40 Sociología del Tatami: Deporte e Infancia en la “Villa de Ponta

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40 Sociología del Tatami: Deporte e Infancia en la “Villa de Ponta
des-encuentros, 2014,
Vol 11, P 40-50
Sociología del Tatami:
Deporte e Infancia en la “Villa de Ponta Negra”
40
Sociologia do Tatame:
Esporte e Infância na “Vila” de Ponta Negra
Sociología del Tatami:
Deporte e Infancia en la “Villa de Ponta Negra”
Sociology of the Tatami:
Sports and Childhood in Ponta Negra “Village”
Tiago Cruz Spinelli 1
Resumen: El análisis de los deportes modernos, de
acuerdo con la sociología configuracional, proporciona
um punto de partida para el estudio de lo marco social se
desarrolla en torno a dos ejes principales: la "búsqueda
de la emoción," a través del gasto de energía en el cuerpo; y lo "jugar el juego", más conectado con los aspectos
identidad / disciplinarias de las modalidades desportivas. He aquí algunos de los aspectos sociológicos de la
práctica de jiu-jitsu brasileño en un lugar conocido como
"Villa" de Ponta Negra, en la ciudad de Natal. La metodología utilizada fue la observación participante, actuando como profesor colaborador en Proyecto de Inclusión
Social (SIP) "Combate a ganar", realizado en el Centro
Comunitario. En la sociología de la infancia buscamos
diálogo con el campo de la investigación, señalando la
postura más adecuada para entender las interacciones
sociales y las representaciones en juego. Además de la
formación, las celebraciones del Día de Navidad y del
Día del Niño ilustran el diario de campo. Compartimos
el primer tiempo del grupo con el jiu-jitsu, viendoles a
ejercer y desarrollar la identidad deportiva en el tatami,
donde experimentan desde los movimientos lúdicos y
marciales la metamorfosis del niño héroe.
Palabras clave: Jiu-jitsu Brasileño – Deporte – Infancia
– Villa de Ponta Negra – Sociología.
Abstract: The analysis of modern sports, according
to the configurational sociology, provides a starting
point for the study of the societal framework it develops around two main axes: the "pursuit of excitement",
through the expenditure of energy in the body; and "play
the game", more connected to the identity / disciplinary
aspects of the sportive styles. Here are some sociological
aspects of the practice of Brazilian Jiu-jitsu in a place
known as Ponta Negra Village in Natal. The methodology used was the participant observation, acting as collaborator teachers in the Social Inclusion Project (SIP)
"Fighting to win," performed at the Community Center.
In the sociology of childhood studies are founded reflections that dialogue with our field of research, pointing the most suitable posture to understand the social
interactions and representations in play. Apart from
training, the Children's Day celebrations and Christmas
illustrate the field diary. We share the first moment of
the group with jiu-jitsu, seeing them exercise and develop a sports identity on the tatami, where entertainment
and martial movements allowed them to experience the
metamorphosis of the hero child.
Palabras clave: Brazilian Jiu-jitsu – Sports – Childhood
– Ponta Negra Village – Sociology.
1 - IFPB/Brasil - [email protected] Corpo, Corporeidade, Experiência Corporal e Cidadania.
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Resumo: A análise dos esportes modernos, segundo a
sociologia configuracional, oferece um ponto de partida
para o estudo do arcabouço societal que se desenvolve em torno de dois eixos fundamentais: a “busca da
excitação”, através do dispêndio da energia do corpo; e
o “jogar o jogo”, mais ligado aos aspectos identitários/
disciplinares das modalidades esportivas. Apresentamos
alguns aspectos sociológicos da prática do jiu-jítsu brasileiro num lugar conhecido como “Vila” de Ponta Negra,
na cidade de Natal. A metodologia utilizada foi a observação participante, baseada na atuação, como professor
colaborador, nos treinos do Projeto de Inclusão Social
(PIS) “Lutando para vencer”, realizados no Centro Comunitário. Nos estudos da sociologia da infância encontramos reflexões que dialogam com o campo de pesquisa, apontando a postura mais adequada para perceber as
interações e representações sociais em jogo. Além dos
treinos, as festas do dia das crianças e do natal ilustram o
diário de campo. Compartilhamos o primeiro momento
do grupo com o jiu-jítsu, vendo-os exercitar e desenvolver uma identidade esportiva no tatame, onde os movimentos lúdicos e marciais lhes permitiram vivenciar a
metamorfose da criança herói.
Palavras-chave: Jiu-jítsu Brasileiro – Esportes – Infância – Vila de Ponta Negra – Sociologia.
Spinelli, T. C.
Introdução
Cada um só vivencia a si mesmo, diz Zaratustra
ao término de sua peregrinação. O filisteu realiza a
sua “experiência”, sempre a mesma expressão da
ausência de sensibilidade.
O jovem vivenciará o espírito, e quanto mais difícil
lhe seja conquistar algo grandioso, mais facilmente
encontrará o espírito em sua caminhada e em todos os
homens. O jovem será amável como homem adulto. O
filisteu é intolerante. (BENJAMIN,1984, p. 25).
O tema deste artigo se inscreve na interface de
duas áreas relativamente novas para as ciências
sociais: os estudos socioculturais dos esportes
e a sociologia da infância. O texto apresenta
alguns aspectos sociológicos da prática do jiujítsu brasileiro (jjb) no espaço urbano do litoral
potiguar, num lugar conhecido como “Vila” de
Ponta Negra, na zona sul da cidade de Natal. É
o núcleo originário do bairro de Ponta Negra
(SILVA, 2013) e se estende lateralmente ao
Morro do Careca.
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O bairro se configura nas zonas assimétricas da
vila e do conjunto, intersecionados pela praia.
A construção dos conjuntos Ponta Negra e
Alagamar, na década de 1970, fruto da política
habitacional do governo Geisel (1974-1979),
originou a urbanização onde era apenas vilarejo
e veraneio. PINHEIRO (2011, p. 75) observa:
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A construção dos conjuntos habitacionais fez parte da
política habitacional desenvolvida pelo Banco Nacional
de Habitação por meio do Instituto de Orientação
às Cooperativas Habitacionais (INOCOOP). O
conjunto Ponta Negra foi construído no loteamento
do empresário Osmundo Farias, comprado pelo
INOCOOP em 1975. O BANORTE Crédito Imobiliário
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S/A financiou a construção de 1.387 casas (...). Este
conjunto foi destinado principalmente à classe média,
constituídas por professores, funcionários públicos,
profissionais liberais, comerciantes e militares, e
propiciou a emergência de novas áreas urbanizadas
na zona sul da cidade.
A urbanização de Ponta Negra produziu uma
configuração social peculiar, baseada nas políticas
públicas de habitação da década de 1970. Desde
então, a ocupação do bairro caracterizou-se
por um sistema de oposição entre a vila e os
conjuntos. A partir dos anos 1990, a economia
diversificada em torno da praia de Ponta Negra
(FERREIRA, 2009), a especulação imobiliária
(PINHEIRO, 2011) e o turismo originaram um
espaço urbano cosmopolita e desigual. LOPES
JR. (1997, p. 55) destaca:
Se os lugares não são naturalmente turísticos e sim
construídos, produzidos, uma das dimensões dessa
construção, podemos adiantar, é a presença da forte
relação emocional com o lugar, tanto pelos visitantes
como pelos moradores. É essa subjetividade que dá
sentido à paisagem e que tem possibilitado que Ponta
Negra se afirme como o ‘cartão postal’ de Natal.
A partir de uma proposta metodológica baseada
na observação participante, apresentamos
uma narrativa dos treinos de uma arte marcial
brasileira2. O Projeto de Inclusão Social (PIS)
“Lutando para vencer”, se desenvolveu no
Centro Comunitário da Vila de Ponta Negra3.
Na pesquisa de campo buscamos abordar a
dimensão sociológica do tatame a partir da
interação de um grupo infantil com a identidade
marcial/esportiva do jiu-jítsu brasileiro.
Cinquenta quimonos e um tatame novos foram
doados pelos patrocinadores de um atleta
2 - Conhecido inicialmente como gracie jiu jitsu e difundido em todos os continentes como brazilian jiu jitsu (bjj), a arte marcial japonesa passou por um
processo de abrasileiramento, quando Carlos Gracie, da terceira geração brasileira de uma família de imigrantes escoceses, desenvolveu a luta de solo
ensinada por Mitsuyo Maeda, aluno da famosa escola de judô Kodokan (GRACIE, 2008).
3 - As outras atividades do Centro são muay thai, mma, taekwondo e atividades culturais do hip hop às quadrilhas juninas. Vale ressaltar, ainda, o espaço
do futebol, da capoeira e do surf na configuração esportiva da Vila.
de mma4, morador antigo e um dos ídolos
esportivos da “Vila”. A turma se consolidou em
torno de vinte alunos fixos, e outros mais que
alternaram a frequência. As idades variando dos
quatro aos catorze anos5. Formado por alunos
de escola pública – Escola Municipal Josefa
Botelho, na própria Vila e Escola Estadual José
Fernandes Machado, no Conjunto.
Apresentei-me como professor de jjb6. Durante
três meses, uma vez por semana, vesti o quimono
e participei dos treinos. Fui como esportista.
Depois percebi as possibilidades sociológicas
em torno do tatame. Passei a anotar as coisas
que me chamavam atenção entre as crianças
e a conversar com os adultos envolvidos. A
partir das leituras sociológicas do esporte e da
infância, comecei a utilizar minha inserção no
projeto de forma etnográfica (WACQUANT,
2002) e, com o tempo, fui conquistando o
“status de participante” (CORSARO, 2005).
Além dos treinos, as festas do dia das crianças e
do natal ilustram o diário de campo.
Desportivização, ponto de partida ELIAS e
DUNNING (1992) aportam os estudos das
práticas esportivas adotadas desde o século
XVIII, na Inglaterra, no espectro teórico do
processo civilizatório. Os ciclos de violência
se caracterizam como configurações em que as
identidades dos grupos sociais são permeadas
pelo medo e desconfiança mútua, com o risco
eminente de “um forte impulso de autoescalada”
(ELIAS, 1992, p. 49). O desporto surge como
parte do processo de moderação dos ciclos
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violentos, quando os conflitos de interesses
das classes de proprietários de terras foram
instrumentalizados pela retórica política.
A adoção das técnicas verbais da retórica e
da persuasão em detrimento das técnicas do
confronto militarizado entre as elites políticas
transformou seus hábitos de divertimento
e passatempos. Quando as classes urbanas
industriais emergem na direção hegemônica do
estado, o desporto se difunde, relativamente,
às classes operárias. A adoção de variadas
modalidades esportivas e o aumento progressivo
da reunião de espectadores configuram o estágio
moderno dos jogos. Para ELIAS,
O estudo do desenvolvimento dos “jogos-desportos”
e, neste âmbito, o desenvolvimento das suas regras
permitem-nos explorar, dentro de um campo que,
comparativamente, se apresenta possível, a técnica
da pesquisa sociológica para a qual utilizo, como
denominação mais adequada, a análise e síntese
“configuracionais” (1992, p. 229).
Capitaneado pelo crescimento dos passatempos
com características esportivas, ELIAS percebe
um movimento mais amplo, marcado por um
processo de liberação vigiada das tensões:
Enquanto a excitação é bastante reprimida na
ocupação daquilo que se encara habitualmente como
as atividades sérias da vida (...), muitas ocupações de
lazer fornecem um quadro imaginário que destina a
autorizar o excitamento, ao representar, de alguma
forma, o que tem origem em muitas situações da vida
real, embora sem os seus perigos e riscos. Filmes,
danças, pinturas, jogos de cartas, corridas de cavalos,
4 - A sigla significa Mixed Martial Arts (Artes Marciais Mistas), versão moderna do vale-tudo, estilo de luta entre diferentes estilos marciais. Durante a década
de 1990, se massificou num espaço de mídia trash – em fitas de VHS. Os eventos foram se “profissionalizando” e as imagens foram migrando de mídia
até o formato pay-per-view, da cobertura de TV a cabo, dos veículos especializados e das inserções diárias nos veículos de comunicação de massa em
torno, principalmente, do padrão de espetacularização dos eventos norte americanos.
5 - A percepção de um universo com faixas etárias de uma década de diferença não nos impediu de observá-los enquanto grupo. E de enxergá-los, crianças
ou adolescentes, em pleno exercício da infância.
6 - A orientação metodológica mais comum é que os investigadores da infância negociem com as crianças a participação na pesquisa (DELGADO e
MULLER, 2005), deixando claro para os infantes quais os nossos objetivos em campo. Todavia, aproveitamos a identidade com o jjb e encobrimos a
nossa pretensão sociológica. Acreditamos que a presença do sociólogo implicaria um distanciamento abrupto. Assim, deixamos claro para os adultos
envolvidos a construção sociológica que estávamos buscando, mas, para as crianças, éramos apenas mais um “lutador” de jjb.
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óperas, histórias policiais e jogos de futebol – estas
e muitas outras atividades de lazer pertencem a esta
categoria (1992, p. 70-71).
Desde a hegemonia das classes urbanas
industriais, os movimentos do corpo atlético
foram, pouco a pouco, se cristalizando na
dinâmica da luta de classes. Quanto ao uso dos
espaços, as práticas esportivas (se) reproduziam
na cidade, edificando tipos de comportamento
urbanos:
O objetivo disso tudo era tornar a vida social na
cidade estável, predizível, produtiva e, acima de tudo,
veloz (...). Para tornarem-se velozes e adaptadas às
modernas fontes de energia as pessoas tinham de
ser fisicamente condicionadas. Foi para isso que os
esportes modernos foram inventados. (SEVCENKO
citado por JESUS, 1999, p. 17).
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A influência dos esportes de massa na criação
e utilização dos espaços urbanos retrata a
“euforia da modernidade”, a exacerbação dos
prazeres, em contraponto à rigidez do uso
do corpo. Esta simbiose entre os cenários
urbanos e o comportamento social, oriundo
da desportivização, gesta um tipo específico de
sóciologia.
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A prática esportiva diz respeito à definição clara
das regras estabelecidas e observadas em cada
modalidade, e toda a preparação física e espiritual
que é base do desenvolvimento dos jogos. Nos
esportes de combate, a imagem do uso da
violência acaba filtrando a procura pelos estilos
marciais, assim como foi o “recrutamento” dos
jovens da classe operária ao boxe. Na “Vila”,
a procura pelas artes marciais acabou criando
uma cultura desportiva da luta no invólucro
social do Centro Comunitário.
O esporte de combate acabou se tornando,
para os filhos dos trabalhadores precarizados
das periferias urbanas, uma via de escape do
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quantum de violência que convivem em suas
vidas cotidianas. A princípio, supomos que
eles buscam na luta o sonho de “se tornarem
campeões”, ou, pelo menos, a segurança de
estarem “longe das drogas”. Seguindo a lógica
configuracional –o esporte como um processo–,
as próprias dinâmicas de uso do corpo trazem,
em si, a ideia de movimento, de transformação.
A narrativa dos treinos com as crianças revela
pistas para compreensão sociológica do esporte
enquanto movimento e as dificuldades para
torná-lo, efetivamente, uma ferramenta de
transformação. Preservando a identidade das
crianças, adotamos nomes fictícios.
Os treinos
A experiência de observar o PIS consistiu na
participação nos treinos como atleta de jiu-jítsu.
Participei ora como aluno, ora como professor
colaborador. O tempo no tatame gerou uma
aproximação muito direta com o grupo infantil.
A criação de um espaço comum, baseado na
utilização lúdica e desportiva do corpo, permitiu
ocupar um posto privilegiado de observação.
Ao estudar as trocinhas paulistas na década de
1940, Florestan FERNANDES (2004, p. 36)
destaca o “fator recreação” como “a causa ou
motivo da formação desses grupos infantis”. E
mais, que
“(...) a importância dos brinquedos de roda e dos
jogos na formação das “trocinhas” não diminui”.
Por isso, justamente, os fatos folclóricos podem ser
considerados as causas ou os motivos, indiretos que
sejam, desses agrupamentos, já que essas rodas
e esses jogos são elementos do folclore infantil do
grupo.
O nosso problema se delineia a partir daquilo
que Florestan Fernandes denomina “fator
recreação”. No estudo clássico das trocinhas
o “fator folclórico”, constitui, junto à vontade
de brincar, o elemento que fixa as primeiras
sensações de pertença e seus grupos de [des]
identificação. O fator desportivo está para a
nossa proposta, assim como o “fator folclórico”
aparece na pesquisa de Florestan Fernandes. O
tipo de recreação que observamos refere-se à
brincadeira de lutar, a pré-disposição em pelejar.
Nossa pesquisa se define, portanto, como um
estudo sociológico da infância em territórios
estigmatizados, problematizando o objeto de
estudo a partir da brincadeira de pelejar do jiujítsu brasileiro.
A interação com o universo da infância implica,
sobretudo, uma postura adequada que expresse
proximidade e independência ao mesmo tempo.
Ou seja, é necessário perceber a infância, como
aquilo que
...carrega possibilidades de acontecimentos,
inusitado, diruptivo, escape que nos interessa para
pensar a diferença. O que se quer dizer é que a
experiência da infância não está vinculada unicamente
à idade, à cronologia, a uma etapa psicológica ou a
uma temporalidade linear, cumulativa e gradativa,
já que ligada ao acontecimento; vincula-se à arte,
à inventividade, ao intempestivo, ao ocasional,
vinculando-se, portanto, a uma des-idade. Dessa
forma, como experiência, pode também atravessar ou
não os adultos. (ABRAMOWICZ, 2011, p. 34).
Compartilhamos o primeiro momento do grupo
com o jiu-jítsu, vendo-os exercitar e desenvolver
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uma identidade esportiva, entreposta num jogo
societal de solidariedades e disputas, artimanhas
e traquinagens. No decorrer da pesquisa
as primeiras medalhas foram conquistadas
nas categorias masculinas e femininas, no
campeonato nordestino e na terceira etapa do
circuito estadual de jiu-jítsu de dois mil e treze.
Mesmo utilizando o quimono e a faixa preta
como uma estratégia de observação, a confiança
e o respeito do grupo demoraram a se consolidar
durante a pesquisa. Dos doze encontros no
tatame, tivemos dias em que a organização e
execução do nível técnico foram excelentes e
outros que a dispersão era generalizada.
Percebemos, logo, as formas dinâmicas de
sociabilidade, numa espécie de teatralização
acelerada de linguagens em disputa e de pouca
observância de demonstrações de cooperação.
Nos primeiros treinos, os conflitos emergiam
banalmente, havendo, sempre quem reclamasse
de uma puxada no cabelo, uma afronta ou
zombaria que outro fizera.
O primeiro encontro foi como instrutor do
treino comandado pelo professor Dinarte. Após
o aquecimento e o jogo de bandeirinha7, passei
alguns movimentos básicos de solo (raspagem
da “guarda fechada”8) e participei dos “rolas”9
de exibição, com o professor Munir e, depois,
com os próprios alunos. Tudo pareceu muito
tranquilo e a atenção, exemplar.
7 - O tatame era dividido ao meio e duas equipes disputavam para invadir o campo adversário e conquistar a “bandeirinha” (geralmente, um chinelo) sem
ser tocado. Aqueles que eram tocados permaneciam imóveis até serem resgatados por algum companheiro. A partida acabava quando alguém conseguia pegar a bandeirinha da equipe adversária e trazê-la ao seu campo sem ser tocado.
8 - Desequilíbrio, saindo da posição de contenção para imobilização de “montada de frente”.
9 - Momento de simulação de luta, começando, geralmente, de joelhos. A dinâmica dos movimentos gira em torno de desequilíbrios e imobilizações e da
busca dos golpes de finalização para conquistar a desistência (ou submissão) do oponente. A plasticidade do jjb varia de acordo com o controle de
“pegadas”, o posicionamento/deslocamento e a flexibilidade do corpo. A utilização da força segue a lógica do “mínimo essencial”. O objetivo é executar
golpes de finalização como resultado de movimentos disciplinados e com elementos de astúcia. As torções, os estrangulamentos e enforcamentos
dependem, sempre, do encaixe das alavancas do corpo. Aquele que atinge um nível de alerta (autodefesa) concentrando o gasto de energia em prol
do delinear dos movimentos de controle marcial, usa o jiu-jítsu. Aquele que o faz respeitando determinadas regras, encenando um duelo jocoso, usa o
jiu-jítsu esportivamente.
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Já no segundo encontro, o tatame estava sendo
lavado e não estaria pronto a tempo. As mais
de vinte crianças ocuparam o espaço do galpão
entre gritos e empurrões, atiçados pela presença
de um iguana nos muros do Centro Comunitário.
Limitamos o treino fazendo uma corrida leve
e movimentos básicos de alongamento, o que
deixou o grupo decepcionado. Conhecemos
Josué neste dia de bagunça, ameaçando a todos
com rabeadas de bicicleta. Estava suspenso dos
treinos. Voltamos a encontrá-lo na festa do dia
das crianças.
com Danilo, enquanto assistia o treino de
taekwondo, escutei:
Aos poucos, fomos ganhando a confiança
do grupo e descobrindo que a bagunça era
encenada, talvez para manter à distância
os adultos que passaram a conhecê-los
recentemente. Só durante a segunda festa, do
natal, notamos que, muitas vezes, éramos nós,
os “observados”. Enquanto organizava a fila do
pula-pula, a ouvir os causos que uns contavam
dos outros, sentimos que ali o grupo passou
a compartilhar suas estórias de uma forma
mais próxima, sem o filtro das encenações. Os
apelidos foram essenciais, serviram como uma
alavanca de aproximação10. No final, percebi
Josué um pouco afastado e me dirigi a ele com
cordialidade, usando o cumprimento comum
entre todos – um toque batendo a mão aberta e
em seguida com o punho fechado.
O pequeno campeão enxergava a ameaça do
vício em crack num emaranhado complexo e
familiar de violência e fantasia. A impressão
da extravagância que seria esconder um
telefone celular na garganta só foi contrariada
pela naturalidade com que contou o episódio.
E ainda, mudando de assunto rapidamente,
o menino jogou ao banal a violência do fato.
Retomando-lhe os feitos heroicos, perguntei:
“quer dizer que você também é campeão de
taekwondo?” O episódio me pôs a pensar
sobre o quê, exatamente, estava tentando
problematizar. Ao reagir com naturalidade à fala
de Danilo me tornei mais próximo, rompendo,
finalmente, com o estigma que alimentava
minha presença como pesquisador. Voltamos
ao que interessava, vestimos o quimono e
fomos treinar.
A partir daí, em momentos que antecediam
e sucediam os treinos, passamos a receber
os dados mais valiosos, vindos de conversas
espontâneas sobre os assuntos do lado de
fora do tatame, a escola e a Vila. Os assuntos
escolares eram abordados para enaltecer as
trajetórias individuais daqueles que haviam
“passado de ano”, com exceção de Bolinha, o
único reprovado da turma e de Bruno, expulso da
escola por mau comportamento. Conversando
Eu passei de ano, já vou fazer o sétimo, nunca fui
reprovado. Sou o mais adiantado da turma. Minha mãe
e meu padrasto têm muito cuidado em mim, por conta
da “pedra”. Eu tenho primos que são assim... “noiado”.
Tenho uma prima que rouba celular e engole, esconde
na garganta. Aqui ó (mostra o pescoço). Semana
passada a polícia pegou ela, foi uma confusão grande.
Eu também sou campeão de taekwondo... (CADERNO
DE CAMPO, 21 de out. de 2013).
O Sr. Edmundo, sempre que trazia seu filho
Jobson, acompanhava o desenvolvimento e
conversava sobre os benefícios do esporte,
visto o que já havia tentado na medicina
especializada. A paralisia parcial era anulada
quando o garoto estava de quimono. Usufruía
da liberdade e chamava atenção dos outros
alunos, harmonizando o treino. Havia sempre
um ou dois alunos envolvidos no universo de
10 - Meu contato inicial se deu a partir do apelido “Molinha”, o que provocou uma aceitação por parte das crianças, que riam ao repetir: é professor Molinha?
Depois, mesmo com a orientação de chamar e ser chamado pelo nome, os apelidos permitiram um tipo lúdico de relacionamento.
Jobson, que não parava de executar movimentos
lúdicos e marciais, brincando de finalizar todos
que apareciam pela frente.
Além da turma consolidada, sempre apareciam
novos alunos interessados nos treinos. Marquinho
chegou descalço, usando apenas uma bermuda
e um sorriso banguela. Quando convidei para
fazer o aquecimento, Samir fechou a cara e me
chamou, separadamente: “não quero esse boy
aqui, ele vive me chateando na escola”. Negociei
um teste com Samir, garantindo-lhe que se
Marquinho treinasse com a gente as chateações
iriam cessar. Foi aceito com muita reticência e
mais um novo aluno se integrou à turma.
O Sr. Nazareno, pai de Leonardo, visitou o projeto
para informar que o filho estava de castigo por
desrespeitá-lo. Disse que queria proibir o filho
de treinar, mas a madrasta “pediu pela vontade
da criança”. Leonardo passou quase dez minutos
de cabeça baixa, tempo que durou o sermão
que o afastou dos treinos por um mês. Duas
semanas depois, o garoto já participava do jogo
de “bandeirinha”, mas seguia proibido de vestir
o quimono e carregava, ainda, a vergonha do
sermão.
Outras mães passaram a assistir aos treinos,
trazendo e levando para casa os alunos mais
novos, como os irmãos Diogo e Thiago, de
quatro e seis anos. A mãe de Michele, de doze
anos, assistiu alguns treinos da filha, que,
se diferenciava, entre as garotas, quando
enfrentava as pirraças dos meninos para estar
sempre atenta ao aprendizado.
O “valor” das medalhas provocou a construção
da autoestima individual e acabou se tornando
uma vitória coletiva, a partir da circulação das
estórias dos dias da competição. Das vitórias,
os golpes triunfantes, e das derrotas, aquilo
que deveria ter sido feito ou a contestação
da arbitragem. O prazer das vitórias e o
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inconformismo com as derrotas animava
a sequência de treinos. A participação em
competições suprimiu o comportamento
agressivo, havendo aí uma equação progressiva
entre a presença nos eventos competitivos e o
comportamento no tatame. Se antes, o tempo
desinteressante do treino era considerável,
após competirem, a atenção rendia execuções
perfeitas de quedas, passagens de guarda,
imobilizações, raspagens e finalizações. A partir
das competições o tempo de treino passou a ser
bem mais aproveitado.
Ao vencer a primeira etapa do campeonato
estadual, Leonardo atirou a medalha sob o
professor Sérgio e disse: “pega, não era isso que
você queria”? Já havia percebido no garoto o
uso agressivo das técnicas de luta. Nos primeiros
“rolas” percebi que ele usava o cotovelo no
intuito claro de me machucar, fora das regras
do jjb. Passei a marcar o seu braço, tanto para
me defender, como para mostrá-lo que aquilo
era uma perda de tempo. Aos poucos, Leonardo
passou a usar mais os recursos técnicos do jjb,
preservando mais os colegas de treino, mesmo
que, ainda tivesse uma forte dose de marra.
Em certo momento, a integração com as
crianças fluía com muita tranquilidade, atraindo
a atenção de um pequeno grupo de espectadores
formado pelos pais e alguns curiosos. O treino
do jjb ocorria antes dos treinos de taekwondo
e de muay thai – alguns alunos eram também
“especialistas” em outra modalidade. Nas três
modalidades havia crianças que se destacavam
em competições. Nas últimas semanas que
estive no Conselho, dividimos o horário com a
quadrilha junina, que iniciava os ensaios para as
competições de junho.
No penúltimo treino reencontramos Josué, que
falou, em tom de brincadeira: “professor, hoje
a gente faz o nosso” e foi logo interrompido
pelo professor Sérgio, que o havia colocado de
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castigo, por trocar chutes com Flávio. Na semana
seguinte, pegou um laser na bolsa de uma colega
e apontou para um motoqueiro, do outro lado
da praça. O homem voltou, invadiu o Centro
Comunitário usando capacete e demonstrando
estar armado. O professor responsável no
momento evitou qualquer transtorno mais sério.
As situações de risco pareciam atrair o garoto,
que tinha na família uma estória de violência,
com dois irmãos presos. A cada retorno das
suspensões, se mostrava mais compenetrado, o
que durava até a próxima “enrascada”. Ao fim
do nosso ciclo de pesquisa Josué estava voltando
aos treinos com a esperança renovada em seguir
treinando e competindo com a turma.
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No último encontro extraímos uma lição
significativa com a participação de Cadinho, um
morador antigo da Vila que acompanhava os
treinos pontualmente. Assistia atentamente cada
movimentação de luta. Portador de síndrome de
down, Cadinho teve seu dia de glória quando,
finalmente, recebeu o convite de Márcio, um
dos pesos pesados da turma, para um “rola”.
Enquanto tentávamos controlar o ímpeto de
Márcio – para não machucar o novo colega
– nos envolvemos com a vibração do herói
daquela noite. Ele executou os movimentos
de passagem de guarda, imobilização e chave
de braço (armlock) e levantou do “rola” com os
punhos erguidos e a expressão de alegria e alívio
no rosto. Todos vibraram e cumprimentaram
o atleta que “aprendeu olhando”. O esforço e
a plasticidade para realizar o jjb, ilustra como
foi do ponto de vista lúdico e marcial, o que
presenciamos a cada treino. Os pequenos atos
de bravura e heroísmo se desenvolviam em
torno dos dribles e das artimanhas para alcançar
a submissão, desenvolvendo um complexo jogo
de corpo.
No início, a bagunça/confusão acelerada parecia
ser o espaço da infância onde eles demonstravam
a metamorfose entre o indivíduo e o lugar.
Sociología del Tatami:
Deporte e Infancia en la “Villa de Ponta Negra”
Como se nos expusessem a áurea “da Vila”.
Aos poucos, a partir da aceitação voluntária da
nossa presença, notamos que, em meio a toda
bagunça, havia um objetivo comum.
Os atos de bravura/astúcia/resistência
animavam os treinos. Através do uso esportivo e
marcial do corpo, eles construíram, por cima da
fragilidade social dos estereótipos de “crianças
carentes”, o estereótipo de crianças esportistas.
Nos “rolas”, as habilidades eram melhoradas
na medida em que os treinos ficavam mais
disputados. Mas não havia rusgas quando
um finalizava (ou submetia) o outro. Todos
aprenderam a “bater” (desistir) e a submeter os
colegas à desistência sem que isso acarretasse
em disputa violenta – fora das regras do jjb.
A carga marcial do esporte, a sua violência,
parecia instrumentalizada pelo universo lúdico
e pela identidade com a arte. Ao brincar de jjb,
a turma executava uma linguagem corporal
apoiada no uso do quimono japonês sob o
piso emborrachado do tatame. Nas horas que
rodeavam o tempo de treino eles estavam juntos,
carregando ou vestindo o quimono, ocupando
o espaço da pracinha da Igreja e percorrendo
as ruas que levam à Floresta, microrregião do
bairro, passagem ou moradia de boa parte deles.
Os treinos no Centro Comunitário serviram
como mediação do choque geracional e nos
permitiu compartilhar o tatame como um lugar
de invenção e criação, fazendo-nos produzir um
“outro olhar” de Ponta Negra, entremeado pela
cultura da infância:
É a infância que pode vir a propiciar os devires (...).
Devir não como um vir-a-ser, pois já vimos que nada
tem a ver com futuro, com uma cronologia qualquer,
mas, sim, com aquilo que somos capazes de produzir
e inventar como possibilidade de vida, potência de
vida, o poder da vida opondo-se ao poder sobre
a vida. Pois o espaço da criação também deve ser
produzido numa espécie de produção do espaço de
criar. (ABRAMOWICZ, 2011, p. 34).
Resgatando o universo da própria infância no
bairro durante a década de 1980, encontramos
as lembranças esportivas. As partidas de
futebol dos campeonatos entre os garotos das
microrregiões, as “caídas” de surf, as corridas na
areia da praia, as subidas no morro e os “rolés”
de skate na ladeira da antiga boate Flash. Nesta
sequência, infância / esporte / memória, voltamos
ao objeto sociológico propriamente dito. Desde
o tatame, nos limitamos a um universo muito
particular diante da complexa configuração do
bairro. Todavia, os rodopios do jjb e as fantasias
de herói dos pequenos constituíram um
ponto de inflexão nas rotinas dos envolvidos,
produzindo, a partir da própria experiência do
lazer, um olhar configuracional das diferenças,
presentes na clivagem social entre a Vila e o
Conjunto.
O esporte como um passatempo precisa
ser equacionado ao convívio familiar e
ao desempenho escolar. Essa equação,
principalmente no segundo caso, é ainda
insipiente. A institucionalização dos PIS esbarra
num emaranhado de dificuldades expressas na
ideia de que falta “vontade política”. Muitos
“projetos” não conseguem ter uma duração
adequada. As leis federais de incentivo ao
esporte são desconhecidas dos idealizadores e
voluntários que preferem manter distância dos
interesses políticos personalistas. Assim, a oferta
esportiva gratuita se torna volátil e desarticulada
do Estado e da educação física escolar. Ao cabo,
os atletas do bairro acabam servindo como o
elo mais significativo, a principal motivação dos
treinos.
Sociología del Tatami:
Deporte e Infancia en la “Villa de Ponta Negra”
Os Projetos de Inclusão Social refletem, por
um lado, a escassez de recursos e estruturas
públicas adequadas para a prática esportiva11,
mas consagram, por outro, uma energia
coletiva comunitária12, onde as crianças podem
vivenciar, através do esporte, a plenitude da
infância. A prática dos esportes entre jovens
“carentes” não apenas autoriza o excitamento
como, também, cria novos campos, exercendo
funções específicas nos grupos estigmatizados:
primeiro, opõe-se ao consumo de drogas.
Essa função paira entre os adultos envolvidos
(pais e professores) como uma atividade
de “resistência”, que tem seus reflexos nas
representações que as crianças constroem.
Outra função evidente diz respeito ao caráter
filantrópico desses projetos. A “gratuidade”
atua de forma controversa: a boa vontade dos
professores responsáveis torna-se dependente
de ações pontuais de marketing, o que não
garante a institucionalização necessária.
Isso revela o alto nível da contradição no
país sede da Copa FIFA 2014 e Olimpíadas
2016, sugerindo que a moderação, necessária
para o desenvolvimento pleno do desporto,
ainda não foi atingida. O esporte amador
segue improvisando e dependendo de ações
filantrópicas, contrapondo-se ao ciclo de
violência. Os jovens se agarram às identidades
esportivas, apresentando uma capacidade
“nata”, fugindo dos estereótipos e estigmas da
violência urbana.
O tatame do Projeto de Inclusão Social
“Lutando para vencer” se desfez. Restou-me
a narrativa dos dias incríveis que os pequenos
atletas me proporcionaram. E junto a essa
narrativa, a utopia de encontrá-los, novamente,
campeões.
11 - O Centro Comunitário da Vila de Ponta Negra funciona num galpão velho, sem banheiros ou água encanada.
12 - A participação dos familiares e da presidente do Centro Comunitário, expressa o desejo comum em proporcionar a prática esportiva.
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des-encuentros, 2014,
Vol 11, P 40-50
Spinelli, T. C.
Spinelli, T. C.
des-encuentros, 2014,
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