Preciosa: além das telas. Acadêmica: Daniele de Araujo

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Preciosa: além das telas. Acadêmica: Daniele de Araujo
Preciosa: além das telas.
Acadêmica: Daniele de Araujo Brito
Este texto apresenta uma análise do filme Preciosa, proposta pelo grupo PIBID do
curso de Filosofia, da Universidade Federal de São João del-Rei. Precious, o nome
original do filme, é dirigido por Lee Daniels. Conta no elenco com os atores Gabourey
Sidibe, Mo'Nique, Paula Patton, Mariah Carey e Lenny Kravitz. O drama foi produzido
em 2009, nos Estados Unidos.
O filme pode ser considerado agressivo aos olhos mais sensíveis, causando
perplexidade, intolerância, tristeza e choque. Isso porque, a vida da protagonista fictícia
Preciosa é exibida deixando claro seu sofrimento, suas dificuldades enfrentadas junto à
sua própria família. Anormal se comparada às outras famílias, a família de Preciosa é
totalmente desestruturada e pode ser tratada por doentia. Sua mãe lhe trata mal e é
agressiva tanto verbalmente quanto fisicamente. Preciosa sofre abuso sexual de seu
próprio pai, o que abala totalmente sua estrutura psicológica e agrava sua relação com a
mãe. De sua relação com o pai, Preciosa gera dois filhos, sendo o primogênito portador
de Síndrome de Down.
Como esta estória se relaciona com o âmbito pedagógico? Por que escolher esse filme
para ser objeto de análise? Esse filme, além de mostrar a desagradável história de uma
jovem americana, Preciosa, mostra também uma professora um tanto especial que, no
decorrer do filme, relaciona-se com Preciosa e muda totalmente o desfecho de sua
história. Ainda sem saber ler, Preciosa se depara com a professora que lhe proporciona
segurança, enquanto em sua casa não havia segurança. Em casa, a mãe de Preciosa lhe
demonstrava ódio, raiva, agressividade, sempre a diminuir-lhe. A professora,
diferentemente, fez Preciosa reconhecer seu potencial, fez com que se sentisse segura
para ser capaz de conseguir ler. Para além da sala de aula, fez com que Preciosa se
encorajasse a enfrentar uma vida com duas crianças, longe de seus aborrecimentos
familiares.
Este filme mostra a todos que estão rumo à docência, o quanto é importante tratar os
alunos de forma significativa, não apenas como objetos de trabalho, mas como seres
humanos que apresentam problemas e dificuldades, assim como os mais variados
sentimentos. Ao lidar com alunos, o docente não se sentirá imune, indiferente a eles.
Quando um deles não progredir, será mais do que natural indagar-se “qual o motivo?”.
Deve ficar claro que dificuldades de aprendizagem não dizem respeito somente a alunos
com dificuldades intelectuais ou físicas. Mas outro fator também poderá exercer
influência, ou seja, a vida particular do aluno. Não quer dizer que agora o professor
assumirá as funções de psicólogo ou de pai, ou ainda de assistente social, mas não deve
ignorar seu lado humano. Perceber que um aluno enfrenta problemas não exige um divã,
nem um diploma de psicólogo, um salário maior ou menor carga horária de trabalho. É
uma questão de sensibilidade e de entendimento do que seja ser pessoa humana!