espaço espírita - CEJN-Centro Espírita Jesus de Nazaré
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FEEGO alerta: Mediunidade Reflexão Página 9 C i ê n c i a • WEIMAR MUNIZ OLIVEIRA F i l o s o f i a Médiuns da História mostram real objetivo da mediunidade Página 8 • ANDREW JACKSON DAVIS R e l i g i ã o • Internet “Obra do médium Chico Xavier precisa ser estudada” Luiz Garcia/Espaço Espírita .................................................................................................................. Mãe de uma menina com câncer recebe carta muito especial Página 11 I m o r t a l i d a d e O filme que surpreendeu as bilheterias e a crítica do cinema brasileiro Página 5 espaço espírita OUT UBR O Mês de Kardec Página 7 Atendendo à recomendação de Emmanuel: Novo Ônibus Livraria Chico Xavier já está nas ruas Página 14 Jornal Espírita de Circulação Regional • Ano VI • Número 23 • Outubro de 2008 • E-mail [email protected] • Distribuição Gratuita espaço espírita Opinião Outubro de 2008 2 Joaquim Pires Jr. Editorial Passe e água fluidificada: as terapias da casa espírita A aplicação de passes espirituais é um dos dois O médium passista precisa saber o que está recursos terapêuticos (juntamente com a distribuição fazendo. Qual a repercussão do passe espiritual nos de água fluidificada) indicados para os centros, corpos físico e espiritual. E tudo isso é conseguido com conforme estabelece o livro “Orientação à Casa capacitação dos trabalhadores. O ideal é que a casa Espírita”, publicação da Federação Espírita Brasileira espírita ofereça esta esta capacitação - ou peça para os (FEB) que norteia as atividades do movimento espírita Conselhos Regionais da Federação Espírita Cataem seu núcleo de base, que é justamente o centro rinense (CREs), que direcionem trabalhadores espírita. Juntos, passe espiritual e água fluidificada credenciados para ester mister. compõem a chamada “fluidoterapia”. Também é importante que no caso do passe E tão somente estes dois recursos bastam em espiritual, haja uma padronização, seguindo os termos terapêuticos para que uma casa espírita bem princípios espíritas. Nada de passes com toques no esclarecida cumpra seu papel junto aos irmãos corpo físico, com “fungadas” ou “roncos”, ou ainda, encarnados e desencarnados. Nada além disso. com agitações ou gemidos. Nada de implantar no centro espírita outras “terapias Ao adepto e ao simpatizante da Doutrina também alternativas” que não têm a ver com a é importante entender o mecanismo Doutrina Espírita, e que por mais bem do passe - e do conjunto de atiÉ preciso intencionadas que sejam, acabam por vidades da casa espírita como um desfigurar o propósito inicial da casa todo. Só este entendimento vai nos desmistificar as espírita, que é a cura do espírito livrar de atitudes “espiritólicas”, atividades espíritas, através da transformação intelectocomo se diz no meio espírita – moral, e não necessariamente buscar evitando assim que se faça do passe para acabar com a cura do corpo, a partir do entenuma nova “hóstia”, e da água posturas ‘igrejistas’. dimento que curando o espírito, fluidificada uma nova “água benta”. Espiritismo é estaremos, por conseqüência, curanMuitas pessoas, erroneamente, do também o corpo físico. correm à casa espírita apenas atrás Religião, mas Passe e água fluidificada, jundo passe e da água, como se fossem também é Ciência tamente com os horários regulares miraculosos. E sabemos que isto não de estudos, palestras públicas, é assim. Todo o comparecimento às e Filosofia atendimento fraterno, educação e atividades doutrinárias, aliado aos desenvolvimento da mediunidade, esforços no Estudo da Doutrina, é que trabalhos de desobsessão, evangelização espírita podem nos levar a um padrão melhor de vida e infanto-juvenil e atividades de assistência social, entendimento das leis naturais que nos rodeiam. compõem o universo de ações ideais para o centro É preciso mais do que nunca, desmistificar as espírita. atividades espíritas, para acabar com posturas Claro que centros maiores poderão diversificar este “igrejistas”. Espiritismo é Religião, mas também é leque de atividades, mas sempre dentro desta Ciência e Filosofia. Entendê-lo neste tríplice aspecto é orientação inicial. Uma casa maior pode ter um jornal primordial. E o passe e a água fluída integram todo um informativo, aulas de esperanto, creches, ancianatos, contexto. Emmanuel, sobre a fluidificação da água, nos consultórios de atendimento médico (com profissionais diz que “o Mestre Jesus, quando se referiu à água da área, efetivamente capacitados para tal), serviços simples, doada em nome de sua memória, reportavade aplicação de passes mais individualizados. Tudo se ao valor real da providência, a benefício da carne e dentro de um entendimento maior dos propósitos do espírito, sempre que estacione através de zonas doutrinários. enfermiças”. Já sobre o passe, o Digno Mentor conceitua: No caso do passe espiritual e da água fluidificada, “O passe é transfusão de energias físio-psíquicas, imprescindível é a capacitação dos trabalhadores que operação de boa vontade, dentro do qual o companheiro queiram atuar nestas áreas. do bem cede a si mesmo em teu benefício”. “ “ Color e Sistema para tinturaria e confecção de roupas Expediente Fone: (47) 3336-4508 / 9982-5594 PB Informática Ltda - Blumenau espaço espírita é uma publicação espírita regional. Circula em casas espíritas de Balneário Piçarras, Penha, Barra Velha, Itajaí, Navegantes, Guaramirim, Gaspar, Joinville, Araquari, Balneário Camboriú e Florianópolis. • Consultor doutrinário: Joaquim Ladislau Pires Júnior • Secretária de redação: Ana Paula Alves da Silva • Jornalista Responsável: Juvan de Souza Neto (SC 01359 JP) • Reportagem, edição e diagramação: Juvan Neto e Luiz Garcia Colunistas e colaboradores: Jouglas Laffitte, Paulo Beduschi, Wilmar Manske, Luiz Miiler, Maria Massucati e Lucia Helena Purper. Tiragem: 2.000 exemplares. Impressão: Editora Perfil, Rio Negrinho - SC. Para críticas e sugestões: Espaço Espírita - Caixa Postal 6 - 88380.000 - Balneário Piçarras - SC. Fones (47) 3456-3402 e 9921-4527 - Endereço eletrônico: [email protected] COTIDIANO ESPÍRITA A manutenção dos CEs Normalmente temos presenciado colegas de ideal arcando sozinhos com as despesas de manutenção da instituição espírita em que trabalham na condição de diretores. Muitas casas têm no presidente o único mantenedor, como se o exercício de semelhante mister representasse a obrigação inerente ao cargo, eximindo todos os demais trabalhadores e freqüentadores desse dever. No mínimo, uma instituição espírita precisa pagar mensalmente as despesas de água, energia elétrica, correio, limpeza, sem falar no gasto com combustíveis, empregados, biblioteca, manutenção das instalações, bem como eventuais reformas e consertos. Nada disso é gratuito. Não é possível que aos espíritas, consoante o Espírito de Verdade, assinalou: “Espíritas, amai-vos, eis o primeiro mandamento; instruí-vos, o segundo”, reste alguma insensibilidade ou se fazer de desentendidos diante de questão tão grave. Outrossim, não podem os confrades pensar que vão ficar “impuros” se mexerem com dinheiro, pois pior é ter que fechar a casa, ou sacrificar outros companheiros, ou apenas um único companheiro, que têm que fazer o máximo de si mesmos para assegurar os pagamentos mensais. Assim, todos que freqüentam a instituição, indistintamente, devem ser conscientizados da importância da questão financeira para a sobrevivência e manutenção do ambiente físico que utilizam. Obviamente, não se vai cobrar pelos benefícios espirituais recebidos, pelos ensinamentos, pelo aprendizado, pelas comunicações mediúnicas, etc. Mas não basta apenas a sensibilização, impõe-se abrir a mão e o bolso, a fim de que a instituição, mensalmente possa fazer uma programação financeira, sabendo com o que pode contar e até quanto pode gastar sem comprometer ninguém. E, periodicamente, há que se fazer uma promoção que associe confraternização e divulgação da doutrina espírita, evitando, todavia, a vinculação com álcool, jogo, drogas, tabagismo ou qualquer outro vício, a fim de se construir uma poupança que poderá ser útil a médio prazo. Clube do Livro Terceiro Milênio Caixa Postal 624 - CEP 88.010-970 - Florianópolis Os melhores lançamentos, a cada dois meses e com desconto de 40% Associe-se a nós! E-mail [email protected] • Fone (48) 9982.4327 Assinatura semestral: R$ 45 • (Seis livros) Assinatura anual: R$ 90 • (Nove livros) Entrega nos meses pares (fevereiro, abril, junho, agosto, outubro e dezembro) espaço espírita Ciência Outubro de 2008 3 Conhecimento espírita A ação da Entenda como a Física nos dá uma visão maior sobre a realidade da vida e da relatividade da própria matéria ••• Anderson Neomar Gomes Tarefeiro do C. E. Caminho da Luz São Francisco do Sul • SC Segundo nossos dicionários, matéria é aquilo de que uma coisa é feita, ocupa espaço, tem peso e pode impressionar os sentidos; substância que pode tomar formas; no sentido filosófico, tudo que não é espiritual. Sabemos através do Espiritismo que existem muitos níveis de matéria. Matéria mais ou menos densa é a que pode ser influenciada e modificada de diversas formas. Nosso corpo em evolução caminha da mais densa, para menos densa, até chegar à pura energia. Muita coisa mudou na física nas últimas décadas, partículas novas foram descobertas, e já sabemos que em nosso corpo temos potenciais de força magnética bilhões de vezes maiores que a própria gravidade da Terra. Viu-se também que em nosso corpo temos mais espaço vazio entre as partículas atômicas do que propriamente partículas. O mundo da física nos dá explicações maravilhosas sobre nossa vida e como a realidade do lugar que vivemos pode ser relativa. Por exemplo: por que não flutuamos na Terra, tal qual na Lua ? Como muitos sabem a Terra tem uma força de atração gravitacional muito maior por isso ela nos atrai para ela, enquanto a força da Lua (e de muitos outros planetas) é menor. Sendo assim, o que define o peso das coisas é a ação da gravidade, enquanto na Lua poderíamos levantar MATÉRIA um carro de mais de uma tonelada com as mãos, na Terra, com dificuldades erguemos somente o pneu. Da mesma forma em planetas com força gravitacional maior que a da Terra, mal conseguiríamos ficar de pé, de tão pesados que nos sentiríamos. Em um exemplo figurativo (até que ponto não sei) podemos dizer que quando nos sentimos pesados, tristes, desanimados, culpados, estamos sendo mais atraídos para a Terra. Mais para a esfera terrena e menos para as celestes. Segundo a física qualquer corpo tem ação gravitacional sobre o outro, devemos então tomar cuidado com o que atraímos e com o quê nos deixamos atrair. Isto é matéria agindo sobre matéria. Ao contrário do dito da crença popular que “os opostos se atraem” na verdade são “os iguais que se atraem”. Não vemos por aí pessoas refinadas amicíssimas de pessoas de palavreado chulo e mente mesquinha. Não vemos pessoas extremamente religiosas amigos íntimos de criminosos. Quando um tipo de situação acontece nesse sentido é porque um dos dois lados compactua com os mesmos pensamentos do outro em algum grau. Continuando na física, observo particularmente que quando finalizei a escola, lá por 1990, o átomo era indivisível. Grande verdade. Mas as coisas mudam, e Deus nos prova sempre que temos muito a aprender. Agora sabemos que o átomo não só é divisível, como novas partículas, além dos batidos próton, nêutron e elétron apareceram: méson, quark, neutrino e outras mais. Além de tudo isso nossos irmãos cientistas admitem que essa divisão pode ir ao infinito e que talvez, na verdade, as nossas partículas primordiais sejam formadas por pura energia, diferente da que conhecemos como a elétrica e a nuclear. Apareceu então a Teoria das Cordas (ou Supercordas), como toda teoria, ainda não pisa em solo firme, mas responde muitas coisas. Universo, Criação de Deus Juvan Neto Teoria das Cordas (ou Supercordas) ainda não pisa em solo firme, mas responde muitas coisas Ciência e Religião: união inevitável Nessa teoria admitem-se aglomerações atômicas que dependendo de sua vibração geram novas partículas. Estas partículas podem ser de qualquer tipo existente na natureza, dependo da vibração. Também acreditam os cientistas terrenos que desta teoria pode sair um entendimento mais profundo para a gravitação e eletromagnetismo, forças que apesar dos estudos ainda povoam de dúvidas a cabeça de nossos gênios. Nossos cientistas estão de parabéns, estamos adentrando nos conhecimentos da vibração e energia. Diga-me como vibras e te direi quem és! Energia gera vibração, que gera partículas, partículas são matéria, matéria interage em nosso corpo ou fora dele. Podemos então gerar saúde ou doença. Um órgão saudável ou canceroso. Nós controlamos a matéria. Por mais que tentemos evitar a união da ciência com a religião, ou espiritualidade, é inevitável. Deus está pulsando em cada partícula e nos chamando ao conhecimento. Cada vez que adentramos mais, descobrimos que Ele é o Grande Regente do Universo. Mas acredito que Ele não nos deu cérebro para que ficássemos como filhos mimados perguntando tudo. Ele quer que nós mesmos descubramos, e acredito também, que a cada passo Ele dá um empurrãozinho. Pensemos então em como somos senhores de nosso corpo e espírito, como nós podemos tomar as rédeas das reações em nossa vida. Na lei básica de Ação e Reação podemos modificar tudo para algo melhor. Já dizia o Mestre: “Se tiverdes fé do tamanho de um grão de mostarda disser a este monte: passa daqui para acolá. Ele passará.”, e isso até a ciência já está comprovando. R$ 19 milhões Espiritismo motiva milionário da Mega-Sena a dividir prêmio ••• Da Redação Um dos mais novos milionários brasileiros, motivado pelo conhecimento espírita, está investindo parte do prêmio de R$ 19 milhões ganho na Mega-Sena no início deste ano na construção de uma obra voltada a crianças e idosos carentes do Rio de Janeiro. Segundo a Revista O Globo, encarte dominical do jornal O Globo, de 4 de maio deste ano, Roberto Kuppê, após ser confirmado como milionário, decidiu dividir imediatamente o prêmio com irmãos e irmãs, além de criar a instituição filantrópica. Segundo a jornalista Karla Monteiro, na matéria “O homem de R$ 19 milhões”, publicada em 12 de maio, Roberto Kuppê fundou o Instituto Matheus de Morais, e já dividiu parte da fortuna com seus familiares. Ele revela, na entrevista, que o espírito de um irmão já desencarnado teria intuído de forma positiva para que ele fosse beneficiado pelo prêmio da Mega-Sena. Por esta afirmação, percebe-se que Roberto ainda não tem um conhecimento amplo da Doutrina Espírita, e é até ingênuo, pois através da Doutrina, sabe-se que Espíritos Superiores não revelariam informações para interesses materiais, como resultados de premiações ou loterias. Mesmo assim, tem-se também a percepção, na mesma reportagem, que Roberto é aficionado da literatura espírita, a qual já tocou seu coração, motivando-o às ações de caridade. Na matéria, dois dos livros lidos pelo novo milionário foram fotografados por Roberto Stuckert Filho: “Por Amor ao Ideal”, escrito pelo Dr. Inácio Ferreira (espírito) e psicografado pelo médium e odontólogo uberabense, Carlos Antônio Baccelli, e “Francisco de Assis”, escrito por Fernando Miramez de Olívideo (espírito) e psicografado pelo médium belorizontino João Nunes Maia, já desencarnado. “O conhecimento do Espiritismo, da imortalidade e da eternidade, e do modo como se desdobra a existência sem fim, costuma influir na constituição das personalidades. Creio que esse é o caso de Roberto Kuppê”, afirma o professor de História e Filosofia Antônio Baracat, de Belo Horizonte. espaço espírita NOSSA MISSÃO É A DO LIVRO: LUZ DO ALTO PARA NOSSOS CAMINHOS SANTA MARINA Célia Lucius, Santa Marina é a revivescência da vida daquela que Chico Xavier/Emmanuel descreveram no romance 50 Anos Depois e que a Igreja Católica canonizou no século 5. Para os espíritas, a consolidação da interexistência de Chico no desdobramento do labor mediúnico a benefício da difusão da Doutrina. Imperdível conhecer esta trajetória! Ignácio D E A NTIOQUIA A narrativa é centrada na personalidade de Ignácio de Antioquia, em sua trajetória de fé e serviço, que, ao longo de nove décadas de existência, soube, como poucos, se inflamar do amor do Cristo. Neste percurso, o leitor se surpreenderá na companhia de extraordinárias figuras da História Cristã, acompanhando-lhes a renúncia e os sacrifícios em benefício do Evangelho. Fraternidade Espírita Cristã Francisco de Assis Rua Coroaci, 50, Vista Alegre Belo Horizonte - MG -30512.650 Tel.: (31) 3386.2334 www.fecfas.org.br • [email protected] 4 Espiritismo de mãos dadas com a Psicologia As doenças psicossomáticas A cada dia surgem mais e mais evidências na ciência de que corpo e alma estão estreitamente ligados Celia Lucius Outubro de 2008 Doutrina ••• Olinda Zacharia • Lili Psicóloga e Terapeuta C. E. Paz do Senhor - Joinville As doenças psicossomáticas são antigas. No entanto, o termo é novo para a população, pois nunca se tem falado tanto sobre isso. E também estamos vivendo uma época em que uma grande população está acometida dessas doenças. Mas alguns ainda guardam a idéia errônea de que são pura simulação ou hipocondria. Nada disso! A cada dia surgem mais e mais evidências de que corpo e alma estão tão estreitamente ligados que aquilo que afeta um, acaba afetando também o outro. Joanna de Ângelis, em seu livro Plenitude, psicografado pelo médium espírita Divaldo Pereira Franco, inclui as doenças como um dos tipos de sofrimentos físicos, e faz uma análise profunda onde nossas paixões e conflitos geram a desarmonia das defesas orgânicas, as quais cedem a invasão de micróbios e vírus que lhes destroem a imunidade. Importante saber que se mudarmos a maneira de viver ou de simplesmente “ver” a vida, estaremos eliminando muitos fatores de risco das doenças. Doenças psicossomáticas são aquelas que apresentam sintomas reais no corpo, mas cuja origem está no psiquismo, ou seja, no conjunto mente e sentimentos. Popularmente se diz: “quando você acha e sente que tem uma doença que não existe”. É também em Plenitude que Joanna de Ângelis nos diz: “A doença, todavia, é resultado do desequilíbrio energético do corpo, em razão da fragilidade emocional do Espírito que o aciona”. E ainda diz mais: “os medicamentos matam os invasores (vírus e bactérias), mas não restituem o equilíbrio como se deseja, se a fonte conservadora não irradia a força que sustenta o corpo. (...) Com a morte dos micróbios, a pessoa parece recuperada, ressurgindo, porém, a situação, em outro quadro patológico mais tarde”. Podemos pontuar dois tipos de Doenças Psicossomáticas: aquelas de conversão psíquica, que são sintomas orgânicos que nenhum tipo de exame pode identificar, e a somatização propriamente dita, que é quando a energia psíquica foi descarregada no corpo levando a formação de uma ou mais lesões diagnosticáveis em exames e até em raio X. Essas doenças são, na verdade, válvula de escape para sentimentos e emoções que o indivíduo não consegue lidar. Importante prestarmos atenção ao nosso corpo, casos de gripes e resfriados constantes ou alergias respiratórias (rinite, asma), até mesmos problemas de pele, ou dores musculares e ou articulares, enfim toda espécie de sintomas físicos. Verificar se não ocorrem após brigas, sustos, grandes períodos de trabalho sem descanso ou com muita pressão ambiental, se quando se encontra em harmonia e equilíbrio emocional as doenças também se apresentam. Dores de cabeça ou nas costas, pernas e ou braços sem justificativa orgânica para as mesmas, e geralmente após algum fato significativo na vida. Arquivo/EE Joanna de Ângelis fala sobre o tema: “doença é resultado de desequilíbrio energético do corpo” Os estados de tranqüilidade, equilíbrio, boa auto-estima e valorização da própria vida – sem a negação da doença – são muito favoráveis acerca de sua vida. Quando você se permite parar e refletir acerca de sua vida, suas posturas e seus valores, está usando a doença a seu favor, ou seja, aproveitando-a como uma oportunidade de aprendizagem e reflexão. Joanna de Angelis nos indica: educação dos pensamentos, disciplina dos hábitos e segurança das metas para evitarmos nos lograr. Muitas vezes, é necessário consultar um profissional na área psicológica para ajudar nessa reflexão, pois nestes momentos de crise, é bastante difícil termos discernimento para concluirmos solitariamente. O estudo em grupo também é grande ferramenta coadjuvante de uma vida saudável. Plantão Doutrinário Este espaço é destinado a tirar dúvidas doutrinárias a respeito do Espiritismo. Mande sua carta para: Espaço Espírita - Caixa Postal nº 6 CEP 88380-000 - Piçarras - SC. Ou envie e-mail para [email protected] Pergunta do leitor: Eu tenho boa vontade em colaborar com muitos serviços doutrinários, mas na casa casa espírita em que freqüento, tentei aplicar passes e me pediram que participasse de um curso ou capacitação sobre o assunto. Porque não aceitaram minha colaboração? • (Karla Cristina, de São Francisco do Sul) Resposta: Karla, não se trata de a casa em que você freqüenta aceitar sua colaboração ou não, apenas de seguir a orientação de Kardec: “amai-vos e instruí-vos”. Certamente, a sua casa espírita preza pelos estudos. Pelo que você nos relata, não disseram a você que não a queriam. Muito pelo contrário: demonstraram procedimento doutrinário correto ao convidá-la para a capacitação. A princípio, aplicar passes é um ato de amor, mas que não prescinde do conhecimento mínimo necessário sobre fluidos e magnetismo à luz do entendimento espírita. E esta regra vale para todo o trabalho desenvolvido no centro espírita bem orientado. Seja para aplicar passes, para coordenar um grupo de estudos, para para desenvolver um palestra ou principalmente, participar de grupos mediúnicos ou desobessão, o estudo é imprescindível. Karla, siga em frente, não desista de ser colaboradora da seara de Jesus. Mas participe dos cursos e capacitações que sua casa oferece. Você só terá a ganhar. espaço espírita Outubro de 2008 Especial Filme de Bezerra surpreende nas bilheterias Grandes Espíritas Nobres personalidades que marcaram a Doutrina Conheça a história de Bezerra de Menezes O Kardec brasileiro ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Mas a declaração pública originou talvez seu maior desgosto. Seu irmão, o doutor Manuel Soares da Silva Bezerra, que como jornalista escrevia para o jornal “Tribuna Católica”, enviou-lhe uma carta declarando em nome dele e da família que estavam rompendo relações com ele. A resposta do eminente médico foi uma carta de mais de 100 folhas que deu origem a um livro: “Uma carta de Bezerra de Menezes”. Nessa carta ele expressa com maestria os principais preceitos da Doutrina Espírita. Léon Tolstoi no livro “Ressurreição e Vida”, ditado à médium Yvone do Amaral Pereira, narra que Bezerra de Menezes é a reencarnação de Zaqueu, aquele cobrador de impostos que após mudar de vida e seguir Jesus, troca de nome e passa a se chamar Mathias. Também nos narra Léon Tolstoi uma conversa de Mathias com o Apóstolo Paulo; quando este aconselha Mathias: “Não te limites à adoração inativa, que poderá cristalizar-se em fanatismo. A Doutrina é afanosa por excelência. Jesus precisa de servos, trabalhadores ágeis, para mil e uma peripécias de boa vontade, para a propagação da verdade que nos trouxe. Testemunha tu o teu amor ao mestre, servindo também a teus irmãos que sofrem ou erram; pois tal é o segredo da boa prática da Nova Doutrina”. Em 1938, Humberto de Campos, no livro: “Brasil Coração do Mundo Pátria do Evangelho” descreve de modo todo especial o convite que o espírito Ismael faz ao espírito de Bezerra de Menezes para reencarnar em terras brasileiras com a missão de transportar do velho mundo para o novo a Terceira Revelação. Em 1889, Bezerra assume a presidência da FEB tendo uma importante iniciativa: o estudo metódico do Livro dos Espíritos em sessões semanais nos salões da FEB, o que até hoje é seguido. Em 1895, preside novamente a FEB atendendo um pedido de Santo Agostinho, em mensagem recebida pelo médium Frederico Pereira da Silva Júnior. Nesta gestão oficializou o estudo do Livro dos Espíritos e do Evangelho Segundo o Espiritismo. Portanto aí estão as sementes do Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita (Esde). 177 anos depois, a trajetória do médico e humanista espírita, que recebeu até mesmo o apelido de “O Kardec Brasileiro”, é sucesso nas bilheterias de cinema de todo o país, com o filme que retrata sua vida. ○ Família rompeu relações Arquivo/Juvan Neto Bezerra de Menezes enfrentou a Igreja e difundiu a Doutrina Espírita no Brasil em pleno século 19 ○ Prestamos hoje uma justa homenagem a Adolfo de Bezerra Cavalcanti, mentor espiritual de inúmeros centros espíritas por todo o Brasil, conhecido tanto como “Médico dos Pobres” como “O Kardec Brasileiro”. Para tanto retrocedemos no tempo a 29 de agosto de 1831: há 177 anos nascia no Brasil, mais precisamente no interior do Ceará, esse nobre espírito com a missão de difundir o Espiritismo. Homem que em encarnações anteriores obteve muitas conquistas espirituais e assim como todos nós, continua sua senda de progresso. Naquela reencarnação de Bezerra, em pleno século 19, ele tinha uma tarefa especial: a disseminação e consolidação do Espiritismo no Brasil. Aos dezenove anos (em 1851) foi para o Rio de Janeiro em busca de seus sonhos: cursar Medicina. Ele paga os estudos dando aulas particulares. Aos 25 anos (em 1858) conclui o Curso Superior, e é convidado a ocupar o cargo de cirurgião tenente do Exército. É também nesse ano que casa por amor com Maria Cândida de Lacerda; com quem teve dois filhos. Mais tarde candidatou-se e elegeu-se vereador; mas não obstante ter sido criado sob preceitos católicos, não encontrava respostas para questões filosóficas que o inquietavam. Bezerra foi um espírito à frente de seu tempo: defensor da libertação dos escravos; defensor da agricultura como base econômica para o país, e também preocupava-se com a preservação do meio ambiente – assuntos que só tomaram corpo a partir do século 20. Em 1863 morre a esposa Maria Cândida. Em 1865 casa-se em segundas núpcias, também por amor, com Cândida Augusta de Lacerda Machado, com quem teve sete filhos. Em 1875, um amigo, Joaquim Carlos Travassos, que traduziu o Livro dos Espíritos para a FEB, lhe presenteou com um exemplar da obra primeira de Allan Kardec. Diz ○ Articulista e dirigente do Centro Espírita Paz do Senhor, de Joinville - SC ○ ••• Maria Apª Massucatti Bezerra: “Aceitei por cortesia”. Após essa leitura declara que nada lhe parecia novo, embora nunca tivesse lido um livro espírita. Teve participação ativas e de destaque no movimento Espírita de sua época, não só no Rio de Janeiro; mas como em outros estados brasileiros. Mas somente em 16 de agosto de 1886; no amplo salão de Honra da Guarda Velha, Rio de Janeiro, com um auditório de cerca de duas mil pessoas que se reúne para ouvir em silêncio emocionados e atônitos a palavra de ouro do eminente político; médico e cidadão, Bezerra de Menezes proclamava aos quatro ventos sua adesão ao Espiritismo. A declaração levantou celeuma nos arraiais cariocas, em todos os círculos, principalmente políticos, sociedade médica e Igreja Católica. Desde esse memorável dia, o Espiritismo passou a ter um declarado líder no Brasil. A comunidade espírita estava emocionada e a imprensa registrou a notícia como sinal de tempos novos. O telégrafo transmitiu a notícia em todos os estados e as livrarias passaram a vender um maior número de livros espíritas. A Federação Espírita Brasileira cresceu em adesões e o círculo católico agitou-se. ○ Há 177 anos nascia no Estado do Ceará o “Médico dos Pobres” e uma das principais personalidades brasileiras do século 19 5 Fontes de Pesquisa: Bezerra de Menezes • Canuto Abreu Ressurreição e Vida • Yvonne Pereira/ Léon Tolstoi Brasil Coração do Mundo Pátria do Evangelho • Chico Xavier/ Humberto de Campos Uma Carta de Bezerra de Menezes • Bezerra de Menezes A Vida Escreve • Chico Xavier/ Hilário Silva Por esta, nem os mais otimistas analistas de mercado, nem os mais crentes religiosos poderiam esperar. “Bezerra de Menezes: Diário de Divulgação um Espírito” — um filme feito por encomenda, dirigido por cineastas sem projeção nacional — está sendo a grata surpresa das bilheterias brasileiras deste segundo semestre, atraindo cerca de 200 mil espectadores para os cinemas com apenas três semanas em cartaz, segundo o jornal O Globo, e ampliando o número de salas com a exibição do filme de 44 para 60. Dirigido pelos cearenses Glauber Filho e Joe Pimentel, “Bezerra de Menezes” é uma cinebiografia do médico, também cearense, que foi um propagador da Doutrina Espírita no Brasil, no século 19. No elenco, estão Carlos Vereza, Ana Rosa, Lúcio Mauro e Caio Blat, entre outros. O filme fala de valores familiares e das relações que se tem com a morte e com o universo materialista. “Talvez haja um cansaço do espectador com as histórias de violência” — diz Glauber Filho, que garante não ser espírita e cujo pai, Glauber, é médico. “E ele é mais velho que o Glauber Rocha. É só uma coincidência. Mas, com essa história de fazer filme sobre Espiritismo, daqui a pouco alguém pode acabar estabelecendo alguma relação”, brinca. Sem nunca terem dirigido um longa para o cinema antes, Glauber Filho e Pimentel entraram no projeto a convite da Associação Estação da Luz, uma instituição, de cunho espírita, que realiza projetos sociais no Ceará. Segundo eles, até o final do filme, foi gasto um total de R$ 2,4 milhões. Eles levaram 1/4 do custo de produção com patrocínio via Lei Rouanet. O resto veio de recursos próprios da Estação da Luz. No Brasil, há cerca de dois milhões de seguidores do espiritismo com potencial para ir ao cinema. A média de público nas 56 salas em que ele está em cartaz tem aumentado. Isso quer dizer que “Bezerra de Menezes” já pode se considerar com força para alcançar os 420 mil espectadores de “Sexo com amor?”, o terceiro filme nacional mais visto em 2008. “Ele é muito importante pelas mensagens que passou”, disse o ator espírita Glei Pélias. “Acho que existe um preconceito das pessoas em relação ao Espiritismo que o filme pode quebrar”, contou a terapeuta corporal e médium Ignez Cintra. (Juvan Neto, com informações do jornal O Globo) espaço espírita Textos Espíritas Selecionados Jesus: exemplo máximo de entrega a Deus Em um grande número já se encontra em germe a presença da aspiração, em face das experiências iluminativas que ficaram interrompidas e agora fornecem o combustível de sustentação para o desiderato, tornando-se mais fácil a ascensão às cumeadas do progresso. Outros, entretanto, ainda renteiam com os impositivos materiais, vinculados aos fenômenos perturbadores das glórias efêmeras e dos prazeres rápidos, não se sentindo fortalecidos para o enfrentamento quando a sede de gozo os agride... O exemplo desses expoentes do amor, nesse momento, constitui-lhes fortalecimento e coragem para não desfalecerem ou postergarem o momento da sublimação. Jesus é o exemplo máximo dessa entrega a Deus, lição viva e incorruptível de amor em relação à Humanidade. Mergulhou no corpo físico e dominou-o totalmente com o Seu pensamento, utilizando-o para exemplificar o poder de Deus em relação a todas as criaturas, tornandose-Lhe o Médium por excelência, na condição de Cristo que O conduziu e O inspirava em todos os pensamentos e atos. Sempre com a mente alerta às falaciosas condutas farisaicas e às circunstâncias difíceis que enfrentava, manteve-se sempre carinhoso com as massas e os poderosos, sem manterse melífluo ou piegas com os infelizes ou subalterno e submisso aos dominadores de um dia... Profundo conhecedor da natureza humana sabia acioná-la, despertando os sentimentos mais profundos e comandando os pensamentos no rumo do excelso Bem. Vencedor da morte, que O não assustava, é o exemplo máximo de vida eterna, concitando-nos a todos a seguir-Lhe as pegadas. A mente alerta conhece o fenômeno biológico da morte e não se atemoriza, porque o contempla como oportunidade de libertação, antegozando o prazer de liberar-se das injunções perturbadoras. (...) A vida perene, atraente e rica de plenitude sucede à temporalidade dos objetivos terrenos, que cedem lugar à conquista da realidade. Os nautas da imortalidade, viajantes da Vida, mantêm-se com a mente alerta para todas as ocorrências, especialmente quando o corpo cede lugar ao processo de transformações moleculares, propiciando o encontro com o Seu Deus interior. Livro “Impermanência e Imortalidade” Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito Carlos Torres Pastorino FEB – Federação Espírita Brasileira História Outubro de 2008 6 Humberto de Campos relata: O padre católico que reencarnou escravo Domingos Gonzáles, em encarnação anterior, foi um inquisidor. Alçado à categoria de santo, sofreu ao deparar-se com sua consciência ••• Humberto de Campos Adaptação de texto psicografado por Francisco Cândido Xavier Conta-nos Humberto de Campos no livro “Reportagens de Além Túmulo”, edição FEB, que ouviu o depoimento de um padre católico (no plano espiritual), sobre a vida do também padre Domingos González, que foi um sacerdote insinuante, dotado de poderosa e aguçada inteligência. Sua carreira sacerdotal, de acordo o seu caráter flexível, foi um grande vôo para as posições mais importantes e elevadas. Dominava todos pelo poder de sua palavra quente e persuasiva, cativava a atenção de todos os seus superiores pela humildade exterior de que dava testemunho, embora a sua vida íntima estivesse cheia de penosos deslizes. A verdade é que, lá pelos fins do século 15, era ele o Inquisidor-Geral de Aragão, com o nome de Pedro de Arbues. Dado o seu caráter arbitrário e método utilizado no elevado cargo que lhe fora conferido em 16 de setembro de 1485, os israelitas o assassinaram na catedral de Saragoza, em momento de sagradas celebrações. O religioso biografado acordou no além túmulo, com as suas chagas dolorosas, dentro de terríveis realidades que lhe aguardavam o Espírito imprevidente, mas, os eclesiásticos concordaram em pleitearlhe um lugar de destaque nos lugares humanos e venceram a causa. Em breve tempo, a memória de Domingos transformava-se no culto de um santo. Mas aí, agravaram-se no plano invisível, os tormentos daquela alma desventurada. Envergonhado e oprimido, o ex-padre influente no mundo sentia-se qual mendigo faminto e coberto de pústulas. Domingos González, assombrado com as acusações da própria consciência, assistiu a todas as solenidades da sua canonização, sentindo-se o mais desgraçado dos seres. As pompas do acontecimento eram como espadas intangíveis que lhe atravessassem, de lado a lado, o coração vencido e sofredor. Os cânticos de glorificação terrena ecoavam-lhe no íntimo como Espírito ficou preso a apelos absurdos O espírito desventurado do padre ficou absolutamente preso à Terra e, de instante a instante, era obrigado a atender aos apelos mais extravagantes e mais absurdos. Se um criminoso desejava fugir à ação da justiça no mundo valia-se de Domingos, invocando-lhe a memória, entre receios e rogativas. As mães desajuizadas, que não cogitaram da educação dos filhos, os pequeninos, lhe rogavam de joelhos a correção tardia desses filhos transviados em maus caminhos. Os velhacos lhe faziam promessas, a fim de realizar um bom negócio. As moças casadoiras lhe imploravam a aliança do noivo rebelde e arredio. Os sacerdotes pediam-lhe a atenção dos superiores. E, finalmente, todos os sofredores sem consciência lhe suplicavam o afastamento da cruz de provações que lhes eram indispensáveis. Chumbado ao mundo, Domingos, durante mais de um século, perambulou pelas casas dos devotos, pelas estradas desertas, pelos círculos de negócios, pelos covis dos bandidos. Seu aspecto fazia pena. Foi quando dirigiu a Jesus a súplica mais fervorosa de sua vida espiritual, implorando que lhe permitisse voltar à Terra. Suas lágrimas eram amargas e comovedoras, e o Senhor não lhe faltou com a bondade infinita. Companheiros dedicados vieram oferecer ao pobre Espírito sofredor uma reencarnação como escravo no Brasil. Domingos González ficou radiante. Chorou de júbilo, de agradecimento a Jesus e, em breve tempo, tomava a vestimenta escura dos cativos, sentindose ditoso e confortado, cheio de alegria e reconhecimento. Humberto de Campos – Espírito autor da reportagem –, perguntou ao soluços da sombra e da amargura. E, desde essa hora, intensificaramlhe os padecimentos. Sua angústia agravou-se, primeiramente, em virtude da nova posição do círculo familiar. Os que lhe eram afins pelo sangue entenderam que não mais deviam o tributo comum do trabalho e realização ao mundo. Como parentes de um santo, não mais quiseram trabalhar. Espírito banhado em lágrimas E essa atitude se estendeu aos seus mais antigos companheiros da comunidade. Aos poucos, valores da agremiação religiosa, a que pertencera, desapareceram. Seus colegas de esforço estacionaram voluntariamente na Espírito do padre ficou vagando na casa dos devotos que lhe faziam pedidos menos nobres padre que detalhava a situação de Domingos González no mundo Espiritual. – E o santo está hoje nos planos mais elevados da Espiritualidade? – Não, ainda, não – replicou o narrador, com ar discreto – Domingos tem vivido sucessivamente no Brasil e, ainda hoje, continua, aí, a esforçar-se pela sua redenção espiritual, guardando indistintamente o mais terrível receio de chegar às esferas invisíveis com o título de santidade. Mas as obrigações comuns dispersaram o grupo em palestra, e dentro de pouco tempo, estava Humberto novamente só, com o seu trabalho e com sua meditação. E nesse dia, impressionado com a história daquela amarga experiência, o jornalista e cronista desencarnado não pôde retirar da imaginação aquele santo que trocara os incensos do altar pela atmosfera nauseante de uma senzala do cativeiro. preguiça criminosa e no hábito das homenagens sucessivas. O grupo havia produzido um santo: devia ser o bastante para a garantia de uma posição definitiva no Céu. O Espírito infeliz contemplava semelhante situação, banhado em lágrimas expiatórias. E o seu martírio continuou. Sabe-se, pela mediunidade, que um apelo da Terra é recebido no plano espiritual, tão logo seja expedido por um coração que se debata nas lutas redentoras do mundo. A solicitação justa ou injusta dos homens vem ter com os Espíritos Protetores pelos fios do pensamento, na divina claridade do magnetismo universal. E Domingos começou a receber os pedidos mais imprudentes dos seus numerosos devotos. espaço espírita Efeméride Outubro de 2008 7 Efeméride Espírita Outubro, o mês de Kardec Acompanhe a biografia do Codificador, e saiba mais sobre este notável Espírito que veio à Terra com a missão de sistematizar os ensinos do Consolador prometido por Jesus Cristo O e-mail do leitor Este espaço é destinado às opiniões, críticas, sugestões ou até elogios de nossos leitores. Mande sua carta para: Espaço Espírita - Caixa Postal nº 6, CEP 88380-000 - Piçarras - SC. Ou envie e-mail para [email protected] Aos Amigos do Espaço Espírita Paz de Cristo a todos! Recebi, no 1º Encontro Nacional dos Amigos de Chico Xavier e sua Obra, um exemplar, o de número 21, deste jornal arrojado e corajoso, por estar divulgando, principalmente Kardec e Chico Xavier, hoje em dia, coisa já bastante rara em nosso meio espírita. E é este o motivo que me leva a atrever em encaminhar um artigo do livro Obras Póstumas aos nossos irmãos, e, em achando por bem editá-lo, isso nos deixará ainda mais satisfeito com o nosso Espaço Espírita. Para o momento, recebam o nosso fraternal abraço, Braz José Marques Rua Alexandre Marçal Pereira, 190 - centro 38.120-000 - Conceição das Alagoas - MG. Fora da Caridade não há Salvação Estes princípios, para mim, não existem apenas em teoria, pois que os ponho em prática; faço tanto bem quanto o permite a minha posição; presto serviços quando posso; os pobres nunca foram repelidos de minha porta, ou tratados com dureza; foram recebidos sempre, a qualquer hora, com a mesma benevolência; jamais me queixei dos passos que hei dado para fazer um benefício; pais de família tem saído da prisão, graças aos meus esforços. Certamente, não me cabe inventariar o bem que já pude fazer; mas, do momento em que parecem esquecer tudo, é-me lícito, creio, trazer à lembrança que a minha consciência me diz que nunca fiz mal a ninguém, que hei praticado todo bem que esteve ao meu alcance, e isto, repito-o, sem me preocupar com a opinião de quem quer que seja. A esse respeito trago tranqüila a consciência; e a ingratidão com que me hajam pago em mais de uma ocasião não constituirá motivo para que eu deixe de praticálo. A ingratidão é uma das imperfeições da Humanidade e, como nenhum de nós está isento de censuras, é preciso desculpar os outros, para que nos desculpem a nós, de sorte a podermos dizer como Jesus-Cristo: "atire a primeira pedra aquele que estiver sem pecado”. "Continuarei, pois, a fazer todo o bem que me seja possível, mesmo aos meus inimigos, porquanto o ódio não me cega. Sempre lhes estenderei as mão, para tirálos de um precipício, se se oferecer oportunidade. Eis como entendo a caridade cristã. Compreendo uma religião que nos prescreve retribuamos o mal com o bem e, com mais forte razão, que retribuamos o bem com o bem. Nunca, entretanto, compreenderia a que nos prescrevesse que paguemos o mal com o mal.” (Pensamentos íntimos de Allan Kardec, num documento achado entre os seus papéis) - Obras Póstumas - Segunda Parte. Convenceu-se da existência dos espíritos e de sua comunicação com os Com informações da USE-SP homens. Grande transformação se Outubro é o mês de Allan Kardec, opera na vida do professor Rivail: período em que se reverencia a convencido de sua condição de espírito memória do Codificador do encarnado, adota um nome já usado em Espiritismo. Mas quem é Allan Kardec? existência anterior, no tempo dos Bem, sua vida pode ser contada de druidas: Allan Kardec. várias maneiras. De 1855 a 1869, consagrou sua Para melhor compreensão de existência ao Espiritismo; sob a alguns aspectos, preferimos dividi-la assistência dos Espíritos Superiores, em duas fases representados pelo distintas: a primeira Espírito da Verdade, em que, desde o seu estabelece as bases da nascimento até a idade Codificação Espírita, em dos 50 anos, foi seu tríplice aspecto: conhecido por Filosófico, Científico e Hippolyte Léon Religioso. Denizard Rivail; e a Além das obras segunda, quando se básicas da Codificação tornou espírita e (Pentateuco passou a assinar Allan Kardequiano), Kardec. contribuiu com outros 1ª fase: Allan livros básicos de Kardec nasceu em iniciação doutrinária, Kardec: nascido a 3 de outubro de 1804 como: O que é o Lyon (França), a 3 de outubro de 1804 e foi registrado sob o Espiritismo, O Espiritismo na sua mais nome de Hippolyte Léon Denizard simples expressão, Instruções práticas Rivail. sobre as manifestações espíritas e Iniciou seus estudos na escola de Obras Póstumas. Pestalozzi (em Yverdun, Suiça). A A estas obras junta-se a Revista educação transmitida por Pestalozzi Espírita. É também de sua iniciativa a marcou profundamente a vida futura fundação da Sociedade Parisiense de do jovem Rivail. Estudos Espíritas, em 1º de abril de Tornou-se educador e entusiasta do 1858 - primeira instituição ensino, tendo sido várias vezes regularmente constituída com o convidado por Pestalozzi para assumir objetivo de promover estudos que a direção da escola, na sua ausência. favorecessem o progresso do Durante 30 anos (de 1824 a 1854), Espiritismo. dedicou-se inteiramente ao ensino e foi Com a máxima “Fora da caridade autor de várias obras didáticas, que em não há salvação”, procura ressaltar a muito contribuíram para o progresso igualdade entre os homens, perante de educação, naquela época. Deus, a tolerância, a liberdade de 2ª fase: em 1855, Rivail depara, pela consciência e a benevolência mútua. primeira vez, com o “fenômeno das E a este princípio cabe juntar outro: mesas que giravam, saltavam e corriam, “Fé inabalável é aquela que pode em condições tais que não deixavam encarar a razão face à face, em todas as lugar para qualquer dúvida”. épocas da humanidade”. Esclarece Passa então a observar estes Allan Kardec: “A fé raciocinada que se fenômenos; pesquisa-os cuidadosaapóia nos fatos e na lógica, não deixa mente, graças ao seu espírito de qualquer obscuridade: crê-se, porque se investigação, que sempre lhe fora tem certeza e só se está certo, quando peculiar, não elabora qualquer teoria se compreendeu”. pré-concebida, mas insiste na Allan Kardec desencarnou aos 65 descoberta das causas. anos, a 31 de março de 1869. Em seu Aplica a estes fenômenos o túmulo, no cemitério de Père método experimental com o qual já Lachaise (Paris), uma inscrição estava familiarizado na função de sintetiza a concepção evolucionista educador; e, partindo dos efeitos, da Doutrina Espírita: “Nascer, remonta às causas e reconhece a Morrer, Renascer ainda e progredir autenticidade daqueles fenômenos. sem cessar, tal é a lei”. ••• Da Redação Centro Espírita Trabalhadores da Última Hora Em Balneário Piçarras, divulgando a Terceira Revelação Pedidos: LIVRARIA ESPÍRITA Uberaba • Minas Gerais EDIÇÕES “PEDRO E PAULO” Fone/fax: (34) 3322-4873 Rua Mário Braz de Santana, 104 Centro - Próx. Mercado Shalom Palestras e Passes às sextas-feiras, 20h Fone (47) 3347.0480 espaço espírita Outubro de 2008 Especial 8 Doutor Odilon recomenda: “Mediunidade é para servir” Editoria de Arte/EE Médium Carlos Baccelli lembra que, em essência, desenvolver a mediunidade é desenvolver o próprio potencial na vivência do bem. E destaca que maioria dos grandes homens da religião foram médiuns Dirigente espírita em Barra Velha - SC, jornalista e editor do Jornal Espaço Espírita A mediunidade deve ser encarada como um fruto natural da evolução da espécie humana. Quanto mais evolução, mais sensibilidade. Quanto maior a sensibilidade, maior a capacidade de percepção mediúnica. É através desta constatação que o médium Carlos Baccelli desenvolve em várias casas espíritas o seminário “Mediunidade”, mostrando a capacidade de interagir com os espíritos como de fato ela é: um atributo de todos nós. Amparado na segura orientação do espírito de Odilon Fernandes, quando ele recomenda que “mediunidade é para servir, não para se aparecer”, Carlos Baccelli desmistifica a idéia de “não há médiuns”, citando o próprio Codificador da Doutrina Espírita, Allan Kardec. “Lembrando de Kardec, ele nos diz que todo aquele que sente num grau qualquer a influência dos espíritos, é, portanto, médium”, observa Baccelli. “Mesmo aqueles que objetam que não são médiuns, que nada vêem, nada escutam, têm de saber que a mediunidade diz respeito a todos”. Segundo Baccelli, a mediunidade não é um privilégio. Todos podemos nos considerar portadores de faculdades mediúnicas, já que o Espírito (ou alma, se encarnado) é médium por natureza. “André Luiz nos revela que a mediunidade é exercida inclusive no mundo espiritual, nas diversas esferas de um mesmo mundo”, ilustra o médium uberabense. “O fenômeno transcende a forma física, já que um Espírito pode transcender a barreira das dimensões e se inter-relacionar com outros espíritos”. As principais obras que representaram as diferentes religiões estabelecidas sobre a crosta terrestre também são mediúnicas. Baccelli lembra que a Bíblia é um livro mediúnico, um repositório de fenômenos. Zoroastro era médium. Sócrates se referia a seu “daimon”, ou espírito particular, e se inteirou do fenômeno no templo do deus Apolo, em Delfos. Buda era dotado de forças medianímicas e à semelhança de Jesus, venceu as forças contrárias de um mundo hostil com amparo da Espiritualidade Superior. Também Maomé se isolava no Monte Ira, caía em êxtase e contemplava o Espírito de Gabriel. A partir desta contemplação, ditou o Corão para seu secretário. Antes mesmo de Allan Kardec, a Terra, lembra Baccelli, teve grandes medianeiros, como o vidente Emmanuel Swedenborg, da Suécia, e Andrew Jakson Dawis, o qual pressentiu a chegada da Revelação Espírita. Em 31 de março de 1848, Dawis revelou: “Sinto que passou por mim uma brisa suave, prenunciando novos acontecimentos para a humanidade”. Foi neste dia que as irmãs Fox começaram as comunicações com o espírito de Charles Rosma, preparando o terreno para as mesas girantes e o advento do Espiritismo. “O diálogo entre os dois planos da vida se fortaleceu neste momento”, sentencia Baccelli. Com Kardec, os Espíritos Superiores se submeteram aos grandes questionamentos da humanidade. Finalmente bruxos, pitonisas, feiticeiros, “estranhos”, videntes, curadores, foram entendidos. A partir de sua origem mediúnica, a Doutrina Espírita é fruto justamente do intercâmbio entre os dois planos da vida. “Quem nega a mediunidade na Doutrina Espírita, está negando a história da mediunidade na própria Religião”, afirma o médium. Para Carlos Baccelli, a Igreja Católica Apostólica Romana está repleta de médiuns, tanto na sua história, como nos dias de hoje. O livro “Mediunidade dos Santos”, de Clóvis Tavares, mostra a biografia dos santos da Igreja, todos eles marcados por amplos e inequívocos fenômenos de intercâmbio mediúnico. E finalmente, Em Florianópolis visite o icef instituto de cultura espírita da capital Rua Professora Enoé Schuttel, 297 Bairro da Trindade Caixa Postal 624 • CEP 88.010.970 Florianópolis • SC Saite: www.icef-sc.com.br há em Chico Xavier a exemplificação máxima deste intercâmbio. Doutrina precisa sintonia com a ciência Na opinião de Baccelli, a Doutrina “desenvolver a mediunidade”, mas era Espírita, dentro do dinamismo que a difícil ver alguém perguntando como caracteriza, não pode ser trancada dentro de desenvolver a bondade, o perdão, o uma ortodoxia que a pretende ver encerrada cultivo dos valores do coração, e não dentro de “dogmas” apenas a inteligência. ultrapassados – justamente Vale destacar que uma porque Kardec estabeleceu que a percepção do mundo espiritual Doutrina Espírita iria andar de só é possível por dois fatores: a passo com a ciência, e segui-la. E mediunidade (incluindo aí o um maior entendimento da animismo, capacidade de mediunidade só é conseguido sentirmos o que vem de nosso junto a bem formados grupos de próprio espírito, conhecimentos estudos e de vivência cristã. Vale oriundos de vidas passadas) e a lembrar a assertiva de Odilon reencarnação. Para Kardec, a fé Fernandes: “o centro espírita é o raciocinada advinda do Carlos Baccelli lar da mediunidade”. E conhecimento doutrinário vem desenvolver a mediunidade, em combater o materialismo em seu essência, significa desenvolver o próprio próprio campo de atuação. E a mediunidade, espírito, recomenda o médium de Uberaba. dentro da Doutrina Espírita, nos traz a “É desenvolver o amor, a renúncia, a certeza da imortalidade da alma. “Não fraternidade, a benevolência, a adianta que a idéia da sobrevivência se indulgência, virtudes, enfim”. enraíze em nossa consciência, sem Carlos Baccelli lembra que Chico Evangelho no coração”, pontua Baccelli. sempre dizia que era fácil ver confrades “Senão, o que fazer com nossa própria perguntando e querendo saber como imortalidade?”. Arquivo/EE ••• Juvan de Souza Neto espaço espírita Outubro de 2008 Entrevista 9 Weimar Muniz de Oliveira, presidente da FEEGO: “Vamos estudar Chico Xavier” Presidente da Federação Espírita de Goiás alerta espíritas que a Obra de Francisco Cândido Xavier não pode cair no esquecimento, e cita a importância da série André Luiz e dos livros de Emmanuel Divulgação ••• Da Redação Entrevista a Ivana Raisky Nesta entrevista feita por Ivana Raisky, diretora de Comunicação Social da Federação Espírita de Goiás (FEEGO), o presidente daquela unidade federativa, Weimar Muniz de Oliveira, aborda a importância do Estudo não só da Codificação Espírita (o qual, diga-se de passagem, deve ser obrigatório para todas as casas bem orientadas), mas também das obras psicografadas por Francisco Cândido Xavier, que estão sendo esquecidas em muitos centros de nosso país. Muitos adeptos da Doutrina não conhecem obras como “Evolução em Dois Mundos”, “Roteiro”, “A Caminho da Luz” e “Instruções Psicofônicas”, entre outras. Pergunta – O que representam a obras psicografadas por Francisco Cândido Xavier no contexto da Doutrina Espírita? Weimar – As obras psicografadas por Francisco Cândido Xavier foram programadas pelos Espíritos Codificadores, sob a supervisão do próprio Mestre Jesus, como complementares da Codificação Kardequiana, que concretiza entre nós o cumprimento de sua promessa sobre o Consolador, conforme está no Evangelho de João (Cap. XIV, vv. 15 a 17 e 26). Pergunta – O senhor vê como importante e necessária a divulgação da obra psicografada por Chico Xavier? Weimar – Não tenho dúvida quanto a isso. Se a obra de Allan Kardec é a base estrutural do Espiritismo, as obras recebidas por Chico Xavier representam a sua continuidade natural. Uma análise, mesmo superficial, é mais que suficiente para demonstrar e convencer os estudiosos da Doutrina Espírita sobre a veracidade desta afirmativa. No aspecto científico, por exemplo, os 23 livros, de autoria de André Luiz, são um verdadeiro acervo de conhecimento e revelações. Destacando apenas duas dessas obras – “Evolução em Dois Mundos” e “Mecanismo da Mediunidade”, sabe-se que a ciência acadêmica haverá de caminhar por muitos decênios ainda, até que possa, lá um dia, ter acesso àquele nível de saber. Pergunta – Das 439 obras recebidas pelo médium do Plano Espiritual, quais as que poderiam ser destacadas? Weimar – Dada a importância de todas elas, torna-se difícil enumerar as que podem ser consideradas mais importantes, além de que nesse ponto as opiniões podem variar. Para mim, eu destacaria, no riquíssimo acervo, as obras de Emmanuel, André Luiz, Humberto de Campos e o primeiro livro recebido por Chico, em 1932: “Parnaso de Além Túmulo”. Pergunta – Entre elas, quais as preferidas por Chico Xavier? Weimar – Pelo que se lê nas obras biográficas sobre o médium, tem ele um mimo especial por “Paulo e Estêvão”, de autoria de Emmanuel; “Boa Nova”, de Humberto de Campos; e “Cartas de uma Morta”, de sua mãe, Maria João de Deus. Não se pode esquecer, porém, que a recepção do “Parnaso de Além Túmulo” trouxe-lhe grande alegria, não apenas pela beleza dessa produção literária, mas também porque Chico, amigo das musas, transitou também pelos jardins do Olimpo, na aurora de sua juventude, até entregar-se em definitivo à Pensando em Suicídio? Deus ama você! BUSQUE ORIENTAÇÃO! Agora em Itajaí: Fone (47) 3347-4111 ou e-mail [email protected] psicografia. Pergunta – Como tem sido a aceitação das obras de Chico no Exterior? Weimar – As obras psicografadas por Chico Xavier tem sido unanimidade, não só no Brasil, mas também no Exterior. Com a finalidade precípua de ampliar, alargar e completar o Pentateuco Kardequiano, em estilo espontâneo, simples e escorreito. Não tenho dúvida de que vieram para ficar. Pergunta – Que influência tais obras tem conseguido entre os não espíritas e simpatizantes? Weimar – As obras espíritas, no Brasil, com destaque das psicografadas por Chico Xavier, são lidas por simpatizantes e até por não espíritas. Daí por que inúmeras pessoas, após lê-las, tornarem-se espíritas. Pergunta – Nos campos doutrinário e da Assistência e Promoção Social, no Brasil e no Exterior, como tem sido a influência de Chico Xavier? Weimar – A influência de Chico nos campos doutrinário e da Assistência, Promoção e Inclusão Social sempre foi das mais notáveis, no Brasil e no Exterior, tendo inspirado a fundação de inúmeros núcleos espíritas. Não é exagero afirmar-se que o movimento espírita, no Brasil e em todo o Planeta, tem dois momentos: ANTES E DEPOIS DE CHICO XAVIER. Pergunta – Como era o relacionamento de Chico Xavier com os companheiros de ideal? Weimar – Sempre demonstrou a preocupação espontânea e cordial de valorizar os companheiros de ideal espírita, apoiando-os e até mesmo delegando-lhes iniciativas, como, aliás, aconteceu conosco, quando foi procurado, na Comunhão Espírita Cristã, em Uberaba, por duas moças de nossa relação de amizade e de trabalho espírita, que lhe pediam orientação para reabrir o Centro Espírita “Emmanuel”, de São Gotardo, dizendo-lhes e apontandonos, ao mesmo tempo: “não é Para Weimar, obras como “O Consolador”, “Parnaso de Além Túmulo”, “Roteiro” e “Evolução em Dois Mundos” devem ser estudadas assim como as Obras Básicas da Codificação de Allan Kardec a mim que vocês devem pedir orientação, não, mas, sim, ao Weimar e à Cleuza, e eles estão aqui”. Pergunta – O senhor tem idéia de quantas entidades espíritas surgiram no Brasil e no Exterior por influência de Chico Xavier? Weimar – Não é possível fazer-se uma idéia do número de entidades espíritas fundadas por inspiração ou sugestão de Chico Xavier. Posso afirmar, porém, que foram milhares. O Centro Espírita “Emmanuel”, que fundamos em São Gortardo, no Estado de Minas Gerais, em 1964, foi por sugestão de Chico. Pergunta – Com relação aos três aspectos da Doutrina, qual a posição do médium? Há destaque atinente ao aspecto religioso da Doutrina Espírita? Weimar – A posição de Chico, com relação aos três aspectos da Doutrina Espírita, sempre foi muito clara e definida. Segundo ele, todos os aspectos são importantes, mas faz questão de destacar o aspecto religioso e sentimental do Espiritismo, asseverando que, não obstante a importância e beleza dos aspectos filosófico e científico, é o aspecto religioso que realiza a nossa ligação com o Criador. É de lembrar-se, por oportuno, da posição de Emmanuel, que diz, noutras palavras, que os três aspectos do Espiritismo representam um triângulo de forças espirituais, em que na base estão a Filosofia e a Ciência, mas a Religião, a essência, está no vértice. Pergunta – Que dizer sobre o homem Francisco Cândido Xavier? Weimar – Diz-se que a obra fala de seu autor. Falar de Chico Xavier, tanto como intérprete de 439 obras, cuja literatura não tem paralelo na história da humanidade, tanto como homem, exemplo de humildade e amor incondicional a todos os seres vivente, é muito fácil. Basta que se examinem o homem e sua obra. Pergunta – Qual a contribuição pessoal de Chico Xavier nas obras por ele psicografadas? Weimar – Já tive a oportunidade de afirmar, alhures, que: assim como Allan Kardec não foi apenas o Codificador do Espiritismo, mas também seu co-autor, Chico Xavier, ao psicografar as obras complementares da Codificação não foi apenas seu intermediário, mas sim co-autor. espaço espírita Paulo Beduschi SABEDORIA DO DO LIVRO LIVRO DOS DOS ESPÍRITOS ESPÍRITOS Vitória sobre o materialismo P. 136 a) - Pode o corpo existir sem a alma? R. “Pode; entretanto, desde que cessa a vida do corpo, a alma o abandona. Antes do nascimento, ainda não há união definitiva entre alma e o corpo; enquanto que, depois dessa união se haver estabelecido, a morte do corpo rompe os laços que o prendem à alma e esta o abandona. A vida orgânica pode animar um corpo sem alma, mas a alma não pode habitar um corpo privado de vida orgânica.” b) - Que seria o nosso corpo, se não tivesse alma ? R. “Simples massa de carne sem inteligência, tudo o que quiserdes, exceto um homem.” ••• Como podemos notar a questão traz à tona um tema da atualidade, sobre células tronco a partir de embriões fecundados e o dilema de ter de matá-los para se obter estas mesmas células tronco. Isso toca na questão ética da vida, pois sabemos que toda fecundação a partir do embrião já poderia ou não ter um espírito ligado ao embrião. Mas os Espíritos nos dizem que pode haver vida física (embrião) sem uma união da alma, e que poderemos chamar isso de qualquer coisa menos de homem. A questão é que para os embriões fecundados para se obter as células troncos, estariam com espíritos ligados a eles, e que se matassem esses mesmo embriões caracterizaria aborto, o qual seria um crime perante as leis Divinas. Embora até o momento não se teve nenhuma orientação conhecida e segura da Espiritualidade em relação a esta questão ética, o próprio Livro dos Espíritos nos traz uma luz que proporciona a possibilidade de fecundação sem que um espírito esteja ali ligado. Podemos levantar algumas outras dúvidas neste processo: - será que os Espíritos Superiores permitiriam que se ligasse algum espírito a esses embriões cuja finalidade seria a mera doação das células troncos e depois seriam descartados ? Ou será que se caso fosse ligado algum espírito ao embrião, este espírito já estaria consciente da característica desta fecundação e se soubesse já não seria cônscio de que não teria chances de reencarnar ? E ainda, se esta experiência fosse uma espécie de expiação necessária a estes espíritos que se ligassem aos embriões condenados à morte após a retirada das células troncas ? Meus irmão espíritas, a questão é mais complexa do que parece, e ainda me parece que o progresso às vezes exige sacrifícios tanto dos encarnados como dos desencarnados. Cada um dá aquilo que pode e está disposto. Muitas guerras já serviram para se desenvolver remédios, tecnologias, etc., que se tornaram úteis ao homem, embora estas idéias úteis na posteridade fossem sombrias no seu nascimento. Ou seja, os Espíritos Superiores fazem uma limonada a partir de um limão. É a vida que ainda não compreendemos os propósitos superiores da Providência, nem os métodos tampouco. Somos ainda tão aprendizes como já temos um sentido de justiça dentro de nós que nos faz desconfiar, criticar, cercear tudo aquilo que entendemos ameaçar essa mesma Justiça Divina. Isso é natural e caracteriza nossas almas já despertas ao bem comum, mas não podemos deixar de entender que ainda não sabemos tudo. Aguardemos por enquanto as Mãos do Criador tocar a grande sinfonia da vida através de Sua sabedoria suprema e perfeita. Outubro de 2008 Agende-se Visite uma Casa Espírita •CIDADE/CENTRO 10 Vá ao Centro Espírita mais próximo de sua casa e conheça o Espiritismo •ATIVIDADES •LOCALIZAÇÃO Barra Velha C.E. Jesus de Nazaré 2ª feira - 20h 4ª feira - 18h45 4ª feira - 20h 3ª feira - 14h30 Sábado - 17h Domingo - 10h Estudo do Evangelho , Grupo Mediúnico + Vibrações Conversa fraterna e orientação sob a ótica espírita Palestras públicas, tratamento fluidoterápico e Evangelização Grupo de Senhoras Voluntárias - Trabalho Artesanal Estudo Seqüencial do Livro dos Espíritos e Vibrações Debate sobre “O Evangelho Segundo o Espiritismo” e Passes Rua Lauro Ramos, 130 Centro - Fone (47) 456.3402 ou 3456.0227 Gaspar C.E. Caminho 3ª feira - 20h - 21h 4ª feira - 19h30 Palestra espírita pública e aplicação de passes Curso do Livro dos Espíritos Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita Rua Alessandro Pires, s/nº-bairro Santa Terezinha Itajaí C.E. Anjo da Guarda Palestra espírita pública e aplicação de passes 2ª feira - 20h 3ª e 5ª feira - 15h30 Palestra pública e passes 2ª e 6ª feira - 19h30 Atendimento fraterno 3ª e 5ª feira - 15h Atendimento fraterno Estudo seqüencial do Livro dos Espíritos 3ª feira - 14h Estudo seqüencial do Livro dos Espíritos e Passes 6ª feira - 20h Estudos espíritas para infância e juventude Sábado - 10h Rua 15 de Novembro, 405, centro de Itajaí. Próximo à Polícia Federal Navegantes C.E. O Bom Pastor 2ª feira - 20h 3ª feira - 15h - 20h 4ª feira - 20h 6ª feira - 20h Estudo Sistematizado do Livro dos Espíritos Passe e Atendimento Fraterno Palestra pública e aplicação de passes Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita Palestra pública e aplicação de passes Rua Itamar da Luz, 168 Centro da Cidade Fone 319-3977 Penha C.E. Luz do Caminho 2ª feira - 20h 2ª feira - 16h 3ª feira - 20h 3ª feira - 15h Sábado - 19h Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita Atendimento Fraterno, Evangelho e Passe Estudo Seqüencial do Livro dos Espíritos Grupo de Apoio aos Depressivos - Tratamento psicossocial Palestra Pública, Passe e Atendimento Fraterno Rua Jahiel M. Tavares, 785. Fone 3345-5044 - Armação, esquina com Mercado Provesi Baln. Piçarras C.E. Allan Kardec 2ª feira - 20h 5ª feira - 20h Sábado - 20h Estudos do Livro dos Espíritos Palestra Pública e Passe Palestra Pública e Passe Rua Joaquim L. das Neves, 29 - Centro Baln. Piçarras C.E.Trabalhadores da Última Hora 2ª feira - 20h Estudo Sistematizado do Espiritismo - Unidade 100 6ª feira - 20h Palestra Pública e Passes Rua Mário Brás de Santana,104,centro.Ao lado de Tina Cabeleireira Fone: (47) 3470480 Baln. Piçarras C.E. Luz do Evangelho 2ª feira - 19h 3ª feira - 20h 5ª feira - 14h 6º feira 14h Sábado Estudo e reunião mediúnica Reunião Doutrinária e Palestra Encontro Fraterno Orientações e aplicação de passes Fluidoterapia (das 9h às 12h e das 14h às 18h) Rua João de Deus Carvalho, nº 2100 Bairro Santo Antônio Joinville C.E. Paz do Senhor 4ª feira 6ª feira 4ª feira 6ª feira 4ª feira 2ª feira - Atendimento fraterno (também às 14h25) Atendimento fraterno (também às 19h50) Palestras doutrinárias (também às 15h) Palestras doutrinárias (também às 20h45) Estudo da Doutrina Espírita (Esde) (também às 14h30) Estudo do Livro dos Espíritos (também terças, 13h30 e 14h25 Rua João Pessoa, 172 Saguaçu Joinville - SC. Fone (47) 3425-9278 2ª feira 2ª feira 3ª feira 3ª feira 3ª feira 4ª feira 5ª feira Sábado Domingo - 20h - 20h - 14h - 16h - 20h - 16h - 14h - 15h - 19h Palestra e passe espiritual Evangelização de 4 a 11 anos Núcleo de Costura Estudo Sistematizado da Doutrina (ESDE) Estudo Sistematizado e Livro dos Espíritos Atendimento fraterno e passe espiritual Núcleo de Costura Atendimento fraterno e passe espiritual Juventude (11 a 22 anos) Rua João Pessoa, Rua 172 Laureano José de Almeida, 46 Saguaçu Bairro São- SC. Joinville João FoneItajaí (47) - SC. (principais atividades) Itajaí C.E. Jesus Nazareno 13h45 19h 14h30 20h 13h30 19h30 3425-9278 Os recursos advindos da venda serão destinados às obras educacionais e assistenciais da Fraternidade Espírita Cristã Francisco de Assis • FECFAS, de Belo Horizonte, MG, Casa de Chico Xavier, de Pedro Leopoldo, MG, e do Lar Espírita André Luiz, de Petrópolis, RJ espaço espírita Para você refletir Presente de Amor ••• André Luiz Texto psicografado por Chico Xavier, de “Respostas da Vida”, Editora Ideal Quando você houver beneficiado a alguém consolide a sua bondade com o silêncio sobre a dádiva que fez para que você não humilhe quem a recebe. Não se oponha contra quem fale pelo simples prazer da contradita. Preste uma informação sem desprimorar quem a solicita. Converse sem desejar parecer maior ou melhor que os circunstantes. Habitue-se a evitar confrontações para não ferir as suscetibilidades de quem ouve. Tolere o apontamento menos feliz de algum amigo sem irritação e sem revide. Barra Cultive a paciência nos momentos difíceis, abstendo-se de agravar tribulações e problemas. Não tente o coração alheio com promessas que não deseje e nem possa cumprir. A tenda ao bem pela alegria de servir, sem cobrar tributos de gratidão. Não exija a cooperação dos outros em tarefas que você possa realizar por si mesmo. Espalhando esses presentes de amor estará você efetuando na organização cambial da vida os seus melhores investimentos de paz e felicidade. velha Shopping ESTAMOS PREPARANDO PRA VOCÊ... vem aí... 12ª FEIRA DE VERÃO EM 2009 60 LOJAS DIRETO DE FÁBRICA!!! RESERVE SEUS ESTANDES Na internet: www.feiradeverao.com.br 3456-2027 9995-2823 • Do livro “Cartas do Dr. Inácio para os Espíritas” A carta do Dr. Inácio para a mãe da menina com câncer Minha filha, a sua carta de mãe me comoveu. Senti vontade de chorar com você, ao lêla, relatando o drama da filhinha de 8 anos vitimada pela leucemia, após uma luta que se arrastou por vinte e quatro meses, inclusive com um transplante de medula malsucedido. Você me fala de seu anjo de cabelos encaracolados, ficando o tempo todo resignada, ante os agressivos tratamentos quimioterápicos que, cada vez mais, a deixavam abatida e desfigurada. Em suas palavras, você me solicita: - “Dr. Inácio, encontre-a para mim e cuide dela...” Acredite, o seu pedido soou como uma ordem ao meu coração. Já estou providenciando localizála, para transmitir-lhe as suas notícias, todavia não pense que, deste Outro lado, existam crianças abandonadas, qual, infelizmente, acontece na Terra. Neste sentido, os nossos serviços são muito mais perfeitos que os dos homens encarnados, que, de maneira geral, na infância desvalida, relegam o próprio futuro ao descaso. Se, por exemplo, a sua filhinha desencarnada não estiver sob a tutela de familiares que a precederam na viagem de volta, estará aos cuidados de uma família que, de imediato, a terá adotado, protegendo-a, em nome de Deus, para você, até que, um dia, o reencontro lhes seja possível. Não chore! Obterei as informações que você deseja e, mesmo que não possa repassá-las em detalhes ao seu coração, devido a dificuldades técnicas comuns na tarefa do chamado intercâmbio mediúnico, você não ficará sem o conforto da fé na imortalidade. Se tudo desaparecesse no Universo, as mães e as crianças, além dos gatos, não desapareceriam nunca! O Amor sobrevive a qualquer tipo de destruição. A morte é uma ilusão da qual precisamos nos desfazer de uma vez por todas. Você, ainda, me pergunta o que seu anjinho terá feito para merecer tão triste provação... Reflita: Deus não é injusto! – “A minha filha, Doutor – argumenta -, uma flor que sequer chegou a desabrochar, fenecendo a na própria haste...” Em cada existência, o espírito vivencia as experiências que mais necessita ao seu progresso. Não há, entre uma vida e outra, solução de continuidade, como não existem hiatos na Criação Divina. Em vidas pregressas, todos já nos equivocamos muito, acumulando amarguras e decepções. Os nossos erros, quando extrapolam, se nos fixam o corpo espiritual, e conseqüentemente, se refletem no corpo de carne, que, por assim dizer, é a parte mais externa de nós mesmos. A doença é processo de cura no espírito! Outra coisa: em tudo que lhe aconteceu, você tem à sua disposição excelente material para concluir que, de fato, a Vida é bem mais do que os homens comumente imaginam. Que sentido, por exemplo, ela teria para você e sua filhinha, ante a felicidade que parece reservar a outras mães junto aos rebentos amados? De que critérios ela se utilizaria para conceder a uns o que nega a outros? (...) A UNIÃO ENTRE VARIEDADE, QUALIDADE E BONS PREÇOS • ANEXO MINI MERCADO BR 101 KM 90 Itajuba - Barra Velha 11 • Lições dos Espíritos através da psicografia de Carlos Baccelli Chico Pescados Fone 3457.6919 Outubro de 2008 Reflexão Thaís partiu, mas ficou a certeza da imortalidade da alma Está escrito em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, no capítulo 9, que “a dor é uma bênção que Deus envia a seus eleitos...” Somente pela visão espírita, o homem será capaz de entender o sofrimento na condição de bênção. Não foi por outro motivo que Jesus bemaventurou os aflitos! Não me encontro entre os apologistas da dor – quando encarnado, a piorréia generalizada começou a atormentar muito, fui ao dentista e mandei que todos os meus dentes fossem extraídos; coloquei duas “chapas”, ou seja, duas dentaduras, e... pronto. No entanto, devo reconhecer que quem não sofre, ainda que seja um tiquinho só, não cresce! É neste sentido que a dor é uma bênção e que a aflição é boa. A dor retempera o aço que somos, e o amor dá os retoques finais à obra-prima! Espero que você esteja me compreendendo. Colocome em seu lugar de mãe e, apenas de admitir um filho meu desencarnando antes de mim, quase vou à loucura... Se somente de pensar na hipótese me transtorno, imagine você, minha irmã, na experiência real da mais doída de todas as saudades! Conheço mães deste Outro Lado que vivem completamente desassossegadas pelos filhos que deixaram no mundo. Quando não podem, por si mesmas, ir e vir de iniciativa própria à superfície do Orbe, vivem procurando os nossos serviços de informação, com o intuito de obterem notícias daqueles que parecem ter sido formados de um pedaço do seu coração. As mães não esquecem nunca! Se, na reencarnação, não houvesse a bênção do olvido temporário, as mães haveriam de querer ser sempre mães dos mesmos filhos... Seria um problemão para Deus, concorda? Mas voltemos ao assunto central desta carta, que espero possa chegar às suas mãos. Não se preocupe, minha irmã. Farei o que estiver ao meu alcance para encontrar a sua menina. Ela será, com a sua permissão e a dos verdadeiros avós, é claro, a minha primeira neta adotiva. Peço aos seus pais e aos pais de seu marido para não ficarem com ciúmes. Eu sempre estive dividido entre os meus Divulgação pacientes no Sanatório e as crianças no Lar Espírita, que, com um grupo de amigos, fundamos em Uberaba – um Lar que só acolhia meninas, que eu gostava de ver sempre bem penteadas e de fitinhas amarradas aos cabelos! Que festas, meu Deus, elas faziam para mim quando, escapulindo do Sanatório para respirar, eu as visitava, apertando as bochechas rosadas de uma e de outra! Portanto, fique tranqüila e, enquanto espera pelos Desígnios Divinos, não sossegue a sua capacidade de amar a outras crianças, principalmente àquelas que foram enjeitadas pelos seus genitores biológicos. É possível que possa detectálas no primeiro semáforo, sujas, desnutridas e maltrapilhas, estendendo a pequena mão à indiferença dos que passam, incapazes sequer de levantar o vidro do carro para uma palavra de carinho... Meu Deus, quanto carma, coletivamente, a Humanidade está acumulando para si mesma! Vá, minha irmã, ainda hoje se possível, a uma creche ou a um orfanato, em nome de sua filhinha, que tanto amor continua recebendo de você, levar um pouco de amor aos garotos de futuro incerto... faça pelos filhos sem pais no mundo o que os pais sem filhos deste Outro Lado haverão de fazer pela sua pequena Thaís! Perdoe-me se não pude lhe responder segundo as suas expectativas. Para falar de igual para igual a uma mãe sofredora, penso que só outro coração de mãe sofredora, e eu – pobre de mim! – nem as alegrias da paternidade pude conhecer. espaço espírita Outubro de 2008 Infantil 12 Design e Ilustrações: Rita Foelker • www.edicoesgil.com.br Espiritismo pra galerinha! abcdefhijklmopqr Decifre o código e descubra uma conhecida frase do Espírito da Verdade! 4 Pinte as figuras imaginando como fica nosso personagem: a) Antes do Passe b) Depois do Passe 1 Obras Básicas 2 Pinte de vermelho o primeiro livro espírita publicado por Allan Kardec. Pinte de amarelo o livro que traz explicações dos ensinamentos morais de Jesus. Pinte os demais livros como quiser. O que é a “lei de causa e efeito”? 5 Cantinho do Tio Chico Xavier! 3 RESPONDA COM SUA OPINIÃO: O que é preciso para ser um bom espírita? Resp.:......................................................................... ........................................................................................ ........................................................................................ Você já pode assistir aos programas Causa: A menina abraça a mãe. Efeito: A mãe sorri, contente. Todas as palavras, pensamentos e ações das pessoas criam efeitos. Causas são fatos ou atos que criam mudanças. Efeitos são o mesmo que resultados, consequências. Algumas causas dão bons efeitos. Outras, não. Quando não gostamos dos efeitos, podemos fazer mudanças. Quando mudamos as causas, os efeitos também mudam. ••• A lei de CAUSA E EFEITO também é conhecida como lei de AÇÃO E REAÇÃO. de dona Isabel pela internet! basta acessar www.acasadocaminho.com.br e conhecer o saite da Comunidade Espírita A Casa do Caminho, de Juiz de Fora - MG. Isabel Salomão de Campos • 64 anos dedicados à Mediunidade de Cura Um jogo é uma brincadeira em que a ação de um jogador causa a reação do outro jogador. Jogos e brinquedos causam alegria a muita gente! (E tristeza também...) Respostas: 1) Espíritas, Amai-vos e Instruí-vos!; 2) O Livro dos Espíritos = vermelho / O Evangelho Segundo O Espiritismo = amarelo; 4) Antes do passe: tons mais escuros; depois do passe: tons radiantes e dourados. espaço espírita 1858•2008 Revista Espírita, 150 anos ••• Da Redação Com informações de “O Espírita Mineiro” Desde janeiro deste ano, o movimento espírita brasileiro e internacional comemora os 50 anos do lançamento do primeiro número da “Revista Espírita”, feito pelo Codificador Allan Kardec em janeiro de 1858, na França, com o objetivo de divulgação da nova Doutrina. Em “Obras Póstumas”, há o registro do Codificador com o comentário dos Espíritos Superiores e a idéia lançamento do chamado “Jornal de Estudos Psicológicos” – primeira publicação regular do Espiritismo sobre a face do orbe terrestre. “R. - A idéia é boa, mas um só número não bastará; entretanto, é conveniente e mesmo necessário, para abrir caminho. Será preciso que lhe dispenses muito cuidado, a fim de assentares as bases de um bom êxito durável. Ao apresentá-la defeituoso, melhor será nada fazer, porquanto a primeira impressão pode decidir do seu futuro. De começo, deves cuidar de satisfazer à curiosidade; reunir o sério ao agradável: o sério para atrair os homens de Ciência, o agradável para deleitar o vulgo. Esta parte é essencial, porém a outra é mais importante, visto que sem ela o jornal careceria de fundamento sólido. Em suma, é preciso evitar a monotonia por meio da variedade, congregar a instrução sólida ao interesse que, para os trabalhos ulteriores, será poderoso auxiliar”. Em Nota, Kardec comenta os riscos da empreitada e os resultados. “Apressei-me a redigir o primeiro número e filo circular a 10 de janeiro de 1858, sem haver dito nada a quem quer que fosse. Não tinha um único assinante, nenhum fornecedor de fundos. Publiquei-o correndo eu, exclusivamente, todos os riscos e não tive de que me arrepender, porquanto o resultado ultrapassou a minha expectativa. A partir daquela data, os números se sucederam sem interrupção e, como previa o Espírito, esse jornal se tomou um poderoso auxiliar meu”. E completa o professor lionês: “Reconheci mais tarde que fora para mim uma felicidade não ter tido quem me fornecesse fundos, pois assim me conservara mais livre, ao passo que outro interessado houvera querido talvez impor-me suas idéias”. Hoje, o movimento espírita reconhece a coragem do Codificador no lançamento das publicações que dão vida à Doutrina Espírita. Comemorar os 150 anos da Revista Espírita é refletir sobre a qualidade das nossas publicações, que têm por objetivo divulgar o Espiritismo. A Revista Espírita, em seus 12 volumes originais, ainda uma desconhecida, está à disposição do público brasileiro, em nova edição preparada pela Federação Espírita Brasileira, com tradução feita por Evandro Noleto Bezerra. Outubro de 2008 Movimento 13 Nada de igrejismo: Herculano Pires faz alerta aos centros No livro “O Centro Espírita”, Herculano, o “metro que melhor mediu Kardec” dá o conceito exato da casa espírita fraterna e ideal, e destaca que o cientificismo exacerbado é tão prejudicial à Doutrina quanto o misticismo alienante misticismo que muitas vezes causa a estagnação pessoal. A grande aliada a essa evolução é a razão. Entretanto, Herculano também nos alerta que o cientificismo exacerbado é tão perigoso para a real compreensão doutrinária como o misticismo. espírita entre nós e reconduzirmos o nosso movimento a uma posição doutrinária digna e coerente, é preciso compreender que a Doutrina Espírita é um chamado viril à dignidade humana, à consciência do homem para deveres e compromissos no plano social e no plano espiritual, ambos conjugados em face das exigências da lei superior da Evolução Humana. Só nos aproximaremos da Angelitude, o plano superior da Espiritualidade, depois de nos havermos tornado Homens”. Na seqüência, Herculano informa que os espíritas estão, na linha evolutiva espiritual, em condições de alcançarem a Angelitude, desde que tenham a necessária compreensão doutrinária e a vontade real e profunda que afeta toda a sua estrutura individual. O grande perigo é a ilusão do Por fim, no último parágrafo da Introdução, ele nos esclarece que o objetivo da obra é constituir-se em um estudo sobre “as origens, o sentido e sua significação [do centro espírita] no panorama atual”. Termina com um alerta muito importante: “Os que desejam atualizar a Doutrina, devem antes cuidar de se atualizarem nela”. Hoje, mais do que nunca, as palavras finais da introdução do livro “O Centro Espírita” se mantêm atuais. Portanto, urge que conheçamos, estudemos e apliquemos a base da Doutrina Espírita: Kardec. E vale ainda destacar o conceito de Emmanuel, pela psicografia de Chico Xavier: "O Centro Espírita é uma escola onde podemos aprender a ensinar, plantar o bem e recolher-lhe as graças, aprimorarmo-nos e aperfeiçoar os outros, na senda eterna". ••• Da Redação Colaboração do internauta Vantuir Fernandes Agra Na introdução ao livro “O Centro Espírita”, Herculano Pires nos convida à reflexão sobre o conceito exato de centro espírita. O filósofo começa por afirmar que há um desconhecimento de boa parte dos espíritas sobre o significado real de uma casa espírita verdadeiramente fraterna e ideal: “Se os espíritas soubessem o que é o Centro Espírita, quais são realmente a sua função e a sua significação, o Espiritismo seria hoje o mais importante movimento cultural e espiritual da Terra. Temos no Brasil – e isso é um consenso universal – o maior, mais ativo e produtivo movimento espírita do planeta. A expansão do Espiritismo em nossa terra é incessante e prossegue em ritmo acelerado. Mas o que fazemos, em todo este vasto continente espírita, é um imenso esforço de igrejificar o Espiritismo, de emparelhá-lo com as religiões decadentes e ultrapassadas, formando por toda parte núcleos místicos e portanto fanáticos, desligados da realidade imediata”. Tece a seguir um alerta aos espíritas que organizam os centros nos moldes das antigas religiões cristãs organizadas, afirmando que se tornaram meras cópias das várias igrejas cristãs, com foco maior nas práticas místicas, na oração “pedinchona” e não na real reforma íntima que advém do estudo e da prática da Doutrina. Herculano prossegue afirmando que “Jesus ensinou a orar e vigiar, recomendou o amor e a bondade, pregou a humanidade, mas jamais aconselhou a viver de lamúrias, santidade fingida, disfarçada em vãs aparências de humildade, que são sempre desmentidas pelas ambições e a arrogância incontroláveis do homem terreno. Para restabelecemos a verdade Foto Arquivo/Juvan Neto Herculano continua atual: “Os que desejam atualizar a Doutrina, devem antes cuidar de se atualizar nela” Dias 17, 18 e 19 de outubro Apoio: CRE-1 Wanderley de Oliveira O Médium de Ermance Dia 17: Tema A Psicologia das Trevas Estudar Kardec, a base EM FLORIANÓPOLIS Local: SEEDE • Servidão Marcelino Gonçalves, 71, Monte Verde Dia 18: Tema Prazer de Viver - Novo Livro de Ermance Dufaux Local: SERTE • Rua Allan Kardec, 142 • Centro Dia 29: Tema Quem Sabe Pode Muito, Quem Ama Pode Mais Local: SERTE • Rua Allan Kardec, 142 • Centro Contribuição voluntária para o evento: Besc Agência 001/9 • conta 050576-8 S KIN P RINT internet provider internet banda larga via rádio velocidade•sem telefone•desempenho•rápida instalação recarga de cartuchos jato de tinta e toner assistência técnica • entrega gratuita alta qualidade com garantia Fones (47) 456-2770 / 9994-6572 com Roberto Rua Cecílio Manoel da Cruz, 799. Caixa Postal 84 - Barra Velha espaço espírita Outubro de 2008 Especial 14 Para você refletir: o jornal espaço espírita orgulhosamente apresenta O Novo Ônibus Livraria Ensinamentos fundamentais do Espiritismo O que é Deus? O que são Espíritos? Qual o significado da Reencarnação? ••• Da Redação ••• Da Redação Um novo Ônibus Livraria Chico Xavier já está rodando o Brasil, especificamente, a região nordeste do país. O terceiro veículo é uma iniciativa de Abel dos Santos, de Sergipe, que conheceu o projeto original do ônibus em 1990, e tornou-se um entusiasta da idéia. Abel é colaborador do criador do primeiro ônibus, Adjair Fernandes, e se revezava com Adjair no comando e transporte dos livros. Em 14 anos, foram mais de 750 Na lateral, um grande e luminoso livro aberto, e abaixo, a assinatura do cidades visitadas em todo o médium de Emmanuel decoram o novo veículo. Ao lado, Chico e Jesus país, e mais de 100 mil exemplares do Evangelho Segundo o Espiritismo vendidos, além de centenas de milhares de livros espíritas e espiritualistas. Ô ônibus de Adjair passou pelo norte/nordeste de Santa Catarina em meados de 2006 em cidades como Joinville até Itajaí, entrando pelo Vale do Itajaí e hoje está no extremo sul do País. Já o novo e amplo ônibus, conduzido por Abel, iniciou sua trajetória de Luz no nordeste. Foi totalmente decorado com fotos de Chico, Na outra lateral, novamente a assinatura de Chico, e no extremo, a postura clássica Jesus e Kardec, as quais de Chico psicografando, amparado pelo benfeitor Emmanuel e por Allan Kardec reproduzimos ao lado. Nas estantes, todas as obras de Kardec, as mais de 400 obras de Chico Xavier, cerca de 200 livros de Divaldo Franco, entre outros. Adjair e Abel calculam que já distribuíram mais de 15 milhões de mensagens espíritas avulsas e gratuitas nestes 14 anos. Dentro, as laterais contam com estantes adaptadas com cinco prateiras cada, e no meio do corredor, mais uma prateleira fixa de livros. Na foto ao lado direito, a traseira do ônibus, com uma menina escolhendo o livro de Chico que vai ler Acesse www.fec.org.br Material compliado da FEB • Deus é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas. é eterno, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom. • O Universo é criação de Deus. Abrange todos os seres racionais e irracionais, animados e inanimados, materiais e imateriais. • Além do mundo corporal, habitação dos Espíritos encarnados, que são os homens, existe o mundo espiritual, habitação dos Espíritos desencarnados. • No Universo há outros mundos habitados, com seres de diferentes graus de evolução: iguais, mais evoluídos e menos evoluídos que os homens. • Todas as leis da Natureza são leis divinas, pois que Deus é o seu autor. Abrangem tanto as leis físicas como as leis morais. • O homem é um Espírito encarnado em um corpo material. O perispírito é o corpo semimaterial que une o Espírito ao corpo material. • Os Espíritos são os seres inteligentes da criação. Constituem o mundo dos Espíritos, que preexiste e sobrevive a tudo. • Os Espíritos são criados simples e ignorantes. Evoluem, intelectual e moralmente, passando de uma ordem inferior para outra mais elevada, até a perfeição, onde gozam de inalterável felicidade. • Os Espíritos preservam sua individualidade, antes, durante e depois de cada encarnação. • Os Espíritos reencarnam tantas vezes quantas forem necessárias ao seu aprimoramento. • Os Espíritos evoluem sempre. Em suas múltiplas existências corpóreas podem estacionar, mas nunca regridem. A rapidez do seu progresso intelectual e moral depende dos esforços que façam para chegar à perfeição. • Os Espíritos pertencem a diferentes ordens, conforme o grau de perfeição que tenham alcançado: Espíritos Puros, que atingiram a perfeição máxima; Bons Espíritos, nos quais o desejo do bem é o que predomina; Espíritos Imperfeitos, caracterizados pela ignorância, pelo desejo do mal e pelas paixões inferiores. • As relações dos Espíritos com os homens são constantes e sempre existiram. Os bons Espíritos nos atraem para o bem, sustentam-nos nas provas da vida e nos ajudam a suportá-las com coragem e resignação. Os imperfeitos nos induzem ao erro. • Jesus é o guia e modelo para toda a Humanidade. E a Doutrina que ensinou e exemplificou é a expressão mais pura da Lei de Deus. • A moral do Cristo, contida no Evangelho, é o roteiro para a evolução segura de todos os homens, e a sua prática é a solução para todos os problemas humanos e o objetivo a ser atingido pela Humanidade. • O homem tem o livrearbítrio para agir, mas responde pelas conseqüências de suas ações. • A vida futura reserva aos homens penas e gozos compatíveis com o procedimento de respeito ou não à Lei de Deus. • A prece é um ato de adoração a Deus. Está na lei natural e é o resultado de um sentimento inato no homem, assim como é inata a idéia da existência do Criador. • A prece torna melhor o homem. Aquele que ora com fervor e confiança se faz mais forte contra as tentações do mal e Deus lhe envia bons Espíritos para assisti-lo. é este um socorro que jamais se lhe recusa, quando pedido com sinceridade. Notícias do movimento espírita • livros em destaque • cursos e eventos • TV FEC • Biografias • Fotos e Vídeos espaço espírita Reencarnação Outubro de 2008 15 Por que não lembramos de nossas vidas passadas? Neste artigo, Luiz Miiler aborda a delicada questão do Esquecimento do passado Allan Kardec e os Espíritos Superiores mostram com maestria a Justiça da Reencarnação e do processo do esquecimento – oportunidade valiosa para nossa redenção espiritual e aprimoramento Divulgação nação não seriam maiores? Não estamos sempre recomeçando? Allan Kardec, o codificador da Doutrina Espírita, em “O Livro dos Espíritos”, questão 392, indaga sobre esse assunto dos Espíritos de Luz o seguinte: Por que o Espírito encarnado perde a lembrança do seu passado? Resposta: “O homem não pode nem deve saber tudo. Deus assim o quer, em sua sabedoria. Sem o véu que lhe encobre certas coisas, o homem ficaria ofuscado como aquele que passa sem transição da obscuridade para a luz. Pelo esquecimento do passado ele é mais senhor de si”. Essa resposta dos Espíritos de Luz nos levam a refletir sobre as expressões “Não pode” e “Não deve”. Parece, à primeira vista, uma idéia de proibição. Mas não é. Temos, sim, dois aspectos importantes sendo revelados pela Espiritualidade Superior. A questão técnica, por isso “não pode”, e a questão moral, por isso “não deve”. Aspecto técnico ••• Luiz Miiler Dirigente Espírita em Joinville O Espírito, ao reencarnar, esquece o seu passado. Todos somos Espíritos reencarnados. Todos já tivemos várias existências, já assumimos várias personalidades em diferentes épocas e países. A pergunta é sempre a mesma: se já existimos em outras épocas, por que não nos lembramos desse passado? Não seria melhor? As nossas chances de êxito nessa encar- L A N Ç A M E N T O O N O V O L I V R O D E As nossas lembranças se encontram vinculadas, necessariamente, ao que costumamos chamar de “memória”. As nossas memórias estão ligadas ao nosso consciente. O nosso consciente é como se fosse um disquete: nele está gravada a história da nossa existência atual que começou a ser escrita já no ventre materno. Esses registros ocorrem por frequências vibratórias. Para que possamos nos lembrar de fatos, Spartaco Ghilardi Novas dissertações do dirigente espírita paulista desencarnado, pela mediunidade de Carlos Antônio Baccelli. Um repositório de reflexões para todos que encontram na Terceira Revelação a revivescência do Cristianismo. 240 PÁGINAS! www.leepp.com.br Peça o seu na Livraria Espírita Edições Pedro e Paulo: (34) 3322.4873 • Uberaba • MG situações, pessoas, etc, é preciso que sintonizemos naquele momento a mesma frequência vibratória em que foi gravado o que estamos tentando lembrar, o que nem sempre conseguimos. Gosto do seguinte exemplo: Estamos assistindo uma palestra. Gostamos daquele assunto. Estamos compenetrados, atentos... nossa vibração está em alta. Essa palestra está sendo gravada em nosso disquete naquela frequência vibratória. Muito bem! Termina a palestra. Vamos embora... via de regra o assunto passa a ser outro... Novela, cinema, problemas... etc. Será que estamos conseguindo manter a nossa vibração no diapasão da palestra? Encontramos alguém, queremos falar da palestra, mas nossa vibração está muito diferente de quando estávamos assistindo a palestra. Aí respondemos: “Sabe, eu não sei os detalhes, mas posso garantir que foi uma excelente palestra.” É assim que ocorre com a nossa memória. A criança recebe um disquete zerado e vai imprimindo nele tudo o que vem do mundo em que agora se encontra, formando assim a sua zona consciente. Continuamos a gravar a nossa história que após o desencarne (morte) será incorporada à nossa individulidade, integrando o nosso acervo cultural, intelectual e moral. O Espírito já viveu, ao longo do seu processo evolutivo, muitas existências corporais (reencarnações) e também na vida espiritual. Tudo se encontra devidamente registrado em seu corpo espiritual (perispírito), porém, em camadas vibratórias diferentes. Esses registros aconteceram em situações e momentos diferentes, em planos vibratórios diferentes. Todo esse histórico do espírito se encontra gravado e cifrado. É preciso acessar esses registros e, ainda, saber “decifrar” o que se encontra codificado, cifrado, coisa dificílima de acontecer, pois não temos, em nossa dimensão, parâmetros para tal interpretação. Nossa capacidade perceptiva está centrada nos cinco sentidos e assim mesmo ainda não aprendemos a interpretar, acertadamente, todas as sensações que nos chegam por esses sensores. Pelo exposto podemos facilmente inferir que o “não pode” se trata de uma dificuldade material, física e que guarda relação com o nosso planeta Terra que é de “expiação e prova” e que assim procedendo Deus está a nos proporcionar oportunidades valiosas para a nossa redenção espiritual, como vamos ver no aspecto moral. Aspecto moral Quanto ao “não deve”, como já foi dito, se refere ao aspecto moral. Temos desenvolvido ao longo de nossas existências, sentimentos que se ligam ao amor, à paz, à harmonia, etc. Mas, infelizmente, já cometemos muitos desatinos morais em nossas existências pretéritas. Esses desatinos estão ligados a pessoas. Ligamo-nos pelo ódio, pelo rancor, pelo desamor, etc. Os relacionamentos passados se encontram registrados nesses disquetes já mencionados. Se tivéssemos boas coisas para lembrar a questão seria diferente. Então, vejamos. Reencarnação, uma grande porta Caso eu pudesse lembrar do meu passado, as outras pessoas igualmente poderiam; lembrariam dos seus passados, mas também do meu, pricipalmente nos casos em que nos encontramos de alguma forma envolvidos. Em minhas palestras costumo dizer que se essa lembrança fosse possível, talvez até não tivesse público para me ouvir, pois todos saberiam o que possivelmente eu tivesse feito a eles no passado. Faltar-me-ia autoridade moral. Porém, é na família que mais fortemente aparecem os problemas do passado. Reencarnamos exatamente para resolver questões não resolvidas. Que tipo de relacionamento se daria entre pais e filhos se soubessem desse passado delituoso em que vítima e verdugo estão juntos? Assim, é possível carregar no colo o adversário do passado. Temos toda uma existência para desenvolver amor, carinho, afetuosidade... Depois, no mundo espiritual, vamos saber quem é quem, mas, então, já temos desenvolvido o amor para com aquela criatura tão amada; amor ao filho, amor à esposa, amor ao esposo, amor aos pais, amor aos irmãos... A Reencarnação é a grande porta que o Espírito encontra para mergulhar numa nova experiência, esquecendo o seu passado, podendo reparar erros, expiando seu passado, reconstruindo sua caminhada evolutiva, diluindo energias nefastas criadas por ele mesmo, se harmonizando com a vida, consigo mesmo, com Deus. É bom lembrar que reencarnamos também com os nossos amigos, nossos afetos muito queridos. Aliás, se não fosse assim, possivelmente, sozinhos, a possibilidade de êxito seria menor. Oremos a Deus, o criador de todas as coisas, Inteligência Suprema do universo, agradecendo a bênção da vida e pedindo forças para sairmos exitosos dessa existência. Que possamos aproveitar todas as oportunidades que a vida nos oferece para nossa redenção espiritual. espaço espírita Outubro de 2008 Últimas Mensagens Psicografadas por Geraldo Lemos Neto Alma Amiga Alma amiga e boa Nesta hora que se apregoa A alegria da amizade Aqui estamos em prece No amor que nos aquece A real fraternidade. A simplicidade é nossa guia Belo tom de harmonia Que nos afina no mundo Tocando a nota sublime Que nesta terra se exprime No amor mais profundo. Lembrou-nos a indefesa criança Necessitada de esperança Assim como a idade tardia. Aos nus ofertou agasalho, À miséria, trabalho, Ao desespero, harmonia. Quanta bênção se irradia Na pureza da alegria De nossa singela união. Nada de pompa e circunstância Mas a naturalidade da infância Nos apelos do coração. De Chico tivemos o exemplo Mostrando que o mais alto templo Erige-se no coração. Sigamos o tarefeiro Missionário verdadeiro De nossa redenção. Bateu de porta em porta Levantando esperança quase morta Dos filhos do Calvário. Como a dizer-nos, simplesmente, Para toda a alma crente, Que a caridade é corolário. Somos irmãos do caminho Tecido em áureo arminho Cercado por campos de flores. Não nos detém o sofrimento O suor, a luta e o tormento Das cruzes de nossas dores. Veio ele em nome do Cristo Carregando o amor entrevisto Por tesouro da própria alma. Operou simples e austero Agiu no ideal sincero De paz, união e calma. Fez amigos em toda parte Com o pão que se reparte Na bênção que vem do livro Esclarecimento e consolo Afastando o egoísmo tolo Com a bondade e seu crivo. Temos a fé por constância Aplacando a nossa ânsia Para a vida plena de paz. Qual tocha viva de luz Que ao roteiro certo conduz Clareando amor pertinaz. Fez-se o menor de todos Suportou muitos apodos Pedrada e desilusão. Respondeu com silêncio e prece No cadinho que engrandece A mais pura devoção. E nessas tramas iluminadas Soam novas clarinadas Ao coração de todo o povo. E toda a gente reclama A continuidade dessa chama Que se acenda de novo. Amizade que é verdadeira Somente é aquela certeira Sem rusgas e dissensão. Neste caminho sem atalho Todos temos muito trabalho Na escola da compreensão. Com isso, amando e servindo, Foi aos poucos construindo Trilhas num chão de estrelas, E mesmo querendo apagar-se Não deixou de iluminar-se No afã de estendê-las. E, da celeste morada, Sopra a nova baforada De paz e renovação. Do alto dos céus infinitos Desce a consolação aos aflitos Por nossa escola e lição. Filigranas de muita beleza Envolveu-nos na certeza Da bênção eterna de Deus. Somos filhos do Pai Divino Aprendendo com o Mestre Peregrino Os ensinamentos Seus. A sombra que nos encobre O espírito rude e pobre Foi esquecida pelo nobre servidor. Chamou-nos com candidez A amparar a viuvez Espalhando paz e amor. E o povo brada que quer Para sempre com ele e Jesus A presença da terna luz Do cândido Chico Xavier. Maria Dolores (Poema psicografado em reunião pública no Centro Espírita Luz, Amor e Caridade, de Belo Horizonte, na noite de 21 de abril de 2008, pelo médium Geraldo Lemos Neto) ee Para doutoranda, obra de André Luiz é complemento da obra de Kardec ••• Antônio Baracat Professor de Filosofia e História No dia 3 de abril de 2008, foi apresentada na Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais, em Belo Horizonte, MG, durante a realização do “3º Simpósio Internacional sobre Análise do Discurso”, a apresentação da Comunicação Científica intitulada “Na cultura religiosa espírita: psicografia e autoria no romance ‘Nosso Lar’”, produzida pela doutoranda da Universidade Federal da Paraíba, professora Iracilda Cavalcante de Freitas Gonçalves. O trabalho monográfico focaliza os resultados parciais de uma pesquisa em andamento sobre psicografia e autoria, no campo da cultura religiosa espírita. Para a pesquisadora, a psicografia, escrita mediúnica, é a modalidade de comunicação verbal escrita tradicionalmente utilizada pelos adeptos da doutrina Espírita. Essa prática discursiva, amplamente utilizada, e pioneiramente estudada pelos Espíritas, tornou-se uma marca desse campo religioso, pois é através desse processo comunicativo, o sujeitomédium psicógrafo materializa a “voz” do sujeito-Espírito. Na pesquisa enfatizou-se a posição do médium-psicógrafo enquanto meio que possibilita investigar o processo de assunção da autoria do sujeito-psicografado. O personagem em foco é o sujeitopsicografado André Luiz, o corpus é o livro “Nosso Lar”: escrita psicográfica realizada com a mediação do sujeito-psicógrafo Francisco Cândido Xavier (reconhecido como maior “antena mediúnica” da humanidade até então). Procurou-se identificar, na prática discursiva de André Luiz, marcas que denunciem os mecanismos de discursividades utilizados por este autor, no intento de subjetivar-se como produtor de textos. Pretendeu-se, também observar o modo como o autor articula o discurso com o objetivo de produzir sentidos e sedimentar verdades relativas à Doutrina, visando a divulgação desse discurso religioso. Para tanto, tomou-se os pressupostos da Análise do Discurso de linha francesa, utilizando-se como referencial, dentre outros, os fundamentos de Pêcheux e Foucault, e na área da mediunidade psicográfica espírita, as teses de Allan Kardec que compõem o conjunto de verdades da Doutrina Espírita. Como conclusão preliminar, seguindo a conceituação proposta por Michel Foucault, já se identificou em André Luiz um “formador de discursividades”, ou seja, uma fonte original do discurso religioso espírita, cujos elementos são complementares aos reunidos por Kardec. Dessa forma, a pesquisa de doutorado de Iracilda caminha para a conclusão de que entre as obras de Kardec e André Luiz há uma relação de complementaridade que ainda não é reconhecida formalmente pelos órgãos espíritas, que preferem se manter rigidamente ligados às obras kardequianas, negando às obras produzidas por meio da mediunidade de Chico Xavier o justo estatuto de uma verdadeira revelação. 16 Lindos casos de Chico Xavier Padre pede para o Chico psicografar no cemitério No ano de 1931, desencarnou, em Pedro Leopoldo, um amigo do Chico, católico sincero e pai de família. Chico, já conhecido como espírita e médium, acompanhou o féretro até o cemitério. Acompanhava o finado também um sacerdote; finalizando o ato, acerca-se do Chico o Padre e pergunta-lhe: "- Dizem que você recebe espíritos, Chico, é verdade?" "- É verdade, estimado reverendo." "- Você deve tomar todo cuidado, pois o "Tinhoso" usa todos os artifícios para levar ao mal qualquer pessoa..." "- No entanto, Padre, os espíritos que se servem de meu braço para escrever orientam-me somente para o bem..." O Padre retirou do interior de um livro que trazia um papel em branco e convidou o Chico: "- Bem, nós estamos num cemitério, acompanhando um amigo morto. Tente alguma coisa. Vejamos se há aqui algum espírito desejando escrever, pediu o Padre, com ares de ironia... Humildemente, Chico toma o papel e lápis, coloca-se em concentração sonre a laje de um túmulo; segundos depois, seu braço movimenta-se com espantosa rapidez e escreve: ADEUS O sino plange em terna suavidade, No ambiente balsâmico da Igreja; Entre as nuvens, no altar, em tudo adeja O perfume dos goivos da saudade. Geme a viuvez, lamenta-se a orfandade; E a alma que regressa do exílio beija A luz que resplandece, que viceja, Na catedral azul da imensidade... "Adeus, Terra das minhas desventuras... Adeus, amados meus..." - diz nas alturas... A alma liberta, o azul do céu singrando... - Adeus... - choram as rosas desfolhadas. - Adeus... - clamam as vozes desoladas De quem ficou no exílio soluçando... Auta de Souza O religioso leu o belo e rápido soneto recebido por Chico. Depois, ficou por minutos, pensativo...