Compra da antiga Garagem Vidal "incendeia" corporação de

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Compra da antiga Garagem Vidal "incendeia" corporação de
Compra da antiga Garagem Vidal "incendeia" corporação de bombeiros
A compra das antigas instalações da Garagem Vidal está a intensificar o braço de ferro entre a
Câmara e Associação de Bombeiros de Albergaria-a-Velha, que pode comprometer seriamente
e desenrolar do processo para a construção de um novo quartel para os soldados da paz.
Do lado dos voluntários, Elísio Apolinário não tem dúvidas em considerar que "a Câmara está
a estrangular a Associação" ao comprar um imóvel que "é muito necessário para a
operacionalidade dos bombeiros".
Aquele responsável confessa que o negócio para a compra da Garagem Vidal foi proposto ao
BCP (detentor do edifício) pelos bombeiros, com a intenção de ampliar o actual quartel. Elísio
Apolinário refere que com aquele edifício e uma outra parcela adjacente, "permitiria que os
bombeiros se pudessem fixar nas actuais instalações por mais uma década", até que ficasse
resolvida a questão inerente ao novo edifício e terreno dos bombeiros, que teima na
continuidade do desentendimento entre as duas partes.
O presidente da Associação dos Bombeiros recorda que foi a 26 de Janeiro que o presidente
da Câmara, João Agostinho, comunicou a compra daquela antiga garagem, por ocasiao da
visita a Albergaria-a-Velha de um corpo de bombeiros franceses.
"Fiquei sem palavras. Inicialmente pensei que o senhor presidente me dissesse aquilo para
depois no discurso fazer a oferta daquele espaço aos bombeiros, mas o certo é que não se
voltou a falar no assunto e, até aos dias de hoje, ninguém sabe porque é que a Câmara
comprou, para que fins e com que intenções", lembrou o presidente dos bombeiros, avançando
que depois dessa data "foi pedida a cedência daquele espaço à Câmara e nem uma resposta".
João Agostinho diz que foi abordado pelo BCP
A compra da Garagem Vidal absorveu muito do tempo da última sessão pública da Câmara,
onde Jesus Vidinha (PS) questionou o presidente do executivo sobre a "intromissão" no
negócio dos bombeiros. João Agostinho respondeu e disse que "não se sabia nada na Câmara
em relação à venda" do imóvel, "nem nunca os bombeiros informaram a Câmara de tal
intenção".
Para o autarca, no âmbito do processo de demolição que estava a decorrer, "o BCP é que fez
a proposta". João Agostinho garntiu que "nunca houve traição por parte da Câmara".
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Sobre o assunto, o vice presidente da Câmara, Flausino Silva, argumentou que "os bombeiros
tiveram 43 mil contos de prejuízos nos últimos dois anos e não tem cabimento estas
preocupações com um velho quartel quando há um novo projectado", acrescentando que
"querem criar testas de força para se apresentarem com outra capacidade de discussão junto
da Câmara, numa troca de investimentos imobiliários com a Câmara a pagar. Isto não é um
processo leal", concluiu.
O assunto, que mereceu comentáros de todos os vereadores presentes, levou João Agostinho
a considerar que "tudo isto é uma falsa criação, uma verdadeira mentira", confirmando que
ainda não se sabe o que vai fazer a autarquia no recém adquirido terreno junto do actual
quartel dos bombeiros.
O futuro do quartel
A construção do futuro parece esfumar-se por entre estes desencontros, levando as duas
partes a um completo impasse em relação ao assunto.
Recorde-se que a Câmara de Albergaria-a-Velha propôs ceder o direito de superfície de uma
área de 16 mil metros quadrados, na zona industrial, para a construção do novo quartel, mas,
em contrapartida, admite receber as actuais instalações do quartel dos bombeiros, suportando
30 por cento dos custos da construção do novo edifício.
A direcção dos bombeiros não abdica das actuais instalações, justificando não ser viável
entregar um espaço priveligiado, situado no centro da vila, para receber em troca algo que
nunca será da propriedade dos bombeiros.
in Jornal Beira Vouga, 2ª Quinzena de Abril de 2006
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