Crónica do Esagila (ou Crónica Weidner) Sete cópias

Transcrição

Crónica do Esagila (ou Crónica Weidner) Sete cópias
Crónica do Esagila (ou Crónica Weidner)
Sete cópias, provenientes de Aššur, Uruk e Sippar. Período neo-assírio e
neo-babilónico.
«Acerca do vinho para as taças de libações do Esagila – Ur-Zababa
ordenou a Sargão, o seu ‘copeiro’: “Altera-as!” Sargão não alterou o vinho;
pelo contrário, tomou grande cuidado em entregá-lo prontamente no
Esagila. Marduk, o rei de todo o céu e da terra olhou para ele com
benevolência e entregou-lhe a realeza sobre as Quatro Regiões (do mundo).
(Sargão) tomou conta do Esagila. Todos aqueles que viviam em palácios
entregaram o seu tributo à Babilónia.
Mas ele [Sargão] esqueceu-se das palavras que Bēl [Marduk] lhe
disse. Ele transportou terra [da Babilónia] e construiu uma cidade diante
de Akkad, e chamou-a de ‘Babilónia’. Por causa deste sacrilégio, Enlil
alterou a sua decisão e, do Oriente ao Ocidente, eclodiu uma revolta contra
ele; (Sargão) foi afligido pela inquietude.»
Jean-Jacques Glassner, Mesopotamian Chronicles, 2004
no. 38, ls. 56-61, pp. 266-267.
Crónica dos Reis Antigos.
Dois manuscritos do período Neo-Babilónico tardio.
«Sargão, rei de Akkad, chegou ao poder durante o reinado de Ištar.
Não teve rival nem adversário, e o seu esplendor [ou fama] ele espalhou
pelas terras. Ele atravessou o mar no Oriente. No (seu) 11º ano [de
reinado], conquistou o Ocidente até à sua fronteira mais longínqua, e
colocou-o sob uma autoridade, erguendo aí as suas estelas. Enviou o seu
saque para Amati. [...]
Depois, durante a sua velhice, todas as terras se revoltaram contra
ele, cercando-o em Akkad. Sargão saiu para o combate e derrotou-as. [...]
Ele escavou as fundações da (cidade) da Babilónia e, com a sua terra,
construiu uma réplica da Babilónia ao lado de Akkad. Por causa (deste)
mal que ele fez, o grande senhor Marduk enfureceu-se e assolou o seu povo
com a fome. (Os seus súbditos) revoltaram-se contra ele, do Oriente ao
Ocidente e (Marduk) afligiu-o com insónias.»
Albert K. Grayson, Assyrian and Babylonian Chronicles, 1975, no.
20, ls. 1-23, pp. 152-154.
História de Nabónides (556–539 a.C.)
Período Selêucida ou Parto (sécs. IV-III a.C.)
«No mês de Elul [...], no Ebabbar, o templo de Šamaš que está em
Sippar, e no qual os reis seus antecessores procuraram em vão pelas
antigas fundações [...] ele [Šamaš] revelou ao seu humilde servo que o
venerava [Nabónides], e que constantemente procurava pelos locais
sagrados, o recinto sagrado de Naram-Sîn, o filho de Sargão. Nesse mesmo
ano, num mês propício e num dia fasto, ele colocou as fundações do
Ebabbar, o templo de Šamaš, acima do recinto sagrado de Naram-Sîn, o
filho de Sargão, sem diminuir ou aumentar uma polegada. Ele viu a
inscrição de Naram-Sîn, o filho de Sargão e, sem a mudar de lugar,
restaurou-a e juntou-lhe a sua própria inscrição.
Nesse recinto sagrado, ele viu uma estátua de Sargão, o pai de
Naram-Sîn: metade da sua cabeça estava desaparecida; estava tão
deteriorada ao ponto de tornar a sua face irreconhecível. Por causa da sua
reverência pelos deuses e do seu respeito pela realeza, ele convocou bons
artesãos, restaurou a cabeça dessa estátua e devolveu-lhe a sua face. Não a
mudou de lugar, mas colocou-a no Ebabbar, instituindo-lhe oferendas.»
J.-J. Glassner, Mesopotamian Chronicles, 2004, no. 53,
ls. 16’-36’, pp. 314-315.

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