D. Louis Sako deixou-nos um simples pedido de

Neste Natal
favor,
“Por
não se esqueçam de nós!
”
D. Louis Sako, Arcebispo no Iraque
A Fundação AIS tem vindo a alertar
o mundo para a situação delicada
que os cristãos atravessam no
Iraque. Por lá, os nossos irmãos
vivem histórias dramáticas de medo,
de violência e, infelizmente, muitas
vezes até de morte.
Joseph quase pagou com a vida por se ter
convertido ao Cristianismo
Já se chamou Mohammed, nasceu no Iraque numa família
tradicional e era o líder sucessor da sua tribo, um importante
clã xiita que descende directamente de Maomé. O seu futuro
estava decidido, seria líder religioso muçulmano, até ao dia
em que tudo mudou, quando foi chamado a cumprir o serviço
militar e aí conheceu um jovem cristão. Na caserna que ambos
compartilhavam aconteceu o improvável: o colega tornouse amigo e Mohammed converteu-se ao Cristianismo.
Depois, aconteceu o inevitável: a família de
Mohammed, a tradicional família xiita que
sempre o tinha visto e preparado como herdeiro
da tribo, fez tudo para que ele abandonasse tão
louca ideia. Tudo, é mesmo tudo. Prenderamno, agrediram-no, torturaram-no. Consideraramno enlouquecido, mas não conseguiram que ele
mudasse de ideias.
Foi Deus que me acompanhou.
“
Joseph foi condenarem-no à morte através de uma
fatwa (sentença de morte). A própria família tentou
mesmo matá-lo, levando-o a cair numa cilada e
alvejando-o. Mohammed não sabe como sobreviveu,
mas nenhuma das balas disparadas contra ele o
atingiu mortalmente. Sorrindo timidamente, explica
que “foi Deus que me acompanhou”. Esta história é
extraordinária e quase inacreditável.
Mohammed foi forçado a fugir. Agora vive com a mulher e os
filhos, quase na clandestinidade em França.
”
No dia 6 de Dezembro esteve em Lisboa, a convite da Fundação
AIS, para o lançamento do livro onde conta em detalhe a sua
história: “O Preço a Pagar”.
Mohammed mudou muito desde que se converteu ao Cristianismo.
Até de nome. Agora chama-se Joseph Fadelle e não se cansa
de correr o mundo a contar a sua história, a alertar consciências,
a explicar como os cristãos convertidos são perseguidos no
mundo muçulmano.
Sobre ele, é preciso não esquecer, continua a pender uma sentença
de morte. Mas, com uma simplicidade desarmante, Fadelle dissenos que não se sente nenhum herói.
No mundo, hoje em dia, há milhares
de pessoas como Joseph Fadelle, que
desejam converter-se ao Cristianismo
e viver a sua fé em liberdade.
Mas há também milhares de pessoas que
não sobrevivem à tortura, prisão e atentados.
Há milhares de pessoas que
só conseguem viver a sua fé
na clandestinidade.
Agora, é chegado o momento de mostrarmos que estamos presentes,
que a nossa solidariedade não é vã, que não é feita apenas de palavras amigas.
“
Eu não tenho medo.
A minha vida já
está entregue a Deus!
”
D. Louis Sako, Arcebispo no Iraque
A convite da Fundação AIS, D. Louis Sako,
Arcebispo de Kirkuk, esteve também recentemente
em Portugal e deixou um testemunho dramático
do que é viver num país onde não há liberdade
religiosa. D. Sako descreveu o medo e o horror
por que passam os cristãos no Iraque, como o
exemplo de Joseph, e deixou um apelo para que a
comunidade internacional se mobilize em favor
desta causa. Afinal, disse por mais de uma vez,
“somos vossos irmãos” e acrescentou “por favor,
não se esqueçam de nós! Se a situação era má no
tempo da ditadura de Saddam Hussein, agora é
pior. Mas eu não tenho medo. Sou padre. A minha
vida já está entregue! Estamos isolados, somos
poucos e ninguém se lembra de nós. É por isso que
a vossa solidariedade é tão importante”, afirmou
o Arcebispo.
“
Vocês, benfeitores
da Fundação AIS,
são para nós os
verdadeiros Bons
Samaritanos.
”
Em todos os momentos, D. Louis
Sako fez questão de agradecer
o apoio prestado pelos
benfeitores da Fundação AIS,
“que tem sido vital” para a
sobrevivência dos cristãos no
Iraque como também para a sua
permanência no país.
“Neste Natal,
”
Vamos passar das palavras aos Actos.
D. Louis Sako
deixou-nos um simples
pedido de ajuda:
construir uma capela para
os cristãos de Kirkuk.
A1108
Por Favor, Colabore!
Sekanyan, que significa três fontes,
fica a 10 km do centro de Kirkuk. O
Governo provincial respondeu ao
pedido da Arquidiocese com a oferta
de uma propriedade para os cristãos,
sem qualquer custo. O objectivo é
manter os cristãos no país e encorajálos a não fugir. A região é segura e
geralmente dominada pelos curdos.
Quarenta famílias já construíram as
suas casas e actualmente vivem aí.
Cento e sessenta famílias estão a
construir as suas casas na mesma
propriedade. A aldeia é totalmente
cristã. Quando estiver construída,
esta capela poderá ser também
utilizada como centro de saúde ou
jardim-de-infância.
Prometemos-lhes uma ajuda de 45.000¤ para que esta comunidade
continue a florescer e que esta capela seja um lugar de esperança e alegria.
O martírio destas pessoas deve ajudar-nos a fortalecer a nossa fé.
Elas precisam da nossa oração e solidariedade. A solidariedade
não é uma palavra, é uma tarefa em que estamos envolvidos. Tem
que ser vivida e sentida.
É por eles, por todos os Joseph Fadelle que
existem no mundo, que nós trabalhamos aqui,
na Fundação AIS.
Avô e neto num campo de refugiados
“
Como é que podemos deixar de ser cristãos?
Não podemos. Simplesmente, não podemos.
Por isso, haja o que houver, vamos continuar.
Reze por estes irmãos perseguidos e deixe
aqui a sua oração para a fazermos chegar
a D. Louis Sako, Arcebispo de Kirkuk.
Rezem por nós, por favor. Rezem por nós!
”