11/2012 - Jornal Cultivando Água Boa, edição nº 21 (pdf / 4,37 MB)
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J O R N A L D O P R O G R A M A S O C I O A M B I E N TA L D A I TA I P U B I N A C I O N A L Cultivando FOZ DO IGUAÇU – NOVEMBRO DE 2012 – Nº 21 1 anos CAB comemora como modelo de gestão ambiental inovador ENTRE ASPAS Especial Um exemplo de boa sustentabilidade: “Cultivando Água Boa” Encontros preparatórios para o CAB+10 avaliam conquistas e elaboram propostas Os dez anos do Programa Cultivando Água Boa significam a confirmação de que a combinação de dois paradigmas fundamentais do pensamento ecológico, o cuidado e a sustentabilidade, são realizáveis. Não apenas em pequena escala, mas em grande escala como é o caso significativo e desafiador da Itaipu Binacional. Prefeitos atuais e eleitos uniram-se com integrantes dos projetos do CAB para traçar novas metas para os próximos dez anos Tal fato é um exemplo para o mundo, já reconhecido e premiado inúmeras vezes. Mesmo dentro do sistema vigente, com alta insustentabilidade, o Programa Cultivando Água Boa rompe com a lógica dominante e mostra que é possível, de baixo para cima, a partir do povo e das comunidades e nos quadros de uma determinada região ecológica, criar uma miniatura daquilo que poderá, e possivelmente deverá ser o futuro de uma humanidade reunida no único Planeta Terra. Num acordo entre Brasil e Paraguai, construiu-se a maior hidrelétrica do mundo, circundada por 29 municípios, onde vivem mais de um milhão de pessoas, nos mais diferentes campos da atividade humana. E o insight de seus diretores Jorge Samek e Nelton Friedrich juntamente com a equipe que os acompanha e os parceiros dos 29 municípios da barragem nos inícios de sua administração em 2003, foi o de que a água não se destina apenas para produzir energia elétrica, mas também para gerar todo tipo de energia necessária aos seres que dependem vitalmente da água, especialmente os humanos. Operaram, o que é extremamente difícil, mas necessária e prévia, uma verdadeira revolução cultural, sem a qual a sustentabilidade não se firma: introduziram um complexo de princípios, valores, hábitos, estilos de educação, formas de relacionamento com a sociedade e a natureza, modos de produção e de consumo que justificam os dois lemas adotados: um novo modo de ser para a sustentabilidade, e o outro: somos a mudança que queremos no planeta. Quem acompanha o Cultivando Água Boa sai com a certeza: a humanidade é resgatável, há tempo suficiente e ela tem jeito. Não é impossível, como dizia Fernando Pessoa, criar um mundo que ainda não foi ensaiado. Num recanto remoto do Planeta Terra, em Itaipu, junto às esplendidas Cataratas do Iguaçu, revela-se a capacidade humana de criar uma biocivilização e uma Terra de Boa Esperança (Ignacy Sachs) a partir da água, bem natural, insubstituível e fonte de toda vida. Leonardo Boff é formado em Teologia e Filosofia, autor de mais de 80 livros. Desde 1980 tem se ocupado intensivamente com as questões da ecologia, tendo ajudado a formular uma ecoteologia da libertação. Foi um dos redatores da Carta da Terra, é membro de sua Comissão Internacional, é fundador e Presidente de Honra do Centro de Defesa dos Direitos Humanos de Petrópolis.ajudou a formular uma ecoteologia da libertação e foi um dos redatores da Carta da Terra. Índice Encontros preparatórios para o CAB+10 avaliam conquistas e elaboram propostas 2 Encontro anual CAB comemora 10 anos 4 Conheça os prêmios que o Programa Cultivando Água Boa já recebeu em seus 10 anos 7 Itaipu é premiada como “Empresa Cidadã” pela Rádio Eldorado de SP 10 Especial RIO+20 11 Desenvolvimento Rural Sustentável 24 Carta da Terra infantil chega às escolas 27 Plantas medicinais 28 Criação de peixes em tanques-redes contribui para sustentabilidade de comunidades 30 Estande da Itaipu é destaque na Feira Nacional de Ciência e Tecnologia em Brasília 32 Prefeitos eleitos reafirmam compromisso com o Programa Cidades Sustentáveis 33 Representantes do Projeto Caldes, da União Europeia, conhecem o CAB 34 Estado da Bahia quer implantar metodologia do CAB 35 Itaipu coordena participação brasileira em rede sobre direito à água 35 CAB será apresentado em evento mundial de Jovens Cientistas promovido pela Unesco 36 Jovens da BP3 participam do 3º Juvensur 36 CAB+10 inova e traz “Diálogos em Humanidade” 37 Depoimentos 38 Passatempo 40 Itaipu Binacional Diretor-Geral Brasileiro: Jorge Miguel Samek Diretor de Coordenação e Meio Ambiente: Nelton Miguel Friedrich Superintendentes: Newton Kaminski (Obras), Jair Kotz (Meio Ambiente) e Marcos Baumgartner (Planejamento e Coordenação) Assistente do diretor de Coordenação e Meio Ambiente: Pedro Irno Tonelli Chefe da Assessoria de Comunicação Social: Gilmar Piolla Textos: Comunicação Mais Divisão de Imprensa da Itaipu Binacional Assessoria de Imprensa do Conselho dos Municípios Lindeiros Edição: Lucy Brandão Coordenação: Claudia Stella Diagramação e ilustração: Robson Rodrigues Fotografias: Adenésio Zanella, Alexandre Marchetti, Caio Coronel, Nilton Rolin e Acervo da Itaipu Binacional O prefeito de Marechal Rondon e anfitrião do encontro preparatório, Moacir Froehlich, ressaltou que o programa CAB, assim como outras iniciativas da binacional, despertou nos moradores dos municípios da Bacia Hidrográfica do Rio Paraná, parte 3 (BP3) o sentimento de mudança de conceitos e comportamento. “Hoje os programas do CAB integram a vida das pessoas e nós, na condição de gestores públicos, temos o dever de apoiar e manter a parceria que nos traz como resultado a qualidade de vida da nossa gente”. Participantes deram sugestões para os próximos dez anos Marechal Cândido Rondon foi a última das três cidades que sediaram os eventos preparatórios para o Encontro Cultivando Água Boa+10: o Caminho Adiante. No último dia 06 de novembro, mais de 250 pessoas de 11 municípios da Bacia do Paraná 3 (BP3) se reuniram em Rondon. Os primeiros encontros aconteceram no dia 30, em Foz do Iguaçu e 31, em Toledo. Participaram mais de 400 pessoas de 18 municípios, entre parceiros, gestores e coordenadores que atuam nas diversas frentes do Programa Cultivando Água Boa (CAB). A missão de todos é avaliar as conquistas do programa de 2003 a 2012 e construir propostas para os próximos dez anos. Alguns prefeitos atuais e eleitos da região uniram-se às lideranças dos municípios de Marechal Cândido Rondon, Santa Helena, Entre Rios do Oeste, Pato Bragado, Mercedes, Quatro Pontes, Nova Santa Rosa, Terra Roxa, Altônia, Guaíra e Mundo Novo J o r n a l C u l t iv a n d o Ág u a B o a Ita i pu Bi na c i onal (MS) que estão engajadas no CAB e interagiram por meio de uma avaliação sobre as atividades desenvolvidas no período de 2003 a 2012. Um dos pontos altos do encontro foi o momento em que todos, divididos por programas, deram sugestões para o incremento do CAB nos próximos dez anos. O prefeito eleito de Pato Bragado, Arnildo Rieger - município com aproximadamente 5 mil habitantes - garantiu que será um parceiro incondicional do Cultivando Água Boa pelo fato de que os melhores resultados apenas são possíveis quando o trabalho é desenvolvido em conjunto. “Nós somos o Cultivando Água Boa e sentimos orgulho em fazer parte desta mudança necessária para o planeta”. Cleci Rambo Loffi, prefeita eleita de Mercedes (atual vice-prefeita) e o vereador Vilson Martins, que a partir de janeiro de 2013 assumirá o cargo de vice- Participaram ainda o prefeito de Entre Rios do Oeste e presidente do Conselho de Desenvolvimento dos Municípios Lindeiros ao Lago de Itaipu, Élcio Zimmermann; o prefeito eleito de Quatro Pontes, Paulo Feyh e o prefeito eleito de Entre Rios do Oeste, Jones Heiden. Para o diretor de Coordenação e Meio Ambiente de Itaipu, Nelton Friedrich, o reconhecimento dos trabalhos desenvolvidos em parceria é gratificante. “Nesses anos de caminhada nunca tivemos problema com a descontinuidade do programa devido à mudança de gestores municipais. Temos uma relação muito forte com a região e essa força legitimada faz com que as ações ganhem vida e proporcionem a verdadeira transformação”, destacou o diretor. Nos três encontros preparatórios, mais de 600 lideranças dos 29 municípios da BP3 estiveram reunidas. A expectativa do encontro anual, que acontece nos dias 22 e 23 de novembro em Foz do Iguaçu, é reunir 2.500 pessoas da região. Impresso em novembro de 2012 Tiragem: 10.000 exemplares DIRETORIA DE COORDENAÇÃO Av. Tancredo Neves, 6.731 Foz do Iguaçu – PR - CEP 85.866-900 Fone (45) 3520-5724 | Fax (45) 3520-6998 E-mail: [email protected] Encontro em Foz do Iguaçu reúne mais de 200 pessoas 2 -prefeito, também participaram do pré-CAB em Marechal Rondon. Para ambos, o trabalho que vem sendo desenvolvido por Itaipu Binacional faz com que os municípios se aproximem e troquem experiência. “Essa parceria é fundamental e tem que continuar para que possamos, cada vez mais, proporcionar qualidade de vida para o nosso povo”, disse a prefeita eleita. N º 21 N o vemb ro 2 0 1 2 N º 21 N o vemb ro 2 0 1 2 Pré-CAB no município de Toledo J o r n a l Cu l t i v a n d o Ág u a Bo a I t a i pu B i n a c i o n a l 3 Especial Encontro anual Cultivando Água Boa comemora 10 anos U Novas prioridades Desde 2003, a Itaipu Binacional e diversos parceiros do Programa Cultivando Água Boa vêm conseguindo mudar a realidade de populações em situação de risco social na área de influência do reservatório (a Bacia Hidrográfica do Rio Paraná – Parte 3). Os encontros do CAB constituem um dos principais pontos da metodologia participativa que caracteriza o programa U m dos programas socioambientais de maior destaque na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável – a Rio+20 – realizada no Rio de Janeiro, em junho deste ano, o Cultivando Água Boa chega à 10ª edição de seu encontro anual com uma marca reconhecida de boas práticas e uma responsabilidade ainda maior. Com o tema “O caminho adiante”, o encontro reúne, nos dias 22 e 23 de novembro, mais de dois mil participantes para celebrar as conquistas, avaliar as ações executadas e planejar o próximo ano do programa socioambiental. O evento acontece no Centro de Convenções do Hotel Rafain Palace, em Foz do Iguaçu. O Cultivando Água Boa (CAB), já reconhecido internacionalmente como modelo de gestão ambiental inovador, é desenvolvido pela Itaipu Binacional, a maior hidrelétrica do mundo em geração de energia limpa e renovável do planeta, e diversos parceiros, entre prefeituras, empresas, organizações não governamentais e a comunidade em geral. Fazem parte da programação diálogos com a comunidade, reunião de prefeitos eleitos, homenagens, palestras, apresentações culturais, premiações, shows e participação de grandes nomes ligados à sustentabilidade. O encontro do CAB é uma grande oportunidade de aprendizagem, troca de informações e percepções sobre o programa. Os encontros anuais do CAB constituem um dos principais pontos da metodologia participativa que caracteriza o programa. Na Rio+20, o CAB, que já conquistou vários prêmios nacionais e internacionais, foi tema de debates, palestras e recebeu o referendo de delegações governamentais, instituições, organismos internacionais, ativistas e militantes de ONGs e movimentos sociais. A ministra de Meio Ambiente, Izabella Teixeira, foi uma das mais entusiastas. Ela destacou a importância do Cultivando Água Boa, ressaltando, inclusive, um dos seus aspectos fundamentais: contribuir para manter limpa a matriz energética brasileira, o que é possível porque o País utiliza em larga escala a hidroeletricidade. Marcos Terena, líder indígena e articulador do Comitê Intertribal do Brasil, defendeu a contribuição que a usina hidrelétrica de Itaipu tem dado às comunidades dos avá-guaranis da região. “Essas aldeias se tornaram autossustentáveis graças ao trabalho do CAB”, disse. Atuação O programa de desenvolvimento sustentável estabelece uma rede de proteção dos recursos da Bacia Hidrográfica do Paraná 3, localizada no oeste do Paraná, na confluência dos rios Paraná e Iguaçu. Cerca de um milhão de habitantes, em 29 municípios, são beneficiados. Um dos pontos fortes do CAB é o apoio de Itaipu aos produtores rurais da Bacia do Paraná 3, na recomposição da mata ciliar de suas propriedades. Em torno do reservatório, a Itaipu já plantou 24 milhões de árvores. A empresa também incentiva a agricultura familiar e orgânica, o uso de plantas medicinais e a sustentabilidade de comunidades que vivem em seu entorno. São pescadores artesanais, indígenas e catadores de materiais recicláveis, em um total de mais de duas mil famílias atendidas. As ações que beneficiam essas comunidades estão abrigadas nas iniciativas Produção de Peixes em Nossas Águas, Sustentabilidade de Comunidades Indígenas e Coleta Solidária. No segmento dos pescadores, por exemplo, a Itaipu vem conseguindo mudar a cultura extrativista com a adoção da aquicultura (criação de peixes em tanques-redes). Em seis municípios da região, o peixe passou a fazer parte do cardápio na merenda escolar. “A inclusão da carne de peixe na merenda foi possível graças a uma máquina que separa as espinhas. A produção de carne mecanicamente separada já chega a 30 toneladas”, explicou o gestor do projeto, Irineu Motter, da Itaipu. No total, são cerca de 850 pescadores assistidos, organizados em sete colônias e duas associações. Em nove anos, a Itaipu investiu R$ 4,2 milhões no projeto, o que permitiu a implantação de 550 tanques-redes na região. As pesquisas feitas por Itaipu sobre a capacidade de suporte ambiental do reservatório para esse tipo de atividade resultou no licenciamento pelo Ibama dos três primeiros parques aquícolas do Brasil. O cultivo de peixes em tanques-redes também é uma prática que vem ajudando na melhoria das condições de vida de comunidades indígenas atendidas pelo Cultivando Água Boa. Na reserva indígena do Ocoy, por exemplo, os 40 tanques-redes respondem por uma produção anual de oito toneladas de peixes. Itaipu apoia os produtores rurais na recomposição da mata ciliar de suas propriedades e já plantou 24 milhões de árvores em torno do reservatório Catadores As ações da Itaipu voltadas aos catadores de materiais recicláveis se tornaram uma referência no País. Prova disso é que a Itaipu compõe o Comitê Interministerial para Inclusão Social e Econômica dos Catadores e atua, desde 2008, em parceria com o Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis. Em 2012, formalizou um novo convênio com o Instituto Lixo e Cidadania para atender, além dos catadores da região da Bacia do Paraná 3 (BP3), os da Região Metropolitana de Curitiba e do Litoral do Paraná. Em todos os 29 municípios que fazem parte da BP3, são cerca de mil catadores atendidos pelo projeto Coleta Solidária, organizados em 25 associações e três cooperativas. Um dos resultados do Coleta Solidária foi a criação de um veículo elétrico para transporte de materiais coletados pelos catadores. Através de convênio com o movimento nacional da categoria, foram doados 150 carrinhos que estão em testes em várias cidades do País (o modelo ficou em exposição no estande da Eletrobras, no Parque dos Atletas, durante a Rio+20). Dinâmica de grupo simboliza a união e a importância da participação de cada agente nas ações do CAB 4 J o r n a l C u l t iv a n d o Ág u a B o a Ita i pu Bi na c i onal N º 21 N o vemb ro 2 0 1 2 Jovem Jardineiro Entre as iniciativas do Cultivando Água Boa que beneficiam pessoas de baixa renda está o programa N º 21 N o vemb ro 2 0 1 2 Jovem Jardineiro. Trata-se de um projeto educativo, que já formou 229 jovens por meio de oficinas teórico-práticas, estruturadas em torno de três eixos: promoção da sustentabilidade na comunidade, conservação ambiental e consumo consciente, e plano de vida e carreira. “O projeto prepara os jovens para o mundo do trabalho, buscando desenvolver competências para o trabalho em equipe, o empreendedorismo social, o exercício da autonomia e da cidadania”, resumiu o gestor do programa, Vinícius Ortiz de Camargo. Reconhecimento O programa Cultivando Água Boa ultrapassou os limites da Bacia do Paraná 3 e tornou-se conhecido no Brasil e em várias partes do mundo como um modelo de gestão ambiental e cuidado com os recursos hídricos. Em maio, a Itaipu foi a única organização do Brasil a participar da Conferência Internacional sobre Gestão Transfronteiriça de Bacia – a Mekong2Rio, realizada em Phuket, na Tailândia. Os resultados das ações efetivas realizadas pelo CAB chamaram a atenção de líderes mundiais. No Equador, a metodologia do Cultivando Água Boa foi apresentada no Encontro Río Daule, que reuniu autoridades ligadas aos recursos hídricos na América Latina. Ainda este ano, o diretor de Coordenação e Meio Ambiente da Itaipu, Nelton Friedrich, foi convidado a integrar o Mecanismo Permanente de Consulta do projeto Governança de Águas Subterrâneas da Unesco. J o r n a l Cu l t i v a n d o Ág u a Bo a I t a i pu B i n a c i o n a l 5 Especial Especial - prêmios Conheça os prêmios que o Programa Cultivando Água Boa já recebeu em seus 10 anos: A empresa também incentiva a agricultura familiar e orgânica A Usina de Itaipu e a região da BP3 foram visitadas por comitivas de prefeitos, empresários e cooperativas de vários estados do Brasil, entre eles Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Bahia. De outros países, vieram comitivas do Ministério do Meio Ambiente do Peru e um grupo de 21 representantes de 10 países da Europa para conhecer as ações do programa e levar o modelo para suas comunidades. 2003 • Troféu Dignidade Solidária, concedido pelo Centro Paranaense de Cidadania (CEPAC) pelo projeto Sustentabilidade Social da Região da Vila C. Em agosto, o CAB foi apresentado no Senado Federal, em audiência promovida pela Subcomissão Permanente da Água, como exemplo de replicabilidade para outras empresas e países. 2004 O reconhecimento fica evidente também com os diversos prêmios conquistados pelo programa. Em 10 anos, são mais de 25 prêmios recebidos, entre eles o Prêmio Carta da Terra (Earth Charter + 5) entregue em Amsterdã, Holanda, em 2005, para apenas quatro práticas ambientais do mundo inteiro. Foi a primeira vez que um trabalho socioambiental desenvolvido por uma empresa hidrelétrica recebeu um prêmio dessa relevância. • Prêmio FAE/FIEP de Responsabilidade Social, concedido pela Faculdade Católica de Administração e Economia (FAE) e pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP), na categoria Órgãos Públicos, com um case composto por oito projetos da Itaipu, entre eles o Jovem Jardineiro, do Cultivando Água Boa. Em 2010, a binacional recebeu o Prêmio ANA - o maior prêmio nacional em reconhecimento a cuidados com as águas, promovido pela Agência Nacional de Águas. Por dois anos consecutivos, 2010 e 2011, ações socioambientais do programa Cultivando Água Boa foram reconhecidas com o Prêmio Socioambiental Chico Mendes. Em 2012, Itaipu ficou em primeiro lugar em duas categorias do Prêmio Benchmarking Brasil: Melhores Práticas de 2012 e o Ranking Benchmarking da Década. Em anos anteriores, a empresa já havia sido reconhecida pela Mais Projetos Corporativos e pelo Instituto Mais, organizadores da premiação e referências no Brasil em gestão sustentável. Em 2007, a empresa ficou na primeira colocação do prêmio com o case “Cultivando Água Boa - na Bacia Hidrográfica do Rio • Prêmio Expressão de Ecologia Ambiental, na categoria Conservação de Recursos Naturais – Setor Privado, pelo trabalho Estudo de Ovos e Larvas de Peixes no Lago de Itaipu. Paraná 3”. Em 2009, com o case “Programa de Educação Ambiental para a Sustentabilidade”, ficou em terceiro lugar. Em 2011, ficou novamente em primeiro, com “Gestão para a sustentabilidade no espaço rural”. A mais nova conquista foi recebida no último dia 13 de novembro com o título de empresa cidadã para a Itaipu Binacional. O prêmio “Pintou Limpeza” foi concedido pelo grupo Estadão em reconhecimento 2005 ao programa Cultivando Água Boa. Para o diretor de Coordenação e Meio Ambiente da binacional, o reconhecimento é “um sinal de que estamos no caminho certo. As ações locais, trabalhando no ‘micro’, são mais impactantes porque possibilitam mudanças concretas na vida das pessoas. Nós já temos respostas para as questões da sustentabilidade, falta ganhar escala”, conclui Nelton Friedrich. • Prêmio Carta da Terra (Earth Charter + 5), conferido em Amsterdã, Holanda, na comemoração dos cinco anos do lançamento da Carta da Terra. A experiência da Itaipu foi uma das quatro vencedoras entre as 30 práticas ambientais analisadas, do mundo inteiro. Foi a primeira vez que um trabalho socioambiental desenvolvido por uma empresa hidrelétrica recebeu prêmio dessa relevância. O evento é organizado pela Iniciativa Carta da Terra (Earth Charter Iniciative), organização não-governamental que coordena movimento global pelo desenvolvimento sustentável. • Prêmio Zilda Arns de Responsabilidade Social, concedido durante o 2º Top Social ADVB. A Itaipu foi a única empresa a ser premiada em duas categorias, sendo contemplada pelos projetos socioambientais do Cultivando Água Boa e pelas ações de desenvolvimento do Parque Tecnológico Itaipu (PTI). • Prêmio Expressão de Ecologia Ambiental, na categoria Educação Ambiental, pelocase “Educação Ambiental Não-formal nas Microbacias dos Rios Lajeado, Xaxim e Sabiá”. 2006 • Prêmio COGE, concedido pela Fundação COGE (Comitê de Gestão Empresarial) — entidade jurídica sem fins lucrativos cuja missão é promover o aprimoramento da gestão empresarial e da cultura técnica do setor elétrico — reconhecendo o Cultivando Água Boa como “a melhor ação ambiental do setor hidrelétrico brasileiro. tregue pessoalmente pelo representante do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Haroldo Mattos de Lemos. • Prêmio As luzes da Água no 9º Simpósio da Água de Cannes, França, que homenageia personalidades e instituições que lideram grandes projetos relacionados à água. 2008 • Prêmio Destaque Nacional de Responsabilidade • Prêmio ABES, concedido pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental para a Itaipu Binacional, em reconhecimento ao Cultivando Água Boa. • Finalista do Prêmio da Agência Nacional de Águas (ANA), na categoria Gestão de Recursos Hídricos, pelo projeto de educação ambiental Agenda 21 do Pedaço. 2007 • Prêmio Benchmarking Ambiental Brasileiro, em reconhecimento ao Programa Cultivando Água Boa, eleito como “a melhor ação ambiental do Brasil em 2007”. O prêmio foi en6 J o r n a l C u l t iv a n d o Ág u a B o a Ita i pu Bi na c i onal N º 21 N o vemb ro 2 0 1 2 N º 21 N o vemb ro 2 0 1 2 J o r n a l Cu l t i v a n d o Ág u a Bo a I t a i pu B i n a c i o n a l 7 Especial - prêmios Socioambiental Empresarial,concedido pelo Instituto Ambiental Biosfera, do Rio de Janeiro, em reconhecimento ao conjunto de ações da Itaipu na área de responsabilidade socioambiental. • Prêmio Ecologia e Ambientalismo, concedido pela Câmara de Vereadores de Curitiba. 2009 • Prêmio ECO. Lançado pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos (Amcham) em 1982, o Prêmio ECO foi pioneiro no reconhecimento de companhias que adotam práticas sustentáveis no Brasil. A Itaipu Binacional foi uma das vencedoras do ECO 2009, como empresa de grande porte na categoria Sustentabilidade em Processos. • Prêmio Von Martius de Sustentabilidade. O Prêmio Von Martius de Sustentabilidade foi criado pela Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha, em 2000, com a proposta de premiar projetos que valorizam ações voltadas ao desenvolvimento sustentado. Em 2009, o Cultivando Água Boa ficou em segundo lugar entre as 10 empresas premiadas. Ao todo, foram inscritos 166 projetos. • 7º Prêmio Benchmarking Ambiental Brasileiro, com a 3ª colocação. A empresa concorreu com o Programa de Educação Ambiental para a Sustentabilidade, uma das ações do Cultivando Água Boa. Dos 169 cases enviados, 30 foram selecionados para a final e apresentados a um público formado por executivos, gestores, especialistas e jornalistas. A 3ª colocação deixou a Itaipu Binacional à frente de grandes empresas concorrentes, como Embratel, Johnson & Johnson, Souza Cruz, Klabin, Bradesco, entre outras. • 3º Prêmio Brasil Meio Ambiente, organizado pela Companhia Brasileira de Multimídia (CBM). O prêmio prestou homenagem ao diretor de Coordenação e Meio Ambiente da Itaipu, Nelton Friedrich, como “Destaque Federal” no setor ambiental em 2008. 2010 • Prêmio ANA. A Itaipu Binacional recebeu em 2010 o maior prêmio nacional em reconhecimento a cuidados com as águas, o Prêmio ANA, promovido pela Agência Nacional de Águas. A maior hidrelétrica do mundo em geração de energia foi premiada na categoria empresas, com seu programa socioambiental Cultivando Água Boa. Ao todo, foram 286 inscrições, que resultaram em 21 finalistas. • Clean Tech & New Energy. A capacidade da Itaipu de produzir energia limpa e renovável foi reconhecida pela revista britânica The Mapa representa os países onde o CAB já foi apresentado New Economy, responsável pelo prêmio Tecnologia Limpa e Novas Energias. Tida como “líder em desenvolvimento de energias renováveis”, a Itaipu foi uma das premiadas, ficando lado a lado com as maiores empresas produtoras de energia do planeta. Projetos da empresa, como o Cultivando Água Boa, a Plataforma de Energias Renováveis, Veículo Elétrico e o Parque Tecnológico Itaipu foram mencionados como exemplos de iniciativas de sucesso. • Prêmio Chico Mendes. O Prêmio Social Ambiental Chico Mendes reconhece o esforço da Itaipu na promoção de diversas ações socioambientais, no âmbito do programa Cultivando Água Boa. Promovido pelo Instituto Chico Mendes, o prêmio valoriza ações voltadas ao desenvolvimento sustentável por intermédio da promoção humana e da conservação ambiental. 2011 • Prêmio Socioambiental Chico Mendes. Pelo segundo ano consecutivo, ações socioambientais do programa Cultivando Água Boa, da Itaipu Binacional, foram reconhecidas com o Prêmio Socioambiental Chico Mendes. A premiação em São Paulo, e reuniu autoridades de 57 organizações de todo o País, que foram premiadas pelo Instituto Chico Mendes em 2011. • Americas Award. O Programa Cultivando Água Boa foi escolhido como exemplo de excelência na categoria sustentabilidade ambiental pelo Americas Award 2011. A premiação é concedida pelo Instituto das Nações Unidas para o Treinamento e Pesquisa (Unitar), em parceria com o Centro Internacional de Formação de Atores Locais para a América Latina (Cifal) - Atlanta, Estados Unidos. O 8 J o r n a l C u l t iv a n d o Ág u a B o a Ita i pu Bi na c i onal N º 21 N o vemb ro 2 0 1 2 N º 21 N o vemb ro 2 0 1 2 prêmio é um reconhecimento dos resultados positivos do programa em termos de preservação e proteção. • Benchmarking Ambiental Brasileiro. Pela segunda vez em quatro anos, Itaipu foi a grande vencedora do Ranking Benchmarking dos Detentores das Melhores Práticas de Sustentabilidade do País. A empresa concorreu com o case “Gestão para a sustentabilidade no espaço rural”, uma das ações do Programa Cultivando Água Boa (CAB), desenvolvido pela Diretoria de Coordenação e Meio Ambiente. A premiação ocorreu no Centro de Eventos São Luiz, em São Paulo (SP), dentro da programação da 4 FIBoPS – Intercâmbio Internacional Pró-Sustentabilidade. • Prêmio 5 de Junho. A Itaipu Binacional recebeu, em Curitiba, o Prêmio 5 de Junho, promovido pelo Instituto Negócios Públicos do Brasil. A premiação reuniu representantes de instituições públicas de todo o País. A Itaipu foi premiada com o Programa Cultivando Água Boa, na categoria Manejo de Recursos Naturais, como melhor projeto preservação da biodiversidade e dos ecossistemas (recursos hídricos, fauna e flora). • Prêmio las Americas. O prêmio foi entregue em Santo Domingo, República Dominicana, durante uma cerimônia realizada como parte do V Fórum de Competitividade das Américas, e atraiu cerca de mil líderes políticos e empresariais do continente. O diretor de Coordenação e Meio Ambiente da Itaipu, Nelton Friedrich, recebeu o prêmio em nome do Programa Cultivando Água Boa como reconhecimento por garantir a sustentabilidade ambiental. 2012 • 10º Prêmio Benchmarking Brasil, com a primeira colocação na categoria Melhores Práticas de 2012 e também o grande vencedor do Ranking Benchmarking Legítimos da Sustentabilidade – Os Melhores da Década. Um grupo de 20 especialistas em sustentabilidade e meio ambiente do Brasil e de outros países formou a Comissão Técnica que elegeu o ranking. • Prêmio Pintou Limpeza da Rádio Eldorado de São Paulo – Grupo Estado, primeiro lugar para a Itaipu Binacional na categoria “Empresa Cidadã”. A premiação comemora os 12 anos dessa iniciativa de educação ambiental por meio do rádio, na cidade de São Paulo. A binacional foi escolhida em função dos resultados do programa socioambiental Cultivando Água Boa. J o r n a l Cu l t i v a n d o Ág u a Bo a I t a i pu B i n a c i o n a l 9 Especial - prêmios ESPECIAL RIO+20 Itaipu é premiada como “Empresa Cidadã” pela Rádio Eldorado de SP Itaipu é exemplo de gestão sustentável na Conferência Evento também premiou pessoas, instituições e personalidades que fazem a diferença no meio ambiente e representa o que há de melhor em sustentabilidade no Brasil contra o novo texto do Código Florestal; a Associação Paulista de Supermercados – Apas (Iniciativa do ano), pela discussão sobre uso de sacolas plásticas; o Compromisso Empresarial para a Reciclagem – Cempre (Instituição de Destaque), pela atuação como prestadora de informações sobre reciclagem; e o Padre Rosalvino Moran Viñayo, da Obra Social Dom Bosco, de Itaquera (Menção honrosa), pelos anos de dedicação à frente da entidade. Segundo Paulina Chamorro, editora de Meio Ambiente das rádios do Grupo Estado e jurada, o critério de escolha foi eleger o que há de mais importante atualmente na questão ambiental no Brasil. “A indicação de Itaipu foi pelo projeto Cultivando Água Boa e teve quase unanimidade de votos pela abrangência do programa e toda a gama da sociedade que é atendida”. Menos cinema, mais sustentabilidade Prêmio “Pintou Limpeza” homenageou quem tem colocado em prática ações de cunho socioambiental A Itaipu foi a vencedora na categoria “Empresa Cidadã”, do prêmio Pintou Limpeza, da Rádio Eldorado, do Grupo Estado. A premiação comemora os 12 anos dessa iniciativa de educação ambiental por meio do rádio, na cidade de São Paulo. A Itaipu foi escolhida em função dos excelentes resultados do programa socioambiental Cultivando Água Boa. O prêmio, que conta também com as categorias Personalidade, Iniciativa do ano e Instituição destaque, é definido por um júri de peso: Oded Grajew (Rede Nossa São Paulo), Mario Mantovani (SOS Mata Atlântica ), Luciana Constantino (Editora do Estadão), Elisa Prado (Relações Institucionais da Tetra Pak), Paulo Pompilio (Relações Institucionais do Grupo Pão de Açúcar) e Paulina Chamorro (editora de Meio Ambiente das rádios do Grupo Estado). A votação foi feita na sede do Grupo Estado, no dia 24 de outubro. O diretor-geral brasileiro da Itaipu, Jorge Samek, comemorou mais esse reconhecimento, que se soma a diversos prêmios nacionais e internacionais conquistados pelo Cultivando Água Boa, como o Carta da Terra, Benchmarking Ambiental Brasileiro, Americas Award, Prêmio da Agência Nacional de Águas e muitos outros. “Agradecemos essa distinção, que constitui expressivo reconhecimento ao intenso esforço que vimos empreendendo em prol do desenvolvimento sustentável na região da Bacia do Paraná 3, beneficiando 29 municípios”, afirmou Samek. São contempladas diretamente pelas ações do CAB mais de um milhão de pessoas. O prêmio foi entregue no dia 13 de novembro, em 10 J o r n a l C u l t iv a n d o Ág u a B o a Ita i pu Bi na c i onal São Paulo. A Itaipu foi representada pelo diretor de Coordenação e Meio Ambiente, Nelton Friedrich. Para o diretor, essa premiação tem um valor especial. Vemos que tem tanta gente interessante fazendo projetos tão bacanas de ligar áreas de matas e criar corredores ecológicos, como Itaipu. Muito oportuno o prêmio Diante do debate acalorado sobre sustentabilidade, o cineasta Fernando Meireles revelou que “atualmente essa questão ambiental ocupa minha cabeça mais do que cinema”. Ele foi um dos premiados pela campanha “Floresta faz a diferença”, promovida por um grupo de artistas liderados por ele para pressionar o congresso a não aprovar o Código Florestal. O cineasta contou que, ao conversar com Friedrich, ficou impressionado ao se deparar com propostas tão interessantes e que fazem a diferença. “Temos que valorizar esse tipo de iniciativa. Vemos que tem tanta gente interessante fazendo projetos tão bacanas de ligar áreas de matas e criar corredores ecológicos, como Itaipu. Muito oportuno o prêmio”, avaliou o cineasta. Fernando Meirelles - cineasta “Primeiro, porque não sabíamos que estávamos sendo observados e concorrendo. Segundo, porque fomos escolhidos por um grupo de personalidades tão expressivas, como Oded Grajew, Mario Mantovani e demais integrantes do júri”, disse. Friedrich lembrou que a escolha de Itaipu como “Empresa Cidadã”, ratifica o histórico de medidas socioambientais da empresa, tomadas desde a sua criação, passando pela ampliação da Missão Institucional, em 2003, e culminando na Visão 2020 e na implantação do Sistema de Gestão da Sustentabilidade, agora em 2012. “Esse prêmio atesta que estamos no caminho correto e precisa ser dividido com todos os colaboradores e parceiros da Itaipu”, resumiu. Outros vencedores foram o cineasta Fernando Meirelles (Personalidade), por sua atuação na campanha Primeira edição do prêmio celebra 12 anos do Projeto Pintou Limpeza na rádio N º 21 N o vemb ro 2 0 1 2 N º 21 N o vemb ro 2 0 1 2 J o r n a l Cu l t i v a n d o Ág u a Bo a I t a i pu B i n a c i o n a l 11 ESPECIAL RIO+20 CAB participa de 45 atividades na programação da Rio+20 A equipe da Diretoria de Coordenação e Meio Ambiente participou ativamente de 45 atividades dentro da agenda de eventos da Rio+20. Confiras as participações: Dia 4 de junho • Abertura da Agenda Rio+20 e Você, no Planetário da Gávea. 13 de junho • Seminário de Educação e Inovação nas Sociedades Sustentáveis, no Planetário; • Evento Carta da Terra, Riocentro; • Estande Ministério da Saúde/Plantas Medicinais; • Estande da Eletrobras, Parque dos atletas 14 de junho • Oficina de Consumo Consciente, Planetário; • Abertura do evento Kari-Oka, Colônia Juliano Moreira. 15 de junho • Atividade na tenda do Movimento Nacional de Catadores, Cúpula dos Povos; • Reunião Comitê Internacional da II Jornada do Tratado de Educação Ambiental, Planetário; • Exposição e apresentação no Estande da Eletrobras, Parque dos Atletas; • Exposição Águas, Rios e Povos, Cúpula dos Povos; • Evento Carta da Terra, Riocentro; • Apresentação Coral Avá Guarani na KariOka, Colônia Juliano Moreira; • Diálogos com Rebal, Cúpula dos Povos; • Carta da Terra, Planetário; • Cúpula Mundial Green Jobs, Planetário; • Evento Carta da Terra, Riocentro; • Carta da Terra “Sementes da Mudança”, Planetário; • Evento dos Jovens da BP3, Rio Othon Hotel. 16 de junho • Jornada do Tratado de Educação Ambiental, Planetário; • Espaço Pavilhão Brasil (bacias), Parque dos Atletas; • Evento Carta da Terra, Planetário; • Eventos Kari-Oka. Em cada um dos 29 pedaços bordados, foram estampados os anseios e ideais de cada município. A junção artesanal de cada pedaço transformou-se em uma imensa colcha, com mais de 50 metros quadrados. “A riqueza está em cada pedaço desta colcha que simboliza os milhares de corações palpitando em torno de um ideal de mudança”, destacou o diretor de Coordenação e Meio Ambiente da Itaipu, Nelton Friedrich. Segundo ele, o artesanato construído de maneira coletiva precisa ser transformado na identidade da BP3, não apenas por sua beleza colorida, mas, sobre- 17 de junho •D ebate “Como a agropecuária brasileira gera e distribui riquezas respeitando a natureza”, Pier Mauá; • P ainel Jornada do Tratado de Educação ambiental, Parque dos Atletas; • P ainel “Alternativas Sustentáveis para Tratamento dos Resíduos Sólidos”, tenda do Movimento Nacional dos Catadores; • P ainel Marco Ético para a Governança Global (Carta da Terra), Riocentro. 20 de junho • Painel Economia Solidária – Tenda do Movimento Nacional dos Catadores, Cúpula dos Povos; • Green Rio – Cultivando Água Boa para a Sustentabilidade, Bolsa de Valores. 18 de junho •D ebates na tenda do movimento Nacional dos Catadores, Cúpula dos Povos; •W ater & Energy: “O Caso Itaipu”, Auditório do MAC/Niterói; • Evento CSF, Windsor Barra; • Diálogo com Thomas Stelzer (ONU), Planetário. • Carta da Terra, Riocentro; • Evento ministério da Pesca, Parque dos 21 de junho • Encontro de Bacias Hidrográficas Projeto Glows/África, Hotel Monte Alegre; • Fórum Empresarial regional – Economia Verde, Planetário; Atletas. 22 de junho • Painel no Movimento Nacional dos Catadores, Cúpula dos Povos. 12 J o r n a l C u l t iv a n d o Ág u a B o a Ita i pu Bi na c i onal Essa troca de experiências foi muito positiva e, tenho certeza, de que os nossos catadores voltaram para casa com mais força para assumir novos desafios Luiz Carlos Matinc - coordenador do programa Coleta Solidária da Itaipu, Movimento Nacional dos Catadores Mais de 50 mil pessoas participaram de uma marcha unificada dos movimentos sociais, que percorreu o centro do Rio de Janeiro. Os integrantes do Movimento Nacional dos Catadores fizeram parte do apelo da população por um mundo melhor. Ministro Gilberto Carvalho na Arena Socioambiental: Itaipu esteve presente Durante a Rio+20, a Cúpula dos Povos foi o espaço criado no Aterro do Flamengo com 126 tendas e espaços para abordar diversos temas de interesse da sociedade civil. A Itaipu Binacional participou ativamente em vários desses espaços divulgando ações de sustentabilidade. No pavilhão azul, a binacional participou de rodas de conversa sobre o Programa Cultivando Água Boa, além de encontros com a comunidade da Bacia do Prata. Uma exposição de painéis com fotografias das ações do CAB chamou a atenção das pessoas que circularam pelo local. De acordo com o coordenador do programa Coleta Solidária da Itaipu, Luiz Carlos Matinc, a participação do grupo de lideranças do Paraná foi ativa e expressiva. “A cada dia aprendemos algo novo. Essa troca de experiências foi muito positiva e, tenho certeza, de que os nossos catadores voltaram para casa com mais força para assumir novos desafios”, avaliou Matinc. A tenda Sebastião Lan foi o ponto de encontro dos gestores de educação ambiental e dos envolvidos com o Tratado de Educação Ambiental e o Centro de Saberes e Cuidados Socioambientais da Bacia do Prata. Nesta tenda, os representantes da BP3 apresentaram a Juventude e Meio Ambiente na conferência Um grupo de jovens integrantes do projeto Juventude e Meio Ambiente, do Programa Cultivando Água Boa, participou da cerimônia de abertura oficial do Encontro de Juventude e Educação para a Sustentabilidade Socioambiental, parte da agenda do Ministério da Educação na Conferência Rio+20, no dia 13 de junho. tudo, por simbolizar a unidade. “A emoção é muito forte ao vermos centenas de olhares marejados por lágrimas de emoção, ao conferir de perto esse trabalho magnífico, que também traduz muito da identidade do que somos, do que queremos ser e também da causa que nos move”. Eles viajaram para o Rio de Janeiro acompanhados da coordenadora dos eventos da juventude da Bacia do Paraná 3 (BP3), Suzete Rodrigues Ferraza, que representou Vinícius Ortiz, da Divisão de Ação Ambiental (MAPA. CD), coordenador do Projeto Jovem Jardineiro. Durante a conferência, os jovens participaram de diversas rodadas de articulação e debates com pessoas de todo o Brasil. “Estes nove jovens de 16 a 29 anos representam sete municípios da BP3, e estão entre as lideranças dos grupos de que fazem parte”, explicou Suzete. Impressionada com a articulação e o resultado do trabalho impulsionado pelos educadores ambientais da BP3, a coordenadora do Tratado de Educação Ambiental, Moema Viezzer resumiu: “Surpresa maravilhosa, que encanta e emociona. Não poderíamos esperar menos de uma região em que o programa Cultivando Água Boa é referência e está consolidado como exemplo de boas práticas sustentáveis”. Musicistas Um dos momentos mais emocionantes no evento foi a formação de uma ciranda em volta da Colcha de Compromissos. Essa integração foi animada por 12 musicistas do grupo Madrigal Ilha do Governador. Outro espaço, a tenda do Movimento Nacional dos Catadores, abrigou as discussões sobre investimentos para o fortalecimento da categoria e os resultados sociais obtidos. A reunião contou com a presença de um grupo de 29 catadores do Paraná, apoiados por Itaipu. 19 de junho • Humanidade 2012, Forte de Copacabana; • Green Rio; • Experiências Locais da BP3, Aterro do Flamengo; • Painel FIB, teatro Net Rio; • Evento Carta da Terra – painel: Reorientando Experiências Educacionais com a Carta da Terra, Teatro Nelson Rodrigues; • Evento UM/Water (Unesco), RioCentro; • Reunião de alinhamento da participação brasileira no Conama. Colcha de Compromissos da BP3 emociona na Rio+20 Entre as 126 tendas espalhadas na Cúpula dos Povos, na Rio+20, uma chamou a atenção e emocionou até mesmo os que estavam de passagem pelo local, no dia 16 de junho. O espaço alternativo Sebastião Lan, que estava sendo utilizado para o lançamento da Rede Planetária do Tratado de Educação Ambiental, foi o cenário para a exposição da Colcha de Compromissos, criada pelos 29 municípios da Bacia do Paraná 3. Itaipu participa ativamente da Cúpula dos Povos Colcha de Compromissos com os anseios e ideais de cada município marcados nos retalhos que, unidos, formaram a grande colcha. Colcha de 50 metros quadrados expressa as expectativas de cada um dos 29 municípios da Bacia do Paraná 3 que participam do Cultivando Água Boa N º 21 N o vemb ro 2 0 1 2 Juventude da BP3 fortalece atuação do Cultivando Água Boa no RJ Abertura do Encontro de Juventude para a Sustentabilidade brasileiro, Paulino Motter, e os assessores da Diretoria de Coordenação, Sidney Carlos da Silva e Zoltir Chiapetti. também participou da abertura, e, ao lado do ministro Mercadante, lançou a 4ª Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente, com o tema “Vamos Cuidar do Brasil com Escolas Sustentáveis”. A Conferência envolveu 13 mil escolas da educação básica e 4 milhões de estudantes para discutir e aprender sobre questões ambientais. Homologação “Ainda não sabemos o que vamos encontrar, mas queremos trocar muitas ideias e experiências com outros jovens brasileiros”, disse Addo Francisco, um dos jovens da BP3, antes do evento. “Esse evento vai fortalecer nossa atuação no Cultivando Água Boa e nos trazer realidades diferentes das nossas para conhecermos e aprendermos muito”, completou Claudinei Rodrigues. Na abertura do evento, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, homologou as diretrizes curriculares nacionais para a educação ambiental e para a educação indígena, aprovadas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE). Segundo o ministro, “essas diretrizes vão orientar as políticas pedagógicas em todos os níveis, da educação infantil à universidade; o que queremos é que boas práticas cheguem à sala de aula”. Também participaram do evento o assessor do diretor-geral A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, N º 21 N o vemb ro 2 0 1 2 Na visão da ministra, o governo já está saindo de ações de caráter piloto e alcançando redes de alunos em todo o país com projetos socioambientais concretos. “Precisamos ter ousadia para implementar as ações e colocar a política ambiental no dia a dia das escolas”, afirmou. J o r n a l Cu l t i v a n d o Ág u a Bo a I t a i pu B i n a c i o n a l 13 ESPECIAL RIO+20 Presidente da Eletrobras elogia Projeto Veículo Elétrico Comunidades indígenas representam a BP3 no Rio de Janeiro Indígenas das comunidades avá-guarani Tekoha Añetete, Tekoha Itamarã e Tekoha Ocoy, atendidos pela Itaipu Binacional, na região Oeste do Paraná, mostraram na Rio+20 que as usinas hidrelétricas, quando adotam boas práticas socioambientais, podem contribuir para melhorar a qualidade de vida e preservar a cultura das populações do seu entorno. No dia 14 de junho, 40 deles, todos integrantes de um coral, subiram ao palco para mostrar a riqueza da cultura guarani. O coral é um dos principais instrumentos de integração dessas comunidades. “Com práticas como o artesanato e o coral, o modo de ser guarani é valorizado, constituindo-se no principal pilar para a sustentabilidade”, afirmou a gerente da Divisão de Ação Ambiental da Itaipu, Marlene Curtis. Encontro de etnias O grupo de indígenas do Oeste Paranaense participou da programação da Kari-Oca, encontro paralelo à Rio+20 que reúniu 400 índios de 14 etnias brasileiras, além de representantes de tribos dos Estados Unidos, Canadá, Japão, México e Guatemala. A apresentação, feita a convite do líder indígena e idealizador da Kari-Oca, Marcos Terena, fez parte da solenidade de abertura dos Jogos Verdes Indígenas. Terena conheceu o coral na última edição do evento Cultivando Água Boa da Itaipu Binacional, realizado em Foz do Iguaçu. Segundo o líder, o importante é garantir que os povos indígenas consigam manter a sua cultura e tradição espiritual, ao mesmo tempo que tanham a oportunidade de acessar novos conhecimentos, educação bilingue e também alternativas de geração de renda. “Percebi isso nesse novo modelo de gestão da Itaipu e do povo indígena guarani da região”, afirmou o líder. Durante a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, Itaipu foi destaque no estande da Eletrobrás. Em discurso, o presidente da empresa, José da Costa Carvalho Neto, disse que a decisão de Itaipu Binacional de não apenas produzir energia elétrica com qualidade, mas atuar nas comunidades ao redor da usina, é um forte exemplo de responsabilidade social, econômica e ambiental para os países que participaram da conferência, e também uma importante ferramenta de desenvolvimento, que deveria ser adotada por grandes empresas brasileiras. Ações socioambientais Entre as ações que a Itaipu desenvolve para beneficiar as comunidades indígenas estão o cultivo de peixes em tanques-redes, melhorias na infraestrutura (construção de casas e cascalhamento das estradas internas) e nas práticas agropecuárias, por meio da aquisição de equipamentos para plantio, insumos, animais e sementes, preparo de solos, apoio à bovinocultura de leite, à apicultura e assistência técnica com técnicos indígenas e não indígenas. De todas as tribos Durante a Kari-Oca, os avás tiveram contato com outros índios, das etnias Kayapó, Karajá, Assurini, Xavante, Xerente, Guarani Kaiowá, Pataxó, Terena, Javaé, Bororo Boe, Kamayurá, Pareci e Manoki. Os índios participaram de palestras e debates em tor- Indígenas do Oeste do Paraná no evento Kari-Oca “Isso é o que se chama sustentabilidade”, definiu Car- no da Carta Indígena, além de encontros para tratar de assuntos como sustentabilidade, cultura da espiritualidade e reivindicação de marcação de terras. A programação incluiu ainda jogos e atividades culturais. “Nós estamos participando da Rio+20 para servir de testemunhas e fazermos pressão para que os governos comecem a prestar atenção na gente”, explicou Terena. Segundo ele, a comunidade indígena não precisa de uma política social de dependência. “Precisamos aprender que nem tudo depende dos governos, mas também da articulação e capacidade da sociedade de construir o futuro”. valho Neto. “Quando você simplesmente explora um bem como a energia hidráulica, está olhando apenas para um vetor. Mas o que Itaipu está fazendo, o que a Eletrobras está fazendo, é olhar o aspecto econômico e o aspecto ambiental, na hora que preserva toda a área do reservatório e as suas adjacências; e também o aspecto social, com os programas sociais que empreende. Então é um exemplo para o mundo, eu não tenho a menor dúvida disso”, afirmou. VE O presidente da Eletrobras também citou projetos desenvolvidos ou apoiados pela usina, como a Universidade da Integração Latino-Americana (Unila), o Sistema Inteligente de Armazenamento de Energia (IESS, na sigla em inglês) e o Projeto Veículo Elétrico. “Um veículo elétrico, como tem sido demonstrado por Itaipu, mesmo quando a matriz não é totalmente limpa, é térmica, por exemplo, já é vantagem em relação ao veículo com gasolina ou óleo. Agora, no nosso caso, como a matriz é limpa, isso é uma vantagem maior ainda”, discorreu. Veículo elétrico: energia limpa e renovável Itaipu é destaque no estande da Eletrobras basta olhar o que era a região de Foz do Iguaçu antes e depois da instalação da usina para avaliar o impacto positivo do empreendimento. “Por isso não tenho dúvida nenhuma de que [Itaipu] terá um efeito de demonstração na Rio+20 e vai mostrar para alguns críticos, que são poucos, o quão é importante a geração de energia. Não só para a indústria, para o comércio, para os serviços, mas para a própria população local, que ganha muito com um aproveitamento igual ao de Itaipu”. Foco na energia Carvalho Neto acrescentou que a atuação de Itaipu na área da sustentabilidade não tirou o foco da empresa na produção de energia. Segundo ele, sempre que há qualquer discussão sobre hidreletricidade, a binacional é referência. Antes e depois Para o presidente da holding, Fundação da Itália quer Itaipu em articulação mundial sobre o direito à água As experiências do Programa Cultivando Água Boa (CAB), desenvolvido pela Itaipu em 29 municípios da Bacia do Paraná 3, chamaram a atenção da Water Right Foundation, uma instituição criada no início da década passada, no Norte da Itália, para desenvolver projetos relacionados à qualidade e ao direito à água. A expectativa da fundação é que a binacional passe a integrar uma articulação mundial, chamada Global Water Solidarity Platform, coordenada pelo ex-governador da Toscana, Claudio Martini. O primeiro passo dessa aproximação ocorreu no dia 18 de junho, durante a Rio+20, no Museu de Arte Contemporânea (MAC) de Niterói, no Rio de Janeiro. O diretor de Coordenação e Meio Ambiente, Nelton Friedrich, apresentou o case de Itaipu no seminário Water & Energy: local solutions for a living planet dentro da agenda de atividades da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável. “Queremos alargar essa rede com os países sul-americanos que tenham a cultura de sustentabilidade e o estimulo à responsabilidade compartilhada. Por isso, esperamos que esse encontro possa dar ainda mais 14 J o r n a l C u l t iv a n d o Ág u a B o a Ita i pu Bi na c i onal força ao programa”, afirmou Martini. Experiência italiana A Cúpula dos Povos, um dos espaços de multipluralidade cultural, na Conferência Rio+20, foi o local escolhido para o lançamento do Estudo de Caso do Programa Cultivando Água Boa, que levou mais de mil horas de avaliação e detalhamento para ser finalizado. O presidente da Water Right Foundation, Mauro Perini, que foi prefeito de Pontassieve, na Toscana, apresentou aos participantes a experiência que deu origem ao programa. Segundo ele, de 2002 a 2003 as empresas de distribuição de água da região passaram a reservar um centavo de euro para cada metro cúbico de água. O recurso arrecadado formava um fundo de solidariedade para projetos em países que tem dificuldade em garantir o acesso à água de qualidade ao cidadão. Somente na Toscana, foram arrecadados 3,4 milhões de euros para esses projetos – que beneficiaram países pobres, especialmente do continente africano. Depois, a iniciativa se disseminou na Europa – em países como Holanda, França e Espanha. Outro exemplo de projeto que poderia ser desenvolvido, com reflexo ambiental positivo, é estimular o poder público a reativar as antigas fontes - ou “bicas” - de água tratada para a população, como foi feito na própria Toscana. “A Itália é o segundo país do mundo Com Itaipu, ISAE/FGV lançam estudo de caso do CAB O case com 144 páginas elaboradas pelo Instituto Superior de Administração e Economia (ISAE)/Fundação Getúlio Vargas (FGV), une resultados, modelo de gestão e o papel do programa Cultivando Água Boa como referência mundial no conjunto das ações que englobam teoria e prática. Diretor Nelton Friedrich apresenta o case de Itaipu no seminário “Water & Energy: local solutions for a living planet”, no Museu de Arte Contemporânea de Niterói em consumo de água comercializada – atrás apenas da Arábia Saudita. E isso tem um impacto ambiental importante, com os caminhões levando água de um lado para o outro e emitindo gases do efeito estufa”. N º 21 N o vemb ro 2 0 1 2 “Lançarmos o estudo de caso do CAB na Cúpula dos Povos tem um significado especial”, disse o presidente do ISAE, Norman de Paula Arruda Filho ao destacar que o objetivo do material é “mudar a vida dos povos” e servir de referência científica e inspiradora para outras iniciativas e instituições. Ele acrescentou que um dos destaques foi o modelo de gestão adotado pelo CAB. “Ele é flexível e apresenta condições de ser reaplicado N º 21 N o vemb ro 2 0 1 2 em outros ambientes onde todos os protagonistas estejam envolvidos”. Para o diretor de Coordenação e Meio Ambiente da Itaipu Binacional, Nelton Friedrich, o material projeta o CAB para uma dimensão de maior responsabilidade. “A publicação do estudo de caso por uma instituição de ensino extremamente conceituada como é a FGV, nos faz ter a consciência de que estamos no caminho certo e que o nosso comprometimento e resultados junto aos 29 municípios da Bacia do Paraná 3 é ainda maior”. Presente no evento, o padre comboniano, John Clark, solicitou a aquisição de um exemplar e destacou que “é por meio da educação que nós podemos criar uma nova mentalidade e construir um mundo melhor”. Ministros O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, recebeu um exemplar do estudo de caso na Arena de Encontros Globais, durante Nelton Friedrich e presidente do ISAE, Norman Arruda Filho, exibem o case de 144 páginas com resultados, modelo de gestão e papel do CAB evento do Movimento Nacional de Catadores. “Conheço o Cultivando Água Boa e admiro muito o trabalho feito pela equipe da Itaipu. Tenho o maior orgulho de ser do Paraná e ver que no meu estado, programas de sucesso como esse, são referência para o mundo”, ressaltou. Alexandre Padilha, ministro da saúde, também foi presenteado com um exemplar do material durante a passagem pelo estande de plantas medicinais, no Píer Mauá. J o r n a l Cu l t i v a n d o Ág u a Bo a I t a i pu B i n a c i o n a l 15 ESPECIAL RIO+20 Fiesp e Firjan defendem o uso da hidreletricidade na matriz elétrica brasileira todos baseados em fontes renováveis”, informou. Durante a solenidade, o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, que estava afônico, foi representado pelo Secretário-Executivo do MME, Márcio Zimmermann. Em seu discurso, Zimmermann destacou o papel protagonista do Brasil na produção de energia limpa. “Nossa experiência com hidrelétricas já tem quase 100 anos, mas ainda temos muito potencial a explorar. Hoje podemos nos orgulhar de olhar o mundo e ver que todos se interessam pela hidroeletricidade”. Ao longo do dia, outros dois seminários foram realizados no espaço Humanidade, no Forte do Copacabana, tratando de temas como biogás e hidroeletricidade. Os dois eventos contaram com a participação de profissionais da Itaipu. Diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Jorge Miguel Samek, anuncia o lançamento do Centro Internacional de Energias Renováveis, Cier-Biogás As federações das indústrias do estado de São Paulo e do Rio de Janeiro, Fiesp e Firjan, respectivamente, defenderam o uso da hidreletricidade na matriz elétrica brasileira. Quase 85% da eletricidade consumida no País vem de usinas hidrelétricas. A Itaipu responde por quase 20% do consumo total. As duas entidades foram anfitriãs do seminário “Energias Renováveis para o Desenvolvimento Sustentável”, no dia 19 de junho, no Forte de Copacabana, durante a Rio+20. Na ocasião, foi feito o lançamento oficial do Centro Internacional de Energias Renováveis com ênfase em biogás (Cier-Biogás). A solenidade contou com a participação do diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek. De acordo com o diretor titular da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Carlos Cavalcanti, é preciso ter coragem para mostrar ao mundo que a matriz energética brasileira pode ser exemplo. “A presença da Eletrobras, de Itaipu e das outras geradoras aqui é fundamental para mostrar isso”, afirmou. Cavalcanti informou que dois terços das emissões de gases estufa são provenientes da geração de energia. A hidroeletricidade é a fonte com menor emissão, cerca de seis quilos de gás carbônico equivalente por MW gerado (o carvão mineral emite 878 kg). Como 84% da matriz elétrica brasileira é formada por hidrelétricas, o País contribui pouco com estas emissões. “Nós temos a solução para o mercado de energia do Brasil e do mundo”, concluiu. O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, citou uma pesquisa encomendada pela entidade que mostra a qualidade da energia elétrica brasileira. Segundo o estudo, entre os 10 países mais ricos, o 16 J o r n a l C u l t iv a n d o Ág u a B o a Ita i pu Bi na c i onal Itaipu reforça o apoio O diretor de Coordenação, Nelton Friedrich, e o superintendente ajunto de Engenharia da Itaipu Binacional, Jorge Habib Hanna El Khouri, engrossaram o coro em defesa do uso da hidreletricidade na matriz energética brasileira, no Forte de Copacabana. “Qualquer país que busca a soberania não pode abrir mão, em hipótese alguma, de sua segurança energética. Temos que diversificar, mas respeitando a nossa vocação natural que, no caso do Brasil, é a hidroeletricidade”, disse Habib. Samek destaca papel socioambiental de usinas hidrelétricas Brasil tem a energia elétrica mais limpa – emitimos 60,6 toneladas de carbono equivalente por GW gerado, 10 vezes menos que a média mundial. Em relação às emissões geradas pela produção de energia, continua Vieira, o Brasil contribui com apenas 0,3% das emissões do mundo. A Alemanha emite 2,8% e os Estados Unidos, 22,9%. “A expectativa é que os países em desenvolvimento liderem o crescimento mundial. A economia brasileira é a que mais vai impactar este crescimento”, concluiu Vieira. Metas atingidas O presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto, destacou os objetivos da ONU em relação à produção energética, entre os quais, levar luz para todos até 2030 e dobrar a participação das fontes renováveis da matriz energética mundial dos atuais 13% para 26. Segundo ele, o Brasil já saiu na frente no cumprimento dessas metas. O País vai atingir a primeira meta, de levar energia para todos, já em 2014. Em relação às fontes limpas, Carvalho Neto lembrou que dos 120 GW de capacidade instalada no Brasil, 42 GW são de empresas do sistema Eletrobras, 90% dos quais baseados em fontes renováveis. “Temos atualmente empreendimentos que somam 23 GW em contratação e outros de 25 GW em estudo, Ele ressaltou, ainda, a importância de se ter políticas públicas para diminuir o desperdício de energia, como forma de respeitar o que a natureza proporcionou. Promovido pela Fiesp, Firjan, Unido, Eletrobras, Itaipu Binacional e União das Indústrias de Cana-de-Açúcar (Unica), o seminário abordou a importância das energias renováveis para o desenvolvimento sustentável. Segundo o gerente do Departamento de Infraestrutura da Fiesp, Roberto Moussallen, a energia hidrelétrica é uma fonte que oferece três pilares importantes para o desenvolvimento: segurança energética, baixa emissão de gases do efeito estufa e baixo custo de geração. “É uma fonte de energia muito importante, sobretudo para países que ainda têm grande potencial de aproveitamento, principalmente na América do Sul, na África e na Ásia”, afirmou Moussallen. O diretor de Coordenação da Itaipu, Nelton Friedrich, destacou o papel social e ambiental das hidrelétricas para o desenvolvimento sustentável. E citou como exemplo o Programa Cultivando Água Boa (CAB), que ampliou a sua atuação para além do seu reservatório. O Cultivando Água Boa tem como metodologia utilizar a educação ambiental e o sistema de parcerias para solucionar os passivos ambientais dos 29 municípios da Bacia do Paraná 3. “É uma proposta simples, que envolve toda a comunidade”. O programa atinge um milhão de pessoas direta e indiretamente. N º 21 N o vemb ro 2 0 1 2 BP3 recebe investimento federal para desenvolver fitoterápicos Três municípios da Bacia do Paraná 3 – Foz do Iguaçu, Pato Bragado e Toledo – receberam mais de R$ 2 milhões do Ministério da Saúde para desenvolver a cadeia produtiva de plantas medicinais e fitoterápicos na região. O anúncio do repasse foi feito pelo ministro Alexandre Padilha durante a Rio+20. Esta foi a primeira vez que recursos federais foram investidos no setor. No total, 43 municípios apresentaram propostas ao Ministério da Saúde e apenas 12 foram selecionados, com investimento previsto de R$ 6,7 milhões. As propostas foram recebidas até o dia 1º de junho, a partir de edital lançado pelo Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. O Paraná foi o Estado com maior número de municípios beneficiados – justamente os três da BP3. Foz do Iguaçu, Pato Bragado e Toledo contaram com apoio da Itaipu Binacional para a elaboração da proposta técnica e execução do projeto, que contempla a articulação de arranjos produtivos locais (APLs). Desde 2003, a usina já desenvolve o Projeto Plantas Medicinais, dentro do Programa Cultivando Água Boa, e presta assistência aos municípios da região. “Itaipu teve o papel pioneiro, não só na produção de fitoterápicos, mas, sobretudo, de articular os municípios, as prefeituras e as unidades de saúde para o uso de fitoterápicos como rol de medicamentos do Sistema Único de Saúde (SUS)”, elogiou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. A declaração foi feita durante visita ao estande do Ministério da Saúde no Píer Mauá, um dos espaços de exposição abertos ao público durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20). No local, o projeto de Itaipu ganhou amplo destaque. “Acreditamos que com uma maior diversidade de opções para tratar dos problemas da saúde, nós poderemos dar um tratamento mais humanizado às pessoas, com mais qualidade de vida”, acrescentou Padilha, que foi acompanhado durante a visita pelo diretor de Coordenação e Meio Ambiente de Itaipu, Nelton Friedrich. Ministro Alexandre Padilha visita estande do Programa Plantas Medicinais “O objetivo do ministério é aliar a saúde à sustentabilidade e ao desenvolvimento socioeconômico do país. Queremos mostrar que é possível desenvolver a cadeia produtiva com sustentabilidade”, explicou o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha, em texto divulgado pela assessoria de imprensa do ministério. Reconhecimento Para o coordenador do projeto de fitoterápicos de Itaipu, Reinaldo Santos Júnior, a criação do Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos e a liberação dos primeiros recursos federais para o setor representam um grande avanço e o reconhecimento da importância das plantas medicinais por parte do Governo Federal. “O Ministério da Saúde hoje reconhece o trabalho da Itaipu como referência nacional na área. Fomos destaque no estande deles na Rio+20 e temos recebido muitas visitas aqui na região, outras cidades estão buscando nosso exemplo”, revelou Reinaldo e com- plementou: “é com estes recursos que vamos mostrar ao Governo Federal que essa área pode se desenvolver e merecer novos investimentos”. De acordo com a engenheira agrônoma Liziane Kadine, o objetivo inicial do programa era criar uma demanda. “Hoje ela já existe e precisamos atendê-la, para isso estamos estruturando ainda mais a cadeia dos arranjos produtivos locais”. Somente no ano passado, a produção de plantas medicinais e fitoterápicos no Refúgio Biológico Bela Vista, em uma área de 1,5 hectares, atingiu cerca de uma tonelada. São produzidas no local 140 espécies de plantas medicinais. Desse total, 30 espécies são processadas para distribuição pelo SUS – como guaco, espinheira santa, alcachofra, melissa e carqueja, entre outras. A área abriga ainda um viveiro onde são produzidas cerca de 5 mil mudas de plantas medicinais por mês e distribuídas pelo programa gratuitamente. Beneficiados Além dos três municípios paranaenses, também foram beneficiados com recursos federais Betim (MG), Botucatu (SP), Brejo da Madre de Deus (PE), Diorama (GO), Itapeva (SP), João Monlevade (MG), Petrópolis (RJ), Rio de Janeiro (RJ) e Satanrém (PA). Dos R$ 6,7 milhões, Foz do Iguaçu recebeu um total de R$ 939,5 mil; Toledo, R$ 603,7mil; e Pato Bragado, R$ 521,7 mil. Os recursos são repassados direto para o Fundo Municipal de Saúde e estão sendo aplicados na aquisição de medicamentos e materiais, contratação de pessoal e qualificação técnica, além de ajudar a promover a interação e a cooperação entre os agentes produtivos. N º 21 N o vemb ro 2 0 1 2 Jorge Samek visita exposição de fitoterápicos produzidos pelo ervanário de Itaipu J o r n a l Cu l t i v a n d o Ág u a Bo a I t a i pu B i n a c i o n a l 17 ESPECIAL RIO+20 CAB ganha destaque na abertura do Ano Internacional da Água A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e a ONU Água escolheram o exemplo do Programa Cultivando Água Boa (CAB), desenvolvido pela Itaipu e parceiros em 29 municípios da Bacia do Paraná 3, para ser apresentado no seminário que marcou a abertura do Ano Internacional das Nações Unidas para a Cooperação pela Água – que será comemorado mundialmente em 2013. O seminário foi realizado no dia 19 de junho, no pavilhão 3 do Riocentro, dentro da programação paralela da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável – a Rio+20. Entre os presentes, estava o presidente do Tajiquistão, Emomali Rahmon. O país liderou a proposta para a realização do Ano Internacional da Água e o Dia Mundial da Água em 2013. tional; Le Duc Trung, da Mekong River Commission Secretariat; e Jean-Francois Donzier, da International Network of Basin Organizations (INBO). Ano da Água No Ano Internacional da Água, a Unesco pretende abordar o tema cooperação de forma multidisciplinar – observando fatores como cultura, educação, ciência, religião, ética, política, economia e legislação, entre outros. Por isso, o envolvimento da comunidade no Programa Cultivando Água Boa chamou a atenção dos participantes do seminário no Riocentro. A apresentação de Nelton foi precedida de um vídeo sobre o programa. “Esse convite foi muito gratificante porque você ti- Itaipu abre canal direto de diálogo com a ONU nha aqui pessoas de vários países e, principalmente, o desejo de que nós pudéssemos apresentar o que nós estamos fazendo e como estamos fazendo”, avaliou o diretor de Itaipu. “Tanto é verdade que as manifestações foram muito positivas. O próprio mediador do encontro se reportou várias vezes ao exemplo que foi apresentado”, concluiu. O presidente do Tajiquistão – uma ex-república soviética, localizada na Ásia Central – defendeu que o desenvolvimento sustentável depende do gerenciamento pacífico dos recursos hídricos e que compartilhar a água significa compartilhar responsabilidades. Ele disse ainda que a competição por causa da água será intensificada com o crescimento populacional, a urbanização e os impactos da mudança climática. O case de Itaipu foi apresentado pelo diretor de Coordenação e Meio Ambiente, Nelton Friedrich. A mesa foi presidida pela diretora-geral assistente em ciências naturais da Unesco, Gretchen Kalonji, e mediada pelo diretor executivo do Instituto Ambiental de Estocolmo, Johan Kuylenstierna. Também participaram da mesa Sven Alkalaj, secretário executivo da Comissão Econômica das Nações Unidas para a Europa; Karin Lexén, diretor da Water House e presidente do Comitê do Programa PHI da Suécia; Ivan Zavadsky, da Global Environment Facility (GEF); Lasse Gustavsson, diretor executivo da WWF Interna- A metodologia do Cultivando Água Boa com ênfase no envolvimento da comunidade chamou a atenção dos participantes do seminário no Riocentro As experiências do Programa Cultivando Água Boa foram destaque na reunião do Comitê Internacional da II Jornada do Tratado de Educação Ambiental, inserida na programação paralela da Rio+20, no dia 15 de junho. A metodologia do CAB, que utiliza a educação ambiental e o sistema de parcerias para solucionar os passivos ambientais da Bacia do Paraná 3, foi citada como exemplo aos participantes do evento. Para a fundadora e coordenadora-geral do Instituto Supereco, Andree de Ridder Vieira, “a construção compartilhada, adotada por Itaipu, permite que os atores sociais construam juntos, capacitem outros atores e se multipliquem”. Andree Vieira, que fez parte também da coordenação do evento, destacou que um dos objetivos da reunião foi justamente mostrar que o Tratado da 18 J o r n a l C u l t iv a n d o Ág u a B o a Ita i pu Bi na c i onal O encontro aconteceu no Planetário do Rio de Janeiro, no dia 18 de junho, e abriu, pela primeira vez, um canal direto de diálogo entre a maior produtora de energia elétrica do Planeta e a secretaria-geral da ONU. Atualmente, Itaipu já mantém parcerias e acordos de cooperação com outras instâncias das Nações Unidas – como a Unesco, a Onudi e a FAO. “Essa é uma grande oportunidade de se constatar o quanto há de agenda de interesse comum entre Itaipu e ONU e o quanto essa agenda pode ser reforçada organicamente ao longo dos próximos anos”, definiu o direto de Coordenação, Nelton Friedrich, que também estava presente. “Tanto é verdade que ficou muito clara a necessidade de nos encontramos mais”, completou. Jornada Internacional de Educação Ambiental destaca metodologia do Cultivando Água Boa O diretor de Coordenação e Meio Ambiente de Itaipu, Nelton Friedrich, falou sobre as ações do Cultivando Água Boa nos 29 municípios da BP3 e respondeu a perguntas sobre a dinâmica de trabalho. Como parte da agenda de atividades da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, o Instituto Humanitare promoveu a reunião entre o diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Jorge Samek, e o economista Thomas Stelzer, secretário-geral assistente do Departamento de Assuntos Econômicos da Organização das Nações Unidas (ONU). Stelzer trabalha diretamente com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. Na reunião, Jorge Samek falou sobre a importância de Itaipu para a segurança energética de Brasil e Paraguai e da nova missão da empresa, a partir de 2003 – além de produzir energia elétrica com qualidade, atuar para o desenvolvimento econômico, social e ambiental da região, temas em evidência Encontro gera oportunidade para debater agenda de interesse comum entre na Rio+20. “Somente Itaipu Binacional e Organização das Nações Unidas (ONU) o Projeto Cultivando Água Boa desenvolve mais de cem ações. E tudo isso pa, a maioria dos países desenvolvidos usa fontes pofeito com muita parceria”, relatou. luentes – como o petróleo e o carvão - para produzir A necessidade de estabelecer parcerias e de buscar o crescimento sustentável também ficou evidente no pronunciamento de Thomas Stelzer, que elegeu a energia como o centro de uma revolução necessária para o fim das agressões ao Planeta. Ao contrário do Brasil, cuja matriz energética é lim- Educação Ambiental deve nortear as ações para a sustentabilidade, conectando experiências, conhecimento tecnológico e científico. Mas o fundamental é mesmo o trabalho em parceria, afirmou ela. “Nós entendemos que as pessoas devem estar conectadas, prontas para conversar e compartilhar”, reforçou Andree. Na avaliação de Nelton Friedrich, os resultados do programa “não são apenas quantitativos, mas qualitativos, o que prova estarmos no caminho certo”. “O desafio é produzir oportunidade para as 80 milhões de pessoas que entram no mercado de trabalho todo ano. Temos que pensar como a economia vai crescer, porque a maneira que cresceu até hoje nos levou a uma situação insustentável”, reforçou Stelzer. Ministra do Meio Ambiente diz que Itaipu é exemplo de empresa sustentável Margaret Groff debate equidade de gênero com Michelle Bachelet A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, afirmou, durante evento paralelo da Rio+20, que a Itaipu Binacional é um modelo de empresa sustentável. A afirmação foi feita durante a abertura do fórum sobre liderança empresarial e a cooperação para o desenvolvimento sustentável, evento organizado pelo Pacto Global da ONU. A diretora financeira executiva de Itaipu, Margaret Groff, funcionária de carreira e segunda mulher a ocupar uma diretoria no lado brasileiro da empresa binacional, afirmou, na Rio+20, que o incentivo à igualdade de gênero é um dos caminhos para a promoção do desenvolvimento sustentável. Margaret participou da conferência coordenada pela ex-presidente do Chile Michelle Bachelet, diretora executiva da ONU Mulheres. A ministra elogiou o Programa Cultivando Água Boa (CAB), iniciativa que garantiu a recuperação de 110 microbacias hidrográficas e permitiu aos produtores rurais recuperar seus passivos ambientais. “Com essas ações, Itaipu mostra que uma empresa pode sim ser sustentável”. O diretor-geral brasileiro da Itaipu, Jorge Samek, participou da discussão sobre como tornar as empresas mais competitivas e, ao mesmo tempo, preservar o meio ambiente e promover o desenvolvimento humano. Jornada destaca como exemplo a ser seguido a metodologia do Água Boa energia. “Teremos que reduzir em 50% as emissões de CO2 [nas próximas décadas]”, indicou. Bachelet afirmou: “as mulheres são lideranças-chave do desenvolvimento sustentável”. No caso da Itaipu, o incentivo à equidade é traduzido em política pública e vai além dos muros da empresa. Pioneira na implantação de ações de promoção à igualdade de gênero no setor elétrico, a empresa mantém desde 2004 um programa específico sobre o tema. Friedrich: “Resultados do CAB não são só quantitativos, mas qualitativos” Também participaram da reunião a gerente de programa de educação formal do Instituto Ayrton Senna, Maria Regina Baroni; o fundador do site Caronetas, Marcio Nigro; o reitor da Universidade Brahma Kumaris, Joachin Golo Pilz; a coordenadora da II Jornada de Educação Ambiental, Moema Viezzer; e o coordenador do programa Água Brasil (WWF-Brasil), Fábio Cidrin, entre outras personalidades da área de educação ambiental. N º 21 N o vemb ro 2 0 1 2 N º 21 N o vemb ro 2 0 1 2 J o r n a l Cu l t i v a n d o Ág u a Bo a I t a i pu B i n a c i o n a l 19 ESPECIAL RIO+20 Itaipu lança Relatório de Sustentabilidade e distribui em pen drives Binacional apresenta casos de sucesso de ações de sustentabilidade para a agropecuária Um dia antes do encerramento da Rio+20, a Itaipu Binacional lançou no Parque dos Atletas, no Rio de Janeiro, o Relatório de Sustentabilidade 2011 (RS 2011). O documento reúne as práticas que usina apresentou nos eventos paralelos da conferência. A experiência de Itaipu na área de energias renováveis e a metodologia do Programa Cultivando Água Boa – foram apresentados no Espaço AgroBrasil, no Píer Mauá, durante a programação paralela da Rio+20, no dia 17 de junho. O evento, promovido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), discutiu ações de sustentabilidade para a agropecuária brasileira. Em vez de papel, o relatório foi entregue em pen drive aos jornalistas e convidados, seguindo as diretrizes do governo federal de não levar nenhum material impresso para a conferência. Na mesma cerimônia, a Eletrobras, que reúne as empresas do setor elétrico, entre elas a Itaipu, também lançou seu relatório de sustentabilidade. O lançamento dos dois documentos ocorreu na mesma semana em que a presidente da República, Dilma Rousseff, conclamou as empresas a integrar informações de sustentabilidade em seus relatórios corporativos. O relatório, que é publicado voluntariamente pelas organizações, inclui informações gerais sobre gestão empresarial e indicadores específicos sobre a relação com os trabalhadores, a sociedade, o meio ambiente e o seu setor de atuação, que, no caso de Itaipu, é a área de energia elétrica. O RS 2011 da Itaipu apresenta informações gerais de forma binacional – a usina pertence ao Brasil e ao Paraguai - e detalha as ações desenvolvidas na margem brasileira. Este é o mais completo relatório já publicado pela empresa, pois segue a metodologia GRI 3.1, a mais atualizada da Global Reporting Initiative. Segundo a assessora de Responsabilidade Social de Itaipu, Heloisa Covolan, além de seguir à risca as orientações, a Itaipu ajudou a formular, no documento, os indicadores sobre equidade de gênero. “O lançamento do relatório aqui na Rio+20 nos ajuda a mostrar que tanto a Itaipu quanto a Eletrobras estão cumprindo tudo aquilo que estamos falando em nossas apresentações”, disse o diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek. Ele explicou que o relatório reúne informações sobre as ações de desenvolvimento sustentável da Itaipu Binacional nas dimensões econômica, social e ambiental. E complementou: “Não podemos, de forma alguma, permitir que este processo todo sobre sustentabilidade se transforme num belo discurso, num verniz, numa maquiagem”. A assessora de Responsabilidade Social de Itaipu, Heloisa Covolan, destacou a representação de diferentes públicos (os chamados stakeholders) na elaboração do relatório. Para a elaboração do documento, foram realizados seminários com especialistas, e consultados os parceiros de Itaipu, entre eles os que atuam no Programa Cultivando Água Boa, e o público interno – cerca de 60 empregados de várias áreas e níveis hierárquicos da empresa. “Nossa intenção com o público interno é mostrar que Para a assessora de Resp. Social de Itaipu, Heloisa Covolan, o relatório comprova que a empresa cumpre o que apresentou na Conferência Itaipu foi um dos destaques no debate sobre como a agropecuária brasileira gera e distribui riquezas respeitando a natureza. Energias renováveis todos têm responsabilidade com a sustentabilidade empresarial, mesmo quem não trabalha diretamente em programas socioambientais”, explicou Heloisa. Na área de energias renováveis, Itaipu foi representada pelo superintendente de Energias Renováveis, Cícero Bley, que falou sobre o projeto que transforma o biogás proveniente de dejetos da agropecuária em energia elétrica, térmica e veicular. GRI Nos últimos anos, a Itaipu, em parceria com o Par- Desenvolvimento Rural Sustentável que Tecnológico Itaipu (PTI), vem trabalhando para o desenvolvimento do biogás como um produto da economia rural, por meio do estímulo à geração, sistematização e difusão do conhecimento sobre as suas aplicações energéticas. Os projetos desenvolvidos pelo Programa Cultivando Água Boa em apoio à agricultura sustentável foram apresentados pelo engenheiro agrônomo João José Passini, coordenador do Programa de Desenvolvimento Rural Sustentável da Itaipu. Ele falou sobre o trabalho de educação e recuperação ambiental realizado nos 29 municípios da Bacia do Paraná 3. “O biogás constitui um novo produto do meio rural, já que os dejetos da agropecuária são transformados em energia, convertida para o abastecimento da propriedade rural e com possibilidade de comercialização do excedente”, afirmou o superintendente. Passini ressaltou o projeto de desenvolvimento rural sustentável, que incentiva a diversificação dos sistemas de produção e apoia a adequação de propriedades rurais. Segundo ele, mais de 5 mil diagnósticos para a correção de passivos ambientais em propriedades rurais já foram elaborados. Bley apresentou o case da Granja Colombari, localizada em São Miguel do Iguaçu, que é pioneira na produção de biogás. Com um plantel de 4 mil suínos, a granja vende, desde 2009, a energia elétrica não consumida na propriedade para a Companhia Paranaense de Energia (Copel). “É uma solução que melhora as condições do meio ambiente e gera renda para famílias do meio rural”, ressaltou. Outra iniciativa apresentada foi o apoio ao desenvolvimento tecnológico, por meio de sistemas de informação territorial. Como exemplo, Passini citou o Sistema de Qualidade do Plantio Direto na Palha, que possibilita a visualização geográfica de informações das propriedades, classificando-as em relação à qualidade do plantio direto praticado, que é uma técnica de conservação do solo no cultivo de milho, soja e outras culturas. Atualmente, o plantio direto ocupa 70% da área agrícola brasileira. A GRI desenvolve a metodologia de elaboração de relatórios de sustentabilidade que pode ser adotada por todas as organizações em qualquer parte do mundo. É a mais abrangente estrutura para relatórios de sustentabilidade, proporcionando maior transparência organizacional. A Itaipu publica seus relatórios desde 2004 e desde o de 2007 – publicado em 2008 - utiliza as orientações da GRI como referência. O RS2011 manteve-se como nível A+ confirmado pela própria GRI. Além disso, o relatório foi submetido à asseguração externa independente, que não apresentou ressalvas. Plantio direto Cícero Bley apresenta projetos de produção de biogás da Itaipu João Passini fala do trabalho realizado nos 29 municípios da BP3 O evento contou com a apresentação de projetos da Federação Brasileira de Produção Direta na Palha (FEBRAPDP), da Associação Brasileira de Criadores de Zebu, da Aliança da Terra, do Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR) e da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc). Centro de Saberes e a participação ativa na Rio+20 Programa Vida Orgânica leva produtos e experiências para a Green Rio O Centro de Saberes e Cuidados Socioambientais da Bacia do Prata participou ativamente das discussões e atividades ligadas á Conferência Rio+20, realizadas no período de 11 a 22 de junho no Rio de Janeiro. Uma das ações do Programa Cultivando Água Boa, o programa Vida Orgânica, foi apresentado na Conferência Green Rio, que aconteceu nos dias 19 e 20 de junho, na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro. Participação do Centro de Saberes durante evento do Tratado de Educação Ambiental Um dos principais momentos de efetiva participação aconteceu no espaço do Governo do Rio, no Parque dos Atletas, durante o evento do Tratado de Educação Ambiental, ocasião em que houve o lançamento da Rede Planetária. Na ocasião estiveram presentes o diretor de Coordenação e Meio Ambiente da Itaipu Binacional, Nelton Friedrich; o secretário do Ambiente do Rio, Carlos Minc; o ministro do Meio Ambiente do Paraguai, Oscar Rivas; a secretária de Articulação Institucional e Cidadania do Ministério do Meio Ambiente, Samyra Crespo; a coordenadora Internacional do Tratado de Educação Ambiental, Moema Viezzer e demais autoridades que foram debater o tema sustentabilidade. 20 J o r n a l C u l t iv a n d o Ág u a B o a Ita i pu Bi na c i onal “Para nós é um orgulho estar participando, pela primeira, vez de um momento tão importante que irá nortear ações que focam qualidade de vida para as pessoas”, disse o ministro Oscar Rivas, que representou o Paraguai, que integra junto com a Bolívia, o Brasil, a Argentina e o Uruguai o Centro de Saberes. O diretor de Coordenação e Meio Ambiente de Itaipu destacou a importância do Tratado de Educação Ambiental ao citar que “o tratado propõe que juntos, façamos a transformação e a educação é o caminho mais eficaz para esse processo de transformação”. Samyra Crespo, do Ministério do Meio Ambiente e Carlos Minc, do Ambiente do Rio, deixaram mensagem de otimismo à plateia que presenciou o evento. Segundo o diretor de Coordenação e Meio Ambiente de Itaipu, Nelton Friedrich, que apresentou o programa durante a conferência, os eventos paralelos à conferência de chefes de Estado ajudaram a divulgar experiências que podem ser multiplicadas em outros locais. “Nós já temos respostas para as questões da sustentabilidade, falta ganhar escala”, afirmou Friedrich. “Temos muito a comemorar, mas mais do que isso, temos muito ainda a fazer. Sem dúvida alguma a educação ambiental é o fator principal para a mudança de comportamento, sendo que a cultura da prevenção deva ser imediatamente inserida na educação ambiental”, destacou Minc. N º 21 N o vemb ro 2 0 1 2 Green Rio A conferência Green Rio debateu experiências de economia verde no Brasil e na América Latina e contou com a participação da ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello. N º 21 N o vemb ro 2 0 1 2 Alem da participação na conferência, Itaipu levou cerca de 30 diferentes produtos de cooperativas ligadas ao programa de Desenvolvimento Rural Sustentável, do Cultivando Água Boa. Também mostrou peças de artesanato indígena dos povos avá-guaranis atendidos pelo programa de Sustentabilidade das Comunidades Indígenas. Agricultura sustentável Desde 2003, quando o programa Desenvolvimento Rural Sustentável de Itaipu foi implantado, cerca de mil agricultores locais aderiram à prática da agricultura orgânica. Outros 1.500 estão em estágio avançado na adoção de práticas agropecuárias sustentáveis, como a integração entre pecuária e lavoura, a produção de leite e pasto e a diversificação de culturas, especialmente com o plantio de frutíferas. Além do suporte técnico a esses produtores, a Itaipu e demais parceiros do projeto incentivam a produ- Ação do Programa Cultivando Água Boa é mostrada durante a Rio+20 ção agroecológica através das feiras Vida Orgânica, da inserção de alimentos orgânicos na merenda escolar, da criação de agroindústrias e cooperativas voltadas ao agricultor familiar, entre outras ações. J o r n a l Cu l t i v a n d o Ág u a Bo a I t a i pu B i n a c i o n a l 21 ESPECIAL RIO+20 Região mobilizada para traçar novas metas pós-Rio+20 Diretor-geral brasileiro participa de encontro pós-Rio+20 privado foi marcante durante a Rio+20. “Na Eco-92, para achar um empresário, era preciso lanterna e lupa. Na Rio+20, no ambiente empresarial, presenciamos ciência e tecnologia juntas, trazendo respostas sobre preservação do meio ambiente”, avaliou. Norman, que comandou estudo de caso da Itaipu pela FGV, atesta que a sustentabilidade empresarial já nasce no planejamento. “Com olhar externo, avaliamos que tudo funciona de maneira articulada por meio dos ideais das ideias”, analisou. Esse conceito é reforçado por Margaret Groff. Para Jorge Samek, a presença do setor privado foi marcante Na Eco-92, para achar um empresário, era preciso lanterna e lupa. Na Rio+20, no ambiente empresarial, presenciamos ciência e tecnologia juntas, trazendo respostas sobre preservação do meio ambiente Jorge Miguel Samek - Diretor-Geral brasileiro da Itaipu Binacional Passado o foco em torno da Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), muitas iniciativas brasileiras ganharam projeção mundial e passaram a servir de referência para resolver a equação entre desenvolvimento e sustentabilidade. Entre elas, as ações da Itaipu na Bacia do Paraná 3 (BP3), no Oeste do Paraná, reconhecidas como modelo na conferência mundial e apresentadas, no dia 20 de agosto, pelo Diretor-Geral brasileiro, Jorge Samek, no painel de debates “Rio+20, e daí?” – promovido pelo World Trade Center Curitiba, na capital paranaense. Em sua área, existem pelo menos cinco projetos relacionados com a temática. “Na relação com nossos fornecedores e compras, temos o cuidado para evitar empresas que exploram o trabalho infantil, por exemplo, e estamos evoluindo na adoção de Compras Sustentáveis, com delineamento de indicadores nos contratos firmados que contemplem esse conceito na gestão”, detalhou. Energia limpa vinda dos dejetos animais Os projetos em andamento na Itaipu comprovam que o legado da Rio+20 prossegue em velocidade acelerada, conjugando desenvolvimento e preservação ambiental. Uma das iniciativas que podem ser replicadas por outras localidades, tanto no país quanto no exterior, é a produção de energia a partir de dejetos resultantes da agropecuária. Na região Oeste do Paraná, que concentra número elevado de produção de suínos, aves, milho e soja, um esforço entre vários atores está transformando a vida de agricultores familiares. “O que antes era problema agora é solução. Os dejetos da agropecuária que contaminavam rios e lençóis freáticos agora viram biomassa, tornam-se energia. Os produtores geram sua própria energia e comercializam o excedente, gerando outra forma de renda a partir de sua propriedade”, relatou Samek. A iniciativa está sendo colocada em prática por meio de uma parceria entre Parque Tecnológico de Itaipu (PTI), Copel, Unioeste, Unesco, Compagás, Embrapa, ONGs e comunidade. “Isso só se faz ganhando consciências. O agricultor do futuro vai criar seus porcos, suas aves e gerar sua própria energia, capaz de abastecer seu carro elétrico, outro projeto em andamento”, projetou. Outro fruto das articulações entre vários atores é o projeto ABC (Agricultura Baixo Carbono), fundo de financiamento com taxas atrativas para gestão ambiental de toda a propriedade. Não se trata de melhorias específicas, mas de adotar melhorias sistêmicas para se enquadrar a planos de sustentabilidade. Essa é uma das políticas do Ministério do Desenvolvimento Agrário, que visa estimular o desenvolvimento da agricultura familiar dentro de conceitos ambientais. Estado precisa induzir mudanças Em uma discussão sobre o papel dos chefes de estado como indutores para o crescimento sustentável, Luciano Pizzatto definiu como retrocesso a vontade política apresentada pelos líderes. “Algo está errado. Os governos fazem a sociedade se movimentar, mas eles mesmos não avançam. Na Rio+20, os líderes disseram: primeiro a economia e depois o meio ambiente. Disseram e depois assinaram”, criticou. No entanto, ele acredita que o Brasil é o grande instrumento de mudança ambiental porque sabe como fazer. “Cabe a nós usar essa força e dar ao governo argumentos para que ele possa negociar soluções globais efetivas, que não fique só no discurso”, ressaltou ele. Segundo o Diretor-Geral da Itaipu, os países e mandatários que não estejam em sintonia com essa temática vão ter vida curta. “Temos a obrigação de ser cada vez mais sustentáveis. Não há setor da economia que não tenha processo rumo à sustentabilidade. Quem não o fizer, vai ser atropelado”, concluiu Samek. Depois da ampla participação na Conferência das Nações Unidas sobre Sustentabilidade – a Rio+20, o desafio do Programa Cultivando Água Boa tem sido manter a dinâmica de ações para dar continuidade aos debates e traçar novas metas. De acordo com o diretor de coordenação e meio ambiente da Itaipu Binacional, Nelton Friedrich, a Rio+20 foi apenas uma passagem. “Começamos a pensar na conferência com mais de um ano de antecedência. A Rio+20 foi uma vitrine para consolidar nosso trabalho entre aqueles que já conheciam e apresentar o Programa Cultivando Água Boa aos que não conheciam. Agora, passado este momento, continuamos os esforços para nos manter em posição de vanguarda”, destacou. Para isso, a equipe gestora do programa vem promovendo encontros com os educadores ambientais dos 29 municípios da Bacia do Paraná 3. O objetivo é avaliar as ações já desenvolvidas e traçar novas metas após a Rio+20. Os últimos encontros foram nos dias 20 de julho, em Santa Tereza do Oeste; 27 de julho, em Pato Bragado, e no dia 3 de agosto, em Missal. A cada encontro, os participantes puderam ouvir relatos de quem esteve na Rio+20 e participar de dinâmicas e diálogos com a leitura do documento oficial da Conferência. De acordo com a coordenadora dos encontros e gerente de Educação Ambiental da Itaipu, Leila Alberton, as diretrizes delineadas no documento oficial serão adaptadas à realidade local e deverão nortear as metas que serão estabelecidas para a região. “Os encontros foram muito positivos. Consegui- mos avaliar em conjunto todas as ações, mas principalmente, elencamos as necessidades e pontuamos o que podemos avançar ainda mais”, disse Leila. Ela citou a colcha de retalhos, construída a partir dos sonhos e desejos dos moradores da região, como o ponto forte de representatividade da bacia na Rio+20. “Sem dúvida foi um dos símbolos mais marcantes. A nossa colcha representa união, Apresentações culturais marcam encontros para debater metas pós-Rio+20, em Santa Tereza do Oeste, Pato Bragado e Missal, em julho e agosto força e o comprometimento de um povo que sabe fazer a diferença”, avaliou. Santa Rosa, integrante do movimento “Juventude Teia dos Sonhos”. A participação dos jovens resulO diretor de Coordenação, Nelton Friedrich, esteve tou na produção de um relatório com avaliações e presente em todos os encontros e falou sobre a pariniciativas que serão colocadas em prática na região, ticipação do Programa Cultivando Água Boa em 45 entre elas, a valorização do espaço onde vivem. momentos na Rio+20. “Cumprimos o nosso papel e voltamos para casa com uma missão ainda mais laO coordenador do projeto Coleta Solidária, Luiz tente: a de continuarmos sendo os protagonistas da Carlos Matinc, abordou a participação efetiva do nossa história, em cada município”, disse. Movimento Nacional dos Catadores. Diálogos Entre os convidados que fizeram parte das mesas de diálogos e compartilharam as impressões obtidas na Rio+20, esteve Fabiano Carlos Cassimiro, de Nova Lideranças indígenas discutem novo DVD Lideranças culturais das reservas indígenas do Tekohá Ocoy, Añetete e Itamarã, instaladas na Bacia do Paraná 3 (BP3), participaram de um evento, no dia 17 de agosto, no Refúgio Biológico Bela Vista (RBV), para discutir estratégias de divulgação do novo DVD sobre as tradições da etnia avá-guarani, que está em fase final de produção. No encontro, a Itaipu mostrou que está comprometida com um dos maiores desafios pós-Rio+20: possibilitar a replicação de seus projetos em regiões com problemas semelhantes aos combatidos na BP3. “Além de produzir energia, nos propusemos a resolver os problemas ambientais”, observou Samek. A expectativa é que o novo DVD esteja pronto até o final do ano. O primeiro vídeo, “Tradição Guarani: Sustentabilidade das Comunidades Indígenas”, que teve apoio de Itaipu, foi lançado no final de 2009 e distribuído para universidades e centros de estudo de todo o País e também no exterior. O encontro, mediado pelo diretor da FGV-Isae em Curitiba, Norman Arruda, contou com a participação do presidente da Compagás, Luciano Pizzatto, e do coordenador da Biodiversidade da Fundação O Boticário, André Ferretti. Diante de uma plateia formada por empresários, Samek ressaltou que, em 20 anos, a presença do setor 22 J o r n a l C u l t iv a n d o Ág u a B o a Ita i pu Bi na c i onal Empresários reafirmam comprometimento com desafios após a Conferência da Organização das Nações Unidas N º 21 N o vemb ro 2 0 1 2 A engenheira agrônoma Liziane Kadine também fez parte dos encontros e falou sobre os trabalhos direcionados à agricultura familiar e orgânica apresentados na Rio+20. Expectativa é que o novo DVD esteja pronto até o fim do ano com música, dança, agricultura e imagens das reservas indígenas Ocoy, Añetete e Itamarã N º 21 N o vemb ro 2 0 1 2 “O [novo] DVD vai mostrar desde a nossa cultura até os projetos de sustentabilidade desenvolvidos dentro das aldeias. Vai ter música, dança, agricultura, imagens de cada grupo, para que as pessoas conheçam o nosso dia a dia”, explicou Teodoro Tupã Alves, da aldeia Itamarã, um dos coordenadores do trabalho. Segundo ele, a tiragem será de 1.500 exemplares, que serão divididos para quatro grupos da região. Os índios vão poder comercializar o trabalho – inclusive para turistas que visitam o Destino Iguaçu. Balanço O diretor de Meio Ambiente destacou que os índios hoje vivem outra realidade na região, superando antigos problemas de sobrevivência. Cada família tem seis filhos, em média, e as aldeias contam com escolas em guarani e português, unidades de saúde, centro de artesanato, centros de segurança alimentar, casas de reza, entre outros benefícios. J o r n a l Cu l t i v a n d o Ág u a Bo a I t a i pu B i n a c i o n a l 23 DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL AAFEMED e Programa Desenvolvimento Rural Sustentável da Itaipu comemoram 10 anos de incentivo à Agricultura Orgânica ano de 2011, a rede de Assistência Técnica de Extensão Rural (Ater) em agroecologia fez 4.726 atendimentos individuais nas propriedades e 339 reuniões com os quase mil agricultores orgânicos, os que estão em conversão para orgânico e os que utilizam práticas agroecológicas, na região da BP3. O doce resultado Na comunidade de Santa Rita, a 15 km de Medianeira, o produtor rural Balduino Ros exibe com orgulho o resultado da agricultura orgânica. A propriedade de 26 hectares que antes produzia apenas milho, atualmente rende quatro mil quilos de açúcar mascavo por ano e quase três mil e quinhentos potes de melado que são comercializados na Casa do Produtor e supermercados da região, além da destinação à merenda escolar e ao Programa de Aquisição de Alimentos do Governo Federal. Ao todo, 96 produtores fazem parte da Associação dos Agricultores Familiares e Ecológicos de Medianeira e outros estão em processo de adequação para a produção orgânica O técnico em agropecuária, Paulo Bussolo, presta consultoria aos produtores da região do Oeste do Paraná - COAFASO uma cooperativa regional que abrange os municípios de Medianeira, Missal, Itaipulândia, Serranópolis do Iguaçu, São Miguel do Iguaçu, Santa Terezinha de Itaipu e Foz do Iguaçu, principalmente para atender a demanda de comercialização dos produtos no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) do Governo Federal, o Programa Nacional de Alimentação Escolar - PNAE (Compra Direta da Agricultura Familiar) e o mercado consumidor de produtos orgânicos do Município de Foz do Iguaçu e região. Casa do Produtor de Medianeira comercializa alimentos orgânicos produzidos na região Diariamente, quase 150 consumidores passam pela Casa do Produtor de Medianeira à procura de produtos orgânicos como grãos (soja, milho, feijão, amendoim, pipoca), leite e derivados, frangos, ovos, hortaliças, frutas, derivados da cana de açúcar (melado, açúcar mascavo, aguardente) e pães. A Casa do Produtor Rural é resultado do trabalho da Itaipu, por meio do Programa Cultivando Água Boa, em parceria com a Prefeitura Municipal, Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Centro Popular de Saúde YANTEM e a Associação dos Agricultores Familiares e Ecológicos de Medianeira – AAFEMED, que comemora 10 anos em 2012. A consumidora Maria José Beltrão faz compras no local duas vezes por semana e destaca as vantagens. “A gente paga um pouco mais caro, mas é um alimento muito mais saudável. O gosto é diferente daquele tomate do supermercado. Nesse aqui você sabe que não tem veneno”, declara a dona-de-casa que chama atenção ainda para o fato de que “muitas vezes é preciso ficar atento, pois o valor nem é tão diferente do produto tradicional e vale a pena consumir o orgânico”. Ao todo, 96 produtores fazem parte da Associação, e muitos estão em processo de certificação. “O período de certificação dura dois anos, são 18 meses para a descontaminação do solo, depois os agricultores aprendem as práticas de manejo e a propriedade passa pela adequação para, só então, ser certificada”, explica o técnico em agropecuária, Paulo Bussolo, que presta consultoria aos produtores por meio da Biolabore – Cooperativa de Trabalho e Assistência Técnica do Paraná. O trabalho de assistência técnica é mantido com recursos da Itaipu Binacional em parceria com a Prefeitura Municipal seguindo o principio do Programa Desenvolvimento Rural Sus- Antes produzia só leite, milho e mandioca. Agora aposto na variedade de culturas, sempre com o acompanhamento do técnico. Quando dá ‘bichinho’ nas folhas, uso remédio sem agrotóxico lho e mandioca. Agora aposto na variedade de culturas, sempre com o acompanhamento do técnico. Quando dá ‘bichinho’ nas folhas, uso remédio sem agrotóxico”, afirma o agricultor. Parte da produção é comercializada na Casa do Produtor do município de Medianeira. Para ampliar a comercialização os Agricultores fundaram, em novembro de 2011, a Cooperativa da Agricultura familiar e Solidaria Princípios J o r n a l C u l t iv a n d o Ág u a B o a Ita i pu Bi na c i onal Em 2011, o faturamento da Casa do Produtor de Medianeira ultrapassou 500 mil reais e a expectativa é que esse ano chegue a 800 mil 10 anos Esse trabalho vem sendo realizado em 22 municípios da BP3, pelo Programa Desenvolvimento Rural Sustentável, que faz parte do Cultivando Água Boa. O Programa envolve vários parceiros articulados por um Comitê Gestor regional, que também comemora seus 10 anos de existência. A Itaipu, em parceria com outras instituições como a Biolabore e o CAPA – Centro de Apoio ao Pequeno Produtor vem ampliando a assistência técnica gratuita aos agricultores que desejam produzir organicamente. Somente no Fruto da adequação Os produtores Janete e Adão Nodari comemoram um ano de certificação da agricultura orgânica. “Foram dois anos de conversão e agora nossos produtos estão 30% mais valorizados por serem orgânicos. O quilo do morango que vendíamos por pouco mais de sete reais, agora vendemos por R$ 9,45”, afirma Janete. Na pequena propriedade de um hectare, a produção é voltada para cenoura, tomate, beterraba, batata doce e utilizam a plantação de alho e cebola para o aproveitamento de espaço. Mas, de acordo com a produtora rural, é o morango o carro chefe da lavoura. “De agosto a novembro são os melhores meses do ano porque a produção de morango é grande e conseguimos tirar uma média de dois mil reais por mês”, revela a agricultora que se diz encantada pelo sistema de agricultura orgânica. “O interessante do orgânico é conhecer e entender a natureza. Nós fazemos parte dela e podemos conviver de forma mais harmônica”. A agricultura orgânica é um sistema de produção que não permite o uso de fertilizantes químicos e agrotóxicos, seguindo os princípios da agroecologia. Utiliza técnicas para melhorar o equilíbrio do solo, fazendo com que as plantas tenham os nutrientes necessários utilizando insumos naturais. O resultado é que os alimentos orgânicos têm uma qualidade superior à dos convencionais e é livre de contaminações. Este sistema de produção tem como base o uso de adubos orgânicos, rotação de culturas, adubação verde, compostagem, homeopatia, controle biológico de pragas e doenças. Agenor José Merlo - agricultor tentável de incentivar a Agricultura Orgânica nos municípios da Bacia do Paraná 3. Um dos produtores certificados, Agenor José Merlo, revela que a renda da família dobrou depois que adequaram a propriedade ao sistema de agricultura orgânica. “Melhorou porque hoje eu tenho uma variedade maior de produtos para comercializar. Antes produzia O produtor rural Balduino só leite, miRos exibe com orgulho o Para o diretor de Coordenação e Meio Ambiente da Itaipu Binacional, Nelton Friedrich, a agricultura orgânica tem um papel importante porque faz um trabalho em favor da qualidade da água, do solo, do ar e estimula o consumo de alimento saudável. “É um ciclo completo que se reflete em saúde e, ao mesmo tempo, movimenta a economia local. Estamos avançando a passos largos melaço e o açúcar orgânicos 24 Em 2011, o faturamento da Casa do Produtor de Medianeira ultrapassou 500 mil reais e a expectativa é que esse ano chegue a 800 mil, segundo a auxiliar administrativa da Associação, Marcia Begnini. “Vendemos 99 mil em produtos para a merenda escolar para a Prefeitura de Medianeira e mais 8 mil para a Prefeitura de Foz do Iguaçu. No Programa de Aquisição de Alimentos já foram contratados 225 mil reais em produtos, este ano, e 310 mil estão em fase de contratação. Uma pequena parte desse valor é utilizada para manter a estrutura da Casa do Produtor e os funcionários, o restante é todo dos agricultores associados”, esclarece. para que a merenda escolar nos 29 municípios da BP3 seja orgânica. Além disso, há uma mudança cultural, mexe com a consciência da merendeira, das crianças da escola, das famílias, é uma dimensão multidisciplinar e uma abordagem sistêmica, uma coisa está relacionada à outra”, destaca o diretor. “Minha terra mudou de pó para coisa viva”, afirma o produtor e lembra que no passado era diferente. “Há uns 10 anos, eu plantava milho e usava muito químico. Agora, na minha cana eu não coloco nada. O solo está muito melhor”. O técnico Paulo Bussolo explica que é realizado somente o manejo adequado da palha, adubação verde e rotação de cultura. N º 21 N o vemb ro 2 0 1 2 N º 21 N o vemb ro 2 0 1 2 Os morangos da pequena propriedade de Janete e Adão Nodari estão 30% mais valorizados J o r n a l Cu l t i v a n d o Ág u a Bo a I t a i pu B i n a c i o n a l 25 DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL EDUCAÇÃO AMBIENTAL Itaipu integra conselho fiscal da Associação Brasil Orgânico e Sustentável Carta da Terra infantil chega às escolas A produção e o consumo de orgânicos e as políticas públicas sobre agricultura orgânica foram temas de encontros em setembro A Carta da Terra, declaração de princípios éticos e sustentáveis reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU), países, empresas e ONGs dos cinco continentes, ganhou uma versão infantil e está sendo incorporada à rotina pedagógica de escolas e centros municipais de educação dos 29 municípios da Bacia do Paraná 3 (BP3), no Oeste do Estado. Parceira dos produtores do Oeste do Paraná, a Itaipu foi nomeada para o conselho fiscal da Associação Brasil Orgânico e Sustentável (Abrasos). “Chegou o momento de mostrarmos o nosso potencial regional e tornar Foz do Iguaçu um polo de consumo consciente, por meio de um trabalho contínuo”, avaliou o diretor de Coordenação e Meio Ambiente, Nelton Friedrich. Intitulada Carta da Terra para Crianças, o trabalho foi lançado no dia 21 de setembro, no auditório da Fundação Cultural de Foz do Iguaçu, e desde então cerca de 30 mil exemplares da cartilha estão sendo distribuídos nas escolas da região. No Paraná O setor de agricultura orgânica é um dos que mais crescem no mundo, e o Paraná já faz parte desse movimento. Este mercado responde por 15 mil empregos diretos no campo em todo o Estado, sendo a região Oeste a que concentra o maior número de produtores. E com a contribuição direta da Itaipu. Atualmente, 22 dos 29 municípios da Bacia do Paraná 3 (BP3) utilizam produtos orgânicos na merenda escolar. Com o apoio do Programa Cultivando Água Boa, da binacional, 1.200 famílias da região já produzem somente orgânicos. Segundo o engenheiro agrônomo Elson Borges dos Santos, que integra a Comissão Nacional de Produção de Orgânicos (CNAPO), o consumo desse tipo de alimento cresce 30% ao ano. “O governo federal abriu as portas para o mercado de orgânicos. Agora, precisamos nos integrar e articular ações para fazer da melhor maneira a transição agroecológica, que irá resultar em comida boa nas mesas brasileiras e vida saudável para todos”, disse. Guimarães. “A Carta da Terra para Crianças chega para complementar o trabalho de construção coletiva para um mundo melhor que desenvolvemos com os nossos alunos. Estamos muito felizes com a novidade”, elogiou. O prefeito de Foz, Paulo Mac Donald Ghisi, que também participou da cerimônia na Fundação Cultural, disse que a Carta da Terra para Crianças passará a despertar nos estudantes a consciência da transformação. Presidente do Conselho dos Lindeiros e prefeita de Pato Bragado, Normilda Koehler destacou as parcerias entre as instituições da BP3 e a preocupação em promover ações sustentáveis. A iniciativa é da Itaipu Binacional, Prefeitura de Foz do Iguaçu e Conselho de Desenvolvimento dos Municípios Lindeiros ao Lago de Itaipu. O material contém linguagem simples e figuras ilustrativas, destacando a importância dos cuidados com a natureza e os princípios da sustentabilidade. A agricultura orgânica responde por 15 mil empregos diretos no campo em todo o Paraná Crescimento Cerca de 30 mil exemplares da cartilha estão sendo distribuídos Encontros A produção e o consumo de orgânicos e as políticas públicas sobre agricultura orgânica foram os temas de três encontros promovidos pela Itaipu durante o mês de setembro, dos quais participaram os núcleos de formadores de educação ambiental de Cascavel, Marechal Cândido Rondon e Foz do Iguaçu. Os encontros contaram com a presença de diversos parceiros, entre eles o especialista em Engenharia de Produção, diretor-presidente da Aspramat e diretor da Cooperativa de Produtores da Agricultura Familiar (Cooprafa), Gabriel de Carvalho; a nutricionista que atua com a merenda escolar no município de Ramilândia, Tássia Lima; e o coordenador técnico do Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor (Capa), Sidnei Francisco Muller. Estudantes recebem a versão infantil Espaços educativos selecionados receberão prêmio em dinheiro para desenvolvimento e aprimoramento do projeto Dos 70 projetos inscritos, 20 foram selecionados no dia 19 de outubro pela comissão avaliadora composta por representantes das Secretarias de Educação e gestores de educação ambiental de 22 municípios da BP3. Para o diretor de Coordenação e Meio ambiente da Itaipu Binacional, Nelton Friedrich, a qualidade dos projetos inscritos no concurso demonstra o comprometimento das pessoas que buscam desenvolver ações que resultam em dias melhores. “Em praticamente dez anos de caminhada com o Cultivando Água Boa, estamos colhendo belos frutos de um semear repleto de ideais”. 26 J o r n a l C u l t iv a n d o Ág u a B o a Ita i pu Bi na c i onal N º 21 N o vemb ro 2 0 1 2 N º 21 N o vemb ro 2 0 1 2 A sustentabilidade representa, diante da crise socioambiental generalizada, uma questão de vida ou morte. O autor faz um histórico do conceito desde o século XVI até os dias atuais, submetendo a uma rigorosa crítica os vários modelos existentes de desenvolvimento sustentável. Segundo os pensadores e educadores que escreveram este livro revolucionário, reorientar o modo como os seres humanos vivem e educar as crianças para que atinjam seus potenciais mais elevados são tarefas com aspectos bem semelhantes. Ambas têm de ser vistas e abordadas no contexto dos sistemas: familiar, geográfico ecológico e político. Concurso elege Boas Práticas Ecopedagógicas da rede formal de ensino Um dos espaços educativos finalistas do concurso de Boas Práticas Ecopedagógicas da Bacia do Paraná 3 (BP3) será premiado de maneira simbólica durante o Encontro Cultivando Água Boa+10| O Caminho Adiante, nos dias 22 e 23 de novembro, no Hotel Rafain Palace, em Foz do Iguaçu. Sustentabilidade – O que é – O que não é Autor: Leonardo Boff Editora Vozes/ R$ 27,50 Alfabetização Ecológica Autor: Fritjof Capra Editora: Cultrix/ R$ 54,90 “A Carta da Terra para Crianças nasce como um libelo de esperança; o instrumento que faltava para trabalhar nas crianças a ideia de que um novo mundo é possível”, disse o diretor de Coordenação e Meio Ambiente de Itaipu, Nelton Friedrich. Segundo ele, “o material impresso não deve ficar parado nas prateleiras para receber poeira, mas, sim, viver e permear as salas de aula”. A mesma opinião tem a coordenadora do Centro Municipal de Educação Infantil Jardim Lindóia, Neusa Martins box de livros O presidente do Conselho de Desenvolvimento dos Municípios Lindeiros ao Lago de Itaipu e prefeito de Entre Rios do Oeste, Elcio Zimmermann, destacou o empenho da Itaipu em constantemente mobilizar a região para questões sociais e educativas. “Os resultados são positivos porque existe a vontade coletiva de fazer a diferença, mas, sobretudo, pelo fato de sentirmos orgulho de fazermos parte do Programa Cultivando Água Boa”, disse Zimmermann. Premiação Para cada espaço educativo selecionado será destinado o valor de R$ 1.200 para uso exclusivo no desenvolvimento e aprimoramento do projeto premiado. As equipes envolvidas nos projetos terão como premiação um passeio a bordo da embarcação Catamarã no Lago de Itaipu, com data a ser definida. Conheça os projetos e as instituições de ensino premiadas acessando o site www.cultivandoaguaboa.com.br. Novo olhar O Concurso de Boas Práticas Ecopedagógicas da BP3 é uma iniciativa do Conselho dos Lindeiros e Secretarias de Educação dos 29 municípios, com apoio da Itaipu Binacional. A iniciativa tem como objetivo o olhar aprimorado sobre a educação ambiental na rede formal de ensino. Vinte projetos foram selecionados pela comissão avaliadora J o r n a l Cu l t i v a n d o Ág u a Bo a I t a i pu B i n a c i o n a l 27 PLANTAS MEDICINAIS Oeste paranaense é destaque na produção de plantas medicinais no Brasil Ministério da Saúde liberou mais de R$ 2 milhões para desenvolver a cadeia produtiva de plantas medicinais e fitoterápicos na região 98 1.300 9.000 agricultores capacitados para o cultivo e beneficiamento profissionais de saúde aptos para prescrever fitoterápicos pessoas esclarecidas sobre utilização correta de plantas medicinais Ervanário da Itaipu faz secagem e produção de fitoterápicos, além da montagem de kits para os postos de saúde que temos do meio ambiente. Hoje em dia, dói em mim derrubar uma árvore. Se cada um de nós fizesse um pouquinho, daria tudo certo”. Além das plantas medicinais (calêndula, alecrim, citronela, capim limão, salvia e orégano), Paulo Spech cultiva tomate, uva, melancia, maçã, figo e alface. Com toda a produção chega a ganhar até R$ 4 mil por mês, 12,5% desse valor só com a venda de plan- tas medicinais e condimentares. De acordo com a engenheira agrônoma da Itaipu, Liziane Kadine Pires, o maior desafio do programa agora é focar no mercado e ter uma destinação certa para esta produção. “Nossa intenção não é ter produção em larga escala, mas aumentar o cultivo de plantas medicinais pelos pequenos agricultores para que possam atender à demanda que foi criada”, es- O agricultor Paulo Spech de São Pedro do Iguaçu mudou de vida e a forma como lida com a terra A adesão cada vez maior de pequenos agricultores à produção de plantas medicinais na região da Bacia do Paraná 3 (BP3) reflete alguns dos resultados positivos que vêm sendo alcançados com o programa Cultivando Água Boa (CAB). Criado como uma das ações do movimento socioambiental, o Projeto Plantas Medicinais comemora o resgate de uma tradição local – o uso de fitoterápicos no tratamento de doenças e em benefício da qualidade de vida. De acordo com o diretor de Coordenação e Meio Ambiente da Itaipu Binacional, Nelton Friedrich, o desafio do programa foi colocar em prática os conhecimentos populares sobre o tema e ainda contar com apoio dos profissionais de saúde. “Saímos de uma utilização empírica, um olhar primário sobre as plantas medicinais que eram usadas como o ‘chazinho da vovó’, para a estruturação de arranjos produtivos locais que possibilitem a transformação da região em um polo de fitoterápicos, aromáticos e condimentares dentro do Brasil”, analisa Friedrich. Este ano, o trabalho nos municípios do oeste paranaense teve o reconhecimento do Ministério da Saú28 J o r n a l C u l t iv a n d o Ág u a B o a Ita i pu Bi na c i onal de, que, pela primeira vez, liberou mais de R$ 2 milhões para desenvolver a cadeia produtiva de plantas medicinais e fitoterápicos na região. Em todo o Brasil, apenas 12 municípios receberam incentivos, entre os quais três são do Paraná – Foz do Iguaçu, Pato Bragado e Toledo – localizados na Bacia Hidrográfica do Paraná 3, área de atuação do Programa Cultivando Água Boa. Segundo o gestor do Projeto Plantas Medicinais da Itaipu, Reinaldo Shimabuku, os recursos representaram um grande avanço na estruturação dos arranjos produtivos locais. “É com estes recursos que vamos mostrar ao Governo Federal que essa área pode se desenvolver e merecer novos investimentos”, declarou. Trabalho com a comunidade Desde 2003, mais de 9 mil pessoas da região já participaram de cursos sobre a utilização correta de plantas medicinais, segurança alimentar e nutricional, reaproveitamento de vegetais e noções de higiene e saneamento básico. Por meio dos cursos patrocinados pela Itaipu, mais de 1.300 profissionais de saúde (médicos, dentistas, farmacêuticos, enfermeiras e nutricionistas) Desde 2005, a Itaipu mantém um ervanário, com estrutura para secagem e produção de fitoterápicos, anexa ao horto de 1,5 hectare, no Refúgio Biológico Bela Vista, em Foz do Iguaçu. Das 140 espécies de plantas medicinais identificadas na região, 80 são produzidas no horto e doadas para agricultores, universidades e comunidade – quantidade que chega a 5 mil mudas por mês. Para dar suporte à demanda e atender aos 35 postos de saúde da região que já prescrevem fitoterápicos aos pacientes, o programa estabeleceu uma cadeia de produção junto à agricultura familiar. Nos últimos anos, 98 agricultores foram capacitados para o cultivo e beneficiamento de plantas medicinais. Mudança de cultivo e de vida N º 21 N o vemb ro 2 0 1 2 Para o produtor Paulo Spech, os contratos com uma indústria do estado de Santa Catarina e outra de Toledo-PR são a expectativa de aumentar a produção. “A mão de obra é pouca, mas se tiver mais demanda a gente aumenta a produção. Acho que com esses contratos vai melhorar bem mais”. Estrutura em Foz do Iguaçu foram capacitados. Médicos, dentistas e nutricionistas podem prescrever medicamentos fitoterápicos e outros produtos a base de plantas medicinais para os pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Entre os produtores da região da BP3 que apostaram nas plantas medicinais está o agricultor Paulo Spech, habitante do município de São Pedro do Iguaçu há 30 anos. A propriedade de 4,8 hectares cultivava fumo até sete anos atrás. Hoje, ele diz que mudou de vida e a forma como lida com a terra. “Por duas vezes tive intoxicação trabalhando com fumo. Agora na minha propriedade não tem nada de químico, só orgânico, que além de ser mais lucrativo ainda faz bem”, revela o produtor e acrescenta: “aprendi com o [Programa Cultivando] Água Boa a necessidade clarece a profissional e revela que atualmente faltam fornecedores do produto no mercado. Desde a criação do viveiro medicinal, mais de 230.000 mudas já foram doadas. Destas 80 espécies, 30 são processadas pelo Ervanário da Itaipu, onde é feita a seleção, limpeza, secagem, embalagem, controle de qualidade e armazenamento da produção, além da montagem de kits que são enviados aos postos do Sistema Único de Saúde (SUS). Nos últimos cinco anos, mais de 1.000 kg de plantas desidratadas foram fornecidas pelo programa. 230.000 mudas cultivadas no viveiro medicinal do RBV já foram doadas N º 21 N o vemb ro 2 0 1 2 J o r n a l Cu l t i v a n d o Ág u a Bo a I t a i pu B i n a c i o n a l 29 COMUNIDADES INDÍGENAS Criação de peixes em tanques-redes contribui para sustentabilidade de comunidades Agricultura e artesanato Além da piscicultura, a agricultura e o artesanato são atividades típicas do cotidiano indígena. Na aldeia do Ocoy, onde a área é de apenas 250 hectares, a agricultura é mais voltada para a subsistência das famílias com cultivo de sementes, milho e mandioca. A Itaipu fornece assistência técnica e maquinário para auxiliar a produção. Em 2011, a produção foi de duas toneladas e, até o final de 2012, a expectativa é ultrapassar seis toneladas de peixes no Ocoy As famílias da comunidade indígena Ocoy, em São Miguel do Iguaçu, vêm recebendo um reforço nutricional e garantindo mais saúde com a inclusão de peixes no cardápio habitual. Isso graças ao cultivo sustentável pelo sistema de tanques-redes coordenado pelo Projeto Sustentabilidade das Comunidades Indígenas, que integra o Programa Cultivando Água Boa da Itaipu Binacional. Somente no mês de agosto, foi realizada a despesca de três tanques com a produção de mais de uma tonelada de pescado. “O consumo de peixe faz parte da cultura indígena, portanto representa mais que um alimento. O que estamos fazendo é dar suporte técnico e logístico para que a comunidade possa cultivar os peixes por meio do sistema de tanques-redes”, revela o gestor do projeto, João Carlos Bernardes. Desde 2006, quando começou o trabalho na comunidade de São Miguel do Iguaçu, 40 tanques já foram implantados, 38 estão em produção e dois servem de berçário. Nos viveiros são criadas espécies nativas da região, como o Pacu. A despesca do mês de agosto surpreendeu a equipe, que esperava retirar 600 peixes, mas contabilizou 1.150 unidades, um total de 1010 kg. Apoio técnico Uma equipe de agentes de produção indígenas e não indígenas mantida pela Itaipu Binacional, em convênio com o Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor – Capa, faz a orientação de atividades de manejo e reparo de tanques-redes, além da realização de biometrias (medição e pesagem). “Temos um técnico de piscicultura que acompanha eles. No dia a dia, eles aprendem com os técnicos e se quiserem trabalhar com isso vão estar aptos. Nós estamos investindo neles, a comunidade está envolvida no processo, estamos ensinando a pescar”, afirma João Bernardes. A integração dos indígenas no trabalho é um dos objetivos do projeto. Silvino Vass, vice-cacique da comunidade Ocoy, está trabalhando há seis meses com os tanques-redes e fica responsável pela alimentação dos peixes como agente de produção local. Espero engordar os peixes e que a gente consiga tirar muito mais das próximas vezes Silvino Vass, vice-cacique da comunidade Ocoy “Essa quantidade surpreendeu. O máximo que já vi foram 800 unidades em tanque-rede. Então essa despesca foi bem acima da média. É praticamente a multiplicação dos peixes”, brinca Bernardes. “Hoje foi muito peixe”, fala admirado e complementa: “Espero engordar os peixes e que a gente consiga tirar muito mais das próximas vezes”. O engenheiro de aquicultura (técnico da Itaipu) Celso Buglione, explica que a produção é maior no verão. “Se tivéssemos verão o ano inteiro teríamos mais produção. No inverno os peixes comem menos e demoram um pouco mais para crescer”, revela. Em 2011, a produção anual foi de duas toneladas. Até o final de 2012, a equipe espera ultrapassar as seis toneladas de peixes com a produção em tanques-redes na comunidade Ocoy. “Até agora já despescamos 4.129kg e temos a expectativa de retirar mais duas mil toneladas, podendo chegar a 6,5 toneladas”, contabiliza Celso Buglione. Peixe no prato Depois da despesca, a equipe distribui o pescado de casa em casa, tendo como critério a quantidade de integrantes das 150 famílias que vivem na reserva. De acordo com o cacique, Daniel Maraca Lopes, a comunidade já pede para aumentar a produção que “melhorou bastante o que os indígenas põem no prato. Com o aumento das famílias, nascimento de mais crianças, precisamos de mais peixe para distribuir para todos. Os peixes acrescentam no alimento da comunidade, por isso pedimos essa criação aqui”, reforça o cacique. O artesanato, que já é uma tradição indígena, ganhou mais força com o apoio do projeto. Em parceria com a prefeitura de São Miguel do Iguaçu, o projeto da Itaipu mantém a instrutora Maria Shineider há sete anos trabalhando em oficinas e acompanhando os artesãos do Ocoy. “Os grupos são de 15 pessoas por oficina, que dura de cinco a sete dias. Nesses cursos, trazemos técnicas inovadoras para melhorar o artesanato que já fazemos”, explica a instrutora. Ao todo 100 pessoas, entre jovens, mulheres e homens, fazem peças sob encomenda e, nas horas vagas, dedicam-se a produção para vender em feiras da região. Os produtos são vendidos na sede da Cooperativa de Artesanato da Região Oeste e Sudoeste do Paraná (Coart), nas lojas do Ñandeva (programa de desenvolvimento do artesanato criado pela Fundação Parque Tecnológico de Itaipu - FPTI) e na aldeia para visitantes de todo o mundo. De cada peça produzida, 90% do valor fica com o artesão. “Na última encomenda grande que fizemos conseguimos três mil reais por 450 peças que levamos um mês para terminar. Já atendemos até encomendas de outros países como França, Itália e Alemanha” revela Maria e afirma ainda que “o artesanato é uma boa fonte de renda para os índios”. Carmem, esposa do cacique, integra o grupo do Centro de Artesanato desde o início das atividades, em 2005. A coordenadora indígena do trabalho artesanal destaca que o ganho é maior em grandes encomendas e nas vendas em feiras. 150 famílias da reserva recebem o pescado para incrementar a alimentação Nos últimos dois anos, o número de famílias da aldeia de Itamarã (com 242 hectares), também em Na última encomenda grande que fizemos conseguimos três mil reais por 450 peças que levamos um mês para terminar. Já atendemos até encomendas de outros países como França, Itália e Alemanha Maria Shineider - instrutora Diamante d’Oeste, passou de 25 para 35. “Tem famílias hoje que estão vindo de longe e voltando para suas raízes porque viram os ganhos que essas comunidades tiveram. Se este trabalho não estivesse tendo um resultado satisfatório, as áreas estariam desertas”, avalia João Bernardes. O cacique da aldeia de Itamarã, Isario Karai Mirin Popykua, que morou em uma terra demarcada no Centro Oeste, afirma que no oeste paranaense os índios vivem muito melhor. “Lá, a gente não tinha acesso à agricultura e à educação como aqui. Nem o apoio que temos para manter as nossas tradições”, garante o líder comunitário. Dona Rosa Martinez, 60 anos, garante o peixe para alimentar a família por 2 dias “Não é fácil nosso trabalho, mas as mulheres gostam. Antes do artesanato a gente trabalhava na agricultura. Agora com o centro [de artesanato] melhorou”, afirma a guarani. Segundo Carmem, os produtos que mais gosta de fazer são colares, canetas e brincos. Añetete e Itamarã As outras duas aldeias assistidas pelo Projeto de Sustentabilidade das Comunidades Indígenas também mantêm atividades de subsistência em pleno desenvolvimento. Com área maior, a comunidade do Añetete (1.744 hectares), em Diamante D’Oeste, já está próxima de alcançar uma nova etapa de produção – a destinação comercial. Somente no Añetete, a produção anual de mandioca chega a 200 toneladas. Em 2012, pela primeira vez, a comunidade conseguiu regulamentação para comercializar o excedente da produção de subsistência para uma unidade de beneficiamento de mandioca. Silvino Vass trabalha é responsável pela alimentação dos peixes como agente de produção local 30 J o r n a l C u l t iv a n d o Ág u a B o a Ita i pu Bi na c i onal N º 21 N o vemb ro 2 0 1 2 N º 21 N o vemb ro 2 0 1 2 J o r n a l Cu l t i v a n d o Ág u a Bo a I t a i pu B i n a c i o n a l 31 CAB em destaque Estande da Itaipu é destaque na Feira Nacional de Ciência e Tecnologia em Brasília Prefeitos eleitos reafirmam compromisso com o Programa Cidades Sustentáveis O espaço mostrou experiências como o Cultivando Água Boa, a Plataforma de Energias Renováveis e o Projeto Veículo Elétrico Gestores assumiram o compromisso de prestar contas das ações e dos avanços por meio de relatórios Quase 200 mil pessoas, entre alunos de escolas públicas, estudantes universitários e um público curioso e atento às novidades tecnológicas do País, prestigiaram a 9ª Feira Nacional de Ciência e Tecnologia, de 16 a 21 de outubro, no Pavilhão de Exposições (ExpoBrasília), na capital federal. O evento reuniu cerca de 100 expositores em oito espaços temáticos. A Itaipu e o Parque Tecnológico Itaipu (PTI) foram representados em um estande de 252 metros quadrados. O espaço mostrou experiências exitosas da usina e do parque – entre elas o Programa Cultivando Água Boa, a Plataforma Itaipu de Energias Renováveis e o Projeto Veículo Elétrico. No ExpoBrasília o público teve a oportunidade de ver de perto a produção tecnológica brasileira focada no tema ‘Sustentabilidade, economia verde e erradicação da pobreza’. A feira nacional faz parte da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), que foi realizada simultaneamente em todos os estados brasileiros, com mais de 20 mil atividades em 581 cidades, integradas a 783 instituições de ensino, ciência e tecnologia. Abertura O ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antônio Raupp, fez a abertura do evento. Ele falou da importância da participação dos jovens na feira. De acordo com o ministro, o caminho para a erradicação da extrema pobreza está intimamente ligado a atividades sustentáveis e de economia verde. Segundo Raupp, o tema de 2012 é bastante emblemático. “Um modelo de desenvolvimento sustentável passa necessariamente por ações de tecnologia e inovação”, explicou. Raupp aproveitou para anunciar algumas novidades. A primeira foi um acordo de parceria entre os ministérios de Ciência, Tecnologia e Inovação, da Cultura e da Integração Nacional para a criação do museu de Ciência e Tecnologia em Brasília. Ele também falou sobre a abertura de editais do CNPQ, disponíveis para pesquisas científicas, e ainda a realização de feiras e eventos na área. O ministro ainda elogiou as importantes parceiras, entre elas a Itaipu. A cerimônia de abertura também A cerimônia de abertura contou com a presença do ministro de Ciência e Tecnologia contou com a presença do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz; da ministra da secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário; e do secretário-geral de Coordenação de Políticas e Agência de Negócios da ONU, Thomas Stelzer, entre outras autoridades. ton, de 11 anos, não desgrudou os olhos da experiência. “Quem gasta mais?”, indagou. Nela, os estudantes podem aprender e interagir manipulando frascos de vidros com líquido acertando quais volumes cabem dentro dos recipientes apresentados. “Foi muito informativo”, disse. Estande Itaipu Segundo Diegon, no experimento os alunos entendem melhor o que são as escalas de medida dos líquidos. “Têm ainda noções de espaço e volume e também um pouco de educação ambiental, pois ainda aprendem que, numa escala dos países que mais gastam água no planeta, por exemplo, o Brasil está em 12º no ranking”, concluiu. O primeiro dia de visitação da Feira Nacional de Ciência e Tecnologia, em Brasília, mostrou que o público mais participativo e curioso é mesmo o dos estudantes, sejam eles de nível médio ou universitários. O estande da Itaipu ficou num local privilegiado, ao centro da praça da ExpoBrasília. O espaço exibiu diversas experiências da usina e do PTI em programas de inovação, ações ambientais e tecnologia social, chamou a atenção a Estação de Ciências. Em grupos ou isolados, os estudantes olhavam atentos as explicações do monitor Diegon Ruan, sobre um protótipo movido a hidrogênio. Caio Silva, de 16 anos, do Centro de Ensino Médio 04 de Ceilândia, anotou quase todas as explicações. Disse que tudo serviria para um trabalho da escola. “O que mais em chamou atenção foi o telescópio, o triciclo elétrico e as experiências apresentadas pelo monitor”, disse ele. No sábado (dia 20), o diretor de Coordenação, Nelton Friedrich, ministrou uma palestra sobre Tecnologia Social para a Sustentabilidade Territorial. No painel, ele apresentou o case do Programa Cultivando Água Boa (CAB), desenvolvido desde 2003 na Bacia do Paraná 3, abrangendo 29 municípios e cerca de 1 milhão de habitantes. O diretor falou sobre as diversas ações integradas do programa, como as de educação ambiental, agricultura orgânica, agricultura familiar, coleta solidária e gestão das bacias, entre outras. Outro estudante, com nome de cientista, Isaac Nil- Um modelo de desenvolvimento sustentável passa necessariamente por ações de tecnologia e inovação Ministro Marco Antônio Raupp elogiou Itaipu 32 J o r n a l C u l t iv a n d o Ág u a B o a Ita i pu Bi na c i onal Marco Antônio Raupp - ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação Estudantes puderam fazer experiências práticas N º 21 N o vemb ro 2 0 1 2 Os eixos propostos pelo programa têm conexão com ações do Programa Cultivando Água Boa Prefeitos eleitos, reeleitos e em final de mandato estiveram reunidos, no dia 09 de novembro, no Parque Tecnológico Itaipu, em Foz do Iguaçu, para reafirmarem o engajamento no Programa Cidades Sustentáveis. O objetivo da plataforma encabeçada pelo Instituto Ethos, Rede Social Brasileira por Cidades Justas e Sustentáveis e Rede Nossa São Paulo é sensibilizar, mobilizar e oferecer ferramentas para que os municípios se desenvolvam de forma econômica, social e ambientalmente sustentável. A proposta mobilizadora foi estimulada pela primeira vez - nos municípios que integram a Associação dos Municípios do Oeste do Paraná (Amop) - no Encontro Cultivando Água Boa de 2011, ocasião em que foi realizado o Encontro de Lideranças Políticas e Empresariais para a Sustentabilidade. O segundo momento de proximidade foi realizado no dia 09 de agosto deste ano, durante evento que reuniu os candidatos a prefeito e presidentes de siglas partidárias para a assinatura de uma carta compromisso. Na ocasião, os signatários assumiram o compromisso de promover a Plataforma Cidades Sustentáveis (baseada em 12 eixos de ações) em suas cidades e prestar contas das ações desenvolvidas e dos avanços por meio de relatórios. O compromisso foi reafirmado no início de novembro, quando os prefeitos eleitos e reeleitos estiveram reunidos para aprofundar o conhecimento e tirar dúvidas sobre a nova proposta de governança. N º 21 N o vemb ro 2 0 1 2 Os prefeitos eleitos de Santa Terezinha de Itaipu, Cláudio Eberhard; Santa Helena, Jucerlei Sotoriva e Itaipulândia, Miguel Bayerle, além dos demais gestores públicos da região, participaram do encontro e mais uma vez colocaram-se à disposição para desenvolver os 12 eixos propostos e prestar contas dos resultados. “O Programa Cidades Sustentáveis fará parte da administração pública de Santa Terezinha de Itaipu. Temos metas a cumprir e indicadores importantes a serem conquistados”, disse o prefeito eleito Cláudio Eberhard, que sugeriu no ato da assinatura das metas a serem cumpridas, que seja estabelecida uma metodologia de acompanhamento dos indicadores e que cada município crie um banco de dados que favoreça a avaliação constante do programa. “Iniciaremos o mandato com a oportunidade de mudar a cultura regional e com a participação direta da comunidade que passará a dividir conosco a responsabilidade de garantir resultados satisfatórios”, afirmou. A conexão entre os eixos propostos pelo programa e algumas ações que estão sendo realizadas nos 29 municípios da Bacia do Paraná 3 (BP3) pelo Programa Cultivando Água Boa, da Itaipu, foi apresentada pelo diretor de Coordenação e Meio Ambiente da binacional, Nelton Friedrich. Na ocasião, o diretor aproveitou para ressaltar a importância do engajamento dos gestores municipais e da comunidade nesse processo de construção coletiva dentro do contexto de um novo modo de ser, sentir, produzir e consumir. “Iniciamos uma nova etapa certos de que teremos grandes desafios, mas grandes resultados”, concluiu Friedrich. Aprofundamento O integrante da equipe de coordenação do Programa Cidades Sustentáveis Maurício Broinizi, falou aos prefeitos sobre a importância de fazer parte desta mobilização mundial que propõe grandes desafios, mas, sobretudo, a perspectiva de maior participação da comunidade local na tomada de decisões. “O engajamento de todos é fundamental para que tenhamos cidades mais justas e sustentáveis e vocês são os indutores desse processo”. Além de Broinizi, a coordenadora de mobilização do Programa Cidades Sustentáveis, Zuleica Goulart esteve presente no evento. Administradores públicos assinaram carta compromisso J o r n a l Cu l t i v a n d o Ág u a Bo a I t a i pu B i n a c i o n a l 33 CAB em destaque Representantes do Projeto Caldes, da União Europeia, conhecem o CAB Estado da Bahia quer implantar metodologia do CAB Costa Rica, São Tomé e Príncipe e Espanha estão empenhadas no desenvolvimento de projetos sustentáveis em suas comunidades Um grupo de trabalho vai definir as adaptações necessárias para replicar as ações no nordeste Representantes do Projeto Caldes (Capacitação de Autoridades Locais para o Desenvolvimento Sustentável) visitaram a Itaipu, no dia 06 de novembro, e tiveram a oportunidade de conhecer de perto ações do programa Cultivando Água Boa. Na diretoria de Coordenação, eles foram recebidos pelo diretor Nelton Friedrich, que explicou a metodologia e realizações do programa socioambiental da Itaipu, que reúne mais de 2 mil parceiros na região. Participaram da visita representantes da Costa Rica, São Tomé e Príncipe, Espanha e Brasil. Eles estão envolvidos em uma iniciativa conjunta para o desenvolvimento de projetos sustentáveis em cada país. Periodicamente eles se reúnem para trocar experiências e verificar o andamento dos projetos, que diferem em cada localidade e têm a ver com as necessidades específicas de cada um. A Costa Rica tem se dedicado ao tema das águas residuais, enquanto São Tomé e Príncipe voltou-se ao problema da mobilidade urbana. A Espanha entra como coordenadora geral. No Brasil, são três municípios participantes: Toledo, com a geração de energia a partir de dejetos do aterro sanitário e implantação de contêineres para coleta seletiva; Tupãssi, com a implantação de coleta seletiva, Uma delegação do estado da Bahia visitou Foz do Iguaçu e a região da Bacia do Paraná 3, no mês de setembro, com o objetivo de conhecer as ações do Programa Cultivando Água Boa e aplicar a metodologia no território baiano. O grupo foi recebido pelo diretor de Coordenação e Meio Ambiente da Itaipu, Nelton Friedrich, e o superintendente de Gestão Ambiental, Jair Kotz. incluindo central de triagem, contêineres e caminhão; e São Pedro do Iguaçu, com uma iniciativa voltada ao uso racional da água nas escolas e educação ambiental. Segundo Marilene Giachini, coordenadora técnica do Núcleo de Fronteira, a participação do Brasil é resultado da resposta a um edital da União Europeia, de dois anos atrás. “Apesar do nome (Capacitação de Autoridades...), o projeto não entende como autoridades apenas os políticos, mas sim pessoas das comunidades em geral”, explicou Marilene. É uma metodologia participativa que, pelo que pude ver, é parecida com o que a Itaipu faz com o Cultivando Água Boa Oscar Gimenez, coordenador geral do Caldes O projeto já levou 15 pessoas desses municípios para uma capacitação na Espanha. A viagem incluiu visitas técnicas a projetos sustentáveis de lá. Além disso, já foram feitas reuniões nos demais países participantes e, agora, é a vez do Brasil. “O primeiro momento é de diálogo e aprofundamento sobre o programa, considerado o melhor exemplo de projeto socioambiental do País”, disse o superintendente de Estudos e Pesquisas Ambientais da Secretaria do Meio Ambiente da Bahia, Luiz Antonio Ferraro Júnior. Depois de reuniões nos demais países participantes, agora foi a vez do Brasil “No ano que vem haverá um novo edital para projetos do gênero e queremos que a Itaipu entre como proponente”, afirmou Marilene, que foi responsável pelo projeto encaminhado pelo Brasil dois anos atrás. Segundo Oscar Gimenez, coordenador geral do Caldes, os projetos são executados com todos os atores-chave locais, como instituições públicas, sindicatos, associações, comunidades etc. “É uma metodologia participativa que, pelo que pude ver, é parecida com o que a Itaipu faz com o Cultivando Água Boa”, afirmou Gimenez. Segundo o superintendente, o passo seguinte será a montagem de um grupo de trabalho para definir a primeira área a ser trabalhada. “Também promoveremos a mobilização da comunidade para que possamos adaptar algumas ações do programa de Itaipu e implantá-las em todo estado da Bahia, a partir do próximo ano”, afirmou. Nelton Friedrich destacou que a visita da delegação é o “ponto de partida para uma parceria de bons resultados”. “O Cultivando Água Boa é um laboratório a céu aberto e muito nos honra saber que podemos contribuir com essa magnífica troca de experiências”. Ferraro acompanhou o grupo composto pelo admi- Representante da Secretaria do Meio Ambiente da Bahia considera o CAB o melhor exemplo de projeto socioambiental do país nistrador regional da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf), Gilberto de Barros Pedrosa Junior; o diretor de Biodiversidade do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) da Secretaria do Meio Ambiente, Lúcio Flávio Magalhães César; a especialista em Meio Ambiente do Inema, Débora Mirian Souza Soares; e o funcionário da Companhia de Engenharia Ambiental e Recursos Hídricos da Bahia (Cerb), Hudson Santos Pimenta. Após a apresentação do programa, os visitantes conheceram o Refúgio Biológico Bela Vista. A delegação visitou ainda os municípios de Marechal Cândido Rondon e Entre Rios do Oeste, onde viram, na prática, ações de sustentabilidade desenvolvidas por Itaipu ou com o apoio da binacional. Itaipu coordena participação brasileira em rede sobre direito à água Programa Cultivando Água Boa vai mobilizar os integrantes de outros países da América Latina A Itaipu é representante do Brasil na Rede Rampedre, uma rede online que tem o objetivo de disseminar informações sobre o direito humano de acesso à água. No mês de setembro, o diretor de Coordenação e Meio Ambiente da binacional, Nelton Friedrich, coordenou uma reunião por videoconferência, na sala da Diretoria de Coordenação, com integrantes da rede do mundo todo. O Brasil passou a integrar oficialmente a rede no último dia 23 de outubro. Devido aos esforços do Programa Cultivando Água Boa, Itaipu vai coordenar a participação brasileira e mobilizar os integrantes de outros países da América Latina. Criada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em fevereiro, a Rede Rampedre pretende trabalhar temas como a água como direito humano, propriedade, usos e gestão pública, Diretor Nelton Friedrich explicou a metodologia e realizações do programa socioambiental da Itaipu 34 J o r n a l C u l t iv a n d o Ág u a B o a Ita i pu Bi na c i onal N º 21 N o vemb ro 2 0 1 2 N º 21 N o vemb ro 2 0 1 2 por meio de artigos, notícias e informações atualizadas. “Rampedre é um grande grupo de trabalho cooperativo, dinâmico, que participa de forma espontânea, via internet, para que tenhamos uma sociedade mais justa, mais livre e mais sustentável”, resumiu Friedrich. Direito à água O processo de mobilização para a criação da Rede começou no dia 28 de julho de 2010, durante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) que aprovou uma resolução reconhecendo o acesso à água e ao saneamento como um direito humano e fundamental. Entre 6 e 7 de fevereiro de 2012, na sede da Unesco, em Paris, um grupo de lideranças, coordenado pelo fundador do Comitê Internacional por um Contrato Mundial da Água, o italiano Riccardo Petrella, criou a Rede Rampedre. Reunião por videoconferência define estratégias O primeiro momento de disseminação dos objetivos para a criação da Rede Rampedre, aconteceu durante evento oficial realizado na Cúpula dos Povos, na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, em junho, no Rio de Janeiro. Durante a reunião que aconteceu em setembro, representantes de várias entidades do Brasil e de outros países puderam colaborar para estruturar a Rede Rampedre. “A participação do Brasil neste processo de sensibilização é fundamental”, disse o coordenador da rede, Ricardo Petrella. “O Nelton Friedrich é um visionário e muito nos honra saber que ele está conosco nesta caminhada de conscientização universal”. J o r n a l Cu l t i v a n d o Ág u a Bo a I t a i pu B i n a c i o n a l 35 CAB em destaque CAB será apresentado em evento mundial de Jovens Cientistas promovido pela Unesco Na visita a Foz do Iguaçu, estudantes receberam do diretor um kit de materiais do CAB Tadeu Gaspar de Abreu, 16 anos, e Sofia Amaral Medeiros, 15 anos, farão uma apresentação de 20 minutos sobre o programa. Acompanhados da diretora do colégio, a engenheira civil Ângela Perez Fonseca, ele visitaram Foz do Iguaçu e a região de atuação do programa, a Bacia do Rio Paraná Parte 3. Também tiveram a oportunidade de conhecer mais sobre o programa em uma conversa com o diretor de Coordenação e Meio Ambiente da Itaipu, Nelton Friedrich. “Estar aqui nos traz uma perspectiva completamente diferente e, mais do que isso, percebemos a importância que o programa tem na região e o quanto ele pode contribuir com o desenvolvimento do País”, disse a diretora. Segundo Ângela, os alunos escolheram o Cultivando Água Boa como tema para representar as escolas associadas da Unesco após assistirem a uma palestra do superintendente de Gestão Ambiental da Itaipu, Jair Kotz, durante o Encontro de Diretoras Associadas da Unesco, em abril deste ano, em São Paulo. A escolha foi reforçada durante a Conferência Rio+20, realizado no Rio de Janeiro, em que o Cultivando Água Boa integrou a programação de grandes eventos e mesas de diálogos. “Hoje, não existe no Brasil um programa tão complexo como este. Para nós ele é perfeito por unir os temas propostos pela Unesco, que são: Energia Sustentável e Cooperativismo (tema de 2012) e Cooperação para a Água (tema de 2013)”. Tadeu e Sofia resumiram a visita à região de atuação do projeto como uma experiência de vida totalmente diferente A opção dos alunos pelo CAB é mais uma evidência de que o programa deixou de ser apenas da Itaipu Binacional e inesquecível. “Moramos em uma cidade grande e, sinceramente, não tínhamos a real dimensão de como o trabalho em conjunto pode mudar a vida de tantas famílias”. Para Nelton Friedrich, a opção dos alunos pelo CAB é mais uma evidência de que o programa deixou de ser apenas da Itaipu Binacional. “Há muito tempo ele passou a ser das pessoas que habitam a região, bem como dos que querem compartilhar e multiplicar a nossa experiência, que está totalmente à disposição”, ressaltou o diretor. Ao final do encontro com o diretor, ele foi convidado a participar do evento em Portugal, para que possa fazer uma apresentação mais detalhada. Nelton retribuiu com o convite para que os jovens participem nos dias 22 e 23 de novembro do 10º Encontro Cultivando Água Boa, em Foz do Iguaçu. Jovens da BP3 participam do 3º Juvensur Objetivo do encontro é incentivar a formação dos jovens e a integração na região do Mercosul Cerca de 250 jovens de países membros e associados do Mercosul participaram, de 01 a 04 de novembro, em Foz do Iguaçu, da 3ª edição do Seminário Permanente de Integração Regional de Juventude no Mercosul (Juvensur). Entre eles estavam cinco jovens da Bacia do Paraná 3 (BP3), integrantes do Movimento Juventude e Meio Ambiente, apoiado pela Itaipu. O evento contou com a presença do ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Car36 J o r n a l C u l t iv a n d o Ág u a B o a Ita i pu Bi na c i onal valho; do representante-geral do Mercosul, Ivan Ramalho; do embaixador do Brasil no Mercosul, Rui Pereira; do diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek; e do diretor de Coordenação e Meio Ambiente da binacional, Nelton Friedrich, além de outras autoridades. e a possibilidade de trazer para o cotidiano da região experiências que podem ser adaptadas. “A juventude da BP3 representa a vitalidade e a força necessária para que possamos garantir a integração regional na construção de uma América Latina mais justa e solidária”. O ministro destacou a oportunidade privilegiada dos jovens que, nos dias de hoje, têm mais facilidades para conversar, discutir e debater a integração entre os países. “Hoje discutimos o aprofundamento de nossas democracias, a integração de nossos povos, nações e movimentos sociais”. No dia 31 de outubro, antes mesmo do início do Seminário, o jovem agricultor Maikon Hilgert, de Missal, recebeu em sua propriedade um grupo de 48 jovens dos países do Mercosul que estão participando da Reunião Especializada sobre Agricultura Familiar do Mercado Comum do Sul (Reaf Mercosul). O objetivo da visita, segundo Hilgert, foi conhecer as técnicas de agricultura sustentável aplicadas na propriedade de sua família. CAB O ministro aproveitou a ocasião para fazer uma menção especial a Nelton Friedrich, que, segundo ele, “desempenha um trabalho extraordinário com o Programa Cultivando Água Boa, sendo referência não apenas para o Paraná, mas para todo o Brasil”. Para Friedrich, o envolvimento dos jovens da BP3 com a juventude de outros países oportuniza novas vivências Originalmente, o “Diálogos em Humanidade” deixou de ser um evento científico para tornar-se popular sendo realizado com ágoras, almoço no parque e atividades culturais O objetivo é a sensibilização dos participantes para os atuais desafios ambientais e humanos Alunos escolheram o Cultivando Água Boa para representar o Brasil após assistirem a uma palestra sobre o programa em SP Alunos do Colégio Guilherme Dumont Villares, de São Paulo, farão uma apresentação sobre o programa Cultivando Água Boa, da Itaipu, durante o Encontro dos Jovens Cientistas que é promovido a cada dois anos pela Organização para a Educação, a Ciência e a Cultura das Nações Unidas (Unesco). O evento, que será realizado de 9 a 12 de janeiro de 2013 em Santarém (Portugal), reflete a temática do Ano Internacional da Cooperação para a Água. CAB+10 inova e traz “Diálogos em Humanidade” Os diálogos sobre o destino da humanidade em diferentes níveis de abordagem (físico, mental e espiritual), sendo acessível a todos os interessados na causa humana, irá reunir atores sociais da Bacia do Paraná 3, da Itaipu Binacional e diversas personalidades do Brasil e da França no dia 22, das 10h às 11h30, no bosque do Hotel Rafain Palace.’ Uma das participações especiais será de Geneviève Ancel, uma das fundadoras do “Diálogos em Humanidade”, encontro que integra a agenda de eventos paralelos do Encontro Cultivando Água Boa (CAB+10), que este ano tem como tema “O Caminho Adiante”. Os diálogos - sempre norteados por três conceitos básicos - sendo eles: liberdade de expressão e de proposição; boa vontade – escuta e respeito – por si mesmo, pelo outro e pela natureza; e igualdade de todos diante da questão humana serão divididos em três ágoras no encontro de Foz do Iguaçu. Os espaços de discussão irão abordar a governança cívica mundial; a transformação individual e a transformação coletiva; e a cultura e sustentabilidade. O objetivo das ágoras é a sensibilização dos participantes para os atuais desafios ambientais e humanos, mostrando diversas ações, atividades e discussões conhecidas por “práticas do futuro emergente”, que apontam caminhos e soluções. Retrospectiva Nos dias 6, 7 e 8 de julho deste ano, no Parque Cabeça de Ouro, em Lyon (Sul da França), o diretor de Coordenação e Meio Ambiente da Itaipu Binacional, Nelton Friedrich, foi um dos convidados especiais para falar sobre o Programa Cultivando Água Boa na ágora denominada: “Experiências exemplares por um universo reconciliável”. Friedrich falou durante a décima primeira edição do Diálogos em Humanidade, sobre a metodologia e os resultados obtidos com a implantação do maior programa socioambiental desenvolvido pela binacional. “Foi um momento memorável em que dialogamos e de maneira democrática apresentamos o trabalho participativo que estamos desenvolvendo na BP3, respeitando a natureza e o ser humano”, disse. A ágora em que participou marcou o lançamento do Programa Universal Reconciliado da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), que fez uma conexão transversal a partir da obras de Rabindrânâth Tagore, Aimé Césaire e Pablo Neruda. De onde surgiu o “Diálogos em Humanidade”? Reunidos na Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável em Johanesburgo (África do Sul), em 2002, os criadores do evento “Diálogos em Humanidade”, Gérard Collomb, prefeito da região metropolitana de Lyon; Geneviève Ancel, sua assessora para o Desenvolvimento Sustentável e Patrick Viveret, filósofo, decidiram que era necessário ampliar a discussão sobre a questão humana em um evento público. A ideia era reforçar e ampliar esta discussão - entre filosofia e política - no processo de construção da sociedade civil mundial, aprofundando a discussão sobre o que em nós humanos constrói os resultados concretos que vemos em termos sociais, econômicos e políticos. Ao invés de se discutir sempre o papel das classes sociais, dos governos, dos espaços geográficos na configuração da civilização humana, permitiu-se abrir-se também para entender como são os sentimentos genuinamente humanos – o medo e o amor, a raiva e a compaixão, o egoísmo e a generosidade, entre outros, que conformam o estar no mundo da humanidade. Dialogamos e de maneira democrática apresentamos o trabalho participativo que estamos desenvolvendo na BP3, respeitando a natureza e o ser humano Nelton Friedrich - diretor de Coordenação e Meio Ambiente da Itaipu Binacional Novas experiências Juvensur O primeiro Juvensur aconteceu em Montevidéu, o segundo em Mendoza e o terceiro, em Foz do Iguaçu. O objetivo do encontro é incentivar a formação dos jovens, motivando a produção do conhecimento e a mobilização nos temas de trabalho decente, juventude rural e a participação e integração de jovens da região do Mercosul. N º 21 N o vemb ro 2 0 1 2 O filósofo Patrick Viveret é um dos idealizadores do Diaólos em Humanidade N º 21 N o vemb ro 2 0 1 2 As ágoras em Foz do Iguaçu irão abordar a governança cívica mundial; a transformação individual e a transformação coletiva; e a cultura e sustentabilidade. J o r n a l Cu l t i v a n d o Ág u a Bo a I t a i pu B i n a c i o n a l 37 Depoimentos O Programa Cultivando Água Boa comemora dez anos de uma caminhada de ideais que aos poucos saíram do papel e ganharam vida.Mais do que avaliar os resultados, a proposta lançada nos encontros preparatórios do Cultivando Água Boa+10 | O caminho adiante foi projetar novos desafios. Confira os depoimentos obtidos na região da BP3 “Com o CAB nós começamos a ter espaço para dialogar e implantar ideias, além de obtermos o resgate cultural que nos levou ao fortalecimento de nossa etnia. A cada três meses produzimos uma tonelada de peixe, além da renda que vem do plantio de 50 hectares mandioca e de outras culturas. Nós só temos a agradecer” Daniel Maracá Lopes, cacique da comunidade avá-guarani “Nós sabemos o que queremos e estamos inseridos nesse movimento para fazer a diferença. Mas essa consciência de mudança aconteceu depois que nos aproximamos das ações do CAB e vimos que os gomos da mandala se interagem e que o propósito é o mesmo, ou seja, possibilitar qualidade de vida para as pessoas” Fabiano Cassimiro, integrante do Movimento Juventude e Meio Ambiente da BP3 de Nova Santa Rosa “O diálogo e parceria com a Itaipu serão mantidos. Não vou mudar a prática do meu discurso sendo que a partir de 2013 Foz do Iguaçu estará alinhada aos demais municípios da região para que possamos reforçar o desenvolvimento do turismo regional” “A satisfação é enorme em falar de um programa que nos trouxe tantos benefícios e nos proporcionou a troca de experiências, aprendizado e a vermos a nossa profissão com os olhos da valorização. Hoje sinto orgulho em ser catador e isso aconteceu depois que o CAB entrou na minha vida” Gilmar Alves, catador de Marechal Cândido Rondon 38 J o r n a l C u l t iv a n d o Ág u a B o a José Carlos Schiavinato, prefeito de Toledo e presidente da Amop Jorge Inácio Spohr, produtor de orgânicos de Santa Helena “Há 25 anos sou catadora e sinto orgulho do meu ofício. Saio para trabalhar de cabeça erguida e parte desta autoafirmação deu-se a partir das minhas participações nas capacitações oferecidas pelo CAB” “Esse movimento regional trouxe o resgate do uso da medicação de fitoterápicos. Hoje a população pode ter uma horta em casa sem precisar recorrer aos medicamentos farmacêuticos e o agricultor obtém uma nova fonte de renda” Denise Bongiolo, farmacêutica da Secretaria de Saúde de Foz do Iguaçu Ita i pu Bi na c i onal “A parceria que temos com Itaipu não apenas em Toledo, mas em toda região é extremamente positiva. Os resultados quantitativos e qualitativos que o Cultivando Água Boa tem apresentado nos motivam a continuar nessa caminha de construção conjunta de cidades cada vez melhores” “Esse grande movimento regional já mudou a vida de muitas famílias. Muitas foram as conquistas e tenho certeza de que o Brasil e o mundo vai ganhar muito tendo o CAB como exemplo em ações” Quirino Kesler, agricultor familiar de São José das Palmeiras Felipe Salatino, colaborador da Associação de Catadores de Foz do Iguaçu “Hoje todos respiram o CAB em nossa região e certamente, nos próximos dez anos, o mundo vai compartilhar as nossas experiências. As mudanças acontecerão e será muito mais fácil sentir os resultados do que falar sobre eles” “Acompanho o Programa Cultivando Água Boa desde o seu início e vejo a evolução e o comprometimento das pessoas envolvidas. Existe paixão nas ações e os resultados obtidos nessa caminhada não poderiam ser diferentes” Carmem Romagna de Lima, professora e integrante do FEA de STI N º 21 N o vemb ro 2 0 1 2 Roseli Barquez, educadora ambiental de Foz do Iguaçu N º 21 “O Cultivando Água Boa mudou a minha vida. Troquei o plantio de soja por orgânicos e com a renda obtida em meio hectare de terra eu já formei duas filhas na faculdade. Sinto muito orgulho do que faço e uma gratidão enorme pelo apoio que temos recebido da Itaipu” Valmir Roque Anderle, produtor de orgânicos de Pato Bragado “Hoje os municípios lindeiros e os que pertencem à Bacia do Paraná 3 são exemplo e o mundo tem o exemplo do CAB. Nossa meta é que essa vontade de sonhar junto nunca acabe e que novos desafios sejam superados com o mesmo brilhantismo obtido nas ações atuais” “A valorização dos catadores, o sentimento de desempenharem um papel fundamental para a sociedade, talvez seja a principal conquista do CAB nesse segmento” N o vemb ro 2 0 1 2 “Sobrevivo da pesca e não tenho do que reclamar. A Itaipu é um grande apoio para nós que somos os zeladores da água do lago. O que mais me anima é perceber que algumas espécies de peixe estão voltando” Remi Utzig, pescador de Pato Bragado Nilda Ocampo e suas filhas Ângela e Salete – índias avá-guaranis da aldeia de São Miguel do Iguaçu Nesses anos participando das oficinas do programa aprendi muito sobre novas técnicas de produção, mas o que me marcou mais foi despertar para a situação de que a sobrevivência do planeta depende de nossas atitudes. Fomos convidados a trabalhar de uma forma mais sustentável e isso mudou a vida da minha família” Maria de Fátima, presid. da Cooperativa dos Trabalhadores Catadores de Material Reciclável de Cascavel Reni Pereira, prefeito eleito de Foz do Iguaçu “Viver aqui é bom. Minhas filhas têm atendimento médico, vão para a escola e são felizes. Plantamos mandioca e algumas hortaliças que são vendidas na cidade. As sementes a Itaipu nos fornece”. Elcio Luiz Zimmermann, prefeito de Entre Rios do Oeste e presidente do conselho dos municípios lindeiros “O CAB completa dez anos com nota dez e nós somos responsáveis por esse sucesso. O município de Quatro Pontes continuará sendo parceria desse grande programa que deixou de ser apenas de Itaipu para ser de toda a região” Paulo Feyh, prefeito eleito de Quatro Pontes “Falar do Cultivando Água Boa é falar de ação com sentimento, responsabilidade compartilhada e resultados surpreendentes. A emoção é muito forte assim como o orgulho de fazer parte de um movimento que está promovendo a verdadeira transformação em nossa região” Mauri José Schneider, Coordenador da Rede de Educação ambiental Linha Ecológica Sinto muito orgulho em ver que a nossa região está mobilizada e que somos referência desse novo mundo possível porque contamos com um grande movimento mobilizador e multiplicador de ideais chamado Cultivando Água Boa ” Iracema Cerutti, chefe da Divisão de Educação Ambiental de Foz “O programa da Itaipu fez uma verdadeira transformação em minha vida. Deixei de produzir fumo para produzir orgânicos. O resultado dessa mudança foi perceber que posso obter o mesmo ganho sem usar agrotóxicos e garantir melhor qualidade de vida para a minha família” Paulo Spech, presidente da Associação Agropecuária Familiar de São Pedro do Iguaçu J o r n a l Cu l t i v a n d o Ág u a Bo a I t a i pu B i n a c i o n a l 39 passa tempo Para colorir O tucano e a Arara são espécies raras da fauna brasileira. Use a imaginação e dê cor aos pássaros Ache os sete erros o bichinho a voltar para casa A Cruzadinhas 2 3 4 I T A M A T A E C O M U S E U P U C I 6 F I 3- Cobertura vegetal nativa, que fica às margens de rios, igarapés, lagos, olhos d´água e represas. A R T O T E R A P I C A S 7 P A R A N A 10 C O L E T A - P I N T A D A 9 D E Z S O L I D A R I 14 P I I I 10- Programa que atua entre os catadores de materiais recicláveis? C A B A 11- Bem precioso para geração de energia limpa? R A C E M A 15 B 17 12- Comunidade indígena localizada na região trinacional? I O D I V E R S I D A D E 16 O R G A N I C A T A N Q U E - R E D E 1- Ecomuseu; 2- Itaipu; 3- Mata Ciliar; 4- Reflorestamento; 5Fitoterápicas; 6- Renovável; 7- Paraná; 8- Onça-Pintada; 9- Dez; 10Coleta Solidária; 11- Água; 12- Guarani; 13- Ajuricaba; 14- Piracema; 15- Biodiversidade; 16- Orgânica; 17- Tanque-Rede. J o r n a l C u l t iv a n d o Ág u a B o a 13- Condomínio que produz energia a partir de dejetos do porco? 14- Canal por onde peixes migradores passam para às áreas de reprodução e berçários? 15- Ligação de mata entre a faixa de proteção do reservatório com o Parque Nacional do Iguaçu, Corredor da...? Respostas 40 7- Rio que faz parte dos municípios lindeiros? 9- Quantos anos o Cultivando Água Boa está completando? 12 G U A R A N J U R 6- Tipo de energia gerada de maneira sustentável? 8- É o terceiro maior felino do mundo e vive em área protegida, que inclui mata nativa e trechos de reflorestamento? A 11 Á G U A 13 A 4- Maior programa de reconstituição de mata já feito por uma usina? 5- Plantas medicinais que ajudam na cura de doenças? R E N O V A V E L 8 O N Ç A D 2- A maior usina hidrelétrica em geração de energia do mundo? R E F L O R E S T A M E N T O 5 C 1- Criado em 1987, o lugar tem objetivo de preservar a história e a memória do patrimônio regional. I I B Teste seus conhecimentos: 1 L Resposta: C Labirinto O filhote de Quati se perdeu da toca e precisa voltar antes que anoiteça. Ajude Ita i pu Bi na c i onal 16- Tipo de merenda utilizada em boa parte das escolas que não faz uso de produtos químicos sintéticos? 17- Método de cultivo de peixes em cativeiro? N º 21 N o vemb ro 2 0 1 2