XVII SemInárIo de AtuAlIzAção em SIStemAS de ColheItA de
Transcrição
XVII SemInárIo de AtuAlIzAção em SIStemAS de ColheItA de
XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal Anais Resumos Expandidos 2ª Edição Organizadores Jorge Roberto Malinovski Rafael Alexandre Malinovski Ricardo Anselmo Malinovski Giovana Carmine Massetto 19 e 20 de maio de 2013 Campinas – SP – Brasil Curitiba 2014 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal 2ª edição Editoração: Artes & Textos Impressão: Comunicare Dados Internacionais de Catalogação na Publicação Bibliotecária Responsável Natália Vicente Teixeira Seminário de atualização em sistemas de colheita de madeira e transporte florestal (15. ; 2014, Campinas,SP) Anais / XVII Seminário de atualização em sistemas de colheita de madeira e transporte florestal. Org. Jorge Roberto Malinovski, Rafael Alexandre Malinovski, Ricardo Anselmo Malinovski, Giovana Carmine Massetto. Curitiba, 2014. 134 p. il. ISBN 978.85.89777-06-3 Bibliografia 1. Madeira- Exploração - Congressos 2. Madeira - Transporte - Congressos 3. Colheita Florestal - Congressos 4. Máquinas florestais - Congressos. I Malinovski, Jorge Ricardo. II Malinovski, Rafael Alexandre. III. Malinovski, Ricardo Anselmo. IV. Massetto, Giovana Carmine. V. Título. CDD - 634-9 CDU - 634-0 2 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal 19 e 20 de maio de 2014 Campinas – São Paulo – Brasil ANAIS ACTUS Organização Malinovski Florestal Coordenação Técnica Malinovski Florestal Apoio Institucional ABAF - Associação de Produtores de Florestas Plantadas da Bahia ABRH - Associação Brasileira de Recursos Humanos ABRH-PR - Associação Brasileira de Recursos Humanos / Integrante do Sistema Nacional ABRH ACEF - Associação Catarinense de Engenheiros Florestais ACR - Associação Catarinense de Empresas Florestais Agência da Madeira AMS - Associação Mineira de Silvicultura APF - Aglomerado Productivo Forestal Missiones y Corrientes APRE - Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal Arefloresta - Associação de Reflorestadores de Mato Grosso ASBR – Associação Sul Brasileira de Empresas de Base Florestal Embrapa Florestas PUCPR CAEF - Pontifícia Universidade Católica do Paraná - Centro Acadêmico de Engenharia Florestal FUPEF - Fundação de Pesquisas Florestais do Paraná IPEF - Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais IUFRO - International Union of Forest Research Organizations Sistema FIEP/ SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - Paraná SFB - Serviço Florestal Brasileiro UNICENTRO - Universidade Estadual do Centro Oeste – Campus Irati 3 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal Comissão Organizadora Jorge Roberto Malinovski - Malinovski Florestal - Coordenador Geral Edilson Batista de Oliveira - Embrapa Florestas - Coordenador Técnico Ricardo Anselmo Malinovski - UFPR - Coordenador Técnico Alessandro Angelo - UFPR Amaury Paulo de Souza - UFV Bruno S. Dupczak - IFSC Carlos José Mendes - APRE Cleverson de Mello Sant’Anna - UFMS Dionísio João Parise - SENAI-PR Eduardo da Silva Lopes - UNICENTRO Fabio Minoru Yamaji - UFSCAR Guilherme de Castro Andrade - Embrapa Florestas Luciane I. Malinovski - UFSC Luciano José Minette - UFV Nilton Cesar Fiedler - UFES Nilton Souza - UFPR Osvaldo Fernandes - Ibaiti Soluções Florestais Patricia Povoa de Mattos - Embrapa Florestas Patricio MacDonagh - Universidade de Misiones Paulo Torres Fenner - UNESP Rafael Alexandre Malinovski - Malinovski Florestal Renato Robert - UFPR Ricardo Marques Barreirus - UNESP - Itapeva Susete do Rocio Chiarello - Embrapa Florestas Vanderley Porfírio-da-Silva - Embrapa Florestas Vitor Afonso Hoeflich - UFPR Nota da Comissão Organizadora Os artigos apresentados nestes Anais são de inteira responsabilidade dos respectivos autores. As afirmações e opiniões, bem como a menção de qualquer máquina, equipamento, produto ou técnica não implicam em sua recomendação por parte da Comissão Organizadora ou pelas instituições envolvidas com a realização do Seminário. Os organizadores não se responsabilizam pela revisão ortográfica e gramatical, teor e forma de redação dos artigos ou por eventual ausência de resumo, traduções e referências. 4 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal Patrocinadores Argus ATX Base Forte Bruno Industrial Caterpillar CBI Doosan Grimaldi J de Souza John Deere Komatsu Forest Librelato Lippel Log Max Logset Macedo Forest Marrari Massey Ferguson Mill Indústrias Minusa New Holland Nicoletti Noma Oregon Palfinger Panorama Penzsaur Planalto Ponsse Referência Rotobec Scania Senai Siebert Stihl Tajfun Thorco Timber Forest TMO Tracbel Tree Consultoria Trelleborg Valtra Vermeer Volvo 5 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal APRESENTAÇÃO O XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal será uma continuidade do evento iniciado em 1977 e que se tornou referência na difusão de conhecimento e tecnologia nesta área. Hoje, o Seminário é reconhecido como o maior evento técnico-científico na área de colheita de madeira na América Latina. Durante um desses eventos, em 1984, foi aceito e a partir de então, difundido o nome “colheita de madeira” para operações em florestas plantadas, passando assim a ser usada a denominação “exploração florestal” para atividades em florestas nativas. Esse fato foi bastante importante, pois marca o conceito da produção sustentável, que engloba o plantar e posteriormente colher. Quando se fala hoje em colheita e transporte de madeira proveniente de florestas plantadas, pode-se dizer que á uma matriz de produção dentro da cadeia produtiva da Madeira, ou seja, para produzir madeira é necessário ter: sistemas adequados de implantação e de manejo, sustentabilidade ambiental, responsabilidade social e viabilidade econômica do empreendimento. Estes são, inclusive, os pilares das certificações florestais. é neste contexto que o evento foi concebido. O Seminário é formado por quatro blocos de assuntos: Gestão de Pessoas, Logística em Operações Florestais, Novas Tecnologias e Cadeia Produtiva da Madeira. Todos eles com tópicos de relevância para as empresas, proprietários de florestas, pesquisadores e acadêmicos. O Seminário tem como essência apresentar sempre informações atualizadas e também visualizar o futuro das atividades de colheita e transporte de madeira no Brasil e no mundo. 7 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal O objetivo é que os temas apresentados possam realmente ser utilizados pelo setor florestal. É neste ponto, que as apresentações de renomados palestrantes e as discussões paralelas geradas ganham relevância, afinal proporcionam momentos de difusão de inovações tecnológicas do setor e obtenção de conhecimentos. Com o advento de novos mercados para madeira e a pressão sobre as florestas nativas, o setor de florestas plantadas deverá dobrar de tamanho até 2020, segundo a SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos) da Presidência da República. Já os investimentos previstos para os próximos quatro anos, de acordo com a ABRAF (Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas) giram em torno de BRL 2,4 bilhões. Com o conhecimento adquirido até o momento e com as inovações tecnológicas, que são apresentadas no evento, esperamos estar contribuindo para o sucesso do empreendimento florestal no país. Jorge Roberto Malinovski Coordenador do Evento 8 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal SUMÁRIO RESUMOS EXPANDIDOS Análise da qualidade de primeiro desbaste semimecanizado de povoamentos de Pinus taeda ..................... 17 Franciny Lieny Souza; Jean Alberto Sampietro; Dailon Joatã Prochnow Gomes; Lucas Rodrigues da Costa; Gabriel Corso Pellens Análise do ambiente de trabalho na colheita semimecanizada de eucalipto .................................................... 21 Nilton Cesar Fiedler; Leandro Christo Berude; Flávio Cipriano Assis do Carmo; Willian Masioli Análise do desempenho operacional do Harvester em floresta clonal de Eucalyptus sp. . ......................................... 23 Gustavo Pereira Castro; Nathan Sganderla Sanches; Ricardo Anselmo Malinovski Análise do nível de conhecimento de operadores de máquinas florestais em relação à simbologia de painel . ........... 26 Maicon Antonio Mosquer Veronez; Eduardo da Silva Lopes; Emanuel de Andrade; Jailson Crovador; Paulo Candido da Silva Análise operacional da colheita florestal semimecanizada em áreas declivosas no sul do Espírito Santo ............................ 30 Jair Krause Junior, Nilton César Fiedler, Weslen Pintor Canzian, Flávio Cipriano de Assis do Carmo Análise operacional de um trator autocarregável na extração e carregamento de madeira de pinus em primeiro desbaste ................................................................. 32 Dailon Joatã Prochnow Gomes; Jean Alberto Sampietro; Franciny Lieny Souza; Marcelo Bonazza; Gabriel Corso Pellens 9 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal Análise operacional do corte semimecanizado em primeiro desbaste de povoamentos de Pinus taeda ............. 36 Franciny Lieny Souza; Jean Alberto Sampietro; Dailon Joatã Prochnow Gomes; Lucas Rodrigues da Costa; Gabriel Corso Pellens Análise técnica e econômica da adequação de estradas florestais para o transporte de madeira.......................... 39 Arthur Brambilla Barreira; Edson Figueiredo de Andrade Neto Avaliação de indicadores de desempenho para três máquinas de colheita florestal utilizadas no sistema de árvores inteiras .................................................... 41 Christiene Karine Ferreira; Rogger Miranda Coelho, Ângelo Márcio Pinto Leite, José Jhones Matuda, Luiz Carlos Araújo Avaliação do Forwarder na extração de madeira de Eucalyptus spp., em diferentes distâncias de extração .............. 43 Guilherme José da Costa Passos; Maria Carolina de Souza; Ângelo Márcio Pinto Leite; Luiz David Oliveira Rabelo; Ana Flávia Guimarães Paolinelli Avaliação do uso de simulador de realidade virtual Harvester, no treinamento de futuros operadores ..................... 46 Harrison Belico Coelho; Rogger Miranda Coelho; Luiz Paulo de Sousa Correia; Emilio Gonçalves de Souza; Ângelo Márcio Pinto Leite Avaliação ergonômica do ponto de acesso ao posto de operações em diferentes máquinas florestais de acordo com a norma NBR ISO 4252 ...................................................... 48 Eduardo Leindecker Steiernagel; Guilherme Casassola Bortolotto; Thairini Claudino Zavistanovicz; Airton dos Santos Alonço; Catize Brandelero 10 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal Avaliação operacional do trator florestal “Chocker Skidder” na extração de madeira em terrenos declivosos.................................................................. 51 Carlos Cézar Cavassin Diniz; Eduardo da Silva Lopes Avaliação técnica da extração de madeira de Eucalyptus spp. com o Forwarder para dois tamanhos de toras .................. 54 Ana Flávia Guimarães Paolinelli; Maria Carolina de Souza; Ângelo Márcio Pinto Leite; Luiz David Oliveira Rabelo; Guilherme José da Costa Passos Avaliação técnica e econômica de três Garras Traçadoras operando em diferentes comprimentos de toras.......................... 57 Fabrícia Conceição Menez Mota, Reginaldo Sérgio Pereira; Ailton Teixeira do Vale Avaliação técnica e econômica do corte de eucalipto com Feller Buncher em diferentes condições.............................. 61 Fabrícia Conceição Menez Mota, Reginaldo Sérgio Pereira; Ailton Teixeira do Vale Carga física de trabalho e análise biomecânica das operações de colheita florestal em áreas declivosas no sul do Espírito Santo ............................................................. 64 Weslen Pintor Canzian; Nilton Cesar Fiedler; Jair Krause Junior; Igor Batista Brinate; Kelly Nery Bighi Compactação do solo causada pelo tráfego de máquinas de colheita florestal: estudo de caso ........................................... 68 Denise Andréia Szymczak; Roberto Venturini; Gustavo Uberti; Douglas Vollmer; Catize Brandelero Comparação da produtividade entre equipamentos em dois sistemas de colheita de madeira de eucalipto...................... 71 Felipe Martins de Oliveira; Angelo Luiz Silva Pereira; Pedro Caldas de Britto 11 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal Comparativo de custo de produção de duas máquinas utilizadas no corte florestal . ....................................................... 75 Nathália Drummond; Angelo Márcio Pinto Leite; Filipe Gomes de Lima; Âna Flávia Guimarães Paoliinelli, Josimar Sebastião de Souza Compressibilidade de um latossolo vermelho sob floresta nativa e povoamento de Pinus taeda l. . .................. 77 Denise Andréia Szymczak, Dalvan José Reinert, Eleandro José Brun, Carlos César Mezzalira, Taciana Frigotto Custo do abate florestal na amazônia: um estudo de caso no Projeto de Assentamento Agroextrativista (PAE) Equador, estado do Acre, 2013-4 ............................................... 80 Sandra Aguiar de Oliveira Pires; Zenobio Abel Gouvêa Perelli da Gama e Silva; Naele de Sousa Dourado Custo do arraste florestal no projeto de assentamento agroextrativista (PAE) – Equador, estado do Acre, 2013 ........... 83 Jéssica Sampaio Gonçalves; Sandra Aguiar de Oliveira Pires Custo do transporte florestal na Amazônia: um estudo de caso no Projeto de Assentamento Agroextrativista (PAE) Equador, Estado do Acre, 2013 . ................................................ 86 Naele de Sousa Dourado; Zenobio Abel Gouvêa Perelli da Gama e Silva; Jéssica Sampaio Gonçalves Custos da colheita e transporte florestal da madeira de seringueira para uso como lenha no Centro-Oeste Paulista. ..... 89 José Jhones Matuda; Luiz Carlos Araujo; Rogger Miranda Coelho; Angelo Marcio Pinto; Leite; Harrisom Bellico Coelho Desempenho de operadores de diferentes idades no treinamento com simulador virtual Forwarder . ................... 92 Millana Bürger Pagnussat; Eduardo da Silva Lopes; Carlos Cézar Cavassin Diniz; Emanuel de Andrade; Jailson Crovador; Paulo Candido da Silva 12 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal Desempenho operacional do forwarder em floresta clonal de Eucalyptus sp. . ............................................... 96 Gustavo Pereira Castro; Nathan Sganderla Sanches; Ricardo Anselmo Malinovski Distribuição dos tempos operacionais de Harvester e Forwarder..................................................................98 Flávio Cipriano de Assis do Carmo, Nilton César Fiedler, Filipe Santos Tavares, Pompeu Paes Guimarães, Saulo Boldrini Gonçalves Efeito do tráfego de máquinas de colheita florestal na estrutura de um cambissolo háplico . .................................100 Jean Alberto Sampietro; Cedinara Arruda Santana Morales; José Miguel Reichert; Pedro Henrique Rodrigues Borges; Elias Frank de Araújo Estudo de tempos e movimentos no transporte florestal rodoviário em uma empresa produtora de celulose....................104 Antonio Vitor Rodrigues Tavares; Adriana Leandra de Assis; Túlio Barroso Queiroz Extração de madeira de diferentes sortimentos com o trator florestal Forwarder sob regime de desbaste . ..................106 Carlos Cézar Cavassin Diniz; Eduardo da Silva Lopes Indicadores de trafegabilidade de solos para operações de colheita da madeira .............................................109 Jean Alberto Sampietro; Cedinara Arruda Santana Morales; José Miguel Reichert; Pedro Henrique Rodrigues Borges; Elias Frank de Araújo Levantamento de composições veiculares utilizados no transporte florestal na região de Alta Floresta/MT ..................113 Ivan Cleiton de Oliveira Silva; Clayzi Regiani Dal Bem de Melo; Jociane Rosseto de Oliveira Silva 13 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal Levantamento de perda de madeira na atividade de colheita florestal mecanizada ............................................... 116 Guilherme Casassola Bortolotto; Fernando Zancan Pissinin; Catize Brandelero; Lucas Zancan Pissinin; Douglas Vollmer Produtividade e custo de três máquinas no corte florestal de eucalipto.......................................................... 119 Filipe Gomes de Lima; Rogger Miranda Coelho; Mariana Morena Pereira; Petrônio Henrique Alves; Ângelo Márcio Pinto Leite Produtividade em arranque de tocos para reflorestamento no Brasil............................................................122 Jorge Frazão; Inês Frazão Proposta metodológica para locais ótimos para alocação de pilhas de madeira em florestas de produção..........................124 Mariana Peres de Lima; Samuel de Pádua Chaves e Carvalho Proposta metodológica para rotas ótimas de escoamento de madeira em florestas de produção..........................................127 Mariana Peres de Lima; Samuel de Pádua Chaves e Carvalho; Alline Maria do Prado Ferraz Rendimento de máquinas de colheita florestal para diferentes produtividades do povoamento..................................130 Andressa Benevides Oliveira; Rodrigo De Oliveira Lara; Ângelo Márcio Pinto Leite; Ariadne Marques; Harrison Belico Coelho Uso de traçadores metálicos para determinar o efeito do arraste da madeira sobre solo saturado........................133 Ricardo Hideaki Miyajima; Rodrigo Petrongari Tonin; Paulo Torres Fenner 14 xvii sEMINÁRIO DE ATUALIZAÇÃO EM SISTEMAS DE COLHEITA DE MADEIRA E TRANSPORTE FLORESTAL RESUMOS EXPANDIDOS Resumos Expandidos ANÁLISE DA QUALIDADE DE PRIMEIRO DESBASTE SEMIMECANIZADO DE POVOAMENTOS DE PINUS TAEDA Franciny Lieny Souza1; Jean Alberto Sampietro2; Dailon Joatã Prochnow Gomes1; Lucas Rodrigues da Costa1; Gabriel Corso Pellens3 Graduando em Eng. Florestal da Universidade do Estado de Santa Catarina – Centro de Ciências Agroveterinárias/ UDESC-CAV ([email protected]; [email protected]; [email protected]); 2Prof. Dr. Departamento de Eng. Florestal UDESC/CAV (jean. [email protected]); 3Eng. Florestal, MSc., Agroflorestal Paequerê Ltda ([email protected]. br) 1 Introdução e Objetivos cipal objetivo ao final do ciclo de rotação de Das atividades de produção florestal, a co- 24 anos, a produção de madeira para lamilheita é a etapa do processo produtivo que nação e serraria. mais onera o custo total de produção de As áreas apresentavam relevo plano à onmadeira no Brasil; por isso, a implantação dulado, com densidade de cerca de 2200 de um programa de qualidade na atividade árvores/ha, com DAP médio de 18,22 cm, passa a ter importância significativa, poden- altura média de 13,21 m e volume médio do-se conseguir retornos consideráveis em individual de 0,1974 m3. termos de melhoria de processo, redução Nas áreas foram analisadas operações de dos custos e atendimento ao cliente [1]. desbaste seletivo e sistemático, que eram Nesse sentido, em operações de desbaste, que é a colheita de parte do povoamento, busca-se além de colher de madeira, direcionar o potencial produtivo de sítios florestais, para que ao final da rotação, obtenha-se árvores de maior valor comercial. Porém, esta operação muitas vezes diversas limitações por fatores de ordem técnica e econômica, acarretando em altos custos operacionais e baixa taxa de retorno, sobretudo quando preceitos técnicos não adotados. Esta pesquisa teve como objetivo avaliar aspectos técnicos na qualidade da operação do corte florestal semimecanizado em primeiro desbaste de povoamentos de Pinus taeda L.. Materiais e Métodos realizadas em sistema de colheita de toras curtas. A equipe de trabalho consistia de um operador de motosserra, mais dois ajudantes (sistema 1 + 2), sendo empregada uma motosserra Stihl MS 660. Na operação eram cortadas e extraídas sistematicamente árvores a cada seis linhas plantio e seletivamente árvores suprimidas, tortuosas ou bifurcadas, buscando desbastar como padrão, cerca de 30% do povoamento. Para a avaliação da qualidade, primeiramente, realizou-se um estudo piloto, sendo em seguida instaladas sete parcelas de 225 m2, onde foi realizado inventário florestal, coletando-se dados de diâmetro à altura do peito (DAP) e altura das árvores antes (prédesbaste) e após o desbaste (pós-desbaste). Posteriormente, foram calculados O estudo foi realizado nas áreas de uma empresa florestal na região serrana de SC. o número de árvores por hectare, a área baOs plantios eram compostos por Pinus taeda sal e volume de madeira por árvore e por com nove anos de idade, tendo como prin- hectare. 17 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal Nas mesmas parcelas, também foi avaliado o estado das árvores remanescentes, sendo consideradas árvores fora do padrão, árvores que apresentaram bifurcação e tortuosidade. na seletividade de indivíduos a serem retirados na operação de desbaste, uma vez que um dos objetivos da operação é retirar indivíduos de classes inferiores (suprimidos), beneficiando, por meio da redução da Além disso, foi avaliada a madeira rema- competição, o crescimento de indivíduos de nescente nos tocos das árvores cortadas, estratos superiores. ou seja, o volume de madeira que ficou no Comparando-se os dados dendrométricampo, acima da altura de corte especifica- cos da condição antes (pré-desbaste) e da como padrão, sendo adotado pela em- após o desbaste (pós-desbaste) (Tabela 1), presa o padrão de altura de toco ideal de observa-se uma redução média de 44,2% 5,0 cm acima do solo. E, por fim, supondo do número de árvores por hectare, o que uma condição de mercado atual com um se encontra acima ao padrão desejado pela preço da madeira para celulose de R$ 45,00 empresa (30%). por m3, calculou-se a perda de receita por hectare. Resultados e Discussão Na Figura 1, observa-se que antes do desbaste, a maior frequência de indivíduos ocorreu nas classes intermediárias de diâmetro (16,85 à 21,54 cm). Figura 2. Histograma de frequência de indivíduos por classe de diamétrica para condição pós-desbaste. Em relação ao DAP médio do povoamento, houve incremento na ordem de 11,0%, assim como, para a altura média e voluFigura 1. Histograma de frequência de indi- me médio individual que foi na ordem de víduos por classe de diamétrica para condi- 5,7 e 33,3%, respectivamente. Quanto à ção pré-desbaste. área basal, a redução média foi na ordem de 32,8%, o que foi reflexo da colheita de cerca de 26,1% do volume por hectare do Após o desbaste, verificou-se que, predopovoamento. minantemente, foram retirados os indivíduos das classes de menor diâmetro (5,10 à 12,14 cm), ocasionando aumento relativo de indivíduos de classes com maior DAP (Figura 2). Essa resultado, demonstra que houve êxito 18 Resumos Expandidos Tabela 1. Valores médios de n.º de árvores por hectare, diâmetro à altura do peito (DAP), altura, volume individual, área basal (G) e volume por hectare para condição antes e após o desbaste. Condição Variável Prédesbaste Pósdesbaste Diferença (%) Árv. (árv ha-1) 2191,7 1222,2 -44,2 DAP (cm) 18,22 20,22 11,0 Altura (h) 13,22 13,97 5,7 Vol. (m árv ) 0,1974 0,2631 33,3 G (m2 ha-1) 59,98 40,30 -32,8 Vol. (m3 ha-1) 432,59 319,67 -26,1 3 -1 Como o objetivo da empresa é obter madeira para laminação e serraria do ciclo de rotação do povoamento, no desbaste também devem ser retirados indivíduos tortuosos e com bifurcação no tronco, pois visa-se obter no futuro árvores de maior valor comercial, garantindo também maior qualidade do produto final. Assim, analisando a qualidade das árvores remanescentes (Tabela 2), pode-se observar que após o desbaste, em média, 2,4% apresentaram bifurcação e 15,3% tortuosidade, o que no total representa em torno de 214,8 árvores por hectare que também deveriam ter sido retiradas em função do estado destas. Em relação à altura dos tocos das árvores colhidas, verificou-se que cerca de 73,6% dos tocos encontraram-se fora do padrão desejado pela empresa, que é de 5,0 cm de altura acima do solo. Esse padrão desejado de altura de tocos, advém da consideração de que no corte com motosserra o operador tem maior facilidade para fazer a limpeza ao redor das árvores e, portanto, o corte pode ser realizado a uma menor altura comparado ao corte por máquinas, assim, reduzindo perdas de madeira e aumentando a produtividade. Tabela 2. Qualidade das árvores remanescentes. Parcela 1 2 3 4 5 6 Média (%) Bifurcadas Tortuosas (árvores por hectare) 133,3 222,2 0,0 177,8 44,4 133,3 0,0 177,8 0,0 177,8 0,0 222,2 66,7 185,2 2,4 15,3 Total 355,6 177,8 177,8 177,8 177,8 222,2 214,8 17,7 Na Figura 3, observou-se que a maior parte dos tocos fora do padrão encontraram-se na classes menores de altura e, dessa forma, sendo pequena a frequência de tocos acima de 8 a 10 cm de altura, o que reforça a necessidade de treinamentos dos operadores de motosserra visando melhorar a qualidade da operação. Figura 3. Histograma de frequência de tocos fora do padrão por classe de altura. Em geral, a quantidade de madeira remanescente nos tocos fora de padrão foi em torno de 0,5043 m3 ha- 1, resultando numa perda de receita média de R$ 22,69 por hectare (Tabela 3). 19 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal Tabela 3. Madeira remanescente nos tocos fora do padrão de qualidade e perdas de receita. Parcela 1 2 3 4 5 6 Média Madeira remanescente nos tocos fora de padrão m3 parcela-1 m3 ha-1 0,0120 0,5350 0,0083 0,3693 0,0124 0,5493 0,0138 0,6155 0,0034 0,1515 0,0181 0,8049 0,0113 0,5043 Perdas (R$ ha-1) 24,08 16,62 24,72 27,70 6,82 36,22 22,69 Conclusões Na operação de desbaste foram retirados os indivíduos de menor porte, favorecendo o futuro crescimento dos indivíduos porte superior. Porém, o número de indivíduos retirados foi superior ao padrão desejado, sendo que dentre as árvores remanescentes, cerca 18% apresentaram tortuosidade ou bifurcação. A maior parte dos tocos apresentaram não conformidade quanto à altura, o que sugere que o padrão de qualidade da operação pode melhorar, evitando o desperdício de madeira e receita. Referências [1] MACHADO, C. C. Colheita Florestal. 2ª edição. atual. e ampl. – Viçosa, MG, Ed. UFV, 2008. 20 Resumos Expandidos Análise do ambiente de trabalho na colheita semimecanizada de eucalipto Nilton Cesar Fiedler1; Leandro Christo Berude2; Flávio Cipriano Assis do Carmo3; Willian Masioli4 1 Prof.Dr. Departamento de Ciências Floresitais e da Madeira-UFES ([email protected]); 2Graduando em Eng. Florestal-UFES ([email protected]); 3Doutorando em Ciências Florestais-UFES(flaviocripiano@ hotmail.com); 4Willian Masioli ([email protected]) Introdução e Objetivos Resultados e discussão O objetivo da Ergonomia é assegurar satis- A Figura 1 se refere ao conforto térmico ao fação, segurança e bem-estar dos trabalha- longo do dia de trabalho. dores em relação ao trabalho, tarefa, equipamento, ao ambiente e ao comportamento entre trabalhadores, proporcionando assim, um maior rendimento e qualidade das operações [1]. Grande fonte de tensão no trabalho são as condições ambientais desfavoráveis, como excesso de calor, ruídos e vibrações [2]. Esta pesquisa teve o objetivo de analisar os fatores ambientais na colheita semimecanizada de madeira de eucalipto em áreas declivosas no sul do Espírito Santo. Figura 1 – IBUTG na colheita. Material e métodos O estudo e a coleta de dados foram de- No período da coleta de dados, a atividade senvolvidos em áreas de colheita florestal pode ser exercida de forma contínua até às semimecanizada em uma propriedade rural 11 horas (IBUTG < 25). Após este horário, no município de São José do Calçado, ex- deve-se parar 15 minutos pra cada hora tratremo sul do Espirito Santo nos meses de balhada. dezembro de 2013 e janeiro de 2014. Para A Figura 2 se refere a iluminância durante a a coleta de dados foi utilizado um termô- jornada de trabalho. metro de IBUTG (dados de conforto térmico), luxímetro (luminosidade), decibelímetro (ruído) e acelerômetro (vibração). Foi feita uma coleta de dados piloto para determinar o número mínimo de amostras em cada fase com o uso da metodologia de CONAW (1977). Os dados foram analisados com base na Legislação brasileira (NR 15 - conforto térmico e ruído), NBR 541392 (Iluminação) e ISO 5349-1 (2001), ISO 2631 (1978) e Directive 2002-44-EC da União Européia (Vibração). Figura 2 – Iluminância (Lux). 21 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal Os resultados mostram que não há insuficiência na iluminação durante o dia pela NBR 5413-92. Deve-se atentar para o excesso de luminosidade e proteger o trabalhador. A operação de corte com motosserra tem níveis de vibração classificados como fadiga nas mãos e nos dedos e conforto no antebraço. Conclusões A figura 3 se refere ao ruído durante o corte De acordo com os valores de conforto térflorestal. mico, a partir das 11 horas a operação deve parar no mínimo 15 minutos a cada hora trabalhada; A iluminação se mostrou acima dos níveis mínimos aceitáveis; O ruído é elevado necessitando de melhoria no projeto da máquina ou uso de protetor auricular; Os níveis de vibração oferecem fadiga nas mãos e dedos e conforto no antebraço. Referências Bibliográficas [1] FIEDLER, N.C. et. al. Análise da carga física de trabalho em atividade de poda de árvores na arborização urbana de Brasília. Simpósio Brasileiro sobre ErFigura 3 – Níveis de ruído por operação. gonomia e Segurança do trabalho Florestal Todas as operações tiveram níveis de ruído e Agrícola. Viçosa, p 287-294, 2005. muito elevados, necessitando a melhoria no [2] IIDA, I. Ergonomia: projeto e projeto da máquina ou de forma corretiva o produção. 2.ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2005. 360p. uso de protetor auricular (NR 15). A Figura 4 se refere a vibração nas mãos [3] FIEDLER,N.C; MARIN, H.B; (eixo x), nos nós dos dedos (eixo y) e no OLIVEIRA, J.T.S; CARMO, F.C.A. Análise da vibração no processamento antebraço (eixo z). secundário de madeiras com diferentes massas específicas aparentes. Revista Floresta, Curitiba,PR, v.43,n.1,p.1-8. Figura 4 – Vibração no corte florestal. 22 Resumos Expandidos ANÁLISE DO DESEMPENHO OPERACIONAL DO HARVESTER EM FLORESTA CLONAL DE EUCALYPTUS SP. Gustavo Pereira Castro¹; Nathan Sganderla Sanches²; Ricardo Anselmo Malinovski ³ ¹ Eng. Florestal ([email protected]); ² Graduando de Eng. Florestal da UFPR ([email protected]); ³ Prof. Dr. da UFPR de Eng. Florestal ([email protected]) Introdução e Objetivos O setor florestal tem crescido e se desenvolvido muito nos últimos anos, principalmente quando se trata de área de florestas plantadas e consequentemente a atividade de colheita de madeira torna-se extremamente importante dentro deste contexto. Para especialistas, esta é a parte mais importante do ponto de vista técnico-econômico. Devido a sua enorme importância, muito se tem investido nesta operação, a mecanização ganhou investimentos e avançou na busca por segurança operacional, melhor qualidade do produto, diminuição dos custos operacionais, maior capacidade produtiva e melhores condições ergonômicas aos operadores. O Harvester é composto, em sua essência, por uma máquina-base automotriz e uma lança ou braço mecânico/hidráulico com um implemento (cabeçote) em sua extremidade. Esta máquina pode executar sequencialmente as operações de corte da árvore, derrubada, desgalhamento, descascamento, traçamento e formação de pilhas de toras, conforme Machado (2008), O presente trabalho teve como objetivo analisar o desempenho operacional de diferentes operadores de Harvester buscando otimizar tempo, reduzir atividades improdutivas e, consequentemente, o aumento da produtividade sem interferir no ritmo de trabalho dos operadores. Material e Métodos Para obter os dados necessários para a realização deste trabalho foi necessário aplicar o método de Estudo de Tempos e Movimentos de Multimomentos da operação de colheita florestal mecanizada em uma empresa localizada no sul do estado da Bahia. O método de Estudo de Tempos e Movimentos de Multimomentos consiste não determinar diretamente o tempo de cada atividade e sim a frequência que elas ocorrem em um espaço de tempo. Para isto, utiliza-se um cronometro constante e um formulário pré-elaborado para cada atividade, definindo-se um intervalo regular e observando a cada intervalo a atividade desempenhada pelo Harvester com o objetivo de analisar, quantificar e qualificar as atividades operacionais. No trabalho dividiu-se as atividades em: atividades efetivas rotineiras, não rotineiras e causais. As atividades rotineiras são definidas como, operações que representam o ciclo produtivo do equipamento, como, aproximação, derrubada, descascamento traçamento e deslocamento da máquina. As atividades não rotineiras foram consideradas atividades não produtivas, como remoção da biomassa, processamento da copa, colocação de selo nas pilhas, medição de toras, rebaixamento de cepas e reorganização de pilha, e por fim, as atividades causais caracterizadas por operações como: manutenção preventiva ou corretiva, troca de corrente, necessidades fisiológicas, abastecimento, mudança de talhão e outras. 23 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal Gráfico 1. Distribuição das atividades. Nas Atividades Efetivas Rotineiras, 50% do tempo é gasto para o descascamento, Foto 1. Harvester Komatsu PC 200 avaliado seguindo por 22% para traçamento, 13% durante o estudo derrubada, 12% para aproximação do cabePara a cronometragem foi utilizado um çote em direção à próxima árvore e 3% do relógio com graduação em centiminutos e tempo para deslocamento da máquina. para cada 25 centiminutos era observada a atividade que a máquina realizava. Para cada operador de Harvester, o tempo de crono- Gráfico 2. Atividades Efetivas Rotineiras metragem foi de 2 horas ininterruptas em do Harvester. um eito normal de colheita. O terreno onde a operação de colheita foi realizada era plano e o povoamento florestal tinha as seguintes características: 0,44 m³ de volume médio individual, a espécie Eucalyptus spp, espaçamento 5,00 m x 2,40 m, DAP de 20,2 cm, altura média de 31,6 m. Os toretes eram cortados com 6 metros de comprimento e totalmente descascados. Os operadores amostrados apresentavam o mesmo nível de capacitação. Para o estudo, foi desconsiderada a operação de corte de Em relação às atividades efetivas caracteribordadura. zadas como não rotineiras, pode-se observar no gráfico 2, que o tempo ficou distribuído em: 33% para a atividade de remoção de biomassa, 26% processamento de copa, Resultados e Discussão 17% aplicação de selo nas pilhas, 17% meApós 40 horas de avaliação, os resultados dição de toras, 4% rebaixamento de cepas e obtidos podem ser observados nos gráficos 3% na reorganização de pilhas. a seguir. Os dados mostram que 89% do tempo a máquina está realizando atividades rotineiras, 6% atividades não rotineiras e 5% atividades causais. 24 Resumos Expandidos Gráfico 3. Atividades Efetivas Rotineiras MACHADO, C.C.; SILVA, E. N.; PEREIdo Harvester. RA, S. R.; O Setor Florestal Brasileiro e a Colheita Florestal. In: MACHADO, C.C. Colheita Florestal. Viçosa: UFV, 2008. cap. 1, p. 15-42. Conclusões Após as observações, pode-se concluir que a atividade rotineira representa 89% do tempo em que foi realizado o estudo nas máquinas. Dentro da atividade rotineira, o descascamento representa a operação que despende o maior tempo no ciclo produtivo da máquina, e em seguida o traçamento, derrubada, aproximação e deslocamento. Na atividade rotineira, a remoção de biomassa e o processamento de copa representam mais da metade do tempo da atividade não produtivo da máquina, e o restante está distribuído em aplicação de selos nas pilhas, medição de toras, rebaixamento de cepas e reorganização de pilhas. MALINOVSKI. R. A. et. al. Análise das variáveis de influência na produtividade das máquinas de colheita de madeira em função das características físicas do terreno, do povoamento e do planejamento operacional florestal. Florestal, Curitiba, PR, v. 36, n. 2, mai./ago. 2006. Referências BRAMUCCI, M. Determinação e quantificação de fatores de influência sobre a produtividade de “harvesters” na colheita de madeira. 2001. 65 f. Dissertação (Mestrado em Recursos Florestais) – Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2001. CASTRO, G. P. Estudo, revisão e discussão de conceitos e temas abordados na colheita florestal mecanizada. 2011. 106 p. Tese (Trabalho de Conclusão de Curso) – ULT- FAJAR, Jaguariaíva, PR, 2011. 25 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal ANÁLISE DO NÍVEL DE CONHECIMENTO DE OPERADORES DE MÁQUINAS FLORESTAIS EM RELAÇÃO À SIMBOLOGIA DE PAINEL Maicon Antonio Mosquer Veronez1; Eduardo da Silva Lopes2; Emanuel de Andrade3; Jailson Crovador3; Paulo Candido da Silva3 1 Bolsista de Iniciação Científica e Graduando em Eng. Florestal UNICENTRO (meyker8@ hotmail.com); 2Prof. Dr. Departamento de Engenharia Florestal UNICENTRO (eslopes@irati. unicentro.br) ; 3 Instrutor do Centro de Formação de Operadores Florestais CENFOR ([email protected], [email protected], [email protected]) Introdução e Objetivos Além disso, um aspecto importante a ser considerado na capacitação de operadores de máquinas é a necessidade de conhecimento dos indicadores de painel, que são instrumentos que possibilitam ao operador o total monitoramento e controle da máquina, evitando quebras, perdas de produtividade e aumentos dos custos de produção. No processo de inovação tecnológica na colheita de madeira, devem-se destacar os avanços ocorridos na indústria de máquinas e equipamentos, com a disponibilidade de modelos produtivos, confiáveis e automatizados. Além disso, o avanço da mecanização trouxe vários benefícios às empresas florestais, como maior capacidade de produção, qualidade e segurança Este trabalho teve por objetivo avaliar o operacional, transformação da mão-de- nível de conhecimento dos operadores obra e redução dos custos de produção [1]. em relação aos indicadores de painel das Entretanto, a velocidade de transição máquinas de colheita de madeira. entre o uso de máquinas de baixa para alta tecnologia, as diferenças entre as tecnologias existentes e o nível de conhecimento dos operadores foram significativos, gerando um Gap Tecnológico no processo de mecanização florestal no país [2]. Atualmente, o maior desafio para a efetivação das novas tecnologias é a carência de profissionais qualificados, particularmente de operadores de máquinas de colheita florestal. No Brasil, infelizmente, os programas de capacitação ainda não são considerados importantes por parte de muitos empresários, não sendo oferecida uma capacitação adequada que permita o máximo aproveitamento tecnológico e produtividade das máquinas. Material e Métodos Este trabalho foi desenvolvido no Cento de Formação de Operadores Florestais (CENFOR) da Universidade Estadual do Centro-Oeste, UNICENTRO, Irati, PR. Os dados foram obtidos por ocasião dos treinamentos de aperfeiçoamento (reciclagens) realizados em algumas empresas florestais do país. Foram avaliados uma amostra de 130 operadores de empresas florestais que atuavam em operações com os tratores florestais Harvester, Forwarder, Feller Buncher e Skidder, devendo ressaltar que os mesmos não haviam recebido anteriormente treinamento, sendo a maioria formada pela própria empresa. Foram avaliados os 14 principais indicadores 26 Resumos Expandidos c) Nível de Advertência 3: São símbolos que trazem problemas graves ao operador e/ou máquina. O operador é alertado por meio de três indicações sendo: indicação no painel, luz de advertência e um alarme sonoro. Deve desligar a máquina a) Nível de Advertência 1: São símbolos imediatamente. Segue alguns exemplos: que não trazem problemas graves ao operador e/ou máquina. O operador é alertado somente por meio da indicação no Pressão do óleo do motor painel, devendo parar a máquina, investigar a falha e avisar a equipe de manutenção, e Pressão óleo do freio serviço podendo neste caso, continuar a trabalhar temporariamente com a máquina. Segue alguns exemplos: Pressão do óleo de transmissão do painel considerados importantes da máquina e que os operadores deveriam possuir conhecimento, sendo classificados em três níveis: Filtro de ar do motor Nível do óleo hidráulico Nível de combustível Filtro do óleo de transmissão Filtro de combustível Resultados e Discussão Indicador da bateria Na Figura 1 é mostrado o percentual de acertos dos operadores em relação aos símbolos que representam os indicadores b) Nível de Advertência 2: São símbolos do painel da máquina do primeiro nível de relacionados às alterações nas temperaturas advertência. dos sistemas hidráulicos, transmissão e arrefecimento. O operador é alertado O indicador da bateria foi o único símbolo por meio de uma luz de advertência e em que a maioria dos operadores (93%) o símbolo da respectiva falha, devendo conseguiu identificar com maior facilidade. mudar o ritmo de trabalho e velocidade da Por outro lado, verifica-se o baixo operação. Requer manutenção do sistema e percentual de acertos dos operadores (41%) pode causar danos aos componentes. Segue em relação ao nível de combustível, que é um símbolo bastante comum. Ao analisar alguns exemplos: todos os símbolos deste nível, contatouse um grau de acerto médio foi de apenas Temperatura do óleo hidráulico 39,7% entre os participantes. Temperatura do líquido arrefecedor Temp. do óleo da transmissão 27 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal com valor médio de apenas 20,6%. Ao analisar os indicadores, pode-se destacar os símbolos do filtro do óleo de transmissão, filtro do óleo do motor e pressão do óleo do freio de serviço, com apenas 4, 5 e 4% de acertos entre os operadores avaliados, respectivamente. Figura 1. Percentual de acertos nos indicadores de advertência do nível 1. Em relação aos símbolos do nível 2, que representam as temperaturas dos sistemas hidráulicos, transmissão e arrefecimento (Figura 2), foi possível constatar novamente o baixo nível de acertos entre os operadores de máquinas (39,7%). O baixo percentual de acertos é de grande preocupação, pois tais símbolos quando acesos alertam para a Figura 3. Percentual de acertos nos existência de problemas sérios na máquina indicadores de advertência do nível 3. que podem ser agravados, caso o operador não verifique os mesmos normalizam após Este resultado pode ser atribuído em redução da aceleração do motor. grande parte ao baixo nível de escolaridade de muitos operadores e ao processo de formação dos operadores, que na maioria ocorreu na própria empresa. Neste aspecto é importante ainda ressaltar que, após a oferta dos cursos de formação com o ensinamento da simbologia de painel, torna-se importante a realização dos cursos de aperfeiçoamento, devendo ocorrer em menor intervalo de tempo, Figura 2. Percentual de acertos nos permitindo a atualização do conhecimento dos operadores em relação a este e outros indicadores de advertência do nível 2. aspectos operacionais. Na Figura 3 é mostrado o percentual de acertos dos símbolos de advertência do nível 3, que são de grande importância e requerem total atenção por parte dos operadores durante a jornada de trabalho. Para todos os indicadores avaliados, o percentual de acertos esteve abaixo de 50%, 28 Conclusões O nível de conhecimento dos operadores em relação aos indicadores de painel foi muito baixo, podendo comprometer a disponibilidade mecânica das máquinas, perda de eficiência operacional e Resumos Expandidos produtividade, elevados custos de produção e acidentes de trabalho. A oferta de cursos de aperfeiçoamento em intervalos regulares de tempo é de fundamental importância para a atualização dos conhecimentos, devendo o assunto da simbologia de painel ser abordado em ambos os cursos. A necessidade de padronização da simbologia dos indicadores de painel das máquinas de colheita de madeira, podendo contribuir com a interpretação por parte dos operadores. Referências Bibliográficas [1] LOPES, E. S.; OLIVEIRA, D. O.; SILVA, P. C.; CHIQUETTO, A. L. Avaliação do desempenho de operadores no treinamento com simulador virtual Forwarder. Ciência Florestal, v. 20, n. 1, p. 177-186, 2010 [2] PARISE, D.; MALINOVSKI, J. R. Análise e reflexões sobre o desenvolvimento tecnológico da colheita florestal no Brasil. In: SEMINÁRIO DE ATUALIZAÇÃO SOBRE SISTEMAS DE COLHEITA DE MADEIRA E TRANSPORTE FLORESTAL, 12., 2002, Curitiba. Anais... Curitiba: UFPR - FUPEF, p. 78-109. 29 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal Análise operacional da colheita florestal semimecanizada em áreas declivosas no Sul do Espírito Santo Jair Krause Junior¹, Nilton César Fiedler², Weslen Pintor Canzian¹, Flávio Cipriano de Assis do Carmo³, ¹Eng. Florestal, UFES, ([email protected]; [email protected]);²Prof. Dr. Departamento de Eng. Florestal, UFES ([email protected]); ³Doutorando em Ciências Florestais, UFES ([email protected]) Introdução Dentre as várias etapas do setor florestal, a colheita florestal compreende as operações de derrubada, processamento e extração da madeira até as margens das estradas (SILVA, 2011). Nesta etapa, é importante verificar as condições do terreno, a finalidade do uso da madeira e os recursos financeiros disponíveis para execução das atividades, de modo a verificar o melhor sistema de colheita em que resulte no menor custo por volume de madeira. Essa pesquisa objetivou analisar técnica e economicamente as etapas de colheita, possibilitando um melhor planejamento estratégico para empresas do setor. cada operação com base nos rendimentos operacionais dimensionados durante os estudos de tempos (volumes produzidos) por tempo (metro cúbico por hora). Com base nos dados de produtividade e nos custos incorridos com a operação, foram analisados os custos operacionais do sistema de produção. Para calcular os custos foi utilizada a metodologia da FAO (MACHADO; MALINOVSKI, 1988). Foram analisados os custos fixos (depreciação, seguros e juros) e os custos variáveis (combustíveis, pessoal operacional, manutenção e reparos, lubrificantes e graxas, pneus, administração). Resultado e Discussão A Figura 1 apresentada o rendimento em Material e Métodos metro cúbico por hora efetiva das operaA pesquisa foi executada em áreas monta- ções de colheita florestal semimecanizada. nhosas localizada no município de Guaçui, Sul do Espírito Santo. A espécie plantada era o clone hibrido de Eucalyptus grandis com Eucalyptus urophylla com 7 anos de idade, diâmetro médio de 18,75 cm e altura média de 24 metros. O sistema de colheita utilizado foi o de toras curtas com árvores processadas com comprimentos de toras de 2,2 m. A equipe de colheita era composta por um operador de motosserra (STHIL modelo MS 361) que realizava o abate e o processamento das árvores e de um ajudante que realizava a extração e o empilhamento das toras. Figura 1: Rendimento das operações de -1 A produtividade das operações foi dimen- colheita florestal semimecanizada (m³.he ). sionada por fase do ciclo de trabalho em A operação que apresentou maior ren- 30 Resumos Expandidos dimento foi o de carregamento manual (com 34 m³.he-1). Esta operação conta com o trabalho de 6 ajudantes já experientes nesta operação. A operação de derrubada vem logo a seguir com um rendimento de 33,5 m³.he-1. Aplicando-se a metodologia FAO segundo Machado (2008), a tabela 2, apresenta todos os custos operacionais da colheita florestal. Em estudo realizado com as mesmas condições de colheita semimecanizada em áreas montanhosas, Barbosa (2010) encontrou um custo de colheita de R$8,73 por metro cúbico de madeira, valor este bem próximo ao encontrado nesta pesquisa (R$8,61.m-³). Conclusão De acordo com os resultados obtidos neste estudo, conclui-se que: · Os rendimentos do sistema de colheita Tabela 1: Custos do sistema de colheita semimecanizada são no geral, baixos, -1 florestal (R$.he ). isso mostra que os trabalhadores encontram muitas dificuldades na execuCorte Tomb Emp Carreg ção das operações. Custos Fixos · Os gastos com mão de obra contriDeprecia0,91 buem muito para o custo final da mação deira, mostrando a importância do treiL.S.I. 0,04 namento dos trabalhadores. Juros 0,19 Custos Variáveis Referências Bibliográficas Corrente 1,08 BARBOSA, O.P. Fatores operacionais e Combus3,21 de custos na colheita de pinus em áretível as declivosas no sul do Espírito Santo. Oleo 2 Jerônimo Monteiro – ES. UFES. 2010. 78 1,17 tempo f. Dissertação (Mestrado em Ciência FloOleo restal)- Universidade Federal do Espírito 1,08 lubrif. Santo, 2010. M.R 1,19 MACHADO, C. C.; MALINOVSKI, J. R. Ciência do trabalho florestal. Viçosa, Operador 16,31 Ajudante 11,74 22,48 52,9 82,23 MG: Universidade Federal de Viçosa, 1988. 65 p. Adminis3,69 2,25 5,29 8,23 MACHADO, C. C.; SILVA, E. N. da ; PEtração REIRA, R. S. O setor florestal brasileiro. In: C.T 40,63 24,72 58,2 90,46 MACHADO, C. C. (Ed.) Colheita flores1,21 1,71 3,03 2,66 C.m-³ tal. 2. ed. Viçosa, MG: UFV, 2008. p. 15-42. 8,61 C.T.m-³ SILVA, E.N. Avaliação técnica, de cusNota: Tomb= Tombamento manual; Emp tos e ambiental de dois modelos de = Empilhamento; Carreg = Carregamento; harvester na colheita florestal. Viçosa – L.S.I. = Licença, Seguros e Impostos; Comb. MG. UFV, 2011. 68 f. Tese (Doutorado em = Combustível; M.R. = Manutenção e Re- Ciência Florestal)-Universidade Federal de paros; C.T = Custo total; C.m-3 = Custo por Viçosa, 2011. m³; C.T.m-³ = Custo Total por m³ 31 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal Análise operacional de um trator autocarregável na extração e carregamento de madeira de pinus em primeiro desbaste Dailon Joatã Prochnow Gomes1; Jean Alberto Sampietro2; Franciny Lieny Souza1; Marcelo Bonazza3; Gabriel Corso Pellens4 Graduando em Eng. Florestal da Universidade do Estado de Santa Catarina – Centro de Ciências Agroveterinárias/UDESC-CAV ([email protected]; [email protected]); 2 Prof. Dr. Departamento de Eng. Florestal UDESC/CAV ([email protected]); 3Mestrando em Eng. Florestal UDESC-CAV ([email protected]); 4Eng. Florestal, MSc., Agroflorestal Paequerê Ltda ([email protected]) 1 Introdução e objetivos dulado, com densidade de 2200 árvores/ha, As operações de desbaste visam direcionar com DAP médio de 18,22 cm, altura média o potencial produtivo de sítios florestais, de 13,21 m e volume médio individual de obtendo ao final da rotação, árvores de 0,1974 m3. maior valor comercial. Porém, esta ope- Foi analisada na operação de desbaste seleração muitas vezes apresenta onerosidade tivo e sistemático, a atividade de extração e devido a limitação por fatores de ordem carregamento da madeira em sistema de totécnica e econômica, acarretando em altos ras curtas, onde as árvores eram derrubadas custos operacionais e baixa taxa de retorno. e processadas com emprego de motosserra, Assim, a análise operacional de sistemas de sendo que em seguida, no interior do talhão, colheita de madeira, independentemente do um trator florestal carregador, marca Motograu de mecanização utilizado, se torna al- cana, modelo CM 100 F, realizava o carreternativa de ferramenta para se avaliar cor- gamento da madeira no compartimento de reções e alterações no processo de produ- carga de um trator florestal autocarregável, ção com o intuito de racionalizar e otimizar marca Valtra, modelo 1580 (especificações os recursos utilizados. técnicas na Tabela 1), que, posteriormente, O objetivo do presente trabalho foi realizar realizava o baldeio da madeira até pátios analisar operacionalmente um trator Flo- intermediários e, depois, carregava as toras restal autocarregável nas atividades de ex- em veículos de transporte. tração e carregamento de madeira de Pinus No desbaste foram retirados cerca de 45% taeda L. em primeiro desbaste. do povoamento, sendo cortadas e extraídas sistematicamente árvores a cada seis linhas plantio e seletivamente árvores suprimidas, Material e métodos tortuosas ou bifurcadas. O estudo foi realizado nas áreas de uma A análise operacional foi realizada a partir empresa florestal na região serrana de SC. de um estudo de tempos e movimentos, Os plantios eram compostos por Pinus taeda utilizando o método de tempo contínuo, com nove anos de idade, tendo como prinsendo avaliado o ciclo operacional de trabacipal objetivo ao final do ciclo de rotação lho efetivo tanto no baldeio como no carde 24 anos, a produção de madeira para laregamento. Os elementos do ciclo no balminação e serraria. O relevo era plano à ondeio foram subdivididos em: deslocamento 32 Resumos Expandidos Tabela 1. Especificações técnicas do trator estudo piloto e, então, calculado o númeflorestal autocarregável. ro mínimo de observações do ciclo para a atividade de baldeio e para o carregamento, Especificação Descrição Trator para um erro de amostragem máximo de 10%. Também, determinou-se a disponiMarca Valtra bilidade mecânica, eficiência operacional, Modelo 1580 sendo a produtividade efetiva calculada Motor MWM 229 para a operação em geral (baldeio e carrePotência 145 cv (106,6 kW) gamento), somente para o baldeio, e para o Tração 4x4 carregamento em dois sortimentos (1,90 e Tipo de rodado Pneus Peso - 6.250 kg 2,35 m de comprimento). Capacidade do Resultados e discussão compartimento de carga 10.000 kg Tempo de uso ±12 anos Implemento (grua) Alcance máximo na horizontal 7,60 m Área de abertura da grua 0,40 m2 Momento de carga - 110 kNm Momento de giro-torque 25,3 kNm Peso 2.100 kgf vazio (DLV); manobra e carregamento (MC); deslocamento carregado (DLC); preparação para descarregamento (PDP); deslocamento da grua carregada (DGC); deslocamento da grua vazia (DGV) e; preparação para baldeio (PB). Para a atividade de carregamento, os elementos do ciclo foram subdivididos em: preparação para carregamento (PC); deslocamento da grua vazia (DGV); deslocamento da grua carregada (DGC); arrumação da carga (AC); deslocamento entre pilhas (DLVP) e; preparação para baldeio (PB). O horizonte de amostragem foi determinada conforme metodologia proposta por Barnes (1977) [1], sendo, primeiramente, realizado um Na maior parte do tempo, o trator florestal autocarregável se encontrou em interrupções (63%). O baldeio correspondeu a 29% do tempo total. E somente 9% do tempo foi consumido pela atividade de carregamento (Tabela 2). Tabela 2. Distribuição percentual do tempo total operacional do trator florestal autocarregável nas atividades de baldeio, carregamento e interrupções. Elemento % de tempo Atividade de baldeio 29,2 Atividade de carregamento 8,4 Interrupções 64,9 Dentre os elementos do ciclo operacional da atividade de baldeio (Tabela 3), observou-se que o trator florestal autocarregável ficou a maior do tempo realizando manobra e carregamento de toras (65,7%). Tal resultado, foi devido ao trator florestal autocarregável aguardar e deslocar-se no interior do talhão seguindo o trator florestal carregador, que carregava a madeira em seu compartimento de carga, sendo necessária uma grande quantidade de toras para preencher o compartimento de carga, o que gerava um grande número de deslocamen- 33 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal tos por parte do trator carregador, resultando em elevado consumo de tempo da operação. Os elementos DLV e DLC, foram o segundo e terceiro elementos que mais consumiram tempo, respectivamente. Isso ocorreu em função dos pátios intermediários de madeira ficarem distante do talhão aonde ocorria a operação de desbaste, necessitando a máquina fazer longos deslocamentos entre as áreas. Quanto às interrupções, a maior parte ocorreram devido às paradas por manutenção corretiva (87,8%) (Tabela 5). Então, devido ao elevado tempo em interrupções, a disponibilidade mecânica encontrada foi de 37,62% e a eficiência operacional de 37,55%, sendo estes valores considerados baixos. Isso ressalta a necessidade de troca da máquina, pois, esta apresentava um tempo de uso em torno de 12 anos e, portanto, apresentando diversos problemas mecânicos decorridos de seu elevado tempo de Tabela 3. Distribuição percentual dos eleuso. mentos do ciclo operacional efetivo da atividade de baldeio do trator florestal autocarregável . Tabela 4. Distribuição percentual dos elementos do ciclo operacional efetivo da atividade de carregamento do trator florestal % de Elemento autocarregável . tempo Deslocamento vazio 14,6 Manobra e carregamento 65,7 Deslocamento carregado 6,5 Preparação para carregamento 2,5 Preparação para descarregamento 2,7 Deslocamento da grua vazia 42,9 Deslocamento da grua carregada 5,1 Deslocamento da grua carregada 34,4 Deslocamento da grua vazia 4,0 Arrumação da carga 9,6 Preparação para baldeio 1,4 Deslocamento entre pilhas 9,3 Preparação para baldeio 1,3 Dentre os tempos da atividade de carregamento, verificou-se que os elementos DGV e DGC consumiram a maior parte do tempo total do ciclo operacional (Tabela 4). Em seguida, foram os elementos AC e DLVP que mais consumiram tempo. Esse resultado difere do resultado relatado por Santos et al. (2009) [2], que verificaram que a arrumação da carga e arrumação das pilhas ocuparam maior parte do tempo de um carregador florestal, sendo justificado em função da baixa qualidade das pilhas de madeira para carregamento na margem da estrada, afetando a atividade de carregamento, porém, isso não se verificou no presente estudo. 34 Elemento % de tempo Tabela 5. Distribuição percentual dos tempos das interrupções do trator florestal autocarregável . Interrupção % de tempo Manutenção corretiva 87,8 Manutenção preventiva 8,4 Parado devido à chuva 0,5 Auxílio à veículos de transporte 0,6 Acoplamento do compart. de carga 0,5 Pausas do operador 2,3 A produtividade efetiva média geral da má- Resumos Expandidos quina, considerando ambas as atividades de baldeio e carregamento, foi de 6,34 m3cc he-1. Considerando-se somente a atividade de baldeio, a produtividade média foi de 3,87 m3cc he-1. E considerando somente a atividade de carregamento, a produtividade média foi de 14,94 m3cc he-1, sendo superior a produtividade média carregando toras de sortimento de 2,35 m de comprimento (16,76 m3cc he -1), do que no sortimento de 1,9 m (12,53 m3cc he-1). Conclusões As interrupções foram responsáveis por maior parte do total do ciclo operacional, ocorrendo, principalmente, devido à paradas por manutenção, que foram ocasionadas devido ao elevado tempo de uso da máquina, sugerindo sua troca. Na atividade de baldeio, a maior parte do tempo foi consumido realizando manobra e carregamento, seguido dos deslocamentos vazio e carregado. Na atividade de carregamento, a maior parte do tempo foi consumido pelos deslocamentos da grua vazia e carregada, seguido pela arrumação da carga nos veículos de transporte e deslocamento. A produtividade da máquina ficou comprometida devido à baixa eficiência operacional, sendo que o carregamento de sortimento de maior comprimento mais produtivo do que menor comprimento de tora. Referências [1] BARNES, R.M. Estudos de movimentos e de tempos - projeto e medida do trabalho. Americana, São Paulo, Blucher, 1977. 635p. [2] SANTOS, M.D. et al. Avaliação técnica de um carregador florestal com diferentes sortimentos de madeira. Ambiência, v.5, n.1, p.13-26, 2009. 35 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal ANÁLISE OPERACIONAL DO CORTE SEMIMECANIZADO EM PRIMEIRO DESBASTE DE POVOAMENTOS DE PINUS TAEDA Franciny Lieny Souza1; Jean Alberto Sampietro2; Dailon Joatã Prochnow Gomes1; Lucas Rodrigues da Costa1; Gabriel Corso Pellens3 Graduando em Eng. Florestal da Universidade do Estado de Santa Catarina – Centro de Ciências Agroveterinárias/UDESC-CAV ([email protected]; [email protected]; [email protected]); 2Prof. Dr. Departamento de Eng. Florestal UDESC/CAV (jean. [email protected]); 3Eng. Florestal, MSc., Agroflorestal Paequerê Ltda ([email protected]) 1 Introdução e objetivos A utilização da motosserra está diminuindo com a mecanização das operações florestais, contudo, para a realização de corte próximo de áreas de preservação permanente, áreas de difícil acesso e em empresas de menor porte, a mesma ainda continua sendo as mais viável alternativa como equipamento. Esta pesquisa teve como objetivo analisar operacionalmente a atividade de corte semimecanizado em primeiro desbaste de Pinus taeda L.. Material e métodos O estudo foi realizado nas áreas de uma empresa florestal na região serrana de SC. Os plantios eram compostos por Pinus taeda com nove anos de idade, tendo como principal objetivo ao final do ciclo de rotação de 24 anos, a produção de madeira para laminação e serraria. As áreas apresentavam relevo plano à ondulado, com densidade de cerca de 2200 árvores/ha, com DAP médio de 18,22 cm, altura média de 13,21 m e volume médio individual de 0,1974 m3. Foi analisada na operação de desbaste seletivo e sistemático, a atividade de corte semimecanizado em sistema de toras curtas. A equipe de trabalho consistia de um operador de motosserra, mais dois ajudantes (sistema 1 + 2), sendo empregado uma mo- 36 tosserra Stihl MS 660, com peso de 7,3 kg, potência de 7,1 cv, e relação peso/potência de 1,4 (kg kW-1). Na operação foram desbastados cerca de 45% do povoamento, sendo cortadas sistematicamente árvores a cada seis linhas plantio e seletivamente árvores que apresentavam baixa sanidade, tortuosidade ou bifurcação. A análise operacional foi realizada a partir de um estudo de tempos e movimentos, utilizando o método de tempo individual, sendo o ciclo operacional de trabalho efetivo subdividido nos elementos: deslocamento entre árvores, derrubada, processamento e interrupções. O horizonte de amostragem foi determinada conforme metodologia proposta por Barnes (1977) [1], sendo, primeiramente, realizado um estudo piloto e, então, calculado o número mínimo de observações do ciclo, de forma a proporcionar um erro de amostragem máximo de 10% à 5% de significância. Após, determinou-se a disponibilidade mecânica e a eficiência operacional da operação, sendo os elementos do ciclo e produtividade efetiva analisada para diferentes classes de declividade, sendo estas: 0 < 5º; 5 ≤ 10º; >10º. O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado, sendo realizada análise de variância para os elementos do ciclo operacional e produtividade em função das clas- Resumos Expandidos ses de declividade e, então, havendo signifi- Na Figura 2 é mostrada o tempo que cada cância procedeu-se ao teste de médias por elemento do ciclo levou para realizar a opeTukey a 5% de significância. ração em cada classe de declividade, desconsiderando as interrupções, e o tempo total do ciclo por classe. Por meio da anáResultados e discussão lise de variância, pode-se observar que não Na avaliação do corte semimecanizado por houve diferença estatística entre elementos motosserra em primeiro desbaste de pinus, nas três classes de declividade, portanto, foram avaliados 1038 ciclos operacionais, não se procedeu para teste de médias. sendo que o número mínimo de observações necessárias foi de 175, considerando Entretanto, em geral o elemento processaum erro amostral de 10% e probabilidade mento é o que leva mais tempo dentro do ciclo, considerando que o operador, após de 5%. desgalhar as árvores, tem que esperar o ajuA partir do estudo de tempos e movimendante fazer a medição das toras para, então, tos, calculou-se o percentual de tempo de poder realizar o traçamento das mesmas. cada elemento do ciclo operacional, que pode ser visto na Figura 1. O elemento que consumiu maior tempo foram as interrupções (48%), seguido pelo processamento (27%), derrubada (16%) e deslocamento (9%). As interrupções ocuparam o maior tempo na atividade de desbaste, devido ao fato de o operador auxiliar em outras atividades, como empilhamento das toras, além de paradas para necessidades pessoais, manutenção da motosserra, abastecimento, Figura 2. Distribuição dos tempos de cada entre outros. O menor tempo requerido foi elemento e do tempo total, para cada classe para o deslocamento entre árvores, o que de declividade na operação de corte com pode ser atribuído ao fato de um menor motosserra em primeiro desbaste de pinus. espaçamento entre as árvores, e sendo o primeiro desbaste, a densidade do povoaNa presente operação de desbaste, o sistemento é elevada. ma de trabalho foi o 1+2, porém, como ressaltado, o operador de motosserra também, muitas vezes, auxiliava no empilhamento das toras, sendo uma atividade que não deveria de sua competência, o que acarretou na demanda de uma grande quantidade de tempo, como pode ser observado na Figura 3, onde 42% das interrupções foram devido ao empilhamento. Além disso, o trabalho com motosserra é uma atividade Figura 1. Distribuição percentual do ciclo que demanda grande esforço físico para o operacional do corte com motosserra em operador, sendo necessário paradas para primeiro desbaste de pinus. descanso, que ocuparam 25% das interrupções. 37 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal Figura 3. Distribuição de tempos das inter- Figura 4. Variação da produtividade efetirupções na operação de corte com motos- va em função das classes de declividade e serra em primeiro desbaste de pinus. o tempo total efetivo do ciclo para o corte com motosserra em primeiro desbaste de A disponibilidade mecânica encontrada foi pinus. de 97,06%, sendo a eficiência operacional que diminuiu a eficiência e produtividade de 51,95%, obtendo-se, dessa forma, uma da operação, sugerindo a necessidade de produtividade efetiva média de 5,43 m3cc planejamento eficiente das atividades, bem he-1. Em termos de eficiência operacional, o como estabelecimento de medidas visando presente resultado é semelhante ao relatado à otimização do tempo de trabalho. por Andreon (2011) [2] para Eucalyptus sp., que obteve uma eficiência de 55,26%, po- Dentre os elementos ciclo efetivo, o que rém, o autor encontrou uma produtividade ocupou mais tempo foi o processamento, demonstrando a necessidade de melhor efetiva superior de 7,59 m3cc he-1. organização do trabalho e de investimento Na Figura 4 pode-se observar o tempo em treinamento dos operários para buscar efetivo total médio por ciclo para realizar maior agilidade e eficiência na operação. a operação completa e a produtividade efetiva para cada classe de declividade. Foi Para as classes de declividade analisadas, realizada a análise de variância que foi sig- não houve diferença significativa de pronificativa, porém, pelo teste de Tukey, ao dutividade efetiva, tempo dos elementos do nível de 5% de significância, constatou-se ciclo operacional e tempo total efetivo do que não houve diferença significativa na ciclo. produtividade efetiva do corte com motosserra em desbaste de pinus em função da Referências declividade. [1] BARNES, R.M. Estudos de movimentos e de tempos - projeto e medida do trabalho. Tradução da 6 ed. Americana. Conclusões De acordo com a análise e discussão dos São Paulo, Edgard Blucher. 1977. 635 p. [2] ANDREON, B.C. Análise de custos resultados conclui-se que: As interrupções foram responsáveis por do corte florestal semimecanizado em maior parte do total do ciclo operacional, região declivosas no sul do Espírito ocorrendo, principalmente, devido o opera- Santo. UFES. Monografia (Graduação em dor auxiliar em atividades que não lhe com- Engenharia Florestal). UFES, Espírito Sanpetiam, como o empilhamento de toras, o to, 2011, 17f. 38 Resumos Expandidos ANÁLISE TÉCNICA E ECONÔMICA DA ADEQUAÇÃO DE ESTRADAS FLORESTAIS PARA O TRANSPORTE DE MADEIRA Arthur Brambilla Barreira¹; Edson Figueiredo de Andrade Neto² ¹Graduando Eng. Florestal UFPR ([email protected]); ² Eng. Florestal ([email protected]) Introdução e Objetivos Atualmente, um dos grandes desafios das empresas de base florestal se relaciona à construção e manutenção das estradas florestais. As estradas representam, depois da floresta, o maior investimento em um empreendimento florestal além de representar longo período de depreciação [1]. Estradas secundárias possuem somente um revestimento primário de leito, onde o revestimento é realizado espalhando-se o material formando uma camada de 15 a 25 cm, em seguida é realizada a compactação [2]. Sendo assim, o trabalho teve por objetivo avaliar a variação de produtividade e custo da adequação de estradas para o transporte florestal de acordo com o número de caminhões basculantes utilizados e distância da jazida trabalhada. Material e Métodos O trabalho foi conduzido entre os meses de Janeiro e Fevereiro de 2014 em dois povoamentos clonais de Eucalyptus no município de Fernão /SP, onde foi avaliado o ciclo das seguintes máquinas: PáCarregadeira, Motoniveladora e Caminhão Basculante. A produtividade foi obtida através da razão entre o total produzido (m³) e hora efetiva de trabalho; os custos foram calculados através do método de FAO. Ambos indicadores foram relacionados à quantidade de caminhões basculantes utilizados (3 ou 4) e à distância em que o trabalho se localizava da jazida. Resultados e Discussão Foi observado que ocorreu queda na produtividade da operação (m²h-¹) de acordo com o acréscimo da distância em que se trabalhava da jazida para a atividade dentro da Condição A (4 basculantes) e Condição B (3 basculantes). A Condição A se tornou mais produtiva a partir de 2,49 km de distância da jazida com produtividade de 523,6 m²h-¹(Figura 1). Figura 1. Produtividade da atividade (m²/ hora) obtida para cada condição de trabalho e distância média trabalhada da jazida. Ao se avaliar o custo de produção, a Condição A (4 basculantes) se mostrou mais rentável a partir de uma distância de operação da jazida de 3,88 km, com custo de R$ 1,09 por m² trabalhado (Figura 2). Figura 2. Custos de produção (R$/m²) das condições A e B em função da distância média trabalhada da jazida 39 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal Embora a Condição A tenha se mostrado mais rentável a grandes distâncias, ao se manter a Condição B e incluir o custo de abertura e fechamento de uma nova jazida, obtivemos uma distância ideal de trabalho de 1,15 km onde o custo de produção não ultrapassa R$ 0,67 por m² trabalhado (Figura 3). Figura 3. Comparativo dos custos dentro da condição B com abertura de jazidas a cada 1,15 km de distância Conclusões Pode-se notar o decréscimo da produtividade e aumento do custo operacional da atividade em função do aumento da distância de trabalho da jazida. Esta variação pode ser minimizada com aumento do número de caminhões basculantes ou com abertura de novas jazidas a cada 1,15 km. Em condições onde se é possível abrir jazidas a cada 1,15 km, a variação do custo ao invés de se trabalhar com 4 caminhões a uma distância de 3,88 km vai de 1,09 para 0,67 R$ m-¹, impactando em uma redução de R$ 31.237,86 por mês. Referências [1] MALINOVSKI, J. R.; CARVALHO, L. C.; CARVALHO, M. Planejamento de rede viária. Relatório técnico Klabin. 2004. [2] POLITANO. W; LOPES, L. R. e AMARAL, C. O papel das estradas na economia rural. São Paulo: Nobel, 1989. 78p. 40 Resumos Expandidos AVALIAÇÃO DE INDICADORES DE DESEMPENHO PARA TRÊS MÁQUINAS DE COLHEITA FLORESTAL UTILIZADAS NO SISTEMA DE ÁRVORES INTEIRAS Christiene Karine Ferreira1; Rogger Miranda Coelho2, Ângelo Márcio Pinto Leite3, José Jhones Matuda4, Luiz Carlos Araújo5 Graduanda em Engenharia Florestal UFVJM([email protected]);2Mestrando em Ciência Florestal UFVJM ([email protected]), 3Prof. Dr. Departamento de Engenharia Florestal UFVJM ([email protected]); 4Mestrando em Ciência Florestal UFVJM (jjmatuda@ yahoo.com.br); 5Mestrando em Ciência Florestal UFVJM ([email protected]) 1 Introdução e Objetivo A colheita florestal corresponde às fases de corte / processamento, extração, carregamento, transporte e descarregamento da madeira. O incremento da produtividade nas operações de colheita florestal é de grande importância, por ser esta atividade a que mais onera o custo de produção da madeira no Brasil, requerendo assim otimização de suas etapas para a diminuição das perdas e minimização dos custos [1]. Neste sentido, objetivou-se com esta pesquisa propor um sistema de indicadores de desempenho para as fases de colheita florestal corte, extração e processamento de madeira. Figura 1: Imagem do Feller-buncher; Skidder e Garra traçadora. Procedeu-se a avaliação de desempenho das atividades de colheita por meio dos indicadores: - Disponibilidade Mecânica (DM%): tempo em que a máquina está apta a realizar trabalho produtivo, ou seja, não está em conserto ou manutenção dividido pelo tempo total da máquina disponível para Material e métodos trabalho; - Eficiência Operacional (EO%): Realizou-se esta pesquisa perante uma tempo de trabalho efetivo em relação ao empresa florestal localizada na região tempo total disponível (Tabela 1). do Alto Jequitinhonha, sendo os dados coletados em dezembro de 2011. O sisTabela 1: Indicadores de desempenho tema de colheita florestal avaliado foi o de árvores inteiras, no qual o corte da Indicador Fórmula madeira é efetuado pelo Feller-buncher, a Disponibilidade extração pelo Skidder e, o processamento mecânica (DM%) Eficiência operacional pela Garra-traçadora (Figura 1). (EO%) Onde: - TTE = tempo em que a máquina realiza trabalho produtivo; - TIM = tempo de trabalho em que a máquina não esta operando devido às atividades de conserto 41 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal / manutenção; - TTP = tempo total do período de avaliação. Resultados e discussão A etapa de processamento da madeira com Garra-traçadora apresentou melhor desempenho médio comparativamente as fases de corte e extração, com base nos indicadores Figura 2: Disponibilidade mecânica (DM) DM e EO (Tabela 2). e Eficiência Operacional (EO) acumuladas Tabela 2: Média e desvio padrão dos indi- durante o mês de dezembro de 2011, para cadores de desempenho DM(%) e EO(%), as três máquinas de colheita avaliadas. para as três máquinas de colheita avaliadas Conclusões A utilização de indicadores na avaliação de Máquina DM(%) *SDM EO(%) **SEO sistemas / fases da colheita florestal mecaFeller-buncher 74,46 13,28 53,63 18,03 nizada mostram-se ferramentas importanSkidder 75,38 9,13 56,09 15,45 tes no sentido de se melhorar o desempenho operacional Garra82,20 8,80 70,57 14,23 das máquinas utilizadas e, para reduzir custraçadora tos. Outros indicadores relacionados a qua*SDM= Desvio padrão da DM(%);** SEO = lidade e custo também podem ser utilizados na avaliação de máquinas / fases da colheita Desvio padrão do indicador EO(%). florestal. Indicadores de DM acima de 85% e EO de 70% são considerados rendimentos ade- Referências Bibliográficas quados e, portanto, para as três máquinas / [1] MACHADO, C.C. (coord). Colheita fases do processo de produção da madeira Florestal. 2 ed. Viçosa: UFV, 2008. os resultados foram insatisfatórios, com a etapa de corte apresentando o pior desempenho: DM = 74,46% EO = 53,63%. A explicação para isso se deve a maior complexidade desta etapa, uma vez o Feller-buncher ter de locomover dentro do talhão para cortar e acumular árvores. Estes resultados demonstram necessidade de melhorias no uso das máquinas avaliadas, ou então, substituição destas por outras mais novas, a fim de aumentar os rendimentos operacionais / produtividade. A Figura 2 corresponde ao comportamento dos indicadores DM e EO acumulados para as três etapas da colheita florestal avaliadas (corte, extração e processamento). 42 Resumos Expandidos Avaliação do Forwarder na extração de madeira de Eucalyptus spp., em diferentes distâncias de extração Guilherme José da Costa Passos¹; Maria Carolina de Souza2; Ângelo Márcio Pinto Leite3; Luiz David Oliveira Rabelo2; Ana Flávia Guimarães Paolinelli1 ¹Graduandos Eng. Florestal UFVJM ([email protected]; [email protected]); ²Msc UFVJM ([email protected]; [email protected]); ³Prof. Dr. Departamento de Engenharia Florestal UFVJM ([email protected]) Introdução e Objetivos A colheita da madeira no setor florestal é considerada a fase mais importante economicamente, pois interfere grandemente no custo final do produto [1]. A atividade de extração da madeira é um dos pontos críticos da colheita devido a sua complexidade. Para tanto, um planejamento adequado é essencial para o aumento da produtividade dentro das empresas. O sistema de colheita florestal avaliado foi o de toras curtas e a coleta de dados consistiu no acompanhamento de seis (6) operadores de Forwarder, sendo, operadores 1 e 2 na extração de madeira no projeto CA1 (Cachoeira Alegre 1) e operadores 3, 4, 5 e 6 no projeto AR (Água Rasa) ambos no sistema de 6 metros sem casca. Para cada operador coletou-se 17 ciclos operacionais do Forwarder. A avaliação técnica do Forwarder incluiu a determinação da distância média de extração, calculada pela média da distância percorrida com carga e sem carga. A determinação da produtividade para cada ciclo de extração, determinada pela razão entre o valor médio de carga da máquina, 16 m³ e o tempo total de cada ciclo. Assim, de posse desses valores foi calculada a produtividade efetiva considerando a eficiência operacional da máquina. Posteriormente calcularam-se os parâmetros β0 e β1 para gerar um modelo de produtividade em função da distância Material e Métodos média de extração para cada operador. Este estudo foi conduzido em um Conforme o modelo a seguir: povoamento de clone de Eucalyptus situado no município de Guanhães/MG, O Forwarder analisado é da marca John em setembro de 2012, em espaçamento Deere, modelo 1910 E, capacidade de carga 3x2 m, pertencente a uma empresa de 19 toneladas, motor de 9,0 litros e 249 produtora de celulose. A região apresenta Hp, força de tração de 220 kN e equipado declividades com até 26º de inclinação com uma grua CF8, com alcance de 8,5 (aproximadamente 58%). Os talhões metros e força de rotação bruta de 41 KNm. analisados foram submetidos ao corte raso Apresenta nivelamento e giro automático (primeiro corte). da cabine acompanhando o implemento O comprimento da madeira é uma das variáveis que influencia na produtividade da extração Objetivou-se com este trabalho avaliar a extração com o Forwarder em povoamentos de eucalipto, levando em consideração dois sistemas de toras curtas, assim como estimar a eficiência operacional e a produtividade efetiva por operador. Visou também ajustar uma equação que permita estimar a produtividade efetiva em função da distância de extração. 43 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal de carregamento / descarregamento – grua telescópica de braço e lança hidráulica. As análises foram desenvolvidas no software R[2]. Resultados e Discussão Os elementos da Tabela 1 serviram de base para a realização das análises estatísticas. Analisando os tempos encontrados para cada operador na caracterização dos elementos do ciclo operacional verificouse que o Operador 4 foi o que consumiu o maior tempo total do ciclo. Considerandose que o volume de carga do Forwarder é o mesmo (16m³), a baixa eficiência operacional dos operadores 1 e 2, ambos no projeto CA1, pode ser explicada pela declividade do terreno. Em terrenos mais acidentados os tempos obtidos para cada elemento do ciclo operacional são maiores, devido à dificuldade de deslocamento nessas áreas. A tabela 1 apresenta a distância média de extração para cada operador. À partir destes valores foram obtidas equações para estimar a produtividade em função da distância. Tabela 1. Resultados por operador para cada distância média de extração DME* Tempo Total EO** PE*** (m) Ciclo Operacional (h) (%) (m³/h) 1 83,24 0,3181 88,68 46,14 2 81,76 0,2904 87,08 54,84 3 99,12 0,3254 94,72 48,41 4 140,59 0,3897 96,41 44,57 5 150,88 0,3536 95,57 45,72 6 125,00 0,3215 95,70 49,49 Operador *DME = Distância Média de Extração; **EO = Eficiência Operacional; ***PE = Produtividade Efetiva. 44 A alta eficiência operacional e produtividade encontrada para cada operador se deve ao fato de todas as máquinas em questão serem de última geração, assim como os operadores serem altamente qualificados e experientes. Grandes distâncias a serem percorridas fazem com que a máquina gaste mais tempo no seu deslocamento nas situações vazia ou carregada e, como consequência, há uma diminuição da produtividade. A Figura 1 mostra as tendências médias de operadores em sistemas diferentes. Foi observado que três (3) operadores possuem tendências médias praticamente iguais o que acarretou na sobreposição das linhas de tendência. Figura 1. Variação da produtividade em função da distância média de extração As curvas ajustadas nas diferentes condições de distância de extração representam um decréscimo na produtividade à medida que aumentam as distâncias de extração. Resumos Expandidos Tabela 2. Equações para estimar a produtividade do Forwarder em função da distância de extração para diferentes operadores. Operador Equação R² 1 P = 49,7981 + (-0,0439 x DE) 0,0077 2 P = 71,7715 + (-0,207 x DE) 0,205 3 P = 58,4671 + (-0,1015 x DE) 0,0303 4 P = 72,8288 + (-0,201 x DE) 0,7068 5 P = 63,2953 + (-0,1165 x DE) 0,6148 6 P = 60,3036 + (-0,0865 x DE) 0,6149 P = Produtividade Efetiva (m³/h); DE = Distância Média de Extração (m) A produtividade efetiva varia em função da distância média de extração. A eficiência operacional foi altamente afetada pela baixa velocidade de deslocamento da máquina. Referências [1] JACOVINE, L. A. G. et al. Reflexos da má qualidade na colheita florestal semimecanizada. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO SOBRE COLHEITA E TRANSPORTE FLORESTAL, 3, 1997, Vitória. Anais.... Viçosa, MG: Sociedade de Investigações Florestais, 1997. p.296308. [2] R Core Team (2013). R: A language and environment for statistical computing. Obteve-se para cada ciclo diferentes R Foundation for Statistical Computing, distâncias de extração, o que acarretou Vienna, Austria. ISBN 3-900051-07-0, em amplitudes elevadas da DE por URL http://www.R-project.org/. operador. As distâncias apresentaram [3] SEIXAS, F. Extração. In: MACHADO, baixa correlação quando comparada a C. C. (Org.). Colheita florestal. Viçosa, produtividade, implicando em um valor MG: Universidade Federal de Viçosa, de R ajustado baixo. Tal fato pode ser Imprensa Universitária. p. 89-128. 2002. explicado pelas avaliações terem s ido feitas em terrenos acidentados influenciando os resultados. Outro ponto importante é o desempenho de cada operador, resultado da sua experiência e agilidade na operação. A inclinação do terreno delimita o equipamento a ser utilizado, influenciando diretamente o rendimento operacional da m áquina escolhida. Deve ser respeitada para cada equipamento a sua capacidade máxima de trabalho, de acordo com a declividade e os acidentes do terreno[3]. Conclusão A distância de extração tem implicação direta na produtividade efetiva, visto que o deslocamento da máquina eleva o tempo total do ciclo. 45 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal Avaliação do uso de simulador de realidade virtual Harvester, no treinamento de futuros operadores Harrison Belico Coelho 1; Rogger Miranda Coelho2; Luiz Paulo de Sousa Correia2; Emilio Gonçalves de Souza2;Ângelo Márcio Pinto Leite3 1 Graduando em Eng. Florestal ([email protected]; ); 2Mestrando Programa de Pós-graduação em Ciência Florestal – UFVJM ([email protected]; [email protected];egsflorestal@ gmail.com); 4Prof. Dr. Departamento de Engenharia Florestal – UFVJM ([email protected]) Introdução e Objetivo O treinamento de operadores de máquinas florestais realizado em condições reais não é recomendado do ponto de vista técnico e econômico, devido o alto nível tecnológico das máquinas de colheita, bem como seu elevado custo [1]. Uma metodologia alternativa para capacitação de futuros operadores são os simuladores de realidade virtual. Estes equipamentos contribuem com o treinamento de operadores, aumentando a rapidez do processo de aprendizagem e, consequentemente, diminuindo custos [2]. Neste sentido, objetivou-se com esta pesquisa avaliar a utilização de simulador de realidade virtual Harvester, no treinamento de operadores. Material e métodos O estudo foi desenvolvido no Centro Técnico de Formação de Operadores de Máquinas Florestais (CTFlor), no Departamento de Engenharia Florestal da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), em Diamantina, Minas Gerais. A amostra consistiu de 55 trabalhadores que realizaram o treinamento no CTFlor. Para avaliar o desempenho destes operadores utilizou-se simulador virtual de Harvester equipado com o software da Simlog Simulation. Este software corresponde a sete (07) módulos, a saber: I – Controle das funções do cabeçote Harvester; II – Controle de movimentos do cabeçote; III – Derrubada 46 simples; IV – Derrubada simples e processamento; V - Derrubada simples, processamento e empilhamento; VI - Derrubada múltipla, processamento e empilhamento; e VII – Processamento e empilhamento. Em cada módulo, o programa apresenta relatório com indicadores de desempenho. Utilizaram-se os indicadores tempo (segundos) de execução de cada atividade para os módulos II a VII e, produtividade (m³h-1) no módulo VI. Estes indicadores subsidiam a avaliação do operador com base em metas estabelecidas pelo software. Realizou-se a coleta destes indicadores médios para cada operador no início, no meio e no final de cada módulo. Para padronizar a obtenção dos dados, estes foram coletados a cada 10 repetições. As médias foram comparadas por meio do teste de Tukey a 5% de probabilidade. Resultados e discussão A Figura 1 apresenta os tempos médios de execução de 06 módulos (II ao VII) nos três períodos de coleta de dados estipulados (início, meio e final de cada modulo). O tempo total para a realização dos módulos VI e VII é superior aos demais, por se tratar da operação de derrubada e, ou, processamento de múltiplas árvores. Em todos os módulos, a média final de tempo gasto na execução de cada atividade foi inferior a média do início. O teste de Tukey a 5% de probabilidade comprova a afirmação ante- Resumos Expandidos rior, onde médias seguidas por letras dife- sendo este aumento de produtividade sigrentes indicam haver diferenças estatísticas nificativo pelo teste Tukey (Figura 2). entre as médias. Constata-se assim que o tempo de execução dos módulos influencia a produtividade dos trabalhadores e, portanto, a repetição dos Módulo movimentos em cada etapa é de suma imFigura 1: Tempo médio de execução dos portância para o treinamento adequado dos módulos II a VII em três ocasiões de cofuturos operadores. leta dos dados, inicio, meio e final do treinamento. Conclusões O simulador de realidade virtual Harvester mostrou-se uma ferramenta importante para o treinamento inicial, ao dar ao trabalhador noções básicas de operação da referida máquina e, proporcionar-lhes adquirir destreza e habilidades de movimentos do joystick. Houve incremento significativo na produtividade e decréscimo no tempo de execução dos módulos, no decorrer dos treinA Figura 2 representa os valores médios amentos. de produtividade obtidos no modulo VI. Médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Referências Bibliográficas Tukey a 5% de probabilidade. [1] PACKALÉN, A. Swedish study on harvester simulator training: costs cut, quality maintained. International Forestry Magazine – Timberjack News: n. 3, 2001.p. 20-21 [2] LACERDA, J. F. S. B.; MAZON. Uso de simuladores de realidade virtual no treinamento de operadores na colheita e transporte florestal. In: SEMINARIO DE ATUALIZAÇÃO SOBRE SISTEMAS DE COLHEITA DE MADEIRA E TRANSPORTE FLORESTAL, 12., 2002, Curitiba. Figura 2: Indicador produtividade média Anais... Curitiba: UFPR - FUPEF, p. 133(m³ h-1) de 55 operadores em três momen- 146. tos de coleta dos dados, início, meio e final [3] LOPES, E. S. CRUZINIANI, E. do treinamento. ARAUJO, A. J. SILVA, P. C. Avaliação do As produtividades médias obtidas no treinamento de operadores de harvester com modulo VI foram 23,12; 24,80 e 27,0 m³h- uso de simulador de realidade virtual. Re1 respectivamente, com um incremento de vista. Árvore, Viçosa-MG, v.32, n.2, p.29115,4% do início para o final da avaliação, 298, 2008 47 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal AVALIAÇÃO ERGONÔMICA DO PONTO DE ACESSO AO POSTO DE OPERAÇÕES EM DIFERENTES MÁQUINAS FLORESTAIS DE ACORDO COM A NORMA NBR ISO 4252 Eduardo Leindecker Steiernagel1; Guilherme Casassola Bortolotto2; Thairini Claudino Zavistanovicz3; Airton dos Santos Alonço4; Catize Brandelero5 Graduando Eng. Florestal UFSM ([email protected]); 2Graduando Eng. Florestal UFSM ([email protected]); 3Graduanda Eng. Florestal UFSM (thairini_cz@ hotmail.com); 4Prof. Dr. Departamento de Eng. Rural UFSM, ([email protected]), 5Prof. Dr. Departamento de Eng. Rural UFSM ([email protected]) 1 Introdução e Objetivos O avanço da tecnologia e da legislação trabalhista são os principais fatores passíveis de contribuição na elaboração de projetos de máquinas mais adequadas para minimização do desgaste físico e psíquico, tornando notória a atenção de profissionais de diversas áreas quanto à preocupação com o conforto e a segurança do operador [1]. Amparado no princípio de que a ergonomia visa adequar as diferentes atividades às características, habilidades e limitações de operadores, com vistas ao seu desempenho eficiente, confortável e seguro, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a adequação de medidas ergonômicas e de segurança de acesso ao posto de operação e medidas mínimas do espaço interno, embasadas de acordo com a norma NBR ISSO 4252 da ABNT. Material e Métodos As avaliações foram realizadas na região do “Vale do Taquari”, Rio Grande do Sul, sendo as leituras realizadas com trena métrica. Tomou-se como material de estudo o cortador harvester com máquina base escavadeira 200D LC John Deere e cabeçote Waratah H270E II, trator florestal carregador de toras forwarder John Deere 1710D, feller-buncher John Deere e uma garra traçadora Volvo, conforme Figura 1, A, B, C e D respectivamente. 48 Figura 1. Máquinas utilizadas nas avaliações de conformidade à norma NBR ISO 4252; harvester (A), forwarder (B), feller-Buncher (C), garra traçadora (D). Tomaram-se como base para as avaliações 11 componentes condizentes às dimensões de acesso e conforto interno nas quatro máquinas, estruturados conforme recomendação de MATTAR et al (2010) [2], especificadas na figura 2. Porém, somente no Forwarder os 11 itens foram passíveis de medição. Para o harvester e para o fellerbuncher, o item H- distanciamento de um degrau a outro sucessivo não foi medido porque a máquina possuía apenas um degrau. Finalmente, para a garra-traçadora, máquina em esteira, não foi possível medir o item H, e, tampouco o item I- altura do primeiro degrau em relação ao solo. Resumos Expandidos encontrados estão em desconformidade à NBR ISO 4252. Tabela 1. Comparação entre os onze itens avaliados para dimensões mínimas (mm) de entrada e conforto, segundo NBR ISO 4252 e os valores encontrados à campo para o Harvester, Forwarder, Garra e Feller. Figura 2. Itens avaliados sobre o posto de operação dos tratores agrícolas [2]. Onde: ângulo de abertura da porta (A), largura superior da porta (B), maior largura da porta (C), profundidade do degrau (D), altura da porta do trator ou da plataforma ao toldo (E), largura do degrau e a entrada da plataforma (F), distanciamento do degrau a plataforma (G), distanciamento de um degrau ao outro sucessivo (H), altura do primeiro degrau em relação ao solo (I), distância da entrada ao primeiro obstáculo (J), altura da base do banco (L), dimensão do banco até a cabine (M). *Dimensão Máxima Para o trator florestal forwarder os itens Ealtura da porta do trator ou da plataforma ao toldo, F-largura do degrau e a entrada da plataforma, G-distanciamento do degrau a plataforma, H-distanciamento de um degrau a outro sucessivo, I- altura do primeiro degrau em relação ao solo e J- distância da Resultados e Discussão entrada ao primeiro obstáculo encontramA avaliação das conformidades e compara- se em conformidade a NBR ISO 4252. Já ção com valores especificados pela norma os parâmetros A, B, C, D e M não possuem NBR ISO 4252 em respeito ao espaço in- valores aceitáveis segundo a Norma técnica. terno para as máquinas são apresentadas na Para o feller-buncher, encontram-se em desTabela 1. conformidade os itens A- ângulo de aberConforme exposto, os itens A, C, D, E, F tura da porta, G- distanciamento do degrau e J para o harvester se enquadram nas espe- a plataforma, J- distância da entrada ao pricificações estabelecidas pela norma, onde meiro obstáculo e M- dimensão do banco nenhuma das medidas encontradas estão até a cabine. Finalmente, para a garra traçaabaixo do valor mínimo. Para os itens B- dora, dentre os parâmetros passíveis de melargura superior da porta, G- distancia- dição, somente os itens G- distanciamento mento do degrau a plataforma, I- altura do do degrau a plataforma e M- dimensão do primeiro degrau em relação ao solo e M- banco até a cabine estão em desconformidimensão do banco até a cabine, os valores dade com a Norma Técnica, evidenciando 49 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal assim, maior conformidade comparando vel e seguro para operadores florestais em com as demais máquinas avaliadas. nosso país. Os resultados indicam a existência de inconformidades em relação à Norma técnica. O item M- dimensão do banco até a cabine, por exemplo, apresentou inconformidade em relação à Norma, para as quatro máquinas avaliadas. Observou-se para as três primeiras máquinas, um percentual de 40%, 45,45% e 22,22% respectivamente de inconformidades, gerando empecilhos para a condição ótima dos operadores, expondo estes, a realizarem suas atividades com menor índice produtivo e a um maior risco de acidentes. Referências [1] CORTEZ, J. W.; FURLANI, C. E. A.; SILVA, R. P.; RIBEIRO, M. P.; OLIVEIRA, A. A. Conforto: testes ergonômicos em cabines de tratores e caminhões identificam os fatores que causam maior desgaste físico em operadores e motoristas. Cultivar Máquinas, v.63, p.22-26, 2007. [2] MATTAR, D. M. P.; DALLMEYER, A. U.; SCHLOSSER J. F. ; DORNELLES, M. E. Conformidade de acessos e de saídas de postos de operação em tratores agríDe acordo com Haggström (2013) [3], pescolas segundo norma NBR/ISO 4252. quisadora do Instituto de Pesquisa Florestal Engenharia Agrícola, Jaboticabal, v. 30, n. da Suécia, altos riscos de acidentes, doenças 1, 2010. e lesões devido a deficiências no ambiente de trabalho levam à baixa qualidade de [3] HAGGSTRÖM, C. Principais problevida e menor atratividade para o trabalho mas de operadores de máquinas floresflorestal, bem como perdas de produção e tais. Acesso em: 20/11/2013. Disponível custos mais elevados. Para reduzir esta rea- em: http://www.komatsuforest.com.br/ lidade são necessários esforços contínuos e default.aspx?id =98982. incessantes na melhoria dos ambientes de trabalho, tornando assim, recomendações importantes para as máquinas avaliadas nesse trabalho. Conclusão Os resultados obtidos na avaliação permitem afirmar que apenas 50% e 55% dos itens avaliados para forwarder e harvester, respectivamente, mostraram-se de acordo com a normativa estabelecida pela NBR ISO 4252, para a garra e feller-buncher, respectivamente 77% e 60% dos itens estão de acordo com a Norma técnica. Estas medidas devem ser analisadas e futuramente projetadas para que os novos exemplares das máquinas estejam 100% de acordo com as exigências da Norma NBR ISO 4252, garantindo assim um ambiente mais saudá- 50 Resumos Expandidos AVALIAÇÃO OPERACIONAL DO TRATOR FLORESTAL “CHOCKER SKIDDER” NA EXTRAÇÃO DE MADEIRA EM TERRENOS DECLIVOSOS Carlos Cézar Cavassin Diniz¹; Eduardo da Silva Lopes² ¹ Bolsista de Iniciação Científica e Graduando em Eng. Florestal UNICENTRO ([email protected]); ² Prof. Dr. Departamento de Engenharia Florestal UNICENTRO ([email protected]) Introdução e Objetivos e suas respectivas causas. Em seguida, obteve a eficiência operacional e a produtividade da máquina em diferentes condições de declividade e distância de extração. Foi ajustado um modelo de regressão em cada declividade, verificando a relação entre as Trata-se de um dos pontos críticos do provariáveis dependente (produtividade) e incesso produtivo, onde o custo da madeira dependente (distância de extração). chega a ser 25 vezes maior que o transporte principal [1], além de ser influenciada pela experiência do operador, condições do po- Resultados e Discussão voamento e terreno, distância de extração, Estudo de Tempos e Movimentos tipos de máquinas, etc., que interferem diA constituição dos tempos médios dos eleretamente na produtividade e nos custos de mentos do ciclo operacional do skidder de produção [2]. cabo é apresentada na Figura 2. O arraste Neste aspecto, a extração de madeira em do cabo e engate das correntes consumiu regiões montanhosas pode ser conside- o maior tempo (28%) do ciclo operaciorada um grande desafio para as empresas nal, seguido pelo desengate das correntes florestais, exigindo um alto nível de plane- (11%), ocasionado pelas dificuldades de jamento, bem como o desenvolvimento de uso das correntes que ficavam presas nas máquinas e equipamentos específicos para árvores arrastadas. essas condições, capazes de aliar os custos e a interferência no meio ambiente. Material e Métodos Este trabalho objetivou realizar uma avaliação operacional do trator florestal Skidder O trabalho foi realizado em uma empresa de Cabo (Chocker Skidder) no arraste de ma- localizada no Sul do Estado de São Paulo, deira em diferentes condições operacionais, em povoamentos de Pinus taeda L. no regisubsidiando a eficiência operacional e redu- me de corte raso e região montanhosa. O sistema de colheita de madeira era de árção de custos. vores inteiras, sendo a derrubada realizada (VV), arraste do cabo e engate das corcom uso de motosserras e a extração com rentes (AE), guinchamento (GC), viagem o trator florestal Skidder de Cabo da marca carregado (VC), desengate das correntes Caterpillar e modelo 525 (Figura 1). (DG) e manobra da máquina e arrumação da carga (AB). Foram consideradas as interrupções operacionais e não operacionais A extração consiste na retirada da madeira do interior para a margem do talhão ou pátios intermediários, sendo a etapa mais complexa da colheita de madeira. 51 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal camento de pessoal (16,5%), as principais causas. Análise da Produtividade Figura 1. Skidder de cabo estudado. Foi realizado um estudo de tempos e movimentos da operação de arraste pelo método de tempos contínuos. O ciclo operacional da máquina foi subdividido nos seguintes elementos parciais: viagem vazia Figura 2. Distribuição do percentual dos tempos do ciclo operacional do Skidder. Como pode ser visto na Figura 3, em ambas as declividades estudadas, a produtividade média do Skidder de Cabo decresceu com o aumento da distância de extração. Na menor distância (25 m), a produtividade da máquina foi de 17,6 e 11,9 m³ nas declividades I e II, respectivamente, com diferença significativa pelo teste t ao nível de 5% de probabilidade. Nas demais classes foi possível observar que, com o aumento da distância de extração, independente da declividade, houve uma diminuição da produtividade da máquina, com diferenças significativas entre 25 e 50 m e 50 e 75 m pelo teste t (P<0,05) Em relação à declividade, verificou-se que, o Skidder de Cabo apresentou produtividade média superior na classe suave ondulada em relação à declividade acidentada. Ao analisar a influência da declividade do terreno na produtividade da máquina, constatou-se que houve uma redução na produtividade média com aumento da declividade, sendo mais evidente nas menores distâncias de extração. A redução da produtividade com o aumento da distância de extração mostrou-se não significativa pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. As interrupções operacionais e não operacionais consumiram 40% do tempo total, acarretando uma eficiência operacional média de 60%. Dentre as interrupções ocorridas, 74% foram ocasionadas por fatores operacionais, que poderão ser reduzidos com a melhoria do planejamento da operação. As principais causas observadas foram: limpeza do estaleiro (22,1%), deslocamento da máquina entre talhões (19,1%) e manutenção corretiva (20,5%), ressaltando ainda o fato que apenas 6,1% do tempo foi destinado à manutenção preventiva, mostrando a necessidade de melhorias no planejamento para aumento da disponibilidade mecâniFigura 3. Produtividade observada do Skica e eficiência operacional. dder em função das distâncias de extração e As interrupções não operacionais foram declividade. de 26%, sendo a chuva (39,4%) e o deslo- 52 Resumos Expandidos Em função das diferenças de produtividades médias obtidas em cada distância de arraste, optou-se por estimar equações individuais por classe de declividade. A declividade e a distância de extração são fatores que afetam significativamente a operação do Skidder de Cabo, pois quanto maior a declividade do relevo, maior a distância de arraste dos feixes, com consequente redução de produtividade e aumenNa Figura 4 é mostrado o comportamento to dos custos de extração. da produtividade do Skidder de Cabo nas classes de declividade e distâncias de extração, considerando-se um volume médio de Conclusões arraste de 15,34 m³ e 10,87 m³, nas declivi- As interrupções operacionais contribuídades suave ondulada e acidentada, respec- ram para a baixa eficiência operacional e tivamente. produtividade da máquina, evidenciando a necessidade de melhorias no planejamento da extração. O aumento da distância de extração e declividade do terreno contribuiu para a redução da produtividade da máquina, sendo variáveis importantes a serem consideradas no planejamento operacional. Referências Bibliográficas [1] BIRRO, M. H. B.; MACHADO, C. C.; SOUZA, A. P. MINETTI, L. J. Avaliação técnica e econômica da extração de madeira de eucalipto com “track skidder” em região montanhosa. Revista Árvore, Viçosa, v. 26, n. 5, p. 525-532, 2002. [2] OLIVEIRA, D.; LOPES, E.S.; FIEDFigura 4. Valores observados e estimados LER, N.C. Avaliação técnica e econômica do Skidder nas classes de declividade suave do Forwarder na extração de toras de pinus. ondulada (a) e acidentada (b). Scientia Forestalis, Piracicaba, v.37, n.84, p.525-533, 2009. As equações foram consideradas aceitáveis [3] PENNA, E. S. Avaliação ergonômica para estimar o volume de árvores arras- e ambiental de cabos aéreos na colheita de tadas pelo Skidder de Cabo nas diferentes pinus em Cerro Azul, PR. 2009. 155p. Disdistâncias de extração. As equações foram sertação (Mestrado em Ciência Florestal) então utilizadas para estimar a produtivida- – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, de média da máquina em relação à distância 2009. de extração. Nesse caso, para cada classe de declividade I e II, sendo os resultados coerentes com a tendência encontrada nos valores observados. 53 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal AVALIAÇÃO TÉCNICA DA EXTRAÇÃO DE MADEIRA DE EUCALYPTUS SPP. COM O FORWARDER PARA DOIS TAMANHOS DE TORAS Ana Flávia Guimarães Paolinelli1; Maria Carolina de Souza2; Ângelo Márcio Pinto Leite3; Luiz David Oliveira Rabelo2; Guilherme José da Costa Passos1 1 Graduandos em Engenharia Florestal UFVJM([email protected]; gjcpassos@ gmail.com); 2Msc UFVJM ([email protected]; [email protected]), 3Prof. Dr. Departamento de Engenharia Florestal UFVJM ([email protected]); Introdução e Objetivos A extração de madeira constitui uma das etapas da colheita florestal mais complexa e onerosa, principalmente em áreas declivosas [1]. A adoção de um planejamento adequado da colheita de madeira é essencial para aumentar a produtividade e a competitividade das empresas, dado o alto custo desta atividade. Uma das variáveis que influencia na produtividade da extração é o comprimento da madeira. Neste sentido, objetivou-se avaliar a extração com o Forwarder em povoamentos de eucalipto levando em consideração dois sistemas de toras curtas, bem como estimar a produtividade efetiva para cada distância de extração a partir de uma equação. Material e Métodos Esta pesquisa foi conduzida em um povoamento de clone de Eucalyptus (espaçamento 3x2 m) de uma empresa produtora de celulose, situado no município de Guanhães/MG, em setembro de 2012. A região apresenta declividades com até 26º de inclinação (aproximadamente 58%). Os talhões analisados foram submetidos ao corte raso (primeiro corte). O sistema de colheita florestal avaliado foi o de toras curtas com dois comprimentos de madeira. A coleta de dados consistiu no acompanhamento de 4 operadores de Forwarder sendo, operadores 1 e 2 na extração de madeira de 6 metros sem 54 casca e operadores 3 e 4 sistema de 3 metros com casca, nos projetos CA1 e CA2 respectivamente para cada sistema de colheita. Para cada operador coletou-se 11 ciclos operacionais do Forwarder. A avaliação técnica do Forwarder compreendeu a determinação da distância média de extração, calculada pela média da distância percorrida com carga e sem carga pelo Forwarder. A produtividade para cada ciclo de extração foi determinada pela razão entre o valor médio de carga da máquina, 16 m³ e o tempo total de cada ciclo. Assim, de posse desses valores foi calculada a produtividade efetiva, considerando a eficiência operacional da máquina. Posteriormente calcularam-se os parâmetros β0 e β1 para gerar um modelo de produtividade em função da distância média de extração para cada operador. Conforme o modelo a seguir: Prod.= β0 + β1 * DE O Forwarder analisado é da marca John Deere, modelo 1910 E, capacidade de carga de 19 toneladas, motor de 9,0 litros e 249 Hp, força de tração de 220 kN e equipado com uma grua CF8, com alcance de 8,5 metros e força de rotação bruta de 41 KNm. Apresenta nivelamento e giro automático da cabine acompanhando o implemento de carregamento / descarregamento – grua telescópica de braço e lança hidráulica. As análises foram desenvolvidas no software R[2]. Resumos Expandidos Resultados e Discussão Tabela 1. Resultados por operador para Analisando os tempos encontrados para cada distância média de extração cada operador na realização dos elementos Tempo total DME* EO** PE*** do ciclo operacional verificou-se que, o Operaciclo operador (m) (%) (m³/h) cional (min) Operador 4 foi o que consumiu maior tempo de carregamento e descarregamento, 1 91,82 0,311 88,68 45,60 influenciando na duração do tempo total do 2 90,91 0,305 87,08 45,63 ciclo. Por intermédio da Figura 1 observa3 125,45 0,412 89,90 34,95 se uma grande heterogeneidade entre os 4 123,64 0,448 95,17 33,96 valores, uma vez o volume carregado pelo Forwarder ser o mesmo (16m³). Tal fato é *DME = Distância média de extração; explicado pelo comprimento das toras. Os **EO = Eficiência Operacional; ***PE = operadores 3 e 4, ambos trabalhando com Produtividade efetiva. toras de 3m de comprimento com casca gastaram maior tempo de carregamento A alta produtividade encontrada se deve e descarregamento, uma vez que para ao fato de todas as máquinas em questão completar a carga houve necessidade de um serem de última geração, bem como a experiência e grande capacidade de maior número de atividades parciais. trabalho de cada operador. Nota-se que o Operador 3 apresentou maior distância de extração e menor produtividade comprovando que, a distância média de extração (DME) é uma variável que afeta diretamente a produtividade do Forwarder. Uma maior distância a ser percorrida requer um maior tempo no deslocamento da máquina, tanto vazia quanto carregada e, em consequência, uma diminuição Figura 1. Tempo consumido para cada da produtividade. A Figura 2 mostra as elemento do ciclo operacional. para cada tendências médias da produtividade em operador. função da DME. A tabela 1 apresenta a distância média de extração para cada operador. A partir destes valores foram obtidas equações para estimar a produtividade em função da distância. Figura 2. Variação da produtividade em função da distância média de extração 55 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal Tabela 2. Equações estimadas para a que mais influenciou o tempo total do ciclo determinação da produtividade do Forwarder operacional do Forwarder. para cada operador, em função da distância de extração Referências Operador Equação 1 P = 59,6356 -0,0662 x DE 2 P= 72,9276-0,2117 x DE 3 P = 43,6452-0,0555 x DE 4 P = 57,1833-0,132 x DE [1] LOPES, E. S. Máquinas e implementos utilizados na Colheita Florestal. Viçosa: 0,0088 Aprenda Fácil, 2001. 0,2069 [2] R Core Team (2013). R: A language and environment for statistical computing. 0,0784 R Foundation for Statistical Computing, 0,3882 Vienna, Austria. ISBN 3-900051-07-0, URL http://www.R-project.org/. R² P = produtividade efetiva (m³/h); DE = [3] SEIXAS, F. Extração. In: MACHADO, C. C. (Org.). Colheita florestal. Viçosa, distância média de extração (m) MG: Universidade Federal de Viçosa, Imprensa Universitária. p. 89-128. 2002. As amplitudes elevadas para as distâncias de extração para cada ciclo operacional avaliado implicaram em um valor de R2 ajustado relativamente baixo. Tal fato também pode ser explicado pelas avaliações terem sido feitas em terrenos muito acidentados, gerando resultados discrepantes para cada operador. A inclinação do terreno delimita o equipamento a ser utilizado, influenciando diretamente o rendimento operacional da máquina escolhida. Assim, para cada equipamento deve ser respeitada a sua capacidade máxima de trabalho, de acordo com a declividade e os acidentes do terreno [3]. Conclusão Para maiores distâncias de extração se obteve uma menor produtividade do Forwarder. Um maior comprimento de toras pode implicar em uma maior produtividade efetiva, podendo esta variar em função da distancia média de extração. O tempo de carregamento foi a variável 56 Resumos Expandidos AVALIAÇÃO TÉCNICA E ECONÔMICA DE TRÊS GARRAS TRAÇADORAS OPERANDO EM DIFERENTES COMPRIMENTOS DE TORAS Fabrícia Conceição Menez Mota¹, Reginaldo Sérgio Pereira²; Ailton Teixeira do Vale ³ ¹Doutoranda em Ciências Florestais - UnB ([email protected]); ² Prof.Dr. Departamento de Engenharia Florestal UnB ([email protected]); ³ Prof.Dr. Departamento de Engenharia Florestal UnB ([email protected]). Introdução e objetivos O progresso da mecanização da colheita florestal intensificou-se nos últimos anos, desencadeando mais pesquisas sobre os rendimentos operacionais e de estimativa dos custos [1], devido à importância do percentual dos custos de produção de florestas comerciais [2]. O objetivo do trabalho foi analisar técnica e economicamente a operação do traçamento florestal para toras de 2m, 3m e 6m de comprimento. Material e Métodos A área de estudo pertence à Votorantim Siderurgia, Grupo Votorantim, localizada no Noroeste do Estado de Minas Gerais. O clima da região é tropical úmido com subtipo clima de savana e possuem duas estações bem definidas, inverno seco de maio a setembro e chuvoso de outubro a abril [3]. A latitude é 17º36’09” e a longitude é 46º42’02” Oeste de Greenwich, e altitude de 550m [4]. Para a análise de tempos e movimentos foram coletados os elementos do ciclo operacional, foi utilizado o cronômetro EXTECH 365535, Split memory 500 Lap para coleta desses dados. Os elementos do ciclo operacional da Gar- ra Traçadora coletados foram: I - Tempo de deslocamento: tempo necessário para o deslocamento da máquina até o feixe; II - Tempo de pegadas: é o tempo contabilizado desde a abertura da garra até o deslocamento do feixe para a pilha formada; III - Tempo de posicionamento: tempo necessário para a adaptação e medição da tora de acordo com as especificações da empresa; IV - Tempo de traçamento: inicia-se com o acionamento do sabre sobre a tora e assim, ocorrendo o seccionamento das árvores em toras; V - Tempo de soltura: movimento gerado pela abertura da Garra Traçadora e depósito no feixe de toras cortadas; e VI - Tempo de interrupções: tempo gasto em interrupção durante a realização do traçamento das toras. Foram coletados dados de três Garras Traçadoras. A máquina I é adaptada, escavadeira da marca Hyunday,modelo1806C, potência de 160CC, possui uma Garra Traçadora MSU e sabre da marca Oregon 11BC/H. A escavadeira apresentou aproximadamente 30.000 horas de uso e foi utilizada para o traçamento da madeira de 3m. A máquina II possui uma Garra Traçadora e sabre, escavadeira da marca Doosan 225 57 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal LCA. A escavadeira apresentava aproxima- racionais, respectivamente. A intensidade damente 6.000 horas de uso. Foi utilizada amostral mostrou a necessidade de coleta de aproximadamente 409, 350 e 436 ciclos. para o traçamento da madeira de 6 m. A máquina III é uma máquina adaptada, es- O tempo médio do ciclo de trabalho foi de: cavadeira da marca Cattepiller, modelo 320 59,90; 115,86 e 92,72 s. O tempo médio do D com Garra Traçadora e sabre. A escava- ciclo operacional para a Garra Traçadora deira apresentou aproximadamente 2.900 I, responsável pelo traçamento de árvores horas de uso. Foi utilizada para o traçamen- em toras de 3 metros, apresentou o menor tempo médio do ciclo de trabalho, compato da madeira de 2m. rado ao tempo médio da Garra Traçadora As características dendrometricas das áreas II - traçamento de árvores em toras de 6m trabalhadas estão descritas na Tabela 1. – e a Garra Traçadora III, utilizada para o Tabela 1: Características dendrométricas traçamento de árvores em toras de 2m. das áreas trabalhadas. O menor tempo médio por ciclo da GarDAP Altura Volume Nº ra Traçadora I é justificado pelo número Volume Máquimédio média médio/ arv. na (m³/ha) de árvores por ciclo operacional, média de (cm) (m) árvore /ha I 23,29 25,26 110,46 0,442 249 1,67 árvores. A Garra Traçadora mostrou II 14,24 22,32 328,26 0,277 1183 maior facilidade de operar quando havia III 14,19 22,85 235,39 0,181 1300 menor número de árvores por ciclo, justiO número ideal de amostras de cada etapa ficado pelo elevado diâmetro das árvores. foi estabelecido com base na precisão de As árvores foram oriundas de SAF’s, o que erro estabelecido de 10% e 95% de proba- explica o menor número de árvores agarrabilidade definida. Para os cálculos da pro- das pela Garra. O percentual dos elementos dutividade (Prod(m³/he)), eficiência ope- do ciclo operacional das Garras Traçadora racional (EO) e disponibilidade mecânica é mostrado na Figura 1. (DM) foram necessários o tempo em horas efetivas, horas paradas e tempo em manutenção. A avaliação econômica envolveu a determinação dos custos operacionais e do custo de produção. O custo operacional total do sistema produtivo foi dividido em custos fixos (CF), variáveis (CV) e de administração (CA). Resultados e Discussões Figura 1:Figura 48: Composição percentual Foram coletadas para as Garras Traçado- do ciclo operacional das Garras Traçadoras ras I, II e III: 412; 352 e 438 ciclos ope- 58 Resumos Expandidos I, II e III. A – percentual do tempo total consumido pelos elementos operacionais, B – consumo efetivo dos elementos do ciclo operacional e C – percentual das interrupções inerentes. 6m, em área com produtividade de 300m³/ ha, alcançou o valor de 0,63US$/m³, valor abaixo ao encontrado nesse estudo, 1,11 US$/m³ e semelhante ao valor simulado para a gestão verticalizada 0,59 US$/m³. As interrupções acarretaram uma eficiência operacional de 71,05%, 56, 97% e 46,55% para Garra Traçadora I, II e III, respectivaTabela 3: Custo de produção para o traçamente (tabela 2). mento de toras de 3, 6 e 2m e simulação dos Tabela 2: Rendimento operacional das Gar- custos na gestão verticalizada e terceirizada. ras Traçadoras I, II e III. AD – média de Garra CT C prod EO % árvores por ciclo de trabalho. Traçadora (US$/he) (US$/m³) Garra Traçadora AD Prod (m³/ he) EO % DM I 1,67 13,97 71,05 99,45 II 18 108,68 56,97 79,54 III 20 50,97 46,55 96,92 A Produtividade da Garra Traçadora foi menor, em relação ao traçamento de toras em 6m e 2m. Tal resultado pode ser explicado pelo número de árvores traçadas por ciclo de trabalho e potência da Garra Traçadora. A empresa apresentava máquinas próprias, alugadas e terceirizadas. A Garra Traçadora utilizada para o traçamento de toras de 3m pertence à empresa, enquanto que as Garras utilizadas no traçamento de toras de 6 e 2m são terceirizadas. O custo de produção para o traçamento de árvores em toras de 3m foi de 3,26 (US$/ m³), enquanto que para o traçamento de toras em 6 e 2m foi de 1,11 e 2,38 (US$/ m³), respectivamente (Tabela 3). Estudos realizados por [5] e [6], na avaliação econômica de uma Garra Traçadora, madeira de I 71,06 45,61 3,26 II 46,97 121,21 1,11 II¹ 46,97 64,83 0,59 III 46,55 121,56 2,38 III¹ 46,55 65,42 1,28 ¹ Simulação dos custos para gestão verticalizada. Conclusões Na análise do traçamento florestal em toras de 3 m, 6 m e 2 m. Pode se concluir que o traçamento de árvores em toras de 6 m alcançou maior produtividade, valor de 108,68 m³/he. Tal rendimento é justificado pelo menor número de traçamento por árvore, conseqüentemente menor gasto de tempo no traçamento do feixe. Referências Bibliográficas [1] SIMÕES, D.; IAMONTI, I. C.; FENNER, P. T.Avaliação técnica e econômica do corte de eucalipto com feller buncher em diferentes condições operacionais. Revista Ciência Florestal, v. 20, n. 4, p. 649-656, 2010. 59 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal [2] MACHADO, C. C.; LOPES, E. S. Análise da influência do comprimento de toras de eucaliptos na produtividade e custos da colheita e transporte florestal. Revista Cerne, V.6, N.2, P. 124-129, 2000. [3] SILVA, F. A. M. de.; ASSAD, E. D.; EVANGELISTA, B. A. Caracterização Climática do Bioma Cerrado.SANO, S. M.; ALMEIDA, S. P. D.; RIBEIRO, J. F (org.). In: Cerrado: Ecologia e Flora. Embrapa Cerrados - Brasília DF: Embrapa Informação Tecnológica, v. 2, 2008. 88 p. [4] SOUZA, A. N. D. Crescimento, produção e análise econômica de povoamentos clonais de Eucalyptus sp em sistemas agroflorestais. 203 f.. Tese (Doutorado em Engenharia Florestal) - Universidade Federal de Lavras, Lavras - MG, 2005. [5] LOPES, S. E. Análise técnica e econômica de um sistema de colheita florestal. Tese (Doutorado em engenharia agrícola). Universidade Federal de Viçosa, Viçosa MG, 124f. 2007. [6] LOPES, S. E.; FERNANDES, H.C.; SANTOS, N. T.; RINALDI, P. C. N. Avaliação técnica e econômica de uma Garra Traçadora operando em diferentes produtividades. Revista Scientia Forestalis. Piracicaba, v.36, n.79, p.215-222, set. 2008. 60 Resumos Expandidos AVALIAÇÃO TÉCNICA E ECONÔMICA DO CORTE DE EUCALIPTO COM FELLER BUNCHER EM DIFERENTES CONDIÇÕES Fabrícia Conceição Menez Mota¹, Reginaldo Sérgio Pereira²; Ailton Teixeira do Vale³ ¹Doutoranda em Ciências Florestais - UnB ([email protected]); ² Prof.Dr. Departamento de Engenharia Florestal UnB ([email protected]); ³ Prof.Dr. Departamento de Engenharia Florestal UnB ([email protected]). Introdução e objetivos A avaliação econômica e técnica é uma ferramenta utilizada no planejamento da colheita florestal. Vários estudos já foram realizados com sistemas de colheita florestal, envolvendo diferentes condições e situações de trabalho em campo, visando identificar gargalos na produção em virtude do mau aproveitamento do tempo ou identificar pontos que possam ser melhorados nas atividades diárias [1]; [2]; e [3] O objetivo do trabalho foi analisar técnica e economicamente, a operação de corte florestal em diferentes áreas de estudo. Material e Métodos A área de estudo pertence à Votorantim Siderurgia, Grupo Votorantim, localizada no Noroeste do Estado de Minas Gerais. O clima da região é tropical úmido com subtipo clima de savana e possuem duas estações bem definidas, inverno seco de maio a setembro e chuvoso de outubro a abril [4]. A latitude é 17º36’09” e a longitude é 46º42’02” Oeste de Greenwich, e altitude de 550m [5]. Para a análise de tempos e movimentos foram coletados os elementos do ciclo operacional, foi utilizado o cronômetro EXTECH 365535, Split memory 500 Lap para coleta desses dados. O sistema de colheita analisado foi o de árvores inteiras. Os elementos do ciclo operacional do feller-buncher coletados foram: I - Tempo de deslocamento: tempo necessário para a máquina deslocar e posicionar o cabeçote na árvore que será cortada; II - Tempo de abate: é o tempo gasto para o corte da árvore rente ao nível do solo, enquanto os braços do cabeçote permanecem fechados; III - Tempo de tombamento: tempo gasto com o deslocamento do cabeçote, após o corte da árvore, até o rebaixamento e abertura dos braços do cabeçote para o depósito das árvores no feixe; IV – Tempo de interrupções: tempo gasto em interrupção durante a realização do corte das árvores. A função do feller buncher é derrubar as árvores e embandeirar. A máquina analisada era composta por uma escavadeira hidráulica, com rodados de esteiras, marca Caterpillar, modelo 320 C, potência de 187CC. O cabeçote de feller-buncher com sistema de disco da marca Caterpillar, modelo HF 181, potência de 3700 RPM e braços acumuladores com alcance de 7m. O feller - buncher apresentou 30.000 horas de uso. Foram coletados dados de tempos e movimentos em duas áreas diferentes, com a mesma máquina e operadores diferentes. As características dendrométricas das áreas trabalhadas estão descritas na Tabela 1. 61 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal Tabela 1: Características dendrométricas dos elementos do ciclo operacional do fellerdas áreas trabalhadas. buncher nas áreas I e II pode ser visualizado na Figura 1. Área DAP Altura Volume Volume médio média médio/ (m³/ha) (cm) (m) árvore Nº arv. /ha Área I 14,30 23,60 339,95 0,295 1151 Área II 13,49 21,74 316,37 0,261 1293 O número ideal de amostras de cada etapa foi estabelecido com base na precisão de erro estabelecido de 10% e 95% de probabilidade definida. Para os cálculos da produtividade (Prod(m³/he)), eficiência operacional (EO) e disponibilidade mecânica (DM) foram necessários o tempo em horas efetivas, horas paradas e horas em manutenção. A avaliação econômica envolveu a determinação dos custos operacionais e do custo de produção. O custo operacional total do sistema produtivo foi dividido em custos fixos (CF), variáveis (CV) e de administração (CA). Figura 1: Composição percentual do ciclo operacional do feller-buncher. A – percentual do tempo total consumido pelos elementos operacionais, B – consumo efetivo dos elementos do ciclo operacional e C – percentual das interrupções inerentes e técnicas e operacional. As interrupções acarretaram uma eficiência operacional de 57,09% e 72,97% (Tabela 2) Foram coletados 214 e 596 ciclos opera- para o feller buncher nas áreas I e II, respeccionais para o feller-buncher nas áreas I e II, tivamente enquanto que a intensidade amostral mostrou a necessidade de coleta de 207 e 376 Tabela 2: Rendimento operacional do fellerciclos, respectivamente. O tempo médio buncher. AD – média de árvores derrubadas do ciclo de trabalho foi de 73,97 e 61,90 por ciclo de trabalho. segundos para as áreas I e II, respectivamente. O maior tempo gasto pelo fellerbuncher na área I pode ser justificado pelo Prod DM tombamento de árvores, após uma ventania Área AD (m³/he) EO% que ocorreu na região de estudo. Isso difi- Área I 3,5 88,59 57,09 82,62 cultou o rendimento do trabalho, visto que, Área II 4,7 99,52 72,97 100 o feller-buncher foi desenvolvido para abater A disponibilidade mecânica mostrou-se árvores em pé. A média dos elementos do ciclo operacional do feller-buncher na área I baixa para as duas máquinas. Tal resultado é foi menor, quando comparadas à média do explicado pela recente manutenção prevenciclo operacional na área II. Esses valores tiva, realizada na máquina, antes do período podem ser relacionados ao nível de treina- da coleta de dados. mento do operador florestal. O percentual Resultados e Discussões 62 Resumos Expandidos Considerando uma taxa de juros de 12% a.a, o custo de produção do feller - buncher para as áreas I e II apresentou uma diferença de aproximadamente 14% em relação ao custo do m³ da madeira derrubada/empilhada (Tabela 3). O maior custo de produção para a área I pode ser explicado pela eficiência operacional e condições da área de trabalho, descrita na análise técnica. Tabela 3: Custo de produção do feller-buncher para a derrubada e empilhamento. Área EO% CT (US$/he) Cprod(US$/m³) I 66,95 58,07 0,65 II 72,97 56,37 0,54 O custo de produção em (US$/m³), do Feller - buncher para as diferentes áreas foi de 0,65 e 0,54, respectivamente. [6] e [7], encontraram o valor de 1,64 (US$ m³) para a mesma produtividade analisada nesse estudo, 300m³/ha. [8] ao avaliar a produtividade e o custo operacional do corte florestal com feller-buncher, em área com média de 195,82 (m³/ha), alcançou os valores de 48,8m³/he e 94,29 US$/he, respectivamente. Conclusões Por meio da análise técnica e econômica, pode-se verificar que o nível de treinamento do motorista e as condições do ambiente influenciaram diretamente na eficiência operacional e produtividade. Referências Bibliográficas [1] SIMÕES, D.; IAMONTI, I. C.; FENNER, P. T.Avaliação técnica e econômica do corte de eucalipto com feller - buncher em diferentes condições operacionais. Revista Ciência Florestal, v. 20, n. 4, p. 649-656, 2010. [2] SILVA, E. N.; MACHADO, C.C.; MINETTE, L.J.; FERNANDES, H.C.; SILVA, M.L; JACOVINE, L. A. Avaliação técnica e econômica do corte mecanizado de Pinus sp. com Harvester. Revista Árvore, v. 34, n. 4, p. 745-753, 2010. [3] LOPES, S. E.; FERNANDES, H. C.; SANTOS, N. T.; RINALDI, P. C. N. Avaliação técnica e econômica de uma garra traçadora operando em diferentes produtividades. ScientiaForestalis, v. 36, n. 79, p. 215222, 2008. [4] SILVA, F. A. M. de.; ASSAD, E. D.; EVANGELISTA, B. A. Caracterização Climática do Bioma Cerrado.SANO, S. M.; ALMEIDA, S. P. D.; RIBEIRO, J. F (org.). In: Cerrado: Ecologia e Flora. Embrapa Cerrados - Brasília DF: Embrapa Informação Tecnológica, v. 2, 2008. 88 p. [5] SOUZA, A. N. D. Crescimento, produção e análise econômica de povoamentos clonais de Eucalyptus sp em sistemas agroflorestais. 203 f.. Tese (Doutorado em Engenharia Florestal) - Universidade Federal de Lavras, Lavras - MG, 2005. [6] LOPES, S. E. Análise técnica e econômica de um sistema de colheita florestal. Tese (Doutorado em engenharia agrícola). Universidade Federal de Viçosa, Viçosa MG, 124f. 2007. [7] FERNANDES, H. C.; LOPES, S. E.; TEIXEIRA, M. M.; MINETTE, L. J.; RINALDI, P. C. N.; BERNADE, A. M. Avaliação das características técnica e econômica de um sistema de colheita florestal de árvores inteiras. Revista Scientia Forestalis, Piracicaba, v. 37, n.83, p. 225-232, set. 2009. [8] NASCIMENTO, A.C.; LEITE, A. M. P.; SOARES, T. S.; FREITAS, L. C. Avaliação técnica e econômica da colheita florestal com Feller Buncher. Revista Cerne, Lavras. v. 17, n.1, p. 9-15, jan./mar. 2011. 63 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal CARGA FÍSICA DE TRABALHO E ANÁLISE BIOMECÂNICA DAS OPERAÇÕES DE COLHEITA FLORESTAL EM ÁREAS DECLIVOSAS NO SUL DO ESPÍRITO SANTO Weslen Pintor Canzian1; Nilton Cesar Fiedler2; Jair Krause Junior3; Igor Batista Brinate4; Kelly Nery Bighi5 Mestrando Eng. Florestal, UFES ([email protected]); Prof. Dr. Departamento de Ciências Florestais e da Madeira, UFES (nilton.fiedler@ ufes.br) ; 3 Engenheiro Florestal ([email protected]); 4 Mestrando Eng. Florestal, UFES ([email protected]); 5 Mestranda Eng. Florestal, UFES (kelly_ [email protected]) 1 2 Introdução e Objetivos As condições de trabalho nas operações de corte florestal, principalmente em áreas inclinadas, em geral, são árduas e pesadas, exigindo grande esforço físico do trabalhador, podendo causar desconforto durante a execução das operações [1]. Estes trabalhos muitas vezes são realizados de forma incorreta e com intensidade elevada, podendo gerar um déficit na saúde, causando problemas na coluna e lombalgias [2]. As avaliações ergonômicas têm contribuído de forma positiva nas condições de trabalho humano, elevando a qualidade de vida, Figura 1: representação da declividade das que é condição fundamental para o sucesso áreas da pesquisa. de uma empresa ou empreendimento [3]. Esta pesquisa teve o objetivo de analisar a A carga física de trabalho foi analisada com carga física de trabalho, as posturas e os pe- o uso de um monitor de frequência cardíasos manuseados durante a colheita florestal ca, instalado no tórax do operador durante semimecanizada em áreas declivosas no sul as operações. Foi utilizada a metodologia de [4] que classifica a carga física em função do Espírito Santo. dos batimentos cardíacos (Tabela 1). Material e métodos A pesquisa foi realizada na região sul do Espírito Santo, nos municípios de Guaçuí e Divino de São Lourenço. Foram escolhidos terrenos acidentados com declividade média acima de 30% (Figura 1). 64 Resumos Expandidos Tabela 1: Classificação da freqüência cardí- Resultados e discussão aca Para análise da carga física de trabalho, as frequências cardíacas coletadas para cada Frequência operação, foram processadas de forma inClassificação cardíaca dividual para cada operador. Na Tabela 2 (bpm) estão todas as médias referentes à carga fíMuito leve ≤ 75 bpm sica de trabalho de cada atividade. Mediamente pesado >75 ≤100 bpm Pesado >100 ≤ 125 bpm Extremamente pesado > 125 bpm Para análise das posturas adotadas pelos trabalhadores, foram realizadas filmagens dos trabalhadores em perfil em cada fase do ciclo de trabalho. As imagens foram congeladas a cada 5 segundos, possibilitando dessa forma medir e classificar os ângulos das articulações dos ombros, braços, cotovelo, quadril, joelho e tornozelo. Para análise das posturas, foi utilizado o modelo OWAS (Ovako Work Analisis System” da Finlândia). Os pesos manuseados, de todas as cargas puxadas, levantadas e empurradas foram dimensionados com uma balança. Nas posturas tradicionais foram medidas, com uma trena as distâncias horizontais entre o individuo e a carga, a distância horizontal e vertical da carga ao corpo, deslocamento vertical com a carga e o ângulo de giro para aplicação da equação do NIOSH (Instituto Nacional de saúde e Segurança Ocupacional dos Estados Unidos) para calcular o limite recomendado de pesos (LRP), que é o máximo aceitável para um trabalho continuo sem riscos de lesões e traumas cumulativos. Tabela 2 - Carga física de trabalho. FC CC T V FC L FC R CLASTR SIFICA- (min ÇÃO /h) 135 55 117 70 Extremamente Pesado Tombament 133 o manual 54 116 68 Extremamente Pesado 15 Empilhamen 132 to 52 117 69 Extremamente Pesado 14 Atividade Abate e toragem 17 FCT (Frequência Cardíaca de Trabalho), CCV (Carga Cardiovascular), FCL (Frequência Limite), FCR (Frequência Cardíaca de Repouso), TR (Tempo de Repouso). De acordo com a Tabela 2, pode-se perceber que todas as atividades foram classificadas como extremamente pesadas, sendo assim, necessário estudá-las para adequá-las de forma a melhorar as condições de trabalho. Os dados referentes a análise de postura estão apresentados por atividade, conforme Tabela 3. O LRP, uma vez calculado, compara-se com a carga real levantada, obtendo-se então o Índice de Levantamento (IL). 65 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal Tabela 3 - Postura típica da atividade e clas- Tabela 4 – limite recomendado de pesos, se de ação. índice de levantamento e condição de trabalho com o método NIOSH. Atividade Abate Toragem Tombamento manual Postura % T* (min) Classe 2/1/3/1 34,25 164 2 1/1/3/1 20,87 100 Atividade LRP IL Condição de trabalho 1 Abate 14,8 0,492 Bom Toragem 17,3 0,42 Bom Tombamento manual 6,5 2,741 Ruim Empilhamento manual 10,1 1,776 Razoável Total 100 480 2/1/3/1 44,81 215 2 1/1/7/1 24,07 116 1 Total 100 480 2/1/4/2 35,12 169 3 2/1/7/1 20,98 101 2 Total 100 480 As atividades de abate e toragem apresentaram IL menor do que 1, logo apresentam 4/1/4/2 23,33 112 4 boas condições de trabalho, com chance Empilha4/1/4/3 17,92 86 4 mínima de lesões. O tombamento manual mento Total 100 480 apresentou IL acima de 2, isso representa condições inseguras de trabalho, com alto risco de lesões e, por fim, o empilhamento T*: tempo, em minutos, na posição durante manual apresentou IL entre 1 e 2, represenuma carga diária de 480 minutos de trabatando condições inseguras de trabalho com lho. médio risco de lesões. O ciclo de corte florestal de forma geral proporciona condições desfavoráveis ao trabalhador. As atividades de abate e toragem são classificadas como de classe 2, sendo necessário correções em um futuro próximo. A atividade de tombamento manual foi classificada como classe 3, sendo necessário correções tão logo quanto possível e o empilhamento manual foi classificado como classe 4, sendo necessário correções imediatas. Conclusões Com os resultados da pesquisa, pode-se concluir que as atividades relacionadas ao ciclo de corte florestal apresentam: Frequência cardíaca elevada, classificada como extremamente pesada; Posturas lesivas ao organismo, podendo levar a danos à saúde dos trabalhadores, sendo necessárias mudanças na forma de execução do trabalho, sendo o empilhamento Com relação ao peso manuseado, na Tabe- manual a atividade mais danosa; la 4 estão demonstrados valores médios de O índice de Levantamento indicou que as cada atividade. atividades de tombamento manual e empi- lhamento manual ficaram acima do limite recomendado, caracterizando as atividades como inseguras e com necessidades de mudanças ergonômicas; 66 Resumos Expandidos De forma geral, o ciclo de corte florestal semi mecanizado apresenta atividades extremamente pesadas, de altos níveis de exigência física, com condições ergonômicas desfavoráveis em que, na maioria das vezes, não se levam em conta as condições do trabalhador. Referências Bibliográficas [1] MONTMOLLIN, M. A ergonomia. Lisboa: Gráfica Manuel Barbosa& Filhos, 1990. [2] FIEDLER, N.C.; SOUZA, A.P.; MINETTI, L.J.; MACHADO, C.C.; TIBIRIÇÁ, A.C.G. Análise de posturas na colheita florestal. Revista Árvore, Viçosa, v. 23, n. 4. p. 435-441, 1999. [3] ALVES, J. U.; SOUZA, A. P.; MINETTI, L. J.; GOMES, J. M. Avaliação da carga de trabalho físico de trabalhadores que atuam na atividade de propagação de Eucaliptus spp. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO SOBRE ERGONOMIA E SEGURANÇA DO TRABALHO FLORESTAL E AGRÍCOLA, 1., 2000, Belo Horizonte, MG. Anais do... Belo Horizonte: Ergoflor, 2000. p. 129 – 134. [4] APUD, Elias et al. Manual de Ergonomia Florestal. Laboratorio de ergonomia de La Universidad de Concepción, Chile, 1999. 67 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal COMPACTAÇÃO DO SOLO CAUSADA PELO TRÁFEGO DE MÁQUINAS DE COLHEITA FLORESTAL: ESTUDO DE CASO Denise Andréia Szymczak1; Roberto Venturini2; Gustavo Uberti2; Douglas Vollmer3; Catize Brandelero4 1 Engª. Florestal, doutoranda do PPGEF UFSM ([email protected]); 2Graduandos de Eng. Florestal UFSM ([email protected]; [email protected]); 3Eng. Florestal, mestrando do PPGAP UFSM ([email protected]); 4 Profª. Dr. Departamento de Eng. Rural UFSM ([email protected]) Introdução e Objetivos O intenso tráfego de máquinas pesadas dentro da floresta, no momento dos desbastes e principalmente da colheita, vem causando problemas principalmente de ordem ambiental, em sua maioria relacionada à compactação do solo. Esta é definida como um incremento na densidade do solo resultante da aplicação de cargas ou pressões [1]. A retirada dos resíduos do local da colheita, várias passadas das máquinas no mesmo local e, principalmente, durante condições de umidade inadequadas no momento da realização da atividade, são as maiores causas da compactação do solo. Muitas vezes a degradação atinge níveis tão elevados que as possibilidades de retorno à condição natural se tornam onerosas e por vezes complexas [2]. O objetivo desse trabalho foi avaliar se as máquinas de colheita florestal causam compactação ao solo em níveis críticos. Material e Métodos O estudo foi conduzido em uma área de colheita de Eucalipto em uma empresa florestal na região do vale do Taquari, RS. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com 3 tratamentos e 3 repetições. Os tratamentos foram compostos por (1) linha de passagem 68 de harvester, (2) linha de passagem de forwarder, (3) testemunha (sem passagem de máquinas). O peso médio desse tipo de maquinário gira em torno de 23 toneladas e ambas as máquinas trafegaram com rodado de esteira. O número de viagens do forwarder (ida e volta) ficou em torno de duas e do harvester foi de uma. A umidade gravimétrica no momento da operação foi de 0,25 kg kg1 . Foram coletadas amostras indeformadas de solo nas profundidades de 0 a 10 cm, 10 a 20 cm e 20 a 30 cm no perfil do solo. As análises realizadas foram: densidade do solo e resistência a penetração do solo (RP). As amostras para a análise de RP de bancada foram equilibradas na coluna de areia a uma tensão de 10 kPa (umidade próxima a capacidade de campo). O solo foi classificado como Argissolo BrunoAcinzentado [3]. Foi realizada comparação de médias por Tukey a 5% de probabilidade de erro. Resultados e Discussão A densidade do solo (Figura 1) nas linhas de tráfego das máquinas é estatisticamente diferente e maior que aquela em solo sem tráfego, comprovando que a atividade de colheita e a conseqüente movimentação de máquinas causam impacto ao solo (compactação), especialmente na camada de solo diretamente em contato com o rodado da máquina. O maior incremento de Resumos Expandidos densidade ocorre na camada superficial do solo (0-10 cm), nas demais não há diferença significativa. Isso pode ser justificado devido à pressão aplicada pelo tráfego sobre o solo se dissipar, podendo, assim, a pressão não ser suficiente para impactar as propriedades físicas das camadas mais profundas em um nível considerável [4]. também foi diferente na camada superficial entre o tratamento testemunha e os demais que representam a passagem das máquinas sobre o solo. Os baixos valores de RP são importantes e positivos, pois significam que o futuro plantio não sofrerá impedimento ao crescimento radicular, já que a faixa de variação dos valores de RP não representam valores críticos de 2 MPa [6], [2], muito menos restritivos de 3 MPa [7]. Na área florestal poucos são os trabalhos que abordam os valores restritivos de RP, pois cada espécie apresenta comportamento diferente em relação à resistência a penetração do solo. Em um trabalho sobre tempo de ocorrência de RP restritiva em feijoeiro, concluiu-se que o tempo para a resistência à penetração atingir o valor Figura 1. Densidade do solo na linha de 2 MPa foi diferente entre os níveis de de tráfego (harvester e forwarder) e na área compactação do solo, confirmando a hipótese de que os valores indicadores de testemunha. restrição de RP ocorrem em momentos e Aparentemente o baldeio da madeira ordem diferentes [8]. realizado com o forwarder causa maiores impactos negativos ao solo do que o corte com o harvester. Apesar disso, não houve diferença entre o tipo de máquina utilizada nas etapas de colheita e o impacto provado ao solo, tanto forwarder como harvester promoveram compactação no solo na camada superficial com valores de densidade próximas às consideradas críticas para o desenvolvimento do sistema radicular do próximo ciclo produtivo. Para solos arenosos a densidade crítica gira em Figura 2. A resistência à penetração do solo na linha de tráfego (harvester e forwarder) e na torno de 1,6 – 1,8 g cm-3 [5]. área testemunha. A resistência do solo à penetração (Figura 2) depende da densidade e do teor de umidade Na camada de 10 a 20 cm de profundidade do solo, aumentando com o decréscimo da do solo o valor da RP foi relativamente umidade e com o aumento da densidade. maior na linha de tráfego do forwarder De maneira geral, os valores de RP foram quando comparado a linha de tráfego do baixos em todas as profundidades e harvester. Esse foto pode ser remetido a uma podem ser relacionados com a umidade camada de impedimento como o B textural, relativamente alta (capacidade de campo). por exemplo, e não necessariamente a Assim como a densidade do solo a RP compactação causada pelas máquinas, pois 69 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal se assim fosse, seria esperado que a camada [7] ZOU, C.; SANDS, R.; BUCHAN, G.; superficial também tivesse maiores valores HUDSON, I. Least limiting water range: de RP. A potential indicator of physical quality of forest soils. Australian Journal of Soil Research, Collingwood, v.38, n.5, p.947Conclusão 958, set./oct., 2000. Houve compactação do solo causada pelo [8] GUBIANI, P. I. et al. Método alternativo tráfego das máquinas de colheita florestal para a determinação da densidade de apenas na camada superficial do solo e esta partículas do solo: exatidão, precisão e não atingiu os níveis críticos de densidade e tempo de processamento. Ciência Rural, de impedimento mecânico. Santa Maria, v.36, n.2, p. 664-668, mar./ abr., 2006. Referências Bibliográficas [1]BAVER, L. D.; GARDNER, W. H. Física del Suelos. México: Ed. HispanoAmericana, 1973. [2}REICHERT, J. M.; SUZUKI, L, E. A. S.; REINERT, D. J. Compactação do solo em Sistemas agropecuários e florestais: identificação, efeitos, limites críticos e mitigação. In: CERETTA, C. A.; SILVA, L. S.; REICHERT, J. M. Tópicos em Ciência do Solo. Viçosa: SBCS. 2007. cap.5, p. 49134. [3] EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema brasileiro de classificação de solos. Rio de Janeiro: EMBRAPA-SPI. 2. ed. 2006. 306 p. [4] CULLEN, S. J.; MONTAGNE, C.; FERGUSON, H. Timber harvest trafficking and soil compaction in Western Montana. Soil Science Society American Journal, 55:1416-18 1421, 1991. [5] REICHERT, J. M.; REINERT, D. J.; BRAIDA, J. A. Qualidade dos solos e sustentabilidade de sistemas agrícolas. Ciência e Ambiente, Santa Maria, v.27, p.29-48, jul./dez., 2003. [6] TAYLOR, H. M.; ROBERTSON, G. M.; PARKER, J. J. Soil strength root penetrations for medium to coarse textured soil materials. Soil Science, Baltimore, v. 102, n.1, p. 18-22, jan., 1966. 70 Resumos Expandidos COMPARAÇÃO DA PRODUTIVIDADE ENTRE EQUIPAMENTOS EM DOIS SISTEMAS DE COLHEITA DE MADEIRA DE EUCALIPTO Felipe Martins de Oliveira1; Angelo Luiz Silva Pereira2; Pedro Caldas de Britto3 1 Prof. MSc. Departamento de Engenharia Florestal da União Latino-Americana de Tecnologia/ ULT ([email protected]); 2Graduando em Eng. Florestal da ULT([email protected]); 3 Doutorando em Ciência Florestal da UNESP. Introdução e objetivos Com o crescimento da economia brasileira, houve a necessidade de o setor florestal brasileiro passar por diversas mudanças, como a introdução de máquinas e equipamentos mais produtivos e sofisticados. Este crescimento na demanda pelos produtos florestais incentivou maior planejamento dos processos produtivos das empresas valorizando, consequentemente, seu grau de competitividade. Neste cenário, a colheita florestal é de extrema importância, tendo em vista que é a mais onerosa em termos de custos de produção [1]. Desta forma, torna-se importante a realização de estudos que mostrem a real capacidade produtiva das máquinas dentro dos sistemas, bem como comparações entre diferentes sistemas numa mesma situação, de forma a indicar o mais produtivo e que menos onere a empresa em seu processo produtivo. Para o sucesso de um sistema deve-se considerar que todos os elementos componentes atinjam o mesmo objetivo [2]. Sendo assim, esta pesquisa propôs-se a comparar a produtividade entre dois sistemas mecanizados de colheita florestal em reflorestamentos de Eucalipto. estado do Paraná. O plantio florestal foi composto por Eucalyptus grandis com sete anos de idade, destinado a uso na produção de papel e celulose. O estudo foi realizado em uma área de relevo plano, com densidade de 1600 árvores ha-1 e volume médio individual de 0,27 m³, onde operou tanto o sistema de toras curtas (cut to lenght) como o sistema de árvores inteiras (full tree). Como este foi um estudo comparativo, evitou-se citar as marcas das máquinas e equipamentos estudados, apenas descrevendo suas características técnicas. No sistema de toras curtas, foram estudadas as máquinas descritas na Tabela 1. No corte, foi estudada uma escavadeira hidráulica adaptada, com cabeçote para derrubada, desgalhamento e traçamento. No baldeio, foi estudado um forwarder 6 x 6 de pneus. No sistema de árvores inteiras, foram estudadas as máquinas descritas na Tabela 2. Na derrubada, foi observado um feller buncher de esteiras com cabeçote com disco de corte. No arraste, foi observado um skidder 6 x 6 de pneus, e no processamento à beira da estrada foi observada uma escavadeira hidráulica adaptada com cabeçote processador. Material e métodos Este trabalho foi realizado nas áreas florestais de uma empresa da região central do 71 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal Tabela 1. Características das máquinas ob- Tabela 2. Características das máquinas observadas no sistema de toras curtas. servadas no sistema de árvores inteiras. Corte (máquina base) Corte (feller buncher) Potência 147 hp 300 hp 3710 mm Altura 3713 mm Altura Comprimento 9460 mm Comprimento 5280 mm Peso 26 900 Kg Peso 35640 Kg Peso 1634 kg Abertura de garras 1320 mm Capacidade de corte 65 cm Largura corte individual 585 mm Abertura rolos 689 mm Corte (cabeçote) Corte (cabeçote) Arraste (skidder) Força tração 37 kn Potência 220 hp Largura 1265 mm Altura 3150 mm Altura 2034 mm Comprimento 9220 mm Peso 20640 kg Baldeio (forwarder) Processamento (máquina base) Potência 204 hp Capacidade de carga 18000 kg Comprimento 9710 mm Altura 3556 mm Peso 16800 kg Comprimento 13614 mm Peso 30191 kg Para determinar produtividade, desconsiderou-se os tempos não produtivos, ou seja, os tempos de pausa, manutenção e abastecimento, sendo processadas as horas efetivas de cada máquina com 20 amostras de 100 em 100 árvores em dois turnos trabalhados. A cada 100 árvores era realizada a leitura do cronômetro. Esta metodologia foi adaptada para este estudo, o qual visa principalmente a comparação entre as produtividades das máquinas de ambos os sistemas estudados. Os dados foram analisados no delineamento inteiramente casualizado. O teste de Tukey foi utilizado para verificar quais médias de produtividades eram diferentes entre si. Pelo fato das amostras do skidder apresentarem apenas duas repetições, elas foram desconsideradas neste teste estatís- 72 Potência Potência 305 hp Processamento (cabeçote) Peso 3414 kg Capacidade de corte 78 cm Abertura rolos 762 mm Força tração 47,5 kn Largura 2000 mm Altura 2840 mm tico, por estarem distantes das vinte repetições amostradas para os demais equipamentos (harvester, forwarder, feller-buncher e processador). Através do teste de Tukey, além de comparar as médias entre as produtividades pôde-se, ainda, identificar se os sistemas estavam trabalhando no mesmo ritmo de produção. Resumos Expandidos Resultados e discussão As dispersões dos dados de tempos por amostra de 100 árvores, por equipamento estudado, estão mostradas na Figura 1. Tempo médio para Sistema Amostra Equipamentos (hh:mm:ss) Tras curtas Árvores inteiras Harvester 00:42:24 c Forwarder 00:29:42 b Feller-buncher 00:16:15 a Processador 00:30:07 b 5% de significância. Figura 1. Tempos efetivos dos equipamentos estudados para cada amostra de 100 árvores. No sistema cut to lenght pôde-se observar que o forwarder foi, estatisticamente, mais produtivo que o harvester, ocasionando tempos de parada sem madeira disponível para baldeio. No sistema full tree pôde-se verificar que o feller buncher tem sua produtividade estatisticamente superior à do processador florestal, havendo necessidade de se trabalhar com dois processadores florestais para suprir a produção do feller buncher. Cabe ressaltar que de nada adianta a produtividade do corte ser alta, se ela for incompatível com a madeira que chega à beira da estrada. Pode-se observar que o equipamento que atingiu sua tarefa em menor tempo foi o feller buncher. Isto ocorreu devido a ele realizar menos operações para completar sua atividade. Enquanto o harvester necessitou Em suma, no sistema de toras curtas, há a derrubar árvore por árvore, traçar e empipossibilidade da inserção de mais uma málhar, o feller buncher apenas corta e acumula quina para realização do baldeio, ou substiem feixes. tuir a já existente por outra de maior porte, Os resultados referentes à produtividade caso a colheita seja feita em sistema quente, entre equipamentos foram demonstrados onde todas as atividades são feitas num curatravés das médias de tempos, que podem to espaço de tempo. Já no sistema de árvoser observadas na Tabela 3, seguidas dos res inteiras, a produtividade do corte está resultados do Teste de Tukey para os di- sendo quase o dobro da produtividade do ferentes tempos médios de realização das processador florestal. Caso haja a utilização atividades com 20 amostras de 100 árvores. do sistema quente, indica-se a introdução O skidder não participou do teste pela sua de mais um processador no sistema. pouca quantidade de amostras. Quando se considera o sistema como um todo, deve-se atentar para a madeira que Tabela 3. Resultados do Teste de Tukey fica à beira da estrada, pronta para o carpara os diferentes tempos médios de rea- regamento. Desta forma, se forem conlização das atividades nas amostras de 100 sideradas as produtividades dos últimos árvores. equipamentos de cada sistema, ou seja, do processador florestal no sistema de árvores inteiras e do forwarder no sistema de toras curtas, ambos mostraram produtividades 73 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal homogêneas, classificados com a letra b, pelo teste de Tukey, a 5%. Portanto, pode-se dizer que ambos os sistemas, durante a coleta de dados, possuem a mesma produtividade devido aos gargalos deixados pelas incompatibilidades entre as produtividades dos equipamentos dentro de cada sistema. Conclusões Com base na análise dos dois sistemas de colheita, chegou-se ao resultado de que a produtividade do feller buncher foi a maior entre todas as outras máquinas observadas, dentro da metodologia adotada. Conclui-se que, avaliando os dois sistemas de colheita florestal, o sistema de árvores inteiras (full tree) obteve produtividade semelhante à do sistema toras curtas (cut to lenght), considerando o período de coleta de dados e a madeira que chega à beira da estrada. Individualmente, verificou-se que houve maior produtividade no sistema de árvores inteiras, mas, para ela ser concretizada, necessita-se uma readequação do maquinário, otimizando possíveis tempos improdutivos e, se for o caso, realizar o redimensionamento da frota, para que todas as máquinas trabalhem em sintonia na sua produtividade. Referências bibliográficas [1] Machado, C. C., Silva, N. E., Pereira, S. R., Setor florestal brasileiro e a colheita florestal In: Machado, C. C., Colheita Florestal - Viçosa - UFV, 2008 p. 16-42. [2] Malinovski J. R., Camargo, S. M. C., Malinovski, A. R., Malinovski A. R. Sistemas. In: Macahdo C. C., Colheita Florestal, Viçosa, UFV, 2008 p. 162-184. 74 Resumos Expandidos COMPARATIVO DE CUSTO DE PRODUÇÃO DE DUAS MÁQUINAS UTILIZADAS NO CORTE FLORESTAL Nathália Drummond; 2Angelo Márcio Pinto Leite; 1Filipe Gomes de Lima; 1 Âna Flávia Guimarães Paoliinelli, 1Josimar Sebastião de Souza 1 1 Graduandso em Eng. Florestal UFVJM ([email protected], filipefloresta@gmail. com, [email protected], [email protected]); 2Prof. Dr. Departamento de Engenharia Florestal UFVJM ([email protected]) Introdução A colheita florestal corresponde a uma cadeia produtiva constituída por cinco atividades parciais interdependentes, a saber: corte, extração, carregamento, transporte principal e descarregamento da madeira. Na execução de cada fase da colheita são utilizados máquinas e equipamentos diversos, sendo esta atividade a etapa de produção de madeira de maior custo (LEITE, 2002). Neste sentido, o cálculo do custo operacional (CO) de uma máquina de colheita, que correspondente ao somatório de todos os custos resultantes de sua aquisição e operação (SILVA et al., 2008), constitui uma etapa de fundamental importância para a tomada de decisões, a fim de as empresas alcançarem seus objetivos. Existem vários métodos de cálculo dos CO de máquinas que diferem entre si quanto aos itens de custo e à maneira de classificar os componentes. Ressalta-se que nenhuma metodologia é melhor que a outra e, a escolha de qual utilizar, dependerá de cada pessoa. Objetivou-se com esse trabalho calcular o CO de duas máquinas utilizadas no corte florestal semimecanizado e mecanizado (motosserra e Feller-buncher), bem como determinar o custo de produção destas. Material e Métodos Determinou-se o valor correspondente a cada item do CO de motosserra e do Feller-buncher, por meio do método da FAO/ ECE/KWF, sendo este (CO total) expres- so em hora efetiva de trabalho (He). O CO total por este método é subdividido nos seguintes componentes e itens: a) Custos Fixos (Juros, Seguro, Impostos e Abrigo); b) Custos Semi-fixos (Depreciação e Reparos); c) Custos Variáveis (Combustíveis e Lubrificantes); d) Custos de Mão de obra (Operação e Manutenção); e) Custos de Administração. O estudo consistiu também em verificar o impacto do uso destas duas máquinas na produtividade e no custo da derrubada de árvores, no sistema de árvores inteiras. A pesquisa foi conduzida em um povoamento de clone de Eucalyptus (espaçamento 3x2 m) de uma empresa produtora de carvão vegetal, situado no município de Carbonita/ MG, em 2012. A produtividade para cada máquina foi obtida pela multiplicação do número médio de árvores derrubadas por hora efetiva de trabalho, pelo volume médio das árvores do respectivo talhão colhido. Resultados e discussão Por intermédio do Quadro 1 verifica-se que, o CO do Feller-buncher foi bem superior ao de motosserra (+930,13%), devido ao seu maior custo de aquisição, consumo de combustível/lubrificantes, manutenção e peças, entre outros fatores. 75 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal Quadro 1: Custo da hora efetiva das máqui- justifica pelo baixo rendimento / produtinas estudadas vidade de motosserra na derrubada de árvores em comparação com o Feller-buncher, CHE* DIFE- mesmo este tendo apresentado um maior MÁQUINA MÉTODO (R$/ REN- CO total. He) ÇA (%) Isto demonstra a importância de se buscar Motosserra FAO/ECE/KWF 44,51 alternativas de colheita florestal (máquinas) com maior rendimento operacional, no FellerFAO/ECE/KWF 414,00 +930,13 buncher sentido de se reduzir os custos de produção. *CHE = Custo por hora efetiva de trabalho. Conclusões Por outro lado verifica-se que o Feller-bun- A determinação / conhecimento do CO de cher consegue derrubar uma quantidade de máquinas constitui etapa de fundamental árvores muito superior a motosserra por importância na determinação do custo por hora efetiva de trabalho (480 contra 26 unidade produzida, visando definir a meárvores), devido a maior capacidade opera- lhor alternativa de produção (tomada de cional e agilidade desta máquina (consegue decisão). acumular vários fustes em seu cabeçote), O custo unitário do corte de árvores com em comparação com o operador de motos- o Feller-buncher foi praticamente metade do serra que se limita a derrubar e a tombar obtido com motosserra. uma árvore de cada vez (Quadro 2). Referências Bibliográficas Quadro 2: Produção e custo das máquinas [1] LEITE, A. M. P. Análise da terceirizaestudadas ção na colheita florestal no Brasil. 2002. 300p. Tese (Doutorado em Ciência FloresDIFE- tal) - UFV, Viçosa, MG, 2002. Na/ PROD.* CUSTO REN[2] SILVA, M.L. da et al. Custos. In: MAMÁQUINA He* (m3/He) (R$/m3) ÇA CHADO, C.C. (coord). Colheita Flores(%) tal. 2 ed. Viçosa: UFV, 2008, p.231-260. Motosserra 26 5,2 8,55 Fellerbuncher 480 96 4,31 -98,37 *Na/He = Número de árvores derrubadas por hora efetiva de trabalho. * PROD = Produtividade, considerando 0,20 m3/árvore. O Feller-buncher apresentou, portanto, um menor custo por metro cúbico de madeira derrubada (-98,37%), quando comparado com o uso de motosserra (R$4,31 contra R$8,55, respectivamente). Este valor se 76 Resumos Expandidos COMPRESSIBILIDADE DE UM LATOSSOLO VERMELHO SOB FLORESTA NATIVA E POVOAMENTO DE PINUS TAEDA L1. Denise Andréia Szymczak2, Dalvan José Reinert3, Eleandro José Brun4, Carlos César Mezzalira5, Taciana Frigotto6 parte da dissertação de mestrado da primeira autora apresentada ao programa de pós-graduação em Engenharia Florestal da UFSM. 2Eng. Florestal, doutoranda do PPGEF UFSM ([email protected]); 3 prof. PhD do departamento de solos UFSM ([email protected]); 4prof. Dr. Engenharia Florestal UTFPR campus de Dois Vizinhos – PR (eleandrobrun.utfpr@gmail. com); 5 Graduando em Eng. Florestal UTFPR campus de Dois Vizinhos, PR (carlosmezzalira89@ hotmail.com); 3Engª. Florestal, mestranda do programa de pós-graduação em Agronomia UTFPR campus de Pato Branco-PR ([email protected]) 1 Introdução A conversão de áreas nativas em sistemas de manejo intensivo do solo, primeiramente através da agricultura e da pecuária e mais recentemente pela silvicultura, pode alterar os atributos físicos e a qualidade do solo, comprometendo a sustentabilidade da produção. Nesse sentido, a compreensão e a quantificação do impacto do uso e manejo do solo na sua qualidade física são fundamentais no desenvolvimento de sistemas agrícolas sustentáveis [1]. No Brasil, têm sido desenvolvidos alguns estudos avaliando as mudanças nas propriedades dos solos, utilizando o solo sob floresta nativa como referência. A maioria dos trabalhos trata de culturas perenes manejadas com plantio direto e/ou convencional, sendo poucos os estudos que investigam as variações na qualidade do solo pelo uso com plantios florestais homogêneos [2]. Na colheita florestal, o comportamento do solo conforme a aplicação de carga na superfície depende das características do rodado, das condições de umidade do solo, e de algumas características inerentes ao sistema de colheita empregado: intensidade do tráfego e a disposição da biomassa residual [3]. Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a magnitude das alterações de algumas proprie- dades físicas de um Latossolo Vermelho Distróférrico típico, submetido a diferentes condições de uso e manejo. Material e Métodos O trabalho foi realizado em áreas pertencentes a uma empresa florestal localizada no sudoeste do estado do Paraná. O clima da região é classificado, de acordo com Köppen, como subtropical do tipo Cfa, [4]. O solo das áreas de estudo foi classificado como Latossolo Vermelho Distroférrico típico [5], de textura muito argilosa, 667,91, 274,86 e 57,23 g kg-1 de argila, silte e areia, respectivamente. Foram amostradas duas áreas contíguas, uma com floresta nativa e outra com povoamento de Pinus taeda sob duas condições de manejo (antes e após a colheita de madeira). O estudo compreendeu três tratamentos: 1 – Solo sob Floresta Nativa (FN); 2 – Solo cultivado com povoamento de pinus (PP) com 22 anos de idade; 3 – solo com povoamento de pinus pós-colheita (PPC). O povoamento foi implantado no ano de 1990, com espaçamento 3 x 3 m. O sistema de colheita da madeira utilizado pela empresa foi o de Toras Curtas (Cut-to-Length). A derrubada foi realizada por um trator florestal harvester, marca Caterpillar e modelo C9 ACERT, com 77 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal peso operacional de 28 t, com rodados de esteiras. A extração foi realizada por trator florestal forwarder, marca Caterpillar e modelo CAT 3056E DITAAC, com 23 t, considerando seu próprio peso (18 t) somado à carga de madeira de 5 t, rodados de pneus recobertos com semiesteiras na parte traseira. A umidade gravimétrica média no momento da realização da colheita foi de 42%, próxima da capacidade de campo. A amostragem foi realizada de forma aleatória nos tratamentos 1 e 2, enquanto no tratamento 3 a mesma ocorreu nas linhas de tráfego das máquinas de colheita. Em cada uma das 5 repetições foram abertas duas trincheiras para a coleta de solo com estrutura preservada, em anel volumétrico de 69,6 cm3 nas camadas de 0 a 5, 5 a 10, 10 a 20 e 20 a 30 cm de profundidade. Equilibradas na tensão de 10 kPa (coluna de areia), as amostras com estrutura preservada, foram submetidas ao teste de compressão uniaxial, com aplicação de cargas sucessivas e estáticas de 12,5; 25; 50; 100; 200; 400; 800 e 1600 kPa, no consolidômetro de modelo S-450 Terraload (Durham Geo-Interprises), com aplicação de pressão por meio de ar comprimido. O índice de compressão (IC) e a pressão de preconsolidação (σp) foram calculados pelo método de Casagrande [6]. Foi utilizado o delineamento inteiramente casualizado com cinco repetições. Os dados das variáveis observadas foram submetidos à análise de variância, para verificação, em cada profundidade, dos efeitos dos diferentes sistemas de uso e manejo no solo. Resultados e Discussões A fragilidade do solo sobre floresta nativa é observado pelo índice de compressão (IC) (Tabela 1) e pela pressão de preconsolidação (σp) (Tabela 2) em relação ao solo já cultivado. Enquanto a σp reflete as tensões às quais 78 o solo já foi submetido, o IC revela à suscetibilidade do solo a compactação. Quanto maior o valor de IC mais susceptível é o solo à compactação, já para a σp, valores baixos representam solos pouco resistentes às pressões externas e podem sofrer deformações irreversíveis. Até a profundidade de 30 cm foi observada diferença significativa entre o solo da FN e os tratamentos onde o solo foi manejado. Na camada superficial do solo (0-10 cm) houve efeito negativo da colheita florestal no solo expressado pelo menor índice de compressão do solo (IC). Tabela 1 - Valores médios do índice de compressão (IC) do solo na floresta nativa (FN) e no povoamento de Pinus taeda antes (PP) e após a colheita florestal (PPC). Trat/Prof FN PP PPC CV(%) 0-5 1,14a 0,51b 0,40c* 9,95 5-10 0,77a 0,46b 0,39c 6,39 10-20 20-30 0,82a 0,77a 045b 044b 043b 0,43b 18,44 10,55 Os maiores valores de σp para o solo sobre pinus (PP e PPC) derivam do mesmo já ter sido submetido a forças externas (preparo do solo, plantio e condução, operações de desbastes) que o compactaram e, portanto adquiriu maior resistência a compactações adicionais. O maior espaço poroso do solo da floresta nativa (maior produção de serapilheira e diversidade de raízes) proporcionou maior deformação neste solo e, conseqüentemente, menor capacidade de suporte de carga. Este tratamento não recebeu nenhuma ação antrópica, atuando apenas os efeitos dos ciclos de secagem e umedecimento e carga geostática [7]. [8], avaliando a influência de diferentes sistemas de manejo no solo, concluíram que o solo sob floresta nativa apresentou um dos maiores valores de índice de compressão nas duas camadas estudadas (0-20cm e 20- Resumos Expandidos 40cm), possivelmente por possuir menor grau de compactação, permitindo maior rearranjamento das partículas do solo com a aplicação das pressões externas pelo teste de compressão uniaxial. Tabela 2 - Valores médios da pressão de pré-consolidação (σp) do solo na floresta nativa (FN) e no povoamento de Pinus taeda antes (PP) e após a colheita florestal (PPC). Trat/Prof 0-5 FN 25,99b PP 74,38a PPC 86,39a CV(%) 22,77 5-10 10-20 46,92b 50,00b 101,38a 108,49a 93,81a 94,30a 20,84 20,07 20-30 46,41b 100,92a 91,71a 16,88 Conclusão A área de floresta nativa apresentou melhor qualidade física do solo quando comparada à área cultivada, confirmando que a conversão da floresta nativa em sistemas florestais de produção alterou a qualidade física do solo da superfície até 30 cm de profundidade. [5] EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema brasileiro de classificação de solos. Rio de Janeiro: EMBRAPASPI. 2. ed. 2006. 306 p. [6] HOLTZ, R. D.; KOVACS, W. D. An introduction to geotechnical engineering. New Jersey: Prentice-Hall, 1981. 733 p. [7] OLIVEIRA, V. S.; ROLIM, M. M.; COSTA, Y. D. J.; PEDROSA, E. M. R.; SILVA, E. F de F. Compressibilidade de um Argissolo Amarelo distrocoeso submetido a diferentes manejos. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 15, p. 435–442, 2011. [8] SILVA, A. J. N & CABEDA, M. S. V. Compactação e compressibilidade do solo sob sistemas de manejo e níveis de umidade. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 30, p. 921-930, 2006. Referências Bibliográficas [1] DEXTER, A. R & YOUNGS, I. M. Soil physic toward 2000. Soil Tillage. Res., v. 24, p. 101-106. 1992. [2] SZYMCZAK, D. A. Compactação do solo causada pelos tratores florestais harvester e forwarder na colheita de Pinus taeda L. 2013, 83f. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Santa Maria, 2013. [3]. SEIXAS, F. Compactação do solo devido à colheita de madeira. 2000, 75 f. Tese (Livre Docência) - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Piracicaba, 2000. [4] CAVIGLIONE, J. H.; KIIHL, L. R. B.; CARAMORI, P. H.; OLIVEIRA, D. Cartas climáticas do Paraná. Londrina: IAPAR, 2000. 79 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal CUSTO DO ABATE FLORESTAL NA AMAZÔNIA: UM ESTUDO DE CASO NO PROJETO DE ASSENTAMENTO AGROEXTRATIVISTA (PAE) EQUADOR, ESTADO DO ACRE, 2013-4 Sandra Aguiar de Oliveira Pires 1; Zenobio Abel Gouvêa Perelli da Gama e Silva2; Naele de Sousa Dourado 3 Graduanda Eng. Florestal Universidade Federal do Acre ([email protected]) 2Prof. Dr. Centro de Ciências Biológicas e da Natureza Universidade Federal do Acre (zenobiosilva@hotmail. com); 3 Graduanda Eng. Florestal Universidade Federal do Acre ([email protected]) 1 Introdução e Objetivos Os recursos florestais têm sido essenciais para a sobrevivência da humanidade. Nesse contexto, Brasil tem um papel chave, pois de acordo com FAO (2001), quase 50% das reservas mundiais de floresta tropical estão na Amazônia. Porém, a exploração florestal na Amazônia ainda ocorre, em alguns casos, de forma predatória. Salienta-se que, com a evolução dos conhecimentos sobre a floresta, surgiu o manejo florestal sustentável (MFS), e com ele a possibilidade do uso correto desse recurso natural. Sobre esse tema, Amaral et. al. (1998) argumentam que tal procedimento reduz os danos na floresta, eleva a produtividade da exploração e melhora a segurança do trabalho. Todavia, mesmo com o desenvolvimento de conceitos e técnicas, assim como das mudanças nas políticas governamentais, que levam ao uso racional das florestas tropicais, ainda não está clara a superioridade ou não dos custos de exploração florestal numa área manejada, em relação aos obtidos na colheita madeireira que ocorre em locais de desmate. Applegate et al (2004) acrescentam que os donos de firmas madeireiras não adotaram, ainda, o manejo florestal, na sua plenitude, por crerem que tal operação é mais cara que a exploração florestal convencional. Porém, esses autores põem em dúvida se esses em- 80 presários conhecem, corretamente, os custos das atividades florestais. Do exposto, tem-se como oportuna a realização de pesquisas que abordem os custos do manejo florestal sustentável no Estado do Acre. Tal afirmação se embasa nas informações apresentadas por Acre (2006), as quais revelam que no Acre já existem florestas públicas possíveis de serem exploradas, num regime de concessão, via processo licitatório. Embasado nesse contexto, esta pesquisa tem como objetivo principal, ao gerar informações sobre o manejo florestal praticado no Estado do Acre, subsidiar a elaboração de políticas publicas, que visam o uso sustentável dos recursos florestais locais. Já, o objetivo específico foi quantificar o custo operacional do abate florestal, no Projeto de Assentamento Agroextrativista (PAE) Equador, Estado do Acre, 2013-4. Material e métodos Seguindo sugestões apresentadas por Lacerda (1982), os dados que foram coletados para esse estudo são os seguintes Valor de aquisição da motosserra (Vam), Valor de revenda da motosserra (Vrm), Vida útil da motosserra (n), Manutenção (Mn), Taxa de legalização (Tx), Preço da gasolina (Pgas), Consumo de gasolina (Cgas), Custo do óleo 40 (Po40), Consumo de óleo 40 (Co40), Custo do óleo 2 tempo (Po2T), Consumo Resumos Expandidos de óleo 2 tempo (Co2T), Valor da corrente (Pcrt), Vida útil (Ccrt), Valor da coroa (Pco), Vida útil (Cco), Valor do tambor (Vat), Vida útil (nt), Valor do sabre (Psb), Vida útil (Csb), Valor da vela (Vav), Vida útil (nv), Valor do filtro (Vaf), Vida útil (nf), Taxa de juro anual (i), Salário do operador (Sop), Salário do ajudante do operador (Saop), Encargos sociais (Encs), Produtividade, Horas dias trabalhadas (h/dd), Mês ano trabalhos (M/ano), Dias mês trabalhados (dd/M), Horas efetivas anuais (hf), Eq. de Proteção Individual-EPI (Vaep), Vida útil do EPI (nep) e Valor residual do EPI (Vrep). Devido ao fato que só foi possível coletar dados ao final da safra, esse estudo embasase na coleta de dados de um dia e meio de trabalho. Cabe salientar-se que a safra, de 2013, correspondeu a aproximadamente 120 dias de trabalho. Complementando, os dados coletados nesse estudo foram processados fazendose uso das seguintes variáveis, e suas respectivas equações, propostas por Lacerda (1982): Resultados e discussão 81 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal Referências Bibliográficas ACRE. Secretaria de Estado de Floresta (Sef). Elaboração do plano de manejo da floresta pública de produção estadual do Antimary. Rio Branco, AC: Sef, 2006. Os resultados gerados nesse estudo são apresentados a seguir. Para Custo Fixo obteve-se um custo estimado para Salário anual (Sm) de R$ 60.753,84, considerando encargos sociais de 103%; Depreciação (Dp) de R$ 1.722,67/ano, considerando a Taxa de Legalização da motosserra (Tx) R$ 30,00; Juro (J) de R$ 131,16 por ano, considerando uma taxa de juro anual de 6%; Administração (Adm) de R$ 10.956,34; Risco+Imprevisto (R+Impr) de R$ 11.034,60 por ano e um Custo Fixo Total (CFT) de R$ 84.598,61 por ano. Para Custo Variável (R$/hora de trabalho) obteve-se um custo estimado de Combustível (Comb) de R$ 1,64; Óleo (O40) de R$ 0,36; Óleo 2T (O2T) de R$ 0,93; Corrente (Crt) de R$ 2,09; Coroa (Co) de R$ 0,16; Sabre (Sb) de R$ 1,10; Tambor (Tb) de R$ 0,07; Filtro (Ft) de R$ 0.06; Vela (Vl) de R$ 0,01; Manutenção (Mn) de R$ 3,65 e um Custo Variável Total (CVT) de R$ 10,07. Para Custo Operacional Total (COT) obteve-se um custo estimado de R$ 91,41 por hora trabalhada. Conclusões Os resultados gerados neste estudo permitem inferir as seguintes conclusões: - Considerando que o preço médio pago, aos prestadores de serviços de abate, em Rio Branco, era de 7,00 reais por metro cúbico de madeira abatida, tem-se que, para ser viável essa atividade, a produtividade mínima a ser alcançada é de 13 metros cúbicos de madeira em tora abatida. 82 AMARAL, P; VERÍSSIMO, A.; BARRETO, P.; VIDAL, E. Floresta para sempre: um manual para produção de madeira na Amazônia. Belém: Imazon, 1998. 137p. APPLEGATE, G.; PUTZ, F. E.; SNOOK, L. K. Who pays for and who benefits from improved timber harvesting practices in the tropics? Lessons learned and information gaps. Jakarta: CIFOR, 2004. 35p. FAO. Forestry. FAOSTAT. 2001. Disponível em: http://www.FAO.org/forestry/. LACERDA, E. Curso de mecânica e uso de motosserra. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 1982. 28 p. (Apostilha da disciplina de Exploração florestal). Resumos Expandidos Custo do arraste florestal no Projeto de Assentamento Agroextrativista (PAE) – Equador, Estado do Acre, 2013 Jéssica Sampaio Gonçalves1; Sandra Aguiar de Oliveira Pires 2 Graduanda Eng. Florestal Universidade Federal do Acre ([email protected]) 2 Graduanda Eng. Florestal Universidade Federal do Acre ([email protected]) 1 Introdução e Objetivos Os recursos florestais, inclusive aqueles existentes na Região Amazônica. têm sido essenciais para a sobrevivência da humanidade. Porém, a exploração florestal nessa região ainda ocorre, em alguns casos, de forma predatória. Assim, Amaral et. al. (1998) alertam que a destruição da floresta gera impactos como a extinção das árvores de grande porte, chaves na produção de sementes; danos aos indivíduos jovens com a exploração, prejudicando o estoque remanescente e redução da população de certas espécies e, por último, a abertura no dossel, ao facilitar a entrada do fogo na floresta, afeta as espécies menos resistentes a ele. Todavia, mesmo com o desenvolvimento de conceitos e técnicas, assim como das mudanças nas políticas governamentais, que levam ao uso racional das florestas tropicais, ainda não está clara a superioridade ou não dos custos de exploração florestal numa área manejada, em relação aos obtidos na colheita madeireira que ocorre em locais de desmate. Nesse sentido, Hildebrand (1995) argumenta que as informações, sobre o custo das firmas, são chaves tanto para as firmas monitorar e aprimorar suas ações gerenciais como para governos definir e administrar suas políticas de desenvolvimento. Braz (1997) acrescenta que os custos do manejo florestal incluem as ações com planejamento e implementação da rede de estradas, logística, exploração, tratos silviculturais e com transporte. Hol- mes et. al. (2002) listam, como itens dos custos fixos do manejo florestal, as atividades de apoio (acampamento, veículo e cozinheiro) e custos com administração. Já, os custos variáveis enfocam as operações pré-exploratórias (demarcação do talhão, inventário, corte de cipós, processamento de dados e mapeamento); de planejamento da extração (marcação das árvores, planejamento das estradas e pátios); de infraestrutura (abertura de estradas, pátios e trilhas de arraste) e na extração (corte, arraste e carregamento). Do exposto, tem-se como oportunas as pesquisas sobre os custos do manejo florestal sustentável no Estado do Acre. Tal afirmação se embasa em Acre (2006), o qual revela que esse Estado tem, ainda, 87,4% do seu território com floresta nativa intacta que, se explorada adequadamente, pode contribuir, num nível sustentável, para o desenvolvimento socioeconômico da região. Embasado nos pontos e argumentos citados, essa pesquisa tem com objetivo maior, ao gerar informações sobre a exploração florestal no Estado do Acre, assim subsidiar a elaboração de políticas publicas, que visam o uso sustentável dos recursos florestais locais. Em termos especifico, esse estudo visou quantificar o custo operacional da do arraste florestal no Projeto de Assentamento Agroextrativista (PAE) – Equador. 83 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal Material e métodos Seguindo sugestões de Birro et al. (2002) e Simões e Fenner (2010), os dados coletados para esse estudo foram: Valor de aquisição (Va); Valor de revenda/residual (Vr); Custo de um jogo de pneu (Vpn); Vida útil (n); Preço do óleo diesel (Pcomb); Consumo de diesel (Ccomb); Custo de lubrificante e graxas (Plg); Consumo de lubrificantes e graxas (CLG); Custo de óleo hidráulico (Poh); Consumo de óleo hidráulico (Coh); Vida útil do pneu em hora efetiva (hpn); Taxa de juro e seguro anual (i+S); Número de jogos de pneus (Jpn); Dias trabalhados/ mês (dd/M); Mês trabalhados/ano (M/ ano); Horas de trabalho/dia (h/dd); Horas trabalhadas/ano (hf) e Produtividade (P). Considerando que só houve possibilidade de coletar dados ao final da safra, esse relatório parcial embasa-se na coleta de dados de apenas um dia e meio de trabalho. Cabe salientar-se que isso corresponde aproximadamente 120 dias. Resultados e discussão O processamento dos dados usados nesse estudo gerou os resultados apresentados a seguir. Os dados coletados nesse estudo foram Custo Fixo (CF) processados fazendo-se uso das seguintes variáveis, e suas respectivas equações, pro- Os dados coletados permitiram chegar aos postas por Birro et al. (2002) e Simões e seguintes valores: Fenner (2010): Depreciação (Dp)= R$ 28,57/ hf Investimento Anual Médio (IMA)= R$ 195.360,00/ano Juros e seguros por hora efetiva (JS)= R$ 18,78/hf Custo Variável (CV) Os cálculos gerados em custo variável nos possibilitaram chegar aos seguintes resultados: 84 • Combustível (CC)= R$ 63/hf • Lubrificantes e graxas (CLG)= R$ 3.300/hf Resumos Expandidos • Óleo hidráulico (COH)= R$ 1,72/hf • Custo de Pneus (CP)= R$ 4,42/hf • Manutenção e Reparos (CMR)= R$ 17,14/hf • Pessoal operacional e manutenção (COM)= R$ 724,71/hf • Administração (CA)= R$ 145,90/hf montanhosa. Arvore, v. 26, n.5, p. 525-532, 2002. BRAZ, E.M. Planejamento operacional da produção em floresta tropical. Rio Branco: EMBRAPA-CPAF/AC, 1997. 14p. (EMBRAPA-CPAF/AC – Documento n. 25). HOLMES, T. P.; BLATE, G. M; ZWEEDE, J. C.; PEREIRA JUNIOR, R.; BARRETO, P.; BOLTZ, F. Custos e benefícios fiCusto Total (CT) nanceiros da exploração de impacto • Custo Operacional Total (CT)= R$ reduzido em comparação à exploração 959,70/hf florestal convencional na Amazônia • Custo de Produção (Cpr)= R$ 57,05/ oriental. 2 ed. Belém: Fundação Floresta 3 m. Tropical, 2002. 66p. HILDEBRAND, E. Sistema de apropriação e análise de custos para a empresa Os resultados gerados neste estudo per- florestal. 1995. 145 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais) - Universidade mitem inferir a seguinte conclusão: - Levando em conta que o valor médio Federal do Paraná, Curitiba, 1995. pago, aos prestadores de serviço, na ativi- JOHNSON, S.; SARRE, A. Aspecdade de arraste, em Rio Branco em 2013 era tos económicos de la ordenación de de R$ 24,40 por metro cúbico, de madeira bosques tropicales naturales. SIMÕES, D.; em tora, tem-se que a operação de arraste é FENNER, P.T. Influência do relevo na uma atividade que deve ter os seus preços produtividade de e custos do Hravester. modificados para que a mesma ocorra com Scientia Forestalis, v. 38, n. 85, p. 107114, 2010. lucro para seus empresários. Conclusões Referências Bibliográficas ACRE. Secretaria de Estado de Floresta (Sef). Elaboração do plano de manejo da floresta pública de produção estadual do Antimary. Rio Branco, AC: Sef, 2006. THIELE, R. How to manage tropical forests more sustainably: the case of Indonesia. Intereconomics. (s.l.), v. 29, n. 4, p.184-193, 1994. AMARAL, P; VERÍSSIMO, A.; BARRETO, P.; VIDAL, E. Floresta para sempre: um manual para produção de madeira na Amazônia. Belém: Imazon, 1998. 137p. BIRRO, M.H.B.; MACHADO, C.C.; SOUZA, A.P. de; MINETTI, L.J. Avaliação técnica e econômica da extração de madeira de eucalipto com track-skidder em região 85 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal Custo do transporte florestal na Amazônia: Um estudo de caso no Projeto de Assentamento Agroextrativista (PAE) Equador, Estado do Acre, 2013 Naele de Sousa Dourado 1; Zenobio Abel Gouvêa Perelli da Gama e Silva2; Jéssica Sampaio Gonçalves3 1 Graduanda Eng. Florestal Universidade Federal do Acre ([email protected]); 2Prof. Dr. Centro de Ciências Biológicas e da Natureza Universidade Federal do Acre (zenobiosilva@hotmail. com); 3Graduanda Eng. Florestal Universidade Federal do Acre ([email protected]) Introdução e Objetivos dos custos de exploração florestal numa área manejada, em relação aos obtidos na colheita madeireira que ocorre em locais de desmate. Cabe aqui mencionar que Johnson e Sarre (1995) e Thiele (1994) indicam os fatores econômicos como os maiores obstáculos à efetiva implantação do MFS nos trópicos. Assim sendo, são validas as pesquisas que identifiquem os custos do Porém, Amaral et. al. (1998) alertam que manejo Florestal sustentável no Estado do a destruição da floresta gera impactos Acre. como a extinção das árvores de grande porte, que são chaves na produção de se- Em outras palavras, os esforços feitos no mentes; danos aos indivíduos jovens com sentido de gerar informações econômia exploração, gerando prejuízo ao estoque cas sobre etapas do manejo florestal, tal remanescente e redução da população de como o transporte florestal, as quais são certas espécies e, por último, a abertura fundamentais para subsidiar políticas púno dossel, ao facilitar a entrada do fogo na blicas voltadas a fomentar o uso racional floresta, afeta as espécies menos resistentes dos recursos florestais existentes na região a ele.Salienta-seque,comaevoluçãodos co- Amazônica, de forma geral, e no Estado do nhecimentos sobre a floresta, surgiu o ma- Acre, em particular. Os recursos florestais têm contribuído para o desenvolvimento da humanidade. Nesse contexto, cabe aqui mencionar, que a reserva de floresta tropical, na Amazônia e como relata Costa (2005), é rica em biodiversidade e suas florestas têm potencial para a produção madeireira. nejo florestal sustentável (MFS), e com Com esse pensamento, esse estudo tem, ele a possibilidade do uso correto desse re- como objetivo maior, gerar informações curso natural. econômicas da exploração florestal que Amaral et. al. (1998) acrescentam que tal subsidiem a elaboração de políticas públiprocedimento reduz os danos na floresta, cas, que visando o uso sustentável dos reeleva a produtividade da exploração e cursos florestais locais. O seu objetivo especifico, por seu turno, foi quantificar melhora a segurança do trabalho. o custo operacional do transporte florestal Todavia, mesmo com novos conceitos e no Projeto de Assentamento Agroextratitécnicas, assim como das mudanças nas vista (PAE) Equador em Xapuri políticas governamentais, que levam ao uso racional das florestas tropicais, ainda não está clara a superioridade ou não 86 Resumos Expandidos Material e métodos Seguindo sugestões apresentadas por Freitas et al. (2004), os dados coletados para esse estudo foram os seguintes: (Va), valor residual do veículo em relação ao Va (k), Valor residual (Vr), Vida útil (n), Fator de conversão p/ transformar o custo de depreciação mensal em depreciação por hora efetiva, Coeficiente de depreciação, Coeficiente de administração (k), Taxa de juros (i), Salário do motorista (Sm), Preço do combustível (Pcomb), Consumo de combustível (Ccomb), Fator de conversão p/ transformar custo de combustível (custo/km) em combustível por hora de efetivo trabalho (kmp), Custo do oleo lubrificante (Co), Volume do Carter (Qo), Quilometragem de troca do óleo do carter (kmt), Custo do óleo de transmissão (CT), Volume da caixa (QT), Custo de lavagem (Cl), Número de lavagens mensais (Nl), Quilometragem mensal (Km), Custo/preço de um pneu (Cp), Custo/preço de uma câmara (Cc), Custo de uma recapagem (Cr), Quilometragem que um pneu novo roda a mais que uma recapagem (kmo), Valor mensal gasto com oficina (Vf), Salário mensal (mecânico + ajudante)(So), Fator para converter o custo dos trabalhadores (motorista + ajudante) de US$/mês p/ US$/ he, Fator para converter o custo dos trabalhadores (motorista + ajudante) de US$/mês p/ US$/he, Salário do ajudante do motorist (Sajm), Encargos sociais (Encs), Preço do combustível (Pcomb), Número de veículos (V), e Custo de licença anual (la) Considerando que só houve possibilidade de coletar dados ao final da safra, essa pesquisase fundamenta na coleta de dados de em um dia e meio de trabalho. Cabe salientar-se que a safra corresponde aproximadamente 120 dias.. Os dados coletados nesse estudo serão processados fazendo-se uso das seguintes variáveis, e suas respectivas equações, propostas por Freitas et al. (2004) e Silva (2010): Resultados e discussão O processamento dos dados obtidos nesse estudo de origem aos seguintes resultados. Para Custo Variável, obteve-se um custo estimado de combustível (Comb) de R$ 85,51 por hora de trabalho, considerando o fator de conversão para transformar os custos por quilômetro em custos por horas efetivas de 15,38; o custo com o óleo do motor (OC) foi de R$ 0,89 por hora de trabalho; com o óleo de transmissão (OT), o valor encontrado foi de R$ 0,40 por hora de trabalho; Lavagem e Lubrificação (LL) tiveram um custo calculado em R$ 0,58 por hora de trabalho; com Pneus, câmaras e recapagens (PCR) o custo identificado foi de R$ 5,56 por hora de trabalho; já peças e material de oficina (PM) o seu custo quantificado em R$ 9,61por hora de trabalho. 87 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal Para Custo Fixo, obteve-se um custo estimado de Depreciação (DP) de R$ 9,36 por hora de trabalho, para um fator de conversão do custo de depreciação por hora efetiva de trabalho de 1/208; Juro (J) de R$ 3,51 por hora de trabalho; custos com salários e encargos sociais (SM) foi de R$ 24,40 por hora de trabalho, considerando encargos sociais de 103% e um fator de conversão de 1/208 modificado devido a empresa não possuir ajudante; com licenciamento (L) o valor foi de R$ 5,85 por hora de trabalho, considerando um custo com licença anual de 5%; com seguro (S) o custo foi identificado foi de R$ 11,70 por hora de trabalho; o custo direto (CD) quantificado foi de R$157,36 por horas de trabalho; Administração (Adm) de 27,54 reais por horas de trabalho e Custo operacional total (COT) de R$ 184,90 por horas de trabalho. Conclusões Os resultados gerados neste estudo permitem inferir as seguintes conclusões: A atividade de transporte de tora, em Rio Branco é uma atividade lucrativa, pois tomando-se como base, o fato que, nesse município, um caminhão em média carrega 12 metros cúbicos de tora, para um turno de 8 horas, e o seu empresário recebe um valor de médio de R$ 38,75/m3 de tora transportada, o quer gera uma receita, por hora trabalhada, de R$ 184,90, superior ao valor obtido nesse estudo. Referências Bibliográficas AMARAL, P; VERÍSSIMO, A.; BARRETO, P.; VIDAL, E. Floresta para sempre: um manual para produção de madeira na Amazônia. Belém: Imazon, 1998. 137p. COSTA, C.A.F. da. Racionalidade e exploração madeireira na Amazônia Bra- 88 sileira. 2005. Tese (Doutorado em Ciências Sociais) – Universidade de Salamanca, Salamanca – Espanha, 2005. FREITAS, L.C. de; MARQUES, G.M.; SILVA, M.L. da; MACHADO, R.R.; MACHADO, C.C. Estudo comparativo envolvendo três métodos de cálculo de custo operacional do caminhão bitrem. Arvore, v. 28, n. 6, p. 855-863, 2004. JOHNSON, S.; SARRE, A. Aspectos económicos de la ordenación de bosques tropicales naturales. Actualidad Forestal Tropical de la OIMT. Yokohama, v. 3, n. 4, p. 3-6. 1995. THIELE, R. How to manage tropical forests more sustainably: the case of Indonesia. Intereconomics. (s.l.), v. 29, n. 4, p.184-193, 1994. Resumos Expandidos Custos da colheita e transporte florestal da madeira de seringueira para uso como lenha no Centro-Oeste Paulista. José Jhones Matuda¹; Luiz Carlos Araujo²; Rogger Miranda Coelho³; Angelo Marcio Pinto; Leite4; Harrisom Bellico Coelho5 Mestrando Ciência Florestal UFVJM ([email protected]); 2 Mestrando Ciência Florestal UFVJM ([email protected]);,³ Mestrando Ciência Florestal UFVJM (roggermcoelho@ yahoo.com.br); 4 Prof. Dr. Departamento de Ciencias FlorestaisUFVJM ([email protected]); 5 Graduando Engenharia Florestal UFVJM ([email protected]) 1 Introdução e Objetivos A madeira da seringueira, Hevea brasiliensis, cultivada em plantios homogêneos apresenta características que a torna propícia para o uso das indústrias moveleiras e da construção civil (Kronka, 2008). Porem a falta de pesquisas e incentivos ao uso desta madeira tem dificultado um bom aproveitamento na hora de sua retirada que ocorre no final do seu ciclo produtivo da extração do látex (Filho 2013). Esta falta de mercado para consumo mais nobre da madeira de seringueira tem feito com que produtores vendam este seu bem no mercado de madeira para energia (lenha), abastecendo assim as fornalhas de secadores de sementes, e fornos em olarias e cerâmicas. A lenha é o sistema energético mais antigo da humanidade. O homem primitivo utilizava o fogo para cocção de alimentos, como fonte de luz e de calor e evolutivamente para tratamento de materiais que serviam na confecção de armas, ferramentas e utensílios (1). Porém, lenha, não é um produto que agrega valor, o que acaba tornado os gastos com sua colheita e transporte, grandes demais quando comparados ao valor pago pela mesma. Isso se torna ainda mais expressivo quanto menor for a área de retirada da madeira. Quando a colheita e o transporte florestal são avaliados juntos, podem corresponder de 60 – 70% do custo total da madeira posta na fábrica, sendo essencial na definição de custos da matéria-prima (Malinivski et al. 2008). O objetivo deste trabalho é avaliar o lucro obtido pelo produtor ao vender a madeira de seringueira no final do ciclo produtivo do látex, e os custos esperados para a retirada do seringal. Material e Métodos O estudo foi conduzido na mesorregião de Araçatuba localizada no Centro-Oeste do estado de São Paulo em Agosto de 2013. Para se estimar a quantidade de lenha transportada foram coletados dados de seis viagens carregadas com madeiras de seringueira, realizados por um caminhão 1113, e aferidos os volumes em metros estéreos transportados por cada carga do caminhão. Foi feito uma estimativa da porcentagem do valor médio do frete sobre valor médio pago pela madeira com relação a distancia percorrida. O valor da carga foi calculado através do valor médio pago pela madeira da seringueira entregue a seis consumidores da região que envolvia três olarias duas cerâmicas que as utilizavam em fornos para queimas tijolo, blocos e telha, alem de um silo que as utilizavam em um secador de grãos. Foi considerado como condições viáveis a 89 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal venda da madeira lucro superior a 15% da receita total. O volume do seringal foi estimado em 482,46 m³/ha oriundos de um plantio com média de 1,02 m³ por árvore e 473 árvores por hectare, valores médios fornecidos por uma empresa que faz uso da madeira de seringueira. Resultado e Discussão O valor médio pago pela madeira nesta região foi de R$ 32,00 o metro estéreo entregues ao consumidor, chegando a atingir valores inferiores de até R$ 28,00 e valores superiores de 38 reais como mostra a tabela 1. citada e de empresas especializadas neste setor na região, o corte e o transporte foi realizado pela mesma pessoa que contava com dois ajudantes nas etapas de baldeio e transporte da carga. Cada viajem no período do estudo incluía a etapa de baldeio feito através de uma carreta acoplada a um trator, carregamento, transporte e descarregamento. O corte foi avaliado a parte por não contar com a mesma quantidade de mão de obra. Tabela 1: Valores pagos a madeira de seringueira em forma de lenha para diferentes usos. USO VALOR (R$) Forno 28,00 Forno 30,00 Forno 32,00 Forno 32,00 Forno 32,00 Secador de grãos 38,00 MÉDIA 32,00 Os menores valores para a madeira são pagos para alimentar os fornos das olarias e cerâmicas, a justificativa para isto, segundo os compradores, é devido ao baixo preço aplicado ao seu produto final (tijolo, bloco e telha). Para alguns produtores, o que interfere neste preço é a grande oferta de madeira oriunda das frutíferas como a manga e a laranja que estão sendo cortadas na região para dar espaço as plantações de cana-de-açúcar que ocupam grandes áreas no Centro-Oeste Paulista. Devido à escassez de mão de obra capa- 90 Figura 1: Caminhão carregado de lenha oriunda de plantio de seringueira. A carga média das seis viagens foi de 40 metros estéreos, que corresponderam a uma média de 28,17 metros cúbicos de lenha cortados a um valor de R$ 12,00 o metro estéreo o que totalizou R$ 480,00. O carregamento e descarregamento de cada carga foram realizados a um valor de R$ 100,00 por dia de trabalho de cada ajudante. Assim cada carga saiu pelo valor de R$ 680,00 de mão de obra. O frete pago pelo transporte manteve-se num valor fixo de R$ 230,00 até 40 km e de R$ 250,00 de 40 km a 50 km do local de destino, sendo que a partir desta distância o valor aplicado era de R$ 2,50 por quilometro rodado. A tabela 2 mostra uma estimativa do gasto total com as viagens, incluindo a colheita e transporte. Resumos Expandidos Tabela 2: Gastos com a colheita e o trans- Conclusão porte da madeira de seringueira para lenha, O custo com o corte e transporte da mapor carga do caminhão. deira de seringueira destinado à produção de energia em forma de lenha foi de no míTotal DistanMão de da Frete TOTAL nimo 71,09% do valor total pago a madeira. cia obra viagem (R$) (R$) (km) (R$) Para distancias superiores a 81 quilôme(km) tros a venda da madeira em forma de lenha até 40 até 80 230,00 680,00 910,00 torna-se inviável, pois o lucro obtido por hectare torna-se muito baixo. 40 a 50 80 a 100 250,00 680,00 930,00 60 120 300,00 680,00 980,00 70 140 350,00 680,00 1030,00 80 160 400,00 680,00 1080,00 90 180 450,00 680,00 1130,00 100 200 500,00 680,00 1180,00 A estimativa de lucro com a colheita foi calculada em R$/Ha, feita a partir da subtração do gasto total em relação a venda da madeira multiplicado pelo numero de viagens, como mostra a tabela 3. A análise dos dados mostra que quanto mais longe o local de destino da madeira, menos será o lucro do produtor, sendo que na distancia superiores a 81 km do plantio até o consumidor o lucro será inferior a 15% e as despesas superior a 85%. Distancias superiores para o quadro acima representado resulta em prejuízo para o produtor. Nas condições avaliadas, estima-se a retirada de 17,13 viagens por hectare. Tabela 3: Lucro da venda da madeira representado em forma de porcentagem da receita total por hectare. Distancia (km) Gastos (R$) Receita (R$) Lucro (R$) Lucro (%) até 40 15588,3 21926,4 6338,1 28,91 40 a 50 15930,9 21926,4 5995,5 27,34 60 16787,4 21926,4 5139 23,44 70 17643,9 21926,4 4282,5 19,53 80 18500,4 21926,4 3426 15,63 90 19356,9 21926,4 2569,5 11,72 100 20213,4 21926,4 1713 7,81 Referência bibliográfica [1] KRONKA, F. J. N. Uso do potencial da madeira da seringueira (Hevea brasiliensis). In: ALVARENGA, A.P.; CARMO, C.A.F.S. (Coordenadores). Seringueira. Viçosa, MG: EPAMIG, 2008. p. 719-744. [2] FILHO, H. J. S. Propriedades mecânicas da madeira de clones de seringueira (Hevea brasiliensis – RRIM600 e GT1) analisadas em duas épocas do seu ciclo fenolôgico anual. Tese de Doutorado. USP/ESALQ. Piracicaba. 2013. 93f. [3] COLOMBO, S. de F. de O.; HATAKEYAMA, K.; PILATTI, L. A. O custo de produção como fator determinante do futuro da produçãoartesanal de carvão vegetal no Brasil. XIII SIMPEP - Bauru, SP, Brasil, 6 a 8 de Novembro de 2006. Disponível em < http://www.simpep.feb.unesp. br/anais/anais_13/ artigos/1209.pdf >. Acessado em: 20 de fevereiro de 2014 [4] MALINOVSKI, J. R.; CAMARGO, C. M. S.; MALINOVSKI, R. A.; MALINOVSKI, R. A. Sistemas. In: MACHADO, C. C. (coord). Colheita florestal. 2ª Ed. Viçosa, MG: UFV, 2008. P 160-184. 91 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal DESEMPENHO DE OPERADORES DE DIFERENTES IDADES NO TREINAMENTO COM SIMULADOR VIRTUAL FORWARDER Millana Bürger Pagnussat1; Eduardo da Silva Lopes2; Carlos Cézar Cavassin Diniz3; Emanuel de Andrade4; Jailson Crovador4; Paulo Candido da Silva4 1 Mestranda em Ciências Florestais ([email protected]) Prof. Dr. Departamento de Engenharia Florestal UNICENTRO ([email protected]) 3 Bolsista de Iniciação Científica e Graduando em Eng. Florestal UNICENTRO([email protected]) 4 Instrutor do Centro de Formação de Operadores Florestais CENFOR ([email protected], [email protected], [email protected] 2 Introdução e Objetivos perfil ideal dos operadores, pois elevados O avanço da mecanização das operações recursos financeiros são aplicados na capade colheita de madeira com uso de má- citação de indivíduos que muitas vezes não quinas de alta tecnologia e produtividade possuem o perfil desejado. trouxe vários benefícios às empresas flo- Este trabalho objetivou avaliar o desemperestais, como maior capacidade de produ- nho de operadores de diferentes idades no ção, qualidade e segurança, transformação treinamento com simulador de realidade da mão-de-obra e redução de custos [1]. virtual forwarder. Entretanto, o rápido avanço na introdução das máquinas de alta tecnologia e a carência Material e Métodos por operadores capacitados gerou um Gap Tecnológico no processo de mecanização Este trabalho foi desenvolvido no Centro de Formação de Operadores Florestais florestal [2]. (CENFOR) da UNICENTRO, Irati, PR. Na colheita de madeira destaca-se a etapa Os dados foram obtidos durante os treinada extração, considerada de elevado custo mentos de formação, com carga horária de e complexidade e influenciada por diver40 horas, realizados para um grupo de 95 sos fatores, como o nível de experiência do operadores de diversas empresas florestais, operador. E dentre as máquinas de maior todos sem experiência durante o período de tecnologia utilizada na colheita de madeira 2011 a 2012. está o forwarder, que é um trator autocarregável, responsável pela extração da madeira Para realização do estudo, estratificou-se os operadores nas seguintes classes de idade: [3]. 18 a 28; 29 a 37; 38 a 45 e 46 a 56 anos. Por isso, para a obtenção de máximo aproveitamento das tecnologias das máquinas Foram utilizados simuladores virtuais florestais é importante que os operadores forwarder, da Simlog Simulation Launcher e sejam capacitados de forma adequada e equipados com “joysticks” da Saitek, semecom metodologias apropriadas, com des- lhantes aos utilizados na maioria das máquitaque aos simuladores de realidade virtual. nas florestais (Figura 1). Outro aspecto a ser considerado no processo de capacitação é a identificação do 92 Resumos Expandidos clinação de toras movimentadas e erro de distância. Resultados e Discussão Mód. I: carregamento Mód. II: descarrega- a) Tempo de execução Como visto na Figura 2, os operadores de mento. Figura 1. Módulos operacionais de carre- todas as idades obtiveram um ganho de degamento e descarregamento do simulador sempenho em relação ao “tempo de execução” ao final do módulo de carregamento, virtual forwarder. porém não sendo significativo (P>0,05). O desempenho foi superior ao tempo limite Neste trabalho para a avaliação do desem- de 60 s para execução do ciclo operacional, penho dos operadores, consideraram-se os atribuído ao fato de tratar-se de um módulo dados obtidos nos módulos IV e VI do si- inicial, onde os operadores estão em fase de mulador, que melhor caracterizaram as ope- aquisição das habilidades. rações de carregamento e descarregamento Em relação ao descarregamento, verifica-se e devido ao seu maior grau de dificuldade que o desempenho dos operadores de difede execução, sendo renomeados como mó- rentes idades ficou próximo à meta, atribudulos I e II. ído à habilidade adquirida no decorrer do O desempenho médio dos operadores foi obtido a partir de relatórios do simulador virtual, considerando as seguintes variáveis: tempo de execução (s): tempo do ciclo de carregamento; erro de distância (cm): erro de distância entre as toras empilhadas no terreno no descarregamento; erro de alinhamento (Graus): erro de alinhamento das toras no compartimento de carga da máquina e sobre o terreno; colisão com fueiros (%): percentual de colisões das toras com os fueiros no compartimento de carga da máquina; e inclinação de toras movimentadas (graus): ângulo de inclinação das toras no carregamento ou descarregamento. Os dados obtidos foram analisados pela aplicação do teste “t” para dados pareados, de modo a verificar o desempenho médio dos trabalhadores entre os períodos pré e pós-treinamento. Foi realizada ainda uma análise de correlação utilizando o coeficiente de correlação linear de Pearson para as variáveis idade, tempo de execução, in- treinamento, sendo o desempenho significativo (P < 0,05). Figura 2. Desempenho médio dos operadores na variável “tempo de execução” nos módulos I e II. b) Erro de distância O desempenho médio dos operadores na variável “erro de distância” no descarregamento é mostrado na Figura 3. Todos os operadores atingiram as metas de desempenho, com ganho significativo de desempenho entre os períodos de pré e pós-treinamento (P < 0,05). 93 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal Figura 5. Desempenho médio dos operadores de na variável “inclinação das toras” nos módulos I e II. Figura 3. Desempenho médio dos operadores na variável “erro de distância” no e) Colisão com fueiros módulo II. Em relação à “colisão com os fueiros” (Figura 6), verifica-se que os operadores de menor idade obtiveram melhor desempec) Erro de alinhamento nho na execução dos módulos I e II, haOs operadores de todas as idades obtive- vendo uma evolução significativa (P < 0,05) ram um desempenho abaixo da meta es- entre os períodos pré e pós-treinamento. tabelecida no carregamento (módulo I), com melhoria no decorrer do treinamento, porém não significativo (P > 0,05) (Figura 4). Em relação ao descarregamento (módulo II), nota-se os operadores alcançaram a meta estabelecida ao final do módulo, porém o desempenho não foi significativo (P Figura 6. Desempenho médio dos operado> 0,05). res na variável “colisão com os fueiros” nos módulos I e II. f) Correlação entre as variáveis As variáveis “erro de alinhamento”, “inclinação das toras”, “colisão com fueiros” e Figura 4. Desempenho médio dos opera“erro de distância” demonstraram correladores na variável “erro de alinhamento” ção entre si no início e final do carregamennos módulos I e II. to e descarregamento. Podemos constatar que, os operadores demonstraram a mesma d) Inclinação das toras movimentadas tendência ao bom desempenho entre as vaO desempenho médio dos operadores na ráveis e módulos operacionais. variável “inclinação das toras” é apresen- Além disso, pode-se afirmar que, as variátado na Figura 5. O desempenho ficou veis estão relacionadas com alguma caracabaixo da meta estabelecida, não havendo terística do perfil dos operadores, pois os evolução significativa entre os períodos de mesmos demonstraram um bom desempré e pós-treinamento (P > 0,05) nos mó- penho em determinada variável, enquanto não ocorreu para as outas variáveis, bem dulos I e II. como se trata de uma característica comum 94 Resumos Expandidos a todos e não estando correlacionada com a idade. Conclusões a) Os operadores mais jovens obtiveram melhor desempenho no treinamento com uso do simulador virtual. b) O “erro de inclinação” e “colisões com fueiros” foram as variáveis de maior dificuldade de execução, atribuída à menor visibilidade de execução do carregamento e mostrando a necessidade de ampliação da carga horária de treinamento neste módulo. c) As variáveis “inclinação das toras”, “colisão com fueiros”, “erro de distância” e “erro de alinhamento” demonstraram correlação entre si e possuindo uma relação com alguma habilidade tácita específica dos operadores. Referências Bibliográficas [1] LOPES, E. S. A formação de Operadores Florestais em simuladores de realidade virtuais em 3D. Revista Opiniões. 2007 [2] PARISE, D.; MALINOVSKI, J. R. Análise e reflexões sobre o desenvolvimento tecnológico da colheita florestal no Brasil. 2008. In: SEMINÁRIO DE ATUALIZAÇÃO SOBRE SISTEMAS DE COLHEITA DE MADEIRA E TRANSPORTE FLORESTAL, 12. Curitiba, PR. Anais… p.78-109.2002 [3] SEIXAS, F. Extração Florestal. In: MACHADO, C. C. Colheita florestal. 2a ed. Viçosa, MG, Ed. UFV, 2008. 95 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal DESEMPENHO OPERACIONAL DO FORWARDER EM FLORESTA CLONAL DE EUCALYPTUS SP. Gustavo Pereira Castro¹; Nathan Sganderla Sanches²; Ricardo Anselmo Malinovski³ ¹ Eng. Florestal ([email protected]); ² Graduando de Eng. Florestal da UFPR ([email protected]); ³ Prof. Dr. da UFPR de Eng. Florestal ([email protected]); Introdução e Objetivos A atividade de colheita de madeira representa, aproximadamente, 1/3 do custo do processo produtivo da madeira. Devido a sua enorme importância, muito se tem investido nesta operação, a mecanização ganhou investimentos e avançou na busca por segurança operacional, melhor qualidade do produto, diminuição dos custos operacionais, maior capacidade produtiva e melhores condições de trabalho para os operadores. cronometragem estipulado foi de 2 horas e a operação iniciava-se à distância máxima de 300 metros da estrada. A distância mínima de baldeio registrada no estudo era a distância que o Forwarder atingia ao término das 2 horas de cronometragem. O estudo foi realizado no mês de julho de 2013 em uma empresa florestal localizada na região sul do estado da Bahia. O relevo do terreno era plano, a espécie Eucalyptus spp, os toretes tinham 6 metros de comprimento e o baldeio era feito no sentido do A extração, de acordo com Seixas e Ma- alinhamento do plantio. chado (2008), refere-se à movimentação Para tentar minimizar ao máximo as variáda madeira, desde o local onde o corte foi veis, os operadores amostrados apresentarealizado até a estrada. As formas mais co- vam o mesmo nível técnico de capacitação. muns são: baldeio, arraste e suspensa. Sendo o baldeio uma das atividades no processo de colheita florestal, o presente trabalho teve como objetivo analisar, quantificar e qualificar as atividades operacionais e o desempenho do Forwarder. Material e Métodos Para obter os dados necessários para a realização deste trabalho foi preciso aplicar o Método de Tempo Contínuo de Estudo de Tempos e Movimentos. O método consiste na medição do tempo sem detenção do cro- Foto 1. Forwarder Komatsu 890.3 avaliado nômetro, quer dizer, de forma contínua. A durante o estudo. leitura do cronômetro foi feita ao término de cada atividade realizada, as quais eram registradas na sequência em que ocorriam. Para cada operador de Forwarder o tempo de 96 Resumos Expandidos Resultados e Discussão Conclusões Após 20 horas de observações, os resulta- Pode-se, por meio deste estudo, observar dos obtidos de produtividade, em função que a produtividade do Forwarder diminui da distância de baldeio, podem ser observa- com o aumento da distância de baldeio. dos no gráfico abaixo. Em relação ao tempo de ciclo, observa que, quanto maior a distância de baldeio, maior o tempo de ciclo e o percentual do tempo gasto em deslocamento. Gráfico 1. Produtividade do Forwarder em função da distância. A produtividade máxima efetiva do Forwarder foi obtida na distância de baldeio à 90 metros da estrada, com 60,4 m³sc/hora. Um decréscimo da produtividade ocorre com o aumento da distância de baldeio, sendo a menor produtividade obtida na distância de 300 metros, com 46,4 m³sc/hora. A produtividade é impactada pelo tempo de ciclo de baldeio, como pode ser observado no gráfico 2, o tempo de ciclo de baldeio aumenta com a distância. A uma classe de distância entre 60 e 90 metros, o menor tempo foi observado, sendo o ciclo operacional concluído com 12,6 minutos, enquanto em uma classe de distância entre 270 a 300 metros, o maior tempo de ciclo de baldeio foi obtido com 19,5 minutos. Gráfico 2. Tempo do ciclo em função da distância de baldeio. Referências BANTEL, C. A. Análise de extração de madeira de eucalipto com forwarder em floresta de primeira e segunda rotação. Botucatu, 2006. 126 f. Dissertação (mestrado). Faculdade de Ciências Agronômicas, Universidade Estadual Paulista. CASTRO, G. P. Estudo, revisão e discussão de conceitos e temas abordados na colheita florestal mecanizada. 2011. 106 p. Tese (Trabalho de Conclusão de Curso) – ULT- FAJAR, Jaguariaíva, PR, 2011. MALINOVSKI. R. A. et. al. Análise das variáveis de influência na produtividade das máquinas de colheita de madeira em função das características físicas do terreno, do povoamento e do planejamento operacional florestal. Florestal, Curitiba, PR, v. 36, n. 2, mai./ago. 2006. MALINOVSKI, R. A. Otimização da distância de extração de madeira com Forwarder. 2007. 94 f. Tese (Doutorado em Agronomia/Energia na Agricultura)Faculdade de Ciências Agronômicas, Universidade Estadual Paulista, Botucatu, 2007. SANTOS, S. L. M.; MACHADO, C. C. Avaliação técnica e econômica da extração de madeira com forwarder em diferentes volumes por árvore e comprimentos de toras. Revista Madera y Bosques, México, v. 7, n. 2, p. 87-94, 2001. SEIXAS, F. Extração. In: MACHADO, C.C. Colheita Florestal. Viçosa: UFV, 2008. cap. 4, p. 97-145. 97 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal DISTRIBUIÇÃO DOS TEMPOS OPERACIONAIS DE HARVESTER E FORWARDER Flávio Cipriano de Assis do Carmo¹, Nilton César Fiedler², Filipe Santos Tavares³, Pompeu Paes Guimarães4, Saulo Boldrini Gonçalves¹, ¹ Doutorando em Ciências Florestais, UFES ([email protected]; sauloboldrinig@hotmail. com)² Prof. Dr. Departamento de Eng. Florestal, UFES ([email protected]). ³Eng. Florestal, ([email protected]); Prof. Dr. Departamento de Eng. Florestal, UFERSA (Pompeu. guimarã[email protected]) INTRODUÇÃO Dentre as várias etapas do setor florestal, a colheita florestal compreende as operações de derrubada, processamento e extração da madeira até as margens das estradas (SILVA, 2011). Nesta etapa, é importante verificar as condições do terreno, a finalidade do uso da madeira e os recursos financeiros disponíveis para execução das atividades, de modo a verificar o melhor sistema de colheita em que resulte no menor custo por volume de madeira. Esta pesquisa objetivou analisar a distribuição dos tempos operacionais das máquinas harvester e forwarder, afim de determinar os tempos improdutivos e posterior análise de aumento de produtividade das máquinas. MATERIAL E MÉTODOS Para a avaliação do estudo de desempenho operacional das máquinas foram analisados os três módulos de colheita utilizados pela empresa, na qual cada módulo era composto com dez harvester’s e quatro forwarder’s. Desse modo, dividiu-se os tempos gastos durante a jornada de trabalho em 5 categorias, conforme Tabela 1. Os resultados referentes às fases operacionais de cada turno e módulo de trabalho obtidos do banco de dados da empresa foram analisados considerando como um delineamento inteiramente casualizado. Assim, os dados foram processados por meio de uma análise de variância (ANOVA à 99% de probabilidade) e, obtendo resultados significativos na análise de variância, foi realizou-se o teste de média Tukey à 99% de probabilidade. O estudo foi realizado em áreas com plantios de eucaliptos de uma empresa florestal Tabela 1. Distribuição dos tempos consuno sul do estado da Bahia. O sistema de midos pelas máquinas na colheita florestal colheita utilizado era de toras curtas (cutCaracterização to-lenght) com operações mecanizadas de Tempos operacionais derrubada, processamento (harvester) e exTempo despendido com tração da madeira (Forwarder). funções obrigatórias, porém não Os dados foram obtidos com a utilização Tempo diretamente relacionadas com a do banco de dados fornecido pela empresa, Acessório operação, como paradas pessoais, por coleta de campos em duas etapas sendo (TAc): paradas por decisões gerenciais, paradas para refeição e ginástica a primeira parte no mês de março de 2011, laboral. para análise dos harvester’s e a segunda em agosto e setembro de 2012, para avaliação dos forwarder’s. 98 Resumos Expandidos Tempo Auxiliar (TA) Tempo despendido com funções que obrigatoriamente são exigidas pela operação, sem as quais essa não ocorreria (as atividades consideradas foram: abastecimento, lavagem e translado das máquinas por prancha). Tempo Improdutivo (TI) Tempo em que a máquina está disponível para a operação, porém não está sendo utilizada, ou tempo ocioso consumido durante a atividade de manutenção (como aguardando peças e mecânicos). Tempo em Manutenção (TM): Tempo despendido com a manutenção preventiva ou corretiva da máquina (foi considerado o tempo gasto para manutenção da máquina base e implementos). Operação efetiva de colheita floresTempo tal (Abate e processamento para o Produtivo harvester e baldeio da madeira até a (TP): margens da estrada para o forwarder). RESULTADOS E DISCUSSÃO nal para refeição está excedendo o tempo estipulado pela empresa. Além disso, esses resultados demonstraram que não houve melhoria no planejamento do sistema de produção dos módulos para reduzir os tempos improdutivos. Quanto ao forwarder, verificou-se ter havido um avanço em termos de redução dos tempos improdutivos (2,6%) segundo Minette et al (2004) os tempos improdutivos influenciam cerca de 8% do custo final para o forwarder. Porém, quando se analisam os tempos acessórios, auxiliares e de manutenção percebe-se que teve um aumento percentual nesses itens. Pode ser considerado preocupante o incremento de 3,5% no tempo de manutenção desta máquina, mostrando a importância de realizar estudos visando verificar necessidade ou não de substituição das máquinas, ou se isso é devido a má qualidade dos serviços de mão de obra, ou a utilização inadequada (adaptações) de peças e componentes. A Tabela 2 apresenta a distribuição dos tem- CONCLUSÃO pos operacionais das máquinas analisadas. As atividades auxiliares apresentaram os Tabela 2: Distribuição dos tempos opera- menores resultados dento dos tempos cionais médios durante os anos de 2010 e operacionais, já as atividades de operação 2011 em percentual (%) foram as que resultaram em melhores percentuais. Harvester 2010 Forwarder 2011 2010 2011 9,9 ACESSÓRIO 5,8 9,6 7,7 AUXILIAR 2,1 1,7 1,8 2,1 IMPRODUTIVO 7,6 7,6 17,0 14,4 MANUTENÇÃO 16,8 16,0 10,7 14,2 OPERAÇÃO 67,7 65,0 62,7 59,3 É observado na Tabela 2, que os tempos de operação das máquinas diminuíram durante o ano de 2011 (2,7% para harvester e 3,4% para forwarder). Em relação ao harvester, não houve avanço em relação aos tempos acessório e improdutivo. Assim, deve-se verificar se o percentual da parada operacio- REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA MINETTE, L.J.; MOREIRA, F.M.T.; SOUZA, A.P.; MACHADO, C.C.; SILVA, K.R. Análise técnica e econômica do forwarder em três subsistemas de colheita em florestas de eucalipto. Revista Árvore, Viçosa, v.28, n.1, p.91-297, 2004. SILVA, E.N. Avaliação técnica, de custos e ambiental de dois modelos de harvester na colheita florestal. Viçosa – MG. UFV, 2011. 68 f. Tese (Doutorado em Ciência Florestal)-Universidade Federal de Viçosa, 2011. 99 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal EFEITO DO TRÁFEGO DE MÁQUINAS DE COLHEITA FLORESTAL NA ESTRUTURA DE UM CAMBISSOLO HÁPLICO Jean Alberto Sampietro1; Cedinara Arruda Santana Morales2; José Miguel Reichert3; Pedro Henrique Rodrigues Borges4; Elias Frank de Araújo5 1 Prof. Dr. Departamento de Eng. Florestal da Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC-CAV ([email protected]); 2Eng. Florestal, Dr.ª em Eng. Florestal (cedinarasm@ gmail.com);3Graduando em Eng. Florestal da Universidade Federal de Santa Maria/UFSM ([email protected]); 4Prof. PhD. Departamento de Solos UFSM; 5Eng. Florestal, MSc., CMPC Celulose Riograndense ([email protected]) Introdução e objetivos 269 e 382 g kg-1 de argila, silte, areia grossa e areia fina, respectivamente e carbono orgânico do solo de 8,30 g kg-1, sendo o relevo plano a suave ondulado. O sistema de colheita de madeira avaliado foi de Toras Curtas (Cut-to-length), composto por um trator florestal Harvester (HV), Volvo EC210, com peso operacional de 21,7 t e rodados de esteiras de 0,6 m X 4,5 m, e por um trator florestal Forwader (FW), Valmet 890.3, com peso operacional de 19,1 t, compartimento de carga com capacidade bruta de 18 t, tração 8 X 8 com rodados de pneus (750/55 x 26,5) e inflados com 503 kPa de pressão. A crescente mecanização da colheita florestal, trazendo aumento do tamanho, da potência e do tráfego das máquinas de colheita da madeira é a principal causa da alteração de solos florestais. Devido à elevada intensidade de tráfego durante as operações de corte e extração de madeira, os solos florestais são submetidos a tensões intensas, modificando importantes características estruturais, ocasionando, assim, o impedimento mecânico ao crescimento radicular, resultando em menor volume de solo explorado, menor absorção de água e nutrientes e, consequentemente, menor de- Na área selecionada, todas as árvores foram derrubadas e processadas somente com senvolvimento das plantas. Este trabalho objetivou avaliar o efeito do uma passada do HV. Em seguida, foram tráfego de máquinas de colheita de florestal distribuídos três blocos nos quais foram sobre a estrutura de um Cambissolo Há- instaladas parcelas de 5 X 20 m para cada plico em povoamentos de Eucalyptus saligna tratamento analisado, sendo: uma passada do HV (H); uma passada do HV mais uma Sm.. passada do FW (H + 1F); uma passada do HV mais duas passadas do FW (H + 2F); Material e métodos uma passada do HV mais quatro passadas O trabalho foi conduzido em áreas de do FW (H + 4F); uma passada do HV mais Eucalyptus saligna em segunda rotação, per- oito passadas do FW (H + 8F); uma passatencentes à empresa CMPC Celulose Rio- da do HV mais 16 passadas do FW (H + grandense, localizadas no Estado do Rio 16F); uma passada do HV mais 32 passadas do FW (H + 32F). O tratamento sem Grande do Sul. O solo foi classificado como um Cambisso- tráfego (ST) foi representado por uma área lo Háplico Tb Distrófico de textura franco em que a floresta não foi derrubada e, por-arenosa, com conteúdo médio de 122, 227, tanto, sem haver distúrbios no solo devido 100 Resumos Expandidos ao tráfego. Em cada parcela houve a simulação de uma intensidade de tráfego (tratamento). Para os ensaios o FW foi completamente carregado fora da área experimental, e, então, trafegou sempre com mesma carga (11,3 t de madeira) sobre mesma trilha de passagem dentro de cada parcela, numa velocidade média de 5 km h-1, sendo que uma passada representou somente uma viajem de ida da máquina. A umidade do solo (condição de campo) era de ±0,072 kg kg-1. Primeiramente, foram determinadas a área de contato e pressão estática exercido pelos rodados das máquinas sobre o solo conforme [1], para uma passada do Harvester (H), e para uma passada (F) e 32 passadas (32F) dos rodados dianteiros e traseiros do Forwarder. Em seguida, em todos os tratamentos, foi realizada um amostragem de solo com estrutura preservada em anéis de 2,5 cm de altura e 6,1 cm de diâmetro, nas camadas de 0 a 10, 10 a 20, 20 a 40 e 40 a 60 cm de profundidade, sendo coletadas três repetições para cada tratamento em cada bloco em todas as camadas. Posteriormente, em laboratório as amostras foram separadas em três grupos de umidade: tensão de água de 10 kPa, tensão de água de 100 kPa e condição de campo. E, então, foram submetidas ao ensaio de compressão uniaxial conforme [2], sendo a pressão de pré-consolidação (σp) obtida de acordo com [3]. O delineamento experimental foi o blocos ao acaso, sendo os dados de σp submetidos à análise de variância e depois teste de Tukey à 5% de significância. Resultados e discussão O maior valor de área de contato foi encontrado para a situação H (1,52 m2), obviamente, devido à máquina ser equipada com rodados de esteiras, o que resultou em menor pressão exercida sobre o solo. O Forwarder apresentou valores menores de área de contato, uma vez que é equipado com pneus, sendo que após 32 passadas os valores foram superiores em comparação após uma passada, ocorrendo o inverso para a pressão estática exercida sobre o solo (Tabela 1). Esses resultados podem ser em função da área de contato ser diretamente relacionada às dimensões (largura, diâmetro) dos rodados, pressão de inflação dos pneus ou rigidez de esteiras, carga por eixo e por rodado e, principalmente, rigidez do solo, pois, inicialmente, o solo apresentava rigidez menor e, assim, com as sucessivas passadas das máquinas, houve alterações estruturais no solo, devido à compactação, resultando em maior rigidez do solo, menor área de contato e maior pressão estática exercida. Tabela 1. Área de contato e pressão estática exercida pelos rodados das máquinas sobre o solo Tratamento (rodado) Área de Pressão contato m2 estática kPa H (rodados de esteiras) 1,519 F (rodados dianteiros) 0,322 75,2 92,6 F (rodados traseiros) 0,412 108,4 32F (rodados dianteiros) 0,154 194,2 32F (rodados traseiros) 0,164 272,7 Quanto à pressão de pré-consolidação (Tabela 2), na tensão de 10 kPa, embora em algumas camadas não tenha ocorrido diferenças significativas, se pode notar aumento da σp com o aumento do tráfego das máquinas. Fato também observado na tensão de 100 kPa e condição de campo, o que demonstra que as alterações estruturais sofridas pelo solo pela ação do tráfego de máquinas de colheita florestal podem ser agravadas em 101 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal função de repetidas passadas, sendo o com- pactação adicional do solo, caso as pressões portamento mecânico do solo afetado dire- impostas sejam superiores à pressão de prétamente pela condição de umidade. consolidação e, então, o solo apresentará Diante disso, pode -se pressupor que a comportamento plástico, havendo deforcompactação do solo causada pelo tráfego mação e alteração de sua estrutura. do Harvester e do Forwarder seria bem maior, caso o solo estivesse mais úmido no mo- Tabela 2. Pressão de pré-consolidação (kPa) mento da execução do experimento. Então, na umidade correspondente à tensão de 10 devido à isso, é que se associa a ocorrên- kPa, tensão de 100 kPa e condição de campo cia de poucas diferenças estatísticas, pois o solo, de certa forma, pode ter aguentado Tensão de 10 kPa as pressões advindas do tráfego, uma vez Camada que, durante as simulações de tráfego (con- Trat. 0-10 10-20 20-40 40-60 dição de campo), a capacidade de suporte ST 76,1 57,2 b 112,6 ab 69,8 b na condição inicial do solo era de 125 e 204 H 118,2 79,2 ab 142,6 a 128,7 ab kPa, dos 0 a 20 cm e 20 a 60 cm de pro123,3 101,4 ab 61,7 b 99,1 ab fundidade, respectivamente. Assim, como o H+1F H+2F 116 71,8 ab 127,5 a 66,3 b Harvester exerceu uma pressão de 75 kPa e 119,1 136,0 a 142,5 a 70,3 b o Forwarder, após uma passada, exerceu uma H+4F 115,7 102,2 ab 96,9 ab 67,3 b pressão média de 100,5 kPa, estas não fo- H+8F ram suficientes para superar a pressão má- H+16F 146,3 106,4 ab 89,3 ab 160,0 a xima que o solo suporta. H+32F 104,6 86,5 ab 121,5 a 104,2 ab Contudo, a capacidade de suporte foi superada após sucessivas passadas e, dessa forma, ocorrendo alterações estruturas no solo cada vez mais em maior magnitude, justificando o comportamento mecânico do solo, uma vez que isto é dinâmico, refletindo as pressões externas aplicadas. Quando são aplicadas pressões externas superiores à capacidade de suporte do solo, ocorre a aproximação das partículas, havendo a redução do tamanho médio dos poros. Como poros de menor dimensão tendem a ser menos propensos às forças compactantes, estes levam a uma maior resistência do solo e, dessa forma, a capacidade de suporte (pressão de pré-consolidação) é aumentada, o que, parcialmente, protege o solo de compactação adicional. No caso do solo sofrer pressões advindas de tráfego menores que a pressão de pré-consolidação, este reage de forma elástica e não há compactação adicional; ou seja, somente haverá com- 102 Trat. ST Tensão de 100 kPa Camada 0-10 10-20 20-40 75,5 a 30,4 a 175,1 a 40-60 60,3 a H 108,7 a 213,8 a 211,1 a 135,1 a H+1F 118,9 a 80,3 a 119,1 a 191,7 a H+2F 133,4 a 109,6 a 122,7 a 96,5 a H+4F 133,7 a 184,6 a 217,5 a 236,7 a H+8F 159,2 a 141,3 a 211,8 a 116,7 a H+16F 313,2 a 253,9 a 201,9 a 176,3 a H+32F 158,1 a 190,2 a 236,6 a 121,1 a ST Condição de campo Camada 0-10 10-20 20-40 100,7 a 149,3 a 208,9 a 40-60 199,0 a H 128,6 a 143,5 a 280,4 a 187,1 a H+1F 193,4 a 195,3 a 129,4 a 152,1 a Trat. H+2F 199,0 a 341,2 a 93,1 a 136,7 a H+4F 188,8 a 235,6 a 99,8 a 168,1 a H+8F 263,7 a 159,0 a 189,8 a 165,8 a H+16F 237,5 a 110,1 a 199,7 a 284,0 a H+32F 222,8 a 144,8 a 315,7 a 182,1 a Resumos Expandidos Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de significância. Conclusões A intensificação do tráfego das máquinas de colheita florestal promoveu aumento na pressão exercida sobre o solo, resultando em alterações de sua estrutura cada vez em maior magnitude, o que refletiu na sua pressão de pré-consolidação que aumentou conforme foi maior a repetição de passadas. Referências [1] BRANDT, A.A. Carregamento estático e dinâmico e sua relação com tensão, deformação e fluxos no solo. 2009. 162 f. Tese (Doutorado em Engenharia Agrícola) – Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria. [2] SILVA, V.R.; REINERT, D.J.; REICHERT, J.M. Susceptibilidade à compactação de um Latossolo Vermelho-Escuro e de um Podzólico Vermelho-Amarelo. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.4, p.239-249, 2000. [3] HOLTZ, R.D.; KOVACS, W.D.; SHEAHAN, T.C. An introduction to geotechnical engineering (2 ed). New Jersey: Prentice-Hall, 2010. 864p. . 103 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal ESTUDO DE TEMPOS E MOVIMENTOS NO TRANSPORTE FLORESTAL RODOVIÁRIO EM UMA EMPRESA PRODUTORA DE CELULOSE Antonio Vitor Rodrigues Tavares¹; Adriana Leandra de Assis2; Túlio Barroso Queiroz3 ¹Graduando de Eng. Florestal ICA/UFMG ([email protected]); 2 Prof. Dr. Instituto de Ciências Agrária da UFMG ([email protected]); 3 Graduando de Eng. Florestal ICA/UFMG ([email protected]) Introdução O transporte florestal rodoviário é o principal modal movimentador de cargas na indústria brasileira de celulose[1]. O transporte da madeira do campo até o pátio da fábrica é uma das atividades com maior influência no custo da produção de cavacos[2]. Assim, o objetivo deste estudo foi identificar os gargalos no ciclo de transporte por meio do estudo de tempos e movimentos visando melhorar o aproveitamento do tempo em cada atividade de forma a garantir a viabilidade das operações. Metodologia ato de carregamento da grua foi de 00:14; na liberação da carga via documento 00:01; amarração da carga foi de 00:10; no reaperto da carga durante a viagem foi de 00:05; na fila na balança da fábrica foi de 00:17; no descarregamento no pátio da fábrica foi de 00:25; na troca de turno dos motoristas foi de 01:08 e na realização do check-list do motorista no veículo foi de 00:30. Para cada atividade no ciclo de transporte foi identificada uma oportunidade de melhor aproveitamento do tempo disponível. Além do levantamento do tempo gasto em cada operação, foi identificado oportunidades na logística do transporte envolvendo o translado dos motoristas aos locais de trabalho, o deslocamento dos mecânicos até os pontos para a manutenção dos veículos de transporte e das gruas utilizadas no carregamento de madeira no campo e por fim as condições ergonômicas de trabalho dos colaboradores. A coleta dos dados experimentais foi realizada durante seis meses em uma empresa produtora de celulose localizada no sul da Bahia. O ciclo de transporte da empresa foi avaliado por turnos de trabalho distribuídos durante as 24 horas do dia. Cada atividade do ciclo foi monitorada Conclusão durante um período que variou de 6 a 12 O presente estudo identificou uma possível dias. economia de tempo de 02:15 em um dia de trabalho para todos os veículos, o Resultados e discussão que representa uma redução de 9,4% no Com o levantamento de tempos (min) e tempo requerido para essas atividades, movimentos conseguimos identificar o evidenciando que estudos constantes de tempo médio gasto para cada operação do tempos e movimentos são relevantes para ciclo. No abastecimento de combustível nos a redução de custos das operações de veículos de transporte foi de 00:06; na fila transporte florestal rodoviário. do carregamento no campo foi de 00:42; no 104 Resumos Expandidos Referências [1] RESSEL FILHO, E. H. Laboratório de Estradas, Transporte e Colheita Florestal. Universidade Regional de Blumenal-FURB, [201-?]. http://home.furb.br/erwin/index. htm, acesso em 20 out. 2013. [2] Transporte rodoviário florestal/Carlos Cardoso Machado. [et al.]. – Viçosa, MG: Ed. UFV, 2009. 105 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal Extração de madeira de diferentes sortimentos com o trator florestal forwarder sob regime de desbaste Carlos Cézar Cavassin Diniz¹; Eduardo da Silva Lopes² ¹ Bolsista de Iniciação Científica e Graduando Eng. Florestal UNICENTRO ([email protected]); ² Prof. Dr. Departamento de Engenharia Florestal UNICENTRO ([email protected]) Introdução e Objetivos Na colheita de madeira é importante destacar a operação de extração, que consiste na retirada da madeira do interior da área de corte até a margem do talhão ou pátio intermediário. partimento de carga da máquina, conforme os sortimentos obtidos. Este trabalho objetivou realizar uma análise operacional do forwarder na extração de toras de pinus com diferentes sortimentos em regime de desbaste, visando gerar inforTrata-se de uma operação influenciada por mações para subsidiar o planejamento das diversos fatores, como o nível de experiên- operações e melhor aproveitamento dos cia do operador, condições do povoamento recursos. e terreno, distância de extração, tipos de Foi analisada a operação de extração das máquinas, dentre outros, que podem in- toras “baldeio” por meio de dois modelos: fluenciar diretamente na produtividade e nos custos de produção [1]. a) Modelo 1: Extração de ambos os sorO uso do trator florestal forwarder na extratimentos de toras (celulose e laminação de madeira é muito comum, tanto no ção) simultaneamente no mesmo ciclo regime de corte raso quanto de desbastes. operacional e posterior separação das É uma máquina articulada, com tração 4x4, toras na margem da estrada durante o 6x6 ou 8x8, possuindo uma plataforma de descarregamento. carga e uma grua hidráulica, rodados de b) Modelo 2: Extração de um único tipo pneus ou esteiras e responsável pela retirade sortimento de toras por ciclo opeda da madeira do interior do talhão para a racional, com descarregamento direto margem da estrada ou pátio intermediário das toras na margem da estrada. na forma de “baldeio” [2]. Segundo [3], a velocidade não é uma característica desta máquina, pois a mesma passa a maior parte Foi realizado um estudo de tempos e movido ciclo operacional realizando o carrega- mentos da operação de extração pelo mémento e descarregamento das toras. todo de tempos contínuos. O ciclo operaPor outro lado, [4], estudando diversas va- cional efetivo da operação de extração foi riáveis que influenciam a produtividade das subdividido nos seguintes elementos parmáquinas de colheita, constatou a influên- ciais: viagem vazio, carregamento, viagem cia do sortimento das toras no desempenho entre carga, viagem carregado e descarredo forwarder, em função da necessidade de gamento. Em seguida, obteve a eficiência ordenamento das toras no estaleiro e a não operacional e a produtividade da máquina ocupação total da área útil da garra e com- em ambos os modelos de extração. 106 Resumos Expandidos Resultados e Discussão Estudo de tempos e movimentos Figura 2. Distribuição percentual dos tempos do ciclo operacional do forwarder nos modelos 1 (a) e 2 (b) de extração. Os tempos percentuais consumidos pelo forwarder são apresentados na Figura 2. Como pode ser visto, o elemento que consumiu o maior tempo percentual foi o carregamento das toras em ambos os modelos de extração, com 52 e 50% do tempo total, respectivamente. O elevado tempo consumido pode ser atribuído ao baixo volume de madeira produzida pelo desbaste, cujas pilhas de toras são normalmente de baixo volume e com maior distribuição e distante entre si ao longo da trilha de extração. Material e Métodos O trabalho foi realizado em uma empresa florestal do estado do Paraná. O povoamento era de Pinus taeda L. sob regime de desbaste (1º desbaste), realizado aos 10 anos de idade. A empresa utilizava o sistema de colheita de toras curtas (cut to length), composto pelos tratores (a) florestais harvester e forwarder, sendo o último da marca Komatsu, modelo 865 (Figura 1). Em seguida, destaca-se o descarregamento das toras e a viagem entre carga, que consumiram 28 e 8% do tempo total no modelo 1 e 27 e 10% no modelo 2, respectivamente. No primeiro modelo de desbaste, onde ambos os tipos de toras são extraídas simultaneamente, ficou evidente o maior tempo consumido pela máquina na separação das toras durante o descarregamento. Por outro lado, percebe-se o maior tempo com a viagem entre cargas no modelo 2, devido à necessidade de tempo adicional na busca pelas pilhas de toras de único sortimento. Por fim, confirmou-se neste estudo que a velocidade não é a principal característica desta máquina, pois em ambos os modelos de extração estudados, as operações de carregamento e descarregamento ocuparam em torno de 88% do tempo total do ciclo operacional. Tal valor é superior ao encontrado na extração de toras em regiFigura 1. Forwarder Komatsu 865 utilizado me de corte raso, podendo este resultado no estudo. ser atribuído ao baixo volume de madeira produzida no regime de desbaste e o maior tempo consumido pela máquina no deslo- 107 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal acarretou na redução do tempo de descamento à procura de toras, acarretando, carregamento. consequentemente, em menores produtividades e maiores custos de produção. b) O modelo de extração de toras com único sortimento apresentou maior produtividade e poderá ser adotado Determinação da produtividade pela empresa no primeiro desbaste em Como pode ser visto na Tabela 1, a área espovoamentos de pinus. tudada foi semelhante em ambos os modelos de extração, possibilitando assim, uma Referências Bibliográficas melhor comparação dos resultados. Tabela 1. Produtividade e eficiência operacional do forwarder nos modelos 1 e 2 de extração. Itens avaliados Modelo de extração 1 2 Área trabalhada (ha) 2,41 2,49 Hora efetiva de trabalho (h) 24,5 15,1 Eficiência operacional média (%) 63,4 63,4 Produtividade (m3/h) 31,7 36,5 Considerando uma eficiência operacional média do forwarder de 63,4% obtida em ambos os modelos estudados e uma distância média de extração de 100 m, obteve-se uma produtividade média de 31,7 e 36,5 m3/ hora nos modelos de extração 1 e 2, respectivamente. A maior produtividade da máquina no modelo 2 pode ser atribuída à maior agilidade da máquina no descarregamento das toras de um único sortimento, mostrando, portanto, a viabilidade técnica da execução da extração das toras por sortimento em regime de desbaste. Conclusões a) A extração de toras com único sortimento contribuiu para o aumento do tempo de viagem entre cargas, porém 108 [1] OLIVEIRA, D.; LOPES, E.S.; FIEDLER, N.C. Avaliação técnica e econômica do Forwarder na extração de toras de pinus. Scientia Forestalis, Piracicaba, v.37, n.84, p.525-533, 2009. [2] MACHADO, C.C. Colheita florestal. 2.ed. Viçosa: UFV, 2007. 501p. [3] SEIXAS, F. Extração florestal. In: MACHADO, C.C. Colheita florestal. 2.ed. Viçosa: UFV, 2007. p. 97-145 . [4] MALINOVSKI, R. A.; MALINOVSKI, R. A.; MALINOVSKI, J. R.; YAMAJI, F. M. Análise das variáveis de influência na produtividade das máquinas de colheita de madeira em função das características físicas do terreno, do povoamento e do planejamento operacional florestal. Floresta, Curitiba, v.36, n.2, p.169-182, 2006. Resumos Expandidos INDICADORES DE TRAFEGABILIDADE DE SOLOS PARA OPERAÇÕES DE COLHEITA DA MADEIRA Jean Alberto Sampietro1; Cedinara Arruda Santana Morales2; José Miguel Reichert3; Pedro Henrique Rodrigues Borges4; Elias Frank de Araújo5 1 Prof. Dr. Depto. de Eng. Florestal da Universidade do Estado de Santa Catarina –UDESC (jean. [email protected]); 2Eng. Florestal, Dr.ª em Eng. Florestal ([email protected]); 3Prof. PhD. Depto. de Solos da Universidade Federal de Santa Maria/UFSM ([email protected]); 4Graduando em Eng. Florestal UFSM ([email protected]); 5Eng. Florestal, MSc., CMPC Celulose Riograndense ([email protected]) Introdução e objetivos Material e métodos Em áreas florestais, a compactação do solo tem ocorrido, principalmente, em virtude de operações de colheita da madeira, a qual envolve o tráfego intenso de máquinas de grande porte. Essa situação tem provocado alterações significativas nas características físicas, químicas e biológicas do solo, além de afetar o seu potencial produtivo. O trabalho foi conduzido em áreas com povoamentos de Eucalyptus sp. pertencentes à empresa CMPC Celulose Riograndense, localizadas no Estado do Rio Grande do Sul. A manutenção e melhoria das condições físicas adequadas ao crescimento de plantas estão relacionadas com a conservação da estrutura do solo, podendo ser alcançada por meio do conhecimento do comportamento compressivo do solo e monitoramento das operações mecanizadas. Embora a compactação possa trazer aumento em relação à trafegabilidade e, consequemente, melhor desempenho e mobilidade das máquinas [1], esses efeitos, geralmente, não são almejados, pois o interesse principal que se tem visado é a redução dos efeitos degradantes sobre a qualidade física do solo e produtividade das culturas. Este trabalho objetivou avaliar indicadores de trafegabilidade de três solos em povoamentos de Eucalyptus sp. visando auxiliar o planejamento de operações de colheita da madeira. Foram estudados as seguintes classes de solo: (i) Planossolo Háplico Eutrófico (SXe) de textura franco-arenosa e relevo plano a suave ondulado; Argissolo Vermelho Distrófico (PVd) de textura franco-arenosa e relevo plano a suave ondulado e; (i) Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico (PVAd) de textura franco-arenosa e relevo plano a suave ondulado. Informações sobre granulometria e conteúdo de carbono orgânico (C-org) dos solos estão dispostas nas Tabela 1. A amostragem de solo foi feita por meio da abertura de trincheiras, sendo coletadas amostras com estrutura deformada nas camadas de 0 a 10, 10 a 20, 20 a 40, e 40 a 60 cm de profundidade. Em seguida, as amostras foram secas ao ar, peneiras e submetidas ao Ensaio de Proctor Normal conforme a ABNT/NBR 7182 MB33, obtendo-se, posteriormente, a curva de compactação do solo, a densidade máxima (DsMAX) e a umidade crítica de compactação (Uoc). 109 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal Tabela 1. Conteúdos médios de argila, silte, pequena às pressões externas, assim, a deareia fina e grossa, cascalho e carbono or- formação plástica é o processo dominante, gânico (g kg-1). resultando em corte e formação de sulcos no solo, causado pelo rodado das máquinas e, embora a compactação seja menor, pode Classe de solo ocorrer “fechamento” de poros e sua conAtributo tinuidade destruída, levando a problemas SXe PVd PVAd em termos de infiltração de água e trocas Argila 176,5 146,7 135,8 gasosas. Silte 307,3 182,4 175,4 Areia fina 387,9 475,8 517,8 Areia grossa 128,4 195,1 171,0 Cascalho 28,1 27,5 15,4 C-org 10,2 10,0 8,9 Também foram determinados o limite de liquidez (LL) e o limite de plasticidade (LP) conforme as Normas Técnicas da ABNT/ NBR 6459 MB30 e 7180 MB31, respectivamente. O índice de plasticidade (IP) foi calculado pela diferença entre o LL e o LP (IP = LL – LP), sendo considerados os seguintes intervalos de índice de plasticidade definidos por Atterberg, conforme [2]: 0 = não plástico; < 0,07 = pouco plástico; 0,07 a 0,17 = média plasticidade; > 0,17 = alta plasticidade. E ainda, foi analisada a relação UOC/LP para verificar se a umidade crítica de compactação encontrou-se dentro da faixa de friabilidade do solo. Em geral, o SXe apresentou curvas de compactação ligeiramente deslocadas mais abaixo do que os outros solos, o que resultou em menores valores de DsMAX e maiores valores de UOC, LL, LP e IP (Tabela 2), podendo ser considerado o solo de menor trafegabilidade e com maior plasticidade. Isso pode ser associado ao fato de que o SXe apresentou textura mais fina do que o PVd e PVAd (Tabela 1), pois solos textura fina em geral são mais susceptíveis à compactação e tem menor trafegabilidade [3] Resultados e discussão As curvas de compactação para as quatro camadas dos três solos avaliados são apre- Figura 1. Curvas de compactação para o SXe. sentadas nas Figuras 1, 2 e 3. Analisando-se as curvas de compactação dos solos, considera-se que em termos práticos, condições de baixa umidade são recomendadas para o tráfego, pois há maior coesão entre as partículas, evitando a elevada compactação do solo. Em condições de alta umidade, a coesão entre as partículas é mínima, sendo a resistência do solo muito 110 Resumos Expandidos dade, demonstrando limitações à trafegabilidade destes em condições úmidas. Tabela 2. Densidade máxima (Mg m-3 ), umidade crítica de compactação (kg kg-1), limite de liquidez (kg kg-1), limite de plasticidade (kg kg- 1), índice de plasticidade e relação UOC/LP para os três solos. Camada Figura 2. Curvas de compactação para o PVd. 10-20 20-40 40-60 Média Solo 0-10 SXe 1,54 PVd 1,76 1,87 1,93 1,90 1,87 PVAd 1,70 1,89 1,79 1,79 1,79 Densidade máxima do solo 1,84 1,83 1,84 1,76 Umidade crítica de compactação SXe 0,148 0,110 0,119 0,096 0,118 PVd 0,115 0,095 0,102 0,100 0,103 PVAd 0,109 0,102 0,107 0,111 0,107 Limite de liquidez Figura 3. Curvas de compactação para o PVAd. SXe 0,257 0,207 0,207 0,357 0,257 PVd 0,197 0,180 0,191 0,190 0,190 PVAd 0,192 0,179 0,160 0,171 0,176 Limite de plasticidade SXe 0,221 0,193 0,187 0,281 0,221 PVd -* 0,178 0,174 0,170 0,174 Comparando o PVd com o PVAd, infere-se PVAd 0,188 0,156 0,167 0,170 que o primeiro, de forma geral, apresentou Índice de plasticidade maior condição de trafegabilidade para máSXe 0,036 0,014 0,020 0,075 0,036 quinas de colheita da madeira, pois apre0,002 0,017 0,019 0,013 sentou valores superiores de DsMAX e LP, PVd embora seu IP tenha sido maior ao valor PVAd 0,004 0,004 0,007 0,005 encontrado no PVAd. Relação UOC/LP Por fim, verificou-que a UOC de todos os SXe 0,83 0,65 0,65 0,31 0,61 solos ficou dentro da faixa de friabilidaPVd 0,56 0,65 0,56 0,59 de do solo, ou seja, os valores da relação PVAd 0,58 0,68 0,57 0,61 UOC/LP foram abaixo de 1,0 e, portanto, se encontraram abaixo do limite de plastici- *não apresentou comportamento plástico 111 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal Conclusões A SXe apresentou as menores condições de trafegabilidade, pois apresentou menores valores de DsMAX e maiores valores de UOC, LL, LP e IP, sendo o solo de maior plasticidade. O PVAd apresentou condição intermediária de trafegabilidade, sendo o PVd, o solo que apresentou as maiores condições de trafegabilidade. Para todos os solos, a UOC ficou dentro da faixa de friabilidade demonstrando que deve haver limitações à trafegabilidade destes em condições úmidas, visando à redução da compactação. Referências [1] GREACEN, E.L.; SANDS, R. Compaction of forest soils: a review. Australian Journal of Soil Research, v.18, p.163-189, 1980. [2] REICHERT, J.M. et al. Mecânica do Solo. In: JONG VAN LIER, Q. Física do Solo. Viçosa, MG: SBCS, p.29-102, 2010. [3] SMITH, C.W.; JOHNSTON, M.A.; LORENTZ, S. Assessing compaction susceptability of forestry soil. II. Soil properties affecting compactibility and compressibility. Soil and Tillage Research, v.43, p.335354, 1997b. 112 Resumos Expandidos LEVANTAMENTO DE COMPOSIÇÕES VEICULARES UTILIZADOS NO TRANSPORTE FLORESTAL NA REGIÃO DE ALTA FLORESTA/MT Ivan Cleiton de Oliveira Silva¹; Clayzi Regiani Dal Bem de Melo²; Jociane Rosseto de Oliveira Silva3 Eng. Florestal, M.Sc., Prof. Assistente Dep. de Engenharia Florestal/UNEMAT ([email protected]); 2Eng. Florestal, ([email protected]); 3Eng. Florestal, M.Sc., ([email protected]) 1 Introdução e Objetivos O transporte é o elemento mais importante do custo logístico para a grande maioria das empresas transportadoras, pois o frete costuma absorver cerca de 60% do gasto logístico [1]. Com o conhecimento da frota veicular para o transporte de matéria prima é possível realizar uma melhor estruturação das estradas florestais, conciliando estas com os tipos de veículos utilizados e minimizando assim, os custos dessa atividade. No Estado de Mato Grosso, um dos setores do desenvolvimento é o setor florestal e que segundo [2] a indústrias madeireiras da região do Portal da Amazônia processou 8 milhões de m³ de madeira em tora, resultando em 3,5 milhões de m³ do produto processado, com receita bruta de US$ 673,9 milhões. O transporte que se destaca no Estado é o rodoviário e desse modo, o caminhão adquire cada vez maior significância tanto pela capacidade de carga, quanto pela necessidade de interligação dos locais de origem e destino da matéria prima. O presente trabalho teve como objetivo levantar e identificar a composição veicular utilizado no transporte florestal na região de Alta Floresta/MT. Materiais e Métodos O estudo foi realizado na cidade de Alta Floresta, extremo norte do Estado de Mato Grosso, a 757 km da capital do Estado, com extensão de 9.310,27 Km² e população aproximada de 48 mil habitantes [3]. A coleta de dados foi realizada no período de junho a agosto de 2010, nas indústrias madeireiras da região que utilizam veículos para transporte da matéria prima, sendo frota própria ou terceirizada. Os elementos do ciclo operacional de transporte para o estudo foram obtidos através de entrevistas baseadas em um questionário aplicado aos motoristas de dos veículos. Foram amostrados 30 veículos, onde verificou-se: idade, marca, modelo, capacidade de carga, potência do motor, consumo médio de combustível e distância, tempo gasto e valor do frete para o transporte da matéria prima. Resultados e Discussão O total de veículos amostrados foi de 30 unidades, de diferentes marcas, modelos e capacidade de carga, utilizados no transporte florestal. Em relação à idade da frota, constatou-se uma média de 12 anos e que 36,66% dos veículos amostrados estão nessa média de idade. Pode-se afirmar que a frota está relativamente envelhecida, visto que a idade da mesma não pode ser superior a 10 anos de vida útil [4]. Contudo, 76,66% dos entrevistados afirmam que o município possui uma frota de boa qualidade para a finalidade a qual se destina. Foram constatadas também, as variações de potência dos motores. Observou-se que 80% dos motores em uso, possuem potência acima de 320 CV (Figura 1), demonstrando a necessidade de uma maior potência, devido à utilização de maiores composições para viabilizar o transporte, pois esse é um fator 113 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal que influencia no peso das cargas transportadas. No ano de 2005, 40% dos veículos utilizados apresentaram potência entre 360 a 380 CV [5]. pode ser observado na Figura 3. Estes dois fatores são influenciados pela potência do veículo que fará o transporte, pois quanto maior for a potência, maior será a quantidade de matéria-prima que será transportada, demonstrando a necessidade de composições veiculares cada vez maiores para o transporte no município. Figura 1. Distribuição dos veículos por potência de motor (CV), utilizados no município de Alta Floresta/MT. Dentre as marcas dos veículos, a mais utilizada no transporte florestal do município é Mercedes Benz, representando 60% dos veículos amostrados, seguido por Scania e Volvo. Segundo os entrevistados, isso ocorre pelo fato de que esta marca possui mais modelos e que quando agregados a conjugação Julieta, deixa evidências de um ótimo rendimento operacional. Em função da capacidade de carga, entre os veículos amostrados, 33,33% possuem capacidade de carga entre 36 a 50 toneladas (Figura 2). Seguida por veículos com capacidade de 51 a 60 toneladas. Figura 2. Distribuição dos veículos por capacidade de carga (t), utilizados no município de Alta Floresta/MT. Em relação à capacidade de carga em metros cúbicos, 56,66% dos veículos possui capacidade de carga entre 36 a 50 m³, como 114 Figura 3. Distribuição dos veículos por capacidade de carga (m³), utilizados no município de Alta Floresta/MT. Todos os veículos avaliados utilizam como combustível o óleo Diesel, com um rendimento médio de aproximadamente 01 km/L. O consumo variou de 0,5 à 3,5 km/L, porém a maioria (76,66%) está no intervalo de 0,5 à 1,5 km/L. A economicidade de combustível esta diretamente relacionada ao rendimento energético de cada veiculo, tendendo-se a aumentar com a capacidade de carga [4]. Deve-se considerar, em relação ao consumo, a qualidade da malha viária na qual ocorre o transporte. Estradas de má qualidade tendem a aumentar o consumo do veículo, aumentando gastos e consequentemente o valor do frete. Outro fator de suma importância para o transporte é a distância percorrida até a origem da matéria prima. Observou-se que 86,66% percorrem uma distancia entre 50 a 200 km. Segundo [5], a distância de transporte entre a matéria prima no pátio de estocagem e a indústria no ano de 2005, era em média de 100 km. Sendo assim, fica evidente que o aumento desse percurso é devido à escassez de matéria-prima próximo ao Resumos Expandidos município. Conforme Figura 4, à distância do, pois o transtorno causado com estraestá correlacionada com o valor do frete das de má qualidade reflete diretamente no valor do frete, pois nele é embutido gastos cobrado por m³ da matéria-prima. com conserto e manutenção dos veículos. Conclusão O transporte florestal influencia cada vez mais no preço da madeira, pois a matéria prima esta cada vez mais escassa, percorrendo-se longas distâncias Os veículos esFigura 4. Relação entre a distância do transtão mais potentes, o que auxilia na viabiliporte e o valor do frete no município de dade do transporte. Alta Floresta/MT. Para o transporte da madeira, desde o local da colheita até o local de descarregamento, a maioria dos veículos demora de 6 a 10 horas (66,66%). A atividade de transporte da madeira utilizada pelas indústrias é altamente terceirizada. Em relação à frota utilizada, 83,33% é realizado por agentes sem vínculo empregatício ou qualquer vínculo com a indústria madeireira. Apenas 16,67% da frota são de propriedade da indústria. Esse panorama mudou quando comparado a 5 anos, pois em 2005, o número de caminhões com frete terceirizado era de 30%, enquanto que realizados pela própria empresa era de 50% [5]. A terceirização tem se tornado uma tendência atual das empresas de variados portes e seguimentos, para sobreviverem num ambiente de alta competitividade [6]. O transporte florestal possui uma participação média de 21,25% no custo da matériaprima posta no pátio, porém houve uma variação da participação do frete de 10 à 40% . Isso tem sido um grande desafio para as indústrias e empresas florestais, pois se torna necessário definir estratégias para minimizar os custos dos transportes. Vale ressaltar que a maior dificuldade mencionada pelos motoristas durante o transporte da matéria-prima são as estradas e pontes (100%). Este percentual é justifica- Referências Bibliográficas [1] TABOADA, C.M. Logística: o diferencial da empresa competitiva. Revista FAE Business, Curitiba, n.2, p. 4-8, 2002 [2] ICV – Instituto Centro de Vida. O Setor Florestal no Território Portal da Amazônia, norte de Mato Grosso: Situação atual e perspectivas. 2006. Disponível em: http://www.icv.org.br/site/ wp-content/uploads/2013/08/diagnostico_florestal_port al.pdf. Acesso em: 21 set 2010. [3] FERREIRA, J.C.V. Mato Grosso e seus Municípios. Cuiabá: Editora Buriti, 2001. 660p. [4] MACHADO, C.C.; LOPES, E.S.; BIRRO, M.H. Elementos básicos do transporte florestal rodoviário. Viçosa: UFV, 2000. 167p. [5] PEREIRA, M.P. Frota de veículos utilizados no transporte rodoviário florestal no município de Alta Floresta – MT. 2005. 58p. Monografia (Engenharia Florestal) – Universidade do Estado de Mato Grosso, Alta Floresta. [6] MACHADO, C.C. Colheita Florestal. Viçosa: UFV, 2002. 468p. 115 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal LEVANTAMENTO DE PERDA DE MADEIRA NA ATIVIDADE DE COLHEITA FLORESTAL MECANIZADA Guilherme Casassola Bortolotto1; Fernando Zancan Pissinin2; Catize Brandelero3; 4 Lucas Zancan Pissinin ; Douglas Vollmer5 1 Graduando Eng. Florestal UFSM ([email protected]); 2 Eng. Florestal UFSM ([email protected]); 3 Prof. Dr. Departamento de Eng. Rural UFSM (catizebrandelero@ gmail.com); 4 Me. Eng. Florestal UFSM ([email protected]) 5 Eng. Florestal UFSM ([email protected]) Introdução e Objetivos Resíduos pós-colheita florestal podem ser encontrados na forma de cepas altas das árvores colhidas, galhos grossos e ponteiras das copas ou fuste das árvores, toras perdidas, esquecidas ou largadas inadvertidamente no campo. Os mesmos estão presentes nas três atividades básicas da colheita, podendo encontrar desperdício de madeira no corte e processamento, na extração e no Figura 1. Formação das parcelas (A e B); transporte da madeira até a fábrica [1]. medição de cepas (C) e medição de toretes Resíduos florestais podem apresentar-se (D). como um problema à medida que significam desperdício e baixa eficiência no aproConsideraram-se como material pertenveitamento do material lenhoso [2]. cente à parcela, todas as secções de árvores Diante disso, os resíduos florestais gerados cuja extremidade mais grossa e que mais de pela colheita florestal mecanizada, merecem 50% de seu tamanho total, estivesse dentro destaque na estimativa das quantidades de da parcela, para assim, não haver tendência matéria prima aproveitável, que é desperdi- na escolha do material a ser contabilizado, çada no campo na forma de cepas e pon- tanto para toretes como para cepas, figura 2. teiras. Sendo assim, o objetivo do presente estudo foi quantificar as perdas de madeira após a atividade de colheita mecanizada, em povoamento de Eucalyptus saligna. Material e Métodos O estudo foi realizado em uma área de operação florestal na microrregião do Camaquã/ RS. A população avaliada é da espécie Eucalyptus saligna com 9 anos de idade e espaçamento de 3m x 3m. Foram alocadas 5 parcelas circulares com 116 Resumos Expandidos 600m² de área, de forma aleatória em um talhão de 8,4ha. Ao avaliar as cepas, foram mensurados as variáveis diâmetro e altura, sendo ainda, classificadas quanto ao estado, em cepas de boa qualidade ou ruins (cepa danificada no corte e dano provocado com passada da esteira) e quanto à altura, em cepas maiores que 10cm, figura1; já para a determinação do volume de madeira das secções (toretes) utilizou-se a equação de Smalian, conforme equação 1. Resultados e Discussão A tabela 1, indica a situação da população avaliada em regime de corte raso, indicando a perspectiva de volume comercial para o total de madeira a ser obtida no talhão, para os limites mínimos de aproveitamento de 4 e 7cm de diâmetro na ponta fina dos toretes remanescentes. Tabela 1 - Situação da floresta avaliada e perspectiva de volume comercial em m³/ ha. VMI 4 cm 7 cm 0,47 441,08 432,03 *VMI = Volume médio individual Equação 1. Equação de cubagem de volu- No levantamento de perda de madeira (tome rigoroso segundo Smalian. retes) através da amostragem encontrou-se um valor de 36,12m³ e 4,30m³/ha para o total de madeira desperdiçada no talhão e por hectare respectivamente. Na tabela 2 são apresentados o volume de madeira desperdiçado e perspectiva de volume do talhão para os limites de aproveitamento de 4cm e 7cm. Tabela 2. Volume de madeira desperdiçado e perspectiva de volume a ser encontrado para diferentes limites de aproveitamento. L1(cm) VP2(m³/ha) VD3(m³/ha) P4 (%) 4 441,08 8,91 2,02 7 432,03 4,30 1,03 Limite (cm); VP - volume previsto (m³/ ha); 3VD – Volume desperdiçado (m³/ha); 4 P - percentual 1 2 Figura 2. Esquema representativo de uma parcela com os resíduos que foram ou não Para um diâmetro com limite mínimo de mensurados. aproveitamento de 4cm na ponta fina dos toretes mensurados encontrou-se o valor 117 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal de 8,91m³/ha, e para o limite mínimo de hectare e o número de inconformidades, 7cm, o valor de 4,30 m³/ha. representada pelas cepas acima do limite de Estes valores indicam um percentual de 10cm de altura, resultando em um volume desperdício de 2,02% e 1,03% do total do de 2,98m³/ha de madeira desperdiçada. volume visto sendo a perspectiva de volume estimado de 441,08m³/ha e 432,03m³/ Tabela 3 - Percentual de inconformidade de ha, respectivamente para os limites de 4cm cepas. e 7cm. Nº árv/ha Inconformidades Percentual Avaliação da qualidade de cepas Juntamente com o levantamento volumétrico das cepas, determinou-se o grau de integridade das mesmas e ainda indicouse a qualidade operacional da atividade de colheita das árvores através da mensuração da altura das cepas superiores a 10cm de altura. Com isso geraram-se indicativos da qualidade das cepas após as operações de colheita florestal e baldeio de madeira. Segundo, Foelkel [1], a quantidade de resíduos lenhosos que permanece no campo depende de uma série de causas associadas à qualidade da floresta, homogeneidade das árvores, limite mínimo pré-estabelecido para o seccionamento das toras para uso comercial, equipamentos disponíveis para a colheita, cuidados e qualificação dos operadores das máquinas e ainda da gestão que se pretende adotar com a quantificação dos resíduos lenhosos, objetivando sempre a otimização dos custos da produção de madeira. 925 218 23,57% Conclusão Com os índices identificados de inconformidades de cepas, danos às mesmas e volume de madeira deixado no campo, apresentando valores significativos, podemos identificar oportunidades de melhoria na operação, principalmente no que se refere à altura média de corte, dano das esteiras sobre as cepas e madeira que é desperdiçada, fatores que devem ser levados em consideração para um melhor aproveitamento da matéria-prima. Portanto, recomenda-se realizar um trabalho de orientação aos operadores das máquinas responsáveis pela atividade de colheita florestal, evitando desperdício de madeira aproveitável. Referências Bibliográficas [1] FOELKEL, C. E. B. Madeira de eucalipto: da floresta ao digestor. In: CONGRESSO ANUAL DE CELULOSE O percentual de cepas classificadas de E PAPEL, 11, São Paulo, 1978. Boletim acordo com o critério bom ou ruim, foi de IPEF, Piracicaba, v. 6, n. 20, p. E1-E25, 38,80% de cepas com qualidade indesejada 1978. e de 61,20% de cepas com boa qualidade, índices que podem interferir na condução [2] SANQUETTA, C. R.; WATZLAWICK, da rebrota e na qualidade da madeira para a L. F.; DALLA CÔRTE, A.; FERNANDES, L. A. V. Inventários florestais: próxima rotação. planejamento e execução. Curitiba, 2006, Na tabela 3 são apresentados indicativos 271 p. relacionando o número de árvores por 118 Resumos Expandidos PRODUTIVIDADE E CUSTO DE TRÊS MÁQUINAS NO CORTE FLORESTAL DE EUCALIPTO Filipe Gomes de Lima1; Rogger Miranda Coelho2; Mariana Morena Pereira3; Petrônio Henrique Alves4; Ângelo Márcio Pinto Leite5 Graduando em Engenharia Florestal UFVJM ([email protected]); 2Mestrando em Ciência Florestal UFVJM ([email protected]); 3Mestranda em Ciência Florestal UFVJM ([email protected]) 4Mestrando em Ciência Florestal UFVJM (petparauna@gmail. com); 5Prof. Dr. Departamento de Engenharia Florestal UFVJM ([email protected]) 1 Introdução Até a década de 70 no Brasil, a utilização de máquinas especializadas para a colheita florestal era incipiente. Somente com a abertura do mercado às importações a partir da década de 90 é que, a mecanização se intensificou no país, permitindo a redução dos custos através do incremento da produtividade das operações [1]. A evolução da mecanização da colheita florestal nos últimos anos desencadeou um processo contínuo de avaliação dos rendimentos operacionais e de estimativa de custos, haja vista ao elevado dispêndio desta atividade no percentual de custos de produção de florestas plantadas [2]. Devido à diversidade de máquinas disponíveis atualmente no mercado e a carência de mão de obra no campo, o processo de mecanização se tornou mais dinâmico e intensivo, exigindo das empresas a busca pelos equipamentos que melhor se adequem às suas características e custos. Assim, objetivou-se com este trabalho avaliar os custos e a produtividade de três máquinas utilizadas na derrubada de árvores. Material e Métodos Os dados utilizados nesta pesquisa são provenientes do histórico da colheita de madeira de uma grande empresa florestal localizada na região do Alto Jequitinhonha, Minas Gerais. Os povoamentos de eucaliptos colhidos estavam no espaçamento de 6 m² por planta e apresentavam uma produtividade média de 37 m³/ha/ano. O processo de mecanização do corte florestal na referida empresa é caracterizado por três etapas distintas. De 1990 até 2006, a derrubada de árvores era feita com Fellerbuncher de pneus (máquina 1). Já em 1995 foi inserida no corte florestal a escavadora hidráulica de esteiras, constituída por uma máquina base e adaptado um cabeçote que corta, acumula e tomba as árvores em feixes (máquina 2). O terceiro equipamento (máquina 3) iniciou as atividades a partir de 2008, sendo um Feller-buncher de esteiras fabricado exclusivamente para o corte florestal, com uma série de modificações e melhorias no projeto. A potência de cada máquina estudada e o consumo de combustível em litros por hora (l/h) estão no quadro 1. Foram obtidos dados médios de produtividade e custos para realizar a comparação entre as três máquinas. Quadro 1: Potência e consumo de combustível das máquinas avaliadas Máquina Potência (Hp) Consumo de combustível (l/h) 1 140 16-20 2 138 19-20 3 255 35-39 119 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal O estudo consistiu em verificar o impacto do uso destas três máquinas com configurações e tecnologias diferentes na produtividade e custo da derrubada de árvores, sendo utilizado na empresa o sistema de árvores inteiras. ao feller-buncher citado (36%, 43% e 55% para as máquinas 1, 2 e 3, respectivamente). A produtividade inferior e as características inerentes ao local de estudo são alguns dos fatores responsáveis pela diferença dos custos operacionais e de produção. Resultados e discussão A Figura 1 representa a produtividade das O quadro 2 apresenta os dados de máquinas 2 (Escavadora “adaptada”) e 3 produtividade (m³ h-¹), custo por hora (Feller-buncher) para diferentes classes de trabalhada (R$/h) e o custo de produção produção do povoamento (m³/ha). em reais por metro cúbico de madeira com casca (R$/m³) de cada máquina avaliada. Quadro 2: Produtividade e custos das máquinas avaliadas Máquina Prod (m³ h-¹) Custo (R$/h) Custo (R$/m³) 1 50 328,50 6,57 2 60 354,00 5,91 3 90 414,00 4,60 Figura 1: Produtividade (m³/h) da escavadora “adaptada” (máquina 2) e do Feller-buncher (máquina 3) em diferentes A máquina 1 apresentou o maior custo produções do povoamento. de produção (R$6,57/m³), sendo 11% e 30% superior as máquinas 2 e 3, Uma avaliação da produtividade média respectivamente. Este valor é justificado de um feller-buncher semelhante a máquina pela menor produtividade apresentada por 2 (escavadora de acionamento hidráulico esta máquina e, também, um maior custo de esteiras, modelo 320; potência nominal com manutenção. 138 HP) em um povoamento de Eucalyptus grandis com um volume médio de 256 m3/ Analisando a produtividade e custos de ha, foi obtido o valor de produtividade um sistema de colheita florestal de árvores correspondente a 47,3 m3 por hora efetiva inteiras em plantio de eucalipto no estado de trabalho [4]. Este valor de produtividade de Goiás, um feller-buncher de esteiras foi inferior ao da máquina 2 (56m3 por hora apresentou produtividade de 47,3 m3 por efetiva) para a classe de 211 a 280m3/ha hora efetiva (he), custo operacional e de (Figura 1). Tal fato demonstra a influência produção de R$ 494,56/he e R$ 10,32/m3, de outras variáveis na produtividade de respectivamente [3]. Comparativamente equipamentos empregados na colheita aos resultados encontrados neste estudo, de madeira, não somente a produtividade verifica-se que três máquinas avaliadas do povoamento e o modelo da máquina. apresentaram custos de produção inferiores Avaliando as principais variáveis que 120 Resumos Expandidos influenciam a produtividade de máquinas de colheita, determinaram-se 35 variáveis principais que influenciam a produtividade das máquinas de colheita de Pinus e 37 variáveis das máquinas de colheita em Eucaliptos, estando estas relacionadas ao povoamento ao terreno e ao planejamento das operações na colheita florestal [5]. A máquina 3 por ser fabricada especialmente para a derrubada de florestas, além de sua maior potência, apresentou maiores rendimentos (m³ h-¹) para todas as classes de produtividade florestal. Entretanto, esta diferença de produtividade entre as máquinas 2 e 3 é mais acentuada na classe de produtividade de 211 a 280 m3/ha. Floresta, Curitiba, PR, v. 38, n. 4, p. 577586, out./dez. 2008 [5] MALINOVSKI, R. A. MALINOVSKI, R. A. MALINOVSKI, J. R. YAMAJI, F. M. Análise das variáveis de influência na produtividade das máquinas de colheita de madeira em função das características físicas do terreno, do povoamento e do planejamento operacional florestal. Revista Floresta, Curitiba, PR, v. 36, n. 2, mai./ago. 2006. Conclusões A evolução tecnológica nos projetos das máquinas de corte florestal (Feller-buncher) resultou no aumento da produtividade operacional e na redução do custo de produção da atividade de derrubada. Referências Bibliográficas [1] MACHADO, C.C. (coord). Colheita Florestal. 2 ed. Viçosa: UFV, 2008. [2] SIMÕES, D. IAMONTI, I. C. FENNER, P. T. Avaliação técnica e econômica do corte de eucalipto com feller-buncher em diferentes condições operacionais. Ciência Florestal, v. 20, n. 4, out.-dez., 2010. [3] ROCHA, E. B. FIEDLER, N. C. ALVES, R. T. LOPES, E.S. GUIMARÃES, P. P., PERONI, L. Produtividade e custos de um sistema de colheita de árvores inteiras. Revista Cerne, Lavras, v. 15, n. 3, p. 372-381, jul./set. 2009. [4] FIEDLER, N. C. ROCHA, E. B. LOPES, E. S. Análise da produtividade de um sistema de colheita de árvores inteiras no norte do estado de Goiás Revista 121 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal PRODUTIVIDADE EM ARRANQUE DE TOCOS PARA REFLORESTAMENTO NO BRASIL Jorge Frazão1; Inês Frazão2 1 Eng.º na Fravizel S.A. ([email protected]) Mestre em Marketing na Fravizel S.A. ([email protected]) 2 Introdução e Objetivos O Brasil possui uma das maiores áreas florestais nativas do mundo e a sexta maior área reflorestada do mundo [1]. Aliando esse facto ao seu clima favorável, o Brasil tem vantagens evidentes no reflorestamento. Um empecilho ao reflorestamento são os tocos que ficam no terreno, e que de forma a aumentar a produtividade, devem ser retirados a cada rotação de 21 anos ao 3º corte[2]. Este índice de rotação é um dos mais altos do mundo e também o que gera mais produtividade média de 45-50 m3/ha/ano [3]. O desafio é encontrar o melhor método que resulte no menor custo de operação possível e que traga mais rentabilidade às explorações florestais.A escolha está entre deixar ou arrancar o toco do solo. Arrancar o toco sempre foi visto como um problema no contexto da reflorestação[4] em especial tendo em conta o seu custo de extração que no ano de 2005 era de R$2.500 para os métodos convencionais, tais como tratores de rastos ou buldózer [2]. Assim o objetivo deste trabalho é avaliar a produtividade do acessório de escavadeira Rachador Arranca Tocos, modelo RAC-L1 da Fravizel S.A.. Material e métodos O presente trabalho foi desenvolvido a partir de um teste de campo entre Setembro e Novembro de 2013 (21 dias úteis). Foi utilizado o método de estudo descritivo/ quantitativo por observação. Com recurso 122 a um guião de observação com as seguintes variáveis: horas trabalhadas, manutenção, paragens e refeição. Os instrumentos utilizados foram cronómetro e guião de observação. O acessório Rachador Arranca Tocos RAC-L1 da Fravizel S.A. foi instalado numa máquina escavadeira de rastos com peso operativo de 22 toneladas com raio de rotação de 360º numa área selecionada com plantio de eucalyptus com tocos de diâmetro médio de 200mm plantados de forma ordenada em linhas e entrelinhas, sendo 3 metros na linha de plantio e 3 metros na entre linha, totalizando assim 9 m² por planta, ou seja, 1.111 plantas por hectare. Após formação do operador foi feito um acompanhamento diário dos tempos envolvidos com a atividade de arrancar tocos e considerando os tempos totais de cada paragem realizada. O processo dividiu-se em arranque e corte do toco e em simultâneo o sacudir do mesmo para libertar pedras e terra que estejam agarradas às raizes. Está excluído deste trabalho o estudo de custos logísticos de transporte para consequentes aproveitamentos. Resultados e discussão Incluindo os primeiros 7 dias que foram dedicados a formação e adaptação do operador, a produtividade média deste acessório foi de 5,7h/ha. Dada a inexperiência do operador podemos prever Resumos Expandidos níveis de produtividade médios de 5h/ consumo para eventuais aproveitamentos ha.(Fig.1) para biomassa e produção carvão. Referências bibliográficas [1] Bacha, C.J.C. Análise da Evolução do reflorestamento no Brasil. Rev. de Economia Agrícola, São Paulo, v. 55, n. 2, p. 5-24, jul./dez. 2008 [2] Pavan, J.A. et. Al. Viabilidade Figura 1. Variação da Produtividade durante Econômica da Produção de Eucaliptos no Rio Grande do Sul. ABCustos o estudo Associação Brasileira de Custos - Vol. V n° 1, p.78-109, jan/abr 2010 Em termos de custo de operação podemos [3] Rocha, S.S. Sustentabilidade na estimar: indústria brasileira de papel e celulose. Dissertação (Mestrado em economia) Custo Horário de Operação p.132. Universidade Estadual de São Paulo, Máquina R$ 150 2006 Acessório RAC-L1 R$ 30 (CTHr) Custo total / hora R$ 180 (CTHa)Custo total / hectare R$ 900 Tabela 1. Estimativa de custo de operação [4] Andrade et al, Selection of fungi for accelerated decay in stumps of Eucalyptus spp. Bioresource Technology 110 (2012) 456–461 Este custo poderá variar consoante a espécie de toco a densidade de tocos por hectare, tipo de terreno, diâmetro do toco, treino do operador e modelo de máquina escavadeira. Conclusão Este equipamento apresenta-se como uma solução eficaz e económica no processo de arranque de tocos com uma produtividade de 5h/ha e um custo por hectare de R$900, um ganho em relação aos R$2.500 nos métodos convencionais. Mais estudos deverão ser realizados de forma a ser efetuado um modelo que possa agregar a espécie, o diâmetro e a densidade de tocos por hectare, tipo de terreno, bem como os custos logísticos até ao ponto de 123 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal PROPOSTA METODOLÓGICA PARA LOCAIS ÓTIMOS PARA ALOCAÇÃO DE PILHAS DE MADEIRA EM FLORESTAS DE PRODUÇÃO. Mariana Peres de Lima 1; Samuel de Pádua Chaves e Carvalho 1 Docente - Universidade Federal de Mato Grosso, Curso de Engenharia Florestal do Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais - CUS/UFMT ([email protected]); ([email protected]). Introdução e Objetivos A alocação de pilhas de estocagem de madeira em empresas florestais é realizada geralmente de forma empírica e meramente visual utilizando para isso, somente, a experiência do operador como ferramenta de planejamento. Porém, para um planejamento adequado existe a necessidade de empregos de ferramentas que auxiliem na sistematização de etapas e atividades visando à redução da incerteza envolvida no processo decisório. Estas ações provocariam o aumento da probabilidade de alcance dos objetivos, desafios e metas estabelecidas para a empresa [1],[2],[3]. Portanto, esta pesquisa tem por objetivo utilizar ferramentas geotecnológicas como suporte para determinação de locais estratégicos de pilhas de madeira de forma determinística através de análise espacial, considerando para isso atributos locais de inclinação e sombreamento do terreno, distância das estradas. Material e Métodos Para a verificação de locais ótimas para empilhamento de madeira, a metodologia proposta foi realizada em um povoamento clonal de Eucalyptus urograndis, localizado em São Luis do Paraitinga/SP. Os arquivos em formato vetorial: talhões, estradas existentes e matricial: inclinação e sombreamento, fo- 124 ram incorporados em ambiente SIG – Sistema de Informação Geográfica e combinados através de forma ponderada visando a determinação dos locais ótimas seguindo a seguinte equação com os seguintes pesos dos atributos: [somb.]*20% + [inclin.]*30%+ [dist_estrada]*40 A justificativa das variáveis dar-se-ia pelos seguintes propósitos: Inclinações tendendo a zero poderiam causar empoçamento de água no local da pilha e inclinações maiores poderiam afetar a organização e estrutura desta pilha. O sombreamento é importante porque determina locais em que os raios solares atingem o terreno e desta forma também evita o empoçamento de água que seria prejudicial para a madeira. E ainda locais mais adjacentes às estradas seriam mais adequados para a realização do empilhamento. Resultados e Discussão A figura 1 representa a matriz do modelo de inclinação, em graus, na qual verifica-se em diferentes matizes de escala de cinza os locais com maiores e menores inclinações. A inclinação é atributo fundamental para viabilizar locais de empilhamento. Resumos Expandidos Figura 1. Inclinação da área, em graus. O uso da inclinação como atributo componente do mapa ponderado demonstrou Figura 2. Distâncias das pilhas das estradas. resultados teóricos bastante satisfatórios, visto que eliminou a maioria dos locais antes utilizados para a atividade de empilhamento, garantindo desta forma, a proteção da madeira quanto intempéries, principalmente quanto ao acúmulo de água, e proteção em períodos onde as chuvas poderão ser mais acentuadas. Quanto os melhores locais de empilhamento em relação às áreas de adjacências as estradas verifica-se que, como exposto na figura 2, quatro tipos de classes distintas foram criadas, sendo estas com distância irrelevante, mediana, relevante e restritiva. A primeira foi a melhor indicação e a quarta uma área eliminada pela metodologia proposta. Figura 3. Locais ótimos para alocação de pátios. Um ponto de discussão seria a proposição desta metodologia em garantir ambientes/ locais para que esta madeira possa permanecer maior tempo no campo caso, haja-se necessidade. Sabe-se que a água sofre profunda influência nas propriedades da madeira, afetando seu peso, a resistência mecânica, sua contração e a possibilidade de ser atacada por insetos e fungos [4]. Ponderando os atributos conforme a proposição metodológica restringiu-se as áreas potenciais para empilhamento. A figura 3 demonstra em um talhão as áreas ótimas selecionadas pelo SIG para o empilhamen- O pátio deve ser localizado em um local to da madeira. alto, com boa incidência de vento e radiação solar, bem drenado e se possível em áreas adjacentes a serrarias ou indústrias de processamento [5]. 125 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal Conclusões O uso das variáveis: inclinação, sombreamento e distância das estradas se mostraram eficientes para a proposição da nova metodologia. O valor da madeira deve-se principalmente a sua qualidade e estado de conservação. Esta metodologia pode ser um dos meios de garantir que este estava de conservação. Referências [1] REBOUÇAS, D. P. O. Planejamento estratégico – conceitos, metodologia e práticas. 18. Ed. São Paulo: Atlas, 2002. 62 p. [2] LIMA, M. P. de. Metodologia para da colheita e do transporte florestal utilizando geotecnologia e pesquisa operacional. 2009. 46 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais). Universidade Federal de Lavras. 2009. [3] MALINOVSKI, R. A. Otimização da Distância de Extração de Madeira com Forwarder. Botucatu. 2007. 94 f. Tese (Doutorado em Agronomia / Energia na Agricultura). Universidade Estadual Paulista. 2007. [4] STEIN, F. da R., Avaliação técnica do tempo de estocagem da madeira. Viçosa. 2003. 36 f. Monografia (Graduação em Engenharia Florestal). Universidade Federal de Viçosa, 2003. 5] ROSSO, S. Qualidade da madeira de três espécies de Eucalyptus resultante da combinação dos métodos de secagem ao ar livre e convencional. Viçosa. 2006. 91f. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais). Universidade Federal de Viçosa. 2006. 126 Resumos Expandidos PROPOSTA METODOLÓGICA PARA ROTAS ÓTIMAS DE ESCOAMENTO DE MADEIRA EM FLORESTAS DE PRODUÇÃO Mariana Peres de Lima 1; Samuel de Pádua Chaves e Carvalho1; Alline Maria do Prado Ferraz 2 1 Docente - Universidade Federal de Mato Grosso, Curso de Engenharia Florestal do Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais - CUS/UFMT ([email protected]); ([email protected]); 2Discente - Universidade Federal de Mato Grosso, Curso de Engenharia Florestal do Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais - CUS/UFMT ([email protected]). Introdução e Objetivos Atualmente, o setor de estradas e transporte tem adquirido grande importância dentro do empreendimento florestal, uma vez que os custos do binômio estrada-transporte incidem significativamente sobre o valor final da madeira. Por isso, o uso de ferramentas como os Sistemas de Informação Geográfica (SIG’s) são importantes na otimização do transporte florestal rodoviário. O uso dessa tecnologia de informação espacial associada às variáveis relacionadas às estradas (geometria horizontal e vertical, qualidade da superfície da pista, largura, etc), possibilita maior eficiência na tomada de decisão [1]. clonal de Eucalyptus urograndis, localizado em São Luiz do Paraitinga/SP. Os arquivos em formato vetorial: talhões, estradas existentes e suas condições e matricial: inclinação foram incorporados em ambiente SIG – Sistema de Informação Geográfica, na plataforma ArcGIS, software para processamento de dados geográficos. Os dados foram processados utilizando a ferramenta Spatial Analyst em que os mesmos foram processados e combinados através de sobreposição ponderada visando à determinação das rotas ótimas seguindo a seguinte equação com os seguintes pesos na equação matricial dos atributos: [largura]*20% + [inclin.]*30%+ Portanto, esta pesquisa tem por objeti- [pavimento]*40 vo utilizar ferramentas geotecnológicas A justificativa das variáveis dar-se-ia pelos como suporte para determinação de rotas seguintes propósitos: greide de inclinação ótimas para o escoamento da madeira da da estrada interfere diretamente na facipropriedade até sua saída local, de forma lidade de tráfego dos veículos, principaldeterminística através de análise espacial e mente quando carregados. Neste exemplo algoritmo de rota curta, considerando para as estradas eram divididas em dois tipos de isso atributos locais de solo e condições das pavimentação: cascalhada e sem cobertura, estrada: greide de inclinação, tipo de pavi- esta condição também interfere na velocimentação e largura das estradas. dade e facilidade de trafego. Finalmente a largura das estradas que podem comprometer o sentido único ou duplo de trafego e Material e Métodos ainda nas combinações veiculares de carga Para a verificação das rotas ótimas para – CVC’s que podem trafegar. empilhamento de madeira, a metodologia proposta foi realizada em um povoamento 127 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal Resultados e Discussão rantirem trafegabilidade o ano todo. A figura 1 representa a matriz do modelo de inclinação, em graus, na qual verifica-se em diferentes matizes de escala de cinza os locais com maiores e menores inclinações. A inclinação é atributo fundamental para viabilizar a trafegabilidade de veículos do transporte florestal. A metodologia utilizada demonstrou resultados teóricos bastante satisfatórios, visto que determinou apenas uma rota como sendo a de maior viabilidade. O trajeto escolhido possuía as seguintes características: greide com inclinação da estrada de 7% em média, estrada com pavimentação cascalhada com maior granulometria e com 5 metros de largura. A figura 2 demonstra em um talhão a melhor rota determinada pelo algoritmo de rota mais curta selecionada pelo SIG. Figura 1. Modelo de inclinação em graus. As estradas são responsáveis pelas conexões origem-destino e devem possuir um padrão de construção mais simplificado e somente utilizado em condições climáticas favoráveis [2]. Essa simplificação, porém necessita atentar ao limite máximo do greide de inclinação em que este deve possuir de 8 a 10 % e raio de curvatura mínimo de 30m, para estradas florestais [3]. Necessita-se ainda, garantir a trafegabilidade nas estradas em diversas condições climáticas, não somente nas favoráveis. Desta forma, a pavimentação permite a trafegabilidade em qualquer época do ano [4]. Na área dê estudo existiam três variações de pavimento nas estradas: ausência de pavimento; cascalho com granulometria maior e cascalho com menor granulometria. O traçado das rotas priorizou os dois últimos tipos de pavimentos, cascalhados, por ga- 128 Figura 2. Rota ótima para escoamento de toras. Um ponto a se discutir também seria a proposição desta metodologia em selecionar diferentes algoritmos como o de menor tempo por exemplo. Existe ainda a possibilidade de que um planejamento a médio e longo prazo, a malha viária poderá ser reformulada e os traçados modificados de forma a reduzir impactos ambientais, minimizar lucros e ainda maximizar as receitas [5]. Resultados obtidos em trabalhos semelhantes indicam que a utilização de ferramentas do SIG revelou ser de grande potencial no auxílio à tomada de decisão no transporte Resumos Expandidos florestal rodoviário, sobretudo na determinação da rota ótima de transporte. Ainda concluiu-se que os veículos que trafegavam em estradas de melhor padrão de qualidade, acarretaram em menor desgaste do conjunto, proporcionando redução dos custos de transporte, assim comprova a teoria de que nem sempre a menor distância é a mais econômica na determinação da rota ótima de transporte florestal rodoviário [6]. Conclusões [5] LIMA, M. P. de. Metodologia para da colheita e do transporte florestal utilizando geotecnologia e pesquisa operacional. 2009. 46 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais). Universidade Federal de Lavras. 2007. [6] DE OLIVEIRA FILHO, P. C.; LOPES, E. S.; MAGRAF, W.; DISPERATI, A. A. Determinação da rota ótima de transporte com auxílio de um sistema de informação geográfica. Ciência Florestal, v.15, n.4, p. 403-409, 2005. O uso das variáveis: greide de inclinação das estradas, pavimentação e larguras das estradas se mostraram atributos eficientes para a proposição de rotas ótimas para a nova metodologia baseada no algoritmo de rotas curtas. Referências [1] DE OLIVEIRA FILHO, P. C; Lopes, E. S, Magraf, W.; Disperati, A. A. Determinação da rota ótima de transporte com auxílio de um sistema de informação geográfica. Ciência Florestal, v. 15, n. 4, 2005. [2] MACHADO, C. C; MALINOVSKI, J. R. Rede viária florestal. 3.ed. Curitiba: UFPR/ FUPEF,157 p.1986 [3] DA ROCHA, E. S; BARROS, P. L. C. de, MACIEL, M. de N.; ERLER, J. Avaliação da densidade ótima de estradas florestais em dois sistemas de exploração florestal no Estado do Pará. Revista de Ciências Agrárias, v. 47, n. 1, p. 49-58, 2011. [4] MACHADO, C. C.; PEREIRA, R. S.; PIRES, J. M. M. Influência do tratamento térmico do resíduo sólido industrial (Grits) na resistência mecânica de um latossolo para pavimentos de estradas florestais. Revista Árvore. 2003, vol.27, n.4, pp. 543550. 129 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal RENDIMENTO DE MÁQUINAS DE COLHEITA FLORESTAL PARA DIFERENTES PRODUTIVIDADES DO POVOAMENTO Andressa Benevides Oliveira1; Rodrigo De Oliveira Lara2; Ângelo Márcio Pinto Leite3; Ariadne Marques 4 ; Harrison Belico Coelho 5 1 Graduanda Eng. Florestal UFVJM/Diamantina ([email protected]); 2 Mestrando - Programa de Pós-graduação Ciência Florestal UFVJM/Diamantina ([email protected]); 3 Prof. Dr. Departamento de Eng. Florestal UFVJM/Diamantina ([email protected]); 4 Eng. Florestal ([email protected]); 5 Graduando Eng.Florestal UFVJM/Diamantina ([email protected]) Introdução e Objetivos A colheita florestal se destaca como a fase mais importante do ponto de vista técnicoeconômico no maciço florestal. Inclui as etapas de corte; descascamento, quando executado no campo; extração e carregamento [1]. dos entre os meses de fevereiro a junho de 2009 (exceto no mês de março). O sistema de colheita florestal adotado pela empresa é o de árvores inteiras, caracterizado pela derrubada e o empilhamento dos feixes de árvores com o Feller-buncher (o desgalhamento e o destopamento foi feito com uma machadinha); arraste dos fustes até a margem da estrada pelo Skidder; e o processamento dos fustes em toras ou toretes com a Garra Traçadora, no qual o comprimento variou entre 2,30 a 3,0 metros, em função do tamanho do forno de carbonização. Deste modo, a realização de estudos que visem conhecer a capacidade produtiva real, e as variáveis que interfiram no rendimento das máquinas de colheita de madeira, tornou-se uma preocupação crescente por parte das empresas florestais, com vistas ao desenvolvimento de técnicas que melhorem o desempenho operacional destas, portanto Os rendimentos de cada atividade anterior maximizando a produtividade e reduzindo foram agrupados em 4 classes de produtivios custos de produção [2]. dade do povoamento florestal (CLP), com 3 Em decorrência disto, objetivou-se com amplitude de 68 m /hectare, conforme este trabalho avaliar a influência de diferen- critério adotado pela empresa. Realizou-se tes níveis de produtividade de povoamen- uma análise de regressão para compreender tos de Eucalyptus sp., no rendimento opera- o comportamento da produtividade do talhão em relação ao rendimento de cada mácional de máquinas de colheita florestal. quina. Os modelos testados para cada tipo de máquina foram construídos pelo proMaterial e Métodos cedimento Stepwise, gerando um modelo O estudo foi desenvolvido em povoa- linear múltiplo, onde a significância de cada mentos florestais de Eucalyptus sp., de uma parâmetro foi avaliada pelo teste t. grande empresa florestal do segmento de carvão vegetal, na região do Alto Vale do Resultados e Discussão Jequitinhonha. A área total avaliada compreendeu 3.110 hectares, abrangendo três A tabela 1 apresenta os resultados enconprojetos florestais. Os dados foram coleta- trados. 130 Resumos Expandidos Tabela 1. Rendimento médio das máquinas em cada classe de produtividade do povoamento florestal LP Rend (m³/hora) LI Média DP Feller 491,00 10.140,00 20,62 6,62 Skidder 117,80 3.665,00 31,11 1,40 1 Garra - - Feller 1.414,80 Skidder 272,40 2 Garra Feller Skidder 3 0 LS H Total V Total CV(%) 32,10 4,52 - - - 70.243,00 49,64 20,20 40,70 33.677,00 123,60 25,60 20,70 778,00 52.692,00 67,72 12,70 18,80 1.296,60 93.501,00 72,11 10,80 14,90 627,60 88.079,00 140,30 28,20 20,10 Garra 1.358,00 89.984,00 66,26 17,40 26,20 Feller 671,40 67.276,00 100,20 19,80 19,80 Skidder 20,70 4.224,00 204,10 57,70 28,30 4 Garra - - - 69 68 Máquina 137 138 206 207 275 - - Onde: LI = Limite inferior (m3/ha); LS = Limite superior (m3/ha); CLP = Classes de produtividades ; H Total = hora total; V total = Volume total (m3); Rend = Rendimento; DP = Desvio Padrão(m3) e CV = Coeficiente de variação. De acordo com a Tabela 1 e tomando por base as médias de rendimento, (m3/hora) verificou-se quanto ao Feller-buncher que, com o aumento da produtividade do talhão (m3/hora) aumentou-se o rendimento operacional (m3/hora) desta máquina, passando-se de 20,62 (m3/hora) na classe 1 para 100,2 (m3/hora) na classe 4 (incremento de 485,9% no rendimento). Este resultado demonstra a importância do Feller Buncher e, ou qualquer máquina de colheita florestal trabalhar em povoamentos de alta produtividade (maior volume de madeira) [3]. Para o Skidder verificou-se também que com o aumento da produtividade do talhão (m3/hora) aumentou-se o rendimento operacional (m3/hora) da máquina, passandose de 31,11 (m3/hora) na classe 1, para 204,1 (m3/hora) na classe 4 (incremento de 655,9% no rendimento). A justificativa para o Skidder ter apresentado menor rendimen- to operacional para a classe de produtividade 1 do povoamento florestal se deve ao maior número de atividades parciais (pinçamento do feixe) para completar a carga da garra de arraste (área em m2). Para as classes 2 (69-137 m3/hora) e 3 (138-206 m3/ hora) os valores médios dos rendimentos operacionais foram bem próximos e, uma das justificativas para tal pode ser devido ao fato do volume médio de madeira para a classe 2 ter ficado próxima de 137 m3/hora e, da classe 3, próximo de 138 m3/hora. Com relação a Garra traçadora, apesar de terem sido avaliados apenas duas classes de produtividade (classes 2 e 3) verificou-se não ter havido diferença a 5% de significância no rendimento operacional médio desta máquina (ROp classe 2 = 67,72) e (ROp classe 3 = 66,26). A provável explicação para isso deve-se ao volume individual dos fustes não influenciarem no rendimento da 131 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal Garra e, sim, a área em m2 que ela é capaz Conclusões de pinçar de cada vez e, portanto, seu ren- O aumento na produtividade do povoadimento independe do número de fustes. mento resultou em maior rendimento operacional do Feller-buncher e Skidder, mas para Tabela 2. Equações ajustadas pelo proce- a Garra traçadora isto não foi verificado. dimento Stepwise para determinar o rendi- As equações ajustadas mostraram-se ademento das máquinas estudadas. quadas para estimar o rendimento operacional das máquinas de colheita florestal Máquinas Equações R²(%) Syx avaliadas, em função da produtividade do ln(R)=3,8484– talhão. Feller 0,014885 H+0,0002483 V 52,4 53,13 Referências ln (R) = 3,05115 – 0,0164777 H+ 0,02507 P – Skidder 92,9 0,00010898 P2 + 0,0000001585 P3 + 0,000117278 V 20,04 ln (R) = 3,990236 Garra Tra– 0,018996809 H + 84,4 çadora 0,0003461 V 15,25 Onde: R = rendimento da máquina (m3/h); H = hora total a ser trabalhada; P = produtividade do povoamento (m3/hora); V = volume total do povoamento (m3); ln = logaritmo natural; Syx = Erro padrão residual e R2aj = coeficiente de determinação ajustado. [1] MACHADO, C.C. Colheita Florestal. 2 ed. Viçosa: UFV, 2008. 501p. [2] SILVA, C.B.; SANT ANNA, C. M.; MINETTE, L.J. Avaliação ergonômica do Feller-buncher utilizado na colheita de eucalipto. Cerne, v. 9, n. 1, p. 109-118, 2003. [3] MOREIRA, F.M.T. Análise técnica e econômica de subsistemas de colheita de madeira de eucalipto em terceira rotação. 2000. 148f. Dissertação (Mestrado em Ciência Florestal) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa. [4] SILVA, E.N. Avaliação técnica e econômica do corte de Pinus com Harvester. 2008. 60f. Dissertação (Mestrado Verificou-se que a produtividade das máem Ciência Florestal) – Universidade Fedequinas avaliadas é influenciada pelas variral de Viçosa, Viçosa. áveis horas trabalhadas, produtividade e volume total do povoamento. Cabe ressaltar ainda que, a relação encontrada neste trabalho foi também constatada por outros autores, avaliando a operação de derrubada e processamento de madeira observaram que, o rendimento operacional aumentou em função de árvores com maiores volumes, destacando-se a importância de se trabalhar em florestas mais produtivas [4]. 132 Resumos Expandidos USO DE TRAÇADORES METÁLICOS PARA DETERMINAR O EFEITO DO ARRASTE DA MADEIRA SOBRE SOLO SATURADO Ricardo Hideaki Miyajima¹; Rodrigo Petrongari Tonin²; Paulo Torres Fenner³ ¹Mestrando no Programa Ciência Florestal UNESP/Botucatu([email protected]); ² Mestrando no Programa Ciência Florestal UNESP/Botucatu([email protected]); ³Prof. Dr. Departamento de Recursos Naturais UNESP/Botucatu([email protected]) Introdução e Objetivos O arraste de toras é reconhecidamente uma atividade que causa a compactação e predisposição do solo à erosão. A utilização de traçadores metálicos e de um detector de metais pode ser considerado um método promissor para avaliar os danos físicos do solo causados pela colheita florestal [1]. Este projeto de pesquisa tem como objetivo geral desenvolver e testar uma nova metodologia para determinar como as diferentes camadas do solo se movimentam em função do tráfego de máquinas e do arraste das toras durante a extração da madeira. O objetivo específico foi determinar a movimentação das camadas superficiais de um Latossolo Vermelho Escuro artificialmente saturado, até a profundidade de 20cm. Material e métodos 299, com potencia de 120cv. O arraste das toras foi realizado com um cabo de aço preso no trator, 3 toras totalizando um volume de 2,56m³ foram utilizadas no arraste. Após cada passagem (arraste), procuravam-se os traçadores para verificar se houve algum tipo de movimentação dos mesmos. O arraste sempre foi realizado contra a declividade. Figura 1: Detector de metais Figura 2: Traçador metálico de alumínio O experimento foi desenvolvido na Faculdade de Ciências Agronômicas – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP), localizada na Fazendo Experimental Lageado – Campus de Botucatu/SP. A declividade da área experimental era de 8%. A vegetação predominante era formada por Eucalyptus ssp. com cerca de 50 anos de idade. Foi utilizado um detector de metais e traçadores metálicos de alumínio (Figura 1 e 2). A área do experimento foi disposta conforme a figura 3. Para o arraste foi utilizado um trator agrícola da marca Massey Fergusson, modelo Figura 3: Desenho esquemático da parcela 133 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal Resultados e discussão deste experimento, não foi tecnicamente Tabela 1: Distâncias em relação a posição viável. inicial dos traçadores metálicos instalados a 5,00cm de profundidade. Referência Bibliográfica Traçador Passagens 2 3 U6 1 44 cm 78 cm X2 65 cm 97 cm X7 31 cm Perdido Total 4 5 10 206 cm Tabela 2: Distâncias em relação a posição inicial dos traçadores metálicos instalados a 15,00cm de profundidade. Traçador Passagens 1 2 T5 17 cm V2 45 cm Total 3 4 5 10 Perdido 62 cm Após a primeira passagem (arraste) verificou-se que não ocorreu nenhuma movimentação dos traçadores metálicos apenas a remoção da camada de matéria orgânica do solo. Já nas passagens seguintes verificou-se a movimentação dos traçadores metálicos em ambas as profundidades. A quarta passagem do trator não foi viável tecnicamente, devido a baixa capacidade de suporte do solo quando úmido e também devido a falta de atrito. Conclusões Somente a partir da segunda passagem houve a movimentação horizontal do solo e esta ficou concentrada na região do trilho. Através dos traçadores metálicos foi possível detectar a movimentação de solos, porém, o arraste das toras, nas condições 134 [1] Fenner, P. T., Schack-Kirchner H, Miyajima, R. H., Tonin, R. P. Corpuscular metallic tracers as a mean to detect smallscale soil movement during mechanized logging operations In: 5º Simpósio Brasil - A|emanha, 2011, Stuttgart.