dr. sapinho!

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dr. sapinho!
Patrocínios
Diretor: Alfredo Lopes | Chefe de Redação: Valter Boita | Coordenação: Deolinda Castelhano e Fátima Feliciano | Bianual | Fevereiro de 2012 | Ano 7 - Número 17 | 1,00 €
BOM DIA,
DR. SAPINHO!
Esta era a sua imagem de marca reconhecida por muitos e muitos
milhares de alunos que ao longo de mais de trinta anos passaram pelo
Externato Cooperativo da Benedita, onde o seu diretor, de manhã, à
tarde ou à noite, cumprimentava com um vigoroso “bom dia”. O Dr.
José Gonçalves Sapinho era natural do Sabugal mas seria adotado
pela Benedita e pelo concelho de Alcobaça há mais de quarenta anos.
Primeiro como professor, mas cedo promovido a diretor pedagógico,
este homem seria a grande referência desta escola.
Festa de Natal do ECB envolveu toda a comunidade.
Página 6
Também eu fui seu aluno, em 1970, de noite, no curso industrial e
em 1971, de dia, no curso liceal.
(continua na página 14)
parlamento dos jovens
Entrevista à Drª Manuela
Silva na Comemoração do
50ª aniversário da experiência de Desenvolvimento
Comunitário na Benedita.
Página 12
O Externato voltou a participar este ano no Parlamento
República e as regras do debate parlamentar, promover o
debate democrático, o respeito pela diversidade de opiniões
dos Jovens.
O Parlamento dos Jovens é uma iniciativa institucional
e pelas regras de formação das decisões, proporcionar a ex-
da Assembleia da República, desenvolvida ao longo do ano
periência de participação em processos eleitorais e estimular
letivo com as Escolas de todo o país, em que pode inscrever-
a capacidade de expressão e argumentação são os objetivos
se qualquer Escola do universo do ensino público, privado e
deste Projeto.
cooperativo. O programa culmina com a realização anual de
Este ano o ECB só participou com alunos do Ensino Se-
duas Sessões Nacionais na Assembleia da República: uma
cundário cujo tema é “REDES SOCIAIS: participação e cida-
sessão destinada aos alunos do ensino secundário e outra
dania”.
destinada aos alunos do 2.º e 3.ºciclos do ensino básico.
Aluna do ECB ganha menção honrosa no concuso
DNA DAY organizado pela
Sociedade Europeia de Genética Humana.
Página 16
(continua na página 8)
Educar para a cidadania, estimulando o gosto pela participação cívica e política, dar a conhecer a Assembleia da
L i t e r a c i a
fianceira
Muitas são as atividades que
o ECB tem promovido e continuará a promover durante o presente
ano letivo, com vista a consciencializar os nossos alunos acerca
da importância da literacia financeira.
Página 3
Experiência
comunitária
Na
comemoração
dos
Uma portuguesa EM
Timor Lorosa’e
cin-
Ex-aluna do ECB conta a sua experiên-
quenta anos do início da expe-
cia em Timor como assessora jurídica na
riência de desenvolvimento co-
Universidade Nacional de Timor Lorosa’e.
munitário da Benedita convém
recordar e contextualizar as profundas mudanças que ocorreram.
Página 13
Página 15
Noventa e nove alunos,
sem temerem a chuva e o
frio, participaram em mais
um corta-mato promovido
pelo Grupo de Educação
Física do ECB.
Página 22
TOQUE DE SAÍDA
ANO 7 - Nº 17
Editorial
O Toque de Saída está de volta, na sua 17.ª edi-
fundamentado num compromisso com o futuro”, “re-
ção, para dar voz a toda a comunidade escolar, em
formando atitudes e criando novos hábitos de utili-
especial aos nossos alunos e professores e dar con-
zação dos recursos”, promovendo e desenvolvendo
ta do trabalho e dos projetos de mais um ano, que
trabalho transdisciplinar no domínio da literacia fi-
esperamos cheio de sucesso escolar.
nanceira.
Em primeiro lugar, gostaria de dar os parabéns
O ECB foi, desde a sua fundação, uma escola
a todos os alunos que frequentaram pela última vez
inserida na comunidade e em diálogo com as pes-
o ECB no ano letivo de 2010/11, especialmente aos
soas e as instituições que a constituem. Por isso, as
alunos do ensino secundário que realizaram exames
sucessivas gerações de antigos alunos continuam
nacionais, colocaram a nossa escola em primeiro
direta ou indiretamente ligados à sua escola, uns
lugar no ranking a nível concelhio e prosseguiram
através das redes sociais, outros participando em
os seus estudos no ensino superior, bem como aos
atividades e eventos nela realizados, nomeadamen-
alunos que completaram os cursos profissionais e
te, através da sua constante contribuição para o
se iniciaram no mundo do trabalho, concretizando,
nosso jornal.
SUMÁRIO
Escola viva
Mais um ano letivo começou
3
Acontecendo
3
A importância da literacia financeira
3
Educação para a saúde do ECB
4
Um tratador de cavalos especial
4
De que sonhos são feitos os nossos filhos?
5
Quadro de Mérito
5
Assim aconteceu Natal no ECB
6
Natal a sorrir, campanha de solidariedade
6
Centro de Recursos
6
O Glee veio para ficar
7
Stand-up: levanta-te contra a pobreza
7
O dia da Filosofia
7
todos eles, uma meta fundamental na realização
O Toque de Saída congratula-se também com
dos seus sonhos. Em segundo lugar, votos de boas
as colaborações recebidas da Associação de Pais
Alunos brilham no exame Delf Scolaire
7
realizações para todos os alunos que estudam no
e Encarregados de Educação, da Universidade Sé-
Parlamento dos jovens
8
ECB, em especial para os alunos do 7.º ano, que
nior, do Agrupamento de Escolas, entre outros.
Informar para decidir
8
Alunos no filme Linhas de Torres
24
iniciam uma nova fase do seu percurso escolar e
Ao assinalar-se, no presente ano, o 50.º aniver-
para os do 12.º ano que, desejamos, terminem com
sário da experiência de desenvolvimento comunitá-
Arte e Cultura
sucesso este ciclo de estudos. Não quero também
rio na Benedita, o Toque de Saída quis saber mais
O reinado de D. João I em conto
8
deixar de salientar o meu reconhecimento aos pro-
pormenores sobre o contexto que conduziu a gran-
Sugestão de leitura
9
fessores pelo seu compromisso com um ensino de
des transformações na nossa vila, nomeadamente
excelência.
a criação do ECB, e entrevistou uma das protago-
Café literário
9
Lançamento de livro
9
No presente ano letivo, pesem as contingências,
esperamos com o empenho e dedicação de todos,
continuar a realizar o percurso que temos vindo a
traçar ao longo de 50 anos.
nistas da implementação dessa experiência, a Dr.ª
Manuela Silva.
Um jornal escolar reflete o que é uma escola,
desde dentro, e traduz as tonalidades com que os
Entre livros
10
Nirvana - 20 anos depois de Nevermind
21
Olhar Circundante
Entrevista à Dr.ª Manuela Silva
12
Os 50 anos de desenvolvimento
13
O início do ano letivo ficou marcado pela perda
alunos, professores, antigos alunos e restantes
de uma das figuras incontornáveis da história desta
membros da comunidade educativa se expressam.
instituição. O Dr. Sapinho ficará na memória de ge-
Este número foi mais um resultado da harmonia sin-
rações de alunos pelo seu carisma, espírito de lide-
fónica de todas estas notas musicais. Agradecemos
Bom dia, Dr. Sapinho!
14
rança, como atesta o artigo, em sua homenagem, da
a colaboração de todos, pois sem ela esta pauta de
As palavras de amor são ridículas?
14
autoria de um seu antigo aluno e atual membro dos
música não se faria escutar.
Uma portuguesa em Timor Lorosa’e
15
A vida é como uma rampa bem inclinada
15
A Universidade Sénior de Benedita
17
Centro escolar da Benedita
17
Associação de Pais e E.E. da Benedita
17
Programa de Literacia Financeira da CGD
24
órgãos sociais do INSE.
O ECB é uma escola atenta aos problemas do
O Diretor
nosso tempo, pelo que procura refletir, tal como
Dr. Alfredo Lopes
se inscreve no seu Projeto Educativo, um “relacionamento equilibrado entre o homem e a natureza,
Diretor do Jornal:
Alfredo Lopes
Chefe de redação:
Valter Boita
Coordenação:
Deolinda Castelhano
Fátima Feliciano
Equipa de redação:
Acácio Castelhano
Clara Peralta
Conceição Raimundo
Estela Santana
Fátima Feliciano
Glória Mota
Graça Silva
Isabel Páscoa
Maria de Lurdes Goulão
Paula Castelhano
Ricardo Miguel
Sérgio Teixeira
Teresa Agostinho
Marketing e vendas:
Maria José Jorge
Composição gráfica:
Nuno Rosa
Paulo Valentim
Samuel Branco
Impressão: Relgráfica, Lda
Tiragem: 500 exemplares
Preço avulso: 1,00 €
2
TOP 10 - Livros
Os livros mais requisitados na Biblioteca do ECB
durante os meses de fevereiro a setembro de
comunitário da Benedita
O Lugar da Memória
A força de um povo
11
Recriar o Mundo
2011.
Poema
15
Virar a página
18
1º- Bons Sonhos, Meu Amor – Dorothy Koomson
A arte de comunicar
18
2º - Contos – Eça de Queirós
Recomeços
18
3º - A Melodia do Adeus – Nicholas Sparks
Recordações da Escola Primária
19
4º - A Saga das Pedras Mágicas – Sandra Car-
3 poemas
19
valho
Ciência, Tecnologia e Ambiente
5º - Fúria Divina – José Rodrigues dos Santos
Alunos do ECB vencem concurso
16
6º - A Pousada no Fim do Rio – Nora Roberts
Coastwatch
16
7º - O Século – Ken Follett
DNA Day
16
8º - Música Ligeira – José Régio
ECB renova bandeira verde
16
9º - Viagem a Capri – Elizabeth Adler
A ciência chegou aos séniores
20
10º - Alguém Para Amar – Jude Deveraux
Sida: perspetiva histórica e social
20
Haiti hoje
20
Vira costas à ditadura da beleza
21
Mente Sã em Corpo São
Equipa de voleibol feminino do ECB
Externato Cooperativo da Benedita
Rua do Externato Cooperativo
Apartado 197 2476-901 Benedita
www.externatobenedita.net
[email protected]
8
Corta-mato escolar
22
Xadrez escolar
22
Duatlo de Peniche
22
Natação: nacionais da 3ª divisão
22
Passatempos e Curiosidades
Curiosidades da História
20
Plêiades, Alcione
21
ESCOLA VIVA
ANO 7 - Nº 17
TOQUE DE SAÍDA
Mais um ano letivo começou…
Recomeço
Apesar da instabilidade financeira que se
nos cursos Científico-Humanísticos (Ciências e
vive e no rescaldo de mudanças políticas nacio-
Tecnologias, Línguas e Humanidades, Ciências
nais, iniciou-se o ano letivo 2011/2012, com total
Socioeconómicas e Artes) e 167 alunos nos cur-
normalidade. Assim, nos dias 14 e 15 de setem-
sos profissionais de Técnico de Informática de
bro, alunos e encarregados de educação foram
Gestão (TIG), Técnico de Gestão (TG), Técnico
recebidos pelos diretores de turma e/ou de curso
de Comunicação, Marketing, Relações Públicas
que procederam à divulgação de um conjunto de
e Publicidade (TCMRPP), Técnico de Multimé-
informações pertinentes relativas à vida escolar,
dia (TM), Técnico de Apoio Psicossocial (TAP)
destacando-se a reorganização curricular que
e ainda no curso de Técnico de Apoio à Gestão
altera os planos de estudo do ensino básico,
Desportiva (TAGD). O Ensino Secundário Recor-
retirando-lhes as áreas curriculares não discipli-
rente por Módulos conta apenas com uma turma
nares de área de projeto e de estudo acompa-
de 15 alunos.
nhado; o novo regulamento interno, entre outras.
Encontram-se
matriculados
no
A todos estes alunos, encarregados de edu-
Externato
cação, funcionários e professores, o Toque de
1193 alunos, repartidos da seguinte forma: 7º
Saída deseja um ano letivo pleno de sucessos…
ano - 177; 8ºano - 199; 9º ano - 197 e uma turma
de CEF com 18 alunos. No ensino secundário, a
distribuição dos alunos é a seguinte: 438 alunos
AOS ANTIGOS ALUNOS
A equipa do projeto Antigos Alunos solicita a participação de todos numa exposição em homenagem ao Dr. Gonçalves Sapinho, a apresentar na Feira do Livro. Podem ser enviados textos,
fotografias ou vídeos para o email [email protected].
ACONTECENDO
- O desporto no ECB está “em alta”, como já é hábito.
No corta-mato escolar, fase regional em Torres Vedras, dia 1 de fevereiro, participaram 48 alunos; na
fase local do Compal Air, a realizar em Alcobaça, no
dia 1 de março, irão participar 32 alunos; o 3º encontro de rugby irá decorrer no dia 21 de março. As várias modalidades do desporto escolar encontram-se a
disputar a fase de grupos.
- O ECB sai à rua e o GleeClub participará na Festa
dos Padroeiros no dia 5 de fevereiro.
- No âmbito do Projeto Crescer terão lugar diversas
atividades, das quais se destacam o teatro/debate,
(IN)dependências, a 13 de fevereiro; Segredos do
Coração, para assinalar o “Dia dos Namorados”, (14
de fevereiro) em que participarão algumas turmas
do ensino secundário e sessões sobre a temática da
educação para os afetos I Got a Felling, de 14 a 16 de
fevereiro. Estão também previstas sessões de esclarecimento para pais e professores.
- No dia 16 de fevereiro vai decorrer o Dia do Francês.
- Mantendo a tradição, realizar-se-á mais um Rally
Paper do ECB, a 17 de fevereiro.
-No dia 28 de fevereiro os alunos inscritos vão participar nas 1ª eliminatória das Olimpíadas Nacionais de
Biologia e no dia 29 de fevereiro terá lugar a 1ª eliminatória das 7ªs Olimpíadas de Biotecnologia. Estão
também previstas para o mês fevereiro as Olimpíadas
da Química e da Física (nível de escola); as equipas
apuradas passarão à fase regional, a realizar entre
março e maio. Durante o mês de fevereiro decorrerão
também os Jogos Matemáticos.
- Está a decorrer o concurso literário - texto dramático, promovido pelo grupo de Português, sendo os
trabalhos vencedores representados na Semana Cultural que se realizará entre os dias 19 e 23 de Março.
- A visita de estudo proposta pelo grupo de Educação
Moral e Religiosa Católica à Comunidade Ecuménica
de Taizé (França) terá lugar de 31 de março a 9 de
Abril.
- À semelhança de anos anteriores, vai decorrer a X
Feira do Livro do ECB, de 2 a 6 de Maio, evento que
há muito cativou um vasto público. Mais uma vez,
para além da venda de livros, os visitantes poderão
assistir as diversas atividades.
- Semana Cultural de 19 a 23 de março. Exposições,
palestras e outras atividades.
A IMPORTÂNCIA DA LITERACIA FINANCEIRA
Numa sociedade que nos últimos
anos tem vivido e crescido à boleia
do crédito fácil, muitos são os jovens
que hoje tomam por certa a aquisição
de bens da última geração. Supérfluos ou essenciais, caros ou baratos,
pagos a pronto ou a crédito, o importante é poder comprar. Sem usufruírem de poder de compra, as gerações mais jovens vão “pedinchando”
aos mais experientes o telemóvel da
moda ou a consola que ainda não foi
lançada, como se tudo se resolvesse
com um pedido a uma carteira sem
fundo. Não têm a noção do custo, não
estabelecem relações entre despesas
e receitas mensais e desconhecem o
significado do termo gestão orçamental.
Numa época em que a economia
mundial atravessa uma das maiores
ESCOLA VIVA
crises de que há memória, resultante
em grande parte da falta de capacidade das pessoas em controlar as suas
finanças, não queremos repetir erros
do passado e passar a ideia de que
tudo se pode comprar a crédito. Passa por nós, os menos jovens, a obrigação de construir uma sociedade
mais informada acerca dos mercados,
que crie hábitos de controlo orçamental, preocupada em não hipotecar de
forma desenfreada o seu futuro e o
das gerações vindouras.
Muitas são as atividades que o
ECB tem promovido e continuará a
promover durante o presente ano letivo com vista a consciencializar os
nossos alunos acerca da importância
da literacia financeira. Conhecer termos básicos como taxa de juro, euribor ou spread, compreender os custos
que um consumidor acarreta quando
pede um financiamento bancário, saber selecionar de entre duas opções
de investimento aquela que lhe trará
mais vantagens financeiras ou saber
construir um orçamento com base nas
receitas e despesas mensais do seu
agregado familiar, são alguns dos temas já abordados.
Para reforçar a importância e a
necessidade de não descurar o tema,
quatro turmas do ensino profissional
visitarm no dia 1 de fevereiro a uma
exposição de Educação Financeira
organizada pelo projeto PmatE, da
Universidade de Aveiro em parceria
com a Caixa Geral de Depósitos, que
pretende sensibilizar os jovens para
a questão da literacia financeira através de atividades interativas que têm
por objetivo confrontar os alunos com
as consequências da sua tomada de
decisão em relação ao dinheiro.
Em marcha, encontra-se também um projeto da turma do Curso
de Apoio Psicossocial, que consiste
na elaboração de um mini livro com
receitas económicas, uma forma de
reduzir o orçamento familiar destinado ao supermercado e cujas receitas financeiras reverterão a favor da
Associação de Solidariedade Sorriso
Amigo.
Entre conferências e workshops,
visitas e materiais didáticos, muito irá
ainda acontecer ao longo do ano letivo... Mantém-te atento!
Professora Marta Valentim
3
TOQUE DE SAÍDA
ANO 7 - Nº 17
Projeto Crescer
Educação para a Saúde (PES) do ECB
O Projeto Crescer continua a desenvolver um
conjunto de atividades que visam desenvolver, nos
alunos, valores e responsabilidades importantes
para o seu crescimento e formação enquanto cidadãos.
A educação e a saúde são consideradas pilares
fundamentais do bem-estar individual e comunitário, contribuindo a educação para o processo de
desenvolvimento de competências que facilitam a
aquisição, escolha e manutenção de práticas saudáveis. Entende-se, então, que a escola é um contexto privilegiado de Educação para a Saúde, uma
vez que garante a acessibilidade e continuidade
das ações de saúde e permite a implementação da
Educação para a Saúde numa perspetiva de desenvolvimento integral das crianças e jovens, proporcionando a aquisição de conhecimentos, conceitos
e valores importantes para a vida.
Desde 2003 que o projeto visa dotar os jovens
de conhecimentos, atitudes e
O PES é uma equipa multidisciplinar constituída
valores que os ajudem a fazer
por duas professoras coordenadoras, pela psicólo-
opções e a tomar decisões ade-
ga da escola e por professores de diferentes áreas
quadas ao bem-estar físico, so-
que desenvolvem uma diversidade de atividades,
cial e mental. Neste momento,
visando envolver toda a comunidade escolar.
face aos diversos constrangi-
No 3º Ciclo, a Formação Cívica assume-se
mentos económicos e sociais,
como um espaço privilegiado para potenciar o de-
mais urgente se torna respon-
senvolvimento da Educação para a Cidadania, in-
sabilizar os jovens pelas suas
cluindo a educação para a saúde. Neste sentido,
ações e atitudes e pelo cum-
ocupa uma carga horária de 90 minutos por se-
primento dos seus deveres. É
mana, transformando-se estas aulas num espaço
fundamental promover a aqui-
de diálogo e reflexão sobre experiências vividas e
sição de competências pes-
preocupações sentidas pelos alunos, destinando-
soais, fundamentais à tomada
se também a reforçar a participação do aluno indi-
de decisões responsáveis, que
vidual e coletivamente na vida da turma, da escola
contribuam para a formação
e da comunidade.
integral dos jovens e, a longo
No ensino secundário, o projeto desenvolve-se
prazo, para o desenvolvimento
integrado na nova disciplina de Formação Cívica
da sociedade.
dos Cursos Científico-Humanísticos, no 10º ano,
O PES continua a privilegiar seis grandes áreas,
embora com objetivos e grau de aprofundamento
e nos projetos de Educação Sexual das restantes
turmas.
diferentes, em função do nível de escolaridade: De-
Desenvolvemos outras atividades tais como:
senvolvimento Pessoal e Social (área transversal);
Sessões para Pais; Viver a Escola; Gabinete de
Alimentação e Atividade Física; Prevenção dos
Saúde Nutrição e Exercício Físico; Gabinete de
Consumos de Substâncias Psicoativas; Educação
Atendimento aos alunos, dinamizado pela equipa
Sexual e IST’s e Saúde Mental /Violência em Meio
com a colaboração de enfermeira; um Blog; ações
Escolar. Na área do Desenvolvimento Pessoal e So-
de sensibilização com diferentes técnicos; vitrina
cial (área transversal), desenvolveremos atividades
informativa sobre as diferentes temáticas, dinami-
específicas no âmbito da promoção das relações
zada pelos professores de FC; divulgação de infor-
interpessoais positivas e mediação de conflitos, in-
mação no circuito interno da escola e na página do
tegradas num projeto elaborado na sequência de
ECB e formação de professores.
uma formação frequentada por dois elementos da
O projeto tem desenvolvido parcerias com dife-
equipa. Para estas atividades, teremos o apoio téc-
rentes entidades fundamentais ao apoio das nos-
nico da Equipa do Projeto “Mais Participação, Mais
sas iniciativas, tais como, Centro de Saúde, Escola
Cidadania, Mais Desenvolvimento” do Centro So-
Segura, Bombeiros, entre outras.
cial de Valado dos Frades. Outra área a privilegiar
este ano é a da literacia financeira.
Professoras Helena Rodrigues e Paula Arraião
UM TRATADOR DE CAVALOS ESPECIAL
para o mundo do trabalho, tal como
qualquer outro indivíduo.
É nesta sequência que surge a
elaboração de um PIT (Plano Indivi-
“Aqueles que passam por nós, não vão sós,
não nos deixam sós, deixam um pouco de si,
levam um pouco de nós.” (Saint-Exupéry)
dual de Trabalho) para alunos com
PEI (Programa Educativo Individual)
ao abrigo do decreto-lei 3/2008, o
qual pretende explorar as capacidades e interesses dos mesmos.
Henrique Roxo é um destes alunos e frequenta o oitavo ano de escolaridade. Nas aulas de Linguagem
Em junho de 1994, com a Declaração de Salamanca, preconizou-se
a educação inclusiva.
Ainda que as barreiras atitudinais
e materiais continuem a ser evidentes, a Escola tem vindo a fazer as
adaptações necessárias para que as
pessoas (crianças e adolescentes)
com deficiência se integrem no am-
Funcional, tem vindo a realizar trabalhos de expressão escrita e ilustrações sobre as tarefas que executa, à
sexta-feira, no Pólo Equestre – EPADRC, como “Tratador de Cavalos”, o
que faz com todo o empenho e orgulho.
Professora Lucília Borges
biente escolar e sejam preparadas
4
ESCOLA VIVA
ANO 7 - Nº 17
TOQUE DE SAÍDA
De que sonhos são feitos os nossos filhos?
Há uma expressão que sempre me fascinou – “a
mãe que tricota o bebé”!
Ao longo da gravidez, a mãe vai-se preparan-
vai diluindo; parece que os filhos deixam de ser
rigua se a caderneta tem informações, não se quer
sonhados e passam a ser agidos … transportam-
saber onde está o filho quando não tem aulas, não
se para a escola, para as atividades extracurricu-
se observa uma possível tristeza ou alegria espe-
do para o nascimento do filho, mas não
cial no olhar; os pais dizem-se demasiado
só! Prepara também o próprio filho para os
ocupados e com muitas preocupações. Mas
primeiros contactos com o mundo: imagi-
não seria o filho a principal preocupação e
na as suas roupas, lê livros e revistas so-
ocupação lógica de um pai?
bre recém-nascidos, decora o quarto, etc.
Que tal construir a motivação do filho
Inevitavelmente, pensa em alguns aspetos
para a escola? Basta que os pais se mos-
do seu desenvolvimento precoce – as pri-
trem realmente interessados nos assuntos
meiras gracinhas, o gatinhar…. será que
escolares e valorizem os mesmos; bas-
vai usar chupeta ou preferirá o dedito? Ao
ta que os próprios pais se interessem por
mesmo tempo, começa a criar algumas ex-
aprender algo novo e que estudem para me-
petativas: era tão bom que fosse um bebé
lhorar essa aprendizagem.
calminho… ou então, adoro bebés mexidos
Que tal construir melhores valores nos
e com muita vivacidade! … Quando o bebé
filhos? Basta que os pais deem bons exem-
nasce, a família vai criar, cuidar e educar o
plos de generosidade, justiça, honestidade,
filho, tendo por base o sonho que construiu
respeito e amizade.
- e vai construindo - para este bebé. Assim,
Que bom seria ver mais pais a terem
pode acentuar traços de personalidade, tor-
mais tempo para sonhar os filhos, sonhar
nando-o mais ou menos dependente, autó-
o seu futuro e também o presente; sonhar
nomo, curioso, introvertido, meigo ….
as suas amizades; o seu percurso escolar,
Sonhar para os filhos devia durar toda
os seus passatempos … preocuparem-se,
a vida!
de facto, com a vida e crescimento do filho
Aos seis anos, ainda é comum os pais
e ocuparem-se nesta tarefa de os ajudar a
agirem pelas expetativas – ajudam os filhos
crescer, crescendo com eles.
a aprender a ler, a escrever e a contar; ajudam a
lares, alimentam-se, vestem-se, assina-se-lhes os
memorizar os poemas, para as festas da escola;
testes,…
querem que eles sejam felizes e bons alunos, para
terem um bom futuro!
É que, afinal, os filhos são feitos dos nossos
sonhos!
A “construção” do filho fica para segundo plano.
Já não se FAZ para que seja bom aluno, nem tão
No entanto, à medida que se vai avançando na
pouco se FAZ para que o filho seja feliz! Não se
idade, parece que esta capacidade de sonhar se
pergunta como correu o dia na escola, não se ave-
QUADRO DE MÉRITO
Margarida Ferreira, Psicóloga do ECB
O Toque se Saída felicita todos os alunos que constam do Quadro de Mérito, fazendo
votos de que continuem a ter sucesso escolar e que muitos outros alunos se lhes juntem.
Alexandre Gabriel C. Teixeira
7.º A
José Luís Alexandre Mateus
10.º C
Marisa Lopes Fialho
11.º J
Ana Filipa Serrazina Inácio
7.º A
Mariana da Silva Alves
10.º C
Carolina Perista Serrazina
12.º A
Laura Vicente da Costa
7.º A
Pedro Rui Ramalho Constantino
10.º C
Constança Inês Almeida Alves
12.º A
Rita Alexandra Neto Pestana
7.º B
Cinzia Pessi
10.º E
Inês Santos Tinta
12.º A
Bruna Catarina A. Mateus
7.º C
Diana Isabel T. Ferreira
10.º E
Joaquim Marques V. Ferreira
12.º A
José António de Sousa Pinho
7.º D
Catarina Henriques Barros
10.º E
Juliana Serrazina Pedro
12.º A
Alexandre da Silva Pinho
7.º E
Cristina Isabel S. Vicente
10.º I
Margarida Vanessa M. Silva
12.º A
Laura Carvalho Gorricha
7.º G
David Agostinho Raimundo
10.º I
Maria Serrazina Carvalho
12.º A
Francisco Rogério Santos
8.º A
Carlos Miguel Lureiro Siopa
11.º A
Alexandra Paulo Francisco
12.º A
Patrícia Maria P. Rebelo
8.º A
Cláudia Sofia Coito e Silva
11.º A
Pedro Radamanto Rodrigues
12.º B
Carolina Silva Couto
8.º B
Daniel José Domingos Guerra
11.º A
Sofia Santos Ramalho
12.º B
Alexandra Lopes Belo
8.º C
Mónica Sofia Pereira Lourenço
11.º A
Tiago Costa Mateus
12.º B
Cristina Isabel A. Rodrigues
8.º C
André Almeida Luís
11.º B
João Filipe Coito Ribeiro
12.º C
Francisco Miguel D. Salvaterra
9.º F
João António Mateus Tiago
11.º B
Andreia Dias Lopes
12.º D
Inês da Cruz do Couto
9.º F
Mariana Carvalho S. Baptista
11.º B
João Filipe Pereira Rodrigues
12.º E
Carlos Ferreira Martins
9.º G
Sofia Filipe Funcheira
11.º B
Margarida Costa Serralheiro
12.º E
Georgeta Munteanu
9.º G
Henrique Sabino Ferreira Roberto
11.º C
João Emanuel Peralta e Tato
12.º F
Carolina Gonçalves Guerra
10.º A
Alexandra dos Santos Dinis
11.º D
Marisa Ferreira Machado
12.º F
Catarina Colaço Serralheiro
10.º A
Nuno Alexandre Coelho Ribeiro
11.º D
Tatiana Tomaili
12.º F
Ana Paula Jorge Cruz
10.º B
Nuno Miguel Fialho Feliciano
11.º D
Mariana Raquel M. Santos
12.º G
Maria Ana Bernardo Almeida
10.º B
Rui da Silva Lopes
11.º D
Daniela Tomás Costa
12.º H
Vanessa Agostinho Ferreira
10.º B
Ana Carolina F. P. S. Pontes
11.º E
Nuno Filipe M. Carreira
12.º H
Alice Coelho Vicente
10.º C
Indira Alexandra V. Leão
11.º F
Luís Miguel M. Vicente
12.ºER
Beatriz Ribeiro Norte
10.º C
Bernardo João Lourenço Vinagre
11.º G
Filipa Alexandra Paulo Lindo
10.º C
Diana Ferreira Goucha
11.º J
ESCOLA VIVA
5
TOQUE DE SAÍDA
ANO 7 - Nº 17
ASSIM ACONTECEU NATAL NO ECB
conjunto com o Diretor Peda-
NATAL A SORRIR
CAMPANHA DE
SOLIDARIEDADE
gógico, Dr. Alfredo Lopes, nos
presentearam com uma rábula
musical.
Temas como o verdadeiro
sentido do Natal foram, inú-
Mais uma campanha Natal a Sorrir che-
meras vezes, ao encontro da
gou ao fim. A generosidade demonstrada pela
celebração, sendo que todas
população da região da Benedita muito tem
as atuações que abordaram
contribuído para que o Sorriso Amigo possa
esta temática evidenciaram a
proporcionar, a várias famílias de alunos, um
verdadeira natureza do Natal,
Natal mais feliz.
destacando que este passa,
Neste Natal, foram contempladas com ca-
não pelo consumismo e toda a
bazes de alimentos cerca de vinte e seis famí-
realidade materialista que lhe
lias de alunos, sendo muitas mais auxiliadas
é associada, mas pelo verda-
ao longo do ano.
deiro sentido espiritual desta
O CCGS recebeu, no passado dia 15 de dezembro, a já habitual Festa de Natal, levada a cabo pelo
grupo de Educação Moral e Religiosa Católica, da
nossa escola, numa fase indiscutivelmente exaustiva do ano, mas, ainda assim, nem por um minuto
este evento se revelou desinteressante, sendo de
salientar a qualidade dos participantes, nomeadamente, 7º A, 10º C, 11º A, B, C e J, 12º A e B, os
alunos do Ensino Articulado de Música, o Glee Club
e a Universidade Sénior da Benedita.
Decerto que foi sentido pela plateia o trabalho
trazido a palco pelos organizadores da Festa de Natal, contando com uma componente cénica com ótima qualidade, aliada a uma igualmente boa mistura
de luzes e sons. É de realçar também a excelente
A nossa gratidão sincera a todos quantos
época. Homenageou-se, ain-
colaboraram de forma direta e voluntária na
da, o Dr. Gonçalves Sapinho, através da apresen-
campanha Natal a Sorrir, e também àqueles
tação de um conjunto de momentos fotográficos,
que expressaram a sua solidariedade através
acompanhada pela leitura de um texto, que a todos
da entrega de alimentos.
sensibilizou. Toda a fluidez que se fez sentir duran-
Dirigimos, igualmente, uma palavra de
te a realização do espetáculo sugere que este foi
apreço aos supermercados Intermarché e
produzido no seio de um clima de colaboração e
Neomáquina, que, desde o início do Sorriso
entreajuda de todos os envolvidos.
Amigo, têm facilitado, sem reservas, a possi-
Se desde que este espetáculo é feito se tem de-
bilidade de angariação de alimentos nos seus
monstrado um ritmo de trabalho alucinante, o evento
estabelecimentos.
apresentado este ano foi uma manifestação acres-
À Direção do Instituto Nossa Senhora da
cida desta energia, conseguindo transportar todos
Encarnação e ao nosso Diretor Pedagógico,
os envolvidos – participantes, plateia e produtores
Dr. Alfredo Lopes, um grande bem haja, uma
- para um ambiente envolvente, onde apenas existiu
vez que nunca nos abandonaram nesta cami-
espaço para a boa disposição e espírito natalício.
nhada solidária.
atmosfera que os apresentadores criaram durante
Pedro Constantino 10ºC
os “tempos mortos”, com uma disposição ímpar e
A Professora Ana Paula Barosa
sempre agradável. Merece ainda destaque a intervenção dos professores da nossa escola que, em
UMA NOVA DINÂMICA PARA O CENTRO DE RECURSOS
A reorganização curricular, já em vigor no pre-
hábitos de leitura; a capacidade de selecionar in-
lação com a Biblioteca, disponibiliza aos alunos, no
sente ano letivo, retirou dos planos de estudo do
formação e atuar criticamente perante a quantida-
sentido de promover o seu sucesso e desenvolvi-
Ensino Básico, as Áreas Curriculares não
mento integral.
Disciplinares de Área de Projeto e de Estu-
Em termos específicos, pretende-se igual-
do Acompanhado. Em parte para responder a
mente potenciar as aprendizagens através de
esta situação, e para ajudar os alunos, quer
recursos variados, em papel, vídeo, online; en-
nas atividades de pesquisas para trabalhos a
sinar os alunos a saber pesquisar e avaliar a
apresentar nas várias disciplinas, quer na re-
qualidade da informação encontrada; a sinte-
alização de trabalhos de casa, iniciou-se um
tizar ideias, contribuindo também para a ma-
projeto de dinamização do Centro de Recursos
nifestação de atitudes éticas em relação à for-
do ECB.
ma como utilizam a informação, sabendo, por
Um dos papéis que hoje compete à Esco-
exemplo, distinguir citação de plágio.
la, ao professor e, por extensão, à Biblioteca
Para que esta iniciativa atinja estes pres-
Escolar/Centro de Recursos, é o de produzir
supostos, é também importante o trabalho co-
sentidos com base na informação e no conhe-
laborativo com os Conselhos de Turma e com
cimento, construir “pontes de significados” que
os professores em geral, que podem encami-
permitam aos alunos selecionar, organizar e
nhar os seus alunos para o Centro de Recursos
transformar o conhecimento em práticas que
onde, de 2ª a 5ª feira, em horários diversifica-
lhes possibilitem a intervenção no mundo que
dos, estará sempre uma equipa de professo-
os rodeia.
res de diferentes disciplinas, disponível para
Qualquer que seja a designação por que são
de e diversidade de fundos e suportes que hoje são
proporcionar aos alunos estas valências e para
referenciados (Bibliotecas, Mediatecas, Centros de
postas à disposição de todos; o desenvolvimento
os apoiar nas várias atividades que desenvolvam,
Documentação e Informação, Centros de Recursos
de métodos de estudo e de investigação autónoma;
quer quando recorrem a este espaço de forma au-
Educativos), estes espaços constituem-se como
o aprofundamento da cultura cívica, científica, tec-
tónoma, quer quando encaminhados por professo-
recursos básicos do processo educativo, sendo-
nológica e artística.
res.
lhes atribuído papel central em domínios diversos,
Pretende-se, assim, contribuir para a melhoria
tais como, a competência leitora; a criação e o de-
do processo de ensino-aprendizagem, potenciando
senvolvimento do prazer de ler e a aquisição de
os recursos que o Centro de Recursos, em articu-
6
Professora Teresa Agostinho
ESCOLA VIVA
ANO 7 - Nº 17
TOQUE DE SAÍDA
STAND-UP
LEVANTA-TE CONTRA A
POBREZA
No passado dia 17 de outubro, assinalou-se o
Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza.
O GLEE VEIO PARA FICAR
Na nossa escola, a atividade foi organizada pelo
Grupo de Geografia.
O ECB levantou-se contra a pobreza às 9:40h
Está maior em número e… em talento!
no passado dia 15 de dezembro, encheu todos os
e, de seguida, durante o intervalo de vinte minu-
Depois das audições já habituais, foram es-
corações presentes com espírito natalício. De um
tos, no pátio, alunos e professores envolveram-
colhidos mais 6 elementos para integrar o nosso
apelo à solidariedade com o tema “Do they know
se nesta atividade, com mensagens e canções
clube. À Alice, Sofia, Fabiana, Ana, Georgeta, Ja-
it’s Christmas?” a uma explosão de alegria com
contra a pobreza mundial, de forma a sensibilizar
cinta, Catarina e Alexandra, que todos já conhe-
“All I want for Christmas is you”, o grupo arrasou e
toda a escola para que a solidariedade não seja
cem, juntam-se agora a Carolina Guerra, a Caro-
não deixou ninguém indiferente.
esquecida. Aproveitando a data, foram muitos os
lina Vicente, o Paulo Tinta, a Inês Cruz, a Maysa
Em preparação já está o primeiro concerto te-
alunos que doaram alimentos à associação Sor-
Marquês e a Maria Ana Almeida. São ao todo 14
mático que nos vai obrigar a recuar no tempo, para
riso Amigo e que, com este gesto, ajudaram pes-
elementos com diferentes sonoridades, gostos
nos deliciarmos com êxitos de outrora.
soas que vivem com muitas dificuldades.
versáteis e personalidades inspiradoras que prometem surpreender com um ano repleto de música
gem que alunos e professores do ECB quiseram
nhos! Até breve!
transmitir ao levantarem-se contra a pobreza.
e talento.
A primeira atuação do grupo, na Festa de Natal,
Todos nós devemos ajudar. Foi esta a mensa-
Fiquem a aguardar, vai valer a pena! Gleeji-
Professoras Carmelita Costa e Estela Santana
Indira Leão, 11ºF
Alunos do Externato brilham
no exame Delf SCOLAIRE
Os alunos Bruna Isaque R. Penas,
Filipa Vicente Custóias, Carlos Ferreira Martins, João Gil D. Silva, Catarina
Castelhano Dias, Ana Margarida M.
Lourenço, Maria Ana B. Almeida, Mariana da Silva Alves, Vanessa Agostinho Ferreira e Patrícia Constantino Martins realizaram o Exame Delf
Scolaire, no dia 12 maio de 2011, nas
DIA DA FILOSOFIA
Caldas da Rainha, sob a orientação
da Alliance Française, obtendo, todos, excelentes classificações, o que
enche de orgulho o Externato e as
professoras de Francês que os prepararam. Este exame é elaborado e certificado pelo
Ministério da Educação Nacional Francês, conferindo aos alunos o grau de proficiência A1 em Língua Francesa, de acordo com o Quadro Europeu
Instaurado em 2002, pela UNESCO, celebrourículo pessoal mais vasto e tenham a possibilidade
de, no futuro, aceder mais facilmente a escolas ou
trabalho em países de expressão francesa ou a
empresas que possuam relações comerciais com
estes países.
de Referência das Línguas. Com este diploma,
da Filosofia.
Para assinalar a data, o grupo disciplinar desafiou os alunos do 11.º ano de Artes, a representarem pictoricamente a sua resposta à questão: O
que é para si a filosofia?
Professoras de Francês
pretende-se que os alunos disponham de um cur-
se, no passado dia 17 de novembro, mais um Dia
Todos os alunos responderam ao desafio, proporcionando à comunidade escolar a fruição das
suas “obras” que foram expostas no átrio da escola. O grupo preparou ainda uma aula, em torno
da “Alegoria da Caverna”, de Platão, dirigida a
todos os alunos e, em especial, aos dos cursos
profissionais, já que a filosofia não faz parte dos
seus currículos.
A atividade consistiu numa aula livre que foi
lecionada no horário da turma J do 11.º ano do
curso profissional, sendo aberta à participação
Com o início do novo ano letivo (2011/2012),
um prefácio do Diretor, Dr. Alfredo Lopes e mos-
de outros alunos que, para o efeito, se inscreve-
procedeu-se também ao lançamento do Anuário
tra a organização da escola: turmas, professo-
ram antecipadamente. Os alunos manifestaram-
relativo ao ano letivo anterior (2010/2011).
res, pessoal não docente, atividades, projetos,
se muito interessados e dialogantes, contribuindo
clubes, os alunos das várias turmas e respetivas
para uma aula inesquecível.
Num auditório repleto, coube ao Coordenador
do Projeto fazer a sua apresentação, destacando
o facto de ser, pela primeira vez, editado em for-
O Anuário 2010/2011, à venda na Biblioteca,
mato digital (DVD), o que torna esta edição mais
mostra uma escola transparente, tal como ela é:
rica, em termos de fotos e acontecimentos, mas
com VIDA!
também mais económica (2,5 euros).
O Anuário, a exemplo de anos anteriores, tem
ESCOLA VIVA
Outra atividade do grupo é a dinamização
atividades, visitas de estudo, etc…
do
blogue
http://www.logosecb.blogspot.com/.
Aguardamos a sua visita e colaboração.
O grupo de Filosofia
Professor Ricardo Miguel
7
TOQUE DE SAÍDA
ANO 7 - Nº 17
PARLAMENTO
JOVENS
DOS
(continuação da página 1)
A nível da escola, desenvolveu-se uma
drigues, Nuno Feliciano, Nuno Ribeiro, Pe-
campanha eleitoral com uma grande parti-
dro Penas, Rafael Santos, Rui Cabrita, Rui
cipação de alunos, envolvendo seis listas
Lopes, Rute Correia, Sofia Fialho, Telmo
candidatas ao ato eleitoral de dia 16 de
Sousa, Tiago Couto.
janeiro. A anteceder as eleições, decorreu
Esta sessão foi presidida pela aluna
ainda um debate com a presença do Depu-
Sofia Fialho, eleita entre todos os mem-
tado da Assembleia da República, Dr. Pe-
bros eleitos das várias listas, seguindo-se
dro Pimpão que explicou o funcionamento
o debate das várias medidas apresentadas
da Assembleia e respondeu às questões do
por cada lista. É de destacar a preparação
público presente. Também nesta ocasião,
evidenciada pelos alunos e pelos membros
o Dr. Alfredo Lopes reforçou a importância
da mesa que conduziram os trabalhos com
deste projeto para a formação dos alunos
muita dignidade. Após um breve debate,
como cidadãos esclarecidos.
foram aprovadas três medidas que inte-
As eleições ditaram a vitória da lista
gram o Projeto de Recomendação que vai
F com 113 votos, seguindo-se as listas D
ser defendido na Sessão Regional: 1- criar
com 70, a lista E com 47, a lista C com 33,
uma página nas diversas redes sociais, di-
a lista B com 31 e a lista A com 30, elege-
vidida por sessões (educação, saúde, lazer
ram os 31 elementos que compuseram a
entre outros que se considerem pertinen-
Sessão Escolar.
tes) onde um representante do governo ou
A Sessão foi realizada no dia 18 no
um deputado responsável por cada sessão
Grande Auditório do Centro Cultural Gon-
possa entrar em contato com os utilizado-
çalves Sapinho e contou com os eleitos:
res, de modo a conhecer as opiniões dos
Alexandra Dinis, Alexandra Viana, Alice
cidadãos e estreitar a ligação eleitores-
Vicente, Ana Pontes, Beatriz Inácio, Be-
eleitos; 2 - criar grupos e páginas nas re-
atriz Norte, Bernardo Subtil, Bruno Silva,
des sociais a nível internacional tendo em
Carolina Quitério, Catarina Dias, Catarina
vista promover o multiculturalismo e a tro-
Marques, Celine Belo, Cristiana Almei-
ca de experiência de modo a encontrarmos
da, Daniela Roxo, Djirson Monteiro, Filipe
soluções.
Luís, Flávia Silva, Joana Pinho, João Ro-
O REINADO DE
D. JOÃO I EM CONTO
Professor Ricardo Miguel
2º LUGAR PARA A EQUIPA DE VOLEIBOL
FEMININO DO ECB
A equipa feminina de Voleibol - Juvenis (Desporto Escolar) classificou-se
em 2º lugar na 2ª Concentração de Escolas do Oeste que decorreu no passado dia 25 de janeiro, em S. Martinho do Porto. O Toque de Saída felicita
a equipa liderada por Adriana Cardoso e constituída por Naíde Fialho, Maria
Ladeira, Alice Belo, Márcia Correia (11ºC), Ana Margarida Lourenço e Maria
Almeida (10ºB), assim como o seu treinador, professor Miguel Fonseca. Continuamos à espera de bons resultados!
«Há
muitos,
mui-
tos anos, vivia no reino
de Portugal um menino
chamado João.» Assim
começa mais uma história assinada por Vanda Marques. À primeira
vista, poderíamos julgar
que se trata de uma estória, mas depressa nos
enredamos na História,
em que a narrativa nos
aparece imbuída de toda
a ingenuidade, simplicidade, veracidade como só se vê no olhar
de uma criança.
Da leitura das primeiras palavras embarcamos numa viagem
de fantasia ao século XIV, a um Portugal em crise, embora a
esperança num futuro melhor fosse assegurada pela entronização de um novo rei, de cognome O de Boa Memória, que não
só fundou uma geração de portugueses heróicos, como foi o pai
da “Ínclita Geração”, aquela que havia de colocar Portugal na
direção das descobertas marítimas.
Como em todos os contos de fadas, também existe uma rainha, neste caso, boa, D. Filipa de Lencastre, oriunda do reino
de Inglaterra, que educou e preparou os seus filhos para serem
capazes de compreender a sua missão e de construírem um
projeto para Portugal.
Este livro não nos conta apenas a história do rei D. João I.
Com os textos minuciosos a que Vanda Marques nos tem habituado e ilustrações sugestivas (da autoria de Rita Correia), facilmente deparamos com um livro que não é meramente infantil,
mas que carrega consigo a capacidade de nos fazer sonhar e
até de imaginar um país melhor, sobretudo quando os tempos
hodiernos tendem a fazer-nos paralisar.
A leitura deste livro permite aos leitores embarcarem numa
viagem pelo tempo, o seu e o do país, mas também, caso se
trate de crianças, de aprenderem a história da nossa cultura de
forma descontraída e sentida, como as verdadeiras aprendizagens o devem ser.
Professor Valter Boita
INFORMAR PARA DECIDIR
No âmbito da disciplina de biologia, a turma do
12.ºA, do ECB, decidiu realizar um projeto para sensibilizar a população acerca das técnicas de procriação medicamente assistida (PMA).
Desde que em 1978 foi noticiado que o obstetra
Patrick Steptoc e o biólogo Robert Edwards trouxeram ao mundo Louise Brown, o primeiro bebé-proveta resultante da técnica de fecundação in vitro,
mais de 40 mil bebés nasceram, em todo o mundo,
de casais estéreis. Ao mesmo tempo, as técnicas
de reprodução assistida experimentaram um forte
incremento na maioria dos países desenvolvidos,
existindo hoje várias técnicas, sejam elas com recurso a medicamentos, técnicas laboratoriais de manipulação e seleção de gâmetas e embriões ou com
recurso a cirurgia.
A PMA é assim, um conjunto de técnicas que ajudam o casal a procriar, criando um ambiente propício
para que tal aconteça, contornando as causas de infertilidade num dos membros do casal ou em ambos.
As técnicas consistem na facilitação do encontro dos
8
gâmetas, promovendo-o fora do corpo materno ou
em locais do aparelho reprodutor feminino mesmo
hostis para as gâmetas femininas e/ou masculinas,
possibilitando a procriação. A lei nº 32/2006 de 26
de julho que regula a utilização das técnicas de procriação medicamente assistida determina requisitos
no que respeita à organização dos centros de PMA,
qualificação do seu pessoal, instalações, equipamentos bem como regras e boas práticas clínicas e
científicas.
Com a autorização do Diretor Pedagógico do
ECB e dos responsáveis pelas devidas instituições,
decorreu uma exposição dos trabalhos desenvolvidos pelos alunos, de 1 de dezembro a 4 de janeiro
de 2012, na Policlínica da Benedita, na Farmácia Alves, na Farmácia Nova e no Centro de Saúde da Benedita, para que toda a população possa estar mais
bem informada sobre um tema que levanta tantas
dúvidas.
Constança Alves,12A
ESCOLA VIVA
ANO 7 - Nº 17
TOQUE DE SAÍDA
Sugestão de Leitura
Claraboia é o segundo roman-
trói-se a partir dos diálogos entre
ce escrito por José Saramago, o
o sapateiro Silvestre, homem sá-
primeiro foi Terra do Pecado, no
bio, e o seu inquilino Abel, o jovem
entanto, permaneceu inédito por
que recusa compromissos e quer
vontade do autor, talvez pela cir-
ver a vida por detrás da cortina que
cunstância de a editora à qual en-
a oculta. A ação desenha também
viou o manuscrito para uma even-
o universo feminino e as suas in-
tual publicação só quarenta anos
quietações, a assunção da sua se-
depois, e quando o escritor já tinha
xualidade, a opressão masculina, a
um percurso firme na escrita, se ter
ostracização e o medo, temas que
dignado responder-lhe e prontifi-
nas obras posteriores o autor de-
car-se a publicá-lo. A mágoa tê-lo-
senvolveu.
á levado a esquecer este romance
Como disse Pilar del Río em en-
escrito aos trinta anos, deixando
trevista ao Jornal de Letras, “Cla-
a decisão de o publicar aos seus
raboia é um livro fundamental na
herdeiros. Um ano volvido da morte
obra de Saramago, uma ótima por-
física do autor, surge, finalmente,
ta de entrada para a sua literatura”.
Claraboia, um romance intenso que
Olhemos, pois, através da Clara-
se lê de um fôlego.
boia para o universo narrativo sa-
Claraboia ilumina a vida de seis
ramaguiano que aqui já se vislum-
inquilinos de um prédio, que se cru-
bra e para as referências literárias,
zam e articulam ao longo de trin-
principalmente Pessoa e Diderot,
ta e cinco capítulos. A vida destes
e musicais Honegger, Beethoven,
inquilinos é como um microcosmos
Chopin e Donizzetti.
que espelha o macrocosmos da
Lisboa salazarista, triste, miserável
Professora Luísa Rocha
e baça. O nó central da ação cons-
E ainda Saramago…
CAFÉ LITERÁRIO
O que motiva uma dezena de pessoas,
numa tarde outonal de sábado, quando as
condições atmosféricas convidavam a ficar
em casa, a deslocar-se até ao Centro Cultural Gonçalves Sapinho para conversar acerca
de um romance e de um autor? A estima pelo
livro e pela leitura, mas também a generosidade com que se partilham ideias e se aceitam
outras interpretações, tantas vezes diferentes
daquelas a que se chegou de forma solitária.
Na semana em que José Saramago completaria 89 anos, reuniu-se o clube de leitores
do ECB para trocar ideias sobre o seu derradeiro romance, Caim. Depois de alguns meses
de interrupção, no dia 19 de novembro, retomaram-se assim os encontros da tertúlia Café
Literário.
Não foi consensual a visão que cada um
construiu deste último romance de Saramago.
Se a mestria da escrita não foi posta em causa, já o assunto abordado mereceu algumas
divergências. De um lado, posicionam-se os
que questionam o porquê do retomar da abordagem bíblica, quase 19 anos após a publicação de O Evangelho Segundo Jesus Cristo.
Outros consideram não fazer sentido este recorrente “ajustar de contas” com Deus, vindo
de um homem assumidamente ateu. Outros
ainda, identificam na obra apenas uma reflexão em torno do bem e do mal que existe dentro de cada um de nós, que nos reconhecemos
ora em Abel, ora em Caim…
Depois de uma semana de trabalho exigente, durante cerca de hora e meia,
a leitura partilhada, as descobertas que se fazem em conjunto, a perspetiva
de novo livro (Jerusalém, de Gonçalo M. Tavares) e de novo encontro (20 de
março, integrado na Semana Cultural), constituiu-se como autêntica terapia,
um readquirir de vontades e de energias para enfrentar um trabalho que se (re)
descobre motivador e compensador.
Teresa Agostinho
Lançamento de Livro
Os outros somos nós, de Isabel Madaleno
Foi
no
pas-
Numa sala polivalente repleta, os presentes viaja-
tivação para a realização do seu pequeno proje-
sado dia 12 de
ram no tempo à medida que ouvia o Grupo Coral da
to. Tomou como principal guia o título da obra, Os
novembro, pelas
Universidade Sénior da Benedita entoar duas can-
outros somos nós, e depressa visualizou um misto
16
horas,
Isabel
Madaleno
que
tigas populares: “O regresso”, de António Calvário,
de “opostos, vivências, reflexos e contrariedades”,
Guerra
e “Moleirinha”, do Cancioneiro Nacional. Logo de
o que a levou a dividir a capa em duas partes e a
representar Lia em diferentes movimentos.
reu-
seguida, António Vieira da Silva, representante da
niu um grupo de
Edições Vieira da Silva, uma das poucas editoras
No fim da sessão, o grupo coral voltou a atuar,
amigos no Cen-
em Portugal que reconhece o trabalho dos peque-
desta vez com um tema inédito, “Moinhos”, com-
tro Cultural Gon-
nos escritores, mostrou vontade de continuar a se-
posto por Natália Canário.
çalves
guir os trabalhos da autora.
para
Sapinho
apresentar
Isabel Guerra Madaleno agradeceu o apoio da
A atração da reunião foi o comentário de Correia
família e dos amigos, evidenciando a sua paixão
primeiro
da Fonseca (modesto crítico literário que prefere
pela escrita, não só como escape pessoal, mas
romance: Os ou-
não “ter quaisquer títulos, pois não tem autoridade
também como uma transmissão de ideais ao mun-
tros somos nós.
para isso”) acerca de Os outros somos nós e da
do. É com a história de Lia e “dos outros que são
Natural da Bene-
personagem principal, Lia. Segundo o crítico, o li-
eles mesmos” que a escritora e poetisa abre a sua
dita, mas há vários anos a residir na região de Lis-
vro explora uma personagem individual que “se dá
carreira e o seu coração ao mostrar que a força de
boa, depois do lançamento da sua obra na capital,
ao serviço de um bem coletivo”, pelo que deve ser
vontade pode vencer todos e quaisquer obstáculos.
Isabel Guerra Madaleno decidiu fazê-lo também na
glorificada pelo “combate aos individualismos ás-
sua terra natal.
peros”.
o
seu
Para iniciar a apresentação, um dos sobrinhos
Margarida Madaleno, sobrinha da escritora e
da autora, Nuno Sardinha, proferiu alguns elogios
autora da ilustração da capa, também deu a sua
que se foram ouvindo ao longo de toda a sessão.
palavra de encorajamento à tia, explicando a mo-
ARTE E CULTURA
Margarida Serralheiro, 12ºE
9
TOQUE DE SAÍDA
ANO 7 - Nº 17
ENTRE LIVROS
Olá leitores do Toque de Saída! Nesta edição ques-
Os livros que ando a ler neste momento são A mão
seus livros, semeados de sensações e emoções,
tionámos a professora de história e responsável
de Fátima, de Ildefonso Falcones e o Dom, de Sha-
pela sua sátira verdadeiramente intrigante e singu-
pela biblioteca do ECB, Maria José Jorge e a alu-
jen Joy Aziz e Demian Lichtenstein.
lar, pela sua capacidade de dotar o enredo e as
na Ana Paula Cruz, do 10.º B, curso de Ciências e
Tecnologias, sobre as suas preferências de leitura.
personagens de uma magia que o leitor partilha.
Vejamos, agora, o que nos disse a Ana Paula Cruz
Comecemos então pela professora Maria José Jor-
sobre os livros e a lei-
Qual o livro que gostarias de ter lido?
tura.
Gostaria de ler Os Lusíadas na íntegra, pois é um
ge.
livro que me cativa bastante, não só por estar esQual foi o livro que
crito numa linguagem que admiro, que nos fornece
Qual foi o livro que
mais gostaste de ler?
informações sobre o passado da Língua Portugue-
mais gostou de ler?
Porquê?
sa, mas também por evidenciar a gesta dos portu-
Porquê?
Há muitos livros que
gueses, a sua ousadia em descortinar os mistérios,
Sou uma leitora com-
gostei de ler, mas exis-
em procurar mundos desconhecidos. Além do valor
pulsiva. Assim, quando
te um que recomendo
histórico e linguístico, gostaria ainda de referir que
acabo de ler o último li-
particularmente:
Os
a própria construção do texto e as emoções nele
vro penso que esse foi
Maias, de Eça de Quei-
presentes são geniais e que as personagens mito-
o que mais gostei de
roz, pois considero que esta é a sua obra-prima. É
ler. No entanto, houve
nela que o carácter satírico do escritor é claramen-
lógicas dão ainda uma magia maior ao enredo.
alguns que me marcaram especialmente, por exem-
te notório, bem como a sua capacidade descritiva
Para ti, quais são os elementos que deve ter um
plo, A Cabana de WM. Paul Young, Em busca do
única, que nos envolve no enredo. As personagens,
bom livro?
Unicórnio de Juan Eslava Galán, As Filhas do Graal
que são uma personificação dos costumes e vícios
Para mim, um bom livro deve ter um vocabulário
de Elisabeth Chadwic, A Catedral do Mar de Ilde-
do século XIX, evidenciam a crítica (quase carica-
adequado ao contexto situacional da ação e das
fonso Falcones, A Irmandade do Santo Sudário de
tura) de Eça e dão um interesse particular ao livro.
personagens, deve ter uma história cativante, que
Júlia Navarro, Sob um Céu de Mármore Branco de
Além disso, é nelas que Eça expressa, mais uma
convide o leitor a deleitar-se com a leitura, permi-
John Shors e tantos outros.
vez, a sua mestria na arte da descrição detalha-
tindo-lhe viver o enredo e “interagir” com o espaço
da e singular. Por outro lado, as figuras de estilo
e as personagens; deve ser autêntico, isto é, ter um
Qual o livro que menos gostou de ler?
utilizadas, a construção do texto e o vocabulário
enredo que deixe transparecer o seu carácter único
O livro que menos gostei de ler foi Os Versículos
erudito tornam o ambiente de Os Maias ainda mais
e especial; deve ser o “transporte” para um mundo
Satânicos, de Salman Rushdie.
agradável.
onde o leitor se sinta sereno e feliz e, sobretudo,
deve alumiar-lhe o pensamento com energias posi-
Qual é o seu escritor(es) favorito(s)?
Os meus escritores favoritos são Eça de Queiroz,
Qual o livro que menos gostaste de ler? Porquê?
tivas, sendo uma luz amiga, que lhe afaga a alma,
O livro que menos gostei de ler foi O Mundo em que
como se de um sol se tratasse…
Cátherine Clément, Umberto Eco, James Rollins,
vivi de Ilse Losa, porque é um livro com uma his-
entre outros.
tória triste e com realidades um pouco incómodas.
Qual é o livro que andas a ler neste momento?
Ao longo do livro são mencionados vários episódios
Estás a gostar de o ler?
Qual o livro que gostaria de ter lido, mas nunca
da vida da protagonista que deixam o leitor forte-
Neste momento ando a ler A Volta ao Mundo em 80
teve oportunidade de o fazer?
mente constrangido, como o falecimento dos seus
dias, de Júlio Verne. Estou a gostar do livro, pois
O livro que gostaria muito de ter lido, mas ainda
parentes. No entanto, é de salientar que o livro está
ele mostra-nos o progresso e a evolução dos meios
não tive oportunidade é a Bíblia.
muito bem escrito.
de comunicação no século XIX, bem como a descrição de vários países do globo. Além disso, tem
Para si, quais são os elementos que deve ter um
Qual é o teu escritor(es) favorito(s)?
personagens com personalidades muito próprias,
bom livro?
Há muitos escritores de que gosto. Porém, gos-
de entre as quais dou especial ênfase à persona-
Os elementos que, para mim, devem ter um bom
taria de realçar que há escritores particularmente
gem principal, cujas atitudes e comportamentos
livro são aqueles que nos prendem à narrativa, que
fantásticos, segundo o meu ponto de vista, como
são bastante curiosos e únicos.
nos fazem sonhar, viajar através deles e nos tocam
Sophia de Mello Breyner Andresen, pela sua poe-
com a sua mensagem.
sia incrivelmente contagiante e pela prosa rica em
Indira Leão, 11º F
descrições e Eça de Queiroz, pela sua capacidade
Qual é o livro que anda a ler neste momento?
de nos transportar para os espaços descritos nos
QUE PRINCÍPIOS DEVEM ORIENTAR A SOCIEDADE, DE FORMA A
POTENCIAR A PARTICIPAÇÃO DOS CIDADÃOs NA VIDA PÚBLICA?
10
O tema da Cidadania coloca-nos
pleno e igual na sociedade, com o di-
hoje, alguns problemas de filosofia
reito e o dever de participar no pro-
política: Que princípios devem orien-
cesso político, de modo direto ou indi-
tar a organização da sociedade, de
reto, consoante o tipo de democracia.
forma a estimular a participação dos
Numa
cidadãos na vida pública? O que se
como a nossa, o cidadão pode esco-
entende por cidadania? E o que é ser
lher livremente os seus representan-
cidadão?
tes através do voto. Ao votar exprime
Democracia
representativa
Num contexto filosófico, a cidada-
a sua preferência política. Defende-
nia, entende-se como um “ideal nor-
mos que os regimes democráticos
mativo substancial de pertença e par-
dependem dos cidadãos, sendo o
ticipação numa comunidade política”
exercício ativo da cidadania impres-
ou seja, ser cidadão é ser-se membro
cindível para a sua manutenção. A
ARTE E CULTURA
ANO 7 - Nº 17
TOQUE DE SAÍDA
saúde e a estabilidade da democracia moderna não
dependem apenas da justiça das suas instituições
básicas, mas também das qualidades cívicas e atitu-
A FORÇA DE UM POVO
des dos seus cidadãos. Sem cidadãos responsáveis
dificilmente as democracias são estáveis e eficazes.
freguesia, porque algumas pesso-
Em democracia são necessárias virtudes cívicas.
as estão cansadas de dar dinheiro
Entenda-se virtude como a qualidade do caráter que
para as obras da igreja e acham
determina a excelência da ação. Assim, as virtudes
que apenas se devem acabar as da
igreja velha sem pensar em fazer
cívicas seriam as qualidades do carácter que deter-
uma nova. Outras concordam que
minam as práticas que tornam melhor a vida em so-
o caminho certo é fazer uma nova
ciedade.
igreja. Entre discussões, debates e
Um Estado democrático dá aos seus cidadãos
campanhas a favor e contra é con-
a oportunidade de avaliar as práticas governativas
vocada uma consulta popular para
através da discussão pública, mas isto implica ques-
que o povo se possa expressar li-
tionar e saber julgar. Os cidadãos devem, portanto,
vremente.
saber avaliar as atitudes e práticas políticas.
É interessante constatar que a
Sendo o regime democrático, um “sistema de go-
esmagadora maioria da população
vernação do povo, pelo povo e para o povo” a prática
do debate é imprescindível. Não são os cidadãos que
decidem todas as matérias, mas devem estar atentos
vigiando a justiça do processo político.
Os gregos não valorizavam a vida privada, mas
a maior parte das pessoas que compõem as sociedades actuais dão uma grande importância à vida
privada e acomodam-se, não sentem a necessidade de lutar/participar/colaborar para o bem coletivo
o que enriqueceria posteriormente, a sua vida privada. Assim, não entendem a participação na vida
pública como uma obrigação, entregando-a aos seus
representantes. Ora, este é um dever básico, como a
capacidade de ganhar a vida em vez de estar dependente do subsídio de desemprego. O exercício pleno
da cidadania funciona como um “motor político” no
sentido de saber escolher o bem comum. A democracia será tão forte quanto mais conscientes e ativos
(cerca de 90%) vota a favor de uma
igreja nova.
Rancho do Taveiro
Passados alguns dias “do altar
Durante o corrente ano estão previstas diver-
abaixo”, o padre Inácio Antunes
sas atividades de comemoração dos 50 anos da
anunciava, perante a estupefação de muitos
vinda para a Benedita de um grupo de trabalho,
paroquianos: “Quem quiser acreditar, acredite;
liderado pela doutora Manuela Silva, que iniciou
quem quiser não acreditar não acredite”…”Mas
o chamado “desenvolvimento comunitário”.
o que é certo é que a igreja vai ser construída”.
Todo o enfoque é colocado nesse movimen-
Nesse mesmo ano o arquiteto Licínio Cruz
to externo esquecendo um pouco o povo desta
faz o projeto, que é entregue ao construtor Júlio
freguesia paupérrima, mas dono de uma força
Cismeiro.
e vontade férreas. Teremos de recuar alguns
Muito bem, a declaração do Padre Inácio ti-
anos para termos a noção da força deste povo.
nha sido feita, o projeto estava pronto e o cons-
Neste artigo falaremos, essencialmente, da
trutor contratado. Mas faltava o essencial: o di-
Igreja Paroquial da Benedita (a igreja velha e a
nheiro para a obra. E é aqui que entra o espírito
igreja nova) e no trabalho e empenho da comu-
de solidariedade e força deste povo benediten-
nidade local.
se que une rapidamente toda a comunidade.
Em 1856, o então pároco José da Silva
Em 17 de agosto realiza-se o primeiro gran-
(beneditense), preside a uma comissão for-
de cortejo de oferendas com o objetivo de co-
Deste modo, penso ser de grande importância
mada por alguns paroquianos para dar início a
meçar a angariar fundos e ao qual, o Senhor
sermos conscientes e cooperantes na sociedade.
um projeto a que foi dado o nome de “Obras
Cardeal Patriarca de Lisboa, D. Manuel Gonçal-
A democracia é o resultado de uma luta árdua de
de acrescimento da igreja”. Nesse mesmo ano
ves, veio assistir.
séculos, por isso temos deveres na sua vitalidade e
iniciaram-se as obras que se prolongaram pelo
Este cortejo foi o primeiro de uma série de
conservação. A democracia não é só para o povo, é
ano 1857. É interessante saber que o valor des-
iniciativas, tais como, jogos, campanhas, da
também do povo, o que nos confere o dever de parti-
tas obras foi de 1.294.000 réis e que as madei-
qual destacamos a dos ovos e a das telhas, gru-
ras utilizadas nas mesmas foram cortadas nas
pos e ranchos que se criam com a finalidade de
matas do Estado com autorização real.
fazer teatro, dança, etc.
politicamente forem os cidadãos.
cipar de modo qualificado e responsável.
Ana Lopes, 12E
Desde esta intervenção passaram-se 83
Destes grupos que se organizaram por toda
anos durante os quais a população da Benedita
a freguesia, destacamos o da Benedita (centro)
quase triplicou e a velha igreja deixou de ter
e o do Taveiro que aparecem nas fotos.
capacidade e condições para celebrar, com a
Finalmente, a 15 de agosto de 1955 o povo
devida dignidade, as festas religiosas e as cele-
reúne-se para a inauguração daquela que, ain-
brações do calendário litúrgico.
da hoje, é chamada de Igreja Nova.
Assim, em 1941, o pároco da Benedita, pa-
O custo desta igreja foi de 3.000 contos e,
dre José Susano Coelho, reuniu alguns homens
devemos lembrar, que foi construída sem qual-
com influência na terra, mas especialmente
quer auxílio oficial, quer da parte da Igreja, quer
apoiado pelo povo, deu início aos trabalhos.
da parte do Estado.
Não podemos esquecer que em 1941, a Eu-
Concluindo, foi a força deste povo que per-
ropa estava envolvida na II Guerra Mundial e os
mitiu e uniu comunitariamente todos sem exce-
tempos eram muito difíceis. As dificuldades e
ção, preparando o terreno para o desenvolvi-
a pobreza eram a realidade do dia a dia, espe-
mento comunitário que chegaria à Benedita em
cialmente, nas pequenas aldeias portuguesas.
1962. Curiosamente, foi também nesse mesmo
Mesmo assim, as obras da Igreja Velha foram
ano que a igreja velha foi demolida, perdendo
progredindo até o ano de 1951, altura em que
a Benedita um património recheado de objetos
foram suspensas pela total falta de capacidade
litúrgicos, sinos, quadros, “santos,” azulejos, ta-
de ajuda do povo beneditense.
lhas douradas, relíquias e, até, o ouro de Nossa
É, precisamente, em 30 de Março de 1951
Senhora da Encarnação.
que chega à Benedita o padre Inácio Rodrigues
Antunes, homem empreendedor, dinâmico e im-
Professora Maria José Jorge
pulsionador da vida social e material da nossa
terra, que começa por se pronunciar lamentanCortejo de agariação de fundos para a construção da Igreja
Nova.
do a precariedade das instalações, ao mesmo
tempo que começa a sugerir a construção de
uma igreja nova.
Esta sugestão gera uma grande polémica na
O LUGAR DA MEMÓRIA
11
TOQUE DE SAÍDA
ANO 7 - Nº 17
ENTREVISTA - DR.ª MANUELA SILVA
“Esta crise pode dar um novo rumo ao desenvolvimento”
O Toque de Saída foi ao encontro da Dr.ª Ma-
A experiência de desenvolvimento comunitário
por onde passavam temáticas que, sem porem em
nuela Silva, sobejamente conhecida pela popula-
foi inspirada no curso que frequentei em Paris, no
causa o regime, nos abriam novos horizontes de
ção beneditense que ainda tem memória do ano de
ano de 1960. Assim que regressei a Portugal, jul-
mudança. Aí aprendi a interessar-me pelas ques-
1962, em que a Equipa de Estudo e Experimenta-
gava trazer um conjunto de conhecimentos nessa
tões sociais.
ção de Desenvolvimento Comunitário interveio na
área que seria, no nosso país, bastante inovador.
Lembrei-me agora de um episódio caricato. Fui
Benedita, que se deslocou ao Centro Cultural Gon-
Em Paris, além de ter adquirido conhecimentos so-
a aluna melhor classificada do meu curso, o que me
çalves Sapinho, no passado dia 14 de janeiro, a fim
bre desenvolvimento comunitário, contactei com
teria permitido enveredar pelo ensino universitário.
de participar numa iniciativa do Rotary
Contudo, o professor da cadeira de Eco-
Club Benedita de assinalação do 50.º
nomia não me escolheu como assistente,
aniversário da experiência do Desen-
com o argumento de que, devido ao facto
volvimento Comunitário na Benedita.
de ser mulher, não seria capaz de impor
Maria Manuela da Silva, nascida
disciplina.
em 1932, em Cascais, é licenciada em
Como é que a experiência comunitá-
Economia pelo Instituto Superior de
ria surgiu na Benedita? Ou melhor, que
Economia e Gestão, da Universidade
critérios levaram à seleção da Benedita
Técnica de Lisboa. Iniciou a sua vida
como localidade-piloto para a Equipa
profissional com o projeto de investi-
de Estudo e Experimentação de Desen-
gação sobre a estrutura dos salários
volvimento Comunitário intervir?
na indústria portuguesa, o qual lhe
Isso deveu-se ao facto de termos co-
permitiu ingressar no Ministério das
nhecimento de um estudo que foi feito so-
Corporações, nos Serviços de Ação
bre a zona oeste da serra dos Candeeiros,
Social, desempenhando aí a tarefa de
bem como ao contacto com a dissertação
defender as condições de trabalho das
da socióloga, Maria Susana Gaspar de
mulheres e organizá-las, constituin-
Almeida, intitulada A condição da mulher
do secções femininas nos sindicatos.
numa paróquia rural de Portugal – Benedi-
Promoveu a promulgação das leis la-
ta, o que nos foi muito útil. Deveu-se ain-
borais de proteção das mulheres e da
da ao meu relacionamento com o Cónego
maternidade.
Serrazina que, tal como eu, pertencia ao
Em 1961, frequentou, em Paris,
movimento de Ação Católica, e que de-
um curso de Desenvolvimento Comu-
sempenhou na perfeição o papel de inter-
nitário. Regressada a Portugal, criou
mediário com a população, devido ao seu
uma equipa de estudo e experimen-
carisma e espírito de liderança. Foi tam-
tação de novas técnicas de desenvol-
bém importante o conhecimento que tive-
vimento comunitário. Após a criação
mos do espírito colaborativo da população
desta equipa (que integrava técnicos
beneditense, que se tornou bem visível na
de vários ministérios), tornou possível
construção da nova igreja. Finalmente, ti-
a experiência de desenvolvimento co-
vemos ainda conhecimento da existência
munitário que incentivou o progresso
de atividade artesanal, que também pesou
de localidades como a Benedita. Criou
na nossa escolha.
também um serviço de promoção social comunitá-
experiências que haviam sido realizadas em alguns
A nossa equipa não interveio apenas na Benedi-
ria, no Instituto de Apoio à Família, do Ministério da
países de África e da América Latina. Sabendo que
ta, nós escolhemos também o Bárrio, no concelho
Saúde, que dirigiu até 1970 em simultâneo com a
a realidade portuguesa era significativamente dife-
de Alcobaça, por ser, então, uma zona exclusiva-
direção do Gabinete de Estudos Sociais no mesmo
rente da desses países, não esmoreceu o desejo
mente rural.
Ministério.
que tinha em empreender atividades nesse âmbito.
Diga-nos quais eram os principais objetivos
Desde o ano de 1970 até ao ano de 1993, foi
Por estas razões, em 1962 constituí uma equipa
da experiência de desenvolvimento comunitário
professora convidada no Instituto Superior de Eco-
pluridisciplinar, que reunia técnicos cedidos por
operada na Benedita e qual o seu grau de con-
nomia e Gestão, com uma interrupção em que as-
diferentes serviços do Estado, que chegaram até
secução.
sumiu o cargo de Secretária de Estado para o Pla-
mim devido à confiança que sentiram neste projeto.
Tratava-se de uma experiência com os seguin-
neamento, no I Governo Constitucional. Presidiu ao
Destaco que o país vivia numa ditadura, apesar de
tes objetivos: promover o desenvolvimento local
Instituto de Tecnologia Educativa (responsável pela
se fazerem sentir ventos de mudança.
com a participação das pessoas da terra; procurar
telescola), entre 1974 e 1975. Lecionou no Instituto
Superior de Economia e Sociologia, em Évora, entre 1970 e 1974.
Como explica o seu interesse pelos estudos
em desenvolvimento comunitário?
saber em que medida a técnica do desenvolvimento comunitário poderia ser transposta para Portugal
Sempre fui uma pessoa motivada pela fé e pelo
(objetivo de cariz mais teórico ou investigativo) e
Autora de várias obras no domínio da economia
empenhamento em movimentos cristãos no sentido
adquirir conhecimentos para generalizar a experi-
e das questões sociais, dirigiu ainda a Revista de
de poder contribuir para o bem público. No começo
ência a outras zonas do país. Os objetivos foram
Estudos de Economia do ISEG.
dos anos 1960, existia uma consciência por par-
notoriamente cumpridos.
Presidiu ao Movimento Internacional dos Inte-
te de alguns intelectuais de que o país era sub-
Em que medida o Externato Cooperativo da
lectuais Católicos (1983-87) e à Comissão Nacional
desenvolvido, relativamente à Europa, e julgavam
Benedita é um reflexo dessa experiência e, con-
Justiça e Paz (2005-08).
ser necessário contribuir para o desenvolvimento
comitantemente, serviu de motor de continuidade do desenvolvimento?
Atualmente, é presidente da Fundação Betânia,
do país. Por outro lado, esse meu interesse deveu-
vogal do Conselho Geral da Universidade Técnica
se também à minha formação católica através do
Foi muito importante. A metodologia utilizada
de Lisboa e vogal do Conselho Geral do Montepio.
Movimento de Ação Católica, a Juventude Univer-
por nós consistia em auscultar as necessidades da
sitária Católica.
população e procurar dar resposta a essas mesmas
É agraciada com a Grã Cruz do Infante Dom
Henrique.
Apresente-nos o contexto em que lhe surgiu
a temática do desenvolvimento comunitário.
12
Ter ingressado no Gabinete de Estudos Corpo-
necessidades. Então, observou-se, por exemplo,
rativos, presidido pelo Professor Pires Cardoso,
que as crianças que prosseguiam estudos além da
permitiu-me colaborar na revista deste Gabinete,
quarta classe, estudavam fora, tinham de se des-
ESCOLA VIVA
ANO 7 - Nº 17
TOQUE DE SAÍDA
locar para Alcobaça, Rio Maior ou até
Leiria. Perante esta necessidade, a
OS 50 ANOS DA EXPERIÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO
COMUNITÁRIO DA BENEDITA
equipa ajudou a conceber um projeto que a suprisse. O papel da nossa
equipa consistia em despertar a consciência da população acerca das suas
necessidades e dos seus recursos, de
modo a promover um desenvolvimento económico, social e cultural.
A população queria um liceu, mas
à equipa sempre pareceu ser mais
interessante apostar-se num ensino
técnico-profissional. De facto, houve
grande interesse e empenhamento
por parte da população em criar um
externato e a correspondente cooperativa.
Em que projetos é que está atualmente envolvida?
Tenho um projeto ligado à Fundação Betânia de que sou fundadora e
presidente. A Fundação Betânia pretende promover uma espiritualidade
que valoriza a relação da pessoa consigo mesma, com os outros, com a natureza e com o transcendente.
Coordeno o Grupo “Economia e
Sociedade” no âmbito da Comissão
Nacional Justiça e Paz e também integro uma rede de investigadores e
professores,
designada
“Economia
com futuro”. Num e noutro caso, procuro estar atenta a questões inerentes
à erradicação da pobreza, à correção
das desigualdades, ao favorável desenvolvimento humano sustentável,
defendendo uma economia que não
se deixe dominar pelo lucro, mas que
regresse às suas raízes, ou seja, uma
economia ao serviço das pessoas e
do desenvolvimento dos povos.
Convido-vos a visitar os blogues
Areia dos dias (http://areiadosdias.
blogspot.com/) e Ouvido do Vento
(http://ouvidovento.blogspot.com/),
onde encontrarão as ideias e projetos
que me preenchem neste momento.
Quando a sua equipa chegou há
50 anos à Benedita, ter-se-á confrontado com uma terra diferente
da que é hoje, em que as pessoas
viviam de forma bem mais modesta. Contudo, volvidos 50 anos, depois da população beneditense ter
disfrutado da experiência de desenvolvimento comunitário, eis que os
sinais de crise parecem ter-nos trocado as voltas.
A presente crise não é só financeira, afeta a economia, a vida social
das pessoas e organizações e tem um
caráter sistémico. Contudo, esta crise
pode dar um novo rumo ao desenvolvimento.
Num período de crise, como o que hoje vivemos,
economistas, técnicos agrários, …) pode comunicar
é demasiado fácil esquecer tudo o que foi conseguido
através de assembleias abertas e formar comissões
e o significado dos progressos alcançados. Na come-
locais que se responsabilizam pela sua área de atu-
moração dos cinquenta anos do início da experiência
ação. O projeto baseia-se na organização e dinâmica
de desenvolvimento comunitário da Benedita, convém
local, na correta identificação das necessidades (so-
recordar e contextualizar as profundas mudanças que
ciais, culturais, económicas, de acessos,…), no apoio
ocorreram nesse período e alteraram para sempre a
técnico e de gestão, na definição e ampliação de esca-
vida na Benedita.
las dos processos
No início dos
anos
de
sessenta,
trabalho,
na
formação de mão-
Portugal era um
de-obra.
país
co-
pouco na injeção
meçavam a surgir
direta de capital,
modestos
sinais
daí a ideia do as-
de
aonde
Muito
desenvolvi-
sociativismo, que
mento e algumas
potencia o capi-
“janelas” se iam
tal existente, mas
abrindo
disperso e, con-
para
o
progresso.
sequentemente,
Abandonado
sem escala. De-
o modelo agrário,
pois, a dinâmica
o regime dava si-
está iniciada e os
nais de abertura.
Foram os fundos
do
Plano
automatismos de
Fotografia da época do atual largo José Damasceno Campos
crescimento
Marshall,
co-
meçam a funcionar.
de que também Portugal beneficiou, os Planos de Fo-
Finalmente, e determinante, o aspeto psicológico.
mento, a entrada na EFTA, a saída de estudantes para
É imprescindível que a população tenha vontade de
universidades europeias, os movimentos progressistas
mudar e acredite nas suas capacidades. Terá sido este
católicos, a intensificação da industrialização ao redor
o aspeto que determinou o sucesso da experiência. É
de Lisboa e Porto e o êxodo rural, entre outros fatores.
extraordinário e comovente o relato dos esforços cole-
Por essa altura (e por motivos estranhos a Por-
tivos para a construção da igreja nova. Muito polémica,
tugal, como as independências que se seguiram à II
ao tempo, mas reveladora do espírito determinado e
Guerra Mundial), afirmava-se um movimento da Ci-
cooperativo da população. E da liderança de dois pá-
ência Económica orientado para a compreensão dos
rocos sucessivos. Provavelmente, se não tivesse exis-
processos de Desenvolvimento. Surgiam expressões
tido o movimento de construção da igreja, a população
como subdesenvolvimento e crescimento dualista, tro-
não teria consciência do poder que a concorrência do
ca desigual, etc., que fizeram percurso e dominaram
esforço de todos poderia alcançar e não teria acredi-
várias escolas de pensamento económico. Crescia a
tado que podia mudar de forma radical o seu estilo de
Teoria dos Polos de Desenvolvimento. É, aliás, nestas
vida. Podemos considerar, assim, que a experiência
teorias que longinquamente radicam as atuais teses
resultou porque o terreno para o projeto foi bem es-
pós-modernas do desenvolvimento autocentrado.
colhido.
Estas preocupações, conquanto mundiais, também
Foram muitas as conquistas. A indústria, a expor-
encontravam campo de análise em Portugal. O país
tação, a agropecuária, o Externato e a escolarização
estava em crescimento. No entanto, esse processo era
generalizada (especialmente das mulheres), a saúde
lento e desigual. Num país dominantemente rural e ile-
pública e assistência materno-infantil, as vias de co-
trado, anquilosado, surge a vontade de experimentar
municação, o desenvolvimento do comércio e das as-
os modelos que a teoria propunha. Apoiado nos traba-
sociações culturais, a abertura de bancos, o corpo de
lhos da Prof.ª Maria Manuela Silva e na recente Equipa
bombeiros, entre muitas outras. A maioria delas, com
de Desenvolvimento Comunitário, dá-se início à expe-
base associativa e cooperativa.
riência na Benedita.
Hoje, muitos anos passados, a Benedita não é mais
Esta experiência segue ao pé da letra o modelo te-
um campo de experiência. Os esforços de todos saí-
órico. Primeiro, as técnicas de ação social empenham-
ram vitoriosos. Completamente integrada no todo na-
se na deteção das necessidades reais da população,
cional, os seus produtos vendem-se por todo o mundo,
através de inquéritos dirigidos às mulheres, mães de
os jovens encontram-se nas escolas e empresas mais
família, cientes dos anseios sociais e da realidade eco-
prestigiadas, tem um lugar no desenvolvimento portu-
nómica. Identificam-se os líderes locais que se incluem
guês e pode continuar a contar com as sementes então
no projeto, explicando os seus objetivos (Pároco, Re-
lançadas para vencer os desafios que hoje e sempre
gedor, Presidente da Junta de Freguesia, as elites);
se lhe colocam.
segue-se a conquista do espaço público (os homens)
Entrevista realizada pelos professores
e a identificação dos líderes informais, influenciadores
Clara Peralta, Conceição Raimundo e
da opinião pública; a relação entre os líderes formais e
Valter Boita
Professora Mª Conceição Raimundo
informais é crucial, daí a importância da frequência da
igreja e das associações já existentes.
De seguida, a equipa multidisciplinar (médicos,
OLHAR CIRCUNDANTE
13
TOQUE DE SAÍDA
ANO 7 - Nº 17
BOM DIA, DR. SAPINHO!
(continuação da página 1)
Externato Cooperativo da Benedita, grande impul-
go e companheiro com maior afinidade, Dr. Paulo
sionador da cultura e do desenvolvimento de toda
Inácio, assumiu a presidência da Assembleia Muni-
uma região.
cipal, cargo que o levaria à sucessão do Dr. Sapi-
O Dr. Sapinho, em 1995, a meu convite, foi pre-
nho na Câmara. Não estivemos sempre de acordo,
sidente da Assembleia Geral do Beneditense, então
algumas vezes na forma, outras mesmo no conte-
na 2.ª divisão nacional, mantendo-se nesse cargo
údo, mas, globalmente, a sua marca e o seu cunho
nos meus mandatos e do senhor José Afonso Ma-
pessoal, com pouquíssimas influências de amigos
chado, até 2003. Foi igualmente um dos fundado-
ou apoiantes, timbre de quem pensa por cabeça
res e provedor da Santa Casa da Misericórdia da
própria, agradou ao povo do concelho, como confir-
Benedita e teve o seu nome ligado a outras institui-
mam as suas três grandes vitórias eleitorais. O Dr.
ções locais e até empresas, como a Fapocal, que
Sapinho gostava de algum protagonismo, que se
chegou a gerir.
lhe reconhecessem os méritos, não sendo sua vir-
Politicamente, o Dr. Sapinho fez a sua estreia
Era, então, meu professor de matemática e por-
tude a modéstia ou humildade e terá, obviamente,
como deputado na 1ª Assembleia da República pós
tuguês e exercia duma forma espantosa, não avan-
como todos os mortais, cometido erros, mas isso só
25 de Abril, dita constituinte, nas listas do então
çando nas matérias sem que fossem completamen-
sucedeu pela grande obra que deixou, sobejamen-
PPD, entremeando, no percurso, uma breve passa-
te esclarecidas, resultando dispensa de exame para
te conhecida. Só mesmo os que nada fazem ficam
gem pelo movimento ASDI.
isentos do erro.
todos, por exemplo em matemática em que tive 19
Relevo também para o seu papel na fundação
valores e nenhum colega precisou de prova oral.
O Dr. José Gonçalves Sapinho, depois de assu-
da Associação Nacional de Freguesias, cuja primei-
Não só na educação, mas também na cultura sob
mir a presidência da Câmara, deixou de ser diretor
ra sede foi na Benedita.
pedagógico, mas manteve-se sempre nos órgãos
todas as suas formas, no desporto, na música, nas
Foi presidente da Assembleia de Freguesia da
artes e até no lazer, o Dr. Sapinho estava sempre
sociais do Externato Cooperativo da Benedita, sen-
Benedita nos anos 80, tempo do senhor Rui Coe-
um passo à frente. Enquanto aluno, fui dois anos
do presidente da Assembleia Geral e, ultimamente,
lho na Câmara, período difícil em que demonstrou
um dos organizadores da festa de finalistas, com
era presidente do Conselho Fiscal, pela rotativida-
muita coragem solidária com o senhor Avelino Ho-
teatros e outros espetáculos no salão paroquial, lo-
de obrigatória. Nunca deixou de acompanhar os
nório da Silva e sua Junta, perante ameaças físicas
cal onde hoje está o Centro Cultural, sempre com
problemas da escola e, ainda recentemente, nos
do então “movimento de bandeiras negras”, que
total liberdade, mesmo quando realizámos um baile
acompanhou duas vezes à Assembleia da Repú-
se opunha à instalação da praça, ao sábado, nas
de finalistas em plena quaresma, coisa impensável
blica, com intervenções perante todos os partidos,
atuais instalações e ao encerramento da praça, ao
à época na Benedita. O Dr. Sapinho foi sempre um
perante a Comissão de Educação e Ciência da As-
domingo, em terrenos da igreja, movimento que
diretor omnipresente, com autoridade inquestioná-
sembleia e, ainda, noutra visita ao Conselho Nacio-
arrastaria a praça que virou feira, para Santana,
vel, perante professores e alunos, respeitado, exi-
nal da Educação, tudo a propósito da sobrevivência
até hoje. Em 1993 concorreria à Assembleia Mu-
gente e rigoroso, mas era também o primeiro ami-
do Externato perante os cortes agora anunciados.
nicipal com sucesso, mas perderíamos a Câmara
go, no apoio e incentivo eloquente para todos, pese
A Benedita muito ficou a dever a este beirão
e, eu próprio, a Junta de Freguesia da Benedita,
o receio quando se era chamado ao seu gabinete.
que estudou no seminário, fez o serviço militar e
na última derrota do PSD, até hoje, no concelho
Mais tarde, membro da direção da escola e ain-
veio para esta terra, onde deixou indelevelmente
e na freguesia. Finalmente, em 1997, o Dr. José
da com o Dr. Sapinho como diretor pedagógico do
marcada a sua passagem, promovendo a cultura,
Gonçalves Sapinho e a sua equipa ganharam a
externato, pude constatar, durante anos, nas reuni-
o desenvolvimento e uma considerável melhoria na
Câmara Municipal e a Assembleia Municipal com
ões semanais, a sua competência, o seu dinamis-
qualidade de vida da região. Por tudo isso, merece
maioria absoluta, vindo a consolidar e aumentar
mo, o seu empenhamento, o seu inconformismo, a
a nossa homenagem este grande homem que dedi-
essa maioria por vontade expressa do povo de Al-
inovação permanente que nos arrastava, como ele
cou parte da sua vida à educação da nossa juven-
cobaça. Tendo o privilégio de me ter considerado
próprio dizia, o seu desassossego, sempre atento
tude, tornando a nossa escola na grande referência
sempre seu amigo, confidente e homem de con-
a novas oportunidades e aos canais do Estado a
que é hoje.
fiança, a seu convite acompanhei-o nos 12 anos na
que recorrer. Para mim, que o acompanhei em múl-
Assembleia Municipal, onde me viria a nomear líder
tiplas atividades, no topo da marca de excelência
de bancada do PSD. Também da nossa bancada, e
da vida deste homem estará sempre o seu papel no
por escolha sua no terceiro mandato, o meu ami-
Bem haja, Dr. Sapinho...
Pedro Mateus Guerra, membro da direção do INSE
AS PALAVRAS DE AMOR SÃO RIDÍCULAS?
Hoje em dia, o caráter ro-
agressivas. A salvação da ju-
Há também os que mandam
mântico e sentimental da ju-
ventude reside naqueles que
piropos pela Internet. Será
ventude está muito aquém do
sabem o que dizer às rapa-
que ainda não perceberam
esperado. Os jovens já não
rigas e como dizer; que não
que isso, além de ineficaz,
têm o cuidado de ser amoro-
são envergonhados e têm um
não é correto?! As “coisas”
sos e gentis, como manda a
discurso
são para se dizer na cara.
tradição, e os seus piropos
moços são os que deveriam
É por tudo isto que os
equivalem a uma espécie de
servir de exemplo aos outros.
nossos jovens estão mais ar-
O avanço tecnológico tam-
rogantes perante a mocidade
Devido ao avanço da so-
bém contribuiu, a meu ver,
feminina que, hoje em dia,
ciedade e, na minha opinião,
para uma diminuição da origi-
também não dá tréguas…
ao avanço da educação da
nalidade e da criatividade dos
abreviaturas.
mulher e à sua igualdade perante o homem, os rapazes
ficam um pouco acanhados e,
às vezes, por muito que queiram dizer, nada sai. É certo
14
que existem os mais deste-
entanto, como esses são nor-
midos e corajosos, que não
malmente os menos instruí-
têm "papas na língua". Eles
dos, as suas expressões são
soltam piropos com força. No
pobres e, por vezes, rudes e
inteligente.
Esses
rapazes, visto que grande
José Mateus, 10º C
parte deles vai à Internet buscar frases feitas. Esses são,
infalivelmente, mal sucedidos
e, não raras vezes, gozados.
OLHAR CIRCUNDANTE
ANO 7 - Nº 17
TOQUE DE SAÍDA
Crónica de Timor
As aventuras de uma portuguesa em Timor Lorosa’e
10 anos, é o mais jovem país do mundo e está a
Quando terminei o mestrado, à semelhança de
vamos integrando e quando começamos a prestar
muitos jovens da minha idade, comecei a enviar
atenção, verificamos que muitos hábitos nos são
começar a (re)construir a sua identidade, (re) edifi-
currículos e a responder a todas as propostas de
comuns … É claro que a realidade do dia a dia é
cando cidades, criando as suas próprias instituições
emprego que surgiam. Não foi tarefa fácil, mas
e órgãos de segurança pública, etc. A criação de
eis que chega uma notícia que foi uma verda-
escolas, hospitais, zonas habitacionais, forças
deira surpresa. A resposta veio do outro lado do
de segurança e saneamento básico, fazem par-
mundo! Fiz as malas e aí vou eu rumo a Timor,
te de um conjunto de realidades em construção.
para ocupar o lugar a que me tinha candidatado
Para mim, a experiência de trabalho em Ti-
de Assessora Jurídica da Universidade Nacional
mor tem sido bastante interessante e, acima de
de Timor Lorosa’e.
tudo, bastante gratificante. O primeiro impacto
É verdade, estou em Timor! Aquele país dis-
não foi fácil … mas, felizmente, adaptei-me mui-
tante que tantas memórias e recordações traz
to bem. Os timorenses têm um carinho espe-
aos portugueses. Longe, muito longe, a 13 mil
cial pelos portugueses e as pessoas com quem
km de Portugal, dois dias de viagem e com uma
trabalho são fantásticas e receberam-me muito
bem. Estou a trabalhar na área da minha for-
diferença de 8 horas.
Timor é o país das pequenas maravilhas … pes-
bastante diferente das nossas vivências em Portu-
mação, o que é para mim também muito aliciante.
soas afáveis, bom tempo, bonitas paisagens, praias
gal. Algumas carências quotidianas em Díli, como a
Muita coisa está ainda por fazer, mas com determi-
paradisíacas, barreiras de corais fantásticas, … É
falta de alguns bens que nos habituámos a consi-
nação e empenho, Timor vai-se construindo.
um excelente local para quem gosta de apreciar a
derar importantes, energia elétrica sem cortes e ou-
Apesar da distância, é um belo país para traba-
paisagem e explorar as maravilhas que o mar ofe-
tros, continuam a marcar as vivências diárias. Para
lhar e visitar. Costumo dizer que em Timor temos
rece. Fazer snorkeling, por exemplo, é uma expe-
quem chega, sobretudo para os mais jovens, es-
de ter mente aberta e espírito de aventura … São
riência fenomenal: vi corais lindíssimos, peixes e
tas carências parecem estranhas, habituados que
constantes os desafios com que nos deparamos e
estrelas-do-mar de todas as cores e feitios, cardu-
estamos ao saneamento básico, à energia elétrica
comummente são postas em causa muitas verda-
mes de “nemos e amigos” a desafiar toda a nossa
24horas por dia, aos transportes públicos, à inter-
des que julgávamos inquestionáveis. Timor é uma
imaginação! Os estrangeiros, a quem os timoren-
net rápida, aos centros comerciais, cinemas e lojas.
lição de vida, especialmente para os mais jovens.
ses chamam “malays”, deliciam-se com estas novas
Mas, apesar destas dificuldades, rapidamente nos
experiências e ficam extasiados com todas estas
damos conta também que Timor nos oferece novas
maravilhas!
vivências e experiências gratificantes. O primeiro
A cultura timorense, para além da sua matriz
centro comercial, o Timor Plaza, foi inaugurado em
local, foi ao longo da sua história sofrendo influ-
Díli, em outubro passado com grande pompa e cir-
ências variadas, daí que seja um misto de cultura
cunstância. No final do mês de novembro, a cidade
asiática, europeia e alguns traços de cultura afri-
encheu-se de festa e fogo de artifício pela inaugu-
cana, facto que a torna tão especial e sui generis.
ração dos geradores novos, para acabar com as de-
Para uma portuguesa como eu, o primeiro impacto
sagradáveis falhas de luz na cidade…
é de uma realidade nova, porém, à medida que nos
Timor é um país em crescimento. Com apenas
Venham visitar Timor! Aqui vos espero!
Lúcia Henriques, ex-aluna
TUDO O QUE SOU…
Sou estúpido, sou alegre,
Falso, realista,
Triste, egoísta,
A VIDA É COMO UMA RAMPA BEM INCLINADA
Toda a minha vida se poderia assemelhar a uma
única diferença entre mim e vocês é que eu preciso
rampa bem inclinada. E como sabem...porque to-
sempre da minha “bicicleta”. Não posso parar para
dos vocês já experimentaram um dia subir rampas
um pequeno descanso. Conto com a família e os
com a vossa bicicleta, não é tarefa fácil...exige es-
amigos para palavras de força e apoio moral, mas a
forço, dedicação, suor, luta e algumas lágrimas. A
força maior tem de vir de mim mesmo. Sei disso, e
gosto. E quando surgem pequenas ou grandes pedras que rolam pela rampa e me atrapalham, tenho
de enfrentar os solavancos e deixá-las para trás.
Às vezes, mesmo que não esteja ainda no topo da
rampa, consigo ter uma vista magnífica de tudo
aquilo que já subi. E sinto orgulho.
Mãos, mais do que simples mãos!
Mãos que tocam as rodas, que me levam pela vida!
Mãos calejadas, mãos sofridas! Mãos amadas,
mãos necessárias!
Luta, Glória, tudo isso quero ganhar! Sinto suor,
sinto dor! Nada que me faça parar!
Mãos que nunca se rendem, que levantam para o
céu a gritar!
Mãos que me fazem tocar o céu, como se realmente pudesse voar!
Mãos que agradecem por poder respirar!
Bom,
É claro que sou tudo isto,
Sou pessoa!
Também sou calmo,
Distante, perigoso,
Rebelde,
E todos dizem:
- Aquele mente!
Claro que minto,
Sou gente!
Ignorante também sou,
Polémico, desconfiado,
Até mesmo tarado,
Apontam e dizem:
- Tem grande personalidade!
Claro que tenho,
Faço parte da Humanidade!
Sou sincero, descuidado,
Severo, encantado,
Sou um misto de homem e mulher,
Sou esquecido,
Sou muito bom,
Mas muitos dizem:
- Quando se chateia…
Manda tudo para o maneta!
Claro, minha gente,
Afinal, faço parte deste planeta!
João Matias, ex-aluno
www.joaomatias.pt.to
OLHAR CIRCUNDANTE
Rafael Santos, 8º C
15
TOQUE DE SAÍDA
ANO 7 - Nº 17
V Mostra Nacional de Ciência - Jovens Cientistas e Investigadores
ALUNOS DO ECB VENCEM CONCURSO
“A Amanita e os seus Amiguinhos”
nos da turma 11.º A do ECB participa-
foi o título do conto com que três alu-
ram na V Mostra Nacional de Ciência
COASTWATCH
- Jovens Cientistas e Investigadores,
alunos criaram a história com o intuito
no Museu da Eletricidade em Lisboa,
de ensinar aos mais novos a impor-
e que lhes permitiu ganharem uma
tância da floresta e da sua proteção.
menção honrosa na área das ciências
Orientados pela sua professora de
sociais.
Biologia e Geologia, Paula Castelha-
Margarida Silva, Maria Carvalho e
no, que recordou “a importância do
Rúben Nogueira, os alunos responsá-
ensino com base em projetos”, consi-
veis pelo projeto, criaram um conto
derando-os uma mais-valia para o fu-
infantil, fantoches para a sua repre-
turo dos jovens alunos. Neste concur-
sentação e um vídeo, utilizando as
so, decorrido entre 26 e 28 de maio,
ilustrações realizadas pelos alunos
participaram 600 alunos, tendo sido
do Jardim de Infância da Benedita,
expostos 103 trabalhos submetidos à
onde apresentaram esta história.
avaliação de vários júris. Quanto às
“Foi um trabalho que nos deu bas-
menções honrosas, foram entregues
tante prazer realizar e uma experiên-
15 nas várias áreas em que se inse-
cia única”, conta Margarida Silva que,
riam os projetos.
juntamente com os seus colegas,
recebeu uma diciopédia e algumas
Carolina Serrazina, 12ºA
lembranças como prémio. Na obra, os
DNA DAY
Os alunos das turmas 8.º B,
O concurso DNA day 2011, orga-
mês de junho e envolveu os Comités
8.º D, 8.º G,11.º B e 11.º C, du-
nizado pela Sociedade Europeia de
de Educação das Sociedades Nacio-
rante o mês de janeiro, fizeram o
Genética Humana (ESHG), propunha
nais de Genética Humana dos paí-
levantamento de dados ambien-
a elaboração de um ensaio acerca de
ses representados. O júri selecionou
tais para caracterização da faixa
um de dois temas, associados à ge-
4 vencedores e atribuiu 10 menções
litoral correspondente às praias
nética. Participaram estudantes de 12
honrosas.
da Gralha e São Martinho do Por-
países europeus, que apresentaram
Um dos vencedores foi a Carolina
to no âmbito do projeto europeu
130 ensaios. A Carolina Serrazina,
Serrazina, na altura aluna do 11ºA,
aluna do ECB, elaborou um ensaio
galardoada com o 3º prémio. É de
que apresentou a concurso, ainda no
louvar o seu empenho!
coastwatch.
Numa das saídas coastwatch
Nome científico: Alca torda
11º ano, no âmbito da disciplina de
foram encontradas, na praia da
Gralha, 21 tordas mergulheiras
Reino: Animalia
adultas mortas. As aves foram re-
Filo: Chordata
colhidas pela Câmara Municipal
Classe: Aves
de Alcobaça, das quais uma irá
Ordem: Ciconiiformes
para o Museu de História Natural
Família: Laridae
para constituir acervo e as restan-
Género: Alca
tes para análise, uma vez que as
Espécie: A. torda
Biologia e Geologia.
A avaliação foi feita no passado
picas.
A Equipa do Programa Eco-Escolas visitou, no passado mês de junho o ECB
Distribuição:
Pode ser encontrada por toda
Para além da monitorização
a área geográfica do Atlântico
do litoral, os alunos tiveram opor-
Norte, preferindo no entanto as
tunidade de colaborar com investi-
ilhas rochosas isoladas.
gadores do projeto científico POI-
Encontra-se em toda a costa
ZON “Microplásticos e poluentes
ocidental de Portugal, já que aqui
persistentes – uma dupla amea-
vem frequentemente passar o in-
ça à vida do mar”, na recolha de
verno. Sendo comuns as observa-
areias para posterior análise na
ções desta espécie em todo o lito-
Faculdade de Ciências e Tecnolo-
ral português, é a norte do Cabo
gias da Universidade Nova.
Carvoeiro que a sua presença é
Pretendemos com este projeto
mais efetiva. A sua observação é
alertar os nossos alunos para os
rara durante os meses mais quen-
problemas ambientais das regi-
tes, em que se dirige mais para
ões costeiras, e, para a urgência
norte,
da sua proteção.
temperaturas começam a baixar,
regressando quando
Maria Serrazina, 12ºA
ECO-ESCOLAS
ECB RENOVA BANDEIRA VERDE
aves estavam bem nutridas e não
apresentavam lesões macroscó-
Mais Informações em http://www.
dnaday.eu/
as
por volta do mês de novembro.
Grupo disciplinar de Biologia
para realizar uma auditoria ambiental, de modo a verificar a adequação da metodologia do Eco-Escolas, a qualidade do Programa e os seus efeitos na escola e
na comunidade escolar.
Cumulativamente, procura dar visibilidade e reconhecer o trabalho realizado
pelas Eco-Escolas, galardão que o ECB vem renovando há 5 anos consecutivamente.
Em resultado dessa auditoria, o ECB receberá um Diploma de Qualidade e um
conjunto de 4 azulejos onde está inscrita a mensagem “ Eco-Escolas- a cuidar
do ambiente”.
Em 100% de pontuação possível, o ECB conquistou 81%, salientando-se que
o Programa de ação deste ano terá em conta as recomendações de melhoria,
nomeadamente a participação dos alunos no Conselho Eco-Escolas. O ECB conseguiu a pontuação máxima em diversos indicadores tais como medidas de racionalização da água, envolvimento da Direção da Escola na concretização do
programa, integração nos PCT´s ou envolvimento dos alunos nas atividades.
O ECB renovou o galardão Bandeira Verde que na nossa escola tem a sua
consagração em junho.
Este ano, estamos novamente envolvidos no Projeto, sendo que a auditoria
realizada pelos alunos foi feita, pela primeira vez, online. Bom trabalho a todos
na defesa do ambiente.
Professor Ricardo Miguel
16
CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE
ANO 7 - Nº 17
TOQUE DE SAÍDA
A UNIVERSIDADE SÉNIOR DE BENEDITA E OS SEUS PROJETOS
A Universidade Sénior de Benedita – Associa-
cionadas nas suas instalações e noutros espaços,
diariamente, pela melhoria dos serviços a prestar
ção de Desenvolvimento Comunitário - é uma IPSS
nomeadamente no Externato Cooperativo da Bene-
aos seus utentes, sendo digna de realce a dedi-
vocacionada para apoio à popu-
cação de todos aqueles que se
lação sénior. Criada em 2006,
entregam a esta causa. Para
funcionou até ao início deste ano
já, e como formas alternativas
letivo em instalações provisórias.
de autofinanciamento, surgiu
Desde outubro tem a sua sede no
a publicação do primeiro livro
antigo Jardim de Infância de Be-
da U.S.B., uma coletânea de
nedita, cedido pela Câmara Muni-
textos em verso e prosa, com
cipal de Alcobaça.
o título O brilho do crepúsculo.
A Universidade Sénior per-
Este livro teve a sua primeira
segue os seguintes objetivos: a
sessão de lançamento no dia
promoção social e cognitiva dos
23 de novembro; também, a
seniores; evitar o isolamento for-
abertura a sócios beneméritos,
çado; promover a integração e a
destinada a todas as pessoas,
inclusão dos que se sentem sós;
singulares e coletivas, que se
ocupar os tempos livres de for-
reveem num projeto tão cla-
ma ativa e saudável; promover
ramente direcionado para a
o interesse pela cultura; suscitar o interesse pela
dita, que pode consultar no nosso site (www.usbe-
melhoria da qualidade de vida dos seniores e cuja
partilha; desenvolver projetos comuns e fomentar o
nedita.com), promove convívios, visitas de estudo,
quota mensal 1€ (12€/ano) é muito importante para
intercâmbio intergeracional.
passeios e outros eventos de interesse geral; pro-
a instituição. Poderão fazer a inscrição como sócio
cura também ser uma instituição atenta e participa-
através do sítio da internet ou nas instalações da
tiva na vida da nossa comunidade.
U.S.B.
Quem pode fazer parte deste projeto? Enquanto
alunos, todos aqueles que, tendo mais de 50 anos,
gostam de se manter ativos e de continuar a apren-
Neste ano letivo, a U.S.B. tem parcerias com o
Conhecer o nosso projeto é conhecer a própria
der/ensinar ao longo da vida; enquanto professo-
Externato Cooperativo da Benedita, Escola Supe-
realidade da nossa terra e da nossa gente. Fazer
res, são bem vindos todos os que se identificam
rior de Desporto de Rio Maior, Junta de Freguesia
parte dele é demonstrar que não se quer ser ex-
com um projeto desta natureza, independentemen-
da Benedita, Câmara Municipal de Alcobaça, Agru-
cluído do mesmo. Virar a cara para o lado é o que
te da idade – o intercâmbio intergeracional é uma
pamento de Escolas da Benedita, Policlínica Cen-
fazem aqueles cuja falta nunca é notada.
das nossas grandes apostas.
tral da Benedita, o Centro de Saúde, ...
Além de um conjunto variado de disciplinas le-
Centro escolar da Benedita
trabalho, duas salas polivalentes e um auditório…Tudo isto
representa uma oportunidade
de acesso a um espaço de dimensão e recursos adequados
ao sucesso educativo que nunca seria possível nas escolas
anteriores. O conforto, a comodidade, e a funcionalidade do
próprio Centro Escolar sobressaem deste empreendimento,
cujos destinatários principais
são os alunos. Quanto aos
adultos, pais, encarregados de
educação, docentes e funcionáA data de quinze de setem-
em trabalho colaborativo en-
rios, sabemos que é necessário
bro de 2011 fica na memória
tre docentes em grande grupo,
dar mais tempo de adaptação
como um dia especial para 138
condições necessárias para um
às mudanças, mas o tempo é o
crianças do pré-escolar e 354
ensino/aprendizagem
grande fator de amadurecimen-
do 1.º ciclo, que iniciaram o ano
lhor qualidade.
de
me-
to, que se deseja alcançar com
letivo no novo Centro Escolar
Neste espaço, onde traba-
serenidade e muito respeito
da Benedita. Este edifício ofe-
lham 30 docentes e 20 auxilia-
pelas crianças, cuja educação
rece uma melhor qualidade na
res de ação educativa, existe
e formação são a preocupação
formação e aprendizagem das
maior diversidade de meios de
da nossa missão institucional, e
crianças, uma vez que os ou-
ensino, novas tecnologias, no-
por todos nós como seres hu-
tros edifícios isolados onde fun-
vos materiais didáticos e qua-
manos responsáveis ligados à
cionavam as antigas escolas já
dros interativos. Uma verdadei-
educação …
não permitiam uma socialização
ra biblioteca escolar, além de
enriquecida e inovadora com a
um refeitório e de um polides-
Lúcia Serralheiro
diversidade
comunidades
portivo completam o cenário
Diretora do Agrupamento de
multiculturais e a verdadeira di-
equipado com mobiliário novo
Escolas da Benedita
ferenciação pedagógica, que se
pelas 26 salas de aula, sala de
deseja partilhada entre pares e
informática e diversas salas de
de
OLHAR CIRCUNDANTE
A direção da U.S.B.
Enquanto IPSS, sem apoios institucionais, luta,
Associação de Pais e
Encarregados
de Educação da
Benedita
A Associação de Pais e Encarregados de Educação da Benedita tem como missão assegurar a efetivação dos direitos e deveres que assistem aos pais e
encarregados de educação em tudo quanto respeita
à educação, ensino e ocupação dos tempos livres
dos seus filhos e educandos, de acordo com a legislação em vigor, contribuindo para o desenvolvimento
e fortalecimento de relações solidárias entre toda a
comunidade educativa.
Os novos corpos sociais são os seguintes:
DIREÇÃO
Presidente – Mário Arraião
Vice Presidente – Vasco Monteiro
Tesoureiro – Marco Inácio
Secretário – Paulo Fonseca
Vogal – Catarina Tejo
ASSEMBLEIA GERAL
Presidente – Clara Pedras
Vice Presidente – Sara Felizardo
Secretário – Vanda Marques
Vogal - Emanuel Mendes
CONSELHO FISCAL
Presidente – Isabel Matos
Secretário – Patrícia Azinhaga
Vogal – Helen Nicolau
17
TOQUE DE SAÍDA
ANO 7 - Nº 17
VIRAR A PÁGINA
Cada vez que a professora lhe pedia para ler em
Mas não estava junto à velha cascata, encon-
voz alta à turma, era como se tivesse uma corda ao
trava-se na sala de aula, a cinco linhas do final da
pescoço. A corda ia-se apertando progressivamen-
página. Ouvia-se um ou outro suspiro de algum
te, roubando-lhe o fôlego. As letras pareciam bailar
colega impaciente. A professora acenava a cabe-
numa coreografia em que as palavras ensaiavam
ça, encorajando-o, incentivando-o a continuar. No
as frases, qual comédia dançante à qual não logra-
meio da aflição, só esperava aguentar até ao virar
va entender o sentido. E a corda inflexível e impie-
da página, rezando para que não restasse mais do
dosa que não abrandava a pressão no pescoço…
que uma ou duas frases do outro lado, e que o som
Quanto mais se apertava a corda, mais difícil lhe
do gesto em estereofonia de toda a turma a virar
era respirar. A voz ia-se sumindo, mirrando como
a página, de forma perfeitamente sincronizada, re-
um pequeno regato a quem no verão morre o cau-
presentasse o final do seu tormento.
dal, não deixando outro testemunho da sua pas-
Havia de visitar a velha cascata entretanto, pro-
sagem na terra para além das pedras redondas e
meteu a si mesmo. Eram o quê? Duas horas de ca-
lisas no leito seco.
minho a pé? Já não faltaria muito para que a água
Talvez isto explicasse a sua predileção pela ve-
voltasse a correr pela ribeira, enchendo de água
lha cascata na serra. Nenhuma outra razão poderia
a imponente cascata. Apesar da distância, quase
justificar o efeito balsâmico e regenerador que o
conseguia ouvir o ribombar da água a atroar pelos
som das águas a cair placidamente tinham sobre
vales, agigantando-se, derramando-se pelo leito
si. No verão, a escarpa também secava e o mus-
seco com a fúria dum dilúvio. Muito em breve volta-
go, nas rochas, ficava amarelo, como se dando
ria a gritar à desgarrada com o rugido da água em
cor à saudade da chuva. Mas, no inverno, a água
queda, quebrando todas cordas que lhe amarravam
precipitava-se a grande velocidade desde lá de
a voz. Talvez a velha cascata o esperasse já ali ao
cima com um bramido… Nessas alturas, sozinho
fundo, no virar da página.
no meio da serra, ele gritava, procurando rebentar
todas as cordas que lhe apertavam a garganta e
Texto e Foto: António Catarino, ex-aluno
lhe roubavam a voz. Era uma sensação de liberta-
www.amcatarino.com
ção absoluta.
RECOMEÇOS…
A arte de comunicar
Volta e meia lá passa o deputado, o juiz e o mé-
tão perto – não é capaz de fazer acarinhar a pala-
dico, a um alucinante ritmo de palavras ditas que
vra, nem mesmo deixando a pairar a nostalgia da
deixam muito por dizer. As ruas da cidade vão es-
outra hora e poeta!
treitando o caminho, asfixiando as gargantas mais
Rebentem de vergonha, seus poeirentos usu-
abertas. Ninguém pára. Ninguém olha. Ninguém
fruidores da palavra sem fado, que nunca vislum-
diz. Os colaços de metal reluzente, polidos como
brarão destino enquanto não assimilarem, arruma-
a face de uma cereja carnuda, surtem num efeito
rem em destaque na gaveta torácica a seguinte
estranho em todos os que, com um olhar penetran-
posição: "As palavras que ficam por dizer são pe-
te, a acariciam.
dras no caminho, as lágrimas inseguras de quem
A atmosfera citadina dos subúrbios suga tro-
não sabe ou não aprendeu a arte de comunicar".
cas amargas de palavras, suga, da corrente movimentada, perfumes de todos os cantos, silêncios
de todas as esquinas. O buzinar amiudado e viril,
denota-se, ergue-se. Distingue-se do palrar dos
pássaros, dos guinchinhos já mais vivazes dos
miúdos, dos silêncios constantes e inseguros dos
Homens superiores. Na cidade, a palavra mata,
fere, pelo que as mentes deduzem a sua irrelevância. Na cidade as palavras de etiqueta, bom nome
e educação, são trespassadas, despromovidas ao
mais vil grau de nobreza. Só as gentes humildes, o
varredor, calejado daquele dedilhar frenético constante, consegue trocar uma vez por outra, exprimir
a preço de feira uma frase de bom dia, um som de
arrependimento quando, como que consumido por
um impulso contagiante, contagia aquele indivíduo
do passeio com os males de uma pastilha elástica
que, acidentalmente, ficou por apanhar. Quando
isto acontece, as árvores param, ficam trémulas,
estáticas no tempo, acalmando o ranger amaldiçoado pelo vento. Uma palavra simpática tem o
poder de paralisar a cidade.
O Homem, ser tão perspicaz, inteligente e
racional, a quem algo ou alguém ou alguma coisa atribui o mais tumultuoso poder – aquele que
Mónica Lourenço, 11º A
Mesmo que saibamos que cada novo ano é
apenas tempo convencionado num calendário, a
maioria de nós entretinha-se a pensar que ter
uma agenda nova era uma metáfora tão boa
como qualquer outra num tempo de recomeço.
Esta lindíssima metáfora onde podíamos anotar
todos os nossos sonhos e esperanças já quase
não faz sentido, todas as páginas deram lugar à
crise. É por causa da crise que tudo o que não
devia acontecer acontece. É por causa da crise
que somos infelizes, atabalhoados, sem jeito. É
por causa da crise que os problemas não se resolvem.
Desemprego? Falta de dinheiro? Clima de
insegurança? Porque estamos em crise. Leis
retorcidas, excessivas, imprestáveis e não funcionais? Porque estamos em crise. Educação e
saúde em surtos de grande confusão? Porque
estamos em crise. Banca, agricultura, indústria,
pescas, tudo sem rumo? Porque estamos em crise, claro.
Podemos, pois, barafustar contra o sistema;
devia ter-se parado num qualquer momento anterior àquele que conhecemos. Que o sistema
“desatinou” em qualquer fase do percurso e nos
arrasta para onde temos medo de ir, todos nós
o sabemos. Podemos prometer mais contenção
nos nossos ideais consumistas de outrora, fazer
contas, cortar nos extras é verdade, mas sabemos também que não é suficiente. Temos essencialmente, de estar preparados e saber que
tudo isto não funciona se não soubermos usar o
verbo POUPAR!
Maria do Rosário (Zaira)
move montanhas e serras e mares e pessoas para
18
RECRIAR O MUNDO
ANO 7 - Nº 17
TOQUE DE SAÍDA
RECORDAÇÕES DA ESCOLA PRIMÁRIA
foi perfeita.
E, muito por isso, o recreio era perfeito. Sem desa-
O recreio, esse sim, era perfeito… Ocupava
venças, sem injustiças, sem maldades, jogávamos
quase metade do recinto circundante do edifício.
aquele jogo todos juntos, ao longo do muro, esque-
Os ramos densos e carregados de folhas curva-
cendo os jogos competitivos. Os mais velhos joga-
vam-se com o peso dos anos. Formava uma es-
vam futebol, ou usavam os pneus como divertimen-
pécie de abóbada, como um cogumelo gigante, e
to. Às vezes, faziam montes com eles e enfiavam
abrigava-nos a todos.
lá dentro o desgraçado que estivesse mais à mão.
O grande carvalho fazia as maravilhas da es-
Outras vezes, criavam grupos onde só entravam os
cola. Era o centro, o coração, a vida, era a escola
mais importantes, fazendo barreiras com os pneus
em si e era nele que prendíamos a atenção todos
à volta da grande palmeira. Depois, subiam o muro
os dias em que vínhamos à escola. As folhas, os
e, usando as folhas como lianas, desciam pendura-
ramos, as bolotas, tudo, mas tudo, era matéria-
dos nelas. Cheguei a participar dessas brincadei-
prima da nossa imaginação. No outono fazíamos
ras exclusivas. Talvez pelos primos mais velhos,
Filipa, Carolina, Luís Carlos, “Zé” (Maria José) e
montes enormes de folhas. Era o nosso sofá, a
talvez pelas amizades, era muita vez escolhida
“Ivana” (Iva Ana). Éramos um grupo de cinco. Como
nossa cama, o nosso encosto, o nosso cantinho,
como favorita entre as raparigas. Havia uma cer-
os três mosqueteiros. Éramos os cinco mosquetei-
era nosso! Fazíamos fila no muro e ficávamos vira-
ta hierarquia nas brincadeiras mais importantes, e
ros. Viemos juntos da Pré e aprendemos juntos até
dos para ele. Usávamos os ramos pequeninos para
eu não me podia queixar da posição que ocupava.
ao terceiro ano, altura em que o ódio pela profes-
fazer um quadrado. Depois tirávamos as “boinas de
Talvez por isso o recreio era tão perfeito e pacífico,
sora nos separou.
pintor” às bolotas, juntando-as todas num cantinho.
pelo menos do meu ponto de vista.
Chamávamos-lhe “a bruxa”. Era velha, devia
A nossa atenção prendia-se então no fruto. As que
Tento lembrar-me das aulas, mas quase não
ter quase 70 anos. Tinha o cabelo preto, sempre
tinham “furinhos” eram as prediletas. Abríamo-las,
consigo, e o que lembro é muito vago e indefinido.
apanhado atrás. Desdentada e com voz esganiça-
cuidadosamente, na esperança de ver o bichinho,
O que nos fazia mais felizes eram os intervalos, e
da que nos entrava por um ouvido, causando uma
uma lagartinha cor de leite, gorda e com anéis, do
é disso que me lembro. As coisas mais marcantes,
espécie de hemorragia interna, imaginária, no cére-
comprimento da unha do mindinho. Quando não
pela positiva e pela negativa, ficam sempre muito
bro todo, e saindo pelo outro ouvido. Destruía tudo
tinham, descascávamo-las e, com uma pedra, es-
mais vivas na memória, especialmente as positi-
à sua passagem. Tinha os olhos castanhos junto à
borrachávamo-las. Era o alimento do bichinho. Se
vas, porque são essas que vale a pena recordar.
pupila e verdes nas extremidades, um mais verde
tinham bichinho, era como uma vitória. Pegávamos
que o outro. Quando se irritava, a pupila dilatava
num pau, o mais pequeno possível e, com cuidado,
e os tons de verde pareciam sugar todo o casta-
tirávamos o bichinho de dentro da bolota, levando-
nho, tornando-os esbugalhados e aterradores,
o para dentro do quadrado, limitado pelos paus.
como armas carregadas, prontas para nos alvejar
Juntávamos quantos bichinhos conseguíssemos e
ao mínimo percalço que cometêssemos. De cada
depois metíamos, aos poucos, as bolotas esborra-
vez que ela confrontava alguém, fazia-se um silên-
O que seria de nós sem as cores?
chadas no meio do quadrado. Não me lembro de
cio inquietante naquela sala, e todas as atenções
Uma vida melancólica, a preto e branco?
os ver comer. Só me lembro que tínhamos de es-
se prendiam no pobre coitado que “caíra nas suas
O aumento da tristeza a cada dia?
tar sempre com a pestana aberta, senão lá fugia
garras”. Evitávamos sempre olhá-la nos olhos, com
O que seria de nós sem as cores?
um pela esquerda, lá escapava outro pela direita.
medo que o olhar nos matasse. Ficávamos imóveis
Quando um teimoso queria fugir muitas vezes, iso-
que nem estátuas, prendíamos a respiração e até
O que seria de nós sem o amarelo?
lávamo-lo dos irmãos. Metíamo-lo dentro da “boina
o coração batia lenta, pausada e silenciosamente,
Sem aquele lindo sol, que nos ilumina;
de pintor”, enchíamo-la de bolota esborrachada e
para evitar qualquer ruído que a enfurecesse. Era
Sem o limão e a banana que comemos
enterrávamos o caixão na terra.
E o girassol que nos fascina?
um medo irracional que nos assombrava a todos, e
Era a brincadeira de uma vida. Nada nos fazia
foi o único motivo pelo qual a nossa primária não
mais felizes do que cuidar dos bichinhos da bolota.
Carolina Silva Couto, 8ºB
AS CORES
O que seria de nós sem o azul?
Sem aquele lindo céu gigante
Sem o mar que nos refresca,
Música
A INFÂNCIA
O violino tem 4 cordas
Na infância é tudo tão bonito,
O que seria de nós sem o verde?
Do Sol até ao Mi
Vive-se um dia de cada vez,
Sem aquela relva tão bonita,
Às vezes toco todas
As brincadeiras são ingénuas,
Sem os legumes que fazem tão bem,
Sozinha, só para mim.
Não há rapidez!
E sem o arvoredo que é tão catita?
As melodias aprendo a ler
O querer fazer tudo sozinho
O que seria de nós sem o vermelho?
Com o ritmo a acompanhar
Faz parte da idade,
Sem o coração, símbolo de amor
Continuando a crescer
São crianças,
Sem o sangue que nos dá vida
E cada dia a melhorar.
não têm maldade!
Ou sem o fogo que dá calor?
Gostava de aprender
A melhor coisa do mundo
Sem as cores não somos nada.
Também a tocar piano,
Para colorir a vida
Está provado, sim senhor.
Mas tenho de saber
São as crianças,
Como viveríamos nós,
Se passo ou não de ano.
São elas que dão alegria!
Num mundo sem esplendor?
A música na minha vida
Acreditam em tudo,
Não é que a preto e branco
Ocupa um lugar especial,
Em tudo o que lhes dizem,
Os desenhos não fiquem engraçados
Pois sempre gostei de cantar
Pensam que é verdade,
Mas e se fosse assim para sempre?
Músicas de Natal.
Mas não passa de mentira!
Estávamos todos lixados!
Catarina Lourenço, 7ºA
RECRIAR O MUNDO
Patrícia Costa Serralheiro, 7ºA
Ou sem a safira deslumbrante?
Ana Filipa Serrazina Inácio,7ºA
19
TOQUE DE SAÍDA
ANO 7 - Nº 17
A CIÊNCIA CHEGOU AOS SÉNIORES
Este ano letivo o projeto “Momen-
gue
em
http://momentosdeciencia-
tos de Ciência” vai trabalhar com um
ecb.blogspot.com/, e na plataforma
grupo de Séniores, do Lar da Aldeia,
Moodle da escola uma área (http://
na freguesia da Benedita.
ecb-m.ccems.pt/) com mais informa-
Este projeto visa promover o ensi-
ções acerca do projeto, onde se po-
no das ciências, de modo a desenvol-
dem consultar notícias, fotografias,
ver o sentido para a descoberta, para
vídeos e as sessões já realizadas.
a aprendizagem, para a partilha e in-
Este
projeto
candidatou-se
ao
tercâmbio de conhecimentos a partir
concurso “Participar para mudar”, no
de atividades práticas com um grupo
qual todos podem votar no endereço
de séniores.
http://www.participarparamudar.eu/
Serão realizadas várias sessões
project/65.
ao longo deste ano letivo, onde haverá momentos para a experimentação,
“Nunca é tarde para aprender”.
partilha e troca de conhecimentos no
âmbito da biologia, da geologia, da
A Equipa do projeto
química e da física.
Momentos de Ciência
O grupo de trabalho criou um blo-
SIDA
HAITI HOJE
PERSPETIVA HISTÓRICA E SOCIAL
A SIDA é um conjunto de sinais e sintomas bem
o HIV em 2007, incluindo 2,5 milhões de crianças.
definidos que podem surgir em indivíduos com a in-
A África subsariana continua a ser de longe a re-
feção pelo VIH (vírus da imunodeficiência humana),
gião mais afetada. Estima-se que, em 2007, a região
em inglês HIV (Human Immunodeficiency Virus). A
continha 68% de infetados e 76% dos óbitos eram
pesquisa genética indica que o HIV teve origem na
causados pelo HIV, sendo a maioria dos infetados e
África centro-ocidental durante o século XIX e início
dos óbitos mulheres. A SIDA continua, pois, a ser a
do século XX e atualmente existem dois vírus distin-
maior causa de mortalidade nesta região do planeta.
tos, o HIV-1 e o HIV-2. Esta doença matou já mais
A África do Sul tem a maior população de porta-
de 20 milhões de pessoas nos últimos vinte anos e
dores de HIV no mundo (5,6 milhões), seguida pela
as estimativas apontam para a existência de cerca
Nigéria e pela Índia, esta última com 2,5 milhões de
de 40 mil casos de SIDA atualmente em Portugal. O
infeções. O sul e o sudeste da Ásia são a segunda
primeiro caso no nosso país foi detetado em 1983,
região mais afetada. Pelo contrário, há cerca de 17
no Hospital Curry Cabral, num homem que já apre-
países em que não existem casos diagnosticados de
sentava sintomas da última fase da infeção com HIV,
SIDA, como por exemplo a Croácia e o Catar.
e comprovado através de um exame realizado na
Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa.
O estigma da SIDA manifesta-se no mundo numa
diversidade de comportamentos, tais como a re-
Atualmente, a cura não é possível e a única medida eficaz para combater esta doença é a prevenção
e sobretudo o bom senso de cada um, que deve pesar na hora de evitar comportamentos de risco.
jeição, a discriminação e até mesmo a violência.
O medo do preconceito impede que muitas pesso-
Francisco Salvaterra, 9ºF
as que fazem o teste do HIV retornem para saber
Pouca gente se lembra do sismo ocorrido
em janeiro de 2010, no Haiti. Todos sabemos
que provocou consequências catastróficas,
mas já ninguém quer saber do estado atual
do país.
Pois bem, o Haiti continua na miséria: o
esgoto a céu aberto continua a ser uma presença inevitável; as pessoas que não têm
fundos para comprar água usam-no para lavar a roupa, preparar a comida e para todas
as outras necessidades. Alguns haitianos
o resultado e iniciem um tratamento, transformando
ainda procuram um lugar seguro para vi-
assim o que poderia ser uma doença crónica, mas
ver, e grande parte das ruas e dos edifícios
tratável, numa sentença de morte.
continuam obstruídos. As empresas, na sua
Os portadores assintomáticos da infeção em Por-
maioria, faliram, e a ajuda de organizações
tugal são predominantemente jovens com mais de
como a ONU e de pessoas generosas não é
20 anos e indivíduos até aos 39 anos, pertencendo
suficiente. E acredita-se que a situação ain-
45,3% à categoria de “toxicodependentes” e 39,3% à
da vá piorar. Tudo isto, não contabilizando
categoria de “heterossexuais”.
os milhares de seres humanos que morre-
A pandemia da SIDA custou, em todo o mundo,
ram e os efeitos psicológicos provocados
cerca de 2,1 milhões de vidas em 2007, sendo que
nos sobreviventes.
330.000 pessoas eram menores de 15 anos. Global-
Nada parece conseguir compensar a per-
mente, cerca de 33,2 milhões de pessoas viviam com
da financeira de 7,8 biliões de dólares, 120%
do seu PIB, em 2009. Provavelmente, ainda
terão de passar mais dezanove anos para o
Curiosidades da História
Haiti voltar ao que era!
Sabia que a Livraria Bertrand, no Chiado, fundada em 1732, foi a primeira livraria do Mundo?
Carlos Martins e Georgeta Munteanu, 9ºG
Marquesa de Alorna. Do Cativeiro de Chelas à Corte de Viena, de Maria João Lopo de Carvalho, p. 630.
Sabia que até ao final do século XIX, após o casamento, só as mulheres usavam aliança?
Marquesa de Alorna. Do Cativeiro de Chelas à Corte de Viena, de Maria João Lopo de Carvalho, p. 208.
Professora Ana Paula Barosa
20
CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE
ANO 7 - Nº 17
TOQUE DE SAÍDA
VIRA COSTAS À DITADURA DA BELEZA
sociado) e pela Ciência Viva, com o
dês fome ao teu cérebro” eram os três
nada” à infelicidade. No topo, coberto
apoio da ESAD (Escola Superior de
conselhos salientados pelo concurso,
com ervilhas, que representavam um
Artes e Design) de Matosinhos.
que deram o mote aos trabalhos dos
“mundo saudável”, foi colocada uma
vários grupos de participantes.
boneca enrolada a dois fios de massa
Este concurso desafiava os jovens
No passado ano letivo, a turma A
do 11º ano, no âmbito da disciplina
de biologia e geologia, participou no
concurso integrado na Semana Internacional do Cérebro, organizado
pelo IBMC-INEB (Instituto de Biologia
Molecular e Celular e Instituto de Engenharia Biomédica, Laboratório As-
estudantes entre o 9º e o 12º ano a
As alunas Carolina Serrazina e
esparguete, em frente ao espelho e
decorar um capacete, fosse ele verda-
Inês Tinta, desta mesma turma, opta-
sentada num sofá feito com um ham-
deiro ou construído pelos participan-
ram pelo último tema e com o nome
búrguer, simbolizando a prisão em
tes. A ideia era associar este objeto
de equipa “Cérebro com pinta!” abor-
que vivem as anoréticas, bem como
de proteção da cabeça aos cuidados
daram a anorexia nervosa.
o sentimento destas ao sentirem-se
amarradas.
de proteção do cérebro, que passa por
Elas tinham por objetivo apelar ao
comportamentos defensivos como a
público-alvo, a população jovem, para
É de salientar que o esforço des-
segurança rodoviária, a não ingestão
esta questão tão problemática e cada
tas alunas foi reconhecido, visto te-
abusiva de álcool e drogas ou a corre-
vez mais frequente. Para tal, cobriram
rem sido galardoadas com o 2º lugar
ta utilização das capacidades intelec-
um típico tupperware de cozinha com
neste concurso nacional, sendo este
tuais e a importância de ter padrões
diversos alimentos que dividiam o
um motivo de orgulho também para a
de sono adequados.“Não afogues o
“capacete” de forma simétrica fazen-
escola.
teu cérebro em álcool”, “Não expo-
do, desta forma, o contraste entre um
nhas o teu cérebro a drogas” e “Não
mundo saudável e uma vida “aprisio-
Rafael Santos, 12ºA
Plêiades, Alcione
ta de Alcione (a estrela das Plêiades
de se tornou estagnação, enfrentando
Aquário por “Era da Luz”.
mais próxima do centro da galáxia)
2012 = 5 = regeneração, libertação
as mudanças com criatividade. É nas
- ver imagem - e nela permanece du-
de todos os medos e de tudo o que
situações difíceis que ativamos o nos-
rante cerca de dois mil anos.
nos prende no passado... libertação
so potencial, a capacidade de combi-
É o momento de que as culturas
do medo da “crise”… compreensão de
nar as nossas habilidades no tempo
ancestrais guardaram memória e pro-
que “crise” significa “oportunidades
certo.
fecia na noite dos tempos: da escuri-
novas”...
dão virá a luz.
É desafiante!
No Tarot, o arcano V - O PAPA evo-
A Terra atravessou este cinturão ou
ca a ligação ao alto, ao espírito, para
faixa de luz há cerca de doze mil anos,
sair de situações em que a estabilida-
Professora Ana Luísa Quitério
durante a Era de Leão. Quando essa
radiação incidir na Terra, todas as
moléculas e átomos do nosso planeta
começam um processo de transformação e adaptação a novas condições
ambientais criadas pela presença das
partículas de luz em que todo o Sistema Solar está mergulhado.
Astronomicamente,
2012
marca
o regresso do sistema solar e da Via
Láctea à luz das Plêiades. A cada dez
mil anos, a galáxia atravessa este cinturão de fotões em cada viagem à vol-
A excitação molecular provocada
pelos fotões cria um tipo de luz constante, permanente, que não é quente,
uma luz sem temperatura, que não
produz sombra nem escuridão. Talvez
por isso os hindus designem a Era de
Nirvana - 20 anos depois de Nevermind
24 de setembro de 1991 e 8 de abril de 1994,
qual a importância destas duas datas para o comum
mortal? Elas marcam o apogeu e a queda de uma
das figuras icónicas da música rock: Kurt Cobain.
Na primeira data foi editado nos Estados Unidos o
álbum Nevermind do seu grupo Nirvana; na segunda data é encontrado morto, tinha-se suicidado três
dias antes.
Os Nirvana, formados na cidade de Seattle
(EUA), em 1987, e constituídos por Kurt Cobain
(guitarras, voz), Krist Novoselic (baixo) e Dave Grohl (bateria), conjuntamente com os Soundgarden e
os Mudhoney, eram talvez os grupos mais importantes da subcultura grunge da cidade. Mas ninguém
estava preparado para o que se iria passar com o
lançamento de Nevermind, pois os Nirvana torna-
CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE
ram-se um fenómeno à escala global e canções
como “Smells Like Teen Spirit” transformaram-se
em hinos de uma geração.
Nevermind tornou-se o álbum mais conhecido da
chamada música alternativa, vendeu mais de 30 milhões de cópias, estando no top 30 dos álbuns mais
vendidos de sempre. A sua capa é praticamente tão
conhecida como a sua música. Nevermind popularizou diferentes estilos como o punk rock, grunge,
post-punk e o indie-rock e notam-se neste disco influências, principalmente, dos Pixies, mas também
dos Meat Puppets (americanos), Vaselines e das
Raincoats (britânicos), alguns dos grupos preferidos de Kurt Cobain. Nevermind é um modelo de
criação e ainda hoje soa fresco e excitante, embora
o seu lado destrutivo também seja assinalável, es-
tando também associado ao aumento da depressão
e ao abuso de drogas de Kurt Cobain. Porém, relacionar o seu suicídio com o sucesso de Nevermind
é talvez um pouco abusivo, apesar de Kurt Cobain
ter ficado sujeito a uma pressão que possivelmente
não conseguiu suportar.
O que teria acontecido se Nevermind fosse um
álbum diferente? Talvez os Nirvana não se tivessem
tornado tão grandes e Kurt Cobain ainda estivesse
vivo e a música alternativa fosse muito diferente.
Duas décadas passadas desde o seu lançamento, o
seu legado está cada vez mais presente na música
atual e mais vivo que nunca.
Professor Francisco Franco
21
TOQUE DE SAÍDA
ANO 7 - Nº 17
CORTA-MATO
ESCOLAR
No dia 16 de dezembro de 2011, último dia de
dia Ramalho – 7º G; Danie-
aulas do primeiro período, no âmbito do Desporto
la Fonseca – 7º H; Eduarda
Escolar, realizou-se o Corta-mato, atividade orga-
Gomes – 7º B.
nizada pelo Grupo de Educação Física do ECB,
-Infantis masculinos: Rui
juntamente com a colaboração do 10º I, turma do
Loureiro – 7º G; Miguel San-
curso profissional de Gestão Desportiva.
tos -7º H; João Fialho – 7º C; Luís Paixão -7º B;
A atividade contou com o curioso número de
99 alunos na manhã fria e chuvosa de dezembro.
O Grupo de Educação Física salienta o empe-
Daniel Castelhano – 7º C; Bernardo Silva – 7ºE;
-Iniciadas femininas: Carolina Matos – 8º B; Sofia Silva – 8º H; Raquel Bernardo – 8º D. Mariana
nho da turma cooperante e também o fair-play de-
Rodrigues – 8º D; Filipa Fonseca – 8.ºA.
monstrado pelos alunos participantes nos diversos
-Iniciados masculinos: Ricardo Silva – 7º G;
escalões.
João Lopes – 9º B; Pedro Patrício – 9 º E; Rafael
Os seis primeiros classificados em cada escalão
Ferreira – 8º F; Carlos Martins – 9º G; Francisco
foram automaticamente apurados para a fase re-
Timóteo -.7º A.
gional, que se realizará no segundo período, em
-Juvenis femininos: Georgeta Munteanu – 9º G;
Torres Vedras. São eles:
Catarina Marques – 11º B; Juliana Machado – 10º
-Infantis femininos: Patrícia Serralheiro -7º A;
B; Ana Castelhano – 9º B.
Adriana Fialho – 7º G; Rosa Castelhano – 7º B; Lí-
-Juvenis masculinos: Júlio Vicente – 8º F; João
XADREZ
Baptista – 11º D; Paulo Ramalho – 9º C; Diogo
Silva – 8º F; Adriano Santos – 9º H; Luís Tinta –
10º D.
-Juniores femininos: Rita Lopes – 12º C; Maria
Carvalho – 12º A.
-Juniores masculinos: Miguel Silva – 11º A; Daniel Mateus – 12º A.
Os 44 alunos apurados participaram no dia 1 de
fevereiro no corta-mato regional, realizado em Torres Vedras.
Professora Estela Santana
Duatlo de Peniche
O Externato Cooperativo da Be-
Iniciados Femininos:
nedita comemorou o Dia Mundial do
1ª Martina Ferreira e 2ª Bruna Silva
Xadrez no dia 5 de novembro com a
Juvenis Femininos:
realização do XIX Torneio Externato
2ª Georgetta Munteanu e 3ª Catarina Marques
Cooperativo da Benedita. Este ano
Juvenis Masculinos:
com uma novidade, a existência de
3ª Júlio Vicente
dois torneios, A - Aberto e Torneio B
Juniores Femininos:
- para jovens Sub12 e com elo infe-
1ª Maria Carvalho e 2ª Carolina Serrazina
rior a 1300. O ritmo utilizado foi de
15 minutos por jogador e por partida.
O sistema foi o suíço de 6 sessões.
Participaram no total 48 jogadores,
30 no torneio A e 18 no torneio B. A
direção da prova esteve a cargo de
José Cavadas e a arbitragem foi de
José Cavadas, Rui Lopes e Paulo
No dia 14 de dezembro de 2011, realizou-se a Prova
de Duatlo Regional de Peniche. A Equipa de Duatlo do
Juniores Masculinos:
1ª Miguel Silva e 2ª Daniel Mateus
ECB leva 10 duatletas e ganha nove medalhas.
Professora Estela Santana
NACIONAIS DA 3ª DIVISÃO
Decorreram, nas Piscinas Muni-
200 metros, costas, bem como nos
igualando o seu recorde pessoal nos
No dia 13 de dezembro teve início
cipais de Cantanhede, os Campe-
100 metros, mariposa, estando na
100 metros, costas, novamente na
o XI Circuito de CE Oeste em S. Mar-
onatos Nacionais de Clubes de 3ª
equipa de 4x100 estilos que es-
estafeta de 4x100 estilos na última
tinho do Porto. No torneio dos infan-
Divisão Masculinos e Femininos. As
tabeleceu novo recorde do clube.
prova desta competição. Henrique
tis participaram 51 alunos, enquanto
equipas do Benedita estiveram pre-
Também Carolina Matos, nas duas
Marques nadou também três provas
no torneio dos iniciados a juniores
sentes sendo a estreia da equipa
provas que nadou, estabeleceu re-
e estabeleceu três novos recordes
participaram 59 alunos. A direção da
feminina nesta competição. Os obje-
cordes pessoais e do clube nos 100
pessoais nos 50 metros, livres, 200
prova ficou a cargo de José Cava-
tivos passavam por manter os mas-
e 200 metros, bruços, fazendo tam-
metros, mariposa, e 200 metros, es-
das e José Lopes; e a arbitragem foi
culinos na 3ª divisão, os femininos
bém parte da estafeta de 4x100 es-
tilos; e Leonardo Reis alcançou três
de José Cavadas, Júlio Flores, Vitor
no meio da tabela classificativa e a
tilos.
recordes pessoais em três provas
Paulo, Desidério, Fernando Augusto,
obtenção de recordes pessoais.
Costa (no torneio B).
Arménio Vinagre e do aluno André
No
setor
masculino
destaque
A equipa masculina, apesar de se
para os três recordes pessoais de
ter portado bem, não conseguiu su-
Luís Tarquíneo nos 100, 200 metros,
Foram vários os alunos do Exter-
perar a difícil concorrência e acabou
costas, e 100 metros, mariposa,
nato Cooperativo da Benedita que
por classificar-se em 22º lugar, des-
participaram nestes torneios e obti-
cendo de divisão. A equipa feminina
veram importantes classificações. O
conseguiu alcançar os objetivos a
Grupo Equipa do Externato apresen-
que se propunha, terminando na 14ª
tou também alunos do 1º ciclo da Es-
posição. Já em recordes pessoais,
cola Básica 1 da Ribafria (2 alunos)
esses foram amplamente atingidos
e do Centro Escolar da Benedita (8
com um total de 21 novos recordes e
alunos).
6 novos recordes do clube, todos no
Rebelo.
100, 400 e 800 metros, livres.
Benedita Sport Clube de Natação
setor feminino.
Professor José Cavadas
Destaque para os recordes do
clube de Filipa Custóias nos 100 e
22
MENTE SÃ EM CORPO SÃO
ANO 7 - Nº 17
TOQUE DE SAÍDA
Enigmas
AS RECEITAS DA ISABEL
Pudim de natal
Desafio 1
Desafio 4
Como medirias os 11 minutos que são ne-
Ao abrir um livro, um antropólogo encon-
cessários para cozinhar um biscoito, com
trou a seguinte mensagem:
duas ampulhetas de 8 e 5 minutos respe-
“O meu nome é Barnabé. O ano em que
tivamente?
nasci era um cubo perfeito. O ano em que
morri, um quadrado perfeito. O quanto vivi
Ingredientes:
60 g de ameixas pretas secas, sem caroço
60 g de ameixas brancas secas, sem caroço
60 g de sultanas
Desafio 2
também era um quadrado perfeito”.
A diferença entre os cubos dos algaris-
Sabendo que o livro foi escrito no século
mos da idade de um octogenário é igual
XVIII, quantos anos viveu o Barnabé?
1 l de leite
Desafio 5
12 ovos
ao quadrado da idade de seu bisneto. Que
idades têm os dois?
O Simão tem uma balança de 2 pratos e
Desafio 3
12 tomates, sendo que:
Numa estante há 10 livros arrumados,
- 11 têm o mesmo peso
cada um com 100 folhas. Uma traça famin-
- 1 tem o peso diferente (não sabemos se
ta come desde a primeira folha do primeiro
é mais leve ou mais pesado)
livro até a última folha do último livro.
Com apenas três pesagens, descubra
Quantas folhas a traça faminta comeu?
qual é o tomate diferente e se ele é mais
leve ou mais pesado.
Professor Acácio Castelhano
Anedotas
O canibal vai numa viagem de cruzeiro. O criado de mesa vem ao pé dele e pergunta:
- Deseja ver a ementa?
- Não, dê-me antes a lista de passageiros.
O pai do Joãozinho ficou apavorado quando este lhe mostrou o boletim.
- Na minha época as notas baixas eram punidas com uma boa bofetada.
- Bom pai! Que tal apanharmos o professor amanhã à saída?
350 g de açúcar
1 casca de limão
80 g de miolo de amêndoa laminado
80 g de miolo de pinhões
Preparação:
Pique as ameixas e demolhe-as em água quente, juntamente
com as sultanas.
- Leve 200 g do açúcar ao lume, com um pouquinho de água,
até obter um caramelo. Verta-o depois para dentro de uma
forma. Ligue o forno a 180ºC.
- Leve o leite a aquecer ligeiramente com a casca do limão.
Bata os ovos com o restante açúcar e verta o leite em fio,
batendo sempre. Rejeite a casca do limão.
- Escorra as ameixas e as sultanas e junte-as ao preparado
anterior, tal como os miolos da amêndoa e do pinhão. Envolva
muito bem, deite para a forma e leve ao forno, em banhomaria, durante 1 hora.
- Depois de cozido, retire o pudim do forno, deixe arrefecer
e desenforme. Disponha o caramelo e a fruta que ficou na
forma sobre o pudim, acrescente outra decoração a gosto e
sirva.
- Delicie-se!
Dois amigos encontram-se depois das férias.
- Então, como correram as férias?
Professora Isabel Neto
- A primeira semana foi passada a esquiar nos Alpes, a segunda foi no hospital.
O Toque de Saída agradece a colaboração de todos os que enviaram material para este número. Por
limitação de espaço, os artigos agora não publicados transitarão para o próximo número. Obrigado!
PASSATEMPOS E CURIOSIDADES
Soluções
Desafio - Colocamos as duas ampulhetas ao mesmo tempo, e quando terminar a de 5 minutos, faltarão na de 8, 3
minutos para terminar. Nesse momento damos a volta na de
5 minutos.
Quando terminar a de 8, totalmente (passaram no total 8
minutos), na de 5 faltam 2 minutos para terminar.
Nesse preciso momento damos a volta na de 5 que demorará
3 minutos para terminar, que somados aos 8 que já tinham
passado, totalizarão 11 minutos.
Desafio 2 - -O ancião tem 87 anos e seu bisneto tem 13
anos.
Desafio 3 - resposta é 802 folhas!
Note que sempre que um livro é colocado em uma prateleira,
a primeira folha fica do lado direito e a última do lado esquerdo. Logo, a traça comeu os 8 livros intermediários (800
folhas) e mais a primeira folha do primeiro livro e a última
folha do último livro: 800+2 = 802
Desafio 4 - O único cubo perfeito correspondente a um ano
do século XVIII é: 12³= 1728
O único quadrado perfeito correspondente a um ano do século XVIII é 42²=1764
Portanto, ele viveu 1764-1728=36, que também é um quadrado perfeito.
Resposta: O Barnabé viveu 36 anos.
Desafio 5
BANDA DESENHADA
23
TOQUE DE SAÍDA
ANO 7 - Nº 17
“A Perspetiva das Coisas.
A Natureza-Morta na Europa”
Até ao passado dia 8 de janeiro de 2012
um conjunto de obras, não só de pintura mas
esteve patente ao público na galeria de expo-
também da escultura, que reinventa a nature-
sições da sede do Museu Gulbenkian a mos-
za-morta. Estas obras podem ainda ser visita-
tra que reuniu cerca de 93 obras de 70 artistas
das em www.museu.gulbenkian.pt.
europeus, desde os pós-impressionistas como
Cézanne, Van Gogh e Gauguin, aos surrea-
Professora Lurdes Goulão
listas como Dali e Magritte, passando pelos
portugueses Vieira da Silva e Eduardo Viana.
Encontraram-se pela primeira vez em Portugal
Saldo Positivo
Programa de Literacia Financeira da CGD
O programa de literacia financeira da CGD - Saldo Posi-
Em destaque, desde o final de 2011, conteúdos como
tivo - foi criado, em 2008, com os objetivos de promover a
vídeo, fotografia e infografia, mantendo-se o enfoque num
educação financeira, prevenir o endividamento, incentivar a
tratamento simplificador e pedagógico dos temas, de forma
poupança e o investimento e contribuir para uma gestão res-
a ajudar os portugueses a gerirem melhor o seu dinheiro.
ponsável do património financeiro das famílias e indivíduos.
É, também, dada uma relevância a uma área de entrevistas
Este programa insere-se, por inteiro, na atuação susten-
com especialistas, empresários ou famílias - para partilhar
tável da CGD e consolida o seu empenho, enquanto insti-
conhecimento e boas práticas e uma área de opinião, na
tuição financeira de referência, no estímulo à poupança e
qual participam peritos em variadas áreas.
investimento, contribuindo para o conhecimento dos consu-
O site é atualizado diariamente com a inclusão de fun-
midores, para o planeamento e gestão dos seus recursos
cionalidades e demais conteúdos que vão ao encontro das
financeiros e para o consumo informado e responsável.
necessidades dos utilizadores. Das operações financeiras
O acesso ao Saldo Positivo excede os clientes Caixa.
mais simples às mais complexas, este site constituiu-se
Trata-se de um site aberto a toda a população, com uma
como um precioso auxiliar em finanças pessoais e como um
estrutura de conteúdos, adaptados e agrupados de forma
manual de gestão quotidiana.
distinta para diferentes segmentos etários e necessidades:
desde as situações do dia a dia, aos empréstimos e respon-
Vale a pena visitar.
sabilidades financeiras, a compra de casa, os seguros, a
www.saldopositivo.cgd.pt;
reforma, as soluções de poupança e investimento, os impos-
www.facebook.com/saldopositivo
tos e uma área fundamental de informação financeira para
crianças e jovens.
LINHAS DE WELLINGTON
ALUNOS NO FILME LINHAS DE TORRES
Nos dias 18 e 21 de janeiro, os alunos do Externato Cooperativo da Benedita deslocaram-se a
Óbidos e participaram como figurantes no filme As
Linhas de Torres - Linhas de Wellington. Este projeto foi começado pelo realizador Raúl Ruiz, que
após o seu falecimento tem a sua esposa Valeria
Sarmento como realizadora. A ante-estreia deste
Alunos figurantes do filme “Linhas de Torres”
filme será no Festival de Cannes no próximo mês
de abril. A participação dos nossos alunos foi feita
com grande profissionalismo e entusiasmo tornando-se numa experiência enriquecedora e inesquecível. Este filme conta com a presença de Catherine Deneuve e a filha, Chiara Mastroianni, John
Malkovich, Marisa Paredes, Isabelle Huppert, Ma-
thieu Amalric e Michel Piccoli, e dos portugueses
Nuno Lopes, Soraia Chaves, Maria João Bastos e
Albano Jerónimo.
Professora Rita Pedrosa

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