Bem-vindo à Uberlândia e realize bons negócios

Transcrição

Bem-vindo à Uberlândia e realize bons negócios
ano 5 número 45 Setembro 2011 | R$ 8,50
Especial
Economia
Vale anuncia R$
3,8 bilhões de
investimentos para
Patrocínio e Uberaba
Investimento
British Petroleum vai
construir usina de
R$ 1,14 bilhão em
Tupaciguara
Turismo
Conheça Amsterdã,
a capital que é pura
liberdade e nostalgia
Bem-vindo à
Uberlândia
e realize
bons negócios
Estrutura adequada, empresas de ponta e
localização privilegiada são só alguns dos
atributos que fizeram da cidade um dos
principais destinos do turismo de negócios
no país. Apenas em 2010, foram quase
80 mil visitantes em viagens desse tipo
mercado
www.revistamercado.com.br
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editorial
Pessimismo
e pé no freio
O diretor e chefe global de investimentos estratégicos do banco norte-americano Morgan Stanley Smith Barney, David Darst, afirmou que a crise europeia poderá
fazer de 2012 um ano ainda pior que 2011, quando problemas dos países endividados na Europa e da economia norte-americana espalharam preocupações por todo
o mundo. Em sua opinião, Europa e EUA precisam de reformas para superar a crise, e
a economia mundial pode até melhorar, mas vai piorar muito antes.
Darst não é o único a ter previsões pessimistas sobre a atual conjuntura mundial.
Outras autoridades econômicas também comungam da mesma opinião.
Nos EUA, o Economic Cycle Research Institute (ECRI), de Nova York, também garantiu que o país está bem perto de outra recessão, se é que ela já não começou. O ECRI é
um instituto independente de pesquisa de ciclos econômicos que mede semanalmente o ciclo de negócios por meio do Weekly Leading Index (WLI). O diretor-gerente do
ECRI, Lakshman Achuthan, analisa que recessão é um processo em que as vendas decepcionam, a produção cai, o nível de emprego cai, a renda cai e então as vendas caem.
Então, se assim for, esse é um ciclo vicioso que já começou para os norte-americanos.
Assim, por tudo que está acontecendo e pelas notícias que chegam por aqui no
Brasil, fica fácil perceber que o endividamento de países como Grécia, Itália, Portugal,
Irlanda e Espanha é apenas o começo de uma crise que já começa, inclusive, a preocupar
grandes potências, como França, Inglaterra e Alemanha. O comentarista econômico Ricardo Amorim chegou a afirmar que a “Europa é uma grande candidata a um calote generalizado”. E, para piorar ainda mais a situação, o Fundo Monetário Internacional (FMI)
admitiu que pode não ter dinheiro suficiente para fornecer pacotes de resgate financeiros para grandes economias da zona do euro, caso a crise internacional se agrave mais.
Por outro lado, apesar da aparente e apregoada solidez da economia brasileira,
a crise internacional começa provocar turbulências por aqui. O Banco Central já reduziu a previsão de crescimento da nossa economia neste ano de 4,0% para 3,5%.
À exceção do setor agropecuário, que deverá crescer 2,1% - mas apenas 0,2 ponto
percentual acima da estimativa anterior -, nos demais setores, a expansão industrial
teve recuo de 1,9 ponto para 2,3%. A produção do setor de serviços deve aumentar
3,5%, ante 3,8% na projeção anterior. Por outro lado, em relação à demanda, a nova
projeção considera crescimento maior no consumo das famílias (de 4,1% para 4,5%)
e do governo (de 1,9% para 2,1%). Além disso, a estimativa para os investimentos foi
reduzida de 6,4%, para 5,6%. O BC também aumentou a previsão de inflação neste
ano de 5,8% para 6,4% e avalia que há 45% de chance de que os preços fiquem acima
do limite da meta fixada pelo governo.
Enfim, a economia mundial mal se levantou da queda em 2008 e já começa a
cambalear. E, conforme a opinião de certos analistas, as duas crises certamente não
são isoladas. A crise global do momento é uma continuação - até mesmo um “efeito
colateral” - da crise de 2008. A grande diferença entre ambas é que na crise anterior o
centro eram os bancos americanos e europeus, ou seja, o setor privado. Desta vez, no
entanto, o fantasma ronda os governos que, há três anos, correram para socorrer os
bancos, só que acabaram “comprando” o problema para si, como admite o próprio
ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Assim sendo, o melhor conselho é precaução. É hora de botar o pé no freio com
relação a gastos. Nada de endividamentos desnecessários. Ou será que alguém ainda dúvida de que, se a crise internacional se agravar, e o Brasil for afetado, vai acabar
sobrando para todo mundo, principalmente para nós, os contribuintes.
Evaldo Pighini
Editor
Revista MERCADO | Setembro 2011
mercado
45
índice
Capa
Estrutura adequada, empresas
de ponta e localização
privilegiada são só alguns
dos atrativos que fizeram de
Uberlândia um dos principais
destinos do turismo de negócios
do país. Somente em 2010, a
cidade recebeu quase 80 mil
visitantes em viagens desse tipo
32
Comportamento
Setembro 2011
48
O Brasil tem 4.856 crianças à
espera de adoção, em Uberlândia
são mais de 200. Para facilitar o
processo, em 2008 foi criado o
Cadastro Nacional de Adoção,
mas a coisa ainda esbarra na
burocracia e, principalmente, na
exigência dos candidatos a pais
Marketing
50
Enquanto o mundo evolui
tecnologicamente, o futuro
e o passado caminham lado
a lado. Marcas e design retrô
ganham popularidade entre
os consumidores. Coca-Cola,
Brastemp, Nestlé, Devassa, Mabel
e Granado apostam na tendência
30
Economia
O governador Antonio
Anastasia e a Vale Fertilizantes
assinam protocolo para
investimentos de R$ 3,8 bilhões
nos municípios de Uberaba e
Patrocínio; projetos vão gerar
1,5 mil empregos diretos e 4,7
mil indiretos
40
Investimentos
A British Petroleum no Brasil (BP
Brasil) anunciou a decisão de
construir em Tupaciguara, no
Triângulo Mineiro, uma nova
usina de açúcar e álcool num
investimento que vai custar R$
1,14 bilhão. A expectativa é que
a Usina entre em funcionamento
até 2015
Revista MERCADO | Setembro 2011
Veículos
Canal Livre������������������������������������������� 10
Bazar....................................................... 76
Artigo...................................................... 12
Dica de Leitura����������������������������������� 82
Conversa����������������������������������������������� 14
Entrevista��������������������������������������������� 16
Franchising������������������������������������������ 20
Investimentos & etc.������������������������ 22
Especial.................................................. 26
Mercado������������������������������������������������ 42
Literatura���������������������������������������������� 84
Profissões em Filme������������������������� 86
Sustentabilidade������������������������������� 88
64
Chega ao mercado o Cruze. O
novo sedã GM, substituto do
Vectra, possui duas versões de
acabamento e motor 1.8 Ecotec.
Modelo deve custar entre 65
mil e 78 mil reais, e é promessa
de briga forte com Honda Civic,
Toyota Corolla e Hyundai Elantra
Turismo
68
Ponto de vista������������������������������������� 90
In Foco.................................................... 92
Saúde...................................................... 44
Causos empresariais������������������������ 94
Gastronomia��������������������������������������� 54
Geral........................................................ 96
Muita gente deseja visitar
Amsterdam, e por razões bem
variadas. Alguns porque são
românticos, outros por causa do
trabalho ou a passeio, ou até por
razões, digamos, menos familiares.
O certo é que Amsterdam é pura
liberdade e nostalgia
Revista MERCADO | Setembro 2011
mercado
canal livre
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Orgulho de estar em Uberlândia
Finanças
Apesar de não ter nascido em Uberlândia, me considero
um cidadão uberlandense. Estou na cidade há quase 20
anos, e acredito que poucos como eu têm tanto orgulho
de estar em Uberlândia. Por isso, me enche de satisfação
quando leio uma reportagem como a publicada na última edição, que faz referência aos 123 anos do município.
Parabéns pela matéria. Assim como a que saiu no ano
passado, vou guardar esta com carinho.
A matéria “Analfabetismo financeiro eleva inadimplência” caiu como uma luva em minha vida, sem exagero
algum. Sou totalmente descontrolada com as minhas
despesas e normalmente gasto mais do que ganho. Para
piorar a situação, pago minhas dívidas sem atenção e
sem questionar se o que me é cobrado está dentro do
razoável. Agora vou procurar me controlar mais e prestar
mais atenção às minhas contas.
Altamiro de Sousa
Maria das Dores Paiva
Aposentado
________________________________________________
Dona de Casa
________________________________________________
Religião
Mais educação
Apesar de não concordar com muito do que está escrito na matéria “Em nome da fé”, que saiu na edição 44,
quero felicitar os editores da revista pela publicação.
Matérias como essa não deixam de ser interessantes e
demonstram a independência da linha editorial desta
revista. Outra matéria que também demonstra isenção
dos editores é a que aborda a questão do relacionamento gay.
Foi bom ler a matéria que informa que o brasileiro está
lendo mais. Meu pai sempre dizia que quem lê mais tem
mais educação. Porém, acredito que nenhum dos nossos
políticos se enquadra naquela pesquisa abordada na reportagem, pois o que mais vemos é a falta de preparo e
desrespeito com o bem público por parte deles.
Gustavo Lourenço Piva
Rafaela Gonzaga Julião
Atendente de Call Center
________________________________________________
Uberaba
________________________________________________
Rotas da fé
Queimadas
Gostaria que essa revista publicasse a minha manifestação de revolta com relação às sucessivas queimadas que
estão acontecendo por aí. A maioria, tenho certeza, são
criminosas. Pergunto: como pode o ser humano ser tão
desumano a ponto de prejudicar a si próprio? Nós todos,
igualmente, dependemos do ar e das matas para sobreviver.
Jamais poderia imaginar que um país como a Colômbia
concentrasse tantas atrações religiosas como as que foram apresentadas na última edição desta revista. Como
sou católica dedicada, fiquei encantada com a matéria.
Jussara Lopes Pereira
Aposentada
Sinara de Assis Fernandes
Estudante
Mensagens, comentários, sugestões e críticas sobre o conteúdo editorial da Revista MERCADO para o Canal Livre:
[email protected]
As correspondências poderão ser publicadas de forma reduzida. Envie, em anexo, nome completo, profissão e cidade de origem
10 | Revista MERCADO | Setembro 2011
mercado
artigo
*Marcos Hiller é coordenador do MBA em Branding (Gestão
da Marca) na Trevisan Escola de Negócios (@marcoshiller)
iWas Steve Jobs
Por Marcos Hiller*
O
mundo da tecnologia está triste. No dia 25 de
agosto, após uma longa, histórica e bem-sucedida jornada à frente da Apple, Steve Jobs
abandonou a sua empresa. Ele é um gênio!
Ao mesmo tempo em que demitia funcionários nos elevadores da companhia em Cupertino/Califórnia,
lançava produtos habitualmente causadores de frisson em
todo o planeta, embora não fizesse pesquisa com consumidores para desenvolvê-los. Ao mesmo tempo em que ele
disse, com a maior naturalidade, que o trabalho de 200 engenheiros que se debruçaram em um projeto durante dois
anos de nada valeu, lançou um MP3 com apenas um botão
no meio, líder da categoria no segmento. Esse é o mago!
Se tivesse a dura missão de resumir Steve Jobs em poucas palavras, limitar-me-ia a dizer “paixão aos detalhes e intuição.” Tudo que a Apple fez, faz e fará carrega esses dois
valores de modo sublime. Todos os produtos da empresa
têm uma extrema atenção aos detalhes, são muito bem calibrados, bem pensados, e todo novo design tem seu lado
fortemente racional.
O cabo de energia é preso com um ímã ao computador,
pois, se você tropeçar no fio, não jogará seu trabalho no
chão. O botão de liga/desliga é sempre atrás, para que num
esbarrão você não corra o risco de deletar todo o seu projeto. Tudo é muito intuitivo. Nunca mexemos em um iPad,
mas, quando pegamos um, parece que já sabemos onde as
coisas estão. Todo produto da Apple é assim. O iPad, logicamente, não possui manual de instruções, pois aprendemos
a operá-lo sozinho. Mas se você é da geração X e não abre
mão dele, sem problemas. Vá ao site da Apple e baixe o PDF.
Jobs deixa um legado incomparável na gestão da empresa. Há quem compare o que ele faz com algo parecido
com religião. Ele é o messias, a Apple Store é a Meca da tecnologia mundial e nós não somos meros consumidores, somos verdadeiros seguidores e adoradores. E resta agora a
Tim Cook, o mais novo CEO da companhia, fazer jus à fama
de seu antecessor e vestir a camisa 10 do “Pelé da Inovação”.
É uma camisa pesada, um crachá com brilho próprio e ao
qual estarão atentos nossos olhares ávidos de consumidores. Vale lembrar que Steve Jobs era rodeado por outros
gênios. Um deles é Jonathan Ive que, ao mesmo tempo em
que passeia em seu Aston Martin pelas praias da Califórnia,
também desenha produtos como o iMac.
Jobs é um gênio provocativo. Ele desafiou o mercado
editorial com os e-books, que vieram para ficar e crescem de
maneira avassaladora. A maior evidência disso é o pedido de
falência da gigante Borders (simplesmente a segunda maior
livraria dos Estados Unidos), e uma das grandes razões se deve
ao fato de eles não terem aderido de modo tão agressivo ao
segmento de e-books. E Jobs avisou. Os livros físicos estão
com os dias contados, pois ocupam andares e mais andares de
bibliotecas, são ecologicamente incorretos e pesam nas nossas mochilas. Os livros digitais nada pesam, são mais facilmente compartilhados, são gostosos de ler e a natureza agradece.
SteveJobs e a sua Apple ditam a vanguarda tecnológica
e, ao mesmo tempo, geram uma rápida e proposital obsolescência de seus produtos. O iPad 1, que até o ano passado
estava na crista da onda, hoje já é velho. Dentro de anos, será
item de museu. Não me restam dúvidas de que Tim Cook e
seu brilhante time de engenheiros e designers já estão com
o iPad 3 pronto, o iPad 4 no protótipo e o iPad 17 já idealizado. E cabe a nós, consumidores, sermos engolidos por esse
tsunami de gadgets. A verdade é que eu não preciso de iPad
2, mas tenho de ter. Obrigado, Jobs! B
mercado
conversa
Cláudio Fernandes é coordenador do curso de Administração da Unipac Uberlândia e Ph.D
in Business Administration pela FCU International Florida/USA. Possui pós-graduação, MBA
em Finanças e Estratégias Empresariais, Mestrado em Gestão Industrial e Biotecnologia, e
Doutorado em Administração, no Programa Internacional do Mercosul em Montevideo
Prezado leitor,
Ser professor neste país é um desafio. Diga-se de passagem, muita
coisa mudou de algumas décadas
para cá na educação brasileira. Mas
sempre digo que o que nos faz continuar a fazer aquilo a que nos propomos é o amor. Quando fazemos o
que realmente gostamos, dificilmente abandonamos o barco. Posso dizer que a Administração é para mim
uma paixão. Ela está presente em
todos os momentos de nossas vidas,
seja no aspecto pessoal ou profissional. Colocamos a gestão em prática
quando decidimos que tarefa determinada faremos e quando a realizaremos. Também quando traçamos
planos e temos ideias criativas com
o objetivo de alcançarmos resultados organizacionais.
A verdade, caros leitores, é que
nada vai para frente sem a chamada
Administração. Para que uma nação
se desenvolva, precisa ser organizada e ter líderes que exerçam atividades com competência. No trabalho
isso não é diferente. Independentemente do tipo ou porte da empresa,
cabe ao administrador geri-la a fim
de que as ações empresariais sejam
inovadoras, eficientes e eficazes. E
aqui estou falando de valores humanos capazes de criar produtos e
serviços dos mais variados tipos e
formatos possíveis. Não há dúvida
de que o desenvolvimento socioeconômico de uma nação, povo ou
organização passa necessariamente
pela administração.
(...) não importa o tempo
em que vivemos, a dinâmica
tende a exigir cada vez mais
mobilidade, versatilidade
e respostas urgentes
dos profissionais para as
necessidades atuais
E o que dizer do perfil do administrador do século XXI? É claro que
o administrador de dez anos atrás
precisou se adaptar aos dias atuais
e terá que se adaptar ao amanhã.
No entanto, a diferença básica está
na velocidade com que se processaram essas mudanças. O fato é que
não importa o tempo em que vivemos, a dinâmica tende a exigir cada
vez mais mobilidade, versatilidade e
respostas urgentes dos profissionais
para as necessidades atuais.
E aqui quero destacar o fator que
impede muitos de realizarem a contento alguma atividade. A má administração do tempo. As pessoas precisam aprender, e rápido, a priorizar
aquilo que é mais importante.
Se hoje o administrador atual é
criativo, mutável, dinâmico e interconectado a todo momento, buscando
soluções para as necessidades atuais
através de troca constante entre seus
pares e de sua rede de contatos, imagine daqui a alguns anos. Quem está
nessa área, meu caro leitor, deve ter
o que falta em muitos profissionais
em nossos tempos: relacionamento,
mobilidade, network, transparência
e ética. Só vai se sobressair aquele
administrador que souber usar profissionalmente seu networking. A explicação é simples: muitas respostas
para os problemas atuais serão obtidas por meio dos que estão em sua
rede de contatos profissionais.
“(...) o bom administrador
precisa ser criativo, bemhumorado e dinâmico, mas
também ético, transparente
e capaz de realizar o que o
concorrente não consegue”
Outra dica é saber lidar com as pressões do dia a dia. Afinal, essa é a rotina
de um administrador. Alcançar resultados cada vez melhores, ser dinâmico
ou realizar diversas tarefas ao mesmo
tempo são desafios que determinarão
o sucesso desse profissional. Geralmente, fatores como ambiente mutável e restritivo em termos de recursos
estão no caminho. Digo que o bom administrador precisa ser criativo, bem-humorado e dinâmico, mas também
ético, transparente e capaz de realizar
o que o concorrente não consegue. O
sucesso de uma empresa depende de
um conjunto de fatores, mas só será
possível por meio da gestão, com a
participação de talentos humanos capazes de fornecer respostas difíceis a
curto prazo, tendo como princípio a
experiência, mas sobretudo a relatividade entre a teoria e a prática. B
mercado
entrevista
O “Pelé”
das flores
Reconhecido mundialmente, florista
uberlandense Leo Bione conquista as
Américas e agora almeja voar mais alto
Por Janaína Depiné (Lead)
Q
uando o assunto é flores, Leo Bione é o
nome mais conhecido no Brasil. Afinal, ele
é um dos grandes talentos da nova geração da arte floral brasileira. Morador de
Uberlândia, no Triângulo Mineiro, ele vem
ganhando notoriedade também fora do país.
Bione é membro da Academia Brasileira de Artistas
Florais. Ele começou a carreira em 2000, e desde então
vem acumulando prêmios, como o de campeão da Copa
Sudeste de Arte Floral (2006), da Copa Brasileira de Arte
Floral (2007) e, mais recentemente, campeão das Américas de Arte Floral - título conquistado sob criteriosa
avaliação de uma equipe internacional de juízes e com
o voto popular, o “People’s Choise Award”, promovido
pela empresa Holandesa Dutch Creations. Essa empresa
é também a responsável pela mesma premiação na Copa
do Mundo de Arte Floral, ocorrida no ano passado em
Xangai, China.
Com atuação nacional no mercado de decoração de
festas e eventos, Bione fez estágio na Flórida (EUA) com
a renomada florista americana Deborah De La Flor, de
quem foi assistente no maior congresso de floristas do
mundo, promovido pelo “American Institute Of Floral
Designers”, em Seatle. Numa entrevista exclusiva para a
Revista Mercado, o artista conta como chegou lá e ensina
o “caminho das flores”.
flores tanto para eventos quanto para uso próprio na
decoração de casas, escritórios ou para presentes. Acho
que, em função dessa “juventude” do mercado de profissionais floristas, encontramos por todo o país muitas
situações em que amadores se aventuram e oferecem,
sem qualquer tipo de técnica, serviços e materiais de baixa qualidade. Ainda assim, a demanda pelo serviço está
cada vez mais elevada. E há espaço garantido para profissionais que se preocupam constantemente em oferecer
um serviço exclusivo na elaboração de arranjos florais.
Revista MERCADO - Como começou sua carreira de
florista?
Leo Bione - Comecei na floricultura da família há 15
anos. Logo foi despertada minha paixão pelas flores, pela
criação de arranjos florais e o gosto pela decoração de
ambientes. Durante esse tempo, participei de inúmeros
cursos de arte floral, eventos e feiras do setor, tanto no
Brasil como no exterior. Isso contribuiu para que eu pudesse adquirir conhecimento técnico e desenvolvesse
ainda mais o talento para a criação de arranjos florais.
Hoje me dedico principalmente a composições florais
para festas e à decoração de espaços com criação do
layout completo da ambientação, envolvendo não somente as flores, mas também móveis, lustres, cenografia,
toalhas de mesa e muitos outros detalhes.
Quais talentos um florista precisa ter?
Principalmente a paixão pelas flores! Para ser um bom
florista é importante ter apreço pela arte, pela criação e
inovação, buscando sempre novas formas de composição, seja inspirado pela natureza, pela moda, pela cultura, por peças de design ou através da experimentação.
Como é o mercado de floristas hoje? Há muita
concorrência?
Há sempre espaço para quem oferece um serviço diferenciado. A demanda está cada vez mais elevada, acho
que tendo em vista o aquecimento econômico do país
e a ascensão das classes sociais. O mercado de floristas
brasileiro é bastante jovem, assim como o consumo de
16 | Revista MERCADO | Setembro 2011
Bione e a renomada florista americana,
Deborah De La Flor
Quando você entrou nos concursos?
Entrei na Copa Brasileira de arranjos florais há cinco
anos. Foi quando conquistei o primeiro lugar. Nessa Copa
participei da etapa sudeste, ficando também com o pri-A
Revista MERCADO | Setembro 2011 | 17
mercado
entrevista
meiro lugar competindo com floristas de São Paulo, Minas
Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro. Fiquei sabendo da
competição e, como sempre gostei de desafios, resolvi me
inscrever. Recebi apoio de vários amigos e principalmente
da minha família, que até hoje é a base da minha carreira.
mento em nível local e nacional, a Copa permitiu que se
abrissem diversas portas no exterior para apresentações
de arte floral e participações em eventos de peso em países como Alemanha, Bélgica e México. Ainda há muitos
frutos a colher!
Qual a visão do mercado internacional sobre os
profissionais brasileiros?
Hoje o Brasil adquiriu bastante respeito no mercado
internacional de arte floral. Recebemos constantemente
floristas de diversos países em eventos de arte floral por
todo o país. Além disso, o nosso país tem exportado bastante conhecimento e experiência, já que são muitos os
brasileiros que têm se apresentado em países da Europa,
em diversos da América latina e também nos EUA. Ainda assim, há muito a se caminhar. O importante é que
estamos construindo uma reconhecida identidade floral
própria brasileira.
Qual foi o prêmio?
Um cheque de U$ 2.000 (apesar de que, na preparação para a Copa, meu investimento foi bem superior a
isso) pelo título de campeão das Américas, conquistado
pela avaliação da comissão internacional de juízes. Já
pela votação do voto popular “People Choise Award”, o
prêmio foi uma viagem para a Europa para a realização
de uma apresentação da arte floral brasileira.
Em que conquistar a Copa América mudou a
sua carreira?
Em muita coisa. Para o Brasil foi importante, porque
serviu para projetá-lo no cenário mundial, já que mais de
100 países participaram na votação pela Internet. Pessoalmente, a projeção foi enorme. Além do reconheci-
Quais seus planos para o futuro?
São muitos! Em se tratando de competições de arte
floral, o plano maior é a participação na Copa Mundial de
arte floral daqui a três anos. Será a primeira vez em que o
Brasil irá participar de um evento como esse.
Quais dicas daria para quem quer começar na área?
Tem que amar a profissão, amar as flores e não se incomodar com os “espinhos”. Mantenha a energia em alta
para criar e encantar. B
“Tem que amar
a profissão, amar
as flores e não se
incomodar com
os ‘espinhos”
18 | Revista MERCADO | Setembro 2011
mercado
franchising & negócios
*Carlos Ruben Pinto é administrador de empresas,
consultor de varejo e franquias
[email protected]
www.guiadofranchising.com.br/mds
Ações competitivas
no franchising
“Trabalhamos com o propósito de tonar nossos produtos
obsoletos, antes que nossos concorrentes o façam.”
Bill Gates
Por Carlos Ruben Pinto*
T
odo franqueador sabe
que é preciso - hoje, mais
que nunca - tornar a sua
rede de franquias mais
competitiva como forma
objetiva de produzir o crescimento.
Para isso, terá que coordenar várias
frentes, principalmente o mercado,
os produtos e os serviços, seus recursos humanos internos ou estrutura,
as unidades franqueadas em operação e seus fornecedores.
Como estamos falando de competição, é recomendável agilidade
na prestação de serviços. É importante desenvolver e intensificar campanhas de marketing, criar promoções
nos pontos de vendas, manter os
clientes já conquistados, buscar novos nichos de mercado ou identificar
mercados subexplorados.
nho, é necessário manter a atenção
centrada na qualidade dos produtos
e do atendimento e estar atento ao
nível de satisfação dos clientes, com
o objetivo de cativá-los sempre mais.
A chave está em prestar sempre melhores serviços ao mercado, com um
maior número de valores agregados.
Quanto aos recursos humanos
internos da franquia, deve-se ter um
quadro de apoio bem equilibrado,
incluindo bons supervisores de campo, responsáveis por construir e sustentar os relacionamentos da rede.
É muito importante também o processo de escolha dos franqueados, é
preciso levar em consideração, além
do perfil adequado, a reputação, o
relacionamento, a credibilidade e o
respeito, pontos fundamentais em
uma relação de confiança.
ocupar com a lucratividade de cada
unidade, mantendo o profissionalismo e a maturidade nas relações; sem
isso, os riscos serão sempre maiores.
É essencial trabalhar bem o relacionamento com os fornecedores,
principalmente para administrar as
compras, processos de entregas, faturamento e, principalmente, a redução
das necessidades de capital de giro.
Cabe investir nas negociações levando em conta qualidade, preços e prazos. Conforme o segmento do negócio e com o objetivo de reduzir custos
sem perder a qualidade, deve-se identificar novos fornecedores ou mesmo
considerar substituições de máquinas,
equipamentos e/ou insumos por outros de melhor padrão de qualidade.
É fundamental saber ouvir e interpretar as informações que os fran-
É fundamental saber ouvir e interpretar as informações que os franqueados e seus
clientes (o mercado) fornecem à rede e transformá-las em ações competitivas
Quanto à linha de produtos e
serviços, cabe refletir: deve-se reformular, aperfeiçoando o que já é oferecido, ou lançar novos produtos e
serviços? Pode-se também pensar na
utilização de novas tecnologias e recursos para aumentar a oferta. Como
há fortes concorrências nos preços, é
importante verificar sempre a necessidade de algum ajuste para ser mais
competitivo. Seja qual for o cami20 | Revista MERCADO | Setembro 2011
É bom promover visitas mais frequentes às unidades franqueadas
que estão em operação, fazendo
um acompanhamento constante.
Os manuais da franquia devem ser
atualizados sempre que necessário.
É importante, ainda, oferecer maior
diversidade de treinamentos à rede,
buscando seu aprimoramento, criar e
manter fortes canais de comunicação
com os franqueados, além de se pre-
queados e seus clientes (o mercado)
fornecem à rede e transformá-las em
ações competitivas. O compromisso
de uma franquia é com o valor da
marca, com os clientes, com a sua
consolidação no mercado e, principalmente, com a realização dos
projetos de vida dos franqueados,
que devem ser bem preparados para
trabalhar em parceria, construindo e
consolidando uma marca forte. B
mercado
investimentos & etc.
G
Cheque especial
e cartão de crédito?
Perigo à vista!
Por João Rodrigues Neto
astar é prazeroso!
Certamente, 95 em
cada 100 pessoas fazem
essa afirmação. Sentem
prazer em comprar um
bem, algo de que estão precisando
e/ou desejam muito.
Para satisfazer esses anseios, alguns não pensam duas vezes antes
de utilizar o limite “amigo” do cheque especial, correndo também para
o cartão de crédito.
O cheque especial, em palavras
simples, é um contrato feito entre
um banco e um consumidor, para
que este tenha disponível um crédito
existente vinculado à conta corrente
bancária e que, quando utilizado, no
ato da devolução, acarreta o acréscimo de juros e outros encargos. Para
que cada um possa visualizar o seu
cheque especial, basta olhar no extrato bancário a diferença existente
entre o saldo em conta e o crédito
disponibilizado pelo banco do qual
é correntista.
Já o cartão de crédito é um meio
que possibilita pagamento à vista
ou parcelado de produtos e serviços. Claro que o consumidor deve
obedecer a limites predeterminados, validade do cartão etc. Operacionalmente, o adiantamento que a
financeira faz deve ser com recursos
emprestados de alguma instituição
financeira, pois, por regra do Banco
Central do Brasil, as administradoras
de cartão de crédito não podem emprestar dinheiro.
Não se pode desprezar o fato
de que o cartão de crédito é bom
quando usado conscientemente
para parcelar uma compra que não
pode ser feita à vista pelo agente.
Porém, não se pode cair de maneira
alguma na armadilha do “pagamento mínimo”, pois este faz com que
você pague somente o montante
de juros e encargos, mas a dívida
continua a mesma, sem diminuir
nem mesmo um centavo.
As duas formas acima citadas
são as formas de empréstimo que
cobram as taxas de juros mais altas
do mercado.
Por exemplo, o rendimento anual da poupança está em média 6,5%,
ou seja, para cada R$ 100 investidos,
no final de um ano, o investidor terá
R$ 106,50. Ao invés de investir esse
montante, que se tornará uma dívida no cheque especial no início do
ano, o agente possui uma dívida de
R$ 100 que, no final do ano, será de
R$ 288. (veja o gráfico)
A força que o investimento ou a
dívida possui é dada pela taxa de juros que cada um conta. O certo a fazer
é procurar organizar as finanças pessoais e fazer um bom curso sobre o
assunto, pois temos que utilizar os juros a nosso favor, e não contra nós. B
Comparativo Poupança x Cheque especial
R$ 288,00
Valor inicial
R$ 100,00
Poupança
22 | Revista MERCADO | Setembro 2011
Valor após 1 ano
R$ 106,50
R$ 100,00
Cheque especial
Revista MERCADO | Setembro 2011 | 23
mercado
especial
Foto: Lucas Tiago Rodrigues
Lançamento da Feniub
2011 reuniu empresários
e autoridades no auditório
da Aciub, instituição
realizadora do evento
Feira evidencia Uberlândia
como capital da logística
Aciub realiza a Feniub 2011, que neste ano terá como tema central
a logística; expectativa é que o evento renda 30% de negócios
a mais que no ano passado
Por Lucas Barbosa / Evaldo Pighini
A
posição geográfica de
Uberlândia no território
brasileiro a consolida
como capital nacional
da logística. Entre muitos argumentos que justificam esse
título, a cidade está localizada no
centro de uma região que concentra
cerca de 80 milhões de consumidores, que representam 58% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Além
disso, é eixo de ligação direta entre
cinco dos maiores polos econômicos
do Brasil: São Paulo, Rio de Janeiro,
Belo Horizonte, Goiânia e Brasília.
Por causa disso, a logística foi es-
24 | Revista MERCADO | Setembro 2011
colhida para ser o tema da Feniub
2011, feira de negócios realizada
pela Associação Comercial e Industrial de Uberlândia (Aciub) há mais
de 40 anos.
Segundo definição do Council
of Supply Chain Management Professionals: “Logística é a parte do
Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento que planeja, implementa
e controla o fluxo e armazenamento
eficiente e econômico de matérias-primas, materiais semiacabados e
produtos acabados, bem como as
informações a eles relativas, desde
o ponto de origem até o ponto de
consumo, com o propósito de atender às exigências dos clientes”. Há
de se considerar ainda que, ao longo
do tempo, a logística vem evoluindo,
passando de ações isoladas a ações
sinérgicas, ou seja, à logística integrada e, atualmente, a supply chain
management (ao gerenciamento da
cadeia de suprimentos).
Nesse contexto, Uberlândia é referência no país, destacando-se ainda
como o mais importante centro de
distribuição de mercadorias, por isso o
rótulo de capital nacional da logística
e também a acertada escolha da Aciub
ao definir o tema da Feniub 2011.
Localização privilegiada, entroncamento de importantes rodovias - BRs 050, 365 e 452, por exemplo e a presença dos maiores atacadistas do país e de um entreposto da Zona Franca de Manaus, entre
outros diferenciais, conferem a Uberlândia o título de capital nacional da logística
Justificativas são muitas
Segundo dados da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo, a cidade possui atualmente 1.189 comércios atacadistas.
Nessa lista estão inclusos os cinco
maiores atacadistas do país: Martins,
Arcom, Peixoto, União e Aliança. Juntas, essas empresas mantêm uma
frota de cerca de três mil caminhões
e carretas, geram mais de 10 mil empregos diretos e indiretos e abastecem mais de 700 mil clientes espalhados por todo o Brasil. Somente esse
setor rende ao município mais de R$
1,5 milhão por mês em impostos.
Mas esse não é o único fator que
torna Uberlândia uma referência em logística. A cidade abriga desde março de
2010 o Entreposto da Zona Franca de
Manaus, estrutura que funciona como
armazém para recebimento e estocagem de produtos industrializados na
Zona Franca de Manaus e que depois
são distribuídos para os principais centros comerciais e industriais do Brasil. A
Revista MERCADO | Setembro 2011 | 25
mercado
especial
Foto: Daniel Nunes
tes e trincheiras, dentre outras obras.
Essas melhorias, associadas à localização estratégica e a uma boa infraestrutura, têm atraído constantemente
novos investimentos para o município,
como o Shopping Uberlândia, investimento de mais de R$ 100 milhões
que será entregue no próximo ano, e
o hipermercado da rede Walmart, que
deve ficar pronto até o fim deste ano.
Todas essas obras em andamento geram novos empregos e, consequentemente, aquecem a economia local.
Prova disso é que o Produto Interno
Bruto (PIB), que é a soma do que foi
produzido na cidade, dobrou nos últimos dez anos. O PIB per capita - que é
O secretário municipal de
Desenvolvimento Econômico
e Turismo, Paulo Sérgio
Ferreira, ressalta que
Uberlândia possui uma
localização estratégica
privilegiada, com malha viária
composta por cinco rodovias
que conectam a cidade com
os principais centros do país
a renda anual por pessoa - é de R$ 23
mil, o 4º maior do estado, o 7º do interior do Brasil e o 27º entre todas as
cidades brasileiras.
Uma das razões para esse crescimento é justamente a chegada de
novas empresas. Somente neste ano
já foram criadas na cidade mais de 1,3
mil empresas, segundo levantamento
feito pela Junta Comercial do Estado
de Minas Gerais (Jucemg).
“Uberlândia possui uma localização estratégica privilegiada, com
malha viária composta por cinco rodovias que conectam a cidade com
os principais centros do país. Além
disso, é sede do maior centro atacadista-distribuidor da América Latina,
é responsável pela distribuição de
diversos produtos para todas as regiões do Brasil, além de ser a primeira
cidade mineira a abrigar um entreposto da Zona Franca de Manaus. Por
tudo isso, naturalmente, Uberlândia
tornou-se polo de excelência no setor
de logística, o que é extremamente importante para a economia e o
desenvolvimento da cidade e da região”, disse o secretário municipal de
Desenvolvimento Econômico e Turismo, Paulo Sérgio Ferreira.
Durante muitos anos, a Feira foi
realizada no Pavilhão Industrial da
entidade, inaugurado no início da
década dos anos 1960, e recebeu
empresários como o falecido Roberto Marinho, dono da Rede Globo,
além de figuras políticas de todas as
esferas em nível municipal, estadual
e federal. No espaço cultural anexo
ao pavilhão, eram realizados diversos shows que recebiam milhares
de pessoas.
contrapartida, o evento ganhou no
retorno que proporciona ao mercado e às empresas participantes.
Este ano, a Feniub abordará o
tema logística. A feira será realizada
este entre os dias 4 e 7 de outubro,
no Castelli Master. De acordo com o
presidente da Aciub, Rogério Nery
de Siqueira Silva, a Feniub Logística
2011 deve possibilitar um volume
de negócios até 30% maior em relação à edição do ano passado, isso
A Feniub Logística 2011
deve possibilitar um volume
de negócios até 30% maior
em relação à edição do ano
passado, isso em função
do tema escolhido, diz o
presidente da Aciub, Rogério
Nery de Siqueira Silva
Plataforma de Valor do Brasil Central
E, para consolidar de vez a cidade
como a capital nacional da logística,
tema da Feniub deste ano, a prefeitura, juntamente com o Serviço de
Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a Associação Comercial
e Industrial de Uberlândia (Aciub) e
a Fundação de Apoio ao Desenvolvimento Empresarial (Fade), realiza o
Projeto Plataforma de Valor do Brasil Central. Através desse programa,
estão sendo desenvolvidas diversas
ações para fomentar melhorias na
infraestrutura e em tudo o que diz
respeito a transporte e distribuição
de mercadorias no município.
Uma das ações da Plataforma de
Valor do Brasil Central é a reivindicação do terminal aéreo de cargas, cuja
construção deve começar em 2013.
O processo de licitação para a escolha da empresa responsável pela
construção do complexo será aberto
no início do próximo ano. Esse ter-
minal terá aproximadamente quatro
mil metros quadrados, será construído em uma área próxima ao atual
aeroporto, na zona leste da cidade,
e terá capacidade para comportar
9,5 mil toneladas de cargas até 2015.
A estrutura terá condições de receber importação, exportação e carga
doméstica nacional e internacional,
além de cargas frigoríficas e perigosas. O investimento será de aproximadamente R$ 150 milhões.
Feniub Logística 2011, o lugar certo para grandes negócios
Na década de 1960, Uberlândia
dava os primeiros sinais de um progresso acelerado. Foi justamente naquela época que a Aciub aprofundou
relações com a população, através da
26 | Revista MERCADO | Setembro 2011
Feira Nacional da Indústria de Uberlândia, a Feniub, cuja primeira edição
aconteceu em 1969, lançada no dia
17 de julho pelo engenheiro e empresário Luiz Alberto Garcia. Prestigia-
ram o evento figuras ilustres, como
o ministro de Estado da Casa Civil da
Presidência da República, Rondon Pacheco, entre outras autoridades federais, estaduais e municipais.
Foto: Arquivo
Além desses fatores, a economia
do segundo maior município do Estado - 604.013 habitantes - tem passado
por transformações nos últimos anos.
A prefeitura, em parceria com os governos estadual e federal, tem feito diversos investimentos na cidade, como
a construção de casas populares, a recuperação e ampliação da malha rodoviária, a construção de viadutos, pon-
Sob um novo conceito, a Feira mudou e agora virou puramente de
negócios, a exemplo do que aconteceu em 2010, quando o tema
central foi “Franquias e Negócios”
Hoje, com perspectivas arrojadas, a Aciub, além de oferecer diversificados produtos e serviços para os
seus associados, mudou o formato
da Feira, agora direcionada à geração de negócios. O aproveitamento dos potenciais e a capacitação
profissional por meio de palestras e
rodadas de negócios substituíram
os shows artísticos. Mesmo sendo
aberta à população, o público da
Feira ficou limitado a empresários e
a outros profissionais interessados
dos vários setores participantes. Se
antes eram dezenas de milhares,
hoje o público está mais seleto. Em
em função do tema escolhido. No
local, haverá uma área reservada
para estandes de empresas de setores diversos que tenham interesse
em divulgar seus produtos ou serviços para o público e gerar negócios
na Feira.
O evento terá várias novidades
dentro de sua programação, a começar pelo lançamento da Movimenta - Feira Internacional de Logística,
prevista para acontecer bienalmente
a partir do próximo ano. Na programação deste ano, além de palestras e
rodadas de negócios, outra novidade
será a Arena Empresarial, um espaço
planejado para empresas ofertarem
seus produtos e serviços para clientes
e convidados.
A Feira vai reunir toda a cadeia
logística, como representantes dos
setores de armazenagem e de rastreamento, bancos, seguradoras,
fabricantes de pneus, de baús e outros itens utilizados no transporte
de mercadorias, além de concessionárias. Já confirmaram presença
este ano: Prefeitura de Uberlândia,
Petrobras, Braspress, Banco do Brasil, Plastflex, Torneadora Galvão, TV
Integração, Baterias Moura, Palefix,
Totvs, Mecalux, Total Service, Settrim, Sebrae, Amcham, Sest Senat,
Fade, NTLI, Sankhya, Mil Implementos, Conex, CTR, Toutatis, Zatix,
Valysys, MM Logística, Travas Arad,
Faculdade do Trabalho, Grupo Cielo, Ophos, Eurominas, Conel Construtora, Compucenter, Unimed, Scânia, Grupo Saga, Vale Card, além de
outras empresas. A
Revista MERCADO | Setembro 2011 | 27
mercado
especial
O gerente da Escandinávia Veículos, Alessandro Fagundes Pereira:
“A Feniub Logística, com certeza, proporcionará uma maior
interação entre os transportadores e demais empresários do setor
de logística de Uberlândia e região”
Os expositores apostam na Feira
como um centro de geração de negócios que represente, consequentemente, um incremento nas vendas. Para as empresas do setor de
logística de Uberlândia, essa é uma
oportunidade de acesso a novidades em serviços e tecnologia bem
como um caminho para estabelecer
contato com possíveis fornecedores
e potenciais clientes. A avaliação é
do gerente da Escandinávia Veículos (representante da marca Scânia), Alessandro Fagundes Pereira:
“Esta será uma grande oportunidade
para estreitarmos relacionamentos
e gerar negócios. A Feniub Logística, com certeza, proporcionará uma
maior interação entre os transportadores e demais empresários do
setor de logística de Uberlândia e
região. Este será um momento para
conhecermos novidades e adquirirmos conhecimento, além, é claro, de
ser um momento para apresentar o
potencial de Uberlândia com relação
ao setor de transportes e logística.”
28 | Revista MERCADO | Setembro 2011
A expectativa da comissão organizadora do evento é que mais de
três mil pessoas/dia passem pela Feira, o que também deve proporcionar a movimentação de um grande
volume de transações comerciais.
Para o analista de negócios do Sebrae Uberlândia, Fabiano Alves, a
Feira é uma grande oportunidade
para o setor de transportes. “A Feinub será uma grande oportunidade,
pois colocará o segmento logístico
em destaque para o restante do país,
reforçando ainda mais o potencial
e a vocação de Uberlândia, além de
propor a troca de informações, conhecimento e experiências e gerar
negócios”, disse.
Segundo Fabiano Alves, o Sebrae
Uberlândia tem uma grande expectativa com relação à Feniub 2011.
“Esta é uma das melhores e maiores
feiras nacionais e que traz este ano
a logística como tema principal, proporcionando a troca de experiências, conhecimento e informações,
o acesso a novos fornecedores, par-
ceiros e clientes, além da ampliação
da rede de contatos e de oportunidades”, afirmou.
Ainda de acordo com o analista de
negócios, o Sebrae acredita que a Feira
é uma ferramenta para alavancar negócios. “Este evento cria um ambiente
propício para a geração de negócios
com stands, rodadas de negócio proporcionando benchmark e ampliação
do network, além do acesso a novas
informações, conhecimento e tecnologia. Por isso, eu recomendo que as
empresas do segmento logístico em
geral participem da Feniub, pois os
participantes terão grandes oportunidades de adquirirem conhecimento,
trocarem experiências, ampliarem sua
rede de relacionamentos e fazerem
bons negócios”, disse.
Os empresários interessados em
participar da Feniub 2011 devem entrar em contato com a empresa Viva
Marketing através do telefone (34)
3222-6992 ou pelo e-mail:
[email protected] B
Fabiano Alves, analista
de negócios do
Sebrae Uberlândia:
“Este evento cria um
ambiente propício para
a geração de negócios
com stands, rodadas de
negócio proporcionando
benchmark e ampliação
do network
mercado
economia
tes, é exatamente o que está ocorrendo. Temos que aplaudir essa
iniciativa com o estímulo à nossa
secretária de Desenvolvimento Econômico, Dorothea Werneck, para
que as empresas brasileiras aqui se
firmem. Tenho certeza de que teremos doravante somente boas notícias, sempre auspiciosas”, afirmou.
“Quando o projeto entrar
em operação, substituirá
a enorme quantidade de
produtos importados, de
fertilizantes subordinada à
comercialização brasileira
Foto: Wellington Pedro/Imprensa MG
”
O presidente da Vale, Murilo Ferreira, e o governador Anastasia durante a assinatura do protocolo
de intenções no Palácio da Liberdade
Vale investirá R$ 3,8 bilhões
no Triângulo Mineiro
O governador Antonio Anastasia e a Vale Fertilizantes assinam protocolo
para investimentos de R$ 3,8 bilhões nos municípios de Uberaba e
Patrocínio; projetos vão gerar 1,5 mil empregos diretos e 4,7 mil indiretos
Por Evaldo Pighini com Agência Estado
O
governador Antonio
Anastasia e o presidente da Vale, Murilo
Ferreira,
assinaram,
neste mês, protocolo
de intenções que trata de novos investimentos da Vale Fertilizantes no
Estado. Os projetos somam R$ 3,8
bilhões, sendo que R$ 3,6 bilhões se30 | Revista MERCADO | Setembro 2011
rão destinados à construção de um
complexo de mineração no Distrito
de Salitre, em Patrocínio (Alto Paranaíba), onde a empresa detém o
direito de exploração de uma jazida
de fosfato. O insumo é fundamental
para a produção de fertilizantes. Esse
projeto vai gerar 1,5 mil empregos
diretos e 4,5 mil empregos indiretos.
Anastasia destacou a importância do projeto para Minas Gerais, uma
vez que vai permitir a diminuição das
importações, agregando valor aos
produtos mineiros no próprio Estado. “Esse investimento é fundamental para a fronteira agrícola da região
do Triângulo e do Noroeste do Estado. Dizem que o mundo, no futuro,
Em Patrocínio, a Vale irá direcionar a maior parte do valor a
ser investido, R$ 3,6 bilhões, na construção de um complexo
de mineração, que em funcionamento irá gerar 1,5 mil
empregos diretos
ainda demandará energia, carvão e
gás, mas o fundamental será água
e comida. E, felizmente, nós temos
em abundância recursos hídricos e
ao mesmo tempo uma capacidade
protéica extremamente relevante, que permitirão Minas Gerais e o
Brasil como um todo servam como
celeiro. O Brasil ocupará ainda com
mais destaque as questões de proteínas nos próximos anos”, destacou.
Durante a solenidade, o governador e o presidente da Vale também assinaram aditivo ao protocolo
de intenções da Vale Fertilizantes
em Uberaba, que vai representar o
acréscimo de R$ 190,8 milhões aos
investimentos previstos anteriormente, totalizando R$ 462 milhões.
O protocolo foi assinado em 2008,
quando a Vale adquiriu a Fosfértil,
que passou a ser chamada Vale Fertilizantes. A expansão da Vale em
Uberaba propiciará a criação de 92
empregos diretos e 280 indiretos.
O projeto de Uberaba prevê
a ampliação das plantas de ácido
fosfórico, ácido sulfúrico e produtos fosfatados de alta concentração. O investimento permitirá,
ainda, aumentar em 5,3 MW a autogeração de energia elétrica no
complexo industrial, significando a
autossuficiência do investimento.
“Quero parabenizar a Vale por
essa iniciativa tão louvável em aprimorar a nossa matéria-prima in
natura e fazer aquilo que é a nossa
obsessão e que já disse tantas vezes num mantra repetitivo: Minas
Gerais precisa agregar valor a seus
produtos. No caso da Fertilizan-
O presidente da Vale, Murilo
Ferreira, destacou a importância
dos projetos para a produção de alimentos. “Quando o projeto entrar
em operação, substituirá a enorme
quantidade de produtos importados, de fertilizantes subordinada à
comercialização brasileira. Isso vai
reduzir substancialmente a dependência de produtos importados do
setor de fertilizantes. Isso, especialmente nesse momento de incerteza
em todo o mundo, significa mais
empregos para toda a cadeia da
agricultura brasileira, tão eficiente,
notavelmente eficiente. Significa
mais alimentos, traz dignidade à
pessoa humana e mais desenvolvimento para nossa querida Minas
Gerais e para o Brasil”, disse.
Investimentos
Em março de 2010, a Vale assinou protocolo de intenções com
o Governo do Estado para investimentos de R$ 9,4 bilhões em Minas
Gerais, com a criação de 2.210 empregos diretos. Este ano, a empresa
reviu o montante de investimento
previsto, ampliando-o em R$ 17,6
bilhões. A Vale pretende investir R$
27 bilhões em 13 projetos a serem
executados até 2017. Desse total,
R$ 500 milhões já foram executados. Com isso, serão gerados 3.105
empregos diretos até 2015. B
Revista MERCADO | Setembro 2011 | 31
mercado
capa
Uberlândia está
no mapa dos eventos
de negócios
As viagens de negócios geram milhões de empregos e renda em
vários países e também no Brasil; e a principal cidade do Triângulo
Mineiro e segunda de Minas Gerais se constitui em um dos principais
destinos para a realização de eventos dos mais diversos segmentos
Por Margareth Castro
32 | Revista MERCADO | Setembro 2011
Eventos de negócios: Uberlândia recebeu, só no primeiro semestre
deste ano, perto de 80 mil turistas, a grande maioria participantes de
congressos e feiras, entre outros eventos, com foco em negócios
Tavares explica que para os eventos serem considerados internacionais é preciso que haja participação
de congressistas e palestrantes de
outros países. Dois eventos se destacaram no primeiro semestre em termos de público. O primeiro foi o Colóquio da Sociedade Latino-Americana
de Economia Política e Pensamento
Crítico, que aconteceu em junho, e
o segundo foi o Grand Prix Caixa de
Atletismo, realizado em maio.
Para os próximos anos, já estão
agendados o Congresso Ibero-Americano de Mulheres, em 2012, e a Con-
ferência Mundial de Pesca Recreativa,
em 2014. Em novembro deste ano
acontecem os Jogos Pan-Americanos
de Surdos, que terão atividades na
Vila Olímpica do Sesi e nas estruturas da Prefeitura, como Sabiazinho e
Uberlândia Tênis Clube (UTC).
Outro evento de destaque no primeiro semestre foi o 33º Congresso
Brasileiro de Ciência do Solo, que foi
realizado em agosto e reuniu quase três mil participantes na cidade.
“Neste ano, 40% das participações em
eventos são de fora, de outras cidades, regiões e estados”, disse Tavares.
Expectativas: número de eventos deverá superar 2010
Foto: Divulgação
Vista área de um dos
grandes catalisadores de
eventos de negócios para
Uberlândia, o complexo do
Center Convention: detalhes
do terraço, um espaço para
realização de feiras ao ar
livre; do salão coberto,
que tem capacidade para
receber até 4 mil pessoas;
e das torres dos dois hotéis,
uma - o Plaza Shopping - já
em funcionamento e a outra
em construção. Abaixo, e ao
lado de toda essa estrutura,
funciona o Center Shopping,
um dos maiores e mais
modernos do interior do país
A
s viagens de negócios
são responsáveis por
um terço do crescimento do comércio mundial, segundo pesquisa
recente realizada pelo World Travel
& Tourism Council (WTTC) - fórum
global para líderes de negócios na
indústria de viagens e turismo. A movimentação com viagens de negócios
gerou milhões de empregos, principalmente nos Estados Unidos, Reino
Unido, Alemanha, China e Brasil.
De acordo com o executivo de
Captação de Eventos do Uberlândia Convention & Visitors Bureau
(UC&VB), Basileu Tavares, como
destino de negócios, o Brasil vem se
destacando devido ao seu desenvolvimento industrial, sendo que Uberlândia, a maior cidade do Triângulo
Mineiro e a segunda do estado de
Minas Gerais, tem se tornado uma
das principais referências nacionais
quando o assunto é o turismo de negócios e eventos. Segundo Basileu,
na cidade, todos os anos são realizados centenas de eventos. “Uberlândia não é conhecida pelo turismo de
lazer, mas, sim, pelo seu desenvolvimento econômico. Essa vantagem é
utilizada por nós para a captação de
alguns eventos”, disse Tavares.
No primeiro semestre deste ano,
Uberlândia recebeu mais de 76 mil
turistas. Só em pernoites foram gerados quase R$ 4 milhões, contra R$ 3
milhões no mesmo período do ano
passado. De janeiro a junho foram
realizados 101 eventos, sendo dois
estaduais, três internacionais, 51 locais, 17 nacionais e 28 regionais. Em
seis meses, o número já era só 13,6%
menor que todo o ano de 2010,
quando aconteceram 117 eventos.
Basileu Tavares, executivo do
UC&VB, diz que a expectativa para
este ano é que os números de eventos de negócios sejam superiores aos
do ano passado, quando foram realizados 213 eventos. Para este ano,
205 eventos já estão confirmados,
mas espera-se chegar a 300, mesmo
índice alcançado em 2008. “Em 2008
tivemos grandes eventos na cidade,
o que não ocorreu em 2009 devido
aos casos de gripe suína. O ano passado foi um período de reestruturação e, para este ano, acreditamos em
melhores negócios”, avaliou.
Para conseguir atingir a meta, o
UC&VB conta com o apoio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento
Econômico e Turismo e também de
outros agentes, que ajudam a prospectar novos eventos, divulgando
Uberlândia no cenário nacional por
meio de investimentos em infraestrutura, logística e economia. A
Revista MERCADO | Setembro 2011 | 33
mercado
Foto: Divulgação
capa
Segundo o executivo de
captação de eventos do
Uberlândia Convention &
Visitors Bureau (UC&VB),
Basileu Tavares, uma das
características que fazem
Uberlândia ser conhecida no
setor de turismo de negócios
é a sua localização, que facilita
o acesso dos visitantes, aliada
a uma estrutura pronta para
sediar eventos
“Uberlândia é conhecida no
setor de turismo de negócios por
ter um acesso facilitado”, ressaltou
Tavares, completando que o aeroporto local tem voos para várias
cidades e os espaços para eventos
têm excelentes estruturas. Ainda de
acordo com ele, a hotelaria é boa,
com preços atrativos, e os fornecedores e prestadores de serviços oferecem serviços de qualidade, com
reconhecimento nacional.
Segundo Tavares, na fase de captação de um evento é feita uma visita de inspeção e, depois de se fechar
negócio, uma comitiva vem para
avaliar a infraestrutura da cidade.
“Já chegamos a ganhar um evento
depois de tê-lo perdido. A comitiva
avaliou durante uma visita à cidade
escolhida que ela não tinha infraestrutura e logística adequadas para
comportar o evento e decidiu realizá-lo em Uberlândia”, contou.
34 | Revista MERCADO | Setembro 2011
Economia
De acordo com Tavares, o turismo de negócios ajuda a movimentar a economia da cidade, atuando diretamente em setores como
transporte, alimentação, hotelaria
e serviços, e também indiretamente, como nos setores de saúde.
“Percebe-se que hoje o congressista
ou empresário que participa de um
evento não fica mais só no hotel,
mas circula pela cidade, vai ao supermercado, farmácia”, disse.
A prova de que o turismo de negócios e eventos interfere na economia de uma cidade é a pesquisa
da World Travel & Tourism Council
(WTTC), que apontou que se as viagens de negócios fossem reduzidas
em 25% por dois anos consecutivos,
o Produto Interno Bruto (PIB) mundial seria 5% menor. Isso significaria
30 milhões a menos de empregos
do que o previsto, uma perda média de 1% do emprego global num
período de cinco anos.
Referências locais
CDL dispõe de espaço
com cerca de 500 lugares
A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Uberlândia é uma das
mantenedoras do Uberlândia Convention & Visitors Bureau (UC&VB) e
ajuda a divulgar a cidade no cenário
nacional para prospectar eventos.
Para o presidente da entidade, Celso Vilela, o turismo de negócios em
Uberlândia é uma realidade, embora a cidade esteja caminhando
para o amadurecimento no setor.
“Divulgamos as potencialidades de
Uberlândia nas feiras e eventos de
que participamos fora também para
prospectar negócios para as nossas
instalações”, disse.
A CDL Uberlândia inaugurou em
2007, durante as comemorações dos
30 anos da entidade, o CDL Convenções & Eventos, um espaço com capacidade para 450 lugares no modelo
anfiteatro e até mil em sistema foyer.
Além disso, o espaço oferece uma
sala de apoio com até 70 lugares.
Celso Vilela, presidente
da CDL: “Divulgamos as
potencialidades de Uberlândia
nas feiras e eventos de que
participamos fora também
para prospectar negócios para
as nossas instalações”
De acordo com Celso Vilela, a
UC&VB e os demais agentes fazem
um bom trabalho para captar eventos para Uberlândia, mas ainda falta
empenho. Segundo ele, a cidade
está cotada para ser subsede da
Copa de 2014, mas não houve um
movimento intenso no sentido de
mostrar que o município está pronto. “A cidade tem estrutura para receber eventos. Estive em Orlando
em uma visita de negócios, cidade
cujo palco é a Disney, e pude perceber que através do Convention
é possível captar grandes eventos,
pois ele agrega todos os representantes”, disse Celso Vilela. A
Agenda CDL Convenções &
Eventos
Outubro
Encontro de Vendas e Coquetel
Bradesco
Sétimo Festival de Cordas (Nathan
Schwartzman)
Curso de Memorização
Novembro
II Congresso Internacional de
Odontologia (UFU)
Conferência de Jovens e Líderes
Semana Global do
Empreendedorismo
Premiação Tupperware
Obs: Há mais eventos em negociação
mercado
capa
Carro chefe
Center Convention destaca
Uberlândia na rota dos
grandes eventos
O Center Convention Uberlândia,
inaugurado em 31 de outubro de
2000, dispõe de uma estrutura considerada das mais modernas do país,
por onde já passaram eventos do Brasil e do exterior, o que contribuiu para
que a cidade fosse classificada pela
Embratur como destino para eventos.
O diretor do complexo Center
Shopping, Eli Schettini, diz que o
turismo de negócios e eventos em
Uberlândia registrou crescimento ao
longo dos últimos três anos, mas que
a expectativa é que em 2011 haja um
incremento de 20% em comparação
com o ano passado. A previsão é baseada na confiança do grupo neste
mercado. “Estamos colhendo resultados importantes”, ressaltou.
Prova disso é que o complexo
está com um investimento de aproximadamente R$ 80 milhões para a
construção de mais duas torres, sendo uma hoteleira e a outra executiva.
“Estamos em um processo de expansão desde outubro do ano passado,
quando inauguramos a ampliação do
Center Shopping e entregamos uma
área de 12 mil metros quadrados para
eventos de grande porte”, explicou
Schettini. A área mensurada pelo diretor inclui um espaço aberto e elevado, complementado por um belo
paisagismo, onde o organizador do
evento poderá montar quase todos
os tipos de estruturas e expor máquinas e equipamentos de maior porte.
Com a inauguração da torre
hoteleira, prevista para o segundo
semestre de 2012, a capacidade irá
duplicar, passando de 150 apartamentos para 300. Já a torre executiva
terá em torno de 13 mil metros quadrados e oferecerá locação de salas
O diretor do complexo Center Shopping, Eli Schettini, diz que estão
sendo investidos R$ 80 milhões na construção de mais duas torres
para melhorar e aumentar a capacidade da estrutura do complexo
- na foto, ele aparece na área externa e elevada do complexo,
que serve de apoio para eventos que demandam a exposição de
máquinas e equipamentos. Ao fundo, aparece o Plaza Shopping
Hotel e uma das torres em construção
36 | Revista MERCADO | Setembro 2011
para entidades corporativas e escritórios de grandes empresas.
Agenda Center Convention
Outubro
Fórum Internacional de Pecuaristas
Encontro Anual de Etologia
Feira da Saúde e Atividade Física
do Triângulo
Festival de Cordas Nathan
Schawartzman
Novembro
Convenção Unicred
Encontro de Negócios do Brasil
Central
Fórum de Moda com Ideias
Estrutura
O Center Convention ocupa uma
área total de aproximadamente 16
mil metros quadrados e tem capacidade de reunir até quatro mil pessoas em um único evento ou até oito
mil em eventos simultâneos com a
formação de diversos ambientes.
A versatilidade é possível graças ao
sistema de espaços moduláveis, com
divisórias acústicas que podem ser
removidas em poucos minutos, permitindo montagens diferentes de
acordo com cada evento.
O empreendimento conta ainda
com um moderno sistema de isolamento acústico e térmico. Além disso,
o Center Convention tem uma avançada estrutura de apoio, com uma cozinha industrial de 500 metros quadrados de área construída e capacidade
de preparar até quatro mil refeições
simultâneas. E há ainda o heliporto.
Reconhecimento - A realização
de tantos eventos aliada ao recebimento de vários empresários e visitantes possivelmente foi um dos
fatores que contribuíram para que o
Plaza Shoppping Hotel, que serve de
suporte ao complexo, fosse escolhido pelo Guia Quatro Rodas como o
melhor hotel de eventos do Brasil de
2011. A premiação que reconheceu
os melhores estabelecimentos do
ano aconteceu no dia 26 de setembro, em São Paulo. A
mercado
Foto: Reprodução
capa
O San Diego Suítes Uberlândia, com suas 165 suítes, é uma
referência para os visitantes que chegam à cidade por conta de
algum evento ou negócio
Hotelaria
Hotéis inovam para manter
ocupação média
Por ser uma cidade voltada para o
turismo de negócios, a rede hoteleira
de Uberlândia tem inovado para manter a mesma taxa de ocupação da semana também aos sábados e domingos.
38 | Revista MERCADO | Setembro 2011
Além de promoções no preço da diária,
há ainda hotéis que fazem pacotes especiais nos fins de semana. Segundo Eli
Schettini, diretor do Complexo Center
Shopping, os pacotes ajudam a manter
a ocupação dos hotéis, mas o mais importante é manter um calendário único
de eventos na cidade para que não haja
problemas de estrutura. “O desafio é fazer uma agenda”, disse.
Atualmente, Uberlândia tem 47
hotéis, com 4.593 leitos. De acordo
com o Uberlândia Convention & Visitors Bureau (UC&VB), em 2010 foram
gerados mais de 94,2 mil pernoites em
função de eventos realizados na cidade, somando um valor de aproximadamente R$ 10,5 milhões. A expectativa
é que os índices sejam maiores neste
ano, já que a rede hoteleira tem registrado crescimento na taxa de ocupação nos fins de semana devido a eventos que se estendem ou começam no
fim de semana. “Neste ano já percebemos uma mudança, um crescimento
na ocupação hoteleira nos meses de
janeiro e fevereiro, considerados fracos pelo setor da cidade em função
dos períodos de festas e férias”, contou
Basileu Tavares, executivo do UC&VB.
Confira, a seguir, a relação geral
de eventos programados para Uberlândia apenas para o mês de outubro,
o que serve de parâmetro para confirmar que a cidade se transformou
mesmo numa referência nacional em
eventos e turismo de negócios. Porém, ainda existem dezenas de eventos já confirmados até o fim do ano e
também para os próximos dois anos,
como exemplo, o Simpósio das Unimeds de Minas Gerais (SUEMG), em
2012, e o Congresso Ibero-Americano
de Mulheres Empresárias, em 2013.
Números de Uberlândia
originados via
Convention & Visitors Bureau
UC&VB
Pernoites gerados por eventos no 1º
semestre de 2011 = R$ 3.879.720,52
Pernoites gerados por eventos no 1º
semestre de 2010 = R$ 3.096.504,00
Eventos do 1º semestre de 2011
divididos por abrangência: Estadual
= 2; Internacional = 3 Local = 51;
Nacional = 17; Regional = 28
Eventos realizados no 1º semestre
de 2011 = 101
Eventos realizados no 1º semestre
de 2010 = 117
Eventos captados em 2010 para
realização entre 2010 a 2013 = 15
Eventos captados no 1º semestre
de 2011, para realização entre 2011
a 2014 = 11
Calendário de Eventos | Outubro de 2011
Uberlândia Convention & Visitors Bureau UC&VB
Evento
Categoria
Abrangência
01
Técnico-Científico
Local
Conferência de Estudos em Engenharia Elétrica
03 a 07
Técnico-Científico
Local
Workshop Construção Civil e Desenvolvimento
03 a 05
Técnico-Científico
Local
Feira Nacional da Indústria de Uberlândia - FENIUB
04 a 07
Empresarial
Nacional
Forum Internacional de Pecuaristas
05 e 06
Técnico-Científico
Internacional
I Fórum Internacional sobre Prática Docente Universitária
05 a 07
Técnico-Científico
Nacional
VII Seminário de Racismo e Educação
05 a 08
Técnico-Científico
Regional
Triângulo Music
07 e 08
Cultural
Regional
I Encontro: Escravidão e Liberdade e Perspectivas
Contemporâneas
07 a 09
Técnico-Científico
Local
XXIX Encontro Anual de Etologia
08 a 12
Técnico-Científico
Nacional
Congresso Brasileiro de Comportamento Animal
08 a 12
Técnico-Científico
Nacional
Encontro Anual de Etologia
09 a 12
Biologia
Nacional
Feira da Saúde e Atividade Física do Triângulo
10 a 12
Técnico-Científico
Regional
Semana da Nutrição
13 a 15
Técnico-Científico
Local
16
Técnico-Científico
Regional
Semana da Pedagogia
17 a 21
Técnico-Científico
Local
Semana da Geografia
17 a 21
Técnico-Científico
Local
II Feira Universitária do Livro
17 a 21
Comercial
Regional
X Semana de Ciências Sociais
18 a 22
Técnico Científico
Local
Semana de Iniciação Científica
18 a 27
Técnico-Científico
Local
20
Técnico-Científico
Nacional
Esportivo
Estadual
Encontro do UaiJug - Grupo de Usuários Java
Festival de Cordas Nathan Schwartzman
ENGEP - Encontro de Gestores Públicos
Jogos SESI Fase Estadual 2011
Data
20 a 22
Semana Anátomo-Clínico
21
Técnico-Científico
Local
Seminário de Direitos Humanos e Transição Política
24
Técnico-Científico
Local
2º Workshop sobre Tecnologia de Fertilizantes
26
Técnico-Científico
Regional
Cultural
Regional
Desportivo
Internacional
Técnico-Científico
Nacional B
23ª Festival de Dança do Triângulo
"II Congresso Paraolímpico Brasileiro e
I Congresso Paradesportivo Internacional"
Encontro CASA - Simpósio para Educadores
27 a 02/11
27 a 29
(previsto)
Revista MERCADO | Setembro 2011 | 39
mercado
investimentos
O governador Antonio Anastasia com o presidente da BP Brasil, Mario Lindenhayn; e, mais ao fundo, a
secretária de Desenvolvimento Econômico, Dorothea Werneck; o secretário de Ciência e Tecnologia, Narcio
Rodrigues; e o prefeito de Tupaciguara, Alexandre Berquó; durante a reunião que oficializou a implantação da
usina da British Petroleum em Tupaciguara
Gerais (Indi-MG), Maurício Cecílio, a
BP Brasil investiu mundialmente R$
2 bilhões em pesquisas de sustentabilidade. “Para Tupaciguara, foi
feito um estudo para a chegada ao
município da empresa, que pretende minimizar o impacto social e ambiental na região”, afirmou o diretor
do Indi-MG.
Com a capacidade de moagem
de 5 milhões de toneladas de cana
por ano, a usina irá produzir, além
de açúcar e etanol, também energia
elétrica a partir da queima do bagaço da cana. Para o prefeito de Tupaciguara, Alexandre Berquó, esse
investimento da BP Brasil deverá
dobrar o orçamento do município, a
partir de 2017, que hoje está em torno de R$ 35 milhões por ano. “Essa
arrecadação, que virá alguns anos
depois do início das atividades da
usina, será muito importante para
nós, aliada à geração de emprego e
renda”, ratificou.
BP Brasil anuncia usina
de 1,1 bi em Tupaciguara
A nova usina de álcool e açúcar deve gerar 2,4 mil empregos diretos
e cerca de 6 mil indiretos; expectativa é de que esteja em pleno
funcionamento até 2015
Da Redação
A
British Petroleum no
Brasil (BP Brasil) anunciou a decisão de construir em Tupaciguara,
no Triângulo Mineiro,
uma nova usina de açúcar e álcool
num investimento que vai custar R$
1,14 bilhão. O comunicado foi feito
no final de agosto, durante reunião
relizada no Palácio Tiradentes, em
Belo Horizonte, sede do governo
de Minas Gerais. Estavam presentes, além do governador Antonio
Augusto Anastasia; a secretária de
40 | Revista MERCADO | Setembro 2011
Estado de Desenvolvimento Econômico, Dorotéa Wernec; e de Ciência,
Tecnologia e Ensino Superior, Narcio
Rodrigues; o prefeito de Tupaciguara, Alexandre Berquó; e o diretor da
BP Brasil, Mario Lindenhayn. Conforme anunciado, assim que estiver
em pleno funcionamento, em 2015,
a usina terá capacidade para processar 5 milhões de toneladas de cana
por ano e gerar aproximadamente
2,4 mil empregos diretos e cerca de
6 mil indiretos.
Segundo informações, o assunto
da construção dessa destilaria pela
BP Brasil estava sendo “guardado a
sete chaves”, mas com o fim das negociações entre a BP e o Governo de
Minas, foi possível oficializar a decisão. Essa será a primeira usina sucroalcooleira construída pela British
no país, que adquiriu, também, unidades do Grupo CNAA em Ituiutaba, Campina Verde e Itumbiara-GO,
visando a expandir suas atividades
no Triângulo Mineiro. Segundo informou o diretor do Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas
O prefeito de Tupaciguara,
Alexandre Berquó, destaca
a injeção orçamentária
que se dará no caixa do
município e a geração de
milhares de empregos com a
implantação da usina da BP
Brasil na sua região
Segundo Berquó, a opção da British Petroleum por Tupaciguara para
sediar o que ele classifica de megausina não foi por acaso, mas fruto de
meses de estudos logísticos e por
causa de Tupaciguara ter se credenciado junto ao Governo de Minas
como cidade estratégica em Energias Renováveis, Polo Aeroespacial
e Complexo Aeronáutico. “Temos a
localização privilegiada, a vontade
de realizar, as condições técnicas e,
acima de tudo, relacionamento político”, justificou o prefeito para então
destacar a participação do secretário
estadual de Ciência, Tecnologia e
Ensino Superior, Narcio Rodrigues,
e do deputado estadual Zé Maia.
“O Narcio e o Zé Maia têm feito por
Tupaciguara o que ninguém fez nos
quase 100 anos de nossa cidade”,
observou.
Anúncio em Tupaciguara
No dia seguinte à reunião no Palácio Tiradentes, em Belo Horizonte, foi
a vez de o prefeito Alexandre Berquó
comunicar oficialmente a construção
da usina de BP Brasil à população de
sua cidade. A reunião aconteceu no
auditório da Prefeitura e contou com
a presença de mais de 500 pessoas,
além de políticos, representantes de
classe e empresários. Também se fizeram presentes o secretário Nárcio
Rodrigues, o deputado Zé Maia e o
diretor do Indi-MG, Mauricio Cecílio.
Mais uma vez, Mauricio Cecílio
destacou que o investimento da British Petroleum vai proporcionar 500
empregos diretos apenas na área industrial, “e todos empregos de qualidade”, reitera o diretor do Indi-MG,
que foi quem conduziu durante meses toda a negociação.
Por sua vez, o secretário Narcio
Rodrigues não escondia a satisfação
pela conquista do investimento para
Tupaciguara. Para tanto, se ateve a
destacar os números do investimento. “A melhor explicação para a importância dessa megausina é citar seus
números: R$ 1.14 bilhão de investimentos, o equivalente a 33 vezes o orçamento anual de Tupaciguara; 2.400
empregos diretos, sendo que, destes,
500 apenas no setor industrial; e uma
capacidade de moagem de 5 milhões
de toneladas”, enfatizou.
Narcio destacou ainda o empenho do Governador Antonio Anastasia, explicando que ações políticas e
administrativas como esta da BP Brasil em Tupaciguara têm o objetivo de
valorizar as cidades pequenas, o que
tem sido feito em todas as regiões
de Minas. Para finalizar, ele concluiu
mencionando outras conquistas
para o município, como o Centro de
Energias Renováveis, numa parceria
com o Instituto Federal do Triângulo
Mineiro, com foco em energia eólica
(ventos); o Polo Aeroespacial, parceria entre o Governo de Minas e o Instituto de Estudos Avançados (IEAv) do
Ministério da Aeronáutica; e o com-
O diretor do Indi-MG, Maurício
Cecílio, foi o condutor das
negociações com a
BP Brasil para a instalação
da usina sucroalcooleira
em Tupaciguara
plexo aeronáutico, parceria entre a
Universidade Federal de Uberlândia,
o Governo de Minas e a empresa Axis
Aerospace, que vai fabricar em base
instalada em Tupaciguara o avião
Tupã, dentre outros projetos. B
Revista MERCADO | Setembro 2011 | 41
mercado
Mesmo em alta, consórcio
ainda é visto com receio
Vendas de consórcios disparam em 2011, mas ainda há preconceito
por parte dos consumidores; especialista defende a modalidade
Por Eduardo Sanches
C
omprar um automóvel
financiado pode custar
em torno de 28% mais
caro do que pelo sistema
de consórcio. Isso significa, por exemplo, que, num prazo de
cinco anos, o cliente pode economi42 | Revista MERCADO | Setembro 2011
zar em torno de R$ 14 mil se comprar um carro com preço de R$ 31
mil pelo consórcio, em comparação
com os custos que teria no financiamento tradicional.
Essa conta simples e direta
vem alavancando enormemente
as vendas de cotas de consórcios,
especialmente na área automotiva,
neste ano. De acordo com dados
oficiais da Associação Brasileira de
Administradoras de Consórcios
(Abac), somente as vendas de cotas
de consórcios de veículos leves (au-
tomóveis, utilitários e caminhonetes) atingiram a marca de 484.100
cotas entre janeiro e julho, o que
representa uma alta de 57,2% sobre
o mesmo período do ano passado.
Apesar desses números positivos, ainda há preconceito por parte
dos consumidores, o que impede
um crescimento ainda mais acelerado do segmento. “Muita gente
ainda não está fazendo a conta ou
ainda não entende como funciona
essa modalidade de compra. Na
ponta do lápis, o consórcio é muito
mais vantajoso do que um financiamento. O consórcio representa uma
compra racional, planejada”, afirma
Laércio Geronasso, diretor do Consórcio Tradição (www.consorciotradicao.com.br), o consórcio oficial do
Grupo Effa (que representa as marcas Effa e Lifan no Brasil), que tem
atuação expressiva também no se-
tor de motocicletas.
As vantagens do sistema de
consórcio sobre os tradicionais financiamentos são cada vez mais
claras para quem faz as contas. No
caso do automóvel Lifan 320, por
exemplo, cujo preço sugerido é de
R$ 30.980, as prestações mensais
são de R$ 827,69 num plano de financiamento com taxas de juros de
1,7% ao mês (um índice médio cobrado atualmente pelas financeiras
que atuam no setor), sem entrada e
com prazo de 60 meses. No consórcio, com o mesmo prazo, a prestação cai para R$ 619,01.
“Essa diferença, ao final dos cinco
anos, representará para o cliente um
custo extra de R$ 14.235,94. Ou seja:
o financiamento fica 27,8% mais caro
neste exemplo”, explica Laércio Geronasso. O raciocínio vale para carros
e motos de qualquer marca. B
Foto: Divulgação
mercado
“Muita gente ainda não está
fazendo a conta ou ainda não
entende como funciona essa
modalidade de compra. Na
ponta do lápis, o consórcio é
muito mais vantajoso do que
um financiamento
mercado
saúde
O raio X de um problema: no detalhe, os sisos inferiores estão totalmente tortos e pressionando
os demais dentes vizinhos
O sorriso perfeito vai
depender dos cuidados
dispensados ao dente siso
Um problema chamado siso
Odontologista explica os cuidados que se deve ter com o dente siso,
e faz uma relação entre o seu nascimento e o tratamento ortodôntico
Por Alitéia Milagre
O
terceiro molar, mais
conhecido como dente do siso, é o último a
nascer e também o que
provoca mais temor.
Esse dente nasce geralmente entre
os 15 e 19 anos de idade, sendo dois
na arcada superior e dois na inferior
- bem no final das fileiras -, porém,
em algumas pessoas, podem nascer
apenas três, dois, um e, nas mais sortudas, nenhum, conforme explica o
odontologista Plínio Antônio de Moraes. Assim, é comum encontrar pessoas que não possuam esses dentes,
enquanto em outras eles até existem, mas não nascem por falta de espaço na arcada dentária para seu posicionamento, ou por encontrarem
como obstáculo o dente vizinho. Já
em certos casos, o siso não nasce por
44 | Revista MERCADO | Setembro 2011
não conseguir vencer a resistência
oferecida pelo osso e pela gengiva
que o envolve. Enfim, cada caso é
um caso, mas, para certas pessoas,
os dentes do siso podem acarretar
sérios problemas à saúde da boca e
do corpo, além de afetar negativamente a estética do rosto quando o
seu mau posicionamento acaba deslocando os dentes vizinhos e deformando a linha do sorriso.
O odontologista Plínio de Moraes explica que a falta do siso, também chamada de agenesia, pode ser
hereditária. Em outros casos, acontece o que se chama de regressão atávica, que nada mais é do que a acomodação do organismo à falta de
mastigação num determinado local,
o que leva a pessoa a ter regressão
ou menos dentes na arcada.
O pequeno Vinícius Tadine
com a mãe, Adriana Rezende.
Ela já sabe que o tratamento
ortodôntico de seu filho não
será perdido por causa do siso
Além de temido, o nascimento
dos dentes sisos causa muitas dúvidas
na cabeça dos pais, principalmente
quando os filhos precisam usar aparelho ortodôntico mais cedo. Esse é
justamente o questionamento da mãe
de Vinicius Tadine, de seis anos. “Já vi
muitas crianças com a mesma idade do
meu filho usando aparelho ortodôntico, por isso sei que quando os dentes
sisos dele nascerem, não corro o risco
de perder todo o investimento que farei agora com o aparelho ortodôntico”,
avalia a advogada Adriana Rezende.
De acordo com Plínio, o tratamento com o aparelho ortodôntico
tem que começar mesmo cedo, pois
é muito mais fácil fazer a previsão
do crescimento pelas radiografias e
verificar o tamanho dos dentes que
irão nascer para poder providenciar
o aumento ou a diminuição de espaço. “É difícil o siso dar problema, porque quando se coloca o aparelho,
a sua força de erupção é em torno
de 30 graus, e como a do aparelho
é maior, o dente não terá condição
de fazer nenhuma modificação. E
também é feita uma previsão se ele
terá condição de erupcionar”, explica. Caso a posição não seja favorável, é pedida a extração no final da
correção. Por isso, mesmo depois de
tirar o aparelho, é preciso fazer as
revisões com o ortodontista, periodicamente, para poder acompanhar
a estabilidade do tratamento. “O
que pode mudar a posição dos dentes são hábitos que a pessoa tem e
não consegue eliminar, nestes casos,
De acordo com o
odontologista Plínio de
Moraes, é difícil o siso
ocasionar algum tipo de
problema ao tratamento
ortodôntico
tem que usar contenção toda a vida.
Se ao começar o tratamento, os dentes estiverem erupcionados e forem
atrapalhar o processo, devem ser removidos”, completa.
Ainda segundo o odontologista,
outro agravante é que se a erupção do siso for parcial, pode ocorrer gengivite, irritação local e, consequentemente, muita dor. Nesse
caso, também é indicada a extração
ou a eliminação da parte inflamada
(ulotomia). De qualquer forma, ele
afirma que tudo vai depender de os
quatro dentes estarem bem posicionados, pois, se for necessário movimentar o segundo molar com o aparelho ortodôntico, pode ser preciso
extrair o terceiro molar (siso) para
que ele não dê problema depois.
“Hoje os tratamentos são precisos
e modernos. Os sisos não são ameaça para os ortodontistas. Quando
o paciente faz retorno constante ao
ortodontista competente, tudo já
deve ter sido planejado, inclusive a
necessidade de extrações. Muitas
vezes, as pessoas tiram o aparelho e
demoram a voltar, ou não usam corretamente o aparelho de contenção
que se usa no final da correção, que
seria como o gesso em uma fratura.
O que acontece se você tirar o gesso antes da hora? Aí está o grande
erro”, conclui Plínio de Moraes. B
Revista MERCADO | Setembro 2011 | 45
mercado
saúde
Laptite: um mal do século XXI
O uso inadequado dos laptops pode trazer riscos à saúde
Por Margareth Castro
A
s vendas de computadores portáteis cresceram mais de dez vezes
em quatro anos, de
2006 a 2010. No ano
passado, foram vendidos 7,15 milhões de notebooks contra 6,85 milhões de desktops, segundo a Associação Brasileira da Indústria Elétrica
e Eletrônica (Abinee). Para este ano,
espera-se um crescimento superior
a 30% sobre o volume de 2010. Se
as previsões se confirmarem, o Brasil será o terceiro maior mercado de
notebooks do mundo - atrás apenas
de China e Estados Unidos.
Mas as facilidades que essas máquinas oferecem, como mobilidade e
portabilidade, trazem embutido um
preço para a nossa saúde. Como se já
não bastassem as tendinites, bursites,
amigdalites, sinusites e tantas outras
“ites”, há ainda uma nova “ite” atingindo a população mundial: a laptite.
46 | Revista MERCADO | Setembro 2011
O termo não está relacionado a uma
reação inflamatória, mas ao uso excessivo de laptops em substituição
aos computadores tradicionais.
A disposição espacial
do laptop acentua as
deformidades posturais
e traz danos às articulações
dos membros superiores
Pesquisas recentes revelam que
os computadores convencionais estão sendo substituídos pelos laptops
no uso doméstico. E em algumas
empresas, também ocorre essa mudança com a justificativa de facilitar a
vida dos funcionários e aumentar sua
autonomia. Mas deve-se ter cuidado
e atenção com sequelas que determinados hábitos da vida moderna
podem representar para o corpo.
A disposição espacial do laptop
acentua as deformidades posturais e
traz danos às articulações dos membros superiores. Segundo o médico
ortopedista e traumatologista de
Uberlândia, Vicente Carlos Franco
Macedo, o uso constante e inadequado dos laptops pode causar pro-
blemas ortopédicos variados, como,
por exemplo, hérnia de disco cervical, bursites, tendinites em ombros e
cotovelos e a silenciosa síndrome do
túnel do carpo.
Por causa de sua mobilidade e
portabilidade, os laptops costumam
ser usados pelas pessoas na cama e
em sofás. Para não abrir mão da praticidade e preservar a saúde, é importante observar alguns critérios.
“O uso do equipamento nessas condições deve ser por pouco tempo,
por causa da postura sempre danosa
à oxigenação muscular nesses períodos”, disse Vicente Macedo.
Segundo o médico ortopedista, a
forma de evitar problemas à saúde é
fazer uma atividade de fortalecimen-
to muscular pelo menos três vezes
por semana. “Isso evita que a longo
prazo ocorra um envelhecimento precoce dos tecidos ortopédicos, como
músculos, tendões e bursas”, explicou. Outra recomendação importante
é fazer intervalos durante o uso prolongado de laptops, para que haja
uma oxigenação dos tecidos. Também se deve fazer o alongamento
do tronco e músculos posteriores de
joelhos, facilitando e melhorando o
braço de alavanca durante o trabalho
(veja arte). B
O ortopedista Vicente
Macedo alerta que o uso do
laptop em camas e sofás, por
exemplo, deve ser por pouco
tempo
Revista MERCADO | Setembro 2011 | 47
mercado
comportamento
Brasil tem 4.856crianças
à espera de adoção
declararam aceitar somente crianças da raça negra. Afirmaram aceitar
somente crianças brancas 10.173
dos adotantes; e somente crianças da raça parda, 1.537. Aqueles
que se manifestaram indiferentes à
raça somam apenas 9.137. Os pretendentes também deixaram claro
o desinteresse em adotar crianças
com irmãos. “Trata-se de preferência que temos que trabalhar para
mostrar aos pretendentes que tal
perfil não significa maior efetividade do vínculo que se irá estabelecer
com a adoção. Já sentimos melhora, mas muito ainda deverá ser feito
por todos que devem garantir os direitos das crianças e adolescentes”,
declara o juiz Lupianhes Neto.
Por Evaldo Pighini com Agência
O
número de crianças
aptas a serem adotadas chega a 4.856 em
todo o Brasil. É o que
mostra o último balanço do Cadastro Nacional de Adoção (CNA) - do Conselho Nacional
de Justiça (CNJ). O cadastro foi criado pelo Conselho em abril de 2008
para concentrar informações de
todos os tribunais de justiça do país
referentes ao número de pretendentes e crianças disponíveis para
encontrar uma nova família, bem
como para acompanhar este tipo
de procedimento judicial nas varas
da infância e juventude espalhadas
pelo Brasil. As informações, dessa
forma, auxiliam os juízes na condução dos procedimentos de adoção.
Os dados são de agosto e mostram um leve crescimento na quantidade de crianças que precisam de
um novo lar, já que levantamento
de julho apontou 4.760 crianças disponíveis para a adoção naquele mês.
O número de pretendentes também
apresentou leve aumento, segundo o
cadastro: passou de 27.264 cadastrados em julho para 27.478 em agosto.
Política pública - Para a corregedora nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, o cadastro é importante porque contribui para o
desenvolvimento de uma política
pública “inigualável”, que permite
a adoção. De acordo ainda com os
dados das crianças e adolescentes
aptas para adoção, 2.133 são do
sexo feminino e 2.723 pertencem
ao sexo masculino. O estado que
mais concentra crianças e jovens é
São Paulo, com 1.288 do total. Na
sequência, estão o Rio Grande do
Sul (792), Minas Gerais (573), Paraná
(501) e Rio de Janeiro (369).
48 | Revista MERCADO | Setembro 2011
A ministra Eliana Calmon,
corregedora nacional de
Justiça, destaca a importância
do Cadastro Nacional
de Adoção, que facilita
o processo
Das crianças e adolescentes inscritas no CNA, 3.749 têm irmãos e,
desses, 112 têm um irmão gêmeo.
Quanto à raça, a maioria é parda
(2.230). Em seguida, estão as crianças e adolescentes de cor branca
(1.656), negra (907), amarela (35) e
os indígena (28). Para o juiz auxiliar
da Corregedoria, Nicolau Lupianhes
Neto, o CNA representa ótima ferramenta para os operadores da área
do Direito da Infância e Juventude.
“Contribui para que os melhores
interesses das crianças e adolescentes sejam efetivados e garantidos. O
aumento do número de crianças e
de pretendentes vem mostrar que o
cadastro está se fortalecendo dia a
dia e sendo utilizado, como sempre
deve ser, com mais frequência pelos Juízes e demais operadores na
área”, afirma o juiz auxiliar.
Pretendentes - Conforme as
informações do cadastro do CNJ, o
perfil exigido pelos pretendentes
continua a ser o grande entrave
para a adoção das crianças. Dos interessados em adotar, apenas 585
O juiz auxiliar da Corregedoria,
Nicolau Lupianhes Neto, diz
que o cadastro do CNJ foi um
avanço, mas admite que ainda
há muito para ser feito a fim
de garantir os direitos das
crianças e dos adolescentes
De acordo com o CNA, 22.702
inscritos manifestaram o desejo por
apenas uma criança. O número de
interessados em adotar até duas
crianças cai para 4.461. Quanto ao
perfil dos pretendentes, 6.704 têm
filhos biológicos e outros 2.702 possuem filhos adotivos. A maior parte
tem entre 41 a 51 anos de idade
(10.654 do total). Também, de acordo com o CNA, a maior parte dos
interessados tem renda de três a
cinco salários mínimos (6.583).
Realidade em
Uberlândia não
é diferente
Em Uberlândia, há mais de 200
crianças e adolescentes morando
em abrigos, dos quais aproximadamente 50 estão prontos para serem
adotados, sendo que, desse total,
35 fazem parte da lista da Comissão Estadual Judiciária de Adoção
(Ceja) para a adoção internacional.
Em contrapartida, no município há
pouco mais de 100 pessoas inscritas
e aptas para a adoção, porém, como
acontece em nível nacional, os interessados em adotar também têm
lá suas exigências: “40% deles esperam uma criança recém-nascida de
cor branca”, explicou a comissária
da Infância e da Juventude de Uberlândia, Vera de Oliveira Tavares, durante o II Encontro de Adoção da comarca de Uberlândia, realizado em
junho deste ano.
Esse encontro é, na verdade um
curso, que reuniu cerca de 50 casais no salão do Tribunal do Júri do
Fórum Abelardo Penna, abordou
aspectos jurídicos, sociais e psicológicos da adoção, entre outros assuntos relativos à questão. A participação nesse curso é pré-requisito
legal para que um interessado seja
considerado apto para o processo
de adoção. “Muitos questionam
se estão preparados e querem saber mais sobre a adoção tardia. No
curso, falamos também sobre os
mitos que envolvem esse assunto.
Alguns casais, depois do evento,
mudam o perfil da criança desejada”, informou Vera Tavares, a detalhar que as principais dúvidas dos
participantes estão relacionadas ao
Cadastro Nacional da Adoção e à
idade das crianças. B
Revista MERCADO | Setembro 2011 | 49
mercado
marketing
Passado e futuro
Apesar de um design que remete ao passado, em termos de tecnologia, os produtos da linha retrô da
Brastemp foram desenvolvidos pensando no futuro, com funcionalida-
O ressurgimento da Granado
Marcas e design retrô ganham
os consumidores
Coca-Cola, Brastemp, Nestlé, Devassa, Mabel e Granado
apostam na tendência para se popularizar
Do Mundo Marketing
O
50 | Revista MERCADO | Setembro 2011
sua essência.
Uma coisa é certa: o retrô veio
para ficar. Enquanto o mundo evolui
tecnologicamente, o futuro e o passado caminham lado a lado. Exemplo disso é a Brastemp, que em 2007
ganhou uma linha de produtos com
design retrô, composta por frigobar
em três cores: vermelho, azul e amarelo. Em 2009, foi a vez da marca da
Whirlpool testar um protótipo de
refrigerador na Casa Cor São Paulo
e, finalmente, no início deste ano, a
linha ganhou mais dois produtos, o
A diferenciação é trabalhada
também nas ações promocionais.
De olho no trade, a Whirlpool fez
uma parceria com a Fast Shop, que
vende os itens com exclusividade,
e criou vitrines especiais, além de
treinar vendedores e promotoras
para atender os consumidores e
oferecer informações de forma
adequada. O lançamento da linha
também contou com outra parceria ilustre, em janeiro deste ano, no
show da cantora Amy Winehouse,
em São Paulo, quando os convidados do camarote puderam conhecer os três produtos.
A gerente de Marketing da Brastemp, Mariana Rhormens: “Já
em 2009 entendíamos o vintage como tendência e não como
modismo. A Whirlpool foca muito em processos para ter produtos
inovadores, que hoje respondem por 25% do faturamento”
Empresas estão resgatando o passado e relançando produtos com
cara de ontem: na foto, detalhes de eletrodomésticos para cozinha da
Whirlpool, dona da marca Brastemp, que dão um toque todo especial
ao ambiente
lhe ao seu redor e não
será preciso muito
tempo para perceber
que o retrô invadiu
o mercado. Desde a
moda até a decoração, passando por
produtos de consumo, o mundo está
saudosista. Se, por um lado, marcas
como Coca-Cola, Nestlé, Brastemp e
Mabel apostam em relançamentos e
colocam nos pontos de venda edições especiais, por outro, empresas
como Granado, Phebo e Devassa
mantêm o passado e a tradição em
des que focam em inovação, como
garantir mais economia de energia e
de tempo. O fogão, por exemplo, tem
um queimador grande para acelerar
o processo de preparo dos alimentos.
Unindo o design à funcionalidade, a Brastemp conseguiu criar
verdadeiros objetos de desejo e decoração, fazendo, inclusive, com que
o produto saia da cozinha e ganhe
destaque em outros ambientes da
casa. Não é à toa. Com preços que
variam entre R$ 999 e R$ 7.999, os
eletrodomésticos da marca têm um
posicionamento premium e são produzidos em menor escala.
refrigerador e o fogão, nos modelos
Preto Tremendão, Amarelo Supimpa
e Vermelho Brasa Mora.
“Já em 2009 entendíamos o vintage como tendência e não como
modismo. Os consumidores estão
resgatando bons momentos do passado. A Whirlpool foca muito em
processos para ter produtos inovadores, que hoje respondem por 25%
do faturamento”, explica Mariana
Rhormens, gerente de Marketing da
Brastemp, em entrevista ao Mundo
do Marketing.
A ligação dos consumidores
com épocas passadas é também
uma oportunidade para as marcas
que carregam a tradição no seu
DNA. A Granado, fundada em 1870,
resolveu apostar em sua história
para se diferenciar das outras empresas de cosméticos.
“Há seis anos, quando estávamos avaliando para onde queríamos ir com a marca, vimos que o
diferencial da Granado era a tradição e a qualidade dos produtos.
A qualidade estava lá, mas a tradição não era vista. Então fomos aos
nossos arquivos e começamos a
pesquisar todas as embalagens antigas. Mudamos o logo, escrevemos
‘pharmacia’ com PH e refizemos a
loja do centro (da cidade do Rio de
Janeiro), que acabou virando uma
loja conceito”, conta Sissi Freeman,
diretora de Marketing da Granado,
em entrevista ao portal.
O sucesso da repaginação foi
tanto que, até o fim de 2011, a empresa pretende contar com 10 pontos de venda sob o mesmo modelo.
A aquisição da marca Phebo, em
2004, colaborou para agregar mais
valor e tradição a Granado. Hoje,
dos quatro produtos mais vendidos
pela empresa, três são os mais antigos: o Polvilho, criado em 1903, e
que vende um milhão de unidades
mensais, o Sabonete de Glicerina
Granado, de 1915, e o Sabonete
Odor de Rosas da Phebo, de 1930,
que contabiliza 50 milhões de unidades vendidas ao ano. A
A Granado foi buscar nos primeiros anos do século passado a
cara das embalagens antigas; como resultado, as vendas saltaram
para a casa de milhões de unidades e, hoje, dos quatro produtos
mais vendidos pela empresa, três são os mais antigos
Revista MERCADO | Setembro 2011 | 51
mercado
marketing
Marcas revivem tradições
A Granado também conta com
uma linha vintage, exclusiva para
a venda nas lojas físicas, com sabonetes em embalagens especiais. Os
produtos são a prova de que o retrô
é uma tendência e representam de
20% a 30% do faturamento dos pontos de venda.
“O vintage é uma tendência,
uma mudança de comportamento devido a um fator externo. No
mundo em que vivemos, atingimos um colapso de tecnologia, informação e estímulo. A ‘temporalização’ faz muito sentido, é a busca
pelo que é seguro. O passado remete a coisas que já conhecemos”,
explica Paulo Al-Assal, diretor geral
da Voltage, em entrevista ao Mun-
do do Marketing.
A garantia de que o saudosismo
não é uma moda passageira é o surgimento de marcas que já nascem
com uma cara retrô. Em 2003, quando a Devassa iniciou sua história, a
ideia era lançar uma bebida “cult”,
“descontraída”, com o slogan: “um
tesão de cerveja”. Para acompanhar
o conceito, o símbolo escolhido para
representar a marca foi uma pin-up,
modelo que faz referência à cultura
pop e foi sucesso, principalmente,
durante as décadas de 1940 e 1950.
A cerveja Devassa já nasceu com cara retrô, ou seja, o símbolo
escolhido para representar a marca é uma pin-up, modelo de
sucesso nas décadas de 1940 e 1950
Empresas reeditam embalagens clássicas
A Nestlé também aderiu
à onda retrô e reeditou os
rótulos de Leite Moça das
décadas de 1930 e 1980
Uma iniciativa recente da Devassa para resgatar o passado foi
o lançamento dos Bailes Devassa,
durante o Carnaval deste ano no
Rio de Janeiro. A ideia era reviver o
glamour dos bailes de gala da capital carioca, costume que se perdeu
com o passar do tempo. O sucesso
foi tanto que a Devassa renovou o
contrato de naming right com os
realizadores do evento para garantir que o projeto continue até 2015.
A onda retrô também trouxe de
volta velhos conhecidos dos consumidores. No fim de 2009, a Nestlé
52 | Revista MERCADO | Setembro 2011
reeditou os rótulos de Leite Moça
de 1937, 1946, 1957, 1970 e 1983
em embalagens em edição limitada. Assim como a Nestlé, no Brasil e
no mundo, os consumidores viram
ressurgir embalagens clássicas nos
últimos anos, como as das marcas
do ketchup Heinz e da Coca-Cola.
Em julho deste ano, foi a vez
da brasileira Mabel presentear os
consumidores com um gostinho
do passado. A empresa relançou
as rosquinhas de coco em uma embalagem que reproduz o modelo
utilizado em 1975. Com exceção do
logotipo atual e de uma alteração
no texto de um dos personagens, o
design é exatamente o mesmo que
o utilizado há quase três décadas.
“A rosquinha Mabel acompanhou gerações. Olhando nosso histórico de embalagens, vimos que
aquela remetia a um momento feliz
da vida dos consumidores, por isso
resolvemos relançá-la. Inovação
também é saber reinventar aquilo
que foi bom. E quem acaba ganhando com isso é o cliente”, conta Stanley Colombo, gerente de Marketing
da Mabel, em entrevista ao portal. B
A Mabel também quis
presentear os consumidores
com um gostinho do passado,
relançando as rosquinhas de
coco em uma embalagem
que reproduz o modelo
utilizado em 1975
mercado
gastronomia
As 7 Maravilhas
Alheira de Mirandela
Trás-os-Montes e Alto Douro
Mirandela
A Alheira de Mirandela é a
linguiça regional mais consumida e conhecida no país. Pode
ser apreciada como prato principal ou dentro de cozidos, caldos
e feijões. É uma ótima entrada
assada na brasa ou frita em um
pouco de azeite.
Queijo Serra da Estrela
Beira Litoral / Beira Interior
Serra da Estrela
Bom apetite!!
As sete maravilhas da
gastronomia portuguesa
Da Redação
O
s portugueses promoveram uma votação,
no mínimo, deliciosa.
Dentre os pratos tradicionais da culinária
local, foram eleitas as 7 Maravilhas
da Gastronomia® de Portugal, representando, cada uma, uma região do país. A participação foi
54 | Revista MERCADO | Setembro 2011
impressionante: foram registrados
899.069 votos, de sete de maio a
sete de setembro.
O processo seletivo começou em
fevereiro, quando a organização do
pleito abriu fase para as candidaturas. Depois, um grupo de especialistas escolheu 70 pré-finalistas, que
foram reduzidos a 21 pratos por
personalidades do país, entre chefs, políticos, publicitários, críticos
gastronômicos etc. Coube ao povo
português dar o veredito através do
site www.7maravilhas.pt, Facebook,
telefone e SMS. Confira a seguir cada
uma dessas iguarias. Que tal incluí-las na sua lista para provar na próxima viagem a Portugal?
A Alheira de Mirandela é a
linguiça regional mais consumida e conhecida no país. Pode
ser apreciada como prato principal ou dentro de cozidos, caldos
e feijões. É uma ótima entrada
assada na brasa ou frita em um
pouco de azeite. A
mercado
gastronomia
Caldo verde
Entre Douro e Minho
De origem minhota, mas adotado por todas as regiões, o caldo
tem como ingredientes couve-galega, batata, azeite, alho, cebola,
água, chouriço e sal, sendo preparado em um tradicional pote de
ferro com a ajuda de uma colher
de pau, até estar pronto para ser
servido nas famosas tigelas de barro portuguesas.
Arroz de marisco
Estremadura e Ribatejo
Praia de Viera
Marinha Grande
O arroz de marisco, da Praia de
Vieira de Leiria, é um prato muito conhecido. Diferencia-se dos
restantes por ser servido diretamente do fogo, em um tacho de
barro ainda fervendo. A lagosta,
os camarões grandes e as amêijoas (moluscos) conferem-lhe um
sabor único do mar, sendo muito
bem acompanhados com pimentão, coentro e arroz carolino (típico português). A
mercado
gastronomia
Sardinha assada
Lisboa e Setúbal
Setúbal
Em 15 de janeiro de 2010, a sardinha portuguesa, com destaque
para a pescada em Setúbal, foi o primeiro pescado na Península Ibérica
e na União Europeia a obter o rótulo
azul com a certificação de sustentabilidade e boa gestão dos recursos
piscatórios MSC (“Marine Stewardship Council”). Não só seu sabor,
mas a forma de preparo também é
essencial para manter a fama deste
prato. A maneira como as sardinhas
são colocadas (com as barrigas para
dentro) para assar em fogo brando
faz desta iguaria o orgulho gastronômico da região. Para melhor saborear a sardinha, esta deverá ser
comida em cima do pão, o qual poderá ser tostado nas brasas. A
mercado
gastronomia
Leitão da Bairrada
Beira Litoral
Bairrada
Desde o tempo dos romanos
que o leitão assado é conhecido.
São confeccionados aproximadamente três mil leitões por dia na região, e o leitão assado é servido em
dezenas de restaurantes e preparado por centenas de “assadores” nas
suas casas, trazendo a Bairrada milhares de apreciadores desta iguaria durante todo o ano.
É temperado com banha de
porco, sal, alho e pimenta. É no forno bairradino aquecido com lenha
que o leitão vai assar lentamente por cerca de 2 horas, espetado
numa vara. A sua qualidade deve-se
à escolha das raças, como a Bisara
(raça original e preferencial) e os
vários cruzamentos de raças atualmente existentes. Deve ser cortado
em pequenos pedaços, sem que
sejam sobrepostos, servido em travessas com a pele sempre virada
para cima e acompanhado por pequenas batatas cozidas com a casca, laranja e salada. O leitão assado
é um produto gastronômico reconhecido pela Entidade Regional de
Turismo Centro de Portugal. A
mercado
gastronomia
Pastel de Belém
Lisboa e Setúbal
Lisboa
Item que não podia faltar na
lista é certamente o doce mais conhecido dentro e fora de Portugal.
Sua receita teria sido criada por
monges do Mosteiro dos Jerónimos, em Belém. Em 1837 iniciou-se
a fabricação dos “Pastéis de Belém”,
segundo a antiga “receita secreta”,
oriunda do convento, a qual é exclusivamente conhecida por três
mestres confeiteiros que os fabricam artesanalmente na “Oficina do
Segredo”. Essa receita mantém-se
igual até aos dias de hoje. No ano
passado, a casa vendeu 7,3 milhões
de unidades. B
mercado
veículos
Cruze já está nas
revendas Chevrolet
Sedã possui duas versões de acabamento e motor 1.8 Ecotec; modelo
chega para substituir o Vectra, devendo custar entre 65 mil e 78 mil
reais, e disputar mercado com o Honda Civic, o Toyota Corolla
e o Hyundai Elantra
Da Redação
C
om a dura missão de
substituir o bom e famoso Vectra, chega ao
mercado brasileiro neste
mês o Chevrolet Cruze,
uma reinterpretação do sedã tradicional, já seguindo a atual linguagem de design global do fabricante que marca a nova trajetória de
General Motors Company. O Cruze
redefine o design, o conforto, a sofisticação e a qualidade, aliando o
estilo compacto a um amplo espaço interno. Entre outras propostas,
o carro apresenta novo motor 1.8
Ecotec 16 V flex de 140 cv a gasolina ou 144 cv com etanol e câmbio
de seis marchas manual e automático sequencial. Traz ainda freios a
disco com ABS, direção eletroprogressiva, ar-condicionado digital,
64 | Revista MERCADO | Setembro 2011
comandos elétricos de retrovisores, portas e vidros e regulagem
dos faróis.
O Cruze chega ao Brasil bem referendado, ostentando o título de
carro mais vendido dos EUA em junho. Suas funcionalidades são muito
eficientes, além das melhorias do
sistema já utilizado no Vectra, como,
por exemplo, um novo motor mais
moderno da família Ecotec de 1.8
litros de 16 válvulas e 140 cv, conforme já citado. Também em termos de
design, ele é bem mais atual que seu
antecessor, o Vectra: adota a grade
que é dividida em duas partes e traz
o símbolo da GM bem destacado. O
interior agrada pela qualidade do
acabamento, e não há peças mal encaixadas nem parafusos expostos na
cabine. No quesito segurança, traz
uma diferença de sete centímetros a
mais de largura em relação ao Vectra. Isso faz com que tenha mais estabilidade nas curvas, além de mais
conforto interno e das malas (com
capacidade para 436 litros).
Opções - São duas versões. A LT
traz computador de bordo, controlador de velocidade, volante funcional, rádio CD player com MP3 e Bluetooth. A top, LTZ, acrescenta partida
por botão, tela de LCD de sete polegadas com sistema multimídia com
navegação por GPS e informações
complementares, como ar-condicionado, seis airbags (frontais, laterais e
de cortina), retrovisores com rebatimento e sensores crepuscular e de
estacionamento. Ainda tem controles eletrônicos de tração, estabilidade e auxiliar de frenagem.
A rede de concessionárias Chevrolet já aceita reservas de interessados no veículo, mas só poderá realizar
as entregas a partir de 26 de setembro. As revendas ainda não divulgam
o preço do Cruze, que deve ficar entre
65 mil e 78 mil reais. Seus principais rivais são o Honda Civic e o Toyota Corolla, além do Hyundai Elantra - que
está prestes a chegar ao Brasil.
Com essas e outras especificações técnicas, na há dúvidas de que
o novo Chevrolet Cruze vem para
brigar forte com seus principais
concorrentes do seguimento de sedãs no Brasil. Sendo assim, poderemos ter mais uma vez um carro da
GM no topo da lista dos mais vendidos, preferidos e lembrados pelo
público brasileiro.
Após 14 anos, chega ao fim a história do Vectra, que deixará de ser
produzido como um dos maiores
destaques da história da Chevrolet
no Brasil. E mesmo que, nos últimos
anos, ele tenha perdido algumas posições no ranking dos mais vendidos
para o Toyota Corolla e o Honda Civic,
sempre será visto como um dos melhores sedãs que já rodou no Brasil. B
mercado
veículos
modernos da marca.
Além do visual mais moderno e
do acabamento sofisticado, o Audi
A6 2012 traz novas tecnologias para
reduzir peso, emissões e gastos
com combustível.
O interior está ainda mais confortável, produzido com materiais
luxuosos e equipado com o sistema
heads-up (que apresenta as informações no para-brisa). Na Europa,
o A6 tem os bancos equipados com
sistema de massagem e ventilação,
no entanto, ainda não se sabe se esses recursos chegarão para o modelo no Brasil.
Sob o capô, o carro está equipado com motor V6 3.0 TFSI, com
300 cv e 44,8 kgfm. Com isso, o
Audi A6 2012 vai de 0 a 100 km/h
em apenas 5,5 segundos, podendo
chegar a uma velocidade limitada
de 250 km/h. B
Audi A6 chega ao Brasil
no final de setembro
Novo sedan de luxo da Audi, versão 2012, deverá custar
por volta de R$ 290 mil
Da Redação
A
montadora alemã Audi
traz para o Brasil a nova
geração do seu sedã
médio A6, que está
muito mais luxuoso.
Lançado na Europa há um ano, a
previsão é que chegue para as con-
66 | Revista MERCADO | Setembro 2011
cessionárias brasileiras ainda no
final de setembro. A versão atual é
vendida no Brasil por cerca de R$
270.000, mas acredita-se que a nova
versão chegue um pouco mais cara,
podendo variar entre R$ 280.000 e
R$ 290.000.
O sedã conta com o arrojado visual da Audi, preservando o estilo
antigo, mas recebendo itens de modelos maiores, como os faróis trapezóides iluminados por LEDs. O novo
modelo, que está com um aspecto
mais esportivo, alinha-se aos traços
mercado
turismo
Amsterdam é pura
Da Redação (fonte: viagenseimagens.com)
liberdade e nostalgia
É
difícil definir exatamente onde reside o charme
ou o encanto principal de Amsterdam. Talvez
ele esteja em seus canais, ou em seus prédios
de fachadas coloridas, construídos durante o
século 17. Ou, talvez, em suas pequenas embarcações que servem de moradia a tanta gente, ou, ainda, na liberdade cultural e sexual que há décadas deixou
de ser novidade por lá. Pode ainda estar na sua gente,
com um aspecto tão bonito e saudável que nem parece
68 | Revista MERCADO | Setembro 2011
real. Ou, quem sabe, a razão principal seja o fato de se
tratar de uma cidade construída abaixo do nível do mar,
onde as pessoas têm o hábito de usar sapatos de madeira, produzir queijos divinos e trabalhar em moinhos de
vento. Mas, pensando bem, todo esse conjunto de coisas
também existe em outros lugares do mundo. Entretanto,
talvez o encanto de Amsterdam resida, simplesmente, no
fato de que, por lá, podem-se encontrar todas essas particularidades juntas ao mesmo tempo. A
Revista MERCADO | Setembro 2011 | 69
mercado
turismo
A torre Montelbaanstoren,
um ponto tradicional
Enfim, muita gente deseja visitar
Amsterdam, e por razões bem variadas. Alguns porque são românticos,
outros por causa do trabalho ou a
passeio, ou até por razões, digamos,
menos familiares. O certo é que quem
visita essa cidade mais de uma vez
tem sempre algo novo a descobrir.
A primeira conclusão é que para conhecer melhor o lugar é recomendável ter um confortável par de sapatos, porque tudo deve ser feito a pé.
O centro de Amsterdam tem como
coração a estação de trens, e a cidade, vista de cima, assemelha-se a um
polígono regular, onde ruas e canais
alternam-se em perfeito equilíbrio.
É justamente por causa da profusão de seus canais que Amsterdam
ganhou o apelido de Veneza do Norte. Tudo está perto e é fácil chegar
a qualquer lugar, mesmo porque o
terreno é absolutamente plano, tornando as caminhadas ainda mais
agradáveis. Tal é a harmonia entre
prédios, canais e barcos que, às vezes, a impressão que se tem é a de
se estar passeando numa cidade de
brinquedo. Entre os moradores, a
bicicleta é o meio de transporte preferencial, e faixas destinadas às bicicletas, demarcadas em todas as ruas,
devem ser levadas a sério para evitar
acidentes. Para distâncias um pouco
maiores, os bondes são a melhor opção. E para turistas, o passeio pelos
canais é um programa imperdível,
pois permite percorrer praticamente
todo o coração da cidade e apreciá-la a partir de ângulos privilegiados.
Na caminhada pelo centro, certamente é preciso passar pela Avenida
Um dos pontos de partida para turistas em
Amsterdam é a estação central onde, de cara, se
percebe que a bicicleta é um tipo de transporte
muito usado no lugar
Damrak, um cartão postal. Dela, tem-se acesso à estação central de trens
(Central Station). Também é nessa
avenida que estão muitos dos restaurantes, hotéis e lojas, onde se encontra de tudo, o que é muito conveniente para os visitantes. Mas, como
esse é praticamente o corredor de
entrada principal da cidade, acaba
por ser, ao mesmo tempo, também
muito movimentado, o que o torna
um lugar sem o típico ar bucólico de
outros bairros. É ainda nessa avenida que normalmente os visitantes
são abordados sorrateiramente por
certos indivíduos que lhes oferecem
um “baseado”. Sim, em Amsterdam
se encontra de tudo e, infelizmente,
nem tudo são queijos ou flores. Aceitar ou não fica a critério do turista.
Além da Avenida Damrak, as ou-
A Avenida Damrak
tras principais áreas comerciais da
cidade estão situadas ao longo das
ruas Nieuwendijk, Kalverstraat, Leidse Straat e da praça Leidseplein.
Torres como a Montelbaanstoren
são pontos tradicionais da cidade
e, antigamente, serviam como referência para os navios, na época das
grandes navegações.
O período áureo da Holanda foi
o século 17, quando chegou a ser a
dona dos mares, e Amsterdam uma
cidade riquíssima, como um dos
maiores centros comerciais da Europa. Se o mar trouxe riqueza para
a Holanda, é, ao mesmo tempo, motivo de permanente atenção. Como
grande parte do território holandês
fica abaixo do nível do mar, a preocupação com a manutenção das barreiras e diques é constante. Só para
Os tamancos de madeira fazem parte da cultura local
se ter ideia, existem construções
abaixo do nível do mar.
Os tamancos de madeira holandeses (klompen) são mais do que
uma tradição. Ainda hoje são usados
por muita gente no dia a dia, seja por
hábito ou por fazer bem à coluna e
à postura, como gostam de dizer
os holandeses. Um programa interessante é visitar uma das fábricas
de tamancos que existem em volta
de Amsterdam, experimentar andar
com um deles e, quem sabe, trazer
um para usar em casa. Nessas fábricas, o processo de criação de um
tamanco é realizado na frente dos
turistas, que podem ver como um
simples toco de madeira é escavado
e moldado, dando forma a tamancos
de diversos tamanhos e cores.
Em Amsterdam, um dos prédios
Muitas construções estão no mesmo nível do
mar, ou até abaixo dele
mais importantes é o Rijksmuseum.
Por suas mais de 260 salas, existe uma
coleção fantástica de obras primas,
entre as quais diversas do famoso pintor holandês Rembrandt. Para quem
gosta de pintura, é emoção na certa
poder ver e admirar a Ronda Noturna, um dos quadros mais famosos e
valiosos do mundo, sempre rodeado
de turistas e amantes da arte. A coleção de obras de arte do Rijksmuseum
é riquíssima; há, também, obras de
Vermeer, Frans Haals e Jan Steen. Nesse contexto, vale também uma visita
ao Museu de Van Gogh, que não fica
muito longe do Rijksmuseum. Tem
também o Stedelijk Museum, com
obras de Monet e Cèzanne. Outra visita que não pode ser descartada é ao
Museu de História de Amsterdam, que
permite conhecer a interessante A
O Rijksmuseum: não tem como deixar de
conhecer
mercado
turismo
Capital dos Diamantes, Amsterdam é o melhor
lugar do mundo para o turista comprar uma
dessas “lembrancinhas”
história dessa cidade.
Outra tradição holandesa está
nos realejos gigantes, quase sempre
montados em reboques, e que são
encontrados em vários pontos da
cidade, com bonequinhos vestindo
roupas típicas, sempre coloridas, e
tocando melodias alegres. Se o turista
encontrar um deles em algum lugar
não pode se esquecer de dar algumas
moedinhas para o artesão, o que demonstra admiração por sua arte.
Outra característica particular
da cidade é sua fama de Capital dos
Diamantes, pois é em Amsterdam
que estão as principais empresas de
lapidação do planeta. Diversos desses
comércios estão abertos à visitação, e
é difícil encontrar em outros lugares
tantos diamantes juntos ao mesmo
tempo, seja na forma de solitários,
Os moinhos impressionam sempre
pulseiras ou braceletes, em diversos tamanhos e formas. Assim, para
quem quiser comprar uma dessas pedras, Amsterdam é o lugar ideal.
Mas, como falar da Holanda, de
Amsterdam, sem citar os moinhos,
que são uma vista comum por todo
o país e têm sido usados desde o
século 14 para bombear água das
terras abaixo do nível do mar, conquistando mais terreno mar adentro,
permitindo aumentar o território da
Holanda com a construção de novos diques. Mas essas engenhocas
também são usadas para moer trigo,
cacau, preparar cerâmica e em muitas outras atividades do dia a dia do
povo holandês. Já existiram centenas em todo o país, mas, hoje, infelizmente, o número é muito menor.
Mas não são apenas os tamancos
Amsterdam também tem dos melhores queijos
do mundo
e os moinhos que fazem a fama da
Holanda. O queijo holandês, como o
Gouda e o Edam, é um dos melhores
do mundo, e quem visitar um supermercado em Amsterdam certamente
ficará tentado a provar algum, pela
enorme variedade de opções encontradas. Um dos locais recomendados
para quem estiver em passeio pelo
centro da cidade é um mercado que
fica atrás da Praça Leidseplein, onde
se pode encontrar um imenso setor
exclusivo para queijos.
Outra marca registrada da Holanda são as tulipas. O país é responsável por mais da metade da produção
mundial de flores e, como não poderia deixar de ser, em Amsterdam elas
estão em todas as partes da cidade,
principalmente nos mercados de
rua. O Bloemenmarkt é um dos mais
A Holanda responde pela metade da produção
de flores do planeta, por isso, em Amsterdam,
elas estão por toda parte, com destaque para as
tulipas. Pela imagem dá para perceber
O Museu Anne Frank, nome da garota cuja história rendeu o famoso filme “O diário de Anne Frank”.
Pela fila de pessoas, é possível imaginar o quanto o local atrai a atenção dos turistas que vão à
capital holandesa
tradicionais da cidade. Lá, o turista
vai encontrar tulipas de todas as cores, e até em saquinhos de sementes,
se quiser levar para plantar em casa.
Agora, se tiver tempo, melhor ainda
é visitar um dos campos de flores
que ficam por perto, ver onde elas
são plantadas e comprar lá mesmo,
pois o lugar é bonito de se ver. Um
dos mais belos campos de tulipas do
país é o existente na região de Leiden, ao sul de Amsterdam.
Muita gente já deve ter ouvido falar da história de Anne Frank. Ela tinha
13 anos e, durante a Segunda Guerra
Mundial, viveu escondida por mais de
dois anos num compartimento secreto localizado nos fundos de um prédio - hoje o Museu Anne Frank - com
sua família, sem nunca poder sair
para brincar, fazer qualquer barulho,
nem ser vista por ninguém. Isso para
evitar ser enviada para um campo de
concentração. Com a cidade tomada pelos nazistas, a única alternativa
para os judeus que quisessem ficar
vivos era se esconder. O relato desse
período está no diário que a menina
escreveu, chamado “O diário de Anne
Frank”, sem saber que um dia aquelas linhas escritas no silêncio de seu
quarto se transformariam num livro
que iria correr o mundo, traduzido
em todas as línguas, e considerado
como uma exaltação da tolerância e
paz entre os povos. O esconderijo da
família foi descoberto pelos nazistas
apenas um mês antes da libertação
da cidade pelas tropas aliadas. Hoje,
o lugar onde ela passou aqueles anos
escondida foi transformado num
museu, e essa é uma das visitas mais
Volendam, à beira-mar e pertinho de Amsterdam,
um lugar que atrai muitos visitantes
emocionantes que se pode fazer em
Amsterdam.
Agora, quem estiver ou puder
estar de carro e quiser dar um passeio pelas redondezas, vale a pena
ir até Volendam, meia hora ao norte de Amsterdam. Trata-se de uma
pequena e graciosa cidade à beira-mar, onde se pode sentir o que é a
estranha sensação de viver abaixo
do nível do mar. Segundo a história,
muito conhecida no local, certa vez,
o garoto Hansje Brinker, ao voltar
da escola, viu que um dos principais
diques da cidade estava vazando e
que se nada fosse feito todo o lugar
seria inundado em pouco tempo.
Como não havia ninguém por perto a quem pudesse pedir ajuda, ele
tapou o buraco do dique com seu
dedo e ali permaneceu até o dia se-A
Os famosos diques holandeses para a proteção
do país - que tem boa parte do seu território
abaixo do nível do mar -, diferentes das grandes
muralhas imaginadas
mercado
turismo
Zaanse Schans, lugarejo que fica nos arredores
de Amsterdam, uma visita imperdível
guinte, quando finalmente alguém
apareceu para ajudar.
O gesto heróico do pequeno
Hansje é até hoje lembrado com
uma estátua e inspira muita gente a
procurar os famosos diques holandeses, construídos em nossa imaginação como imensas muralhas de
concreto, onde a água estaria sempre na iminência de transbordar sobre casas e ruas. Mas, para surpresa
geral, hoje os diques assemelham-se
mais a grandes morros cobertos de
vegetação que, embora menos pitorescos, representam, na verdade,
uma proteção muito mais eficiente
que muralhas de concreto.
De qualquer forma, é estranha a
sensação de caminhar por um desses diques. À medida que caminha
em direção ao mar, o turista sobe e
sobe, e quando chega em cima, percebe que está no mesmo nível do
mar. Ao mesmo tempo, as casas e
ruas, lá atrás, estão há vários metros
abaixo, proporcionando uma visão
inédita e ao mesmo tempo uma sensação um tanto quanto estranha.
E, para completar esse passeio
pelos arredores de Amsterdam,
não pode faltar uma visita à Zaanse
Schans. Esse local, pode-se dizer, é
uma mistura de fazenda com parque
temático, e é uma ótima pedida para
se passar uma tarde. Fica na direção
de Purmerend, norte de Amsterdam.
Lá, o turista vai encontrar várias coisas
típicas da Holanda, muitos moinhos
para visitar, lojinhas vendendo todo
tipo de produtos típicos e restaurantes servindo comida tradicional.
Finalmente, para quem visita a
O passeio nas embarcações com teto de vidro
é obrigatório no roteiro de qualquer um
capital holandesa e conhece todo o
seu bucolismo, ainda assim não consegue dizer onde reside exatamente
o seu charme ou o seu encanto principal. Amsterdam é uma cidade que
parece ter de tudo um pouco. Mas,
pode-se dizer, com certeza, que lá
se vivenciam momentos memoráveis, como percorrer os canais da
cidade numa embarcação com teto
de vidro, à luz de velas, degustando
queijos e vinhos. No final das contas,
talvez momentos como esse definam melhor o que é o encanto principal de cada lugar. É a capacidade
de criar estados de espírito positivos,
momentos inesquecíveis e a vontade de voltar. E, nesse particular, Amsterdam sabe, como poucas cidades,
criar estados de espírito que acompanham o turista para sempre. B
mercado
bazar
Natureza em seus pés
Os rios, a floresta e a cultura amazônica inspiraram Amazonas Sandals a desenvolver produtos que valorizam a sustentabilidade, o conforto e um design especial e são inspirados nos rios, no traço das plantas, nas
cores das aves e em toda a riqueza brasileira e mundial que é a Amazônia. A criação segue também a tendência de design Square Rounded, apostando em linhas geométricas e retas com acabamento arredondado.
Com sandálias desenvolvidas em borracha natural, com látex que vem das seringueiras nativas da floresta
amazônica - beneficiando, com este trabalho, as comunidades ribeirinhas. Amazonas Sandals destaca em
cada modelo o DNA de uma região conhecida como o pulmão do mundo!
Criar de maneira sustentável é um dos pilares de Amazonas Sandals que foca em sua essência a tecnologia a serviço da natureza, oferecendo também modelos desenvolvidos a partir de borracha reciclada e
reciclável e, em especial, a borracha biodegradável vulcanizada - Bio Rubber, que após desuso é consumida
pelo ambiente em cinco anos - ao contrário das borrachas sintéticas, que poluem o ambiente pelo período de
até 700 anos. (www.amazonassandals.com.br)
Jells Trufa é a novidade Kalya
Gel hidratante aquece em contato com o corpo e traz cinco
opções de fragrâncias
A Kalya, especializada em cosméticos que despertam os sentidos,
está lançando a linha Jells Trufa, de géis hidratantes, com aroma de
trufa. São cinco as fragrâncias, cada uma mais apetitosa que a outra:
Chocolate Branco, Chocolate com Avelã, Chocolate com Maracujá,
Chocolate com Morango e Chocolate com Cereja.
Umectante, o gel pode ser usado em todo o corpo, proporcionando um suave aquecimento quando em contato com a pele. Soprando
o local onde foi aplicado, o aquecimento se torna mais intenso, gerando uma sensação de bem-estar. O perfume de chocolate estimula
o senso olfativo, atuando como liberador de endorfinas na corrente
sanguínea, causando prazer.
Especial para os momentos em que o romance se faz presente, Jells Trufa é ideal para apimentar
ainda mais a relação. O frasco, com 30ml, pode ser encontrado no site da Amapola Brasil ao preço médio
de R$ 22,00. A
76 | Revista MERCADO | Setembro 2011
mercado
bazar
La Roche-Posay lança protetor solar em mousse com cor
Com textura revolucionária, Anthelios Unifiant une alta proteção
contra raios UV e ação inédita de uniformização do relevo e da
tonalidade da pele
La Roche-Posay traz para o Brasil Anthelios Unifiant Mousse
com Cor FPS 50, um novo conceito em fotoproteção diária. O
produto, que chega às farmácias em setembro, une alta proteção contra os raios UVA/UVB (FPS 50 e PPD 21) a uma nova
textura em mousse que se transforma em pó após a aplicação e
uniformiza a pele.
Desenvolvido especialmente para o mercado brasileiro, Anthelios Unifiant pode substituir o uso diário da base ou mesmo
servir de primer para a maquiagem, uma vez que o fotoprotetor
adapta-se a todas às tonalidades de pele. Quando aplicado sobre a pele, a textura em mousse se transforma em pó, deixando
uma aparência aveludada e matificada. Anthelios Unifiant também alisa o
relevo cutâneo (devido a propriedades preenchedoras de textura), disfarça
linhas finas e poros aparentes ou quaisquer outras irregularidades no relevo
ou na tonalidade da pele. O produto tem ainda ação antioxidante (a vitamina
E completa a ação dos filtros protegendo, a integridade das células). Preço: R$
69,90 / Atendimento ao consumidor: 0800 701-1552. A
mercado
bazar
Amazon lança tablet
Kindle Fire por US$ 199
A Amazon acaba de anunciar
o seu tão aguardado tablet com
Android para competir com o
iPad, tablet da Apple. O Kindle
Fire tem conexão apenas Wi-Fi,
sem câmera e microfone, tela de
7 polegadas e processador com
dois núcleos. Ele pesa apenas 413
gramas, tem memória interna de
8GB, bateria de 7,5 horas e vem
com sistema operacional Android,
mas a Amazon ainda não divulgou qual a versão do sistema.
Apesar de algumas especificações inferiores ao iPad, o preço
do produto é bastante atraente:
US$ 199 (cerca de R$ 360). Para
efeito de comparação, a versão
mais barata do iPad 2 nos EUA
custa US$ 499 (cerca de R$ 900).
O produto possui tela de
LCD com tecnologia IPS, que deixa as cores mais vivas, e feita com Gorilla Glass, que protege a tela contra
riscos. O aparelho suporta multitarefa, então é possível escutar música enquanto são utilizados outros aplicativos. O modelo, inclusive, virá com uma série de aplicativos de diversos serviços da Amazon pré-instalados,
como o Amazon Cloud Drive, serviço de backup de dados na nuvem, Amazon mp3, loja virtual de música, e
também a Amazon Android App Store, loja de aplicativos da Amazon para o sistema do Google. Como todo o
conteúdo do usuário estará armazenado na nuvem, não será necessário sincronizar o produto com o computador, como acontece no iPad.
DVD player com a qualidade Pioneer por R$ 499 agora é realidade
O DVH-7380AV é o primeiro modelo com tela integrada da marca
e já está disponível para os consumidores de todo o Brasil. Ele tem
tela de 3 polegadas com entrada USB frontal, permitindo a reprodução de filmes e videoclipes, além de oferecer duas cores para a
iluminação dos botões.
Apesar de ser ter o tamanho de um CD player tradicional (1-DIN),
a novidade da Pioneer consegue proporcionar todas as vantagens e
opções encontradas em um DVD player 2-DIN, como a reprodução de
vídeos e filmes tanto na tela principal quanto em outras telas que podem
ser instaladas/distribuídas no interior do veículo.
O aparelho conta com a tecnologia Dual Illumination, que permite a iluminação dos botões nas
cores vermelho/azul, e ainda oferece entradas auxiliar e USB frontais, aumentando as opções de conexão para pen-drive ou outros dispositivos.
O primeiro DVD com tela integrada da Pioneer ainda reproduz os principais formatos de áudio (MP3,
WMA, AAC iTunes e WAV), equalizador gráfico de 3 bandas, controle remoto, iluminação dos botões em azul
e potência de saída contínua (RMS): 23W x 4 a 4 Ohms, além de saída de vídeo RCA e outras 2 saídas RCA com
controle para subwoofer.
O preço sugerido para o DVH-7380AV é de R$ 499,00. Para mais informações, acesse www.pioneer.com.br ou
entre em contato pelo SAC 0800-600-5725. B
80 | Revista MERCADO | Setembro 2011
mercado
dica de leitura
“Maze Runner - Prova de Fogo”
chega às livrarias brasileiras
Segundo livro da trilogia aclamada pela crítica e público internacional
é lançado no Brasil pela V&R Editoras. Direitos de filmagem já foram
adquiridos pela Twentieth Century Fox
Por Comunica Brasil
A
caba de chegar ao mercado brasileiro a obra
Maze Runner - Prova
de Fogo, lançada pela
V&R Editoras na Bienal
Internacional do Livro do Rio de Janeiro. O livro é o segundo da trilogia
aclamada pelo público e pela crítica
internacional, e conta a história de
Thomas, um garoto que não se lembra do passado, de sua família ou de
onde veio, e despertou em um mun-
do novo, sem quaisquer referências,
num ambiente hostil e misterioso,
que tem regras próprias e desafia
com a morte quem as desobedece.
Uma trama asfixiante em um
thriller de ação cuja angustiante sucessão de estranhos fatos e desafios
mortais prende a atenção do leitor
a cada passo. E que em breve deve
despontar nos cinemas, com os direitos de filmagem já adquiridos
pela Twentieth Century Fox.
Na continuação da saga, depois
de superarem os perigos mortais
do labirinto, Thomas e seus amigos
acreditam que estão a salvo em uma
nova realidade. Mas a aparente tranquilidade é interrompida quando são
acordados no meio da noite por gritos lancinantes de criaturas disformes
que ameaçam devorá-los vivos. Antes
Sobre o autor
Ficha técnica
Título: Maze Runner - Prova de
Fogo
Autor: James Dashner
Formato: 14x21 cm
Nº de páginas: 400
Capa: brochura
ISBN: 978-85-7683-299-7
Preço: R$ 39,90
82 | Revista MERCADO | Setembro 2011
James Dashner nasceu e cresceu na Geórgia, Estados Unidos,
mas atualmente mora em Utah
com a esposa e os quatro filhos.
Depois de se formar pela Universidade Brigham Young, trabalhou
durante vários anos no mercado
financeiro até publicar sua primeira série de romances, a saga
de Jimmy Fincher. Desde então,
dedica-se com exclusividade a
escrever. É autor também da série
The 13th Reality. Para saber mais
sobre o autor e sua obra, visite
www.jamesdashner.com
mesmo do amanhecer, os jovens descobrem que a salvação, na verdade,
pode ser outra armadilha, ainda pior
do que os desafios anteriores, e que
as coisas não são o que aparentam.
Para sobreviver nesse mundo,
eles terão de fazer uma travessia repleta de provas cruéis em um meio
ambiente devastado, sem água, comida ou abrigo. Calor causticante
durante o dia, rajadas de vento gélido à noite, desolação e um ar irrespirável, no deserto do novo mundo
até mesmo a chuva é a promessa de
uma morte agonizante, e cada passo
é espreitado por criaturas famintas e
violentas que atacam sem avisar.
Manipulação, mentiras e traições
cercam o caminho dos jovens, mas,
para Thomas, a pior prova será decidir em quem acreditar. B
mercado
coluna literatura
*Kenia Maria de Almeida Pereira é doutora em Literatura Brasileira pela Unesp/São José do Rio Preto-SP e professora
colaboradora do Mestrado em Teoria Literária da Universidade Federal de Uberlândia-MG. Autora de artigos científicos e livros
sobre literatura brasileira ([email protected])
Solidão e morte: temas
eternos na poesia brasileira
Por Kenia Maria*
A poesia ajuda-nos a refletir
sobre muitas questões que afligem nossa condição humana. A
solidão, por exemplo, foi e sempre
será tema para os versos de vários
autores. Talvez uma das mais belas
estrofes que falam sobre a condição
de ser renegado pela pessoa amada
e de estar completamente só seja a
de uma canção de Vinícius de Moraes que diz assim:
“Ela não sabe
Quanta tristeza cabe
numa solidão
Eu sei que ela não
pensa
Quanto a indiferença
Dói num coração
Se ela soubesse
O que acontece quando
estou tão triste assim
Mas ela me condena
Ela não tem pena
Não tem dó de mim”.
Outra poesia, de que gosto em
especial e que trata desse assunto,
é “Poema só para Jaime Ovalle”, do
magnífico poeta pernambucano
Manuel Bandeira. O poeta repensa
sua condição de solitário quando
desperta em seu apartamento em
uma manhã chuvosa:
“Bebi o café que eu
mesmo preparei,
Depois deitei
novamente, acendi
um cigarro e fiquei
pensando...
- Humildemente
pensando na vida e nas
mulheres que amei.”
84 | Revista MERCADO | Setembro 2011
A morte, a solidão mais extrema,
também é assunto que muito nos
atormenta e que de forma rítmica
e metafórica também faz parte das
melhores antologias poéticas. Um
poema belíssimo intitulado “In Extremis”, de Olavo Bilac, trata da angústia de quem está partindo desta
vida para outra desconhecida. Imagine o leitor um homem apaixonado, dizendo adeus à mulher amada.
Ele sabe que vai morrer, está em seu
leito de morte e, antes de partir, fita
com tristeza e desespero os olhos
da jovem esposa. Convido o leitor
ao sabor da leitura na íntegra:
Solidão e morte são temas eternos da poesia brasileira. Mas, talvez,
quem tenha conseguido unir os dois
temas num só texto tenha sido Drummond, ao criar o conhecido e genial
poema “José”. O personagem se vê
de repente no final da linha, completamente só. A noite fria da morte se
aproxima, e ele, sozinho no escuro,
quer abrir a porta e fugir para algum
lugar. Talvez o mar, talvez Minas. Mas
já não existe mais nada para José.
Nem utopia nem mulheres. Nem
cigarro nem amores. José agora caminha qual bicho-do-mato para um
lugar desconhecido. A festa da vida
“Nunca morrer assim! Nunca morrer num dia
Assim! De um sol assim!
Tu, desgrenhada e fria,
Fria! Postos nos meus os teus olhos molhados,
E apertando nos teus os meus dedos gelados...
E um dia assim! De um sol assim! E assim a esfera
Toda azul, no esplendor do fim da primavera!
Asas, tontas de luz, cortando o firmamento!
Ninhos cantando! Em flor a terra toda! O vento
Despencando os rosais, sacudindo o arvoredo...
acabou. Nesse poema, Drummond
nos dá uma lição de filosofia. Ninguém pode passar pela vida sem ex-
“E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou.
E agora, José?
E agora, você?
Você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
E agora, José?
Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
perimentar estas duas “indesejadas
das gentes”: a solitude e a morte.
Finalizo estas poucas reflexões,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou.
E agora, José?
E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio - e agora?
Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
convidando o leitor para um mergulho solitário e reflexivo durante a
leitura de “José”:
Minas não há mais.
José, e agora?
Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!
Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, para onde?”
E, aqui dentro, o silêncio... E este espanto! E este medo!
Nós dois... e, entre nós dois, implacável e forte,
E arredar-me de ti, cada vez mais, a morte...
Eu, com o frio a crescer no coração, - tão cheio
De ti, até no horror do derradeiro anseio!
Tu, vendo retorcer-se amarguradamente,
A boca que beijava a tua boca ardente,
A boca que foi tua!
E eu morrendo! E eu morrendo
Vendo-te, e vendo o sol, e vendo o céu, e vendo
Tão bela palpitar nos teus olhos, querida,
A delícia da vida! A delícia da vida!”
Carlos Drummond
de Andrade
Manuel Bandeira
Olavo Bilac
Vinícius de Moraes
Revista MERCADO | Setembro 2011 | 85
mercado
profissões em filme
Rio
City tour animado já está nas locadoras;
o longa recria os principais cenários da
Cidade Maravilhosa
Por Kelson Venâncio*
86 | Revista MERCADO | Setembro 2011
*Kelson Venâncio jornalista e diretor do Cinema e Vídeo - www.cinemaevideo.com.br
É
muito gratificante ver uma
animação extremamente
bem feita por uma equipe
de profissionais altamente
competentes sobre a Cidade Maravilhosa. Alías, você já notou como o Brasil tem sido palco de
grandes filmes ultimamente? É claro
que nem todos mostram o país da
forma como queríamos, já que algumas produções passam ao mundo
um imagem negativa da nossa terra,
isso quando não surgem até comentários de mau gosto e desnecessários, como os que foram feitos pelo
brutamontes Sylvester Stallone em
“Os mercenários”. Mas o importante é que o Brasil vem sendo muito
lembrado pelas grandes produções
cinematográficas e, com isso, nossos
atores, diretores e produtores são
cada vez mais incentivados e solicitados pelos gringos da sétima arte.
E o filme “Rio” é um grande exemplo disso. Para começar, o diretor é
brasileiro. Carlos Saldanha, também
já bastante conhecido pela ótima trilogia “A era do gelo”, nos brinda com
esse projeto ousado e divertidíssimo
e mostra ao mundo as belezas cariocas com uma mensagem interessante de preservação da natureza e com
personagens interessantes e típicos
de nosso país.
A plástica de “Rio” é fantástica,
e a impressão que temos é de que
tudo foi milimetricamente bem
feito no computador, mostrando
paisagens bem fiéis às que existem
realmente na capital carioca. Os
principais pontos turísticos, como o
Cristo Redentor, o Pão de Açúcar e
seus bondinhos, a Pedra da Gávea, a
Lagoa Rodrigo de Freitas e o sambódromo da Marquês de Sapucaí são
praticamente idênticos e fazem bem
aos olhos de quem assiste ao filme,
como aos de qualquer turista que visita a cidade.
A enorme quantidade de personagens, neste caso, não traz nenhum
tipo de problema ao filme. Pelo contrário, cada um, por mais curta que
seja sua participação, se destaca de
alguma forma na produção. E esses
destaques geralmente são por cau-
sa das piadas engraçadas e feitas na
medida certa.
Outro ponto bastante positivo
é a trilha sonora impecável, cheia
de samba e bossa nova. As músicas,
especialmente a de abertura, misturada com a ótima coreografia dos bichos, são marcantes e dão uma boa
movimentada na animação.
“Rio” só não é perfeito por causa
da exibição de algumas pequenas
situações, que até poderiam passar
despercebidas, mas não passam.
Uma delas é a exploração do trabalho infantil por traficantes; não sei
se isso ocorre por querer mostrar a
realidade ou não, mas o fato é que
não gostei. Um garotinho pilotando uma moto em alta velocidade e
sem capacete também não foi legal.
Mas o pior de tudo foi a infelicidade
de colocar os miquinhos do Morro
da Urca roubando relógios e jóias
dos turistas. Em plena campanha de
Copa do Mundo e das Olimpíadas,
isso é “queimar filme” do Brasil com
o mundo. Lá fora eles devem estar
pensando: “No Brasil, se até os ani-
mais roubam, imagine as pessoas!”
O filme, que estreou nos cinemas em
abril, já está chegando às locadoras. B
FICHA TÉCNICA
Filme: Rio
Origem: EUA
Ano: 2011
Vozes: Anne Hathaway,
Jesse Eisenberg, Rodrigo
Santoro, Jammie Fox, George
Lopez, Jake T. Austin, Carlos
Ponce, Kate del Castillo,
Bernardo de Paula
Direção: Carlos Saldanha
Música: John Powell, Sérgio
Mendes e William
Produção: Christopher Jenkins
Duração: 105 minutos
Nota: 8
Revista MERCADO | Setembro 2011 | 87
mercado
sustentabilidade
Brasil
desperdiça
até 42% da
água tratada
Empresário Herói 2011
Confira a lista das empresas inscritas:
A
situação do desperdício
de água tratada no país
é grave, com uma perda
entre 37% e 42%. Um
percentual
aceitável
não pode superar os 25%. O alerta
vem do Sistema Nacional de Informações sobre o Desenvolvimento
(Snis), do Ministério das Cidades.
A solução para esse cenário irresponsável, considerando o cenário
de crise no abastecimento de água
que se avizinha, passa pelo conserto de vazamentos e pelo fim da não
contabilização de água, seja por roubo, por falta de aparelhos ou por erros de medição.
Transformando o volume de
água perdida em valor financeiro, o
Snis constatou que o prejuízo atingiu R$ 7 bilhões em 2008. Desse total, 60%, ou o correspondente a R$
4,2 bilhões, poderiam ser recupera-
dos, se fosse melhorada a eficiência.
E o quadro pode ser ainda pior,
considerando o diagnóstico de outros especialistas, para os quais, 40%
da água tratada são consumidos e
60% perdidos.
Aridez consome 12 milhões
de hectares aráveis por ano
O
secretário-geral
das
Nações Unidas, Ban
Ki-moon, fez um apelo para que a seca e
a destruição de terras aráveis sejam temas centrais
do desenvolvimento mundial. Na
abertura de um encontro reunindo
líderes de vários países para debater a questão, ele defendeu que o
potencial econômico das áreas em
processo de desertificação seja incluído na agenda global.
Cálculos da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação indicam que, a cada ano,
12 milhões de hectares se tornam
incapazes de produzir alimentos - o
equivalente ao tamanho da África do
Sul por década. A estimativa é que 2
bilhões de pessoas vivam em áreas
88 | Revista MERCADO | Setembro 2011
com risco de desertificação.
Para Ban, a comunidade internacional reage, em geral, tarde demais,
quando os custos para solucionar o
problema são maiores que os gastos
para evitá-lo. Ele citou a situação atual do Chifre da África, onde a seca e a
falta de recursos colocam 13 milhões
de pessoas em necessidade urgente
de ajuda humanitária.
Produção de alimentos - Além de
afetar a vida da população de áreas
atingidas, o processo de desertificação ameaça o abastecimento em todo
o mundo. Estudos da ONU apontam
que o crescimento da população até
2050 deverá forçar a demanda pela
produção de alimentos em 70%.
O presidente da Assembleia
Geral das Nações Unidas, Nazil Al-Nasser, indicou que a questão de-
verá ganhar espaço nas atuais discussões de alto nível. Segundo ele,
o combate à desertificação só pode
ser feito num contexto amplo de
desafios globais, como mudanças
climáticas, erradicação da pobreza,
da fome e do desmatamento.
A organização do Empresário Herói enaltece todas essas empresas pela participação, ratificando a tese
de que todos os inscritos já são vencedores, por estarem na vanguarda como exemplos para
a Sustentabilidade. Isso, independente do resultado da noite de premiação, que acontecerá no dia 9 de
novembro em evento especial, em que serão premiados os cases mais abrangentes de diversas categorias.
(Fonte: Rádio ONU)
Revista MERCADO | Setembro 2011 | 89
mercado
ponto de vista
Trânsito em Uberlândia:
onde está a solução?
D
ia após dia, motoristas e pedestres brasileiros se veem em meio a uma verdadeira batalha pelo direito de ir e
vir quando estão circulando pelas vias públicas, principalmente das grandes cidades. O trânsito de Uberlândia
serve de exemplo para esse problema, que tem se agravado cada vez mais.
Entre as principais justificativas estão o aumento da frota de veículos e a falta de educação dos cidadãos motoristas e pedestres -, pelo menos isso é o que mais se ouve das autoridades competentes. Alguns até fazem
uma mea-culpa incluindo nas justificativas a deficiência no planejamento urbano. Contudo, apesar de evidente, praticamente nenhum governante enfrenta o problema com seriedade, oferecendo apenas soluções paliativas.
Enquanto isso, a população é obrigada a se acostumar com esse pesadelo. Quem sai de casa a passeio ou a trabalho
para um compromisso com hora marcada vê quase sempre o cronograma estourar por causa do trânsito. Assim se perdem
viagens, reuniões de negócios, provas na escola e outras oportunidades mais.
Enfim, transtornos provocados pelo trânsito caótico são o que não faltam. Mas, qual seria a solução? Ela existe?
Com a palavra, o G7 (*)...
Não há dúvida de que, desde a invenção da roda, o gênero humano se apaixonou pelo que hoje conhecemos como automóvel, fazendo dessa paixão motivo de grande evolução tecnológica. Cada novo modelo, cada novo acessório,
cada nova cor, nos motiva mais e mais a desejar esse “sonho possível”. O apelo
mercadológico, a empregabilidade da indústria automobilística e os cifrões de arrecadação tributária de toda uma
cadeia de consumo são argumentos por demais fortes para excluir a opção de transporte coletivo em detrimento do
egoísmo capitalista. De nada adianta duplicar pistas, demolir praças, destruir paisagens, se em curto espaço de tempo esses lugares nada mais serão do que meros depósitos de veículos parados e poluentes. Estamos aprendendo de
forma amarga que possuir um carro é o melhor argumento para se fazer uma boa caminhada.
Conselho
Veneráveis
do Triângulo
A resposta é simples: falta educação de motoristas e pedestres e planejamento a longo prazo por parte dos órgãos responsáveis. E, num segundo momento,
deve haver também o envolvimento da sociedade e de instituições representativas. Como exemplo desse último caso, posso citar a iniciativa da FIEMG que, através do ECO Instituto, firmou parceria com a Prefeitura de Uberlândia por meio da Settran com o objetivo de educar
melhor as nossas crianças para o trânsito. Como fruto dessa parceria, auxiliamos na construção da Transitolândia,
um espaço vivencial de trânsito para crianças e jovens que funciona no Parque do Sabiá. E, para complementar, sou
defensor de que os infratores sejam punidos com rigor, mas desde que a multa não seja meramente arrecadatória,
mas também educativa e paga com serviços à comunidade. Assim conseguiremos evoluir sensibilizando a todos.
Nas últimas gestões pudemos acompanhar uma série de ações que foram
adotadas e diversas obras executadas na tentativa de solucionar os problemas
do trânsito em Uberlândia. Hoje mesmo, acompanhamos a execução de uma
obra grandiosa no cruzamento da Rondon Pacheco com a Avenida João Naves de Ávila. Antes, tivemos construídos os corredores de ônibus urbano, anéis viários e outros projetos que vislumbravam minimizar essa situação.
Entretanto, enquanto não houver uma conscientização por parte da população e a utilização de outros meios de
transporte que não apenas os automóveis particulares, continuaremos a conviver com este caos. O ritmo de execução das obras não acompanha o crescimento da frota. Eu deixo aqui uma pergunta: você faz a sua parte para
resolver esse problema ou acha que ele é de responsabilidade única da administração municipal?
90 | Revista MERCADO | Setembro 2011
A solução está nas atitudes das pessoas de adotar o meio mais econômico de deslocamento, através de veículos particulares, transporte
coletivo, motos ou bicicletas, porém buscando como alternativa o deslocamento a pé, que, além de ser uma prática saudável para a saúde, contribui com a forma física. O
cidadão precisa ser mais bem educado para que a convivência seja respeitada e reconhecida dentro
das reais necessidades de cada um. A prioridade deveria ser o deslocamento coletivo para melhor interatividade entre as pessoas. Nesse sentido, cabe ao poder público promover campanhas educativas
voltadas para o incentivo do transporte coletivo, mas também que beneficiem aqueles quem usam as
boas práticas de direção.
“Estamos vivendo um fenômeno de excesso de veículos em vias que não
foram projetadas para receber essa quantidade de automóveis. Algumas mudanças podem contribuir para melhorar o trânsito, dentre elas, podemos citar
a melhora do transporte público, tornando-o mais eficiente; a modernização das vias públicas de maior tráfego,
como o trabalho que está sendo feito pela Prefeitura de Uberlândia na Avenida Rondon Pacheco; além de outras
obras, como a construção de viadutos, alargamento de ruas e avenidas e a criação de vias secundárias alternativas, obras essas que vem sendo feitas pela administração municipal. Outra ação que pode melhorar o trânsito é
a retirada de circulação de veículos que causam riscos à população por conta de sua má conservação. Fato é que
somos parte da solução desse problema, ou seja, depende de todos nós encontrarmos uma solução.”
*Até o fechamento desta edição, as respectivas assessorias de imprensa não enviaram seus comentários.
*Até o fechamento desta edição, as respectivas assessorias de imprensa não enviaram seus comentários.
(*) A ONG G7 - Grupo dos Sete - é formada por grandes instituições sociais ativas na região do Triângulo
Mineiro e Alto Paranaíba. São elas: ACIUB - Associação Comercial e Industrial de Uberlândia, CDL - Câmara
de Dirigentes Lojistas de Uberlândia, CVT - Conselho de Veneráveis do Triângulo, FIEMG Regional Vale do
Paranaíba/CINTAP - Centro Industrial e Integração de Negócios do Triângulo, OAB/MG 13ª Subseccional
de Uberlândia, SRU - Sindicato Rural de Uberlândia e SMU - Sociedade Médica de Uberlândia.
Revista MERCADO | Setembro 2011 | 91
mercado
in foco
O conceituado advogado Décio Freire (foto 1), em evento na
CDL, que marcou o lançamento
oficial de seu escritório - Décio
Freire & Associados - em Uberlândia. O escritório Décio Freire é
o segundo maior do país em Advocacia “full service” e na cidade
irá funcionar em parceira com o
escritório Públio Emílio Rocha e
Associados, o maior de Uberaba.
Na foto ao lado (2), alguns dos
convidados presentes ao evento (da esquerda para a direita):
Eduardo Colunna, presidente da
Associação Brasileira dos Cons1
1
trutores de Barco (Acobar); Públio
Rocha, o advogado parceiro de
Décio Freire em Uberlândia; Renata Mesquita, secretária de Meio
2
O advogado Carlos Henrique
Mellazo é o novo presidente do
Conselho de Veneráveis do Triângulo (CVT)
O presidente da Câmara
de Comércio do Mercosul e
Américas, Miguel Lujan Paletta,
durante visita a Uberlândia, em
setembro, na sede da FIEMG,
onde discutiu a promoção de
negócios entra a instituição que
representa e o município.
3
4
Flashes de homenagens feitas durante o II Fórum de Gestão Empresarial, em comemoração ao
Dia do Administrador, quando profissionais da
área receberam o troféu “Mérito Pessoa de Ação
em Administração”. Na lista dos agraciados, o gerente da FIEMG Regional Vale do Paranaíba, Carlos
Quintiliano (foto 1); o gerente administrativo do
DMAE, José Roberto Fernandes (2); o superintendente da Uniube Uberlândia, Marcos Tanner (3); o
professor de Administração da UFG - Universidade
Federal de Catalão, Solon Bevilagua (4) e o gerente
corporativo de suprimentos da Mitsubisch em Catalão, Jorge Maciel (5)
5
92 | Revista MERCADO | Setembro 2011
2
Ambiente e Turismo de Uberaba;
Paulo Mequista, vice-prefeito de
Uberaba; e Orlei Moreira, jornalista de Uberlândia
mercado
causos empresariais
*Nege Calil é consultor e especialista em gestão de pessoas
[email protected]
Quem sabe,
sabe!
(Comunicação eficaz II)
Por Nege Calil*
Professor Humberto já tinha idade avançada, passava dos 80 no início
dos anos 90. Era supervisor de minha
supervisora, cheio de títulos nacionais e internacionais. Doutor em vários assuntos, mestre em outros, detentor de uma experiência ímpar em
gestão de pessoas, ministrou aulas e
palestras em inúmeros congressos
mundo afora. Era conhecido por sua
fama de encantar plateias com sua
forma de comunicação.
Podia, como muitos, comportar-se com arrogância. Abriu mão, felizmente, dessa atitude. Pelo contrário, oriundo do interior de São
Paulo, tocava viola, curtia uma roda
de churrasco e “só uma branquinha
aos sábados, pra manter a forma”,
como costumava brincar. Era avesso às bajulações; suspeito que, por
isso, não tenha criado fama.
Conheci essa figura no apartamento de minha supervisora, quando eu ainda era recém-formado. Era
94 | Revista MERCADO | Setembro 2011
notório o peso da idade, as rugas
eram marcantes, os óculos grossos,
por muito pouco se sentia ofegante
e precisava se sentar. E possuía um
hábito que, apesar dos constantes
feedbacks e reclamações de filhos
e noras, insistia em manter: brincar
com a parte superior da dentadura.
Frequentemente fazia movimentos
com a língua, projetando a prótese
dentária pra fora e sugando-a de
volta. Para muitos uma cena nojenta, para mim, cômica. Mas numa
coisa todos concordavam - não era
uma atitude apropriada a um professor diante de uma plateia.
Moisés, diretor de RH de uma
grande corporação, foi pessoalmente falar com o professor em nossa
presença. O convite era para que ele
realizasse uma introdução breve, antes da aula magna, que seria ministrada por outro consultor mais novo.
Esse evento tinha o propósito de
inaugurar uma série de outros eventos de treinamentos na empresa.
- Professor, preciso que o senhor fale a respeito de Likert, o
contexto em que sua teoria foi criada, pois essa será a base de nossa
estratégia na capacitação dos líderes da empresa.
- Quem? - falou, mostrando certo desentendimento, provavelmente pela surdez de que era acometido em um dos ouvidos.
Moisés repetiu em voz alta e o
professor assentiu com a cabeça,
mostrando que já sabia o que falar.
Notando a apreensão do executivo,
minha supervisora o acalmou com
um leve toque nos ombros:
- Fique tranquilo. Vai dar certo.
- O senhor terá 20 minutos. Acha
que consegue? - falou praticamente
gritando aos ouvidos do idoso, que
fez sinal positivo.
Eu saí de lá apreensivo. Mesmo
aprendiz à época, sem qualquer vínculo com a empresa, tinha noção da
responsabilidade atribuída ao professor Humberto. O programa estava muito bem elaborado e falhar na
inauguração podia jogar por água
abaixo sua credibilidade.
Duas semanas se passaram, tive
acesso ao material criado pelo professor. Ele utilizaria um velho retroprojetor que, para os que são da geração
Y, vale a pena esclarecer - trata-se de
um aparelho que projetava numa tela
ou parede as folhas de acetato (uma
espécie de plástico transparente) previamente preparadas.
No dia marcado, Humberto amanheceu gripado e rouco. Mesmo
assim, não permitia atrasos e saiu
cedo de casa. Proibido pela família
de dirigir, devido às suas constantes
desatenções ao volante que poderiam acarretar um acidente, tomou o
ônibus. Sentou-se à janela e, perdido
em seus pensamentos, observava a
paisagem da capital paulista. O trânsito intenso já naquela época, a poluição... Distraído, começou a brincar
com a dentadura e, num gesto mais
forte com a língua, deixou-a cair
fora do ônibus. Só deu tempo de vê-la ser esmagada por um opala que
passava ao lado. Ficou com a parte
de baixo da prótese, naturalmente
deixando-o com uma aparência nem
um pouco agradável.
Chegando ao local, bateu desespero na comissão organizadora. Sua
dicção estava completamente prejudicada, além da voz rouca. Alguém
sugeriu ligar para um dentista, outros queriam buscar uma dentadura
improvisada. Cogitou-se cancelar
sua apresentação, mas seria uma
descortesia. Moisés, muito religioso,
apelou aos céus por um milagre.
Sua entrada foi anunciada sob
alguns aplausos de cortesia. Ele se
posicionou ao lado do retroprojetor, colocou as mãos pra trás e
olhou fixamente a plateia formada
por um grupo de aproximadamente 50 executivos. O silêncio reinou,
o público esperando que ele começasse a falar, e nada acontecia. Os
minutos passando pareciam horas.
O incômodo cresceu na plateia e o
desespero caiu sobre a equipe de
bastidores. Ouvia-se um “zum zum
zum” no auditório, cochichos, comentários maldosos... Até que um
dos gerentes de produção se levantou, subiu ao palco e dirigiu-se ao
professor. Gentilmente questionou
se precisava de algo. Conversaram
em voz baixa:
- Estou rouco e sem parte da
dentadura. Pode traduzir o que eu
te falo aqui?
- Claro! Permite-me uma sugestão?
- Sim!
- Retire a parte de baixo da dentadura. Creio que falará melhor.
- Você está certo!
A partir daí, Humberto iniciou:
- Quando aqui cheguei, pela
autoridade a mim atribuída, todos
esperavam que eu ligasse o retroprojetor e discorresse sobre Rensis
Likert. Vocês ouviriam passivamente e, por educação, me aplaudiriam.
Aprendemos isso com os professores na escola, no exército e nas empresas. A autoridade fala e o grupo
escuta. Vocês, como a grande maioria das pessoas, estão acostumados
ao primeiro estilo de liderança de
Likert: o autoritário coercivo. Percebendo minha dificuldade, manifestada pelo meu silêncio, esse
jovem subiu ao palco. Ouviu-me
e ofereceu-me ajuda. Passou a ser
meu cúmplice na busca pelo resultado. Esse é o quarto estilo apresentado por Likert - o participativo.
Essa atitude dele é o que esperamos
do líder no mundo moderno! Ainda
existem outros dois estilos intermediários. Mesmo com essa dificuldade de comunicação, vocês querem
aprender comigo sobre Likert? Todos juntos?
Surgiram os primeiros aplausos
entusiasmados e um “sim” em unís-
sono. Humberto relatou sobre sua
rouquidão e o que ocorrera com a
dentadura. A gargalhada foi geral, a
turma relaxou e se aproximou mais
ainda. Outro gerente levou duas cadeiras, uma ao professor e outra a
seu tradutor. Uma moça gentilmente cedeu uma pastilha para aliviar
sua rouquidão.
Aos poucos, uns e outros, encantados com suas palavras, se sentaram no palco, ali no chão, próximos à sua cadeira. Os sentados ao
fundo foram para as cadeiras vazias
à frente. Os conceitos do líder consultivo e benevolente foram alvo
de perguntas de todos os lados. As
transparências foram esquecidas
e nasceu um debate recheado de
confissões sobre experiências de
vários daqueles líderes, que reuniam erros e acertos. Concordaram,
discordaram, caçoaram uns dos outros, aprenderam em conjunto. Os
20 minutos se tornaram 90. A pedido da comissão organizadora, o
professor concluiu:
- Fizemos uma palestra participativa. Liderem suas equipes assim: é tudo que precisam aprender
sobre como conduzir pessoas ao
resultado, com os respeitados teóricos que vão estudar nos seminários
que virão.
Foi aplaudido de pé! Moisés respirou com alívio, e seus olhos chegaram a lacrimejar. O resultado de uma
boa inauguração fora alcançado. B
Revista MERCADO | Setembro 2011 | 95
mercado
geral
Governo reduz a mistura de
etanol à gasolina
Percentual cai de 25% para 20%, a partir de 1º de outubro.
Medida tem a finalidade de reduzir o consumo de etanol anidro
O percentual obrigatório de etanol anidro adicionado à gasolina
passará a ser de 20%, a partir de 1º de outubro. A medida foi determinada na Portaria 678, assinada pelo ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho. A norma irá vigorar por tempo indeterminado. Até
então, o valor fixado da mistura de etanol à gasolina era de 25%, limite máximo estabelecido, conforme a Lei 8.732/1993.
A decisão tomada pelo governo federal tem a finalidade de reduzir o consumo de etanol anidro
no Brasil. A diminuição da mistura de etanol à gasolina deve provocar a queda de consumo de 160
milhões de litros do combustível por mês. Com isso, as usinas podão aumentar a produção de etanol
hidratado, cuja oferta limitada elevou seus preços a patamares superiores aos de competitividade
com a gasolina em quase todo o país.
Durante a safra 2011/2012, a produção de cana-de-açúcar destinada à indústria sucroalcooleira
deve cair 5,6%, chegando a 588,9 milhões de toneladas, de acordo com levantamento da Companhia
Nacional de Abastecimento divulgado esta semana. Dessa quantidade, 300,6 milhões de toneladas
serão esmagadas para a produção de etanol, que vai gerar 23,6 bilhões de litros do combustível. O
volume é 14,7% inferior ao verificado no ciclo 2010/2011.
Saiba mais - O percentual obrigatório de adição de etanol anidro à gasolina foi estabelecido pelo
artigo 9º da Lei 8723/1993 (Lei de Redução da Emissão de Poluentes.) Pela norma, esse valor da mistura pode ser fixado entre 18% e 25%. As alterações no percentual são determinadas pelo Conselho
Interministerial do Açúcar e do Álcool (Cima), integrado pelos ministérios da Agricultura, Fazenda,
Minas e Energia e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O Cima, presidido pelo ministro
da Agricultura, foi criado com a função deliberativa sobre as políticas públicas para o setor sucroalcooleiro, de acordo com o Decreto nº 3.546, de 17 de julho de 2000.
Fonaje discutirá em novembro sistema dos juizados especiais
Agência CNJ
O XXX Fonaje - Fórum Nacional de Juizados Especiais - será realizado
em São Paulo nos dias 16 e 18 de novembro, com o tema “Juizados Especiais: a dignidade do sistema”. As reuniões, que terão como objetivo discutir o aprimoramento do sistema dos juizados especiais, serão realizadas em
auditórios próprios do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), no centro da
capital paulista.
O Fonaje tem como missão congregar magistrados do sistema de juizados especiais e suas turmas recursais, bem como uniformizar procedimentos, expedir enunciados, acompanhar, analisar e estudar os projetos legislativos e promover o referido sistema. Tem, ainda, o objetivo de colaborar
com os poderes Judiciário, Legislativo e Executivo da União, dos Estados e
do Distrito Federal, bem como com os órgãos públicos e entidades privadas, para o aprimoramento da prestação jurisdicional.
A programação inclui palestras e discussões em grupos de trabalho,
além da eleição da nova diretoria do fórum.
Os coordenadores solicitam aos magistrados participantes que providenciem suas inscrições, preferencialmente até 15 de outubro. Qualquer dúvida poderá ser esclarecida no Cerimonial do TJSP pelos telefones (11) 3105-9513/3106-1476/3242-0521.
96 | Revista MERCADO | Setembro 2011
Atuar em área de pobreza dará bônus para residência médica
Recém-formados que optarem por atuar na Atenção Básica em regiões carentes do país terão
pontuação extra no exame. Serão duas mil vagas
O Ministério da Saúde, em parceria com o Ministério da Educação, lançou no início deste mês mais uma
ação estratégica para atrair médicos para atuarem em
Unidades Básicas de Saúde (UBS) em municípios onde
há carência desses profissionais. O Programa de Valorização dos Profissionais na Atenção Básica vai conceder até 20% de pontuação adicional na nota final das
provas de residência aos egressos do curso de Medicina que optarem por atuar nos municípios de extrema pobreza e em periferias das grandes metrópoles.
A bonificação já poderá ser utilizada nos exames que
serão realizados em novembro de 2012.
Pelo programa, serão abertas duas mil vagas, que
poderão ser preenchidas a partir de fevereiro de 2012.
“A concessão do benefício representa um avanço.
Consideramos que essa é uma das maneiras mais efetivas de disponibilizar, de forma rápida, médicos para
ampliar a assistência à população”, afirma o chefe de
gabinete do Ministério da Saúde, Mozart Sales.
Segundo ele, o benefício da pontuação na residência trará vantagem aos estudantes, já que atualmente há uma concorrência exacerbada por vaga
(são, em média, 10 mil vagas para 13.800 formandos ao ano). “A intenção também é valorizar na prova de residência o profissional que ganha experiência prática atuando na Atenção Básica, área estratégica na atenção à
saúde pública”, acrescenta.
As medidas foram publicadas na portaria 2.087 do Diário Oficial da União, e estão acordadas entre o Ministério da
Saúde, o Conselho Nacional de Residência Médica, o Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (CONASS),
o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (CONASEMS) e outras entidades de classe.
(Confira matéria completa em www.saude.gov.br) A
mercado
geral
Uberlândia é pré-selecionada para receber seleções
das Olimpíadas de 2016
O cenário esportivo de Uberlândia tem sido reconhecido internacionalmente por diversas agremiações e entidades. Dessa vez, a cidade ganhará ainda mais visibilidade com a possibilidade de receber uma seleção olímpica
e/ou paraolímpica nos Jogos de 2016. Recentemente, o município foi pré-selecionado pelo Comitê Olímpico
Internacional (COI) como uma das cidades mineiras a ter esse privilégio.
Em breve, equipes técnicas do Comitê e grupos esportivos irão visitar a cidade para avaliar o município e os locais selecionados, como a Vila Olímpica do Sesi Gravatás, a Arena Multiuso Tancredo Neves (Sabiazinho) e o Estádio Parque do Sabiá.
Gasmig pode antecipar gasoduto em Uberlândia
Da Redação
A construção do gasoduto para atender Uberlândia e região pode ser antecipada. A informação é do diretor de
Conservação de Energia da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Saulo de Souza Queiroz, que participou de reunião da Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização da Assembleia Legislativa de Minas Gerais
realizada na cidade neste mês de setembro.
Segundo Queiroz, a extensão do gasoduto de São Carlos (SP) até Uberaba deve ser finalizada até 2014, mas o
ramal para levar o gás até Uberlândia pode ser construído paralelamente. A decisão sobre a antecipação do cronograma de atendimento do Triângulo Mineiro deve ser tomada pelo Governo do Estado até 2012, ainda de acordo
com o representante da Secretaria de Desenvolvimento Econômico.
Para levar o gás natural de São Carlos a Uberaba, é preciso construir 290 quilômetros de dutos. De Uberaba a
Uberlândia, são mais 110 km. O gasoduto será construído pela Gasmig em parceria com a Cemig, e vai demandar
investimentos da ordem de R$ 400 milhões. Devem ser gerados cerca de 1,3 mil empregos diretos e indiretos, conforme informações de Saulo Queiroz.
O gasoduto foi projetado para atender à demanda da Petrobras, que vai construir em Uberaba uma fábrica de
amônia, matéria-prima para a produção de fertilizantes. Somente para Uberaba, a demanda prevista é de 1,3 milhão
de metros cúbicos de gás. Para o restante do Triângulo Mineiro, a estimativa é de 1 milhão de metros cúbicos.
Inicialmente, o gás natural deve atender à demanda industrial e comercial. Para as indústrias, a substituição da
energia elétrica pelo gás pode representar uma economia de 10% a 15%, segundo Saulo Queiroz. “O gás é um atrativo para as indústrias, em comparação com as altas tarifas e impostos incidentes sobre a energia elétrica”, explicou.
Uberlândia é referência em serviço público de saneamento
Cidade é a primeira de Minas e a segunda do Brasil que mais investe em saneamento básico
Da Secom/Udi
Levantamento nacional realizado para avaliar a prestação de serviços na área de saneamento básico aponta
Uberlândia como um dos municípios que mais investiram no setor. Das 81 maiores cidades brasileiras pesquisadas,
com mais de 300 mil habitantes, Uberlândia ficou em segundo lugar. A apuração teve como base o Sistema Nacional
de Informações sobre Saneamento (SNIS), do ano de 2009, recém-divulgado pelo Ministério das Cidades.
No conjunto dos indicadores avaliados, Uberlândia ficou atrás somente de Santos (SP), sendo, portanto, a
primeira cidade do Estado de Minas Gerais com operação de saneamento básico executado por um órgão municipal. No ranking do ano de 2008, Uberlândia ficou em 4º lugar.
O estudo é do Instituto Trata Brasil, uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) de
responsabilidade socioambiental que visa à mobilização dos diversos segmentos da sociedade para garantir a
universalização do saneamento no país.
As informações são fornecidas espontaneamente pelas empresas prestadoras dos serviços nas cidades avaliadas. No estudo, foram considerados diversos indicadores para classificar os municípios no ranking de evolução.
Os 10 melhores posicionados foram aqueles que se destacaram em relação ao volume de investimentos, redução
de perdas de água tratada e pequenos aumentos na tarifa média cobrada. B
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