Plagiarism Checking Service

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paper text:
FACULDADE DE EDUCAÇÃO SÃO BRAZ EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
CURITIBA/PR 2015 FACULDADE DE EDUCAÇÃO SÃO BRAZ
34
ANGÉLICA BEATRIZ HAFEMANN DALTOÉ EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
Trabalho entregue à Faculdade de Educação São Braz, como requisito
14
legal para convalidação de competências, para obtenção de certificado
de Especialização Lato Sensu, do curso de Educação de Jovens e Adultos,
conforme Norma Regimental Interna e Art. 47, Inciso 2, da LDB 9394/96.
CURITIBA/ PR 2015 FOLHA DE APROVAÇÃO
ANGÉLICA BEATRIZ HAFEMANN DALTOÉ
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS Trabalho entregue à Faculdade de
38
Educação São Braz, como requisito legal para convalidação de
9
competências, para obtenção de certificado de Especialização Lato
Sensu, do curso de Educação de Jovens e Adultos, conforme Norma
Regimental Interna e Art. 47, Inciso 2, da LDB 9394/96. Orientador (A):
Aprovado( a) em: _____/_____/_______ Examinadores: Prof. (Esp/Me/Dr.)
____________________________________________________ Instituição:
___________________________ Assinatura: _____________________ Prof.
(Esp/Me/Dr.) ____________________________________________________
Instituição: ___________________________ Assinatura:
_____________________ Prof. (Esp/Me/Dr.)
____________________________________________________ Instituição:
___________________________ Assinatura: _____________________
RESUMO O presente artigo pretende discorrer sobre a
Educação de Jovens e Adultos, o EJA, a partir da perspectiva do
22
educador e filósofo Paulo Freire, qual a
metodologia utilizada por ele para a alfabetização daqueles que não tiveram oportunidade de estudo no
tempo certo. Fez-se uma breve retrospectiva
da história da educação/ alfabetização de jovens e adultos no Brasil,
23
além de uma
avaliação crítica sobre a precarização do ensino nos dias de hoje e como isso interfere na qualidade do
ensino.
O pensamento pedagógico de Paulo Freire inspirou projetos de
21
alfabetização e educação
populares. Coerente em sua proposta de ensinar jovens e adultos, quando esse trabalha com todo
cuidado, atenção e respeito, importando-se com a tomada de consciência dessas pessoas, para que essas
entendam a importância de estudar, ler, escrever, relacionar e
entender o que se lê e escreve, além do que, alfabetizar -se significa
24
apropriar -se
da cultura, incluir-se na sociedade, ou seja, tornar- se sujeito de sua história, podendo transformá-la a
partir da educação/alfabetização. Enfim, este trabalho fala sobre a importância da EJA em seu trabalho de
alfabetizar jovens e adultos. Palavras-chave: Educação; Alfabetização; Consciência. INTRODUÇÃO É
necessário compreender a importância da
educação na vida do homem, para que esse possa se manter ativo na
1
sociedade,
para que possa desenvolver funções, muitas vezes simples, mas que precisam de certa instrução. Saber
ler e escrever é uma das principais ferramentas e, portanto, imprescindível
para
viver em sociedade. Ainda mais
1
nos dias de hoje, com o avanço das tecnologias e
26
da técnica, obrigando as pessoas a se inteirarem para acompanharem tais avanços.
A partir da década de 1930, a educação/ alfabetização de adultos começa
1
ganhar
importância no país, devido as transformações que vem acontecendo, a industrialização do Brasil, por
exemplo, começou a exigir mais da população. Este artigo pretende discorrer sobre
a importância da alfabetização para jovens e adultos, de
36
como ela precede o entendimento e leitura do mundo. Fez-se um levantamento sobre desde quando se
começou a levar em consideração a alfabetização
de jovens e adultos no Brasil. Bem como, como se deu
27
o desenvolvimento de políticas que atendesse a necessidade de levar para as salas de aula aqueles que
antes não tiveram oportunidade. Além disso, se fez um breve comentário sobre a precarização da
educação nos dias de hoje e como isso deve afetar a qualidade da educação, não apenas para os alunos
da EJA, mas da educação no geral. Para desenvolver o artigo e a importância da EJA, utilizou-se as
discussões a cerca da metodologia utilizada pelo
educador e filósofo Paulo Freire, que se dedicou a educação de jovens e
1
adultos. Um homem coerente com seu tempo, sabia da importância que a alfabetização teria na vida das
pessoas, para a tomada de consciência, ele acreditava que a educação poderia mudar a pessoa e assim a
pessoa poderia mudar sua realidade.
A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS Foi no período Vargas que
25
houve acontecimentos significativos no
sistema educacional brasileiro, “Getúlio Vargas desenvolveu uma política voltada para várias classes
sociais, ao qual o tornou como um governo populista e apelidado para sempre como o Pai dos Pobres”.
(WAGNER, 2012). Também
em 1930 foi criado o Ministério da educação,
35
Com o nome de Ministério da Educação e Saúde Pública, a instituição
13
desenvolvia atividades pertinentes a vários ministérios, como saúde,
esporte, educação e meio ambiente. Foi em 1934, com a nova Constituição
Federal, que a educação passa a ser vista como um direito de todos.
Até 1953, foi Ministério da Educação e Saúde. Com a autonomia dada à
7
área da saúde, surge o Ministério da Educação e Cultura, com a sigla
MEC. O sistema educacional brasileiro até 1960 era centralizado e o modelo
era seguido por todos os estados e municípios. Quando, finalmente, com a
aprovação da primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), em
1961, os órgãos estaduais e municipais ganharam mais autonomia,
diminuindo a centralização do MEC.
Ainda com relação ao órgão da administração federal direta,
o Ministério da Educação tem como uma de suas áreas de competência:
39
“III - educação em geral, compreendendo ensino fundamental, ensino médio, ensino superior, educação de
jovens e adultos, educação profissional, educação especial e educação a distância, exceto ensino militar.”
(Portal MEC) (grifo meu). A
Constituição Federal do Brasil incorporou como princípio que todas e
15
qualquer educação visa o pleno desenvolvimento da pessoa, seu
preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
(CF Art. 205). sendo assim, a educação de jovens e adultos,
participa deste princípio e, portanto, deve ser considerada. Com tudo,
a lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394/96)
12
estabeleceu no capítulo II, seção V a Educação de Jovens e Adultos.
O artigo 37
considera: “A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou
oportunidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria”. Nesse caso, entende-se que a
EJA possui um potencial inclusivo e compensatório de educação. Contudo, conclui-se
que a Educação de Jovens e Adultos, a EJA, para além de
19
ser uma política educacional deve ser, sobretudo, uma política social que tem como objetivos dar aos
alunos melhores condições de trabalho, bem como,
melhorar a qualidade de vida pessoal e profissional dos
31
educandos e incluir socialmente essas pessoas. Ainda
de acordo com o artigo 37 da referida lei,
29
está sob a responsabilidade do governo
estimular o acesso da população a esse programa educacional, bem
12
como apresentar condições de funcionamento para que de fato sejam
efetivados esses objetivos. Entende-se que
é certa a boa intenção existente sobre essa política educacional referente a
educação de jovens e adultos. No entanto, não se
28
pode negar as dificuldades existentes devido aos cortes de verbas na educação, tanto na esfera federal
quanto por parte dos governos estaduais. Claramente essa precarização do ensino não atinge apenas a
política educacional direcionada aos jovens e adultos da EJA, mas todo o conjunto da educação vem
sofrendo com esses cortes na educação. Esses cortes no orçamento da educação podem acarretar
diversas consequências, comprometendo, inclusive, a qualidade do ensino no país. A educação nos
últimos anos vem sofrendo com cortes de verbas e no ano de 2015 teve um corte feito pelo governo
federal de mais de 7 bilhões de reais e esse ajuste pode continuar acontecendo nos próximos anos,
acarretando a precarização do setor, o qual deveria ser tratado com grande importância, uma vez que, a
educação deve estar presente na vida de todas as pessoas. O relatório da ONU desse ano sobre a
questão da educação
condena cortes de orçamento para a educação no Brasil. De
10
acordo com Saldaña:
O Comitê sobre os Direitos da Criança da Organização das Nações
17
Unidas (ONU) mostrou preocupação com os cortes de orçamento na
área da educação no Brasil e recomendou aumento nos investimentos no
setor.
(…)
Desde o final do ano passado o governo federal tem cortado
10
orçamento para educação. Programas, como por exemplo o de
Dinheiro Direto na Escola (PDDE), bolsas para iniciação à docência e do
Pacto de Alfabetização, tiveram atrasos. Governos estaduais, como o de
São Paulo, também realizaram cortes neste ano.
(…)
Em caso de escassez de recursos, a ONU indica que a educação
8
pública seja priorizada em detrimento à privada. O avanço da
privatização da educação, como a adoção por parte de municípios de
sistemas de ensino padronizado, é criticado pelo documento. O comitê se
coloca contrário ao aumento do número de escolas sob a responsabilidade
da Polícia Militar.
As consequências devido aos cortes de orçamento na educação podem ser profundas. Podendo acarretar
o abandono das escolas por parte dos alunos. O descaso e falta de estrutura, gera outros problemas ainda
maiores, sendo que a desistência dos alunos que passarão a encontrar maiores dificuldades na escola
aumentará. E são esses alunos, os que não conseguem finalizar os estudos no tempo certo, que são
atendidos
pela Educação de Jovens e Adultos– EJA. É
41
certo
que a EJA pretende formar pessoas aptas e com conhecimentos
1
igualitários,
valorizando, assim, a educação.
Segundo Moll: Nesse sentido, quando falamos“em adultos em processo de
1
alfabetização” no contexto social brasileiro, nos referimos a homens e
mulheres marcados por experiências de infância na qual não puderam
permanecer na escola pela necessidade de trabalhar, por concepções que
as afastavam da escola como de que“mulher não precisa aprender” ou“saber
rudimentos da escrita já é suficiente”, ou ainda, pela seletividade construída
intimamente na rede escolar que produz ainda hoje itinerários descontínuos
de aprendizagens formais. Referimo-nos a homens e mulheres que viveram
e vivem situações limite nas quais os tempos de infância, foi via de regra de
trabalho e de sustento da família. (MOLL, 2004, p.11)
Devido a tantas dificuldades e ao grande número de pessoas analfabetas, no início dos anos 1960, o
educador e filósofo brasileiro, Paulo Freire, junto com uma equipe de
1
educadores, se dedicou à Educação de Jovens e Adultos, a fim de
provocar mudanças sociais.
A trajetória de Freire, seu reconhecimento internacional, aconteceu
após a divulgação da Pedagogia do Oprimido,é nessa obra que o
5
educador explicita sua proposta de alfabetização. Aliás, essa obra
precisou ser lida no Brasil às escondidas durante o
regime militar. Contudo, “permanece um livro histórico, não apenas por seu vigor de época, mas também e
sobre tudo por seu vigor que ultrapassa fronteiras culturais locais, nacionais, regionais. Ele alcançou uma
universalidade (...)”. (Casali, 2001:21). Casali ainda escreve sobre Paulo Freire, um homem
coerente com seu tempo, vejamos: A obra de Paulo Freire, assim como a
2
obra de todo bom herói, é um desses fenômenos de forte apelo mítico.
De tão bem que ele desencantou o mundo, encantou-se, e nos fez
encantarmo-nos com ele. Sua obra e sua figura pessoal encontram-se, pois,
intensamente cercadas de uma aura. Isso não é surpreendente. Isso veio
sendo construído ao longo de sua vida profissional, e se acentuou à medida
que envelhecia. O fundamento político dessa construção foi sua condição
de patriota vitimado, que arriscou sua vida para realizar um projeto
salvador: a libertação cultural e política de seus irmãos miseráveis,
analfabetos, oprimidos. O que custou-lhe um exílio. Ao mesmo tempo,
valeu-lhe o acesso ao mundo, e ao mundo, o acesso a ele. (Casali, 1998:98).
O
pensamento pedagógico dele inspirou projetos e alfabetização e educação populares, que foram
analisados e apoiados por estudantes, intelectuais, católicos, grupos populares e educadores. Em 1964
foi aprovado o Plano Nacional de Alfabetização que, orientado pela
1
proposta de Paulo Freire, previa o programa de alfabetização para todo
o Brasil.
Segundo Aranha: Ao longo das mais diversas experiências de Paulo
1
Freire pelo mundo, o resultado sempre foi gratificante e muitas vezes
comovente. O homem iletrado chega humilde e culpado, mas aos poucos
descobre com orgulho que também é um“fazedor de cultura” e, mais ainda,
que a condição de inferioridade não se deve a uma incompetência sua, mas
resulta de lhe ter sido roubada a humanidade. O método Paulo Freire
pretende superar a dicotomia entre teoria prática: no processo, quando o
homem descobre que sua prática supõe um saber, conclui que conhecer é
interferir na realidade, daqueles que até então detêm seu monopólio.
Alfabetizar é, em última instância, ensinar o uso da palavra. (ARANHA, 1996,
p.209).
Paulo Freire insistiu
para mostrar que a alfabetização é fundamental para o conhecimento em
1
geral, sobretudo para a própria pessoa, para a compreensão do mundo
e da importância que as pessoas têm no mundo e que a partir da leitura
somos capazes de participar de sua transformação. A estimativa de Freire era
de que a escola deveria habilitar o aluno a“ler o mundo”, pois assim, conhecendo a
sua realidade e a do mundo e de sua cultura,
poderia, finalmente, melhorá-las e mudá- las. Ou seja, para alcançar transformações é necessário saber e
conhecer a realidade em que se vive. Paulo Freire elaborou um parecer sobre a
alfabetização de adultos conscientizadora que tinha como princípio
20
básico: a leitura do mundo precede a leitura da palavra. O
educador partia do
pressuposto de que deveria conhecer a realidade dos adultos para
4
poder começar o processo de alfabetização/conscientização, devido a isso fazia entrevistas com os
matriculados nas aulas para aferir as particularidades da linguagem usada na localidade, bem como, o
cotidiano de cada um e a cultura do lugar, pois assim seria possível
1
saber qual material
e metodologia usar com cada grupo para tornar o processo de alfabetização possível para os adultos que
passaram tantos anos longe dos estudos. O educador deve se adequar a realidade dos alunos, mantendo
o diálogo.
Segundo Paulo Freire: Alfabetização é mais que o simples domínio mecânico
1
de técnicas para escrever e ler. Com efeito, ela é o domínio dessas técnicas em
termos conscientes. É entender o que se lê e escreve o que se entende. (...) Implica
uma auto formação da qual se pode resultar uma postura atuante do homem sobre seu
contexto. Para isso a alfabetização não pode se fazer de cima para baixo, nem de fora
para dentro, como uma doação ou uma exposição, mas de dentro para fora pelo
próprio analfabeto, apenas ajustado pelo educador. Isto faz com que o papel do
educador seja fundamentalmente diálogos com o analfabeto sobre situações concretas,
oferecendo-lhes os meios com que os quais possa se alfabetizar. (FREIRE, 1989,
p.72)
A metodologia pedagógica de Paulo Freire se baseia na conscientização, além de se dar de maneira que
possa surgir o pensamento crítico e ético, como caminho do processo educativo. Preocupando-se,
principalmente,
com a vida dos massacrados pelo sistema, os que sofrem com
5
discriminações, dominações, injustiças, os excluídos, os oprimidos.
Enfim, de acordo com Freire,
aqueles que não têm, ou não tiveram, acesso à escola no momento
devido. A
5
pedagogia libertadora, que tem Paulo Freire como mentor e inspirador, é uma das tendências pedagógicas
existentes mais conhecidas no Brasil. Essa tendência pedagógica leva em consideração
o antiautoritarismo, a valorização da experiência vivida como base da
3
relação educativa e a ideia de autogestão pedagógica, valoriza mais o
processo de aprendizagem em
grupo, como a participação em
discussões, assembleias e votações do que aos conteúdos de ensino.
18
O importante, aqui não é a transmissão dos conteúdos tradicionais e
específicos, mas o despertar numa nova forma da relação com
experiência vivida. Assim, de acordo com Ferreira, 2002, p.07:
Para que o ensino seja um ato de conhecimento, é necessário existir
3
entre educador e educando uma relação dinâmica de autêntico
diálogo, ou seja, em que os sujeitos do ato de conhecer se encontram
mediatizados pelo objeto a ser conhecido. Nos pressupostos de
aprendizagem a própria designação de educação problematizadora como
correlata de educação libertadora revelando a força motivadora de
aprendizagem. A motivação dá-se a partir da codificação - decodificação de
uma situação –problema, da qual se toma distância para analisá-la
criticamente. Aprender é um ato de conhecimento da realidade concreta,
isto é, de uma situação real vivida pelo educando, e só tem sentido se
resulta de uma aproximação crítica dessa realidade concreta. Dessa forma,
o que é aprendido não decorre de uma imposição ou memorização, mas
sim, do nível crítico de conhecimento, ao qual chega-se pelo processo de
compreensão, reflexão e crítica. De acordo com a
necessidade da tomada de consciência pelos indivíduos, na concepção dos freirianos, “a educação deve
procurar desenvolver a tomada de consciência e a capacidade de atitudes criticas, que possibilite ao
homem aprender a escolher e a decidir, libertando-se em lugar de submeter-se” (Freire 1999). Obviamente
essa mudança não acontecerá do dia para a noite, e é imprescindível o papel do professor enquanto
formador de consciência na construção do conhecimento. E ainda mais quando se fala da alfabetização de
Adultos, uma vez que alfabetizar não deve ser apenas ler e escrever, mas entender, conseguir
problematizar e criticar.
Para Freire, no processo pedagógico, alunos e professores devem
16
assumir seus papéis conscientemente – não são apenas sujeitos
do“ensinar” e do“aprender”, e sim, seres humanos com histórias e trajetórias
únicas. Para ele, o processo de educar alguém é
dialógico, ou seja, um intercâmbio constante entre alunos e professores, onde um aprende com o outro
assim como um ensina o outro a partir de suas experiências e conhecimentos. Para
Freire: Se a educação é dialógica, é óbvio que o papel do professor, em
6
qualquer situação, é importante. Na medida em que ele dialoga com os
educandos, deve chamar a atenção destes para um ou outro ponto menos
claro, mais ingênuo, problematizando-os sempre. O papel do educador não
é o de“encher” o educando com“conhecimento”, de ordem técnica ou não, mas
sim, o de proporcionar, através da relação dialógica educador-educando, a
organização do pensamento correto de ambos (FREIRE,
1975). A
partir do método dialógico procura-se estabelecer com os alunos uma
4
relação de ensino -aprendizagem que parte da realidade deles e das
suas experiências de vida, poisé necessário um processo de ensino que leve
em consideração o conhecimento que os alunos possuem. Para
Freire:“nosso papel não é falar ao povo sobre a nossa visão do mundo, ou tentar
impô-la a ele, mas dialogar com ele sobre a sua e a nossa” (FREIRE, 1975, p. 102),
ou seja, para ele o professor precisa construir um conhecimento junto com
os alunos, não impondo o seu saber em sala de aula. Para isso o professor
precisa conhecer os seus alunos e reconhecer os saberes que eles
possuem, que vêm das suas experiências.
A partir da reflexão teórico-metodológica de Paulo Freire, quando esse escreve
que o professor não é o detentor do saber, mas sim um mediador,
4
procura- se
desenvolver com os alunos uma relação dialógica, que busque a construção do conhecimento
na sala de aula a partir do debate de ideias. O dialogo libertador é
33
uma comunicação democrática, no qual a ação deve dar-se também na prática da busca de reinventar o
mundo, afirmando a liberdade dos participantes de refazer sua cultura. A cultura dos alunos é construída
historicamente, cotidianamente a partir das relações sociais, do trabalho, na família, do lugar que os
sujeitos ocupam na sociedade desigual e dividida entre proprietários e não proprietários e não apenas na
escola. O diálogo dentro desta perspectiva é uma forma de que ambos os sujeitos envolvidos no processo
de aprender construam reflexões acerca do objeto de conhecimento. Nesse processo, eles podem fazer e
refazer criticamente esse conhecimento. Sendo assim, acredita-se
que a educação passa ser libertadora, pois os alunos acabam se
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reconhecendo enquanto um sujeito que pode transformar a sua
realidade.
A partir desse diálogo e dessa construção é que deve acontecer
a alfabetização de jovens e adultos
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na EJA. Educar para libertar. Vivemos hoje em uma sociedade em constante evolução. A globalização
passou a exigir mais das pessoas, com os
avanços tecnológicos diários e as constantes mudanças no mundo do
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trabalho,
é imprescindível ser alfabetizado. Todas essas mudanças, fez e faz voltar para a sala de aula aqueles que,
por motivos vários, não tiveram oportunidade de terminar os estudos no tempo certo. O que se espera da
EJA é que alfabetize, possibilitando a todos o acesso à cultura,
1
às informações das quais foram privados, devido a exclusão escolar.
Compreende-se que a qualidade na escola está diretamente
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relacionada ao bom aprendizado dos seus alunos. Porém,
como já relatado nesse artigo, sabe-se que,
uma série de fatores convergem para a obtenção de melhores resultados,
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e é através dos Indicadores da Qualidade na Educação que se avalia
as condições necessárias para que esse objetivo macro seja alcançado.
Ultimamente a
falta de interesse dos governantes e a realidade dos cortes de verbas para o ensino público vem
sucateando cada vez mais as condições de se oferecer
um ensino público, gratuito e de qualidade no país. Estabelecer uma
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educação que estimule a realização das capacidades e o espírito crítico dos alunos e que alfabetize a
partir de sua realidade é de plena importância para que esses entendam que podem mudar a realidade,
que podem intervir na construção do espaço onde estão inseridos e que sejam sujeitos ativos na
intervenção da realidade. A superação do sistema de ensino alienador que está posto hoje, apenas será
possível a partir da tomada de consciência das pessoas e da intervenção concreta na realidade pelos
indivíduos alfabetizados. É necessário entender que ser alfabetizado não é apenas ler e escrever, é
importante relacionar, compreender o contexto. “Não basta saber ler que Eva viu a uva. É preciso
compreender a posição que Eva ocupa no seu contexto social, quem trabalha para produzir a uva e quem
lucra com esse trabalho”.
(FREIRE, 1991, p.22).
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Antes de Freire, educação e política pareciam antagônicas,
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porém, sua pedagogia de caráter progressista rompe com essa ideia
de uma escola que não conhecia o exercício da democracia e da
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cidadania.
Sobre a tomada de consciência ao alfabetizar-se, de acordo com a metodologia utilizada por Freire,
Josgrilbert escreve:
Segundo Paulo Freire, a educação deve procurar desenvolver a tomada
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de consciência e a atitude crítica, graças à qual o homem aprende a
escolher e a decidir, libertando-o em lugar de submetê-lo, de domesticá-lo,
de adaptá-lo, como ainda faz com muita frequência a educação em vigor em
um grande número de países do mundo.
O homem ao mudar a sua realidade, também vai se transformando, na
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medida em que ele se integra ao seu contexto e se compromete, vai
construindo a si mesmo. O homem, porque é homem, é capaz de
reconhecer que não vive em um eterno presente, e sim em um tempo, feito de
hoje, ontem e de amanhã; esta tomada de consciência de sua
temporalidade (que lhe vem de sua capacidade de discernir) permite-lhe
tomar consciência de sua historicidade.
(Josgrilbert, p.9) Educar-se é como se libertar, o saber é imprescindível e abre portas para infinitas
possibilidades e é necessário começar do início. Como se viu, alfabetizar-se, para além de ler e escrever,
pressupõe entender, ou seja, desenvolver a capacidade de analisar, criticar, e compreender, não apenas o
que se lê, mas, a realidade em si. Alfabetizar-se é se apropriar da cultura e diminuir o distanciamento
social. Ao se alfabetizar a pessoa pretende encontrar seu espaço, pertencendo a um mundo letrado, busca
uma vida melhor, longe da exclusão cultural, discriminação e opressão. Na metodologia utilizada por Paulo
Freire para a alfabetização, a leitura é apenas parte da aprendizagem. A conscientização vai esboçando
novas perspectivas de vida, uma vez que, os que vão sendo alfabetizados por esse método passam a
entender sua capacidade de transformação, lendo o mundo através da palavra. Ao se conscientizar, a
pessoa assume seu papel enquanto sujeito da história, que pode agir sobre seu meio, não se acomodando
sobre a condição que se encontrava. Alfabetizar-se, conscientizar-se, faz com que o homem assuma uma
posição frente ao mundo. CONCLUSÃO
A educação é direito de todos e deve servir a todos também, a escola
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precisa estar preparada para receber jovens que tinham abandonado seus estudos, bem como adultos
que, não tiveram oportunidades de frequentar a escola quando mais jovens. Escolas preparadas no
sentido de
atender as necessidades que esses alunos da educação para jovens e
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adultos
tem. Paciência por parte dos professores e profissionalismo para construir o conhecimento lado a lado com
cada aluno, independente da idade ou grau de dificuldade. A EJA pretende acabar com o analfabetismo,
dando oportunidades de estudo a todos, uma vez que a sociedade exige cada vez mais das pessoas,
então deve-se exigir da sociedade, dos governos, que atendam as necessidades básicas de cada um,
como o direito a escola, por exemplo. Seja para enfrentar o mercado de trabalho, alcançar melhores
colocações em empregos ou sentir a necessidade da apropriação da cultura e do saber, a educação serve
para tudo isso, além da conscientização por parte do até então analfabeto. Viu-se, ao longo desse artigo,
sobre a real necessidade de programas como a EJA que tenham como objetivo alfabetizar
os jovens e adultos que não frequentaram a escola
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no tempo certo, uma necessidade que já começará chamar atenção desde o início do século passado e
que está presente até nos dias de hoje. Porém hoje em dia, existem maiores oportunidades e chances de o
analfabeto ter acesso à educação consequentemente avançar em sua vida. Também atentamos para as
dificuldades que existem, relacionadas a precarização e sucateamento do ensino, sabendo que não
existem milagres e, portanto, é preciso exigir melhorias por parte dos governos, para que esse
programa de alfabetização de jovens e adultos, a EJA, possa continuar
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avançando e
atendendo aqueles que necessitam e querem se alfabetizar. A metodologia desenvolvida por Paulo Freire,
que como vimos, foi um grande educador e filósofo, atento às necessidades de seu tempo, atende de
forma séria a necessidade dos alunos, capacitando-os e conscientizando-os, a fim de que através da
detenção do saber sejam livres e capazes de transformar a realidade em que vivem. Mentor da educação
para a consciência, seu legado para o mundo é a conscientização e, portanto, a libertação através da
educação. BIBLIOGRAFIA CASALI, Alípio. Paulo Freire: O educador na história. Revista Educação,
Sociedade e Culturas, no 10, 1998, 95-109. _____________. Saberes e Procederes Escolares: O singular,
o parcial, o universal. São Paulo, PUC, 2000. In Mimeo. FREIRE, Paulo. A educação na cidade. São Paulo:
Cortez,1991. ____________. A educação como pratica da liberdade. 23a Ed.. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1999. ____________. Pedagogia do Oprimido. 13.ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1983. ____________. A
importância do ato de ler: em três artigos que se completam, 42a ed. São Paulo: Cortez, 2001.
PROVOCAÇÕES EDUCACIONAIS NA ERA VARGAS. Disponível em:
http://www.webartigos.com/artigos/educacao-na-era-vargas/92753/. Agosto de 2012. (acesso em
04/12/2015). MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. HISTÓRIA. Disponível em: http://portal.mec.gov.br. (acesso
em 04/12/2015). EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS. Disponível em: http://ejaprofcicerobarbosa.blogspot.com.br/2010/03/eja-na-ldb-939496.html. (acesso em 07/12/2015). JORNAL
ESTADÃO, Blog do Saldaña. Disponível em: http://educacao.estadao.com.br/blogs/paulo-saldana/onucondena-cortes-de- orcamento-da-educacao-no-brasil/. (acesso em 08/12/2015).

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