Full text
Transcrição
Full text
VOCÊ LEU? Harry Potter, mágica e cefaléia Harry Potter, sorcery, and headache Maurice Vincent Professor adjunto. Faculdade de Medicina da UFRJ. Serviço de Neurologia (Department of neurology) Vincent M. Harry Potter, mágica e cefaléia. Migrâneas cefaléias 2007;10(3):94-97 Se nem os bruxos escapam, o que esperar da humanidade sem superpoderes? Quem rasga o céu em emocionantes partidas de quidditch poderia, pelo menos em teoria, controlar a fúria de impulsos nervosos anormais no córtex predisposto dos enxaquecosos e suas conseqüências neurovasculares? Bem, aparentemente, não. Harry Potter, sim, o próprio, tem cefaléias desde os 11 anos. Isto está de acordo com a prevalência (um ano) de cefaléias entre 7 e 15 anos: 3,6% a 12%, como revisto cuidadosamente por Fred Sheftell no número de junho da revista Headache.1 Embora suas cefaléias tenham algo de psicogênico, como bem salienta Sheftell ao mencionar um diálogo entre Dumbledore e Fudge, a análise pormenorizada de todas as nove descrições de episódios de cefaléia nos seis livros da série publicados até então, de acordo com os critérios diagnósticos vigentes da Sociedade Internacional de Cefaléias, sugere que Potter sofre de enxaqueca sem aura. E conclui sabiamente Fred em seu artigo: "Cefaléias não precisam ser necessariamente uma maldição para magos e pessoas comuns . Elas podem melhorar por meio da pesquisa, para que sejam compreendidas melhor, e por meio da educação, para que possam ser manejadas melhor". "Stupefy!" Se pudéssemos eliminar dores assim… Embora ambos, médicos e a população em geral, estejam ansiosos pela medicação mágica, que elimina definitivamente qualquer cefaléia sem qualquer efeito colateral, esta não está disponível nem aqui, tampouco em Hogwarts. Isto não impede, porém, que se continue a buscar agentes que, embora ainda não possam se aproximar do sobrenatural, representem novas opções terapêuticas para uma doença que acomete milhões de pessoas em todo o mundo. Interessante perspectiva para o futuro parece representar os antagonistas de receptor de "calcinonin gene-related peptide", o CGRP.2 Este foi o assunto da última sessão Você leu?, na excelente revisão pelo Dr. Piovesan. De fato, o interesse por tal 94 peptídeo, o mais potente vasodilatador conhecido, cresceu na área das cefaléias quando ele foi identificado em maior concentração no sangue retirado da veia jugular do mesmo lado da dor em pacientes com enxaqueca.3,4 Com 37 aminoácidos, codificado no mesmo gene da calcitonina,5,6 o CGRP coexiste com a substância P (SP) e outros neurotransmissores em fibras sensitivas, incluindo ramos do trigêmeo, e induz intensa vasodilatação.7,8 Seus efeitos, no que se refere à vasodilatação, quando comparados aos efeitos da SP, são mais lentos, prolongados e intensos.9,10 O CGRP constitui um marcador da ativação trigeminal durante a crise de enxaqueca. Antagonizá-lo parece uma estratégia anti-enxaqueca lógica. O BIBN409611 foi o primeiro antagonista que se mostrou eficaz contra crises da doença.12 O Olcegepant é um inibidor de receptor CGRP1, desenvolvido para uso parenteral, que se mostrou eficaz com poucos efeitos adversos.13 Evidentemente, um medicamento assim precisa ser administrado por via oral. Estudos fase 2 com o MK-0974, um antagonista administrado por via oral, demonstrou eficiência em duas horas no controle de crises de enxaqueca, com resposta mantida por 24 horas (Ho T. Efficacy and tolerability of a novel, oral CGRP antagonist, MK-0974, in the acute treatment of migraine. Scientific Session 6: Developments and the Future of Treatments (acute and preventive). Apresentado no 3º Congresso Internacional de Cefaléia, Estocolmo, 1 de Julho de 2007). Se a solução mágica ainda está distante, pelo menos uma nova maneira de combater esta doença pode estar no antagonismo à molécula do CGRP. Medo têm os pacientes de duas entidades quando sofrem de cefaléias intensas: Tumor cerebral e aneurisma. Entretanto, pouco doem os aneurismas salvo quando do sangramento subaracnóide, e não é verdade que a maioria dos indivíduos com processos expansivos intracranianos sofrem de dores de cabeça. Analisando 111 pacientes com Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 94-97, jul./ago./set. 2007 HARRY POTTER, MÁGICA E CEFALÉIA tumores cerebrais, Forsyth e Posner encontraram cefaléias em menos da metade.14 Segundo estes autores, a cefaléia foi semelhante à cefaléia do tipo tensão em 77%, lembrando enxaqueca em 9%. Concluíram também que a clássica cefaléia matutina, característica dos tumores cerebrais, é na verdade infrequente. Schankin et al. estudaram 85 pacientes com tumores cerebrais.15 Como bem salientam em seu artigo recente, não há explicação sobre como cefaléias secundárias a tumores são relacionadas às cefaléias primárias. Pacientes com tumores cerebrais que certamente produziram tração de estruturas intracranianas sensíveis à dor, bem como hipertensão intracraniana, podem não sofrer cefaléia em qualquer momento da sua evolução.16 Diferentemente de Forsyth, Schankin et al. encontraram cefaléias em 60% dos casos de tumor cerebral.15 Apenas 2% tiveram a cefaléia como sintoma isolado. Interessante notar que a presença de cefaléia secundária foi significativamente relacionada à história familiar de cefaléia e cefaléia pré-existente (ambos com p<0.01). Pacientes com tumores cerebrais e hipertensos, em uso de ßbloqueadores, tiveram menos cefaléia (p=0.03). No que se refere à evolução, 82.5% disseram que a cefaléia mudou com o aparecimento do tumor. A cefaléia tende a ser moderada, uni ou bilateral, pulsátil em 16%. Os dados desde e de outros trabalhos mostram que, de fato, cefaléia intensa e isolada não deve corresponder à presença de tumor intracraniano, ao contrário do que imagina a maioria da população. Recentemente tem sido alvo de atenção para tratamento de diferentes cefaléias o nervo occipital maior (NOM), prolongamento sensitivo natural da raiz C2. Antigamente, porém, o NOM foi alvo de procedimentos anestésicos e cirúrgicos para redução de cefaléias de vários tipos, sobretudo cefaléia cervicogênica.17 Hoje, a mesma estrutura é estimulada ao invés de inibida. Há relatos sugerindo que o implante de estimuladores no nervo occipital maior pode ser benéfico para o tratamento de algumas cefaléias.18,19 Oito pacientes (sete homens e uma mulher) com cefaléia em salvas intratável foram submetidos a implante de eletrodo suboccipital para estímulo do nervo occipital, com follow-up médio de 20 meses.18 Neste trabalho, seis dos oito indivíduos disseram ter havido melhora das suas crises, dois deles em 90%. O efeito não foi imediato, melhorando progressivamente ao longo do tempo. Para casos particularmente difíceis, esta alternativa pode se mostrar útil tendo em vista a sua relativa facilidade e maior segurança quando comparada à estimulação profunda hipotalâmica posterior.20-22 Uma das expressões que talvez venham a se popularizar no estudo das cefaléias é "WAD", ou "Whiplash Associated Disorders". Esta é uma das áreas da neurologia onde há Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p.94-97, jul./ago./set. 2007 muita controvérsia, com toda certeza. Os interessantes trabalhos publicados pela colaboração entre a Noruega e a Lituânia23,24 sugerem claramente que a cefaléia pós-whiplash – lesão em chicote com movimentação cervical súbita geralmente por acidente automobilístico – tende a ocorrer muito mais freqüente e importantemente num contexto onde compensação financeira para as vítimas é relativamente mais disponível. Isto sugere que aspectos médico-legais também seriam determinantes no desenvolvimento das WADs. No último número do The Journal of Clinical Pain, Holm et al. publicaram um estudo a respeito da influência de fatores socioeconômicos nas WADs.25 Confirmando trabalho dos mesmos autores realizado no Canadá e publicado na Spine em 2006, este artigo demonstra que, também na Suécia, WADs podem ser influenciados por baixo nível educacional, dor cervical anterior, cefaléia anterior, baixa condição de saúde prévia, não se lembrar da posição da cabeça no momento do acidente ou ter a cabeça virada neste momento e capotamento. Entretanto, há alguns problemas metodológicos muito importantes neste trabalho. Primeiro, os participantes foram selecionados entre pessoas que procuraram empresas de seguros para pleitear compensação financeira pelo acidente. Isto, teoricamente, significa um viés de seleção. Ademais, foram enviados questionários para os participantes, que podiam enviar as respostas ou não. Os que enviaram as respostas são, provavelmente, os mais afetados, ou os que eram mais interessados no recebimento do seguro. Concluindo, o tema WAD é complexo e requer dos médicos todo o cuidado e atenção. Estará Hogwarts localizada em montanha elevada? Não encontrei nenhuma referência à sua geografia ou altitude na Escócia mas, afinal, sendo a escola que é, a altitude, provavelmente, é variável… Fosse ela em localização constantemente elevada, esta poderia ser uma das causas das dores de Potter. Dentre os sintomas da chamada "Acute Mountain Sickness" (AMS), a cefaléia é o mais comum.26 Este tema foi assunto de um artigo recente de Luis Paulo Queiroz e Alan Rapoport.27 Em seu artigo na Cephalalgia, Jafarian et al. relatam o efeito da gabapentina em baixas doses no tratamento da cefaléia relacionada à altitude.28 Estudando 24 pacientes adultos que se hospedaram em um hotel a 3.500 m de altitude, estes autores encontraram tendência à superioridade da gabapentina (300 mg) em relação ao placebo. Eles também sugerem que a combinação gabapentina + ibuprofeno seria melhor que os medicamentos isolados. Estes dados requerem confirmação, e abrem a possibilidade de uma nova linha de investigação e tratamento para a AMS. Uma de minhas pacientes enxaquecosas recentemente disse à consulta: "Doutor, quanto tenho enxaqueca, eu sei o que cada andar do meu prédio está cozinhando". Nas suas 95 MAURICE VINCENT próprias palavras, ela contou como a hipersensibilidade olfativa característica da enxaqueca pode fazê-la perceber com muito mais nitidez os odores dos pratos preparados por todos os seus vizinhos. A osmofobia na enxaqueca foi assunto do artigo recente de Zanchin et al.29 Neste minucioso trabalho, 1.005 pacientes osmofóbicos com enxaqueca ou cefaléia do tipo-tensão (14 a 71 anos de idade, 772 mulheres), 43% dos enxaquecosos referiram osmofobia (enxaqueca com aura: 38,5%; enxaqueca sem aura: 43,9%). Entre 198 pacientes com cefaléia do tipo-tensão episódica, nenhum teve osmofobia durante o ataque (P < 0.00001). Portanto, a osmofobia, para o diagnóstico de enxaqueca, teve sensibilidade de 43% e a especificidade of 100%. Em 90% dos enxaquecosos, a osmofobia estava presente desde o início. Em 53%, a osmofobia estava presente em todas as crises, e em cerca de 73% surge em torno de dez minutos depois do início do ataque. Em 98% desaparece concomitantemente ao fim da cefaléia. Para 43%, a osmofobia era percebida para dois odores. O desencadeamento de crises de enxaqueca por odores só era reconhecido entre os pacientes que tinham osmofobia. É possível que, com a elucidação dos mecanismos fisiopatológicos da enxaqueca, nós venhamos a conhecer melhor as razões da osmofobia nesta doença. Como guia prático de conduta, vale a pena ler o artigo de Schaefer et al. no último número do J Am Coll Radiol.30 Os critérios para solicitação de exames de imagem para o diagnóstico de cefaléias são revistos à luz do conhecimento atual. Basicamente, o estudo mostra como o índice de anormalidades em exames solicitados por motivo de cefaléia em pacientes com exame neurológico normal é baixo: tumor cerebral: 0,8%; Malformação arteriovenosa: 0,2%; Hidrocefalia: 0,2%; Aneurisma: 0,3%; Hematoma subdural: 0,2%; AVC: 1,2%. O ensinamento principal é confiar sempre na anamnese e no exame físico. Eles são mais fidedignos do que os exames complementares para a identificação da cauda da cefaléia na vasta maioria dos casos. Lembrei também de outro paciente que, ao me referir da vivacidade das cores durante sua aura de enxaqueca, disse: "O vermelho fica tão vermelho que parece que vai me atacar". De fato, a percepção das cores muitas vezes é alvo de anormalidades na enxaqueca. Há pacientes que percebem cores mais vivas, mais brilhantes, bem como aqueles outros que admitem que tudo fica um pouco pálido, meio sem brilho, tendendo para o preto-e-branco. A perimetria de cores foi estudada em pacientes com enxaqueca (com aura e sem aura) e controles por de Marinis et al.31 A dificuldade em perceber o vermelho, mais pronunciada na enxaqueca com aura, foi relacionada à presença de fotofobia. Enxaquecosos sem aura tiveram dificuldades na percepção do azul, o mes96 mo fato detectado, curiosamente, em parkinsonianos.32,33 A compreensão das anormalidades quanto à visão de cores na enxaqueca é rudimentar. Sabemos que o córtex visual está intimamente relacionado à doença, o que, obviamente, pode envolver regiões como a área V8, relacionada ao processamento das cores. Boa leitura! REFERÊNCIAS 1. Sheftell F, Steiner TJ, Thomas H. Harry Potter and the curse of headache. Headache. 2007;47(6):911-6. 2. Edvinsson L, Petersen KA. CGRP – Receptor Antagonism in Migraine Treatment. CNS Neurol Disord Drug Targets. 2007; 6(4):240-6. 3. Goadsby PJ, Edvinsson L, Ekman R. Vasoactive peptide release in the extracerebral circulation of humans during migraine headache. Ann Neurol. 1990;28:183-7. 4. Goadsby PJ, Edvinsson L. The trigeminovascular system and migraine: studies characterizing cerebrovascular and neuropeptide changes seen in humans and cats. Ann Neurol. 1993;33:48-56. 5. Rosenfeld MG, Mermod JJ, Amara SG, Swanson LW, Sawchenko PE, Rivier J, et al. Production of a novel neuropeptide encoded by the calcitonin gene via tissue specific RNA processing. Nature. 1983;304:129-135. 6. Vincent MB. Vasoactive peptides in the ocular/forehead area. Association with headache. Thesis. Trondheim: Tapir; 1992. 7. Brain SD, Williams TJ, Tippins JR, Morris HR, MacIntyre I. Calcitonin gene-related peptide is a potent vasodilator. Nature. 1985;313:54-6. 8. Uddman R, Edvinsson L, Ekblad E, Håkanson R, Sundler F. Calcitonin gene-related peptide (CGRP): perivascular distribution and vasodilatory effects. Regulatory Peptides. 1986;15:1-24. 9. Bakken IJ, Vincent MB, White LR, Juul R, Edvinsson L, Sjaastad O. Mutual modification of vasoactivity by calcitonin gene-related peptide and endothelin-1 in isolated porcine ophthalmic artery. Neuropeptides. 1992;23:209-14. 10. Vincent MB, White LR, Elsås T, Qvigstad G, Sjaastad O. Substance P augments the rate of vasodilation induced by calcitonin gene-related peptide in porcine ophthalmic artery in vitro. Neuropeptides. 1992;22:137-41. 11. Iovino M, Feifel U, Yong CL, Wolters JM, Wallenstein G. Safety, tolerability and pharmacokinetics of BIBN 4096 BS, the first selective small molecule calcitonin gene-related peptide receptor antagonist, following single intravenous administration in healthy volunteers. Cephalalgia. 2004;24(8):645-56. 12. Olesen J, Diener HC, Husstedt IW, Goadsby PJ, Hall D, Meier U, et al. Calcitonin gene-related peptide receptor antagonist BIBN 4096 BS for the acute treatment of migraine. N Engl J Med. 2004;350(11):1104-10. 13. Recober A, Russo AF. Olcegepant, a non-peptide CGRP1 antagonist for migraine treatment. IDrugs. 2007;10(8):566-74. 14. Forsyth PA, Posner JB. Headaches in patients with brain tumors: a study of 111 patients. Neurology. 1993;43(9):1678-83. 15. Schankin C, Ferrari U, Reinisch V, Birnbaum T, Goldbrunner R, Straube A. Characteristics of brain tumour-associated headache. Cephalalgia 2007;27(8):904-911. Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p. 94-97, jul./ago./set. 2007 HARRY POTTER, MÁGICA E CEFALÉIA 16. Maranhão-Filho P, Vincent M. What on earth generates headache in patients with brain tumours? Cephalalgia. 1997;17(3):378. 17. Vincent MB, Scandiuzzi D, Novis SAP. Greater occipital nerve blockade in cervicogenic headache. Arq Neuropsiquiatr. 1998;56:720-5. 18. Burns B, Watkins L, Goadsby PJ. Treatment of medically intractable cluster headache by occipital nerve stimulation: longterm follow-up of eight patients. Lancet. 2007;369(9567):1099106. 19. Weiner RL. Occipital neurostimulation for treatment of intractable headache syndromes. Acta Neurochir Suppl. 2007;97(Pt 1):12933. 20. Leone M, Franzini A, Felisati G, Mea E, Curone M, Tullo V, Broggi G, Bussone G. Deep brain stimulation and cluster headache. Neurol Sci. 2005;26 Suppl 2:s138-9. 21. Franzini A, Ferroli P, Leone M, Broggi G. Stimulation of the posterior hypothalamus for treatment of chronic intractable cluster headaches: first reported series. Neurosurgery 2003; 52(5):1095-9; discussion 1099-101. 22. Leone M, May A, Franzini A, Broggi G, Dodick D, Rapoport A, et al. Deep brain stimulation for intractable chronic cluster headache: proposals for patient selection. Cephalalgia. 2004;24(11):934-7. 23. Obeliene D, Bovim G, Schrader H, Surkiene D, Mickeviàiene D, Miseviàiene I, Sand T. Headache after whiplash: a historical cohort study outside the medico-legal context. Cephalalgia. 1998;18:559-64. 24. Schrader H, Obelieniene D, Bovim G, Surkiene D, Mickeviciene D, Miseviciene I, et al. Natural evolution of late whiplash syndrome outside the medicolegal context. The Lancet. 1996;347:1207-11. 25. Holm LW, Carroll LJ, David Cassidy J, Ahlbom A. Factors Influencing Neck Pain Intensity in Whiplash-associated Disorders in Sweden. Clin J Pain. 2007;23(7):591-7. 26. Basnyat B, Murdoch DR. High-altitude illness. Lancet. 2003;361(9373):1967-74. 27. Queiroz LP, Rapoport AM. High-altitude headache. Curr Pain Headache Rep. 2007;11(4):293-6. Migrâneas cefaléias, v.10, n.3, p.94-97, jul./ago./set. 2007 28. Jafarian S, Gorouhi F, Salimi S, Lotfi J. Low-dose gabapentin in treatment of high-altitude headache. Cephalalgia 2007. 29. Zanchin G, Dainese F, Trucco M, Mainardi F, Mampreso E, Maggioni F. Osmophobia in migraine and tension-type headache and its clinical features in patients with migraine. Cephalalgia 2007. 30. Schaefer PW, Miller JC, Singhal AB, Thrall JH, Lee SI. Headache: when is neurologic imaging indicated? J Am Coll Radiol 2007;4(8):566-9. 31. De Marinis M, Rinalduzzi S, Accornero N. Impairment in color perception in migraine with and without aura. Headache 2007;47(6):895-904. 32. Haug BA, Trenkwalder C, Arden GB, Oertel WH, Paulus W. Visual thresholds to low-contrast pattern displacement, color contrast, and luminance contrast stimuli in Parkinson's disease. Mov Disord 1994;9(5):563-70. 33. Haug BA, Kolle RU, Trenkwalder C, Oertel WH, Paulus W. Predominant affection of the blue cone pathway in Parkinson's disease. Brain 1995;118 ( Pt 3):771-8. Enviado: 04/09/2007 Aceito: 04/09/2007 Endereço para correspondência Dr. Maurice Vincent Consultório Barra da Tijuca Av. das Américas, 1155 sala 504 22631-000 – Rio de Janeiro, Brazil Tel: (+55 21)24913678 - (+55 21)21119245; Fax: (+55 21)24943648 Consultório Botafogo: Rua Sorocaba, 464 sala 302 22271-110 – Rio de Janeiro, Brazil Tel.:/faxes: (21)25375562 e (21)25377638 www.vincent.med.br 97