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Sociedade, cultura e movimentos sociais na Primeira República (1889-1930)
Professor Gabriel
CURSO VISÃO
1. (Enem 2015) TEXTO I
Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a história, resistiu até o esgotamento
completo. Vencido palmo a palmo, na precisão integral do termo, caiu no dia 5, ao entardecer,
quando caíram os seus últimos defensores, que todos morreram. Eram quatro apenas: um
velho, dois homens feitos e uma criança, na frente dos quais rugiam raivosamente cinco mil
soldados.
CUNHA, E. Os sertões. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1987.
TEXTO II
Na trincheira, no centro do reduto, permaneciam quatro fanáticos sobreviventes do extermínio.
Era um velho, coxo por ferimento e usando uniforme da Guarda Católica, um rapaz de 16 a 18
anos, um preto alto e magro, e um caboclo. Ao serem intimados para deporem as armas,
investiram com enorme fúria. Assim estava terminada e de maneira tão trágica a sanguinosa
guerra, que o banditismo e o fanatismo traziam acesa por longos meses, naquele recanto do
território nacional.
SOARES, H. M. A Guerra de Canudos. Rio de Janeiro: Altina, 1902.
Os relatos do último ato da Guerra de Canudos fazem uso de representações que se
perpetuariam na memória construída sobre o conflito. Nesse sentido, cada autor caracterizou a
atitude dos sertanejos, respectivamente, como fruto da
a) manipulação e incompetência.
b) ignorância e solidariedade.
c) hesitação e obstinação.
d) esperança e valentia.
e) bravura e loucura.
2. (Unicamp 2016) “O Rio civiliza-se!” eis a exclamação que irrompe de todos os peitos
cariocas. Temos a Avenida Central, a Avenida Beira Mar (os nossos Campos Elíseos), estátuas
em toda a parte, cafés e confeitarias (…), um assassinato por dia, um escândalo por semana,
cartomantes, médiuns, automóveis, autobus, autores dramáticos, grandmonde, demi-monde,
enfim todos os apetrechos das grandes capitais.
(“O Chat Noir”, em Fon-Fon! Nº 41, 1907. Extraído de
www.objdigital.bn.br/acervo_digital/div_periodicos/fonfon/fonfon1907.)
A partir do excerto, que se refere ao período da Belle Époque no Brasil, no início do século XX,
é correto afirmar que:
a) O Rio de Janeiro procurava apagar aspectos da época do Império e impulsionar a cultura
francesa, renegada por D. Pedro II.
b) A cidade expressava as contradições de um processo de transformações urbanas, sociais e
políticas nas primeiras décadas da República.
c) Os costumes franceses eram elementos incorporados pela sociedade carioca como
sinônimo da modernização republicana obtida pelo tenentismo.
d) A modernização representou um processo de exclusão social e cultural, patrocinado pelo
governo francês, que financiava obras públicas e impunha os produtos franceses à
população brasileira.
3. (Uemg 2016) “Do boulevard 28 de setembro, onde diariamente pegava o bonde que me
levava à praça XV, indo dali a pé até a Esplanada do Castelo, para a Faculdade Nacional de
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Filosofia, onde estudava, demorava cerca de uma hora. Mas a distância cultural entre os dois
mundos, o do samba boêmio e o daquele templo do alto saber, era menor do que se poderia
supor. Graças (...) a poesia de Noel...”
VENTURA, 2012, p.124.
Noel Rosa, o Noel da Vila, nasceu em 1910 e faleceu em 1937, na cidade do Rio de Janeiro,
em decorrência de vários problemas de saúde.
Nas primeiras décadas do século XX, a capital do Brasil, cidade em que nasceu Noel Rosa,
vivenciou uma série de transformações na(s) qual(is) se destaca(m)
a) a demolição de cortiços na região central da cidade e a promoção da vacinação obrigatória
sob a tutela do sanitarista Oswaldo Cruz, obedecendo ordens do então Presidente
Rodrigues Alves.
b) o desenvolvimento urbano promovido pelo presidente Castelo Branco, que estabeleceu uma
verba extra para as famílias mais pobres e a construção de moradias populares.
c) o abandono público, em função da migração para a nova capital, Brasília, planejada no
interior de Goiás, e construída por força candanga.
d) a intensa industrialização, com desenvolvimento social e financeiro comparável às grandes
nações Europeias, mas, apesar disso, as mazelas continuavam atingindo a camada mais
pobre da população.
4. (Uece 2016) Atente ao seguinte excerto: “Em 1912, o governador do Estado de Santa
Catarina, Vidal Ramos, advertia: ‘Nossos caboclos do mato são fáceis de se fanatizar, e se for
exato o que se ouve, é necessária a ação enérgica’. Ele considerava perigoso para o poder
local o ajuntamento de sertanejos pobres em torno do Curandeiro José Maria”.
MACHADO, Paulo Pinheiro. Lideranças do Contestado: a formação e atuação de chefias
caboclas (1912-1916). Campinas: Editora da Unicamp, 2004.
Sobre o excerto acima, é correto afirmar que
a) se refere à Guerra do Contestado, que, para a imprensa e autoridades militares, era uma
reedição do fanatismo de Canudos.
b) faz menção ao Movimento do Contestado, que foi um movimento religioso, com
características messiânicas, no qual só ingressavam meninas virgens e meninos puros, para
a construção de uma Nova Jerusalém.
c) trata do Movimento do Contestado, cujo líder foi José Maria, um missionário franciscano
alemão que atuou no Planalto Catarinense entre 1890 e 1930.
d) faz referência à Guerra do Contestado, cuja população envolvida era muito religiosa, louvava
a monarquia e o retorno da Casa Real de Bragança ao trono brasileiro.
5. (G1 - ifba 2016) Política e cultura andaram muito próximas nos anos 20. Cada uma a seu
modo trazia ventos de mudança. (...). Na cultura, o grande evento, sem dúvida, foi a realização
da Semana de Arte Moderna, em fevereiro de 1922, (...) que ajudou a projetar uma geração de
importantes escritores e artistas, como Mario de Andrade, Oswald de Andrade, Manuel
Bandeira, Heitor Villa-Lobos e Guiomar Novais, Anita Malfatti, Tarsila do Amaral e Vitor
Brecheret.
(Fonte: TEIXEIRA, Francisco M. P. Brasil: História e Sociedade. São Paulo: Ática, 2002. p. 255.
Adaptado.)
No contexto de efervescência político, cultural e ideológico, que marcou o Brasil a partir dos
anos de 1920, a Semana de Arte Moderna cumpre o importante papel de:
a) identificar influências artísticas e culturais europeias que estivessem compatíveis com os
interesses da burguesia cafeeira brasileira, descontente com as velhas tradições culturais.
b) buscar uma arte moderna de raízes brasileiras e de compromisso com a nacionalidade,
promovendo uma revisão de valores artístico-culturais, de linguagem e conceitos.
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c) estabelecer fóruns de discussões intelectuais, no sentido de garantir o respeito à tradição
artística e cultural do país e impedir a adesão às novas tendências das artes que vigoravam
na Europa.
d) substituir os velhos valores artísticos e culturais brasileiros de base nacionalista por outros
mais modernos e identificados com o capitalismo dos Estados Unidos, fonte de inspiração
para a arte mundial.
e) romper com a liberdade criadora que ameaçava a tradição artística brasileira, impondo uma
unidade na produção artístico-cultural com base na valorização da linguagem e dos velhos
conceitos artísticos.
6. (Pucsp 2016) “Profundamente identificado com a política saneadora e, principalmente,
regeneradora implantada pelo presidente Rodrigues Alves (1902-1906), Pereira Passos foi
nomeado o homem forte do projeto que visava fazer da capital da República uma vitrine do
discurso civilizatório.”
Julia O'Donnell. A invenção de Copacabana. Culturas urbanas e estilos de vida no Rio de
Janeiro. Rio de Janeiro: Zahar, 2013, p. 52.
O “projeto” mencionado no texto envolveu, entre outras iniciativas,
a) a ocupação regular e controlada das encostas dos morros do Rio de Janeiro, ampliando as
oportunidades de moradia das classes populares.
b) a limpeza da baía, que implicou a erradicação definitiva das doenças infectocontagiosas que
acometiam a população pobre do Rio de Janeiro.
c) a transferência da sede administrativa do governo federal para o centro do país, eliminando
potenciais focos de conflito no Rio de Janeiro.
d) o alargamento e a redefinição do traçado de ruas do Rio de Janeiro, facilitando a circulação
de pessoas e de mercadorias.
7. (Faculdade Albert Einstein 2016) “A revolta não visava o poder, não pretendia vencer, não
podia ganhar nada. Era somente um grito, uma convulsão de dor, uma vertigem de horror e
indignação. Até que ponto um homem suporta ser espezinhado, desprezado e assustado?
Quanto sofrimento é preciso para que um homem se atreva a encarar a morte sem medo? E
quando a ousadia chega nesse ponto, ele é capaz de pressentir a presença do poder que o
aflige nos seus menores sinais: na luz elétrica, nos jardins elegantes, nas estátuas, nas vitrines
de cristal, nos bancos decorados dos parques, nos relógios públicos, nos bondes, nos carros,
nas fachadas de mármore, nas delegacias, agências de correio e postos de vacinação, nos
uniformes, nos ministérios e nas placas de sinalização.”
Nicolau Sevcenko. A revolta da vacina. São Paulo: Brasiliense, 1984, p. 68.
O texto trata da Revolta da Vacina, ocorrida em 1904, e associa a reação popular contra a
vacinação obrigatória
a) à irracionalidade da população do Rio de Janeiro e aos benefícios que a vacina traria para a
saúde pública.
b) ao programa higienizador empreendido pelo prefeito do Rio de Janeiro e ao amplo
esclarecimento da opinião pública quanto aos benefícios da vacina.
c) à participação de funcionários de todos os setores do governo federal na campanha de
erradicação dos focos epidêmicos.
d) ao projeto de reurbanização do Rio de Janeiro e às diversas formas de segregação e
exclusão social que ele promoveu.
8. (G1 - ifsul 2016) A chamada Guerra de Canudos, Revolução de Canudos ou Insurreição de
Canudos, foi o confronto entre um movimento popular de fundo sociorreligioso e o Exército da
República, que durou de 1896 a 1897, na então comunidade de Canudos, no interior do estado
da Bahia, no Brasil.(...) A situação na região, à época, era muito precária devido às secas, à
fome, à pobreza e à violência social. Esse quadro, somado à elevada religiosidade dos
sertanejos, deflagrou uma série de distúrbios sociais, os quais, diante da incapacidade dos
poderes constituídos em debelá-los, conduziram a um conflito de maiores proporções.
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Disponível em: http://www.sohistoria.com.br/ef2/canudos/. Acesso em 21 set. 2015.
O movimento de Canudos foi uma
a) insatisfação da nascente classe média.
b) luta pelo retorno do Parlamentarismo.
c) reação contra o latifúndio.
d) reivindicação por melhores salários.
9. (Uerj 2016)
O cartão-postal é o melhor veículo de propaganda e reclame de que podem dispor os homens,
as empresas, a indústria, o comércio e as nações.
Olavo Bilac
A cartophilia, 15/06/1904.
A frase de Olavo Bilac assinala a ampliação da produção de cartões-postais no início do século
XX, que animou colecionadores e o trabalho de editores, fotógrafos e gravuristas.
As imagens dos cartões do Rio de Janeiro, capital brasileira naquele momento, associaram-se
à propaganda das ações governamentais indicadas em
a) modernização e progresso material de espaços públicos
b) planejamento e racionalização do crescimento urbano
c) valorização e preservação dos monumentos arquitetônicos
d) remodelamento e expansão das vias de transportes coletivos
10. (Fgv 2016) I.
“Em Canudos representa de elemento passivo o jagunço que corrigindo a loucura mística de
Antônio Conselheiro e dando-lhe umas tinturas das questões políticas e sociais do momento,
criou, tornou plausível e deu objeto ao conteúdo do delírio, tornando-o capaz de fazer vibrar a
nota étnica dos instintos guerreiros, atávicos, mal extintos ou apenas sofreados no meio social
híbrido dos nossos sertões, de que o louco como os contagiados são fiéis e legítimas criações.
Ali se achavam de fato, admiravelmente realizadas, todas as condições para uma constituição
epidêmica de loucura.”
(Nina Rodrigues, As coletividades anormais. 2006)
II.
Ergueu-se contra a República
O bandido mais cruel
Iludindo um grande povo
Com a doutrina infiel
Seu nome era Antônio
Vicente Mendes Maciel
[...]
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Os homens mais perversos
De instinto desordeiro
Desertor, ladrão de cavalo
Criminoso e feiticeiro
Vieram engrossar as tropas
Do fanático Conselheiro
(João Melchíades Ferreira da Silva apud Mark Curran, História do Brasil em cordel. 1998)
Acerca das leituras que os textos fazem de Canudos, é correto afirmar que
a) I pondera sobre a necessidade de se compreender a Guerra de Canudos no contexto das
rebeliões contra o avanço do capitalismo no sertão brasileiro; II refere-se aos rebeldes do
sertão baiano como principais responsáveis pela instabilidade político-institucional dos
primeiros anos da República brasileira.
b) I analisa o evento ocorrido no sertão baiano a partir de referências médicas e
antropológicas, tratando-o como o embate entre a barbárie, em função da condição primitiva
e enlouquecida do sertanejo, e a civilização; II identifica a prática dos combatentes do Arraial
de Canudos à dos cangaceiros.
c) I reconhece legitimidade na rebelião dos sertanejos baianos, em razão do abandono
institucional de que essas pessoas foram vítimas ao longo do tempo; II mostra o líder
Antônio Conselheiro como um importante articulador político, vinculado aos mais importantes
oligarcas baianos, os chamados coronéis.
d) I condena as principais lideranças da rebelião baiana pela postura de defesa das práticas
religiosas primitivas e rústicas, que se contrapunham aos princípios cristãos; II acusa o líder
Antônio Conselheiro de provocar tensões étnicas e de classe, ao propor uma sociedade
igualitária social e economicamente.
e) I denuncia a ausência de uma compreensão científica, por parte do poder público, sobre as
motivações dos rebeldes de Canudos; II critica os moradores do arraial de Canudos pela
violência gratuita contra as forças legais, que estavam preocupadas em oferecer aos
sertanejos a entrada no mundo da civilização.
11. (Fuvest 2016) Na Belle Époque brasileira, que difusamente coincidiu com a transição para
o regime republicano, surgiram aquelas perguntas cruciais, envoltas no oxigênio mental da
época, muitas das quais, contudo, nos incomodam até hoje: como construir uma nação se não
tínhamos uma população definida ou um tipo definido? Frente àquele amálgama de passado e
futuro, alimentado e realimentado pela República, quem era o brasileiro? (...) Inúmeras
tentativas de respostas a todas estas questões mobilizaram os intelectuais brasileiros durante
várias décadas.
Elias Thomé Saliba. Raízes do riso. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.
Entre as tentativas de responder, durante a Belle Époque brasileira, às dúvidas mencionadas
no texto, é correto incluir
a) as explicações positivistas e evolucionistas sobre o impacto da mistura de raças na
formação do caráter nacional brasileiro.
b) os projetos de valorização dos vínculos entre o caráter nacional brasileiro e os produtos da
indústria cultural norte-americana.
c) o reconhecimento e a celebração da origem africana da maioria dos brasileiros e a rejeição
das tradições europeias.
d) a percepção de que o país estava plenamente inserido na modernidade e havia assumido a
condição de potência mundial.
e) o desejo de retornar ao período anterior à chegada dos europeus e de recuperar padrões
culturais e cotidianos indígenas.
12. (Uern 2015) Jesuíno Alves de Melo Calado foi o boiadeiro romântico, espécie matuto de
Robin Hood, adorado pela população pobre, defensor dos fracos, dos velhos oprimidos, das
moças ultrajadas, das crianças agredidas. Sua fama ainda resiste, indelével, num clima de
simpatia irresistível. Certas injustiças acontecem porque Jesuíno não existe mais. Uma
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justificação do prestígio natural de Jesuíno Brilhante para os sertanejos seria o horror ao
ladrão. Não roubava e o seu bando era rigorosamente vigiado para respeitar o décimo
mandamento. Recebia o que lhe davam e, às vezes, pedia. Era auxiliado pela multidão dos
admiradores, nada lhe faltando e mesmo possuía recursos de lavoura e gado.
(Trindade, 2010 in: Nonato, 1998, p. 86.)
Nascido em Patu, no Rio Grande do Norte, em 1844, e morto num tiroteio, em 1879, Jesuíno
Brilhante, foi um legítimo representante de um movimento de banditismo social característico
da Primeira República Brasileira (1889-1930), que assolou o Nordeste brasileiro conhecido
como
a) Chibata.
b) Cangaço.
c) Canudos.
d) Contestado.
13. (Cefet MG 2015) O que houve em Canudos e continua a acontecer hoje, no campo e nas
grandes cidades brasileiras, foi o choque do Brasil oficial e mais claro contra o Brasil real e
mais escuro. Ao Brasil oficial e mais claro, pertenciam algumas das melhores figuras da elite
política do tempo de Euclides da Cunha (1866-1909): civis e políticos, como Prudente de
Morais, ou militares, como o general Machado Bittencourt. Bem intencionados, mas cegos,
honestos, mas equivocados, estavam convencidos de que o Brasil real de Antonio Conselheiro
era um país inimigo que era necessário invadir e destruir.
SUASSUNA, Ariano. Canudos e o exército. Folha de São Paulo, São Paulo, 30 nov. 1999.
Primeiro Caderno, p. 2.
Sobre a Revolta de Canudos, é correto afirmar que
a) colocou em confronto a elite mestiça e o povo negro.
b) acirrou a disputa existente entre federalistas e liberais.
c) decorreu de um conflito social insolúvel até os dias atuais.
d) produziu a oposição do governo republicano aos jovens abolicionistas.
e) resultou da insatisfação dos sertanejos com a instauração de um Estado católico.
14. (G1 - cftmg 2015) Agora tenho de falar-vos de um assunto que tem sido o assombro e o
abalo dos fiéis, de um assunto que só a incredulidade do homem ocasionaria semelhante
acontecimento: a República, que é incontestavelmente um grande mal para o Brasil que era
outrora tão bela a sua estrela. Hoje, porém, foge toda a segurança, porque um novo governo
acaba de ter o seu invento e do seu emprego se lança mão como meio mais eficaz e pronto
para o extermínio da religião. [...]
Prédicas e discursos de Antônio Conselheiro [1895]. In: BONAVIDES, Paulo; AMARAL,
Roberto. Textos políticos da História do Brasil. Brasília: Senado Federal, 2002. v. 3, p. 445.
Segundo o líder da Revolta de Canudos, a República era um grande mal para o Brasil porque
a) provocava o fim do latifúndio no país.
b) objetivava exterminar a religião católica.
c) gerava uma violência antes não existente.
d) era uma forma de governo recém-inventada.
15. (Uel 2014) Leia os textos a seguir.
Rio 40 Graus
(Fernanda Abreu)
Rio 40 graus
Cidade maravilha
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Purgatório da beleza
E do caos
O Rio é uma cidade
De cidades misturadas
O Rio é uma cidade
De cidades camufladas
Com governos misturados
Camuflados, paralelos
Sorrateiros
Ocultando comandos...
Quem é dono desse beco?
Quem é dono dessa rua?
De quem é esse edifício?
De quem é esse lugar?
Sampa
(Caetano Veloso)
Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga e a avenida São João
É que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi
Da dura poesia concreta de tuas esquinas
Da deselegância discreta de tuas meninas
E foste um difícil começo
Afasto o que não conheço
E quem vem de outro sonho feliz de cidade
Aprende depressa a chamar-te de realidade
Porque és o avesso do avesso do avesso do avesso
Do povo oprimido nas filas, nas vilas, favelas
Da força da grana que ergue e destrói coisas belas
Da feia fumaça que sobe, apagando as estrelas
Eu vejo surgir teus poetas de campos, espaços
Tuas oficinas de florestas, teus deuses da chuva
Rio de Janeiro e São Paulo são duas das mais importantes cidades brasileiras. Com suas
dinâmicas de organização interna, ora distintas, ora semelhantes, estruturaram-se no contexto
de um processo histórico desde a colonização até os dias atuais.
Com base nos textos e nos conhecimentos sobre a importância dessas cidades na história do
Brasil, considere as afirmativas a seguir.
I. Rio de Janeiro, capital da colônia desde a chegada dos portugueses ao Brasil, foi
administrada por governos compostos por brasileiros e lusitanos.
II. São Paulo de Piratininga foi definido como o local naturalmente destinado ao
desenvolvimento econômico devido à importância de sua hidrografia.
III. A Revolta da Vacina, no Rio de Janeiro, deveu-se à política higienista adotada pelo
governo, que visou, entre outras coisas, sanear a cidade.
IV. Os casarões da Avenida Paulista, expressões da riqueza da oligarquia cafeeira, foram
progressivamente substituídos pelos espigões das corporações financeiras.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
16. (Enem PPL 2014) Canto dos lavradores de Goiás
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Tem fazenda e fazenda
Que é grande perfeitamente
Sobe serra desce serra
Salta muita água corrente
Sem lavoura e sem ninguém
O dono mora ausente.
Lá só tem caçambeiro
Tira onda de valente
Isso é que é grande barreira
Que está em nossa frente
Tem muita gente sem terra
Tem muita terra sem gente.
MARTINS, J. S. Cativeiro da terra. São Paulo: Ciências Humanas, 1979.
No canto registrado pela cultura popular, a característica do mundo rural brasileiro no século
XX destacada é a
a) atuação da bancada ruralista.
b) expansão da fronteira agrícola.
c) valorização da agricultura familiar.
d) manutenção da concentração fundiária.
e) implementação da modernização conservadora.
17. (Enem PPL 2014) Na primeira década do século XX, reformar a cidade do Rio de Janeiro
passou a ser o sinal mais evidente da modernização que se desejava promover no Brasil. O
ponto culminante do esforço de modernização se deu na gestão do prefeito Pereira Passos,
entre 1902 e 1906. “O Rio civilizava-se” era frase célebre à época e condensava o esforço para
iluminar as vielas escuras e esburacadas, controlar as epidemias, destruir os cortiços e
remover as camadas populares do centro da cidade.
OLIVEIRA, L. L. Sinais de modernidade na Era Vargas: vida literária, cinema e rádio. In:
FERREIRA, J.; DELGADO, L. A. (Org.). O tempo do nacional-estatismo: do início ao apogeu do
Estado Novo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007.
O processo de modernização mencionado no texto trazia um paradoxo que se expressava
no(a)
a) substituição de vielas por amplas avenidas.
b) impossibilidade de se combaterem as doenças tropicais.
c) ideal de civilização acompanhado de marginalização.
d) sobreposição de padrões arquitetônicos incompatíveis.
e) projeto de cidade incompatível com a rugosidade do relevo.
18. (Ueg 2013) Leia o excerto que segue.
Os subúrbios do Rio de Janeiro são a mais curiosa coisa em matéria de edificação da cidade.
A topografia do local, caprichosamente montanhosa, influiu decerto para tal aspecto, mais
influíram, porém, os azares das construções.
Nada mais irregular, mais caprichoso, mais sem plano qualquer, pode ser imaginado. As casas
surgiram como se fossem semeadas ao vento e, conforme as casas, as ruas se fizeram. Há
algumas delas que começam largas como boulevards e acabam estreitas que nem vielas; dão
voltas, circuitos inúteis e parecem fugir ao alinhamento reto com ódio tenaz e sagrado.
BARRETO, Lima. Triste fim de Policarpo Quaresma. São Paulo: Penguin, 2011. p. 191.
Neste fragmento, o autor descreve a irregularidade do traçado das ruas cariocas. Com o
propósito de criar uma cidade mais moderna, com ruas e avenidas mais retilíneas, é que se
efetivou
a) a derrubada do antigo morro do Castelo, durante o governo do presidente Campos Sales.
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b) a derrubada dos cortiços da cidade promovida pelo sanitarista Oswaldo Cruz.
c) a reforma urbana promovida por Pereira Passos, a qual ficou conhecida como o “Botaabaixo”.
d) o primeiro plano de se transferir a Capital Federal para a região Centro-Oeste.
19. (Uern 2013) Ode ao burguês
Eu insulto o burguês! O burguês-níquel,
o burguês-burguês!
A digestão bem-feita de São Paulo!
O homem-curva! o homem-nádegas!
O homem que sendo francês, brasileiro, italiano,
é sempre um cauteloso pouco-a-pouco!
Eu insulto as aristocracias cautelosas!
Os barões lampiões! os condes Joões! os duques zurros!
que vivem dentro de muros sem pulos;
e gemem sangues de alguns mil-réis fracos
para dizerem que as filhas da senhora falam o francês
e tocam os “Printemps” com as unhas! [...]
Fora! Fu! Fora o bom burguês!
(De pauliceia desvairada. Mário de Andrade. Disponivel em:
http://www.horizonte.unam.mx/brasil/mario4.html.)
O poema de Mário de Andrade, exposto em 1922 na Semana de Arte Moderna, causou furor
com essa visão crítica do burguês capitalista. O significado do termo “burguês”, destacado pelo
poeta,
a) difere-se da visão inicial de “burguesia”, como “moradores citadinos” que praticavam o
comércio, buscando autonomia e uma nova forma de organização social.
b) refere-se à visão de “burguês” preconizada na fase inicial do sistema feudal, quando os
comerciantes reativaram o comercio, e controlaram as instituições sociais.
c) reforça a maneira como o burguês era identificado na Europa pré-capitalista: como
sustentáculo de uma sociedade hierarquizada e uma economia de subsistência.
d) se distingue da forma como era visto na Idade Antiga, uma vez que a burguesia
representava a classe servil, submissa aos ritos de vassalagem tradicionais no feudo.
20. (Uerj 2013) É certo que a capa de um livro é a marca de um produto que quer atrair o
leitor. A associação seria mais certeira se esse leitor a relacionasse ao contexto histórico dos
anos 1920, em que se traçava o projeto modernista empenhado na construção de uma
consciência do país, num processo de conhecimento da realidade brasileira. Os modernistas
queriam mesmo “descobrir o Brasil”.
RENATO CORDEIRO GOMES
Adaptado de www.revistadehistoria.com.br.
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Por meio de manifestos, livros e exposições, os modernistas refletiram sobre a sociedade
brasileira, avaliando suas principais características e propondo a revisão da identidade
nacional.
Essa revisão está baseada na proposta de:
a) crítica da valorização romântica da natureza tropical
b) desqualificação das heranças coloniais luso-africanas
c) negação da cooperação cultural de artistas estrangeiros
d) reformulação da composição multiétnica da população nativa
21. (Ueg 2013) Leia o fragmento.
Glória a todas as lutas inglórias
Que através da nossa história
Não esquecemos jamais
Salve o navegante negro
Que tem por monumento
As pedras pisadas do cais.
BOSCO, João; BLANC, Adir. O mestre-sala dos mares. In: COTRIM, Gilberto. História global:
Brasil e geral. São Paulo: Saraiva, 2002. p. 477.
A citação é uma estrofe da música “O mestre-sala dos mares”, de Aldir Blanc e João Bosco,
composta em homenagem a João Cândido, o líder da Revolta da Chibata, ocorrida no Rio de
Janeiro em 1910. Em termos sociológicos, a Revolta da Chibata foi um movimento social
a) camponês, pois os seus integrantes expressavam valores e práticas coerentes com suas
origens rurais.
b) popular, pois foi efetivada pelos marinheiros de baixo escalão que reivindicavam o fim de
castigos corporais.
c) messiânico, pois era motivada pelo milenanarismo, crença em uma nova era de paz, justiça
social e felicidade.
d) militar, pois foi uma sublevação dos altos oficiais da Marinha, explorando a fraqueza do
regime republicano.
22. (Uern 2013) (...) olhe: quando é tiro de verdade, primeiro a cachorrada dana a latir,
instantaneamente – então, se vai ver se deu mortos. O senhor tolere, isto é o sertão. Uns
querem que não seja; que situado sertão e por os campos-gerais a fora a dentro, eles dizem,
fim de rumo, terras altas, demais do Urucuia. (...) Lugar sertão se divulga: e onde os pastos
carecem de fechos; onde um pode torar dez, quinze léguas, sem topar com casa de morador; e
onde criminoso vive seu cristo-jesus, arredado do arrocho de autoridade.
(Guimarães Rosa. Grande Sertão Veredas.)
Nos confins do Brasil decidiam-se as eleições durante a República Oligárquica. No final do
século XIX, mais de 60% da população brasileira vivia nos meios rurais. Nesse contexto,
formaram-se vários movimentos sociais que, de certa forma, sinalizavam as discrepâncias
econômicas características daquela realidade. Diante do exposto, analise as afirmativas.
I. O Cangaço, movimento considerado de grande repercussão no Nordeste brasileiro,
representou, acima de tudo, a revolta dos estancieiros pela política brasileira em relação ao
comércio do Charque.
II. O movimento de Canudos teve um cunho religioso e ficou conhecido como um movimento
messiânico. Conseguiu angariar inúmeros adeptos e chegou a ameaçar a ordem vigente.
III. Com o deslocamento do eixo da economia agroexportadora para o Sudeste e com o
declínio acentuado da economia açucareira, houve uma queda muito grande na qualidade
de vida dos nordestinos.
IV. Apesar das desavenças entre grupos religiosos e políticos e de uma tradição política de
conflitos no sertão nordestino não houve a presença do coronelismo, como nos estados
mais avançados – Minas Gerais e São Paulo.
Estão corretas apenas as afirmativas
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a) II e III.
b) II e IV.
c) I, II e III.
d) I, II e IV.
23. (Enem PPL 2013) Eu mesmo me apresento: sou Antônio:
sou Antônio Vicente Mendes Maciel
(provim da batalha de Deus versus demônio
Com a res publica marca de Caim).
Moisés, do Êxodo ao Deuteronômio,
Sou natural de Quixeramobim,
O Antônio Conselheiro deste chão
Que vai ser mar e o mar vai ser sertão.
ACCIOLY, M. Antônio Conselheiro. In: FERNANDES, R. (Org.). O clarim e a oração: cem anos
de Os sertões. São Paulo: Geração Editorial, 2001.
O poema, escrito em 2001, contribui para a construção de uma determinada memória sobre o
movimento de Canudos, ao retratar seu líder como
a) crítico do regime político recém-proclamado.
b) partidário da abolição da escravidão.
c) contrário à distribuição da terra para os humildes.
d) defensor da autonomia política dos municípios.
e) porta-voz do catolicismo ortodoxo romano.
24. (Enem 2013) No final do século XIX, as Grandes Sociedades carnavalescas alcançaram
ampla popularidade entre os foliões cariocas. Tais sociedades cultivavam um pretensioso
objetivo em relação à comemoração carnavalesca em si mesma: com seus desfiles de carros
enfeitados pelas principais ruas da cidade, pretendiam abolir o entrudo (brincadeira que
consistia em jogar água nos foliões) e outras práticas difundidas entre a população desde os
tempos coloniais, substituindo-os por formas de diversão que consideravam mais civilizadas,
inspiradas nos carnavais de Veneza. Contudo, ninguém parecia disposto a abrir mão de suas
diversões para assistir ao carnaval das sociedades. O entrudo, na visão dos seus animados
praticantes, poderia coexistir perfeitamente com os desfiles.
PEREIRA, C. S. Os senhores da alegria: a presença das mulheres nas Grandes Sociedades
carnavalescas cariocas em fins do século XIX. In: CUNHA, M. C. P. Carnavais e outras frestas:
ensaios de história social da cultura. Campinas: Unicamp; Cecult, 2002 (adaptado).
Manifestações culturais como o carnaval também têm sua própria história, sendo
constantemente reinventadas ao longo do tempo. A atuação das Grandes Sociedades, descrita
no texto, mostra que o carnaval representava um momento em que as
a) distinções sociais eram deixadas de lado em nome da celebração.
b) aspirações cosmopolitas da elite impediam a realização da festa fora dos clubes.
c) liberdades individuais eram extintas pelas regras das autoridades públicas.
d) tradições populares se transformavam em matéria de disputas sociais.
e) perseguições policiais tinham caráter xenófobo por repudiarem tradições estrangeiras.
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Gabarito:
Resposta da questão 1:
[E]
[Resposta do ponto de vista da disciplina de História]
No primeiro texto, na afirmação “Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a história,
resistiu até o esgotamento completo” podemos notar uma conotação de bravura em referência
aos sertanejos. Já no segundo texto, na afirmação “que o banditismo e o fanatismo traziam
acesa por longos meses” podemos notar uma conotação de loucura em referência aos
sertanejos.
[Resposta do ponto de vista da disciplina de Português]
O texto I, excerto da terceira parte da obra “Os sertões”, de Euclides da Cunha, descreve a luta
dos sertanejos que, destemidamente enfrentam a morte, não se rendem e são exterminados de
forma sumária. O texto II, de Henrique Macedo Soares, militar na última expedição contra
Canudos, descreve o grupo como um bando de fanáticos liderado pelo peregrino Antônio
Conselheiro, acreditando que ele poderia libertá-los da situação de extrema pobreza ou
garantir-lhes a salvação eterna na outra vida. Assim, cada autor caracterizou a atitude dos
sertanejos, respectivamente, como fruto da bravura e loucura, como se afirma em [E].
Resposta da questão 2:
[B]
O texto deixa claro que a inserção do Rio na Belle Époque foi controversa e conturbada: ao
mesmo tempo que ruas e monumentos se agigantavam, problemas urbanos surgiam, como
assassinatos e escândalos.
Resposta da questão 3:
[A]
A questão remete às primeiras décadas do século XX no Brasil, no contexto da República
Velha. A ideologia Positivista vinculada à ordem e ao progresso influenciou o Brasil nas
primeiras décadas do século passado. Era preciso modernizar a capital do Brasil, a cidade do
Rio de Janeiro, introduzir um calendário de vacinas para reduzir o número de mortes, demolir
cortiços, entre outras medidas. O presidente do Brasil Rodrigues Alves, 1902-1906, o prefeito
do Rio de Janeiro Pereira Passos e o médico sanitarista Oswaldo Cruz trabalham juntos neste
desafio modernizante.
Resposta da questão 4:
[A]
A Guerra do Contestado foi um movimento messiânico ocorrido em Santa Catarina sob a tutela
do monge José Maria. Assim como Canudos, Contestado também foi visto como um
movimento fanático e perigoso pelo governo federal.
Resposta da questão 5:
[B]
A questão aponta para a Semana de Arte Moderna de 1922. Na década de 1920 no Brasil
ocorreu uma contestação generalizada aos valores vigentes no país. O Tenentismo foi uma
crítica à estrutura política que era arcaica, viciada e corrupta, o movimento defendeu a
moralização da política nacional. A Semana de Arte Moderna, por sua vez, criticou os padrões
estéticos tradicionais e defendeu a valorização do nacional, do popular, do índio.
Resposta da questão 6:
[D]
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Somente a proposição [D] está correta. A questão remete ao governo de Rodrigues Alves,
1902-1906, dentro do contexto da República Velha. Havia na Europa, desde a segunda metade
do século XIX a doutrina Positivista que defendia uma harmonia entre ordem e progresso, um
avanço na medicina através de vacinas importantes além de ideias de higienização dos
espaços. O presidente do Brasil Rodrigues Alves, o prefeito do Rio de Janeiro Pereira Passos e
o médico Oswaldo Cruz trabalharam juntos para a modernização da capital do Brasil, a cidade
do Rio de Janeiro. Ocorreu um processo de demolição de cortiços deslocando os pobres para
os morros, a construção de avenidas e prédios para receber os investidores e a vacina
obrigatória para eliminar epidemias como a varíola. A ideia era fazer do Rio de Janeiro uma
Paris Tropical, inspiradas nos bulevares franceses do arquiteto Haussmann.
Resposta da questão 7:
[D]
Somente a proposição [D] está correta. A questão remete a Revolta da Vacina que ocorreu em
1904 no Rio de Janeiro. O presidente do Brasil Rodrigues Alves, o prefeito da cidade do Rio de
Janeiro Pereira Passos e o médico Oswaldo Cruz foram as grandes autoridades vinculadas a
esta importante revolta. A ideia era a modernização do Rio de Janeiro, torná-la uma Paris
Tropical. Ocorreu a demolição de cortiços para construir grandes obras. Era a entrada do Brasil
no século XX. O avanço na medicina era significativo. Foi criado um calendário de vacina
obrigatória que irritou muito a população da capital do país. A demolição dos cortiços transferiu
os habitantes para a periferia. Este foi o cenário que engendrou a Revolta da Vacina.
Resposta da questão 8:
[C]
A questão aponta para o movimento de Canudos que ocorreu em meados da década de 1890,
no interior da Bahia. Os pobres camponeses estavam abandonados pelas autoridades políticas
e religiosas, sendo muito explorados pelos coronéis do Nordeste. Antônio Conselheiro, líder do
arraial de Canudos, fazia seus discursos e profecias, dando conselhos e amparo espiritual a
um povo sem esperança. Seu discurso cativante atraia camponeses da região, que se
deslocavam para o arraial. Este movimento incomodou a Igreja, os fazendeiros que perdiam
mão de obra, as autoridades locais e nacionais.
Resposta da questão 9:
[A]
A questão remete à modernização do Rio de Janeiro no início do século XX. Inspiradas em
novos modelos arquitetônicos e políticas de higienização, o presidente do Brasil Rodrigues
Alves, o prefeito do Rio de Janeiro Pereira Passos, e o médico sanitarista Oswaldo Cruz atuam
na modernização da cidade do Rio de Janeiro. A ideia era fazer da capital do Brasil uma Paris
tropical, eliminar doenças, criar grandes avenidas e melhores espaços públicos.
Resposta da questão 10:
[B]
Somente a alternativa [B] está correta. Os dois textos externam olhares diferentes sobre o
movimento de Canudos. O primeiro excerto entende o conflito a partir da divisão entre o
bárbaro (o sertanejo) contra o civilizado. O segundo texto, literatura de cordel, associa o
movimento de Canudos com o Movimento do Cangaço liderado por Virgulino Ferreira, o
Lampião.
Resposta da questão 11:
[A]
Boa parte dos estudos acerca da formação da sociedade brasileira pautou-se na análise do
impacto da miscigenação entre brancos (portugueses), negros (africanos) e indígenas na
constituição do povo brasileiro.
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Resposta da questão 12:
[B]
O Cangaço foi um fenômeno ocorrido durante a República Velha, especificamente entre os
anos de 1889 e 1940, caracterizados por ser uma espécie de banditismo, no qual seus
integrantes agiam como mercenários, fazendo serviços a quem melhor pagasse. Por vezes,
grupos de cangaceiros agiam de maneira violenta, aterrorizando o interior do Nordeste.
Resposta da questão 13:
[C]
O texto deixa claro que a Guerra de Canudos refletiu um conflito social profundo do Brasil: a
oposição entre uma elite branca (que domina a política) e a grande maioria pobre e, quase
majoritariamente, negra (que sofre as consequências da má distribuição de renda no país).
Esse problema ainda não foi solucionado no país.
Resposta da questão 14:
[B]
Antônio Conselheiro, líder do movimento de Canudos, era católico praticante e fervoroso,
considerando-se, inclusive, beato da religião. Sendo assim, seu pensamento era impregnado
de caráter religioso.
O texto que acompanha a questão é bem claro: Conselheiro atacava a República por
considerá-la inimiga da religião católica.
Resposta da questão 15:
[C]
A alternativa [C] é a única correta. A Revolta da Vacina ocorreu no Rio de Janeiro em 1904 nos
governos do presidente Rodrigues Alves e do prefeito do Rio de janeiro Pereira Passos com a
contribuição do médico sanitarista Oswaldo Cruz. A revolta está vinculada a política de
higienização que ocorreu em um cenário de descobertas cientificas e de progresso. São Paulo,
devido à riqueza oriunda do café, passou por um processo de modernização e industrialização
com o surgimento de corporações financeiras substituindo os casarões. As alternativas [A], [B],
[D] e [E] estão equivocadas. A primeira capital do Brasil foi Salvador. Somente a partir da
segunda metade do século XIX, São Paulo começou o processo de modernização econômica
graças ao café.
Resposta da questão 16:
[D]
A concentração fundiária, ou seja, a concentração de muitas terras nas mãos de poucos
proprietários, sempre foi uma característica presente na História do Brasil. No século XX, ela
também se fez presente, como mostra a letra da canção: “tem muita gente sem terra”.
Resposta da questão 17:
[C]
O ideal modernizador aplicado pelo prefeito Pereira Passos na cidade do Rio, então capital da
República, contava com mecanismos como a política do bota-abaixo, que esvaziava os cortiços
para demolição, marginalizando boa parte da população de baixa renda da cidade.
Resposta da questão 18:
[C]
A reforma Urbana do prefeito Pereira Passos ocorreu no início do século, momento em que as
elites eram influenciadas pela ideia de modernidade europeia, destacando-se a cultura elitista
francesa. Os governantes brasileiros julgavam necessário modernizar a cidade que era a
capital do país, melhorando sua imagem no exterior e, para tanto, desenvolveram uma reforma
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que eliminou cortiços e casas populares das regiões centrais.
Vale notar que a reforma sanitária de Osvaldo Cruz ocorreu no mesmo contexto e, em parte,
possuía o mesmo espírito elitista, apesar de ter como foco a questão específica das doenças e
epidemias.
Resposta da questão 19:
[A]
A proposição [A] está correta. O termo burguesia surgiu na Baixa Idade Média para designar os
comerciantes que buscavam autonomia para as cidades que ainda estavam subjugadas pelos
senhores feudais. Tratava-se de uma nova classe social, vinculada à economia urbana e
monetária, que estava surgindo dentro do sistema feudal. A burguesia não surgiu no início da
Idade Média como salienta a alternativa [B]. Esta classe social não era o sustentáculo de uma
sociedade hierarquizada e nem estava associada à economia de subsistência como afirma a
alternativa [C]. A burguesia não representava a classe servil e não existia na Idade Antiga.
Resposta da questão 20:
[A]
Apesar de valorizarem os elementos nacionais em detrimento dos modelos e cópias do
estrangeiro, os modernistas se utilizaram de elevado senso crítico, marcado pelo realismo e,
dessa forma, rejeitaram a visão romântica sobre o índio e a natureza, idolatrados de forma
superficial, sem a real compreensão de seu significado.
Resposta da questão 21:
[B]
A revolta foi protagonizada por marinheiros, a maioria descendente de escravos, normalmente
responsáveis por trabalhos mais duros na corporação e submetidos a castigos físicos
(chibatada). Os marinheiros rebelados prenderam alguns oficiais e, no confronto com o
governo, tiveram parte de suas reivindicações atendidas, apesar da prisão de seus principais
líderes.
Resposta da questão 22:
[A]
A alternativa [A] está correta. O texto faz referência à política no contexto da República Velha
ocorrido no Brasil entre 1889-1930. Desde meados do século XIX, o Brasil passou por um
processo de modernização vinculado ao café em um contexto interno e a Revolução Industrial
em um contexto externo. Esta modernização contribuiu para intensificar as diferenças entre o
Brasil do litoral, mais moderno, urbano e industrializado e o Brasil do interior que era mais
arcaico, rural e atrasado. Devido a estas discrepâncias surgiram movimentos sociais como
Canudos e o Cangaço, que, de alguma forma, criticavam a dura e triste realidade do sertanejo
brasileiro submetido ao domínio dos coronéis. O cangaço caracterizou o nordeste brasileiro e
não representou os interesses políticos dos estancieiros do Rio Grande do Sul. O coronelismo
foi um fenômeno político marcante em todos os estados da federação brasileira, havia os
coronéis da borracha na Amazônia, do cacau no sul da Bahia, do leite em Minas Gerais, do
café em São Paulo, entre outros. As assertivas [II] e [III] estão corretas. Canudos foi um
movimento messiânico importante. O café gerou a modernização deslocando o eixo econômico
para o sudeste.
Resposta da questão 23:
[A]
Antônio Conselheiro e o movimento criado por ele eram monarquistas e, logo,
antirrepublicanos.
Resposta da questão 24:
[D]
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Como o texto deixa claro, havia uma disputa social em torno de que tipo de carnaval deveria
ser adotado: o similar ao de Veneza (valorizado pelas camadas superiores) ou o entrudo
(valorizado pelas camadas populares).
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Resumo das questões selecionadas nesta atividade
Data de elaboração:
Nome do arquivo:
19/04/2016 às 17:55
MOVIMENTOS SOCIAIS
Legenda:
Q/Prova = número da questão na prova
Q/DB = número da questão no banco de dados do SuperPro®
Q/prova Q/DB
Grau/Dif.
Matéria
Fonte
Tipo
1 ............. 149289 ..... Baixa ............. História .......... Enem/2015........................... Múltipla escolha
2 ............. 151009 ..... Baixa ............. História .......... Unicamp/2016 ...................... Múltipla escolha
3 ............. 152448 ..... Média ............ História .......... Uemg/2016 .......................... Múltipla escolha
4 ............. 153895 ..... Baixa ............. História .......... Uece/2016............................ Múltipla escolha
5 ............. 154336 ..... Média ............ História .......... G1 - ifba/2016 ...................... Múltipla escolha
6 ............. 152378 ..... Média ............ História .......... Pucsp/2016 .......................... Múltipla escolha
7 ............. 149548 ..... Média ............ História .......... Faculdade Albert Einstein/2016
escolha
Múltipla
8 ............. 153548 ..... Baixa ............. História .......... G1 - ifsul/2016...................... Múltipla escolha
9 ............. 146628 ..... Média ............ História .......... Uerj/2016 ............................. Múltipla escolha
10 ........... 151941 ..... Média ............ História .......... Fgv/2016 .............................. Múltipla escolha
11 ........... 151589 ..... Média ............ História .......... Fuvest/2016 ......................... Múltipla escolha
12 ........... 138532 ..... Baixa ............. História .......... Uern/2015 ............................ Múltipla escolha
13 ........... 140463 ..... Média ............ História .......... Cefet MG/2015..................... Múltipla escolha
14 ........... 138271 ..... Baixa ............. História .......... G1 - cftmg/2015 ................... Múltipla escolha
15 ........... 128489 ..... Média ............ História .......... Uel/2014............................... Múltipla escolha
16 ........... 141359 ..... Baixa ............. História .......... Enem PPL/2014 ................... Múltipla escolha
17 ........... 141355 ..... Média ............ História .......... Enem PPL/2014 ................... Múltipla escolha
18 ........... 121091 ..... Média ............ História .......... Ueg/2013 ............................. Múltipla escolha
19 ........... 129063 ..... Média ............ História .......... Uern/2013 ............................ Múltipla escolha
20 ........... 120069 ..... Elevada ......... História .......... Uerj/2013 ............................. Múltipla escolha
21 ........... 121099 ..... Média ............ História .......... Ueg/2013 ............................. Múltipla escolha
22 ........... 129070 ..... Média ............ História .......... Uern/2013 ............................ Múltipla escolha
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23 ........... 131317 ..... Média ............ História .......... Enem PPL/2013 ................... Múltipla escolha
24 ........... 127929 ..... Média ............ História .......... Enem/2013........................... Múltipla escolha
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