte raso
Apresenta nivelamento e giro automático
(primeiro corte).
da cabine acompanhando o implemento
O comprimento da madeira é uma das
variáveis que influencia na produtividade
da extração Objetivou-se com este trabalho
avaliar a extração com o Forwarder em
povoamentos de eucalipto, levando em
consideração dois sistemas de toras curtas,
assim como estimar a eficiência operacional
e a produtividade efetiva por operador.
Visou também ajustar uma equação que
permita estimar a produtividade efetiva em
função da distância de extração.
43
XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
de carregamento / descarregamento – grua
telescópica de braço e lança hidráulica. As
análises foram desenvolvidas no software
R[2].
Resultados e Discussão
Os elementos da Tabela 1 serviram de base
para a realização das análises estatísticas.
Analisando os tempos encontrados para
cada operador na caracterização dos
elementos do ciclo operacional verificouse que o Operador 4 foi o que consumiu o
maior tempo total do ciclo. Considerandose que o volume de carga do Forwarder
é o mesmo (16m³), a baixa eficiência
operacional dos operadores 1 e 2, ambos
no projeto CA1, pode ser explicada pela
declividade do terreno. Em terrenos mais
acidentados os tempos obtidos para cada
elemento do ciclo operacional são maiores,
devido à dificuldade de deslocamento
nessas áreas.
A tabela 1 apresenta a distância média de
extração para cada operador. À partir destes
valores foram obtidas equações para estimar
a produtividade em função da distância.
Tabela 1. Resultados por operador para
cada distância média de extração
DME*
Tempo Total EO**
PE***
(m)
Ciclo Operacional (h)
(%)
(m³/h)
1
83,24
0,3181
88,68
46,14
2
81,76
0,2904
87,08
54,84
3
99,12
0,3254
94,72
48,41
4
140,59
0,3897
96,41
44,57
5
150,88
0,3536
95,57
45,72
6
125,00
0,3215
95,70
49,49
Operador
*DME = Distância Média de Extração;
**EO = Eficiência Operacional; ***PE =
Produtividade Efetiva.
44
A alta eficiência operacional e produtividade
encontrada para cada operador se deve
ao fato de todas as máquinas em questão
serem de última geração, assim como os
operadores serem altamente qualificados
e experientes. Grandes distâncias a serem
percorridas fazem com que a máquina
gaste mais tempo no seu deslocamento
nas situações vazia ou carregada e, como
consequência, há uma diminuição da
produtividade. A Figura 1 mostra as
tendências médias de operadores em
sistemas diferentes. Foi observado que três
(3) operadores possuem tendências médias
praticamente iguais o que acarretou na
sobreposição das linhas de tendência.
Figura 1. Variação da produtividade em
função da distância média de extração
As curvas ajustadas nas diferentes condições
de distância de extração representam um
decréscimo na produtividade à medida que
aumentam as distâncias de extração.
Resumos Expandidos
Tabela 2. Equações para estimar a
produtividade do Forwarder em função
da distância de extração para diferentes
operadores.
Operador
Equação
R²
1
P = 49,7981 + (-0,0439 x DE)
0,0077
2
P = 71,7715 + (-0,207 x DE)
0,205
3
P = 58,4671 + (-0,1015 x DE)
0,0303
4
P = 72,8288 + (-0,201 x DE)
0,7068
5
P = 63,2953 + (-0,1165 x DE)
0,6148
6
P = 60,3036 + (-0,0865 x DE)
0,6149
P = Produtividade Efetiva (m³/h); DE = Distância Média de Extração (m)
A produtividade efetiva varia em função da
distância média de extração.
A eficiência operacional foi altamente
afetada pela baixa velocidade de
deslocamento da máquina.
Referências
[1] JACOVINE, L. A. G. et al. Reflexos
da má qualidade na colheita florestal
semimecanizada.
In:
SIMPÓSIO
BRASILEIRO SOBRE COLHEITA E
TRANSPORTE FLORESTAL, 3, 1997,
Vitória. Anais.... Viçosa, MG: Sociedade
de Investigações Florestais, 1997. p.296308.
[2] R Core Team (2013). R: A language
and environment for statistical computing.
Obteve-se para cada ciclo diferentes R Foundation for Statistical Computing,
distâncias de extração, o que acarretou Vienna, Austria. ISBN 3-900051-07-0,
em amplitudes elevadas da DE por URL http://www.R-project.org/.
operador. As distâncias apresentaram [3] SEIXAS, F. Extração. In: MACHADO,
baixa correlação quando comparada a C. C. (Org.). Colheita florestal. Viçosa,
produtividade, implicando em um valor MG: Universidade Federal de Viçosa,
de R ajustado baixo. Tal fato pode ser Imprensa Universitária. p. 89-128. 2002.
explicado pelas avaliações terem s ido feitas
em terrenos acidentados influenciando os
resultados. Outro ponto importante é o
desempenho de cada operador, resultado
da sua experiência e agilidade na operação.
A inclinação do terreno delimita o
equipamento a ser utilizado, influenciando
diretamente o rendimento operacional da m
áquina escolhida. Deve ser respeitada para
cada equipamento a sua capacidade máxima
de trabalho, de acordo com a declividade e
os acidentes do terreno[3].
Conclusão
A distância de extração tem implicação
direta na produtividade efetiva, visto que
o deslocamento da máquina eleva o tempo
total do ciclo.
45
XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
Avaliação do uso de simulador de realidade virtual
Harvester, no treinamento de futuros operadores
Harrison Belico Coelho 1; Rogger Miranda Coelho2; Luiz Paulo de Sousa
Correia2; Emilio Gonçalves de Souza2;Ângelo Márcio Pinto Leite3
1
Graduando em Eng. Florestal ([email protected]; ); 2Mestrando Programa de Pós-graduação em
Ciência Florestal – UFVJM ([email protected]; [email protected];egsflorestal@
gmail.com); 4Prof. Dr. Departamento de Engenharia Florestal – UFVJM ([email protected])
Introdução e Objetivo
O treinamento de operadores de máquinas
florestais realizado em condições reais não
é recomendado do ponto de vista técnico e
econômico, devido o alto nível tecnológico
das máquinas de colheita, bem como seu
elevado custo [1]. Uma metodologia alternativa para capacitação de futuros operadores são os simuladores de realidade virtual. Estes equipamentos contribuem com
o treinamento de operadores, aumentando
a rapidez do processo de aprendizagem e,
consequentemente, diminuindo custos [2].
Neste sentido, objetivou-se com esta pesquisa avaliar a utilização de simulador de
realidade virtual Harvester, no treinamento
de operadores.
Material e métodos
O estudo foi desenvolvido no Centro
Técnico de Formação de Operadores de
Máquinas Florestais (CTFlor), no Departamento de Engenharia Florestal da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha
e Mucuri (UFVJM), em Diamantina, Minas
Gerais. A amostra consistiu de 55 trabalhadores que realizaram o treinamento no
CTFlor. Para avaliar o desempenho destes
operadores utilizou-se simulador virtual de
Harvester equipado com o software da Simlog
Simulation. Este software corresponde a sete
(07) módulos, a saber: I – Controle das funções do cabeçote Harvester; II – Controle de
movimentos do cabeçote; III – Derrubada
46
simples; IV – Derrubada simples e processamento; V - Derrubada simples, processamento e empilhamento; VI - Derrubada
múltipla, processamento e empilhamento;
e VII
– Processamento e empilhamento. Em cada
módulo, o programa apresenta relatório com
indicadores de desempenho. Utilizaram-se
os indicadores tempo (segundos) de execução de cada atividade para os módulos
II a VII e, produtividade (m³h-1) no módulo
VI. Estes indicadores subsidiam a avaliação
do operador com base em metas estabelecidas pelo software. Realizou-se a coleta destes
indicadores médios para cada operador no
início, no meio e no final de cada módulo.
Para padronizar a obtenção dos dados, estes foram coletados a cada 10 repetições.
As médias foram comparadas por meio do
teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Resultados e discussão
A Figura 1 apresenta os tempos médios de
execução de 06 módulos (II ao VII) nos
três períodos de coleta de dados estipulados (início, meio e final de cada modulo). O
tempo total para a realização dos módulos
VI e VII é superior aos demais, por se tratar
da operação de derrubada e, ou, processamento de múltiplas árvores. Em todos os
módulos, a média final de tempo gasto na
execução de cada atividade foi inferior a
média do início. O teste de Tukey a 5% de
probabilidade comprova a afirmação ante-
Resumos Expandidos
rior, onde médias seguidas por letras dife- sendo este aumento de produtividade sigrentes indicam haver diferenças estatísticas nificativo pelo teste Tukey (Figura 2).
entre as médias.
Constata-se assim que o tempo de execução
dos módulos influencia a produtividade dos
trabalhadores e, portanto, a repetição dos
Módulo
movimentos em cada etapa é de suma imFigura 1: Tempo médio de execução dos
portância para o treinamento adequado dos
módulos II a VII em três ocasiões de cofuturos operadores.
leta dos dados, inicio, meio e final do treinamento.
Conclusões
O simulador de realidade virtual Harvester
mostrou-se uma ferramenta importante
para o treinamento inicial, ao dar ao trabalhador noções básicas de operação da referida máquina e, proporcionar-lhes adquirir
destreza e habilidades de movimentos do
joystick.
Houve incremento significativo na produtividade e decréscimo no tempo de execução dos módulos, no decorrer dos treinA Figura 2 representa os valores médios amentos.
de produtividade obtidos no modulo VI.
Médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Referências Bibliográficas
Tukey a 5% de probabilidade.
[1] PACKALÉN, A. Swedish study on harvester simulator training: costs cut, quality
maintained. International Forestry Magazine – Timberjack News: n. 3, 2001.p.
20-21
[2] LACERDA, J. F. S. B.; MAZON. Uso
de simuladores de realidade virtual no
treinamento de operadores na colheita e
transporte florestal. In: SEMINARIO DE
ATUALIZAÇÃO SOBRE SISTEMAS DE
COLHEITA DE MADEIRA E TRANSPORTE FLORESTAL, 12., 2002, Curitiba.
Figura 2: Indicador produtividade média Anais... Curitiba: UFPR - FUPEF, p. 133(m³ h-1) de 55 operadores em três momen- 146.
tos de coleta dos dados, início, meio e final [3] LOPES, E. S. CRUZINIANI, E.
do treinamento.
ARAUJO, A. J. SILVA, P. C. Avaliação do
As produtividades médias obtidas no treinamento de operadores de harvester com
modulo VI foram 23,12; 24,80 e 27,0 m³h- uso de simulador de realidade virtual. Re1
respectivamente, com um incremento de vista. Árvore, Viçosa-MG, v.32, n.2, p.29115,4% do início para o final da avaliação, 298, 2008
47
XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
AVALIAÇÃO ERGONÔMICA DO PONTO DE ACESSO AO POSTO DE
OPERAÇÕES EM DIFERENTES MÁQUINAS FLORESTAIS DE ACORDO
COM A NORMA NBR ISO 4252
Eduardo Leindecker Steiernagel1; Guilherme Casassola Bortolotto2; Thairini
Claudino Zavistanovicz3; Airton dos Santos Alonço4; Catize Brandelero5
Graduando Eng. Florestal UFSM ([email protected]); 2Graduando Eng. Florestal
UFSM ([email protected]); 3Graduanda Eng. Florestal UFSM (thairini_cz@
hotmail.com); 4Prof. Dr. Departamento de Eng. Rural UFSM, ([email protected]), 5Prof.
Dr. Departamento de Eng. Rural UFSM ([email protected])
1
Introdução e Objetivos
O avanço da tecnologia e da legislação trabalhista são os principais fatores passíveis
de contribuição na elaboração de projetos
de máquinas mais adequadas para minimização do desgaste físico e psíquico, tornando notória a atenção de profissionais de
diversas áreas quanto à preocupação com
o conforto e a segurança do operador [1].
Amparado no princípio de que a ergonomia visa adequar as diferentes atividades às
características, habilidades e limitações de
operadores, com vistas ao seu desempenho
eficiente, confortável e seguro, o presente
trabalho teve como objetivo avaliar a adequação de medidas ergonômicas e de segurança de acesso ao posto de operação e
medidas mínimas do espaço interno, embasadas de acordo com a norma NBR ISSO
4252 da ABNT.
Material e Métodos
As avaliações foram realizadas na região do
“Vale do Taquari”, Rio Grande do Sul, sendo as leituras realizadas com trena métrica.
Tomou-se como material de estudo o cortador harvester com máquina base escavadeira
200D LC John Deere e cabeçote Waratah
H270E II, trator florestal carregador de toras forwarder John Deere 1710D, feller-buncher
John Deere e uma garra traçadora Volvo,
conforme Figura 1, A, B, C e D respectivamente.
48
Figura 1. Máquinas utilizadas nas avaliações
de conformidade à norma NBR ISO 4252;
harvester (A), forwarder (B), feller-Buncher (C),
garra traçadora (D).
Tomaram-se como base para as avaliações
11 componentes condizentes às dimensões
de acesso e conforto interno nas quatro
máquinas, estruturados conforme recomendação de MATTAR et al (2010) [2],
especificadas na figura 2. Porém, somente
no Forwarder os 11 itens foram passíveis
de medição. Para o harvester e para o fellerbuncher, o item H- distanciamento de um
degrau a outro sucessivo não foi medido
porque a máquina possuía apenas um degrau. Finalmente, para a garra-traçadora,
máquina em esteira, não foi possível medir
o item H, e, tampouco o item I- altura do
primeiro degrau em relação ao solo.
Resumos Expandidos
encontrados estão em desconformidade à
NBR ISO 4252.
Tabela 1. Comparação entre os onze itens
avaliados para dimensões mínimas (mm)
de entrada e conforto, segundo NBR ISO
4252 e os valores encontrados à campo
para o Harvester, Forwarder, Garra e Feller.
Figura 2. Itens avaliados sobre o posto de
operação dos tratores agrícolas [2]. Onde:
ângulo de abertura da porta (A), largura superior da porta (B), maior largura da porta
(C), profundidade do degrau (D), altura da
porta do trator ou da plataforma ao toldo
(E), largura do degrau e a entrada da plataforma (F), distanciamento do degrau a plataforma (G), distanciamento de um degrau
ao outro sucessivo (H), altura do primeiro
degrau em relação ao solo (I), distância da
entrada ao primeiro obstáculo (J), altura da
base do banco (L), dimensão do banco até
a cabine (M).
*Dimensão Máxima
Para o trator florestal forwarder os itens Ealtura da porta do trator ou da plataforma
ao toldo, F-largura do degrau e a entrada da
plataforma, G-distanciamento do degrau a
plataforma, H-distanciamento de um degrau a outro sucessivo, I- altura do primeiro
degrau em relação ao solo e J- distância da
Resultados e Discussão
entrada ao primeiro obstáculo encontramA avaliação das conformidades e compara- se em conformidade a NBR ISO 4252. Já
ção com valores especificados pela norma os parâmetros A, B, C, D e M não possuem
NBR ISO 4252 em respeito ao espaço in- valores aceitáveis segundo a Norma técnica.
terno para as máquinas são apresentadas na Para o feller-buncher, encontram-se em desTabela 1.
conformidade os itens A- ângulo de aberConforme exposto, os itens A, C, D, E, F tura da porta, G- distanciamento do degrau
e J para o harvester se enquadram nas espe- a plataforma, J- distância da entrada ao pricificações estabelecidas pela norma, onde meiro obstáculo e M- dimensão do banco
nenhuma das medidas encontradas estão até a cabine. Finalmente, para a garra traçaabaixo do valor mínimo. Para os itens B- dora, dentre os parâmetros passíveis de melargura superior da porta, G- distancia- dição, somente os itens G- distanciamento
mento do degrau a plataforma, I- altura do do degrau a plataforma e M- dimensão do
primeiro degrau em relação ao solo e M- banco até a cabine estão em desconformidimensão do banco até a cabine, os valores dade com a Norma Técnica, evidenciando
49
XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
assim, maior conformidade comparando vel e seguro para operadores florestais em
com as demais máquinas avaliadas.
nosso país.
Os resultados indicam a existência de inconformidades em relação à Norma técnica. O item M- dimensão do banco até a
cabine, por exemplo, apresentou inconformidade em relação à Norma, para as quatro
máquinas avaliadas. Observou-se para as
três primeiras máquinas, um percentual de
40%, 45,45% e 22,22% respectivamente de
inconformidades, gerando empecilhos para
a condição ótima dos operadores, expondo
estes, a realizarem suas atividades com menor índice produtivo e a um maior risco de
acidentes.
Referências
[1] CORTEZ, J. W.; FURLANI, C. E. A.;
SILVA, R. P.; RIBEIRO, M. P.; OLIVEIRA,
A. A. Conforto: testes ergonômicos em
cabines de tratores e caminhões identificam os fatores que causam maior desgaste físico em operadores e motoristas.
Cultivar Máquinas, v.63, p.22-26, 2007.
[2] MATTAR, D. M. P.; DALLMEYER, A.
U.; SCHLOSSER J. F. ; DORNELLES, M.
E. Conformidade de acessos e de saídas
de postos de operação em tratores agríDe acordo com Haggström (2013) [3], pescolas segundo norma NBR/ISO 4252.
quisadora do Instituto de Pesquisa Florestal
Engenharia Agrícola, Jaboticabal, v. 30, n.
da Suécia, altos riscos de acidentes, doenças
1, 2010.
e lesões devido a deficiências no ambiente de trabalho levam à baixa qualidade de [3] HAGGSTRÖM, C. Principais problevida e menor atratividade para o trabalho mas de operadores de máquinas floresflorestal, bem como perdas de produção e tais. Acesso em: 20/11/2013. Disponível
custos mais elevados. Para reduzir esta rea- em: http://www.komatsuforest.com.br/
lidade são necessários esforços contínuos e default.aspx?id =98982.
incessantes na melhoria dos ambientes de
trabalho, tornando assim, recomendações
importantes para as máquinas avaliadas
nesse trabalho.
Conclusão
Os resultados obtidos na avaliação permitem afirmar que apenas 50% e 55% dos
itens avaliados para forwarder e harvester,
respectivamente, mostraram-se de acordo
com a normativa estabelecida pela NBR
ISO 4252, para a garra e feller-buncher, respectivamente 77% e 60% dos itens estão
de acordo com a Norma técnica. Estas medidas devem ser analisadas e futuramente
projetadas para que os novos exemplares
das máquinas estejam 100% de acordo com
as exigências da Norma NBR ISO 4252,
garantindo assim um ambiente mais saudá-
50
Resumos Expandidos
AVALIAÇÃO OPERACIONAL DO TRATOR FLORESTAL “CHOCKER
SKIDDER” NA EXTRAÇÃO DE MADEIRA EM TERRENOS DECLIVOSOS
Carlos Cézar Cavassin Diniz¹; Eduardo da Silva Lopes²
¹ Bolsista de Iniciação Científica e Graduando em Eng. Florestal UNICENTRO
([email protected]); ² Prof. Dr. Departamento de Engenharia
Florestal UNICENTRO ([email protected])
Introdução e Objetivos
e suas respectivas causas. Em seguida, obteve a eficiência operacional e a produtividade da máquina em diferentes condições
de declividade e distância de extração. Foi
ajustado um modelo de regressão em cada
declividade, verificando a relação entre as
Trata-se de um dos pontos críticos do provariáveis dependente (produtividade) e incesso produtivo, onde o custo da madeira
dependente (distância de extração).
chega a ser 25 vezes maior que o transporte
principal [1], além de ser influenciada pela
experiência do operador, condições do po- Resultados e Discussão
voamento e terreno, distância de extração, Estudo de Tempos e Movimentos
tipos de máquinas, etc., que interferem diA constituição dos tempos médios dos eleretamente na produtividade e nos custos de
mentos do ciclo operacional do skidder de
produção [2].
cabo é apresentada na Figura 2. O arraste
Neste aspecto, a extração de madeira em do cabo e engate das correntes consumiu
regiões montanhosas pode ser conside- o maior tempo (28%) do ciclo operaciorada um grande desafio para as empresas nal, seguido pelo desengate das correntes
florestais, exigindo um alto nível de plane- (11%), ocasionado pelas dificuldades de
jamento, bem como o desenvolvimento de uso das correntes que ficavam presas nas
máquinas e equipamentos específicos para árvores arrastadas.
essas condições, capazes de aliar os custos e
a interferência no meio ambiente.
Material e Métodos
Este trabalho objetivou realizar uma avaliação operacional do trator florestal Skidder O trabalho foi realizado em uma empresa
de Cabo (Chocker Skidder) no arraste de ma- localizada no Sul do Estado de São Paulo,
deira em diferentes condições operacionais, em povoamentos de Pinus taeda L. no regisubsidiando a eficiência operacional e redu- me de corte raso e região montanhosa. O
sistema de colheita de madeira era de árção de custos.
vores inteiras, sendo a derrubada realizada
(VV), arraste do cabo e engate das corcom uso de motosserras e a extração com
rentes (AE), guinchamento (GC), viagem
o trator florestal Skidder de Cabo da marca
carregado (VC), desengate das correntes
Caterpillar e modelo 525 (Figura 1).
(DG) e manobra da máquina e arrumação
da carga (AB). Foram consideradas as interrupções operacionais e não operacionais
A extração consiste na retirada da madeira do interior para a margem do talhão ou
pátios intermediários, sendo a etapa mais
complexa da colheita de madeira.
51
XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
camento de pessoal (16,5%), as principais
causas.
Análise da Produtividade
Figura 1. Skidder de cabo estudado.
Foi realizado um estudo de tempos e movimentos da operação de arraste pelo método
de tempos contínuos. O ciclo operacional
da máquina foi subdividido nos seguintes
elementos parciais: viagem vazia
Figura 2. Distribuição do percentual dos
tempos do ciclo operacional do Skidder.
Como pode ser visto na Figura 3, em ambas
as declividades estudadas, a produtividade
média do Skidder de Cabo decresceu com
o aumento da distância de extração. Na
menor distância (25 m), a produtividade da
máquina foi de 17,6 e 11,9 m³ nas declividades I e II, respectivamente, com diferença
significativa pelo teste t ao nível de 5% de
probabilidade.
Nas demais classes foi possível observar
que, com o aumento da distância de extração, independente da declividade, houve
uma diminuição da produtividade da máquina, com diferenças significativas entre
25 e 50 m e 50 e 75 m pelo teste t (P<0,05)
Em relação à declividade, verificou-se que,
o Skidder de Cabo apresentou produtividade média superior na classe suave ondulada
em relação à declividade acidentada.
Ao analisar a influência da declividade
do terreno na produtividade da máquina,
constatou-se que houve uma redução na
produtividade média com aumento da declividade, sendo mais evidente nas menores
distâncias de extração. A redução da produtividade com o aumento da distância de
extração mostrou-se não significativa pelo
teste de Tukey a 5% de probabilidade.
As interrupções operacionais e não operacionais consumiram 40% do tempo total,
acarretando uma eficiência operacional média de 60%. Dentre as interrupções ocorridas, 74% foram ocasionadas por fatores
operacionais, que poderão ser reduzidos
com a melhoria do planejamento da operação. As principais causas observadas foram:
limpeza do estaleiro (22,1%), deslocamento
da máquina entre talhões (19,1%) e manutenção corretiva (20,5%), ressaltando ainda
o fato que apenas 6,1% do tempo foi destinado à manutenção preventiva, mostrando
a necessidade de melhorias no planejamento para aumento da disponibilidade mecâniFigura 3. Produtividade observada do Skica e eficiência operacional.
dder em função das distâncias de extração e
As interrupções não operacionais foram
declividade.
de 26%, sendo a chuva (39,4%) e o deslo-
52
Resumos Expandidos
Em função das diferenças de produtividades médias obtidas em cada distância de
arraste, optou-se por estimar equações individuais por classe de declividade.
A declividade e a distância de extração são
fatores que afetam significativamente a
operação do Skidder de Cabo, pois quanto maior a declividade do relevo, maior a
distância de arraste dos feixes, com consequente redução de produtividade e aumenNa Figura 4 é mostrado o comportamento
to dos custos de extração.
da produtividade do Skidder de Cabo nas
classes de declividade e distâncias de extração, considerando-se um volume médio de Conclusões
arraste de 15,34 m³ e 10,87 m³, nas declivi- As interrupções operacionais contribuídades suave ondulada e acidentada, respec- ram para a baixa eficiência operacional e
tivamente.
produtividade da máquina, evidenciando a
necessidade de melhorias no planejamento
da extração.
O aumento da distância de extração e declividade do terreno contribuiu para a redução da produtividade da máquina, sendo
variáveis importantes a serem consideradas
no planejamento operacional.
Referências Bibliográficas
[1] BIRRO, M. H. B.; MACHADO, C. C.;
SOUZA, A. P. MINETTI, L. J. Avaliação
técnica e econômica da extração de madeira
de eucalipto com “track skidder” em região
montanhosa. Revista Árvore, Viçosa, v.
26, n. 5, p. 525-532, 2002.
[2] OLIVEIRA, D.; LOPES, E.S.; FIEDFigura 4. Valores observados e estimados LER, N.C. Avaliação técnica e econômica
do Skidder nas classes de declividade suave do Forwarder na extração de toras de pinus.
ondulada (a) e acidentada (b).
Scientia Forestalis, Piracicaba, v.37, n.84,
p.525-533, 2009.
As equações foram consideradas aceitáveis [3] PENNA, E. S. Avaliação ergonômica
para estimar o volume de árvores arras- e ambiental de cabos aéreos na colheita de
tadas pelo Skidder de Cabo nas diferentes pinus em Cerro Azul, PR. 2009. 155p. Disdistâncias de extração. As equações foram sertação (Mestrado em Ciência Florestal)
então utilizadas para estimar a produtivida- – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa,
de média da máquina em relação à distância 2009.
de extração. Nesse caso, para cada classe
de declividade I e II, sendo os resultados
coerentes com a tendência encontrada nos
valores observados.
53
XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
AVALIAÇÃO TÉCNICA DA EXTRAÇÃO DE MADEIRA DE EUCALYPTUS
SPP. COM O FORWARDER PARA DOIS TAMANHOS DE TORAS
Ana Flávia Guimarães Paolinelli1; Maria Carolina de Souza2; Ângelo Márcio
Pinto Leite3; Luiz David Oliveira Rabelo2; Guilherme José da Costa Passos1
1
Graduandos em Engenharia Florestal UFVJM([email protected]; gjcpassos@
gmail.com); 2Msc UFVJM ([email protected]; [email protected]), 3Prof. Dr.
Departamento de Engenharia Florestal UFVJM ([email protected]);
Introdução e Objetivos
A extração de madeira constitui uma das
etapas da colheita florestal mais complexa e
onerosa, principalmente em áreas declivosas
[1]. A adoção de um planejamento
adequado da colheita de madeira é
essencial para aumentar a produtividade
e a competitividade das empresas, dado
o alto custo desta atividade. Uma das
variáveis que influencia na produtividade
da extração é o comprimento da madeira.
Neste sentido, objetivou-se avaliar a
extração com o Forwarder em povoamentos
de eucalipto levando em consideração dois
sistemas de toras curtas, bem como estimar
a produtividade efetiva para cada distância
de extração a partir de uma equação.
Material e Métodos
Esta pesquisa foi conduzida em um
povoamento de clone de Eucalyptus
(espaçamento 3x2 m) de uma empresa
produtora de celulose, situado no município
de Guanhães/MG, em setembro de 2012.
A região apresenta declividades com até
26º de inclinação (aproximadamente 58%).
Os talhões analisados foram submetidos ao
corte raso (primeiro corte).
O sistema de colheita florestal avaliado foi
o de toras curtas com dois comprimentos
de madeira. A coleta de dados consistiu
no acompanhamento de 4 operadores
de Forwarder sendo, operadores 1 e 2 na
extração de madeira de 6 metros sem
54
casca e operadores 3 e 4 sistema de 3
metros com casca, nos projetos CA1 e
CA2 respectivamente para cada sistema de
colheita. Para cada operador coletou-se 11
ciclos operacionais do Forwarder.
A avaliação técnica do Forwarder
compreendeu a determinação da distância
média de extração, calculada pela média
da distância percorrida com carga e sem
carga pelo Forwarder. A produtividade para
cada ciclo de extração foi determinada
pela razão entre o valor médio de carga
da máquina, 16 m³ e o tempo total de
cada ciclo. Assim, de posse desses valores
foi calculada a produtividade efetiva,
considerando a eficiência operacional da
máquina. Posteriormente calcularam-se os
parâmetros β0 e β1 para gerar um modelo
de produtividade em função da distância
média de extração para cada operador.
Conforme o modelo a seguir:
Prod.= β0 + β1 * DE
O Forwarder analisado é da marca John
Deere, modelo 1910 E, capacidade de carga
de 19 toneladas, motor de 9,0 litros e 249
Hp, força de tração de 220 kN e equipado
com uma grua CF8, com alcance de 8,5
metros e força de rotação bruta de 41 KNm.
Apresenta nivelamento e giro automático
da cabine acompanhando o implemento
de carregamento / descarregamento – grua
telescópica de braço e lança hidráulica. As
análises foram desenvolvidas no software
R[2].
Resumos Expandidos
Resultados e Discussão
Tabela 1. Resultados por operador para
Analisando os tempos encontrados para cada distância média de extração
cada operador na realização dos elementos
Tempo total
DME*
EO**
PE***
do ciclo operacional verificou-se que, o Operaciclo operador
(m)
(%)
(m³/h)
cional
(min)
Operador 4 foi o que consumiu maior
tempo de carregamento e descarregamento,
1
91,82
0,311
88,68
45,60
influenciando na duração do tempo total do
2
90,91
0,305
87,08
45,63
ciclo. Por intermédio da Figura 1 observa3
125,45
0,412
89,90
34,95
se uma grande heterogeneidade entre os
4
123,64
0,448
95,17
33,96
valores, uma vez o volume carregado pelo
Forwarder ser o mesmo (16m³). Tal fato é *DME = Distância média de extração;
explicado pelo comprimento das toras. Os **EO = Eficiência Operacional; ***PE =
operadores 3 e 4, ambos trabalhando com Produtividade efetiva.
toras de 3m de comprimento com casca
gastaram maior tempo de carregamento A alta produtividade encontrada se deve
e descarregamento, uma vez que para ao fato de todas as máquinas em questão
completar a carga houve necessidade de um serem de última geração, bem como
a experiência e grande capacidade de
maior número de atividades parciais.
trabalho de cada operador. Nota-se que
o Operador 3 apresentou maior distância
de extração e menor produtividade
comprovando que, a distância média de
extração (DME) é uma variável que afeta
diretamente a produtividade do Forwarder.
Uma maior distância a ser percorrida
requer um maior tempo no deslocamento
da máquina, tanto vazia quanto carregada
e, em consequência, uma diminuição
Figura 1. Tempo consumido para cada da produtividade. A Figura 2 mostra as
elemento do ciclo operacional. para cada tendências médias da produtividade em
operador.
função da DME.
A tabela 1 apresenta a distância média de
extração para cada operador. A partir destes
valores foram obtidas equações para estimar
a produtividade em função da distância.
Figura 2. Variação da produtividade em
função da distância média de extração
55
XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
Tabela 2. Equações estimadas para a que mais influenciou o tempo total do ciclo
determinação da produtividade do Forwarder operacional do Forwarder.
para cada operador, em função da distância
de extração
Referências
Operador
Equação
1
P = 59,6356 -0,0662 x DE
2
P= 72,9276-0,2117 x DE
3
P = 43,6452-0,0555 x DE
4
P = 57,1833-0,132 x DE
[1] LOPES, E. S. Máquinas e implementos
utilizados na Colheita Florestal. Viçosa:
0,0088 Aprenda Fácil, 2001.
0,2069 [2] R Core Team (2013). R: A language and
environment for statistical computing.
0,0784 R Foundation for Statistical Computing,
0,3882 Vienna, Austria. ISBN 3-900051-07-0,
URL http://www.R-project.org/.
R²
P = produtividade efetiva (m³/h); DE = [3] SEIXAS, F. Extração. In: MACHADO,
C. C. (Org.). Colheita florestal. Viçosa,
distância média de extração (m)
MG: Universidade Federal de Viçosa,
Imprensa Universitária. p. 89-128. 2002.
As amplitudes elevadas para as distâncias
de extração para cada ciclo operacional
avaliado implicaram em um valor de
R2 ajustado relativamente baixo. Tal
fato também pode ser explicado pelas
avaliações terem sido feitas em terrenos
muito acidentados, gerando resultados
discrepantes para cada operador.
A inclinação do terreno delimita o
equipamento a ser utilizado, influenciando
diretamente o rendimento operacional
da máquina escolhida. Assim, para cada
equipamento deve ser respeitada a sua
capacidade máxima de trabalho, de acordo
com a declividade e os acidentes do terreno
[3].
Conclusão
Para maiores distâncias de extração se
obteve uma menor produtividade do
Forwarder.
Um maior comprimento de toras pode
implicar em uma maior produtividade
efetiva, podendo esta variar em função da
distancia média de extração.
O tempo de carregamento foi a variável
56
Resumos Expandidos
AVALIAÇÃO TÉCNICA E ECONÔMICA DE
TRÊS GARRAS TRAÇADORAS OPERANDO EM DIFERENTES
COMPRIMENTOS DE TORAS
Fabrícia Conceição Menez Mota¹, Reginaldo
Sérgio Pereira²; Ailton Teixeira do Vale ³
¹Doutoranda em Ciências Florestais - UnB ([email protected]); ² Prof.Dr. Departamento
de Engenharia Florestal UnB ([email protected]); ³ Prof.Dr. Departamento de Engenharia
Florestal UnB ([email protected]).
Introdução e objetivos
O progresso da mecanização da colheita
florestal intensificou-se nos últimos anos,
desencadeando mais pesquisas sobre os
rendimentos operacionais e de estimativa
dos custos [1], devido à importância do percentual dos custos de produção de florestas
comerciais [2]. O objetivo do trabalho foi
analisar técnica e economicamente a operação do traçamento florestal para toras de
2m, 3m e 6m de comprimento.
Material e Métodos
A área de estudo pertence à Votorantim
Siderurgia, Grupo Votorantim, localizada
no Noroeste do Estado de Minas Gerais.
O clima da região é tropical úmido com
subtipo clima de savana e possuem duas estações bem definidas, inverno seco de maio
a setembro e chuvoso de outubro a abril
[3]. A latitude é 17º36’09” e a longitude é
46º42’02” Oeste de Greenwich, e altitude
de 550m [4]. Para a análise de tempos e movimentos foram coletados os elementos do
ciclo operacional, foi utilizado o cronômetro EXTECH 365535, Split memory 500
Lap para coleta desses dados.
Os elementos do ciclo operacional da Gar-
ra Traçadora coletados foram: I - Tempo
de deslocamento: tempo necessário para
o deslocamento da máquina até o feixe; II
- Tempo de pegadas: é o tempo contabilizado desde a abertura da garra até o deslocamento do feixe para a pilha formada; III
- Tempo de posicionamento: tempo necessário para a adaptação e medição da tora de
acordo com as especificações da empresa;
IV - Tempo de traçamento: inicia-se com o
acionamento do sabre sobre a tora e assim,
ocorrendo o seccionamento das árvores
em toras; V - Tempo de soltura: movimento gerado pela abertura da Garra Traçadora
e depósito no feixe de toras cortadas; e VI
- Tempo de interrupções: tempo gasto em
interrupção durante a realização do traçamento das toras. Foram coletados dados de
três Garras Traçadoras.
A máquina I é adaptada, escavadeira da
marca Hyunday,modelo1806C, potência de
160CC, possui uma Garra Traçadora MSU
e sabre da marca Oregon 11BC/H. A escavadeira apresentou aproximadamente
30.000 horas de uso e foi utilizada para o
traçamento da madeira de 3m.
A máquina II possui uma Garra Traçadora
e sabre, escavadeira da marca Doosan 225
57
XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
LCA. A escavadeira apresentava aproxima- racionais, respectivamente. A intensidade
damente 6.000 horas de uso. Foi utilizada amostral mostrou a necessidade de coleta
de aproximadamente 409, 350 e 436 ciclos.
para o traçamento da madeira de 6 m.
A máquina III é uma máquina adaptada, es- O tempo médio do ciclo de trabalho foi de:
cavadeira da marca Cattepiller, modelo 320 59,90; 115,86 e 92,72 s. O tempo médio do
D com Garra Traçadora e sabre. A escava- ciclo operacional para a Garra Traçadora
deira apresentou aproximadamente 2.900 I, responsável pelo traçamento de árvores
horas de uso. Foi utilizada para o traçamen- em toras de 3 metros, apresentou o menor
tempo médio do ciclo de trabalho, compato da madeira de 2m.
rado ao tempo médio da Garra Traçadora
As características dendrometricas das áreas
II - traçamento de árvores em toras de 6m
trabalhadas estão descritas na Tabela 1.
– e a Garra Traçadora III, utilizada para o
Tabela 1: Características dendrométricas
traçamento de árvores em toras de 2m.
das áreas trabalhadas.
O menor tempo médio por ciclo da GarDAP Altura
Volume
Nº
ra Traçadora I é justificado pelo número
Volume
Máquimédio média
médio/
arv.
na
(m³/ha)
de árvores por ciclo operacional, média de
(cm) (m)
árvore
/ha
I
23,29 25,26 110,46
0,442
249
1,67 árvores. A Garra Traçadora mostrou
II
14,24 22,32 328,26
0,277
1183
maior facilidade de operar quando havia
III
14,19 22,85 235,39
0,181
1300
menor número de árvores por ciclo, justiO número ideal de amostras de cada etapa ficado pelo elevado diâmetro das árvores.
foi estabelecido com base na precisão de As árvores foram oriundas de SAF’s, o que
erro estabelecido de 10% e 95% de proba- explica o menor número de árvores agarrabilidade definida. Para os cálculos da pro- das pela Garra. O percentual dos elementos
dutividade (Prod(m³/he)), eficiência ope- do ciclo operacional das Garras Traçadora
racional (EO) e disponibilidade mecânica é mostrado na Figura 1.
(DM) foram necessários o tempo em horas
efetivas, horas paradas e tempo em manutenção. A avaliação econômica envolveu
a determinação dos custos operacionais e
do custo de produção. O custo operacional
total do sistema produtivo foi dividido em
custos fixos (CF), variáveis (CV) e de administração (CA).
Resultados e Discussões
Figura 1:Figura 48: Composição percentual
Foram coletadas para as Garras Traçado- do ciclo operacional das Garras Traçadoras
ras I, II e III: 412; 352 e 438 ciclos ope-
58
Resumos Expandidos
I, II e III. A – percentual do tempo total
consumido pelos elementos operacionais,
B – consumo efetivo dos elementos do ciclo operacional e C – percentual das interrupções inerentes.
6m, em área com produtividade de 300m³/
ha, alcançou o valor de 0,63US$/m³, valor
abaixo ao encontrado nesse estudo, 1,11
US$/m³ e semelhante ao valor simulado
para a gestão verticalizada 0,59 US$/m³.
As interrupções acarretaram uma eficiência
operacional de 71,05%, 56, 97% e 46,55%
para Garra Traçadora I, II e III, respectivaTabela 3: Custo de produção para o traçamente (tabela 2).
mento de toras de 3, 6 e 2m e simulação dos
Tabela 2: Rendimento operacional das Gar- custos na gestão verticalizada e terceirizada.
ras Traçadoras I, II e III. AD – média de
Garra
CT
C prod
EO %
árvores por ciclo de trabalho.
Traçadora
(US$/he) (US$/m³)
Garra
Traçadora
AD
Prod
(m³/
he)
EO %
DM
I
1,67
13,97
71,05
99,45
II
18
108,68
56,97
79,54
III
20
50,97
46,55
96,92
A Produtividade da Garra Traçadora foi
menor, em relação ao traçamento de toras
em 6m e 2m. Tal resultado pode ser explicado pelo número de árvores traçadas por
ciclo de trabalho e potência da Garra Traçadora.
A empresa apresentava máquinas próprias,
alugadas e terceirizadas. A Garra Traçadora
utilizada para o traçamento de toras de 3m
pertence à empresa, enquanto que as Garras utilizadas no traçamento de toras de 6 e
2m são terceirizadas.
O custo de produção para o traçamento de
árvores em toras de 3m foi de 3,26 (US$/
m³), enquanto que para o traçamento de
toras em 6 e 2m foi de 1,11 e 2,38 (US$/
m³), respectivamente (Tabela 3). Estudos
realizados por [5] e [6], na avaliação econômica de uma Garra Traçadora, madeira de
I
71,06
45,61
3,26
II
46,97
121,21
1,11
II¹
46,97
64,83
0,59
III
46,55
121,56
2,38
III¹
46,55
65,42
1,28
¹ Simulação dos custos para gestão verticalizada.
Conclusões
Na análise do traçamento florestal em toras de 3 m, 6 m e 2 m. Pode se concluir
que o traçamento de árvores em toras de 6
m alcançou maior produtividade, valor de
108,68 m³/he. Tal rendimento é justificado pelo menor número de traçamento por
árvore, conseqüentemente menor gasto de
tempo no traçamento do feixe.
Referências Bibliográficas
[1] SIMÕES, D.; IAMONTI, I. C.; FENNER, P. T.Avaliação técnica e econômica
do corte de eucalipto com feller buncher
em diferentes condições operacionais. Revista Ciência Florestal, v. 20, n. 4, p. 649-656,
2010.
59
XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
[2] MACHADO, C. C.; LOPES, E. S. Análise da influência do comprimento de toras
de eucaliptos na produtividade e custos da
colheita e transporte florestal. Revista Cerne, V.6, N.2, P. 124-129, 2000.
[3] SILVA, F. A. M. de.; ASSAD, E. D.;
EVANGELISTA, B. A. Caracterização
Climática do Bioma Cerrado.SANO, S. M.;
ALMEIDA, S. P. D.; RIBEIRO, J. F (org.).
In: Cerrado: Ecologia e Flora. Embrapa
Cerrados - Brasília DF: Embrapa Informação Tecnológica, v. 2, 2008. 88 p.
[4] SOUZA, A. N. D. Crescimento, produção e análise econômica de povoamentos
clonais de Eucalyptus sp em sistemas agroflorestais. 203 f.. Tese (Doutorado em Engenharia Florestal) - Universidade Federal
de Lavras, Lavras - MG, 2005.
[5] LOPES, S. E. Análise técnica e econômica de um sistema de colheita florestal.
Tese (Doutorado em engenharia agrícola).
Universidade Federal de Viçosa, Viçosa MG, 124f. 2007.
[6] LOPES, S. E.; FERNANDES, H.C.;
SANTOS, N. T.; RINALDI, P. C. N. Avaliação técnica e econômica de uma Garra
Traçadora operando em diferentes produtividades. Revista Scientia Forestalis. Piracicaba, v.36, n.79, p.215-222, set. 2008.
60
Resumos Expandidos
AVALIAÇÃO TÉCNICA E ECONÔMICA DO CORTE DE EUCALIPTO
COM FELLER BUNCHER EM DIFERENTES CONDIÇÕES
Fabrícia Conceição Menez Mota¹,
Reginaldo Sérgio Pereira²; Ailton Teixeira do Vale³
¹Doutoranda em Ciências Florestais - UnB ([email protected]); ² Prof.Dr. Departamento
de Engenharia Florestal UnB ([email protected]); ³ Prof.Dr. Departamento de Engenharia
Florestal UnB ([email protected]).
Introdução e objetivos
A avaliação econômica e técnica é uma
ferramenta utilizada no planejamento da
colheita florestal. Vários estudos já foram
realizados com sistemas de colheita florestal, envolvendo diferentes condições e
situações de trabalho em campo, visando
identificar gargalos na produção em virtude
do mau aproveitamento do tempo ou identificar pontos que possam ser melhorados
nas atividades diárias [1]; [2]; e [3]
O objetivo do trabalho foi analisar técnica
e economicamente, a operação de corte florestal em diferentes áreas de estudo.
Material e Métodos
A área de estudo pertence à Votorantim
Siderurgia, Grupo Votorantim, localizada
no Noroeste do Estado de Minas Gerais.
O clima da região é tropical úmido com
subtipo clima de savana e possuem duas estações bem definidas, inverno seco de maio
a setembro e chuvoso de outubro a abril
[4]. A latitude é 17º36’09” e a longitude é
46º42’02” Oeste de Greenwich, e altitude
de 550m [5]. Para a análise de tempos e
movimentos foram coletados os elementos
do ciclo operacional, foi utilizado o cronômetro EXTECH 365535, Split memory
500 Lap para coleta desses dados. O sistema de colheita analisado foi o de árvores
inteiras. Os elementos do ciclo operacional
do feller-buncher coletados foram: I - Tempo
de deslocamento: tempo necessário para a
máquina deslocar e posicionar o cabeçote na árvore que será cortada; II - Tempo
de abate: é o tempo gasto para o corte da
árvore rente ao nível do solo, enquanto os
braços do cabeçote permanecem fechados;
III - Tempo de tombamento: tempo gasto
com o deslocamento do cabeçote, após o
corte da árvore, até o rebaixamento e abertura dos braços do cabeçote para o depósito das árvores no feixe; IV – Tempo de
interrupções: tempo gasto em interrupção
durante a realização do corte das árvores.
A função do feller buncher é derrubar as árvores e embandeirar. A máquina analisada
era composta por uma escavadeira hidráulica, com rodados de esteiras, marca Caterpillar, modelo 320 C, potência de 187CC.
O cabeçote de feller-buncher com sistema de
disco da marca Caterpillar, modelo HF 181,
potência de 3700 RPM e braços acumuladores com alcance de 7m. O feller - buncher
apresentou 30.000 horas de uso. Foram coletados dados de tempos e movimentos em
duas áreas diferentes, com a mesma máquina e operadores diferentes. As características dendrométricas das áreas trabalhadas
estão descritas na Tabela 1.
61
XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
Tabela 1: Características dendrométricas dos elementos do ciclo operacional do fellerdas áreas trabalhadas.
buncher nas áreas I e II pode ser visualizado
na Figura 1.
Área
DAP Altura
Volume
Volume
médio média
médio/
(m³/ha)
(cm)
(m)
árvore
Nº
arv.
/ha
Área I
14,30
23,60
339,95
0,295
1151
Área II 13,49
21,74
316,37
0,261
1293
O número ideal de amostras de cada etapa
foi estabelecido com base na precisão de
erro estabelecido de 10% e 95% de probabilidade definida. Para os cálculos da produtividade (Prod(m³/he)), eficiência operacional (EO) e disponibilidade mecânica
(DM) foram necessários o tempo em horas
efetivas, horas paradas e horas em manutenção. A avaliação econômica envolveu
a determinação dos custos operacionais e
do custo de produção. O custo operacional
total do sistema produtivo foi dividido em
custos fixos (CF), variáveis (CV) e de administração (CA).
Figura 1: Composição percentual do ciclo
operacional do feller-buncher. A – percentual
do tempo total consumido pelos elementos
operacionais, B – consumo efetivo dos elementos do ciclo operacional e C – percentual das interrupções inerentes e técnicas e
operacional.
As interrupções acarretaram uma eficiência
operacional de 57,09% e 72,97% (Tabela 2)
Foram coletados 214 e 596 ciclos opera- para o feller buncher nas áreas I e II, respeccionais para o feller-buncher nas áreas I e II, tivamente
enquanto que a intensidade amostral mostrou a necessidade de coleta de 207 e 376 Tabela 2: Rendimento operacional do fellerciclos, respectivamente. O tempo médio buncher. AD – média de árvores derrubadas
do ciclo de trabalho foi de 73,97 e 61,90 por ciclo de trabalho.
segundos para as áreas I e II, respectivamente. O maior tempo gasto pelo fellerbuncher na área I pode ser justificado pelo
Prod
DM
tombamento de árvores, após uma ventania Área AD (m³/he) EO%
que ocorreu na região de estudo. Isso difi- Área I 3,5
88,59
57,09
82,62
cultou o rendimento do trabalho, visto que,
Área II 4,7
99,52
72,97
100
o feller-buncher foi desenvolvido para abater
A
disponibilidade
mecânica
mostrou-se
árvores em pé. A média dos elementos do
ciclo operacional do feller-buncher na área I baixa para as duas máquinas. Tal resultado é
foi menor, quando comparadas à média do explicado pela recente manutenção prevenciclo operacional na área II. Esses valores tiva, realizada na máquina, antes do período
podem ser relacionados ao nível de treina- da coleta de dados.
mento do operador florestal. O percentual
Resultados e Discussões
62
Resumos Expandidos
Considerando uma taxa de juros de 12%
a.a, o custo de produção do feller - buncher
para as áreas I e II apresentou uma diferença de aproximadamente 14% em relação
ao custo do m³ da madeira derrubada/empilhada (Tabela 3). O maior custo de produção para a área I pode ser explicado pela
eficiência operacional e condições da área
de trabalho, descrita na análise técnica.
Tabela 3: Custo de produção do feller-buncher
para a derrubada e empilhamento.
Área
EO% CT (US$/he) Cprod(US$/m³)
I
66,95
58,07
0,65
II
72,97
56,37
0,54
O custo de produção em (US$/m³), do Feller - buncher para as diferentes áreas foi de
0,65 e 0,54, respectivamente. [6] e [7], encontraram o valor de 1,64 (US$ m³) para a
mesma produtividade analisada nesse estudo, 300m³/ha. [8] ao avaliar a produtividade
e o custo operacional do corte florestal com
feller-buncher, em área com média de 195,82
(m³/ha), alcançou os valores de 48,8m³/he
e 94,29 US$/he, respectivamente.
Conclusões
Por meio da análise técnica e econômica,
pode-se verificar que o nível de treinamento do motorista e as condições do ambiente influenciaram diretamente na eficiência
operacional e produtividade.
Referências Bibliográficas
[1] SIMÕES, D.; IAMONTI, I. C.; FENNER, P. T.Avaliação técnica e econômica
do corte de eucalipto com feller - buncher em
diferentes condições operacionais. Revista
Ciência Florestal, v. 20, n. 4, p. 649-656, 2010.
[2] SILVA, E. N.; MACHADO, C.C.; MINETTE, L.J.; FERNANDES, H.C.; SILVA, M.L; JACOVINE, L. A. Avaliação técnica e econômica do corte mecanizado de
Pinus sp. com Harvester. Revista Árvore, v.
34, n. 4, p. 745-753, 2010.
[3] LOPES, S. E.; FERNANDES, H. C.;
SANTOS, N. T.; RINALDI, P. C. N. Avaliação técnica e econômica de uma garra
traçadora operando em diferentes produtividades. ScientiaForestalis, v. 36, n. 79, p. 215222, 2008.
[4] SILVA, F. A. M. de.; ASSAD, E. D.;
EVANGELISTA, B. A. Caracterização
Climática do Bioma Cerrado.SANO, S. M.;
ALMEIDA, S. P. D.; RIBEIRO, J. F (org.).
In: Cerrado: Ecologia e Flora. Embrapa
Cerrados - Brasília DF: Embrapa Informação Tecnológica, v. 2, 2008. 88 p.
[5] SOUZA, A. N. D. Crescimento, produção e análise econômica de povoamentos
clonais de Eucalyptus sp em sistemas agroflorestais. 203 f.. Tese (Doutorado em Engenharia Florestal) - Universidade Federal
de Lavras, Lavras - MG, 2005.
[6] LOPES, S. E. Análise técnica e econômica de um sistema de colheita florestal.
Tese (Doutorado em engenharia agrícola).
Universidade Federal de Viçosa, Viçosa MG, 124f. 2007.
[7] FERNANDES, H. C.; LOPES, S. E.;
TEIXEIRA, M. M.; MINETTE, L. J.; RINALDI, P. C. N.; BERNADE, A. M. Avaliação das características técnica e econômica de um sistema de colheita florestal de
árvores inteiras. Revista Scientia Forestalis,
Piracicaba, v. 37, n.83, p. 225-232, set. 2009.
[8] NASCIMENTO, A.C.; LEITE, A. M.
P.; SOARES, T. S.; FREITAS, L. C. Avaliação técnica e econômica da colheita florestal com Feller Buncher. Revista Cerne, Lavras.
v. 17, n.1, p. 9-15, jan./mar. 2011.
63
XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
CARGA FÍSICA DE TRABALHO E ANÁLISE BIOMECÂNICA
DAS OPERAÇÕES DE COLHEITA FLORESTAL EM
ÁREAS DECLIVOSAS NO SUL DO ESPÍRITO SANTO
Weslen Pintor Canzian1; Nilton Cesar Fiedler2;
Jair Krause Junior3; Igor Batista Brinate4; Kelly Nery Bighi5
Mestrando Eng. Florestal, UFES ([email protected]);
Prof. Dr. Departamento de Ciências Florestais e da Madeira, UFES (nilton.fiedler@
ufes.br) ; 3 Engenheiro Florestal ([email protected]); 4 Mestrando Eng.
Florestal, UFES ([email protected]); 5 Mestranda Eng. Florestal, UFES (kelly_
[email protected])
1
2
Introdução e Objetivos
As condições de trabalho nas operações
de corte florestal, principalmente em áreas
inclinadas, em geral, são árduas e pesadas,
exigindo grande esforço físico do trabalhador, podendo causar desconforto durante a
execução das operações [1]. Estes trabalhos
muitas vezes são realizados de forma incorreta e com intensidade elevada, podendo
gerar um déficit na saúde, causando problemas na coluna e lombalgias [2].
As avaliações ergonômicas têm contribuído
de forma positiva nas condições de trabalho humano, elevando a qualidade de vida, Figura 1: representação da declividade das
que é condição fundamental para o sucesso áreas da pesquisa.
de uma empresa ou empreendimento [3].
Esta pesquisa teve o objetivo de analisar a A carga física de trabalho foi analisada com
carga física de trabalho, as posturas e os pe- o uso de um monitor de frequência cardíasos manuseados durante a colheita florestal ca, instalado no tórax do operador durante
semimecanizada em áreas declivosas no sul as operações. Foi utilizada a metodologia de
[4] que classifica a carga física em função
do Espírito Santo.
dos batimentos cardíacos (Tabela 1).
Material e métodos
A pesquisa foi realizada na região sul do
Espírito Santo, nos municípios de Guaçuí e
Divino de São Lourenço. Foram escolhidos
terrenos acidentados com declividade média acima de 30% (Figura 1).
64
Resumos Expandidos
Tabela 1: Classificação da freqüência cardí- Resultados e discussão
aca
Para análise da carga física de trabalho, as
frequências cardíacas coletadas para cada
Frequência
operação, foram processadas de forma inClassificação
cardíaca
dividual para cada operador. Na Tabela 2
(bpm)
estão todas as médias referentes à carga fíMuito leve
≤ 75 bpm
sica de trabalho de cada atividade.
Mediamente pesado
>75 ≤100 bpm
Pesado
>100 ≤ 125 bpm
Extremamente pesado
> 125 bpm
Para análise das posturas adotadas pelos
trabalhadores, foram realizadas filmagens
dos trabalhadores em perfil em cada fase do
ciclo de trabalho. As imagens foram congeladas a cada 5 segundos, possibilitando dessa forma medir e classificar os ângulos das
articulações dos ombros, braços, cotovelo,
quadril, joelho e tornozelo.
Para análise das posturas, foi utilizado o
modelo OWAS (Ovako Work Analisis System” da Finlândia).
Os pesos manuseados, de todas as cargas
puxadas, levantadas e empurradas foram
dimensionados com uma balança. Nas
posturas tradicionais foram medidas, com
uma trena as distâncias horizontais entre o
individuo e a carga, a distância horizontal
e vertical da carga ao corpo, deslocamento
vertical com a carga e o ângulo de giro para
aplicação da equação do NIOSH (Instituto
Nacional de saúde e Segurança Ocupacional dos Estados Unidos) para calcular o
limite recomendado de pesos (LRP), que é
o máximo aceitável para um trabalho continuo sem riscos de lesões e traumas cumulativos.
Tabela 2 - Carga física de trabalho.
FC CC
T
V
FC
L
FC
R
CLASTR
SIFICA- (min
ÇÃO
/h)
135
55
117
70
Extremamente
Pesado
Tombament
133
o manual
54
116
68
Extremamente
Pesado
15
Empilhamen
132
to
52
117
69
Extremamente
Pesado
14
Atividade
Abate e
toragem
17
FCT (Frequência Cardíaca de Trabalho),
CCV (Carga Cardiovascular), FCL (Frequência Limite), FCR (Frequência Cardíaca de
Repouso), TR (Tempo de Repouso).
De acordo com a Tabela 2, pode-se perceber que todas as atividades foram classificadas como extremamente pesadas, sendo
assim, necessário estudá-las para adequá-las
de forma a melhorar as condições de trabalho.
Os dados referentes a análise de postura
estão apresentados por atividade, conforme
Tabela 3.
O LRP, uma vez calculado, compara-se
com a carga real levantada, obtendo-se então o Índice de Levantamento (IL).
65
XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
Tabela 3 - Postura típica da atividade e clas- Tabela 4 – limite recomendado de pesos,
se de ação.
índice de levantamento e condição de trabalho com o método NIOSH.
Atividade
Abate
Toragem
Tombamento
manual
Postura
%
T*
(min)
Classe
2/1/3/1
34,25
164
2
1/1/3/1
20,87
100
Atividade
LRP
IL
Condição de
trabalho
1
Abate
14,8
0,492
Bom
Toragem
17,3
0,42
Bom
Tombamento
manual
6,5
2,741
Ruim
Empilhamento
manual
10,1
1,776
Razoável
Total
100
480
2/1/3/1
44,81
215
2
1/1/7/1
24,07
116
1
Total
100
480
2/1/4/2
35,12
169
3
2/1/7/1
20,98
101
2
Total
100
480
As atividades de abate e toragem apresentaram IL menor do que 1, logo apresentam
4/1/4/2
23,33
112
4
boas condições de trabalho, com chance
Empilha4/1/4/3
17,92
86
4
mínima de lesões. O tombamento manual
mento
Total
100
480
apresentou IL acima de 2, isso representa
condições inseguras de trabalho, com alto
risco de lesões e, por fim, o empilhamento
T*: tempo, em minutos, na posição durante
manual apresentou IL entre 1 e 2, represenuma carga diária de 480 minutos de trabatando condições inseguras de trabalho com
lho.
médio risco de lesões.
O ciclo de corte florestal de forma geral
proporciona condições desfavoráveis ao
trabalhador. As atividades de abate e toragem são classificadas como de classe 2,
sendo necessário correções em um futuro
próximo. A atividade de tombamento manual foi classificada como classe 3, sendo
necessário correções tão logo quanto possível e o empilhamento manual foi classificado como classe 4, sendo necessário correções imediatas.
Conclusões
Com os resultados da pesquisa, pode-se
concluir que as atividades relacionadas ao
ciclo de corte florestal apresentam:
Frequência cardíaca elevada, classificada
como extremamente pesada;
Posturas lesivas ao organismo, podendo levar a danos à saúde dos trabalhadores, sendo necessárias mudanças na forma de execução do trabalho, sendo o empilhamento
Com relação ao peso manuseado, na Tabe- manual a atividade mais danosa;
la 4 estão demonstrados valores médios de O índice de Levantamento indicou que as
cada atividade.
atividades de tombamento manual e empi-
lhamento manual ficaram acima do limite
recomendado, caracterizando as atividades
como inseguras e com necessidades de mudanças ergonômicas;
66
Resumos Expandidos
De forma geral, o ciclo de corte florestal
semi mecanizado apresenta atividades extremamente pesadas, de altos níveis de exigência física, com condições ergonômicas
desfavoráveis em que, na maioria das vezes,
não se levam em conta as condições do trabalhador.
Referências Bibliográficas
[1] MONTMOLLIN, M. A ergonomia.
Lisboa: Gráfica Manuel Barbosa& Filhos,
1990.
[2] FIEDLER, N.C.; SOUZA, A.P.; MINETTI, L.J.; MACHADO, C.C.; TIBIRIÇÁ, A.C.G. Análise de posturas na colheita florestal. Revista Árvore, Viçosa, v.
23, n. 4. p. 435-441, 1999.
[3] ALVES, J. U.; SOUZA, A. P.; MINETTI, L. J.; GOMES, J. M. Avaliação da carga de trabalho físico de trabalhadores
que atuam na atividade de propagação de Eucaliptus spp. In: SIMPÓSIO
BRASILEIRO SOBRE ERGONOMIA E
SEGURANÇA DO TRABALHO FLORESTAL E AGRÍCOLA, 1., 2000, Belo
Horizonte, MG. Anais do... Belo Horizonte: Ergoflor, 2000. p. 129 – 134.
[4] APUD, Elias et al. Manual de Ergonomia Florestal. Laboratorio de ergonomia
de La Universidad de Concepción, Chile,
1999.
67
XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
COMPACTAÇÃO DO SOLO CAUSADA PELO TRÁFEGO DE MÁQUINAS
DE COLHEITA FLORESTAL: ESTUDO DE CASO
Denise Andréia Szymczak1; Roberto Venturini2;
Gustavo Uberti2; Douglas Vollmer3; Catize Brandelero4
1
Engª. Florestal, doutoranda do PPGEF UFSM ([email protected]); 2Graduandos de
Eng. Florestal UFSM ([email protected]; [email protected]); 3Eng. Florestal,
mestrando do PPGAP UFSM ([email protected]); 4 Profª. Dr. Departamento de Eng.
Rural UFSM ([email protected])
Introdução e Objetivos
O intenso tráfego de máquinas pesadas
dentro da floresta, no momento dos
desbastes e principalmente da colheita,
vem causando problemas principalmente
de ordem ambiental, em sua maioria
relacionada à compactação do solo. Esta é
definida como um incremento na densidade
do solo resultante da aplicação de cargas ou
pressões [1]. A retirada dos resíduos do local
da colheita, várias passadas das máquinas
no mesmo local e, principalmente, durante
condições de umidade inadequadas no
momento da realização da atividade, são
as maiores causas da compactação do solo.
Muitas vezes a degradação atinge níveis tão
elevados que as possibilidades de retorno
à condição natural se tornam onerosas e
por vezes complexas [2]. O objetivo desse
trabalho foi avaliar se as máquinas de
colheita florestal causam compactação ao
solo em níveis críticos.
Material e Métodos
O estudo foi conduzido em uma área de
colheita de Eucalipto em uma empresa
florestal na região do vale do Taquari,
RS. O delineamento experimental foi
inteiramente casualizado com 3 tratamentos
e 3 repetições. Os tratamentos foram
compostos por (1) linha de passagem
68
de harvester, (2) linha de passagem de
forwarder, (3) testemunha (sem passagem
de máquinas). O peso médio desse tipo de
maquinário gira em torno de 23 toneladas e
ambas as máquinas trafegaram com rodado
de esteira. O número de viagens do forwarder
(ida e volta) ficou em torno de duas e do
harvester foi de uma. A umidade gravimétrica
no momento da operação foi de 0,25 kg kg1
. Foram coletadas amostras indeformadas
de solo nas profundidades de 0 a 10 cm,
10 a 20 cm e 20 a 30 cm no perfil do solo.
As análises realizadas foram: densidade
do solo e resistência a penetração do solo
(RP). As amostras para a análise de RP de
bancada foram equilibradas na coluna de
areia a uma tensão de 10 kPa (umidade
próxima a capacidade de campo). O solo
foi classificado como Argissolo BrunoAcinzentado [3]. Foi realizada comparação
de médias por Tukey a 5% de probabilidade
de erro.
Resultados e Discussão
A densidade do solo (Figura 1) nas linhas
de tráfego das máquinas é estatisticamente
diferente e maior que aquela em solo sem
tráfego, comprovando que a atividade de
colheita e a conseqüente movimentação
de máquinas causam impacto ao solo
(compactação), especialmente na camada
de solo diretamente em contato com o
rodado da máquina. O maior incremento de
Resumos Expandidos
densidade ocorre na camada superficial do
solo (0-10 cm), nas demais não há diferença
significativa. Isso pode ser justificado
devido à pressão aplicada pelo tráfego
sobre o solo se dissipar, podendo, assim,
a pressão não ser suficiente para impactar
as propriedades físicas das camadas mais
profundas em um nível considerável [4].
também foi diferente na camada superficial
entre o tratamento testemunha e os demais
que representam a passagem das máquinas
sobre o solo. Os baixos valores de RP são
importantes e positivos, pois significam que
o futuro plantio não sofrerá impedimento
ao crescimento radicular, já que a faixa de
variação dos valores de RP não representam
valores críticos de 2 MPa [6], [2], muito
menos restritivos de 3 MPa [7]. Na área
florestal poucos são os trabalhos que
abordam os valores restritivos de RP, pois
cada espécie apresenta comportamento
diferente em relação à resistência a
penetração do solo. Em um trabalho sobre
tempo de ocorrência de RP restritiva em
feijoeiro, concluiu-se que o tempo para
a resistência à penetração atingir o valor
Figura 1. Densidade do solo na linha de 2 MPa foi diferente entre os níveis de
de tráfego (harvester e forwarder) e na área compactação do solo, confirmando a
hipótese de que os valores indicadores de
testemunha.
restrição de RP ocorrem em momentos e
Aparentemente o baldeio da madeira
ordem diferentes [8].
realizado com o forwarder causa maiores
impactos negativos ao solo do que o
corte com o harvester. Apesar disso, não
houve diferença entre o tipo de máquina
utilizada nas etapas de colheita e o impacto
provado ao solo, tanto forwarder como
harvester promoveram compactação no
solo na camada superficial com valores
de densidade próximas às consideradas
críticas para o desenvolvimento do sistema
radicular do próximo ciclo produtivo. Para
solos arenosos a densidade crítica gira em Figura 2. A resistência à penetração do solo
na linha de tráfego (harvester e forwarder) e na
torno de 1,6 – 1,8 g cm-3 [5].
área testemunha.
A resistência do solo à penetração (Figura 2)
depende da densidade e do teor de umidade Na camada de 10 a 20 cm de profundidade
do solo, aumentando com o decréscimo da do solo o valor da RP foi relativamente
umidade e com o aumento da densidade. maior na linha de tráfego do forwarder
De maneira geral, os valores de RP foram quando comparado a linha de tráfego do
baixos em todas as profundidades e harvester. Esse foto pode ser remetido a uma
podem ser relacionados com a umidade camada de impedimento como o B textural,
relativamente alta (capacidade de campo). por exemplo, e não necessariamente a
Assim como a densidade do solo a RP compactação causada pelas máquinas, pois
69
XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
se assim fosse, seria esperado que a camada [7] ZOU, C.; SANDS, R.; BUCHAN, G.;
superficial também tivesse maiores valores HUDSON, I. Least limiting water range:
de RP.
A potential indicator of physical quality
of forest soils. Australian Journal of Soil
Research, Collingwood, v.38, n.5, p.947Conclusão
958, set./oct., 2000.
Houve compactação do solo causada pelo
[8] GUBIANI, P. I. et al. Método alternativo
tráfego das máquinas de colheita florestal
para a determinação da densidade de
apenas na camada superficial do solo e esta
partículas do solo: exatidão, precisão e
não atingiu os níveis críticos de densidade e
tempo de processamento. Ciência Rural,
de impedimento mecânico.
Santa Maria, v.36, n.2, p. 664-668, mar./
abr., 2006.
Referências Bibliográficas
[1]BAVER, L. D.; GARDNER, W. H.
Física del Suelos. México: Ed. HispanoAmericana, 1973.
[2}REICHERT, J. M.; SUZUKI, L, E. A.
S.; REINERT, D. J. Compactação do solo
em Sistemas agropecuários e florestais:
identificação, efeitos, limites críticos e
mitigação. In: CERETTA, C. A.; SILVA, L.
S.; REICHERT, J. M. Tópicos em Ciência
do Solo. Viçosa: SBCS. 2007. cap.5, p. 49134.
[3] EMBRAPA. Centro Nacional de
Pesquisa de Solos. Sistema brasileiro
de classificação de solos. Rio de Janeiro:
EMBRAPA-SPI. 2. ed. 2006. 306 p.
[4] CULLEN, S. J.; MONTAGNE,
C.; FERGUSON, H. Timber harvest
trafficking and soil compaction in Western
Montana. Soil Science Society American
Journal, 55:1416-18 1421, 1991.
[5] REICHERT, J. M.; REINERT, D.
J.; BRAIDA, J. A. Qualidade dos solos
e sustentabilidade de sistemas agrícolas.
Ciência e Ambiente, Santa Maria, v.27,
p.29-48, jul./dez., 2003.
[6] TAYLOR, H. M.; ROBERTSON,
G. M.; PARKER, J. J. Soil strength root
penetrations for medium to coarse textured
soil materials. Soil Science, Baltimore, v.
102, n.1, p. 18-22, jan., 1966.
70
Resumos Expandidos
COMPARAÇÃO DA PRODUTIVIDADE ENTRE EQUIPAMENTOS EM
DOIS SISTEMAS DE COLHEITA DE MADEIRA DE EUCALIPTO
Felipe Martins de Oliveira1; Angelo Luiz Silva Pereira2;
Pedro Caldas de Britto3
1
Prof. MSc. Departamento de Engenharia Florestal da União Latino-Americana de Tecnologia/
ULT ([email protected]); 2Graduando em Eng. Florestal da ULT([email protected]);
3
Doutorando em Ciência Florestal da UNESP.
Introdução e objetivos
Com o crescimento da economia brasileira, houve a necessidade de o setor florestal
brasileiro passar por diversas mudanças,
como a introdução de máquinas e equipamentos mais produtivos e sofisticados. Este
crescimento na demanda pelos produtos
florestais incentivou maior planejamento
dos processos produtivos das empresas valorizando, consequentemente, seu grau de
competitividade.
Neste cenário, a colheita florestal é de extrema importância, tendo em vista que é
a mais onerosa em termos de custos de
produção [1]. Desta forma, torna-se importante a realização de estudos que mostrem
a real capacidade produtiva das máquinas
dentro dos sistemas, bem como comparações entre diferentes sistemas numa mesma
situação, de forma a indicar o mais produtivo e que menos onere a empresa em seu
processo produtivo.
Para o sucesso de um sistema deve-se considerar que todos os elementos componentes atinjam o mesmo objetivo [2]. Sendo
assim, esta pesquisa propôs-se a comparar
a produtividade entre dois sistemas mecanizados de colheita florestal em reflorestamentos de Eucalipto.
estado do Paraná. O plantio florestal foi
composto por Eucalyptus grandis com sete
anos de idade, destinado a uso na produção
de papel e celulose.
O estudo foi realizado em uma área de relevo plano, com densidade de 1600 árvores
ha-1 e volume médio individual de 0,27 m³,
onde operou tanto o sistema de toras curtas (cut to lenght) como o sistema de árvores
inteiras (full tree).
Como este foi um estudo comparativo, evitou-se citar as marcas das máquinas e equipamentos estudados, apenas descrevendo
suas características técnicas.
No sistema de toras curtas, foram estudadas
as máquinas descritas na Tabela 1. No corte, foi estudada uma escavadeira hidráulica
adaptada, com cabeçote para derrubada,
desgalhamento e traçamento. No baldeio,
foi estudado um forwarder 6 x 6 de pneus.
No sistema de árvores inteiras, foram estudadas as máquinas descritas na Tabela 2.
Na derrubada, foi observado um feller buncher de esteiras com cabeçote com disco de
corte. No arraste, foi observado um skidder
6 x 6 de pneus, e no processamento à beira
da estrada foi observada uma escavadeira
hidráulica adaptada com cabeçote processador.
Material e métodos
Este trabalho foi realizado nas áreas florestais de uma empresa da região central do
71
XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
Tabela 1. Características das máquinas ob- Tabela 2. Características das máquinas observadas no sistema de toras curtas.
servadas no sistema de árvores inteiras.
Corte (máquina base)
Corte (feller buncher)
Potência
147 hp
300 hp
3710 mm
Altura
3713 mm
Altura
Comprimento
9460 mm
Comprimento
5280 mm
Peso
26 900 Kg
Peso
35640 Kg
Peso
1634 kg
Abertura de garras
1320 mm
Capacidade de corte
65 cm
Largura corte individual
585 mm
Abertura rolos
689 mm
Corte (cabeçote)
Corte (cabeçote)
Arraste (skidder)
Força tração
37 kn
Potência
220 hp
Largura
1265 mm
Altura
3150 mm
Altura
2034 mm
Comprimento
9220 mm
Peso
20640 kg
Baldeio (forwarder)
Processamento (máquina base)
Potência
204 hp
Capacidade de carga
18000 kg
Comprimento
9710 mm
Altura
3556 mm
Peso
16800 kg
Comprimento
13614 mm
Peso
30191 kg
Para determinar produtividade, desconsiderou-se os tempos não produtivos, ou seja,
os tempos de pausa, manutenção e abastecimento, sendo processadas as horas efetivas
de cada máquina com 20 amostras de 100
em 100 árvores em dois turnos trabalhados.
A cada 100 árvores era realizada a leitura do
cronômetro. Esta metodologia foi adaptada
para este estudo, o qual visa principalmente
a comparação entre as produtividades das
máquinas de ambos os sistemas estudados.
Os dados foram analisados no delineamento inteiramente casualizado. O teste
de Tukey foi utilizado para verificar quais
médias de produtividades eram diferentes
entre si. Pelo fato das amostras do skidder
apresentarem apenas duas repetições, elas
foram desconsideradas neste teste estatís-
72
Potência
Potência
305 hp
Processamento (cabeçote)
Peso
3414 kg
Capacidade de corte
78 cm
Abertura rolos
762 mm
Força tração
47,5 kn
Largura
2000 mm
Altura
2840 mm
tico, por estarem distantes das vinte repetições amostradas para os demais equipamentos (harvester, forwarder, feller-buncher e
processador). Através do teste de Tukey,
além de comparar as médias entre as produtividades pôde-se, ainda, identificar se os
sistemas estavam trabalhando no mesmo
ritmo de produção.
Resumos Expandidos
Resultados e discussão
As dispersões dos dados de tempos por
amostra de 100 árvores, por equipamento
estudado, estão mostradas na Figura 1.
Tempo médio para Sistema
Amostra Equipamentos (hh:mm:ss)
Tras
curtas
Árvores
inteiras
Harvester
00:42:24
c
Forwarder
00:29:42
b
Feller-buncher
00:16:15
a
Processador
00:30:07
b
5% de significância.
Figura 1. Tempos efetivos dos equipamentos estudados para cada amostra de 100
árvores.
No sistema cut to lenght pôde-se observar
que o forwarder foi, estatisticamente, mais
produtivo que o harvester, ocasionando tempos de parada sem madeira disponível para
baldeio. No sistema full tree pôde-se verificar que o feller buncher tem sua produtividade
estatisticamente superior à do processador
florestal, havendo necessidade de se trabalhar com dois processadores florestais para
suprir a produção do feller buncher. Cabe ressaltar que de nada adianta a produtividade
do corte ser alta, se ela for incompatível
com a madeira que chega à beira da estrada.
Pode-se observar que o equipamento que
atingiu sua tarefa em menor tempo foi o
feller buncher. Isto ocorreu devido a ele realizar menos operações para completar sua
atividade. Enquanto o harvester necessitou
Em suma, no sistema de toras curtas, há a
derrubar árvore por árvore, traçar e empipossibilidade da inserção de mais uma málhar, o feller buncher apenas corta e acumula
quina para realização do baldeio, ou substiem feixes.
tuir a já existente por outra de maior porte,
Os resultados referentes à produtividade caso a colheita seja feita em sistema quente,
entre equipamentos foram demonstrados onde todas as atividades são feitas num curatravés das médias de tempos, que podem to espaço de tempo. Já no sistema de árvoser observadas na Tabela 3, seguidas dos res inteiras, a produtividade do corte está
resultados do Teste de Tukey para os di- sendo quase o dobro da produtividade do
ferentes tempos médios de realização das processador florestal. Caso haja a utilização
atividades com 20 amostras de 100 árvores. do sistema quente, indica-se a introdução
O skidder não participou do teste pela sua de mais um processador no sistema.
pouca quantidade de amostras.
Quando se considera o sistema como um
todo, deve-se atentar para a madeira que
Tabela 3. Resultados do Teste de Tukey fica à beira da estrada, pronta para o carpara os diferentes tempos médios de rea- regamento. Desta forma, se forem conlização das atividades nas amostras de 100 sideradas as produtividades dos últimos
árvores.
equipamentos de cada sistema, ou seja, do
processador florestal no sistema de árvores
inteiras e do forwarder no sistema de toras
curtas, ambos mostraram produtividades
73
XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
homogêneas, classificados com a letra b,
pelo teste de Tukey, a 5%.
Portanto, pode-se dizer que ambos os sistemas, durante a coleta de dados, possuem a
mesma produtividade devido aos gargalos
deixados pelas incompatibilidades entre as
produtividades dos equipamentos dentro
de cada sistema.
Conclusões
Com base na análise dos dois sistemas de
colheita, chegou-se ao resultado de que a
produtividade do feller buncher foi a maior
entre todas as outras máquinas observadas,
dentro da metodologia adotada.
Conclui-se que, avaliando os dois sistemas
de colheita florestal, o sistema de árvores
inteiras (full tree) obteve produtividade semelhante à do sistema toras curtas (cut to
lenght), considerando o período de coleta
de dados e a madeira que chega à beira da
estrada.
Individualmente, verificou-se que houve
maior produtividade no sistema de árvores
inteiras, mas, para ela ser concretizada, necessita-se uma readequação do maquinário,
otimizando possíveis tempos improdutivos
e, se for o caso, realizar o redimensionamento da frota, para que todas as máquinas
trabalhem em sintonia na sua produtividade.
Referências bibliográficas
[1] Machado, C. C., Silva, N. E., Pereira, S.
R., Setor florestal brasileiro e a colheita
florestal In: Machado, C. C., Colheita Florestal - Viçosa - UFV, 2008 p. 16-42.
[2] Malinovski J. R., Camargo, S. M. C., Malinovski, A. R., Malinovski A. R. Sistemas.
In: Macahdo C. C., Colheita Florestal, Viçosa, UFV, 2008 p. 162-184.
74
Resumos Expandidos
COMPARATIVO DE CUSTO DE PRODUÇÃO DE
DUAS MÁQUINAS UTILIZADAS NO CORTE FLORESTAL
Nathália Drummond; 2Angelo Márcio Pinto Leite; 1Filipe Gomes de Lima;
1
Âna Flávia Guimarães Paoliinelli, 1Josimar Sebastião de Souza
1
1
Graduandso em Eng. Florestal UFVJM ([email protected], filipefloresta@gmail.
com, [email protected], [email protected]); 2Prof. Dr. Departamento de Engenharia Florestal UFVJM ([email protected])
Introdução
A colheita florestal corresponde a uma
cadeia produtiva constituída por cinco atividades parciais interdependentes, a saber:
corte, extração, carregamento, transporte
principal e descarregamento da madeira.
Na execução de cada fase da colheita são
utilizados máquinas e equipamentos diversos, sendo esta atividade a etapa de produção de madeira de maior custo (LEITE,
2002). Neste sentido, o cálculo do custo
operacional (CO) de uma máquina de colheita, que correspondente ao somatório de
todos os custos resultantes de sua aquisição
e operação (SILVA et al., 2008), constitui
uma etapa de fundamental importância
para a tomada de decisões, a fim de as empresas alcançarem seus objetivos. Existem
vários métodos de cálculo dos CO de máquinas que diferem entre si quanto aos itens
de custo e à maneira de classificar os componentes. Ressalta-se que nenhuma metodologia é melhor que a outra e, a escolha
de qual utilizar, dependerá de cada pessoa.
Objetivou-se com esse trabalho calcular o
CO de duas máquinas utilizadas no corte
florestal semimecanizado e mecanizado
(motosserra e Feller-buncher), bem como determinar o custo de produção destas.
Material e Métodos
Determinou-se o valor correspondente a
cada item do CO de motosserra e do Feller-buncher, por meio do método da FAO/
ECE/KWF, sendo este (CO total) expres-
so em hora efetiva de trabalho (He). O CO
total por este método é subdividido nos
seguintes componentes e itens: a) Custos
Fixos (Juros, Seguro, Impostos e Abrigo);
b) Custos Semi-fixos (Depreciação e Reparos); c) Custos Variáveis (Combustíveis e
Lubrificantes); d) Custos de Mão de obra
(Operação e Manutenção); e) Custos de
Administração.
O estudo consistiu também em verificar o
impacto do uso destas duas máquinas na
produtividade e no custo da derrubada de
árvores, no sistema de árvores inteiras. A
pesquisa foi conduzida em um povoamento
de clone de Eucalyptus (espaçamento 3x2 m)
de uma empresa produtora de carvão vegetal, situado no município de Carbonita/
MG, em 2012. A produtividade para cada
máquina foi obtida pela multiplicação do
número médio de árvores derrubadas por
hora efetiva de trabalho, pelo volume médio das árvores do respectivo talhão colhido.
Resultados e discussão
Por intermédio do Quadro 1 verifica-se
que, o CO do Feller-buncher foi bem superior ao de motosserra (+930,13%), devido
ao seu maior custo de aquisição, consumo
de combustível/lubrificantes, manutenção
e peças, entre outros fatores.
75
XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
Quadro 1: Custo da hora efetiva das máqui- justifica pelo baixo rendimento / produtinas estudadas
vidade de motosserra na derrubada de árvores em comparação com o Feller-buncher,
CHE* DIFE- mesmo este tendo apresentado um maior
MÁQUINA
MÉTODO
(R$/
REN- CO total.
He)
ÇA (%) Isto demonstra a importância de se buscar
Motosserra FAO/ECE/KWF 44,51
alternativas de colheita florestal (máquinas)
com maior rendimento operacional, no
FellerFAO/ECE/KWF 414,00 +930,13
buncher
sentido de se reduzir os custos de produção.
*CHE = Custo por hora efetiva de trabalho.
Conclusões
Por outro lado verifica-se que o Feller-bun- A determinação / conhecimento do CO de
cher consegue derrubar uma quantidade de máquinas constitui etapa de fundamental
árvores muito superior a motosserra por importância na determinação do custo por
hora efetiva de trabalho (480 contra 26 unidade produzida, visando definir a meárvores), devido a maior capacidade opera- lhor alternativa de produção (tomada de
cional e agilidade desta máquina (consegue decisão).
acumular vários fustes em seu cabeçote), O custo unitário do corte de árvores com
em comparação com o operador de motos- o Feller-buncher foi praticamente metade do
serra que se limita a derrubar e a tombar obtido com motosserra.
uma árvore de cada vez (Quadro 2).
Referências Bibliográficas
Quadro 2: Produção e custo das máquinas [1] LEITE, A. M. P. Análise da terceirizaestudadas
ção na colheita florestal no Brasil. 2002.
300p. Tese (Doutorado em Ciência FloresDIFE- tal) - UFV, Viçosa, MG, 2002.
Na/ PROD.* CUSTO REN[2] SILVA, M.L. da et al. Custos. In: MAMÁQUINA
He* (m3/He) (R$/m3)
ÇA
CHADO, C.C. (coord). Colheita Flores(%)
tal. 2 ed. Viçosa: UFV, 2008, p.231-260.
Motosserra
26
5,2
8,55
Fellerbuncher
480
96
4,31
-98,37
*Na/He = Número de árvores derrubadas
por hora efetiva de trabalho.
* PROD = Produtividade, considerando
0,20 m3/árvore.
O Feller-buncher apresentou, portanto, um
menor custo por metro cúbico de madeira
derrubada (-98,37%), quando comparado
com o uso de motosserra (R$4,31 contra
R$8,55, respectivamente). Este valor se
76
Resumos Expandidos
COMPRESSIBILIDADE DE UM LATOSSOLO VERMELHO
SOB FLORESTA NATIVA E POVOAMENTO DE PINUS TAEDA L1.
Denise Andréia Szymczak2, Dalvan José Reinert3,
Eleandro José Brun4, Carlos César Mezzalira5, Taciana Frigotto6
parte da dissertação de mestrado da primeira autora apresentada ao programa de pós-graduação
em Engenharia Florestal da UFSM. 2Eng. Florestal, doutoranda do PPGEF UFSM ([email protected]); 3 prof. PhD do departamento de solos UFSM ([email protected]); 4prof.
Dr. Engenharia Florestal UTFPR campus de Dois Vizinhos – PR (eleandrobrun.utfpr@gmail.
com); 5 Graduando em Eng. Florestal UTFPR campus de Dois Vizinhos, PR (carlosmezzalira89@
hotmail.com); 3Engª. Florestal, mestranda do programa de pós-graduação em Agronomia UTFPR
campus de Pato Branco-PR ([email protected])
1
Introdução
A conversão de áreas nativas em sistemas
de manejo intensivo do solo, primeiramente
através da agricultura e da pecuária e mais
recentemente pela silvicultura, pode alterar
os atributos físicos e a qualidade do solo,
comprometendo a sustentabilidade da produção. Nesse sentido, a compreensão e a
quantificação do impacto do uso e manejo
do solo na sua qualidade física são fundamentais no desenvolvimento de sistemas
agrícolas sustentáveis [1]. No Brasil, têm
sido desenvolvidos alguns estudos avaliando as mudanças nas propriedades dos solos,
utilizando o solo sob floresta nativa como
referência. A maioria dos trabalhos trata de
culturas perenes manejadas com plantio direto e/ou convencional, sendo poucos os
estudos que investigam as variações na qualidade do solo pelo uso com plantios florestais homogêneos [2]. Na colheita florestal,
o comportamento do solo conforme a aplicação de carga na superfície depende das
características do rodado, das condições de
umidade do solo, e de algumas características inerentes ao sistema de colheita empregado: intensidade do tráfego e a disposição
da biomassa residual [3]. Neste contexto, o
objetivo deste trabalho foi avaliar a magnitude das alterações de algumas proprie-
dades físicas de um Latossolo Vermelho
Distróférrico típico, submetido a diferentes
condições de uso e manejo.
Material e Métodos
O trabalho foi realizado em áreas pertencentes a uma empresa florestal localizada
no sudoeste do estado do Paraná. O clima
da região é classificado, de acordo com
Köppen, como subtropical do tipo Cfa, [4].
O solo das áreas de estudo foi classificado
como Latossolo Vermelho Distroférrico típico [5], de textura muito argilosa, 667,91,
274,86 e 57,23 g kg-1 de argila, silte e areia,
respectivamente. Foram amostradas duas
áreas contíguas, uma com floresta nativa e
outra com povoamento de Pinus taeda sob
duas condições de manejo (antes e após a
colheita de madeira). O estudo compreendeu três tratamentos: 1 – Solo sob Floresta
Nativa (FN); 2 – Solo cultivado com povoamento de pinus (PP) com 22 anos de
idade; 3 – solo com povoamento de pinus
pós-colheita (PPC). O povoamento foi implantado no ano de 1990, com espaçamento 3 x 3 m. O sistema de colheita da madeira utilizado pela empresa foi o de Toras
Curtas (Cut-to-Length). A derrubada foi realizada por um trator florestal harvester, marca Caterpillar e modelo C9 ACERT, com
77
XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
peso operacional de 28 t, com rodados de
esteiras. A extração foi realizada por trator
florestal forwarder, marca Caterpillar e modelo CAT 3056E DITAAC, com 23 t, considerando seu próprio peso (18 t) somado à
carga de madeira de 5 t, rodados de pneus
recobertos com semiesteiras na parte traseira. A umidade gravimétrica média no momento da realização da colheita foi de 42%,
próxima da capacidade de campo. A amostragem foi realizada de forma aleatória nos
tratamentos 1 e 2, enquanto no tratamento
3 a mesma ocorreu nas linhas de tráfego
das máquinas de colheita. Em cada uma das
5 repetições foram abertas duas trincheiras
para a coleta de solo com estrutura preservada, em anel volumétrico de 69,6 cm3 nas
camadas de 0 a 5, 5 a 10, 10 a 20 e 20 a 30
cm de profundidade. Equilibradas na tensão de 10 kPa (coluna de areia), as amostras
com estrutura preservada, foram submetidas ao teste de compressão uniaxial, com
aplicação de cargas sucessivas e estáticas
de 12,5; 25; 50; 100; 200; 400; 800 e 1600
kPa, no consolidômetro de modelo S-450
Terraload (Durham Geo-Interprises), com
aplicação de pressão por meio de ar comprimido. O índice de compressão (IC) e
a pressão de preconsolidação (σp) foram
calculados pelo método de Casagrande [6].
Foi utilizado o delineamento inteiramente
casualizado com cinco repetições. Os dados
das variáveis observadas foram submetidos
à análise de variância, para verificação, em
cada profundidade, dos efeitos dos diferentes sistemas de uso e manejo no solo.
Resultados e Discussões
A fragilidade do solo sobre floresta nativa é
observado pelo índice de compressão (IC)
(Tabela 1) e pela pressão de preconsolidação (σp) (Tabela 2) em relação ao solo já
cultivado.
Enquanto a σp reflete as tensões às quais
78
o solo já foi submetido, o IC revela à suscetibilidade do solo a compactação. Quanto maior o valor de IC mais susceptível é
o solo à compactação, já para a σp, valores
baixos representam solos pouco resistentes
às pressões externas e podem sofrer deformações irreversíveis. Até a profundidade de
30 cm foi observada diferença significativa
entre o solo da FN e os tratamentos onde
o solo foi manejado. Na camada superficial
do solo (0-10 cm) houve efeito negativo da
colheita florestal no solo expressado pelo
menor índice de compressão do solo (IC).
Tabela 1 - Valores médios do índice de
compressão (IC) do solo na floresta nativa
(FN) e no povoamento de Pinus taeda antes
(PP) e após a colheita florestal (PPC).
Trat/Prof FN
PP
PPC
CV(%)
0-5
1,14a
0,51b
0,40c*
9,95
5-10
0,77a
0,46b
0,39c
6,39
10-20 20-30
0,82a 0,77a
045b 044b
043b 0,43b
18,44 10,55
Os maiores valores de σp para o solo sobre
pinus (PP e PPC) derivam do mesmo já ter
sido submetido a forças externas (preparo
do solo, plantio e condução, operações de
desbastes) que o compactaram e, portanto adquiriu maior resistência a compactações adicionais. O maior espaço poroso
do solo da floresta nativa (maior produção
de serapilheira e diversidade de raízes) proporcionou maior deformação neste solo
e, conseqüentemente, menor capacidade
de suporte de carga. Este tratamento não
recebeu nenhuma ação antrópica, atuando
apenas os efeitos dos ciclos de secagem e
umedecimento e carga geostática [7]. [8],
avaliando a influência de diferentes sistemas de manejo no solo, concluíram que o
solo sob floresta nativa apresentou um dos
maiores valores de índice de compressão
nas duas camadas estudadas (0-20cm e 20-
Resumos Expandidos
40cm), possivelmente por possuir menor
grau de compactação, permitindo maior
rearranjamento das partículas do solo com
a aplicação das pressões externas pelo teste
de compressão uniaxial.
Tabela 2 - Valores médios da pressão de
pré-consolidação (σp) do solo na floresta
nativa (FN) e no povoamento de Pinus taeda
antes (PP) e após a colheita florestal (PPC).
Trat/Prof 0-5
FN
25,99b
PP
74,38a
PPC
86,39a
CV(%)
22,77
5-10
10-20
46,92b 50,00b
101,38a 108,49a
93,81a 94,30a
20,84
20,07
20-30
46,41b
100,92a
91,71a
16,88
Conclusão
A área de floresta nativa apresentou melhor
qualidade física do solo quando comparada
à área cultivada, confirmando que a conversão da floresta nativa em sistemas florestais
de produção alterou a qualidade física do
solo da superfície até 30 cm de profundidade.
[5] EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema brasileiro de classificação de solos. Rio de Janeiro: EMBRAPASPI. 2. ed. 2006. 306 p.
[6] HOLTZ, R. D.; KOVACS, W. D. An
introduction to geotechnical engineering.
New Jersey: Prentice-Hall, 1981. 733 p.
[7] OLIVEIRA, V. S.; ROLIM, M. M.;
COSTA, Y. D. J.; PEDROSA, E. M. R.;
SILVA, E. F de F. Compressibilidade de um
Argissolo Amarelo distrocoeso submetido
a diferentes manejos. Revista Brasileira de
Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 15, p.
435–442, 2011.
[8] SILVA, A. J. N & CABEDA, M. S. V.
Compactação e compressibilidade do solo
sob sistemas de manejo e níveis de umidade. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.
30, p. 921-930, 2006.
Referências Bibliográficas
[1] DEXTER, A. R & YOUNGS, I. M. Soil
physic toward 2000. Soil Tillage. Res., v. 24,
p. 101-106. 1992.
[2] SZYMCZAK, D. A. Compactação do
solo causada pelos tratores florestais harvester e forwarder na colheita de Pinus taeda L.
2013, 83f. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Santa Maria, 2013.
[3]. SEIXAS, F. Compactação do solo devido à colheita de madeira. 2000, 75 f. Tese
(Livre Docência) - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Piracicaba, 2000.
[4] CAVIGLIONE, J. H.; KIIHL, L. R. B.;
CARAMORI, P. H.; OLIVEIRA, D. Cartas climáticas do Paraná. Londrina: IAPAR,
2000.
79
XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
CUSTO DO ABATE FLORESTAL NA AMAZÔNIA: UM ESTUDO
DE CASO NO PROJETO DE ASSENTAMENTO AGROEXTRATIVISTA
(PAE) EQUADOR, ESTADO DO ACRE, 2013-4
Sandra Aguiar de Oliveira Pires 1; Zenobio Abel Gouvêa
Perelli da Gama e Silva2; Naele de Sousa Dourado 3
Graduanda Eng. Florestal Universidade Federal do Acre ([email protected]) 2Prof. Dr.
Centro de Ciências Biológicas e da Natureza Universidade Federal do Acre (zenobiosilva@hotmail.
com); 3 Graduanda Eng. Florestal Universidade Federal do Acre ([email protected])
1
Introdução e Objetivos
Os recursos florestais têm sido essenciais
para a sobrevivência da humanidade. Nesse
contexto, Brasil tem um papel chave, pois
de acordo com FAO (2001), quase 50% das
reservas mundiais de floresta tropical estão
na Amazônia.
Porém, a exploração florestal na Amazônia
ainda ocorre, em alguns casos, de forma
predatória. Salienta-se que, com a evolução
dos conhecimentos sobre a floresta, surgiu
o manejo florestal sustentável (MFS), e com
ele a possibilidade do uso correto desse
recurso natural. Sobre esse tema, Amaral
et. al. (1998) argumentam que tal procedimento reduz os danos na floresta, eleva a
produtividade da exploração e melhora a
segurança do trabalho.
Todavia, mesmo com o desenvolvimento
de conceitos e técnicas, assim como das
mudanças nas políticas governamentais,
que levam ao uso racional das florestas tropicais, ainda não está clara a superioridade
ou não dos custos de exploração florestal
numa área manejada, em relação aos obtidos na colheita madeireira que ocorre em
locais de desmate.
Applegate et al (2004) acrescentam que os
donos de firmas madeireiras não adotaram,
ainda, o manejo florestal, na sua plenitude,
por crerem que tal operação é mais cara que
a exploração florestal convencional. Porém,
esses autores põem em dúvida se esses em-
80
presários conhecem, corretamente, os custos das atividades florestais.
Do exposto, tem-se como oportuna a realização de pesquisas que abordem os custos
do manejo florestal sustentável no Estado
do Acre. Tal afirmação se embasa nas informações apresentadas por Acre (2006), as
quais revelam que no Acre já existem florestas públicas possíveis de serem exploradas, num regime de concessão, via processo
licitatório.
Embasado nesse contexto, esta pesquisa
tem como objetivo principal, ao gerar informações sobre o manejo florestal praticado no Estado do Acre, subsidiar a elaboração de políticas publicas, que visam o uso
sustentável dos recursos florestais locais. Já,
o objetivo específico foi quantificar o custo
operacional do abate florestal, no Projeto
de Assentamento Agroextrativista (PAE)
Equador, Estado do Acre, 2013-4.
Material e métodos
Seguindo sugestões apresentadas por Lacerda (1982), os dados que foram coletados
para esse estudo são os seguintes Valor de
aquisição da motosserra (Vam), Valor de
revenda da motosserra (Vrm), Vida útil da
motosserra (n), Manutenção (Mn), Taxa de
legalização (Tx), Preço da gasolina (Pgas),
Consumo de gasolina (Cgas), Custo do óleo
40 (Po40), Consumo de óleo 40 (Co40),
Custo do óleo 2 tempo (Po2T), Consumo
Resumos Expandidos
de óleo 2 tempo (Co2T), Valor da corrente (Pcrt), Vida útil (Ccrt), Valor da coroa
(Pco), Vida útil (Cco), Valor do tambor
(Vat), Vida útil (nt), Valor do sabre (Psb),
Vida útil (Csb), Valor da vela (Vav), Vida
útil (nv), Valor do filtro (Vaf), Vida útil (nf),
Taxa de juro anual (i), Salário do operador
(Sop), Salário do ajudante do operador
(Saop), Encargos sociais (Encs), Produtividade, Horas dias trabalhadas (h/dd), Mês
ano trabalhos (M/ano), Dias mês trabalhados (dd/M), Horas efetivas anuais (hf), Eq.
de Proteção Individual-EPI (Vaep), Vida
útil do EPI (nep) e Valor residual do EPI
(Vrep).
Devido ao fato que só foi possível coletar
dados ao final da safra, esse estudo embasase na coleta de dados de um dia e meio de
trabalho. Cabe salientar-se que a safra, de
2013, correspondeu a aproximadamente
120 dias de trabalho.
Complementando, os dados coletados
nesse estudo foram processados fazendose uso das seguintes variáveis, e suas respectivas equações, propostas por Lacerda
(1982):
Resultados e discussão
81
XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
Referências Bibliográficas
ACRE. Secretaria de Estado de Floresta
(Sef). Elaboração do plano de manejo da
floresta pública de produção estadual
do Antimary. Rio Branco, AC: Sef, 2006.
Os resultados gerados nesse estudo são
apresentados a seguir.
Para Custo Fixo obteve-se um custo estimado para Salário anual (Sm) de R$ 60.753,84,
considerando encargos sociais de 103%;
Depreciação (Dp) de R$ 1.722,67/ano,
considerando a Taxa de Legalização da
motosserra (Tx) R$ 30,00; Juro (J) de R$
131,16 por ano, considerando uma taxa de
juro anual de 6%; Administração (Adm) de
R$ 10.956,34; Risco+Imprevisto (R+Impr)
de R$ 11.034,60 por ano e um Custo Fixo
Total (CFT) de R$ 84.598,61 por ano.
Para Custo Variável (R$/hora de trabalho)
obteve-se um custo estimado de Combustível (Comb) de R$ 1,64; Óleo (O40) de R$
0,36; Óleo 2T (O2T) de R$ 0,93; Corrente
(Crt) de R$ 2,09; Coroa (Co) de R$ 0,16;
Sabre (Sb) de R$ 1,10; Tambor (Tb) de R$
0,07; Filtro (Ft) de R$ 0.06; Vela (Vl) de R$
0,01; Manutenção (Mn) de R$ 3,65 e um
Custo Variável Total (CVT) de R$ 10,07.
Para Custo Operacional Total (COT) obteve-se um custo estimado de R$ 91,41 por
hora trabalhada.
Conclusões
Os resultados gerados neste estudo permitem inferir as seguintes conclusões:
- Considerando que o preço médio pago,
aos prestadores de serviços de abate, em
Rio Branco, era de 7,00 reais por metro cúbico de madeira abatida, tem-se que, para
ser viável essa atividade, a produtividade
mínima a ser alcançada é de 13 metros cúbicos de madeira em tora abatida.
82
AMARAL, P; VERÍSSIMO, A.; BARRETO, P.; VIDAL, E. Floresta para sempre:
um manual para produção de madeira na
Amazônia. Belém: Imazon, 1998. 137p.
APPLEGATE, G.; PUTZ, F. E.; SNOOK,
L. K. Who pays for and who benefits
from improved timber harvesting practices in the tropics? Lessons learned and
information gaps. Jakarta: CIFOR, 2004.
35p.
FAO. Forestry. FAOSTAT. 2001. Disponível em: http://www.FAO.org/forestry/.
LACERDA, E. Curso de mecânica e uso
de motosserra. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 1982. 28 p. (Apostilha da
disciplina de Exploração florestal).
Resumos Expandidos
Custo do arraste florestal no Projeto de Assentamento
Agroextrativista (PAE) – Equador, Estado do Acre, 2013
Jéssica Sampaio Gonçalves1; Sandra Aguiar de Oliveira Pires 2
Graduanda Eng. Florestal Universidade Federal do Acre ([email protected])
2
Graduanda Eng. Florestal Universidade Federal do Acre ([email protected])
1
Introdução e Objetivos
Os recursos florestais, inclusive aqueles
existentes na Região Amazônica. têm sido
essenciais para a sobrevivência da humanidade. Porém, a exploração florestal nessa
região ainda ocorre, em alguns casos, de
forma predatória. Assim, Amaral et. al.
(1998) alertam que a destruição da floresta gera impactos como a extinção das árvores de grande porte, chaves na produção
de sementes; danos aos indivíduos jovens
com a exploração, prejudicando o estoque
remanescente e redução da população de
certas espécies e, por último, a abertura no
dossel, ao facilitar a entrada do fogo na floresta, afeta as espécies menos resistentes a
ele. Todavia, mesmo com o desenvolvimento de conceitos e técnicas, assim como
das mudanças nas políticas governamentais, que levam ao uso racional das florestas
tropicais, ainda não está clara a superioridade ou não dos custos de exploração florestal numa área manejada, em relação aos
obtidos na colheita madeireira que ocorre
em locais de desmate. Nesse sentido, Hildebrand (1995) argumenta que as informações, sobre o custo das firmas, são chaves
tanto para as firmas monitorar e aprimorar
suas ações gerenciais como para governos
definir e administrar suas políticas de desenvolvimento. Braz (1997) acrescenta que
os custos do manejo florestal incluem as
ações com planejamento e implementação
da rede de estradas, logística, exploração,
tratos silviculturais e com transporte. Hol-
mes et. al. (2002) listam, como itens dos
custos fixos do manejo florestal, as atividades de apoio (acampamento, veículo e
cozinheiro) e custos com administração. Já,
os custos variáveis enfocam as operações
pré-exploratórias (demarcação do talhão,
inventário, corte de cipós, processamento
de dados e mapeamento); de planejamento
da extração (marcação das árvores, planejamento das estradas e pátios); de infraestrutura (abertura de estradas, pátios e trilhas
de arraste) e na extração (corte, arraste e
carregamento).
Do exposto, tem-se como oportunas as pesquisas sobre os custos do manejo florestal
sustentável no Estado do Acre. Tal afirmação se embasa em Acre (2006), o qual revela
que esse Estado tem, ainda, 87,4% do seu
território com floresta nativa intacta que, se
explorada adequadamente, pode contribuir,
num nível sustentável, para o desenvolvimento socioeconômico da região.
Embasado nos pontos e argumentos citados, essa pesquisa tem com objetivo maior,
ao gerar informações sobre a exploração
florestal no Estado do Acre, assim subsidiar a elaboração de políticas publicas,
que visam o uso sustentável dos recursos
florestais locais. Em termos especifico,
esse estudo visou quantificar o custo operacional da do arraste florestal no Projeto
de Assentamento Agroextrativista (PAE) –
Equador.
83
XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
Material e métodos
Seguindo sugestões de Birro et al. (2002) e
Simões e Fenner (2010), os dados coletados
para esse estudo foram: Valor de aquisição
(Va); Valor de revenda/residual (Vr); Custo
de um jogo de pneu (Vpn); Vida útil (n);
Preço do óleo diesel (Pcomb); Consumo
de diesel (Ccomb); Custo de lubrificante
e graxas (Plg); Consumo de lubrificantes
e graxas (CLG); Custo de óleo hidráulico
(Poh); Consumo de óleo hidráulico (Coh);
Vida útil do pneu em hora efetiva (hpn);
Taxa de juro e seguro anual (i+S); Número
de jogos de pneus (Jpn); Dias trabalhados/
mês (dd/M); Mês trabalhados/ano (M/
ano); Horas de trabalho/dia (h/dd); Horas
trabalhadas/ano (hf) e Produtividade (P).
Considerando que só houve possibilidade
de coletar dados ao final da safra, esse
relatório parcial embasa-se na coleta de dados de apenas um dia e meio de trabalho.
Cabe salientar-se que isso corresponde
aproximadamente 120 dias.
Resultados e discussão
O processamento dos dados usados nesse
estudo gerou os resultados apresentados
a seguir.
Os dados coletados nesse estudo foram
Custo Fixo (CF)
processados fazendo-se uso das seguintes
variáveis, e suas respectivas equações, pro- Os dados coletados permitiram chegar aos
postas por Birro et al. (2002) e Simões e seguintes valores:
Fenner (2010):
Depreciação (Dp)= R$ 28,57/ hf
Investimento Anual Médio (IMA)= R$
195.360,00/ano
Juros e seguros por hora efetiva (JS)= R$
18,78/hf
Custo Variável (CV)
Os cálculos gerados em custo variável
nos possibilitaram chegar aos seguintes
resultados:
84
•
Combustível (CC)= R$ 63/hf
•
Lubrificantes e graxas (CLG)= R$
3.300/hf
Resumos Expandidos
•
Óleo hidráulico (COH)= R$ 1,72/hf
•
Custo de Pneus (CP)= R$ 4,42/hf
•
Manutenção e Reparos (CMR)= R$
17,14/hf
•
Pessoal operacional e manutenção
(COM)= R$ 724,71/hf
•
Administração (CA)= R$ 145,90/hf
montanhosa. Arvore, v. 26, n.5, p. 525-532,
2002.
BRAZ, E.M. Planejamento operacional
da produção em floresta tropical. Rio
Branco: EMBRAPA-CPAF/AC, 1997. 14p.
(EMBRAPA-CPAF/AC – Documento n.
25).
HOLMES, T. P.; BLATE, G. M; ZWEEDE,
J. C.; PEREIRA JUNIOR, R.; BARRETO,
P.; BOLTZ, F. Custos e benefícios fiCusto Total (CT)
nanceiros da exploração de impacto
• Custo Operacional Total (CT)= R$
reduzido em comparação à exploração
959,70/hf
florestal convencional na Amazônia
• Custo de Produção (Cpr)= R$ 57,05/
oriental. 2 ed. Belém: Fundação Floresta
3
m.
Tropical, 2002. 66p.
HILDEBRAND, E. Sistema de apropriação e análise de custos para a empresa
Os resultados gerados neste estudo per- florestal. 1995. 145 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais) - Universidade
mitem inferir a seguinte conclusão:
- Levando em conta que o valor médio Federal do Paraná, Curitiba, 1995.
pago, aos prestadores de serviço, na ativi- JOHNSON, S.; SARRE, A. Aspecdade de arraste, em Rio Branco em 2013 era tos económicos de la ordenación de
de R$ 24,40 por metro cúbico, de madeira bosques tropicales naturales. SIMÕES, D.;
em tora, tem-se que a operação de arraste é FENNER, P.T. Influência do relevo na
uma atividade que deve ter os seus preços produtividade de e custos do Hravester.
modificados para que a mesma ocorra com Scientia Forestalis, v. 38, n. 85, p. 107114, 2010.
lucro para seus empresários.
Conclusões
Referências Bibliográficas
ACRE. Secretaria de Estado de Floresta (Sef). Elaboração do plano de
manejo da floresta pública de produção
estadual do Antimary. Rio Branco, AC:
Sef, 2006.
THIELE, R. How to manage tropical forests more sustainably: the case of Indonesia. Intereconomics. (s.l.), v. 29, n. 4,
p.184-193, 1994.
AMARAL, P; VERÍSSIMO, A.; BARRETO, P.; VIDAL, E. Floresta para sempre:
um manual para produção de madeira na
Amazônia. Belém: Imazon, 1998. 137p.
BIRRO, M.H.B.; MACHADO, C.C.; SOUZA, A.P. de; MINETTI, L.J. Avaliação técnica e econômica da extração de madeira
de eucalipto com track-skidder em região
85
XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
Custo do transporte florestal na Amazônia: Um estudo
de caso no Projeto de Assentamento Agroextrativista
(PAE) Equador, Estado do Acre, 2013
Naele de Sousa Dourado 1; Zenobio Abel Gouvêa Perelli
da Gama e Silva2; Jéssica Sampaio Gonçalves3
1
Graduanda Eng. Florestal Universidade Federal do Acre ([email protected]); 2Prof. Dr.
Centro de Ciências Biológicas e da Natureza Universidade Federal do Acre (zenobiosilva@hotmail.
com); 3Graduanda Eng. Florestal Universidade Federal do Acre ([email protected])
Introdução e Objetivos
dos custos de exploração florestal numa
área manejada, em relação aos obtidos na
colheita madeireira que ocorre em locais de
desmate. Cabe aqui mencionar que Johnson
e Sarre (1995) e Thiele (1994) indicam
os fatores econômicos como os maiores
obstáculos à efetiva implantação do MFS
nos trópicos. Assim sendo, são validas as
pesquisas que identifiquem os custos do
Porém, Amaral et. al. (1998) alertam que
manejo Florestal sustentável no Estado do
a destruição da floresta gera impactos
Acre.
como a extinção das árvores de grande
porte, que são chaves na produção de se- Em outras palavras, os esforços feitos no
mentes; danos aos indivíduos jovens com sentido de gerar informações econômia exploração, gerando prejuízo ao estoque cas sobre etapas do manejo florestal, tal
remanescente e redução da população de como o transporte florestal, as quais são
certas espécies e, por último, a abertura fundamentais para subsidiar políticas púno dossel, ao facilitar a entrada do fogo na blicas voltadas a fomentar o uso racional
floresta, afeta as espécies menos resistentes dos recursos florestais existentes na região
a ele.Salienta-seque,comaevoluçãodos co- Amazônica, de forma geral, e no Estado do
nhecimentos sobre a floresta, surgiu o ma- Acre, em particular.
Os recursos florestais têm contribuído
para o desenvolvimento da humanidade.
Nesse contexto, cabe aqui mencionar, que
a reserva de floresta tropical, na Amazônia e como relata Costa (2005), é rica em
biodiversidade e suas florestas têm potencial para a produção madeireira.
nejo florestal sustentável (MFS), e com Com esse pensamento, esse estudo tem,
ele a possibilidade do uso correto desse re- como objetivo maior, gerar informações
curso natural.
econômicas da exploração florestal que
Amaral et. al. (1998) acrescentam que tal subsidiem a elaboração de políticas públiprocedimento reduz os danos na floresta, cas, que visando o uso sustentável dos reeleva a produtividade da exploração e cursos florestais locais. O seu objetivo
especifico, por seu turno, foi quantificar
melhora a segurança do trabalho.
o custo operacional do transporte florestal
Todavia, mesmo com novos conceitos e
no Projeto de Assentamento Agroextratitécnicas, assim como das mudanças nas
vista (PAE) Equador em Xapuri
políticas governamentais, que levam ao
uso racional das florestas tropicais, ainda
não está clara a superioridade ou não
86
Resumos Expandidos
Material e métodos
Seguindo sugestões apresentadas por Freitas et al. (2004), os dados coletados para
esse estudo foram os seguintes: (Va), valor
residual do veículo em relação ao Va (k),
Valor residual (Vr), Vida útil (n), Fator de conversão p/ transformar o
custo de depreciação mensal em depreciação por hora efetiva, Coeficiente de
depreciação, Coeficiente de administração
(k), Taxa de juros (i), Salário do motorista (Sm), Preço do combustível (Pcomb),
Consumo de combustível (Ccomb), Fator de conversão p/ transformar custo de
combustível (custo/km) em combustível
por hora de efetivo trabalho (kmp),
Custo do oleo lubrificante (Co), Volume do Carter (Qo), Quilometragem
de troca do óleo do carter (kmt), Custo
do óleo de transmissão (CT), Volume
da caixa (QT), Custo de lavagem (Cl),
Número de lavagens mensais (Nl), Quilometragem mensal (Km), Custo/preço de
um pneu (Cp), Custo/preço de uma câmara
(Cc), Custo de uma recapagem (Cr), Quilometragem que um pneu novo roda a
mais que uma recapagem (kmo), Valor
mensal gasto com oficina (Vf), Salário mensal (mecânico + ajudante)(So), Fator para
converter o custo dos trabalhadores (motorista + ajudante) de US$/mês p/ US$/
he, Fator para converter o custo dos
trabalhadores (motorista + ajudante) de
US$/mês p/ US$/he, Salário do ajudante
do motorist (Sajm), Encargos sociais
(Encs), Preço do combustível (Pcomb),
Número de veículos (V), e Custo de licença anual (la) Considerando que só houve
possibilidade de coletar dados ao final da
safra, essa pesquisase fundamenta na coleta
de dados de em um dia e meio de trabalho.
Cabe salientar-se que a safra corresponde
aproximadamente 120 dias.. Os dados coletados nesse estudo serão processados
fazendo-se uso das seguintes variáveis,
e suas respectivas equações, propostas por
Freitas et al. (2004) e Silva (2010):
Resultados e discussão
O processamento dos dados obtidos nesse
estudo de origem aos seguintes resultados.
Para Custo Variável, obteve-se um custo
estimado de combustível (Comb) de R$
85,51 por hora de trabalho, considerando
o fator de conversão para transformar os
custos por quilômetro em custos por horas efetivas de 15,38; o custo com o óleo
do motor (OC) foi de R$ 0,89 por hora de
trabalho; com o óleo de transmissão (OT),
o valor encontrado foi de R$ 0,40 por hora
de trabalho; Lavagem e Lubrificação (LL)
tiveram um custo calculado em R$ 0,58 por
hora de trabalho; com Pneus, câmaras e
recapagens (PCR) o custo identificado foi
de R$ 5,56 por hora de trabalho; já peças e
material de oficina (PM) o seu custo quantificado em R$ 9,61por hora de trabalho.
87
XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
Para Custo Fixo, obteve-se um custo estimado de Depreciação (DP) de R$ 9,36 por
hora de trabalho, para um fator de conversão do custo de depreciação por hora efetiva de trabalho de 1/208; Juro (J) de R$ 3,51
por hora de trabalho; custos com salários e
encargos sociais (SM) foi de R$ 24,40 por
hora de trabalho, considerando encargos
sociais de 103% e um fator de conversão
de 1/208 modificado devido a empresa não
possuir ajudante; com licenciamento (L) o
valor foi de R$ 5,85 por hora de trabalho,
considerando um custo com licença anual
de 5%; com seguro (S) o custo foi identificado foi de R$ 11,70 por hora de trabalho; o custo direto (CD) quantificado foi de
R$157,36 por horas de trabalho; Administração (Adm) de 27,54 reais por horas de
trabalho e Custo operacional total (COT)
de R$ 184,90 por horas de trabalho.
Conclusões
Os resultados gerados neste estudo permitem inferir as seguintes conclusões:
A atividade de transporte de tora, em Rio
Branco é uma atividade lucrativa, pois
tomando-se como base, o fato que, nesse
município, um caminhão em média carrega
12 metros cúbicos de tora, para um turno
de 8 horas, e o seu empresário recebe um
valor de médio de R$ 38,75/m3 de tora
transportada, o quer gera uma receita, por
hora trabalhada, de R$ 184,90, superior ao
valor obtido nesse estudo.
Referências Bibliográficas
AMARAL, P; VERÍSSIMO, A.; BARRETO, P.; VIDAL, E. Floresta para sempre:
um manual para produção de madeira na
Amazônia. Belém: Imazon, 1998. 137p.
COSTA, C.A.F. da. Racionalidade e exploração madeireira na Amazônia Bra-
88
sileira. 2005. Tese (Doutorado em Ciências
Sociais) – Universidade de Salamanca, Salamanca – Espanha, 2005.
FREITAS, L.C. de; MARQUES, G.M.;
SILVA, M.L. da; MACHADO, R.R.; MACHADO, C.C. Estudo comparativo envolvendo três métodos de cálculo de custo
operacional do caminhão bitrem. Arvore, v.
28, n. 6, p. 855-863, 2004.
JOHNSON, S.; SARRE, A. Aspectos
económicos de la ordenación de bosques
tropicales naturales. Actualidad Forestal
Tropical de la OIMT. Yokohama, v. 3, n.
4, p. 3-6. 1995.
THIELE, R. How to manage tropical forests more sustainably: the case of Indonesia. Intereconomics. (s.l.), v. 29, n. 4,
p.184-193, 1994.
Resumos Expandidos
Custos da colheita e transporte florestal
da madeira de seringueira para uso como
lenha no Centro-Oeste Paulista.
José Jhones Matuda¹; Luiz Carlos Araujo²; Rogger Miranda Coelho³;
Angelo Marcio Pinto; Leite4; Harrisom Bellico Coelho5
Mestrando Ciência Florestal UFVJM ([email protected]); 2 Mestrando Ciência Florestal
UFVJM ([email protected]);,³ Mestrando Ciência Florestal UFVJM (roggermcoelho@
yahoo.com.br); 4 Prof. Dr. Departamento de Ciencias FlorestaisUFVJM ([email protected]); 5
Graduando Engenharia Florestal UFVJM ([email protected])
1
Introdução e Objetivos
A madeira da seringueira, Hevea brasiliensis,
cultivada em plantios homogêneos apresenta características que a torna propícia para o
uso das indústrias moveleiras e da construção civil (Kronka, 2008). Porem a falta de
pesquisas e incentivos ao uso desta madeira
tem dificultado um bom aproveitamento
na hora de sua retirada que ocorre no final
do seu ciclo produtivo da extração do látex
(Filho 2013).
Esta falta de mercado para consumo mais
nobre da madeira de seringueira tem feito com que produtores vendam este seu
bem no mercado de madeira para energia
(lenha), abastecendo assim as fornalhas de
secadores de sementes, e fornos em olarias
e cerâmicas.
A lenha é o sistema energético mais antigo da humanidade. O homem primitivo
utilizava o fogo para cocção de alimentos,
como fonte de luz e de calor e evolutivamente para tratamento de materiais que
serviam na confecção de armas, ferramentas e utensílios (1). Porém, lenha, não é um
produto que agrega valor, o que acaba tornado os gastos com sua colheita e transporte, grandes demais quando comparados ao
valor pago pela mesma. Isso se torna ainda
mais expressivo quanto menor for a área de
retirada da madeira.
Quando a colheita e o transporte florestal
são avaliados juntos, podem corresponder
de 60 – 70% do custo total da madeira posta na fábrica, sendo essencial na definição
de custos da matéria-prima (Malinivski et
al. 2008).
O objetivo deste trabalho é avaliar o lucro
obtido pelo produtor ao vender a madeira
de seringueira no final do ciclo produtivo
do látex, e os custos esperados para a retirada do seringal.
Material e Métodos
O estudo foi conduzido na mesorregião
de Araçatuba localizada no Centro-Oeste
do estado de São Paulo em Agosto de
2013. Para se estimar a quantidade de lenha
transportada foram coletados dados de seis
viagens carregadas com madeiras de seringueira, realizados por um caminhão 1113,
e aferidos os volumes em metros estéreos
transportados por cada carga do caminhão.
Foi feito uma estimativa da porcentagem
do valor médio do frete sobre valor médio
pago pela madeira com relação a distancia
percorrida. O valor da carga foi calculado
através do valor médio pago pela madeira da
seringueira entregue a seis consumidores da
região que envolvia três olarias duas cerâmicas que as utilizavam em fornos para queimas tijolo, blocos e telha, alem de um silo
que as utilizavam em um secador de grãos.
Foi considerado como condições viáveis a
89
XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
venda da madeira lucro superior a 15% da
receita total.
O volume do seringal foi estimado em
482,46 m³/ha oriundos de um plantio com
média de 1,02 m³ por árvore e 473 árvores
por hectare, valores médios fornecidos por
uma empresa que faz uso da madeira de seringueira.
Resultado e Discussão
O valor médio pago pela madeira nesta região foi de R$ 32,00 o metro estéreo entregues ao consumidor, chegando a atingir valores inferiores de até R$ 28,00 e valores superiores de 38 reais como mostra a tabela 1.
citada e de empresas especializadas neste
setor na região, o corte e o transporte foi
realizado pela mesma pessoa que contava
com dois ajudantes nas etapas de baldeio e
transporte da carga.
Cada viajem no período do estudo incluía
a etapa de baldeio feito através de uma carreta acoplada a um trator, carregamento,
transporte e descarregamento. O corte foi
avaliado a parte por não contar com a mesma quantidade de mão de obra.
Tabela 1: Valores pagos a madeira de seringueira em forma de lenha para diferentes
usos.
USO
VALOR (R$)
Forno
28,00
Forno
30,00
Forno
32,00
Forno
32,00
Forno
32,00
Secador de
grãos
38,00
MÉDIA
32,00
Os menores valores para a madeira são pagos para alimentar os fornos das olarias e
cerâmicas, a justificativa para isto, segundo
os compradores, é devido ao baixo preço
aplicado ao seu produto final (tijolo, bloco e telha). Para alguns produtores, o que
interfere neste preço é a grande oferta de
madeira oriunda das frutíferas como a
manga e a laranja que estão sendo cortadas
na região para dar espaço as plantações de
cana-de-açúcar que ocupam grandes áreas
no Centro-Oeste Paulista.
Devido à escassez de mão de obra capa-
90
Figura 1: Caminhão carregado de lenha
oriunda de plantio de seringueira.
A carga média das seis viagens foi de 40
metros estéreos, que corresponderam a
uma média de 28,17 metros cúbicos de
lenha cortados a um valor de R$ 12,00 o
metro estéreo o que totalizou R$ 480,00. O
carregamento e descarregamento de cada
carga foram realizados a um valor de R$
100,00 por dia de trabalho de cada ajudante. Assim cada carga saiu pelo valor de R$
680,00 de mão de obra.
O frete pago pelo transporte manteve-se
num valor fixo de R$ 230,00 até 40 km e
de R$ 250,00 de 40 km a 50 km do local de
destino, sendo que a partir desta distância o
valor aplicado era de R$ 2,50 por quilometro rodado. A tabela 2 mostra uma estimativa do gasto total com as viagens, incluindo
a colheita e transporte.
Resumos Expandidos
Tabela 2: Gastos com a colheita e o trans- Conclusão
porte da madeira de seringueira para lenha, O custo com o corte e transporte da mapor carga do caminhão.
deira de seringueira destinado à produção
de energia em forma de lenha foi de no míTotal
DistanMão de
da
Frete
TOTAL nimo 71,09% do valor total pago a madeira.
cia
obra
viagem
(R$)
(R$)
(km)
(R$)
Para distancias superiores a 81 quilôme(km)
tros a venda da madeira em forma de lenha
até 40
até 80
230,00 680,00
910,00
torna-se inviável, pois o lucro obtido por
hectare torna-se muito baixo.
40 a 50
80 a 100 250,00 680,00
930,00
60
120
300,00
680,00
980,00
70
140
350,00
680,00
1030,00
80
160
400,00
680,00
1080,00
90
180
450,00
680,00
1130,00
100
200
500,00
680,00
1180,00
A estimativa de lucro com a colheita foi
calculada em R$/Ha, feita a partir da subtração do gasto total em relação a venda da
madeira multiplicado pelo numero de viagens, como mostra a tabela 3. A análise dos
dados mostra que quanto mais longe o local
de destino da madeira, menos será o lucro
do produtor, sendo que na distancia superiores a 81 km do plantio até o consumidor
o lucro será inferior a 15% e as despesas
superior a 85%. Distancias superiores para
o quadro acima representado resulta em
prejuízo para o produtor. Nas condições
avaliadas, estima-se a retirada de 17,13 viagens por hectare.
Tabela 3: Lucro da venda da madeira representado em forma de porcentagem da
receita total por hectare.
Distancia
(km)
Gastos
(R$)
Receita
(R$)
Lucro
(R$)
Lucro
(%)
até 40
15588,3
21926,4
6338,1
28,91
40 a 50
15930,9
21926,4
5995,5
27,34
60
16787,4
21926,4
5139
23,44
70
17643,9
21926,4
4282,5
19,53
80
18500,4
21926,4
3426
15,63
90
19356,9
21926,4
2569,5
11,72
100
20213,4
21926,4
1713
7,81
Referência bibliográfica
[1] KRONKA, F. J. N. Uso do potencial da
madeira da seringueira (Hevea brasiliensis).
In: ALVARENGA, A.P.; CARMO, C.A.F.S.
(Coordenadores). Seringueira. Viçosa,
MG: EPAMIG, 2008. p. 719-744.
[2] FILHO, H. J. S. Propriedades mecânicas
da madeira de clones de seringueira (Hevea
brasiliensis – RRIM600 e GT1) analisadas
em duas épocas do seu ciclo fenolôgico
anual. Tese de Doutorado. USP/ESALQ.
Piracicaba. 2013. 93f.
[3] COLOMBO, S. de F. de O.; HATAKEYAMA, K.; PILATTI, L. A. O custo
de produção como fator determinante do
futuro da produçãoartesanal de carvão vegetal no Brasil. XIII SIMPEP - Bauru, SP,
Brasil, 6 a 8 de Novembro de 2006. Disponível em < http://www.simpep.feb.unesp.
br/anais/anais_13/ artigos/1209.pdf >.
Acessado em: 20 de fevereiro de 2014
[4] MALINOVSKI, J. R.; CAMARGO, C.
M. S.; MALINOVSKI, R. A.; MALINOVSKI, R. A. Sistemas. In: MACHADO, C.
C. (coord). Colheita florestal. 2ª Ed. Viçosa, MG: UFV, 2008. P 160-184.
91
XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
DESEMPENHO DE OPERADORES DE DIFERENTES IDADES NO
TREINAMENTO COM SIMULADOR VIRTUAL FORWARDER
Millana Bürger Pagnussat1; Eduardo da Silva Lopes2; Carlos Cézar Cavassin
Diniz3; Emanuel de Andrade4; Jailson Crovador4; Paulo Candido da Silva4
1
Mestranda em Ciências Florestais ([email protected])
Prof. Dr. Departamento de Engenharia Florestal UNICENTRO ([email protected])
3
Bolsista de Iniciação Científica e Graduando em Eng. Florestal
UNICENTRO([email protected])
4
Instrutor do Centro de Formação de Operadores Florestais CENFOR ([email protected], [email protected], [email protected]
2
Introdução e Objetivos
perfil ideal dos operadores, pois elevados
O avanço da mecanização das operações recursos financeiros são aplicados na capade colheita de madeira com uso de má- citação de indivíduos que muitas vezes não
quinas de alta tecnologia e produtividade possuem o perfil desejado.
trouxe vários benefícios às empresas flo- Este trabalho objetivou avaliar o desemperestais, como maior capacidade de produ- nho de operadores de diferentes idades no
ção, qualidade e segurança, transformação treinamento com simulador de realidade
da mão-de-obra e redução de custos [1]. virtual forwarder.
Entretanto, o rápido avanço na introdução
das máquinas de alta tecnologia e a carência
Material e Métodos
por operadores capacitados gerou um Gap
Tecnológico no processo de mecanização Este trabalho foi desenvolvido no Centro
de Formação de Operadores Florestais
florestal [2].
(CENFOR) da UNICENTRO, Irati, PR.
Na colheita de madeira destaca-se a etapa
Os dados foram obtidos durante os treinada extração, considerada de elevado custo
mentos de formação, com carga horária de
e complexidade e influenciada por diver40 horas, realizados para um grupo de 95
sos fatores, como o nível de experiência do
operadores de diversas empresas florestais,
operador. E dentre as máquinas de maior
todos sem experiência durante o período de
tecnologia utilizada na colheita de madeira
2011 a 2012.
está o forwarder, que é um trator autocarregável, responsável pela extração da madeira Para realização do estudo, estratificou-se os
operadores nas seguintes classes de idade:
[3].
18 a 28; 29 a 37; 38 a 45 e 46 a 56 anos.
Por isso, para a obtenção de máximo aproveitamento das tecnologias das máquinas Foram utilizados simuladores virtuais
florestais é importante que os operadores forwarder, da Simlog Simulation Launcher e
sejam capacitados de forma adequada e equipados com “joysticks” da Saitek, semecom metodologias apropriadas, com des- lhantes aos utilizados na maioria das máquitaque aos simuladores de realidade virtual. nas florestais (Figura 1).
Outro aspecto a ser considerado no processo de capacitação é a identificação do
92
Resumos Expandidos
clinação de toras movimentadas e erro de
distância.
Resultados e Discussão
Mód. I: carregamento Mód. II: descarrega- a) Tempo de execução
Como visto na Figura 2, os operadores de
mento.
Figura 1. Módulos operacionais de carre- todas as idades obtiveram um ganho de degamento e descarregamento do simulador sempenho em relação ao “tempo de execução” ao final do módulo de carregamento,
virtual forwarder.
porém não sendo significativo (P>0,05). O
desempenho foi superior ao tempo limite
Neste trabalho para a avaliação do desem- de 60 s para execução do ciclo operacional,
penho dos operadores, consideraram-se os atribuído ao fato de tratar-se de um módulo
dados obtidos nos módulos IV e VI do si- inicial, onde os operadores estão em fase de
mulador, que melhor caracterizaram as ope- aquisição das habilidades.
rações de carregamento e descarregamento Em relação ao descarregamento, verifica-se
e devido ao seu maior grau de dificuldade que o desempenho dos operadores de difede execução, sendo renomeados como mó- rentes idades ficou próximo à meta, atribudulos I e II.
ído à habilidade adquirida no decorrer do
O desempenho médio dos operadores foi
obtido a partir de relatórios do simulador
virtual, considerando as seguintes variáveis:
tempo de execução (s): tempo do ciclo
de carregamento; erro de distância (cm):
erro de distância entre as toras empilhadas
no terreno no descarregamento; erro de
alinhamento (Graus): erro de alinhamento das toras no compartimento de carga da
máquina e sobre o terreno; colisão com
fueiros (%): percentual de colisões das toras com os fueiros no compartimento de
carga da máquina; e inclinação de toras
movimentadas (graus): ângulo de inclinação das toras no carregamento ou descarregamento.
Os dados obtidos foram analisados pela
aplicação do teste “t” para dados pareados,
de modo a verificar o desempenho médio
dos trabalhadores entre os períodos pré e
pós-treinamento. Foi realizada ainda uma
análise de correlação utilizando o coeficiente de correlação linear de Pearson para
as variáveis idade, tempo de execução, in-
treinamento, sendo o desempenho significativo (P < 0,05).
Figura 2. Desempenho médio dos operadores na variável “tempo de execução” nos
módulos I e II.
b) Erro de distância
O desempenho médio dos operadores na
variável “erro de distância” no descarregamento é mostrado na Figura 3. Todos os
operadores atingiram as metas de desempenho, com ganho significativo de desempenho entre os períodos de pré e pós-treinamento (P < 0,05).
93
XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
Figura 5. Desempenho médio dos operadores de na variável “inclinação das toras” nos
módulos I e II.
Figura 3. Desempenho médio dos operadores na variável “erro de distância” no e) Colisão com fueiros
módulo II.
Em relação à “colisão com os fueiros” (Figura 6), verifica-se que os operadores de
menor idade obtiveram melhor desempec) Erro de alinhamento
nho na execução dos módulos I e II, haOs operadores de todas as idades obtive- vendo uma evolução significativa (P < 0,05)
ram um desempenho abaixo da meta es- entre os períodos pré e pós-treinamento.
tabelecida no carregamento (módulo I),
com melhoria no decorrer do treinamento,
porém não significativo (P > 0,05) (Figura
4). Em relação ao descarregamento (módulo II), nota-se os operadores alcançaram a
meta estabelecida ao final do módulo, porém o desempenho não foi significativo (P
Figura 6. Desempenho médio dos operado> 0,05).
res na variável “colisão com os fueiros” nos
módulos I e II.
f) Correlação entre as variáveis
As variáveis “erro de alinhamento”, “inclinação das toras”, “colisão com fueiros” e
Figura 4. Desempenho médio dos opera“erro de distância” demonstraram correladores na variável “erro de alinhamento”
ção entre si no início e final do carregamennos módulos I e II.
to e descarregamento. Podemos constatar
que, os operadores demonstraram a mesma
d) Inclinação das toras movimentadas tendência ao bom desempenho entre as vaO desempenho médio dos operadores na ráveis e módulos operacionais.
variável “inclinação das toras” é apresen- Além disso, pode-se afirmar que, as variátado na Figura 5. O desempenho ficou veis estão relacionadas com alguma caracabaixo da meta estabelecida, não havendo terística do perfil dos operadores, pois os
evolução significativa entre os períodos de mesmos demonstraram um bom desempré e pós-treinamento (P > 0,05) nos mó- penho em determinada variável, enquanto
não ocorreu para as outas variáveis, bem
dulos I e II.
como se trata de uma característica comum
94
Resumos Expandidos
a todos e não estando correlacionada com
a idade.
Conclusões
a)
Os operadores mais jovens obtiveram
melhor desempenho no treinamento
com uso do simulador virtual.
b) O “erro de inclinação” e “colisões
com fueiros” foram as variáveis de
maior dificuldade de execução, atribuída à menor visibilidade de execução
do carregamento e mostrando a necessidade de ampliação da carga horária de treinamento neste módulo.
c)
As variáveis “inclinação das toras”,
“colisão com fueiros”, “erro de distância” e “erro de alinhamento” demonstraram correlação entre si e possuindo uma relação com alguma habilidade tácita específica dos operadores.
Referências Bibliográficas
[1] LOPES, E. S. A formação de Operadores Florestais em simuladores de realidade
virtuais em 3D. Revista Opiniões. 2007
[2] PARISE, D.; MALINOVSKI, J. R. Análise e reflexões sobre o desenvolvimento
tecnológico da colheita florestal no Brasil.
2008. In: SEMINÁRIO DE ATUALIZAÇÃO SOBRE SISTEMAS DE COLHEITA DE MADEIRA E TRANSPORTE
FLORESTAL, 12. Curitiba, PR. Anais…
p.78-109.2002
[3] SEIXAS, F. Extração Florestal. In: MACHADO, C. C. Colheita florestal. 2a ed.
Viçosa, MG, Ed. UFV, 2008.
95
XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
DESEMPENHO OPERACIONAL DO FORWARDER EM
FLORESTA CLONAL DE EUCALYPTUS SP.
Gustavo Pereira Castro¹; Nathan Sganderla Sanches²;
Ricardo Anselmo Malinovski³
¹ Eng. Florestal ([email protected]); ² Graduando de Eng. Florestal da UFPR
([email protected]); ³ Prof. Dr. da UFPR de Eng. Florestal ([email protected]);
Introdução e Objetivos
A atividade de colheita de madeira representa, aproximadamente, 1/3 do custo do
processo produtivo da madeira. Devido
a sua enorme importância, muito se tem
investido nesta operação, a mecanização
ganhou investimentos e avançou na busca
por segurança operacional, melhor qualidade do produto, diminuição dos custos
operacionais, maior capacidade produtiva
e melhores condições de trabalho para os
operadores.
cronometragem estipulado foi de 2 horas e
a operação iniciava-se à distância máxima
de 300 metros da estrada. A distância mínima de baldeio registrada no estudo era a
distância que o Forwarder atingia ao término
das 2 horas de cronometragem.
O estudo foi realizado no mês de julho de
2013 em uma empresa florestal localizada
na região sul do estado da Bahia. O relevo
do terreno era plano, a espécie Eucalyptus
spp, os toretes tinham 6 metros de comprimento e o baldeio era feito no sentido do
A extração, de acordo com Seixas e Ma- alinhamento do plantio.
chado (2008), refere-se à movimentação Para tentar minimizar ao máximo as variáda madeira, desde o local onde o corte foi veis, os operadores amostrados apresentarealizado até a estrada. As formas mais co- vam o mesmo nível técnico de capacitação.
muns são: baldeio, arraste e suspensa.
Sendo o baldeio uma das atividades no processo de colheita florestal, o presente trabalho teve como objetivo analisar, quantificar
e qualificar as atividades operacionais e o
desempenho do Forwarder.
Material e Métodos
Para obter os dados necessários para a realização deste trabalho foi preciso aplicar o
Método de Tempo Contínuo de Estudo de
Tempos e Movimentos. O método consiste
na medição do tempo sem detenção do cro- Foto 1. Forwarder Komatsu 890.3 avaliado
nômetro, quer dizer, de forma contínua. A durante o estudo.
leitura do cronômetro foi feita ao término
de cada atividade realizada, as quais eram
registradas na sequência em que ocorriam.
Para cada operador de Forwarder o tempo de
96
Resumos Expandidos
Resultados e Discussão
Conclusões
Após 20 horas de observações, os resulta- Pode-se, por meio deste estudo, observar
dos obtidos de produtividade, em função que a produtividade do Forwarder diminui
da distância de baldeio, podem ser observa- com o aumento da distância de baldeio.
dos no gráfico abaixo.
Em relação ao tempo de ciclo, observa que,
quanto maior a distância de baldeio, maior
o tempo de ciclo e o percentual do tempo
gasto em deslocamento.
Gráfico 1. Produtividade do Forwarder em
função da distância.
A produtividade máxima efetiva do Forwarder foi obtida na distância de baldeio à 90
metros da estrada, com 60,4 m³sc/hora.
Um decréscimo da produtividade ocorre
com o aumento da distância de baldeio,
sendo a menor produtividade obtida na distância de 300 metros, com 46,4 m³sc/hora.
A produtividade é impactada pelo tempo de
ciclo de baldeio, como pode ser observado
no gráfico 2, o tempo de ciclo de baldeio
aumenta com a distância.
A uma classe de distância entre 60 e 90 metros, o menor tempo foi observado, sendo
o ciclo operacional concluído com 12,6 minutos, enquanto em uma classe de distância
entre 270 a 300 metros, o maior tempo de ciclo de baldeio foi obtido com 19,5 minutos.
Gráfico 2. Tempo do ciclo em função da
distância de baldeio.
Referências
BANTEL, C. A. Análise de extração de
madeira de eucalipto com forwarder em
floresta de primeira e segunda rotação.
Botucatu, 2006. 126 f. Dissertação (mestrado). Faculdade de Ciências Agronômicas,
Universidade Estadual Paulista.
CASTRO, G. P. Estudo, revisão e discussão de conceitos e temas abordados na
colheita florestal mecanizada. 2011. 106
p. Tese (Trabalho de Conclusão de Curso)
– ULT- FAJAR, Jaguariaíva, PR, 2011.
MALINOVSKI. R. A. et. al. Análise das
variáveis de influência na produtividade das máquinas de colheita de madeira em função das características físicas
do terreno, do povoamento e do planejamento operacional florestal. Florestal,
Curitiba, PR, v. 36, n. 2, mai./ago. 2006.
MALINOVSKI, R. A. Otimização da
distância de extração de madeira com
Forwarder. 2007. 94 f. Tese (Doutorado
em Agronomia/Energia na Agricultura)Faculdade de Ciências Agronômicas, Universidade Estadual Paulista, Botucatu, 2007.
SANTOS, S. L. M.; MACHADO, C. C.
Avaliação técnica e econômica da extração de madeira com forwarder em
diferentes volumes por árvore e comprimentos de toras. Revista Madera y Bosques, México, v. 7, n. 2, p. 87-94, 2001.
SEIXAS, F. Extração. In: MACHADO,
C.C. Colheita Florestal. Viçosa: UFV, 2008.
cap. 4, p. 97-145.
97
XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
DISTRIBUIÇÃO DOS TEMPOS OPERACIONAIS
DE HARVESTER E FORWARDER
Flávio Cipriano de Assis do Carmo¹, Nilton César Fiedler²,
Filipe Santos Tavares³, Pompeu Paes Guimarães4, Saulo Boldrini Gonçalves¹,
¹ Doutorando em Ciências Florestais, UFES ([email protected]; sauloboldrinig@hotmail.
com)² Prof. Dr. Departamento de Eng. Florestal, UFES ([email protected]). ³Eng. Florestal,
([email protected]); Prof. Dr. Departamento de Eng. Florestal, UFERSA (Pompeu.
guimarã[email protected])
INTRODUÇÃO
Dentre as várias etapas do setor florestal, a
colheita florestal compreende as operações
de derrubada, processamento e extração da
madeira até as margens das estradas (SILVA, 2011). Nesta etapa, é importante verificar as condições do terreno, a finalidade
do uso da madeira e os recursos financeiros
disponíveis para execução das atividades, de
modo a verificar o melhor sistema de colheita em que resulte no menor custo por
volume de madeira. Esta pesquisa objetivou
analisar a distribuição dos tempos operacionais das máquinas harvester e forwarder, afim
de determinar os tempos improdutivos e
posterior análise de aumento de produtividade das máquinas.
MATERIAL E MÉTODOS
Para a avaliação do estudo de desempenho
operacional das máquinas foram analisados
os três módulos de colheita utilizados pela
empresa, na qual cada módulo era composto com dez harvester’s e quatro forwarder’s.
Desse modo, dividiu-se os tempos gastos
durante a jornada de trabalho em 5 categorias, conforme Tabela 1.
Os resultados referentes às fases operacionais de cada turno e módulo de trabalho
obtidos do banco de dados da empresa
foram analisados considerando como um
delineamento inteiramente casualizado.
Assim, os dados foram processados por
meio de uma análise de variância (ANOVA
à 99% de probabilidade) e, obtendo resultados significativos na análise de variância,
foi realizou-se o teste de média Tukey à 99%
de probabilidade.
O estudo foi realizado em áreas com plantios de eucaliptos de uma empresa florestal Tabela 1. Distribuição dos tempos consuno sul do estado da Bahia. O sistema de midos pelas máquinas na colheita florestal
colheita utilizado era de toras curtas (cutCaracterização
to-lenght) com operações mecanizadas de Tempos
operacionais
derrubada, processamento (harvester) e exTempo
despendido
com
tração da madeira (Forwarder).
funções obrigatórias, porém não
Os dados foram obtidos com a utilização Tempo diretamente relacionadas com a
do banco de dados fornecido pela empresa, Acessório operação, como paradas pessoais,
por coleta de campos em duas etapas sendo (TAc): paradas por decisões gerenciais,
paradas para refeição e ginástica
a primeira parte no mês de março de 2011,
laboral.
para análise dos harvester’s e a segunda em
agosto e setembro de 2012, para avaliação
dos forwarder’s.
98
Resumos Expandidos
Tempo
Auxiliar
(TA)
Tempo despendido com funções
que obrigatoriamente são exigidas
pela operação, sem as quais essa
não ocorreria (as atividades
consideradas foram: abastecimento,
lavagem e translado das máquinas
por prancha).
Tempo
Improdutivo
(TI)
Tempo em que a máquina está
disponível para a operação, porém
não está sendo utilizada, ou tempo
ocioso consumido durante a atividade de manutenção (como aguardando peças e mecânicos).
Tempo
em
Manutenção
(TM):
Tempo despendido com a manutenção preventiva ou corretiva da
máquina (foi considerado o tempo
gasto para manutenção da máquina base e implementos).
Operação efetiva de colheita floresTempo tal (Abate e processamento para o
Produtivo harvester e baldeio da madeira até a
(TP):
margens da estrada para o forwarder).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
nal para refeição está excedendo o tempo
estipulado pela empresa. Além disso, esses
resultados demonstraram que não houve
melhoria no planejamento do sistema de
produção dos módulos para reduzir os tempos improdutivos.
Quanto ao forwarder, verificou-se ter havido um avanço em termos de redução dos
tempos improdutivos (2,6%) segundo Minette et al (2004) os tempos improdutivos
influenciam cerca de 8% do custo final para
o forwarder. Porém, quando se analisam os
tempos acessórios, auxiliares e de manutenção percebe-se que teve um aumento
percentual nesses itens. Pode ser considerado preocupante o incremento de 3,5%
no tempo de manutenção desta máquina,
mostrando a importância de realizar estudos visando verificar necessidade ou não
de substituição das máquinas, ou se isso é
devido a má qualidade dos serviços de mão
de obra, ou a utilização inadequada (adaptações) de peças e componentes.
A Tabela 2 apresenta a distribuição dos tem- CONCLUSÃO
pos operacionais das máquinas analisadas.
As atividades auxiliares apresentaram os
Tabela 2: Distribuição dos tempos opera- menores resultados dento dos tempos
cionais médios durante os anos de 2010 e operacionais, já as atividades de operação
2011 em percentual (%)
foram as que resultaram em melhores percentuais.
Harvester
2010
Forwarder
2011 2010
2011
9,9
ACESSÓRIO
5,8
9,6
7,7
AUXILIAR
2,1
1,7
1,8
2,1
IMPRODUTIVO
7,6
7,6
17,0
14,4
MANUTENÇÃO
16,8
16,0
10,7
14,2
OPERAÇÃO
67,7
65,0
62,7
59,3
É observado na Tabela 2, que os tempos
de operação das máquinas diminuíram durante o ano de 2011 (2,7% para harvester e
3,4% para forwarder). Em relação ao harvester,
não houve avanço em relação aos tempos
acessório e improdutivo. Assim, deve-se verificar se o percentual da parada operacio-
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
MINETTE, L.J.; MOREIRA, F.M.T.;
SOUZA, A.P.; MACHADO, C.C.; SILVA, K.R. Análise técnica e econômica do
forwarder em três subsistemas de colheita
em florestas de eucalipto. Revista Árvore,
Viçosa, v.28, n.1, p.91-297, 2004.
SILVA, E.N. Avaliação técnica, de custos e ambiental de dois modelos de
harvester na colheita florestal. Viçosa –
MG. UFV, 2011. 68 f. Tese (Doutorado em
Ciência Florestal)-Universidade Federal de
Viçosa, 2011.
99
XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
EFEITO DO TRÁFEGO DE MÁQUINAS DE COLHEITA FLORESTAL
NA ESTRUTURA DE UM CAMBISSOLO HÁPLICO
Jean Alberto Sampietro1; Cedinara Arruda Santana Morales2; José Miguel Reichert3; Pedro Henrique Rodrigues Borges4; Elias Frank de Araújo5
1
Prof. Dr. Departamento de Eng. Florestal da Universidade do Estado de Santa Catarina –
UDESC-CAV ([email protected]); 2Eng. Florestal, Dr.ª em Eng. Florestal (cedinarasm@
gmail.com);3Graduando em Eng. Florestal da Universidade Federal de Santa Maria/UFSM ([email protected]); 4Prof. PhD. Departamento de Solos UFSM; 5Eng. Florestal, MSc.,
CMPC Celulose Riograndense ([email protected])
Introdução e objetivos
269 e 382 g kg-1 de argila, silte, areia grossa
e areia fina, respectivamente e carbono orgânico do solo de 8,30 g kg-1, sendo o relevo
plano a suave ondulado. O sistema de colheita de madeira avaliado foi de Toras Curtas (Cut-to-length), composto por um trator
florestal Harvester (HV), Volvo EC210, com
peso operacional de 21,7 t e rodados de esteiras de 0,6 m X 4,5 m, e por um trator
florestal Forwader (FW), Valmet 890.3, com
peso operacional de 19,1 t, compartimento
de carga com capacidade bruta de 18 t, tração 8 X 8 com rodados de pneus (750/55
x 26,5) e inflados com 503 kPa de pressão.
A crescente mecanização da colheita florestal, trazendo aumento do tamanho, da
potência e do tráfego das máquinas de
colheita da madeira é a principal causa da
alteração de solos florestais. Devido à elevada intensidade de tráfego durante as operações de corte e extração de madeira, os
solos florestais são submetidos a tensões
intensas, modificando importantes características estruturais, ocasionando, assim,
o impedimento mecânico ao crescimento
radicular, resultando em menor volume de
solo explorado, menor absorção de água e
nutrientes e, consequentemente, menor de- Na área selecionada, todas as árvores foram
derrubadas e processadas somente com
senvolvimento das plantas.
Este trabalho objetivou avaliar o efeito do uma passada do HV. Em seguida, foram
tráfego de máquinas de colheita de florestal distribuídos três blocos nos quais foram
sobre a estrutura de um Cambissolo Há- instaladas parcelas de 5 X 20 m para cada
plico em povoamentos de Eucalyptus saligna tratamento analisado, sendo: uma passada
do HV (H); uma passada do HV mais uma
Sm..
passada do FW (H + 1F); uma passada do
HV mais duas passadas do FW (H + 2F);
Material e métodos
uma passada do HV mais quatro passadas
O trabalho foi conduzido em áreas de do FW (H + 4F); uma passada do HV mais
Eucalyptus saligna em segunda rotação, per- oito passadas do FW (H + 8F); uma passatencentes à empresa CMPC Celulose Rio- da do HV mais 16 passadas do FW (H +
grandense, localizadas no Estado do Rio 16F); uma passada do HV mais 32 passadas do FW (H + 32F). O tratamento sem
Grande do Sul.
O solo foi classificado como um Cambisso- tráfego (ST) foi representado por uma área
lo Háplico Tb Distrófico de textura franco em que a floresta não foi derrubada e, por-arenosa, com conteúdo médio de 122, 227, tanto, sem haver distúrbios no solo devido
100
Resumos Expandidos
ao tráfego.
Em cada parcela houve a simulação de uma
intensidade de tráfego (tratamento). Para os
ensaios o FW foi completamente carregado
fora da área experimental, e, então, trafegou
sempre com mesma carga (11,3 t de madeira) sobre mesma trilha de passagem dentro
de cada parcela, numa velocidade média de
5 km h-1, sendo que uma passada representou somente uma viajem de ida da máquina.
A umidade do solo (condição de campo)
era de ±0,072 kg kg-1.
Primeiramente, foram determinadas a área
de contato e pressão estática exercido pelos
rodados das máquinas sobre o solo conforme [1], para uma passada do Harvester (H), e
para uma passada
(F) e 32 passadas (32F) dos rodados dianteiros e traseiros do Forwarder. Em seguida,
em todos os tratamentos, foi realizada um
amostragem de solo com estrutura preservada em anéis de 2,5 cm de altura e 6,1 cm
de diâmetro, nas camadas de 0 a 10, 10 a 20,
20 a 40 e 40 a 60 cm de profundidade, sendo coletadas três repetições para cada tratamento em cada bloco em todas as camadas.
Posteriormente, em laboratório as amostras
foram separadas em três grupos de umidade: tensão de água de 10 kPa, tensão de água
de 100 kPa e condição de campo. E, então,
foram submetidas ao ensaio de compressão uniaxial conforme [2], sendo a pressão
de pré-consolidação (σp) obtida de acordo
com [3]. O delineamento experimental foi
o blocos ao acaso, sendo os dados de σp
submetidos à análise de variância e depois
teste de Tukey à 5% de significância.
Resultados e discussão
O maior valor de área de contato foi encontrado para a situação H (1,52 m2), obviamente, devido à máquina ser equipada
com rodados de esteiras, o que resultou
em menor pressão exercida sobre o solo.
O Forwarder apresentou valores menores de
área de contato, uma vez que é equipado
com pneus, sendo que após 32 passadas os
valores foram superiores em comparação
após uma passada, ocorrendo o inverso
para a pressão estática exercida sobre o solo
(Tabela 1). Esses resultados podem ser em
função da área de contato ser diretamente
relacionada às dimensões (largura, diâmetro) dos rodados, pressão de inflação dos
pneus ou rigidez de esteiras, carga por eixo
e por rodado e, principalmente, rigidez do
solo, pois, inicialmente, o solo apresentava
rigidez menor e, assim, com as sucessivas
passadas das máquinas, houve alterações
estruturais no solo, devido à compactação,
resultando em maior rigidez do solo, menor área de contato e maior pressão estática
exercida.
Tabela 1. Área de contato e pressão estática exercida pelos rodados das máquinas
sobre o solo
Tratamento (rodado)
Área de
Pressão
contato m2 estática kPa
H (rodados de esteiras)
1,519
F (rodados dianteiros)
0,322
75,2
92,6
F (rodados traseiros)
0,412
108,4
32F (rodados dianteiros)
0,154
194,2
32F (rodados traseiros)
0,164
272,7
Quanto à pressão de pré-consolidação (Tabela 2), na tensão de 10 kPa, embora em algumas camadas não tenha ocorrido diferenças significativas, se pode notar aumento da
σp com o aumento do tráfego das máquinas.
Fato também observado na tensão de 100
kPa e condição de campo, o que demonstra
que as alterações estruturais sofridas pelo
solo pela ação do tráfego de máquinas de
colheita florestal podem ser agravadas em
101
XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
função de repetidas passadas, sendo o com- pactação adicional do solo, caso as pressões
portamento mecânico do solo afetado dire- impostas sejam superiores à pressão de prétamente pela condição de umidade.
consolidação e, então, o solo apresentará
Diante disso, pode -se pressupor que a comportamento plástico, havendo deforcompactação do solo causada pelo tráfego mação e alteração de sua estrutura.
do Harvester e do Forwarder seria bem maior,
caso o solo estivesse mais úmido no mo- Tabela 2. Pressão de pré-consolidação (kPa)
mento da execução do experimento. Então, na umidade correspondente à tensão de 10
devido à isso, é que se associa a ocorrên- kPa, tensão de 100 kPa e condição de campo
cia de poucas diferenças estatísticas, pois
o solo, de certa forma, pode ter aguentado
Tensão de 10 kPa
as pressões advindas do tráfego, uma vez
Camada
que, durante as simulações de tráfego (con- Trat.
0-10
10-20
20-40
40-60
dição de campo), a capacidade de suporte
ST
76,1
57,2
b
112,6
ab
69,8
b
na condição inicial do solo era de 125 e 204
H
118,2
79,2 ab
142,6 a 128,7 ab
kPa, dos 0 a 20 cm e 20 a 60 cm de pro123,3
101,4 ab
61,7 b
99,1 ab
fundidade, respectivamente. Assim, como o H+1F
H+2F
116
71,8
ab
127,5
a
66,3 b
Harvester exerceu uma pressão de 75 kPa e
119,1
136,0 a
142,5 a
70,3 b
o Forwarder, após uma passada, exerceu uma H+4F
115,7
102,2 ab 96,9 ab
67,3 b
pressão média de 100,5 kPa, estas não fo- H+8F
ram suficientes para superar a pressão má- H+16F 146,3 106,4 ab 89,3 ab 160,0 a
xima que o solo suporta.
H+32F
104,6
86,5 ab
121,5 a 104,2 ab
Contudo, a capacidade de suporte foi superada após sucessivas passadas e, dessa
forma, ocorrendo alterações estruturas no
solo cada vez mais em maior magnitude,
justificando o comportamento mecânico do solo, uma vez que isto é dinâmico,
refletindo as pressões externas aplicadas.
Quando são aplicadas pressões externas
superiores à capacidade de suporte do solo,
ocorre a aproximação das partículas, havendo a redução do tamanho médio dos poros.
Como poros de menor dimensão tendem a
ser menos propensos às forças compactantes, estes levam a uma maior resistência do
solo e, dessa forma, a capacidade de suporte (pressão de pré-consolidação) é aumentada, o que, parcialmente, protege o solo
de compactação adicional. No caso do solo
sofrer pressões advindas de tráfego menores que a pressão de pré-consolidação, este
reage de forma elástica e não há compactação adicional; ou seja, somente haverá com-
102
Trat.
ST
Tensão de 100 kPa
Camada
0-10
10-20
20-40
75,5 a
30,4 a
175,1 a
40-60
60,3 a
H
108,7 a
213,8 a
211,1 a
135,1 a
H+1F
118,9 a
80,3 a
119,1 a
191,7 a
H+2F
133,4 a
109,6 a
122,7 a
96,5 a
H+4F
133,7 a
184,6 a
217,5 a
236,7 a
H+8F
159,2 a
141,3 a
211,8 a
116,7 a
H+16F
313,2 a
253,9 a
201,9 a
176,3 a
H+32F
158,1 a
190,2 a
236,6 a
121,1 a
ST
Condição de campo
Camada
0-10
10-20
20-40
100,7 a
149,3 a
208,9 a
40-60
199,0 a
H
128,6 a
143,5 a
280,4 a
187,1 a
H+1F
193,4 a
195,3 a
129,4 a
152,1 a
Trat.
H+2F
199,0 a
341,2 a
93,1 a
136,7 a
H+4F
188,8 a
235,6 a
99,8 a
168,1 a
H+8F
263,7 a
159,0 a
189,8 a
165,8 a
H+16F
237,5 a
110,1 a
199,7 a
284,0 a
H+32F
222,8 a
144,8 a
315,7 a
182,1 a
Resumos Expandidos
Médias seguidas de mesma letra na coluna
não diferem entre si pelo teste de Tukey a
5% de significância.
Conclusões
A intensificação do tráfego das máquinas
de colheita florestal promoveu aumento
na pressão exercida sobre o solo, resultando em alterações de sua estrutura cada vez
em maior magnitude, o que refletiu na sua
pressão de pré-consolidação que aumentou
conforme foi maior a repetição de passadas.
Referências
[1] BRANDT, A.A. Carregamento estático e dinâmico e sua relação com tensão,
deformação e fluxos no solo. 2009. 162
f. Tese (Doutorado em Engenharia Agrícola) – Universidade Federal de Santa Maria,
Santa Maria.
[2] SILVA, V.R.; REINERT, D.J.; REICHERT, J.M. Susceptibilidade à compactação de um Latossolo Vermelho-Escuro e
de um Podzólico Vermelho-Amarelo. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.4,
p.239-249, 2000.
[3] HOLTZ, R.D.; KOVACS, W.D.; SHEAHAN, T.C. An introduction to geotechnical engineering (2 ed). New Jersey:
Prentice-Hall, 2010. 864p.
.
103
XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
ESTUDO DE TEMPOS E MOVIMENTOS NO TRANSPORTE FLORESTAL
RODOVIÁRIO EM UMA EMPRESA PRODUTORA DE CELULOSE
Antonio Vitor Rodrigues Tavares¹;
Adriana Leandra de Assis2; Túlio Barroso Queiroz3
¹Graduando de Eng. Florestal ICA/UFMG ([email protected]); 2 Prof. Dr.
Instituto de Ciências Agrária da UFMG ([email protected]); 3 Graduando de Eng.
Florestal ICA/UFMG ([email protected])
Introdução
O transporte florestal rodoviário é o
principal modal movimentador de cargas
na indústria brasileira de celulose[1]. O
transporte da madeira do campo até o
pátio da fábrica é uma das atividades com
maior influência no custo da produção
de cavacos[2]. Assim, o objetivo deste
estudo foi identificar os gargalos no ciclo
de transporte por meio do estudo de
tempos e movimentos visando melhorar
o aproveitamento do tempo em cada
atividade de forma a garantir a viabilidade
das operações.
Metodologia
ato de carregamento da grua foi de 00:14;
na liberação da carga via documento 00:01;
amarração da carga foi de 00:10; no reaperto
da carga durante a viagem foi de 00:05; na
fila na balança da fábrica foi de 00:17; no
descarregamento no pátio da fábrica foi
de 00:25; na troca de turno dos motoristas
foi de 01:08 e na realização do check-list
do motorista no veículo foi de 00:30. Para
cada atividade no ciclo de transporte foi
identificada uma oportunidade de melhor
aproveitamento do tempo disponível. Além
do levantamento do tempo gasto em cada
operação, foi identificado oportunidades
na logística do transporte envolvendo o
translado dos motoristas aos locais de
trabalho, o deslocamento dos mecânicos até
os pontos para a manutenção dos veículos
de transporte e das gruas utilizadas no
carregamento de madeira no campo e por
fim as condições ergonômicas de trabalho
dos colaboradores.
A coleta dos dados experimentais foi
realizada durante seis meses em uma
empresa produtora de celulose localizada
no sul da Bahia. O ciclo de transporte da
empresa foi avaliado por turnos de trabalho
distribuídos durante as 24 horas do dia.
Cada atividade do ciclo foi monitorada
Conclusão
durante um período que variou de 6 a 12
O presente estudo identificou uma possível
dias.
economia de tempo de 02:15 em um
dia de trabalho para todos os veículos, o
Resultados e discussão
que representa uma redução de 9,4% no
Com o levantamento de tempos (min) e tempo requerido para essas atividades,
movimentos conseguimos identificar o evidenciando que estudos constantes de
tempo médio gasto para cada operação do tempos e movimentos são relevantes para
ciclo. No abastecimento de combustível nos a redução de custos das operações de
veículos de transporte foi de 00:06; na fila transporte florestal rodoviário.
do carregamento no campo foi de 00:42; no
104
Resumos Expandidos
Referências
[1] RESSEL FILHO, E. H. Laboratório de
Estradas, Transporte e Colheita Florestal.
Universidade Regional de Blumenal-FURB,
[201-?]. http://home.furb.br/erwin/index.
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[2] Transporte rodoviário florestal/Carlos
Cardoso Machado. [et al.]. – Viçosa, MG:
Ed. UFV, 2009.
105
XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
Extração de madeira de diferentes sortimentos com o
trator florestal forwarder sob regime de desbaste
Carlos Cézar Cavassin Diniz¹; Eduardo da Silva Lopes²
¹ Bolsista de Iniciação Científica e Graduando Eng. Florestal UNICENTRO
([email protected]); ² Prof. Dr. Departamento de
Engenharia Florestal UNICENTRO ([email protected])
Introdução e Objetivos
Na colheita de madeira é importante destacar a operação de extração, que consiste
na retirada da madeira do interior da área
de corte até a margem do talhão ou pátio
intermediário.
partimento de carga da máquina, conforme
os sortimentos obtidos.
Este trabalho objetivou realizar uma análise operacional do forwarder na extração de
toras de pinus com diferentes sortimentos
em regime de desbaste, visando gerar inforTrata-se de uma operação influenciada por mações para subsidiar o planejamento das
diversos fatores, como o nível de experiên- operações e melhor aproveitamento dos
cia do operador, condições do povoamento recursos.
e terreno, distância de extração, tipos de Foi analisada a operação de extração das
máquinas, dentre outros, que podem in- toras “baldeio” por meio de dois modelos:
fluenciar diretamente na produtividade e
nos custos de produção [1].
a) Modelo 1: Extração de ambos os sorO uso do trator florestal forwarder na extratimentos de toras (celulose e laminação de madeira é muito comum, tanto no
ção) simultaneamente no mesmo ciclo
regime de corte raso quanto de desbastes.
operacional e posterior separação das
É uma máquina articulada, com tração 4x4,
toras na margem da estrada durante o
6x6 ou 8x8, possuindo uma plataforma de
descarregamento.
carga e uma grua hidráulica, rodados de
b) Modelo 2: Extração de um único tipo
pneus ou esteiras e responsável pela retirade sortimento de toras por ciclo opeda da madeira do interior do talhão para a
racional, com descarregamento direto
margem da estrada ou pátio intermediário
das toras na margem da estrada.
na forma de “baldeio” [2]. Segundo [3], a
velocidade não é uma característica desta
máquina, pois a mesma passa a maior parte Foi realizado um estudo de tempos e movido ciclo operacional realizando o carrega- mentos da operação de extração pelo mémento e descarregamento das toras.
todo de tempos contínuos. O ciclo operaPor outro lado, [4], estudando diversas va- cional efetivo da operação de extração foi
riáveis que influenciam a produtividade das subdividido nos seguintes elementos parmáquinas de colheita, constatou a influên- ciais: viagem vazio, carregamento, viagem
cia do sortimento das toras no desempenho entre carga, viagem carregado e descarredo forwarder, em função da necessidade de gamento. Em seguida, obteve a eficiência
ordenamento das toras no estaleiro e a não operacional e a produtividade da máquina
ocupação total da área útil da garra e com- em ambos os modelos de extração.
106
Resumos Expandidos
Resultados e Discussão
Estudo de tempos e movimentos
Figura 2. Distribuição percentual dos tempos do ciclo operacional do forwarder nos
modelos 1 (a) e 2 (b) de extração.
Os tempos percentuais consumidos pelo
forwarder são apresentados na Figura 2.
Como pode ser visto, o elemento que consumiu o maior tempo percentual foi o carregamento das toras em ambos os modelos
de extração, com 52 e 50% do tempo total,
respectivamente. O elevado tempo consumido pode ser atribuído ao baixo volume
de madeira produzida pelo desbaste, cujas
pilhas de toras são normalmente de baixo
volume e com maior distribuição e distante
entre si ao longo da trilha de extração.
Material e Métodos
O trabalho foi realizado em uma empresa
florestal do estado do Paraná. O povoamento era de Pinus taeda L. sob regime de
desbaste (1º desbaste), realizado aos 10
anos de idade. A empresa utilizava o sistema de colheita de toras curtas (cut to length), composto pelos tratores (a) florestais
harvester e forwarder, sendo o último da marca
Komatsu, modelo 865 (Figura 1).
Em seguida, destaca-se o descarregamento
das toras e a viagem entre carga, que consumiram 28 e 8% do tempo total no modelo
1 e 27 e 10% no modelo 2, respectivamente. No primeiro modelo de desbaste, onde
ambos os tipos de toras são extraídas simultaneamente, ficou evidente o maior tempo
consumido pela máquina na separação das
toras durante o descarregamento. Por outro lado, percebe-se o maior tempo com a
viagem entre cargas no modelo 2, devido
à necessidade de tempo adicional na busca
pelas pilhas de toras de único sortimento.
Por fim, confirmou-se neste estudo que a
velocidade não é a principal característica
desta máquina, pois em ambos os modelos de extração estudados, as operações de
carregamento e descarregamento ocuparam em torno de 88% do tempo total do
ciclo operacional. Tal valor é superior ao
encontrado na extração de toras em regiFigura 1. Forwarder Komatsu 865 utilizado me de corte raso, podendo este resultado
no estudo.
ser atribuído ao baixo volume de madeira
produzida no regime de desbaste e o maior
tempo consumido pela máquina no deslo-
107
XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
acarretou na redução do tempo de descamento à procura de toras, acarretando,
carregamento.
consequentemente, em menores produtividades e maiores custos de produção.
b) O modelo de extração de toras com
único sortimento apresentou maior
produtividade e poderá ser adotado
Determinação da produtividade
pela empresa no primeiro desbaste em
Como pode ser visto na Tabela 1, a área espovoamentos de pinus.
tudada foi semelhante em ambos os modelos de extração, possibilitando assim, uma
Referências Bibliográficas
melhor comparação dos resultados.
Tabela 1. Produtividade e eficiência operacional do forwarder nos modelos 1 e 2 de
extração.
Itens avaliados
Modelo de
extração
1
2
Área trabalhada (ha)
2,41
2,49
Hora efetiva de trabalho (h)
24,5
15,1
Eficiência operacional média
(%)
63,4
63,4
Produtividade (m3/h)
31,7
36,5
Considerando uma eficiência operacional
média do forwarder de 63,4% obtida em ambos os modelos estudados e uma distância
média de extração de 100 m, obteve-se uma
produtividade média de 31,7 e 36,5 m3/
hora nos modelos de extração 1 e 2, respectivamente.
A maior produtividade da máquina no modelo 2 pode ser atribuída à maior agilidade
da máquina no descarregamento das toras
de um único sortimento, mostrando, portanto, a viabilidade técnica da execução da
extração das toras por sortimento em regime de desbaste.
Conclusões
a) A extração de toras com único sortimento contribuiu para o aumento do
tempo de viagem entre cargas, porém
108
[1] OLIVEIRA, D.; LOPES, E.S.; FIEDLER, N.C. Avaliação técnica e econômica
do Forwarder na extração de toras de pinus.
Scientia Forestalis, Piracicaba, v.37, n.84,
p.525-533, 2009.
[2] MACHADO, C.C. Colheita florestal.
2.ed. Viçosa: UFV, 2007. 501p.
[3] SEIXAS, F. Extração florestal. In: MACHADO, C.C. Colheita florestal. 2.ed. Viçosa: UFV, 2007. p. 97-145 .
[4] MALINOVSKI, R. A.; MALINOVSKI,
R. A.; MALINOVSKI, J. R.; YAMAJI, F.
M. Análise das variáveis de influência na
produtividade das máquinas de colheita de
madeira em função das características físicas do terreno, do povoamento e do planejamento operacional florestal. Floresta,
Curitiba, v.36, n.2, p.169-182, 2006.
Resumos Expandidos
INDICADORES DE TRAFEGABILIDADE DE SOLOS
PARA OPERAÇÕES DE COLHEITA DA MADEIRA
Jean Alberto Sampietro1; Cedinara Arruda Santana Morales2; José Miguel
Reichert3; Pedro Henrique Rodrigues Borges4; Elias Frank de Araújo5
1
Prof. Dr. Depto. de Eng. Florestal da Universidade do Estado de Santa Catarina –UDESC (jean.
[email protected]); 2Eng. Florestal, Dr.ª em Eng. Florestal ([email protected]); 3Prof. PhD.
Depto. de Solos da Universidade Federal de Santa Maria/UFSM ([email protected]); 4Graduando
em Eng. Florestal UFSM ([email protected]); 5Eng. Florestal, MSc., CMPC Celulose
Riograndense ([email protected])
Introdução e objetivos
Material e métodos
Em áreas florestais, a compactação do solo
tem ocorrido, principalmente, em virtude
de operações de colheita da madeira, a qual
envolve o tráfego intenso de máquinas de
grande porte. Essa situação tem provocado
alterações significativas nas características
físicas, químicas e biológicas do solo, além
de afetar o seu potencial produtivo.
O trabalho foi conduzido em áreas com povoamentos de Eucalyptus sp. pertencentes à
empresa CMPC Celulose Riograndense, localizadas no Estado do Rio Grande do Sul.
A manutenção e melhoria das condições físicas adequadas ao crescimento de plantas
estão relacionadas com a conservação da
estrutura do solo, podendo ser alcançada
por meio do conhecimento do comportamento compressivo do solo e monitoramento das operações mecanizadas. Embora a compactação possa trazer aumento em
relação à trafegabilidade e, consequemente,
melhor desempenho e mobilidade das máquinas [1], esses efeitos, geralmente, não
são almejados, pois o interesse principal
que se tem visado é a redução dos efeitos
degradantes sobre a qualidade física do solo
e produtividade das culturas.
Este trabalho objetivou avaliar indicadores
de trafegabilidade de três solos em povoamentos de Eucalyptus sp. visando auxiliar o
planejamento de operações de colheita da
madeira.
Foram estudados as seguintes classes de
solo:
(i) Planossolo Háplico Eutrófico (SXe)
de textura franco-arenosa e relevo
plano a suave ondulado; Argissolo
Vermelho Distrófico (PVd) de textura
franco-arenosa e relevo plano a suave
ondulado e;
(i) Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico (PVAd) de textura franco-arenosa e
relevo plano a suave ondulado. Informações sobre granulometria e conteúdo de carbono orgânico (C-org) dos
solos estão dispostas nas Tabela 1.
A amostragem de solo foi feita por meio
da abertura de trincheiras, sendo coletadas
amostras com estrutura deformada nas camadas de 0 a 10, 10 a 20, 20 a 40, e 40 a 60
cm de profundidade.
Em seguida, as amostras foram secas ao ar,
peneiras e submetidas ao Ensaio de Proctor Normal conforme a ABNT/NBR 7182
MB33, obtendo-se, posteriormente, a curva
de compactação do solo, a densidade máxima (DsMAX) e a umidade crítica de compactação (Uoc).
109
XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
Tabela 1. Conteúdos médios de argila, silte, pequena às pressões externas, assim, a deareia fina e grossa, cascalho e carbono or- formação plástica é o processo dominante,
gânico (g kg-1).
resultando em corte e formação de sulcos
no solo, causado pelo rodado das máquinas
e, embora a compactação seja menor, pode
Classe de solo
ocorrer “fechamento” de poros e sua conAtributo
tinuidade destruída, levando a problemas
SXe
PVd
PVAd
em termos de infiltração de água e trocas
Argila
176,5
146,7
135,8
gasosas.
Silte
307,3
182,4
175,4
Areia fina
387,9
475,8
517,8
Areia grossa
128,4
195,1
171,0
Cascalho
28,1
27,5
15,4
C-org
10,2
10,0
8,9
Também foram determinados o limite de
liquidez (LL) e o limite de plasticidade (LP)
conforme as Normas Técnicas da ABNT/
NBR 6459 MB30 e 7180 MB31, respectivamente. O índice de plasticidade (IP) foi
calculado pela diferença entre o LL e o LP
(IP = LL – LP), sendo considerados os seguintes intervalos de índice de plasticidade
definidos por Atterberg, conforme [2]: 0 =
não plástico; < 0,07 = pouco plástico; 0,07
a 0,17 = média plasticidade; > 0,17 = alta
plasticidade. E ainda, foi analisada a relação
UOC/LP para verificar se a umidade crítica de compactação encontrou-se dentro da
faixa de friabilidade do solo.
Em geral, o SXe apresentou curvas de compactação ligeiramente deslocadas mais abaixo do que os outros solos, o que resultou
em menores valores de DsMAX e maiores
valores de UOC, LL, LP e IP (Tabela 2),
podendo ser considerado o solo de menor
trafegabilidade e com maior plasticidade.
Isso pode ser associado ao fato de que o
SXe apresentou textura mais fina do que o
PVd e PVAd (Tabela 1), pois solos textura
fina em geral são mais susceptíveis à compactação e tem menor trafegabilidade [3]
Resultados e discussão
As curvas de compactação para as quatro
camadas dos três solos avaliados são apre- Figura 1. Curvas de compactação para o
SXe.
sentadas nas Figuras 1, 2 e 3.
Analisando-se as curvas de compactação
dos solos, considera-se que em termos práticos, condições de baixa umidade são recomendadas para o tráfego, pois há maior
coesão entre as partículas, evitando a elevada compactação do solo. Em condições de
alta umidade, a coesão entre as partículas é
mínima, sendo a resistência do solo muito
110
Resumos Expandidos
dade, demonstrando limitações à trafegabilidade destes em condições úmidas.
Tabela 2. Densidade máxima (Mg m-3 ),
umidade crítica de compactação (kg kg-1),
limite de liquidez (kg kg-1), limite de plasticidade (kg kg- 1), índice de plasticidade e
relação UOC/LP para os três solos.
Camada
Figura 2. Curvas de compactação para o
PVd.
10-20
20-40
40-60
Média
Solo
0-10
SXe
1,54
PVd
1,76
1,87
1,93
1,90
1,87
PVAd 1,70
1,89
1,79
1,79
1,79
Densidade máxima do solo
1,84
1,83
1,84
1,76
Umidade crítica de compactação
SXe
0,148
0,110
0,119
0,096 0,118
PVd
0,115
0,095
0,102
0,100 0,103
PVAd 0,109
0,102
0,107
0,111 0,107
Limite de liquidez
Figura 3. Curvas de compactação para o
PVAd.
SXe
0,257
0,207
0,207
0,357 0,257
PVd
0,197
0,180
0,191
0,190 0,190
PVAd 0,192
0,179
0,160
0,171 0,176
Limite de plasticidade
SXe
0,221
0,193
0,187
0,281 0,221
PVd
-*
0,178
0,174
0,170 0,174
Comparando o PVd com o PVAd, infere-se PVAd 0,188
0,156 0,167 0,170
que o primeiro, de forma geral, apresentou
Índice de plasticidade
maior condição de trafegabilidade para máSXe 0,036 0,014
0,020 0,075 0,036
quinas de colheita da madeira, pois apre0,002
0,017 0,019 0,013
sentou valores superiores de DsMAX e LP, PVd
embora seu IP tenha sido maior ao valor PVAd 0,004
0,004 0,007 0,005
encontrado no PVAd.
Relação UOC/LP
Por fim, verificou-que a UOC de todos os SXe 0,83 0,65
0,65
0,31 0,61
solos ficou dentro da faixa de friabilidaPVd
0,56
0,65
0,56 0,59
de do solo, ou seja, os valores da relação
PVAd
0,58
0,68
0,57 0,61
UOC/LP foram abaixo de 1,0 e, portanto,
se encontraram abaixo do limite de plastici- *não apresentou comportamento plástico
111
XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
Conclusões
A SXe apresentou as menores condições de
trafegabilidade, pois apresentou menores
valores de DsMAX e maiores valores de
UOC, LL, LP e IP, sendo o solo de maior
plasticidade. O PVAd apresentou condição intermediária de trafegabilidade, sendo
o PVd, o solo que apresentou as maiores
condições de trafegabilidade.
Para todos os solos, a UOC ficou dentro
da faixa de friabilidade demonstrando que
deve haver limitações à trafegabilidade destes em condições úmidas, visando à redução da compactação.
Referências
[1] GREACEN, E.L.; SANDS, R. Compaction of forest soils: a review. Australian
Journal of Soil Research, v.18, p.163-189,
1980.
[2] REICHERT, J.M. et al. Mecânica do
Solo. In: JONG VAN LIER, Q. Física do
Solo. Viçosa, MG: SBCS, p.29-102, 2010.
[3] SMITH, C.W.; JOHNSTON, M.A.; LORENTZ, S. Assessing compaction susceptability of forestry soil. II. Soil properties
affecting compactibility and compressibility. Soil and Tillage Research, v.43, p.335354, 1997b.
112
Resumos Expandidos
LEVANTAMENTO DE COMPOSIÇÕES VEICULARES UTILIZADOS NO
TRANSPORTE FLORESTAL NA REGIÃO DE ALTA FLORESTA/MT
Ivan Cleiton de Oliveira Silva¹; Clayzi Regiani Dal Bem de Melo²;
Jociane Rosseto de Oliveira Silva3
Eng. Florestal, M.Sc., Prof. Assistente Dep. de Engenharia Florestal/UNEMAT ([email protected]); 2Eng. Florestal, ([email protected]); 3Eng. Florestal,
M.Sc., ([email protected])
1
Introdução e Objetivos
O transporte é o elemento mais importante do custo logístico para a grande maioria
das empresas transportadoras, pois o frete
costuma absorver cerca de 60% do gasto
logístico [1]. Com o conhecimento da frota
veicular para o transporte de matéria prima é possível realizar uma melhor estruturação das estradas florestais, conciliando
estas com os tipos de veículos utilizados
e minimizando assim, os custos dessa atividade. No Estado de Mato Grosso, um
dos setores do desenvolvimento é o setor
florestal e que segundo [2] a indústrias madeireiras da região do Portal da Amazônia
processou 8 milhões de m³ de madeira em
tora, resultando em 3,5 milhões de m³ do
produto processado, com receita bruta de
US$ 673,9 milhões. O transporte que se
destaca no Estado é o rodoviário e desse
modo, o caminhão adquire cada vez maior
significância tanto pela capacidade de carga,
quanto pela necessidade de interligação dos
locais de origem e destino da matéria prima.
O presente trabalho teve como objetivo levantar e identificar a composição veicular
utilizado no transporte florestal na região
de Alta Floresta/MT.
Materiais e Métodos
O estudo foi realizado na cidade de Alta
Floresta, extremo norte do Estado de Mato
Grosso, a 757 km da capital do Estado,
com extensão de 9.310,27 Km² e população aproximada de 48 mil habitantes [3].
A coleta de dados foi realizada no período
de junho a agosto de 2010, nas indústrias
madeireiras da região que utilizam veículos
para transporte da matéria prima, sendo
frota própria ou terceirizada. Os elementos
do ciclo operacional de transporte para o
estudo foram obtidos através de entrevistas
baseadas em um questionário aplicado aos
motoristas de dos veículos. Foram amostrados 30 veículos, onde verificou-se: idade,
marca, modelo, capacidade de carga, potência do motor, consumo médio de combustível e distância, tempo gasto e valor do frete
para o transporte da matéria prima.
Resultados e Discussão
O total de veículos amostrados foi de 30
unidades, de diferentes marcas, modelos e
capacidade de carga, utilizados no transporte florestal. Em relação à idade da frota,
constatou-se uma média de 12 anos e que
36,66% dos veículos amostrados estão nessa média de idade. Pode-se afirmar que a
frota está relativamente envelhecida, visto
que a idade da mesma não pode ser superior a 10 anos de vida útil [4]. Contudo,
76,66% dos entrevistados afirmam que o
município possui uma frota de boa qualidade para a finalidade a qual se destina. Foram
constatadas também, as variações de potência dos motores. Observou-se que 80% dos
motores em uso, possuem potência acima
de 320 CV (Figura 1), demonstrando a necessidade de uma maior potência, devido
à utilização de maiores composições para
viabilizar o transporte, pois esse é um fator
113
XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
que influencia no peso das cargas transportadas. No ano de 2005, 40% dos veículos
utilizados apresentaram potência entre 360
a 380 CV [5].
pode ser observado na Figura 3. Estes dois
fatores são influenciados pela potência do
veículo que fará o transporte, pois quanto
maior for a potência, maior será a quantidade de matéria-prima que será transportada,
demonstrando a necessidade de composições veiculares cada vez maiores para o
transporte no município.
Figura 1. Distribuição dos veículos por potência de motor (CV), utilizados no município de Alta Floresta/MT.
Dentre as marcas dos veículos, a mais utilizada no transporte florestal do município
é Mercedes Benz, representando 60% dos
veículos amostrados, seguido por Scania
e Volvo. Segundo os entrevistados, isso
ocorre pelo fato de que esta marca possui
mais modelos e que quando agregados a
conjugação Julieta, deixa evidências de um
ótimo rendimento operacional. Em função
da capacidade de carga, entre os veículos
amostrados, 33,33% possuem capacidade
de carga entre 36 a 50 toneladas (Figura 2).
Seguida por veículos com capacidade de 51
a 60 toneladas.
Figura 2. Distribuição dos veículos por capacidade de carga (t), utilizados no município de Alta Floresta/MT.
Em relação à capacidade de carga em metros cúbicos, 56,66% dos veículos possui
capacidade de carga entre 36 a 50 m³, como
114
Figura 3. Distribuição dos veículos por capacidade de carga (m³), utilizados no município de Alta Floresta/MT.
Todos os veículos avaliados utilizam como
combustível o óleo Diesel, com um rendimento médio de aproximadamente 01
km/L. O consumo variou de 0,5 à 3,5
km/L, porém a maioria (76,66%) está no
intervalo de 0,5 à 1,5 km/L. A economicidade de combustível esta diretamente relacionada ao rendimento energético de cada
veiculo, tendendo-se a aumentar com a capacidade de carga [4]. Deve-se considerar,
em relação ao consumo, a qualidade da malha viária na qual ocorre o transporte. Estradas de má qualidade tendem a aumentar
o consumo do veículo, aumentando gastos
e consequentemente o valor do frete.
Outro fator de suma importância para o
transporte é a distância percorrida até a
origem da matéria prima. Observou-se que
86,66% percorrem uma distancia entre 50 a
200 km. Segundo [5], a distância de transporte entre a matéria prima no pátio de estocagem e a indústria no ano de 2005, era
em média de 100 km. Sendo assim, fica evidente que o aumento desse percurso é devido à escassez de matéria-prima próximo ao
Resumos Expandidos
município. Conforme Figura 4, à distância do, pois o transtorno causado com estraestá correlacionada com o valor do frete das de má qualidade reflete diretamente no
valor do frete, pois nele é embutido gastos
cobrado por m³ da matéria-prima.
com conserto e manutenção dos veículos.
Conclusão
O transporte florestal influencia cada vez
mais no preço da madeira, pois a matéria
prima esta cada vez mais escassa, percorrendo-se longas distâncias Os veículos esFigura 4. Relação entre a distância do transtão mais potentes, o que auxilia na viabiliporte e o valor do frete no município de
dade do transporte.
Alta Floresta/MT.
Para o transporte da madeira, desde o local
da colheita até o local de descarregamento,
a maioria dos veículos demora de 6 a 10 horas (66,66%).
A atividade de transporte da madeira utilizada pelas indústrias é altamente terceirizada. Em relação à frota utilizada, 83,33% é
realizado por agentes sem vínculo empregatício ou qualquer vínculo com a indústria
madeireira. Apenas 16,67% da frota são de
propriedade da indústria. Esse panorama
mudou quando comparado a 5 anos, pois
em 2005, o número de caminhões com frete terceirizado era de 30%, enquanto que
realizados pela própria empresa era de 50%
[5]. A terceirização tem se tornado uma tendência atual das empresas de variados portes e seguimentos, para sobreviverem num
ambiente de alta competitividade [6].
O transporte florestal possui uma participação média de 21,25% no custo da matériaprima posta no pátio, porém houve uma
variação da participação do frete de 10 à
40% . Isso tem sido um grande desafio para
as indústrias e empresas florestais, pois se
torna necessário definir estratégias para minimizar os custos dos transportes.
Vale ressaltar que a maior dificuldade mencionada pelos motoristas durante o transporte da matéria-prima são as estradas e
pontes (100%). Este percentual é justifica-
Referências Bibliográficas
[1] TABOADA, C.M. Logística: o diferencial da empresa competitiva. Revista FAE
Business, Curitiba, n.2, p. 4-8, 2002
[2] ICV – Instituto Centro de Vida. O
Setor Florestal no Território Portal da
Amazônia, norte de Mato Grosso: Situação atual e perspectivas. 2006. Disponível em: http://www.icv.org.br/site/
wp-content/uploads/2013/08/diagnostico_florestal_port al.pdf. Acesso em: 21 set
2010.
[3] FERREIRA, J.C.V. Mato Grosso e
seus Municípios. Cuiabá: Editora Buriti,
2001. 660p.
[4] MACHADO, C.C.; LOPES, E.S.; BIRRO, M.H. Elementos básicos do transporte florestal rodoviário. Viçosa: UFV,
2000. 167p.
[5] PEREIRA, M.P. Frota de veículos utilizados no transporte rodoviário florestal no município de Alta Floresta – MT.
2005. 58p. Monografia (Engenharia Florestal) – Universidade do Estado de Mato
Grosso, Alta Floresta.
[6] MACHADO, C.C. Colheita Florestal.
Viçosa: UFV, 2002. 468p.
115
XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
LEVANTAMENTO DE PERDA DE MADEIRA NA ATIVIDADE DE
COLHEITA FLORESTAL MECANIZADA
Guilherme Casassola Bortolotto1; Fernando Zancan Pissinin2; Catize
Brandelero3;
4
Lucas Zancan Pissinin ; Douglas Vollmer5
1
Graduando Eng. Florestal UFSM ([email protected]); 2 Eng. Florestal UFSM
([email protected]); 3 Prof. Dr. Departamento de Eng. Rural UFSM (catizebrandelero@
gmail.com); 4 Me. Eng. Florestal UFSM ([email protected])
5
Eng. Florestal UFSM ([email protected])
Introdução e Objetivos
Resíduos pós-colheita florestal podem ser
encontrados na forma de cepas altas das
árvores colhidas, galhos grossos e ponteiras
das copas ou fuste das árvores, toras perdidas, esquecidas ou largadas inadvertidamente no campo. Os mesmos estão presentes nas três atividades básicas da colheita,
podendo encontrar desperdício de madeira
no corte e processamento, na extração e no Figura 1. Formação das parcelas (A e B);
transporte da madeira até a fábrica [1].
medição de cepas (C) e medição de toretes
Resíduos florestais podem apresentar-se (D).
como um problema à medida que significam desperdício e baixa eficiência no aproConsideraram-se como material pertenveitamento do material lenhoso [2].
cente à parcela, todas as secções de árvores
Diante disso, os resíduos florestais gerados cuja extremidade mais grossa e que mais de
pela colheita florestal mecanizada, merecem 50% de seu tamanho total, estivesse dentro
destaque na estimativa das quantidades de da parcela, para assim, não haver tendência
matéria prima aproveitável, que é desperdi- na escolha do material a ser contabilizado,
çada no campo na forma de cepas e pon- tanto para toretes como para cepas, figura 2.
teiras. Sendo assim, o objetivo do presente
estudo foi quantificar as perdas de madeira
após a atividade de colheita mecanizada, em
povoamento de Eucalyptus saligna.
Material e Métodos
O estudo foi realizado em uma área de operação florestal na microrregião do Camaquã/ RS. A população avaliada é da espécie
Eucalyptus saligna com 9 anos de idade e espaçamento de 3m x 3m.
Foram alocadas 5 parcelas circulares com
116
Resumos Expandidos
600m² de área, de forma aleatória em um
talhão de 8,4ha. Ao avaliar as cepas, foram
mensurados as variáveis diâmetro e altura,
sendo ainda, classificadas quanto ao estado,
em cepas de boa qualidade ou ruins (cepa
danificada no corte e dano provocado com
passada da esteira) e quanto à altura, em
cepas maiores que 10cm, figura1; já para
a determinação do volume de madeira das
secções (toretes) utilizou-se a equação de
Smalian, conforme equação 1.
Resultados e Discussão
A tabela 1, indica a situação da população
avaliada em regime de corte raso, indicando
a perspectiva de volume comercial para o
total de madeira a ser obtida no talhão, para
os limites mínimos de aproveitamento de 4
e 7cm de diâmetro na ponta fina dos toretes
remanescentes.
Tabela 1 - Situação da floresta avaliada e
perspectiva de volume comercial em m³/
ha.
VMI
4 cm
7 cm
0,47
441,08
432,03
*VMI = Volume médio individual
Equação 1. Equação de cubagem de volu- No levantamento de perda de madeira (tome rigoroso segundo Smalian.
retes) através da amostragem encontrou-se
um valor de 36,12m³ e 4,30m³/ha para o
total de madeira desperdiçada no talhão
e por hectare respectivamente. Na tabela
2 são apresentados o volume de madeira
desperdiçado e perspectiva de volume do
talhão para os limites de aproveitamento de
4cm e 7cm.
Tabela 2. Volume de madeira desperdiçado
e perspectiva de volume a ser encontrado
para diferentes limites de aproveitamento.
L1(cm)
VP2(m³/ha)
VD3(m³/ha)
P4 (%)
4
441,08
8,91
2,02
7
432,03
4,30
1,03
Limite (cm); VP - volume previsto (m³/
ha); 3VD – Volume desperdiçado (m³/ha);
4
P - percentual
1
2
Figura 2. Esquema representativo de uma
parcela com os resíduos que foram ou não
Para um diâmetro com limite mínimo de
mensurados.
aproveitamento de 4cm na ponta fina dos
toretes mensurados encontrou-se o valor
117
XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
de 8,91m³/ha, e para o limite mínimo de hectare e o número de inconformidades,
7cm, o valor de 4,30 m³/ha.
representada pelas cepas acima do limite de
Estes valores indicam um percentual de 10cm de altura, resultando em um volume
desperdício de 2,02% e 1,03% do total do de 2,98m³/ha de madeira desperdiçada.
volume visto sendo a perspectiva de volume estimado de 441,08m³/ha e 432,03m³/ Tabela 3 - Percentual de inconformidade de
ha, respectivamente para os limites de 4cm cepas.
e 7cm.
Nº árv/ha Inconformidades Percentual
Avaliação da qualidade de cepas
Juntamente com o levantamento volumétrico das cepas, determinou-se o grau de
integridade das mesmas e ainda indicouse a qualidade operacional da atividade de
colheita das árvores através da mensuração
da altura das cepas superiores a 10cm de
altura.
Com isso geraram-se indicativos da qualidade das cepas após as operações de colheita florestal e baldeio de madeira.
Segundo, Foelkel [1], a quantidade de resíduos lenhosos que permanece no campo
depende de uma série de causas associadas
à qualidade da floresta, homogeneidade das
árvores, limite mínimo pré-estabelecido
para o seccionamento das toras para uso
comercial, equipamentos disponíveis para a
colheita, cuidados e qualificação dos operadores das máquinas e ainda da gestão que
se pretende adotar com a quantificação dos
resíduos lenhosos, objetivando sempre a
otimização dos custos da produção de madeira.
925
218
23,57%
Conclusão
Com os índices identificados de inconformidades de cepas, danos às mesmas e volume de madeira deixado no campo, apresentando valores significativos, podemos
identificar oportunidades de melhoria na
operação, principalmente no que se refere à
altura média de corte, dano das esteiras sobre as cepas e madeira que é desperdiçada,
fatores que devem ser levados em consideração para um melhor aproveitamento da
matéria-prima.
Portanto, recomenda-se realizar um trabalho de orientação aos operadores das
máquinas responsáveis pela atividade de
colheita florestal, evitando desperdício de
madeira aproveitável.
Referências Bibliográficas
[1] FOELKEL, C. E. B. Madeira de eucalipto: da floresta ao digestor. In: CONGRESSO ANUAL DE CELULOSE
O percentual de cepas classificadas de E PAPEL, 11, São Paulo, 1978. Boletim
acordo com o critério bom ou ruim, foi de IPEF, Piracicaba, v. 6, n. 20, p. E1-E25,
38,80% de cepas com qualidade indesejada 1978.
e de 61,20% de cepas com boa qualidade,
índices que podem interferir na condução [2] SANQUETTA, C. R.; WATZLAWICK,
da rebrota e na qualidade da madeira para a L. F.; DALLA CÔRTE, A.; FERNANDES, L. A. V. Inventários florestais:
próxima rotação.
planejamento e execução. Curitiba, 2006,
Na tabela 3 são apresentados indicativos 271 p.
relacionando o número de árvores por
118
Resumos Expandidos
PRODUTIVIDADE E CUSTO DE TRÊS MÁQUINAS
NO CORTE FLORESTAL DE EUCALIPTO
Filipe Gomes de Lima1; Rogger Miranda Coelho2; Mariana Morena Pereira3;
Petrônio Henrique Alves4; Ângelo Márcio Pinto Leite5
Graduando em Engenharia Florestal UFVJM ([email protected]); 2Mestrando em Ciência
Florestal UFVJM ([email protected]); 3Mestranda em Ciência Florestal UFVJM
([email protected]) 4Mestrando em Ciência Florestal UFVJM (petparauna@gmail.
com); 5Prof. Dr. Departamento de Engenharia Florestal UFVJM ([email protected])
1
Introdução
Até a década de 70 no Brasil, a utilização
de máquinas especializadas para a colheita
florestal era incipiente. Somente com a
abertura do mercado às importações a
partir da década de 90 é que, a mecanização
se intensificou no país, permitindo a
redução dos custos através do incremento
da produtividade das operações [1]. A
evolução da mecanização da colheita
florestal nos últimos anos desencadeou
um processo contínuo de avaliação dos
rendimentos operacionais e de estimativa
de custos, haja vista ao elevado dispêndio
desta atividade no percentual de custos de
produção de florestas plantadas [2]. Devido
à diversidade de máquinas disponíveis
atualmente no mercado e a carência de
mão de obra no campo, o processo de
mecanização se tornou mais dinâmico e
intensivo, exigindo das empresas a busca
pelos equipamentos que melhor se adequem
às suas características e custos. Assim,
objetivou-se com este trabalho avaliar os
custos e a produtividade de três máquinas
utilizadas na derrubada de árvores.
Material e Métodos
Os dados utilizados nesta pesquisa são
provenientes do histórico da colheita de
madeira de uma grande empresa florestal
localizada na região do Alto Jequitinhonha,
Minas Gerais. Os povoamentos de
eucaliptos colhidos estavam no espaçamento
de 6 m² por planta e apresentavam uma
produtividade média de 37 m³/ha/ano. O
processo de mecanização do corte florestal
na referida empresa é caracterizado por
três etapas distintas. De 1990 até 2006, a
derrubada de árvores era feita com Fellerbuncher de pneus (máquina 1). Já em 1995
foi inserida no corte florestal a escavadora
hidráulica de esteiras, constituída por uma
máquina base e adaptado um cabeçote
que corta, acumula e tomba as árvores em
feixes (máquina 2). O terceiro equipamento
(máquina 3) iniciou as atividades a partir
de 2008, sendo um Feller-buncher de esteiras
fabricado exclusivamente para o corte
florestal, com uma série de modificações
e melhorias no projeto. A potência de
cada máquina estudada e o consumo de
combustível em litros por hora (l/h) estão
no quadro 1. Foram obtidos dados médios
de produtividade e custos para realizar a
comparação entre as três máquinas.
Quadro 1: Potência e consumo de
combustível das máquinas avaliadas
Máquina
Potência
(Hp)
Consumo de
combustível
(l/h)
1
140
16-20
2
138
19-20
3
255
35-39
119
XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
O estudo consistiu em verificar o
impacto do uso destas três máquinas com
configurações e tecnologias diferentes
na produtividade e custo da derrubada
de árvores, sendo utilizado na empresa o
sistema de árvores inteiras.
ao feller-buncher citado (36%, 43% e 55%
para as máquinas 1, 2 e 3, respectivamente).
A produtividade inferior e as características
inerentes ao local de estudo são alguns dos
fatores responsáveis pela diferença dos
custos operacionais e de produção.
Resultados e discussão
A Figura 1 representa a produtividade das
O quadro 2 apresenta os dados de máquinas 2 (Escavadora “adaptada”) e 3
produtividade (m³ h-¹), custo por hora (Feller-buncher) para diferentes classes de
trabalhada (R$/h) e o custo de produção produção do povoamento (m³/ha).
em reais por metro cúbico de madeira com
casca (R$/m³) de cada máquina avaliada.
Quadro 2: Produtividade e custos das
máquinas avaliadas
Máquina
Prod
(m³ h-¹)
Custo
(R$/h)
Custo
(R$/m³)
1
50
328,50
6,57
2
60
354,00
5,91
3
90
414,00
4,60
Figura 1: Produtividade (m³/h) da
escavadora “adaptada” (máquina 2) e do
Feller-buncher (máquina 3) em diferentes
A máquina 1 apresentou o maior custo produções do povoamento.
de produção (R$6,57/m³), sendo 11%
e 30% superior as máquinas 2 e 3,
Uma avaliação da produtividade média
respectivamente. Este valor é justificado
de um feller-buncher semelhante a máquina
pela menor produtividade apresentada por
2 (escavadora de acionamento hidráulico
esta máquina e, também, um maior custo
de esteiras, modelo 320; potência nominal
com manutenção.
138 HP) em um povoamento de Eucalyptus
grandis com um volume médio de 256 m3/
Analisando a produtividade e custos de ha, foi obtido o valor de produtividade
um sistema de colheita florestal de árvores correspondente a 47,3 m3 por hora efetiva
inteiras em plantio de eucalipto no estado de trabalho [4]. Este valor de produtividade
de Goiás, um feller-buncher de esteiras foi inferior ao da máquina 2 (56m3 por hora
apresentou produtividade de 47,3 m3 por efetiva) para a classe de 211 a 280m3/ha
hora efetiva (he), custo operacional e de (Figura 1). Tal fato demonstra a influência
produção de R$ 494,56/he e R$ 10,32/m3, de outras variáveis na produtividade de
respectivamente [3]. Comparativamente equipamentos empregados na colheita
aos resultados encontrados neste estudo, de madeira, não somente a produtividade
verifica-se que três máquinas avaliadas do povoamento e o modelo da máquina.
apresentaram custos de produção inferiores Avaliando as principais variáveis que
120
Resumos Expandidos
influenciam a produtividade de máquinas
de colheita, determinaram-se 35 variáveis
principais que influenciam a produtividade
das máquinas de colheita de Pinus e 37
variáveis das máquinas de colheita em
Eucaliptos, estando estas relacionadas ao
povoamento ao terreno e ao planejamento
das operações na colheita florestal [5]. A
máquina 3 por ser fabricada especialmente
para a derrubada de florestas, além de
sua maior potência, apresentou maiores
rendimentos (m³ h-¹) para todas as classes
de produtividade florestal. Entretanto,
esta diferença de produtividade entre as
máquinas 2 e 3 é mais acentuada na classe
de produtividade de 211 a 280 m3/ha.
Floresta, Curitiba, PR, v. 38, n. 4, p. 577586, out./dez. 2008
[5] MALINOVSKI, R. A. MALINOVSKI,
R. A. MALINOVSKI, J. R. YAMAJI, F.
M. Análise das variáveis de influência na
produtividade das máquinas de colheita
de madeira em função das características
físicas do terreno, do povoamento e do
planejamento operacional florestal. Revista
Floresta, Curitiba, PR, v. 36, n. 2, mai./ago.
2006.
Conclusões
A evolução tecnológica nos projetos das
máquinas de corte florestal (Feller-buncher)
resultou no aumento da produtividade
operacional e na redução do custo de
produção da atividade de derrubada.
Referências Bibliográficas
[1] MACHADO, C.C. (coord). Colheita
Florestal. 2 ed. Viçosa: UFV, 2008.
[2] SIMÕES, D. IAMONTI, I. C. FENNER,
P. T. Avaliação técnica e econômica do
corte de eucalipto com feller-buncher em
diferentes condições operacionais. Ciência
Florestal, v. 20, n. 4, out.-dez., 2010.
[3] ROCHA, E. B. FIEDLER, N. C.
ALVES, R. T. LOPES, E.S. GUIMARÃES,
P. P., PERONI, L. Produtividade e custos
de um sistema de colheita de árvores
inteiras. Revista Cerne, Lavras, v. 15, n. 3,
p. 372-381, jul./set. 2009.
[4] FIEDLER, N. C. ROCHA, E. B.
LOPES, E. S. Análise da produtividade de
um sistema de colheita de árvores inteiras
no norte do estado de Goiás Revista
121
XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
PRODUTIVIDADE EM ARRANQUE DE TOCOS
PARA REFLORESTAMENTO NO BRASIL
Jorge Frazão1; Inês Frazão2
1
Eng.º na Fravizel S.A. ([email protected])
Mestre em Marketing na Fravizel S.A. ([email protected])
2
Introdução e Objetivos
O Brasil possui uma das maiores áreas
florestais nativas do mundo e a sexta
maior área reflorestada do mundo [1].
Aliando esse facto ao seu clima favorável,
o Brasil tem vantagens evidentes no
reflorestamento. Um empecilho ao
reflorestamento são os tocos que ficam
no terreno, e que de forma a aumentar a
produtividade, devem ser retirados a cada
rotação de 21 anos ao 3º corte[2]. Este
índice de rotação é um dos mais altos
do mundo e também o que gera mais
produtividade média de 45-50 m3/ha/ano
[3]. O desafio é encontrar o melhor método
que resulte no menor custo de operação
possível e que traga mais rentabilidade às
explorações florestais.A escolha está entre
deixar ou arrancar o toco do solo. Arrancar
o toco sempre foi visto como um problema
no contexto da reflorestação[4] em especial
tendo em conta o seu custo de extração
que no ano de 2005 era de R$2.500 para os
métodos convencionais, tais como tratores
de rastos ou buldózer [2]. Assim o objetivo
deste trabalho é avaliar a produtividade do
acessório de escavadeira Rachador Arranca
Tocos, modelo RAC-L1 da Fravizel S.A..
Material e métodos
O presente trabalho foi desenvolvido a
partir de um teste de campo entre Setembro
e Novembro de 2013 (21 dias úteis). Foi
utilizado o método de estudo descritivo/
quantitativo por observação. Com recurso
122
a um guião de observação com as seguintes
variáveis: horas trabalhadas, manutenção,
paragens e refeição. Os instrumentos
utilizados foram cronómetro e guião de
observação.
O acessório Rachador Arranca Tocos
RAC-L1 da Fravizel S.A. foi instalado
numa máquina escavadeira de rastos com
peso operativo de 22 toneladas com raio de
rotação de 360º numa área selecionada com
plantio de eucalyptus com tocos de diâmetro
médio de 200mm plantados de forma
ordenada em linhas e entrelinhas, sendo 3
metros na linha de plantio e 3 metros na
entre linha, totalizando assim 9 m² por
planta, ou seja, 1.111 plantas por hectare.
Após formação do operador foi feito
um acompanhamento diário dos tempos
envolvidos com a atividade de arrancar
tocos e considerando os tempos totais de
cada paragem realizada.
O processo dividiu-se em arranque e
corte do toco e em simultâneo o sacudir
do mesmo para libertar pedras e terra que
estejam agarradas às raizes.
Está excluído deste trabalho o estudo
de custos logísticos de transporte para
consequentes aproveitamentos.
Resultados e discussão
Incluindo os primeiros 7 dias que foram
dedicados a formação e adaptação
do operador, a produtividade média
deste acessório foi de 5,7h/ha. Dada a
inexperiência do operador podemos prever
Resumos Expandidos
níveis de produtividade médios de 5h/ consumo para eventuais aproveitamentos
ha.(Fig.1)
para biomassa e produção carvão.
Referências bibliográficas
[1] Bacha, C.J.C. Análise da Evolução
do reflorestamento no Brasil. Rev. de
Economia Agrícola, São Paulo, v. 55, n. 2,
p. 5-24, jul./dez. 2008
[2] Pavan, J.A. et. Al. Viabilidade
Figura 1. Variação da Produtividade durante Econômica da Produção de Eucaliptos
no Rio Grande do Sul. ABCustos
o estudo
Associação Brasileira de Custos - Vol. V n°
1, p.78-109, jan/abr 2010
Em termos de custo de operação podemos
[3] Rocha, S.S. Sustentabilidade na
estimar:
indústria brasileira de papel e celulose.
Dissertação (Mestrado em economia)
Custo Horário de Operação
p.132. Universidade Estadual de São Paulo,
Máquina
R$ 150
2006
Acessório RAC-L1
R$ 30
(CTHr) Custo total / hora
R$ 180
(CTHa)Custo total / hectare
R$ 900
Tabela 1. Estimativa de custo de operação
[4] Andrade et al, Selection of fungi
for accelerated decay in stumps of
Eucalyptus spp. Bioresource Technology
110 (2012) 456–461
Este custo poderá variar consoante a
espécie de toco a densidade de tocos por
hectare, tipo de terreno, diâmetro do toco,
treino do operador e modelo de máquina
escavadeira.
Conclusão
Este equipamento apresenta-se como uma
solução eficaz e económica no processo de
arranque de tocos com uma produtividade
de 5h/ha e um custo por hectare de R$900,
um ganho em relação aos R$2.500 nos
métodos convencionais.
Mais estudos deverão ser realizados de
forma a ser efetuado um modelo que possa
agregar a espécie, o diâmetro e a densidade
de tocos por hectare, tipo de terreno, bem
como os custos logísticos até ao ponto de
123
XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
PROPOSTA METODOLÓGICA PARA LOCAIS ÓTIMOS PARA ALOCAÇÃO
DE PILHAS DE MADEIRA EM FLORESTAS DE PRODUÇÃO.
Mariana Peres de Lima 1; Samuel de Pádua Chaves e Carvalho 1
Docente - Universidade Federal de Mato Grosso, Curso de Engenharia Florestal do
Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais - CUS/UFMT ([email protected]);
([email protected]).
Introdução e Objetivos
A alocação de pilhas de estocagem de madeira em empresas florestais é realizada geralmente de forma empírica e meramente
visual utilizando para isso, somente, a experiência do operador como ferramenta de
planejamento.
Porém, para um planejamento adequado
existe a necessidade de empregos de ferramentas que auxiliem na sistematização de
etapas e atividades visando à redução da
incerteza envolvida no processo decisório.
Estas ações provocariam o aumento da
probabilidade de alcance dos objetivos, desafios e metas estabelecidas para a empresa
[1],[2],[3].
Portanto, esta pesquisa tem por objetivo
utilizar ferramentas geotecnológicas como
suporte para determinação de locais estratégicos de pilhas de madeira de forma
determinística através de análise espacial,
considerando para isso atributos locais de
inclinação e sombreamento do terreno, distância das estradas.
Material e Métodos
Para a verificação de locais ótimas para
empilhamento de madeira, a metodologia
proposta foi realizada em um povoamento
clonal de Eucalyptus urograndis, localizado em
São Luis do Paraitinga/SP. Os arquivos em
formato vetorial: talhões, estradas existentes
e matricial: inclinação e sombreamento, fo-
124
ram incorporados em ambiente SIG – Sistema de Informação Geográfica e combinados através de forma ponderada visando
a determinação dos locais ótimas seguindo
a seguinte equação com os seguintes pesos
dos atributos:
[somb.]*20% + [inclin.]*30%+ [dist_estrada]*40
A justificativa das variáveis dar-se-ia pelos
seguintes propósitos: Inclinações tendendo
a zero poderiam causar empoçamento de
água no local da pilha e inclinações maiores
poderiam afetar a organização e estrutura
desta pilha. O sombreamento é importante porque determina locais em que os raios
solares atingem o terreno e desta forma
também evita o empoçamento de água que
seria prejudicial para a madeira. E ainda locais mais adjacentes às estradas seriam mais
adequados para a realização do empilhamento.
Resultados e Discussão
A figura 1 representa a matriz do modelo
de inclinação, em graus, na qual verifica-se
em diferentes matizes de escala de cinza os
locais com maiores e menores inclinações.
A inclinação é atributo fundamental para
viabilizar locais de empilhamento.
Resumos Expandidos
Figura 1. Inclinação da área, em graus.
O uso da inclinação como atributo componente do mapa ponderado demonstrou Figura 2. Distâncias das pilhas das estradas.
resultados teóricos bastante satisfatórios,
visto que eliminou a maioria dos locais antes utilizados para a atividade de empilhamento, garantindo desta forma, a proteção
da madeira quanto intempéries, principalmente quanto ao acúmulo de água, e proteção em períodos onde as chuvas poderão
ser mais acentuadas.
Quanto os melhores locais de empilhamento em relação às áreas de adjacências
as estradas verifica-se que, como exposto
na figura 2, quatro tipos de classes distintas
foram criadas, sendo estas com distância irrelevante, mediana, relevante e restritiva. A
primeira foi a melhor indicação e a quarta
uma área eliminada pela metodologia proposta.
Figura 3. Locais ótimos para alocação de
pátios.
Um ponto de discussão seria a proposição
desta metodologia em garantir ambientes/
locais para que esta madeira possa permanecer maior tempo no campo caso, haja-se
necessidade. Sabe-se que a água sofre profunda influência nas propriedades da madeira, afetando seu peso, a resistência mecânica, sua contração e a possibilidade de
ser atacada por insetos e fungos [4].
Ponderando os atributos conforme a proposição metodológica restringiu-se as áreas
potenciais para empilhamento. A figura 3
demonstra em um talhão as áreas ótimas
selecionadas pelo SIG para o empilhamen- O pátio deve ser localizado em um local
to da madeira.
alto, com boa incidência de vento e radiação solar, bem drenado e se possível em
áreas adjacentes a serrarias ou indústrias de
processamento [5].
125
XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
Conclusões
O uso das variáveis: inclinação, sombreamento e distância das estradas se mostraram eficientes para a proposição da nova
metodologia.
O valor da madeira deve-se principalmente a sua qualidade e estado de conservação.
Esta metodologia pode ser um dos meios
de garantir que este estava de conservação.
Referências
[1] REBOUÇAS, D. P. O. Planejamento
estratégico – conceitos, metodologia e
práticas. 18. Ed. São Paulo: Atlas, 2002.
62 p.
[2] LIMA, M. P. de. Metodologia para da
colheita e do transporte florestal utilizando geotecnologia e pesquisa operacional. 2009. 46 f. Dissertação (Mestrado
em Ciências Florestais). Universidade Federal de Lavras. 2009.
[3] MALINOVSKI, R. A. Otimização
da Distância de Extração de Madeira
com Forwarder. Botucatu. 2007. 94 f. Tese
(Doutorado em Agronomia / Energia na
Agricultura). Universidade Estadual Paulista. 2007.
[4] STEIN, F. da R., Avaliação técnica do
tempo de estocagem da madeira. Viçosa. 2003. 36 f. Monografia (Graduação em
Engenharia Florestal). Universidade Federal de Viçosa, 2003.
5] ROSSO, S. Qualidade da madeira de
três espécies de Eucalyptus resultante
da combinação dos métodos de secagem ao ar livre e convencional. Viçosa.
2006. 91f. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais). Universidade Federal de
Viçosa. 2006.
126
Resumos Expandidos
PROPOSTA METODOLÓGICA PARA ROTAS ÓTIMAS DE
ESCOAMENTO DE MADEIRA EM FLORESTAS DE PRODUÇÃO
Mariana Peres de Lima 1; Samuel de Pádua Chaves e Carvalho1;
Alline Maria do Prado Ferraz 2
1
Docente - Universidade Federal de Mato Grosso, Curso de Engenharia Florestal do
Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais - CUS/UFMT ([email protected]);
([email protected]); 2Discente - Universidade Federal de Mato Grosso, Curso de
Engenharia Florestal do Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais - CUS/UFMT
([email protected]).
Introdução e Objetivos
Atualmente, o setor de estradas e transporte tem adquirido grande importância dentro do empreendimento florestal, uma vez
que os custos do binômio estrada-transporte incidem significativamente sobre o
valor final da madeira. Por isso, o uso de
ferramentas como os Sistemas de Informação Geográfica (SIG’s) são importantes na
otimização do transporte florestal rodoviário. O uso dessa tecnologia de informação
espacial associada às variáveis relacionadas
às estradas (geometria horizontal e vertical,
qualidade da superfície da pista, largura,
etc), possibilita maior eficiência na tomada
de decisão [1].
clonal de Eucalyptus urograndis, localizado em
São Luiz do Paraitinga/SP. Os arquivos em
formato vetorial: talhões, estradas existentes
e suas condições e matricial: inclinação foram incorporados em ambiente SIG – Sistema de Informação Geográfica, na plataforma ArcGIS, software para processamento de dados geográficos. Os dados foram
processados utilizando a ferramenta Spatial
Analyst em que os mesmos foram processados e combinados através de sobreposição ponderada visando à determinação das
rotas ótimas seguindo a seguinte equação
com os seguintes pesos na equação matricial dos atributos:
[largura]*20% + [inclin.]*30%+
Portanto, esta pesquisa tem por objeti- [pavimento]*40
vo utilizar ferramentas geotecnológicas A justificativa das variáveis dar-se-ia pelos
como suporte para determinação de rotas seguintes propósitos: greide de inclinação
ótimas para o escoamento da madeira da da estrada interfere diretamente na facipropriedade até sua saída local, de forma lidade de tráfego dos veículos, principaldeterminística através de análise espacial e mente quando carregados. Neste exemplo
algoritmo de rota curta, considerando para as estradas eram divididas em dois tipos de
isso atributos locais de solo e condições das pavimentação: cascalhada e sem cobertura,
estrada: greide de inclinação, tipo de pavi- esta condição também interfere na velocimentação e largura das estradas.
dade e facilidade de trafego. Finalmente a
largura das estradas que podem comprometer o sentido único ou duplo de trafego e
Material e Métodos
ainda nas combinações veiculares de carga
Para a verificação das rotas ótimas para – CVC’s que podem trafegar.
empilhamento de madeira, a metodologia
proposta foi realizada em um povoamento
127
XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
Resultados e Discussão
rantirem trafegabilidade o ano todo.
A figura 1 representa a matriz do modelo
de inclinação, em graus, na qual verifica-se
em diferentes matizes de escala de cinza os
locais com maiores e menores inclinações.
A inclinação é atributo fundamental para
viabilizar a trafegabilidade de veículos do
transporte florestal.
A metodologia utilizada demonstrou resultados teóricos bastante satisfatórios, visto
que determinou apenas uma rota como
sendo a de maior viabilidade. O trajeto escolhido possuía as seguintes características:
greide com inclinação da estrada de 7% em
média, estrada com pavimentação cascalhada com maior granulometria e com 5 metros de largura.
A figura 2 demonstra em um talhão a melhor rota determinada pelo algoritmo de
rota mais curta selecionada pelo SIG.
Figura 1. Modelo de inclinação em graus.
As estradas são responsáveis pelas conexões origem-destino e devem possuir um
padrão de construção mais simplificado e
somente utilizado em condições climáticas
favoráveis [2].
Essa simplificação, porém necessita atentar
ao limite máximo do greide de inclinação
em que este deve possuir de 8 a 10 % e raio
de curvatura mínimo de 30m, para estradas
florestais [3].
Necessita-se ainda, garantir a trafegabilidade nas estradas em diversas condições climáticas, não somente nas favoráveis. Desta
forma, a pavimentação permite a trafegabilidade em qualquer época do ano [4].
Na área dê estudo existiam três variações de
pavimento nas estradas: ausência de pavimento; cascalho com granulometria maior
e cascalho com menor granulometria. O
traçado das rotas priorizou os dois últimos
tipos de pavimentos, cascalhados, por ga-
128
Figura 2. Rota ótima para escoamento de
toras.
Um ponto a se discutir também seria a proposição desta metodologia em selecionar
diferentes algoritmos como o de menor
tempo por exemplo. Existe ainda a possibilidade de que um planejamento a médio
e longo prazo, a malha viária poderá ser
reformulada e os traçados modificados de
forma a reduzir impactos ambientais, minimizar lucros e ainda maximizar as receitas
[5].
Resultados obtidos em trabalhos semelhantes indicam que a utilização de ferramentas
do SIG revelou ser de grande potencial no
auxílio à tomada de decisão no transporte
Resumos Expandidos
florestal rodoviário, sobretudo na determinação da rota ótima de transporte. Ainda
concluiu-se que os veículos que trafegavam
em estradas de melhor padrão de qualidade,
acarretaram em menor desgaste do conjunto, proporcionando redução dos custos de
transporte, assim comprova a teoria de que
nem sempre a menor distância é a mais econômica na determinação da rota ótima de
transporte florestal rodoviário [6].
Conclusões
[5] LIMA, M. P. de. Metodologia para da
colheita e do transporte florestal utilizando geotecnologia e pesquisa operacional. 2009. 46 f. Dissertação (Mestrado
em Ciências Florestais). Universidade Federal de Lavras. 2007.
[6] DE OLIVEIRA FILHO, P. C.; LOPES,
E. S.; MAGRAF, W.; DISPERATI, A. A.
Determinação da rota ótima de transporte
com auxílio de um sistema de informação
geográfica. Ciência Florestal, v.15, n.4, p.
403-409, 2005.
O uso das variáveis: greide de inclinação
das estradas, pavimentação e larguras das
estradas se mostraram atributos eficientes
para a proposição de rotas ótimas para a
nova metodologia baseada no algoritmo de
rotas curtas.
Referências
[1] DE OLIVEIRA FILHO, P. C; Lopes, E.
S, Magraf, W.; Disperati, A. A. Determinação da rota ótima de transporte com auxílio
de um sistema de informação geográfica.
Ciência Florestal, v. 15, n. 4, 2005.
[2] MACHADO, C. C; MALINOVSKI, J.
R. Rede viária florestal. 3.ed. Curitiba:
UFPR/ FUPEF,157 p.1986
[3] DA ROCHA, E. S; BARROS, P. L. C.
de, MACIEL, M. de N.; ERLER, J. Avaliação da densidade ótima de estradas florestais em dois sistemas de exploração florestal
no Estado do Pará. Revista de Ciências
Agrárias, v. 47, n. 1, p. 49-58, 2011.
[4] MACHADO, C. C.; PEREIRA, R. S.;
PIRES, J. M. M. Influência do tratamento
térmico do resíduo sólido industrial (Grits)
na resistência mecânica de um latossolo
para pavimentos de estradas florestais. Revista Árvore. 2003, vol.27, n.4, pp. 543550.
129
XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
RENDIMENTO DE MÁQUINAS DE COLHEITA FLORESTAL PARA
DIFERENTES PRODUTIVIDADES DO POVOAMENTO
Andressa Benevides Oliveira1; Rodrigo De Oliveira Lara2;
Ângelo Márcio Pinto Leite3; Ariadne Marques 4 ; Harrison Belico Coelho 5
1
Graduanda Eng. Florestal UFVJM/Diamantina ([email protected]); 2
Mestrando - Programa de Pós-graduação Ciência Florestal UFVJM/Diamantina ([email protected]); 3 Prof. Dr. Departamento de Eng. Florestal UFVJM/Diamantina ([email protected]); 4 Eng. Florestal ([email protected]); 5 Graduando
Eng.Florestal UFVJM/Diamantina ([email protected])
Introdução e Objetivos
A colheita florestal se destaca como a fase
mais importante do ponto de vista técnicoeconômico no maciço florestal. Inclui as
etapas de corte; descascamento, quando
executado no campo; extração e carregamento [1].
dos entre os meses de fevereiro a junho de
2009 (exceto no mês de março). O sistema
de colheita florestal adotado pela empresa é
o de árvores inteiras, caracterizado pela derrubada e o empilhamento dos feixes de árvores com o Feller-buncher (o desgalhamento
e o destopamento foi feito com uma machadinha); arraste dos fustes até a margem
da estrada pelo Skidder; e o processamento
dos fustes em toras ou toretes com a Garra
Traçadora, no qual o comprimento variou
entre 2,30 a 3,0 metros, em função do tamanho do forno de carbonização.
Deste modo, a realização de estudos que visem conhecer a capacidade produtiva real,
e as variáveis que interfiram no rendimento das máquinas de colheita de madeira,
tornou-se uma preocupação crescente por
parte das empresas florestais, com vistas ao
desenvolvimento de técnicas que melhorem
o desempenho operacional destas, portanto Os rendimentos de cada atividade anterior
maximizando a produtividade e reduzindo foram agrupados em 4 classes de produtivios custos de produção [2].
dade do povoamento florestal (CLP), com
3
Em decorrência disto, objetivou-se com amplitude de 68 m /hectare, conforme
este trabalho avaliar a influência de diferen- critério adotado pela empresa. Realizou-se
tes níveis de produtividade de povoamen- uma análise de regressão para compreender
tos de Eucalyptus sp., no rendimento opera- o comportamento da produtividade do talhão em relação ao rendimento de cada mácional de máquinas de colheita florestal.
quina. Os modelos testados para cada tipo
de máquina foram construídos pelo proMaterial e Métodos
cedimento Stepwise, gerando um modelo
O estudo foi desenvolvido em povoa- linear múltiplo, onde a significância de cada
mentos florestais de Eucalyptus sp., de uma parâmetro foi avaliada pelo teste t.
grande empresa florestal do segmento de
carvão vegetal, na região do Alto Vale do
Resultados e Discussão
Jequitinhonha. A área total avaliada compreendeu 3.110 hectares, abrangendo três A tabela 1 apresenta os resultados enconprojetos florestais. Os dados foram coleta- trados.
130
Resumos Expandidos
Tabela 1. Rendimento médio das máquinas em cada classe de produtividade do povoamento florestal
LP
Rend (m³/hora)
LI
Média
DP
Feller
491,00 10.140,00 20,62 6,62 Skidder
117,80 3.665,00 31,11 1,40 1
Garra
-
-
Feller
1.414,80 Skidder
272,40 2
Garra
Feller
Skidder
3
0
LS
H Total
V Total
CV(%)
32,10
4,52
-
-
-
70.243,00 49,64 20,20 40,70
33.677,00 123,60 25,60 20,70
778,00 52.692,00 67,72 12,70 18,80
1.296,60 93.501,00 72,11 10,80 14,90
627,60 88.079,00 140,30 28,20 20,10
Garra
1.358,00 89.984,00 66,26 17,40 26,20
Feller
671,40 67.276,00 100,20 19,80 19,80
Skidder
20,70 4.224,00 204,10 57,70 28,30
4
Garra
-
-
-
69
68
Máquina
137
138 206
207 275
-
-
Onde: LI = Limite inferior (m3/ha); LS = Limite superior (m3/ha); CLP = Classes de
produtividades ; H Total = hora total; V total = Volume total (m3); Rend = Rendimento;
DP = Desvio Padrão(m3) e CV = Coeficiente de variação.
De acordo com a Tabela 1 e tomando por
base as médias de rendimento, (m3/hora)
verificou-se quanto ao Feller-buncher que,
com o aumento da produtividade do talhão
(m3/hora) aumentou-se o rendimento operacional (m3/hora) desta máquina, passando-se de 20,62 (m3/hora) na classe 1 para
100,2 (m3/hora) na classe 4 (incremento de
485,9% no rendimento). Este resultado demonstra a importância do Feller Buncher e,
ou qualquer máquina de colheita florestal
trabalhar em povoamentos de alta produtividade (maior volume de madeira) [3].
Para o Skidder verificou-se também que
com o aumento da produtividade do talhão
(m3/hora) aumentou-se o rendimento operacional (m3/hora) da máquina, passandose de 31,11 (m3/hora) na classe 1, para
204,1 (m3/hora) na classe 4 (incremento de
655,9% no rendimento). A justificativa para
o Skidder ter apresentado menor rendimen-
to operacional para a classe de produtividade 1 do povoamento florestal se deve ao
maior número de atividades parciais (pinçamento do feixe) para completar a carga da
garra de arraste (área em m2). Para as classes 2 (69-137 m3/hora) e 3 (138-206 m3/
hora) os valores médios dos rendimentos
operacionais foram bem próximos e, uma
das justificativas para tal pode ser devido
ao fato do volume médio de madeira para a
classe 2 ter ficado próxima de 137 m3/hora
e, da classe 3, próximo de 138 m3/hora.
Com relação a Garra traçadora, apesar de
terem sido avaliados apenas duas classes de
produtividade (classes 2 e 3) verificou-se
não ter havido diferença a 5% de significância no rendimento operacional médio desta
máquina (ROp classe 2 = 67,72) e (ROp
classe 3 = 66,26). A provável explicação
para isso deve-se ao volume individual dos
fustes não influenciarem no rendimento da
131
XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
Garra e, sim, a área em m2 que ela é capaz Conclusões
de pinçar de cada vez e, portanto, seu ren- O aumento na produtividade do povoadimento independe do número de fustes. mento resultou em maior rendimento operacional do Feller-buncher e Skidder, mas para
Tabela 2. Equações ajustadas pelo proce- a Garra traçadora isto não foi verificado.
dimento Stepwise para determinar o rendi- As equações ajustadas mostraram-se ademento das máquinas estudadas.
quadas para estimar o rendimento operacional das máquinas de colheita florestal
Máquinas
Equações
R²(%)
Syx
avaliadas, em função da produtividade do
ln(R)=3,8484–
talhão.
Feller
0,014885
H+0,0002483 V
52,4
53,13
Referências
ln (R) = 3,05115
– 0,0164777
H+ 0,02507 P –
Skidder
92,9
0,00010898 P2 +
0,0000001585 P3 +
0,000117278 V
20,04
ln (R) = 3,990236
Garra Tra– 0,018996809 H + 84,4
çadora
0,0003461 V
15,25
Onde: R = rendimento da máquina (m3/h);
H = hora total a ser trabalhada; P = produtividade do povoamento (m3/hora); V
= volume total do povoamento (m3); ln =
logaritmo natural; Syx = Erro padrão residual e R2aj = coeficiente de determinação
ajustado.
[1] MACHADO, C.C. Colheita Florestal.
2 ed. Viçosa: UFV, 2008. 501p.
[2] SILVA, C.B.; SANT ANNA, C. M.; MINETTE, L.J. Avaliação ergonômica do
Feller-buncher utilizado na colheita
de eucalipto. Cerne, v. 9, n. 1, p. 109-118,
2003.
[3] MOREIRA, F.M.T. Análise técnica e
econômica de subsistemas de colheita
de madeira de eucalipto em terceira rotação. 2000. 148f. Dissertação (Mestrado
em Ciência Florestal) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa.
[4] SILVA, E.N. Avaliação técnica e
econômica do corte de Pinus com Harvester. 2008. 60f. Dissertação (Mestrado
Verificou-se que a produtividade das máem Ciência Florestal) – Universidade Fedequinas avaliadas é influenciada pelas variral de Viçosa, Viçosa.
áveis horas trabalhadas, produtividade e
volume total do povoamento.
Cabe ressaltar ainda que, a relação encontrada neste trabalho foi também constatada
por outros autores, avaliando a operação
de derrubada e processamento de madeira
observaram que, o rendimento operacional
aumentou em função de árvores com maiores volumes, destacando-se a importância
de se trabalhar em florestas mais produtivas
[4].
132
Resumos Expandidos
USO DE TRAÇADORES METÁLICOS PARA DETERMINAR
O EFEITO DO ARRASTE DA MADEIRA SOBRE SOLO SATURADO
Ricardo Hideaki Miyajima¹; Rodrigo Petrongari Tonin²; Paulo Torres Fenner³
¹Mestrando no Programa Ciência Florestal UNESP/Botucatu([email protected]); ²
Mestrando no Programa Ciência Florestal UNESP/Botucatu([email protected]); ³Prof. Dr.
Departamento de Recursos Naturais UNESP/Botucatu([email protected])
Introdução e Objetivos
O arraste de toras é reconhecidamente uma
atividade que causa a compactação e predisposição do solo à erosão. A utilização
de traçadores metálicos e de um detector
de metais pode ser considerado um método promissor para avaliar os danos físicos do
solo causados pela colheita florestal [1]. Este projeto de pesquisa tem como objetivo geral
desenvolver e testar uma nova metodologia
para determinar como as diferentes camadas do solo se movimentam em função do
tráfego de máquinas e do arraste das toras
durante a extração da madeira. O objetivo
específico foi determinar a movimentação
das camadas superficiais de um Latossolo
Vermelho Escuro artificialmente saturado,
até a profundidade de 20cm.
Material e métodos
299, com potencia de 120cv. O arraste das
toras foi realizado com um cabo de aço preso no trator, 3 toras totalizando um volume
de 2,56m³ foram utilizadas no arraste. Após
cada passagem (arraste), procuravam-se os
traçadores para verificar se houve algum
tipo de movimentação dos mesmos. O arraste sempre foi realizado contra a declividade.
Figura 1: Detector de
metais
Figura 2: Traçador
metálico de alumínio
O experimento foi desenvolvido na Faculdade de Ciências Agronômicas –
Universidade Estadual Paulista “Júlio de
Mesquita Filho” (UNESP), localizada na
Fazendo Experimental Lageado – Campus de Botucatu/SP. A declividade da área
experimental era de 8%. A vegetação predominante era formada por Eucalyptus ssp.
com cerca de 50 anos de idade. Foi utilizado
um detector de metais e traçadores metálicos de alumínio (Figura 1 e 2). A área do
experimento foi disposta conforme a figura
3. Para o arraste foi utilizado um trator agrícola da marca Massey Fergusson, modelo Figura 3: Desenho esquemático da parcela
133
XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
Resultados e discussão
deste experimento, não foi tecnicamente
Tabela 1: Distâncias em relação a posição viável.
inicial dos traçadores metálicos instalados a
5,00cm de profundidade.
Referência Bibliográfica
Traçador
Passagens
2
3
U6
1
44 cm
78 cm
X2
65 cm
97 cm
X7
31 cm
Perdido
Total
4
5
10
206 cm
Tabela 2: Distâncias em relação a posição
inicial dos traçadores metálicos instalados a
15,00cm de profundidade.
Traçador
Passagens
1
2
T5
17 cm
V2
45 cm
Total
3
4
5
10
Perdido
62 cm
Após a primeira passagem (arraste) verificou-se que não ocorreu nenhuma movimentação dos traçadores metálicos apenas
a remoção da camada de matéria orgânica
do solo. Já nas passagens seguintes verificou-se a movimentação dos traçadores metálicos em ambas as profundidades.
A quarta passagem do trator não foi viável
tecnicamente, devido a baixa capacidade de
suporte do solo quando úmido e também
devido a falta de atrito.
Conclusões
Somente a partir da segunda passagem
houve a movimentação horizontal do solo
e esta ficou concentrada na região do trilho.
Através dos traçadores metálicos foi possível detectar a movimentação de solos,
porém, o arraste das toras, nas condições
134
[1] Fenner, P. T., Schack-Kirchner H, Miyajima, R. H., Tonin, R. P. Corpuscular metallic tracers as a mean to detect smallscale soil movement during mechanized logging operations In: 5º Simpósio
Brasil - A|emanha, 2011, Stuttgart.

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