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© dos autores, 2004 © Ágalma para a língua portuguesa, 2004 1ª edição: novembro de 2004 1ª reimpressão: abril de 2012 Projeto gráfico de capa e primeiras páginas Homem de Melo & Troia Design Editores Angela Baptista do Rio Teixeira Marcus do Rio Teixeira Direção desta coleção Angela Baptista do Rio Teixeira Colaboraram neste número Alfredo Jerusalinsky, Gabriel Balbo, Jean Bergès, Julieta Jerusalinsky, Lia Navegantes, Maria Cristina Solé, Nina Virgínia da Araújo Leite, Sandra Pavone, Soraya Carvalho, Viviane Veras e Yone Maria Rafaeli Tradução Angela Vorcaro e Viviane Veras Revisão a cargo dos editores Depósito Legal Impresso no Brasil/Printed in Brasil Todos os direitos reservados Ágalma Psicanálise Editora Ltda Av. Anita Garibaldi, 1815 Centro Médico Empresarial, Bloco B, sala 401 40170-130 Salvador-Bahia, Brasil Telefax: (71) 245-7883 Tel: (71) 332-8776 e-mail: [email protected] Site: www.agalma.com.br CIP-BRASIL CATALOGAÇÃO-NA-FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS-RJ. C655 Coleção psicanálise da criança. – v.1, n.1 (1991. – Salvador, BA : Ágalma, 1991- ) Tema: Quem fala na língua? : sobre as psicopatologias da fala Descrição baseada em: N. 15, 2004 Organização: Angela Vorcaro. Tradução: Angela Vorcaro, Viviane Veras. Inclui bibliografia ISSN 0103-7633 1. Fala – Aspectos psicológicos. 2. Distúrbios da fala. Distúrbios da comunicação. 4. Aquisição de linguagem. 5. Psicopatologia. 3. I. Vorcaro, Angela M. R. (Angela Maria Resende). II. Título: Quem fala na lingua? : sobre as psicopatologias da fala. 04-2761 CDD 616.855 CDU 616.89-008.434.3 Sumário Apresentação, 09 Angela Vorcaro Das manifestações psicopatológicas na fala, 13 Angela Vorcaro Parte I: Seminários A cura e o discurso, 29 Alfredo Jerusalinsky O código da língua e a função simbólica, 54 Alfredo Jerusalinsky A metáfora paterna e sua relação com a alíngua, 73 Alfredo Jerusalinsky A ortografia e as formações do inconsciente: novas considerações sobre a instância da letra, 93 Alfredo Jerusalinsky Como se constituem as bordas do ponto de vista da linguagem, 107 Alfredo Jerusalinsky Parte II: Formulações teórico-clínicas A língua nos causa, 123 Gabriel Balbo Do corpo à letra, 151 Gabriel Balbo e Jean Bergès Bilingüismo e recalcamento, 175 Jean Bergès Corpolinguagem, 180 Nina Virgínia de Araújo Leite O saber do ingênuo: um saber não subjetivado?, 189 Viviane Veras Prosódia e enunciação na clínica de bebês: quando a entoação diz mais do que se queria dizer, 206 Julieta Jerusalinsky A ecorporação de uma voz, 229 Angela Vorcaro e Lia Navegantes O brincar e suas vicissitudes, 246 Sandra Pavone No princípio era a voz da mãe, 264 Maria Cristina Solé Um estrangeiro em sua casa, 285 Yone Maria Rafaeli Seção Rumor, 295 Títulos originais e locais de publicação A cura e o discurso; O código da língua e a função simbólica; A metáfora paterna e sua relação com a alíngua; A ortografia e as formações do inconsciente: novas considerações sobre a instância da letra; Como se constituem as bordas do ponto de vista da linguagem. Alfredo Jerusalinsky, 2002. Inéditos. La langue nous cause, abord différentiel de l’autisme dans la psychose, par l’étude du type d’articulation entre l’entendu, le vu et le parlé. Gabriel Balbo. In: La psychanalyse de l’enfant, Revue de l’Association freudienne, n o 10, Paris, 1991. Du corps à la lettre. Transcription d’une conférence faite le samedi 1er octobre 1994, à Poitiers, à l’ invitation du CMPP de la Vienne par Gabriel Balbo e Jean Bergès. In: La psychanalyse de l’enfant, Revue de l’Association freudienne, no 20, Paris, 1996. Bilingüisme et refoulement. Jean Bergès, 2002. Inédito. Corpolinguagem. Nina Virgínia de Araújo Leite. Inédito. De que saber se faz o ingênuo? Viviane Veras. Inédito. Prosódia e enunciação na clínica de bebês: quando a entoação diz mais do que se queria dizer. Julieta Jerusalinsky. Inédito. A ecorporação de uma voz. Angela Vorcaro e Lia Navegantes. Inédito. O brincar e suas vicissitudes. Sandra Pavone. Inédito. Um estrangeiro em sua casa. Yone Maria Rafaeli. Inédito. No princípio era a voz da mãe. Maria Cristina Solé. Inédito. Apresentação Angela Vorcaro Parece-nos distante a formulação psicanalítica da lógica das manifestações perturbadas da fala que, longe de testemunhar o instante de abertura inconsciente tais como evidenciam os chistes, atos falhos e parapraxias, modalizam a intromissão escancarada do organismo na fala e localizam confins da teoria que ainda escapam a um tratamento propriamente analítico. As psicopatologias da fala permitem problematizar as dificuldades de a psicanálise distinguir e tratar o sofrimento psíquico advindo dessas afecções. É nessa perspectiva que este volume propõe trazer a público a insistência e o testemunho das investigações causadas pela clínica psicanalítica diante de tais incidências. Na primeira parte, os Seminários de Alfredo Jerusalinsky ultrapassam os impasses da perspectiva interdisciplinar, tomando a linguagem como campo diferenciado para fazer trabalhar disciplinas, teorias e clínicas da função da fala. As elaborações do fórum de debates sistemáticos realizados na DERDIC/PUC-SP foram gravadas e transcritas por nossa colega Sandra Pavone1, 9 QUEM FALA NA LÍNGUA? que teve o cuidado de retornar ao autor para revisão, de modo que sua divulgação permita a extensão das discussões ali realizadas para outras instâncias institucionais e extra-institucionais. Muito do que foi construído pelos participantes sobre a incidência da fala e da linguagem na estruturação do sujeito é tributário desse espaço em que o testemunho de casos clínicos mostra, nos limites das manifestações do sujeito na atividade simbólica e na fala, modalizações particulares que acolhem a condição subjetiva. Trazer a público um fragmento desse trabalho é manter a expectativa de que a leitura e discussão dos trabalhos possam mobilizar novas perspectivas para outros grupos de profissionais em instituições, desencadeando outras modalidades de inscrição da singularidade da clínica nas concepções teóricas e nas práticas institucionais. Na primeira parte, Seminários, são apresentados, portanto, cinco seminários proferidos por Alfredo Jerusalinsky, relativos à linguagem, discurso, fala e escrita. As discussões que desencadearam foram também transcritas, de modo a preservar o espírito do movimento que ali se realizava. Assim, A cura e o discurso inaugura a discussão sobre a especificidade terapêutica em que o jogo lúdico-motor da criança é retomado como ato de um sujeito; O código da língua e a função simbólica aborda a diferença entre práticas clínicas, no âmbito da fonoaudiologia e da psicanálise, a partir da consideração do código ou da função; A metáfora paterna e sua relação com a alíngua problematiza a tensão entre lei e gozo na constituição do sujeito; A ortografia e as formações do inconsciente tece importantes considerações sobre a função da letra e sua diferenciação do significante; Como se constituem as bordas do ponto de vista da linguagem problematiza a diferenciação dos significante recolhidos na estruturação do sujeito, bem como seus destinos nas graves psicopatologias. Na segunda parte, Formações teórico-clínicas, temos algumas formulações teóricas de grande importância, ainda desconhecidas do público brasileiro, de Gabriel Balbo, relativas às modalidades de integração do visto, escutado e falado, que permitem 10 APRESENTAÇÃO diferenciar autismo e psicose. Este trabalho é seguido das sistematizações feitas pelo nosso saudoso Jean Bergès e por Gabriel Balbo, estabelecendo a articulação da passagem do corpo à letra, num debate vivo realizado em Poitiers. Um recente trabalho inédito de Jean Bergès sobre o bilingüismo e o recalcamento completa estas formulações. Nina Leite dá continuidade a este debate, a partir da belíssima abordagem do termo Corpolinguagem. Uma discussão sobre a função do chiste e sua relação com o ingênuo é abordada por Viviane Veras. Nela, a autora problematiza o saber e a ingenuidade das crianças por meio de seus dizeres, flagrando brilhantemente a temporalidade da constituição subjetiva. Um aspecto específico da fala é discutido por Julieta Jerusalinsky em seu artigo, relativo à discussão da prosódia e da enunciação na clínica de bebês. Tomando a prosódia como mote, através de casos clínicos, a autora tematiza e ultrapassa o equívoco do clínico que se guia pela prosódia materna, fazendo dela o signo do diagnóstico de bebês. Outro aspecto da fala é considerado por mim que, juntamente com Lia Navegantes, percorremos uma série de interrogações teóricas sobre a fala, aparentemente ecolálica, de uma criança autista, e a relação desta com o advento da negativa no percurso da constituição do sujeito. O texto de Sandra Pavone vem para abordar teoricamente o jogo da criança. Ela propõe inverter o percurso que Freud trilhou ao considerar o jogo. Enquanto Freud localiza o brincar para compreender as fantasias, a autora escolhe o caminho inverso, interrogando o brincar por meio do que Freud propõe sobre o fantasiar e sobre a criação. O trabalho de Maria Cristina Solé apresenta uma importante sistematização dos estudos psicanalíticos da surdez, ainda desconhecidos por grande parte dos que trabalham com crianças. 11 QUEM FALA NA LÍNGUA? Yone Rafaeli encerra o volume, apresentando uma bela discussão a partir de um atendimento clínico, sobre o modo como o efeito da surdez sobre o ouvinte produz uma estrangeiridade radical que destitui o surdo do próprio território familiar, ao mesmo tempo em que evidencia que o analista, ao tomar como significantes os signos produzidos, pode permitir conferir ao surdo, por meio da língua de sinais, o estatuto de sujeito falante, a despeito de sua mudez. Belo Horizonte, agosto de 2004 Nota 1 Um dos Seminários aqui transcritos ficou a cargo de Yone Rafaeli. Sobre a Organizadora Psicanalista, membro da Association Lacanienne Internationale, Doutora em Psicologia Clínica PUCSP, Membro (licenciado) da Derdic-PUCSP, professora da PUCMG, membro do grupo de pesquisa SemA-Soma (IEL-UNICAMP). Autora de A criança na clínica psicanalítica e de Crianças na Psicanálise: clínica, instituição, laço social (Cia de Freud). 12