políticas sociais
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POLÍTICAS SOCIAIS 3 acompanhamento e análise APRESENTAÇÃO 3 CONJUNTURA E POLÍTICA SOCIAL 5 ACOMPANHAMENTO DE POLÍTICAS E PROGRAMAS GOVERNAMENTAIS 15 ENSAIOS Saneamento: os desafios atuais Kátya Maria Nasiaseni Calmon 113 A Propósito da Avaliação do PPA: lições da primeira tentativa Ronaldo Coutinho Garcia e Frederico Barbosa 121 Nota sobre Efeitos da Opção entre Diversos Índices para Deflacionamento de Valores Nominais Helmut Schwarzer 127 ANEXOS ACOMPANHAMENTO DA LEGISLAÇÃO EM POLÍTICAS SOCIAIS 135 ANEXO ESTATÍSTICO 153 Esta publicação é editada pela Diretoria de Estudos Sociais do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada − IPEA MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO MINISTRO Martus Tavares SECRETÁRIO EXECUTIVO Guilherme Dias Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada Fundação pública vinculada ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, o IPEA fornece suporte técnico e institucional às ações governamentais e disponibiliza, para a sociedade, elementos necessários ao conhecimento e à solução dos problemas econômicos e sociais do país. Inúmeras políticas públicas e programas de desenvolvimento brasileiro são formulados a partir de estudos e pesquisas realizados pelas equipes de especialistas do IPEA. PRESIDENTE Roberto Borges Martins POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise CONSELHO EDITORIAL Frederico Augusto Barbosa da Silva Guilherme da Costa Delgado Helmut Schwarzer (editor responsável) Jorge Abrahão de Castro Lauro Roberto Albrecht Ramos Luciana Mendes Mário Lisboa Theodoro Nathalie Beghin (DICOD) Ricardo Henriques TÉCNICOS COLABORADORES CHEFE DE GABINETE Luis Fernando de Lara Resende DIRETORIA Eustáquio José Reis Gustavo Maia Gomes Hubimaier Cantuária Santiago Luís Fernando Tironi Murilo Lôbo Ricardo Paes de Barros DIRETORIA DE ESTUDOS SOCIAIS DIRETOR Ricardo Paes de Barros Ana Maria Resende Chagas Brancolina Ferreira (DISET) Brunu Marcus Amorim Fernando Gaiger Silveira (DISET) Helmut Schwarzer Herton Ellery Araújo José Aparecido Carlos Ribeiro Luciana Mendes Manoel Moraes Marcelo Almeida de Britto Maria Martha Cassiolato Mário Lisboa Theodoro Marta Maria de Alencar Parente Paulo Roberto Corbucci Ronaldo Coutinho Garcia (DISET) Sergei Suarez Dillon Soares Sérgio Francisco Piola Sônia Tiê Schicascho ASSISTENTES DE PESQUISA COORDENADORES Ana Amélia Camarano Lauro Roberto Albrecht Ramos As opiniões registradas neste Boletim não exprimem, necessariamente, o ponto de vista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada/Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Ana Carolina Querino Ana Paula Neiva Bruno Duarte Cleyton Domingues de Moura Daniela P. Ramos Giovana Bertolini Gustavo C. Garcez Helenne Simões James Richard Silva Santos Juana de Andrade Lucini Pedro Perna B. Menezes Radakian M. S. Lino Suiane Fernandes ISSN 1518−4285 A produção editorial deste Boletim contou com o apoio financeiro do Banco Interamericano de Desenvolvimento, BID, por intermédio do Programa Rede de Pesquisa e Desenvolvimento de Políticas Públicas, Rede-IPEA, operacionalizado pelo Projeto BRA 97/013 de Cooperação Técnica com o PNUD. APRESENTAÇÃO O IPEA dá seqüência à sua missão de pro- analisar e comentar os fatos relevantes duzir e difundir informações sobre a reali- do mesmo período. O periódico Políticas dade social e as políticas públicas com a Sociais: Acompanhamento e Análise reuniu, divulgação deste terceiro número do Polí- no seu segundo número, informações refe- ticas Sociais: Acompanhamento e Análise. rentes às áreas de Previdência, Assistência Trata-se de um esforço semestral que tem Social, Saúde, Educação, Cultura, Trabalho por objetivo apresentar e analisar os prin- e Renda, e Desenvolvimento Rural. Nesta cipais fatos ocorridos nas diversas áreas de terceira edição, incorpora-se, com muita sa- política social, ao longo do ano 2000 e nos tisfação, a área de Segurança Pública, à qual primeiros meses de 2001, munindo os ato- o IPEA tem dedicado atenção crescente, res sociais – formuladores de políticas, aca- dada a magnitude do problema e seu pro- dêmicos, membros da sociedade civil e ci- fundo entrelaçamento com as demais di- dadãos em geral – das informações neces- mensões da política social. sárias para o debate democrático, condição preliminar ao aprofundamento das políti- Cabe manifestar um profundo voto de agra- cas de desenvolvimento social. Além da decimento às mais diversas pessoas dos mi- versão impressa, o IPEA também disponibi- nistérios e demais instituições do governo liza o informativo gratuitamente por cor- federal que apoiaram − e apóiam − o IPEA no reio eletrônico ou, para consulta, no ende- monitoramento das políticas nas suas res- reço (http://www.ipea.gov.br). pectivas áreas setoriais. Sem essa parceria consubstanciada por intermédio de troca de Manteve-se a mesma estrutura dos dois nú- informações e de experiências, não só para meros anteriores. Inicialmente, a seção este periódico como para diversos outros Conjuntura e Política Social, que busca traçar trabalhos do Instituto, tais publicações ver- um panorama do período recente e apre- se-iam consideravelmente comprometidas senta um resumo das principais áreas seto- em qualidade e profundidade de análise. riais cobertas pelo periódico. Na segunda seção, Acompanhamento de Políticas e Progra- A terceira seção reúne um conjunto de en- mas Governamentais, procurou-se descrever, saios, sendo o primeiro de autoria de Kátya 4 POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise Calmon, pesquisadora da Diretoria de Estu- muito grande dos dados atualmente dispo- dos Regionais e Urbanos (DIRUR) do IPEA, níveis. O objetivo do redesenho do Anexo que se propõe a avaliar os desafios que ora Estatístico é proporcionar aos usuários des- se apresentam ao governo e à sociedade te periódico informações consolidadas so- brasileira no setor Saneamento. O artigo se- bre políticas sociais e seus indicadores guinte é assinado por Frederico Barbosa, da como nenhuma outra publicação as dispo- Diretoria de Estudos Sociais (DISOC/IPEA), e nibiliza atualmente no Brasil. Trata-se, ob- Ronaldo Garcia, da Diretoria de Estudos Se- viamente, de um work in progress, um tra- toriais (DISET/IPEA). Os autores apresentam balho em permanente processo de aperfei- uma análise da experiência do corpo de téc- çoamento, para o que espera-se também re- nicos da instituição no processo de avalia- colher os comentários críticos dos leitores, ção do Plano Plurianual (PPA). Deve-se ex- aos quais pretende-se prestar um serviço. plicar previamente ao leitor que o PPA, desde sua institucionalização a partir da Constituição de 1988, passou por várias fases e Boa leitura! formatos de concepção e elaboração até a atual tentativa (do segundo governo do presidente Fernando Henrique Cardoso), de montagem de um planejamento da administração pública federal em bases gerenciais. Como tal reforma administrativa não se fez (ou não se concluiu), o processo de elaboração do PPA, que tem por diretriz esse pressuposto, refletiria em grande medida essa lacuna. Por fim, apresenta-se uma breve nota técnica do pesquisador Helmut Schwarzer, da Diretoria de Estudos Sociais (DISOC/IPEA), que procura demonstrar as diferenças de resultados obtidos quando da aplicação de diferentes índices de preços a séries de valores monetários correntes. O autor arrisca, ainda, uma interpretação de resultados de um exercício aplicado aos gastos da Previdência Social brasileira entre 1998 e 2000. A última seção do Políticas Sociais: Acompanhamento e Análise é integrada pelos anexos; o primeiro, Acompanhamento de Legislação em Políticas Sociais, trata de diversas modificações legais relevantes do período recente. O segundo, Anexo Estatístico, sofreu algumas reformulações ao longo do último semestre e apresenta-se completamente renovado. Todas as áreas com acompanhamento setorial regular contam com tabelas próprias, exceto a área de Segurança Pública, na qual se verifica uma fragilidade Conselho Editorial POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise CONJUNTURA E POLÍTICA SOCIAL 5 CONJUNTURA E POLÍTICA SOCIAL Na conjuntura recente das políticas sociais em 2001, é condicionar a transferência de brasileiras merece atenção a multiplica- renda − uma ação de impacto a curto prazo ção de programas de transferência de ren- no combate à pobreza − à freqüência esco- da a populações carentes ou em situação lar, uma ação com efeito de longo prazo. de risco social. Com efeito, ao longo do ano 2000 e da primeira metade de 2001, Outro programa recém-lançado e planeja- consolidaram-se diversas iniciativas seto- do para efetivar-se a partir do segundo se- riais que, em conjunto, poderiam ser vis- mestre de 2001 é o Bolsa-Alimentação, ad- tas como elementos de gestação de um ministrado amplo programa nacional de garantia de O programa é destinado a famílias caren- renda mínima. tes com crianças de 0 a 6 anos de idade ou pelo Ministério da Saúde. com gestantes e tem lógica semelhante ao Pelo menos quatro programas de governo Bolsa-Escola. O objetivo é evitar ou redu- que transferem renda às famílias de baixa zir conseqüências de longo prazo sobre a renda com crianças e adolescentes, que criança em função dos efeitos da desnutri- têm sido identificados como grupos etários ção; para tal, há a transferência de R$ 15,00 mais atingidos pela pobreza, poderiam ser por beneficiário, para até 3 beneficiários citados. O primeiro e mais conhecido de- por família cadastrada que apresente a les é o Bolsa-Escola, administrado pelo Mi- mesma condição de renda do Bolsa-Escola. nistério da Educação e que, na sua versão O pagamento da bolsa está integrado ao recém-lançada, representa uma ampliação acompanhamento da família pela rede bá- do programa homônimo anterior. En- sica de assistência do SUS. A previsão orça- quanto este último atuava em 1 400 muni- mentária do programa para 2001 é de R$ cípios, o programa aprovado em maio de 575 milhões. 2001 estende-se a todo o Brasil. Seu público-alvo é integrado por crianças de 6 a 15 Existem, ainda, o Programa de Erradicação do anos de idade, que freqüentem escola e cu- Trabalho Infantil (PETI), complementado jas famílias percebem rendimento familiar pelo Programa Agente Jovem, ambos adminis- inferior a meio salário-mínimo per capita. trados pela Secretaria de Estado da Assistên- O benefício, pago em complemento a ou- cia Social (SEAS) do Ministério da Previdên- tro benefício de “bolsa escola”, oferecido cia e Assistência Social. O PETI concede a pelo município respectivo, é de R$ 15,00 Bolsa Criança Cidadã de R$ 25,00 nas áreas por criança, até um máximo de 3 crianças rurais e de R$ 40,00 em áreas urbanas para por família. A lógica do programa, que famílias que habitam regiões com grave in- conta com orçamento de R$ 1,65 bilhão cidência de trabalho infantil penoso, desde 8 POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise que retirem seus filhos de 7 a 14 anos de Ou seja, somando-se os recursos alocados idade dessas atividades e os encaminhem à nos quatro programas implementados pelo escola em jornada ampliada. Como possibi- governo federal às transferências perma- lidade de seqüência à Bolsa do PETI têm sur- nentes oriundas da Constituição, alcança- gido desde meados de 1999 diversas ações se, para 2001, pouco mais de R$ 6 bilhões da SEAS voltadas à juventude, entre as quais em benefícios pagos. o Programa Agente Jovem, direcionado para jovens de 15 a 17 anos de idade, carentes e Na conjuntura recente, ressalta-se, ainda, em situação de risco, que recebem uma bol- que em fins de 2000 e ao longo do primei- sa de R$ 65,00 mensais e têm a obrigação de ro semestre de 2001 foi aprovada a legisla- manter vínculo com a escola e engajar-se ção necessária para a criação do Fundo de em atividades comunitárias sob orientação Combate e Erradicação da Pobreza (FCEP). pedagógica. O PETI tem como meta para Sua fonte inicial de recursos é constituída 2001 atender, aproximadamente, a 720 mil por alíquota adicional de 0,08% à Contri- crianças, e o Agente Jovem, em fase inicial, buição Provisória sobre Movimentações deve beneficiar cerca de 40 mil adolescen- Financeiras (CPMF), o que atingiria, segun- tes. O orçamento de ambos os programas do estimativas preliminares, uma receita chega a R$ 350 milhões para 2001. de aproximadamente R$ 4 bilhões em 2001. O FCEP já estará participando em Além desses quatro programas de iniciati- 2001 do mix de financiamento dos progra- va do governo federal, existem direitos, es- mas Bolsa-Escola e Bolsa-Alimentação, aci- tabelecidos na Constituição de 1988, que ma mencionados. O BPC/RMV e o PETI/ se materializam em transferências perma- Agente Jovem, por sua vez, são financiados nentes de renda a pessoas carentes idosas e com recursos do Tesouro Nacional. Futura- portadoras de necessidades especiais. Tra- mente, os programas descritos poderão vir ta-se do Benefício de Prestação Continua- a ser o embrião de um programa amplo de da (BPC), previsto na Lei Orgânica da As- garantia de renda mínima, e o FCEP, em sistência Social, nas modalidades “Idoso” e cuja legislação há também a previsão de “Portador de Deficiência”, bem como do aportes do orçamento federal, o protótipo antecessor do BPC, a Renda Mensal Vitalí- do seu financiamento. cia (RMV). Esses benefícios totalizaram cerca de R$ 3,5 bilhões em 2000. No que se refere ao acompanhamento e à análise das políticas sociais, observam-se O Benefício de Prestação Continuada é movimentos setoriais bastante heterogê- concedido a pessoas com 67 anos ou mais e neos. Assim, na área da Previdência Social, o a pessoas portadoras de deficiência (inclusi- ano 2000 transcorreu sem grandes eventos, ve congênita), com renda familiar per capi- uma vez que fôra concluída a votação da re- ta de até um quarto do salário-mínimo e em forma constitucional em 1998 e sua regula- cujas famílias não haja outro beneficiário mentação em 1999. O momento foi carac- da Previdência Social ou do seguro-desem- terizado pela implementação das novas re- prego. Trata-se, no total, de quase 2 milhões gras no INSS, com a gradual incorporação de benefícios, sendo 1,3 milhão destinados do “Fator Previdenciário” ao cálculo do va- a pessoas inválidas e a portadores de defi- lor das novas aposentadorias concedidas ciência, e cerca de 700 mil para pessoas por tempo de contribuição, bem como a idosas não protegidas por benefícios da Pre- forte expansão do número de benefícios de vidência Social básica urbana e rural. salário-maternidade transferidos pela Previdência. Dado que o Poder Judiciário manteve bloqueados os intentos de ajuste via mo- POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise dificação das alíquotas de contribuição dos Monetário Nacional (CMN), revogando as regimes próprios do funcionalismo público Resoluções no 2 065/2000 e 2 324/1996. (em regime de trabalho RJU), nesse âmbito Além disso, em janeiro de 2001, por meio nada de significativo ocorreu. do Decreto no 3 271, programou-se a elevação da idade mínima para aposentadoria O destaque ficou para a área da Previdência nos fundos de pensão fechados, atualmente Complementar a partir de dezembro de estipulada em 55 anos. O decreto, embora 2000, quando venceu o prazo de dois anos seja alvo de diversas contestações judiciais, dado pela Emenda Constitucional no 20, de é elemento importante para se visualizar, 1998, para que os fundos de pensão super- claramente, que o MPAS, por intermédio da visionados pela Secretaria de Previdência SPC, está executando atualmente uma polí- Complementar (SPC) no Ministério da Pre- tica que estimula planos de previdência vidência e Assistência Social (MPAS) imple- complementar baseados no princípio da mentassem diversas medidas, entre as quais contribuição definida (em que a aposenta- destaca-se a paridade de contribuição entre doria resultante depende sobretudo da ren- empregador e empregado no caso dos fun- tabilidade da carteira de investimentos, dos de pensão patrocinados por empresas e bem como da regularidade e do valor das entidades públicas para empregados em re- contribuições efetuadas), em detrimento gime de trabalho CLT. Com a finalidade de dos planos estruturados segundo o princí- enquadrar desde logo os fundos, a SPC reali- pio do benefício definido (em que a apo- zou intervenção no maior e mais poderoso sentadoria guarda relação com o rendimen- fundo de pensão – o PREVI, dos funcionári- to pregresso do segurado). Houve forte rea- os do Banco do Brasil – e intensificou ações ção tanto dos fundos quanto dos segurados fiscalizatórias de forma geral. às diversas medidas implementadas desde dezembro de 2000, o que resultou em gran- Ainda na Previdência Complementar, o de pressão política sobre a SPC e na demis- período também foi marcado por profun- são da sua titular em junho de 2001. das alterações dos marcos legais. Sublinhese que, em maio de 2001, foram finalmen- Na área de Assistência Social, à parte os fa- te votados no Congresso Nacional dois tos já mencionados que parecem cami- dos três projetos de lei complementar en- nhar rumo à constituição de um programa caminhados há mais de dois anos pela SPC abrangente de renda mínima, cabe mencio- com a finalidade de regulamentar a Emen- nar, para o período 2000/2001, a concep- o da Constitucional n 20 no campo dos ção e a implementação do Plano Alvorada, fundos de pensão fechados. A Lei Com- que seleciona diversos programas de signi- plementar n 109, em especial, deve ser ficativo impacto social e procura aumentar destacada, completamente o seu grau de focalização, isto é, a intensi- com dispositivos mais atuais a vetusta Lei dade com que o programa atinge a popula- n 6 435, de 1977, que, inspirada pelo ex- ção mais pobre. Para tal, o programa con- ministro da Fazenda Mário Henrique Si- centrou-se, na primeira fase, nos 14 esta- monsen, deu origem ao “modelo brasileiro dos brasileiros de menor Índice de Desen- o pois repõe o de previdência privada”. volvimento Humano (IDH, desenvolvido pelo Programa das Nações Unidas para o Outra alteração importante diz respeito à Desenvolvimento-PNUD) e, posteriormen- modificação, em março de 2001, das regras te, foi estendido aos municípios e às mi- que regulam a composição do portfólio de crorregiões de menor IDH nos demais esta- investimentos dos fundos de pensão por dos. A essa focalização geográfica acres- meio da Resolução no 2 829 do Conselho centa-se ainda o Portal do Alvorada, um sis- 9 10 POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise tema de focalização individual, por meio EC 29 e da definição do ano-base de cálculo do qual são levantadas características fa- para o piso de recursos – 1999 ou 2000 –, o miliares dos candidatos para procurar que teria significativos efeitos sobre o orça- atingir elevada precisão na seleção dos be- mento do Ministério da Saúde. Chama-se neficiários. Outra novidade é que os bene- atenção para o fato de que, com esse enca- fícios destinados às famílias passam a ser minhamento, os principais orçamentos so- entregues, sempre que possível, às mulhe- ciais do país passam a ter alguma forma de res, quando titulares. Sabe-se, a partir da vinculação de suas fontes de recursos: a experiência internacional acumulada, que Educação, com o mecanismo de manuten- as mulheres promovem distribuição mais ção e desenvolvimento do ensino (MDE) eqüitativa dos benefícios sobre os mem- desde os anos 1980; a política de Trabalho e bros da família. Emprego, com a vinculação do PIS ao Fun- Diversos outros avanços foram obtidos meio da Constituição de 1988; a Previdên- em relação aos direitos da pessoa portado- cia Social, com a exclusividade sobre a arre- ra de deficiência. Cabe salientar, em espe- cadação proveniente da alíquota patronal e cial, a Lei no 10 048/2000 e a inclusão das do empregado sobre a folha salarial (exceto pessoas portadoras de deficiência, de suas Sistema “S” e salário-educação) desde fins entidades representativas e dos locais de 1998; e, agora, a Saúde, com o direito de onde elas encontram serviços de apoio, acesso a uma parcela da massa tributária ar- no programa de universalização dos ser- recadada, independentemente da fonte. do de Amparo ao Trabalhador (FAT) por viços de telefonia fixa por meio do Fundo de Universalização de Telecomunicações Note-se, porém, que tal vinculação abala, – FUST. A Lei no 10 048 determina a adap- desta feita, por meio de uma iniciativa da tação dos meios de transporte coletivos às área da Saúde no conflito interburocrático necessidades de pessoas portadoras de de- por recursos, o conceito de “seguridade so- ficiência, com estabelecimento de res- cial” da Constituição de 1988. Esse concei- ponsáveis, prazos e multas para o não- to previa, originalmente, a “solidariedade” cumprimento. Outra peça legal, também também das fontes de financiamento entre aprovada em 2000, é a Lei no 10 098, que as áreas da Saúde, Previdência e Assistên- também trata, de forma mais ampla, das cia Social por meio do “Orçamento da Se- necessidades de pessoas portadoras de de- guridade Social”, no qual eram repartidos ficiência, sendo até chamada de “Lei da os recursos provenientes da folha salarial, Acessibilidade”. No entanto, ao não esta- da Contribuição para o Financiamento da belecer prazos, responsáveis, punições e Seguridade Social (COFINS) e da Contribui- outros ajustes necessários na legislação ção Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), existente, tal lei é, por enquanto, somente entre outros. uma lista de boas intenções. Ainda na área de Saúde, também merece No campo das políticas de Saúde, o grande destaque a elaboração e aprovação, ao lon- fato do ano 2000 foi, sem dúvida, a aprova- go de 2000, da Norma Operacional de As- ção, no mês de setembro, da Emenda Cons- sistência à Saúde (NOAS 2001), aplicável a titucional no 29, que garante um piso de partir deste ano, que modifica sensivelmen- aplicação de recursos nos três níveis da Fe- te os conteúdos das Normas Operacionais deração a ser anualmente corrigido pela va- Básicas NOB 1/93 e 1/96, que orientaram o riação do produto interno bruto (PIB). Ao processo de descentralização das ações e re- longo dos primeiros meses de 2001, o deba- modelaram o financiamento e a gestão da te transcorreu em torno da interpretação da saúde ao longo dos anos 1990. O diagnósti- POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise co, que antecede a NOAS, é que o processo Outras duas áreas que ganham crescente de descentralização da saúde e a complexi- destaque são o Ensino Médio e o Ensino dade da rede e de sua gestão haviam chega- de Jovens e Adultos. A área do Ensino Mé- do a alguns limites, para os quais fazia-se dio foi marcada, em 2000, pelo esforço de necessário realizar alterações mais profun- disseminação dos novos Parâmetros Curri- das. Nesse sentido, procura-se aumentar a culares Nacionais, o que significa, de um responsabilidade dos municípios por meio lado, convencer os professores da necessi- da criação do STATUS da “Gestão Plena da dade da reforma e, de outro, qualificar, Atenção Básica Ampliada”, que aumenta o treinar e valorizar esses professores. Para a rol de procedimentos a serem prestados pe- concretização da reforma do ensino médio las municipalidades em relação à “Gestão há, no Ministério da Educação, o Projeto Plena da Atenção Básica”; procura-se, tam- Escola Jovem, que tem programados dispên- bém, fortalecer a rede de assistência e sua dios de cerca de R$ 750 milhões, parcial- gestão, trabalhando contra o seu fraciona- mente provindos de financiamento inter- mento excessivo, e atualizam-se os critérios nacional. O projeto foi atrasado, em 2000, para a habilitação dos estados e municípios pela delonga na aprovação do PPA, mas, a à gestão dos serviços de saúde locais. partir de 2001, inicia sua primeira fase, que inclui, também, obras físicas para ex- Na área da Educação vale destacar o Plano pansão e preservação das capacidades do Nacional de Educação, que, apesar de ter Ensino Médio. Já o Ensino de Jovens e sido encaminhado ao Congresso Nacional Adultos, que oferece a possibilidade de ainda em 1997, foi aprovado somente em conclusão do 1o e 2o grau por meio do cha- 2001, com diversas emendas parlamenta- mado Ensino Supletivo, experimentou res. Trata-se de instrumento potencial- uma multiplicação dos seus recursos de R$ mente importante, que estabelece metas 40 milhões em 2000 para R$ 300 milhões ousadas para os diversos segmentos da po- na dotação orçamentária de 2001. lítica educacional. No entanto, não há clareza quanto ao financiamento do conjun- A área da Cultura foi marcada, em 2000 e to de ações propostas, dado o veto presi- início de 2001, por altos e baixos. Por um dencial ao artigo que determinava a ampli- lado, houve uma pronunciada atividade ação de recursos para o patamar de 7% do por meio de prêmios concedidos na área PIB destinado à educação. do audiovisual, do teatro e da literatura, a continuidade da implantação de bibliote- Em termos dos segmentos da política educa- cas municipais no Programa Livro Aberto, cional, uma vez que, ao longo da década de a criação de legislação para o patrimônio 1990, a matrícula no Ensino Básico foi pra- imaterial e a continuidade do processo de ticamente universalizada para que a criança modernização dos museus nacionais no estivesse matriculada na série compatível Programa Museu, Memória e Futuro. Por com sua idade, as atenções voltam-se: (i) outro lado, cabe destacar que em 2000 fi- para ações de apoio e melhoria da qualidade cou notória a insuficiência de recursos hu- do Ensino Fundamental, ou (ii) para ações manos no Instituto do Patrimônio Históri- que pretendem reduzir as elevadas defasa- co e Artístico Nacional (IPHAN), manifesta gens idade-série registradas. Cabe citar em greve dos seus funcionários naquele como destaque da área o fato de que, pela ano. Tal insuficiência de recursos huma- primeira vez, o Programa do Livro Didático nos, tanto em quantidade como em quali- distribuiu por completo os livros a serem dade (formação e motivação) é sério obstá- utilizados em um ano letivo (2001) antes da culo à implementação de uma política de conclusão do ano letivo anterior (2000). preservação do patrimônio nacional. 11 12 POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise Ainda em relação aos programas, vale des- estadual em dezembro de 2000, um salário- tacar a redefinição da gestão do patrimônio mínimo regional mais alto que o nacional. cultural por meio do programa Monumenta, que conta com parceria do Banco Interame- Por fim, o período foi ainda marcado pelo ricano de Desenvolvimento (BID). O Mo- debate em torno da correção dos saldos do numenta prevê processo de municipaliza- Fundo de Garantia por Tempo de Serviço ção da gestão dos bens do patrimônio cultu- (FGTS). Com efeito, decisão unânime do ral urbano, histórico e artístico, conferindo Supremo Tribunal Federal (STF) reconhe- ao IPHAN o papel regulador. O programa di- ceu direitos de alguns trabalhadores impe- fere dos demais na medida em que inclui trantes a terem seus saldos das contas de no seu leque de preocupações o objetivo de FGTS corrigidos por causa das perdas retorno econômico da gestão dos bens cul- oriundas dos Planos Verão (1989) e Collor turais, como, por exemplo, por meio da cri- 1 (1990). Em função desse fato jurídico, ação de empregos ou do incremento da ar- criou-se um precedente para que todos os recadação de impostos. trabalhadores ingressassem na justiça pleiteando o reconhecimento dos mesmos di- Por sua vez, a área de Trabalho e Renda pas- reitos. Antecipando-se a esse movimento, sa, neste momento, por uma reversão do o governo federal negociou um projeto de cenário favorável do mercado de trabalho, lei que, com algumas alterações, foi recen- vigente desde 2000 até a eclosão da crise temente aprovado no Congresso Nacional energética. Entre janeiro de 2000 e abril e no qual destacam-se medidas como o de 2001, foi registrado um incremento de alargamento dos prazos para pagamento quase 1 milhão de novos empregos. Ade- dos saldos devedores e a criação de fontes mais, a produção e o emprego industrial para financiar esses pagamentos. haviam chegado ao seu nível mais alto em anos, recuperando-se o nível de atividade A política de Segurança Pública depara-se prevalecente antes da crise da Ásia. A par- com um diagnóstico grave, apesar da pre- tir do racionamento de energia, associado cariedade da qualidade da informação dis- aos impactos da crise argentina e da vulne- ponível na área: na segunda metade da dé- rabilidade do balanço de pagamentos bra- cada de 1990 houve séria elevação da cri- sileiro, desencadeou-se uma forte pressão minalidade. As instituições existentes tam- sobre a taxa de câmbio brasileira, que le- bém não estão aptas a lidar com o proble- vou o Banco Central a ajustar, em meados ma: o aparelho policial é insuficiente, mal de junho, a taxa de juros para cima. A treinado e mal equipado; o sistema judicial soma desses fatores – crise energética, fra- é moroso; a legislação é anacrônica; o sis- queza do maior parceiro do MERCOSUL e tema prisional está lotado e, em conseqüên- incertezas no câmbio e nos juros – apon- cia, a taxa de atrito (isto é, a diferença en- tam, em fins do primeiro semestre de tre o número de crimes cometidos e puni- 2001, para um arrefecimento da conjuntu- dos) resulta muito elevada, o que fragiliza ra favorável do mercado de trabalho. a política de segurança pública e suas respectivas instituições. Além dessa trajetória, cabe destacar as alterações na política do salário-mínimo: de um Em 2000, após a trágica morte da professora lado, o governo federal decidiu-se por um Geyza, em um ônibus seqüestrado no Rio reajuste do seu valor nacional para R$ de Janeiro, transmitida pela televisão, refor- 180,00/mês a partir de abril de 2001 e, de çou-se a pressão da opinião pública sobre os outro, verificou-se o primeiro caso de um governos dos diversos níveis da Federação. estado – o Rio de Janeiro – que fixou, por lei O governo federal, por meio do Ministério POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise da Justiça, divulgou, em meados do ano, o ção da ocupação ilegal de terras pelos movi- Plano Nacional de Segurança Pública (PNSP) mentos sociais, em especial pelo Movimen- e instituiu o Fundo Nacional de Segurança to dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra Pública para financiar algumas das ações. O (MST), recorrendo-se a medidas repressivas. PNSP consiste em uma carta-compromisso ampla, com 124 artigos, que propõe as mais Vale ressaltar que há uma interminável diversas medidas – preventivas, repressivas polêmica a respeito dos impactos da políti- e de atualização da legislação. ca de reforma agrária e de fomento aos diversos grupos sociais da área rural. Essa Por fim, na área de Desenvolvimento Agrá- polêmica inclui desencontros de informa- rio, tem-se verificado, desde o ano 2000, ção sobre o número de pessoas assentadas, forte mudança de enfoque da política, que o grau de concentração fundiária, o alcan- se manifesta em diversas tendências: 1) ce da violência rural, os custos da reforma descentralização gradativa das ações da re- agrária, ou mesmo o volume de desembol- forma agrária para estados e municípios; 2) sos efetuados por programas como o Pro- modificação do perfil de intervenção do grama Nacional de Fortalecimento da Estado na questão agrária, com a utilização Agricultura Familiar (PRONAF). O debate crescente de instrumentos que promovem deve-se, em grande parte, a uma endêmica uma “reforma agrária pelo mercado”, fragilidade das bases de informação res- como o Programa Cédula da Terra/Banco pectivas, apontando obstáculos ao eficien- da Terra e o Programa de Crédito Fundiá- te e eficaz processo de monitoramento e rio; e 3) utilização de medidas de conten- avaliação da política agrária. 13 ACOMPANHAMENTO DE POLÍTICAS E PROGRAMAS GOVERNAMENTAIS SEGURIDADE SOCIAL PREVIDÊNCIA 17 ASSISTÊNCIA 28 SAÚDE 37 EDUCAÇÃO 49 CULTURA 63 EMPREGO E RENDA 71 SEGURANÇA PÚBLICA 83 DESENVOLVIMENTO RURAL 93 PREVIDÊNCIA SOCIAL Conjuntura do pelos dados recolhidos recentemente e Fechado o ano 2000, na área previdenciá- revelados de forma inédita pela Guia de ria destacou-se a diminuição do déficit do Recolhimento do FGTS e Informações à Regime Geral de Previdência Social − ad- Previdência – GFIP. Entretanto, a Previ- ministrado pelo INSS − em relação a 1999, dência Social conseguiu elevar significati- de 1,0% para 0,9% do PIB. Diversos fatores vamente a recuperação de créditos, com- contribuíram para esse fenômeno, entre os pensando a perda de arrecadação da sua quais destacam-se os impactos da legisla- fonte tradicional. A queda do déficit foi ge- ção aprovada em 1998 (Emenda Constitu- rada, então, pela redução no pagamento de cional n 20) e 1999 (“Lei do Fator Previ- benefícios previdenciários, notadamente denciário”), bem como o crescimento da no valor do total de aposentadorias por economia brasileira no último ano, o que tempo de contribuição pagas e no valor tem repercussões positivas sobre a capaci- dos benefícios classificados como Encar- dade de financiamento da Previdência So- gos Previdenciários da União. o cial por parte da sociedade. Deve-se ainda ressaltar que, em termos de No entanto, um fato curioso, registrado em políticas públicas, a Previdência Comple- 2000, é que esse resultado fiscal mais favo- mentar foi a área em evidência na virada rável foi obtido apesar de uma retração do do ano 2000 para 2001, com diversas inter- total arrecadado sobre a folha salarial, fon- venções em fundos e a preparação de novas te tradicional de financiamento da Previ- normas. Esse destaque deu-se pelo fato de dência Social.1 Essa queda pode ser expli- que em dezembro de 2000 venceu o prazo cada basicamente por dois fatos: por um de dois anos, conferido pela Emenda Cons- lado, apesar de um momento mais favorá- titucional no 20, de 1998 (EC 20), para ajus- vel do mercado de trabalho em 2000, parte tes dos fundos de pensão, e, diante de diver- das pessoas que encontraram ocupação o sas irregularidades, o Ministério decidiu, fizeram no setor informal. Além disso, no em concerto com o Ministério da Fazenda e setor formal observou-se uma queda da re- o Banco Central, intervir e impor tanto as muneração real média, conforme aponta- normas constitucionais previstas quanto legislação adicional. Com relação a esta, destaca-se a Resolução no 2 829/2001, do Con- 1. Cabe alertar para o fato de que no processamento das informações relativas às finanças previdenciárias neste Boletim foi utilizado o deflator IGP-DI, da Fundação Getúlio Vargas, ao passo que o Ministério da Previdência e Assistência Social tem utilizado o INPC, do IBGE, o que gera números diferentes, mas não contraditórios. Ver o artigo neste Boletim (P.N) a respeito do emprego de diferentes índices de inflação para correção de valores nominais. selho Monetário Nacional, que estabeleceu novas regras para a composição da carteira de investimentos dos fundos de pensão fechados. Além dessa resolução, o Decreto no 3 721/2001 gerou forte polêmica, ao pro- 18 POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise gramar uma gradual elevação da idade mí- ficativamente em termos reais. Esse fenô- nima de aposentadoria na previdência meno pode ser acompanhado sob a rubrica complementar, atualmente fixada em 55 Arrecadação Bancária na tabela 1, extraída anos. Por fim, em fins de maio houve a sig- do Fluxo de Caixa do INSS. A queda, de R$ nificativa aprovação, no Congresso, das 1,2 bilhão, deve-se ao fato de, apesar da re- Leis Complementares no 108 e no 109, que cuperação do nível de emprego geral na regulamentam a reforma constitucional da economia brasileira em 2000, o salário Previdência e cujos projetos encontravam- médio real ter diminuído e, dessa forma, a se em tramitação há aproximadamente massa salarial, sobre a qual incidem as alí- dois anos. Com a LC 109, o setor passou a quotas de contribuição, não ter crescido. ter nova lei geral em substituição à Lei no Tal diagnóstico acabou confirmado pela di- 6 435, datada de 1977, e que vinha sendo vulgação dos dados relativos ao ano 2000 considerada ultrapassada e obstáculo ao da GFIP. As pesquisas de emprego haviam crescimento da cobertura dos fundos de apontado para a possibilidade de uma infle- pensão. A LC 108, por sua vez, regula as re- xão na evolução do salário real ao longo de lações entre as entidades públicas e os fun- 2001 – tal qual foi verificado, por exemplo, dos de pensão por elas patrocinadas. na Pesquisa Industrial Mensal (IBGE) do primeiro bimestre do ano – com o que a FINANCIAMENTO E GASTOS Previdência poderia passar a obter maior As finanças previdenciárias estiveram mar- proveito do ciclo macroeconômico até en- cadas, em 2000, por um aparente paradoxo: tão favorável no mercado de trabalho. apesar da queda do déficit, em termos reais, Cabe, entretanto, aguardar o impacto que a a arrecadação da sua principal fonte – a ar- crise energética pode vir a apresentar sobre recadação sobre a folha salarial – caiu signi- a trajetória futura do mercado de trabalho brasileiro. RECEBIMENTO DO INSS (EXTRATO DO FLUXO DE CAIXA), TABELA 1 ACUMULADO JAN./DEZ. − 1999 E 2000 RECEBIMENTOS 1999 VALOR 2000 (%) VALOR (%) A. RECEBIMENTOS (A.1 + A.2 + A.3) 73 822 221 100,0 73 342 942 100,0 A.1. ARRECADAÇÃO 56 636 802 76,7 56 674 404 77,3 ARRECADAÇÃO BANCÁRIA 54 297 609 73,6 53 066 279 72,4 ARRECADAÇÃO / SIMPLES 1 677 646 2,3 1 925 567 2,6 RECUPERAÇÃO DE CRÉDITOS (REFIS, CDP, DEP. JUD., ETC.) 744 982 1,0 1 831 175 2,6 RESTITUIÇÕES DE ARRECADAÇÃO (83 435) (0,1) (148 617) (0,2) A.2. TRANSFERÊNCIAS DA UNIÃO 16 560 106 22,4 14 543 833 19,8 RECURSOS ORDINÁRIOS 4 060 726 5,5 553 894 0,8 COFINS 5 271 352 7,1 7 624 502 10,4 CPMF 3 773 710 5,1 4 777 353 6,5 CSLL 1 045 850 1,4 1 434 118 2,0 OUTROS (FEF, PSS, PASEP) 2 408 469 3,3 55 781 0,1 625 313 1,2 2 124 706 2,9 A.3. OUTRAS RECEITAS (REND. FINANC., ANTECIPAÇÃO, ETC.) Fonte: Fluxo de Caixa do INSS. Elaboração: DISOC/IPEA. Nota: Valores em R$ 1 mil dez. 1999. Deflator: IGP-DI, com correção mês a mês. POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise Na tabela 1 também pode-se observar que a FINS) na estrutura de financiamento. Se do queda na arrecadação sobre a folha foi inte- repasse a partir da fonte COFINS forem gralmente compensada pela arrecadação descontadas as parcelas vinculadas ao fi- dos diversos programas de recuperação de nanciamento dos benefícios assistenciais créditos, implementados nos últimos anos da Lei Orgânica da Assistência Social diante do enorme crescimento da dívida (LOAS) e dos Encargos Previdenciários da ativa registrado desde meados dos anos União, que teriam que ser transferidas 1990. Secundariamente, a receita arrecada- compulsoriamente, resta um aumento lí- da por meio do regime tributário SIMPLES, quido de transferências da fonte COFINS destinado às pequenas e microempresas, de aproximadamente R$ 1,5 bilhão. Com também contribuiu para compensar as per- relação à COFINS vale ainda sublinhar o das mencionadas na folha salarial (contida fato de que ela sozinha passa a ser responsá- na rubrica Arrecadação Bancária). vel por mais da metade das Transferências da União em 2000. Outras fontes de com- As Transferências da União, por sua vez, pensação parcial da queda de recursos or- acabaram reduzidas em pouco mais que R$ dinários foram a Contribuição Provisória 2,0 bilhões, volume muito superior ao da sobre Movimentações Financeiras (CPMF), queda da arrecadação sobre a folha salarial. com acréscimo de R$ 1 bilhão, e R$ 0,4 bi- São marcantes as diminuições em R$ 2,4 lhão da Contribuição Social sobre o Lucro bilhões das transferências a partir do Fun- Líquido (CSLL). No entanto, o que efetiva- do de Estabilização Fiscal (FEF) e a forte re- mente compensou as perdas de transferên- dução em R$ 3,5 bilhões do repasse de re- cias ordinárias foi a realização de anteci- cursos ordinários do Tesouro Nacional, pações de receita junto ao Tesouro Nacio- substituídas em parte pelo aumento da par- nal, com aumento de R$ 1,5 bilhão em re- ticipação da fonte Contribuição para o Fi- lação ao ano anterior, registrado sob a ru- nanciamento da Seguridade Social (CO- brica Outras Receitas. PAGAMENTOS DO INSS (EXTRATO DO FLUXO DE CAIXA), TABELA 2 ACUMULADO JAN./DEZ., 1999 E 2000 PAGAMENTOS 1999 VALOR 2000 (%) VALOR (%) B. PAGAMENTOS (B.1 + B.2) 73 622 280 100,0 72 646 627 100,0 B.1. PAGAMENTOS INSS 70 039 409 95,1 68 934 934 94,9 BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS 63 152 566 85,8 62 465 839 86,0 2 485 307 3,4 2 588 358 3,6 BENEFÍCIOS NÃO-PREVIDENCIÁRIOS * ENCARGOS PREVIDENCIÁRIOS DA UNIÃO (TESOURO NACIONAL) 811 312 1,1 678 612 0,9 * BENEFÍCIOS ASSISTENCIAIS (BPC-LOAS) 1 673 995 2,3 1 909 746 2,6 PESSOAL 2 525 943 3,4 2 485 492 3,4 CUSTEIO 1 875 593 2,5 1 395 244 1,9 B.2. TRANSFERÊNCIAS A TERCEIROS 3 582 872 4,9 3 711 693 5,1 Fonte: Fluxo de caixa do INSS; elaboração: DISOC/IPEA. Obs.: Valores em R$ 1 mil dez.1999. Deflator: IGP-DI, com correção mês a mês. Quanto aos desembolsos do INSS (tabela 2), te R$ 1 bilhão. São basicamente as diminui- percebe-se, entre 1999 e 2000, uma redução ções no volume de pagamentos a benefícios do total de pagamentos de aproximadamen- previdenciários e a benefícios do grupo dos 19 20 POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise Encargos Previdenciários da União as res- va estabilização do déficit previdenciário ponsáveis pelo resultado. Essa queda foi após a implementação de legislação mais elemento central para que, na tabela 3, o restritiva na concessão de benefícios de INSS chegasse ao Saldo Previdenciário ne- aposentadorias prematuras. Estas – as apo- gativo do exercício de R$ 9,5 bilhões, o que sentadorias por tempo de contribuição – fo- é um déficit quase R$ 600 milhões inferior, ram os benefícios que mais contribuíram, em termos reais, ao déficit do ano de 1999. conforme as tabelas 6.1 e 6.2 do Anexo Es- Com isso, confirmou-se, para o ano 2000, o tatístico, para a diminuição do gasto real primeiro passo da previsão de uma gradati- com benefícios previdenciários. RESULTADO FINANCEIRO DO INSS – EXTRATO DO FLUXO DE CAIXA TABELA 3 ACUMULADO JAN./DEZ. 1999 E 2000 RESULTADO FINANCEIRO 1999 2000 C. ARRECADAÇÃO LÍQUIDA (ARRECADAÇÃO BANCÁRIA –TRANSFERÊNCIAS A TERCEIROS) 53 053 930 52 962 711 (10 098 635) (9 503 128) (12 583 943) (12 091 487) D. SALDO PREVIDENCIÁRIO (ARRECADAÇÃO LÍQUIDA − BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS) E. SALDO ARRECADAÇÃO LÍQUIDA − BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS E NÃO PREVIDENCIÁRIOS Fonte: Fluxo de Caixa do INSS. Elaboração: DISOC/IPEA. Nota: Valores em R$ 1 mil dez. 1999. Deflator: IGP-DI, com correção mês a mês. A execução orçamentária do conjunto de (pela sua importância estratégica) e melho- programas do PPA 2000/2003 da área de ria do atendimento (pela pressão social so- Previdência Social e do Funcionalismo da bre o INSS) não têm na realidade como União, referente ao ano 2000, apresentava não serem executados. Restou, como alter- em 20/1/2001 uma execução financeira de nativa, retardar no tempo basicamente al- 98,47%. Se desdobrarmos os programas gumas despesas administrativas e a remu- por ações, tem-se que os benefícios, por neração dos agentes pagadores dos benefí- substituírem o rendimento regular dos se- cios (bancos comerciais e correios). gurados, e as atividades de arrecadação EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA: TABELA 4 PREVIDÊNCIA SOCIAL E DO FUNCIONALISMO − 2000 PROGRAMA PREVIDÊNCIA SOCIAL BÁSICA (EM R$ MIL) DOTAÇÃO LEI + LIQUIDADO PAGOS % VALOR DOTAÇÃO INICIAL (A) CRÉDITO (B) (C) (D) PAGO/ AUTORIZ. (E) = (D)/(B) ORÇAM. INICIAL 2001 61 485 208 65 539 682 65 449 619 65 127 137 99,37 74 485 735 187 765 260 624 259 407 56 914 21,84 238 362 86 135 115 908 114 677 90 680 78,23 121 664 4 662 4 741 4 711 2 266 47,79 5 200 731 614 762 014 724 388 724 380 95,06 706 060 22 529 802 25 479 096 25 139 713 24 753 691 97,15 24 850 723 85 025 186 92 162 065 91 692 516 90 755 067 98,47 100 407 744 ARRECADAÇÃO DE RECEITAS PREVIDENCIÁRIAS QUALIDADE DO ATENDIMENTO NA PREVIDÊNCIA SOCIAL PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR INDENIZAÇÕES E PENSÕES ESPECIAIS DE RESPONSABILIDADE DA UNIÃO PREVIDÊNCIA DE INATIVOS E PENSIONISTAS DA UNIÃO TOTAL: PREVIDÊNCIA SOCIAL E DO FUNCIONALISMO Fonte: SIAFI/SIDOR. Posição: 20/01/01. POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise BOX Em relação à dotação orçamentária inicial quatro os recursos para a prevenção de do- para o ano 2001, apresentada na última co- enças ocupacionais e acidentes do trabalho, luna da tabela 4, cabe salientar que o salto bem como duplicado o volume de recursos de cerca 14,4% na dotação do programa orçados para o funcionamento das agências Previdência Social Básica em relação ao va- de atendimento da Previdência. Chama lor executado em 2000 deve-se basicamente também atenção a sinalização de certa prio- a um aumento de R$ 7,4 bilhões na previ- ridade dada ao programa Previdência Com- são de pagamentos para aposentadorias. plementar, no qual serão aumentados os re- Dois outros aumentos, que não chegam a cursos disponíveis para a ampliação do sis- impactar visualmente o total orçado do pro- tema de informações em implantação e para grama mas demonstram prioridades para o o aprofundamento da regulação do sistema ano, são o fato de haver-se multiplicado por de fundos de pensão fechados (EFPP). A EVOLUÇÃO RECENTE DA BASE DE ARRECADAÇÃO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL Com a publicação pelo Ministério da Previdência e Assistência Social, em março de 2001, dos resultados da Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência (GFIP), referentes ao ano 2000, foi possível realizar, pela primeira vez, comparação entre dois anos completos – 1999 e 2000 – a partir de dados dessa nova base de informações. A GFIP substituiu a partir de 1o/1/1999, com base na Lei no 9 528/97, a antiga guia de recolhimento do FGTS, e suas informações passaram a alimentar o Cadastro Nacional de Informações Sociais – CNIS, gerido pela Empresa de Processamento de Dados da Previdência Social (DATAPREV), o qual pretende, futuramente, permitir que o segurado não mais necessite comprovar com documentação própria os vínculos contributivos que lhe dão direito a requerer algum benefício da Previdência. Trata-se de um conjunto de aproximadamente 17,5 milhões de vínculos informados mensalmente em meio magnético por uma média de 2,1 milhões de empresas em 2000. Essa base de dados retrata quem efetivamente contribuiu para a Previdência Social e permitirá uma crescente série de análises, até então impossíveis com as fontes de informação existentes. Dada a importância dessa fonte de informações, serão incorporadas duas tabelas no Anexo Estatístico regular deste Boletim. Dessas tabelas (ver tabelas 6.6 e 6.7 no Anexo Estatístico) é possível extrair que, apesar de um leve aumento de 0,4% do número de vínculos contributivos à Previdência, na comparação 1999/2000, a massa salarial real, sobre a qual incidem as contribuições de empregadores e empregados, decresceu 3,0%. Esse fato é devido à significativa redução de 3,4% da remuneração média real no período, a qual chegou a R$ 625 no ano 2000 (em relação a R$ 647, em 1999). Tal descenso é muito superior ao apurado pelo IBGE para o mesmo período na Pesquisa Mensal de Emprego (queda de 0,55%). Diversos motivos podem explicar a diferença entre as fontes: a cobertura geográfica da PME é restrita a seis grandes capitais – o que sugere que o mercado de trabalho formal em cidades não metropolitanas teve evolução diversa da das grandes cidades em 2000 –, o setor não declarante da GFIP está incluído na PME e ainda há a necessidade de aferir se existe e qual é o grau de subdeclaração de rendimentos nos dados enviados pelas empresas ao Ministério da Previdência. Apresentando os dados por setores, é possível verificar que, em 2000, os setores Comércio e Serviços foram os responsáveis pelo maior contingente de vínculos de empregados contribuintes à Previdência (52,1% do total). A participação dos Serviços e do Comércio na massa salarial declarada à Previdência, no entanto, está em 47,5%, fruto basicamente da baixa remuneração 21 22 POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise no setor Comércio (R$ 438 de salário médio mensal) em comparação com a média de todos os setores e da forte queda de 6,4% da remuneração média real no setor Serviços, que explica grande parte da redução real da massa salarial registrada. Esse fenômeno constitui uma reversão pós-desvalorização cambial da trajetória fortemente ascendente que a remuneração de trabalhadores ocupados no setor Serviços, notadamente em non tradables, havia experimentado ao longo da fase de sobrevalorização cambial do Plano Real, entre 1994 e 1998. Os setores industriais – Indústria Leve e Indústria Pesada – apresentaram também reduções na massa salarial e na remuneração média dos seus trabalhadores, embora elas tenham sido menos expressivas que as observadas no setor Serviços. Ao analisar os dados por tamanho de estabelecimento, a dimensão da queda da massa salarial entre as empresas de grande porte é evidente, enquanto as microempresas, embora sem impacto significativo na massa salarial total, contribuíram positivamente ao longo de 2000. Chama atenção também o fato de que pouco menos que 8 mil grandes empresas com mais de 250 empregados (0,38% do total das empresas declarantes) são responsáveis por quase um terço (29,1%) do número de vínculos empregatícios e por quase dois quintos da massa salarial (38,8% da massa de rendimentos pagos) declarados à Previdência Social. Também é interessante constatar que outro grande contingente de contribuintes previdenciários concentra-se em empresas de pequeno e médio portes, com até 50 vínculos empregatícios. Registra-se ainda que o regime de contribuição SIMPLES – que substitui diversos tributos e contribuições sociais devidas por micro e pequenas empresas por uma contribuição incidente sobre o faturamento e que, em princípio, é mais favorável para a legalização tributária desses estabelecimentos – tem crescido entre as empresas declarantes à Previdência. Entretanto, dado que na Secretaria da Receita Federal há aproximadamente 3 milhões de empresas participantes do programa SIMPLES e que menos de um terço delas declara contribuição à Previdência via GFIP, não é ainda possível inferir desse aumento, sem uma pesquisa específica, se mais empresas estão preferindo contribuir por meio do SIMPLES à Previdência, e não pelo regime de contribuição normal. Não obstante, o fato de aproximadamente 3,9 milhões de vínculos empregatícios contribuintes à Previdência estarem registrados nos estabelecimentos filiados ao SIMPLES atesta a sua relevância e a necessidade de sua avaliação. ACOMPANHAMENTO DE versos motivos: 1) estendeu-se às trabalha- PROGRAMAS doras individuais a cobertura do benefício, antes restrito às seguradas pertencentes ao Na área da Previdência Social Básica, cober- grupo das trabalhadoras dependentes for- ta pelo INSS, tal como já analisado para o mais, trabalhadoras domésticas e trabalha- período janeiro/setembro de 2000 no peri- doras rurais; 2) muitas das seguradas rurais ódico anterior, o ano 2000 ficou marcado não estavam cientes do seu direito (e pro- pela implementação da Lei no 9 876/99, vavelmente muitas ainda não o estão), que regulamentou a Emenda Constitucio- pelo que a Previdência Social efetuou uma nal 20/1998, conhecida como “Reforma campanha de esclarecimento junto à po- da Previdência”. Essa lei gerou crescimen- pulação rural; 3) o INSS passou a ser única to significativo do número de salários-ma- instituição responsável por concessão e ternidade concedidos, o que se deu por di- pagamento do salário-maternidade, ao eli- POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise minar-se a possibilidade de o empregador Previdenciário” sobre o comportamento conceder o benefício e compensá-lo com o dos segurados, porquanto o fator ainda pagamento de suas contribuições patro- está em fase de implementação gradativa, nais devidas à Previdência. Na tabela 5 é cujos efeitos somente serão percebidos ao possível constatar a evolução quantitativa, longo dos próximos anos. em que o número de salários-maternidade concedidos pulou de quase 200 mil em Com relação à quantidade e ao valor dos 1999 para quase 830 mil em 2000, ultra- benefícios emitidos (tabela 6.1 do anexo), passando o número de auxílios-doença e é interessante ressaltar que em dezembro aposentadorias como o tipo de benefício de 2000 a Previdência ultrapassou o nú- mais concedido pelo INSS. Ainda com rela- mero de 19,5 milhões de prestações emiti- ção à concessão, é interessante notar na ta- das, devendo superar os 20 milhões em bela 5 a gradativa diminuição do número 2001. Entre os benefícios cabe destacar os de benefícios novos concedidos sob a Lei assistenciais, que em 2000 chegaram a Orgânica de Assistência Social – LOAS, tan- mais que 2 milhões.2 to na modalidade “Idoso” quanto na “Pessoa Portadora de Deficiência”. Na área da Previdência Social Rural, que é parte integrante do Regime Geral de Previ- Um fenômeno relevante, já constatado em dência Social do INSS (aqui chamado de 1999, refere-se ao crescimento mais lento Previdência Social Básica), registrou-se, em do estoque de benefícios emitidos regular- junho de 2001, a aprovação no Congresso mente pelo INSS (tabela 6.2 do anexo). de projeto de lei que altera formas de con- Essa constatação somente pode ser feita tribuição de diversos segmentos patronais à claramente depois de se eliminar do côm- Previdência Social. A medida mais destaca- puto o número de salários-maternidade da é a possibilidade de que os empregadores emitidos, o qual saltou a um novo pata- rurais descontem, das suas contribuições, o mar, conforme se mencionou, em decor- valor das contribuições efetuadas em nome rência de uma modificação legal. Os dois dos empregados assalariados. Essa medida, benefícios que estão capitaneando essa de- que não terá conseqüências significativas saceleração são as Aposentadorias por In- na arrecadação do INSS na área rural, tem validez e, muito significativamente, as como finalidade principal ser um instru- Aposentadorias por Tempo de Contribui- mento de incentivo à formalização das re- ção (ATC). As ATC haviam chegado ao auge lações de trabalho rurais. da sua taxa de crescimento no ano 1997, em pleno debate sobre a reforma previ- Outro fato recente no setor da Previdência denciária. Seu menor crescimento, desde Rural é o retorno de propostas, provindas então, pode ser explicado parcialmente de diversos atores, visando instituir uma pelo fato de ter havido uma antecipação contribuição individualizada para o segura- defensiva da aposentadoria daqueles que do especial – o qual, conforme a Constitui- temiam ser prejudicados pela nova legisla- ção Federal, é o pequeno agricultor ou o ção. Por outro lado, o incremento das apo- pescador artesanal e mais a mão-de-obra fa- sentadorias por idade pode significar que a miliar não remunerada, todos trabalhando nova legislação – que dificulta a ATC por meio do fator previdenciário e da eliminação de diversas aposentadorias especiais – está apresentando seus primeiros resultados. Não obstante, ainda é cedo para se fazer um balanço quanto ao papel do “Fator 2. Excetuam-se as “Pensões Mensais Vitalícias”, que, por serem gratificações ou indenizações permanentes devidas pela União a pessoas físicas em determinadas circunstâncias (vítimas do regime militar, pensões a seringueiros da Segunda Guerra Mundial e excombatentes, vítimas da Talidomida e de outros erros médicos coletivos, etc.) nada têm a ver com benefícios previdenciários e muito menos assistenciais. Na realidade, pode-se afirmar que constitui um equívoco conceitual registrá-las nas contas do 23 24 POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise TABELA 5 QUANTIDADE DE BENEFÍCIOS CONCEDIDOS PELO INSS − 1998 A 2000 BENEFÍCIOS 1998 1999 2000 COMPOSIÇÃO 2000/1999 (EM %) PREVIDENCIÁRIOS 2000/1998 (EM %) 1 898 325 1 860 277 2 562 973 86,9 37,8 35,0 834 270 725 719 671 048 22,8 (7,5) (19,6) IDADE 391 636 399 324 407 948 13,8 2,2 4,2 INVALIDEZ 144 777 182 246 148 414 5,0 (18,6) 2,5 APOSENTADORIAS TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO 297 857 144 149 114 686 3,9 (20,4) (61,5) PENSÃO POR MORTE 283 290 277 917 291 790 9,9 5,0 3,0 AUXÍLIO-DOENÇA 630 972 653 456 766 888 26,0 17,4 21,5 SALÁRIO-MATERNIDADE 145 388 199 202 829 156 28,1 316,2 470,3 OUTROS 4 405 3 983 4 091 0,1 2,7 (7,1) 175 929 163 533 169 667 5,8 3,8 (3,6) APOSENTADORIAS 6 737 7 801 8 801 0,3 12,8 30,6 PENSÃO POR MORTE 3 282 2 947 2 613 0,1 (11,3) (20,4) 149 872 136 024 142 588 4,8 4,8 (4,9) 14 780 14 890 13 805 0,5 (7,3) (6,6) ACIDENTÁRIOS AUXÍLIO-DOENÇA AUXÍLIO-ACIDENTE AUXÍLIO-SUPLEMENTAR ASSISTENCIAIS 1 258 1 871 1 860 0,1 (0,6) 47,9 272 563 226 920 216 509 7,3 (4,6) (20,6) AMPAROS ASSISTENCIAIS − LOAS 268 160 224 778 215 348 7,3 (4,2) (19,7) IDOSO 129 632 114 931 107 433 3,6 (6,5) (17,1) PORTADOR DE DEFICIÊNCIA 138 528 109 847 107 915 3,7 (1,8) (22,1) PENSÕES MENSAIS VITALÍCIAS 1 676 845 639 0,0 (24,4) (61,9) RENDAS MENSAIS VITALÍCIAS 2 727 1 297 522 0,0 (59,8) (80,9) 574 251 84 0,0 (66,5) (85,4) IDADE INVALIDEZ TOTAL SEM SAL. MAT. TOTAL 2 153 1 046 438 0,0 (58,1) (79,7) 2 201 429 2 051 528 2 119 993 - 3,3 (3,7) 2 346 817 2 250 730 2 949 149 100,0 31,0 25,7 Fonte: AEPS (vários anos) e Boletim Estatístico da Previdência Social. em regime de economia familiar. Em rela- mens/mulheres, respectivamente) ou tor- ção a tais propostas, cabe alertar para as nar-se inválido, tenha que comprovar tem- conclusões de diversos estudos efetuados po de trabalho rural como forma de contri- em anos recentes pelo IPEA, que avaliam buição à sociedade em geral. Uma reversão muito positivamente os resultados desse desse conceito significa modificar comple- sistema. A universalização da cobertura da tamente o paradigma básico sobre o qual a Previdência Rural para esse contingente Previdência Rural está assentada e precisa populacional ao longo da década de 1990 ser estudada com muita cautela. 3 somente foi possível porque não há um vínculo contributivo financeiro individual, A Previdência Complementar Fechada acabou dada a baixa capacidade contributiva do re- sendo, incontestavelmente, a área da polí- gime de economia familiar. Ao contrário, a tica previdenciária com maior destaque no Previdência Rural requer que o segurado, debate público no fim de 2000 e início de ao completar a idade de 60/55 (para ho- 2001, na qual diversas alterações legais fundamentais foram procedidas. A partir 3. Vide, por exemplo, Delgado, Guilherme e Cardoso Jr., José Celso (org.). A Universalização de Direitos Sociais no Brasil: A Previdência Rural nos Anos 90. Brasília: IPEA, 2000. das medidas tomadas no período mencionado ficou claro que privilegiar planos de POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise TABELA 6 VALOR DOS BENEFÍCIOS EMITIDOS PELO INSS – 1998-2000 (EM R$ DEZ. 1999) 2000/ BENEFÍCIOS 1998 1999 2000 COMPOSIÇÃO 1999 2000/ 1998 (EM %) (EM %) PREVIDENCIÁRIOS 59 642 921 995 58 824 193 927 57 849 702 022 91,6 (1,7) (3,0) APOSENTADORIAS 43 537 303 409 42 887 478 867 41 638 633 676 65,9 (2,9) (4,4) IDADE 12 029 249 086 11 853 385 467 11 842 441 541 18,7 (0,1) (1,6) INVALIDEZ 5 547 751 388 5 558 415 537 5 616 585 847 8,9 1,0 1,2 TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO 25 960 302 935 25 475 677 863 24 179 606 288 38,3 (5,1) (6,9) PENSÃO POR MORTE 14 025 987 968 13 907 436 769 13 850 187 158 21,9 (0,4) (1,3) 1 977 002 108 1 920 567 691 1 927 488 823 3,1 0,4 (2,5) 56 824 300 69 681 047 396 065 616 0,6 468,4 597,0 45 804 210 39 029 553 37 326 750 0,1 (4,4) (18,5) AUXÍLIO-DOENÇA SALÁRIO-MATERNIDADE OUTROS ACIDENTÁRIOS 2 028 036 911 1 992 135 650 1 931 392 896 3,1 (3,0) (4,8) APOSENTADORIAS 401 556 584 410 783 251 423 920 340 0,7 3,2 5,6 PENSÃO POR MORTE 595 184 435 570 560 923 542 477 385 0,9 (4,9) (8,9) AUXÍLIO-DOENÇA 486 783 211 460 692 584 417 447 029 0,7 (9,4) (14,2) AUXÍLIO-ACIDENTE 472 456 164 482 572 738 484 757 115 0,8 0,5 2,6 72 056 516 67 526 154 62 791 026 0,1 (7,0) (12,9) 3 273 663 235 3 337 149 711 3 401 070 115 5,4 1,9 3,9 1 369 275 334 1 660 595 096 1 905 194 953 3,0 14,7 39,1 AUXÍLIO-SUPLEMENTAR ASSISTENCIAIS AMPAROS ASSISTENCIAIS − LOAS IDOSO PORTADOR DE DEFICIÊNCIA PENSÕES MENSAIS VITALÍCIAS RENDAS MENSAIS VITALÍCIAS IDADE INVALIDEZ TOTAL SEM SAL. MAT. TOTAL 267 302 118 459 930 847 609 601 449 1,0 32,5 128,1 1 101 973 215 1 200 664 249 1 295 593 503 2,1 7,9 17,6 70 520 468 67 908 255 67 503 411 0,1 (0,6) (4,3) 1 833 867 433 1 608 646 361 1 428 371 751 2,3 (11,2) (22,1) 724 148 008 620 850 608 538 772 819 0,9 (13,2) (25,6) 1 109 719 425 987 795 753 889 598 932 1,4 (9,9) (19,8) 64 887 797 841 64 083 798 241 62 786 099 418 - (2,0) (3,2) 64 944 622 140 64 153 479 288 63 182 165 033 100,0 (1,5) (2,7) Fonte: AEPS (vários anos) e Boletim Estatístico da Previdência Social. previdência complementar baseados no empreendida pelo Ministério da Previdên- princípio da Contribuição Definida (CD) e cia e Assistência Social com relação à pre- desestimular planos com o princípio do vidência complementar. A justificativa Benefício Definido (BD)4 passou a ser obje- para o tratamento diferenciado entre os tivo central da política de ajuste do setor dois tipos de planos é que o princípio do Benefício Definido lança a maior parte do 4. Os princípios CD e BD são princípios estruturantes fundamentais da relação contribuição-benefício em qualquer regime previdenciário, seja na previdência básica, seja na previdência complementar. Sob o princípio da Contribuição Definida há a instituição de uma conta individual, na qual são registrados os valores contribuídos pelo segurado (e seu empregador) e o valor do benefício final depende basicamente do volume de contribuições efetuadas, da rentabilidade líquida da carteira de investimentos e da expectativa de sobrevida do segurado no momento da aposentadoria. Já sob o princípio do Benefício Definido garante-se um determinado valor de benefício ou que o benefício terá alguma relação com a renda pregressa do contribuinte, na forma, por exemplo, de uma porcentagem do rendimento médio do segurado em algum período da sua vida ativa. risco de insuficiência de recursos lastreadores do benefício prometido sobre a comunidade de contribuintes ativos (no caso brasileiro é a empresa patrocinadora da entidade de previdência fechada a responsável pela cobertura de déficits), ao passo que a Contribuição Definida repassa grande parte desses riscos para o próprio segurado em vias de se aposentar. Com essa política reduzir-se-iam os riscos de insolvên- 25 26 POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise cia futura do sistema de previdência com- fundos de pensão fechados, atualmente es- plementar fechado. tipulada em 55 anos. Por meio do Decreto no 3 271, de janeiro de 2001, foi definido O destaque conjuntural recente à área que a idade mínima de aposentadoria subi- deve-se ao fato de que, em 16 de dezembro ria gradativamente para chegar a 65 anos de 2000, venceu o prazo de dois anos dado em 2020 nos planos de previdência com- pela Emenda Constitucional n 20 para a plementar fechada regidos pelo princípio realização do ajuste dos fundos de pensão de benefícios definidos. Nos planos que fechados. Desde então, diversas medidas aplicam o princípio da contribuição defi- repreensivas, que tinham por objetivo a nida a idade mínima subirá para 60 anos. imposição da EC 20 ao setor, bem como a Inicialmente, a aposentadoria proporcio- edição de novas peças de legislação por nal continuaria sendo permitida, como na parte da Secretaria de Previdência Com- legislação atual, apenas 5 anos antes da plementar (SPC), colocaram o setor em evi- idade de referência, mas, após intensas dência (ver o anexo de legislação para al- pressões, a SPC passou a admitir que, com gumas medidas selecionadas): abatimentos atuariais no valor do benefí- o cio, aposentadorias prematuras pudessem 1) No próprio mês de dezembro de 2000 continuar sendo possíveis a partir da idade foram decretadas intervenções em diver- de 50 anos. Em março de 2001 já havia li- sos fundos de pensão, e notabiliza-se o ca- minares contra o Decreto no 3 721 conce- ráter de exemplo da intervenção na PREVI, didas pelo Tribunal Regional Federal de maior fundo de pensão fechado do Brasil e Brasília em favor dos segurados da PETROS 88 do mundo, patrocinado pelo Banco do e pela Justiça Federal do Distrito Federal em Brasil. O motivo da nomeação de um dire- favor dos segurados da PREVI e do fundo de tor fiscal na PREVI foi o Banco do Brasil pensão do BASA (Banco da Amazônia S.A.). o ainda não ter instituído a paridade de contribuições entre empregador e emprega- 3) Outro assunto de destaque no período, dos, conforme requerido pela Emenda relacionado à Previdência Complemen- Constitucional no 20. A intervenção foi tar, refere-se ao modelo de tributação dos concluída em abril de 2001. Conforme es- fundos de pensão. No calor do debate so- timativas da SPC, caso a paridade de con- bre fontes de financiamento do aumento tribuição tivesse sido implementada em do salário-mínimo, no fim do ano 2000, 1995 em todos os fundos patrocinados por havia sido proposto que sobre a previ- empresas estatais, já teria havido uma eco- dência complementar incidisse tributa- nomia de R$ 2,2 bilhões para o setor pú- ção sobre o retorno do investimento. blico. Além das intervenções, decidiu-se Como simultaneamente a Receita Federal também liquidar alguns fundos em situa- sinalizou o desejo de reduzir o espaço ção extrema e aumentou o ritmo do lavra- para abatimentos na declaração anual de mento de autuações por infração a diver- Imposto de Renda da Pessoa Física, tam- sas normas, como por exemplo às de com- bém no momento da contribuição a um posição da carteira de investimentos. plano previdenciário complementar po- 5 deria passar a incidir tributação. Além 2) Uma medida que vem causando fortes disso, atualmente os valores pagos estão controvérsias no setor é a gradativa eleva- sujeitos à incidência de imposto. Desse ção da idade mínima de aposentadoria nos desenho resultaria um estranho modelo de tributação T-T-T (Tributação na Con- 5. Um caso polêmico – mas não o mais sério – foi o da multa à Fundação PETROS, dos funcionários da PETROBRAS, autuada por irregularidades na sua carteira de investimentos em imóveis. tribuição, Investimento e Benefício) em vez do modelo mais usual na experiência POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise internacional, qual seja o I-I-T (Isenção para tal é a inclusão de limites privilegia- na Contribuição e Investimento, Tributa- dos para a participação desse grupo de ção no Benefício). Passada a decisão do ações no conjunto de investimentos dos reajuste do salário-mínimo, o foco da fundos. Há, porém, alertas de dirigentes do atenção voltou-se para diversas ações em mercado financeiro e dos fundos de pen- trâmite na Justiça. Nessa área está previs- são no sentido de que o “Novo Mercado” to para meados de 2001 o julgamento da ainda tenha um porte muito reduzido para imunidade tributária dos fundos de pen- poder oferecer papéis em quantidade sufi- são fechados pelo Supremo Tribunal Fe- ciente, com liquidez e rentabilidade ade- deral. Os fundos de pensão (Entidades Fe- quados aos planos atuariais dos fundos de chadas de Previdência Privada – EFPP) ar- pensão. Desta forma, a implementação da gumentam nesse sentido que são entida- Resolução no 2 829 significará, também, des assistenciais e sem fins lucrativos, de- um enorme desafio ao desenvolvimento vendo, conforme previsto na Constitui- institucional e ao aprofundamento quali- ção, gozar de imunidade tributária com- tativo do mercado de ações no Brasil. pleta, tal qual as instituições filantrópi- Quanto aos limites impostos a determina- cas. O contra-argumento do governo é dos instrumentos de investimento e com- que, também conforme Constituição, a portamentos, chama atenção em primeiro assistência social é prestada a quem dela lugar que o day trade (compra e venda de necessitar sem contrapartida contributi- papéis no mesmo dia) passa a ser proibido va – o que não se aplica a fundos de pen- para fundos de pensão; os derivativos pas- são fechados. Além desse julgamento do sam a ser permitidos somente na medida STF há o registro de um veredito do Tri- em que constituam instrumentos de prote- bunal de Alçada do Paraná, o qual declara ção (hedge) da própria carteira de investi- que fundos de pensão fechados devem mentos do fundo; e, por fim, foi imposta pagar o Imposto sobre Propriedade Terri- uma diminuição da participação máxima torial Urbana em relação aos imóveis nos permitida de imóveis na carteira do fundo. quais investem parte do seu portfólio. Em compensação, aumenta o espaço permitido para investimentos em fundos imo- 4) Um fato relevante em período recente é biliários, mercado que experimentaria sig- o do estabelecimento das regras que regu- nificativo desenvolvimento com o ingres- lam a composição do portfólio de investi- so dos fundos de pensão na ponta compra- mentos dos fundos de pensão por meio da dora. Além disso, também se permite inves- Resolução n 2 829, do Conselho Monetá- timento em ações de países do MERCOSUL. rio Nacional (CMN), revogando as Resolu- O prazo para que as EFPP se enquadrem vai ções n 2 065/2000 e 2 324/1996. A Reso- até 31/12/2001, exceto para a composição lução n o o 2 829 traz como novidades trata- da carteira de ações dos fundos, que pode mento diferenciado em termos de graus de ser ajustada aos novos limites estabeleci- liberdade na composição do portfólio em dos até 30/9/2002. o favor de planos de previdência complementar com contribuição definida (CD) e 5) Outra novidade do início do ano foi a percentuais mais rigorosos para os planos realização de uma concorrência pública regidos pelo princípio do benefício defini- para a constituição de um pool de bancos, do (BD). Outra inovação da norma é a in- aos quais passará a ser transferida a admi- tenção de incentivar o desenvolvimento nistração das carteiras de investimentos do “Novo Mercado” da BOVESPA, no qual dos fundos de pensão sob intervenção da são negociadas ações de empresas com SPC ou em liquidação. A licitação foi ven- selo de “boa governança”. O instrumento cida pelos bancos HSBC, BNP-Paribas e 27 28 POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise Itaú, que ofereceram à SPC taxas de admi- segurado de um fundo de pensão a outro ou, nistração excepcionalmente reduzidas, de no artigo 31, a permissão para que fundos um quinto do usual no mercado financei- de pensão fechados sejam instituídos por ro para atividades similares. A iniciativa é entidades profissionais, classistas ou seto- relevante como precedente, porque pode riais (incluindo, por exemplo, sindicatos de gerar um modelo de terceirização da ges- trabalhadores) e pela União, estados, Distri- tão de investimentos para pequenos fun- to Federal e municípios para seus funcioná- dos de pensão, que, em bloco, poderiam rios da administração direta. A expansão do profissionalizar seus investimentos e ad- sistema a esse último grupo depende, ainda, quirir escala para negociar taxas de admi- da aprovação do terceiro projeto de lei com- nistração mais favoráveis. Deve-se desta- plementar em tramitação, que prevê a possi- car que o custo de administração extre- bilidade da instituição de um teto de benefí- mamente elevado é, internacionalmente, cios para o funcionalismo público igual ao um dos pontos mais vulneráveis dos siste- vigente no INSS e a criação de um fundo de mas de previdência privada, com sério previdência complementar. Esta, por sinal, impacto sobre a rentabilidade líquida dos é uma solução mais elegante e politicamen- recursos dos segurados, confiados ao fun- te palatável para a reforma do atual regime do de pensão. de previdência do funcionalismo público, 6 regido pelo Regime Jurídico Único (RJU), do Por fim, dos três projetos de lei complemen- que as tentativas de reforma direta tentadas tar, que regulamentam a Emenda Constitu- até então sem sucesso significativo. cional no 20 no que tange ao sistema de previdência complementar e que foram co- Na área da Previdência do Funcionalismo mentados em edição anterior deste periódi- Público, além da possibilidade de aprova- co, dois tiveram concluída sua tramitação ção do projeto de lei complementar men- no Congresso Nacional e foram sanciona- cionado acima, estão descartadas modifi- dos como as Leis Complementares no 108 e cações relevantes nos próximos meses, 109 em fins de maio de 2001. Trata-se, no uma vez que o cerne da questão – o apro- caso da LC 108, da regulamentação da rela- fundamento do modelo contributivo – ção entre patrocinadoras pertencentes ao está bloqueado no Poder Judiciário e não setor público e suas EFPP, o que reforça, em há perspectivas de a proposta de emenda especial, a regra da paridade da contribuição constitucional, que propõe a instituição e veda qualquer aporte do setor público que de contribuição de inativos, ser aprovada não seja na condição de empregador. Já a LC sem que haja transformações significati- 109, nova peça legal fundamental do setor, vas da constelação política. substitui a histórica Lei no 6 435, de 1977, que teve o mérito de instituir e regulamentar os sistemas de previdência complementar fechado e aberto no Brasil, mas que vinha sendo considerada defasada em diversos aspectos. Entre outras inovações, a LC 109 introduz, no artigo 27, o direito da portabilidade plena de direitos na migração do ASSISTÊNCIA SOCIAL Conjuntura A área de Assistência Social pode ser tratada a partir de diversos ângulos. Em perspectiva finalística, trata-se de um conjunto de políticas reativas voltadas ao combate à pobreza, com alto grau de focalização na população mais pobre e vulnerável, que 6. Geralmente os gestores dos sistemas de previdência privada em diversos países (como Chile e Argentina) divulgam de forma espetacular seus dados de rentabilidade bruta das contas individuais – ao passo que a rentabilidade líquida, resultante da diferença entre rentabilidade bruta e comissões diversas para a administração do fundo, é significativamente inferior. não prevê contrapartida contributiva, ao contrário do que pressupõem os programas de benefícios contributivos e rurais do INSS. Benefícios assistenciais são auto- POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise rizados mediante um “teste de necessida- está orientado para conferir prioridade ao de”, isto é, há a obrigatoriedade da de- combate à pobreza e a redução das desigual- monstração da incapacidade de o indiví- dades sociais. Nesse sentido, o Projeto Al- duo prover suas necessidades básicas com vorada foi criado para beneficiar a popula- a renda disponível (de onde se origina o ção mais carente, localizada nos estados, emprego freqüente do indicador “Renda microrregiões e municípios que possuem Familiar Per Capita” como critério de aces- Índice so a benefícios assistenciais). (IDH), apurado pelo Programa das Nações de Desenvolvimento Humano Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Nesta primeira perspectiva mais ampla, inferior a 0,5 em uma escala de 0 a 1. Um para além da segmentação burocrático-ad- dos princípios desse projeto é a focalização ministrativa dos programas dessa natureza, da política social, especialmente nas áreas pode-se dizer que, na área de Assistência de educação, saúde e geração de renda. Social, a conjuntura recente de fins de 2000 Com esse objetivo, o governo federal reali- e início de 2001 trouxe a montagem e a zou um levantamento do conjunto de pro- aprovação legal de dois grandes projetos: o gramas previamente existentes nos diver- Plano Alvorada e seu instrumental de foca- sos ministérios e que teriam maior impacto lização via Portal do Alvorada, bem como a na elevação do IDH. promulgação, pelo Congresso Nacional, de emenda constitucional e lei complementar Por intermédio do Projeto Alvorada, os autorizando a instituição do Fundo de programas selecionados recebem reforço Combate e Erradicação da Pobreza (FCEP), o financeiro e passam a ser objeto de geren- que será tratado ainda neste tópico. ciamento intensivo. No primeiro momento do projeto, inicialmente denominado Noutra perspectiva, os programas assisten- IDH-14, foram identificados os 14 estados ciais estão concentrados, em grande parte, com IDH inferior à média do Brasil, quais na Secretaria de Estado da Assistência Social sejam: Acre, Alagoas, Bahia, Ceará, Mara- (SEAS) do Ministério da Previdência e Assis- nhão, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, tência Social (MPAS), que apresenta um am- Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, plo leque de ações, as quais procuram con- Sergipe e Tocantins. O Plano de Apoio aos templar a população vulnerável e em situa- Estados de Menor Desenvolvimento Hu- ção de risco de várias faixas etárias (0 a 6 mano corresponde a essa etapa, programa- anos, 7 a 14 anos, 15 a 17/21 anos, 60 anos da para beneficiar mais de 31 milhões de ou mais e 67 anos ou mais, conforme o pro- pessoas em 1 796 municípios. Na segunda grama). A respeito desse ponto de vista, este etapa, chamada de Plano de Infra-estrutura informativo relatará na subseção “Acompa- Básica para Microrregiões e Municípios nhamento de Programas” alguns avanços e Carentes, identificaram-se as microrregiões problemas das ações voltadas à integração e os municípios de baixo desenvolvimen- de pessoas portadoras de deficiência, a ex- to humano dos estados cujo IDH é igual ou pansão do programa Agente Jovem e a am- maior que a mediana nacional, quais se- pliação do universo de crianças cobertas jam: Amazonas, Amapá, Espírito Santo, pelo Programa de Erradicação do Trabalho Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Paraná, Infantil, programas geridos pela SEAS. Rio Grande do Sul e São Paulo. O objetivo desse segundo plano é beneficiar mais Projeto Alvorada 5 milhões de pessoas que pertencem aos Em julho de 2000 o governo federal lançou bolsões de pobreza situados nesses estados. o Projeto Alvorada como peça-chave entre os Com o intuito de assegurar a boa focaliza- programas sociais da União. Esse projeto ção dos recursos, que devem chegar a 29 30 POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise R$ 13,2 bilhões até o ano 2002, foi criado entre outras. Seus primeiros financiamen- o Portal Alvorada, projeto destinado a ca- tos estão sendo direcionados para ações tí- dastrar famílias pobres nos 23 estados in- picas de renda mínima: o Bolsa-Escola, do cluídos no Projeto Alvorada. Ministério da Educação, e o Bolsa-Alimentação, do Ministério da Saúde. Por meio do Decreto no 3 769, de 8/3/ 2001, foi atribuída a coordenação do pro- Para a gestão do FCEP, determinou-se, por jeto à Secretaria de Estado de Assistência fim, a criação de conselho consultivo es- Social, que deve articular as ações dos di- pecífico, a ser nomeado pelo Presidente da versos órgãos executores, entre as quais República. Note-se que alguns setores den- encontram-se as dos ministérios da Educa- tro do governo propunham que o FCEP fos- ção, da Previdência e Assistência Social, da se gerido pelo Conselho Nacional da As- Saúde, do Esporte e Turismo, do Desenvol- sistência Social. vimento Agrário, das Minas e Energia, do Planejamento, Orçamento e Gestão, da Fa- Filantrópicas zenda e da própria Secretaria de Estado de Destaca-se, ainda, o debate travado, no pri- Assistência Social. meiro semestre de 2001, no âmbito do Conselho Nacional de Assistência Social Fundo de Combate e (CNAS), a respeito da renovação para algu- Erradicação da Pobreza mas entidades de seus certificados de filan- Outra peça-chave no mosaico de combate trópica – CEFF. O problema central é o fato à pobreza por meio de políticas focaliza- de que o certificado permite que a entida- das, que veio sendo desenhado ao longo de beneficiada não recolha contribuições do ano 2000 e nos primeiros meses de previdenciárias como empregador, o que 2001, é o Fundo de Combate e Erradicação corresponde a um subsídio a essas institui- da Pobreza (FCEP), como instrumento de ções por parte daqueles contribuintes pre- financiamento da política. Aprovada e videnciários cujo empregador é obrigado promulgada a Emenda Constitucional no a contribuir com 20% sobre a folha sala- 31, em 14/12/2000, abriu-se a perspectiva rial. O MPAS e, em especial, o INSS têm para a constituição legal do FCEP, o qual, todo interesse em opor-se a uma renovação para sua implementação, necessitava da dos CEFF sem critérios rigorosos. O ápice aprovação de um projeto de lei comple- desse fenômeno ocorreu em meados de mentar, fato que, finalmente, veio a ocor- junho, quando os meios de comunicação rer em maio e junho de 2001. de massa anunciaram que o CNAS negou a renovação do certificado de filantropia da Os recursos do FCEP provêm de um adicio- Legião da Boa Vontade (LBV). No entanto, nal de 0,08% à alíquota da Contribuição deve-se ressaltar que, nesses últimos meses, Provisória sobre Movimentações Finan- diversas outras entidades, incluindo estabe- ceiras (CPMF), o que está estimado em R$ 4 lecimentos de ensino confessionais, tive- bilhões apenas para o ano 2001. Além des- ram igualmente suas CEFF não prorrogadas. sa fonte, existe ainda a possibilidade de receber recursos do orçamento público, bem ACOMPANHAMENTO DO GASTO como doações. O FCEP teve estipulado pra- FEDERAL EM ASSISTÊNCIA SOCIAL zo de existência até 2010, tendo sido de- A execução orçamentário-financeira dos terminado que seus recursos serão aplica- principais programas da área de Assistência dos em ações sociais bastante variadas, in- Social pode ser visualizada na tabela 7. Ve- cluindo nutrição, habitação, saúde, educa- rifica-se que, em 2000, a execução financei- ção e transferências de renda às famílias, ra foi da ordem de 96%. Esse elevado índice POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIO-FINANCEIRA DE PROGRAMAS SELECIONADOS TABELA 7 DA ÁREA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2000 E DOTAÇÃO ORÇAMENTÁRIA 2001 PROGRAMAS (EM R$ MIL) DOTAÇÃO LEI + LIQUIDADO PAGOS % VALOR INICIAL CRÉDITO (C) (D) PAGO/AUTORIZADO DOTAÇÃO 2001 (A) (B) (E) = (D)/(B) (LEI + (%) CRÉDITOS) ATENÇÃO À PESSOA PORTADORA DE DEFICIÊNCIA 2 274 898 2 387 303 2 368 513 2 355 136 98,65 2 809 914 VALORIZAÇÃO E SAÚDE DO IDOSO 1 129 733 1 312 013 1 303 659 1 288 644 98,22 1 606 577 ATENÇÃO À CRIANÇA 487 373 494 838 452 395 423 431 85,57 299 480 ERRADICAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL 123 088 192 388 181 843 150 457 78,20 299 350 28 314 28 354 20 472 11 962 42,19 CENTROS DA JUVENTUDE BRASIL JOVEM 50 265 COMBATE AO ABUSO E À EXPLORACÃO SEXUAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES SOMA 6 009 6 009 5 864 5 548 92,33 7 480 4 049 414 4 420 905 4 332 746 4 235 178 95,80 5 073 066 Fonte: SIAFI/SIDOR e PRODASEN. Nota: Pagos referem-se a posição em 20/1/01, e Dotação 2001, a 6/2/01. de execução deve-se ao forte peso dos bene- sas ações típicas da área educativa, como a fícios monetários de prestação continuada implantação de referenciais curriculares e a – o Benefício de Prestação Continuada formação de professores, entre outras. (BPC) da LOAS e a Renda Mensal Vitalícia (RMV), ambos pagos mensalmente pelo A Atenção à Pessoa Portadora de Deficiência, INSS a idosos e pessoas carentes portadoras com grau de desembolso bastante elevado, de deficiência. Com efeito, esses benefícios tem seu volume global de dispêndios forte- somaram R$ 3,6 bilhões em um total de R$ mente marcado pelos benefícios da RMV e 4,2 bilhões desembolsados até 20/1/2001. do BPC. No entanto, esses altos valores escondem dois fatos ocorridos em outras Além do elevado índice de execução orça- ações incluídas nessa rubrica, de dotação mentária e financeira dos benefícios conti- comparativamente menor, mas que mere- nuados, deve-se ressaltar outros detalhes da cem ser destacadas. Em primeiro lugar, há execução dos programas. Assim, por exem- uma ação destinada a Atendimento da Pes- plo, cabe chamar atenção para o fato de que soa Portadora de Deficiência em Situação de no programa Atenção à Criança, no ano Pobreza e/ou Risco Pessoal e Social que, ape- 2000, ainda estava registrada uma ação des- sar de ter uma dotação de R$ 13,3 milhões, tinada a prover atendimento pré-escolar aos não teve nenhum desembolso. Em segundo dependentes de servidores e empregados, o lugar, cabe apontar que esse programa con- que – resultado de um equívoco de alocação tém também uma ação voltada a Eliminação de programas e confusão conceitual históri- de Barreiras Arquitetônicas e Ambientais à ca em relação ao que significa “assistência locomoção da pessoa portadora de deficiên- social” como política voltada à superação da cia. Trata-se, de um lado, de iniciativa louvá- vulnerabilidade e do combate à pobreza – vel, na medida em que as barreiras mencio- foi corrigido no orçamento para o ano nadas são graves impeditivos da participa- 2001. Também parece continuar um certo ção social e mesmo econômica das pessoas impasse entre as áreas de Assistência e de portadoras de deficiência. Mas, por outro Educação a respeito da responsabilidade lado, cabe assinalar algumas questões subse- pela educação pré-escolar, registrando-se, qüentes: 1) embora a inclusão dessa preocu- no orçamento da Assistência Social, diver- pação arquitetônica tenha constituído uma 31 32 POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise vitória para as pessoas portadoras de defici- O programa Centros da Juventude, por fim, foi ência, o esforço pela eliminação de barreiras o que apresentou o menor grau de execução arquitetônicas e ambientais não pode estar orçamentária (72,2%) e financeira (42,2%). restrito a tão somente R$ 500 mil/ano, que Isso pode ser explicado, em grande parte, é o valor previsto para tal atividade; 2) pela sua recente implementação. Sabe-se aparentemente os recursos acima mencio- que a estruturação de parcerias quando do nados foram utilizados para adaptar institui- início de programas dessa natureza não é ções públicas e, em especial, turísticas ao uso um processo linear. A ampliação de dois ter- de pessoas portadoras de deficiência. Essas ços dos recursos para 2001, concentrada nos obras deveriam ser financiadas com recur- gastos com capacitação e bolsa para agentes sos dos respectivos orçamentos setoriais e jovens, constitui um sinal favorável para o não com verbas da assistência social; 3) há programa, contrabalançando a execução or- necessidade de incorporar, na legislação çamentária-financeira incompleta ao fim do municipal pertinente, a obrigatoriedade de seu segundo ano de existência. diversas instituições de acesso público e de uso potencial por pessoas portadoras de defi- Quanto à dotação orçamentária para ciência quanto a estarem aptas a receber tais 2001, que apresenta um crescimento glo- pessoas e permitir a elas locomoção adequa- bal da ordem de 15% sobre o valor final da, sendo que o custo dessas adaptações ar- autorizado para o ano anterior, é possível quitetônicas tem que estar embutido, prefe- afirmar, de forma geral, que as rubricas rencialmente, no próprio projeto originário que representam transferências monetári- das edificações. as diretas à pessoa ou família, como o No programa voltado à erradicação do tra- ficiência, a bolsa do Programa de Erradi- balho infantil (PETI) houve, em 2000, entre cação do Trabalho Infantil e similares es- a dotação inicial e o valor autorizado final, tão significativamente ganhando espaço um significativo aumento. Esse fato repetiu- nos gastos assistenciais em anos recentes. se com o crescimento superior a 55% da Isso pode ser considerado muito positivo, dotação orçamentária de 2001 em relação na medida em que o acesso da pessoa/famí- ao valor autorizado em 2000. Os dois eixos lia carente à renda é um dos pré-requisitos principais do programa são a concessão da para a oportunidade de acesso aos demais bolsa e o atendimento escolar à criança em recursos materiais e imateriais necessários expediente ampliado. Apesar do expressivo a melhor qualidade de vida. Também tem- aumento das dotações orçamentárias, a exe- se percebido que os valores alocados em ru- cução financeira do valor autorizado de bricas representantivas de incumbências tí- 2000 no início do ano ainda era baixa, em picas dos governos estaduais e municipais – especial no que tange à concessão da bolsa como construção de centros de atendimen- (grau de execução de 79,7%). Esse atraso na to, ou mesmo o serviço de atendimento execução do programa tem sido um dos continuado – têm-se mantido estagnados principais objetos de crítica ao PETI, uma ou até decrescentes. Esse é o caso dos re- vez que a demora na chegada da bolsa faz cursos para o atendimento continuado à que a família retire seus filhos do programa pessoa idosa – tal movimento também po- e da escola, e os reinsere no trabalho. A po- deria contribuir para diminuir, ao menos tencial perda de credibilidade do programa em princípio, o espaço para arbitrarieda- junto aos beneficiários, em decorrência do des do tipo clientelístico, que têm marca- atraso do pagamento, seria muito danosa do historicamente a gestão da assistência para a sustentabilidade dos esforços de social na América Latina. BPC-Idoso, o BPC-Pessoa Portadora de De- combate ao trabalho infantil. POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise Em termos de gastos da Assistência Social, não-adaptação de ônibus, entre outros. Já a caberia ainda mencionar duas modifica- Lei no 10 098, conhecida como “Lei da ções legais relevantes. A primeira (Decreto Acessibilidade”, propõe um conjunto muito no 3 613, de 27/9/2000) permite que o Fun- mais amplo de avanços de direitos, entre os do Nacional de Assistência Social (FNAS) re- quais o acesso a meios de comunicação e passe recursos diretamente a destinatários serviços públicos, bem como ampla remo- de programas, desde que por intermédio de ção de barreiras arquitetônicas à locomo- instituição financeira pública federal. Essa ção de pessoas portadoras de deficiência. alteração é importante na medida em que No entanto, dado que não há nomeação de possibilita a ampliação, sem interveniências responsáveis, nem definição de punições de terceiros, de programas de transferências para o descumprimento da lei e nem sequer monetárias. A segunda alteração veio por a previsão da obrigatoriedade para que os intermédio de reedição da Medida Provisó- municípios internalizem as diretrizes da ria no 2 129, em 23/2/2001, autorizando Lei no 10 098 relativas à remoção de barrei- que o FNAS transfira recursos diretamente a ras arquitetônicas nos seus códigos munici- instituições assistenciais sempre que os esta- pais de obras – os quais são os instrumentos dos ou municípios estejam inabilitados a re- legais relevantes na gestão das vias públi- ceber repasses de recursos federais. cas, que é de responsabilidade municipal –, não é possível visualizar uma implementa- ACOMPANHAMENTO DE ção acelerada desses expedientes. PROGRAMAS Atenção às Pessoas Outro avanço significativo para a integra- Portadoras de Deficiência ção social da pessoa carente portadora de Ao longo do ano 2000 e no início de 2001, deficiência tem sido verificado com a insti- amadureceram algumas iniciativas de ex- tuição do Programa de Atendimento a Pessoas pansão de direitos para pessoas portadoras Portadoras de Deficiência pela Portaria no 246 de deficiência, por meio da edição de ins- do Ministério das Comunicações, em 10/5/ trumentos legais diversos. Entre elas po- 2001. Trata-se da regulamentação de alínea dem-se mencionar, por exemplo, as Leis no específica da Lei do Fundo de Universaliza- 10 048 e 10 098, de 2000, que, apesar de ção dos Serviços de Telecomunicações beneficiar não apenas pessoas da popula- (FUST) – financiado com recursos equiva- ção-alvo restrita da Política de Assistência lentes a 1% do valor de todos os serviços te- Social, têm sido encaminhadas no gover- lefônicos comercializados no Brasil – a qual no federal por um conjunto de institui- prevê que os recursos do FUST devem pro- ções, entre as quais a Secretaria de Estado mover a expansão de cobertura dos servi- da Assistência Social. Ambas as leis procu- ços de telefonia fixa para entidades que ram facilitar o acesso de pessoas portado- prestam assistência ao portador de deficiên- ras de deficiência a vários serviços (i.e. cia e para residências de pessoas carentes meios de comunicação, transportes, servi- portadoras de deficiência. A telefonia para ços públicos em geral) e requerem, para a pessoas portadoras de deficiência é mais implementação de alguns aspectos, regula- cara em função da necessidade de equipa- mentação por decreto. mentos específicos – para os casos de surdez, particularmente. Para efeito da aplica- Assim, a Lei n 10 048 institui ampla priori- ção dessa alínea, ficou definido que “carên- dade de atendimento para pessoas portado- cia” significa apresentar renda familiar per ras de deficiência e requer, especificamen- capita de até 2 salários-mínimos, uma vez te, adaptações no setor de transportes cole- que o usuário deve poder arcar com o seu tivos, estipulando prazos e multas para a consumo mensal de serviços de telefonia. o 33 34 POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise A partir de dados da PNAD 1999, foi possí- Em termos conjunturais, é importante res- vel estimar em cerca de 1,8 milhão o nú- saltar que, recentemente, a meta de 866 mil mero total de beneficiários potenciais desse crianças prevista para 2002 foi revista. Com programa, além de cerca de 10 mil entida- efeito, tal meta havia sido estabelecida a par- des de assistência social voltadas ao público tir de uma definição anterior de quais eram portador de deficiência. Para a sua imple- os trabalhos penosos e insalubres – sujeitos mentação foi elaborado, em meados de a cobertura pelo programa – e que foi altera- 2001, um termo de referência entre o Mi- da por intermédio da Portaria no 6 do Minis- nistério das Comunicações e a Secretaria de tério do Trabalho e Emprego, de fevereiro de Estado da Assistência Social. O estabeleci- 2001, ampliando o escopo dessas ocupações. mento de um plano de metas pela Anatel e Esse conjunto de preocupações, por sinal, sua implantação a partir do segundo semes- está relacionado à ratificação, pelo Brasil, da tre de 2001 são os primeiros passos para a Convenção 182 da Organização Internacio- operacionalização desse programa. nal do Trabalho (OIT), que trata da erradicação das piores formas de trabalho infantil Erradicação do Trabalho Infantil nos países signatários. Com as novas defini- O Programa de Erradicação do Trabalho In- ções, ampliou-se o conjunto de crianças da fantil (PETI) experimentou, por intermédio área urbana a ser coberta e a meta de cober- da Resolução no 5 do Conselho Nacional tura do PETI foi redimensionada para apro- de Assistência Social (CNAS), datada de 15/ ximadamente 922 mil crianças em 2002. 2/2000, forte expansão da sua cobertura geográfica, bem como ampliação do con- Destaque-se que o PETI, que não existe de junto de atividades consideradas insalu- modo equivalente em outro país em desen- bres e penosas (e portanto cobertas pelo volvimento, está voltado ao combate das programa). Atualmente, o programa alcan- piores formas de trabalho infantil, exceto a ça as 27 unidades da Federação (975 muni- prostituição de crianças e adolescentes, cípios) e cobre áreas rurais e urbanas. para a qual há programa específico na área da Assistência Social. Cumpre também ter Na ampliação da cobertura para áreas urba- em mente que no PETI não estão incluídas nas, foi diferenciado o valor da bolsa mensal as outras formas de trabalho infantil, me- pago à criança, de modo a evitar o desinte- nos graves, mas não menos perniciosas resse das famílias pelo programa. Assim, para a trajetória formativa das crianças. crianças atendidas pelo programa nas capitais, nas regiões metropolitanas ou nas cida- Apesar de uma tendência de diminuição des com população superior a 250 mil habi- da extensão do trabalho infantil entre tantes recebem uma bolsa de R$ 40/mês, en- 1996 e 1999, o universo de crianças e ado- quanto aquelas residentes em cidades meno- lescentes participantes do mercado de tra- res e em áreas rurais, onde o custo de vida é balho brasileiro continuava bastante ele- menor, recebem uma bolsa mensal de vado em 1999, conforme atesta a tabela 8. R$ 25. Para incluir a(s) criança(s) no progra- Analisada a faixa etária dos 10 aos 13 anos ma, as famílias devem assumir o compro- de idade, verifica-se que a proporção de misso de que todos os filhos com idade de crianças economicamente ativas (ocupa- até 16 anos freqüentem escola. Além da bol- das e desocupadas) no total da faixa etária sa, há o atendimento à criança em jornada cai de 11,5% em 1996 para 10,8% em escolar ampliada e, a partir de setembro de 1999. Em termos absolutos, há a diminui- 2000, a possível inclusão dessas famílias no ção do número de crianças que estão no PRONAGER, que tem por objetivo a geração mercado de trabalho de 1,576 milhão em de oportunidades de ocupação produtiva. 1996 para 1,461 milhão em 1999. POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise No que se refere aos impactos do PETI, ain- trabalho infantil. O resultado pode ser lido da é cedo para sua aferição definitiva, uma a partir do fato de que o número de crian- vez que, ao longo desses anos, o programa ças e adolescentes que simultaneamente ainda estava em fase de implantação e ex- trabalham e freqüentam a escola cresce pansão. Assim, os impactos mais efetivos bastante em termos percentuais, em espe- devem ser esperados para os anos 1999 a cial a partir dos 14 anos de idade. Esse re- 2002, com a ampliação da cobertura. Isso sultado favorável em termos de aumento poderá ser verificado assim que os micro- da freqüência à escola foi conseqüência de dados do Censo Demográfico de 2000 e da políticas universalizantes implementadas PNAD 2001 estejam disponíveis. na década 1990 na área de Educação. Nesse sentido, espera-se que, com a continui- A tabela permite concluir, ainda, que, ao dade e a expansão do PETI, ao longo dos longo do quadriênio 1996/1999, as políti- próximos anos possa ser registrada uma cas voltadas à inclusão das crianças na es- queda mais significativa do número de cola tiveram sucesso relativamente maior crianças e adolescentes no mercado de tra- que as políticas destinadas ao combate ao balho brasileiro. QUANTIDADE DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES POR FAIXAS ETÁRIAS, FREQÜÊNCIA A TABELA 8 ESCOLA E CONDIÇÃO DE ATIVIDADE E OCUPAÇÃO, BRASIL, 1996 E 1999 IDADE FREQÜENTA ESCOLA INATIVO OCUPADO NÃO FREQÜENTA ESCOLA DESOCUPADO SUBTOTAL DESOCUPADO TOTAL INATIVO OCUPADO SUBTOTAL 167 926 12 721 040 729 812 255 833 24 105 1 009 750 13 730 790 593 713 ANO 1996 10 A 13 11 424 507 1 128 607 14 E 15 4 420 110 1 177 647 288 466 5 886 223 652 423 91 688 1 337 824 7 224 047 16 E 17 2 584 286 1 490 514 350 522 4 425 322 859 396 1 322 752 204 755 2 386 903 6 812 225 PERCENTUAIS: 10 A 13 83,2 8,2 1,2 92,6 5,3 1,9 0,2 7,4 100,0 14 E 15 61,2 16,3 4,0 81,5 9,0 8,2 1,3 18,5 100,0 16 E 17 37,9 21,9 5,1 65,0 12,6 19,4 3,0 35,0 100,0 ANO 1999 10 A 13 11 758 690 1 200 516 134 570 13 093 776 354 882 109 544 16 683 481 109 13 574 885 14 E 15 4 542 356 1 175 995 341 724 6 060 075 390 010 310 054 64 781 764 845 6 824 920 16 E 17 2 989 141 1 620 942 605 217 5 215 300 699 282 857 576 202 599 1 759 457 6 974 757 PERCENTUAIS: 10 A 13 86,6 8,8 1,0 96,5 2,6 0,8 0,1 3,5 100,0 14 E 15 66,6 17,2 5,0 88,8 5,7 4,5 0,9 11,2 100,0 16 E 17 42,9 23,2 8,7 74,8 10,0 12,3 2,9 25,2 100,0 Fonte: IBGE/Microdados PNAD 1996 e 1999. Elaboração: IPEA/DISOC. Política de Apoio ao Jovem Carente nuidade da trajetória escolar – há dois ei- A Assistência Social passou a incluir, desde xos articuladores em torno dos quais é ne- 1999, grupo de jovens a partir de 15 anos cessário estruturar a política: o enfrenta- de idade em situação de risco (i. e. jovens mento da pobreza e o combate à violência. fora da escola, jovens expostos a entorpe- É em função desse último objetivo que os centes, jovens em liberdade assistida, etc.) programas da Assistência Social voltados no seu universo de preocupações. Nessa para esse grupo etário foram inscritos no faixa etária – além de promover a conti- Plano Nacional de Segurança Pública. 35 36 POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise No âmbito da SEAS existem dois programas programa pode colaborar para resolver um destinados ao grupo de jovens. Um deles sério problema do PETI: a criança atendida, tem por objetivo oferecer, por meio de Cen- ao chegar à idade de 15 anos, é obrigada a tros da Juventude, informação e apoio sócio- deixar o programa; com isso, perde a transfe- pedagógico a jovens de 15 a 24 anos de ida- rência de renda e a família a reconduz ao de. O outro, batizado de Agente Jovem, volta- trabalho penoso, o que interrompe a trajetó- se para a faixa etária dos 15 aos 17 anos e ria escolar reiniciada. Segundo informações propõe que o jovem, percebendo uma bolsa da SEAS, o Agente Jovem já absorveu 14 mil de R$ 65 ao mês, dedique-se a atividades so- egressos do PETI. As diretrizes do programa ciais e ambientais na sua comunidade, com Agente Jovem foram estabelecidas em junho o apoio de um “orientador social”. Esse pro- de 2000, e outro passo rumo a maior institu- grama encontra-se em fase de expansão, ten- cionalização do programa foi sua transfor- do chegado ao final de 2000 com cerca de mação, em fevereiro de 2001, em Serviço 38 500 jovens participantes. Apesar do nú- de Ação Continuada (SAC), ao lado dos mero reduzido de beneficiários atendidos, programas de Apoio para Crianças, Idosos cabe chamar atenção para o fato de que esse e Pessoas Portadoras de Deficiência. SAÚDE CONJUNTURA 2,1 no Brasil, sendo o Nordeste a região A área da saúde apresentou alguns fatos em que a esperança de vida é a mais bai- marcantes no ano 2000. No campo da si- xa (65,5) e o Sul em que é a mais alta tuação de saúde as notícias mais alvissa- (70,8). A taxa de mortalidade infantil reiras vieram dos resultados, recentemen- também indica melhoria nas condições te publicados pelo IBGE, sobre a evolução de saúde da população, pois declinou de favorável de alguns indicadores na déca- 44,3 óbitos por mil nascidos vivos em da de 1990. A expectativa de vida ao nas- 1992, para 34,5 por mil em 1999, com cer, como pode ser visto na tabela 9, subiu uma redução de 21,9%. TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL E TABELA 9 ESPERANÇA DE VIDA , SEGUNDO GRANDES REGIÕES – 1992 E 1999 GRANDES REGIÕES BRASIL TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL ESPERANÇA DE VIDA (POR 1 MIL NASCIDOS VIVOS) AO NASCER (EM ANOS) 1992 1999 VARIAÇÃO (%) 1992 1999 44,3 34,6 (21,9) 66,3 68,4 NORTE 40,7 34,1 (16,2) 65,8 68,2 NORDESTE 65,2 53,0 (18,7) 63,1 65,5 SUDESTE 30,0 24,4 (18,7) 67,8 69,4 SUL 25,7 20,7 (19,5) 69,1 70,8 CENTRO-OESTE 30,4 24,5 (19,4) 67,3 69,2 Fontes: IBGE, Censo Demográfico de 1991; PNAD 1992, RJ: IBGE, 1997; PNAD 1999, RJ: IBGE 2000. O fato é que ainda estamos longe de alcan- profundas desigualdades inter-regionais e çar níveis já obtidos por países de desen- entre segmentos sociais que, finalmente, volvimento similar ou até mesmo inferior. começam a receber a devida atenção. No Em 1997, por exemplo, a taxa de mortali- Nordeste, embora a taxa de mortalidade dade infantil na Argentina era de 20,9 por infantil tenha declinado 18,7% entre 1992 mil nascidos vivos, no Chile de 13 por mil e 1999, ainda permanece alta com relação e na Colômbia de 24 por mil. Ademais, os a outras regiões. Essa taxa situa-se em 53 indicadores médios nacionais escondem óbitos por mil nascidos vivos no Nordeste, 38 POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise enquanto no Sul a taxa declinou para 21 óbitos por mil nascidos vivos. Com relação ao conjunto dos estados, o Rio Grande do Sul é o único que apresenta mortalidade infantil inferior a 20 por mil (18,4), enquanto em Alagoas verifica-se a taxa mais elevada, com índice igual a 66,1 por mil nascidos vivos. No campo das políticas, fatos importantes aconteceram na área dos medicamentos, com a progressiva introdução dos genéricos no mercado nacional, mas também nas estratégia de prevenção da AIDS, que levaram o governo brasileiro a enfrentar difíceis questões diante da influente indústria multinacional de medicamentos. Na organização e no financiamento do SUS os fatos mais marcantes foram a aprovação da Norma Operacional da Assistência à Saúde (NOAS-SUS 01/01) e da Emenda Constitucional no 29, que destina recursos dos três níveis de governo para a saúde. FINANCIAMENTO E GASTO a) Resultados do ano 2000 No ano 2000, a despesa executada pelo Ministério da Saúde atingiu o montante de R$ 22,7 bilhões, valor que representa um crescimento nominal de 11,6% sobre a execução do ano anterior. Desse total, R$ 4,9 bilhões (21,9%) correspondem a gastos com pessoal ativo e inativo (R$ 4,8 bilhões) e amortização da dívida (R$ 153,1 milhões). No mesmo ano, as despesas com amortização da dívida situaram-se em níveis bastante razoáveis, ao contrário dos anos 1997 e 1998, em que o orçamento da pasta amortizava mais de R$ 1,5 bilhão/ano. Na rubrica Outros Custeios (Em R$ milhões) Dotação aprovada (lei mais créditos) 23 544 Saldo orçamentário cancelado (-) 845 Valor executado1 22 669 Valor pago 20 764 Nota: 1Inclui R$ 1 934 milhões de Restos a Pagar de 2000, inscritos em 9/4/2001. Apesar do contingenciamento de R$ 845 milhões, itens de despesas importantes tiveram consideráveis aumento nos dispêndios em 2000, entre os quais merecem destaque: (1) pagamento do Atendimento Ambulatorial e Hospitalar do SUS, no qual foram executados R$ 10,1 bilhões, valor 12,9% superior ao gasto de 1999; (2) repasses para o custeio dos programas Saúde da Família e Agentes Comunitários de Saúde, que atingiram o valor de R$ 655,6 milhões, com incremento de 102,3% em relação ao ano anterior; (3) ações de controle de endemias, englobando repasses de incentivos ao controle de endemias por parte dos estados, ações diretas e para o controle do Aedes aegypti e da dengue, no valor de R$ 581,7 milhões, apresentando crescimento de 6,6% em relação a 1999; (4) recursos para aquisição e distribuição de medicamentos, no valor de R$ 1 255,4 milhões, dos quais R$ 556,4 milhões foram destinados à compra de medicamentos para AIDS, R$ 263,9 milhões para a compra de vacinas, R$ 164,2 milhões para farmácia básica e R$ 270,8 milhões para outros medicamentos, totalizando um incremento de 43,7% em relação a 1999; e Capital (OCC) foram executados R$ 17,7 bilhões, em valores nominais, 11,8% a mais que em 1999. Em grandes números, o quadro de execução orçamentária em 2000 é o seguinte: (5) R$ 571,9 milhões para o reaparelhamento de unidades de saúde, valor 37,7% superior ao despendido em 1999. POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise Dos R$ 22,7 bilhões executados em 2000, O valor orçado para 2001, no valor de R$ R$ 1,9 bilhão foi inscrito como Restos a Pa- 790,4 milhões, representa crescimento de gar em 2001. Entre os débitos inscritos para 35,8% em relação a 2000. 2001 sobressaem-se o Reforço à Reorganização do SUS − REFORSUS − (R$ 360,9 mi- Da mesma forma, também os recursos pre- lhões), Emendas Parlamentares (R$ 358,8 vistos para o custeio dos programas de Saú- milhões) e Saneamento Básico ( 137,7 mi- de da Família (PSF) e de Agentes Comunitá- lhões). Desses débitos foram pagos até o fi- rios de Saúde (PACS) terão crescimento: nal de março os seguintes valores: (i) RE- estão orçados R$ 970 milhões, valor 47,9% FORSUS: R$ 26,9 milhões; (ii) Emendas Par- superior ao ano anterior. Os recursos para lamentares: R$ 104,2 milhões; e (iii) Sanea- aquisição e distribuição de medicamentos e mento Básico: R$ 6,7 milhões. vacinas no valor total de R$ 1,2 bilhões mantêm-se quase no mesmo nível de dis- b) O Orçamento de 2001 pêndio de 2000. Com relação ao reapare- O orçamento aprovado para o Ministério lhamento de unidades do SUS, há incre- da Saúde em 2001 (Lei no 10 171, de 5/1/ mento de recursos destinados à recupera- 2001) é de R$ 26,0 bilhões, representando ção de unidades do Ministério da Saúde e 9,65% do Orçamento Geral da União redução nos dispêndios via REFORSUS. (OGU) para o mesmo ano, que atingiu o No total estão previstos R$ 353 milhões montante de R$ 269,8 bilhões (excluídos para o reaparelhamento de unidades, en- os recursos destinados a encargos e amor- quanto em 2000 o valor executado foi de tização das dívidas interna e externa). R$ 571,9 milhões. Com esse valor o orçamento do Ministério da Saúde é o terceiro maior do OGU, sendo Dois itens de despesa também apresentam superado apenas pelo orçamento do Mi- grande incremento em relação a 2000. nistério da Previdência e Assistência Social O primeiro, Saneamento Básico, tem pre- (R$ 84,7 bilhões) e pelas Transferências vistos recursos da ordem de R$ 1,5 bilhão, Constitucionais a estados, Distrito Federal dos quais R$ 214,8 milhões a serem execu- e municípios, no valor de R$ 48,1 bilhões. tados por intermédio da Fundação Nacional de Saúde, e cerca de R$ 1,3 bilhão por O valor aprovado para 2001 apresenta intermédio do Projeto Alvorada. O segun- crescimento nominal de 14,5% sobre o re- do, Emendas Parlamentares, tem previsão alizado em 2000. Para pagamento de pes- de R$ 1,0 bilhão para 2001. No ano 2000 soal ativo e inativo estão previstos R$ 4,5 foram executados em Saneamento, pelo bilhões e para amortização da dívida, R$ Ministério da Saúde, apenas R$ 158,6 mi- 358 milhões. O orçamento aprovado para lhões (e boa parte inscritos em Restos a Pa- Outros Custeios e Capital é de R$ 18,1 bi- gar), e das Emendas Parlamentares foram lhões. Em termos nominais esse valor é executados R$ 382,9 milhões, também 11,3% superior ao executado em 2000 com boa parcela transferida para paga- nessa rubrica. mento em 2001. Cerca de 60,8% das despesas previstas para Como acontece em quase todos os anos, os OCC são destinadas ao pagamento do itens que mais devem pressionar o orça- Atendimento Ambulatorial e Hospitalar do mento neste exercício serão o pagamento do SUS, cujo valor aprovado de R$ 11,7 bi- Atendimento Ambulatorial e Hospitalar do lhões é 8,7% superior ao executado em SUS e a compra e distribuição de medica- 2000. Os recursos destinados ao controle mentos, sobretudo para AIDS. A execução, de endemias também terão incremento. em níveis razoáveis, dos recursos destinados 39 40 POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise às ações de saneamento básico exigirá, sem A Contribuição Social para o Financia- dúvida alguma, grande esforço por parte do mento da Seguridade Social (COFINS) foi Ministério da Saúde, e é bem possível que em 2001, como já ocorrera em 2000, a parte desses recursos venha a ser transferida principal fonte de financiamento do Mi- para o custeio do programa Bolsa Alimenta- nistério da Saúde, responsabilizando-se ção, conforme sugerido em proposta enca- por 39,5% dos seus gastos. A segunda fonte minhada pelo Ministério da Saúde à aprecia- foi a CPMF (28%), seguida pelos Recursos ção pelo Conselho Nacional de Saúde. Ordinários do Tesouro (11,5%). PARTICIPAÇÃO PERCENTUAL DAS PRINCIPAIS TABELA 10 FONTES DE FINANCIAMENTO DO MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1996 − 2001 FONTES 1996 1997 1998 1999 20001 2001 2,0 1,0 10,8 14,7 5,3 11,5 CONTR. SOCIAL LUCRO P. J. 20,8 19,3 8,0 13,3 12,5 8,1 CONTR. SOCIAL FIN. SEG. SOCIAL 42,5 25,9 26,0 26,6 37,8 39,5 REC. ORD. DO TESOURO CONTR. PROV. MOV. FINANC. 0,0 0,0 27,8 37,0 30,8 28,0 17,7 19,5 13,3 14,2 0,0 0,0 TIT. RESP. DO TES. NAC. 3,3 2,8 0,5 0,8 0,7 1,4 OPERAÇÕES DE CRÉDITO 9,1 0,5 1,1 1,4 2,7 1,3 REC. DIRET. ARRECADADOS 2,5 2,4 2,6 3,5 3,2 3,1 FUNDO ERRADICAÇÃO POBREZA 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 5,1 FUNDO DE EST. FISCAL DEMAIS 2,1 0,8 0,7 3,0 7,0 2,0 TOTAL 100 100 100 100 100 100 Fonte: SIAFI/SIDOR. Elaboração IPEA/DISOC. Nota: 1 Os dados de 2000 diferem dos apresentados na edição anterior porque os atuais referem-se ao final do exercício. c) As discussões sobre a EC no 29 e a A Emenda Constitucional no 29 vincula Proposta Orçamentária da Saúde recursos destinados pelos diferentes níveis para 2002 de governo − União, estados e municípios − determinando o volume de recursos pú- No campo do financiamento do sistema pú- blicos que devem ser aplicados em ações e blico de saúde, o grande acontecimento de serviços de saúde. Diferenças de interpre- 2000 foi a aprovação da Emenda Constitu- tação sobre a aplicação do texto da emen- cional n 29, que estabelece patamares mí- da levantaram dúvidas a respeito dos mon- nimos de aplicação de recursos da União, tantes de recursos que devem ser efetiva- de estados e de municípios na manutenção mente destinados ao setor pela União. A do Sistema Único de Saúde, o que confere emenda, a partir do ano 2000, estabelece maior estabilidade ao financiamento seto- os seguintes parâmetros para a União, de rial. Esse dispositivo constitucional, apesar acordo com o artigo 77: o de auto-aplicável, deverá ser objeto de lei complementar que definirá critérios eqüita- “Art. 77. Até o exercício financeiro de 2004, tivos na distribuição dos recursos federais os recursos mínimos aplicados em ações e com o objetivo de corrigir desigualdades na serviços públicos serão equivalentes: alocação de recursos públicos em saúde. POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise I – No caso da União: A Advocacia Geral da União (AGU) emitiu parecer (D.O. de 10 de janeiro de 2001), no a) no ano 2000, o montante empenhado qual acolhe e reforça a interpretação dada em ações e serviços públicos de saúde no pela PGFN, ou seja, fixa os dispêndios em- exercício financeiro de 1999 acrescido de, penhados em 1999 com ações e serviços no mínimo, cinco por cento; de saúde como ano-base para a aplicação da variação do PIB, tendo sempre o ano b) do ano de 2001 ao ano de 2004, o valor 2000, calculado na forma da alínea “a”, apurado no ano anterior, corrigido pela como base. Caso prevaleça essa última in- variação nominal do Produto Interno Bru- terpretação, já na formulação da proposta to – PIB”. de 2002, o piso a ser estabelecido para o Ministério da Saúde será de aproximada- Em 7 de dezembro de 2000 a Procuradoria mente R$ 1,2 bilhão inferior ao que seria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) emitiu determinado caso prevalecesse a interpre- parecer procurando interpretar a alínea tação defendida pelo Ministério da Saúde, “b”, inciso I, do artigo 77. Nesse parecer, a com reflexos óbvios sobre os patamares PGFN entende que o valor apurado no ano mínimos até 2004. anterior é, para 2001, o valor calculado na forma da alínea “a”, inciso I, do artigo 77 Diante da polêmica sobre a escolha do (montante empenhado em ações e servi- ano-base, diversos setores que lutaram ços públicos de saúde no exercício finan- pela aprovação da EC no 29 estão se mobi- ceiro de 1999 acrescido de, no mínimo, lizando para que o Congresso Nacional cinco por cento). Daí por diante, bastaria volte a dar a sua palavra sobre o “espírito” aplicar-se a variação do PIB. original da referida emenda. Assim, ainda segundo o parecer, “estabele- ACOMPANHAMENTO DE POLÍTICAS cido o piso inicial (para 2000), o valor mí- E PROGRAMAS nimo de gasto, para os anos subseqüentes, Política de Medicamentos independe de decisão do administrador A questão dos medicamentos ganhou re- público e, portanto, do efetivamente reali- percussão especial no cenário político gra- zado, vinculando-se, isso sim, a indexador ças às intensas discussões que envolveram relativo ao comportamento da economia desde problemas relacionados à quebra de nacional, o PIB”. patentes até o cumprimento de tratados internacionais assinados pelo Brasil. Diferentemente, o Ministério da Saúde, de acordo com manifestação de sua Consulto- A política brasileira para a prevenção e ria Jurídica, entende que “o valor apurado controle da AIDS inclui entre várias ações no ano anterior” referir-se-á sempre ao ano o acesso universal e gratuito aos medica- imediatamente anterior ao da proposta or- mentos anti-retrovirais na rede pública de çamentária e não a um ano fixo. Ou seja, saúde. Essa prática teve início com a distri- para 2002, a base de cálculo, para a aplica- buição do AZT e consolidou-se em 1996 ção da variação nominal do PIB seria o va- com o Decreto no 9 313, de 13/11/1996, lor empenhado em 2001, computados os que garantiu aos pacientes infectados pelo acréscimos resultantes da abertura de crédi- HIV o acesso gratuito a todos os medica- tos adicionais e não o valor de 1999 acres- mentos indispensáveis ao tratamento. Ao cido de 5%, como proposto pela Fazenda. lado disso, os laboratórios públicos foram fortalecidos, disponibilizando os exames 41 42 POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise necessários para o diagnóstico e o monito- Como os laboratórios não cederam (a Merck ramento dos pacientes. ofereceu apenas 12% de desconto no iní- Entretanto, essa estratégia enfrenta certas mecanismo, previsto na legislação brasi- dificuldades para sua manutenção e amplia- leira (Lei no 9 279, de 14/5/1996, Seção III, ção. Vale mencionar os fortes interesses en- da Licença Compulsória, art. 68) que esta- cio de fevereiro), o MS ameaçou usar um volvidos na questão: de um lado, os labora- belece o seguinte: “O titular ficará sujeito a tórios privados fabricantes de medicamen- ter a patente licenciada compulsoriamente tos que compõem o coquetel anti-AIDS, e, se exercer os direitos dela decorrentes de de outro, o Ministério da Saúde. Os gastos forma abusiva, ou por meio dela praticar do governo federal com anti-retrovirais em abuso de poder econômico, comprovado 1999 foram de R$ 622 milhões e em 2000, nos termos da lei, por decisão administra- de R$ 556,4 milhões, cerca de 3% dos gas- tiva ou judicial. No parágrafo 1o do artigo tos do Ministério da Saúde e 0,06% do PIB. 68 estão referidas outras situações que também ensejam a licença compulsória: 1- Os preços dos medicamentos adquiridos A não exploração do objeto da patente no pelo MS têm apresentado tendência a que- território brasileiro por falta de fabricação da, em boa parte graças ao estímulo à pro- ou fabricação incompleta do produto, ou dução dos laboratórios oficiais e à negocia- ainda a falta de uso integral do processo ção de preços com fornecedores. Note-se patenteado, ressalvados os casos de invia- que os medicamentos produzidos interna- bilidade econômica, quando será admitida mente, inclusive por empresas privadas, importação; ou 2- A comercialização que foram aqueles que sofreram maiores que- não satisfizer às necessidades do merca- das nos preços – em torno de 71% −, en- do”. A aplicação da licença compulsória quanto os comprados externamente baixa- significava dizer que, se as indústrias es- ram de preço em 9%. trangeiras não reduzissem os preços dos medicamentos do coquetel anti-AIDS, o Nas disputas relacionadas às patentes, o governo brasileiro estaria disposto a pro- problema dos preços está envolvido, assim duzi-los internamente e, até mesmo, trans- como a questão do respeito a direitos de ferir tecnologia para outros países em de- propriedade e, sobretudo, aos direitos hu- senvolvimento, mesmo que com isso ocor- manos. Um exemplo dessa tensão aconte- resse quebra de patente. ceu na disputa político-econômica que envolveu os preços dos medicamentos que Algumas reações geradas pela controvérsia compõem o coquetel de tratamento da merecem especial atenção: em primeiro lu- AIDS. Essa disputa envolveu dois deles, o gar, as organizações não governamentais de Efavirenz, patenteado pela estadunidense países em desenvolvimento e mesmo dos Merck Sharp & Dohme, e o Nelfinavir, pela desenvolvidos acusam as leis de proprieda- suíça Roche. Com a intenção de obter me- de intelectual da Organização Mundial de lhores preços e, portanto, melhores condi- Comércio (OMC), referentes a medicamen- ções para o desempenho da política, o Mi- tos, de atentarem contra os direitos huma- nistério da Saúde estimulou a produção dos nos, favorecendo monopólios e a venda de dois medicamentos no laboratório estatal produtos a preços altos; em segundo lugar, Farmanguinhos, ligado à Fundação Oswal- o governo dos EUA, além de empresas desse do Cruz, para que seus custos servissem de país e européias, defendem as regras do co- parâmetro para a negociação com a indús- mércio internacional, apontando para a ne- tria farmacêutica na redução de preços (es- cessidade de proteção das patentes de pro- perava-se uma redução da ordem de 60%). dutos farmacêuticos, mecanismo que garan- POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise tiria o retorno dos investimentos feitos no seus sistemas de saúde.8 No tocante às Se- desenvolvimento de produtos. cretarias Estaduais de Saúde, os números são menos expressivos: Alagoas, Distrito Finalmente, talvez caiba uma questão sobre Federal, Santa Catarina e Ceará estavam a possibilidade de compatibilização dos in- habilitados à Gestão Plena do Sistema Es- teresses e direitos em jogo: é possível che- tadual e São Paulo, Bahia, Minas Gerais e gar a um ponto de equilíbrio entre proteção Rio Grande do Sul, à Gestão Avançada do de patentes e interesse público, sem que os Sistema Estadual. governos se valham de instrumentos como o da licença compulsória? Parte da resposta Um dos problemas da descentralização do pode ser dada pelo resultado da disputa ci- sistema único de saúde refere-se à comple- tada: em março, a Merck Sharp & Dohme xa e intrincada rede de relações funcionais anunciou desconto de 60% para o Efavi- presentes no federalismo brasileiro e que, renz e de 65% para o Indanavir. somados aos processos de crescente autonomia dos municípios, geram problemas Norma Operacional da na construção de um sistema de saúde mi- Assistência à Saúde nimamente coordenado. Esse quadro já A organização do sistema, em particular do complexo é agravado pela existência de processo de descentralização, é outra área heterogeneidades demográficas, econômi- que tem recebido a atenção dos gestores do cas, epidemiológicas e da estrutura de ofer- SUS (União, estados e municípios). A im- ta de serviços, tanto entre estados quanto plementação das Normas Operacionais Bá- entre municípios. Soma-se o fato de que os sicas do SUS, particularmente as Normas limites territoriais e administrativos desses Operacionais 01/93 e 01/96, promoveram entes de governo apenas muito raramente integração das ações de saúde entre as três correspondem a uma rede regionalizada e esferas de governo, o que desencadeou resolutiva de serviços com todos os seus profundo processo de descentralização, e níveis de complexidade. transferiu para estados e, especialmente, para os municípios um conjunto de res- No Brasil os municípios são em número ponsabilidades e recursos para a operação significativo e poucos deles têm possibili- do Sistema Único de Saúde. dades de contar com um sistema de saúde funcional e completo, que contemple to- Ao fim do ano 2000, mais de 98% dos mu- dos os níveis de atendimento. Em outros nicípios brasileiros já haviam aderido a casos, os municípios, por seu porte, perfil um dos dois tipos de gestão descentraliza- epidemiológico e demográfico, compor- da previstos na NOB-SUS 01/96, em um tam mais de um desses sistemas em sua processo que permitiu o desenvolvimento área de atuação, sendo às vezes pólos de e o amadurecimento de experiências exi- atração e referência para a população de tosas no âmbito dos municípios e a forma- municípios adjacentes. O mesmo proble- ção de um importante contingente de pro- ma estende-se aos estados, nos quais fre- fissionais qualificados nas diversas áreas qüentemente as características epidemio- do SUS. Mais de 4 900 municípios estavam lógicas não respeitam as fronteiras legais e habilitados à Gestão Plena da Atenção Bá- os equipamentos e serviços de saúde de- sica7 e 523 municípios, à Gestão Plena de vem atender à demanda proveniente de estados vizinhos. 7. Nessa forma de gestão descentralizada os municípios tornam-se responsáveis pela gestão da prestação de serviços básicos de saúde, recebendo, para tanto, um repasse federal anual de, no mínimo, R$ 10,00 por habitante/ano. 8. Na gestão plena do sistema municipal de saúde os municípios ficam responsáveis pela gestão da assistência médico-hospitalar a seus munícipes ao receber repasses regulares do Ministério da Saúde. 43 44 POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise A Norma Operacional da Assistência à gica da regionalização/hierarquização dos Saúde do SUS (NOAS-SUS 01/01) propõe-se serviços. Os meios são o planejamento in- a apresentar soluções para alguns desses tegrado e a organização funcional que ultra- problemas ao superar restrições burocráti- passem fronteiras municipais e sejam capa- cas de acesso e ao procurar o fortalecimen- zes de otimizar recursos e planejar investi- to de ações pactuadas e integradas entre mentos. O Plano Diretor de Regionalização órgãos gestores. Dessa forma, almeja-se e a Programação Pactuada Integrada são os evitar a desintegração institucional e a ato- instrumentos de ordenamento da regionali- mização dos SUS em sistemas locais inefi- zação e da assistência, e devem ser aprova- cientes e não resolutivos. dos no Conselho Intergestores Bipartite (CIB) e nos Conselhos Estaduais de Saúde A criação da Gestão Plena da Atenção Bási- (CES), no âmbito dos estados, para serem ca Ampliada (GPABA) redefine as respon- posteriormente encaminhados ao Ministé- sabilidades dos municípios na provisão da rio da Saúde e ao Conselho Intergestores atenção básica, sendo mantida, entretanto, Tripartite (CIT), no âmbito federal. 9 a Gestão Plena do Sistema Municipal. No GPABA todos os municípios deverão assu- Resumidamente, espera-se com a Norma mir os procedimentos do atual Piso de Operacional da Assistência à Saúde (NOAS) Atenção Básica (PAB), adicionado de uma 01/2001: (i) ampliar as responsabilidades lista mínima de procedimentos ambulato- dos municípios com relação à atenção bá- riais de menor complexidade. Aqueles já sica; (ii) regionalizar a assistência; (iii) criar habilitados na NOB 01/96 estão aptos a re- mecanismos para o fortalecimento da ca- ceber o PAB ampliado (depois de avaliação pacidade de gestão do SUS; e (iv) proceder das secretarias estaduais, aprovação nas e atualizar os critérios de habilitação de es- CIBs e homologação da CIT). tados e municípios. Reforça-se a ênfase na regionalização e na As diretrizes da nova NOAS foram aprova- eqüidade, com a busca pela organização de das pelo Conselho Nacional de Saúde, em sistemas de saúde integrados em todos os dezembro de 2000. Os demais instrumen- níveis e não apenas restritos ao âmbito mu- tos reguladores (portarias, instruções nor- nicipal. Cabe às Secretarias Estaduais de mativas, etc.) devem ser integralmente Saúde (SES) a responsabilidade pela ação de apreciados e aprovados pelo Conselho In- coordenação e pactuação, tendo como va- tergestores Tripartite (CIT), que é o fórum lores a autonomia desses níveis de governo, de negociação e pactuação entre os gesto- mas também as suas capacidades de harmo- res do SUS. O risco que deve ser evitado, nização de ações e funções, para as quais a apontado por analistas setoriais, é a instau- noção norteadora é a territorialidade na ração de processo burocrático complicado identificação de prioridades e de organiza- de qualificação de regiões/microrregiões e ção de redes de assistência resolutivas. de revisão e concessão de novas habilitações, pois, a partir de agora, as formas de O objetivo primordial da NOAS é a busca gestão descentralizada (Gestão Plena da da eqüidade no acesso aos serviços pela Atenção Básica Ampliada e Gestão Plena promoção da integralidade das ações na ló- do Sistema Municipal de Saúde) passam a depender menos da vontade política e capacidade de gestão das instâncias munici- 9. Para se habilitar à GPABA os municípios devem comprovar capacidade de responsabilizar-se pelas seguintes ações: controle da tuberculose, eliminação da hanseníase, controle da hipertensão arterial, controle do diabetes mellitus, saúde da criança, saúde da mulher e saúde bucal. pais e mais da existência de serviços nos respectivos territórios. POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise Bolsa Alimentação: um mento de procedimentos de saúde, como programa de transferência vacinação, pré-natal, etc. Para isso, as fa- de renda vinculado à saúde mílias deverão ser assistidas por equipes Uma novidade na área de saúde é a propo- do PSF, pelos agentes comunitários ou por sição, em discussão no Conselho Interges- unidades de saúde locais. Podem participar tores Tripartite (CIT), de um programa de do programa os municípios que estejam renda mínima vinculado ao MS – Bolsa- habilitados em alguma das condições de Alimentação –, que deverá ser lançado no gestão do SUS, que tenham o programa de segundo semestre de 2001. Como o acesso Agentes Comunitários de Saúde (PACS) ou à alimentação é um direito humano funda- programa de Saúde da Família (PSF). mental e a insegurança alimentar e a desnutrição estão associadas à baixa renda fa- Os recursos federais para o programa são miliar, o Ministério da Saúde pretende, da ordem de R$ 575 milhões, cabendo ao com a bolsa, contribuir para a diminuição município selecionar, cadastrar e acompa- de desigualdades, além de aumentar as nhar os beneficiários do programa, e ao chances das crianças das famílias mais po- Conselho Municipal de Saúde homologar bres a uma vida saudável. a adesão do município ao programa, bem como acompanhar as inscrições, renova- A desnutrição está entre as causas associa- ções e exclusões de beneficiários. das à mortalidade infantil, o que justifica ações no âmbito da alimentação e outras Controle da Dengue ações essenciais, principalmente para ges- A epidemia da dengue tem sido motivo de tantes e crianças, tendo em vista seus im- preocupação das autoridades centrais em pactos sobre doenças prevalecentes na in- decorrência de sua progressiva dissemina- fância e sobre a redução da mortalidade. ção para grande parte do território nacional. Nas últimas décadas, tem-se observado A bolsa-alimentação consiste em apoio em di- a reemergência de infecções pelo vírus da nheiro para famílias com gestantes e crian- dengue nas Américas sob a forma de epide- ças de 6 meses a 6 anos de idade em risco mias. A dengue clássica é uma doença febril nutricional, e que pertençam a famílias aguda, caracterizada por início súbito e fe- que tenham renda mensal de até 0,5 salá- bre que dura cerca de cinco dias. Cefaléia rio-mínimo per capita, complementando, intensa, dores musculares e nas articula- assim, sua renda familiar. ções seguidas de erupções cutâneas são os sinais e sintomas mais comuns. A transmis- O valor da bolsa está fixado em R$ 15,00 são se dá pela picada de mosquitos infec- mensais por beneficiário e terá vigência tantes, principalmente o Aedes aegypti, que durante seis meses, podendo ser renovada, também é transmissor da febre amarela. desde que a família mantenha as condições socioeconômicas que concorrem para No Brasil a primeira epidemia de dengue, sua elegibilidade. vinda provalmente do Caribe, ocorreu em 1982, em Boa Vista, Roraima. A reativação Cada família poderá ter até três benefícios da epidemia, em razão do processo de cir- simultaneamente, e deve seguir uma agen- culação viral e infestação pelo Aedes ae- da de compromissos que envolvem desde gypti, propiciou a ocorrência de surtos ex- a participação em atividades educativas, de plosivos da doença, os quais foram se espa- planejamento familiar e aleitamento ma- lhando para a maioria dos estados brasilei- terno até o cumprimento de acompanha- ros desde 1986. 45 46 POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise Desde 1986 vêm ocorrendo, sistematica- 1998. Em 1998 foram registrados mais de mente, casos de dengue no Brasil. No perío- meio milhão de casos (570 148) – dessa vez do 1986/1991 aconteceram dois surtos de em todos os estados brasileiros, com exce- maiores proporções. O primeiro, em 1986/ ção do Estado do Amazonas. Em 1998, os 1987, atingiu sete estados (Alagoas, Bahia, Estados de Minas Gerais, com 147 402 ca- Ceará, Pernambuco, Minas Gerais, Rio de sos, Pernambuco, com 83 506, e Paraíba, Janeiro e São Paulo), e foram notificados com 59 715 foram responsáveis por quase 47 370 casos em 1986 e 89 394 em 1987. 51% do total do país. Em termos regionais, o Nesse surto os estados mais atingidos foram Nordeste (259 574 casos) e Sudeste (250 065 Ceará e Rio de Janeiro, com quase 93% dos casos) foram a regiões mais atingidas, no casos registrados em 1987. No segundo, em ano de 1998, contabilizando mais de 89 % 1990/1991, registram-se 40 642 e 97 207 dos casos no país. casos, respectivamente. Nesses anos a epidemia ainda estava restrita a sete estados e, Em 1999, 2000 e 2001 (até maio) foram dos casos registrados em 1991, a maioria registrados, respectivamente, 211 265, (cerca de 81%) ocorreu no Rio de Janeiro. 238 252 e 136 471 casos de dengue, a qual, a partir de 1999, passou a ocorrer em todos Uma terceira elevação pronunciada no nú- os estados brasileiros. mero de casos ocorreu nos anos de 1997 e GRÁFICO 1 CASOS NOTIFICADOS DE DENGUE SEGUNDO O ANO DE OCORRÊNCIA, BRASIL, 1986/2000 Fonte: MS/FNS/DEOPE/CCDTV – Gerência Técnica de Febre Amarela e Dengue. No Brasil, a maior incidência de casos ocor- mas oligossintomáticas, o que aumenta o re nos primeiros meses do ano, os mais sub-registro. quentes e úmidos. O número de casos registrados, apesar de expressivos, estão, segura- Não se pode ainda prever a tendência da mente, subdimensionados, uma vez que a doença para os próximos anos. Um dos fa- doença, muitas vezes, confunde-se com ou- tores que contribuem no comportamento tras doenças febris e, ainda, pelo fato de que da epidemia é a distribuição do mosquito muitas pessoas acometidas não procuram transmissor no território nacional. Em assistência médica, principalmente nas for- 1980, apenas doze municípios estavam in- festados pelo Aedes aegypti. No fim de de repasse via convênios, à qual eram atri- 1998 os municípios infestados somavam buídos os atrasos e as descontinuidades mais de 2 900.10 nas ações de controle. O controle da epidemia baseia-se, primor- Os resultados da nova estratégia (descentra- dialmente, no combate ao Aedes aegypti. lização das ações e repasse direto de recur- As ações de controle, anteriormente cen- sos) ainda não pode ser avaliada com maior tralizadas na Fundação Nacional de Saúde, segurança. Contudo, a situação epidemioló- estão quase totalmente descentralizadas gica é bem mais grave do que há dez anos, para estados e municípios e, a partir do seja pela disseminação da doença que hoje ano 2000, os recursos para as ações de atinge todos os estados, seja pela ocorrên- controle de endemias têm sido repassados cia, já detectada, de formas mais graves da diretamente aos fundos estaduais e muni- doença, como a dengue hemorrágica. cipais, em substituição à anacrônica forma 10. MS/FUNASA/CENEPI, Boletim Epidemiológico, 1999, Ano III, Edição Especial. EDUCAÇÃO Conjuntura O PNE propõe metas importantes para mu- Na área da Educação, um dos marcos de dar o quadro educacional brasileiro, tais grande importância para balizamento das como erradicar o analfabetismo do país e ações e programas foi a aprovação do Pla- colocar metade das crianças de 0 a 3 anos no Nacional de Educação (PNE), elaborado e todas de 4 a 6 em creches, dentro de dez sobre os seguintes eixos norteadores: a anos. Para tanto, previa a necessidade da Constituição de 1988, a Lei de Diretrizes e garantia de recursos para concretizar uma Bases da Educação Nacional (LDB) e a série de metas.11 No entanto, o presidente Emenda Constitucional n 14 (criação do da República, quando sancionou o plano, FUNDEF), ambas de 1996, bem como as po- vetou alguns artigos. O principal deles ele- líticas atuais do setor. O plano foi enviado vava os gastos públicos com educação de pelo governo federal ao Congresso Nacio- 5% para 7% do produto interno bruto (PIB) nal em dezembro de 1997, ocasião em que − o que garantiria prioridade à educação parlamentares apresentaram um projeto no país. O argumento que o governo usou substitutivo baseado no oficial e, após vá- para vetar os artigos foi a discordância rios debates e apresentação de emendas, com a Lei de Responsabilidade Fiscal, e o foi aprovado pela Lei no 10 172, de 9 de fato de que não havia ficado explícito no janeiro de 2001. plano de onde viria o dinheiro para o o cumprimento da meta. Com o veto goverOs objetivos do plano são os seguintes: (i) a elevação global do nível de escolaridade da população; (ii) a melhoria da qualidade de ensino em todos os níveis; (iii) a redução das desigualdades sociais e regionais no tocante ao acesso e à permanência, com sucesso, na educação pública; e (iv) democratização da gestão do ensino público, nos estabelecimentos oficiais, obedecendo aos princípios da participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola e da participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou eqüivalentes. 11. As metas são as seguintes: (a) Elaborar, no prazo de um ano, padrões mínimos nacionais de infra-estrutura para a educação infantil, para o ensino fundamental e para o ensino médio; (b) Integrar recursos do poder público destinados à política social, em ações conjuntas da União, estados e municípios, para garantir a renda mínima associada a ações socioeducativas para as famílias com carência econômica comprovada; (c) Ampliar as oportunidades de acesso à educação profissional, diversificando a oferta e adequandoa à demanda do mercado de trabalho; (d) Generalizar, em dez anos, o atendimento dos alunos com necessidades especiais na educação infantil e no ensino fundamental, inclusive por meio de consórcios entre municípios; (e) Criar, dentro de um ano, a categoria oficial escola indígena para assegurar a especificidade de um modelo de educação intercultural e bilíngüe, e universalizar, em dez anos, a oferta de programas educacionais equivalentes às quatro primeiras séries do ensino fundamental; (f) Promover a revisão dos cursos de formação inicial para professores e implementar programas de formação em serviço para eliminar a presença de professores leigos nos sistemas de ensino; (g) Garantir a disseminação das novas tecnologias educacionais nas escolas públicas; e (h) Promover a participação da comunidade na gestão escolar. 50 POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise namental, o PNE pode ter sido reduzido a Os recursos do Tesouro subdividem-se em uma mera carta de intenções. três grandes partes: (i) os ordinários, que representaram 12,9% do total de recursos É importante salientar que o governo fede- do Tesouro executados em 2000; (ii) os ral – no intuito de atuar sobre fatores ex- destinados a manutenção e desenvolvi- tra-escolares − instituiu o Programa de Ga- mento do ensino (MDE), regulamentado rantia de Renda Mínima vinculado à Edu- pelo artigo 212 da CF, com 47,2% do total cação, o Bolsa-Escola. Esse programa repre- de recursos do Tesouro executados em sentou a ampliação do programa de garan- 2000; e (iii) os das demais fontes do Tesou- tia de renda mínima anterior, que vinha ro, que, somadas, correspondiam a aproxi- sendo desenvolvido pelo Ministério da madamente 39,8% daquele total. Educação (MEC). Para o ano 2001, a Dotação Orçamentária Além desse programa, o ministério tam- Inicial prevista para os recursos do Tesou- bém lançou o Recomeço – Supletivo de Qua- ro é de R$ 15,5 bilhões, o que representa lidade, uma espécie de “miniFUNDEF”, por um se tratar de proposta que estrutura seu sis- 14% em relação a Dotação Orçamentária tema de repasse de recursos com base em Final de 2000. Os Recursos Ordinários um valor per capita, que, entretanto, é me- previstos para 2001, por sua vez, somam nor que aquele previsto para os alunos do um montante igual a R$ 2,5 bilhões e re- ensino fundamental e é dirigido a jovens e presentam 16% do total de recursos pre- adultos de uma parcela dos municípios vistos para o Tesouro. A participação dos brasileiros − os que apresentam menor Ín- recursos destinados a manutenção e de- crescimento de aproximadamente dice de Desenvolvimento Humano (IDH). senvolvimento do ensino (MDE) no total Essa iniciativa vem sendo questionada por de recursos do Tesouro caiu (para 39,9%), aqueles que defendem um valor per capita apesar de esse montante ser superior – e amplitude de atendimento igual à do mesmo que apenas 0,19% – ao de Dotação Fundo de Manutenção e Desenvolvimento Orçamentária Final do ano de 2000 (que do Ensino Fundamental e de Valorização representava 45,4% do orçamento final do do Magistério (FUNDEF). Tesouro em 2000) . Já a participação relativa dos recursos das demais fontes do Te- FINANCIAMENTO E GASTOS Financiamento da Educação O detalhamento da execução orçamentária e financeira das principais fontes do MEC para o ano 2000 e a previsão orçamentária para 2001 são apresentados na tabela 1. Analisando-se-a, nota-se que os recursos oriundos do Tesouro representaram – isoladamente – a principal fonte de financiamento dos programas geridos pelo ministério, com participação igual a 96,5% do total executado no ano 2000 – espera-se de tais recursos uma participação equivalente em 2001 (Dotação Orçamentária Inicial dos recursos do Tesouro equivalente a 96,1% do total de recursos previstos). souro aumentou e em 2001 representará 44,1% do total previsto para o Tesouro. Ainda no que concerne às fontes que constituem o Tesouro, cabe salientar, em 2000, a participação de Contribuição para o Financiamento de Seguridade Social, de Salário-Educação e de Recursos Diretamente Arrecadados (financeiros e não financeiros), que representaram, respectivamente, 13,2%, 6,2% e 5,5% do total executado no ano 2000 – ou 13,7%, 6,4% e 5,7% do total dos recursos do Tesouro executados nesse ano. Quanto a dotação Orçamentária Inicial de 2001, quando comparada a Dotação Orçamentária Final de 2000, nota-se que a participação relativa de Salário-Educação POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise DETALHAMENTO DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA 2000 E DOTAÇÃO TABELA 10 ORÇAMENTÁRIA 2001 DAS PRINCIPAIS FONTES DE RECURSOS DO MEC FONTE (EM R$ MIL) DOTAÇÃO EMPENHO DOTAÇÃO ORÇAMENTÁRIA LIQÜIDADO1 ORÇAMENTÁRIA FINAL − 2000 INICIAL − 2001 VALOR (A) % VALOR (B) % VALOR (C) 13 629 534 94,9 1 764 093 12,3 12 918 673 96,5 15 532 346 96,1 1 672 518 12,5 2 484 161 15,4 6 186 240 43,1 6 104 036 45,6 6 198 011 38,3 1.3 – SALÁRIO-EDUCAÇÃO 1.4 – CRÉDITO EDUCATIVO 886 159 6,2 829 027 6,2 1 037 765 6,4 234 614 1,6 231 882 1,7 249 660 1,5 309 840 2,2 308 146 2,3 460 503 2,8 1.6 – TÍTULOS DO TESOURO NACIONAL 286 783 2,0 179 805 1,3 346 141 2,1 1.7 – OPERAÇÃO DE CRÉDITO 624 382 4,3 335 891 2,5 310 174 1,9 433 240 3,0 432 046 3,2 - - 1 778 046 12,4 1 763 428 13,2 1 552 523 9,6 747 319 5,2 740 091 5,5 433 620 2,7 - - - - 1 656 299 10,2 377 393 2,6 320 378 2,4 - - 1 − TESOURO 1.1 – RECURSOS ORDINÁRIOS % 1.2 – MANUTENÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO ENSINO 1.5 – RENDA DE LOTERIA E CONCURSOS DE PROGNÓSTICOS 1.8 – CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO DAS PESSOAS JURÍDICAS 1.9 – CONTRIBUIÇÃO FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL 1.10 – RECURSOS DIRETAMENTE ARRECADADOS 1.11 – FUNDO DE COMBATE À POBREZA 1.12 – SALDOS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES DOS RECURSOS DO TESOURO NACIONAL 1.13 – OUTROS 1 425 0,0 1 425 0,0 - - 1.14 – CPSS – INATIVOS - - - - 127 809 0,8 1.15 – CONT. PLANO. SEG. SOC. SERV. - - - - 675 680 4,2 729 759 5,1 467 041 3,5 631 554 3,9 87 400 0,6 76 356 0,6 100 451 0,6 2.2 – DIRETAMENTE ARRECADADOS 519 844 3,6 309 500 2,3 466 923 2,9 2.3 − OUTRAS FONTES3 122 515 0,9 81 185 0,6 64 181 0,4 14 359 293 100,0 13 385 714 100,0 16 163 901 100,0 2 2 − OUTRAS FONTES 2.1 – APLICAÇÃO DO SALÁRIO-EDUCAÇÃO TOTAL Fonte: Sistema Integrado de Dados Orçamentários – SIDOR. Notas: 1 Os valores empenhados consistem de valores vinculados por lei mais os créditos. 2 Doações de entidades internacionais. 3 Receitas de Convênios + Operações de Crédito Externo (bens e/ou serviços) + Saldos de Exercícios Anteriores (somente em 2000) + Doações de Entidades Internacionais (somente em 2001) + Doações Pessoais ou de Instituições Privadas Nacionais (somente em 2001). nos recursos do Tesouro manteve-se mais Cabe salientar também a enorme diferença ou menos estável (subiu 0,3%, ficando em – que chega a 46,2% – entre Dotação Orça- 6,7%), enquanto a de Recursos Diretamen- mentária Final e o que foi executado no te Arrecadados e de Contribuição para o ano de 2000 referente a Operação de Cré- Financiamento da Seguridade Social caí- dito. A diferença já era esperada, pois as ram barganhas envolvendo Operações de Cré- (de 5,7% para 2,8% e de 14% para 10%, respectivamente). dito são complicadas por natureza, visto que a liberação de recursos segue normas 51 52 POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise que muitas vezes atrasam o envio de ver- çamentários finais recebidos e a respectiva bas. Ademais, nota-se também uma redu- execução em 2000, sendo eles: Escola de ção drástica entre a Dotação Orçamentária Qualidade Para Todos (4,2% e 3,8%); Desen- Final de 2000 e a Inicial de 2001 para essa volvimento da Educação Profissional (4,3% fonte (queda de 50,3%). para ambas); Desenvolvimento do Ensino de Pós-Graduação (3,6% e 3,8%); Hospitais de O recente Fundo de Combate à Pobreza tor- Ensino (1,7% e 1,6%); Desenvolvimento do nou-se uma importante fonte de recursos Ensino Médio (1,7% e 1,8%); Assistência ao para o Ministério, aportando em princípio Trabalhador (1,5% para ambas); e Apoio Ad- cerca de R$1,6 bilhões, o que representa ministrativo (1,0% para ambas). algo em torno de 10,2% da recursos previsto para 2001. A entrada dessa fonte explica No que tange ao percentual de recursos em grande parte o crescimento dos recursos executados, observou-se que foram liqui- do MEC entre os anos de 2000 e 2001. dados 93,2% do total dos recursos orçamentários finais disponível em 2000. No Em relação a Aplicação do Salário-Educa- entanto, quatro programas chamam aten- ção, que consiste na aplicação dos recursos ção para o fato de o percentual execução/ no mercado financeiro, pôde-se observar a orçamento final estar muito abaixo dessa execução de 87,4% dos recursos disponibi- média obtida. Tais programas são: Extensão lizados pela fonte em 2000 (foram liquida- Universitária (com o menor percentual exe- dos R$ 76,4 milhões dos R$ 87,4 milhões cução/orçamento, igual a apenas 30,4%); destinados). Além disso, também quanto a Expansão e Consolidação do Conhecimento Ci- Aplicação do Salário-Educação, verificou- entífico e Tecnológico (com 65,9% de execu- se um crescimento de 14,9% entre a Dota- ção do total disponível); Arrecadação do Salá- ção Orçamentária Final de 2000 e a Inicial rio-Educação (com 74,8%); e Gestão da Políti- de 2001, o que representa a disponibiliza- ca de Comunicação de Governo (com 78,6%). ção de R$ 13 milhões adicionais. Em relação à distribuição da dotação orçaPROGRAMAS DO PPA mentária de 2001, a mudança mais impor- A tabela 11 demonstra a Dotação Orça- tante foi a reorganização das ações que mentária Final de 2000, a Execução Orça- compõem dois dos programas voltados mentária de 2000 e a Dotação Orçamentá- para o ensino fundamental: Aceleração da ria Inicial de 2001 dos principais progra- Aprendizagem, que se desdobra em Toda mas do PPA. Analisando-se-a, percebe-se Criança na Escola e Escola de Qualidade para que os programas Desenvolvimento do Ensi- Todos, o qual teve sua dotação inflada, em no de Graduação, Previdência de Inativos e 2001, em razão do expressivo aumento Pensionistas da União e Aceleração da Apren- nos recursos programados para a execução dizagem foram os que detiveram os maio- do Programa Bolsa-Escola. res percentuais relativos à participação dos programas no total dos recursos orçamen- Essa reformulação dos programas de acor- tários finais em 2000 (44,2%, 15,9% e do com o MEC objetivou concentrar as 15,6%, respectivamente) e no total dos ações voltadas para assegurar a eqüidade executados também nesse ano (44,3%, nas condições de acesso, permanência e 17% e 15,6%). êxito dos alunos no programa Toda Criança na Escola e as ações mais direcionadas Os demais programas angariaram relativa- à melhoria na qualidade do ensino no mente menos recursos, mas alguns ainda programa Escola de Qualidade para To- merecem destaque quanto aos valores or- dos, o que definiu com maior precisão o POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise DETALHAMENTO DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA 2000 E TABELA 11 DOTAÇÃO ORÇAMENTÁRIA 2001 DOS PROGRAMAS DO PPA DO MEC PROGRAMA DOTAÇÃO EMPENHO ORÇAMENTÁRIA LIQÜIDADO1 (EM R$ MIL) DOTAÇÃO ORÇAMENTÁRIA FINAL − 2000 VALOR (A) ACELERAÇÃO DA APRENDIZAGEM INICIAL − 2001 % VALOR (B) % VALOR (C) % 2 236 601 15,6 2 082 664 15,6 - - - - - - 4 479 267 27,7 6 353 057 44,2 5 930 444 44,3 5 580 269 34,5 608 437 4,2 511 078 3,8 68 129 0,4 514 121 3,6 509 611 3,8 524 390 3,2 TODA CRIANÇA NA ESCOLA DESENVOLVIMENTO DO ENSINO DE GRADUAÇÃO ESCOLA DE QUALIDADE PARA TODOS DESENVOLVIMENTO DO ENSINO DE PÓS-GRADUAÇÃO DESENVOLVIMENTO EDUCAÇÃO DA PROFISSIONAL 618 741 4,3 575 827 4,3 659 586 4,1 DESENVOLVIMENTO DO ENSINO MÉDIO 239 689 1,7 234 871 1,8 567 548 3,5 HOSPITAIS DE ENSINO 245 298 1,7 216 182 1,6 213 082 1,3 EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS 46 697 0,3 43 022 0,3 281 035 1,7 ESTATÍSTICAS E AVALIAÇÕES EDUCACIONAIS 44 938 0,3 36 240 0,3 96 305 0,6 DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL 32 830 0,2 28 393 0,2 36 559 0,2 EXTENSÃO 33 888 0,2 10 297 0,1 36 958 0,2 10 496 0,1 9 342 0,1 15 154 0,1 8 832 0,1 8 770 0,1 - PORTADOR DE DEFICIÊNCIA VISUAL 6 752 0,0 6 727 0,1 - - ARRECADAÇÃO DO SALÁRIO-EDUCAÇÃO 1 950 0,0 1 458 0,0 3 600 0,0 46 398 0,3 44 874 0,3 18 379 0,1 2 279 722 15,9 2 276 616 17,0 2 387 964 14,8 209 349 1,5 199 791 1,5 236 270 1,5 UNIVERSITÁRIA GESTÃO DA POLÍTICA DE EDUCAÇÃO EDUCAÇÃO E PROFISSIONALIZAÇÃO DO PORTADOR DE DEFICIÊNCIA AUDITIVA EDUCAÇÃO E PROFISSIONALIZAÇÃO DO ATENÇÃO À CRIANÇA PREVIDÊNCIA DE INATIVOS E PENSIONISTAS DA UNIÃO ASSISTÊNCIA AO TRABALHADOR ETNODESENVOLVIMENTO SOCIEDADES DAS INDÍGENAS 400 0,0 400 0,0 400 0,0 BRASIL PATRIMÔNIO CULTURAL 535 0,0 531 0,0 553 0,0 PRODUÇÃO E DIFUSÃO CULTURAL 424 0,0 353 0,0 504 0,0 CULTURA 100 0,0 98 0,0 100 0,0 AFRO-BRASILEIRA EXPANSÃO E CONSOLIDAÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO PAZ NAS ESCOLAS 14 536 0,1 9 577 0,1 17 466 0,1 1 200 0,0 1 100 0,0 1 400 0,0 6 666 0,0 6 576 0,0 7 112 0,0 149 723 1,0 138 395 1,0 354 975 2,2 GESTÃO DA PARTICIPAÇÃO EM ORGANISMOS APOIO INTERNACIONAIS ADMINISTRATIVO GESTÃO DA POLÍTICA DE COMUNICAÇÃO DE GOVERNO VALORIZAÇÃO DO SERVIDOR PÚBLICO OPERAÇÕES 10 000 0,1 7 859 0,1 10 000 0,1 1 634 0,0 1 545 0,0 3 798 0,0 345 118 2,4 312 229 2,3 193 787 1,2 ESPECIAIS: CUMPRIMENTO DE SENTENÇAS JUDICIAIS OPERAÇÕES ESPECIAIS: SERVIÇO DA DÍVIDA INTERNA (JUROS E AMORTIZAÇÕES) 291 163 2,0 180 843 1,4 349 922 2,2 FARMACÊUTICA - - - - 9 940 0,1 SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO − INTERNET II - - - - 9 450 0,1 14 359 293 100,0 13 385 714 100,0 16 163 901 100,0 ASSISTÊNCIA TOTAL Fonte: Sistema Integrado de Dados Orçamentários – SIDOR. Nota: 1Os valores empenhados consistem de valores vinculados por lei mais os créditos. âmbito de cada programa. Outro progra- Contudo, cabe salientar que em 2001 vários ma que sofreu violenta redução de recur- programas mais que dobraram os recursos sos foi Atenção à Criança, com queda disponíveis em relação ao ano anterior, igual a 60,4% dos recursos disponíveis podendo-se citar: Educação de Jovens e Adul- em relação a 2000. tos (crescimento de 501,8%); Apoio Admi- 53 54 POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise nistrativo (137,1%); Desenvolvimento do En- No entanto, é perceptível que um foco de sino Médio (aumento de 136,8%); Valoriza- resistência para se elevar o valor mínimo ção do Servidor Público (132,4%); e Estatísti- está no conseqüente repasse maior de re- cas e Avaliações Educacionais (114,3%). O cursos da União, ou seja, se o valor míni- aumento de recursos disponíveis pôde mo subir, a complementação do MEC pre- também ser observado na soma total de re- vista na lei deverá ser maior que a atual, o cursos, que foi 12,6% maior em 2001 que a que certamente pressionaria os dirigentes Dotação Orçamentária Final de 2000. do ministério a lutar por maior fatia de recursos do orçamento federal e colocaria ACOMPANHAMENTO DE POLÍTICAS esses dirigentes em confronto com a polí- E PROGRAMAS. tica econômica de controle do déficit pú- Ensino Fundamental blico e ajuste fiscal. O outro foco de resis- No ensino fundamental, o FUNDEF tem-se tência parte dos próprios dirigentes de es- destacado como forma inovadora de repar- tados perdedores de recursos, em função tição dos recursos para a área, principal- dos efeitos colaterais internos a cada esta- mente ao efetuar equalização do valor do do quando da repartição dos recursos, pois gasto por aluno/ano com base em um indi- cada valor mínimo estabelece uma nova cador educacional, a matrícula, e por fixar relação na distribuição dos recursos entre uma aplicação mínima de recursos para a os governos estaduais e os municipais. valorização do magistério. Nesse sentido, a LDB, em seu artigo 74, diz que a União de- veria calcular o custo mínimo, desde que sejam consideradas as variações regionais e as diversas modalidades educacionais. Entretanto, alguns pesquisadores, entidades de interesse12 e partidos políticos argumentam que na implementação dessa inovação o valor do gasto mínimo por aluno/ ano não está adequado aos custos mínimos de que fala a lei, o que, nesse caso, prejudica os alunos dos estados em que se verificarão maiores necessidades de complementação de recursos. Nesse sentido, continua a polêmica a respeito de o valor do gasto mínimo por aluno/ano ser inferior ao que deveria ser repassado, conforme os termos da lei que instituiu o FUNDEF. Isso ocorre porque o MEC continuou a não apresentar justifica- tiva técnica para os valores pré-estabelecidos, para 2001, e por meio do Decreto no 3 742, de 1o de fevereiro de 2001, fixou o valor mínimo a ser gasto por aluno durante o ano em R$ 363 e determinou o valor de R$ 381,15 como mínimo garantido pela União para investimentos em alunos de 5a a 8a séries do ensino fundamental e das Para acabar com tal controvérsia, o Minis- classes de educação especial urbanas e ru- tério deveria apresentar, de acordo com a rais − prevendo-se para 2001 uma comple- LDB e a lei de regulamentação do FUNDEF, mentação da União de R$ 700 milhões. justificativa Esse dinheiro é repassado aos municípios tecnicamente convincente dos valores que são utilizados atualmente. e estados que não conseguiram investir os valores mínimos por aluno. o 12. Por exemplo, o 8 Fórum da União Nacional de Dirigentes Municipais (UNDIME) tornou públicos os seguintes desafios, posicionamentos e reivindicações: “consideramos inadmissível que o governo federal continue desrespeitando a legislação no que diz respeito à definição do custo-aluno nacional. Por isso, somos favoráveis a que se promova uma revisão imediata do custo-aluno, com a conseqüente elevação da participação da União nos recursos do FUNDEF; e que o custo–aluno seja atualizado pelos resultados do censo escolar do ano em curso”. Uma dificuldade manifestada por alguns estados e municípios refere-se ao fato de que, dado que o FUNDEF destina-se ao ensino fundamental, esses entes federados têm dificuldades em alocar recursos para ampliar o atendimento às suas redes de en- POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise sino, o que acarreta prejuízo aos outros ní- competência de fiscalizar a aplicação dos re- veis e modalidades de ensino. Para superar cursos, acompanhar e supervisionar a exe- esse impasse, algumas entidades nacionais cução e prestar contas ao Fundo Nacional – como a Confederação Nacional de Téc- de Desenvolvimento da Educação (FNDE). nicos em Educação (CNTE) − têm insistido, Os recursos repassados têm caráter suple- entre outras propostas, na necessidade de mentar e devem ser aplicados exclusiva- substituição do FUNDEF pelo FUNDEB mente na aquisição de gêneros alimentícios. (Fundo de Educação Básica). O fundo utilizaria recursos da União e teria um custo- Nessa mesma linha de assistência socio- aluno mais alto, para realmente atender a econômica e de garantia das mínimas con- suas necessidades. A remuneração dos pro- dições de cidadania às pessoas que vivam fessores também deveria ser rediscutida. em situação de extrema pobreza, foi sancio- A União Nacional de Dirigentes Munici- nada pelo presidente da República a Lei no pais (UNDIME), por sua vez, propõe que se 10 219, de 11 de abril de 2001, que cria o promova uma rediscussão dos mecanismos Programa de Garantia de Renda Mínima de financiamento da educação no Brasil, a vinculado à Educação – Bolsa-Escola. Com qual garantiria fontes claras de financia- essa nova iniciativa, espera-se beneficiar mento para a educação infantil, o ensino 10,7 milhões de crianças e distribuir renda fundamental, o ensino médio, a educação diretamente para os mais pobres, o que de jovens e adultos, a educação indígena e a ampliaria as ações do Garantia de Renda educação especial, revendo-se, principal- Mínima que, em dois anos de funciona- mente, o papel supletivo da União. mento, possibilitou a entrada e a permanência na escola de cerca de 2,8 milhões O processo educacional no Brasil não de- de crianças e adolescentes. pende apenas da quantidade e da qualidade da oferta de vagas oferecidas pelo siste- A responsabilidade pelo repasse dos recur- ma educacional − pois, em função dos ní- sos é da União e sua execução fica a cargo veis de pobreza e desigualdade da popula- do Ministério da Educação, que comple- ção, o setor público é obrigado a imple- menta a renda de famílias carentes que te- mentar uma série de ações de à assistência nham crianças de 6 a 15 anos. A Caixa Eco- socioeconômica aos estudantes. Nesse sen- nômica Federal, que já é parceira do MEC tido, a assistência nutricional aos estudan- no Programa de Financiamento Estudantil, tes vem sendo realizada pela União, pelos será parceira também no Bolsa-Escola − o estados e pelos municípios há algum tem- que se justifica pela existência de uma es- po, e é uma das ações que consome parce- trutura nacional e pela experiência com a la expressiva das verbas públicas destina- população, em especial a de baixa renda. das aos alunos do ensino fundamental. Em 2000, o programa de alimentação esco- Em 2000, a participação da União em pro- lar (Merenda Escolar) do governo federal gramas de renda mínima foi direcionada contou com R$ 920 milhões e atendeu a para 1 400 municípios, com valor médio 37 milhões de alunos, o que significou mensal de R$ 19 por família beneficiária, atendimento a todos os alunos das escolas executado mediante convênio entre o públicas e das mantidas por entidades fi- MEC e as prefeituras. O Bolsa-Escola bene- lantrópicas, em ensino pré-escolar e fun- ficiará todos os municípios do Brasil, e damental. Desde 1999, os recursos são re- cada criança matriculada, até o número de passados diretamente para os municípios e, três por família, receberá R$ 15 por mês, o em 2000, o Conselho de Alimentação Esco- que pode fazer chegar a até R$ 45 a cada lar adquiriu novo formato, passando a ter a família. O valor do benefício é superior ao 55 56 POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise valor anterior, mas ainda é pequeno e pode acontecia nos anos anteriores. Espera-se ter efeito diferenciado, dependendo de que esse novo cronograma seja mantido onde resida o beneficiário. Ou seja, pode para os demais anos. ser mais relevante para aqueles que residem em pequenas localidades do que para aque- É também questão relevante para os resul- les que vivem em grandes centros. tados educacionais o processo de gestão escolar. A ação federal nesse sentido ocorreu A previsão do ministério é cadastrar até o mediante o Fundo de Fortalecimento da fim do ano 5,9 milhões de famílias de 5 Escola (FUNDESCOLA/MEC)13 e propiciou mil municípios brasileiros. Para o cadas- aos estados do Norte, Nordeste e Centro- tramento das famílias beneficiárias, os mu- Oeste um instrumento para melhorar os nicípios devem criar uma lei municipal de processos de gestão do sistema de ensino. gestão do programa, as quais mostrem as Trata-se do Planejamento Estratégico da ações socioeducativas a serem desenvolvi- Secretaria de Educação dos estados, para o das em contrapartida e criem um conselho qual o FUNDESCOLA está oferecendo asses- de controle social. Os estados e municípi- soria técnica na elaboração e na imple- os que tiverem recursos e quiserem ampli- mentação. Nesse planejamento, o foco de- ar o valor da bolsa-escola, complementan- vem ser a escola e as secretarias, que, ao fo- do o que o governo federal repassará às fa- calizar as ações, devem identificar quais mílias participantes do programa, podem realmente fazem diferença para o sistema aumentar o benefício. de ensino. Com isso, racionaliza-se o uso dos recursos disponíveis e os resultados Outra ação de assistência ao estudante – são mais consistentes. Esse processo de de apoio didático − desenvolvida pelo se- planejamento acontece em quatro etapas: tor público é a destinada à aquisição e dis- a primeira envolve a preparação da equi- tribuição de livros didáticos. No ano pe, sob a responsabilidade do secretário de 2000, o programa federal adquiriu cerca Educação; em seguida, o coordenador do de 90,4 milhões de livros que foram en- plano orienta a realização da análise insti- tregues às escolas públicas do ensino fun- tucional (trata-se da verificação de um damental, que, somados aos 19,1 milhões conjunto de dados sobre o funcionamento adquiridos pelo Estado de São Paulo, de da Secretarias de Educação, inclui infor- forma descentralizada, atingem a marca mações sobre localização, número de fun- de 109,5 milhões. O valor disponibiliza- cionários, níveis de modalidades de ensi- do para o ano 2000 pelo FNDE foi de R$ no oferecidos, número de escolas, indica- 401,4 milhões, para beneficiar 32,5 mi- dores de desempenho por escola, recursos lhões de alunos da 1a à 8a série em 170 financeiros disponíveis, entre outras. O mil escolas públicas. terceiro passo é a definição da visão estratégica e a elaboração do Plano de Suporte Pela primeira vez desde a criação do pro- Estratégico para o alcance dos resultados grama federal os livros foram distribuídos, propostos. A última etapa inclui o monito- em todo o país, no ano anterior ao período ramento e a avaliação das ações. letivo a que se destinam. A antecipação do cronograma de produção e distribuição dos livros didáticos deve permitir a superação de dois obstáculos: a entrega dos livros deixa de ocorrer no período de férias das escolas e a operação passa a ser concluída no próprio ano financeiro, o que não 13. O FUNDESCOLA/MEC é um programa desenvolvido em parceria com as Secretarias Estaduais e Municipais de Educação, que promove um conjunto de ações para melhorar a qualidade do ensino fundamental e ampliar o acesso e a permanência das crianças nas escolas públicas. É financiado com recursos do governo federal e dos estados e empréstimos do Banco Mundial. POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise Um dos grandes desafios atuais é a garantia Essa avaliação também mostrou que jovens da qualidade do ensino fundamental, o e adultos estão sendo atendidos em classes que significa promover a eliminação da de aceleração de 1a a 4a séries, o que carac- distorção idade-série e corrigir o fluxo es- teriza uma sobreposição que deve ser ques- colar nesse nível de ensino. Isso requer, tionada, pela especificidade da educação de fundamentalmente, romper com a históri- jovens e adultos, que exige específicos pro- ca “cultura da repetência”, cuja última cedimentos e materiais, bastante diferen- conseqüência é a evasão do aluno do pro- ciados em relação aos que são utilizados em cesso de escolarização, após múltiplas ex- classes de aceleração das quatro séries ini- periências de reprovação e repetência. Ao ciais do ensino fundamental. considerar-se inapto, supostamente incapaz de aprender os conteúdos educacio- Esses são alguns aspectos extraídos da ava- nais ministrados pelo professor, o aluno liação e que apontam para a limitação de acaba desistindo de continuar os seus estu- programas especiais que, mesmos concebi- dos e, em conseqüência, alcançar a escola- dos para solucionar problemas de aprendi- rização plena, que corresponde a oitos zagem, são extremamente insuficientes anos no ensino fundamental. Os números para dar cabo da complexidade que envol- da repetência continuam elevados; os da ve a clientela da escola pública brasileira, distorção idade-série não são menores. incluindo desde o aluno e os pais até a co- Portanto, a eliminação do fracasso escolar munidade escolar constituída pelos profis- é um grande objetivo a ser alcançado pelos sionais da educação. Estes levam para as estados, municípios e governo federal, ten- classes especiais todas as deficiências das do sido registradas ações em estados e mu- quais são portadores, incluindo as de for- nicípios, desde 1995. mação, de aspectos socioeconômicos e culturais − e ainda têm de suprir, paralela- Nessa direção, o MEC empreendeu algu- mente, as deficiências da escola e das con- mas ações destinadas a melhorar a quali- dições de trabalho que lhes são oferecidas. dade da educação; entre elas, pode-se destacar a criação, em 1997, de um programa Ensino Médio de aceleração da aprendizagem.14 Atual- A implementação da reforma do ensino mente, as 27 unidades da Federação têm médio, iniciada com a definição, em 1998, implantadas iniciativas de aceleração da dos princípios pedagógicos e da base nacio- aprendizagem e passaram a contar com o nal comum dos novos currículos, esbarra apoio técnico e financeiro federal. Além em dificuldades por parte dos sistemas e das unidades federadas, houve adesão de das escolas em processar a necessária rup- vários municípios. No perído 1999/2000, tura do paradigma curricular anterior, ba- a Secretaria de Ensino Fundamental (SEF/ seado na memorização de conhecimentos. MEC) analisou e recomendou um total de Incorporar uma nova prática pedagógica, 1 174 projetos de prefeituras municipais e orientada a estimular o desenvolvimento Secretarias Estaduais de Educação. Nesse de habilidades e competências nos alunos, período, uma primeira avaliação do pro- e introduz um grande desafio de formação grama foi realizada, e nela pôde-se consta- e capacitação de professores para um novo tar um crescimento expressivo do atendi- perfil de atuação em sala de aula. mento escolar em classes de aceleração e na capacitação de professores. Em que pese a ampla disseminação das Diretrizes e Parâmetros Curriculares Nacionais 14. Essa é uma ação integrante do Programa Escola de Qualidade para Todos, que não deve ser confundida com o programa antes denominado Aceleração da Aprendizagem, atualmente chamado Toda Criança na Escola. para o ensino médio, com a realização, em 2000, de seminários, teleconferências, dis- 57 58 POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise tribuição de materiais e veiculação de pro- dade de ensino, sob risco de comprometer a gramas específicos sobre a reforma, uma implementação de uma reforma curricular mudança de tal profundidade exigirá maio- e pedagógica como a que se pretende. res investimentos em qualificação e valorização dos professores, os quais assegu- No campo da aferição do desempenho rem a necessária continuidade desse esfor- dos alunos, a realização anual do Exame ço. Uma nova concepção curricular só é Nacional do Ensino Médio (ENEM), para exeqüível se for bem assimilada pelos pro- os concluintes desse nível de ensino, tem fessores e se estes estiverem qualificados sido mecanismo importante de avaliação para o desempenho de sua função. das competências e habilidades desenvolvidas pelos alunos ao término da escolari- O projeto Escola Jovem, principal instru- dade básica, em consonância com o de- mento viabilizador da reforma e integran- senvolvimento te do Programa Desenvolvimento do Ensi- pela reforma. curricular preconizado no Médio do MEC, compreende um conjunto de ações que visam à melhoria da Mesmo sendo uma avaliação opcional e qualidade de ensino, bem como ações di- voluntária, seus resultados podem ser recionadas à garantia de uma adequada ex- aproveitados na seleção para ingresso em pansão da oferta de vagas para o nível mé- instituições de ensino superior, bem como dio. Para a implementação do Escola Jo- por possíveis empregadores, desde que vem, conta-se com financiamento do BID com autorização do aluno avaliado. Esse da ordem de US$ 500 milhões e contrapar- papel de credencial para o ensino superior tida de US$ 225 milhões de estados e US$ tem sido a mais marcante inovação intro- 25 milhões do governo federal. duzida pelo ENEM. A crescente aceitação do ENEM pelas instituições de ensino supe- O atraso na aprovação do PPA em 2000 re- rior vem ampliando a adesão dos estudan- tardou a celebração do contrato de em- tes ao exame. Isso representa mudança préstimo com o BID, que só ocorreu em substantiva para o ingresso à universidade, outubro e, assim, comprometeu a execução por se tratar de nova opção de acesso que físico-financeira da programação estabele- valoriza competências e habilidades de- cida para o ano, particularmente as refe- senvolvidas pelo aluno ao longo do ciclo rentes a obras e aquisição de equipamen- básico, o que cria um caminho alternativo tos. Entretanto, como todos os estados ade- à mera aferição do domínio de conteúdos riram ao projeto Escola Jovem (MEC/BID) e presente no vestibular. 17 deles já tiveram seus projetos de investimentos aprovados, os recursos destina- Outra repercussão importante do ENEM dos a cada estado poderão ter sua liberação tem sido sua influência na incorporação efetivada em 2001, inaugurando a primei- de mudanças no próprio vestibular. A Uni- ra fase do projeto, que contará com US$ versidade de São Paulo estuda um novo 250 milhões do empréstimo externo. formato para que o vestibular passe também a analisar competências e habilidades Há que se garantir um reforço à dimensão que constam no exame realizado pelo qualitativa do projeto, pois a própria gerên- MEC. Com isso, a universidade pretende cia do programa alertou para o fato de sua que o exame de seleção efetivamente rela- concepção privilegiar mais a dimensão cione-se com o ensino médio, em confor- quantitativa, com ênfase na expansão da midade com os Parâmetros Curriculares oferta de vagas. Não se pode descuidar des- Nacionais, e não mais com cursinhos pre- se aspecto relacionado à melhoria da quali- paratórios de vestibular. POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise O ENEM 2001 abriu inscrições no mês de localizada em municípios em que a taxa de abril, e tiveram direito à isenção de taxa analfabetismo esteja acima da média nacio- todos os alunos concluintes do ensino mé- nal. No início de abril de 2001, o MEC lan- dio regular ou supletivo de escolas públi- çou o Recomeço – Supletivo de Qualidade, que cas. Essa gratuidade igualmente é garantida visa repassar recursos financeiros suple- aos alunos carentes de escolas privadas e mentares a estados e municípios com baixo aos que terminaram o ensino médio em Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) anos anteriores. para a ampliação de vagas para educação de jovens e adultos, incorporando alunos do Educação de Jovens e Adultos Alfabetização Solidária. Com essa iniciati- A ação governamental voltada à educação va, o MEC vai ampliar de forma expressiva de jovens e adultos (EJA) objetiva propor- a suplementação de recursos para ofertar cionar a jovens e adultos não escolariza- vagas para alunos com mais de 15 anos, dos a oportunidade de concluir seus estu- pois pretende alocar cerca de R$ 300 mi- dos. Por se tratar de ensino supletivo dos lhões para ações integrantes de EJA, en- níveis fundamental e médio, compete aos quanto em anos anteriores a média perma- poderes públicos estaduais e municipais a necia em R$ 40 milhões. O Recomeço con- sua oferta e manutenção. tará, em 2001, com R$ 187,7 milhões, dos quais R$ 182,7 do FNDE/MEC e R$ 5 mi- A responsabilidade do governo federal ocor- lhões do Fundo de Combate à Pobreza. re de forma complementar, mediante aporte Os estados e municípios receberão mensal- financeiro a projetos especiais, formação mente recursos, que serão calculados em continuada de professores e fornecimento função das matrículas nos cursos supleti- de material didático. Em 2000, a maioria vos, multiplicando-se pelo valor de R$ 230 dos convênios entre o MEC e as instituições por aluno/ano. A meta para 2001 será executoras das ações de EJA foi firmada ao abranger 800 mil jovens acima de 15 anos fim do ano (outubro e novembro) e deverá em 1 381 municípios e 22 estados. resultar na oferta de cursos de formação para 38 mil professores e beneficiar com Durante a realização do 8o Fórum da UNDI- material didático cerca de 500 mil alunos. ME, em abril de 2001, a entidade elaborou uma carta em que explicitou críticas à criaInformações do Censo Escolar de 2000 re- ção do Recomeço, por entender que o go- velam que a matrícula de EJA dos sistemas verno federal estaria assim driblando a estadual e municipal alcançou um total de pressão pela inclusão de jovens e adultos ao 2,1 milhões de alunos assim distribuídos: instituir uma espécie de “miniFUNDEF” estadual, 1,3 milhões, e municipal, 857 para esse público-alvo, com um per capita mil. Além dessas matrículas, 94 mil alunos menor e destinado a apenas uma parte dos foram atendidos por ONG. municípios brasileiros. Os representantes da UNDIME defendem a inclusão desse seg- O que pode ser destacado como resultado, mento no ensino fundamental para que no exercício de 2000, é a implantação da seja beneficiário dos recursos do FUNDEF, o Rede de Formação de Professores para tra- que garantiria a universalização do acesso à balhar com a educação de Jovens e Adultos. escola para todos os jovens e adultos do país. Para tanto, será necessário efetivar ne- As ações de EJA, em 2001, incorporarão as gociações junto ao Congresso Nacional no ações do programa Alfabetização Solidária sentido de derrubar veto à inclusão desse para Jovens e Adultos, que conta com recur- segmento do ensino fundamental como be- sos específicos para atendimento à clientela neficiário dos recursos do FUNDEF. 59 60 POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise Por outro lado, é importante salientar Sobre esse aspecto a atenção merece ser re- também a necessidade de implantação de dobrada, tendo-se em vista que, mesmo um sistema de informações para o moni- para classes que atendem somente a alunos toramento das ações de EJA, que são exe- sem deficiência, predomina como um dos cutadas de forma descentralizada. Essa si- maiores problemas educacionais o signifi- tuação precisa ser modificada, ainda mais cativo grau de despreparo dos professores quando se anuncia a ampliação da suple- em aspectos fundamentais, como a didática, mentação para EJA. o manejo de sala de aula e a utilização de metodologias para a transmissão de conteú- Educação Especial dos cognitivos, para citar os mais graves. O Programa Desenvolvimento da Educação Especial, implementado pelo MEC, congrega As ações de capacitação de técnicos e pro- um conjunto de ações de apoio à imple- fessores para a educação especial e as de mentação de políticas de atendimento edu- promoção do acesso a informação e a no- cacional aos portadores de necessidades es- vas tecnologias continuarão priorizadas peciais. É um programa executado de forma pela Secretaria de Educação Especial do descentralizada, mediante convênios com MEC, apesar de os recursos ainda se mos- estados, municípios e ONG, que implemen- trarem insuficientes para atender ao uni- tam ações para ampliar tanto o acesso como verso de escolas e professores que atuam a qualidade do ensino para os alunos porta- com alunos portadores de necessidades es- dores de vários tipos de deficiência. peciais. É fundamental que sejam alocados mais recursos para essas ações, porque os Os resultados apresentados no Censo Edu- esforços de integração de alunos portado- cacional de 2000 revelaram que a política res de deficiência em escolas regulares são de inclusão de alunos portadores de neces- extremamente dependentes de profissio- sidades em classes regulares de ensino nais qualificados e de recursos pedagógi- vem sendo bem-sucedida, tendo ampliado cos adequados. em 27,1% as matrículas entre 1999 e 2000. Esse processo de inclusão foi ainda mais Por se tratar de programa com ações des- expressivo na região Sul, onde o cresci- centralizadas, foram salientadas algumas mento chegou a 41%. É interessante obser- dificuldades de implementação decorren- var que essa expansão da matrícula em es- tes da tramitação burocrática dos convêni- colas regulares vem sendo acompanhada os e inadimplência de conveniados. São de retração da matrícula em escolas especia- dificuldades comuns a programas descen- lizadas (redução de 4,1% entre 1999 e tralizados, o que indica a necessidade de se 2000), o que pode estar sinalizando um definirem mecanismos mais ágeis para via- movimento de aceitação e apoio à política bilizar, com responsabilidade e controle, a inclusiva promovida pelo ministério. implementação mais adequada. No entanto, para que essa política de inclu- Um aspecto que também precisa ser aper- são represente um avanço para o ensino es- feiçoado é o controle da execução física pecial, é necessário que um conjunto de das ações. O programa ainda não conta ações seja desenvolvido, tais como: redução com um sistema de informações sobre a do tamanho das turmas e cumprimento do execução física, exigência que deveria ser número máximo de alunos por sala de aula incluída na prestação de contas dos convê- e professor, bem como preparação de do- nios firmados. Essa é uma iniciativa que centes para atuarem em turmas regulares deveria ser assumida pela gerência do pro- que atendem aos portadores de deficiência. grama, uma vez que é fundamental para POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise subsidiar decisões futuras de alocação de O Extensão Universitária, mais que um recursos com base em resultados obtidos. programa voltado para a assistência social, pode assumir relevante papel, sobretudo Ensino Superior na formação de profissionais com adequa- O programa Desenvolvimento do Ensino de do entendimento da realidade social do Graduação, em razão do seu dimensiona- país. Além disso, esse programa pode con- mento, que envolve recursos empenhados tribuir para a inserção mais plena do estu- da ordem de R$ 5,9 bilhões, em 2000, res- dante em seu curso, mediante concessão ponde pela maior parte do funcionamento de bolsas de trabalho. Nesse sentido, essa das 52 Instituições Federais de Ensino Supe- ação integrante do programa Extensão rior (IFES), além de administrar os recursos Universitária constitui efetivo incentivo à destinados a Crédito Educativo e a Finan- maior dedicação do aluno ao curso, além de ciamento Estudantil (FIES). Em virtude de contribuir para uma formação profissional sua dimensão, da ausência de um sistema de compromissada com as questões sociais. acompanhamento e controle, fica comprometida a possibilidade de se realizar uma A despeito de sua relevância, o nível de avaliação conseqüente desse programa. execução orçamentária desse programa foi bastante baixo: apenas 30% do orçamento O programa sofreu cortes e atraso nos re- autorizado. No entanto, os gastos realiza- passes de recursos financeiros. Do orça- dos em 2000, de cerca de R$ 10,3 milhões, mento aprovado, foi empenhado pouco foram superiores ao que foi executado no mais de 93%. Apesar dos cortes orçamentá- ano anterior (R$ 7,4 milhões). rios, o montante executado foi superior aos gastos realizados no exercício anterior. Na parte relativa a pós-graduação e pesqui- Mesmo assim, verificou-se aumento dos sa, o programa Desenvolvimento do Ensino gastos com pessoal ativo, da ordem de R$ de Pós-graduação está sob a alçada da Fun- 270 milhões, em decorrência, sobretudo, da dação Coordenação de Aperfeiçoamento gratificação de estímulo à docência (GED). de Pessoal de Nível Superior (CAPES), vinculada ao MEC, que congrega a execução Cabe ainda ressaltar que cerca de R$ 968 de nove ações. Destas, a concessão de bol- milhões foram liquidados (empenhados), sas de estudo, no país e no exterior, res- em 2000, no âmbito de Crédito Educativo e ponde por cerca de 81% do montante fi- de FIES. No entanto, pouco mais de 296 mi- nanceiro executado. Outras ações de vulto lhões foram efetivamente pagos. No exercí- são Funcionamento de Residência Médica cio de 1999, essas duas linhas de ação res- (10%), Fomento e Funcionamento dos ponderam por apenas R$ 141 milhões. Cursos de Pós-graduação (7%). Apesar de o programa Extensão Universitária Os gastos finalísticos da CAPES, no biênio ser de reduzida dimensão financeira, se 1999/2000, evidenciaram tendência de es- comparado aos de desenvolvimento do en- tabilidade, na medida em que foram dis- sino de graduação e de pós-graduação, assu- pendidos cerca de R$ 509 milhões em cada me relevante significação social. Não obs- exercício. Do mesmo modo, o programa tante, fica evidenciado, pelos relatórios do apresentou bom índice de execução finan- PPA, que o programa carece de um sistema ceira em 2000, tendo em vista que 99% dos de acompanhamento, controle e avaliação, recursos autorizados foram liquidados. na medida em que nem mesmo os dois únicos indicadores estabelecidos como parâ- A manutenção ou a ampliação das conces- metros de avaliação foram apurados. sões financeiras realizadas no âmbito des- 61 62 POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise se programa ficam condicionadas à análise Há que se lembrar, no entanto, que a CA- de mérito dos pleitos. Nesse sentido, a CA- PES/MEC mantém o programa Desenvolvi- PES, como órgão responsável pela realiza- mento do Ensino de Pós-graduação, enverga- ção da avaliação dos programas de pós-gra- dura e com ações semelhantes ao de Capaci- duação no país, vem acompanhando de tação de Recursos Humanos para Pesquisa. forma sistemática seu desempenho. A distribuição regional de bolsas, à exceção O programa Capacitação de Recursos Huma- de Iniciação à Pesquisa, segue a distribuição nos para Pesquisa, que está sob a gerência regional dos programas de pós-graduação, do Conselho Nacional de Desenvolvimen- os quais se encontram concentrados no to Científico e Tecnológico (CNPq), consti- centro-sul do país. No entanto, esses cen- tui-se de três ações voltadas à concessão de tros também estariam qualificando docen- bolsas: (i) de estímulo à pesquisa; (ii) de tes/pesquisadores oriundos daquelas insti- formação e qualificação de pesquisadores; tuições com reduzido número ou nenhum e (iii) de iniciação à pesquisa. programa de pós-graduação stricto sensu. Portanto, as regiões com menor incidência Assim como ocorreu com as demais ações de bolsas estariam sendo beneficiadas de do governo federal, em virtude da nova es- forma indireta, pela qualificação de seus trutura dada ao Plano Plurianual (PPA) quadros de docentes/pesquisadores. 2000/2003, Capacitação de Recursos Humanos para Pesquisa também foi redesenhado, Cabe mencionar que a concessão de recur- o que dificulta a comparação com os progra- sos financeiros aos programas de pós-gra- mas do CNPq executados em 1999. duação stricto sensu está condicionada aos O que se torna comparável, em termos de PES/MEC, de tal modo que a preservação/ execução financeira no biênio 1999/2000, melhoria da qualidade desses programas de são os gastos finalísticos do CNPq. Sob esse pós-graduação constitui pré-requisito para a enfoque, identificou-se crescimento de cer- continuidade e/ou ampliação desses apor- ca de 9%, já que esses gastos ampliaram-se tes financeiros. resultados da avaliação realizada pela CA- de R$ 501,4 milhões, em 1999, para R$ 547,2 milhões, em 2000. Desse montante, O CNPq dispõe de acompanhamento e con- R$ 398,3 milhões corresponderam ao pro- trole sistemáticos das ações desenvolvidas grama Capacitação de Recursos Humanos para no âmbito desse programa, baseados na Pesquisa. Apesar de sua concepção e o dese- apresentação de relatórios anuais de ativi- nho do programa serem adequados, dada a dades pelos beneficiários dos recursos fi- magnitude da demanda, o dimensionamen- nanceiros transferidos. to das ações ainda seria insuficiente para atendê-la de forma plena. CULTURA Conjuntura O setor cultural federal é visto, geralmen- A área cultural foi marcada por múltiplas te, embora de forma equivocada, como um ações e fatos importantes. Os diversos prê- conjunto de ações ou programas desarticu- mios concedidos nas áreas de audiovisual, lados e, muitas vezes, não é nem conside- teatro e literatura; a implantação de biblio- rado como parte fundamental do desen- tecas municipais; a redefinição da gestão do volvimento social e econômico, nem é patrimônio cultural com o programa Mo- pensado nos seus impactos na melhoria da numenta, o processo de modernização dos qualidade de vida. museus nacionais; a criação de legislação para o patrimônio imaterial foram alguns Entretanto, para se estabelecer uma visão dos inúmeros aspectos que mereceram mais abrangente da área cultural federal é atenção no ano que passou. necessário conhecer algumas das suas linhas de desenvolvimento, incluindo algu- Outros aspectos condicionaram os desen- mas das suas prioridades, estratégias e, volvimentos da área. O atraso na aprova- também, os problemas enfrentados pela ção do orçamento – que ocorreu apenas cultura nos seus esforços de reconstrução em meados do ano – e as eleições munici- institucional. pais dificultaram a realização financeira e física dos orçamentos de diversos progra- Alguns dos problemas da área são recorren- mas. A implantação de novas formas de ge- tes e apresentam-se em inúmeros programas renciamento de programas no contexto do desenvolvidos pelo Ministério da Cultura. Plano Plurianual (PPA) também foi impor- O exemplo mais claro é o da ausência de re- tante elemento que compôs o quadro geral cursos humanos capacitados e qualificados da área cultural. na área cultural. Essa questão reaparece constantemente em vários programas, ações A consolidação institucional da área cultu- e instituições da área cultural, e sua recor- ral deixa cada vez mais evidente que as rência indica não apenas o descaso históri- ações das políticas culturais implicam co com a cultura, mas o resultado geral das mais que simplesmente colocar eventos ao políticas públicas nacionais, que freqüente- alcance de todos. Incorpora outros objeti- mente descuidam de políticas consistentes e vos, como a criação de condições institucio- coerentes de recursos humanos. nais que permitam o desenvolvimento das práticas culturais e favoreçam a melhoria O planejamento governamental raramen- da qualidade de vida. te se preocupa com a condução de políti- 64 POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise cas culturais amplas e coordenadas e, ain- festas, celebrações e folguedos que marcam da menos, com acompanhamentos siste- as diversas experiências sociais, bem como máticos das ações desenvolvidas. A imple- os espaços onde se concentram e se repro- mentação do PPA permitiu um retrato de duzem as diversas manifestações popula- algumas das dificuldades enfrentadas pela res. Espera-se que a partir de alguns estu- área, bem como um diagnóstico inicial dos dos-piloto desafios para o futuro. para a regulamentação da legislação em sejam definidos parâmetros 2001. Entre os inventários a serem realiEmbora muito haja para se fazer nos anos zados têm fundamental importância os vindouros a respeito da articulação e do do Círio de Nazaré, em Belém (PA), Pane- fortalecimento de uma política de cultura, leiras de Goiabeiras/Panelas de Barro (ES) incluindo aí a sua avaliação e o acompa- e Rota Cultural Iauaretê a Manaus − In- nhamento de seu desempenho, passos já ventário de referências culturais em São foram dados. Alguns desses resultados se- Gabriel da Cachoeira e Barcelos, que ser- rão analisados a seguir, tendo sempre em virão de parâmetro para a regulamenta- vista o desenvolvimento das políticas cul- ção da lei e para a realização de inventári- turais e seu escopo no Plano Plurianual de os posteriores. Governo (PPA). Em 2000 foram realizadas 120 obras de Brasil, Patrimônio Cultural preservação e/ou restauração de bens imó- Este programa tem como objetivo a conser- veis, destacando-se os restauros do Sítio de vação e a revitalização do patrimônio cultu- São Miguel das Missões, em São Miguel ral brasileiro, pela articulação da identifica- (RS); dos altares laterais da Capela da Or- ção, da proteção e da promoção dos bens dem 3a do Carmo, anexa à Igreja do Carmo patrimoniais em âmbito federal, com o in- em Recife (PE); e da Fábrica de Ferro Ipane- tuito de impulsionar sua sustentabilidade, a ma em Iperó (SP). Destaca-se ainda a insta- geração de emprego e renda e o fortaleci- lação do Museu Aberto do Descobrimento mento da cidadania. As ações são imple- (MADE), em Porto Seguro (BA), para as co- mentadas de forma direta pelo Instituto do memorações do V Centenário do Desco- Patrimônio Histórico e Artístico Nacional brimento do Brasil. Diversos tombamentos (IPHAN), com o apoio de parceiros públicos de bens do patrimônio cultural foram efe- e privados. A concepção do programa prevê tivados em 2000, como o da região da Luz, formas diversas de participação e mobiliza- no centro de São Paulo. Essa região é com- ção social nas ações de preservação do pa- posta pela Pinacoteca do Estado, o Jardim e trimônio cultural. Porém, como a maioria a Estação da Luz, a Praça Júlio Prestes, o das ações envolve a celebração de contratos Edifício Martinelli e o Museu de Arte Sa- e convênios, a lentidão de procedimentos cra. No Rio de Janeiro, o Sítio Roberto Bur- nos diversos níveis desses processos difi- le Marx e a escultura de Nossa Senhora do cultou as ações do programa, sobretudo Rosário, de Aleijadinho, tiveram seu tom- aquelas que exigiam algum tipo de contra- bamento aprovado. partida de municípios. Diversos foram, entretanto, os fatores resNo ano 2000 destacaram-se o início da tritivos enfrentados na preservação e na aplicação de legislação referente à preser- dinamização patrimonial. O primeiro de- vação do patrimônio imaterial e a institui- les são as restrições orçamentárias na exe- ção do Programa Nacional do Patrimônio cução dos programas. Embora as ações Imaterial, que tem a finalidade de proteção pelo patrimônio constituam-se em um do saberes e modos de fazer tradicionais, conjunto importante de intervenções, as POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise restrições orçamentárias transformam-nas, No ano que passou, ficou notória a insufi- ou pelo menos grande parte delas, em ciência de recursos humanos no IPHAN. A ações emergenciais, muito mais que ações precariedade de quadros de profissionais políticas planejadas sobre nosso patrimô- especializados e a ausência de estímulos nio histórico e cultural. profissionais, com a inexistência de planos de cargos e salários, vieram a público A introdução do modelo gerencial proposto de forma intensa com a greve − que atin- pelo PPA 2000/2003 constituiu-se em ques- giu a instituição e seus museus no Municí- tão delicada, pois a implementação desse pio do Rio de Janeiro e que tinha como ob- paradigma não é compatível com as estrutu- jetivo o enfrentamento desses pontos. ras tradicionais, nem as transformou completamente na sua fase atual. A definição de Museu Memória e Futuro papéis, quanto às diversas competências na As políticas patrimoniais têm como função condução dos programas e na sua avaliação, básica a recuperação, a preservação e a vita- ainda não está claramente determinada, fato lização de obras ou lugares que mantenham que exige ajustes institucionais que poten- vivos a memória de um personagem, fatos, cializem o desempenho institucional do ou experiências significativas para a cultura programa e sobretudo do IPHAN. nacional. Os museus são instrumentos institucionais vitais nesse processo de valori- Questão adicional, que atravessa toda a es- zação e dinamização criativa dos espaços trutura funcional do IPHAN, é o seu tama- de memória. Há alguns anos iniciou-se um nho reduzido, em relação às dimensões e à processo de modernização dos museus na- natureza das demandas que deve enfren- cionais com o objetivo de lhes dar condi- tar. Esse conjunto de questões, aliado à co- ções de sustentabilidade. As ações nessa di- nhecida baixa disponibilidade de recursos reção dotaram os museus de certa agilidade financeiros e humanos, não tem permitido e seus objetivos já começaram a ser atingi- a estruturação de um sistema de avaliação dos, pois não apenas a freqüência aos mu- do desempenho institucional nem uma seus aumentou como a capacitação de re- ação estratégica e planejada. cursos humanos para a área está avançada, o que faculta aos museus nacionais maior As formas e os processos de execução de potencial de geração de recursos próprios e serviços também constituem importante sustentabilidade. problema para o desempenho institucional. A maioria das ações desenrola-se por Os conceitos a respeito do que são os mu- meio da contratação de serviços de tercei- seus e suas funções sociais têm-se alterado ros ou de celebração de convênios com ao longo dos anos. Os processos de moder- outras entidades públicas. Também aqui os nização pelos quais passam os museus na- procedimentos para a celebração de con- cionais não nos deixaram passar incólumes tratos são morosos, pois exigem que as a essas discussões. Conceitualmente, os mu- análises jurídicas sejam feitas por quadro seus podem ser entendidos como institui- de pessoal exíguo, o que torna os procedi- ções permanentes, a serviço da sociedade e mentos ainda mais lentos. As exigências do seu desenvolvimento, abertas ao públi- de normalidade financeira e fiscal dos par- co, que investigam, inventariam, conser- ceiros públicos, apesar de razoáveis do vam, interpretam, expõem e divulgam os ponto de vista do controle das variáveis testemunhos das culturas e da natureza que envolvem a implementação das ações, com a intenção de aumento do saber, de também são um fator de retardamento na salvaguarda do patrimônio e constituição realização de contratos e convênios. da identidade, de educação e de deleite. 65 66 POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise Em que pesem essas imensas e importantes cursos, workshops, palestras, oficinas e se- atribuições, os museus brasileiros sofrem minários, com o objetivo de dar treina- com a falta de infra-estrutura e têm de lidar mento e reciclagem a técnicos que traba- com uma série de dificuldades materiais, fi- lham ou desenvolvem atividades em mu- nanceiras e relativas a pessoal. O Programa seus. Esses esforços de capacitação ultra- Museu, Memória e Futuro visa revitalizar os passaram em muito as metas previstas. museus da União (o Museu do Índio também teve a ação do Ministério da Cultura no b) Preservação de acervos museológicos – ano 2000) e dar-lhes condições de sustenta- visa ao desenvolvimento de ações voltadas bilidade, para possibilitar o cumprimento de para a preservação de peças constitutivas seus objetivos e seu papel cultural e social. de acervos museológicas, mediante a melhoria das condições de guarda e manu- O programa é de responsabilidade do Mi- seio; à conscientização dos usuários e res- nistério da Cultura, do IPHAN e da Funda- ponsáveis pelos acervos quanto à adoção ção Casa de Rui Barbosa, que atuam na am- dos princípios e técnicas de conservação; e pliação de acervos, no estímulo e na educa- à aplicabilidade das normas de segurança e ção do público sobre a importância social implementação contínua das práticas pre- dos museus, como local de conhecimento e ventivas de preservação, tendo em vista lazer. Para se atingirem as metas do progra- evitar ações de restauração. ma, foram firmados convênios entre IPHAN, FUNARTE, Associação de Amigos c) Restauração de museus da União − con- dos Museus, e entre vários órgãos do setor siste em restaurar as edificações, propician- público e privado ligados ao escopo do pro- do condições para a segurança e a conser- grama. Por meio desses convênios, os re- vação, bem como para a restauração dos cursos são repassados às instituições para acervos pertencentes aos museus; objetiva que possam executar projetos propostos pe- garantir à população presente e futura o los museus. Em alguns casos, também são acesso aos bens formadores da história, da destinados recursos a instituições públicas arte e da cultura nacional. (geralmente ao IPHAN) para atender a projetos. Ao Ministério da Cultura cabe a atribui- d) Promoção de eventos museológicos (en- ção de exercer o acompanhamento das globa as ações Realização de Exposições Iti- ações executadas, no intuito de evidenciar nerantes em Museus e Produção e Distribui- os bons resultados e regular a aplicação dos ção de Material Informativo sobre Museus) − recursos transferidos, em um processo de consiste em fomentar e difundir o patri- controle e fiscalização dos recursos públicos. mônio cultural, mediante a realização de atividades museológicas, como a produção Questionários enviados pela Secretaria de de exposições e de material informativo, Patrimônio, Museus e Artes Plásticas do para promover a atratividade para o público Ministério da Cultura aos diretores dos interno, bem como incluir os museus no museus do programa demonstram os bons circuito das grandes mostras internacionais. resultados das ações empreendidas nos museus. Segundo essa pesquisa, a moderni- A desarticulação dos sistemas estaduais de zação de museus teve seus objetivos atingi- museus, realizada sobretudo no início da dos plenamente no ano 2000. Essa moder- década de 1990, durante o governo Collor, nização consiste em: ocasionou, além da fragmentação, dificuldades na coordenação de políticas para os a) Levantamento de acervos museológicos, museus. O maior problema enfrentado pela aquisição de equipamentos e realização de área é um déficit de expertise e uma intensa POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise fragmentação da memória técnica institu- vestimentos públicos aplicados na conser- cional, com forte prejuízo para a imple- vação do patrimônio cultural brasileiro mentação de políticas nessa área da cultura por meio da criação de empregos e dina- – na qual a criação de condições e motiva- mização das atividades econômicas. ções para a presença de pessoal qualificado é muito importante para a construção de No ano 2000 as ações do Monumenta en- capacidades institucionais. Aspecto impor- volveram a assinatura de convênios, a im- tante, além desses, é a mudança na atuação plantação das unidades centrais de gerencia- dos agentes implementadores da política. A mento (UCG) e das unidades executoras participação de setores não governamentais nos municípios e, também, a criação dos é desejável, sobretudo pela flexibilidade e fundos municipais (destinados a adminis- agilidade que essas entidades proporcio- trar os recursos, dirigido por um conselho nam à gestão e, em muitos casos, ao próprio gestor e composto por representantes das financiamento dos museus, além de conta- três esferas de governo, da comunidade e da rem com trabalho voluntário de qualidade iniciativa privada local). O empenho sobre e baixo custo. esses aspectos organizacionais e as dificuldades advindas do fato de 2000 ter sido ano Monumenta eleitoral tiveram como resultado o fato de A área cultural inovou, em parceria com o que a execução da programação físico-fi- BID, nas formas de gestão patrimonial. O nanceira ficou abaixo do previsto. Programa Monumenta iniciou um processo de municipalização da gestão dos bens pa- Algumas ações e projetos merecem desta- trimoniais. Por intermédio de ações con- que: a preservação e restauração de bens juntas de diversos parceiros, o patrimônio do patrimônio, que envolve, inicialmente, urbano, artístico e histórico de diversas ci- as cidades de Ouro Preto (MG), Olinda (PE) dades brasileiras será revitalizado e em se- e Recife (PE). Em Ouro Preto, serão realiza- guida passará a ser supervisionado pelas das obras voltadas para a urbanização do municipalidades, com a participação e a re- Vale dos Contos; recuperação de edifica- gulação do poder federal, por meio do Insti- ções privadas e de monumentos tombados, tuto do Patrimônio Histórico e Artístico dos seus entornos e largos, estendendo-se Nacional (IPHAN). O conceito de sustenta- ao longo do centro histórico; recuperação bilidade, nesse projeto, implica a aferição das fachadas dos edifícios, antigos terraços de diversas dimensões da vida social que e dos arrimos; e instalação de iluminação envolvem o bem cultural. Entre elas pode- adequada ao caráter histórico da cidade mos citar o consumo de energia e o aumen- próximo aos principais monumentos: Igre- to dos impostos gerados no município, in- ja de Antônio Dias, Casa do Gonzaga, Casa dicadores que mostram o potencial de di- da Baronesa, Casa do Folclore, Capela Nos- namização econômica das ações culturais. sa Senhora das Dores e Teatro Municipal. Em Olinda, o projeto foi concebido como O Monumenta tem como objetivo a revi- um roteiro que atravessa toda a colina his- talização sustentável do patrimônio histó- tórica e que envolve seus principais edifí- rico urbano brasileiro sob tutela federal. cios – as igrejas de Nossa Senhora do Car- Por revitalização sustentável entende-se mo, do Rosário, de Nossa Senhora do Am- um conjunto de ações que vão desde as in- paro, o Observatório e Museu Regional – tervenções de conservação e restauro até a definindo intervenções de natureza física implementação de medidas educativas, ge- e social. Nos entornos dos monumentos, renciais e administrativas, capazes de am- serão revalorizados os espaços públicos da pliar o retorno econômico e social dos in- Praça do Carmo, do Largo do Amparo, do 67 68 POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise Beco do Bajado e do Largo do Cruzeiro, en- O objetivo proposto era de, até o fim do PPA tre outros. Em Recife, os focos de interven- 2000/2003, dotar 71% dos municípios de ção serão a Igreja Madre de Deus e o seu bibliotecas públicas, mas as metas foram entorno, como o Cais da Alfândega, a Rua ampliadas para 90% no início de 2001. É da Moeda e a Rua Madre de Deus, que se- possível, entretanto, que o programa venha rão recuperados e terão restauradas as fa- a sofrer mudanças de concepção e de estra- chadas de seus edifícios. Pretende-se revi- tégias, para atingir as periferias de algumas talizar e reciclar o uso dos imóveis, com regiões metropolitanas e aproveitar o po- ênfase no comércio diversificado e na ha- tencial das parcerias com empresas que al- bitação. O município promoveu a recupe- gumas dessas regiões facilitam. ração do denominado Pólo Bom Jesus. Em todo caso, o problema de recursos huLivro Aberto manos é comum a muitas administrações O programa Uma Biblioteca Em Cada Municí- municipais e, muita vezes, nem existe pla- pio sofreu algumas mudanças na sua forma nejamento básico das atividades de forma- de atuação. O objetivo do programa foi ção. As necessidades de aperfeiçoamento manter o ritmo de implantação de bibliote- contínuo do programa tornam importante cas dos anos anteriores. A principal mudan- que as atividades de formação de pessoal se- ça no programa refere-se à forma de dota- jam planejadas de forma sistemática e que ção de acervo. Pelo modelo vigente nos as prefeituras elaborem planos para a for- anos anteriores, a compra do acervo inicial mação de recursos humanos para bibliote- era feita pelo município (nesse modelo ain- cas. A formação de pessoal qualificado para da foram implantadas 128 bibliotecas). A trabalhar em bibliotecas tem por objetivo partir de 2000, esse procedimento foi subs- capacitar mediadores de leitura, melhoran- tituído pela compra direta de livros pelo do a utilização do acervo e motivando o de- MINC, o que permitiu barateamento na senvolvimento do hábito de leitura. Esse compra, além de controle na seleção e qua- trabalhador atende ao público, orienta pes- lidade do acervo (por esse modelo foram quisas, cuida do acervo e procura facilitar o implantadas 169 bibliotecas). No que se re- acesso dos usuários ao acervo da melhor fere ao ritmo de implantação, houve dimi- maneira possível. Algum esforço vem sen- nuição, decorrente do ano eleitoral e por do feito, com cursos de capacitação e treina- remanejamentos do orçamento. Como re- mento de recursos humanos a distância, sultado, deixaram de ser implantadas 50 bi- destinados a funcionários e associações. bliotecas em relação à expectativa inicial. O programa é feito em cooperação entre MINC, Força Sindical, Ministério do Traba- Nessa área um problema é recorrente: o lho e Emprego e FAT. número de pessoas envolvidas na gerência e na execução é muito reduzido. As dificul- A implantação de bibliotecas em municípi- dades dos municípios são, em muitos ca- os enfrenta muitos obstáculos, entre eles o sos, decisivas, tanto pelas dificuldades téc- de resolver as desigualdades existentes. Em nicas para a elaboração de projetos, quan- primeiro lugar, no que se refere à capacida- to para o desempenho de atividades roti- de implementadora local, à capacidade téc- neiras. De qualquer forma, em 2000 atin- nica na formulação de projetos e à capaci- giu-se o patamar de mais de 12 mil pessoas dade de oferecer contrapartidas, que vão engajadas na ação, bem como a capacita- desde a complementação de recursos finan- ção de mais de 2 mil agentes multiplicado- ceiros até alguma espécie de equipamento res do hábito da leitura. ou local adequado. Com efeito, o maior desafio é o atendimento da demanda por bi- POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise bliotecas, ampliando acervos (o governo fe- fato que provavelmente explica a baixa deral envia 2 600 livros selecionados) mas execução físico-financeira. também desenvolvendo ações de fortalecimento das capacidades locais, por meio de O programa Turismo Cultural saiu do âm- treinamentos e capacitação à distância. O bito do Ministério da Cultura. Apenas as suposto implícito é que os níveis locais ações de preservação patrimonial ficaram nem sempre estão aparelhados administra- na tiva e financeiramente para implementar e IPHAN, razão que deve explicar, pelo me- desenvolver atividades de biblioteca sem o nos em parte, o aumento de 74% dos re- devido assessoramento técnico e sem a pre- cursos autorizados ao Programa Brasil Pa- sença ativa de outros níveis de governo. trimônio Cultural, em 2001. Em 2000 o to- Cultura, mais especificamente no tal executado nesse programa foi de R$ 13 Financiamento da Cultura milhões, 78 % do autorizado. A média de execução dos programas da área cultural ficou em torno de 83,3% dos A redução de recursos para o programa recursos autorizados, em um total de R$ Cultura Afro-brasileira, que teve um dispên- 271 milhões. O programa Monumenta dio próximo a R$ 9 milhões em 2000, será teve o nível de execução baixo, cerca de de 59% em relação a 2000 e deve-se às re- 15% dos recursos autorizados. Este ano foi centes parcerias com instituições interna- pautado pela assinatura de convênios, cionais, especialmente Banco Mundial, e sempre demorados e cercados de cautelas, que significam um considerável aporte de além da implantação das unidades centrais recursos da ordem de U$S 800 mil. de gestão, das unidades executoras e dos fundos municipais, ou seja, foi um ano Na tabela 12 podemos ver o comporta- marcado pela implantação do programa, mento da execução orçamentária de 2000 e a dotação de recursos. TABELA 12 GASTO DO MINISTÉRIO DA CULTURA POR PROGRAMA – 2000 PROGRAMA DOTAÇÃO (EM R$ MILHARES) AUTORIZADO LIQUIDADO % VALOR INICIAL (LEI + CRÉDITOS) LIQUIDADO/ AUTORIZADO PREVIDÊNCIA DE INATIVOS E PENSIONISTAS DA UNIÃO 28 913 31 512 31 409 99,67 5 674 5 447 4 342 79,71 MÚSICA E ARTES CÊNICAS 22 868 23 297 20 573 88,30 BRASIL PATRIMÔNIO CULTURAL 11 006 16 813 13 105 77,94 LIVRO ABERTO 20 144 22 171 15 441 69,64 CINEMA, SOM E VÍDEO 12 779 17 530 14 241 81,23 PRODUÇÃO E DIFUSÃO CULTURAL 51 024 63 619 48 979 76,99 MUSEU MEMÓRIA E FUTURO 9 286 9 786 9 652 98,64 CULTURA 2 504 9 621 8 857 92,06 1 973 1 973 1 899 96,26 80 430 83 755 83 145 99,27 700 700 670 95,73 22 902 22 902 3 433 14,99 16 422 16 323 15 333 93,94 286 625 325 449 271 078 83,29 TURISMO CULTURAL AFRO-BRASILEIRA BRASIL 500 ANOS APOIO ADMINISTRATIVO GESTÃO DA POLÍTICA DE COMUNICAÇÃO DE GOVERNO MONUMENTA − PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO OUTROS TOTAL Fonte: SIAFI/SIDOR. Elaboração: IPEA/DISOC. Nota: Posição em 20/1/2001. 69 70 POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise Destacam-se os seguintes dados: • o programa Livro Aberto executou R$ 15,4 milhões e terá crescimento de 3,9% dos • o programa Museu, Memória e Futuro teve seus recursos autorizados. A implantação 98,6% dos recursos executados, R$ 9,6 de bibliotecas é responsável pela maior milhões. As principais ações foram feitas parte dos recursos do programa, cerca de nos museus da União ( aproximadamente 66% dos recursos liquidados. R$ 7 milhões) com 97,6% dos recursos executados. Os recursos previstos para a área cultural, se desconsiderarmos os programas Turismo • o programa Cinema, Som e Vídeo tem pre- Cultural e Brasil 500 anos, terão crescimento vista uma redução de 18% dos seus recur- de 8% em 2001 em relação ao ano anterior. sos para 2001, tendo tido uma execução orçamentária em torno de 81% dos recur- Na tabela 13 apresentam-se as fontes de fi- sos autorizados. nanciamento do Ministério da Cultura. • o programa Produção e Difusão Cultural, Podemos ver que a maior fonte é Recursos que representa 18% dos dispêndios do Mi- Ordinários, com 76% dos recursos totais nistério da Cultura (R$ 49 milhões), exe- alocados à área. Contribuição sobre Con- cutou 77 % dos recursos, sobretudo com a cursos e Prognósticos é a segunda maior implantação de espaços culturais (R$ 29,7 fonte, com 8,6% ou R$ 23,4 milhões, posi- milhões) e apoio a projetos culturais, com ção que é resultado do aumento das alíquo- R$ 8,7 milhões. Entretanto, ao contrário tas de recursos ( de 1% para 3%) destinados do programa anterior, terá aumento de re- ao setor cultural. cursos orçamentários da ordem de 25%. GASTO DO MINISTÉRIO DA CULTURA POR TABELA 13 FONTE DE FINANCIAMENTO – 2000 FONTE DE FINANCIAMENTO (EM R$ MILHARES) AUTORIZADO (LEI + CRÉDITOS) LIQUIDADO (%) VALOR LIQÜIDADO AUTORIZADO REC. ORDINÁRIOS 231 943 206 634 89,09 CONTR. FIRCPROG1 25 799 23 451 90,90 3 434 3 429 99,86 900 758 84,20 15 840 659 4,16 CONTR. DESENV. IND. CIN. NAC. TIT. RESP. TES. NAC − OUT. APLIC. OPER. CRED. EXT. − EM MOEDA REC. NÃO-FINANC. DIRET. ARRECAD. 760 474 62,32 15 876 15 875 99,99 4 259 3 735 87,69 21 637 12 224 56,49 4 391 3 838 87,41 REC. FINAN. DIR. ARRECADADOS 107 0 0,00 SALDOS EXERC.ANT.- REC. DIVERSOS 501 0 0,00 325 449 271 078 83,29 CONTR. FINANC. SEG. SOCIAL REC. FINAN. DIR. ARRECADADOS SALDOS EX. ANT.-TEC. TES. NAC. REC. NÃO-FINANC. DIRET. ARRECAD. TOTAL Fonte: SIAFI/SIDOR. Elaboração: IPEA/DISOC. Nota: 1Fundos de Investimentos Regionais e Prêmios de Concursos de Prognóticos. Obs.: Posição em 20/1/2001. EMPREGO E RENDA Conjuntura Entretanto, esse quadro parece sujeito a ar- Os primeiros meses de 2001 trouxeram refecimento, face aos acontecimentos re- boas notícias para o mercado de trabalho centes. Há de fato, hoje, um conjunto de brasileiro, das quais podem-se destacar: evidências nada animadoras. De um lado, o Banco Central tem adotado uma postura a) as taxas de desemprego dos primeiros mais cautelosa quanto à taxa de juros, liga- meses deste ano, seja pela Pesquisa Mensal da fortemente à incerteza gerada pela crise de Emprego do IBGE (PME), seja pela Pes- argentina e a resultante alta do dólar. Como quisa de Emprego e Desemprego (PED) da agravante, o racionamento de energia de- Fundação SEADE, foram menores que as verá afetar o nível de emprego, embora seja observadas no mesmo período do ano pas- ainda difícil prever a magnitude do seu sado, e situam-se em um nível semelhante efeito e os setores que serão mais duramen- ao do período anterior à crise da Ásia; te atingidos. Como conseqüência, vislumbra-se, além do agravamento da situação b) o emprego formal confirmou a sua traje- fiscal, uma mudança no comportamento da tória de crescimento iniciada ainda em economia que, nesse primeiro semestre, 2000, o que ficou evidenciado pelos dados apresentava sinais de recuperação de sua da PME: pela primeira vez, desde fevereiro atividade e que, agora, provavelmente, cres- de 1998, observou-se diminuição do nú- cerá a um ritmo muito menor que o previs- mero de empregados sem carteira de traba- to no começo do ano. Com isso, torna-se lho assinada em relação ao mesmo mês do mais difícil a recuperação sustentada do ano anterior (− 0,4% em fevereiro e – 4,4% emprego e a queda da informalidade . em abril), enquanto o número de trabalhadores com carteira cresceu em relação a Com respeito aos rendimentos, o perfil 2000 (6,1% em fevereiro e 6% em abril). O histórico da distribuição da renda nacio- Cadastro Geral de Empregados e Desem- nal − uma dos piores do mundo − não pregados (CAGED), por sua vez, mostrou apresenta nenhum sinal de mudança. aumento líquido do estoque de trabalha- Continua na agenda brasileira, portanto, a dores formais: de janeiro de 2000 até abril busca de alternativas para o combate ao de 2001, houve variação positiva de mais desemprego, à questão da informalidade e de 960 mil (dos quais cerca de 303 mil à distribuição extremamente desigual da apenas neste ano); e renda. Ainda com relação aos rendimentos, o acesso às informações do Cadastro c) na indústria, observou-se crescimento Nacional de Informações Sociais (CNIS, re- da produção anual, assim como o maior cém-instituída base de dados do Ministé- aumento da ocupação desde 1990. rio da Previdência) aponta para uma situa- 72 POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise ção particularmente importante. De acor- ções a partir da comparação dos dados da do com essa fonte, a massa salarial teria so- CPMF com os contidos na declaração do frido uma queda, entre 1999 e 2000, subs- Imposto de Renda; e c) a tributação de ne- tancialmente maior que aquela apontada gócios realizados com a finalidade de dis- pelos dados da PME/IBGE. Enquanto a PME simular os impostos e contribuições sociais identificava para o período uma queda de previstos na legislação. De todo modo, 0,55% da remuneração média, os dados do apesar de o reajuste de R$ 151 para R$ 180 CNIS apontavam, no mesmo caso, para um ter representado um aumento real de 13% índice da ordem de 3,4% (ver Box – A evo- em relação ao ano anterior, ainda tem-se lução recente da base de arrecadação da um salário-mínimo muito baixo – pouco Previdência Social, neste Boletim). mais de US$ 70,00 − mesmo em comparação com outros países da América Latina. Tal discrepância pode estar indicando que a PME − cujo universo pesquisado restrin- Uma das novidades surgidas no ano 2000, ge-se às seis maiores áreas metropolitanas com a discussão do salário-mínimo, foi a do país − pode refletir com viés a situação autorização dada pela Lei Complementar do país. Com efeito, as áreas metropolita- no 103 para que os estados e o Distrito Fe- nas constituem, por assim dizer, nichos de deral fixassem os seus próprios pisos sala- modernidade, onde, em geral, concentra- riais “para os empregados que não tenham se grande parte da atividade econômica piso salarial definido em lei federal, con- mais dinâmica. Se assim o for, o país pode venção ou acordo coletivo de trabalho”, estar vivenciando uma situação de queda conforme diz o seu artigo primeiro. Esse exacerbada nos rendimentos do trabalho, piso pode ser estendido para as emprega- situação esta até então não captada pelas das domésticas, mas não vale para os servi- tradicionais fontes de acompanhamento dores municipais. da conjuntura do mercado de trabalho, a PME, justamente em razão desse seu foco Contudo, nem mesmo esse piso salarial es- exclusivo nas grandes áreas urbanas. Essa tadual se tornou realidade concreta; por questão deverá ser mais bem apreciada a enquanto, apenas alguns estados encami- partir da comparação futura de séries mais nharam as suas discussões. O primeiro es- longas da PME e do CNIS, tarefa a ser reali- tado a criar um piso mínimo próprio foi o zada nos próximos meses. Rio de Janeiro, que aprovou em 28 de novembro do ano passado o piso estadual de Por outro lado, um dos pontos recorrentes R$ 220,00. Contudo, o Supremo Tribunal continua a ser a determinação do valor do Federal, em dezembro, suspendeu a vigên- salário-mínimo. Em 2000, mais uma vez o cia da lei argumentando, entre outras coi- centro dessa discussão foi a preocupação sas, que se determinou um piso estadual e com o impacto fiscal. O acordo político abrangente, não ligado a uma categoria que fixou o salário-mínimo nacional em profissional específica, cuja extensão do R$ 180 envolveu, por essa razão, a deter- trabalho e complexidade pudessem ser afe- minação de fontes adicionais de recursos ridas. Com base nessa interpretação, pode- que supostamente dariam sustentação a se dizer que não se tem aqui a volta do sa- esse aumento, tais como: a) a aprovação de lário-mínimo regional, mas de um piso sa- uma nova lei do sigilo bancário que facili- larial aplicado a um conjunto de categori- tou o acesso da Receita Federal às contas as. O governo do Rio de Janeiro então re- bancárias dos contribuintes; b) a permis- enviou o projeto determinando faixas de são para a quebra do sigilo bancário dos R$ 220, R$ 223 e R$ 226 como pisos para contribuintes envolvidos nas investiga- 40 categorias de trabalhadores, o qual foi POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise aprovado pela Assembléia Legislativa ain- gar. Para se ter uma idéia da grandeza des- da em dezembro de 2000 e está em vigor, se valor, basta lembrar que equivale a cer- mesmo sob contestação. No caso do Rio ca de dois terços de todo o orçamento da Grande do Sul, apenas na véspera do Dia Previdência Social. do Trabalho o governo estadual anunciou um projeto que estabelece um piso míni- A partir daí seguiram-se meses de negocia- mo para o estado, em faixas entre R$ 230 e ções de alternativas para o pagamento da R$ 250, dependendo da categoria ocupacio- correção. O resultado final, expresso no nal. Pode-se apontar dois fatores que possi- Projeto de Lei Complementar no 195 envia- velmente inibem a disseminação do piso do ao Congresso, foi a criação de duas con- regional: a) a problemática legal exposta tribuições sociais para financiar esse paga- acima; e b) a preocupação com o seu im- mento. A primeira consiste de um aumento pacto sobre as finanças dos estados. de 10 pontos percentuais na multa por demissão sem justa causa, sendo que apenas Talvez o debate mais intenso travado nos os empregadores domésticos estão isentos últimos meses tenha sido sobre a correção dela. A segunda é um acréscimo de 0,5% so- dos saldos do Fundo de Garantia por Tem- bre a contribuição do empregador para o po de Serviço (FGTS). O problema origi- fundo. Desta última, foram isentas as em- nou-se nas medidas provisórias que insti- presas inscritas no SIMPLES − desde que o tuíram o Plano Verão (em 15/1/1989) e o faturamento anual não ultrapasse R$ 1,2 Plano Collor 1 (em 16/3/1990). No pri- milhão − e as pessoas físicas, em relação à meiro caso, extinguiu-se a Obrigação do remuneração de empregados domésticos e Tesouro Nacional (OTN), que era então uti- em relação à remuneração de empregados lizada para reajustar os saldos do fundo, rurais, neste caso, desde que sua receita bru- deixando-os sem índice de atualização ta anual não ultrapasse o limite de R$ 1,2 para o mês de janeiro de 1989. Assim, para milhão. Esta segunda contribuição durará preencher essa lacuna, o Superior Tribunal cinco anos. O trabalhador que aderir ao de Justiça (STJ) determinou que fosse apli- acordo terá de concordar, dependendo do cado o Índice de Preços ao Consumidor valor que tem a receber, com um termo de (IPC). Ocorre que, naquele mês, o IPC tinha adesão que determina os prazos de paga- acumulado a inflação de 51 dias (70,28%). mento e um abatimento da quantia que Assim, o percentual de 31 dias foi determi- ele tem a receber, conforme mostra a tabe- nado em 42,72%. No segundo caso, houve la 14. Deve-se notar que o projeto não con- uma sucessão de medidas provisórias equi- templa qualquer participação do Tesouro vocadas, com lacunas no tocante à corre- Nacional no pagamento da correção, em- ção dos saldos do fundo. Novamente, o STJ bora o governo tenha chegado a prometer mandou aplicar o IPC. A Caixa Econômica participar com R$ 6 bilhões (sem fontes Federal recorreu ao Supremo Tribunal Fe- ainda definidas) para pagá-la. deral (STF), cuja decisão, tomada em agosto de 2000, acabou acompanhando a do STJ. O acordo acima foi assinado pelo governo; A correção dos saldos do FGTS ocorreria pelas centrais sindicais Força Sindical, So- apenas para quem tivesse entrado com cial Democracia Sindical e Central Geral ações na Justiça, mas o Executivo prome- dos Trabalhadores (CGT); e pelas entidades teu estender esse direito a todos os traba- empresariais Confederação Nacional do lhadores. O problema é que o custo total Comércio (CNC) e Confederação Nacional para a correção dos saldos, segundo previ- do Transporte (CNT). A Central Única dos são do governo, é de R$ 40 bilhões, quan- Trabalhadores (CUT), a Federação das In- tia que o fundo não tinha condições de pa- dústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e a 73 74 POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise Confederação Nacional da Indústria (CNI) deve ser garantido já e os outros devem re- não aderiram ao acordo. Os empresários ceber o seu crédito mais rapidamente, uma eram contra o aumento da contribuição e vez que o governo não corrigirá o valor de- da multa − alegavam que isso aumentaria vido durante esse lapso de tempo; b) a cen- ainda mais o “custo Brasil” e a informalida- tral é totalmente contra o expurgo do valor de. A CUT não aceitou o acordo, segundo devido aos trabalhadores; c) o Tesouro deve seu presidente, com base nos seguintes en- participar do pagamento da dívida. tendimentos:15 a) o pagamento de R$ 1000 CRONOGRAMA E CONDIÇÕES DE PAGAMENTO DA CORREÇÃO DO TABELA 14 FGTS SEGUNDO O PLC NO 195 VALOR A RECEBER (EM R$) ATÉ 1 000,00 DATA DO PAGAMENTO NÚMERO DE ABATIMENTO (INÍCIO) PARCELAS SEMESTRAIS (%) ATÉ 6/2002 1 0 DE 1 000,01 A 2 000,00 7/2002 3 10 DE 2 000,01 A 5 000,00 1/2003 5 12 5 000,01 OU MAIS 7/2003 7 15 Fonte: Congresso Nacional – Projeto de Lei Complementar no 195. Como corolário, a discussão foi transferida comparação com o projeto enviado pelo ao Congresso, que o aprovou no último governo, melhoraram para os trabalhado- dia 20 de junho com algumas modifica- res que têm um saldo menor (até R$ 2 000) ções. Uma das mais importantes delas diz a receber. Segundo o projeto aprovado no respeito às condições do termo de adesão Congresso, o prazo para o trabalhador ade- quanto ao cronograma e às condições de rir a esse termo passará a ser o último dia pagamento. As novas condições estão na útil anterior ao início da data de pagamen- tabela 15 e, basicamente, pelo menos em to da correção. CRONOGRAMA E CONDIÇÕES DE PAGAMENTO DA CORREÇÃO DO FGTS SEGUNDO O TABELA 15 PROJETO APROVADO NO CONGRESSO NACIONAL VALOR A RECEBER (EM R$) ATÉ 1 000,00 DATA DO PAGAMENTO NÚMERO DE ABATIMENTO (INÍCIO) PARCELAS SEMESTRAIS (%) 1 0 DE 1 000,01 A 2 000,00 ATÉ 6/2002 7/2002 2 0 DE 2 000,01 A 5 000,00 1/2003 5 8 DE 5 000,01 A 8 000,00 7/2003 7 12 8 000,01 OU MAIS 1/2004 7 15 Fonte: Congresso Nacional – Projeto de Lei Complementar no 195. 15. A argumentação da CUT foi retirada, principalmente, do artigo “FGTS: o pior ‘acordo’ do mundo”, escrito pelo presidente da entidade, João Antônio Felício, na Folha de S. Paulo, em 2/4/2001. POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise Paralelamente, o termo de adesão, na sua do fundo estiveram historicamente abaixo forma aprovada no Congresso, também pas- da inflação, ou que prejudica o trabalhador. sou a exigir que o titular não esteja e nem ingresse em juízo discutindo os “comple- Por sua vez, o papel que o fundo teria na mentos de atualização monetária relativos a melhora da eficiência alocativa está sendo junho de 1987, ao período de 1o de dezem- contestado, principalmente pelos empresá- bro de 1988 a 28 de fevereiro de 1989, a rios. Para muitos deles, a multa por demis- abril e maio de 1990 e a fevereiro de 1991”. são e a contribuição do empregador para o fundo aumentam o custo do trabalho e aca- Por fim, o titular da conta vinculada fará bam incentivando a informalidade. Sabe- jus ao recebimento da correção em uma se, porém, que qualquer redução nessa con- única parcela, até junho de 2002, se ele ou tribuição deve levar em conta o seu impac- seus dependentes forem acometidos de neo- to na arrecadação do fundo, uma vez que plasia maligna e/ou doença terminal, se tais contribuições são a sua única fonte de forem portadores do vírus HIV, e se for recursos. Mais que isso, devem-se conside- aposentado por invalidez ou aposentado rar os eventuais impactos da redução da com mais de 65 anos de idade. contribuição sobre o financiamento da habitação. Outros argumentam17 que o fundo Todos esses fatos devem nos levar a uma re- aumenta a flexibilidade do mercado de tra- flexão sobre a própria configuração do balho, o que incentivaria contratos de cur- FGTS, que surgiu em 1966 e, de certa forma, to prazo e o aumento da rotatividade.18 As procurava atender a três objetivos: a) ser propostas, nesse caso, sugerem alternativas um seguro social, no sentido de representar que, essencialmente, pretendem desestimu- um pecúlio para o trabalhador, que lhe ser- lar o acerto em que o trabalhador é “demiti- visse no período de inatividade permanen- do” e depois pode repassar a multa para o te e nos casos de demissão sem justa causa; empregador ou sacar o seu saldo no fundo. b) melhorar a eficiência alocativa do mer- A controvérsia do efeito do FGTS sobre a cado de trabalho − quando o fundo foi cria- flexibilidade do mercado de trabalho, por- do, procurava-se flexibilizar as regras de de- tanto, ainda não acabou.19 16 missão do trabalhador, substituindo a regra anterior de estabilidade aos dez anos de ser- A discussão dos últimos meses entre traba- viço, bem mais rígida; e c) financiar a cons- lhadores, governo e empresários, embora trução de habitações. Mais tarde, a Consti- motivada por uma situação especial (a cor- tuição de 1988 tornou o FGTS um direito reção dos saldos das contas do fundo), re- social dos trabalhadores urbanos e rurais. presenta, na verdade, mais uma etapa de uma discussão bem maior. O FGTS deve Quanto ao primeiro papel, o fato de o traba- continuar a existir? Em caso afirmativo, de lhador receber indenização por sua demis- que forma? Sobre quem deve recair o seu fi- são segue uma tradição internacional de se nanciamento? Após toda a polêmica sobre fornecer algum tipo de amparo ao trabalha- os encargos da correção dos saldos do fun- dor desempregado. Quanto ao seu papel como pecúlio, sua efetividade foi discutível, tendo em vista que as correções nas contas 16. Esta análise recorre em parte a C. E. Carvalho e M. M. S. Pinheiro: “FGTS: Avaliação das Propostas de Reforma e Extinção”, Texto para o Discussão n 671, Brasília, IPEA, 1999. A obra de R. B. M. Macedo e J. P. Z. Chahad − O FGTS e a rotatividade, São Paulo, Nobel e Brasília, Ministério do Trabalho, 1985 − é um trabalho clássico sobre o assunto. 17. Ver, por exemplo, Camargo, J. M. “Flexibilidade e Produtividade do Mercado de Trabalho Brasileiro”, In: Camargo J. M. (ed.) “Flexibilidade do Mercado de Trabalho no Brasil”, Rio de Janeiro: FGV, 1996. 18. Curiosamente, o FGTS surgiu para aumentar a flexibilidade do mercado de trabalho. Assim, o argumento exposto considera, obviamente, que tal flexibilidade hoje está acima do nível ótimo. 19. Não vamos discutir, por estar fora do nosso escopo, o papel do fundo enquanto financiador da habitação. Carvalho e Pinheiro (op. cit.), entre outros, analisam bem essa questão. 75 76 POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise do, é provável que uma discussão mais pro- mente 60%), principalmente se compara- funda sobre o seu papel faça parte da pauta. do aos outros programas (ver tabela 16). Financiamento e Como podemos ver pela tabela 17, a maior Execução Orçamentária parte do patrimônio do Fundo de Amparo Nos principais programas da área do Tra- ao Trabalhador – FAT – está alocada ao balho, de uma dotação de 7,3 bilhões de BNDES para os programas de desenvolvimen- reais (já incluídas as emendas e a legisla- to econômico. Em segundo lugar, encon- ção aprovada ao longo do ano), em 2000 tram-se os depósitos especiais (transferências foram gastos aproximadamente 6,8 bi- do FAT para instituições financeiras que exe- lhões, correspondentes a 93% de recursos cutam programas da área de trabalho). autorizados que foram efetivamente liquidados. Os principais programas do ponto A saúde financeira do fundo está forte- de vista do montante de recursos são o mente ligada à arrecadação do PIS/PASEP; Novo Emprego e o Seguro-Desemprego, com dadas as suas características, essa contri- aproximadamente 62% do total dos recur- buição sofre influência da trajetória de sos de todos esses sete programas;20 Assis- crescimento da economia. A tabela 18 tência ao Trabalhador, com aproximada- apresenta um demonstrativo simplificado mente 28%; e Qualificação Profissional do da execução financeira do FAT, que mostra Trabalhador – antigo PLANFOR –, com apro- um crescimento da receita do PIS/PASEP ximadamente 7% dos recursos. A dotação efetivamente repassada ao fundo de cerca orçamentária inicial de 2001 − apurada de 13,8%, em termos reais, entre 1999 e em 6/2/2001 − estabelece um montante de 2000, muito superior ao crescimento das aproximadamente 8,5 bilhões de reais despesas, que foi de apenas 1,1%. Assim, o (maior que o orçamento final de 2000). déficit financeiro do fundo diminuiu em Ressalte-se o reduzido nível de execução termos reais, passando de 2,1 bilhões em orçamentária do PROGER (de aproximada- 1999 para 1,1 bilhão em 2000. EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA DE PROGRAMAS SELECIONADOS DO PPA DA ÁREA DE TABELA 16 TRABALHO E RENDA PROGRAMAS SELECIONADOS ANO 2000 (20/1/2000) AUTORIZADO (A) LIQUIDADO (B) DOTAÇÃO ORÇAM. 2001 NÍVEL DE (6/2/2001) LIQUIDADO (MIL REAIS) (%) (MIL REAIS) (%) B / A (MIL REAIS) (%) SEGURO DESEMPREGO 4 555 795 62,32 4 294 960 63,30 94,27 5 167 431 61,09 ASSISTÊNCIA AO TRABALHADOR 2 042 762 27,94 1 888 351 27,83 92,44 2 537 085 29,99 DO TRABALHADOR 502 125 6,87 440 383 6,49 87,70 499 295 5,90 TRABALHO LEGAL 134 622 1,84 110 937 1,64 82,41 168 432 1,99 GERAÇÃO DE EMPREGO E RENDA 50 677 0,69 30 469 0,45 60,12 53 874 0,64 TRABALHO SEGURO E SAUDÁVEL 21 664 0,30 19 804 0,29 91,41 27 349 0,32 3 000 0,04 0 0,00 0,00 4 949 0,06 7 310 645 100,00 6 784 904 100,00 92,81 8 458 415 100,00 NOVO EMPREGO E QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL JOVEM EMPREENDEDOR TOTAL Fonte: SIAFI/STN. Elaboração: IPEA/DISOC. (A) Autorizado = Dotação inicial (lei após vetos) + créditos adicionais e remanejamentos. (B) Liqüidado = Despesa cujo pagamento já foi autorizado pela administração competente (posição em 20/1/2001). 20. Os sete programas são listados na tabela 16. POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise EVOLUÇÃO DO PATRIMÔNIO DO FUNDO DE TABELA 17 AMPARO AO TRABALHADOR (FAT) − 1991/2001 ANO I – EXTRAMERCADO II − BNDES - III -DEPÓSITOS DESENVOLVIMENTO PROGRAMAS DE ESPECIAIS TOTAL ECONÔMICO 1990 575,5 1991 2 709,0 1992 3 309,5 1993 2 550,8 1994 4 852,8 1995 1996 - 5 342,9 8 380,8 555,0 11 644,8 11 651,9 2 630,8 17 592,1 14 237,3 4 626,1 21 414,2 17 801,4 5 414,8 28 069,0 6 530,1 20 800,9 6 501,7 33 832,7 5 423,7 23 416,4 9 206,8 38 046,9 1997 4 539,1 25 921,1 10 746,4 41 206,7 1998 5 352,7 30 053,5 12 443,9 47 850,2 1999 4 572,9 31 347,1 12 508,7 48 428,7 2000 6 044,7 33 287,8 14 157,9 53 490,4 2001 7 141,3 33 723,7 14 157,9 55 022,9 4 767,4 Fonte: CGFAT/SPOA/SE/MTE. Nota.: 1Até 1999, os valores estão expressos em moeda de poder aquisitivo de dez./2000 (IGP-DI), em 2000 e 2001 os valores são nominais. 2 Em 2001 refere-se ao mês de janeiro. DEMONSTRATIVO DA EXECUÇÃO FINANCEIRA DO FUNDO DE TABELA 18 AMPARO AO TRABALHADOR (FAT) 1995/2001 (R$ MILHARES2) 1997 1998 1999 2000 2001 RECEITA ARRECADAÇÃO PIS/PASEP − FAT ( A ) 6 998,2 7 462,8 7 889,5 DESPESAS EMPRÉSTIMOS BNDES − 40% ( B ) 3 212,1 3 011,7 3 163,1 3 660,1 412,7 PAGAMENTO ( C ) 5 186,9 5 861,9 5 163,7 4 694,5 196,6 APOIO SEGURO-DESEMPREGO ABONO SALARIAL QUALIFICAÇÃO 1 OPERACIONAL 8 978,2 726,4 ( D ) 130,6 161,5 168,3 157,5 1,0 PAGAMENTO ( E ) 768,0 791,6 745,6 768,0 63,3 APOIO ( F ) 30,7 41,9 28,9 23,9 0,0 ( G ) 524,7 568,9 458,6 505,5 0,1 ( H ) 50,2 69,0 66,5 91,9 10,8 OPERACIONAL PROFISSIONAL INTERMEDIAÇÃO DE EMPREGO APOIO OPERACIONAL AO PROGER ( I ) 2,5 10,0 11,6 10,4 0,0 OUTROS ( J ) 180,1 248,9 208,4 210,7 2,9 ( K ) 10.085,9 10 765,5 10 014,7 10 122,5 687,4 (2 125,1) (1 144,4) 39,0 PROJETOS/ATIVIDADES TOTAL DAS DESPESAS ( L ) = SALDO (A − K) (3 087,7) (3 302,7) Fonte: CGFAT/SPOA/SE/MTE. Notas: 1Receita de arrecadação das contribuições para o PIS/PASEP, pelo regime de caixa, repassada ao FAT. Não estão incluídos os valores equivalentes à arrecadação do último decêndio de dezembro de cada ano, retidos no Tesouro Nacional para repasse. 2 Valores de 1995 a 2000 estão expressos em moeda de poder aquisitivo de 31/12/2000 (IGP-DI). Obs.: Os valores de 2001 são nominais e referem-se ao mês de janeiro. Essa forte alteração no resultado financeiro 2000. Até o fim de 1999, a lei determinava do fundo deve-se, em grande parte, à mu- o repasse de 20% da arrecadação global do dança na legislação ocorrida entre 1999 e PIS/PASEP mais toda a arrecadação dessa 77 78 POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise contribuição advinda das instituições fi- Tal fato ganhou dimensão nacional e foi nanceiras para o Fundo de Estabilização veiculado na imprensa durante alguns me- Fiscal (FEF) – que entre 1994 e 1995 era de- ses. Como resultado desses acontecimen- nominado Fundo Social de Emergência. tos, o governo federal tomou medidas para Esse repasse, entre 1995 e 1998, equivalia a combater as fraudes no uso dos recursos cerca de 26% do total arrecadado da contri- do programa. Essas medidas tiveram sua buição, enquanto, em 1999, esse percentual tradução mais significativa em três resolu- subiu para 36%. Ocorre que a Emenda ções do Conselho Deliberativo do Fundo Constitucional no 27 desvinculou do fun- de Amparo ao Trabalhador (CODEFAT): a do, a partir de 21/3/2000 até o fim de de número 234, de 27/4/2000; a 235, de 2003, 20% do total da arrecadação da con- 27/4/2000; e a 251, de 21/12/2000. A pri- tribuição do PIS-PASEP e os seus adicionais meira das resoluções reduziu substancial- e respectivos acréscimos legais, relativos a mente o escopo das entidades que podem Desvinculação dos Recursos da União participar do programa ao retirar do texto (DRU). Tal desvinculação, aliada ao fato de da Resolução no 194, de 23/9/1998, as “... nos meses de janeiro e fevereiro de 2000, escolas profissionais livres; entidades co- como se mencionou no número anterior munitárias e outras organizações não-go- deste Boletim, a arrecadação do PIS/PASEP vernamentais, laicas ou confessionais”. ter sido integralmente repassada ao fun- Entre outras medidas para coibir o desvio do,21 diminuiu o percentual da arrecadação dos recursos, foram introduzidas normas anual do PIS/PASEP, que deixa de ser repas- mais rigorosas para a escolha do tipo de sado ao FAT para cerca de 15% em 2000. instituição que pode ser contratada para executar as ações do programa. Pretendeu- Acompanhamento de se também aumentar os mecanismos à dis- Políticas e Programas posição do ministério e do CODEFAT para Na área de formação profissional desta- diversificar as possibilidades de fiscaliza- cam-se, no ano 2000, as denúncias de cor- ção. A Resolução no 235 estabeleceu em rupção no uso dos recursos oriundos do seu artigo 1o que “... os recursos dos convê- FAT – Fundo de Amparo ao Trabalhador, nios celebrados para execução de ações no Plano Nacional de Qualificação do Tra- custeadas pelo Fundo de Amparo ao Traba- balhador (PLANFOR). O torvelinho de de- lhador – FAT, serão depositados e geridos núncias principiou-se com uma matéria em contas específicas do Banco do Brasil publicada no Correio Braziliense no dia 21 S/A”. Com isso, obriga-se que cada estado de março, que trazia dados sobre a malver- abra uma conta “carimbada” no Banco do sação dos recursos do FAT destinados ao Brasil com o envio mensal do extrato para PLANFOR no Distrito Federal. O jornal efe- o Ministério do Trabalho e Emprego – tuou uma busca pela lista dos 48 mil traba- MTE. A Resolução no 258 estabeleceu mi- lhadores treinados pela Fundação Teotô- nuciosamente os critérios para a transfe- nio Vilela no Distrito Federal, que durou rência de recursos do Fundo de Amparo ao mais de um mês. Ao final, o então secre- Trabalhador (FAT) ao Plano Nacional de tário do Trabalho do GDF, Wigberto Tar- Qualificação do Trabalhador (PLANFOR). tuce, forneceu uma lista ao jornal. Po- Outra medida importante realizada pelo rém, ao se investigarem os nomes, consta- governo foi a criação de uma ouvidoria tou-se que muitos não haviam participado pela página do Ministério do Trabalho na do programa e que outros eram de pessoas, Internet. Por fim, o governo também espe- ou endereços, que não existiam. ra que a planejada incorporação dos dados sobre qualificação profissional ao Sistema 21. Isso ocorreu porque, nesse intervalo, o FEF havia sido extinto e a DRU ainda não tinha entrado em vigor. Integrado de Ações de Emprego (SIGAE), POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise implantado no segundo semestre de 2000, mas do governo federal na área de Educa- possa mitigar os eventuais desvios passí- ção, tais como o FUNDEF. O exemplo da veis de acontecer em um programa des- Educação aplica-se também à área do Tra- centralizado como o PLANFOR. balho. Indubitavelmente inaugurou-se no governo Fernando Henrique Cardoso uma Tal ordem de acontecimentos fez aflorar no nova forma de executar a política pública seio do governo a preocupação de que as re- brasileira. O quanto essa nova gestão correntes denúncias de corrupção na apli- traz de ganhos ou não é tema para in- cação de seus programas descentralizados vestigações futuras. prenunciassem críticas a essa sua característica − essencial no desenho da política Em relação ao PROGER, pode-se destacar pública do governo Fernando Henrique − recentemente a entrada em funcionamen- ainda que essa preocupação não tivesse me- to do FUNPROGER – o Fundo de Aval para recido destaque da grande imprensa. Uma Geração de Emprego e Renda – criado pela análise documental do noticiário à época Lei no 9 872, de 23 de novembro de 1999, revela que o governo, sempre que podia, re- com vistas a reduzir as margens de riscos afirmava que o aspecto descentralizado do associados aos créditos concedidos pelo programa iria permanecer não obstante a programa em sua vertente urbana (PRO- gravidade dos acontecimentos. Para ilustrar GER-Urbano). Seus recursos são os prove- o quão esse aspecto − política pública des- nientes dos saldos de aplicação do próprio centralizada com a União provendo recur- FAT, assim como os decorrentes da co- sos a estados e municípios deixando a exe- brança de comissão pela concessão do cução a cargo do setor privado − é impor- aval. A entrada em vigor desse mecanismo tante para o governo federal, pode-se usar vem se contrapor a um dos grandes limita- como exemplo a área de Educação. dores do PROGER: a exacerbada quantidade de garantias exigida pelas entidades finan- Em artigo para a Folha de S. Paulo, datado ceiras, sobretudo no caso dos pequenos to- de 24/5/2000, madores de empréstimos. 22 o ministro Paulo Renato de Souza defendia a descentralização, alegando que os ganhos de eficiência no uso De todo modo, se o PROGER, em suas dife- dos recursos e na supressão das gigantescas rentes modalidades – paralelamente a ou- licitações – que freqüentemente enseja- tros programas, como o Jovem Empreendedor vam fraudes de elevada monta − reduzi- − intenta funcionar como uma espécie de ram substancialmente as perdas que ape- alavanca aos micro e médios empreendi- nas eram mais visíveis na “nova” corrup- mentos, em grande parte associados às ativi- ção. Em suas palavras: “Em resumo: des- dades informais, o faz sob algumas restri- via-se menos, rouba-se menos, mas os ca- ções. Trata-se, é certo, do principal instru- sos de desvios e de roubos aparecem mais. mento de política de geração de emprego Os casos detectados são em maior número strictu senso de que o governo federal dis- – o que pode dar a impressão de descontro- põe. Entretanto, parte dos problemas desta- le −, mas envolvem um volume de recur- cados no número anterior deste Boletim sos infinitamente menor.” Esse artigo não foram resolvidos, o principal deles sen- deve-se a denúncias de mal uso do dinhei- do o fato de o PROGER estar muito mais sob ro público – semelhantes às que acolhe- o controle das instituições financeiras – ram o PLANFOR no ano 2000 − em progra- Banco do Brasil e Banco do Nordeste – que do Ministério do Trabalho e Emprego. Se por um lado o FUNPROGER resolve parcela 22. Paulo Renato Souza, Descentralizar e fiscalizar, Folha de S. Paulo, Opinião, pág. A-3. desse problema, por outro faz-se necessária 79 80 POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise discussão mais ampla sobre a razão de um saber o que está por trás dessa trajetória re- programa de crédito estar sob o controle de cente. Para isso, deve-se observar que os instituições financeiras, mesmo que elas se- critérios para um demitido sem justa causa jam instituições mistas ou estatais. Ademais, habilitar-se para o seguro envolvem a exis- os indícios sobre a mudança do perfil do tência de um período aquisitivo de 16 me- usuário do PROGER em direção aos peque- ses e obrigam que o trabalhador comprove nos tomadores, evidenciados pelo fato de o vínculo formal nos últimos seis anos ante- valor médio do empréstimo estar se redu- riores à data da dispensa. Nesse sentido, zindo, é muito frágil, o que faz necessária deve-se investigar a evolução, pelo menos, uma pesquisa mais ampla que nos permita das variáveis tipo de contrato de trabalho avaliar o programa. As dimensões do pro- e tempo de emprego. Ambas as variáveis grama continuam exíguas, em face tanto da têm ligação com os requisitos para a con- magnitude das questões enfrentadas − o de- cessão do seguro. semprego e o subemprego que abarca hoje milhões de trabalhadores −, quanto em fun- Se esse fenômeno tiver caráter mais perma- ção dos recursos arrolados: a geração de em- nente, a discussão sobre a extensão do be- prego e renda responde por menos de 1% nefício para um universo maior que o atual, dos recursos do FAT alocados em programas com a possível inclusão dos trabalhadores no âmbito das políticas de emprego. As informais, volta a estar em questão. Na rea- questões referentes à participação social no lidade, o seguro-desemprego já é concedido controle dos programas e na organização a alguns pequenos grupos, como o pescador das demandas e na sua própria avaliação artesanal e o desempregado por longo pe- ainda permanecem não somente para o ríodo. A novidade este ano é a promulgação PROGER, mas também para outros progra- da Lei no 10 206, de 23/3/2001, que esten- mas da área Emprego. deu o direito do benefício do seguro ao empregado doméstico demitido sem justa cau- Conforme o que foi apresentado (ver “Fi- sa. O valor da parcela mensal do seguro nanciamento e Execução Orçamentária”), será de 1 salário-mínimo e o período máxi- Novo Emprego e Seguro-Desemprego é o mais mo de recebimento será de 3 meses. As con- importante dos programas da área de traba- dições para o recebimento do benefício en- lho e renda sob o ponto de vista do mon- volvem o empregado ter trabalhado como tante dos recursos. Os resultados finais do doméstico por um período mínimo de 15 programa para o ano 2000 mostram que o meses nos últimos 24 meses. Uma diferença seguro-desemprego foi pago a cerca de 4,1 em relação às leis anteriores do seguro é a milhões de trabalhadores, resultado 3,7% condição de que o empregado doméstico inferior ao do ano de 1999, o qual reflete esteja inscrito no FGTS. Ocorre que tal ins- possivelmente a recuperação que vem se crição é feita pelo empregador e é facultati- observando no mercado de trabalho. Po- va. Ainda é duvidoso que a maioria dos em- rém, a cobertura do seguro entre os demiti- pregadores tenha condições e/ou disposi- dos sem justa causa tem caído.23 A questão é ção de contribuir para o FGTS de seu empregado e, por isso, a eficácia dessa nova lei 23. Segundo a tabela A. 9 do Anexo Estatístico, a cobertura, de janeiro a março de 2001, foi de cerca de 50,6%, bem menor do que o observado para o total do ano 2000, 61,6%. Deve-se ressaltar, porém, que o baixo índice observado para 2001 pode ter sido influenciado , entre outros fatores, pelo atraso na chegada ao Ministério do Trabalho de informações de novas pessoas habilitadas para receber o seguro (ver seção 4 das Notas Metodológicas). De qualquer modo, pode-se dizer que, pelo menos aparentemente, houve queda na cobertura, pois os percentuais observados para os períodos de janeiro a fevereiro de 2001 e janeiro de 2001 foram de 56,72% e de 59,1%, respectivamente. ainda está por ser verificada. De qualquer modo, tal lei representa um passo, ainda que pequeno, para a inclusão de grupos antes desprotegidos. Um outro resultado que chama atenção no Programa do Seguro-Desemprego é o baixo POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise número de trabalhadores que utilizaram a em 2000 foi de cerca de 581 mil, um nú- bolsa-qualificação. Ela foi instituída pela mero 37,7% maior do que em 1999, o que MP no 1 726, de 3/11/1998, e determinou expressa a manutenção de uma tendência que “o contrato de trabalho poderia ser de crescimento observada desde 1995. O suspenso, por um período de 2 a 5 meses, número de vagas captadas cresceu 22,8% para participação do empregado em curso entre 1999 e 2000. O número de inscritos, ou programa de qualificação profissional que pode ser considerado uma aproxima- oferecido pelo empregador, com duração ção para a demanda pelo sistema, aumen- equivalente à suspensão contratual, medi- tou 27,7%. Foram apurados também al- ante previsão em convenção ou acordo co- guns indicadores de efetividade, os quais letivo de trabalho e aquiescência formal também melhoraram: o grau de adesão do empregado”. Durante o período de sus- (colocados/vagas) aumentou de 40,5% pensão, o empregador deve continuar pro- para 45,4%, enquanto a taxa de admissão vendo os benefícios que ele já provia vo- (colocados/admitidos CAGED) passou de luntariamente e também poderá conceder 5,2% para 6%. Para o agregado do primei- ao empregado uma “ajuda compensatória” ro trimestre de 2001, os dados mostram mensal, sem natureza salarial, com valor a que o grau de adesão continua a crescer, ser definido em convenção ou acordo co- alcançando 46,2%, enquanto a taxa de letivo. Se o empregado for dispensado, no admissão manteve-se estável. transcurso do período de suspensão contratual ou nos três meses subseqüentes ao As agências de emprego administradas pe- seu retorno ao trabalho, o empregador pa- los sindicatos aumentaram sua participa- gará ao empregado, além das parcelas in- ção no sistema de intermediação, com a denizatórias já previstas na lei, multa a ser sua parcela no total de inscritos passando estabelecida em convenção ou acordo co- de 15,62% em 1999 para 22,69% em 2000; letivo, cujo valor será, no mínimo, igual e no total de colocados, de 12,94% para ao valor da última remuneração mensal 16,50%. Houve diminuição apenas na par- anterior à suspensão do contrato. Porém, o ticipação no âmbito das vagas captadas, de número de trabalhadores que aderiram ao 26,3% para 26,2%, explicada pelo cresci- programa foi muito baixo − atingiu, por mento muito expressivo (23%) das vagas exemplo, apenas cerca de 9 mil trabalha- captadas pelo Sistema Nacional de Empre- dores no ano 2000. go. O indicador “grau de adesão” das agências, embora continue menor que os veri- No programa de intermediação, os dados ficados para os SINEs, tem apresentado ten- do Ministério do Trabalho e Emprego cap- dência de crescimento, passando de 19,9% tados junto aos SINEs (Sistema Nacional de em 1999 para 28,5% em 2000 e 30,6% no Emprego) estaduais mostram que o núme- primeiro trimestre de 2001. ro de trabalhadores colocados pelo sistema 81 SEGURANÇA PÚBLICA Conjuntura comparação, na Austrália, Áustria, no Cana- Uma das questões que mais preocupa a po- dá e na Argentina, esse índice situa-se abai- pulação brasileira nos dias atuais diz res- xo de 3,0; nos EUA, é de 9,2; ao passo que, peito à criminalidade e ao subseqüente no México, é de 17,6. Superam as taxas aqui sentimento de insegurança geral, que tem verificadas apenas países como Jamaica, atingido de forma mais peremptória os Honduras e Colômbia, cujos valores giram moradores dos grandes centros urbanos. em torno de 29,0, 63,5 e 78,4, respectiva- Tais preocupações têm aparecido recorren- mente.25 Em resumo, ainda que parciais – temente nas pesquisas de opinião nos últi- pois a taxa de homicídios representa apenas mos anos. Contudo, paradoxalmente, pa- um subconjunto entre as muitas modalida- rece não ter havido esforços suficientes ou des que compõem o universo da violência e políticas governamentais que lograssem criminalidade –, tais números não deixam êxito para diminuir a gravidade do proble- dúvidas sobre a gravidade do problema. En- ma, uma vez que as condições de segurança quanto há cerca de 20 anos tínhamos taxas pública vêm mesmo sendo paulatinamente de homicídios comparáveis às dos EUA, hoje deterioradas nos últimos vinte anos. temos índices quase três vezes maiores, o que, em termos absolutos, significa algo em Um indicador que expressa a faceta mais torno de 45 mil homicídios anualmente. traumática da criminalidade é a taxa de homicídios por 100 mil habitantes. Desde o Importante também seria que pudéssemos fim da década de 1970, essa taxa tem cresci- avaliar, no âmbito nacional, a evolução do em termos anuais algo em torno de 5,4%, das outras formas pelas quais a violência ritmo que não diminuiu mesmo nos últimos cinco anos. A taxa de homicídios para o Brasil,24, que era de 9,4 em 1979, em 1998 passou para o patamar de 25,8. Para efeito de 24. Entre as grandes bases de dados que poderiam ser utilizadas para pautar os estudos relacionados à criminalidade, há os dados provenientes do Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS), os dados provenientes dos aparatos policiais e as pesquisas de vitimização. Para que se pudesse fazer uma radiografia qualificada do problema e um monitoramento das ações governamentais no setor, deveria se fazer uso integrado dessas três bases de dados. Em função de problemas intrínsecos à natureza de cada uma dessas bases, qualquer análise suportada apenas por uma delas iria gerar estimativas viesadas ou que, no mínimo, representariam um corte parcial do problema investigado. As informações para o Brasil, são provenientes do SIH/SUS, que tem uma padronização com cobertura nacional e é gerido pelo Ministério da Saúde. Os dados são provenientes de hospitais próprios e conveniados ao Sistema Único de Saúde, que correspondem a cerca de 80% da assistência hospitalar do país. No que diz respeito à questão relativa à violência e à criminalidade, a informação mais importante diz respeito às mortes decorrentes de causas externas, que passaram, a partir de 1998, a sofrer mais apurada decodificação, o que possibilita melhor identificação da origem dos óbitos como decorrentes de ações tais como espancamento, homicídios ou suicídios. Atualmente, estima-se que em 10% do total de mortes por acidentes não seja possível conhecer detalhadamente o fato gerador para discriminá-lo segundo a natureza acidental ou intencional. 25. Os dados para o Brasil são do SIH/SUS. Para os outros países, a fonte de dados é do crime trends da ONU. 84 POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise se expressa, seja em termos daquela vio- mentado 32%, ao passo que os crimes con- lência motivada pelas interações familia- tra o patrimônio sofreram acréscimos de res e sociais (em que se inclui a violência 52%. Na média, o aumento do total de de- doméstica contra mulheres e crianças, e litos registrados foi de 43%. Já os crimes contra as minorias – homossexuais e ne- violentos29 tiveram, nesse período, acrés- gros, principalmente), seja em termos da- cimo de 94%. Deve-se, no entanto, obser- quela violência perpetrada por razões eco- var que tais variações poderiam decorrer nômicas, que envolvem, por exemplo, apenas de uma taxa maior de notificação à roubos, arrombamentos e destruição de polícia pelas vítimas, o que seria melhor propriedades. Contudo, lastimavelmente, que uma decorrência do aumento dos ní- não há indicadores que permitam essa veis de criminalidade. Contudo, em vista análise para o Brasil. Apenas alguns pou- do limitado período de tempo observado, é cos estados dispõem de séries de dados, bastante improvável que isso tenha ocorri- provenientes das instituições policiais,26 do, uma vez que não houve nesse período com mínimos critérios de qualidade, e nenhuma mudança abrupta na adminis- também não há pesquisas de vitimização27 tração das instituições policiais que levas- sistemáticas, de maneira que qualquer se a população a confiar mais nelas, moti- acompanhamento de um quadro mais ge- vo normalmente responsável pela notifi- ral acerca da violência e da criminalidade cação dos crimes pelas vítimas. torna-se inviável. Diversos trabalhos encontraram relações Contudo, tomando-se como base o Estado significativas entre o nível de criminalida- de São Paulo, onde a situação parece ser de por cem mil habitantes e o tamanho das das mais dramáticas, verificou-se um pau- cidades. Com isso, podemos conjeturar que latino aumento de todos os índices de cri- as maiores adversidades no campo da segu- minalidade ao longo do período de 1995 a rança pública estejam centradas em cidades 1999 − tendo os crimes contra a pessoa au- como São Paulo e Rio de Janeiro (sem es- 28 quecer outros condicionantes importantes). De fato, as taxas de homicídios para essas 26. Entre os dados provenientes do aparelhos policiais dos estados, os que têm grande importância são aqueles constantes dos registros de ocorrência da Polícia Civil. Essa deveria ser uma fonte riquíssima de dados, uma vez que se possibilitaria conhecer por meio desse documento as características da vítima, possíveis características dos perpetradores, armas e objetos envolvidos, além da própria dinâmica criminal presente. Contudo, três elementos concorrem para restringir o uso dessas informações para uma análise mais intensiva das ações criminais, se considerada uma abrangência nacional. Primeiro, a falta de homogeneização dos dados entre os estados, uma vez que cada estado da Federação tem autonomia para definir o seu modelo. Segundo, a precariedade do preenchimento das informações pelos policiais e o total desconhecimento acerca da importância de tais informações pelos próprios aparelhos de segurança pública da maioria dos estados da Federação. Terceiro, a subnotificação – que é um fenômeno que ocorre mesmo nos países desenvolvidos –, pois, segundo consta, no Brasil apenas cerca de 40% dos crimes ocorridos são reportados à polícia. 27. As pesquisas de vitimização são aquelas feitas nos domicílios, em que se questiona se o entrevistado já sofreu alguma tentativa ou ato violento e/ou criminoso, se apresentou queixa à polícia, qual a atitude do entrevistado diante de uma virtual situação que pudesse envolver violência, etc. No Brasil alguns institutos fizeram sete pesquisas, ao longo da década de 1990, sendo que quatro abrangeram o município e a região metropolitana do Rio de Janeiro e outras três, o de São Paulo. Nesse campo existe ainda uma pesquisa feita pelo IBGE, em um suplemento estatístico da PNAD de 1988. 28. Os dados são da Polícia Civil do Estado de São Paulo e podem ser obtidos em http://www.conjunturacriminal.com.br. duas cidades e regiões metropolitanas são mais que o dobro da média nacional, girando em torno de 59 homicídios por 100 mil habitantes. Por outro lado, a observação anterior deixa claro que não podemos entender os supramencionados índices relativos a São Paulo como bons indicadores para descrever a evolução da violência e da criminalidade em nível nacional. A situação relativa ao sistema de Justiça Criminal, incluindo o sistema prisional, também não é muito diferente. Mesmo nos países desenvolvidos, há uma enorme taxa de atrito – ou uma grande diferença entre o número de crimes cometidos e o 29. “Crimes violentos” é o somatório de: homicídio doloso, tentativa de homicídio, latrocínio, estupro e roubo (exceto veículos). POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise de crimes punidos. Nesse processo, sabe- bre superlotação, maus-tratos e tortura aos se, por exemplo, que nos EUA e na Grã- prisioneiros, mas principalmente pelas sis- Bretanha,31 respectivamente, apenas 7,5% temáticas rebeliões e fugas em massa dos e 6% dos crimes reportados à polícia resul- detentos. Tais movimentos atingiram seu tam em algum tipo de condenação e puni- ápice com a rebelião coordenada pela orga- ção. Contudo, esses números referem-se a nização criminosa paulista denominada uma enorme variedade de delitos. Se con- Primeiro Comando da Capital, que patroci- siderados apenas os homicídios, na Grã- nou rebelião simultânea em 24 presídios Bretanha, em 90% dos crimes perpetrados paulistas, em 18 de fevereiro último, man- os autores são identificados. Lamentavel- tendo como reféns milhares de parentes mente, não dispomos de dados para quan- dos presos e funcionários do sistema peni- tificar a impunidade no Brasil. Contudo, tenciário. Vários elementos geram situa- Soares 30 verificou que no caso do Rio de ções como essa, principalmente a relação Janeiro, apenas em 7,8% dos inquéritos entre a quantidade de presos e o número de policiais que envolvem homicídios houve vagas, e também o número de funcionários o indiciamento de suspeitos, em um perío- do sistema prisional. 32 do de até dois anos após ter sido perpetrado o crime. Destes, cerca de 67% corres- Em 1999, existiam cerca de 194 mil deten- pondiam a crimes de motivação interpes- tos em todo o Brasil,33 dos quais cerca de soal, ou crimes passionais, em que o sus- 30% encontravam-se detidos fora dos sis- peito normalmente não se preocupa em temas penitenciários estaduais –34 em de- não deixar rastros. Deve-se atentar ainda legacias e distritos policiais –, sendo que para o fato de que, desses 7,8% dos inqué- boa parte deles tinha condenação já decre- ritos cujo suspeito é apontado junto ao Mi- tada. Nesse mesmo período, existiam cerca nistério Público, haverá ainda um proces- de 107 mil vagas, o que resulta em uma re- so judicial, no qual certamente há enorme lação de cerca de 1,8 preso por vaga; esse probabilidade de arquivamento do proces- mesmo número era de 2,2 em 1997. Por so ou absolvição do acusado, como conse- um lado, esse número sintetiza um grande qüência, entre outras possibilidades, da esforço dos governos estaduais para au- conjugação dos rigores da processualística mentar a capacidade do sistema penitenciá- criminal (cujo Decreto-Lei n 3 689, que a rio nesses dois anos, posto que, concomi- fundamenta, é de 1941) com a quase ine- tantemente ao aumento do número de de- xistência de uma polícia técnica capaz de tentos de 11,4%, houve crescimento no fornecer provas técnicas que dêem subs- número de vagas de 43,5%. Contudo, se le- tância à acusação. Com tais números, que varmos em conta os padrões internacio- evidenciam a baixíssima taxa de esclare- nais, estamos ainda numa situação bastan- cimento (no caso, pela polícia carioca), te desfavorável. Segundo pesquisas sobre fica evidenciada uma das grandes causas tendências do crime e operações do siste- da impunidade. ma de Justiça Criminal (United Nations o Survey of Crime Trends and Operations of Outro tema que tem canalizado as atenções Criminal da mídia ultimamente diz respeito ao siste- pela Divisão de Prevensão ao Crime e Jus- ma prisional, não apenas pelas notícias so- tiça Criminal da ONU, que analisa a situa- Justice Systems), coordenada ção de 54 países, a média de presos por vaga girava em torno de 1, em 1997, sendo 30. Dados do Bureau of Justice Statistics, Criminal Victimization in the U.S. Uniform Crime Report 1994. 31. Dados do Home Office. 32. Luiz Eduardo Soares et al. Violência e Política no Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Relume-Dumará/ISER, 1996. 33. Fonte: Ministério da Justiça. 34. Ver Lemgruber (2000). 85 86 POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise que apenas o Chipre − além do Brasil − ti- Brasil e ainda as taxas de atrito presentes nha mais que 2 presos por vaga. em todos os sistemas de Justiça Criminal – 35 mesmo nos dos países desenvolvidos –, No que concerne ao segundo elemento, a fica patente a enorme deficiência de todo relação quantidade de presos por funcio- o sistema de Justiça Criminal brasileiro, nário aumentou no Brasil de 1995 a 1997, que se inicia com os inquéritos policiais passando de 5,3 para 6,2. Nesse último mal instruídos e carentes de provas técni- ano, apenas outros seis países apresenta- cas, passa por um anacrônico Código Pe- ram tais índices superiores a 6, o que indi- nal, e termina com sistemas penitenciários ca mais uma vez, do ponto de vista compa- carentes de recursos, cujo foco não tem rativo, uma subalocação de recursos para sido a ressociabilização do detento. Por os sistemas prisionais nacionais. fim, deve ficar patente a enorme quantidade de recursos financeiros e humanos ne- Comparadas as relações quantidade de cessários para encetar um programa de presos por 100 mil habitantes, a média ge- provisão da segurança pública com efeti- ral do Brasil é bastante inferior à dos 54 vas probabilidades de êxito, como o Plano países estudados pela ONU: a média geral Nacional de Segurança Pública, inaugura- em 1997 era de 146, a do Brasil era de do pelo Ministério da Justiça em junho de 108,6, número que subiu para 127,7 em 1999. Apenas para pautar a ordem de gran- 1999. Tal número, inferior à média inter- deza, na atual situação, mantida a taxa de nacional, admite duas hipóteses. Primeiro, atrito atual no sistema de Justiça Criminal poderia decorrer das ineficiências do siste- brasileiro (que desconhecemos), somente ma de Justiça Criminal ou, alternativa- no sistema prisional há a necessidade de mente, poderia resultar de um sistema jurí- criação de 14 mil vagas anuais, para man- dico mais brando em relação às punições. ter constante o déficit absoluto de vagas – Em todo caso, o último índice agrega uma o que equivale ao atual crescimento vege- preocupação a mais em termos da elabora- tativo do número de presos de 6,9%, nos ção da política relativa ao sistema peniten- últimos anos. Qualquer movimento que ciário. Se as relações presos por vaga e fun- vise reformulação do sistema de Justiça cionários por preso já indicavam uma fla- Criminal e diminuição da impunidade, de- grante subalocação de recursos para o se- veria considerar os possíveis efeitos sobre tor, qualquer plano que vise melhorar as a maior demanda pelas ações policiais, condições da segurança pública poderá en- pelo sistema judiciário e pelo sistema pe- gendrar maior pressão sobre o déficit de nitenciário. Em relação a esse último, há vagas no sistema prisional. ainda que se recuperar uma enorme defasagem acumulada não apenas para suprir o Com base nos poucos indicadores selecio- déficit de vagas, que em 1999 era de 87 nados e analisados nos parágrafos anterio- mil, bem como para suprir o número de res, três conclusões podem ser extraídas. presos por funcionário, compatíveis com Primeiramente, a criminalidade e a vio- os padrões internacionais – que segundo os lência no Brasil compõem um dos quadros dados da ONU, seria de 3,5 presos por fun- mais dramáticos da atualidade, mesmo se cionário –, o que resultava em um déficit de confrontado com as experiências de ou- cerca de 17 mil funcionários em 1999. tros países. Na segunda, mantidas as devidas proporções entre as taxas de esclareci- O Plano Nacional de mento de homicídio na Grã-Bretanha e no Segurança Pública O ano 2000 poderá vir a ser reconhecido 35. Todos os indicadores citados sobre a comparação dos sistemas penitenciários foram extraídos de Kahn e Oliveira (2001). na história brasileira como um marco di- POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise visório nas discussões de responsabilida- O leque das propostas contidas no Plano des em torno das políticas e programas go- Nacional de Segurança Pública foi bastan- vernamentais na área de Segurança Públi- te amplo e estava dividido em quatro ca- ca. A despeito do ordenamento jurídico, pítulos: “Medidas no Âmbito do Governo por meio do artigo 144 da Constituição Fe- Federal”; “Medidas no Âmbito da Coope- deral, que assinala ser “a segurança públi- ração do Governo Federal com os Gover- ca, dever do Estado, direito e responsabili- nos Estaduais e Municipais”; “Medidas de dade de todos (...)”, as responsabilidades Natureza Normativa”; e “Medidas de Na- em torno da provisão da segurança pública tureza Institucional”. No total, 124 arti- no cotidiano dos centros urbanos termina- gos contemplaram os mais variados pro- vam sempre na alçada dos estados federati- gramas e ações, desde programas comuni- vos e apenas de forma bastante restritiva tários a apoio aos programas de ilumina- sob a esfera federal – com a Polícia Federal ção pública, passando pela repressão ao e as Polícias Rodoviária e Ferroviária Fede- narcotráfico, a reformulação dos códigos ral – e sob a esfera municipal, com as re- Penal e do Processo Penal, e culminando centemente criadas polícias municipais, com a elaboração de pesquisas e indicado- cujo interesse maior girava em torno da res que viriam a ser um embrião de um sis- proteção dos prédios públicos e da ordem tema nacional de informações criminais. urbana, principalmente no que diz respeito às questões de trânsito de veículos. No primeiro capítulo, o governo federal assumiu 6 compromissos, que envolviam Com o contínuo agravamento da questão 50 ações e programas. O primeiro deles, da violência e da criminalidade, que des- “Combate ao Narcotráfico e ao Crime Or- crevemos, reforçado por alguns fatos que, ganizado”, incluiu 17 ações, em que o mai- por seus efeitos simbólicos, geraram uma or enfoque – com 9 medidas – referiu-se à situação de comoção geral – como a morte reorganização da professora Geysa, que, após ser mantida mente da Polícia Federal, e a ações integra- como refém no ônibus 174 no Rio de Ja- das entre as polícias federais e estaduais. neiro, teve um fim trágico, filmado por vá- Incluem-se, ainda, 5 medidas de cunho re- rias estações de TV –, duas conseqüências pressivo, com operações integradas entre ocorreram. Primeiro, o governo federal vários órgãos do governo federal – como passou a eleger a segurança pública como Polícia, Receita, Ministério da Defesa e o um dos problemas prioritários em que te- Departamento de Aviação Civil – que vi- ria que aplicar vultosos recursos financei- sam atacar diretamente as operações de ros e humanos e cuja carta-compromisso narcotráfico e descaminho. administrativa, principal- de intenções foi consubstanciada pelo Plano Nacional de Segurança Pública, quando O segundo compromisso, “Desarmamento se instituiu o Fundo Nacional de Seguran- e Controle de Armas”, embute 9 ações de ça Pública (MP n 2 029, de 20/6/2000), com cunho preventivo, repressivo, de âmbito um crédito extraordinário de R$ 330 mi- administrativo e de reformulação de leis. lhões, objeto da MP no 2 028, de 20/6/2000. Entre essas propostas, insere-se uma que A segunda refere-se ao fato de que a socie- provoca polêmica comparável apenas à dade passou a cobrar ações mais firmes sua eficácia, de acordo com estudos inter- dos governos municipais na provisão da nacionais, para diminuir a taxa de homicí- segurança pública, de sorte que, pela pri- dios. Diz respeito à proposição legislativa meira vez, o tema passou a nortear o de- para a proibição e o uso de armas de fogo. bate central nas eleições municipais de Por um lado, há enorme pressão, princi- outubro daquele ano. palmente dos produtores e comerciantes o 87 88 POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise de tais artefatos, contra a medida, em que a nas Estradas”, traz 12 ações, das quais 6 alegação principal estaria relacionada ao são de natureza preventiva, cujo foco cen- direito à liberdade de compra do cidadão e tra-se na diminuição de mortes nas estra- ao direito à autodefesa. Por outro lado, vá- das, um dos grandes dramas nacionais e rios autores nacionais e estrangeiros já uma das principais fontes de mortes por demonstraram estatisticamente a relação causas externas. 36 positiva entre o comércio e uso de armas de fogo e a taxa de homicídios. Esse é, ali- “Implementação do Subsistema de Inteli- ás, um dos poucos consensos em torno dos gência de Segurança Pública” compõe o determinantes da taxa de homicídios, se- quarto compromisso. A idéia é que esse gundo as pesquisas empíricas. subsistema, que integrará o Sistema Brasileiro de Inteligência, deveria coordenar es- Outra medida de suma importância diz res- forços e informações provenientes dos ní- peito ao controle das armas de fogo em cir- veis federal, estadual e municipal para culação. Atualmente, por exemplo, é impos- identificar, prevenir e reprimir fluxos cri- sível saber a procedência das armas em cir- minais em âmbito nacional, uma vez que culação no Brasil, pela simples inexistência o crime organizado atua transcendendo os de um sistema eficaz de controle e de um limites dos municípios e estados, o que im- banco de dados que permita a obtenção da põe uma limitação aos trabalhos de inteli- informação de maneira ágil. Nesse ponto, gência nos âmbitos subfederativos. uma proposta que não se incluía, mas que seria igualmente importante, poderia con- Outro compromisso assumido, o de núme- templar a existência de algum sistema de ro 5, de caráter eminentemente preventi- controle sobre a procedência da munição. vo, “Ampliação do Programa de Proteção a Caso tal sistema existisse, por exemplo, as Testemunhas e Vítimas do Crime”, contou autoridades federais e estaduais não teriam com recursos autorizados do governo perdido tanto tempo em vão para descobrir federal de R$ 6,2 milhões e R$ 10 mi- se uma grande quantidade de munição lhões nos orçamentos de 2000 e 2001, apreendida com traficantes no Rio de Janei- respectivamente. ro, em 2000, seria procedente dos estoques das Forças Armadas, Polícia Civil ou Militar Também com ênfase eminentemente pre- do Rio de Janeiro. Uma última proposição ventiva e educadora, a regulamentação digna de nota refere-se à proibição da ex- que envolve a mídia no tema da violência portação de armas de fogo para países limí- compõe o sexto compromisso. Este procu- trofes. Isso se explica pelo fato de, segundo ra, por um lado, enfatizar a importância pesquisas do ISER, mais de 90% das armas que a formação dos valores tem sobre o apreendidas no Rio de Janeiro serem pisto- ambiente de violência, e, por outro, sensi- las ou revólveres, dos quais cerca de 80% bilizar para o debate os órgãos de comuni- haviam sido produzidos no Brasil e expor- cação, organizações da sociedade civil e tados para o Paraguai. empresas no campo da mídia. O terceiro compromisso, “Repressão ao O capítulo II do Plano Nacional de Segu- Roubo de Cargas e Melhoria da Segurança rança Pública inicia-se com o compromisso número 7, cujo foco, “Redução da Violên- 36. Ver, por exemplo, Crime, deterrence, and right-to-carry concealed handguns, John Lott e David Mustard, Journal of Legal Studies, January, 1997. Lives saved or lives lost? The effects of concealed-handgun laws on crime, American Economic Review, Hashem Dezhbakhsh e Paul H. Rubin, May, 1998. More Guns, More Crime, Journal of Political Economy, Mark Duggan, Forthcoming in the 2001. cia Urbana”, lança mão das mais variadas ações preventivas, envolvendo desde programas de aproximação das instituições policiais com as comunidades, o apoio a pro- POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise jetos locais de iluminação pública, o apoio informação. Tais ações seriam desenvolvi- à criação de guardas municipais e a sensibi- das a partir do trabalho integrado de vários lização da responsabilidade dos municípios órgãos federais, entre eles os Ministérios no provimento da segurança pública até o da Justiça, da Reforma Agrária, da Agricul- monitoramento de áreas críticas, nas quais tura e o INCRA, além das Secretarias Esta- ocorrem altos índices de criminalidade e duais de Segurança Pública e entidades da altos índices de acidentes automobilísti- sociedade civil organizada. cos com vítimas. O compromisso de número 11, à “IntensifiO oitavo compromisso, “Inibição de Gan- cação das Ações do Programa Nacional de gues e Combate à Desordem Social”, em- Direitos Humanos” (PNDH), incorpora 12 bute 9 ações, a maioria delas de cunho pre- medidas de cunho preventivo, a maioria de- ventivo. Tais ações são focalizadas princi- las focada nos menores e adolescentes. O palmente nos jovens entre 14 e 24 anos, PNDH havia sido lançado em 1995 e a sua aqueles indicados pelas pesquisas como os implantação conta com a participação de com maiores probabilidades de serem per- um vasto número de instituições governa- petradores e vítimas de crimes violentos. mentais e não governamentais. Entre tais medidas – nas quais inclui-se o apoio a jovens em conflito com a lei e às Centrado na reformulação administrativa, o suas respectivas famílias −, talvez a que compromisso número 12, “Capacitação pudesse gerar melhores resultados fosse Profissional e Reaparelhamento das Polí- aquela que visa à redução do consumo de cias”, lança esforços sobre a qualificação e a bebidas alcoólicas. Sabe-se, de acordo com valorização profissional no campo da segu- as pesquisas empíricas, que, junto com o rança pública. Para atingir tais objetivos, uso de armas pela população, o consumo uma das medidas cria, no âmbito do gover- de bebidas alcóolicas é uma das grandes no federal, o Fundo Nacional de Segurança variáveis explicativas das taxas de homicí- Pública, já instituído pela Lei no 10 201, de dio. Por outro lado, o consumo de álcool 14/2/2001. Esse fundo passou a funcionar está associado a um substancial número de como fonte de financiamento para que os acidentes automobilísticos, e os seus efei- estados venham a obter recursos para o in- tos repercutem até mesmo como uma vestimento não apenas no reaparelhamento questão de saúde pública, na medida em das polícias, mas, ainda, para o desenvolvi- que, além das vítimas de crimes violentos mento de sistemas de informações e bancos dolosos e culposos, os efeitos do álcool a de dados policiais, bem como para progra- longo prazo, como se sabe, contribuem mas de apoio aos policiais e suas famílias. para uma série de doenças degenerativas. O 13o compromisso, “Aperfeiçoamento do A “Eliminação de Chacinas e Execuções Sistema Penitenciário”, composto por 8 Sumárias” constitui o compromisso de nú- ações de cunho administrativo e preventi- mero 9. Seis ações compõem esse objetivo, vo, ao mesmo tempo em que expressa o re- todas elas de cunho repressivo e focadas no conhecimento da dramática situação dos problema dos grupos de extermínio. sistemas penitenciários nacionais − conseqüência, entre outras razões, da falta de in- O décimo compromisso, “Redução da Vio- vestimentos públicos –, procura atacar em lência Rural”, é consubstanciado por cin- três frentes. Primeiro, ambiciona aumen- co ações que mesclam medidas de nature- tar em 25 mil o número de vagas no siste- za repressiva, preventiva, de reformulação ma penitenciário nacional, a partir da administrativa e de criação de sistemas de construção de novos presídios. Em segun- 89 90 POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise do lugar, procura diminuir tanto o estoque três pontos: o primeiro procura instituir – a partir de um esforço concentrado para uma base de dados criminais minimamente libertar aqueles que já cumpriram pena qualificada com âmbito nacional; o segun- (mas encontram-se, eventualmente, deti- do almeja estender a disponibilidade dos dos à espera do desfecho burocrático de dados para os estados federativos; e o tercei- seus processos) e aqueles que possam vir a ro estabelece diretrizes para a instituição de usufruir de liberdade condicional e regime comitês cujas missões venham a ser, assim aberto – quanto o influxo de detentos ao como análise das informações e dos progra- sistema – com a introdução de programa mas na área de segurança pública, acompa- de incentivo às penas alternativas. Em ter- nhamento e monitoramento das ações e ceiro lugar almeja promover ações que en- dos programas voltados para a segurança gendrem diminuição da taxa de reincidên- pública e sua interface com outros progra- cia carcerária, a partir de programas pro- mas sociais. É importante frisar a importân- fissionalizantes e de assistência ao egres- cia desse último compromisso, principal- so do sistema carcerário e a partir do mente no que diz respeito às ações 122, 123 próprio programa de penas alternativas, e 124, cujos objetivos consistem na realiza- que, segundo experiências internacio- ção de pesquisas periódicas para a constru- nais, levariam a menores taxas de reinci- ção de um banco de dados com informa- dência que aquelas referentes aos conde- ções criminais em âmbito nacional, envol- nados ao cárcere. vendo censos penitenciários, dados provenientes das instituições policiais estaduais e O capítulo III, que embute apenas o com- pesquisas de vitimização. Conforme se promisso número 14, “Medidas de Nature- mencionou, grande parte da degradação das za Normativa”, talvez incorpore o maior condições de segurança pública em que vi- desafio de todo o Plano Nacional de Segu- vemos hoje deve-se, indubitavelmente, ao rança Pública, pois o que se busca aí nada descaso dos governos (há décadas) com a mais é que a formulação de propostas e a produção de informações criminais mini- aprovação de leis para modernizar a parte mamente qualificadas que possam servir de geral do Código Penal, o Código de Proces- base para estudos que gerem diagnósticos so penal, o sistema de execuções penais, precisos e, subseqüentemente, planeja- além de várias leis referentes aos tóxicos e mento, programas e ações baseados em a vários crimes específicos, como recepta- métodos científicos. Tais informações po- ção e roubo de cargas, contrabando e des- deriam também ser utilizadas para a ava- caminho, bem como crimes contra polici- liação dos planos originais e eventuais ais. Tais mudanças há muito vêm sendo correções de trajetórias. clamadas, na proporção em que os códigos, elaborados no início da década de Apenas para traçar um paralelo com os Es- 1940, já não respondiam às necessidades tados Unidos, que vieram obtendo decisi- da sociedade atual e eram sempre aponta- vas vitórias contra a criminalidade, tal fe- dos como relevantes fontes de morosida- nômeno não deve ser creditado apenas a de nos desfechos dos processos judiciais fatores demográficos e socioeconômicos e de impunidade. ou à estabilização do tráfico de drogas, mas também à reorientação das políticas de se- O capítulo IV, “Medidas de Natureza Insti- gurança pública, que se tornou possível, tucional”, também dispõe de um único entre outros motivos, graças à montagem e compromisso, o de no 15, “Sistema Nacio- ao aperfeiçoamento de um amplo sistema nal de Segurança Pública”. As 6 ações aí de informações criminais. Esse sistema, embutidas procuram atender basicamente a nos Estados Unidos, envolve pelo menos POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise catorze grandes bases de dados, sendo as dos instrumentos utilizados para buscar o mais conhecidas a Pesquisa Nacional de cumprimento dos compromissos. De acor- Vitimização Criminal (NCVS), o Relatório do com a tabela 19, verificamos que, de Uniforme de Crimes (Uniform Crime Report fato, o Ministério da Justiça lançou mão − UCR) e seu sucessor, o Relatório Nacio- dos mais variados instrumentos, tendo nal de Incidentes, além das Estatísticas Pri- sido a via das ações preventivas emprega- sionais Nacionais (NPS). Praticamente to- da de forma mais intensiva – com 46 ações dos os atores – vítimas, policiais, presos, (37%). No segundo semestre de 2000, no administradores prisionais, promotores e âmbito do Fundo Nacional de Segurança juízes – são ouvidos periodicamente, em Pública, foram celebrados 113 convênios milhares de cidades por todo o país. Com entre o Ministério da Justiça e os governos base nessas informações é que foi possível estaduais, em que a primeira parte com- determinar que tipos de crimes estavam prometeu-se com cerca de R$ 252 mi- crescendo (como também em que lugares e lhões, ao passo que os governos arcaram horários, a que taxas, contra quem, perpe- com cerca de R$ 41 milhões, totalizando trados por quem) e obter centenas de ou- R$ 293 milhões.37 tras informações necessárias para se traçarem políticas de controle da criminalida- De outra forma, o equilíbrio entre os de- de, ancoradas em diagnósticos precisos, mais enfoques sugere que o Plano Nacio- não em impressões subjetivas. nal de Segurança Pública foi formulado para contemplar as várias perspectivas Nesse sentido fica clara e extremamente possíveis de combate à criminalidade e de oportuna a preocupação do Ministério da manutenção da ordem e da segurança pú- Justiça em estabelecer como compromisso blica. Tal amplitude de medidas traduz os a elaboração das bases de dados criminais seus dois principais méritos. Ao mesmo e o intercâmbio com os governos subfede- tempo em que sinaliza para a sociedade o rativos, sem o que as políticas de seguran- real interesse do governo federal em alo- ça pública estaduais continuariam à mercê car esforços para amenizar o problema da do voluntarismo, dos fatos isolados, ou das violência e da criminalidade dos tempos idiossincrasias das autoridades no coman- atuais, expõe a enorme variedade de possi- do, que condicionariam as ações sem qual- bilidades e ações que podem ser empreen- quer conexão com a eficácia, no sentido didas (o que afasta o pessimismo e o fatalis- de uma segurança pública mais duradoura. mo de que a criminalidade não tem jeito), ao conclamar toda a sociedade ao debate. Na tabela 19, procura-se segregar os compromissos e ações contidos no Plano Nacional de Segurança Pública, de acordo com a natureza: preventiva; repressiva; de reformulação administrativa; de melhoria do sistema de informações; ou de reformulação legislativa, no que diz respeito aos Códigos Penal e de Processo Penal. Certamente, algumas das ações classificadas como de uma natureza ou de outra poderiam ser alvo de controvérsia. Contudo, o nosso interesse ao construir a tabela não foi de ge- Por outro lado, tal aspecto positivo traz imanente o seu ponto fraco. Ao elaborar um plano com tamanha amplitude e diversidade de propostas e ações, sem explicitar prioridades, prazos e metas precisamente estabelecidas, como seria de se esperar em qualquer planejamento estratégico, não há como a sociedade verificar os avanços e a efetividade das ações, no sentido de perceber se tais recursos estão tendo a destina- rar uma classificação estrita, mas apenas de proporcionar uma visão geral acerca 37. Para maiores detalhes, ver relatório de Gestão da Senasp/MJ: http://www.mj.gov.br/Senasp/ 91 92 POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise ção correta, ou se estão gerando resultados ções relevantes disponíveis no Brasil. Por- consoantes com a expectativa, de maneira tanto, para além da formulação de metas e que o próprio governo possa reorientar ações, há que se acelerar com urgência a es- seus esforços de eficiência. truturação de um sistema nacional de informações criminais. Esse sistema permitirá Conclusivamente, pode-se dizer que o Pla- que, em uma segunda etapa, possa ser reali- no Nacional de Segurança Pública teve que zada reflexão sobre prioridades, prazos e responder a uma demanda urgente sob instrumentos mais adequados para a políti- pressão dos fatos. No entanto, a formulação ca de segurança pública, sem que se esteja da política de segurança pública está restrita amparado apenas no bom senso e em crité- pela baixa qualidade científica das informa- rios subjetivos. O PLANO NACIONAL DE SEGURANÇA, SEUS COMPROMISSOS E TABELA 19 AÇÕES POR NATUREZA QUANTO AO ENFOQUE NÚMERO DE AÇÕES POR NATUREZA QUANTO AO ENFOQUE COMPROMISSOS POR CAPÍTULO REPRESSIVA PREVENTIVA ADMINISTRATIVA SISTEMAS DE LEI INFORMAÇÕES CAPÍTULO I C1 – COMBATE AO NARCOTRÁFICO E AO CRIME ORGANIZADO 5 C2 – DESARMAMENTO E CONTROLE DE ARMAS 1 3 9 0 1 2 0 C3 – REPRESSÃO AO ROUBO DE CARGAS E MELHORIA DA SEGURANÇA DAS ESTRADAS 2 6 1 3 0 0 0 1 2 1 TESTEMUNHAS E VÍTIMAS DO CRIME 0 4 0 0 0 C6 – MÍDIA X VIOLÊNCIA: REGULAMENTAÇÃO 1 3 0 1 0 TOTAL 9 18 12 8 4 3 6 0 0 0 1 7 1 0 0 C4 – IMPLEMENTAÇÃO DO SUBSISTEMA DE INTELIGÊNCIA DE SEGURANÇA PÚBLICA C5 – AMPLIAÇÃO DO PROGRAMA DE CAPÍTULO II C7 – REDUÇÃO DA VIOLÊNCIA URBANA C8 – INIBIÇÃO DE GANGUES E COMBATE À DESORDEM SOCIAL C9 – ELIMINAÇÃO DE CHACINAS E EXECUÇÕES SUMÁRIAS 6 0 0 0 0 C10 – REDUÇÃO DA VIOLÊNCIA RURAL 1 1 2 1 0 C11 – INTENSIFICAÇÃO DAS AÇÕES DO PNDH 0 12 0 0 0 1 0 5 0 1 C12 – CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL E REAPARELHAMENTO DAS POLÍCIAS C13 – APERFEIÇOAMENTO DO SISTEMA PENITENCIÁRIO 0 2 6 0 0 12 28 14 1 1 C14 – APERFEIÇOAMENTO LEGISLATIVO 0 0 0 0 11 TOTAL 0 0 0 TOTAL CAPÍTULO III COMPROMISSOS CAPÍTULO IV C15 – SISTEMA NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA SOMA GERAL (%) Fonte: Plano Nacional de Segurança Pública. 0 0 0 6 0 0 0 6 0 0 21 46 26 15 16 16,9 37,1 21,0 12,0 12,9 DESENVOLVIMENTO RURAL Conjuntura Recente da Política Agrária No ano 2000, o governo federal – a partir dos pressupostos expressos na sua proposta “Novo Mundo Rural” – implementou mo- a) A possibilidade de, mediante convênio, delegar a estados, municípios e Distrito Federal o cadastramento, vistoria, avaliação de propriedades rurais, bem como “outras atribuições relativas ao Programa Nacional dificações de monta na política agrária na- de Reforma Agrária”; como requisito para a cional, mudando o desenho institucional descentralização é exigido que os níveis de dos órgãos com atuação na área, especificamente o INCRA, e intensificando os esforços governo subnacionais tenham instituído órgão colegiado para a “formulação de pro- de repasse para outras esferas governamen- postas para a adequada implementação da tais de várias das atribuições que até então política agrária”, com participação paritária vinha exercendo com exclusividade. do governo e da sociedade civil organizada Outra novidade na orientação da política e 3o da Lei n o 4 504/1964). (Nova redação para o artigo 6o, parágrafos 2o agrária é a ênfase na aplicação dos chamados mecanismos de mercado para aquisi- b) Mudanças nas regras de pagamento das ção de terras (Cédula da Terra, Banco da indenizações em caso de desapropriação, Terra e Programa de Crédito Fundiário), o que passa a ser feito antes do julgamento que desloca o instrumento da desapropria- definitivo da ação na Justiça, e não mais ção por interesse social para uma posição posteriormente. Também não serão pagos de menor prioridade. juros compensatórios se o imóvel for considerado totalmente improdutivo (Nova As principais mudanças normativas foram redação para o artigo 15a, do Decreto-Lei efetivadas ainda no primeiro semestre de no 3 365/1941). 2000, por medida provisória: MP no 1 577 de 11/6/97, cuja última edição é a MP no 2 c) Aumento para 50 meses do prazo de res- 183-54, de 28/6/2001, e que vem sendo gate dos Títulos da Dívida Agrária (TDA), sucessivamente reeditada com freqüentes com alterações nos juros devidos (Nova modificações. Alguns pontos a destacar redação para o artigo 5o, parágrafos 3o e 4o nessa MP são: da Lei no 1 877/1991). 94 POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise d) A criação do Programa de Arrendamen- No campo da repressão às ocupações, cabe to Rural (Nova redação para o artigo 25, da mencionar que, por meio de atos adminis- Lei no 4 504/1964). trativos, foi criada, no âmbito da Polícia Federal, a Divisão de Conflitos Agrários. e) A determinação de que cessará em cinco anos o direito do proprietário de propor ação de indenização por desapropriação (Nova redação para o artigo 10, parágrafo único, do Decreto-Lei no 3 365/1941). Ainda em relação à descentralização da reforma agrária, projeto de lei complementar enviado em regime de urgência urgentíssima ao Congresso Nacional descentralizará a reforma agrária. Os estados passam, então, a responsáveis pela prestação dos serviços – infra-estrutura econômica e social – aos assentados, e contam, para tanto, com toda a receita do Imposto Territorial Rural (ITR). Devem criar, portanto, um fundo agrário, com aqueles recursos, que somente poderão ser utilizados nos projetos de reforma agrária. Por meio da MP supracitada, nas suas últimas reedições, efetuaram-se também a redefinição e o aprofundamento das punições aos participantes de ocupações de prédios públicos e imóveis rurais privados (Nova redação ao artigo 2o, parágrafos 6o a 8o, da Lei no 8 629/1993): a) As terras invadidas não serão vistoriadas por dois anos – mesmo que comprovadamente improdutivas. Se houver reincidência, o período será contado em dobro, impossibilitando a desapropriação. b) Os indiciados em processos por invasão de terras e prédios públicos, depredação e seqüestro de funcionários serão excluídos do processo de reforma agrária e não poderão ser beneficiados por projetos de assentamento. c) É vedado que organização que participe direta ou indiretamente da ocupação receba, a qualquer título, recursos públicos. Por meio dessa Divisão, a Polícia Federal pode intervir diretamente em conflitos sem necessitar de autorização do(s) respectivo(s) governo(s) estadual(is). Uma tarefa importante a ser desenvolvida por agentes federais será identificar e coibir as chamadas “invasões consentidas”, nas quais as ocupações de terra eram previamente negociadas entre os sem-terra e proprietários interessados em serem desapropriados. Esses imóveis terão o cadastro cancelado, ficando impossibilitados de acessarem qualquer tipo de financiamento. Para efeitos de análise, pode-se classificar esse conjunto de medidas em grandes grupos: 1. Um grupo destina-se a conter conflitos sociais: proibição de vistorias de terras invadidas, criminalização das ocupações de quaisquer tipos, envolvimento dos órgãos de segurança com a questão agrária, articulações para que as procuradorias de Justiça estaduais procedam com rigor contra manifestações dos sem-terra.38 2. Medidas outras com vistas a tirar o governo federal do foco dos conflitos agrários, transferindo para o poder local diversas atribuições do Programa Nacional de Reforma Agrária. 3. Regras relativas aos prazos para liquidação dos Títulos da Dívida Agrária ( ) e almente devidos, penalizando o latifúndio. Também se alterou o prazo máximo para propor ações que questionem o valor imputado às suas terras. Como resultado, durante o ano 2000 houve muitas prisões de POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise 4. Criação do Programa de Arrendamento Ru- formações disponíveis, ainda não totaliza- ral, seguindo a diretriz geral da orientação das, indicam algumas mudanças no perfil do mercado no processo da aquisição de dos conflitos rurais nos últimos meses. Por terras para disponibilizá-las aos sem-terra. deliberação dos principais movimentos so- Essa orientação, que também é recuperada ciais rurais, foi estabelecida como estratégia com a introdução dos vários mecanismos de luta que se evite pulverizar as ações de de crédito fundiário institucionalizados protesto e ocupação de terras, optando-se por meio do Programa Cédula da Terra e do por um número menor de manifestações, Banco da Terra, colide com a posição do mas envolvendo maior número de pessoas. Movimento Rurais Por outro lado, o governo tomou uma série Sem-Terra e com manifestações das entida- dos Trabalhadores de medidas de ordem legal, normativa e po- des reunidas no Fórum Nacional de Enti- licial no intuito de minimizar as manifesta- dades em Defesa da Reforma Agrária. ções dos sem-terra, sobretudo ao fixar regras mais rigorosas sobre a matéria. Para o MDA, os índices de violência no campo foram reduzidos, como conseqüência da maior presença do Estado. Em 2000, houve dez casos de morte, contra 27 em 1999 e 47 em 1998.39 Quais são os Números da Situação Agrária? É fato recorrente na conjuntura o debate entre o governo, de um lado, e o movimentos social e sindical rurais, de outro, acerca dos números da violência no campo e dos resultados da reforma agrária. No início deste ano, a discussão alcançou os indicadores de concentração fundiária, que, segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário, teriam caído, com o Índice de Gini passando de 0,848 em 1999 para 0,802, em 2000 (Estado de S. Paulo, 5/1/2001). A metodologia utilizada pelo MDA implicou a retirada da base de cálculo, no ano 2000, de grandes áreas supostamente em mãos de grileiros e, como essa imensa área integrava a base anterior (1992), a comparação de resultados fica prejudicada. Alterou, também, sua base cadastral com o fim de imputar os novos assentados e excluir as terras públicas.40 Ou seja, em apenas um ano teria ocorrido uma redução expressiva, jamais observada antes, de mais de 5%. Os dados dos censos agropecuários do IBGE, contudo, apresentam um outro perfil, em que as melhorias desse indicador são tímidas quando se observam os dados relativos a várias décadas. O quadro seguinte mostra, para o Brasil e grandes regiões, a evolução do Índice de Gini, construído com base nos censos agropecuários do IBGE. Os dados globais mostram que as variações intercensitárias são muito pequenas, e revelam que, até meados da década passada, a estrutura de distribuição da propriedade fundiária brasileira permaneceu praticamente inalterada. Se os assentamentos criados, desde a Nova República, tiveram alguma conseqüência nos indicadores de concentração, isso resultou na queda do Índice de Gini em 0,1 ponto percentual. Nesse sentido, resta um grande espaço a ser ocupado por políticas fundiárias que possam, de forma sustentada, ao longo de alguns poucos anos, provocar efetiva desconcentração fundiária. 39. http://www.mda.gov.br/incra/reforma/recordes4.htm. 40. http://www.mda.gov.br/incra/reforma/recordes4.htm. 95 96 POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise QUADRO 1 EVOLUÇÃO DO ÍNDICE DE GINI, 1950/1995 Regiões e Brasil 1950 1960 1970 1975 1980 1985 1995 Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste 0,944 0,849 0,763 0,741 0,833 0,944 0,845 0,772 0,725 0,901 0,831 0,854 0,760 0,725 0,876 0,863 0,862 0,761 0,733 0,876 0,841 0,861 0,690 0,743 0,861 0,812 0,869 0,772 0,747 0,857 0,820 0,859 0,767 0,742 0,831 0,840 0,839 0,843 0,854 0,857 0,857 0,856 Brasil Fonte: Gasques, J.G. e Conceição, J.C.P.R. “A Demanda por Terra para a Reforma Agrária no Brasil”. In: Anais do 36o Congresso de Economia e Sociologia do Rural (SOBER). Foz do Iguaçu. Não são as dificuldades de comparação entre os últimos censos agropecuários que implicam a busca de outras informações, mas sim a questão da atualidade das informações, pois os dados controversos referem-se ao último biênio. Em dois recentes trabalhos, o professor Rodolfo Hoffmann observa que nos anos 1990 não ocorreram alterações significativas nos indicadores de concentração da terra. Em artigo que utiliza as estatísticas cadastrais do INCRA, afirma: “Verifica-se que há muita semelhança entre os indicadores em 1972 e 1992, mostrando a grande estabilidade na estrutura fundiária nestes vinte anos. (...). Quase todos os indicadores mostram que há um crescimento da desigualdade entre 1992 e 1998” [Hoffmann, Rodolfo. A estrutura fundiária no Brasil de acordo com o cadastro do INCRA: 1967 a 1998. set./1998].41 Ao analisar os dados da PNAD, que, após 1992, passou a contar com a informação da área dos empreendimentos agrícolas (conceito menos abrangente que o de estabelecimento, utilizado no censo agropecuário referindo-se, também, à posse da terra, diferentemente do imóvel, unidade de propriedade, cadastrado pelo INCRA), Hoffmann conclui: “Apesar de suas limitações, os dados sobre área dos empreendimentos agrícolas nas PNADs são, em linhas gerais, consistentes com as informações sobre estrutura fundiária provenientes dos Censos Agropecuários e do Cadastro do INCRA. (...) Não se observa nenhuma tendência sistemática, no período 1992/1999, de aumento ou diminuição no número de empreendimentos. Tampouco se observa tendência de mudança no elevado grau de desigualdade da distribuição da posse da terra no país”. [Hoffmann, Rodolfo. A distribuição da posse da terra no Brasil de acordo com as PNADs de 1992 a 1999. In: Gasques, J.G. (org.) Transformações da Agricultura e Políticas Pú- blicas. Brasília: IPEA, 2001]. Interessa apreender dessa controvérsia que a fragilidade desses dados, que se estende ao de pessoas assentadas, à magnitude da violência no campo e aos desembolsos do PRONAF, demonstra os obstáculos a um eficiente e eficaz processo de monitoramento e avaliação da política agrária. Por último cabe um comentário sobre outra informação que, como outras aqui citadas, é motivo de controvérsia entre movimentos sociais e governo: os custos reais de aquisição de terras para reforma agrária. E aqui cabe uma preciosa advertência: há um marco normativo – a Lei Agrária de 1993, reforçada pela legislação do “Rito Sumário” de 1997 e 1998, que contribuiu para a diminuição dos custos da desapropriação e da violência nos processos policiais de expulsão dos trabalhadores “invasores” das fazendas, que supostamente não cumpririam sua função social (constitucionalmente definida). A batalha dos números cede aqui lugar a informação mais criteriosa. Uma pesquisa contratada pelo próprio MDA para analisar os custos de desapropriação (entre 1993 e 1999) em mais de 200 processos, que envolviam cerca de 6,0 milhões de hectares, chega à seguinte conclusão: dos processos desapropriatórios homologados entre 1993 e 1998, os valores oferecidos pelo INCRA em geral não foram incrementados e tiveram um custo total médio por hectare de R$ 221,12.42 41. Ver http://www.eco.unicamp.br/projetos/rurbano.htm 42. Desapropriação Agrária pelo Rito Sumário: Justa indenização, vol. 1, Brasília, Ministério do Desenvolvimento Agrário, abril de 2001. POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise Reforma Agrária Os dados disponíveis sobre a criação de projetos de assentamento são contraditórios e apresentam variações, mesmo quando possuem a mesma origem institucional. As maiores discrepâncias foram as observadas no ano 2000. Os dados apresentados a seguir têm como base o arquivo de registros que vem sendo implementado pelo INCRA há alguns anos. Em tese, é a partir dos registros desse arquivo que são calculados os dispêndios necessários à efetiva implantação de cada projeto de assentamento e a situação de cada um deles. O registro identifica cada projeto, sua localização espacial (estado e município), a data de criação, a fase em que se encontra sua implementação, a forma de obtenção da terra, a área do projeto e respectiva capacidade de assentamento (número de famílias). Por essa fonte, teriam sido assentadas, em 1999, 53 197 famílias, e, em 2000, apenas 36 061 famílias. Em outro documento – “Balanço da Reforma Agrária” – o MDA informa que, em 1999, teriam sido assentadas cerca de 85 mil famílias e, em 2000, 108 mil. Uma explicação para tal diferença poderia ser que, com a descentralização do Programa de Reforma Agrária, o INCRA não estaria sendo informado sobre projetos de assentamentos criados por iniciativa dos governos estaduais em terras públicas ou compradas. Também os assentamentos originados pelo Programa Cédula da Terra / Banco da Terra – discutidos a seguir – poderiam não estar sendo integralmente computados. No momento, só se conta com os dados relativos à execução orçamentária dos diversos projetos e atividades que formam o Programa para tentar estimar a real dimensão dos assentamen- Os dados informam sobre uma possível diminuição do custo médio por família assentada. Segundo o MDA, esse valor baixou de R$ 19 412,74, em 1995, para R$ 9 393,13, em 1999. Esta diferença pode ser atribuída a vários fatores, inclusive à descentralização que leva estados e municípios a assumirem parcela do custo, antes inteiramente a cargo da União. Por outro lado, desde a implantação do Plano Real, o preço de todos os tipos de terra caiu em torno de 50% em valores constantes e o preço médio das indenizações por hectare desapropriado (inclusive benfeitorias) está caindo, por determinação de sentenças judiciais. Estudo do INCRA indica valores entre R$ 221 e R$ 280 por hectare, com redução da ordem de 27%.43 Os Programas e sua Execução Orçamentário-Financeira em 2000 A responsabilidade pela implementação dos projetos e atividades do Ministério do Desenvolvimento Agrário cabe, basicamente, às Secretarias da Reforma Agrária (INCRA) e da Agricultura Familiar. O INCRA, historicamente, concentrou a res- ponsabilidade por todas as ações relativas à reforma agrária: obtenção e gerenciamento dos recursos fundiários; todas as etapas do processo de implementação dos projetos de assentamento (desde a seleção de beneficiários até a implantação da infra-estrutura necessária); atribuição e liberação dos créditos de instalação e de desenvolvimento produtivo; e fiscalização e decisão sobre a emancipação dos projetos. E ainda, centro de suas atribuições, tinha o poder de promover desapropriações de terras para fins de reforma agrária, cumprindo e fazendo cumprir a função social da propriedade fundiária. tos realizados. De qualquer forma, fica evidenciado que não se dispõe, na atualidade, de informação precisa sobre a implementação da política agrária. 43. INCRA, Desapropriação Agrária pelo Rito Sumário: justa indenização, vol. I, pág. 83, Brasília, dezembro de 1999. 97 98 POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise Em anos recentes, o INCRA tem tido suas Os recursos destinados à obtenção e ao ge- atribuições diminuídas – à medida que renciamento dos recursos fundiários fica- avança o processo de descentralização –, ram com quase 60% do total destinado a mas ainda mantém as funções de promo- atividades-fim. Em termos de execução, ver o assentamento de trabalhadores ru- menos de 60% dos recursos programados rais sem-terra e de obter e administrar os foram empenhados e apenas 55% tinham recursos fundiários necessários. A criação sido pagos até 20 de janeiro último. Esse do PCT – Programa Cédula da Terra – se- desempenho sinaliza o arrefecimento das guida pela do Banco da Terra, estaria ex- ações de obtenção de terras fora do mode- pressando, segundo o Fórum Nacional lo PCT/BT.45 pela Reforma Agrária, que congrega diversas entidades vinculadas aos movimentos Entre 1979 e 1994, o INCRA desapropriou sociais rurais, a visão governamental de 9,6 milhões de hectares, que, somados aos que a reforma agrária já não cumpre papel quantitativos de terra obtidos via arrecada- no processo de desconcentração da estru- ção, viabilizaram a utilização em projetos tura de propriedade da terra e na redução de colonização e de reforma agrária de das desigualdades socioeconômicas, de- mais de 16,6 milhões de hectares, concen- vendo ser substituída, em larga medida, trados na região Norte do país. Assim, nes- por mecanismos de mercado. se período, 58% do total das áreas utilizadas para assentamento foram obtidos via O exame da execução orçamentária global, desapropriação. relativo às ações e atividades que compõem a área finalística da reforma agrá- No período 1995/1998, que concentra o ria,44 mostra que boa parte das ações progra- maior esforço governamental na criação madas para execução em 2000 só será con- de projetos de assentamentos – foram cria- cluída – e paga – no corrente ano. Dos re- dos mais de 2,1 mil projetos, para o assen- cursos totais (Lei + Crédito) disponíveis, fo- tamento de mais de 272 mil famílias, em ram empenhados e liquidados 77,3% do to- 11,5 milhões de hectares –, as desapropria- tal. A execução financeira desse conjunto ções responderam por 7,6 milhões de hec- de ações teve desempenho menor, 66,4%. tares (66%). 44. Inclui as seguintes atividades: (1) Acompanhamento da instalação de projetos de assentamentos rurais; (2) Administração e operação do complexo industrial Pacal; (3) Assistência jurídica às famílias acampadas; (4) Assistência social às famílias acampadas; (5) Assistência técnica e capacitação de assentados Lumiar/ Pronera; (6) Assistência técnica e capacitação de famílias assentadas em projetos criados até 1998 – Lumiar; (7) Concessão de crédito para implantação de infra-estrutura básica Banco da Terra; (8) Concessão de crédito para implantação de infraestrutura básica Cédula da Terra; (9) Concessão de créditoinstalação das famílias assentadas em projetos criados até 1998; (10) Concessão de crédito-instalação de famílias assentadas; (11) Infra-estrutura complementar para emancipação de assentamentos rurais criados ate 1998; (12) Investimento em infra-estrutura básica para assentamentos rurais; (13) Plano de Desenvolvimento do assentamento rural; (14) Plano de Desenvolvimento dos assentamentos rurais criados até 1998; (15) Topografia em áreas de assentamento rural; (16) Topografia em áreas de assentamentos rurais criados até 1998; (17) Concessão de crédito para aquisição de imóveis rurais Banco da Terra; (18) Discriminação de áreas devolutas e terras irregularmente ocupadas; (19) Identificação de imóveis passíveis de desapropriação e aquisição; (20) Obtenção de terras; (21) Perícia judicial em ações de desapropriação de imóveis; (22) Sistema de informações de projetos de reforma agrária – SIPRA; e (23) Titulação de terras. Em 1999, com a concessão de maior ênfase aos instrumentos de mercado, foi desapropriado 1,8 milhão de hectares, com capacidade de assentamento para 38,1 mil famílias mas, ainda assim, isso representava mais de 52% das terras que vieram a formar os assentamentos criados naquele ano. Em 2000, o ritmo de desapropriações caiu, incorporando 474,4 mil hectares ao Programa de Reforma Agrária, o que representa apenas 27,5% da área total dos projetos criados. O instrumento da desapropriação vem, assim, perdendo espaço, o que pode estar limitando a implementação de um número maior de assentamentos. 45. PCT/BT – Programa Cédula da Terra / Banco da Terra. POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise Ao longo do processo de avaliação dos prios à realização da reforma agrária. O ar- programas do PPA 2000/2003 explicita- gumento é a limitação do mercado enquan- vam-se deficiências no desenho e na ges- to instrumento que possibilite a desconcen- tão daqueles da área agrária: os indicado- tração da riqueza (no caso, da terra), diante res não expressavam os objetivos, não per- do pressuposto de que a reforma agrária mitiam uma mensuração do desempenho constitui uma intervenção deliberada do efetivo e, principalmente, não foram cal- Estado na estrutura fundiária com o objeti- culados ao fim do exercício, como é legal- vo central de promover uma distribuição mente exigido. Releve-se, ainda, que ne- socialmente justa e eqüitativa da terra. Po- nhum dos indicadores de desempenho der-se-ia empregá-los, porém, como instru- propostos pelo MDA buscava quantificar mentos complementares de uma estratégia as famílias assentadas a cada ano. A seguir, de política fundiária, sobretudo para áreas apresentam-se informações detalhadas de que não comportem o uso da desapropria- quatro dos principais programas. ção por interesse social. 1. Novo Mundo Rural: Enquanto o Cédula da Terra foi imple- Assentamento de mentado apenas na região Nordeste, o Trabalhadores Rurais Banco da Terra vem crescendo na região Sul. Embora estejam disponíveis os mon- Das doze ações integrantes do Programa de tantes de recursos que – via convênios – Assentamento de Trabalhadores Rurais, três vêm sendo liberados para as entidades concentram 95% dos recursos. A mais sig- conveniadas, não existem outras informa- nificativa é a relativa à “Obtenção de Ter- ções disponíveis, no momento, sobre ra”, sem dúvida a ação mais dispendiosa da como esses recursos estão sendo gastos. reforma agrária, que fica com quase 60% do montante total (ver tabela 1.1 do Anexo Es- Diante do debate, o MDA e o Banco Mun- tatístico). Mas, enquanto os recursos orça- dial, com o apoio da CONTAG, partiram mentários para a compra de terra, via Banco para a formulação de um novo projeto, da Terra, aumentam 78% em 2001, os re- denominado Crédito Fundiário e Comba- cursos para desapropriação diminuem mais te à Pobreza Rural, que conta com dotação de 17% – de R$ 441 milhões em 2000 pas- orçamentária para 2001. Esse novo proje- sam a R$ 365 milhões em 2001. to, porém, não diverge fundamentalmente do CT/BT, mantendo o mesmo princípio O encolhimento dos recursos a serem gas- básico de substituir a reforma agrária por tos com a elaboração de planos de Desen- concessão de créditos, a juros reais, para volvimento dos Assentamentos também que agricultores sem ou com pouca terra chama a atenção, uma vez que constituem possam adquiri-la no mercado. Com isso, requisito obrigatório para os assentados o debate prossegue, pois se afirma que es- terem acesso aos créditos a que fazem jus, ses instrumentos não promovem a redis- valendo o mesmo critério para os benefi- tribuição da riqueza, permitindo apenas ciados pelo PCT/BT. que o ativo “terra” ganhe liquidez. Como conseqüência pode-se gerar pressões altis- 2. Cédula da Terra/Banco da Terra tas no mercado de terra, supondo-se, ade- Há um forte debate a respeito de se o Ban- mais, que os trabalhadores que compram a co da Terra e seus conexos, como o Cédu- terra terão capacidade financeira para qui- la da Terra, constituem instrumentos pró- tar os financiamentos. 99 100 POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise 3. Emancipação de Assentamentos cursos destinados para essa atividade fo- Rurais ram empenhados e gastos (execução acima Esse programa vem sendo desenvolvido de 99%). Já os recursos destinados à com- para dar solução às deficiências existentes plementação da infra-estrutura dos assen- nos assentamentos criados até 1998 − onde tamentos foram subutilizados: 68% do au- grande parte dos projetos e das famílias as- torizado foi empenhado e liquidado (ver sentadas − não têm conseguido viabilizar- tabela 1.1 do Anexo Estatístico). As demais se. As razões para isso são de naturezas di- atividades, que ficam com menos de 20% versas, mas, quase sempre, decorrentes de dos recursos, são fundamentais para a falhas de planejamento e de execução do construção das condições de emancipação Programa de Reforma Agrária, além de pro- dos projetos. jetos localizados em áreas agroecologicamente inadequadas, sem condições de dar Os assentados, assim como os agricultores suporte a nenhum tipo de agricultura sus- familiares em geral, enfrentam graves pro- tentável. A essa desvantagem soma-se a de- blemas com a precariedade e a insuficiência corrente da insuficiência das áreas agricul- dos serviços de assistência técnica que lhes táveis destinadas para cada família, com o são prestados. O abandono da assistência tamanho médio dos lotes diminuindo nos técnica pública, que vinha até anos recentes últimos anos. Os projetos localizados na re- sendo financiada pelo governo federal, res- gião semi-árida nordestina, por exemplo, tringiu ou mesmo resultou no fechamento padecem de múltiplas desvantagens: à falta de serviços públicos estaduais, o que deixou de água soma-se o fato de em geral recebe- os assentados e agricultores familiares sem rem um lote de terra com tamanho abaixo acesso a esse serviço. No Ceará, por exem- do módulo rural preconizado: raramente plo, o serviço estadual de assistência técnica ultrapassam os 40 hectares, sendo de 50 está unicamente direcionado para atender hectares o módulo fixado para a região. às pouco mais de 2 mil famílias que tiveram acesso à terra via Cédula da Terra/Banco da Muitos dos assentados antes de 1998 ainda Terra e que, ao fim do ano 2000, representa- estão aguardando o recebimento dos crédi- vam cerca de 10% do total de famílias as- tos de instalação. Praticamente todos os re- sentadas no estado, cerca de 23 mil. RECURSOS LIBERADOS PELO BANCO DA TERRA E PROGRAMA CÉDULA DA TABELA 19 TERRA A PARTIR DE RESOLUÇÕES DO SEU CONSELHO CURADOR − BRASIL: 1999 E 2000 REGIÕES 1999 VALOR EM R$ NORTE NORDESTE SUDESTE SUL CENTRO-OESTE TOTAL/BANCO DA TERRA TOTAL/CÉDULA DA TERRA TOTAL GERAL Fonte: MDA/INCRA. 2000 (%) VALOR EM R$ TOTAL (%) VALOR EM R$ (%) 0,00 0,00 3 600 000,00 1,63 3 600 000,00 1,27 29 365 900,00 48,09 16 200 000,00 7,31 45 565 900,00 16,13 1 900 000,00 3,11 35 900 000,00 16,21 37 800 000,00 13,38 24 800 000,00 40,61 141 800 000,00 64,02 166 600 000,00 58,96 5 000 000,00 8,19 24 000 000,00 10,84 29 000 000,00 10,26 61 065 900,00 100,00 221 500 000,00 100,00 282 565 900,00 86,24 45 070 900,00 13,76 327 636 800,00 100,00 POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise 4. Novo Mundo Rural: Consolidação do realizadas como necessário, compro- de Assentamentos Rurais metendo a execução física das ações. Com o propósito de criar condições para a emancipação nos projetos instalados a Os créditos para implantação de infra-es- partir de 1999, o Programa tem como prin- trutura para beneficiários do Cédula da cipal componente “Investimentos em In- Terra foram integralmente empenhados e fra-Estrutura Básica para Assentamentos quase totalmente gastos (99%). Para os be- Rurais”, que concentra 48% dos seus re- neficiários do Banco da Terra, 70% dos re- cursos. Esse componente realizou o empe- cursos autorizados foram empenhados, nho de quase toda a dotação orçamentária mas, efetivamente pagos, menos de 10%. – 92%, dos quais foram pagos 47%. Ou Uma possível explicação seria que o Pro- seja, também ficou para o último trimestre grama Banco da Terra tenha concentrado a realização desses gastos, que em setem- esforços na negociação de convênios com bro significavam 13% do total previsto. estados, municípios e associações, e estes Dado que boa parte dessas ações deve ser não teriam executado o programado. executada em parceria com instituições TABELA 20 como a Caixa Econômica Federal e prefei- Dos recursos a serem aplicados em 2001, turas, ou neste ano houve dificuldades no sobressai o incremento de 72% nas linhas ajuste das parcerias, ou estas não estão sen- de apoio ao CT/BT. NOVO MUNDO RURAL: CONSOLIDAÇÃO DE ASSENTAMENTOS RURAIS 2000 PROJETO/ATIVIDADE AUTORIZADO LIQUIDADO (LEI EM R$ + CRÉDITOS) MIL CONCESSÃO DE CRÉDITO PARA IMPLANTAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURA BÁSICA − CÉDULA DA TERRA CONCESSÃO DE CRÉDITO PARA IMPLANTAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURA BÁSICA − BANCO DA TERRA ADMINISTRAÇÃO E OPERAÇÃO DO COMPLEXO INDUSTRIAL PACAL (A) PAGO EM R$ MIL (EM R$ MILHARES) 2001 GRAU DE EXECUÇÃO (%) ORÇAMENTÁRIA FINANCEIRA (B/A) (C/B) ESTRUTURA AUTORIZADO ESTRUTURA VARIAÇÃO (PARTICIPAÇÃO) (LEI + (PARTICIPAÇÃO) (D/A) CRÉDITOS) (B) (C) (%) 9 000 9 000 8 871 100,0 98,6 4,0 72 200 50 800 4 657 70,4 9,2 (D) (%) (%) 15 500 5,7 72,22 32,4 51 590 19,0 1,56 500 500 500 100,0 100,0 0,2 500 0,2 0,00 INVESTIMENTO EM INFRA-ESTRUTURA BÁSICA PARA ASSENTAMENTOS RURAIS 104 815 96 309 46 244 91,9 48,0 47,0 94 990 34,9 -1,37 ACOMPANHAMENTO DA INSTALAÇÃO DE PROJETOS DE ASSENTAMENTOS RURAIS 4 931 4 629 4 520 93,9 97,6 2,2 9 947 3,7 114,88 31 658 29 676 20 956 93,7 70,6 14,2 19 381 7,1 -34,69 – – – – – – 80 000 29,4 – ASSISTÊNCIA TÉCNICA E CAPACITAÇÃO DE ASSENTADOS − LUMIAR/PRONERA1 IMPLANTAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURA BÁSICA EM ASSENTAMENTOS RURAIS COMBATE À POBREZA RURAL2 DESENVOLVIMENTO DO COOPERATIVISMO E ASSOCIATIVISMO RURAL2 TOTAL – – – – – – 300 0,1 – 223 104 190 914 85 749 85,6 44,9 100,0 272 208 100,0 42,58 Fonte: SIAFI/STN – Elaboração: IPEA. Notas: 1No Orçamento de 2001, o PRONERA não está incluído na rubrica. 2 Projeto iniciados em 2001. Obs.: Posição em 20/1/01. 101 102 POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise O PRONAF O PRONAF (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), desde sua criação, em 1995, vem passando por sucessivas modificações que têm alterado seu perfil original, com redefinições em seu público-alvo e nos montantes e regras que regem os financiamentos concedidos. Uma das principais alterações nas regras do PRONAF foi incorporar, em sua linha de crédito, os assentados da reforma agrária. Passaram a ser atendidos tanto os assentados que ainda não tinham atingido os limites de financiamento fixados pelo Programa de Crédito Especial para a Reforma Agrária (PROCERA) quanto os novos assentados beneficiários do Programa de Reforma Agrária e dos programas Cédula da Terra e Banco da Terra (CT e BT). Além da incorporação do PROCERA ao PRONAF, o público-alvo foi desdobrado em outras três categorias, segundo o nível de renda bruta anual, a saber: - Grupo A – assentados da reforma agrária e por CT e BT; - o PRONAF-Crédito Rotativo – que apresenta facilidades burocráticas –, o PRONAF-Agroindústria, o PRONAF-Agregar e o PRONAFIntegrado Coletivo. Na tabela 7.4 do Anexo Estatístico é apresentada a evolução dos financiamentos (número de contratos e valor total aplicado) do PRONAF, no período 1995/2000, desagregados segundo a finalidade, custeio ou investimento. Nota-se um crescimento expressivo tanto do número de contratos como do volume nominal de recursos, os quais passam de R$ 90 milhões, em 1995, para quase R$ 2,3 bilhões, em 2000. Com relação aos dados relativos ao biênio 1995/1996, deve-se observar que, de um lado, as normas de financiamento só foram estabelecidas em agosto de 1995, e, de outro, que os empréstimos de investimento iniciaram-se, de fato, em 1997. Considerando-se, então, o desempenho entre 1997 e 2000, verifica-se um crescimento substantivo no número de contratos que não foi acompanhado do aumento no volume aplicado. Concretamente, enquanto os contratos quase duplicaram, o montante financiado teve um incremento da ordem de um terço, o que indica uma queda no Grupo B – miniagricultor familiar, até volume médio dos empréstimos e, possi- então excluído das linhas de financia- velmente, uma ampliação da base de agri- mento, com renda bruta anual de até cultores familiares beneficiados. R$ 1 500, e sem utilização de qualquer - tipo de mão-de-obra não familiar; Contudo, para uma aferição mais realista Grupo C – agricultor familiar com renda do desempenho do PRONAF, impõem-se os bruta anual entre R$ 1 500 e R$ 8 000, seguintes ajustes na tabela 7.4 do Anexo podendo utilizar mão-de-obra de empre- Estatístico; gados temporários; e - Grupo D – agricultor familiar com renda bruta entre R$ 8 000 e R$ 27 500, podendo dispor de até dois empregados permanentes. Essa segmentação deu continuidade a prá- a) deflacionar os valores pelo IGP-DI (base = dezembro de 2000); e b) nos anos de 1999 e 2000, analisar em separado o Grupo A − assentados. Isso feito, pode-se analisar o comporta- ticas anteriores, como a que contemplava mento real do PRONAF-Crédito, sem a in- o grupo C com o chamado “Pronafinho”, corporação dos valores do PROCERA. Na instituído em 1997 com taxas de juros me- tabela 21 são apresentadas essas informa- nores. Também foram criadas outras linhas: ções, notando-se, claramente, que a incor- POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise poração do público da reforma agrária ao os vários grupos. Nesse cenário, nota-se PRONAF foi acompanhada de uma queda que os empréstimos ao Grupo D apresen- do volume emprestado para o público ini- tam desempenho melhor, quando se ana- cial do PRONAF, da ordem de 20% entre lisa a utilização dos recursos equalizados 1997 e o biênio 1999/2000. relativamente ao Grupo C. Os grupos A e A introdução dos assentados significou a queda no volume de recursos destinado ao público original do Programa, ou seja, assistiu-se a um processo de “canibalização” dos recursos. Uma possível interpretação é a de que a excessiva segmentação dos agricultores beneficiários do Programa, associada à incorporação de novos segmentos, tornou mais complexo o seu gerenciamento, com o agravamento da luta pelos recursos entre B contam com recursos do Tesouro Nacional e/ou dos Fundos Constitucionais. Haveria, então, tendência à diminuição do limite de renda bruta para o ingresso no PRONAF, processo recorrente nas políticas de crédito para as pequenas e médias propriedades. Esta é uma tática historicamente utilizada para preservar os objetivos desses programas, sem, todavia, implicar ampliação de recursos. DESEMPENHO DOS EMPRÉSTIMOS DO PRONAF, EM VALORES TABELA 21 CORRENTES E REAIS, COM E SEM GRUPO A – 1997/ 2000 ANOS TOTAL GRUPO A (R$ 1 000- (R$ 1 000 − VAL. CORRENTES) VAL. CORRENTES) CUSTEIO - SUBTOTAL INVESTIMENTO - TOTAL ÍNDICE (R$ 1 000-VAL. 2 000)1 SEM A COM A SEM A COM A SEM A 1 746 160 2 297 476 2297 476 100,00 100,00 1997 1 746 160 1998 1 793 365 - - 1 793 365 2 271 294 2271 294 98,86 98,86 1999 1 966 904 83 630 184 543 1 698 731 2 237 781 1 932 676 97,40 84,12 2000 2 287 533 45 387 397 525 1 844 621 2 287 533 1 844 621 99,57 80,29 Fonte: BACEN/RECOR, Sec. Des. Rural/MA, Sec. Agr. Familiar/MDA, Banco do Brasil, Banco do Nordeste e BNDES. Nota: 1IGP-DI média 2000. A distribuição dos recursos entre os dife- tos, totalizando menos de R$ 24 milhões, rentes grupos do público beneficiário do equivalentes a 1,4% do total aplicado. PRONAF revela grande discriminação dos agricultores de menor renda na concessão do crédito (ver tabela 22), e evidencia também que este dirige-se, na quase totalidade, para os grupos D e A, devido ao fato de os primeiros terem maior capacidade de pagamento e os assentados contarem com a salvaguarda do Tesouro. Observase, ainda, na tabela 22, que mais da metade dos agricultores familiares (estabelecimentos) enquadram-se no Grupo B, cuja linha de financiamento teve suas primei- O valor médio nominal dos contratos diminuiu sensivelmente entre 1997 e 2000, passando de R$ 3,4 mil para R$ 2,5 mil, em parte por influência da incorporação dos assentados e pela criação do Grupo B. Isso parece indicar uma ampliação do público do PRONAF, com o crescimento dos financiamentos dirigidos aos agricultores de renda intermediária, ou seja, os classificados no Grupo C. É fato que a queda nos valores médios para os contratos de custeio, entre 1997 e 2000, da ras e modestas operações realizadas em ordem de 12%, é bem menos significativa que a observada para os empréstimos de in- fins do ano passado, com 48 222 contra- vestimento, superior a 48%. 103 104 POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise DISTRIBUIÇÃO DOS GRUPOS DE BENEFICIÁRIOS DO PRONAF-CRÉDITO NOS EMPRÉSTIMOS, EM 1999 E 2000, E NO CONJUNTO DOS ESTABELECIMENTOS, TABELA 22 NO CENSO AGROPECUÁRIO 1995/1996 (EM PORCENTAGEM) RECURSOS GRUPOS COM A SEM A 1999 ESTABELECIMENTOS 1999 2000 2000 1995/1996 A 14,6 20,5 – – ... B 0,0 1,1 0,0 1,4 53,4 C 13,7 22,2 16,1 28,0 36,5 D 71,5 56,1 83,9 70,7 10,1 Fonte: Secr. Agric. Familiar/MDA e Sabbato, Alberto Di (2000). O Público-Alvo do Crédito Rural o PRONAF: estimativa a partir dos dados do Censo Agropecuário do IBGE de 1995/1996. Set./2000, INCRA/FAO. mimeo TABELA 23 VALOR MÉDIO DOS CONTRATOS DO PRONAF – 1995/ 2000 INVESTIMENTO (EM R$ − VALORES CORRENTES) ANO CUSTEIO TOTAL 1995 2 946,61 3 493,24 2 949,96 1996 1 786,71 2 219,16 1 793,43 1997 2 389,04 7 526,80 3 385,83 1998 2 083,89 6 288,11 2 722,02 1999 2 118,50 4 698,88 2 464,44 2000 2 097,29 3 945,07 2 462,89 Fonte: BACEN/RECOR, Sec. Des. Rural/MA, Sec. Agr. Familiar/MDA, Banco do Brasil, Banco do Nordeste e BNDES. Quanto aos contratos para investimentos, observa-se, de um lado, um comportamento errático do montante aplicado, que, após atingir R$ 750 milhões, em 1997, caiu para cerca de R$ 500 milhões, em 1999, alcançando, no ano passado, R$ 725 milhões.45 De outra parte, o número de contratos, cuja informação apresenta grandes divergências, dependendo da fonte privilegiada, situou-se, entre 1997 e 1999, ao redor de 100 mil, tendo no ano passado superado 180 mil contratos. Essa queda no valor médio dos contratos foi observada para todos os agentes financeiros, ou seja, no Banco do Brasil, Banco do Nordeste e repasses do BNDES. Quanto ao Banco do Nordeste, cabe destacar a presença no ano passado dos financiamentos do Grupo B, cujo valor médio foi de R$ 497,21. O PRONAF-Crédito conta com recursos oriundos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), dos Fundos Constitucionais de Desenvolvimento (FNO, FNE e FCO), das Exigibilidades Bancárias, do Tesouro Nacional (OGU) e de Recursos dos Agentes Financeiros. As outras linhas de ação do PRONAF – financiamento de obras de in- fra-estrutura nos municípios, capacitação e profissionalização de técnicos e agricultores familiares, apoio à pesquisa agropecuária e apoio a comunidades indígenas – 45. Em termos reais, isto é, em valores do ano passado, verifica-se uma significativa queda no volume dos recursos de investimento do PRONAF entre 1997 e 2000. Concretamente, de quase R$ 1 bilhão, em 1997, diminui para menos de R$ 600 milhões, em 1999, atingindo, em 2000, pouco mais de R$ 720 milhões. contam com recursos do Tesouro Nacional, constantes do Orçamento Geral da União (OGU). No caso do PRONAF-Crédito, são alocados pelo Tesouro Nacional, na ru- POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise brica Financiamento e Equalização de Ju- ponderam por 8,3% do montante total de ros para a Agricultura Familiar do OGU, re- empréstimos. Os Fundos Constitucionais, cursos tanto para o financiamento direto especialmente o FNE, importante nos em- aos beneficiários como para a equalização préstimos de custeio e investimento no dos juros nos financiamentos com recur- Nordeste e em Minas Gerais, foram res- sos do FAT. No primeiro caso, os emprésti- ponsáveis, em 2000, por cerca de 10%, ca- mos destinam-se aos assentados da Refor- bendo destacar que parcela dos seus recur- ma Agrária, do Cédula da Terra e do Banco sos passou a se destinar aos assentados. da Terra e, no segundo, referem-se ao dife- Concretamente, os empréstimos para os rencial de juros e aos custos administrati- assentados tiveram, em 1999 e 2000, uma vos dos agentes financeiros. A evolução da participação nos recursos dos Fundos participação dessas fontes, entre 1996 e Constitucionais de, respectivamente, 47% 2000, consta da tabela 24, em que se pode e 71%. Por fim, as Exigibilidades, que se notar que o FAT é a grande fonte do PRO- dirigem somente aos agricultores mais ca- NAF-Crédito, situando-se ao redor de três pitalizados, respondem pelo restante – quartos do total de crédito do PRONAF. 7,6%, em 2000, com diminuição de sua Com a incorporação do PROCERA ao PRO- participação, tendo sido importantes no NAF, os recursos do Tesouro Nacional pas- ano de 1996, quando, junto com o FAT, sam a constar como fonte de financiamen- respondiam pela totalidade do crédito do to direto, sendo que, no ano passado, res- PRONAF. PARTICIPAÇÃO DAS FONTES FINANCIADORES DO TABELA 24 PRONAF-CRÉDITO – 1996/ 2000 (EM PORCENTAGEM) FONTE 1996 1997 1998 1999 2000 FAT 65,4 83,7 78,5 78,1 74,4 FCO 0,1 3,8 2,0 1,4 1,9 5,9 0,0 1,8 9,1 11,4 34,6 10,7 10,5 9,1 7,6 FNO 0,0 0,0 0,0 0,0 1,9 TESOURO NACIONAL 0,0 0,0 0,0 0,0 8,3 FNE EXIGIBILIDADES Fonte: BACEN/RECOR, Sec.Des.Rural/MA, Sec. Agr. Familiar/ MDA, Banco do Brasil, Banco do Nordeste e BNDES. No Orçamento Geral da União, o mon- vamente com recursos do Tesouro, no va- tante disponibilizado para Financiamento lor de R$ 23,5 milhões, o que representou e Equalização de Juros representa cerca de 12,2% do total alocado pelo Tesouro ao fi- três quartos do destinado a Agricultura Fa- nanciamento direto. miliar (ver tabela 25). Esses recursos “alavancam” o total disponível aos financia- Como se pode notar na tabela 25, foram mentos para a agricultura familiar, que empenhados (e liquidados) cerca de 80% podem, no corrente ano, atingir R$ 4,0 bi- do total de recursos autorizados para fi- lhões. Deve-se ter presente que ao redor nanciamento e equalização de juros, não de 30% dos recursos do Tesouro desti- se observando diferenças significativas en- nam-se ao financiamento direto, cuja tre o financiamento direto e a equalização maior parte está dirigida ao Grupo A, e o propriamente dita. Isso demonstra que o restante aos grupos B e C. Cabe destacar crescimento no volume de recursos do que, no fim do ano passado, foram inicia- crédito rural do PRONAF está limitado, não das as operações com o Grupo B, exclusi- só pelos gastos com equalização, mas, 105 106 POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise principalmente, pela não-operacionaliza- vez que essas duas atividades são funda- ção dos empréstimos pelos agentes finan- mentais ao sucesso do Programa, em parti- ceiros. Tem sido esse o patamar corrente cular para a utilização racional dos financi- de utilização dos recursos da equalização, amentos pelos agricultores. A insuficiência sem se considerar a não-utilização integral e a inoperância da assistência técnica, espe- dos recursos provenientes dos Fundos cialmente junto aos agricultores familiares Constitucionais, de Exigibilidades Bancá- de menor renda (Grupo B) e aos assentados, rias e de Recursos Próprios. têm impedido a ampliação do PRONAF-Crédito, o que dificulta o alcance de sustentabi- Quanto às outras linhas do PRONAF, obser- lidade social, econômica e ambiental por va-se que, em 2000, as atividades relativas à parte desses agricultores. Em pesquisa sobre assistência técnica e ao desenvolvimento o PRONAF, que vem sendo desenvolvida do cooperativismo apresentaram níveis in- pela Diretoria de Estudos Setoriais do IPEA satisfatórios de execução orçamentária. Esse (DISET), fica evidente que os problemas re- fato, associado à forte diminuição dos recur- lacionados com a assistência técnica estão sos para a capacitação de agricultores e para entre os maiores entraves para o efetivo assistência técnica, traz preocupações, uma cumprimento dos objetivos do Programa.46 EXECUÇÃO E DOTAÇÃO ORÇAMENTÁRIA DOS PROJETOS/ATIVIDADES DO PROGRAMA DE TABELA 25 FORTALECIMENTO DA AGRICULTURA FAMILIAR – 2000/2001 (EM R$ MILHARES) 2000 PROJETO/ATIVIDADE AUTORIZADO LIQUIDADO (LEI + CRÉDITOS) (A) (B) 2001 PAGO GRAU DE EXECUÇÃO (%) (C) ORÇAMENTÁRIA FINANCEIRA (B/A) (C/B) ESTRUTURA AUTORIZADO ESTRUTURA VARIAÇÃO (PARTICIPAÇÃO) (LEI + (PARTICIPAÇÃO) (D/A) CRÉDITOS) (%) (D) (%) (%) FINANCIAMENTO E EQUALIZAÇÃO DE JUROS PARA A AGRICULTURA FAMILIAR 837 705 669 222 485 138 79,9 72,5 75,5 1 014 437 80,1 21,1 ASSISTÊNCIA FINANCEIRA A PROJETOS DE INFRA-ESTRUTURA E SERVIÇOS MUNICIPAIS 168 765 151 650 39 266 89,9 25,9 15,2 197 051 15,6 16,8 240 228 223 95,0 97,8 0,0 COORDENAÇÃO DO SISTEMA DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL1 PESQUISAS TECNOLÓGICAS PARA A AGRICULTURA FAMILIAR 16 722 15 715 14 037 94,0 89,3 1,5 11 329 0,9 -32,3 MONITORAMENTO DAS AÇÕES DE FORTALECIMENTO DA AGRICULTURA FAMILIAR 7 900 7 900 7 774 100,0 98,4 0,7 7 782 0,6 -1,5 CAPACITAÇÃO DE AGRICULTORES FAMILIARES 33 930 33 306 7 270 98,2 21,8 3,1 3 075 0,2 -90,9 ESTUDOS DE AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO PRONAF 1 300 1 300 1 300 100,0 100,0 0,1 493 0,1 -62,1 REMUNERAÇÃO ÀS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS PÚBLICAS PELA OPERACIONALIZAÇÃO DO PRONAF 4 550 2 792 2 792 61,4 100,0 0,4 5 229 0,4 14,9 EXECUÇÃO DA ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL 4 170 2 385 45,5 57,2 0,8 2 660 0,2 -71,7 DESENVOLVIMENTO DO COOPERATIVISMO E ASSOCIATIVISMO RURAL TOTAL 9 165 29 476 18 026 3 130 61,2 17,4 2,7 24 584 1,9 -16,6 1 109 753 904 309 563 315 81,5 62,3 100,0 1 266 639 100,0 14,1 Fonte: SIAFI/STN – Elaboração: IPEA. Nota: 1A rubrica não existe em 2001. 46. Pesquisa “Financiamento da Agricultura Familiar: Uma Avaliação do PRONAF-Crédito”, em andamento. POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise Os recursos orçados, em 2001, para Assis- decorrente do maior “risco” dos emprésti- tência Técnica e para Capacitação dos Agri- mos para investimento, estes têm tido um cultores tiveram uma diminuição de, res- comportamento errático, inferior aos de pectivamente, R$ 9,2 milhões para R$ 2,6 custeio e concentrado em determinadas milhões e R$ 33,9 milhões para R$ 3,1 mi- áreas e segmentos de agricultores. lhões. Cabe, também, destacar que o baixo grau de execução orçamentário-financeira Verifica-se, na tabela 26, a significativa dessas ações é um indicativo da baixa si- participação da região Sul no volume de nergia entre elas, visto que o não-cumpri- recursos do PRONAF-Crédito, no período mento do cronograma de execução do 1996/2000. De fato, assiste-se a um proces- conjunto das ações afeta negativamente a so de desconcentração, pois, enquanto em eficácia do Programa, por não respeitar as 1996 foram alocados nessa região mais de particularidades do calendário agrícola. 84% dos recursos, no ano passado sua par- Exceto na operacionalização das linhas de ticipação superou pouco mais da metade. crédito rural, os demais segmentos do PRO- Cabe destacar que essa melhoria na distri- NAF ainda não deslancharam, apresentan- buição regional dos empréstimos do PRO- do um volume de recursos inexpressivos, NAF ocorreu no biênio 1997/1998, ou comparativamente ao crédito. Como refle- seja, quando da consolidação do Progra- xo da ascendência dos agricultores mais ma, da implementação dos empréstimos capitalizados na absorção dos recursos do de investimento, da criação de novas mo- PRONAF-Crédito, nota-se, com base nos dalidades de financiamento, especifica- dados do RECOR-BACEN, a concentração mente o Rural-Rápido do Banco do Brasil e dos empréstimos em áreas que se caracteri- o “Pronafinho”, e, também, em função do zam pela integração do segmento familiar ciclo eleitoral então em curso. Nesse pro- às indústrias processadoras. De outra parte, cesso foram beneficiadas as regiões Nor- DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL E REGIONALIZADA DOS FINANCIAMENTOS DE CRÉDITO TABELA 26 RURAL – 1996 A 2000 REGIÕES E ESTADOS SELECIONADOS NORTE 1996 CONTRATOS 1997 VALORES 1998 1999 2000 CONTRATOS VALORES CONTRATOS VALORES CONTRATOS VALORES CONTRATOS VALORES 0,9 0,6 2,9 2,1 2,0 1,2 3,0 2,4 4,0 0,2 0,2 0,9 0,7 1,6 0,9 2,4 2,0 2,8 2,5 NORDESTE 6,5 8,6 15,3 20,1 18,4 34,1 15,3 26,5 18,9 25,7 BAHIA 2,9 3,9 5,5 7,2 8,0 13,9 3,9 6,9 4,6 6,2 CEARÁ 1,2 1,5 1,4 1,9 1,9 4,4 1,6 2,9 3,7 4,3 PERNAMBUCO 0,1 0,2 1,4 1,6 2,1 4,6 1,9 3,7 2,3 3,6 MARANHÃO 0,3 0,4 1,2 2,0 1,0 1,8 1,6 2,5 2,0 3,4 PIAUÍ 0,4 0,6 0,8 1,5 1,9 3,8 2,4 4,6 1,5 2,7 SUDESTE 12,0 5,0 18,8 16,1 17,0 9,5 18,0 10,7 15,9 11,6 MINAS GERAIS 5,5 3,1 13,2 11,8 11,7 7,1 10,2 6,7 8,4 6,2 ESPÍRITO SANTO 1,0 0,5 2,3 2,1 2,5 1,2 3,2 2,0 3,0 2,6 78,6 84,4 60,3 59,3 59,1 52,2 58,6 55,8 56,1 50,7 PARANÁ 16,7 11,5 14,1 14,6 12,4 9,7 14,3 13,6 15,3 12,3 SANTA CATARINA 24,4 31,4 14,6 15,4 15,0 11,4 15,2 12,7 14,8 11,7 RIO GRANDE DO SUL 37,5 41,5 31,6 29,2 31,7 31,0 29,1 29,5 26,0 26,7 2,0 1,3 2,7 2,5 3,5 3,1 5,1 4,6 5,1 7,0 RONDÔNIA SUL CENTRO-OESTE Fonte: BACEN/RECOR, Sec.Des.Rural/MA, Sec. Agr. Familiar/MDA, Banco do Brasil, Banco do Nordeste e BNDES. 5,0 107 108 POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise deste e Sudeste. De todo modo, persiste dos, que superaram R$ 500 milhões, talvez maior apropriação de recursos pela agricul- por conta da gravidade da seca. tura familiar do Sul, tendo em vista que nessa região encontra-se aproximadamente um As informações relativas à distribuição dos quinto dos estabelecimentos familiares do recursos segundo os empreendimentos fi- país. Podem esclarecer tal concentração a nanciados (cultivos e criações), presentes similaridade entre a participação dessa re- na tabela 27, mostram que os empréstimos gião no montante dos recursos de custeio inscritos no PRONAF-Rural Rápido, no do PRONAF (51%) e sua representatividade qual não é discriminado o empreendimen- no universo de estabelecimentos do Grupo to financiado, respondem por mais da me- D, que se situa ao redor de 56%. Esse grupo, tade dos recursos de custeio do PRONAF- que apresenta forte integração à agroindús- Crédito. Essa linha, instituída em 1997, tria, capacidade financeira e nível tecnoló- teve um crescimento significativo, sendo gico, lidera o acesso ao crédito do PRONAF. dirigida aos agricultores mais capitalizados. Em seguida, encontram-se as culturas Observa-se, ainda, que com a incorpora- do milho, do fumo e da soja como aquelas ção dos assentados ao PRONAF, aumentou mais beneficiadas nas operações de custeio de 1,2%, em 1998, para 5,0%, em 2000, a concedido. Os recursos alocados nessas participação da região Norte, uma vez que três culturas, somados aos destinados ao essa região conta com expressivo número Rural Rápido, responderam, em 2000, por de projetos de assentamento. Por sua vez, pouco menos de 85% do total do crédito no biênio 1999/2000, a região Nordeste, de custeio do PRONAF. Acresce ainda des- devido aos empréstimos para os assenta- tacar que, proporcionalmente, crescentes dos, vem preservando seu nível de partici- recursos do Rural Rápido (ver tabela 27) pação. Deve-se salientar que, em 1998, a em geral têm sido demandados pelos agri- região Nordeste sobressaiu no volume dos cultores estabelecidos na região Sul, onde financiamentos de investimento absorvi- predominam as três culturas citadas. CONCENTRAÇÃO DOS RECURSOS DO PRONAF-CRÉDITO-CUSTEIO POR TABELA 27 EMPREENDIMENTOS/PRODUTOS – 1996/2000 EMPREENDIMENTOS (EM PORCENTAGEM) 1996 1997 1998 1999 2000 - 37,48 44,47 49,15 51,55 MILHO 23,55 11,22 10,47 12,87 14,78 FUMO 26,23 20,17 18,31 14,72 12,78 SOJA 15,53 13,27 13,39 7,64 5,46 MANDIOCA 1,00 2,20 1,25 2,25 4,13 CAFÉ 4,88 1,79 1,57 1,73 2,73 FEIJÃO 2,57 2,18 2,53 3,00 1,74 ARROZ 2,22 1,77 1,37 2,06 1,29 ALGODÃO 2,31 1,21 0,71 0,88 1,28 FRUTAS 3,23 2,23 1,37 1,35 1,11 OUTROS 2,55 1,39 1,13 1,49 1,00 TRIGO 3,84 2,05 1,57 0,72 0,77 BOVINOS 1,41 0,78 0,54 0,92 0,73 HORTÍCOLAS 2,33 2,25 1,28 0,94 0,64 MANUTENÇÃO DO PRODUTOR 8,36 0,01 0,03 - 0,00 CRÉDITO ROTATIVO Fonte: RECOR/BACEN. POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise Tendo-se em vista a concentração regional estabelecimentos nesse grupo, tendo sido e por empreendimentos das operações de realizadas pouco mais de 380 mil opera- custeio, pode-se reafirmar que os financia- ções. Interessante verificar que, na região mentos do PRONAF são dirigidos preferen- Sul, o total de contratos de custeio no Gru- cialmente ao segmento familiar com elevado po D superou em quase 30 mil, em 2000, o grau de integração ao setor agroindustrial. número de estabelecimentos aí inscritos. Grave é o descompasso entre operações e Em 2000, foi realizado quase 1 milhão de estabelecimentos no Grupo B. Considera- operações de crédito do PRONAF, e mais da dos somente os números da região Nordes- metade do valor financiado foi para agricul- te, vê-se o quão insignificantes foram as ini- tores da região Sul, em áreas nas quais o seg- ciativas com esse grupo. Para um total de mento familiar tem estreita relação com a 1,5 milhão de estabelecimentos, foram efe- agroindústria. Verificou-se, ademais, que tivados somente cerca de 50 mil contratos. essa concentração é ainda maior nas operações de custeio, modalidade responsável Ademais, para os outros 500 mil estabele- por 70% do total emprestado. Assim, nota- cimentos do Grupo B existentes nas outras se um descompasso entre custeio e investi- regiões não há nada no horizonte próxi- mento, especialmente nos montantes, mas, mo. Mesmo no Grupo C, há muito a se também, no perfil regional. avançar, uma vez que os contratos efetivados, em 2000, representam 27% do total Se consideradas somente as operações de de estabelecimentos definidos nesse gru- custeio, cotejadas com o número de esta- po. Como na região Sul essa razão atinge belecimentos em cada grupo, salvo os as- 60%, evidencia-se o baixo grau de cobertu- sentados, nota-se um alto grau de cobertu- ra do Programa no que se refere aos agri- ra no Grupo D. Concretamente, contava- cultores familiares de renda intermediária se, em 1995/1996, com cerca de 385 mil situados nas outras regiões do país. 109 ENSAIOS Saneamento: os desafios atuais Kátya Maria Nasiaseni Calmon 113 A Propósito da Avaliação do PPA: licões da primeira tentativa Ronaldo Coutinho Garcia e Frederico Barbosa 121 Nota sobre Efeitos da Opção Entre Diversos Índices para Deflacionamento de Valores Nominais Helmut Schwarzer 127 Saneamento: os desafios atuais Kátya Maria Nasiaseni Calmon* O atual contexto do setor de saneamento lização interna elevou-se de 83,3% do to- apresenta diversos desafios a serem su- tal em 1992 para 89,2% em 1999; a cober- plantados, decorrentes da própria magni- tura de esgotamento sanitário (rede geral tude e complexidade do setor. Este artigo ou fossa séptica) aumentou de 68,3% para procura abordar os seguintes desafios 75,6%; e a cobertura dos serviços de coleta principais: (i) redução do déficit na ofer- direta ou indireta de lixo expandiu-se de ta dos serviços; (ii) flexibilização das 81,7% para 93,8% no período. normas para novos investimentos; (iii) melhoria dos programas; (iv) implanta- Apesar dessa expansão, os dados para 1999 ção de uma estrutura regulatória; (v) re- refletiram que, dos 42,9 milhões de domi- solução dos conflitos relacionados com a cílios particulares permanentes existentes questão da titularidade; e (vi) integração nas áreas urbanas e rurais do país, aproxi- da política de saneamento com as demais madamente 10,2 milhões não haviam sido políticas públicas. atendidos por rede geral de água; 11,5 milhões não possuíam serviços de esgota- Cabe ressaltar que todos esses desafios mento sanitário ou fossa séptica; e 8,6 mi- encontram-se inter-relacionados e não lhões não dispunham de serviço de coleta esgotam os inúmeros entraves existentes direta ou indireta de lixo (tabela 1). na atual dinâmica do setor. A ordem adotada no texto buscou apenas facilitar o É importante ressaltar que esse déficit teve entendimento e não corresponde à esca- impacto assimétrico na população urbana, la de importância. afetando principalmente os grupos de baixa renda. Por exemplo, em 1999, conforme in- Redução do Déficit de Saneamento dicador sintético do IBGE,1 na classe de ren- da domiciliar de até meio salário-mínimo O primeiro desafio relevante do setor é re- per capita, apenas 34,1% dos domicílios ti- duzir ou eliminar o déficit de saneamento nham acesso, simultaneamente, aos servi- básico, notadamente no que se refere à ços de água, esgoto e lixo considerados ade- melhoria dos indicadores de oferta dos quados, contrastando com a faixa de renda serviços de água, esgotamento sanitário e de mais de 5 salários-mínimos per capita, coleta e tratamento de lixo. na qual esse percentual foi de 86,5%. De acordo com os dados da Pesquisa Nacio- A ausência ou inadequação dos serviços de nal por Amostra de Domicílios (PNAD), do saneamento tem impacto direto no meio IBGE, ambiente, na saúde e na qualidade de vida o percentual de domicílios urbanos com acesso à rede geral de água com cana- da população. * Da Cordenação Geral de Política Urbana da Diretoria de Estudos Regionais e Urbanos (DIRUR) − IPEA. 1. Síntese dos Indicadores Sociais 2000, IBGE. 114 POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise TABELA 1 DÉFICIT NA OFERTA DOS SERVIÇOS DE SANEAMENTO BÁSICO NO BRASIL – 1999 NO DE DOMICÍLIOS PARTICULARES PERMANENTES Urbano 34 870 828 DOMICÍLIOS SEM ÁGUA CANALIZADA INTERNA (REDE GERAL) DÉFICIT DÉFICIT DOMICÍLIOS NÃO ATENDIDOS COM ESGOTAMENTO SANITÁRIO (REDE GERAL OU FOSSA SÉPTICA) DOMICÍLIOS NÃO ATENDIDOS COM COLETA DIRETA OU INDIRETA DE LIXO DÉFICIT DÉFICIT DÉFICIT ABSOLUTO % ABSOLUTO % ABSOLUTO DÉFICIT % 3 769 469 10,8 7 472 343 21,4 2 183 056 6,3 Rural 7 980 498 6 459 045 80,9 4 046 119 50,7 6 418 517 80,4 Total 42 851 326 10 228 514 23,9 11 518 462 26,9 8 601 573 20,1 Flexibilização das Normas para Entre janeiro de 1995 e outubro de 1998, Viabilizar Novos Investimentos foram contratados investimentos da ordem de R$ 5,3 bilhões nos principais pro- O segundo desafio importante é viabilizar gramas federais de saneamento básico. Do a contratação de novos investimentos me- total do investimento, R$ 2,7 bilhões fo- diante a flexibilização das normas vigen- ram financiados com recusos do tes, relativas ao endividamento e contin- 1,2 bilhão pelo genciamento do crédito ao setor público. É mos externos) e R$ 1,4 bilhão foi aportado necessário, ainda, rever as regras de con- pelos agentes promotores a título de con- tingenciamento dos recursos fiscais, para trapartida (Calmon et al., 1999). OGU FGTS, R$ (incluindo emprésti- que as dotações orçamentárias destinadas ao saneamento sejam priorizadas e não A partir de 1999, houve uma redução drás- sofram cortes. tica no nível dos investimentos no setor de saneamento, em função da política do Atualmente, os novos investimentos são governo de conter o endividamento públi- financiados mediante uma combinação co e promover o ajuste fiscal. Os limites e de recursos advindos dos fundos patrimo- as regras impostos pelas Resoluções no 78/ niais (FGTS, do Orçamento Geral da 98 do Senado Federal e 2 653/99,3 do Con- União (OGU), dos aportes de recursos dos selho Monetário Nacional, impactaram estados e municípios, de financiamentos negativamente a capacidade dos estados e externos e de parcerias entre os setores municípios de contraírem empréstimos, público e privado. bem como a das entidades financeiras pú- FAT), A maior fonte de financiamento do setor é o FGTS. Seus recursos destinam-se à contra- blicas de concederem financiamentos a órgãos do setor público.4 tação de empréstimos que podem ser con- A partir dessas resoluções, a utilização das traídos por estados, municípios, compa- dotações do nhias estaduais de saneamento e órgãos suspensa. Entre 1999 e 2000, por exemplo, autônomos municipais que demonstrem não foi firmado nenhum contrato de fi- capacidade de pagamento e endividamen- nanciamento entre a to. Outra fonte importante de recursos é o ceiro e operador do OGU. cas. Por um lado, os estados e municípios Seus recursos são transferidos aos es- tados e municípios a fundo perdido.2 2. Na realidade, as tarifas deveriam constituir a principal fonte de financiamento do setor. No entanto, as tarifas têm se mostrado insuficientes para cobrir os custos de manutenção, operação e expansão, notadamente no que se refere aos sistemas de coleta e tratamento de esgotos, em que os investimentos são mais elevados. FGTS para o saneamento ficou CAIXA FGTS) (agente finan- e entidades públi- não conseguiram cumprir todos os limites 3. Posteriormente alterada pelas Resoluções do Conselho o Monetário Nacional n 2 668/99, 2 727/00 e 2 784/00. 4. Essas Resoluções aplicam-se apenas ao setor público e não afetaram as linhas de crédito destinadas ao financiamento de concessionários privados. POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise e condições legais exigidos. Por outro, as execução dos programas do setor de sanea- operações de crédito da CAIXA (e de todas as mento do PPA demonstrou que o alcance do instituições do sistema financeiro nacio- macroobjetivo de ampliação da oferta dos nal) foram limitadas a 45% do seu patri- serviços de saneamento básico e ambien- mônio líquido. tal ficou comprometido. A execução física e financeira da maior parte dos programas O acesso aos recursos do OGU também so- freu restrições no período. O governo im- e ações previstos apresentou resultados abaixo do programado. pôs limites aos recursos orçamentários disponíveis e estabeleceu normas de finanças O programa Saneamento é Vida visa à am- públicas, mediante a publicação da Lei de pliação da cobertura e à melhoria da quali- Responsabilidade Fiscal. Tais medidas in- dade na prestação dos serviços de sanea- viabilizaram novos investimentos com re- mento básico pelas concessionárias públi- cursos fiscais e impossibilitaram a efetiva- cas e privadas em municípios com popula- ção de contratos de financiamento com ção inferior a 75 mil habitantes. O progra- entidades o ma não efetivou nenhuma contratação no que contribuiu ainda mais para diminuir o financeiras internacionais, exercício de 2000. Os recursos programa- nível dos investimentos no setor. dos não foram liberados, o que impactou negativamente o cronograma de metas fí- Melhoria dos Programas sicas e financeiras. As ações financiadas O terceiro desafio é melhorar a concepção, a implementação e o desempenho dos programas de saneamento básico, constantes do Plano Plurianual (PPA), previsto para o período compreendido entre 2000 e 2003. O PPA contém as diretrizes, os objetivos e as com recursos do FGTS foram diretamente afetadas pelas resoluções do Conselho Monetário Nacional, que contingenciaram o crédito ao setor público, impedindo a contratação de novos empreendimentos. As ações financiadas com recursos fis- metas do governo para as despesas de capi- cais, consignados no tal, e engloba, em seus macroobjetivos, afetadas por diversas restrições legais, “ampliar os serviços de saneamento básico além de serem submetidas a cortes e con- e de saneamento ambiental das cidades”. tingenciamento. Esse macroobjetivo é voltado para a universalização dos serviços, obedecendo aos pa- OGU, também foram O programa Saneamento Básico objetiva drões de qualidade compatível com a saúde apoiar, técnica e financeiramente, as ações pública, a preservação do meio ambiente e de saneamento a partir de critérios epidemiológicos para prevenção de controle de agravos. Os recursos são direcionados aos com os direitos dos consumidores. Dois programas principais integram esse macroobjetivo: Saneamento é Vida e Saneamento Básico. Constam também do PPA di- versas ações que integram outros programas e que são relevantes e consistentes com o macroobjetivo de ampliação da cobertura de saneamento básico e ambiental. municípios, vilas e povoados com população até 20 mil habitantes. O programa conseguiu empenhar 57% do total dos recursos previstos para 2000. No entanto, essas contratações efetivaram-se em dezembro de 2000 e sua execução ocorrerá apenas a partir de 2001, o que reflete a incom- Bairro e Morar Melhor. patibilidade entre o fluxo de recursos financeiros e a programação. As realizações físicas verificadas no programa no exercí- Apesar dessa diversidade de ações e pro- cio de 2000 corresponderam aos restos a gramas, a avaliação do primeiro ano de pagar de 1999. Destacam-se as ações dos programas Nosso 115 116 POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise O programa Nosso Bairro visa à melhoria efetivação de contratações durante o perío- da condição de vida das famílias com ren- do eleitoral compreendido entre junho e da mensal de até três salários-mínimos outubro de 2000; (iii) os limites estabeleci- que vivem em assentamentos subnormais dos pela Lei de Responsabilidade Fiscal; situados nas aglomerações urbanas, por (iv) as resoluções do Conselho Monetário meio de ações integradas de habitação, sa- Nacional, que contingenciaram o crédito neamento e infra-estrutura urbana. O pro- ao setor público; e (v) o processo de transi- grama também apresentou desempenho ção verificado nas prefeituras com as elei- abaixo do esperado em 2000 e as ações da ções das novas administrações municipais. área de saneamento ficaram prejudicadas. Na ação correspondente à ampliação dos Outro problema que se apresentou foi a serviços de saneamento básico foram con- falta de focalização das ações com pulveri- tratados 55% dos recursos previstos, a se- zação na aplicação dos investimentos. Os rem executados a partir de 2001. recursos destinados ao saneamento não contemplaram majoritariamente os seg- O programa Morar Melhor objetiva promo- mentos considerados prioritários, nem fi- ver ações integradas de desenvolvimento nanciaram soluções integradas voltadas urbano, notadamente no que se refere à para as reais necessidades locais. universalização dos serviços de saneamento básico, à redução do déficit habitacional A estrutura organizacional adotada na e à melhoria da infra-estrutura urbana para maioria dos programas também se mos- as famílias em situação de exclusão social, trou inadequada. Houve dificuldades de com renda de até três salários-mínimos, si- gestão, de insuficiência de pessoal e de re- tuadas em municípios com população infe- cursos materiais. Ademais, apesar dos es- rior a 75 mil habitantes. Os resultados do forços no sentido de aperfeiçoar a con- programa situaram-se igualmente abaixo da cepção, a execução e os resultados dos expectativa e a maior parte dos recursos programas, estes permaneceram fragmen- alocados para 2000 foi direcionada ao paga- tados, e foram implementados de forma mento de contratações efetivadas em exer- não integrada com outros programas e ór- cícios anteriores (restos a pagar). Algumas gãos, o que dificultou a coordenação e a contratações foram efetivadas apenas em valiação das ações na área de saneamento. dezembro de 2000, com execução prevista para ter início no exercício subseqüente. Além dessas restrições, verificou-se a inexistência de sistemas de informações Diversos entraves dificultaram o desempe- adequados, voltados para o efetivo acom- nho desses programas de investimentos. panhamento e monitoramento dos progra- Conforme se mencionou, houve, a partir mas e ações de saneamento. de 1999, queda no volume de investimentos com recursos provenientes do OGU, FGTS e do em função das limitações impostas pelo governo. Regulatória O quarto desafio encontra-se relacionado Os principais fatores externos que afetaram negativamente a execução dos programas de saneamento do Implantação de uma Estrutura PPA, no exercício de 2000, foram: (i) o atraso na aprovação da Lei Orçamentária Anual, que ocorreu ape- com a capacidade do governo de implementar uma estrutura regulatória que viabilize de forma adequada a prestação dos serviços de saneamento básico em todos os níveis de governo. nas em maio de 2000; (ii) as restrições im- Na área de regulação ambiental, vale des- postas pela Lei Eleitoral, que impediram a tacar a criação, em julho de 2000, da Agên- POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise cia Nacional de Águas (ANA),5 autarquia sob contratos de concessão, dos quais 23 na mo- regime especial, vinculada ao Ministério dalidade plena e 13 parciais, envolvendo 31 do pela municípios isolados6 e 3 consórcios de mu- implementação da Política Nacional de nicípios. Os contratos foram assinados por Recursos Hídricos, incluindo a gestão e o períodos que variam de 14 a 30 anos, com controle da qualidade e da quantidade das previsão de investimentos da ordem de R$ águas localizadas nas bacias hidrógráficas 2,6 bilhões, que irão beneficiar uma popula- do país. Sua criação constituiu uma ação ção de aproximadamente 6,6 milhões de importante, com reflexo positivo no setor pessoas. Meio Ambiente, responsável de saneamento. O Estado de São Paulo assinou 13 contraApesar desse avanço, persistem deficiências na regulação econômica, principalmente no que se refere à participação da iniciativa privada, que tem ocorrido dentro de um ambiente regulatório frágil e deficiente, o que pode comprometer o nível de investimentos, a qualidade dos serviços prestados e a eficiência do setor. A participação do setor privado na prestação dos serviços de utilidade pública é pre- tos de concessão parcial e 8 de concessão plena, abrangendo 18 municípios isolados7 e um consórcio de municípios. O Rio de Janeiro firmou 8 contratos de concessão plena, sendo 6 com municípios8 e 2 com consórcios de municípios. Os Estados do Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná e Amazonas firmaram, ao todo, 7 contratos de concessão plena com 7 municípios.9 vista no artigo 175 da Constituição. Além Diversas empresas estaduais de sanea- desse dispositivo legal, foram aprovadas mento aderiram a outras formas de parti- duas leis importantes: a Lei no 8 987, de 13/2/95, que dispõe sobre o regime de cipação privada (participação acionária, contratos de gestão, terceirização, etc.) ou concessão e permissão da prestação dos se encontram em fase preparatória para serviços públicos, e a Lei no 9 074, de 7/7/ privatização. A Companhia de Saneamen- 95, que estabelece normas para outorga e prorrogações das concessões e permissões. Embora a Lei no 8 987/95, conhecida como “Lei das Concessões”, não tenha sido to do Paraná (SANEPAR) e a Companhia de Saneamento do Tocantins (SANEATINS), por exemplo, venderam, respectivamente, 39% e 49% das suas ações a grupos privados. direcionada especificamente ao saneamen- Na ausência de ambiente regulatório to, foi a partir da sua promulgação que a adequado, não há como fiscalizar o de- participação privada no setor ganhou fôle- sempenho dos prestadores, incentivar a go. Desde então, um número crescente de municípios do país tem optado pela participação de grupos privados na provisão dos eficiência, garantir a defesa dos interesses dos usuários, fixar tarifas justas, impor o cumprimento de padrões ambien- serviços de saneamento, mediante contratos de concessão plena ou parcial, permissões, contratos de gestão, terceirização, etc. De acordo com levantamento realizado, em maio de 2001, pela Associação Brasileira das Concessionárias de Serviços Públicos de Água e Esgoto (ABCON), foram firmados 36 5. Criada pela Lei no 9 984, de 17/7/2000. 6. O Município de Jaú (SP) firmou dois contratos de concessão parcial. O mesmo ocorreu com Ourinhos (SP). 7. Araçatuba, Birigüi, Cajamar, Itu, Jaú, Jundiaí, Limeira, Mairinque, Marília, Mineiros do Tietê, Ourinhos, Pereiras, Ribeirão Preto, Salto, São Carlos, Serrana, Tambaú e Tuiuti. 8. Campos, Niterói, Petrópolis, Nilópolis, Nova Friburgo e São João de Meriti. 9. Cachoeiro do Itapemirim (ES), Cariacica (ES); Nobres (MT), Campo Grande (MS), Tucuruí (PA), Paranaguá (PR) e Manaus (AM). 117 118 POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise tais minimamente aceitáveis e, princi- zes nacionais para a prestação dos serviços palmente, reduzir o quadro de desigual- de saneamento básico.11 dade social − garantindo que os segmentos menos favorecidos tenham acesso aos serviços prestados. No que se refere à questão do poder concedente, o PL 4 147/01 propõe que o titular seja: (i) o município, nos serviços de inteResolução dos Conflitos de resse local; (ii) o Distrito Federal, em sua Titularidade região geográfica; e (iii) o estado, nos serviços de interesse comum. Fica caracterizado O quinto desafio refere-se à necessidade de o interesse comum quando pelo menos resolver os conflitos relacionados à ques- uma das atividades – infra-estrutura e ins- tão da titularidade na prestação dos servi- talações operacionais – se destine ao aten- ços de saneamento. dimento de dois ou mais municípios, inte- A Constituição Federal define que o responsável pela prestação dos serviços de sa- grantes ou não de região metropolitana, aglomeração urbana ou microrregião. neamento é o município. No entanto, a A persistência desse conflito tem gerado Constituição não é precisa na definição da incertezas e dificultado a reestruturação titularidade nas áreas de interesse comum, organizacional do setor. que envolvem mais de um município, a exemplo das regiões metropolitanas.10 Integração com as Demais Políticas Públicas O tema da titularidade tem gerado polêmicas. Algumas entidades defendem que a O sexto desafio importante a ser enfrenta- responsabilidade pela prestação dos servi- do refere-se à questão da integração da po- ços de saneamento básico é tradicional- lítica de saneamento com as demais políti- mente do município e assim deve perma- cas públicas. O atual processo de mudan- necer (como o exemplo da Associação Na- ças do setor deve considerar as externali- cional dos Serviços Municipais de Sanea- dades da política de saneamento e sua rela- mento – ASSEMAE − e da Federação Nacional ção com as demais políticas públicas. dos Urbanitários − FNU). Nos casos de competência comum, devem ser prestados me- A implementação de uma política efetiva, diante o mecanismo da gestão associada de serviços públicos. Outras entidades enfati- que incentive a eficiência alocativa, considere os benefícios sociais das ações sa- zam que, nos casos em que haja mais de um neamento e a inter-relação com as demais município envolvido, a titularidade deve áreas, requer dos municípios e dos estados pertencer ao estado (exemplo do governo a geração de informações confiáveis e ca- federal e da Associação das Empresas de Saneamento Básico Estaduais – AESBE). pacidade técnica. Inexiste, por exemplo, um sistema integrado de informações em Diversas propostas para a solução desse gia implementável de monitoramento e impasse tramitam no Congresso Nacional, avaliação, que permitam relacionar, em saneamento, assim como uma metodolo- mas nenhuma delas avançou. O foco atual dos debates é o Projeto de Lei no 4 147/01, enviado em fevereiro de 2001 pelo governo ao Congresso, e que institui as diretri- 10. Artigos 21, XX; 22, IV; 23, VI e IX; 25, § 1º e 3º; 30, V; 175; e 241 da Constituição. 11. Entendido como os serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário, que abrangem as atividades e respectivas infra-estrutura e instalações operacionais de captação, adução e tratamento de água bruta, adução, reservação e distribuição de água tratada, coleta, transporte, tratamento e disposição final de esgotos sanitários. POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise níveis local, regional e nacional, as ques- Conclusão tões de saneamento com as de saúde pública, meio ambiente, habitação, etc. O setor de saneamento é complexo, pos- Cabe mencionar, também, a existência de significativa fragmentação organizacional, conseqüência da multiplicidade de órgãos e atores envolvidos na implementação da política de saneamento. No nível federal, persiste uma fragmentação horizontal − com a existência de múltiplos programas e ações e a atuação de vários ministérios e órgãos governamentais. Em função disso, muitos programas são implementados como “ilhas isoladas”, o sui uma dinâmica própria e comporta um número significativo de desafios na implementação de uma política efetiva. Viabilizar novos investimentos, gerar incentivos para a eficiência alocativa e a eqüidade distributiva, implementar um marco regulatório e integrar a política de saneamento com as demais políticas públicas constituem apenas alguns dos pontos fundamentais a serem atacados para alcançar a pretendida universalização dos serviços e melhorar o desempenho do setor. que dificulta a coordenação e a avaliação das ações na área de saneamento. Há, também, a fragmentação vertical entre diferentes níveis da Federação, resultado da atuação direta de diversos órgãos e atores, tais como companhias estaduais de saneamento básico, empresas privadas e serviços municipais autônomos. De acordo com dados do Sistema Nacional de Informações (SNIS), do Programa de Modernização do Setor de Saneamento (PMSS), atuam no setor cerca de 27 prestadores de serviços de abrangência regional, sendo 26 Companhias Estaduais de Saneamento Básico (CESBs) e uma autarquia estadual, além de cinco serviços microrregionais e 206 serviços locais. As companhias regionais são responsáveis por aproximadamente 92,7% do índice de atendimento de água e 35,5% do de serviços de esgotamento sanitário (PMSS, 2000). Referências Bibliográficas IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 1992. . Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 1999. . Síntese dos Indicadores Sociais 2000. Rio de Janeiro, 2001. CALMON, Kátya et alii. Saneamento: as transformações estruturais em curso na ação governamental – 1995/1998. In: Infra-estrutura: perspectivas de reorganização; saneamento. Brasília: IPEA, 1999. p. 17. PMSS. Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento. Diagnóstico dos A necessidade de integração e articulação da política de saneamento com as demais Serviços de Água e Esgotos: 1999. Brasí- políticas afins é reconhecida pelo gover- mento Urbano da Presidência da Re- no, mas, apesar dos esforços realizados, há pública – SEDU/PR. Instituto de Pesquisa ainda um longo caminho a ser percorrido. Econômica Aplicada – IPEA, 2000. 5 v. lia: Secretaria Especial de Desenvolvi- 119 A Propósito da Avaliação do PPA: lições da primeira tentativa Frederico Barbosa e Ronaldo Coutinho Garcia* O Plano Plurianual 2000/2003 nasceu procedendo, contribui-se para evitar os erros com o compromisso de utilizar a avaliação cometidos, superar lacunas e deficiências e como um instrumento de gestão e aperfei- consolidar os acertos conseguidos. Eviden- çoamento da ação governamental. Em temente, a sumária avaliação aqui feita outubro de 2000, iniciou-se a organização traz as marcas das concepções, das posi- do primeiro esforço sistêmico para avaliar ções situacionais, das experiências e das o conjunto dos programas (cerca de 380) e subjetividades dos que a fazem. E não po- o próprio plano. Em meados de abril de deria ser diferente, se considerarmos a 2001, o relatório da avaliação do avaliação como em essência, um julga- 2 PPA foi encaminhada ao Congresso Nacional. mento de valor, a partir de um quadro referencial estabelecido anteriormente. O marco de referência para a avaliação do PPA consistiu, fundamentalmente, no seguinte: (a) o plano seria avaliado em A Importância e as Exigências da Avaliação seu desenho, nos aspectos consistência, suficiência e pertinência aos problemas A avaliação é um ingrediente indispensá- selecionados; (b) também seria avaliado vel à condução de qualquer processo − o em sua eficácia e eficiência, ou seja, o al- qual, por sua vez, quanto mais complexo e cance dos objetivos a que se propôs e ao abrangente for, mais exigente será em ter- menor custo possível, assegurados os re- mos de avaliação. Esta é condição elemen- quisitos de qualidade e oportunidade; (c) tar para a tomada de decisão, para a iden- os fatores impeditivos seriam identifica- tificação de erros e acertos, bem como dos e analisados, com vistas a subsidiar a para a correção dos primeiros e a confir- ação corretiva. mação dos últimos. Quem avalia sabe por onde anda, a que distância está dos seus O resultado desse esforço, empreendido du- objetivos, em que custos incorre para rante quase seis meses, também necessita alcançá-los, os problemas e obstáculos a ser objeto de reflexão e avaliação. Assim enfrentar e como, quando e com quais recursos fazê-lo. Quem não avalia os problemas que enfren- 1. Técnicos das Diretorias de Estudos Setoriais (DISET) e de Estudos Sociais (DISOC) do IPEA, respectivamente. o 2. Ver Decreto n 2 829, de 29/10/98, que estabelece normas para a elaboração e execução do Plano Plurianual e dos Orçamentos da o União e a Lei n 9 989, de 21/7/2000, que aprova o PPA. ta, os contextos que os envolvem, a propriedade das ações a serem empreendidas e os resultados e conseqüências do seu agir não conduz − é conduzido por circunstâncias 122 POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise que ignora. Somente chegará ao destino melhoria, da produção de informações rele- escolhido por obra exclusiva do acaso. vantes, que corrijam, modifiquem ou mantenham a direção das intervenções estatais. A avaliação, no entanto, não é algo trivial. Exige conhecimento apropriado, métodos Certamente o interesse primário de qual- e técnicas adequadas, construídos ou sele- quer atividade de avaliação é auferir re- cionados caso a caso, para dar conta das sultados e dimensionar as conseqüências especificidades próprias de cada objeto ou qualitativas e quantitativas das interven- processo a ser avaliado. Requer competên- ções. Com efeito, a aferição sobre a efeti- cias específicas e organização condizente. vidade dos programas é o motivo central Não é algo que se improvise ou que admita da avaliação. simplificações reducionistas. Há de ter a complexidade correspondente aos comple- No seu primeiro ano o xos processos mediante os quais são levados mas dificuldades naturais, pois qualquer a cabo planos, programas, projetos e ações plano que se proponha a demarcar cami- governamentais − que, por sua vez, não pri- nhos em estruturas institucionais, sociais e mam pela simplicidade, como simples, tam- culturais consolidadas com elas deve lidar. bém, não são os ambientes socioeconômicos Um dos maiores problemas enfrentados é e político-culturais nos quais concretamente que muitos dos programas não foram dese- acontecem. nhados para serem avaliados. O fato mais PPA encontrou algu- visível é a ausência de indicadores adequaMas a avaliação, com as características dos, com séries históricas comparáveis, mencionadas, somente será levada a efei- que sejam significativos dos problemas e, to se os planos, os programas e as ações principalmente, que sejam confiáveis. Ou- forem desenhados para serem avaliados. tro ponto digno de nota é a ausência de in- Isto porque os decisores responsáveis por formações sobre o andamento dos progra- suas respectivas implementações delas mas, sobre as circunstâncias nas quais são precisam para tomar as decisões necessá- implementados e de seus resultados. rias e oportunas com segurança e direcionalidade. No desenho, há de ficar claro O todos os aspectos relevantes, técnica e po- problemas, em vez de setores, concretiza liticamente, sobre os quais há de se ter in- um bom ponto de partida para a avaliação. formações confiáveis, sintéticas e tempes- Mas para tal deve ser, desde seu início, de- tiva, que deverão ser geradas na própria senhado e concebido para gerar informa- execução dos planos e programas, ou ser ções que permitam avaliar a eficácia e a buscadas, quando se referirem a variáveis eficiência das ações sobre as causas dos externas, e processadas por sistemas de mo- problemas ou, de forma mais precisa, so- nitoramento especificamente concebidos. bre as relações causais identificadas como Do contrário, a avaliação não se incorpora configuradoras dos problemas. aos processos decisórios e de aprendizado PPA, ao indicar a possibilidade de tratar institucional. Essa assertiva nos leva a um segundo inte- Programas, Concepção e Avaliação modos específicos pelos quais os progra- resse da avaliação: o entendimento dos mas atingem ou deixam de atingir seus re- Os processos de decisão institucional de- sultados. Nesse sentido, as teorias e as rela- vem contar para seu aprimoramento com ções causais apontadas como fundamento mecanismos de avaliação eficazes. O PPA dos programas são testadas, confrontadas 2000/2003 coordena um conjunto de ações com casos concretos, com condicionamen- governamentais que dependem, para sua tos e circunstâncias contextuais e operati- POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise vas específicas, que levam às transforma- dos em padrões institucionalmente acei- ções ou à manutenção das teorias e dos fun- tos – proporcionado por esse rol de possi- damentos do programa, ou seja, que levam à bilidades interpretativas em muito favore- decisão sobre a continuidade ou não do pro- cerá o conhecimento em profundidade grama no seu desenho original. dos programas e dos contextos que facilitam ou dificultam a obtenção de resulta- O PPA, nessa segunda acepção, indicou ca- dos. Ou seja, essas ciências, suas metodo- minhos, sem, no entanto, trilhá-los plena- logias e técnicas em muito têm a contri- mente. As conexões causais e de sentido buir com o conhecimento da eficácia dos que embasam os programas foram postu- programas do PPA, fato que justifica um de- ladas de forma ad hoc. Quer dizer, os pro- senho de avaliação capaz de as incorporar gramas já existiam, os problemas estavam com método e sistematicidade, o que per- definidos e suas causas poderiam ser arro- mitiria aprofundamento sobre as pergun- ladas depois do programa em funciona- tas relevantes que os instrumentos de ava- mento. É como se para cada programa fos- liação empregados no ano 2000 já fize- sem inventadas, a posteriori, as teorias que ram, mas que, por terem a forma e o con- os justificassem. teúdo de pesquisa de opinião, impossibili- A boa teoria e a prática consagrada recomendam que a explicação do problema organize o programa. Claro que essa é uma taram respostas satisfatórias e que produzissem elementos objetivos passíveis de tratamento mais rigoroso. deficiência menor para muitos casos em As avaliações, além de proporcionarem às que programas setoriais estão bem dese- ações certa dose de visibilidade, ampliam nhados, mas torna-se um problema sério o entendimento dos programas e das ra- se mantivermos em vista o desenho de um zões pelas quais eles dão certo ou falham. plano para atuar sobre problemas comple- Portanto, elas proporcionam um conheci- xos e muitas vezes de forma multissetorial. mento acumulável e sistematizável sobre É necessário tocar em mais um ponto julgado vital. A credibilidade da avaliação depende de rigor técnico e teórico, qualidades sem as quais a avaliação é incapaz de ser algo mais do que simples relatório opinativo − bem intencionado, é verdade, mas sem utilidade gerencial e incapaz de gerar os insumos que dotem o programa e as instituições de capacidade de aprendizado. Os relatórios gerenciais surgidos a partir de um questionário imprimiram ao PPA a imagem de que os esforços de avaliação serão sérios, mas − certamente os gestores concordarão − muito ainda há para se fazer. O uso de técnicas e metodologias próprias dos campos das ciências sociais, das ciências administrativas e de técnicas estatísticas é de fundamental importância para dotar as avaliações de credibilidade. O tratamento de dados empíricos − gera- os programas, seus problemas, dificuldades e também sobre as formas mais adequadas de geração de informação útil para sua gestão e dos instrumentos conceituais e metodológicos mais adequados para a avaliação. Em muitos casos proporcionam elementos para replicar metodologias similares a casos diferenciados. Para que isso ocorra, as avaliações devem ser sistemáticas e incorporadas às técnicas de gestão dos programas. Dito de outra forma, as avaliações devem ser incorporadas à gestão cotidiana dos programas como um dos elementos institucionais e culturais mais importantes. Muitos analistas informam-nos de que nossa cultura política e administrativa não vê com bons olhos a realização de avaliações. Podem estar certos. O fato é que a avaliação do PPA lançou sementes e abriu possibilidades para transformar a 123 124 POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise avaliação em técnica arraigada de aprendi- rigor, não seriam e nem poderiam ser zado institucional e de aperfeiçoamento consideradas ideais, pois o tempo e os re- progressivo da ação governamental. cursos de convencimento e indução foram escassos. A estratégia foi dar um pri- Formulação, Implementação e meiro passo, coordenando o que já existia Cooperação nas estruturas setoriais e acomodando di- Em geral as ações e os programas de política pública estabelecem objetivos − bem como as estratégias pelas quais se pretende ficuldades passíveis de serem transpostas apenas em momentos seguintes da implementação. atingi-los. Ainda de forma geral, é possível É possível afirmar sem medo de truísmos afirmar que os objetivos e as estratégias são que a implementação do elaborados por atores circunscritos não foi um jogo complexo de relações entre as apenas em número, em suas capacidades e autoridades centrais − que formulam e im- recursos disponíveis, mas também nas plementam o esforço de avaliação − e os suas funções institucionais. A elaboração formuladores e implementadores dos pro- e a implementação da avaliação do PPA gramas propriamente. É de se imaginar não foge a essa regra. Supõe dada localiza- que as mudanças profundas e consistentes ção e inserção, bem como certo controle na direção esperada impliquem intera- centralizado institucionais ções e relações mais densas entre autori- que, se criam possibilidades, também im- dades centrais, setoriais e gerentes − rela- põem limites. Quais as implicações disso? ções estas capazes de estabelecer agendas de recursos Em primeiro lugar, o desenho de avaliação do PPA foi realizado por atores institu- cionais – o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MP) e, em especial, a Secretaria de Planejamento e Investimento Estratégico do MP ( SPI), PPA 2000/2003 e compromissos na implementação de uma avaliação que ganhe em qualidade e profundidade, bem como em relevância, e que tenha impactos no desempenho dos programas. os quais estabele- A convergência de perspectivas e propósi- ceram objetivos desejáveis segundo sua tos e o melhor entendimento entre os im- ótica e implementaram as ações possíveis. plementadores do Estas estiveram sob a inteira responsabili- veis, em torno de conceitos, objetivos e dade do PPA em seus diversos ní- que, mobilizou o Instituto de metodologias, podem ser indicadores im- Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), mas portantes do grau de sucesso da imple- assumiu a direção e a responsabilidade mentação e institucionalização do proces- pela implementação da avaliação, na qual so de avaliação. A adesão dos gerentes à a figura dos gerentes e dirigentes setoriais idéia da importância das avaliações para o ganhou papel proeminente, tendo sido re- andamento dos programas é importante, forçada, ainda que de maneira não unifor- mas deve ser seguida de estratégias de in- me, com as capacidades técnicas do centivos institucionalizadas. MP IPEA. Procurou-se, com isso, induzir os órgãos a entrarem no jogo das transformações ins- A avaliação consome tempo, recursos e es- titucionais colocando em prática objeti- forços. Mas o que se ganha com ela? Esta é vos e estratégias da reforma gerencial e da uma pergunta que deve passar com insis- avaliação dos programas por resultado. tência pela mente do implementador de programas e, por mais óbvia que pareça a Pode-se questionar que a abrangência do resposta, ela de fato não é trivial. Normal- PPA, que recobre todas as ações de gover- mente, na prática, os planos ganham dire- no, exigiu uma série de estratégias que, a ções não previstas na concepção original. POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise De fato, a implementação sempre aconte- co claras e os conceitos, pouco explicitados, ce em contextos e estruturas que fogem ao mesmo que alguns dos seus passos e exigên- controle dos implementadores. Recursos cias tenham sido obrigados por lei. Os re- e prioridades mudam, mas sobretudo mu- sultados foram não mais que – e nem sem- dam os graus de influência dos dirigentes pre – bons registros de opiniões, com pouco envolvidos. A avaliação, portanto, irá in- conteúdo gerencial, o que indicou o ainda teressar ao implementador de programa mal definido papel da avaliação na estrutu- quando ofertar elementos que propiciem, ra de funcionamento real dos programas. com oportunidade e segurança, a melhoria do processo de tomada de decisões. Em realidade, o sucesso da avaliação depende, em certo grau, de um nível de ob- A eficácia do programa depende fortemente tenção de ações cooperativas entre os di- das estruturas de incentivos implícita ou ex- versos atores que pode ser obtido por rela- plicitamente existentes. A qualidade da ava- ções institucionais mais intensas, por es- liação está estreitamente ligada a essa estru- truturas de incentivos adequados e insti- tura de incentivos e deve, portanto, estar li- tucionalizados e, claro, pelos resultados gada estreitamente ao desenho e ao funcio- obtidos. Portanto, a escolha de determina- namento do programa, de forma que os in- das estratégias depende dos recursos dis- centivos ao bom funcionamento do progra- ponibilizados pela autoridade central, dos ma estejam vinculados aos conhecimentos comportamentos e aceitação esperados com acumulados que é capaz de gerar e aos pro- relação às ações propostas. A ampliação de blemas que é capaz de resolver ou impactar. recursos políticos próprios e dos parceiros É insuficiente que o gerente mantenha visualizados como aliados faz parte do jogo, boas relações com a autoridade imple- mas antes de tudo deve-se responder a uma mentadora ou realize avaliações burocrá- questão prévia: esse jogo está seriamente ticas como estratégia de acesso ou facilita- comprometido em colocar a avaliação ção de acesso ao cofre. Essa postura é legí- como imprescindível instrumento de ges- tima mas é insuficiente como política. As tão e como parte integrante do processo de estruturas de incentivos no aprendizagem institucional? PPA foram pou- 125 Nota Sobre Efeitos da Opção Entre Diversos Índices para Deflacionamento de Valores Nominais* Helmut Schwarzer** A escolha de determinado índice de inflação e não de outro para deflacionar uma série histórica de valores monetários pode gerar resultados diametralmente diferentes. Um exemplo de como esse fato, conhecido de macroeconomistas, também afeta a análise de políticas sociais apresenta-se nos dados da tabela abaixo para o caso do valor dos benefícios emitidos pelo INSS. tantes (no caso, reais de dezembro de 1999), os resultados da correção pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC/IBGE) geram uma série aparentemente oposta aos resultados da correção pelo Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI/FGV). Enquanto os resultados da aplicação do INPC configuram uma série de valores fortemente ascendentes de gas- mar os dados correntes de 1998 a 2000, to em benefícios, os dados corrigidos pelo IGP-DI contam uma história inversa, ou seja, de que o INSS estaria diminuindo os seus fornecidos pelo gastos reais ao longo dos últimos três anos. Na tabela 1 demonstra-se que, ao transforMPAS/INSS, para valores cons- BRASIL: VALOR TOTAL DOS BENEFÍCIOS EMITIDOS TABELA 1 PELO INSS,1998/2000(R$ DEZ.1999) 1998 1999 2000 TOTAL 53 146 485 039 61 719 943 980 73 329 485 289 PREVIDENCIÁRIOS CORREÇÃO PELO INPC: 48 806 644 612 56 614 558 799 67 156 299 107 ACIDENTÁRIOS 1 659 571 457 1 916 702 740 2 241 614 629 ASSISTENCIAIS 2 680 268 969 3 188 682 441 3 931 571 553 TOTAL 64 944 622 140 64 153 479 288 63 182 165 033 PREVIDENCIÁRIOS CORREÇÃO PELO IGP-DI: 59 642 921 995 58 824 193 927 57 849 702 022 ACIDENTÁRIOS 2 028 036 911 1 992 135 650 1 931 392 896 ASSISTENCIAIS 3 273 663 235 3 337 149 711 3 401 070 115 Fonte dados brutos: MPAS/SPS. A explicação desse paradoxo reside na tra- em junho de 1994, a trajetória de ambos jetória diferenciada que os índices apre- os índices era quase superposta, parcial- sentaram em anos recentes. Conforme o mente em função da elevada indexação da gráfico 1, até o lançamento do Plano Real, economia brasileira, bem como das altas taxas de inflação, que diminuem a escala * Agradeço comentários dos colegas Sergei Soares e Leandro Magnusson a versão preliminar destas notas. ** Técnico da Diretoria de Estudos Sociais. do gráfico para o período anterior à estabilização e diluem as diferenças residuais dos indicadores de preços. Com o Plano 128 POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise GRÁFICO 1 Real, entre junho de 1994 até o momento foram captadas pelo da desvalorização cambial de janeiro de período, a diferença entre os indicadores 1999, criou-se um diferencial entre ambos permaneceu razoavelmente constante e as os indicadores, em que o IGP incorporou al- suas oscilações deram-se quase sempre na gumas oscilações de preços de 1994, asso- mesma direção e com intensidades aproxi- ciadas à introdução do Plano Real, que não madamente semelhantes. INPC. Ao longo desse TRAJETÓRIAS DO INPC E IGP-DI, 1993/2000 Fonte dos dados brutos: FGV e IBGE. TABELA 2 A partir da desvalorização cambial de janei- apresentarem comportamentos bastante di- ro de 1999, o diferencial entre ambos os in- ferenciados consiste no fato de que suas defi- dicadores se abre e novamente o registra nições conceituais, ou seja, “as inflações” diversas variações de preços não incorpora- que ambos medem, são profundamente dife- das pelo rentes, conforme mostra a tabela 2. INPC. IGP O motivo de os indicadores DEFINIÇÕES CONCEITUAIS DOS ÍNDICES DE PREÇOS INPC E IGP INPC (IBGE) NOME UNIVERSO COBERTO IGP (FGV) IPC (FGV) IPA (FGV) ÍNDICE NACIONAL DE PREÇOS AO CONSUMIDOR ÍNDICE GERAL DE PREÇOS ÍNDICE DE PREÇOS AO CONSUMIDOR ÍNDICE DE PREÇOS NO ATACADO POPULAÇÃO URBANA, FAMÍLIAS CUJO CHEFE É ASSALARIADO MÉDIA PONDERADA DO IPA (60%), IPC (30%) E INCC POPULAÇÃO URBANA PREÇOS DO COMÉRCIO ATACADISTA PREÇOS DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO, SERVIÇOS E MÃO- DE-OBRA SOMENTE RIO DE JANEIRO E SÃO PAULO TODAS AS CAPITAIS ESTADUAIS DO BRASIL 20 CAPITAIS RENDA DE 1 A 33 SALÁRIOS MÍNIMOS − − (10%) COBERTURA GEOGRÁFICA FAIXA DE RENDA COBERTA Fonte: IBGE e FGV. INCC (FGV) 9 REGIÕES METROPOLITANAS MAIS BRASÍLIA E GOIÂNIA − RENDA DE 1 A 8 SALÁRIOS MÍNIMOS − ÍNDICE NACIONAL DE CUSTOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL ESTADUAIS DO BRASIL POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise O é um indicador destinado a medir a portações de bens de consumo finais (tra- inflação média da cesta de consumo (bens dables). No entanto, vários preços no ata- finais) de uma família urbana, com chefe cado e preços de bens non tradables, como assalariado e rendimento de 1 a 8 salários alguns serviços e imóveis (com impacto INPC mínimos, residente em uma das nove regiões no metropolitanas brasileiras, mais Brasília e fossem paralelamente captados pelos índi- Goiânia. O ces de preços ao consumidor. ponderado, IGP, por sua vez, é um índice composto pelo Índice INCC), mudaram de patamar sem que de Preços ao Consumidor (IPC), Índice de Pre- Com a desvalorização cambial, em janeiro ços no Atacado (IPA) e Índice Nacional dos de 1999, diversos produtos intermediários Custos da Construção Civil (INCC), todos importados e bens nacionais dependentes apurados pela Fundação Getúlio Vargas. A de insumos estrangeiros foram impacta- abrangência geográfica desses três índices, dos, afetado sobretudo o nível de preços o universo de variações de preços cobertos no atacado. O nível de preços no varejo e a faixa de renda da população analisada foi influenciado em alguns setores na me- do (1 a 33 salários mínimos) são subs- dida em que nestes ocorreu o fenômeno tancialmente diversos dos conceitos em- do pass-through da variação cambial aos pregados na construção do indicador INPC. preços de bens finais. No entanto, nem é muito influenciado sempre aconteceu esse repasse e as empre- pelos preços no atacado (IPA, com 60% de sas desses segmentos não mantiveram suas peso). Também a construção civil (INCC, margens de lucro constantes. A possibili- com 10% de participação no dade de recomposição do mark-up e do re- IPC Ressalte-se que o IGP IGP) influen- cia as variações do IGP. passe de custos teve como obstáculo adicional a contenção da demanda agregada, Por ocasião do Plano Real houve diversas dada a contração da massa salarial real alterações de preços relativos da econo- ocorrida ao longo de 1999 e 2000. Princi- mia. De um lado, como é conhecido, a es- palmente no segmento de bens de consu- tabilidade dos preços ao consumidor, obje- mo finais destinados a assalariados de bai- tivo do plano, manteve-se em função da xa renda, abrangidos pelo INPC, esse repasse âncora cambial e do maior espaço para im- de custos foi dificultado. GRÁFICO 2 TRAGETÓRIAS DO IGP-DI E DE SEUS COMPONENTES, 1993/2000 Fonte dos dados brutos: FGV e IBGE. 129 130 POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise A diferença de resultados da utilização do IGP ou INPC para a atualização de valores índice mais amplo de preços, como o ou mesmo o deflator implícito do PIB, IGP po- monetários do período reflete esses movi- dem dar uma idéia mais precisa do custo mentos de preços relativos. Além dos preços que a Previdência Social possui para a so- relativos, outro fator de grande influência ciedade e a economia na medida em que no descolamento do patamar do em as contribuições sociais e impostos que fi- relação ao IGP-DI foi, conforme o gráfico 2, a nanciam a previdência incidem sobre to- evolução do Índice de Preços ao Consumi- dos os setores e não apenas sobre os pro- dor da dutores de bens de consumo final. INPC FGV, restrito às cidades do Rio de Ja- neiro e São Paulo – cidades “globais” e mais internacionalizadas –, que aponta para uma De forma mais abstrata: comparando-se as forte alta do custo de vida da classe média a séries deflacionadas pelo partir da abertura econômica com estabili- atual constelação sugere que o mecanis- zação monetária dos anos 1990. mo previdenciário hoje esteja transferin- IGP e pelo INPC, a do renda de um segmento da economia Aplicando a discussão à Previdência Social, (por meio de impostos e contribuições), o emprego do INPC, cuja cesta de bens transacionados apre- utilizado pelo MPAS/INSS indicador atualmente para gerar valores sentou uma taxa de inflação maior ao lon- constantes, faz sentido quando da avalia- go dos últimos anos e no qual, em termos ção do poder de compra dos benefícios de poder de compra, a moeda nacional individuais pagos – dado que o mede possui valor real menor, para um setor de a variação de preços da cesta de consumo consumidores finais de uma faixa de ren- do assalariado nacional de renda até 8 da, cujo universo de consumo tem apre- salários-mínimos, o que é, aproximada- sentado inflação menor e no qual o poder mente, o leque de valores dos benefícios de compra dos benefícios previdenciários do tem sido crescente ao longo dos últimos INSS. INPC Por outro lado, pode-se argumen- tar que valores atualizados por algum anos, conforme medido pelo INPC. ANEXOS A.1 ACOMPANHAMENTO DA LEGISLAÇÃO EM POLÍTICAS SOCIAIS A.2 ANEXO ESTATÍSTICO ACOMPANHAMENTO DA A.1 LEGISLAÇÃO EM POLÍTICAS SOCIAIS SEGURIDADE SOCIAL 135 Previdência 135 Assistência Social 137 Saúde 140 EDUCAÇÃO 142 TRABALHO E RENDA 148 SEGURANÇA PÚBLICA 149 POLÍTICAS SOCIAIS anexos ACOMPANHAMENTO DA LEGISLAÇÃO EM POLÍTICAS SOCIAIS finida por plano e não por instituição. Isto SEGURIDADE SOCIAL porque há uma política de incentivo à mi- PREVIDÊNCIA gração de entidades e segurados de planos Alteração da Idade Mínima para Aposentadoria na Previdência Complementar constituídos pelo princípio de Benefícios Por meio do Decreto n 3 721/2001, de 8/ rendimento da fase ativa do segurado) para 1/2001, foi alterada a idade mínima para a planos com o princípio da Contribuição concessão de aposentadoria por tempo de Definida (CD; o valor da aposentadoria de- contribuição nos fundos de pensão fecha- finido pelo saldo acumulado na conta in- dos – Entidade Fechada de Previdência Pri- dividual do segurado, isto é, seu total de vada (EFPP). O decreto prevê que a cada mês contribuições mais a rentabilidade do in- de julho, iniciando-se em 2001, a idade vestimento, dividido pela sua expectativa mínima de 55 anos para aposentadoria au- de vida). Dada essa política, diversas mente seis meses. No ano de 2010, então, manterão planos CD e BD, paralelamente, ao seria alcançada nova idade mínima de menos por determinado período. o Definidos (BD; o valor da aposentadoria predeterminado como um percentual do EFPP aposentadoria por tempo de contribuição – 60 anos para planos constituídos confor- Tal resolução determina a existência de me o princípio de contribuição definida. quatro segmentos de aplicação: renda fixa, Para os planos de previdência comple- renda variável, imóveis e empréstimos e mentar geridos pelo princípio do benefí- financiamentos. Para o segmento de renda cio definido, a nova idade mínima de 65 fixa, dividido em três carteiras (baixo, mé- anos seria alcançada somente em 2020. dio e alto risco), estabeleceu-se que o total Esse decreto também restringiu a aposen- da carteira pode estar investido em títulos tadoria especial complementar dos segura- de baixo risco do governo federal: até 80% dos ocupados em atividades penosas e in- da carteira em títulos de baixo risco de es- salubres aos planos modelados pelo prin- tados, municípios, cípio da contribuição definida. 10% em fundos de investimento no exterior CDB/RDB e poupança, até e até 30% (reduzido a 20% em planos BD) Novos Critérios para Aplicação dos em títulos de médio e alto risco. Criam-se Recursos dos Fundos de Pensão regras que exigem a diversificação da car- O Conselho Monetário Nacional (CMN), teira e que instituem tetos de investimento em reunião de 30/3/2001, aprovou a Re- em títulos de uma mesma emissora. solução n 2 829, que tem por objetivo eso tabelecer novas diretrizes para a aplicação No segmento de renda variável, foram dos recursos dos fundos de pensão fecha- criadas três carteiras: ações em mercados, dos. No ano 2000, haviam sido introduzi- participações e outros ativos – esta última dos critérios pela Resolução n 2 720, engloba certificados de depósito de valores muito criticada e finalmente revogada em mobiliários de empresas brasileiras no novembro. Brasil e no exterior –, “Brazilian Deposi- o tory Receipts”, ações de empresas dos paíA Resolução no 2 829 inovou em relação a ses do Mercosul, ouro e debêntures. Em re- resoluções anteriores pela definição de lação à carteira total, o segmento de renda que a carteira de aplicações tem de ser de- variável pode representar até 60% (planos 135 136 POLÍTICAS SOCIAIS anexos CD) ou 45% (planos BD). Da carteira de renda te uma política de investimentos e comuni- variável, um segmento privilegiado é o de cá-la aos seus segurados. Por fim, determi- ações do chamado “Novo Mercado” da BO- na-se que, trimestralmente, os afiliados do – de empresas cumpridoras de determi- fundo de pensão recebam informações so- nados padrões de “governança” –, o qual a bre os resultados dos investimentos efetua- Secretaria de Previdência Complementar e dos e sobre os custos de administração in- o corridos pela VESPA CMN pretendem estimular. Para ações de EFPP. empresas do chamado “Segmento Especial” do Novo Mercado, os limites máximos de Transparência das EFPP participação no portfólio são de 60% (pla- Por meio das Portarias nos Ações de “Ní- 843, ambas de 23/3/2001, a Secretaria de vel 2” do Novo Mercado podem deter até Previdência Complementar do Ministério 55% (planos CD) ou 40% (planos BD) das car- da Previdência e Assistência Social impôs teiras, ações do “Nível 1”, 45% e 30%, res- maior transparência contábil aos fundos pectivamente, enquanto as demais ações de pensão por ela supervisionados. A Por- podem constituir no máximo 35% ou 30% taria no 842 exige que cada Entidade Fe- do investimento em renda variável. chada de Previdência Privada (EFPP) publi- CD) e de 45% (planos BD). MPAS/SPC nos 842 e que suas demonstrações contábeis anuais Tanto na renda fixa quanto na renda variá- em um grande jornal de circulação nacio- vel são proibidas operações com derivati- nal ou no Diário Oficial da União. Por sua vos, exceto para a proteção das carteiras. vez, a Portaria no 843 determina que as EFPP Também há regras que visam evitar exces- contratem a cada dois anos uma auditoria siva concentração de poder em fundos de externa para avaliar seu plano atuarial e o pensão, com a determinação de que o total estoque de benefícios em manutenção. A de aplicações na mesma companhia não primeira auditoria deve ser realizada já em pode exceder 20% do capital votante e 2001. Tais auditorias extraordinárias de- 20% do capital total. Além disso, na soma vem ser realizadas em diversas situações de investimentos, o fundo de pensão e sua que caracterizem desequilíbrio da entida- patrocinadora não podem adquirir mais de (enumeradas na portaria) e seus resulta- que 40% de uma empresa. O fundo de pen- dos devem ser comunicados aos partici- são também não pode adquirir mais que pantes do plano. Por fim, essa portaria ain- 25% das quotas de um mesmo fundo de da determina que o mesmo auditor pode participações, bem como um investimento ser contratado por, no máximo, duas audi- não pode exceder mais que 5% do total de torias seguidas. recursos da entidade. Por fim, não mais que 30% dos recursos podem estar investi- Nova Lei Geral da Previdência dos em títulos emitidos pela patrocinadora Complementar do fundo de pensão e por suas empresas Foi aprovada pelo Congresso Nacional e controladas e coligadas. sancionada em 29/5/2001 a Lei Complementar no 109, que substitui a Lei no 6 435, Na busca de maior transparência das EFPP, de 1977. A LC no 109 passa a ser a peça le- essa resolução inclui, ainda, a necessidade gal central do sistema de previdência com- de contratação de uma custodiante dos tí- plementar fechado e aberto ao fornecer tulos e valores mobiliários, bem como de tanto o quadro de referência para a relação uma auditoria independente para avaliar fundo-segurado quanto os princípios que regularmente a gestão dos investimentos procuram garantir a solvência das entida- efetuados. A entidade de previdência com- des e que regem a regulação do sistema. Os plementar também deve traçar anualmen- órgãos nominados para a fiscalização, in- POLÍTICAS SOCIAIS anexos tervenção e eventual liquidação de insti- contribuições dos funcionários públicos tuições de previdência privada, em caso segurados, ou seja, o Estado não pode con- de irregularidade, são a Secretaria de Pre- tribuir com valor superior ao desconto em vidência Complementar (SPC) e o Conse- folha salarial efetuado em nome do em- lho Gestor de Previdência Complementar pregado público. do Ministério da Previdência e Assistência Social, para as entidades fechadas de previdência privada, bem como a Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) e o Conselho Nacional do Seguro Privado do Ministério da Fazenda. São complementados em suas funções pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) junto ao Banco Central. O artigo dessa lei prevê que uma lei específica pode determinar novo órgão fiscalizador e regulamentador do sistema em uma alusão à possibilidade de criação de uma Agência Nacional da Previdência Privada. ASSISTÊNCIA SOCIAL Ampliação do Programa Agente Jovem A Portaria no 1 111, de 6 de junho de 2000/ Ministério da Previdência e Assistência Social, estabelece normas e diretrizes do Projeto Agente Jovem de Desenvolvimento Social e Humano. Tal projeto baseia-se em uma concepção do jovem como protagonista, que deverá ser capacitado a atuar, em suas regiões, no apoio às áreas de saúde, cidadania, esporte, cultura, justiça, turismo e meio ambiente. O objetivo é é a ampliação da preparar o jovem na faixa etária de 15 a 17 figura do patrocinador de um plano de anos para atuar de modo cooperativo em pensão fechado com a criação dos institui- sua comunidade e, ao mesmo tempo, pro- dores que podem ser, por exemplo, entida- mover a sua permanência no sistema edu- des classistas, profissionais ou setoriais. cacional e contribuir para que ele obtenha Além disso, há a menção a União, estados, melhor inserção futura no mercado de tra- Distrito Federal e municípios como poten- balho. Os jovens vulnerabilizados pela po- ciais patrocinadores de fundos fechados, breza e pela exclusão social recebem uma para cuja regulamentação haverá a neces- bolsa mensal no valor de R$ 65,00 e um sidade de aprovação de outra lei comple- curso de capacitação com duração de seis mentar, atualmente em tramitação no meses. Além disso, os jovens são direcio- Congresso. Também destaca-se na o nados para atividades comunitárias, cultu- 109 a caracterização do direito de portabi- rais, esportivas e de lazer com acompanha- lidade plena de direitos quando um segu- mento de um orientador social. Outra inovação dessa LC LC n rado muda de fundo. Até então era permitido que quem egressasse de uma entidade fechada somente portasse consigo o valor contribuído pelo empregado, perdendo-se o direito dos aportes efetuados pelo em- Alguns dos critérios utilizados para a seleção dos municípios nos quais o projeto será implantado são: Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) menor que a média pregador. regional, situação de emergência (enchen- Para regular especificamente a relação entre mento rural. O público priorizado é forma- tes, seca, etc.) e presença de áreas de assenta- entidades do setor público e seus fundos de do por jovens em situação de risco social e pensão, foi aprovada, simultaneamente, a por egressos de programas como o Progra- Lei Complementar no 108. Esta limita os ma de Erradicação do Trabalho Infantil aportes efetuados pelo setor público a fun- (PETI) e o Bolsa Escola, entre outros. O fi- dos de pensão apenas às contribuições en- nanciamento do projeto é feito pelas três quanto empregador e estas, por sua vez, de- esferas de governo e poderá contar com vem apresentar proporção paritária com as patrocínio privado. A esse respeito, é pre- 137 138 POLÍTICAS SOCIAIS anexos ciso mencionar a Portaria no 7, de 16 de serviço público que infringirem as suas fevereiro de 2001/ Ministério da Previdên- determinações. cia e Assistência Social, que trata da transferência dos recursos destinados aos Serviços A Lei no 10 098, de 19 de dezembro de Assistenciais de Ação Continuada, entre os 2000, embora contenha disposições de ca- quais encontra-se o Projeto Agente Jovem ráter mais amplo, dispõe de um reduzido de Desenvolvimento Social e Humano. A grau de aplicabilidade devido à ausência de abrangência desse projeto saltou de 3 000 instrumentos punitivos para os infratores e para 38 000 beneficiários no final do ano de mecanismos coercitivos direcionados ao de 2000, em quase 600 municípios. ajustamento do código de obras dos municípios. Essa lei estabelece “normas gerais e Ampliação das Normas que critérios básicos para a promoção da acessi- Facilitam a Integração da bilidade de pessoas portadoras de deficiên- Pessoa Portadora de Deficiência cia ou com mobilidade reduzida”. Com tal As pessoas portadoras de deficiência ou objetivo, a lei especifica, em seus capítulos, com mobilidade reduzida foram contem- as adaptações a serem implementadas – su- pladas por duas leis que tratam da sua pressão de barreiras ou outros meios – nos acessibilidade a repartições públicas e a elementos da urbanização, nos edifícios pú- meios de transporte, entre outros. A Lei n o blicos ou de uso coletivo, nos edifícios de 10 048, de 8 de novembro de 2000, tem uso privado, nos veículos de transporte co- um caráter mais restrito, embora com pos- letivo e nos sistemas de comunicação e si- sibilidades maiores de aplicação efetiva nalização. A lei prevê também a instituição em relação à Lei nº 10 098. A primeira as- do Programa Nacional de Acessibilidade na segura atendimento prioritário e reserva Secretaria de Estado de Direitos Humanos de assentos nas empresas públicas de do Ministério da Justiça. Em relação ao fi- transporte e nas concessionárias de trans- nanciamento destas e de outras medidas, a porte coletivo a pessoas portadoras de de- lei determina apenas a obrigação de a Ad- ficiência física, aos idosos com idade igual ministração Pública Federal destinar dota- ou superior a 65 anos, a gestantes, a lactan- ção orçamentária para o cumprimento da tes e a pessoas acompanhadas por crianças legislação nos edifícios públicos. de colo. A lei determina ainda que tanto os logradouros e sanitários públicos quan- Outra inovação legislativa a ser destacada é o to os veículos de transporte coletivo deve- Decreto no 3 691, de 19 de dezembro de rão ser construídos de forma a facilitar o 2000, que regulamenta a Lei no 8 899, de 29 acesso das pessoas portadoras de deficiên- de junho de 1994. Essa lei concede passe li- cia a seu interior. A adaptação dos veícu- vre às pessoas portadoras de deficiência físi- los de transporte coletivo deverá ocor- ca, mental, auditiva ou visual comprovada- rer segundo normas de maior acessibili- mente carentes, isto é, com renda familiar dade no prazo de 180 dias após a regula- mensal per capita de até 1 salário mínimo, mentação da lei, que ainda não ocorreu. no sistema de transporte coletivo interesta- A lei prevê sujeição às penalidades da dual. O decreto no 3 691 regulamenta a refe- legislação específica para a chefia res- rida lei ao determinar que as empresas de ponsável pela repartição pública e para transporte interestadual de passageiros reser- as instituições financeiras, além de mul- vem dois assentos em cada veículo para ocu- tas para as empresas concessionárias de pação das pessoas portadoras de deficiência. POLÍTICAS SOCIAIS anexos Redefinição do Rol de Trabalhos por meio da Lei no 10 097. A nova lei proíbe Penosos e Insalubres e Ratificação o trabalho de menores de 16 anos – exceto da Convenção no 138 da aprendizes –, estabelece o salário mínimo Organização Internacional do como remuneração e diminui a jornada Trabalho de trabalho, entre outros pontos. A Portaria n 6, de 5 de fevereiro de 2001/ o Ministério do Trabalho e Emprego amplia a Prorrogada a Opção entre OSCIP, lista de atividades econômicas considera- CEFF e Título de Utilidade Pública das perigosas ou insalubres, tornando-as Por intermédio da Medida Provisória proibidas aos menores de 18 anos. A porta- no 2 123-29, de 23/2/2001, foi prorroga- ria especifica as 82 piores formas de traba- do por mais cinco anos o prazo para as lho infantil – entre as quais estão os traba- instituições optarem por enquadrar-se lhos na construção civil, no plantio e na como Organização da Sociedade Civil de industrialização do sisal, nas indústrias ce- Interesse Público (OSCIP) ou como entida- râmicas e nas lavanderias industriais – de- des possuidoras do Certificado de Entida- terminadas por uma comissão composta de de Fins Filantrópicos (CEFF).1 Essa opção por governo, empresários e trabalhadores. apresentava-se muito difícil em virtude Representantes dos empresários argumen- das diferentes vantagens entre uma situa- tam que a proibição de atividades econômi- ção e outra. A utilidade pública, título sob a cas perigosas para os menores poderá preju- gestão do Ministério da Justiça, é pré-re- dicá-los por reduzir suas possibilidades de quisito para obtenção do emprego, mesmo em trabalhos não danosos concedido pelo Conselho Nacional de As- a sua saúde mental e física. sistência (CNAS), e ambos os documentos CEFF, certificado têm exigências difíceis de serem satisfeitas A descrição das atividades proibidas cons- pelas instituições executoras de beneficên- tituiu um requisito para a ratificação da cia em razão de limitações administrati- Convenção no 182 da Organização Inter- vas. Exige-se para a obtenção desses títulos nacional do Trabalho, destinada a comba- pelo menos três anos de atividade, en- ter as piores formas de trabalho infantil. quanto podem qualificar-se como Recentemente, ocorreu também a ratifica- instituições de interesse público recém- ção da Convenção no 138, que é comple- criadas e sem fins lucrativos. Nas mentar à 182 e trata da idade mínima para permitida remuneração à diretoria, o que admissão em empregos. Seguindo o estabe- torna possível abarcar um conjunto maior lecido pela Constituição Federal, a ratifica- de instituições. Também não se exigem, na ção fixa a idade mínima de 14 anos para o documentação da OSCIP, os relatórios de ati- trabalho de aprendiz e de 16 anos para ou- vidade, sendo exigidos apenas os demons- tros tipos de trabalho. trativos de receita e despesa. A determinação constitucional de 16 anos O como idade mínima está distante da reali- de, entre outras, a dispensa da contribui- dade brasileira, embora tenham sido re- ção patronal à Previdência Social em gistrados alguns avanços no que se refere nome dos seus servidores remunerados, o CEFF OSCIP OSCIP, as é traz como vantagens para a entida- ao trabalho infantil no Brasil. No período de 1995 a 1999, ocorreu uma redução do número de crianças trabalhadoras entre 10 e 14 anos – 3,2 para 2,5 milhões. Houve também a adaptação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) às exigências da Emenda Constitucional no 20, de 1998, 1. Legislação que rege a Utilidade Pública e as OSCIP: o Utilidade Pública – Lei n 91, de 28 de agosto de 1935 e Decreto o o n 50 517, de 2 de maio de 1961; OSCIP – Lei n 9 790, de 23 de o março de 1999 – Lei do Terceiro Setor, Decreto n 3 100 de 30 de o junho de 1999 e Medida Provisória n 2 123-29, de 23/2/2001. 139 140 POLÍTICAS SOCIAIS anexos que é de significativa importância para diversas instituições. O certificado de SAÚDE OSCIP isenta a instituição do pagamento do imposto de renda, benefício questionado pela Criado o Programa de Receita Federal se aplicado a instituições Interiorização do Trabalho que remuneram a diretoria. A modalidade em Saúde de vínculo com os governos para obtenção Foi instituído o Programa de Interiorização de recursos públicos são os convênios, no do Trabalho em Saúde por meio do Decreto caso das instituições filantrópicas, e as par- no 3 745, de 5 de fevereiro de 2001. Trata- cerias, por meio de concurso de projetos, se de mais uma tentativa do governo de no caso das OSCIP. incentivar a alocação de profissionais de saúde com nível superior em municípios Essa legislação, conhecida como Lei do Ter- de comprovada carência de recursos mé- ceiro Setor, visa reduzir custos operacionais dico-sanitários. e potencializar a realização de parcerias com os governos, além de implementar o Entre os objetivos do programa estão: am- controle por meio dos Conselhos de Políti- pliar a cobertura das ações e serviços do cas Públicas da área correspondente à atua- sistema Único de Saúde (SUS); impulsionar ção da instituição, o que garante que os re- a reorganização da atenção básica de saú- cursos de origem estatal administrados pe- de no país; e fortalecer o Programa de Saú- las de da Família. OSCIP de fato sejam destinados ao públi- co-alvo, sob pena de severas punições pelo uso indevido dos recursos públicos, tais As atividades constitutivas do programa como o seqüestro dos bens dos dirigentes. serão desenvolvidas em parceria, median- A lei das reconhece como de interesse te convênio, com os estados e municípios público outras instituições além daquelas nos quais o programa for implantado, de saúde, educação e assistência social, sendo de responsabilidade do Ministério como as de proteção ambiental, as credití- da Saúde a sua coordenação geral. OSCIP cias, as de estudos e pesquisas e de desenvolvimento de tecnologia e as de direito difuso. A principal finalidade da lei – fomentar parcerias – ainda não se efetivou, pois não há ainda nenhuma parceria entre as OSCIP e o governo. Também é da competência do Ministério da Saúde definir os critérios para a habilitação dos municípios à inserção no programa. Na primeira experiência do projeto, que deve ter início em julho de 2000 e durar um ano, as cidades deveriam ter me- No centro da discussão sobre a qualifica- nos de 50 mil habitantes, apresentar altos ção das instituições como filantrópicas ou índices de malária, hanseníase ou tubercu- está a questão da concorrência entre lose e ter uma taxa de mortalidade infantil OSCIP esses certificados, fato que atua no sentido inverso ao de promover medidas mais integradoras que, ao tempo em que facilitem o reconhecimento das atividades das instituições, exerçam maior fiscalização e controle do uso dos recursos públicos e preservem a possibilidade da isenção previdenciária e tributária das instituições que realmente fazem jus a ela. superior a 80 por mil nascidos vivos. Tal programa tem ainda como um de seus elementos básicos a concessão de incentivos aos profissionais que o integrarem. Os médicos receberão salário-bolsa de até R$ 4,5 mil e os enfermeiros, de até R$ 3,1 mil. Os valores variam de acordo com a dificuldade de acesso aos municípios e se- POLÍTICAS SOCIAIS anexos rão pagos pelo Ministério da Saúde. Em ção em quaisquer outros ramos ou modali- contrapartida, os municípios têm de ofe- dades. As sociedades seguradoras que já recer aos profissionais moradia e alimen- operam na área de saúde juntamente com tação, bem como uma estrutura mínima ma prevê ainda aos profissionais que o in- outros ramos de seguro terão até 1/7/2001 para providenciar a sua especialização junto à Superintendência de Seguros Pri- tegram orientação, supervisão e educação vados (SUSEP). de atendimento aos pacientes. O progra- permanente mediante articulação com o Ministério da Educação e com instituições de ensino superior. Ao final, todos os bolsistas receberão certificado de especia- Enquadra-se o seguro-saúde como plano privado de assistência à saúde e a Sociedade Seguradora Especializada em Saúde lização em atenção básica. como operadora de plano de assistência à saúde, ficando estas subordinadas às nor- A participação dos profissionais no pro- mas e à fiscalização da Agência Nacional de Saúde (ANS). Caberá exclusivamente à grama é voluntária, ao contrário do que ocorre no México e no Peru, onde programas semelhantes existem e nos quais o governo brasileiro se inspirou. Segundo os técnicos que foram a esses países estudar os seus programas, o governo brasileiro não teria condições de enviar todos os profissionais que se formam anualmente para o interior. Obrigatoriedade de Cirurgia Plástica Reparadora de Mama Por meio da Lei no 10 223, de 15/5/2001, foi alterada a Lei no 9 656, de 3/6/1998, que passou a vigorar acrescida do artigo 10o. Esse artigo dispõe que os planos e seguros privados de assistência à saúde são obrigados, por meio de sua rede de unidades conveniadas, a prestar serviço de cirurgia plástica reconstrutiva de mama, utilizando-se de todos os meios e técnicas necessárias para o tratamento de mutilação decorrente de tratamento de câncer. Promulgada Lei que Dispõe sobre Especialização dos Planos Privados de Saúde e ao Conselho de Saúde Suplementar (CONSU) autorizar o funcionamento, disciplinar as operações dos seguros de assisANS tência à saúde, assim como aplicar-lhes, em caso de infração à legislação que os regula, as penalidades previstas nas Leis nos 9 656/1998 e 9 961/2000. Lei Devolve à Família o Poder de Decidir sobre a Doação de Órgãos Por meio da Lei no 10 211, de 23/3/2001, o governo revogou os artigos da Lei no 9 934/97 que dispunham sobre a obrigatoriedade da gravação da expressão “não doador de órgãos” na carteira de identidade civil e na carteira nacional de habilitação da pessoa que optasse por essa condição. Com isso, o poder de decisão sobre a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo de pessoas falecidas, para fins de transplante e tratamento, volta a ser da família do potencial doador. A partir de 1998, os transplantes de órgãos no Brasil cresceram cerca de 60% e, segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), o número de operar planos de assistência à saúde desde transplantes realizados no país já é o segundo maior do mundo, só perdendo para os EUA. Atualmente, há aproximadamente que estejam especializadas nesse seguro, 40 mil pessoas que esperam por trans- devendo seu estatuto social vedar a atua- plantes e 6 250 são realizados por ano. De acordo com a Lei no 10 185, de 12/2/ 2001, as sociedades seguradoras poderão 141 142 POLÍTICAS SOCIAIS anexos (ii) garantia de ensino fundamental a to- EDUCAÇÃO dos os que a ele não tiveram acesso na idade própria ou que não o concluíram, A Lei n 10 172, de 9 de Janeiro de visando, assim, possibilitar a progressiva 2001, Aprovou o Plano Nacional de erradicação do analfabetismo; Educação (PNE), Além de Atribuir pliação do atendimento nos demais níveis Outras Providências de ensino – educação infantil, ensino mé- De acordo com essa lei, fica aprovado o dio e educação superior – de forma a dar Plano Nacional de Educação, com dura- maior oportunidade de formação à popu- ção de dez anos. Ademais, responsabiliza lação; (iv) valorização dos profissionais da os estados, o Distrito Federal e os municí- educação, dando condições adequadas de pios pela elaboração de seus respectivos trabalho, entre elas o tempo para estudo e planos decenais com base no referido pla- preparação das aulas, salário digno, com no. O Poder Legislativo, por intermédio piso salarial e carreira de magistério; e das Comissões de Educação, Cultura e (v) desenvolvimento de sistemas de infor- Desporto da Câmara dos Deputados e da mação e de avaliação em todos os níveis e Comissão de Educação do Senado Federal, modalidades ficaria encarregado de acompanhar a exe- considerados indispensáveis para a gestão cução do Plano Nacional de Educação. e a melhoria do sistema educacional. o Caberia à União instituir o Sistema Nacional de Avaliação e estabelecer os mecanismos necessários ao acompanhamento das metas constantes do PNE . Estabeleceu- de ensino, (iii) am- instrumentos Criação do Programa Nacional de Renda Mínima Vinculada à Educação − Bolsa Escola se que a primeira avaliação do plano A Lei no 10 219, de 11 de abril de 2001, ocorreria no quarto ano de vigência des- criou o Programa Nacional de Renda Mí- sa lei. De maneira geral, tal plano tem nima Vinculada à Educação – Bolsa Esco- como objetivos: (i) a elevação global do la. Esse programa constitui o instrumento nível de escolaridade da população; (ii) a de participação financeira da União em melhoria da qualidade do ensino em to- programas municipais de garantia de ren- dos os níveis; (iii) a redução das desigual- da mínima e tem como objetivo, a partir dades sociais e regionais no tocante ao do exercício de 2001, o apoio da União a acesso e à permanência, com sucesso, na programas de garantia de renda mínima educação pública; e (iv) a democratização associados a ações socioeducativas, que da gestão do ensino público nos estabele- preencham, cumulativamente, os seguin- cimentos oficiais, obedecendo aos prin- tes requisitos: (i) sejam instituídos por lei cípios da participação dos profissionais municipal, compatível com termo de ade- da educação na elaboração do projeto pe- são; (ii) tenham como beneficiárias as fa- dagógico da escola e a participação das mílias residentes no município com ren- comunidades escolar e local em conse- da familiar per capita inferior ao valor fi- lhos escolares ou equivalentes. xado nacionalmente em ato do Poder Executivo, para cada exercício, e que possuam Considerando-se que os recursos finan- sob sua responsabilidade crianças com ceiros são limitados, as seguintes priori- idade entre 6 e 15 anos, matriculadas em dades foram estipuladas: (i) garantia de estabelecimentos de ensino fundamental ensino fundamental obrigatório de oito regular, com freqüência escolar igual ou anos a todas as crianças de 7 a 14 anos, superior a 85%; (iii) incluam iniciativas assegurando o seu ingresso e permanên- que, diretamente ou em parceria com ins- cia na escola e a conclusão desse ensino; tituições da comunidade, incentivem e vi- POLÍTICAS SOCIAIS anexos abilizem a permanência das crianças be- Critérios e Formas de Transferência neficiárias na rede escolar, por meio de Financeira aos Governos dos ações socioeducativas de apoio aos traba- Estados, DF e dos Municípios para o lhos escolares, de alimentação e de práti- Atendimento Educacional aos cas desportivas e culturais em horário Jovens e Adultos – RECOMEÇO – complementar ao das aulas; e (iv) subme- SUPLETIVO DE QUALIDADE tam-se ao acompanhamento de um conse- A Resolução/CD/FNDE no 10, de 20 de março lho de controle social, designado ou cons- de 2001, aprovou os critérios e as formas de tituído para tal finalidade, composto por transferência de recursos financeiros aos representantes do poder público e da soci- governos dos estados e dos municípios com edade civil. A participação da União nos menor Índice de Desenvolvimento Huma- programas compreenderá o pagamento, no (IDH), e visa executar ações voltadas para diretamente à família beneficiária, do o atendimento educacional aos jovens e valor mensal de R$ 15,00 (quinze reais) adultos, por intermédio do Recomeço – Su- por criança que atenda aos requisitos da pletivo de Qualidade. Essa iniciativa consis- lei até o limite máximo de três crianças te na transferência, em caráter suplementar, por família. O pagamento será feito à mãe de recursos financeiros em favor dos gover- das crianças que servirem de base para o nos estaduais e municipais, destinados a cálculo do benefício, ou, na sua ausência ampliar a oferta de vagas na educação fun- ou impedimento, ao respectivo responsá- damental pública de jovens e adultos e pro- vel legal. O Poder Executivo poderá rea- piciar o atendimento educacional, com qua- justar os valores fixados, bem como o va- lidade e aproveitamento, à clientela potenci- lor limite de renda familiar per capita re- almente escolarizável e matriculada nessa ferida na lei para o exercício subseqüente, modalidade de ensino. Os beneficiários são desde que os recursos necessários para alunos de escolas públicas estaduais e mu- tanto constem explicitamente da lei orça- nicipais do ensino fundamental, matricula- mentária anual. Serão excluídas do cálcu- dos nos cursos da modalidade “supletivo lo do benefício pago pela União as crian- presencial com avaliação no processo”, que ças: (i) que deixarem a faixa etária prevista pertençam aos estados e municípios relaci- na lei; (ii) cuja freqüência escolar situe-se onados na resolução. A transferência de re- abaixo de 85%; e (iii) pertencentes a famí- cursos financeiros, condicionada à efetiva lias residentes em município que descum- arrecadação, será feita automaticamente, prir os compromissos constantes do ter- sem necessidade de convênio, ajuste, acor- mo de adesão de que trata a lei. Na análise do, contrato ou instrumento congênere, para homologação dos termos de adesão mediante crédito em conta única e específi- recebidos pelo órgão designado para esse ca do programa aberta pelo Fundo Nacional fim, terão prioridade os firmados por mu- de Desenvolvimento Educacional (FNDE) e nicípios: (i) com os quais a União tenha mantida na mesma instituição financeira e celebrado, no exercício de 2000, convê- agência depositária dos recursos do Fundo nio nos termos da Lei no 9 533, de 10 de de Manutenção e Desenvolvimento do En- dezembro de 1997; (ii) pertencentes aos sino Fundamental e Valorização do Magis- catorze estados de menor tério (FUNDEF), e sua operacionalização pro- IDH; centes a microrregiões com (iii) pertenigual ou cessar-se-á da seguinte forma: (i) o montan- igual ou infe- te de recursos a ser transferido aos estados rior a 0,500 que não se enquadrem no in- e municípios, no exercício de 2001, será ciso anterior; e (v) demais municípios. calculado multiplicando-se o valor de inferior a 0,500; (iv) com IDH IDH 143 144 POLÍTICAS SOCIAIS anexos R$ 230,00 (duzentos e trinta reais) por alu- A Medida Provisória no 2 100-28, no/ano pelo total de matrículas nos cursos de 25 de Janeiro de 2001, da modalidade “supletivo presencial com Regulamenta o Adicional de avaliação no processo” da respectiva rede Recursos Destinados aos de ensino, tendo por base o censo escolar Programas PNAE e PDDE realizado pelo Ministério da Educação (MEC) Essa medida provisória define que os re- no ano anterior ao das transferências; (ii) cursos consignados no orçamento da os valores serão transferidos, mensalmen- União para execução do Programa Nacio- te, à razão de um duodécimo do valor pre- nal de Alimentação Escolar (PNAE) são ex- visto para o exercício e deverão ser inclu- clusivamente destinados à aquisição de ídos nos respectivos orçamentos dos esta- gêneros alimentícios e serão repassados dos e municípios: aos estados e municípi- em parcelas aos estados, Distrito Federal e os integrantes do Projeto Alvorada, será municípios de acordo com o número de transferido o correspondente a 12/12 do alunos devidamente matriculados no en- montante de recursos; aos demais estados sino pré-escolar e fundamental de cada e municípios, que estejam situados em um dos entes federados, constatado no microrregiões com menor ou igual a censo escolar do ano anterior. A transfe- 0,500 ou que estejam, individualmente, rência de recursos será executada pela Se- nessa mesma condição segundo o Atlas de cretaria-Executiva do Desenvolvimento Humano [PNUD, 1998], tados, o Distrito Federal e os municípios será transferido o correspondente a 9/12 instituir um Conselho de Alimentação Es- do montante de recursos; (iii) os recursos colar financeiros serão mantidos em conta ban- acompanhar a aplicação de recursos, zelar cária específica, cuja utilização estará res- pela qualidade dos alimentos e prestar trita ao pagamento de despesas admitidas; contas do (iv) a aplicação dos recursos financeiros dos recursos financeiros destinados ao em caderneta de poupança será obrigató- PNAE ria se sua previsão de uso for igual ou su- bunal de Contas da União (TCU) e pelo IDH (CAE) para PNAE. FNDE, devendo os es- fiscalizar, assessorar, Além disso, a fiscalização também será acompanhada pelo Tri- perior a 1 (um) mês; (v) se a utilização dos FNDE. recursos financeiros estiver prevista para âmbito do prazos menores, os recursos disponíveis reto na Escola (PDDE), com a finalidade de serão, obrigatoriamente, aplicados em prestar assistência financeira suplementar fundo de aplicação financeira de curto às escolas públicas de ensino fundamen- prazo, ou operação de mercado aberto, tal e de educação especial consideradas fi- lastreada em título de dívida pública fe- lantrópicas ou por elas mantidas, tendo deral; (vi) os rendimentos das aplicações como base o número de alunos matricula- financeiras serão, obrigatoriamente, apli- dos no ensino fundamental e especial cados no programa; (vii) o saldo dos recur- constatado no censo escolar do ano ante- sos financeiros, porventura existente, de- rior. Por fim, sem prejuízo dos demais verá ser reprogramado para o mês ou programas e projetos em andamento, fi- Adicionalmente, fica instituído, no FNDE, o Programa Dinheiro Di- exercício subseqüente e sua aplicação cam instituídos, no âmbito do será, obrigatoriamente, em ações previstas grama de Apoio a Estados e Municípios pelo programa; (viii) as transferências dos para a Educação Fundamental de Jovens e recursos financeiros serão suspensas até a Adultos e o Programa de Apoio aos Esta- comprovação da correção das irregularida- dos para a Expansão e Melhoria da Rede des; e (ix) se os recursos forem aplicados em Escolar do Ensino Médio. Fica a cargo da desacordo com a resolução, o órgão execu- União apoiar financeiramente esses pro- tor deverá restituí-los ao FNDE. gramas nos estados e municípios com me- MEC, o Pro- POLÍTICAS SOCIAIS anexos nor IDH calculado por instituição oficial – o tor produtivo. Para tanto, foi criada contri- é um indicador do grau de desenvolvi- buição, com alíquota de 10%, denominada mento social da população, e considera os contribuição de intervenção no domínio econô- níveis de educação, longevidade e renda. mico, “devida a pessoa jurídica detentora de IDH licença de uso ou adquirente de conheciFundo Nacional de mentos tecnológicos, bem como aquela sig- Desenvolvimento Científico e natária de contratos que impliquem transfe- Tecnológico (FNDCT) rência de tecnologia, firmados com residen- O FNDCT, instituído em 31 de julho de 1969, tes ou domiciliados no exterior.” pelo Decreto-Lei no 719, e restabelecido pela Lei no 8 172, de 18 de janeiro de Essa contribuição, que incidirá sobre as 1991, foi redesenhado pela Medida Provi- transferências monetárias a residentes ou sória n 2 021-1, de 2 de maio de 2000, no domiciliados no exterior, a título de remu- que se refere ao financiamento a projetos neração decorrente das obrigações anterior- de implantação e recuperação de infra-es- mente mencionadas, constituirá umas das trutura de instituições públicas de ensino fontes de financiamento do FNDCT. o superior e pesquisa. Conselho Nacional do Fundo de Nesse sentido, as fontes de recursos que Financiamento ao Estudante do comporão o referido fundo são as seguintes: Ensino Superior (CONFFIES) (i) contribuição de intervenção no domínio Foi o econômico (ver Lei n 10 168); (ii) compen- n 1 464, de 19 de setembro de 2000, o re- sação financeira sobre o uso de recursos na- ferido Conselho. Esse órgão, de natureza turais; (iii) percentual sobre receita ou lucro consultiva, terá como atribuições o acom- de empresas concessionárias, permissioná- panhamento, a supervisão e a avaliação rias e autorizatárias de serviços públicos; e das atividades desenvolvidas no âmbito do (iv) contratos firmados pela União e por Financiamento ao Estudante do Ensino Su- suas autarquias e fundações. perior (FIES). Sua composição inclui seis re- instituído, por meio da Portaria o presentantes do governo federal e outros A referida medida provisória também esta- quatro da sociedade civil. belece a aplicação mínima de 30% dos recursos do FNDCT em instituições sediadas nas Programa de Suporte à Pós- regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Graduação de Instituições de Ensino Particulares (PROSUP) O FNDCT será gerido por um Comitê Gestor, cujas atribuições serão a de definir diretrizes gerais e o plano anual de investimen- O PROSUP foi instituído por intermédio da Portaria no 47, de 7 de abril de 2000, da ações e avaliar os resultados alcançados. Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), com o objetivo de contribuir para a manu- Programa de Estímulo à Interação tenção dos padrões de excelência e eficiência da pós-graduação stricto sensu em ins- tos, acompanhar a implementação das Universidade-Empresa para o Apoio Por meio da Lei no 10 168, de 29 de de- tituições privadas. Para tanto, está prevista a concessão de bolsas de estudos e o pagamento de taxas escolares, com base nos se- zembro de 2000, foi instituído o referido guintes critérios: (i) características, dimen- programa, tendo como objetivo principal são e desempenho do curso e dos bolsistas; estimular o desenvolvimento tecnológico (ii) carências específicas de formação; e brasileiro, mediante a interação entre (iii) recomendações do Conselho Técnico universidades/centros de pesquisa e o se- Científico. à Inovação 145 146 POLÍTICAS SOCIAIS anexos As ações que integram o PROSUP substituirão Outro projeto de lei encaminhado ao Con- aquelas desenvolvidas no Programa de De- gresso Nacional, em setembro de 2000, pro- manda Social. põe a transformação da Escola Federal de Engenharia de Itajubá em Universidade Es- Normas para o Funcionamento de pecializada na Área Tecnológica. Essa insti- Cursos de Pós-Graduação tuição, fundada em 1913, oferece cursos de Pela Resolução n 1, de 3 de abril de 2001, graduação, mestrado e doutorado concen- da Câmara de Ensino Superior do Conse- trados na área de engenharia. o lho Nacional de Educação, são estabelecidas normas de funcionamento da pós-gra- Procedimentos para a Análise de duação nas modalidades stricto sensu e Cursos de Qualificação lato sensu. Desse modo, para que os diplo- Profissional de Auxiliar de mas expedidos pelos programas de mestra- Enfermagem do e doutorado tenham validade nacional, Em virtude de dificuldades iniciais para a é preciso que sejam reconhecidos e autori- implementação do Projeto de Profissiona- zados pelo MEC. A despeito de os cursos lato lização dos Trabalhadores da Área de En- sensu não estarem submetidos a essas exi- fermagem (PROFAE), o Ministério da Saúde gências, a presente resolução define um solicitou ao Ministério da Educação pro- conjunto de critérios aos quais esses cur- vidências no sentido de orientar os órgãos sos deverão adequar-se. normativos estaduais quanto aos procedimentos de análise e aprovação de cursos Cursos de Pós-graduação Stricto de Qualificação Profissional de Auxiliar Sensu Ofertados por Instituições de Enfermagem. Estrangeiras no País De acordo com a Resolução CNE/CES no 2, de O 3 de abril de 2001, ficam proibidas novas mil trabalhadores da área de enfermagem admissões de alunos aos programas de pós- que ainda não possuem a devida forma- graduação stricto sensu oferecidos no Bra- ção profissional e estão sob risco de perda sil por instituições estrangeiras, quer dire- de emprego pelo exercício ilegal da pro- tamente, quer por convênio com institui- fissão, ressaltando que muitos sequer ção brasileira. Além disso, a resolução esta- completaram o ensino fundamental. belece que, no prazo de 90 dias, as instituições que se encontram nessa condição deverão encaminhar à CAPES informações re- lativas ao alunado (diplomados, matricula- PROFAE objetiva qualificar cerca de 250 O Ministério da Saúde relatou estar enfrentando obstáculos à implementação do PROFAE, seja por dificuldades de obter a ne- dos e respectivas previsões de conclusão). cessária autorização para os cursos de Au- Novas Universidade Federais Estaduais de Educação, seja por pressões O Congresso Nacional aprovou o projeto do Conselho Regional de Enfermagem de lei, encaminhado pelo Executivo, que para que se exija o ensino médio como cria a Fundação Universidade Federal de To- pré-requisito do educando do curso de Au- cantins. A previsão inicial é de que sejam xiliar de Enfermagem. Por se tratar de curso oferecidas 4 mil vagas nas áreas de Ciências que confere a certificação de qualificação de da Saúde, Ciências Humanas, Ciências Jurí- nível técnico, surgiram conflitos de inter- dicas, Ciências Sociais Aplicadas e Engenharia. Para tanto, serão realizados concursos pretação em face do que dispõem as novas Diretrizes Curriculares da Educação Profis- com vistas à admissão de 200 professores. sional para o nível técnico, as quais estabe- xiliar de Enfermagem junto aos Conselhos POLÍTICAS SOCIAIS anexos lecem a exigência da conclusão do ensino médio para a habilitação técnica. Como o do de transição para a implantação das Di- organizou uma proposta abrangente de capacitação profissional dos auxiliares de enfermagem, que inclui ações para ga- cação Profissional de nível técnico, em rantir a conclusão do ensino fundamental e não do ensino médio, é bastante proceden- curricular no prazo estipulado anterior- te a solicitação do Ministério da Saúde para dirimir o impasse criado. colocados por essa mudança, interpretada PROFAE O Parecer CEB no 10/2000 encaminhado em junho de 2000 buscou elucidar essa questão e orientar os órgãos normativos dos sistemas educacionais de ensino. No entendimento da Câmara de Educação Básica, “O curso de Qualificação Profissional de Auxiliar de Enfermagem integra o itinerário de profissionalização do Técnico de En- retrizes Curriculares Nacionais para a Edufunção das dificuldades encontradas pelas escolas para proceder à nova organização mente (final de 2000). Além dos desafios como radical pelos dirigentes das escolas, houve demora na disponibilização, por parte do MEC, dos referenciais curriculares por área profissional, e vários Conselhos Estaduais de Educação só vieram a disciplinar a matéria no âmbito de seus sistemas de ensino no segundo semestre de 2000. Em que pesem alguns avanços verificados pontualmente na organização de currícu- fermagem. Como tal, pode ser oferecido como módulo do curso técnico de enferma- los inovadores, com a efetiva participação gem, e como curso específico de nível técnico para Qualificação Profissional de Auxiliar de Enfermagem, como proposto pelo PROFAE”. tipulado para a transição mostrou-se insu- Ficou estabelecida, contudo, a conclusão do ensino fundamental como requisito mínimo para a matrícula no curso de Auxiliar de Enfermagem, aspecto previsto no desenho dos docentes, o período anteriormente esficiente para que todas as escolas pudessem ter seus planos de curso elaborados e aprovados pelos respectivos sistemas de ensino, para implantação já no início de 2001. Com a revogação do Parecer CFE no 45/72 e similares, que definiam requisitos míni- original do PROFAE, que programou a oferta de escolarização básica para os profissionais mos profissionalizantes por habilitação que dela necessitarem em cursos supletivos da Educação de Jovens e Adultos. zes Curriculares Nacionais que orientam Ressalte-se que o parecer emitido enfatiza que o PROFAE foi analisado como um projeto desenvolvido no período de transição da legislação sobre educação profissional, sendo concedido aos alunos desse programa o direito à certificação técnica em cursos organizados com base nas normas e diretrizes anteriores. técnica, o que passa a vigorar são Diretrias escolas a empreenderem a elaboração de planos de curso coerentes com projetos pedagógicos das próprias escolas, comprometidos com perfis profissionais de conclusão e centrados no desenvolvimento de competências profissionais. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos (EJA) Alteração de Prazo para a Foram estabelecidas as novas Diretrizes Implantação das Diretrizes Curriculares para a Curriculares para Educação por intermédio da Resolução Profissional de Nível Técnico EJA, em julho de 2000, CNE/CEB no 1, observadas as diretrizes já estipuladas para no 1, os níveis de ensino fundamental e médio, de janeiro de 2001, foi prorrogado para de- que também se estendem para essa modali- zembro de 2001 o prazo final para o perío- dade de educação de jovens e adultos. Por intermédio de Resolução CNE/CEB 147 148 POLÍTICAS SOCIAIS anexos Por constituir uma modalidade da educação 1972, que dispõe sobre a profissão de em- básica com identidade própria, a EJA conside- pregado doméstico ao facultar seu acesso rará as situações, os perfis dos estudantes, as ao Fundo de Garantida por Tempo de Ser- faixas etárias e pautar-se-á pelos princípios viço (FGTS) e ao seguro-desemprego. Dessa de eqüidade, diferença e proporcionalidade forma, o empregado doméstico que for dis- na apropriação e contextualização das dire- pensado sem justa causa fará jus ao benefí- trizes curriculares nacionais e na proposi- cio do seguro-desemprego, no valor de um ção de um modelo pedagógico próprio. salário mínimo, por um período máximo A idade mínima para inscrição e realização de exames supletivos de conclusão de ensino fundamental é de 15 anos e, para a conclusão de ensino médio, de 18 anos. É vedada a matrícula de crianças e adolescentes na faixa etária de 7 a 14 anos completos em cursos da EJA. Nos casos de cursos da modalidade EJA semipresenciais e a distância, os alunos somente poderão ser avaliados, para fins de conclusão, em exames supletivos presenciais oferecidos por instituições autorizadas pelo poder público para esse fim. No que concerne à garantia de eqüidade para os alunos da EJA, as diretrizes estabele- de três meses, de forma contínua ou alternada. O benefício será concedido ao empregado inscrito no FGTS que tenha traba- lhado como doméstico por um período mínimo de 15 meses nos últimos 24 meses contados da dispensa sem justa causa e será pago com recursos do FAT. Essa lei originou-se da Medida Provisória no 1986, de 9 de dezembro de 1999. Esta foi reeditada 13 vezes, perdeu sua eficácia e foi substituída pela Medida Provisória no 2 104, a qual foi publicada em 27 de dezembro de 2000 e reeditada duas vezes, tendo sido a última reedição em 23 de fevereiro de 2001. Alteração da CLT sobre Trabalho do cem que haja distribuição específica dos Menor componentes curriculares para propiciar A Lei no 10 097, de 19 de dezembro de patamar igualitário de formação e restabe- 2000, altera os dispositivos da Consolida- lecer a igualdade de direitos e oportunida- ção das Leis do Trabalho (CLT), aprovada des de acesso à educação. É reconhecida a pelo Decreto-Lei no 5 452, de 1o de maio de alteridade própria dos jovens e adultos em 1953, referentes ao trabalho do menor. A seu processo formativo e a valorização do CLT desenvolvimento de seus conhecimentos e 18 anos e proíbe o trabalho de menores de valores. Fica, igualmente, estipulada a ade- 16 anos de idade, salvo na condição de quação da disposição e da alocação de com- aprendiz, a partir dos 14 anos. Determina ponentes curriculares às necessidades pró- que o trabalho do menor não poderá ser prias da com espaços e tempos em que realizado em locais prejudiciais a sua for- as práticas pedagógicas assegurem aos estu- mação, ao seu desenvolvimento físico, psí- dantes identidade formativa comum aos de- quico, moral e social e em horários e locais mais participantes da escolarização básica. que não permitam a freqüência à escola. EJA, considera menor o trabalhador de 14 a Alteração da CLT sobre Trabalho TRABALHO E RENDA em Tempo Parcial, Suspensão do Contrato de Trabalho e sobre o Acesso do Empregado Doméstico ao FGTS e ao Seguro-Desemprego A Lei no 10 208, de 23 de março de 2001, acresceu dispositivos à Lei no 5 859, de Programa de Qualificação Profissional A Medida Provisória no 2 076, de 24 de maio de 2001, acrescenta dispositivos ao artigo 487 da CLT, modifica as Leis POLÍTICAS SOCIAIS anexos nos 4 923, de 23 de dezembro de 1965, 6 ções e subvenções de entidades públicas 321, de 14 de abril de 1976, 6 494, de 7 ou privadas, além de receitas decorrentes dezembro de 1977, 7 998, de 11 de janei- de eventuais aplicações dos recursos orça- ro de 1990, e 9 601, de 21 de janeiro de mentários. 1998, e dá outras providências que tratam do trabalho em tempo parcial, da suspensão Entre os projetos subvencionados com re- do contrato de trabalho e do programa de cursos do qualificação profissional, entre outros. vilegiem: (i) reequipamento das polícias FNSP inserem-se aqueles que pri- estaduais; (ii) treinamento e qualificação A primeira edição da Medida Provisória de polícias civis e militares e de guardas n 2 076 ocorreu em 27 de dezembro de municipais; (iii) sistemas de informações 2000. Esta originou-se da Medida Provisó- e estatísticas policiais; (iv) programas de ria n 1 709, de 6 de agosto de 1998, a qual polícia comunitária; e (v) polícia técnica e perdeu eficácia e foi substituída pela de científica. No que tange aos critérios de no 1 779, de 14 de dezembro de 1998, que avaliação de tais projetos, são importantes o o também foi substituída pela MP n 1 879, os resultados quanto à redução da crimi- de 29 de junho de 1999, e que, por sua vez, nalidade, ao aumento do esclarecimento foi substituída pela Medida Provisória de crimes e prisão dos infratores e ao de- n 1 952, de 9 de dezembro de 1999, totali- senvolvimento de ações integradas das po- zando 37 reedições até maio de 2001. lícias civis e militares. Horas Extras e Reajuste Salarial Assédio Sexual Coletivo Passam a Integrar o Aviso A Lei no 10 224, de 15 de maio de 2001, al- Prévio Indenizado tera o Decreto-Lei no 2 848 do Código Pe- A Lei n 10 218, de 11 de abril de 2001, nal, de 7 de dezembro de 1940, para tipifi- acresce os parágrafos 5o e 6o ao artigo 487 da car o assédio sexual como crime. O artigo CLT, o o o segundo os quais o valor das horas extras 216-A caracteriza o assédio sexual como o e o reajuste salarial coletivo, determinados ato de “constranger alguém com o intuito de no curso do aviso prévio, passam a fazer par- obter vantagem ou favorecimento sexual, te do cálculo do aviso prévio indenizado. prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerente ao exercício de emprego, cargo SEGURANÇA PÚBLICA ou função.” A penalidade prescrita é de detenção de um a dois anos. Fundo Nacional de Segurança A presente lei embute dois focos de polê- Pública (FNSP) mica. Se, por um lado, tal configuração do A Lei no 10 201, de 14 de fevereiro de assédio sexual como uma modalidade de- 2001, instituiu, no âmbito do Ministério lituosa vem sendo discutida e mesmo de- da Justiça, o Fundo Nacional de Seguran- mandada por segmentos da sociedade ci- ça Pública (FNSP) e confirmou a MP vil organizada, por outro lado, especialis- n 2 029, de 20 de junho de 2000, que tem tas1 apontam uma desnecessária crimina- por objetivo o apoio a projetos de respon- lização do tema, uma vez que no próprio sabilidade dos governos dos estados e do Código Penal já havia a figura do cons- Distrito Federal na área de segurança pú- trangimento ilegal, instrumento suficien- o blica, e dos municípios em que haja guardas municipais. Os fundos são provenientes de recursos consignados pela lei orçamentária anual, de empréstimos e de doa- 1. Ver artigo “Cadeia para Assédio Sexual?”, de Julita Lemgruber (http://www.cesec.ucam.br/). 149 150 POLÍTICAS SOCIAIS anexos te para penalizar aqueles indivíduos per- Armas petradores das ações qualificadas na Lei O Poder Executivo Federal havia enviado no 10 224. Ademais, se a intenção da lei projeto de Lei ao Congresso Nacional – era enquadrar situações ocorridas no am- Mensagem no 699/99 – que proíbe a ven- biente de trabalho, tal tipificação poderia da, a posse e o porte de armas de fogo. simplesmente constar da legislação traba- Contudo, em maio de 2001 foi aprovado lhista, o que seria melhor do que constar um substitutivo da Comissão de Relações da legislação penal. Em segundo lugar, a Exteriores do Senado que flexibilizou o polêmica insere-se em torno da necessi- projeto do governo, inviabilizando-o, na dade de aprisionamento do delinqüente prática, ao ou da possibilidade de se lançar mão de Caso esse substituto seja encaminhado di- outra penalidade restritiva de direitos, as retamente à Câmara, o governo terá de re- chamadas penas alternativas. Do ponto de ver sua estratégia para conseguir sair vito- permitir a posse das armas. vista pragmático, há a conhecida satura- rioso nessa Casa; sem isso, o projeto (que ção do sistema penitenciário nacional. consta do Plano Nacional de segurança Pú- Por outro lado, as aspirações internacio- blica) fica prejudicado. nais do direito moderno têm enfatizado a promoção de medidas não privativas de A contenda em torno da proibição da ven- liberdade e mecanismos de ressocializa- da e do uso de armas de fogo é uma das ção do transgressor, sempre que se fizerem mais vigorosas e vem envolvendo enor- possíveis, cujos princípios estão expressos mes esforços e lobbies dos produtores de nas “Regras de Tóquio”.2 Ocorre que o de- armamentos e de setores mais conservado- linqüente enquadrado nessa lei preenche res da sociedade contra tal medida. Por ou- exatamente os requisitos essenciais para tro lado, o projeto em questão, subscrito, estar sujeito à pena alternativa: não ofere- inclusive, por vários governos estaduais, ce periculosidade imediata à sociedade e entre os quais o do Rio de Janeiro e o de poderia (deveria) estar adstrito a progra- Brasília, decorre de duas constatações em- mas que visassem estimular o senso de píricas. A primeira, referendada por inú- responsabilidade em relação à sociedade. meros estudos internacionais de prestigio- Desse modo, as duas perspectivas advoga- sas instituições de pesquisa,3 constata cla- riam a favor da pena de restrição aos di- ramente uma relação positiva entre a pos- reitos – o que seria melhor do que a restri- se e o uso de armas de fogo e a taxa de ho- ção à liberdade. micídios – por cem mil habitantes – nessas regiões. A segunda constatação, segundo Indulto e Penas estudos do Instituto Superior de Estudos da O Decreto no 3 667, de 21 de novembro de Religião (ISER), mostra que de janeiro de 2000, concede indultos, comuta penas e dá 1994 a março de 1999, do total de armas outras providências, principalmente no apreendidas e acauteladas no Estado do que se refere à festividades comemorativas Rio de Janeiro, 83,1% haviam sido produ- do Natal. zidas no Brasil, sendo 88,7% revólveres ou Identificação Criminal A Lei no 10 054, de 7 de dezembro de 2000, acrescida ao Código de Processo Penal, dispõe sobre a identificação criminal e dá outras providências. o o 2. Ver a Resolução n 45/110 do 8 Congresso da ONU, ocorrido em 14 de dezembro de 1990. 3. Ver John Lott e David Mustard, “Crime, Deterennce, and Rightto-Carry Concealed Handguns.” By John Lott and David Mustard.Journal of Legal Studies, January 1997; Hashem Dezhbakhsh e Paul H. Rubin, “Lives Saved or Lives Lost? The Effects of Concealed – Handgun Laws on crime”. American Economic Review. May 1998; Mark Duggan, “More Guns, More Crime” Journal of Political Economy, 2001. POLÍTICAS SOCIAIS anexos pistolas, exatamente as armas normalmen- de fogo, por um lado, e a constatação de que te utilizadas no cotidiano da criminalida- maioria das armas utilizadas nos crimes são de. A conclusão do trabalho é que ainda de procedência nacional, por outro lado, se que as armas apreendidas, na sua maior par- coadunam para legitimar o acerto da pro- te de procedência nacional, tivessem ori- posta governamental – que visava à proibi- gem legal, em algum momento passavam à ção de venda, a posse e o porte de armas de clandestinidade, suprindo o arsenal dos cri- fogo – que, segundo informações do Senado minosos. Dessa forma, a indubitável relação Nacional, estão prestes a ser irremediavel- positiva entre homicídios e posse de armas mente distorcidas. 151 A.2 ANEXO ESTATÍSTICO RELAÇÃO DAS TABELAS 154 NOTAS METODOLÓGICAS 158 EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIO-FINANCEIRA DO GASTO SOCIAL FEDERAL 173 INDICADORES SOCIAIS SAÚDE 194 EDUCAÇÃO 203 TRABALHO E RENDA 213 ASSISTÊNCIA SOCIAL 222 PREVIDÊNCIA SOCIAL 231 DESENVOLVIMENTO RURAL 241 CULTURA 246 DESIGUALDADE E POBREZA 251 RELAÇÃO DAS TABELAS EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIO-FINANCEIRA DO GASTO SOCIAL FEDERAL 173 TABELA 1.1 • Execução Orçamentário-Financeira do Gasto Social Federal de 2000, segundo Programas e Ações Selecionadas do Plano Plurianual 2000/2003 Brasil 2000 TABELA 1.2 • Execução Orçamentário-Financeira do Gasto Social Federal de 2000 por Órgão segundo Fontes de Financiamento Brasil 2000 TABELA 1.3 • Dotação Orçamentária do Gasto Social Federal para 2001 segundo Programas e Ações Selecionados do Plano Plurianual 2000/2003 Brasil INDICADORES SOCIAIS SAÚDE 194 TABELA 2.1 • Taxa de Mortalidade Infantil Brasil, Grandes Regiões e Regiões Metropolitanas 1990/1998 TABELA 2.2 • Taxa de Mortalidade por Causas Externas de Jovens (15 a 24 anos) por Sexo Brasil e Grandes Regiões 1980, 1991 e 1996 TABELA 2.3 • Taxa de Mortalidade de Idosos (60 anos e mais) Brasil e Grandes Regiões 1980, 1991 e 1996 TABELA 2.4 • Esperança de Vida ao Nascer por Sexo Brasil e Grandes Regiões 1996/1999 TABELA 2.5 • Média de Consultas Médicas por Habitante Brasil e Grandes Regiões 1995/1999 TABELA 2.6 • Proporção de Municípios com Programa Saúde da Família Implantado - Brasil e Grandes Regiões 1994/2001 TABELA 2.7 • População Potencialmente Coberta pelo Programa Saúde da Família Brasil e Grandes Regiões 1994/2001 TABELA 2.8 • Leitos Hospitalares por 1 Mil Habitantes Brasil e Grandes Regiões 1992/2000 TABELA 2.9 • Taxa de Mortalidade por Causas Externas - Brasil, Grandes Regiões e Regiões Metropolitanas 1990, 1994 e 1998 TABELA 2.10 • Proporção da População e de Domicílios Particulares Permanentes Urbanos com Abastecimento de Água Brasil e Grandes Regiões 1992/1999 TABELA 2.11 • Proporção da População e de Domicílios Particulares Permanentes Urbanos com Esgotamento Sanitário Adequado Brasil e Grandes Regiões 1992/1999 TABELA 2.12 • Proporção da População de Domicílios Particulares Permanentes Urbanos Servidos por Coleta de Lixo Brasil e Grandes Regiões 1992/1999 EDUCAÇÃO 203 EDUCAÇÃO 166 TABELA 3.1 • Taxa de Distorção Idade-Série nas Redes Pública e Privada segundo Nível/Modalidade de Ensino Brasil e Grandes Regiões 1998/2000 TABELA 3.2 • Proporção de Matrículas da Educação Básica, segundo Nível/ Modalidade de Ensino nas Redes Pública e Privada Brasil e Grandes Regiões 1998/2000 TABELA 3.3 • Indicadores do Ensino Superior no Brasil por Dependência Administrativa Brasil 1990/1999 TABELA 3.4 • Matrícula na Pós-Graduação nas Redes Pública e Privada segundo Tipo de Curso Brasil e Grandes Regiões 1994/1999 TABELA 3.5 • Proporção de Funções Docentes da Educação Básica por Grau de Formação segundo Nível/ Modalidade de Ensino Brasil e Grandes Regiões - 1998/2000 TABELA 3.6 • Quantidade de Funções Docentes em Exercício no Ensino Superior e Proporção com Pós-Graduação por Dependência Administrativa Brasil e Grandes Regiões 1995/1999 TABELA 3.7 • Médias de Desempenho em Língua Portuguesa e Matemática no SAEB Brasil e Grandes Regiões 1995, 1997 e 1999 TABELA 3.8 • Distribuição Percentual dos Conceitos Obtidos pelas Instituições de Ensino Superior no Exame Nacional de Cursos por Dependência Administrativa 1996/2000 TABELA 3.9 • Distribuição Percentual dos Conceitos Obtidos pelos Cursos de Pós-Graduação na Avaliação da CAPES segundo Rede de Ensino Brasil e Grandes Regiões 1991/2000 TRABALHO E RENDA TABELA 4.1 • População Economicamente Ativa segundo Categorias Selecionadas Brasil 1994/2001 TABELA 4.2 • Taxa de Participação segundo Categorias Selecionadas Brasil 1994/ 2001 TABELA 4.3 • Nível de Ocupação segundo Categorias Selecionadas Brasil 1994/2001 TABELA 4.4 • Taxa de Desemprego Aberto segundo Categorias Selecionadas Brasil 1994/2001 TABELA 4.5 • Renda Real Média segundo Região Metropolitana 1994/2001 TABELA 4.6 • Variação do Nível de Emprego segundo Setor de Atividade Brasil e Grandes Regiões 1997/2001 TABELA 4.7 • Quantidade e Proporção de Admissões segundo Setor de Atividade Brasil e Grandes Regiões 1997/2001 TABELA 4.8 • Quantidade e Proporção de Desligamentos segundo Setor de Atividade Brasil e Grandes Regiões 1997/2001 TABELA 4.9 • Indicadores de Desempenho do Programa Novo Emprego e Seguro-Desemprego 1996/2001 213 ASSISTÊNCIA SOCIAL TABELA 5.1 • Valores Executados em Serviços, Projetos e Programas Assistenciais Brasil e Grandes Regiões 1996/1999 TABELA 5.2 • Quantidade de Famílias Atendidas nos Serviços, Projetos e Programas Assistenciais - Brasil e Grandes Regiões - 1998/1999 222 TABELA 5.3 • População Potencialmente Demandante de Serviços da Assistência Social, segundo Faixas Etárias Selecionadas Brasil e Grandes Regiões 1992/1999 TABELA 5.4 • Trabalho Infantil e Juvenil Proporção de Ocupados com Idade entre 10 e 17 anos por Horas Trabalhadas segundo Faixas Etárias Brasil e Grandes Regiões 1996/1999 TABELA 5.5 • Trabalho Infantil e Juvenil Proporção de Pessoas entre 10 e 17 Anos de Idade por Condição de Ocupação segundo Faixas Etárias e Freqüência à Escola Brasil e Grandes Regiões 1996/1999 PREVIDÊNCIA SOCIAL ESIGUALDADE E POBREZA TABELA 6.1 • Quantidade e Valor dos Benefícios Emitidos no INSS segundo Espécies Brasil 1995/2000 231 179 TABELA 6.2 • Taxas de Crescimento Mensais Médias da Quantidade e do Valor de Benefícios Emitidos pelo INSS, segundo Espécies Brasil 1995/2000 TABELA 6.3 • Cobertura da População Idosa que Recebe Benefício de Aposentadoria e/ou Pensão, segundo Sexo Brasil e Grandes Regiões 1992/1999 TABELA 6.4 • Probabilidade de Contribuição na População Economicamente Ativa, População-Alvo do INSS e Regimes Especiais do Funcionalismo Público e Militares, segundo Sexo Brasil e Grandes Regiões 1992/1999 TABELA 6.5 • Cobertura Direta e Indireta da Previdência Pública Básica na População em Idade Ativa, segundo Sexo Brasil e Grandes Regiões 1992/1999 TABELA 6.6 • Quantidade de Estabelecimentos, Vínculos, Massa Salarial e Remuneração Média das Empresas Declarantes da GFIP segundo Setor de Atividade Econômica Brasil 1999/2000 TABELA 6.7 • Quantidade de Estabelecimentos, Vínculos, Massa Salarial e Remuneração Média das Empresas Declarantes da GFIP segundo Tamanho do Estabelecimento e Opção pelo Simples Brasil 1999/2000 TABELA 6.8 • Previdência Complementar Fechada Entidade, Tipo de Patrocinadores, População Coberta, Benefícios Pagos e Composição da Carteira de Investimentos Brasil 1996/2000 DESENVOLVIMENTO RURAL TABELA 7.1 • 241 Famílias Assentadas e Respectivas Áreas Médias no Programa de Reforma Agrária Brasil e Grandes Regiões 1994/2000 TABELA 7.2 • Projetos de Assentamento da Reforma Agrária em Execução, por Ano de Criação Brasil e Grandes Regiões 1994/2000 TABELA 7.3 • Projeto Cédula da Terra Capacidade de Assentamento e Área nos Projetos Criados no Período 1998-2000 Brasil e Grandes Regiões TABELA 7.4 • Contratos e Valor das Operações de Crédito do PRONAF por Finalidade Brasil - 1995/2000 TABELA 7.5 • Contratos e Valor das Operações de Crédito do PRONAF por Finalidade segundo Grupos de Beneficiários Brasil e Grandes Regiões 1999/2000 TABELA 7.6 • Valor das Operações de Crédito do PRONAF por Finalidade Brasil, Grandes Regiões e Unidades da Federação Selecionadas 1996/2000 TABELA 7.7 • Crédito de Custeio do PRONAF por Tipo de Empreendimento Brasil 1996/2000 CULTURA 246 ESIGUALDADE E POBREZA 179 TABELA 8.1 • Proporção de Municípios por Número de Estabelecimentos Culturais, segundo Tamanho Populacional dos Municípios Brasil e Grandes Regiões 1999 TABELA 8.2 • Proporção de Municípios por Existência de Estabelecimentos de Comércio, Serviços e Lazer, segundo Tamanho Populacional dos Municípios Brasil e Grandes Regiões 1999 TABELA 8.3 • Proporção de Municípios por Existência de Redes de Televisão, segundo Tamanho Populacional dos Municípios Brasil e Grandes Regiões 1999 DESIGUALDADE E POBREZA TABELA 9.1 • Índices de Desigualdade Brasil e Grandes Regiões, Urbano e Rural 1992/1999 251 158 POLÍTICAS SOCIAIS anexos NOTAS METODOLÓGICAS O Anexo Estatístico do Boletim de Políticas Sociais: Acompanhamento e Análise foi alterado na perspectiva de oferecer ao leitor uma visão mais abrangente das diversas áreas de políticas sociais abordadas nesta publicação. Os dados apresentados por área, na medida do possível, incluíram O período de referência é, em geral, a década de 1990. Porém, em função da quantidade de variáveis necessárias para melhor situar a área estudada, foi necessária a redução do período de referência ou a escolha de alguns anos selecionados, como no caso da avaliação da pós-graduação na área da educação. Os dados utilizados foram obtidos de fon- três grupos de indicadores: estruturais (refletem a situação), de desempenho (cober- tes oficiais constantes da base de cada tabela. Alguns indicadores foram elaborados tura e oferta de serviços) e institucionais. pelo IPEA a partir de microdados de pesquisas e outros, obtidos diretamente dos Os indicadores estão apresentados em nove conjuntos temáticos: gasto social, saúde, educação, trabalho e renda, assistência social, previdência social, desenvol- órgãos produtores da informação. Apresentamos, a seguir, alguns conceitos e/ou a metodologia de cálculos necessários vimento rural, cultura, e desigualdade e pobreza O elenco de informações foi am- para melhor entendimento e interpretação das tabelas de cada área. pliado não só pela inclusão de novos indicadores nas áreas existentes em boletins 1 Gasto Social anteriores, mas também pela inclusão de informações relativas à cultura e ao desenvolvimento rural Pretende-se agregar, nos próximos números, habitação e saneamento (nesta edição as tabelas de saneamento ainda constam da área de saúde) e Para que possibilite interpretação adequada das informações, faz-se necessário descrever brevemente o conjunto de tabelas apresentadas e esclarecer alguns procedimentos adotados na sua elaboração. segurança pública. As tabelas, sempre que possível, referem- O primeiro e fundamental lembrete a ser feito ao leitor diz respeito às mudanças se tanto ao contexto nacional quanto ao específico às grandes regiões. No entanto, ocorridas no formato e gabarito do Plano Plurianual (PPA 2000/2003) e, conseqüen- algumas dizem respeito somente ao contexto nacional devido à importância do temente, na Lei Orçamentária Anual para o exercício de 2000. O PPA apresenta di- maior detalhamento do fenômeno acompanhado, como é o caso, por exemplo, da versos programas que, por sua vez, são divididos em ações. Essa nomenclatura não previdência social Outras referem-se a estados selecionados, caso do desenvolvi- deve ser confundida com os antigos programas que vigoraram na classificação mento agrário, ou a regiões metropolitanas, caso de dados provenientes da Pes- funcional-programática até 1999. Os programas apresentados no PPA têm um signi- quisa Mensal de Emprego (PME) do IBGE. ficado muito distinto e consistem em um POLÍTICAS SOCIAIS anexos instrumento de organização da atuação governamental. Tais programas articulam das, a soma dos seus respectivos valores não é equivalente ao total de recursos do um conjunto de ações, as quais concorrem para um objetivo comum preestabelecido mensurado por indicadores e visam à solução de um problema ou ao atendimento de uma demanda da sociedade.1 As ações, que são as partes ou operações componentes de um programa, correspondem, cada uma, a um respectivo projeto/atividade na nova classificação funcional-programática, sendo então o elo entre as informações geradas no formato PPA e os sistemas orçamentário e financeiro da União (SIAFI/SIDOR). programa. Os dados foram compilados a partir do banco de dados disponibilizado Nas tabelas referentes ao acompanhamento orçamentário de programas sociais, foram selecionados pela Diretoria de Estudos Sociais (DISOC) do IPEA, entre os mais de 380 programas em implementação, aqueles considerados mais relevantes para a questão social. Assim, optou-se por privilegiar os Programas Finalísticos, evitando-se a inclusão de programas eminentemente administrativos os chamados Programas de Gestão. Os programas assim selecionados foram agrupados por áreas de atuação, à semelhança dos trabalhos realizados pela DISOC/IPEA sobre o tema Gasto Público Social. Entretanto, há duas grandes ressalvas a serem feitas: (i) não foi definida para este Anexo uma área de Benefícios a Servidores o programa que apresenta os gastos com Encargos Previdenciários da União está, neste momento, incorporado à área de Previdência; e (ii) a outra ressalva é que as informações da área de Segurança Pública (Justiça e Cidadania) são apresentadas separadamente na tentativa de constituí-la como uma área social específica, com seus respectivos programas. ra coluna, são apresentados os dados de Empenho Liquidado, que representa os Em alguns casos, se necessário, são listadas também as principais ações de um de- pela Consultoria de Orçamento e Finanças da Câmara Federal, e correspondem, para o ano de 2000, à execução orçamentária acumulada até o final do exercício. Na tabela 1.1, a primeira coluna apresenta a Dotação Orçamentária Inicial, conforme consta na Lei Orçamentária. A segunda coluna mostra a Dotação Autorizada até o momento, também chamada de Lei mais Créditos Lei Orçamentária acrescida dos Créditos Suplementares. Na tercei- compromissos de pagamento já assumidos pelo setor público, uma vez que os contratos já foram cumpridos, e, na quarta coluna, são apresentados os Pagamentos Efetuados. Na quinta coluna, apresenta-se uma comparação entre os Valores Liquidados e a Dotação Autorizada Lei mais Créditos. Essa comparação também pode ser vista com o Nível de Execução Orçamentária para cada programa ou ação. Para o exercício de 2001, na tabela 1.3, os dados apresentados correspondem apenas à dotação inicial, prevista na Lei Orçamentária para cada programa ou ação. No caso da tabela 1.2, que apresenta os gastos totais dos ministérios tipicamente sociais, o objetivo não é exatamente demonstrar a execução orçamentária específica de cada ministério embora tal análise seja possível a partir das informações apresentadas , mas, fundamentalmente, mostrar a composição do financiamento de cada ministério. Em outras palavras, explicitar quais são as modalidades de recursos públicos que participam do finan- terminado programa. Como são apresentadas apenas as principais ações, e não to- ciamento dos ministérios e qual a participação de cada uma delas. Ressalte-se ain- 1. SPI/MP PPA 2000: Manual de Elaboração e Gestão (mimeo). Brasília: MP, 1999. os Programas Finalísticos selecionados. da que nessa tabela estão incluídos também os Programas de Gestão e não apenas 159 160 POLÍTICAS SOCIAIS anexos Para compreender melhor o que está expresso nas tabelas, apresentamos algumas muito mais útil, pois revela o que de fato foi produzido pelo ou para o setor público. explicações adicionais Na Execução Orçamentária, são três os estágios da Despesa Pú- Os bens e serviços ficaram prontos, foram entregues, e então o Estado inicia o paga- blica: Empenho, Liquidação e Pagamento.2 mento. Mesmo que o trâmite financeiro se atrase muito, gerando eventuais dificul- Empenho: representa o primeiro estágio da despesa, formalizado em uma nota de empenho, na qual constarão especificações sobre o credor e o valor da despesa, entre outros dados. Ao emitir um empenho, o gestor reserva os recursos da sua dotação orçamentária necessários à realização daquele gasto. Obviamente, a emissão do empenho está condicionada à disponibilidade de recursos na dotação autorizada da ação em questão. Liquidação: corresponde ao segundo estágio da despesa e configura-se quando o serviço, obra ou mercadorias contratadas são de fato concluídas e entregues à administração pública. Em outras palavras, uma vez comprovado que o fornecedor ou trabalhador cumpriu efetivamente o contrato, este passa a possuir o direito a dades aos fornecedores, o objeto do contrato já foi entregue, encontrando-se disponível ao setor público e à sociedade. Quanto aos valores pagos, há a possibilidade analítica de constatar daquilo que foi gerado pelas políticas públicas que corresponde ao empenho liquidado o que foi efetivamente pago pelo setor público. Ao se utilizar o empenho liquidado como referência para calcular o nível de execução orçamentária das políticas sociais segue-se a linha do atendimento das políticas à população ou a linha dos benefícios gerados, observando-se quais os bens e serviços foram entregues pelo Estado à população. 2 Saúde recebimento por meio da liquidação do empenho. Para o acompanhamento da situação da Pagamento: é o terceiro estágio da des- cionados foram agrupados em situação sanitária, infra-estrutura, cobertura e produ- pesa e consiste no pagamento propriamente dito, isto é, na emissão de uma ordem de pagamento a ser depositada em favor do credor daquela despesa. Cada um desses estágios presta-se de maneira distinta à análise da execução orçamentária. O empenho representa despesas ainda em um estado muito prematuro, algo como se o Estado estivesse encomendando bens e serviços e reservando os recursos necessários ao seu pagamento futuro. Neste ponto, ainda não ocorreu a entrega dos bens e serviços em questão o que significa que esta pode ainda atrasar ou até mesmo ser cancelada. O liquidado é 2. FORTES, J Contabilidade Pública Brasília: Franco & Fortes, 1999. saúde e das condições de vida da população brasileira, os dados e indicadores sele- ção de serviços. A situação sanitária é refletida pelos indicadores de esperança de vida ao nascer e de mortalidade especificados por faixa etária e sexo; a infra-estrutura pode ser avaliada pela capacidade instalada em termos de leitos hospitalares existentes. Na cobertura e produção de serviços, foram incluídos os indicadores da base de dados do DATASUS referentes à utilização da rede ambulatorial. Também foram sistematizados indicadores de cobertura das atividades sanitárias e de programas importantes em termos de saúde pública ou de estratégia setorial, como é o caso de indicadores de abrangência do Programa de Saúde da Família (PSF). POLÍTICAS SOCIAIS anexos Os conceitos necessários à compreensão e à interpretação dos dados são apresentados Média de Leitos Hospitalares: número de leitos hospitalares públicos e priva- a seguir. dos (cadastrados no SUS ou pesquisados na AMS), em determinado local e período, ex- Taxa de Mortalidade Infantil: número de óbitos de crianças com menos de um ano de idade, expresso por 1 mil nascidos vivos. Taxa de Mortalidade de Jovens: quociente entre os óbitos de jovens de 15 a 24 anos por causas externas e a população nessa mesma faixa etária, expresso por 100 presso por 1 mil habitantes. Programa de Saúde da Família (PSF): seu objetivo é a reorganização da prática assistencial em novas bases e critérios em substituição ao modelo tradicional de assistência (orientado para a cura de doenças). A atenção está centrada na famí- mil habitantes. lia, do recém-nascido ao idoso, sadios ou doentes, de forma integral e contínua. A Taxa de Mortalidade de Idosos: quo- família é entendida e percebida a partir do seu ambiente físico e social, o que pos- ciente entre os óbitos totais de idosos com 60 anos ou mais de idade e a população nessa mesma faixa etária, expresso por 1 mil habitantes. Taxa de Mortalidade por Causas Externas: quociente entre o número de óbitos por causas externas e a população, em determinado local e período, expresso por 100 mil habitantes. Média de Consultas Médicas: número médio de consultas médicas por habitante presentadas no SUS. Esperança de Vida ao Nascer: a esperança de vida ao nascer é o número médio de anos esperados para um recém-nascido viver. Essa medida é obtida mediante as Tábuas de Vida, que necessitam das informações dos óbitos e da população da área em estudo. Os óbitos foram obtidos por meio do CD-ROM do Ministério da Saúde Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) e de informações sobre a população a partir da Contagem de 1996, PNAD e estimativas demográficas. Cabe lembrar que houve necessidade de corrigir os óbitos devido ao subregistro.3 Dessa forma, foram utilizados os fatores de correção do método de Growth Balance para cada região segundo o sexo. 3. Ver Manual X Indirect Techniques for Demographic Estimation (1983), p. 139. sibilita às equipes de saúde da família uma compreensão ampliada do processo saúde/doença e da necessidade de intervenções que vão além das práticas curativas. As equipes do PSF são formadas por um médico, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem e por até seis agentes comunitários. Cada equipe é responsável pelo atendimento de, em média, 3 450 pessoas da comunidade na qual se instala, com ações de promoção, proteção e recuperação da saúde É um trabalho fundamental para reduzir a demanda por hospitais. Os indicadores de saneamento foram elaborados para domicílios particulares permanentes situados em áreas urbanas, utilizam os microdados da PNAD/IBGE e suas definições estão descritas a seguir. Abastecimento de Água: proporção de domicílios particulares permanentes urbanos e da população com acesso a água canalizada proveniente de rede geral em, pelo menos, um cômodo. Esgotamento Sanitário: proporção de domicílios particulares permanentes urbanos e da população cobertos com serviços de esgotamento sanitário mediante rede coletora ou fossa séptica. Coleta de lixo: proporção de domicílios particulares permanentes urbanos e da po- 161 162 POLÍTICAS SOCIAIS anexos pulação atendidos por serviços de coleta direta ou indireta de lixo. tes (pessoa física). Se um professor leciona em mais de um estabelecimento escolar e/ 3 Educação ou nível/modalidade de ensino, serão contabilizadas tantas vezes quantas forem Os indicadores selecionados para compor o Anexo Estatístico foram obtidos de duas fontes principais: Ministério da Educação (MEC) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Devido ao grande número de indicadores selecionados para situar a educação no contexto social, decidiu-se publicar os indicadores em duas etapas: nos boletins de números ímpares (1o semestre), são apresentados indicadores do MEC, e, nos boletins pares (2o semestre), estes são complementados com os indicadores pro- as funções que exerce. Grau de Formação: considera-se apenas o nível de formação mais alto concluído pelo docente. No caso de nível superior incompleto, considera-se ensino médio completo, e, no caso de ensino médio incompleto, considera-se ensino fundamental completo. Taxa de Distorção Série/Idade: permite dimensionar e avaliar a distorção venientes de dados do IBGE. entre a idade dos alunos e a série que freqüentam. Considera-se a idade recomen- Para se retratar a situação educacional da dada para cada série/nível de ensino, ou seja, sete anos para a 1a série do ensino população, foram selecionados os seguintes indicadores: taxa de analfabetismo; média de anos de estudo da população; e proporção da população que freqüenta escola. Por serem indicadores provenientes de dados do IBGE, estarão contemplados no próximo boletim. A cobertura e a oferta de serviços serão avaliadas por meio da proporção de docentes por grau de formação segundo o nível/modalidade de ensino e a matrícula de alunos por nível/modalidade de ensino. O último item concentra-se na produtividade/rendimento do sistema educacional. O objetivo é mostrar a situação educacional pela utilização da taxa de distorção idade/ série do corpo discente e a qualidade no ensino fundamental (resultados do SAEB), no ensino superior (resultados do Exame Nacional de Cursos, conhecido por Provão) e na pós-graduação (avaliação da CAPES). Os conceitos/definições utilizados nas tabelas construídas foram os mesmos das pesquisas originais e são apresentados a seguir. fundamental regular, oito anos para a 2a série, e assim sucessivamente. Se o aluno apresenta idade acima (dois anos ou mais) da recomendada para a série que freqüenta, encontra-se em distorção em relação à série em que está matriculado, o que contribui para gerar distorção do fluxo escolar. Tal taxa é fornecida pelo quociente entre o número de alunos com distorção escolar em determinada série (dois anos ou mais acima da idade recomendada para a série) e o número de alunos matriculados nessa série. Educação Infantil: primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 6 anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. Para efeito deste Anexo, os alunos da educação infantil são aqueles matriculados em creche, pré-escola ou classe de alfabetização no censo escolar realizado pelo INEP/MEC. Docentes: tal definição refere-se às fun- Classes de Aceleração: classes especiais organizadas para o atendimento de alunos ções docentes e não ao número de docen- com atraso escolar (distorção idade-série POLÍTICAS SOCIAIS anexos de mais de dois anos) e matriculados no ensino fundamental regular, o que possibi- ma, independentemente do regime escolar em que esteja matriculado e do resultado lita a correção de sua trajetória escolar e sua reinserção no fluxo regular, bem como obtido. Além de testar os conhecimentos adquiridos pelo graduando, levanta um a conseqüente desobstrução e correção do fluxo escolar. conjunto de variáveis relevantes para traçar o perfil do formando do ensino superior e é Educação Especial: atendimento espe- complementar às avaliações mais abrangentes das instituições e dos cursos de nível cializado a alunos portadores de necessidades especiais em escolas exclusivas para essa modalidade de ensino ou em classes especiais de escola regular. Educação de Jovens e Adultos: atendimento, em cursos presenciais com avaliação no processo, de jovens e adultos que não tiveram acesso à escolarização regular na idade adequada. Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB): é uma avaliação em larga escala, aplicada em amostras de alunos da 4a e da 8a série do ensino fundamental e da 3a série do ensino médio representativas do país e de todas as unidades da Federação. Seus resultados permitem aferir conhecimentos e habilidades dos alunos em Língua Portuguesa, Ciências e Matemática, sendo que, na 3a série do ensino médio, a área de Ciências compreende as disciplinas de Física, Química e Biologia. Além de medir o desempenho escolar (o que o aluno sabe ou é capaz de fazer), o SAEB coleta dados sobre os alunos (com questões de caracterização socioeconômica e cultural e de hábitos de estudo), superior que analisam os fatores determinantes da qualidade e a eficiência das atividades de ensino, pesquisa e extensão. A cada ano são agregados novos cursos. Até o ano de 2001 foram avaliados vinte cursos: Administração, Agronomia, Biologia, Comunicação Social, Direito, Economia, Engenharia Civil, Engenharia Elétrica, Engenharia Mecânica, Engenharia Química, Farmácia, Física, Letras, Matemática, Medicina, Medicina Veterinária, Odontologia, Pedagogia, Psicologia e Química. Avaliação da Pós-Graduação: a avaliação dos cursos de pós-graduação é realizada trienalmente pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) do MEC, porém a avaliação de novos cursos é agregada à avaliação anterior. A última avaliação, até o momento, foi realizada em 1998, porém os resultados publicados são os atuais; os cursos novos foram avaliados individualmente e os resultados, inseridos. Os conceitos utilizados na avaliação sofreram alterações, as quais são descritas a seguir. O processo de avaliação dos programas de sobre os professores (perfil e práticas pedagógicas), sobre os diretores (perfil e práti- pós-graduação stricto sensu desenvolvido pela CAPES valia-se de uma escala de con- cas de gestão escolar) e sobre os equipamentos disponíveis e as características físi- ceitos que oscilava entre A e E, sendo que o A correspondia ao melhor conceito e o cas e de conservação das escolas. E, ao pior. A partir da avaliação realizada em 1998, alterou-se o sistema classificató- Exame Nacional de Cursos: também conhecido por Provão. Todos os alunos rio dos programas, o qual passou a ser feito mediante escala numérica (1 a 7), sendo que estão concluindo determinados cursos universitários durante o ano são obrigados este último o correspondente ao nível de maior qualidade. Outra inovação introduzi- a prestar o exame, pois é condição obrigatória para a obtenção do registro do diplo- da foi que os programas que ofertam apenas o nível de mestrado passam a ser avaliados 163 164 POLÍTICAS SOCIAIS anexos em uma escala de 1 a 5. A equivalência entre as escalas alfabética e numérica é a se- membro da unidade domiciliar ou a instituições religiosas beneficentes ou de guinte: A = 5; B = 4; C = 3; D = 2, E = 1. cooperativismo ou, ainda, como aprendiz ou estagiário. Os programas que, em um primeiro momento, foram enquadrados no nível 5, População Economicamente Ativa submeteram-se a uma segunda etapa da avaliação, de modo que fossem identifica- (PEA): compreende as pessoas ocupadas e as pessoas desocupadas assim definidas: dos aqueles que apresentavam excelência e/ou padrão internacional. A esses casos, atribuíram-se os conceitos 6 e 7. Para garantir a comparabilidade da série histórica, foram definidas apenas três categorias de conceitos: A = 5 a 7; B = 4; C = 3. Os conceitos D e E não foram considerados, pois não estão disponíveis informações sobre os programas que tenham sido enquadrados nos níveis 1 e 2. 4 Trabalho e Renda A maioria dos indicadores aqui apresentados teve origem em duas pesquisas: a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do IBGE e o Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (CAGED) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Os outros indicadores referem-se ao Programa Novo Emprego e Seguro-Desemprego do MTE. Os conceitos adotados nas pesquisas e nos indicadores do programa mencionado são relaciona- a) Pessoas Ocupadas são aquelas que trabalharam na semana de referência (entendida como a que antecede a semana fixada para a entrevista) ou que tinham emprego, mas que não estavam trabalhando no momento (por exemplo, pessoas em férias); e b) Pessoas Desocupadas são aquelas que não tinham trabalho, na semana de referência, mas estavam dispostas a trabalhar e que, para isso, tomaram alguma providência efetiva (consulta a pessoas, jornais, etc.). População Não Economicamente Ativa: pessoas em idade ativa não classificadas como ocupadas ou como desocupadas. Rendimento do Trabalho − Para os Empregados, refere-se à remuneração bruta efetivamente recebida dos a seguir. (inclusive 13o, 14o, 15o salários ou outro recebimento extra, como abono, gratifi- 4.1 Conceitos da Pesquisa: PME/IBGE cação, participação nos lucros da empresa, etc.) no mês de referência da pesquisa Para as pessoas com 15 anos ou mais (que formam a denominada População em Ida- (entendido como o que antecede o mês de realização da pesquisa); de Ativa), a Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE destaca os seguintes conceitos: Trabalho: − Ocupação econômica remunerada em dinheiro ou por outras formas não monetárias; − Ocupação econômica sem remuneração, exercida normalmente, pelo menos, durante quinze horas semanais em ajuda a − Para os Empregadores e para os Conta Própria, refere-se à retirada feita ou ao ganho líquido realizado no mês de referência; − Para as Pessoas que Recebem Produtos ou Mercadorias, diz respeito ao seu valor de mercado. Taxa de Desemprego Aberto: relação entre o número de pessoas desocupadas e a População Economicamente Ativa. POLÍTICAS SOCIAIS anexos Taxa de Participação: relação entre a População Economicamente Ativa e a Po- Filho: refere-se a filho, enteado, filho adotivo ou de criação da pessoa de referência pulação em Idade Ativa. da família ou do seu cônjuge; Ocupação: cargo, função, profissão ou ofício exercido pela pessoa. Outros: outros parentes, agregados, pensionistas, empregados domésticos e paren- Posição na Ocupação: foram definidas tes dos empregados domésticos. as categorias de posição na ocupação relacionadas a seguir: Anos de Estudo (Grau de Instrução): a classificação segundo os anos de estudo a) Empregado: pessoa que trabalhava foi obtida em função da série e do grau que a pessoa estava freqüentando ou havia fre- para um empregador (pessoa física ou jurídica), geralmente obrigada a cumprir uma jornada de trabalho para receber em contrapartida uma remuneração em dinheiro, mercadorias, produtos ou benefícios (moradia, comida, roupas, etc.). Nesta categoria incluiu-se a pessoa que prestava o serviço militar obrigatório e, também, o sacerdote, ministro de igreja, pastor, rabino, frade, freira e ou- qüentado, considerando-se a última série concluída com aprovação. A correspondência foi feita de forma que cada série concluída com aprovação equivalesse a um ano de estudo. A contagem dos anos de estudo teve início em um ano a partir da primeira série do ensino fundamental, do primeiro grau ou do ensino elementar concluída com aprovação; em cinco anos de estudo a partir da primeira série do cur- tros clérigos. Foram classificados em com carteira e sem carteira. so de médio primeiro ciclo ou da 5a série do ensino fundamental concluída com b) Conta própria: pessoa que trabalha- aprovação; em nove anos de estudo a partir da primeira série do ensino médio, do se- va explorando seu próprio empreendimento, sozinha ou com sócio, sem ter empregado e contando, ou não, com a ajuda de trabalhador não remunerado; c) Empregador: pessoa que trabalhava explorando o seu próprio empreendimento, com pelo menos um empregado; Posição na Família: em cada família, as pessoas foram classificadas em função da relação com a pessoa de referência ou com o seu cônjuge, de acordo com as se- gundo grau ou do médio segundo ciclo concluída com aprovação; em doze anos de estudo a partir da primeira série do curso superior de graduação concluída com aprovação. Neste trabalho, utilizaram-se os seguintes agrupamentos: 0 a 4 anos de estudos, 5 a 8 anos de estudos, 9 a 11 anos de estudos, e 12 anos ou mais de estudos. Setor de Atividade: o setor de atividade é definido a partir da finalidade ou do ramo de negócios da organização, empresa guintes definições: ou entidade em que a pessoa exerce a ocupação declarada. Chefe ou Pessoa de Referência: pessoa responsável pela família ou que assim 4.2 Conceitos da Pesquisa: CAGED/MTE fosse considerada pelos demais membros da família; Flutuação do Emprego: demonstra a Cônjuge: pessoa que vivia conjugalmente com a pessoa de referência da família, existindo ou não o vínculo matrimonial; movimentação das admissões e desligamentos em determinado período. Variação Absoluta (Saldo): indica a diferença entre admissões e desligamentos. 165 166 POLÍTICAS SOCIAIS anexos Informações dos Estabelecimentos (Módulo I) e dos Empregados programas de intermediação de mão-deobra e do seguro-desemprego, com a finali- (Módulo II): dade de fazer que o trabalhador habilitado para o seguro-desemprego tenha de se ca- O CAGED oferece informações referentes aos estabelecimentos e aos empregados, o primeiro conjunto de informações é denominado módulo I, e o segundo, módulo II. No módulo I, são calculados os indicadores de emprego (admissões, desligamentos, variação absoluta do emprego, entre outros) desagregados em nível de municípios e de subatividade econômica. No módulo II, as admissões e os desligamentos também são calculados, mas as informações também se referem aos atributos do empregado, ou seja, nome, número do PIS, gênero, idade, grau de instrução, ocupação, horas contratuais de trabalho semanal e remuneração mensal. Para o cálculo das variáveis do módulo I, são consideradas as informações do mês de referência e as do mês imediatamente anterior. No cômputo do cálculo desses indicadores, não são levadas em conta as declarações dos estabelecimentos novos, ou seja, aqueles que não constam do cadastro do mês anterior. Essa exclusão busca compensar grandes omissões relativas aos desligamentos correspondentes, particularmente às unidades extintas no mês. O módulo II, por sua vez, incorpora declarações atrasadas e de estabelecimentos novos em função da necessidade de subsidiar o pagamento do seguro-desemprego. Esses procedimentos são os principais fatores responsáveis pela grande divergência com os dados divulgados pelo módulo I, cujos resultados de evolução do comportamento do emprego são mais desfavoráveis se comparados aos verificados no módulo II. 4.3 Indicadores do Programa Novo Emprego e Seguro-Desemprego O Programa Novo Emprego e Seguro-Desemprego pretende integrar as ações dos dastrar no programa de intermediação, o que contribuiria para a redução do tempo de desemprego do trabalhador. O Seguro-Desemprego foi implantado no Brasil em 1986 e seus principais objetivos são: (i) prover assistência financeira ao trabalhador desempregado em virtude de dispensa sem justa causa; e (ii) auxiliar os trabalhadores na busca do emprego, promovendo, para tanto, ações integradas de orientação, recolocação e qualificação profissional. O Programa de Intermediação de Mão-de-Obra do governo é prestado principalmente pelo Sistema Nacional de Emprego (SINE). A intermediação atende aos seguintes objetivos do SINE, determinados pelo Decreto-Lei no 76403, de 8/10/ 1975, que o instituiu: (i) implantar serviços e agências de colocação necessários à organização do mercado de trabalho em todo o país; (ii) propiciar informação e orientação ao trabalhador quanto à escolha de emprego; (iii) prestar informações ao mercado consumidor de mão-de-obra sobre a disponibilidade de recursos humanos; e (iv) estabelecer condições para a adequação entre a demanda do mercado de trabalho e a força de trabalho em todos os níveis de capacitação. Taxa de Habilitação: é a relação entre o número de segurados e o número de requerentes, em que: Segurado: trabalhador que está habilitado a receber o benefício do seguro-desemprego (embora não necessariamente o esteja recebendo no período de referência). Requerente: é aquele trabalhador que entrou com o pedido para receber o seguro. POLÍTICAS SOCIAIS anexos A taxa de habilitação é calculada tomandose como referência a data do requerimen- ro-Desemprego. Inclui os resultados alcançados tanto pelos SINE estaduais quanto to. A taxa de janeiro de 2001, por exemplo, representa o número de pessoas que são aqueles das agências privadas que foram autorizadas pelo Conselho Deliberativo do atualmente seguradas e que requereram o benefício em janeiro dividido pelo núme- Fundo de Amparo ao Trabalhador (CODEFAT) a executar o serviço de intermediação ro de requerentes desse mês. Isto implica que a taxa de habilitação de janeiro de de mão-de-obra com recursos do fundo. 2001 pode ser modificada nos meses seguintes à medida que novas informações sobre pessoas que ficaram ou não habilitadas para receber o benefício cheguem ao Taxa de Admissão: é a relação entre o número de trabalhadores colocados e o número de admitidos. O número de trabalhadores colocados é igual ao da taxa de indicador publicado em um número sofra aderência. O número de admitidos foi retirado do módulo 1 do CAGED. alteração em outro em virtude dessa atualização. Deve-se ressaltar também que esta- 5 Assistência Social mos tratando apenas do seguro-desemprego tradicional, sem incluir os trabalha- As definições e abordagens metodológicas MTE. Por isso, no Boletim, é possível que o dores atendidos pelo seguro do Pescador Artesanal e pela Bolsa-Qualificação. Taxa de Cobertura Efetiva: relação entre o número de segurados e o número de trabalhadores demitidos sem justa causa. necessárias à compreensão das tabelas apresentadas para a Assistência Social são descritas a seguir. Renda Mensal Vitalícia (RMV): benefício monetário mensal, criado em 1975, Aqui, diferentemente da taxa de habilita- destinado a idosos de 70 anos ou mais de idade e a inválidos. Os candidatos ao be- ção, a referência não é a data do requerimento, mas sim a data de demissão, o que nefício teriam que comprovar não poder prover seu próprio sustento. Outra con- implica que o numerador da taxa de cobertura efetiva é diferente do da taxa de habi- dição para concessão era que os candidatos tivessem realizado, pelo menos, doze litação. Vale aqui a mesma explicação da taxa de habilitação sobre a possibilidade contribuições mensais à previdência em algum momento da sua trajetória. Dessa de esse número ser atualizado em números posteriores deste Boletim. O número forma, o benefício excluía portadores de deficiência congênita e pessoas de traje- de trabalhadores demitidos sem justa causa é retirado do Módulo II do CAGED. Por tória laboral informal. O valor do benefício era de meio salário-mínimo antes da fim, novamente deve-se lembrar que se trata aqui apenas do seguro-desemprego Constituição de 1988 e subiu a um salário-mínimo a partir de então. Em fins de tradicional. 1995, esgotou-se o prazo para novas solicitações de RMV. Taxa de Aderência: relação entre o número de trabalhadores colocados e o número de vagas captadas. Benefício de Prestação Continuada A taxa de aderência é a razão entre o nú- lícia. Consiste na garantia de um salário mínimo mensal para idosos de 67 anos ou mero de trabalhadores colocados e o de vagas captadas pelo Programa de Intermediação de Mão-de-Obra, os quais fazem parte do programa Novo Emprego e Segu- (BPC): benefício concedido a partir de 1996 em substituição à renda mensal vita- mais de idade e para pessoas portadoras de deficiência, cuja família possua renda per capita no máximo igual a um quarto do 167 168 POLÍTICAS SOCIAIS anexos salário-mínimo vigente. Não requer contribuição prévia. Seu pagamento é efetua- Proporção da População Potencialmente Demandante da Assistência do por meio da rede da Previdência Social. A gestão do programa, no entanto, é da Social: percentual de pessoas com 6 anos ou menos de idade, 7 a 14 anos, 15 a 17 anos, Assistência Social. 15 a 24 anos, idosos com 60 anos ou mais e com 67 anos ou mais, em situação de carên- Serviços Assistenciais Continuados (SAC): são atividades de amparo continuadas à infância e à adolescência, bem como a pessoas portadoras de deficiência e a idosos (60 anos ou mais) em situação de vulnerabilidade e risco. Existem diversas modalidades de apoio a esses grupos de idade, que vão desde casa-lar e atendimento em creche até atividades de apoio à integração dos beneficiários na sociedade. O governo federal participa do financiamento dessas atividades, havendo a cia (renda familiar per capita inferior a um quarto e a metade do salário-mínimo), por grandes regiões e total nacional. Cabe notar que essa definição de carência é extraída da Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS), que prevê, conforme o programa assistencial, o corte de renda familiar per capita de metade ou de um quarto de salário-mínimo como valor-teto. As faixas etárias correspondem aos grupos etários para os quais estão previstos programas da Assistência Social. necessidade de contrapartidas dos estados e dos municípios. As ações são executadas Obs: Nos cálculos da população demandante deve-se subtrair do total de idosos de 67 anos comumente por meio de parcerias, seja por organizações governamentais, seja de idade ou mais encontrados nos microdados da PNAD aqueles que são beneficiários por não governamentais. da Previdência, uma vez que, conforme a LOAS, para acesso à Assistência Social não se Projetos de Enfrentamento da Pobreza: são ações com o caráter de investimento econômico e social nos grupos vulneráveis, que lhes permitam acumular recursos monetários e não monetários suficientes para elevação do seu padrão de vida. Exemplo: financiamento de lavouras comunitárias. Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI): programa lançado em 1996 pelo governo federal que visa eliminar as piores formas de trabalho infantil no país. Oferece uma transferência mensal em dinheiro (bolsa) à família que retira sua criança de 7 a 14 anos de idade de atividades produtivas consideradas penosas e insalubres. Além disso, a criança tem que se comprometer a freqüentar a escola e recebe atenção escolar em jornada ampliada. Desde meados do ano 2000, há uma componente de geração de emprego e renda por intermédio do PRONAGER acoplada ao PETI. pode receber benefício monetário da Previdência. Além disso, caso se deseje calcular a partir da tabela 5.3 o total da população que deveria idealmente ser atendido pela Assistência Social com Benefício de Prestação Continuada (BPC) Idoso, deve-se somar ao resultado da PNAD para os idosos de 67 anos de idade ou mais o número de idosos que recebem, conforme registros administrativos do INSS do mês de setembro do respectivo ano, o BPC-LOAS e a Renda Mensal Vitalícia (RMV) Idade, dado que esses beneficiários comprovaram sua carência antes da concessão do benefício e aparecem na PNAD como perceptores de benefício da Previdência. Os microdados da PNAD, sem ajustes mais complexos, não permitem o mesmo procedimento para o ajuste do número de beneficiários portadores de deficiência. 6 Previdência Social No intuito de facilitar a compreensão e a interpretação dos dados/indicadores apre- POLÍTICAS SOCIAIS anexos sentados, são apresentadas as definições e metodologias de cálculo utilizadas na ge- ficado como amparo assistencial nas tabelas do INSS), em apresentar rendimento ração das tabelas. familiar por pessoa igual ou inferior a um quarto do salário-mínimo vigente. Benefícios Emitidos: correspondem aos benefícios que tiveram créditos emiti- Benefícios Indenizatórios: são bene- dos para pagamento dos benefícios de prestação continuada que estão ativos no fícios concedidos a grupos restritos da população principalmente como forma de cadastro de benefícios, encaminhados aos órgãos pagadores. As informações têm compensá-los por danos sofridos em nome do país ou em reconhecimento de como período de referência o mês de competência do benefício. serviços prestados à coletividade. Pressupõem lei do Congresso Nacional que os Valor dos Benefícios: corresponde ao conceda Exemplo: aposentadorias de veteranos de guerra ou pensão a vítimas de valor líquido, que é dado pelo valor bruto do benefício diminuído do valor dos descontos. Os valores apresentados foram atualizados a preços de dezembro de 1999 utilizando-se a série de IGP-DI. Benefícios Previdenciários: são aqueles que têm por objetivo repor a ren- grandes erros médicos (como é o caso da Talidomida, o caso da Hemodiálise em Pernambuco, etc.). Indicadores de Cobertura da Previdência Cobertura dos Idosos com Benefícios da do segurado. Sua concessão ocorre em troca de contribuição (como é o caso da de Algum Regime Público de Previdência: proporção (%) de idosos com 60 Previdência Urbana) ou equivalente (caso da Previdência Rural) quando há ocorrên- anos de idade ou mais que recebem aposentadoria e/ou pensão de algum regime cia de um dos riscos sociais segurados pela Previdência Social (idade, invalidez, de previdência pública básica (em especial, INSS e previdência do servidor públi- maternidade, encargos familiares, etc.). Os benefícios acidentários não estão in- co). O conceito de idoso (60 anos ou mais) foi extraído da Lei do Idoso. Para se cluídos nesse grupo. obter esse dado de cobertura a partir dos microdados da PNAD, há necessidade de Benefícios Acidentários: são benefícios concedidos pelo seguro-acidente de trabalho em troca de contribuição e cobrem perdas de rendimento causadas por acidentes de trabalho especificamente. Considera-se acidente de trabalho aquele eliminar a dupla contagem naqueles casos em que a mesma pessoa acumula aposentadoria e pensão, uma vez que essa situação é legalmente possível. Proporção de Contribuintes na Popu- ocorrido no local de trabalho ou no trajeto entre o local de trabalho e a residência lação Economicamente ativa Restrita: percentual de pessoas economicamen- do segurado. te ativas (16 a 59 anos), ocupadas em atividades não sujeitas à cobertura da Previ- Benefícios Assistenciais: são benefícios monetários que não pressupõem a existência de contribuição prévia. Sua concessão ocorre após a verificação da si- dência Rural e que contribuem a algum sistema público de previdência básica em qualquer emprego. tuação de carência do candidato ao benefício, que se configura, no caso do Benefí- ♦As atividades que podem ser considera- cio de Prestação Continuada (BPC, identi- ral são definidas como: atividade agríco- das cobertas de fato pela Previdência Ru- 169 170 POLÍTICAS SOCIAIS anexos la, executada por autônomos sem empregados assalariados, produtores para auto-consumo, mão-de-obra familiar e assalariados sem carteira (estes de direito não são cobertos pela Previdência Rural, mas acabam obtendo benefício). Pessoas assalariadas com carteira na área rural e empregadores rurais estão sujeitos ao Regime Geral de Previdência Social do INSS e não estão cobertas pela Previdência Rural. ♦Apresenta o dado tanto restrito à popula- 7 Desenvolvimento Rural Projeto de Colonização (PC): Até 1984, a ação governamental esteve direcionada exclusivamente à criação de projetos de colonização, que tinham como objetivo geral promover a ocupação de espaços vazios, sobretudo na Amazônia. Até então, as terras destinadas à criação dos projetos eram basicamente obtidas via procedimento discriminatório. Somente com o advento do Primeiro Plano Nacional de ção ocupada no setor privado (exclui Reforma Agrária (I PNRA), aprovado pelo Decreto no 91 766/85, teve início o proces- funcionários públicos estatutários e militares), quanto relativo à soma dos seto- so de reforma agrária propriamente dito. Devido a mudanças na política não foram res privado e público. mais criados projetos oficiais de colonização depois de 1985. Proporção de Pessoas em Idade Ativa na População cobertas pelo Seguro Social, conforme conceito amplo de co- Reforma Agrária: O PNRA estabeleceu uma nova configuração política e técnica bertura retratado pelo percentual de pessoas em idade ativa (16 a 59 anos) cobertas para a reforma agrária, definindo-a como estratégica no contexto da política de de- pela previdência sob alguma das seguintes rubricas: senvolvimento do país, visando atender à população de baixa renda. Entre as ações ♦ que previa, a de maior relevância era a que restabelecia o processo de reforma agrária A pessoa contribui na ocupação atual ou contribuiu em algum dos últimos 12 meses (conceito OIT). Nota: no caso dos dados da PNAD, somente é possível apurar esse dado para pessoas que possuíam emprego assalariado nos últimos 12 meses, não sendo possível apurá-lo para contribuintes individuais. ♦ A pessoa está ocupada em atividade coberta pela Previdência Rural, conforme definição no item anterior. ♦ A pessoa possui cônjuge que contribui na ocupação atual ou contribuiu em algum dos últimos 12 meses. ♦ A pessoa possui cônjuge coberto pela Previdência Rural. ♦ A pessoa, se inativa, é filho/dependente legal de até 18 anos (ou 21 anos, se estudante) de pessoa coberta pela Previdência Rural ou que contribuiu pelo menos uma vez nos últimos 12 meses. pela implementação do Programa de Assentamento de Trabalhadores Rurais. Seus demais programas, de caráter complementar (Colonização, Regularização Fundiária e Tributação da Terra) e de apoio (Estudos e Pesquisas, Desenvolvimento de Recursos Humanos, Cadastro Rural e Apoio Jurídico) também deveriam ser desenvolvidos. Projeto de Assentamento de Trabalhadores Rurais (PA): é aquele criado em terras obtidas pelos mecanismos previstos no Estatuto da Terra e cuja implementação esteja sob sua responsabilidade direta. OEstatuto estabelece em seus artigos 17 e 24: Art. 17. O acesso à propriedade rural será promovido mediante a distribuição ou a redistribuição de terras, pela execução de qualquer das seguintes medidas: a) desapropriação por interesse social; POLÍTICAS SOCIAIS anexos b) doação; c) compra e venda; bro de 2000 haviam sido criados 47 projetos, com capacidade para o assentamento d) arrecadação dos bens vagos; de 1 975 famílias, em uma área total de 10 675 hectares (área média da ordem de e) reversão à posse (vetado) do Poder Pú- 5,4 ha), em 36 municípios. blico de terras de sua propriedade, indevidamente ocupadas e exploradas, a qualquer título, por terceiros; f) herança ou legado. Art. 24. As terras desapropriadas para fins da Reforma Agrária que, a qualquer título, vierem a ser incorporadas ao patrimônio do Instituto Brasileiro de Reforma Agrária, respeitada a ocupação de terras devolutas federais manifestada em cultura efetiva e moradia habitual, só poderão ser distribuídas: I sob a forma de propriedade familiar, nos termos das normas aprovadas pelo Instituto Brasileiro de Reforma Agrária; III para a formação de glebas destinadas à exploração extrativa, agrícola, pecuária ou agro-industrial, por associações de agricultores organizadas sob regime cooperativo; ... Projeto Agro-Extrativista (PAE): projetos criados a partir de 1988 para a exploração coletiva de áreas especiais onde, por razões ambientais, não cabe o parcelamento e apenas atividades extrativistas podem ser realizadas Estão localizadas, em sua maioria, na Amazônia. Até 31 de dezembro de 2000 haviam sido criados 13 projetos desse tipo, que beneficiavam 6 600 famílias, em área total de 1,2 mi- Operação de Crédito de Custeio do PRONAF: destinado ao financiamento de atividades agropecuárias sazonais. Operação de Crédito de Investimento do PRONAF: financiamento que visa criar ou ampliar a capacidade produtiva dos beneficiários. Grupos de Beneficiários do PRONAF: o público-alvo do PRONAF está segmentado em cinco categorias: Linha A assentados; Linha B miniagricultor familiar que, até 1999, encontrava-se excluído das linhas de financiamento, com renda bruta anual de até R$ 1 500,00, e sem utilização de qualquer tipo de mão-de-obra não familiar; Linha C agricultor familiar com renda bruta anual entre R$ 1 500,00 e R$ 8 000,00 que pode utilizar mão-de-obra de empregados temporários; Linha CA assentado já beneficiado pela linha específica e promovido ao grupo C; Linha D agricultor familiar com renda bruta anual entre R$ 8 000,00 e R$ 27 500,00 e que pode dispor de até dois empregados permanentes. lhão de hectares. 8 Cultura Projeto Casulo (PCA): modalidade descentralizada de assentamento, criada As informações culturais são provenientes da Pesquisa de Informações Municipais em 11/9/1997, que deve ser conduzida mediante parcerias específicas entre o IN- realizada pelo IBGE em 1999 em todos os municípios do Brasil. Para efeito dessas ta- CRA e os municípios. Objetiva o aprovei- tamento de áreas agricultáveis situadas bulações, o Distrito Federal foi considerado como um município. Os conceitos utiliza- nas periferias urbanas. Até 31 de dezem- dos na pesquisa são apresentados a seguir. 171 172 POLÍTICAS SOCIAIS anexos Bibliotecas Públicas: são todas aquelas abertas à freqüência do público em ge- mero de membros do domicílio. Pensionistas, empregados domésticos e seus pa- ral, sejam elas mantidas por instituições governamentais ou não. rentes são excluídos tanto do numerador quanto do denominador. Cinemas: estabelecimentos cuja finali- Índice de Gini: o índice de Gini da de- dade é a projeção de filmes. sigualdade de uma distribuição é definido como o dobro da área entre a Curva de Emissoras de TV: são aquelas que geram e transmitem programação televisiva. Livraria: estabelecimento que comercializa livros e outros produtos culturais, escolares, para escolares e, eventualmente, artigos de papelaria e informática. Museu: instituição permanente sem finalidade lucrativa a serviço da sociedade e de seu desenvolvimento, aberta ao público, voltada à pesquisa dos testemunhos materiais do homem e do seu entorno, que os adquire, conserva, comunica e, notadamente, expõe, visando estudos, educação e lazer. Provedor de Internet: empresa prestadora de serviço de acesso à internet. Redes Sintonizadas: redes de emissoras de televisão cuja imagem é captada no Lorenz e a Reta da Igualdade Perfeita. Isto constitui um índice de desigualdade que vale zero se todos têm rigorosamente a mesma renda e 1 se uma fração infinitesimal de uma população grande detém toda a renda. Índice T de Theil: o índice T de Theil ou simplesmente índice de Theil mede a entropia da distribuição de renda e constitui um índice com valor zero se todos têm rigorosamente a mesma renda e é mais alto quanto mais concentrada for a distribuição. O índice de Theil não admite rendas negativas e, portanto, não tem valor máximo, mas tem um teto cujo valor é ln(n), em que n é o tamanho da população. Na prática, assume valores entre zero e 1. Razão 10/40: é simplesmente a razão município. entre o rendimento médio dos 10% mais ricos dividido pelo rendimento médio Teatros ou Casas de Espetáculos: es- dos 40% mais pobres. Tem valor mínimo de 1, mas não tem limite superior. tabelecimentos cuja finalidade é a apresentação de arte dramática, música, dança, etc. TV a Cabo: existência de cabeamento para fins de distribuição de programação televisiva. Vídeo Locadora: estabelecimentos que oferecem o serviço de aluguel de fitas de vídeo. 9 Desigualdade e Pobreza Renda: a renda usada é a renda domiciliar Razão 20/20: é a razão entre o rendimento médio dos 20% mais ricos dividido pelo rendimento médio dos 20% mais pobres. Tal como a razão 10/40, a razão 20/20 tem valor mínimo de 1 e não tem limite superior. Convenções utilizadas: Dado existente, porém não disponível. per capita, definida como a soma dos rendimentos de todas as fontes de todos os Valor inferior que a metade da unidade membros do domicílio dividido pelo nú- ( ) Valor negativo. de medida utilizada. AÇÕES SELECIONADOS DO PPA 2000/2003 23 486 SERVIÇO DE PROCESSAMENTO DE DADOS DAS GUIAS DE PREVIDÊNCIA SOCIAL COMPLEMENTAR - MILITARES DAS FORÇAS ARMADAS PAGAMENTO DE PENSÕES - SERVIDORES CIVIS PAGAMENTO DE APOSENTADORIAS A SERVIDORES CIVIS PAGAMENTO DE PENSÕES PAGAMENTO DE APOSENTADORIAS AOS MILITARES DAS FORÇAS ARMADAS PESSOAL INATIVO E PENSIONISTAS DE EXTINTOS ESTADOS E TERRITÓRIOS PREVIDÊNCIA DE INATIVOS E PENSIONISTAS DA UNIÃO INDENIZAÇÕES E PENSÕES ESPECIAIS DE RESPONSABILIDADE DA UNIÃO PREVIDÊNCIA REFORMULAÇÃO DA REDE DE ATENDIMENTO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL 3 355 948 9 023 321 3 310 801 4 082 592 421 308 22 529 802 731 614 4 662 51 178 86 135 86 258 REMUNERAÇÃO DOS AGENTES PRESTADORES DE SERVIÇO PELO RECOLHIMENTO DAS GUIAS DE PREVIDÊNCIA SOCIAL QUALIDADE DO ATENDIMENTO NA PREVIDÊNCIA SOCIAL 56 314 INFORMAÇÕES À PREVIDÊNCIA SOCIAL REMUNERAÇÃO DOS AGENTES PRESTADORES DE SERVIÇO PELO RECEBIMENTO DAS GUIAS DO FGTS E DE 187 765 235 742 ARRECADAÇÃO DE RECEITAS PREVIDENCIÁRIAS 194 140 REMUNERAÇÃO DOS AGENTES PAGADORES DE BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS 3 095 481 PAGAMENTO DE AUXÍLIOS SERVIÇO DE PROCESSAMENTO DE DADOS DE BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS 14 751 156 4 020 254 38 929 104 61 485 208 PAGAMENTO DE PENSÕES PAGAMENTO DE APOSENTADORIAS ESPECIAIS PAGAMENTO DE APOSENTADORIAS (A) INICIAL DOTAÇÃO AUTORIZADO 4 204 167 10 340 820 3 500 030 4 334 634 496 537 25 479 096 762 014 4 741 82 206 115 908 26 483 115 400 76 700 260 624 320 300 340 823 3 267 460 15 881 300 3 569 039 40 852 400 65 539 682 (B) LEI+CRÉDITOS 4 114 503 10 148 641 3 486 756 4 308 254 489 733 25 139 713 724 388 4 711 81 931 114 677 26 483 115 400 76 700 259 407 231 566 340 796 3 267 440 15 881 300 3 569 039 40 852 400 65 449 619 (C) LIQUIDADO 4 080 946 9 834 892 3 486 756 4 308 254 479 036 24 753 691 724 380 2 266 63 341 90 680 22 968 3 9 56 914 7 228 340 266 3 267 304 15 878 030 3 569 039 40 780 051 65 127 137 (D) PAGO (VALORES EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIO-FINANCEIRA DO GASTO SOCIAL FEDERAL DE 2000, SEGUNDO PROGRAMAS E AÇÕES PREVIDÊNCIA SOCIAL BÁSICA PREVIDÊNCIA / 1.1 PROGRAMAS TABELA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIO-FINANCEIRA DO GASTO SOCIAL FEDERAL EM R$ 97,87 98,14 99,62 99,39 98,63 98,67 95,06 99,36 99,66 98,94 100,00 100,00 100,00 99,53 72,30 99,99 100,00 100,00 100,00 100,00 99,86 (C) / (B) EXECUÇÃO NIVEL DE MIL CORRENTES) POLÍTICAS SOCIAIS anexos estatísticos 173 / AÇÕES 13 723 REINSERÇÃO SOCIAL DO ADOLESCENTE EM CONFLITO COM A LEI 6 000 12 389 COMUNIDADE ATIVA ASSISTÊNCIA SOCIOEDUCATIVA AO ADOLESCENTE EM CONFLITO COM A LEI 28 314 95 231 CENTROS DA JUVENTUDE AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS PARA DISTRIBUIÇÃO GRATUITA 100 616 54 015 CONCESSÃO DA BOLSA CRIANÇA- CIDADÃ CESTA DE ALIMENTOS 67 224 ATENDIMENTO À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE EM JORNADA ESCOLAR AMPLIADA 123 088 258 500 ATENDIMENTO À CRIANÇA EM CRECHE ERRADICAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL 199 917 ASSISTÊNCIA PRÉ- ESCOLAR AOS DEPENDENTES DOS SERVIDORES E EMPREGADOS 487 373 469 725 PAGAMENTO DE BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA A PESSOA IDOSA ATENÇÃO À CRIANÇA 542 512 1 129 733 1 265 136 895 924 2 274 898 (A) INICIAL DOTAÇÃO PAGAMENTO DE RENDA MENSAL VITALÍCIA POR IDADE VALORIZAÇÃO E SAÚDE DO IDOSO PAGAMENTO DE BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA A PESSOA PORTADORA DE DEFICIÊNCIA PAGAMENTO DE RENDA MENSAL VITALÍCIA POR INVALIDEZ ATENÇÃO À PESSOA PORTADORA DE DEFICIÊNCIA ASSISTÊNCIA SOCIAL PROGRAMA AAUTORIZADO 5 800 13 523 13 640 28 354 107 244 113 469 102 645 74 394 192 388 273 182 192 700 494 838 639 725 566 777 1 312 013 1 350 136 936 300 2 387 303 (B) LEI+CRÉDITOS 1 763 6 316 11 159 20 472 76 866 82 181 95 580 71 009 181 843 258 073 169 418 452 395 639 496 566 777 1 303 659 1 349 418 936 300 2 368 513 (C) LIQUIDADO 1 763 6 316 7 860 11 962 68 622 73 677 81 804 60 903 150 457 239 016 167 725 423 431 638 410 566 595 1 288 644 1 349 357 935 665 2 355 136 (D) PAGO 30,39 46,71 81,81 72,20 71,67 72,43 93,12 95,45 94,52 94,47 87,92 91,42 99,96 100,00 99,36 99,95 100,00 99,21 (C) / (B) EXECUÇÃO NÍVEL DE 174 anexos estatísticos POLÍTICAS SOCIAIS DA AÇÕES DA E E DO SAUDÁVEL DE HOSPITAIS ENSINO CONTROLE CRIANÇA JOVEM E DO PREVENÇÃO DO SAÚDE E SANITÁRIA TRABALHADOR DAS SERVIÇOS EM DE E VARIÁVEL NUTRICIONAIS PARTE PNEUMOPATIAS FRONTEIRAS OUTRAS FARMÁCIA VARIÁVEL DOENÇAS VARIÁVEL IMUNOBIOLÓGICOS ONCOLÓGICA HOSPITALARES MATERNO INFECÇÕES À DE - PARTE DAS DEGENERATIVAS SAÚDE DERMATOSES E AEROPORTOS OUTRAS PORTOS, DE TUBERCULOSE DOENÇAS DENGUE À BÁSICA VARIÁVEL BÁSICA VETORES PARTE CARÊNCIAS ASSISTÊNCIA CRÔNICO- AMBIENTAL ALEITAMENTO E DA E ÀS BÁSICA PARTE CONTROLE HABILITADOS COMBATE E POR À IMUNOPREVENÍVEIS DISTRIBUIÇÃO SÁUDE MALÁRIA E EM CÂNCER PRODUTOS DAS DA DE HANSENÍASE CONTROLE CONTROLE SUPLEMENTAR SAÚDE SAÚDE VIGILÂNCIA DO CONTROLE SAÚDE E DA PREVENÇÃO MENTAL E PREVENÇÃO SAÚDE E PREVENÇÃO CONTROLE CONTROLE DA EPIDEMIOLÓGICA E DE À ATENÇÃO MULHER HABILITADOS E FARMACÊUTICA MUNICÍPIOS E DA HABILITADOS PREVENÇÃO DOENÇAS ENFERMAGEM DESENVOLVIMENTO DO DE PREVENÇÃO E CONTROLE SANITÁRIA A AÇÕES VIGILÂNCIA PESQUISA PREVENÇÃO VIGILÂNCIA E DA PROFISSIONALIZAÇÃO FINANCEIRO PARA BÁSICA DAS SAÚDE DE ATENÇÃO TRANSMISSÍVEIS MUNICÍPIOS DE ASSISTÊNCIA A À DA PISO HABILITADOS FAMÍLIA MUNICÍPIOS DOENÇAS ACONDICIONAMENTO SANGUE (PAB) INCENTIVO ALIMENTAÇÃO QUALIDADE CONTROLE PARA FINANCEIRO (PAB) AQUISIÇÃO, PREVENÇÃO BÁSICA DA ATENÇÃO SAÚDE O PLENA COM MUNICÍPIOS GESTÃO BÁSICO AÇÕES A DE EM A EM A FARMACÊUTICA PARA FINANCEIRO CONTROLE (PAB) INCENTIVO ASSISTÊNCIA BÁSICA PARA EDUCATIVA MULHER (PAB) INCENTIVO PREVENÇÃO CAMPANHA SAÚDE BÁSICA MUNICÍPIOS FINANCEIRO NOS ASSISTENCIAL INCENTIVO FIXA / FAMÍLIA ATENDIMENTO SAÚDE SAÚDE PROGRAMA PISO PISO DE DE PISO DO PISO BÁSICA DO DE DE À PARTE ATENÇÃO ATENÇÃO ATENÇÃO ATENÇÃO REFERENTE TRANSMISSÍVEIS DO DO (PAB) 000 737 458 265 056 000 326 261 833 560 410 281 145 380 658 937 465 938 079 331 216 500 200 129 754 063 951 217 781 166 155 133 173 117 93 97 72 29 27 24 12 9 6 5 5 14 1 164 224 155 187 175 446 572 266 226 680 9 9 573 1 780 000 2 468 791 (A) INICIAL DOTAÇÃO AAUTORIZADO 000 667 388 812 200 429 754 963 841 245 298 156 356 155 000 156 076 182 663 117 983 127 257 96 610 71 227 46 139 2 243 20 558 7 537 6 965 6 938 20 297 5 271 14 216 1 500 164 209 155 186 159 356 572 284 353 680 9 9 480 1 780 000 2 468 725 (B) LEI+CRÉDITOS 200 818 706 052 788 216 182 236 218 841 079 213 757 638 834 122 922 16 843 5 183 4 436 4 724 9 707 4 960 13 419 971 149 98 149 177 112 117 89 65 43 164 206 155 184 151 338 144 273 257 655 659 9 487 9 306 437 875 1 726 459 2 389 872 (C) LIQUIDADO 711 112 441 308 186 197 309 236 552 109 617 051 672 292 170 327 183 12 134 72 4 283 9 171 4 237 11 355 479 149 10 123 150 96 49 55 61 30 156 189 148 117 150 295 213 228 816 609 969 9 026 8 873 358 790 1 708 506 2 322 983 (D) PAGO 88,13 95,45 63,37 96,00 96,94 95,11 92,53 92,78 92,43 93,46 41,13 81,93 68,76 63,69 68,09 47,83 94,11 94,39 64,75 100,00 98,75 99,97 98,44 94,96 94,83 96,10 96,42 98,14 99,13 91,07 96,99 96,81 (C) / (B) EXECUÇÃO NÍVEL DE POLÍTICAS SOCIAIS anexos estatísticos 175 / AÇÕES DESMAT., QUEIMADAS E INCÊNDIOS FLORESTAIS URBANA DE DE AGRAVOS TRATAMENTO ABASTECIMENTO E DE DE VIAS 15 916 90 635 125 682 123 495 99 516 458 198 DO AMBIENTAL COMBATE BRASIL MELHOR BAIRRO DE DE AÇÕES HABITAT DA DE HABITANTES BÁSICO DE OBRAS DESENVOLVIMENTO DE URBANO CENTROS INTERLIGAÇÃO MELHORIA HABITANTES BÁSICO HABITABILIDADE SANEAMENTO MIL SANEAMENTO URBANA, OU MIL DE DE DE INFRA-ESTRUTURA PBQP-HABITAT INTEGRADAS - 75 URBANA ATÉ SERVIÇOS AMPLIAÇÃO DE 75 REESTRUTURAÇÃO REVITALIZAÇÃO AÇÕES IMPLANTAÇÃO, INFRA-ESTRUTURA NOSSO POPULAÇÃO IMPLANTAÇÃO A CONDIÇÕES SUPERIOR DAS SERVIÇOS MELHORIA DE POPULAÇÃO IMPLANTAÇÃO MORAR HABITAÇÃO E URBANISMO EDUCAÇÃO PREVENÇÃO E COM COM DE MÉDIO URBANAS E E INFRA-ESTRUTURA MUNICÍPIOS MUNICÍPIOS ÁREAS URBANOS DE DE EM EM PORTE ADEQUAÇÃO GRANDE DE 1 828 63 353 50 450 55 905 141 293 311 001 24 341 168 232 345 160 109 620 712 441 5 899 14 785 35 184 31 095 PARQUES 23 858 AMBIENTAL 29 974 QUALIDADE SUSTENTÁVEL BRASIL PANTANAL AMAZÔNIA DO 33 723 A DE LOCALIDADES SERVIÇOS COLETA CONTROLE 80 723 VIDA DOS DE PARA ÁGUAS E EM SISTEMA AGRAVOS DE DOMICILIARES PEQUENAS MELHORIA AGRAVOS BÁSICO DE OU DE MELHORIA CONTROLE OU SANITÁRIAS (A) INICIAL DOTAÇÃO P R O- Á G U A -G E S T Ã O SANEAMENTO CONTROLE DE AÇÕES SANEAMENTO PARA ÁGUA AMPLIAÇÃO E PARA AMPLIAÇÃO SANITÁRIO E MELHORIAS CONSTRUÇÃO ESGOTO CONSTRUÇÃO DE BÁSICO IMPLANTAÇÃO SANEAMENTO SANEAMENTO E PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE PROGRAMA AAUTORIZADO 1 828 61 821 47 325 36 205 127 987 273 338 32 040 157 631 372 826 109 320 660 450 5 899 28 902 87 184 82 145 23 712 36 000 32 523 73 223 15 916 67 508 119 597 107 216 94 141 405 862 (B) LEI+CRÉDITOS 378 35 162 41 880 18 945 82 834 178 821 16 354 86 960 235 205 55 385 383 118 4 495 14 427 39 071 58 558 1 392 23 774 28 510 53 468 2 712 44 297 70 808 70 904 51 319 239 236 (C) LIQUIDADO 219 6 420 7 573 359 20 252 34 604 8 182 4 645 13 023 40 17 941 4 148 11 714 29 570 29 769 1 332 9 982 27 762 45 463 2 712 - 8 299 4 856 8 536 21 704 (D) PAGO 20,69 56,88 88,49 52,33 64,72 65,42 51,04 55,17 63,09 50,66 58,01 76,20 49,92 44,81 71,29 5,87 66,04 87,66 73,02 17,04 65,62 59,21 66,13 54,51 58,95 (C) / (B) EXECUÇÃO NÍVEL DE 176 anexos estatísticos POLÍTICAS SOCIAIS DA DE DE CONCESSÃO DE FUNCIONAMENTO EDUCAÇÃO CAPACITAÇÃO ARRECADAÇÃO E E EDUCAÇÃO EXTENSÃO DA DE PROFISSIONALIZAÇÃO DE DO EDUCAÇÃO RECURSOS HUMANOS SALÁRIO-EDUCAÇÃO DO DO E NO PARA A PORTADOR DE I NORDESTE DEFICIÊNCIA AO CENTRO-OESTE VISUAL MAGISTÉRIO FUNDAMENTAL (FUNDESCOLA) GRATUITO ENSINO MÍNIMA NÃO DO DO FUNDO VALORIZAÇÃO AUDITIVA PROEP DEFICIÊNCIA - E RENDA SUPERIOR EXTERIOR PESQUISA DE DE SUDESTE PROFISSIONAL PORTADOR ESPECIAL MÉDIO PROFISSIONALIZAÇÃO PAÍS PROFISSIONALIZANTE MÉDIO DA ADULTOS EDUCAÇÃO E ENSINO ENSINO REFORMA EDUCAÇÃO EDUCAÇÃO NO MÉDICA E NORTE, PÓS-GRADUAÇÃO REGIÕES SUL PROFISSIONAL ESTUDO - REGIÕES - FUNDAMENTAL FUNDESCOLA - ENSINO ESCOLA FUNDESCOLA II ENSINO GARANTIA DO DE UNIÃO FUNDAMENTAL E DA PROFESSORES CARENTES E ENSINO - DE ESTUDANTES GRADUAÇÃO ESCOLA ALUNOS DO FUNDAMENTAL COMPLEMENTAÇÃO ESTUDANTES DO RESIDÊNCIA UNIVERSITÁRIA DESENVOLVIMENTO JOVENS DO DESENVOLVIMENTO DE DO IMPLEMENTAÇÃO EDUCAÇÃO DA DA FUNCIONAMENTO DA DESENVOLVIMENTO BOLSAS DA DE FUNCIONAMENTO CONCESSÃO PARA GRADUAÇÃO A - ENSINO ESCOLAS DO MUNICIPAIS DE DA ESCOLA ENSINO NA DO DIRETO DINHEIRO DESENVOLVIMENTO A TODOS DE DA ESCOLA DESENVOLVIMENTO FORTALECIMENTO NA AO APOIO PROGRAMAS DIRETO DE FUNDO EM PARA FORTALECIMENTO DE EDUCATIVO CURSOS DINHEIRO DE FUNDO DE PARA ESCOLAR QUALIDADE DIDÁTICOS FINANCIAMENTO CRÉDITO ENSINO LIVROS QUALIDADE PARTICIPAÇÃO ESCOLA FUNCIONAMENTO DE CONCESSÃO DO DISTRIBUIÇÃO BIBLIOTECAS DE DE DISTRIBUIÇÃO DESENVOLVIMENTO DE DESENVOLVIMENTO TRANSPORTE ESCOLAR E ALIMENTAÇÃO PARA MÍNIMO APRENDIZAGEM AÇÕES PADRÃO / MANUTENÇÃO VEÍCULOS DE GARANTIA ACELERAÇÃO EDUCAÇÃO PROGRAMA 404 911 1 950 6 352 8 315 8 813 35 764 31 815 51 987 75 437 95 697 405 756 594 312 51 938 408 329 509 598 93 607 83 828 86 326 65 673 56 892 182 550 633 974 4 295 383 798 000 150 000 5 470 304 282 152 28 179 920 273 50 620 682 685 2 006 648 (A) INICIAL DOTAÇÃO AAUTORIZADO 404 911 1 950 6 762 8 832 33 888 32 830 46 697 54 814 239 689 100 471 458 105 648 926 55 479 408 329 514 310 206 380 120 788 86 607 65 673 56 892 192 550 800 987 4 711 773 850 614 120 000 6 353 057 486 479 15 179 920 273 52 120 682 685 2 236 601 (B) LEI+CRÉDITOS 398 363 1 458 6 727 8 770 10 297 28 393 43 022 54 639 234 871 75 390 450 126 588 524 52 423 411 441 509 774 193 856 118 670 63 033 62 866 56 566 165 161 676 239 4 611 320 850 614 117 268 5 930 444 486 479 15 179 901 694 45 973 587 301 2 082 664 (C) LIQUIDADO 392 394 1 176 6 538 8 195 6 656 27 708 42 973 52 002 212 040 23 346 433 182 478 749 51 995 342 176 421 480 193 726 118 647 53 562 45 250 16 757 165 040 602 156 4 514 837 179 176 117 268 4 908 122 293 641 6 635 901 620 45 885 505 636 1 787 509 (D) PAGO 98,38 74,75 99,63 99,30 30,39 86,49 92,13 99,68 97,99 75,04 98,26 90,69 94,49 100,76 99,12 93,93 98,25 72,78 95,73 99,43 85,78 84,42 97,87 100,00 97,72 93,35 100,00 100,00 97,98 88,21 86,03 93,12 (C) / (B) EXECUÇÃO NÍVEL DE POLÍTICAS SOCIAIS anexos estatísticos 177 / A APOIO BOLSA ABERTO PRODUÇÃO MEMÓRIA POTÊNCIA RENDIMENTO DIREITO 500 COMITÊ DE EXPOSIÇÃO BRASIL MUSEUS A DA DO COMEMORAÇÃO UNIVERSAL DO ANO E BRASILEIRA V EM DE NO DA DEFICIÊNCIA - NO ALEMANHA DO E BRASIL NACIONAIS E CARENTES EXTERIOR NACIONAIS DESCOBRIMENTO HANNOVER E E ÀS ARTES CÊNICAS INTERNACIONAIS CÊNICAS MÚSICA ARTES À COMUNIDADES PAÍS CULTURA MUNICÍPIO COMPETIÇÕES DO DE CÊNICAS DESTINADOS E COMPETIÇÕES EM FEDERAL EM CENTENÁRIO 2000 DISTRITO CADA ÁREA EM ARTES MÚSICA CULTURAIS PORTADORAS BRASILEIRA RENDIMENTO TODOS ESTADOS DE DELEGAÇÃO PESSOAS DELEGAÇÃO PARA DE CULTURAIS NA EM ESPORTIVA UNIÃO ESPAÇOS EVENTOS INFRA- ESTRUTURA ESPORTIVA DE DE DE ANOS TRANSFERÊNCIA ESPORTE INTERNACIONAIS PARTICIPAÇÃO DE DE SOLIDÁRIO PARTICIPAÇÃO BRASIL DE FUTURO AFRO- BRASILEIRA IMPLANTAÇÃO ESPORTE CULTURA E TÉCNICOS CULTURAIS DE DE E CULTURAIS MODERNIZAÇÃO PROJETOS FUNCIONAMENTO MUSEU A REFORMA APOIO INTERCÂMBIO E E PROMOÇÃO ESPAÇOS ARTISTAS DE CULTURAL DE DIFUSÃO PÚBLICAS DE CULTURAIS ÁREAS E INDÍGENAS MÚSICA ESPAÇOS NAS DE AUDIOVISUAL BIBLIOTECAS VÍDEO DE IMPLANTAÇÃO À E APOIO PRODUÇÃO E CULTURAL DE VIRTUOSE CULTURAIS MÚSICA CAPACITAÇÃO SOM CINEMA, SOCIEDADES INDÍGENAS MODERNIZAÇÃO DE PATRIMÔNIO E DE ORQUESTRAS PROJETOS IMPLANTAÇÃO LIVRO BRASIL REFORMA CONCESSÃO A APOIO CÊNICAS BANDAS ARTES A APOIO CULTURAL E DAS AÇÕES CULTURA MÚSICA E TURISMO TERRITÓRIO ETNODESENVOLVIMENTO CULTURA PROGRAMA 849 908 148 868 013 881 949 226 826 550 144 620 779 506 448 050 707 920 590 758 286 037 604 106 842 512 6 39 28 66 13 28 305 109 667 723 677 988 1 220 73 19 6 22 7 1 4 1 1 15 20 13 12 8 51 2 29 1 4 8 9 7 2 156 128 9 (A) INICIAL DOTAÇÃO AAUTORIZADO 16 51 40 48 13 17 805 620 246 389 677 354 5 220 707 508 621 297 013 880 949 800 1 147 21 041 22 171 13 620 17 530 14 514 64 043 1 550 29 707 4 788 5 890 17 852 9 786 7 287 9 721 181 906 134 642 24 012 84 27 5 23 7 1 7 (B) LEI+CRÉDITOS 15 357 42 874 37 079 34 277 13 677 7 974 5 170 76 126 15 907 4 346 20 573 6 435 1 233 7 170 758 878 17 075 15 441 10 213 14 241 11 446 49 332 140 25 543 3 013 4 236 12 720 9 652 7 286 8 955 137 145 108 837 22 155 (C) LIQUIDADO 15 204 40 054 35 742 29 734 13 677 7 971 5 170 61 274 11 305 3 658 17 934 4 839 1 136 7 013 710 552 10 048 10 396 6 655 8 450 5 809 34 999 44 21 963 2 063 2 235 5 517 8 350 7 117 4 302 34 456 23 647 22 002 (D) PAGO 91,39 83,06 92,13 70,84 100,00 45,95 99,04 89,87 57,83 77,32 88,30 91,76 65,56 90,20 94,74 76,62 81,15 69,64 74,99 81,23 78,86 77,03 9,03 85,98 62,92 71,92 71,25 98,64 99,99 92,11 75,39 80,83 92,27 (C) / (B) EXECUÇÃO NÍVEL DE 178 anexos estatísticos POLÍTICAS SOCIAIS / AÇÕES DE QUALIFICAÇÃO DO EXPANSÃO TRABALHADOR COM MICRO E EMPREGO EMPREGO RENDA DE VIDA SAUDÁVEL DE E TRABALHADORES E EMPREGADOS TRABALHADOR DE CONTRATO DE DE DE TRABALHO EMPREGADOS E SEUS SUSPENSO DEPENDENTES PROFISSIONAL, TRABALHO QUALIFICAÇÃO MERCADO DESEMPREGO EMPREENDEDORES RISCO RENDA SOB DO SERVIDORES, DESOCUPADOS PEQUENOS E AÇÕES EMPREGADOS TRABALHADOR SERVIDORES E AOS SALARIAL SERVIDORES DO DAS SEGURO-DESEMPREGO ODONTOLÓGICA ABONO E NO SEGURO-DESEMPREGO TRABALHADOR DO INTEGRAÇÃO TRABALHADORES QUALIDADE DA MELHORIA E GERAÇÃO EMPREGO SEGURO DE AÇÕES LEGAL TRABALHO DE GERAÇÃO TRABALHO DE PARA QUALIFICAÇÃO QUALIFICAÇÃO AOS PROFISSIONAL AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO AOS E BENEFÍCIO AUXÍLIO-TRANSPORTE QUALIFICAÇÃO DE EMPREGO DO PAGADORES COLOCAÇÃO TRABALHADOR DO SISTEMA MÉDICA DO PAGAMENTO ASSISTÊNCIA AO ASSISTÊNCIA INTERMEDIAÇÃO DO IMPLANTAÇÃO E AGENTES VAGAS DE DE REMUNERAÇÃO CAPTAÇÃO PARA 150 000 125 000 24 414 24 000 50 677 134 622 81 000 106 635 133 200 502 125 499 373 263 893 478 268 677 798 1 986 334 55 259 51 325 80 449 26 836 4 187 944 PROFISSIONAL SEGURO-DESEMPREGO DO DE QUALIFICAÇÃO 4 468 209 3 000 (A) INICIAL DOTAÇÃO SEGURO-DESEMPREGO BOLSA E EMPREENDEDOR EMPREGO PAGAMENTO NOVO JOVEM EMPREGO E DEFESA DO TRABALHADOR PROGRAMA AAUTORIZADO 150 000 125 000 21 664 24 000 50 677 134 622 81 000 106 635 133 200 502 125 494 900 282 246 486 288 712 326 2 042 762 55 259 51 325 80 449 26 836 4 275 530 4 555 795 3 000 (B) LEI+CRÉDITOS - - 125 000 19 804 16 000 30 469 110 937 77 858 93 954 122 506 440 383 440 523 265 867 446 319 679 999 1 888 351 52 885 50 505 64 449 7 483 4 065 166 4 294 960 (C) LIQUIDADO - - - 15 228 16 000 29 826 100 275 77 829 93 954 122 506 439 222 430 205 263 119 411 993 679 999 1 838 980 52 060 50 505 64 449 7 465 3 988 697 4 213 846 (D) PAGO - 100,00 91,42 66,67 60,12 82,41 96,12 88,11 91,97 87,70 89,01 94,20 91,78 95,46 92,44 95,70 98,40 80,11 27,89 95,08 94,27 - (C) / (B) EXECUÇÃO NÍVEL DE POLÍTICAS SOCIAIS anexos estatísticos 179 MUNDO DE DE DE FINANCEIRA AO À NAS IPEA/DISOC. SIAFE/SIDOR. DA RURAIS BANCO DE GRATUITA E CONTRA A DE A TESTEMUNHAS MULHER DE E JORNADA CRIANÇAS ADOLESCENTE AMEAÇADAS EM BANCO TERRA ESCOLAR HUMANOS AMPLIADA ADOLESCENTES SERVIÇOS DA PRONAF CRIADOS CRIADOS NO MUNICIPAIS - RURAIS FAMILIAR DIREITOS E E AGRICULTURA DEGRADANTE EM PROFISSIONAIS DO TODOS E ESCRAVIZADOR A - PROJETOS ASSENTAMENTOS INFRA-ESTRUTURA PARA ADOLESCENTE SEXUAL DE JUROS DE ASSENTADAS BÁSICA EM ASSENTAMENTOS RURAIS INFRA-ESTRUTURA PARA EMANCIPAÇÃO INFANTO-JUVENIL AO CRIANÇA DIREITOS VÍTIMAS ESCOLAS A E EXPLORAÇÃO ESPECIALIZAÇÃO VIOLÊNCIA JURÍDICA Elaboração: Fonte: DEFESA PAZ ASSISTÊNCIA COMBATE E HUMANOS, CAPACITAÇÃO DIREITOS DA TRABALHO DIREITOS DOS À PROSTITUIÇÃO DEFESA À DO COMBATE E CRIANÇA ERRADICAÇÃO À ABUSO ATENDIMENTO COMBATE A DE PARA PROJETOS PRONAF EQUALIZAÇÃO JUSTIÇA E CIDADANIA ASSISTÊNCIA E COMPLEMENTAR DAS RURAIS DE FAMÍLIAS BÁSICA ASSENTAMENTOS IMPLANTAÇÃO CRÉDITO-INSTALAÇÃO ASSENTAMENTOS PARA INFRA-ESTRUTURA CRÉDITO DE ASSENTADAS - TERRA 112 500 150 800 742 680 ATÉ ATÉ 1998 1998 922 2 289 1 174 2 455 5 618 8 504 5 110 916 5 100 6 009 168 765 585 705 822 753 44 750 34 192 93 792 72 200 104 815 211 104 CONSOLIDAÇÃO FAMÍLIAS RURAIS RURAIS - DE IMÓVEIS TRABALHADORES DE 441 000 FAMILIAR FINANCIAMENTO AGRICULTURA DE AQUISIÇÃO CRÉDITO-INSTALAÇÃO PARA ASSENTAMENTOS (A) INICIAL DOTAÇÃO TERRAS EM INFRA-ESTRUTURA CONCESSÃO EMANCIPAÇÃO CONCESSÃO - CRÉDITO RURAL INVESTIMENTO NOVO DE DE OBTENÇÃO CONCESSÃO AÇÕES AGRÁRIA RURAL DE MUNDO / CONCESSÃO NOVO ORGANIZAÇÃO PROGRAMA AAUTORIZADO 922 2 289 6 174 2 455 1 616 5 202 5 310 916 5 100 6 009 168 765 837 705 1 109 753 40 750 34 192 89 792 72 200 104 815 223 104 441 000 112 500 150 800 742 680 (B) LEI+CRÉDITOS 667 2 090 5 963 1 087 1 596 3 698 4 133 303 5 001 5 864 151 650 669 222 904 309 27 708 33 977 75 375 50 800 96 309 190 914 253 336 111 089 150 800 549 702 (C) LIQUIDADO 653 2 016 5 303 1 087 1 321 3 314 3 893 294 4 691 5 548 39 266 485 138 563 315 9 903 33 629 52 874 4 657 46 244 85 749 243 409 107 100 26 909 403 250 (D) PAGO 72,40 91,30 96,58 44,29 98,82 71,09 77,84 33,04 98,06 97,59 89,86 79,89 81,49 68,00 99,37 83,94 70,36 91,88 85,57 57,45 98,75 100,00 74,02 (C) / (B) EXECUÇÃO NÍVEL DE 180 anexos estatísticos POLÍTICAS SOCIAIS - - BENS E SERVIÇOS EM MOEDA BENS E SERVIÇOS (TESOURO) OUTRAS APLICAÇÕES - - (TESOURO) RECURSOS DO TESOURO NACIONAL - TOTAL SALDOS EXERCÍCIOS ANTERIORES RECURSOS DE CONVÊNIOS - RECURSOS DIVERSOS RECURSOS FINANCEIROS DIRETAMENTE ARRECADADOS (OUTRAS FONTES) (OUTRAS FONTES) BENS E SERVIÇOS RECURSOS NÃO- FINANCEIROS DIRETAMENTE ARRECADADOS OPERAÇÕES DE CRÉDITO EXTERNAS PRODUTO DA APLICAÇÃO DOS RECURSOS À CONTA DO SALÁRIO-EDUCAÇÃO DOAÇÕES DE ENTIDADES INTERNACIONAIS SALDOS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES RECURSOS FINANCEIROS DIRETAMENTE ARRECADADOS RECURSOS DA DESVINCULAÇÃO DOS IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS CONTRIBUIÇÃO PARA FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO DE PESSOA JURÍDICA RECURSOS NÃO- FINANCEIROS DIRETAMENTE ARRECADADOS OPERAÇÕES DE CRÉDITO EXTERNAS OPERAÇÕES DE CRÉDITO EXTERNAS OPERAÇÕES DE CRÉDITO INTERNAS TÍTULOS DE RESPONSABILIDADE DO TESOURO NACIONAL REFINANCIAMENTO DA - CONDICIONADAS TÍTULOS DE RESPONSABILIDADE DO TESOURO NACIONAL DÍVIDA PÚBLICA MOBILIÁRIA FEDERAL RENDA LÍQUIDA DE CONCURSOS E PROGNÓSTICOS RENDA LÍQUIDA DA LOTERIA FEDERAL INSTANTÂNEA CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS SOBRE LUCRO LÍQUIDO CRÉDITO EDUCATIVO CONTRIBUIÇÃO DO SALÁRIO-EDUCAÇÃO RECURSOS DESTINADOS A MANUTENÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO ENSINO RECURSOS DESTINADOS A MANUTENÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO ENSINO CONDICIONADOS RECURSOS ORDINÁRIOS MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO (RESÍDUO 99) 12 638 404 156 803 156 361 4 730 201 865 22 515 4 001 1 778 046 1 186 046 743 318 67 000 10 000 399 336 3 386 23 045 - 85 588 5 511 425 777 403 212 000 413 898 9 840 300 000 571 799 (A) DOTAÇÃO INICIAL SEGUNDO FONTES DE FINANCIAMENTO - 2000 FONTE DE FINANCIAMENTO 1.2 DESCRIÇÃO TABELA CRÉDITOS) 14 359 293 182 686 104 098 66 481 201 865 356 036 4 001 433 240 1 778 046 743 318 377 393 1 425 87 400 10 000 514 050 5 793 43 833 68 682 6 186 240 886 159 234 614 9 840 300 000 1 764 093 (B) (LEI + AUTORIZADO EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIO-FINANCEIRA DO GASTO SOCIAL FEDERAL DE 2000, POR ÓRGÃO 13 385 714 120 573 59 233 7 188 173 045 155 659 4 000 432 046 1 763 428 736 091 320 378 1 425 76 356 305 977 3 522 14 456 66 729 6 104 036 829 027 231 882 9 282 298 864 1 672 518 (C) LIQUIDADO 93,22 66,00 56,90 10,81 85,72 43,72 99,98 99,72 99,18 99,03 84,89 100,00 87,36 59,52 60,80 32,98 97,16 98,67 93,55 98,84 94,33 99,62 94,81 (C)/(B) EXECUÇÃO NÍVEL DE POLÍTICAS SOCIAIS anexos estatísticos 181 FINANCIAMENTO DESCRIÇÃO DE ORDINÁRIOS DE SOBRE NÃO -FINANCEIROS RECURSOS DOS DOS IMPOSTOS E OUTRAS DO SOBRE FINANCEIROS RECURSOS - TESOURO NACIONAL SOCIAL (TESOURO) SEGURIDADE SOCIAIS A CONDICIONADAS APLICAÇÕES (OUTRAS FONTES) (OUTRAS FONTES) ARRECADADOS RECURSOS DO CONTRIBUIÇÕES ARRECADADOS DIRETAMENTE DIRETAMENTE E ARRECADADOS IMPOSTOS FINANCEIRA PARA SOCIAL - FONTES) (TESOURO) OUTRAS JURÍDICA TRABALHADORES SEGURIDADE PESSOA - CONDICIONADAS ARRECADADOS MOVIMENTAÇÃO DOS DA - NACIONAL MOEDA DE INTERNACIONAIS NÃO-FINANCEIROS TOTAL DOS SOBRE E ANTERIORES FINANCEIROS ENTIDADES EXERCÍCIOS RECURSOS DE EM LUCRO DIRETAMENTE RECURSOS DOAÇÕES DE DESVINCULAÇÃO DA RECURSOS SALDOS PROVISÓRIA O FINANCIAMENTO CONTRIBUIÇÃO - TESOURO FUNDAF LÍQUIDO DIRETAMENTE EMPREGADORES PARA DOS CONTRIBUIÇÃO SOBRE CONTRIBUIÇÃO SOCIAL NÃO-FINANCEIROS CONTRIBUIÇÃO DO EXTERNAS RECURSOS CRÉDITO DE OPERAÇÕES RESPONSABILIDADE - LUCRO APREENDIDOS BENS DE DE ALIENAÇÃO TÍTULOS SOCIAIS ORDINÁRIOS CONTRIBUIÇÕES RECURSOS MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL SOCIAIS SOCIAIS APLICAÇÕES NACIONAL (OUTRAS TESOURO CONTRIBUIÇÕES CONTRIBUIÇÕES FINANCEIRA SOCIAL JURÍDICA ARRECADADOS RECURSOS E ARRECADADOS DIRETAMENTE - IMPOSTOS DIRETAMENTE FINANCEIROS PESSOA SEGURIDADE DE SERVIÇOS - ARRECADADOS( TESOURO) E MOVIMENTAÇÃO DA NACIONAL MOEDA BENS EM LUCRO ANTERIORES NÃO-FINANCEIROS EXERCÍCIOS RECURSOS TOTAL O SOBRE DESVINCULAÇÃO RECURSOS DE DESVINCULAÇÃO DA DA RECURSOS SALDOS PROVISÓRIA CONTRIBUIÇÃO SOBRE PARA CONTRIBUIÇÃO FINANCIAMENTO SOCIAL CONTRIBUIÇÃO - TESOURO FEDERAL FTE DIRETAMENTE EXTERNAS EXTERNAS RECURSOS CRÉDITO DE CRÉDITO DE OPERAÇÕES DO MOBILIÁRIA RESPONSABILIDADE PÚBLICA RESPONSABILIDADE OPERAÇÕES DE DÍVIDA TÍTULOS DA TÍTULOS - 100 LUCRO LÍQUIDO- CONDICIONADAS DO TESOURO NACIONAL - REFINANCIAMENTO CONDICIONADOS SOCIAIS ORDINÁRIOS CONTRIBUIÇÕES RECURSOS RECURSOS MINISTÉRIO DA SAÚDE FONTE 70 302 231 310 278 1 792 841 12 680 434 7 794 159 916 8 309 321 52 983 000 6 505 200 51 423 1 397 165 946 2 000 20 371 762 004 437 000 500 800 021 304 912 007 431 24 753 - 141 118 195 30 676 2 344 8 009 7 912 221 143 471 158 10 000 73 436 (A) INICIAL DOTAÇÃO CRÉDITOS) 75 552 883 834 060 12 680 434 7 794 40 2 068 258 9 873 094 56 136 600 4 941 427 342 975 1 165 898 1 677 110 946 57 000 23 544 545 004 437 051 411 184 299 797 685 1 608 766 49 753 7 145 141 118 572 142 736 2 973 8 854 7 076 1 264 014 - (B) (LEI + AUTORIZADO 75 214 445 746 226 12 428 9 7 794 40 2 026 980 9 778 457 56 136 599 4 941 425 342 975 1 056 902 1 642 106 040 56 930 22 699 248 050 124 297 411 696 530 920 612 1 605 868 37 606 7 052 99 54 459 142 689 2 839 8 563 7 005 1 195 081 - (C) LIQUIDADO DE 99,55 89,47 98,01 2,00 100,00 100,00 98,00 99,04 100,00 100,00 100,00 90,65 97,91 95,58 99,88 96,41 70,25 45,70 80,29 100,00 93,69 95,50 96,72 99,00 99,82 75,59 98,70 94,55 - ( C)/(B) EXECUÇÃO NÍVEL 182 anexos estatísticos POLÍTICAS SOCIAIS FTE - EM MOEDA (TESOURO) TÍTULOS DE RESPONSABILIDADE DO TESOURO NACIONAL - TOTAL (OUTRAS FONTES) RECURSOS DO TESOURO NACIONAL RECURSOS NÃO-FINANCEIROS DIRETAMENTE ARRECADADOS SALDOS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES RECURSOS FINANCEIROS DIRETAMENTE ARRECADADOS RECURSOS DA DESVINCULAÇÃO DOS IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS COTA-PARTE DA CONTRIBUIÇÃO SINDICAL FONTES) CONDICIONADAS REFINANCIAMENTO DA DÍVIDA CONTRIBUIÇÃO PARA FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL RECURSOS NÃO-FINANCEIROS DIRETAMENTE - (OUTRAS - OUTRAS APLICAÇÕES ARRECADADOS (TESOURO) TÍTULOS DE RESPONSABILIDADE DO TESOURO NACIONAL PÚBLICA MOBILIÁRIA FEDERAL CONTRIBUIÇÃO PARA OS PROGRAMAS PIS/PASEP RECURSOS ORDINÁRIOS MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO TOTAL RECURSOS FINANCEIROS DIRETAMENTE ARRECADADOS RECURSOS NÃO-FINANCEIROS DIRETAMENTE ARRECADADOS RECURSOS DA DESVINCULAÇÃO DOS IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS RECURSOS DA DESVINCULAÇÃO DOS IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS TÍTULOS DA DÍVIDA AGRÁRIA - OUTRAS APLICAÇÕES CONTRIBUIÇÃO PARA FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL RECURSOS NÃO-FINANCEIROS DIRETAMENTE ARRECADADOS OPERAÇÕES DE CRÉDITO EXTERNAS - E PROTERRA) TÍTULOS DE RESPONSABILIDADE DO TESOURO NACIONAL CONTRIBUIÇÃO PARA OS PROGRAMAS - 100 ESPECIAIS (PIN RECURSOS ORDINÁRIOS CONDICIONADOS RECURSOS ORDINÁRIOS GABINETE DO MINISTRO EXTRAORDINÁRIO DE POLÍTICA FUNDIÁRIA 9 832 426 1 080 315 339 921 377 597 69 676 323 162 1 170 104 311 7 482 485 67 774 1 766 452 795 000 836 400 200 134 309 352 000 855 775 1 000 201 081 35 95 60 23 34 8 021 (A) INICIAL DESCRIÇÃO DOTAÇÃO FONTE DE FINANCIAMENTO CRÉDITOS) 10 425 295 1 080 315 339 921 377 597 69 676 1 170 104 170 384 311 7 830 485 465 421 1 848 232 60 000 23 836 34 400 200 134 309 352 000 222 081 35 1 021 371 (B) (LEI + AUTORIZADO 9 905 536 995 120 126 465 377 492 65 918 943 043 169 690 290 7 763 782 457 740 1 560 816 54 787 4 770 9 500 177 134 217 195 321 210 264 6 951 775 (C) LIQUIDADO 95,01 92,06 38,30 37,20 99,97 94,61 80,59 99,59 93,35 99,15 98,35 84,45 91,31 20,01 27,62 88,55 99,93 55,49 94,68 16,31 93,19 (C)/(B) EXECUÇÃO NÍVEL DE POLÍTICAS SOCIAIS anexos estatísticos 183 - EM MOEDA - (OUTRAS FONTES) (OUTRAS FONTES) RECURSOS DO TESOURO NACIONAL (TESOURO) - FTE 100 - FUNPEN - EM MOEDA BENS E SERVIÇOS OUTRAS APLICAÇÕES (TESOURO) REFINANCIAMENTO - - TOTAL RECURSOS NÃO-FINANCEIROS DIRETAMENTE ARRECADADOS (OUTRAS FONTES) RECURSOS DO TESOURO NACIONAL DOAÇÕES DE ENTIDADES INTERNACIONAIS SALDOS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES (TESOURO) RECURSOS DA DESVINCULAÇÃO DOS IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS CONTRIBUIÇÃO PARA O PLANO DE SEGURIDADE SOCIAL DO SERVIDOR CONTRIBUIÇÃO PARA FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL RECURSOS FINANCEIROS DIRETAMENTE ARRECADADOS CONDICIONADAS - CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO DE PESSOA JURÍDICA RECURSOS NÃO- FINANCEIROS DIRETAMENTE ARRECADADOS OPERAÇÕES DE CRÉDITO EXTERNAS OPERAÇÕES DE CRÉDITO EXTERNAS TÍTULOS DE RESPONSABILIDADE DO TESOURO NACIONAL TÍTULOS DE RESPONSABILIDADE DO TESOURO NACIONAL DA DÍVIDA PÚBLICA MOBILIÁRIA FEDERAL CUSTAS JUDICIAIS CONTRIBUIÇÃO SOBRE A RECEITA DE CONCURSOS E PROGNÓSTICOS - RECURSOS DIVERSOS RECURSOS ORDINÁRIOS CONDICIONADOS RECURSOS ORDINÁRIOS MINISTÉRIO DA JUSTIÇA TOTAL SALDOS EXERCÍCIOS ANTERIORES RECURSOS FINANCEIROS DIRETAMENTE ARRECADADOS RECURSOS NÃO- FINANCEIROS DIRETAMENTE ARRECADADOS SALDOS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES RECURSOS FINANCEIROS DIRETAMENTE ARRECADADOS RECURSOS DA DESVINCULAÇÃO DOS IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS RECURSOS DA DESVINCULAÇÃO DOS IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS - OUTRAS APLICAÇÕES (TESOURO) - CONTRIBUIÇÃO PARA FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL RECURSOS NÃO- FINANCEIROS DIRETAMENTE ARRECADADOS OPERAÇÕES DE CRÉDITO EXTERNAS TÍTULOS DE RESPONSABILIDADE DO TESOURO NACIONAL CONTRIBUIÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA CINEMATOGRÁFICA NACIONAL CONTRIBUIÇÃO SOBRE A ARRECADAÇÃO DOS FUNDOS DE INVESTIMENTOS REGIONAIS E SOBRE OS PRÊMIOS DE CONCURSOS DE PROGNÓSTICOS RECURSOS ORDINÁRIOS MINISTÉRIO DA CULTURA 2 564 244 4 976 8 802 1 200 10 800 399 302 6 200 684 154 1 289 347 1 800 3 200 3 474 38 051 100 52 188 60 650 286 625 24 000 4 800 900 15 840 760 15 876 191 001 435 583 3 491 107 - 28 832 (A) DESCRIÇÃO DOTAÇÃO INICIAL FONTE DE FINANCIAMENTO 3 420 888 4 976 8 802 1 200 10 800 485 253 51 934 6 740 632 220 1 800 639 632 3 481 3 474 1 457 737 52 188 60 650 325 449 25 799 3 434 900 15 840 760 15 876 4 259 21 637 4 391 107 501 231 943 (B) CRÉDITOS) AUTORIZADO (LEI + 3 082 572 1 759 5 095 600 5 400 371 180 51 479 5 210 626 873 527 887 2 122 805 1 399 405 26 776 57 980 271 078 23 451 3 429 758 659 474 15 875 3 735 12 224 3 838 - 206 634 (C) LIQUIDADO 90,11 35,35 57,88 50,00 50,00 76,49 99,12 77,30 99,15 82,53 60,97 23,18 96,00 51,31 95,60 83,29 90,90 99,86 84,20 4,16 62,32 99,99 87,69 56,49 87,41 - 89,09 (C)/(B) EXECUÇÃO NÍVEL DE 184 anexos estatísticos POLÍTICAS SOCIAIS FINANCIAMENTO DESCRIÇÃO DE DE DE RECURSOS DOAÇÕES DE DOS DOS NACIONAL E (OUTRAS CONTRIBUIÇÕES FONTES) SOCIAIS SOCIAIS SERVIDOR - APLICAÇÕES EXERCÍCIOS IPEA/DISOC. DOS ANTERIORES DOS E E RECURSOS E BENS - DO TESOURO CONTRIBUIÇÕES CONTRIBUIÇÕES SOCIAL DA NACIONAL SOCIAIS - PÚBLICA CONDICIONADAS APLICAÇÕES SOCIAIS OUTRAS REFINANCIAMENTO JURÍDICA SERVIÇOS PESSOA SEGURIDADE DE IMPOSTOS - NACIONAL NACIONAL MOEDA IMPOSTOS DE DA LUCRO ALIENAÇÃO DESVINCULAÇÃO - EM TESOURO TESOURO BENS - FINANCIAMENTO O EXTERNAS DESVINCULAÇÃO SIAFI/SIDOR. DE Elaboração: Fonte: Total SALDOS DA DA RECURSOS PATRIMONIAL RECURSOS REFORMA PARA CONTRIBUIÇÃO DE DO EXTERNAS SOBRE CRÉDITO SOCIAL DE OPERAÇÕES CRÉDITO RESPONSABILIDADE CONTRIBUIÇÃO DE DE OPERAÇÕES TÍTULOS RESPONSABILIDADE ORDINÁRIOS DE TÍTULOS RECURSOS DÍVIDA CONDICIONADAS SECRETARIA DE ESTADO DO DESENVOLVIMENTO URBANO - SEDUR/MP FONTES) DO CONTRIBUIÇÕES SOCIAL ARRECADADOS IMPOSTOS E OUTRA REFINANCIAMENTO (TESOURO) - - PROTERRA) SOCIAL ARRECADADOS SEGURIDADE IMPOSTOS DIRETAMENTE (OUTRAS DE RECURSOS E NACIONAL 100 (PIN MOEDA SEGURIDADE DA INTERNACIONAIS NÃO-FINANCEIROS CONVÊNIOS EM TESOURO (TESOURO) RECURSOS ENTIDADES CONVÊNIOS DESVINCULAÇÃO DA RECURSOS PLANO DESVINCULAÇÃO O PARA DA TOTAL - FINANCIAMENTO RECURSOS TESOURO FEDERAL DIRETAMENTE EXTERNAS CONTRIBUIÇÃO PARA CONTRIBUIÇÃO CRÉDITO DE NÃO-FINANCEIROS RECURSOS FTE ESPECIAIS - FINANCEIRAS DO DO MOBILIÁRIA RESPONSABILIDADE PÚBLICA OPERAÇÕES DE DÍVIDA TÍTULOS DA COMPENSAÇÕES RESPONSABILIDADE DE DE PROGRAMAS TÍTULOS OS CONDICIONADOS COTA-PARTE PARA RECURSOS CONTRIBUIÇÃO ORDINÁRIO ORDINÁRIOS RECURSOS MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE FONTE MOBILIÁRIA FEDERAL 1 176 251 12 156 68 962 34 707 200 41 912 120 750 7 377 440 476 130 000 - 319 712 728 651 23 419 23 809 59 620 1 677 5 844 86 540 310 607 3 734 160 54 008 68 383 - 10 000 35 081 41 315 4 454 (A) INICIAL DOTAÇÃO CRÉDITOS) 1 182 988 12 156 68 962 34 827 200 41 912 121 350 7 377 89 032 807 172 893 418 32 579 23 849 59 620 1 677 5 844 86 540 160 54 008 149 723 15 315 35 081 41 315 387 707 (B) (LEI + AUTORIZADO 730 937 12 156 61 756 12 030 28 257 58 829 5 687 67 437 484 783 659 228 22 556 15 408 29 578 1 125 5 714 86 540 13 438 100 467 14 904 21 022 31 848 316 626 (C) LIQUIDADO DE 61,79 100,00 89,55 34,54 67,42 48,48 77,09 75,75 60,06 73,79 69,23 64,61 49,61 67,09 97,78 100,00 24,88 67,10 97,32 59,93 77,09 81,67 (C)/(B) EXECUÇÃO NÍVEL POLÍTICAS SOCIAIS anexos estatísticos 185 1.3 PARA / AÇÕES EM R$ MIL CORRENTES) COMPLEMENTAR 3 433 677 9 970 477 3 993 461 CIVIS PAGAMENTO DE PENSÕES - SERVIDORES PAGAMENTO DE APOSENTADORIAS A SERVIDORES CIVIS DAS FORÇAS ARMADAS PAGAMENTO DE PENSÕES - MILITARES 4 337 219 470 711 24 850 723 706 060 5 200 86 747 121 664 25 423 170 957 PAGAMENTO DE APOSENTADORIAS AOS MILITARES DAS FORÇAS ARMADAS PESSOAL INATIVO E PENSIONISTAS DE EXTINTOS ESTADOS E TERRITÓRIOS PREVIDÊNCIA DE INATIVOS E PENSIONISTAS DA UNIÃO INDENIZAÇÕES E PENSÕES ESPECIAIS DE RESPONSABILIDADE DA UNIÃO PREVIDÊNCIA REFORMULAÇÃO DA REDE DE ATENDIMENTO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL QUALIDADE DO ATENDIMENTO NA PREVIDÊNCIA SOCIAL SERVIÇO DE PROCESSAMENTO DE DADOS DAS GUIAS DE PREVIDÊNCIA SOCIAL INFORMAÇÕES À PREVIDÊNCIA SOCIAL REMUNERAÇÃO DOS AGENTES PRESTADORES DE SERVIÇOS PELO RECOLHIMENTO DAS GUIAS DE PREVIDÊNCIA SOCIAL, DO FGTS E DE 238 362 215 213 REMUNERAÇÃO DOS AGENTES PAGADORES DE BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS ARRECADAÇÃO DE RECEITAS PREVIDENCIÁRIAS 289 920 SERVIÇO DE PROCESSAMENTO DE DADOS DE BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS 3 379 796 3 927 955 48 154 586 74 485 735 DOTAÇÃO INICIAL (VALORES PAGAMENTO DE AUXÍLIOS SEGUNDO 17 057 533 2001, PAGAMENTO DE PENSÕES PAGAMENTO DE APOSENTADORIAS ESPECIAIS PAGAMENTO DE APOSENTADORIAS PROGRAMAS PROGRAMAS E AÇÕES SELECIONADOS DO PPA 2000/2003 DOTAÇÃO ORÇAMENTÁRIA DO GASTO SOCIAL FEDERAL PREVIDÊNCIA SOCIAL BÁSICA PREVIDÊNCIA TABELA 186 anexos estatísticos POLÍTICAS SOCIAIS / AÇÕES ATENDIMENTO À CRIANÇA EM CRECHE 7 480 8 258 28 935 REINSERÇÃO SOCIAL DO ADOLESCENTE EM CONFLITO COM A LEI DEFESA DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 17 855 COMUNIDADE ATIVA COMBATE AO ABUSO E À EXPLORAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES 50 265 154 944 BRASIL JOVEM 117 824 CONCESSÃO DA BOLSA CRIANÇA-CIDADÃ 299 350 263 311 ATENDIMENTO À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE EM JORNADA ESCOLAR AMPLIADA ERRADICAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL 299 480 941 331 PAGAMENTO DE BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA A PESSOA IDOSA ATENÇÃO À CRIANÇA 562 964 1 606 577 1 734 349 963 454 2 809 914 DOTAÇÃO INICIAL PAGAMENTO DE RENDA MENSAL VITALÍCIA POR IDADE VALORIZAÇÃO E SAÚDE DO IDOSO PAGAMENTO DE BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA A PESSOA PORTADORA DE DEFICIÊNCIA PAGAMENTO DE RENDA MENSAL VITALÍCIA POR INVALIDEZ ATENÇÃO À PESSOA PORTADORA DE DEFICIÊNCIA ASSISTÊNCIA SOCIAL PROGRAMAS POLÍTICAS SOCIAIS anexos estatísticos 187 PROGRAMAS / AÇÕES - FARMÁCIA BÁSICA HOSPITAIS DE ENSINO PREVENÇÃO E CONTROLE DAS INFECÇÕES HOSPITALARES SAÚDE DO CRIANÇA E ALEITAMENTO MATERNO SAÚDE DO JOVEM SAÚDE SUPLEMENTAR VIGILÂNCIA SANITÁRIA DE PORTOS, AEROPORTOS E FRONTEIRAS SAÚDE DO TRABALHADOR CONTROLE DA HANSENÍASE DE OUTRAS DERMATOSES PREVENÇÃO E CONTROLE DA TUBERCULOSE E DE OUTRAS PNEUMOPATIAS SAÚDE MENTAL PREVENÇÃO E CONTROLE DAS DOENÇAS CRÔNICO- DEGENERATIVAS PREVENÇÃO E CONTROLE DA DENGUE PREVENÇÃO E CONTROLE DA MALÁRIA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E AMBIENTAL EM SAÚDE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO EM SÁUDE PREVENÇÃO E CONTROLE DO CÂNCER E ASSISTÊNCIA ONCOLÓGICA VIGILÂNCIA SANITÁRIA DE PRODUTOS E SERVIÇOS PROFISSIONALIZAÇÃO DA ENFERMAGEM PAB- PARA AÇÕES DE COMBATE ÀS CARÊNCIAS NUTRICIONAIS INCENTIVO FINANCEIRO A MUNICÍPIOS HABILITADOS À PARTE VARIÁVEL DO PISO DE ATENÇÃO BÁSICA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL QUALIDADE DO SANGUE AQUISIÇÃO, ACONDICIONAMENTO E DISTRIBUIÇÃO DE IMUNOBIOLÓGICOS PREVENÇÃO E CONTROLE DAS DOENÇAS IMUNOPREVENÍVEIS ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA BÁSICA INCENTIVO FINANCEIRO A MUNICÍPIOS HABILITADOS À PARTE VARIÁVEL DO PISO DE ATENÇÃO BÁSICA FARMACÊUTICA AÇÕES DE PREVENÇÃO E CONTROLE DAS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS ASSISTÊNCIA PARA INCENTIVO FINANCEIRO A MUNICÍPIOS HABILITADOS À PARTE VARIÁVEL DO PISO DE ATENÇÃO BÁSICA PREVENÇÃO E CONTROLE DE DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS POR VETORES CAMPANHA EDUCATIVA EM ATENÇÃO À SAÚDE DA MULHER SAÚDE DA MULHER PARA A SAÚDE DA FAMÍLIA INCENTIVO FINANCEIRO A MUNICÍPIOS HABILITADOS À PARTE VARIÁVEL DO PISO DE ATENÇÃO BÁSICA GESTÃO PLENA DA ATENÇÃO BÁSICA - PAB - PARA -PAB, - PAB, ATENDIMENTO ASSISTÊNCIAL BÁSICO COM O PISO DE ATENÇÃO BÁSICA - PAB, REFERENTE À PARTE FIXA NOS MUNICÍPIOS EM SAÚDE DA FAMÍLIA SAÚDE 290 439 931 219 869 167 000 99 701 117 200 194 166 114 296 108 442 90 945 60 536 44 594 15 996 23 817 12 664 7 785 7 500 27 159 4 935 14 075 1 488 4 000 168 210 163 181 175 533 526 379 338 970 000 8 768 7 664 645 135 1 790 000 2 771 116 DOTAÇÃO INICIAL 188 anexos estatísticos POLÍTICAS SOCIAIS / AÇÕES 75 AÇÕES INTEGRADAS DE DESENVOLVIMENTO URBANO HABITAT - PBQP-HABITAT MIL HABITANTES MIL HABITANTES 75 AÇÕES DE REESTRUTURAÇÃO URBANA, INTERLIGAÇÃO DE ÁREAS URBANAS E DE ADEQUAÇÃO DE VIAS IMPLANTAÇÃO, AMPLIAÇÃO OU MELHORIA DE OBRAS DE INFRA-ESTRUTURA URBANA INFRA-ESTRUTURA URBANA NOSSO BAIRRO IMPLANTAÇÃO DE SERVIÇOS DE SANEAMENTO BÁSICO EM MUNICÍPIOS COM POPULAÇÃO DE ATÉ MELHORIA DAS CONDIÇÕES DE HABITABILIDADE IMPLANTAÇÃO DE SERVIÇOS DE SANEAMENTO BÁSICO EM MUNICÍPIOS COM POPULAÇÃO SUPERIOR A MORAR MELHOR HABITAÇÃO E URBANISMO EDUCAÇÃO AMBIENTAL PREVENÇÃO E COMBATE A DESMATAMENTOS, QUEIMADAS E INCÊNDIOS FLORESTAIS PARQUES DO BRASIL QUALIDADE AMBIENTAL PANTANAL AMAZÔNIA SUSTENTÁVEL ÁGUAS DO BRASIL PRO-ÁGUA-GESTÃO SANEAMENTO E VIDA AÇÕES DE SANEAMENTO BÁSICO EM PEQUENAS LOCALIDADES CONSTRUÇÃO E AMPLIAÇÃO OU MELHORIA DOS SERVIÇOS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA PARA CONTROLE DE AGRAVOS CONSTRUÇÃO E AMPLIAÇÃO OU MELHORIA DE SISTEMA DE COLETA E TRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIO PARA CONTROLE DE AGRAVOS IMPLANTAÇÃO DE MELHORIAS SANITÁRIAS DOMICILIARES PARA CONTROLE DE AGRAVOS SANEAMENTO BÁSICO SANEAMENTO E PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE PROGRAMAS 159 671 100 111 238 948 691 557 903 399 666 817 225 007 613 461 139 668 286 110 165 571 82 256 656 482 371 197 199 676 85 609 3 219 1 842 264 782 505 270 71 135 84 82 28 95 93 32 10 DOTAÇÃO INICIAL POLÍTICAS SOCIAIS anexos estatísticos 189 (EX AÇÕES ACELERAÇÃO DA APRENDIZAGEM) / - COMPLEMENTAÇÃO DISTRIBUIÇÃO DE LIVROS DIDÁTICOS PARA ALUNOS E PROFESSORES DO ENSINO FUNDAMENTAL NO 9 533) (NTE) E ESCOLAS - ACELERAÇÃO DA APRENDIZAGEM (CETE), NÚCLEOS DE CAPACITAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS PARA A PESQUISA ARRECADAÇÃO DO SALÁRIO-EDUCAÇÃO EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS FUNCIONAMENTO DO ENSINO MÉDIO DESENVOLVIMENTO DO ENSINO MÉDIO IMPLEMENTAÇÃO DA REFORMA DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO PROFISSIONALIZANTE FUNCIONAMENTO DA RESIDÊNCIA MÉDICA CONCESSÃO DE BOLSAS DE ESTUDO NO PAÍS E NO EXTERIOR DESENVOLVIMENTO DO ENSINO DE PÓS-GRADUAÇÃO PROEP CAPACITAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS PARA A EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA EDIÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE MATERIAL IMPRESSO DE APOIO À EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA E AO USO DE NOVAS TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO CORREÇÃO DO FLUXO ESCOLAR VEICULAÇÃO DE PROGRAMAS DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA TECNOLOGIA EDUCACIONAL EQUIPAMENTOS DE INFORMÁTICA PARA O CENTRO DE EXPERIMENTAÇÃO E TECNOLOGIA EDUCACIONAL FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DO ENSINO FUNDAMENTAL PARA IMPLEMENTAÇÃO DOS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS FORMAÇÃO CONTINUADA DE DOCENTES DO ENSINO FUNDAMENTAL PARA ATUAÇÃO EM ESCOLAS COM CLASSES MULTISSERIADAS CAPACITAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS PARA O USO DE TECNOLOGIAS NO ENSINO FUNDAMENTAL APOIO A INSTITUIÇÕES DE ENSINO PARA IMPLEMENTAÇÃO DO REFERENCIAL DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DO ENSINO FUNDAMENTAL ESCOLA DE QUALIDADE PARA TODOS FUNCIONAMENTO DE CURSOS DE GRADUAÇÃO CONCESSÃO DE FINANCIAMENTO A ESTUDANTES DO ENSINO SUPERIOR NÃO GRATUITO CONCESSÃO DE CRÉDITO EDUCATIVO A ESTUDANTES CARENTES DESENVOLVIMENTO DO ENSINO DE GRADUAÇÃO (LEI DA UNIÃO AO FUNDO DE MANUTENÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO DISTRIBUIÇÃO DE BIBLIOTECAS PARA ESCOLAS DO ENSINO FUNDAMENTAL ALIMENTAÇÃO ESCOLAR VEÍCULOS PARA TRANSPORTE ESCOLAR ENSINO FUNDAMENTAL E DE VALORIZAÇÃO DO MAGISTÉRIO GARANTIA DE PADRÃO MÍNIMO DE QUALIDADE FUNDO DE FORTALECIMENTO DA ESCOLA - FUNDESCOLA II PARTICIPAÇÃO EM PROGRAMAS MUNICIPAIS DE GARANTIA DE RENDA MÍNIMA ASSOCIADOS A AÇÕES SÓCIO-EDUCATIVAS TODA CRIANÇA NA ESCOLA EDUCAÇÃO PROGRAMAS 421 492 32 350 10 124 4 000 4 337 1 580 524 568 390 329 55 849 685 948 464 429 3 860 567 548 57 141 303 187 36 569 36 958 3 600 403 680 273 179 278 269 000 052 514 129 100 3 088 100 12 000 675 60 920 28 508 5 580 92 579 4 575 68 4 479 267 1 727 107 120 000 DOTAÇÃO INICIAL 190 anexos estatísticos POLÍTICAS SOCIAIS / AÇÕES (APOIO) A PROJETOS CULTURAIS DE MÚSICA E DE ARTES CÊNICAS (EX APOIO) À PRODUÇÃO AUDIOVISUAL 500 ANOS MONUMENTA COMITÊ DE COMEMORAÇÃO DO V CENTENÁRIO DO DESCOBRIMENTO DO BRASIL BRASIL TRANSFERÊNCIA A ESTADOS E DISTRITO FEDERAL ESPORTE DIREITO DE TODOS PARTICIPAÇÃO DE DELEGAÇÃO BRASILEIRA EM COMPETIÇÕES NACIONAIS E INTERNACIONAIS DE RENDIMENTO PARTICIPAÇÃO DE DELEGAÇÃO BRASILEIRA EM COMPETIÇÕES NACIONAIS E INTERNACIONAIS DE RENDIMENTO PARA PESSOAS PORTADORAS DE DEFICIÊNCIA BRASIL POTÊNCIA ESPORTIVA IMPLANTAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURA ESPORTIVA EM COMUNIDADES CARENTES ESPORTE SOLIDÁRIO CULTURA AFRO-BRASILEIRA FUNCIONAMENTO DE MUSEUS DA UNIÃO MUSEU MEMÓRIA E FUTURO REFORMA E MODERNIZAÇÃO DE ESPAÇOS CULTURAIS PROMOÇÃO E INTERCÂMBIO DE EVENTOS CULTURAIS NO PAÍS E NO EXTERIOR IMPLANTAÇÃO E MODERNIZAÇÃO DE ESPAÇOS CULTURAIS CAPACITAÇÃO DE ARTISTAS E TÉCNICOS NA ÁREA DA CULTURA PRODUÇÃO E DIFUSÃO CULTURAL FOMENTO CINEMA, SOM E VÍDEO IMPLANTAÇÃO DE BIBLIOTECAS PÚBLICAS EM CADA MUNICÍPIO LIVRO ABERTO BRASIL PATRIMÔNIO CULTURAL REFORMA E MODERNIZAÇÃO DE ESPAÇOS CULTURAIS DESTINADOS À MÚSICA E ÀS ARTES CÊNICAS CONCESSÃO DE BOLSA VIRTUOSE NAS ÁREAS DE MÚSICA E DE ARTES CÊNICAS FOMENTO APOIO A ORQUESTRAS APOIO A BANDAS DE MÚSICA MÚSICA E ARTES CÊNICAS TURISMO CULTURAL TERRITÓRIO E CULTURA INDÍGENAS ETNODESENVOLVIMENTO DAS SOCIEDADES INDÍGENAS CULTURA PROGRAMAS 175 143 63 718 1 781 11 514 96 541 27 738 13 561 3 332 26 647 9 530 7 549 3 982 629 169 150 280 627 051 751 800 148 36 671 23 045 15 629 14 252 13 281 80 493 3 150 21 992 6 427 97 53 3 11 1 1 5 DOTAÇÃO INICIAL POLÍTICAS SOCIAIS anexos estatísticos 191 / 51 325 33 050 IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE INTEGRAÇÃO DAS AÇÕES DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL, INTERMEDIAÇÃO DO EMPREGO E SEGURO-DESEMPREGO 319 613 493 202 AUXÍLIO-TRANSPORTE AOS SERVIDORES E EMPREGADOS AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO AOS SERVIDORES E EMPREGADOS EXPANSÃO DO EMPREGO TRABALHO SEGURO E SAUDÁVEL AÇÕES DE GERAÇÃO DE EMPREGO E RENDA GERAÇÃO DE EMPREGO E RENDA TRABALHO LEGAL 4 949 27 349 27 000 53 874 168 432 81 000 102 175 QUALIFICAÇÃO DE TRABALHADORES DESOCUPADOS QUALIFICAÇÃO DE TRABALHADORES SOB RISCO DE DESEMPREGO 132 290 QUALIFICAÇÃO PARA MICRO E PEQUENOS EMPREENDEDORES 499 295 557 136 ASSISTÊNCIA MÉDICA E ODONTOLÓGICA AOS SERVIDORES, EMPREGADOS E SEUS DEPENDENTES QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL DO TRABALHADOR 835 237 PAGAMENTO DO BENEFÍCIO ABONO SALARIAL 2 537 085 84 289 REMUNERAÇÃO DE AGENTES PAGADORES DO SEGURO-DESEMPREGO ASSISTÊNCIA AO TRABALHADOR 31 860 CAPTAÇÃO DE VAGAS E COLOCAÇÃO DO TRABALHADOR NO MERCADO DE TRABALHO 4 851 741 BOLSA DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL PARA TRABALHADOR COM CONTRATO DE TRABALHO SUSPENSO PAGAMENTO DO SEGURO-DESEMPREGO 4 949 DOTAÇÃO INICIAL 5 167 431 AÇÕES NOVO EMPREGO E SEGURO-DESEMPREGO JOVEM EMPREENDEDOR EMPREGO E DEFESA DO TRABALHADOR PROGRAMAS 192 anexos estatísticos POLÍTICAS SOCIAIS - ASSENTAMENTOS AÇÕES DE TRABALHADORES RURAIS / - CONSOLIDAÇÃO DE ASSENTAMENTOS RURAIS À POBREZA RURAL PRONAF - PRONAF CAPACITAÇÃO E ESPECIALIZAÇÃO DE PROFISSIONAIS EM DIREITOS HUMANOS IPEA/DISOC. SIAFI/SIDOR. Elaboração: Fonte: DEFESA JURÍDICA GRATUITA PAZ NAS ESCOLAS ASSISTÊNCIA A VÍTIMAS E A TESTEMUNHAS AMEAÇADAS COMBATE À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER 6 257 4 754 10 062 5 484 4 497 21 965 8 258 DIREITOS HUMANOS, DIREITOS DE TODOS 2 538 DEFESA DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 5 450 7 480 197 051 1 014 437 32 966 40 000 62 090 ERRADICAÇÃO DO TRABALHO ESCRAVIZADOR E DEGRADANTE ATENDIMENTO À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE EM JORNADA ESCOLAR AMPLIADA NO COMBATE À PROSTITUIÇÃO INFANTO-JUVENIL COMBATE AO ABUSO E À EXPLORAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES JUSTIÇA E CIDADANIA ASSISTÊNCIA FINANCEIRA A PROJETOS DE INFRA-ESTRUTURA E SERVIÇOS MUNICIPAIS FINANCIAMENTO E EQUALIZAÇÃO DE JUROS PARA A AGRICULTURA FAMILIAR AGRICULTURA FAMILIAR 1998 1998 INFRA-ESTRUTURA COMPLEMENTAR PARA EMANCIPAÇÃO DE ASSENTAMENTOS RURAIS CRIADOS ATÉ CONCESSÃO DE CRÉDITO-INSTALAÇÃO DAS FAMÍLIAS ASSENTADAS EM PROJETOS CRIADOS ATÉ 116 512 51 590 EMANCIPAÇÃO DE ASSENTAMENTOS RURAIS 94 990 - BANCO DA TERRA 80 000 272 208 CONCESSÃO DE CRÉDITO PARA IMPLANTAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURA BÁSICA - COMBATE INVESTIMENTO EM INFRA-ESTRUTURA BÁSICA PARA ASSENTAMENTOS RURAIS IMPLANTAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURA BÁSICA EM ASSENTAMENTOS RURAIS NOVO MUNDO RURAL 365 000 268 410 846 100 175 500 DA TERRA OBTENÇÃO DE TERRAS - BANCO DOTAÇÃO INICIAL CONCESSÃO DE CRÉDITO-INSTALAÇÃO DE FAMÍLIAS ASSENTADAS CONCESSÃO DE CRÉDITO PARA AQUISIÇÃO DE IMÓVEIS RURAIS NOVO MUNDO RURAL ORGANIZAÇÃO AGRÁRIA PROGRAMAS POLÍTICAS SOCIAIS anexos estatísticos 193 33,57 27,36 31,19 SUDESTE SUL CENTRO-OESTE 29,74 25,94 31,62 71,15 28,56 24,87 29,97 68,37 40,37 44,79 1992 27,61 24,08 28,60 65,92 38,88 42,80 1993 26,85 23,49 27,47 63,80 37,72 41,01 1994 Fontes: MS/SE/Datasus e RIPSA/IDB (2000). Notas: 1Número de óbitos de crianças com menos de um ano de idade, expresso por mil nascidos vivos. 2 Os dados para 1997 e 1998 são provenientes do IDB (2000) e foram calculados diretamente dos sistemas SIM e SINASC, para os estados que atingiram índice final (cobertura e regularidade do SIM) igual ou superior a 80% e cobertura do SINASC igual ou superior a 90%. Os demais dados foram estimados pelo IBGE a partir de métodos demográficos indiretos. 74,30 NORDESTE 46,99 49,40 42,26 1991 1990 26,25 23,07 26,56 61,96 36,82 39,40 1995 25,77 22,76 25,82 60,39 36,13 37,97 1996 TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL1 - BRASIL E GRANDES REGIÕES - 1990/1998 44,59 2.1 NORTE BRASIL REGIÃO TABELA SAÚDE 27,10 24,00 26,10 58,30 36,00 37,40 1997 2 25,60 18,70 22,10 53,50 34,60 33,10 1998 2 194 anexos estatísticos POLÍTICAS SOCIAIS 2.2 82,18 219,63 145,28 134,62 SUDESTE SUL CENTRO-OESTE 18,94 13,72 27,83 26,73 27,76 NORTE NORDESTE SUDESTE SUL CENTRO-OESTE 28,58 26,96 27,76 14,53 18,10 23,00 146,79 138,20 206,83 89,19 112,11 150,24 88,83 82,69 117,77 53,02 64,94 87,40 1991 28,54 27,30 22,89 13,47 16,71 20,60 139,00 132,85 193,73 81,80 98,13 140,29 85,02 80,05 108,66 48,58 57,29 81,07 1992 30,27 26,62 25,92 13,86 20,26 22,26 150,11 138,13 193,91 89,74 103,31 144,72 91,53 82,50 110,38 52,95 61,81 84,28 1993 33,16 29,44 28,98 14,48 20,69 24,35 155,86 144,24 209,78 90,97 113,32 153,57 95,74 87,00 119,89 53,90 66,91 89,79 1994 35,54 28,69 29,55 15,68 19,11 24,89 165,29 151,51 219,56 96,77 114,32 161,09 101,85 90,23 125,18 57,47 66,58 93,90 1995 34,82 32,48 29,76 15,86 20,81 25,63 162,47 152,11 215,80 105,96 105,22 161,60 99,67 91,88 123,15 61,63 62,87 94,05 1996 Fonte: MS/SE/Datasus . Notas: 1Quociente entre os óbitos de jovens de 15 a 24 anos por causas externas e a população nessa mesma faixa etária, expresso por 100 mil habitantes. 22,79 BRASIL MULHERES 85,76 NORTE NORDESTE 154,57 106,24 BRASIL HOMENS 86,17 SUDESTE CENTRO-OESTE 50,79 124,21 NORDESTE SUL 89,46 62,45 NORTE 1990 SEXO - BRASIL E GRANDES REGIÕES - 1990/1998 BRASIL AMBOS OS SEXOS REGIÃO TABELA 26,87 26,37 27,41 16,03 18,47 23,12 167,31 147,04 220,82 118,92 116,97 168,28 96,48 86,97 123,94 67,01 67,91 95,47 1997 TAXA DE MORTALIDADE POR CAUSAS EXTERNAS1 PARA JOVENS DE 15 A 24 ANOS SEGUNDO 30,40 25,90 25,71 16,52 21,74 23,02 165,07 129,50 217,06 125,72 127,40 166,96 97,70 77,92 121,22 70,60 74,72 94,79 1998 POLÍTICAS SOCIAIS anexos estatísticos 195 29,19 30,81 43,37 43,94 32,79 NORTE NORDESTE SUDESTE SUL CENTRO-OESTE 1991 34,59 40,65 41,17 30,55 28,81 37,20 1992 35,71 41,19 41,29 30,51 27,04 37,31 1993 39,01 46,20 44,93 33,25 31,87 40,93 1994 40,63 45,24 44,95 32,56 32,39 40,68 1995 41,34 46,02 44,65 32,27 32,90 40,63 1996 35,75 43,80 42,98 30,48 27,61 38,53 . OS 64,46 68,82 70,20 68,54 NORDESTE SUDESTE SUL CENTRO-OESTE 63,88 65,30 66,50 64,39 61,49 64,45 71,91 74,05 73,42 67,54 70,42 71,42 FEMININO OS 68,67 70,34 68,97 64,83 67,55 67,78 sexos AMBOS Fonte: Rede Interagencial de Informações para a Saúde – RIPSA. Nota: 1Número médio de anos esperados para um recém-nascido viver. 67,58 67,38 NORTE MASCULINO 1996 65,56 66,67 64,63 61,81 64,77 64,09 MASCULINO 1997 72,18 74,27 73,61 67,89 70,77 71,70 FEMININO OS 68,92 70,57 69,17 65,14 67,85 68,04 SEXOS AMBOS 65,78 66,87 64,79 62,11 65,05 64,32 MASCULINO 1998 71,98 72,44 74,52 73,85 68,21 71,09 1997 37,42 42,13 42,22 30,92 28,67 38,17 FEMININO ESPERANÇA DE VIDA AO NASCER1 POR SEXO - BRASIL E GRANDES REGIÕES - 1996/1999 SEXOS AMBOS 2.4 BRASIL REGIÃO TABELA Fonte: MS/SE/Datasus. Nota: 1Quociente entre os óbitos totais de idosos com 60 anos ou mais de idade e a população nessa mesma faixa etária, expresso por mil habitantes 1990 38,74 TAXA DE MORTALIDADE DE IDOSOS1 - BRASIL E GRANDES REGIÕES - 1990/1998 BRASIL 2.3 REGIÃO TABELA OS 69,17 70,80 69,40 65,46 68,16 68,40 SEXOS AMBOS 38,67 44,98 42,86 31,97 30,39 39,36 1998 1999 66,01 67,07 64,95 62,41 65,34 64,33 MASCULINO 72,71 74,77 74,08 68,53 71,41 72,30 FEMININO 196 anexos estatísticos POLÍTICAS SOCIAIS 2,24 1,94 1,88 SUDESTE SUL CENTRO-OESTE 2,10 2,01 2,59 2,00 1,44 2,22 1996 2,12 2,02 2,63 2,1 1,44 2,26 1997 2,15 2,00 2,59 1,95 1,41 2,21 1998 SUS - (PAB). 2,03 2,00 2,55 1,95 1,48 2,19 1999 0,50 1,60 0,98 1,13 0,23 NORDESTE SUDESTE SUL CENTRO-OESTE 0,23 1,70 3,07 5,20 0,75 3,02 1995 0,47 2,17 4,70 8,22 0,75 4,58 1996 Elaboração: IPEA/DISOC. Nota: 1Maio de 2001. Obs.: O Distrito Federal está sendo contado como município, sendo abrangido pelo PSF Fonte: Ministério da Saúde/Secretaria de Políticas de Saúde/Departamento de Atenção Básica. 1,11 1994 E GRANDES REGIÕES - 1994/2001 a partir de 1997. 1,79 3,36 20,41 9,90 0,67 10,30 1997 7,62 11,04 29,95 19,87 22,49 20,28 1998 PROPORÇÃO DE MUNICÍPIOS COM PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA NORTE 2.6 BRASIL REGIÃO TABELA Nota: 1Quantidade apresentada de atendimentos médicos (consultas) no sistema de informações ambulatoriais do MS/SE/DATASUS. 1,61 NORDESTE Fonte: 1,23 NORTE 1995 GRANDES REGIÕES - 1995/1999 1,91 2.5 BRASIL REGIÃO TABELA MÉDIA DE CONSULTAS1 MÉDICAS NO SUS POR HABITANTE - BRASIL E 17,49 18,12 39,02 39,68 49,67 33,96 1999 58,52 41,93 59,54 61,00 62,36 56,46 2000 (PSF) IMPLANTADO - BRASIL 73,00 46,93 64,51 67,52 65,48 62,51 20011 POLÍTICAS SOCIAIS anexos estatísticos 197 17 250 507 150 565 800 1 366 200 41 400 2 497 800 1995 20 700 545 100 783 150 1 531 800 41 400 2 922 150 1996 496 800 776 250 2 397 750 1 887 150 41 400 1 121 250 1 224 750 3 812 250 4 105 500 593 400 10 857 150 1998 1 342 050 1 859 550 5 133 600 7 172 550 1 552 500 17 060 250 1999 2,2 3,1 4,1 4,0 4,2 NORTE NORDESTE SUDESTE SUL CENTRO-OESTE 3,5 3,3 3,0 2,7 2,2 3,0 1999 3,8 3,8 3,6 2,8 1,9 3,3 1993 3,8 3,8 3,6 2,9 2,0 3,3 1994 3,8 3,6 3,5 2,8 2,0 3,2 1995 3,7 3,4 3,4 2,9 2,1 3,2 1996 SUS 2 3,7 3,3 3,3 2,9 2,1 3,1 1997 3,6 3,2 3,2 2,8 2,0 3,0 1998 3,5 3,2 3,2 2,8 2,1 3,0 1999 3 149 850 4 595 400 10 684 650 15 297 300 3 098 100 36 825 300 2000 3,4 3,1 3,1 2,8 2,0 2,9 2000 4 843 800 5 568 300 18 271 200 18 850 800 3 422 400 50 956 500 20012 Fonte: Ministério da Saúde/SE/DATASUS e IBGE/MAS. Notas: 1Pesquisa de Assistência Médico Sanitária realizada pelo IBGE, 1992 e 1999 Os leitos considerados são os leitos hospitalares, públicos e privados. 2 Média anual de leitos hospitalares do SUS, públicos e privados. Obs.: 1A tabela de leitos publicada no último boletim utilizava o número de leitos hospitalares em dezembro do ano especificado. A presente tabela fornece o úmero médio de leitos hospitalares SUS por mil habitantes no ano especificado. 2 População considerada: MS/Datasus/IDB 2000 e IBGE - Censo Demográfico e estimativas. 3 Divergência entre valor AMS que deveria ser maior que o valor SUS é devido ao fato de que às vezes leitos são desativados mas a informação é repassada para o SUS com algum atraso, e como é utilizada a média anual, esta pode ficar maior que o valor do mês em que a AMS foi pesquisada. 3,7 1992 AMS 1 LEITOS HOSPITALARES POR MIL HABITANTES - BRASIL E GRANDES REGIÕES - 1992/2000 BRASIL REGIÕES TABELA 2.8 1997 5 599 350 Fonte: Ministério da Saúde/Secretaria de Políticas de Saúde/Departamento de Atenção Básica. Elaboração: IPEA/DISOC. Notas: 1Estimativa realizada utilizando-se a média de 3 450 pessoas por equipe de Saúde da Família. 2 Maio de 2001. 17 250 258 750 SUL CENTRO-OESTE 207 000 SUDESTE 24 150 NORTE 624 450 1 131 600 BRASIL NORDESTE 1994 GRANDES REGIÕES - 1994/2001 REGIÃO TABELA 2.7 POPULAÇÃO POTENCIALMENTE COBERTA1 PELO PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA - BRASIL E 198 anexos estatísticos POLÍTICAS SOCIAIS E 69,41 RM RECIFE SALVADOR RM RM SÃO RM RM 90,87 DISTRITO 39,05 24,96 20,08 36,15 24,95 23,62 27,09 24,74 23,20 4,99 22,25 19,01 11,97 25,84 14,79 19,76 DE TRÂNSITO4 ACIDENTES 29,69 20,80 25,65 15,85 14,84 44,74 52,12 11,63 30,26 9,98 48,09 15,48 14,91 22,87 20,22 22,20 INTENC .5 HOMICÍDIOS E LESÕES 19902 22,12 25,97 37,57 32,70 31,42 32,82 46,39 32,79 35,91 43,76 25,56 16,73 17,02 20,70 17,63 27,90 OUTRAS 97,54 84,79 76,61 91,05 72,89 97,48 121,00 66,69 86,67 84,91 80,21 54,28 44,84 58,36 49,72 69,79 TOTAL TAXA 37,99 27,34 23,97 39,58 28,14 20,33 12,81 23,82 19,88 5,83 19,97 19,73 12,21 15,22 12,68 18,87 DE TRÂNSITO4 POR 19942 MORTALIDADE ACIDENTES DE Fonte: MS/SE/DATASUS. Notas: 1 Quociente entre os óbitos de causas externas e a população em determinado local e período, expresso por 100 mil habitantes. 2 a 9 revisão da Classificação Internacional de Doenças - CID 9. 3 10a revisão da Classificação Internacional de Doenças - CID 10. 4 Acidentes de trânsito de veículos a motor. 5 Homicídios e lesões intencionais por outras pessoas. FEDERAL 71,72 C E N T R O-O E S T E 83,30 84,70 CURITIBA PORTO RM ALEGRE 71,21 101,19 SUL PAULO 125,60 RIO RM JANEIRO 69,15 BELO DE 89,38 SUDESTE 58,73 RM HORIZONTE 51,22 FORTALEZA RM 95,90 43,90 NORDESTE BELÉM 52,63 NORTE TOTAL 69,86 METROPOLITANAS REGIÕES BRASIL REGIÕES GRANDES EXTERNAS 32,59 21,51 20,61 17,13 12,80 46,49 44,14 11,43 28,54 35,74 39,58 16,68 15,61 23,12 17,38 21,21 LESÕES INTENC. 5 HOMICÍDIOS E CAUSAS 26,97 35,94 32,03 34,35 31,94 30,66 64,05 31,45 38,26 43,34 20,66 17,86 17,02 20,03 19,66 29,71 OUTRAS TOTAL 82,41 80,56 72,29 78,92 68,09 106,39 111,23 76,69 88,38 82,38 118,38 51,60 53,95 66,74 55,86 72,69 26,57 24,54 19,26 28,55 24,80 18,04 19,07 24,38 20,73 3,43 18,98 15,73 13,28 19,37 16,25 19,16 TRANSPORTE ACIDENTES 1998 3 32,91 25,80 23,15 20,73 14,71 59,27 55,62 21,35 35,88 14,74 77,32 17,58 18,46 23,72 19,65 25,91 AGRESSÕES TABELA 2.9 TAXA DE MORTALIDADE POR CAUSAS EXTERNAS1 - BRASIL, GRANDES REGIÕES E REGIÕES METROPOLITANAS - 1990, 1994 E 1998 22,93 30,21 29,88 29,64 28,58 29,09 36,54 30,97 31,78 64,21 22,08 18,28 22,22 23,66 19,96 27,62 OUTRAS POLÍTICAS SOCIAIS anexos estatísticos 199 82,31 56,05 POPULAÇÃO 70,65 POPULAÇÃO 90,66 POPULAÇÃO 87,19 POPULAÇÃO 72,10 POPULAÇÃO 73,68 74,17 89,37 89,41 91,19 91,59 70,89 71,07 56,49 56,39 83,03 84,08 1993 75,09 75,19 90,36 90,50 92,61 92,91 74,00 73,86 54,93 55,03 84,51 85,43 1995 78,03 78,02 92,62 92,74 93,74 94,00 79,18 79,03 59,72 59,64 87,06 87,82 1996 80,18 80,03 92,67 92,86 93,97 94,01 76,61 77,08 56,95 57,36 86,59 87,45 1997 Fonte: IBGE/PNAD microdados. Elaboração: IPEA/DISOC. Obs.: 1Abastecimento de água adequado compreende o abastecimento com canalização interna em, pelo menos, um cômodo, proveniente de rede geral. 2 Consideram-se os domicílios particulares permanentes urbanos. 3 Considera-se a população residente em domicílios particulares permanentes urbanos. 4 Em 1994 a PNAD não foi realizada. 72,51 DOMICÍLIOS CENTRO-OESTE 87,62 DOMICÍLIOS SUL 91,01 DOMICÍLIOS SUDESTE 70,60 DOMICÍLIOS NORDESTE 56,79 DOMICÍLIOS NORTE 83,29 1992 DE ÁGUA - BRASIL E GRANDES REGIÕES - 1992/1999 80,81 81,16 92,36 92,50 94,39 94,49 80,91 80,82 57,90 58,50 87,83 88,55 1998 PORCENTAGEM ) 82,45 82,69 94,03 93,90 94,82 94,94 80,82 80,88 59,84 60,69 88,48 89,19 1999 ( EM PROPORÇÃO DA POPULAÇÃO E DE DOMICÍLIOS PARTICULARES PERMANENTES URBANOS COM ABASTECIMENTO POPULAÇÃO REGIÃO 2.10 DOMICÍLIOS BRASIL TABELA 200 anexos estatísticos POLÍTICAS SOCIAIS 66,07 38,41 POPULAÇÃO 43,90 POPULAÇÃO 82,78 POPULAÇÃO 67,45 POPULAÇÃO 39,84 POPULAÇÃO 43,27 44,05 67,99 69,84 84,00 85,35 46,59 47,30 43,18 45,28 67,78 70,15 1993 Fonte: IBGE/PNAD microdados. Elaboração: IPEA/DISOC. Obs.: 1Esgotamento sanitário adequado compreende rede coletora ou fossa séptica. 2 Consideram-se os domicílios particulares permanentes urbanos. 3 Considera-se a população residente em domicílios particulares permanentes urbanos. 4 Em 1994 a PNAD não foi realizada. 40,87 DOMICÍLIOS CENTRO-OESTE 68,66 DOMICÍLIOS SUL 84,10 DOMICÍLIOS SUDESTE 44,20 DOMICÍLIOS NORDESTE 40,80 DOMICÍLIOS NORTE 68,24 1992 46,17 45,75 41,36 74,70 75,42 88,36 89,21 52,09 52,78 46,00 48,57 72,32 74,25 1996 41,86 70,07 71,95 85,73 87,09 46,10 46,70 43,13 45,39 68,52 70,92 1995 48,40 48,66 72,60 73,47 88,68 89,40 48,58 49,31 48,60 50,98 71,70 73,52 1997 50,17 50,56 74,63 75,47 90,29 90,87 49,74 50,30 49,89 51,94 73,29 74,99 1998 ( EM 47,78 48,52 77,22 78,18 90,17 90,94 50,85 51,58 53,27 55,44 73,87 75,68 1999 PORCENTAGEM ) PROPORÇÃO DA POPULAÇÃO E DE DOMICÍLIOS PARTICULARES PERMANENTES URBANOS COM ESGOTAMENTO SANITÁRIO ADEQUADO - BRASIL E GRANDES REGIÕES - 1992/1999 POPULAÇÃO 2.11 DOMICÍLIOS BRASIL REGIÃO TABELA POLÍTICAS SOCIAIS anexos estatísticos 201 79,82 53,51 POPULAÇÃO 64,84 POPULAÇÃO 76,97 83,36 84,00 Fonte: IBGE/PNAD microdados. Elaboração: IPEA/DISOC. Obs.: 1A coleta de lixo pode ser direta ou indireta. 2 Consideram-se os domicílios particulares permanentes urbanos. 3 Considera-se a população residente em domicílios particulares permanentes urbanos. 4 Em 1994 a PNAD não foi realizada. 77,77 92,03 89,46 POPULAÇÃO 92,33 DOMICÍLIOS CENTRO-OESTE POPULAÇÃO DOMICÍLIOS 89,19 90,22 71,15 72,45 57,65 60,29 83,23 84,99 1993 90,05 87,28 POPULAÇÃO SUL 88,35 DOMICÍLIOS SUDESTE 66,13 DOMICÍLIOS NORDESTE 56,19 DOMICÍLIOS NORTE POPULAÇÃO 1992 DE LIXO - BRASIL E GRANDES REGIÕES - 1992/1999 85,39 85,97 94,51 94,71 91,05 91,84 72,46 73,66 61,46 64,04 85,10 86,70 1995 89,32 89,23 95,38 95,55 92,38 92,92 71,88 72,93 62,78 64,68 86,04 87,44 1996 93,14 93,14 96,57 96,73 94,23 94,72 78,71 79,75 69,90 72,42 89,47 90,67 1997 93,58 94,07 97,28 97,35 95,71 96,02 82,01 82,71 75,38 77,24 91,42 92,36 1998 ( EM 95,87 96,12 97,51 97,67 97,02 97,22 83,93 84,56 80,04 81,38 92,97 93,74 1999 PORCENTAGEM ) PROPORÇÃO DA POPULAÇÃO E DE DOMICÍLIOS PARTICULARES PERMANENTES URBANOS ATENDIDOS POR COLETA 81,70 2.12 DOMICÍLIOS BRASIL REGIÃO TABELA 202 anexos estatísticos POLÍTICAS SOCIAIS A A 4A 8A SÉRIE SÉRIE A A 4A 8A SÉRIE SÉRIE A A 4A 8A SÉRIE SÉRIE A A 4A 8A SÉRIE SÉRIE 57,71 ENSINO MÉDIO SÉRIE SÉRIE 46,19 36,88 57,10 4A 8A ENSINO FUNDAMENTAL A A Fonte: A A 4A 8A SÉRIE SÉRIE MEC/INEP/SEEC. 1A 5A CENTRO-OESTE ENSINO MÉDIO 1A 5A 26,52 18,99 34,72 39,09 34,37 24,70 44,80 48,44 65,12 62,74 70,17 69,49 61,97 59,61 67,29 73,25 47,17 43,42 52,59 53,89 TOTAL GRANDES REGIÕES - 1998/2000 64,75 49,99 39,95 61,82 28,51 20,36 37,48 43,82 37,74 27,15 49,20 53,49 69,43 66,29 76,45 77,01 64,21 61,41 70,78 77,55 50,78 46,50 57,13 59,52 PÚBLICA 1998 18,30 8,74 5,96 11,86 3,95 2,62 5,25 14,83 8,45 5,56 11,47 24,99 21,58 18,05 26,01 39,03 15,53 11,40 20,36 32,39 12,55 9,83 15,58 26,87 PRIVADA 58,29 43,66 32,20 56,46 23,24 15,93 31,42 39,52 30,57 20,57 40,92 49,12 61,94 57,97 69,60 70,48 58,26 54,67 66,09 74,11 44,01 39,19 50,67 54,76 TOTAL 65,01 47,17 34,86 60,93 24,99 17,07 33,92 43,75 33,62 22,62 45,01 54,18 65,93 61,22 75,43 77,58 60,38 56,35 69,41 78,03 47,39 42,01 55,03 60,18 PÚBLICA 1999 16,12 7,04 4,47 9,91 3,39 2,29 4,51 14,36 7,09 4,76 9,50 22,36 17,21 13,91 26,01 37,83 13,40 9,47 18,12 30,14 10,12 7,70 12,78 25,08 PRIVADA 57,40 40,90 28,70 53,60 23,50 16,10 31,60 39,90 27,00 17,90 36,30 48,40 59,80 54,40 69,00 70,90 55,60 51,30 64,10 73,30 41,70 36,20 48,90 54,90 TOTAL 63,50 44,20 31,10 57,80 25,20 17,20 34,00 44,20 29,70 19,60 40,00 53,10 63,60 57,40 74,20 77,70 57,60 52,90 67,20 77,20 44,90 38,80 53,00 60,10 PÚBLICA 2000 14,20 5,80 3,60 8,20 3,60 2,70 4,50 13,40 6,40 4,40 8,40 19,50 15,00 12,10 18,50 34,70 11,70 8,00 16,10 27,90 8,90 6,80 11,20 22,70 PRIVADA TAXA DE DISTORÇÃO IDADE-SÉRIE NAS REDES PÚBLICA E PRIVADA SEGUNDO NÍVEL/MODALIDADE DE ENSINO - BRASIL E ENSINO FUNDAMENTAL SUL ENSINO MÉDIO 1A 5A ENSINO FUNDAMENTAL SUDESTE ENSINO MÉDIO 1A 5A ENSINO FUNDAMENTAL NORDESTE ENSINO MÉDIO 1A 5A ENSINO FUNDAMENTAL NORTE ENSINO MÉDIO 1A 5A ENSINO FUNDAMENTAL BRASIL 3.1 NÍVEL/MODALIDADE DE ENSINO TABELA EDUCAÇÃO POLÍTICAS SOCIAIS anexos estatísticos 203 1A 8A SÉRIE A SÉRIE DE MÉDIO ESPECIAL DE JOVENS ADULTOS TOTAL 333 234 351 910 432 403 2 881 364 598 1 150 515 252 293 22 45 128 72 24 6 968 450 1 515 3 385 1 115 500 1 189 29 411 563 153 31 14 459 972 3 858 6 339 2 126 1 162 21 2 8 6 2 1 231 606 354 719 254 298 403 721 195 415 141 931 531 787 169 659 919 997 998 454 719 964 789 072 224 928 154 758 029 355 330 952 977 056 863 482 212 650 557 642 798 565 MATRÍCULAS 5 299 467 1 842 2 133 564 290 DE 1998 87,35 97,41 95,29 81,80 83,28 87,55 46,87 79,96 55,17 44,39 30,16 62,81 82,40 90,50 80,39 81,50 83,45 84,90 97,36 91,29 98,08 97,12 98,94 90,13 89,07 93,07 87,55 88,31 91,44 90,56 91,55 96,38 92,62 88,65 92,00 91,00 74,21 83,54 70,04 76,39 76,35 65,46 PÚBLICA - BRASIL E GRANDES REGIÕES - 1998/2000 12,65 2,59 4,71 18,20 16,72 12,45 53,13 20,04 44,83 55,61 69,84 37,19 17,60 9,50 19,61 18,50 16,55 15,10 2,64 8,71 1,92 2,88 1,06 9,87 10,93 6,93 12,45 11,69 8,56 9,44 8,45 3,62 7,38 11,35 8,00 9,00 25,79 16,46 29,96 23,61 23,65 34,54 PRIVADA DE 120 035 261 478 110 234 3 071 381 651 1 258 547 233 311 22 49 136 77 25 7 769 527 1 732 3 755 1 205 547 1 207 41 610 425 91 38 15 1 4 6 2 1 939 257 230 709 362 379 5 733 471 1 894 2 350 684 333 20 2 8 6 2 1 TOTAL 906 079 030 704 912 181 354 654 116 338 836 410 199 754 569 718 622 536 593 924 245 213 657 554 666 991 434 426 177 638 076 275 722 543 197 339 273 263 509 006 420 075 MATRÍCULAS 1999 87,80 96,55 94,56 83,34 84,45 86,57 43,90 69,79 52,24 41,93 28,52 62,37 84,24 91,87 82,47 83,27 85,54 86,27 98,85 99,04 99,33 98,07 99,24 98,87 89,69 93,51 89,24 88,48 91,50 91,25 91,79 96,42 93,15 88,54 92,24 91,23 72,14 81,00 69,68 72,20 75,43 66,38 PÚBLICA 12,20 3,45 5,44 16,66 15,55 13,43 56,10 30,21 47,76 58,07 71,48 37,63 15,76 8,13 17,53 16,73 14,46 13,73 1,15 0,96 0,67 1,93 0,76 1,13 10,31 6,49 10,76 11,52 8,50 8,75 8,21 3,58 6,85 11,46 7,76 8,77 27,86 19,00 30,32 27,80 24,57 33,62 PRIVADA TOTAL MATRÍCULAS 442 252 293 829 920 148 506 441 833 484 608 140 3 410 830 417 713 790 599 1 376 228 553 257 273 033 300 520 20 795 47 465 132 683 76 736 22 841 8 192 948 571 594 1 923 582 3 914 741 1 206 688 576 343 1 203 506 50 610 717 125 274 751 77 154 83 866 15 506 1 084 4 662 6 383 2 109 1 266 20 211 2 189 7 846 6 552 2 306 1 316 6 012 240 476 001 1 979 351 2 477 309 727 622 351 957 DE 88,99 97,28 93,95 84,62 86,87 88,27 43,91 68,85 54,84 42,28 28,21 60,75 85,92 92,18 84,53 85,20 86,76 87,49 99,28 99,85 99,65 98,70 97,55 99,29 90,13 93,94 90,59 88,36 91,63 91,58 91,79 96,47 93,17 88,52 92,32 91,20 72,22 81,17 70,92 71,33 75,48 66,88 PÚBLICA 2000 11,01 2,72 6,05 15,38 13,13 11,73 56,09 31,15 45,16 57,72 71,79 39,25 14,08 7,82 15,47 14,80 13,24 12,51 0,72 0,15 0,35 1,30 2,45 0,71 9,87 6,06 9,41 11,64 8,37 8,42 8,21 3,53 6,83 11,48 7,68 8,80 27,78 18,83 29,08 28,67 24,52 33,12 PRIVADA PROPORÇÃO DE MATRÍCULAS DA EDUCAÇÃO BÁSICA NAS REDES PÚBLICA E PRIVADA SEGUNDO NÍVEL/MODALIDADE DE ENSINO Fonte: MEC/INEP/SEEC. Obs.: 1 Educação infantil inclui creche, pré-escola e classe de alfabetização. 2 Os alunos matriculados em classes de aceleração estão incluídos nas matrículas de 1a a 4a ou de 5a a 8a séries. Portanto, o total de alunos do ensino fundamental é o somatório dos alunos de 1a a 4a e de 5a a 8a séries. CENTRO-OESTE SUL SUDESTE NORDESTE NORTE BRASIL EDUCAÇÃO CENTRO-OESTE SUL SUDESTE NORDESTE NORTE BRASIL EDUCAÇÃO CENTRO-OESTE SUL SUDESTE NORDESTE NORTE BRASIL ENSINO E ACELERAÇÃO CENTRO-OESTE SUL SUDESTE NORDESTE NORTE BRASIL CLASSE CENTRO-OESTE SUL SUDESTE NORDESTE NORTE BRASIL 5A CENTRO-OESTE SUL SUDESTE NORDESTE NORTE 4A FUNDAMENTAL A BRASIL ENSINO CENTRO-OESTE SUL SUDESTE NORDESTE NORTE INFANTIL ENSINO BRASIL EDUCAÇÃO DE N Í V E L / M O D A L I DA D E TABELA 3.2 204 anexos estatísticos POLÍTICAS SOCIAIS PÚBLICA OFERTA E OFERECIDAS OFERECIDAS OFERECIDAS MEC/INEP/SEEC. (%) (%) (%) 306 064 560 350 800 206 594 777 483 854 352 80,80 1 023 937 347 775 2,94 281 009 881 561 155 009 5,69 126 139 81,38 1 905 498 502 784 3,79 407 148 80,98 44 247 869 286 92 230 38 26 12 77 152 867 417 341 625 455 Obs.: Dados sobre concluintes não disponíveis para 1999. Fonte: APROVEITAMENTO/VAGAS INGRESSOS CANDIDATOS/VAGA VAGAS INSCRIÇÕES/VESTIBULARES PRIVADA APROVEITAMENTO/VAGAS INGRESSOS CANDIDATOS/VAGA VAGAS INSCRIÇÕES/VESTIBULARES PÚBLICA APROVEITAMENTO/VAGAS INGRESSOS CANDIDATOS/VAGA VAGAS INSCRIÇÕES/VESTIBULARES TOTAL DEMANDA PÚBLICA MUNICIPAL PRIVADA TOTAL ESTADUAL FEDERAL CONCLUINTES CENTRO-OESTE SUL SUDESTE NORDESTE NORTE REGIÕES PRIVADA TOTAL 308 194 75 578 961 1 540 080 1990 821 175 427 702 931 377 634 031 606 271 106 135 315 286 736 320 80,11 970 578 354 157 2,74 283 701 1 015 247 162 506 6,25 142 857 87,91 1 985 825 516 663 3,84 426 558 82,56 51 247 880 287 97 236 38 28 14 81 155 320 202 83 605 959 1 565 056 1991 230 741 372 315 130 267 133 934 123 190 077 884 133 645 662 126 71,79 791 998 363 799 2,18 261 184 1 044 861 171 048 6,11 149 726 87,53 1 836 859 534 847 3,43 410 910 76,83 52 245 858 279 100 234 39 26 14 80 154 325 210 93 629 906 1 535 788 1992 993 545 659 789 682 269 420 219 243 882 387 387 535 594 516 152 75,88 894 624 377 051 2,37 286 112 1 134 899 171 627 6,61 153 689 89,55 2 029 523 548 678 3,70 439 801 80,16 56 252 888 291 104 240 41 29 14 84 155 344 216 92 653 941 1 594 668 1993 254 396 131 852 401 887 753 138 971 862 025 543 936 971 450 584 76,50 944 654 396 682 2,38 303 454 1 292 369 177 453 7,28 159 786 90,04 2 237 023 574 135 3,90 463 240 80,68 64 264 916 304 111 245 42 31 13 87 158 363 231 94 690 970 1 661 034 1994 1995 192 454 448 056 553 401 187 714 050 951 450 531 215 794 540 163 81,53 1 254 761 432 210 2,90 352 365 1 399 092 178 145 7,85 158 012 88,70 2 653 853 610 355 4,35 510 377 83,62 64 269 973 330 122 254 46 33 15 94 159 367 239 93 700 1 059 1 759 703 INDICADORES DO ENSINO SUPERIOR NO BRASIL (GRADUAÇÃO) - 1990/1999 ADMINISTRATIVA INICIAL MUNICIPAL ESTADUAL FEDERAL DEPENDÊNCIA MATRÍCULA INDICADORES TABELA 3.3 035 428 431 193 442 224 667 693 460 820 404 987 101 339 427 102 77,06 1 163 434 450 723 2,58 347 348 1 384 643 183 513 7,55 166 494 90,73 2 548 077 634 236 4,02 513 842 81,02 77 279 1 028 349 134 260 49 34 15 99 160 388 243 103 735 1 133 1 868 529 1996 735 625 281 566 408 384 419 731 932 082 302 722 678 671 071 433 77,57 1 285 994 505 377 2,54 392 041 1 425 782 193 821 7,36 181 859 93,83 2 711 776 699 198 3,88 573 900 82,08 77 289 1 053 378 146 274 51 38 15 106 168 397 253 109 761 1 186 1 947 504 1997 077 159 004 133 585 761 787 725 848 360 401 640 934 155 729 229 79,78 1 266 733 570 306 2,22 454 988 1 591 283 205 725 7,74 196 365 95,45 2 858 016 776 031 3,68 651 353 83,93 85 310 1 148 419 163 300 52 40 11 105 195 408 274 121 804 1 321 2 125 958 1998 411 835 562 136 001 562 562 080 022 923 78,95 1 538 065 675 801 2,28 533 551 1 806 208 218 589 8,26 210 473 96,29 3 344 273 894 390 3,74 744 024 83,19 94 357 1 257 473 187 442 442 87 832 1 537 2 369 945 1999 POLÍTICAS SOCIAIS anexos estatísticos 205 DE Fonte: MEC/CAPES. C E N T R O-O E S T E SUL SUDESTE NORDESTE NORTE 307 1 615 16 393 510 82 1 496 PRIVADA REGIÕES 17 411 PÚBLICA BRASIL 18 907 1 719 C E N T R O-O E S T E DOUTORADO 7 153 31 930 SUL SUDESTE 609 4 675 NORDESTE NORTE REGIÕES 6 862 PRIVADA 46 086 MATRÍCULA 1994 1,62 8,54 86,70 2,70 0,43 7,91 92,09 100,00 3,73 15,52 69,28 10,14 1,32 14,89 85,11 100,00 (%) 1995 268 1 749 16 777 551 110 1 675 17 780 19 455 1 576 6 889 29 719 4 467 655 5 740 37 566 43 306 MATRÍCULA REGIÕES - 1994/2000 1,38 8,99 86,23 2,83 0,57 8,61 91,39 100,00 3,64 15,91 68,63 10,31 1,51 13,25 86,75 100,00 (%) 364 2 068 18 976 672 118 1 981 20 217 22 198 1 844 7 498 30 962 4 591 727 5 979 39 643 45 622 MATRÍCULA 1996 1,64 9,32 85,49 3,03 0,53 8,92 91,08 100,00 4,04 16,44 67,87 10,06 1,59 13,11 86,89 100,00 (%) 448 2 436 20 420 823 123 2 170 22 080 24 250 1 782 8 160 31 740 4 838 751 6 484 40 787 47 271 MATRÍCULA 1,85 10,05 84,21 3,39 0,51 8,95 91,05 100,00 3,77 17,26 67,14 10,23 1,59 13,72 86,28 100,00 (%) 1997 510 2 951 22 093 1 086 157 2 462 24 335 26 797 2 006 8 949 33 836 5 318 735 6 938 43 906 50 844 MATRÍCULA 1998 1,90 11,01 82,45 4,05 0,59 9,18 90,82 100,00 3,94 17,57 66,50 10,55 1,44 13,62 86,38 100,00 (%) 639 3 618 24 113 1 447 168 2 735 27 250 29 985 2 427 10 462 37 229 6 192 721 8 976 48 055 57 031 MATRÍCULA 1999 2,13 12,07 80,36 4,88 0,55 9,14 90,86 100,00 4,23 18,25 65,33 10,88 1,30 15,41 84,59 100,00 (%) 784 4 298 25 873 1 839 210 3 087 29 917 33 004 2 988 13 747 39 478 6 562 816 10 609 52 982 63 591 MATRÍCULA (%) 2,38 13,02 78,39 5,57 0,64 9,35 90,65 100,00 4,70 21,62 62,08 10,32 1,28 16,68 83,32 100,00 2000 MATRÍCULA NA PÓS-GRADUAÇÃO STRICTU SENSU NAS REDES PÚBLICA E PRIVADA SEGUNDO TIPO DE CURSO - BRASIL E GRANDES 39 224 CURSO 3.4 PÚBLICA BRASIL MESTRADO TIPO TABELA 206 anexos estatísticos POLÍTICAS SOCIAIS DE 113 162 SUL 117 312 SUL 53 849 295 155 CENTRO-OESTE 156 087 SUDESTE 39 105 NORDESTE 661 508 NORTE SÉRIE BRASIL 5AA 8A 54 185 267 718 SUDESTE CENTRO-OESTE 288 255 75 627 NORDESTE 798 947 NORTE SÉRIE BRASIL 1AA 4A FUNDAMENTAL 13 802 ENSINO 30 444 101 484 SUDESTE CENTRO-OESTE 98 339 NORDESTE SUL 21 650 DOCENTES TOTAL 265 719 ENSINO 0,12 0,12 0,02 0,23 0,24 0,11 3,29 0,96 0,63 10,55 12,35 5,55 3,23 2,95 0,34 15,82 15,39 7,75 INCOMPLETO 0,93 0,58 0,31 1,96 1,97 0,89 4,77 3,30 1,03 10,29 15,71 6,34 6,66 5,46 1,42 14,59 16,97 8,30 COMPLETO FUNDAMENTAL 1998 33,32 13,40 9,88 44,69 52,89 23,17 62,25 60,12 64,75 70,78 68,91 66,49 69,06 64,39 66,95 64,83 65,22 65,84 COMPLETO MÉDIO 65,63 85,90 89,79 53,13 44,91 75,83 29,69 35,61 33,58 8,37 3,02 21,62 21,05 27,20 31,29 4,76 2,42 18,12 COMPLETO SUPERIOR ENSINO1 - BRASIL E GRANDES REGIÕES - 1998/2000 DE 58 445 118 804 307 519 174 427 44 019 703 214 55 218 113 185 267 795 294 185 76 670 807 053 16 682 38 811 119 423 105 646 22 998 303 560 DOCENTES TOTAL 0,15 0,08 0,04 0,13 0,10 0,08 2,41 0,55 0,41 7,71 7,95 3,94 4,24 3,00 1,79 12,01 10,79 6,32 INCOMPLETO 0,79 0,26 0,33 0,96 1,11 0,56 4,37 1,65 1,04 9,25 14,45 5,62 6,61 6,53 3,34 14,52 15,93 8,77 COMPLETO FUNDAMENTAL 1998 MÉDIO 33,61 13,39 13,07 45,78 51,07 25,32 60,20 59,29 62,32 74,09 73,71 67,12 68,20 64,42 65,14 68,25 70,31 66,69 COMPLETO 65,44 86,26 86,57 53,13 47,72 74,03 33,02 38,52 36,24 8,95 3,89 23,32 20,95 26,05 29,73 5,22 2,98 18,22 COMPLETO SUPERIOR DE 61 420 122 401 326 586 192 436 46 412 749 255 56 239 113 493 273 509 295 091 76 747 815 079 17 830 42 658 125 405 111 616 23 332 320 841 DOCENTES TOTAL 0,08 0,11 0,02 0,12 0,11 0,07 1,80 0,52 0,31 5,28 4,89 2,67 3,08 3,25 1,40 9,29 7,83 4,95 INCOMPLETO 0,58 0,62 0,23 0,90 0,99 0,54 3,93 1,81 1,10 9,15 13,32 5,46 6,04 5,69 3,09 13,55 14,05 8,04 COMPLETO FUNDAMENTAL 2000 32,53 15,01 12,13 45,66 50,97 25,29 58,35 57,19 61,07 76,06 77,25 67,29 67,01 63,98 64,14 71,59 74,61 67,63 COMPLETO MÉDIO PROPORÇÃO DE FUNÇÕES DOCENTES DA EDUCAÇÃO BÁSICA POR GRAU DE FORMAÇÃO SEGUNDO NÍVEL/MODALIDADE DE NORTE INFANTIL2 DE 3.5 BRASIL EDUCAÇÃO NÍVEL/MODALIDADE TABELA 66,82 84,25 87,61 53,32 47,93 74,09 35,91 40,48 37,52 9,51 4,55 24,58 23,87 27,09 31,37 5,57 3,51 19,38 COMPLETO SUPERIOR POLÍTICAS SOCIAIS anexos estatísticos 207 JOVENS 20 617 45 702 17 358 NORDESTE SUDESTE SUL 0,21 0,11 0,19 1,73 0,79 0,55 0,40 0,61 0,42 0,78 2,65 0,67 0,04 0,05 0,01 0,10 0,03 0,04 INCOMPLETO 1,01 0,50 0,59 3,21 3,27 1,42 0,91 2,42 0,97 2,77 3,65 1,85 0,23 0,08 0,12 0,42 0,17 0,18 COMPLETO FUNDAMENTAL MÉDIO 32,60 15,77 17,70 56,33 63,50 31,20 36,00 45,91 45,98 54,63 80,53 48,34 20,23 8,12 3,70 22,66 19,46 10,45 COMPLETO 66,17 83,63 81,53 38,73 32,44 66,83 62,69 51,06 52,64 41,81 13,16 49,14 79,51 91,74 96,17 76,82 80,34 89,32 COMPLETO SUPERIOR DE 8 300 18 327 46 923 22 633 11 308 107 491 4 477 11 496 15 662 4 892 2 836 39 363 31 090 67 364 197 432 83 559 21 712 401 157 DOCENTES TOTAL 1998 0,22 0,05 0,08 1,74 1,04 0,53 0,71 0,49 0,63 0,45 1,27 0,62 0,04 0,03 0,02 0,05 - 0,03 0,75 0,32 0,32 3,87 1,69 1,24 1,74 1,69 1,29 2,82 1,34 1,65 0,33 0,07 0,10 0,18 0,16 0,13 COMPLETO FUNDAMENTAL INCOMPLETO Fonte: MEC/INEP/SEEC. Notas: 1O mesmo docente pode atuar em mais de um nível/modalidade de ensino e em mais de um estabelecimento. 2 Educação infantil inclui creche, pré-escola e classe de alfabetização. 8 378 10 996 CENTRO-OESTE 103 051 NORTE DE BRASIL EDUCAÇÃO 2 847 10 357 SUDESTE CENTRO-OESTE 3 563 NORDESTE 9 135 1 908 NORTE SUL 27 410 BRASIL ESPECIAL 27 968 EDUCAÇÃO CENTRO-OESTE SUDESTE 63 673 75 112 179 881 NORDESTE SUL 19 240 ADULTOS DE DOCENTES TOTAL 365 874 E ENSINO NORTE MÉDIO DE BRASIL ENSINO NÍVEL/MODALIDADE 1998 MÉDIO 28,63 13,66 17,64 55,61 62,12 30,49 39,76 48,90 47,98 58,42 79,48 50,88 20,88 8,42 6,55 21,91 17,63 11,77 COMPLETO 70,41 85,98 81,96 38,77 35,14 67,73 57,78 48,93 50,10 38,31 17,91 46,85 78,76 91,48 93,33 77,86 82,21 88,07 COMPLETO SUPERIOR DE 10 150 18 407 53 016 27 618 13 508 122 699 4 588 11 653 16 726 5 121 2 898 40 986 32 362 68 775 216 028 90 296 23 006 430 467 DOCENTES TOTAL 0,12 0,07 0,04 1,48 1,43 0,53 0,72 0,76 0,39 0,70 0,66 0,59 - 0,05 0,01 0,06 - 0,02 INCOMPLETO 0,56 0,42 0,31 4,52 4,65 1,77 1,66 1,21 1,15 2,42 0,83 1,36 0,07 0,25 0,05 0,21 0,07 0,12 COMPLETO FUNDAMENTAL 2000 MÉDIO 29,37 13,24 16,50 53,01 60,85 30,18 40,58 49,66 49,06 58,56 80,40 51,69 20,08 8,20 6,50 21,35 16,18 11,42 COMPLETO 69,95 86,26 83,15 40,99 33,08 67,52 57,04 48,37 49,40 38,31 18,12 46,36 79,85 91,50 93,45 78,37 83,75 88,43 COMPLETO SUPERIOR 208 anexos estatísticos POLÍTICAS SOCIAIS PÚBLICA PÚBLICA PRIVADA PRIVADA PÚBLICA PÚBLICA PRIVADA PÚBLICA PRIVADA EM 290 486 932 850 268 022 279 226 164 59 4 449 830 24 039 13 468 5 588 302 19 358 4 681 77 936 15 350 13 560 2 412 31 322 46 614 28 683 8 471 4 792 2 790 16 053 12 630 9 353 3 971 828 287 5 086 4 267 145 44 25 5 76 69 5 3 1 EXERCÍCIO DOCENTES 1995 COM 39,71 56,93 50,49 22,80 52,12 25,99 27,92 35,24 15,03 3,39 29,53 19,28 36,09 50,65 19,72 2,98 40,98 15,87 43,26 65,36 73,30 23,88 65,60 28,25 37,72 61,15 38,21 25,27 48,07 24,58 32,14 54,24 5,56 14,63 44,08 17,90 DOUTORADO MESTRADO- PROPORÇÃO EM 320 110 064 492 666 654 767 349 116 65 4 530 1 237 23 744 12 285 5 992 342 18 619 5 125 78 752 14 169 13 090 2 628 29 887 48 865 30 176 8 262 4 942 3 150 16 354 13 822 9 881 4 045 924 307 5 276 4 605 148 42 26 6 74 73 5 3 1 EXERCÍCIO DOCENTES COM 41,10 59,21 53,75 23,97 54,24 27,78 29,36 37,53 18,64 7,69 32,45 18,03 37,78 52,81 25,13 3,22 42,99 18,85 44,83 69,87 78,45 25,72 69,75 29,60 39,00 61,33 39,66 25,59 47,90 28,48 32,58 54,93 7,25 18,89 44,48 18,94 DOUTORADO MESTRADO- PROPORÇÃO 1996 EM 964 059 714 818 591 373 454 648 192 67 5 907 1 547 25 525 13 765 6 047 495 20 307 5 218 88 909 16 515 14 350 2 788 33 653 55 256 32 736 10 465 5 073 3 114 18 652 14 084 11 340 4 666 1 052 354 6 072 5 268 165 50 27 6 84 81 7 4 1 EXERCÍCIO DOCENTES 1997 COM 42,72 58,23 53,38 24,29 53,91 31,09 28,25 34,70 20,30 4,48 31,45 16,03 38,91 52,60 25,32 3,84 43,29 21,85 46,47 69,87 75,24 27,01 68,61 32,98 40,93 57,79 41,97 26,56 48,27 31,21 36,57 58,08 8,94 15,25 47,07 24,47 DOUTORADO MESTRADO- PROPORÇÃO A DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA - BRASIL E GRANDES REGIÕES - 1995/1999 Fonte: MEC/INEP/SEEC. Notas: 1O mesmo professor pode exercer mais de uma função docente. 2 Cinco instituições privadas de ensino superior (AC, PE, RO, RS, SP) não responderam o Censo de 1999. TOTAL MUNICIPAL ESTADUAL FEDERAL CENTRO-OESTE TOTAL MUNICIPAL ESTADUAL FEDERAL SUL TOTAL MUNICIPAL ESTADUAL FEDERAL SUDESTE TOTAL MUNICIPAL ESTADUAL FEDERAL NORDESTE PRIVADA PÚBLICA MUNICIPAL TOTAL 3.6 PRIVADA ESTADUAL FEDERAL NORTE TOTAL MUNICIPAL ESTADUAL FEDERAL BRASIL ADMINISTRATIVA DEPENDÊNCIA TABELA EM 122 611 621 506 738 384 148 998 328 66 5 392 1 756 25 479 12 551 6 722 470 19 743 5 736 86 759 16 164 15 282 2 619 34 065 52 694 33 963 8 656 5 991 3 953 18 600 15 363 11 773 4 242 1 298 398 5 938 5 835 165 45 30 7 83 81 7 3 1 EXERCÍCIO DOCENTES COM 46,36 64,77 55,36 28,31 58,06 34,33 31,72 42,92 18,45 4,55 36,42 17,26 42,42 58,28 27,82 5,32 46,65 27,88 50,54 74,69 77,23 31,81 72,53 36,33 44,50 68,06 48,57 30,00 53,69 33,38 38,32 60,02 9,55 19,60 46,28 30,23 DOUTORADO MESTRADO- PROPORÇÃO 1998 EM 836 687 141 055 883 953 689 772 034 59 4 865 1 824 26 890 13 061 6 977 493 20 531 6 359 91 328 16 643 14 358 2 360 33 361 57 967 36 068 9 008 5 355 1 924 16 287 19 781 12 861 4 203 1 417 219 5 839 7 022 173 46 29 5 80 92 6 3 1 EXERCÍCIO DOCENTES 1999 COM 49,35 66,71 57,73 32,05 61,31 38,94 37,49 47,27 31,04 1,69 43,27 22,09 44,60 58,89 30,47 7,10 47,99 33,67 53,22 75,81 79,51 31,14 74,24 41,11 48,10 71,34 51,73 42,10 61,44 37,13 41,47 62,57 13,48 17,81 48,98 35,23 DOUTORADO MESTRADO- PROPORÇÃO QUANTIDADE DE FUNÇÕES DOCENTES1 EM EXERCÍCIO NO ENSINO SUPERIOR2 E PROPORÇÃO COM PÓS-GRADUAÇÃO SEGUNDO POLÍTICAS SOCIAIS anexos estatísticos 209 172,62 177,99 194,84 191,38 193,51 NORDESTE SUDESTE SUL CENTRO-OESTE 174,49 179,39 198,63 192,34 193,97 NORTE NORDESTE SUDESTE SUL CENTRO-OESTE 189,22 197,13 197,75 181,03 174,92 190,80 183,13 191,10 193,32 177,80 172,00 186,46 1997 SÉRIE 183,16 188,46 188,92 168,88 171,32 181,00 170,54 179,10 179,78 157,46 160,21 170,73 1999 ENSINO 251,64 258,62 262,48 231,89 238,26 253,22 255,80 261,92 266,89 230,43 240,91 256,05 1995 FUNDAMENTAL 1997 SÉRIE 254,65 259,17 252,85 239,55 236,12 250,00 254,08 259,34 251,80 240,53 241,69 250,00 8A 248,46 254,79 250,14 235,45 233,59 246,36 235,71 239,28 235,27 224,49 226,34 232,90 1999 288,36 290,68 288,76 261,42 264,28 281,94 296,81 296,06 298,79 265,71 274,37 290,01 1995 Fonte: MEC/INEP/DAEB. Notas: 1A escala de desempenho varia de 0 a 500 pontos. A cada intervalo de níveis na escala de desempenho é descrito o que o aluno sabe ou é capaz de fazer. 2 SAEB: Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica. 190,64 BRASIL MATEMÁTICA 188,24 1995 4A MÉDIO SÉRIE 302,50 309,86 282,54 290,23 270,39 288,70 293,03 296,98 282,78 275,90 269,41 283,86 1997 3A ENSINO 287,14 296,80 284,33 265,51 253,42 280,29 270,94 277,64 271,15 253,00 246,07 266,57 1999 MÉDIAS DE DESEMPENHO1 EM LÍNGUA PORTUGUESA E MATEMÁTICA NO SAEB2 - BRASIL E GRANDES REGIÕES - 1995/1999 NORTE PORTUGUESA 3.7 BRASIL LÍNGUA DISCIPLINA TABELA 210 anexos estatísticos POLÍTICAS SOCIAIS Fonte: MEC/INEP. CENTRO-OESTE SUL SUDESTE NORDESTE NORTE REGIÕES PRIVADA TOTAL PÚBLICA 19,30 18,18 27,27 28,93 43,07 49,09 13,04 42,35 24,67 MUNICIPAL 52,63 ESTADUAL ADMINISTRATIVA FEDERAL DEPENDÊNCIA 176 NÚMERO DE CURSOS AVALIADOS 33,33 22,73 27,27 43,93 43,07 25,45 67,39 28,57 45,36 11,58 227 C B 1996 e A E 170 e 47,37 59,09 45,45 27,14 13,87 25,45 19,57 29,08 29,97 35,79 D e B 23,08 22,86 28,57 28,23 39,80 58,82 12,73 49,20 18,90 56,14 249 A 26,15 34,29 36,19 40,43 43,88 27,06 56,36 32,80 43,31 28,07 322 C 1997 E 248 e 50,77 42,86 35,24 31,34 16,33 14,12 30,91 18,01 37,80 15,79 D B 501 e 20,39 20,43 22,22 30,80 40,00 41,48 12,50 41,69 22,32 50,15 A 38,82 32,26 30,77 44,59 38,00 32,75 38,54 30,36 46,43 26,41 669 C 1998 E 500 e 40,79 47,31 47,01 24,61 22,00 25,76 48,96 27,95 31,25 23,44 D B 648 e 18,28 23,21 28,57 30,39 38,84 41,99 15,69 44,47 20,13 56,26 A 41,40 42,86 36,39 40,52 41,29 36,54 40,52 34,73 44,44 31,44 857 C 1999 E 621 e 40,32 33,93 35,03 29,10 19,87 21,47 43,79 20,80 35,43 12,30 D DE CURSOS (PROVÃO) SEGUNDO A DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA - BRASIL E GRANDES REGIÕES - 1996/2000 ADMINISTRATIVA/ REGIÕES 3.8 DEPENDÊNCIA TABELA B 882 e 25,61 16,03 28,04 30,44 39,97 36,73 19,65 42,53 20,18 58,04 A C 2000 44,72 37,40 36,21 41,12 41,47 35,92 39,65 33,24 47,51 28,03 1 155 DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL DOS CONCEITOS OBTIDOS PELAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR NO EXAME NACIONAL e E 808 29,67 46,56 35,75 28,43 18,56 27,35 40,70 24,24 32,31 13,93 D POLÍTICAS SOCIAIS anexos estatísticos 211 3.9 41,00 25,81 SUL CENTRO-OESTE 45,83 SUL - 45,83 32,93 16,67 20,00 33,33 33,23 33,24 38,71 40,00 36,42 42,39 23,08 32,76 37,85 37,47 B - 8,33 9,45 50,00 80,00 7,41 11,28 10,99 35,48 19,00 11,13 43,48 69,23 13,79 18,36 18,02 C Fonte: MEC/CAPES. Notas: 1Refere-se à avaliação do biênio 1990/1991. 2 Avaliação atual que se refere à avaliação do biênio 1996/1997 realizada em 1998 acrescida dos cursos novos. Obs.: A correspondência entre os conceitos de 1992 e os graus para 1998 é a seguinte: A corresponde aos graus de 5 a 7; B corresponde ao grau 4; C corresponde ao grau 3. 100,00 57,62 SUDESTE CENTRO-OESTE 33,33 NORTE NORDESTE - 59,26 PRIVADA REGIÕES 55,49 PÚBLICA BRASIL 55,77 52,45 SUDESTE DOUTORADO 14,13 NORTE NORDESTE 7,69 53,45 PRIVADA REGIÕES 43,79 44,52 A 19921 44,0 35,8 50,5 25,0 15,4 47,95 44,62 44,90 16,09 21,94 35,27 13,12 6,25 19,27 29,12 27,87 5 a 7 40,0 38,7 35,4 42,9 53,8 31,51 37,56 37,05 26,44 30,58 32,70 35,75 28,13 22,92 33,66 32,30 4 19982 STRICTU SENSU NA AVALIAÇÃO DA CAPES - BRASIL E GRANDES REGIÕES - 1992/1998 PÚBLICA BRASIL MESTRADO TIPO DE CURSO TABELA 16,0 25,5 14,1 32,1 30,8 20,55 17,82 18,05 57,47 47,48 32,03 51,13 65,63 57,81 37,22 39,83 3 DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL DOS CONCEITOS OBTIDOS PELOS CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO 212 anexos estatísticos POLÍTICAS SOCIAIS ETÁRIA DE NA MAIS MAIS FAMÍLIA OU Fonte: IBGE/PME. Elaboração: IPEA/DISOC. OUTROS FILHO CÔNJUGE CHEFE POSIÇÃO TOTAL OU INSTRUÇÃO 0-4 5-8 9-11 12 ANOS GRAU 15-17 18-24 25-29 30-39 40-49 50-59 60-64 65 ANOS FAIXA FEMININO (ANOS) METROPOLITANA MASCULINO GÊNERO TOTAL SA RE BH PA SP RJ REGIÃO 4.1 CATEGORIAS TABELA 235 094 408 528 099 065 431 085 547 734 699 679 000 743 647 566 038 501 754 690 182 421 753 489 601 347 268 694 725 460 803 681 723 082 867 810 569 258 215 158 984 588 5 4 4 2 16 3 2 4 3 1 992 971 577 380 357 429 743 242 225 774 770 159 000 788 785 585 190 441 872 122 470 682 8 429 028 3 007 101 4 333 965 758 455 828 389 431 668 213 454 701 306 511 336 239 283 282 404 599 111 073 754 10 153 021 6 601 660 4 7 1 1 1 1 16 1995 8 342 412 2 909 325 4 187 035 5 4 3 2 16 3 2 4 3 1 10 073 502 6 358 241 4 7 1 1 1 1 16 1994 342 603 451 642 123 110 273 119 345 736 070 584 754 609 455 769 349 698 273 696 301 401 914 647 657 363 291 571 715 671 652 609 981 156 704 157 189 282 425 715 1 052 728 8 577 345 3 156 468 4 487 067 5 4 4 2 17 3 2 4 3 1 10 383 991 6 889 617 4 7 1 1 1 1 17 1996 325 598 455 735 137 114 368 935 853 926 468 912 136 230 150 749 630 836 368 623 261 392 915 784 710 375 305 815 938 775 702 230 975 650 182 073 091 061 928 272 1 014 144 8 639 928 3 183 918 4 530 240 5 4 4 2 17 3 2 4 3 1 10 375 947 6 992 284 4 7 1 1 1 1 17 ANUAIS 1997 MÉDIAS 397 705 494 773 191 122 685 831 368 981 822 206 102 309 765 923 033 962 685 611 414 467 891 860 740 379 321 339 261 722 987 310 536 493 260 011 012 052 649 298 1 090 925 8 654 771 3 260 708 4 678 905 4 4 5 2 17 3 2 4 3 1 10 471 056 7 214 254 4 7 1 1 1 1 17 1998 370 758 498 773 187 131 721 950 947 761 232 994 236 119 499 768 321 131 721 523 324 446 881 974 863 383 323 606 435 817 262 120 642 941 217 118 530 489 887 297 1 036 926 8 720 040 3 267 549 4 696 605 4 4 5 3 17 3 2 4 3 1 10 421 763 7 299 357 4 7 1 1 1 1 17 1999 POPULAÇÃO ECONOMICAMENTE ATIVA SEGUNDO CATEGORIAS SELECIONADAS - 1994/2001 TRABALHO E RENDA 486 046 557 869 218 210 389 729 757 508 405 626 921 945 356 810 864 357 389 483 537 478 968 174 008 398 341 923 706 975 342 947 067 197 331 178 661 486 755 272 1 003 391 9 032 160 3 511 232 4 843 163 4 4 5 3 18 3 2 4 4 2 10 722 572 7 667 375 4 8 1 1 1 1 18 2000 MÉDIAS 413 990 536 834 210 190 177 873 172 953 970 778 775 520 365 778 771 262 177 490 468 458 987 105 949 383 333 122 594 529 275 520 563 544 451 365 730 881 273 713 991 313 8 948 535 3 449 717 4 787 955 4 4 5 3 18 3 2 4 4 1 10 674 758 7 502 761 4 7 1 1 1 1 18 2000 420 015 521 844 183 198 185 209 987 944 303 891 967 300 188 701 944 351 185 420 406 434 915 221 046 400 339 496 033 618 151 298 556 505 393 889 022 999 193 741 947 643 8 976 390 3 429 818 4 831 448 4 4 5 3 18 3 2 4 4 2 10 663 379 7 521 919 4 8 1 1 1 1 18 2001 J A N .- A B R ./ QUADRIMESTRAIS J A N .- A B R ./ POLÍTICAS SOCIAIS anexos estatísticos 213 62,11 52,78 58,39 59,28 61,56 53,09 58,72 59,30 BH RE SA TOTAL 51,54 29,12 10,79 50-59 60-64 65 MAIS 39,58 58,74 52,83 38,22 59,09 53,51 CÔNJUGE FILHO OUTROS Fonte: IBGE/PME. Elaboração: IPEA/DISOC. 73,74 74,72 CHEFE FAMÍLIA OU 78,27 NA ANOS 78,80 POSIÇÃO 12 65,45 65,86 9-11 58,54 58,49 50,85 51,17 INSTRUÇÃO 5-8 DE 52,21 72,41 75,33 74,77 0-4 GRAU 11,25 71,65 40-49 MAIS 75,20 30-39 ANOS 29,69 74,32 25-29 65,21 65,10 18-24 28,70 28,99 15-17 ETÁRIA 43,92 43,35 FAIXA 76,67 77,20 MASCULINO FEMININO OU 61,37 61,34 PA (ANOS) 61,65 61,55 GÊNERO 56,02 56,35 1995 SP METROPOLITANA 1994 53,76 58,96 40,59 73,75 79,23 65,90 58,78 50,26 11,66 30,80 52,76 72,80 76,15 75,29 65,90 28,00 44,86 76,26 59,64 58,35 52,12 62,29 61,92 62,58 55,85 1996 ANUAIS 1997 52,46 57,07 40,51 72,26 78,12 65,09 57,29 48,36 11,46 30,62 52,13 72,13 75,99 75,36 64,32 24,43 44,29 74,66 58,53 57,28 51,53 61,69 60,99 61,03 54,96 MÉDIAS 53,05 57,01 40,89 71,13 77,41 64,70 57,24 46,70 11,58 29,83 51,37 71,48 76,09 75,75 64,42 23,64 44,53 73,70 58,18 56,05 52,90 61,31 61,03 60,20 54,97 1998 TAXA DE PARTICIPAÇÃO SEGUNDO CATEGORIAS SELECIONADAS - 1994/2001 RJ REGIÃO 4.2 CATEGORIAS TABELA 50,75 55,46 40,68 69,60 76,51 63,34 55,53 45,03 11,00 28,87 51,59 70,90 76,03 75,37 62,15 20,38 43,88 72,18 57,06 54,75 51,63 59,65 59,79 59,22 53,90 1999 49,59 56,31 42,83 70,11 77,01 63,95 56,35 44,59 11,08 29,25 53,50 72,49 76,99 76,35 63,67 19,37 45,23 72,67 58,02 56,87 51,66 61,11 60,65 60,36 54,40 2000 MÉDIAS 49,39 56,18 42,26 70,21 75,34 64,20 56,81 44,76 11,04 28,46 52,73 72,21 76,83 75,92 63,57 19,64 44,80 72,66 57,84 56,47 51,57 60,36 60,55 60,37 54,10 JAN .- ABR ./2000 47,56 54,90 41,84 69,17 76,17 62,35 55,26 43,18 10,69 28,54 52,40 72,09 76,02 75,74 61,85 17,24 43,98 71,74 56,45 55,10 49,36 59,12 58,48 59,05 53,00 JAN .- ABR ./2001 QUADRIMESTRAIS 214 anexos estatísticos POLÍTICAS SOCIAIS 1 050 504 1 001 187 15 975 034 1 024 891 989 879 15 600 408 RE SA 1 486 775 333 792 237 831 50-59 60-64 65 2 331 788 12 MAIS 3 599 424 9-11 OU 4 142 516 ANOS 5 526 679 INSTRUÇÃO 5-8 DE 0-4 GRAU 265 725 3 225 555 40-49 MAIS 4 524 538 30-39 ANOS 342 864 2 303 013 25-29 615 612 18-24 2 445 757 3 812 055 4 271 083 5 446 139 1 574 941 3 415 097 4 582 476 2 290 113 2 888 206 588 349 2 900 554 15-17 ETÁRIA 6 282 002 6 012 396 FAIXA 9 693 032 9 588 012 MASCULINO FEMININO GÊNERO OU 1 539 361 1 463 340 BH (ANOS) 1 341 531 1 350 540 PA TOTAL 6 905 456 6 710 434 SP 1995 4 136 996 1994 4 061 324 METROPOLITANA RJ REGIÃO 2 622 026 4 062 443 4 422 069 5 228 892 288 118 358 881 1 626 379 3 545 811 4 703 151 2 253 013 2 954 547 605 529 6 471 059 9 864 371 16 335 430 1 034 694 1 059 945 1 565 939 1 365 768 7 125 642 4 183 443 1996 1997 ANUAIS 2 761 281 4 313 935 4 386 951 4 920 843 301 501 371 315 1 671 668 3 669 120 4 694 572 2 232 959 2 904 732 537 143 6 554 669 9 828 342 16 383 012 1 027 897 1 070 805 1 646 928 1 376 345 7 096 645 4 164 392 MÉDIAS 2 843 629 4 573 661 4 449 702 4 474 137 317 053 370 668 1 682 573 3 692 407 4 591 651 2 251 607 2 935 883 499 288 6 612 221 9 728 907 16 341 129 1 018 061 1 087 271 1 646 489 1 386 049 7 043 288 4 159 970 1998 4.3 NÍVEL DE OCUPAÇÃO SEGUNDO CATEGORIAS SELECIONADAS - 1994/2001 CATEGORIAS TABELA 3 002 944 4 824 416 4 326 863 4 232 378 317 278 374 089 1 798 502 3 794 808 4 588 290 2 241 857 2 841 753 430 025 6 696 730 9 689 872 16 386 602 1 018 800 1 090 816 1 636 861 1 390 422 7 114 953 4 134 750 1999 3 229 986 5 327 524 4 404 945 4 120 479 335 285 391 735 1 946 477 3 997 451 4 691 202 2 277 449 3 042 619 400 713 7 053 691 10 029 243 17 082 934 1 092 500 1 122 464 1 724 113 1 445 778 7 446 779 4 251 300 2000 3 107 505 5 183 932 4 346 636 4 104 568 327 006 374 850 1 878 743 3 912 669 4 679 852 2 234 840 2 935 708 398 974 6 821 808 9 920 833 16 742 641 1 056 819 1 115 368 1 673 846 1 417 824 7 325 970 4 152 813 JAN .- ABR ./2000 MÉDIAS 3 239 158 5 469 806 4 375 776 3 999 913 335 586 393 707 1 988 150 4 078 434 4 678 909 2 259 273 2 990 711 359 883 7 011 508 10 073 145 17 084 653 1 084 904 1 097 040 1 701 748 1 433 849 7 529 122 4 237 991 JAN .- ABR ./2001 QUADRIMESTRAIS POLÍTICAS SOCIAIS anexos estatísticos 215 PÚBLICA 163 627 1 108 262 2 440 445 6 166 619 1 531 924 121 401 1 294 960 170 080 2 358 312 5 877 612 1 545 485 121 841 1 281 504 COMÉRCIO SERVIÇOS ADMINISTRAÇÃO 3 847 728 3 507 169 716 085 160 941 3 389 385 656 849 161 673 EMPREGADOR IGNORADO PRÓPRIA Fonte: IBGE/PME. Elaboração : IPEA/DISOC. CONTA CARTEIRA SEM 7 743 111 OCUPAÇÃO 3 693 913 NA CARTEIRA COM 7 698 589 POSIÇÃO OUTROS AGROPECUÁRIA PÚBLICA UTILIDADE 31 986 3 115 809 1 129 093 DE CIVIL IND. CONSTRUÇÃO SERV. TRANSFORMAÇÃO MINERAL DE INDÚSTRIA DE EXTRATIVA SETOR 37 455 928 735 926 374 3 079 025 3 944 979 3 780 921 FILHO ATIVIDADE 2 920 855 OUTROS 8 180 465 1995 2 818 883 1994 8 074 229 FAMÍLIA CÔNJUGE NA CHEFE POSIÇÃO CATEGORIAS 179 253 752 617 3 720 662 4 050 282 7 632 617 1 328 828 105 053 1 602 481 6 470 735 2 503 514 1 160 477 155 741 2 979 089 29 513 976 492 4 037 798 3 036 707 8 284 433 1996 1997 ANUAIS 163 865 739 232 3 810 842 4 065 808 7 603 265 1 370 278 98 374 1 606 916 6 587 973 2 527 574 1 146 879 149 253 2 864 626 31 139 942 347 4 060 868 3 059 794 8 320 003 MÉDIAS 164 224 741 463 3 783 837 4 156 111 7 495 494 1 404 086 90 610 1 582 416 6 737 359 2 474 687 1 152 583 141 370 2 731 099 26 919 989 448 4 050 628 3 083 731 8 217 322 1998 161 461 747 718 3 856 262 4 324 804 7 296 358 1 418 705 86 018 1 632 376 6 838 064 2 460 617 1 128 651 141 188 2 655 605 25 379 942 427 4 064 468 3 097 979 8 280 354 1999 165 059 771 270 3 986 839 4 703 301 7 456 465 1 452 993 83 552 1 734 001 7 148 417 2 601 358 1 151 716 139 752 2 745 307 25 838 912 621 4 221 322 3 330 073 8 618 918 2000 169 022 735 124 3 907 997 4 610 264 7 320 233 1 443 945 86 710 1 715 989 6 983 969 2 499 771 1 133 567 146 447 2 706 148 26 095 893 458 4 106 336 3 241 864 8 500 983 JAN .- ABR ./2000 MÉDIAS 144 835 724 264 3 963 233 4 588 874 7 663 447 1 492 423 93 766 1 747 241 7 183 781 2 524 106 1 116 151 147 228 2 751 466 28 489 876 178 4 293 523 3 274 217 8 640 735 JAN .- ABR ./2001 QUADRIMESTRAIS 216 anexos estatísticos POLÍTICAS SOCIAIS METROPOLITANA DE OU MAIS INSTRUÇÃO Fonte: : IBGE/PME. Elaboração: IPEA/DISOC. OUTROS FILHO CÔNJUGE CHEFE POSIÇÃO NA FAMÍLIA 0-4 5-8 9-11 12 ANOS DE OU MAIS GRAU (ANOS) 15-17 18-24 25-29 30-39 40-49 50-59 60-64 65 ANOS CIVIL TRANSFORMAÇÃO FAIXA ETÁRIA FEMININO MASCULINO GÊNERO OUTRAS SERVIÇOS COMÉRCIO CONSTRUÇÃO IND. SETOR DE ATIVIDADE TOTAL SA RE B H PA SP RJ REGIÃO 2,95 2,87 8,97 5,67 6,68 3,57 6,47 5,60 2,24 10,88 9,23 5,44 3,60 2,13 1,64 1,25 0,91 4,53 4,84 5,85 5,45 5,04 4,64 0,77 3,42 5,17 4,47 3,78 5,46 6,73 4,65 1995 3,22 3,11 9,72 4,03 7,03 6,00 2,41 12,01 9,72 6,18 3,77 2,45 1,60 0,89 0,82 4,82 5,45 6,25 6,03 5,42 5,05 0,80 4,11 5,42 4,13 4,29 6,81 7,06 5,06 1994 7,25 3,42 3,79 10,02 4,15 7,30 6,61 2,85 13,09 10,49 6,20 4,29 2,78 1,87 1,25 1,23 5,01 6,08 6,90 5,94 6,02 5,50 0,79 3,65 6,29 5,92 4,64 5,66 6,84 5,43 1996 MÉDIAS 7,08 3,70 3,90 10,36 4,46 7,65 6,84 2,66 13,90 10,94 6,65 4,48 3,04 2,25 1,23 1,23 5,28 6,26 7,05 6,23 6,37 5,76 0,92 3,73 6,60 5,47 5,09 5,89 7,73 5,67 1997 ANUAIS 9,29 5,05 5,43 13,42 6,11 9,62 9,13 4,03 18,31 14,00 8,73 6,12 4,34 3,30 2,37 1,32 7,09 8,34 9,09 8,88 7,98 7,74 1,12 5,41 8,59 7,28 7,18 8,69 9,27 7,60 1998 9,10 5,04 5,19 13,45 5,94 9,27 9,39 4,04 17,86 14,53 8,36 6,00 4,52 3,48 2,55 1,85 7,03 8,26 8,33 9,32 8,07 7,76 1,16 5,40 8,30 7,23 7,69 8,17 9,94 7,53 1999 4.4 TAXA DE DESEMPREGO ABERTO SEGUNDO CATEGORIAS SELECIONADAS - 1994/2001 CATEGORIAS TABELA 9,04 4,58 5,16 12,85 5,42 8,43 9,17 3,80 16,92 13,98 8,11 5,57 4,25 3,10 1,77 1,75 6,46 8,01 7,56 8,59 7,40 7,43 1,16 5,25 7,45 7,17 7,78 7,88 9,79 7,11 2000 MÉDIAS 9,86 5,00 6,03 14,23 5,97 9,04 10,18 4,75 18,63 15,35 9,10 6,17 4,70 3,65 2,20 2,01 7,06 9,08 8,48 9,21 8,31 8,15 1,29 5,91 8,31 7,75 8,78 7,87 11,25 7,89 JAN .- ABR ./2000 7,54 3,74 4,54 11,12 4,46 7,16 7,90 3,19 14,40 12,19 7,20 4,82 3,38 2,88 1,62 1,22 5,53 6,78 6,40 7,53 6,44 6,18 1,14 4,12 6,07 5,79 7,73 7,33 9,52 6,05 JAN .- ABR ./2001 QUADRIMESTRAIS POLÍTICAS SOCIAIS anexos estatísticos 217 869,20 587,28 537,63 334,36 359,22 664,93 PA BH RE SA TOTAL 1995 INPC. 724,59 378,70 381,96 604,19 688,13 919,55 626,62 Fonte: IBGE/PME. Elaboração : IPEA/DISOC. Nota: A preços de janeiro de 2000, deflacionada pelo 557,54 1994 761,84 408,03 429,25 626,67 708,16 940,00 697,96 1996 767,61 438,94 456,08 649,97 728,56 929,38 713,58 1997 MÉDIAS ANUAIS 765,31 438,54 439,56 633,16 720,25 940,50 701,09 1998 RENDA REAL MÉDIA SEGUNDO REGIÃO METROPOLITANA - 1994/2001 SP METROPOLITANA 4.5 RJ REGIÃO TABELA 722,65 428,26 429,66 611,62 669,30 874,39 673,09 1999 718,64 436,38 453,51 607,78 679,18 864,71 663,10 2000 706,02 433,96 446,80 594,57 676,58 857,85 630,83 JAN.-ABR./2000 700,15 416,80 442,00 572,25 649,75 849,40 641,93 JAN.-ABR./2001 MÉDIAS QUADRIMESTRAIS 218 anexos estatísticos POLÍTICAS SOCIAIS 4.6 (1 294) (43 819) NORDESTE SUDESTE (1 112) (7 714) (3 758) (8 481) ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA AGROPECUÁRIA Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego/CAGED. Elaboração : IPEA/DISOC. OUTROS/IGNORADOS (51 988) 61 138 SERVIÇOS (1 494) (76 723) (57 896) 65 569 COMÉRCIO (64 201) (24 366) (300 669) (3 304) (13 875) 13 496 (21 752) (133 148) (1 081) 16 109 (83 672) (438 782) (35 240) (10 184) (581 753) 1998 CONSTRUÇÃO CIVIL SERV. IND. DE UTILIDADE PÚBLICA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO EXTRATIVA MINERAL SETOR DE ATIVIDADE CENTRO-OESTE (649) (6 078) NORTE SUL (35 731) BRASIL 1997 ANO 471 (119 551) 9 176 14 902 14 576 (113 143) (15 999) 14 899 (1 332) (10 971) (3 924) (156 893) (20 657) (3 556) (196 001) 1999 5 564 9 795 3 182 283 928 175 472 (1 627) (15 290) 192 863 3 709 47 839 111 714 359 945 102 549 35 549 657 596 2000 3 658 25 189 19 566 108 226 33 384 17 402 (4 841) 80 683 1 124 36 128 83 682 169 574 (15 737) 10 744 284 391 JAN.-ABR./2000 QUADRIMESTRE VARIAÇÃO DO NÍVEL DE EMPREGO SEGUNDO SETOR DE ATIVIDADE - BRASIL E GRANDES REGIÕES - 1997/2001 SETOR DE ATIVIDADE TABELA 889 21 778 20 854 146 443 20 986 25 456 312 65 810 992 41 705 91 046 194 574 (32 994) 9 189 303 520 JAN.-ABR./2001 POLÍTICAS SOCIAIS anexos estatísticos 219 8 422 007 IND. DE 4,81 0,30 25 194 1,06 34,74 22,86 11,54 0,73 23,50 0,46 6,23 18,30 61,25 11,49 2,73 100,00 (%) 404 772 89 559 Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego/CAGED. Elaboração: IPEA/DISOC. O U T R O S/ I G N O R A D O S AGROPECUÁRIA ADMINISTRAÇÃO 2 926 184 PÚBLICA 61 502 971 788 1 925 543 UTILIDADE SERVIÇOS CIVIL 38 646 1 978 819 COMÉRCIO CONSTRUÇÃO SERV. TRANSFORMAÇÃO MINERAL DE ATIVIDADE INDÚSTRIA DE EXTRATIVA SETOR 524 339 1 541 376 SUL CENTRO-OESTE 5 158 153 SUDESTE 967 887 PÚBLICA 1997 ADMISSÕES NORDESTE ATIVIDADE 1998 13 652 350 034 99 322 2 895 248 1 919 973 1 002 432 52 323 1 701 536 32 871 555 490 1 499 343 4 773 596 991 034 247 928 8 067 391 ADMISSÕES 0,17 4,34 1,23 35,89 23,80 12,43 0,65 21,09 0,41 6,89 18,59 59,17 12,28 3,07 100,00 (%) ANO 1999 19 609 457 624 86 262 2 940 430 1 882 359 919 971 50 091 1 794 460 30 619 567 892 1 584 864 4 794 303 986 835 247 531 8 181 425 ADMISSÕES 0,24 5,59 1,05 35,94 23,01 11,24 0,61 21,93 0,37 6,94 19,37 58,60 12,06 3,03 100,00 (%) 2000 10 287 840 289 79 794 3 426 286 2 109 061 1 052 518 46 848 2 066 171 36 878 698 716 1 885 609 5 588 352 1 183 801 311 654 9 668 132 ADMISSÕES 0,11 8,69 0,83 35,44 21,81 10,89 0,48 21,37 0,38 7,23 19,50 57,80 12,24 3,22 100,00 (%) 5 336 202 816 42 784 1 141 048 702 434 326 824 17 154 693 988 13 245 230 141 672 069 1 794 830 352 471 96 118 3 145 629 0,17 6,45 1,36 36,27 22,33 10,39 0,55 22,06 0,42 7,32 21,37 57,06 11,21 3,06 100,00 (%) JAN .- ABR ./2000 ADMISSÕES 2 761 267 340 48 574 1 308 204 758 951 386 582 20 527 760 150 12 264 281 308 753 738 2 006 787 411 690 111 830 3 565 353 ADMISSÕES 0,08 7,50 1,36 36,69 21,29 10,84 0,58 21,32 0,34 7,89 21,14 56,29 11,55 3,14 100,00 (%) JAN .- ABR ./2001 QUADRIMESTRE QUANTIDADE E PROPORÇÃO DE ADMISSÕES SEGUNDO SETOR DE ATIVIDADE - BRASIL E GRANDES REGIÕES - 1997/2001 230 252 DE 4.7 NORTE BRASIL SETOR TABELA 220 anexos estatísticos POLÍTICAS SOCIAIS DE 39 2 111 83 958 1 859 2 865 97 408 33 8 457 236 969 5 201 1 542 508 TAXA DE TAXA MÃO-DE-OBRA ADMISSÃO 5 ADERÊNCIA4 DE COBERTURA 0,47 24,97 0,98 11,33 21,99 33,87 1,15 4,83 0,40 36 2 002 76 1 066 1 977 2 971 100 402 14 8 649 258 1 026 5 212 1 583 569 175 205 689 633 869 971 816 022 764 144 112 274 378 015 365 DESLIGAMENTOS Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego/Departamento de Emprego e Salário. Elaboração: IPEA/DISOC. Notas: 1Os dados de 2001 referem-se ao período de janeiro a março. 2 Segurados/requerentes. 3 Segurados/demitidos sem justa causa. 4 Colocados/vagas captadas (total). 5Colocados/admitidos segundo CAGED. DE TAXA INTERMEDIAÇÃO DE DE TAXA (%) 100,00 2,79 11,46 61,51 18,23 6,01 1998 (%) 0,42 23,15 0,89 12,33 22,87 34,36 1,17 4,65 0,17 100,00 2,98 11,87 60,26 18,30 6,58 ANO 31 1 779 66 1 033 1 867 2 925 77 577 19 8 377 251 1 007 4 951 1 588 578 951 561 090 114 783 528 086 175 138 426 087 492 196 788 863 DESLIGAMENTOS 1999 (%) 0,38 21,24 0,79 12,33 22,30 34,92 0,92 6,89 0,23 100,00 3,00 12,03 59,10 18,97 6,91 33 1 873 62 1 054 1 933 3 142 76 830 4 9 010 276 1 081 5 228 1 773 650 169 308 138 145 589 358 612 494 723 536 105 252 407 895 877 DESLIGAMENTOS 2000 (%) 0,37 20,79 0,69 11,70 21,46 34,87 0,85 9,22 0,05 100,00 3,06 12,00 58,03 19,69 7,22 12 613 21 309 669 1 032 23 177 1 2 861 85 368 1 625 588 194 121 305 995 422 050 822 218 627 678 238 374 208 256 387 013 DESLIGAMENTOS JAN .- ABR ./2000 (%) 46,7 1,9 99,2 63,4 1996 45,5 2,5 99,4 65,5 1997 46,9 3,6 99,1 65,6 1998 ANO 40,5 5,2 97,7 67,2 1999 45,4 6,0 98,0 61,6 2000 0,42 21,43 0,77 10,81 23,38 36,10 0,81 6,21 0,06 100,00 2,98 12,87 56,80 20,56 6,78 11 694 20 361 737 1 161 27 245 1 3 261 102 444 1 812 662 239 272 340 215 126 965 761 720 562 872 833 641 684 213 692 603 (%) 0,35 21,29 0,62 11,07 22,62 35,62 0,85 7,53 0,06 100,00 3,15 13,63 55,56 20,32 7,35 46,2 6,0 95,6 50,6 2001 1 DESLIGAMENTOS JAN .- ABR ./2001 QUADRIMESTRES INDICADORES DE DESEMPENHO DO PROGRAMA NOVO EMPREGO E SEGURO-DESEMPREGO - BRASIL - 1996/2001 EFETIVA3 HABILITAÇÃO2 4.9 S E G U R O- D E S E M P R E G O INDICADORES TABELA 727 967 254 292 974 046 273 530 675 738 330 181 972 025 230 DESLIGAMENTOS Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego/CAGED. Elaboração : IPEA/DISOC. PÚBLICA ATIVIDADE UTILIDADE PÚBLICA O U T R O S/ I G N O R A D O S AGROPECUÁRIA ADMINISTRAÇÃO SERVIÇOS COMÉRCIO DE TRANSFORMAÇÃO CIVIL IND. CONSTRUÇÃO SERV. MINERAL ATIVIDADE DE DE EXTRATIVA INDÚSTRIA SETOR CENTRO-OESTE SUL SUDESTE SETOR 1997 4.8 QUANTIDADE E PROPORÇÃO DE DESLIGAMENTOS SEGUNDO SETOR DE ATIVIDADE - BRASIL E GRANDES REGIÕES - 1997/2001 REGIÕES/ NORDESTE NORTE BRASIL GRANDES TABELA POLÍTICAS SOCIAIS anexos estatísticos 221 5.1 REGIÕES - 1996/1999 102 112 365 381 153 166 SUDESTE SUL CENTRO-OESTE ... ... 74 316 056 CENTRO-OESTE DIVERSOS ... SUL 121 794 ... NORDESTE SUDESTE ... 74 437 850 NORTE BRASIL SERVIÇOS ASSISTENCIAIS AO DEFICIENTE 258 548 996 CENTRO-OESTE DIVERSOS ... SUL 216 923 ... NORDESTE SUDESTE ... 258 765 919 NORTE BRASIL SERVIÇOS ASSISTENCIAIS À CRIANÇA 29 965 030 229 752 NORDESTE DIVERSOS2 127 638 30 943 079 1996 NORTE BRASIL SERVIÇOS ASSISTENCIAIS AO IDOSO SERVIÇOS, PROJETOS E PROGRAMAS TABELA 6 841 244 3 959 669 21 563 097 29 476 105 9 470 525 2 369 886 73 680 526 38 027 368 15 164 491 48 689 621 67 307 224 77 981 038 27 838 151 275 007 892 3 022 939 3 619 736 10 178 294 6 186 437 8 096 475 1 718 131 32 822 012 1997 1 326 023 3 495 520 21 302 927 33 231 898 11 219 641 2 619 648 73 195 657 2 372 595 17 882 184 58 548 735 75 505 472 80 843 448 28 251 903 263 404 337 1 658 782 3 113 861 9 204 147 7 692 343 8 173 258 1 926 923 31 769 314 1998 VALORES1 EXECUTADOS EM SERVIÇOS, PROJETOS E PROGRAMAS ASSISTENCIAIS - BRASIL E GRANDES ASSISTÊNCIA SOCIAL ... 3 593 562 18 559 364 32 743 107 12 294 443 2 700 395 69 890 871 ... 16 489 916 48 570 757 72 831 472 73 399 688 25 349 395 236 641 228 ... 2 943 950 7 717 339 7 223 627 9 697 931 1 714 536 29 297 383 1999 222 anexos estatísticos POLÍTICAS SOCIAIS 706 325 369 554 581 610 266 123 577 4 463 39 013 24 270 17 208 7 768 30 852 179 838 207 862 186 753 333 175 924 177 ... ... ... ... ... 175 924 177 121 694 4 214 35 680 20 883 19 051 9 210 32 654 1 260 564 ... ... ... ... 1 260 564 1996 Fonte: MPAS/AEPS. Notas: 1Valores corrigidos utilizando-se IGP/DI para julho de 1999. 2 Diversos corresponde a valores que não puderam ser discriminados por região. DIVERSOS CENTRO-OESTE SUL SUDESTE NORDESTE NORTE BRASIL ASSISTÊNCIA INTEGRAL À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE DIVERSOS CENTRO-OESTE SUL SUDESTE NORDESTE NORTE BRASIL BENEFÍCIOS DE PRESTAÇÃO CONTINUADA DIVERSOS CENTRO-OESTE SUL SUDESTE NORDESTE NORTE BRASIL ENFRENTAMENTO À POBREZA CENTRO-OESTE SUL SUDESTE NORDESTE NORTE BRASIL ERRADICAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL SERVIÇOS, PROJETOS E PROGRAMAS 563 373 133 401 132 642 880 774 472 682 145 061 491 923 103 888 4 725 33 026 30 560 13 007 6 545 16 023 774 699 332 603 609 287 245 993 892 750 ... ... ... ... ... 993 892 750 57 21 14 10 4 1 5 19 172 781 ... ... ... ... 19 172 781 1997 103 7 33 29 12 7 13 629 888 213 045 516 675 290 577 850 401 153 348 185 639 1 375 934 048 ... ... ... ... ... 1 375 934 048 86 646 377 9 736 924 301 780 682 022 1 450 487 3 812 080 70 663 086 47 852 091 ... ... ... ... 47 852 091 1998 181 662 334 044 510 629 46 6 13 14 7 3 301 805 798 706 008 983 1 654 796 141 495 723 037 511 237 138 938 140 089 50 10 10 11 10 7 89 731 710 80 007 3 766 5 196 578 014 075 943 208 338 ... 888 104 261 091 243 189 ... 433 322 605 691 623 193 ... 458 156 345 637 078 ... 1999 POLÍTICAS SOCIAIS anexos estatísticos 223 5.2 CENTRO-OESTE SUL SUDESTE NORDESTE NORTE BRASIL ERRADICAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL CENTRO-OESTE SUL SUDESTE NORDESTE NORTE BRASIL SERVIÇOS ASSISTENCIAIS AO DEFICIENTE CENTRO-OESTE SUL SUDESTE NORDESTE NORTE BRASIL SERVIÇOS ASSISTENCIAIS À CRIANÇA CENTRO-OESTE SUL SUDESTE NORDESTE NORTE BRASIL SERVIÇOS ASSISTENCIAIS AO IDOSO 520 349 341 469 639 722 985 111 314 549 032 979 878 129 466 131 871 281 117 200 263 106 872 4 750 0 5 315 112 5 16 48 35 6 1 309 175 502 281 266 84 235 19 74 16 97 28 1998 146 4 131 4 1 5 120 5 20 47 41 5 1 371 239 472 284 280 94 264 26 72 26 105 34 814 052 240 800 250 472 418 238 905 017 705 553 859 541 422 608 757 531 909 092 019 230 776 792 1999 PROGRAMAS ASSISTENCIAIS - BRASIL E GRANDES REGIÕES - 1998/1999 SERVIÇOS, PROJETOS E PROGRAMAS TABELA QUANTIDADE DE FAMÍLIAS ATENDIDAS1 NOS SERVIÇOS, PROJETOS E 224 anexos estatísticos POLÍTICAS SOCIAIS ABRIGO 87 952 SUL 1 347 69 074 SUDESTE 71 795 CENTRO-OESTE 3 770 3 588 1 465 SUL CENTRO-OESTE 32 781 CENTRO-OESTE 17 101 28 212 66 864 Fonte: MPAS/AEPS. Nota: 1Cada família atendida equivale a um benefício, exceto nos casos em que a família recebe dois ou mais benefícios. Nesse caso, a família é contada apenas uma vez. 70 617 138 707 SUDESTE SUL 18 758 67 642 129 303 NORDESTE 202 330 NORTE 35 702 403 357 BRASIL 1 837 4 256 4 328 SUDESTE BCC 8 215 7 832 NORDESTE 1 646 2 846 NORTE ASS INTEGRAL À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE 19 724 20 059 BRASIL 149 774 113 780 69 632 ASS INTEGRAL À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE 302 404 253 093 SUDESTE SUL 149 338 305 573 379 378 NORDESTE 1 020 869 NORTE 74 401 848 299 BRASIL BENEFÍCIOS DE PRESTAÇÃO CONTINUADA 978 1 417 179 321 NORDESTE 107 898 1 506 10 235 125 183 CENTRO-OESTE 15 483 569 428 1999 BRASIL 1998 NORTE ENFRENTAMENTO À POBREZA SERVIÇOS, PROJETOS E PROGRAMAS POLÍTICAS SOCIAIS anexos estatísticos 225 ETÁRIA E QUE MAIOR MAIOR 24 QUE QUE A 15 MAIOR MAIOR INFERIOR A 1/2 SALÁRIO MÍNIMO ANOS 20,51 22,98 60 67 39,13 44,71 53,58 58,03 ANOS ANOS ANOS POPULAÇÃO 1 293 942 67 4 100 564 14 617 566 12 816 127 2 640 266 ETÁRIA 60 TOTAL FAIXA 10 857 017 ANOS POR ANOS ANOS ANOS 17 14 6 A A 15 A 0 7 DA QUE A PROPORÇÃO 24 A PESSOAS RENDA ANOS ANOS 17 14 6 15 A 15 A 0 7 DE 6 310 220 ANOS 67 COM QUE MAIOR 11 490 032 60 POPULAÇÃO QUE MAIOR 27 748 609 9 170 951 27 283 127 22 086 152 1992 SELECIONADAS - BRASIL - 1992/1997 ANOS ANOS ANOS QUANTIDADE 24 A 15 RENDA 5.3 TOTAL ANOS 17 14 6 A A 15 A 0 7 POPULAÇÃO FAIXA TABELA 19,80 20,40 36,97 41,49 50,03 54,31 1 282 513 2 408 200 10 344 222 3 906 969 13 818 310 11 984 709 6 476 922 11 806 550 27 977 320 9 416 976 27 618 193 22 065 357 1993 7,23 8,45 23,28 26,84 35,47 41,27 514 432 1 075 167 6 701 879 2 696 808 9 804 938 8 826 359 7 115 003 12 719 198 28 784 131 10 047 125 27 639 675 21 386 636 1995 9,29 10,28 24,74 28,25 36,93 41,28 688 469 1 363 350 7 388 733 2 919 768 10 083 199 8 616 150 7 411 236 13 267 022 29 870 178 10 335 995 27 303 906 20 870 125 1996 8,78 9,87 25,03 28,48 36,63 41,91 672 838 1 332 261 7 519 095 2 961 325 9 839 824 8 897 781 7 664 780 13 501 830 30 034 441 10 399 484 26 863 331 21 231 045 1997 1998 7,64 9,26 25,87 29,78 38,42 44,37 609 815 1 288 474 7 985 646 3 130 956 10 143 184 9 360 689 7 980 167 13 914 371 30 864 373 10 513 674 26 400 307 21 096 495 POPULAÇÃO POTENCIALMENTE USUÁRIA DE SERVIÇOS DA ASSISTÊNCIA SOCIAL, SEGUNDO FAIXAS ETÁRIAS 7,80 9,32 27,64 32,06 40,08 45,54 653 589 1 352 134 8 668 694 3 330 879 10 516 742 9 562 728 8 383 514 14 512 803 31 366 081 10 388 224 26 236 508 20 999 559 1999 226 anexos estatísticos POLÍTICAS SOCIAIS QUE MAIOR QUE QUE MAIOR MAIOR SALÁRIO MÍNIMO 7 633 783 5 207 401 2 024 041 8 042 990 7,06 4,90 60 67 ANOS 18,77 22,07 29,48 34,56 ANOS ANOS ANOS POPULAÇÃO 309 296 TOTAL DE ETÁRIA 67 ¼ 4,20 5,10 16,81 19,44 25,80 31,18 272 243 602 609 4 703 549 1 831 051 7 124 551 6 880 093 1993 1,80 2,32 9,61 10,77 15,73 20,88 127 879 295 391 2 766 163 1 081 628 4 346 363 4 466 374 1995 2,40 3,04 10,84 12,15 17,49 21,41 177 545 402 862 3 239 275 1 255 874 4 775 027 4 468 238 1996 1,97 2,72 10,65 12,09 17,10 21,68 151 189 366 720 3 198 584 1 257 498 4 592 517 4 603 007 1997 1,92 2,62 11,25 12,80 17,90 23,31 153 080 364 761 3 472 347 1 345 542 4 725 451 4 918 529 1998 1,63 2,36 11,55 13,78 18,21 23,39 136 715 342 031 3 624 177 1 431 625 4 778 189 4 911 470 1999 Fonte: IBGE/Microdados PNAD. Elaboração: IPEA/DISOC. Obs.:1Na população com idade de 67 ou mais considerou-se apenas a população que declarou não receber benefício de aposentadoria ou pensão da previdência porque pessoas que recebem benefício previdenciário não se qualificam a benefício assistencial adicional e porque aqueles que já recebem benefício assistencial BPC-Idoso declaram receber aposentadoria ou pensão. 2 A renda considerada é a renda familiar per capita. 3 A PNAD não foi realizada em 1994. 24 A 15 17 14 A FAIXA 811 367 ANOS POR INFERIOR 1992 60 ANOS ANOS A A 7 6 15 A 0 DA QUE MAIOR PROPORÇÃO 24 A 15 ANOS ANOS ANOS 17 14 6 A A 15 A 0 DE 7 RENDA COM POPULAÇÃO QUANTIDADE PESSOAS RENDA ETÁRIA E FAIXA POLÍTICAS SOCIAIS anexos estatísticos 227 ETÁRIA FAIXA 5.4 10-13 14-15 16-17 10-17 10-13 14-15 16-17 10-17 10-13 14-15 16-17 10-17 10-13 14-15 16-17 10-17 10-13 14-15 16-17 10-17 (A N O S) Fonte: IBGE/Microdados Elaboração: IPEA/DISOC. 10-17 10-13 14-15 16-17 C E N T R O-O E S T E SUL SUDESTE NORDESTE NORTE BRASIL REGIÃO TABELA PNAD. 10H 13,35 1,51 33,30 18,01 10,80 18,07 28,81 13,95 7,02 12,34 45,69 32,06 18,23 30,75 32,82 14,37 8,71 15,86 38,24 21,40 11,44 20,61 10 1996 26,03 12,89 7,75 ENTRE 2,58 1,46 1,04 1,62 1,42 1,22 1,37 4,26 2,02 1,24 1,93 1,86 1,22 0,83 1,26 0,27 1,07 1,54 1,11 2,33 1,54 1,10 1,52 MENOS E 20H 20H 85,14 71,40 85,64 91,21 65,09 80,57 87,98 80,56 66,93 84,02 91,74 85,73 52,45 66,72 80,93 67,99 66,91 84,56 89,75 83,03 59,43 77,06 87,46 77,87 MAIS 10H 1,81 2,45 2,33 1,24 2,38 1,56 1,62 1,76 3,44 2,11 1,75 2,10 1,64 1,55 1,45 1,54 2,18 0,60 1,87 1,55 2,18 1,74 1,60 1,78 MENOS ENTRE E 16,76 33,41 17,16 9,85 43,23 21,10 10,62 21,07 37,89 18,25 9,52 16,28 49,83 35,14 22,48 35,14 35,88 19,02 10,70 19,60 44,82 25,14 14,02 24,70 10 1997 20H 20H 81,42 64,14 80,52 88,91 54,39 77,34 87,76 77,17 58,67 79,65 88,72 81,62 48,53 63,31 76,06 63,31 61,93 80,38 87,43 78,85 53,00 73,12 84,38 73,52 MAIS POR HORAS TRABALHADAS - BRASIL E GRANDES REGIÕES - 1996/1999 10H 1,63 4,27 1,16 1,01 2,57 2,60 2,04 2,31 3,52 1,53 1,34 1,67 1,87 1,26 0,97 1,35 3,62 0,85 1,34 1,87 2,49 1,52 1,31 1,65 MENOS 10 12,17 36,35 18,67 1,07 43,00 26,37 12,56 22,85 41,61 19,49 9,43 16,25 50,30 35,74 24,42 36,22 41,42 18,88 8,28 21,09 E 1998 46,49 27,31 14,04 25,43 ENTRE 20H 20H 72,93 59,38 80,17 73,66 54,43 71,03 85,39 74,84 54,86 78,98 89,23 82,08 47,83 63,00 74,60 62,43 54,96 80,27 90,38 77,05 51,02 71,17 82,51 71,90 MAIS 10H 1,81 1,41 2,31 1,68 1,27 2,04 1,28 1,48 5,57 3,14 1,29 2,44 1,63 1,85 1,19 1,52 4,63 1,90 0,25 2,04 2,43 2,30 1,23 1,83 MENOS ENTRE E 18,70 36,49 21,94 9,84 41,46 25,91 13,48 22,49 37,24 20,61 10,77 17,41 61,97 43,41 27,07 43,47 47,24 26,29 12,40 26,83 52,69 31,53 16,87 29,89 10 1999 TRABALHO INFANTIL E JUVENIL - PROPORÇÃO DE OCUPADOS COM IDADE ENTRE 10 E 17 ANOS SEGUNDO FAIXAS ETÁRIAS 20H 20H 79,49 62,11 75,75 88,48 57,27 72,05 85,24 76,03 57,19 76,25 87,94 80,15 36,40 54,74 71,74 55,01 48,13 71,81 87,35 71,13 44,88 66,17 81,90 68,28 MAIS 228 anexos estatísticos POLÍTICAS SOCIAIS CENTRO-OESTE SUL SUDESTE NORDESTE NORTE BRASIL REGIÃO TABELA 88,22 68,26 49,90 73,53 16-17 10-17 69,95 10-17 14-15 42,04 16-17 10-13 62,45 76,97 10-17 87,23 49,78 16-17 14-15 73,47 10-13 92,82 72,25 14-15 53,11 16-17 10-17 10-13 83,51 68,29 81,32 10-13 62,60 16-17 10-17 14-15 91,64 79,01 50,55 74,44 16-17 10-17 10-13 70,22 14-15 88,52 14-15 INATIVO 20,68 40,09 23,42 9,42 25,93 50,08 31,52 11,47 18,07 40,05 20,36 5,56 25,06 41,45 28,25 15,52 15,26 29,92 17,48 6,94 41,30 21,50 24,52 10,08 OCUPADO 1996 5,80 10,01 8,32 2,36 4,11 7,88 6,03 1,30 4,96 10,17 6,17 1,62 2,69 5,44 3,46 0,97 3,42 7,48 3,50 1,41 8,15 4,06 5,26 1,40 DESOCUPADO 74,53 48,71 69,52 90,09 70,95 45,41 62,76 88,25 77,64 52,04 73,42 93,41 71,61 53,53 67,26 82,48 77,10 57,04 71,72 89,64 51,61 74,46 69,53 88,55 INATIVO 20,72 41,77 24,15 8,38 24,25 44,72 30,28 10,66 17,07 36,98 19,84 5,09 25,37 40,11 28,91 16,51 18,35 33,68 21,52 9,28 39,24 21,15 24,67 10,19 OCUPADO 1997 4,75 9,52 6,33 1,52 4,81 9,87 6,96 1,09 5,29 10,98 6,74 1,50 3,02 6,36 3,83 1,01 4,55 9,27 6,77 1,09 9,15 4,39 5,80 1,26 DESOCUPADO 74,23 49,59 67,08 90,37 72,39 44,56 67,05 89,30 78,98 53,26 75,55 94,73 71,84 53,48 67,29 82,98 78,06 60,11 75,50 88,42 52,24 75,34 71,10 89,38 INATIVO 19,94 39,42 24,34 7,80 22,25 44,44 25,45 9,32 14,78 33,59 16,26 3,80 24,95 38,81 29,06 16,21 17,25 28,97 19,37 10,26 36,89 19,65 22,43 9,37 OCUPADO 1998 5,83 11,00 8,59 1,82 5,35 11,00 7,50 1,38 6,25 13,16 8,19 1,47 3,21 7,71 3,65 0,81 4,69 10,92 5,13 1,32 10,87 5,01 6,47 1,25 DESOCUPADO 74,65 49,69 69,19 90,16 72,23 42,59 69,44 89,50 79,95 55,06 76,81 94,68 71,97 54,02 68,44 82,54 77,81 60,95 73,38 88,48 52,88 75,74 72,27 89,24 INATIVO OCUPAÇÃO SEGUNDO FAIXAS ETÁRIAS E FREQÜÊNCIA À ESCOLA - BRASIL E GRANDES REGIÕES - 1996/1999 TRABALHO INFANTIL E JUVENIL - PROPORÇÃO DE PESSOAS ENTRE 10 E 17 ANOS DE IDADE POR CONDIÇÃO DE 10-13 (A N O S) ETÁRIA FAIXA 5.5 1999 19,01 37,43 22,98 7,60 21,93 44,64 22,95 9,27 14,04 30,69 16,30 4,11 24,81 38,38 27,68 16,71 17,89 29,12 21,22 10,60 35,54 19,27 21,77 9,65 OCUPADO 6,33 12,88 7,82 2,24 5,84 12,77 7,61 1,23 6,01 14,25 6,90 1,22 3,22 7,60 3,87 0,74 4,30 9,93 5,40 0,92 11,58 4,99 5,96 1,11 DESOCUPADO POLÍTICAS SOCIAIS anexos estatísticos 229 ESCOLA FAIXA 72,99 57,28 78,73 16-17 10-17 PNAD. 89,09 77,13 10-17 14-15 51,60 16-17 10-13 68,97 82,03 10-17 88,54 56,48 16-17 14-15 77,47 10-13 93,57 14-15 62,39 78,09 16-17 10-17 10-13 85,30 73,73 10-17 10-13 66,79 84,30 16-17 14-15 92,35 80,01 10-17 81,45 58,40 16-17 10-13 75,09 14-15 89,81 14-15 INATIVO 10-13 (A N O S) ETÁRIA Fonte: IBGE/Microdados Elaboração: IPEA/DISOC. CENTRO-OESTE SUL SUDESTE NORDESTE NORTE BRASIL FREQÜENTAM REGIÃO 1996 16,04 33,05 18,88 8,62 19,51 40,70 25,63 10,32 13,76 34,05 16,78 4,88 19,57 32,03 23,15 13,80 12,75 25,99 15,47 6,37 16,48 33,68 20,01 8,87 OCUPADO 5,23 9,68 8,12 2,29 3,37 7,70 5,40 1,14 4,22 9,47 5,76 1,55 2,34 5,58 3,12 0,90 2,95 7,22 3,08 1,27 3,50 7,92 4,90 1,32 DESOCUPADO 80,02 56,03 74,17 91,15 76,57 52,86 67,65 88,86 81,91 57,38 77,29 94,01 76,33 60,61 71,05 84,07 81,00 62,55 75,20 90,60 79,20 57,95 73,66 89,64 INATIVO 1997 16,01 35,34 20,01 7,36 19,38 37,79 25,57 10,17 13,59 32,26 16,82 4,53 21,18 33,35 25,46 15,09 15,10 28,42 18,72 8,44 17,07 33,32 21,07 9,20 OCUPADO 3,97 8,63 5,81 1,48 4,05 9,35 6,78 0,97 4,50 10,36 5,89 1,46 2,50 6,04 3,49 0,84 3,90 9,04 6,08 0,96 3,73 8,73 5,27 1,16 DESOCUPADO 78,70 54,57 71,07 91,10 76,96 49,58 70,69 89,98 82,51 58,05 78,24 95,11 75,44 57,82 70,42 83,97 80,62 64,09 77,33 88,78 79,12 56,96 74,20 90,10 INATIVO 1998 16,34 34,99 21,21 7,22 18,28 38,98 22,39 8,73 11,82 29,13 13,50 3,56 21,88 34,96 26,15 15,30 15,17 24,94 17,82 10,01 16,42 32,33 19,48 8,76 OCUPADO 4,95 10,44 7,72 1,68 4,76 11,44 6,92 1,29 5,67 12,82 8,25 1,33 2,68 7,22 3,43 0,73 4,21 10,97 4,85 1,20 4,46 10,71 6,32 1,15 DESOCUPADO 78,50 53,98 72,63 90,84 76,44 47,52 71,80 89,86 83,26 59,09 79,70 95,07 75,01 58,44 70,66 83,25 80,73 65,49 76,23 88,90 79,16 57,31 74,96 89,80 INATIVO 1999 15,81 33,18 20,00 7,06 18,26 39,33 20,70 8,92 11,38 26,99 13,52 3,82 22,21 33,79 26,00 16,11 15,59 24,60 19,47 10,18 16,40 31,08 19,41 9,17 OCUPADO 5,69 12,84 7,37 2,10 5,30 13,16 7,49 1,22 5,37 13,92 6,79 1,11 2,77 7,77 3,34 0,64 3,69 9,91 4,29 0,91 4,44 11,60 5,64 1,03 DESOCUPADO 230 anexos estatísticos POLÍTICAS SOCIAIS POR MORTE 85 168 106 139 DE 14 240 701 341 INDENIZATÓRIOS 501 944 1 203 285 INVALIDEZ VITALÍCIAS DEFICIÊNCIA IDADE MENSAIS - RENDAS PORTADOR - - ASSISTENCIAIS IDOSO AMPAROS 1 203 285 AUXÍLIO- SUPLEMENTAR ASSISTENCIAIS 197 503 65 101 118 562 A U X Í L I O- ACIDENTE AUXÍLIO-DOENÇA PENSÃO APOSENTADORIAS 572 473 27 739 OUTROS ACIDENTÁRIOS 14 895 520 018 SALÁRIO- MATERNIDADE AUXÍLIO-DOENÇA ( LOAS) POR PENSÕES 4 235 420 2 319 869 MORTE 2 029 989 DE TEMPO CONTRIBUIÇÃO INVALIDEZ 4 786 846 9 136 704 IDADE APOSENTADORIAS 13 934 776 15 709 879 15 724 774 1995 16 056 667 281 459 446 1 126 727 304 227 41 992 346 219 1 472 946 98 520 210 110 72 605 121 453 88 748 591 436 21 595 20 214 532 516 4 394 420 2 591 991 2 033 998 4 843 234 9 469 223 14 437 968 16 498 192 16 518 406 1996 18 031 626 497 416 120 1 042 617 557 088 88 806 645 894 1 688 511 100 000 225 489 79 495 124 397 94 415 623 796 19 779 27 094 516 092 4 585 501 2 972 022 2 070 256 4 952 758 9 995 036 15 143 502 17 446 746 17 473 840 1997 19 169 585 197 374 301 959 498 641 268 207 031 848 299 1 807 797 98 202 235 570 82 688 126 249 98 789 641 498 14 224 34 175 506 254 4 714 454 3 182 979 2 114 690 5 147 524 10 445 193 15 714 300 18 148 589 18 182 764 1998 19 173 547 693 338 031 885 724 720 274 312 299 1 032 573 1 918 297 98 061 244 974 77 347 127 817 104 432 652 631 13 403 38 176 460 388 4 872 300 3 283 478 2 203 741 5 373 000 10 860 219 16 244 486 18 796 411 18 834 587 1999 TOTAL 18 879 509 643 303 138 812 781 806 720 403 207 1 209 927 2 022 708 98 322 253 760 77 144 128 841 110 963 669 030 15 080 132 862 492 084 5 030 850 3 350 935 2 251 069 5 589 251 11 191 255 16 862 131 19 439 886 19 572 748 QUANTIDADE E VALOR DE BENEFÍCIOS EMITIDOS NO INSS SEGUNDO ESPÉCIE - BRASIL - 1995/2000 SALÁRIO- MATERNIDADE PREVIDENCIÁRIOS TOTAL SEM QUANTIDADE TOTAL 6.1 ESPÉCIE TABELA PREVIDÊNCIA SOCIAL 18 879 311 165 150 526 461 691 806 720 403 207 1 209 927 1 671 618 98 322 249 249 71 787 124 377 102 442 646 177 13 192 110 462 426 432 3 433 826 3 345 274 1 835 892 1 577 124 6 758 290 10 742 202 12 968 414 13 078 876 URBANA 2000 - 198 478 152 612 351 090 - - - 351 090 - 4 511 5 357 4 464 8 521 22 853 1 888 22 400 65 652 1 597 024 5 661 415 177 4 012 127 4 432 965 6 119 929 6 471 472 6 493 872 RURAL POLÍTICAS SOCIAIS anexos estatísticos 231 SEM SALÁRIO-MATERNIDADE POR PENSÕES MORTE 23 209 479 39 415 503 VITALÍCIAS DEFICIÊNCIA 4 149 728 129 878 861 91 900 676 221 779 537 4 790 769 97 816 948 67 455 853 165 272 801 44 777 473 6 188 336 50 965 810 216 238 610 5 731 218 28 997 190 31 328 619 42 617 506 25 824 051 134 498 584 4 958 449 2 728 865 139 885 324 947 507 734 1 604 594 563 390 449 016 849 262 478 2 844 306 057 3 939 386 429 4 292 185 528 4 294 914 392 1996 5 373 520 91 910 991 61 160 589 153 071 580 82 075 537 13 075 556 95 151 092 248 222 672 6 482 602 33 841 327 36 440 660 44 405 448 28 934 087 150 104 123 4 682 763 3 708 617 148 072 731 1 017 231 965 1 870 266 752 407 709 178 877 413 031 3 155 388 961 4 329 085 037 4 729 076 735 4 732 785 352 1997 6 075 495 91 349 478 58 519 528 149 869 006 100 504 650 32 415 467 132 920 118 282 789 124 6 004 455 38 425 046 39 395 697 46 834 250 32 453 622 163 113 068 3 493 078 4 801 637 160 912 777 1 122 255 073 2 077 635 457 442 361 552 960 169 702 3 480 166 712 4 771 629 277 5 218 805 327 5 223 606 964 1998 5 307 308 74 652 638 46 153 606 120 806 243 98 524 577 42 640 086 141 164 662 261 970 906 5 241 293 36 318 113 33 363 802 41 838 680 31 090 352 147 852 240 2 818 408 4 585 859 142 784 899 1 032 280 957 1 870 028 553 415 815 164 876 507 571 3 162 351 288 4 344 821 412 4 755 366 007 4 759 951 866 1999 Fonte: MPAS/AEPS-Infologo 1999 Deflator: IGP-DI. Obs.: 1Indenizatórios referem-se a pensões mensais vitalícias. 2 Valores em R$ de dez. 1999. Posições de dez. do respectivo ano. 3 Por meio da Lei no 9 876/99 foi estendida a cobertura do salário-maternidade. Por isso, os valores da série histórica não são diretamente comparáveis. INDENIZATÓRIOS INVALIDEZ IDADE DE MENSAIS - RENDAS PORTADOR - - ASSISTENCIAIS 221 779 537 IDOSO AMPAROS ASSISTENCIAIS 6 278 946 24 999 741 A U X Í L I O- A C I D E N T E A U X Í L I O- S U P L E M E N T A R 25 220 878 A U X Í L I O-D O E N Ç A MORTE PENSÃO POR APOSENTADORIAS 119 124 547 5 889 252 OUTROS ACIDENTÁRIOS 1 852 398 125 303 317 916 806 465 1 354 157 408 S A L Á R I O- M A T E R N I D A D E (LOAS) CONTRIBUIÇÃO A U X Í L I O-D O E N Ç A DE 389 460 821 INVALIDEZ TEMPO 876 144 991 2 619 763 220 3 669 614 652 4 012 816 066 4 014 668 464 1995 IDADE APOSENTADORIAS PREVIDENCIÁRIOS TOTAL TOTAL VALOR ESPÉCIE 5 280 933 70 255 190 41 823 140 112 078 330 111 629 088 55 620 147 167 249 235 279 327 565 5 184 955 37 884 910 31 824 807 41 193 434 33 474 798 149 562 904 3 115 536 35 527 870 156 324 568 1 071 041 664 1 838 990 620 434 054 673 912 218 039 3 185 263 332 4 451 272 970 4 849 916 503 4 885 444 373 TOTAL 5 280 933 42 890 154 20 765 148 63 655 302 111 629 088 55 620 147 167 249 235 230 904 538 5 184 955 37 538 813 30 767 128 40 479 840 32 204 218 146 174 954 2 887 991 32 989 520 145 870 660 849 132 813 1 837 020 601 375 678 310 358 295 036 2 570 993 946 3 601 874 931 3 951 245 836 3 984 235 356 URBANA 2000 - 27 365 035 21 057 992 48 423 027 - - - 48 423 027 - 346 097 1 057 679 713 594 1 270 580 3 387 950 227 545 2 538 350 10 453 908 221 908 850 1 970 019 58 376 363 553 923 004 614 269 386 849 398 039 898 670 667 901 209 017 RURAL 232 anexos estatísticos POLÍTICAS SOCIAIS SEM SALÁRIO POR MORTE DE 3,52 0,98 0,68 0,85 - - - 0,85 2,41 3,66 4,68 2,53 1996/95 1,06 (0,40) (0,71) (0,53) - - - 1,86 (0,60) 0,53 0,96 0,20 0,35 0,28 (1,85) 2,98 0,20 0,31 0,98 0,02 0,10 0,30 0,30 0,46 0,42 QUANTIDADE 1,29 (2,06) (2,22) (2,12) - - - (0,21) (0,73) 1,33 2,02 0,68 0,94 1,08 (1,32) 3,94 0,97 0,28 1,54 0,02 (0,26) 0,71 0,61 0,58 0,58 VALOR 1997/96 1,03 (0,51) (0,79) (0,62) 6,93 9,29 7,21 1,22 0,13 0,61 0,79 0,20 0,53 0,46 (0,70) 2,84 (0,26) 0,36 1,22 0,15 0,19 0,46 0,41 0,52 0,48 QUANTIDADE 1,01 (0,50) (0,78) (0,62) 6,94 9,27 7,22 1,23 1,09 1,39 1,36 0,35 1,00 0,97 (0,46) 2,99 0,49 0,61 1,38 0,37 0,28 0,91 0,82 0,85 0,85 VALOR 0,53 (0,55) (0,84) (0,66) 1,26 11,09 2,61 0,59 (0,15) 0,37 0,33 0,12 0,39 0,24 (2,34) 2,18 (0,16) 0,23 0,59 0,18 0,33 0,38 0,31 0,37 0,34 2,46 0,72 0,86 0,92 0,71 0,79 0,86 0,85 0,86 0,86 VALOR 1,09 (0,05) (0,36) (0,17) 1,87 12,33 3,31 1,16 (0,61) 1,13 0,68 0,46 1,01 0,72 (2,12) 1998/97 QUANTIDADE Fonte: MPAS/AEPS. Obs.: 1 Indenizatórios referem-se a pensões mensais vitalícias. 2 Valores em R$ de dez. 1999. Posições de dez. do respectivo ano. 3 Por meio da Lei no 9 876/99 foi estendida a cobertura do salário-maternidade. Por isso, os valores da série histórica não são diretamente comparáveis. 1,37 (0,30) INDENIZATÓRIOS (0,54) (0,40) INVALIDEZ VITALÍCIAS DEFICIÊNCIA IDADE MENSAIS - RENDAS PORTADOR - (0,30) - ASSISTENCIAIS IDOSO AMPAROS ASSISTENCIAIS (0,12) 0,45 A U X Í L I O- A C I D E N T E A U X Í L I O- S U P L E M E N T A R 1,52 A U X Í L I O-D O E N Ç A MORTE 0,29 POR PENSÃO 2,87 3,22 (2,16) (3,64) 0,40 11,96 2,63 2,39 3,21 1,93 1,80 2,50 2,47 2,38 2,39 VALOR 7,04 0,33 LOAS 0,44 (0,12) APOSENTADORIAS ACIDENTÁRIOS OUTROS S A L Á R I O- M A T E R N I D A D E A U X Í L I O-D O E N Ç A PENSÃO 1,15 CONTRIBUIÇÃO TEMPO DE 0,05 0,34 0,35 0,28 INVALIDEZ MATERNIDADE 0,12 0,29 QUANTIDADE 1995/94 EMITIDOS PELO INSS, SEGUNDO ESPÉCIE - BRASIL - 1995/2000 1999/98 0,00 (0,53) (0,81) (0,64) 1,03 4,24 1,81 0,50 (0,01) 0,33 (0,54) 0,10 0,48 0,14 (0,48) 0,98 (0,75) 0,28 0,26 0,35 0,37 0,33 0,28 0,32 0,30 QUANTIDADE TAXAS DE CRESCIMENTO MENSAIS MÉDIAS DA QUANTIDADE E DO VALOR DE BENEFÍCIOS IDADE APOSENTADORIAS PREVIDENCIÁRIOS TOTAL TOTAL 6.2 ESPÉCIE TABELA (1,05) (1,52) (1,76) (1,62) (0,16) 2,63 0,52 (0,61) (1,06) (0,46) (1,28) (0,89) (0,35) (0,78) (1,61) (0,37) (0,94) (0,67) (0,83) (0,50) (0,73) (0,76) (0,75) (0,74) (0,74) VALOR (0,17) (0,77) (1,15) (0,92) 1,33 3,23 1,91 0,60 0,03 0,40 (0,03) 0,09 0,69 0,28 1,39 27,56 0,76 0,36 0,23 0,24 0,45 0,34 0,42 0,31 0,44 (0,04) (0,49) (0,78) (0,60) 1,11 2,54 1,54 0,55 (0,09) 0,36 (0,38) (0,13) 0,64 0,10 0,88 56,23 0,79 0,31 (0,14) 0,37 0,34 0,06 0,20 0,17 0,22 VALOR 2000/99 QUANTIDADE POLÍTICAS SOCIAIS anexos estatísticos 233 6.3 62,91 70,60 67,92 70,79 63,34 NORDESTE SUDESTE SUL CENTRO-OESTE 68,01 73,42 74,38 77,10 63,23 NORDESTE SUDESTE SUL CENTRO-OESTE 58,33 68,25 62,86 65,40 63,45 NORDESTE SUDESTE SUL CENTRO-OESTE 65,96 75,94 65,14 77,95 67,54 70,68 66,71 81,03 76,40 79,38 69,92 77,28 66,34 78,26 70,11 78,61 68,68 73,68 1993 70,17 78,40 66,95 81,23 77,07 73,23 69,45 82,41 79,27 80,65 72,39 79,44 69,82 80,22 72,34 80,97 74,86 76,02 1995 69,84 79,13 69,42 82,29 74,71 74,84 66,40 83,18 78,14 78,91 64,81 78,09 68,13 80,91 73,24 80,76 70,15 76,29 1996 69,51 80,34 69,11 82,34 79,36 74,86 65,95 82,22 77,63 78,56 72,32 77,71 67,70 81,17 72,89 80,62 76,20 76,15 1997 Fonte: IBGE/Microdados PNAD. Elaboração: IPEA/DISOC. Obs.: 1Considera como população idosa aquela com idade igual ou superior a 60 anos. 2 Considera a cobertura com benefício de aposentadoria e/ou pensão de qualquer regime de previdência público básico (INSS e/ou funcionalismo público). 3 Contabiliza apenas uma pessoa para o caso de benefícios acumulados. 4 A PNAD não foi realizada em 1994. 64,79 BRASIL NORTE MULHERES 73,73 BRASIL NORTE HOMENS 68,82 NORTE 1992 SEGUNDO SEXO - BRASIL E GRANDES REGIÕES - 1992/1999 72,81 80,32 69,76 82,99 70,65 75,27 65,59 82,47 78,30 80,30 67,79 78,40 69,27 81,27 73,49 81,78 69,34 76,66 1998 COBERTURA DA POPULAÇÃO IDOSA QUE RECEBE BENEFÍCIO DE APOSENTADORIA E/OU PENSÃO BRASIL AMBOS OS SEXOS SEXO TABELA ( EM 73,40 81,04 70,65 82,22 78,40 75,79 65,91 82,70 79,20 80,95 71,83 79,13 69,70 81,78 74,38 81,65 75,32 77,28 1999 PORCENTAGEM ) 234 anexos estatísticos POLÍTICAS SOCIAIS SEXO 6.4 1 CENTRO-OESTE SUL SUDESTE NORDESTE NORTE BRASIL MULHERES CENTRO-OESTE SUL SUDESTE NORDESTE NORTE BRASIL HOMENS CENTRO-OESTE SUL SUDESTE NORDESTE NORTE BRASIL AMBOS OS SEXOS 22,06 16,02 13,50 25,61 29,14 17,37 52,77 32,73 35,34 59,89 62,67 44,42 36,31 23,72 22,78 42,02 45,21 29,82 1992 21,84 14,91 13,23 25,61 28,85 16,64 51,47 32,44 32,86 58,87 62,19 44,20 35,60 22,94 21,69 41,45 44,92 29,28 1993 22,37 13,96 13,02 26,50 29,79 17,40 49,89 30,21 32,93 57,35 59,07 41,29 35,21 21,51 21,68 41,24 43,97 28,27 1995 22,03 13,67 13,37 26,02 29,00 17,46 47,95 30,42 31,72 54,93 56,79 40,79 34,03 21,43 21,23 39,81 42,30 27,97 1996 22,25 13,53 13,78 25,71 29,55 19,20 47,07 27,63 31,13 53,52 57,03 41,22 33,83 20,02 21,33 38,99 42,79 29,40 1997 22,12 13,59 13,54 25,74 28,63 19,69 44,63 27,47 29,14 50,70 54,24 40,66 32,63 19,98 20,44 37,63 40,97 29,34 1998 ESPECIAIS DO FUNCIONAMENTO PÚBLICO E MILITARES SEGUNDO SEXO - BRASIL E GRANDES REGIÕES - 1992/1999 PROBABILIDADE DE CONTRIBUIÇÃO NA POPULAÇÃO ECONOMICAMENTE ATIVA, POPULAÇÃO-ALVO DO INSS E REGIMES POPULAÇÃO-ALVO DO INSS TABELA ( EM 22,20 13,42 13,59 25,92 29,26 18,42 43,39 26,21 28,06 49,22 53,37 39,77 32,13 19,28 20,02 37,07 40,93 28,22 1999 PORCENTAGEM ) POLÍTICAS SOCIAIS anexos estatísticos 235 ESPECIAIS 2 Fonte: IBGE/Microdados PNAD 1992/1999. Elaboração: IPEA/DISOC. Notas: 1Somente relações de trabalho potencialmente cobertas pela 2 Item 1 mais funcionalismo público civil e militares. Obs.: A PNAD não foi realizada em 1994. CENTRO-OESTE SUL SUDESTE NORDESTE NORTE BRASIL MULHERES CENTRO-OESTE SUL SUDESTE NORDESTE NORTE BRASIL HOMENS CENTRO-OESTE SUL SUDESTE NORDESTE NORTE BRASIL AMBOS OS SEXOS POPULAÇÃO-ALVO DO INSS E REGIMES SEXO CLT 26,19 21,27 18,07 29,52 32,27 23,34 54,18 37,98 36,46 61,02 64,03 49,22 39,19 28,96 25,98 44,52 47,59 35,28 1993 e contas próprias (população-alvo do 26,39 22,69 18,12 29,70 32,34 23,64 55,35 38,50 38,91 61,94 64,38 48,95 39,82 30,01 26,96 45,10 47,70 35,33 1992 INSS). 27,15 21,81 18,63 30,65 33,61 24,09 52,76 36,61 36,85 59,53 61,20 46,46 39,07 28,68 26,53 44,40 46,96 34,31 1995 26,54 21,22 18,59 29,85 32,92 23,68 50,85 36,06 35,84 57,05 59,11 46,16 37,78 28,07 25,98 42,79 45,44 33,90 1996 26,64 20,92 18,52 29,63 33,08 25,54 49,88 34,06 34,68 55,73 59,09 46,07 37,45 26,98 25,55 42,06 45,60 35,07 1997 26,42 20,87 18,48 29,42 32,30 25,78 47,50 33,79 32,76 52,93 56,46 45,73 36,25 26,83 24,77 40,59 43,93 35,01 1998 26,62 21,05 18,76 29,70 32,90 24,50 46,36 32,78 31,71 51,55 55,76 44,73 35,86 26,43 24,48 40,13 43,97 33,83 1999 236 anexos estatísticos POLÍTICAS SOCIAIS 6.5 49,44 58,53 62,21 68,54 57,65 NORDESTE SUDESTE SUL CENTRO-OESTE 55,08 65,68 71,09 76,53 65,82 NORDESTE SUDESTE SUL CENTRO-OESTE 43,95 51,57 53,39 60,56 49,37 NORDESTE SUDESTE SUL CENTRO-OESTE 49,11 60,87 53,00 50,11 42,41 52,58 66,03 76,17 70,12 63,81 55,49 68,23 57,57 68,51 61,47 56,88 48,84 60,33 1993 47,42 59,40 52,11 50,42 42,71 51,93 62,86 73,29 68,50 63,55 52,27 66,58 55,13 66,35 60,24 56,93 47,46 59,21 1995 48,08 58,94 51,72 49,55 43,26 51,49 61,96 72,08 67,30 62,15 52,89 65,42 54,97 65,48 59,44 55,75 48,04 58,38 1996 48,73 58,21 51,29 49,66 40,10 51,13 61,84 71,65 65,03 61,72 51,06 64,17 55,29 64,93 58,11 55,61 45,53 57,60 1997 47,15 57,47 50,45 48,40 40,80 50,18 60,65 69,72 63,36 59,81 49,57 62,42 53,85 63,61 56,86 54,05 45,14 56,26 1998 Fonte: IBGE/Microdados PNAD. Elaboração: IPEA/DISOC. Obs.: 1Considera-se como população coberta contribuintes diretos com, pelo menos, uma contribuição efetuada ao longo dos últimos 12 meses e seus cônjuges, segurados da previdência rural e seus cônjuges, segurados de sistema de previdência do funcionalismo público e militar e seus cônjuges, dependentes de até 18 anos e dependentes de até 21 anos que estejam estudando . 2 A PNAD não foi realizada em 1994. 53,24 BRASIL NORTE MULHERES 69,25 BRASIL NORTE HOMENS 61,20 BRASIL 1992 ATIVA, SEGUNDO SEXO - BRASIL E GRANDES REGIÕES - 1992/1999 NORTE AMBOS OS SEXOS SEXO TABELA ( EM 46,69 58,02 50,50 48,92 40,21 50,38 59,64 68,93 62,56 58,98 50,66 61,69 53,15 63,48 56,47 53,92 45,38 55,99 1999 PORCENTAGEM ) COBERTURA DIRETA E INDIRETA DA PREVIDÊNCIA PÚBLICA BÁSICA NA POPULAÇÃO EM IDADE POLÍTICAS SOCIAIS anexos estatísticos 237 PÚBLICA 2 133 573 129 512 82 108 5 762 30 141 63 157 560 153 779 446 81 280 104 503 95 156 261 506 TAXA CRESC 0,97 0,63 1,03 0,99 1,02 1,03 0,96 1,05 0,99 0,97 0,95 ESTABELECIMENTOS 2000 2 063 211 DE 17 474 525 218 021 510 900 493 227 1 165 408 5 443 447 3 619 483 919 111 2 158 761 1 724 840 DE 1,00 17 546 189 1,13 0,98 0,96 1,00 1,02 1,02 1,01 1,03 0,99 CRESC 0,56 TAXA VÍNCULOS 122 542 574 894 481 206 1 121 625 5 465 899 3 680 886 939 367 2 172 145 1 775 560 1 212 065 2000 QUANTIDADE 1 221 327 1999 Fonte: MPAS/SE/Base de Dados GFIP. Obs.: 1Médias anuais. Valores monetários em R$ dez. 99, Deflator: INPC. 2 GFIP: Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social. TOTAL OUTROS 5 585 30 440 CRÉDITO ADMINISTRAÇÃO 61 966 541 883 TRANSPORTES SERVIÇOS 77 499 105 709 97 734 274 621 808 624 CIVIL CONSTRUÇÃO QUANTIDADE 1999 COMÉRCIO PESADA INDÚSTRIA / LEVE INDÚSTRIA AGROPECUÁRIA ECONÔMICA MASSA 87,61 306,33 963,56 907,03 3 818,72 1 622,45 445,34 1 905,60 807,33 441,14 1999 11 305,14 DA GFIP SEGUNDO SETOR DE ATIVIDADE ECONÔMICA - BRASIL - 1999/2000 EXTRATIV. ATIVIDADE SETOR DE 6.6 TABELA (R$ 10 969,46 52,03 341,07 963,08 851,37 3 593,38 1 612,84 436,42 1 896,74 797,06 425,48 2000 SALARIAL CRESC 0,97 0,59 1,11 1,00 0,94 0,94 0,99 0,98 1,00 0,99 0,96 TAXA MILHÕES) 647,23 376,76 600,10 1 944,22 778,35 702,18 448,25 484,56 882,88 468,06 361,49 1999 624,99 392,22 592,91 1 999,39 756,97 657,30 437,93 464,57 873,12 448,73 350,85 2000 REMUNERAÇÃO QUANTIDADE DE ESTABELECIMENTOS, VÍNCULOS, MASSA SALARIAL E REMUNERAÇÃO MÉDIA DAS EMPRESAS DECLARANTES TAXA MÉDIA 0,97 1,04 0,99 1,03 0,97 0,94 0,98 0,96 0,99 0,96 0,97 CRESC 238 anexos estatísticos POLÍTICAS SOCIAIS DO 6.7 1999 QUANTIDADE 11 51 101 DE DE DE 250 CLASSIFICADOS 250 A 100 50 10 5 82 045 2 063 211 2 133 573 TAXA 0,97 - 1,06 0,89 0,68 0,99 0,99 1,01 1,02 1,02 1,04 1,28 CRESC - 17 474 525 4 3 641 069 13 833 456 - 5 177 411 2 282 769 1 777 747 4 199 829 1 602 182 2 434 588 1999 2000 DE - VÍNCULOS 17 546 189 4 3 896 434 13 649 755 - 5 100 491 2 251 295 1 786 574 4 274 204 1 635 337 2 498 289 QUANTIDADE - CRESC. 1,00 - 1,07 0,99 - 0,99 0,99 1,00 1,02 1,02 1,03 TAXA 11 305,14 7,38 1 349,41 9 955,73 - 4 807,16 1 686,33 1 145,00 2 239,23 654,65 772,78 0,00 1999 MASSA 10 969,46 7,24 1 331,20 9 638,27 - 4 252,67 1 581,41 1 095,17 2 192,95 655,80 777,42 - (R$ 2000 SALARIAL - CRESC. 0,97 - 0,99 0,97 - 0,88 0,94 0,96 0,98 1,00 1,01 TAXA MILHÕES) - 647,23 1,94 370,65 719,97 - 930,26 738,75 644,01 532,94 408,41 317,35 1999 - 624,99 2,00 345,88 693,33 - 874,99 729,48 635,90 529,30 411,18 317,18 2000 REMUNERAÇÃO Fonte: MPAS/SE/Base de Dados GFIP. Obs.: 1Médias anuais. Valores monetários em R$ Dez. 1999, Deflator: INPC. 2 GFIP: Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social. 3 SIMPLES: Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte. 4 Devido a diferenças no período de apuração de dados, a soma das linhas Sim e Não (na opção pelo simples) pode diferir da soma das linhas por tamanho de empresa (vínculos no estabelecimento). 1 975 002 1 088 209 1 917 268 (B) A/B 1 216 305 (A) 302 476 445 567 SIM 7 881 14 677 25 505 206 043 216 539 1 184 720 105 371 2000 ESTABELECIMENTOS 7 974 14 883 25 323 202 248 212 169 1 143 364 NÃO OPÇÃO PELO SIMPLES NÃO DE A A 6 DE MAIS A A 1 DE 0 DE DA GFIP SEGUNDO TAMANHO DO ESTABELECIMENTO E OPÇÃO PELO SIMPLES - BRASIL - 1999/2000 TOTAL DE VÍNCULOS NO ESTABELECIMENTO ESTABELECIMENTO TAMANHO TABELA TAXA MÉDIA QUANTIDADE DE ESTABELECIMENTOS, VÍNCULOS, MASSA SALARIAL E REMUNERAÇÃO MÉDIA DAS EMPRESAS DECLARANTES 0,97 - 0,93 0,96 - 0,94 0,99 0,99 0,99 1,01 1,00 - CRESC POLÍTICAS SOCIAIS anexos estatísticos 239 (DEZ.) Fonte: MPAS/SPS/AEPS Infologo 1999, SPC/MPAS Infobásicas 2000. Notas: 1Fundos de investimento imobiliário, investimentos imobiliários . 2 Financiamentos imobiliários, empréstimos a participantes e outros empréstimos. 3 Investimentos em empresas emergentes, outros. 74 712 100 469 5 111 640 OUTROS3 (DEZ.) 5 332 396 EMPRÉSTIMOS2 ATIVOS 9 078 406 IMÓVEIS1 23 678 416 3 858 350 RENDA VARIÁVEL BACEN) 24 893 264 (TESOURO, RENDA FIXA TÍTULOS PÚBLICOS 71 952 472 106 842 OUTRAS COMPOSIÇÃO CARTEIRA DE INVESTIMENTOS 75 343 269 631 APOSENTADORIAS PENSÕES 451 816 BENEFÍCIOS PAGOS 4 736 080 111 229 PENSIONISTAS DEPENDENTES 272 126 1 795 780 PARTICIPANTES ASSISTIDOS PARTICIPANTES ATIVOS 6 915 215 1 377 PATROCINADORA PRIVADA POPULAÇÃO COBERTA 303 PATROCINADORA PÚBLICA 1 680 240 PRIVADAS NÚMERO DE PATROCINADORAS 114 354 1996 90 916 612 939 6 381 058 5 619 027 9 319 313 32 911 658 29 937 298 2 877 720 87 046 074 43 172 74 911 289 815 407 898 4 649 221 114 730 303 071 1 788 051 6 855 073 1 133 314 1 447 238 101 339 1997 1 842 285 2 127 257 95 352 1998 94 964 536 496 7 208 783 5 763 736 9 870 737 24 762 531 35 092 782 6 837 736 89 536 305 36 941 83 774 338 170 458 885 4 424 776 129 465 333 045 1 650 552 6 537 838 PAGOS E COMPOSIÇÃO DA CARTEIRA DE INVESTIMENTOS - BRASIL - 1996/2000 125 995 255 078 159 126 5 830 306 10 074 489 42 989 167 46 484 347 8 855 277 114 392 712 16 650 88 953 361 468 467 071 4 351 339 135 742 361 468 1 688 882 6 537 431 1 939 288 2 227 265 95 360 1999 2043 290 2333 273 87 360 2000 144 297 104 249 1 208 403 2 234 156 10 171 600 45 014 472 55 259 100 11 530 707 129 215 633 24 789 91 816 375 847 492 452 4 245 389 156 873 375 847 1 725 466 6 503 575 PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR FECHADA - ENTIDADES, TIPO DE PATROCINADORES, POPULAÇÃO COBERTA, BENEFÍCIOS PÚBLICAS NÚMERO DE ENTIDADES DETALHAMENTO TABELA 6.8 240 anexos estatísticos POLÍTICAS SOCIAIS 6 003 5 951 SUDESTE SUL ÁREA 19941 61,22 22,50 26,88 33,57 131,57 99,74 MÉDIA (HA) NO FAMÍLIAS4 49 575 12 322 12 068 100 219 97 894 272 078 DE 1995 A ÁREA 19982 49 SUDESTE ATÉ 53 (HA) 798 763,41 133 915,61 161 369,41 1 069 299,34 14 499 401,04 16 662 748,82 ÁREA 19941 NO DE 1995 PROJETOS 333 213 179 982 430 2 137 Fonte: Arquivo MDA/INCRA, março2001. Notas: 1 Projetos de Colonização e Projetos de Assentamento (PC e PA); 2 PC, PA e PAE (Projetos Agro-extrativistas); 3 PC,PA, PAE e PCA (Projeto Casulo). CENTRO-OESTE 131 263 SUL 168 NORDESTE 8 733 5 439 17 804 18 833 ÁREA 47,49 20,03 27,70 24,32 64,03 42,33 MÉDIA (HA) NO FAMÍLIAS4 9 533 2 306 1 819 14 963 7 440 36 061 DE ÁREA 2000 3 33,76 19,60 30,26 28,92 116,69 47,78 MÉDIA (HA) NO 80 888 22 967 25 329 164 842 234 367 ÁREA TOTAL FAMÍLIAS4 528 393 DE 51,29 21,30 28,66 29,30 93,85 60,92 MÉDIA (HA) A ÁREA (HA) 2 613 370,54 262 310,84 358 951,14 2 894 528,73 5 422 815,64 11 551 976,89 19982 NO DE 80 71 91 234 143 619 PROJETOS 1999 3 (HA) 414 739,28 47 829,13 150 642,20 432 939,13 1 205 924,99 2 252 074,73 ÁREA NO DE 58 50 24 186 64 382 PROJETOS ÁREA (HA) 321 860,58 45 194,58 55 038,27 432 689,75 868 204,51 1 722 987,69 2000 3 NO DE 524 465 343 1 665 805 3 802 PROJETOS ÁREA (HA) 4 148 733,81 489 250,16 726 001,03 4 829 456,95 21 996 346,18 32 189 788,13 TOTAL PROJETOS DE ASSENTAMENTO DA REFORMA AGRÁRIA EM EXECUÇÃO, POR ANO DE CRIAÇÃO - BRASIL E GRANDES REGIÕES - 1994/2000 PROJETOS NORTE DE 664 NO BRASIL REGIÕES TABELA 7.2 FAMÍLIAS4 53 197 DE 52,72 NO 2 388 (HA) 21,29 29,74 28,88 55,39 42,46 MÉDIA 1999 3 FAMÍLIAS ASSENTADAS E RESPECTIVAS ÁREAS MÉDIAS NO PROGRAMA DE REFORMA AGRÁRIA - BRASIL E GRANDES REGIÕES - 1994/2000 RURAL Fonte: Arquivo MDA/INCRA, março 2001 Notas: 1 Projetos de Colonização e Projetos de Assentamento (PC e PA); 2 PC, PA e PAE (Projetos Agro-extrativistas); 3 PC, PA, PAE e PCA (Projeto Casulo); 4 Corresponde, na verdade, à capacidade de assentamento dos projetos criados 13 047 31 856 NORDESTE 110 200 CENTRO-OESTE ATÉ FAMÍLIAS4 167 057 DE NORTE NO BRASIL REGIÕES TABELA 7.1 DESENVOLVIMENTO POLÍTICAS SOCIAIS anexos estatísticos 241 BRASIL 502 314 33 155 - NO PROJETOS 1 9 642 7 879 1 176 587 - CAPACIDADE DE ASSENTAMENTO 2 NO PERÍODO 1998 A 2000 - BRASIL E GRANDES REGIÕES 415 669 558 836 691 114 745 027 1997 1998 1999 2000 1 562 540 1 464 124 1 164 554 993 051 548 145 89 309 VALORES Fontes: BACEN/RECOR (custeio); Sec. Des. Rural/MA; Sec. Agr. Familiar/MDA; Banco do Brasil; Banco do Nordeste; Obs.: Os números de contratos de custeio em 1999 e 2000 são estimativas. 30 309 306 790 1996 CONTRATOS CUSTEIO FINALIDADE - 1995/2000 BACEN/RECOR INVESTIMENTO 187 e BNDES (investimento). 183 772 107 000 100 000 100 057 4 844 724 993 502 780 628 811 753 109 10 750 653 VALORES OPERAÇÕES DE CRÉDITO POR FINALIDADE CONTRATOS (HA) 26,82 28,14 23,78 15,16 - ÁREA MÉDIA 928 799 798 114 658 836 515 726 311 634 30 496 CONTRATOS (VALORES TOTAL R$ 2 287 533 1 966 904 1 793 365 1 746 160 558 895 89 962 VALORES CORRENTES EM MIL) para efeito de repasse de recursos também para implantação dos CONTRATOS E VALORES DAS OPERAÇÕES DE CRÉDITO DO PRONAF, POR 1995 ANO TABELA 7.4 INCRA (HA) 258 608,45 221 736,57 27 970,41 8 901,47 - ÁREA PROJETO CÉDULA DA TERRA - CAPACIDADE DE ASSENTAMENTO E ÁREA NOS PROJETOS CRIADOS Fonte: Arquivo MDA/INCRA, março 2001. Notas: 1Apenas projetos que embora criados e administrados pelos Governos Estaduais, foram “reconhecidos” pelo mesmos. 2 Número de famílias. CENTRO-OESTE SUL SUDESTE NORDESTE NORTE 7.3 REGIÕES TABELA 242 anexos estatísticos POLÍTICAS SOCIAIS 357 939 284 362 628 691 114 55 151 217 873 418 090 745 027 24 176 CONTRATOS CUSTEIO 457 318 620 1 059 216 1 464 124 83 630 251 292 1 129 202 1 562 540 45 387 VALORES BENEFICIÁRIOS - BRASIL - 1999/2000 48 675 107 000 40 068 12 471 54 461 183 772 67 823 48 038 19 236 CONTRATOS INVESTIMENTO 502 780 184 544 25 374 292 862 724 993 397 525 23 515 60 831 243 122 VALORES Fontes: BACEN/RECOR (custeio); Sec. Des. Rural/MA, Sec. Agr. Familiar/MDA, Banco do Brasil, Banco do Nordeste, BACEN/Recore BNDES (investimento). Nota: 1Tipos de grupos: A: assentados; B: mini-agricultor familiar, até 1999 excluído das linhas de financiamento,com renda bruta anual de até R$1 500,00, e sem utilização de qualquer tipo de mão-de-obra não familiar; C: agricultor familiar com renda bruta anual entre R$1 500,00 e R$8 000,00, podendo utilizar mão-de-obra de empregados temporários; CA: assentado já beneficiado pela linha específica e “promovido” ao grupo C; D: agricultor familiar com renda bruta anual entre R$8 000,00 e R$27 500,00, podendo dispor de até dois empregados permanentes. D CA C B A 2000 D CA C B A 1999 BENEFICIÁRIOS1 GRUPOS DE TABELA 7.5 798 114 95 219 230 344 472 551 928 799 91 999 48 038 377 175 284 411 303 CONTRATOS (VALORES TOTAL R$ 1 966 904 268 174 276 666 1 422 064 2 287 533 442 912 23 515 518 149 620 1 302 338 VALORES CORRENTES EM MIL) CONTRATOS E VALORES DAS OPERAÇÕES DE CRÉDITO DO PRONAF, POR FINALIDADE SEGUNDO GRUPOS DE POLÍTICAS SOCIAIS anexos estatísticos 243 1996 7 147 CEARÁ 26 699 SUDESTE 2 291 GOIÁS 6 610 3 901 6 178 17 280 296 076 163 915 117 120 577 111 25 047 17 645 91 106 137 786 16 869 18 150 22 565 24 363 72 273 233 842 6 742 4 033 7 762 27 032 1998 7 762 3 928 7 498 19 703 513 465 190 009 159 793 863 267 15 473 20 895 86 423 127 357 21 218 21 249 7 700 19 664 38 662 132 608 2 586 1 498 16 884 21 618 1 164 554 1999 14 336 7 764 10 817 33 710 526 847 227 453 224 499 978 799 32 150 32 040 106 764 177 140 72 929 35 551 4 517 18 696 61 610 237 007 4 654 2 326 30 015 37 468 1 464 124 2000 14 255 7 565 11 613 33 834 510 636 241 778 244 574 996 988 27 611 43 431 97 663 174 642 49 033 50 167 8 228 55 603 68 095 297 870 3 358 6 055 44 360 59 207 1 562 540 1996 1997 (investimento). 15 126 879 BNDES - 5 799 25 506 213 662 105 597 138 251 457 510 6 357 19 761 115 295 143 070 9 657 16 030 5 474 8 241 53 600 116 750 1 091 3 888 5 294 10 273 753 109 29 38 1 025 27 47 58 131 885 4 231 1 121 1 345 457 231 1 003 950 8 011 462 - - 462 10 750 Fontes: BACEN/RECOR(custeio); Sec. Des. Rural/MA, Sec. Agr. Familiar/MDA, Banco do Brasil, Banco do Nordeste, BACEN/RECOR e Nota: 1Foram selecionados esses estados porque concentram 93% do valor total do crédito. 1 731 879 MATO GROSSO MATO GROSSO DO SUL 6 470 231 708 CENTRO-OESTE RIO GRANDE DO SUL 64 409 175 462 SANTA CATARINA PARANÁ 471 580 6 877 SÃO PAULO SUL 2 601 ESPÍRITO SANTO 16 854 1 837 PIAUÍ MINAS GERAIS 1 937 MARANHÃO 956 21 062 BAHIA PERNAMBUCO 40 276 NORDESTE 1 851 247 PARÁ TOCANTINS 956 3 121 1997 993 051 CUSTEIO UNIDADES DA FEDERAÇÃO SELECIONADAS1 - 1996/2000 3 153 27 180 4 652 35 047 42 866 14 617 14 497 71 980 1 136 1 212 40 196 42 954 47 758 11 440 74 234 58 696 209 908 478 522 - 183 126 309 628 811 1998 INVESTIMENTO 8 319 24 362 24 774 57 592 53 099 22 020 42 645 117 764 794 7 087 25 278 33 643 16 780 13 896 68 154 38 036 73 255 283 758 15 1 118 8 890 10 023 502 780 1999 23 334 80 456 22 701 126 681 100 815 25 586 36 831 163 233 22 764 15 993 43 598 90 791 12 999 28 084 75 030 42 032 74 022 289 707 19 328 20 555 11 787 54 580 724 993 2000 3 169 1 760 917 7 495 231 735 175 509 64 467 471 710 7 763 2 606 17 085 27 820 3 182 2 394 1 187 8 150 22 012 48 287 2 313 247 956 3 583 558 895 1996 1997 21 736 3 901 11 977 42 786 509 739 269 511 255 372 1 034 622 31 404 37 406 206 401 280 855 26 526 34 180 28 038 32 605 125 873 350 592 7 833 7 921 13 056 37 305 1 746 160 VALORES DE OPERAÇÕES DE CRÉDITO DO PRONAF POR FINALIDADE - BRASIL, GRANDES REGIÕES E 548 145 7.6 RONDÔNIA NORTE BRASIL SELECIONADAS REGIÕES/ UF TABELA 10 915 31 108 12 150 54 750 556 331 204 626 174 289 935 246 16 609 22 108 126 619 170 311 68 977 32 689 81 934 78 360 248 570 611 130 2 586 1 681 17 009 21 927 1 793 365 1998 TOTAL R$ 1999 EM 22 654 32 127 35 591 91 302 579 946 249 472 267 145 1 096 563 32 944 39 128 132 042 210 783 89 709 49 447 72 671 56 732 134 865 520 765 4 669 3 444 38 905 47 491 1 966 904 (VALORES 37 589 88 021 34 314 160 515 611 452 267 364 281 405 1 160 221 50 375 59 424 141 260 265 433 62 032 78 251 83 258 97 635 142 116 587 578 22 686 26 610 56 147 113 787 2 287 533 2000 MIL CORRENTES) 244 anexos estatísticos POLÍTICAS SOCIAIS 85 127 SOJA 12 169 12 662 17 705 13 978 21 049 ARROZ ALGODÃO FRUTAS OUTROS TRIGO 45 825 Fonte: BACEN/RECOR. 548 145 MANUTENÇÃO DO PRODUTOR TOTAL 12 772 HORTÍCOLAS 7 729 14 087 FEIJÃO BOVINOS 26 749 CAFÉ 5 481 143 778 MANDIOCA 129 033 - FUMO 1996 993 051 99 22 344 7 746 20 358 13 803 22 145 12 016 17 577 21 649 17 776 21 847 131 778 200 298 111 420 372 196 1997 EMPREENDIMENTO - BRASIL - 1996/2000 MILHO CRÉDITO ROTATIVO EMPREENDIMENTOS TABELA 7.7 1 164 554 349 14 906 6 289 18 283 13 159 15 954 8 268 15 954 29 463 18 283 14 557 155 934 213 230 121 929 517 994 1998 CRÉDITO DE CUSTEIO DO PRONAF SEGUNDO O TIPO DE 1 464 124 - 13 763 13 470 10 542 21 815 19 766 12 884 30 161 43 924 25 329 32 943 111 859 215 519 188 433 723 716 1999 (VALORES EM 20 10 072 11 454 12 109 15 702 17 267 19 997 20 127 27 254 42 649 64 542 85 244 199 668 230 953 805 482 2000 MIL CORRENTES) 1 562 540 R$ POLÍTICAS SOCIAIS anexos estatísticos 245 E DOS (POPULAÇÃO) TAMANHOS DE ATÉ 5 000 5 001 A 20 000 DE 20 001 A 50 000 DE 50 001 A 100 000 DE 100 001 A 500 000 MAIS DE 500 000 C E N T R O-O E S T E ATÉ 5 000 DE 5 001 A 20 000 DE 20 001 A 50 000 DE 50 001 A 100 000 DE 100 001 A 500 000 MAIS DE 500 000 SUL DE DE ATÉ 5 000 5 001 A 20 000 20 001 A 50 000 DE 50 001 A 100 000 DE 100 001 A 500 000 MAIS DE 500 000 SUDESTE DE ATÉ 5 000 5 001 A 20 000 DE 20 001 A 50 000 DE 50 001 A 100 000 DE 100 001 A 500 000 MAIS DE 500 000 NORDESTE DE DE ATÉ 5 000 5 001 A 20 000 20 001 A 50 000 DE 50 001 A 100 000 DE 100 001 A 500 000 MAIS DE 500 000 NORTE ATÉ 5 507 1 407 2 712 908 279 174 27 449 117 207 89 24 10 2 1 787 284 997 377 88 32 9 1 666 456 749 258 101 91 11 1 159 401 548 124 51 33 2 446 149 211 60 15 8 3 QUANTIDADE MUNICÍPIOS 100,00 25,55 49,25 16,49 5,07 3,16 0,49 100,00 26,06 46,10 19,82 5,35 2,23 0,45 100,00 15,89 55,79 21,10 4,92 1,79 0,50 100,00 27,37 44,96 15,49 6,06 5,46 0,66 100,00 34,60 47,28 10,70 4,40 2,85 0,17 100,00 33,41 47,31 13,45 3,36 1,79 0,67 % 19,07 26,72 20,61 11,34 3,58 0,57 3,70 19,15 16,24 26,57 11,24 8,33 4,81 27,11 27,08 19,10 5,68 12,85 21,05 13,62 5,04 0,99 1,10 9,09 20,10 34,66 16,42 3,23 20,85 30,20 19,91 6,67 13,33 - 0 65,39 55,65 66,67 75,22 78,14 59,77 18,52 61,25 45,30 59,90 83,15 79,17 50,00 15,39 42,96 59,88 66,31 73,86 59,38 22,22 69,21 60,53 70,89 79,07 81,19 63,74 18,18 69,63 58,60 73,72 87,90 82,35 48,48 50,00 69,73 65,10 72,04 76,67 66,67 75,00 - 1 2 5 10,15 6,89 8,89 12,22 16,49 29,89 44,44 9,35 12,82 7,25 4,49 12,50 40,00 50,00 2,35 2,46 6,62 12,73 18,18 34,38 66,67 13,09 8,99 12,42 15,50 15,84 26,37 36,36 9,23 6,73 9,12 7,26 15,69 39,39 8,52 4,70 8,06 16,67 20,00 33,33 ATÉ BIBLIOTECAS MUNICÍPIOS - BRASIL E GRANDES REGIÕES - 1998 6 MAIS 0,74 0,29 0,33 1,43 9,77 33,33 0,89 0,97 10,00 50,00 0,22 1,14 6,25 11,11 1,02 0,27 0,39 1,98 8,79 36,36 1,04 0,73 1,61 1,96 12,12 50,00 0,90 25,00 66,67 OU PÚBLICAS 4,65 10,73 3,54 0,88 0,36 9,35 25,64 5,31 1,12 2,35 27,46 6,42 1,86 1,14 3,84 9,43 2,80 - IGNORADO 73,22 74,06 80,42 69,16 44,80 30,46 11,11 60,36 22,22 71,01 88,76 66,67 30,00 15,17 61,27 83,25 81,43 54,55 43,75 11,11 68,37 73,90 78,77 53,88 41,58 31,87 18,18 72,82 89,53 75,55 45,16 23,53 9,09 90,58 97,99 94,79 78,33 46,67 50,00 - 0 12,37 4,19 9,81 20,93 39,43 29,31 18,52 5,12 3,86 7,87 29,17 10,00 1,29 0,70 4,41 11,14 37,50 21,88 11,11 14,11 3,29 10,15 29,84 33,66 32,97 27,27 22,69 9,98 23,54 42,74 56,86 33,33 50,00 6,95 1,34 4,27 18,33 46,67 25,00 - 1 2 5 2,76 0,14 0,41 4,52 12,19 32,18 29,63 1,11 50,00 0,28 0,20 1,59 5,68 25,00 44,44 4,02 0,67 6,98 17,82 26,37 18,18 4,23 0,50 0,73 12,10 19,61 54,55 1,35 3,33 6,67 12,50 66,67 ATÉ MUSEUS OU MAIS 0,40 0,04 0,72 4,60 40,74 0,45 100,00 0,11 3,13 33,33 0,66 1,98 5,49 36,36 0,26 0,18 3,03 50,00 0,45 12,50 33,33 6 PROPORÇÃO DE MUNICÍPIOS POR NÚMERO DE ESTABELECIMENTOS CULTURAIS SEGUNDO TAMANHO POPULACIONAL DOS 5 000 DE 5 001 A 20 000 DE 20 001 A 50 000 DE 50 001 A 100 000 DE 100 001 A 500 000 MAIS DE 500 000 BRASIL MUNICÍPIOS REGIÕES TABELA 8.1 CULTURA 11,26 21,61 9,33 5,40 2,87 3,45 32,96 77,78 25,12 3,37 4,17 10,00 8,28 38,03 12,14 5,84 2,27 6,25 12,85 22,81 10,41 9,30 4,95 3,30 0,67 0,67 0,95 - IGNORADO 246 anexos estatísticos POLÍTICAS SOCIAIS REGIÕES E DOS (POPULAÇÃO) TAMANHOS 74,83 76,05 83,26 70,81 39,78 21,84 3,70 57,02 21,37 67,63 86,52 45,83 30,00 14,33 59,86 82,25 76,66 46,59 15,63 11,11 68,49 75,22 80,37 56,20 32,67 19,78 85,59 96,76 91,24 64,52 33,33 21,21 91,03 96,64 92,89 86,67 60,00 62,50 - 0 Fonte: IBGE/ Pesquisa de Informações Básicas Municipais. Elaboração: IPEA/DISOC. DE DE ATÉ 5 000 5 001 A 20 000 20 001 A 50 000 DE 50 001 A 100 000 DE 100 001 A 500 000 MAIS DE 500 000 C E N T R O-O E S T E ATÉ 5 000 DE 5 001 A 20 000 DE 20 001 A 50 000 DE 50 001 A 100 000 DE 100 001 A 500 000 MAIS DE 500 000 SUL DE ATÉ 5 000 5 001 A 20 000 DE 20 001 A 50 000 DE 50 001 A 100 000 DE 100 001 A 500 000 MAIS DE 500 000 SUDESTE DE DE ATÉ 5 000 5 001 A 20 000 20 001 A 50 000 DE 50 001 A 100 000 DE 100 001 A 500 000 MAIS DE 500 000 NORDESTE DE ATÉ 5 000 5 001 A 20 000 DE 20 001 A 50 000 DE 50 001 A 100 000 DE 100 001 A 500 000 MAIS DE 500 000 NORTE DE ATÉ 5 000 5 001 A 20 000 DE 20 001 A 50 000 DE 50 001 A 100 000 DE 100 001 A 500 000 MAIS DE 500 000 BRASIL MUNICÍPIOS TEATRO 9,66 1,78 6,19 18,83 41,58 29,89 6,01 4,83 10,11 29,17 10,00 1,51 1,41 4,61 11,41 36,36 34,38 12,24 1,97 7,21 28,29 42,57 27,47 11,73 2,24 8,39 31,45 56,86 39,39 6,50 2,01 5,69 11,67 33,33 25,00 - 1 OU DE ATÉ 3,25 0,50 0,88 4,85 12,54 32,76 44,44 3,34 0,85 1,93 20,83 40,00 50,00 0,84 0,70 1,00 6,10 11,36 28,13 55,56 4,68 0,93 5,81 15,84 37,36 54,55 2,16 1,00 0,36 4,03 7,84 30,30 0,45 0,47 1,67 - 2 CASAS 5 OU MAIS 0,76 0,11 2,51 11,49 51,85 0,89 4,17 20,00 50,00 0,22 0,27 2,27 12,50 33,33 1,08 2,97 10,99 45,45 0,52 1,96 9,09 100,00 0,90 12,50 100,00 6 ESPETÁCULOS 11,49 21,68 9,66 5,40 3,58 4,02 32,74 77,78 25,60 3,37 8,23 38,03 12,14 5,57 3,41 9,38 13,51 22,81 11,48 9,69 5,94 4,40 1,12 1,34 0,95 6,67 - IGNORADO 80,90 78,04 88,38 81,94 59,86 27,59 3,70 61,92 23,08 72,95 91,01 66,67 30,00 15,56 61,97 86,66 88,06 76,14 31,25 74,37 76,75 85,71 68,22 47,52 25,27 91,98 99,25 96,90 79,84 56,86 24,24 50,00 94,84 98,66 99,05 93,33 46,67 50,00 - 0 4,94 0,28 1,66 10,24 30,11 26,44 3,12 5,62 25,00 30,00 0,78 1,00 4,77 14,77 50,00 7,50 0,44 2,54 17,44 39,60 20,88 5,52 0,50 2,92 16,94 35,29 21,21 2,69 6,67 46,67 12,50 - 1 2 5 1,67 0,07 0,04 0,66 6,09 33,33 33,33 0,89 4,17 30,00 0,22 3,41 12,50 44,44 2,94 0,78 7,92 38,46 36,36 2,07 0,25 0,18 3,23 7,84 42,42 0,90 6,67 25,00 33,33 ATÉ CINEMAS 6 MAIS 0,62 9,77 62,96 0,45 100,00 0,11 3,13 55,56 1,08 12,09 63,64 0,43 12,12 50,00 0,67 12,50 66,67 OU 11,88 21,61 9,92 7,16 3,94 2,87 33,63 76,92 27,05 3,37 4,17 10,00 8,45 38,03 12,34 7,16 5,68 3,13 14,11 22,81 11,75 13,57 4,95 3,30 0,90 1,34 0,95 - IGNORADO POLÍTICAS SOCIAIS anexos estatísticos 247 E DOS (POPULAÇÃO) TAMANHOS 5 507 1 407 2 712 908 279 174 27 449 117 207 89 24 10 2 1 787 284 997 377 88 32 9 1 666 456 749 258 101 91 11 1 159 401 548 124 51 33 2 446 149 211 60 15 8 3 Fonte: IBGE/ Pesquisa de Informações Básicas Municipais. Elaboração: IPEA/DISOC. DE DE ATÉ 5 000 5 001 A 20 000 20 001 A 50 000 DE 50 001 A 100 000 DE 100 001 A 500 000 MAIS DE 500 000 C E N T R O-O E S T E ATÉ 5 000 DE 5 001 A 20 000 DE 20 001 A 50 000 DE 50 001 A 100 000 DE 100 001 A 500 000 MAIS DE 500 000 SUL DE ATÉ 5 000 5 001 A 20 000 DE 20 001 A 50 000 DE 50 001 A 100 000 DE 100 001 A 500 000 MAIS DE 500 000 SUDESTE DE ATÉ 5 000 5 001 A 20 000 DE 20 001 A 50 000 DE 50 001 A 100 000 DE 100 001 A 500 000 MAIS DE 500 000 NORDESTE DE DE ATÉ 5 000 5 001 A 20 000 20 001 A 50 000 DE 50 001 A 100 000 DE 100 001 A 500 000 MAIS DE 500 000 NORTE ATÉ QUANTIDADE MUNICÍPIOS 100,00 25,55 49,25 16,49 5,07 3,16 0,49 100,00 26,06 46,10 19,82 5,35 2,23 0,45 100,00 15,89 55,79 21,10 4,92 1,79 0,50 100,00 27,37 44,96 15,49 6,06 5,46 0,66 100,00 34,60 47,28 10,70 4,40 2,85 0,17 100,00 33,41 47,31 13,45 3,36 1,79 0,67 (%) A CABO 6,72 1,71 4,28 8,70 19,35 43,68 77,78 7,35 8,70 10,11 16,67 100,00 3,30 0,70 2,01 4,77 9,09 15,63 66,67 9,00 2,41 4,94 12,40 19,80 46,15 72,73 8,02 1,75 4,38 13,71 35,29 75,76 100,00 7,85 2,68 8,06 5,00 26,67 50,00 100,00 TV DE 15,34 1,85 7,30 29,41 67,03 81,61 92,59 10,24 3,86 13,48 62,50 90,00 100,00 6,27 1,06 2,31 7,43 30,68 71,88 88,89 21,97 1,10 8,28 48,84 85,15 84,62 90,91 20,97 2,49 15,15 61,29 88,24 81,82 100,00 17,49 5,37 10,43 41,67 93,33 75,00 100,00 INTERNET PROVEDOR 9,06 1,99 4,24 15,31 32,26 60,34 81,48 26,28 3,42 16,43 55,06 83,33 90,00 100,00 5,76 2,11 3,21 8,75 12,50 43,75 77,78 9,18 0,88 2,94 12,02 35,64 57,14 72,73 6,30 2,24 2,19 9,68 27,45 72,73 100,00 11,66 3,36 7,11 23,33 60,00 75,00 100,00 DE TV EMISSORA POPULACIONAL DOS MUNICÍPIOS - BRASIL E GRANDES REGIÕES - 1999 35,36 13,57 28,58 60,24 87,10 94,25 100,00 24,28 3,42 16,43 43,82 83,33 100,00 100,00 24,57 2,46 12,94 49,60 87,50 93,75 100,00 31,99 5,92 21,90 63,18 84,16 91,21 100,00 58,15 34,41 62,96 87,10 94,12 100,00 100,00 43,05 10,07 48,82 83,33 86,67 100,00 100,00 LIVRARIA 34,43 5,54 26,73 70,26 92,83 97,13 100,00 19,15 2,56 8,70 34,83 91,67 100,00 100,00 29,16 1,76 17,75 58,62 88,64 96,88 100,00 39,92 3,95 30,57 86,82 95,05 95,60 100,00 40,03 11,47 40,88 89,52 94,12 100,00 100,00 35,87 4,03 36,49 85,00 100,00 100,00 100,00 D I S C O S/F I T A S/C D S LOJA DE 63,88 31,27 64,97 92,40 98,92 100,00 100,00 44,54 4,27 42,03 80,90 100,00 100,00 100,00 49,36 7,04 40,82 86,74 98,86 100,00 100,00 76,35 43,64 81,98 99,61 99,01 100,00 100,00 74,46 44,39 87,04 99,19 98,04 100,00 100,00 67,49 25,50 83,89 100,00 100,00 100,00 100,00 VIDEOLOCADORA 78,86 67,52 76,70 92,18 98,92 99,43 100,00 56,79 45,30 49,28 73,03 95,83 100,00 100,00 66,82 38,38 62,39 88,86 98,86 100,00 100,00 82,83 63,16 85,05 98,45 99,01 98,90 100,00 95,94 94,01 95,99 99,19 100,00 100,00 100,00 90,13 82,55 91,47 100,00 100,00 100,00 100,00 JORNAIS PROPORÇÃO DE MUNICÍPIOS POR EXISTÊNCIA DE ESTABELECIMENTOS DE COMÉRCIO, SERVIÇOS E LAZER, SEGUNDO TAMANHO 5 000 DE 5 001 A 20 000 DE 20 001 A 50 000 DE 50 001 A 100 000 DE 100 001 A 500 000 MAIS DE 500 000 BRASIL MUNICÍPIOS REGIÕES TABELA 8.2 248 anexos estatísticos POLÍTICAS SOCIAIS E DOS MAIS 500 000 100 000 500 000 A 100 001 DE DE A 50 001 DE 9 32 88 377 A 20 001 DE 50 000 997 20 000 5 001 ATÉ DE 1 787 2 10 24 284 A 500 000 500 000 100 000 5 000 NORDESTE MAIS A 100 001 DE DE A 50 001 DE 89 A 20 001 DE 50 000 207 20 000 5 001 ATÉ DE 449 27 174 279 117 A 500 000 500 000 100 000 5 000 NORTE MAIS A 100 001 DE DE A 50 001 DE 908 A 20 001 DE 50 000 1 407 2 712 20 000 5 507 5 000 ATÉ MUNICÍPIOS QUANTIDADE 5 001 A (POPULAÇÃO) TAMANHOS 0,50 1,79 4,92 21,10 55,79 15,89 100,00 0,45 2,23 5,35 19,82 46,10 26,06 100,00 0,49 3,16 5,07 16,49 49,25 25,55 100,00 (%) TV 88,89 53,13 56,82 41,38 28,39 9,15 30,22 100,00 70,00 25,00 25,84 14,98 13,68 18,93 96,30 81,03 67,74 52,64 37,79 34,26 42,51 EDUCATIVA/CULTURA MUNICÍPIOS - BRASIL E GRANDES REGIÕES - 1999 CNT 33,33 15,63 14,77 7,96 4,71 2,11 5,82 100,00 70,00 25,00 16,85 6,76 8,55 12,03 66,67 52,30 29,75 17,07 12,39 13,43 15,83 GLOBO 100,00 100,00 97,73 98,67 97,99 92,96 97,37 100,00 100,00 100,00 100,00 96,14 88,03 95,10 100,00 100,00 98,92 99,34 98,38 96,66 98,18 DE 55,56 40,63 45,45 28,65 18,25 8,45 20,82 50,00 50,00 25,00 26,97 17,39 15,38 20,04 74,07 71,26 62,72 45,04 34,37 36,53 39,48 MANCHETE REDES TV REDE 100,00 87,50 78,41 79,58 61,99 39,44 63,57 100,00 100,00 91,67 64,04 40,10 36,75 48,33 100,00 95,98 90,32 85,90 73,45 66,45 75,41 BANDEIRANTES RECORD 100,00 93,75 72,73 54,64 34,30 17,25 39,17 100,00 100,00 50,00 40,45 20,29 23,08 28,73 100,00 95,98 77,06 63,99 47,16 45,06 52,71 REDE PROPORÇÃO DE MUNICÍPIOS POR EXISTÊNCIA DE REDES DE TELEVISÃO, SEGUNDO TAMANHO POPULACIONAL DOS DE BRASIL MUNICÍPIOS REGIÕES TABELA 8.3 SBT 100,00 90,63 97,73 94,16 85,26 73,59 86,07 100,00 90,00 91,67 60,67 53,62 52,14 57,68 100,00 97,70 98,21 92,51 87,68 84,72 88,63 POLÍTICAS SOCIAIS anexos estatísticos 249 E DOS 500 000 100 000 500 000 500 000 100 000 3 8 15 Fonte: IBGE/ Pesquisa de Informações Básicas Municipais. Elaboração: IPEA/DISOC. MAIS A 100 001 DE DE A 50 001 DE 60 A 20 001 DE 50 000 211 20 000 5 001 DE ATÉ 149 446 2 33 51 5 000 A 500 000 C E N T R O- O E S T E MAIS A 100 001 DE DE A 50 001 DE 124 A 20 001 DE 50 000 548 20 000 5 001 ATÉ DE 1 159 11 91 101 401 A 500 000 500 000 100 000 5 000 SUL MAIS A 100 001 DE DE A 50 001 DE 258 A 20 001 DE 50 000 749 20 000 5 001 1 666 DE ATÉ MUNICÍPIOS QUANTIDADE 456 A (POPULAÇÃO) TAMANHOS 5 000 SUDESTE MUNICÍPIOS REGIÕES 0,67 1,79 3,36 13,45 47,31 33,41 100,00 0,17 2,85 4,40 10,70 47,28 34,60 100,00 0,66 5,46 6,06 15,49 44,96 27,37 100,00 (%) TV 100,00 50,00 66,67 40,00 37,44 32,89 37,89 100,00 84,85 58,82 51,61 37,77 36,41 41,16 100,00 93,41 92,08 81,78 56,74 53,73 64,23 EDUCATIVA/CULTURA 33,33 12,50 13,33 15,00 8,53 6,04 8,97 50,00 57,58 39,22 27,42 25,36 21,70 25,88 100,00 64,84 41,58 25,97 15,75 16,89 22,45 CNT 100,00 100,00 100,00 100,00 95,73 97,99 97,31 100,00 100,00 100,00 100,00 99,27 99,00 99,31 100,00 100,00 99,01 99,61 99,60 98,68 99,34 GLOBO DE 33,33 50,00 80,00 43,33 36,02 28,86 36,32 100,00 75,76 64,71 57,26 42,52 46,88 47,63 100,00 84,62 83,17 69,77 54,07 52,85 59,90 MANCHETE REDES TV REDE 100,00 75,00 93,33 86,67 72,51 65,77 73,09 100,00 100,00 94,12 95,16 83,76 73,57 82,40 100,00 98,90 98,02 98,06 90,65 84,87 91,18 BANDEIRANTES RECORD 100,00 75,00 73,33 61,67 55,92 56,38 58,07 100,00 93,94 70,59 66,94 52,74 48,63 54,87 100,00 98,90 91,09 84,88 65,15 61,18 70,77 REDE 100,00 100,00 100,00 96,67 83,41 86,58 87,22 100,00 100,00 100,00 94,35 92,70 87,28 91,54 100,00 100,00 99,01 99,22 97,86 97,15 98,08 SBT 250 anexos estatísticos POLÍTICAS SOCIAIS T T T 10/40 20/20 T 10/40 20/20 T 10/40 20/20 T T 10/40 20/20 10/40 20/20 T 0,59 0,80 20,55 21,25 0,54 0,62 16,65 18,79 0,54 0,58 16,70 19,10 0,59 0,72 22,41 26,29 0,56 0,61 18,63 21,64 0,54 0,60 16,94 21,03 0,56 0,63 18,51 21,37 0,58 0,68 21,35 26,02 1992 0,60 0,78 22,65 22,87 0,55 0,66 17,41 18,24 0,57 0,66 18,98 20,73 0,63 0,87 27,52 30,50 0,58 0,72 19,75 20,00 0,58 0,72 20,76 23,70 0,58 0,71 21,07 23,39 0,60 0,76 24,07 28,21 1993 0,58 0,67 20,44 21,88 0,56 0,63 18,34 20,73 0,56 0,62 18,78 21,23 0,60 0,79 22,92 23,93 0,59 0,70 20,83 21,96 0,54 0,61 16,45 18,35 0,58 0,66 20,55 23,10 0,60 0,72 23,72 27,47 1995 0,60 0,72 22,38 24,23 0,56 0,62 18,06 20,53 0,56 0,61 18,41 21,18 0,62 0,82 25,73 27,96 0,58 0,66 20,27 22,45 0,56 0,63 18,03 20,84 0,58 0,66 20,95 24,39 0,60 0,71 24,29 29,41 1996 0,60 0,74 22,00 23,13 0,55 0,60 17,59 19,78 0,56 0,62 18,64 21,10 0,62 0,81 25,16 26,85 0,59 0,72 21,11 22,52 0,55 0,65 17,71 20,02 0,58 0,66 20,93 23,94 0,60 0,72 24,21 28,72 1997 ÍNDICES DE DESIGULADADE - BRASIL E GRANDES REGIÕES - 1992/1999 0,60 0,75 22,29 22,72 0,55 0,61 17,64 20,04 0,56 0,62 18,63 20,96 0,61 0,80 23,93 24,41 0,58 0,68 20,81 22,57 0,55 0,64 17,15 18,27 0,58 0,66 20,64 23,23 0,60 0,72 23,64 27,53 1998 22,09 0,59 0,71 21,30 0,56 0,61 18,25 20,67 0,56 0,60 17,72 19,92 0,60 0,79 23,02 23,59 0,57 0,62 18,67 20,57 0,54 0,64 16,68 17,93 0,57 0,64 20,09 22,69 0,59 0,69 22,68 26,18 1999 anexos estatísticos Fonte: IBGE/PNAD. Elaboração: IPEA/DISOC. RAZÃO RAZÃO THEIL GINI CENTRO - OESTE RAZÃO RAZÃO THEIL GINI SUL RAZÃO RAZÃO THEIL GINI SUDESTE RAZÃO RAZÃO THEIL GINI NORDESTE RAZÃO RAZÃO THEIL GINI NORTE RAZÃO RAZÃO 10/40 20/20 REGIÕES THEIL GINI RAZÃO RAZÃO 10/40 20/20 RURAL THEIL GINI RAZÃO 9.1 BRASIL 10/40 RAZÃO 20/20 URBANO THEIL GINI TOTAL ÍNDICES TABELA DESIGUALDADE E POBREZA POLÍTICAS SOCIAIS 251 GLOSSÁRIO DE ABREVIATURAS 254 POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise GLOSSÁRIO DE ABREVIATURAS (em ordem alfabética) ABCON Associação Brasileira das CD Contribuição Definida Concessionárias de Serviços CDP Certificados da Dívida Pública CEFET Centro Federal de Educação Públicos de Água e Esgoto ABTO Associação Brasileira de Transplante de Órgãos AEPS CEFF Anuário Estatístico da Previdência Social AESBE Tecnológica Associação das Empresas de Certificado de Entidade de Fins Filantrópicos CES Conselhos Estaduais de Saúde CESB Companhias Estaduais de Saneamento Básico Estaduais Saneamento Básico AGU Advocacia Geral da União CGT Central Geral dos Trabalhadores AIH Autorização de Internação CIB Conselho Intergestores Bipartite CIT Conselho Intergestores Tripartite CLT Consolidação das Leis Trabalhistas CMN Conselho Monetário Nacional CNAS Conselho Nacional de Assistência Hospitalar ANA Agência Nacional de Águas ANAPP Associação Nacional da Previdência Privada ANS Agência Nacional de Saúde Social Suplementar ANVS Agência Nacional de Vigilância CNC Comércio Sanitária ASSEMAI Associação Nacional dos Serviços CNDRS Aposentadoria por Tempo de Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável Municipais de Saneamento ATC Confederação Nacional do CNI Confederação Nacional da Indústria Contribuição CNIS Cadastro Nacional de Informações BACEN Banco Central do Brasil BASA Banco da Amazônia S.A. BT Banco da Terra Desenvolvimento Científico e BD Benefício Definido Tecnológico BID Banco Interamericano de Sociais CNPq CNRC Desenvolvimento BIRD Banco Mundial BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Benefício de Prestação Continuada CAE Conselho de Alimentação Escolar CAGED Cadastro Geral de Empregados e CAPES Centro Nacional de Referência Cultural CNT Confederação Nacional do Transporte CODEFAT Social BPC Conselho Nacional de Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador COFINS Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Desempregados CONSU Conselho de Saúde Complementar Coordenação de Aperfeiçoamento CPMF Contribuição Provisória sobre de Pessoal de Nível Superior Movimentação Financeira POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise GLOSSÁRIO DE ABREVIATURAS (em ordem alfabética) CSLL Contribuição Social sobre o Lucro FINEP Financiadora de Estudos e Projetos Líquido FNAS Fundo Nacional de Assistência CT Cédula da Terra CUT Central Única dos Trabalhadores FNC Fundo Nacional de Cultura CVM Comissão de Valores Mobiliários FNDCT Fundo Nacional de DATAPREV Empresa de Processamento de Desenvolvimento Científico e Dados da Previdência Social Tecnológico DATASUS Departamento de Informática do Social FNDE Desenvolvimento Educacional SUS DCNEM Diretrizes Curriculares do Ensino FNE Desvinculação de Receitas da FNO Doenças Sexualmente FNSP Destaque de Votação em Separado EAPP Entidades Abertas de Previdência Privada EC Emenda Constitucional EFPP Entidade Fechada de Previdência Privada EJA Educação de Jovens e Adultos ENC Exame Nacional de Cursos ENEM Exame Nacional de Ensino Médio FAT Fundo de Amparo ao Trabalhador FCEP Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza FCO FEF Fundo de Estabilização Fiscal FGTS Fundo de Garantia por Tempo de FICART Urbanitários FRGPS Fundo Específico para o Regime Geral de Previdência Social FUNDESCOLA Fundo de Fortalecimento da Escola FUNDEB Fundo de Educação Básica FUNDEF Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério FUNPROGER Fundo de Aval para Geração de Emprego e Renda FUST Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações GED Gratificação de Estímulo à Docência GFAT Coordenação Geral do Fundo de Amparo ao Trabalhador Fundos de Investimento Cultural e (Ministério do Trabalho) GFIP GPABA Gestão Plena da Atenção Básica Ampliada Federação das Indústrias do Estado de São Paulo Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Fundo de Financiamento ao Estudante de Ensino Superior FIESP Federação Nacional dos Serviço Artístico FIES FNU Fundo Constitucional de Desenvolvimento do Centro-Oeste Fundo Nacional de Segurança Pública Transmissíveis DVS Fundo Constitucional de Desenvolvimento do Norte União DST Fundo Constitucional de Desenvolvimento do Nordeste Médio DRU Fundo Nacional de HU Hospital Universitário 255 256 POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise GLOSSÁRIO DE ABREVIATURAS (em ordem alfabética) IBASE Instituto Brasileiro de Análises MDE do Ensino Sociais e Econômicas IBGE IDH Instituto Brasileiro de Geografia e MEC Ministério da Educação Estatística MINC Ministério da Cultura Índice de Desenvolvimento MINTER Programa de Mestrado Humano IDM Índice de Desenvolvimento Municipal IES Instituições de Ensino Superior IFES Instituições Federais de Ensino Superior IGP-DI Índice Nacional de Custos da Construção Civil INCRA Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais INPC Índice Nacional de Preços ao Consumidor INSS Interinstitucional MP Medida Provisória MP Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão MP Ministério Público MPAS Ministério da Previdência e Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna INCC Manutenção e Desenvolvimento Assistência Social MS Ministério da Saúde MST Movimento Sem-Terra MTE Ministério do Trabalho e Emprego NOAS Norma Operacional de Assistência à Saúde NOB Norma Operacional Básica OCC Outros Custeios e Capital OCDE Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico Instituto Nacional do Seguro Social OGU Orçamento Geral da União IPA Índice de Preços no Atacado OIT Organização Internacional do IPC Índice de Preços ao Consumidor IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Trabalho OMC Comércio Aplicada IPHAN Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional ISER Organização Mundial do ONG Organização Não-Governamental OSCIP Organização da Sociedade Civil de Interesse Público Instituto Superior de Estudos Religiosos OTN Obrigação do Tesouro Nacional LBV Legião da Boa Vontade PA Projeto de Assentamento LC Lei Complementar PAB Piso Assistencial Básico LDB Lei de Diretrizes e Bases PACS Programa de Agentes Comunitários LOAS Lei Orgânica da Assistência Social LRF Lei de Responsabilidade Fiscal MADE Museu Aberto do Desenvolvimento MDA Ministério do Desenvolvimento Agrário de Saúde PASEP Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público PDA Projeto de Desenvolvimento de Assentamento POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise GLOSSÁRIO DE ABREVIATURAS (em ordem alfabética) PDDE Programa Dinheiro Direto na PNDH Escola Programa Nacional de Direitos Humanos PEA População Economicamente Ativa PEC Proposta de Emenda Desenvolvimento Rural Constitucional Sustentável PED PNDRS Pesquisa de Emprego e PNE Plano Nacional de Educação Desenvolvimento PNSP Plano Nacional de Segurança PEQ Planos Estaduais de Qualificação PETI Programa de Erradicação do Pública PNUD PGBL Fundação Petrobrás de Seguridade PPA Plano Plurianual Social PQD Programa de Qualificação Docente Plano Gerador de Benefício PREVI Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil Líquido PGFN Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Trabalho Infantil PETROS Plano Nacional de Procuradoria Geral da Fazenda PROAGRO Nacional Programa de Garantia da Atividade Agropecuária PIB Produto Interno Bruto PICDT Programa Institucional de Assentamentos da Reforma Capacitação Docente e Técnica Agrária PICDTEC PROCERA PRODASEN Programa Institucional de Processamento de Dados do Ensino Tecnológico Senado Federal Programa de Integração Social PISA Programa Internacional de PROEMPREGO de Vida do Trabalhador Plano Nacional de Qualificação PROEP Projeto de Lei Complementar PME Pesquisa Mensal de Emprego PMSS Programa de Modernização do PROFAE PNAD Enfermagem PROGER PNAE PRONAC AIDS Pesquisa Nacional por Amostra de Programa Nacional de Alimentação Escolar Programa de Geração de Emprego e Renda Programa Nacional de Doenças Domicílios Projeto de Formação de Trabalhadores da Área de Setor Saneamento Sexualmente Transmissíveis e da Programa de Expansão da Educação Profissional do Trabalhador PLC Programa de Expansão do Emprego e Melhoria da Qualidade Avaliação de Alunos PN/DST/AIDS Centro de Informática e Capacitação de Docentes do PIS PLANFOR Programa de Créditos para os Programa Nacional de Apoio à Cultura PRONAF Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar 257 258 POLÍTICAS SOCIAIS acompanhamento e análise GLOSSÁRIO DE ABREVIATURAS (em ordem alfabética) PROSUP Programa de Suporte à Pós- SIGAE Graduação de Instituições de Ensino Particulares PROTRABALHO Emprego SIH/SUS Programa de Promoção do Sistema de Informações Hospitalares do Emprego e Melhoria da Qualidade PRPG Sistema Integrado de Ações de SIMPLES SUS Sistema Integrado de Pagamento de Vida do Trabalhador na Região de Impostos e Contribuições das Nordeste e Norte de Minas Gerais Microempresas e Empresas de Programas Regionais de Pós- Pequeno Porte Graduação SINE Sistema Nacional de Emprego PSF Programa de Saúde da Família SINIS Sistema Nacional de Informações RECOR Registro Comum de Operações de SIOPS Sistema Integrado do Orçamento Crédito Rural Público com Saúde REFORSUS Reforço à Reorganização do RGPS Regime Geral de Previdência Social RJU Regime Jurídico Único RMV Renda Mensal Vitalícia SAC Serviço de Ação Continuadas SAEB Sistema de Avaliação da Educação SUS Básica SAF Secretaria de Agricultura Familiar SANEAPAR Companhia de Saneamento do Paraná SANEATINS Companhia de Saneamento de Tocantins SE Secretaria Executiva SEADE Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados SEAS Social SEF Secretaria de Ensino Fundamental SES Secretarias Estaduais de Saúde SIA/SUS Serviço de Informações SIAFI SUS Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal SIDOR Sistema Integrado de Dados Orçamentários Secretaria de Previdência Complementar SPE Sistema Público de Emprego SPHAN Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional SPI Secretaria de Planejamento e Investimento Estratégico do MP SPOA Subsecretaria de Planejamento, Orçamento e Administração (Ministério do Trabalho) STF Supremo Tribunal Federal STJ Superior Tribunal de Justiça STN Secretaria do Tesouro Nacional SUS Sistema Único de Saúde SUSEP Superintendência de Seguros Privados Secretaria de Estado da Assistência Ambulatoriais do SPC TCU Tribunal de Contas da União TDA Títulos da Dívida Agrária TJLP Taxa de Juros de Longo Prazo UCG Unidades Centrais de Gerenciamento UNDIME União Nacional de Dirigentes Municipais UNIREDE Consórcio Universidade Virtual Pública do Brasil USP Universidade de São Paulo COORDENADOR DO EDITORIAL Luiz Cezar Loureiro de Azeredo GERÊNCIA DE PRODUÇÃO Suely Ferreira REVISÃO Chico Villela Sarah Ribeiro Pontes Luciana Soares Sargio Lilian Afonso Pereira (estagiária) Renata Frassetto de Almeida (estagiária) CORRESPONDÊNCIA PROJETO GRÁFICO Soter Design Ana Soter e Anna Amendola EDIÇÃO GRÁFICA Cecília Bartholo de Oliveira Francisco de Souza Filho Iranilde Rego Bezerra Silva BRASÍLIA SBS Quadra 01 − Edifício BNDE 14º andar − sala 1425 − CEP: 70.776-900 Tels: (0xx61) 315-5390 Fax: (0xx61) 226-4286 E-mail: [email protected] RIO DE JANEIRO Av. 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