Satsang do Coletivo do Um

Transcrição

Satsang do Coletivo do Um
Satsang do Coletivo do Um
21 de setembro de 2013
Questão 2
Olá ALTA,
Eu me dirijo a Você a ao Conjunto dos Seres que nos acompanham.
Você está consciente de que nos pedir para “permanecer tranquilo” nos mantém em situações
financeiras absolutamente indescritíveis, que isso nos mantém na ansiedade e no medo do
amanhã (que os mínimos sociais mal dão para sobreviver). Quando mesmo sabendo que o final
desta situação está próximo (se bem que anacrônico)?
Na verdade, essas preocupações, muitas vezes retornando à superfície, não são mais favoráveis
à ressonância com o Absoluto.
Quando veremos o fim deste calvário?
Obrigado pela sua resposta.
Jean P.
Audio: Réponse Alta - Question 2 (21-09-2013)
Resposta de Alta
Então, o que eu tenho a lhe dizer, Jean, é, antes de tudo: quando é mencionado para
“permanecer tranquilo” isso não significa, exceto para a personalidade, sentar-se em algum
lugar e aguardar sem nada fazer, sem nada pensar, quase como um vegetal, e ficar com raiva
porque nada acontece. “Permanecer tranquilo” é uma atitude, acima de tudo, Interior. Vocês
podem ter uma vida agitada em meio à personalidade enquanto estando tranquilo, do mesmo
modo que vocês podem ficar sem fazer nada com a sua personalidade e permanecer tranquilo
de uma maneira que é, na realidade, assaz ilusória. O “permanecer tranquilo” e a Paz são
apenas Interiores.
O objetivo da preparação não é fazê-los excluir-se do mundo da vida social, da vida afetiva, ou
seja do que for, mas justamente permitir-lhes transcender tudo isso. Se vocês entenderam e
compreenderam o “permanecer tranquilo” como nada fazer, eu creio que, aí, realmente vocês
não apreenderam o sentido desta frase. Vocês entenderam isso com a pessoa, com o “eu”, mas
isso não se expressa, e não é expresso ainda, no momento, por esse “permanecer tranquilo”,
por esse silêncio Interior que nada tem a ver com o silêncio das palavras e com o silêncio dos
barulhos.
Naturalmente, muitas pessoas ainda têm algum tipo de dificuldade com esse princípio de
“permanecer tranquilo”, mas jamais, jamais foi dito para alguém, e ainda menos para mim, que
era preciso colocar-se em um canto. Se vocês tiverem que ganhar a sua vida e se vocês não a
ganharem, vocês terão problemas, e não se apoiem em uma frase que lhes diz para permanecer
tranquilo a fim de reportar uma espécie de culpabilidade de uma inação que é a de vocês.
“Estar tranquilo” não é estar inativo. Nada fazer, isso não significa não agir na vida. Isso é não
reagir. Há uma distância importante entre aquele que está instalado no Si de maneira perene,
eu diria, mesmo no Si, e eu não falo sequer do Absoluto, ou da Infinita Presença.
Quando vocês tiverem a resposta para: “quem eu sou?”, ou seja, que vocês estão, vocês
mesmos, no: “Eu Sou”, de algum modo, não há absolutamente qualquer obstáculo em vocês
que possa impedi-los de realizar o que vocês são, e realizar o que vocês são, isto é, o Si, não
passa necessariamente por uma parada de todas as atividades ou pelo fato de passar 20 horas
ou o total das 24 horas em Samadhi ou em meditação. Aliás, vocês próprios expressam isso ao
dizer que havia um calvário. O calvário é o quê? O calvário é apenas uma visão limitada daquele
que instala a sua consciência na ação-reação, daquele que está submisso às leis deste mundo,
mas que não é capaz, por um momento de silêncio em si, de nada fazer em si. Isso é, antes de
tudo, o silêncio das emoções e o silêncio dos pensamentos, mas ainda é preciso identificar o que
chega e que chamamos de pensamentos, o que chega e que chamamos de emoções, de colocarse para vê-los agir em vocês porque, naquele momento, vocês estarão submissos às suas
próprias emoções, às suas próprias reações, e irá se tornar efetivamente muito difícil de fazer
esse famoso silêncio.
Mas, ainda uma vez, há um mal-entendido talvez, permanecer em Paz, permanecer tranquilo
nada tem a ver com permanecer em uma poltrona, não ganhar a vida, não se ocupar dos seus
filhos, não se ocupar dos seus animais. Não é se retirar deste mundo, pelo contrário, é estar
plenamente presente neste mundo para tomar consciência de que nós estamos sobre este
mundo, mas que nós não somos deste mundo.
Lembrem-se de que, tanto o Si como o Absoluto devem ser uma integração e não uma exclusão
seja do que for. A personalidade, o “eu”, a consciência limitada é transmutada, sofre alquimia, a
partir do momento em que aceitamos vê-la, mas sem combater. Ou seja, esta inteligência da Luz
é capaz efetivamente de desencadear determinadas mutações ou determinadas mudanças de
vida, mas em momento algum, em momento algum, mais uma vez, esse “permanecer tranquilo”
consiste em estar assim, sem nada fazer, exceto se a sua vida e a sua inteligência da Luz obrigálos a isso. Por exemplo, se eu tomar exemplos ilustres, que isso seja da MA ANANDA MOYI que
podia passar anos sentada em uma cadeira e ficar em Samadhi, no Grande Samadhi, isso não
quer dizer que ninguém se ocupava do que acontecia ao redor dela. Se isso tivesse que chegar a
vocês, se vocês tivessem que permanecer tranquilo no sentido em que entende o “eu” que faz
perguntas, ou seja, o “permanecer tranquilo” do Si, mesmo até o Samadhi mais importante e
mais intenso, a inteligência da Luz iria sempre pôr à prova, se isso for a sua função (e eu não falo
de missão, eu falo realmente de função nesses tempos), então, aí, a Luz também, na sua
inteligência, irá levar em consideração tudo o que for útil e necessário para vocês. Vocês, no Si,
e não no seu “eu”, então o calvário é apenas, justamente, em função da distância que ainda
pode existir entre o “eu” bem presente, e o Si não plenamente instalado e o Absoluto que se
aproxima. Mas, atenção, ser Absoluto, ser Liberado Vivente, ser um Jnani, isso não é recusar o
que a vida nos propõe, o que a personalidade dos outros nos propõe, mas, sim, integrar isso.
Vocês não podem ser o Todo excluindo seja o que for, quer seja um problema de saúde, quer
seja um problema financeiro, social ou outro.
A Integração e a Paz, o Si, o Absoluto, a Última Presença, apenas podem ser encontrados na
aquiescência a tudo o que faz esta vida, mesmo nos seus aspectos por vezes mais sombrios, que
isso seja no nível daqueles que observam o desenrolar da sociedade deste mundo,
independentemente da cultura, independentemente da sua situação financeira, familiar,
afetiva, e até mesmo moral. Não é aí que se encontra o “permanecer tranquilo”, não é aí que se
encontra a Paz e a Alegria. Tudo está no Interior, então vocês não podem dizer que ficam
incomodados por esse “permanecer tranquilo” pondo ao pé dali o conceito de ganhar a sua
vida, porque, aí, há efetivamente, eu acho, uma incompreensão do que foi dito através desse
“permanecer tranquilo”. A Paz, a Alegria, nada tem a ver com uma satisfação da personalidade,
quer seja financeira, afetiva, moral, social, de reconhecimento. Esta Paz e esta Alegria,
justamente, são totalmente sem objeto, sem suporte e, além disso, totalmente independente
de qualquer circunstância exterior, a mais agradável como a mais desagradável.
Então, não há tampouco caminho a percorrer, nada há para querer purificar e lapidar, mais uma
vez, isso é uma integração e certamente não uma exclusão seja do que for.
Blog: Satsang do Coletivo do Um – Questão 2 (21-09-2013)
Transcrição do texto (em francês) por: Laurence Brossard
Tradução para o português: Zulma Peixinho
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