VIH: a procura por uma cura

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VIH: a procura por uma cura
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Segunda-feira, 1 de julho de 2013
Conteúdos
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VIH: a procura por uma cura
Nova aplicação da aidsmap para iphone e android
Tratamento para o VIH: quando inicar
Tratamento e cuidados na área da infeção pelo VIH: doenças
associadas à idade
Clinical Care Options
VIH: a procura por uma cura
Carl W. Dieffenbach, Diretor da AIDS, NIAID. Simpósio Towards an HIV cure, no The Ritz Carlton Hotel. Foto ©
International AIDS Society/Steve Forrest/Worker’s Photo.
Graças à evolução dos tratamentos e cuidados de saúde na área da infeção pelo VIH nos
últimos 30 anos, desde a descoberta do vírus, muitas pessoas que vivem com VIH terão uma
vida longa e saudável. Mas tal está dependente da terapêutica que, por agora, é um
compromisso diário e para a vida. O derradeiro desenvolvimento no tratamento para o VIH será
um que permita às pessoas parar o tratamento – uma cura, na realidade.
Towards an HIV cure, um simpósio que teve lugar na 7ª Conferência Internacional AIDS Society,
sugeriu que a procura de uma cura deve ser a última fase da investigação na área dos
tratamentos para a infeção pelo VIH.
Nos últimos anos têm existido indicadores de que estamos mais próximos de compreender os
possíveis caminhos em direcção a uma cura. Os dados sobre casos concretos, como o caso
de Timothy Brown, o doente de Berlim, ou do bebé do Mississippi, parecem indicar que é
possível erradicar o vírus numa pessoa previamente infetada. E há alguma evidência de que
possa ser possível, com a combinação e abordagem à terapêutica antirretroviral correta, atingir
a “remissão” ou “cura funcional” – controlo do VIH sem a necessidade de medicação.
Mas estes casos baseiam-se num conjunto de circunstâncias bastante específicas e
actualmente não é possível ou praticável reproduzi-las como uma abordagem aplicável em
grande escala e que resulte numa cura.
Carl Dieffenbach, do US National Institute of Allergy and Infectious Disease (NIAID), orador no
simpósio, apelou aos investigadores que abordassem a busca por uma cura através do
conhecimento detalhado de todo – e complexo – o processo que envolve a infeção pelo VIH e
sua replicação. Tal engloba tanto o conhecimento sobre os processos de infeção como do
sistema imunitário. É provável que a erradicação do VIH do organismo envolva uma
combinação de várias abordagens que tenham como alvo, em simultâneo, diferentes
elementos deste processo.
Além de ser necessário o desenvolvimento de medicamentos antirretrovirais ainda mais
eficazes, que consigam controlar o VIH no organismo, qualquer potencial cura irá provavelmente
ter novas exigências no modo como os tratamentos e os cuidados são prestados. Por exemplo,
existem indícios de que tratar pessoas o mais cedo possível após contraírem a infeção pelo VIH
é um fator importante no controlo do vírus sem o recurso à terapêutica.
Existirão também mudanças na forma como as farmacêuticas – e reguladores – trabalham em
parceria, de modo a garantir que se desenvolvam as combinações terapêuticas necessárias e
que estas sejam usadas em conjunto.
Algumas preocupações foram partilhadas no workshop sobre a potencial segurança de novas
abordagens e em como evitar elevar as expectativas de forma irrealista. Será mais exato
descrever algumas das abordagens possíveis como atingindo a “remissão” do VIH, ainda que o
vírus não seja completamente erradicado do organismo.
O trabalho em direcção a uma cura irá envolver um compromisso financeiro significativo e foi
feito um apelo aos órgãos e governos internacionais para que cumpram os compromissos de
financiamento.
Links relacionados:
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Nova aplicação da aidsmap para iphone e android
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descobertas e controvérsias a respeito do tratamento e prevenção do VIH em todo o mundo.
Tratamento para o VIH: quando inicar
Gottfried Hirnschall, da OMS, na conferência de imprensa sobre as novas linhas orientadoras para o tratamento
antirretroviral, disponível em www.who.int/hiv Foto © International AIDS Society/Steve Forrest/Workers’ Photos.
O melhor momento para iniciar o tratamento antirretroviral tem sido debatido quase desde a
disponibilização do mesmo, com pros e contras tanto para iniciar o tratamento como para
esperar o seu início.
As orientações sobre a melhor altura para iniciar o tratamento baseiam-se, em grande parte, na
contagem de células CD4. As linhas orientadoras internacionais e nacionais sobre o tratamento
antirretroviral definiram o nível de células CD4 que normalmente daria início às recomendações
para iniciar o tratamento. Ao longo dos últimos anos, as recomendações para iniciar o
tratamento aumentaram de 200 células/mm3 para 350 e – no caso das mais recentes linhas
orientadoras do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos E.U.A. – 500 células/mm 3 .
Agora, a Organização Mundial de Saúde (OMS), divulgou novas linhas orientadoras para o
tratamento antirretroviral que recomendam a disponibilização do tratamento a qualquer pessoa
cuja contagem de células CD4 seja abaixo de 500 células/mm3 .
A OMS prevê que esta mudança possa evitar 3 milhões de mortes e 3,5 milhões de novas
infeções entre 2013 e 2025, se postas em prática.
Desde a publicação das últimas linhas orientadoras da OMS, em 2010, os dados do estudo
HPTN 052 demonstraram que iniciar o tratamento com contagem de células CD4 entre 250 e
550 reduz a transmissão da infeção pelo VIH em casais serodiscordantes e heterossexuais até
96%. As novas linhas orientadoras recomendam o início do tratamento a qualquer pessoa que
esteja numa relação com um parceiro serodiscordante (no qual um é seropositivo para o VIH e
o outro não), independentemente da contagem de células CD4.
As mulheres grávidas ou a amamentar e as crianças com menos de cinco anos devem
também iniciar o tratamento imediatamente, bem como as crianças com mais de cinco anos e
com uma contagem de células CD4 abaixo de 500.
Os medicamentos antirretrovirais tenofovir (Viread®), 3TC (lamivudina, Epivir®) ou FTC
(emtricitabina, Emtriva®) ou efavirenze (Stocrin®) são recomendados para o tratamento de
primeira linha, idealmente numa dose fixa combinada.
As linhas orientadores de 2013 recomendam o teste de carga viral como a forma eficaz de
monitorizar o tratamento – visto como a forma mais segura de saber se alguém precisa de
mudar de terapêutica ou se se pode manter a terapêutica de primeira linha – com a
monitorização de contagem de células CD4.
As novas linhas orientadoras foram muito bem-vindas por grupos que representam as pessoas
que vivem com VIH, mas foram expressas preocupações em relação à sua implementação.
Embora as novas linhas orientadoras da OMS recomendem o início da terapêutica com uma
contagem de células CD4 de cerca de 350, em todo o mundo, a maior parte das pessoas inicia
o tratamento com uma contagem de células CD4 abaixo de 100 – momento na qual existe um
elevado risco de doença grave.
A OMS estima que serão agora elegíveis para tratamento mais 25,9 milhões de pessoas. A
ONUSIDA previu que os custos podem ser suportados pelo fundo global para o tratamento e
cuidados para o VIH, bem como através da redução dos custos dos medicamentos e dos
sistemas de distribuição. Também deveriam existir custos mais baixos nos cuidados de saúde
com o aumento do acesso a tratamentos, que reduzem as doenças associadas à infeção pelo
VIH.
Contudo, será necessário um investimento financeiro assumido pelos governos, bem como
pela comunidade internacional, e os ativistas apelaram para o facto de já existirem grandes
variações no acesso à terapêutica em todo o mundo. As novas linhas orientadoras podem não
ser o suficiente para abordar este problema.
Links relacionados:
Consulte a notícia na íntegra no aidsmap
Faça o download das novas linhas orientadoras no site da OMS
Leia a resposta dos Médecins Sans Frontières
Faça o download do novo relatório sobre o acesso mundial à terapêutica antirretroviral da
ONUSIDA, OMS e UNICEF
Tratamento e cuidados na área da infeção pelo
VIH: doenças associadas à idade
Steven Deeks, da Universidade da Califórnia, em São Francisco, faz o discurso de abertura da IAS 2013. Photo
© International AIDS Society/Marcus Rose/Workers’ Photos.
Os cuidados necessários para as pessoas que vivem com VIH em algumas partes do mundo
estão a mudar significativamente.
Embora uma cura possa ser o derradeiro objectivo dos desenvolvimentos do tratamento para a
infeção pelo VIH, a terapêutica antirretroviral altamente eficaz, já disponibilizada, significa que as
pessoas que têm acesso à mesma e que tiveram uma boa resposta, têm agora vidas longas e
saudáveis – muitos podem ambicionar uma esperança média de vida normal.
Como resultado, os delegados ouviram ontem, durante a sessão de abertura da 7ª Conferência
Internacional AIDS Society, que outras doenças que não as associadas à SIDA estão a tornarse num problema mais grave para muitas das pessoas que vivem com VIH.
Stevem Deeks, da Universidade da Califórnia, em São Francisco, explicou que – tal como
muitas doenças prolongadas – o VIH sob controlo causa baixos níveis de actividade no sistema
imunitário, resultando em inflamações que contribuem para o desenvolvimento de outras
doenças.
O VIH tem sido apontado como um fator de risco para doenças cardíacas e outros problemas
de saúde, como problemas ósseos, doença renal, problemas cerebrais e alguns tipos de
cancros. Muitos destes problemas estão associados ao envelhecimento, mas existem indícios
de que as pessoas seropositivas podem desenvolve-los mais cedo que as pessoas sem
infeção pelo VIH.
Tal facto foi já reconhecido há algum tempo em regiões onde a terapêutica antirretroviral
encontra-se amplamente disponível, como nos E.U.A. ou norte da Europa, mas casos
semelhantes de “co morbilidades” estão agora a ser observados também nos países em
desenvolvimento. Um aumento dos problemas de saúde associados ao envelhecimento irá
colocar mais um encargo nos sistemas de saúde que já se encontram em dificuldades, e os
serviços terão cada vez mais de saber trabalhar com esta mudança, lidando com o VIH
enquanto doença controlável e crónica.
É possível lidar mais cedo com estes problemas associados ao envelhecimento com
medicação e mudanças no estilo de vida que possam prevenir, gerir e reverte-los. Começar
mais cedo a terapêutica antirretroviral pode ajudar. Mas, segundo Deeks, os problemas
causados pela infeção crónica da infeção pelo VIH – quer para os indivíduos, quer para os
serviços de saúde – “podem ser geridas através da cura”. Os clínicos devem ter como objectivo
manter as pessoas nos cuidados de saúde para que possam beneficiar de uma cura, se e
quando esta chegar.
Links relacionados:
Consulte a notícia na íntegra no aidsmap
Clinical Care Options
O outro parceiro científico oficial online da IAS 2013 é a Clinical Care Options (CCO).
A CCO providencia a análise científica para os delegados e jornalistas, através de constantes
atividades de educação médica (CME) online.
A cobertura da CCO incluirá resumos concisos sobre os mais relevantes estudos clínicos,
selecionados pelo grupo de peritos da CCO, podcasts áudio dos destaques do dia, download
de diapositivos PowerPoint com o resumo das informações chave e a análise das implicações
clínicas dos maiores estudos através de um painel de peritos internacionais.
Links relacionados:
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Tradução disponibilizada por:
- Grupo Português de Activistas sobre Tratamentos VIH/SIDA
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