o V ola N te sUMIU
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o V ola N te sUMIU
Com este joystick, o volante sumiu as estrelas do 76 rio boat show 2011 Antes restritos às manobras de atracação, os joysticks agora já substituem 100% o timão. Como mostrou esta lancha no salão A té o comandante Kirk, de Jornada nas Estrelas, ficaria surpreso com este cinematográfico posto de pilotagem no flybridge da Azimut 72 S, exposta no salão do Rio. Repare: não há volante — ou timão, como preferem os puristas, já que estamos falando de barcos. E barcos, afinal, têm timão! Quer dizer: tinham... O inédito sistema JMC, da empresa italiana Xentas Systems, substitui inteiramente o volante e controla todos os movimentos da lancha (direção, aceleração, reversão etc) com um único joystick, tal qual os helicópteros ou as naves espaciais do comandante Kirk. Com ele, a condução de um barco torna-se 100% intuitiva (pra frente, pra trás, pros lados...), mas é preciso algum treino para se acostumar com a novidade. Nem os próprios marinheiros daquele barco no qual o joystick JMC estava instalado já haviam se habituado totalmente ao equipamento. Porque ele, de fato, causa surpresas à primeira vista. A primeira é a sensibilidade e a falta de um ponto de apoio para o piloto, já que nos barcos convencionais o próprio volante acaba assumindo esta função também. Ao contrário dos joysticks já comuns nos barcos com sistemas de propulsão Volvo IPS, o JMC não serve apenas para manobras de atracação em baixa velocidade — e esta é a sua principal diferença! Se você mover o manche para onde gostaria que o barco fosse, ele vai. Mesmo em alta velocidade. Uma verdadeira mão na roda para pilotar um barco, embora, no caso, não haja roda alguma — só o pino saliente do joystick, que lembra o dos videogames até no formato e tamanho. A semelhança aumenta ainda mais com a grande tela eletrônica, que substitui o painel tradicional e integra gps, sonda e todos os demais dados de navegação, além de uma série de botões do lado esquerdo do piloto (no direito fica o tal manche-volanteacelerador), para controlar os flapes. O JMC criou um novo (e pra lá de ousado) conceito de navegação. Mas, a princípio, um tanto Náutica Estrelas do Boat Show - Joystick REV.indd 76 01/06/2011 10:24:32 quanto desconcertante. Sua resposta é proporcional ao movimento da haste. Quanto mais pressão colocar nela, mais intensas serão as respostas do barco. E isso acontece também nas curvas. Se tombar com muita veemência o manche para os lados, a curva se tornará bem mais fechada ou o oposto, se aliviar a mão. Desta forma, todos os movimentos exigem muita (muita mesmo!) atenção. Principalmente no que diz respeito ao controle da velocidade, porque, sem perceber, corre-se o risco de acelerar indevidamente nas curvas — ou estancar no meio dela. A Azimut 72S foi a primeira embarcação a usar este sistema no Brasil — e também no mundo! Contudo, qualquer outra lancha, acima de 30 pés (desde que equipada com dois motores eletrônicos das marcas Volvo, Man, Yanmar, Caterpillar, Mercruiser/Cummins ou MTU) pode receber esta novidade, que, é bom deixar claro, é um mero meio de comando da propulsão — não a propulsão em si. Ou seja, não dá para instalar em qualquer lancha e querer que, só por isso, ela faça as mesmas manobras que a 72 S fez nas águas do Rio, durante o salão. Quanto custa esta novidade? Cerca de 25 000 euros, sem os impostos. Mas pergunte só se o dono desta pioneira não gosta? A azimut 72S foi a primeira lancha do mundo a usar esta novidade, que dispensa totalmente o volante tudo diferente No lugar do volante, apenas um joystick. E em vez de relógios no painel, só uma grande tela eletrônica. É como se o piloto estivesse jogando videogame Náutica Estrelas do Boat Show - Joystick REV.indd 77 77 01/06/2011 10:25:03