Exemplos de Cálculo do Potencial Elétrico Vimos na

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Exemplos de Cálculo do Potencial Elétrico Vimos na
IBM1018 – Física Básica II – FFCLRP – USP – Prof. Antônio Roque – Aula 8
Exemplos de Cálculo do Potencial Elétrico
Vimos na aula passada que há duas maneiras de se calcular o
potencial elétrico. Quando se conhece a distribuição de cargas
(discreta ou contínua), usa-se as equações
ou
1
=
.
4
(1)
1
.
4 (2)
=
Quando se conhece o campo elétrico, usa-se a equação:
,
= − = ∙ ℓ
(3)
escolhendo-se o ponto b como um ponto onde o potencial vale zero.
Para cálculos envolvendo a equação (2), o elemento de carga é
escrito como:
! (distribuição volumétrica)
= 23 (distribuição super6icial) 9.
7ℓ (distribuição linear)
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Faça e estude os exemplos da seção 23.3 do livro-texto. Eles foram
feitos em sala de aula.
Alguns cálculos resultam em integrais não tão fáceis de resolver.
Nesses casos, seguindo o exemplo dado em sala de aula, procure o
resultado da integral em algum livro que dê tabelas de integrais (o
usado pelo professor em sala de aula foi o Manual de Fórmulas e
Tabelas Matemáticas da Coleção Schaum, de autoria de Murray R.
Spiegel, Editora McGraw-Hill do Brasil, São Paulo, 1973). Também
há muitas tabelas disponíveis na internet.
Superfícies equipotenciais
Uma maneira conveniente de representar os potenciais elétricos em
diversos pontos do espaço onde há um campo elétrico é pelo uso das
chamadas superfícies equipotenciais.
A ideia é a mesma das linhas de contorno dos mapas topográficos.
As linhas de contorno em um mapa topográfico indicam pontos que
estão à mesma altitude (veja a figura abaixo).
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Uma superfície equipotencial é uma superfície sobre a qual o
potencial elétrico tem o mesmo valor. O potencial é constante sobre
uma superfície equipotencial.
As figuras 23.24 e 23.25 do livro-texto mostram alguns exemplos de
superfícies equipotenciais. Pode-se também ver muitos exemplos na
internet
(faça
uma
busca
com
as
expressões
“superfície
equipotencial” ou “equipotential surface” no Google).
Observe que as superfícies equipotenciais nunca se cruzam. Isto
ocorre porque um ponto não pode ter dois valores diferentes de
potencial.
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Quando uma carga elétrica q0 se desloca sobre uma superfície
equipotencial, a energia potencial elétrica U = q0V permanece
constante. Como a energia potencial não varia ao longo de uma
superfície equipotencial, o campo elétrico não realiza trabalho sobre
a carga q0 quando ele se move sobre essa superfície. Portanto, deve ser perpendicular à superfície equipotencial em todos os seus
pontos.
As superfícies equipotenciais e os vetores campo elétrico são sempre
mutuamente perpendiculares.
Observe que as figuras 23.24 e 23.25 também mostram as linhas de
campo elétrico. Note que elas são sempre perpendiculares às
superfícies equipotenciais.
A figura abaixo ilustra o caso de um campo uniforme no interior de
duas placas condutoras planas e carregadas com mesma carga, mas
de sinais diferentes. O campo elétrico no interior das placas é
uniforme e perpendicular às placas. As superfícies equipotenciais
são planos perpendiculares às linhas de campo (paralelas às placas).
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Vimos na aula 5 que o campo elétrico é perpendicular à superfície
de um condutor em equilíbrio eletrostático.
Portanto, no equilíbrio eletrostático a superfície de um condutor é
uma superfície equipotencial.
Como visto na aula 5 (página 2), o campo elétrico no interior de um
condutor em equilíbrio eletrostático é nulo ( = 0). Então, se a e b
são dois pontos no interior de um condutor,
= 0,
(;) − (<) = − ∙ ℓ
para um caminho entre a e b interno ao condutor (figura abaixo):
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Portanto,
(;) = (<) = constante.
O potencial no interior de um condutor em equilíbrio eletrostático é
constante. O volume do condutor é um volume equipotencial.
Consideremos agora um condutor com uma cavidade interna a ele,
como mostrado na figura acima. Vamos supor que não existe carga
elétrica no interior da cavidade.
Vamos escolher uma superfície gaussiana coincidente com a
superfície da cavidade (veja abaixo).
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O fluxo elétrico pela superfície gaussiana é
Φ> = ? ∙ @A3 = 0.
Isto implica, pela lei de Gauss, que não há carga elétrica líquida no
interior da cavidade (e nem sobre o lado de dentro da superfície da
cavidade).
Portanto, o campo elétrico também é nulo no interior da cavidade.
Não importa que campos eletrostáticos existam no exterior do
condutor, se houver uma ou mais cavidades em seu interior elas
estarão blindadas da ação desses campos.
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