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www w.dol.innf.br Imunobio ológicos: u uma nova era na terapêutica Thiago o Mattar Cu unha * Silvio M Manfredo Vieira V ** Muitos avanços têm ssido alcançados na terapêutica nas ultimas déc cadas. Entre e estes avan nços, o dese envolvimentto de terapias imunobio ológicas talv vez seja uma das mais importantes, principalm mente no usso de antico orpos contra a proteínas endógenas. Com certeza, a imuno oterapia dese envolveu-se a partir da descoberta da d estrutura a dos anticorrpos e do de esenvolvime ento da tecnologia de hi bridomas, que q possibilittou a produçção de antic corpos mono oclonais. No início, a maioria das ten ntativas de se s utilizar an nticorpos na terapêutica foi na área de neoplasias, sem muito suce sso devido à baixa tolerabilidade e. Os antic corpos sentavam um ma meia-vid da muito baiixa, devido à formação de imuno-ccomplexos, já que apres undongos). Este ramo da eram m originários de outra es spécie (camu d ciência a vançou e ho oje os antico orpos de camundongos (sufixo oma ab) foram substituídos pelos p antico orpos monoc clonais quiméricos (sufix xo ximab) ou o humaniza ados (zumab). Mais rec centemente,, a tecnolog gia do hibrid doma tem ficado para trás e a tecn nologia do DNA D recombinante vem proporcionando o desen nvolvimento dos anticorpos humano os (mumab),, uma nova revolução r ne essa área. Atualmentte a imunote erapia invadiu todas as áreas da terrapêutica e a lista de im munobiológic cos não para de crescer, principalme ente para uso em doença as inflamató órias e auto--imunes, como a artrite e reumatóid de e a psorííase. Abaixo o, descreverremos algun ns dos mais recentes an nticorpos mo onoclonais la ançados no mercado m (para consultarr a lista completa: http:///en.wikiped dia.org/wiki//List_of_mon noclonal_anttibodies). Antic corpos hum manizados: o centro da as atenções s O ano de 2009 foi de avanço parra a indústria a bio-farmaccêutica no que q se refere e às drogas imunobiológicas. Qu atro anticorrpos monoc clonais (mAb bs) humanizados foram m aprovados em 2009 9 para com mercialização o, representando o m maior númerro de aprov vações anua al em mais de uma déccada. Anteriiormente, o ano de ma aior aprovação de imunobiológicos havia sido 1998, 1 quand do a Genenttech aprovou u a Herceptiina (trastuzu umab, para o tratamento do cânce er) e a Centtacor teve aprovado a o Remicade (iinfliximab, para p o tratamento de do oenças autoimunes). Alguns rec combinantess biológicos aprovados em e 2009 (co ompanhia/pa arceira Produ uto Indicação): Centocorr Ortho Biote ech - Simpo oni (mAb hu umano espe ecífico para o TNF-α): Artrite A reumatóide, artrite psoriática p ee espondilitis. Genzyme e - Atryn (a antitrombina a III): Pacie entes com coágulo c no sangue dev vido à deficiência de antitro ombina. Freseniuss Biotech e TRION T Pharm ma - Remov vab (mAb bi-específico (rrato/murino) com uma regiião específic ca para EpCA AM e outra para CD3): aprovado n na Europa para p o tratamen nto de pacien nte com asciite maligna com c carcinom mas positivo os para EpCA AM. Ab humano e específico pa ara IL-1β): síndrome pe eriódica asso ociada Novartis - Illaris (mA a criopirina. ech - Stelarra (mAb hum mano especíífico para su ubunidade p40 da Centocorr Ortho Biote IL-12): psoríase. p pecífico para CD20): leuc cemia linfocíítica crônica. GSK - Arzerra (mAb humano esp albitor (inibidor da calicrreína plasmá ática): angio oedema here editário. Dyax - Ka Neste con ntexto farma acêutico, o impacto da alta eficácia a terapêutica a com imunobiológicos se tornou de grande im mportância para a melho oria da qualiidade de vid da dos pacie entes. Basea ado no suce esso da tera apia com an nti-TNF-α, empresas e co omo a Johns son & Johns son (subsidiária da Centocor) invesstiram em te ecnologia e em abril de 2009, o Sim mponi 1 www w.dol.innf.br (golim mumab), dro oga da linha a dos anti-TN NF-α, foi aprrovada para comercializzação. Enqua anto o inflixiimab é um anticorpo a mo onoclonal qu uimérico (co om regiões de camundon ngo e human no), o golim mumab é um anticorpo o monoclon al totalmen nte humaniz zado. Esta peculiaridad de do Simp poni reduz a probabilidad de de produ ução de auto oanticorpos contra a dro oga, o que ocorre o comu umente quan ndo o pacien nte é tratado o com o inflix ximab. A liberaçã ão para co omercializaçã ão destes novos n fárma acos varia entre paíse es. Um exem mplo recente e é o caso d do Actemra (tocilizumab b; inibidor d da interleucin na-6). Esta droga, dese envolvida pella Genentech h em parcerria com a Ro oche, foi aprrovada em ja aneiro de 2 2009 na União Européia para o tratamentto da artritte reumató óide e tem sido come ercializada pelo p nome RoActemra, R porém o tra amite de ap provação noss Estados Unidos U perco orreu o ano de 2009 e, até 11 de ja aneiro de 20 010, a droga a ainda não havia chegado no último estágio pa ara aprovaçã ão. Do m mercado para o mercado Todos os anticorpos a aprovados em 2009 estã ão sendo co omercializado os por grand des empresa as farmacêuticas. Um ca aso curioso é a do Ilaris s (canakinum mab), um in nibidor de in nterleucina-1 1β, que foi totalmente e desenvolvido na sede da Novarrtis Instituto os de Inves stigação Biomédica (NIB BR), em Bo oston. O Ilarris não é um ma droga p ioneira, pois s dois outro os inibidores de IL-1β já existiam: 1 ) O Kineret (anakinra), uma versão o recombinan nte da antagonista do recepttor da IL- 1, originalm prote eína que ocorre o naturalmente, a mente desen nvolvido pela Amgen e que agorra é comerc cializado pe ela Stockhollm-based Orphan O Biovittrum e; 2) o Arcalyst (rilonacept) q ue é uma prroteína de fu usão da IL-1 1 e funciona como um re eceptor solú úvel, comercializado pela a Regeneron n Pharmaceuticals. Entre etanto, o Ilarris é o prime eiro anticorp po a ser des senvolvido co om sucesso contra a IL L-1β. Ele é m muito especíífico e tem uma meia-v vida longa, podendo p sup primir o efeito da IL-1 por muitos meses após s uma única a administraç ção (ver alerrta nesta ed ição). O Ilaris obteve o aprov vação inicialmente para a o tratame ento da sínd drome auto--inflamatória a familiar da exposição a ao frio e da síndrome de e Muckle-We ells, duas da as três doenças do sisttema imune e inato con hecidas coletivamente como sínd romes perió ódicas assoc ciadas à crio opirina. A co ondição é ca ausada por uma u mutação autossôm ica dominan nte no gene NLRP3, que e codifica a criopirina, que é um ativador a do inflamossom ma, um com mplexo multi-protéico en nvolvido na regulação d a resposta inflamatória. A mutação o resulta em m uma d de IL-1β. I O Illlaris também tem pote encial terap pêutico na artrite a superrprodução danosa idiopá ática juvenil sistêmica e em outra as doenças mais comu uns, tais com mo gota, doença pulmonar obstruttiva crônica e diabetes t ipo 2. A Centoco or Ortho Biiotech, afilia ada da John nson & Joh nson, reivin ndicou recen ntemente a aprovação de dois o outros imun nobiológicos, um dos quais o Stelara (uste ekinumab), que q é uma droga pioneirra. Ela inibe as citocinas pró-inflama atórias IL-12 2 e IL23 po or ligação à subunidade e p40 comum m às duas proteínas. p O Stelara imp pede a ligaç ção da IL-12 2 e IL-23 à cadeia c IL-12 β1 do recep ptor, na sup perfície celula ar e consequ uente ativaç ção de suas respectivas s cascatas imunológicass. As duas cascatas sã ão distintas,, pois em última ú anális se as subun nidades IL-1 12 p35 e IL L-23 p19 ligam-se a differentes rece ceptores e ativam a difere entes vias in nflamatórias s. A IL-12 e está associad da a uma resposta T-h helper (Th) tipo t 1 (Th1)), enquanto a IL-23, qu ue vem sido o descrita como c a princ cipal citocina a inflamatórria na doença de Crohn n e na psorríase, está a associada a uma respos sta Th17. O Stelara recebeu aprov vação inicialmente com mo uma drog ga para tratamento da a psoríase d de placa, mas os estud dos na doenç ça de Crohn e artrite pso oriática também estão em e andamen nto. No entanto, a molécula não con nseguiu dem monstrar eficcácia na esclerose múltipla e seu pe erfil de segu urança em lo ongo prazo ainda a não é bem compre eendido. 2 www w.dol.innf.br Mais s por vir A taxa de d entrada a de antico orpos em estudos cl ínicos aum mentou dram maticamente desde o final dos anos 90. Naquella época, menos de 20 anticorpos foram uso no me introd duzidos na clínica, enquanto cercca de 40 anticorpos estão em u ercado atualmente. O panorama p de e desenvolviimento clínico atual de drogas biollógicas inclu ui 240 antico orpos monoclonais e 12 20 proteínas,, em várias outras categ gorias, inclu uindo proteín nas de fusão o e versões de recombin nação natura al de proteín nas plasmáticas. Com b base nas tax xas de suces sso anteriores de aprox ximadamente e 20% e em m prazos de e desenvolviimento típic cos de sete a oito anos, estima-se que q 48 anticcorpos monoclonais pode erão chegar ao mercado o. Esta é uma questão em aberto. Há anticorpos monoclonai m is para trattamento da dor? Até o mo omento nen nhum antico orpo monoclonal está a aprovado para o tratamento específico de do ores crônicass. No entan nto, o uso de d anticorpo os monoclonais já aprov vados, por exemplo, e con ntra TNF-α e em doenças auto-imune es como a arrtrite reuma atóide, bem como contrra IL-β na gota g (ver a lerta desta edição), vem apresenta ando eficácia em reduz zir a dor associada a essas do oenças. Recentemente,, estudos pré-clínicos vem inves stigando o possível effeito benéficco de antic corpos monoclonais co ontra o fato or de cresc cimento de nervos n (NGF F), em mode elos de dores crônicas de d vários tip pos. Os resultados deste es estudos demonstra aram que estes antiicorpos aprresentam e efeito analg gésico considerável. Baseado nesse es estudos pré-clínicos, estudos clínicos estão o em andam mento utiliza ando o tane ezumabe (a anti-NGF) pa ara o tratam mento de dores crônica as. Resultad dos já divulg gados de fa ase I e II demonstraram m efeito be enéfico em três t tipos de e dores crônicas, como o dor crônic ca nas costtas, osteoarrtrite e cisttite interstic cial (Tive ett al., 2010). No momento a Pfiz zer, empres sa responsá ável pelo desenvolvim d mento do ta anezumabe, está recru utando partic cipantes para um estu do clínico de d fase III para tratam mento da do or em ostea artrite. A me elhor forma a é ter cuidado: risco x benefício x custo Apesar de e estar revollucionando a terapêutica, essa pod derosa ferram menta não e escapa do principal mal de todos oss fármacos: os efeitos adversos a ind desejáveis. Vários V estud dos vêm re elatando efe eitos adverssos com a utilização de anticorp pos monoclonais, inclus sive edições s anteriores do DOL tra azem discus ssões sobre o assunto. Entre os efeitos e indes sejáveis obse ervados, pod demos desta acar os associados à utilização de an nticorpos contra o TNF-α α. O mais relatado é o aumento o na suscep ptibilidade a doenças infecciosas como tuberrculose. Além m disso, em m pacientes q que apresen ntam insuficiência cardía aca, o tratam mento com anti-TNF-α pode piorarr o quadro cclínico. Na edição e desse e mês do D DOL trazemo os um alerta a que relata a mais um efeito e adverrso associado ao uso de e anti-TNF, uma neutro openia signifficativa. No final do an no passado, o anticorpo o monoclona al contra o receptor da a IL-6 (tocilizumab) foi introduzido no mercado o, inclusive no n Brasil, para uso na arrtrite reuma atóide. O uso o desse anticorpo tamb bém está asssociado a um m aumento no risco de desenvolvim mento de infecções séria as e, além disso, d um co onsiderável aumento a nas s concentraçções sistêmic cas de enzim mas hepática as, sugerindo o uma possíível disfunção desse órgã ão. Assim, a acreditamos que o monitoramento criterioso c do os pacientess que utiliza am esses an nticorpos po ode evitar muitas m comp plicações futu uras. Outro fato de extre ema importâ ância quand do se fala da terapia com antico orpos mono oclonais é o custo. Na a grande maioria m dos casos os ccustos são muito eleva ados, limitan ndo muito a utilização. O custo com m a terapia com o tociliizumab, no Reino 3 www w.dol.innf.br Unido o, sai por mais m ou men nos 10.000 £ anuais, o que em Re eais daria m mais ou menos R$ 30.00 00,00 por an no, ou seja, bem elevad o. De qualqu uer maneira, a tendênci a do preço é cair, uma vez que a te ecnologia para desenvolv vimento de novos antico orpos monocclonais está muito adian ntada e a ve elocidade co om que eless são desenvolvidos e a agilidade n nos process sos de desen nvolvimento tem diminu uído muito os custos, o que certam mente reflettirá no preç ço das terap pias. Refe erências http://ww ww.landesbio oscience.com m/journals/m mabs/about# #background d ear Approvalls As of Dece ember 31, 2009 New BLA Calendar Ye B 2009 FDA drug approv vals. Nat Rev Drug Disco ov. 2010; 9((2):89-92. Hughes B. M, Constantinescu CS, R Raychaudhuri A, Kim L, Fidelus-Go ort R, Kaspe er LH. Segal BM Repeated d subcutan neous injecctions of IL12/23 p40 p neutra alising antiibody, ustekinum mab, in pattients with relapsing-re emitting mu ultiple sclero osis: a phase II, double-blind, placeb bo-controlled d, randomise ed, dose-ranging study y. Lancet Neurol. 2008; 7(9):796-804.. D Bathon JM, Hanicq D, Yasothan n U, Kirkpattrick P. Goliimumab. Na at Rev Pappas DA, Drug Disc cov. 2009 8((9):695-6. e al. Tanez zumab, a hu umanized an nti-nerve growth factor antibody, in i the Tive L, et treatmen nt of three ch hronic pain ttypes. AAPM 2010; Abstract 151. * Pro ofessor Douto or do Departtamento de Farmacologia da FMRP-USP ** D Doutor em Farmacologia a pela FMRP -USP, atualmente traba alha no Insttituto Nacion nal de Pesqu uisas da Amazônia (INPA A) 4