PMSBP - Levantamento de Dados - Prefeitura Municipal de Bela
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PMSBP - Levantamento de Dados - Prefeitura Municipal de Bela
Município de Bela Vista de Goiás PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO PARTICIPATIVO Levantamento Inicial de Dados Setembro, 2015 PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO PARTICIPATIVO DO MUNICÍPIO DE BELA VISTA DE GOIÁS Prefeitura de Bela Vista de Goiás – GO Endereço: Praça José Lobo, 10, Centro Eurípedes José do Carmo – Prefeito Municipal Nárcia Kelly – Vice-Prefeita GRUPO GESTOR DO PLANO Constituído pelo corpo técnico do Município 2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................4 2 OBJETIVOS .....................................................................................................6 3 METODOLOGIA ..............................................................................................8 4 DIAGNÓSTICO TÉCNICO-PARTICIPATIVO ..................................................9 4.1 Aspectos Socioeconômicos, Culturais, Ambientais e de Infraestrutura ......9 4.1.1 Caracterização da Área de Planejamento .................................................9 4.1.2 Aspectos Socioeconômicos .....................................................................12 4.1.3 Aspectos Culturais ...................................................................................28 4.1.4 Aspectos Ambientais ...............................................................................32 4.1.5 Aspecto Estrutural ...................................................................................43 4.2 Política do Setor de Saneamento ...............................................................48 4.2.1Infraestrutura de Abastecimento de Água ................................................54 4.2.2 Infraestrutura de Esgotamento Sanitário .................................................60 4.2.3. Infraestrutura de Manejo de Águas Pluviais ...........................................64 4.2.4 Infraestrutura de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos ........73 5 REFERÊNCIAS ...........................................................................................107 3 1 INTRODUÇÃO A Lei nº 11.445/2007, que estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico e para a política federal de saneamento básico, inaugurou uma nova e desafiadora fase na história da área de saneamento no Brasil: a exigência legal da ação de planejamento. Assim, cabe ao Município, titular dos serviços de saneamento, formular a política pública de saneamento básico por meio da elaboração do Plano de Saneamento Básico, devendo garantir à sociedade informações, representações técnicas e participações nos processos de formulação de políticas, de planejamento e de avaliação relacionados aos serviços públicos de saneamento básico. A ação de planejamento envolve uma avaliação do estado presente do objeto a ser planejado para, a partir daí, definir o estado futuro. Para isso, é necessário ter conhecimento sobre a situação do saneamento básico no Município. Para a elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico de Bela Vista de Goiás pretende-se discutir o entendimento de todos os atores envolvidos. O saneamento passa por diversos segmentos da sociedade, caracterizando-se como ação de saúde pública, de interesse local, direito do cidadão vinculado à moradia digna, direito social, ação de controle ambiental, estando, conseqüentemente, mais voltado para o campo das políticas sociais, além de constituir-se como medida de infraestrutura das cidades e de desenvolvimento urbano. 4 Dessa forma, o Município conta com a participação de todos para elaboração do Plano de Saneamento Básico, que abrangerá o conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais de: • abastecimento de água potável: constituído pelas atividades, infraestruturas e instalações necessárias ao abastecimento público de água potável, desde a captação até as ligações prediais e respectivos instrumentos de medição; • esgotamento sanitário: constituído pelas atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposição final adequados dos esgotos sanitários, desde as ligações prediais até o seu lançamento final no meio ambiente; • limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos: conjunto de atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destino final do lixo doméstico e do lixo originário da varrição e limpeza de logradouros e vias públicas; • drenagem e manejo das águas pluviais urbanas: conjunto de atividades, infraestruturas e instalações operacionais de drenagem urbana de águas pluviais, de transporte, detenção ou retenção para o amortecimento de vazões de cheias, tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas nas áreas urbanas. O Plano Municipal de Saneamento Básico é instrumento indispensável da política pública e a sua elaboração é uma oportunidade para a sociedade conhecer e entender o que acontece no município, além de poder discutir as causas dos problemas e propor soluções. 5 2 OBJETIVOS Este trabalho tem por objetivo o levantamento de dados primários e secundário para fomentar a elaboração do Plano de Saneamento Básico Participativo do Município de Bela Vista de Goiás, bem como da elaboração do projeto de lei da Política Municipal de Saneamento. Como resultado pretende-se a apresentação de um plano consistente, adequado às disposições da Lei Federal nº 11.445/2007, que contemplem os quatro serviços de saneamento básico (abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e drenagem, manejo das águas pluviais urbanas) e que possibilitem: Fornecer aos representantes municipais dados e informações adequadas para avaliar e decidir sobre a forma de prestação dos serviços de saneamento básico no município; Orientar o desenvolvimento de programas e ações da política municipal de saneamento básico para o município de Bela Vista de Goiás; Orientar a atuação dos órgãos de regulação e fiscalização da prestação dos serviços de saneamento básico; Identificar os indicadores setoriais a serem incorporados a sistemas de informações para acompanhamento e avaliação em instâncias institucionais afetas. 6 Revisar a legislação vigente, que possa afetar a implementação do Plano, com a finalidade de compatibilização das mesmas, e/ou introduzir as modificações necessárias; Preparar a informação necessária, e dar a conhecer o Plano através principalmente da rede 7 mundial de computadores. 3 METODOLOGIA A estruturação do presente trabalho pautou-se pela busca de objetividade e clareza na apresentação do diagnóstico dos quatro setores de saneamento básico do Município de Bela Vista de Goiás, algo bastante difícil em se tratando de tema diretamente relacionado às ciências ambientais, em função da complexidade dos sistemas de saneamento, da ausência ou inexistência de dados oficiais atualizados e do processo de integração das equipes multidisciplinares, envolvidas na elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico Participativo, com diferentes abordagens e formas de apresentação peculiares de cada especialidade. Inicialmente, operou-se com procedimentos meramente técnicos, neutros, a partir dos quais são feitos diagnósticos e prognósticos, os quais serão submetidos a discussões por meio de oficinas, propiciando o debate de ideias, das diversas formas de reconhecer a realidade e interpretá-la para projetá-la. Justifica-se, assim, a necessidade de se discutir o saneamento básico como objeto de planejamento, seus conceitos, a forma como foi entendido ao longo do tempo e como foi apropriado pelos diversos segmentos da sociedade; elementos que, em última instância, irão influenciar na definição dos pressupostos sob os quais o planejamento se sustentará. Assim, durante o processo de elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico Participativo do Município de Bela Vista de Goiás serão discutidos os entendimentos dos atores envolvidos sobre esse objeto, debatendo os conceitos e a história de sua constituição. 8 4 DIAGNÓSTICO TÉCNICO-PARTICIPATIVO O PMSBP será orientado pelo diagnóstico, que abrange os quatro componentes do saneamento básico estipulados pela Lei nº 11.445/2007, com informações sobre as condições dos serviços, quadro epidemiológico e de saúde, indicadores sócio-econômico e ambientais, além de toda informação correlata de setores que se integram ao saneamento. 4.1 Aspectos Socioeconômicos, Culturais, Ambientais e de Infraestrutura 4.1.1 Caracterização da Área de Planejamento O município de Bela vista de Goiás está localizado a 246 km de Brasília, capital do Brasil, e a 45 km de Goiânia, capital do Estado de Goiás, fazendo parte de sua Região Metropolitana. As principais vias de acesso são a GO-020, a GO-147 e a GO-219: 9 Atualmente, o município de Bela Vista de Goiás possui uma área total de 1.255.419 km² (IBGE-2012), sendo um dos maiores municípios do estado de Goiás, incluindo o Distrito de Roselândia, estando a sede do município numa altitude de 700 metros. O município de Bela Vista de Goiás está situado na Microrregião de Goiânia, composta pelos municípios de Goiânia, Abadia de Goiás, Aparecida de Goiânia, Aragoiânia, Bela Vista de Goiás, Bonfinópolis, Brazabrantes, Caldazinha, Caturaí, Goianápolis, Goianira, Guapó, Hidrolândia, Inhumas, Nerópolis, Nova Veneza, Santo Antônio de Goiás, Senador Canedo, Terezópolis de Goiás e Trindade. 10 Bela Vista de Goiás limita-se a noroeste com Senador Canedo, ao norte com Caldazinha, a nordeste com Silvânia, a leste come São Miguel do 11 Passa Quatro, a sudeste com Cristianópolis, ao sul com Piracanjuba, a sudoeste com Hidrolândia, e a oeste com Aparecida de Goiânia. Municípios Limítrofes de Bela Vista de Goiás Municípios Distância entre as Sedes Municipais Hidrolândia 29km São Miguel do Passa Quatro 33,5km Cristianópolis 37km Caldazinha 30,1km Aparecida de Goiânia 34,4km Bonfinópolis 39,6km Leopoldo de Bulhões 46,2km Senador Canedo 32,2km Piracanjuba 36,4km 4.1.2 Aspectos Socioeconômicos A dinâmica populacional do Município de Bela Vista de Goiás está relacionada ao desenvolvimento do Estado e à sua localização, como parte integrante da região metropolitana de Goiânia, estando aqui representada de forma sucinta a sua evolução e distribuição. A distribuição espacial da população do Estado, segundo levantamento da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado de Goiás (GEO Goiás, 2002), mostra contrastes entre grandes adensamentos e áreas pouco ocupadas. Referida desigualdade é reflexo da dinâmica 12 econômica, com concentração geográfica de atividades, que privilegia tipos de ocupação e de uso em razão de fatores naturais, predispondo certas porções do território a determinadas atividades produtivas. Segundo a análise do GEOGoiás (2002), a evolução populacional do Estado de Goiás apresenta aspectos significativos quanto à população rural, que perdeu grande contingente entre 1980 e 1991 em decorrência da modernização dos processos produtivos, fator que levou à dispensa de trabalhadores no campo, e da atração exercida pelas cidades, que dispunham de melhor infra-estrutura social e acalentavam o mito – para os habitantes do campo – da oferta aparentemente ilimitada de empregos. Outro fator relevante a ser considerado no crescimento populacional do Estado de Goiás é a migração intra e interestadual, que, segundo levantamento GEOGoiás, tem sido um componente relevante na sua dinâmica populacional, levando a uma grande concentração populacional nos aglomerados urbanos da região metropolitana de Goiânia e Entorno de Brasília nas últimas décadas. Dessa forma, o componente da migração interestadual passa a ser, a partir da presente década, um fator relevante no crescimento populacional do Estado. O município de Bela Vista de Goiás, que faz parte da região metropolitana de Goiânia, sofreu influencia de todos estes fatores, tendo apresentado um crescimento populacional significativo nos últimos anos. Somente do ano de 1996 ao ano de 2010 pode ser observado um crescimento populacional de 27,56%, ou seja, a população que antes era composta por 17.786 pessoas, passou para 24.554 em 2010. Inclusive, conforme demonstra a tabela abaixo, a população do município teve um crescimento maior entre os anos de 2009 e 2010, do que 13 entre os anos de 2000 e 2009. Dentro desta perspectiva, insta frisar que este aumento populacional, alavancado pelos fatores retro mencionados, vem sendo observado durante os demais anos, causando impactos até a atualidade. Tabela: População censitária de Bela Vista de Goiás (1980 a 2010) População Censitária Ano Referência Urbana Rural População Total 1980 6.010 11.245 17.225 1991 9.652 7.664 17.316 1996 10.455 7.331 17.786 2000 12.278 6.932 19.210 2001 - - 19.645 2002 - - 20.016 2003 - - 20.391 2004 - - 21.177 2005 - - 21.611 2006 - - 22.043 2007 14.296 6.319 20.615 2008 - - 21.466 2009 - - 21.679 2010 17.955 6.599 24.554 SEPLAN/ SEPIN (2010) Segundo o Censo 2010 (IBGE) a população do município contava com 24.554 habitantes. Atualmente, início do ano de 2014, estima-se um aumento considerável em número de habitantes, embora ainda não tenha sido realizado novo Censo. Conforme informações disponibilizadas pelo IBGE/2010 foram registrados 8.083 domicílios ocupados em Bela Vista de Goiás e houve adensamento de alguns loteamentos após este censo. O IBGE fez uma estimativa de 27.628 habitantes em Bela Vista de Goiás no ano de 2015. 14 De acordo com relatório fornecido pela CELG, há, no município, 8.818 imóveis urbanos e 3.084 imóveis rurais, podendo ser deduzido que a população atual é superior à estimada pelo IBGE, apesar de não haver dados oficiais sobre o tema. A projeção da população elaborada pelo IBGE para o Estado de Goiás considera as estruturas etárias da população residente, níveis e padrões de fecundidade e mortalidade e saldo migratório. As alterações na estrutura da população do município são indicadores que conduzem à políticas públicas para atender a essas demandas. Refletem as necessidades sobre oferta de trabalho, ensino e prestações de serviços, saúde e seguridade social. Esta taxa deve ser revista a cada Censo, tendo em vista que indica as mudanças de comportamento, oportunidades e reflete no espaço físico da cidade. Fig.: Crescimento Populacional Fonte: IBGE 2010 Os dados de 2000 e 2010 são fornecidos pelo IBGE, já os dados para o ano de 2020 é uma perspectiva baseando-se no fato de que o crescimento populacional continue o mesmo da última década. 15 4.1.2.1 Indicadores Sócio-Econômicos De acordo com as informações disponibilizadas pelo IBGE, CNM e SEPLAN/ SEPIN, que possuem como fonte o Ministério do Trabalho e do Emprego, houve um aumento no PIB – Produto Interno Bruto, no ano 2006 para R$270.867,00 enquanto que no ano 2002 foram encontrados R$131.094,00, ou seja, um aumento maior que 50% em quatro anos. A distribuição do (PIB em reais) para o ano 2006 está apresentada no Quadro a seguir. Tabela 02: PIB – Produto Interno Bruto de Bela Vista de Goiás/ GO Produto Interno Bruto PIB PIB Preços 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 131,09 189,05 215,94 249,90 269,70 273,94 255,23 330,24 6,454 9,113 10,196 11,563 12,235 13,288 11,889 15,233 Correntes (R$ mil) PIB per capita(R$ ) Fonte: Sepin (2006). Fig.: Produto Interno Bruto 16 Fonte: IBGE 2010 Conforme dados disponibilizados pelo CAGED - Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, estabelecido pelo Ministério do Trabalho e Emprego, Bela Vista de Goiás vem aumentando o saldo de emprego. Analisando o quadro em 1998 o saldo era negativo (-87), deu um salto positivo dez anos depois (14). O emprego formal no município teve seu melhor momento em 2002, alcançando o auge em 2005, mas encontrou-se em decréscimo ate 2007, hoje percebe-se um crescimento, embora não tenha dados oficiais. Tabela: Emprego - CAGED de Bela Vista de Goiás/ GO (1998 a 2008) EMPREGO Admitidos 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 1.319 1.127 1.355 1.719 1.027 1.348 1.737 1.052 903 1.043 1.334 984 1.313 1.593 (CAGED) Desligados (CAGED) 17 267 Saldo 224 312 385 43 30 14 (CAGED) Fonte: SEPLAN/ SEPIN (2010). A RAIS - Relação Social de Informações Sociais, estabelecida pelo Ministério do Trabalho e Emprego, indicou que a população desenvolveu um significativo aumento em seu rendimento médio, progressivamente em oito anos, totalizando 130%. Tabela: Emprego - RAIS de Bela Vista de Goiás/ GO (1999 a 2007) EMPREGO Número de 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 3.106 2.956 3.002 2.873 3.012 3.180 2.944 3.256 381.11 394.47 473.20 544.66 531.30 598.44 651.27 715.52 empregos formais (RAIS) Rendimento Médio - R$ (RAIS) Fonte: SEPLAN/ SEPIN (2009). Índice de alfabetização: População Residente Alfabetizada 20.722 habitantes População Residente Alfabetizada– Mulher 10.155 habitantes População Residente Alfabetizada – Homem 10.567 habitantes Dados referentes População Residente 2010 24.554 habitantes Fonte: IBGE Censo 2010 Tabela - Vulnerabilidade Familiar – Censo demográfico 2010 Mulheres chefes de família 2.449 Homens chefes de família 5.703 18 Pessoas de 10 anos ou mais de idade – classes de 13.488 rendimento nominal mensal - com renda de 0 à 1 salário mínimo Pessoas de 10 anos ou mais de idade – classes de 4.689 rendimento nominal mensal - Mais de 1 à 2 salários mínimos Pessoas de 10 anos ou mais de idade – classes de 1.369 rendimento nominal mensal – Mais de 2 à 3 salários mínimos. Pessoas de 10 anos ou mais de idade – classes de 866 rendimento nominal mensal – Mais de 3 à 5 salários mínimos. Pessoas de 10 anos ou mais de idade – classes de 532 rendimento nominal mensal – Mais de 5 à 10 salários mínimos. Pessoas de 10 anos ou mais de idade – classes de 72 rendimento nominal mensal – Mais de 10 à 15 salários mínimos. Famílias que acessam recursos federais ( Bolsa Família, 1.050 PETI) Fonte: IBGE – Cidades/ Equipe técnica municipal A) IDM – 2012: A Secretaria de Gestão e Planejamento do Estado de Goiás, por meio do Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos, realizou diversas pesquisas sobre os dados dos municípios goianos, tendo elaborado o Índice de Desempenho dos Municípios – IDM, que é uma medida de desempenho dos municípios em seis áreas: Economia, Trabalho, Educação, Saúde, Segurança e Infraestrutura. 19 O índice foi publicado em novembro de 2014 com base em dados colhidos no ano de 2012. O método realizado atribuiu a cada área valoração equitativa para apuração do índice final. A medida assume valores entre 0 e 10, quanto mais próximo de zero pior é o desempenho do município nas seis áreas contempladas e quanto mais próximo de 10 melhor o desempenho. Com base nessas premissas, foram elaboradas estatísticas descritivas do IDM do Estado de Goiás por dimensão, no qual, a média obtida para os 246 municípios goianos foi: IDM Indicador Economia Trabalho Educação Segurança Infraestrutura Saúde Geral Média 5,04 4,32 5,93 8,04 5,63 7,43 6,07 Elaboração: Instituto Mauro Borges / Segplan-GO / Gerência de Estudos Socioeconômicos e Especiais. Foi realizada, ainda, estatísticas com base no número de habitantes por município, estando Bela Vista de Goiás na faixa entre 20 mil e 50 mil habitantes, num total de 32 municípios, do qual se extrai o IDM segundo porte por número de habitantes: IDM - 2012 Economia Trabalho Educação Segurança Infraestrutura Saúde Geral 7,26 4,99 6,04 7,26 6,38 7,76 6,61 Elaboração: Instituto Mauro Borges / Segplan-GO / Gerência de Estudos Socioeconômicos e Especiais. O município de Bela Vista de Goiás está situado em 68º no Ranking, apresentando os seguintes índices: Bela Vista de Goiás População Economia Trabalho Educação 20 Segurança Infraestrutura Saúde Geral 2012 25.361 7,75 5,18 5,92 6,78 5,94 7,08 6,44 IDM Economia: Variáveis e Escores - Bela Vista de Goiás - 29 PIB VA VA VA Recursos Evolução IDM per/cap Serviço Agropecuário Indústria Próprios PIB Economia 7,37 8,26 7,53 8,99 7,53 6,80 7,75 IDM Trabalho: Variáveis e Escores - Bela Vista de Goiás - 59 Geração de Empregos Remuneração Nível de emp. IDM formais média escolaridade formais Trabalho 2010/2012 2,28 7,45 4,68 6,32 5,18 IDM Infraestrutura: Variáveis e Escores - Bela Vista de Goiás - 70 Telefonia fixa e Cobertura de Cobertura de Cobertura de IDM internet Esgoto Energia Água Infraestrutura 2,08 4,10 10,00 7,56 5,94 IDM Educação: Variáveis e Escores - Bela Vista de Goiás - 129 Atendimento Educacional IDEB Infraestrutura 5,21 Formação dos professores 4a5 6 a 14 15 a 17 5º ano 9º ano anos anos anos 5 4,1 5,79 8,7 8,08 4,49 IDM Educação 5,92 IDM Saúde: Variáveis e Escores - Bela Vista de Goiás - 171 Leitos SUS por 1.000 hab. 4,04 Médicos SUS por 1.000 hab. 3,55 Pre-natal com 7 consultas 6,30 Cobertura Morte Cobertura ESF - Mortalidade por ESF Saúde Infantil causas Bucal 10 10,00 4.1.2.2 Equipamentos Públicos 21 externas 6,58 8,66 Cobertura Vacinal tetravalente 7,54 IDM Saúde 7,08 a) Esporte e Lazer O município conta com vários equipamentos públicos voltados ao esporte e lazer. Alguns destes equipamentos são quadras poliesportivas cobertas construídas pela administração pública municipal em escolas municipais, e outras construídas pelo estado nas escolas estaduais. Um Centro Esportivo foi construído no setor Ulisses Guimarães e possui uma quadra poliesportiva coberta, uma pista de skate, um campo de futebol gramado e uma quadra de vôlei de areia. Há um ginásio no setor central e um campo de futebol gramado no setor Las Vegas. Um Parque com Lago Municipal entre os Setores Lúcia Alice e Centro está sendo finalizado e possuirá uma quadra de vôlei, três academias de ginástica ao ar livre, sendo uma para terceira idade, e um playground com vários brinquedos. Quanto a prática das atividades esportivas, insta destacar que a Secretaria de Esporte e Lazer disponibiliza a Escolinhas de Iniciação Esportiva nas seguintes modalidades: futebol, natação, voleibol, futsal e karatê, além do Projeto Saúde Terceira Idade. O município ainda conta com Campeonatos Municipais, Regionais e Estaduais de Futebol de Campo, Futsal, Voleibol, Karatê e Natação, garantindo o incentivo às práticas esportivas. b) Saúde 22 O município possui 08 Unidades Básicas de Saúde localizadas duas no Centro e as demais nos Setores Las Vegas, São Jorge, São Vicente, Roselândia, Pérola do Sul e Santa Cruz: AREA UBS 01 – Las Vegas BAIRRO OU REGIÃO Las Vegas I e II, Região da Arapuca, Arapuquinha, Capoeira Grande e Tamburiu UBS 02 – Centro 2 Centro, abaixo da Escola Estadual Doutor Bélem até o Córrego UBS 03 – Centro 1 Centro, acima do Banco do Brasil até divisa com o UBS 05 UBS 04 – São Jorge UBS 05 – São Vicente Armando Antonio e Santo Antonio, Setor São Jorge, Setor Oeste, Região do Cará, Mato Grande, Taquari, São José, Limoeiro. Maria Nadir, São Vicente, Habitacional Bela Vista, Região dos Dentos, Barreiro, Mata Feia, Conceição, Areião, Santa Rita, Capão Comprido Distrito de Roselândia, Barcelona, Fazenda da Larga, Vargem Grande, UBS 06 - Roselândia Tabatinga (Córrego Fundo), Vereda dos Buritis, Quilombo de Cima, Sucuri UBS 07 – Pérola do Sul Primavera, Setor Perola do Sul, Via Flores e Residencial Perola do Sul, Mato Grande, Caiçara, Quilombo de Baixo, Região do Barreiro Setor Santa Cruz, Alfaville, Rua Piracanjuba, Residencial Sussuapara, UBS 08 – Santa Cruz Setor Dona Clotilde, Setor São Geraldo, Setor Flamboyant e parte do Las Vegas I Estão sendo construídas mais duas Unidades Básicas de Saúde, em convênio com o governo federal, uma no Centro (porte II) e outra no Setor Dona Clotilde (porte I) para atender este e os residenciais Sussuapara e Alfaville. Bela Vista de Goiás ainda possui, situados no Centro, um Hospital e Maternidade Municipal, um Centro de Especialidades Médicas, um Centro de Especialidades Odontológicas, um Centro de Atenção Psicossocial, um Núcleo de Apoio à Saúde da Família, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência e a 23 Central de Abastecimento de Medicamentos – Farmácia, todos à disposição da população. c) Educação De forma geral, o número de estabelecimentos de ensino no município é satisfatório, atendendo a população local. Há somente escolas de ensino fundamental e médio, não possuindo o ensino superior. No Município há vinte e um estabelecimentos de ensino e são compostos por seis escolas estaduais, duas conveniadas (São José e Pestalozzi), sete municipais, três SEMEI’s e três escolas particulares. Vale ressaltar que as escolas municipais obtiveram, no ano 2013, melhoria do índice do IDEB de 4.6 para 5.4, meta projetada pelo MEC para ser alcançada no ano de 2.021. O transporte escolar é eficiente e merece destaque por prestar esse serviço com qualidade a 2.067 alunos incluindo os alunos da zona rural e urbana. A rede municipal de educação mantém 151 professores em 97 turmas de alunos distribuídas nas sete escolas e nos três SEMEI’s e fornece 2.095 merendas escolares. d) Transporte Os meios de transporte mais utilizados em Bela Vista de Goiás são: carros, motos e caminhonetes. Segundo informações disponibilizadas pelo 24 DETRAN/GO – Departamento Estadual de Trânsito de Goiás, estão registrados no município 4.960 automóveis, 4.130 motocicletas e 1.338 caminhonetes. O município está inserido na Rede Metropolitana de Transportes Coletivos (Lei Complementar Estadual nº 27/1999), sendo que o transporte público disponível é o ônibus. Dessa forma, as linhas existentes são intermunicipais (Bela Vista de Goiás/ Goiânia) e o valor da passagem é o mesmo das passagens cobradas para circular em Goiânia. Em decorrência de integrar a Rede Metropolitana de Transportes Coletivos, não pode haver, em Bela Vista de Goiás, transporte público restrito ao âmbito municipal. e) Assistência Social No campo da Assistência Social, estão disponíveis para os munícipes: O CRAS - Centro de Referência da Assistência Social - destinado ao atendimento socioassistencial de famílias situadas em áreas com maiores índices de vulnerabilidade e risco social; O CREAS - Centro de Referência Especializado de Assistência Social - oferta serviços da proteção especial, especializados e continuados, gratuitamente a famílias e indivíduos em situação de ameaça ou violação de direitos. Além da oferta de atenção especializada, o Creas tem o papel de coordenar e fortalecer a articulação dos serviços com a rede de assistência social e as demais políticas públicas; 25 O Projeto Viver - projeto social que atende crianças e adolescentes em situação de risco e pertencentes a famílias de baixa renda, disponibilizando reforço escolar e lazer; O Lar da Esperança - casa que abriga provisoriamente Crianças e Adolescentes em situação de risco no município de Bela Vista de Goiás; A Casa do Idoso Dona Neném Lucindo - unidade setorial descentralizada destinada a prestar assistência psicossocial e abrigo aos idosos; A Escola de Costura Industrial - gerenciada pela Secretaria Municipal de Indústria, Comércio e Turismo e pela Secretaria Municipal Ação e Promoção Social e oferece os cursos de Costureiro Industrial – Malha e Costureiro Industrial – Tecido Plano; O Programa de Habitação de Interesse Social – vinculado aos programas habitacionais: PSH - Programa de Subsidio a Habitação e PMCMV Programa Minha Casa Minha Vida. No município, 1.251 (um mil duzentas e cinqüenta e uma) famílias são beneficiadas com o programa bolsa família e 4.500 (quatro mil e quinhentas) pessoas estão cadastradas no CadÚnico. f) Áreas Verdes e Praças Públicas Uma área verde urbana ou parque urbano é um espaço urbano com predomínio de vegetação, concebido com diversos propósitos. Nesta categoria, enquadram-se os parques, jardins botânicos, jardins zoológicos, complexos recreativos e esportivos, hípicas e cemitérios-parques, dentre outros. A 26 preservação da natureza e a aclimatação de sua área de domínio – com a melhoria na qualidade do ar – estão entre as prioridades destes ambientes, contribuindo para bem-estar da população local. A parte urbana do município de Bela Vista de Goiás possui poucas áreas destinadas a Áreas Verdes e um único Parque Urbano que está sendo construído. As praças são pequenas Áreas Verdes que não estão presentes em todos os setores do município e, em muitos, há área disponível mas não cumpre sua função ambiental. O Plano Diretor Participativo do município estabelece um percentual mínimo de 7,5% para áreas verdes quando da aprovação de novos loteamentos. g) Feira Coberta A Feira Coberta de Bela Vista de Goiás foi entregue à população no ano de 2013. É uma construção com arquitetura arrojada e capacidade para comportar mais de duas mil pessoas, quase cem bancas, possui dois banheiros, um masculino e outro feminino, e uma sala de administração. Há também um mezanino que possibilita a apresentação de eventos culturais durante a realização das feiras. Esta construção está localizada no setor Las Vegas e atualmente está funcionando às quartas-feiras, a partir do período da tarde. É a mesma feira que acontecia na Rua Domingos Arantes. Os feirantes concordaram com a transferência do local para dar funcionalidade à Feira Coberta, entretanto, os feirantes que realizam a feira aos domingos naquela rua não concordaram com a mudança de local e a mantiveram tal qual antigamente. 27 h) Cemitério O cemitério de Bela Vista Goiás está localizado nos setores Dona Benedita e Lúcia Alice e atende toda a demanda do município. Há apenas um cemitério na cidade e é administrado pela prefeitura. Este cemitério é regulamentado pela lei 1.394, de 9 de setembro de 2005. Tradicionalmente são feitas construídas pela comunidade para ornamentar os túmulos de seus entes queridos. Caso não tivesse sofrido a ação de vândalos, o cemitério de Bela Vista seria um dos mais ricos do Estado de Goiás no q eu se refere a arte tumular e mortuária. Os jazigos centenários estiveram a mercê da ação de depredadores e esculturas antiqüíssimas, em mármore de carrara, foram quase na totalidade levada por saqueadores. Atualmente são construídos jazigos de alvenaria com reboco reforçado para amenizar a poluição ao lençol freático e evitar danos ao meio ambiente. 4.1.3 Aspectos Culturais Bela Vista de Goiás possui alguns casarões tombados como patrimônio histórico Municipal e dois casarões tombados pelo IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. O estilo arquitetônico dessas casas, em sua maioria, é colonial despojado e estão em bom estado de conservação. Referido estilo está presente na construção da cidade desde a sua origem. 28 Fig.: Casarões tombados Estilo Colonial Há algumas casas em estilo “Art’deco” e foram edificadas na década de 1930 sob a influência do movimento artístico do final do século XIX, na Europa. Fig : Casas em estilo “Art’deco”. Ainda no aspecto cultural, é importante registrar que os casarões guardam em seu interior memórias vivas de grandes personalidades, que marcaram época, e dos avanços no desenvolvimento social, político e cultural da cidade. Tendo em vista que a cidade teve a sua origem veiculada à construção de uma capela dedicada a Nossa Senhora da Piedade, a religiosidade está intrinsecamente ligada à cultura local. 29 Dessa forma, as festas religiosas, desde o princípio, constituem uma das mais fortes manifestações populares. Festejam-se Nossa Senhora da Piedade, padroeira da cidade, e outros santos. No passado, a festa do Divino também foi de grande relevância, merecendo citação no livro “Viagens às Terras Goianas,” publicado em 1892 por Oscar Leal. Atualmente, reverencia-se, em janeiro, São Sebastião e Santa Inês e, em julho, Nossa Senhora da Piedade, São Sebastião e o Divino Espírito Santo. As folias também são manifestações populares folclóricas importantes no município, desde o surgimento da cidade, ocorrendo paralelamente às festas religiosas. Vale salientar as folias de Santo Reis, ocorridas em janeiro, principalmente a da região do Taquari, que atrai inúmeras pessoas de outras regiões de Estado de Goiás, tornaram-se manifestação cultural popular relevante no município. Fig.: Folia de Santo Reis. A dança da catira, as modas de viola, as cantigas regionais, que se cantavam nos antigos mutirões das fazendas ou de fiandeiras, os contadores de causos, expressados na personalidade de “Geraldinho Nogueira” - que se destacou no país -, são manifestações vivas de suas tradições. 30 Fig.: Geraldinho Nogueira É possível destacar, também, a arte de fiar e tecer de maneira rústica, ou seja, manualmente, que tem, até os dias atuais, forte expressão, cantando suas canções peculiares. No artesanato com forte expressão e dezenas de artesãos, encontram-se esculturas em madeiras, nas pinturas, no macramé, nos bordados, nos crochês etc., e nos curiosos trabalhos de Geraldo Coveiro, sendo que muitos desses trabalhos contribuem para aumentar a renda familiar. Fig.: Fiandeiras. Ainda no aspecto cultural vale salientar o seu rico patrimônio cultural literário, com diversos autores de renome, sendo destaque os escritos de José 31 Ferreira Lobo, historiador e jornalista, que se preocupou em registrar a historia da cidade. Nesse âmbito, vale destacar a criação da Academia Belavistense de Letras, Artes e Ciências, em 15 de novembro de 2001, uma associação civil, apolítica e visa incentivar e preservar o estudo da língua portuguesa; valorizar e divulgar a literatura goiana, em particular, e a brasileira, em geral; apoiar e promover atividades intelectuais, científicas e artísticas; incentivar iniciativas que tenham por fim a educação e a instrução dentro do município de Bela Vista de Goiás e incentivar a preservação e conservação do patrimônio cultural e natural. 4.1.4 Aspectos Ambientais 4.1.4.1 Recursos Hídricos O sistema hídrico do Município compreende um conjunto hidrográfico, pertencente à Bacia Paraná, mais precisamente a micro-bacia do Rio Meia ponte a qual deságua na sub-bacia do Rio Paranaíba. As principais drenagens pertencentes a essa micro-bacia do Rio Meia Ponte são os seguintes: Rio Dourados, Rio Piracanjuba, Ribeirão e João leite. Os volumes de sedimentos transportados pelas drenagens são bastante expressivos, fazendo-os em suspensão, rastejo de fundo do leito e por saltação. Esses sedimentos são depositados em armadilhas (traps), sendo que na maioria das vezes, a deposição é de forma secundária nas margens. Os vales são semi-abertos, assimétricos, encaixados em zonas de fraturas, as quais condicionam o fluxo das águas, com geometria retilínea e 32 meandriforme, com pequenas faixas de deposição aluvionar, havendo uma maior concentração nas curvas das drenagens. Os principais cursos d’água que passam pelo município são: - Rio Piracanjuba, que corta o município do sentido NordesteSudeste. Nasce no município, na região da Serra Do Passa Quatro, divisa com Silvania, e é atualmente usado para abastecimento público da sede do município. - Rio Caldas, nasce no município de Anápolis e corta o município no sentido Leste-Oeste. - Rio Meia Ponte, margeia os limites oeste do município, fazendo divisa com Hidrolandia e Piracanjuba. Corta o município no sentido Norte-Sul. Além desses cursos d’agua, de maior monta, o município é abastecido por uma série de pequenos e médios tributários como: Taquari, Garapa, Aborrecido, Conceição, Mata Feia, Lages, Cará, Larga etc. O município de Bela Vista é atravessado pelos seguintes rios e córregos: Meia-Ponte, Caldas, Piracanjuba, Boa Vista, Arapuca, Sozinha, São José, Aborrecido, Nuelo, Barro Amarelo, São Bento, Furado, Sucuri e Boa Vistinha. A sede municipal é cortada por quatro córregos: o Sussuapara, o Ponte de Terra, o Giral e o Queda d’água. A Bacia Hidrográfica do Rio Meia Ponte, que pode ser considerada como a mais importante do município, localiza-se no centro-sul do Estado de 33 Goiás, na região central do Brasil. As principais vias de acesso e deslocamento da região são formadas pelas rodovias federais BR-153/BR-060 (interligando a capital ao norte da região, no sentido Goiânia-Brasília; e ao sul, até a divisa com o Estado de Minas Gerais); e rodovias estaduais GO-070, GO-040, GO020 e GO-147. Sua área territorial corresponde a 3,6% do Estado, onde estão inseridos 38 municípios e onde se concentra 48% da população goiana. Fig.: Mapa da Bacia do Rio Meia Ponte Municípios Integrantes da Bacia do Rio Meia Ponte - GO. Fonte: SEMARH (2010) 34 Genericamente, as características fluviais do município podem ser definidas de forma simplificada: a drenagem apresenta-se com vales encaixados a montante, que vão se alargando à jusante, formando planícies de inundação ou várzea bem compartimentada. 4.1.4.2 Aspectos Pedológicos Na área do município de Bela Vista de Goiás estão presentes três classes de solos, a saber: Latossolos, que são solos minerais, não hidromórficos, normalmente muito profundos que apresentam avançado grau intempérico e são característicos de regiões equatoriais e tropicais. Os Cambissolos são solos minerais pouco evoluídos, geralmente pedregosos, em geral bem drenados, pouco profundos ou rasos com altos teores de silte. Estão presentes predominantemente nas regiões norte e sudeste do Estado Goiás. Os Argissolossão constituídos por material mineral com argila de atividade baixa, de profundidades variáveis com horizontes bastante evidentes. 35 Mapa de solos do município de Bela Vista de Goiás Fonte: SIEG, 2013. Organização e elaboração: Marcos dos Reis Peixoto (2013). O tipo de solo da área urbana é o Latossolo Vermelho Amarelo. Os Latossolos são solos minerais, não hidromórficos, que se caracterizam por possuírem horizonte B latossólico imediatamente abaixo de qualquer tipo de horizonte A, dentro de 200 cm da superfície do solo ou dentro de 300 cm, caso o horizonte A apresente mais que 150 cm de espessura (EMBRAPA 1999). Os Latossolos apresentam avançado grau intempérico, são extremamente evoluídos, sendo praticamente destituídos de minerais primários 36 ou secundários menos resistentes ao intemperismo. São solos que variam de fortemente a bem drenados, normalmente muito profundos, com espessura do solum1 raramente inferior a um metro, e em geral, são fortemente ácidos, com baixa saturação por bases, distróficos2 ou álicos3. Apresentam seqüência de horizontes do tipo A, Bw, C, com reduzido incremento de argila em profundidade. Os Latossolos Vermelho-Amarelo São muito utilizados para agropecuária apresentando limitações de ordem química em profundidade ao desenvolvimento do sistema radicular se forem álicos, distróficos ou ácricos. Em condições naturais, os teores de fósforo são baixos, sendo indicada a adubação fostatada. Outra limitação ao uso desta classe de solo é a baixa quantidade de água disponível às plantas. O relevo plano, ou suavemente ondulado, permite a mecanização agrícola. Por serem profundos e porosos ou muito porosos, apresentam condições adequadas para um bom desenvolvimento radicular em profundidade, sendo ampliadas estas condições se em solos eutróficos (de alta fertilidade). Atualmente vários são os impactos ambientais resultantes da ocupação e dos diversos usos que o homem faz do solo. A intensa urbanização e a sua constante incorporação de áreas rurais, o desmatamento que transforma ambientes naturais em pastagens ou em áreas agricultáveis e a mineração são as mais relevantes atividades impactantes presentes no Bioma Cerrado. Em Bela Vista de Goiás é possível visualizar alguns remanescentes de ambientes naturais do Cerrado e seu solo sendo usado principalmente para pastagens e agricultura, dado a sua extensão territorial em detrimento de seu pequeno tamanho enquanto urbano. 37 Mapa de uso do solo em Bela Vista de Goiás Fonte: SIEG, 2013. Organização e elaboração: Marcos dos Reis Peixoto (2013). O mapa demonstra que o solo do município de Bela Vista de Goiás está sob cinco formas de uso principais: Área urbana, apresentadas de cor escura na figura; Pastagem, demonstrada na figura com a cor amarela; Agricultura, que corresponde a cor bege na figura; Vegetação rala, que corresponde a gramíneas e vegetação arbustiva, que já sofre com forte interferência antrópica em seu ambiente, apresentada na cor ver claro na figura; e Vegetação densa, que corresponde a vegetação florestal, menos impactada pela ação antrópica, de cor verde escuro na figura. 38 4.1.4.3 Aspectos Geológicos A geomorfologia do município é representada por depressões contínuas, embora às vezes adquiram o aspecto de estreitos corredores quase sempre interrompidos pelos relevos mais elevados do planalto. As altitudes predominantes situam-se em torno de 700 m. O relevo plano que se caracteriza é representado por formas amplas e tabulares nas quais a incisão da drenagem é incipiente. As formas convexas, embora não ocupem grande extensão espacial, destacam-se pela sua posição ao longo dos rios principais. A área mais expressiva em termos regionais das Depressões Intermontanas é a que se situa ao longo do Rio Meia Ponte. A dissecação é suave e efetuada por canais incipientes, que originam formas tabulares na maior parte da região. Em áreas descontínuas margeando esses rios, entretanto, verifica-se uma dissecação mais intensa, com interfluvios de menores dimensões originando formas convexas. Ao se tratar da Geomorfologia do município, os sistemas denudacionais que abrangem sua área são: Superfície Regional de Aplainamento II A (SRAIIA), subunidade da Superfície Regional de Aplainamento II (SRAII) que se desenvolve entre cotas de 900 – 1.250 m, sobre rochas pré-cambrianasabrangendo predominantemente faixas do sudeste do Estado de Goiás; Superfície Regional de Aplainamento IIIA (SRAIIIA), subunidade da Superfície Regional de Aplainamento III (SRAIII), ocorre na porção central e borda sudoeste do Estado de Goiás entre cotas de 550 a 850 m, desenvolve-se sobre rochas pré-cambrianas; e Morros e Colinas representados pela legenda Estruturais, são remanescentes de litologias mais resistentes à erosão, formados na medida em que uma Superfície Regional de 39 Aplainamento (SRA) evolui com tendência recuante. Já a legenda massa d’água, representa os canais de drenagem presentes no município. Mapa Geomorfológico do município de Bela Vista de Goiás Fonte: SIEG, 2013. Organização e elaboração: Marcos dos Reis Peixoto (2013). No tocante da geologia, o município de Bela Vista de Goiás está enquadrado em três grupos principais, a saber: Grupo Araxá representado pelas unidades A, B e quartzitos, onde o córrego estudado encontra-se localizado, há a ocorrência de quartzitos micáceos e micaxistos, além de paragnaisses e lentes de mármores, margas e dolomitos, ocupa principalmente a região sudeste do estado de Goiás. 40 Granitos correspondem às unidades Jurubatuba, Granitos Tipo Aragoiânia, Granitos Tipo Rio Piracanjuba e Supracrustais,estão associados a toda história geológica do estado de Goiás e a fusão de sedimentos ou de material com origem mantélica. Coberturas Detrito-Lateríticas são chamadas de Coberturas detritolateríticas ferruginosas, são depósitos concrecionários que ocorrem nos planaltos do Distrito Federal e Alto Tocantins-Paranaíba e constituem pediplanos de idades pós-cretácicas. Mapa Geológico do município de Bela Vista de Goiás Fonte: SIEG, 2013. Organização e elaboração: Marcos dos Reis Peixoto (2013). 41 4.1.4.4 Aspectos Climatológicos O clima da região é classificado como Aw no sistema a Köppen e Geiger, com duas estações bem definidas: chuvosa (novembro a abril) e seca (maio a outubro). A pluviosidade é maior no inverno do que no verão. As temperaturas possuem variações, conforme as estações do ano, apresentando média anual de 23,1ºC e a precipitação média anual é de 1.355 mm. 4.1.4.5 Fitofisionomia O Município está inserido na Zona Neotropical, característica do bioma “Cerrado”, onde se destacam de forma regional as diversas fitofisionomias da Região Fitoecológica das Savanas (Cerrado brasileiro). Devido à influência de fatores locais, de ordem litológica, pedológica e de relevo, ocorrem fisiótopos de cerrado, cuja nomenclatura é definida por Savana Parque ou Savana Arborizada (com e sem floresta de Galeria). Neste contexto se faz importante destacar que os tipos fitofisionômicos do bioma Cerrado diferenciam-se, primeiramente, na fisionomia (forma) definida pela estrutura, pelas formas de crescimento dominantes e por possíveis mudanças estacionais e, posteriormente, são considerados aspectos do ambiente (fatores edáficos) e da composição florística (Ribeiro & Walter, 1998). No caso de tipos fitofisionômicos em que há subtipos, o ambiente e a composição florística, nesta ordem, foram os critérios de separação. Os estudiosos da área apontam 11 (onze) tipos fitofisionômicos que se enquadram em formações florestais (Mata Ciliar, Mata de Galeria, Mata 42 Seca e Cerradão), formações savânicas (Cerrado sentido restrito, Parque de Cerrado, Palmeiral e Vereda) e campestres (Campo Sujo, Campo Rupestre e Campo Limpo), onde muitos apresentam subtipos. 4.1.5 Aspecto Estrutural O Município de Bela Vista de Goiás, assim como a maioria das cidades brasileiras, cresceu sem um planejamento prévio e definido, com muitos loteamentos aprovados ao longo de sua história sem a infraestrutura adequada, especialmente a relacionada a saneamento básico. Apesar de o crescimento ter ocorrido de forma desordenada, o Centro é o local melhor servido de infraestrutura, com investimentos para beneficiar o bairro com maior coeficiente populacional. O problema maior está nos loteamentos distantes da sede do município, com baixa densidade populacional e, por este motivo, com menor grau de investimento. Entretanto, não obstante a falta de universalidade do saneamento básico, não há índices oficiais de doenças relacionadas. Atualmente, o Plano Diretor Participativo em vigor exige infraestrutura mínima para a aprovação de novos loteamentos, mesmo para os situados fora do perímetro urbano, especialmente no que se refere ao saneamento básico. A infraestrutura existente no perímetro urbano está assim disposta: 43 44 45 46 47 4.2. Política do Setor de Saneamento No Setor de Saneamento, diversos são os diplomas normativos que regulamentam o instituto. A Constituição Federal estabelece ser competência da União a instituição de diretrizes para o desenvolvimento urbano, incluindo o saneamento básico (art. 21, XX), e competência comum dos entes federados promover melhoria das condições de saneamento (art. 23, IX). A Constituição Federal dispõe, ainda, ser atribuição do sistema único de saúde participar da formulação da política e da execução da ações de saneamento básico (art. 200, IV). Quanto ao município, a sua titularidade na prestação dos serviços de saneamento básico está prevista no art. 30, V, da Carta Magna, no qual, compete aos municípios organizar e prestar, diretamente sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local. Da legislação federal com maior relevância na temática do saneamento, é possível destacar: Lei Federal nº 8.080/90, que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências; Lei Federal nº 8.142/90, que dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências; 48 Lei Federal nº 8.666/93, que regulamenta o artigo nº 37, inciso nº XXI, da Constituição Federal; institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências; Lei Federal nº 8.987/95, que dispõe sobre o regime de concessão e permissão da prestação de serviços públicos, previsto nº art. 175 da Constituição Federal, e dá outras providências; Lei Federal nº 9.074/95, que estabelece normas para outorga e prorrogação das concessões e permissões de serviços públicos e dá outras providências; Lei Federal nº 9.433/97, que institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso nº XIX do artigo nº 21 da Constituição Federal, e altera o artigo nº 1 da Lei Federal nº 8.001, de 13 de março de 1990, que modificou a Lei Federal nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989; Lei Federal nº 9.795/1999, que dispõe sobre educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências; Lei Federal nº 10.257/2001, que regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal e estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências; Lei Federal nº 11.079/2004, que institui normas gerais para licitação e contratação de parceria público-privada no âmbito da administração pública; 49 Lei Federal nº 11.124/2005, que dispõe sobre o Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social – SNHIS, cria o Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social – FNHIS e institui o Conselho Gestor do FNHIS; Lei Federal nº 11.107/ 2005, que dispõe sobre normas gerais de contratação de consórcios públicos e dá outras providências; Lei Federal nº 11.445/ 2007, que estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico e para a política federal de saneamento básico; Lei Federal nº 12.305/ 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Dentro da legislação federal, é possível destacar também o Decreto nº 7.404, de 23 de dezembro de 2010, que regulamenta a Lei no 12.305, de 2 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; o Decreto nº 7.217, de 21 de junho de 2010, que regulamenta a Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007, que estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico, e dá outras providências; e o Decreto nº 6.017, de 17 de Janeiro de 2007, que regulamenta a Lei nº 11.107. Ainda, a Portaria nº 2.914, de 12 de dezembro de 2011, do Ministério da Saúde, que dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. Da legislação estadual, destacam-se: A Lei Estadual nº 8.544/1978, que dispõe sobre o controle da poluição do meio ambiente; 50 A Lei Estadual nº 12.596/1995, que institui a Política Florestal do Estado de Goiás e dá outras providências; A Lei Estadual nº 13.123/1997, que estabelece normas de orientação à Política Estadual de Recursos Hídricos, bem como ao sistema de gerenciamento de Recursos Hídricos; A Lei Estadual nº 13.583/2000, que dispõe sobre a conservação e proteção ambiental dos depósitos de água subterrânea no Estado de Goiás e dá outras providências; A Lei Estadual nº 14.248/2002, que dispõe sobre a Política Estadual de Resíduos Sólidos e dá outras providências; A Lei Estadual nº 14.384/2002, que institui o Cadastro Técnico de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Naturais, integrante do Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA, a Taxa de Fiscalização Ambiental e dá outras providências; A Lei Estadual nº 14.475/2003, que dispõe sobre a criação da Agência Goiana de Águas e dá outras providências; A Instrução Normativa nº 007/2011 da SEMARH. Dispõe sobre gerenciamento e disposição final dos resíduos sólidos gerados em unidades de produção industrial, de bens e serviços, assim como os provenientes de atividades minero industriais e aquelas definidas na Lei Federal nº 12.305/2010, no Estado de Goiás; 51 O Decreto nº 1.745, de 06 de dezembro de 1979. Aprova o regulamento da Lei n.º 8.544, de 17 de outubro de 1978, que dispõe sobre a prevenção e o controle da poluição do meio ambiente; O Decreto nº 5.159, de 29 de dezembro de 1.999. Institui o Programa de Descentralização das Ações Ambientais no Estado de Goiás; O Decreto nº 5.580, de 9 de abril de 2002. Dispõe sobre a organização do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Meia Ponte - COBAMP e dá outras providências; O Decreto nº 6.276, de 17 de outubro de 2005. Regulamenta a Lei no 14.939, de 15 de setembro de 2004, que dispõe sobre a criação do Marco Regulatório da Prestação de Serviços de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário e cria o Conselho Estadual de Saneamento – CESAN; A Resolução n° 09, de 04 de maio de 2005. Estabelece o Regulamento do Sistema de outorga das águas de domínio do Estado de Goiás e dá outras providências; E a Resolução n° 11, de 20 de março de 2007. Estabelece alterações na vazão alocável para outorga em cursos d’água sob domínio do Estado de Goiás. Na legislação municipal é possível destacar a Lei Municipal nº 1.649/2012, o Código Municipal do Meio Ambiente, e a Lei Complementar Municipal nº 084, de 16 de dezembro de 2014, que dispõe sobre o Plano Diretor Participativo de Bela Vista de Goiás na forma que especifica e dá outras providências. Esta possui título específico para saneamento e meio ambiente, contendo dentre seus objetivos a universalização do acesso à água potável, o 52 esgotamento sanitário, drenagem das águas pluviais, além da solução para o manejo dos resíduos sólidos (art. 208, I). Apesar de ser considerado o instrumento basilar para garantia da eficiência e eficácia da atividade reguladora, o município de Bela Vista de Goiás não possui um desenho regulatório, sendo esta uma das carências da cidade. Conforme estabelecido no Decreto nº 6.017/2007, a regulação envolve todo e qualquer ato, normativo ou não, que discipline ou organize determinado serviço público, incluindo suas características, padrões de qualidade, impactos socioambientais, direitos e obrigações dos usuários e dos responsáveis por sua oferta ou prestação e fixação, além da revisão do valor de tarifas e outros preços públicos. A regulação cabe ao titular dos serviços, ou seja, ao município, que pode realizá-la diretamente ou delegá-la à entidade de outro ente federativo. Nesse caso, a delegação só pode ser feita a uma entidade reguladora constituída especificamente para esse fim, dentro dos limites do respectivo estado, devendo ser explicitada a forma de atuação e a abrangência das atividades a serem desempenhadas pelas partes envolvidas (art. 8º e art. 23, § 1º, da Lei nº 11.445/07). A entidade reguladora e fiscalizadora dos serviços é a responsável pela verificação do cumprimento dos planos de saneamento por parte dos prestadores de serviços, na forma das disposições legais, regulamentares e contratuais (art. 20). Nas atividades de regulação dos serviços de saneamento básico, estão incluídas a interpretação e a fixação de critérios para a fiel execução dos contratos, dos serviços e para a correta administração de subsídios (art. 25, § 2º). 53 O controle social dos serviços públicos de saneamento básico foi instituído por meio de decreto, alterando a composição e aumentando a competência do Conselho Municipal do Meio Ambiente, conforme estabelecido no art. 47 da Lei Federal nº 11.445/2007. O sistema de informação sobre os serviços de saneamento básico não estão dispostos de forma ordenada. A Prefeitura faz parte do Consórcio da Região Estrada de Ferro – Eixo GO-020 Municípios: Bela Vista de Goiás, São Miguel do Passa Quatro, Caldazinha e Cristinópolis, o qual possui dentre seus objetivos, a promoção de estratégias de universalização dos serviços públicos de saneamento básico. 4.2.1 Infraestrutura de Abastecimento de Água O município de Bela Vista de Goiás não possui um plano diretor de abastecimento de água nem regras definidas sobre captação, tratamento e distribuição. Há apenas a previsão do controle social dos serviços públicos de saneamento básico, por meio de complementação da composição do Conselho Municipal do Meio Ambiente – COMMAM e acréscimo de competência, em consonância com o disposto na Lei nº 11.445/2007. O serviço de abastecimento de água tratada na zona urbana do município de Bela Vista de Goiás é realizado por meio de concessão pela SANEAGO – Saneamento de Goiás, conforme Contrato nº 718, firmado em 18 de agosto de 2005. Os mananciais de águas e o abastecimento de água são sistemas relacionados com a água no meio ambiente. 54 Mananciais das águas urbanas são as fontes de água para abastecimento humano, animal e industrial. Essas fontes podem ser superficiais e subterrâneas. Os mananciais superficiais são os rios próximos às comunidades. A disponibilidade de água nesse sistema varia sazonalmente, ao longo dos anos, e algumas vezes a quantidade de água disponível não é suficiente para atender à demanda, sendo, muitas vezes, necessário construir um reservatório para garantir a disponibilidade hídrica para a comunidade. Os mananciais subterrâneos são os aqüíferos que armazenam água no subsolo e permitem o atendimento da demanda por meio do bombeamento dessa água. O uso da água subterrânea depende da capacidade do aqüífero e da demanda. Assim, a água subterrânea é utilizada geralmente para cidades de pequeno e médio porte, pois depende da vazão de bombeamento que o aqüífero permite retirar sem comprometer seu balanço de entrada e saída de água. O abastecimento de água envolve a utilização da água disponível no manancial, que é transportada até a estação de tratamento de água (ETA) e depois distribuída à população, por uma rede. Esse sistema implica elevados investimentos, geralmente públicos, para garantir água em quantidade e qualidade adequada. O PLANSAB – Plano Nacional de Saneamento Básico define como atendimento adequado do Abastecimento de Água, o Fornecimento de água potável por rede de distribuição ou por poço, nascente ou cisterna, com canalização interna, em qualquer caso, sem intermitências (paralisações ou interrupções). 55 E apresenta como precário o atendimento com parcela de domicílios que não possui canalização interna, recebe água fora dos padrões de potabilidade, tem intermitência prolongada ou racionamentos; quando há o uso de cisterna para água de chuva, que forneça água sem segurança sanitária e, ou, em quantidade insuficiente para a proteção à saúde; e nas hipóteses de reservatório abastecido por carro pipa. No município, a população urbana servida pelo serviço de água tratada é de 19.311 habitantes, sendo 7.828 unidades de ligação de água com medidor. A rede de água existente possui extensão de 123.624,00 metros. A maior parte da tubulação é formada por canos PVC, sendo uma pequena parte de ferro galvanizado e cimento amianto. Hoje todos os novos loteamentos, para serem aprovados, devem possuir toda a infra-estrutura básica, (água, energia, asfalto e solução para esgotamento sanitário). 4.2.1.1 Captação e Distribuição A captação de água na zona urbana é feita do Rio Piracanjuba de forma superficial com gabião. Possui capacidade de 48 L/s e está localizada nas seguintes coordenadas geográficas: S: 16º 56’ 41,4” – W: 48º 54’ 41,2”. A distribuição ocorre de forma setorizada, com modulação por bairros e a água é distribuída através de gravidade e elevatória, a água é bombeada até os reservatórios. 56 São nove os reservatórios no município, que abastece a população da seguinte forma: • 1º. Reservatório principal, 500 mil/L, ETA. Abastece parte do Centro, Setor Oeste, Setor Lucia Alice, parte do Via Flores, São Jorge, Buritizais, Dona Benedita, Parque Primavera e Vila Mutirão. • 2º. Reservatório apoiado, 250 mil/L, “escritório” Rua Alfredo Antônio Pinto, Centro. Abastece o Centro. • 3º. Reservatório elevado de concreto, 150 mil/L, ETA. Abastece o Ulisses Guimarães, Jardim das Palmeiras e Maria Nadir. • 4º. Reservatório elevado de metal, 35 mil/L; Vila São Vicente, ao lado do abrigo dos idosos, Rua Silvania. Abastece Vila São Vicente, Dona Delfina e Conjunto Habitacional Bela Vista. • 5º. Reservatório elevado de concreto, 150 mil/L, Rua 18, Lasvegas. Abastece o Lasvegas, São Geraldo, Santa Cruz, Alfaville, Jardim Flamboyant, Condomínio Portal do Sul, Residencial Sussuapara, Primavera e Dona Clotildes. • 6º. Reservatório elevado de concreto 100 mil/L, Qd. 1 L. 19 Setor Pérola do Sul. Abastece o setor Pérola do Sul, Residencial Pérola do Sul e parte do Via Flores. • 7º. Reservatório elevado de concreto 100 mil/L; Rua Santo Antônio (saída para Hidrolândia). Abastece o Armando Antônio e Setor Santo Antônio. • 8º. Reservatório apoiado metálico, 100 mil/L, Rua 9 Qd. 4 L.15, Residencial Vitória. Abastece o Residencial Vitória. • 9º. Reservatório metálico, 50 mil/L; e reservatório apoiado, 35 mil/L; na localidade do condomínio de chácaras. Abastece o Residencial Recanto dos Ypê’s. 57 O controle de nível nos reservatórios é feito por mangueiras de nível. Futuramente, foi informado pela SANEAGO, que será implantado o supervisor, sistema via rádio que manda todos os níveis dos reservatórios para um computador central. Na ETA principal tem elevatórias para os reservatórios do Lasvegas, Ulisses Guimarães, Maria Nadir, Vila São Vicente e Residencial Vitoria. Onde se localiza o escritório da Saneago, há mais duas elevatórias, sendo uma para o setor Pérola do Sul e outra no Armando Antônio. Totalizando sete elevatórias. A captação realizada hoje não é suficiente para o fornecimento de água tratada, entretanto o Rio Piracanjuba é suficiente para atender a demanda. Há previsão de expansão da captação, tratamento e distribuição de água até 2018. A SANEAGO ainda realiza o tratamento de água e distribuição pela fora da sede do município na Vila Conceição e no Distrito de Roselândia. Na Vila Mata Feia e vilarejos próximos, a captação e distribuição de água são feitas por poços, mas sem relação com a concessionária de serviço público. No meio rural a captação de água é feita por meio de poços e precisa de outorga, licença ambiental e autorização para o funcionamento. 4.2.1.2 Tratamento Toda a água captada é tratada. No tratamento da água é utilizado: 58 • Sulfato de alumínio; • Cloro Gasoso; • Flúor Silicato. Os produtos utilizados são eficientes para matança de todos os patógenos, atendendo todas as exigências da vigilância sanitária. São coletados amostras de hora/hora para verificar os padrões da água. Os resultados das amostras de água coletadas se encontram dentro dos padrões de normalidade. Há 650 análises mensais de cloro, flúor, cor, turbides e PH. Nos poços dos loteamentos distantes da sede e no meio rural há tratamento através de cloração por HIDROGEROX. 4.2.1.3 Indicadores Operacionais Conforme informações disponibilizadas pela SANEAGO, o volume médio de água bruta captada por dia no mês de junho de 2015 foi de 3.554,97 m³, com volume médio de 3.501,59 m³/dia de água produzida, sendo o volume máximo de 3.798,40 m³/dia. O volume médio de água bruta captada por mês referente ao mesmo período foi de 106.649,40 m³, sendo 1.601,40 m³/mês de água utilizada e 105.048,00 m³ de água produzida. O volume de água tratada em ETA foi de 104.723,00 m³ no mês de junho de 2015, tendo sido registrado 118.389,90 m³ no mês de outubro de 2014. 59 A vazão total do manancial em 14/10/2014 era de –Q= 06953. A Saneago tem outorga para captar 150 L/s, mas atualmente capta 48L/s. Não tem previsão de utilização de outros mananciais. A projeção feita pelo crescimento populacional até o ano de 2035. O volume consumido medido foi de 72.919,00 m³/mês, sem dados de volume consumido não medido, e 73.212,00 m³/mês de volume faturado. A média de consumo por casa é de 13 m³ por dia. Não há nenhum hidrômetro com mais de 10 anos de uso e o controle realizado é mensal. Há poucas intermitências no sistema, que são ocasionadas por quedas de energia. E as perdas são de aproximadamente 25% decorrentes de gatos ou vazamentos. A SANEAGO faturou com serviços de abastecimento de água e esgoto, no mês de junho de 2015, R$ 454.516,88, dos quais, arrecadou R$424.019,64. No mesmo mês gastou com despesas operacionais R$ 391.652,26. A empresa possui 09 funcionários prestando serviço no Município. 4.2.2 Infraestrutura de Esgotamento Sanitário O município de Bela Vista de Goiás não possui um plano diretor de abastecimento de água nem regras definidas sobre captação, tratamento e distribuição. Há apenas a previsão do controle social dos serviços públicos de 60 saneamento básico, por meio de complementação da composição do Conselho Municipal do Meio Ambiente – COMMAM e acréscimo de competência, em consonância com o disposto na Lei nº 11.445/2007. O sistema de esgotamento sanitário no município de Bela Vista de Goiás é realizado por meio de concessão pela SANEAGO – Saneamento de Goiás, conforme Contrato nº 718, firmado em 18 de agosto de 2005. O saneamento de efluentes de esgoto sanitário é o sistema de coleta dos efluentes (residenciais, comerciais e industriais), ou seja, o transporte desse volume, seu tratamento numa Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) e o despejo da água tratada de volta ao corpo hídrico. O PLANSAB – Plano Nacional de Saneamento Básico define como atendimento adequado para esgotamento sanitário: a coleta de esgotos, seguida de tratamento e a fossa séptica, sucedida por pós-tratamento ou unidade de disposição final, adequadamente projetado e construído. E apresenta como precário o atendimento com parcela de domicílios que não possui o tratamento do esgoto coleta e onde há fossa rudimentar. A população urbana servida pelo serviço de água tratada é de 11.741 habitantes, sendo 4.284 unidades de ligação de esgoto. A rede de esgoto existente possui extensão de 81.977,00 metros. A rede coletora de esgoto sanitário de Bela Vista de Goiás atende 45,19% das residências da área urbana. Nas residências do município que não possuem rede coletora de esgoto, adota-se o sumidouro como solução de 61 esgoto sanitário alternativa, entretanto, a mais adequada seria a fossa séptica com sumidouro, pouco utilizada. Após ser captado por redes coletoras subterrâneas de barro vidrado e PVC, o esgoto é levado por gravidade e elevatória para as lagoas de tratamento, localizadas na ETE (situada as margens da GO-020, nas proximidades do pólo industrial). Não há rede coletora fora da sede do município. Conforme informações prestadas por funcionários da SANEAGO, não há áreas de contaminação, pois todo o esgoto captado e devidamente tratado atendendo as exigências ambientais antes de ser jogado no Rio Piracajuba. Para o controle da poluição, são feitas análises mensalmente, as quais não apresentam resultados ou históricos que constam contaminação pelo esgotamento sanitário jogado no rio. O esgoto captado percorre as margens do Córrego Sussuapara através do emissário até a ETE, logo sendo bombeado por linha de recalque até as lagoas de tratamento. O tratamento é realizado por dois módulos com três lagoas cada um, sendo: • Anaeróbia; • Facultativa; • Maturação. 62 Após o esgoto tratado e jogado novamente no Rio Piracanjuba, a água, quilômetros a frente, é usada para abastecer a cidade de PiracanjubaGO. A estação de tratamento atende de forma desejável todo esgoto levado para ser tratado. No entanto, não há informações quanto à capacidade de aumento do tratamento sem a construção de uma nova ETE. O consumo é medido pelos hidrômetros e o valor pago pelo serviço prestado é de acordo com o volume de água consumido pelas residências, indústrias ou estabelecimentos públicos. Exceto a rede coletora que leva o esgoto para tratamento adequado, as outras soluções adotadas pelos munícipes contaminam os solos e as águas, especialmente ao se considerar que o lençol freático em Bela Vista de Goiás é raso. Não é possível precisar o percentual da população que utiliza a fossa séptica sucedida por pós-tratamento ou unidade de disposição final. Na sede do município, o esgoto não captado e tratado muitas vezes é despejado no córrego Sussuapara que deságua no Rio Piracanjuba. A SANEAGO faturou com serviços de abastecimento de água e esgoto, no mês de junho de 2015, R$ 454.516,88, dos quais, arrecadou R$424.019,64. No mesmo mês gastou com despesas operacionais R$ 391.652,26. A empresa possui 09 funcionários prestando serviço no Município. 63 Hoje todos os novos loteamentos para serem aprovados devem possuir toda a infra-estrutura básica, (água, energia, asfalto e solução para esgotamento sanitário). 4.2.3. Infraestrutura de Manejo de Águas Pluviais O município de Bela Vista de Goiás não possui um plano municipal de drenagem urbana, mas há a previsão de sua elaboração no Plano Diretor Participativo da cidade (art. 217 da Lei Complementar nº 084/2014), o qual deverá conter estratégia geral para as operações relativas à captação, escoamento e deságüe das águas pluviais nas áreas urbanas, devendo ser compatível com o planejamento e gestão dos programas e projetos de desenvolvimento urbano e ambiental municipais. O Plano Diretor do município estabelece parâmetros para parcelamento e uso do solo urbano e rural, exigindo a implantação de um sistema de escoamento de águas pluviais para aprovação de novos loteamentos (art. 45), além da construção de reservatórios de retenção de águas pluviais nos locais identificados como problemáticos a drenagem urbana (art. 55). Para o meio rural, foi prevista a construção de bacias de contenção de águas pluviais visando a proteção das estradas vicinais e do meio ambiente. Além disso, foi criada a Taxa de Permeabilidade com o objetivo de garantir melhor qualidade de drenagem no meio urbano (art. 92) e prevê o escoamento de águas pluviais como medida de urbanização para os loteamentos já existentes, de forma a universalizar o serviço, em diversos dispositivos. 64 Entretanto, o Plano Diretor atual ainda é recente, com menos de 01 ano de vigência, e poucas ações foram realizadas desde a sua aprovação. A drenagem urbana consiste na rede de coleta da água (e de resíduos sólidos), que se origina da precipitação sobre as superfícies urbanas, e no seu tratamento e no retorno aos rios. O gerenciamento das inundações ribeirinhas trata de evitar que a população seja atingida pelas inundações naturais. Os rios, nos períodos chuvosos, saem do seu leito menor e ocupam o leito maior, dentro de um processo natural. Como isso ocorre de forma irregular ao longo do tempo, a população tende a ocupar o leito maior, ficando sujeita ao impacto das inundações. O escoamento pluvial pode produzir inundações e impactos nas áreas urbanas resultantes de dois processos, que ocorrem isoladamente ou combinados, as inundações de áreas ribeirinhas e as resultantes da urbanização. As inundações de áreas ribeirinhas são inundações naturais que ocorrem no leito maior dos rios, derivadas das variabilidades temporal e espacial da precipitação e do escoamento na bacia hidrográfica. A inundação ocorre quando as águas de rios, riachos, galerias pluviais saem do seu leito menor de escoamento e escoa através do seu leito maior, que foi ocupado pela população para moradia, transporte (ruas, rodovias e passeios), recreação, comércio, indústria, entre outros. Quando a precipitação é intensa e o solo não tem capacidade de infiltrar, grande parte do volume escoa para o sistema de drenagem, superando 65 a capacidade do leito menor de escoamento. Esse é um processo natural do ciclo hidrológico conforme a variabilidade climática de curto, médio e longo prazos. Ocorrências freqüentes mantêm o rio do leito menor, que ele mesmo escavou por conta dessa ocorrência. O rio ocupa o leito maior em chuvas de menor freqüência. Esses eventos ocorrem de forma aleatória, a depender dos processos climáticos locais e regionais. Esse tipo de inundação é denominado neste livro de “inundação ribeirinha”. Já as inundações resultantes da urbanização: são inundações que ocorrem na drenagem urbana por conta do efeito da impermeabilização do solo, da canalização do escoamento ou das obstruções ao escoamento. As enchentes aumentam a sua freqüência e magnitude por causa da impermeabilização do solo e da construção da rede de condutos pluviais. O desenvolvimento urbano pode também produzir obstruções ao escoamento, como aterros, pontes, drenagens inadequadas, obstruções ao escoamento junto a condutos e assoreamento. O tempo de chuva é o momento de aumento das produções agrícolas na zona rural e de elevado índice de umidade do ar na zona urbana, causando bem estar para a população. Entretanto, tanto na cidade quanto na zona rural este período cíclico trás um grande volume de água que precisa ser gerenciado para evitar transtornos à população e ao meio ambiente. As águas pluviais podem causar erosões, voçorocas, inundações, atoleiros, obstáculos para mobilidade urbana, entre outras conseqüências e, por isso, é necessário o planejamento para o manejo das águas pluviais. 66 A cidade de Bela Vista de Goiás foi instalada em um terreno de plano a ondulado, que facilita o escoamento das águas pluviais, a sua declividade é um elemento que interfere incisivamente na drenagem. 4.2.3.1 Medidas de Controle do Escoamento As medidas de controle do escoamento podem ser classificadas, de acordo com sua ação na bacia hidrográfica, em distribuída ou na fonte, microdrenagem e macrodrenagem. O escoamento distribuído ou na fonte é o tipo de controle que atua sobre o lote, praças e passeios. A microdrenagem é a medida de controle que age sobre o hidrograma resultante de um ou mais loteamentos. E a macrodrenagem é o controle sobre os principais riachos urbanos. A medida de controle de escoamento na microdrenagem tradicionalmente utilizada consiste em drenar a área desenvolvida através de condutos pluviais até um coletor principal ou riacho urbano. Esse tipo de solução acaba transferindo para jusante o aumento do escoamento superficial com maior velocidade, já que o tempo de deslocamento do escoamento é menor que nas condições pré-existentes. Dessa forma, acaba provocando inundações nos troncos principais ou na macrodrenagem. O papel da macrodrenagem no município de Bela Vista de Goiás é exercido pelos córregos Sussuapara e Ponte de Terra. Quase toda a água proveniente das chuvas que caem na sede urbana do município corre para estes dois córregos, os quais deságuam no Rio Piracanjuba. Esses dois córregos delimitam dois lados do Centro da cidade e geralmente transbordam durante o período chuvoso, passando por cima das 67 pontes e dificulta a mobilidade urbana. As pontes foram construídas com bueiros tubulares em alguns pontos de travessia e, em outros as pontes são pré-moldadas. O córrego Sussuapara foi canalizado com Gabiões e Colchão Reno no trecho entre as ruas Domingos Arantes e Eugênio Jardim. Com a canalização houve aumento da caixa de passagem da água. A impermeabilização do solo gerada pela pavimentação das vias e edificações, decorrentes do crescimento populacional, vem aumentando o volume de água nas enxurradas que surgem durante o período chuvoso. Poucas são as ruas que possuem galerias subterrâneas para a drenagem urbana. Os galhos de árvores, entre outros resíduos, entopem os bueiros tubulares comprometendo a passagem da água. Estes galhos e resíduos são provenientes da ação da própria população. A rede pluvial existente sofre ação deletéria de sedimentação proveniente de resíduos sólidos que são jogados nas ruas pela própria população, quando não jogados diretamente nas chamadas bocas de lobo, além das ligações de esgoto sanitário que provocam impactos negativos ao meio ambiente e contribui com a poluição dos dois ribeirões que cortam o centro da cidade: o ribeirão Sussuapara e o córrego Ponte de Terra A grande maioria da drenagem urbana é superficial, realizada por meio-fio e sarjeta. Este elemento de drenagem nem sempre é suficiente para evitar transtornos nos períodos chuvosos. 68 Como a água pluvial corre sobre as ruas, algumas se alagam por receberem as água de grande parte da cidade. Geralmente estas ruas dão acesso aos córregos, o nível da água ultrapassa o nível do meio fio, danifica a pavimentação e compromete a mobilidade de pedestres e automóveis. Há no município 135 bocas de lobos, 3 grelhas e 6.142 metros de rede de águas pluviais que funcionam bem onde estão instaladas, mas não são suficientes para todo município. Mapa contendo a identificação de cada uma das bocas de lobo, grelhas e de rede de água pluvial: 69 70 4.2.3.2 Sistema de Manutenção A manutenção do sistema de drenagem existente, como limpeza e manutenção de bocas de lobo (microdrenagem) e bueiros celulares (macrodrenagem), limpeza e desobstrução de redes coletoras de águas pluviais e limpeza dos córregos municipais, é realizada durante o período chuvoso e sem um planejamento definido, conforme a demanda. As intervenções ocorrem, pelo menos, de forma anual e são encontrados diversos tipos de resíduos, deixados pela ação do homem ou da natureza. Após sua retirada do sistema de drenagem, os resíduos são recolhidos por um caminhão da prefeitura e destinados a local específico dentro do aterro. A equipe que realiza o serviço é formada por 3 ou 4 pessoas, conforme a necessidade. No ano de 2014 foram gastos R$ 6.990,00 (seis mil novecentos e noventa reais) com esses serviços. Além disso, serviços pontuais de manutenção estrutural do sistema existente, como pequenas reformas e reposição de tampa de bueiros, são realizados sem periodicidade, mediante identificação e constatação das falhas. A Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos e a Secretaria de Obras e Limpeza do Município são responsáveis pela manutenção do sistema existente. 4.2.3.3 Principais Problemas Encontrados 71 Diversos são os problemas relacionados ao escoamento de águas pluviais no município durante o período chuvoso, podendo ser enumerados os seguintes: I - No levantamento realizado pela prefeitura foi detectada apenas uma ligação clandestina de águas servidas, despejada direto na boca de lobo no setor Flamboyant. A rede de drenagem urbana deste setor foi recém construída e um operário da própria construtora fez esta ligação. A fiscalização foi acionada e orientou a proprietária do imóvel para entrar em contato com a Saneago e fazer a ligação definitiva na rede coletora de esgoto que também está recém instalada naquele setor. II - A drenagem do setor Armando Antônio desemboca em um pequeno lago no clube da granja e chega até a Rua Eugênio Jardim com o aspecto de um rio de oito metros de largura e vinte centímetros de profundidade a caminho do córrego Sussuapara. III - A rua 15 do setor São Jorge recebe parte da água do setor Armando Antônio e atravessa a avenida Joaquim Bueno Teles para desaguar em propriedade particular. Para receber esta água foi construída uma pequena rede que despeja em propriedade privada por não ter sido estendida até o córrego Sussuapara . A dimensão da manilha não comporta o volume de água e transborda passando por cima da calçada. Um buraco no muro de placa de cimento foi feito para dar passagem à água. IV - A Rua Inácio Pinheiro e a rua Carajás no setor Maria Nadir recebem a contribuição dos setores Dona Delfina, São Vicente, Habitacional Bela Vista, Maria Nadir e parte do Ulisses Guimarães. Através destas duas 72 ruas a água chega à Rua Ponte Boa Vista com um grande volume até desaguar no córrego Ponte de Terra. V - A Rua Piracanjuba recebe a água de parte do setor Dona Clotildes e parte do São Geraldo e deságua no Córrego Ponte de Terra, com grande volume de água por onde passa. VI - A pavimentação da Rua 8 do setor São Geraldo está sempre precisando de reparos em conseqüência da velocidade da água sobre sua superfície. Água que desce do setor Sussuapara, São Geraldo e Condomínio Portal Sul. VII - A Alameda Altino Dutra, próximo ao lago municipal, recebe a água proveniente do setor Dona Benedita através da Avenida Gilson Alves causando transtorno aos comerciantes adjacentes e transeuntes. VIII - A Alameda Altino Dutra no setor Parque dos Buritis próximo ao quebra mola empoça a água da chuva por não haver como escoar. IX - Na Rua Alfredo Antônio Pinto o escoamento superficial das águas pluviais traz transtornos pelo grande volume no momento da chuva. X - As pontes das ruas Camilo de Brito, Eugênio Jardim, Alfredo Antônio Pinto, Egirineu Teixeira e Rua Cristovão Colombo transbordam no período chuvoso. 4.2.4 Infraestrutura de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos 73 O primeiro Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos do Município de Bela Vista de Goiás foi elaborado em julho de 2012 e contemplou os resíduos urbanos gerados pelas residências e pequenos comércios com destinação final para o aterro ou integrantes da coleta seletiva. Além da identificação dos resíduos gerados foram estabelecidos métodos de monitoramento do aterro e da coleta seletiva, sendo que para o aterro foi previsto monitoramento também das águas, ar, solo e vetores. Outro ponto de destaque para referido Plano foi o Projeto Central de Triagem com previsão de ações específicas da prefeitura para a associação de catadores, especificamente apoio administrativo e contábil, serviço social, alfabetização e educação ambiental. O Plano ainda sofreu complementação em fevereiro de 2013 e janeiro de 2014. Estas incluíram geradores e resíduos sujeitos a um plano de gerenciamento específico, indicadores de desempenho operacional e ambiental dos serviços públicos, previsão de metas e ações para o poder público municipal mais abrangentes, métodos de fiscalização do plano, identificação dos passivos ambientais e respectivas ações para recuperação. Além dessa abordagem, é possível verificar que a complementação abrangeu resíduos sujeitos ao sistema de logística reversa e custos da prestação dos serviços públicos relacionados. Em maio de 2015 foi elaborado um novo Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos para Bela Vista de Goiás, o qual melhor contemplou as exigências previstas na Lei nº 12.305/2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, além de aglutinar em um único documento as informações contidas no plano anterior e suas complementações. 74 Este último apresentou um Plano de Ação com procedimentos e regras para os serviços públicos de limpeza urbana e para o manejo de resíduos sólidos, definição de responsabilidades e programas e ações direcionadas ao setor. 4.2.4.1 Sistema de Resíduos Sólidos Gerados No município de Bela Vista de Goiás é realizada a coleta de resíduos sólidos em 100% dos domicílios por funcionários da prefeitura. Há dois tipos de coletas, a coleta convencional e a coleta seletiva. A coleta convencional é aquela em que os resíduos domiciliares são coletados sem a separação dos recicláveis, ou seja, sem a coleta seletiva. A quantidade estimada de total de recicláveis coletados pela prefeitura (considerando plástico, papel, papelão, metais e vidro) é de 18 toneladas por mês ou 600 quilogramas por dia. A triagem do material obtido na coleta seletiva é realizada por uma associação devidamente cadastrada, na central de triagem construída pela prefeitura, para selecionar o material reciclável coletado, existindo ainda outros oito catadores que, embora cadastrados, trabalham informalmente pela cidade. A Prefeitura coleta os resíduos sólidos da zona rural em pontos de entrega de lixos nas saídas da cidade. Estes pontos de coleta foram implantados para evitar que evitar a disposição inadequada dos resíduos sólidos, especialmente quanto aos rios e córregos. O município executou as obras para implantação do aterro sanitário e aguarda a concessão da licença ambiental para funcionamento, estando 75 devidamente adequado às normas ambientais. Atualmente, mantém um aterro controlado. O aterro está situado no Município de Bela Vista de Goiás, na Rodovia GO 020, km 40, Zona Rural, na Bacia Hidrográfica do Rio Paranaíba, Microbacia do Rio Meia Ponte, nas seguintes Coordenadas Geográficas: 16°55’23,08” S 48°58’18.40” WO. O órgão ambiental licenciador é a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SEMARH, situada na 11ª Avenida, nº 1.272, Setor Leste Universitário, Goiânia, Goiás. A Prefeitura Municipal de Bela Vista de Goiás não cobra taxa de coleta de lixo da população. A cidade conta atualmente com uma geração de resíduo sólido urbano em torno de 13 ton/dia, sendo 20%, aproximadamente 2,6 ton/dia, de material com potencial de reciclagem. A caracterização quantitativa dos resíduos constitui-se, basicamente, na determinação da porcentagem de cada material presente no lixo diante da massa total coletada. Essa determinação é necessária para verificar a viabilidade de implantação de projetos de coleta seletiva e para a caracterização do resíduo sólido da cidade, onde foi possível determinar a análise gravimétrica, conforme tabelas e gráficos abaixo. Tabela 1: Composição Gravimétrica do resíduo sólido da classe B Classe B 76 Componentes Volume Matéria Peso/amostra Porcentagem 24,515kg 74,42% Orgânica Putrescível Tipo 1 0,46kg Tipo 2 0,400kg Plástico Tipo 3 Tipo 4 1,850kg Tipo 5 0,045kg Tipo 6 0,215kg 7,61% Papel e papelão 0,505kg 1,53% Vidro 3,080kg 9,35% Metal ferroso 0,365kg 1,11% Metal não-ferroso 0,035kg 0,11% Pano, trapo, couro e borracha 0,00% Madeira 0,095kg 0,29% Contaminante Biológico 0,465kg 1,41% Contaminante Químico 0,255kg 0,77% Pedra, terra e cerâmica 0,095kg 0,29% Diversos 1,020kg 3,10% Soma 32,940kg 99,99% Tabela 2: Composição Gravimétrica dos resíduos sólido da classe C Classe C Componentes Matéria Peso Porcentagem 34,705kg 75,31% Orgânica Putrescível Plástico Volume Tipo 1 0,785kg Tipo 2 0,330kg Tipo 3 0,025kg Tipo 4 2,320kg 77 8,09% Tipo 5 0,090kg Tipo 6 0,105kg Tipo 7 0,080kg Papel e papelão 1,060kg 2,30% Vidro 1,745kg 3,79% Metal ferroso 0,765kg 1,66% Metal não-ferroso Pano, trapo, 0,00% couro e borracha 0,810kg 1,76% Madeira 0,090kg 0,20% Contaminante Biológico 1,860kg 4,04% Contaminante Químico 0,050kg 0,11% Pedra, terra e cerâmica 0,835kg 1,81% Diversos 0,420kg 0,91% Soma 46,075kg 99,97% Granulometria do RSU de Bela Vista - Classe B Materia Orgânica 74,42% Diversos 3,10% Pedra, terra e cerâmica 0,29% Madeira 0,29% Plástico 7,61% Vidro 9,35% Metal não ferroso 0,11% Papel e papelão 1,53% Metal ferroso 1,11% 78 Granulometria do RSU de Bela Vista -Classe C Materia Orgânica 75,31% Diversos 0,91% Plástico 8,09% Pedra, terra e cerâmica 1,81% Madeira; 0,20% Papel e papelão 2,30% Metal ferroso 1,66% Vidro 3,79% Pano, trapo, couro e borracha 1,76% O projeto da coleta seletiva foi implantado em 27 de maio de 2009, com início do recolhimento do material no dia 19 de abril de 2010. No grupo de trabalho (GT) do projeto participaram as Secretaria do Meio Ambiente e Agricultura, Secretaria de Infraestrutura, Secretaria de Ação Social, Secretaria de Saúde, Secretaria de Educação, Secretaria de Comunicação e Secretaria de Indústria e Comércio, que colaboram para um bom cumprimento do plano. Inicialmente, a coleta seletiva recolhia material de 60% da cidade, sendo ao todo 12 setores: Centro, Residencial Maria Nadir, Vila São Vicente, Vila Delfina, Ulisses Guimarães, Condomínio Portal Sul, Lucia Alice, Primavera, Parque dos Buritis, Oeste, São Jorge, Vila Mutirão, Parque Buritizais, e mais um distrito, Roselândia. A partir do dia 22 de fevereiro de 2011 a coleta foi abrangida para os bairros Santa Cruz, São Geraldo, Flamboyant, Las Vegas I, Alfhaville, Clotildes e em abril do mesmo ano nos bairros Pérola do Sul, Santo Antônio, Armando Antônio e parte do Setor Oeste, atendendo, assim, totalmente a cidade de Bela Vista de Goiás. 79 No município são coletadas 4 ton/semana de material, dando um total de 20 ton/mês. Onde o mesmo é separado por cinco catadores e vendido para a Goiaspel. A prefeitura contribui neste projeto de reciclagem com o local (Central de Recebimento e Triagem de Materiais Recicláveis), um caminhão caçamba, três garis para as coletas nas ruas, prensa para o material, luvas e máscaras, pagamento de energia e telefone para a comercialização dos materiais recicláveis. A utilização da central de triagem, devidamente equipada em galpão próprio, para separação, acondicionamento e posterior venda. Os materiais deverão passar por uma separação mais criteriosa, com o emprego de prensas para que os materiais recicláveis de menor peso específico (papeis e plásticos) possam ser enfardados, facilitando a estocagem e o transporte dos mesmos, contêineres para acondicionamento do material e balanças para pesagem do material a ser vendido, conforme pode ser visualizado no esquema abaixo. Fluxograma da Central de Triagem: 80 A central terá seu funcionamento conforme apresentado pelo fluxograma acima e será baseado no principio de associação. Cada um terá seu rendimento baseado na sua produção. O material levado pelo caminhão da coleta será separado pelos catadores específicos para este serviço, o material será pesado e registrado e o valor da venda será divida entre os mesmos. 81 O material separado será acondicionado dentro do galpão em locais específicos. O resíduo sólido é descarregado em uma bacia construída em concentro na entrada do galpão, onde o resíduo será retirado por pás e colocado na mesa de catação. Os trabalhadores ficam posicionados ao longo da catação, lado a lado de contêineres, separando no inicio os materiais mais volumosos como papel, papelão e plástico filme para que os materiais de menores dimensões (latas de alumínio, vidros, etc) possam ser visualizados e separados pelos catadores no final. A primeira posição é ocupada por “rasga-sacos”, a quem também cabe a tarefa de espalhar os resíduos na mesa de modo a facilitar o trabalho dos outros catadores. O material descartado é coletado e colocado dentro do contêiner que o levará para o aterro sanitário. As despesas da central de triagem são arrecadadas com a venda do material de doação. Antigamente, existiam aproximadamente 15 (quinze) catadores na cidade e, destes, 9 (nove) foram identificados e cadastrados através de um trabalho desenvolvimento pela prefeitura através da Superintendência Municipal de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SUMARH). Ao investigar a realidade desses catadores de materiais recicláveis de Bela Vista, percebeu-se que além da exclusão social e dos fatores ambientais que afetam diretamente sua vida, a comercialização do material recolhido também era um problema, pois eram vendidos a preços consideravelmente inferiores aos praticados nos grandes centros urbanos. 82 Dessa forma, a prefeitura colaborou com a organização dos catadores de uma Cooperativa, os quais recebem todo o material reciclável recolhido pelo Município, realizam a triagem e comercializam. Há sete catadores cadastrados que trabalham de forma organizada através de uma associação com sede, ou central de triagem, construída pela prefeitura para selecionar o material reciclável coletado e outros oito catadores que, embora cadastrados, trabalham informalmente pela cidade. Alguns catadores atuam no lixão, de forma desordenada e sempre que não há fiscalização pelo município, para aproveitar o resíduo reciclável que não foi separado pela população e jogado no lixo convencional. Esta atividade é proibida e combatida pela prefeitura. O que não é reciclado, ou mesmo nos dias em que não há a coleta seletiva, é enviado para o aterro controlado, onde é colocado em uma vala e aterrado por um trator de esteira com terra e cascalho. Os resíduos sólidos enviados para o aterro são totalmente domésticos, recolhidos em residências e comércios da cidade, inexistindo qualquer tipo de resíduo industrial ou hospitalar. Os resíduos hospitalares são enviados para um aterro sanitário nas proximidades de Anápolis-GO e os resíduos industriais são de responsabilidades das indústrias produtoras dos mesmos. A implantação do aterro sanitário no município está concluída e aguarda a licença ambiental para a realização do tratamento biológico de todo o chorume, direcionando-o para a lagoa de decantação por meio da 83 impermeabilização do solo. Além disso, foram realizadas as seguintes melhorias: Pavimentação das ruas com cascalhamento adequado, evitando assim que os caminhões da limpeza urbana fiquem atolados com as fortes chuvas que assolam nossa região; Colocação de terra e cascalho para aterramento diário dos resíduos sólidos junto à trincheira; Instalação de placas indicativas que possam orientar os motoristas sobre o local de cada modalidade de resíduo sólido, sendo que a diferentes locais para entulhos, resíduos vegetais e resíduos domésticos e comercias; Reforçamento da cerca de arame com postes e arame farpado em todo perímetro e da cerca vegetal (eucalipto citriodora) para evitar que animais, pessoas não autorizadas, mal cheiro, algum material nocivo (sacolinhas plásticas) não tenha acesso ao aterro; Aprimoramento das condições da portaria (banheiro, pia e cadeado com corrente no portão); Contratação de um guarda para vigilância e para evitar a circulação de pessoas não autorizadas no perímetro do aterro. Futuramente, com a possibilidade de a cidade de Bela Vista de Goiás emitir o licenciamento ambiental, será imposto maior rigor às indústrias quanto ao destino dos resíduos industriais, porém, hoje a secretária do meio ambiente municipal cobra a licença expedida pela SEMARH com o devido monitoramento dos resíduos. Atualmente existe uma trincheira aberta para coleta do lixo doméstico (não há coleta de lixo industrial e nem hospitalar, que tem sua destinação para locais apropriados conforme mencionado), com 3.406 m2, 84 sendo 26 metros de largura por 230 metros de comprimento e 4 metros de profundidade tendo uma capacidade ou duração para aproximadamente 3 a 4 anos. Nesta trincheira não há captação de chorume e nem coletores de gases, motivo pelo qual foi criada outra trincheira com todos os itens necessários para tratamento adequado de todo chorume e gases. Há, aproximadamente, 12 valas fechadas. A atual trincheira foi executada como paliativo para acondicionamento dos resíduos sólidos, enquanto a apropriada não é liberada para utilização, assim, o aterro segue como controlado, até a liberação para uso da trincheira adequada. Quando for implantada a nova trincheira, a antiga terá a função de recolhimento de galhadas e podas de árvores. Para a trincheira não são destinados animais mortos e nem galhadas ou poda de árvores ou material de construção civil que são colocados em local próprio no aterro, com orientação por placas, anexo no relatório fotográfico. Os resíduos sólidos domésticos são acondicionados dentro da trincheira e cobertos diariamente com solo pedregoso (terra e cascalho), impedindo a proliferação de vetores, como urubu, moscas, insetos, cachorros e etc., dentro do aterro. A prefeitura possui hoje 38 funcionários trabalhando na função de gari, entre efetivos e contratados por prazo determinado, que se dividem entre limpeza das ruas, coleta dos pneus e coleta do lixo no caminhão prensa. 85 Está em andamento concurso público para contratação de mais 35 garis, sendo 02 vagas reservadas para portadores de necessidades especiais. A coleta convencional recolhe o resíduo doméstico e comercial de 100% da cidade conforme tabela abaixo. Esse resíduo é enviado para o aterro, onde é colocado em uma trincheira e aterrado por um trator de esteira com terra e cascalho. Neste tipo de coleta há um envolvimento de 18 pessoas (03 motoristas, 14 garis e 01 tratorista), que trabalham no período matutino e vespertino. Tabela: Dias da semana em que é realizada a coleta em cada setor: DIAS EM QUE COLETAM NOS SETORES Segunda-feira Las Vegas II e cercados da zona rural Parque Buritizais, Vila Mutirão, São Jorge, Lúcia Alice, São Geraldo, Las Vegas I, Alfhaville, Segunda-feira à Sábado Santa Cruz, Condomínio Portal Sul, Centro, Maria Nadir, São Vicente, Ulisses Guimarães, Clotilde, Oeste, Primavera e Vila Delfina Terça, Quinta e Sexta- Santo Antônio, Armando Antônio, feira Segunda, Sexta-feira Pérola do Sul e Buritiz Quarta e Condomínio Flamboyant 86 Portal Sul e DIAS EM QUE COLETAM NOS SETORES Terça e Sexta-feira Via Flores, Roselândia e Barcelona A trincheira tem capacidade para operar por um período de 03 anos. Nela não se recebem animais mortos e nem galhadas ou poda de árvores que são colocados em local próprio no aterro. Na coleta de entulho há o envolvimento de 11 pessoas no serviço (02 na boca de pá, 01 operador de retroescavadeira, 02 motoristas, 02 tratoristas e 03 carregadores). Essa coleta é realizada por rodízio entre os bairros e por reclamações públicas. Em média é coletado 20 ton/dia. A coleta seletiva é realizada em todos os bairros da cidade, também por meio de programação (tabela abaixo). Cada bairro é atendido uma vez na semana, sendo realizada nos períodos matutinos e vespertinos. Envolve 18 pessoas, sendo que 07 compõem o Grupo de Trabalho (GT), 01 Coordenadora, 01 motorista, 02 catadores e 07 separadores. Tabela: Programação semanal da coleta seletiva. COLETA SELETIVA DIAS SETORES Segunda-feira Centro Terça-feira MATUTINO Quarta-feira Quinta-feira Lúcia Alice, Primavera, Pq. Dos Buritis, Oeste, São Jorge, Vila Mutirão e Pq. Buritizais Roselândia e Condomínio Portal do Sul Santa Cruz, São Geraldo, Flamboyant, Las Vegas I, Alfhaville e Clotildes 87 COLETA SELETIVA DIAS SETORES Sexta-feira Entrega de pneus Segunda-feira Terça-feira VESPERTIN O Quarta-feira Maria Nadir, Vila São Vicente, Vila Delfina e Ulisses Guimarães Centro e comércio Armando Antônio, Santo Antônio, Pérola do Sul e Oeste Quinta-feira Coleta de pneus Sexta-feira Escolas e comércio 4.2.4.1.1 Sistema de limpeza urbana O sistema de limpeza urbana consiste em: pode de árvores, varrição, limpeza de feiras livres, capina, limpeza de bocas-de-lobo, remoção de animais mortos de vias públicas e limpeza de córrego. A poda de árvores é preferencialmente realizada por uma solicitação feita pela população, ou seja, o solicitante encaminha-se até a Secretaria onde preenche uma solicitação de corte ou pode de árvores, a qual será vistoriada por um técnico, com a finalidade de ver se realmente está comprometida, sendo aprovada dentro de no máximo 15 dias o serviço é realizado. Ao menos duas vezes no ano todas as árvores da cidade são vistoriadas e as que se encontram com problemas são podadas ou retiradas. Os resíduos vão para o aterro controlado, e depositados em uma vala específica. A varrição é realizada de forma manual, todos os dias, no período da manhã e da tarde, sendo 06 horas por dia trabalhadas, semanalmente 90% da cidade é coberta por este serviço, onde é gerado 1200 kg de entulho. Na 88 varrição estão envolvidas 14 pessoas. As feiras livres são varridas logo após sua ocorrência. Os resíduos vão para o aterro controlado, e depositados em uma vala específica. A capina é realizada quando solicitada e na época chuvosa. Geralmente, utiliza-se um veneno específico, este serviço envolve 05 pessoas. Os resíduos vão para o aterro controlado e são depositados em uma vala específica. A limpeza das bocas-de-lobo é realizada 02 vezes no ano, porém, quando há solicitação ou urgência, o serviço também é feito. Para a execução do mesmo são usadas pás, enxadas e um trator, sendo manuseados por 3 funcionários, que conclui o serviço em um mês. Os resíduos vão para o aterro controlado, e depositados em uma vala específica. A remoção de animais mortos de vias públicas é feita mediante necessidade que o responsável vê ou por solicitação da população, este serviço envolve 03 pessoas. Esses animais vão para o aterro controlado, sendo depositados em uma vala específica. A limpeza dos córregos é realizada uma vez, no ano no período seco, por uma empresa terceirizada contratada pela prefeitura. Esta empresa utiliza como instrumentos foice, facão e inchada. Todo resíduo retirado deste serviço vai para o aterro controlado, em uma vala específica. No momento, todo o sistema adotado de limpeza urbana vem atendendo a demanda da cidade, ou seja, está sendo suficiente. Mas há a expectativa de que com a implantação do aterro sanitário e a aquisição de novos equipamentos e caminhões, através de recursos federais, o serviço seja prestado de forma mais efetiva e com melhor qualidade à população. 89 4.2.4.2 Resíduos e Geradores Sujeitos a Plano de Gerenciamento Específico A) Resíduos dos serviços públicos de saneamento básico A rede coletora de esgoto sanitário de Bela Vista de Goiás atende 60,79% das residências da área urbana, conforme informações atualizadas fornecidas pela SANEAGO – empresa prestadora do serviço. A maioria das residências do município onde não há rede coletora de esgoto adota o sumidouro como solução de esgoto sanitário enquanto a alternativa, que poucos utilizam para diminuir os danos, seria a fossa séptica com sumidouro. Todo o resíduo gerado segue para a Elevatória, local onde a parte sólida fica retida em crivos, a mesma é retirada e colocada em caixas de secagem e dali segue para o aterro municipal, sendo depositados na trincheira de resíduos sólidos urbanos (RSU). Na época de seca, o recolhimento é realizado, aproximadamente, de 03 em 03 meses. Na época chuvosa, é feito, aproximadamente, de 40 em 40 dias. A parte liquida é bombeada para a Estação de Tratamento de Esgoto – ETE, onde passa por 3 (três) lagoas, segundo o senhor Jaime, o liquido não recebe a adição de nenhum produto, exceto para combater larvas de muriçocas e do mosquito da dengue (Aedes aegypti) pois o tratamento ocorre de forma natural, sendo que a eliminação dos microorganismos se dá de acordo com a profundidade de cada lagoa, ou seja de acordo com a incidência dos raios solares, e dali segue para o Córrego Sussuapara. 90 Em relação à água consumida na cidade, ela é proveniente do Rio Piracanjuba, a mesma é captada no rio e bombeada para a Estação de Tratamento de Água – ETA, onde passa por tratamento. O resíduo gerado (lama e/ou água suja), oriundo da lavagem dos filtros e decantadores, é lançado através de uma tubulação no Córrego Ponte de Terra, localizado no perímetro urbano. Essa lavagem é feita diariamente. Apesar da exigência legal de plano de gerenciamento específico para resíduos desta natureza, a prefeitura não tem conhecimento de sua existência, devendo este ser exigido da concessionária do serviço público. B) Resíduos industriais Os resíduos industriais são de responsabilidade dos próprios geradores, quanto a sua destinação final. A Prefeitura somente recolhe os materiais recicláveis destas indústrias, levando-os para a Central de Recebimento e Triagem de Materiais Recicláveis – COOPERBELA, localizada na Avenida 3 s/nº Parque Buritizais, nesta cidade. Sendo que os resíduos comuns, como lixo de banheiro e orgânico é levado para o aterro municipal. Os resíduos industriais são identificados em: retalhos de tecido, restos de couro, penas de aves, restos de alimentos, restos orgânicos (cascas de cacau e mandioca, produtos que venceram, etc.), pedaços de cerâmica quebrada, embalagens não aproveitadas, serragem, rocha, solvente, tintas, e etc., podendo ser classificados quanto às características físicas, em resíduos seco e úmido, quanto à composição química, em resíduos orgânico e inorgânico, quanto à periculosidade, em perigosos (classe I) e não perigosos (classe II), e quanto ao risco, em não inertes (classe II-a) e inertes (classe II-b). 91 Segue logo abaixo a lista das maiores indústrias existentes no município: Tabela 01 – Lista das maiores Indústrias existentes no município: DESTINAÇÃO TIPO Número EMPRESA DE FINAL DESTINAÇÃO DOS RESIDUOS RESIDUOS RESIDUOS GERADO INDÚSTRIAIS COMUNS GERADOS ORGÂNICOS Estação 01 DOS de tratamento Laticínios Piracanjuba FINAL (elevatória) Soro para depois o Aterro Municipal Córrego Sussuapara Estação de tratamento 02 Febella para Fecularia depois o Rio Piracanjuba e venda do resíduo para Aterro Municipal sólido alimentação animal Esterco – destinado á venda; Esterco, 03 Granja Josidith mortas, aves plásticos, papel e vidro Aves mortas: destinado a compostagem; Plástico, vidro – papel Aterro Municipal e reciclagem (ECOPLAST) Embalagens 04 Biscoito Diminas plásticas e lixo Reciclagem Aterro Municipal orgânico 05 Tema – Resíduos de tintura Estação Tecelagem - liquido tratamento 92 de depois Aterro Municipal E para o Córrego Sussuapara Estação 06 Cooperativa Laticínio de tratamento Soro para depois o Córrego Aterro Municipal Sussuapara Estação 07 Iogurte Goianinho de tratamento e depois Soro para a rede de esgoto Queijos Buritizais para Recebimento de Materiais Recicláveis de tratamento Soro de Aterro Municipal Estação 08 Central a depois rede de Aterro Municipal esgoto 09 Laticínios Majú Estação Soro tratamento de depois para o Córrego Faz 10 Pedreira Britec reaproveitamento de Aterro Municipal todo o material A Política Nacional de Resíduos Sólidos Urbanos institui que cada indústria deve conter seu Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, por conseguinte a Prefeitura irá fiscalizar estes locais a fim de conhecer e analisar seus devidos Planos. A prefeitura deve ainda fiscalizar esses geradores, prever e aplicar as penalidades cabíveis, caso necessário. C) Resíduos dos serviços de saúde Os resíduos de serviço de saúde são coletados e tem sua destinação final realizada por uma empresa terceirizada, onde todo resíduo é 93 e incinerado pela empresa INDICOM em Anápolis. O município contrata uma empresa, via processo licitatório, para coletar todos os resíduos gerados neste setor, sendo hospitais municipais e clínicas particulares. Estes resíduos são classificados em biológico, químico e perfurocortante. No ano de 2012 a INDICOM coletou, aproximadamente, 500 kg de resíduos oriundos dos hospitais municipais e 300 kg de clínicas particulares. D) Resíduos de mineração Os resíduos de mineração não são gerados de forma expressiva no município. As atividades de mineração são basicamente aquelas que fornecem insumos para construção civil, como dragas e uma pedreira. No município de Bela Vista de Goiás há apenas uma empresa que trabalha com mineração, chamada PEDREIRA BRITEC, localizada no Jardim Barcelona. Sendo que todo o resíduo gerado é aproveitado e comercializado, apenas os orgânicos e o lixo comum são levados para o aterro municipal. As dragas existentes são na zona rural e os resíduos gerados como galhos e pedras são mantidos na própria área. Apesar de fiscalizar estas atividades dos geradores, o trabalho do município ainda é deficiente, devendo conhecer os planos de gerenciamento específicos utilizados por estes, e se necessário prever e aplicar as penalidades. E) Resíduos de estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços que geram resíduos perigosos e gerem resíduos não equiparados aos resíduos domiciliares 94 Podem ser classificados como resíduos sólidos perigosos os resíduos que apresentem características de periculosidade para a saúde e para o meio ambiente, como resíduos de serviços de saúde, pilhas, lâmpadas, baterias, pneus e outros definidos pela legislação e normas técnicas em vigor. No município de Bela vista de Goiás existe apenas a Empresa Dinacon, que armazena e comercializa materiais explosivos, a mesma se localiza a 23 km da cidade e é devidamente licenciada pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SEMARH. Os demais resíduos sólidos perigosos são gerados pelos prestadores de serviço na área da saúde, como laboratórios, clínicas dentárias e médicas e hospitais tanto particulares quanto públicos, e tais resíduos são de inteira responsabilidade dos geradores. Os mesmos são recolhidos pela empresa terceirizada chamada INDCOM AMBIENTAL – Tratamento de Resíduos, localizada na Rua R-4 Qd. 11 Lt. 10/15 DAIA, Anápolis Goiás, onde são incinerados. Quanto ao lixo doméstico ou comum e os materiais recicláveis são recolhidos pela Prefeitura. Os resíduos sólidos de estabelecimentos comerciais e de prestação de serviço perigosos e não perigosos são de responsabilidade dos geradores, exceto os de estabelecimentos de pequenos comércios, porém os resíduos sólidos não perigosos equiparados aos resíduos domiciliares são recolhidos pela Prefeitura. A Prefeitura também recolhe de todos os comércios da cidade o material reciclável, como papelão, sacolas, sacos, garrafas pet, entre outros. Os estabelecimentos comerciais de grande porte e de prestação de serviço devem, pela Política Nacional de Resíduos Sólidos, conter um plano de 95 gerenciamento de resíduos, o qual será fiscalizado pela Prefeitura a fim de analisar e observar se está sendo realmente praticado. Ainda não há uma política definida de coleta de tais resíduos, exceto para o resíduo hospitalar, no qual a coleta é terceirizada, e para os pneus, em razão da parceria com a RECICLANIP, associação formada pelos fabricantes de pneus, que tem representantes em todos os Estados brasileiros e comparecem no município para coletar tais materiais, dando a destinação adequada para os mesmos. Para os demais resíduos perigosos, estão sendo realizados estudos para definir o local de coleta, como coletar e a destinação final adequada. F) Resíduos de empresas da construção civil Os resíduos de construção civil são coletados pela Prefeitura, e levados para o aterro controlado, onde são usados para cobrir o lixo depositado na trincheira, pois são materiais inertes não contaminantes de acordo com a Resolução 307 do CONAMA. Uma outra parte é aproveitada para tapar buracos existentes nas estradas vicinais do município, ou seja, auxilia na manutenção das mesmas. No ano de 2012 foram coletados aproximadamente 4.800 toneladas, tais como: tijolos, solo, blocos cerâmicos, blocos de cimento, madeira, etc. Parte desses resíduos são levados para o aterro controlado, porém não são depositados na trincheira de resíduos domésticos, são assentados em um local destinado somente para o mesmo. A outra parte é levada para o tapamento de buracos existentes nas estradas. Estes resíduos são de responsabilidade do gerador, assim o gerador deve conter o plano de gerenciamento de resíduos da construção e demolição, 96 dando uma destinação adequada aos mesmos. A Prefeitura irá fiscalizar a fim de analisar e observar se está sendo realmente praticados os objetivos contidos nos planos. O Município de Bela Vista de Goiás ainda não possui um plano de gerenciamento específico para os resíduos dessa natureza. Entretanto, insta salientar que, com a ratificação do Protocolo de Intenções do Consórcio da Região Estrada de Ferro – Eixo GO-020 Municípios: Bela Vista de Goiás, São Miguel do Passa Quatro, Caldazinha e Cristianópolis, por meio da Lei nº 1.736/2015, foram aprovadas Leis Uniformes de Gestão dos Resíduos da Construção Civil e dos Resíduos Volumosos (Anexo II do Protocolo de Intenções), que regulamenta a gestão e destinação dos resíduos dessa natureza. Referido documento cria o Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, estabelece Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, elenca responsabilidades, disciplina os geradores, regulamenta o transporte, os receptores e a destinação, além de estabelecer sistema de gestão e fiscalização, com imposição de multas para os infratores de seus dispositivos. O Município ainda não realiza o cadastro e a fiscalização de forma satisfatória, pretendendo-se, com a implantação imediata das normas previstas, exercer a gestão adequada dos Resíduos da Construção Civil. G) Resíduos de responsáveis pelos terminais e outras instalações de serviços de transporte (os originários de portos, aeroportos, terminais alfandegárias, rodoviários e ferroviários e passagens de fronteira) 97 Na cidade de Bela Vista de Goiás existe um terminal Rodoviário de pequeno porte e o lixo gerado nos banheiros passou a ser recolhido pela empresa terceirizada chamada INDCOM AMBIENTAL – Tratamento de Resíduos, para ser incinerado. O material reciclável e o lixo orgânico são coletados pela Prefeitura, sendo que os recicláveis vão para Central de Recebimento e Triagem de Materiais Recicláveis e os demais para o aterro municipal. H) Resíduos agrossilvopastoris O município de Bela Vista de Goiás não possui uma estrutura montada para receber os resíduos agrossilvopastoris. A triple lavagem e coleta dos resíduos agrossilvopastoris são de responsabilidade do agricultor que deve lavar e transporte seus resíduos gerados até a Central de recebimento de embalagens de agrotóxicos – INPEV (Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias de Agrotóxicos), junto com a nota fiscal de compra do produto. A Central de recebimento de embalagens vazias de agrotóxicos INPEV – em Goiânia, está localizada na GO-020, Km 08, saída para Bela Vista de Goiás. A atividade rural que mais se destaca no município é a pecuária leiteira, e todos os resíduos gerados pelos chacareiros provenientes desta atividade, como o esterco, são utilizados na própria propriedade, na adubação dos pastos e de outras culturas. 98 Há também produtores de soja, milho, feijão e hortaliças em baixa escala, em que os resíduos gerados são utilizados e consumidos no próprio local. Vale destacar, ainda, a existência de algumas granjas de aves e suínos, nas quais o resíduo gerado passa por tratamento, através de lagoas de decantação e o resíduo final é utilizado como esterco. Não há abatedouro no município. 4.2.4.3 Resíduos sujeitos ao sistema de logística A) Agrotóxicos A destinação das embalagens de agrotóxicos são de responsabilidade dos gerados, há uma fiscalização feita para verificar se os geradores fazem a destinação correta para central de recolhimento no INPEV em Goiânia. B) Pilhas e Baterias No momento o município de Bela Vista não possui uma estrutura montada para receber tais materiais, porém está sendo feito um estudo de viabilidade para recolhimento dos mesmos para esse ano de 2014, o material deverá ser colocado em um local determinado pela prefeitura para posteriormente ser levado para um posto de recebimento localizado na Avenida Independência nº 4.323, Goiânia – Goiás. No momento são os próprios geradores que estão dando a destinação final para esses produtos, pois é de responsabilidade dos mesmos. De acordo com fiscalizações realizadas pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, atualmente parte 99 desses resíduos estão sendo dispostos de maneira irregular no aterro municipal. Os geradores desses resíduos são a população em geral, comércio, empresas e indústrias. A prefeitura realizará um concurso público para efetivação de fiscais na área ambiental, para que seja feito um trabalho intensivo junto aos geradores, por enquanto, não existe uma política de coleta e destinação final adequada para esses produtos. C) Pneus A gestão de pneumáticos no município de Bela Vista de Goiás é praticamente voltada para o setor privado, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Recursos Hídricos disponibiliza um local adequado para recebimento dos pneus, até que seja recolhido por empresa especializada. A Prefeitura celebrou um convênio com a RECICLANIP, empresa especializada que irá recolher os pneus 1 (uma) vez por mês, para dar a destinação adequada para os mesmos. Os pneus serão usados na fabricação de cimento, massa asfáltica e outros. D) Óleos lubrificantes Com o objetivo de evitar a poluição do solo, ar e água o CONAMA publicou uma resolução a 362/2005, que regulamenta a coleta e recolhimento de óleos lubrificantes. Essa resolução estabelece a gestão deste resíduo, criando obrigações e ações coordenadas para evitar a poluição ambiental. Em Bela Vista, os agentes geradores, como lavajatos, auto mecânicas que realizam troca de óleo, entregam tal resíduo para a empresa 100 Petrolub, localizada na BR-040, Km 461 – Zona rural, Sete Lagoas, Minas Gerais – MG. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Recursos Hídricas fiscaliza tais estabelecimentos a fim de verificar se tais exigências estão sendo cumpridas. E) Lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e luz mista Assim como no caso das pilhas e baterias o município não possui uma política de gestão de recolhimento desse material, apesar da responsabilidade pela destinação final dessas lâmpadas ser dos fabricantes, está sendo estudado um local para armazenamento e posterior destinação adequado desse resíduo e também será realizado um trabalho de conscientização dos comerciantes e população em geral para a destinação adequada das lâmpadas. Apesar do alto grau de poluição desses materiais, às vezes ainda são encontrados junto ao lixo comum e acabam indo para o aterro municipal No município, as empresas de maior porte que utilizam esses materiais são Laticínios Bela Vista, Tema – Tecelagem de tecidos, Iogurtes Goianinho, Granja Josidith e Febela – indústria de Fécula, sendo que as demais são de médio a pequeno porte. Ainda não há uma fiscalização eficiente para apurar a correta destinação desses resíduos. Além da estruturação do corpo físico, consistente na contratação de fiscais por meio de concurso público, serão realizados cadastros das empresas e analisados os respectivos planos de gerenciamento de resíduos sólidos. 101 F) Produtos eletroeletrônicos Esses produtos são recolhidos pela Prefeitura e encaminhados para a Central de Recebimento e Triagem de Materiais Recicláveis do município, para posterior venda como sucata. 4.2.4.3 Consórcio Intermunicipal A Prefeitura faz parte do Consórcio da Região Estrada de Ferro – Eixo GO-020 Municípios: Bela Vista de Goiás, São Miguel do Passa Quatro, Caldazinha e Cristinópolis, o qual possui o objetivo de promover estratégias de universalização dos serviços públicos de saneamento básico e ofertar os serviços públicos de manejo de resíduos sólidos. Tendo em vista que a Lei nº 11.445/2007 propõe que União e Municípios assumam suas responsabilidades promovam o adequado planejamento e investimento que garanta a todos o acesso integral aos serviços de saneamento básico, o Consórcio deve viabilizar a obtenção de recursos junto à União e ao Estado para que esses serviços sejam adequadamente prestados nos Municípios. Os consórcios públicos são vistos como estratégicos pelos Governos Federal e Estadual, bem como que a grande maioria dos recursos destinados as áreas de atuação dos mesmos está sendo direcionada para estes órgãos e não para município individualmente. A sistemática de prestação de serviços na forma consorciada produz maior eficiência e dinamismo aos serviços públicos além de proporcionar 102 economia de escala na prestação destes serviços, com a redução de custos de atividades e projetos em comum entre os municípios. Consórcio da Região Estrada de Ferro – Eixo GO-020 Municípios: Bela Vista de Goiás, São Miguel do Passa Quatro, Caldazinha e Cristianópolis foi ratificado pelo Poder Legislativo por meio da Lei nº 1.736/2015O possui estatuto e está em fase de estruturação. Os municípios consorciados possuem localização estratégica favorável para a implantação do consórcio, além de características ambientais semelhantes. 4.2.4.4 Sistema de cálculo dos custos da prestação dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos Conforme levantamento realizado no ano de 2012, os custos da limpeza urbana do município de Bela Vista de Goiás são: Tabela de Serviços e Custos: Limpeza Urbana Municipal – Ano de 2012 SERVIÇOS CUSTO (R$) Manejo de Resíduos Sólidos 503.308,97 Coleta Seletiva 39.452,00 Coleta de Entulhos 51.936,00 Capina 6.485,00 600,00 Remoção de animais mortos Coleta terceirizada de resíduos de saúde 13.902,75 Varrição de logradores públicos 58.936,00 Poda e Corte de Árvores 33.570,00 Limpeza de Córregos 6.990,00 TOTAL 715.180,72 103 Os custos pela utilização, efetiva ou potencial, dos serviços públicos específicos e divisíveis de coleta, transporte, tratamento e destinação final de resíduos sólidos urbanos de pequenos geradores prestados pela Prefeitura são absorvidos pelo Município, sem ônus a cobrança de taxa. 4.2.4.5 Indicadores operacionais, econômico-financeiros, administrativos e de qualidade dos serviços prestados O município atende 100% da população urbana e rural na coleta de resíduos sólidos domésticos abrangendo o distrito-sede e localidades. Diariamente são atendidos 75,38% da população na coleta de RSU, duas ou três vezes por semana são atendidos 15,12% e uma vez por semana são atendidos 9,5% da população. Na cidade, semanalmente, 90% dos logradouros públicos são varridos, obtendo, aproximadamente, 4.800,12 km no ano de 2012. A coleta seletiva atende 97,36% dos domicílios do município. No ano de 2012 foram coletados, aproximadamente, 7.300 toneladas de resíduos sólidos de origem domiciliar e comercial, 288 toneladas de resíduos provenientes da varrição, 4.800 toneladas de resíduos de construção e demolição e 56,904 toneladas de material reciclável. Dentre os resíduos de origem domiciliar e comercial, equiparados aos de origem domiciliar, 100% vão para o aterro controlado, os resíduos da varrição também, incluindo poda de árvores. Os resíduos provenientes da construção e demolição 40% vão para o aterro controlado, o restante vai para o tapamento de buracos. Dos materiais recicláveis coletados 100% vão para o centro de triagem. 104 A despesa per capita com manejo de RSU em relação à população urbana é de 21,33 reais/pessoa. 4.2.4.6 Identificação dos passivos ambientais relacionados aos resíduos sólidos e respectivas medidas saneadoras Os passivos ambientais identificados no aterro controlado são: a) Contaminação das áreas, como não há sistema de impermeabilização, o solo fica totalmente exposto aos resíduos e ao chorume; b) Contaminação das águas subterrâneas; c) Contaminação do ar pela ausência de drenagem dos gases. Medidas saneadoras: a) Implantação do aterro sanitário; b) Controle do chorume, que será destinado, através de drenos, para uma lagoa de tratamento impermeabilizada; c) Cerca viva de Sansão do Campo e Eucalipto (espécie citriodora), evitando assim a exalação de odores; d) Recuperação da área já utilizada por meio de plantação de leguminosas e gramíneas. Outro passivo ambiental identificado é a área do antigo lixão, com 3,2440 ha, localizada na GO-2019 saída para São Miguel do Passa Quatro, 105 que se encontra em processo acelerado de recuperação. Já foram plantadas 2.000 mudas de espécies nativas do cerrado e estima-se que dentro de 5 anos seja concluído o reflorestamento total do local. 106 5 REFERÊNCIAS BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Congresso Nacional, 1988. BRASIL. Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, dispõe sobre o regime de concessão e permissão da prestação de serviços públicos, previsto nº art. 175 da Constituição Federal, e dá outras providências. BRASIL. Lei nº 9.795/1999, que institui a Política Nacional de Educação Ambiental. Brasília, 1999. BRASIL. Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001. Regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal e estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências. BRASIL. Lei nº 11.107, de 6 de abril de 2005, dispõe sobre normas gerais de contratação de consórcios públicos e dá outras providências. BRASIL. Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007. Estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico e para a política federal de saneamento básico. Brasília, 2007. BRASIL. Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos. BRASIL. Decreto 7.404, de 23 de dezembro de 2010. Regulamenta a Lei no 12.305, de 2 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos. 107 BRASIL. Decreto 7.217, de 21 de junho de 2010. Regulamenta a Lei no 11.445, de 5 de janeiro de 2007, que estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico, e dá outras providências. BRASIL. Decreto nº 6.017, de 17 de Janeiro de 2007. Regulamenta a Lei nº 11.107. BRASIL. Decreto nº 5.440, de 04 de maio de 2005. Estabelece definições e procedimentos sobre o controle de qualidade da água de sistemas de abastecimento e institui mecanismos e instrumentos para divulgação de informações ao consumidor sobre a qualidade da água para consumo humano. BRASIL. Decreto nº 79.367, de 09 de março de 1977. Dispõe sobre normas e o padrão de potabilidade de água e dá outras providências. BRASIL. Portaria ANVISA nº 518, de 25 de março de 2004. Estabelece os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade, e dá outras providências. BRASIL. Ministério das Cidades. Peças Técnicas Relativas a Planos Municipais de Saneamento Básico Brasília: Ministério das Cidades, 2011. 1ª edição. 244 p.: il. BRASIL. Ministério das Cidades. Guia para a elaboração de Planos Municipais de Saneamento Básico - Brasília: Ministério das Cidades, 2011. 2ª edição. 152 p.: il. BRASIL. Ministério das Cidades / Instituto de Pesquisas Tecnológicas – IPT 108 Mapeamento de Riscos em Encostas e Margem de Rios / Celso Santos Carvalho, Eduardo Soares de Macedo e Agostinho Tadashi Ogura, organizadores – Brasília: Ministério das Cidades; Instituto de Pesquisas Tecnológicas – IPT, 2007 BRASIL. Ministério das Cidades. Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental. Plano de Saneamento Básico Participativo: elabore o Plano de saneamento de sua cidade e contribua para melhorar a saúde e o meio ambiente do local onde você vive. Brasília, 2011. 2ª edição. 36 p. BRASIL. Ministério das Cidades. Resolução ConCidades nº 32, de 10 de maio de 2007, que trata da campanha de sensibilização e mobilização para construção dos planos Municipais de saneamento Básico. BRASIL. Ministério das Cidades. Resolução nº 75, aprovada pelo ConCidades em 02 de julho de 2009, que trata dos conteúdos mínimos dos Planos de Saneamento Básico. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE/FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE. Portaria nº 1469, de 29 de dezembro de 2000. FUNASA, Brasília, DF. BRASIL. Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental. Gestão de águas pluviais urbanas / Tucci, Carlos E.M. – Brasília :Ministério das Cidades, 2006. 194p. (Saneamento para Todos; 4º volume). BRASIL. Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental. Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento: diagnóstico dos serviços de água e esgotos – 2010. Brasília: MCIDADES.SNSA, 2012. 448 p.: texto, tabelas. 109 GOIÁS. Lei nº 8.544, de 17 de outubro de 1978. Dispõe sobre o controle da poluição do meio ambiente. GOIÁS. Lei nº 12.596, de 14 de março de 1995. Institui a Política Florestal do Estado de Goiás e dá outras providências. GOIÁS. Lei nº 13.123, de 16 de julho de 1997. Estabelece normas de orientação à Política Estadual de Recursos Hídricos, bem como ao sistema de gerenciamento de Recursos Hídricos. GOIÁS. Lei nº 13.583, de 11 de janeiro de 2000. Dispõe sobre a conservação e proteção ambiental dos depósitos de água subterrânea no Estado de Goiás e dá outras providências. GOIÁS. Lei nº 14.248, de 29 de julho de 2002. Dispõe sobre a Política Estadual de Resíduos Sólidos e dá outras providências. GOIÁS. Lei nº 14.384, de 31 de dezembro de 2002. Institui o Cadastro Técnico de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Naturais, integrante do Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA, a Taxa de Fiscalização Ambiental e dá outras providências. GOIÁS. Lei nº 14.475, de 16 de julho de 2003. Dispõe sobre a criação da Agência Goiana de Águas e dá outras providências. GOIÁS. Instrução Normativa nº 007/2011 da SEMARH. Dispõe sobre gerenciamento e disposição final dos resíduos sólidos gerados em unidades de produção industrial, de bens e serviços, assim como os provenientes de 110 atividades minero industriais e aquelas definidas na Lei Federal nº 12.305/2010, no Estado de Goiás. GOIÁS. Decreto nº 1.745, de 06 de dezembro de 1979. Aprova o regulamento da Lei n.º 8.544, de 17 de outubro de 1978, que dispõe sobre a prevenção e o controle da poluição do meio ambiente. GOIÁS. Decreto nº 5.159, de 29 de dezembro de 1.999. Institui o Programa de Descentralização das Ações Ambientais no Estado de Goiás. GOIÁS. Decreto nº 5.580, de 9 de abril de 2002. Dispõe sobre a organização do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Meia Ponte - COBAMP e dá outras providências. GOIÁS. Decreto nº 6.276, de 17 de outubro de 2005. Regulamenta a Lei no 14.939, de 15 de setembro de 2004, que dispõe sobre a criação do Marco Regulatório da Prestação de Serviços de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário e cria o Conselho Estadual de Saneamento – CESAN. GOIÁS. Resolução n° 09, de 04 de maio de 2005. Estabelece o Regulamento do Sistema de outorga das águas de domínio do Estado de Goiás e dá outras providências. GOIÁS. Resolução n° 11, de 20 de março de 2007. Estabelece alterações na vazão alocável para outorga em cursos d’água sob domínio do Estado de Goiás. BELA VISTA DE GOIÁS. Lei nº 1.649/2012. Código Municipal do Meio Ambiente. 111 BELA VISTA DE GOIÁS. Lei Complementar nº 084, de 16 de dezembro de 2014. Dispõe sobre o Plano Diretor Participativo de Bela Vista de Goiás na forma que especifica e dá outras providências. 112