A mineração brasileira - Global Business Reports

Transcrição

A mineração brasileira - Global Business Reports
A mineração brasileira
A imensa base brasileira de recursos e grande
influência econômica e política formam uma potência
em mineração que pode dominar por gerações.
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA
Engineering & Mining Journal
ÍNDICE
Brasil – Não é Um País Para Iniciantes ..................................................2
Entrevista com o Exmo. Marcio Zimmerman Pereira,
Ministro de Minas e Energia ................................................................... 4
Sustentabilidade Ambiental e Responsabilidade Social
na Indústria Brasileira de Mineração ......................................................14
Vale, a Super Mineradora Brasileira ......................................................... 16
Principais Minerais, Empresas e Projetos ............................................ 20
Serviços e Equipamentos Brasileiros ..................................................... 34
Um relatório da E&MJ - Este
relatório foi pesquisado e elaborado
pela Global Business Reports (www.
gbreports.com) para a Revista
de Engenharia e Mineração, com
produção e redação de Alisdair
Jones, Marina Borrell Falco, Matilde
Mereguetti e Caroline Stern. Tradução
por Laís Oliveira e Caroline Stern.
Na foto, a Votorantim Metais produz
níquel para Niquelândia, em Fortaleza
de Minas. (Foto de divulgação)
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
Brasil - Não é Um País Para Iniciantes
A poderosa usina de mineração volta suas atenções para ser um melhor
destino para investimentos.
A imensidão continental do Brasil, sua
base de recursos e a sua influência
econômica e política são atrativos de
sua potencialidade regional e internacional. Com um território de 8,5 milhões
de quilômetros terrestres e 7.500 km de
litoral, o Brasil se sobressai aos seus vizinhos sul-americanos.
Diferenças no tamanho e escala a
parte, o Brasil compartilha uma longa história de instabilidade política e
econômica com seus vizinhos da América Latina. No entanto, depois do programa de reformas econômicas de 1994
- conhecido como o Plano Real - o Brasil demonstrou mais consistência, tanto
no funcionamento da sua democracia
quanto nos seus muitos anos de contínuo crescimento econômico. Hoje, o
Brasil se posiciona lado a lado da China,
Rússia e Índia, sob a sigla BRIC como
um dos principais destinos do mundo
para o investimento estrangeiro direto
(IED). Com uma taxa de crescimento
anual do produto interno bruto (PIB) de
7,4% em 2010, somada a seu grande potencial geológico, os atrativos do Brasil
são evidentes. No entanto, é importante
notar que o Brasil está prensado entre
Moçambique e a Tanzânia como o 127o
dos 183 paises avaliadas no levantamento do Banco Mundial em 2011 sobre
a facilidade de fazer negócios.
O Brasil ainda tem um longo caminho
a trilhar quando se trata de transformar
as quase duas décadas de estabilidade
econômica e política em um ambiente
de negócios sólido e estável, que fun-
cione de forma eficiente e coerente para
o investidor internacional. O Brasil deve
ser analisado com cautela e paciência por aqueles que estão começando
a investir nos mercados emergentes.
“O Brasil não é um país para principiantes”, disse Franklin Feder, presidente
da Alcoa, citando Tom Jobim, que tem
uma história de 50 anos no Brasil. “O
povo brasileiro é muito gentil, amável
e hospitaleiro, muitas vezes até demais. Você tem que saber exatamente
o que você está fazendo no Brasil a fim
de fazer as coisas acontecerem aqui”.
Transformações Econômicas
e Políticas do Brasil
A dependência na produção de café
levou o Brasil a um longo período de
industrialização por substituição de importações (ISI), que passou pela a Segunda Guerra Mundial e continuou até
meados da década de 1960. No esforço
para transformar a economia brasileira
desde suas raizesinflacionárias e endívidadas para uma economia de mercado
capitalista diversificado, a liderança militar implementou uma difundida reforma
econômica, em 1964.
As reformas econômicas simplificaram
o câmbio, introduziram incentivos para o
investimento e promoveram as exportações - o resultado foi um período contínuo de crescimento, com uma aumento
médio de 11% ao ano para a economia
brasileira entre 1968 e 1973. Apesar da
crise do petróleo de 1973, o governo
brasileiro continuou a
apoiar as políticas de
crescimento elevado,
apesar da pressão
pela quala situação
macroeconômica do
país passava como
resultado.
O déficit do Brasil
em conta corrente
aumentou de US$ 1,7
bilhão em 1973, para
US$ 12,8 bilhões em
1980, a dívida externa aumentou de
6,4 bilhões dólares
para US$ 54 bilhões
ao longo do mesmo
período . A dívida que
propulsionou o crescimento dos anos 1980
A maior area de minério férreo do mundo, a mina de Carajás operado pela Vale.
2
e início de 1990 levou à inflação, que se
manteve em torno de 100% durante todo
o início de 1980, cresceu para 1,000%
em meados dos anos 1980 e chegou a
5,000% em 1993.
Concomitantemente, a política brasileira também passou por mudanças erráticas. Assim como outros países latino
americanos, o Brasil passou tanto por democracias populistas quanto por ditaduras militares. A eleição de Fernando Henrique Cardoso, em 1995, foi um marco na
história política e econômica do Brasil. O
“Plano Real”, promulgado no ano anterior à sua eleição, foi o primeiro plano de
ação bem-sucedido na política de combate aos persistentes desafios econômicos na administração da dívida externa e
da inflação.
Os princípios fundamentais do Plano
Real foram a introdução de uma nova
moeda (o Real) com peg ao dólar dos
EUA relativamente alto, o aumento das
taxas de juros para conter os gastos, o
incentivo ao investimento e à poupança e
a contenção dos gastos do governo.
O Plano Real funcionou maravilhosamente. O Brasil logo se tornou o
queridinho da comunidade internacional
de investimentos, estabilizou a inflação
e entrou em um sustentável período de
crescimento econômico. A economia
brasileira tem uma média de crescimento
do PIB de 5% ao ano desde a virada do
século 21. Ao que tudo indica, as instabilidades econômicas e políticas do país
finalmente terminaram.
Depois do sucesso dos dois mandatos
de Fernando Henrique Cardoso como
presidente - entre 1995 e 2003 – o candidato esquerdista Luiz Inácio Lula da Silva
foi eleito presidente do Brasil, em 2003.
Ele sustentou o crescimento econômico
e a estabilidade política ao longo de seu
também duplo mandato.
A eleição da sucessora escolhida por
Lula, Dilma Roussef, em 2010, demonstrou que o eleitorado brasileiro aprovou
a direção ideológica de Lula e seu modo
de administrar a economia nacional.
Dilma também recebeu a aprovação da
comunidade ligada à mineração. O professor João Marini, da Agência para o
Desenvolvimento Tecnológico da Indústria Mineral Brasileira (ADIMB), falou por
muitos quando disse que: “Acreditamos
que com a vitória de Dilma nas eleições
o setor de mineração terá uma grande
melhora”.
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
O País do Futuro?
A Mineração Brasileira Hoje
A relativamente bem desenvolvida e diversificada economia brasileira foi uma
das primeiras a entrar e depois se recuperar da recente crise financeira mundial. Depois de um curto período de crescimento econômico negativo de -0,2% em
2009, já estava previsto um período de
forte crescimento para o início de 2010.
A riqueza brasileira de recursos, a
liderança como produtor agrícola mundial, a força industrial, as indústrias de
serviços emergentes e o status internacional impulsionado pela escolha do
Brasil como sede da Copa de 2014 e dos
Jogos Olímpicos de 2016 são indicativos
do posicionamento cada vez mais ideal
do país dentro da economia global.
A economia brasileira representa mais
valor, em dólar, do que todas as outras
economias da América do Sul somadas.
O banco central brasileiro previu
um crescimento do PIB de 7,3% para
2010, seguido por uma média 5,5% de
crescimento por ano entre 2011 e 2013.
Goldman Sachs prevê que a economia
brasileira vai se tornar uma das cinco
maiores do mundo em 2050.
No entanto, ainda há apreensão em
relação às políticas do governo brasileiro
e a facilidade (ou dificuldade) de se fazer negócios no país. Um setor público
inchado e políticas sociais consideradas
como exageradamente generosas coloca a sustentabilidade macro-econômica
do Brasil em situação de risco e gera
críticas da comunidade de investimentos
internacional.
A infra-estrutura brasileira de transportes e energia, assim como a força
de trabalho do país, poderiam ser beneficiadas por um aumento significativo
nos investimentos dos setores públicos
e privados a fim de aumentar a competitividade global.
Todavia, a partir de uma perspectiva de mineração, os vastos recursos do Brasil combinados com os atuais preços de mercadoria tornam o
país uma proposta muito interessante
para qualquer investidor em potencial.
Em 2008, a mineração constituiu quase
2% do PIB do Brasil, uma soma de US$
23,95 bilhões. O crescimento no setor é
fenomenal, e estima-se que a mineração
vai atingir cerca de US$ 46,44 bilhões em
2014. “Entre 2000 e 2008 a indústria teve
um crescimento de cinco vezes”, contabilizou Marcelo Tunes, diretor do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM). A
demanda por minerais têm valorizado
a produção mineral do Brasil, com um
aumento de 250%, em dólares americanos, entre 2000 e 2008. Houve uma queda de produção em 2009 causada pela
crise econômica global, mas as estimativas para 2010 são de que a produção
mineral brasileira ultrapasse US$ 35 bilhões e mantendo o crescimento de 10%
a 15% ao ano.
Em 2012, o país deverá atingir os mesmos níveis de produção e de vendas
registrados antes da crise financeira. A
IBRAM prevê um total de US$ 54 bilhões
em investimentos para o período entre
2010 e2014. O ferro é o principal minério
em que os investimentos serão feitos,
responsável por cerca de 67% do total.
A mineração empregou diretamente
161 mil brasileiros em 2008. Estudos
realizados pelo Serviço Geológico
do Brasil (CPRM), mostram que, no
mesmo ano, foram criados cerca de
dois milhões de empregos indiretamente, número que cresce cada vez
mais. Novos participantes continuam a
chegar no mercado, incluindo pequenas empresas de mineração e exploração e prestadoras de serviços.
Franklin Feder,
Presidenta da Alcoa America Latina
e Caríbe
Potencial Geológico
O Brasil é o quinto maior país do mundo em extensão territorial e tem a sexta
maior produção de mineração do mundo. “O setor brasileiro de mineração tem
enorme potencial geológico, sendo que
a maioria do país ainda não foi explorada”, disse Miguel Antonio Cedraz Nery,
diretor geral do Departamento Nacional
de Produção Mineral (DNPM).
Marcelo Tunes,
Diretor de negócios mineiros do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM)
Em 2009, o Brasil recebeu apenas 3%
do orçamento mundial para mineração.
Até agora, apenas 30% do seu território
foi sistematicamente explorado através
de mapeamento geológico. Apesar de
sua área total ser quase sete vezes maior
do que o Peru, o Brasil investiu apenas
metade da quantia que o Peru investiu
em pesquisas geológicas.
Segundo o Serviço Geológico do
Brasil, há uma alta probabilidade de se
encontrar depósitos poli-metálicos de
primeira classe - semelhantes aos encontrados em Carajás, no norte do paísprincipalmente na região amazônica.
“O Brasil é um país enorme, parecido
geologicamente com o Canadá ou a
Austrália. A probabilidade de encontrar
grandes ativos é muito alta”, disse o professor Marini.
A região amazônica tem grande potencial para ser uma fonte de recursos minerais ainda não descobertos, além dasgrandes reservas ja conhecidas de (por
volume): minério de ferro, manganês,
bauxita, ouro e estanho.
Há, no entanto, preocupações com
os danos à floresta amazônica. Grande
parte da futura produção mineral do Brasil dependerá da descoberta de novas
abordagens e tecnologias que permitam
a mineração responsável e sustentável,
que não prejudique o meio ambiente. Se
isso for viabilizado, será possível usar
toda a capacidade brasileira. “O Brasil
tem potencial para dobrar ou triplicar sua
produção de mineração atual”, afirmou
Marcelo Tunes.
A Produção Mineral
O Brasil produz 70 derivados minerais: 21
metais, 45 minerais industriais e quatro
combustíveis. O gigante sul-americano é
o segundo maior produtor de minério de
ferro do mundo, com 19% da produção
mundial total.
Depois do petróleo, o ferro é o segundo produto com maior exportação do
país, que tem China, Japão, Alemanha,
França e Coréia como principais importadores.
Miguel Cedraz Nery,
Diretor do Departamento Nacional de
Produção Mineral (DNPM)
João Bosco Silva,
Diretor Executivo da Votorantim
3
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
Brasil - Não é Um País Para Iniciantes
A poderosa usina de mineração volta suas atenções para ser um melhor
destino para investimentos.
A imensidão continental do Brasil, sua
base de recursos e a sua influência
econômica e política são atrativos de
sua potencialidade regional e internacional. Com um território de 8,5 milhões
de quilômetros terrestres e 7.500 km de
litoral, o Brasil se sobressai aos seus vizinhos sul-americanos.
Diferenças no tamanho e escala a
parte, o Brasil compartilha uma longa história de instabilidade política e
econômica com seus vizinhos da América Latina. No entanto, depois do programa de reformas econômicas de 1994
- conhecido como o Plano Real - o Brasil demonstrou mais consistência, tanto
no funcionamento da sua democracia
quanto nos seus muitos anos de contínuo crescimento econômico. Hoje, o
Brasil se posiciona lado a lado da China,
Rússia e Índia, sob a sigla BRIC como
um dos principais destinos do mundo
para o investimento estrangeiro direto
(IED). Com uma taxa de crescimento
anual do produto interno bruto (PIB) de
7,4% em 2010, somada a seu grande potencial geológico, os atrativos do Brasil
são evidentes. No entanto, é importante
notar que o Brasil está prensado entre
Moçambique e a Tanzânia como o 127o
dos 183 paises avaliadas no levantamento do Banco Mundial em 2011 sobre
a facilidade de fazer negócios.
O Brasil ainda tem um longo caminho
a trilhar quando se trata de transformar
as quase duas décadas de estabilidade
econômica e política em um ambiente
de negócios sólido e estável, que fun-
cione de forma eficiente e coerente para
o investidor internacional. O Brasil deve
ser analisado com cautela e paciência por aqueles que estão começando
a investir nos mercados emergentes.
“O Brasil não é um país para principiantes”, disse Franklin Feder, presidente
da Alcoa, citando Tom Jobim, que tem
uma história de 50 anos no Brasil. “O
povo brasileiro é muito gentil, amável
e hospitaleiro, muitas vezes até demais. Você tem que saber exatamente
o que você está fazendo no Brasil a fim
de fazer as coisas acontecerem aqui”.
Transformações Econômicas
e Políticas do Brasil
A dependência na produção de café
levou o Brasil a um longo período de
industrialização por substituição de importações (ISI), que passou pela a Segunda Guerra Mundial e continuou até
meados da década de 1960. No esforço
para transformar a economia brasileira
desde suas raizesinflacionárias e endívidadas para uma economia de mercado
capitalista diversificado, a liderança militar implementou uma difundida reforma
econômica, em 1964.
As reformas econômicas simplificaram
o câmbio, introduziram incentivos para o
investimento e promoveram as exportações - o resultado foi um período contínuo de crescimento, com uma aumento
médio de 11% ao ano para a economia
brasileira entre 1968 e 1973. Apesar da
crise do petróleo de 1973, o governo
brasileiro continuou a
apoiar as políticas de
crescimento elevado,
apesar da pressão
pela quala situação
macroeconômica do
país passava como
resultado.
O déficit do Brasil
em conta corrente
aumentou de US$ 1,7
bilhão em 1973, para
US$ 12,8 bilhões em
1980, a dívida externa aumentou de
6,4 bilhões dólares
para US$ 54 bilhões
ao longo do mesmo
período . A dívida que
propulsionou o crescimento dos anos 1980
A maior area de minério férreo do mundo, a mina de Carajás operado pela Vale.
2
e início de 1990 levou à inflação, que se
manteve em torno de 100% durante todo
o início de 1980, cresceu para 1,000%
em meados dos anos 1980 e chegou a
5,000% em 1993.
Concomitantemente, a política brasileira também passou por mudanças erráticas. Assim como outros países latino
americanos, o Brasil passou tanto por democracias populistas quanto por ditaduras militares. A eleição de Fernando Henrique Cardoso, em 1995, foi um marco na
história política e econômica do Brasil. O
“Plano Real”, promulgado no ano anterior à sua eleição, foi o primeiro plano de
ação bem-sucedido na política de combate aos persistentes desafios econômicos na administração da dívida externa e
da inflação.
Os princípios fundamentais do Plano
Real foram a introdução de uma nova
moeda (o Real) com peg ao dólar dos
EUA relativamente alto, o aumento das
taxas de juros para conter os gastos, o
incentivo ao investimento e à poupança e
a contenção dos gastos do governo.
O Plano Real funcionou maravilhosamente. O Brasil logo se tornou o
queridinho da comunidade internacional
de investimentos, estabilizou a inflação
e entrou em um sustentável período de
crescimento econômico. A economia
brasileira tem uma média de crescimento
do PIB de 5% ao ano desde a virada do
século 21. Ao que tudo indica, as instabilidades econômicas e políticas do país
finalmente terminaram.
Depois do sucesso dos dois mandatos
de Fernando Henrique Cardoso como
presidente - entre 1995 e 2003 – o candidato esquerdista Luiz Inácio Lula da Silva
foi eleito presidente do Brasil, em 2003.
Ele sustentou o crescimento econômico
e a estabilidade política ao longo de seu
também duplo mandato.
A eleição da sucessora escolhida por
Lula, Dilma Roussef, em 2010, demonstrou que o eleitorado brasileiro aprovou
a direção ideológica de Lula e seu modo
de administrar a economia nacional.
Dilma também recebeu a aprovação da
comunidade ligada à mineração. O professor João Marini, da Agência para o
Desenvolvimento Tecnológico da Indústria Mineral Brasileira (ADIMB), falou por
muitos quando disse que: “Acreditamos
que com a vitória de Dilma nas eleições
o setor de mineração terá uma grande
melhora”.
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
O País do Futuro?
A Mineração Brasileira Hoje
A relativamente bem desenvolvida e diversificada economia brasileira foi uma
das primeiras a entrar e depois se recuperar da recente crise financeira mundial. Depois de um curto período de crescimento econômico negativo de -0,2% em
2009, já estava previsto um período de
forte crescimento para o início de 2010.
A riqueza brasileira de recursos, a
liderança como produtor agrícola mundial, a força industrial, as indústrias de
serviços emergentes e o status internacional impulsionado pela escolha do
Brasil como sede da Copa de 2014 e dos
Jogos Olímpicos de 2016 são indicativos
do posicionamento cada vez mais ideal
do país dentro da economia global.
A economia brasileira representa mais
valor, em dólar, do que todas as outras
economias da América do Sul somadas.
O banco central brasileiro previu
um crescimento do PIB de 7,3% para
2010, seguido por uma média 5,5% de
crescimento por ano entre 2011 e 2013.
Goldman Sachs prevê que a economia
brasileira vai se tornar uma das cinco
maiores do mundo em 2050.
No entanto, ainda há apreensão em
relação às políticas do governo brasileiro
e a facilidade (ou dificuldade) de se fazer negócios no país. Um setor público
inchado e políticas sociais consideradas
como exageradamente generosas coloca a sustentabilidade macro-econômica
do Brasil em situação de risco e gera
críticas da comunidade de investimentos
internacional.
A infra-estrutura brasileira de transportes e energia, assim como a força
de trabalho do país, poderiam ser beneficiadas por um aumento significativo
nos investimentos dos setores públicos
e privados a fim de aumentar a competitividade global.
Todavia, a partir de uma perspectiva de mineração, os vastos recursos do Brasil combinados com os atuais preços de mercadoria tornam o
país uma proposta muito interessante
para qualquer investidor em potencial.
Em 2008, a mineração constituiu quase
2% do PIB do Brasil, uma soma de US$
23,95 bilhões. O crescimento no setor é
fenomenal, e estima-se que a mineração
vai atingir cerca de US$ 46,44 bilhões em
2014. “Entre 2000 e 2008 a indústria teve
um crescimento de cinco vezes”, contabilizou Marcelo Tunes, diretor do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM). A
demanda por minerais têm valorizado
a produção mineral do Brasil, com um
aumento de 250%, em dólares americanos, entre 2000 e 2008. Houve uma queda de produção em 2009 causada pela
crise econômica global, mas as estimativas para 2010 são de que a produção
mineral brasileira ultrapasse US$ 35 bilhões e mantendo o crescimento de 10%
a 15% ao ano.
Em 2012, o país deverá atingir os mesmos níveis de produção e de vendas
registrados antes da crise financeira. A
IBRAM prevê um total de US$ 54 bilhões
em investimentos para o período entre
2010 e2014. O ferro é o principal minério
em que os investimentos serão feitos,
responsável por cerca de 67% do total.
A mineração empregou diretamente
161 mil brasileiros em 2008. Estudos
realizados pelo Serviço Geológico
do Brasil (CPRM), mostram que, no
mesmo ano, foram criados cerca de
dois milhões de empregos indiretamente, número que cresce cada vez
mais. Novos participantes continuam a
chegar no mercado, incluindo pequenas empresas de mineração e exploração e prestadoras de serviços.
Franklin Feder,
Presidenta da Alcoa America Latina
e Caríbe
Potencial Geológico
O Brasil é o quinto maior país do mundo em extensão territorial e tem a sexta
maior produção de mineração do mundo. “O setor brasileiro de mineração tem
enorme potencial geológico, sendo que
a maioria do país ainda não foi explorada”, disse Miguel Antonio Cedraz Nery,
diretor geral do Departamento Nacional
de Produção Mineral (DNPM).
Marcelo Tunes,
Diretor de negócios mineiros do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM)
Em 2009, o Brasil recebeu apenas 3%
do orçamento mundial para mineração.
Até agora, apenas 30% do seu território
foi sistematicamente explorado através
de mapeamento geológico. Apesar de
sua área total ser quase sete vezes maior
do que o Peru, o Brasil investiu apenas
metade da quantia que o Peru investiu
em pesquisas geológicas.
Segundo o Serviço Geológico do
Brasil, há uma alta probabilidade de se
encontrar depósitos poli-metálicos de
primeira classe - semelhantes aos encontrados em Carajás, no norte do paísprincipalmente na região amazônica.
“O Brasil é um país enorme, parecido
geologicamente com o Canadá ou a
Austrália. A probabilidade de encontrar
grandes ativos é muito alta”, disse o professor Marini.
A região amazônica tem grande potencial para ser uma fonte de recursos minerais ainda não descobertos, além dasgrandes reservas ja conhecidas de (por
volume): minério de ferro, manganês,
bauxita, ouro e estanho.
Há, no entanto, preocupações com
os danos à floresta amazônica. Grande
parte da futura produção mineral do Brasil dependerá da descoberta de novas
abordagens e tecnologias que permitam
a mineração responsável e sustentável,
que não prejudique o meio ambiente. Se
isso for viabilizado, será possível usar
toda a capacidade brasileira. “O Brasil
tem potencial para dobrar ou triplicar sua
produção de mineração atual”, afirmou
Marcelo Tunes.
A Produção Mineral
O Brasil produz 70 derivados minerais: 21
metais, 45 minerais industriais e quatro
combustíveis. O gigante sul-americano é
o segundo maior produtor de minério de
ferro do mundo, com 19% da produção
mundial total.
Depois do petróleo, o ferro é o segundo produto com maior exportação do
país, que tem China, Japão, Alemanha,
França e Coréia como principais importadores.
Miguel Cedraz Nery,
Diretor do Departamento Nacional de
Produção Mineral (DNPM)
João Bosco Silva,
Diretor Executivo da Votorantim
3
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
O Brasil é ainda o principal produtor
mundial de nióbio, o sétimo maior produtor de estanho e o décimo terceiro maior
produtor de ouro do mundo - foram produzidas cerca de 55 toneladas métricas de
ouro em 2008 de acordo com o IBRAM. A
recente alta dos preços do ouro levaram
a novos investimentos em expansão e
exploração para que a produção de ouro
do país aumente significativamente.
Em 2008, a China se tornou o maior
parceiro comercial do Brasil, ultrapassando os Estados Unidos. A demanda
chinesa por matérias-primas deve continuar a ser um dos principais motores
para o setor de mineração em 2011 e nos
anos conseguintes. O ferro representa
82,6% de todas as exportações de metal
brasileiras, seguido pelo ouro. Já as principais importações do país são distribuídas de forma bastante equilibrada entre
o carvão (29,6%), potássio (29,09%) e cobre (20,9%). Os projetos de investimento
adiados pela crise financeira já foram
reiniciados, especialmente por empresas
líderes da indústria como a Vale, BHP Billiton, Rio Tinto e Barrick. O Brasil quer
atrair investimentos estrangeiros, porém
as regulamentações complicadas, a falta
de infra-estrutura e um conjunto limitado
de profissionais qualificados retardam a
chegada do capital estrangeiro. A falta
de precisão dos dados geológicos para a
maioria das áreas desencoraja os investidores. O índice de liberdade econômica
2009 da Heritage Foundation, fundação
que avalia as condições globais para a
criação de negócios em 183 países, rebaixou o Brasil de “moderadamente livre”
para “principalmente sem liberdade”.
O Estado continua presente em muitas
áreas da economia. As empresas estão
sujeitas à legislação arcaica, altos custos de crédito e freqüentes mudanças
normativas. O Brasil requer grandes investimentos em energia e infra-estrutura
logística, o que abre espaço para oportunidades de investimento na construção
e melhoria de estradas, ferrovias, gasodutos, portos e vias navegáveis, assim
como na infra-estrutura de energia.
Apena 2% do PIB brasileiro é gasto
em infra-estrutura - um terço do que a
China e o Chile gastam, e metade do
que a Índia gasta em relação aoseu PIB.
Um estudo realizado pela Associação
Brasileira de Infra-Estrutura mostra que
o Brasil precisa de investimentos anuais
de US$ 90 bilhões em logística e infra-estruturas para acabar com os problemas
na economia. Caso este investimento
não ocorra num futuro próximo, o país
não será capaz de manter a sua taxa de
crescimento econômico. Mas há muita
esperança de que a nova presidente
brasileira aborde estas questões. “A re-
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
cente eleição de Dilma Rousseff, que
foi a responsável pelo setor de mineração no governo anterior, trará iniciativas
eficientes para o desenvolvimento da
indústria de mineração”, disse Tunes.
A Estrutura do Mercado
Brasileiro de Mineração
O mercado de mineração brasileiro é
dominado por cerca de 15 empresas de
mineração, de origem tanto nacional
quanto internacional. O ferro é de longe o
minério que predomina entre os minerais
exportados para o mercado internacional
do Brasil e a Vale domina o setor, representando 80% da produção brasileira
total de ferro, seguida pela CSN, Anglo
American, MMX e Samarco.
Assim como o ferro, outros minérios
brasileiros também são dominados por
um grupo relativamente pequeno de empresas. Mineração Rio do Norte, Alcoa
e Vale dominam a produção de bauxita
e alumina. A produção de nióbio é esmagadoramente dominada pela CBMM,
enquanto a produção de manganês é
quase totalmente controlada pela Vale. A
Votorantim é a única produtora de zinco
do Brasil, e é também responsável por
cerca de metade da produção de níquel
no país, ao lado da Anglo American Brasil. Por sua vez, a produção brasileira de
Entrevista com o Exmo. Marcio Zimmerman Pereira, Ministro de Minas e Energia
O setor de mineração no Brasil
foi reformado na década de 1990,
quando o mercado brasileiro foi
aberto. Recentemente, o ministério
decidiu reformulá-lo mais uma vez,
envolvendo três grandes projetos:
a criação de uma agência reguladora, a revisão do sistema de
royalties e a renovação das regulamentações.
O que precisa ser atualizado nas
regulamentações brasileiras?
Pretendemos criar um Conselho Nacional de Política para
definir políticas e uma agência reguladora, que pode contribuir para atrair investimentos para o Brasil.
Como está o mapeamento geológico no Brasil e como o Sr.
pretende melhorá-lo?
O Serviço Geológico do Brasil (CPRM) faz um importante trabalho de mapeamento geológico. Nós já temos o mapeamento
de todo o país em uma escala de 1:1.000.000 e queremos
chegar à escala de 1:250.000 no mapeamento da Amazônia e
1:100.000 no resto do país.
Como atrair investimentos a médio prazo?
Com os estudos geológicos e aero - geofísicos e as novas
regulamentações, haverá ainda mais investimento privado no
setor de mineração do Brasil.
Quais são os desafios para o setor de mineração em rela4
ção à sustentabilidade ambiental e relações com as comunidades locais?
As economias globais emergentes como China, Índia, África
do Sul e o Brasil têm que enfrentar o desafio do desenvolvimento com sustentabilidade ambiental. A região amazônica
tem um grande potencial para ser fonte de recursos minerais
não descobertos, além de grandes reservas de minério de
ferro, manganês, bauxita, ouro e estanho. Porém há a preocupação com a biodiversidade da floresta amazônica, que
compreende 20% das florestas tropicais remanescentes do
mundo e oferece abrigo para 10% das plantas e animais da
terra, e ainda retira o excesso de dióxido de carbono da atmosfera.
Quais são os principais projetos previstos para próximo
ano?
O Pará tem grande potencial. Temos lá o projetos de Carajás
(ferro, níquel e cobre) e também a exploração de bauxita e
ouro em outras regiões do estado. Muitas empresas estão
investindo na região amazônica.
Qual é a mensagem que o Sr. daria ao público da revista
internacional de Engenharia e Mineração?
O Brasil tem uma longa tradição na indústria de mineração e
investimento internacional o que são bons sinais de desenvolvimento. Sabemos que a modernização das regulamentações é uma maneira eficaz de atrair novos investimentos e
apoiar o desenvolvimento da indústria de mineração. O Brasil
concluiu o Plano Nacional de Mineração de 2030, para promover o crescimento nos próximos 20 anos.
5
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
O Brasil é ainda o principal produtor
mundial de nióbio, o sétimo maior produtor de estanho e o décimo terceiro maior
produtor de ouro do mundo - foram produzidas cerca de 55 toneladas métricas de
ouro em 2008 de acordo com o IBRAM. A
recente alta dos preços do ouro levaram
a novos investimentos em expansão e
exploração para que a produção de ouro
do país aumente significativamente.
Em 2008, a China se tornou o maior
parceiro comercial do Brasil, ultrapassando os Estados Unidos. A demanda
chinesa por matérias-primas deve continuar a ser um dos principais motores
para o setor de mineração em 2011 e nos
anos conseguintes. O ferro representa
82,6% de todas as exportações de metal
brasileiras, seguido pelo ouro. Já as principais importações do país são distribuídas de forma bastante equilibrada entre
o carvão (29,6%), potássio (29,09%) e cobre (20,9%). Os projetos de investimento
adiados pela crise financeira já foram
reiniciados, especialmente por empresas
líderes da indústria como a Vale, BHP Billiton, Rio Tinto e Barrick. O Brasil quer
atrair investimentos estrangeiros, porém
as regulamentações complicadas, a falta
de infra-estrutura e um conjunto limitado
de profissionais qualificados retardam a
chegada do capital estrangeiro. A falta
de precisão dos dados geológicos para a
maioria das áreas desencoraja os investidores. O índice de liberdade econômica
2009 da Heritage Foundation, fundação
que avalia as condições globais para a
criação de negócios em 183 países, rebaixou o Brasil de “moderadamente livre”
para “principalmente sem liberdade”.
O Estado continua presente em muitas
áreas da economia. As empresas estão
sujeitas à legislação arcaica, altos custos de crédito e freqüentes mudanças
normativas. O Brasil requer grandes investimentos em energia e infra-estrutura
logística, o que abre espaço para oportunidades de investimento na construção
e melhoria de estradas, ferrovias, gasodutos, portos e vias navegáveis, assim
como na infra-estrutura de energia.
Apena 2% do PIB brasileiro é gasto
em infra-estrutura - um terço do que a
China e o Chile gastam, e metade do
que a Índia gasta em relação aoseu PIB.
Um estudo realizado pela Associação
Brasileira de Infra-Estrutura mostra que
o Brasil precisa de investimentos anuais
de US$ 90 bilhões em logística e infra-estruturas para acabar com os problemas
na economia. Caso este investimento
não ocorra num futuro próximo, o país
não será capaz de manter a sua taxa de
crescimento econômico. Mas há muita
esperança de que a nova presidente
brasileira aborde estas questões. “A re-
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
cente eleição de Dilma Rousseff, que
foi a responsável pelo setor de mineração no governo anterior, trará iniciativas
eficientes para o desenvolvimento da
indústria de mineração”, disse Tunes.
A Estrutura do Mercado
Brasileiro de Mineração
O mercado de mineração brasileiro é
dominado por cerca de 15 empresas de
mineração, de origem tanto nacional
quanto internacional. O ferro é de longe o
minério que predomina entre os minerais
exportados para o mercado internacional
do Brasil e a Vale domina o setor, representando 80% da produção brasileira
total de ferro, seguida pela CSN, Anglo
American, MMX e Samarco.
Assim como o ferro, outros minérios
brasileiros também são dominados por
um grupo relativamente pequeno de empresas. Mineração Rio do Norte, Alcoa
e Vale dominam a produção de bauxita
e alumina. A produção de nióbio é esmagadoramente dominada pela CBMM,
enquanto a produção de manganês é
quase totalmente controlada pela Vale. A
Votorantim é a única produtora de zinco
do Brasil, e é também responsável por
cerca de metade da produção de níquel
no país, ao lado da Anglo American Brasil. Por sua vez, a produção brasileira de
Entrevista com o Exmo. Marcio Zimmerman Pereira, Ministro de Minas e Energia
O setor de mineração no Brasil
foi reformado na década de 1990,
quando o mercado brasileiro foi
aberto. Recentemente, o ministério
decidiu reformulá-lo mais uma vez,
envolvendo três grandes projetos:
a criação de uma agência reguladora, a revisão do sistema de
royalties e a renovação das regulamentações.
O que precisa ser atualizado nas
regulamentações brasileiras?
Pretendemos criar um Conselho Nacional de Política para
definir políticas e uma agência reguladora, que pode contribuir para atrair investimentos para o Brasil.
Como está o mapeamento geológico no Brasil e como o Sr.
pretende melhorá-lo?
O Serviço Geológico do Brasil (CPRM) faz um importante trabalho de mapeamento geológico. Nós já temos o mapeamento
de todo o país em uma escala de 1:1.000.000 e queremos
chegar à escala de 1:250.000 no mapeamento da Amazônia e
1:100.000 no resto do país.
Como atrair investimentos a médio prazo?
Com os estudos geológicos e aero - geofísicos e as novas
regulamentações, haverá ainda mais investimento privado no
setor de mineração do Brasil.
Quais são os desafios para o setor de mineração em rela4
ção à sustentabilidade ambiental e relações com as comunidades locais?
As economias globais emergentes como China, Índia, África
do Sul e o Brasil têm que enfrentar o desafio do desenvolvimento com sustentabilidade ambiental. A região amazônica
tem um grande potencial para ser fonte de recursos minerais
não descobertos, além de grandes reservas de minério de
ferro, manganês, bauxita, ouro e estanho. Porém há a preocupação com a biodiversidade da floresta amazônica, que
compreende 20% das florestas tropicais remanescentes do
mundo e oferece abrigo para 10% das plantas e animais da
terra, e ainda retira o excesso de dióxido de carbono da atmosfera.
Quais são os principais projetos previstos para próximo
ano?
O Pará tem grande potencial. Temos lá o projetos de Carajás
(ferro, níquel e cobre) e também a exploração de bauxita e
ouro em outras regiões do estado. Muitas empresas estão
investindo na região amazônica.
Qual é a mensagem que o Sr. daria ao público da revista
internacional de Engenharia e Mineração?
O Brasil tem uma longa tradição na indústria de mineração e
investimento internacional o que são bons sinais de desenvolvimento. Sabemos que a modernização das regulamentações é uma maneira eficaz de atrair novos investimentos e
apoiar o desenvolvimento da indústria de mineração. O Brasil
concluiu o Plano Nacional de Mineração de 2030, para promover o crescimento nos próximos 20 anos.
5
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
cobre é relativamente subdesenvolvida, e
é dominada por apenas duas empresas:
Vale e Yamana. Já a produção de ouro é
talvez a mais uniformemente dividida entre os recursos minerais do Brasil, com
a Anglo Gold Ashanti, Yamana Gold e
Kinross representando a maior parte da
oferta junto com os pequenos produtores
como Eldorado Gold e Jaguar, assim
como garimpos em regiões mais remotas do Brasil.
Os garimpos do Brasil são mineradores artesanais, que produzem fora da
égide da legislação brasileira são muitas
vezes considerados ilegais. Há grandes
preocupações sobre o impacto ambiental
das práticas empregadas pelo garimpo,
como por exemplo o uso e subseqüente
dispersão de mercúrio em solos e cursos
d’água.
O Brasil tem uma longa tradição na
promoção de empresas nacionais de
engenharia e serviços, tais como Camargo Correa e Geosol - que atuam respectivamente nas areas de engenharia
e de perfuração. No entanto, companhias internacionais, como Master Driling,
SRK Consulting, AMEC, Coffey Mining e
Ausenco também estão presentes. Um
fenômeno recente e interessante tem
sido as parcerias e aquisições entre
empresas internacionais estabelecidas
e entidades nacionais, como a recente
6
fusão da Minerconsult e SNC Lavalin, e
a parceria entre CNEC e Parsons Worley.
A combinação da experiência internacional com o conhecimento técnico e local
das empresas brasileiras é altamente
reconhecida como extremamente eficaz.
As previsões de crescimento para a indústria de mineração do Brasil descritas
anteriormente aumentam ainda mais o
interesse internacional de serviços e empresas de engenharia.
O mercado de fornecimento de equipamentos está mais maduro do que
o setor de serviços, com os principais
agentes internacionais, como por exemplo a Metso ja estabelecidas no país há
mais de 50 anos. Desde Volvo, Komatsu
e Caterpillar, até a FLSmidth e Cummins,
a grande maioria dos fornecedores internacionais podem ser encontrados no
Brasil, muitos deles com capacidade de
produção significativa. Agentes como
Tracbel e Sotreq para a Volvo e Caterpillar, respectivamente, têm serviços de
classe mundial completando suas tecnologias de ponta, enquanto fornecedores
de origem nacional, como Technometal
e Rossetti continuam aumentando sua
quota no mercado brasileiro de equipamentos de abastecimento, que está em
rápida expansão. Apesar de ainda ser
considerado um mercado emergente,
o Brasil possui um padrão de normas
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
técnicas extremamente alto no que diz
respeito à produção e fornecimento de
equipamentos, com inúmeras empresas
internacionais como Siemens e Scania,
sediando pólos de pesquisas internacionais e de desenvolvimento no país, ao
lado de empresas locais como GEOID,
CEMI e Brasfond.
O Quadro Regulamentar do
Brasil
A regulamentação brasileira é particularmente complexa, com jurisdição sobre
processos dividida entre os níveis municipais, estaduais e federais .No nível
federal, os três principais órgãos do governo responsáveis pelo setor de mineração são o Ministério de Minas e Energia,
DNPM e CPRM.
A mineração é regida pelo Código de
Mineração (1967). A lei n º 9.314 do código de mineração, assinada em janeiro de
1997, estabelece que todas as licenças
de exploração mineral sejam concedidas
pelo DNPM, com concessões de desenvolvimento vindo do Ministério de Minas e
Energia. Segundo a Constituição Federal
de 1988, todos os recursos minerais pertencem ao governo federal e os direitos
de explorar os recursos devem seguir as
regras do Código de Mineração. Todas as
companhias que estão dentro da lei, com
sede e administração sênior no Brasil, podem solicitar licenças para a exploração e
produção dos commodities brasileiros.
Conforme estabelecido na Constituição
de 1988, a sustentabilidade ambiental é
de grande importância para a maneira em
que a atividade industrial é realizada no
Brasil. A regulamentação ambiental varia
entre as autoridades estaduais, tendo assim o potencial de criar confusão e duplicação ao longo do processo de candidaturas. Essencialmente, o processo
passa por três níveis distintos de controle. Primeiramente se faz uma avaliação
de impacto ambiental (EIA), que quando
concluída, é seguida pela licença ambiental (LA), que garante que os impactos
ambientais de um determinado projeto
estão em conformidade com a respectiva
regulamentação ambiental do estado em
questão. O processo final de regulamentação é o Plano de Recuperação de Materiais Degradados (PRAD), que por sua vez
afirma que todas as medidas possíveis
serão tomadas para garantir a sustentabilidade ambiental durante desmantelamento da mina e remoção de rejeitos. As
duas principais autoridades reguladoras
ambientais são IBAMA e o Ministério do
Meio Ambiente.
Entre 2009 e 2010 houve um debate
sobre a modernização da regulamentação brasileira de mineração, com o objetivo de tornar o setor mais atraente para
os investidores internacionais e de fácil
7
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
cobre é relativamente subdesenvolvida, e
é dominada por apenas duas empresas:
Vale e Yamana. Já a produção de ouro é
talvez a mais uniformemente dividida entre os recursos minerais do Brasil, com
a Anglo Gold Ashanti, Yamana Gold e
Kinross representando a maior parte da
oferta junto com os pequenos produtores
como Eldorado Gold e Jaguar, assim
como garimpos em regiões mais remotas do Brasil.
Os garimpos do Brasil são mineradores artesanais, que produzem fora da
égide da legislação brasileira são muitas
vezes considerados ilegais. Há grandes
preocupações sobre o impacto ambiental
das práticas empregadas pelo garimpo,
como por exemplo o uso e subseqüente
dispersão de mercúrio em solos e cursos
d’água.
O Brasil tem uma longa tradição na
promoção de empresas nacionais de
engenharia e serviços, tais como Camargo Correa e Geosol - que atuam respectivamente nas areas de engenharia
e de perfuração. No entanto, companhias internacionais, como Master Driling,
SRK Consulting, AMEC, Coffey Mining e
Ausenco também estão presentes. Um
fenômeno recente e interessante tem
sido as parcerias e aquisições entre
empresas internacionais estabelecidas
e entidades nacionais, como a recente
6
fusão da Minerconsult e SNC Lavalin, e
a parceria entre CNEC e Parsons Worley.
A combinação da experiência internacional com o conhecimento técnico e local
das empresas brasileiras é altamente
reconhecida como extremamente eficaz.
As previsões de crescimento para a indústria de mineração do Brasil descritas
anteriormente aumentam ainda mais o
interesse internacional de serviços e empresas de engenharia.
O mercado de fornecimento de equipamentos está mais maduro do que
o setor de serviços, com os principais
agentes internacionais, como por exemplo a Metso ja estabelecidas no país há
mais de 50 anos. Desde Volvo, Komatsu
e Caterpillar, até a FLSmidth e Cummins,
a grande maioria dos fornecedores internacionais podem ser encontrados no
Brasil, muitos deles com capacidade de
produção significativa. Agentes como
Tracbel e Sotreq para a Volvo e Caterpillar, respectivamente, têm serviços de
classe mundial completando suas tecnologias de ponta, enquanto fornecedores
de origem nacional, como Technometal
e Rossetti continuam aumentando sua
quota no mercado brasileiro de equipamentos de abastecimento, que está em
rápida expansão. Apesar de ainda ser
considerado um mercado emergente,
o Brasil possui um padrão de normas
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técnicas extremamente alto no que diz
respeito à produção e fornecimento de
equipamentos, com inúmeras empresas
internacionais como Siemens e Scania,
sediando pólos de pesquisas internacionais e de desenvolvimento no país, ao
lado de empresas locais como GEOID,
CEMI e Brasfond.
O Quadro Regulamentar do
Brasil
A regulamentação brasileira é particularmente complexa, com jurisdição sobre
processos dividida entre os níveis municipais, estaduais e federais .No nível
federal, os três principais órgãos do governo responsáveis pelo setor de mineração são o Ministério de Minas e Energia,
DNPM e CPRM.
A mineração é regida pelo Código de
Mineração (1967). A lei n º 9.314 do código de mineração, assinada em janeiro de
1997, estabelece que todas as licenças
de exploração mineral sejam concedidas
pelo DNPM, com concessões de desenvolvimento vindo do Ministério de Minas e
Energia. Segundo a Constituição Federal
de 1988, todos os recursos minerais pertencem ao governo federal e os direitos
de explorar os recursos devem seguir as
regras do Código de Mineração. Todas as
companhias que estão dentro da lei, com
sede e administração sênior no Brasil, podem solicitar licenças para a exploração e
produção dos commodities brasileiros.
Conforme estabelecido na Constituição
de 1988, a sustentabilidade ambiental é
de grande importância para a maneira em
que a atividade industrial é realizada no
Brasil. A regulamentação ambiental varia
entre as autoridades estaduais, tendo assim o potencial de criar confusão e duplicação ao longo do processo de candidaturas. Essencialmente, o processo
passa por três níveis distintos de controle. Primeiramente se faz uma avaliação
de impacto ambiental (EIA), que quando
concluída, é seguida pela licença ambiental (LA), que garante que os impactos
ambientais de um determinado projeto
estão em conformidade com a respectiva
regulamentação ambiental do estado em
questão. O processo final de regulamentação é o Plano de Recuperação de Materiais Degradados (PRAD), que por sua vez
afirma que todas as medidas possíveis
serão tomadas para garantir a sustentabilidade ambiental durante desmantelamento da mina e remoção de rejeitos. As
duas principais autoridades reguladoras
ambientais são IBAMA e o Ministério do
Meio Ambiente.
Entre 2009 e 2010 houve um debate
sobre a modernização da regulamentação brasileira de mineração, com o objetivo de tornar o setor mais atraente para
os investidores internacionais e de fácil
7
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
administração. Foram apresentadas ao
Congresso propostas para uma reforma
completa. “O governo brasileiro tem algumas prioridades em termos de mudança
regulatória”, afirmou Claudio Scliar, secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral. “Primeiro, estamos
realizando um plano nacional de 20 anos
para a geologia, mineração e transformação mineral. Este plano já existe em outros setores econômicos, porém é carente
na área de mineração. Além disso, o governo quer transformar o DNPM em uma
agência que supervisiona a regulação do
setor de mineração, assim como criar um
Conselho Nacional de Política Mineral,
que irá atualizar o Código de Mineração.
Finalmente, já está em discussão as royalties minerais, que precisam de algumas
mudanças no Ministério. Enfim, o Brasil como um todo precisa de uma nova
política para o setor de mineração”, sentenciou.
O consenso geral é o de que o novo
regime de regulação vai simplificar os
processos de inscrição e licenciamento,
o que contribui para tornar o Brasil uma
proposta de investimento mais interessante para as empresas internacionais.
As novas propostas incluem o estabelecimento da Política Nacional de Mineração
do Conselho , chefiada pelo ministro de
Minas e Energia, reportando diretamente
8
ao presidente sobre questões políticas e
orientações estratégicas para a indústria
de mineração. O governo pretende substituir o DNPM com uma nova Agência
Nacional de Mineração, que incorporaria
a estrutura atual do DNPM, mas apresentaria um foco claro sobre o recrutamento
de pessoal mais técnico. Diferente da
atual abordagem arbitrária, as áreas de
principal interesse na área da mineração
serão definidas e promovidas como foco
de investimento. Além disso, as licenças
de mineração atuais serão substituídas
por contratos de mineração com termos
mais específicos, válidos por períodos
variáveis de até 35 anos. Como forma
de incentivar a criação de uma indústria
mais abrangente, royalties serão cobradas com taxas diferenciadas, progressivamente menores para as empresas que
adotarem um processamento do minério
mais abrangente dentro de sua estratégia
de produção.
Sob o novo regime jurídico, uma série
de medidas propostas visam mitigar os
impactos negativos e obstáculos criados
pela especulação no mercado de mineração. Possíveis concessões serão concedidas no âmbito de um processo de
licitação pública, em contraste ao método
atual de ordem de chegada. Além disso,
as licenças de exploração serão limitadas
a um período máximo e não renovável de
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
cinco anos - os titulares de licenças que
não tenham realizado pesquisas dentro
deste prazo perderão seus direitos sobre
as mesmas. E diferente da taxa relativamente baixa e plana cobrada atualmente
para a concessão, a taxa anual terá uma
escala progressiva aumentando a cada
ano que a concessão está sob licença.
Visando melhorar o histórico social e
ambiental do país, também está prevista
uma série de ajustes as novas regras,
como a realização de audiências públicas
para projetos importantespara envolver as
comunidades locais, e a imposição de
limites discricionários sobre os tamanhos
das áreas particulares atribuídas a uma
única empresa. Assim como as novas
regras não surgiram da noite para o dia,
haverá um período de transição para que
entrem em vigor, para que todas as empresas disponham do tempo necessário
para se adaptarem ao novo regime.
A Pesquisa Geológica no
Brasil
A CPRM tem a responsabilidade de fazer
o mapeamento geológico de toda a superfície terrestre do Brasil, assim como
elaborar um banco de dados das regiões
potenciais para o desenvolvimento mineral. “Essencialmente, a CPRM gera as
informações geológicas básicas sobre os
13 milhões de km2 de território brasileiro
para aqueles interessados em investir e
desenvolver projetos no Brasil, não se
limitando apenas ao setor de mineração”,
frisou Agamenon Dantas, presidente da
CPRM.
Apesar de ter recebido o maior orçamento de sua história em 2010, o trabalho da CPRM é geralmente considerado
insuficiente. Há um debate sobre quem
devera ter a responsábilidadesobre o
mapeamento detalhado da massa terrestre do Brasil e dos recursos costeiros. O setor privado acredita que esta é
uma competência da CPRM, enquanto
a CPRM rebate que é um dever do setor
privado. Este impasse é visto pela indústria de mineração como uma espécie de
obstáculo ao interesse e conseqüente
investimento internacional nesta vasta
– e geologicamente desconhecida - área
brasileira.
O ponto crucial do debate é se a CPRM
deve priorizar o mapeamento da superfície total do Brasil, excluindo a Amazônia
em uma escala de 100,000:1, ou se deve
focar em áreas de relevância para a indústria de minérios, tendo em vista a atração
de investimentos privados. “É claro que
o sonho de todos os empresários é que
a CPRM faça o mapeamento detalhado
de todas as áreas de interesse geológico,
mas o fato é que o trabalho da CPRM é
detectar áreas potencialmente interessantes não só para a mineração, mas para
9
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
administração. Foram apresentadas ao
Congresso propostas para uma reforma
completa. “O governo brasileiro tem algumas prioridades em termos de mudança
regulatória”, afirmou Claudio Scliar, secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral. “Primeiro, estamos
realizando um plano nacional de 20 anos
para a geologia, mineração e transformação mineral. Este plano já existe em outros setores econômicos, porém é carente
na área de mineração. Além disso, o governo quer transformar o DNPM em uma
agência que supervisiona a regulação do
setor de mineração, assim como criar um
Conselho Nacional de Política Mineral,
que irá atualizar o Código de Mineração.
Finalmente, já está em discussão as royalties minerais, que precisam de algumas
mudanças no Ministério. Enfim, o Brasil como um todo precisa de uma nova
política para o setor de mineração”, sentenciou.
O consenso geral é o de que o novo
regime de regulação vai simplificar os
processos de inscrição e licenciamento,
o que contribui para tornar o Brasil uma
proposta de investimento mais interessante para as empresas internacionais.
As novas propostas incluem o estabelecimento da Política Nacional de Mineração
do Conselho , chefiada pelo ministro de
Minas e Energia, reportando diretamente
8
ao presidente sobre questões políticas e
orientações estratégicas para a indústria
de mineração. O governo pretende substituir o DNPM com uma nova Agência
Nacional de Mineração, que incorporaria
a estrutura atual do DNPM, mas apresentaria um foco claro sobre o recrutamento
de pessoal mais técnico. Diferente da
atual abordagem arbitrária, as áreas de
principal interesse na área da mineração
serão definidas e promovidas como foco
de investimento. Além disso, as licenças
de mineração atuais serão substituídas
por contratos de mineração com termos
mais específicos, válidos por períodos
variáveis de até 35 anos. Como forma
de incentivar a criação de uma indústria
mais abrangente, royalties serão cobradas com taxas diferenciadas, progressivamente menores para as empresas que
adotarem um processamento do minério
mais abrangente dentro de sua estratégia
de produção.
Sob o novo regime jurídico, uma série
de medidas propostas visam mitigar os
impactos negativos e obstáculos criados
pela especulação no mercado de mineração. Possíveis concessões serão concedidas no âmbito de um processo de
licitação pública, em contraste ao método
atual de ordem de chegada. Além disso,
as licenças de exploração serão limitadas
a um período máximo e não renovável de
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cinco anos - os titulares de licenças que
não tenham realizado pesquisas dentro
deste prazo perderão seus direitos sobre
as mesmas. E diferente da taxa relativamente baixa e plana cobrada atualmente
para a concessão, a taxa anual terá uma
escala progressiva aumentando a cada
ano que a concessão está sob licença.
Visando melhorar o histórico social e
ambiental do país, também está prevista
uma série de ajustes as novas regras,
como a realização de audiências públicas
para projetos importantespara envolver as
comunidades locais, e a imposição de
limites discricionários sobre os tamanhos
das áreas particulares atribuídas a uma
única empresa. Assim como as novas
regras não surgiram da noite para o dia,
haverá um período de transição para que
entrem em vigor, para que todas as empresas disponham do tempo necessário
para se adaptarem ao novo regime.
A Pesquisa Geológica no
Brasil
A CPRM tem a responsabilidade de fazer
o mapeamento geológico de toda a superfície terrestre do Brasil, assim como
elaborar um banco de dados das regiões
potenciais para o desenvolvimento mineral. “Essencialmente, a CPRM gera as
informações geológicas básicas sobre os
13 milhões de km2 de território brasileiro
para aqueles interessados em investir e
desenvolver projetos no Brasil, não se
limitando apenas ao setor de mineração”,
frisou Agamenon Dantas, presidente da
CPRM.
Apesar de ter recebido o maior orçamento de sua história em 2010, o trabalho da CPRM é geralmente considerado
insuficiente. Há um debate sobre quem
devera ter a responsábilidadesobre o
mapeamento detalhado da massa terrestre do Brasil e dos recursos costeiros. O setor privado acredita que esta é
uma competência da CPRM, enquanto
a CPRM rebate que é um dever do setor
privado. Este impasse é visto pela indústria de mineração como uma espécie de
obstáculo ao interesse e conseqüente
investimento internacional nesta vasta
– e geologicamente desconhecida - área
brasileira.
O ponto crucial do debate é se a CPRM
deve priorizar o mapeamento da superfície total do Brasil, excluindo a Amazônia
em uma escala de 100,000:1, ou se deve
focar em áreas de relevância para a indústria de minérios, tendo em vista a atração
de investimentos privados. “É claro que
o sonho de todos os empresários é que
a CPRM faça o mapeamento detalhado
de todas as áreas de interesse geológico,
mas o fato é que o trabalho da CPRM é
detectar áreas potencialmente interessantes não só para a mineração, mas para
9
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
outras indústrias também”, disse Dantas.
“Então cabe ao setor privado de mineração a realização de um mapeamento mais
detalhado, afinal, a CPRM não funciona
apenas para a mineração, temos também
objetivos sociais, como a localização de
fontes de água, além do interesse puro
no desenvolvimento econômico”.
Já o professor Marini não concorda
com essa abordagem. “O Brasil não tem
um bom mapeamento e informações
geológicas para potenciais investidores.
Muitas empresas brasileiras estão indo
trabalhar no exterior, como a Vale, por
exemplo, que está investindo na África,
Mongólia e no Peru”. “Há uma óbvia falta
de mapeamento no Brasil e acredito que
isso é uma falta que o governo deveria ser
obrigado a suprir, da mesma forma como
acontece na Austrália, no Canadá ou na
França”, disse Ricardo Francesconi, diretor de exploração geológica da empresa
Geoservice.
A questão do mapeamento geológico
do Brasil está longe de ser resolvida. O
que está claro, porém, é a que a geologia
brasileira ainda é desconhecida, comparando-a com outras nações mineradoras. Isto representa uma excelente oportunidade para as empresas com um foco
na exploração, em busca de ativos nas
regiões de fronteira como a Amazônia e o
Norte de Minas Gerais.
10
O Regime Tributário e as
Royalties
A política fiscal brasileira é complexa, já
que há uma miríade de autoridades federais, estaduais e municipais. Em termos
simples, a tributação varia de acordo com
as empresas de mineração, dependendo da região e dos minerais que estão
sendo explorados. Ultimamente todas as
empresas de mineração no Brasil estão
sujeitas a um imposto corporativo entre
10% e 15%, assim como aos direitos de
regime conhecidos como Compensação
pela Exploração de Recursos Minerais
(CFEM). De acordo com os termos da
CFEM, empresas de mineração são obrigadas a pagar um máximo de 3% sobre
as vendas líquidas de bens minerais. A
porcentagem exata varia dependendo de
qual mineral está sendo extraído e vendido. Por exemplo, a taxa sobre bauxita
e manganês é de 3%, minério de ferro é
de 2%, e o ouro é de 1%. Os royalties são
divididas entre os governos federais, estaduais e municipais, cada um recebendo
12%, 23% e 65% respectivamente.
Há especulação de que há planos em
andamento para aumentar o IVA ou impostos sobre os bens minerais exportados,
de modo a incentivar as empresas de
mineração a desenvolver a capacidade
ao invés de simplesmente exportar maté-
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
rias-primas para mercados como a China
e o Japão. Dada a importância atribuída à
política industrial por Lula, há uma preocupação concreta em toda a indústria de
que a recentemente eleita Dilma Roussef
vá começar seu mandato levando essas
políticas de forma mais vigorosa após sua
posse, em janeiro de 2011.
O plano brasileiro de 2030
para a Indústria de Mineração
Juntamente com as novas propostas do
governo brasileiro para regular a indústria
de mineração, foi feito um plano estratégico de 20 anos, cobrindo o período de
2010 até 2030, que também foi entregue
como uma ferramenta de planejamento
estratégico para a indústria de mineração,
apresentando propostas de programas e
medidas estruturantes para desenvolvr o
setor, de acordo com Fernando Lins, diretor do Departamento de Processamento
de Minerais da Secretaria de Geologia,
Mineração e Transformação Mineral. Há
um impulso claro neste plano para que
a indústria de mineração brasileira seja
provida com as informações sobre demanda que garantiriam que a produção
de produtos minerais no país seria direcionada à demanda doméstica de uma
forma sustentável. O plano também é direcionado para manter a posição do Brasil como um dos principais fornecedores
globais de recursos-chave, tais como
ferro, manganês e bauxita. Alinhado com
as recentes tendências internacionais,
o mercado de mineração brasileiro está
se moldando para se tornar num líder
global no fornecimento de produtos a
granel, tais como potássio e fosfato, especialmente em vista da posição do país
como um líder internacional na indústria
agrícola. A rápida movimentação da Vale
para a produção de fosfato e potássio
melhor exemplifica esta tendência. O
plano de 2030 tem um foco claro no alinhamento da produção mineral do Brasil
com o potencial de seu mercado interno,
fornecendo insumos fundamentais como
alumínio processado, aço, cobre e fosfato, de forma sustentável, para seu dinâmico mercado interno. No topo da agenda
está este direcionamento da produção
mineral brasileira mais especificamente à
demanda interna. O segundo fundamento principal é o desenvolvimento de sua
capacidade industrial para mover mais a
jusante. O aumento da força de trabalho
e da base de recursos define a base ideal
para aumentar o foco no valor agregado
dentro do desenvolvimento industrial. No
entanto, isto pode ser inviável considerando a diferença salarial e vantagens de
infra-estrutura como os moinhos de aço e
fundições de alumínio que podem alavancar as economias concorrentes como as
da China e da Coréia do Sul.
11
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
outras indústrias também”, disse Dantas.
“Então cabe ao setor privado de mineração a realização de um mapeamento mais
detalhado, afinal, a CPRM não funciona
apenas para a mineração, temos também
objetivos sociais, como a localização de
fontes de água, além do interesse puro
no desenvolvimento econômico”.
Já o professor Marini não concorda
com essa abordagem. “O Brasil não tem
um bom mapeamento e informações
geológicas para potenciais investidores.
Muitas empresas brasileiras estão indo
trabalhar no exterior, como a Vale, por
exemplo, que está investindo na África,
Mongólia e no Peru”. “Há uma óbvia falta
de mapeamento no Brasil e acredito que
isso é uma falta que o governo deveria ser
obrigado a suprir, da mesma forma como
acontece na Austrália, no Canadá ou na
França”, disse Ricardo Francesconi, diretor de exploração geológica da empresa
Geoservice.
A questão do mapeamento geológico
do Brasil está longe de ser resolvida. O
que está claro, porém, é a que a geologia
brasileira ainda é desconhecida, comparando-a com outras nações mineradoras. Isto representa uma excelente oportunidade para as empresas com um foco
na exploração, em busca de ativos nas
regiões de fronteira como a Amazônia e o
Norte de Minas Gerais.
10
O Regime Tributário e as
Royalties
A política fiscal brasileira é complexa, já
que há uma miríade de autoridades federais, estaduais e municipais. Em termos
simples, a tributação varia de acordo com
as empresas de mineração, dependendo da região e dos minerais que estão
sendo explorados. Ultimamente todas as
empresas de mineração no Brasil estão
sujeitas a um imposto corporativo entre
10% e 15%, assim como aos direitos de
regime conhecidos como Compensação
pela Exploração de Recursos Minerais
(CFEM). De acordo com os termos da
CFEM, empresas de mineração são obrigadas a pagar um máximo de 3% sobre
as vendas líquidas de bens minerais. A
porcentagem exata varia dependendo de
qual mineral está sendo extraído e vendido. Por exemplo, a taxa sobre bauxita
e manganês é de 3%, minério de ferro é
de 2%, e o ouro é de 1%. Os royalties são
divididas entre os governos federais, estaduais e municipais, cada um recebendo
12%, 23% e 65% respectivamente.
Há especulação de que há planos em
andamento para aumentar o IVA ou impostos sobre os bens minerais exportados,
de modo a incentivar as empresas de
mineração a desenvolver a capacidade
ao invés de simplesmente exportar maté-
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
rias-primas para mercados como a China
e o Japão. Dada a importância atribuída à
política industrial por Lula, há uma preocupação concreta em toda a indústria de
que a recentemente eleita Dilma Roussef
vá começar seu mandato levando essas
políticas de forma mais vigorosa após sua
posse, em janeiro de 2011.
O plano brasileiro de 2030
para a Indústria de Mineração
Juntamente com as novas propostas do
governo brasileiro para regular a indústria
de mineração, foi feito um plano estratégico de 20 anos, cobrindo o período de
2010 até 2030, que também foi entregue
como uma ferramenta de planejamento
estratégico para a indústria de mineração,
apresentando propostas de programas e
medidas estruturantes para desenvolvr o
setor, de acordo com Fernando Lins, diretor do Departamento de Processamento
de Minerais da Secretaria de Geologia,
Mineração e Transformação Mineral. Há
um impulso claro neste plano para que
a indústria de mineração brasileira seja
provida com as informações sobre demanda que garantiriam que a produção
de produtos minerais no país seria direcionada à demanda doméstica de uma
forma sustentável. O plano também é direcionado para manter a posição do Brasil como um dos principais fornecedores
globais de recursos-chave, tais como
ferro, manganês e bauxita. Alinhado com
as recentes tendências internacionais,
o mercado de mineração brasileiro está
se moldando para se tornar num líder
global no fornecimento de produtos a
granel, tais como potássio e fosfato, especialmente em vista da posição do país
como um líder internacional na indústria
agrícola. A rápida movimentação da Vale
para a produção de fosfato e potássio
melhor exemplifica esta tendência. O
plano de 2030 tem um foco claro no alinhamento da produção mineral do Brasil
com o potencial de seu mercado interno,
fornecendo insumos fundamentais como
alumínio processado, aço, cobre e fosfato, de forma sustentável, para seu dinâmico mercado interno. No topo da agenda
está este direcionamento da produção
mineral brasileira mais especificamente à
demanda interna. O segundo fundamento principal é o desenvolvimento de sua
capacidade industrial para mover mais a
jusante. O aumento da força de trabalho
e da base de recursos define a base ideal
para aumentar o foco no valor agregado
dentro do desenvolvimento industrial. No
entanto, isto pode ser inviável considerando a diferença salarial e vantagens de
infra-estrutura como os moinhos de aço e
fundições de alumínio que podem alavancar as economias concorrentes como as
da China e da Coréia do Sul.
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UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
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UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
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UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
Sustentabilidade Ambiental e Responsabilidade
Social na Indústria Brasileira de Mineração
Empresas top de mineração se empenham em atingir os padrões mundiais.
As fronteiras do Brasil encapsulam a
grande maioria da Amazônia, símbolo
raro da força da natureza, efoco de atenção de Copenhagen a Kyoto. O Brasil tem
adotado umas das mais rigorosas regulamentações ambientais já vistas pel indústria internacional de mineração e exige os
mais elevados padrões possíveis das seletas empresas de mineração que dominam
a produção mineral no país. O empenho
do Brasil em proteger suas florestas é um
bom exemplo para o mundo. “O Brasil tem
uma indústria de mineração de classe A,
que aguarda ansiosamente pelo grande
desenvolvimento que está para acontecer.
Todo mundo no Brasil quer fazer a coisa
certa”, disse Hélcio Guerra, vice-presidente da AngloGold Ashanti.
O crescimento econômico e a integração da região amazônica são capazes de
promover a contínua melhoria da qualidade de vida de sua população e são
impensáveis sem o desenvolvimento de
seus recursos minerais, de acordo com a
14
ADIMB. Durante as últimas décadas, a indústria de mineração tem contribuído efetivamente para a melhoria da qualidade de
vida das populações [da Amazônia], gerando novos empregos e construindo infra-estrutura para a região. A contribuição
do setor de mineração para o desenvolvimento sustentável da região é relevante e
eficaz. A preservação do meio ambiente
não é comprometida quando a atividade
mineradora é organizada.
Geralmente a mineração é vista como
a maior ameaça ao eco-sistema, porém
a principal ameaça à floresta amazônica
hoje em dia é a produção de produtos
agrícolas como a soja e o gado. A responsabilidade social corporativa e a sustentabilidade ambiental são o sangue vital da
indústria de mineração do Brasil contemporâneo. Isso é demonstrado pelo projeto
Juruti, da Alcoa, tanto em termos de profundidade quanto aonível de envolvimento da comunidade e suas ambições ambientais. “Nós só vamos saber exatamente
quão único e bem sucedido o projeto de
Juruti é daqui 75 a 100 anos, quando as
reservas de bauxita estiverem esgotadas e
e temos a oportunidade de descobrir se a
área original voltou à sua biodiversidade
e estado ambiental originais, assim como
se o município encontrou um caminho
de desenvolvimento econômico independente da mina de bauxita de Juruti “, disse
Frank Feder, presidente da Alcoa no Brasil. “Estas duas questões são as chaves
para medir e julgar o projeto. O município
de Juruti tem cerca de 45.000 habitantes,
distribuídos entre 180 , vilas, vilarejos e cidades. Milhares dessas pessoas participaram do processo de consulta pública que
ocorreu nas fases iniciais do projeto, e
mais de 6.000 participaram das consultas
públicas que ocorreram na cidade de Juruti. A Alcoa soube desde o início que este
projeto só funcionaria se nós trouxemos a
comunidade mais próximas à mineração.
Seguindo este conceito, a mina de Juruti
é totalmente integrada com a comunidade
local, não há cercas em torno do projeto a
não ser daquelas áreas onde a segurança
pessoal e individual seria questionada.
As escolas e infra-estrutura que estamos
desenvolvendo estão todas abertos à
comunidade. Mas isto não é um ato de
filantropia da Alcoa, mas sim a noção de
que o projeto só funcionaria uma vez que
a comunidade estivesse conosco”
“Nem todas as nossas discussões com
a comunidade têm sido fácil”, ressaltou
Feder. “O mais importante é que toda
a população se envolveu e que as duas
principais pesquisas de opinião realizadas
demonstraram que a esmagadora maioria
da comunidade local é a favor do projeto.
Uma parcela da comunidade, de pessoas
mais velhas,são mais contrários às mudanças - e entendemos esta perspectiva
- no entanto muitas dos jovens vêem isso
como uma oportunidade de conseguir um
emprego e fazer a economia local crescer. Tem sido importante para a Alcoa ter
todas esses pontos de vista em conta e
inserí-los em nossos planos”, disse Feder.
“Desde o início, a Alcoa se envolveu com
várias ONGs, o que resultou em uma excelente rede de assistência, ajuda e participação em Juruti”
“O modelo que a Alcoa está operando
envolve três princípios. Primeiro, ela não é
o governo municipal em Juruti, não queremos que haja esta confusão. Nosso ponto
de vista é que fundamentalmente o povo
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
local seráresponsável pelo desenvolvimento da região, e a Alcoa tem atuado
como um catalisador para alcançar isso.
Nós estabelecemos um conselho local
com 16 lugares para uma variedade de
instituições e Alcoa ocupa apenas uma
dessas posições”.
“O segundo princípio fundamental envolve a avaliação, ‘como podemos medir
o nosso sucesso’? Uma série de indicadores são desenvolvidos - passando
da quantidade de árvores derrubadas
num determinado período até as taxas
de gravidez na adolescência - para que
possamos entender o impacto da Alcoa
sobre as comunidades locais em Juruti”,
exemplificou Feder. “A Fundação Getúlio
Vargas tem sido de suma importância no
desenvolvimento dessas medidas e envolvendo membros da comunidade para
decidir o que é importante para eles”. “O
terceiro elemento da abordagem da Alcoa
envolve a implementação de um fundo
de desenvolvimento”, disse Feder. “Estamos realizando um processo pelo qual
podemos treinar pessoas em determinados requisitos desenvolvendo situações
onde eles possam treinar e alcancar seus
objetivos na realização de tais exigências.
A moral da história é que esta é uma tentativa, e a Alcoa está empenhada em alcançar o sucesso no projeto Juruti”. O foco
na sustentabilidade ambiental e participação da comunidade na indústria da min-
eração brasileira é liderada de cima para
baixo, com grandes empresas como Vale,
Votorantim, Ferrous, Alcoa e Yamana encabeçando os investimentos da indústria
nessa área vital. Apesar de ter uma população de garimpeiros difundido em todo o
país - cujas práticas estão longe de serem
ambientalmente sustentáveis – as normas
de mineração brasileiras estão cada vez
mais condizentes com as da Austrália e
Canadá. Os fornecedores de equipamentos e serviços como Metso, Tracbel, Enfil,
Coffey, SRK e AMEC também investem
tempo e energia significativos no trabalho
com as comunidades locais, treinamento
e desenvolvimento, e também na inovação e desenvolvimento de tecnologias
ambientalmente sustentáveis, tais como
filtros de emissão de baixo impacto e
motores energicamente eficientes. “Segurança e desenvolvimento sustentável
são reconhecidos como direções-chave e
de grande importância pela Anglo American”, disse Stephan Weber, presidente
da Anglo American, no minério do ferro
brasileiro “Pelo terceiro ano consecutivo,
a Anglo American foi incluída entre as 20
maiores empresas tidas como um exemplo de sustentabilidade pelo Guia Exame
de Sustentabilidade. Nós também fomos
escolhidos pela revista Brasil Mineral por
termos a mina mais segura de todo Brasil”, vibrou Weber. “A Anglo American
tem uma das melhores ferramentas para
avaliação do impacto social e ambiental. A
empresa desenvolveu em 2004 o Método
de Avaliação Sócio-Econômica, que visa
uma melhor compreensão dos impactos
sócio-econômicos da empresa, sejam
eles positivos ou negativos. Em 2006, o
método foi considerado pela One World
Trust como a melhor ferramenta para
avaliação do impacto sócio-ambiental no
mundo. É possível construir um diálogo
mais estruturado com os acionistas e partes interessadas para criar maior capacidade interna para administrar as questões
sociais e ambientais e os avanços em termos de transparência e responsabilidade
local. Através deste método podemos
compreender melhor as preocupações,
necessidades e prioridades das comunidades associadas às operações da Anglo
American. Nosso compromisso com segurança e desenvolvimento sustentável
inclui a garantia de que agiremos sempre
de forma consistente em todo o grupo em
relação à segurança, saúde e meio ambiente. A Anglo American trabalha em parceria com ONGs para criar oportunidades
de desenvolvimento nas comunidades
locais, bem como investir em educação,
saúde e atividades sustentáveis, como escolas de música, educação online e prevenção social contra o HIV. A mineração
pode ser uma fonte de desenvolvimento
para as comunidades que vivem em áreas
remotas”, afirmou.
AMEC develops some of the
most challenging mining
projects in the world.
Bring AMEC’s experience to your project in:
front-end studies
„ metallurgical process development and mine design
„ facility and plant design
„ geotechnical engineering and environmental services
„ water treatment plant design
„ project and construction management
„
Rua Paraíba, 330 – 14º andar.
Funcionários - CEP: 30130-917
Belo Horizonte – MG. + 55 31 2112-6600
amec.com
15
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Sustentabilidade Ambiental e Responsabilidade
Social na Indústria Brasileira de Mineração
Empresas top de mineração se empenham em atingir os padrões mundiais.
As fronteiras do Brasil encapsulam a
grande maioria da Amazônia, símbolo
raro da força da natureza, efoco de atenção de Copenhagen a Kyoto. O Brasil tem
adotado umas das mais rigorosas regulamentações ambientais já vistas pel indústria internacional de mineração e exige os
mais elevados padrões possíveis das seletas empresas de mineração que dominam
a produção mineral no país. O empenho
do Brasil em proteger suas florestas é um
bom exemplo para o mundo. “O Brasil tem
uma indústria de mineração de classe A,
que aguarda ansiosamente pelo grande
desenvolvimento que está para acontecer.
Todo mundo no Brasil quer fazer a coisa
certa”, disse Hélcio Guerra, vice-presidente da AngloGold Ashanti.
O crescimento econômico e a integração da região amazônica são capazes de
promover a contínua melhoria da qualidade de vida de sua população e são
impensáveis sem o desenvolvimento de
seus recursos minerais, de acordo com a
14
ADIMB. Durante as últimas décadas, a indústria de mineração tem contribuído efetivamente para a melhoria da qualidade de
vida das populações [da Amazônia], gerando novos empregos e construindo infra-estrutura para a região. A contribuição
do setor de mineração para o desenvolvimento sustentável da região é relevante e
eficaz. A preservação do meio ambiente
não é comprometida quando a atividade
mineradora é organizada.
Geralmente a mineração é vista como
a maior ameaça ao eco-sistema, porém
a principal ameaça à floresta amazônica
hoje em dia é a produção de produtos
agrícolas como a soja e o gado. A responsabilidade social corporativa e a sustentabilidade ambiental são o sangue vital da
indústria de mineração do Brasil contemporâneo. Isso é demonstrado pelo projeto
Juruti, da Alcoa, tanto em termos de profundidade quanto aonível de envolvimento da comunidade e suas ambições ambientais. “Nós só vamos saber exatamente
quão único e bem sucedido o projeto de
Juruti é daqui 75 a 100 anos, quando as
reservas de bauxita estiverem esgotadas e
e temos a oportunidade de descobrir se a
área original voltou à sua biodiversidade
e estado ambiental originais, assim como
se o município encontrou um caminho
de desenvolvimento econômico independente da mina de bauxita de Juruti “, disse
Frank Feder, presidente da Alcoa no Brasil. “Estas duas questões são as chaves
para medir e julgar o projeto. O município
de Juruti tem cerca de 45.000 habitantes,
distribuídos entre 180 , vilas, vilarejos e cidades. Milhares dessas pessoas participaram do processo de consulta pública que
ocorreu nas fases iniciais do projeto, e
mais de 6.000 participaram das consultas
públicas que ocorreram na cidade de Juruti. A Alcoa soube desde o início que este
projeto só funcionaria se nós trouxemos a
comunidade mais próximas à mineração.
Seguindo este conceito, a mina de Juruti
é totalmente integrada com a comunidade
local, não há cercas em torno do projeto a
não ser daquelas áreas onde a segurança
pessoal e individual seria questionada.
As escolas e infra-estrutura que estamos
desenvolvendo estão todas abertos à
comunidade. Mas isto não é um ato de
filantropia da Alcoa, mas sim a noção de
que o projeto só funcionaria uma vez que
a comunidade estivesse conosco”
“Nem todas as nossas discussões com
a comunidade têm sido fácil”, ressaltou
Feder. “O mais importante é que toda
a população se envolveu e que as duas
principais pesquisas de opinião realizadas
demonstraram que a esmagadora maioria
da comunidade local é a favor do projeto.
Uma parcela da comunidade, de pessoas
mais velhas,são mais contrários às mudanças - e entendemos esta perspectiva
- no entanto muitas dos jovens vêem isso
como uma oportunidade de conseguir um
emprego e fazer a economia local crescer. Tem sido importante para a Alcoa ter
todas esses pontos de vista em conta e
inserí-los em nossos planos”, disse Feder.
“Desde o início, a Alcoa se envolveu com
várias ONGs, o que resultou em uma excelente rede de assistência, ajuda e participação em Juruti”
“O modelo que a Alcoa está operando
envolve três princípios. Primeiro, ela não é
o governo municipal em Juruti, não queremos que haja esta confusão. Nosso ponto
de vista é que fundamentalmente o povo
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
local seráresponsável pelo desenvolvimento da região, e a Alcoa tem atuado
como um catalisador para alcançar isso.
Nós estabelecemos um conselho local
com 16 lugares para uma variedade de
instituições e Alcoa ocupa apenas uma
dessas posições”.
“O segundo princípio fundamental envolve a avaliação, ‘como podemos medir
o nosso sucesso’? Uma série de indicadores são desenvolvidos - passando
da quantidade de árvores derrubadas
num determinado período até as taxas
de gravidez na adolescência - para que
possamos entender o impacto da Alcoa
sobre as comunidades locais em Juruti”,
exemplificou Feder. “A Fundação Getúlio
Vargas tem sido de suma importância no
desenvolvimento dessas medidas e envolvendo membros da comunidade para
decidir o que é importante para eles”. “O
terceiro elemento da abordagem da Alcoa
envolve a implementação de um fundo
de desenvolvimento”, disse Feder. “Estamos realizando um processo pelo qual
podemos treinar pessoas em determinados requisitos desenvolvendo situações
onde eles possam treinar e alcancar seus
objetivos na realização de tais exigências.
A moral da história é que esta é uma tentativa, e a Alcoa está empenhada em alcançar o sucesso no projeto Juruti”. O foco
na sustentabilidade ambiental e participação da comunidade na indústria da min-
eração brasileira é liderada de cima para
baixo, com grandes empresas como Vale,
Votorantim, Ferrous, Alcoa e Yamana encabeçando os investimentos da indústria
nessa área vital. Apesar de ter uma população de garimpeiros difundido em todo o
país - cujas práticas estão longe de serem
ambientalmente sustentáveis – as normas
de mineração brasileiras estão cada vez
mais condizentes com as da Austrália e
Canadá. Os fornecedores de equipamentos e serviços como Metso, Tracbel, Enfil,
Coffey, SRK e AMEC também investem
tempo e energia significativos no trabalho
com as comunidades locais, treinamento
e desenvolvimento, e também na inovação e desenvolvimento de tecnologias
ambientalmente sustentáveis, tais como
filtros de emissão de baixo impacto e
motores energicamente eficientes. “Segurança e desenvolvimento sustentável
são reconhecidos como direções-chave e
de grande importância pela Anglo American”, disse Stephan Weber, presidente
da Anglo American, no minério do ferro
brasileiro “Pelo terceiro ano consecutivo,
a Anglo American foi incluída entre as 20
maiores empresas tidas como um exemplo de sustentabilidade pelo Guia Exame
de Sustentabilidade. Nós também fomos
escolhidos pela revista Brasil Mineral por
termos a mina mais segura de todo Brasil”, vibrou Weber. “A Anglo American
tem uma das melhores ferramentas para
avaliação do impacto social e ambiental. A
empresa desenvolveu em 2004 o Método
de Avaliação Sócio-Econômica, que visa
uma melhor compreensão dos impactos
sócio-econômicos da empresa, sejam
eles positivos ou negativos. Em 2006, o
método foi considerado pela One World
Trust como a melhor ferramenta para
avaliação do impacto sócio-ambiental no
mundo. É possível construir um diálogo
mais estruturado com os acionistas e partes interessadas para criar maior capacidade interna para administrar as questões
sociais e ambientais e os avanços em termos de transparência e responsabilidade
local. Através deste método podemos
compreender melhor as preocupações,
necessidades e prioridades das comunidades associadas às operações da Anglo
American. Nosso compromisso com segurança e desenvolvimento sustentável
inclui a garantia de que agiremos sempre
de forma consistente em todo o grupo em
relação à segurança, saúde e meio ambiente. A Anglo American trabalha em parceria com ONGs para criar oportunidades
de desenvolvimento nas comunidades
locais, bem como investir em educação,
saúde e atividades sustentáveis, como escolas de música, educação online e prevenção social contra o HIV. A mineração
pode ser uma fonte de desenvolvimento
para as comunidades que vivem em áreas
remotas”, afirmou.
AMEC develops some of the
most challenging mining
projects in the world.
Bring AMEC’s experience to your project in:
front-end studies
„ metallurgical process development and mine design
„ facility and plant design
„ geotechnical engineering and environmental services
„ water treatment plant design
„ project and construction management
„
Rua Paraíba, 330 – 14º andar.
Funcionários - CEP: 30130-917
Belo Horizonte – MG. + 55 31 2112-6600
amec.com
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UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
Vale, a Super Mineradora Brasileira
Fundada em 1942 pelo Governo Federal como a Companhia Vale do Rio Doce
(CVRD), a Vale - como é conhecida - influencia todos os níveis da indústria de mineração do Brasil. Privatizada em 1997, a
Vale é a segunda maior empresa de mineração do mundo, com um faturamento
de 28,5 bilhões de dólares em 2009 e
uma equipe permanente de 115.000 funcionários. A Vale é uma empresa de mineração diversificada, com operações que
vão desde a extração de níquel no Canadá para o potássio na Argentina, mas
a principal fonte de renda da empresa é a
exportação de minério de ferro, que representa 65% de seu faturamento.
A Vale é de longe a maior produtora
mundial de ferro, com uma produção de
230 milhões de toneladas métricas por
ano. Assim como as operações de BHP
Billiton e Rio Tinto em Pilbara, a chave
para o sucesso da Vale é sua imensa infra-estrutura: a empresa possui mais de
10.000 km de linhas ferroviárias, 216 locomotivas, nove portos e uma vasta frota
de navios. Quase todos os fornecedores
de equipamentos de serviços em operação no Brasil têm a Vale como principal
cliente; ela é uma força onipresente em
16
toda a indústria de mineração do Brasil.
A liderança da Vale na produção
brasileira é aliada à inovação tecnológica
e ao investimento em práticas e tecnologias sustentáveis . Recentemente a companhia lançou o Instituto de Tecnologia
da Vale (ITV), e agora está em processo
de criação de três centros de investigação internacionais em todo o Brasil, com
foco no desenvolvimento de tecnologias
novas e inovadoras nas áreas de mineração, desenvolvimento da mineração sustentável e energias renováveis, que vão
equipar tanto a Vale quanto a indústria
em geral na superação dos desafios do
futuro. O ITV representa a maior parceria
de pesquisa público-privada já vistas no
Brasil.
“A idéia é que a interação entre a sociedade, universidades e entidades do
governo irá estimular a produção científica nacional de alta qualidade, e assim
tornar as instituições mais capazes de
atrair fundos do governo”, explicou Luiz
Mello, diretor do ITV. “Isso vai gerar um
ciclo virtuoso que irá beneficiar toda a
comunidade.”
Uma inovação recente de interesse
particular é o desenvolvimento de bio-
combustível feitos à base de óleo de palmeira, previsto para transformar toda a
frota ferroviária da Vale até 2014.
Coerente para a maior empresa de
mineração brasileira, as atividades de
responsabilidade social são de suma importância na condução de negócios da
Vale, que investiu 900 milhões dólares
nessa área em 2009. A companhia tem
mais de dois milhões de hectares de floresta – o equivalente a três bilhões de
árvores - sob sua proteção e nos últimos
três anos a empresa plantou mais de 26
milhões de árvores.
Descrita pela revista The Economist
como “a maior empresa que você nunca
ouviu falar”, a Vale começa a emergir do
seu quintal brasileiro para causar um impacto enorme sobre a diversa gama de
indústrias nacionais de mineração do
mundo todo. Logo após ter adquirido a
Inco, a gigante mineradora de níquel
Canadense, por US$ 19 bilhões, a Vale
enfrentou controvérsias e greves dos funcionários devidos às condições de remuneração, pensões e repartições entre os
executivos brasileiros da empresa e os
sindicatos canadenses.
Além disso, há rumores sobre as tensões latentes entre os dirigentes esquerdistas do governo brasileiro e de
gestão da Vale, cujo foco é a maximização do valor das ações na Bolsa de Valores de Nova Iorque onde a empresa é
listada. Lula tem usado tanto a participação do governo brasileiro de 5,6% quanto
a mídia brasileira para pressionar a Vale a
expandir seu programa de investimento e
conseqüente criação de emprego dentro
das fronteiras do Brasil. Mas muitas vezes, priorizar o desenvolvimento nacional
corre em direção oposta à agenda internacional da Vale.
A empresa vem negando a especulação de que o governo exerce uma grande
influência em sua estratégia da empresao que faz sentido, já que a detenção do
governo de 5,6% está longe de ser suficiente para consolidar uma influência
significativa sobre a direção do conselho
de administração da Vale.
Recentemente a empresa fez vários
investimentos de sucesso a nível internacional, como nas reservas de ferro na
Guiné-Conakry e na indústria de logística
em Moçambique. Apesar dos boatos
contrários, o consenso geral é que a
transição da Vale como a ‘maior empresa
de que ninguém nunca ouviu falar’ ao
pináculo das maior e mais diversificadas
empresas de mineração do mundo está
bem encaminhada e no caminho certo.
17
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
Vale, a Super Mineradora Brasileira
Fundada em 1942 pelo Governo Federal como a Companhia Vale do Rio Doce
(CVRD), a Vale - como é conhecida - influencia todos os níveis da indústria de mineração do Brasil. Privatizada em 1997, a
Vale é a segunda maior empresa de mineração do mundo, com um faturamento
de 28,5 bilhões de dólares em 2009 e
uma equipe permanente de 115.000 funcionários. A Vale é uma empresa de mineração diversificada, com operações que
vão desde a extração de níquel no Canadá para o potássio na Argentina, mas
a principal fonte de renda da empresa é a
exportação de minério de ferro, que representa 65% de seu faturamento.
A Vale é de longe a maior produtora
mundial de ferro, com uma produção de
230 milhões de toneladas métricas por
ano. Assim como as operações de BHP
Billiton e Rio Tinto em Pilbara, a chave
para o sucesso da Vale é sua imensa infra-estrutura: a empresa possui mais de
10.000 km de linhas ferroviárias, 216 locomotivas, nove portos e uma vasta frota
de navios. Quase todos os fornecedores
de equipamentos de serviços em operação no Brasil têm a Vale como principal
cliente; ela é uma força onipresente em
16
toda a indústria de mineração do Brasil.
A liderança da Vale na produção
brasileira é aliada à inovação tecnológica
e ao investimento em práticas e tecnologias sustentáveis . Recentemente a companhia lançou o Instituto de Tecnologia
da Vale (ITV), e agora está em processo
de criação de três centros de investigação internacionais em todo o Brasil, com
foco no desenvolvimento de tecnologias
novas e inovadoras nas áreas de mineração, desenvolvimento da mineração sustentável e energias renováveis, que vão
equipar tanto a Vale quanto a indústria
em geral na superação dos desafios do
futuro. O ITV representa a maior parceria
de pesquisa público-privada já vistas no
Brasil.
“A idéia é que a interação entre a sociedade, universidades e entidades do
governo irá estimular a produção científica nacional de alta qualidade, e assim
tornar as instituições mais capazes de
atrair fundos do governo”, explicou Luiz
Mello, diretor do ITV. “Isso vai gerar um
ciclo virtuoso que irá beneficiar toda a
comunidade.”
Uma inovação recente de interesse
particular é o desenvolvimento de bio-
combustível feitos à base de óleo de palmeira, previsto para transformar toda a
frota ferroviária da Vale até 2014.
Coerente para a maior empresa de
mineração brasileira, as atividades de
responsabilidade social são de suma importância na condução de negócios da
Vale, que investiu 900 milhões dólares
nessa área em 2009. A companhia tem
mais de dois milhões de hectares de floresta – o equivalente a três bilhões de
árvores - sob sua proteção e nos últimos
três anos a empresa plantou mais de 26
milhões de árvores.
Descrita pela revista The Economist
como “a maior empresa que você nunca
ouviu falar”, a Vale começa a emergir do
seu quintal brasileiro para causar um impacto enorme sobre a diversa gama de
indústrias nacionais de mineração do
mundo todo. Logo após ter adquirido a
Inco, a gigante mineradora de níquel
Canadense, por US$ 19 bilhões, a Vale
enfrentou controvérsias e greves dos funcionários devidos às condições de remuneração, pensões e repartições entre os
executivos brasileiros da empresa e os
sindicatos canadenses.
Além disso, há rumores sobre as tensões latentes entre os dirigentes esquerdistas do governo brasileiro e de
gestão da Vale, cujo foco é a maximização do valor das ações na Bolsa de Valores de Nova Iorque onde a empresa é
listada. Lula tem usado tanto a participação do governo brasileiro de 5,6% quanto
a mídia brasileira para pressionar a Vale a
expandir seu programa de investimento e
conseqüente criação de emprego dentro
das fronteiras do Brasil. Mas muitas vezes, priorizar o desenvolvimento nacional
corre em direção oposta à agenda internacional da Vale.
A empresa vem negando a especulação de que o governo exerce uma grande
influência em sua estratégia da empresao que faz sentido, já que a detenção do
governo de 5,6% está longe de ser suficiente para consolidar uma influência
significativa sobre a direção do conselho
de administração da Vale.
Recentemente a empresa fez vários
investimentos de sucesso a nível internacional, como nas reservas de ferro na
Guiné-Conakry e na indústria de logística
em Moçambique. Apesar dos boatos
contrários, o consenso geral é que a
transição da Vale como a ‘maior empresa
de que ninguém nunca ouviu falar’ ao
pináculo das maior e mais diversificadas
empresas de mineração do mundo está
bem encaminhada e no caminho certo.
17
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
18
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
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UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
18
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
19
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
Principais Minerais, Empresas e Projetos
O Brasil produz 70 produtos minerais: 21 metais, 45 minerais industriais e
quatro combustíveis.
Ferro
Apesar da recente turbulência financeira
mundial, o mercado de ferro teve um significativo “boom” nos preços nos últimos
anos, tanto que as três mineradoras de
ferro mais poderosas do mundo - Vale,
Rio Tinto e BHP Billiton – renegociaram
os preços de seus contratos em seus
mercados principais. Os preços tiveram
um aumento de cerca de 100%, passando dos US$ 70 para mais de US$ 160 por
tonelada métrica seca no mercado atual
e as perspectivas de rentabilidade do
ferro mudaram significativamente.
O ferro é o mineral de maior valor na
indústria de mineração brasileira, representando 78% das exportações totais
de minério; US$ 16,5 bilhões dólares
de uma indústria de US $ 22,5 bilhões
em 2008. O excesso de confiança sobre
a produção e exportação do ferro para
a China, esmagadoramente o país de
maior demanda do ferro brasileiro, apresenta um grande risco para a indústria.
Uma bolha imobiliária ou uma revalorização da moeda tem o potencial de reduzir
repentinamente a demanda do país pelo
ferro brasileiro. Apesar desse risco, os
produtores brasileiros de ferro continuam positivos.
“A economia da mineração brasileira
é muito dependente da demanda chinesa”, confirmou Antonio Rigotto, diretor de Operações da Ferrous. “Como
o processo de urbanização deles tem
sido muito rápido, o consumo interno e
a produção industrial de uma vasta série
de bens de consumo inevitavelmente vai
aumentar a demanda chinesa por aço
– e conseqüentemente pelo minério de
ferro. Acredito que os preços do ferro aumentem pelo menos 20% nos próximos
10 anos, já que a demanda do minério
vai superar a sua oferta. Sendo assim,
acredito que a demanda chinesa seráum
dos principais impulsionadores da economia mineral brasileira, pelo menos nos
próximos cinco anos”, analisou Rigotto.
Na medida que a produção chinesa de
ferro entra em declínio, as oportunidades
para os exportadores brasileiros do minério aumentam a médio prazo.
Com uma soma de 26 bilhões de toneladas de minério de ferro registradas, medidas e indicadas, o Brasil tem a quinta
maior reserva do recursos no mundo. O
metal também é de uma das mais altas
qualidades, a par com o metal encontrado na região australiana de Pilbara.
Hematita, -encontrada no estado do Pará
- tem uma grau médio de 60%, enquanto
itamirite - encontradas em Minas Geraischega a um grado de até 50%. Com
uma produção de 380 milhões detoneladas métricas em 2008, o Brasil aparece
como o segundo maior produtor mundial
de ferro, atrás da China.
A Vale é responsável por 79% da
produção do minério de ferro no Brasil,
a CSN produz 7%, a MMX 3% e outras
empresas como a Ferrous e Samarco
somam os outros 10%. Os principais estados produtores de ferro do Brasil são
Minas Gerais, com 71% da produção,
Pará com 26%, e outros como a Bahia
completam os 3% restantes.
No que se refere a grandes projetos,
o complexo de Carajás, da Vale, no Esta-
A Mina Esperânça é um exemplo do compromisso que a Ferrous tem com à recuperação ambiental de seus
ativos minerais. (Fotografia cortesia da Ferrous)
20
do do Pará é a jóia da coroa da indústria
brasileira de ferro e o maior complexo
de ferro do mundo. Descoberto em 31
de julho de 1967, o complexo de Carajás, de quatro minas a céu aberto, foi
ativado pela primeira vez em 1985, com
produção de um milhão de toneladas
métricas de minério de ferro. Hoje, Carajás produz 300.000 toneladas métricas
de minério de ferro a cada dia, que são
transportadas ao longo dos 892 Km da
trilha de trêm da Vale até os portos de
Itaqui e Ponta da Madeira, para serem
exportados para os mercados internacionais.
Inaugurado no final de 2007, o Centro
de Controle Operacional Carajás fornece
controle total sobre as operações no
Complexo Mineral de Carajás desde um
só local. As áreas de operação de mina,
monitoramento remoto (telemetria) de
sistemas essenciais do equipamento, a
estação de tratamento e instalações de
expedição são todas controlados em
tempo real através de satélites.
Imagens das operações de mina podem ser visualizadas em qualquer estágio de produção, por exemplo, com
dados disponíveis desde grandes figuras numa determinada área operacional
para a quantidade de material em um
triturador. Com base neste sistema de
controle avançado, é possível determinar
as melhores rotas a partir do local onde
o minério é extraído para o lugar onde
a primeira fase do beneficiamento será
realizada ou ainda qual a combinação
mais eficiente dos equipamentos para
potencializar a produtividade em uma
determinada operação. O sistema de
controle também torna possível a maximização das sinergias entre mina, usina,
expedição e operações de manutenção.
O Centro de Controle Operacional é um
exemplo de investimento contínuo da
Vale em tecnologia avançada, num contínuo processo de melhorias para atingir
a excelência operacional. A nova tecnologia também permite uma redução
no consumo de energia, o que eleva a
capacidade de produção e aumentar a
competitividade em relação aos mercados externos.
Com o recente aumento acentuado
no preço do ferro, novos investimentos neste sub-sector da indústria mineral brasileira vão representar US$ 37
bilhões ao longo dos próximos cinco
anos. MMX está prestes a investir US$
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
2,35 bilhões no Sistema Minas-Rio, que
deverá produzir 26,5 milhões de toneladas métricasaté 2011. Rio Tinto investirá
US$ 1 bilhão em sua Mina de Corumbá,
com previsão de produzir 15 milhões de
toneladas métricas por ano até 2014. A
Vale tem planos ambiciosos de dobrar
a produção do complexo de Carajás e
fazer novos investimentos na expansão
orgânica da mineração no Quadrilátero
de ferro em Minas Gerais. Duas empresas relativamente novas no mercado
brasileiro de ferro são a Anglo American,
que adquiriu a MMX Minas-Rio por US$
5,5 bilhões em 2008 e a nacional Ferrous
Resources, estabelecida em 2007.
A criação da Ferrous Resources é um
reflexo do dinamismo atual dentro do
setor de mineração de ferro no Brasil.
A empresa investiu recentemente US$ 2
bilhões em seu projeto mais importante
,Viga. “A Ferrous adquiriu a mina de
Viga, em Congonhas, Minas Gerais, em
2007. A empresa está em processo de
construção de um gasoduto para ligar a
mina Viga com o litoral do Espírito Santo, onde Ferrous vai construir um porto”,
disse Rigotto. “O gasoduto terá 420 km
de comprimento, com uma estação de
bombeamento - diferente da maioria dos
gasodutos no Brasil, que têm duas estações de bombeamento. Na primeira
fase, a partir de 2013, o gasoduto terá
capacidade para transportar 25 milhões
de toneladas métricas de ferro por ano,
enquanto a segunda fase, a partir de
2017, terá seu potencial expandido para
50 milhões de toneladas métricas por
ano. O porto está situado em um buraco
submarino, que estará ligado com a costa por uma ponte de 5,5 km e terá pelo
menos 21m de profundidade. A Ferrous
espera começar a produção da mina
em meados de 2013, pretendemos que
esta seja a maior usina no Brasil e com
maior processamento, maior até mesmo
do que as do complexo de mineração
de Carajás. A Ferrous tem ainda outros
quatro projetos de ativação de minas no
estado de Minas Gerais e um na Bahia.
Neste projeto a empresa trabalha em
parceria com uma variedade de companhias locais.
“A capacidade de processamento da
Ferrous nos da a oportunidade de operar
um négocio na base de ferro de relativamente baixo grado” disse Rigotto. “Estamos na liderança brasileira no que se
trata do desenvolvimento de technolgias
de processamento de baixa grado”.
Os planos e ambições da Ferrous são
indicadores positivos para potenciais
investimentos inerentes nos recursos
brasileiros de minério de ferro, vastos e
de alta qualidade. A entrada das tradicionais mineradoras de ouro internacionais,
como a Eldorado Gold, para a produção
de ferro demonstra o quanto a recente
subida dos preços galvanizou investimentos no sub-setor que lidera a mineração brasileira. “A Eldorado comprou
a mina de Vila Nova, localizada no Estado do Amapá, na região amazônica”,
disse Lincoln Silva, diretor da Eldorado
Gold. “Em maio de 2010, fizemos uma
operação de teste e, em junho, o nosso
primeiro embarque de minério de ferro.
A produção atual é de 45 mil toneladas
de produto final por mês, cerca de 500
mil toneladas por ano”, contabilizou.
Manganês
Os preços de manganês têm sido bastante volúveis nos últimos anos, dado
tantas às flutuações de demandas nos
principais mercados consumidores,
como a India e a China quanto à influência de preço associadas a crise financeira internacional. Preços atingiram seu
ponto máximo em 2008 com USD$302
toneladas métricas, mas atualmente estão na faixa dos USD$156toneladas métricas.
O Brasil é o segundo maior produtor do
minério de manganês do mundo, atrás
apenas da África do Sul, produzindo 1,7
milhões de toneladas em 2010. Hoje, o
Brasil produz o equivalente a 18% dos 10
milhões de toneladas da produção global
de manganês. No Brasil, a reserva de re-
cursos de manganês medida e indicada
soma 566 milhões de toneladas, 10% do
total mundial,segundo maior produção
no mundo e atrás apenas da África do
Sul com seus 4 bilhões de toneladas métricas . Os estados brasileiros que concentram a maior reserva do minério são
Minas Gerais, com 87% do total, Mato
Grosso, com 6,5%, e Pará, com 4,3%. Em
2010, foram contabilizadas 2,5 milhões
de toneladas de manganês, exportados
principalmente para China e Índia,
Em termos de produção, a Vale é incomparável em sua dominância sobre
a produção de manganês no Brasil, respondendo por cerca de 95% de toda
produção. O fato que a produção de
manganês representa apenas 2,2% dos
negócios da Vale é um indicador do
tamanho e da escala da empresa, que
concentra a produção de manganês em
quatro complexos distribuídos por todo
o país: o de Minas Gerais produz cerca
de 200 mil toneladas métricas por ano,
além dos complexos da Bahia, Corumbá
e Mina do Azul.
A outra empresa importante na
produção de manganês é a Mineração
Buritirama. “A Mineração Buritirama SA
foi instalada em 1982 com a finalidade
de minerar e comercializar as significativas reservas de manganês da mina localizada na Serra de Buritirama, município
21
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
Principais Minerais, Empresas e Projetos
O Brasil produz 70 produtos minerais: 21 metais, 45 minerais industriais e
quatro combustíveis.
Ferro
Apesar da recente turbulência financeira
mundial, o mercado de ferro teve um significativo “boom” nos preços nos últimos
anos, tanto que as três mineradoras de
ferro mais poderosas do mundo - Vale,
Rio Tinto e BHP Billiton – renegociaram
os preços de seus contratos em seus
mercados principais. Os preços tiveram
um aumento de cerca de 100%, passando dos US$ 70 para mais de US$ 160 por
tonelada métrica seca no mercado atual
e as perspectivas de rentabilidade do
ferro mudaram significativamente.
O ferro é o mineral de maior valor na
indústria de mineração brasileira, representando 78% das exportações totais
de minério; US$ 16,5 bilhões dólares
de uma indústria de US $ 22,5 bilhões
em 2008. O excesso de confiança sobre
a produção e exportação do ferro para
a China, esmagadoramente o país de
maior demanda do ferro brasileiro, apresenta um grande risco para a indústria.
Uma bolha imobiliária ou uma revalorização da moeda tem o potencial de reduzir
repentinamente a demanda do país pelo
ferro brasileiro. Apesar desse risco, os
produtores brasileiros de ferro continuam positivos.
“A economia da mineração brasileira
é muito dependente da demanda chinesa”, confirmou Antonio Rigotto, diretor de Operações da Ferrous. “Como
o processo de urbanização deles tem
sido muito rápido, o consumo interno e
a produção industrial de uma vasta série
de bens de consumo inevitavelmente vai
aumentar a demanda chinesa por aço
– e conseqüentemente pelo minério de
ferro. Acredito que os preços do ferro aumentem pelo menos 20% nos próximos
10 anos, já que a demanda do minério
vai superar a sua oferta. Sendo assim,
acredito que a demanda chinesa seráum
dos principais impulsionadores da economia mineral brasileira, pelo menos nos
próximos cinco anos”, analisou Rigotto.
Na medida que a produção chinesa de
ferro entra em declínio, as oportunidades
para os exportadores brasileiros do minério aumentam a médio prazo.
Com uma soma de 26 bilhões de toneladas de minério de ferro registradas, medidas e indicadas, o Brasil tem a quinta
maior reserva do recursos no mundo. O
metal também é de uma das mais altas
qualidades, a par com o metal encontrado na região australiana de Pilbara.
Hematita, -encontrada no estado do Pará
- tem uma grau médio de 60%, enquanto
itamirite - encontradas em Minas Geraischega a um grado de até 50%. Com
uma produção de 380 milhões detoneladas métricas em 2008, o Brasil aparece
como o segundo maior produtor mundial
de ferro, atrás da China.
A Vale é responsável por 79% da
produção do minério de ferro no Brasil,
a CSN produz 7%, a MMX 3% e outras
empresas como a Ferrous e Samarco
somam os outros 10%. Os principais estados produtores de ferro do Brasil são
Minas Gerais, com 71% da produção,
Pará com 26%, e outros como a Bahia
completam os 3% restantes.
No que se refere a grandes projetos,
o complexo de Carajás, da Vale, no Esta-
A Mina Esperânça é um exemplo do compromisso que a Ferrous tem com à recuperação ambiental de seus
ativos minerais. (Fotografia cortesia da Ferrous)
20
do do Pará é a jóia da coroa da indústria
brasileira de ferro e o maior complexo
de ferro do mundo. Descoberto em 31
de julho de 1967, o complexo de Carajás, de quatro minas a céu aberto, foi
ativado pela primeira vez em 1985, com
produção de um milhão de toneladas
métricas de minério de ferro. Hoje, Carajás produz 300.000 toneladas métricas
de minério de ferro a cada dia, que são
transportadas ao longo dos 892 Km da
trilha de trêm da Vale até os portos de
Itaqui e Ponta da Madeira, para serem
exportados para os mercados internacionais.
Inaugurado no final de 2007, o Centro
de Controle Operacional Carajás fornece
controle total sobre as operações no
Complexo Mineral de Carajás desde um
só local. As áreas de operação de mina,
monitoramento remoto (telemetria) de
sistemas essenciais do equipamento, a
estação de tratamento e instalações de
expedição são todas controlados em
tempo real através de satélites.
Imagens das operações de mina podem ser visualizadas em qualquer estágio de produção, por exemplo, com
dados disponíveis desde grandes figuras numa determinada área operacional
para a quantidade de material em um
triturador. Com base neste sistema de
controle avançado, é possível determinar
as melhores rotas a partir do local onde
o minério é extraído para o lugar onde
a primeira fase do beneficiamento será
realizada ou ainda qual a combinação
mais eficiente dos equipamentos para
potencializar a produtividade em uma
determinada operação. O sistema de
controle também torna possível a maximização das sinergias entre mina, usina,
expedição e operações de manutenção.
O Centro de Controle Operacional é um
exemplo de investimento contínuo da
Vale em tecnologia avançada, num contínuo processo de melhorias para atingir
a excelência operacional. A nova tecnologia também permite uma redução
no consumo de energia, o que eleva a
capacidade de produção e aumentar a
competitividade em relação aos mercados externos.
Com o recente aumento acentuado
no preço do ferro, novos investimentos neste sub-sector da indústria mineral brasileira vão representar US$ 37
bilhões ao longo dos próximos cinco
anos. MMX está prestes a investir US$
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
2,35 bilhões no Sistema Minas-Rio, que
deverá produzir 26,5 milhões de toneladas métricasaté 2011. Rio Tinto investirá
US$ 1 bilhão em sua Mina de Corumbá,
com previsão de produzir 15 milhões de
toneladas métricas por ano até 2014. A
Vale tem planos ambiciosos de dobrar
a produção do complexo de Carajás e
fazer novos investimentos na expansão
orgânica da mineração no Quadrilátero
de ferro em Minas Gerais. Duas empresas relativamente novas no mercado
brasileiro de ferro são a Anglo American,
que adquiriu a MMX Minas-Rio por US$
5,5 bilhões em 2008 e a nacional Ferrous
Resources, estabelecida em 2007.
A criação da Ferrous Resources é um
reflexo do dinamismo atual dentro do
setor de mineração de ferro no Brasil.
A empresa investiu recentemente US$ 2
bilhões em seu projeto mais importante
,Viga. “A Ferrous adquiriu a mina de
Viga, em Congonhas, Minas Gerais, em
2007. A empresa está em processo de
construção de um gasoduto para ligar a
mina Viga com o litoral do Espírito Santo, onde Ferrous vai construir um porto”,
disse Rigotto. “O gasoduto terá 420 km
de comprimento, com uma estação de
bombeamento - diferente da maioria dos
gasodutos no Brasil, que têm duas estações de bombeamento. Na primeira
fase, a partir de 2013, o gasoduto terá
capacidade para transportar 25 milhões
de toneladas métricas de ferro por ano,
enquanto a segunda fase, a partir de
2017, terá seu potencial expandido para
50 milhões de toneladas métricas por
ano. O porto está situado em um buraco
submarino, que estará ligado com a costa por uma ponte de 5,5 km e terá pelo
menos 21m de profundidade. A Ferrous
espera começar a produção da mina
em meados de 2013, pretendemos que
esta seja a maior usina no Brasil e com
maior processamento, maior até mesmo
do que as do complexo de mineração
de Carajás. A Ferrous tem ainda outros
quatro projetos de ativação de minas no
estado de Minas Gerais e um na Bahia.
Neste projeto a empresa trabalha em
parceria com uma variedade de companhias locais.
“A capacidade de processamento da
Ferrous nos da a oportunidade de operar
um négocio na base de ferro de relativamente baixo grado” disse Rigotto. “Estamos na liderança brasileira no que se
trata do desenvolvimento de technolgias
de processamento de baixa grado”.
Os planos e ambições da Ferrous são
indicadores positivos para potenciais
investimentos inerentes nos recursos
brasileiros de minério de ferro, vastos e
de alta qualidade. A entrada das tradicionais mineradoras de ouro internacionais,
como a Eldorado Gold, para a produção
de ferro demonstra o quanto a recente
subida dos preços galvanizou investimentos no sub-setor que lidera a mineração brasileira. “A Eldorado comprou
a mina de Vila Nova, localizada no Estado do Amapá, na região amazônica”,
disse Lincoln Silva, diretor da Eldorado
Gold. “Em maio de 2010, fizemos uma
operação de teste e, em junho, o nosso
primeiro embarque de minério de ferro.
A produção atual é de 45 mil toneladas
de produto final por mês, cerca de 500
mil toneladas por ano”, contabilizou.
Manganês
Os preços de manganês têm sido bastante volúveis nos últimos anos, dado
tantas às flutuações de demandas nos
principais mercados consumidores,
como a India e a China quanto à influência de preço associadas a crise financeira internacional. Preços atingiram seu
ponto máximo em 2008 com USD$302
toneladas métricas, mas atualmente estão na faixa dos USD$156toneladas métricas.
O Brasil é o segundo maior produtor do
minério de manganês do mundo, atrás
apenas da África do Sul, produzindo 1,7
milhões de toneladas em 2010. Hoje, o
Brasil produz o equivalente a 18% dos 10
milhões de toneladas da produção global
de manganês. No Brasil, a reserva de re-
cursos de manganês medida e indicada
soma 566 milhões de toneladas, 10% do
total mundial,segundo maior produção
no mundo e atrás apenas da África do
Sul com seus 4 bilhões de toneladas métricas . Os estados brasileiros que concentram a maior reserva do minério são
Minas Gerais, com 87% do total, Mato
Grosso, com 6,5%, e Pará, com 4,3%. Em
2010, foram contabilizadas 2,5 milhões
de toneladas de manganês, exportados
principalmente para China e Índia,
Em termos de produção, a Vale é incomparável em sua dominância sobre
a produção de manganês no Brasil, respondendo por cerca de 95% de toda
produção. O fato que a produção de
manganês representa apenas 2,2% dos
negócios da Vale é um indicador do
tamanho e da escala da empresa, que
concentra a produção de manganês em
quatro complexos distribuídos por todo
o país: o de Minas Gerais produz cerca
de 200 mil toneladas métricas por ano,
além dos complexos da Bahia, Corumbá
e Mina do Azul.
A outra empresa importante na
produção de manganês é a Mineração
Buritirama. “A Mineração Buritirama SA
foi instalada em 1982 com a finalidade
de minerar e comercializar as significativas reservas de manganês da mina localizada na Serra de Buritirama, município
21
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
As Operações mineiras têm uma capacidade clara de mitigar o desmatamento.
(Fotografia cortesia da Mineração Buritirama)
de Marabá, no Estado do Pará”, contou
o diretor Ricardo Dequech. “O minério
de Buritirama foi descoberto em 1966,
mas a execução do projeto começou em
1992 e terminou em janeiro de 1994. As
reservas totais estão estimadas em 18,4
milhões de toneladas métricas de manganês de altogrado, temos uma capacidade produtiva de um milhão de toneladas do minério de primeira classe por
ano. O manganês de Buritirama pode ser
classificado como metalúrgico, com 45%
de Mn, baixo grau de fósforo e alta proporção Mn / Fe. A maioria do produto é
exportado principalmente para a China,
mas também para a Europa e América
Latina, e cerca de 20% da produção é direcionada ao mercado interno brasileiro.
Hoje temos uma posição sólida no mercado de manganês, fornecendo cinco
produtos diferentes”, disse.
Como a produção de aço na Europa
caiu, os produtores de manganês do
Brasil voltaram suas atenções para os
países emergentes da Ásia. Os vastos
recursos brasileiros de manganês e
seu status ja estabelecido como um importante fornecedor global resulta em
muitas oportunidades para a entrada
Roger Agnelli,
Diretor Executivo da Vale
22
de novos operadores no mercado. Os
principais desafios para os potenciais
investidores são a superação dos tradicionais desafios brasileiros em relação
à logística e infra-estrutura energética.
A grande rede de logística da Vale é um
mecanismo de apoio fundamental para o
domínio da empresa sobre a produção
de manganês do Brasil.
Ouro
Como a incerteza na economia global
persiste e os preços do ouro continuam
a subir mais alem de ré cordes estabelicidos apenas meses ou semanas antes,
as regiões do mundo relativamente inexploradas de mineração de ouro, como o
Brasil, tornaram-se de grande interesse
nacional e internacional. Os preços do
ouro NYMEX aumentaram quase 500%
desde 2000, de US$ 250/oz para mais
de US$ 1.400/oz. As exportações de
ouro no Brasil têm crescido juntamente
com os preços, alcançando US$ 2 bilhões em 2010, e ouro é agora o segundo
minério de exportação mais importante,
depois do ferro. “Quando se analisa a
atual situação mundial, o cenário atual
esta positivo para os produtores de ouro.
Helcio Guerra, Vice-Presidente de
AngloGold Ashanti
Existe bastante instabilidade da moeda,
particularmente do dólar dos EUA e dos
mercados emergentes que exerce um
impacto crescente sobre o mercado
global. Estas tendências influenciam a
a comunidade global de investimentos
a encarar o o ouro como um ativo mais
seguro”, explicou Hélcio Guerra, vicepresidente da AngloGold Ashanti.
Com uma reserva de ouro de dois mil
toneladas métricas, 4,5% das reservas
mundiais do minério, o Brasil ocupa a
sexta posição mundial em termos de
reservas. Mesmo assim, é o 13o na
lista de maior produtor, com 61 milhões
de toneladas métricas de produção de
ouro, responsável por apenas 2,5% da
produção global. Esta lacuna representa
uma significativa oportunidade para investimento em novos operadores, que
poderiam ajudar a alavancar a produção
numa proporção condizente às reservas
brasileiras.
Os principais estados produtores de
ouro no Brasil são Minas Gerais, Goiás,
Bahia e Pará com, respectivamente
64%, 11%, 11% e 3% da produção total. AngloGold Ashanti, Yamana Gold e
Kinross são as principais companhias
produtoras de ouro, que detém aproximadamente 25% da produção cada, e
empresas menores como Jaguar Mining
e Eldorado compõem a parcela restante
da produção. Como dito anteriormente,
os garimpeiros brasileiros têm participação significativa na produção nacional
de ouro, com 9% da produção total.
A AngloGold Ashanti é a produtora líder de ouro no Brasil, com uma
produção em 2010 de 500 mil onças
entre as operações das empresas Serra
Grande e Brasil Mineração. “O Brasil
tem uma importância significativa para
as operações internacionais da AngloGold Ashanti. O potencial geológico é
enorme e o ambiente de negócios para
os mineiros é muito favorável, sobretudo em Minas Gerais”, afirmou Guerra.
“O Brasil tem uma cultura de excelência
para a mineração e o entendimento da
indústria mineira é muito forte. Atualmente, um dos principais desafios é a
Ludovico Costa, Presidente e Diretor
de Operações da Yamana Gold
Jones Belther, Diretor de Exploração
Mineral da Votorantim
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
força do Real, o que torna as condições
de mercado para nós exportarmos uma
mercadoria em Dólar bastante difícil em
termos de rentabilidade operacional”.
Devido ao foco crescente da companhia
no Brasil, a AngloGold Ashanti impos um
plano de expansão e prevê um aumento
de produção para 700 mil onças por ano
e um programa de desenvolvimento de
minas de US$ 350 milhões apenas em
Minas Gerais. Segundo Guerra, práticas sustentáveis são fundamentais para
a abordagem estratégica da AngloGold.
“Temos um departamento específico de
sustentabilidade ambiental e também nos
empenhamos com força na educação em
termos de desenvolvimento econômico e
da manutenção das culturas locais, nas
comunidades nas quais operamos. A Anglo Gold Ashanti emprega uma abordagem
participativa em que os nossos acionistas
locais decidem quais os projetos específicos de interesse em que devemos investi. O envolvimento a esses níveis com
as comunidades constrói nossa reputação
no Brasil, que funciona a longo prazo em
termos de nos dar aprovações eficientes
e relações de qualidade com os órgãos
reguladores do país”.
Focada na produção da América Latina,
a produção Yamana Gold está cada vez
mais baseada nas operações da empresa
brasileira, como destacou o Presidente
Ludovico Costa. “Atualmente a Yamana
Gold tem seis locais de exploração, sendo
três no Brasil, duas no Chile e uma na Argentina. O Brasil responde por cerca de
30% a 35% da produção da empresa e
pretendemos adicionar nos próximos anos
mais três novas operações no Brasil (em
Mato Groso, em Goiás e na Bahia) e uma
no México, aumentando a participação do
Brasil para mais de 40% do total.
Ainda por cima, o departamento de exploração de Yamana esta sediada no Brasil, aonde realiza uma extensa atividade.
Ativa no país desde 2003, a empresa construiu uma equipe de construção e operação de primeira classe . Nossa experiência
nos deu um conhecimento significativo sobre as oportunidades potenciais de mineração no Brasil,a partir das quais construímos uma capacidade de exploração
significativa em quatro cinturões no Brasil.
Ainda por cima, usamos o conhecimento
adquirido no Brasil para a expansão em
outras partes da América Latina. Fizemos
decisões importantes na construção de
C1 Santa Luz, Ernesto / Pau-a-pique e
Pilar., que vão gerar um crescimento significativo da produção orgânica após dois
anos em construção. Fizemos uma nova
descoberta de exploração em Suruca, que
irá adicionar apenas a produção de ouro
à nossa mina de Chapada já existente. De
acordo com o IBRAM (Instituto de Mineração do Brasil), a produção brasileira de
ouro irá aumentar 50% até 2014”.
23
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
As Operações mineiras têm uma capacidade clara de mitigar o desmatamento.
(Fotografia cortesia da Mineração Buritirama)
de Marabá, no Estado do Pará”, contou
o diretor Ricardo Dequech. “O minério
de Buritirama foi descoberto em 1966,
mas a execução do projeto começou em
1992 e terminou em janeiro de 1994. As
reservas totais estão estimadas em 18,4
milhões de toneladas métricas de manganês de altogrado, temos uma capacidade produtiva de um milhão de toneladas do minério de primeira classe por
ano. O manganês de Buritirama pode ser
classificado como metalúrgico, com 45%
de Mn, baixo grau de fósforo e alta proporção Mn / Fe. A maioria do produto é
exportado principalmente para a China,
mas também para a Europa e América
Latina, e cerca de 20% da produção é direcionada ao mercado interno brasileiro.
Hoje temos uma posição sólida no mercado de manganês, fornecendo cinco
produtos diferentes”, disse.
Como a produção de aço na Europa
caiu, os produtores de manganês do
Brasil voltaram suas atenções para os
países emergentes da Ásia. Os vastos
recursos brasileiros de manganês e
seu status ja estabelecido como um importante fornecedor global resulta em
muitas oportunidades para a entrada
Roger Agnelli,
Diretor Executivo da Vale
22
de novos operadores no mercado. Os
principais desafios para os potenciais
investidores são a superação dos tradicionais desafios brasileiros em relação
à logística e infra-estrutura energética.
A grande rede de logística da Vale é um
mecanismo de apoio fundamental para o
domínio da empresa sobre a produção
de manganês do Brasil.
Ouro
Como a incerteza na economia global
persiste e os preços do ouro continuam
a subir mais alem de ré cordes estabelicidos apenas meses ou semanas antes,
as regiões do mundo relativamente inexploradas de mineração de ouro, como o
Brasil, tornaram-se de grande interesse
nacional e internacional. Os preços do
ouro NYMEX aumentaram quase 500%
desde 2000, de US$ 250/oz para mais
de US$ 1.400/oz. As exportações de
ouro no Brasil têm crescido juntamente
com os preços, alcançando US$ 2 bilhões em 2010, e ouro é agora o segundo
minério de exportação mais importante,
depois do ferro. “Quando se analisa a
atual situação mundial, o cenário atual
esta positivo para os produtores de ouro.
Helcio Guerra, Vice-Presidente de
AngloGold Ashanti
Existe bastante instabilidade da moeda,
particularmente do dólar dos EUA e dos
mercados emergentes que exerce um
impacto crescente sobre o mercado
global. Estas tendências influenciam a
a comunidade global de investimentos
a encarar o o ouro como um ativo mais
seguro”, explicou Hélcio Guerra, vicepresidente da AngloGold Ashanti.
Com uma reserva de ouro de dois mil
toneladas métricas, 4,5% das reservas
mundiais do minério, o Brasil ocupa a
sexta posição mundial em termos de
reservas. Mesmo assim, é o 13o na
lista de maior produtor, com 61 milhões
de toneladas métricas de produção de
ouro, responsável por apenas 2,5% da
produção global. Esta lacuna representa
uma significativa oportunidade para investimento em novos operadores, que
poderiam ajudar a alavancar a produção
numa proporção condizente às reservas
brasileiras.
Os principais estados produtores de
ouro no Brasil são Minas Gerais, Goiás,
Bahia e Pará com, respectivamente
64%, 11%, 11% e 3% da produção total. AngloGold Ashanti, Yamana Gold e
Kinross são as principais companhias
produtoras de ouro, que detém aproximadamente 25% da produção cada, e
empresas menores como Jaguar Mining
e Eldorado compõem a parcela restante
da produção. Como dito anteriormente,
os garimpeiros brasileiros têm participação significativa na produção nacional
de ouro, com 9% da produção total.
A AngloGold Ashanti é a produtora líder de ouro no Brasil, com uma
produção em 2010 de 500 mil onças
entre as operações das empresas Serra
Grande e Brasil Mineração. “O Brasil
tem uma importância significativa para
as operações internacionais da AngloGold Ashanti. O potencial geológico é
enorme e o ambiente de negócios para
os mineiros é muito favorável, sobretudo em Minas Gerais”, afirmou Guerra.
“O Brasil tem uma cultura de excelência
para a mineração e o entendimento da
indústria mineira é muito forte. Atualmente, um dos principais desafios é a
Ludovico Costa, Presidente e Diretor
de Operações da Yamana Gold
Jones Belther, Diretor de Exploração
Mineral da Votorantim
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
força do Real, o que torna as condições
de mercado para nós exportarmos uma
mercadoria em Dólar bastante difícil em
termos de rentabilidade operacional”.
Devido ao foco crescente da companhia
no Brasil, a AngloGold Ashanti impos um
plano de expansão e prevê um aumento
de produção para 700 mil onças por ano
e um programa de desenvolvimento de
minas de US$ 350 milhões apenas em
Minas Gerais. Segundo Guerra, práticas sustentáveis são fundamentais para
a abordagem estratégica da AngloGold.
“Temos um departamento específico de
sustentabilidade ambiental e também nos
empenhamos com força na educação em
termos de desenvolvimento econômico e
da manutenção das culturas locais, nas
comunidades nas quais operamos. A Anglo Gold Ashanti emprega uma abordagem
participativa em que os nossos acionistas
locais decidem quais os projetos específicos de interesse em que devemos investi. O envolvimento a esses níveis com
as comunidades constrói nossa reputação
no Brasil, que funciona a longo prazo em
termos de nos dar aprovações eficientes
e relações de qualidade com os órgãos
reguladores do país”.
Focada na produção da América Latina,
a produção Yamana Gold está cada vez
mais baseada nas operações da empresa
brasileira, como destacou o Presidente
Ludovico Costa. “Atualmente a Yamana
Gold tem seis locais de exploração, sendo
três no Brasil, duas no Chile e uma na Argentina. O Brasil responde por cerca de
30% a 35% da produção da empresa e
pretendemos adicionar nos próximos anos
mais três novas operações no Brasil (em
Mato Groso, em Goiás e na Bahia) e uma
no México, aumentando a participação do
Brasil para mais de 40% do total.
Ainda por cima, o departamento de exploração de Yamana esta sediada no Brasil, aonde realiza uma extensa atividade.
Ativa no país desde 2003, a empresa construiu uma equipe de construção e operação de primeira classe . Nossa experiência
nos deu um conhecimento significativo sobre as oportunidades potenciais de mineração no Brasil,a partir das quais construímos uma capacidade de exploração
significativa em quatro cinturões no Brasil.
Ainda por cima, usamos o conhecimento
adquirido no Brasil para a expansão em
outras partes da América Latina. Fizemos
decisões importantes na construção de
C1 Santa Luz, Ernesto / Pau-a-pique e
Pilar., que vão gerar um crescimento significativo da produção orgânica após dois
anos em construção. Fizemos uma nova
descoberta de exploração em Suruca, que
irá adicionar apenas a produção de ouro
à nossa mina de Chapada já existente. De
acordo com o IBRAM (Instituto de Mineração do Brasil), a produção brasileira de
ouro irá aumentar 50% até 2014”.
23
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
O projeto da Colossus Minerals é o primeiro de muitos planejados no Brasil, e de uma qualidade sem igual no
país. A companhia negociou um funcionamento cooperativo ao lado da união de garimperos COOMIGASP para
completar a exploração subterrânea da New Serra Pelada mine. (Fotografia cortesia da Colossus Minerals)
A Kinross, empresa com base no Canadá, é o terceiro elemento da tripartite
de produtores líderes de ouro no Brasil.
A principal mina da companhia, Paracatu, é de interesse particular por ser a
mina com ouro de menor grau do mundo
com apenas 0,4 gramas por tonelada
métricado minério. “Desde o início nós
pensamos que o potencial da mina de
Paracatu era muito alto, e depois da realização de uma campanha de perfuração
e exploração e uma re-avaliação do potencial da operação, percebemos que o
potencial era três ou quatro vezes maior
do que anteriormente previsto”, contou
José Freire, vice-presidente regional.
“A Kinross investiu US$ 500 milhões em
2006 e expandiu a produção de Paracatu
em três vezes, de 18 para 61 milhões de
toneladas métricas do minério. A operação de Paracatu é relativamente barata,
porque a quantidade de rocha dura
em relação à quantidade de minério é
baixa. Porém quanto mais profundo formos, mais aumentam os custos, ja que
a nossa eficiência diminui. O objetivo da
Kinross é continuar se esforçando para
encontrar os melhores métodos de extração, para maximizar a lucratividade.
Nossa recuperação total é determinada
por uma combinação de nossas tecnologias de recuperação e flutuação magnética. A flotação é atualmente de cerca
de 82% e a recuperação de metais de
ferro esta cerca de 96%. A recuperação
total chega a cerca de 79%. Este ano,
a produção atual da Kinross de ouro de
Paracatu será de cerca de 490.000 onças. As operações brasileiras da Kinross
representam cerca de 22% da produção
internacional de Kinross . Neste momento, o custo atual de produção é de cerca
de US$ 500/ onça, o que é competitivo,
mesmo com os teores de ferro estando
baixos como estão. Tendo alcancado a
capacidade total, Paracatu será a maior
24
mina produtora de ouro no Brasil. Atualmente, a Kinross está construindo uma
nova fábrica de processamento e acabou
de aprovar a construção de uma quarta
usina. No próximo ano vamos terminar
a construção de uma nova barragem de
rejeitos, que é um enorme investimento,
mas que será suficiente para toda a duração da vida útil da mina. Como meta para
o próximo ano, também vamos aumentar
a produção para entre 492.000 a 550.000
onças; e em 2012 a produção atingirá
cerca de 575 mil onças. A Kinross espera
que a mina de Paracatu dure cerca de 30
anos”.
Três empresas mineradoras de ouro
emergentes de especial interesse no Brasil são a Jaguar, aColossus e Eldorado
Gold, cujas entradas relativamente recentes no Brasil destacam o imenso potencial do país para a produção de ouro. “A
Jaguar Mining iniciou suas operações no
Brasil em 2006 e atualmente está produzindo ouro em Turmalina, Paciência e Caeté, que juntos produzem cerca de 220.000
onças de ouro”, contabilizou o Diretor de
Operações Lúcio Cardoso. “As operações de ouro da Jaguar estão localizadas
na região do Quadrilátero do Minério de
Walter de Simoni,
Diretor Executivo do Negocio de
Niquel da Anglo American Brasil
Ferro, perto da cidade de Belo Horizonte,
no estado de Minas Gerais, Brasil. Belo
Horizonte serve como centro comercial
para a indústria de mineração brasileira
e tem uma excelente infra-estrutura para
apoiar as operações de mineração de
classe mundial. O Quadrilátero Ferrífero,
onde a Jaguar controla 93.000 hectares,
é um cinturão verde prolífico que tem produzido quantidades significativas de ouro
a custos competitivos por onça, em operações a céu aberto e em larga escala de
mineração subterrânea por mais de 300
anos. No entanto, ainda é relativamente
pouco explorado em comparação aos
outros grandes cinturões do mundo, com
uma relativa ausência de mineradoras e
exploradoras júniors ativas na região. Um
fato encorajante sobre o Quadrilátero Ferrífero é a existência de vários exemplos
de recursos de ouro a profundidades superiores a 2.000 m, com larguras e graus
semelhantes aos observados em profundidades menores. Isso é importante para
a Jaguar porque a profundidade média
dos seus recursos é inferior a 400 m da
superfície. A maior parte desses recursos
estão abertas a profundidade e lateralmente, abrindo a possibilidade de importantes descobertas.
“Além de suas atividades no Quadrilátero Ferrífero, a Jaguar também tem
planos para desenvolver o Projeto de
Gurupi no estado do Maranhão, onde
controla 293 mil hectares desde que
a Jaguar Mining adquiriu o terreno em
2009, da Kinross. Dentro de uma parceria
com a Xstrata, a Jaguar também está envolvida na exploração de ouro no estado
do Ceará, abrangendo 182.000 hectares,
no Projeto Pedra Branca. No ano passado obtivemos um custo médio de US$
468/oz, enquanto que este ano temos um
custo estimado de produção de US$ 750/
oz. Ao longo dos próximos anos, esperamos que a produção atinga 220.000 oz
por ano. Pretendemos consolidar nossas
operações em Minas Gerais e iniciar a
execução do projeto Gurupi. Em maio de
2010, a Jaguar apresentou um relatório
de pré-viabilidade técnica compatível no
projeto Gurupi, o (NI) 43-101, que foi pre-
Stephan Weber,
Diretor Executivo do Negocio de
Ferro da Anglo American Brasil
Alfredo Tranjan Filho,
Presidente da INB, Indústrias
Nucleares do Brasil
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
parado pela AMEC. O documento assume
um preço médio do ouro de US$ 950/oz
e um teor mínimo de 0,3 g / toneladas de
ouro e registra uma estimativa de 65,4 milhões de toneladas de recursos minerais
numa média de 1,14 g / toneladas totalizando 2,4 milhões de onças. Esperamos iniciar
a produção em Gurupi entre 2013 e 2014”,
disse Cardoso.
A empresa de exploração especialista
Colossus Minerals é única no Brasil em tendo negociado uma cooperativa de trabalho
com a COOMIGASP, o sindicato dos garimpeiros, a fim de completar a exploração
subterrânea da área da mina Serra Nova
Pelada. “A Nova Serra Pelada se localiza
em 100 hectaresmuito próximos ao local
onde há a maior operação de garimpo do
mundo”, disse Luis Celaro, diretor da Colossus. “Durante a década de 1990, o governo
brasileiro decidiu fechar os garimpeiros,
devido a preocupações de segurança. Desde então, os garimpeiros estão organizados em uma cooperativa conhecida como
a Coomigasp, que desenvolveu o sonho
de realizar novamente a mineração na
região. Com o apoio do governo brasileiro,
a Coomigasp realizou um processo para
selecionar uma empresa de mineração que
iria realizar a exploração subterrânea, a fim
de confirmar a existência de um depósito
comercialmente explorável. A cooperativa
possui os direitos de mineração no local,
de acordo com um documento emitido pelo
governo federal. Por sua vez, a Colossus e
sua equipe técnica brasileira estudou a situação e recomendou à gestão da empresa
no Canadá, que estudasse a possibilidade
de uma parceria comercial com a Coomigasp, o que aconteceu em 2007.
“Tendo sido a única empresa que apresentou uma proposta formal, a Colossus foi
selecionada pela Coomigasp para a parceria. Já naquela época, a Colossus realizou
uma série de estudos geológicos na área
de 100 hectares e concluiu que o depósito
poderia render uma quantidade economicamente viável de metais preciosos, incluindo ouro, platina e paládio. Tendo em
conta estes resultados, ambos formaram
uma parceria no empreendimento chamado Serra Pelada Companhia de Desenvolvimento Mineral (SPCDM), que se tornou o
titular dos direitos de mineração e que é
responsável pela administração do projeto
Nova Serra Pelada”, contou Celaro.
“Este foi um passo importante na história
da Colossus, que até este momento só
tinha se dedicado à fase de exploração
mineral. A implementação de um projeto de
mineração é um desafio muito promissor. A
pesquisa geológica indica um corpo de minério na área de 100 hectares que poderiam
produzir 3,5 milhões de toneladas métricas
de metais preciosos por ano. A primeira extração de minérios foi prevista para meados
de 2010. No momento, a SPCDM está avançando a escavação do declínio e da implan25
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
O projeto da Colossus Minerals é o primeiro de muitos planejados no Brasil, e de uma qualidade sem igual no
país. A companhia negociou um funcionamento cooperativo ao lado da união de garimperos COOMIGASP para
completar a exploração subterrânea da New Serra Pelada mine. (Fotografia cortesia da Colossus Minerals)
A Kinross, empresa com base no Canadá, é o terceiro elemento da tripartite
de produtores líderes de ouro no Brasil.
A principal mina da companhia, Paracatu, é de interesse particular por ser a
mina com ouro de menor grau do mundo
com apenas 0,4 gramas por tonelada
métricado minério. “Desde o início nós
pensamos que o potencial da mina de
Paracatu era muito alto, e depois da realização de uma campanha de perfuração
e exploração e uma re-avaliação do potencial da operação, percebemos que o
potencial era três ou quatro vezes maior
do que anteriormente previsto”, contou
José Freire, vice-presidente regional.
“A Kinross investiu US$ 500 milhões em
2006 e expandiu a produção de Paracatu
em três vezes, de 18 para 61 milhões de
toneladas métricas do minério. A operação de Paracatu é relativamente barata,
porque a quantidade de rocha dura
em relação à quantidade de minério é
baixa. Porém quanto mais profundo formos, mais aumentam os custos, ja que
a nossa eficiência diminui. O objetivo da
Kinross é continuar se esforçando para
encontrar os melhores métodos de extração, para maximizar a lucratividade.
Nossa recuperação total é determinada
por uma combinação de nossas tecnologias de recuperação e flutuação magnética. A flotação é atualmente de cerca
de 82% e a recuperação de metais de
ferro esta cerca de 96%. A recuperação
total chega a cerca de 79%. Este ano,
a produção atual da Kinross de ouro de
Paracatu será de cerca de 490.000 onças. As operações brasileiras da Kinross
representam cerca de 22% da produção
internacional de Kinross . Neste momento, o custo atual de produção é de cerca
de US$ 500/ onça, o que é competitivo,
mesmo com os teores de ferro estando
baixos como estão. Tendo alcancado a
capacidade total, Paracatu será a maior
24
mina produtora de ouro no Brasil. Atualmente, a Kinross está construindo uma
nova fábrica de processamento e acabou
de aprovar a construção de uma quarta
usina. No próximo ano vamos terminar
a construção de uma nova barragem de
rejeitos, que é um enorme investimento,
mas que será suficiente para toda a duração da vida útil da mina. Como meta para
o próximo ano, também vamos aumentar
a produção para entre 492.000 a 550.000
onças; e em 2012 a produção atingirá
cerca de 575 mil onças. A Kinross espera
que a mina de Paracatu dure cerca de 30
anos”.
Três empresas mineradoras de ouro
emergentes de especial interesse no Brasil são a Jaguar, aColossus e Eldorado
Gold, cujas entradas relativamente recentes no Brasil destacam o imenso potencial do país para a produção de ouro. “A
Jaguar Mining iniciou suas operações no
Brasil em 2006 e atualmente está produzindo ouro em Turmalina, Paciência e Caeté, que juntos produzem cerca de 220.000
onças de ouro”, contabilizou o Diretor de
Operações Lúcio Cardoso. “As operações de ouro da Jaguar estão localizadas
na região do Quadrilátero do Minério de
Walter de Simoni,
Diretor Executivo do Negocio de
Niquel da Anglo American Brasil
Ferro, perto da cidade de Belo Horizonte,
no estado de Minas Gerais, Brasil. Belo
Horizonte serve como centro comercial
para a indústria de mineração brasileira
e tem uma excelente infra-estrutura para
apoiar as operações de mineração de
classe mundial. O Quadrilátero Ferrífero,
onde a Jaguar controla 93.000 hectares,
é um cinturão verde prolífico que tem produzido quantidades significativas de ouro
a custos competitivos por onça, em operações a céu aberto e em larga escala de
mineração subterrânea por mais de 300
anos. No entanto, ainda é relativamente
pouco explorado em comparação aos
outros grandes cinturões do mundo, com
uma relativa ausência de mineradoras e
exploradoras júniors ativas na região. Um
fato encorajante sobre o Quadrilátero Ferrífero é a existência de vários exemplos
de recursos de ouro a profundidades superiores a 2.000 m, com larguras e graus
semelhantes aos observados em profundidades menores. Isso é importante para
a Jaguar porque a profundidade média
dos seus recursos é inferior a 400 m da
superfície. A maior parte desses recursos
estão abertas a profundidade e lateralmente, abrindo a possibilidade de importantes descobertas.
“Além de suas atividades no Quadrilátero Ferrífero, a Jaguar também tem
planos para desenvolver o Projeto de
Gurupi no estado do Maranhão, onde
controla 293 mil hectares desde que
a Jaguar Mining adquiriu o terreno em
2009, da Kinross. Dentro de uma parceria
com a Xstrata, a Jaguar também está envolvida na exploração de ouro no estado
do Ceará, abrangendo 182.000 hectares,
no Projeto Pedra Branca. No ano passado obtivemos um custo médio de US$
468/oz, enquanto que este ano temos um
custo estimado de produção de US$ 750/
oz. Ao longo dos próximos anos, esperamos que a produção atinga 220.000 oz
por ano. Pretendemos consolidar nossas
operações em Minas Gerais e iniciar a
execução do projeto Gurupi. Em maio de
2010, a Jaguar apresentou um relatório
de pré-viabilidade técnica compatível no
projeto Gurupi, o (NI) 43-101, que foi pre-
Stephan Weber,
Diretor Executivo do Negocio de
Ferro da Anglo American Brasil
Alfredo Tranjan Filho,
Presidente da INB, Indústrias
Nucleares do Brasil
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
parado pela AMEC. O documento assume
um preço médio do ouro de US$ 950/oz
e um teor mínimo de 0,3 g / toneladas de
ouro e registra uma estimativa de 65,4 milhões de toneladas de recursos minerais
numa média de 1,14 g / toneladas totalizando 2,4 milhões de onças. Esperamos iniciar
a produção em Gurupi entre 2013 e 2014”,
disse Cardoso.
A empresa de exploração especialista
Colossus Minerals é única no Brasil em tendo negociado uma cooperativa de trabalho
com a COOMIGASP, o sindicato dos garimpeiros, a fim de completar a exploração
subterrânea da área da mina Serra Nova
Pelada. “A Nova Serra Pelada se localiza
em 100 hectaresmuito próximos ao local
onde há a maior operação de garimpo do
mundo”, disse Luis Celaro, diretor da Colossus. “Durante a década de 1990, o governo
brasileiro decidiu fechar os garimpeiros,
devido a preocupações de segurança. Desde então, os garimpeiros estão organizados em uma cooperativa conhecida como
a Coomigasp, que desenvolveu o sonho
de realizar novamente a mineração na
região. Com o apoio do governo brasileiro,
a Coomigasp realizou um processo para
selecionar uma empresa de mineração que
iria realizar a exploração subterrânea, a fim
de confirmar a existência de um depósito
comercialmente explorável. A cooperativa
possui os direitos de mineração no local,
de acordo com um documento emitido pelo
governo federal. Por sua vez, a Colossus e
sua equipe técnica brasileira estudou a situação e recomendou à gestão da empresa
no Canadá, que estudasse a possibilidade
de uma parceria comercial com a Coomigasp, o que aconteceu em 2007.
“Tendo sido a única empresa que apresentou uma proposta formal, a Colossus foi
selecionada pela Coomigasp para a parceria. Já naquela época, a Colossus realizou
uma série de estudos geológicos na área
de 100 hectares e concluiu que o depósito
poderia render uma quantidade economicamente viável de metais preciosos, incluindo ouro, platina e paládio. Tendo em
conta estes resultados, ambos formaram
uma parceria no empreendimento chamado Serra Pelada Companhia de Desenvolvimento Mineral (SPCDM), que se tornou o
titular dos direitos de mineração e que é
responsável pela administração do projeto
Nova Serra Pelada”, contou Celaro.
“Este foi um passo importante na história
da Colossus, que até este momento só
tinha se dedicado à fase de exploração
mineral. A implementação de um projeto de
mineração é um desafio muito promissor. A
pesquisa geológica indica um corpo de minério na área de 100 hectares que poderiam
produzir 3,5 milhões de toneladas métricas
de metais preciosos por ano. A primeira extração de minérios foi prevista para meados
de 2010. No momento, a SPCDM está avançando a escavação do declínio e da implan25
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
tação das instalações industriais para o
beneficiamento de minério na área. Ouro,
platina e paládio serão transformados
em barras pelo processo industrial em
Serra Pelada, algo totalmente inédito na
região”, vibrou Celaro.
Apesar de ser um novato na indústria
brasileira de metais preciosos, a Colossus
foi rápida ao adotar a tradição brasileira
de investir nas comunidades locais. “A
Vila de Serra Pelada é uma coleção de
casas feitas de madeira, onde há saneamento e vias pavimentadas, porém não
há hospitais nem coleta de lixo, uma vez
que os equipamentos públicos estão
danificados. A comunidade apresenta
altos índices de HIV e há prostituição
infantil. Quando chegou na região com
a proposta para voltar a extrair minérios
- que poderiam tornar-se riqueza – a Colossus não podia ignorar a carência local,
e por isso decidiu tomar uma atitude em
conjunto com os governos regionais. A
entrada da Colossus em Serra Pelada
é um marco na história da região, não
apenas por causa da futura extração
de ouro, platina e paládio, mas também
pela contribuição para a restauração da
cidadania destas milhares de pessoas”,
afirmou Celaro.
Por sua vez a Eldorado Gold, sediada
em Vancouver, investiu em seu mais significante prospecto de ouro em julho de
2010, com a aquisição de Brazauro Resources Corp. “Esta transação confirma
nosso comprometimento com a exploração e o desenvolvimento do projeto Tocantinzinho, no estado do Pará, e nos dá
dois contratos de opções em Água Branca e Piranhas, projetos em processos
iniciais de exploração”, afirmou Lincoln
da Silva, diretor da Eldorado. “O projeto
Tocantinzinho é um depósito de granito
hospedado que contém 2,1 milhões de
onças de ouro. Já a Água Branca, localizada a aproximadamente 25 km ao sul
de Tocantinzinho, 2.000 m de perfuração
de diamante será concluída para testar
anomalias de ouro relatadas pelo levantamento geoquímico do solo. A área do
projeto Piranhas tem um anomalia forte
de ouro em solo e extensas áreas de
garimpo, localizados a aproximadamente
15 km ao oeste de Tocantinzinho. Se a
Eldorado obtiver resultados positivos do
projeto Tocantinzinho, podemos começar
o estudo de pré-viabilidade, que deve ser
finalizado em janeiro de 2011, e o estudo
de viabilidade concluído em julho 2011.
Os estudos ambientais também deve ser
finalizados em setembro de 2011, então
até o final do próximo ano ou no início de
2012 poderemos decidir se vamos realizar
a construção e começar a produção”.
Com as crescentes pressões macroeconômicas sobre o preço do ouro, o
aumento do interesse internacional nas
reservas de ouro do Brasil não é nenhu26
ma surpresa . A diferença entre o volume
de produção e as reservas torna o país
extremamente atraente na perspectiva de
ouro e o desenvolvimento de minas.
Bauxita/ Alumina
Dada a natureza de longo prazo dos
contratos para o fornecimento de bauxita e alumina, as flutuações na produção
brasileira têm sido relativamente suaves
ao longo da última década, com uma
produção que cresceu onstantemente
desde 135 milhões de toneladas métricas
em 2000 para 205 milhões de toneladas
métricas em 2010. Os preços sofreram
oscilações com picos de US$ 35/tonelada em 2008 e baixas de US$ 25/tonelada em 2010. Para 2010, a previsão é de
exportação de 5,9 milhões de toneladas
métricas de bauxita brasileira.
Com reservas de bauxita de 3,8 bilhões de toneladas métricas fora de um
total mundial de 34 bilhões de toneladas
métricas, o Brasil ocupa a quinta colocação a nível mundial, atrás da Austrália,
Guiné-Conakry, Vietnã e Jamaica, com
pouco mais de 11% do total global. Em
relação à produção mundial, o Brasil é
atualmente o terceiro maior produtor
mundial de bauxita, representando 14%
do total global. O estado do Pará domina
a produção no país com 85% do total,
sendo o restante produzido no estado de
Minas Gerais . A Mineração Rio do Norte
representa 68% da bauxita brasileira,
seguida pela Norsk Hydro e a Votorantim
- com 12% e 8% respectivamente. Em
maio de 2010, a produtora de alumínio
com base norueguesa Norsk Hydro adquiriu todas as atividades de bauxita
e alumínio da Vale, numa transição de
US$ 4,9 bilhões, o maior investimento
estrangeiro direto do ano na indústria de
bauxita e alumina do Brasil.
A Mineração Rio do Norte (MRN) é um
consórcio dos maiores produtores de
bauxita que opera fora do município de
Oriximiná no estado do Pará e domina
esmagadoramente a produção de bauxita no Brasil. Com os acionistas-chave,
como a Norsk Hydro, a Alcoa, Rio Tinto,
Votorantim e BHP Billiton, a empresa tem
perícia de classe mundial dentro de uma
região que figura entre as uma mais
geograficamente desafiadoras para a
operação mineradora do mundo. Penetrado na Floresta Amazônica, o serviço
de operações da MRN tem seu próprio
aeroporto, infra-estrutura ferroviária e
portuária.
Fundada em 1974, a MRN tem trabalhado duro para integrar as operações da
empresa com o desenvolvimento sustentável das comunidades locais, investindo
em iniciativas de reflorestamento generalizada e no Programa Qualidade de Vida
(PQV), que visa aumentar a normas de
saúde e educação para as comunidades
do Noroeste do estado do Pará.
O projeto Jurití da Alcoa é o maior
investimento recente na produção de
bauxita no Brasil. “A Juruti começou
a produção em 2009 e, depois de um
ano, temosuma taxa anual aproximada
de três milhões de toneladas métricas e
manteremos esse nível num futuro previsível. Toda nossa produção de bauxita é
enviada para a nossa refinaria no Porto
de São Luiz, no estado do Maranhão. A
infra-estrutura que temos comporta um
crescimento significativo, mas vamos a
estabilizar a produção entre 3 e 3,5 milhões de toneladas métricas de bauxita
por ano”, disse o presidente da Alcoa do
Brasil, Franklin Feder.
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
Estanho
Os preços do estanho têm aumentado significativamente ao longo da última década,
de US$ 5.429 dólares por tonelada métrica
em 2001, para US$ 26.700 dólares por
tonelada métrica em 2010. Apesar desse
aumento de preços acentuado, a produção
brasileira manteve-se relativamente estável
durante o mesmo período, com média de
aproximadamente 300.000 toneladas métricas / ano. As reservas de estanho do Brasil
respondem por 11% do total mundial, colocando o país como quinto em termos de
sua participação nas reservas mundiais. Os
principais estados brasileiros produtores
de estanho são Amazonas e Rondônia,
responsáveis respectivamente por 60% e
40% da produção nacional total.
A Mineração Taboca é a principal produtora de estanho do Brasil e sua principal
operação é a mina Pitinga, no Amazonas.
Recentemente, a Pitanga vivenciou uma
queda de escala de produção ja que a empresa visa modernizar as suas operações,
alavancando os estoques de capital da
empresa de volta aos padrões ideais. . “A
mina de Pitinga iniciou seu desenvolvimento na década de 1960, mas a produção de
estanho começou vários anos mais tarde”,
contou o presidente da Mineração Taboca,
João Luiz Serafim da Silva. “Em 1980, a
empresa foi vendida pelos fundadores
para um grupo de investidores liderado
por fundos de investimento e em 2008, um
grupo familiar peruano comprou a mina
Pitinga do Paranapanema. Em decorrência de decisões tomadas no passado, a
empresa tem vários problemas relativos a
bens e a manutenção, como o mau estado
dos equipamentos. Em 2009, decidimos
reduzir a produção, produzindo apeans
de rejeitos e dando um passo retroativo
para que pudéssemos renovar nossos equipamentos e modernizar a operação – o
que leva um tempo. Esperamos retomar
a produção da mina de pedra dura a todo
vapor em 2012 e aumentar a produção em
cinco vezes nos próximos anos. Pitinga é
o principal projeto da Mineração Taboca no
Brasil para os próximos anos.Nós produzimos vários minerais na mina, mas focamos
principalmente no estanho e numa liga de
nióbio e tântalo.”
Zinco
Operações mineiras em regiões remotas são muito comuns no Brasil. (Foto cortesia da Alcoa)
Seguindo uma queda significativa em
2008, resultante da crise financeira mundial, os preços do zinco se recuperaram da
baixa de 2008 de US$ 1.090 por tonelada e
se estabilizaram em US$ 2.350 dólares por
tonelada em 2010. As seis milhões de toneladas métricas de reservas brasileiras de
zinco representam cerca de 3% das reservas mundiais totais. China e Austrália possuem as maiores reservas mundiais, com
respectivamente 16,5% e 10,5% do total.
27
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
tação das instalações industriais para o
beneficiamento de minério na área. Ouro,
platina e paládio serão transformados
em barras pelo processo industrial em
Serra Pelada, algo totalmente inédito na
região”, vibrou Celaro.
Apesar de ser um novato na indústria
brasileira de metais preciosos, a Colossus
foi rápida ao adotar a tradição brasileira
de investir nas comunidades locais. “A
Vila de Serra Pelada é uma coleção de
casas feitas de madeira, onde há saneamento e vias pavimentadas, porém não
há hospitais nem coleta de lixo, uma vez
que os equipamentos públicos estão
danificados. A comunidade apresenta
altos índices de HIV e há prostituição
infantil. Quando chegou na região com
a proposta para voltar a extrair minérios
- que poderiam tornar-se riqueza – a Colossus não podia ignorar a carência local,
e por isso decidiu tomar uma atitude em
conjunto com os governos regionais. A
entrada da Colossus em Serra Pelada
é um marco na história da região, não
apenas por causa da futura extração
de ouro, platina e paládio, mas também
pela contribuição para a restauração da
cidadania destas milhares de pessoas”,
afirmou Celaro.
Por sua vez a Eldorado Gold, sediada
em Vancouver, investiu em seu mais significante prospecto de ouro em julho de
2010, com a aquisição de Brazauro Resources Corp. “Esta transação confirma
nosso comprometimento com a exploração e o desenvolvimento do projeto Tocantinzinho, no estado do Pará, e nos dá
dois contratos de opções em Água Branca e Piranhas, projetos em processos
iniciais de exploração”, afirmou Lincoln
da Silva, diretor da Eldorado. “O projeto
Tocantinzinho é um depósito de granito
hospedado que contém 2,1 milhões de
onças de ouro. Já a Água Branca, localizada a aproximadamente 25 km ao sul
de Tocantinzinho, 2.000 m de perfuração
de diamante será concluída para testar
anomalias de ouro relatadas pelo levantamento geoquímico do solo. A área do
projeto Piranhas tem um anomalia forte
de ouro em solo e extensas áreas de
garimpo, localizados a aproximadamente
15 km ao oeste de Tocantinzinho. Se a
Eldorado obtiver resultados positivos do
projeto Tocantinzinho, podemos começar
o estudo de pré-viabilidade, que deve ser
finalizado em janeiro de 2011, e o estudo
de viabilidade concluído em julho 2011.
Os estudos ambientais também deve ser
finalizados em setembro de 2011, então
até o final do próximo ano ou no início de
2012 poderemos decidir se vamos realizar
a construção e começar a produção”.
Com as crescentes pressões macroeconômicas sobre o preço do ouro, o
aumento do interesse internacional nas
reservas de ouro do Brasil não é nenhu26
ma surpresa . A diferença entre o volume
de produção e as reservas torna o país
extremamente atraente na perspectiva de
ouro e o desenvolvimento de minas.
Bauxita/ Alumina
Dada a natureza de longo prazo dos
contratos para o fornecimento de bauxita e alumina, as flutuações na produção
brasileira têm sido relativamente suaves
ao longo da última década, com uma
produção que cresceu onstantemente
desde 135 milhões de toneladas métricas
em 2000 para 205 milhões de toneladas
métricas em 2010. Os preços sofreram
oscilações com picos de US$ 35/tonelada em 2008 e baixas de US$ 25/tonelada em 2010. Para 2010, a previsão é de
exportação de 5,9 milhões de toneladas
métricas de bauxita brasileira.
Com reservas de bauxita de 3,8 bilhões de toneladas métricas fora de um
total mundial de 34 bilhões de toneladas
métricas, o Brasil ocupa a quinta colocação a nível mundial, atrás da Austrália,
Guiné-Conakry, Vietnã e Jamaica, com
pouco mais de 11% do total global. Em
relação à produção mundial, o Brasil é
atualmente o terceiro maior produtor
mundial de bauxita, representando 14%
do total global. O estado do Pará domina
a produção no país com 85% do total,
sendo o restante produzido no estado de
Minas Gerais . A Mineração Rio do Norte
representa 68% da bauxita brasileira,
seguida pela Norsk Hydro e a Votorantim
- com 12% e 8% respectivamente. Em
maio de 2010, a produtora de alumínio
com base norueguesa Norsk Hydro adquiriu todas as atividades de bauxita
e alumínio da Vale, numa transição de
US$ 4,9 bilhões, o maior investimento
estrangeiro direto do ano na indústria de
bauxita e alumina do Brasil.
A Mineração Rio do Norte (MRN) é um
consórcio dos maiores produtores de
bauxita que opera fora do município de
Oriximiná no estado do Pará e domina
esmagadoramente a produção de bauxita no Brasil. Com os acionistas-chave,
como a Norsk Hydro, a Alcoa, Rio Tinto,
Votorantim e BHP Billiton, a empresa tem
perícia de classe mundial dentro de uma
região que figura entre as uma mais
geograficamente desafiadoras para a
operação mineradora do mundo. Penetrado na Floresta Amazônica, o serviço
de operações da MRN tem seu próprio
aeroporto, infra-estrutura ferroviária e
portuária.
Fundada em 1974, a MRN tem trabalhado duro para integrar as operações da
empresa com o desenvolvimento sustentável das comunidades locais, investindo
em iniciativas de reflorestamento generalizada e no Programa Qualidade de Vida
(PQV), que visa aumentar a normas de
saúde e educação para as comunidades
do Noroeste do estado do Pará.
O projeto Jurití da Alcoa é o maior
investimento recente na produção de
bauxita no Brasil. “A Juruti começou
a produção em 2009 e, depois de um
ano, temosuma taxa anual aproximada
de três milhões de toneladas métricas e
manteremos esse nível num futuro previsível. Toda nossa produção de bauxita é
enviada para a nossa refinaria no Porto
de São Luiz, no estado do Maranhão. A
infra-estrutura que temos comporta um
crescimento significativo, mas vamos a
estabilizar a produção entre 3 e 3,5 milhões de toneladas métricas de bauxita
por ano”, disse o presidente da Alcoa do
Brasil, Franklin Feder.
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
Estanho
Os preços do estanho têm aumentado significativamente ao longo da última década,
de US$ 5.429 dólares por tonelada métrica
em 2001, para US$ 26.700 dólares por
tonelada métrica em 2010. Apesar desse
aumento de preços acentuado, a produção
brasileira manteve-se relativamente estável
durante o mesmo período, com média de
aproximadamente 300.000 toneladas métricas / ano. As reservas de estanho do Brasil
respondem por 11% do total mundial, colocando o país como quinto em termos de
sua participação nas reservas mundiais. Os
principais estados brasileiros produtores
de estanho são Amazonas e Rondônia,
responsáveis respectivamente por 60% e
40% da produção nacional total.
A Mineração Taboca é a principal produtora de estanho do Brasil e sua principal
operação é a mina Pitinga, no Amazonas.
Recentemente, a Pitanga vivenciou uma
queda de escala de produção ja que a empresa visa modernizar as suas operações,
alavancando os estoques de capital da
empresa de volta aos padrões ideais. . “A
mina de Pitinga iniciou seu desenvolvimento na década de 1960, mas a produção de
estanho começou vários anos mais tarde”,
contou o presidente da Mineração Taboca,
João Luiz Serafim da Silva. “Em 1980, a
empresa foi vendida pelos fundadores
para um grupo de investidores liderado
por fundos de investimento e em 2008, um
grupo familiar peruano comprou a mina
Pitinga do Paranapanema. Em decorrência de decisões tomadas no passado, a
empresa tem vários problemas relativos a
bens e a manutenção, como o mau estado
dos equipamentos. Em 2009, decidimos
reduzir a produção, produzindo apeans
de rejeitos e dando um passo retroativo
para que pudéssemos renovar nossos equipamentos e modernizar a operação – o
que leva um tempo. Esperamos retomar
a produção da mina de pedra dura a todo
vapor em 2012 e aumentar a produção em
cinco vezes nos próximos anos. Pitinga é
o principal projeto da Mineração Taboca no
Brasil para os próximos anos.Nós produzimos vários minerais na mina, mas focamos
principalmente no estanho e numa liga de
nióbio e tântalo.”
Zinco
Operações mineiras em regiões remotas são muito comuns no Brasil. (Foto cortesia da Alcoa)
Seguindo uma queda significativa em
2008, resultante da crise financeira mundial, os preços do zinco se recuperaram da
baixa de 2008 de US$ 1.090 por tonelada e
se estabilizaram em US$ 2.350 dólares por
tonelada em 2010. As seis milhões de toneladas métricas de reservas brasileiras de
zinco representam cerca de 3% das reservas mundiais totais. China e Austrália possuem as maiores reservas mundiais, com
respectivamente 16,5% e 10,5% do total.
27
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
Classificado como o 12 º maior produtor mundial de zinco, o Brasil tem uma
produção de 175.000 toneladas métricas
de concentrado em 2010, representando
1,5% da produção mundial total. Minas
Gerais é praticamente a única região
produtora de zinco no Brasil, ocupando
88% das reservas totais do país.
Através da CIA Mineira de Metais, sua
subsidiária integra, o conglomerado Votorantim é a única produtora de zinco
do Brasil, “A Votorantim Metais é a maior
produtora de zinco da América Latina e
está entre as três maiores do mundo. Em
2010, a sua capacidade produtiva alcançou 706 mil toneladas métricas/ ano”,
ressaltou João Bosco da Silva, presidente da Votorantim.
“O trabalho com o zinco começou
em 1956, com a criação da unidade de
negócios Mineira Minerals Co., em Três
Marias, em Minas Gerais. Em 2002, a
Votorantim adquiriu a Paraibuna Metais
Co., localizada em Juiz de Fora, também
no estado mineiro. Já em 2004, a empresa assumiu o controle de sua primeira
unidade fora do Brasil. A aquisição da
refinaria de zinco Cajamarquilla, no Peru,
foi um reflexo de uma nova estratégia de
crescimento para o grupo, que pretende
aumentar suas atividades na América Latina. No Peru, temos um total de US$ 15
bilhões e participação em uma empresa
peruana de mineração denominada Milpo Minerals Co., a quarta maior mineradora de zinco no Peru, que controlamos
totalmente. E com um investimento de
US$ 500 milhões, o projeto da Votorantim Caquamarquilla no Peru acaba de
ser expandido”, citou Silva.
Níquel
A volatilidade tem sido comum nos
preços do níquel nos últimos cinco anos,
atingindo um máximo de US$ 33.500
por tonelada em 2006 antes da recente
queda para US$ 11.000 por tonelada em
2008. Atualmente os preços estão mais
estáveis a uma média de US$ 24.105 por
tonelada em 2010. Com nove milhões de
toneladas métricas de reservas de níquel,
o Brasil representa 6,6% do total global
de 144 milhões de toneladas métricas.
A produção anual do país foi de 74.000
toneladas métricas em 2010, o que classifica o Brasil como 10 ª na produção
mundial de níquel. Os principais estados
brasileiros produtores do minério são Bahia, Goiás e Minas Gerais, respondendo
respectivamente por 46%, 42% e 12% da
produção total.
A produção de níquel no Brasil é dominada pela Votorantim e pela Anglo American, que representam cerca de 60% e
40% respectivamente do total do país. No
entanto, com novos investimentos de empresas como Vale e Mirabella, acredita-se
que a produção de níquel do Brasil chegue a 200.000 toneladas métricas por ano
até o final de 2011. “A Votorantim Metais
é a maior empresa brasileira produtora de
níquel e única empresa latino-americana
de níquel eletrolítico, com capacidade de
44.000 toneladas métricas por ano”, enfatizou João Bosco Silva. “Esta unidade
iniciou suas operações em 1981. Sua
área de mineração se situa em Niquelândia (GO), onde o níquel laterita é extraído
e carbonato de níquel é produzido. Esses
produtos abastecem uma usina metalúr-
Mina de Níquel do Barro Alto da Anglo American (Foto cortesia da Anglo American)
28
gica localizada no bairro de São Miguel
Paulista, em São Paulo. Esta unidade
produz níquel eletrolítico e cobalto e, em
Fortaleza de Minas, a Votorantim Metais
produz níquel para o mercado internacional”, disse o presidente da empresa.
A Votorantim recentemente investiu em
melhoramentos na fábrica da empresa
em Niquelândia, a fim de aumentar a
produção de 27.000 para 37.000 toneladas métricas por ano.
O projeto Codemim, da Anglo American, está em operação desde 1982 e atualmente produz cerca de 9.500 toneladas
métricas de níquel por ano. A empresa está
investindo ainda US$ 1,5 bilhão em seu
outro projeto, Barro Alto, com vista para
aumentar significativamente a produção
de níquel da empresa em geral. “O Barro
Alto está localizada no estado de Goiás, a
cerca de 170 km de operação de níquel já
existente, Codemin”, detalhou Walter De
Simoni, CEO de negócios de níquel da
Anglo American. “O projeto foi aprovado
em dezembro de 2006 e tem previsão de
entrar em produção no primeiro trimestre
de 2011. A produção média durante a
vida de 32 anos da mina será de 36.000
toneladas por ano de níquel. Uma vez em
produção plena, a operação deverá estar na metade inferior da curva de custos
em dinheiro e irá mais do que dobrar a
produção de níquel da Anglo American. A
empresa irá concluir o estudo conceitual
a partir de meados de 2011 para o projeto Jacaré no estado do Pará, e depois
disso os estudos de pré-viabilidade e viabilidade. A demanda esperada de níquel
é de um taxa composta de crescimento
anual de 5% até 2015. A Anglo American
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
realiza também o estudo de viabilidade do
projeto de níquel Morro Sem Osso. Até
2011, a companhia estará produzindo mais
de 60.000 toneladas de níquel.
A recente aquisição da Vale da grande
produtora canadense de níquel Inco colocou a empresa na segunda colocação entre
as maiores empresa mundiais produtoras
de níquel, atrás somente da companhia
russa Norilsk. A Vale iniciou um programa
de investimento de crescimento orgânico
em sua capacidade de produção de níquel
no Brasil. O projeto Onça Puma, representa
um investimento total de US$ 2,3 bilhões e
é esperado que tenha uma produção anual
de 58 mil toneladas métricas por ano uma
vez que entrar em linha, no primeiro trimestre de 2011.
Mirabela é um integrante relativamente
novo na indústria de mineração do Brasil,
concorrendo inicialmente para o projeto de
Santa Rita na Bahia em 2005. “O projeto
de Santa Rita foi descoberto em 2004 pela
CBPM, depois do qual um concurso foi iniciaod e, posteriormente, ganho pela Mirabela. Santa Rita é um projeto recorde no que
se refere ao seu tempo entre sua descoberta e a primeira produção de níquel - de apenas cinco anos, em comparaçãoao prazo
normal de 10 anos”, comparou Luiz Nepomuceno, diretor da Mirabela. “E é importante levar em consideração que a Mirabela
teve ainda que lidar com as perturbações
causadas pela crise financeira mundial durante o período de desenvolvimento. Acho
que o ponto principal foi a eficiência com
a qual fomos capazes de trabalhar com o
governo na obtenção de licenças ambientais e a conclusão de estudos – isso foi um
grande fator que contribuiu para o sucesso
do desenvolvimento do nosso projeto.
“A Mirabela tem a flexibilidade de fazer as
coisas funcionarem rapidamente. A mina de
Santa Rita é a maior mina de níquel sulfatado do Brasil, e a segunda maior mina de
níquel a céu aberto nas Américas, atrás da
Inco, do Canadá, por isso estamos obviamente muito empolgados para alcançar o
potencial total desse depósito”, comemorou
Nepomuceno. “Atualmente, a mina de Santa Rita é destinada a produzir cerca de 10
mil toneladas métricas de concentrado de
níquel em 2010. Esperamos que a mina
atinja uma produção total entre 23 mil a 25
mil toneladas métricas de concentrado de
níquel em uma base anual ao final de 2011.
O fato de que o projeto Santa Rita foi colocado em produção em cinco anos demonstra
que o Brasil tem um ambiente muito bom
para o desenvolvimento das atividades de
mineração. Licenças ambientais e de construção são fundamentais para qualquer
projeto de mineração no Brasil e todos têm
que trabalhar de acordo com estes, além
de ter o apoio do governo ao realizar esses
planos. Na nossa experiência, o governo
do estado da Bahia é uma entidade muito
amigável com que trabalhar”, afirmou.
29
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
Classificado como o 12 º maior produtor mundial de zinco, o Brasil tem uma
produção de 175.000 toneladas métricas
de concentrado em 2010, representando
1,5% da produção mundial total. Minas
Gerais é praticamente a única região
produtora de zinco no Brasil, ocupando
88% das reservas totais do país.
Através da CIA Mineira de Metais, sua
subsidiária integra, o conglomerado Votorantim é a única produtora de zinco
do Brasil, “A Votorantim Metais é a maior
produtora de zinco da América Latina e
está entre as três maiores do mundo. Em
2010, a sua capacidade produtiva alcançou 706 mil toneladas métricas/ ano”,
ressaltou João Bosco da Silva, presidente da Votorantim.
“O trabalho com o zinco começou
em 1956, com a criação da unidade de
negócios Mineira Minerals Co., em Três
Marias, em Minas Gerais. Em 2002, a
Votorantim adquiriu a Paraibuna Metais
Co., localizada em Juiz de Fora, também
no estado mineiro. Já em 2004, a empresa assumiu o controle de sua primeira
unidade fora do Brasil. A aquisição da
refinaria de zinco Cajamarquilla, no Peru,
foi um reflexo de uma nova estratégia de
crescimento para o grupo, que pretende
aumentar suas atividades na América Latina. No Peru, temos um total de US$ 15
bilhões e participação em uma empresa
peruana de mineração denominada Milpo Minerals Co., a quarta maior mineradora de zinco no Peru, que controlamos
totalmente. E com um investimento de
US$ 500 milhões, o projeto da Votorantim Caquamarquilla no Peru acaba de
ser expandido”, citou Silva.
Níquel
A volatilidade tem sido comum nos
preços do níquel nos últimos cinco anos,
atingindo um máximo de US$ 33.500
por tonelada em 2006 antes da recente
queda para US$ 11.000 por tonelada em
2008. Atualmente os preços estão mais
estáveis a uma média de US$ 24.105 por
tonelada em 2010. Com nove milhões de
toneladas métricas de reservas de níquel,
o Brasil representa 6,6% do total global
de 144 milhões de toneladas métricas.
A produção anual do país foi de 74.000
toneladas métricas em 2010, o que classifica o Brasil como 10 ª na produção
mundial de níquel. Os principais estados
brasileiros produtores do minério são Bahia, Goiás e Minas Gerais, respondendo
respectivamente por 46%, 42% e 12% da
produção total.
A produção de níquel no Brasil é dominada pela Votorantim e pela Anglo American, que representam cerca de 60% e
40% respectivamente do total do país. No
entanto, com novos investimentos de empresas como Vale e Mirabella, acredita-se
que a produção de níquel do Brasil chegue a 200.000 toneladas métricas por ano
até o final de 2011. “A Votorantim Metais
é a maior empresa brasileira produtora de
níquel e única empresa latino-americana
de níquel eletrolítico, com capacidade de
44.000 toneladas métricas por ano”, enfatizou João Bosco Silva. “Esta unidade
iniciou suas operações em 1981. Sua
área de mineração se situa em Niquelândia (GO), onde o níquel laterita é extraído
e carbonato de níquel é produzido. Esses
produtos abastecem uma usina metalúr-
Mina de Níquel do Barro Alto da Anglo American (Foto cortesia da Anglo American)
28
gica localizada no bairro de São Miguel
Paulista, em São Paulo. Esta unidade
produz níquel eletrolítico e cobalto e, em
Fortaleza de Minas, a Votorantim Metais
produz níquel para o mercado internacional”, disse o presidente da empresa.
A Votorantim recentemente investiu em
melhoramentos na fábrica da empresa
em Niquelândia, a fim de aumentar a
produção de 27.000 para 37.000 toneladas métricas por ano.
O projeto Codemim, da Anglo American, está em operação desde 1982 e atualmente produz cerca de 9.500 toneladas
métricas de níquel por ano. A empresa está
investindo ainda US$ 1,5 bilhão em seu
outro projeto, Barro Alto, com vista para
aumentar significativamente a produção
de níquel da empresa em geral. “O Barro
Alto está localizada no estado de Goiás, a
cerca de 170 km de operação de níquel já
existente, Codemin”, detalhou Walter De
Simoni, CEO de negócios de níquel da
Anglo American. “O projeto foi aprovado
em dezembro de 2006 e tem previsão de
entrar em produção no primeiro trimestre
de 2011. A produção média durante a
vida de 32 anos da mina será de 36.000
toneladas por ano de níquel. Uma vez em
produção plena, a operação deverá estar na metade inferior da curva de custos
em dinheiro e irá mais do que dobrar a
produção de níquel da Anglo American. A
empresa irá concluir o estudo conceitual
a partir de meados de 2011 para o projeto Jacaré no estado do Pará, e depois
disso os estudos de pré-viabilidade e viabilidade. A demanda esperada de níquel
é de um taxa composta de crescimento
anual de 5% até 2015. A Anglo American
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
realiza também o estudo de viabilidade do
projeto de níquel Morro Sem Osso. Até
2011, a companhia estará produzindo mais
de 60.000 toneladas de níquel.
A recente aquisição da Vale da grande
produtora canadense de níquel Inco colocou a empresa na segunda colocação entre
as maiores empresa mundiais produtoras
de níquel, atrás somente da companhia
russa Norilsk. A Vale iniciou um programa
de investimento de crescimento orgânico
em sua capacidade de produção de níquel
no Brasil. O projeto Onça Puma, representa
um investimento total de US$ 2,3 bilhões e
é esperado que tenha uma produção anual
de 58 mil toneladas métricas por ano uma
vez que entrar em linha, no primeiro trimestre de 2011.
Mirabela é um integrante relativamente
novo na indústria de mineração do Brasil,
concorrendo inicialmente para o projeto de
Santa Rita na Bahia em 2005. “O projeto
de Santa Rita foi descoberto em 2004 pela
CBPM, depois do qual um concurso foi iniciaod e, posteriormente, ganho pela Mirabela. Santa Rita é um projeto recorde no que
se refere ao seu tempo entre sua descoberta e a primeira produção de níquel - de apenas cinco anos, em comparaçãoao prazo
normal de 10 anos”, comparou Luiz Nepomuceno, diretor da Mirabela. “E é importante levar em consideração que a Mirabela
teve ainda que lidar com as perturbações
causadas pela crise financeira mundial durante o período de desenvolvimento. Acho
que o ponto principal foi a eficiência com
a qual fomos capazes de trabalhar com o
governo na obtenção de licenças ambientais e a conclusão de estudos – isso foi um
grande fator que contribuiu para o sucesso
do desenvolvimento do nosso projeto.
“A Mirabela tem a flexibilidade de fazer as
coisas funcionarem rapidamente. A mina de
Santa Rita é a maior mina de níquel sulfatado do Brasil, e a segunda maior mina de
níquel a céu aberto nas Américas, atrás da
Inco, do Canadá, por isso estamos obviamente muito empolgados para alcançar o
potencial total desse depósito”, comemorou
Nepomuceno. “Atualmente, a mina de Santa Rita é destinada a produzir cerca de 10
mil toneladas métricas de concentrado de
níquel em 2010. Esperamos que a mina
atinja uma produção total entre 23 mil a 25
mil toneladas métricas de concentrado de
níquel em uma base anual ao final de 2011.
O fato de que o projeto Santa Rita foi colocado em produção em cinco anos demonstra
que o Brasil tem um ambiente muito bom
para o desenvolvimento das atividades de
mineração. Licenças ambientais e de construção são fundamentais para qualquer
projeto de mineração no Brasil e todos têm
que trabalhar de acordo com estes, além
de ter o apoio do governo ao realizar esses
planos. Na nossa experiência, o governo
do estado da Bahia é uma entidade muito
amigável com que trabalhar”, afirmou.
29
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
Nióbio
Urânio
O preço do urânio aumentou sete vezes na última década, saltando de US$ 7/lb em 2000 para US$ 48/lb em 2010. As reservas
brasileiras de urânio estão em sétimo lugar mundial, com 310
mil toneladas métricas, contabilizando 7% do total global. Com
uma produção de 390 milhões de toneladas métricas em 2010,
o Brasil é classificado como o 12o maior produtor do mundo,
atrás de potências internacionais de urânio como o Cazaquistão
e o Canadá. Atualmente a demanda mundial de urânio é de
67 mil toneladas métricas por ano, número que deve duplicar
até 2030. A indústria brasileira de urânio é um monopólio sob o
30
controle da INB, as Indústrias Nucleares do Brasil. “O Brasil tem
o sétimo maior depósito de urânio do mundo, apesar do fato
de que apenas 30% do território brasileiro tem sido explorado”,
disse o presidente da INB, Alfredo Tranjan. “Há 310 mil toneladas métricas de reservas conhecidas, além das prováveis 300
mil toneladas métricas que acreditamos existir em dois depósitos nos estados do Pará e do Amazonas. E, dadas as semelhanças de solo e terreno brasileiros dos da Austrália, por exemplo,
há possíveis 500 mil toneladas adicionais de minério de urânio
que poderão ser exploradas. Estamos contabilizando um total
de aproximadamente 1,1 milhões de toneladas métricas, o que
seguramente colocaria o Brasil como segunda ou terceira maior
reserva de urânio do mundo. “Estamos focando nas oportunidades oferecidas pelo comércio internacional, uma vez que a
produção brasileira supera as necessidades da população local. Um dos exemplos mais significativos é talvez o modelo de
exploração que ja iniciamos com a Galvani Mineração, um dos
maiores produtores de fosfato, de quem compramos o urânio
criado como subproduto a partir da escavação de fosfato, que,
de outra forma, não seria utilizado”, citou Tranjan.
“Hoje o Brasil está ficando rico através da inovação tecnológica, e nós possuímos a tecnologia para todas as etapas da
produção de energia nuclear. O problema é que o uso do urânio
como combustível tem uma vida útil limitada, e eventualmente
será substituído – até porque novas tecnologias criam outras
fontes de energia mais viáveis. Do ponto de vista brasileiro , se
essa mudança acontecer antes de todo o urânio do país ter sido
explorado, teremos perdido uma grande oportunidade. É importante, então, aumentarmos a exploração e produção o mais
rápido possível, de modo que o fim da necessidade de urânio
coincida com o fim do urânio brasileiro explorável”, constatou
Tranjan. “O principal obstáculo para o crescimento da INB é a
convicção política que o Brasil não produz quantidade suficiente
de urânio para satisfazer a demanda nacional. Essa idéia deve
ser superada, ja que o Brasil domina o ciclo de produção, o que
poucos países fazem internacionalmente, e nós produzimos
mais urânio do que o suficiente para atender às nossas crescentes demandas nacionais. Queremos que a INB seja capaz de
exportar seu produto, estamos pensando em entrar no mercado
internacional de exportação nos próximos quatro anos, seja durante a exploração ou durante diferentes fases de produção. No
que se refere aourânio estej as Reservas da América Latina são
as reservas brasileiras e há um grande interesse na parte do
MERCOSUL para criar uma certa integração continental baseada numa estratégia de criar parcerias mutuamente benéficas”
explicou Tranjan.
Desde mina Chapada a Yamana vende concentrado de cobre para Hindalco (Índia) e Atlantic Copper (Espanha),
como também para Trafigura, Louis Dreyfus e Paranapanema no mercado doméstico. (Foto cortesia da Yamana Gold)
concorrentes considerados em conjunto. A CBMM é também proprietária
do maior depósito mundial de pirocloro,
o mineral mais importante para a extração e produção de nióbio. Esta mina
se localiza em Araxá, em Minas Gerais
(Brasil), e é operada a céu aberto, sem
muita necessidade de perfuração ou de
explosivos e sua produção fornece entre 65% e 70% da demanda mundial por
produtos de nióbio.
Potássio e Fosfato
Os preços de potássio mais do que duplicaram nos últimos anos, aumentando
de US$ 144 por tonelada métricaem 2004
para US$ 374 por tonelada métricaem
2010. O Brasil ocupa a sétima posição
em termos de reservas totais de potássio, com 284,7 milhões de toneladas
representando 1,6% do total das reservas mundiais. A produção de potássio
adc/feeling
Operação mineral no em Juiz de Fora (Foto cortesia da Votorantim)
Ao longo da última década os preços
do nióbio quase dobraram, passando
de US$ 13.197 por tonelada em 2001
para US$ 23.091 dólares por tonelada
em 2010. Os 5,2 milhões de toneladas
métricasde nióbio do Brasil representam
mais de 90% do total global conhecidos
- 5,7 milhões de toneladas métricas ao
todo. Dados os números acima, o Brasil
domina a produção mundial de nióbio,
contabilizando 80 mil das 83 mil toneladas métricas produzidas em 2010. Do
outro lado está a China, o maior produtor mundial de aço, e conseqüentemente
o maior consumidor de nióbio.
No Brasil, as principais regiões produtoras de nióbio são Minas Gerais, Goiás
e Amazonas, cada uma com respectivamente 57%, 42% e 1% da produção
nacional. Três empresas controlam o
sub-setor produtivo de nióbio brasileiro
com eficácia: a Companhia Brasileira de
Metalurgia e Mineração (CBMM) respondeu em 2010 por 60% da produção, enquanto a Anglo American 21% e a Mineração Taboca 12%.
A CBMM, empresa predominantemente familiar do estado de Minas
Gerais com pequena participação da
companhia americana Unocal , vende
mais nióbio e produtos derivados do
nióbio do que todo o restante dos seus
31
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
Nióbio
Urânio
O preço do urânio aumentou sete vezes na última década, saltando de US$ 7/lb em 2000 para US$ 48/lb em 2010. As reservas
brasileiras de urânio estão em sétimo lugar mundial, com 310
mil toneladas métricas, contabilizando 7% do total global. Com
uma produção de 390 milhões de toneladas métricas em 2010,
o Brasil é classificado como o 12o maior produtor do mundo,
atrás de potências internacionais de urânio como o Cazaquistão
e o Canadá. Atualmente a demanda mundial de urânio é de
67 mil toneladas métricas por ano, número que deve duplicar
até 2030. A indústria brasileira de urânio é um monopólio sob o
30
controle da INB, as Indústrias Nucleares do Brasil. “O Brasil tem
o sétimo maior depósito de urânio do mundo, apesar do fato
de que apenas 30% do território brasileiro tem sido explorado”,
disse o presidente da INB, Alfredo Tranjan. “Há 310 mil toneladas métricas de reservas conhecidas, além das prováveis 300
mil toneladas métricas que acreditamos existir em dois depósitos nos estados do Pará e do Amazonas. E, dadas as semelhanças de solo e terreno brasileiros dos da Austrália, por exemplo,
há possíveis 500 mil toneladas adicionais de minério de urânio
que poderão ser exploradas. Estamos contabilizando um total
de aproximadamente 1,1 milhões de toneladas métricas, o que
seguramente colocaria o Brasil como segunda ou terceira maior
reserva de urânio do mundo. “Estamos focando nas oportunidades oferecidas pelo comércio internacional, uma vez que a
produção brasileira supera as necessidades da população local. Um dos exemplos mais significativos é talvez o modelo de
exploração que ja iniciamos com a Galvani Mineração, um dos
maiores produtores de fosfato, de quem compramos o urânio
criado como subproduto a partir da escavação de fosfato, que,
de outra forma, não seria utilizado”, citou Tranjan.
“Hoje o Brasil está ficando rico através da inovação tecnológica, e nós possuímos a tecnologia para todas as etapas da
produção de energia nuclear. O problema é que o uso do urânio
como combustível tem uma vida útil limitada, e eventualmente
será substituído – até porque novas tecnologias criam outras
fontes de energia mais viáveis. Do ponto de vista brasileiro , se
essa mudança acontecer antes de todo o urânio do país ter sido
explorado, teremos perdido uma grande oportunidade. É importante, então, aumentarmos a exploração e produção o mais
rápido possível, de modo que o fim da necessidade de urânio
coincida com o fim do urânio brasileiro explorável”, constatou
Tranjan. “O principal obstáculo para o crescimento da INB é a
convicção política que o Brasil não produz quantidade suficiente
de urânio para satisfazer a demanda nacional. Essa idéia deve
ser superada, ja que o Brasil domina o ciclo de produção, o que
poucos países fazem internacionalmente, e nós produzimos
mais urânio do que o suficiente para atender às nossas crescentes demandas nacionais. Queremos que a INB seja capaz de
exportar seu produto, estamos pensando em entrar no mercado
internacional de exportação nos próximos quatro anos, seja durante a exploração ou durante diferentes fases de produção. No
que se refere aourânio estej as Reservas da América Latina são
as reservas brasileiras e há um grande interesse na parte do
MERCOSUL para criar uma certa integração continental baseada numa estratégia de criar parcerias mutuamente benéficas”
explicou Tranjan.
Desde mina Chapada a Yamana vende concentrado de cobre para Hindalco (Índia) e Atlantic Copper (Espanha),
como também para Trafigura, Louis Dreyfus e Paranapanema no mercado doméstico. (Foto cortesia da Yamana Gold)
concorrentes considerados em conjunto. A CBMM é também proprietária
do maior depósito mundial de pirocloro,
o mineral mais importante para a extração e produção de nióbio. Esta mina
se localiza em Araxá, em Minas Gerais
(Brasil), e é operada a céu aberto, sem
muita necessidade de perfuração ou de
explosivos e sua produção fornece entre 65% e 70% da demanda mundial por
produtos de nióbio.
Potássio e Fosfato
Os preços de potássio mais do que duplicaram nos últimos anos, aumentando
de US$ 144 por tonelada métricaem 2004
para US$ 374 por tonelada métricaem
2010. O Brasil ocupa a sétima posição
em termos de reservas totais de potássio, com 284,7 milhões de toneladas
representando 1,6% do total das reservas mundiais. A produção de potássio
adc/feeling
Operação mineral no em Juiz de Fora (Foto cortesia da Votorantim)
Ao longo da última década os preços
do nióbio quase dobraram, passando
de US$ 13.197 por tonelada em 2001
para US$ 23.091 dólares por tonelada
em 2010. Os 5,2 milhões de toneladas
métricasde nióbio do Brasil representam
mais de 90% do total global conhecidos
- 5,7 milhões de toneladas métricas ao
todo. Dados os números acima, o Brasil
domina a produção mundial de nióbio,
contabilizando 80 mil das 83 mil toneladas métricas produzidas em 2010. Do
outro lado está a China, o maior produtor mundial de aço, e conseqüentemente
o maior consumidor de nióbio.
No Brasil, as principais regiões produtoras de nióbio são Minas Gerais, Goiás
e Amazonas, cada uma com respectivamente 57%, 42% e 1% da produção
nacional. Três empresas controlam o
sub-setor produtivo de nióbio brasileiro
com eficácia: a Companhia Brasileira de
Metalurgia e Mineração (CBMM) respondeu em 2010 por 60% da produção, enquanto a Anglo American 21% e a Mineração Taboca 12%.
A CBMM, empresa predominantemente familiar do estado de Minas
Gerais com pequena participação da
companhia americana Unocal , vende
mais nióbio e produtos derivados do
nióbio do que todo o restante dos seus
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UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
As operações de ouro da AngloGold Ashanti estão destinados a crescer significativamente no Brasil
(Foto cortesia da AngloGold Ashanti)
no Brasil respondeu por cerca de 500 mil
toneladas métricas em 2010, colocando o
país na nona posição entre os produtores
do mundo.
Os preços mundiais do fosfato se estabilizaram um pouco em relação a picos
de US$ 192 por tonelada métrica(em
2008) e baixas de US$ 95 por tonelada
métrica (em 2010). Com 319 milhões de
toneladas métrica dereserva de rocha
fosfática, o Brasil é classificado na 12 ª
posição mundial, respondendo por 0,6%
das reservas totais. A produção brasileira
de fosfato de rocha foi responsável por
seis milhões de toneladas em 2010, posicionando o país na sexta posição com
4,3% da produção mundial total.
dComo um dos líderes mundiais de
produtos agrícolas desdo gado ao café,
o Brasil esta bem posicionado como
uma das principais forças de mudanças
no mercado global de fertilizantes. Apesar da força do Brasil em reservas de
fosfato e potássio, o país ainda depende
das importações de insumos para fertilizantes nas indústrias agrícolas.
Esta realidade não passou despercebida pela Vale, que fez grandes avanços
estratégicos para a indústria de fertilizantes em 2010, com aquisições de importantes produtores como a Bunge e
a Fosfertil. A preocupação estratégica
com a produção de matérias-primas
de fertilizantes e o estabelecimento da
Vale Fertilizantes enfatiza as ambições
estratégicas da empresa para a diversificação dentro do setor de crescente
importância.
“Na seqüência da privatização da
Vale, em 1997, a empresa teve uma
política específica de diversificação. A
Vale opera uma mina de potássio no
Brasil desde 1992 e com o desenvolvimento da mina de fosfato no Peru, nós
estabelecemos uma plataforma sólida
para o crescimento sustentado por excelentes fundamentos na indústria de
fertilizantes”, disse Rubens Fernandes,
diretor de Operações da Vale Fertilizante.
“Esta é uma área onde a Vale está trabalhando para atingir uma massa crítica.
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
O Brasil tem uma enorme demanda por
fertilizantes, com duas colheitas anuais, a abundância de terras aráveis e as
condições favoráveis do país para a agricultura. O mercado de fertilizantes também tem um ciclo muito diferente comparado com o minério de ferro ou metais
de base. Os fertilizantes são relacionadas à alimentação, enquanto os metais
são ligados à indústria pesada. Como
resultado, o nosso risco é minimizado
quando você considera as flutuações
dos ciclos econômicos – o que inclusive
levou a Vale para adquirir a Bunge e a
Fosfertil. A Vale não tem interesse na
produção de fertilizantes como tal, o interesse da empresa é o fornecimento da
matéria-prima para as indústrias. Vamos
ir tão longe como a produção de MAP,
TSP ou SSP, que são os fertilizantes
básicos para a liquidificadores; mas não
queremos nos tornar um liquidificador”,
exemplificou Fernandes.
“A Vale também tem operações de
fertilizantes no Peru, na Argentina e em
Moçambique e, daqui a cinco anos, a
Vale Fertilizantes espera ser uma das
três maiores empresas no ramo. Nosso
objetivo é produzir 12 milhões de toneladas métricas de potássio por ano e 16
milhões de toneladas métricas de rocha
fosfática por ano O minério de ferro será
sempre o principal negócio da Vale, no
entanto nós realmente acreditamos que
os fertilizantes serão o segundo maior
produto da Vale no futuro próximo”, previu o diretor.
Cobre
Apesar de uma queda no preço do cobre
durante o período mais grave da crise
financeira mundial, o valor subiu várias
vezes nos últimos dez anos a partir de
baixas de US$ 1.500 por tonelada métrica em 2001 para altas como US$ 8.400
por tonelada em 2010.
Os 15 milhões de toneladas métrica
de reserva de cobre brasileiras representam 2% do total mundial e a produção de
cobre no país o classifica como décimo
quarto no ranking mundial, tendo produzido 230 mil toneladas métricas em
2010. Os principais estados do Brasil
produtoras de cobre são Pará, Bahia e
Goiás, que representam respectivamente
60%, 20% e 20% da produção da nação.
A CVRD iniciou a produção de cobre
em Sossego, perto de Carajás, no norte
do Brasil, em meados de 2004. Atualmente, a empresa tem mais quatro projetos de cobre e acredita que o projeto
Salobo venha a produzir 200 mil toneladas métricas do metal por ano daqui a
30 anos. A Vale domina a produção de
cobre, sendo responsável por 57% da
produção total em 2010, seguido pela
Yamana e Mineração Caraíba, com 25%
e 14% respectivamente, ao longo do
mesmo período.
Não há expectativa para que novas
minas de cobre entrem em operação até
2012 e as minas existentes estão envelhecendo, o que significa que os graus de
minério continuam caindo. Entretanto, o
consumo de cobre continua aumentando num ritmo previsto de 4,6% no mundo todo em 2011. Este crescimento do
uso mundial é em grande parte devido
ao aumento do consumo no Japão, na
Europa, no Brasil, na Índia, na Coréia e
no Taiwan.
De acordo com a associação de metais não-ferrosos, a SINDICEL, o consumo de cobre deverá crescer também
no Brasil. Geraldo Haenel, presidente da
Associação Brasileira do Cobre, prevê
que o crescimento do metal de cobre
vai ser mais forte do que a de derivados
de cobre. Haenel, presidente do grupo
Paranapanema de metais não-ferrosos, acrescentou que a capacidade de
produção de produtos refinados de cobre- fios, cabos e latão – crescem num
ritmo mais lento. Paranapanema é dona
da Caraíba Metais, a única empresa de
fundição de cobre do Brasil.
Entretanto, a construção de obras
para a próxima Copa do Mundo de 2014
e as Olimpíada de 2016 irão ativamente
impulsionar a demanda por produtos de
cobre.
HOW DO YOU UNEARTH SOLUTIONS WITHOUT
GETTING BURIED IN DETAIL?
JUST ASK GOLDER.
Complex orebodies, difficult ground conditions and demanding mining schedules are formidable
enough. Now add water management, environmental and social issues, and you can appreciate why
mining is a challenge. For over 50 years and working on six continents, Golder has developed unique
expertise in open-pit and underground mining. We’ll deliver sound technical solutions that maximise
value and minimise risk, while meeting your obligation to communities, regulators and the environment.
Engineering Earth’s Development, Preserving Earth’s Integrity.
Brazil + 55 31 2121-9800
[email protected]
www.golder.com
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UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
As operações de ouro da AngloGold Ashanti estão destinados a crescer significativamente no Brasil
(Foto cortesia da AngloGold Ashanti)
no Brasil respondeu por cerca de 500 mil
toneladas métricas em 2010, colocando o
país na nona posição entre os produtores
do mundo.
Os preços mundiais do fosfato se estabilizaram um pouco em relação a picos
de US$ 192 por tonelada métrica(em
2008) e baixas de US$ 95 por tonelada
métrica (em 2010). Com 319 milhões de
toneladas métrica dereserva de rocha
fosfática, o Brasil é classificado na 12 ª
posição mundial, respondendo por 0,6%
das reservas totais. A produção brasileira
de fosfato de rocha foi responsável por
seis milhões de toneladas em 2010, posicionando o país na sexta posição com
4,3% da produção mundial total.
dComo um dos líderes mundiais de
produtos agrícolas desdo gado ao café,
o Brasil esta bem posicionado como
uma das principais forças de mudanças
no mercado global de fertilizantes. Apesar da força do Brasil em reservas de
fosfato e potássio, o país ainda depende
das importações de insumos para fertilizantes nas indústrias agrícolas.
Esta realidade não passou despercebida pela Vale, que fez grandes avanços
estratégicos para a indústria de fertilizantes em 2010, com aquisições de importantes produtores como a Bunge e
a Fosfertil. A preocupação estratégica
com a produção de matérias-primas
de fertilizantes e o estabelecimento da
Vale Fertilizantes enfatiza as ambições
estratégicas da empresa para a diversificação dentro do setor de crescente
importância.
“Na seqüência da privatização da
Vale, em 1997, a empresa teve uma
política específica de diversificação. A
Vale opera uma mina de potássio no
Brasil desde 1992 e com o desenvolvimento da mina de fosfato no Peru, nós
estabelecemos uma plataforma sólida
para o crescimento sustentado por excelentes fundamentos na indústria de
fertilizantes”, disse Rubens Fernandes,
diretor de Operações da Vale Fertilizante.
“Esta é uma área onde a Vale está trabalhando para atingir uma massa crítica.
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
O Brasil tem uma enorme demanda por
fertilizantes, com duas colheitas anuais, a abundância de terras aráveis e as
condições favoráveis do país para a agricultura. O mercado de fertilizantes também tem um ciclo muito diferente comparado com o minério de ferro ou metais
de base. Os fertilizantes são relacionadas à alimentação, enquanto os metais
são ligados à indústria pesada. Como
resultado, o nosso risco é minimizado
quando você considera as flutuações
dos ciclos econômicos – o que inclusive
levou a Vale para adquirir a Bunge e a
Fosfertil. A Vale não tem interesse na
produção de fertilizantes como tal, o interesse da empresa é o fornecimento da
matéria-prima para as indústrias. Vamos
ir tão longe como a produção de MAP,
TSP ou SSP, que são os fertilizantes
básicos para a liquidificadores; mas não
queremos nos tornar um liquidificador”,
exemplificou Fernandes.
“A Vale também tem operações de
fertilizantes no Peru, na Argentina e em
Moçambique e, daqui a cinco anos, a
Vale Fertilizantes espera ser uma das
três maiores empresas no ramo. Nosso
objetivo é produzir 12 milhões de toneladas métricas de potássio por ano e 16
milhões de toneladas métricas de rocha
fosfática por ano O minério de ferro será
sempre o principal negócio da Vale, no
entanto nós realmente acreditamos que
os fertilizantes serão o segundo maior
produto da Vale no futuro próximo”, previu o diretor.
Cobre
Apesar de uma queda no preço do cobre
durante o período mais grave da crise
financeira mundial, o valor subiu várias
vezes nos últimos dez anos a partir de
baixas de US$ 1.500 por tonelada métrica em 2001 para altas como US$ 8.400
por tonelada em 2010.
Os 15 milhões de toneladas métrica
de reserva de cobre brasileiras representam 2% do total mundial e a produção de
cobre no país o classifica como décimo
quarto no ranking mundial, tendo produzido 230 mil toneladas métricas em
2010. Os principais estados do Brasil
produtoras de cobre são Pará, Bahia e
Goiás, que representam respectivamente
60%, 20% e 20% da produção da nação.
A CVRD iniciou a produção de cobre
em Sossego, perto de Carajás, no norte
do Brasil, em meados de 2004. Atualmente, a empresa tem mais quatro projetos de cobre e acredita que o projeto
Salobo venha a produzir 200 mil toneladas métricas do metal por ano daqui a
30 anos. A Vale domina a produção de
cobre, sendo responsável por 57% da
produção total em 2010, seguido pela
Yamana e Mineração Caraíba, com 25%
e 14% respectivamente, ao longo do
mesmo período.
Não há expectativa para que novas
minas de cobre entrem em operação até
2012 e as minas existentes estão envelhecendo, o que significa que os graus de
minério continuam caindo. Entretanto, o
consumo de cobre continua aumentando num ritmo previsto de 4,6% no mundo todo em 2011. Este crescimento do
uso mundial é em grande parte devido
ao aumento do consumo no Japão, na
Europa, no Brasil, na Índia, na Coréia e
no Taiwan.
De acordo com a associação de metais não-ferrosos, a SINDICEL, o consumo de cobre deverá crescer também
no Brasil. Geraldo Haenel, presidente da
Associação Brasileira do Cobre, prevê
que o crescimento do metal de cobre
vai ser mais forte do que a de derivados
de cobre. Haenel, presidente do grupo
Paranapanema de metais não-ferrosos, acrescentou que a capacidade de
produção de produtos refinados de cobre- fios, cabos e latão – crescem num
ritmo mais lento. Paranapanema é dona
da Caraíba Metais, a única empresa de
fundição de cobre do Brasil.
Entretanto, a construção de obras
para a próxima Copa do Mundo de 2014
e as Olimpíada de 2016 irão ativamente
impulsionar a demanda por produtos de
cobre.
HOW DO YOU UNEARTH SOLUTIONS WITHOUT
GETTING BURIED IN DETAIL?
JUST ASK GOLDER.
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mining is a challenge. For over 50 years and working on six continents, Golder has developed unique
expertise in open-pit and underground mining. We’ll deliver sound technical solutions that maximise
value and minimise risk, while meeting your obligation to communities, regulators and the environment.
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UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
Serviços Brasileiros e Rede de Fornecedores de
Equipamentos
Os abundantes recursos minerais da nação têm atraído o interesse de
grandes investidores internacionais, mas a falta de infra-estrutura é um
empecilho ao desenvolvimento.
Até a virada do século, o Brasil era
considerado como mercado de pouca
importância pela maioria dos fornecedores de equipamentos de mineração.
Atualmente detentor do status de super
potência na produção de produtos minerais como o ferro, o país é considerado
de importância estratégica vital. “A indústria de mineração do Brasil oferece um
conjunto de profundas oportunidades
que empresas como a Atlas Copco têm
que aproveitar “, afirmou Paulo Almeida,
gerente geral da Atlas Copco.
Segundo à Associação Brasileira de
Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ), a
fabricação de máquinas em geral e o fornecimento de equipamentos para toda
a indústria brasileira gera US$ 80 bilhões
por ano em receitas, 245 mil empregos e
quatro mil empresas.
A perspectiva positiva da indústria de
mineração do Brasil gera uma excelente
motivação para uma maior expansão
no fornecimento de equipamento especializado, tanto de empresas nacionais
quanto de internacionais. “Eu acredito
que o PIB brasileiro vá crescer cerca
de 10% a 11% no próximo ano”, disse
Aurélio De Paula, presidente da Majes-
tic, fabricante de médio porte. “Temos
atualmente uma economia muito estável,
uma população crescente de consumo,
bem como fortes bases de industria e
de agricultura, além da evidente riqueza
em matérias-primas. Este progresso é a
principal razão pela qual tantas empresas internacionais começaram a se focar
no crescimento brasileiro”.
O Custo Brasil
Atualmente a ecnomia brasileira está
classificada como o décimo primeiro mercado produtor de bens de capital, sendo
que há quarenta anos ocupava a quarta
posição. Esta queda pode ser atribuída
em parte à uma tendência geral no mercado brasileiro de bens de capital, cada
vez mais evidente desde 2005: a escolha
pela expansão das importações da Ásia
e o declínio da indústria doméstica no
Brasil. A principal razão para o declínio
nacional é chamado pela ABIMAQ como
o “Custo Brasil”, na qual o Brasil é avaliado como 44% menos competitivo para a
fabricação de bens de capital em comparação aos fornecedores líderes mundiais
comoa Alemanha e os Estados Unidos.
A capacidade de infraestrutura permanece um dos desafios fundamentais para operadores mineiros no Brasil.
(Foto cortesia da Alcoa)
34
A infra-estrutura relativamente sub-desenvolvida do país, que coloca pressões
inflacionárias sobre os custos de insumos em toda a cadeia de suprimentos é
um fator determinante do “Custo Brasil”,
assim como as altas taxas de impostos
e a taxa de câmbio extremamente desfavorável para os produtores nacionais
competirem internacionalmente.
As taxas de empréstimos comercias
dos bancos estatais no Brasil são algumas das mais altas do mundo para uma
economia chave, com exigências de garantia de até 130%. Em suma, o ambiente
de negócios domésticos do Brasil é proibitivo para a fabricação industrial. A ABIMAQ, avalia as importações internacionais da China como sendo 100% mais
competitivas do que suas correspondentes brasileiras.
“As empresas que operam no Brasil
estão progressivamente transferindo a
produção para o exterior, para cortar
custos”, constatou Marcelus Geraldo de
Araujo, presidente da Tecnometal. “As
empresas brasileiras em particular sofrem
concorrência de produtos chineses baratos, que têm a vantagem de uma moeda
artificialmente subvalorizada”, disse.
Apesar do Brasil ter um regime fiscal
muito elevado para importações destinadas ao país, a atual disparidade competitiva que os fabricantes nacionais têm
de suportar está prestes a definir uma
tendência de desindustrialização. Assim
a indústria de minérios está procurando
cada vez mais longe para encontrar os
bens de capital necessarios para o funcionamento da indústria brasileira.
Do ponto de vista de investimento,
esta tendência abre as portas para os
importadores de bens de capital que
querem entrar no vibrante mercado de
mineração brasileiro. Com previsões
positivas para as taxas de crescimento
dentro do setor de mineração no país e
as atuais pressões sobre prazos de entrega, o mercado de mineração brasileiro
apresenta oportunidades extraordinárias
para os investidores internacionais e fornecedores. A força do Real é outro fator
que torna a importação para o mercado
brasileiro ainda mais interessante do
ponto de vista de fontes internacionais.
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
Infra-estrutura e Mão de Obra
Os já conhecidos déficits brasileiros em
infra-estrutura, energia acessível e mão
de obra qualificada continuam a ser os
principais fatores inibindo o crescimento do mercado. “O mercado brasileiro
carece de profissionais de recursos humanos. Como a demanda é muito alta,
há uma forte concorrência para encontrar profissionais qualificados”, confirmou Victor Becattini, gerente regional da
Sandvik. “Para superar isso, nós financiamos projetos de formação para os
nossos funcionários. A falta de infra-estrutura aumenta o preço de importação
de máquinas e os prazos de entrega aos
nossos clientes, problema que também
ocorre com nossos concorrentes”.
É importante, tanto para as empresas
novas e para as já estabelecidas, focar
no investimento sustentável no Brasil a
fim de manter o fornecimento de insumos fundamentais, como profissionais
qualificados, assim como produzir respostas estratégicas e inovadoras em
termos de como superar os desafios de
negócios associados ao transporte e infra-estrutura energética. A indústria de
mineração brasileira está num período
de demanda extraordinariamente elevada para as entradas de capital fixo,
e é vital para as empresas concorrentes
no mercado inovarem de todas as ma-
neiras possíveis, que lhes dará uma vantagem sobre seus homólogos operando
no mercado.
Dante De Matos, gerente no país da
Outotec, empresa relativamente nova no
mercado, enfatiza a opinião da indústria
em relação à mão de obra e a infra-estrutura no Brasil: “O desafio fundamental
é a falta de funcionários bem treinados
e qualificados, devido ao boom da indústria e a conseqüente necessidade de
profissionais treinados. Há uma enorme
demanda por mineradores, metalúrgicos
e engenheiros civis. O Brasil também carece de infra-estrutura e oleodutos para
transporte de pessoas, materiais e mercadorias. Para ser competitivo é preciso
ter bons profissionais, que contribuam
com capacidades de engenharia e técnica.”
Apesar da gama de desafios para
os grandes fornecedores que operam
no mercado de mineração do Brasil, a
indústria continua sendo muito competitiva. Isto se deve em grande parte
à presença de uma cultura de inovação
raramente existente em mercados emergentes. O consenso entre os líderes de
negócios do Brasil é que o ambiente
desafiador tem ajudado a estimular uma
cultura operacional de paciência e capacidade de adaptação e também estimulou algumas empresas líderes mundiais
em termos de design e engenharia.
As normas ambientais brasileiras,
cada vez mais rigorosas, são outra força
motriz para a inovação na engenharia
nacional e indústrias de fabricaçåno.
Fundada em 1994, a fornecedora de
soluções ambientais Enfil está se tornando um jogador cada vez mais reconhecido internacionalmente. Franco
Castellani Tabani, diretor da empresa,
atribui esse sucesso ao investimento
sustentado na investigação e no desenvolvimento. “A tecnologia aplicada aos
sistemas oferecidos pela Enfil é resultado de anos dedicados à pesquisa e desenvolvimento, aplicados a centenas de
sistemas que a empresa prestou a toda
a indústria de mineração. A Enfil possui
um histórico comprovado de eficiência
para o desenvolvimento de equipamentos e sistemas para o controle atmosférico de água e tratamento de efluentes líquidos. A empresa desenvolve sua
própria tecnologia, bem como colabora
com companhias internacionais de consultoria, a fim de desenvolver as mais
inovadoras tecnologias disponíveis no
cenário global”.
Quem está de fora muitas vezes se
surpreende com a confiança das empresas brasileiras em sua capacidade
de inovar. A negociação das miríades da
sofisticada administração e outros obstáculos que o Brasil joga em seu caminho dá aos empresários brasileiros uma
35
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
Serviços Brasileiros e Rede de Fornecedores de
Equipamentos
Os abundantes recursos minerais da nação têm atraído o interesse de
grandes investidores internacionais, mas a falta de infra-estrutura é um
empecilho ao desenvolvimento.
Até a virada do século, o Brasil era
considerado como mercado de pouca
importância pela maioria dos fornecedores de equipamentos de mineração.
Atualmente detentor do status de super
potência na produção de produtos minerais como o ferro, o país é considerado
de importância estratégica vital. “A indústria de mineração do Brasil oferece um
conjunto de profundas oportunidades
que empresas como a Atlas Copco têm
que aproveitar “, afirmou Paulo Almeida,
gerente geral da Atlas Copco.
Segundo à Associação Brasileira de
Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ), a
fabricação de máquinas em geral e o fornecimento de equipamentos para toda
a indústria brasileira gera US$ 80 bilhões
por ano em receitas, 245 mil empregos e
quatro mil empresas.
A perspectiva positiva da indústria de
mineração do Brasil gera uma excelente
motivação para uma maior expansão
no fornecimento de equipamento especializado, tanto de empresas nacionais
quanto de internacionais. “Eu acredito
que o PIB brasileiro vá crescer cerca
de 10% a 11% no próximo ano”, disse
Aurélio De Paula, presidente da Majes-
tic, fabricante de médio porte. “Temos
atualmente uma economia muito estável,
uma população crescente de consumo,
bem como fortes bases de industria e
de agricultura, além da evidente riqueza
em matérias-primas. Este progresso é a
principal razão pela qual tantas empresas internacionais começaram a se focar
no crescimento brasileiro”.
O Custo Brasil
Atualmente a ecnomia brasileira está
classificada como o décimo primeiro mercado produtor de bens de capital, sendo
que há quarenta anos ocupava a quarta
posição. Esta queda pode ser atribuída
em parte à uma tendência geral no mercado brasileiro de bens de capital, cada
vez mais evidente desde 2005: a escolha
pela expansão das importações da Ásia
e o declínio da indústria doméstica no
Brasil. A principal razão para o declínio
nacional é chamado pela ABIMAQ como
o “Custo Brasil”, na qual o Brasil é avaliado como 44% menos competitivo para a
fabricação de bens de capital em comparação aos fornecedores líderes mundiais
comoa Alemanha e os Estados Unidos.
A capacidade de infraestrutura permanece um dos desafios fundamentais para operadores mineiros no Brasil.
(Foto cortesia da Alcoa)
34
A infra-estrutura relativamente sub-desenvolvida do país, que coloca pressões
inflacionárias sobre os custos de insumos em toda a cadeia de suprimentos é
um fator determinante do “Custo Brasil”,
assim como as altas taxas de impostos
e a taxa de câmbio extremamente desfavorável para os produtores nacionais
competirem internacionalmente.
As taxas de empréstimos comercias
dos bancos estatais no Brasil são algumas das mais altas do mundo para uma
economia chave, com exigências de garantia de até 130%. Em suma, o ambiente
de negócios domésticos do Brasil é proibitivo para a fabricação industrial. A ABIMAQ, avalia as importações internacionais da China como sendo 100% mais
competitivas do que suas correspondentes brasileiras.
“As empresas que operam no Brasil
estão progressivamente transferindo a
produção para o exterior, para cortar
custos”, constatou Marcelus Geraldo de
Araujo, presidente da Tecnometal. “As
empresas brasileiras em particular sofrem
concorrência de produtos chineses baratos, que têm a vantagem de uma moeda
artificialmente subvalorizada”, disse.
Apesar do Brasil ter um regime fiscal
muito elevado para importações destinadas ao país, a atual disparidade competitiva que os fabricantes nacionais têm
de suportar está prestes a definir uma
tendência de desindustrialização. Assim
a indústria de minérios está procurando
cada vez mais longe para encontrar os
bens de capital necessarios para o funcionamento da indústria brasileira.
Do ponto de vista de investimento,
esta tendência abre as portas para os
importadores de bens de capital que
querem entrar no vibrante mercado de
mineração brasileiro. Com previsões
positivas para as taxas de crescimento
dentro do setor de mineração no país e
as atuais pressões sobre prazos de entrega, o mercado de mineração brasileiro
apresenta oportunidades extraordinárias
para os investidores internacionais e fornecedores. A força do Real é outro fator
que torna a importação para o mercado
brasileiro ainda mais interessante do
ponto de vista de fontes internacionais.
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
Infra-estrutura e Mão de Obra
Os já conhecidos déficits brasileiros em
infra-estrutura, energia acessível e mão
de obra qualificada continuam a ser os
principais fatores inibindo o crescimento do mercado. “O mercado brasileiro
carece de profissionais de recursos humanos. Como a demanda é muito alta,
há uma forte concorrência para encontrar profissionais qualificados”, confirmou Victor Becattini, gerente regional da
Sandvik. “Para superar isso, nós financiamos projetos de formação para os
nossos funcionários. A falta de infra-estrutura aumenta o preço de importação
de máquinas e os prazos de entrega aos
nossos clientes, problema que também
ocorre com nossos concorrentes”.
É importante, tanto para as empresas
novas e para as já estabelecidas, focar
no investimento sustentável no Brasil a
fim de manter o fornecimento de insumos fundamentais, como profissionais
qualificados, assim como produzir respostas estratégicas e inovadoras em
termos de como superar os desafios de
negócios associados ao transporte e infra-estrutura energética. A indústria de
mineração brasileira está num período
de demanda extraordinariamente elevada para as entradas de capital fixo,
e é vital para as empresas concorrentes
no mercado inovarem de todas as ma-
neiras possíveis, que lhes dará uma vantagem sobre seus homólogos operando
no mercado.
Dante De Matos, gerente no país da
Outotec, empresa relativamente nova no
mercado, enfatiza a opinião da indústria
em relação à mão de obra e a infra-estrutura no Brasil: “O desafio fundamental
é a falta de funcionários bem treinados
e qualificados, devido ao boom da indústria e a conseqüente necessidade de
profissionais treinados. Há uma enorme
demanda por mineradores, metalúrgicos
e engenheiros civis. O Brasil também carece de infra-estrutura e oleodutos para
transporte de pessoas, materiais e mercadorias. Para ser competitivo é preciso
ter bons profissionais, que contribuam
com capacidades de engenharia e técnica.”
Apesar da gama de desafios para
os grandes fornecedores que operam
no mercado de mineração do Brasil, a
indústria continua sendo muito competitiva. Isto se deve em grande parte
à presença de uma cultura de inovação
raramente existente em mercados emergentes. O consenso entre os líderes de
negócios do Brasil é que o ambiente
desafiador tem ajudado a estimular uma
cultura operacional de paciência e capacidade de adaptação e também estimulou algumas empresas líderes mundiais
em termos de design e engenharia.
As normas ambientais brasileiras,
cada vez mais rigorosas, são outra força
motriz para a inovação na engenharia
nacional e indústrias de fabricaçåno.
Fundada em 1994, a fornecedora de
soluções ambientais Enfil está se tornando um jogador cada vez mais reconhecido internacionalmente. Franco
Castellani Tabani, diretor da empresa,
atribui esse sucesso ao investimento
sustentado na investigação e no desenvolvimento. “A tecnologia aplicada aos
sistemas oferecidos pela Enfil é resultado de anos dedicados à pesquisa e desenvolvimento, aplicados a centenas de
sistemas que a empresa prestou a toda
a indústria de mineração. A Enfil possui
um histórico comprovado de eficiência
para o desenvolvimento de equipamentos e sistemas para o controle atmosférico de água e tratamento de efluentes líquidos. A empresa desenvolve sua
própria tecnologia, bem como colabora
com companhias internacionais de consultoria, a fim de desenvolver as mais
inovadoras tecnologias disponíveis no
cenário global”.
Quem está de fora muitas vezes se
surpreende com a confiança das empresas brasileiras em sua capacidade
de inovar. A negociação das miríades da
sofisticada administração e outros obstáculos que o Brasil joga em seu caminho dá aos empresários brasileiros uma
35
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atitude empreendedora e uma excelente
habilidade de resolução de problemas.
Empresas como a Enfil demonstram
que o Brasil não é apenas um mercado
emergente com grande potencial, mas
também um ponto crucial para o desenvolvimento de tecnologias novas e
interessantes projetadas para ajudar na
superação de muitos dos desafios da indústria de mineração no século 21.
Inovação na Indústria Pesada
e Bens de Capital
A estrutura do mercado de bens de capital no Brasil está madura e muitos dos
maiores fornecedores de equipamentos de mineração do mundo - Caterpillar, Metso, Liebherr, Volvo, Atlas Copco,
ESCO e SEW-EURODRIVE estão bem
estabelecidos, alguns com grandes bases de produção no país. Além de tudo
isso, as empresas brasileiras tecnologicamente avançadas também têm uma
forte presença: a Technometal, a SEMCO, a CEMI, a GEOID e a Enfil lideram
a indústria em áreas diversas como
sistemas de automação, sistema de informação tecnológica e equipamento
ambiental. Tanto em sua amplitude e
profundidade, o mercado brasileiro
de fornecimento de equipamentos é
vasto. Particularmente interessante são
as empresas brasileiras de equipamen-
Marcelo Ribeiro,
Diretor da Sotreq
Luiz Gustavo,
Vice-Presidente da Tracbel
tos de classe mundial, como a Tracbel
e a Sotreq - representando respectivamente a Caterpillar e Volvo no Brasil
- cuja gama de serviços adicionais são
tão abrangentes quanto qualquer outra
vista por toda indústria internacional de
mineração.
A presença dos principais fornecedores de equipamentos de mineração
internacionais no setor de mineração do
Brasil garante a qualidade tecnológica
dos produtos em oferta. A vantagem
competitiva é determinada, portanto, em
função dos serviços adicionais que uma
determinada empresa é capaz de oferecer. Esta abordagem conceitual levou
os fornecedores de equipamentos a ter
também engenheiros nos principais lo-
Alexandre Reis, Diretor de Ventas
da SEW Eurodrive Brasil
cais de mineração do Brasil, realizando
a manutenção e treinamento. “A divisão
de mineração da Sotreq é muito forte no
conceito de TCO (‘Total Cost of Ownership’ em Inglês, ou Custo Total de Posse), em que minimizamos o custo total
de propriedade para os nossos clientes”,
disse Marcello Ribeiro, diretor da divisão
de mineração da Sotreq, fornecedora da
Caterpillar. “O conceito fundamental da
Sotreq é manter as máquinas que vendemos com um elevado nível de disponibilidade, e ,a longo prazo conseguimos
entre 85% e 90% de disponibilidade para
os nossos clientes. Obviamente temos
que ter algumas pausas para manutenção, no entanto todo o negócio é conduzido visandoassegurar o mínimo tempo
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
de inatividade e uso máximo de eficiência para os nossos clientes. Para se ter uma idéia, temos cerca de mil funcionários
distribuídos pelas operações de nossos clientes , oferecendo
treinamento, manutenção,logística e outros vários serviços 24
horas por dia, sete dias por semana”, exemplificou.
O foco nos serviços de apoio na indústria de fornecimento de
equipamentos pesados na mineração brasileira levou a inúmeras
inovações tecnológicas. A Sotreq, por exemplo, utiliza tecnologia
de satélite para monitorar o desempenho de suas máquinas em
suas áreas de mineração em todo país; a Tracbel, fornecedora
da Volvo, desenvolveu sua própria plataforma de software a fim
de melhorar a oferta de serviços da empresa. “A Tracbel Volvo
usa um pacote de software chamado Matéria, que gerencia as
operações de nossas máquinas, o que nos permite acompanhar
nossas operações e traçar a eficiência”, citou Luiz Gustavo Rocha, vice-presidente da Tracbel. “Com a MMX nós conseguimos,
por exemplo, cuidar das máquinas em termos de manutenção
e produtividade, garantindo que tenham uma capacidade de
trabalho de 90% a 92% por semana com o menor consumo de
combustível possível. Nossos engenheiros estão sempre situados nas minas de nossos clientes, apoiando as operações em
termos de assistência técnica e manutenção”.
A maior ênfase em serviços adicionais se estende às empresas multinacionais que operam no Brasil. A empresa sueca Scania, que está presente no Brasil há mais de 50 anos, se prepara
para estender seu funcionamento à prestação de mais serviços,
como afirmou o diretor-geral Marcos Cesar Arantes. “Nos próximos cinco anos, a Scania pretende desenvolver o seu segmento
de serviços, a fim de fornecer as melhores soluções possíveis
para nossos clientes. A empresa oferece a seus clientes no Brasil
o mesmo nível de serviço e treinamento que podem ser encontrados na Europa, o que é o ponto chave para que uma concorrência em fornecimento de equipamentos seja bem sucedida na
indústria da mineração brasileira”, apontou.
Experience
the Ausenco
advantage
We are a growing company with big ideas.
In a changing world, we work with you
to find answers to questions that never
existed before. Together there is nothing
we can’t achieve.
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in the Energy, Environment & Sustainability,
Minerals & Metals, Process Infrastructure
and Program Management sectors.
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phone +55 (31) 3228 5400,
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A ambição da Ferrous é se tornar o quinto maior produtor de minério de férro do
mundo até 2015. (Foto cortesia da Ferrous)
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37
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
atitude empreendedora e uma excelente
habilidade de resolução de problemas.
Empresas como a Enfil demonstram
que o Brasil não é apenas um mercado
emergente com grande potencial, mas
também um ponto crucial para o desenvolvimento de tecnologias novas e
interessantes projetadas para ajudar na
superação de muitos dos desafios da indústria de mineração no século 21.
Inovação na Indústria Pesada
e Bens de Capital
A estrutura do mercado de bens de capital no Brasil está madura e muitos dos
maiores fornecedores de equipamentos de mineração do mundo - Caterpillar, Metso, Liebherr, Volvo, Atlas Copco,
ESCO e SEW-EURODRIVE estão bem
estabelecidos, alguns com grandes bases de produção no país. Além de tudo
isso, as empresas brasileiras tecnologicamente avançadas também têm uma
forte presença: a Technometal, a SEMCO, a CEMI, a GEOID e a Enfil lideram
a indústria em áreas diversas como
sistemas de automação, sistema de informação tecnológica e equipamento
ambiental. Tanto em sua amplitude e
profundidade, o mercado brasileiro
de fornecimento de equipamentos é
vasto. Particularmente interessante são
as empresas brasileiras de equipamen-
Marcelo Ribeiro,
Diretor da Sotreq
Luiz Gustavo,
Vice-Presidente da Tracbel
tos de classe mundial, como a Tracbel
e a Sotreq - representando respectivamente a Caterpillar e Volvo no Brasil
- cuja gama de serviços adicionais são
tão abrangentes quanto qualquer outra
vista por toda indústria internacional de
mineração.
A presença dos principais fornecedores de equipamentos de mineração
internacionais no setor de mineração do
Brasil garante a qualidade tecnológica
dos produtos em oferta. A vantagem
competitiva é determinada, portanto, em
função dos serviços adicionais que uma
determinada empresa é capaz de oferecer. Esta abordagem conceitual levou
os fornecedores de equipamentos a ter
também engenheiros nos principais lo-
Alexandre Reis, Diretor de Ventas
da SEW Eurodrive Brasil
cais de mineração do Brasil, realizando
a manutenção e treinamento. “A divisão
de mineração da Sotreq é muito forte no
conceito de TCO (‘Total Cost of Ownership’ em Inglês, ou Custo Total de Posse), em que minimizamos o custo total
de propriedade para os nossos clientes”,
disse Marcello Ribeiro, diretor da divisão
de mineração da Sotreq, fornecedora da
Caterpillar. “O conceito fundamental da
Sotreq é manter as máquinas que vendemos com um elevado nível de disponibilidade, e ,a longo prazo conseguimos
entre 85% e 90% de disponibilidade para
os nossos clientes. Obviamente temos
que ter algumas pausas para manutenção, no entanto todo o negócio é conduzido visandoassegurar o mínimo tempo
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
de inatividade e uso máximo de eficiência para os nossos clientes. Para se ter uma idéia, temos cerca de mil funcionários
distribuídos pelas operações de nossos clientes , oferecendo
treinamento, manutenção,logística e outros vários serviços 24
horas por dia, sete dias por semana”, exemplificou.
O foco nos serviços de apoio na indústria de fornecimento de
equipamentos pesados na mineração brasileira levou a inúmeras
inovações tecnológicas. A Sotreq, por exemplo, utiliza tecnologia
de satélite para monitorar o desempenho de suas máquinas em
suas áreas de mineração em todo país; a Tracbel, fornecedora
da Volvo, desenvolveu sua própria plataforma de software a fim
de melhorar a oferta de serviços da empresa. “A Tracbel Volvo
usa um pacote de software chamado Matéria, que gerencia as
operações de nossas máquinas, o que nos permite acompanhar
nossas operações e traçar a eficiência”, citou Luiz Gustavo Rocha, vice-presidente da Tracbel. “Com a MMX nós conseguimos,
por exemplo, cuidar das máquinas em termos de manutenção
e produtividade, garantindo que tenham uma capacidade de
trabalho de 90% a 92% por semana com o menor consumo de
combustível possível. Nossos engenheiros estão sempre situados nas minas de nossos clientes, apoiando as operações em
termos de assistência técnica e manutenção”.
A maior ênfase em serviços adicionais se estende às empresas multinacionais que operam no Brasil. A empresa sueca Scania, que está presente no Brasil há mais de 50 anos, se prepara
para estender seu funcionamento à prestação de mais serviços,
como afirmou o diretor-geral Marcos Cesar Arantes. “Nos próximos cinco anos, a Scania pretende desenvolver o seu segmento
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o mesmo nível de serviço e treinamento que podem ser encontrados na Europa, o que é o ponto chave para que uma concorrência em fornecimento de equipamentos seja bem sucedida na
indústria da mineração brasileira”, apontou.
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A ambição da Ferrous é se tornar o quinto maior produtor de minério de férro do
mundo até 2015. (Foto cortesia da Ferrous)
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37
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
SEW Eurodrive investiu significativamente para ampliar sua capacidade industrial brasileira.
(Foto cortesia da SEW Eurodrive)
A crescente presença física dos fornecedores nas minas, interagindo diretamente e trabalhando em parceria
com seus clientes para entender suas
necessidades, é uma prova dos serviços
disponíveis. Enquanto os fornecedores
de equipamentos brasileiros estão sob
pressões significativas de preços dos
concorrentes internacionais, as sua ofertasde serviços têm crescido exponencialmente, o que é de suma relevância
em termos de manutenção da competitividade do produto ao longo do ciclo
de vida de bens de capital importantes,
como infra-estrutura de fabricas. “A Polysius oferece uma gama de serviços complementares, tais como fornecimento de
peças de reposição, instalação e super-
visão, além de realizar o treinamento em
questões como segurança, eficiência,
bem como muitos dos aspectos técnicos
dos nossos equipamentos. A Polysius
está pronta para incorporar funcionários
dentro das operações, a fim de garantir
que nossos produtos sejam utilizados em
seu potencial máximo. Estar preparado
para oferecer uma variedade completa de
serviços aos nossos clientes proporciona
aos nossos negócios uma proposição
muito mais atraente para o mercado
brasileiro de mineração”, disse Flavio
Hanek, da Thyssen Krupp Polysius.
Assim como acontece com muitos
dos mercados de mineração mais maduros do mundo, o foco dos fornecedores
brasileiros é oferecer cada vez mais um
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
serviço abrangente, de ponta a ponta,
para a sua base de clientes. Dado o
crescimento previsto para a indústria
de mineração do Brasil ao longo dos
próximos cinco anos, pelo menos, há um
enorme potencial para as empresas já
estabilizadas para expandirem suas operações, assim como espaço para a entrada de novos operadores no mercado.
O plano industrial do Brasil de 2030 também oferece muitas oportunidades para
as empresas especializadas que forem
capazes de oferecer avançadas unidades de transformação que sustentem
o movimento de ampliação da indústria
de mineração no país.
“Mesmo a curto prazo, a mineração
pode dar um enorme retorno sobre o investimento”, disse Dante De Matos, da
Outotec. “Eu acredito que a longo prazo
a indústria da mineração brasileira deveria se voltar para vender mais produtos
manufaturados. Para tanto, o engajamento de ambos os governos federal e estadual em conjunto com os executivos da
indústria local seria de suma importância
a fim de garantir um bom equilíbrio entre a demanda, o desenvolvimento local
e a participação de fornecedores estrangeiros na cadeia de produtos industriais do Brasil. Nós realmente acreditamos que o mercado é forte e grande o
suficiente para acomodar as demandas e
aspirações de todos estes jogadores”.
Brasil Como Uma Base de
Fabricação
Tanto as empresas nacionais e investidores internacionais estão preparando
suas capacidades produtivas para as
expectativas de grande crescimento ao
longo dos próximos cinco anos. Neste
contexto, há grandes oportunidades
para novos jogadores para desenvolver franquias de sucesso ou abrir seus
próprios negócios. A decisão estratégica
para os fornecedores de equipamentos
internacionais com interesse no mercado
de mineração brasileiro é de localizar ou
não suas bases de produção no país.
As atuais condições de mercado,
com a moeda local supervalorizada, alto
custo dos insumos para os fabricantes
e uma falta de competitividade logicamente ditam para as empresas com
capacidade internacional produzirem em
mercados de menor custo. Numerosos
participantes internacionais têm, no entanto, reforçado seu compromisso com
o Brasil ao manter suas bases produtivas
no país. “A Tecnometal tem assegurado
o controle sobre sua produção mantendo-a no Brasil e não terceirizando suas
operações, estratégia que garante qualidade. Consideramos que este é uma estratégia fundamental da nossa empresa,
apesar de termos que sustentar as insta38
39
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
SEW Eurodrive investiu significativamente para ampliar sua capacidade industrial brasileira.
(Foto cortesia da SEW Eurodrive)
A crescente presença física dos fornecedores nas minas, interagindo diretamente e trabalhando em parceria
com seus clientes para entender suas
necessidades, é uma prova dos serviços
disponíveis. Enquanto os fornecedores
de equipamentos brasileiros estão sob
pressões significativas de preços dos
concorrentes internacionais, as sua ofertasde serviços têm crescido exponencialmente, o que é de suma relevância
em termos de manutenção da competitividade do produto ao longo do ciclo
de vida de bens de capital importantes,
como infra-estrutura de fabricas. “A Polysius oferece uma gama de serviços complementares, tais como fornecimento de
peças de reposição, instalação e super-
visão, além de realizar o treinamento em
questões como segurança, eficiência,
bem como muitos dos aspectos técnicos
dos nossos equipamentos. A Polysius
está pronta para incorporar funcionários
dentro das operações, a fim de garantir
que nossos produtos sejam utilizados em
seu potencial máximo. Estar preparado
para oferecer uma variedade completa de
serviços aos nossos clientes proporciona
aos nossos negócios uma proposição
muito mais atraente para o mercado
brasileiro de mineração”, disse Flavio
Hanek, da Thyssen Krupp Polysius.
Assim como acontece com muitos
dos mercados de mineração mais maduros do mundo, o foco dos fornecedores
brasileiros é oferecer cada vez mais um
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
serviço abrangente, de ponta a ponta,
para a sua base de clientes. Dado o
crescimento previsto para a indústria
de mineração do Brasil ao longo dos
próximos cinco anos, pelo menos, há um
enorme potencial para as empresas já
estabilizadas para expandirem suas operações, assim como espaço para a entrada de novos operadores no mercado.
O plano industrial do Brasil de 2030 também oferece muitas oportunidades para
as empresas especializadas que forem
capazes de oferecer avançadas unidades de transformação que sustentem
o movimento de ampliação da indústria
de mineração no país.
“Mesmo a curto prazo, a mineração
pode dar um enorme retorno sobre o investimento”, disse Dante De Matos, da
Outotec. “Eu acredito que a longo prazo
a indústria da mineração brasileira deveria se voltar para vender mais produtos
manufaturados. Para tanto, o engajamento de ambos os governos federal e estadual em conjunto com os executivos da
indústria local seria de suma importância
a fim de garantir um bom equilíbrio entre a demanda, o desenvolvimento local
e a participação de fornecedores estrangeiros na cadeia de produtos industriais do Brasil. Nós realmente acreditamos que o mercado é forte e grande o
suficiente para acomodar as demandas e
aspirações de todos estes jogadores”.
Brasil Como Uma Base de
Fabricação
Tanto as empresas nacionais e investidores internacionais estão preparando
suas capacidades produtivas para as
expectativas de grande crescimento ao
longo dos próximos cinco anos. Neste
contexto, há grandes oportunidades
para novos jogadores para desenvolver franquias de sucesso ou abrir seus
próprios negócios. A decisão estratégica
para os fornecedores de equipamentos
internacionais com interesse no mercado
de mineração brasileiro é de localizar ou
não suas bases de produção no país.
As atuais condições de mercado,
com a moeda local supervalorizada, alto
custo dos insumos para os fabricantes
e uma falta de competitividade logicamente ditam para as empresas com
capacidade internacional produzirem em
mercados de menor custo. Numerosos
participantes internacionais têm, no entanto, reforçado seu compromisso com
o Brasil ao manter suas bases produtivas
no país. “A Tecnometal tem assegurado
o controle sobre sua produção mantendo-a no Brasil e não terceirizando suas
operações, estratégia que garante qualidade. Consideramos que este é uma estratégia fundamental da nossa empresa,
apesar de termos que sustentar as insta38
39
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
lações de produção mesmo quando não
há trabalho encomendado”, ressaltou
Marcelus Geraldo de Araújo, presidente
da Tecnometal.
Não é surprendente que muitas outras empresas brasileiras têm optado por
diversificar a sua base de fabricação,
como a Enfil. “A Enfil possui uma fábrica
no Brasil, mas produzimos a maior parte
de nossos equipamentos na China, por
ser mais competitivo. Para nós faz sentido fazer isso para mantermos nossa
quota de mercado em relação à concorrência”, contou Franco Castellani Tabani,
diretor da empresa.
SEW Eurodrive, líder no mercado nacional no fornecimento de tecnologias
de engenharia de engrenagem, é outra
empresa cuja base de fabricação nacional é de suma importância. A companhia
tem uma fábrica grande na área de Guarulhos, em São Paulo, e investiu US$ 235
milhões na consolidação da capacidade
de produção da empresa no Brasil - tendo em vista a previsão de rápido aumento na demanda do setor de mineração ao
longo dos próximos cinco anos.
“A SEW tem um centro de serviços
em todos os estados brasileiros, o que
claramente nos diferencia da concorrência em um mercado onde a prioridade
é baseada 100% na confiabilidade e
na produtividade”, disse Alexandre dos
Reis, diretor comercial da SEW.
40
Para várias empresas, uma presença
forte no Brasil aumenta o acesso ao resto do mercado latino-americano. “Com
nossa base de fabricação no Brasil, somos muito mais capazes de nos adaptar
às novas exigências dos nossos clientes, bem como aumentar a nossa quota
de mercado na região, em países como
Colômbia e Chile”, especificou Daniel Rosetti, diretor da empresa familiar Rosetti.
“A Rosetti está atualmente em processo
de expansão de nossa base manufatureira brasileira em São Paulo em 40%,
a fim de capitalizar sobre o crescimento
espetacular que o setor de mineração
brasileira está vivenciando”.
Dada a dimensão do mercado
brasileiro e da dominação da economia
do país na América Latina, as empresas
internacionais também estão cada vez
mais usando o Brasil como uma base
para entrar no mercado latino-americano
e posteriormente expandir suas operações por todo o continente. “O Brasil é
um grande mercado emergente com
diversificados interesses econômicos
em setores-chaves da indústria, como o
petróleo, a agricultura e gás e minerais”,
disse Enir Coutinho, Diretor da America
do Sul da empresa internacional de serviços laboratoriais Intertek. “Somos uma
grande empresa internacional sediada
em Londres e com grande força através
de toda a Ásia e Australásia. A Intertek
Minerais entrou no mercado latino-americano em 2008, com uma estratégia clara
para o rápido e forte crescimento, e hoje
em dia ocupamos aproximadamente
15% do mercado mineral no Brasil. A
idéia agora é usar esse crescimento para
desenvolver mercados de outros importantes países sul-americanos como o
Chile e Peru”, disse
Por sua vez, a ESCO Corp, que já opera no Brasil desde a década de 1960,
adquiriu a empresa nacional Soldering em 2007, a fim de consolidar a sua
posição no mercado brasileiro. “Nós
aumentamos significativamente nossos ganhos no Brasil com a aquisição
de 60% desta companhia”, contabilizou
José Rogério de Paula Silva, da ESCO.
“A principal atração do mercado de mineração brasileiro foi o” boom “de minério
de ferro que vem ocorrendo. Empresas
como a Vale e a MMX têm aumentado
significativamente a produção nos últimos anos e essa oportunidade tem sido
considerada como boa demais para ser
jogada fora”. Como o mercado brasileiro
de mineração continua a evoluir para
estratégias de aquisições cada vez mais
focada nos requisitos de confiabilidade e
produtividade máxima, uma base de fabricação nacional combinada com uma
proposta de serviço abrangente é cada
vez mais a escolha de fornecedores de
equipamentos que operam no país.
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
Consultoria e Engenharia
Apesar de sofrer uma recente retração na
demanda causada pela crise financeira
mundial, o mercado brasileiro de serviços de mineração e de engenharia tem
seguido a tendência de forte crescimento
do amplo mercado de mineração.
O crescimento do mercado brasileiro,
associado às previsões de sua futura
expansão, tem causado investimentos,
parcerias e o aparecimento de pequenas
consultorias por todo o setor. Apesar da
presença das melhores e mais conhecidas empresas de mineração e de consultoria do mundo, como a SRK e a Worley
Parsons, o mercado de serviços no Brasil
também está cheio de empresas nacionais, que estão competindo para desenvolver as tecnologias mais avançadas que
superem a miríade de desafios presentes
para os mineradores no país. “Como a
demanda por pessoal qualificado é muito
grande no Brasil, investir fortemente na
capacitação de nossa equipe é de vital
importância para a sustentabilidade a
longo prazo da nossa contínua expansão
dos negócios. Nós investimos muito em
nossa equipe de geólogos e engenheiros, os enviandos para várias partes do
mundo como a Inglaterra ou a Austrália
para continuar a desenvolver as suas
aptidões e capacidade”, contou Gielson
Coutinho, diretor da SRK no Brasil.
Engenheiros trabalhando na mina New Serra Pelada, operada por Colossus Minerals
(Foto cortesia de Colossus Minerals)
A grande maioria dos engenheiros e
consultores que trabalham no mercado
interno são brasileiros, o que serve para
atenuar os problemas laborais que existem em toda a indústria de mineração
do Brasil. Os engenheiros locais têm desenvolvido alguns dos mais complexos
projetos operacionais de mineração do
mundo, como o Complexo de Carajás
e a infra-estrutura de apoio para as operações da Mineração Rio do Norte nas
profundezas da Amazônia. “Eu diria para
as empresas internacionais que pretendem vir para o Brasil que o aspecto mais
importante para garantir um projeto bem
sucedido é dar valor ao trabalho qualificado da população local. Acima de tudo,
não subestime o valor e a qualidade dos
engenheiros brasileiros” aconselhou Ricardo José Barella, presidente nacional
da empresa de engenharia Progen.
A empresa brasileira de engenharia
Brasfond é um excelente exemplo da
singular perícia de engenharia do país,
tendo se estabelecido como líder no
desenvolvimento de engenharia subterrânea. Uma série de outras empresas já
começam a dar seus primeiros passos
na expansão internacional, com particular incidência nas regiões de língua por-
41
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
lações de produção mesmo quando não
há trabalho encomendado”, ressaltou
Marcelus Geraldo de Araújo, presidente
da Tecnometal.
Não é surprendente que muitas outras empresas brasileiras têm optado por
diversificar a sua base de fabricação,
como a Enfil. “A Enfil possui uma fábrica
no Brasil, mas produzimos a maior parte
de nossos equipamentos na China, por
ser mais competitivo. Para nós faz sentido fazer isso para mantermos nossa
quota de mercado em relação à concorrência”, contou Franco Castellani Tabani,
diretor da empresa.
SEW Eurodrive, líder no mercado nacional no fornecimento de tecnologias
de engenharia de engrenagem, é outra
empresa cuja base de fabricação nacional é de suma importância. A companhia
tem uma fábrica grande na área de Guarulhos, em São Paulo, e investiu US$ 235
milhões na consolidação da capacidade
de produção da empresa no Brasil - tendo em vista a previsão de rápido aumento na demanda do setor de mineração ao
longo dos próximos cinco anos.
“A SEW tem um centro de serviços
em todos os estados brasileiros, o que
claramente nos diferencia da concorrência em um mercado onde a prioridade
é baseada 100% na confiabilidade e
na produtividade”, disse Alexandre dos
Reis, diretor comercial da SEW.
40
Para várias empresas, uma presença
forte no Brasil aumenta o acesso ao resto do mercado latino-americano. “Com
nossa base de fabricação no Brasil, somos muito mais capazes de nos adaptar
às novas exigências dos nossos clientes, bem como aumentar a nossa quota
de mercado na região, em países como
Colômbia e Chile”, especificou Daniel Rosetti, diretor da empresa familiar Rosetti.
“A Rosetti está atualmente em processo
de expansão de nossa base manufatureira brasileira em São Paulo em 40%,
a fim de capitalizar sobre o crescimento
espetacular que o setor de mineração
brasileira está vivenciando”.
Dada a dimensão do mercado
brasileiro e da dominação da economia
do país na América Latina, as empresas
internacionais também estão cada vez
mais usando o Brasil como uma base
para entrar no mercado latino-americano
e posteriormente expandir suas operações por todo o continente. “O Brasil é
um grande mercado emergente com
diversificados interesses econômicos
em setores-chaves da indústria, como o
petróleo, a agricultura e gás e minerais”,
disse Enir Coutinho, Diretor da America
do Sul da empresa internacional de serviços laboratoriais Intertek. “Somos uma
grande empresa internacional sediada
em Londres e com grande força através
de toda a Ásia e Australásia. A Intertek
Minerais entrou no mercado latino-americano em 2008, com uma estratégia clara
para o rápido e forte crescimento, e hoje
em dia ocupamos aproximadamente
15% do mercado mineral no Brasil. A
idéia agora é usar esse crescimento para
desenvolver mercados de outros importantes países sul-americanos como o
Chile e Peru”, disse
Por sua vez, a ESCO Corp, que já opera no Brasil desde a década de 1960,
adquiriu a empresa nacional Soldering em 2007, a fim de consolidar a sua
posição no mercado brasileiro. “Nós
aumentamos significativamente nossos ganhos no Brasil com a aquisição
de 60% desta companhia”, contabilizou
José Rogério de Paula Silva, da ESCO.
“A principal atração do mercado de mineração brasileiro foi o” boom “de minério
de ferro que vem ocorrendo. Empresas
como a Vale e a MMX têm aumentado
significativamente a produção nos últimos anos e essa oportunidade tem sido
considerada como boa demais para ser
jogada fora”. Como o mercado brasileiro
de mineração continua a evoluir para
estratégias de aquisições cada vez mais
focada nos requisitos de confiabilidade e
produtividade máxima, uma base de fabricação nacional combinada com uma
proposta de serviço abrangente é cada
vez mais a escolha de fornecedores de
equipamentos que operam no país.
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
Consultoria e Engenharia
Apesar de sofrer uma recente retração na
demanda causada pela crise financeira
mundial, o mercado brasileiro de serviços de mineração e de engenharia tem
seguido a tendência de forte crescimento
do amplo mercado de mineração.
O crescimento do mercado brasileiro,
associado às previsões de sua futura
expansão, tem causado investimentos,
parcerias e o aparecimento de pequenas
consultorias por todo o setor. Apesar da
presença das melhores e mais conhecidas empresas de mineração e de consultoria do mundo, como a SRK e a Worley
Parsons, o mercado de serviços no Brasil
também está cheio de empresas nacionais, que estão competindo para desenvolver as tecnologias mais avançadas que
superem a miríade de desafios presentes
para os mineradores no país. “Como a
demanda por pessoal qualificado é muito
grande no Brasil, investir fortemente na
capacitação de nossa equipe é de vital
importância para a sustentabilidade a
longo prazo da nossa contínua expansão
dos negócios. Nós investimos muito em
nossa equipe de geólogos e engenheiros, os enviandos para várias partes do
mundo como a Inglaterra ou a Austrália
para continuar a desenvolver as suas
aptidões e capacidade”, contou Gielson
Coutinho, diretor da SRK no Brasil.
Engenheiros trabalhando na mina New Serra Pelada, operada por Colossus Minerals
(Foto cortesia de Colossus Minerals)
A grande maioria dos engenheiros e
consultores que trabalham no mercado
interno são brasileiros, o que serve para
atenuar os problemas laborais que existem em toda a indústria de mineração
do Brasil. Os engenheiros locais têm desenvolvido alguns dos mais complexos
projetos operacionais de mineração do
mundo, como o Complexo de Carajás
e a infra-estrutura de apoio para as operações da Mineração Rio do Norte nas
profundezas da Amazônia. “Eu diria para
as empresas internacionais que pretendem vir para o Brasil que o aspecto mais
importante para garantir um projeto bem
sucedido é dar valor ao trabalho qualificado da população local. Acima de tudo,
não subestime o valor e a qualidade dos
engenheiros brasileiros” aconselhou Ricardo José Barella, presidente nacional
da empresa de engenharia Progen.
A empresa brasileira de engenharia
Brasfond é um excelente exemplo da
singular perícia de engenharia do país,
tendo se estabelecido como líder no
desenvolvimento de engenharia subterrânea. Uma série de outras empresas já
começam a dar seus primeiros passos
na expansão internacional, com particular incidência nas regiões de língua por-
41
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
tuguesa da África, centros de mineração
da América Latina e no Sul da Europa.
Para empresas de engenharia e construção como a Brasfond, os frequentes
debates sobre os desafios de infra-estrutura brasileiras apresentam mais uma
oportunidade de negócio do que uma
ameaça para a capacidade operacional,
de acordo com Dcio Libano, diretor administrativo da companhia. “Apesar dos
enormes custos de suas operações, estamos vendo as empresas de mineração
como MMX e a Vale fazendo uma enorme
quantia de investimento privado para a
expansão de sua capacidade logística
e para transformar suas operações em
produção. Este padrão de investimento
só pode ser visto como uma oportunidade para as empresas de engenharia
como a Brasfond”, concluiu.
Uma recente tendência vista é o aumento de parcerias internacionais ou
aquisições de empresas locais por empresas internacionais de engenharia
e consultoria. Eduardo Dias, diretor
presidente da SNC-Lavalin Minerconsult- grupo de engenharia e construção
líder no desenvolvimento de infra-estrutura - descreve os benefícios destas parcerias. “A fusão da Minerconsult com a
SNC-Lavalin facilitou o crescimento do
nosso portfólio de serviços, bem como a
expansão geográfica das operações da
empresa no mercado internacional. Te-
42
mos sido capazes de alcançar este objetivo, preservando todas as características
e agilidade da Minerconsult como uma
empresa nacional brasileira que entende
o mercado e a indústria local”.
A CNEC-WorleyParsons é outra recente fusão de uma empresa nacional
de engenharia com outra internacional,
já que a companhia brasileira CNEC foi
adquirida pela WorleyParsons, empresa
Australiana de engenharia. “Agora temos condições de oferecer uma gama
completa de serviços, desde estudos
conceituais e de viabilidade de engenharia básica e detalhada, bem como uma
completa gestão do programa”, citou
José Ayres, presidente da CNEC Worley
Parsons. “Nós combinamos as capacidades dos escritórios WorleyParsons fora
do Brasil, que têm um banco de dados
de projetos impressionante, com o nosso
extenso conhecimento local do mercado
brasileiro”.
Enquanto fusões cuidadosamente geridas, como a existente entre SNC-Lavalin e Minerconsult, e entre a CNEC e
WorleyParsons se provaram rentáveis,
isto nem sempre é o caso. “Muitos investidores internacionais têm uma percepção distorcida do Brasil. As empresas
estrangeiras sempre falam sobre a procura de parceiros locais no país, mas na
verdade eles não respeitam os pontos de
vista e métodos de empresas daqui”, res-
saltou Marcelus Geraldo de Araujo, presidente da Tecnometal.
Na medida que a indústria de mineração no Brasil continua a lutar por padrões mais elevados de sustentabilidade
ambiental e de proteção em ambeientes
hostis, inovar é a palavra chave. Enquanto o Brasil está repleto de conhecimentos de engenharia, as empresas
internacionais do setor são capazes de
alavancar seus recursos maiores e sua
experiência a fim de obter uma vantagem competitiva. “A Martin Engineering
tem um centro de pesquisa e desenvolvimento em nosso escritório corporativo
nos Estados Unidos que desenvolve as
mais recentes tecnologias para empresa
em todo o mundo. Vamos lançar entre
12 e 15 produtos no mercado brasileiro
em 2011”, contou Javier Schmal, diretor
geral da Martin Engineering.
De acordo com Marco Aurélio Soares,
diretor de operações da empresa de
software CEMI, o mercado de mineração
brasileira está se tornando mais autônomo e pode se tornar menos dependente
nas pesquisa e no desenvolvimento realizados no exterior para impulsioná-lo. “O
Brasil mudou, está mais maduro e o setor
de mineração está crescendo muito. Já
não temos uma mentalidade colonial, somos capazes de construir nós mesmos e
ser responsáveis pelo nosso próprio desenvolvimento nacional”, afirmou.
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
Apesar de ter um nível de proficiência
elevada, o segmento de serviços de mineração brasileiros tem um extraordinário
potencial para o crescimento devido
aos desafios na indústria de mineração
brasileira. Desde assegurar a sustentabilidade ambiental até a execução da
devida diligência nos mercados internacionais, o mercado brasileiro de mineração tem uma crescente e estratégica importância para uma rede de engenharias
nacionais e internacionais e consultorias
de mineração. “A BVP tem planos de aumentar nosso faturamento em 10 vezes
ao longo de 2011”, disse Sergio de Brito,
presidente da BVP Engenharia. “Nosso
posicionamento estratégico é trabalhar
efetivamente com ambas as empresas
nacionais e internacionais. O mercado
brasileiro é extremamente excitante para
a BVP agora, a economia brasileira se
encontra em uma posição histórica e temos a clara intenção de aproveitar este
momento”.
O Desafio do Financiamento
O acesso ao financiamento é um obstáculo para toda a economia brasileira
epara a indústria de mineração em
particular . O passado de instabilidade
econômica e inflação no Brasil tornou
a economia nacional e o setor de serviços financeiros avessos aos termos
Jaguar é reconhecido como um dos produtores de ouro emergentes do Brasil. (Foto cortesia da Jaguar Mining)
convencionais de crédito e às taxas de
juros acessíveis. Atualmente, a taxa de
empréstimos comerciais do Brasil está
acima de 11%, uma taxa considerada
extensamente proibitiva em toda a cadeia da indústria de mineração, desde
o fornecimento de equipamentos até os
requisitos operacionais básicos como
gestão de fluxo de caixa.
Além de tudo isso, os bancos brasileiros
desconfiam de devedores em potencial
e criaram um regime de restrição de
crédito àqueles sem um enorme extrato
bancário. Quando questionado sobre as
razões para tais condições de crédito
restritivas, como a exigência de garantia
de 130% sobre os pedidos de empréstimo, Paulo Moreira de Fonseca, diretor
do BNDES, Banco Nacional de Desenvolvimento, explicou: “O Brasil tem um
histórico de instabilidade econômica
e inflação extraordinária, legado que
tem impulsionado o setor bancário para
exigir condições de crédito como esta”.
“Num sentido mais amplo, o Brasil não
tem um mercado financeiro desenvolvido e de liquidez como os da Europa ou
da América do Norte. Ao longo do tempo
43
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
tuguesa da África, centros de mineração
da América Latina e no Sul da Europa.
Para empresas de engenharia e construção como a Brasfond, os frequentes
debates sobre os desafios de infra-estrutura brasileiras apresentam mais uma
oportunidade de negócio do que uma
ameaça para a capacidade operacional,
de acordo com Dcio Libano, diretor administrativo da companhia. “Apesar dos
enormes custos de suas operações, estamos vendo as empresas de mineração
como MMX e a Vale fazendo uma enorme
quantia de investimento privado para a
expansão de sua capacidade logística
e para transformar suas operações em
produção. Este padrão de investimento
só pode ser visto como uma oportunidade para as empresas de engenharia
como a Brasfond”, concluiu.
Uma recente tendência vista é o aumento de parcerias internacionais ou
aquisições de empresas locais por empresas internacionais de engenharia
e consultoria. Eduardo Dias, diretor
presidente da SNC-Lavalin Minerconsult- grupo de engenharia e construção
líder no desenvolvimento de infra-estrutura - descreve os benefícios destas parcerias. “A fusão da Minerconsult com a
SNC-Lavalin facilitou o crescimento do
nosso portfólio de serviços, bem como a
expansão geográfica das operações da
empresa no mercado internacional. Te-
42
mos sido capazes de alcançar este objetivo, preservando todas as características
e agilidade da Minerconsult como uma
empresa nacional brasileira que entende
o mercado e a indústria local”.
A CNEC-WorleyParsons é outra recente fusão de uma empresa nacional
de engenharia com outra internacional,
já que a companhia brasileira CNEC foi
adquirida pela WorleyParsons, empresa
Australiana de engenharia. “Agora temos condições de oferecer uma gama
completa de serviços, desde estudos
conceituais e de viabilidade de engenharia básica e detalhada, bem como uma
completa gestão do programa”, citou
José Ayres, presidente da CNEC Worley
Parsons. “Nós combinamos as capacidades dos escritórios WorleyParsons fora
do Brasil, que têm um banco de dados
de projetos impressionante, com o nosso
extenso conhecimento local do mercado
brasileiro”.
Enquanto fusões cuidadosamente geridas, como a existente entre SNC-Lavalin e Minerconsult, e entre a CNEC e
WorleyParsons se provaram rentáveis,
isto nem sempre é o caso. “Muitos investidores internacionais têm uma percepção distorcida do Brasil. As empresas
estrangeiras sempre falam sobre a procura de parceiros locais no país, mas na
verdade eles não respeitam os pontos de
vista e métodos de empresas daqui”, res-
saltou Marcelus Geraldo de Araujo, presidente da Tecnometal.
Na medida que a indústria de mineração no Brasil continua a lutar por padrões mais elevados de sustentabilidade
ambiental e de proteção em ambeientes
hostis, inovar é a palavra chave. Enquanto o Brasil está repleto de conhecimentos de engenharia, as empresas
internacionais do setor são capazes de
alavancar seus recursos maiores e sua
experiência a fim de obter uma vantagem competitiva. “A Martin Engineering
tem um centro de pesquisa e desenvolvimento em nosso escritório corporativo
nos Estados Unidos que desenvolve as
mais recentes tecnologias para empresa
em todo o mundo. Vamos lançar entre
12 e 15 produtos no mercado brasileiro
em 2011”, contou Javier Schmal, diretor
geral da Martin Engineering.
De acordo com Marco Aurélio Soares,
diretor de operações da empresa de
software CEMI, o mercado de mineração
brasileira está se tornando mais autônomo e pode se tornar menos dependente
nas pesquisa e no desenvolvimento realizados no exterior para impulsioná-lo. “O
Brasil mudou, está mais maduro e o setor
de mineração está crescendo muito. Já
não temos uma mentalidade colonial, somos capazes de construir nós mesmos e
ser responsáveis pelo nosso próprio desenvolvimento nacional”, afirmou.
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
Apesar de ter um nível de proficiência
elevada, o segmento de serviços de mineração brasileiros tem um extraordinário
potencial para o crescimento devido
aos desafios na indústria de mineração
brasileira. Desde assegurar a sustentabilidade ambiental até a execução da
devida diligência nos mercados internacionais, o mercado brasileiro de mineração tem uma crescente e estratégica importância para uma rede de engenharias
nacionais e internacionais e consultorias
de mineração. “A BVP tem planos de aumentar nosso faturamento em 10 vezes
ao longo de 2011”, disse Sergio de Brito,
presidente da BVP Engenharia. “Nosso
posicionamento estratégico é trabalhar
efetivamente com ambas as empresas
nacionais e internacionais. O mercado
brasileiro é extremamente excitante para
a BVP agora, a economia brasileira se
encontra em uma posição histórica e temos a clara intenção de aproveitar este
momento”.
O Desafio do Financiamento
O acesso ao financiamento é um obstáculo para toda a economia brasileira
epara a indústria de mineração em
particular . O passado de instabilidade
econômica e inflação no Brasil tornou
a economia nacional e o setor de serviços financeiros avessos aos termos
Jaguar é reconhecido como um dos produtores de ouro emergentes do Brasil. (Foto cortesia da Jaguar Mining)
convencionais de crédito e às taxas de
juros acessíveis. Atualmente, a taxa de
empréstimos comerciais do Brasil está
acima de 11%, uma taxa considerada
extensamente proibitiva em toda a cadeia da indústria de mineração, desde
o fornecimento de equipamentos até os
requisitos operacionais básicos como
gestão de fluxo de caixa.
Além de tudo isso, os bancos brasileiros
desconfiam de devedores em potencial
e criaram um regime de restrição de
crédito àqueles sem um enorme extrato
bancário. Quando questionado sobre as
razões para tais condições de crédito
restritivas, como a exigência de garantia
de 130% sobre os pedidos de empréstimo, Paulo Moreira de Fonseca, diretor
do BNDES, Banco Nacional de Desenvolvimento, explicou: “O Brasil tem um
histórico de instabilidade econômica
e inflação extraordinária, legado que
tem impulsionado o setor bancário para
exigir condições de crédito como esta”.
“Num sentido mais amplo, o Brasil não
tem um mercado financeiro desenvolvido e de liquidez como os da Europa ou
da América do Norte. Ao longo do tempo
43
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
tenho certeza que isso vai mudar, mas por enquanto as empresas brasileiras de mineração estão em desvantagem competitiva em termos de acesso ao financiamento”.
A reavaliação do risco pelos credores e devedores, como resultado da crise financeira mundial resultou em um ambiente
menos amigável e condições de financiamento ainda mais restritivas. De acordo com o DNPM, um grande número de licenças
concedidas às empresas de mineração são devolvidas porque
elas já não têm acesso ao crédito necessário para financiar a
exploração ou o desenvolvimento do local. Para resolver este
problema, o governo brasileiro tem adotado medidas legais
que permitem as empresas obter empréstimos bancários com
depósitos de minerais como forma de crédito. No entanto, muitos bancos demonstram cautela sobre a utilização de minas
como uma garantia, uma vez que, caso as empresas vão à
falência, retirar o dinheiro equivalente ao minério resulta num
processo caro e complicado.
É de importância vital financiar a compra de equipamentos
de uma maneira eficiente e econômica. Em coordenação com
o Governo Federal, a ABIMAQ tem trabalhado para incentivar o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a estender o programa de Financiamento para
Aquisição de Bens de Capital (FINAME) para até 10 anos. Dentro das condições do FINAME, as compras de equipamentos
podem ser financiadas a taxas significativamente inferiores à
taxa básica de juros do Brasil de 11,75%. O FINAME tem melhorado muito na manutenção do crescimento do mercado de
fornecimento de equipamentos no Brasil durante e após a crise
financeira global.
A fim de superar as limitações associadas às taxas de bancos comerciais extremamente proibitivas do Brasil e mercados
de capitais sem liquidez, a maioria da indústria de mineração
no país é financiada por mercados internacionais. A necessidade do financiamento internacional a nível nacional são uma
importante fonte de oportunidade para o mercado de serviços
e consultoria. “A ERM pode apoiar tecnicamente as empresas
para arrecadar dinheiro através de bolsas de valores internacionais e mercados financeiros internacionais, gerindo-os para
que os processos de aceitação sejam aprovados. Precisamos
encontrar uma maneira de desenvolver os contatos internacionais e demonstrar as nossas competências e experiência para
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
clientes internacionais em potencial”,
disse Walter Ladeira, diretor técnico da
consultoria local ERM.
Há oportunidade para as empresas
que possam prestar consultoria sobre
estruturas de governância corporativa e
processos de diligência que companhias
precisam para ser apresentar nas principais bolsas de valores do mundocomo a
TSX, a AIM e a ASX. O regime financeiro
subdesenvolvido e proibitivo do Brasil
é considerado como uma oportunidade
para os investidores internacionais e as
consultorias terem um retorno em troca
do financiamento para o crescente portfólio das empresas junior no país.
Serviços de Digitalização
Geofísica
Os serviços que fornecem informações
sobre os 70% do território brasileiro que
ainda são desconhecidos em termos de
perfil geológico (e dão uma visão mais
aprofundada dos 30% que já são conhecidos) são de particular importância para
o mercado brasileiro. O perfil geográfico
ajuda as empresas de mineração e exploração na apuração potenciais areas
para novos desenvolvimentos.
A CPRM é a agência governamental
responsável pelo mapeamento geológico do país. “Eles fazem um bom trabalho em termos de investimento em le-
vantamentos geofísicos,
que são a base para o
mapeamento geológico”,
disse Jorge Hildenbrand,
chefe da divisão de mineração da Fugro Lasa.
“O grande problema
para a CPRM é que
ela não tem uma força
grande o suficiente para
enfrentar o desafio de
mapear um país enorme
como o Brasil. AtualLuis Melges, Diretor Executivo da
Paulo Libanio, Diretor regional da
mente, menos de 30%
Golder Associates em Brasil
Ausenco Brasil
do território brasileiro
foi mapeado na escala
são os principais países de mineração.
1:500.000 e menos de 5% do país foi
Nossa empresa tem se envolvido nas
mapeada na escala 1:50.000. Temos appesquisas realizadas em mais de 50%
enas o mapeamento geológico na escada região amazônica, e eu acredito que
la 1:50.000 para as principais províncias
se esses dados fossem transformados
minerais como Carajás. A maioria das
em informações geológicas, iriam abrir
Minas Gerais foi mapeado com escala
imensas oportunidades para a indústria
1:100.000, enquanto a região amazônica, o oeste e a região centro-oeste têm
de mineração. O governo brasileiro tem
escala 1:250.000 sobre as áreas bem
feito investimentos consistentes em pesmapeados. O resto do país é mapeado
quisas magnético-radiométricas, mas
em escala de 1:1.000.000.
também deveria investir em novas tec“O governo deveria acelerar o manologias como a gravidade aérea e pespeamento geológico do país, uma vez
quisas eletromagnéticas. Isso poderia
que isto é particularmente relevante para
oferecer melhores oportunidades para
o crescimento do setor de mineração.
o desenvolvimento da indústria e tamChile, Peru, Austrália, Canadá e África
bém um rápido e completo mapeamento
do Sul têm um mapeamento geológico
geológico do território do Brasil”, disse
bem detalhado, e não por coincidência
Hildenbrand.
A contratação de trabalhadores e provedores locais é uma das políticas de Ferrous.
Em Congonhas, a companhia assinou um acordo com a ADECON para manter o
diálogo com os empreiteros locais. (Foto cortesia de Ferrous)
44
45
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
tenho certeza que isso vai mudar, mas por enquanto as empresas brasileiras de mineração estão em desvantagem competitiva em termos de acesso ao financiamento”.
A reavaliação do risco pelos credores e devedores, como resultado da crise financeira mundial resultou em um ambiente
menos amigável e condições de financiamento ainda mais restritivas. De acordo com o DNPM, um grande número de licenças
concedidas às empresas de mineração são devolvidas porque
elas já não têm acesso ao crédito necessário para financiar a
exploração ou o desenvolvimento do local. Para resolver este
problema, o governo brasileiro tem adotado medidas legais
que permitem as empresas obter empréstimos bancários com
depósitos de minerais como forma de crédito. No entanto, muitos bancos demonstram cautela sobre a utilização de minas
como uma garantia, uma vez que, caso as empresas vão à
falência, retirar o dinheiro equivalente ao minério resulta num
processo caro e complicado.
É de importância vital financiar a compra de equipamentos
de uma maneira eficiente e econômica. Em coordenação com
o Governo Federal, a ABIMAQ tem trabalhado para incentivar o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a estender o programa de Financiamento para
Aquisição de Bens de Capital (FINAME) para até 10 anos. Dentro das condições do FINAME, as compras de equipamentos
podem ser financiadas a taxas significativamente inferiores à
taxa básica de juros do Brasil de 11,75%. O FINAME tem melhorado muito na manutenção do crescimento do mercado de
fornecimento de equipamentos no Brasil durante e após a crise
financeira global.
A fim de superar as limitações associadas às taxas de bancos comerciais extremamente proibitivas do Brasil e mercados
de capitais sem liquidez, a maioria da indústria de mineração
no país é financiada por mercados internacionais. A necessidade do financiamento internacional a nível nacional são uma
importante fonte de oportunidade para o mercado de serviços
e consultoria. “A ERM pode apoiar tecnicamente as empresas
para arrecadar dinheiro através de bolsas de valores internacionais e mercados financeiros internacionais, gerindo-os para
que os processos de aceitação sejam aprovados. Precisamos
encontrar uma maneira de desenvolver os contatos internacionais e demonstrar as nossas competências e experiência para
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
clientes internacionais em potencial”,
disse Walter Ladeira, diretor técnico da
consultoria local ERM.
Há oportunidade para as empresas
que possam prestar consultoria sobre
estruturas de governância corporativa e
processos de diligência que companhias
precisam para ser apresentar nas principais bolsas de valores do mundocomo a
TSX, a AIM e a ASX. O regime financeiro
subdesenvolvido e proibitivo do Brasil
é considerado como uma oportunidade
para os investidores internacionais e as
consultorias terem um retorno em troca
do financiamento para o crescente portfólio das empresas junior no país.
Serviços de Digitalização
Geofísica
Os serviços que fornecem informações
sobre os 70% do território brasileiro que
ainda são desconhecidos em termos de
perfil geológico (e dão uma visão mais
aprofundada dos 30% que já são conhecidos) são de particular importância para
o mercado brasileiro. O perfil geográfico
ajuda as empresas de mineração e exploração na apuração potenciais areas
para novos desenvolvimentos.
A CPRM é a agência governamental
responsável pelo mapeamento geológico do país. “Eles fazem um bom trabalho em termos de investimento em le-
vantamentos geofísicos,
que são a base para o
mapeamento geológico”,
disse Jorge Hildenbrand,
chefe da divisão de mineração da Fugro Lasa.
“O grande problema
para a CPRM é que
ela não tem uma força
grande o suficiente para
enfrentar o desafio de
mapear um país enorme
como o Brasil. AtualLuis Melges, Diretor Executivo da
Paulo Libanio, Diretor regional da
mente, menos de 30%
Golder Associates em Brasil
Ausenco Brasil
do território brasileiro
foi mapeado na escala
são os principais países de mineração.
1:500.000 e menos de 5% do país foi
Nossa empresa tem se envolvido nas
mapeada na escala 1:50.000. Temos appesquisas realizadas em mais de 50%
enas o mapeamento geológico na escada região amazônica, e eu acredito que
la 1:50.000 para as principais províncias
se esses dados fossem transformados
minerais como Carajás. A maioria das
em informações geológicas, iriam abrir
Minas Gerais foi mapeado com escala
imensas oportunidades para a indústria
1:100.000, enquanto a região amazônica, o oeste e a região centro-oeste têm
de mineração. O governo brasileiro tem
escala 1:250.000 sobre as áreas bem
feito investimentos consistentes em pesmapeados. O resto do país é mapeado
quisas magnético-radiométricas, mas
em escala de 1:1.000.000.
também deveria investir em novas tec“O governo deveria acelerar o manologias como a gravidade aérea e pespeamento geológico do país, uma vez
quisas eletromagnéticas. Isso poderia
que isto é particularmente relevante para
oferecer melhores oportunidades para
o crescimento do setor de mineração.
o desenvolvimento da indústria e tamChile, Peru, Austrália, Canadá e África
bém um rápido e completo mapeamento
do Sul têm um mapeamento geológico
geológico do território do Brasil”, disse
bem detalhado, e não por coincidência
Hildenbrand.
A contratação de trabalhadores e provedores locais é uma das políticas de Ferrous.
Em Congonhas, a companhia assinou um acordo com a ADECON para manter o
diálogo com os empreiteros locais. (Foto cortesia de Ferrous)
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UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
A Mineração da Amazônia
A região amazônica tem um potencial
para importantes recursos minerais não
descobertos, além de grandes reservas de, em ordem de volume, minério
de ferro, manganês, bauxita, ouro e estanho. No entanto há uma forte preocupação com a biodiversidade da floresta
amazônica, que compreende 20% da
produção mundial de florestas tropicais
remanescentes e fornece abrigo a 10%
das espécies de plantas e animais da
Terra e remove o excesso de dióxido
de carbono da atmosfera. Portanto, de
acordo com o DNPM, a futura produção
mineral vai depender muito do descobrimento de novas abordagens e tecnologias que permitam a mineração de uma
maneira responsável e sustentável. “O
país tem potencial para duplicar ou triplicar a atual produção mineira”, diz Marcelo Tunes, diretor do Instituto Brasileiro
de Mineração.
Segundo a instituição, as exportações
da região amazônica somam quase 30%
da indústria extrativa de mineração do
Brasil. O estado amazônico do Pará, por
exemplo, é o segundo maior exportador
de mineração do país, depois de Minas
Gerais. As exportações de minério de
ferro da Amazônia totalizaram cerca de
US$ 2,6 bilhões em 2008, seguido pelo
cobre com US$ 515 milhões e do man-
Estoque de bauxita lavado (Foto courtesia de Alcoa)
ganês com US$ 402 milhões. No entanto, a exploração foi atingida pela crise
financeira, com um número menor de
garimpeiros rebentando em 2009.
Luis Melges, presidente da Golder
Associates, trabalha no planejamento
de desenvolvimento da mineração na
região amazônica e conhece a complexidade do assunto. “A mineração em áreas
remotas da floresta amazônica tem um
impacto social muito elevado, levando
em conta que milhares de pessoas migram para a área dos projetos em busca
de trabalho. A Golder Associates leva
em conta todos os aspectos ambientais
e sociais que estão relacionados com o
desenvolvimento de um novo projeto.
A região de mineração de Carajás, explorada pela Vale, é um bom exemplo,
uma vez que as minas têm sido desenvolvidos na Floresta Nacional de Carajás
- uma área de conservação - de forma
sustentável”, relacionou o diretor. A sustentabilidade ambiental é de importância
fundamental para a Golder.
Em alguns casos, a mineração responsável pode ter um impacto positivo sobre
a área ao redor da floresta amazônica.
De acordo com Ricardo Dequech, diretor
da Mineração Buritirama, uma foto aérea
Since its inception in 2003, Yamana’s workforce has grown
from 12 to over 9,000 employees, working at our operating
mines, development stage projects, exploration sites
and administrative offices located in Argentina,
Brazil, Canada, Chile, Colombia and Mexico.
Quality people are the foundation for
Yamana’s continued success. We
strive to create an environment
that encourages innovation,
manages change and nurtures
development. Every Yamana
employee is empowered to pursue
this philosophy.
..........................................
46
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
da mina de Buritirama mostra claramente
uma ilha de floresta rodeada por campos
agrícolas recentemente estabelecidos
no local. “Com relação à mineração na
Amazônia, o impacto da mina é limitado
quando comparado com o impacto da
agricultura intensiva”, disse ele. “Além
disso, as empresas de mineração reinvestem na sustentabilidade social e ambiental na área, já que estes temas se tornaram essenciais na indústria.” Grande
parte da produção futura de minerais vai
depender de novas abordagens e novas tecnologias a serem aplicadas para
o desenvolvimento econômico e social
que protejam o meio ambiente de forma
responsável e sustentável.
A floresta amazônica é o fornecedor
de um quinto de toda a água doce de escoamento livre do planeta e oo governo
do Brasil pretende construir várias usinas
hidrelétricas, a fim de produzir energia.
Segundo o ministro brasileiro da mineração, grandes investimentos precisam
ser feitos em novas capacidades de
produção ao longo dos próximos anos
para desenvolver a economia e isso irá
criar milhares de postos de trabalho.
Para projetos na floresta amazônica
pode ser muito difícil ter acesso à energia, então muitas empresas de mineração têm construído barragens próximas
às suas operações. Por exemplo, a Votorantim, a segunda maior empresa de
mineração no Brasil, produz cerca de
68% da energia necessária a partir de 33
usinas hidrelétricas e cinco termelétricas.
A empresa é capaz de gerar 2.380 MW.
“Buscamos a integração, a fim de manter os custos sob controle”, disse João
Bosco Silva, presidente do Grupo, que
revelou ainda que a Votorantim tem planos para expandir sua produção de energia para atingir um nível de produção
de 85% da energia consumida.
tecnologia e capital humano sempre fez
a GEOSOL se destacar no mercado de
perfuração no Brasil e no mundo”, disse
João Carvalho, presidente da empresa,
que possui atualmente cerca de 250 plataformas de perfuração em operação.
GEOSOL, em parceria com a Fundação Victor Dequech, está pronta para
criar um novo departamento dea pesquisa, desenvolvimento e inovação .
“Nós temos um foco especial em novas
tecnologias para aumentar a produção
e atingir os mais altos padrões de segurança. Nosso objetivo para os próximos
cinco anos é nos tornar mais internacional e aumentar nossa receita em 15% em
2011 “, disse Carvalho.
Preparados para Liderança?
O mercado brasileiro de mineração é um
de enorme potencial. Apesar de ter 70%
de seu território desconhecido geologicamente, o Brasil possui minas colossais
como a de Carajás, no Pará e o Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais.
O país enfrenta desafios semelhantes
aos de muitas das principais economias
de mineração do mundo: escassez de
mão de obra qualificada, necessidade
de melhorias na infra-estrutura e falta de
eletricidade confiável e barata. O Brasil
ainda enfrenta desafios singulares como
a mineração na Amazônia e a rígida leg-
islação ambiental vigente. Apesar destes
desafios, o mercado de mineração no
Brasil vive um boom no presente, que
deverá continar pelo menos pelos próximos cinco anos.
Embora a China –líder do boom
asiático – tenha uma enorme influência no perfil da demanda do mercado
brasileiro, a indústria brasileira tem visto
um importante crescimento da demanda
doméstica também.
O parque habitacional brasileiro tem
um déficit de oito milhões de moradias, o
que, combinado com o desenvolvimento
de infra-estrutura do país para a próxima
Olimpíada e Copa do Mundo, vai posicionar o Brasil como um dos mercados
mais interessantes do mundo para o
investimento internacional em toda a cadeia produtiva de mineração.
“O Brasil está no meio de um momento histórico”, disse Da Souza Lima, presidente da GEOID.
“No passado, o Brasil viveu uma instabilidade política e econômica que
acreditamos que já foram resolvidas. Há
cada vez mais investimenos investimentos estrangeiros vindo para o mercado
brasileiro, uma vez que os investidores
estão cada vez mais interessados em desenvolver seus negócios no país. O Brasil está agora em condições de cumprir
seu enorme potencial como líder global
na indústria de mineração “, finalizou.
Serviços de Perfuração
Embora a indústria de mineração do
Brasil é dominada por um punhado de
grandes empresas com grande capacidade de integração vertical de suas
operações, empresas independentes de
perfuração dominam o mercado. Em termos de estrutura de mercado, GEOSOL
se destaca como a líder de mercado,
seguida por várias empresas familiares
brasileiras e um crescente número de
jogadores internacionais como a Master
Drilling, a Layne do Brasil e a Boart Longyear. Enquanto os jogadores importantes
como a Vale ampliam seus orçamentos
de exploração para centenas de milhões
e os mercados financeiros mundiais se
interessam mais nas empresas juniores
do país, a previsão é que as oportunidades de empreiteiras de perfuração
creçam. “O investimento contínuo em
47
UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
A Mineração da Amazônia
A região amazônica tem um potencial
para importantes recursos minerais não
descobertos, além de grandes reservas de, em ordem de volume, minério
de ferro, manganês, bauxita, ouro e estanho. No entanto há uma forte preocupação com a biodiversidade da floresta
amazônica, que compreende 20% da
produção mundial de florestas tropicais
remanescentes e fornece abrigo a 10%
das espécies de plantas e animais da
Terra e remove o excesso de dióxido
de carbono da atmosfera. Portanto, de
acordo com o DNPM, a futura produção
mineral vai depender muito do descobrimento de novas abordagens e tecnologias que permitam a mineração de uma
maneira responsável e sustentável. “O
país tem potencial para duplicar ou triplicar a atual produção mineira”, diz Marcelo Tunes, diretor do Instituto Brasileiro
de Mineração.
Segundo a instituição, as exportações
da região amazônica somam quase 30%
da indústria extrativa de mineração do
Brasil. O estado amazônico do Pará, por
exemplo, é o segundo maior exportador
de mineração do país, depois de Minas
Gerais. As exportações de minério de
ferro da Amazônia totalizaram cerca de
US$ 2,6 bilhões em 2008, seguido pelo
cobre com US$ 515 milhões e do man-
Estoque de bauxita lavado (Foto courtesia de Alcoa)
ganês com US$ 402 milhões. No entanto, a exploração foi atingida pela crise
financeira, com um número menor de
garimpeiros rebentando em 2009.
Luis Melges, presidente da Golder
Associates, trabalha no planejamento
de desenvolvimento da mineração na
região amazônica e conhece a complexidade do assunto. “A mineração em áreas
remotas da floresta amazônica tem um
impacto social muito elevado, levando
em conta que milhares de pessoas migram para a área dos projetos em busca
de trabalho. A Golder Associates leva
em conta todos os aspectos ambientais
e sociais que estão relacionados com o
desenvolvimento de um novo projeto.
A região de mineração de Carajás, explorada pela Vale, é um bom exemplo,
uma vez que as minas têm sido desenvolvidos na Floresta Nacional de Carajás
- uma área de conservação - de forma
sustentável”, relacionou o diretor. A sustentabilidade ambiental é de importância
fundamental para a Golder.
Em alguns casos, a mineração responsável pode ter um impacto positivo sobre
a área ao redor da floresta amazônica.
De acordo com Ricardo Dequech, diretor
da Mineração Buritirama, uma foto aérea
Since its inception in 2003, Yamana’s workforce has grown
from 12 to over 9,000 employees, working at our operating
mines, development stage projects, exploration sites
and administrative offices located in Argentina,
Brazil, Canada, Chile, Colombia and Mexico.
Quality people are the foundation for
Yamana’s continued success. We
strive to create an environment
that encourages innovation,
manages change and nurtures
development. Every Yamana
employee is empowered to pursue
this philosophy.
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UM RELATORIO DA Global Business Reports PARA Engineering & Mining Journal
da mina de Buritirama mostra claramente
uma ilha de floresta rodeada por campos
agrícolas recentemente estabelecidos
no local. “Com relação à mineração na
Amazônia, o impacto da mina é limitado
quando comparado com o impacto da
agricultura intensiva”, disse ele. “Além
disso, as empresas de mineração reinvestem na sustentabilidade social e ambiental na área, já que estes temas se tornaram essenciais na indústria.” Grande
parte da produção futura de minerais vai
depender de novas abordagens e novas tecnologias a serem aplicadas para
o desenvolvimento econômico e social
que protejam o meio ambiente de forma
responsável e sustentável.
A floresta amazônica é o fornecedor
de um quinto de toda a água doce de escoamento livre do planeta e oo governo
do Brasil pretende construir várias usinas
hidrelétricas, a fim de produzir energia.
Segundo o ministro brasileiro da mineração, grandes investimentos precisam
ser feitos em novas capacidades de
produção ao longo dos próximos anos
para desenvolver a economia e isso irá
criar milhares de postos de trabalho.
Para projetos na floresta amazônica
pode ser muito difícil ter acesso à energia, então muitas empresas de mineração têm construído barragens próximas
às suas operações. Por exemplo, a Votorantim, a segunda maior empresa de
mineração no Brasil, produz cerca de
68% da energia necessária a partir de 33
usinas hidrelétricas e cinco termelétricas.
A empresa é capaz de gerar 2.380 MW.
“Buscamos a integração, a fim de manter os custos sob controle”, disse João
Bosco Silva, presidente do Grupo, que
revelou ainda que a Votorantim tem planos para expandir sua produção de energia para atingir um nível de produção
de 85% da energia consumida.
tecnologia e capital humano sempre fez
a GEOSOL se destacar no mercado de
perfuração no Brasil e no mundo”, disse
João Carvalho, presidente da empresa,
que possui atualmente cerca de 250 plataformas de perfuração em operação.
GEOSOL, em parceria com a Fundação Victor Dequech, está pronta para
criar um novo departamento dea pesquisa, desenvolvimento e inovação .
“Nós temos um foco especial em novas
tecnologias para aumentar a produção
e atingir os mais altos padrões de segurança. Nosso objetivo para os próximos
cinco anos é nos tornar mais internacional e aumentar nossa receita em 15% em
2011 “, disse Carvalho.
Preparados para Liderança?
O mercado brasileiro de mineração é um
de enorme potencial. Apesar de ter 70%
de seu território desconhecido geologicamente, o Brasil possui minas colossais
como a de Carajás, no Pará e o Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais.
O país enfrenta desafios semelhantes
aos de muitas das principais economias
de mineração do mundo: escassez de
mão de obra qualificada, necessidade
de melhorias na infra-estrutura e falta de
eletricidade confiável e barata. O Brasil
ainda enfrenta desafios singulares como
a mineração na Amazônia e a rígida leg-
islação ambiental vigente. Apesar destes
desafios, o mercado de mineração no
Brasil vive um boom no presente, que
deverá continar pelo menos pelos próximos cinco anos.
Embora a China –líder do boom
asiático – tenha uma enorme influência no perfil da demanda do mercado
brasileiro, a indústria brasileira tem visto
um importante crescimento da demanda
doméstica também.
O parque habitacional brasileiro tem
um déficit de oito milhões de moradias, o
que, combinado com o desenvolvimento
de infra-estrutura do país para a próxima
Olimpíada e Copa do Mundo, vai posicionar o Brasil como um dos mercados
mais interessantes do mundo para o
investimento internacional em toda a cadeia produtiva de mineração.
“O Brasil está no meio de um momento histórico”, disse Da Souza Lima, presidente da GEOID.
“No passado, o Brasil viveu uma instabilidade política e econômica que
acreditamos que já foram resolvidas. Há
cada vez mais investimenos investimentos estrangeiros vindo para o mercado
brasileiro, uma vez que os investidores
estão cada vez mais interessados em desenvolver seus negócios no país. O Brasil está agora em condições de cumprir
seu enorme potencial como líder global
na indústria de mineração “, finalizou.
Serviços de Perfuração
Embora a indústria de mineração do
Brasil é dominada por um punhado de
grandes empresas com grande capacidade de integração vertical de suas
operações, empresas independentes de
perfuração dominam o mercado. Em termos de estrutura de mercado, GEOSOL
se destaca como a líder de mercado,
seguida por várias empresas familiares
brasileiras e um crescente número de
jogadores internacionais como a Master
Drilling, a Layne do Brasil e a Boart Longyear. Enquanto os jogadores importantes
como a Vale ampliam seus orçamentos
de exploração para centenas de milhões
e os mercados financeiros mundiais se
interessam mais nas empresas juniores
do país, a previsão é que as oportunidades de empreiteiras de perfuração
creçam. “O investimento contínuo em
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