Liçõe Bíblicas CPAD 4º Trimestre de 2012 - Os

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Liçõe Bíblicas CPAD 4º Trimestre de 2012 - Os
www.cpad.com.br
Jovens
A
4o Trimestre de 2012
d u lto s
CPAD
C om entário: ESEQUIAS SOARES
Lições do 4o Trimestre de 2012
L iç ã o 1
A Atualidade dos Profetas Menores
3
Lição 2
Oseias - A Fidelidade no Relacionamento com Deus
11
L iç ã o 3
Joel - O Derramamento do Espírito Santo
18
L iç ã o 4
Amós - A Justiça Social como Parte da Adoração
25
L iç ã o 5
Obadias - O Princípio da Retribuição
32
L iç ã o 6
Jonas - A Misericórdia Divina
39
L iç ã o 7
Miqueias - A importância da Obediência
46
L iç ã o 8
Naum - 0 Limite da Tolerância Divina
54
L iç ã o 9
Habacuque - A Soberania Divina sobre as Nações
61
L iç ã o 10
Sofonias - 0 Juízo Vindouro
68
L iç ã o 11
Ageu - O Compromisso do Povo da Aliança
75
L iç ã o 12
Zacarias - O Reinado Messiânico
82
L iç ã o 13
Malaquias - A Sacraiidade da Família
90
L iç õ e s B íb l ic a s
1
L IV R A R IA S C P A D
P u b lic a ç ã o T r i m e s t r a l
d a C a s a P u b fic a d o r a
d a s A s s e m b t e ia s d e D e u s
P re s id e n te d a C o n v e n ç ã o C e ra l
d a s A s s e m b le ia s d e D e u s n o B rasil
Jo s é W ellington Bezerra da Costa
P re s id e n te d o C o n s e lh o
A d m in is tr a tiv o
Jo s é W elling ton C o sta Jú n io r
D ir e t o r E x e c u tiv o
Ronaldo R o d rig u es de S o uza
G e re n te d e P u b lic a ç õ e s
C lau d io n o r de A n d rad e
C o n s u lt o r D o u t r i n á r i o e T e o ló g ic o
A n to n io G ilb erto
G e re n te F in a n c e iro
Jo s a fá Franklin S antos Bom fim
G e re n te d e P ro d u ç ã o
Ja rb a s Ram ires S ilva
G e re n te C o m e rc ia l
Cícero da S ilva
G e re n te d a R ede d e L o jas
Jo ã o Batista G uilherm e d a Silva
G e r e n t e d e C o m u n ic a ç ã o
Rodrigo Sobral Fernandes
C h e fe d o S e to r d e E d u c a ç ã o C r is tã
C ésar M oisés C arvalh o
R e d a to re s
M arcelo de O liveira e O liveira e Telm a
Bueno
D e s ig n e r G rá fic o
Marlon Soares
Capa
Flam ir A m b ró sio
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2
L iç õ e s B íb l ic a s
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“ Colportores e Logistas - ramal 3
“ Pastores e demais clientes - ramal 4
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CBO
Lição 1
7 de O u tubro de 2 0 1 2
A A t u a l id a d e d o s
Pr o feta s M en o res
TEXTO AUREO
“Mas que se manifestou agora e se
notificou pelas Escrituras dos profetas,
segundo o mandam ento do Deus eterno,
a todas as nações p ara obediência
da fé” (R m 16.26).
V E R D A D E P R Á T IC A
Por ser revelação de Deus, a m ensa­
gem dos profetas é perfeitam ente
válida para os nossos dias.
H IN O S SUGERIDO S 458, 4 6 5 , 562
LEITU RA D IÁ R IA
Segunda - M t 7.12
A regra áurea cumpre a lei e os
profetas
Terça - M t 2 2 .4 0
A lei e os profetas dependem do am or
Q u a rta - M t 2 6 .5 6
Cum prim ento das Escrituras dos
profetas
Q u in ta - A t 1 5 .1 5 -1 7
Os profetas anunciaram a salvação dos
gentios
Sexta - A t 2 6 .2 2 ,2 3
A mensagem da Igreja é a mesma dos
profetas
Sábado - Rm 1.2
Os profetas falaram sobre a vinda do
Messias
wÊÊÊHÊÊÊÊm
L iç õ e s B íb l ic a s
3
L E IT U R A B IB L iC A
EM CLASSE
2 P e d r o 1.16-21
16 - Porque não vos fizemos
sab er a virtude e a vinda de
nosso Senho r Jesu s Cristo, se­
guindo fábulas artificialm ente
com postas, m as nós mesmos
vim os a sua m ajestade,
1 7 -porquanto ele recebeu de
Deus Pai honra e glória, quan­
do da m agnífica g ló ria lhe foi
dirigid a a seguinte voz: Este é
o meu Filho am ado, em quem
me tenho com prazido.
18 - E ouvim os esta voz d iri­
gida do céu, estando nós com
ele no monte santo.
19 - E temos, m ui firm e, a
p a la v ra dos profetas, à qual
bem fazeis em e sta r atentos,
como a um a luz que alum ia
em lu g ar escuro, até que o dia
esclareça, e a estrela da a lva
ap areça em vosso coração,
20 - sabendo prim eiram ente
isto: que nenhum a p ro fe cia
da Escritu ra é de p a rtic u la r
interp retação ;
21 - porque a profecia nunca
foi produzida por vontade de
homem algum , m as os homens
santos de Deus fa la ra m inspi­
rados pelo Espírito Santo.
_ ___
I N T E R A Ç Ã O _________
Prezad o professor, o co m e n tarista
de Lições Bíblicas desse trim estre é o
pastor Esequias Soares. Um dos mais
renomados biblrstas do pentecostalismo brasileiro, líder da Assembleia de
Deus em Ju n d ia í (SP) e da Comissão
de Apologética da CCADB. Mestre em
Ciências das Religiões, graduado em
línguas o rien tais e a u to r de vá ria s
obras publicadas pela CPAD.
O tema que estudarem os é uma das
áreas em que o autor é especialista,
pois trata-se de alguém que conhece
profundam ente o hebraico. Veremos
que a m en sag em m ile n a r desses
profetas muito tem a dizer-nos hoje.
Ouçamos, pois, o Senhor através dos
seus santos profetas!
O B JE T IV O S
Após esta aula, o aluno deverá estar
apto a:
D e s c r e v e r o panoram a geral dos
profetas menores.
A n a lis a r a procedência da m ensa­
gem dos profetas menores.
C o m p r e e n d e r que os escritos dos
profetas menores são divinam ente
inspirados.
O R IE N T A Ç Ã O P E D A G Ó G IC A
"
P r o f e s s o r , p a r a in t r o d u z ir a p r im e ir a
liç ã o u tiliz e o e s q u e m a d a p á g in a s e ­
g u in t e . R e p ro d u z a - o c o n f o r m e as su a s
p o s s ib ilid a d e s . O o b je t iv o é m o s tr a r a o
a lu n o um p a n o r a m a g e ra l d o s P r o fe t a s
M e n o r e s . S a b e m o s q u e o s u r g im e n t o
d o p r o fe tis m o em Is ra e l e j u d á se d e u
n o p e r ío d o m o n á r q u ic o ( v e ja o A u x ílio
B ib lio g r á f ic o I). E n fa tiz e q u e as f in a li­
d a d e s d o m o v im e n t o e ra m : restaurar
o monoteísmo hebreu, combater a ido­
latria, denunciar as injustiças sociais,
proclam ar o Dia do Senhor e reacender
a esperança messiânica.
4
L iç õ e s B íb l ic a s
atual conjuntura, os profetas são
um verdadeiro esteio da sabedoria
divina para a Igreja de Cristo, pois
encorajam-nos a militarmos pela
causa de Cristo.
IN T R O D U Ç Ã O
Neste trimestre, estudaremos
os cham ados Profetas Menores.
I. SO BRE OS
A p e s a r de a n tig u ís s im o s , eles
P R O FE TA S M E N O R E S
tratam de questões re­
levantes para os n o s­ PALAVRA-CHAVE
1. A u t o r i d a d e .
sos dias e servem de
A coleção dos Profetas
A tu a lid a d e :
edificação espiritual a
Menores compõe-se dos
Q ualidade ou
todo o povo de Deus.
seguintes livros: Oseias,
Joel, Amós, O b ad iasjoEntre os tem as tra ta ­
estado do que é
dos, tem os: a família, atu al; momento ou nas, M iqueias, Naum,
a sociedade, a política
H abacuq ue, Sofonias,
época presente.
e a espiritualidade. Na
A geu, Z acarias e Maf
PROFETAS MENORES
PROFETA
A N O E R E IN A D O
PR O P Ó S ITO
Oseias
793 - 753 a.C.; reis de
Judá: Uzias, Jotão, Acaz,
Ezequias; rei do norte: Jeroboão.
Levar Israel ao arrependimento de suas
próprias iniquidades.
Joel
835 - 830 a.C. (?); Os reis não
são mencionados no iivro.
.........- •___
760 - 755 a.C.; rei de Judá:
Uzias; rei do norte: Jeroboão II.
Exortar o povo a arrepender-se, voltan­
do humildemente ao Senhor.
Obadias
Cerca de 585 a.C.; Não é
mencionado rei algum.
Revelar a ira de Deus contra Edom.
Jonas
760 a.C.; rei do norte: Jeroboão II.
Demonstrar a misericórdia divina pela
pregação através do arrependimento.
Miqueias
735 - 71 0 a.C.; reis de Judá:
Jotão, Acaz e Ezequias
Adverter a nação sobre a queda de Jerusa­
lém e Samaria como juízo de Deus.
Naum
Cerca de 630 - 620 a.C.; os
reis de Ju d á e do norte não
são mencionados.
Anunciar a iminente destruição da ímpia cidade de Nínive.
Habacuque
Cerca de 606 a.C.; rei de
Judá: Jeoaquim,
Ajudar o remanescente fiel a compreen­
der os caminhos de Deus no tocante à
sua nação pecaminosa e a iminência do
juízo divino.
Cerca de 630 a.C.;
Judá: Josias.
rei de
Advertir Ju d á e Jerusalém do iminente
juízo de Deus.
Ageu
520 a.C.; primeiras décadas
do pós-exílio.
Exortar o povo judeu na reedificação do
Templo.
Zacarias
520 - 470 a.C.; período do
pós-exílio.
Fortalecer os judeus quanto à vinda do
Messias.
Malaquias
Cerca de 430 - 420 a.C.;
período pós-exílio.
Confrontar os sacerdotes e o povo para
arrependerem-se dos seus pecados.
Amós
Sofonias
V
^
I
Disseminar a iminência do juízo divino
sobre Israel e as nações em derredor.
L iç õ e s B íb lic a s
k
J
5
laquias. Essa estru tu ra vem da
os profetas do Antigo Testamento
em anteriores e posteriores, sen­
Bíblia Hebraica e, posteriormente,
do: a) Anteriores: Josué, Juizes, 1
da Vulgata Latina. A Septuaginta
e 2 Samuel, 1 e 2 Reis; e b) Poste­
:j (antiga versão grega do Antigo
riores: Isaías, Jerem ias, Ezequiel
Testam ento) apresenta nos seis
e os Doze. A classificação e o
primeiros livros uma disposição
arranjo do cânon hebraico diferem
| diferente da Hebraica, dispondo
sistem aticam ente do nosso.
os livros assim : O seias, Am ós,
Um dado im portante é que
Miqueias, Joel, Obadias e Jonas.
todos os profetas, de Isaías a MalaÉ importante ressaltar que o
quias, viveram entre os séculos 8 a
valor e a autoridade dos escritos
dos Profetas M enores em nada5 a.C., tendo alguns deles sido con­
temporâneos. O período abrangeu o
diferem dos Profetas Maiores. Tal
domínio de três potências mundiais:
classificação é puramente pedagó­
Assíria, Babilônia e Pérsia. Oseias,
gica, visando tão somente facilitara
Isaías, Amós, Jonas e Miqueias, por
compreensão da presença de uma
exemplo, viveram antes do exílio
estrutura literária nos livros proféti­
babilônico (Os 1.1; Is 1.1; Am 1.1;
cos do Antigo Testamento. Não obs­
2 Rs 14.23-25 cf. Mq 1.1), e outros,
tante, ambas as coleções são uma só
como Ageu e Zacarias, no pós-exílio
Escritura e têm a mesma autoridade
(Ag 1.1; Zc 1.1).
(Jr 26.18cf. Mq 3.1 2; Rm 9.25-27 cf.
Os 1.10; 2.23; Is 10.22, 23).
S IN O P S E D O T Ó P IC O ( 1 )
2. O r ig e m d o t e r m o . A
j e x p re s s ã o “ P ro fe ta s M e n o re s ”
Os escritos dos Profetas Me­
j advém da Igreja Latina por causa
nores têm a m esm a autoridade
do volume do texto ser menor em
que os outros livros do Cânon
comparação aos de Isaías,Jeremias
Sagrado.
e Ezequiel. Assim explica Agostinho
de Hipona (345-430 d.C.) em sua
RESPONDA
obra A cidade de Deus. O termo é
I. De onde vem o term o ",Profetas
de origem cristã, pois, na literatura
judaica, essa coleção é classificada
M enores”?
como Os Doze ou Os Doze Profe­
II. A M E N S A G E M D O S P R O ­
tas. Essa informação é confirmada
FETAS M E N O R E S
desde o ano 132 a.C., quando
1. P ro c e d ê n c ia (v v . 16-18).
da produção do livro apócrifo de
O apóstolo Pedro afirm a que a
Eclesiástico (49.10). É tam bém
revelação m inistrada à Igreja era
corroborada pelo Talmude (antiga
uma mensagem real e abalizada
literatura religiosa dos judeus) e
pelo testem unho ocular do colé­
ratificada pela obra Contra Apion
gio apostólico. À sem elhança dos
do historiador judeu Flávio Josefo
apóstolos, os profetas, inspirados
(37-100 d.C.). '
pelo Espírito Santo, refletiram fiel­
3. C â n o n e c e n á r io d o s
mente a vontade e a soberania di­
D o ze. O cânon judaico classifica
I
6
L iç õ e s B íb l ic a s
vina acerca da redenção de Israel,
de Jesu s de Nazaré Oo 1.45; Lc
24.27). A m ensagem dos profetas
em particular, e da hum anidade,
em geral.
foi entregue às gerações futuras,
A m ensagem dos profetas
preparando-as para o tem po do
é de procedência d ivin a e tem ,
Evangelho (1 Pe 1.12). Por isso,
não d e ve m o s a b d ic a r de seus
como cenário, as ocorrências do
dia a dia. O casam ento de Oseias
ensinam entos, pois a autoridade
(Os 1.2-5; 3.1-5) e a v is ita de I desses escritos é perfeitam ente
válida para hoje.
Am ós a Sam aria (Am 7.1 0-1 7) são
apenas alguns dos exem plos que !
S IN O P S E D O T Ó P IC O ( 2 )
deram ocasião aos oráculos d ivi­
nos. Sem elhantem ente aconteceu
A m ensagem dos Profetas é
aos apóstolos na transfiguração
de procedência divina. Jam ais por
de Jesus no Monte das Oliveiras
inspiração humana.
(Mt 1 7.5,6; Mc 9.7; Lc 9.34-36).
2. “ A p a la v r a d o s p r o f e ­
RESPONDA
t a s ” (v. 1 9 a). Convém ressaltar
2. Q ual a procedência da “p a la v ra |
que a ex pressão “os p ro fetas” ,
dos p ro fetas"?
nessa passagem, não se restringe
3. Desde quando os profetas de l
aos literários e nem mesmo aos
Deus existem ?
Doze. Porque Deus levantou pro­
4. Como estaríam os sem a p a la vra j
fetas desde o princípio do mundo
dos p ro fe ta s?
(Lc 1.70; 1 1.50,51). O m inistério
e os escritos proféticos eram tão
I II. A IN S P IR A Ç Ã O D IV IN A
im portantes que, algum as vezes,
DO S PRO FETAS
o term o é usado para se referir ao
1. A i n i c i a t i v a d iv im a . O
Antigo Testam ento (At 26.27). En­
a p ó s to lo Ped ro re to m a o que
tre os seus escritos, encontram os
afirmou nos versículos 16 a 18.
m ensagens da vinda do Messias,
A m ensagem dos profetas não se
orientações para a vida humana,
resum e a uma retórica baseada
para a nação de Israel e até para
em im aginação hum ana, nem é ,
o mundo. Há tam bém m ensagens
algo artificialm en te construíd o.
que se aplicam à Igreja de Cristo
Nenhum a parte dessa revelação
(1 Tm 3.16).
“ é de p a rtic u la r in te rp re ta ç ã o ” tt
3. “ C o m o a u m a Duz q u e a lu ­
(v.20). As experiências dos profe- I
íra ia em Sugar e s c u r o ” (v. 19b ).
tas, com o as do próprio Pedro no
Os profetas pregaram tudo o que
monte da transfiguração, provam
diz respeito à vida e à piedade. Os
a iniciativa divina em com unicar
tem as eram diversos: Deus, o ser
seus oráculos à hum anidade.
humano e a criação. Estaríam os à
2. A in s p ir a ç ã o d o s p r o ­
deriva no mundo sem as palavras
fe t a s * Está escrito que '“toda a
dos profetas, pois elas nos levam
Escritura é inspirada por Deus” (2
à luz de Cristo (SI 1 19.1 05). A Lei
Tm 3.16 - ARA). O term o grego
e os Profetas anunciaram a vinda
L iç õ e s B íb l ic a s
7
autoridade. Logo, devem os dar
theopneustos para as expressões
a mesm a atenção e credibilidade
“inspirada por Deus” e “divinam en­
aos escritos dos Profetas Menores
te inspirada” vem das palavras
Theos, “Deus” , e pneo, “respirar,
<2 Pe 1.19).
soprar” . Isso significa que os pro­
S IN O P S E D O T Ó P IC O ( 3 )
fetas foram “movidos pelo Espírito
Santo” (2 Pe 1.21 - A R A ).
Os livros dos Profetas M e­
O
caráter especial e único da
nores têm au to rid ad e d ivin a e
“palavra dos profetas” a torna sui
são g e n u in a m e n te in s p ira d o s
generis. Ela pode fazer qualquer
por Deus.
pessoa sábia para a salvação em
Cristo Jesu s e é proveitosa para
RESPONDA
e n s in a r, re p re e n d e r, c o rrig ir,
5. P o r que devem os d a r aos Pro ­
red arg u ir e in stru ir em ju s tiç a
fetas Menores à m esm a atenção
(2 Tm 3.1 5,1 6). Nenhum a litera­
dispensada aos dem ais livros da
tura no m undo tem essa m esm a
B íb lia?
prerrogativa.
3.
A a u t o r id a d e d o s P r o ­
CO NCLUSÃO
f e t a s M e n o r e s . A Igreja su b ­
Diante do exposto, os Profe­
mete-se in q u estio n avelm en te à
tas Menores, como parte integran­
autoridade dos apóstolos, e essa
é a vo n tad e de Deus. Pois, os
te das Escrituras inspiradas, não
devem ficar em segundo plano.
Evangelhos de Mateus e Lucas,
Por isso, recom endam os que, já
ou pelo m enos um d eles, são
no início do trimestre, seja feita
co lo ca d o s no m esm o nível do
Antigo Testam ento (1 Tm 5.18;
uma leitura dos Doze Profetas.
Esta facilitará a com preensão da
Dt 25.4; Mt 10.10; Lc 10.7). O
mensagem desses despenseiros
mesmo acontece com as epísto­
de Deus. Convém ressaltar que
las paulinas (2 Pe 3.15,16). Essa
é um a form a de se reconhecer
o enfoque de cada lição, aqui,
d e fin itiv a m e n te o N ovo T e s ta ­
raramente coincide com o assunto
mento como Escritura inspirada
predominante de cada livro, pois
por Deus. Depreende-se, então,
a escolha desses temas baseouse nas necessidades do mundo
que todos os livros da Bíblia têm
o m esm o grau de inspiração e
de hoje.
8
L iç õ e s B íb l ic a s
V O CABU LÁ R IO
A pócrifo: Livro que, em bora rei*
vindique autoridade divina, não
foi reconhecido como inspirado
por Deus.
C o rro b o ra r: Ratificar e confir­
mar algo.
O ráculo: A Palavra de Deus e de
seus profetas.
Retórica: Arte do bem dizer, do
falar com eloqüência.
B IB L IO G R A F IA S U G E R ID A
SOARES, Esequias. O M in is té ­
rio P ro fético na B íblia: A voz
de Deus na Terra. 1.ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2010.
SOARES, Esequias. V isão Pano­
A U X ÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
S u b s íd io Le x o g ráfico
“ P r o f e t is m o
M o vim e n to que, su rg id o no
século VIII a.C., em Israel, tinha por
objetivo restaurar o monoteísmo hebreu, combater a idolatria, denunciar
as injustiças sociais, proclamar o Dia
do Senhor e reacender a esperança
m essiânica num povo que já não
podia esperar contra a esperança.
Tendo sido iniciado por Amós,
foi encerrado por Malaquias. Jo ão
Batista é visto com o o últim o re­
p r e s e n ta n te d e ste m o v im e n t o ”
(ANDRADE, Claudionor Corrêa. D i­
c io n á r io T e o ló g ic o . 8 ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 1999, p.244).
O O f íc io P r o f é t ic o
O
term o hebraico n ab y define
em si o p rofeta com o porta-voz
de Deus. Enquanto pregava para
a própria geração, o profeta tam ­
bém predizia even to s no futuro.
de Janeiro: CPAD, 2009.
O aspecto duplo do m inistério do
profeta incluía declarar a m ensa­
gem de Deus e predizer as ações
SAIBA MAIS
de Deus. Assim, o profeta tam bém
Revista Ensinador Cristão
era cham ado de ‘vidente’ (hb.: roeh),
CPAD, n ° 52, p.36.
porque podia ver eventos antes de
estes acontecerem .
RESPO STAS DOS EXERCÍCIO S
A Bíblia relata o profeta como
1. A expressão “ Profetas Menores” alguém que era aceito nas câm aras
do c o n s e lh o d iv in o , onde Deus
advém da Igreja Latina.
2. A mensagem dos profetas é de ‘revela o seu se g re d o ’” (Am 3.7)
procedência divina.
(LAHAYE, Tim. E n c ic lo p é d ia P o p u ­
3. Desde o princípio do mundo.
la r d e P r o f e c ia B íb lic a . 1 ed. Rio
4.
Estaríamos à deriva no mundo. de Janeiro: CPAD, 2008, p.383).
râm ica do A n tig o T e s ta m e n ­
to . Rio de janeiro: CPAD, 2003.
ZUCK, Roy B (Ed.). T e o lo g ia do
A n tig o T e s ta m e n to . 1.ed. Rio
5. Porque todos os livros da Bíblia
têm o mesmo grau de inspiração
e autoridade.
L iç õ e s B íb l ic a s
9
A U X ÍL IO BIBLIOGRÁFICO II
S u b s íd io T e o ló g ic o
Os P ro fetas M enores
“Os livros dos Profetas Menores são cham ados assim por causa
da brevidade relativa em com paração a Isaías, Jerem ias e Ezequiel,
e não porque sejam menos teologicam ente im portantes. Os doze
livros que com põem os Profetas Menores variam em data entre os
séculos VIII e V. a.C.:
Século V III a.C
Século VII a.C
Século Vl-V a.C
Data Incerta
Oseias
Naum
Joel
Jonas
Amós
Habacuque
Obadias
Miqueias
Sofonias
Ageu
Zacarias
Malaquias
— -------------------------------------------------------------------- -------------------------
v
10
Em bora os acontecim entos registrados em Jonas tenham ocor­
rido no século VIII, a data da autoria do livro é incerta.
[...] Diversos tem as teológicos se sobrepõem a maioria destes
profetas, especialm ente nos mesmos períodos cronológicos acim a
esboçados.
Os profetas não falaram sobre Deus em termos abstratos de
filosofia ou teologia. Falaram dEle como alguém ativam ente envol­
vido no mundo que Ele criou e intim am ente interessado no povo do
concerto (ZUCK, Roy B. T e o lo g ia do A n tig o T e s ta m e n to . 1.ed.
Rio de Janeiro: CPAD. 2009, pp.429-30).
L iç õ e s B íb l ic a s
O s e ia s — A F id e l id a d e n o
R e l a c i o n a m e n t o c o m D eus
TEXTO AU REO
“Porque estou zeloso de vós com zelo
de Deus; porque vos tenho preparado
para vos apresentar como uma virgem
pura a um marido, a saber,
a Cristo” (2 Co 11.2)=
V E R D A D E P R A T IC A
O casamento de Oseias ilustra a infide
lidade de Israel e mostra a sublimidade
do amor de Deus
H IN O S S U G E R ID O S 100, 2 5 4 , 2 9 5
LE ITU R A D IA R IA
Segunda - Is 5 4 .5
Deus se apresenta a Israel como um
marido
T erça - Jr 2 .2
A união de marido e mulher é uma figura
do relacionamento entre Deus e Israel
Q u a rta - M t 25.1
O Senhor Jesus com para o cortejo
nupcial a sua vinda
_______
Q u in ta - SI 4 5 .9 -1 1
O resplendor do casam ento real ilustra
a beleza e a pureza da Igreja
Sexta - Hb 1 3 .4
O casam ento deve ser honrado por
todos
Sábado - A p 1 9 .7
O encontro de Cristo com a Igreja é
com parado a um casam ento
L iç õ e s B íb l ic a s
11
L E IT U R A B ÍB L IC A
EM C L A S S E
IN T E R A Ç Ã O _________ ___
O casam ento de Oseias denota uma
d iversid ad e de sentim entos h u m a ­
nos que desabrocham num a história
trág ica entre Deus e seu povo. Sim !
O s e ia s 1
1 - P a la vra do SENHOR que foi Tristezas e frustrações fazem parte da
dita a Oseias, filho de Beeri, vida pessoal do profeta. Mas também
nos dias de Uzias, Jotão, Acaz, é verdade que renovadas esperanças
Ezequias, reis de Ju d á , e nos estão im plícitas na mensagem d ram á­
dias de Jeroboão, filho de Joás, tica desse profeta. Como m arido, ele
esperava a reconciliação plena com
rei de Israel.
sua esposa Comer. Tal retrato reflete
2 - 0 p rin cíp io da p a la v ra
o amor, a beleza e a intim idade que o
do SEN H O R por O seias; disse,
verdadeiro casam ento pode propor­
pois, o SEN H O R a Oseias: Vai,
cionar. No caso de Israel', o Altíssim o
toma um a m ulher de prostitui­
alm eja que a nação deixe o cam inho
ções e filhos de prostituição;
do adultério esp iritu al e retorne ao
porque a terra se prostituiu,
am or inefável do esposo que, acim a
desviando-se do SENHOR.
de tudo, a am a.
O s e ia s 2
14 - Portanto, eis que eu a
O B JE T IV O S
a tra ire i, e a le v a re i p a ra o
Após esta aula, o aluno deverá estar
deserto, e lhe fa la re i ao co­
apto a:
ração.
O seias 1.1,2; 2.14-17, 19,20
15 - E lhe d arei as suas vinhas
d ali e o vale de Acor, por porta
de esperança; e ali can tará,
como nos dias da sua m ocida­
de e como no dia em que subiu
da terra do Egito.
16 - E acontecerá naquele dia,
diz o SEN H O R, que me cham arás: Meu m arido e não me
ch am arás m ais: Meu Baal.
17 - E da sua boca tira re i os
nomes de b aalins, e os seus
nom es não v irã o m ais em
m em ória.
19 - E desposar-te-ei comigo
p a ra sem pre; desposar-te-ei
comigo em ju s tiç a , e em ju ízo,
e em benignidade, e em m ise­
ricórdias.
20 - E desposar-te-ei comigo
em fidelidade, e conhecerás o
SENHO R.
12 L iç õ e s B íb lic a s
C o n h e c e r a estrutura do livro de
Oseias.
C o m p r e e n d e r a linguagem sim bó­
lica usada no livro.
C o n s c ie n tiz a r- s e de que Deus está
pronto a nos reconciliar e acolher.
O R IE N T A Ç Ã O P E D A G Ó G IC A
R e p ro d u z a o e s q u e m a d a p á g in a s e g u in te
no q u a d ro de giz. Utilize-o na in tro d u ç ã o
do p rim e iro tó p ic o d a iição.
O e s q u e m a fa c ilita rá a c o m p re e n s ã o d os
a lu n o s a re s p e ito d a e s tru tu ra do liv ro de
O s e ia s . E x p liq u e q u e os a s s u n to s p rin c i­
pais d o liv ro sã o ; a a p o s ta s ia de Isra e l; o
g ra n d e a m o r d e D eu s; o ju íz o d iv in o e as
p ro m e s s a s d e re s ta u ra ç ã o . O o b je tiv o do
liv ro é m o s tra r q u ã o g ra n d e e a b e n e g a d o
é o a m o r d e D eu s p o r seu p o vo .
m in is té rio en tre 793-753 a.C.
Jeroboão II, reinou 41 anos num
período de prosperidade econô­
IN T R O D U Ç Ã O
mica, mas tam bém de apostasia
generalizada (2 Rs 14.23-29).
A m ensagem de Oseias co­
2. E s tr u tu r a . A revelação foi
meça a partir de sua vida pessoal.
O seu casam ento com G om er e
entregue ao profeta pela palavra
“dita a Oseias” (1.1a). A segunda
o difícil relacionam ento fam iliar
declaração: “O princípio da palavra
ocupam os três primeiros capítulos
do Senhor por O seias”
do livro que leva o seu
PALAVRA-CHAVE (1.2a), reitera a form a
nome. Deus tinha uma
de comunicação do ver­
mensagem para o povo,
M a trim ô n io :
sículo anterior. Também
pois a esposa e os filhos
União vo lu n tária
esclarece que a ordem
de Oseias, assim como
entre
um
hom
em
e
p ara O se ia s se ca s a r
o abandono e a pros­
um
a
m
ulher.
com “ um a m u lh e r de
tituição dela, e o seu
prostituições” aconteceu *
so frim e n to e perdão,
no começo do seu ministério, como
são sinais e profecias sobre Israel
fica claro na ARA e na TB (1.2b).
e Ju d á ao longo dos séculos.
O
livro pode ser dividido em
I. O L IV R O DE O S EIAS
duas partes principais. A prim eira
é uma biografia profética escrita
1» C o n te x to h is t ó r ic o . O
em prosa que descreve a crise do
m inistério de O seias deu-se no
relacionamento de Oseias com sua
período da supremacia política e
esposa infiel, ao m esm o tem po
militar da Assíria. Ele profetizou em
que com para essa crise conjugal
Samaria, capital do Reino do Norte,
com a infidelidade e a apostasia
durante os "dias de Uzias, Jotão,
do seu povo (1— 3). A segunda
Acaz, Ezequias, reis de Judá, e nos
parte é escrita em form a poética
dias dejeroboão, filho de Joás, rei
e se constitui de profecias profe­
de Israel” (1.1). A soma desses anos
ridas durante um longo intervalo
deve ser reduzida significativamen
de tem po (4— 14).
te porque Jotão foi corregente com
3. M e n s a g e m . O assu n to
seu pai, Uzias, e da mesma forma
do livro é a apostasia de Israel e
Ezequias reinou com Acabe, seu pai
o grande amor de Deus revelado,
(2 Rs 15.5; 18.1,2, 9, 10, 13).
que c o m p re e n d e a d v e r tê n c ia ,
Esses dados fornecidos pelo
juízo divino e prom essas de resprofeta nos perm item datar o seu
E S B O Ç O D O L IV R O D E O S E IA S
Esposa do profeta O seias............................. ................................ ......................(Os 1 — 3).
O povo de Oseias................................................................................................ (Os 4 — 14).
Mensagem de ju lg am en to ..................................................................................(Os 4 — 10).
M e n s a g e m de A m o r ....................................................................................................(O s 11 — 14).
Texto extraído d a o bra , “Q uero e nte n d e r a Bíblia'', -editada pela CPAD.
L iç õ e s B íb l ic a s
13
cidade que o casamento proporcio­
na fazem dele o símbolo da união e
do relacionamento entre Cristo e a
sua Igreja (2 Co 1 1.2; Ef 5.31 -33; Ap
1 9.7). Essa figura é notada desde o
Antigo Testamento.
3.
A o rd e m d iv in a p a ra o
c a s a m e n to d e O s e ia s . Conside­
rando a santidade do casamento
confirm ada em toda a Bíblia, a
ordem divina parece contradizer
tudo o que as Escrituras falam so­
bre o matrimônio. Temos dificulda­
de em aceitá-la, mas qualquer in­
terpretação contra o caráter literal
do texto é forçada. Quando Jeo vá
deu a ordem, acrescentou: “porque
a terra se prostituiu, desviando-se
S IN O P S E D O T Ó P IC O ( 1 )
do SENHOR” (1.2b). Isso era lite­
O
livro do profeta Oseias é
ral. A infidelidade a Deus é em si
repleto de metáforas e símbolos.
mesma um adultério espiritual (jr
Sua mensagem denuncia o pecado
3.1,2; Tg 4.4), ainda mais quando
e a corrupção do povo.
se trata do culto a Baal, que envol­
via a chamada prostituição sagrada
RESPONDA
(4.13,14; Jz 8.33).
/. Q u a l o assu n to do liv ro de
S IN O P S E D O T Ó P IC O ( 2 )
H O seias?
W tauração futura (8.11— 14; 1 1.1 -9;
I 14.4-9). Mesmo num contexto de
I decadência moral, o oráculo desI creve o amor de Deus de maneira
[b e la e surpreendente (2.14-16;
I 6.1-4; 11.1-4; 14.4-8). Seus oráI culos são cheios de metáforas e
I símbolos dirigidos aos contempoI râneos. Sua mensagem denuncia
I o pecado do povo e a corrupção
| das instituições sociais, políticas e
S religiosas das dez tribos do norte
| (5.1). O seias é citado no N ovo
T e s ta m e n to (1.10; 2.23 cp. Rm
9.25,26; 6.6 cp. Mt 9.13; 12.7;
1 1.1 cp. Mt 2.1 5).
I
II. O M A T R IM Ô N IO
1. E t im o lo g ia . Os term os
“casam ento” e “ m atrim ônio” são
equivalentes e ambos usados para
traduzir o grego gamos, que indica
também “bodas” Oo 2.1,2) e “leito”
conjugal (Hb 13.4). Trata-se de
j uma instituição estabelecida pelo
Criador desde a criação, na qual
um homem e uma m ulherse unem
em relação legal, social, espiritual
e de caráter indissolúvel (Gn 2.2024; Mt 19.5,6). É no casamento que
acontece o processo legítimo de
procriação (Gn 1.27,28), gerando
a oportunidade para a felicidade
humana e o companheirismo.
2. S im b o lism o . A intimidade,
lo a m o r , a beleza, o gozo e a recipro­
14
L iç õ e s B íb l ic a s
O
matrimônio de Oseias com
Gômer sim bolizaa infidelidade do
povo em relação a Deus.
RESPONDA
2. O que faz do casam ento um
sím bolo do relacionam ento entre
Cristo e a Ig re ja ?
III.
A L IN G U A G E M
D A R E C O N C IL IA Ç Ã O
1.
O ca s a m e n to re s ta u ­
ra d o . O am or é o tem a central
de O seias. Com ele, Israel será
atraído p o rjeo vá (1 1.4; Jr 31.3). O
deserto foi o lugar do julgam ento
(2.3) e nele Israel achou graça,
tal qual a noiva perante o noivo
(Êx 5.1; Jr 2.2). A expressão “e
lhe falarei ao coração” (2,14) é a
linguagem de um esposo falando
amorosamente à esposa (4.1 3,1 4;
Cn 34.3; Jz 19.3). Nós fomos atraí­
dos e alvejados pelo amor de Deus
(Rm 5.6-8).
2. O v a le d e A c o r e a p o r­
ta d e e s p e r a n ç a . Há aqui uma
menção do m onum ento erguido
no vale de Acor, onde Acã pagou
pelos seus crimes e foi executado
com toda a sua casa (js 7.2-26). A
promessa é que esse vaie não será
mais lembrado como lugar de cas­
tigo. Será transform ado em lugar
de restauração (is 65.10), cujas
vinhas serão dadas “ por porta de
esperança” (2.1 5).
3. A r e c o n c ilia ç ã o . A sen­
tença de divórcio (2.2) será anu­
lada: “desposar-te-ei com igo para
sem pre” (2.1 9). O baalismo gene­
ralizado (2.13) virá a ser trans­
form ado em conversão nacional
e genuína. Todo o povo servirá
a Je o vá em fidelidade, e cada um
v o lta rá a ter co n h ecim en to do
Deus verdadeiro (2.20).
SINOPSE D O T Ó P IC O (3 )
A linguagem da reconciliação
no livro de Oseias é apresentada
através do amor, tema principal do
oráculo divino neste livro.
RESPONDA
3. Que linguagem a expressão “e
lhe fa la re i ao co ração ” lem b ra?
IV.
O B A N IM E N T O
D A ID O L A T R IA EM IS R A E L
são um jo g o de palavras muito
significativo.
a) Significados. A palavra ish
significa “homem, marido” (Cn 2.24;
3.6); e baal, ou baalim, no píural,
quer dizer “dono, marido” (Êx 21.29;
2 Sm 1 1.26). O termo também é
aplicado metaforicamente a Deus,
como marido: “Porque o teu Criador
é o teu marido” (Is 54.5). A palavra
“baal”, como “dono, proprietário”,
aparece 84 vezes no Antigo Testa­
mento, sendo 15 delas como esposo
de uma mulher, portanto “marido”.
b) D ivindade dos cananeus.
Como nome da divindade nacional
dos fenícios com a qual Israel e ;
Ju d á estavam envolvidos naquela
época, aparece 58 vezes, sendo
1 8 delas no plural. Essa palavra se
corrompeu por causa da idolatria
e por isso Je o v á não será mais
cham ado de “ meu Baal” , mas de
“meu m arido” (2.1 6).
:
2.
O fim d o b a a lis m o . Os
íd o lo s d e sa p a re c e rã o da te rra
(Jr 10.1 1). Isso inclui os baalins,
cuja memória será execrada para \
sempre, uma vez que a palavra
profética anuncia o fim definitivo
do baalismo: “os seus nomes não
virão mais em m em ória” (2.17).
Apesar de a promessa divina ser
escatológica, esses deuses são
hoje repulsa nacional em Israel.
■
SINO PSE D O T Ó P IC O (4 )
O
baalismo foi definitivam en­
te extinguido em Israel. Isso pode
sssfcíi
ser confirm ado até hoje.
RESPONDA
1.
M eu m a rid o , e n ã o m eu
4. Que p a la v ra se corrom peu por
B a a l. A fórmula “naquele dia” (2.6,
causa da id o la tria ?
1 8, 21) é escatológica 01 3.1 8). As
5. O que os deuses são hoje em
expressões “ meu m arido” e “meu
Isra e l?
Baal” , em hebraico ishi e baali,
j ç õ e s B íb lic a s
[‘d
d e ss e s re cu rs o s lite rá rio s . O
casamento é o símbolo perfeito
O
em prego das coisas do
para co m p reen d erm o s o re la ­
dia a dia como ilustração facilita
cionam ento de Deus com o seu
a co m p reen são da m ensagem
povo, e do Senhor Jesu s Cristo
‘ivin a, e a Bíb lia está rep leta
com o cristão.
CONCLUSÃO
A U X ÍL IO B IB L IO G R Á F IC O I
S u b s íd io B ib lio ló g ic o
“ Livro de O seias
[...] Quando Oseias iniciou seu
ministério, Israel estava desfrutan­
do o zênite da sua prosperidade e
poder sob o reinado de Jeroboão
II. Para entender melhor o livro de
Oseias, leia 2 Reis 14.23 a 15.31.
Oseias distinguia as dez tribos pelo
nome de Israel, ou de Sam aria,
sua capital, ou de Efraim , a tribo
principal. Oseias não morreu antes
de ver o cum primento de suas pro­
fecias. // O autor: Oseias, 1.1 //
_
VO CABULÁRIO
C orregente: Pessoa que gover­
na com outra.
ARA: Versão Almeida Revista e
Atualizada.
TB: Versão da Tradução Brasileira.
Metáfora: Consiste na transferên­
cia da palavra para outro âmbito
semântico; fundamenta-se numa
relação de semelhança entre o
sentido próprio e o figurado.
Execrada: Abominável.
B IB LIO G R A FIA SUG ERIDA
A chave: A d u lté rio e s p iritu a l,
BOYER, Orlando. Pequena En­
4.12. A idolatria com toda espécie
ciclopédia Bíblica. 2.ed. Rio
de vício, permeava todas as classes
de Janeiro: CPAD, 2008.
sociais. Oseias por mais ou menos
SOARES, Esequias. Oseias: A res­
60 anos condenava do modo mais
tauração dos filhos de Deus. 1.ed.
veem ente o procedimento do povo,
qualificando-o de adultério. Conti­ Rio de janeiro: CPAD, 2002.
nuava seus avisos sem resultados,
0 que é um tocante exem plo de
SAIBA MAIS
perseverança no meio dos maiores
Revista Ensinador Cristão CPAD,
desânimos. // As divisões: I. Is­
n ° 52, p.37.
rael, a esposa infiel de Deus, caps.
1 a 3. II. Israel pecaminoso, 4.1. a
RESPOSTAS DOS EXERCÍCIOS
1 3.8 // III. Israel restaurado, 13.9 a
14.9.” (BOYER, Orlando. Pequena 1. O assunto do livro é a apostasia
Enciclopédia Bíblica. 2.ed. Rio de de Israel e o grande amor de Deus
revelado.
Janeiro: CPAD, 2008, p.394).
2. A intimidade, o amor, a beleza, o
gozo e a reciprocidade.
3. A linguagem de um esposo falan­
do amorosamente à esposa.
4. A Palavra “baal”.
5. Uma repulsa nacional.
16
L iç o e s B íb l ic a s
s
_____ A U X ÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Teológico
IrS fí.íi
“Diante de tudo que temos estudado podemos compreender que
o homem tem sido ingrato e rebelde e mesmo assim Deus trabalha
para a redenção humana. Primeiro levantou um povo na antiguidade
para a glória de seu nome: Israel. Esse povo fracassou, mas ainda
será restaurado. Quando Israel fracassou, rejeitando o seu Messias,
Deus levantou outro povo, a Igreja.
É comum encontrar no livro do profeta Oseias as promessas de
bênçãos após as advertências de juízos. Isso revela o grande am or
de Deus por seu povo e isso é confirm ado no Novo Testamento pela
expressão: ‘Se formos infiéis, ele permanece fiel; não pode negar-se
a si m esm o’ (2 Tm 2.1 3).
Depois de anunciar o fim da casa de Israel, ‘farei cessar o reino
da casa de Israel’ (1.4), e de afirm ar que Israel não é mais seu povo,
‘porque vós não sois meu povo, nem eu serei vosso Deus’ (1.9),
logo em seguida afirma que os filhos de Israel são povo de Deus e
também chama de filhos de Deus. Não há nisso contradição alguma,
pois essa promessa é escatológica, vem depois dos juízos anunciados
nesse capítulo, em outros lugares do livro de Oseias.
Vemos que no Velho Testam entojeová se utilizou da experiência
de seu povo para se revelar a si mesmo de maneira progressiva, cul­
minando com a manifestação de sua plenitude na Pessoa de seu Filho
Jesus Cristo (Cl 2.9). Agora, em Oseias, começa-se a vislumbrar o amor P*
de Jeová pelo seu povo e por toda a humanidade, amor manifestado
no calvário (Jo 3.1 6)” (SOARES, Esequias. O s e ia s : A restauração dos
filhos de Deus. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2002, p.53).
L iç õ e s B íb lic a s
17
Joel — O D e r r a m a m e n t o
d o Es p ír it o S a n t o
TEXTO ÁU REO
"£ nos últimos dias acontecerá, diz
Deus, que do meu Espírito derram arei
sobre toda a carne; e os vossos filhos e
as vossas filhas profetizarão, os vossos
jovens terão visões, e os vossos velhos
sonharão sonhos” (A t 2.1 7).
V E R D A D E P R Á T IC A
O Espírito Santo não veio ao mundo
cumprir uma missão temporária, mas
guiar a Igreja até a vinda do Senhor.
•*?
H IN O S SUGERIDOS 100, 290, 491
LEITURA D IA R IA
S eg u n d a - Is 4 4 3
O derramamento do Espírito Santo
T erça - M t 3.11
Jesus batiza com o Espírito Santo
Q u a rta - J o 14.16
O Consolador está sempre conosco
Q u in ta ~ J o 14.26
O Espírito Santo ensina a Igreja
Sexta - A t 2.4
As línguas e o batismo com o Espírito
Santo
S á b a d o - A t 11.15,16
Os gentios e o batismo com o Espírito
Santo
18 L iç õ e s B íb lic a s
L E IT U R A B ÍB LIC A
EM CLASSE
Jo e l 1.1; 2.28-32
Jo e l 1
1 - Palavra do SEN H O R que foi
dirigida a Joel, filho de Petuel.
Jo e l 2
28 - E há de ser que, depois,
derram arei o meu Espírito so­
bre toda a carne, e vossos filhos
e vossas filhas profetizarão, os
vossos velhos terão sonhos, os
vossos jovens terão visões.
2 9 - E ta m b é m s o b re os
se rv o s e so b re as s e rv a s ,
naqueles dias, d e rra m a re i o
meu Esp írito .
30 - £ m ostrarei prodígios no
| céu e na terra, sangue, e fogo,
e colunas de fum aça.
31 - O sol se converterá em tre­
vas, e a lua, em sangue, antes
que venha o grande e terrível
dia do SEN H O R .
32 - E há de ser que todo aquele
que invocar o nome do SEN H O R
será salvo; porque no monte
Sião e em Jeru salém h averá
livramento, assim como o S E ­
N H O R tem dito, e nos restantes
que o SEN H O R chamar.
IN T E R A Ç Ã O __ _
Quando o Espírito Santo foi derram ado
sobre a Igreja, em Jerusalém , muitas
pessoas ficaram atônitas com o fenô­
meno, pois viram gente simples falan ­
do línguas totalm ente desconhecidas
deles. Outros, no entanto, zombavam,
afirm ando que essas pessoas estavam
“cheias de mostos” ou “em briagadas".
N essa ocasião, o apóstolo Pedro se
levantou, junto dos demais apóstolos
(At 2.14) e expôs sistem aticam ente os
pontos centrais da revelação de Deus
através de Jesu s Cristo. Ele evocou a
profecia de Jo e l a respeito do derram a­
mento do Espírito Santo (At 2.15-21), e
conclamou-os: “Arrependei-vos, e cada
um de vós seja batizado em nome de
Jesu s Cristo p ara perdão dos pecados,
e recebereis o dom do Espírito Santo.
Porque a promessa vos diz respeito a
vós, a vossos filhos e a todos os que es­
tão longe: a tantos quantos Deus, nosso
Senhor, cham ar” (At 2.38,39).
O B JE T IV O S
Após esta aula, o aluno deverá estar
apto a:
E x p lica r o contexto histórico, a estru­
tura e a mensagem do livro de Joel.
C o m p r e e n d e r que o Espírito Santo
é uma pessoa divina.
S a b e r que o livro de Joel é escatológico.
-------------------------------------- x
O R IE N T A Ç Ã O P E D A G Ó G IC A
Professor, utilize o quadro da página
seguinte para introduzir a aula e expli­
car que o livro de Joel pode ser dividido
em duas partes. A primeira descreve a
devastação de Judá ocasionada por uma
grande praga de gafanhotos e a comuni­
dade. E a segunda, a resposta de Deus a
Israel e às nações.
L iç õ e s B íb lic a s
19
de Jo iad a durante a infância de
Joás (2 Cr 23.1 6-2 1). Isso explica
a influência e a presença signifi­
IN T R O D U Ç Ã O
cativa dos sacerdotes no governo
O
Movim ento Pentecostal, no
de Ju d á 01 1.9,1 3; 2.1 7). O templo
início do século 20, colocou o livro
estava em pleno funcionamento Ql
deJoel em evidência, fazendo com
1.9,13,14).
que ele fosse co n h ecid o com o
2. P o s iç ã o d e J o e l no C â ­
n o n S a g r a d o . A o rd e m dos
o “ profeta p en teco stal”. A p esar
disso, o anúncio da
Profetas Menores em
PA
LA
V
R
/
VrCHAVE
d e scid a do Esp írito
n o s s a s v e r s õ e s da
Bíbíia é a m esm a do
Santo não é o tem a
D erram » im e n t o :
Cânon Ju d a ic o e da
predominante de seus
ato ou efe ito de derV u lg ata Latina, mas
oráculos. A maior par­
ra m a r; de,rram ação.
te de suas profecias
não é c r o n o ló g ic a .
fala da praga da loJoel é o segundo livro,
cu stae do julgam ento das nações
situado entre Oseias e Amós, mas
no fim dos tempos.
na Septuaginta há uma diferen­
ça na ordem dos primeiros seis
I. O L IV R O DE JO E L
livros: Oseias, Am ós, M iqueias,
NO CÂNON SAGRADO
Joel, Obadias, Jonas.
1.
C o n te x to h is tó r ic o . Pou­
3. E s t r u t u r a e m e n s a g e m .
co ou q u ase nada se co n h ece
O oráculo foi entregue ao profeta
sobre Joel e a sua época. As es­
por meio da palavra (1.1). São
cassas inform ações baseiam-se
três capítulos, mas a sua divisão
em alguns lampejos extraídos de
na Bíblia Hebraica é diferente: lá
seu livro. Era profeta de Ju d á e
tem os quatro capítulos, pois o
seu pai se cham ava Petuel (1.1).
trecho 2.28-32 eqüivale ao capí­
Isso é tudo o que sabemos de sua
tulo três, com cinco versículos, e
vida pessoal. Nenhum rei é m en­
o conteúdo do capítulo quatro é
cionado em seu livro, dificultando
exatam ente o mesmo do nosso
a contextualização histórica. Ele
capítulo três. São dois os temas
é a n terio r a todos os profetas
p rin cip a is: a p rag a da lo cu sta
literários, pois tem-se como certo
(1.1— 2.27) e os eventos do fim
que escreveu suas profecias em
dos tempos (2.28— 3.21). O a s­
835 a.C. Trata-se da época em
sunto do livro é escatoiógico, com
que Ju d á estava sob a regência
am eaças e promessas.
L IV R O D E J O E L
P R IM E IR A P A R T E
20
S E G U N D A PARTE
A p ra g a d o s g a fa n h o to s e a
c o m u n id a d e ( 1 .1 — 2.1 7).
A r e s p o s ta d o S e n h o r a Is ra e l e às
n ações ( 2 .1 8 — 3 .2 1 ).
■ A praga de gafanhotos (1.1 -4).
■ Compaixão pela comunidade (2.18-27).
■ Chamado à lamentação <1.5-20).
■ Bênçãos para a comunidade (2.28-32).
■ Grande alarme (2.1 -1 1).
■Julgam ento das nações (3.1-1 7).
■ Chamado ao arrependimento (2.1 2-1 7).
■ Presença de Deus em Jerusalém (3.18-21).
L iç õ e s B íb l ic a s
S IN O P S E D O T Ó P IC O ( 1 )
REFLEXÃO
O
livro de Joel é uma obra
“Atualm ente, o Espírito Santo
escatológica que contém adver­
é derram ado,
tências e promessas divinas.
de form a efu siva, sobre
q u alquer pessoa que venha
RESPONDA
a Deus em busca de
1. Qual o assunto do livro de Jo e l?
sua sa lva çã o .”
II. A PESSOA D O
Bíblia de Estudo
E S P ÍR IT O S A N T O
Aplicação Pessoal
1. Sua p e rs o n a lid a d e . O
Espírito está presente em toda a
Bíblia, que o mostra claramente
com o uma pessoa e não como
uma mera influência. Ele é inte­
ligente (Rm 8.27), tem emoções
(Ef 4.30) e vontade (At 16.6-11; 1
Co 12.11). Há abundantes provas
bíblicas de sua personalidade.
2. Sua d ivin d ad e. O Espírito
Santo é chamado textualm ente de
“Deus de Israel” (2 Sm 23.2,3). Ele
é igual ao Pai e ao Filho em poder,
glória e majestade. Na declaração
batismal, somos batizados tam ­
bém em seu nome (Mt 28.19; Ef
4.4-6). Isso significa que o Espírito
Santo é objeto da nossa fé e da
nossa adoração. Ele é tudo o que
Deus é (1 Co 2.1 0,1 1),
3. Como um a pessoa pode
ser d erram ad a? Esta é uma das
p e rg u n ta s que a lg u n s g ru p o s
religiosos fazem frequentem ente
com a finalidade de “ provar” que
o Espírito Santo não é Deus nem
uma pessoa. Aqui, por duas vezes
a palavra profética afirm a “derra­
marei o meu Espírito” (2.28,29), o
que é ratificado em o Novo Testa­
mento (At 2.17,18). Ao longo da
história, a divindade do Espírito
Santo sem pre encontrou oposi-
ção. Após o Concilio de Niceia,
su rg iram os p n e u m a to m a ch o i
(“opositores do Espírito”) que, li- |
derados por Eustáquio de Sebaste
(300-380), não aceitavam a divin- j
dade do Espírito Santo.
4 . Linguagem m etafó rica .
O “derramamento” do Espírito Santo é a expressão que a Bíblia usa
para descrever o revestimento de
alguém com o poder do mesmo
Espírito. Trata-se de uma metáfora,
figura que “consiste na transferência de um termo para uma esfera
de significação que não é a sua, em
virtude de uma comparação implícita" (Gramática Rocha Lima).
S im b o liz a d o p e la ág u a, o
E sp írito Santo lava, p u rifica e
refrigera com o reflexo de suas
m últiplas operações (Is 44.3; Jo
7.37-39; Tt 3.5).
j
]
!
j
|
j
§
]
|
j
j
I
S IN O P S E D O T Ó P IC O ( 2 )
O
Espírito Santo é uma pes­
soa e não uma mera influência.
RESPONDA
2. Em que parte da Bíblia o Espírito
San to é textualm ente cham ado
de D eus?
L iç õ e s B íb l ic a s
21
r
L
REFLEXÃO
“Nossa esperança
vem do Senhor."
Bíblia de Estudo
Aplicação Pessoal
3. Q ual o nome do líd er que após
o Concilio de N iceia não aceitava a
divindade do Espírito San to ?
4. Q ual o significado do d e rra m a ­
mento do Espírito S a n to ?
a edificação individual, e não podem
ser usados para fundamentar doutri­
nas. A Bíblia Sagrada é a nossa única
regra de fé e prática.
S IN O P S E D O T Ó P IC O ( 3 )
A efusão do Espírito Santo
começou com os apóstolos e con­
tinua em nossos dias até a volta
de Jesus.
IV. O F IM D O S T E M P O S
1. S in a is . A profecia de Joel
fala ainda sobre aparição de sinais
em cima no céu e embaixo na ter­
ra, de sangue, fogo e colunas de
1. P o n to d e p a r tid a . A pro­
fumaça, do sol convertendo-se em
fecia do derramamento do Espírito
trevas e da lua tornando-se sangue
Santo começou a ser cum prida no
(2.30,31). São manifestações teodia de Pentecostes, que marcou a
fânicas de Jeo vá para revelar a si
inauguração da Igreja (At 2.16).
mesmo e também para executar
O apóstolo Pedro empregou apro­
juízo sobre o pecado (Êx 19.1 8; Ap
p riad am en te a ex p ressão “ nos
8.7). Tudo isso o apóstolo Pedro
últimos dias” (At 2.17) no lugar
citou integralmente em sua pre­
de “depois” 01 2.28a).
gação (At 2.19,20). É de se notar
Não faz sentido algum , por
que tais manifestações não foram
consegu inte, afirm ar que a efuvistas por ocasião do Pentecostes.
são do Espírito Santo foi apenas
A explicação é que se trata do co­
p ara a Era A p o s tó lic a ; a n te s ,
meço dos “últimos dias”.
pelo contrário, com eçou com os
2. E ta p a s . O primeiro adven­
apóstolos e co n tin u a em nossos
to de Cristo e o derram am ento
dias. Era o ponto de partida, e
do Esp írito Santo são e v e n to s
não de chegada.
2. C o m u n ic a ç ã o d i v i n a . I introdutórios dos “ últimos dias”
(A t 2 .1 7 ). Os sin ais có sm ico s
Deus disponibilizou recursos espi­
acom panhados de fogo, coiuna
rituais para manter a comunicação
de fum aça etc., ausentes no dia
com o seu povo por meio de sonhos,
de Pentecostes, dizem respeito
visões e profecias, independente­
à Grande Tribulação, no epílogo
mente de idade, sexo e posição
da história, “antes que venha o
social (2.28b,29). Todavia, cabe-nos
grande e terrível dia do Senhor”
ressaltar que somente a Bíblia é a
01 2 .3 !; At 2.20).
autoridade divina e definitiva na
3. R e s u lt a d o . A vin d a do
terra. Quanto aos sonhos, visões e
Espírito Santo, além de revestir os
profecias, são-nos concedidos para
II I , H O R IZ O N T E S
D A PROM ESSA
22
L iç õ e s B íb l ic a s
crentes em Jesus, resulta também
em salvação a todos os que desejam
encontrar a vida eterna. O apóstolo
Pedro termina a citação de Joel com
estas palavras: “Todo aquele que in­
vocar o nome do Senhor será salvo”
(At 2.21). O nome “SENHOR”, com
letras maiúsculas, indica na Bíblia
Hebraica a presença do tetragrama
YHWH (as quatro consoantes do
nome divino “Yahweh, Javé, Yehovah, Jeová”). O apóstolo Paulo citou
essa passagem referindo-se ajesus,
e afirmando que o Meigo Nazareno
é o mesmo grande Deus Jeová de
Israel (Rm 10.1 3).
partir do derram am ento do Esp í­
rito Santo nos últim os dias.
RESPONDA
5. Quais sãos os eventos introdu­
tórios dos “últim os d ias”?
CONCLUSÃO
O
derramamento do Espírito
Santo inaugura a dispensação da
Igreja, que, acompanhado de gran­
des sinais, faz do cristianismo uma
religião sui generis. A Igreja continua
recebendo o poder do alto e prosse- |
gue anunciando a salvação a todos I
os povos. Nisso, vemos a múltipla
operação do Espírito Santo, reves- !
S IN O P S E D O T Ó P IC O ( 4 )
tindo de poder os crentes em Jesus
e convencendo o pecador de seus
O
livro d e jo e l é escatológipecados (At 1.8; Jo 16.7-11).
co. Ele fala do fim dos tem pos a
REFLEXÃO
Os crentes devem to m ar cuidado com o tratam ento
que dispensam ao próxim o, pois Deus os ch am ará
a p re sta r contas no dia do ju íz o caso não procedam
com am o r e m isericó rd ia.”
Bíbiia de Estudo Pentecostal
L iç õ e s B íb l ic a s
23
A U X ILIO BIBLIOGRÁFICO
S u b s íd io H is tó ric o
“ J o á s , re i d e J u d á
[...] O verdadeiro descendente
de Davi assentou-se no trono, e
reinou durante quarenta anos (83 5796). Visto que ele tinha apenas sete
anos quando se tornou rei, ficou
sob a tu tela de je o ia d a , o sum o
sacerdote, cuja autoridad e sobre
o jo v e m m onarca estendia-se ao
ponto de escolher suas esposas (2
Cr 24.3). Os anos de apostasia sob
Atália atingiram a vida religiosa da
nação. Particularm ente grave era o
fato de o templo e os serviços sa­
grados haverem sido abandonados.
Joás, já no princípio de seu reinado,
decidiu reform ar e restaurar a casa
de Yahweh (2 Rs 12.2,5). Portanto,
incumbiu os sacerdotes e levitas de
saírem a todas as cidades e vilarejos
de seu reino a fim de obter as ofer­
tas para a manutenção do templo.
Em bora o apelo resultasse no
acúm ulo de fundos, a obra tardou
por algum a razão, e até o vigésim o
terceiro ano de Joás (cerca de 814)
não havia qualquer indício da obra.
O rei Joás então ordenou ao sumo
sacerdote Jeoiada que providencias­
se a construção de um gazofilácio
ao lado do grande altar, onde os
sacerdotes depositariam as ofertas
do povo. Um apelo foi feito por todo
o reino para que trouxessem suas
ofertas ao tem plo; e com alegria
o povo ofertou (MERR1L, Eugene
H. H is t ó r ia d e Is r a e l n o A n tig o
T e s ta m e n to : O reino de sacerdotes
que Deus colocou entre as nações.
6.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007,
pp.384,86).
24 L iç õ e s B íb l ic a s
B IB L IO G R A F IA S U G E R ID A
HARRISON, R. K. T em p o s do
A n t i g o T e s t a m e n t o : Um
C o n te x to S o c ia l, P o lític o e
C u ltu ra l. 1.ed. Rio de Janeiro:
CPAD, 2010.
MERRIL, Eugene H. H is tó ria de
Israel no A n tigo Testam ento:
O rein o de sacerdotes que Deus
colocou entre as nações. 6.ed.
Rio de janeiro: CPAD, 2007.
SAIBA MAIS
Revista Ensinador Cristão
CPAD, n ° 52, p.37.
RESPOSTAS DOS EXERCÍCIOS
1. O assunto do livro é escatológico,
com ameaças e promessas.
2. O Espírito Santo é chamado tex­
tualmente de “Deus de Israel” em 2
Samuel 23.2, 3 e Atos 5.B, 4.
3. Eustáquio de Sebaste.
4. O “derramamento” do Espírito San­
to é a expressão que a Bíblia usa para
descrever o revestimento de alguém
com o poder do mesmo Espírito.
5. O primeiro advento de Cristo e o
derramamento do Espírito Santo são
eventos introdutórios dos “ últimos
dias” (At 2.17).
Lição 4
28 de O u tu b ro de 2 0 1 2
A mós —
S o c ia l
com o P a rte d a
T EX T O ÁU REO
"Porque vos digo que, se a vossa
ju stiça não exceder a dos escribas e
fariseus, de modo nenhum entrareis
no Reino dos céus” (M t 5.20).
fvV
V
i r
V
V E R D A D E P R Á T IC A
i Ju stiça e retidão são elem entos ne­
cessários e im prescindíveis à verda­
deira adoração a Deus.
H IN O S SU G ER ID O S 124, 131, 143
LEITU R A D IA R IA
Segunda - Pv 1 4 .3 4
A justiça social exalta as nações
T erça - Pv 19.1 7
Quem ajuda o pobre em presta a Deus
Q u a rta - Is 1.13-15
O sacrifício e o estado espiritual do
adorador
Q u in ta - Rm 1 5 .2 6 ,2 7
A espiritualidade do trabalho social
Sexta - 2 Co 9 .8 ,9
Deus abençoa quem socorre os pobres
Sábado - T g 1 .2 7
Socorrer os necessitados é parte da
adoração
L iç õ f s B íb l ic a s
25
L E IT U R A B ÍB LIC A
EM CLASSE
A m ó s 1.1; 2.6-8; 5.21 23
Am ós 1
1 - As p a la vra s de Am ós, que
e s ta v a en tre os p asto res de
Tecoa, o que ele viu a respeito
de Israel, nos dias de Uzias, rei
de Ju d á, e nos dias de Jeroboão,
filho de Jo ás, rei de Israel, dois
anos antes do terrem oto.
Am ós 2
6 - Assim diz o SEN H O R: Por
três tran sg ressõ e s de Is ra e l
e p o r quatro, não re tira re i o
castigo, porque vendem o ju sto
p o r dinheiro e o necessitado
p o r um p a r de sapatos.
7 - Suspirando pelo pó da ter­
ra sobre a cabeça dos pobres,
eles pervertem o cam inho dos
m ansos; e um hom em e seu
p a i e n tra m à m esm a m oça,
p a ra p rofan arem o meu santo
nome.
*
8 - E se deitam ju n to a q u al­
q u er a lta r sobre roupas em ­
penhadas e na casa de seus
deuses bebem o vinho dos que
tinham m ultado.
Am ós 5
21 - A b orreço , desprezo as
vossas festas, e as vossas assem bleias solenes não me dão
nenhum p razer:
22 - E, ain d a que me ofereçais
holocaustos e ofertas de m an­
ja re s , não me a g ra d a re i delas,
nem aten tarei p a ra as ofertas
p a c ífic a s de vossos a n im a is
gordos.
23 - A fasta de mim o estrépito
dos teus cânticos; porque não
o u virei as m elodias dos teus
instrum entos.
2 6 L iç õ e s B íb l ic a s
INTERAÇÃO
O nome Amós quer dizer “fardo" e Tecoa
significa “soar o chifre do carneiro”. Estas
significações denotam a mensagem de
destruição ecoada no Reino do Norte. O
profeta não exitara em denunciar a cor­
rupção do sistema político, jurídico, social
e religioso de Israel. Amós ainda teve de
enfrentar uma franca oposição religiosa
do sacerdote Amazias. Este era alinhado à
política de Jeroboão II. Em Amós aprende­
mos o quanto pode ser nefasta a mistura
da política com a religião. Ali, tínhamos
um sacerdote, “representante de Deus"
dizendo sim para tudo o que o rei fazia.
Mas lá, o profeta “boieiro" dizia não! Era
o Soberano dizendo “não" para aquela
espúria relação de poder.
O B JE T IV O S
Após esta aula, o aluno deverá estar
apto a:
D is s e r t a r a respeito da vida pessoal
de Amós e a estrutura do livro.
S a b e r que a justiça social é um em ­
preendimento bíblico.
A p o n ta r a política e a justiça social
como elementos de adoração a Deus.
O R IE N T A Ç Ã O P E D A G Ó G IC A
Prezado professor, vivem os num tempo
de grandes injustiças sociais e corrup­
ção política. Pessoas sem tem or de
Deus e amor ao próximo buscam inten­
samente os seus próprios interesses.
Por isso, sugerimos que, ao introduzir
os tópicos li e IIE da lição, pergunte aos
alunos o que eles pensam sobre esse
quadro de corrupção e injustiça social
instalados em nossa sociedade. Em
seguida, com o auxílio do esquema da
página seguinte explique os termos
“política” e “justiça social” . Diga que, à
luz da mensagem de Amós, tais práticas
fazem parte da adoração a Deus.
sicôm oros” (7.14) e de não fazer j
parte da escola dos profetas, foi I
enviado por Deus a profetizar em I
IN T R O D U Ç Ã O
Betei, centro religioso do Reino I
do Norte (4.4). Ali, Am ós enfren-1
0 livro de Am ós perm anece
tou forte oposição do sacerdote I
atual e abrange diversos aspectos
Am azias, alinhado p o litica m e n te l
da vida social, política e religio­
ao rei jerob oão II (7.10-16).
sa do povo de Deus. O profeta
Todo o sistem a político, reli-1
com bateu a idoiatria, denunciou
gioso, social e juríd ico do Reino I
as inju stiças sociais, condenou
de Israel estava contam inado. Foi I
a violência, profetizou o castigo
esse o quadro que Am ós encon-1
para os pecadores contum azes
trou nas dez tribos do 1
e ta m b é m fa lo u s o ­
N orte. O profeta t o r - l
bre o futuro glorioso
PALAVRA-CHAVE
nou pública a indigna-1
de Israel. Am ós é co­
A
d
oração:
ção de Je o v á contra os J
nhecido com o o livro
Rendição a Deus
abusos dos ricos, que 1
da ju s tiç a de Deus e
em todas as esferas esm agavam os pobres. "
m ostra aos religiosos
Ele levan to u - se ta m - 1
da vida.
a necessidade de se in­
bém contra as injusti­
cluir na adoração dois
ças sociais e contra toda a sorte
elementos importantes e há muito
de desonestidade que pervertia o
esquecidos: ju stiça e retidão.
direito das viúvas, dos órfãos e ^
1. O L IV R O D E A M Ó S
dos necessitados (2.6-8; 5.1 0-1 2;
8.4-6). No cardápio da iniqüidade,
1. C o n te x to h is tó r ic o .
estavam incluídos ainda o luxo
A m ós era o rig in á rio de Tecoa,
extravagante, a prostituição e a
aldeia situada a 17 quilômetros ao
idolatria (2.7; 5.12; 6.1-3).
sul de Jerusalém e exerceu o seu
3. E s t r u t u r a e m e n s a g e m .
m inistério d u rante os reinados
O livro se divide em duas partes
de üzias, rei de Judá, e de Jeroprincipais. A primeira consiste nos
boão II, filho de Joás, rei de Israel
oráculos que vieram pela palavra
(1.1; 7.1 0). Foi, de acordo com a
(1— 6) e a segunda, nas visõ es
tradição judaico-cristã, co n tem ­
(7— 9). O discurso de Am ós é um
porâneo de Oseias, Jonas, Isaías e
ataque direto às instituições de
Miqueias, no período assírio.
Israel, confrontando os males que
2 . V id a p e s s o a l . A p e s a r
asso lavam os fu n d am en to s so ­
de ser apenas um cam ponês de
ciais, morais e espirituais da nação.
Ju d á , “ b o ie iro e c u ltiv a d o r de
P O L ÍT IC A E JU S TIÇ A S O C IA L EM AM Ó S
P O L ÍT IC A
Queremos dizer sobre política “o con­
junto de práticas relativo a uma socie­
dade”. Pois as relações humanas numa
sociedade são estabelecidas de acordo
com decisões políticas tomadas por re^ presentantes dela (Am 7.10-14).
JU S TIÇ A S O C IA L
Ju stiça social é o conjunto de ações
sociais, destinado a suprim ir as In ju s ­
tiças de todos os níveis, reduzindo a
desigualdade e a pobreza, erradicando
o analfabetism o e o desem prego, etc
(Am 8.4-8).
L iç õ e s B íb l ic a s
27
O assunto do livro é a justiça de
Deus. O discurso fundamenta-se
em denúncias e ameaças de casti­
go, terminando com a restauração
futura de Israel (9.11-15). Ele é
citado em o Novo Testamento (Am
5.25,26cp. At 7.42,43;9.11,12 cp.
At 15.16-18).
I S IN O P S E D O T Ó P IC O { 1 )
O livro do profeta Amós pode
I ser dividido em duas partes princiI pais: oráculos provenientes pela paI lavra (1— 6) e pelas visões (7— 9).
I
RESPONDA
I
1. Q u al o d iscu rso do livro de
Am ós?
Si. P O L ÍT IC A
E J U S T IÇ A S O C IA L
1. Mau g o vern o . Infelizmente,
I alguns líderes, como Saul ejeroboão
I I, filho de Nebate, causaram a ruína
Id o povo escolhido (1 Cr 10.13,14;
1 Rs 13.33,34). Amós encontrou um
I desses maus políticos no Reino do
I Norte (7.10-14). Oseias, seu colega
I de ministério, também denunciou
I esses males com tenacidade e veeI mência (Os 5.1; 7.5-7).
2. A ju s t iç a s o c ia l. É nossa
I resp o n sab ilid ad e pessoal lutar
I por uma sociedade mais justa. Tal
I senso de justiça expressa o pen■ sarnento da lei e dos profetas e é
I parte do grande m andam ento da
I fé cristã (Mt 22.35-40). Amós foi
I o único profeta do Reino do Norte
I a bradar energicam ente contra as
■ injustiças sociais, ao passo que,
I em Judá, mensagem de igual teor
r aparece por intermédio de Isaías,
Miqueias e Sofonias.
28
L i ç õ e s B íb lic a s
3.
O p e ca d o . A expressão:
“Por três transgressões de Israel e
por quatro, não retirarei o castigo”
(2.6) refere-se não à numeração
m atem ática, mas é m áxim a co ­
mum na literatura semítica (veja
fraseologia sim ilar em Jó 5.19;
33.29; Ec 1 1.2; Mq 5.5,6). Nesse
texto, significa que a medida da
iniqüidade está cheia e não há
como suspender a ira divina.
S IN O P SE D O T Ó P IC O ( 2 )
O
sen so de ju s tiç a c ris tã
expressa o pensam ento da lei e
dos profetas que, por sua vez, é
parte do grande mandamento de
Jesus Cristo.
RESPONDA
2. Q ual a nossa responsabilidade
pessoal?
3. O que significa a expressão “por
três transgressões de Israel e por
quatro, não re tira re i o castigo"?
I I I . IN J U S T IÇ A S S O C IA IS
1. D e c a d ê n c ia s o c ia l (2 .6 ).
Amós condena o preconceito e a
indiferença dos mais abastados
no trato aos carentes do povo, que
veem seus direitos serem violados
(2.7; 4.1; 5.11; 8.4,6). Vender os
próprios irmãos pobres por um par
de sandálias é algo chocante. Tal
ato, que atenta contra a dignidade
humana, demonstra a situação de
desprezo dos poderosos em rela­
ção aos menos favorecidos. Uma
vez que as autoridades e os po­
derosos aceitavam subornos para
torcer a justiça contra os pobres, o
profeta denuncia esse pecado mais
de uma vez (8.4-6).
2. D e c a d ê n c ia m o r a l. A
prostituição cultuai era outra prá­
tica chocante de fsrael e mostra a
decadência moral e espiritual da
nação: "Um homem e seu pai coabitam com a mesma jovem e, assim,
profanam o meu santo nome” (2.7
- A R A ). O pior é que tal prostitui­
ção era financiada com o dinheiro
sujo da opressão que os maiorais
infligiam ao povo (2.7,8).
3. D e c a d ê n c ia r e lig io s a .
O p ro feta d e n u n cia a v io la ç ã o
da lei do penhor que ninguém
mais respeitava (Êx 22.26,27; Dt
24.6,17). A acusação não se res­
tringe à crueldade e à apropriação
indébita, mas também a prática
do culto pagão, visto que a ex­
pressão “qualquer altar” (2.8) não
pode ser no templo dejeová, e sim
no de um ídolo. Amós encerra a
denúncia a essa série de pecados,
condenando a idolatria, a cobrança
indevida de taxas e a malversação
dos impostos no culto pagão e nos
banquetes em honra aos deuses.
Jeo vá sem refletir e com as m ã o s ^
sujas de injustiças. Com portando-1
se assim, tanto Israel como Judá, I
reproduziam o pensamento pagão, I
segundo o qual sacrifícios e liba- I
ções são suficientes para aplacaria
a ira dos deuses. Entretanto, Deus I
declara não ter prazer algum nas li
festas religiosas que os israelitas!
promoviam (5.21; Jr 6.20).
j
2.
O s ig n ific a d o d o s sacri-1
f íc io s . Expressar a consagração I
do ofertante a Deus era uma das I
marcas dos sacrifícios. E Amós m en-1
ciona dois: “ofertas de manjares” e I
“ofertas pacíficas” (5.22). As ofertas jl
de manjares não eram sacrifícios jS
de animais. Tratava-se de algo di­
ferente, que incluía flor de farinha, ^
pães asm os e espigas tostadas,
representando a consagração dos
frutos dos labores humanos a Deus ͧ
(Lv 2.14-16). Já as ofertas pacíficas §|
eram completamente voluntárias e g
tinham uma marca distintiva, pois o I
próprio ofertante podia comer parte I
do animal sacrificado (Lv 7.1 1-21).
3= O s c â n tic o s . Os cânticos I
faz iam parte das a s s e m b le ia s I
S IN O P S E D O T Ó P IC O ( 3 )
solenes (5.23). No entanto, eles 1
As injustiças sociais no livro
perdem o valor espiritual quando 1
de Am ós são representadas pe­
não há arrependim ento sincero. A I
las decadências social, m oral e
verdadeira adoração, porém, não I
religiosa.
consiste em rituais externos ou |
em cerimônias formais. O genuíno [
RESPONDA
sacrifício para Deus é o espírito I
4. Q uais as três decadências nos
quebrantado e o coração contrito I
dias de A m ós?
(SI 51.17). Há um núm ero muito I
grande e variado de palavras he-1
IV. A V E R D A D E IR A
braicas e gregas para descrever a I
ADORAÇÃO
adoração e o ato de adorar. Con-1
1.
A d o r a ç ã o se m c o n v e tudo,
r­
a ideia principal de todas I
s ã o . A d e sp e ito de sua b aix a
é de devoção reverente, serviço I
sagrado e honra a Deus, tanto de I
condição moral e espiritual, o povo
continuava a oferecer o seu culto a
m aneira pública como individual.^
L iç õ e s B íb l ic a s
29
Em suma, Deus exige de seu povo
verdadeira adoração.
S IN O P S E D O T Ó P IC O ( 4 )
A verdad eira adoração não
consiste em rituais externos ou
em ce rim ô n ias litú rg icas, mas
no espírito quebrantado e num
coração contrito.
RESPONDA
5. Q u a l o v e rd a d e iro s a c rifíc io
p a ra D eus?
CONCLUSÃO
A ad o ração ao ve rd a d e iro
Deus, nas suas várias formas, requer
santidade e coração puro. Trata-se
de uma com unhão vertical com
Deus, e horizontal, com o próximo
(Mc 12.28-33). Essa m ensagem
alerta-nos sobre o dever cristão de
não nos esquecermos dos pobres
e necessitados e também sobre a
responsabilidade de combatermos
as injustiças, como fizeram Amós
e os demais profetas.
A U X ÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
B IB LIO G R A FIA S U G E R ID A
S u b s íd io B ib lio fó g ico
HARRISON, R. K. Tem pos do A n­
tig o Testam ento: Um Contexto
Social, Político e Cultural, l.ed.
Rio de Janeiro: CPAD, 2010.
seu
SOARES, Esequias. O M in is té ­
rio P ro fético na Bíblia: A voz
de Deus na Terra. l.e d . Rio de
Janeiro: CPAD, 2010.
ZUCK, Roy B (Ed.). T eo lo g ia do
A n tig o T es ta m e n to , l.e d . Rio
de Janeiro: CPAD. 2009.
“ O Q u a r te to d o P e r ío d o Á u ­
re o d a P r o fe c ia H e b r a ic a
O
profeta Amós exerceu o
ministério ‘nos dias de Uzias, rei de
Judá, e nos dias de Jeroboão, filho
de Joás, rei Israel’ (1.1). Isso mostra
que ele viveu na mesma época de
Oseias e Isaías. Ele era de Tecoa,
na Judeia, mas Deus o enviou para
profetizar em Samaria, no reino do
Norte. M iqueias é tam bém dessa
época, mas começou suas atividades
um pouco depois dos três primeiros,
pois Uzias não é mencionado: ‘nos
dias de Jotão, Acaz e Ezequias, reis
de Ju d á ’ (1.1).
Os profetas Isaías, M iqueias,
Am ós e O seias foram co n tem p o ­
râneos, o m inistério de cada um
deles começou entre 760 e 735 a.C.
[...] Am bos eram do Reino do Sul,
capital Jeru salém . Oseias e Amós
exerceram seu m inistério no reino
do Norte, em S a m a ria ” (SO A RES,
Esequias. O M in is t é r io P r o f é t ic o
n a B íb lia : A voz de Deus na Terra.
l.e d . Rio de Janeiro: CPAD, 2010,
p .l 16).
30
L iç õ e s B íb l ic a s
SAIBA MAIS
Revista Ensinador Cristão
CPAD, n ° 52, p.38
RESPOSTAS DOS EXERCÍCIOS
1. Um ataque direto às instituições
de Israel, confrontando os males que
assolavam os fundamentos sociais,
morais e espirituais da nação.
2. É nossa responsabilidade pessoal
lutar por uma sociedade mais justa.
3. Significa que a medida da ini­
qüidade está cheia e não há como
suspender a ira divina.
4. Social, moral e religiosa.
5. É o espírito quebrantado e o co­
ração contrito.
A U X ÍL IO BIBLIOGRÁFICO II
S u b s íd io T e o ló g ic o
ti ID E U S E A S N A Ç Õ E S
[...] Am ós e Miqueias têm muito mais a dizer sobre a relação
das nações com Israel e o seu Deus. Desde o início, ambos os li­
vros deixam claro que a soberania do Senhor não está limitada a
Israel, mas se estende a todas as nações. Am ós com eça com uma
série de falas de julgam ento contra as nações vizinhas de Israel
(Am 1.3— 2.3). Miqueias inicia com um retrato vivido da descida
teofânica do Senhor para ju lg ar as nações (Mq 1.2-4). Para estes
profetas, o Deus de Israel é ‘Senhor de toda a terra’ (cf. Mq 4.13),
que controla a história e o destino das nações (Am 9.7). De acordo
com Am ós 9.12, as nações ‘são cham adas’ pelo ‘nom e’ do Senhor.
A expressão aponta a propriedade e autoridade do Senhor sobre as
nações como deixa claro o uso constante em outros textos bíblicos
(cf.’ 2 Sm 12.28; Is 4.1).
A palavra usada nos oráculos de Am ós 1 e 2 para caracterizar
os pecados das nações diz respeito ao ato de rebelião contra a
autoridade soberana. Em outros textos bíblicos, o term o é usado
para referir-se a uma nação que se rebela contra a autoridade de
outra (cf. 2 Reis 1.1; 2 Reis 3.5,7). Ju d á (Am 2.4,5) e Israel (Am 2.61 6) quebraram o concerto mosaico. Entretanto, por qual arranjo as
nações estrangeiras eram responsáveis diante de Deus? Entre os
crimes alistados incluem-se atrocidades em tempo de guerra, tráfico
de escravos, quebra de tratados e profanação de túm ulos. Todos
estes considerados juntos, pelo menos em princípio, são violações
do mandato de Deus dado para Noé ser frutífero, multiplicar-se e
mostrar respeito pelos membros da raça hum ana como portadores
da imagem divina (cf. Gn 9.1-7). É possível que Amós tivesse visto
este m andam ento noético no plano de fundo de um tratado entre
suserano e vassalo, com parando o mandato às exigências ou estipulações de tratado. De modo semelhante, Isaías interpretou o crime
de carnificina com etido pelas nações (Is 26.21) como violação da
‘aliança eterna’ (Is 24.5; cf. Gn 9.1 6) que ocasionaria uma maldição
na terra inteira (cf. Is 24.6-1 3). A seca, um tem a com um nas bíblicas
e antigas listas de maldição mundial (cf. Is 24.4,7-9). No título da
sua série de oráculos de julgam ento, Am ós tam bém disse que o
julgam ento do Senhor ocasionaria seca (Am 1.2). Pelo visto, a seca
com pendiava as maldições que vinham sobre as nações por rebelião
contra o Suserano” (ZUCK, Roy B. T e o lo g ia d o A n tig o T e s ta m e n to .
1 .ed. Rio de Janeiro: CPAD. 2009, p.446).
L iç õ e s B íb l ic a s
31
4 de N ovem bro de 2 0 1 2
O
b a d ia s — O Pr in c íp io
d a R e t r ib u iç ã o
T EXTO AU REO
"Porque o dia do SENHOR está perto,
sobre todas as nações; como tu fizeste,
assim se fa rá contigo; a tua m aldade
cairá sobre a tua cabeça” (O b 1,15).
V E R D A D E P R A T IC A
Obadias m ostra que a lei da seme
adura e o principio da retribuição
constituem um a realidade da qual
mnguem escapara
H IN O S S U G E R ID O S 106, 227, 262
L E IT U R A D IA R IA
S e g u n d a - G n 2 5 .2 2 ,2 3
A inim izade desde a gestação
T e r ç a - S I 1 3 7 .7
O clam or pela punição de Edom
Q u a r t a - O s 8 .7
Quem sem eia vento colhe tem pestade
Q u in t a - N a 1.3
Deus não terá o culpado por inocente
S e x ta - G ! 6 .7
A lei da sem eadura e o princípio da
retribuição
S á b a d o - H b 2.2
A desobediência receberá ju sta
retribuição
32 L iç õ e s B í b l i c a s
L E IT U R A B ÍB L IC A
EM CLASSE
O b ad ias 1 .1 -4 ,1 5 -1 8
____ _ __ INTERAÇÃO
Soberania de Deus e livre-arbítrio são
temas que geram conflitos e levam mui­
tos a tomadas de posições extremadas.
Por conceder o livre-arbítrio ao homem,
Deus deixa de ser soberano? De m aneira
nenhuma! Isso só denota o seu poder em
criar um a pessoa que, sendo imagem e
sem elhança de Deus, decide seguir ou
não o caminho da justiça. Mas é bem
verdade que, nalgumas circunstâncias, o
Eterno intervém sem respeitar o arbítrio
humano (Ml 1.2,3 cf. Rm 9.14-16). Há
contradição nisso? De form a algum a! O
homem continua livre em seu arbítrio e
Deus eternamente soberano. Nas Sag ra­
das Escrituras, o livre arbítrio e soberania
divina são essencialmente dialogais.
.ViuVAW&Hl
1 - Visão de O badias: Assim
diz o S en h o r JEO V Á a resp ei­
to de Edom : Temos ouvido a
p re g a çã o do S E N H O R , e fo i
enviado às nações um em bai­
xador, dizendo: Levantai-vos, e
levantemo-nos contra ela p a ra
a g u erra.
2 - Eis que te fiz p eq u en o
■
■
■
■
e n tre as n açõ es; tu és m u i
desprezado.
3 - A soberba do teu coração
te enganou, como o que habita
nas fend as das rochas, na sua
a lta m orada, que diz no seu
O B J E T IV O S
co ração : Quem me d e rrib a rá
em te rra ?
Após esta aula, o aluno deverá estar
4 - Se te elevares como ág u ia
apto a:
— ■'
e puseres o teu ninho entre as
C
o
n
c
e
itu
a
r
soberania
divina
e livre
estrelas, d a li te d errib arei, diz
arbítrio.
0 SEN H O R.
1 5 - Porque o dia do SEN H O R
E len car os elem entos contextuais
e s tá p e rto , so b re to d a s as
do livro de Obadias.
nações; como tu fizeste, assim
S a b e r o p rin c íp io da re trib u iç ã o
se fa rá contigo; a tua m aldade
divina.
P c a irá sobre a tua cabeça.
16 - Po rq u e, com o vós beb estes no m onte da m in h a
O R IE N T A Ç Ã O P E D A G Ó G IC A
santid ade, assim beberão de Professor, reproduza o esquema da página
c o n tín u o to d a s a s n a ç õ e s ;
seguinte no quadro de giz. Utilize-o na
beberão, e engolirão, e serão
introdução da aula. Explique que o livro
de Obadias é constituído apenas de um
como se nunca tivessem sido.
capítulo (1) e vinte e um versículos (21).
1 7 - M as, no m o n te S iã o ,
Podemos dividi-lo em duas partes prin­
h a ve rá livram en to ; e ele será
cipais. A primeira parte fala respeito dos
san to ; e os da casa de Ja c ó
oráculos contra Edom; e a segunda dos
possuirão as suas herdades.
oráculos sobre o Dia do Senhor. Expli­
18 - E a casa de Ja c ó será
que que o propósito principal do livro é
fogo; e a casa de Jo sé, cham a;
mostrar aos israelitas a ira divina contra
e a casa de Esaú, p a lh a ; e se
os edomitas. Em seguida pergunte aos
a c e n d e rã o c o n tra eles e os alunos: “Por que Deus estava irado com os
co n su m irão ; e ninguém m ais edomitas?” Ouça os alunos com atenção e
re s ta rá d a ca sa de Esaú, p o r­ explique que o Senhor estava aborrecido
pelo fato de eles terem se alegrado diante
que o SEN H O R o disse.
da dor e do sofrimento de Judá.
L iç õ e s B íb l ic a s
33
soberania divina, existe uma autolimitação suficiente para permitir
o livre-arbítrio humano.
IN T R O D U Ç Ã O
2.
L iv re -a rb ítrio . A vo n ta­
A soberania divina é um tema
de de Deus é que todos sejam
| importante e atual, porque lembrasalvos (Ez 18.23,32; Jo 3.16; 1
I nos que Deus está no controle de
Tm 2.4; 2 Pe 3.9). Entretanto, não
I tudo e que toda ação
são poucos os que se
PALAVRA-CHAVE
hum ana está exposta
perderão. Tal acontece
I diante de seus olhos. A
ju s ta m e n te pelo fato
Soberania:
] lei natural da semeadude sermos livres, autoQ ualidade ou
jj ra ilustra o princípio da
conscientes e, por isso,
condição de
responsáveis diante de
| retribuição no cam po
soberano.
| espiritual, e éjustamenDeus por nossos atos (Ec
' te essa a m ensagem
1
2.1 3,14). Isso se ex
ca pelo livre-arbítrio, e não significa
que encontramos no livro do pro­
feta Obadias, em seus oráculos
negar a soberania divina. Trata-se da
contra Edom.
liberdade humana. Deus é soberano
em todo o Universo e, por seu amor
| I. A S O B E R A N IA DE D E U S
e poder, preserva sua criação até a
1.
C o n c e ito . A so b e ran ia
consumação de todas as coisas (Ne
d ivin a é o d ireito a b so lu to de
9.6; Hb 1.2,3).
Deus governar totalmente as suas
criaturas segundo a sua vontade
S IN O P S E D O T Ó P IC O ( 1 )
(SI 115.3; Is 46.1 0). Calvinistas e
O livre-arbítrio não nega a
arm inianos concordam com esse
soberania divina; pelo contrário,
l conceito. A diferença entre ambos
a confirma.
jj acerca da soberania está apenas
| no exercício desta.
u
RESPONDA
Segundo os calvinistas, não
i? há limite para o exercício desse
/. O que é a soberania d ivin a?
c’ governo, de modo que a vontaII. O L IV R O DE O B A D IA S
i de divina não pode ser anulada.
Os arm inianos, por outro lado,
1.
Contexto histórico. A vida
ad m item que, no e x e rcício da
pessoal de Obadias é desconheciE S B O Ç O D O L IV R O D E O B A D IA S
P a rte I:
O rá c u lo s c o n tra Edom (v v . 1-14.1 5b )
vv. 1-9.......................................... Orgulho e destruição de Edom
w . 10-14.....................................Traição de Edom contra Judá
v. 15b...........................................Condenação de Edom
P a rte II:
O rá c u lo s s o b re o D ia do S e n h o r (v v . 1 5a. 1 6 -2 1 )
w . 15a., 1 6 ................................. Julgam ento das nações
vv. 17,18......................................Volta e restauração de Israel
^ w . 19-2 1 ......................................Apêndice: Volta e restauração de Israel
34 L iç õ e s B íb lic a s
da. O profeta apresenta-se apenas
com o seu nome, sem oferecer
nen hum a in fo rm ação ad icio n al
(família e reinado sob o qual viveu
e profetizou). Efe simplesmente diz:
“Visão de Obadias” (v. 1).
A data em que exerceu o seu
ministério é uma das mais dispu­
tadas entre os estudiosos: vai de
848 a 460 a.C. Tudo indica que
os versículos 10 a 14 refiram-se
ã destruição de Jerusalém por Nabucodonosor, rei de Babilônia, em
587 a.C. Portanto, qualquer data,
nesse período, com o 585 a.C. por
exem plo, é aceitável.
2. E s t r u t u r a e m e n s a ­
g e m . Com apenas 21 versículos,
Obadias é o livro mais curto do
Antigo Testam ento. Excetuandose a introdução, o seu estilo é
poético. O texto divide-se em três
partes principais: a destruição de
Edom (vv. 1-9); a sua m aldade (vv.
10-14) e o dia do Senhor sobre
Edom, Israel e as demais nações
(vv. 15-21).
O tem a do livro é o ju lg am en ­
to divino contra Edom. Obadias,
po rém , não é o ú n ico p ro feta
in cu m b id o de a n u n c ia r a c o n ­
denação dos filhos de Esaú (Is
21.1 1,1 2; Jr 49.7-22; Ez2 5.1 2-14;
Am 1.1 1,12; Ml 1.2-5).
3. P o s iç ã o n o C â n o n . Em
nossa Bíblia, Obadias situa-se en­
tre Am ós e Jonas. O critério para
a ordem desses livros é ainda des­
conhecido. Sabe-se, todavia, que
não foi baseado na cronologia. Há
quem justifique tal posição pelo
slogan “o dia do SEN H O R” (v.l 5;
Am 5.20) e pela afirm ação de que
a casa de Ja có possuirá a herdade
de Edom (v.l 7; cp. Am 9.1 2).
D e v id o ao C â n o n Ju d a ic o
co n sid erar a coleção dos Doze
REFLEXÃO
A soberania d ivin a é o d ire ito
absoluto de Deus g o v e rn a r
totalm ente as suas c ria tu ra s
segundo a sua vontade.”
Esequias Soares
Profetas um só livro, a citação de
Obadias, em o Novo Testam ento,
é apenas indireta.
S IN O P S E D O T Ó P IC O ( 2 )
Com apenas vinte e um versí­
culos, Obadias é o livro mais curto
do Antigo Testamento.
RESPONDA
2. Q u al o tem a do livro de O ba­
d ias?
Eli. E D O M , O P R O F A N O
1. O r i g e m . Os e d o m ita s
eram descendentes de Esaú. Por
causa do guisado que Jacó usou
para com prar de Esaú a sua prirnogenitura, o nome da tribo passou
a ser “ Edom ” que, em hebraico,
significa “verm elho ” (Gn 2 5.30).
Eles povoaram o monte Seir
(Gn 33.16; 36.8,9,21) e, rapida­
mente, transformaram-se em uma
poderosa nação (Gn 36.1-43; Êx
15.15; Nm 20.14). Seu rei negou
passagem a Israel por seu território,
quando os filhos de Jacó saíram do
Egito e peregrinavam no deserto a
caminho da Terra Prometida. Mes­
mo assim, Deus ordenou aos isra­
elitas que tratassem os edomitas
como a irmãos (Dt 23.7). Contudo,
o ódio de Edom contra Israel cres­
ceu e atravessou séculos.
2. O D e u s s o b e r a n o . “A s­
sim diz o Senhor JEO V Á a respeito.
L iç õ e s B íb l ic a s
35
REFLEXÃO
“Deus ju lg a rá e p u n irá
com rig o r a todos os que
m a ltra ta re m seu povo."
Bíblia de Estudo
Aplicação Pessoal
de Edom” (v .l). Esta chancela des­
taca a soberania de Deus sobre os
povos e reis da terra. Apesar de
Edom não ser reconhecido como
povo de Deus, o Eterno tinha legí­
tima autoridade sobre ele.
3. P r e p a r a tiv o s d o a s s é d io
a E d o m (v. 1c). A expressão: “te­
mos ouvido a pregação” parece in­
dicar que Obadias falava em nome
de outros profetas (Jr 49.14). Ele
ouviu o oráculo divino e soube de
um em baixador que fora enviado
aos povos vizinhos para ajuntálos em guerra contra Edom. Tal
em baixador não era profeta, mas
um diplom ata de algum a nação
inimiga dos edomitas.
4. O r e b a i x a m e n t o d e
E d o m . No Antigo Testamento he­
braico, existe um recurso retórico
que consiste em um acontecim en­
to futuro, que é descrito como se
já tivesse sido cumprido. Por isso,
o profeta em prega o verb o no
passado: “ Eis que te fiz pequeno
entre as nações” (v.2a).
Esse re cu rso é co n h e c id o
como perfeito profético (não se
trata de um perfeito gram atical
e s p e c ia l). Seu em p reg o , aqui,
indica o cu m p rim en to certeiro
da am eaça qu anto à su cessão
dos dias e das noites. Ou seja, o
fato é descrito como já realizado,
36
L iç õ e s B íb l ic a s
pois Deus re d u z irá (co m o de
fato, reduziu) Edom a um povo
insignificante e desprezível entre
as nações, até que este veio a
desaparecer (v.2b).
5.
O o r g u lh o le v a à ru ín a .
Por viverem nas cavernas m onta­
nhosas de Seir (v.3), os edomitas
confiavam na segurança que lhes
proporcionava a topografia de seu
território - uma fortaleza natural­
mente inexpugnável. Edom não
sabia que aquilo que é inacessível
ao homem é acessível a Deus (v.4).
A arrogância humana é insupor­
tável, mas a soberba espiritual é
repugnante; os que assim agem
estão destinados ao fracasso (Pv
16.18; 1 Pe 5.5).
S IN O P S E D O T Ó P IC O ( 3 )
A a rro g â n c ia h u m an a e a
so b erb a e s p iritu a l le varam os
edomitas à ruína.
RESPONDA
3. Quem é o p ai dos edom itas?
4. O que significa o uso do "p erfei­
to p rofético '?
IV. A R E T R IB U IÇ Ã O D IV IN A
1.
O p r in c ip io d a r e t r ib u i­
ção . Retribuição significa “ pagar
na mesma m oeda” . Tal princípio
acha-se na Lei de M o isés (Êx
21.23-25; Lv 24.1 6-22; Dt 19.21).
Segundo Charles L. Feinberg, a
passagem co m p reen d id a entre
os v e rs íc u lo s 10 até 14 pode
ser cham ada de o “ boletim de
ocorrência” dos crimes cometidos
pelos edomitas contra os judeus.
O acerto de contas aproxima-se,
e Deus fará com os edomitas o
mesmo que eles fizeram a Judá.
Nessa profecia, Edom serve de
p arad ig m a para outras nações
(e até pessoas) que igualm ente
procedem (v. 15).
2. O c a s tig o d e Ed o m . Os
edomitas beberam e alegraram-se
com a desgraça de seus irmãos.
Mas, agora, chegou a hora de eles
receberem a sua paga na mesm a
moeda. Os descendentes de Esaú
provarão do cálice da ira divina
para sempre (v. 16). É bom lembrar
que esse princípio vale também
para indivíduos Oz 1.6,7; Hb 2.2).
É o princípio da sem eadura (Os
8.7; Cl 6.7).
3. E s a ú e Ja c ó (v. 18). Os
nomes “Sião ” e “Ja c ó ” (v. 17) in­
dicam Jerusalém e Judá, respec­
tivam ente. E “Jo s é ” , o Reino do
Norte form ado pelas dez tribos e,
muitas vezes, identificado como
'‘Israel” e “Efraim ” (Os 7.1). José,
como pai de Efraim (Gn 41.5052), é usado para identificar os
irmãos do Norte. Assim , a profe­
cia fala sobre a reunificação de
Ju d á e Israeí (Os 1.1; Ez 37.19).
A metáfora de Israel como fogo
que co n su m irá a casa de Esaú
indica a destruição total de Edom.
O orgulho e o ódio dos edomitas
contra os seus irmãos judeus os
levaram à ruína definitiva.
SINOPSE D O T Ó P IC O (4 )
O p rin cíp io da re trib u içã o
acha-se na lei de Moisés e se con­
firm a no princípio da sem eadura
em o Novo Testamento.
RESPONDA
5. Como Charles L. Feinberg cla s­
sifica os versículo s 10 a 14 de
O b ad ias?
C O N C LU S Ã O
Assim como ninguém pode
desafiar as leis naturais sem as
d e vid a s c o n se q ü ê n cia s, não é
possível ignorar as leis espirituais
e sair ileso. A retribuição é inevi
tável, pois “tudo o que o homem
semear, isso também ceifará” (Gl
6.7). Só o arrependim ento e a fé
em Jesus podem levar o homem
a experim entar o am or e a miseri
córdia de Deus (2 Co 5.1 7).
REFLEXÃO
‘‘A ssim com o o povo de Edom fo i
d e stru íd o p o r causa do seu o rg u lh o ,
todos os que desafiam a Deus
tam bém serão a n iq u ila d o s .”
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal
L iç õ e s B íb l ic a s
37
_______ i
__a ___
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO
Subsídio Geográfico
"O Julgam ento de Edom
A terra de Edom se estendia
ao iongo das encostas da cadeia de
montanhas rochosas do monte Seir,
em direção do goifo de Ágaba e che­
gava quase ao mar Morto. O terri­
tório variava de regiões férteis, que
p ro d u z ia m trig o , u vas, figo , ro m ã e
azeitona, a altos picos montanhosos
separados p or desfiladeiros profun­
dos. A meio cam inho na principal
cadeia m ontanhosa, elevava-se o
monte Hor, alto e som brio acim a
do terreno circunvizinho e a curta
distância da capital Sela ou Petra,
que se situ ava em um profundo
vale cercado por 60 metros de pre­
cipício, acessível somente por uma
abertura estreita de uns 3,5 metros
de largura.
Assim, os edom itas habitavam
literalm ente nas fe n d a s das ro­
chas (3), cuja a posição era prati­
cam ente im penetrável e inconquistável. Por muitas gerações tinham
vivid o seguros. Nenhum inim igo
conseguira entrar pelos caminhos
e s tre ito s dos d e s fila d e iro s que
conduziam às principais cidades
talhadas nas paredes rochosas das
montanhas.
[A d e sp e ito de tod o s esses
recursos] Os julgam entos de Deus
tinham de ser severos. [...] A nação
s e ria to ta lm e n te d e v a s ta d a . Os
descendentes de Esaú, seriam redu­
zido a nada” (C om entário Bíblico
Beacon. Vol. 5. 1.ed. Rio de Janeiro:
CPAD, 2005, pp. 131-32).
38
L iç õ e s B íb l ic a s
B IB LIO G R A FIA S U G ER ID A
HARR1SON, R. K. Tempos do An­
tig o Testam ento: Um Contexto
Social, Político e Cultural. 1.ed.
Rio de Janeiro: CPAD, 2010.
M EN Z1ES, W illia m W ; HORT O N , S ta n le y M. D o u trin a s
B íblicas: Os Fundam entos d a
Nossa Fé. 5.ed. Rio de Jan eiro :
CPAD, 2005.
SAIBA MAIS
Revista Ensinador Cristão
CPAD, n ° 52, p. 38.
RESPOSTAS DOS EXERCÍCIOS
1. É o direito absoluto de Deus go­
vernar totalmente as suas criaturas
segundo a sua vontade.
2. O julgamento divino contra Edom.
3. Esaú.
4. Um recurso retórico que consis­
te em um acontecim ento futuro,
que é descrito como se já tivesse
sido cumprido.
5. “ Bo letim de o c o rr ê n c ia ” dos
crimes cometidos pelos edomitas
contra os judeus.
Lição 6
/ 1 de N ovem bro de 2 0 1 2
JONAS —
A M ise r ic ó r d ia D iv in a
TEXTO AUREO
“E Deus viu as obras deles, como se
converteram do seu m au cam inho ; e
Deus se arrependeu do m al que tinha
dito lhes fa ria e não o fe z” (Jn 3 .1 0).
VERDADE PRATICA
O relato de Jonas ensina-nos o quan­
to Deus ama e está pronto a perdoar
os que se arrependem .
— H IN O S SU G ERIDO S 396, 406 , 414
LEITU R A D IA R IA
Segunda - SI 8 5 .1 0
Justiça e am or no Calvário
Terça - Jr 3 1 .3
A grandeza do am or de Deus
Q u a rta - Lm 3 .2 2
As misericórdias de Deus
Q u in ta - M t 1 2 .3 9 ,4 0
O profeta Jonas como figura de Cristo
Tc: ■■■
Sexta - Lc 1 1 .3 2
O exemplo dos ninivitas
Sábado - Lc 1 5 .2 8 -3 0
A “ju stiça ” do irmão do filho pródigo
L iç õ e s B íb l ic a s
39
L- E IT U R A B ÍB LIC A
EM CLASSE
_ _ ________ INTERAÇÃO
'
N ínive era absolutam ente odiada pe­
los judeus. Como cap ital do im pério
assírio, ela representava a m aldade,
Jonas 1
a crueldade, a im piedade e agudeza
1 - E veio a palavra do SENHOR a de um im pério perverso. Mas o A ltíssi­
Jonas, filho de Amitai, dizendo:
mo, cheio de g ra ça e am or, volta seu
2 - Levanta-te, vai à grande cidade
de Nínive e clama contra ela, porque o lh ar p a ra aquela cidade im penitente
e decide enviar-lhe o p rofeta Jonas.
a sua malícia subiu até mim.
3 - E Jonas se levantou para fugir O profeta, sabedor de toda m aldade
de diante da face do SENHOR para p raticad a pelos ninivítas, resistiu ao
Társis; e, descendo a Jope, achou cham ado divino. Entretanto, Deus es­
um navio que ia para Társis; tava no controle e não dem orou p ara
pagou, pois, a sua passagem e que o profeta fosse até Nínive le va r a
desceu para dentro dele, para ir m ensagem de salvação.
com eles para Társis, de diante da
Jo n a s aprendeu um a ex trao rd in ária
face do SENHOR.
15 - E levantaram Jonas e o lan­ lição a respeito do g ran d e am o r e
çaram ao mar; e cessou o mar da m isericórdia de Deus. Não podemos
nos esquecer que a m ensagem da sa l­
sua fúria.
1 7 - Deparou, pois, o SENHOR um vação é p a ra toda a hum anidade.
grande peixe, para que tragasse a
Jonas; e esteve Jonas três dias e três
noites nas entranhas do peixe.
OBJETIVOS
Jonas 3
Após esta aula, o aluno deverá estar
S - Mas os homens e os animais
apto a:
estarão cobertos de panos de saco,
e clamarão fortemente a Deus, e se
Explicar o contexto histórico, a estru­
converterão, cada um do seu mau
tura e a mensagem do livro de Jonas.
caminho e da violência que há nas
suas mãos.
Conhecer o atributo da misericórdia
9 - Quem sabe se se voltará Deus,
divina.
e se arrependerá, e se apartará do
furor da sua ira, de sorte que não
C o n scien tizar-se da perenidade da
pereçamos?
m isericórdia Deus.
10 - E Deus viu as obras deles,
como se converteram do seu mau
caminho; e Deus se arrependeu
do mal que tinha dito lhes faria e
não o fez.
Jonas 4
1 - Mas desgostou-se Jonas ex­
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
tremamente disso e ficou todo
ressentido.
Professor, para introduzir o primeiro tó­
2 - E orou ao SENHOR e disse: Ah!
pico da lição, reproduza o esquema da
SENHOR! Não foi isso o que eu dis­ página seguinte. Explique para a turma
se, estando ainda na minha terra?
que o livro de Jonas destaca as duas
Por isso, me preveni, fugindo para principais chamadas de Deus na vida do
Társis, pois sabia que és Deus pie­
profeta. Na primeira, ele desobedece e
doso e misericordioso, longânimo sofre as conseqüências. Na segunda, ele
e grande em benignidade e que te
ouve ao Senhor e lhe obedece.
arrependes do mal.
V___________ :_______________ :____________ ,
Jo n a s 1.1-3,1 5,T7; 3.8-10;
4.1,2
40
L iç õ e s B íb l ic a s
2. V id a p e s s o a l. Jo n a s se
apresenta apenas como filho de
IN T R O D U Ç Ã O
Amitai (1.1). Ele é m encionado em
outras narrativas bíblicas e, por
A história de Jonas, que fas­
essa razão, sabe-se que era pro­
cina crianças e adultos, é mais
feta do Reino do Norte, natural de
conhecida por narrar a experiên­
Gate-Hefer, tendo vivido na época
cia do profeta no ventre do gran­
de Je r o b o ã o II (2 Rs
de peixe. No entanto,
PALAVRA-CHAVE
14.23-25). Gate-Hefer
esse acontecimento não
localizava-se na terra
deve ofuscar o milagre
M is e ric ó rd ia :
de Zebulom Os 19.13),
maior: a conversão de
Sentimento de
nas p ro x im id a d e s de
um a cidade pagã. Os
solidariedade com
Nazaré da Galiieia.
d o is m ila g re s fo ram
relação a alguém que
Jonas, que deveria
m encionados pelo S e ­
sofre uma tra g é d ia ; ir para N ínive clam ar
nhor Jesus e continuam
compaixão, piedade. contra esta cidade, deso­
a impressionar ao longo
bedeceu à ordem divina,
da história.
procurando fugir para Társis. É o
I. O L IV R O D E JO N A S
único profeta bíblico, do qual se
1. C o n t e x t o h i s t ó r i c o .
tem notícia, que tentou resistir ao
Senhor. Ele seguiu em direção opos­
Salta aos olhos de qualquer leitor
ta. Társis, segundo Herodoto, é a
que Jo n as é da época do im pério
mesma Tartessos, na orla ocidental
assírio, cuja capital era Nínive.
do Mediterrâneo, a sudoeste da Es­
O nom e do rei n in iv ita impactado com a pregação de Jonas,
panha, ideia aceita pela maioria dos
segundo se diz, é Adade-Nirari
pesquisadores bíblicos. Será que
Jonas não conhecia a onipresença
III, falecido em 783 a.C. Nessa
de Deus? (SI 139.7-10)
época, Jero b o ão II, filho de Jo ás,
3. E s tr u tu r a e m e n s a g e m .
reinava em Sam aria, sobre as dez
O livro contém 48 versículos distritribos do Norte.
A C H A M A D A DE JO N A S
P r im e ir a c h a m a d a (1.1 — 2.10)
■ 1.1,2.............. Chamada de Jonas: “vai à Nínive”.
■ v.3....... ......... Desobediência de Jonas.
■ w . 4-1 7 ..........Conseqüências da desobediência de Jonas: para os outros (4-1 1);
para si mesmo (1 2-1 7).
- 2.1-9.... .......... A oração de Jonas no meio da calamidade.
- v. 10.... ..........0 livramento de jonas.
S e g u n d a c h a m a d a (3.1 — 4.11)
«3 3.1,2.............. A chamada de Jonas: “vai à Nínive”.
■ w .3 ,4 . ........... A missão obediente de Jonas.
■ w.5-1 0. .........Resultados da obediência de Jonas: os ninivitas se arrependem (w.5-9);
os ninivitas poupados do juízo divino (v.10).
□ 4.1-3.... ..... .
A queixa de Jonas.
vv.4-1 1 .........A repreensão e a lição de Jonas.
L iç õ e s B í b l i c a s
41
REFLEXÃO
“Em nossa vida, como Jonas,
m uitas vezes precisamos fazer
coisas que não gostamos a
ponto de querer recuar e fugir.
Mas é m elhor obedecer a Deus
do que desafiá-lo ou fu g ir.”
Bíblia de Estudo
Aplicação Pessoal
buídos em quatro breves capítulos.
Apesar de começar com estrutura
profética (1.1), a m ensagem é
apresentada em estilo biográfico.
Não deixa, contudo, de ser uma
profecia da história de Israel, ao
mesmo tempo em que anunciam o
ministério, a ressurreição e a obra
missionária de Cristo (Mt 12.39-41 ;
16.4). O tema principal do livro é a
infinita misericórdia de Deus e a sua
soberania sobre todas as nações.
SIN O PSE D O T Ó P IC O ( 1 )
que atravessou séculos. As Escri­
turas Hebraicas em pregam dag
gadol, “grande peixe” , uma vez
(1.17 ;2.1), e simplesmente dag,
“ peixe” , três vezes (1.17; 2.1,1 0).
A Septuaginta traduz ketei megalo
por “grande monstro marinho”, e
ketos por “ monstro m arinho” , a
mesm a palavra usada no Novo
Testamento grego (Mt 12.40).
2.
In te rp re ta ç ã o . Não há in­
dício algum no texto para que ele
possa ser interpretado como ale­
goria, ficção didática, mito, lenda
etc. Rejeitamos todas essas linhas
de pensamento, pois o oráculo foi
entregue a Jonas no mesmo estilo
dos outros profetas (1.1; jr 33.1;
Zc 1.1). Além disso, o Senhor Jesus
Cristo, a maior autoridade no céu e
na terra, interpretou o livro como
histórico, assim como históricos fo­
ram o ministério e a ressurreição do
Mestre. O Novo Testamento é a pa­
lavra final, e isso encerra qualquer
questão (Mt 12.39-41; 16.4).
0
tema principal do livro de
SIN O PSE D O T Ó P IC O (2 )
Jonas é a inefável m isericórdia
de Deus e a sua soberania sobre
Em relação ao texto de Jonas
as nações.
que fala sobre o “grande peixe”,
não há indício algum para uma in­
RESPONDA
terpretação alegórica, mitológica
ou lendária.
1. Q ual o tem a do livro de Jo n a s?
II. O G R A N D E PEIXE
RESPONDA
1, B a le ia ou g ra n d e p e ix e ?
Na Bíblia Hebraica e na Septuaginta, o versículo 17 é deslocado
para o capítulo seguinte (2.1). A
língua heb raica não dispõe de
termo técnico para “baleia” . Essa
palavra é usada como resultado
de uma interpretação tradicional
2. De onde veio a p a la vra "baleia"
do relato de Jo n a s?
42 L iç õ e s B íb lic a s
III. A M IS E R IC Ó R D IA
D IV IN A
1.
A com versã© d o s ninivita s (3.8,9)- O curto relato do livro
dejonas serve como prenúncio da
graça salvadora para todas as na­
ções (Tt 2.1 1). Os ninivitas foram
salvos pela graça, pois “creram
em Deus” (3.5) e “ se converteram
do seu mau cam inho” (3.10). As
obras foram conseqüência da sua
fé no Deus de Israel.
2. O “a rre p e n d im e n to ” de
D eus. O arrependim ento humano
é mudança de mente e de coração,
de pior para melhor. Q uando a
Bíblia fala que “Deus se arrepen­
deu” (3.10), parece confundir-nos
um pouco, pois Deus é perfeito e
im utável, não pode mudar, nem
alterar a sua m ente (Ml 3.6). A
explicação para uma declaração
como essa é a linguagem antropopática, um modo de falar em
termos hum anos, ou se trata de
uma questão de ordem exegétsca,
que é o nosso caso aqui. Quem
mudou, na verdade, foi o povo,
e nesse caso o perdão é parte do
plano divino Cr 1 8.7,8).
3. Explicação exegética. O
texto sagrado declara que “ Deus
viu as obras deles, como se con­
verteram do seu mau cam in h o ”
(3.10a). O ve rb o heb raico aqui
é shuv, literalm ente: “voltar-se,
retornar” , frequentem ente usado
para in d icar o arrep e n d im en to
humano. A respeito do “arrepen­
dim ento” de Deus, que vem na se­
qüência (3.1 0b), o verbo é outro,
naham , “ter pena, arrepender-se,
lamentar, consolar, ser consolado”
(Gn 6.6; 1 Sm 15.1 1;Jr 8.1 8). Essas
nuanças lingüísticas podem ser
confirm adas por qualquer pessoa,
ainda que não conheça uma única
letra do alfabeto dessas línguas,
com o auxílio, por exem plo, da
REFLEXÃO
“Não podem os nos esquecer
que o Deus a quem servim os
é piedoso e m ise rico rd io so ,
lo n g â n im o e g ra n d e em
benignidade. ”
Esequias Soares
Bíb lia de Estudo Palavras-C have
H ebraico e C r ego (CPAD).
S IN O P S E D O T Ó P IC O ( 3 )
A m isericórdia divina alcan­
çou os ninivitas segundo a graça
do Deus Altíssim o.
RESPONDA
3. Qual a explicação quando a Bíblia
afirm a que “Deus se arrependeu”?
IV. A J U S T IÇ A H U M A N A
1. D e s c o n te n ta m e n to de
Jonas (4 .1 ). Jo n a s foi bem-sucedido em sua missão. Q ualquer
profeta de Israel, ou mesm o al­
gum pregador de hoje, sem dúvi- a
da algum a ficaria satisfeito com o
resultado do trabalho. A Bíblia não
revela a razão do d e sco n te n ta­
mento de Jonas, senão o que o ele
mesm o afirma, ao dizer que sabia
que Deus é “ piedoso e m isericor­
dioso, lo ngânim o e grand e em
benignidade e que te arrependes
[niham ] do m al” (4.2b).
2. Jonas esperava vin g an ­
ça? O império assírio foi um dos
mais cruéis da história e tinha do­
mínio sobre todo o Oriente Médio.
Será que Jonas esperava uma vin­
gança como retaliação por terem os
L iç õ e s B íb l ic a s
43
h assírios massacrado o seu povo? O
certo é que, ainda hoje, há crentes
que se incomodam com o retorno à
Igreja dos que se acham afastados
do rebanho. Quem não se lembra do
irmão mais velho do filho pródigo?
(Lc 15.25-32), Às vezes, a bondade
divina incomoda alguns (Mt 20.1 5).
3= C o m p re e n d e n d o a m is e ­
r ic ó r d ia d iv in a . A misericórdia
divina é um dos atributos que reI vela a natureza de Deus (Êx 34.6;
^ Jr 3 1.3). O Senhor poupou Nínive
da destruição, prorrogou a sua
ruína, e perdoou os seus m orado­
res. O próprio Jonas, na qualidade
de desertor, também foi alvo da
infinita bondade de Deus.
SINOPSE D O T Ó P IC O (4 )
5. Qual a razão do descontentamen­
to de jo n as segundo ele próprio?
CO NCLUSÃO
Jo n a s tra n s m ite - n o s um a
im portante lição prática. O relato
em si m ostra a diferença abissal
entre a bondade divina e a ju s ­
tiça hum ana. Aos ninivitas Deus
falou por interm édio de Jo n a s.
Hoje, Ele fala através de Jesus,
que continua a salvar, a curar e
a batizar com o Espírito Santo (Jo
14.1 6; At 4.1 2). Ele mesmo disse:
“ E eis que está aqui quem é maior
do que Jo n a s ” (Mt 12.41- ARA).
O M estre operou sinais, prodí­
gios e m aravilhas com o nenhum
outro antes ou depo is dele, e
deu oportunidade de salvação a
todos (At 10.38). Mesm o assim,
foi rejeitad o pela sua g eração
0o 1.11). Por isso, lançou em
rosto a incredulidade dos seus
contem porâneos e elogiou a fé
dos ninivitas por haverem ouvido
a pregação do profeta e arrepen­
dido de seus pecados.
REFLEXÃO
"A m ensagem d iv in a de a m o r e perdão não se
destinava apenas aos ju d e u s . Deus am a a todos os
povos do m undo. Os assírios não m ereciam esse am or,
m as Deus os poupou quando se a rre p e n d e ra m .”
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal
44 L iç õ e s B íb lic a s
____ VO C A B U LÁ R IO
A U X ILIO BIBLIOGRÁFICO
Antropopatism o: [Do gr. a n tro p o s ,
homem; do gr. p a th o s , sentimentos]
Atribuição de sentimentos humanos
a Deus. Figurativamente, encontramos
várias expressões como esta: a ira de
Deus, o arrependimento de Deus, etc.
Tais expressões foram usadas para
que o ser humano viesse a entender
a ação divina na história sagrada. É
uma forma de os autores sagrados
dizerem que o Criador do Universo não
é indiferente ao que acontece neste
mundo; Ele age e reage de acordo com
a sua justiça e santidade. Deus não é
um ser destituído de sentimentos. Só
que, nEle, todos os sentimentos são
infinitamente perfeitos.
S u b síd io T eo ló g ico
“Jonas
O livro de Jo n a s é d iferen te
dos outros livro s dos Profetas M e­
nores. Trata-se de um a n a rra tiva
b ib lio g rá fic a das e x p eriên cias do
profeta, e não de um a co letân ea
de m ensagens p ro féticas. O tem a
p rio ritário do livro é a graça so ­
b eran a de Deus pelos pecado res,
ilu stra d a na sua d ecisão de reter
o ju lg a m e n to sobre os cu lp ad o s,
m as a rre p e n d id o s n in iv ita s . Há
t a m b é m u m a liç ã o t e o l ó g i c a
im p o rta n te a ser a p re n d id a o b ­
s e rva n d o as resp o stas de Jo n a s
a D e u s. O re tra to do a u to r de
B IB L IO G R A F IA S U G E R ID A
Jo n a s é a lta m e n te d e p re c ia tiv o .
ZUCK, Roy B (Ed.). T e o lo g ia do Os padrões duplos de Jo n a s fiz e ­
A n tig o T e s ta m e n to . I.e d . Rio ram com que as suas ações lhe
de Janeiro: CPAD. 2009.
c o n tr a d is s e s s e m os c re d o s de
SOARES, Esequias. O M in is té rio tom e sp iritu al. Pelo ex em p lo n e­
P ro fé tic o na B íb lia: A voz de g a tiv o de Jo n a s , o leito r aprende
Deus no Terra. 1 .ed. Rio de Ja n e i­ a não re sistir à v o n ta d e e d e c i­
sões so b eran as de D eu s” (ZUCK,
ro: CPAD, 2010.
Roy B (Ed.). T e o lo g ia do A n tig o
T e s ta m e n to . 1.ed. Rio de Janeiro:
CPAD. 2009, p.467).
SAIBA MAIS
Revista Ensinador Cristão
CPAD, n°52. p.39.
X
RESPOSTAS DOS EXERCÍCIO S
1. O tema do livro é a infinita miseri­
córdia de Deus e a sua soberania sobre
todas as nações.
2. Do resultado de uma interpretação
tradicional que atravessou séculos.
3. A explicação para uma declaração
com o essa é a lin gu agem antropopática, um modo de falar em termos
humanos.
4. Revela a natureza de Deus.
5. Que Deus é “piedoso e misericordioso,
longânimo e grande em benignidade e
que te arrependes do mal”.
L iç õ e s B íb l ic a s
4b
Lição 7
78 de Novem bro de 2 0 1 2
M iq u eia s — A Im p o r ­
t â n c i a d a O b e d iê n c ia
TE X TO ÁUREO
“[...] Tem, porventura, o SENHOR tanto
prazer em holocaustos e sacrifícios como
em que se obedeça à palavra do SENHOR?
Eis que o obedecer é melhor do que o
sacrificar; e o atender melhor é do que a
gordura de carneiros” O Sm 1 S.22).
VERDADE PRATICA
PARE
A mensagem de Miqueias levamos a
pensar seriamente acerca do tipo de
cristianismo que estamos vivendo.
H IN O S SU G ER ID O S 2 85 , 398, 4 2 2
LEITU R A DIAR1A
S e g u n d a - D t 10 . 12,13
A rejeição do sacrifício formal
T e r ç a - I s 1-15-17
Ritos sem piedade nada valem
Q u a r ta - M t 12.7
A piedade é maior que sacrifícios
Q u in ta - M t 21.28-31
Prática e teoria da obediência
Sexta - M t 23.23
O dízimo não substitui a piedade
S á b a d o - Lc 18.10 14
A lição do fariseu e do publicano
46
L iç õ e s B íb l ic a s
L E IT U R A B ÍB LIC A
EM CLASSE
M iqueias 1.1-5; 6.6-8
M iq u e ia s 1
1 - Palavra do SENHOR que veio
a Miqueias, morastita, nos dias
de Jotão, Acaz e Ezequias, reis j
de Judá, a qual ele viu sobre j
Sam aria e Jerusalém.
2 - Ouvi, todos os povos, presta
atenção, ó terra, em tua plenitu- j
de, e seja o Senhor JEOVÁ teste­
munha contra vós, o Senhor, des­
de o templo da sua santidade.
3 - Porque eis que o SENHOR sai
do seu lugar, e descerá, e an­
dará sobre as alturas da terra.
4 - E os montes debaixo dele se
derreterão, e os vales se fende­
rão, como a cera diante do fogo,
como as águas que se precipitam
em um abismo.
INTERAÇÃO
Professor, para aguçar a curiosidade de
seus a/unos, questione-os sobre o signifi­
cado da palavra "rito”. Explique que rito é
"o conjunto de cerimônias e prática litúrgicas que cumpre a função de simbolizar
o fenômeno da fé’’. Enfatize que no tempo
do profeta Miqueias o povo realizava
muito bem todo o ritual levítico. Porém, o
Senhor não se agradava de suas reuniões
solenes e sacrifícios, pois os rituais se
tornaram algo mecânico, sem vida, uma
simples obrigação religiosa. Cumpriam
a liturgia, mas não amavam verdadeira­
mente a Deus nem ao próximo. Que nunca
venhamos a nos esquecer que Deus não
está preocupado com nossas cerimônias
religiosas, mas o que Ele espera é que seu
povo o “adore em espírito e em verdade”,
que o ame acima de todas as coisas e ao
próximot pois toda a lei se resume nessa
verdade (Mc 12.29-31).
5 - Tudo isso por causa da pre­
varicação de Jacó e dos pecados
da casa de Israel; qual é a trans­
gressão de Jacó? Não é Sam aria?
E quais os altos de Ju d á? Não é
Jerusalém ?
Após a aula, o aluno deverá estar j
apto a:
Miqueias 6
D e fin ir a obediência bíblica.
6 - Com que me apresentarei ao
SENHOR e me inclinarei ante o
Deus Altíssimo7 Virei perante ele
com holocaustos, com bezerros
de um ano?
O B JE T IV O S
j
E x p lic a r a estrutura da mensagem
de Miqueias.
C onscientizar-se de que o ritual reli- /
gioso não proporciona relacionamento |
íntimo com Deus e nem salvação.
7 - Agradar-se-á o SENHOR de
milhares de carneiros? De dez mil
O R IE N T A Ç Ã O P E D A G Ó G IC A
ribeiros de azeite? Darei o meu
primogênito pela minha trans­ Para introduzir a lição, reproduza de acor­
do com suas possibilidades, o quadro da
gressão? O fruto do meu ventre,
página seguinte. É importante que os aíupelo pecado da minha alm a?
nos tenham uma visão geral da estrutura
8 - Ele te declarou, ó homem, do livro. Explique que a estrutura utilizada
o que é bom; e que é o que o
pelo profeta Miqueias é bem simples de
SENHOR pede de ti, senão que
entender, pois a sua divisão está basea­
da numa dupla seqüência de ameaças e
pratiques a justiça, e ames a be­
neficência, e andes humildemente promessas. Ao lermos Miqueias deparamonos com o juízo de Deus; a mensagem de
com o teu Deus?
esperança; juízos e misericórdia do Eterno.
r ü.'/vir"vív rtsy.-r~z. j - i.
-iar-x
LrçõES B íb l ic a s
>
47
Miqueias, assim como os demais
profetas de Judá, não cita reis do Rei­
no do Norte na introdução de seus
IN TR O D U Ç Ã O
oráculos. Seu ministério, porém,
aconteceu no período dos reinados
O
problema do povo a quem
Miqueias dirigiu a sua mensagem
"de Jotão, Acaz e Ezequias, reis de
Judá” (1.1). Essas datas estão entre
não era falta de liturgia, mas de
750 e 686 a.C., mas a soma desses
uma correta m otivação para se
anos deve ser reduzida significati­
adorar ao Senhor. Embora com e­
vamente por causa das
tesse toda a sorte de
PALAVRA-CHAVE
corregências.
injustiças sociais, a ge­
O
profeta Jere
ração co n tem p o rân ea
O bediência:
afirm a que a m e n sa ­
do p ro fe ta M iq u e ia s
O ato ou efeito
gem de M iq u eias foi
o fe re cia s a c rifíc io s a
de obedecer
e n tre g u e no re in ad o
Deus, praticando todos 1
de Ez eq u ias (26.1 8).
os rituais levíticos, mas
não sabia o verdadeiro significado
Considerando os últimos anos de
do amor a Deus e ao próximo.
Acaz e os primeiros de Ezequias,
M iqueias deve ter p rofetizad o
I. O L IV R O D E M IQ U E IA S
entre 735 a.C. e 71 0 a.C.
1.
Contexto histórico. Mi­ 2.
Estrutura e m ensagem .
queias era de Mores ete-Gate(l .1,14;
Trata-se de uma coleção de breves
Jr 26.18), cidade localizada a 32
oráculos agrupados em sete capítu­
quilômetros a sudeste de Jerusalém.
los divididos em três partes princiE S B O Ç O D O L IV R O D E M IQ U E IA S
C a p ítu lo s 1 — 3
Uma série de juízo contra Israel e Judá:
Introdução (1.1).
Destruição de Samaria (1.2-7).
Destruição de Judá (1.8-1 6).
Pecados específicos do povo (2.1-1 1): cobiça e orgulho (2.1-5); falsos profetas (2.6-1 1).
Vislumbre de um livramento (2.1 2,1 3).
Pecados dos líderes da nação (3.1-12).
C a p ítu lo s 4 — 5
Mensagem de esperança:
Promessa do reino vindouro (4.1 -5).
A derrota dos inimigos de Israel (4.6-1 3).
O Rei virá de Belém (5.1-8).
O novo reino (5.9-1 5).
C a p ítu lo s 6 — 7
Juízo de Deus contra Israel e sua misericórdia final:
Deus contra o seu povo (6.1 -8).
Culpa de Israel e o castigo divino (6.9-16).
O lamento do profeta (7.1 -6).
A esperança do profeta (7.7).
Israel será restabelecido (7.8-1 3).
xBenção s finais de Deus para seu povo (7.14-20).
Texfo a d a p ta d o d a "B íb lia d e E s tu d o P e n te c o s ta í”, e d ita d a p e la CPAD.
48 L iç õ e s B íb lic a s
A mesm a ideia é vista nos en­
pais (1,2; 3— 5; 6,7). Cada uma das
partes marca o imperativo: “Ouvi”
sinos de Jesus (Mt 11.15; 13.43).
Por co n se g u in te , a o b e d iê n c ia
(1.2; 3.1; 6.1), que é fraseologia
deve ser precedida pela com pre­
similar a de Isaías (4.1-5; is 2.2-4).
O
assu n to do livro é a iraensão e pelo amoroso acatam ento
da mensagem divina (Mt 7.24,26).
divina em relação aos pecados de
Nesse sentido, ela pode ser defi­
Sam aria e de Jerusalém . Miqueias
nida com o a prova suprem a da fé
dirigiu seu discurso contra a ido­
e do nosso am or a Deus.
latria, censurou com veem ência a
2. A desobediência das
opressão aos pobres e denunciou
nações. O S e n h o r não é um a
o c o la p s o da ju s t iç a n a cio n a l
divindade tribal, que habita em
(1.5; 2.1,2; 3.9-11). Além disso,
quatro paredes. Ele é o Deus de
anunciou, de antem ão, o locai do
nascimento do Messias, em Belém
toda a terra e o Soberano de todo
o Universo. Justam ente por isso,
(5.2 cp. Mt 2.1,4-6). O profeta
chegou a ser citado pelo Senhor
Ele apresenta-se com o ju iz e tes­
tem unha não apenas contra seu
Jesus (7.6 cp. Mt 10.35,36).
povo, Israel e Ju d á (1.2,5), mas
tam bém contra todas as nações
S IN O P S E D O T Ó P IC O (1 )
da terra (1.2).
O
liv r o de M iq u e ia s tem
3. A ira de Deus sobre
com o assunto principal a ira di­
o pecado (1.3-5). O p ro fe ta
vina sobre os pecados de Sam aria
d e s c r e v e de fo r m a p ito r e s c a
e Ju d á.
a re a ç ã o d iv in a c o n tra o seu
povo. N um a linguagem antropoRESPONDA
m órfica, o Sen h o r desce de seu
santo tem plo, o céu, para ju lg a r
7. Q u a l o a ssu n to do liv ro de
Sam aria, capital de Israel e, da
M iqueias?
m esm a form a, Je ru sa lé m , capital
BI. A O B E D IÊ N C IA A D E U S
de Ju d á , cujo pecado influencia
1.
O conceito bíblico de obe­
todo o país. O q u ad ro da sua
diência. O verbo hebraico shemá:
m a je s to s a e te r r ív e l p r e s e n ç a ^
“ouvir, escutar, prestar atenção, obe­
lem bra a ação dos terrem o to s e
decer”, não significa apenas receber
dos vu lcõ e s Qz 5.4; SI 18.7-10;
uma comunicação ou informação. O
Is 64.1-3; Hc 3.6,7).
seu real sentido é mais forte e impe­
S IN O P S E D O T Ó P IC O <2)
rioso: obedecer é acatar ordens de
autoridade religiosa, civil ou familiar.
A obediência deve ser prece­
O referido verbo é empregado no
dida de compreensão e amoroso
Antigo Testamento para “obedecer”
acatamento da mensagem divina.
em 1 Samuel 1 5.22 eJeremias 42.6.
É usado, também, em seis das nove
RESPONDA
vezes em que shemá aparece em
2. Q ual a definição de obediência?
Miqueias (1.2; 3.1,9; 6.1,2,9).
L iç õ e s B íb lic a s
49
I
III. O R IT U A L R E L IG IO S O
1. O r it o le v ít ic o . Basicamente, o rito é um conjunto de
cerim ônias e práticas litúrgicas
I que cumpre a função de simboI lizar o fenômeno da fé. O termo
vem do latim ritus, que significa
■“ cerim ô n ia religiosa, uso, costum e, hábito, form a, processo,
m odo” . O Antigo Testamento usa
a palavra para os sacrifícios (Lv
I 9.1 6; Ed 6.9) e para as festividaI des religiosas (Ne 8.1 8), tais como
I a Páscoa (Nm 9.14; 2 Cr 35.13) e
I a Festa dos Tabernáculos (Ed 3.4).
" A própria circuncisão é também
um ritual (At 1 5.1). Contudo, em
se tratando do Cristianismo, a li­
turgia é simples, contendo apenas
dois rituais: o batism o e a ceia
do Senhor (Mt 3.15; 26.26-30).
Esses cerím onialism os, contudo,
não substituem o relacionamento
sincero com Deus, nem propor­
cionam salvação (1 Sm 15.22; SI
40.6-8; 51.16,17; 1 Co 1.14-17;
| í 1 .28,29).
I
I
I
I
I
I
2, O d iálo g o de Deus com
o povo (6 .6 ). O Senhor, através
do profeta, convida o seu povo
para uma co n tro v é rs ia . O que
Deus fez de mal para Israel rejeitálo? (6.1-3). Em seguida, o Eterno
I traz à memória da nação os seus
b e n e fíc io s d esd e o p rin c íp io ,
quando remiu a Israel do Egito
-■e protegeu seu povo no deserto
- contra os inim igos (6.4,5). Em
uma pergunta retórica, o próprio
Deus antecipa a resposta da na| ção. A lei estabelecia sacrifícios
| de anim ais como provisão pelo
■ pecado (Lv 9.3) e o azeite para
Ic e r t a s ofertas de libação (Lv 1.3,4;
w m m M m m gè®.
iu b s i
50 L iç õ e s B íb lic a s
2.1,1 5; 7.1 2). O problema de Judá
não era a falta de rituais e sacri­
fícios, mas de uma ve rd a d e ira
conversão a Deus.
3.
Sacrifício hum ano (6.7 ).
Oferecer o primogênito pela trans­
gressão e o fruto do ventre pelo
pecad o era sinal de co m pleto
desatino do povo. A lei de Moisés
condena tal prática sob pena de
morte (Lv 18.21; 20.2-5) e em
todo o Israel era repulsa nacional
(2 Rs 3.27). Esse tipo de sacrifício
só foi praticado por aqueles que,
em todo Israel eJudá, apostataramse da fé (2 Rs 16.3; 21.6; Jr 19.5;
32.35). Todos estavam dispostos
a oferecer até mesmo o que Deus
nunca exigiu deles, menos o es­
sencial: sincero arrependimento e
mudança de vida.
S IN O P S E D O T Ó P IC O ( 3 )
O ritual religioso não substi­
tui o relacionam ento intenso com
Deus e, muito menos, proporcio­
na salvação.
RESPONDA
3. Q ual o significado da p a la vra
“rito " e quais são os dois ritu ais do
cristianism o ?
IV. O G R A N D E
M ANDAM ENTO
1. A vo n ta d e de Deus. O
estilo de vida que agrada a Deus
foi com unicado ao povo desde
Moisés. Portanto, toda a nação
tinha o dever de conhecê-lo (Dt
10.12,13). Daí o porquê da in­
dag ação do profeta (6.8). Mas
ninguém estava interessado nis-
so. O povo preferia tirar proveito
da prática das injustiças sociais,
esperando que o mero ritual do
s a c rifíc io fo sse su ficie n te p ara
autojusticar-se diante de Deus. Estavam enganados, pois Deus não
se deleita em sacrifícios nem em
rituais exteriores (SI 51.17,18).
S IN O P S E D O T Ó P I C O ( 4 )
O g ra n d e m a n d a m e n to é
este: am ar a Deus acim a de todas
as coisas e ao próx im o com o a
si m esm o.
RESPONDA
2.
O s u m á rio de to d a a lei4. Desde quando o estilo de vida
(6 .8 b ). Os três preceitos — prati­
que ag ra d a a Deus foi com unicado
car a justiça, am ar a beneficência
e andar hum ildem ente com Deus
— são considerados pela tradição
ju d aica, desde o século 1 a.C., o
resum o dos 61 3 preceitos dep re­
endidos da lei de Moisés. Essa é
v is ta por m uitos com o a m aior
declaração do Antigo Testam ento.
Os dois prim eiros preceitos falam
do com prom isso horizontal com
o nosso próxim o; e o terceiro, de
com prom isso vertical com Deus.
Isso vale para todos os seres hu­
manos e é paralelo ao ensino de
Jesus: am ar a Deus acim a de todas
as coisas e ao próximo com o a nós
m esm os (Mt 22.37-40).
ao povo?
5. Q u a l é a m a io r d e claração do
A ntigo Testam ento?
CONCLUSÃO
A lição para todos nós é esta:
O que im porta para Deus não é
o que fazem os na Igreja, mas a
nossa vivê n cia com a fam ília, o
que fazem os no trabalho e com o
relacionamo-nos com a sociedade.
Sem o verdadeiro arrependim ento
e um profundo com prom isso com
Deus, todas as práticas religiosas
não passam de rituais vazio s e
co m p le tam e n te d e sp ro vid o s de
valo r espiritual.
REFLEXÃO
“Deus odeia a m aldade, a id o latria,
a injustiça e os ritu ais vazios — e esse
ódio perm anece até hoje."
Bíblia de Estudo
A plicação Pessoal
L i ç õ e s B íb l ic a s
51
_
V O CABULÁ R IO ____
Subsidio Teológico
P ito re s c a : D ive rtid o , re crea­
“Os profetas Isaías, M iqueias, tivo.
Am ós e Oseias foram co n tem p o ­ A n tro p o m ó rfica: Conceito que
râneos, o m inistério de cada um visualiza Deus como possuindo
deles com eçou entre 760 e 735 form a humana.
a.C. Eles viveram no período do
C o n tr o v é r s ia : D isp u ta , p o ­
esplendo r profético dos hebreus.
lêm ica.
Isaías era profeta da corte e con­
selheiro da casa real, ao passo que R e tó ric a : P e rg u n ta que não
M iqueias era profeta do cam po. exige resposta.
A m b o s eram do R e in o do Su l, L ib ação : Líq u id o ou m istura
capital Jeru salé m . Oseias e Amós de líquidos derram ados sobre a
exerceram seu m inistério no reino oferta como parte do sacrifício.
do Norte, em Sam aria.
O
título de cada livro profético
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
nem sempre quer dizer ser ele o
seu redator ou mesmo o orador que
ZUCK, Roy B (Ed.). T eo lo g ia do
pronunciou tais oráculos. A profecia A n tig o T estam e n to , k e d . Rio
escatológica sobre Sião, em Isaías
de Janeiro: CPAD. 2009.
2.3, reaparece em Miqueias. Ambos
SOARES, Esequias. O M in is té ­
foram contem porâneos e profeti­
rio P ro fético na Bíblia: A voz
zaram em Judá, sendo que Isaías
de Deus na Terra. l.e d . Rio de
era profeta da corte, na capital, e
Janeiro: CPAD, 2010.
seu companheiro do campo, mas é
difícil saber a fonte literária original”
(SOARES, Esequias. O M in is té rio
SAIBA MAIS
P ro fético na Bíblia: A voz de Deus
Revista Ensinador Cristão
na Terra. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD,
CPAD, n ° 52, p.39.
2010, p. 1 16).
-
RESPOSTAS DOS EXERCÍCIOS
1. O assunto do livro é a ira divina
em relação aos pecados de Samaria
e de Jerusalém.
2. É acatar ordens de autoridade
religiosa, civil ou familiar.
3. Cerimônia religiosa, uso, costume,
hábito, forma, processo, modo. E o s
dois rituais do cristianismo são o
batismo e a ceia do Senhor.
4.
5. Os três preceitos — praticar a
justiça, amar a beneficência e andar
humildemente com Deus.
52 L iç õ e s B íb lic a s
Desde
A U X ILIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsidio Teológico
“ [...] Miqueias previu uma segunda vinda de Davi (cf. Jr 30.9; Ez
34,23,24; 37.24,25). Ao que parece, este é o significado da fam osa
profecia registrada em Miqueias 5.2: ‘E tu, Belém Efrata, posto que
pequena entre milhares de Judá, de ti me sairá o que será Senhor em
Israel, e cujas origens são desde os tem pos antigos, desde os dias
da eternidade’. A associação do futuro rei com Belém e a referência
às suas origens estarem nos tem pos antigos dão a entender que a
reaparição do próprio Davi está em vista. Claro que esta é uma predição m essiânica. Outros profetas (por exem plo, Isaías em Is 9.6,7;
11.1.1 0) e a revelação bíblica subsequente deixam claro que estas
referências a Davi se cum priram no Messias que, com o o Filho de
Davi, reinará no espírito e poder do seu ilustre antepassado.
Em Miqueias 5.2, a atenção é dada à insignificância relativa de
Belém entre os clãs d e ju d á. Ironicam ente, o rei escolhido do Senhor
surgiria desta pequena cidade. Este padrão de Deus elevar o pequeno
e insignificante ocorre em outros textos do Antigo Testam ento (Cn
2 5.23; 48.14; Jz 6.1 5; 1 Sm 9.21).
Este rei, que surge de tais origens hum ildes, protegerá o povo
com o um pastor (o mesmo foi dito acerca de Davi; 2 Sm 5.2; SI
78.71,72). Reinando pelo poder do Senhor, a sua fam a alcançará
proporções universais (Mq 5.4). Ele e o vice-regente evitarão que o
mais poderoso dos inimigos de Israel (sim bolizado aqui pela Assíria,
o inimigo tradicional de Israel) invada a terra (Mq 5.5,6).
Ju n to com a restauração do rei davídico, M iqueias tam bém
profetizou uma reversão na sorte de Jerusalém . Miqueias advertiu
que esta cidade, escolhida por Davi com o capital e local do tem plo
do Senhor, seria sujeita ao sítio (Mq 5.1) e reduzida a entulhos (Mq
3.12). Ele personificou a cidade em sua hum ilhação com o um a
m ulher em trabalho de parto, estorcendo-se em agonia para dar à
luz (Mq 4.9,10). Da perspectiva do exílio, Jerusalém personificada
reconhece a ju stiça do castigo de Deus e prevê o dia da justificação
e restauração (Mq 7.8-1 2). Utilizando a imagem de Miqueias 4.9,1 0,
0 profeta com parou a vo lta do povo exilado em Sião a dar à luz (Mq
5.3). No futuro, o Senhor livraria Jerusalém dos que a atacavam (Mq
4.1
1-13)” (ZUCK, Roy B (Ed.). T e o lo g ia d o A n tig o T e s ta m e n to .
1.ed. Rio de Janeiro: CPAD. 2009, p.444).
L iç õ e s B íb l ic a s
53
1
Lição 8
2 5 de N ovem bro de 2 0 1 2
N
aum
— O L im it e
da
TEX T O AU REO
“Disse mais: Ora, não se ire o Senhor que
ainda só mais esta vez falo: se, porventura,
se acharem ali dez? E disse: Não a destrui­
rei, por am or dos dez” (G n 18.32).
V E R D A D E P R Á T IC A
m-
No tem po estabetecido por Deus,
cada nação, e cada in d ivíd u o em
particular, p assará pelo c riv o da
| justiça divina.
HINOS SUGERIDOS
204, 372, 458
LEITU R A D IA R fA
Segunda - Gn 1 8 .2 0
O pecado de Sodom a e Gom orra
Terça - SI 1 8 .2 5 ,2 6
Deus faz justiça aos justos e ímpios
Q u a rta ~ Is 1.9
O exem plo do ju ízo divino
Q u in ta - Ez 14.1 3
O juízo divino à nação pecadora
Sexta - M t 1 1 .2 3 ,2 4
A ruína de uma cidade orgulhosa
Sábado - Rm 1 1 .2 2
A bondade e a severidade de Deus
5 4 L iç õ e s B íb lic a s
wnoanu•uMMMDfDKiftWMnHSSti aüamwrin wm rn n m m frtn w im
L E IT U R A B ÍB L IC A
EM CLASSE
Naum 1 .1 -3 ,9 -1 4
IN T E R A Ç Ã O
N ínive h avia p rovad o da g ra ça e da
m isericó rd ia do Senhor. No tempo de
I - Peso de N ínive. Livro da Jo n a s , o povo n in iv ita arrependeuse dos seus p e ca d o s e prostou-se
visão de Naum , o efcosita.
p
eran te o Eterno, confessando a su a
2 - 0 S EN H O R é um D eus
ig n o m ín ia. A ssim , o povo re ceb eu
zeloso e que tom a ving ança;
de Deus o perdão dos seus pecados.
o SEN H O R tom a vingança e é
A quela nação foi sa lva do ju íz o d ivi­
cheio de furor, o SEN H O R tom a
no! Mas o tem po passou e depois de
vingança contra os seus ad ver­
aproxim adam ente um século e meio,
sários e g u ard a a ira contra os
a nova g eração de N ínive esqueceuseus inim igos.
se do p assad o de q u e b ran tam e n to
3 - 0 SENHOR é tardio em irarao Senhor. E la voltou p e c a r co n tra
se, mas grande em força e ao
D eus com re q u in te s de cru e ld a d e ,
culpado não tem por inocente; o p erversid ad e e m alignidade. Po r isso
SENHOR tem o seu cam inho na o profeta Naum vocifera: “A i da cidade
torm enta e na tempestade, e as ensangüentada! Ela está toda cheia de
nuvens são o pó dos seus pés.
m en tiras e de rap in a! Não se a p a rta
9 - Que pensais vós contra o dela o roubo”. A g o ra o ju íz o divino
SEN H O R? Ele mesmo vos consu­ sobre N ínive se ria irreversível.
m irá de todo; não se levan tará
p o r duas vezes a angústia.
O B J E T IV O S
10 - Porque, aind a que eles se
entrelacem como os espinhos
Após a aula, o aluno deverá estar
e se satu rem de vinho como
apto a:
bêbados, serão in teiram en te
E x p lic a r o co n te x to histó rico do
consum idos como p alha seca.
livro de Naum.
I I - De ti saiu um que pensa
A p o n ta r os limites entre tolerância
m al contra o SENHOR, um con­
selheiro de Belial.
e vindicação.
12 - Assim diz o SEN H O R: Por
C o n s cie n tizar-s e da existência do
m ais seguros que estejam e por
ju íz o divino.
m ais num erosos que sejam ,
xaind a assim serão exterm ina­
O R IE N T A Ç Ã O P E D A G Ó G IC A
dos, e eie p assará; eu te afligi,
m as não te a flig ire i mais.
Professor, reproduza o quadro da pági­
1 3 - Mas, agora, qu eb rarei o na seguinte. Utilize-o na introdução da
lição. Explique que o livro de Naum é
seu ju g o de cim a de ti e rom ­
constituído
por três capítulos. O prim ei­
perei os teus laços.
ro descreve a natureza de Deus. O se­
1 4 - Contra ti, porém, o Senhor
gundo proclam a o juízo im inente sobre
deu ordem , que m ais ninguém
a cidade de Nínive. E o terceiro alista os
do teu nome seja sem eado; da
pecados de Nínive, term inando com um
casa do teu deus exterm inarei quadro de julgam ento divino já executa­
do. Conclua enfatizando que no tempo
as im agens de escultura e de
de Deus, cada nação, e cada indivíduo,
fundição; ali fa re i o teu sepul­
passará pelo crivo da ju stiça divina.
cro, porque és vil.
L iç õ e s B íb l ic a s
55
de que dispomos ainda não são
conclusivas. As opiniões dos eru­
ditos são divergentes. Eías variam
IN T R O D U Ç Ã O
entre o assédio de Jerusalém , em
Q uando Naum anun ciou o
701 a.C., por Senaqueribe, rei da
Assíria (2 Rs 18.13) até as refor­
seu oráculo contra Nínive, já fazia
um século e meio que Deus havia
mas relig io sas p ro tag o n izad as
dispensado a sua misericórdia à
por Josias, rei de Judá, em 621
grande, poderosa e perversa cida­
a.C. (cf. 2 Rs 22.1— 23.37; 2 Cr
34.1— 35.27).
de. No tempo de Jonas, o Senhor
com padecera-se dos n in ivitas,
a ) O rig em do p ro fe ta . A l­
poupando-os de im inente d e s­
guns estudiosos acreditam que
tru ição . Infelizm en te, ^
“elcosita” (v. 1c) referePALAVRA-CHAVE se a um a c id a d e da
o tempo passou e eles
vieram a se esquecer do
A s síria , situ ad a a 38
Tolerância:
perdão divino, voltando
quilômetros de Nínive,
Ato ou efeito de
a pecar contra Deus. Por
em Al-kush, ao norte
tolerar;
indulgência,
isso, o profeta Naum
do atual Mossul, Iraque.
condescendência.
proclama a ruína inevi-1
Tal informação é a me­
tável de Nínive. Agora,
nos provável, visto que,
o juízo divino é irreversível!
desde a antiguidade, a cidade de
Cafarnaum — na Calileia, casa de
I. O L IV R O DE N A U M
Jesus (Mt 9.1; Mc 2.1), cujo nome
1. Contexto histórico.
significa “aldeia de Naum ” — é
Naum, à sem elhança de outros
apontada como local de nascimen­
p rofetas m enores, não possui
to do profeta.
biografia. Ele apresenta-se apenas
b) Período aceitável. Em 61 2
como o “elcosita”. O reinado no
a.C. a cidade de Nínive foi destru­
qual profetizou não é mencionado
ída. A profecia menciona também
(v .lb ). As escassas inform ações
o desm oronam ento de Nô-Amon
E S B O Ç O D O L IV R O D E N A U M
T ÍT U L O ( 1 .1 ) — PESO DE N ÍN IV E
I. A N a tu re z a d e D eu s e d o Seu J u íz o (1 .2 -1 5).
Características da Administração da Justiça de Deus (1.2-7).
A Ruína Iminente de Nínive (1 .8 - 1 1 .1 4 ).
Consoio para Judá (1.1 2,1 3,1 5)
II. V a tic ín io a R e s p e ito d a Q u e d a d e N ín iv e (2 .1 * 1 3 )
,2),
Introdução (2.1
O Combate Armado (2.3-5).
A Cidade é Invadida e Devastada (2.6-1 2).
A Voz do Senhor (2.1 3).
III. R azõ es d a Q u e d a de N ín iv e (S .1 -1 9 )
Os Pecados da Crueldade de Nínive (3.1 -4).
A Justa Recompensa da Parte de Deus (3.5-19).
1adaptado
da “B íb lia d e E s tu d o P e n te c o s ta l" , editada pela CPAD.
56 L i c õ l s B íb lic a s
com o fato co m p ro vad o histori- j proclam a o início de sua ruína. ®
O s u b s t a n t iv o h e b r a ic o p a ra S
cam ente (3.8-10). O rei assírio,
“ p e s o ” é m a s s á q u e s ig n ific a
A ssurbanipal, destruiu a cidade
“ carg a, fard o , s o frim e n to ” (Êx
e g íp cia de Nô em 663 a.C. De
23.5; Nm 11.11,17) bem com o
acordo com essas inform ações,
“sentença pesada, oráculo, pro­
podem os considerar 663 a 612
nunciam ento, p ro fecia” (Hc 1.1;
a.C. com o um período histórico
Zc 9.1; 12.1). Ela aponta para a
s ig n ific a tiv o p ara situ a rm o s o
proclam ação de um desastre (Is
m inistério profético de Naum.
23.1; 30.6).
c)
N ínive (v .l). N ínive era 14.28;
a
antiga capital do im pério assírio.
S IN O P S E D O T Ó P IC O ( 1 )
|
Suas ruínas estão localizadas ao
norte do Iraque. É um a das cid a ­
O
tem a do livro de Naum é a '§
des pós-diluvianas fund ada por
“queda de N ínive” . Ele descreve o
N inrode, d e scen d en te de Cuxe
juízo de uma cidade que delibera­
(Gn 1 0.8-1 1), por vo lta de 4500
dam ente rebelou-se contra Deus.
a.C. — tornando-se proem inente
antes de 2000 a.C. O rei assírio,
RESPONDA
S e n a q u e rib e (705 - 681 a.C .),
/. Q u al cidade é ap o n tad a como
fo rtifico u a cid a d e , g aran tin d o
local do nascim ento de N au m ?
assim o apogeu da capital assíria.
2. Q u a l o a s su n to do liv ro de &
0 Senho r rcfere-se a ela com o a
N au m ?
“grande cid ad e” (Jn 1.2; 3.2). A
cru eld ad e do p o vo n in iv ita era
II. T O L E R Â N C IA
in d e sc ritív e l e essa foi a fam a
E V IN D IC A Ç Ã O
que os acom panhou durante toda
1 . V in g a n ç a (v .2 ). A m e n ­
a história.
sagem de N aum é o ju íz o d ivin o f
2. E s tr u tu r a . O “ Livro da
sobre N ín ive. A q u i, so b ressaem f
visão de Naum ” (v.l b) consiste em
os a trib u to s d iv in o s pertinen- É
três breves capítulos. O capítulo
tes ao tem a. O v e rb o h eb raico I
1 divide-se em duas partes prin­
n a q a m , “ vingar-se, to m a r vin- |
cipais: a p rim e ira é um salm o de
g a n ç a ” , a p a re c e três v e z e s só Z
louvor a Je o v á (vv. 2-8); a segun­
n e s te v e r s íc u lo e p re c is a ser
da, num estilo poético, anuncia
d e v id a m e n t e c o m p r e e n d id o .
o castigo dos seus inim igos (vv.
V in g a n ç a é o c a s tig o im p o sto
9-14), sendo que o versículo 15
por d an o ou o fe n sa; diz re s p e i­
é parte do cap ítu lo 2 na Bíblia
to a in fra to re s co n tu m a z e s da
H e b ra ic a . O se g u n d o c a p ítu lo
lei d ivin a . V isto que a v in g a n ç a
anuncia o assédio e a destruição
de Nínive. E o terceiro o “ boletim
pertence a Deus (SI 94.1), contra
eles está o ju s to “Ju iz de to d a a
de o co rrê n c ia ” dos m o tivo s de
te rra ” (Gn 1 8.25).
sua queda.
2. L o n g a n im id a d e . Deus
3 . M ensagem » O tem a do
é co m p a s sivo e “tard io em irarlivro é a “ q u ed a de N ín iv e ” . A
se” (v.3a), pois a lo n g an im id ad e
expressão “ peso de N ín iv e ” (v. 1a)
L iç õ e s B íb l ic a s
57
d ivin a espera o arrep en d im en to
I I I. O C A S T IG O
do pecador (Rm 2.4-6). Todavia,
D O S IN IM IG O S
| isso não é sinônim o de im p u n i­
T. Q u e m são os “ in im i­
dade, pois a ju s tiç a do Eterno
g o s”? Os assírios eram os “inimi­
não perm ite tom ar o culpado por :
in o cen te. Um a ve z que N ín ive i gos” e a expressão “peso de Nínive”
(v. 1) — referindo-se à capital da
p e rsistiu em sua m ald ad e e a
Assíria — o confirma. A ausência
A ssíria construiu o seu im pério
da indicação desse povo (w . 9-14)
pela vio lê n cia e desrespeito aos
também ensina as nações, ao longo
direitos hum anos, m assacrando
da história, que sentenças similares
m uitos povos, dentre eles o de
às da Assíria são aplicáveis a qual­
Ju d á e o de Israel, agora essas
quer povo que se levantar contra
m e sm a s n a ç õ e s se a le g r a rã o
Deus. Por essa razão a queda dos
com a queda e a hum ilhação da
assírios foi definitiva (v.9).
cidade m aléfica (3.5-7).
2 . O e s tilo de N a u m . O
3.
O p o d e r de D e u s . As
livro do profeta Naum é rico em
descrições poéticas dos atributos
m etáforas. O exército assírio é
divinos estão ligadas ao poder e
com parado a um em aranhado de
a m ajestade de Deus (1.3-8). O
espinhos e aos bêbados em briaga­
profeta declara que o Senhor “tem
o
seu cam inho na torm enta e na dos com vinho (v. 10), significando
que Deus enfraqueceu o poder
tem pestade” (v.3). Em linguagem
de Nínive e que os ninivitas são
metafórica, o poder, a grandeza e a
uma “presa fácil”. Por esse mesmo
majestade do Senhor são descritos
motivo, Nabopolassar, rei de Babi­
através da força da natureza. Essas
lônia e pai do rei Nabucodonosor,
descrições mostram que a espera
entrou na cidade em 61 2 a.C. sem
| do Eterno em punir os ninivitas não
resistência algum a dos assírios.
1 se deu por falta de poder, mas por
3. R em iniscências h is tó ri­
| causa de sua longanimidade.
I
------------------------------------------------------------cas? Alguns expositores bíblicos
pensam que o “ co n selh eiro de
1 S IN O P S E D O T Ó P IC O ( 2 )
Belial” (w . 11,1 2) é uma referência
I
Deus é to leran te, compasa Senaqueribe (2 Rs 18.1 3). É ve ­
_ sivo , pois esp era o arrependirossímil que o versículo 14 pareça
I m e n to do p e ca d o . T o d a v ia , a
aplicar-se a ele (2 Rs 18.36,37),
1 sua ju s tiç a não perm ite tom ar o
pois a rem iniscência histórica é
i culpado por inocente.
com um em m uitas m ensagens
proféticas. Entretanto, não é o que
I
RESPONDA
parece aqui, pois provavelm ente
a expressão “ mais ninguém do
| 3 . 0 que é vingança e qual a neteu nome seja sem ead o” (v. 14),
1 cessidade de sua ap licação ?
$ 4 . 0 que m o s tra a d e s c riç ã o
aluda à falta de herdeiro no trono,
1 p o é tic a do s a trib u to s d iv in o s
denotando o fim do império. Tal
1 lig a d o s ao seu p o d e r e à su a
sentença indica o caráter definiti­
m ajestad e?
vo do castigo divino.
58
L iç õ e s B íb l ic a s
4 . A consolação de ju d á .
RESPONDA
Assim como a profecia de Obadias
5. Q uem são os “in im ig o s ” em ^
era contra Edom, mas a mensagem
N au m ?
era para Ju d á, sem elhantem ente
ocorre aqui, conforme a declaração
CONCLUSÃO
profética: “serão exterminados, e
Assim com o o ju íz o divino
ele passará; eu te afligi, mas não te
I puniu a capital da p erversa As- f
afligirei mais” (v.l 2). Essa abrupta
síria, assim tam bém acontecerá
mudança da terceira para a segun­
no dia da ira de Deus, quando
da pessoa indica a mensagem de
Ele punirá a todos, indivíduos e
esperança para Judá. O castigo de
nações, que, rejeitando a sua m i­
Judá é corretivo. O povo ainda acha­
sericordiosa graça, perseveraram
rá o favor divino (v.l 3). Mas o juízo
na prática do mal.
dos assírios é final, por haverem
Nesse dia, todos prestarão
eles rejeitado a misericórdia que o
contas de seus atos diante dEle.
Deus de Israel, gratuitamente, lhes
É o que adverte o próprio Senhor
havia oferecido através de Jonas.
através de seus profetas. C o n tu ­
do, a porta da graça está aberta,
S IN O P S E D O T Ó P IC O ( 3 ) .
oferecendo gratuitam ente, a toda
O
castigo divino contra os ini­
as nações, am pla oportunidade de
migos de Judá trouxe-lhe consolação
arrependim ento e salvação atra- jg
e o favor divino de misericórdia.
vés de Jesu s Cristo (2 Pe 3.9).
REFLEXÃO
Q ualquer pessoa que perm aneça
arrogante e resista à autoridade
de Deus enfrentará sua ira ."
Bíblía de Estudo
Aplicação Pessoal
L iç õ e s B íb l t c a s
59
A U X ÍLIO BIBLIOGRÁFICO
Subsídio bibiioiógico
“A n alisan d o as Palavras de
Juízo dos P rofetas
Se desejarm os ouvir as pala­
vras dos profetas de uma maneira
que seja fiel ao seu contexto original
e, ao m esm o tempo, de utilidade
contem porânea para nós, devem os
antes de mais nada determ inar o
tem a ou propósito básico de cada
livro profético que desejam os pre­
gar. Também será útil m ostrar se
o propósito do livro se encaixa no
tem a global e unificador do Antigo
Testam ento e no tem a ou plano
central de toda a Bíblia.
Depois de definirmos o propó­
sito do livro, devem os, então, assi­
nalar as principais seções literárias
que constituem a estrutura do livro.
Normalmente, existem mecanismos
de retórica que assinalam onde tem
início uma nova seção no livro. No
entanto, quando tais mecanismos
não e s tã o p re s e n te s é p re c is o
observar outros marcadores. Uma
mudança de assunto, uma mudança
de pronomes, ou uma mudança em
aspectos de ação verbal, tudo isso
pode ser um sinal revelador de que
teve início uma nova seção” (KAISER
JR., Walter C. Pregando e Ensinan­
do a p a rtir do A n tig o T e s ta m e n ­
to: Um guia p a ra a Igreja. 1.ed. Rio
de Janeiro: CPAD, 2010, p.l 21).
VO C A B ULÁ R IO
B io g r a fia : História da vida de
uma pessoa.
E r u d it o : A q u e le qu e sab e
muito.
Protagonizar: Ocupar o primei­
ro lugar em um acontecimento.
M etáfora: U sofiguradode uma
palavra. Consiste na transferên­
cia da palavra para outro âmbito
semântico; fundamenta-se numa
relação de semelhança entre o
sentido próprio e o figurado.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
KAISER JR., W alter C. P regando
e E n sinando a p a r tir do A n ti­
go T e sta m e n to : Um guia p a ra
a Ig reja, l.e d . Rio de Janeiro:
CPAD, 2010.
ED W A RD SJon athan. Pecadores
nas Mãos de um Deus Irâd o :
e outros Serm ões, l.e d . Rio de
Janeiro: CPAD, 2005.
D ic io n á rio B íb lico W y c liffe .
1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009.
SAIBA MAIS
Revista Ensinador Cristão
CPAD, n ° 52, p.40.
RESPOSTAS DOS EXERCÍCIOS
1. A cidade de Cafarnaum.
2. A queda de Nínive.
3. Vingança é o castigo imposto por
dano ou ofensa; diz respeito a infra­
tores contumazes da lei divina.
4. Que a espera do Eterno em punir
os ninivitas não se deu por falta
de poder, mas por causa de sua
longanimidade.
5. Os assírios.
60
L iç õ e s B íb l ic a s
Lição
2 de Dezem bro
H abacuque — A S o ber a ­
n ia D iv in a s o b r e a s N a ç õ e s
T E X T O AUREO
“Tu és tão puro de olhos, que não podes
ver o m al e a vexação não podes con­
templar; por que, pois, olhas para os
que procedem aleivosamente e te calas
quando o ímpio devora aquele que é mais
justo do que ele?” (H c 1.13).
VERDADE PRÁTICA
.
A fim de cu m p rir os seus planos
Deus age soberanam ente na vida de
todas as nações da terra.
H IN O S SU G ER ID O S 2 88, 3 3 0 , 3 6 4
LE ITU R A D IÁ R IA
Segunda - 2 Rs 1 7 .2 3
Deus usou a Assíria contra Israel
Terça - Sf 2.1 3
O castigo contra a Assíria
Q u a rta - Jr 2 5 .9
Deus usou a Babilônia co n tra ju d á
Q u in ta - Jr 2 5 .1 2
O castigo contra a Babilônia
Sexta - Jr 2 7 .5 -7
As nações sob a autoridade divina
Sábado - Hc 2 .2 0
Perante o Senhor a Terra se cala
L i ç õ e s B í b l ic a s
61
L E IT U R A B ÍB L IC A
EM CLASSE
Habacuque 1. 1-6; 2.1-4
H abacuque 1
1 - 0 peso que viu o profeta
Habacuque.
2 - Até quando, SENHOR, cla­
m arei eu, e tu não me escutarás? G ritarei: Violência! E não
salva m s?
3 - Por que razão me fazes ver
a iniqüidade e ver a vexação?
Porque a destruição e a vio­
lência estão diante de mim; há
também quem suscite a conten­
da e o litígio.
4 - Por esta causa, a lei se
afrouxa, e a sentença nunca sai;
porque o ímpio cerca o justo, e
sai o juízo pervertido.
5 - Vede entre as nações, e olhai,
e maravilhai-vos, e admirai-vos;
porque realizo, em vossos dias,
uma obra, que vós não crereis,
quando vos for contada.
6 - Porque eis que suscito os caldeus, nação am arga e apressa­
da, que m archa sobre a largura
da terra, para possuir moradas
não suas.
Habacuque 2
1 - Sobre a m in h a g u a rd a
estarei, e sobre a fortaleza me
apresentarei, e vigiarei, para
ver o que fala comigo e o que
eu responderei, quando eu for
arguido.
2 - Então, o SENHOR me res­
pondeu e disse: Escreve a visão
e torna-a bem le g ível sobre
tábuas, para que a possa ler o
que correndo passa.
3 - Porque a visão é ainda para o
tempo determinado, e até ao fim
falará, e não mentirá; se tardar,
espera-o, porque certam ente
virá, não tardará.
4 - Eis que a sua alm a se incha,
não é reta nele; mas ojusto, pela
sua fé, viverá.
62
L iç õ e s B íb l ic a s
____ IN T E R A Ç Ã O
____
"O justo viverá pela fé". Esta sentença
tornou-se uma das mais importantes te­
máticas do Novo Testamento. Foi um dos
lemas da Reforma Protestante. O apóstolo
Paulo é um dos que descrevem a graça
de Deus de m aneira mais intensa e bela:
“Porque pela graça sois salvos, por meio
da fé; e isso não vem de vós; é dom de
Deus” (E f 2.8). Tal perspectiva da graça
de Deus foi precedida pelo profeta Haba­
cuque, quando ele declarou: “O justo, pela
sua fé, viverá” (2.4).
OBJETIVOS
Após a aula, o aluno deverá estar
apto a:
E x p lic a r o co n te x to h istó rico , a
estrutura e a mensagem do livro de
Habacuque.
C o m p reen d er a situação do país na
época de Habacuque.
M encionar a reposta de Deus minis­
trada ao profeta.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, providencie cópias do quadro
da página seguinte para os alunos. Inicie
a aula com a seguinte indagação: “Qual o
propósito do livro de Habacuque?” Incentive
a participação da classe e ouça todos com
atenção. Depois, explique que o objetivo do
profeta era mostrar ao Reino do Sul (judá)
que Deus estava no controle do mundo,
embora o mal parecesse triunfar em alguns
momentos. Habacuque foi um profeta inqui­
ridor. Em seguida distribua as cópias com o
esquema da página seguinte e explique que
vários temas estão presentes na profecia de
Habacuque. Podemos destacar, por exem­
plo, “a confiabilidade absoluta de Deus”, “o
domínio divino do universo”, “a incapaci­
dade humana de entender adequadamente
os caminhos misericordiosos de Deus”, “as
lutas colossais da natureza e da política”
e a “predisposição divina de não tolerar a
violência derivada do orgulho”. Faça um
resumo do livro utilizando o quadro.
fato, os caldeus tornaram-se um t?
império pujante. Isso mostra que
o profeta era contem porâneo de |
IN T R O D U Ç Ã O
Jerem ias e Sofonias (Jr 1.1; Sf 1.1). |
Ele menciona ainda a opressão dos 1
No diálogo entre Habacuque
ímpios sobre os pobres e o colapso s
e o Senhor, presenciam os uma sin­
dajustiça nacional (1.2-4) e descre- Jj
gular beleza teológica e literária.
ve também o cenário do reinado '
Ao longo do livro de Habacuque,
tirânico de Jeoaquim, rei
deparamo-nos com uma
de Judá, entre 605 e 598 Ü
PALAVRA-CHAVE
das mais notáveis d e­
a.C. (Jr 22.3,1 3-18).
clarações doutrinárias:
S o b eran ia:
2.
V id a p es
“O justo, pela sua fé, v i­
Qualidade
ou
Não há in fo rm a ç õ e s , C
ve rá” (2.4). Este oráculo
condição
de
um
dentro ou fora do livro, 8
fez-se tão notório, que
se tornou uma das mais soberano; autoridade; sobre a v id a pessoal j
domínio; poder.
de Habacuque. Apenas I
im portantes tem áticas
tem os a declaração de |
em o Novo Testam ento
que ele é profeta (1.1), detalhe s
(Rm 1.1 7 cf. Cl 3.8). Séculos mais
este também encontrado em Ageu 1
tarde, inspirou Martinho Lutero a
e Zacarias (Ag 1.1; Zc 1.1). A partir 1
d e fla g ra ra Reform a Protestante.
dessas poucas inform ações e pela \
I. O L IV R O DE
fin a liz a çã o de seu livro (3.19), |
HABACUQUE
muitos estudiosos entendem que j
Habacuque era um profeta bem j;
1.
C ontexto h is tó ric o . Ha­
a c e ito pela s o c ie d a d e e — há |
bacuque exerceu o seu ministério
quem afirme — oriundo de fam ília *2
q uando os cald eu s m archavam
sacerdotal. A literatura rabínica 1
vitoriosam ente pelo Oriente Médio
apoia essa ideia.
(1.6). Tal m archa iniciou-se em
3.
E s tru tu ra e m e n s ag e m . I
627 a.C. e foi co n clu íd a com a
No estudo passado, aprendem os |
vitória sobre Faraó Neco, do Egito,
que o term o “ peso” indica uma
na Batalha de Carquêmis, em 605
“sentença pesada e profecia” . A
a.C. (Jr 46.2). Tempo em que, de
•zssxtmmamm?- kzí.
cí*
E S B O Ç O D O L IV R O
O In t e r r o g a t ó r io d e H a b a c u q u e a D e u s ( 1 .2 — 2 .2 0 )
Questão: C o m o D e u s p e r m ite q u e a ím p ia J u d á fiq u e s e m c a s tig o ( 1 .2 -4 ) .
Resposta:
Mas Deus usará a Babilônia para castigar Judá (J.5-1 1).
Questão:
Resposta:
C o m o D e u s p o d e u s a r u m a n ação m ais ím p ia q u e Ju d á com o in s tru m e n to
d e j u í z o ( 1 .1 2 — 2 .1 ) .
Deus tambémjulgará Babilônia (2.2-20).
O C â n tic o d e H a b a c u q u e (3 .1 -1 9 )
Oração de Habacuque por m isericórdia divina (3.1,2).
O poder do Senhor (3.1,2).
Os atos salvíficos do Senhor (3.3-7).
fé inabalável de Habacuque (3.16-19).
Texto a d a p ta d o da “ B íb lia d e E s tu d o P e n te c o s ta i" , edita d a pela CPAD.
L iç õ e s B í b l ic a s
63
REFLEXÃO
“Deus quer que venham os
à sua presença com nossas
lutas e dúvidas. Porém , suas
respostas podem não
ser o que esperam os.”
Bíblia de Estudo
Aplicação Pessoa]
exempío do livro de Naum, esse
oráculo foi revelado à Habacuque
na forma de visão (1.1). A profe­
cia divide-se em três capítulos.
O primeiro denuncia a corrupção
generalizada da nação e a conse­
qüente resposta divina (1.2-1 7); o
segundo, outra resposta do Eterno
(2.1 -20); e a terceira, a oração de
H abacuque (3.1-19). O oráculo
divino, que possui a mesma es­
tru tu ra dos Salm os, tem como
principal ênfase a fé.
que é justo e santo tolerar tamanha
maldade? O profeta expressa sua
perplexidade na forma de lamen­
tos: “Até quando, SEN H O R [...]?”
(1.2; SI 13.1,2); “Por que [...]?” (!.3 ;
SI 22.1). Essas perguntas indicam
que, há tempos, Habacuque orava
a Deus em busca de solução.
2. A descrição do pecado.
Assim, o profeta resume o quadro
desolador do seu povo: iniqüidade
e vexação; destruição e violência;
contenda e litígio (1.3). A Bíblia ARA
(Almeida Revista e Atualizada) em­
prega o termo “opressão”. A Bíblia
TB (Tradução Brasileira) usa “per­
versidade” no lugar de “vexação”.
A estrutura poética nessa descrição
revela a falência da justiça e o abu­
so opressor das autoridades em
relação aos pobres.
3. O c o la p s o da ju s t iç a
nacional. A frouxidão da lei era
conseq üência da corrupção ge­
neralizada. Na esfera judiciária,
a sentença não era pronunciada,
S IN O PSE D O T Ó P IC O (1 )
ou quando dado o veredicto, este
O
livro de Habacuque denuncia
sempre beneficiava os poderosos
| a corrupção generalizada da nação,
(1.4). A sociedade sequer lem ­
| descreve as respostas divinas e
brava-se da lei. Esta era o poder
apresenta a oração de Habacuque.
coercitivo para m anter a ordem
pública, garantir a segurança e
RESPONDA
os direitos do cidadão (Dt 4.8;
1 7.1 8,1 9; 33.4; Js 1.8). Mas a in­
1. Q ual a p rin cip al ênfase do livro
fluência das autoridades piedosas
I de H abacuque?
não foi suficiente para mudar o
II. H A B A C U Q U E E
estado das coisas. Somente o Se­
A S IT U A Ç Ã O D O PAÍS
nhor onipotente de Israel é quem
pode fazer plena justiça.
1. O clam or de Habacuque.
O que ocorria em Ju d á ia de encon­
tro ao conhecimento que Habacu­
que possuía a respeito do Deus de
Israel. Mas como é possível Aquele
64 L iç õ e s B íb lic a s
S IN O P S E D O T Ó P IC O ( 2 )
O
caos estabelecido em Ju d á
era decorrente da corrupção gene-
ralizada e denunciada pelo profeta
Habacuque.
REFLEXÃO
RESPONDA
2. O que revela a e stru tu ra poé­
tica da d escrição dos pecados em
H abacuq ue 1.3?
I I I . A R E S P O S T A D IV IN A
1. O ju íz o d iv in o é a n u n ­
ciado. Antes de Habacuque perce­
ber a gravidade da situação, Deus,
que está no controle de todas as
coisas, apenas aguardava o tempo
oportuno para agir e m ostrar a
razão de sua in terven ção . Tudo
estava nos planos do Senhor. O
profeta e todo o povo de Ju d á pre­
cisavam prestar mais atenção aos
acontecim entos m undiais, pois o
Eterno realizaria, naqueles dias,
um a obra que eles não creriam ,
quando lhes fosse contada (1.5).
Essa obra era um novo im pério
que Deus estava levantand o no
m undo. Não obstante, esse o rá­
culo tam bém diz respeito à vin d a
do M essias (At 13.40,41).
2 . O s c a ld e u s e a q u e s ­
tã o é tic a (1 .6 ). O im pério dos
caldeus crescia e agigantava-se
sob a liderança do rei Nabucodonosor. Ele estava a cam inho de
Jerusalém para in v a d ira província
de Ju d á. No entanto, Habacuque
ficou desapontado com essa res­
posta. Com o um povo idólatra,
sem ética e respeito aos direitos
humanos, poderia castigar o povo
de Deus? Ele pergunta: “ por que,
pois, olhas para os que procedem
aleivosam ente e te calas quando
o ím pio devo ra aquele que é mais
ju s to do que ele?” (1.1 3). Trataria
o Senhor os filhos de Ju d á com o
os a n im a is ? (1 .1 4 ). P erm itiria à
Babilônia fazer o que desejasse
com o p o vo ? (1.1 5-1 7).
S IN O P S E D O T Ó P IC O ( 3 )
A p rim e ira re sp o sta d iv in a
era o agigantam ento dos caldeus
a cam inho de Jeru salém para in­
va d ir a província de Judá.
RESPONDA
3. Que obra, p ro m etid a p o r Deus,
ninguém a c re d ita rá quando fo r
contad a (1 .5 )?
IV. D E U S R E S P O N D E
PELA S E G U N D A V E Z
1. A e s p e ra de H a b a c u q u e
(2 .1 ). Sabedor de que Deus lhe
responderá, o profeta prepara-se
para ser arguido por Deus. Ele se
p o s ic io n a co m o um a s e n tin e la
— figura com um ente em pregada
para descrever os profetas bíbli­
cos. Sua função era ficar alerta
para e scu tar a p alavra de Deus
e transmiti-la ao povo (Is 2 1.8; J r
6.1 7; Ez 3.1 7).
2. A v is ã o . A resposta divina
veio ao profeta através de um a
visão tran sm itid a com agilidade
e nitidez, dispensand o a n eces­
sidade de que alguém lesse e a
interpretasse (2.2), pois se tratava
-IÇÕF.S B íb l ic a s
I
D
65
Evangelho e é justificado pela fé
■ de uma mensagem que, apesar de
em Jesus.
■ futurística, era claríssim a: A Babi{ lônia desaparecerá da terra para
S IN O P S E D O T Ó P IC O (4 )
sempre! No entanto, Judá, apesar !
| do castigo, sobreviverá (Jr 30.11).
A segunda reposta de Deus
B O desafio era crer na mensagem!
era que a Babilônia desapareceria
Ainda que seu cum prim ento tarpara sempre. Mas Judá, apesar de
■ dasse, Deus é fiel para cum prir a
passar por um castigo doloroso,
I sua palavra (2.3; Jr 1 .1 2). Assim
sobreviveria.
I com o naquele tem po, o mundo
| permanece no pecado por causa
RESPONDA
da incredulidade e por isso não
4. Quem são, respectivam ente, “a
crê na pregação do Evangelho Qo
alm a que se inch a" e o ‘ju s to ” em
9.41; 1 5.22; 16.9; 2 Co 4.4).
H abacuque 2.4?
3. O ju s to v iv e rá da fé .
5. O ju sto deve vive r pelo quê?
A expressão "alm a que se incha”
(2.4)
refere-se ao orgulho dos
CONCLUSÃO
caldeus (1.10; Is 13.19). O justo
A Palavra de Deus é suficiente
é aquele que crê no julgam ento
para corrigir o cam inho tortuoso
de Deus sobre a Babilônia (2.8).
de qualquer pessoa. Apesar de a
Eíe sobreviverá à devastação de
resposta divina nem sempre ser
Ju d á pelo ex ército de Nabucoo que esperam os, ela é sempre a
donosor: “o ju sto , pela sua fé,
melhor. Quem não se lembra do
v iv e r á ” (2 .4 b ). Mas ao m esm o
fato ocorrido na vida de Naamã? (2
tempo é uma mensagem de pro­
Rs 5.10-1 4). Isso acontece porque
fundo significado para a fé cristã
os caminhos e os pensamentos de
(Rm 1.1 7; Cl 3.8; Hb 10.38). Em
Deus são infinitamente mais ele­
o Novo Testam ento, o “ju s to ” é
vados que os nossos (Is 55.8,9).
quem, proveniente de todas as
$ nações, acolhe a m ensagem do ' Vivam os, pois, pela fé!
I
I
I
REFLEXÃO
“Nenhum a ad versid ad e, p o r m ais intensa
e intransigente que seja, é eficiente p ara
d e sestru tu rar a vida daquele que vive pela fé.
Se a vida do crente tem p o r fundam ento q u alq uer
coisa que não seja a verd ad eira fé,
ela desm orona já na p rim e ira intem périe.”
Silas Daniel
66
L iç õ e s B íb l ic a s
V O C A B U LÁ R IO
A U X IL IO BIBLIO G RÁFICO
Pujante: Que tem grande força.
S u b s id io T e o ló g ic o
“ O s ig n if ic a d o d a fé em
H ab acu q u e
O riu n d o : Descendente de.
Litígio: Pleito, demanda.
Coercitivo: Que reprime, força.
A rguido: Que foi repreendido,
censurado.
B IB L IO G R A F IA S U G E R ID A
DANIEL, Silas. H ab acu q u e: A
vitó ria da fé em meio ao caos.
1 .ed. Rio de ja n e ir o : C PA D ,
2005.
ZUCK, Roy B (Ed.). T e o lo g ia do
A n tig o T e s ta m e n to . 1 .ed. Rio
de Janeiro: CPAD. 2009.
SAIBA M AIS
Revista Ensinador Cristão
CPAD, n°52, p.40.
RESPOSTAS DOS EXERCICIO S
1. A fé.
2. Revela a falência da justiça e o
abuso opressor das autoridades em
relação aos pobres.
3. Essa obra era um novo império que
Deus estava levantando no mundo.
4. Os caldeus e aquele que crê nojulgamento de Deus sobre a Babilônia.
5. Pela fé em Jesus Cristo.
A lém de e s ta r d iz e n d o c la ­
ram en te que os ju s to s de Ju d á ,
a p e sa r do s o frim e n to pelo qual
passarão no ataque caldeu, serão
p o u p ad o s (co m o aco n teceu com
Jerem ias, Daniel e tanto outros), o
Senhor m ostra ao profeta que sua
co m preensão co n cern en te à vid a
e s p iritu a l a in d a era s u p e rfic ia l.
A ind a faltava a H abacuque co n si­
derar alguns asp ectos essen ciais
da v id a com Deus. Sua Teo io gia
ain d a ig n o rava nuanças vita is , e
que ag o ra são sin te tiz ad as para
o profeta em um a única frase: ‘O
ju s to v ive rá pela sua fé’.
O ju s to não v iv e pelo que vê,
sente, percebe, im agina ou pensa,
mas pela fé. ‘Porque andam os por
fé e não por v is ta ’ (2 Co 5.7). Não
que essas coisas não sirvam , vez
por outra, para alim entar a nossa
fé T mas não podem ser co n sid era­
dos fundam entos para ela. Nossa
fé está fund am entada no próprio
Deus, em sua Palavra. O ju s to está
baseado nela” (D AN IEL, Silas. H a­
bacuque: A vitó ria da fé em m eio
ao caos. 1 .ed. Rio de Janeiro: CPAD,
2005, p.90).
L iç õ e s B íb l ic a s
67
Msatfa
___Lição 1J)
9 de Dezembro de 2 0 1 2
Dia da Bíblia
SOFONIAS — O JUÍZO
V in d o u r o
TE X TO AUREO
‘Porque surgirão falsos cristos e falsos
profetas e farão tão grandes sinais
e prodígios, que, se possível fora,
enganariam até os escolhidos”
(M t 24,24).
VERDADE PRÁTICA
No juízo vindouro, Deus há de julgar
todos os m oradores da terra, de
acordo com as obras de cada um.
H IN O S SU G ER ID O S 2Z5, 300, 3 /1
LEITU R A DIAR1A
Segunda - Jr 3 0 .7
Um tem po de angústia para Jacó
Terça - Dn 12.1
Daniel profetizou o tem po de angústia
Q u a rta - Lc 2 1 .2 5 ,2 6
Uma convulsão gerai na sociedade
r.''.'*
Q u in ta - 2 Pe 3 .1 0
Os céus passarão com grande estrondo
Sexta - 1 T s 5 ,2 ,3
Um tem po de destruição
Sábado - M t 2 5 .3 1 ,4 6
O juízo fina!
68
L iç õ e s B íb l ic a s
L E IT U R A B ÍB L IC A
EM CLASSE
S o fo n ia s 1.1-10
1 - Palavra do SENHOR vinda a
Sofonias, filho de Cusi, filho de
Cedalias, filho deAmarias, filho de
Ezequias, nos dias de josias, filho
de Amom, rei de judá.
2 - Inteiramente consumirei tudo
sobre a face da terra, diz o SE­
NHOR.
3 - Arrebatarei os homens e os
animais, consumirei as aves do
céu, e os peixes do mar, e os trope­
ços com os ímpios; e exterminarei
os homens de cima da terra, disse
o SENHOR.
4 - £ estenderei a minha mão
contra Ju d á e contra todos os
habitantes de Jerusalém e exter­
minarei deste lugar o resto de Baal
e o nome dos quemarins com os
sacerdotes;
5 - e os que sobre os telhados se
curvam ao exército do céu; e os que
se inclinam jurando ao SENHOR e
juram por Malcã;
6 - e os que deixam de andar em
seguimento do SENHOR, e os que
não buscam ao SENHOR, nem per­
guntam por ele.
7 - Cala-te diante do Senhor JEO ­
VÁ, porque o dia do SENHOR está
perto, porque o SENHOR preparou
o sacrifício e santificou os seus
convidados.
8 - E acontecerá que, no dia do
sacrifício do SENHOR, hei de cas­
tigar os príncipes, e os filhos do
rei, e todos os que se vestem de
vestidura estranha.
9 - Castigarei também, naquele
dia, todos aqueles que saltam
sobre o umbral, que enchem de
violência e engano a casa dos seus
senhores.
10 - E, naquele dia, diz o SENHOR,
far-se-á ouvir uma voz de clamor
desde a Porta do Peixe, e um uivo
desde a segunda parte, e grande
quebranto desde os outeiros.
IN T E R A Ç Ã O
Se Deus é bom, por que Ele castigará
algum as pessoas eternam ente? Esta é
a indagação de muitos. Nas Escrituras,
Deus é descrito como o justo juiz. No
Antigo Testamento Ele pronunciou juízos
contra Israel e outras nações. Em o Novo
Testamento o Altíssimo julgou Ananias
e Safira (At 5.1 -1 1 ). E no fim dessa era
o Eterno, através de seu Filho, ju lg ará
todos os homens da terra, de acordo
com as obras de cada um. Esses fatos
demonstram um Deus que am a o bem
e odeia o mal. Isso mesmo! A ju stiça de
Deus é uma resposta retumbante contra
o m al criado pelo Diabo e praticado pe­
los homens. O Dia do Senhor vem!
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar
apto a:
Explicar a estrutura e a mensagem
do livro de Sofonias.
C o m p re e n d e r a linguagem predo­
minante no livro de Sofonias.
Saber que Juízo de Deus é uma dou­
trina bíblica irrevogável.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, para a aula de hoje
sugerim os que vo cê reproduza, de
acordo com as suas possibilidades, o
esquema da página seguinte. Utilize-o
logo na introdução para explicar que o
livro de Sofonias é predominantemente
poético. Eie pode ser dividido em três
partes: a primeira, o juízo contra as
nações, incluindo Judá; a segunda, a
descrição dos povos vítim as do juízo
divino e a terceira o juízo de Jerusalém
e a restauração do remanescente fiel.
Explique que o tema “Dia do Senhor” é o
assunto central do profeta Sofonias.
L ic õ e s B íb l ic a s
69
chamado deu-se “no décimo terceiro
ano do [...] reinado” de Josias Qr 1.2).
Esse período corresponde a 627 a.C.
IN TR O D U Ç Ã O
É possível que, na reforma, o rei
N esta lição, estudarem os o
fora encorajado por esses profetas.
oráculo de Sofonias. Ele se destaca
Evidências internas apontam para
pela intrepidez do juízo divino con­
um tempo de pré-reforma em Judá,
tra Judá e os gentios. O
denunciando os desman­
profeta anuncia o julga-J PALAVRAS-CHAVE
dos dos reis Manassés e
mento universal descrito
Amom (2 Rs 21.1 6-24).
Juízo:
como a reação de Deus
2.
G enea
A to , processo ou
aos pecados cometidos
co m u m a m e n ção do
pelos moradores de toda
efeito de ju lg a r ;
nome paterno nos livros
aterra. Sofonias, porém,
ju lg am en to .
dos profetas. Isaías, Jere­
aborda o julgam ento di­
mias, Ezequiel, Oseias,
vino numa perspectiva escatológica
Joel e Jonas, trazem essa inform a­
de restauração.
ção. Sofonias, porém, descreve a
1, O L IV R O DE S O F O N IA S
sua genealogia: “Sofonias, filho
de Cusi, filho de Gedalias, fiího de
1.
Contexto histórico. Sofo­
Amarias, filho de Ezequias” (v. 1). A
nias exerceu o seu ministério “nos
citação do nome do pai estabelecia
dias de Josias, filho de Amom, rei
o direito tanto à herança quanto
| de jud á” (v. 1). Josias reinou entre
à posição social ou aquisição de
1 640 e 609 a.C. A reforma religiosa
poder. A ausência de paternidade
í do rei de Ju d á aconteceu em 621
d e m o n stra que tal profeta não
I a.C., “ no ano décimo oitavo” do seu
adveio de família tradicional. So­
| reinado (2 Rs 22.3). Quando ocorreu
: a reforma, Jeremias exercia o ofício
fonias era trineto de Ezequias, que
I d e profeta há cinco anos. O seu
também fora rei de Judá. Isso lhe
I
ESBOÇO D O L IV R O D E S O FO N IA S
Introd ução..........................................................................................................................(1 .1)
Silêncio! O Temível Dia do S e n h o r....................................................................... (1.2 — 2.3)
O julgam ento do S e n h o r...............................................................................................(1.2,3)
O julgam ento contra J u d á .......................................................................................... (1.4-1 8)
A Cham ada para o A rrep en d im en to ............................................................................. (2.1-3)
Profecias contra as N ações...........................................................................................(2.4-1 5)
Os filis te u s .................................................................................................................... (vv.4-7)
Os am onitas e m oabitas..............................................................................................(w.8-1 1)
Os e tío p e s ................................................................................................ ......................... ( v J 2)
Os assírio s................................................................................................................(vv. 13,15)
Julgam ento de Je ru s a lé m .............................................................. .................................(3.1-8)
Os pecados de Je ru salém .............................................................................................(w . 1-4)
A justiça divina contra Je ru s a lé m ............................ ................................................. (vv. 5-7)
Julgam ento de toda te r r a ................................................................................................... (v.8)
Salvação e o Dia do Sen h o r......................................................................................... (3.9-20)
O remanescente restaurado e Jerusalém p u rificad a.............................................. ( w . 9-1 3)
A alegria do povo com D e u s ................................................................................... (vv. 14-1 7)
Promessas a respeito da restauração fin a l............................................... .............(vv.l 8-20)
70
L i ç õ e s B íb l ic a s
garantia iivre acesso no governo
real, bem como noutros segmentos
da sociedade.
3. E s tru tu ra e m en sag em .
Os m eios de co m u n ica çã o dos
o rá c u lo s d iv in o s aos p ro fe ta s
eram a p a la vra e a visão. Os portavozes do Eterno deixam isso claro
no prólogo de seus livros (v.l a). O
estilo poético predom ina em todo
o livro de Sofonias. O oráculo está
organizado em três partes princi­
pais: a prim eira anuncia o juízo
contra as nações da terra, incluin­
do Ju d á (1 .1 — 2.3). A se g u n d a
especifica os povos nesse ju lg a ­
mento global — Filístia, Moabe,
Am om , Etiópia e Assíria (2.4-1 5).
E a terceira parte trata do castigo
de Je ru s a lé m e da re stau ração
dos rem anescentes fiéis (3.1-20).
O tem a do “ Dia do Senhor” ocupa
todo o oráculo divino.
REFLEXÃO
‘‘Quando as pessoas estão
indiferentes em relação a
Deus, tendem a pensar que Ele
está indiferente em relação
a elas e seus pecados."
Bíblia de Estudo
A plicação Pessoal
1 6.8). A declaração “inteiram ente
consum irei tudo sobre a face da
te rra ” (v.2) refere-se à trag éd ia
global referid a em 3.6-8. Note
que a expressão “face da terra” é gg
igualm ente usada no anúncio da
tragédia do dilúvio (Gn 6.7; 7.4).
2. A lin g u a g e m de S ofo­
n ia s . A hipérbole é uma figura
de ling uag em que co n siste em
dar à sua significação uma ênfase
exagerad a. Ela, porém , aparece
na Bíblia e, por isso, alguns e x ­
po sito res v e te ro te s ta m e n tá rio s
S IN O P S E D O T Ó P IC O ( 1 )
defendem o uso de uma lingua­
O
livro de Sofonias aprebenta
gem hiperbólica para o livro de
juízo divino contra as nações e
Sofonias. Eles consideram forte
Judá; o julg am en to global; o cas­
dem ais a descrição do a n iq u ila­
tigo de Jerusalém e a restauração
m ento natural de aves, peixes,
do rem anescente fiel.
anim ais, seres hum anos, nações
e cidades (1.3; 3.6).
RESPONDA
3. D e s c riç ã o d e ta lh a d a . É
ve rd ad e que na Bíblia há o e m ­
prego de h ip érb o le (M t 1 1 .2 3 ;®
Jo 12.19 etc.). Mas não é o caso, V
II. O J U ÍZ O V IN D O U R O
aqui, em Sofonias! A d e scrição
1.
T o d a a fa c e da te r r a“os hom ens e os anim ais, con- ;
su m ire i as a v e s do cé u , e os *
será c o n s u m id a (v .2 ). Após o
peixes do m ar” (v.3) representa g
dilúvio, Deus prom eteu não mais
o reverso da criação registrada
d e s tru ir a te rra com ág u a (Gn
em G ên esis (1.20-26). Ela co r­
9.11-16). Desde então, a palavra
responde à d e stru ição u n iversal
p ro fética anun ciou o ju íz o v in ­
douro pela destruição através do
e literal da criação (Ap 16.1-21)
O dilúvio, por exem plo, foi literal
fogo (1.18; 3.8; JI 2.3; 2 Pe 3.7; Ap
1. Q u a l o tem a do liv ro de So ­
fo n ia s ?
L iç õ e s B í b l i c a s
71
e gíobal, mas a fam ília de Noé foi j (v.5). Isso exem plifica a realidade
salva (1 Pe 3.20), assim com o os
do ritual sincrético no meio do
filhos de Israel foram poupados
povo escolhido.
das p ra g a s do Eg ito (Êx 9.4;
3.
O m o d is m o do p o v o e
1 0.23; Nm 3.1 3).
a v io lê n c ia d o s p rín c ip e s . Não
havia nada de errado em alguém
vestir a roupa do estrangeiro. O
problema da “vestidura estranha”
(v.8) era o compromisso religioso
de tal indumentária com o paga­
nismo (2 Rs 10.22). Os príncipes
SINOPSE D O T Ó P IC O (2 )
de Judá, provavelmente filhos de
R
E
S
PO
N
D
A
A proclamação do juízo vin ­
Manassés ou Amom (pois Josias
douro
é o anúncio
da
tragédia glo­
2. De que
tra ta a d
eclaração:
‘In ­
era bem novo paraterfilhos nessa
bal
descrita
em Sofonias
3.6-8.
teiram
ente consum
irei tudo
sobre
idade), serão duramente castiga­
a face da te rra ” (v. 2)7
dos por causa da violência e do
3. O que é hipérbole?
engano (v.9). O objetivo do castigo
divino é exterminar o baalismo, o
II!. O B J E T IV O D O L IV R O
sincretismo, as práticas divinató­
i
1» S irs c re tism o d o s s a c e r­
rias e as injustiças sociais.
d o te s . A expressão “quemarins
com os sacerdotes” (v.4) aponta
SINOPSE D O T Ó P IC O (3 )
para o sincretismo da religião de
O objetivo do livro de Sofo­
Israel com o paganismo. “Quem a­
nias é anunciar o juízo de Deus
rins” é o plural do hebraico kom er
sobre as nações e as m azelas
usado para “sa cerd o te p a g ã o ”
sociais e religiosas praticadas pela
e aparece apenas três vezes no
humanidade.
Antigo Testamento (2 Rs 23.5; Os
10.5). Apesar da origem levítica,
R E S PO N D A
os sacerdotes estavam envolvidos
4. Q u al o o b je tivo do ca s tig o
no sincretismo religioso pagão.
2.
S in c r e t is m o d© p o vdivino?
o.
Sabeísm o é a prática pagã dos
SV. “O D IA D O S E N H O R ”
sa b eu s; o p o vo da ra in h a de
Sabá. Seu culto resum ia-se na
1. S ig n if ic a d o b íb lic o . O
| prática de adivinh ação e na astermo hebraico para “dia” é yom,
trologia. Ju d á envolveu-se nesse
que pode ser “d ia ” no sentido
tipo de paganism o (2 Rs 23.5;
lite ra l Qó 3.3) ou p e río d o de
Jr 8.2; 19.13). Malcã ou Milcom
tempo (Gn 2.4). Assim, “o dia do
(ARA e TB), ou ainda M oioque
SENHOR” (v.7) ou as fraseologias
(NVI), era o deus nacional dos
similares “dia da ira do SENHOR”
am onitas (1 Rs 1 1.5-7). Sofonias
(2 .2 ,3 ) e “ naquele d ia ” (1.1 0),
denunciou o povo por adorar a
indicam o período reservado por
Je o v á num a cerim ô n ia com um
Deus para o acerto de co ntas
com essa asquerosa divind ade
com todos os moradores da terra
I
Í
72 L iç õ e s B íb lic a s
(Is 1 3.6,9; Ez 13.5; Jl 1.15; 2.1).
Esse período também é cham ado
de GrandeTribulação (Ap 7.1 4). O
julgam ento de Ju d á e das nações
vizinhas é o prenuncio do juízo
vindouro.
acerto de co ntas entre Deus e
todos os moradores da terra. Esse
período é cham ado tam bém de
Grande Tribulação.
RESPONDA
2.
O s a c rifíc io e seus con­
5. O que ind ica a fo rm a meta- |
vid a d o s . A profecia afirm a que
Je o v á “ preparou o sacrifício e santificou os seus convidados” (v.7).
Aqui, essa sentença é cham ada de
“sacrifício” , uma m etáfora usada
pelos profetas para indicar o juízo
(Is 34.6; Jr 46.1 0; Ez 39.1 7-20). O
verbo hebraico para “ santificar”
é qadash, cuja ideia básica con­
siste em “separar, retirar do uso
co m u m ” (L v 10.10). A ssim , os
babilônios foram separados por
Deus para a execução da ira divina
sobre o povo de Judá (v. 10).
S IN O P S E D O T Ó P IC O ( 4 )
A exp ressão o “ Dia do Se­
n h o r” in d ica o perío d o para o
fó rica da p a la v ra “sa crifício ” no §
versículo sete?
CONCLUSÃO
O juízo vindouro não é ass u n to d e s c a r t á v e l. Os profetas tra ta ra m d e le, bem co m o
o S e n h o r Je s u s C ris to e seus
ap ó sto lo s. Fica aqui um a le rta
para os prom otores da teologia
da p ro s p e rid a d e (Fp 3.19-21).
Infelizm ente, entre m uitos cristãos, os assuntos escatológicos
são m otivos de chacotas e risos.
No entanto, Deus não se deixa
escarnecer. O seu juízo é certo e
verdadeiro e virá sobre todos os
que praticam a iniqüidade.
j
|
|
I
I
|
|
1
j
“Um dia v irá quando Deus, como Ju iz , castig ará
severam ente todas as nações. Mas depois do Ju izo
Ele m o strará m isericórdia a todos aqueles
que lhe foram fiéis."
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal
L iç õ e s B íb l ic a s
73
AUXILIO BIBLIOGRÁFICO
Subsídio Teológico
iJ[ 0 Juízo Final]
Não há ninguém na Escritura
que possa dizer mais sobre isso
do que o Senhor Jesus. Ele advertiu
repetidam ente a respeito do im i­
nente julgam ento dos que não se
arrependem (Lc 13.3,5). Ele falou
muito mais sobre o inferno do que
sobre o céu, usando sempre os ter­
mos mais nítidos e perturbadores. A
maior parte do que sabemos sobre
o destino eterno dos pecadores veio
dos lábios do Salvador. E nenhuma
das descrições bíblicas do juízo é
mais severa ou mais intensa do que
aquelas feitas por Jesus.
No entanto, Ele sempre falou
sobre essas coisas usando os tons
mais tern o s e co m p a ssivo s. Ele
sempre insiste para que os pecado­
res abandonem os seus pecados,
reconciliem-se com Deus, e se refu­
giem nEle para que não entrem em
julgamento. Melhor do que qualquer
outro, Cristo conhecia o elevado
preço do pecado e a severidad e
da cólera divina contra o pecador,
pois iria suportar toda a força dessa
cólera em benefício daqueíes que
redimiu. Portanto, ao falar sobre es­
sas coisas, Ele sempre usou a maior
em p atia e a m enor h o s tilid a d e ”
(M ACARTHURJR. Jo h n . A S e g u n d a
V in d a . I.ed . Rio de Janeiro: CPAD,
7 4 L iç õ e s B íb lic a s
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
D icio n ário Bíblico W y d iffe .
1 .ed. Rio de Ja n e iro : CPAD,
2009.
M ACARTHUR JR ., John. A Se­
g u n d a V in d a . 1 .ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2008.
SOARES, Esequias. O M in is té ­
rio P rofético na Bíblia: A voz
de Deus na Terra. 1.ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2010.
SAIBA MAIS
Revista Ensinador Cristão
CPAD, n°52, p.41.
RESPOSTAS DOS EXERCÍCIOS
1. O tema é o "Dia do Senhor".
2. Da tra g é d ia glob al referid a
em 3.6-8.
3. É uma figura de linguagem que
consiste em dar à sua significação
uma ênfase exagerada.
4. É exterminar o baalismo, o sincretismo, as práticas divinatórias e
as injustiças sociais.
5. O juízo.
___________________________________
y
Lição 1 1
/ 6 de Dezem bro de 2 0 1 2
A
geu — O C o m p r o m isso
d o Povo d a A l ia n ç a
m
,
“Mas buscai primeiro o Reino de Deus,
e a sua justiça, e todas essas coisas vos
serão acrescentadas ” (M t 6 .3 3 ).
VERDADE PRÁTICA
A verd ad eira profecia liberta o
povo da indiferença e do com odis­
mo espiritual.
L t V M iít ia m * ! * ]
LE ITU R A D IÃ R IA
Segunda - 2 Cr 3 6 .2 3
O rei da Pérsia e o Templo
Terça - Ed 3 .1 0
■ Lançam-se os alicerces do Templo
Q u a rta - Ed 4 .3
S T S •; 1
A edificação do Templo
Q u in ta - Ed 4 .2 3 ,2 4
O em bargo da construção
Sexta - Ed 5 .1 ,2
Reinicia-se a construção do Templo
Sábado - Ed 6 .1 4
A nação prospera pela profecia
L i ç õ e s B íb l ic a s
75
| L E IT U R A B ÍB LIC A
EM CLASSE
í'.
| Ageu 1.1-9
IN TER A Ç ÃO
O Tem plo e ra o s ím b o lo v is ív e l d a a lia n ç a
de Deus com o seu povo. Nesse c o n te x to
é que a p a re c e A geu , o p r im e ir o p r o fe ta a
e x e rc e r o m in is té rio no p e río d o p ó s-e xílio .
Sua m e n s a g e m c e n tra l n ã o p o d e ria s e r
o u tr a : "Isra e l, re c o n s tru a o Tem plo p a ra
o S enh or!" Os ju d e u s e s ta v a m in d ife re n te s
em re la ç ã o à o b ra de Deus, p o ré m a tra v é s
do m in is té rio de A geu e Z a c a ria s , o Tem plo
fo i re c o n s tru íd o , e c o n fo rm e a p a la v r a do
Senhor, “a g ló r ia d a s e g u n d a Casa s e rá
m a io r q u e a d a p r im e ira " . C om o s e rvo s
do A ltís s im o p re c is a m o s e s ta r a te n to s ,
pois c o m o os is ra e lita s , ta m b é m podem os
n e g lig e n c ia r a o b ra de Deus e o c u id a d o
com a Casa do Senhor. Que se ja m o s servos
c o m p ro m is s a d o s co m o Reino, tr a b a lh a n ­
do p a ra o seu c re s c im e n to a q u i na T e rra .
Coloque suas p rio rid a d e s e m o rd e m c o rre ­
ta, se g u n d o as E s c ritu ra s S a g ra d a s .
1 - No ano segundo do rei Da rio,
no sexto mês, no primeiro dia do
mês, veio a palavra do SENHOR,
pelo ministério do profeta Ageu,
a Zorobabel, filho de Sealtiel,
príncipe de judá, e a Josué, filho
de Jozadaque, o sumo sacerdo­
te, dizendo:
2 - Assim fala o SENHOR dos
Exércitos, dizendo: Este povo diz:
Não veio ainda o tempo, o tempo
em que a Casa do SENHOR deve
ser edificada.
3 - Veio, pois, a palavra do SE­
NHOR, pelo ministério do profeta
Ageu, dizendo:
4 - É para vós tempo de habitarOBJETIVOS
ü des nas vossas casas estucadas,
e esta casa há de ficar deserta?
Após esta aula, o aluno deverá estar
5 - Ora, pois, assim diz o SE­
apto a:
NHO R dos Ex ército s: A p lic a i
C o n h e c e r o contexto histórico da
o vosso co ração aos vossos
vida de Ageu.
8 cam inhos.
6 - Semeais muito e recolheis
E le n c a r os principais problem as
pouco; comeis, mas não vos fa r­
encontrado pelos ju d eu s para re­
tais; bebeis, mas não vos saciais;
construir o Templo.
vestrs-vos, mas ninguém se aque­
S a b e r que temos responsabilidade
ce; e o que recebe salário recebe
diante de Deus e dos homens.
salário num saqultel furado.
7 - Assim diz o SENHOR dos
Exércitos: Aplicai o vosso coração r
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
aos vossos caminhos.
8 -Subi o monte, e trazei m adei­ Reproduza o esboço da página seguin­
te conforme as suas possibilidades.
ra, e edificai a casa; e dela me
Utilize-o para introduzir a lição. Expli­
agradarei e eu serei glorificado,
que que o livro do profeta Ageu pode
diz o SENHOR.
ser divido em duas partes principais: a
9 - Olhastes para muito, mas primeira, “a reconstrução do Tem plo”; a
segunda, “o esplendor futuro do Tem ­
eis que alcançastes pouco; e esse
plo”.
Dê ênfase à palavra-chave, pois a
pouco, quando o trouxestes para
profecia de Ageu gira em torno deste
casa, eu lhe assoprei. Por quê?
tema.
Conclua dizendo que devemos en­
— disse o SENHOR dos Exércitos.
carar a nossa responsabilidade na obra
Por causa da minha casa, que
de Deus não como um fardo pesado,
está deserta, e cada um de vós
mas como um grande privilégio.
corre à sua própria casa.
/6
L iç õ e s B íb l ic a s
xmam mimsmMiwmGSiE» sn-mesiimm m
hnb
■Jtts-W.HI&WM
Cam bises, identificado na Bíblia
co m o A rta x e rx e s (Ed 4.7-23),
reinou em seu lugar até 522 a.C.
IN T R O D U Ç Ã O
Este, por dar ouvidos a uma de­
D ejoel até Ageu passaram-se
núncia dos vizinhos invejosos e
hostis a ju d á , decidiu em bargar a
mais de 300 anos. A hegem onia
construção da Casa de Deus em
política e militar, nessa fase da
Jerusalém (Ed 4.23).
história mundial, estava com os
b)
D a rio H istaspes. Após a
persas, pois os assírios e babi­
morte de Cambises, Dario Histas­
lônios não existiam mais com o
pes assu m iu o tro n o
im p é rio s . Q u a n to ao
PA LA V R/\-CHAVE
da Pérsia (reinando até
pecad o de Ju d á , este
486 a.C.), e autorizou
não era a idolatria, pois
Tem iplo:
a continuação da obra
o c a tive iro e rra d ica ra
Espaço o u edifício
do Templo. Ele é citado
de vez essa prática. O
destina afo a culto
nas Escrituras Sagradas
problema agora, igual­
relig
'ioso.
s im p le s m e n t e co m o
mente grave, era a indi­
“ Dario” (Ed 6.1,1 2,1 3).
ferença, a mornidão e o
2.
V id a p e s s o a l. Não há,
com odism o espiritual dos judeus
além do profeta, outro Ageu no
em relação à obra de Deus.
Antigo Testam ento. O seu nome
I. O L IV R O DE A G E U
aparece nove vezes na profecia e
1. C ontexto h is tó ric o . No
duas no livro de Esdras (Ed 5.1;
livro de Esdras, encontra-se o
6.1 4). Ageu foi o primeiro profeta
a atuar no pós-exílio. Seu ch am a­
relato das primeiras décadas do
perío do pós-exílio. Por isso, é
do ocorreu cerca de dois meses
antes de Zacarias receber o pri­
fundam ental ler os seis primeiros
capítulos do referido livro, para
meiro oráculo: “ no ano segundo
com preenderm os o profeta Ageu.
do rei D ario” em 520 a.C. (1.1; Zc
O rei Ciro, da Pérsia, baixou o
1.1). O fato de Ageu apresentarse co m o '‘p r o fe ta ” (vv. 1,3 ,1 2 ;
decreto que pôs fim ao cativeiro
de Ju d á em 539 a.C. Pouco tem po
2.1,10) dem o nstra que os co n ­
tem porâneos reconheciam -lhe o
depois, a prim eira leva dos heofício sagrado. Além dele, apenas
breus partiu da Babilônia de volta
H ab acu q u e e Z acarias m e n cio ­
para Judá.
a)
Cam bises. Ciro reinou aténam o ofício profético em suas
apresentações (Hc 1.1; Zc 1.1)
530 a.C., ano em que faleceu.
E S B O Ç O D O L IV R O D E A G E U
P a rte I - R e c o n s tru ç ã o d o T e m p lo ( 1 .1 -1 5 )
(1 .1 ).................................. Introdução.
(1.2-1 1 ) .............................Primeiro oráculo: exortação para a reconstrução do Templo.
(1.1 2-1 5 ) .......................... Segundo oráculo: resposta e compromisso.
P a rte II - E s p le n d o r F u tu ro d o T e m p lo (2 -1 -2 3 )
(2.1-9)...............................Terceiro oráculo: compromisso e promessas.
(2.10-23).......................... Quarto oráculo: decisões e bênçãos futuras.
L iç õ e s B íb lic a s
7 7
gsw e
3= Z o ro b a b e l. A profecia de
ta e oito versículos, dez falam da
| Ageu foi dirigida “a Zorobabel,
Casa de Deus em Jerusalém .
| filho de Sealtiel, príncipe de Judá,
f e a Josué, filho de Jozadaque, o
R ES PO N D A
| sumo sacerdote” (v .l). Sob a sua
1. Quem e m b arg ou a construção
£ liderança e a do sacerdote Josué,
do Templo de Jerusalém, e quem
| ou Jesua, filho de Jozadaque, os
depois vetou esse embargo?
| remanescentes judeus retornaram
2. Quem liderou os remanescentes
da Babilônia para Jerusalém (Ed
de Judá no re to rn o de Babilônia
| 2.2; Ne 7.6, 7; 12.1). A promessa
p a ra Jerusalém?
| divina dirigida a Zorobabel é mes3. Qual o tema do liv ro de Ageu?
| siânica(2.21-23), sendo que a próII. R E S P O N S A B ILID A D E
| pria linhagem m essiânica passa
E O BR IG A Ç Õ E S
por ele (Mt 1.12; Lc 3.27). Dessa
| forma, Jesus é o “ Filho de Davi",
1. A desculpa do povo.
• mas também de Zorobabel.
Ageu inicia a m ensagem com a
4. Estrutura e mensagem.
fórmula profética que aponta para
O livro consiste de quatro curtos
a autoridade divina (v.2). O povo,
oráculos. O primeiro foi entregue
em débito que estava com o Eter­
“no sexto mês, no primeiro dia do
no (v.2b), em vez de reivindicar
mês” (v .l) [mês hebraico de elul,
o decreto de Ciro para continuar
s
29 de agosto]; o segundo, “no
a construção do Templo, usou a
sétimo mês, ao vigésim o primeiro
desculpa de que não era tempo
do mês” (2.1) [mês de tisrei, 17
de construir. Por isso, o Senhor
de outubro]; o terceiro e o quarto
evita cham ar Judá de “ meu povo” ,
oráculos vieram no mesmo dia, o
referindo-se a eles com o “este
“vigésimo quarto dia do mês nono”
povo” . Em outras palavras, Deus
(2.10,20) [mês de quisleu, 18 de
não gostou da desculpa da nação
| dezembro]. A revelação foi dada di­
(jr 14.10,1 1).
retamente por Deus (w . 1,3). Ape­
2. Inversão de priorida­
nas Ageu apresenta com tamanha
des (vv.3,4). O oráculo vo lta a
precisão as datas do recebimento
dizer que a Palavra de Deus veio a
I dos oráculos. O tem a do livro é
Ageu (v.3). Ênfase que dem onstra
I
a reconstrução do Templo. Dos
ser o discurso do profeta um a
38 versículos divididos em dois
m ensagem advinda diretam ente
capítulos, dez falam da Casa de
do Senhor que, inclusive, trouxe­
Deus, em jerusalém (vv.2,4,8,9,14;
ra Ju d á de vo lta a Jerusalém para
2.3,7,9,15,18). Em o Novo Testa­
construir a sua Casa. Mas o povo
mento, Ageu é citado uma única
preocupou-se mais em m orar nas
vez (2.6; Hb 12.26,27).
casas fo rra d a s, en q u a n to que
o Tem plo, cujo em bargo h avia
SINOPSE D O T Ó P IC O (1 )
ocorrido há 15 anos, continuava
em total abandono (v.4). Era uma
O tema do livro de Ageu é a
opção insensata. Os judeus neglireconstrução do Templo. Dos trin-
!
1
78
L iç õ e s B íb l ic a s
genciaram uma responsabilidade
tin h a a bênção de Deus (v. 6).
que, através do rei Ciro, o A ltís­
Tudo isso “ por causa da m inha
I
sim o lhes atrib u íra (Ed 1.8-11;
casa, que está d eserta, e cada
5.14-16). O desprezo pela Casa
um de vós corre à sua própria
do A ltíssim o representa o gesto
c a s a ” (v. 9). Era o castig o pela
d e s o b e d iê n c ia (D t 2 8 .3 8 -4 0 ).
de ingratidão do povo judeu (veja
Era o resultado da ingratidão do
o reverso em Davi: 2 Sm 7.2).
povo. Por isso, o profeta co nvid a
3.
Um convite à reflexão.
a todos a refletir (v.7).
No v e rs íc u lo cinco, vem o s um
2. A solução. Nem tud o
ap e lo à c o n s c iê n c ia e ao bom
e s t a v a p e rd id o ! D eu s e n v io u
se n so , pois é o p ró p rio Deus
Ageu para ap resen tar uma saída
quem fala. Tal exem plo m ostra
ao povo. O Profeta d e veria levar
que d e v e m o s p a ra r e refletir,
adiante o co m p rom isso a ssu m i­
a v a lia n d o a s itu a ç ã o à n o ssa
do com Deus: subir ao m onte,
vo lta, perceb endo, in clu sive, o
cortar m adeira e construir a Casa
ag ir do Senhor.
de Deus. Fazendo isso, o Sen h o r
se ag rad aria de Israel e o nom e
S IN O P S E D O T Ó P IC O ( 2 )
do Eterno seria glo rificado (v.8).
A r e s p o n s a b ilid a d e e as
Não era com um o povo e as a u ­
obrigações devem ser precedidas
toridades acatarem a m ensagem
por uma reflexão cujo bom sen­
dos profetas naqueles tem pos.
so e a co n sciên cia permite-nos
O seias e Je re m ia s são exem plos
c o n h e ce r o ag ir do Sen h o r em
clássicos disso, mas aqui foi d i­
nossa volta.
ferente. O Espírito Santo atuou
de m aneira tão m aravilhosa, que
RESPONDA
o c o rre u um v e rd a d e iro aviva4. O que rep resen ta o gesto de
m ento e a co n stru ção do Tem plo
desprezo peia C asa de D eus?
p ro sseg u iu sob a lid e ra n ça de
Zorobabel e do sum o sacerdote
III. A E X O R T A Ç Ã O D IV IN A
Jo s u é (v. 14).
1. Crise econômica. O
3. O Segundo Templo.
profeta fala sobre o trabalhar, o
Enquanto isso, na Pérsia, o novo
comer, o beber e o ve s tir com o
rei Dario H istasp es pôs fim ao
necessid ad es b ásicas, pois g a ­
em bargo. Ele colheu ofertas para
rantem a dignidade do ser hum a­
a construção e deu ordens para
não faltar nada durante o and a­ f i
no. Mas tem os aqui um quadro
d ep lo rável da eco n o m ia do país.
m ento da obra. Ele ainda pediu
A ab u n d an te sem ead u ra p ro d u ­
oração ao povo de Deus em seu
zia m uito pouco. A qu antid ade
favo r (Ed 6.7-10). Finalm ente, o
Tem plo foi inaugurado em 516
de v ív e r e s não era s u fic ie n te
para saciar a fom e de todos. A
а.C., “ no sexto ano de Dario” (Ed
bebida era escassa, a roupa de
б.1 5). Esse é o segundo e o último
Tem plo de Jerusalém na história
baixa qualidade e o salário não
L iç õ e s B í b l ic a s
79
çfdos judeus. E assim, a presença
| de Deus no Templo fez da glória
| da segunda Casa maior que a da
* primeira (2.9).
$
_______________________________________
|
SINO PSE D O T Ó P IC O <3)
|
A presença de Deus no Tem^ pio fez a glória da segunda Casa
maior que a da primeira.
RESPONDA
5 .0 que fez a glória da segunda Casa
ser m aior do que a da prim eira?
80
L iç õ e s B íb l ic a s
CO NCLUSÃO
A lição de Ageu tem muito a
ensinar-nos. Não devemos encarar
a nossa responsabilidade e compro­
misso como fardos pesados, mas
recebê-los como algo sublime. É
honra e privilégio fazer parte do pro­
jeto e do plano divinos, mesmo em
situação adversa (At 5.41). Assim,
somos encorajados por Jesus a atuar
na seara do Mestre a fim de que a
nossa luz brilhe diante dos homens
e Deus seja glorificado (Mt 5.16).
V O C A B U LÁ R IO ___
H eg em o n ia: Suprem acia, su­
perioridade.
E m bargo: im pedim ento, obs­
táculo.
S o b re p u ja r: Exceder, u ltra ­
passar.
in ó sp ito : Lugar em que não se
pode viver.
B IB L IO G R A F IA S U G E R ID A
HARR1SON, R. K. T e m p o s d o
A n tig o T e s ta m e n to : Um Con­
texto Social, Político e C u ltu ral.
] .ed . Rio de Ja n e ir o : C PA D ,
2010.
M ER R IL, Eugene H. H is tó r ia
de Is ra e l no A n tig o T e s ta ­
m en to : O reino de sacerd o tes
q u e D eu s c o lo c o u e n tre a s
nações. 6.ed. Rio de Ja n e iro :
CPAD, 2007.
SAIBA M A IS
Revista Ensinador Cristão
CPAD, n ° 52, p.41.
RESPOSTAS DOS EXERCÍCIOS
1. Cambises, identificado na Bíblia
como Artaxerxes (Ed 4.7-23).
2 . Zorobabel e Josué, filho de Jo ­
zadaque.
3. A reconstrução do Templo.
4. Representa o gesto de ingratidão
do povo judeu.
5. A presença de Deus.
A U X IL IO BIBLIOGRÁFICO
Subsídio Teológico
“ A geu [...]
Ageu censurou os judeus por
sua ind iferença, e os repreendeu
por construírem as suas próprias
casas enquanto a casa de Deus era
negligenciada. Ele assegurou aos
h a b ita n te s de Je ru s a lé m que as
ad versid ad es que vin h am so fren ­
do eram castigos por sua apatia.
Zorobabel foi estim ulad o a dar a
supervisão apropriada à obra que
tinham em mãos, e quando parecia
que as revoltas na Babilônia podiam
ainda ser bem sucedidas, ele parece
ter sido considerado como o homem
d ivin am en te ungido, que d everia
conduzir Ju d á à independência.
[...] O livro de Esdras passa em
silêncio pelo período de cinqüenta e
sete anos que se seguiram à conclu­
são do segundo Templo. No império
persa, a morte de Dario I, em 486
a.C., foi seguida pela ascensão de
seu filho Xerxes (486 - 465 a.C.).
[...] D u ran te este perío do , a
com unidade ju d aica lutou, com co ­
ragem, para sobrepujar a pobreza
com que a terra fora assaltada, e
esforçou-se duram ente para arran­
car algum a prosperidade do solo
inóspito. Em outro tem po, porém,
a orgulhosa capital ainda carregava
os sinais de sua hum ilhação, e em ­
bora o Tem plo estivesse concluído,
a cid a d e a in d a p e rm a n e c ia sem
m uros” (HARRISON, R. K. Tem p o s
do A n tig o T e s ta m e n to : Um Con­
te x to S o cia l, P o lític o e C u lt u r a l.
l.e d . Rio de Janeiro: CPAD, 2010,
pp.285-86).
L iç õ e s B íb l ic a s
81
Z a c a r ia s — O R e in a d o
M e ssiâ n ic o
T EXT O ÁU REO
“Eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que
levantarei a Davi um Renovo justo; sendo
rei, reinará, e prosperará, e p raticará o
juízo e a ju stiça na te rra ” ( J r 23.5).
VERDADE PRATICA
Jesus e tanto o Salvador do mundo,
como Rei do Universo.
H IN O S SUGERIDOS 84, 258, 4 0 6
LEITU RA D IÁ R IA
Segunda - Is 2,2-4
A guerra não mais existirá
Terça - Is 11,6-9
«•
A plenitude da paz universa!
Q u a rta - Jr 2 3 .5 ,6
Haverá com pleta segurança na terra
Q u in ta - Zc 14.1 1
Jerusalém habitará segura
V '-
•-
Sexta - A t 3 .2 0 ,21
A restauração de todas as coisas
Sábado - 2 Pe 3 .1 3
Esperamos novos céus e nova terra
8 2 L iç õ e s B íb l ic a s
L E IT U R A B ÍB L IC A
E M C LA SSE
Z acaria s 1.1; 8 .1 -3 ,2 0 -2 3
Zacarias 1
1 - No oitavo mês do segundo
ano de D an o , veio a p a la v ra do
SEN H O R ao profeta Z acarias,
fiího de Baraq u ias, filho de Ido,
dizendo:
Zacarias 8
1 - Depois, veio a m im a p a la ­
vra do SEN H O R dos Exércitos,
dizendo:
2 - Assim diz o SEN H O R dos
Exércitos: Zelei p o r Sião com
grande zelo e com grande in­
dignação zelei por ela.
3 - Assim diz o SEN H O R: Vol­
tarei p a ra Sião e h ab itarei no
meio de Jeru salém ; e Jerusalém
chamar-se-á a cidade de verd a­
de, e o monte do SEN H O R dos
Exércitos, monte de santidade.
2 0 - Assim diz o SEN H O R dos
Exércitos: A inda sucederá que
v irã o povos e h a b ita n te s de
m uitas cidades;
21 - e os habitantes de uma
cidade irão à outra, dizendo:
Vam os d e p re ssa s u p lic a r o
fa v o r do SEN H O R e b u scar o
SEN H O R dos Exércitos; eu tam ­
bém irei.
2 2 - Assim , virão m uitos povos
e p o d e ro sas naçõ es b u scar,
em Jeru salém , o SEN H O R dos
Exércitos e su p licar a bênção
do SENHOR.
2 3 - Assim diz o SENHOR dos
Exércitos: Naquele dia, sucede­
rá que p eg arão dez hom ens,
de todas as línguas das nações,
pegarão, sim, na orla d a veste
de um jud eu, dizendo: Irem os
convosco, porque temos ouvido
que Deus está convosco.
IN T E R A Ç Ã O ____
Z a ca ria s foi contem porâneo do p ro fe­
ta Ageu. Ele teve um a série de visões
d u ra n te os dois p rim e iro s anos das
obras de reconstrução do Templo. Essas
visões o b jetivavam in c ita r no povo â n i­
mo p a ra o exercício do trabalho intenso
na re stau ração do Templo. Os ju d eu s
estavam livres do exílio, m as o Templo
não estava acab ado. A reconstrução
do Templo tra ria um a nova esperança
p a ra os ju d eu s, pois a nação, no futuro,
tam bém se ria re s ta u ra d a e s p iritu a l­
mente. A p rim e ira e a segunda vinda
de Je su s Cristo são, fo calizad as pelas
p ro fecias de Z a ca ria s, com o cu m p ri­
m ento da esperança ju d a ica .
OBJETIVOS
£
Após esta aula, o aluno deverá estar t
apto a:
Compreender a estrutura e a m en­
sagem do livro de Zacarias.
E xplicar a prom essa de restauração
da nação.
Saber qu e o rein o m e s s iâ n ic o é
real.
O R IEN TA Ç Ã O PEDAGÓGICA
Prezado professor, para que os alunos
com preendam com mais facilidade o
conteúdo da lição, utilize o esquem a da
página seguinte. Reproduza-o conforme
as suas possibilidades. Explique aos alu­
nos que podemos destacar ao longo da
profecia de Zacarias dois propósitos prin­
cipais: Os capítulos 1 — 8 foram escritos
para encorajar o rem anescente judeu na
construção do Templo, em Judá. Enquan­
to que nos capítulos 9 — 1 4 o profeta tra­
ta de Israel e do Messias. O tem a do livro
é o Messias de Israel, todavia, Jerusalém
tam bém ocupa um espaço especial.
L iç õ e s B íb lic a s
83
giosa e o avanço do secularism o
colocavam Deus em último plano.
Por isso, tal como a história dos
IN T R O D U Ç Ã O
antepassados dos jud eus, o Se­
N essa lição , v e re m o s que
nhor estava desgostoso daquela
o liv ro de Z a c a ria s a p re s e n ta
geração (1.2,3).
os e v e n to s do p o rv ir co m o o
2. V id a p e s s o a l. Zacarias
e p ílo g o da h is tó r ia .
era de uma fam ília sa­
PALAVRA-CHAVE cerdotal, assim com o
O o rácu lo do profeta
Jerem ias (jr 1.1) e Ezenão fala a respeito de
M essias
quiel (Ez 1.3). Seu avô,
a co n te cim e n to s e n ig ­
Pessoa na q u al
m áticos, mas de fatos
Ido (1.1), era sacerdote
se
concretizavam
e veio do exílio à Je ru ­
re a is e c o m p r e e n s í­
as
aspirações
ve is. Q u alq u er o b se r­
salém no grupo lidera­
de
salvação
ou
v a d o r atento à época
do por Zorobabel, filho
redenção.
atual ve rifica rá que as
de S e a ltie l, e Jo s u é ,
d e m a n d a s do n o ss o
filho de Jo zad aq u e (Ne
tem po apontam para um desfe­
12.1-4). Parece que “ Baraquias”,
seu pai, faleceu quando o profeta
cho d ivinam ente escatológico.
ainda era criança. Assim, Zacarias
I, O L IV R O DE Z A C A R IA S
fora então criado por seu avô.
1. C ontexto h is tó ric o (1.1).
Isso pode ju s tific a r a o m issão
Zacarias e Ageu receberam os orá­
do seu nome em Esdras, que o
culos divinos no segundo ano do
cham a apenas de “filho de Ido”
reinado de Dario, rei da Pérsia,
(Ed 5.1). O m inistério profético
em 520 a.C. Conform e estudado
de Zacarias foi mais extenso que
anteriormente, a situação espiritu­
o de Ageu, pois ele m en cio n a
al de Ju d á é a mesma descrita no
os oráculos entregues dois anos
livro de Ageu. A indiferença reli­
após o seu cham ado (7.1).
E S B O Ç O D O L IV R O D E Z A C A R IA S
PR IM E IR A PARTE
P a la v ra s p r o fé tic a s e a re e d ific a ç ã o d o T e m p lo ( 1 - 1 — 8 .2 3 )
® Introdução (1.1-6).
■ Série de oito visões: [a] dos cavaleiros entre as murtas; [b] dos quatro chifres e qua­
tros ferreiros; [c] dum homem medindo Jerusalém ; [d] da purificação de Josué, o sumo
sacerdote; [e] do castiçal de ouro e duas oliveiras; [f] do rolo voante; [g] da mulher num
efa; [h] dos quatros carros (1.7 — 6.8).
■ A coroação de Josué como sumo sacerdote e o seu significado profético (6.9-1 5).
■ Duas mensagens: O jejum e a justiça social; a restauração de Sião. (7.1— 8.23).
SEGUNDA PARTE
A p a la v r a p r o fé tic a a r e s p e ito d e Is ra e l e d o M e s s ia s (9.1 — 1 4 .2 1 )
■ Primeira profecia do Senhor: a intervenção triunfal do Senhor; a salvação messiânica;
a rejeição do Messias (9.1 — 11.17).
■ Segunda profecia do Senhor: luto e conversão de Israel; a entronização do Rei Messias
^ 1 2 .1 — 14.21).
Texto adaptado da “Bíblia de Estudo PemecostaT, editada pela CPAD.
84 L iç õ e s B íb l ic a s
3. E s tru tu ra e m ensag em .
do Novo Testamento reconhecem
a presença de Cristo e sua obra na
história da redenção Or 31.1 5 cf. Mt
2.16,17; Os 11.1 cf. Mt2.15). Nesse
caso, a citação de Zacarias 11.13
seria dos dois profetas. Entretanto,
som ente Jerem ias é mencionado,
porque ele é o profeta mais antigo
e importante. Desse modo, temos
a unidade literária.
b) C o le tâ n e a de p ro fe c ia s .
A outra explicação é apenas hi­
p o tética. Seria um a co leção de
o rá c u lo s e n tre g u e s a Je re m ia s
após a co n clu são de seu livro.
Eles teriam sido preservados pelo
povo e, mais tarde, incluídos por
Z acarias na seg u n d a parte dos
seus oráculos.
Os oráculos de Zacarias são apoca­
lípticos. Eles foram entregues por
visão (capítulos 1— 6) e palavra
(7— 14). O assunto do livro é o
Messias de Israel. Mas Jerusalém
tam b ém o c u p a e s p a ço s ig n ifi­
cativo na profecia. Há d iversas
referências diretas e indiretas a
Zacarias em o Novo Testam ento
(Zc 9.9 cf. Mt 21.5; Zc 11.13 cf. Mt
27.9,1 0; Zc 12.10; Ap 1 .7 ).A vin d a
do Messias e os demais eventos
e s c a to ló g ic o s p re d o m in a m os
capítulos 9— 14.
4 . U n id a d e l i t e r á r i a . A
respeito da unidade literária de
Zacarias, as opiniões mais popula­
res estão divididas em três grupos
principais: os que defendem a uni­
S IN O P S E D O T Ó P IC O ( 1 )
dade literária; os que consideram
os capítulos 9— 14 provenientes
Os oráculos do livro de Zaca­
do período pré-exílio babilônico;
rias são apocalípticos. O assunto
e os que apontam para o período
central é o surgim ento do Messias
pós-exílio (os liberais). Esta últim a
de Israel.
ideia é descartada pelos críticos
conservadores.
RESPONDA
A d ife re n ç a de e s tilo lite ­
/. Q u a l o a s su n to do liv ro de
rário é natural. Um au to r pode
m udar seu estilo com o tem p o e
Z a c a ria s ?
2. Cite três p ro fecias de Z a ca ria s
com o assunto a ser tratad o. Em
relação à passagem de Z acarias
cu m p rid as em Jesu s.
1 1 .1 3 — o n d e o e v a n g e lis t a
II.
PROMESSA
M ateu s a trib u i a u to ria do seu
DE R ESTA U R A Ç Ã O
conteúdo ao p ro fe ta je re m ia s (cf.
1.
S ião . Z a ca ria s introduz
Mt 27.9) — há pelos m enos duas
o oráculo com a usual fórm ula
ex p licaçõ es:
profética (8.1). O discurso co m e­
a)
Com binação profética. Jere­
ça com a chancela de autoridade
mias comprou um campo Qr 32.6-9)
d iv in a : “A ssim d iz o S E N H O R
e visitou a casa do oleiro Or 18.2).
dos E x é rcito s” (8.2-4,6,7). Sião
O Antigo Testam ento é rico em
era originalm ente a fortaleza que
detalhes para narrar a obra reden­
Davi co n q u istara dos je b u se u s, §
tora. Ele não se restringe apenas
tornando-se, a partir daí, a sua
às profecias diretas. Os escritores
Li çõ es Bíb l.i cas
85
cidade (2 Sm 5.6-9). Com o passar
do tempo, veio a ser um nome al­
ternativo de Jerusalém semelhante
à descrição de Zacarias 8.3.
2. O zelo do Senhor (8.2).
Je o v á declara a si m esm o com o
Deus “z e lo so ” (Êx 20.5), e este é
um dos seus nom es (Êx 34.14).
Tal zelo diz respeito à sua san ­
tidad e, cuja vio lação não pode
ficar im pune Qs 24.19). O zelo
do Senhor ainda é m anifestado
com o ind ignação quando o seu
povo é trucid ado por estran g e i­
ros. Aos opressores, Deus há de
aço itar (1.14,15).
3. Restauração de Jerusa­
lém. A palavra profética anuncia:
“Voltarei para Sião e habitarei no
meio de Jeru salé m ” (8.3b). Após a
lição dos 70 anos de cativeiro, o
Senhor se volta com zelo ao seu
povo. Mas a prom essa é para o
futuro, quando Jerusalém tornarse uma “cidade de verdade [...]
monte de santidade” (8.3b). Te­
mos aqui, uma reiteração do que
disseram Zacarias (1.16; 2.10) e
os demais profetas antes dos cati­
veiros assírio e babilônico (Is 1.1 6;
Ez 36.35-38; Sf 3.13-1 7).
S IN O P S E D O T Ó P IC O ( 2 )
A restauração de Jerusalém é
uma prom essa futura, pois quan­
do ela tornar-se uma “cidade de
verdade [...] monte de santidade”,
a prom essa será cum prida.
RESPONDA
3, Como o zelo de Je o vá p o r Sião
e Je ru s a lé m é m an ife stad o em
Z a c a ria s 8 .3 ?
86
L iç õ e s B íb l ic a s
I I I . O R E IN O M E S S IÂ N IC O
1. A pergunta pela paz.
Quando de um atentado terrorista
no Iraque, que matou um diplomata
brasileiro, o então secretário geral
das Nações Unidas, Koff Annam,
declarou: “Já não existe mais lugar
seguro no m undo” . Diante disso,
podem os perguntar: “ É possível
viver num mundo de justiça, paz e
segurança?” A Bíblia assevera que
sim! O profeta Zacarias, mostrando
a trajetória da humanidade, des­
creve a história espiritual de Israel
e o futuro glorioso de Jerusalém no
Milênio (14.1 1,1 6,1 7).
2. A paz universal. As
Escrituras Sagradas falam de um
período conhecido com o Reino
Messiânico (ou Milênio), em que
o próprio Senhor Jesu s Cristo rei­
nará por mil anos. Tribos, cidades,
povos e nações achegar-se-ão a
Deus pelo anúncio do evangelho.
O contexto bíblico permite-nos
dizer que essa profecia (8.20-22)
é escatológica e aponta para a res­
tauração de Jerusalém no Milênio
(2.1 1; 3.1 0; Is 2.2-4; Mq 4.1-4).
Nessa época, Israel estará plena­
mente restaurado tanto nacional
quanto espiritualm ente.
3. A orla da veste de um
judeu (8.23). A expressão “ na­
quele dia” é escatológica (2.11;
Os 2.1 6; JI 3.1 8). Aqui, ela referese ao M ilê n io . O n ú m ero dez
indica quantidade indefinida (Nm
14.22; 1 Sm 1.8; Ne 4.1 2). O ter­
mo “ju d e u ” no Antigo Testam ento
a p a r e c e f r e q u e n t e m e n t e nos
livros de Esdras e N eem ias. Fora
deles, só aparece em Ester e tam ­
bém em Jerem ias. A vestim en ta
do judeu era de fácil identificação
(Nm 1 5.38; Dt 22.1 2). E “agarrarse à orla de sua v e s t e ” in d ica
o desejo e o anseio do m undo
gentio em d esfrutar as bênçãos e
os p rivilégios de Israel. Portanto,
se a queda de Israel representou
a riq u eza do m undo, qual não
será a glória dos gentios na sua
plenitude? (Rm 11.11-14).
RESPONDA
4. Como se c h a m a o re in o de C ris­
to de m il anos?
5. O que sig n ifíca p e g a r na veste
de um ju d e u em Z aca ria s 8.23?
CO NCLUSÃO
Diante do exposto, podem os
concluir: se todas as profecias so­
bre os im périos passados e acerca
da p rim e ira v in d a do M e ssia s
S IN O P S E D O T Ó P IC O ( 3 ) .
j
cum priram-se fielm ente, as pro­
O
R e in o M e s s iâ n ic o é fecias
o
escato ló g icas igualm ente
p e r ío d o o n d e to d o o m u n d o
se cum prirão. Os acontecim entos
d e sfru tará da v e rd a d e ira paz do
atuais por si só com eçam a confir­
M essias de Israel.
m ar essa realidade.
REFLEXÃO
O M essias veio como um servo p a ra m o rre r po r
nós. Ele vo lta rá com o um Rei vitorioso. Subm etase à sua lid era n ça ag o ra, a fim de que você esteja
pronto p a ra o reto rno triu n fan te do Rei.1’
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal
L iç õ e s B íb l ic a s
87
F
A U X ÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
S u b s íd io S o c io ló g ic o
"Zacarias, que profetizou per­
to do fim de outono de 520 a.C.,
tam bém aguardava ansiosam ente
pela libertação da nação do domínio
estrangeiro, e com confiança espe­
rava que um povo renovado fosse
governado por um descendente da
casa de Davi. Ele deu continuidade
ao trabalho de Ageu ao apressar a
conclusão do segundo Templo; e
em 5 15 a.C, cerca de setenta anos
após a destruição da primeira cons­
trução, o seu sucessor foi consa­
grado. Embora os persas tivessem
designado Tatenai como o governa­
dor militar de Ju d á (Ed 6.1 3), incen­
tivaram o estado a funcionar como
uma com unidade religiosa em vez
de política, com o sumo-sacerdote
Josias em seu comando. Quanto a
Zorobabel, não se sabe se morreu
ou se foi destituído do cargo pelos
persas, como m edida preventiva.
Em todo caso, a situação política
em Ju d á parece te r sido estab ili­
zada pelo estabelecim ento de um
sistem a te o crá tico apo iad o pelo
governo persa” (HARRISO N, R. K.
T em pos do A n tig o T estam ento :
Um Contexto Social, Político e Cul­
tu ral. l.ed. Rio de Janeiro: CPAD,
2010, p.285).
VO C A B ULÁ R IO
E nigm ático: Difícil de com pre­
ender ou interpretar.
Secularismo: Doutrina que ignora
os princípios espirituais na con­
dução dos negócios humanos. O
secularismo, ou materiaiismo, tem
o homem, e somente o homem,
como medida de todas as corsas.
H ip o té tic o : Duvidoso, incerto.
Trucidado: Morto com crueldade.
R eiteração: Repetição.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
HARRISO N, R. K. T e m p o s do
A n tig o T estam en to : Um Con­
texto Social, Político e C ultural.
l. e d . Rio de Ja n e ir o : C PA D ,
2010.
SOARES, Esequias. O M in is té ­
rio P ro fético na Bíblia: A voz
de Deus na Terra. 1.ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2010.
ZUCK, Roy B (Ed.). T e o lo g ia do
A n tig o T e s ta m e n to . 1 .ed. Rio
de Janeiro: CPAD. 2009.
SAIBA M AIS
Revista Ensinador Cristão
CPAD, n°52, p.42.
RESPOSTAS DOS EXERCÍCIOS
1. O Messias de Israel.
2. Zc 9.9 cf. Mt 21.1 5; 1 1.13 cf. Mt
27.9,10; 12.10 cf. Jo 10.37.
3. “Voltarei para Sião e habitarei no
meio de Jerusalém ” (8.3a).
4. Reino Messiânico ou Milênio.
5. Indica o desejo e o anseio do mun­
do gentio em desfrutar as bênçãos
e os privilégios de Israel. ^
88
L iç õ e s B íb l ic a s
A U X ÍL IO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Teológico
“O fu tu r o p ro g ra m a de D eus p a ra o povo
Zacarias teve um a visão escatológica m uito mais detalhada e
com pleta que os outros profetas menores dos séculos VI e V. [...]
Em bora o tom global perm aneça otim ista, o profeta previu que a
liderança do Senhor seria rejeitada, o que necessitaria julgam ento
purificador. O Senhor, porém, intervirá a favo r do povo em uma
batalha culm inante. Isto levará ao arrependim ento o povo e à co n ­
cessão das bênçãos divinas.
■ A restauração de Jerusalém é central aos capítulos 1 a 8. Ao
d eclarar a profunda ligação em ocional com a cidade, o Senhor
prom ete restaurar-lhe a prosperidade (Zc 2.10,11; 8.1-5). Tom ará
residência uma vez mais em Sião (Zc 2.1 0,1 1;8.3) e sobrenatural­
mente a protegerá (Zc 2.5). O foco da cidade restaurada será a
habitação de Deus, o Tem plo reconstruído (Zc 1.17). Esses residen­
tes da cidade que ainda estão no exílio vo ltarão em grandes levas
(Zc 2.4,6,7; 8.7,8). Sinais das bênçãos divinas serão visíveis nas
ruas da cidade, onde os que chegarem a um a idade m adura verão
crianças brincando contentem ente (Zc 8.4,5). Em bora m uitos se
m aravilhem com esta reversão na situação de Sião, o Senhor todo
Todo-Poderoso não com partilhará desse assom bro, pois nada está
acim a do seu poder (v.6).
[...] Os capítulos de 1 a 8 de Zacarias tam bém foca a liderança
d aje ru salém restaurada. Sacerdotes e rei desem penham papéis pro­
em inentes nestes capítulos. Na quarta visão noturna do profeta (Zc
3.1 -1 0), ele testem unhou a purificação de Jo su é , o sum o sacerdote
na com unidade pós-exílica daquela época. As ‘vestes sujas’ de Josué,
sím bolo do pecado, foram trocadas por ‘vestes n o vas’ e um a m itra
limpa lhe foi colocada na cabeça (Zc 3.3-5). O Senhor encarregou
Jo s u é de obedecer aos m andam entos e prom eteu recompensar-lhe
a obed iência, dando-lhe autoridad e sobre o serviço do Tem plo
e acesso ao conselho de Deus (vv. 6,7). Claro que a m ensagem
se aplica à nação inteira, porque Jo su é , com o sum o sacerdote,
representava o povo. O fato de ter sido lim po sim bo lizava o resta­
belecim ento da nação com o um todo e, mais particularm ente, dos
sacerdotes que faziam m ediação entre Deus e o p o vo ” (ZUCK, Roy
B (Ed.). T e o lo g ia do A n tig o T e s ta m e n to . 1 .ed. Rio de Janeiro:
CPAD. 2009, pp.457-58).
Lição 13
30 de Dezembro de 20 1 2
M a l a q u ia s — A S a c r a l id a d e d a Fa m íl ia
TEXTO ÁUREO
“Portanto, deixará o varão o seu pai e a
sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e
l serão ambos uma carn e’’( Gn 2.24).
VERDADE PRÁT IC A
É da vontade expressa de Deus que
levemos a sério o nosso relaciona­
mento com Ele, com a família e com
a sociedade.
HINOS SUGERIDOS
581, 596, 597
LEITU R A D IA R IA
S egunda-S I 1 2 8 3 ,4
O modelo da família
Terça - Ef 5.22-24
Submissão na família
Quarta - Ef 5.25-28
Amor sacrifical na família
/
Quinta - Ef 6.1 -3
Obediência na família
S exta-S i 133.1
A comunhão no âmbito familiar
Sábado - T t 2.2-6
A família que agrada a Deus
90
L iç õ e s B íb l ic a s
L E IT U R A B ÍB L IC A
EM CLASSE
M alaquias 1.1; 2 .1 0 - 1 6
M alaq u ia s 1
1 - Peso da palavra do SENHOR
contra Israel, pelo ministério de
Malaquias.
INTERAÇÃO
Comumente isolam os um assunto de
determ inado contexto lite rá rio igno­
rando o tem a cen tral daquela obra.
O liv ro de M a la q u ia s é o exem plo
perfeito disso. Quando falam os nele,
pensam os logo em "dízimo”. É como se
“M alaquias” e “dízim o" fossem term os
am algam ados. No entanto, verem os
que o assunto predom inante do profeta
M alaquias não é o dízimo (este apenas
é tratado num contexto de corrupção
sacerdotal e da nação), mas co n traria­
mente, é o relacionam ento fa m ilia r e
civil entre o povo ju d eu que constituem
o seu tem a principal.
M alaq u ia s 2
10 - Não temos nós todos um
mesmo Pai? Não nos criou um
mesmo Deus? Por que seremos
desleais uns para com os outros,
profanando o concerto de nossos
pais?
1 1 - Judá foi desleal, e abominação se cometeu em Israel e em Je ­
rusalém; porque Judá profanou
a santidade do SENHOR, a qual
O B J E T IV O S
ele ama, e se casou com a filha
de deus estranho.
Após esta aula, o aluno deverá estar
1 2 - 0 SENHOR extirpará das
apto a:
tendas de Jacó o homem que
fizer isso, o que vela, e o que
Explicar o contexto social, a estrutura
responde, e o que oferece dons
e a mensagem do livro de Malaquias.
ao SENHOR dos Exércitos.
Reconhecer quais são as im p lica ­
1 3 - Ainda fazeis isto: cobris o
ções de um péssim o re lacio n am e n ­
a lta r do SENHOR de lágrim as,
de choros e de gemidos; de sor­
to fam iliar.
te que ele não olha mais para
C o n s c ie n tiz a r- s e que é vontade de
a oferta, nem a aceitará com
Deus viverm o s um bom relaciona­
prazer da vossa mão.
mento na fam ília e na sociedade.
14 - E dizeis: Por quê? Porque o
SENHOR foi testemunha entre ti
e a muiher da tua mocidade, com í
O R IE N T A Ç Ã O P E D A G Ó G IC A
a quai tu foste desleal, sendo ela
a tua companheira e a mulher do
Prezado professor, chegamos a última
teu concerto.
lição desse trimestre. Estudamos os
1 5 - £ não fez ele somente um, doze livros dos Profetas Menores. Suge­
sobejando-lhe espírito? E por que rimos que você inicie a aula dessa sem a­
na fazendo uma recapitulação dos pro­
somente um? Ele buscava uma
fetas
estudados anteriormente. Pergunte
semente de piedosos; portanto,
guardai-vos em vosso espírito, e aos alunos qual o profeta que eles mais
gostaram e o porquê. Você também
ninguém seja desleal para com a
í
pode relem brar o período histórico dos
mulher da sua mocidade.
profetas e o propósito dos livros. Para
16 - Porque o SENHOR, Deus
auxiliar na recapitulação, utilize o es­
de Israel, diz que aborrece o
quema
da Orientação Didática da Lição
repúdio e aquele que encobre a
1. E para introduzir a lição de hoje, use
violência com a sua veste, diz o
o esquema da página seguinte, mostran­
SENHOR dos Exércitos; portanto,
do aos alunos um panorama geral do
guardai-vos em vosso espírito e
livro de Malaquias.
não seja is desleais.
L ic õ e s Bíb l ic a s
3
91
político, religioso e social do livro
em apreço.
a ) O g o v e rn a d o r de Ju d á .
IN T R O D U Ç Ã O
Jerusalém era governada por um
No presente estudo, verem os
pehah, palavra de origem acádica
que a m ensagem de M alaquias
traduzida por “ príncipe” na ARC
enfoca a sacralidade do relaciona­
(Alm eida Revista e Corrigida), ou
“governador”, na ARA e
mento com o Altíssim o
PALAVRAS
CHAVE
TB 0 -8). O termo indica
e com a família. Duran­
um governador persa e
te o exílio na Babilônia,
Fam ília:
é aplicado a Neem ias
a idolatria de Ju d á fora
Pessoas aparentadas,
(Ne 5.14). O seu equi­
definitivam ente erradi­
que vivem, em geral,
valente na língua persa
cada. A questão agora
na
mesma
casa,
é tirsh a ta (“tirsata, go­
era outra: o relaciona­
particularm
ente
o
vernad or” , cf. Ed 2.63;
m en to do p o vo com
pai,
a
mãe
e
os
filhos.
Deus e com a família.
Ne 7.65; 8.9; 10.1). A
E tais relacionam entos
profecia m ostra que o
precisavam ser encarados com
tem plo de Jerusalém já havia sido
mais piedade e temor.
reconstruído e a prática dos sacri­
fícios, retomada (1.7-1 0).
I. O L IV R O DE M A L A Q U IA S
b) A indiferença religiosa. As
1. C o n t e x t o h i s t ó r i c o . O
principais denúncias de Malaquias
livro não m enciona diretam ente
são contra a lassidão e o afrouxa­
o reinado em que Malaquias exer­
mento moral dos levitas (1.6); o
ceu seu ministério. Também não
divórcio e o casam ento com mu­
informa o nome do seu pai, nem
lheres estrangeiras (2.1 0-1 6); e o
o seu local de nascimento. Isso é
descuido com os dízimos (3.7-1 2).
observável tam bém nos livros de
Tudo isso aponta para o período
Obadias e Habacuque. Não obs­
em que Neem ias ausentou-se de
tante, há evidências internas que
Jerusalém (Ne 13.4-13,23-28). O
permitem identificar o contexto
primeiro período de seu governo
E S B O Ç O D O L IV R O D E M A L A Q U IA S
In tr o d u ç ã o (1.1 >
P a rte I: A M e n s a g e m d o S e n h o r (1 ,2 — 3 .1 8 )
Primeiro oráculo: o amor de Deus por Israel............................................................. (1.2-5)
Segundo oráculo: pecados dos sacerdotes...................................................... (1.6 — 2.9)
Terceiro oráculo: pecados da com unidade............................................................ (2.10-16)
Quarto oráculo: a justiça d iv in a ......................................................................(2.1 7 — 3.5)
Quinto oráculo: ofensas ritu ais...............................................................................(3.6-1 2)
Sexto oráculo: os servos de Deus.......................................................................... (3.13-18)
P a rte II: O D ia d o S e n h o r (4 .1 -6 )
Para o arrogante e m alfeitor............................................................................................(v .l)
Um dia de triunfo para os justos....................................................................(v.2,3)
Restauração dos relacionamentos entre pais e filhos e entre o Povo de D e u s.....(v.4-6)
92 L iç õ e s B íb lic a s
deu-se entre os anos 20 e 32 do
rei Artaxerxes (Ne 5.1 4) e eqüivale
a 445-433 a.C.
2. V id a p essoal de M alaq u ia s . A expressão “ pelo m inis­
tério de M alaquias” (1.1) é tudo
o que sabem os sobre sua vid a
pessoal. A form a hebraica do seu
nom e é m a l’ach i, que sig n ifica
“meu m ensageiro” . A Septuaginta trad u z por an g elo sou (“ seu
m ensageiro, seu anjo”). O term o
é am bíguo, pois pode referir-se a
um nome próprio ou a um título
(3 .1 ). No entanto, en ten d em o s
que M alaquias é o nome do pro­
feta, um a vez que nenhum livro
dos doze p ro fe ta s m e n o res é
anônim o. Por que com M alaquias
seria diferente?
3. E s tru tu ra e m en sag e m .
A profecia com eça com a palavra
h e b raica m a ssá — “ peso, s e n ­
tença pesada, oráculo, pron u n ­
ciam ento, profecia” (1.1; Hc 1.1;
Zc 9.1; 12.1). O discurso é um
serm ão contínuo com perguntas
re tó rica s que fo rm am um a só
unidade literária. São três os seus
capítulos na Bíblia Hebraica, pois
seis versículos do capítulo quatro
foram deslocados para o finai do
capítulo três. O assunto do livro
é a denúncia contra a form alidade
re lig io sa : p rá tic a g e n e ra liz a d a
com os fa rise u s e e s crib a s na
época do m inistério terreno de
Jesu s (Mt 23.2-7).
S IN O P S E D O T Ó P IC O ( 1 )
O tem a do livro de M alaquias
é a denúncia contra a form alidade
religiosa, a prática da corrupção
generalizada entre os fariseus e
REFLEXÃO
‘M alaquias nos dá diretrizes
práticas sobre nosso
com prom isso com Deus:
o Senhor m erece o m elhor
que tiverm os a o ferecer ”
Bíblia de Estudo
A plicação Pessoal
escrib as e o d e sp e rtam en to da
nação de Judá.
RESPONDA
/. Por que entendem os que M ala­
quias é o nome do p ro fe ta ?
2. Q ual o assunto do livro de M a­
laq u ias?
II . O J U G O D E S IG U A L
1. A p a te rn id a d e de Deus
(2 .1 0 ). A ideia de que Deus é o
Pai de todos os seres hum anos
é biblicam ente válida. O Antigo
Testam en to e x p re ssa que essa
paternidade refere-se a Israel (Êx
4.22,23; Jr 31.9; Os 1 1.1). A cria­
ção divina dá base para isso, em ­
bora não garanta uma relação pes­
soal com Ele (At 17.28,29). Jesus,
porém, fez-nos filhos de Deus por
adoção. Por isso, temos liberdade
e direito de cham ar ao Senhor de
Pai (Mt 6.9; Jo 1.12; Gl 4.6).
3.
A d e s le a ld a d e . O term o
“desleal” aparece cinco vezes nes­
sa seção (2.1 0,1 1,14-1 6). Trata-se
do verbo hebraico bagad, que sig­
nifica “agir traiçoeiram ente, agir
com infidelidade” . Não profanar
o concerto dos pais — estabele­
cido no Sinai (2.10) que proíbe a
união m atrim onial com cônjuges
fcjk W
1jç Õ h s B í b l i c a s
93
mM
REFLEXÃO
“Jesu s nos fez filhos de Deus
por adoção. Por isso, podemos
ch am ar Deus de nosso Pai."
Esequias Soares
estrangeiros (Dt 7.1-4) — é uma
instrução ratificada em o Novo
Testamento (2 Co 6.14-16,18). O
profeta retoma essa questão em
seguida.
4. O casamento misto
(2 .1 1 ). É a união matrimonial de
um homem ou uma mulher com al­
guém descrente. O profeta chama
isso de abom inação e profanação.
Os envolvidos são am eaçados de
exterm ínio juntam ente com toda
a sua família (2.1 2).
a) Abom inação. O termo he­
braico para “abominação” é toevah
e diz respeito a alguma coisa ou
prática repulsiva, detestável e ofen­
siva. A Bíblia aplica-o à idolatria, ao
sacrifício de crianças, às práticas
homossexuais, etc. (Dt 7.25; 12.31;
Lv 18.22; 20.13). Trata-se de um
termo muito forte, mas o profeta
coloca todos esses pecados no
mesmo patamar (2.1 1).
b) P ro fa n a ç ã o . P ro fa n o é
aquele que trata o sagrado como
se fosse com um (Lv 10.10; Hb
1 2.16). A “santidade do S E N H O R ”,
que Ju d á p ro fan o u (2 .1 1 ), diz
^ respeito ao Segundo Templo, pois
\ em seguida o oráculo explica: “a
* quai ele am a” . A violação do altar
i já fora denunciada antes (1.7-1 0).
\ Mas aqui M alaq u ia s co n sid e ra
o casam ento misto como trans| gressão da Lei de Moisés: “Ju d á i
94
L ic õ e s B íb lic a s
[...] se casou com a filha de deus
estran h o ” (2.11b). A expressão
ind ica m u lher pagã e idólatra.
E mais adiante inclui tam bém o
divórcio (2.1 3-1 6).
S IN O PS E D O T Ó P IC O ( 2 )
O ju g o desigual ou casam en­
to misto, é a união matrimonial
de um hom em ou uma m uíher
com alguém descrente. O profeta
cham a isso de ab o m in ação ou
profanação.
RESPONDA
3. Q uais pecados são colocados
no mesmo p a ta m a r do casam ento
mis tu e do divó rcio ?
HE. D E U S O D E IA
O D IV Ó R C IO
1,
O relac io n a m en to con­
ju g a l (2 .1 1 -1 3 ). Malaquias é o
único livro da Bíblia que descreve
o efeito devastador do divórcio na
família, na Igreja e na sociedade.
As lágrimas, os choros e os gem i­
dos descritos aqui são das espo­
sas judias repudiadas. Elas eram
santas e pied o sas, mas foram
injustiçadas ao serem substituídas
por mulheres idólatras e profanas.
As israelitas não tinham a quem
recorrer. Nada podiam fazer senão
derram ar a alma diante de Deus.
Por essa razão, o Eterno não mais
aceitou as ofertas de Ju d á (2.1 3).
isso vale para os nossos dias.
Deus não ouve a oração daqueles
que tratam injustam ente o seu
cônjuge (1 Pe 3.7). O marido deve
am ar a sua esposa com o Cristo
ama a Igreja (Ef 5.25-29).
2. O compromisso do ca­
cio (2.1 6). Ele ordena que '‘ninguém
samento. Os votos solenes de
seja desleal para com a mulher da
fidelidade m útua entre os noivos
sua m ocidade” (2.1 5).
num a c e rim ô n ia de ca sa m e n to
não são um aco rdo tra n s itó rio
S IN O P S E D O T Ó P IC O ( 3 )
com data de validade, mas “um
A p o lig a m ia e o d iv ó r c io
contrato ju ríd ico de união espiri­
são o b s tá c u lo s aos p ro p ó sito s
tual” (M yer Pearlm an). O próprio
divinos.
Deus coloca-se como testem unha
desse contrato. Por isso, a ruptura
RESPONDA
de um casam ento é deslealdade e
traição (2.1 4). A reação divina con­
4. P o r que todos nós d evem os
tra tal perfídia é contundente.
le v a r a sério o casam en to ?
3. A vontade de Deus. A
5. Po r que Deus a b o rrece o d i­
construção gramatical hebraica do
vó rcio?
versículo 15 é difícil. Mas muitos
entendem o seu significado como
CONCLUSÃO
defesa da monogamia. Deus criou
A sacralid ade do relacio n a­
apenas um a só m ulher para Adão, j
mento familiar deve ser levada em
tendo em vista a formação de uma
consideração por todos os cristãos.
d escen d ên cia piedosa (2.15). A
Todos devem levar isso a sério, pois
poligamia e o divórcio são obstácu­
o casamento é de origem divina e
los aos propósitos divinos. É uma
indissolúvel, devendo, portanto,
desgraça para a família! Por isso, o
ser honrado e venerado.
Altíssimo aborrece e odeia o divór­
REFLEXÃO
Deus nao ouve a oraçao
daqueles que tratam
injustam ente o seu cônjuge
Esequias Soares
L iç õ e s B íb lic a s
95
VO C A B U LÁ R IO
Subsídio Teológico
L a s s id ã o : Prostação de forças,
“ M a la q u ia s , o p ro fe ta
can saço .
[...] Deus sem pre am ou seu
povo, d izia M alaquias, mas este
nunca havia assim ilado a profun­
didade deste amor, e na verdad e
retribuía-o com desonra e desobedi­
ência (Ml 1.6-1 4). Tudo isto pode ser
visto na própria indiferença do povo
para com as ofertas, pois enquanto
se e m p e n h a v a m em im p o rta r o
m elhor para suas próprias casas,
os sacrifícios eram da pior espécie,
com anim ais cegos e doentes. Os
próprios sacerdo tes se vo lta va m
contra Deus, violando abertam ente
o com prom isso de levitas (Ml 2.8).
Além disso, muitos ju d eu s tinham
se d ivo rciad o de suas m ulheres,
sinalizando assim seu descaso para
com os ensinam entos das Escrituras
(Ml 2.1 0). Como resultado, o Senhor
e n v ia ria seu m ensageiro m essiâ­
nico para purgar o mal enraizado
no coração do povo e purificar um
rem anescente que andaria diante
da presença do Senhor em verdade”
(M ERRIL, Eugene H. H is tó r ia de
Is ra e l no A n tig o T e s tam e n to : O
reino de sacerdotes que Deus colo­
cou entre as nações. 6.ed. Rio de
laneiro: CPAD, 2007, p p .548-49).
P u rg ar: Tornar puro, purificar.
P e rfíd ia : Deslealdade, traição.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
HARRISON, R. K. Tem pos do An­
tig o Testam ento: Um Contexto
Social, Político e Cultural, l.ed.
Rio de Janeiro: CPAD, 2010.
MERRIL, Eugene H. H is tó ria de
Israel no A n tig o Testam ento:
O reino de sacerdotes que Deus
colocou entre as nações. 6.ed.
Rio de Janeiro: CPAD, 2007.
SOARES, Esequias. O M in is té ­
rio P ro fé tic o na B íblia: A voz
de Deus n a Terra. 1 .ed. Rio de
janeiro: CPAD, 2010.
ZUCK, Roy B (Ed.). T e o lo g ia do
A n tig o T e s ta m e n to . 1.ed. Rio
de Janeiro: CPAD. 2009.
SAIBA M AIS
Revista Ensinador Cristão
CPAD, n°52. p.42.
RESPOSTAS DOS EXERCÍCIOS
1. Porque nenhum livro dos doze
profetas menores é anônimo.
2. O assunto do livro é a denúncia
contra a formalidade religiosa: prá­
tica generalizada com os fariseus
e escribas na época do ministério
terreno de Jesus (Mt 23.2-7).
3. A idolatria, ao sacrifício de crian­
ças, às práticas homossexuais, etc.
4 . Porque o casamento é de origem
divina e indissolúvel.
5. Porque é uma desgraça para a
família.
96
L i ç õ e s B íb l ic a s
Um precioso estudg do
o agora em suas maos
Vincent - Estudo no Vocabulário
Grego do Novo Testamento
A obra de Marvin R. Vincent reúne um
comentário exegético e um estudo léxicogramaticaí conduzindo o leitor para mais
Estu d o n o V o c a b u l á r io
perto do ponto de vista de um estudioso da
G re g o do N o v o 1e s ta m e n to
língua grega.
Publicado pela primeira vez nos EUA,
no final do século XIX, este livro continua
|p§iɧ^'ÍPV olume hsendo uma referência obrigatória para
todos aqueles que querem conhecer a idéia
..:.xjS §x
original dos vocábulos neotestamentários
m.i
& •
no sentido léxico, etimológico e histórico
e no uso dos diferentes escritores do novo
- ,v-•■'-•o--.;
É*® H
* testamento.
Neste primeiro volume você encontrará
os estudos dos seguintes livros do Novo
Testamento: Mateus, Marcos, Lucas, João, Atos
dos Apóstolos, Tiago, I Pedro, II Pedro e Judas.
VlNCENT
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N a s rneShores livrarias ou p e lo s »e!eíop.&s
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